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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS COMPOSIÇÃO, RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE LEPIDOPTERA (HESPERIOIDEA E PAPILIONOIDEA) NO PARQUE ESTADUAL MATA DO XÉM-XÉM, BAYEUX, PB, UM FRAGMENTO DE FLORESTA ATLÂNTICA RAFAEL PEREIRA RODRIGUES PATOS- PB 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO … · minha alma. À Prof.ª Solange ... Resumo: As borboletas podem ser agrupadas em duas guildas tróficas: ... torno da metade das

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

COMPOSIÇÃO, RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE LEPIDOPTERA (HESPERIOIDEA

E PAPILIONOIDEA) NO PARQUE ESTADUAL MATA DO XÉM-XÉM, BAYEUX,

PB, UM FRAGMENTO DE FLORESTA ATLÂNTICA

RAFAEL PEREIRA RODRIGUES

PATOS- PB

2016

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RAFAEL PEREIRA RODRIGUES

COMPOSIÇÃO, RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE LEPIDOPTERA (HESPERIOIDEA

E PAPILIONOIDEA) NO PARQUE ESTADUAL MATA DO XÉM-XÉM, BAYEUX,

PB, UM FRAGMENTO DE FLORESTA ATLÂNTICA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

apresentado a Unidade Acadêmica de Ciências

Biológicas da Universidade Federal de

Campina Grande, Campus de Patos PB, como

requisito para obtenção do grau de Licenciado

em Ciências Biológicas.

Prof ª. Orientadora Drª. Solange Maria Kerpel

PATOS-PB

2016

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSTR

R696c

Rodrigues, Rafael Pereira

Composição, riqueza e abundância de lepidoptera (hesperioidea e

papilionoidea) no parque estadual mata do Xém-Xém, Bayeux, PB, em

fragmento de floresta atlântica / Rafael Pereira Rodrigues. – Patos, 2016.

23f.: il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) - Universidade

Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2016.

“Orientação: Prof.ª Dr.ª Solange Maria Kerpel”

Referências.

1. Borboletas. 2. Conservação. 3. Floresta atlântica. I. Título.

CDU 574(813.3)

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RAFAEL PEREIRA RODRIGUES

COMPOSIÇÃO, RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE LEPIDOPTERA (HESPERIOIDEA

E PAPILIONOIDEA) NO PARQUE ESTADUAL MATA DO XÉM-XÉM, BAYEUX,

PB, UM FRAGMENTO DE FLORESTA ATLÂNTICA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

apresentado a Unidade Acadêmica de Ciências

Biológicas da Universidade Federal de

Campina Grande, Campus de Patos PB, como

requisito para obtenção do grau de Licenciado

em Ciências Biológicas.

PATOS-PB

2016

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DEDICO

Ao meu avô, guerreiro e exemplo Antônio Alves Neto.

“Os anos se passam e a saudade fica, sua roupa ainda tem cheiro de boi”

(in memory).

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AGRADECIMENTOS

A Deus por não me deixar esquecer que você me habita e é a força que dá vida a

minha alma.

À Prof.ª Solange Maria Kerpel por sua orientação ensinamentos e por acreditar no meu

potencial.

À minha família Maria Pereira Rodrigues (Mãe), Vamberto Rodrigues Alves (Pai), tia

Vilany, tia Tereza, tia Lucia e aos demais tios e primos.

Ao meu avô, Antônio Alves Neto (in memory) guerreiro do Nordeste que passou a sua

vida toda lutando por sua família.

À minha amada e compreensiva namorada Robenia Felix por estar sempre ao meu

lado.

Aos amigos, colegas, companheiros de campo e Laboratório, Emanoel Pereira

Gualberto e Adalberto Dantas Medeiros por todo companheirismo nas viagens de coleta,

aventuras, dias de trabalho, ensinamentos, discussões, brincadeiras e cumplicidade.

Aos demais colegas e amigos do Laboratório de Ecologia e Biogeografia de Insetos da

Caatinga, Luanna Santos Araújo, Maria Aparecida Bidô Dias, Mary Lindsay Vieira Véras,

Andreia Garcia Carneiro pela alegre convivência no Laboratório.

A Nathália Medeiros Vieira pelas horas de companheirismo durante a elaboração do

TCC.

Aos amigos que fiz no curso de Ciências Biológicas. Obrigado à todos.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização do Parque Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba. (A)

Território brasileiro, (B) parte da região nordeste incluindo o estado da Paraíba e à área de

estudo (círculo vermelho) (C) Parque Estadual Mata do Xém- Xém delimita com linha

laranja. Fonte: Adaptado do Google Earth e da ECOLAP - FLONA Restinga de Cabedelo

(Stevens2012)..............................................................................................................................4

Figura 2 - Ambientes em que foram realizadas as coletas no Parque Estadual Mata do Xém-

Xém, Bayeux, Paraíba, nos meses de julho, setembro e dezembro de 2014 e abril de 2015. (A)

Área aberta e borda; (B) Alagado; (C) Floresta ciliar; (D) sub-bosque, (E) Interior da

Floresta........................................................................................................................................5

Figura 3 - Riqueza das espécies de Lepidoptera (Papilionoidea e Hesperioidea) do Parque

Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, nos meses de julho, setembro e dezembro de

2014 e abril de 2015..................................................................................................................11

Figura 4 - Abundância das espécies de Lepidoptera (Papilionoidea e Hesperioidea) do Parque

Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, nos meses de julho, setembro e dezembro de

2014 e abril de 2015..................................................................................................................12

Figura 5 - Curva de acumulação das espécies de Lepidoptera (Papilionoidea e Hesperioidea)

do Parque Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, nos meses de julho, setembro e

dezembro de 2014 e abril de 2015............................................................................................13

Figura 6 - Pluviosidade e riqueza das espécies de Lepidoptera (Papilionoidea e Hesperioidea)

do Parque Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, nos meses de julho, setembro e

dezembro de 2014 e abril de 2015............................................................................................14

Figura 7 - Pluviosidade e abundância das espécies de Lepidoptera (Papilionoidea e

Hesperioidea) do Parque Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, nos meses de julho,

setembro e dezembro de 2014 e abril de 2015..........................................................................14

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Composição das espécies de Lepidoptera (Papilionoidea e Hesperioidea) do Parque

Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, nos meses de julho, setembro e dezembro de

2014 e abril de 2015....................................................................................................................6

Tabela 4- Quadro comparativo da riqueza deste estudo realizado no Parque Estadual Mata do

Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, com trabalhos publicados com borboletas de diversas

localidades do nordeste brasileiro............................................................................................18

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SUMÁRIO

Resumo ....................................................................................................................................... 1

Introdução ................................................................................................................................... 3

Material e Métodos ..................................................................................................................... 3

1. Área de estudo .................................................................................................................... 4

2. Métodos de amostragem ..................................................................................................... 5

Resultados ................................................................................................................................... 6

Discussão .................................................................................................................................. 15

Referências ............................................................................................................................... 19

Anexo: Normas da Revista Biota Neotropica........................................................................... 23

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1

Composição, Riqueza e Abundância de Lepidoptera (HESPERIOIDEA E

PAPILIONOIDEA) no Parque Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, PB, um fragmento

de Floresta Atlântica

Rafael Pereira Rodrigues1*

& Solange Maria Kerpel1

1. Laboratório de Ecologia e Biogeografia de Insetos da Caatinga. Unidade Acadêmica de

Ciências Biológicas, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina

Grande, Campus Patos. Avenida Universitária s\n. Bairro Santa Cecília, CEP 58708-110,

Patos-PB, Brasil.

*Autor para correspondência: Rafael Pereira Rodrigues,

e-mail: [email protected]

RODRIGUES, R.P. & KERPEL S.M. Composição, Riqueza e Abundância de Lepidoptera

(HESPERIOIDEA E PAPILIONOIDEA) no Parque Estadual Mata do Xém-Xém,

Bayeux, PB, um fragmento de Floresta Atlântica

Resumo: As borboletas podem ser agrupadas em duas guildas tróficas: das nectarívoras, as

quais se alimentam de néctar, e frugívoras que se alimentam de frutos fermentados,

excrementos, exsudatos de plantas e animais em decomposição. Este trabalho objetivou

conhecer a composição, riqueza e abundância de borboletas frugívoras e nectarívoras do

Parque Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba para aumentar o conhecimento destes

grupos na Floresta Atlântica nordestina. Foram demarcados seis transectos onde se buscou

representar os ambientes que compõe a área de estudo: bordas e interiores de floresta, áreas

abertas, alagadas e floresta ciliar. Tais transectos foram percorridos a cada dois meses, de

julho de 2014 a abril de 2015. As borboletas foram amostradas com o auxílio de redes

entomológicas (09:00 às 15:00h) e através do instalação de 30 armadilhas do tipo Van

Someren-Rydon/3dias/ocasião. Em 144 horas de rede e 72 horas armadilhas foram registrados

974 indivíduos de 136 espécies, sendo Nymphalidae a família mais rica com 50 espécies

(36,77%), seguida de Hesperiidae com 48 (35,30%), Lycaenidae 14 (10,29%), Riodinidae 10

(7,35%), Pieridae 10 (7,35%) e Papilionidae com 4 (2,94%). Na coleta com armadilha foram

registradas 21 espécies de frugívoras, sendo 11 delas exclusivas para o método. Entre as

subfamílias, Satyrinae foi a mais rica, com 12 espécies (57,14%), seguida de Charaxinae com

4 (19,05%), Biblidinae e Nymphalinae com 3 (14,29%) e 2 (9,52%), respectivamente.

Satyrinae foi a mais abundante com 49,14% dos indivíduos capturados seguida de Biblidinae

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com 25,86% dos indivíduos, Charaxinae com 13,79% e Nymphalinae com 11,21%. Apesar de

o ambiente ser antropizado a riqueza do Parque Estadual Mata do Xém-Xém é considerável,

embora a curva de acumulação de espécies em ascensão corroborando com os estimadores de

riqueza. Houve três novos registros para Paraíba e quatro novos registros para o Nordeste. Isto

indica que esta Unidade de Conservação guarda uma rica fauna de Lepidoptera e o fragmento

de Floresta Atlântica deve ser efetivamente preservado e mais estudado.

Palavras-chave: borboletas; Conservação; Floresta Atlântica.

Abstract: The Butterflies can be grouped into two trophic guilds: the nectarivorous guild

which feed on nectar and fruit-feeding that feed on fermented fruit, craps, exudates of plants

and animals decomposition. This study aims to know the composition, richness and

abundance of fruit-feeding butterflies and nectarivorous of Parque Estadual Mata do Xém-

Xém, Bayeux, Paraíba to generate data on the group and serve as input for the preparation of

the Management Plan and Conservation of area. It’s were marked six transects where it

sought to represent the environments that make up this Conservation Unit: edges and interior

forest, open areas, wetlands and riparian forest. Such transects were surveyed about every two

months, from August 2014 to April 2015. The butterflies were sampled with the help of

entomological nets (09:00 to 15:00h ) and traps of the type Van Someren - Rydon / 3days /

occasion. In 144 hours of net and 72h / 30 traps were registered 974 individuals of 136

species, Nymphalidae being the richest family with 50 species, (36.77 %), followed by

Hesperiidae 48 (35.30%), Lycaenidae 14 (10.29%), Riodinidae 10 (7.35 %), Pieridae 10

(7.35%) and Papilionidae 4 (2.94%). In collecting trap 21 species of Nymphalidae were

recorded, 11 of them unique to the method. Among Satyrinae subfamilies is the richest with

12 species (57.14 %) followed by Charaxinae 4 (19.05%), and Biblidinae and Nymphalinae 3

(14.29%) and 2 ( 9.52 %), respectively. Satyrinae was the most abundant subfamily with

49.14% of the individuals captured followed by Biblidinae with 25.86%, Charaxinae with

13.79% and 11.21% of Nymphalinae. Although the environment is anthropic and have been

low sampling effort compared to other studies the richness of The Parque Estadual Mata of

Xém-Xém, though the species accumulation curve continues to rise corroborating the richness

estimators. In addition there were three new records for Paraíba and four new records for the

Northeast.

Keywords: butterflies; conservation; Atlantic Forest.

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Introdução

A preparação de listas de espécies é um dos meios principais para se adquirir

conhecimento básico de uma determinada área, podendo servir como subsídio para ações de

conservação (Freitas et al. 2006). Apesar de se ter uma considerável representatividade da

ordem Lepidoptera na Floresta Atlântica, o maior conhecimento esta dirigido às regiões Sul e

Sudeste havendo poucos trabalhos para o Nordeste (Lewinsohnet et al. 2005). Portanto, é de

vital importância que se desenvolvam mais estudo sobre o grupo para nesta região.

Cerca de 146.000 espécies de Lepidoptera estão catalogadas (Heppner 1991), sendo

que existem extrapolações para até 500 mil espécies (Gaston 1991). Dessas, 87% são de

mariposas e apenas 13% desse total são borboletas e distribuídas em 47 superfamílias

(Kristensen et al. 2007). Estas formam uma ordem megadiversa, a segunda maior entre os

insetos, ficando abaixo apenas de Coleoptera (Brown & Freitas 1999).

As borboletas são classificadas em duas superfamílias Hesperioidea e Papilionoidea.

Hesperioidea apresenta apenas a família Hesperiidae, e Papilionoidea cinco famílias:

Papilionidade, Pieridae, Lycaenidae, Riodinidae e Nymphalidae (Lamas, 2004, 2008). Em

torno da metade das espécies que ocorrem na região neotropical (Heppner 1991, Lamas 2004)

também ocorre no Brasil, aproximadamente 3.628 espécies (Lewinsohn & Prado 2008).

Lepidoptera é um dos grupos de invertebrados mais estudados em nível mundial

(Ockinger et al. 2006), contudo na região Nordeste do Brasil, o trabalho pioneiro de

Kesselring & Ebert ocorreu somente em 1979. Esse foi realizado na Mata do Buraquinho,

fragmento de Floresta Atlântica localizado no município de João Pessoa, Paraíba e tratava-se

da maior lista do Nordeste, com 291 espécies registradas até 2014. O Programa de Pesquisa

em Biodiversidade (PPBio – Semiárido) registrou 389 espécies de borboletas entre áreas

consideradas prioritárias para a conservação da fauna e flora do semiárido distribuídas em 5

estados do nordeste brasileiro (Kerpel et al. 2014a). Assim, esta representa a maior lista de

espécies do nordeste, porém a lista de Kesselring & Ebert (1979), continua sendo a maior para

a Floresta Atlântica nordestina.

Na Paraíba, foi registrado o papilionídeo ameaçado Heraclides himeros baia no

Parque Estadual Pico do Jabre, Maturéia (Kerpel et al. 2014b). O estudo mais recente para a

Floresta Atlântica ocorreu na Bahia com o registro de 260 espécies (Paluch et al. 2016).

O presente estudo teve como objetivo conhecer a composição, riqueza e abundância de

borboletas, em um fragmento de Floresta Atlântica da Paraíba, para aumentar o conhecimento

deste grupo na Floresta Atlântica nordestina e contribuir na elaboração do Plano de Manejo e

Conservação da área.

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Material e Métodos

1. Área de estudo

O trabalho foi desenvolvido no Parque Estadual Mata do Xém-Xém (7º07’29.96” S e

30º55’55.41” W) que é um remanescente de Floresta Atlântica na região metropolitana de

João Pessoa, no município de Bayeux, estado da Paraíba (Figura 1). A unidade de

Conservação é formada por 182 hectares de Floresta Atlântica (Sudema 2004) inseridos em

uma paisagem heterogênea, com áreas abertas, floresta altamente antropizada, áreas alagadas,

floresta densa e floresta ciliar (Figura 2).

Figura 1. Localização do Parque Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba. (A)

Território brasileiro, (B) parte da região nordeste incluindo o estado da Paraíba e à área de

estudo (círculo vermelho) (C) Parque Estadual Mata do Xém- Xém delimita com linha

laranja. Fonte: Adaptado do Google Earth e da ECOLAP - FLONA Restinga de Cabedelo

(Stevens 2012).

A B

C

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2. Métodos de amostragem

Foram realizadas quatro coletas, entre julho de 2014, a abril de 2015, durante três dias

cada uma. Foram demarcados seis transectos, cada um com 500 metros, onde se buscou

representar os diferentes ambientes que compõem a área: áreas abertas, bordas, áreas

alagadas, interiores da floresta e floresta ciliar (Figura 2).

Figura 2. Ambientes em que foram realizadas as coletas no Parque Estadual Mata do Xém-

Xém, Bayeux, Paraíba, nos meses de julho, setembro e dezembro de 2014 e abril de 2015. (A)

Área aberta e borda; (B) Alagado; (C) Floresta ciliar; (D) sub-bosque, (E) Interior da Floresta.

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Dois métodos de coleta foram utilizados: redes entomológicas e 30 armadilhas

próprias para captura de Lepidoptera, do tipo Van Someren-Rydon (DeVries 1997). As coletas

com redes entomológicas foram feitas por um coletor com uma rede e uma pessoa anotando

em planilha, das 09 às 15 horas. Em cada transecto foram colocadas cinco armadilhas com um

espaçamento de aproximadamente 100 metros entre si, totalizando 30 armadilhas colocadas

em dois estratos na vegetação: no sub-bosque, entre 1,0 e 1,5 m de altura, e no dossel,

suspensas conforme a altura da vegetação, entre três a sete metros de altura. As armadilhas

continham isca composta por caldo de cana e banana, fermentadas por no mínimo por 48

horas. As mesmas foram revisadas no final de todos os dias de coleta, para retirada, marcação,

anotação, soltura ou coleta das borboletas, e para a reposição da isca.

As borboletas que eram identificadas em campo eram marcadas com caneta atóxica,

seus dados anotados em planilhas e estas eram soltas no mesmo local. As coletadas foram

guardadas em envelopes entomológicos, acondicionadas em potes plásticos, congeladas,

acondicionadas em caixa de isopor e conduzidas ao laboratório onde foram mantidas em

Congelador, até a montagem. A mesma ocorria no Laboratório de Biogeografia e Ecologia de

Insetos da Caatinga da Universidade Federal de Campina Grande (LEBIC/UFCG), Campus

de Patos. Após a montagem, eram mantidas em estufa, posteriormente identificadas,

etiquetadas e conservadas em caixas entomológicas. As espécies não identificadas pela equipe

do Lebic foram encaminhadas a especialistas, sendo que algumas aguardam identificação. As

borboletas coletadas e montadas serão mantidas na coleção do referido Laboratório.

Para a elaboração dos estimadores de riqueza e da curva de acumulação de espécies

utilizou-se o software R versão 3.2.5. (Oksanen et al, 2016).

Resultados

Foram registrados 974 indivíduos, de 136 espécies, distribuídos em seis famílias, 17

subfamílias, 34 tribos e 93 gêneros, com um esforço amostral de 144 horas de rede e 72 horas

30 armadinhas (Tabela 1).

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Tabela 1. Composição, riqueza, abundância e estimadores da riqueza de Lepidoptera

(Papilionoidea e Hesperioidea) organizadas em superfamílias, famílias, subfamílias e tribos

do Parque Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, registradas nos meses de julho,

setembro e dezembro de 2014 e abril de 2015. Riqueza (S); Abundancia (N); Abundância

Relativa (Nr); Frequência Absoluta (Fa); Rede (R); Armadinha (A); Borda (B); Interior (I).

Táxon S N Nr Fa R A B I

PAPILIONOIDEA 88 736 75,56 - - - - -

PAPILIONIDAE 4 7 0,72 - - - - -

Papilioninae 4 7 0,72 - - - - -

Troidini 2 5 0,51 - - - - -

Battus polydamas (Linnaeus, 1758) - 1 0,10 25 x - x -

Parides zacynthus (Fabricius, 1793) - 4 0,41 50 x - x x

Papilionini 2 2 0,21 - - - - -

Heraclides anchisiades (Esper, 1788) - 1 0,10 25 x - x -

Heraclides thoas (Linnaeus, 1771) - 1 0,10 25 x - x -

PIERIDAE 10 94 9,65 - - - - -

Coliadinae 9 90 9,24 - - - - -

Eurema agave (Cramer, 1775) - 16 1,64 100 x - x x

Eurema albula (Cramer, 1775) - 7 0,72 100 x - x x

Eurema deva (E. Doubleday, 1847) - 1 0,10 25 - - x

Eurema elathea flavescens (Chavannes, 1850) - 39 4,00 100 x - x x

Phoebis argante (Fabricius, 1775) - 1 0,10 25 - - - x

Phoebis philea (Linnaeus, 1763) - 1 0,10 25 x - x -

Phoebis sennae (Linnaeus, 1758) - 9 0,92 75 x - x x

Pyrisitia leuce (Boisduval, 1836) - 5 0,51 75 x - x x

Pyrisitia nise (Cramer, 1775) - 11 1,13 100 x - x x

Pierinae 1 4 0,41 - - - - -

Pierini 1 4 0,41 - - - - -

Ascia monuste orseis (Godart, 1819) - 4 0,41 75 x - x x

LYCAENIDAE 14 48 4,93 - - - - -

Lycaenidae sp.1 - 1 0,10 25 x - x -

Polyommatinae 2 15 1,54 - - - - -

Hemiargus hanno (Stoll, 1790) - 10 1,03 75 x - x x

Zizula cyna (W. H. Edwards, 1881) - 5 0,51 75 x - x x

Theclinae 11 32 3,29 - - - - -

Eumaeini 10 26 2,67 - - - - -

Aubergina vanessoides (Prittwitz, 1865) - 1 0,10 25 x - x -

Calycopis caulonia (Hewitson, 1887) - 2 0,21 50 x - x x

Calycopis cissusa (Hewitson, 1877) - 9 0,92 50 x - x x

Celmia celmus (Cramer, 1775) - 2 0,21 25 x - x x

Gargina sp.1 - 2 0,21 50 x - - x

Ministrymon azia (Hewitson, 1873) - 6 0,62 75 x - x -

Ministrymon uma (Hewitson, 1873) - 1 0,10 25 x - x -

Theritas hemon (Cramer, 1775) - 1 0,10 25 x - - x

Thestius lycabas (Cramer, 1777) - 1 0,10 25 x - - x

Tmolus echion (Linnaeus, 1767) - 1 0,10 25 x - - x

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8

Theclini 1 6 0,62 - - - - -

Strymon bubastus (Stoll, 1780) - 6 0,62 75 x - x x

RIODINIDAE 10 36 3,69 - - - - -

Riodininae 10 36 3,69 - - - - -

Nymphidiini 6 20 2,05 - - - - -

Aricoris campestres (H. Bates, 1868) - 4 0,41 75 x - x x

Calospila lucianus (Fabricius, 1793) - 6 0,62 75 x - x x

Nymphidium mantus (Cramer, 1775) - 6 0,62 75 x - - x

Synargis calyce (C. Felder & R. Felder, 1862) - 2 0,21 25 x - - x

Theope foliorum H. Bates, 1868 - 1 0,10 25 x - - x

Theope leucanthe H. Bates, 1868 - 1 0,10 25 x - x -

Riodinini 3 15 1,54 - - - - -

Calephelis braziliensis McAlpine, 1971 - 9 0,92 50 x - x x

Isapis agyrtus (Cramer, 1777) - 5 0,51 75 x - x x

Rhetus arcius (Linnaeus, 1763) - 1 0,10 25 x - x -

Symmachiini 1 1 0,10 - - - - -

Symmachia sp.1 - 1 0,10 25 x - - x

NYMPHALIDAE 50 551 56,57 - - - - -

Danainae 6 62 6,37 - - - - -

Danaini 3 15 1,54 - - - - -

Danaus erippus (Cramer, 1775) - 4 0,41 50 x - x -

Danaus gilippus (Cramer, 1775) - 10 1,03 100 x - x x

Lycorea halia (Hübner, 1816) - 1 0,10 25 - - - x

Ithomiini 3 47 4,83 - - - - -

Mechanitis lysimnia (Fabricius, 1793) - 41 4,21 75 x - x x

Methona Themisto (Hübner, 1818) - 1 0,10 25 x - x -

Scada reckia (Hübner, [1808]) - 5 0,51 75 x - x x

Satyrinae 20 133 13,66 - - - - -

Morphini 1 6 0,62 - - - - -

Morpho helenor (Cramer, 1776) - 6 0,62 75 x x x x

Brassolini 5 41 4,21 - - - - -

Brassolis sophorae (Linnaeus, 1758) - 1 0,10 25 x - x -

Caligo illioneus (Cramer, 1775) - 7 0,72 100 x x x x

Caligo teucer (Cramer, 1758) - 11 1,13 100 x x x x

Opsiphanes cassiae (Linnaeus, 1758) - 6 0,62 50 - x x x

Opsiphanes invirae (Hübner, [1808]) - 16 1,64 100 - x x x

Haeterini 1 6 0,62 - - - - -

Pierella kesselring (Zacca, 2015) - 6 0,62 75 x - x -

Satyrini 13 80 8,21 - - - - -

Hermeuptychia hermes (Fabricius, 1775) - 35 3,59 100 x x x x

Magneuptychia libye (Linnaeus, 1767) - 3 0,31 75 - x x x

Pharneuptychia innocentia (C. Felder & R. Felder, 1867) - 6 0,62 75 x - - x

Satyrini sp.1 - 7 0,72 100 - x x x

Satyrini sp.2 - 1 0,10 25 - x x -

Satyrini sp.3 - 4 0,41 100 x x x x

Satyrini sp.4 - 5 0,51 75 x - x x

Satyrini sp.5 - 2 0,21 50 x - x x

Satyrini sp.6 - 1 0,10 25 x - - x

Taygetis laches Fabricius, 1793 - 7 0,72 75 x x x x

Taygetis thamyra (Cramer, 1779) - 3 0,31 50 x - x -

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Yphthimoides affinis (A. Butler, 1867) - 4 0,41 100 x - x x

Yphthimoides manesses (C. Felder & R. Felder, 1867) - 2 0,21 50 x x - x

Charaxinae 4 16 1,64 - - - - -

Anaeini 1 1 0,10 - - - - -

Fountainea ryphea (Cramer, 1775) - 1 0,10 25 - x x -

Preponini 3 15 1,54 - - - - -

Archaeoprepona demophon (Linnaeus, 1758) - 8 0,82 50 - x x x

Archaeoprepona demophoon (Hübner, [1814]) - 4 0,41 75 - x x -

Prepona laertes (Hübner, [1811]) - 3 0,31 50 - x x x

Biblidinae 4 36 3,69 - - - - -

Ageroniini 3 35 3,59 - - - - -

Hamadryas amphinome (Linnaeus, 1767) - 13 1,33 75 x x x x

Hamadryas februa (Hübner, [1823]) - 5 0,51 50 x x x x

Hamadryas feronia (Linnaeus, 1758) - 17 1,75 75 x x x x

Eubagini 1 1 0,10 - - - - -

Dynamine postverta (Cramer, 1779) - 1 0,10 25 x - x -

Cyrestinae 1 1 0,10 - - - - -

Cyrestini 1 1 0,10 - - - - -

Marpesia petreus (Cramer, 1776) - 1 0,10 25 x - x -

Nymphalinae 6 143 14,68 - - - - -

Coeini 1 4 0,41 - - - - -

Historis odius (Fabricius, 1775) - 4 0,41 50 - x x x

Junoniini 1 20 2,05 - - - - -

Junonia evarete (Cramer, 1779) - 20 2,05 100 x - x x

Nymphalini 1 9 0,92 - - - - -

Colobura dirce (Linnaeus, 1758) - 9 0,92 75 - x x x

Victorinini 3 110 11,29 - - - - -

Anartia amathea (Linnaeus, 1758) - 102 10,47 100 x - x x

Anartia jatrophae (Linnaeus, 1763) - 7 0,72 100 x - x x

Siproeta stelenes (Linnaeus, 1758) - 1 0,10 25 x - x -

Limenitidinae 1 5 0,51 - - - - -

Limenitidini 1 5 0,51 - - - - -

Adelpha cytherea (Linnaeus, 1758) - 5 0,51 50 x - x x

Heliconiinae 8 154 15,81 - - - - -

Argynnini 1 30 3,08 - - - - -

Euptoieta hegesia (Cramer, 1779) - 30 3,08 100 x - x x

Heliconiini 7 124 12,73 - - - - -

Dione juno (Cramer, 1779) - 28 2,87 75 x - x x

Dryadula phaetusa (Linnaeus, 1758) - 9 0,92 75 x - x x

Dryas iulia (Fabricius, 1775) - 8 0,82 100 x - x x

Eueides isabella (Stoll, 1781) - 3 0,31 50 x - x x

Heliconius erato (Linnaeus, 1758) - 29 2,98 100 x - x x

Heliconius melpomene (Linnaeus, 1758) - 46 4,72 100 x - x x

Philaethria dido (Linnaeus, 1763) - 1 0,10 25 x - x -

HESPERIOIDEA 48 238 24,43 - - - - -

HESPERIIDAE 48 238 24,43 - - - - -

Hesperiidae sp.1 - 2 0,21 50 x - - x

Hesperiidae sp.2 - 7 0,72 75 x - x x

Hesperiidae sp.3 - 1 0,10 25 x - - x

Hesperiidae sp.4 - 1 0,10 25 x - - x

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Hesperiidae sp.5 - 1 0,10 25 x - - x

Hesperiidae sp.6 - 1 0,10 25 x - - x

Eudaminae 11 71 7,29 - - - - -

Astraptes anaphus (Cramer, 1777) - 1 0,10 25 x - x -

Chioides catillus (Cramer, 1779) - 1 0,10 25 x - x -

Cogia calchas (Herrich-Schäffer, 1869) - 7 0,72 75 x - x x

Cogia hassan A. Butler, 1870 - 4 0,41 50 x - x x

Phocides polybius (Fabricius, 1793) - 1 0,10 25 x - x -

Udranomia orcinus (C. Felder & R. Felder, 1867) - 1 0,10 25 x - - x

Urbanus dorantes (Stoll, 1790) - 28 2,87 75 x - x x

Urbanus procne (Plötz, 1881) - 6 0,62 100 x - x -

Urbanus proteus (Linnaeus, 1758) - 6 0,62 75 x - x x

Urbanus simplicius (Stoll, 1790) - 15 1,54 50 x - x x

Urbanus velinus (Plötz, 1880) - 1 0,10 25 x - x -

Pyrginae 11 124 12,73 - - - - -

Carcharodini 2 8 0,82 - - - - -

Nisoniades macarius (Herrich-Schäffer, 1870) - 1 0,10 25 x - x -

Viola minor (Hayward, 1933) - 7 0,72 100 x - x x

Erynnini 2 6 0,62 - - - - -

Anastrus sempiternus (A. Butler & H. Druce, 1872) - 2 0,21 50 x - x x

Helias phalaenoides Fabricius, 1807 - 4 0,41 50 x - x x

Pyrgini 7 110 11,29 - - - - -

Heliopetes arsalte (Linnaeus, 1758) - 39 4,00 100 x - x x

Heliopetes macaira (Reakirt, [1867]) - 2 0,21 25 x - x -

Heliopyrgus domicella (Erichson, [1849]) - 4 0,41 50 x - x -

Pyrgus orcus (Stoll, 1780) - 26 2,67 75 x - x x

Pyrgus veturius Plötz, 1884 - 20 2,05 100 x - x x

Xenophanes tryxus (Stoll, 1780) - 15 1,54 25 x - x x

Zopyrion evenor Godman, 1901 - 4 0,41 75 x - x x

Hesperiinae 20 30 3,08 - - - - -

Anthoptini 1 1 0,10 - - - - -

Corticea corticea (Plötz, 1882) - 1 0,10 25 x - - x

Calpodini 1 1 0,10 - - - - -

Panoquina evansi (H. Freeman, 1946) - 1 0,10 25 x - x -

Hesperiini 6 13 1,33 - - - - -

Hylephila phyleus (Drury, 1773) - 5 0,51 50 x - x -

Nyctelius nyctelius (Latreille, [1824]) - 1 0,10 25 x - x -

Pompeius amblyspila (Mabille, 1898) - 1 0,10 25 x - - x

Pompeius pompeius (Latreille, [1824]) - 3 0,31 50 x - x -

Quinta cannae (Herrich-Schäffer, 1869) - 1 0,10 25 x - x -

Wallengrenia premnas (Wallengren, 1860) - 2 0,21 25 x - x -

Moncini 11 14 1,44 - - - - -

Callimormus alsimo (Möschler, 1883) - 1 0,10 25 x - x -

Callimormus corus E. Bell, 1941 - 2 0,21 50 x - x x

Cymaenes alumna (A. Butler, 1877) - 1 0,10 25 - - - x

Cymaenes tripunctus (Herrich-Schäffer, 1865) - 1 0,10 25 x - x -

Flaccilla aecas (Stoll, 1781) - 2 0,21 50 x - x -

Justinia justinianus (Latreille, [1824]) - 1 0,10 25 x - - x

Ludens sp.1 - 1 0,10 25 x - - x

Niconiades xanthaphes Hübner, [1821] - 2 0,21 50 x - x -

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Paracarystus menestries (Latreille, [1824]) - 1 0,10 25 x - x -

Vettius artona (Hewitson, 1868) - 1 0,10 25 x - x -

Zariaspes mys (Hübner, [1808]) - 1 0,10 25 x - x -

Incertae-sedis 1 1 0,10 - - - - -

Perichares philetes (Gmelin, [1790]) - 1 0,10 25 x - x -

Riqueza 136

Abundância 974

Estimadores

Jacknife 1 187,2 + 12.92

Bootstrap 157,5 +7.08

Foram encontradas as seis famílias de borboletas existentes, sendo que Nymphalidae

apresentou 50 espécies (36,77%), seguida de Hesperiidae com 48 (35,30%), Lycaenidae 14

(10,29%), Riodinidae 10 (7,35%), Pieridae 10 (7,35%) e Papilionidae com 4 (2,94%) (Figura

3).

Figura 3. Riqueza das espécies de Lepidoptera (Papilionoidea e Hesperioidea) por famílias,

do Parque Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, registradas nos meses de julho,

setembro e dezembro de 2014 e abril de 2015.

A família que apresentou a maior abundância também foi Nymphalidae com 551

indivíduos (56,57%), Hesperiidae com 238 (24,44%), Pieridae com 94 (9,65%), Lycaenidae

com 48 (4,93%), Riodinidae 36 (3,70%) e Papilionidae com 7 indivíduos (0,72%) (Figura 4).

As espécies mais abundantes foram Anartia amathea (Linnaeus, 1758) com 102

(10,47%) indivíduos, Heliconius melpomene (Linnaeus, 1758) com 46 (4,72%), Mechanitis

lysimnia (Fabricius, 1793) com 41 (4,21%), Heliopetes arsalte (Linnaeus, 1758) com 40

0

10

20

30

40

50

60

riquez

a (n

)

familias

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12

(4,11%) e Eurema elathea flavescens (Chavannes, 1850) com 39 (4,01%) indivíduos

registrados.

Por outro lado, 24 espécies tiveram frequência em 100 das amostragens, o que

corresponde a 17,6 % da riqueza (Tabela 1). Das 136 espécies 31 estavam presentes em 75%

das coletas o que corresponde a 22,8 %.

A frequência de 27 espécies foi de 50% das amostragens, o que reflete 19,9% da

riqueza e as restantes 54 espécies teve a frequência de 25%, correspondendo a 39,7% da

riqueza. Das 136 espécies, 50 tiveram somente um indivíduo registrado em todos os meses,

entre elas Theope foliorum, Theope leucanthe, Ludens sp1, Rhetus arcius, Brassolis sophorae.

Figura 4. Abundância das espécies de Lepidoptera (Papilionoidea e Hesperioidea) do Parque

Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, nos meses de julho, setembro e dezembro de

2014 e abril de 2015.

0

100

200

300

400

500

600

abu

nd

ânci

a (n

)

familias

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Figura 5. Curva de acumulação das espécies e erro padrão das amostras de Lepidoptera

(Papilionoidea e Hesperioidea) do Parque Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, nos

meses de julho, setembro e dezembro de 2014 e abril de 2015.

Das borboletas coletadas, 21 espécies são de hábito frugívoro, distribuídas nas quatro

subfamílias conhecidas como frugívoras, sendo que a mais rica foi Satyrinae com 12 espécies

representando 57,14% do total. Charaxinae com 4 espécies (19,05%), Biblidinae com 3

espécies (14,29%) e Nymphalinae com 2 espécies (9.52%). A subfamilia mais abundante foi

Satyrinae com 57 indivíduos (49,14% do total amostrado), Biblidinae apresentou 30

indivíduos (25,86%), Charaxinae 16 (13,79%) e Nymphalinae 13 (11,21%).

A riqueza e abundância de espécies variaram entre os meses, e condições do ambiente.

O mês Julho de 2014 apresentou pluviosidade de 153,1mm, umidade relativa média entre

76,75% e 81% nos dias das coletas (18 a 20 de Julho/2014) e a temperatura média diária foi

entre 24,75°C e 25,75°C.

O mês de Setembro de 2014 apresentou pluviosidade de 199,2mm, umidade relativa

média entre 70,5% e 72% nos dias das coletas (26 a 28 de Setembro/2014) e a temperatura

média diária entre 27,37°C e 27,65°C. No mês de dezembro do mesmo ano a pluviosidade foi

de 23,1mm, a umidade relativa média entre 72% e 72,75% nos dias das coletas (05 a 07 de

dezembros/2014), a temperatura média diária foi entre 28,5°C e 28,6°C.

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No mês de abril de 2015 a pluviosidade foi de 51,3mm, a umidade relativa média entre

72,25% e 77,25% nos dias das coletas (24 a 26 de abril/2015). A temperatura média diária foi

entre 28.05°C e 29°C (Figuras 6 e 7).

Figura 6. Pluviosidade e riqueza das espécies de Lepidoptera (Papilionoidea e Hesperioidea)

no Parque Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, nos meses de julho, setembro e

dezembro de 2014 e abril de 2015.

Figura 7. Pluviosidade e abundância das espécies de Lepidoptera (Papilionoidea e

Hesperioidea) do Parque Estadual Mata do Xém-Xém, Bayeux, Paraíba, nos meses de julho,

setembro e dezembro de 2014 e abril de 2015.

050100150200250300350400450

0

20

40

60

80

100

plu

vio

sid

ad

e (m

m/m

ês)

riq

uez

a (

n)

_______________2014______________ _________2015_____________

Pluviosidade Riqueza

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

0

50

100

150

200

250

300

350p

luvio

sid

ad

e (m

m/m

ês)

ab

un

dan

cia (

n)

_______________2014______________ _________2015_____________

Pluviosidade Abundância

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Tabela 2. Quadro comparativo deste estudo realizado no Parque Estadual Mata do Xém-Xém,

Bayeux, Paraíba, com trabalhos publicados com borboletas de diversas localidades do

nordeste brasileiro, quanto à riqueza de espécies de Lepidoptera (Papilionoidea e

Hesperioidea).

Estudo Local Bioma/ Vegetação Esforço

amostral

Método de

coleta

Nº de

espécies

Presente

estudo

Parque Estadual

Mata do Xém-Xém,

Bayeux, PB.

Floresta Atlântica

144hrs/rede-

1coletor/72h/30

armadilhas

Rede e

Armadilha 136

Kesselring &

Ebert 1979

Mata do Buraquinho,

João Pessoa, PB. Floresta Atlântica Mais de 5 anos Rede 291

Freitas 2003

Mata de Coimbra,

Usina Serra Grande,

AL

Floresta Atlântica 15hrs/rede/armadilha

Rede e

Armadilha

100

Vasconcelos et

al. 2009

Parque Metropolitano

de Pituaçu, Salvador,

BA.

Floresta Atlântica 6 meses Rede 70

Zacca et al.

2011

Serra da Jibóia,

município de Santa

Terezinha, BA.

Floresta Atlântica 102hrs/ rede-1coletor Rede 140

Paluch et al.

2016

RPPN Fazenda

Lontra/Saudade,

Itanagra, BA

Floresta Atlântica 288hrs/rede- 2coletores/

armadilhas

Rede e

Armadilha 260

Discussão

O presente trabalho apresentou uma riqueza de 136 espécies considerada alta para o

esforço amostral empregado. A riqueza registrada por Kesselring & Ebert (1979) de 291

espécies na Mata do Buraquinho, em João Pessoa, um fragmento de Floresta Atlântica

próxima a área deste estudo representa informações de mais de cinco anos de atividades.

A família mais rica foi Nymphalidae, seguida de Hesperiidae, Lycaenidae,

Riodinidae, Pieridae e Papilionidae. Esse padrão foi o mesmo observado na Bahia, onde

também a família Nymphalidae foi a mais rica, seguida por Hesperiidae (Paluch 2016).

Porém, foi diferente do apresentado por Francini et al. (2011) para a Floresta Atlântica do

sudeste do Brasil, o qual mostra Hesperiidae como sendo a família mais rica, posteriormente a

Nymphalidae, Riodinidae, Lycaenidae, Papilionidae e Pieridae.

As famílias Nymphalidae e Hesperiidae desse estudo também apresentaram maior

abundâncias seguidas de Pieridae, Lycaenidae, Riodinidae e Papilionidae. Esse padrão foi

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semelhante ao encontrado por Zacca et al. (2011) na Serra da Jiboia, Bahia, quanto a

Nymphalidae e Hesperiidae sendo as mais abundantes e Papilionidae a menos abundante,

também em uma área de Floresta Atlântica. Quanto às outras famílias, Lycaenidae, Pieridae,

Riodinidae, o padrão de abundância foi diferente daquele estudo.

Houve variação entre a riqueza e abundância de espécies entre os meses de

amostragem devido às alterações nas condições ambientais. Entre junho e setembro de 2014

foi o período mais chuvoso, cuja pluviosidade variou entre 79mm a 199,2mm, em que a

riqueza foi praticamente foi similar para os meses de amostragem de junho (74 espécies) e de

setembro (75 espécies). Mas, por outro lado, foi diferente para a abundância em que ocorreu o

pico no mês de setembro (332 indivíduos). Logo, provavelmente está relacionada a uma maior

disponibilidade de recursos proporcionados nesse período que pode ser explicada pela

constância nas chuvas ocorridas nos meses anteriores.

No intervalo de outubro de 2014 a fevereiro de 2015 existiu uma diminuição na

pluviosidade que variou entre 13,3mm a 54,8mm. Os registros sofreram consequências desse

período mais seco o que resultaram na baixa na riqueza (49 espécies) e na abundância (108

indivíduos), sendo os menores números de todos os meses. Tais diminuições, ao contrario do

ocorrido no período anterior provavelmente se devem a diminuição dos recursos e a aspectos

fisiológicos das populações.

O aumento da riqueza e abundância de espécies registradas no mês de abril, a maior

riqueza das coletas realizadas (92 espécies), provavelmente se deve um aumento na

pluviosidade no mês de março de 2015 (406,6mm) e como consequência a recuperação dos

recursos. Esse modelo de aumento de riqueza e abundância em período chuvoso foi o mesmo

encontrado por Barbosa & Cardoso (2009) para Floresta Atlântica na Mata do Jiqui, RN para

borboletas frugívoras.

A curva de acumulação de espécies não atingiu à assíntota com as coletas realizadas,

demonstrando que há probabilidade de encontrar novas espécies para essa área. Esse resultado

foi corroborado pelos estimadores de riqueza que foram maiores do que a riqueza observada.

O esforço amostral influencia na riqueza encontrada como pode ser visto nas

comparações deste estudo com o de Kesselring & Ebert (1979) de 291 espécies e Paluch et al.

(2016) de 260 espécies, também realizados em floresta atlântica. Tais autores tiveram o dobro

de horas amostradas. Nossos resultados foram muito próximos de Zacca et al. (2011), que

encontrou 140 espécies, também em Floresta Atlântica, na Bahia com esforço amostral pouco

menor. Já Freitas (2003), também neste bioma, registrou 100 espécies em 15 horas de rede e

armadilhas (número desconhecido), na Mata de Coimbra e Alagoas.

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Ao comparar a riqueza obtida no atual estudo com outros tipos vegetacionais como

Floresta Estacional Semidecidual (Brejo de altitude) Paluch et al. (2011) encontrou 197

espécies com esforço amostral similar e dois coletores. Por outro lado, Nobre et al. (2008)

registrou 121 espécies no Parque Nacional de Catimbau, região de Caatinga, com cerca 140

horas a mais de amostragem, utilizando os dois métodos de coleta.

Com relação aos ambientes de borda e interior da floresta a riqueza de espécies na

borda apresentou 110 espécies e o interior com 93 espécies, mostrando similaridade nas

composições. Esse número pouco maior de espécies registradas nas bordas está relacionado

ao encontro de espécies típicas de áreas abertas como Anartia amathea, Eurema elathea e

Urbanus procne, entre ouras. Provavelmente, também ocorre a influência da borda ao

concentrar a vegetação florida, oferecendo recurso alimentar mais farto que o interior da

floresta.

As espécies mais abundantes foram Eurema elathea flavescens (Chavannes, 1850)

comum em áreas abertas, como beiras de estradas, e ambientes antropizados (Oliveira 1996),

Anartia amathea (Linnaeus, 1758), espécie comum em margens de rios e lagos, ou em lugares

úmidos e perturbados (Brown Jr. 1992). Heliconius melpomene (Linnaeus, 1758), são

comumente encontradas em florestas secundárias tropicas e subtropicais úmidas (Hang et al.

1993) e Heliopetes arsalte (Linnaeus, 1758) é uma espécie com ampla distribuição, comum

em áreas de vegetação aberta, naturais ou antropizadas, e em florestas não muito densas (Silva

et al. 2012). Essas quatro espécies também estão entre as mais frequentes, sendo

representadas em todas as coletas e perfazendo um total de 23,31 % de todos os indivíduos

registrados.

Entre as espécies de Papilionidae foram registradas as presenças de Battus polydamas

(Linnaeus, 1758), Parides zacynthus (Fabricius, 1793), Heraclides anchisiades (Esper, 1788),

Heraclides thoas (Linnaeus, 1771), espécies amplamente distribuídas em toda a costa do

Brasil (Tyler et al. 1994), são borboletas grandes com voo ágil e poderoso, mas nem sempre

rápido (Brown Jr. 1992).

A família Pieridae apresentou as seguintes espécies Eurema agave (Cramer, 1775),

Eurema albula (Cramer, 1775), Eurema deva (E. Doubleday, 1847), Eurema elathea

flavescens (Chavannes, 1850), Phoebis argante (Fabricius, 1775), Phoebis philea (Linnaeus,

1763), Phoebis sennae (Linnaeus, 1758), Pyrisitia leuce (Boisduval, 1836), Pyrisitia nise

(Cramer, 1775) e Ascia monuste orseis (Godart, 1819). Todas são espécies típicas de áreas

secundárias abertas mais perturbadas (Brown Jr. 1992) e já haviam sido representadas por

trabalhos realizados no Brasil (Kerpel et al. 2014, Pinheiro et al. 2008, Francini et al. 2011).

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A família Lycaenidae apresentou uma riqueza similar a registrada por Zacca et al.

(2011) e Zacca & Nobre (2012) de 14 espécies e inferior a registrada por Paluch et al. (2016)

de 29 espécies.

Entre as espécies registradas obteve o primeiro registro do gênero Gargina sp. para

Paraíba, aumentando assim a sua área de distribuição. Havia sido registrado antes nos estudos

de Zacca et al. (2011) na Bahia, Kerpel et al. (2014) em áreas consideradas prioritárias para a

conservação da fauna e flora do semiárido incluindo 5 estados (BA/PI/PE/PB/CE) e Paluch et

al. (2016) em Pernambuco.

Riodinidae apresentou dois novos registros da família para a Paraíba a Theope

foliorum H. Bates, 1868 e a Theope leucanthe H. Bates, 1868. As mesmas são espécies

recentemente descritas e registradas para Pernambuco por Nobre & Schlindwein (2011).

A família Nymphalidae foi a mais representativa tanto para riqueza quanto para

abundância. Isto se deve ao fato de serem coloridas o que facilita sua visualização e voo

relativamente mais lento (Brown & Freitas 1999) do que Hesperiidae, por exemplo que é a

família com o maior número de espécies no mundo mas apresentam cores desbotadas e voo

rápido. Mielke (2008) sugere que os números obtidos nos levantamentos para os hesperídeos

são subestimados por apresentarem dificuldades nas capturas e também devido à

sazonalidade.

A riqueza de 21 espécies borboletas frugívoras registradas em armadilha pelo

presente trabalho foi menor que Barbosa e Cardoso (2009) 32 espécies para Floresta Atlântica

da Mata do Jiqui, RN. Mas foi maior que a obtida por Nobre et. al (2012) de 15 espécies para

o bioma Caatinga. Segundo Uehara & Prado (2003) o número de espécies de borboletas

frugívoras correlacionou-se positivamente também à riqueza de espécies arbóreas. Sendo

assim a riqueza de borboletas dessa guilda pode atuar como indicadora da alta ou baixa

diversidade vegetacional. A guilda das frugívoras contempla as subfamílias Biblidinae,

Charaxinae, Satyrinae e alguns gêneros de Nymphalinae, as quais, diferente das nectarívoras

alimentam-se de frutos fermentados, excrementos, exsudatos de plantas e animais em

decomposição (DeVries, 1987, Brown e Freitas, 2000).

A maior abundância de Satyrinae, seguida por Biblidinae, Nymphalinae e Charaxinae

seguiu o mesmo padrão apresentado por Barbosa & Cardoso (2009) e divergiu do padrão de

Uehara-Prado (2003) que apresenta Biblidinae, posteriormente Satyrinae com as subfamílias

mais abundantes, ambos em Floresta Atlântica.

As espécies mais abundantes foram Hamadryas feronia (Linnaeus, 1758) que está

associada a ambientes abertos ou perturbados (Barbosa & Cardoso 2009) e Opsiphanes

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invirae (Hübner, [1808]) esta associada com mais frequência para área de floresta (Barbosa &

Cardoso 2009).

A família Hesperiidae apresentou novo registro para o Nordeste a espécie Flaccilla

aecas (Stoll, 1781). Anteriormente, essa havia sido registrada por Mielke et al. (2008) no

Distrito Federal, no Parque Estadual do Chandless, no Acre (Mielke et al. 2010), na Baixada

Santista, no estado de São Paulo (Francini et al. 2011) e por Garcia-Salik et al. (2014) no

estado do Paraná. Portanto, com este estudo aumentou-se a distribuição geográfica desta

espécie. Mais dois possíveis novos registros foram feitos para o Nordeste, trata-se dos

hesperídeos Cogia hassan A. Butler, 1870 e Viola minor (Hayward, 1933). Além de uma

provável nova espécie do gênero Ludens sp, todos os mesmos estão aguardando confirmação

de especialista.

Portanto, este estudo contribuiu com novos registros de distribuição para o Nordeste

e para a Caatinga, assim como com uma provável nova espécie, contribuindo assim com o

conhecimento do grupo nesta região com tantas lacunas de conhecimento de sua fauna.

Espera-se que tais conhecimentos possam contribuir para o estímulo à conservação da área.

Referências

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frugívoras em um fragmento de Mata Atlântica no nordeste brasileiro (Mata do Jiqui/ RN).

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Normas da Revista Biota Neotropica

Instruções aos Autores

Duas cópias iguais do conjunto de arquivos, conforme especificados abaixo, contendo o

trabalho devem ser enviados eletronicamente, em CD, zip-disk 100 ou disquete, ao endereço

abaixo:

revista BIOTA NEOTROPICA

Av. Dr. Romeu Tórtima, 388 - Barão Geraldo

CEP 13084-520

Campinas, SP

ou para o e-mail: [email protected]

Os trabalhos que estejam de acordo com as normas serão enviados aos assessores científicos,

indicados pela Comissão Editorial. Em cada caso, o parecer será transmitido anonimamente

aos autores. Em caso de recomendação desfavorável por parte de um assessor, será

usualmente pedida a opinião de um outro. A aceitação dos trabalhos depende da decisão da

Comissão Editorial. Ao submeter o manuscrito, defina em que categoria (Artigo, Short

Communication, etc...) deseja publicá-lo. O trabalho somente receberá data definitiva de

aceitação após aprovação pela Comissão Editorial, quanto ao mérito científico e

conformidade com as normas aqui estabelecidas.

Essas normas valem para trabalhos em todas as categorias, exceto quando explicitamente

informado.

Os trabalhos deverão ser enviados em arquivos em formato DOC (MS-Word for Windows

versão 6.0 ou superior) ou, preferencialmente, em formato RTF (Rich Text Format). Os

trabalhos poderão conter os links eletrônicos que o autor julgar apropriados. A inclusão de

links eletrônicos é encorajada pelos editores por tornar o trabalho mais rico. Os links devem

ser incluídos usando-se os recursos disponíveis no MS-Word para tal. Todos os trabalhos

terão sua formatação gráfica refeita, de acordo com padrões pré-estabelecidos pela Comissão

Editorial para cada categoria, antes de serem publicados. As imagens e tabelas pertencentes ao

trabalho serão inseridas no texto final, a critério dos Editores, de acordo com os padrões

previamente estabelecidos. Os editores se reservam o direito de incluir links eletrônicos

apenas às referências internas a figuras e tabelas citadas no texto, assim como a inclusão de

um índice (table of contents), quando julgarem apropriado. O trabalho em sua formatação

final será apresentado ao autor para que seja aprovado para publicação. Fica reservado ainda

aos editores, o direito de utilização das imagens do documento para a composição gráfica do

site.

Editorial

Para cada volume da BIOTA NEOTROPICA, o Editor Chefe convidará um(a) pesquisador(a)

para escrever um Editorial abordando tópicos relevantes, tanto do ponto de vista científico,

como do ponto de vista de formulação de políticas de conservação e uso sustentável da

biodiversidade. O Editorial, com no máximo 3000 palavras, deverá ser escrito em português

ou espanhol e em inglês. As opiniões nele expressas são de inteira responsabilidade do(s)

autor(es).

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Pontos de Vista

Esta seção servirá de fórum para a discussão acadêmica do tema de capa do respectivo

volume. A convite do Editor Chefe um(a) pesquisador(a) escreverá um artigo curto,

expressando de uma forma provocativa o(s) seu(s) ponto(s) de vista sobre o tema em questão.

A critério da Comissão Editorial a revista poderá publicar respostas ou considerações de

outros pesquisadores(as) estimulando a discussão sobre o tema. As opiniões expressas no

Ponto de Vista e na(s) respectiva(s) resposta(s) são de inteira responsabilidade do(s) autor(es).

Resumos de Teses e Dissertações

Deverão ser enviados para a Comissão Editorial:

Nomes completos do autor e orientador com filiação, endereço e e-mail;

Cópia do resumo da tese/dissertação em inglês e em português ou espanhol

exatamente como aprovado para a versão final da mesma;

Palavras-chave em inglês e em português ou espanhol;

Cópia da Ficha Catalográfica como publicada na versão final da tese/dissertação;

Poderão ser indicadas as referências bibliográficas de artigos resultantes da

tese/dissertação.

Para a publicação de trabalhos nas demais categorias:

Os trabalhos submetidos à revista BIOTA NEOTROPICA devem, obrigatoriamente, ser

subdivididos em um conjunto específico de arquivos, com os nomes abaixo especificados, de

acordo com seus conteúdos. Os nomes dos arquivos deverão ter a extensão apropriada para o

tipo de formato utilizado, ou seja, .rtf, para arquivos em RichText Format, .doc para MS-

Word, .gif para imagens em GIF, .jpg para imagens em jpeg etc, devem ser escritos em letras

minúsculas e não devem apresentar hífens, espaços ou qualquer caracter extra.

Em todos os textos deve ser utilizada, como fonte básica, Times New Roman, tamanho 10.

Nos títulos e subtítulos podem ser utilizados tamanhos 11 ou 12, conforme o caso. Podem ser

utilizados negritos, itálicos, sublinhados, subscritos e superscritos, quando pertinente. Evite,

porém, o uso excessivo desses recursos. Em casos especiais, podem ser utilizadas as seguintes

fontes: Courier New, Symbol e Wingdings. A utilização dessas fontes deverá ser feita apenas

em casos especiais. (ver ítem fórmulas abaixo)

Apenas dois níveis de subtítulos serão permitidos, abaixo do título de cada seção. Apenas um

nível de numeração será permitida em parágrafos, assim como, será permitido apenas um

nível de itemização. Os títulos e sub-títulos deverão ser numerados em algarismos arábicos

seguidos de um ponto para auxiliar na identificação de sua hierarquia quando da formatação

final do trabalho. Ex. 1. Introdução; 1.1 sub-título; 1.1.1 sub-sub-título).

Documento principal

O corpo principal do trabalho, os títulos, resumos e palavras-chave em português ou espanhol

e inglês, e referências bibliográficas, devem estar contidos em um único arquivo chamado

principal.rtf ou principal.doc. Esse arquivo não deve conter tabelas ou figuras, que deverão

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estar em arquivos separados, conforme descrito a seguir. O manuscrito deverá seguir o

seguinte formato:

1. Título e Autores

o Título conciso e informativo;

o Título resumido

o nome completo dos autores; filiações e endereços completos com links

eletrônicos para as instituições, indicando o autor para correspondência e

respectivo email.

2. Resumos

3. Os resumos devem conter, no máximo, 1500 palavras.

o Título em inglês

o Resumo em inglês

o Palavras-chave em inglês

o Título em português ou espanhol

o Resumo em português ou espanhol

o Palavras-chave em português ou espanhol

4. Corpo do Trabalho

No caso do trabalho estar nas categorias "Artigo Científico", "Short Communications",

"Inventários" e "Chaves de Identificação" deverá ter a seguinte estrutura:

o Introdução

o Material e Métodos

o Resultados

o Discussão

o Agradecimentos

o Referências bibliográficas.

A critério do autor, os itens Resultados e Discussão podem ser fundidos.

No caso da categoria "Inventários" a listagem de espécies, ambientes, descrições, fotos

etc, devem ser enviadas separadamente para que possam ser organizadas conforme

formatações específicas.

No caso da categoria "Chaves de Identificação" a chave em si deve ser enviada

separadamente para que possa ser formatada adequadamente.

No caso de referência a material coletado é obrigatória a citação das coordenadas

geográficas do local de coleta. A citação deve ser feita em graus, minutos e segundos.

Ex. 24N 32'75". Nos casos de referências a espécies ameaçadas, deve-se especificar

apenas graus e minutos.

Colocar as citações bibliográficas de acordo com o seguinte padrão: Silva (1960) ou

(Silva 1960); Silva (1960, 1973); Silva (1960a, b); Silva & Pereira (1979) ou (Silva &

Pereira 1979); Silva et al. (1990) ou (Silva et al. 1990); (Silva 1989, Pereira &

Carvalho 1993, Araujo et al. 1996, Lima 1997). Citar referências a resultados não

publicados ou trabalhos submetidos da seguinte forma: (A.E. Silva, dados não

publicados). Em trabalhos taxonômicos, detalhar as citações do material examinado,

conforme as regras específicas para o tipo de organismo estudado.

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26

Citar números e unidades da seguinte forma: escrever números até nove por extenso, a

menos que sejam seguidos de unidades. Utilizar, para número decimal, vírgula nos

artigos em português ou espanhol (10,5 m) ou ponto nos escritos em inglês (10.5 m).

Utilizar o Sistema Internacional de Unidades, separando as unidades dos valores por

um espaço (exceto para porcentagens, graus, minutos e segundos); utilizar abreviações

sempre que possível. Não inserir espaços para mudar de linha caso a unidade não

caiba na mesma linha.

Não use notas de rodapé, inclua a informação diretamente no texto, pois torna a leitura

mais fácil e reduz o número de links eletrônicos do manuscrito.

5. Referências bibliográficas

Adotar o formato apresentado nos seguintes exemplos:

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Martius & A.G. Eichler, eds.). F. Fleischer, Lipsiae, v.15, pars 1, p.1-349.

5. MANTOVANI, W., ROSSI, L., ROMANIUC NETO, S., ASSAD-

LUDEWIGS, I.Y., WANDERLEY, M.G.L., MELO, M.M.R.F. & TOLEDO,

C.B. 1989. Estudo fitossociológico de áreas de mata ciliar em Mogi-Guaçu,

SP, Brasil. In Simpósio sobre mata ciliar (L.M. Barbosa, coord.). Fundação

Cargil, Campinas, p.235-267.

6. FERGUSON, I.B. & BOLLARD, E.G. 1976. The movement of calcium in

woody stems. Ann. Bot. 40:1057-1065.

7. STRUFFALDI-DE VUONO, Y. 1985. Fitossociologia do estrato arbóreo da

floresta da Reserva Biológica do Instituto de Botânica de São Paulo, SP. Tese

de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Abreviar títulos dos periódicos de acordo com o "World List of Scientific Periodicals".

Para citação dos trabalhos publicados na Biota Neotropica

Exemplo: PORTELA, R.C.Q. & SANTOS, F.A. M. 2003. Alometria de plântulas e jovens de

espécies arbóreas: copa x altura. Biota Neotropica

3(2):http://www.biotaneotropica.org.br/v4n2/pt/abstract?article+BN03104022004

Todos os trabalhos publicados na Biota Neotropica têm um endereço eletrônico individual,

que aparece imediatamente abaixo do(s) nome(s) do(s) autor(es) no PDF do trabalho. Este

código individual é composto pelo número que o manuscrito recebe quando submetido (005

no exemplo acima), o número do volume (03), o número do fascículo (02) e o ano (2003).

Tabelas

Cada tabela deve ser enviada em arquivo separado. Cada arquivo deve ser denominado como

tabelaN.EXT, onde N é o número da tabela e EXT é a extensão, de acordo com o formato

utilizado, ou seja, doc para tabelas produzidas em formato MS-Word, rtf para as produzidas

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em Rich Text Format, ou xls, para as produzidas em MS-Excel. Esses são os três únicos

formatos aceitos. Assim, o arquivo contendo a tabela 1, que esteja em formato MS-Excel,

deve se chamar tabela1.xls. Evitar abreviações, exceto para unidades. Cada tabela deve ter seu

título anexado em sua parte superior.

Figuras

Cada figura deve ser enviada em arquivo separado. Cada arquivo deve ser denominado como

figuraN.EXT, onde N é o número da figura e EXT é a extensão, de acordo com o formato da

figura, ou seja, jpg para imagens em JPEG, gif para imagens em formato gif, tif para imagens

em formato TIFF, bmp para imagens em formato BMP. Assim, o arquivo contendo a figura 1,

cujo formato é tif, deve se chamar figura1.tif. Aconselha-se o uso de formatos JPEG e TIFF

para fotografias e GIF ou BMP para gráficos. Outros formatos de imagens poderão também

ser aceitos, sob consulta prévia. As imagens devem ser enviadas na melhor resolução

possível. Imagens com resolução menor que 300 dpi podem comprometer a qualidade final do

trabalho, quando impresso pelo usuário final. O tamanho da imagem deve, sempre que

possível, ter uma proporção de 3x2 ou 2x3 entre a largura e altura. Os textos inseridos nas

figuras devem utilizar fontes sans-serif, como Arial ou Helvética, para maior legibilidade.

Figuras compostas por várias outras devem ser enviadas, cada parte, em arquivos separados

identificados por letras. Ex. figura1a.gif, figura2a.gif etc. Utilize escala de barras para indicar

tamanho. As figuras não devem conter legendas, estas deverão ser especificadas em arquivo

próprio (veja abaixo). É imprescindível que o autor abra os arquivos que preparou para

submissão e verifique, cuidadosamente, se as figuras, gráficos ou tabelas estão, efetivamente,

no formato desejado.

Fórmulas

Fórmulas que puderem ser escritas em uma única linha, mesmo que exijam a utilização de

fontes especiais (Symbol, Courier New e Wingdings), poderão fazer parte do texto. Ex. a

= pr2ou Na2HPO, etc. Qualquer outro tipo de fórmula ou equação deverá ser considerada uma

figura e, portanto, seguir as regras estabelecidas para figuras.

Legendas

Deve ser enviado um arquivo chamado legenda.doc ou legenda.rtf, dependendo do formato

utilizado, contendo as legendas de todas as figuras. Cada legenda deve estar contida em um

único parágrafo e deve ser identificada, iniciando-se o parágrafo por Figura N, onde N é o

número da figura. Figuras compostas podem ou não ter legendas independentes. Caso uma

tabela tenha uma legenda, essa deve ser incluída nesse arquivo, contida em um único

parágrafo, sendo identificada iniciando-se o parágrafo por Tabela N, onde N é o número da

tabela.

Arquivo de conteúdo

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Juntamente com os arquivos que compõem o artigo, descritos acima, deve ser enviado um

arquivo denominado indice.doc ou indice.rtf, que contém a relação dos nomes de todos os

arquivos que fazem parte do documento, especificado um por linha.

Para citação dos trabalahos publicados na Biota Neotropica

Exemplo: PORTELA, R.C.Q. & SANTOS, F.A. M. 2003. Alometria de plântulas e jovens de

espécies arbóreas: copa x altura. Biota Neotropica 3(2):

http://www.biotaneotropica.org.br/v3n2/pt/abstract?article+BN00503022003

O endereço eletrônico específico de cada artigo deve ser indicado na referência, esse endereço

se encontra em todos os artigos logo abaixo dos títulos.