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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS CAMPUS DE JATAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA ANDROLOGIA E TECNOLOGIA DE SÊMEN EM BOVINOS Fernanda Monique Rezende Faria Orientador: Prof. Msc. Marco Antônio de Oliveira Viu Jataí 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

CAMPUS DE JATAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

ANDROLOGIA E TECNOLOGIA DE SÊMEN EM BOVINOS

Fernanda Monique Rezende Faria

Orientador: Prof. Msc. Marco Antônio de Oliveira Viu

Jataí 2008

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FERNANDA MONIQUE REZENDE FARIA

ANDROLOGIA E TECNOLOGIA DE SÊMEN EM BOVINOS

Trabalho de conclusão de curso de

graduação para obtenção do título de Médica

Veterinária junto à Universidade Federal de

Goiás.

Área de concentração: Reprodução de

Bovinos de Corte.

Orientador: Prof. Msc. Marco Antônio de Oliveira Viu

Supervisora: Médica Veterinária Cíntia Maria G. Oliveira

JATAÍ

2008

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FERNANDA MONIQUE REZENDE FARIA

Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em ____ de ______ de

2008, pela seguinte Banca Examinadora:

_______________________________________

Prof. MSc. Marco Antônio de Oliveira Viu

UFG - Jataí/GO

Presidente da banca

_______________________________________

Profª. MSc. Ana Luísa Aguiar de Castro

Membro da banca

_______________________________________

Prof. Dr. Sílvio Luiz de Oliveira

Membro da banca

Jataí

2008

iv

Dedico este trabalho a minha mãe, Dilma Lúcia de Rezende, exemplo de garra, força e determinação, que proporcionou os meios para que eu alcançasse mais esse objetivo; a minha irmã, Gabriella Rezende Moura, pela paciência e carinho nos momentos de estresse; aos meus avôs (In memorian), que me ensinaram a viver com alegria e fé; aos tios e tias, pelo incentivo; aos primos e primas pelas horas de diversão.

v

vi

Agradecimentos

Agradeço a Deus por iluminar sempre o meu caminho.

A todos os professores que durante os anos de faculdade, além do

ensinamento, me deram lição de vida (em especial à professora Vera Banys, Ana

Luísa, Alana, Vera Fontana, Lorena e Carla).

Aos colegas e companheiros de faculdade que proporcionaram tantos

momentos de alegria (Vanessa, Eduardo, Tiago, Danilo Almeida, Danilo Vilela, Yara

Luíza, Cínara, Heriton, Liane, Hélida, Hiarrane Poliane e Talita), compartilharam

outros de trabalho, dificuldades e aprendizado (Jozé Tiago, Raquel, Raphael,

Marcondes e Bruno Rosa).

Aos colegas que também me ensinaram (Felipe, Renato e Sebastião Carlos).

As amigas Ana Paula, Ana Caroline e Alyne pela amizade verdadeira.

Ao Medico Veterinário André Luís, pelos ensinamentos, paciência e exemplo

determinação e profissionalismo.

À minha supervisora Cíntia Maria G. Oliveira, pela a oportunidade,

aprendizado, amizade e exemplo a seguir de força, luta e dedicação a carreira.

Ao meu orientador, Prof. Msc. Marco Atônio de Oliveira Viu, por dar condições

para a conclusão deste trabalho.

Aos meus tios (Rubens e Mara) e meu padrasto Sebastião Geraldo pela ajuda

na realização deste trabalho.

Aos meus tios (João Eudes e Leodete), pelo apoio, carinho e incentivo nos

momento de dificuldades.

E a todos que acreditaram na minha conquista, pelo incentivo.

vii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................1

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ..................................................3

2.1 Descrição das Atividades Desenvolvidas no Campo de Estágio ....3

CAPÍTULO I

AVALIAÇÃO ANDROLÓGICA ....................................................................5

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................6

2 EXAME ANDROLÓGICO .........................................................................7

2.1 Identificação .........................................................................................7

2.2 Histórico e Anamnese..........................................................................7

2.3 Exame Clínico Geral.............................................................................8

2.4 Exame Físico dos Órgãos Reprodutivos............................................8

3 ESPERMIOGRAMA ..................................................................................13

3.1 Método de Colheita do Sêmen ............................................................13

3.2 Características Físicas do Sêmen ......................................................14

3.3 Características Morfológicas ..............................................................17

4 AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO SEXUAL ....................................22

5 EMISSÃO DO LAUDO..............................................................................25

6 DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL FECUNDANTE ...............................25

CAPÍTULO II

TECNOLOGIA DO SÊMEN .........................................................................29

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................30

2 COLETA DO SÊMEN ...............................................................................31

2.1 Instalações e Preparação dos Animais ..............................................31

2.2 Obtenção do Ejaculado........................................................................32

2.3 Avaliação do Sêmen ............................................................................33

2.4 Processamento do Sêmen...................................................................34

2.4.1 Adição do Diluente ............................................................................35

2.4.2 Resfriamento e Envase .....................................................................37

2.4.3 Técnica de Congelamento ................................................................37

3 CRIOPROTETORES.................................................................................40

3.1 Ação dos Crioprotetores .....................................................................40

3.2 Crioprotetores Penetrantes .................................................................40

viii

3.3 Crioprotetores Não-Penetrantes .........................................................41

4 AVALIAÇÃO DO SÊMEN CONGELAMENTO ........................................42

CAPÍTULO III

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................44

1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................48

ANEXOS ......................................................................................................55

Anexo I – Planilha de coleta de sêmen a campo .....................................56

Anexo II – Fórmula do Diluidor Tris-Gema-Glicerol ................................57

INSTRUÇÃO NORMATIVA .........................................................................58

ix

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Classificação andrológica de touros zebu baseado na

circunferência escrotal (cm)..................................................13

TABELA 2 Classificação andrológica sugerida para touros zebu,

baseada na circunferência escrotal (cm) e nas características

físico-morfológicas do sêmen...............................................31

x

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1

Leitura da medida de circunferência escrotal envolvendo os

dois testiculos em seu maior perimetro .................................. 12

FIGURA 2

Defeitos da cabeça do espermatozóide.................................. 24

FIGURA 3

Defeitos de cauda do espermatozóide ................................... 25

11

1 INTRODUÇÃO

Na pecuária de corte, diversas alternativas de manejo têm como objetivo

principal a otimização do desempenho reprodutivo e produtivo do rebanho de cria,

de forma racional, econômica e sem promover degradação ambiental. Para tanto, a

contribuição do touro, seja por monta natural ou pelo uso da inseminação artificial, é

de grande importância, porque cada touro representa a metade da composição

genética de suas progênies.

Para se obter informações confiáveis sobre a fertilidade dos touros, que

pode ser definida como a capacidade de se gerar filhos normais, essencial para o

progresso genético e a alta produtividade animal, estes deveriam ser utilizados em

monta natural ou artificial, para emprenharem grande número de vacas, sob

condições uniformes de manejo e meio ambiente, sendo avaliada pela taxa de

prenhez / ano. Porém, em razão do limitado número de vacas disponíveis, não é

possível garantir a fertilidade do grande número de touros jovens que são lançados

ao serviço (SILVA et al., 1993).

Assim, como alternativa para avaliar a capacidade reprodutiva dos touros,

têm sido propostos vários parâmetros, envolvendo as medidas testiculares e a

qualidade do sêmen (SILVA et al., 2002; OLIVEIRA et al., 2005).

Uma das medições normalmente utilizada e correlacionada com a

capacidade reprodutiva é a medida da circunferência escrotal (QUIRINO e

BERGMANN, 1997; CYRILLO et al., 1998).

Mesmo havendo correlações favoráveis entre as medidas da

circunferência escrotal dos touros com o poder fecundante do sêmen, a

circunferência escrotal não deve ser a única característica utilizada para avaliar a

qualidade de sêmen. Estudos que associem o poder fecundante do sêmen e a

circunferência escrotal dos touros com a fertilidade de suas progênies devem ser

realizados para obter melhores resultados (MARTINEZ et al., 2000).

Portanto, a alternativa mais interessante para determinar o potencial

reprodutivo do touro é através do exame de suas funções reprodutivas (SILVA et al.,

1993; PIMENTEL, 2000).

12

A empresa Precoce Assistência Pecuária dedica-se ao aprimoramento da

eficiência reprodutiva dos rebanhos que assiste. Portanto, o potencial reprodutivo

dos touros é uma preocupação constante.

Durante o estágio, houve possibilidade de amadurecer os conhecimentos

teóricos adquiridos durante os anos de graduação, principalmente aqueles

relacionados ao manejo reprodutivo, especialidade da empresa, garantindo, assim,

maior sedimentação de conhecimento e preparo para o exercício posterior da

profissão de Médico Veterinário.

13

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O estágio curricular supervisionado, num total de 480 horas foi realizado

na empresa Precoce Assistência Pecuária, localizada no município de Barra do

Garças-MT, situada na Rua Simeão Arraia, nº 1670, Bairro União, tendo como

proprietária e fundadora a Medica Veterinária Cíntia Maria G. Oliveira.

A empresa é especializada no atendimento de manejo reprodutivo e

biotecnologias aplicadas à reprodução, sendo constituída por um escritório de

atendimento aos clientes, um laboratório para realização de exames rotineiros e uma

propriedade rural localizada a 22 km do município.

Para prestar melhores serviços aos seus clientes, a empresa terceiriza

alguns procedimentos, como a coleta de sêmen, para outras empresas que são

especializadas, mas que utilizam sua estrutura.

O objetivo principal da empresa é o de atender aos produtores rurais na

área de manejo reprodutivo.

2.1. Descrição das atividades desenvolvidas no campo de estágio

Durante o estágio curricular, sob a supervisão da Médica Veterinária

Cíntia Maria G. Oliveira foram acompanhados atendimentos a várias propriedades

rurais por toda região do Vale do Rio Araguaia, em Municípios localizados no estado

de Mato Grosso.

Foram realizadas várias atividades nas áreas de reprodução animal,

cirurgia e aplicação de técnicas de manejo. Dentre as atividades acompanhadas

durante o estágio curricular supervisionado, realizado no período de 24 de setembro

a 30 de novembro de 2007, destacam-se:

� 341 avaliações andrológicas;

� 43 preparações cirúrgicas de rufiões;

� 3.000 diagnósticos de gestação por palpação retal

14

� avaliação morfológica;

� 43 acasalamentos de gado PO;

� exames de brucelose;

� rastreamento bovino;

� curso de inseminação artificial participando como monitora;

� congelamento de sêmen e manejo reprodutivo em geral.

A andrologia e tecnologia do sêmen serão detalhadas neste trabalho, pois

foram as atividades que apresentaram maior freqüência durante o período de

estágio.

15

Capítulo I

________________________________________________________

Avaliação Andrológica de Bovinos

16

1. Introdução

Para melhorar a eficiência reprodutiva é importante ressaltar que o nível

de manejo da propriedade é fator imprescindível, uma vez que as características

reprodutivas são de baixa herdabilidade (PEREIRA, 1999).

No século passado, na década de 20, WILLIAMS et al (1920), com

particularidade para a espécie bovina, deram início a uma série de pesquisas

demonstrando que a percentagem de machos impróprios ou falhos na reprodução

era relativamente elevada.

Vários fenômenos estão relacionados à fertilidade do reprodutor, como

por exemplo, a produção, viabilidade e capacidade fertilizante dos espermatozóides,

desejo sexual e habilidade de realizar a cobertura. Neste contexto, é possível

identificar com certa facilidade os animais inférteis, porém, aqueles que apresentam

fertilidade reduzida são de difícil detecção e ocasionam perdas econômicas

consideráveis (JAINUDEEN & HAFEZ, 2004).

O impacto da fertilidade reduzida do touro no desempenho reprodutivo do

rebanho é diversas vezes maior que o da vaca, pois a expectativa é de que cada

touro cubra pelo menos 25 vacas, e porque estes permanecem no rebanho por

longos períodos, causando grandes prejuízos na produtividade (MARTINS, 2007).

Atualmente, é possível determinar se o touro é apto a reprodução e ainda

estimar seu grau de fertilidade potencial com certa exatidão (VIU et al., 2006). Para

isto, um exame andrológico criterioso é imprescindível para touros que se destinam

à reprodução (FITZPATRICK et al., 2002), garantindo, assim, que não ocorra menor

número de prenhez do que o esperado.

Um exame andrológico criterioso é imprescindível para touros que se

destinam à reprodução (FITZPATRICK et al., 2002), garantindo, assim, que não

ocorra menor número de prenhez do que o esperado.

A avaliação andrológica avalia o animal para que este possa ser julgado

eficiente ou não na utilização como reprodutor, sendo observado se o mesmo

apresenta bom estado de saúde, sinais genéticos indesejáveis que possam ser

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transmitidos, a qualidade do sêmen por ele produzido e ainda o desejo sexual do

mesmo.

Se forem observados anormalidades ou valores indesejáveis nos

parâmetros seminais, deve-se avaliar, com muito bom senso, se estes podem

acarretar conseqüências na fertilidade individual e do rebanho, decidindo se o touro

pode ser liberado ou não para a reprodução. A avaliação pode envolver a

compreensão da causa, patogênese e curso possível das diversas doenças do

touro. Portanto, o julgamento do animal em apto ou inapto deve ser de grande

responsabilidade por parte do profissional.

2 Exame Andrológico

Para padronização dos métodos de avaliação andrológica, o Colégio

Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA) criou o manual para exame andrológico e

avaliação de sêmen animal, sendo a edição mais recentemente atualizada datada

de 1998. De acordo com o CBRA, a avaliação andrológica adota o protocolo que

será mostrado nos próximos tópicos.

2.1. Identificação

Deve ser preenchida uma ficha contendo o nome do animal, raça, idade,

número de registro e procedência do touro, e que também contenha o nome do

proprietário e propriedade onde este se encontra, ou seja, onde o exame esta sendo

realizado (CBRA, 1998).

2.2. Histórico e anamnese

Deve-se considerar o tipo de utilização do reprodutor, o motivo do exame,

o número de fêmeas cobertas por ele e a percentagem de gestantes, se este tem

servido recentemente, bem como o sistema de monta (solto com as fêmeas a

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campo, monta controlada, estação de monta, etc.), alimentação administrada, saúde

geral e antecedente de doença (CBRA, 1998).

2.3 Exame clínico geral

Examinar aparelhos respiratório, circulatório, digestivo e, principalmente, o

locomotor.

Para servir, um bom reprodutor deverá caminhar, ver, cheirar e ter a

necessidade e habilidade para detectar fêmeas no cio e, se possível, cobrir mais de

uma vez todas elas. Deste modo, a verificação das condições de aprumos,

articulações e casco e da condição corporal são importantes. Qualquer fator que

diminua a eficiência das atividades realizadas pelo touro pode afetar a performance

reprodutiva e a lucratividade da atividade de cria do rebanho.

Portanto, o touro deverá ser observado criticamente pela conformação e

facilidade de movimento, de forma que possa transparecer a real situação do animal

quanto à sua aptidão reprodutiva na referida data do exame. Quando ocorrer

suspeita de alteração, o animal deve ser submetido a exame clínico mais

aprofundado.

Alterações estruturais, como defeitos hereditários, podem conduzir a

falhas de cobertura e, por serem herdáveis, deve ser dada atenção especial (CBRA,

1998).

2.4 Exame físico dos órgãos reprodutivos

•••• Cordão espermático

Pela inspeção e palpação, verificar a existência de cistos, formação

varicocélica, processo inflamatório, processo irritativo e etc, que se tornam notáveis

pelo aumento de volume. O encurtamento pode afetar a posição testicular, a

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incapacidade de retração pode prejudicar a termo-regulação testicular, ainda deve-

se considerar o grau de distenção dos cordões espermáticos com a condição

climática no momento do exame (CBRA, 1998).

•••• Escroto

Com o animal em estação, pela inspeção, verificar as condições de pele,

a inexistência de lesões, verrugas, abcessos, mobilidade, sensibilidade, espessura,

temperatura e aderêncis. As alterações de forma devem ser registradas (CBRA,

1998).

•••• Testículos

Para a avaliação os testículos devem ser imobilizados, um ao lado do

outro, tracionados distendendo o escroto, em condições normais são simétricos e de

forma oval e alongada.

o Consistência

Normalmente, a consistência dos testículos deve ser tenso-elástica, com

variações de flácida até firme (CBRA, 1998). Casos em que ela é flácida

(possibilidade de degeneração testicular) ou rígida (fibrose devido cronificação por

uma orquite, entre outros) devem ser anotados, pois as duas condições podem

indicar alterações na produção de espermatozóides e serão relacionadas com o

quadro espermático encontrado (SILVA et al., 1993).

VIU et al (2006) citam a existência de um sistema de pontuação numérica

para aferi-la, onde a firmeza é pontuada de um a cinco, baseado nos seguintes

detalhes: 1- muito mole, 2- mole, 3- moderado, 4- firme e 5- muito firme, sendo

desejadas as pontuações 3 e 4. Embora subjetiva é extremamente útil para o

profissional experiente.

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o Posição

A posição normal é a de dois testículos vertical e paralelamente situados

um em relação ao outro e em igual plano basal, ou seja, as caudas dos epidídimos

devem se situar na mesma altura. Alterações ocorrem nos casos de torções dos

cordões espermáticos, devendo-se indicar qual o testículo afetado e em que grau.

As torções de até 40° não prejudicam a capacidade reprodutiva; a partir daí, maior

atenção deve ser dada ao resultado das patologias encontradas no semên. Podem

ocorrer alterações também nos casos de encurtamento de um ou dos dois cordões

espermáticos (CBRA, 1998).

o Mobilidade e sensibilidade

Pela palpação, os testículos devem deslizar com naturalidade entre as

capas escrotais, mostrando ser móveis em todas as direções, dentro dos limites

fisiológicos, não devendo apresentar sensibilidade ao toque ou à ligeira pressão dos

dedos como sinais de dor. É necessário saber diferenciar a sensibilidade dolorosa

da simples reação do animal (CBRA, 1998).

o Biometria testicular (circunferência, comprimento e largura)

Neste ponto, devem ser considerado dois aspectos: a seleção de

indivíduos de maior volume testicular e diagnóstico de alterações. Esta é uma

medida prática e de fácil execução e grande importância é dada ao seu sentido,

principalmente porque há uma alta correlação entre o diâmetro escrotal e a

produção espermática (SILVA et al, 2002). Nenhum animal deve ser liberado desse

exame.

Para executar as medições testiculares, das quais a mais importante é a

circunferência escrotal, deve-se tracionar os testículos com as duas mãos, fazendo-

os ultrapassar os limites das pernas do reprodutor. Nessa posição, são aferidos o

perímetro, o comprimento, descontando a cauda do epidídimo, e a largura, porém,

nos exames acompanhados, foi realizada somente a medida de perímetro escrotal.

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A leitura da medida de circunferência escrotal é feita com fita métrica

envolve os dois testículos em seu maior perímetro (PINTO, 1994), como demonstra

a Figura 1.

Figura 1 – Esquema de mensuração da circunferência escrotal de bovinos. Fonte: adaptado de PINTO (1994)

FONSECA (1989), correlacionou a circunferência escrotal e o

desenvolvimento andrológico de bovinos (Tabela 1).

TABELA 1 - Classificação andrológica de touros zebu baseado na

circunferência escrotal (cm).

Idade (meses) Excelente Muito Bom Bom Questionável

24-35 >32 30-32 28-30 <28

36-47 >34 32-34 30-32 <30

48-59 >36 34-36 32-34 <32

>60 >38 36-38 34-36 <33

Fonte: FONSECA (1989).

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• Epidídimos

Ajustados aos testículos pelo mesoepidídimo e ligamento testicular

próprio. Para avaliação seguem-se os mesmos itens utilizados para exame testicular

diferenciado os aspectos de forma, tamanho e posição (CBRA,1998).

o Cabeça

Examinada por palpação. Não deve apresentar aumento de volume,

granulomas, sinais de inflamação ou sensibilidade aumentada (CBRA, 1998).

o Corpo

Também por palpação, deve apresentar-se como uma fita, apenas

palpável (CBRA, 1998).

o Cauda

Uma boa cauda deve ser cheia, densa, de boa consistência (consistência

de vesícula) e simétrica em relação à adjacente. Sua posição anatômica é a de

apêndices verticais e bem delimitados (CBRA, 1998).

•••• Prepúcio

Considerar a situação da pele e tecido subcutâneo em relação à presença

de aumentos de volume, de temperatura e existência de ferimentos. Considerar

também as alterações na cicatriz umbilical, presença de aderências, fibrose,

ferimentos, inflamações e vísceras, pois, em alguns casos, podem provocar desvios

na exposição do pênis e predisposição a acrobustite. O prepúcio excessivamente

grande também se torna indesejável (CBRA, 1998).

23

•••• Pênis

Avaliar o pênis retraído quando em repouso e exposto, após excitação

sexual. Este deve deslizar perfeitamente entre as capas prepuciais e não apresentar

alterações de má formação ou papilomas, fraturas, sinais cirúrgicos. Verificar

tamanho e secreções (CBRA, 1998).

•••• Genitália interna

Inspeção realizada através de exame retal, as vesículas semimais devem

apresentar, no animal adulto, de seis a 14 centímetros de comprimento, simétricas,

alongadas, duro-elásticas, bem lobuladas, com nódulos uniformemente distribuídos.

Aderências, sensibilidade elevada, elevação de temperatura e assimetrias devem

ser anotadas e correlacionadas com achados no ejaculado para o diagnóstico final.

As ampolas dos ductos deferentes, situadas no vértice interno do ângulo

formado pelas vesículas seminais, devem ser nítidas, simétricas, com consistência

tensa-elástica e lobuladas, com espessura variando desde um lápis até um dedo,

conforme a idade do touro. Não devem apresentar aderências e nem sinais de

processos inflamatórios.

A próstata é apenas palpável, sem sinais de hipersensibilidade ou

hipertrofia. A glândula bulbo-uretral está presente mas em condições normais não é

palpável (CBRA, 1998).

3 Espermiograma

3.1. Métodos de colheita do sêmen

A colheita do sêmen no touro é feita preferencialmente por dois métodos:

eletroejaculação e vagina artificial. Secundariamente, em casos em que não é

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possível a obtenção do sêmen pelos métodos anteriores, admite-se a massagem

das ampolas que, de um modo geral, propicia ejaculação parcial (CBRA, 2007).

O método da eletroejaculação quase sempre acarreta ejaculado de boa

qualidade, porém, mais volumoso que o obtido pela vagina artificial. Isto se deve ao

estímulo de uma corrente elétrica alternada sobre as vesículas seminais que

respondem liberando quantidades maiores de fluidos de sua elaboração. A vagina

artificial por sua vez produz um ejaculado com maior concentração que os outros

métodos, pois uma falsa monta e a presença da fêmea em cio estimulam a ejeção

máxima de espermatozóides (JOSEY, 1974).

O método da eletroejaculação foi utilizado em todos os exames

andrológicos acompanhados durante o estágio curricular, era também coletado

sangue para realização de exame de brucelose.

3.2 Características físicas do sêmen

Segundo o CBRA (1998), os aspectos físicos ou macroscópicos são

volume, aspecto, coloração e odor. Já os microscópicos são motilidade de massa ou

turbilhonamento, motilidade individual progressiva, vigor espermático e

concentração.

As análises físicas microscópicas devem ser realizadas em vidraria pré-

aquecida a 37°C para se evitar o choque “a frigore”, que provocaria defeitos

espermáticos terciários (devido à manipulação do sêmen) (FRENEAU, 2000).

•••• Volume

O volume não tem um valor biológico intrínseco e sim pela quantidade de

células fecundantes que possa conter. A variação entre animais pode ser devido ao

método de coleta, ao regime de serviços prévio à coleta, ao tempo de excitação, e

outros. O ejaculado obtido pelo método da vagina artificial apresentará valores mais

25

próximos dos fisiológicos. O volume é medido em mililitros (mL) com utilização de

tubos graduados (CBRA, 1998).

•••• Aspecto

É uma avaliação visual e mensura a cor e a aparência do sêmen, que

reflete a concentração de espermatozóides no ejaculado podendo variar de

cremoso, leitoso, opaco ou até aquoso (CBRA, 1998).

•••• Cor

Normalmente, a cor do sêmen é esbranquiçada, branca, marfim ou

amarelada. As cores que representam anormalidades são o vermelho ou o marrom

(sangue), sujo (poeira) ou ainda amarelo esverdeado (pus) (CBRA, 1998).

•••• Turbilhonamento

Expressa-se por ondas de evolução dos espermatozóides e é o resultado

de uma concentração elevada, associada a motilidade e vigor elevados.

Portanto turbilhonamento alto revela qualidade física elevada do sêmen.

Ele é avaliado numa escala de zero a cinco. Para se proceder a avaliação do

turbilhonamento, coloca-se uma gota de sêmen recém colhido sobre uma lâmina

previamente aquecida que é levada ao microscópio com um aumento de 100 vezes.

A interpretação é subjetiva e exige treinamento para que essa característica seja

avaliada. Este item não é considerado como desclassificatório, embora se deseje um

turbilhonamento com pontuação três ou mais (CBRA, 1998).

26

•••• Motilidade

Constitui-se num dos mais importantes aspectos físicos do sêmen. A

motilidade é dada em porcentagem e significa o número de espermatozóides com

motilidade progressiva.

Merece maior importância considerar apenas os espermatozóides com

motilidade retilínea ou progressiva, não devendo ser considerado móveis aqueles

com movimentos circulatórios e oscilatórios. Sobre uma lâmina coloca-se uma gota

do sêmen recém colhido, cobrindo-o com uma lamínula e levando-se ao microscópio

em aumentos de 200 a 400 vezes. Para o sêmen fresco, colhido de touros em

serviço de monta natural, em exames sob condições de campo, a motilidade mínima

recomendável é de 50% (CBRA, 1998).

•••• Vigor

O vigor representa a intensidade de movimentação dos espermatozóides

e é classificado numa escala de zero a cinco. Para o sêmen fresco colhido em

touros em serviço de monta natural, em condições de campo, o vigor mínimo

aceitável é três (CBRA, 1998).

•••• Concentração

Representa o número de espermatozóides por milímetros ou centímetros

cúbico. O procedimento mais comum para se obter a concentração de

espermatozóides do ejaculado é aquele onde se utiliza a tradicional câmara de

Neubauer, seguindo-se as etapas: com uma micropipeta (0,02 mL) dosadora

automática, aspira-se o sêmen imediatamente após a colheita. Verte-se o conteúdo

da pipeta em um frasco contendo 4mL de solução formol-salina tamponada,

obtendo-se uma diluição de 1:200. Homogeiniza-se essa mistura e retira-se uma

gota dela passando-a para a câmara de Neubauer, de ambos os lados da câmara,

permitindo-se uma contagem dupla. A câmara é levada ao microscópio com

aumento de 100 a 400 vezes para a contagem dos espermatozóides. Realiza-se a

27

contagem em pelo menos cinco quadrados grandes em cada lado da câmara. O

número de espermatozóides obtidos (média das duas partes da câmara) é

multiplicado por uma constante de 10.000.000. O resultado é multiplicado pelo

volume coletado de sêmen chegando-se à concentração total de espermatozóides

no ejaculado.

3.3 Características Morfológicas do Sêmen

CASAGRANDE (1973) encontrou uma relação constante entre o quadro

microscópico (avaliação morfológica) do sêmen e a porcentagem de concepções

seguintes aos acasalamentos. Verificou, também, que havia variações marcantes na

aparência das amostras do sêmen do mesmo touro, coletados em épocas diferentes

e que seria impossível determinar, com um único exame, a sua eficiência

reprodutiva.

Após a avaliação física do sêmen, elabora-se esfregaço corado para

avaliação morfológica espermática, faz-se uso de uma micropipeta para depositar

sobre uma lâmina devidamente limpa uma gota do ejaculado. Com o auxílio de outra

lâmina posicionada obliquamente àquela num ângulo de 45o puxa-se a gota pela

extensão da lâmina formando o esfregaço para posterior coloração e leitura em

microscopia óptica (CBRA, 1998).

Para avaliação morfológica dos espermatozóides em câmara úmida,

utiliza-se um frasco contendo um 1 mL de solução de formol-citrato-tamponado,

onde se deposita uma quantidade considerável do ejaculado que deve ser mantida

em repouso, sem a ocorrência de movimentos abruptos para evitar que se forme

artefatos que possam por em risco a veracidade das condições morfológicas do

ejaculado, com por exemplo, elevada contagem de cabeça decapitada normal. No

laboratório deve-se homogeneizar cuidadosamente o conteúdo do frasco e depositar

uma gota deste em uma lâmina limpa e seca, colocando-se sobre a gota uma

lamínula, pressiona-se levemente um lenço descartável para retirada do excesso de

conteúdo, realizando-se a leitura da amostra em microscopia de contraste de fase

(VIU et al., 2006).

28

Tanto a leitura das lâminas coradas como as preparações em câmara

úmida são feitas ao microscópio em aumento de 1000 vezes para a contagem de

200 células e verificação da percentagem de defeitos, classificando-os em maiores e

menores (CBRA, 1998).

LAGERLOF (1936), citado por CASAGRANDE (1973), demonstrou que as

anormalidades do sêmen e a patologia testicular estão estreitamente relacionadas,

refletindo com perfeição a condição dos túbulos seminíferos.

BLOM (1950) classificou as anormalidades celulares dos ejaculados em

três grupos:

a) anomalias espermáticas primárias: este grupo reúne anomalias que

tiveram origem devido a desordens do epitélio seminífero, a saber: formas anormais

de cabeça; anomalias do desenvolvimento do acrossomo e certas anomalias da

peça intermediária e da cauda;

b) anomalias espermáticas secundárias: afetam o espermatozóide

formado, como resultado de condições não fisiológicas, possivelmente desde o

epidídimo até o momento da ejaculação. As anomalias secundárias compreendem:

cabeças normais destacadas, espermatozóides com gotas citoplasmáticas, caudas

dobradas ou enroladas e desprendimento da galea capitis. Verificou também que

nos touros normais, as cabeças destacadas apareciam em porcentagem baixa e que

uma elevação nesta percentagem era achado inicial de degeneração testicular;

c) no terceiro grupo, o autor reuniu outras células primitivas, comumente

verificadas em touros com degeneração testicular, tais como hemácias (em casos de

acidentes), piócitos (em casos de processo inflamatório) e considerando normais as

proporções de 1: 1.000 e 1: 10.000 espermatozóides, respectivamente para as

células epiteliais e as medusas expelidas com o sêmen.

RAO (1971), citado por MIES FILHO (1982), estudando a morfologia

espermática em touros normais e em touros com espermatogênese deficiente, fez

restrições à conceituação de BLOM (1950). Segundo o autor, somente certas

anormalidades primárias da cabeça deveriam ser levadas em conta, tais como

cabeça piriforme, delgada na base (estreita na base), contorno anormal, cabeça

29

pequena anormal, micro-cabeça (microcefalia), bem como as formas de

espermatozóides subdesenvolvidos. Considerou ainda difícil caracterizar

corretamente o que o referido autor entendeu por anormalidades primárias e

secundárias, como no caso da gota citoplasmática proximal, e por isso achou ser

mais conveniente uma classificação que tivesse por base a anatomia espermática,

ou seja, a indicação da parte do espermatozóide que apresentasse o defeito.

Segundo MIES FILHO (1982), foram minimizadas por Rao as seguintes

atipias de cabeça: cabeça estreita; pequena normal, curta e grossa e cabeça

gigante. Acrescentou ainda que Blom admitiu a dificuldade de se manter a

classificação de formas primárias e secundárias, propondo nova classificação

visando a avaliação dos defeitos espermáticos do touro.

BLOM (1973) apresentou esta nova classificação para as anomalias

espermáticas baseada na importância dos defeitos, dividindo as anormalidades em

defeitos maiores, defeitos menores e defeitos totais.

O autor agrupou as anomalias de maior gravidade dentro de defeitos

maiores, incluindo os defeitos graves de cabeça, sendo eles, cabeça piriforme,

pequena anormal e cabeça isolada anormal. Os outros defeitos maiores são:

contorno anormal; subdesenvolvido; acrossoma defeituoso (knobbed sperm);

diadema (pouch formation); defeitos da peça intermediária; gota citoplasmática

proximal e cauda fortemente dobrada ou enrolada (dag defect).

Os defeitos menores são os de menor gravidade e incluem: cabeça

delgada; cabeça pequena anormal; cabeça gigante; cabeça curta ou larga, perda da

membrana acrossômica; implantação abaxial; gota citoplasmática distal; cabeça

decapitada normal (isolada); cauda simplesmente dobrada ou enrolada. Outros

defeitos compreendem: formação de medusa; células espermiogênicas primitivas;

células gigantes e prepuciais; leucócitos e hemácias.

Por meio do exame morfológico dos espermatozóides, na avaliação do

sêmen procura-se demonstrar a relação entre o tipo e a prevalência de

espermatozóides anormais com a fertilidade do animal (Mc GOWAN et al., 2002;

FITZPATRICK et al., 2002;).

30

Independentemente do que se possa encontrar em um espermiograma,

também deve ser levada em conta uma série de fatores, a finalidade do reprodutor,

idade, época do ano em que se fez o exame, seriação de coletas, método de coleta

empregado, além da individualidade (Mc GOWAN et al., 2002).

3.3.1 Defeitos de cabeça

Segundo o manual CBRA (1998), os defeitos de cabeça foram

classificados em: defeitos de acrossoma (knobbed, cratera e outros); cabeça

pequena (normal e anormal); cabeça gigante; subdesenvolvido; cabeça isolada

(normal e anormal); cabeça delgada; cabeça piriforme; presença de vacúolos

nucleares na cabeça (pouch formation e cratera); contorno anormal da cabeça;

cabeças duplas. Os defeitos de cabeça dos espermatozóides são mostrados na

figura 2, segundo o guia de defeitos adaptado por CHÁCON (2001).

3.3.2 Defeitos de cauda

A classificação dos defeitos de cauda preconizada pelo manual do CBRA

(1998), se divide em defeitos de peça intermediária, defeitos de peça principal e

outros defeitos associados à cauda. Os defeitos de cauda dos espermatozóides são

mostrados na figura 3, segundo o guia de defeitos adaptado por CHÁCON (2001).

Objetivando o melhor entendimento descrever-se-á cada uma destas

partições em particular:

a) defeitos da peça intermediária – colo irregular, dobrada (com ou sem

retenção de gota), dobrada na extremidade (com ou sem retenção de gota),

enrolada, parcialmente desnuda, totalmente desnuda, em forma de saca-rolha,

espessada, irregular e outras;

b) defeitos na peça principal – simplesmente dobrada, fortemente

dobrada, enrolada e outras;

31

c) outros defeitos associados à cauda – pseudo-gotas, gota

citoplasmática proximal, gota citoplasmática distal, retro-axial, dupla, inserção

abaxial e enrolada na cabeça.

3.3.3 Outros elementos

De acordo com o manual do CBRA (1998), os outros elementos deverão

ser citados no laudo, quando presentes. A quantidade deverá ser expressa como

raros, freqüentes e muito freqüentes. Estes defeitos foram assim classificados,

medusas, células primordiais, células gigantes, leucócitos, hemácias e células

epiteliais.

3.3.4 Guia de defeitos

FIGURA 2 - Defeitos da cabeça do espermatozóide

Legenda:

a) Espermatozóide normal;

b) Defeitos de acrossoma;

c) Defeito de cabeça (Knobbed);

d) Seta: Knobbed – observar diadema

(pouch-formation) no pólo equatorial;

e) Seta: defeito de acrossoma – observar

diadema (pouch-formation) no pólo

equatorial e gota citoplasmática

proximal;

f) Seta: Defeito de cabeça (crista) -

observar gota citoplasmática proximal;

g) Seta: perda do acrossomo;

h) Seta: cabeça decaptada normal –

observar cabeça decaptada anormal;

i) Seta: cratera na região acrossomial –

observar diadema (pouch-formation) e

gota citoplasmática distal;

j) Seta: diadema (pouch-formation) –

observar gota citoplasmática livre;

k) Cratera no pólo equatorial;

l) Cabeça pequena anormal com gota

citoplasmática proximal;

m) Depressão anterior ao pólo equatorial

(defeito de cabeça);

n) Cabeça piriforme;

o) Delgado na base;

p) Seta preenchida: delgado na base –

Seta sem preenchimento: cauda

32

FIGURA 3 - Defeitos de cauda do espermatozóide (Adaptado de CHÁCON, 2001).

4 Avaliação do Comportamento Sexual

A habilidade sexual deve seguir um padrão caracterizado pela seqüência:

cortejo, ereção, protusão do pênis, monta, procura, introdução, ejaculação

Legenda:

a) Gota citoplasmática proximal;

b) Gota citoplasmática distal;

c) Peça intermediária desnuda com presença

de desfibrilação;

d) Peça intermediária dupla;

e) Gota citoplasmática proximal;

f) Seta preenchida: implantação para-retro-

axial – Seta sem preenchimento: peça

intermediaria dupla (double-tail);

g) Cauda fortemente enrolada sobre a

cabeça;

h) Cauda fortemente enrolada com

pseudogota;

i) Pseudogota;

j) Peça intermediária desnuda com

espessamento da porção terminal;

k) Cauda enrolada;

l) Cauda enrolada com pseudogota.

33

(caracterizada pelo arranque final), desmonta e período refratário ou de

tranquilização (SILVA et al., 1993). O cortejo deve ser rápido, no máximo dez

minutos. O salto deve ser feito com o abraçamento da fêmea na altura do arco costal

ou nos flancos ou tuberosidade ilíaca. A procura quanto mais rápida acontece revela

habilidade sexual superior. Nos ruminantes o arranque final deve ser rápido,

profundo e potente, simultâneo com a ejaculação e sem perda de líquido (PINEDA,

1996). Para a avaliação da libido o touro deverá ser colocado com uma ou duas

vacas em cio e observado durante dez minutos. Todas as atitudes serão anotadas e,

posteriormente, aplicar-se-lhes-á uma nota conforme o desempenho do touro de

acordo com uma classificação específica para taurinos (CHENOWETH, 1974) ou

uma outra específica para zebuínos (PINEDA, 1996). Os sistemas de pontuação

variam de zero a dez e são utilizados da seguinte forma:

a) Segundo CHENOWETH (1974):

� 0= o touro não demonstrou interesse sexual;

� 1= demonstrou interesse sexual somente uma vez (ex:

cheirando a região perineal);

� 2= interesse sexual positivo na fêmea em mais de uma

ocasião;

� 3= busca ativa da fêmea com persistente interesse sexual;

� 4= uma monta ou intenção de monta, sem serviço;

� 5= duas montas ou intenções de monta, sem serviço;

� 6= mais de duas montas ou intenções de monta, sem serviço;

� 7= um serviço seguido por nenhum interesse sexual;

� 8= um serviço seguido por interesse sexual, incluindo

intenções de monta;

� 9= dois serviços seguidos por nenhum interesse sexual;

34

� 10= dois serviços seguidos por interesse sexual, incluindo

montas, intenções de montas ou serviços posteriores.

b) Segundo PINEDA (1996):

� 0= sem interesse sexual;

� 1= interesse pela fêmea em cio;

� 2= cheiro e perseguição insistente;

� 3= tentativa de monta sem salto, com mugido, deslocamento

ou masturbação;

� 4= tentativa de monta sem salto, com pênis exposto;

� 5= tentativa de monta com salto, sem o pênis exposto;

� 6= duas ou mais tentativas de monta com salto, sem pênis

exposto;

� 7= tentativa de monta com salto e pênis exposto;

� 8= duas ou mais tentativas de monta com salto e pênis

exposto;

� 9= uma monta com serviço completo;

� 10= duas ou mais montas com serviço completo.

Baseado na pontuação que o touro recebeu, os zebuínos podem ser

classificados da seguinte forma: 0 – 3: questionável; 4 – 6: bom; 7 – 8: muito bom; 9

– dez: excelente ou superior (FONSECA, 1989).

35

5 Emissão do Laudo

Para a emissão do laudo deverá ser descriminada, individualmente, a

incidência de anormalidades encontradas. Em casos particulares em que poderão

estar presentes anormalidades não citadas pelo manual, estas deverão ser

incluídas. Quanto às anormalidades citadas pelo manual, estas poderão ser

suprimidas do laudo, caso não sejam identificadas no exame. Poderá ser contada

mais de uma anormalidade por espermatozóide, desde que a proporção de

espermatozóides seja corretamente estimada. Deverá aparecer no laudo a

proporção exata de espermatozóides normais e anormais no ejaculado (CBRA,

1998).

Baseando-se em outro tipo de classificação, como por exemplo, defeitos

maiores e menores sugerida por BLOM (1973), a ordenação das anormalidades

poderá ser apresentada no laudo a critério do técnico responsável.

A discriminação das anormalidades encontradas com sua respectiva

freqüência de ocorrência permitirá, a qualquer técnico, usar este ou aquele método

de classificação de anormalidades para fazer sua própria interpretação de um laudo

(CBRA, 1998).

6 Determinação do Potencial Fecundante

A fertilidade deve ser considerada uma característica do tipo ser ou não

ser, isto é, o indivíduo é fértil ou não. A rigor não existem animais com baixa

fertilidade, mas o que existe são indivíduos com diferentes graus de fecundidade.

Para o animal ser fecundo obrigatoriamente terá que ser fértil (GIANONI & GIANONI,

1989).

O sêmen de alto poder fecundante, apresenta alta concentração de

espermatozóide (acima de 10 bilhões) por ejaculação, motilidade com mais de 70%

dos gametas com a movimentação retilínea progressiva e alto vigor (motilidade

progressiva individual). Quanto aos aspectos morfológicos (tipo e percentual de

defeitos) apresentados pelos espermatozóides, CASAGRANDE (1973) afirma que

ejaculados com alto poder de fecundação apresentam até 10% de anomalias

36

espermáticas totais, entretanto, não podem apresentar mais que 7% de anomalias

primárias ou 7% de anomalias secundárias. Já MIES FILHO (1982) considera que

um touro pode ter até 20% de defeitos totais. O manual do CBRA (1998) considera

um padrão seminal desejável para touros destinados à monta natural, que os

mesmos apresentem até 30% de defeitos totais e menos que 10% de uma mesma

anomalia.

O sêmen de baixo poder fecundante pode ser resultado da limitação na

secreção das glândulas acessórias (como insuficiência de açucares), ou na

incapacidade dos espermatozóides de utilizar estes açúcares na combustão

energética, sendo a motilidade insuficiente nestes casos. O sêmen de baixo poder

fecundante pode ser resultado do número de espermatozóides anormais, ou de

baixa condição metabólica (VALE FILHO, 1997).

Quando o sêmen tem espermatozóides anormais em altas quantidades, o

problema poderá estar relacionado com:

a) a gametogênese, sendo que neste caso elevado número de gametas

irão se apresentar com patologias na cabeça, principalmente dos tipos delgada na

base e piriforme, podendo em casos mais graves apresentar formas abortivas

(subdesenvolvidas), ou ainda outras formas (“pouch formation” ou diadema),

inclusive com a descamação do epitélio germinativo e formação de células do tipo

gigante (VALE FILHO, 1997);

b) a maturação espermática e, neste caso, o sêmen apresentará elevado

número de espermatozóides com a gota citoplasmática proximal, podendo ainda

haver fraturas da peça intermediária, sendo elas total ou parcial (BARTH & OKO,

1989);

c) a estocagem de gametas, sendo que neste caso o sêmen apresentará

elevado número de espermatozóides com a cauda dobrada e gota citoplasmática

distal (BARTH & OKO, 1989);

d) o plasma seminal bioquimicamente alterado, detectando a presença de

poucos espermatozóides anormais, mas a motilidade mostra-se baixa (VALE FILHO,

1997);

37

e) aspectos imunológicos, podendo haver baixa motilidade se os

anticorpos são observados no plasma, ou aglutinação de cabeças e/ou de caudas,

quando os anticorpos são observados na membrana celular (BARTH & OKO, 1989).

Buscou-se descrever basicamente todos os defeitos observados nos

espermatozóides e a origem destas anomalias. Entretanto, é possível haver

alterações em mais de uma estrutura, além das associações de tipos de defeitos

espermáticos nos gametas de um mesmo ejaculado, podendo então acarretar os

mais diversos tipos de quadros anômalos da espermatogênese (VALE FILHO,

1997).

Para ilustrar a proposta de FONSECA et al., (1993), colocou-se a Tabela

2, que classifica os touros pela sua avaliação andrológica, tornando compreensível a

quantificação do poder fecundante de um touro.

38

TABELA 2 – Classificação andrológica sugerida para touros zebu, baseada na

circunferência escrotal (cm) e nas características físico-morfológicas do

sêmen.

Parâmetros Excelente Muito Bom Bom Questionável

Motilidade (%) 70 60-70 50-60 <50

Vigor (0-5) 5 4-5 3-4 <3

Defeitos Maiores (%) 10 10-15 15-20 >20

Total de Defeitos (%) 15 15-20 20-30 >30

Circunferência Escrotal (cm) e Idade em meses

24-35 meses >32 30-32 28-30 <28

36-47 meses >34 32-34 30-32 <30

48-59 meses >36 34-36 32-34 <32

>60 meses >38 36-38 34-36 <33

Fonte: FONSECA et al. (1993).

Os exames andrológicos realizados durante o estágio seguiram todas as

etapas e a metodologia supracitadas, a não ser pela avaliação da libido e pela

concentração que não foram realizadas. A concentração espermática era

subjetivamente avaliada levando-se em consideração apenas o aspecto do sêmen

(leitoso, cremoso, opalescente, serosa ou aquosa).

Os exames físicos do sêmen eram realizados no próprio curral e uma

amostra conservada em formol-salina-tamponado e levada ao laboratório da

empresa para fixação, coloração e leitura da morfologia espermática.

39

Capítulo II

________________________________________________________

Tecnologia do Sêmen

40

1 Introdução

A moderna indústria bovina, em todo o mundo, é baseada na utilização da

inseminação artificial (IA) com sêmen congelado (AIRES et al., 2003). O

desenvolvimento de técnicas adequadas para preservação de sêmen é um dos

passos mais importantes no avanço da reprodução animal nas diferentes espécies,

conseguida através da aplicação de biotécnias cada vez mais modernas (PAPA et

al., 2000).

O interesse na reprodução dos bovinos para melhoramento genético,

obtenção de maior número de filhos de um determinado reprodutor, introdução de

uma raça no rebanho e formação de banco de sêmen comercial, faz necessário o

aprimoramento de biotecnologias de avaliação, manipulação e conservação do

sêmen. Também o congelamento do sêmen que permite o transporte destes

gametas pode servir para transpor barreiras de distância e tempo.

O objetivo do congelamento de sêmen é a produção de um banco de

células espermáticas utilizadas para biotécnicas da reprodução, o que é uma

importante ferramenta para potencializar o aprimoramento genético da espécie

(AMIRAT et al., 2004).

A criopreservação do sêmen bovino teve grandes avanços na década de

40, após a descoberta da função crioprotetora do glicerol (POLGE, 1985). Porém, o

congelamento de sêmen bovino recebeu poucas inovações nos últimos vinte anos,

devido aos resultados já alcançados serem considerados satisfatórios.

O processamento tecnológico de sêmen bovino engloba os processos de

diluição, controle microbiano, resfriamento, envasamento e congelamento

(BEARDEN et al., 1997).

Considerando-se o embasamento da pecuária mundial na utilização de

inseminação artificial, as técnicas para preservação de sêmen se tornam passo

importante no avanço da indústria bovina. Conseqüentemente, o intuito dos

protocolos de congelamento visam minimizar os efeitos deletérios aos

espermatozóides (KUMAR et al., 2003).

41

O processamento tecnológico do sêmen bovino tem como principal

objetivo aumentar o número de fêmeas fertilizadas com um único ejaculado, como

também conservar a capacidade fertilizante do espermatozóide, quer seja por um

curto período, através de uso do sêmen refrigerado, quer seja por um período

indeterminado, através da utilização da técnica de congelamento do sêmen

(GONÇALVES et al., 2002).

2 Coleta do Sêmen

2.1 Instalações e preparação dos animais

As coletas de semên na propriedade rural da empresa Precoce

Assistência Pecuária, a Fazenda Vale da Serra, ocorrem esporadicamente a pedido

de seus clientes. A coleta, acompanhada no estágio curricular, foi terceirizada a

empresa Gentec de Cuiabá-MT, porém realizada na Fazenda Vale da Serra.

Foram recebidos 17 touros provados vindos de outra propriedade rural

assistida pela empresa supra citada, os animais foram divididos em lotes de quatro a

cinco animais e alojados em piquetes, alimentando-se basicamente de capim, sal

mineralizado e água “ad libitum”.

Os touros não passaram por período de quarentena ou qualquer outra

restrição, por se tratar de animais provenientes de propriedades que contam com

assistência fixa da mesma empresa, porém são observadas datas de validade de

exames de brucelose, teste de tuberculose, além do histórico vacinal e ocorrência de

doenças na propriedade antes que estes sejam recebidos na fazenda.

As coletas de sêmen ocorreram diariamente, sendo coletados lotes de

oito a dez animais por dia, sendo metade pela manhã e a outra parte no início da

tarde, de modo que intercalando os lotes, todos os animais tinham descanso de no

mínimo dois dias entre as coletas.

42

O período de permanência do animal na empresa depende do rendimento

de número de doses dos mesmos, obedecendo as cláusulas contratuais com a

empresa, no tocante ao total de doses a serem congeladas.

Antes da coleta realizou-se a higienizaçao do prepúcio. O animal foi

contido em brete apropriado, então procedeu-se a higienização externa, cortando os

pelos excedentes ao redor do óstio, lavando com água quando necessário, e

enxugando com papel toalha.

Para higiene interna do prepúcio utilizou-se uma solução a base de Kilol®-

L que foi diluida em água até atingir cor amarela escura. Esta solução foi injetada ao

prepúcio com uma seringa acoplada a uma pipeta plástica. Segurando o óstio

prepucial com a mão, massageia-se desgrudando as sujidades internas, deixando

então a solução escorrer, repetindo novamente o processo e, logo após, o prepúcio

é enxuto com papel toalha.

Realizou-se, também, o exame dos testículos: visual e por palpação, à

procura de qualquer alteração fora do padrão morfológico (lesões, torções,

abcessos). Com fita métrica, mediu-se o perímetro escrotal, sendo o valor anotado

na ficha do animal.

Terminada a higienização, realizou-se o toque retal e palpação das

glândulas acessórias, para se resguardar de que não tinha qualquer alteração. Isto

deve ocorrer com a mão adequadamente protegida com luva de palpação, deixando

o animal pronto para a coleta, que foi realizada por meio de estimulaçao elétrica

(eletroejaculador).

2.2 Obtenção do ejaculado

A principal função do espermatozóide é a fertilização do óvulo, e para que

isso ocorra, o espermatozóide necessita de habilidades que são adquiridas a cada

passo da maturação espermática. A maturação de um espermatozóide se inicia nos

túbulos seminíferos e só é finalizada quando se dá o encontro e a união do gameta

masculino com o gameta feminino (WATSON, 1995).

43

Para que a preservação da célula espermática seja realizada com

sucesso, cada passo desta maturação celular deve ser respeitada e viabilizada e,

ainda, é necessário que cada etapa seja realizada exatamente em seu devido

momento (KIRK, 2001). É importante dar atenção a todo o processo, para se obter

um sêmen livre de sujidades, realizar manipulação adequada e respeitar a

temperatura que este se encontra.

Após a limpeza do reto do touro, foi introduzido por via retal o eletrodo

(banana), para a estimulação das glândulas acessórias e ejaculação. O ejaculado foi

retido em um tubo de ensaiograduado, de 15 mL, encaixado em funil plástico, este

acoplado a uma haste, facilitando o alcance do prepúcio. O tubo foi protegido por

isopor, mantendo assim a temperatura do sêmen.

2.3 Avaliação do sêmen

O tubo contendo sêmen foi levado à sala de manipulação. Inicialmente,

anota-se o volume do ejaculado em uma planilha de coleta (anexo I), que é

preenchida com todos os dados necessários à medida que as etapas de produção

vão sendo executadas.

O sêmen coletado foi avaliado em suas características físicas (volume,

aspecto, motilidade, vigor) e, como no exame andrológico, a avaliação do

turbilhonamento não foi realizada. O julgamento dos dados obtidos nos exames foi

procedido com base em exigências mínimas para os diferentes parâmetros,

baseadas nos valores descritos no manual para exame andrológico do CBRA, ou

seja, motilidade 50%, vigor 3, movimento de massa 3 e total de espermatozóides

anormais 30%.

Mesmo se essas exigências mínimas não forem atendidas, não se deve

concluir, com certeza, que um determinado touro apresenta fertilidade reduzida ou

que é infértil.

Para a avaliação morfológica espermática, colocou-se o ejaculado em

1mL de formol-salina-tamponada até turvar a amostra. A realização da avaliação

44

morfológica foi realizada como descreve o Manual para exame andrológico ( CBRA,

1998).

Para a avaliação da concentração, foi retirado 20 microlitros do ejaculado,

com o auxílio de uma pipeta de Sahli, diluindo-o na proporção de 1:200, em 4mL de

solução de formol-citrato. Prosseguiu-se com o cálculo da concentração

espermática, ou seja, o número de células presentes no ejaculado, realizado em

câmara de Neubauer. Para a contagem, utiliza-se um microscópio com lentes

objetivas de 10x e 40x, sendo contados os espermatozóides de cinco quadrados

grandes nos dois lados da câmara (CBRA, 1998).

Juntamente com o exame andrológico e a avaliação do estado geral dos

touros, devem ser realizados os testes para brucelose, campilobacteriose,

tricomonose, bem como viroses, rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) e diarréia viral

bovina (BVD), cuja ocorrência pode influenciar na capacidade reprodutora do touro.

(ANDREOTTI et al., 2005).

2.4 Processamento do Sêmen

Após avaliação do sêmen, as amostras apropriadas ao congelamento,

respeitando-se os padrões mínimos aceitáveis pelo CBRA, são processadas.

Uma primeira diluição ocorreu depois de retiradas as alíquotas

necessárias para a avaliação morfológica e concentração. A diluição inicial é feita

em becker na proporção de 1:1 com diluete Tris-gema-glicerol (anexo II), O diluidor

foi trazido pronto e congelado, sendo descongelado no dia do uso, e após este as

sobras eram descartadas.

Este volume de sêmen com diluidor é reservado em banho-maria, a uma

temperatura de 35º C. O becker e o diluidor usados também estavam previamente

aquecidos na mesma temperatura.

Após o calculo da concentração de espermatozóides na câmara de

Neubauer, foi efetuado o cálculo da quantidade de diluente a ser acrescentado,

respeitando á razão de 20 x 106 espermatozóides por dose de 0,25 mL.

45

Executou-se, então, a segunda diluição, usando o mesmo diluidor inicial,

descontando a quantidade já adicionada do diluente na primeira diluição, obtendo o

volume total a ser processado.

2.4.1 Adição de diluente

Bons meios diluidores devem proporcionar nutrientes (energia), proteger

contra o efeito deletério do resfriamento rápido, prevenir mudanças danosas de pH à

medida que é formado ácido láctico, manter apropriada a pressão osmótica e

balanço eletrolítico, inibir o crescimento bacteriano, aumentar o volume de sêmen de

modo que possa ser usado em múltiplas inseminações e proteger as células

espermáticas durante o congelamento (HAFEZ, 1995).

Os diluentes protegem os espermatozóides dos choques térmicos e

osmóticos que ocorrem durante o processo de congelamento, já que este pode

causar danos irreversíveis aos espermatozóides, devido à formação de cristais de

gelo intracelular, que afetam a estrutura físico–química da célula, causando danos

principalmente à membrana, ao acrossoma, à motilidade progressiva e ao

metabolismo para produção de energia, como descreveram PICKETT et al. (1987),

afetando, assim, o tempo de sobrevivência no trato reprodutivo da fêmea

(VALCARCELL et al., 1996).

Tanto para a refrigeração como para o congelamento do sêmen,

diluidores são utilizados com o intuito de proteger os espermatozóides de todos os

efeitos críticos do processo de congelação. Para tanto, deverão ser adicionadas aos

diluidores macromoléculas como lipoproteínas e fosfolipídios, que atuarão como

estabilizadores da membrana plasmática e como crioprotetores. O desenvolvimento

de um meio diluidor está sempre voltado para a obtenção de uma boa estabilização

dos componentes da membrana plasmática (PARKS e GRAHAM, 1992; JASKO,

1994).

De acordo com VISHWANATH & SHANNON (2000), para um meio diluente

ser completo e eficiente, algumas substâncias são necessárias na sua composição:

� substâncias iônicas e não iônicas que mantêm a osmolaridade;

46

� lipoproteínas ou material de alto peso molecular, que previne o

choque frio, como a gema de ovo ou leite;

� glicerol, propanediol, ou dimetilsulfoxide (DMSO) como agentes

crioprotetores intracelulares;

� glicose ou frutose como fonte de energia;

� outros aditivos como enzimas e antibióticos.

Os meios diluidores e a maneira como interagem com os

espermatozóides devem ser minuciosamente avaliados, devido aos possíveis efeitos

adversos que podem causar aos espermatozóides. O meio diluidor utilizado para o

congelamento do sêmen deve fornecer energia metabolizável para que os

espermatozóides mantenham-se viáveis após o processo de descongelação,

apresentar pH e osmolaridade compatíveis com os espermatozóides de cada

espécie, levando-se em consideração que a habilidade dos espermatozóides em

resistir à refrigeração e ao congelamento difere entre as espécies animais

(FARSTAD, 1996).

Para o congelamento do sêmen, o diluidor deve, ainda, conter um

crioprotetor, sendo o glicerol (7%) o mais utilizado.

A inclusão de um crioprotetor ao meio diluidor é de vital importância para

o sucesso da preservação pelo frio. O crioprotetor mais utilizado quando se deseja

congelar sêmen canino é o glicerol, porém, o mesmo agente de crucial importância

no processo de congelação exerce efeito tóxico sobre a célula espermática

(ENGLAND, 1992). A concentração de glicerol, utilizada como crioprotetor, é limitada

pela sua toxicidade, a qual depende da taxa de resfriamento, velocidade de

congelamento, composição do diluidor e método de adição do glicerol (FAHY, 1986;

WOELDERS, 1997).

47

2.4.2 Refrigeração e envase

Após a diluição, a solução contida no becker foi mantida em refrigerador

por duas horas até alcançar a temperatura de 2º C, para que ocorresse o

resfriamento gradativo da mesma, depois mantida por mais cinco horas na

refrigeração, alcançando o tempo de equilíbrio.

ENGLAND (1992) sugeriu que o sêmen de várias espécies animais

necessitam de uma pausa de algumas horas antes do congelamento para que

desenvolva uma máxima resistência aos efeitos da congelação. Concluiu, ainda, que

o tempo de equilíbrio pode ser extremamente variável, de acordo com o protocolo de

congelação/descongelação e ainda de acordo com a espécie em questão.

O resfriamento da célula espermática de (39~25º C até ~0º C) é o

primeiro momento crítico dentro do processo de preservação pelo frio. Dentro deste

procedimento, alterações na membrana espermática, ocasionando danos à estrutura

e função, podem ocorrer. Estas modificações são conhecidas como efeito de fase

transicional (GENNIS, 1989; ZÚCCARI, 1998).

O resfriamento leva a célula a um estado de quiescência, reduzindo o

metabolismo e proporcionando diminuição nos gastos energéticos e na produção de

catabólitos tóxicos, contribuindo para a preservação celular.

WATSON (1979) sugeriu que este tempo não é só importante para

permitir a entrada do glicerol, como se acreditava anteriormente, mas também

permite que as membranas espermáticas se acomodem ou que influxos iônicos

ocorram.

Dentro do próprio refrigerador procedeu-se o envase do sêmen em

palhetas de 0,5 mL, devidamente identificadas e lacradas com álcool polivinílico.

2.4.3 Técnica de congelamento

De acordo com WATSON (1979) e JASKO (1994), antes do

congelamento, os espermatozóides devem permanecer por um determinado período

48

de tempo a uma temperatura de equilíbrio, para que ocorra diminuição do

metabolismo espermático e para que iniciem as interações com os componentes do

meio diluidor antes do estresse do congelamento, diminuindo, dessa forma, os riscos

de choque térmico.

Com o declínio constante da temperatura, as células espermáticas

estarão expostas à temperatura de congelamento (abaixo de 0º C) e, com isto, serão

expostas às alterações de osmolaridade do meio que as circunda. A água presente

no meio extracelular encontra-se sob a forma de solução. Com o congelamento de

parte desta água, a saturação de solutos aumenta, tornando hipertônico o meio

externo. Neste momento, para que um equilíbrio osmótico seja atingido, ocorre um

eflúvio de água da célula a ser congelada para o meio externo. Levando a célula à

desidratação e à exposição a um meio extremamente saturado. Este efeito é

chamado de Efeito de Solução e é considerado um dos pontos críticos no processo

de congelação das células espermáticas (MAZUR et al. 1972; WATSON, 1981;

WATSON, 1995; HOLT, 2000).

Um protocolo de preservação adequado deve manter o potencial

fertilizante das células espermáticas que deverão, ao final de todo o processo,

apresentar a vitalidade necessária para atingir o local da fertilização e estarem aptas

a concluir a capacitação e a reação acrossômica, que constituem o estágio final de

maturação espermática e possibilitam a fecundação de um oócito (WATSON, 1995;

ROTA, 1998; STRÖM HOLST, 1999; PEÑA, 2000).

Dando seqüência ao processo de congelamento, as palhetas eram pré-

congeladas em vapor de nitrogênio líquido, sendo colocadas em caixa de isopor de

15 litros, com dimensões internas de 30 cm (altura) x 19 cm (largura) x 39 cm

(comprimento), contendo 5 cm de nitrogênio líquido. Com o auxílio de uma

plataforma de isopor de 3 cm acima do nível do nitrogênio, contendo as palhetas

distribuídas uniformemente, na posição horizontal, estas eram mantidas a uma

temperatura em torno de 150º C negativos.

As palhetas permaneciam na caixa por 10 minutos. Logo após, as

mesmas eram imersas no nitrogênio liquido (- 196º C) e, posteriormente, com o

49

auxílio de pinças, realizou-se a colocação das palhetas em suas respectivas racks,

identificadas com o número do touro coletado.

Após esse procedimento, as racks preenchidas são colocadas nas

canecas e conduzidas até o botijão criogênico, onde permanecerão armazenadas,

concluindo-se o processo de congelamento.

Da mesma maneira que o congelamento pode diminuir ou paralisar

algumas reações bioquímicas celulares, ela pode, também, acelerar outras, levando

a danos ou mesmo à morte celular (MAZUR et al. 1972, WATSON, 1981; WATSON,

1995; HOLT, 2000).

Se o congelamento se dá rapidamente, não ocorre grande alteração no

volume de água no interior da célula e microcristais de gelo serão formados. A

descongelação, neste caso, deve ser realizada também de maneira rápida, pois, se

realizada lentamente, a água intracelular se descongela enquanto a temperatura

ainda está baixa e há recristalização da água recém descongelada. Se isto

acontecer, grandes cristais, advindos da recristalização, se formarão, expondo a

célula ao risco de sofrer perfurações por estes grandes cristais de gelo (MAZUR et

al. 1972, WATSON, 1981, WATSON, 1995, HOLT, 2000).

Para que um protocolo de congelamento de sêmen seja estabelecido, as

diferenças de volume de sêmen obtido de cada animal, que conseqüentemente

levarão a uma diferença de concentração espermática por mililitro de ejaculado,

devem ser eliminadas, possibilitando, desta forma, um tratamento semelhante a

cada célula espermática no que diz respeito à diluição, à concentração de

crioprotetor no meio que a circunda, ao envase e ao volume da dose inseminante

(PAPA, 1987; LOPES & PAPA, 1998; DELL’ACQUA JÚNIOR, 2000).

50

3 Crioprotetores

3.1 Ação dos crioprotetores

A eficácia e praticidade dos crioprotetores permeáveis ou não às células,

que diminuem a formação e o tamanho dos cristais de gelo intracelulares, têm sido

testadas quanto a sua utilização no resfriamento de células espermáticas (DE

LEEUW et al,1993).

As células espermáticas necessitam, para sua sobrevivência ao processo

de congelamento, de um ou mais agentes crioprotetores, classificados como

agentes crioprotetores não penetrantes (extracelulares) e agentes crioprotetores

penetrantes (intracelulares) (MAZUR, 1980).

3.2 Crioprotetores penetrantes

Os crioprotetores penetrantes são substâncias que têm a capacidade de

proteção intracelular das células espermáticas (NASH, 1966). Diminuem as lesões

de origem química ou mecânica que o congelamento causa sobre as células, agindo

de forma a reduzir o dano celular causado pelos efeitos da concentração de sais no

meio.

O mecanismo de ação destes crioprotetores baseia-se em estruturas que

promovem ligações de hidrogênio com as moléculas da água. Estas ligações

mudam a orientação da molécula da água nos cristais de gelo, criando um ambiente

menos nocivo para as células (DALIMATA & GRAHOM, 1997).

A habilidade de um crioprotetor em se ligar ao hidrogênio da molécula de

água, é sua característica mais importante (NASH, 1966).

Diferentes componentes são usados como agentes crioprotetores para o

congelamento de sêmen, como os alcoóis etanol, etilenoglicol, glicerol, metanol e

polietilenoglicol e também amidas, incluindo a acetamida, formida, lactamida, bem

como o dimetilsulfoxido (ASHWOOD – SMITH, 1987).

51

O glicerol foi o crioprotetor eleito na produção das doses de sêmen pelo

profissional acompanhado no estágio supervisionado, provavelmente por se tratar do

mais utilizado e de melhor eficácia.

O glicerol é um crioprotetor intracelular e sabe-se que sua principal função

como crioprotetor se dá na regulação do fluxo de água para a célula espermática,

controlando, desta forma, a desidratação, minimizando o efeito de solução, que é um

dos pontos críticos do processo de congelamento celular (PEÑA, 1997).

Além da regulação osmótica do glicerol, existem ainda evidências de que

ele se liga aos grupos hidrofílicos da cabeça dos fosfolipídios, regulando a fluidez

das membranas e às proteínas integrais e glicoproteínas, causando agrupamento

das partículas intramembranosas (PARKS e GRAHAM, 1992).

A descoberta do glicerol foi um grande avanço na tecnologia do sêmen,

pois este levou à redução dos danos mecânicos ao espermatozóide durante o

processo de congelação (VISHWANATH & SHANNON, 2000).

O glicerol e os outros crioprotetores penetrantes, como o DMSO, reduzem

os danos celulares por prevenir os efeitos de concentração do meio extracelular

(NICOLAFSEN & HVIDT, 1994). O uso de crioprotetores com alta permeabilidade

para as células resulta em boa sobrevivência celular.

3.3 Crioprotetores não-penetrantes

Os agentes crioprotetores não penetrantes são substâncias químicas ou

fármacos cujo mecanismo de ação baseia-se na proteção dos espermatozóides

contra os efeitos osmóticos durante o processo de congelação, promovendo um

meio hipertônico que induz a saída de água das células levando à desidratação, ou

seja, agem no meio extracelular, reduzindo a possibilidade da formação de cristais

de gelo intracelular. Estes são representados pelos açúcares, lipoproteínas da gema

do ovo e proteínas do leite (AMANN & PICKETT, 1987).

O crioprotetor utilizado neste protocolo foi à base de gema de ovo. A

gema de ovo protege o espermatozóide dos efeitos do rápido resfriamento ou

52

choque frio (PHILLIPS e LARDY, 1940). A partir desta descoberta, a gema de ovo foi

amplamente utilizada na conservação dos espermatozóides de mamíferos.

O mecanismo de ação da gema de ovo ainda não é bem compreendido,

mas acredita-se que ela atua na superfície da membrana plasmática, sem alterar

sua composição (WATSON, 1990).

As lipoproteínas presentes na gema de ovo são tampão osmótico e sua

presença permite suportar qualquer meio hiper ou hiposmótico (JONES & MARTIN,

1973).

Entretanto, nos últimos anos, aumentou-se o argumento contra a

presença de gema de ovo na composição desses meios, em função do risco de

contaminação por bactérias ou micoplasma (BOUSSEAU et al., 1998).

Existem substâncias da gema de ovo que inibem a respiração dos

espermatozóides, reduzindo a motilidade (PACE & GRAHAM ,1974). De acordo com

MOUSSA et al. (2002), a lipoproteína de baixa densidade (LDL) tem sido

previamente isolada e identificada como a fração crioprotetora do ovo, conclui-se,

assim, que a LDL pode ser uma ótima alternativa para composição de meios

quimicamente definidos.

4 Avaliação do Sêmen Congelado

Após o congelamento do sêmen, duas palhetas de cada partida do touro,

selecionadas aleatoriamente, foram descongeladas para avaliação das

características física do produto. O descongelamento se dá com a imersão da

palheta em água a uma temperatura de 35 a 37º C, durante 30 segundos,

examinando, em seguida, se o sêmen atende aos padrões mínimos descritos pelo

CBRA (1998).

No caso do não atendimento dos padrões do CBRA, toda a partida do

sêmen congelado era descartada. Porém, das doses produzidas e deixadas na

fazenda para o uso, ainda eram retiradas duas palhetas, que serviam para o

53

veterinário realizar o teste de TRR (Teste de termo-resistência rápido). No entanto,

este procedimento não foi acompanhado.

O TRR consiste na sujeição da amostra ao banho-maria a 46º C por 30

minutos. Logo após, procede-se a avaliação da porcentagem de espermatozóides

dotados de motilidade progressiva (CBRA, 1998).

O TRR foi proposto em 1967, por DIMITROPOULOS, para avaliação da

fertilidade potencial de partidas de sêmen congelado de bovino, sendo,

posteriormente, adaptado para as demais espécies. O sêmen bovino de boa

qualidade apresenta pelo menos 30% de motilidade espermática progressiva

retilínea e escore 3 (escala de 1 a 5) de vigor espermático depois do congelamento.

(CBRA 1998).

54

Capítulo III

_________________________________________________________

Considerações Finais

55

1 Considerações Finais

A produtividade na exploração do rebanho de corte é dependente da

eficiência reprodutiva do rebanho, sendo a fertilidade do touro uma das

características mais importantes na variação desta eficiência.

O potencial reprodutivo do touro é influenciado por vários fatores como

idade, puberdade, qualidade do sêmen, perímetro escrotal, libido, por condição física

adequada que permita pôr em prática os processos que culminam com a monta e

condições ambientais.

Sabendo-se que certas características de fertilidade possuem baixa

herdabilidade e que em condições precárias de alimentação as diferenças genéticas

entre os animais não são expressivas, é indiscutível que a eficiência reprodutiva tem

que ser priorizada por razões econômicas e pela necessidade de obter uma

população suficientemente grande para a implantação de um programa de

melhoramento.

Além disso, a seleção de touros de alto valor reprodutivo torna possível a

obtenção de melhores produtos e de custos mais baixos, em função do maior

número de vacas por touro. Portanto, o sêmen de qualidade significa o rápido

retorno do capital investido na criação de um reprodutor.

Embora o perímetro escrotal seja boa indicação da qualidade do sêmen,

esta medida por si só não é suficiente para garantir resultado positivo de fertilidade

nos touros. A alternativa para testar a fertilidade do touro é a avaliação conjunta das

características do sêmen, das medições complementares e das atitudes

comportamentais.

Diante deste contexto, deve-se notar ainda que a possibilidade de

conservar os gametas masculinos de touros selecionados para utilizá-los de forma

mais racional, permite o melhoramento animal e a produção de produtos de

qualidade com menor custo sejam alcançados. Portanto, mesmo que os resultados

com a tecnologia de congelamento do sêmen bovino sejam considerados

satisfatórios, deve-se tentar alcançar melhores índices na qualidade de doses de

56

sêmen produzidas, garantindo, assim, melhores resultados dos que os já

alcançados.

Na atualidade, o processamento do sêmen parece estar mais relacionado

à expansão da inseminação artificial, porém os produtores e as associações de

raças devem estar atentos, exigindo alternativas eficientes para predizer, com

segurança, a fertilidade do sêmen congelado. Pois é levado em conta somente o

mérito genético do material a ser multiplicado, mas o fato é que só se tem uma

relação de benefício/custo favorável ao produtor quando, além do potencial genético

do animal doador, a qualidade do sêmen congelado também é bem explorada.

Também é preciso reconhecer que o Brasil possui uma grande

biodiversidade genética bovina não reconhecida espalhada por propriedades que

não têm acesso a nenhuma das tecnologias disponíveis no mercado. Sabendo que

um dos desafios futuros que será enfrentado é produção de alimento em quantidade

e qualidade para satisfazer a sociedade crescente, torna-se interessante, por meio

de pesquisas, reconhecer e formar um banco de sêmen dos animais superiores em

produtividade. Assim, é de responsabilidade de todos os pesquisadores da área se

preocupar e criar soluções para melhor enfrentar os problemas futuros.

O curso de Medicina Veterinária é bastante amplo, dividindo-se em várias

áreas que nem sempre se interligam. Na área de reprodução animal, poucas

técnicas realizadas no campo são ensinadas dentro de sala, exigindo um

aprimoramento do profissional que a escolher para trabalhar.

Durante a realização do estágio curricular, tive oportunidade de conhecer

e lidar com vários produtores e profissionais desta área e, assim, acompanhar as

dificuldades enfrentadas por ambos os lados e ver que estas só podem ser

transpostas quando se tornam aliados.

Cabe ao médico veterinário orientar, aplicando os ensinamentos

científicos adquiridos, buscando a satisfação do produtor rural em melhor

rentabilidade, porém de forma ética e com respeito aos animais.

A realização do estágio curricular supervisionado mostrou-me o quanto é

necessário aos alunos que estão se formando e escolheram o campo se dedicarem

57

com grande empenho na sua atuação profissional, pois é preciso mostrar aos

produtores rurais que venham a precisar dos seus serviços, não só a capacidade de

trabalho, mas também a auto-confiança.

Ficou claro que já não existe mais preconceito para com técnicos do sexo

feminino no campo a partir do momento que se realiza um trabalho eficiente, com

qualidade, funcional e que muitas vezes este é preferível por ser dotado de melhor

relação humana e mais cuidados.

58

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ANEXOS

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ANEXO 1

Planilha de coleta de sêmen a campo

Planilha de Coleta de Sêmen

Partida: _____/___ Data: ___/___/___ Técnico: __________

Touro: Método: Doses:

Coleta: hs Volume: Motilidade/Vigor (cong.):

Motilidade: % Vigor (0-5): TRR (5 hs):

Concentração: DM:

Diluição inicial: dm:

Diluição final: Total de defeitos:

Horas:_____:_____ Doses envasadas:

Observações:

Fonte: Empresa Gentec, no município de Cuiabá - MT 2007.

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ANEXO 2

Fórmula diluidor Tris-Gema-glicerol

Diluidor TRIS-GEMA-GLICEROL

Tris 2,42 g

Ácido Cítrico 1,36 g

Frutose 1,0 g

Gema de Ovo 20 mL

Glicerol 7 mL

Penicilina G potássica 0,028 g

Água destilada 100 mL

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INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 53 27/09/06

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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. SECRETARIA DE DEFESA AGROCPECUÁRIA. INSTRUÇÃO NORMATIVA SDA Nº 53, DE 27 DE SETEMBRO DE 2006.

O SECRETÁRIO DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 9º combinado com o art. 42, do Anexo I, do Decreto nº 5.351, de 21 de janeiro de 2005, em cumprimento ao disposto na Lei nº 6.446, de 5 de outubro de 1977, regulamentada pelo Decreto nº 187, de 9 de agosto de 1991, considerando a necessidade de atualizar as normas estabelecidas nas Portarias nos 25 e 26, de 5 de setembro 1996, e o que consta do Processo nº 21000.010337/2006-07, resolve:

Art. 1º Aprovar o REGULAMENTO PARA REGISTRO E FISCALIZAÇÃO DE CENTRO DE COLETA E PROCESSAMENTO DE SÊMEN (CCPS) BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO, na forma dos Anexos à presente Instrução Normativa.

Parágrafo único. Centro de Coleta e Processamento de Sêmen (CCPS) é o local em que se reúnem animais para a realização da coleta e processamento de sêmen.

Art. 2º Os CCPS bovino, bubalino, caprino e ovino, já registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, terão um prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a partir da data de publicação desta Instrução Normativa, para se adequarem às exigências estabelecidas no Regulamento anexo.

Art. 3º. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º. Ficam revogadas as Portarias nos 25 e 26, de 5 de setembro de 1996.

GABRIEL ALVES MACIEL

ANEXO I - REGULAMENTO PARA REGISTRO E FISCALIZAÇÃO DE CENTRO DE COLETA E PROCESSAMENTO DE SÊMEN (CCPS) BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO ANEXO II - REQUERIMENTO PARA OBTENÇÃO DE REGISTRO DE CENTRO DE COLETA E PROCESSAMENTO DE SÊMEN (CCPS) BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. ANEXO III - REQUERIMENTO PARA CANCELAMENTO DE REGISTRO DE CENTRO DE COLETA E PROCESSAMENTO DE SÊMEN (CCPS) BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. ANEXO IV - COMUNICAÇÃO DE QUARENTENA DE BOVINO, BUBALINO,CAPRINO E OVINO. ANEXO V - CERTIFICADO ANDROLÓGICO PARA BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. ANEXO VI - ATESTADO SANITÁRIO PARA INSCRIÇÃO DE REPRODUTOR COMO DOADOR DE SÊMEN BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. ANEXO VII - REQUERIMENTO PARA OBTENÇÃO DA INSCRIÇÃO DE REPRODUTOR COMO DOADOR DE SÊMEN BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. ANEXO VIII - REQUERIMENTO DE BAIXA NA INSCRIÇÃO DO REPRODUTOR COMO DOADOR DE SÊMEN BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO.

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ANEXO IX - INFORMAÇÕES REFERENTES À COLETA E CONGELAMENTO DE SÊMEN BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. ANEXO X - RELATÓRIO DE PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE SÊMEN BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. ANEXO XI - RELATÓRIO DE COMERCIALIZAÇÃO DE SÊMEN IMPORTADO DE BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. ANEXO XII - RELATÓRIO DE PRODUÇÃO DE SÊMEN PARA TESTE DE PROGÊNIE.

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ANEXO I REGULAMENTO PARA REGISTRO E FISCALIZAÇÃO DE CENTRO DE COLETA E PROCESSAMENTO DE SÊMEN (CCPS) BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO CAPÍTULO I DOCUMENTOS REQUERIDOS PARA OBTENÇÃO DE REGISTRO 1. Para obtenção de registro de CCPS são necessários os seguintes documentos: 1.1. cópia do contrato social da Organização, ou da Ata de constituição da sociedade, registrada no órgão competente, ou quando se tratar de instituição de ensino ou pesquisa, cópia do documento que formalizou a criação do CCPS acompanhada de declaração de funcionamento desse centro, emitida pela autoridade maior da instituição; 1.2. cópia do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ; 1.3. cópia da Inscrição Estadual; 1.4. Anotação de Responsabilidade Técnica emitida pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária; 1.5. planta-baixa com indicação de todas instalações e dependências do CCPS na escala mínima de 1:100; 1.6. planta de localização do CCPS com as coordenadas geográficas e indicação das estradas, rodovias, cursos d’água e áreas limítrofes, em tamanho 100x60 cm e em escala compatível; e 1.7. memorial descritivo das instalações, dos equipamentos e dos processos tecnológicos e higiênico-sanitários a serem adotados no CCPS. CAPÍTULO II EXIGÊNCIAS FÍSICAS PARA OBTENÇÃO DE REGISTRO 2. O CCPS deverá possuir cerca perimetral que permita o isolamento, mínimo de 25 metros, de criatórios vizinhos, ou barreira natural ou artificial que permita manter o isolamento desses criatórios; estar localizado em área não sujeita a alagamento ou qualquer outra condição adversa que possa interferir com a saúde e bem-estar dos animais ou com a qualidade do produto; possuir entrada e saída controlada para veículos, pessoas e animais, com equipamentos para desinfecção de veículos; e dispor, no mínimo, das seguintes instalações: 2.1. Unidade Laboratorial constituída de: a) Sala de Manipulação de Sêmen – esta sala deverá possuir um óculo com dupla porta para recepção do material coletado; b) Sala de Lavagem e Esterilização de Material com áreas definidas para ambas as atividades – esta sala fica dispensada em CCPS que utiliza material esterilizado de outros laboratórios; Obs.: As salas que compõem a Unidade Laboratorial deverão ser revestidas com material de fácil higienização e protegidas contra a entrada de insetos e outros animais. 2.2. Unidade de Coleta de Sêmen de fácil higienização, com: a) instalações para coleta do sêmen com sistema de contenção que assegure o bem-estar dos animais e a proteção dos funcionários; e b) área definida para a lavagem e preparo de material utilizado na coleta do sêmen; 2.3. Unidade de Alojamento do Rebanho Residente com instalações que assegurem as condições de bem-estar dos animais; 2.4. Unidade de Quarentena com: a) instalações para alojamento e contenção dos animais de modo que permita a realização de todos os procedimentos requeridos para o período de quarentena; b) cerca limítrofe com isolamento mínimo de 25 metros das demais instalações do CCPS e de criatórios vizinhos; e c) entrada independente de modo que os animais que ingressem nessa unidade não transitem pela unidade de alojamento do rebanho residente; Obs.: A Unidade de Quarentena é um local isolado no centro, onde os animais são mantidos sob observação por um período específico de tempo, sem contato direto com outros animais ou grupos de animais, até que se conclua os exames sanitários requeridos para ingressar no rebanho residente e iniciar a coleta do sêmen destinado à industrialização; 2.5. Unidade Administrativa sem comunicação direta com as demais unidades do centro; 2.6. Vestiários e Banheiros para funcionários que trabalham no CCPS; Obs: os vestiários e banheiros localizados na unidade laboratorial deverão ser de uso exclusivo do pessoal que trabalha nesta unidade, e dispostos de maneira tal, que separe a unidade laboratorial das demais unidades do centro.

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2.7. Sala ou Área de Armazenamento da Produção de Sêmen de modo que garanta a qualidade e a identidade do produto, assim como eficiência no controle de estoque. Obs.: O CCPS que mantiver espécies diferentes para a produção de sêmen deverá ter as Unidades de Coleta, Quarentena e Alojamento de bovinos e bubalinos separadas das Unidades de Coleta, Quarentena e Alojamento de ovinos e caprinos por uma distância mínima de 25m, assim como de outras espécies que forem alojadas nesse CCPS para essa finalidade. CAPÍTULO III EXIGÊNCIAS OPERACIONAIS PARA OBTENÇÃO DE REGISTRO 3. O CCPS deverá cumprir com as seguintes exigências operacionais: 3.1. descrever os processos tecnológicos e os procedimentos higiênicosanitários a serem adotados na Sala de Manipulação de Sêmen, Sala de Lavagem e Esterilização de Material, Unidade de Coleta de Sêmen; Unidade de Alojamento do Rebanho Residente, Unidade de Quarentena e na Sala/Área de Armazenamento da Produção de Sêmen; 3.2. estabelecer fluxo operacional entre e dentro das instalações do CCPS de modo a preservar as condições higiênico-sanitárias do processo de produção, a qualidade e identidade do produto, a segurança dos funcionários e o bem-estar dos animais; 3.3. estabelecer medidas higiênico-sanitárias a serem adotadas para o ingresso de visitas no CCPS e permitir o ingresso de visitas somente após o cumprimento dessas medidas; 3.4. estabelecer programa de controle de pragas; 3.5. dar destino adequado às águas utilizadas nos trabalhos de rotina do CCPS, assim como aos dejetos; 3.6. realizar o controle sanitário do rebanho residente e dos animais que ingressam no CCPS em conformidade com o estabelecido pelo órgão competente do MAPA; 3.7. não realizar nenhum tipo de teste de diagnóstico de doenças transmissíveis na unidade laboratorial, bem como nenhum tipo de teste de diagnóstico de doenças transmissíveis nas dependências do CCPS, de animais que não estejam alojados neste estabelecimento. CAPÍTULO IV PROCEDIMENTOS PARA OBTENÇÃO DE REGISTRO 4. Para obtenção de registro de CCPS deverão ser seguidos os seguintes procedimentos: 4.1. o representante legal do CCPS a ser registrado deverá fazer requerimento dirigido à Superintendência Federal de Agricultura - SFA, solicitando o registro do estabelecimento, conforme modelo estabelecido no Anexo II; 4.2. o requerimento e a documentação especificada anteriormente deverão ser protocolados na SFA da Unidade Federativa, na qual se localiza o CCPS; 4.3. a SFA enviará um Fiscal Federal Agropecuário, com formação em Medicina Veterinária, para inspecionar o CCPS; 4.4. a SFA emitirá o Certificado de Registro do CCPS, em modelo padronizado para todo o território nacional, mediante parecer favorável no laudo de inspeção realizado pelo Fiscal Federal Agropecuário. CAPÍTULO V CANCELAMENTO DE REGISTRO 5. O cancelamento de registro do CCPS poderá ocorrer por solicitação do representante legal do estabelecimento ou por decisão da autoridade competente em razão de descumprimento da legislação. 5.1. O cancelamento de registro por solicitação do representante legal do estabelecimento deverá ser realizado por meio de requerimento dirigido à SFA da Unidade Federativa que concedeu o registro, conforme modelo estabelecido no Anexo III. 5.2. O cancelamento do registro por decisão da autoridade competente será formalizado em processo administrativo na SFA da Unidade Federativa que concedeu o registro, e decidido pelo órgão central do MAPA, conforme Decreto no 187, de 9 de agosto de 1991. 5.3. O CCPS que tiver seu registro cancelado poderá solicitar novo registro nos termos da presente Instrução Normativa. CAPÍTULO VI DOCUMENTOS REQUERIDOS PARA OBTENÇÃO DE INSCRIÇÃO DE REPRODUTOR 6. Para obtenção da inscrição de reprodutores bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos como doadores de sêmen são necessários os seguintes documentos: 6.1. comunicação de quarentena por ocasião do ingresso do reprodutor na unidade de quarentena do CCPS, conforme modelo estabelecido no Anexo IV;

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6.2. cópia do Certificado de Registro Genealógico Definitivo - RGD ou do Certificado Especial de Identificação e Produção - CEIP; 6.3. cópia da Certificação Zootécnica, conforme determinação do setor competente do MAPA - somente para animais inscritos com a finalidade de comercialização de sêmen; 6.4. cópia do teste de Tipagem de DNA ou Sanguínea; 6.5. cópia do Certificado Andrológico, conforme modelo estabelecido no Anexo V; e 6.6. Atestado Sanitário, conforme modelo estabelecido no Anexo VI. CAPÍTULO VII PROCEDIMENTOS PARA OBTENÇÃO DE INSCRIÇÃO DE REPRODUTOR 7. Para obtenção de inscrição de bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos como doadores de sêmen deverão ser seguidos os seguintes procedimentos: 7.1. o responsável técnico pelo CCPS deverá fazer requerimento dirigido à SFA, solicitando a inscrição do reprodutor, conforme modelo estabelecido no Anexo VII; 7.2. o requerimento e a documentação requerida no capítulo VI deverão ser protocolados na SFA da Unidade Federativa, na qual se localiza o CCPS interessado na obtenção da inscrição do reprodutor como doador de sêmen; e 7.3. A SFA emitirá o Certificado de Inscrição do reprodutor, como doador de sêmen em modelo padronizado para todo território nacional, após análise da documentação. CAPÍTULO VIII BAIXA NA INSCRIÇÃO DE REPRODUTOR 8. O afastamento do doador de sêmen do CCPS, por qualquer motivo, deverá ser informado à SFA da Unidade Federativa que inscreveu o animal, conforme modelo estabelecido no Anexo VIII. 8.1. A SFA dará a baixa na inscrição. 8.2. O doador de sêmen que sair do CCPS deverá, por ocasião de seu retorno, cumprir com os requisitos especificados no capítulo VII, para obtenção de nova inscrição. CAPÍTULO IX IDENTIFICAÇÃO DO SÊMEN 9. O sêmen processado de bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos deverá ser envasado em embalagens que contenham as seguintes informações: 9.1. número da partida correspondente à data do congelamento e no caso de mais de um ejaculado no mesmo dia, precedido por traço e algarismo identificando o número do ejaculado; 9.2. nome ou número de registro do CCPS no MAPA; 9.3. nome e número de registro genealógico definitivo do doador; 9.4. código da raça, padronizado internacionalmente por duas letras; 9.5. letra M para macho e letra F para fêmea no caso de sêmen sexado; e Obs.: no caso de sêmen coletado para teste de progênie a identificação deverá ser realizada em conformidade com o programa estabelecido para esse fim. CAPÍTULO X INFORMAÇÕES SOBRE O SÊMEN 10. O CCPS deverá disponibilizar aos compradores as seguintes informações sobre o sêmen: 10.1 volume da dose em mL; 10.2. motilidade progressiva em percentagem; 10.3. vigor em escala de 0-5; 10.4. defeitos totais em percentagem; 10.5. defeitos maiores em percentagem; e 10.6. número de espermatozóides por dose. CAPÍTULO XI RESPONSABILIDADE TÉCNICA 11. Somente o profissional com formação em Medicina Veterinária poderá ser responsável técnico pelo CCPS bovino, bubalino, caprino e ovino. Obs.: No caso de mudança do responsável técnico, o CCPS deverá comunicar imediatamente a SFA, o nome do sucessor com a Anotação de Responsabilidade Técnica emitida pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária e a Solicitação de Baixa da Responsabilidade Técnica do anterior. CAPÍTULO XII EXIGÊNCIAS A SEREM CUMPRIDAS PELO RESPONSÁVEL TÉCNICO 12. O responsável técnico pelo CCPS deverá:

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12.1. manter no CCPS, para efeitos de fiscalização, arquivos contendo as informações referentes à coleta e congelamento de sêmen requeridas no Anexo IX; 12.2. encaminhar à SFA, até o último dia útil do mês subseqüente, relatórios de atividades mensais, conforme modelos especificados a seguir: a) Relatório de Produção e Comercialização de Sêmen, Anexo X; b) Relatório de Comercialização de Sêmen Importado, Anexo XI; c) Relatório de Produção de Sêmen para o Teste de Progênie, Anexo XII; e Obs.: O CCPS que atrasar ou não enviar os relatórios especificados acima ficará sujeito às penalidades previstas na legislação. 12.3. fazer cumprir as exigências zoossanitárias, bem como as demais exigências requeridas pelo MAPA, para coleta, processamento e comercialização do sêmen; 12.4. manter no CCPS, para efeitos de fiscalização, cópia dos exames sanitários dos animais quarentenados e residentes. CAPÍTULO XIII DISPOSIÇÕES GERAIS 13. Todo CCPS bovino, bubalino, caprino e ovino tem que estar registrado no MAPA. 14. O CCPS que comercializa sêmen ou qualquer outro material de multiplicação animal, produzido em outros estabelecimentos, terá que atender à legislação específica do MAPA para esse fim. 15. Qualquer alteração no contrato social do estabelecimento deverá ser comunicada à SFA, em processo administrativo, acompanhado da cópia do novo contrato social ou da Ata de constituição da sociedade. 16. Qualquer alteração na planta-baixa do estabelecimento registrado deverá ser submetida à aprovação prévia do MAPA. 17. Somente poderá ser objeto de comércio o sêmen obtido em estabelecimento registrado e de reprodutores inscritos no MAPA com a finalidade de comércio. 18. Na nota fiscal do sêmen comercializado é obrigatório constar: 18.1. nome e número de registro no MAPA, do CCPS que produziu e comercializou o sêmen; 18.2. nome do doador, raça, RGD e número de inscrição no MAPA; e 18.3. quantidade de doses de sêmen. 19. A distribuição das doses de sêmen para as fazendas colaboradoras do teste de progênie poderá ser realizada somente após a liberação da SFA. 20. A fiscalização do CCPS ficará a cargo do Fiscal Federal Agropecuário com formação em Medicina Veterinária. 21. O Fiscal Federal Agropecuário a serviço do MAPA, a qualquer momento, terá livre acesso ao CCPS, bem como aos documentos arquivados. 22. O CCPS que obtiver cancelamento de registro deverá informar ao MAPA o estoque de produção existente com identificação dos doadores. 23. Os casos omissos e as dúvidas suscitadas na aplicação desta Instrução Normativa e de Normas complementares serão dirimidas pelo Secretário de Defesa Agropecuária do MAPA.

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ANEXO II REQUERIMENTO PARA OBTENÇÃO DE REGISTRO DE CENTRO DE COLETA E PROCESSAMENTO DE SÊMEN (CCPS) BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. ____________________, _____de ______________de ______ Senhor Chefe, Eu, abaixo assinado, representante legal do estabelecimento ______________________________________, Inscrição Estadual Nº __________, CNPJ N° _____________, localizado ___________, Município __________________, UF _______, CEP ___________, solicito nos termos da legislação vigente do MAPA, o registro desse estabelecimento como CCPS: ( )Bovino ( )Bubalino ( )Caprino ( )Ovino Anexo os seguintes documentos: ( ) cópia do contrato social da Organização; ou da Ata de constituição da sociedade; ou documento que formaliza a criação do CCPS na instituição; ( ) cópia do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ; ( ) cópia da Inscrição Estadual; ( ) Anotação de Responsabilidade Técnica; ( ) planta-baixa do CCPS; ( ) planta de localização do CCPS; e ( ) memorial descritivo. Informo ainda, o endereço para correspondência e meios de contato: Localização: ________________, Município: ______________________, UF: _____, CEP: ____________, Caixa Postal: ____________, Fone: _____________________, FAX: __________________, Endereço Eletrônico: ____________________________. Atenciosamente, ___________________________________________________ Assinatura do Representante Legal do CCPS

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ANEXO III REQUERIMENTO PARA CANCELAMENTO DE REGISTRO DE CENTRO DE COLETA E PROCESSAMENTO DE SÊMEN (CCPS) BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. ______________________, _____de ______________de ____. Senhor Chefe, Eu, abaixo assinado, representante legal do estabelecimento _______________________, Inscrição Estadual Nº __________, CNPJ N° _____________, localizado ________________, Município _______________, UF _______, CEP _________, solicito nos termos da legislação vigente do MAPA, o cancelamento do registro desse estabelecimento como CCPS: ( )Bovino ( )Bubalino ( )Caprino ( )Ovino Informo que a solicitação do cancelamento de registro é pelo seguinte motivo: __________________________________________________________________. Informo ainda, em relatório anexo, a relação do sêmen em estoque com identificação dos doadores. Atenciosamente, ___________________________________________________ Assinatura do Representante Legal do CCPS

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ANEXO IV COMUNICAÇÃO DE QUARENTENA DE BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. _____________,_____de ______________de ______ Senhor Chefe, O CCPS _____________________________________________ registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, sob o Nº ______________________, por meio de seu representante legal, comunica que na presente data foram iniciados os trabalhos referentes à quarentena do reprodutor ___________________________________________________________, espécie ______________________, raça ___________________________, RGD/CEIP Nº _____________________________________________ procedente da propriedade ______________________, localizada no município ____________________, Estado _________________. Atenciosamente, ____________________________________________ Carimbo e Assinatura do Responsável Técnico

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ANEXO V CERTIFICADO ANDROLÓGICO PARA BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. A. IDENTIFICAÇÃO DO REPRODUTOR Nome: Espécie: Raça: RGD/CEIP: Nascimento: Proprietário: Endereço: B. EXAME CLÍNICO (Condição Geral, Sistema Genital e Comportamento Sexual) Observações: C. ESPERMOGRAMA 1. COLETA DE SÊMEN Método: Data da Coleta: 2. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS: Volume do Ejaculado: __________mL Motilidade Progressiva : _________% Vigor (O – 5): ___________ Concentração: _________ espermatozóide / mL 3. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS Especificar individualmente as anormalidades encontradas e suas freqüências: Defeitos Maiores: _______% Defeitos Menores: _______% Espermatozóides Anormais: _______% Outros Elementos: ________ Observações: D. TESTES COMPLEMENTARES: E. CONCLUSÃO: ___________________, ______de______________ de _______ ___________________________________________ Carimbo e Assinatura do Responsável Técnico

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ANEXO VI ATESTADO SANITÁRIO PARA INSCRIÇÃO DE REPRODUTOR COMO DOADOR DE SÊMEN BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. Atesto para os devidos fins que o animal ____________________________ _______________________________________, espécie _________________, raça __________________________, com RGD / CEIP Nº____________________ encontra-se apto a fazer parte do rebanho residente do CCPS _________________ ___________________________, registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento sob o Nº ______________________. Informo a seguir o resultado e a data dos exames realizados durante o período de quarentena para as seguintes doenças: NOME DA DOENÇA

1º TESTE 2º TESTE 3º TESTE 4º TESTE

RESULTADO DATA RESULTADO DATA RESULTADO DATA RESULTADO DATA

Preencher os dados referentes ao segundo, terceiro e quarto teste somente para as doenças nas quais são requeridos mais de um teste na quarentena ou em caso de atendimento a protocolos especiais de comércio internacional. _____________, _____de ______________de ______ _________________________________________ Carimbo e Assinatura do Responsável Técnico

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ANEXO VII REQUERIMENTO PARA OBTENÇÃO DA INSCRIÇÃO DE REPRODUTOR COMO DOADOR DE SÊMEN BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. _____________, _____de ______________de ______ Senhor Chefe, Eu, abaixo assinado, responsável técnico pelo estabelecimento ___________ _______________________, registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, sob o número ________________, solicito a inscrição do reprodutor identificado a seguir, como doador de sêmen:

Nome Espécie Raça RGD/CEIP Nascimento

Anexo os documentos especificados a seguir: ( ) Cópia do RGD / CEIP; ( ) Teste de Tipagem de DNA ou sanguínea; ( ) Certificação zootécnica: ( ) Certificado Andrológico; e ( ) Atestado sanitário. Informo, ainda, que o sêmen a ser coletado é para a finalidade de: ( ) Comercialização; ( ) Uso em Rebanho Próprio; ( ) Comercialização e Uso em Rebanho Próprio; e ( ) Teste de progênie. Atenciosamente, _________________________________________________ Carimbo e Assinatura do Responsável Técnico

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ANEXO VIII REQUERIMENTO DE BAIXA NA INSCRIÇÃO DO REPRODUTOR COMO DOADOR DE SÊMEN BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. ____________________, ______ de ________ de ____ Senhor Chefe, Eu, abaixo assinado, Responsável Técnico pelo estabelecimento__________________________________________________, registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento sob o número _________________________, solicito a baixa na inscrição do reprodutor identificado a seguir, como doador de sêmen.

Nome Espécie Raça RGD/CEIP Nascimento

Informo a seguir: Causa da baixa______________________________________________________ __________________________________________________________________ Doses produzidas:____________________________________________________ Período de Coleta: _______________________ Atenciosamente, ________________________________________ Carimbo e Assinatura do Responsável Técnico

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ANEXO IX INFORMAÇÕES REFERENTES À COLETA E CONGELAMENTO DE SÊMEN BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO. A. IDENTIFICAÇÃO DO REPRODUTOR Nome: RGD/CEIP: Espécie: Raça: Nascimento: Proprietário: Endereço: B. ESPERMOGRAMA 1. COLETA DO SÊMEN Método: Data da Coleta: 2. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS Volume do Ejaculado: _________mL Motilidade Progressiva: ________ %: Vigor (O – 5):_______________ Concentração: _______________ Espermatozóides / mL 3. PROCESSAMENTO ( ) Congelamento ( ) Resfriamento Meio utilizado: _________________ Concentração: _____________ Espermatozóides/ Dose Volume da dose :___________mL 4. AVALIAÇÃO PÓS-CONGELAMENTO OU RESFRIAMENTO Motilidade progressiva: ______%: Vigor (0 – 5) : _______ Concentração _____________ Espermatozóides/ Dose 5. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS Especificar individualmente as anormalidades encontradas e suas freqüências: Defeitos Maiores: ____________% Defeitos Menores: ____________% Espermatozóides Anormais: ____________% Outros Elementos: ___________ C. CONCLUSÃO Partida: Número de doses: ___________________, ______de ______________ de _______ ______________________________________________________ Carimbo e Assinatura do Responsável Técnico

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ANEXO X RELATÓRIO DE PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE SÊMEN BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO

CCPS:

Registro no MAPA:

Espécie Animal:

MÊS / ANO:____________

INDENTIFICAÇÃO DO REPRODUTOR

DOSES DE SÊMEN

Nome Raça RGD /

CEIP

Inscrição no MAPA

Saldo do mês

anterior

Produzidas Comercializadas Devolvidas Utilizadas Estoque

No país

Exportadas Total

______________________, _______de ____________de ______ _______________________________________________ Carimbo e Assinatura do Responsável Técnico

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ANEXO XI RELATÓRIO DE COMERCIALIZAÇÃO DE SÊMEN IMPORTADO DE BOVINO, BUBALINO, CAPRINO E OVINO

CCPS:

Registro no MAPA:

Espécie Animal:

MÊS/ANO:

IDENTIFICAÇÃO DO

REPRODUTOR

ORIGEM DOSES DE SÊMEN

Nome Raça RGD Estabelecimento País Saldo-mês

anterior

Importadas Vendidas Devolvidas Utilizadas Estoque

Nome Raça RGD Estabelecimento País Saldo - mês anterior Importadas Vendidas Devolvidas Utilizadas Estoque ______________________, _______de ____________de ______ _____________________________________________ Carimbo e Assinatura do Responsável Técnico

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ANEXO XII RELATÓRIO DE PRODUÇÃO DE SÊMEN PARA TESTE DE PROGÊNIE CCPS:

Registro no MAPA:

Espécie Animal:

MÊS/ANO:

Reprodutor Raça RGD Inscrição no MAPA Partida Data da

Coleta

Número de doses

_________________, ______de ________de ________ _______________________________________________ Carimbo e Assinatura do Responsável Técnico