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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL JATAÍ PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS APLICADAS À SAÚDE ROMAYNE PANIAGO FRANÇA Preparação e Análise Estrutural de Formas Cristalinas dos Fármacos Glicosamina e Tolbutamida Jataí GO. 2016.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL JATAÍ … · 2017. 10. 20. · RESUMO O polimorfismo é a capacidade de um elemento ou composto em cristalizar-se em mais do que uma espécie

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

REGIONAL JATAÍ

PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM

CIÊNCIAS APLICADAS À SAÚDE

ROMAYNE PANIAGO FRANÇA

Preparação e Análise Estrutural de Formas Cristalinas dos Fármacos

Glicosamina e Tolbutamida

Jataí – GO.

2016.

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ROMAYNE PANIAGO FRANÇA

Preparação e Análise Estrutural de Formas Cristalinas dos Fármacos Glicosaminae

Tolbutamida

Jataí – GO.

Outubro, 2016.

Dissertação de Mestrado da Universidade Federal

de Goiás - Regional Jataí, apresentada ao

Programa de Pós-graduação em Ciências

Aplicadas à Saúde para obtenção do Título de

Mestre em Ciências Aplicadas à Saúde.

Orientador: Prof. Dr.Sauli Santos Júnior.

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus,

aos meus pais Antônio Carlos e Vânia, à

minha tia Leonor e ao meu irmão Rômulo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me concedido força, coragem e inspiração durante um período do

mestrado em que tive perdas de pessoas muito queridas para mim, período em que enfrentei o

desânimo e a angústia. Agradeço pelas bênçãos, vitórias e restabelecimento da fé e persistência

para continuar a longa caminhada.

A benção em especial concedida ao meu pai, por estar vivo, com saúde, e nos alegrar

sempre no dia a dia.

À minha família, especialmente meus pais, por estarem sempre ao meu lado me apoiando

em todas as decisões e me dando força para continuar a longa jornada; ao meu irmão Rômulo

Paniago França e minha cunhada Lázara Carvalho pela torcida incondicional e as minhas tias por

sempre me ajudarem quando eu precisei. Não posso deixar de mencionar a minha querida avó

Acácia Paniago por ter me ensinado a lutar sempre, não desistir nunca e que o sorriso torna mais

fácil as batalhas da vida.

A minha tia Leonor Paniago por ter me incentivado todo o tempo, ter acreditado no meu

potencial para a conclusão desta pesquisa.

A minha tia Maria de Lourdes Paniago por ter contribuído nas correções do trabalho.

Ao meu primo Ianzinho, por algumas contribuições dadas ao meu trabalho.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde da Regional

Jataí/Universidade Federal de Goiás pela oportunidade de formação.

Ao Laboratório de Cristalografia do Instituto de Física da Universidade Federal de

Goiás/Goiânia e à Central Analítica do Departamento de Física da Regional Jataí/UFG pela

oportunidade de realização de meus experimentos.

Ao meu orientador Sauli Santos Júnior por sua atenção e dedicação à pesquisa, pelo

incentivo incondicional durante as etapas de realização deste trabalho e por ter me incentivado a

continuar com o Mestrado, o meu muito, obrigada.

Ao professor Alysson Benite, pela valiosa contribuição dada a mim para a compreensão

sobre Química Orgânica.

Ao meu patrão Wagner Cabral que mesmo trabalhando em duas farmácias, me concedeu

alguns horários para que pudesse executar o Mestrado semanalmente, por acreditar em mim, e me

incentivar também nos estudos, o meu muito obrigada.

Aos meus amigos e professores que conheci na trajetória do Mestrado.

Aos meus colegas que conheci durante a pós-graduação pelo incentivo e apoio em alguns

momentos difíceis, Ana Paula, Elter, Tracy, Táric, Milca....

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Aos meus amigos, Anyelle, Camila, Tainá, Polliana, Letícia, Hyanne e Patrícia pela

compreensão em todas as minhas ausências, nos momentos de mau humor, angústia e incontáveis

reclamações.

Aos professores Dr. Fernando Paranaíba Filgueira e o Dr Ricardo

Santa Rita pelas valiosas contribuições dadas ao meu trabalho durante a qualificação.

Aos professores Dr. Claudemir Batalini e o Dr Ricardo

Santa Rita pelas valiosas contribuições dadas ao meu trabalho durante a defesa.

A todos vocês, meu eterno muito obrigada!!

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“Confie no SENHOR de todo o seu coração e não

se apóie em seu próprio entendimento; reconheça o

SENHOR em todos os seus caminhos, e ele

endireitará as suas veredas.”

Provérbios 3-5-6

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RESUMO

O polimorfismo é a capacidade de um elemento ou composto em cristalizar-se em mais do

que uma espécie distinta de cristal, este afeta não apenas a velocidade com que uma

substância age no organismo, mas também sua estabilidade química ao longo do tempo.

Existe um grande problema que tem sido de importância considerável na indústria

farmacêutica, é o desenvolvimento de um novo fármaco. A realização dessa pesquisa se

justifica pelo fato de que, de acordo com a literatura, a forma cristalina ou presença de

polimorfismo alteram a solubilidade e as propriedades físico-químicas de fármacos, podendo

ser capazes de causar desvios de qualidade através da biodisponibilidade dos fármacos,

influenciando o desempenho dos medicamentos e a bioequivalência. O objetivo da pesquisa é

sintetizar e caracterizar formas cristalinas dos fármacos Glicosamina e Tolbutamida, desta forma

analisou-se o polimorfismo e a estrutura cristalina destes fármacos. Os experimentos foram

realizados no laboratório de desenvolvimento de novos fármacos da UFG/Regional Jataí,

onde se realizou os ensaios de cristalização para a obtenção de cocristais dos fármacos

Glicosamina e Tolbutamida. Foram escolhidos a Tolbutamida, fármaco utilizado como

hipoglicemiante oral e a Glicosamina usada no tratamento de artrose, reumatismo articular, e

regeneração de cartilagem danificada. A escolha destes teve como base a disponibilidade destas

substâncias no Laboratório de Desenvolvimento de Novos Fármacos da UFG/Regional Jataí, e o

fato de não terem sido, ainda, totalmente explorados na literatura. Foram realizados ensaios de

cristalização para obtenção de cocristais em diferentes solventes e caracterizadas as estruturas

por difração de raios X por monocristal (DRXM) e infravermelho (IV). As matérias primas

Glicosamina e Tolbutamida, foram adquiridas na Pharma/China Zhejiang Golden- Shell e

Sigma-AldrichCo., USA, respectivamente. Os comportamentos de solubilidade da

Glicosamina e Tolbutamida foram observados experimentalmente para os solventes: água

deionizada, metanol, etanol, isopropanol, butanol, acetona, dimetil-formamida, acetato de etila, éter

etílico, acetonitrila, clorofórmio, diclorometano, THF, hexano e heptano.Observou-se que a

Glicosamina é pouco solúvel nos solventes água deionizada, isopropanol, butanol, dimetil-formamida

e clorofórmio à temperatura ambiente, após aquecimento das soluções a Glicosamina, apresentou ser

solúvel apenas em água deionizada. Entretanto, é insolúvel nos solventes: metanol, etanol, acetona,

acetato de etila, éter etílico, acetonitrila, diclorometano, THF, hexano, heptano. Nos resultados de

ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de Glicosamina, a partir da solução de

Glicosamina e água deionizada com ácido salicílico e outros solventes obteve a formação do

ácido 2-aminobenzoico. Observou- se que a Tolbutamida se solubiliza, à temperatura ambiente, em

metanol, etanol, isopropanol, acetona, dimetil-formamida, acetato de etila, acetonitrila, clorofórmio,

diclorometano e THF. É pouco solúvel nos solventes: água deionizada, butanol e éter etílico e

insolúvel nos solventes hexano e heptano e passou a ser solúvel em butanol após aquecimento. Nos

resultados de ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de Tolbutamida, a partir da

solução de Tolbutamida e metanol com o ácido salicílico nos solventes metanol,

etanol,isopropanol, acetonitrila e diclorometano, obteve-se a formação do ácido 2-

aminobenzoico, porém não houve cristalização nos solventes acetato de etila, clorofórmio e

THF. Nos resultados de ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de Tolbutamida, a

partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido salicílico nos solventes, etanol, acetato

de etila, acetonitrila, diclorometano e THF, obteve a formação do ácido 2-aminobenzoico,

porém não houve cristalização nos solventes metanol, isopropanol e clorofórmio. Nos ensaios

de cristalização foram encontrados o polimorfo I e o polimorfo III da Tolbutamida. Nos

resultados de ensaios de cristalização para obter cocristais da solução de Tolbutamida, a partir

da solução de Tolbutamida e etanol com ácido maleico nos solventes metanol e acetato de

etila ocorreu a cristalização da Tolbutamida no sistema monoclínico e no grupo espacial

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P21/n, enquanto nos solventes butanol,acetona e THF, ocorreu a cristalização da Tolbutamida

no sistema ortorrômbico e no grupo espacial Pna21. Nos ensaios realizados com ácido

tartárico e ácido oxálico, temos fortes evidências da formação de cocristais de Tolbutamida

com ácido oxálico e Glicosamina com ácido tartárico, constatadas pelas medidas de

Espectroscopia de Infravermelho.

Palavras-chaves: Polimorfismo, cocristal, agente cocristalizante, Glicosamina e

Tolbutamida.

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ABSTRACT

Polymorphism is the capability of an element or compound in crystallizing itself into more

than one distinct crystal species, it affects not only the speed in which a substance acts in the

organism, but also its chemical stability along time. There is a great problem that has been of

considerable importance in the pharmaceutical industry, it is the development of a new drug.

The realization of this research is justified by the fact that, according to the literature, the

crystalline form or presence of polymorphism alters the solubility and the physical-chemical

properties of drugs, being able to cause deviations of quality by the bioavailability of drugs,

influencing the performance of the medicines and the bioequivalence. The objective of the

research is to synthesize and characterize crystalline forms of the drugs Glicosamine and

Tolbutamide, therefore having the polymorphism and the crystalline structure of these drugs

analyzed. The experiments were performed in the Laboratory of Development of New Drugs

of UFG/Regional Jataí, where the essays of crystallization for the obtainment of cocrystals of

the drugs Glicosamine and Tolbutamide were performed. I was chosen the Tolbutamide, drug

used as oral hypoglycemic agent and the Glycosamine used in the treatment of arthrosis,

articular rheumatism and regeneration of damaged cartilage. The choice of these had as basis

the availability of these substances in the Laboratory of Development of New Drugs of

UFG/Regional Jataí, and the fact of not having been, yet, totally explored by the literature.

Essays of crystallization for obtainment of cocrystals in different solvents were performed and

the structures were characterized by monocrystal X-ray diffraction (MXRD) and Infra-red.

The raw material Glicosamine and Tolbutamide were acquired at Pharma/China Zhejiang

Golden- Shell and Sigma-Aldrich Co., USA, respectively. The behavior of solubility of

Glicosamine and Tolbutamide were observed experimentally in the solvents: deionized water,

methanol, ethanol, isopropyl alcohol, butyl alcohol, acetone, dimethyl formamide, ethyl

acetate, ethyl ether, acetonitrile, chloroform, dichloromethane, tetrahydrofuran, hexane and n-

heptane. It has been observed that Glicosamine is slightly soluble in the solvents deionized

water, isopropyl alcohol, butyl alcohol, dimethyl formamide, and chloroform at room

temperature, after the heating of the solutions, Glicosamine was only soluble in deionized

water. However, it is insoluble in the solvents: methanol, ethanol, acetone, ethyl acetate, ethyl

ether, acetonitrile, dichloromethane, tetrahydrofuran, hexane and n-heptane. In the results of

the essays of crystallization for obtainment of cocrystals of Glicosamine, from the solution of

Glicosamine and deionized water with salicylic acid and other solvents there was the

formation of 2-aminobenzoic acid. It was observed that the Tolbutamide is soluble, at room

temperature, in methanol, ethanol, isopropyl alcohol, acetone, dimethyl formamide, ethyl

acetate, acetonitrile, chloroform, dichloromethane and tetrahydrofuran. It is slightly soluble in

the solvents: deionized water, butyl alcohol, ethyl ether and insoluble in the solvents hexane

and n-heptane and became soluble in butyl alcohol after heating. In the results of

crystallization for obtainment of cocrystals of Tolbutamide, from the solution of Tolbutamide

and methanol with salicylic acid in the solvents methanol, ethanol, isopropyl alcohol,

acetonitrile and dichloromethane, there was the formation of 2-aminobenzoic acid, however,

there was no crystallization in the solvents ethyl acetate, chloroform and tetrahydrofuran. In

the results of the essays of crystallization for obtainment of cocrystals of Tolbutamide, from

the solution of Tolbutamide and ethanol with salicylic acid in the solvents ethanol, ethyl

acetate, acetonitrile, dichloromethane and tetrahydrofuran there was the formation of 2-

aminobenzoic acid, however, there was no crystallization in the solvents methanol, isopropyl

alcohol and chloroform. In the essays of crystallization it was found the polymorph I and the

polymorph III of Tolbutamide. In the results of the essays of crystallization for obtainment of

cocrystals of the solution of Tolbutamide, from the solution of Tolbutamide and ethanol with

maleic acid in the solvents methanol and ethyl acetate there was the crystallization of

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Tolbutamide in the monoclinic system and in the spatial group𝑃21/n group, while in the

solvents butyl alcohol, acetone and tetrahydrofuran, there was the crystallization of

Tolbutamide in the orthorhombic system and spatial group in the 𝑃𝑛𝑎21. The essays

performed with tartaric acid and oxalic acid have great evidence of the formation of cocrystals

of Tolbutamide with oxalic acid and Glicosamine with tartaric acid, identified by the

measures of Infrared Spectroscopy.

Keywords: Polymorphism, cocrystal, cocrystallizing agent, Glicosamine, Tolbutamide.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dados das celas unitárias_______________________________________ 57

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida

(Polimorfo I) ______________________________________________________ 59

Gráfico 2-Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida

(Polimorfo II)______________________________________________________ 60

Gráfico 3- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Glicosamina____ 61

Gráfico 4- Espectro de absorção na região do Infravermelho do Ácido Oxálico__ 62

Gráfico 5- Espectro de absorção na região do Infravermelho do Ácido Tartárico_ 62

Gráfico 6- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Glicosamina a

partir da solução de Glicosamina e água deionizada com ácido tartárico e etanol

acrescentado 10 gotas de Hidróxido de Sódio (NaOH)______________________ 63

Gráfico 7- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a

partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e metanol_________ 64

Gráfico 8- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a

partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e THF, acrescentado

3 gotas de Hidróxido de amônio (NH4OH)________________________________ 65

Gráfico 9- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a

partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e THF, acrescentado

10 gotas de Hidróxido de amônio (NH4OH)_______________________________ 65

Gráfico 10- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a

partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e THF, acrescentado

1 gota de Hidróxido de potássio (KOH)__________________________________ 66

Gráfico 11- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a

partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e etanol___________ 67

Gráfico 12- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a

partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e acetato de etila

acrescentado 1 gota de Hidróxido de potássio (KOH)_______________________ 68

Gráfico 13- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a

partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e acetato de etila

acrescentado 3 gotas de Hidróxido de amônio (NH4OH)_____________________ 69

Gráfico 14- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a

partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e THF acrescentado

2 gotas de Hidróxido de potássio (KOH)_________________________________ 70

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Sistemas cristalinos e as 14 redes de Bravais____________________ 35

Quadro 02 - Os 7 sistemas cristalinos e as 14 redes de Bravais_________________ 36

Quadro 03 - Ensaios dos cocristais do fármaco Glicosamina com o agente

cocristalizante ácido salicílico___________________________________________ 42

Quadro 04 – Ensaio dos cocristais do fármaco Glicosamina com o agente

cocristalizante ácido maleico____________________________________________ 43

Quadro 05- Ensaios dos cocristais do fármaco Tolbutamida com o agente

cocristalizante ácido salicílico___________________________________________ 45

Quadro 06- Ensaios dos cocristais do fármaco Tolbutamida com o agente

cocristalizante ácido maleico____________________________________________ 46

Quadro 07 - Determinação da solubilidade da Glicosamina (p.f 150°C)__________ 49

Quadro 08 - Determinação da solubilidade da Tolbutamida (p.f 128.5-129.5 °C)__ 50

Quadro 09 - Resultados de ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de

Glicosamina, a partir da solução de Glicosamina e água deionizada com ácido

salicílico e outros solventes_____________________________________________ 51

Quadro 10 - Resultados de ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de

Glicosamina, a partir da solução de Glicosamina e água deionizada com ácido

maleico e outro solventes______________________________________________ 53

Quadro 11 - Resultados de ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de

Tolbutamida, a partir da solução de Tolbutamida e metanol com ácido salicílico e

outros solventes______________________________________________________ 53

Quadro 12 - Resultados de ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de

Tolbutamida, a partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido salicílico e

outros solventes______________________________________________________ 55

Quadro 13 - Resultados de ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de

Tolbutamida, a partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido maleico e

outros

solventes____________________________________________________________ 56

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura química da Tolbutamida (classe das Sulfonilureias)__________ 24

Figura 2 - Estrutura química da Glicosamima_______________________________ 25

Figura 3 - Classificação da forma sólida do IFA baseado na estrutura e composição_ 28

Figura 4 - Estruturas químicas de Glicosamina, Tolbutamida, ácido salicílico, ácido

maleico, ácido oxálico e ácido tartárico_____________________________________ 40

Figura 5 - Reação de síntese da Glicosamina com o ácido salicílico formando o

ácido 2-aminobenzoico_________________________________________________ 52

Figura 6 - Reação de síntese da Tolbutamida com o ácido salicílico formando ácido

2-aminobenzoico______________________________________________________ 54

55

Figura 7- Estrutura da Tolbutamida e Glicosamina mostrando as ligações de

interesse na Espectroscopia no

Infravermelho_________________________________________________________ 58

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LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIAÇÕES

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

API’s Active Pharmaceutical Ingredient

CED Calorimetria Exploratória Diferencial

DCB Denominação Comum Brasileira

DCI Denominação Comum Internacional

DM Diabete Mellitus

DNA Ácido Desoxirribonucleico

DRXM Difração de raios X por monocristal

DRXP Difração de raios X por pó

FTIV Espectroscopia de absorção no infravermelho com transformada de Fourrier

GAG’s Glicosaminoglicanos

IFA’s Insumos Farmacêuticos Ativos

IV Espectroscopia por Absorção na região do Infravermelho

KBr Brometo de potássio

MEV Microscopia Eletrônica de Varredura

OMS Organização Mundial da Saúde

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

RMN Ressonância Magnética Nuclear

TG Análise Termogravimétrica

THF Tetrahidrofurano

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SUMÁRIO

RESUMO...............................................................................................................................

ABSTRACT...........................................................................................................................

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................... x

LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................................................... xi

LISTA DE QUADROS ................................................................................................................ xii

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................. xiii

LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIAÇÕES ........................................................... xiv

1.INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 17

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................... 20

3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 37

4.OBJETIVOS ............................................................................................................................. 38

4.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................. 38

4.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................................... 38

5. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 39

5.1 MATERIAL ........................................................................................................................... 39

5.2 MÉTODOS ............................................................................................................................. 39

5.2.1 Reagentes e amostras dos fármacos .................................................................................. 39

5.2.2 Avaliação da solubilidade dos fármacos Glicosamina e Tolbutamida .......................... 41

5.2.3 Preparações dos fármacos Glicosamina e Tolbutamida ................................................. 41

5.2.4 Preparações dos cocristais do fármaco Glicosamina ...................................................... 41

5.2.4.1 Preparações dos cocristais do fármaco Glicosamina com o agente cocristalizante ácido

salicílico ........................................................................................................................................ 41

5.2.4.2 Preparações dos cocristais do fármaco Glicosamina com o agente cocristalizante ácido

maleico .......................................................................................................................................... 42

5.2.4.3 Preparações dos cocristais do fármaco Glicosamina com o agente cocristalizante ácido

oxálico ........................................................................................................................................... 43

5.2.4.4 Preparações dos cocristais do fármaco Glicosamina com o agente cocristalizante ácido

tartárico ......................................................................................................................................... 44

5.2.5 Preparações dos cocristais do fármaco Tolbutamida ...................................................... 44

5.2.5.1 Preparações dos cocristais do fármaco Tolbutamida com o agente cocristalizante ácido

salicílico ........................................................................................................................................ 44

5.2.5.2 Preparações dos cocristais do fármaco Tolbutamida com o agente cocristalizante ácido

maleico .......................................................................................................................................... 45

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5.2.5.3 Preparações dos cocristais do fármaco Tolbutamida com o agente cocristalizante ácido

oxálico ........................................................................................................................................... 46

5.2.5.4 Preparações dos cocristais do fármaco Tolbutamida com o agente cocristalizante ácido

tartárico ......................................................................................................................................... 46

5.2.6 Difração de raios X por monocristal (DRXM) ................................................................. 47

5.2.7 Preparação dos Polimorfos de Tolbutamida .................................................................... 47

5.2.8 Espectroscopia por Infravermelho (IV) ........................................................................... 48

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 49

6.1 Avaliação das Solubilidades dos Fármacos Glicosamina e Tolbutamida em vários

Solventes ....................................................................................................................................... 49

6.1.1 Glicosamina ......................................................................................................................... 49

6.1.2 Tolbutamida ........................................................................................................................ 50

6.2 Ensaios de Cocristalização dos Fármacos Glicosamina e Tolbutamida ........................... 51

6.2.1 Glicosamina com Ácido Salicílico ..................................................................................... 51

6.2.2 Glicosamina com Ácido Maleico ....................................................................................... 53

6.2.3 Tolbutamida com Ácido Salicílico..................................................................................... 53

6.2.4 Tolbutamida com Ácido Maleico ...................................................................................... 56

6.3. Dados de Difração de Raios X por monocristal..................................................................57

6.4 Resultados de Espectroscopia de Absorção no Infravermelho...........................................57

7. CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 71

REFERÊNCIAS............................................................................................................................73

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Introdução Página17

1.INTRODUÇÃO

Desde o aparecimento do homem na Terra, este busca encontrar soluções para

abrandar ou cessar suas dores e doenças, para isso ele se valeu da natureza como fonte de

substâncias terapêuticas, o que perdura até os dias atuais.

Os primeiros alcaloides extraídos de plantas e destinados a diversas enfermidades

foram descobertos no século passado, através do desenvolvimento da Química e Ciências

afins, juntamente com o interesse do homem em isolar os princípios ativos de plantas ou

animais, responsáveis pela atividade biológica neles ressaltada.

Além disso, com os avanços da Química Orgânica sintética e da Química

Analítica tornou-se possível a síntese de moléculas antes provenientes de fontes naturais,

especialmente vegetais, e também daquelas não encontradas na natureza. A estimativa é que

até a época atual tenham sido identificadas mais de 5 milhões de substâncias químicas, das

quais cerca de 63.000 são de uso corrente, no qual 6.000 são fármacos (FERREIRA, 2010).

De acordo com esse autor, muitos fármacos foram descobertos ao acaso. A

penicilina é um exemplo clássico desse modelo de descoberta. Esse antibiótico foi descoberto

por Alexander Fleming em 1928, sendo a penicilina G, ou benzilpenicilina descrita em 1929

como agente antibiótico, porém somente foi introduzida como agente terapêutico nos anos de

1940, o que estimulou a pesquisa intensiva de substâncias que possui atividade antibiótica e a

busca de novos fármacos.

Os anos compreendidos entre 1930 e 1940 ficaram conhecidos como a década

dessas pesquisas, que ainda perdura até os dias atuais. Em consequência disso, foram isolados

e identificados, até os dias de hoje, mais de 6.000 antibióticos.

De acordo com Ferreira (2010), na relação dos fármacos essenciais da

Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1990, a maioria dos fármacos era de origem

sintética (produzidos unicamente por manipulações químicas em laboratório e não dependem

de substâncias animais e vegetais como matéria prima) e semissintética (são sintetizadas a

partir de produtos naturais, quimicamente alterados em laboratório).

Os medicamentos alopáticos de origem sintéticas no Brasil são divididos em três

classificações de acordo com o registro junto à ANVISA (Agência Nacional de Vigilância

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Introdução Página18

Sanitária) que inclui os medicamentos similares, medicamentos genéricos e medicamentos de

referência.

A Tolbutamida, medicamento utilizado como hipoglicemiante oral, é uma

substância que apresenta polimorfismo, possui formas cristalinas descritas na literatura,

possibilitando novos estudos a respeito deste fármaco (SOUZA, 2005).

Dentre o grupo de hipoglicemiantes empregados no tratamento de Diabete

Mellitus (DM) tipo II não insulino-dependente, a Tolbutamida continua dentre os fármacos de

escolha no México e outros países em desenvolvimento. A sua utilidade deriva principalmente

no tratamento hipoglicemiante de pessoas com idade avançada e pacientes com insuficiência

renal e hepática. Apesar deste fármaco não constar na Lista de Medicamentos Similares

pertencentes à RDC 58/2014 que tem como finalidade regulamentar a intercambialidade entre

medicamentos genéricos e similares (BRASIL, 2014).

A Glicosamina é encontrada no organismo na forma de Glicosamina 6-fosfato.

Acredita-se que a Glicosamina participa como substrato na síntese de glicosaminoglicanos

(GAGs), proteoglicanos e hialuronato da cartilagem articular, age no condrócito ao inibir a

síntese de metaloproteases e estimula a síntese de proteoglicanos. Existem 3 tipos de

Glicosaminas disponíveis no mercado:

- Glicosamina sulfatada (retirada da casca do camarão);

- Glicosaminahidrolítica (retirada da casca do carangueijo);

- Glicosamina sintética (sulfatada).

Alguns estudos mostram que a Glicosamina é melhor do que o placebo para

promover melhoria sintomática podendo diminuir a velocidade de progressão do

estreitamento articular na osteoartrose. (LOPES JÚNIOR; INÁCIO, 2013). Apesar dessas

características, não se sabe se a Glicosamina apresenta polimorfismo.

O polimorfismo é a capacidade de um elemento ou composto em cristalizar-se em

mais do que uma espécie distinta de cristal. Existe um grande problema que tem sido de

importância considerável na indústria farmacêutica, é o desenvolvimento de um novo

fármaco.

Apesar do fenômeno polimorfismo, ser conhecido há mais de dois séculos, o setor

farmacêutico começou a estudá-lo com mais ênfase em 1960, sendo que no Brasil existem

poucas referências encontradas desde 1950, e apenas 2 publicações redigidas em português na

pesquisa bibliográfica, uma em 1999 e outra em 2005 (ARAÚJO et al, 2012).

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Introdução Página19

Assim, o objetivo principal desta pesquisa foi sintetizar e caracterizar formas

cristalinas dos fármacos Glicosamina e Tolbutamida. Nesse sentido, foram realizados ensaios de

cristalização para obtenção de cocristais em diferentes solventes, caracterização

espectroscópica nos compostos resultantes com Espectroscopia de absorção no Infravermelho

com transformada de Fourrier (FTIV), e caracterização das estruturas de cocristais por

difração de raios X por monocristal (DRXM).

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Revisão de Literatura Página20

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Medicamentos Similares, Genéricos e de Referência

De acordo com a Lei 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, que dispõe sobre a

Vigilância Sanitária, estabelece o medicamento genérico e dispõe sobre a utilização de nomes

genéricos em produtos farmacêuticos, os medicamentos encontram classificados em

Similares, Genéricos e de Referência. O primeiro é aquele que contém o mesmo ou os

mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de

administração, posologia e indicação terapêutica,preventiva ou diagnóstica,do medicamento

de referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir

somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade,

embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome

comercial ou marca (BRASIL, 1999).

O segundo é aquele similar a um produto de referência ou inovador, que se

pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da

proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia,

segurança e qualidade, e designado pela Denominação Comum Brasileira (DCB) ou, na sua

ausência, pela Denominação Comum Internacional (DCI) e os Medicamentos de Referência

são aqueles produtos inovadores, registrados no órgão federal responsável pela vigilância

sanitária, e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas

cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro(BRASIL, 1999).

Por meio dessas comprovações pode se perceber que os medicamentos similares e

genéricos permitem assumir eficácia e segurança que se assemelha ao medicamento de

referência adotado.

Essa Resolução define também o que é um produto farmacêutico intercambiável,

bioequivalência e biodisponibilidade. Sendo o primeiro, o produto equivalente terapêutico de

um medicamento de referência, comprovado, essencialmente, os mesmos efeitos de eficácia e

segurança (BRASIL, 1999).

Bioequivalência consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre

produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição

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Revisão de Literatura Página21

qualitativa e quantitativa de princípio(s) ativo(s), e que tenham comparável

biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental e

biodisponibilidade é o que indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio ativo

em uma forma de dosagem, a partir de sua curva concentração/tempo na circulação sistêmica

ou sua excreção na urina (BRASIL, 1999).

De acordo com Souza (2005) estabilidade física e química, solubilidade e

processabilidade são parâmetros significativos quando as estruturas polimórficas do fármaco

apresentam diferenças físico-químicas que podem alterar o comportamento da molécula em

um meio biológico e modificar sua biodisponibilidade.

Atualmente, biodisponibilidade possui dois conceitos, um que se refere a

circulação sanguínea e outro, mais amplo que inclui distribuição e locais de ação da droga. No

primeiro caso, de sentido restrito, a biodisponibilidade indica a porção da droga que alcança a

circulação geral, em forma inalterada, após sua administração. Ou seja, representa a

quantidade da droga disponível para ser utilizada pelo organismo. A biodisponibilidade

também indica a velocidade com que a droga atinge o sangue (SILVA, 2010a).

Em 2003 a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC no134/2003, estabeleceu

critérios para a adequação dos medicamentos similares já registrados e comercializados no

Brasil. Com o objetivo de determinar e comprovar a equivalência terapêutica entre o

medicamento similar registrado e o seu respectivo medicamento de referência, essa Resolução

obrigou os detentores de registro de medicamentos similares a apresentarem estudos

comparativos com o medicamento de referência tais como, equivalência farmacêutica, perfil

de dissolução e bioequivalência/biodisponibilidade relativa (BD/BE), se aplicável ao fármaco

e forma farmacêutica (BRASIL, 2003a).

No caso de ocorrência de polimorfismo, de acordo com a legislação brasileira de

registros de medicamentos novos e genéricos, Resolução - RDC nº 135 e 136 de 29 de maio

de 2003, está comprovado que a empresa deve informar à ANVISA sobre a ocorrência deste

fenômeno, mostrando a metodologia utilizada para sua detecção (BRASIL, 2003b;2003c).

Quatro anos mais tarde, foi publicada a Resolução RDC 17/2007 aprovando o

Regulamento Técnico para registro de Medicamento Similar que apresenta todos os pré-

requisitos necessários para o registro deste tipo de medicamento (BRASIL, 2007).

Em 2014, por meio da RDC 58/2014, ficou determinada a disponibilização no

sítio eletrônico da Agência da relação dos medicamentos similares indicando os

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Revisão de Literatura Página22

medicamentos de referência com os quais são intercambiáveis para fins de consulta pela

população por profissionais de saúde ou qualquer outro interessado possibilitando, por

exemplo, ao farmacêutico a consulta à Agência, antes de realizar a troca/substituição desses

medicamentos (BRASIL, 2014).

Para além do que trata a legislação referente aos fármacos vale dizer que na

atualidade, muitos dos fármacos disponíveis, resultaram da extração de fontes naturais tais

como: quinina, morfina, cocaína, emetina, reserpina, atropina, efedrina, pilocarpina e

tubocurarina. Alguns são preparados usando a tecnologia de DNA recombinante tais como: a

insulina, a eritropoietina, a alteplase, os interferons, as interleucinas e a somatotrofina

(FERREIRA, 2010).

Outros fármacos têm sido extraídos a partir de produtos retirados de espécies

marinhas tais como: os esteroides de estruturas diferentes extraídos da estrela-do-mar e de

esponjas, alguns antineoplásicos e antivirais de atividade promissora, entre outros

quimioterápicos, vêm sendo extraídos de plantas como o antineoplásico taxol indicado contra

o câncer de mama (FERREIRA, 2010).

Alguns fármacos são pouco disponíveis para certas doenças, no entanto, o

emprego crescente da simulação computacional no planejamento de novos fármacos visa

melhorar à busca de alternativas terapêuticas para tais enfermidades.

O período de tempo que transcorre entre o reconhecimento do problema, e

consequente concepção da estratégia de ataque a ele, e a introdução de um medicamento na

terapêutica varia de 10 a 12 anos. São muitas as etapas a serem cumpridas até que o

medicamento se encontre disponível para a população ou para os profissionais de saúde.

De acordo com Silva (2010b, p. 05), “a palavra fármaco vem do grego

pharmakon, que significa não apenas a substância de uso terapêutico, mas também veneno,

feitiço e influência sobrenatural ou mística, e é usada como sinônimo de droga-

medicamento”.

O princípio ativo de um medicamento, produto farmacêutico, tecnicamente obtido

e elaborado, com características profiláticas, curativas, paliativas ou para fins de diagnóstico é

definido como uma substância química denominada fármaco (SOUZA, 2005).

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Revisão de Literatura Página23

2.2 Hipoglicemiantes orais: biguanidas e sulfonilureias

Os fármacos que possuem o poder de diminuir o nível de glicose no plasma

sanguíneo são conhecidos como hipoglicemiantes. São de uso oral e largamente utilizado na

elaboração dos medicamentos para tratamento do Diabete Mellitus tipo II.

Os hipoglicemiantes orais são classificados por dois grupos: biguanidas e

sulfonilureias, as biguanidas reduz a absorção de glicose ao nível do trato gastrointestinal e as

sulfonilureias agem estimulando as células beta das ilhotas de Langerhans para a secreção de

insulina empregada no tratamento de Diabete Mellitus (DM) tipo II não insulino-dependente,

que ainda têm capacidade pancreática para secretar insulina (ZACARELLI, 1987).

As sulfonilureias são ácidos considerados fortes e que circulam ligados às

proteínas plasmáticas (70 a 90%, principalmente a albumina), são metabolizadas no fígado

para compostos inativos (tolbutamida, tolazamida, glipizida, glibenclamida) ou compostos

ativos (aceto-hexamida e clorpropamida), possuem absorção rápida e completa e são

excretados na urina, especialmente por secreção tubular. Elas apresentam a seguintes

diferenças terapêuticas: duração de ação, meia-vida de eliminação e potência. Embora sejam

derivados sulfonamídicos, elas não possuem atividade antibacteriana (RAMALHO; LIMA,

2010).

Segundo Zacarelli (1987), com exceção da gliquidona, as sufonilureias são

eliminadas por via renal, portanto contraindicadas em pacientes urêmicos. Existem as de

primeira geração, com ação mais prolongada e as de segunda geração, 10 a 20 vezes mais

potentes e com meia vida plasmática mais curta.

As sulfonilureias diminuem a glicemia tanto no indivíduo diabético quanto em

não diabéticos, são indicadas em pacientes diabéticos que ainda dispõem de massa de células

beta funcionantes, são usadas em pacientes com DM tipo II não obesos de início na idade

adulta, estáveis, resistentes à cetose, e que não obtiveram o controle adequado apenas com

dieta e exercício ou que necessitam de pequenas doses de insulina. Nos obesos, não são

medicações de primeira linha, já que esses pacientes podem ser mais bem tratados com dieta,

redução ponderal e biguanidas, mas podem ser necessárias ao longo da doença (RAMALHO;

LIMA, 2010).

Os hipoglicemiantes orais propriamente dito ou secretagogos, que incluem as

sulfonilureias, são contraindicadas em pacientes que desenvolvem cetose em situações de

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Revisão de Literatura Página24

estresse, como por exemplo cirurgia, trauma, infecção e gestação, pacientes com Diabete tipo

I e disfunção hepática ou renal (RAMALHO; LIMA, 2010).

A clorpropamida, aceto-hexamida, tolbutamida e tolazamida são as sulfonilureias

de primeira geração enquanto a glibenclamida, glipizida, glicazida de segunda geração e

glimepirida, considerada de terceira geração para alguns autores (RAMALHO; LIMA, 2010).

2.3 Fármacos de Interesse

2.3.1 Tolbutamida

A Tolbutamida pertence à família das sulfonilureias de primeira geração, possui

um substituintesulfona ligado a um grupo uréia, diferentes sulfonilureias possuem distintos

substituintes R1 e R2 com potência hipoglicemiante oral variável (RAMALHO; LIMA,

2010).

Figura 1- Estrutura química da Tolbutamida (classe das Sulfonilureias).

Este fármaco tem o poder de causar o aumento da secreção de insulina e redução

do limiar de sensibilidade das células beta à glicose. Por seus efeitos extra-pancreáticos, é

capaz de reduzir a resistência dos tecidos periféricos à insulina. Após sua administração oral,

a Tolbutamida é totalmente absorvida pela mucosa digestiva. Possui elevada taxa de ligação

com proteínas plasmáticas (95%) e biodisponibilidade ampla (85% a 100%). Sofre ativa

biotransformação metabólica hepática, sendo sua eliminação feita por vias renal (85%) e biliar

(9%).

R2

R1

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Revisão de Literatura Página25

2.3.2 Glicosamina

De acordo com a bula do Sulfato de Glicosamina, elaborada pela Embrafarma

(2009), encontrada no site do fabricante, a Glicosamina é uma substância de ocorrência

natural (aminoaçúcar), produzida pelo organismo humano no interior de células chamadas

condrócitos a partir de moléculas de glicose, na presença de glutamina (aminoácido

essencial).

Figura 2 - Estrutura química da Glicosamima.

A Glicosamina age como anti-inflamatório e está envolvida na formação da

cartilagem articular, inibe as enzimas responsáveis pela degradação dos condrócitos e

aumentam a secreção de glicoaminoglicanos e proteoglicanos, além de promover a

lubrificação entre a membrana sinovial e a cartilagem, auxilia no tratamento da artrose,

primária ou secundária (dor e limitação do movimento), reumatismo articular, fortalecimento

dos tecidos de conectividade e regeneração de cartilagem danificada, além de ajudar na

recuperação de lesões (EMBRAFARMA, 2009).

2.4 Polimorfismo

Em 1822, o químico alemão Eilhard Mitscherlich atribuiu a si, a criação do termo

polimorfismo (HALEBLIAN; MCCRONE, 1969), contudo, segundo Bernstein (2002), esse

termo havia sido utilizado pela primeira vez em 1656.

Para Brittain (1999) e Bernstein (2007), quando existem diferentes estados da

matéria, com distintas propriedades físicas, estruturais e termodinâmicas, denomina-se

polimorfismo, que vem do grego, e significa poli = muitos e morf= forma.

O

OHOH

OH

NH2

CH2OH

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De acordo com McCrone (1965, apud BERNSTEIN, 2007) quando a molécula é

capaz de apresentar várias formas cristalinas, através dos aspectos químicos,

supramoleculares e conformacionais, isto facilita o fenômeno chamado de polimorfismo,

caracterizado pela habilidade de uma espécie química em cristalizar em conformações e/ou

arranjos cristalinos diferentes.

Algumas formas polimórficas no estado sólido podem apresentar diferenças nas

propriedades como ponto de fusão, solubilidade, índice de refração, calor de fusão, densidade,

dureza, condutividade, cristalinidade, estabilidade, cor, higroscopicidade e perfil de

dissolução, no entanto apresentam as mesmas propriedades físicas no estado líquido e gasoso

(BOTTOM, 1999; GIRON, 1995).

Polimorfismo pode ser classificado por duas vertentes: por empacotamento e

conformacional. Na segunda vertente, ocorre quando várias estruturas cristalinas possuem

moléculas com conformações distintas (LOHANI; GRANT, 2006). De acordo com Silva

(2010), o polimorfismo conformacional ocorre quando as moléculas que estão

conformacionalmente flexíveis são capazes de empacotarem em diferentes estruturas

cristalinas, caracterizadas por diferentes conformações. Já o polimorfismo por empacotamento

também conhecido como polimorfismo orientacional, ocorre quando as moléculas rígidas

conformacionalmente podem empacotar-se em diferentes estruturas tridimensionais.

Vippagunta, Brittain e Grant (2001) e Rodriguez-Spong et al (2004) relatam que

pode haver distinções quanto ao empacotamento, devido às interações intramolecular ou

intermolecular e diferenças entre as fases polimórficas ou conformação molecular.

Os polimorfos são designados por cada estado cristalino, e são nomeados com

número romano (polimorfo I), letras maiúsculas do alfabeto latino (forma A), e alfabeto grego

(β), porém não existe um sistema de convenção internacional para a nomenclatura dos

polimorfos (MELO, 2013).

2.5 Pseudopolimorfismo

De acordo com Souza (2005), pseudopolimorfismo se aplica em solvatos, hidratos

provenientes de uma cristalização e ocorre quando outras moléculas estão presentes na

estrutura cristalina e exibe a mesma composição química, formas e estruturas cristalinas

distintas.

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Revisão de Literatura Página27

Sais, cocristais, hidratos e solvatos são conhecidos como formas

pseudopolimórficas conhecidas como multicomponentes. Os sais são formados quando

sólidos iônicos ou moleculares apresentam um contraíon em sua estrutura cristalina, os

hidratos e solvatos são formados quando moléculas de água ou solvente estão agregadas as

moléculas do sólido, cocristais são estruturas homogêneas que contém dois ou mais

compostos neutros, conectados por interações intermoleculares em uma dada estrutura

cristalina.

De acordo com Haleblian e Mccrone, 1969; Bernstein et al., 1999, citados por

Melo (2013), a indústria de fármacos reconheceu a importância do polimorfismo e

pseudopolirmofismo no fim da década de 1960. Entretanto, esse reconhecimento é atual, e se

deve ao surgimento de uma forma polimórfica do insumo farmacêutico ativo Ritonavir.

Assim, essa descoberta, proporcionou suporte para novos estudos a respeito de

polimorfos e pseudopolimorfos e contribuiu para que as indústrias farmacêuticas

incorporassem métodos e normas para a caracterização e entendimento destes, além de

proporcionar melhoras significativas nas propriedades físicas e químicas de um insumo

farmacêutico ativo (IFA).

2.6 Insumo Farmacêutico ativo/ Ingrediente farmacêutico ativo (IFA’s)

O ingrediente farmacêutico ativo (IFA), conhecido no inglês, como Active

Pharmaceutical Ingredient (API) pode se apresentar em formas sólidas distintas de acordo

com a natureza química e a composição. Existem algumas formas conhecidas como cocristais,

hidratos, solvatos, sais, sólidos amorfos ou alguns compostos de inclusão. As propriedades

físico-químicas do insumo farmacêutico ativo administrado é um dos fatores importantes para

manter a eficácia terapêutica do medicamento.

De acordo com Paula (2012), os insumos farmacêuticos ativos (IFAs) ou fármacos

são substâncias que apresentam algum tipo de atividade farmacológica. São utilizados na

formulação de medicamentos e responsáveis pelos seus efeitos farmacológicos. A autora

afirma ainda que, atualmente, grande parte, dos medicamentos é produzida e comercializada

nas formas de comprimidos, cápsulas, drágeas e pílulas. Essas formas são mais compactas,

mais estáveis e de distribuição econômica, portanto, sua utilização é mais conveniente.

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Revisão de Literatura Página28

Baseando-se na estrutura e composição de um IFA encontra-se abaixo a

classificação da forma sólida do mesmo.

AMORFO

SÓLIDO CRISTALINO ÚNICO COMPONENTE

MULTICOMPONENTES

HIDRATOS

SAL

SOLVATOS POLIMORFOS

COCRISTAIS

Figura 3- Classificação da forma sólida do IFA baseado na estrutura e composição.

(Fonte: SEKHON, 2009).

Segundo Paula (2012), os IFA’s podem apresentar diferentes propriedades físico-

químicas, tais como morfologia, cor, estabilidade, solubilidade e biodisponibilidade e

inúmeras formas no estado sólido, de origem natural ou sintética, sendo:

i. Os polimorfos - (IFA’s com mesma fórmula química, mas diferente

estrutura cristalina);

ii. Os solvatos - (IFA’s com moléculas de solventes agregadas à sua rede

cristalina);

iii. Os sais - (IFA’s cristalizados com ácidos ou bases);

iv. Os cocristais - (IFA’s cristalizados com outras substâncias sólidas e

neutras em condições ambientes, inclusive cristalizados com outros

IFA’s);

v. Amorfos - (IFA’s com estruturas cristalinas desordenadas no espaço

tridimensional).

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Revisão de Literatura Página29

As diferenças de arranjos sólidos de um mesmo IFA apresentam padrões de

interação intermoleculares e intramoleculares distintos e, por conseguinte diferentes energias

de rede, resultando em propriedades químicas e físicas variadas desde a biodisponibilidade,

solubilidade, até a estabilidade da forma farmacêutica do comprimido (MORISSETTE et al.,

2004).

A interação entre um IFA e um coformador, ambos no estado sólido sem que

ocorra transferência de prótons entre as duas espécies, resulta em um cocristal farmacêutico.

Para manter a biodisponibilidade, processabilidade e estabilidade adequada, o

ingrediente farmacêutico ativo deve ser desenvolvido e comercializado com êxito, no entanto,

os IFA’s com atividade biológica desejada, raramente apresentam propriedades físicas para

atender todas as exigências.

A criação de sólidos moleculares na engenharia de cristais está ganhando um

interesse crescente dentro da indústria farmacêutica, porque permite a preparação de materiais

com propriedades físicas adaptadas (MIRZA et al., 2009).

De acordo com Paula (2012), a eficácia terapêutica está relacionada diretamente

com as características de cada insumo farmacêutico ativo no estado sólido. O entendimento e

controle da química dos IFAs, como a formulação dos produtos ou substâncias puras faz parte

do processo de desenvolvimento de novos fármacos.

Uma dificuldade para o desenvolvimento e fabricação de IFA’s é o desempenho

insatisfatório de compressão que estes apresentam. A morfologia do cristal é um atributo

essencial de materiais em pó que afeta a facilidade com a qual uma formulação farmacêutica

pode ser prensada na forma de um comprimido. Os cristais equidimensionais são geralmente

escolhidos na indústria farmacêutica, pois eles apresentam um bom processamento e

manuseio, possuem características tais como a fluidez e compactação. A morfologia na

engenharia de cristal é, portanto, uma ferramenta valiosa para melhorar as propriedades de

processamento de materiais sólidos para uma formulação específica. O controle da morfologia

do cristal pode ser alcançado através da seleção de solvente e/ou aditivos feitos sob medida.

Assim, a utilização de aditivos, como modificador da morfologia de cristais de

IFA’s é geralmente indicada devido a seu baixo custo, a eficiência da cristalização, a pureza

do cristal e os resultados obtidos no produto final. Além disso, empregar os excipientes

farmacêuticos como aditivos, representa a melhor alternativa prática para regulação dos

fármacos na indústria farmacêutica (MIRZA et al., 2009).

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Revisão de Literatura Página30

2.6.1 Características e propriedades

A análise do caráter ácido-base é bastante útil na condução de uma pesquisa por

cristais ou sais, para encontrar as condições termodinâmicas favoráveis para a síntese

supramolecular, algumas características devem ser observadas tais como: o caráter ácido-base

do agente cocristalizante, as características conformacionais, como possibilidade ou

impedimento rotacional, e a existência de funcionalidades supramoleculares, como grupos

doadores e receptores de hidrogênio, e interações entre sistemas π-π, Thalladi et al. (1998) e

Hunter e Sanders (1990).

As principais funcionalidades supramoleculares a serem observadas no exercício

de predição da viabilidade de cristais moleculares são a presença de grupos receptores e

doadores de ligações de hidrogênio intermoleculares, a existência de anéis aromáticos aptos a

interagirem através de contatos do tipo π-π e a presença de grupos hidrofóbicos (DESIRAJU;

KISHAN, 1989; DEY et al., 2005; THALLADI et al., 1998; VANGALA et al., 2003). Para

Cheney et al. (2007) uma etapa decisiva durante a seleção de agentes de cocristalização e

formadores de sais com maior possibilidade de formar modificações cristalinas durante

procedimentos laboratoriais é a etapa de observação de funcionalidades supramoleculares e

características conformacionais dos componentes do cristal. Esta etapa permite conhecer a

compatibilidade de cocristalização de diferentes fármacos dentro de uma fase cristalina.

As interações intermoleculares e as estruturas de cristal resultantes podem gerar

propriedades físicas e químicas que são diferentes das propriedades dos componentes

individuais. Tais propriedades incluem ponto de fusão, solubilidade, estabilidade química e

propriedades mecânicas que incluem o fluxo, endurecimento, força de tensão, e

compatibilidade.

Os síntons supramoleculares dentro da rede cristalina são formados a partir da

interação dos agentes cocristalizantes associados ao insumo farmacêutico ativo,

primeiramente através da interação por ligações de hidrogênio, ou alguma outra interação de

curto alcance (CLAVIJO, 2013).

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Revisão de Literatura Página31

2.7 Cocristal e Agente cocristalizante

A definição de um cocristal tem sido debatida no campo da cristalografia.

Cocristal é uma estrutura cristalina formada por dois ou mais componentes numa proporção

estequiométrica, onde cada componente é definido como um átomo, íon ou molécula.

Segundo Sekhon (2009), os cocristais incorporam moléculas farmaceuticamente

aceitáveis que participam da estrutura do cristal junto com o IFA, os cocristais tem chamado a

atenção como formas sólidas atrativas para o desenvolvimento de drogas. As propriedades

físico-químicas de produtos farmacêuticos podem ser melhoradas através da obtenção de

cocristais utilizando a cocristalização. Através da cocristalização os compostos

farmaceuticamente aceitáveis não afetam a atividade farmacológica do IFA, mas pode

melhorar as propriedades físicas tais como a solubilidade, higroscopicidade e a compactação.

Cocristais, solvatos e sais de fármacos possuem a finalidade de melhorar

determinada propriedade de estado sólido ligada ao processamento técnico de um fármaco

e/ou ao seu perfil farmacológico, sendo que os solvatos podem ser preparados por meio do

agrupamento de outras espécies, inorgânicas ou orgânicas, à estrutura cristalina do fármaco.

Estas espécies são provenientes do processo de obtenção das formações sólidas (AAKEROY;

FASULO; DESPER, 2007; BRITTAIN, 2009; STAHLY, 2007).

De acordo com Vishweshwar et al. (2005) são denominados cocristais as

modificações cristalinas em que fármacos cristalizam junto com outras espécies moleculares,

caso as espécies orgânicas sejam espécies neutras. Segundo Childs, Stahly e Park (2007), na

constatação da presença de cargas entre as unidades formadoras do cristal, a denominação

cocristal é substituída por sal.

Os componentes em um cocristal existem numa proporção estequiométrica

definida, e agrupam através de interações não covalentes tais como ligações de hidrogênio,

ligações iônicas, π - π ou van der Waals. Geralmente, os cocristais nos seu estado puro, são

sólidos à temperatura ambiente. Os cocristais podem ter diferenças nas propriedades em

relação aos cristais de componentes individuais. Além disso, os cocristais possuem estruturas

cristalinas diferentes dos componentes puros, contêm diferença na interação intermolecular

nos padrões de empacotamento, e muitas vezes eles apresentam propriedades físicas

superiores aos componentes puros. Os cocristais são uma alternativa aos sais, quando estes

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Revisão de Literatura Página32

não têm as propriedades no estado sólido adequadas ou não pode ser formado devido à

ausência de locais de ionização no IFA (SEKHON, 2009).

2.8 Métodos de Análise para determinação de Polimorfos e Pseudopolimorfos

Mesmo com certas dificuldades para a determinação prévia de formas

polimórficas, existem algumas técnicas para a caracterização no estado sólido que são

empregadas na identificação e elucidação estrutural de polimorfos como: Microscopia

eletrônica de varredura (MEV), calorimetria exploratória diferencial ou experimental (CED),

análise termogravimétrica (TG), espectroscopia por absorção na região do infravermelho (IV),

espalhamento Raman, ressonância magnética nuclear (RMN), difração de raios X por pó

(DRXP) e difração de raios X por monocristal (DRXM) são técnicas valiosas para a seleção

de possíveis candidatos a polimorfos (MARTINS, 2010).

2.8.1 Difração de Raios X

Segundo Vasconcelos (2014), o físico alemão Max Von Laue descobriu em 1912

a difração de raios X, possibilitando a realização de experimentos de difração, utilizando uma

estrutura cristalina como rede de difração em 3 dimensões, no entanto, foi William Henry

Bragg que mostrou em seguida a explicação para os feixes de raios X difratados por um

cristal. Este físico britânico criou a hipótese de que na difração de raios X, as ondas incidentes

são refletidas especularmente por planos paralelos ao longo do cristal, onde os ângulos de

incidência e de reflexão são iguais. Cada conjunto de planos do cristal reflete apenas uma

fração de radiação, dependente da densidade eletrônica embebida neste plano. Já os feixes de

difração são formados quando acontece uma interferência construtiva na reflexão dos planos.

A difração de raios X é bastante utilizada para a identificação de polimorfos. Na

difração de raios X por monocristal (DRXM), pode se avaliar a conformação das moléculas e

o empacotamento, enquanto na difração de raios X por pó (DRXP) não distingue

pseudopolimorfos e polimorfos verdadeiros diretamente, apesar de ser bastante útil para

distinguir alguns polimorfos gerando uma impressão digital da amostra (MELO, 2013).

A difração de raios X permite visualizar diferentes conformações estruturais nas

moléculas e as possíveis funcionalidades entre elas. Essas diferenças conformacionais podem

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Revisão de Literatura Página33

gerar organizações em grupos espaciais diferentes. São diversas as ferramentas àdisposição

para a elucidação da estrutura de um composto, entretanto muitas vezes dados espectrais

podem levar a interpretações equivocadas. A difração de raios X em monocristal configura a

mais poderosa técnica para determinação da estrutura cristalino-molecular de um composto,

oferecendo informações precisas a respeito de distâncias e ângulos de ligação.

2.8.2 Espectroscopia por absorção na região do infravermelho (IV)

Espectroscopia por absorção na região do infravermelho (IV) é um tipo de

espectroscopia de absorção, em que a energia absorvida é localizada na região do

infravermelho do espectro eletromagnético. Por meio dela se observa modos vibracionais

associados com a absorção de um composto na região do infravermelho do espectro, é

comumente utilizada para identificar um composto ou investigar a composição de uma

amostra.

Esta técnica tem sido usada na maior parte das investigações primárias de

polimorfismo, é desenvolvida na maioria dos laboratórios e bastante utilizada por muitos

pesquisadores. Segundo Limberger (2011), certas limitações da espectroscopia por absorção

na região do infravermelho (IV) precisam ser consideradas, de maneira especial em estudos

que envolvem pequenas quantidades de amostras ou monocristais. Assim nestes estudos é

mais conveniente utilizar técnicas relacionadas à microscopia por infravermelho.

De acordo com Souza (2005), é uma técnica espectroscópica importante para

identificar uma substância mineral ou orgânica através dos grupos funcionais constituídos no

material em análise. A técnica baseia-se na medida da energia absorvida para a vibração de

cada uma das ligações químicas presentes na substância. O espectro de infravermelho

apresenta bandas que são grandes quantidades de sinais peculiares de uma molécula como um

todo, no entanto, as ligações e grupamentos apresentam absorções que geram bandas de

formato característico da estrutura da molécula. A amostra é submetida a uma radiação de

comprimento de onda na região do infravermelho, e a faixa de radiação utilizada na química

orgânica é a que vai de 0,6 a 2,5 μm (4000 a 500 cm-1

).

A espectroscopia de absorção no infravermelho com transformada de Fourrier

(FTIV) é utilizada para coletar com rapidez o espectro infravermelho. A radiação IV, com

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Revisão de Literatura Página34

todos os comprimentos de onda da faixa usada, é guiada através de um interferômetro, após a

passagem pela amostra e o sinal medido é o interferograma.

O interferograma é um gráfico em que temos a potência da radiação que atinge o

detector num dado instante, em função da distância percorrida pelo espelho móvel. Ao

realizar a transformada de Fourier, o resultado é um espectro idêntico ao da espectroscopia IV

convencional (dispersiva).

Nesta técnica a medida de um único espectro é mais rápida, pois as informações

de todas as frequências são coletadas ao mesmo tempo, permitindo que se faça múltiplas

leituras de uma mesma amostra e se tire a média delas, aumentando assim a sensibilidade da

análise. Os espectrofotômetros FTIV são mais baratos do que os convencionais porque é mais

simples construir um interferômetro do que um monocromador, o mesmo possui várias

vantagens, de modo virtual, a maioria dos espectrofotômetros de infravermelho modernos, é

de FTIV.

Para Limberger (2011), as variações espectrais são originadas a partir de

alterações nas ligações que expõem frequências vibracionais características, levando a

deslocamentos nas frequências e separações das bandas de absorção. Neste sentido a

espectroscopia de absorção no infravermelho com transformada de Fourrier tem sido usada

com sucesso na exploração das diferenças na conformação molecular, no empacotamento e

nos arranjos das ligações de hidrogênio dos cristais de compostos orgânicos.

2.9 As Redes de Bravais

As Redes de Bravais são definidas como um conjunto infinito de pontos com

arranjo e orientação que parecem exatamente os mesmos quando vistos de qualquer ponto da

rede.

Existem 7 sistemas cristalinos diferentes que são: o cúbico, o monoclínico o

tetragonal, o ortorrômbico, o triclínico, o trigonal (ou romboédrico) e o hexagonal. Cada um

deles se caracteriza por um conjunto de operações de simetria concisa. Estes 7 sistemas

podem ser ilustrados por meio de objetos que apresentam estas simetrias e que são formados

por arestas de lado a, b, c, que formam ângulos entre si de α, β e γ. Os sistemas cristalinos

são, dessa forma, descritos por relações entre estas arestas e ângulos (Quadro - 1).

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Revisão de Literatura Página35

Quadro 1-Sistemas cristalinos e as 14 redes de Bravais.

Fonte: Vasconcelos, 2014.

Cada sistema cristalino pode abranger uma ou mais rede de Bravais, sendo um

total de 14 redes distintas em 3 dimensões. Foi A. Bravais em 1845, que descobriu que há

apenas estas 14 maneiras de se preencher o espaço com pontos, de maneira que cada ponto é

indistinguível dos outros, derrubando a ideia de M. L Frankheim que havia, em 1842, contado

15 possibilidades (Quadro 2).

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Revisão de Literatura Página36

Quadro 2 - Os 7 sistemas cristalinos e as 14 redes de Bravais.

Arestas Ângulos Sistema

Cristalino

Redes de Bravais

a b c α β γ 90° Triclínico Triclínica

a b c α = γ = 90°, β ≠ 90° Monoclínico Monoclínica simples

Monoclínica de base

centrada

a b c α = β = γ = 90° Ortorrômbico Ortorrômbica simples

Ortorrômbica de face

centrada

Ortorrômbica de corpo

centrado

Ortorrômbica de base

centrada

a b c α = β = γ = 90° Tetragonal Tetragonal simples

Tetragonal de corpo

centrado

a b c α = β = 90°, γ = 120° Hexagonal Hexagonal

a b c α = β = γ ≠ 90° Trigonal ou

romboédrico

Trigonal ou

romboédrica

a b c α = β = γ = 90° Cúbico Cúbica simples

Cúbica de face centrada

Cúbica de corpo

centrado Fonte: Nelson, 1986.

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Justificativa Página37

3. JUSTIFICATIVA

Essa pesquisa cujo tema está voltado para o polimorfismo e análise estrutural dos

fármacos tem como objetivo analisar o polimorfismo e a estrutura cristalina dos fármacos

Glicosamina e Tolbutamida, a fim de comprovar se esses fármacos possuem propriedades físico-

químicas, que pode promover arranjos supramoleculares e apresentar polimorfismo estrutural. O

intuito é contribuir na investigação de medicamentos com propriedades farmacocinéticas aprimoradas

e obter outras informações sobre as propriedades do estado sólido dos insumos já citados.

Para se alcançar o referido objetivo os experimentos foram realizados no

laboratório de desenvolvimento de novos fármacos da Universidade Federal de

Goiás/Regional Jataí, onde se realizou os ensaios de cristalização para a obtenção de

cocristais dos fármacos Glicosamina e Tolbutamida.

A realização dessa pesquisa se justifica pelo fato de que, de acordo com a

literatura, a forma cristalina ou presença de polimorfismo alteram a solubilidade e as

propriedades físico-químicas de fármacos, podendo ser capazes de causar desvios de

qualidade através da biodisponibilidade dos fármacos, influenciando o desempenho dos

medicamentos e a bioequivalência. O polimorfismo afeta não apenas a velocidade com que

uma substância age no organismo, mas também sua estabilidade química ao longo do tempo.

Assim, o entendimento desses fenômenos, e suas implicações, abrem possibilidades de

exploração dos fármacos na área farmacêutica, garantindo melhoria na qualidade da

biodisponibilidade dos medicamentos.

Para esta etapa da pesquisa foi escolhida a Tolbutamida, fármaco utilizado como

hipoglicemiante oral e a Glicosamina usada no tratamento de artrose primária, secundária, reumatismo

articular, e regeneração de cartilagem danificada.

A escolha dos fármacos teve como base a disponibilidade destas substâncias no

Laboratório de Desenvolvimento de Novos Fármacos da Universidade Federal de

Goiás/Regional Jataí, e o fato de não terem sido, ainda, totalmente explorados na literatura.

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Objetivos Página38

4.OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Sintetizar e caracterizar formas cristalinas dos fármacos Glicosamina e Tolbutamida.

4.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

a) Realizar ensaios de cristalização para obtenção de cocristais em diferentes

solventes;

b) Realizar caracterização espectroscópica nos compostos resultantes com

Espectroscopia de absorção no Infravermelho com transformada de Fourrier

(FTIV).

c) Caracterizar as estruturas de cocristais por difração de raios X por monocristal

(DRXM).

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Material e Métodos Página39

5. MATERIAL E MÉTODOS

5.1 MATERIAL

As matérias primas (MP) Glicosamina (Lote N°K1401002) e Tolbutamida (Lote

N°MKBR6717V), foram adquiridas na Pharma/China Zhejiang Golden- Shell e Sigma-

AldrichCo., USA, respectivamente.

Os solventes foram utilizados na Universidade Federal de Goiás/ Regional Jataí.

As origens do mesmo estão descritas a seguir:

Água deionizada

Metanol (Lote N° 1003301); Vetec Química Fina LTDA.

Etanol (Lote N° 0908221); Vetec Química Fina LTDA.

Isopropanol (Lote N° 1002767); Vetec Química Fina LTDA.

Butanol(Lote N° 1009508); Vetec Química Fina LTDA.

Acetona (Lote N° 1003210); Vetec Química Fina LTDA.

Dimetil-formamida (Lote N° 0902340); Vetec Química Fina LTDA.

Acetato de etila (Lote N° 1000059); Vetec Química Fina LTDA.

Éter etílico (Lote N° 5881); Neon Comercial LTDA.

Acetonitrila (Lote N° 1003068); Vetec Química Fina LTDA.

Clorofórmio (Lote N° 1003933); Vetec Química Fina LTDA.

Diclorometano (Lote N° 0902596); Vetec Química Fina LTDA.

Tetrahidrofurano (Lote N° 23776); Neon Comercial LTDA.

Hexano (Lote N° 1001760); Vetec Química Fina LTDA.

Heptano (Lote N° 1000585); Vetec Química Fina LTDA.

5.2 MÉTODOS

5.2.1 Reagentes e amostras dos fármacos

Os solventes utilizados foram água deionizada, metanol, etanol, isopropanol,

butanol, acetona, dimetil-formamida, acetato de etila, éter etílico, acetonitrila, clorofórmio,

diclorometano, tetrahidrofurano (THF), hexano e heptano. Os agentes formadores de sais

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Material e Métodos Página40

foram o ácido salicílico, ácido maleico, ácido oxálico e ácido tartárico. Os fármacos utilizados

foram a Glicosamina e a Tolbutamida.

Figura 4- Estruturas químicas de Glicosamina, Tolbutamida, ácido salicílico, ácido maleico, ácido oxálico e

ácido tartárico.

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Material e Métodos Página41

5.2.2 Avaliação da solubilidade dos fármacos Glicosamina e Tolbutamida

A solubilidade da Glicosamina e Tolbutamida foram avaliadas

experimentalmente, colocando-se uma quantidade do soluto na presença do solvente nos

tubos de ensaios em teste sob agitação da solução. Os resultados observados foram registrados

de acordo com o comportamento do soluto:

- Solúvel: se o composto dissolveu-se completamente

- Pouco Solúvel: se o composto dissolveu-se parcialmente.

- Insolúvel: se o composto não dissolveu.

No caso do composto ter sido pouco solúvel ou insolúvel, a solução foi aquecida

de modo a avaliar a solubilidade à quente.

A solubilidade dos fármacos foram avaliadas para os seguintes solventes: água

deionizada, metanol, etanol, isopropanol, butanol, acetona, dimetil-formamida, acetato de etila,

éter etílico, acetonitrila, clorofórmio, diclorometano, tetrahidrofurano, hexano e heptano. Para

os testes iniciais foi utilizada a proporção padrão de 0,5 ml do solvente para cada 10 mg de

Glicosamina e Tolbutamida (GRANT, HIGUCHI; 1990).

5.2.3 Preparações dos fármacos Glicosamina e Tolbutamida

As massas dos fármacos e dos compostos foram pesadas em balanças analíticas,

da mesma forma, o volume de solvente e das soluções foram devidamente medidos utilizando

pipetas graduadas convencionais. As matrizes de cristalização foram armazenadas em bequers

pequenos de 5ml ou 10 ml. As formações cristalinas, foram analisadas na difração de raios X

por monocristal (DRXM) e Espectroscopia de absorção no infravermelho com transformada

de Fourrier (FTIV).

5.2.4 Preparações dos cocristais do fármaco Glicosamina

5.2.4.1 Preparações dos cocristais do fármaco Glicosamina com o agente

cocristalizante ácido salicílico

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Material e Métodos Página42

O preparo de cristais do polimorfo de Glicosamina (179,17 g/mol), padronizado

previamente, envolveu os seguintes procedimentos:

1) Dissolução da Glicosamina (10 mg, 0,056 mmol) em água deionizada (3ml) à

temperatura de 50 °C, sob agitação, por 20 minutos;

2) Dissolução do ácido salicílico (7,8 mg 0,056 mmol) em acetato de etila (5ml) à

temperatura de 25°C;

3) Adição da matriz de cristalização de ácido salicílico à matriz de cristalização

de Glicosamina;

4) Repouso da solução à temperatura ambiente, até completa evaporação da

solução das duas soluções;

5) Após completa evaporação, adicionou-se 1 ml de hexano em cada solução,

aguardou a evaporação do hexano e os cristais ficaram mais claros, depois transferiu os

cristais para os tubos de eppendorf, sendo 9 tubos de eppendorf utilizados;

6) Após a retirada dos cristais dos tubos de eppendorf, realizou- se a

caracterização através da difração de raios X por monocristal (DRXM).

Quadro 3 - Ensaios dos cocristais do fármaco Glicosamina com o agente cocristalizante ácido

salicílico.

Glicosamina (10 mg) Ácido Salicílico (7,8 mg)

Água deionizada (3ml) Metanol (5ml)

Água deionizada (3ml) Etanol (5ml)

Água deionizada (3ml) Isopropanol (5ml)

Água deionizada (3ml) Acetato de etila (5ml)

Água deionizada (3ml) Acetonitrila (5ml)

Água deionizada (3ml) Clorofórmio (5ml)

Água deionizada (3ml) Diclorometano (5ml)

Água deionizada (3ml) Tetrahidrofurano(5ml)

Água deionizada (3ml) Hexano (5ml), Clorofórmio (2,5ml) e THF (2,5ml)

5.2.4.2 Preparações dos cocristais do fármaco Glicosamina com o agente

cocristalizante ácido maleico

O preparo de cristais do polimorfo de Glicosamina (179,17 g/mol) envolveu os

seguintes procedimentos:

1) Dissolução da Glicosamina (10 mg, 0,056 mmol) em água deionizada (3ml) à

temperatura de 50 °C, sob agitação, por 20 minutos;

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Material e Métodos Página43

2) Dissolução do ácido maleico (6,5 mg 0,056 mmol) em acetato de etila (5ml) à

temperatura de 25°C;

3) Adição da matriz de cristalização de ácido maleico à matriz de cristalização de

Glicosamina;

4) Repouso da solução à temperatura ambiente, até completa evaporação da

solução das duas soluções;

5) Após a retirada dos cristais dos tubos de eppendorf realizou- se a

caracterização através da difração de raios X por monocristal (DRXM).

Quadro 4 –Ensaio dos cocristais do fármaco Glicosamina com o agente cocristalizante ácido

maleico.

Glicosamina (10 mg) Ácido Maleico (6,5 mg)

Água deionizada (3ml) Etanol (5ml)

Água deionizada (3ml) Isopropanol (5ml)

Água deionizada (3ml) Butanol (5ml)

Água deionizada (3ml) Acetona (5ml)

Água deionizada (3ml) Acetato de etila (5ml)

5.2.4.3 Preparações dos cocristais do fármaco Glicosamina com o agente

cocristalizante ácido oxálico

O preparo de cristais do polimorfo de Glicosamina (179,17 g/mol) envolveu os

seguintes procedimentos:

1) Dissolução da Glicosamina (10 mg, 0,056 mmol) em água deionizada (10ml)

temperatura de 50 °C, sob agitação, por 20 minutos;

2) Dissolução do ácido oxálico (7,1 mg 0,056 mmol) em acetato de etila (10ml) à

temperatura de 25°C;

3) Adição da matriz de cristalização de ácido oxálico à matriz de cristalização de

Glicosamina;

4) Repouso da solução à temperatura ambiente, até completa evaporação da

solução das duas soluções;

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Material e Métodos Página44

5) Após a retirada dos cristais dos tubos de eppendorf realizou- se a

caracterização de grupos funcionais através da Espectroscopia de absorção no infravermelho

com transformada de Fourrier (FTIV).

5.2.4.4 Preparações dos cocristais do fármaco Glicosamina com o agente

cocristalizante ácido tartárico

O preparo de cristais do polimorfo de Glicosamina (179,17 g/mol) envolveu os

seguintes procedimentos:

1) Dissolução da Glicosamina (10 mg, 0,056 mmol) em água deionizada (10 ml) à

temperatura de 50 °C, sob agitação, por 20 minutos;

2) Dissolução do ácido tartárico (8,40 mg 0,056 mmol) em etanol (10ml) à

temperatura de 25°C;

3) Adição da matriz de cristalização de ácido tartárico à matriz de cristalização de

Glicosamina;

4) Repouso da solução à temperatura ambiente, até completa evaporação da

solução das duas soluções;

5) Após a retirada dos cristais dos tubos de eppendorf realizou- se a

caracterização de grupos funcionais através da Espectroscopia de absorção no infravermelho

com transformada de Fourrier (FTIV).

5.2.5 Preparações dos cocristais do fármaco Tolbutamida

5.2.5.1 Preparações dos cocristais do fármaco Tolbutamida com o agente

cocristalizante ácido salicílico

O preparo de cristais do polimorfo de Tolbutamida (270,35 g/mol) envolveu os

seguintes procedimentos:

1) Dissolução da Tolbutamida (10 mg, 0,037 mmol) em metanol (5ml) à

temperatura ambiente, sob agitação, por 5 minutos;

2) Dissolução do ácido salicílico (5,1 mg, 0,037 mmol) em metanol (5ml) à

temperatura de 25°C, sob agitação, por 5 minutos;

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Material e Métodos Página45

3) Adição da matriz de cristalização de ácido salicílico à matriz de cristalização

de Tolbutamida;

4) Repouso da solução à temperatura ambiente até completa evaporação da

solução das duas soluções;

5) Após a retirada dos cristais dos tubos de eppendorf realizou- se a

caracterização através da difração de raios X por monocristal (DRXM);

6) Os mesmos procedimentos foram realizados com a dissolução da Tolbutamida

em etanol.

Quadro 5 – Ensaios dos cocristais do fármaco Tolbutamida com o agente cocristalizante

ácido salicílico.

Tolbutamida (10 mg) Ácido Salicílico (5,1mg)

Metanol (5ml) Metanol (5ml)

Metanol (5ml) Etanol (5ml)

Metanol (5ml) Isopropanol (5ml)

Metanol (5ml) Acetato de etila (5ml)

Metanol (5ml) Acetonitrila (5ml)

Metanol (5ml) Clorofórmio (5ml)

Metanol (5ml) Diclorometano (5ml)

Metanol (5ml) Tetrahidrofurano (5ml)

5.2.5.2 Preparações dos cocristais do fármaco Tolbutamida com o agente

cocristalizante ácido maleico

1) Dissolução da Tolbutamida (10 mg, 0,037 mmol) em etanol (5 ml) à

temperatura ambiente, sob agitação, por 5 minutos;

2) Dissolução do ácido maleico (4,29 mg, 0,037 mmol) em metanol (5ml), à

temperatura de 25°C, sob agitação, por 5 minutos;

3) Adição da matriz de cristalização de ácido maleico à matriz de cristalização de

Tolbutamida;

4) Repouso da solução à temperatura ambiente até completa evaporação da

solução das duas soluções;

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Material e Métodos Página46

5) Após a retirada dos cristais dos tubos de eppendorf realizou- se a

caracterização através da difração de raios X por monocristal (DRXM).

Quadro 6 – Ensaios dos cocristais do fármaco Tolbutamida com o agente cocristalizante

ácido maleico.

Tolbutamida (10 mg) Ácido Maleico (4,29mg)

Etanol (5ml) Metanol (5ml)

Etanol (5ml) Etanol (5ml)

Etanol (5ml) Isopropanol (5ml)

Etanol (5ml) Butanol (5ml)

Etanol (5ml) Acetato de etila (5ml)

Etanol (5ml) Acetonitrila (5ml)

Etanol (5ml) Acetona(5ml)

Etanol (5ml) Tetrahidrofurano (5ml)

5.2.5.3 Preparações dos cocristais do fármaco Tolbutamida com o agente

cocristalizante ácido oxálico

1) Dissolução da Tolbutamida (10 mg, 0,037 mmol) em etanol (10 ml) à

temperatura ambiente, sob agitação, por 5 minutos;

2) Dissolução do ácido oxálico (4,66 mg, 0,037 mmol) em metanol (10 ml), à

temperatura de 25°C, sob agitação, por 5 minutos;

3) Adição da matriz de cristalização de ácido oxálico à matriz de cristalização de

Tolbutamida;

4) Repouso da solução à temperatura ambiente até completa evaporação da

solução das duas soluções;

5) Após a retirada dos cristais dos tubos de eppendorf realizou- se a

caracterização de grupos funcionais através da Espectroscopia de absorção no Infravermelho

por transformada de Fourrier (FTIV).

5.2.5.4 Preparações dos cocristais do fármaco Tolbutamida com o agente

cocristalizante ácido tartárico

1) Dissolução da Tolbutamida (10 mg, 0,037 mmol) em etanol (10 ml) à

temperatura ambiente, sob agitação, por 5 minutos;

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Material e Métodos Página47

2) Dissolução do ácido tartárico (5,55 mg, 0,037 mmol) em THF (10 ml), à

temperatura de 25°C, sob agitação, por 5 minutos;

3) Adição da matriz de cristalização de ácido tartárico à matriz de cristalização de

Tolbutamida;

4) Repouso da solução à temperatura ambiente até completa evaporação da

solução das duas soluções;

5) Após a retirada dos cristais dos tubos de eppendorf realizou- se a

caracterização de grupos funcionais através da Espectroscopia de absorção no Infravermelho

por transformada de Fourrier (FTIV).

5.2.6 Difração de raios X por monocristal (DRXM)

A coleta de dados da difração de raios X dos fármacos Glicosamina e Tolbutamida foram

realizadas no Laboratório de Cristalografia do Instituto de Física, Regional Goiânia da Universidade

Federal de Goiás, em um difratômero Kappa II Duo Bruker- AXS e detector APEX II CCD com

monocromador de grafite à temperatura ambiente.

O difratômero Kappa II Duo Bruker - AXS é constituído por três peças fundamentais:

duas fontes de raios X (Mo e Cu), um aparato mecânico, denominado de goniômetro, e um dispositivo

de CCD como detector. Por sua vez, o goniômetro é empregado para centrar e rotacionar o cristal, de

modo que o mesmo possa ser posicionado de frente ao feixe de raios X. O goniômetro cuja geometria

é Kappa possui um sistema de quatro graus de liberdade.

As amostras tiveram a monocristalinidade verificadas em um microscópio com

polarizador, tais amostras forma submetidas à pré-coleta para verificar a cela unitária e separar a

melhor amostra para a coleta completa de dados.

Todas as estruturas foram solucionadas e refinadas com o software SHELXL-97 e

(SHELDRICK, 2008) através do programa Wingx.

5.2.7 Preparação dos Polimorfos de Tolbutamida

Para realizar a espectroscopia de infravermelho do fármaco Tolbutamida foram

preparadas duas amostras (Polimorfo І) e (Polimorfo ІІ) conforme as seguintes etapas:

1) O Polimorfo І - Dissolução da Tolbutamida (100 mg) em l ml de acetonitrila

no béquer de 20 ml à temperatura de 60°C e resfriado naturalmente à temperatura ambiente.

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Material e Métodos Página48

2) O Polimorfo ІІ - Dissolução da Tolbutamida (100 mg) em l ml de acetonitrila

no béquer de 20 ml à temperatura ambiente.

- Adição de 20 gotas de água deionizada na solução sem agitação.

Após uma semana os cristais foram colhidos para realizar a análise de

Espectroscopia de absorção no infravermelho com transformada de Fourrier (FTIV)

(THIRUNAHARI, et al 2010).

5.2.8 Espectroscopia por Infravermelho (IV)

As amostras sólidas normalmente são preparadas misturando uma certa

quantidade da amostra com um sal altamente purificado (geralmente brometo de potássio).

Cada amostra foi misturada ao KBr, utilizando 5% dela em relação ao peso de KBr e preparada em

pastilha. Essa solução é triturada e prensada a fim de se formar uma pastilha pela qual a luz

pode passar, a pastilha precisa ser prensada a altas pressões a fim de garantir de que ela seja

translúcida. Da mesma forma que o cloreto de sódio, o brometo de potássio não absorve

radiação infravermelha, então as únicas linhas espectrais a aparecer serão do composto.

Para o Polimorfo І - Pesou-se na balança analítica1,0591g de KBr, sendo 5% da

amostra equivalendo à 0,0529g (52,955mg) do fármaco Tolbutamida.

Para o Polimorfo ІІ – Pesou-se na balança analítica0,5042g de KBr, sendo 5% da

amostra equivalendo à 0,02521g (25,21 mg) do fármaco Tolbutamida.

As análises de espectroscopia de infravermelho das formas obtidas do fármaco

Tolbutamida foram realizadas utilizando-se um equipamento 4100 JASCO FT- IR (Fourrier

Transform Infrared Spectrometer), numa resolução entre 1 e 4 cm-1

. Cada amostra é submetida a uma

radiação de comprimento de onda na região do infravermelho, a faixa de radiação é a que vai de 0,6 a

2,5 µm (4000 a 500 cm -1). As ligações e os grupamentos apresentam absorções que geram bandas de

formato característico da estrutura da molécula, as bandas são grandes quantidades de sinais presentes

no espectro e é característico de uma molécula como um todo. As análises foram realizadas na central

analítica do Departamento de Física, Universidade Federal de Goiás- Campus Jatobá. Os resultados

foram analisados usando um software GRAM/32.

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Resultados e Discussão Página 49

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 Avaliação das Solubilidades dos Fármacos Glicosamina e Tolbutamida

em vários Solventes

6.1.1 Glicosamina

Neste estudo, o comportamento da Glicosamina foi observado experimentalmente nos

solventes: água deionizada, metanol, etanol, isopropanol, butanol, acetona, dimetil-formamida,

acetato de etila, éter etílico, acetonitrila, clorofórmio, diclorometano, tetrahidrofuranohexano e

heptano.

Observou-se que a Glicosamina é pouco solúvel nos solventes: água deionizada,

isopropanol, butanol, dimetil-formamida e clorofórmio à temperatura ambiente. Após aquecimento

das soluções a Glicosamina, apresentou ser solúvel apenas em água deionizada. Entretanto, é

insolúvel nos solventes metanol, etanol, acetona, acetato de etila, éter etílico, acetonitrila,

diclorometano, tetrahidrofurano, hexano e heptano.

Quadro 7 - Determinação da solubilidade da Glicosamina (p.f 150°C).

Solventes Solubilidade à temperatura

ambiente

Solubilidade à temperatura

de 55 °C

Água deionizada

Metanol

Etanol

Isopropanol

Butanol

Acetona

Dimetil- formamida

Pouco solúvel

Insolúvel

Insolúvel

Pouco solúvel

Pouco solúvel

Insolúvel

Pouco solúvel

Solúvel

Insolúvel

Insolúvel

Insolúvel

Pouco solúvel

Insolúvel

Pouco solúvel

Acetato de etila

Éter etílico

Insolúvel

Insolúvel

Insolúvel

Insolúvel

Acetonitrila Insolúvel Insolúvel

Clorofórmio Pouco solúvel Pouco solúvel

Diclorometano

Tetrahidrofurano

Insolúvel

Insolúvel

Insolúvel

Insolúvel

Hexano Insolúvel Insolúvel

Heptano Insolúvel Insolúvel

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Resultados e Discussão Página 50

6.1.2 Tolbutamida

O comportamento de solubilidade da Tolbutamida foi observado experimentalmente

para os solventes: água deionizada, metanol, etanol, isopropanol, butanol, acetona, dimetil-

formamida, acetato de etila, éter etílico, acetonitrila, clorofórmio, diclorometano, tetrahidrofurano,

hexano e heptano.

Observou- se que a Tolbutamida se solubiliza, à temperatura ambiente, em metanol,

etanol, isopropanol, acetona, dimetil-formamida, acetato de etila, acetonitrila, clorofórmio,

diclorometano e tetrahidrofurano. É pouco solúvel nos solventes: água deionizada, butanol e éter

etílico, e insolúvel nos solventes hexano e heptano. Após aquecimento a 55°C a Tolbutamida

solubilizou em butanol.

Quadro 8 - Determinação da solubilidade da Tolbutamida (p.f 128,5-129,5 °C).

Solventes Solubilidade à temperatura

ambiente

Solubilidade à temperatura

de 55 °C

Água deionizada Pouco Solúvel Pouco solúvel

Metanol Solúvel Solúvel

Etanol Solúvel Solúvel

Isopropanol Solúvel Solúvel

Butanol Pouco solúvel Solúvel

Acetona Solúvel Solúvel

Dimetilformamida Solúvel Solúvel

Acetato de etila Solúvel Solúvel

Éter etílico Pouco Solúvel Pouco Solúvel

Acetonitrila Solúvel Solúvel

Clorofórmio Solúvel Solúvel

Diclorometano Solúvel Solúvel

Tetrahidrofurano Solúvel Solúvel

Hexano Insolúvel Insolúvel

Heptano Insolúvel Insolúvel

A Tolbutamida foi solubilizada totalmente à temperatura ambiente para vários

solventes, dentre eles: metanol, etanol, isopropanol, acetona, dimetil-formamida, acetato de etila,

acetonitrila, clorofórmio, dicloromentano, tetrahidrofurano, foi pouco solúvel para água deionizada,

butanol e éter etílico e insolúvel para hexano e heptano, o que era esperado. No trabalho de Souza

(2005) a Tolbutamida se comportou com baixa solubilidade para etanol, clorofórmio e

diclorometano. Neste mesmo trabalho, a Tolbutamida na presença de acetonitrila se comportou

como totalmente insolúvel. Após o aquecimento a 55°C a Tolbutamida solubilizou totalmente em

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Resultados e Discussão Página 51

butanol, Souza (2005) também alcançou a solubilidade para à quente para todos os solventes,

exceto hexano e água.

A respeito do solvente diclorometano que, no estudo de Souza (2005) se apresentou

como bastante volátil, evaporando rapidamente e permitindo o aparecimento imediato de cristais, e

por isto, não foi um dos solventes utilizados na cristalização desta substância. Neste estudo a

Tolbutamida em diclorometano foi solúvel tanto em temperatura ambiente como a 55°C.

6.2 Ensaios de Cocristalização dos Fármacos Glicosamina e Tolbutamida

6.2.1 Glicosamina com Ácido Salicílico

Quadro 9 - Resultados dos ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de

Glicosamina, a partir da solução de Glicosamina e água deionizada com ácido salicílico e

outros solventes.

Glicosamina

10 mg

Ácido Salicílico

7,8 mg

Resultado

Água deionizada

(3ml)

Metanol (5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Água deionizada

(3ml)

Etanol (5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Água deionizada

(3ml)

Isopropanol (5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Água deionizada

(3ml)

Acetato de etila (5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Água deionizada

(3ml)

Acetonitrila (5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Água deionizada

(3ml)

Clorofórmio (5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Água deionizada

(3ml)

Diclorometano (5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Água deionizada

(3ml)

Tetrahidrofurano (5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Água deionizada

(3ml)

Hexano (5ml), Clorofórmio

(2,5ml) e THF (2,5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Estratégia de síntese de um cocristal da Glicosamina e do agente cocristalizante

ácido salicílico foi, inicialmente, selecionada devido ao potencial de formação de padrões

de interação intermoleculares. Após a realização dos ensaios de cristalização para obtenção

de cocristais de Glicosamina, a partir da solução de Glicosamina e água deionizada com

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Resultados e Discussão Página 52

ácido salicílico e outros solventes, foi possível constatar a formação do ácido 2-

aminobenzóico.

A formação do ácido 2-aminobenzoico pode ter ocorrido levando em

consideração o tautomerismo do grupo fenol que é uma cetona. A partir da forma cetônica,

o grupo amino da Glicosamina poderia atacar a carbonila, alguns passos envolvendo

rearranjos internos, com eliminação e hidrólise. O meio ácido é proporcionado devido a

presença do ácido salicílico. A reação está demonstrada na figura 5, logo abaixo

Figura 5– Reação de síntese da Glicosamina com o ácido salicílico formando o ácido 2- aminobenzoico.

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Resultados e Discussão Página 53

6.2.2 Glicosamina com Ácido Maleico

Quadro 10 - Resultados dos ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de

Glicosamina, a partir da solução de Glicosamina e água deionizada com ácido maleico e

outros solventes.

Glicosamina

10 mg

Ácido Maleico

6,5 mg

Resultado

Água deionizada(3ml) Etanol (5ml) Cristais pequenos

Água deionizada (3ml) Isopropanol (5ml) Cristais pequenos

Água deionizada (3ml) Butanol (5ml) Cristais pequenos

Água deionizada (3ml) Acetona (5ml) Cristais pequenos

Água deionizada(3ml) Acetato de etila (5ml) Cristais pequenos

Estratégia de sínteses de um cocristal da matéria prima Glicosamina e do

agente cocristalizante ácido maleico, foram inicialmente selecionada devido à potencial

formação de interação intermoleculares. Após a realização dos ensaios de cristalização

para obtenção de cocristais de Glicosamina, a partir da solução de Glicosamina e água

deionizada com ácido maleico e outros solventes, os cristais foram muito pequenos para

serem identificados.

6.2.3 Tolbutamida com Ácido Salicílico

Quadro 11 - Resultados dos ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de

Tolbutamida, a partir da solução de Tolbutamida e metanol com ácido salicílico e outros

solventes.

Tolbutamida

10 mg

Ácido Salicílico

5,1mg

Resultado

Metanol (5ml) Metanol (5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Metanol (5ml) Etanol (5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Metanol (5ml) Isopropanol (5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Metanol (5ml) Acetato de etila (5ml) Não cristalizou

Metanol (5ml) Acetonitrila (5ml) Ácido 2-Aminobenzoico

Metanol (5ml) Clorofórmio (5ml) Não cristalizou

Metanol (5ml) Diclorometano (5ml) Ácido 2-Aminobenzoico

Metanol (5ml) Tetrahidrofurano (5ml) Não cristalizou

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Resultados e Discussão Página 54

Nos ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de Tolbutamida, a

partir da solução de Tolbutamida e metanol com ácido salicílico e outros solventes foram

inicialmente selecionados devido ao potencial de formação de interação intermoleculares

entre a Tolbutamida e o agente cocristalizante. Por meio desses ensaios foi possível

constatar a formação do ácido 2-aminobenzoico nos solventes: metanol, etanol,

isopropanol, acetonitrila e diclorometano.

Diante da formação do ácido 2- aminobenzoico nos ensaios de cristalização

para obtenção de cocristais de Tolbutamida, a partir da solução de Tolbutamida e metanol

com ácido salicílico e outros solventes, na hidrólise abaixo geraria o NH2, necessário para

agir conforme o mecanismo anterior.

.

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Resultados e Discussão Página 55

Figura 6 – Reação de síntese da Tolbutamida com o ácido salicílico formando ácido 2-aminobenzoico.

Quadro 12 – Resultados dos ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de

Tolbutamida, a partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido salicílico e outros

solventes.

Tolbutamida

10 mg

Ácido Salicílico

5,1 mg

Resultado

Etanol (5ml) Metanol (5ml) Não cristalizou

Etanol (5ml) Etanol (5ml) Ácido 2-Aminobenzoico

Etanol (5ml) Isopropanol (5ml) Não cristalizou

Etanol (5ml) Acetato de etila (5ml) Ácido 2- Aminobenzoico

Etanol (5ml) Acetonitrila (5ml) Ácido 2-Aminobenzoico

Etanol (5ml) Clorofórmio (5ml) Não cristalizou

Etanol (5ml) Diclorometano(5ml) Ácido 2-Aminobenzoico

Etanol (5ml) Tetrahidrofurano(5ml) Ácido 2-Aminobenzoico

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Resultados e Discussão Página 56

Nos ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de Tolbutamida, a

partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido salicílico e outros solventes foram

inicialmente selecionados devido ao potencial de formação de interação intermoleculares

entre a Tolbutamida e o agente cocristalizante. Por meio desses ensaios foi possível

constatar a formação do ácido 2-aminobenzoico apenas nos solventes: etanol, acetato de

etila, acetonitrila, diclorometano e tetrahidrofurano.

6.2.4 Tolbutamida com Ácido Maleico

Quadro 13 – Resultados dos ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de

Tolbutamida, a partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido maleico e outros

solventes.

Tolbutamida

10 mg

Ácido Maleico

4,29 mg

Resultado

Etanol (5ml) Metanol (5ml) Tolbutamida P21/n Monoclínico

Etanol (5ml) Etanol (5ml) Cristais muito pequenos

Etanol (5ml) Isopropanol (5ml) Cristais muito pequenos

Etanol (5ml) Butanol (5ml) Tolbutamida Pna21 Ortorrômbico

Etanol (5ml) Acetato de etila (5ml) Tolbutamida P21/n Monoclínico

Etanol (5ml) Acetonitrila (5ml) Cristais muito pequenos

Etanol (5ml) Acetona(5ml) Tolbutamida Pna21 Ortorrômbico

Etanol (5ml) Tetrahidrofurano (5ml) Tolbutamida Pna21 Ortorrômbico

O quadro 8 apresenta os resultados dos ensaios realizados a partir da solução

de Tolbutamida e etanol com ácido maleico e outros solventes. Nos solventes metanol e

acetato de etila ocorreu a cristalização da Tolbutamida no sistema monoclínico e grupo

espacial P21/n. Nos solventes, butanol, acetona e tetrahidrofurano o referido fármaco

cristalizou-se no sistema ortorrômbico e grupo espacial Pna21, enquanto nos solventes

etanol, isopropanol e acetonitrila os cristais estavam muito pequenos o que não permitiu

uma análise por difração de raios X. Estes dados estão conforme relatado com os estudos

de Thirunahari et al (2010).

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Resultados e Discussão Página 57

6.3 Dados de difração de Raios X por monocristal

Foram realizadas as medidas de difração de raios X dos polimorfos І, ІІІ e do

ácido 2-aminobenzoico, sendo o polimorfo І (ortorrômbico) que pertence ao grupo espacial

Pna21 e o polimorfo ІІІ (monoclínico) que pertence ao grupo espacial P21/n. Assim,

realizadas as medidas da cela unitária, arestas de lado a, b, c, que formam ângulos entre si

α, β e γ, foram determinadas as medidas da dimensão das células unitárias, sendo estes os

dados dos cristais da cela unitária do sistema cristalino (Tabela 1).

De acordo com Thirunahari et al (2010), os dados cristalográficos dos

polimorfo I e III da Tolbutamida coincidem com os polimorfos I e III da literatura,

mostrando que a Polimorfo I apresenta grupo espacial Pna21, com dimensão das células

unitárias referente aos valores de a=19,626 (9) Ǻ, b=7,803(4) Ǻ, c= 9,058(4) Ǻ e ângulo α,

β e γ = 90°, e da Polimorfo III, grupo espacial P21/n, com dimensão das celas unitárias

referente aos valores de a=11,735 (2) Ǻ, b=9,042(8) Ǻ , c= 13,732(3) Ǻ e ângulo α e γ =

90°e β=103,57°.

E segundo Lu et al (2001), as medidas da estrutura do cristal do ácido 2-

aminobenzoico com a fórmula empírica C7H7NO2 apresenta um sistema cristalino

monoclínico com grupo espacial P21/c com dimensão das células unitárias referente aos

valores de a=4,9301(7) Ǻ, b=11,2252(15) Ǻ , c= 11,5587(16) Ǻ e ângulo β= 90,743°, o

que demonstra ser o ácido 2- aminobenzoico.

6.4 Resultados de Espectroscopia de Absorção no Infravermelho

A espectroscopia de absorção no infravermelho é muito utilizada para

identificar as várias formas polimórficas da Tolbutamida, pois existem diferenças na

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Resultados e Discussão Página 58

formae na intensidade de algumas das principais bandas de absorção que caracterizam os

mesmos.

Abaixo se encontra alguns grupos com maior facilidade de realizar ligações de

hidrogênio, algumas forças intermoleculares como VanderWalls e dipolo-dipolo. Entre

eles estão o grupo funcional N-H que realiza ligações de hidrogênio. O grupo

sulfona(SO2), as ligações do tipo C-O e o grupo C=O proveniente da amida possuem maior

facilidade de realizar ligações do tipo dipolo-dipolo. Já o anel aromático realiza interação

de VanderWalls e todos estão presentes na estrutura química da Tolbutamida.

Na estrutura química da Glicosamina, em destaque estão os grupos com maior

facilidade de realizar ligações de hidrogênio como o grupo amina primária (NH2) e vários

grupos funcionais O-H, presentes na estrutura da Glicosamina.

No espectro de infravermelho da Tolbutamida (Polimorfo I) e (Polimorfo II)

pode-se observar que não foram encontradas mudanças significativas na composição

química destas substâncias, o que era esperado, pois apesar de terem sido cristalizadas de

forma diferente, possuem as mesmas absorções características dos grupos funcionais

presentes na Tolbutamida. De acordo com Chakravarty, Alexander e Riga (2005), esta

técnica isolada não é eficaz para diferenciar as estruturas polimórficas, porém é útil para

averiguar se as principais bandas características da estrutura química da Tolbutamida que

estão presentes nas demais estruturas cristalinas.

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Resultados e Discussão Página 59

Depois do processo de cristalização, utilizou-se os solventes acetonitrila nas

duas formas, porém ao polimorfo II foram acrescentadas 20 gotas de água deionizada, a

composição química é a mesma (Gráfico 1). De acordo com os espectros gerados, nota-se

que no caso da Tolbutamida, polimorfo І e polimorfo ІІ não há diferenças significativas

entre as estruturas vibracionais confirmando que a utilização da acetonitrila durante a

cristalização não interferiu na estrutura química destas substâncias, mesmo quando

acrescentado água deionizada no polimorfo ІІ.

Gráfico 1 - Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida (Polimorfo І).

C=C

Sobreposição,

Dobramento N-H

e estiramento C=O

Harmônica da

banda de 1550 cm-1

v v v

v

v

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Resultados e Discussão Página 60

Gráfico 2- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida (Polimorfo ІІ).

O espectro do Gráfico 1 apresenta absorções intensas em 3330 cm-1

, 3105 cm-1

e 1658 cm-1

atribuídas ao grupo funcional N-H, sendo que 1658 cm-1

se refere ao

dobramento de N-H situado próximo ao estiramento da carbonila C=O em 1663 cm-1

proveniente da amida e absorções da região entre 1340 à 1140 cm-1

atribuída ao grupo

sulfona (SO2).

O espectro do Gráfico 2 apresenta absorções em 3325 cm-1

, 3100 cm-1

, 1660

cm-1

atribuídas ao grupo funcional N-H, sendo que 1660 cm-1

se refere ao dobramento de

N-H, situado próximo ao estiramento da carbonila C=O em 1666 cm-1

, proveniente da

amida e absorções da região entre 1340 cm-1

à 1140 cm-1

atribuída ao grupo sulfona (SO2).

Esses dois gráficos revelaram resultados bem parecidos com os de Souza

(2005, p.66) que demonstrou que o espectro de absorção de infravermelho da Tolbutamida

apresenta absorções intensas em 3320, 3099 cm-1

e 1650 cm-1

atribuídas ao grupo funcional

N-H; em 1661 cm-1

, atribuída ao grupo C=O proveniente da amida e absorções da região

entre 1330-1140 cm-1

atribuída ao grupo sulfona (SO2), apresentando semelhança diante os

espectros de IV.

De acordo Pavia et al (2013), a banda C=O sobrepõe parcialmente a banda de

dobramento N-H, que aparece na faixa de 1640 e 1620 cm-1

, fazendo a banda C=O

aparecer como um dubleto. Na fase sólida (pastilha de brometo de potássio), as amidas

primárias e secundárias têm absorções C=O largas entre 1680 e 1630 cm-1

.

C=C

Harmônica da

banda de 1550 cm-1

Sobreposição,

Dobramento N-H

e estiramento C=O

v v

v

v v

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Resultados e Discussão Página 61

No gráfico 1 apresenta absorção intensa em 3105 cm-1

e no gráfico 2 em 3100

cm-1

atribuídas ao grupo funcional N-H que conforme os estudos revelados por Pavia et al

(2013), as amidas secundárias no estado sólido mostraram uma banda de 3300 cm-1

e uma

banda mais fraca apareceu em aproximadamente 3100 cm-1

o que é atribuído a uma

harmônica da banda de 1550 cm-1

.

Ambos os gráficos apresentam também absorções de estiramento C=C de

aromáticos em 1550 cm -1

, bem próximo ao relatado por Pavia et al (2013), que afirma que

estiramento C=C em anéis aromáticos aparecem entre 1600 e 1450 cm-1

.

No gráfico 3, no estiramento de 3296 cm-1

, apresenta absorção atribuída ao

grupo funcional O-H, com duas sobreposições da hidroxila em 3100 cm-1

e 3037 cm-1

, e

uma sobreposição da amina primária presente na estrutura da Glicosamina em 3345 cm-1

juntamente com o grupo hidroxila. Em 1541 cm-1

é atribuída ao dobramento de N-H e

1037 cm-1

atribuída ao estiramento do grupo C-O da função éter da Glicosamina.

Segundo Pavia et al (2013) as aminas primárias R-NH2, apresentam duas

bandas de estiramento N-H entre 3500 e 3300 cm-1

e dobramento N-H na faixa de 1640 a

1560 cm -1

, semelhantes aos dados encontrados em nossa pesquisa.

De acordo com Ramos (2006), os dados dos estiramentos da hidroxila e do

grupo funcional N-H estão coerentes com o presente estudo.

v

v

v

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Resultados e Discussão Página 62

Gráfico 4- Espectro de absorção na região do Infravermelho do Ácido Oxálico.

O gráfico 4 apresenta a absorção em 3500 cm-1

atribuída ao grupo funcional O-

H; em 1710 cm-1

atribuída ao grupo C=O proveniente do ácido carboxílico e 1250 cm-1

atribuída ao C-O do ácido carboxílico presente no ácido oxálico.

Comparando com Pavia et al (2013), estiramento O-H muito largo ligados por

ligações fortes de hidrogênio, ocorre em 3400-2400 cm-1

, e costumam se sobrepor às

absorções C-H, e largo estiramento C=O ocorre em 1730-1700 cm-1

, a conjugação move a

absorção para uma frequência mais baixa, e na faixa de 1320 a 1210 cm-1

, com intensidade

média ocorre estiramento C-O.

Gráfico 5 - Espectro de absorção na região do Infravermelho do Ácido Tartárico.

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Resultados e Discussão Página 63

O Gráfico 5 apresenta absorção em 3410 cm-1

atribuída ao grupo funcional O-

H; em 1741 cm-1

atribuída ao grupo C=O proveniente do ácido carboxílico e 1256 cm-1

atribuída ao C-O do ácido carboxílico presente no ácido tartárico.

Nos estudos de Pavia et al (2013), estiramento O-H, fortemente ligado por

ligação de hidrogênio ocorre em 3400-2400 cm-1

para ácidos carboxílicos, e em geral se

sobrepõe às absorções C-H, estiramento C=O, largo, ocorre em 1730-1700 cm-1

, a

conjugação move a absorção para uma frequência mais baixa e estiramento C-O ocorre na

faixa de 1320 a 1210 cm-1

, com intensidade média.

Gráfico 6- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Glicosamina a partir da solução de

Glicosamina e água deionizada com ácido tartárico e etanol acrescentado 10 gotas de Hidróxido de Sódio

(NaOH).

No estiramento de 3400 cm-1

, apresenta absorção atribuída ao grupo funcional

O-H e também da amina primária; 1740 cm-1

ao grupo funcional C=O de ácido carboxílico,

1580 cm-1

atribuída ao dobramento de N-H; 1400 cm-1

atribuída ao C-O de ácido

carboxílico e 1037 cm-1

atribuída ao grupo C-O da função éter da Glicosamina. Neste

gráfico foi observado surgimento do grupo O-H na faixa de 3400 cm-1

,o que pode ser

proveniente de uma possível cocristalização com o ácido tartárico.

Segundo Pavia et al (2013), éteres apresentam ao menos uma banda C-O na

faixa de 1300 a 1000 cm-1

e estiramento C-O para ácidos carboxílicos ocorre na faixa de

1320 a 1210 cm-1

, com intensidade média, estiramento O-H muito largo com fortes

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Resultados e Discussão Página 64

ligações de hidrogênio, ocorre em 3400-2400 cm-1

para ácidos carboxílicos, estiramento

C=O, largo, ocorre em 1730-1700 cm-1

, e aminas primárias costumam ter bandas de

estiramento N-H entre 3500e 3300 cm-1

, sendo que o dobramento N-H em aminas

primárias resulta em uma banda na faixa de 1640 a 1560 cm-1

(Gráfico 6).

Gráfico 7- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a partir da solução de

Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e metanol.

O Gráfico 7 apresenta absorções em 3342 cm-1

, 3100 cm-1

e 1660 cm-1

atribuídas ao grupo funcional N-H; em 1670 cm-1

atribuída ao grupo C=O proveniente da

amida e absorções da região entre 1340 à 1140 cm-1

atribuída ao grupo sulfona (SO2),

1250 cm-1

atribuída ao C-O do ácido carboxílico presente no ácido oxálico, C=C de

aromáticos, apresentando absorção no estiramento de 1550 cm -1

e uma possível absorção

do grupo O-H na faixa de 3500 cm-1

, sendo que o surgimento do grupo O-H na faixa de

3500 cm-1

, pode ser proveniente de uma possível cocristalização com o ácido oxálico.

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Resultados e Discussão Página 65

Gráfico 8- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a partir da solução de

Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e THF, acrescentado 3 gotas de Hidróxido de amônio (NH4OH).

O Gráfico 8 apresenta absorções em 3330 cm-1

, 3100 cm-1

e 1660 cm-1

atribuídas ao grupo funcional N-H; em 1668 cm-1

atribuída ao grupo C=O proveniente da

amida e absorções na região entre 1335 à 1140 cm-1

atribuída ao grupo sulfona (SO2), C=C

de aromáticos, apresentando absorção no estiramento de 1550 cm-1

, em 1250 cm-1

atribuída

ao C-O do ácido carboxílico presente no ácido oxálico e uma possível absorção do grupo

O-H na faixa de 3400 cm-1

, sendo que o surgimento do grupo O-H na faixa de 3400 cm-1

pode ser proveniente de uma possível cocristalização com o ácido oxálico.

Gráfico 9- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a partir da solução de

Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e THF, acrescentado 10 gotas de Hidróxido de amônio (NH4OH).

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Resultados e Discussão Página 66

O Gráfico 9 apresenta absorções em 3335 cm-1

, 3100 cm-1

e 1660 cm-1

atribuídas ao grupo funcional N-H; em 1663 cm-1

atribuída ao grupo C=O proveniente da

amida e absorções da região entre 1346 à 1162 cm-1

atribuída ao grupo sulfona (SO2), C=C

de aromáticos apresentando absorção no estiramento de 1550 cm -1

, em 1245 cm-1

atribuída

ao C-O do ácido carboxílico presente no ácido oxálico e uma possível absorção do grupo

O-H na faixa de 3400 cm-1

, sendo que o surgimento do grupo O-H na faixa de 3400 cm-1

pode ser proveniente de uma possível cocristalização com o ácido oxálico.

Gráfico 10- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a partir da solução de

Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e THF, acrescentado 1 gota de Hidróxido de potássio (KOH).

O Gráfico 10 apresenta absorções em 3335 cm-1

, 3100 cm-1

e 1660 cm-1

atribuídas ao grupo funcional N-H; em 1664 cm-1

atribuída ao grupo C=O proveniente da

amida e absorções da região entre 1339 à 1162 cm-1

atribuída ao grupo sulfona (SO2), C=C

de aromáticos apresentando absorção no estiramento de 1550 cm -1

, em 1251 cm-1

atribuída

ao C-O do ácido carboxílico presente no ácido oxálico e uma possível absorção do grupo

O-H na faixa de 3400 cm-1

, sendo então possível a ocorrência de cocristalização da

Tolbutamida com o ácido oxálico, devido a absorção da hidroxila nessa região.

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Resultados e Discussão Página 67

Gráfico 11- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a partir da solução de

Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e etanol.

O Gráfico 11 apresenta absorções em 3335 cm-1

, 3100 cm-1

e 1660 cm-1

atribuídas ao grupo funcional N-H; em 1660 cm-1

atribuída ao grupo C=O proveniente da

amida e absorções da região entre 1345 à 1160 cm-1

atribuída ao grupo sulfona (SO2), C=C

de aromáticos apresentando absorção no estiramento de 1550 cm -1

, em 1251 cm-1

atribuída

ao C-O do ácido carboxílico presente no ácido oxálico e uma possível absorção do grupo

O-H na faixa de 3400 cm-1

, sendo então possível a ocorrência de cocristalização da

Tolbutamida com o ácido oxálico, devido a absorção da hidroxila nessa região.

v

Sobreposição O-H vC=C

v v

v v

N-H

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Resultados e Discussão Página 68

Gráfico 12- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a partir da solução de

Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e acetato de etila acrescentado 1 gota de Hidróxido de Potássio

(KOH).

O Gráfico 12 apresenta absorções em 3330 cm-1

, 3100 cm-1

e 1660 cm-1

atribuídas

ao grupo funcional N-H; em 1660 cm-1

atribuída ao grupo C=O proveniente da amida e

absorções da região entre 1345 à 1160 cm-1

atribuída ao grupo sulfona (SO2), C=C de

aromáticos apresentando absorção no estiramento de 1550 cm-1

, em 1250 cm-1

atribuída ao

C-O do ácido carboxílico presente no ácido oxálico e uma possível absorção do grupo O-H

na faixa de 3430 cm-1

, sendo então possível a ocorrência de cocristalização da Tolbutamida

com o ácido oxálico, devido a absorção da hidroxila nessa região.

v

Sobreposição O-H

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Resultados e Discussão Página 69

Gráfico 13- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a partir da solução de

Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e acetato de etila acrescentado 3 gotas de Hidróxido de amônio

(NH4OH).

O Gráfico 13 apresenta absorções em 3335 cm-1

, 3100 cm-1

e 1660 cm-1

atribuídas

ao grupo funcional N-H; em 1661 cm-1

atribuída ao grupo C=O proveniente da amida e

absorções da região entre 1345 à 1160 cm-1

atribuída ao grupo sulfona (SO2), C=C de

aromáticos apresentando absorção no estiramento de 1550 cm-1

, em 1250 cm-1

atribuída ao

C-O do ácido carboxílico presente no ácido oxálico e uma possível absorção do grupo O-H

na faixa de 3400 cm-1

, sendo então possível a ocorrência de cocristalização da Tolbutamida

com o ácido oxálico, devido a absorção da hidroxila nessa região.

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Resultados e Discussão Página 70

Gráfico 14- Espectro de absorção na região do Infravermelho da Tolbutamida a partir da solução de

Tolbutamida e etanol com ácido oxálico e THF acrescentado 2 gotas de Hidróxido de potássio (KOH).

O Gráfico 14 apresenta absorções em 3335 cm-1

e 3100 cm-1

e 1660 cm-1

atribuídas ao grupo funcional N-H; em 1660 cm-1

atribuída ao grupo C=O proveniente da

amida e absorções da região entre 1345 à 1160 cm-1

atribuída ao grupo sulfona (SO2), C=C

de aromáticos apresentando absorção no estiramento de 1550 cm -1

, em 1251 cm-1

atribuída

ao C-O do ácido carboxílico presente no ácido oxálico e uma possível absorção do grupo

O-H na faixa de 3400 cm-1

, sendo então possível a ocorrência de cocristalização da

Tolbutamida com o ácido oxálico, devido a absorção da hidroxila nessa região.

Foi adicionado as gotas de NH4OH e KOH para controlar a acidez das soluções nos

experimentos.

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Conclusão Página71

7. CONCLUSÃO

Apesar das diferentes características funcionais apresentadas pelo polimorfismo

dos fármacos, descritos amplamente por vários autores, as farmacopeias raramente abordam a

caracterização destes polimorfos.

Durante a realização deste trabalho, foi possível observar que dentre as inúmeras

técnicas de caracterização dos polimorfos, a difração de raios X é bastante eficaz, uma vez

que fornece dados precisos sobre cada amostra estudada. É claro que as demais técnicas são

necessárias e devem ser utilizadas para confirmação dos resultados obtidos pela DRX em caso

de dúvidas.

Já a espectroscopia por absorção na região do infravermelho por transformada de

Fourrier, também é uma técnica bastante interessante para identificar uma substância orgânica

através dos grupos funcionais, constituído no material em análise, como por exemplo, um

cocristal.

Vale lembrar que mesmo sendo uma técnica bastante simples, o teste sob agitação

da solução ofereceu, nesta pesquisa, as informações preliminares e necessárias sobre a

solubilidade dos fármacos em diversos solventes.

Por meio dele foi possível, por exemplo, afirmar que a Glicosamina é pouco solúvel

nos solventes: água deionizada, isopropanol, butanol, dimetil-formamida e clorofórmio à temperatura

ambiente, sendo necessário o aquecimento das soluções. No aquecimento das soluções apresentou ser

solúvel em água deionizada. Entretanto, é insolúvel nos solventes: metanol, etanol, álcool isopropílico,

acetona, acetato de etila, éter etílico, acetonitrila, diclorometano, tetrahidrofurano, hexano e heptano.

A Tolbutamida, em temperatura ambiente, se solubiliza em metanol, etanol, isopropanol,

acetona, dimetil-formamida, acetato de etila, acetonitrila, clorofórmio, diclorometano e

tetrahidrofurano. É pouco solúvel nos solventes: água deionizada, butanol e éter etílico e insolúvel nos

solventes hexano e heptano. À temperatura de 55°C este fármaco é solúvel em metanol, etanol,

isopropanol, butanol, acetona, dimetil-formamida, acetato de etila, acetonitrila, clorofórmio,

diclorometano e tetrahidrofurano. E pouco solúvel em água deionizada e éter etílico e insolúvel em

hexano e heptano.

Nos ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de Glicosamina, a partir

da solução de Glicosamina e água deionizada com ácido salicílico e outros solventes obteve a

formação do ácido 2-aminobenzoico. O mesmo ocorreu com a Tolbutamida, a partir da

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Conclusão Página72

solução de Tolbutamida e metanol com o ácido salicílico nos solventes: metanol, etanol,

isopropanol, acetonitrila, e diclorometano obteve-se a formação do ácido 2-aminobenzoico,

porém não houve cristalização nos solventes: acetato de etila, clorofórmio e tetrahidrofurano.

Já nos ensaios de cristalização para obtenção de cocristais de Tolbutamida, a partir

da solução de Tolbutamida e etanol com ácido salicílico nos solventes, etanol, acetato de etila,

acetonitrila, diclorometano, tetrahidrofurano obteve a formação do ácido 2-aminobenzoico,

porém não houve cristalização nos solventes: metanol, isopropanol e clorofórmio.

Nos resultados de ensaios de cristalização para obter cocristais da solução de

Tolbutamida, a partir da solução de Tolbutamida e etanol com ácido maleico nos solventes

metanol e acetato de etila, ocorreu a cristalização da Tolbutamida no sistema monoclínico e

no grupo espacial P21/n, enquanto nos solventes:butanol, acetona e THF ocorreram a

cristalização da Tolbutamida no sistema ortorrômbico e no grupo espacial Pna21. Enquanto

nos solventes: etanol, isopropanol e acetonitrila os cristais foram muito pequenos para serem

identificados.

Foi observado que não houve formação de cocristal para Tolbutamida e

Glicosamina quando cristalizadas com ácido maleico e ácido salicílico.

Nos ensaios realizados com ácido tartárico e ácido oxálico, tivemos fortes

evidências da formação de cocristais de Tolbutamida com ácido oxálico e Glicosamina com

ácido tartárico, constatadas pelas medidas de Espectroscopia de Infravermelho. As medidas de

difração de Raios X não foram realizadas, porque o equipamento se encontrava em

manutenção a aproximadamente 1 ano. Posteriormente, serão realizadas as medidas de

difração de Raios X para confirmar a formação dos cocristais.

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Referências Página 73

REFERÊNCIAS

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matter? Mol Pharm, v. 4, n. 3, p. 317-22, May-Jun 2007.

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3) BERNSTEIN, J. Polymorphism in Macromolecular Crystals. Chapter 1. In:

Polymorphism im Molecular Crystal. 2nd

Edition. UK: Claredon Press - Oxford

University Press, 2007, p. 18.

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5) BERNSTEIN, J. Polymorphism in Macromolecular Crystals. Chapter 1. In:

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6) BOTTOM, R. The role of modulated temperature differential scanning calorimetry in

the characterisation of a drug molecule exhibiting polymorphic and glass

formingtendencies. Int J Pharm, v. 192, n. 1, p. 47-53, 1999.

7) BRASIL. Lei9.787, de 10 de fevereiro de 1999. Altera a Lei no 6.360, de 23 de

setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento

genérico, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e

dá outras providências. MS. Brasília -DF: Presidência da República. Casa Civil.

Subchefia para Assuntos Jurídicos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. DOU

29, seção 1, p. 57, em 11/02/1999. Disponível on-line:

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=11/02/1999&jornal=1

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8) ______. Resolução RDC n.º 134 de 29 de maio de 2003. Dispõe sobre a adequação

de medicamentos já registrados. Brasília - DF: Diretoria Colegiadada Agência

Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. DOU 104, seção 01, p. 26 em

31/05/2003. 2003a. Disponível on-line em:

http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_134_2003.pdf/6a92e720-

cd6d-46f6-be4d-9379cee9cf15

9) ______. Resolução RDC n.º 135 de 29 de maio de 2003. Dispõe sobre o regulamento

técnico para medicamentos genéricos. Brasília - DF: Diretoria Colegiadada Agência

Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. DOU 104, seção 01, p. 28 em

02/06/2003. 2003b. Disponível on-line:

http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_135_2003.pdf/66c4b0e0-

5e33-45ab-b266-0836073621af

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Referências Página 74

10) ______. Resolução RDC n.º 136, de 29 de maio de 2003. Dispõe sobre o registro de

medicamentos novos ou inovadores com princípios ativos sintéticos ou semi-

sintéticos. BRASIL. Brasília - DF: ANVISA. DOU 104, seção 1, p. 30 em 02/06/2003.

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http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_136_2003.pdf/9905c517-

4bde-4df5-abf9-1fc2ff8114f9

11) ______.Resolução RDC n.º 17, de 02 de março de 2007. Dispõe sobre a aprovação

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http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/RDC_17_2007_SUP.pdf/19eac

bf2-103c-41dd-92aa-21f17cc0182d

12) ______.Resolução RDC n.º 58, de 10 de outubro de 2014. Dispõe sobre as medidas

a serem adotadas junto à ANVISA pelos titulares de registro de medicamentos para a

intercambialidade de medicamentos similares com o medicamento de referência.

Brasil. Brasília – DF. DOU 197, seção 1, p. 659 em 13 de outubro de 2014. Disponível

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