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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
CURSO DE ZOOTECNIA
MICHEL FRANKLIN MOURA PRATES
PRODUÇÃO DE PEIXES NATIVOS NO MUNICÍPIO DE SORRISO-MT
CUIABÁ
2016
MICHEL FRANKLIN MOURA PRATES
PRODUÇÃO DE PEIXES NATIVOS NO MUNICÍPIO DE SORRISO-MT
Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Janessa Sampaio de
Abreu Ribeiro Supervisor do Estágio Supervisionado:
Prof. Dr. Darci Carlos Fornari
CUIABÁ
2016
A minha família, a Zootecnia e a todos os “apeixonados”,
Dedico.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por sempre estar ao meu lado me dando força e
nunca me deixar desamparado.
Ao meu pai Bejamim Rodrigues Prates e minha mãe Maria de Fátima Moura
Prates, por toda educação ao longo desses anos, pela estrutura e pelo apoio
incondicional nas minhas escolhas e decisões, sempre aconselhando em busca do
melhor. Aos meus irmãos Phelipe e nosso Anjinho Arthur, pelas alegrias.
À profª. Drª. e orientadora Janessa Sampaio de Abreu pelo conhecimento
transmitido ao longo do curso, pelo apoio e conselhos dados, pela amizade e
paciência ao longo de toda graduação.
À Profª Drª Maria Fernanda e à Profª Drª Cely pelo conhecimento transmitido
e paciência na elaboração do TCC e estágio.
Ao Prof°.Drº. Darci Carlos Fornari pela oportunidade de estágio, pela atenção
e paciência, pelos conhecimentos e experiências transmitidos a mim e por abrir as
portas da empresa ATF Consultoria em Piscicultura para realização do estágio
supervisionado.
Ao Zootecnista Rogério Barreto pelas experiências e conhecimentos
transmitidos, pela parceria e amizade construídas, pela paciência e pela vivência ao
longo desse tempo de estágio.
A todos os produtores e parceiros nos quais trabalhei e que me receberam de
portas abertas, pela hospitalidade e profissionalismo ao qual sempre houve.
À Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia e a UFMT por
ter possibilitado a minha formação.
Aos meus amigos, Flavio Andrade, Maurício Rosa e Aaron Dumont pelos
conselhos ao longo dos anos, pela amizade e parceria que perdurará sempre, pela
paciência e pela ajuda nos cinco anos de curso, fazendo parte dos momentos bons
e ruins, mas sempre ao meu lado.
Aos meus colegas do curso de Zootecnia e todos os professores que me
ajudaram a construir o início da minha carreira.
A cada momento vivido, experiência adquirida e conselho recebido que me
fizeram trilhar o melhor caminho em busca dos meus objetivos.
“O conhecimento liberta e o trabalho transforma. Não guarde coisas, guarde
momentos”.
Paulo Freire / Paulo Coelho
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Principais produtos da aquicultura em ordem decrescente do valor total da
produção no Brasil em 2014 ..................................................................... 4
Figura 2. Distribuição por região da produção de peixe em cativeiro no Brasil ......... 5
Figura 3. Produção de peixes por Unidades da Federação, em ordem decrescente
da quantidade produzida em 2014 ........................................................... 7
Figura 4. Viveiro escavado em pisciculturas..............................................................11
Figura 5. Açude com peixes criados em sistema extensivo ......................................12
Figura 6. Unidades de criação (viveiros escavados) em piscicultura semi-
intensiva....................................................................................................13
Figura 7. Unidades de criação (viveiros escavados) providas de aeração artificial
(aeradores) em piscicultura intensiva ..................................................... 14
Figura 8. Tanques-rede (A) e Raceways (B) para criação de peixes em sistema
superintensivo ........................................................................................ 15
Figura 9. Exemplares de híbrido tambatinga (A) e pintado amazônico (B), principais
peixes cultivados na região de Sorriso/MT. ............................................ 22
Figura 10. Balsa com a caixa de armazenamento para arraçoamento dos peixes
estocados em barragens ........................................................................ 26
Figura 11. Balaio de metal acoplado à balança de 1000 kg utilizados em despesca
em uma propriedade parceira da Genetic Fish Rise................................27
Figura 12. Caminhão de transporte do peixe despescado (A). Peixes totalmente
cobertos por gelo no interior do caminhão (B)..........................................28
Figura 13. Tratores e redes utilizados em despesca em viveiros
escavados.................................................................................................29
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Os municípios do Brasil com maior produção de peixe em
2014.............................................................................................................9
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
2. OBJETIVO ........................................................................................................... 3
3. REVISÃO ............................................................................................................. 4
3.1. Panorama da Produção de Peixes Nativos no Brasil.. .......................... ............4
3.2. Sistemas de Produção.................................... ....... ..........................................10
3.3 Práticas de Manejo na Piscicultura ............... ...................................................16
4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ............................................................................... 20
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO ............................................. 21
5.1. Caracterização das Propriedades Parceiras .................................................... 21
5.2. Monitoramento Diário dos Parâmetros Físico-Químicos da Água .................... 23
5.3. Realização de Biometrias ................................................................................. 24
5.4. Arraçoamento dos Peixes ................................................................................ 25
5.5. Recebimento e Soltura de Alevinos nas Unidades de Produção ..................... 26
5.6. Despesca e Transporte para Comercialização ................................................. 27
6. CONCLUSÕES .................................................................................................. 30
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 31
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 32
RESUMO
A criação de peixes nativos vem aumentando gradativamente no Brasil,
especialmente na região de Sorriso/MT. O estágio teve como objetivo acompanhar
diariamente a rotina de produção de peixes nativos nesta região, através de
consultoria técnica em Piscicultura em parceria com a empresa Genetic Fish Rise
prestada às propriedades locais. Um total de 18 produtores parceiros foram visitados
durante o período de realização de estágio. Este produtores tinham a piscicultura
como atividade secundária e a área alagada para produção variava de 8 a 30 ha.
Híbridos de tambatinga e pintado amazônico eram os peixes mais produzidos por
estes piscicultores, e despescados entre 1,8kg até 3kg. Semanalmente as
propriedades eram visitadas para o acompanhamento dos parâmetros físico-
químicos da água, através de aparelhos e kits comerciais. Mensalmente, mediante
agendamento prévio, as propriedades eram visitadas para realização de biometria
de parte dos peixes estocados, possibilitando acompanhar o crescimento dos
peixes. Também foi acompanhado o arraçoamento dos peixes nas propriedades e
recebimento e soltura de alevinos nas unidades de produção. A existência de
empresas que prestam serviços de consultoria e assistência técnica especializada
em piscicultura tem contribuído por um melhor planejamento dos empreendimentos
piscícolas, visando o aperfeiçoamento da produção, com aumento da produtividade
e maior rentabilidade.
Palavras-chave: bagres, peixes redondos, piscicultura, sistema intensivo.
1
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, o Brasil encontra-se entre os quinze maiores produtores de
pescado do mundo. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e Agricultura (FAO) o consumo de peixe vem crescendo a cada ano,
sendo que no país cada habitante consome 12 quilos/ano, atendendo o mínimo
estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (Brasil, 2013).
A aquicultura – criação de organismos aquáticos em condições controladas,
juntamente com a piscicultura pode ser uma atividade de alta rentabilidade desde
que realizada de forma técnica, baseada em projetos. Segundo o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE, 2014), o Brasil produziu aproximadamente 475 mil
toneladas de pescado, sendo a tilápia a espécie mais produzida, atingindo cerca de
260 mil toneladas, seguida pela produção de peixes redondos nativos, como
tambaqui, pacu, pirapitinga e híbridos, com cerca de 186 mil toneladas.
O estado do Mato Grosso se destaca nesse cenário, atingindo o segundo
lugar na produção total em piscicultura, com cerca de 61 mil toneladas de pescado,
sendo Rondônia o estado brasileiro de maior produção, com cerca de 75 mil
toneladas (IBGE, 2014). Sorriso, município situado no norte do estado de Mato
Grosso, se destaca como o maior produtor do Brasil, atingindo aproximadamente 21
mil toneladas, com enfoque para a produção de pintado e tambatinga, além também
de produzir com certo destaque tambaqui, jatuarana e piau.
Dentre as vantagens para a produção de peixes em grande escala estão as
características climáticas, hídricas e topográficas favoráveis ao estado de Mato
Grosso. Porém, há algumas limitações como o difícil acesso e baixo implemento
tecnológico usado pelos produtores e os baixos preços obtidos na venda do pescado
(Kubitza et al., 2011). Um ponto favorável é a qualidade das rações ofertadas no
mercado por diversas empresas, pelo fácil acesso e baixo custa à matéria prima,
especialmente na região norte, destacando-se também a cidade de Sorriso por ser a
maior produtora de grãos do país.
2
O estágio foi realizado na cidade de Sorriso/MT, no segmento de consultoria
técnica pela empresa Genetic Fish Rise, através de visitas diárias em diversas
propriedades da região observando todos os aspectos de produção que envolve a
cadeia da piscicultura da região.
3
2. OBJETIVO
O estágio teve como objetivo acompanhar diariamente a rotina de produção
de peixes nativos na região de Sorriso/MT, avaliando parâmetros de qualidade de
água nos viveiros de criação, participando das práticas de manejo alimentar,
povoamento, despesca e transporte de peixes, através de consultoria técnica em
Piscicultura em parceria com a empresa Genetic Fish Rise prestada às propriedades
da região.
4
3. REVISÃO
3.1. Panorama da Produção de Peixes Nativos no Brasil
O Brasil possui uma das maiores reservas de água doce do mundo, com
cerca de 8,2 bilhões de metros cúbicos de água em rios, lagos, açudes e represas;
além da extensa faixa litorânea, porém, com uma produção aquícola ainda pequena
em relação ao seu potencial. A piscicultura vem se destacando e mantendo um
crescimento acima do desempenho geral da economia e nos últimos 10 anos
superou a taxa de crescimento da produção de outras carnes. No levantamento feito
pelo IBGE a produção total da piscicultura brasileira, já atualizada para o ano de
2014, foi de 474,3 mil toneladas. Segundo dados do Instituto, em um estudo
realizado sobre aqüicultura em 2013, a produção brasileira somou entre exportação
e importação, aproximadamente R$3,87 bilhões, sendo que a criação de peixes
liderou o setor, com 70,2% da produção, seguida de 20,5% referente à produção de
camarões (Figura 1).
Figura 1. Principais produtos da aquicultura em ordem decrescente do valor total da
produção no Brasil em 2014.
5
A região Centro Oeste se destaca pela maior produção de peixes em cativeiro
(26,8%) seguida das regiões Sul, Nordeste, Norte e Sudeste (Figura 2). A espécie
mais criada ainda é a tilápia, respondendo por 43,1% da produção nacional de
peixes, seguida pelo tambaqui (22,6%) e pelo grupo tambacu e tambatinga (15,4%),
os chamados peixes redondos.
Figura 2. Distribuição por região da produção de peixe em cativeiro no Brasil.
Fonte: Revista Globo Rural (2015).
Esse aumento na produção se dá graças ao apoio das empresas privadas,
setor produtivo e órgãos governamentais, como Empresa Brasileira de Pesquisas
Agropecuária (EMBRAPA), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e
Universidades Federais, os quais conjuntamente têm desenvolvido diversas linhas
de pesquisa, desde o melhoramento genético para a produção de bons alevinos até
a nutrição e qualidade da ração ofertada, visando aumentar a produtividade em
geral.
O Brasil produziu aproximadamente 253 mil toneladas de peixes nativos no
ano de 2014 (IBGE, 2014) sendo os peixes redondos responsáveis por 186 mil
toneladas e os chamados peixes de couro, conhecidos popularmente por bagres e
surubins, responsáveis pelo restante.
Os estados do Mato Grosso, Roraima, Tocantins e Maranhão tiveram grande
destaque e muito por incentivos e financiamentos de programas governamentais, o
que contribuíram para as suas produções com a implantação de cultivos de grande
6
porte, aproveitando açudes e barragens já existentes, com baixo investimento inicial
na construção de viveiros escavados (Kubitza, 2015).
Em Mato Grosso, maior produtor de grãos (soja e milho) do país a produção
de peixes nativos redondos vem crescendo de forma expressiva. Rondônia se
beneficia do grande potencial hídrico e da disponibilidade de grãos a preços
competitivos em relação a Mato Grosso, para se posicionar como principal estado
produtor de peixes redondo no país (Kubitza, 2015) (Figura 3). Mato Grosso e
Rondônia, juntos, respondem por quase 50 % da produção de peixes redondos no
Brasil (IBGE, 2014). Significativa produção de peixes redondos ainda ocorre no
Tocantins, Maranhão, São Paulo, Bahia e Piauí e Mato Grosso do Sul.
7
Figura 3. Produção de peixes por Unidades da Federação, em ordem decrescente
da quantidade produzida em 2014.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da
Pecuária Municipal, 2014.
Para aproveitar o potencial nacional e aumentar a produção de pescado no
Brasil, foi lançado pelo Governo Federal, em outubro de 2012, o Plano Safra da
Pesca e Aquicultura, que implementou um conjunto de ações de incentivos a toda
cadeia produtiva do pescado, desde a produção de alevinos e ração até a
conservação, beneficiamento, transporte e comercialização do pescado.
8
Este programa foi um dos que mais colaboraram para o aditivo na produção
aquicola, na qual mais de R$ 4,1 bilhões foram investidos até 2014, em ações que
facilitaram o acesso ao crédito para os produtores da atividade, aumentando a oferta
de assistência técnica e a formação de cooperativas que ajudaram a melhorar as
condições de armazenagem e a comercialização do pescado. Um segundo Plano
Safra foi lançado para os anos 2015/2016 e com essas ações, estima-se que a
produção nacional em 2022 chegue a 2 milhões de toneladas por ano.
A região Centro-Oeste destaca-se como a principal produtora, com 26,8% do
total (105 mil toneladas). Mato Grosso ficou na liderança estadual até o referido ano,
com 19,3% da produção nacional, sendo atualmente ultrapassado pelo estado de
Rondônia (IBGE, 2014). Segundo os dados apresentados no boletim de Produção
da Pecuária Municipal (PPM) do IBGE, os peixes redondos (tambacu, tambantinga e
tambaqui) são as principais espécies criadas em Mato Grosso, representando 75%
da produção, seguidos pelos bagres de couro (Pintado, Cachara, Cachipira,
Pintachara, Surubim) com 14% da produção estadual.
Em termos municipais, o maior produtor de peixes foi Sorriso (MT), com 21 mil
toneladas de peixes em 2013, seguido de Jaguaribara (CE), com 16,9 mil toneladas
e Rio Preto da Eva (AM), com 14,4 mil toneladas (Tabela 1).
9
Tabela 1. Os municípios brasileiros com maior produção de peixes em 2014.
Participações no total da produção (%)
Produção (toneladas)
Relativa Acumulada
Sorriso – MT 21 000 4,4 4,4 Jaguaribara – CE 16 920 3,6 8,0 Rio Preto da Eva – AM 14 433 3,0 11,0 Ariquemes – RO 9 751 2,1 13,1 Várzea Grande – MT 7 331 1,5 14,6 Orós – CE 6 280 1,3 16,0 Assis Chateaubriand – PR 5 920 1,2 17,2 Santa Fé do Sul – SP 5 762 1,2 18,4 Urupá – RO 5 528 1,2 19,6 Mirante da Serra – RO 5 217 1,1 20,7 Rosário Oeste – MT 5 158 1,1 21,8 Cujubim – RO 5 094 1,1 22,9 Toledo – PR 5 046 1,1 23,9 Paragominas – PA 4 895 1,0 24,9 Porto Velho – RO 4 891 1,0 26,0 Almas – TO 4 849 1,0 27,0 Alto Santo – CE 4 805 1,0 28,0 Linhares – ES 4 560 1,0 29,0 Maripá – PR 4 159 0,9 29,9 Nova Aurora – PR 4 109 0,9 30,7 Glória – BA 4 081 0,9 31,6 Morada Nova de Minas – MG 4 039 0,9 32,4 Cacaulândia – RO 3 675 0,8 33,2 Amajari – RR 3 515 0,7 33,9 Vale do Paraíso – RO 3 416 0,7 34,7 Rio Crespo – RO 3 264 0,7 35,4 Santa Clara d'Oeste – SP 3 140 0,7 36,0 Jatobá – PE 2 800 0,6 36,6 Ouro Preto do Oeste – RO 2 763 0,6 37,2 Propriá – SE 2 670 0,6 37,8 Zacarias – SP 2 607 0,5 38,3
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Pesquisa da
Pecuária Municipal, 2014.
O fato do município de Sorriso ter se tornado um grande polo da piscicultura
no estado de Mato Grosso, está relacionado ao fato de existir um grande incentivo
para investimentos em tecnologia, elaboração de projetos e técnicos qualificados
prestando assistência aos produtores. Outro fator favorável, é que a maioria das
propriedades é de agricultores com estabilidade econômica, experiência no ramo do
agronegócio, bons maquinários e espaços físicos, não competindo com a lavoura.
10
Além disso, há abundância de água na região, que é rodeada pelo rio Teles Pires e
rio Verde, principalmente (Brasil, 2014).
Neste cenário, os produtores da região de Sorriso estão optando pela criação
Intensiva de peixes nativos, daí a explicação do crescimento exponencial da
produção de pescado em cativeiro nos últimos dois anos. Esse tipo de criação
caracteriza-se por apresentar maior taxa de renovação de água, utilizando aeração
suplementar. Normalmente, a opção é pelo monocultivo, com densidades mais
elevadas (dependendo da espécie, acima de 20 mil alevinos por hectare), utilizando-
se ração de qualidade superior e maior frequência de alimentação. Este sistema
permite atingir produtividade acima de 20 mil quilos por hectare/ano (Faria, 2013).
Todo o estado do Mato Grosso, porém, apresenta potencial para aumentar
sua produtividade na piscicultura. A presença de três grandes bacias hidrográficas
no estado (Amazônica, do Paraguai e a bacia Araguaia-Tocantins) e uma
diversidade de espécies para serem exploradas colabora para que a piscicultura
possa firmar-se como uma das atividades mais promissoras pelo seu bom retorno
financeiro quando comparado às outras atividades de interesse zootécnico e
econômico, como a bovinocultura de corte, por exemplo.
3.2. Sistemas de Produção
Há na piscicultura basicamente quatro sistemas de produção utilizados para o
pescado em viveiros escavados ou barragens: extensivo, semi-intensivo, intensivo e
superintensivo; os quais podem variar conforme alguns aspectos particulares de
cada região ou propriedade. Deve-se levar em consideração o objetivo do
empreendimento, o mercado a ser atingido, a espécie de cultivo, a disponibilidade
de água e energia elétrica, mão de obra, a área disponível, o custo dessa área, as
características climáticas da região, os aspectos legais, o custo em relação ao preço
pago para o produtor e os aspectos socioculturais (Crepaldi et al., 2006).
O cultivo de peixe em viveiros (Figura 4) caracteriza-se por áreas escavadas
sem qualquer revestimento interno, preenchidos por água, variando o sistema de
produção conforme aspectos mencionados anteriormente.
11
Figura 4. Viveiro escavado em pisciculturas.
Fonte: http://www.wikialagoas.al.org.br/images/f/fe/Viveiro.png.
O sistema extensivo de criação é referido como o ato de colocar peixes em
lagos ou açudes (Figura 5) permanecendo até a sua captura, sendo que neste
sistema não há o fornecimento de ração, nenhum tipo de manejo, sem renovação de
água e muitas vezes utilizando-se o policultivo (mais de uma espécie de peixe no
mesmo espaço físico). O baixo investimento é a principal vantagem, porém o retorno
também é baixo, pois a taxa de crescimento é lenta e a baixa produtividade faz com
que dificilmente o sistema extensivo seja empregado como atividade de principal
fonte de renda (Lima, 2013).
Nesse tipo de criação, necessita-se de água para o enchimento dos viveiros e
para a reposição das perdas causadas por infiltrações e evaporação, oriundas da
chuva (Lima, 2013). Segundo Crepaldi et al. (2006) a forma extensiva é praticada
tipicamente por famílias que consomem a maior parcela da produção e vendem o
restante. Utilizam cultura de machos e fêmeas e, muitas vezes, espécies diferentes
no mesmo viveiro com baixa densidade de estocagem. Este sistema é geralmente
estocado com menos que 2.000 peixes/ha, e apresenta uma produtividade de 500
kg/ha (Cyrino, 2010).
12
Figura 5. Açude com peixes criados em sistema extensivo
Fonte: http://sebraemercados.com.br/wp-content/uploads/2014/10/extensivo.jpg
No sistema semi-intensivo (Figura 6) o piscicultor já desenvolve uma atividade
profissional, visando obter resultados comerciais com um nível técnico mais elevado
e, com isso, obtendo bons lucros. Há o fornecimento parcial de alimento, como
ração, troca parcial da água, com entrada e vazão por estruturas construídas para tal
finalidade e algum tipo de manejo da alevinagem para a engorda (Lima, 2013). Faz-
se uso de calagem e fertilizantes para aumentar a produção de alimento natural
(produção primária) e compor o alimento dado ao peixe, sendo o tipo de adubação
de fundamental importância, priorizando a adubação inorgânica, pois esta afeta
menos os parâmetros de oxigênio dissolvido na água.
Mesmo sendo o sistema mais utilizado no Brasil, ele não agrada por haver um
custo mais elevado que o extensivo, mas um baixo retorno financeiro em relação à
produtividade alcançada. A taxa de estocagem utilizada é de aproximadamente 5
20.000 peixes/ha, resultando numa produção média de 1500 a 8000kg/ha/colheita
(Cyrino, 2010).
13
Figura 6. Unidades de criação (viveiros escavados) em piscicultura semi-intensiva.
Fonte: http://peixesaguaboa.com.br/peixes_extra/slide3.jpg
O sistema intensivo é definido por Crepaldi et al. (2006) como a utilização de
viveiros construídos estritamente para criar peixes.A finalidade desse sistema é
obter alta produtividade por metro quadrado. Esse sistema apresenta características
como alimentação dos peixes com ração balanceada e adequada para cada espécie
e de acordo com a fase de cultivo, controle de entrada e saída de água, manejo
criterioso e utiliza espécies adaptadas à criação em alta estocagem.
Este é o sistema no qual o criador emprega o maior nível técnico possível.
Além das técnicas utilizadas no sistema semi-intensivo já citadas, destaca-se que
apenas um tipo ou espécie de peixe é criada em cada tanque e com um grau de
adensamento populacional elevado. Com isso, faz-se necessário que a alimentação
utilizada seja totalmente artificial, com rações balanceadas que podem proporcionar
o máximo desenvolvimento aos peixes (Lima, 2013). Utiliza-se aeração artificial
(Figura 7) com o objetivo de aumentar os níveis de oxigênio dissolvido e é feito
periodicamente analise da água, aferindo parâmetros que interferem diretamente no
crescimento do peixe, como pH e alcalinidade, transparência e turbidez. O controle
desses fatores ocasiona um aumento de produção e produtividade e
consequentemente um maior lucro para o produtor. A taxa de estocagem utilizada é
de 1 a 3 peixes/m2.
14
Figura 7. Unidades de criação (viveiros escavados) providas de aeração artificial
(aeradores) em piscicultura intensiva.
Fonte: http://www.panoramadaaquicultura.com.br/paginas/Revistas/109/images/Kub
_abert.gif
O sistema intensivo de criação é o mais utilizado hoje na região de
Sorriso/MT, o que justifica a grande produção de peixes pelo município. Este sistema
tem gerado aumento na produtividade e um maior retorno financeiro, devido ao alto
incremento tecnológico utilizado nas propriedades, fácil acesso a mão de obra,
oferta de ração e boa disponibilidade de água na região.
O sistema superintensivo é o tipo de criação aplicado em tanques-rede
(Figura 8A) ou nos raceways (Figura 8B), longos tanques de alvenaria, concreto ou
fibra, com fluxo contínuo de água. Nesse caso, uma só espécie de peixe é cultivada
em alta densidade de povoação. Geralmente, ficam cerca de 20 a 100 peixes/m2 em
cada metro cúbico de gaiola ou tanques pequenos.
15
Figura 8. Tanques-rede (A) e Raceways (B) para criação de peixes em sistema
superintensivo.
Fonte:
A)http://www.textilsauter.com.br/images-tanque-rede-pvc/tanque-rede-pvc-criador-
peixe.jpg
B)http://www.lib.noaa.gov/retiredsites/korea/main_species/rainbow.files/vokpr00 .jpeg
Segundo Kubitza (1998), a disposição de oxigênio continuadamente também
é indispensável na piscicultura superintensiva. Os peixes recebem rações
balanceadas, com tipos e teores de proteínas, minerais, vitaminas e outros
ingredientes indispensáveis para o seu crescimento. A escolha do local para o
posicionamento dos tanques-rede deve considerar o acesso para o manejo diário e
a renovação de água entre as gaiolas e o ambiente. Uma ótima condição de
renovação de água está em torno de cinco renovações por minuto (1 a 10
renovações/minuto). Esse sistema de cultivo apresenta grande vulnerabilidade. Os
tanques geralmente estão situados em águas públicas ou corpos de água
aproveitados por vários usuários, em que os produtores têm pouca ação para
controle da poluição (Crepaldi et al., 2006). Segundo estes autores, como os outros
sistemas de cultivo, os tanques-rede usam diretamente os recursos aquáticos,
promovendo impactos ambientais, assim como a introdução de patógenos. Além
disso, os tanques ocupam espaço e podem dificultar a navegação, alterar as
correntes e aumentar as taxas de sedimentação, em algumas regiões, portanto é
necessário o acompanhamento das alterações ambientais, como forma de
normatizar o desenvolvimento da atividade.
16
O sistema de fluxo contínuo (raceway) baseia-se no abastecimento contínuo
de água nos tanques de cultivo (Crepaldi et al., 2006). São geralmente tanques
retangulares ou circulares de concreto ou outro material que resistam ao atrito
constante da água em suas paredes, são rasos e permitem uma grande densidade
de estocagem (Figura 8B). A quantidade de entrada de água deve ser suficiente
para promover a limpeza rápida dos tanques com máxima retirada de catabólitos,
sem, contudo, exigir dos peixes um esforço exagerado para a natação, o que é
extremamente desfavorável para seu pleno desenvolvimento, uma vez que a energia
que seria usada para seu crescimento estará direcionada para o exercício (Crepaldi
et al., 2006).
3.3. Práticas de Manejo na Piscicultura
São de fundamental importância boas práticas de manejo na piscicultura.
Essas caracterizações auxiliam para que haja ao longo de todo o ciclo de produção
um controle ideal, desde o início da safra com a preparação dos tanques e controle
de qualidade de água, passando pelos manejos alimentares, sanidade, aeração dos
viveiros, despesca e transporte, consolidando assim a produção e usufruindo de
bons lucros ao final do ciclo.
Estas intervenções buscam, dentre inúmeros objetivos, otimizar a produção e
a rentabilidade nas pisciculturas, de maneira compatível com a manutenção de
adequada qualidade ambiental, dentro e fora do empreendimento, possibilitando a
oferta de produtos seguros ao consumidor (Kubitza, 2008a).
Os viveiros destinados a recria e engorda de peixes devem ser
completamente drenados, deixando o solo do fundo exposto por 3 a 5 dias ao ar.
Neste meio tempo, a aplicação de calcário no fundo do tanque e a manutenção do
solo úmido favorecem uma decomposição mais rápida da matéria orgânica
depositada no fundo do tanque no cultivo anterior. A dose de calcário a ser aplicada
deve ser baseada na alcalinidade da água de abastecimento ou no pH do solo do
fundo, devendo ser também considerado o efeito residual de aplicações prévias de
calcário realizadas no tanque (Kubitza, 2008c).
A tubulação de abastecimento deve ser protegida com tela de malha de 1mm
para evitar a entrada de peixes indesejáveis nos viveiros, e após finalizado o
enchimento dos tanques, a entrada de água deve ser fechada, evitando renovação
17
de água no início do cultivo, de forma a possibilitar um rápido desenvolvimento do
fitoplâncton. O fitoplâncton oxigena a água, auxilia na remoção da amônia através
do consumo de nitrogênio, dificulta o estabelecimento de plantas e algas
filamentosas no fundo dos viveiros. Já o oxigênio dissolvido é o parâmetro de
qualidade da água que deve ser monitorado diariamente, nas primeiras horas da
manhã e no final da tarde através de um Oxímetro. O ideal é evitar que o oxigênio
dissolvido caia abaixo de 3mg/Litro. Para isso é necessário controlar e, algumas
vezes, limitar a quantidade de ração usada diariamente e/ou dispor de aeradores
(Kubitza, 2008c).
Vários fatores influenciam o consumo de oxigênio pelos peixes, como a
temperatura da água – quanto mais quente maior o consumo, tamanho do peixe –
quanto menor mais ele consome de oxigênio dissolvido e grau de repleção
alimentar, que é quando o peixe está alimentado, chegando a consumir duas vezes
mais do que aquele em jejum (Kubitza, 2008a). Segundo Kubitza (2009a), o
consumo de alimento é influenciado por inúmeros fatores, entre eles a temperatura
da água, o tamanho dos peixes, a qualidade da água (oxigênio, amônia tóxica, pH),
a condição de saúde (infestações por parasitos ou surtos de doenças), a
composição das rações e sua palatabilidade, a disponibilidade de alimento natural,
entre muitos outros fatores.
Kubitza (2009a), afirma que alguns aspectos são fundamentais no manejo
alimentar, como por exemplo, definir uma única pessoa para realizar a alimentação
dos peixes e orientar como deve ser feito esse manejo, definindo um percentual em
relação ao peso vivo a fim de se conseguir um bom desempenho do animal, sem
prejudicar os parâmetros físico-químicos da água. Deve-se observar o consumo
durante o fornecimento do alimento, e reajustar a quantidade semanalmente ou
conforme observação do tempo em que os peixes levam para comer o que foi
ofertado.
Em sistemas de criação intensiva, a aeração tem um papel de suma
importância do ponto de vista de produtividade em relação ao ganho de peso do
peixe e também na recuperação da qualidade da água ao final do ciclo, melhorando
os níveis de oxigênio e acelerando a decomposição da matéria orgânica, podendo
assim rapidamente ser devolvida ao meio ambiente (Kubitza, 2008b). De acordo com
o autor, destaca-se como os principais benefícios da aeração em piscicultura, a
segurança na criação, pois impede a ocorrência de déficits de oxigênio capazes de
18
causar mortalidade dos peixes, possibilitando aumento na produtividade de um
empreendimento, já que desta forma é possível ao ambiente suportar maior
biomassa de peixes nas unidades de cultivo, pelo fato de assegurar melhor
qualidade da água.
A aeração melhora o desempenho produtivo dos animais, mensurado através
do ganho de peso e da conversão alimentar. Sob condições ambientais adequadas,
os peixes apresentam melhor condição de saúde e menor mortalidade durante a
criação. Assim, pelos benefícios que traz, a aeração bem aplicada possibilita reduzir
o custo de produção e evitar desnecessárias perdas de peixes por déficits de
oxigênio (Kubtiza, 2008b).
Alguns fatores, como má qualidade da água, excessiva biomassa estocada,
variações de temperaturas ao longo do dia, má nutrição e manuseio inadequado
quando se trata de uma transferência ou repicagem, prejudicam substancialmente o
sistema imunológico dos peixes, comprometendo a produtividade.
Em transportes inadequados de longa duração, o manuseio dos peixes
durante estas operações deve ser feito com critério, técnica, equipamento adequado
e pessoal treinado. O ideal é deixar os peixes em jejum por pelo menos 24 horas
antes de realizar qualquer manejo mais intenso (Kubitza, 2009b). Segundo este
autor, despescas, classificações por tamanho e transferências de peixes são
atividades de rotina em uma piscicultura e é fundamental que produtores, técnicos e
funcionários tenham conhecimento dos fatores de estresse, bem como das boas
práticas de manejo que podem ser adotadas para amenizá-los, minimizando assim a
mortalidade dos peixes após as despescas, classificações e transferências.
As despescas são operações rotineiras nas pisciculturas, realizadas após
cada etapa da criação (para a classificação e transferência dos peixes para outras
unidades de produção) ou ao final do cultivo, quando os peixes serão
comercializados. As redes são arrastadas por um grupo de dois ou mais
funcionários. Quanto maior a rede, maior o número de pessoas necessário para o
seu arraste, quando este é feito de forma manual (Kubitza, 2009c).
Após serem capturados com a rede, os peixes podem ser transferidos
diretamente das redes para as caixas de transporte (montadas sobre caminhões ou
carretas agrícolas). No caso do carregamento de grandes quantidades de peixes é
necessário o uso de cestas de maior volume que, com o auxílio de um “munck”,
podem carregar entre 500 a 1.000 kg de peixes de uma só vez. Planejar bem a
19
operação, averiguar quando o melhor local para se fechar a rede, profundidade do
tanque, tamanho da rede e quantidade de pessoas para auxiliar, providenciar com
antecedência o material que será utilizado, como rede, balança, sacolas, caixas pra
transporte, suporte de rede, puçá, dentre outros são práticas que podem minimizar o
estresse sofrido durante este manejo e melhorar a produtividade (Kubitza, 2009c).
20
4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO
O estágio foi realizado na empresa Genetic Fish Rise, no período de 15 de
fevereiro a 18 de março de 2016, totalizando 180 horas. A empresa Genetic Fish
Rise está localizada no município de Sorriso/MT e atualmente conta com dois
consultores técnicos, sendo um deles atuante na região norte do estado de Mato
Grosso e o outro na região da baixada cuiabana.
A empresa funcionou por cerca de cinco anos em sociedade com a empresa
Delicious Fish, atuando em programas de melhoramento genético e reprodução de
peixes. Há cerca de um ano, a empresa se especializou no mercado no segmento
de consultoria e assistência técnica em diversas áreas da piscicultura. Através de
um molde de negócio com 18 parceiros, a assessoria é prestada em visitas
semanais às propriedades, para realização de biometrias mensais e/ou algum tipo
de manejo diferente conforme a necessidade do produtor.
A empresa teve origem na percepção de uma lacuna no setor, que era a falta
de mão de obra qualificada, técnicos capacitados e informações técnicas confiáveis
que incentivassem aos produtores da região a investir na piscicultura. O foco da
empresa é dar consultoria e promover assistência técnica em empreendimentos de
piscicultura, desde a recria até a engorda, bem como estabelecer contatos, inclusive
em outros estados, para possibilitar a venda do pescado produzido pelos parceiros
em vários frigoríficos. Em pouco tempo de funcionamento, a Genetic Fish Rise já é
referência em Mato Grosso, em especial, na região norte do estado.
Durante o estágio foi realizado o acompanhamento dos serviços de
consultoria prestados pela empresa nas pisciculturas parceiras, que envolveu visitas
técnicas diárias em várias propriedades. Nestas visitas foi possível avaliar a campo
os parâmetros de qualidade de água das criações intensivas de peixes na região de
Sorriso/MT, e acompanhar o manejo alimentar, transporte e de despesca dos peixes
para fins de comercialização para frigoríficos de várias regiões do Brasil.
21
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO
Durante o período de estágio (15 de fevereiro a 18 de março de 2016) foram
desenvolvidas as seguintes atividades:
Visitas às 18 propriedades parceiras da empresa Genetic Fish Rise, situada
no município de Sorriso/MT para reconhecimento das instalações e
capacidade de produção;
Monitoramento diário dos parâmetros físico-químicos da água nas
propriedades visitadas;
Realização de biometrias dos peixes cultivados;
Acompanhamento do arraçoamento dos peixes nas propriedades;
Recebimento e soltura de alevinos nas unidades de produção;
Despesca para comercialização.
5.1. Caracterização das Propriedades Parceiras
No inicio do estágio houve a recepção pelo zootecnista responsável pela
empresa que conceituou a realidade produtiva de peixes da região, detalhando os
empreendimentos das propriedades parceiras, sistemas de produção, espécies mais
cultivadas e a importância socioeconômica da atividade para o município e região.
Atualmente, a Genetic Fish Rise tem 18 propriedades parceiras, todas
visitadas, sendo as menores pisciculturas com 8 ha de lâmina d’água e as maiores
com até 30 ha. As espécies mais produzidas por estes piscicultores eram híbridos de
tambatinga (Figura 9A) e pintado amazônico (Figura 9B).
22
Figura 9. Exemplares de híbrido tambatinga (A) e pintado amazônico (B), principais
peixes cultivados na região de Sorriso/MT.
Fonte:
A)http://s2.glbimg.com/PnZ3QxTmP9nT_gZ_TKtnIX10BY=/780x440/e.glbimg.com/o
g/ed/f/original/2015/01/29/tambatinga3.jpg
B) Arquivo Pessoal
Sempre após as visitas, era elaborado um relatório técnico das atividades que
tinham sido realizadas, bem como as recomendações de novas atividades, caso
fosse necessário dar continuidade a algum tipo de manejo na propriedade. Este
relatório era encaminhado ao gerente ou proprietário da piscicultura visitada para
ciência e devidas providências.
As propriedades em sua maioria tinham como atividade principal a agricultura,
com a plantação de soja e milho, sendo a piscicultura uma atividade secundária,
como complemento de renda ou uma alternativa de trabalho em um nicho de
mercado diferente, buscando diversificar a produção. Os proprietários relatavam ver
a piscicultura como uma alternativa para enfrentar a crise econômica e intempéries
que influenciam diretamente a lavoura. Todos os parceiros trabalhavam em suas
propriedades com sistema intensivo, por já possuírem maquinário e capital de
investimento, além de um suporte técnico especializado, através das consultorias,
tendo assim um maior retorno através de uma maior produtividade.
Em sua maioria eram despescados peixes entre 1,8kg até 3kg de peso vivo.
As primeiras despescas aconteciam em torno de 7 a 8 meses após o início da
produção na engorda, sendo o peixe escoado para grandes centros consumidores
de pescado, como os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e
A B
23
Goiás, variando o peso de abate conforme a preferência de comércio pelo frigorífico
e pela população da região.
5.2. Monitoramento Diário dos Parâmetros Físico-Químicos da Água
As visitas às propriedades eram semanais, sendo realizado o
acompanhamento de três a quatro propriedades por dia, seguindo um cronograma
de visitas. Na chegada à propriedade visitada, era realizado o acompanhamento dos
parâmetros físico-químicos da água. No caso do produtor que tinha os kits e
equipamentos para análise de água, era utilizado o material disponível na
propriedade para fazer a avaliação dos parâmetros. Porém, frequentemente os
produtores não possuíam os equipamentos necessários. Neste caso, a avaliação era
realizada com os equipamentos e kits da própria empresa e os resultados eram
disponibilizados ao produtor.
Os parâmetros de qualidade de água frequentemente avaliados nas
propriedades visitadas eram pH e oxigênio dissolvido. Para avaliação do pH, era
coletada uma amostra de água do viveiro ou barragem no nível indicado no tubo
disponibilizado no kit comercial, seguida da colocação do reagente (5 gotas)
conforme recomendação do kit. Após era realizada a leitura do resultado observando
a coloração da amostra em comparação a uma tabela de cores fornecida no kit.
Frequentemente, os resultados se mantiveram dentro do considerado ideal à
piscicultura (6,5 a 7,0). As águas na região norte do Estado de Mato Grosso se
caracterizam por serem mais ácidas e era recomendado aos piscicultores lançarem
periodicamente calcário nas bordas do tanque a fim de manter o pH próximo à
neutralidade, o que seria mais adequando ao cultivo de peixes.
O oxigênio dissolvido era medido através de um aparelho chamado oxímetro,
previamente calibrado. Quando usado o oxímetro digital da empresa, o mesmo
possuía um termômetro acoplado no mesmo equipamento, sendo possível medir
neste caso, a temperatura da água. De acordo com o nível de oxigênio dissolvido na
água pela manhã e no período da tarde, eram passadas algumas orientações sobre
o manejo alimentar (arraçoamento). Desta forma, ao medir o oxigênio na água, a
empresa recomendava não arraçoar os peixes caso o nível estivesse abaixo de
3mg/L no início da manhã e abaixo de 5mg/L, à tarde, isto porque o consumo da
24
ração pelos peixes aumentará o consumo de oxigênio para digestão do alimento,
dificultando a normalização do oxigênio disponível nos dias subsequentes.
Considerando que a manutenção de uma boa qualidade de água é muito
importantes para o sucesso de uma piscicultura, além de pH e oxigênio dissolvido,
outros parâmetros físico-químicos poderiam ser rotineiramente avaliados, no mínimo
mensalmente, como alcalinidade e amônia total, sendo esta última muito importante
por influenciar diretamente a produção de peixe, afetando consumo e seu
crescimento, podendo em níveis mais elevados causar até mortalidade.
5.3. Realização de Biometrias
Uma vez por mês, cada propriedade era visitada pelos técnicos da empresa
para realização de biometria dos peixes cultivados. O objetivo da realização desta
prática era avaliar os parâmetros de crescimento e através do ganho de peso poder
traçar uma perspectiva de peso final e tempo de despesca. Além disso, com os
dados de consumo de ração era possível calcular a conversão alimentar aparente no
período.
As biometrias eram previamente agendadas e era solicitado ao responsável
pelo arraçoamento na propriedade suspender a alimentação dos peixes no dia da
atividade, isto porque facilitava a apreensão dos peixes em parte do tanque quando
jogado uma porção de ração. O arraçoamento era feito de forma manual pelos
técnicos da consultoria. Quando os peixes se aglomeravam em um determinado
ponto do tanque, um dos técnicos entrava na água com uma ponta da rede (bóia na
parte superior da rede e chumbo na inferior), fechando uma parte dos peixes para a
pesagem.
A quantidade de peixes pesados variava conforme o tamanho da propriedade
e produção, assim era feita uma amostragem com uma média significativa, utilizando
um balde de plástico vazado e pesados individualmente em uma balança pêndulo
(capacidade de 3 quilos). Os pesos de cada peixe eram anotados em uma planilha e
ao final da biometria estes pesos eram somados e o resultado dividido pela
quantidade de indivíduos pesados, tendo assim uma média do peso dos peixes de
determinado viveiro. Com este peso médio era possível, estimar a biomassa
estocada no viveiro e ajustar o fornecimento de ração caso necessário, aumentando
25
ou diminuindo a quantidade de quilos de ração ofertados por dia, de acordo com a
taxa de arraçoamento considerada.
A biometria é um procedimento que deve ser realizado o mais rápido possível,
evitando-se apertar os peixes na rede e em um horário com a temperatura mais
amena, para diminuir o estresse causado no animal, buscando afetar o mínimo
possível o seu bem estar e parâmetros fisiológicos.
5.4. Arraçoamento dos Peixes
Nas visitas semanais às propriedades, algumas vezes, dependendo o
horário da chegada, era possível acompanhar o arraçoamento diário dos peixes. Nas
pisciculturas visitadas, foi observado que esta prática era frequentemente
mecanizada, devido ao tamanho das unidades de criação, como barragens de 5 ha
de lâmina d’água. Em propriedades com viveiros menores e em algumas barragens
o arraçoamento era manual realizado por um funcionário da propriedade através de
motos com uma carretinha acoplada a um soprador do tipo folha. A ração era
colocada em um suporte e assim o soprador lançava os péletes para dentro do
viveiro.
Já em barragens as rações eram retiradas dos sacos e colocadas em caixas
de armazenagens e lançadas na água por gravidade quando abertas duas
comportas laterais nas caixas. Estas caixas de armazenagem eram acopladas em
balsas com motor (Figura 10) de forma que o arraçoamento era realizado em toda a
barragem na quantidade mais uniforme possível.
O percentual de proteína bruta (PB) nas rações variava conforme a fase de
desenvolvimento do peixe cultivado nas propriedades. Durante o estágio, foi
possível acompanhar somente o período de engorda, no qual os produtores
utilizavam rações com 28 ou 32% de PB, mais utilizados na fase de terminação para
peixes redondos e bagres, mais especificamente o pintado e a tambatinga, os mais
cultivados em Sorriso e região.
O cálculo da quantidade de ração fornecida aos peixes e a freqüência de
alimentação variava era ajustada após as biometrias, cujos resultados permitiam
conhecer que fase de desenvolvimento os peixes se encontravam.
26
Figura 10. Balsa com a caixa de armazenamento para arraçoamento dos peixes
estocados em barragens.
Fonte: Arquivo pessoal
5.5. Recebimento e Soltura de Alevinos nas Unidades de Produção
Durante o período de estágio foi acompanhado o recebimento e a soltura de
alevinos do híbrido pintado amazônico na Fazenda Nona Carolina, parceira da
empresa Genetic Fish Rise. Foram trazidos 20.000 alevinos em caixas de transporte
oxigenadas (transfish de 1.000 litros), soltos em um viveiro berçário de
aproximadamente 1 ha, sem uma análise previa dos parâmetros físico-químicos da
água, já citados anteriormente e que são fundamentais para o sucesso da
alevinagem.
A soltura foi realizada sem que houvesse nenhum tipo de aclimatação, em
desacordo ao recomendado pela literatura por Kubitza (2009d), o qual relata ser
importante aclimatar os peixes à água de destino, misturando a água do tanque para
dentro da caixa de transporte. Segundo o autor, este procedimento ameniza as
diferenças na temperatura, pH, oxigênio, salinidade, dentre inúmeros outros
parâmetros, evitando o choque térmico e minimizando o estresse.
27
5.6. Despesca e Transporte para Comercialização
Em datas previamente programadas, a equipe da empresa Genetic Fish Rise
se deslocava até a propriedade parceira para realização da despesca de parte da
produção para fins de comercialização.
O arraçoamento era suspenso um dia antes, para que o peixe pudesse
esvaziar o trato gastrointestinal. Para realização da despesca era necessária a
presença de um maior número de pessoas e com habilidade em passar rede e
capturar os peixes. Por esta razão, a empresa Genetic Fish Rise optava por
contratar diarista, que tinham mais experiência em despesca do que os funcionários
da fazenda da propriedade parceira.
Na chegada a propriedade, procedia-se primeiramente com a organização
dos equipamentos que seriam utilizados durante a despesca, como a rede para
apreensão, ferros utilizados para a sustentação da rede dentro da água, balança
para pesagem dos peixes (com capacidade de pesagem variando de 1000 a 3000
quilos, dependendo da propriedade) e bag, que seria uma caixa própria para
despesca ou balaio onde os animais eram colocados (figura 11). Este bag era
acoplado à balança e uma máquina, como pá ou retroescavadeira, içava este balaio
com os peixes, possibilitando o carregamento.
Figura 11. Balaio de metal acoplado à balança de 1000 kg utilizados em despesca
em uma propriedade parceira da Genetic Fish Rise.
Fonte: Arquivo pessoal.
28
Em média eram colocados de 400 a 450 peixes por vez para a pesagem,
assim o maquinário erguia o balaio, por exemplo, possibilitando a pesagem e
posteriormente soltando os peixes em caixas de fibra de 1500 litros. Estas caixas
continham água e gelo para que os peixes fossem insensibilizados antes de serem
colocados dentro do caminhão de transporte (Figura 12A). Para minimizar as perdas
na qualidade da carne do pescado, a proporção utilizada para transporte até o
destino, dentro do caminhão, era de 1:1 de gelo e peixe (Figura 12B).
Figura 12. Caminhão de transporte do peixe despescado (A). Peixes totalmente
cobertos por gelo no interior do caminhão (B).
Fonte: Arquivo pessoal.
Na maioria das propriedades parceiras, a passagem da rede era feita
manualmente (despesca manual). Nas propriedades cujos tanques eram de maior
dimensão, a despesca acontecia de forma mecanizada, com a rede sendo puxada
por tratores (Figura 13).
A B
29
Figura 13. Tratores e redes utilizados em despesca em viveiros escavados.
Fonte: Arquivo pessoal.
Em viveiros escavados há a possibilidade de se fazer uma apreensão quase
que total dos peixes, isso por causa do seu comprimento e largura que favorecem a
passagem da rede. Já em barragens, pela sua dimensão e profundidade, era
escolhida uma parte dela que favorecesse a soltura da rede, então se colocava a
rede em cima de barco ou balsa, deslocava-se até este local, atraia-se uma
quantidade significativa de peixes ofertando a eles um pouco de ração para então,
poder realizar a apreensão dos peixes com a rede para despesca.
Na prática da despesca é de suma importância que haja por parte dos
técnicos e responsáveis um planejamento previamente traçado, visando a melhor
organização possível das atividades a serem desenvolvidas, incluindo a divisão das
tarefas, de forma que se realize a despesca no menor tempo possível.
Fatores como atraso na chegada do caminhão de transporte, funcionamento
tardio da balança ou até mesmo poucos funcionários para realização desta prática
podem contribuir para que os peixes fiquem mais tempo presos na rede, o que
resulta em maior estresse e possibilidade de ferimento e injúrias, afetando
diretamente o bem estar animal.
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6. CONCLUSÕES
Altos investimentos e a priorização da produção em sistemas intensivos
garantiram que a produção de peixes nativos se concretizasse no estado de Mato
Grosso, em especial no município de Sorriso e região, encontrando-se em franca
expansão.
O fato de haver na região empresas que prestam serviços de consultoria e
assistência técnica especializada em piscicultura tem contribuído por um melhor
planejamento dos empreendimentos, visando o aperfeiçoamento da produção, com
aumento da produtividade e maior rentabilidade.
31
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o estágio foi possível verificar que a cadeia de produção e
comercialização de peixes nativos na região de Sorriso/MT vem crescendo, mesmo
em meio a um período de crise na economia e tem se desenvolvido em grande parte
pelo apoio do setor público que mediante ações regulamenta, fiscaliza e incentiva o
investimento neste ramo de agronegócio pelos produtores e indústrias. Por outro
lado, ainda há lacunas no setor porque por mais que existam características
geográficas, fluviais e socioculturais favoráveis à piscicultura e um grande aumento
de empreendimentos piscícolas, é baixa a tecnificação profissional na área.
A realização do estágio supervisionado na área de piscicultura,
especificamente atuando na consultoria técnica em produção e comercialização de
espécies nativas para frigoríficos de diferentes regiões do Brasil, permitiu que os
conhecimentos adquiridos durante o curso de Zootecnia, fossem colocados em
prática, principalmente aqueles relacionados ao manejo, bem estar, análise dos
parâmetros da água, despesca e transporte.
O estágio auxiliou no aprimoramento das relações interpessoais, a
necessidade de se respeitar cada particularidade de cada propriedade e os
conhecimentos e costumes locais estabelecidos, sendo esta a parte mais
complicada, porém mais gratificante.
Finalmente, o estágio mostrou-se não somente importante apenas para o
aprendizado técnico e fixação de todo o conteúdo teórico visto em sala de aula ao
longo dos cinco anos de Faculdade, mas também mostrar a grande necessidade de
se ter no mercado de trabalho profissional qualificado para prestar assistência
técnica e auxiliar diretamente o produtor.
.
32
REFERÊNCIAS
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33
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