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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA SÉRGIO ANTONIO GARCIA PEREIRA JUNIOR PRODUÇÃO DE METANO DE CONVERT HD364 CUIABA 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA

CURSO DE ZOOTECNIA

SÉRGIO ANTONIO GARCIA PEREIRA JUNIOR

PRODUÇÃO DE METANO DE CONVERT HD364

CUIABA 2016

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SÉRGIO ANTONIO GARCIA PEREIRA JUNIOR

PRODUÇÃO DE METANO DE CONVERT HD364 Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Zootecnia.

Orientadora: Profa. Dra. Rosemary Laís Galati

CUIABÁ 2016

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais que investiram em

minha formação mesmo quando não

tínhamos condições.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus que sempre teve um plano maior e melhor que os

meus, sempre me direcionando mesmo quando não pude perceber e compreender.

Aos meus pais (Sérgio e Elaine) que sempre respeitaram minha vontade e

acreditaram que o filho poderia cursar um curso na UFMT, à minha família que

soube entender toda a correria e pressa nos almoços de domingo na casa vovó.

Os amigos que fiz durante todos os cinco anos de faculdade (Edvania, Kênia,

Marcella, Thabata, Thuanny), me recordarei de cada momento de bobeira e

descontração, aos professores que me orientaram com tanto prazer (Vanessa

Franzo e Rosemary Galati) e também aos que foram meus professores amigos, que

aliviaram a tensão da rotina muitas vezes desgastante dos semestres (Arthur, Carlos

Eduardo, Isis e Maria Fernanda).

A todos vocês o meu muito obrigado.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Esquema simplificado da degradação ruminal de carboidratos e formação de CH4.. ...................................................................................................... 6

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Variações típicas nas emissões de metano por três classes de ruminantes, energia perdida como CH4 e estimativa de dias perdidos de pastejo anual

Tabela 2. Teores de matéria seca (MS), cinzas, proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro indigestível (FDNi) do capim-Convert HD364

Tabela 3. Digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO), nutriente digestível

total (NDT) e energias digestível (ED), metabolizável (EM) e líquida (EL) do capim-Convert HD364 em diferentes alturas de corte

Tabela 4. Produção de gás do capim-Convert HD364, volume total de gás (mL/g

MSD), volume total de CH4 (mL/g MSD), volume total de CO2 (mL/g MSD), volume total de CH4 + CO2 (mL/g MSD), %CH4, CH4:CO2, CH4/volume total de gás (mL/g MSD) em diferentes alturas de corte

Tabela 5. Emissão de gás metano (CH4) por um bovino de 400 kg de peso corporal

com consumo de 2,3% de peso corporal de capim-Convert HD364 em diferentes alturas de pré-pastejo

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1 2. OBJETIVO ............................................................................................................. 2

3. REVISÃO ............................................................................................................... 3 4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 10 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 15 6. CONCLUSÕES .................................................................................................... 19 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 20

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi mensurar a produção de metano in vitro do capim-

Convert HD364 sob diferentes alturas de corte, com médio nível de adubação. A

área experimental foi estabelecida em Novembro de 2014 e as coletas iniciaram em

Março do ano seguinte, de um total de 24 parcelas de 20 m², distribuídas em 4

alturas de corte (30, 45, 60 e 75 cm) em seis repetições. Ao atingir a altura de corte

a forrageira era cortada, permitindo 15 cm de altura de resíduo, e encaminhada para

análise bromatológica e armazenada para posteriores análises in vitro. A técnica

utilizada foi a da produção de gás in vitro semiautomática para estimativa de

digestibilidade da matéria orgânica, energia e produção de gases (CH4, CO2). Três

ovinos, machos adultos, foram utilizados como doadores de líquido ruminal,

adaptados à dieta com capim-Convert HD364 na relação de 80:20. A análise de

metano foi realizada no cromatógrafo gasoso Thermo Trace 1300. Os dados foram

avaliados em delineamento experimental inteiramente casualizado, e para a

produção de gás utilizou-se subparcelas para a variável tempo. As médias foram

comparadas pelo teste de Tukey com 5% de probabilidade. Tanto para energia

quanto para digestibilidade, a altura de 30 cm apresentou maiores valores, com

médias de 58,59% e 2,05 Mcal kg MS-1 para DIVMO e EM, respectivamente. Na

produção de gás, houve efeito significativo para a variável tempo (P˂0,001),

conforme a matéria orgânica ia sendo degradada aumentou-se a produção de gás.

Em se tratando de emissão anual de metano em matéria seca digerida, a quantidade

foi maior a 30 cm (59,31 kg ano-1), enquanto que para 75 cm (55,92 kg ano-1) o valor

foi menor. A produção de metano in vitro do capim-Convert HD364 foi maior quando

manejado sob menor altura de corte.

Palavras-chaves: alturas de corte, Mulato II, produção de gás in vitro.

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1 INTRODUÇÃO

Em 2015, o agronegócio foi responsável por 21,43% do PIB nacional, e a

pecuária contribuiu com 6,79% (CEPEA, 2015), estas atividades juntamente com

todos os setores envolvidos são extremamente importantes para a economia do

país, que mesmo permanecendo 75% da produção de bovinos, aves e suínos no

mercado interno (MAPA, 2016), o Brasil ainda é o segundo maior exportador de

carne bovina (USDA, 2016).

Dentre as razões que fazem da carne brasileira competitiva no mercado

internacional destacam-se o baixo custo de produção, por ser totalmente a pasto, e

ao grande rebanho comercial bovino, aproximadamente 212.344 milhões de

cabeças (IBGE, 2014), distribuídos em cerca de 172 milhões de hectares de

pastagem (CADASTRO RURAL, 2015). Composto em sua grande maioria (85%)

com forrageira do gênero Uroclhoa (PAULINO; TEIXEIRA, 2009), estas foram

responsáveis pela grande revolução da pecuária na década de 60 com a decumbens

cv. Basilisk e posteriormente com a brizantha cv. Marandu na década de 80.

Todavia, buscando cada vez patamares mais altos de produtividade,

resistência às cigarrinhas das pastagens, tolerância a solos de baixa fertilidade e alta

saturação de alumínio, as gramíneas híbridas vêm surgindo para atender a essa

exigência de mercado, por exemplo, a Uroclhoa híbrida cv. Mulato II “capim-Convert

HD364”.

Poucos dados de produção e composição, principalmente nos diversos

biomas brasileiros, são descritos na literatura e, muito menos sobre a produção de

metano dos ruminantes em pastejo nesta nova forrageira. Uma vez que há uma

pressão internacional muito forte sobre o Brasil em reduzir suas taxas de emissão de

gases de efeito estufa, como exemplo o metano, por saber que as maiores

produções deste gás, são oriundas de sistemas de produção com dietas composta

de fibras, como é o caso do sistema de produção brasileiro.

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2 OBJETIVO

Diante do exposto, objetivou-se com este estudo avaliar a produção de

metano in vitro do capim-Convert HD364 em quatro diferentes alturas de corte.

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3 REVISÃO

3.1 Panorama atual das pastagens, potencialidades e características da

Uroclhoa híbrida (Convert HD364)

Das pastagens cultivadas hoje, mais de 70% pertencem ao gênero Urochloa,

dentre essas, 90% da área é ocupada por Urochloa brizantha e Urochloa

decumbens, com destaque para cv. Marandu (ZIMMER et al., 2012). Em todo

território nacional, estima-se que cerca de 50% das pastagens plantadas sejam

compostas pelo capim Marandu, (VALLE et al., 2004). Fator alarmante, pois todas as

uroclhoas, exceto a ruziziensis, são de reprodução apomítica, ou seja, são cópias

idênticas às plantas mães.

Considerando tamanha uniformidade genética, o sistema de produção torna-

se extremamente vulnerável em casos de monocultivo, perda da capacidade

produtiva e resistência à cigarrinha das pastagens são alguns dos possíveis

prejuízos, outros já foram relatados no passado como, a fotossensibilização em

pastos de Urochloa decumbens e mais recentemente com a morte súbita do

braquiarão na Urochloa brizantha cv. Marandu. Demonstrando então grande

necessidade de diversificação de genótipos, cultivares de plantas forrageiras em

uma mesma área (KARIA; DUARTE; ARAÚJO, 2006).

A escolha inadequada da forrageira, ao implantar um pasto, e sua utilização

pode gerar desequilíbrio do bioma e ao passar do tempo, causar perdas com baixos

índices produtivos e de baixa qualidade. Entretanto, quando feita de forma adequada

e com diversificação da pastagem, o sistema pode resultar em bons índices

produtivos na propriedade, para que em casos de possíveis incidentes bióticos e/ou

abióticos (chuvas de granizo, baixa drenagem do solo, cigarrinha das pastagens,

entre outros) causarem danos e quedas na produtividade da forrageira, estes não

atinjam os piquetes como um todo, dando ao produtor maiores opções de escolha

para alocação dos animais.

Para maior diversidade de cultivares e outras opções de escolha ao

pecuarista surgiu ao mercado uma nova gramínea, que tem despertado interesse,

todavia há poucas informações sobre recomendações específicas de manejo. A

Uroclhoa híbrida Mulato II, comercialmente conhecida como capim-Convert HD364,

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é uma gramínea híbrida desenvolvida pelo Centro Internacional de Agricultura

Tropical (CIAT) em Cali, Colômbia como resultado de três gerações de hibridização

e seleção provinda de cruzamentos da Uroclhoa decumbens cv. Basilisk, Uroclhoa

ruziziensis e Uroclhoa brizantha cv. Marandu (ARGEL et al., 2007).

O capim-Convert HD364 possui hábito de crescimento semi-ereto, podendo

alcançar até 1 metro de altura. Destaca-se pela sua capacidade de adaptação a

solos ácidos de baixa fertilidade e alta saturação de alumínio. Além destas

características relacionadas ao solo, é tolerante a períodos de seca de até seis

meses, tolera moderadamente o sombreamento e é resistente ao ataque de

cigarrinha das pastagens (ARGEL et al., 2007).

Resultados divergentes da literatura revelam a grande capacidade de

adaptação desta forrageira, como demonstrado por ARGEL et al., (2007),

evidenciando que mesma não deixa de produzir sob baixa fertilidade do solo e

responde muito bem a maiores níveis de adubação.

A partir de análise bromatológica, ALVES, (2016) avaliou a composição

nutricional da gramínea e relatou valores de 24,63; 8,51; 8,13; 57,65 e 26,40% para

matéria seca (MS), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB), fibra em detergente

neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) respectivamente, para planta inteira,

valores referente à altura de 40 cm. LEAL, (2014), trabalhando com duas alturas de

entrada e quatro doses de nitrogênio encontrou produção de massa seca de 11.202

kg.ha-¹ de média com 100 kg.ha-¹ de N, com teores de 12,48; 66,86; 31,54% para

PB, FDN e FDA respectivamente.

Entretanto há grandes preocupações com o sistema de produção em pasto,

pois o mesmo quando em algum estágio de degradação (perda de vigor e

capacidade de recuperação vegetativa, baixa produção de massa verde, exposição

do solo, invasão da área por plantas invasoras) possui alta contribuição para

emissão do metano entérico e perda de energia com o mesmo. Fator que pode ser

minimizado com forrageiras bem manejadas e de melhor qualidade.

3.2 Metabolismo ruminal e produção de metano entérico

A produção de CH4 dos ruminantes é alvo de extensas discussões sobre

poluição do meio ambiente, por mais que o seu tempo de permanência na atmosfera

de nove a quinze anos (IPCC, 2006) seja menor que a duração do dióxido de

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carbono (CO2), o gás metano apresenta potencial de aquecimento global 25 vezes

maior que o CO2.

As concentrações de CH4 aumentaram cerca de 150% desde 1750 (IPCC,

2014). Os ruminantes produzem 80 milhões de toneladas de CH4, representando

28% das emissões antrópicas anualmente (BEAUCHEMIN et al., 2008), tornando-os,

portanto, alvo de discussões ambientais.

A localização da fermentação entérica dos ruminantes é no rúmen, ambiente

considerado como uma câmara fermentativa, de ambiente amplamente diverso,

dinâmico e complexo ao qual possui inúmeros microrganismos, divididos em três

grandes grupos: bactérias, fungos e protozoários, muitos ainda não identificados

(KOZLOSKI, 2011).

Dentro do grupo de bactérias há ainda um subgrupo denominado

archaebactérias, que se diferem por sua estrutura da parede celular e por serem

estritamente aneróbicas. Responsáveis pela produção do metano a partir de CO2 e

H2, como exemplo deste grupo encontram-se as Methanobacterium sp. e

Methanobrevibacter sp. (KOZLOSKI, 2011).

No ambiente ruminal, a degradação de carboidratos é metabolizada por uma

rota comum até piruvato, e a partir deste momento é utilizado para formação dos

ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), como produtos finais da fermentação por

várias rotas distintas (KOZLOSKI, 2011). Os principais AGCC são: acetato,

propionato e butirato, produzidos na proporção de 75:15:10 a 40:40:20,

respectivamente e contribuem cerca de 70% das necessidades calóricas dos

ruminantes (BERGMAN et al., 1990).

O piruvato pode ser convertido em produtos mais oxidados (acetato e

butirato) ou mais reduzidos como propionato, succinato e lactato, no entanto a

proporção de cada um deles é dependente, da espécie bacteriana, da concentração

de Dinucleótideo de nicotinamida e adenina reduzido (NADH+H), H2 e principalmente

da dieta. A retirada de H2 do meio ruminal é essencial para a reoxidação do NADH+H

e catabolismo intracelular do açúcar, sem o qual resultaria na morte bacteriana e

cessamento da fermentação ruminal. Tal retirada é realizada pelas bactérias

metanogênicas, as quais não deixam o H2 acumular no meio, utilizando-o para

reduzir CO2 a CH4 (Figura 1) permitindo assim um ambiente “estável” e em bom

funcionamento. Quanto mais o H2 é consumido do meio, maior é o rendimento de

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acetato e ATP por mol de açúcar fermentado (KOZLOSKI, 2011; MCALLISTER;

NEWBOLD, 2008)

Figura 1 – Esquema simplificado da degradação ruminal de carboidratos e formação

de CH4

A proporção de AGCC pode ser alterada como mencionado acima, quando

aumenta-se a concentração de propionato produzido no rúmen, diminuímos a

dependência do ambiente ruminal do H2 para reoxidação do NADH+H, uma vez que

nas duas possíveis rotas de fermentação do propionato há um consumo de

NADH+H, o qual deixa na via oxidativa duas moléculas de H, liberando dois NAD+,

enquanto nas vias do acetato e butirato ocorre o contrário, logo se a fermentação

caminha em direção a oxidação de acetato, maior produção de energia será

disponibilizada para a bactéria, assim como maiores produções de metano,

entretanto se a relação acetato/propionato diminuir, maior proporção de energia será

direcionada para o animal via AGCC (KOZLOSKI, 2011). Tais alterações nas

proporções de AGCC podem ser realizadas através da dieta, o que é bom devido ao

fato de que a produção de metano representa perda de aproximadamente 6% da

energia ingerida (JOHNSON; JOHNSON, 1995), e em casos de volumosos de baixa

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qualidade a perda energética chega a 12% (JOHNSON et al., 2007) o que reflete em

perda econômica por ineficiência na conversão do alimento em carne, leite e lã.

De acordo com ECKARD; GRAINGER; DE KLEIN, (2010) a perda em dias de

pastejo de um ovino, pode chegar a 55 dias e de um bovino a 60 dias (Tabela 1). O

mesmo autor relata que a melhora na qualidade da dieta traz maiores desempenhos

aos animais e reduz a produção de metano por unidade de produto animal.

Tabela 1. Variações típicas nas emissões de metano por três classes de ruminantes,

energia perdida como CH4 e estimativa de dias perdidos de pastejo

efetivo anual

Classe animal

Peso (kg)

CH4 (g/cab/dia)

MJ de CH4 (perdido/cab/dia)A

Exigência de energia diária (MJ/cab/dia)B

Dias perdidos de pastejo

(efetivo anual)C

Ovino adulto

48 10-13 1,5-2,0 13 43-55

Novilho de corte

470 50-90 7,6-13,6 83 33-60

Vaca de leite

550 91-146 13,6-22,1 203 25-40

A assumindo densidade energética de 55,22 MJ/kg de CH4 (Brouwer, 1965)

B Standing Committe on Agriculture (1990)

C Dias perdidos de pastejo efetivo anual = (perda de energia/exigência diária) x 365,25

Fonte: Eckard et al (2010).

Maiores quantidades de concentrado na dieta reduz a proporção de energia

desviada para produção de CH4, principalmente devido à mudança do substrato

fermentado, e o declínio do pH ruminal (BEAUCHEMIN et al., 2008). A celulose e a

hemicelulose da forragem diminuem a taxa de digestão ou prolongam a

permanência de partículas no rúmen comparadas aos carboidratos não fibrosos

(CNF), aumentando a quantidade de metano produzida por unidade de forragem

digerida (MCALLISTER et al., 1996). Tal efeito aumenta ainda mais, quando se trata

de gramíneas de baixa digestibilidade e carboidratos solúveis no conteúdo celular.

Melhoras na qualidade do pasto (através de adubação e manejo de altura

adequado) reduzem a produção de metano, devido a sua melhor composição,

menores proporções de parede celular e maiores participações de conteúdo celular

(BEAUCHEMIN et al., 2008). Forrageiras de metabolismo C4 são aquelas que

possuem alta afinidade com CO2, por isso sobrevivem em ambientes mais áridos

com alta taxa fotossintética, produzindo muito mais massa que as forrageiras de

metabolismo C3, que possuem sua maior taxa fotossintética em temperaturas mais

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amenas. As gramíneas C4 produzem mais metano por unidade de ingestão de

matéria seca (MS) quando comparadas a plantas de metabolismo C3, por elas terem

maiores participações de carboidratos na parede celular e menor digestibilidade

(ULYATT et al., 2002).

Após produzido, o metano entérico precisa ser excretado, por três vias

diferentes: eructação a partir do rúmen, por respiração pulmonar a partir do trato

digestivo posterior e por último via flatulência, dentre estes a maior parte é pela

eructação (MURRAY; BRYANT; LENG, 1976).

Para amenização destes problemas ambientais e menor perda energética é

importante adotar uma dentre as possíveis estratégias de redução entérica de CH4

como: suplementação com concentrado, uso de leguminosas, adição de lipídeos na

dieta e trabalhar com pastos bem manejados para elevar o valor nutritivo forrageiro e

aumentar a digestibilidade, ocasionando assim uma maior eficiência produtiva e

colaboração com o meio ambiente.

3.3 Predição de metano entérico O estabelecimento de estratégias de mitigação de metano entérico só são

possíveis mediante técnicas e metodologias que permitem mensuração do gás

excretado pelos animais. Atualmente há vários métodos disponíveis para estudos,

quer sejam de forma direta ou indireta.

Um método, eficiente e mais comumente utilizado no exterior é a câmara de

respiração para mensuração de CH4 (NKRUMAH et al., 2006; FREETLY; BROWN-

BRANDL, 2013), no entanto apesar da precisão, o alto custo e limitação da

possibilidade do animal buscar seu alimento natural é grande. Outro método que tem

sido utilizado é o do gás traçador hexafluoreto de enxofre (SF6) desenvolvido por

JOHNSON et al., (1994). Este método permite a captação de gases que são

emitidos via narina e boca do animal (respiração e eructação), com resultados

satisfatórios e sem a necessidade de confinar os animais, os mesmos podem ficar a

pasto (SOBRINHO, 2014). Em contrapartida suas restrições consistem na

dificuldade de manejo, leitura das cápsulas de gás e adaptação dos animais.

Há também o método de produção de gás in vitro, em que o componente

animal entra apenas como doador de conteúdo ruminal para a incubação. Embora o

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seu uso se restrinja a estudos e pesquisas, por conta da inviabilidade da aplicação a

pasto, esta técnica é viável por diversas razões: baixo custo com uso e manutenção

dos animais dentro das unidades de pesquisa, que são sempre bem elevados,

garante repetibilidade, (PEREIRA et al., 2011) e permite avaliar os ingredientes

isoladamente, logo a metodologia de produção de gás in vitro criada por

THEODOROU et al., (1994) é muito difundida por facilitar os estudos de mensuração

de gases como o metano, além de serem rápidas e de baixo custo.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Procedimento experimental

O experimento foi realizado em duas etapas: a primeira no campo e a

segunda no laboratório, sendo que a primeira destas teve duração de 20 de Março a

16 Junho de 2015. A área experimental estava localizada na Fazenda Experimental

da Faculdade de Agronomia e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso -

UFMT, localizado no município de Santo Antônio do Leverger, distante 30 km da

capital. O clima da região é do tipo Aw de acordo com a classificação Köppen, ou

seja, clima tropical com estações bem definidas: com inverno seco e chuvas no

verão.

Foram coletadas amostras de solo para determinação química e física na

camada de 0 a 20 cm, para fins de correção e preparo do solo. A área recebeu

adubação de implantação com 70 kg P2O5 ha-1 na forma de superfosfato simples, 30

kg ha-1de KCl (Cloreto de potássio) e 50 kg ha-1de Ureia conforme descreve

(CANTARUTTI et al., 1999).

A forrageira foi implantada no dia 26 de Novembro de 2014, com 10 kg ha-1 de

sementes puras e viáveis, semeadas a lanço, manualmente. Antes do início do

período experimental foi feito um corte de uniformização. O tratamento consistiu em

quatro alturas de corte (30, 45, 60 e 75 cm) do capim-Convert HD364.

A altura do dossel forrageiro era mensurada semanalmente com auxílio de

uma régua graduada em centímetros, em oito pontos distintos na parcela, levando-

se em consideração entre o nível do solo e a altura das folhas completamente

expandidas.

Cada parcela possuía uma área de 20 m², sendo que os cortes eram

realizados quando as alturas de cada tratamento fossem alcançadas, com auxílio de

um quadrado metálico (0,50 X 0,50 m) que permitia deixar uma altura de resíduo de

15 cm após os cortes.

Feito o corte de três quadrados por parcela, as amostras de forragem foram

pesadas, acondicionadas em papel kraft e levadas à estufa de circulação forçada,

55º C por 72 h. Concluída a etapa de pré-secagem, as amostras foram divididas em

duas porções para moagem, em moinho tipo Willey, utilizando peneiras de 1 ou 2

mm de crivos. As amostras moídas a 1 mm foram utilizadas nas análises

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bromatológicas, enquanto que as moídas a 2 mm, foram utilizadas na avaliação

nutricional.

Para a composição bromatológica, foram estimados os teores de matéria

seca (MS), proteína bruta (PB) e matéria mineral (MM) segundo a (AOAC, 1995). A

estimação dos teores de fibra em detergente neutro (FDN) e detergente ácido (FDA)

foram realizados em analisador de fibras (Ankom®220), utilizando-se tecido-não-

tecido (TNT de 100 g/m2), e as soluções descritas por GOERING e VAN SOEST

(1970).

Foram obtidos os teores de FDNi após incubação in situ por 288 horas

(VALENTE et al., 2011), em bovinos machos, adultos, canulados no rúmen, criados

em pasto de capim Marandu e suplementados com mineral. As amostras foram

pesadas em bolsas de TNT (100 g/m2) e, após o tempo de incubação, submetidas à

digestão em analisador de fibras (Ankom®220), seguindo o mesmo protocolo

laboratorial para as fibras. Segue abaixo a tabela de composição químico-

bromatológica (Tabela 1).

Tabela 2. Teores de matéria seca (MS), cinzas, proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro indigestível (FDNi), do capim – Convert HD364

Altura (cm) MS %

Cinza PB FDN FDA FDNi

%MS

30 23,52 9,85 13,46 66,41 33,57 11,99

45 25,74 8,34 12,02 67,61 37,31 13,30

60 20,97 9,19 10,33 67,68 38,01 12,84

75 25,72 7,36 6,69 74,12 40,14 16,79

4.2 Produção de gás in vitro e estimativa da produção de metano

Como doadores de conteúdo ruminal, três ovinos, machos adultos, canulados

no rúmen, pesando em média 52 kg, alojados em baias semicobertas e providas de

bebedouros com abastecimento automático da água, foram alimentados com feno

de capim-Convert HD364 e concentrado (milho, farelo de soja, uréia e núcleo para

ovinos), ofertados duas vezes ao dia, com o volumoso correspondendo a 80% (na

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base seca da dieta). A dieta foi formulada com o objetivo de atender às

necessidades de manutenção da categoria (NRC, 2007), e o período de adaptação

foi de 15 dias.

O capim-Convert HD364 cortado aos 30; 45; 60 e 75 cm de altura de corte, foi

submetido à técnica da produção de gás in vitro semiautomática, para estimativa da

digestibilidade da matéria orgânica (DIVMO), nutrientes digestíveis totais (NDT),

energias, metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2).

As amostras foram compostas por tratamento e pesadas na quantidade

correspondente a 200 mg de MS, em frascos de vidro âmbar com capacidade para

50 mL. No dia anterior à incubação, foram confeccionadas as soluções de macro e

microminerais, o tampão e a solução redutora (GOERING e VAN SOEST, 1970.

Estas soluções foram misturadas, e o meio confeccionado levado ao banho-maria a

39 °C, sob fluxo contínuo de CO2. Como indicador fotocatalítico de redução,

adicionou-se ao meio, solução de resarzurina 0,2% peso/volume (p/v) na quantidade

correspondente a 1,25 mL/L, e a finalização do fluxo de CO2 foi marcada pela

passagem da coloração azul (característica da resarzurina), para a translúcida.

O meio reduzido (6,7 mL) foi adicionado aos frascos contendo as amostras.

Adicionou-se também 0,3 mL de solução redutora (GOERING e VAN SOEST, 1970),

injetou-se CO2 no frasco por 10 segundo, e imediatamente após, o frasco foi

arrolhado com tampa de borracha. Após a preparação dos frascos, estes foram

levados a agitador do tipo Shaker, regulado a 39 °C, para pernoite.

No dia da incubação, de cada ovino, colheu-se conteúdo ruminal de diferentes

partes do rúmen. O conteúdo foi armazenado em garrafas térmicas e levado para o

laboratório. O conteúdo ruminal correspondente a cada animal foi filtrado em dupla

camada de tecido TNT. O líquido resultante, antes de retornar às garrafas térmicas,

foi novamente filtrado em camadas de gaze. A fração sólida do conteúdo foi

misturada ao meio confeccionado no dia anterior, e submetida à pulsação por 10

segundos em velocidade média do liquidificador, e em seguida, 45 segundos em

velocidade rápida. Esta mistura foi filtrada em camada dupla de TNT, e misturada ao

liquido ruminal previamente reservado nas garrafas térmicas, compondo o inóculo

(GOERING e VAN SOEST, 1970).

Os tempos de incubação utilizados foram: 4; 6; 8; 10; 12; 18 e 24h. O preparo

dos frascos para a incubação ocorreu de acordo com o tempo planejado no estudo.

Assim, iniciou-se a incubação do maior para o menor tempo. Para cada tratamento,

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foram utilizados dois frascos, e cada horário foi controlado por meio de dois frascos

brancos, ou seja, frascos contendo apenas o meio e o inóculo. Os frascos, por

horário, eram retirados do agitador e levados ao banho-maria (39 °C). Antes da

adição do inóculo, foi injetado CO2 por 10 segundos e, imediatamente após, 3 mL do

inóculo foram introduzidos com o uso de uma seringa. Rapidamente, o frasco foi

lacrado com tampa de borracha e anilha de alumínio, e a pressão inicial medida com

pressostato Datalloger Pressure® modelo PressData 800. Este procedimento

ocorreu sempre com os frascos mantidos em banho-maria e, ao término do preparo,

foram imediatamente encaminhados para o agitador. Quando todos os tempos foram

incubados, a agitação do equipamento Shaker foi ligada (80 rpm).

Atingido o tempo de incubação, os frascos foram retirados do agitador, a

leitura da pressão realizada, e o gás produzido, foi amostrado com o auxílio de uma

seringa de 10 mL acoplada a uma torneira de três vias e agulha para a perfuração

da tampa de borracha. O gás amostrado foi acondicionado em tubos vacutainer para

a análise do CH4 e CO2 em cromatógrafo gasoso Thermo Trace 1300, que ocorreu

no mesmo dia da amostragem. O resíduo indigerido foi recuperado por meio de

filtração em bolsas de TNT, pré-seco, e depois submetido à secagem definitiva para

obtenção da matéria seca digerida.

O gás amostrado e armazenado nos tubos vacutainer foi analisado por

cromatografia gasosa, a partir do uso de duas colunas capilares, e em detector TCD,

tendo como gases de trabalho o hidrogênio, nitrogênio, ar sintético e argônio. Foi

utilizado um padrão gasoso contento O2 (2,01 mol/mol), N2 (8,047 mol/mol), CH4

(45,09 mol/mol) e CO2 (44,85 mol/mol) para a obtenção das áreas de referência, e

estimativa das concentrações molares de CH4 e CO2 produzidos pelas amostras.

Conhecendo-se a concentração de CH4 e CO2 no padrão, estimou-se a quantidade

de moles/g MS digerida, que foi convertida em volume utilizando-se o fator de

conversão (22,413968 L/mol) segundo as condições normais de temperatura e

pressão (CNTP).

Para a estimativa da digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO),

nutrientes digestíveis totais (NDT) e energia, foram utilizados os dados de pressão

produzidos em 24h de incubação (MENKE e STEINGAS, 1988; SEKER, 2002). Para

isso, o valor de pressão medido em psi foi convertido em volume (mL), a partir do

desenvolvimento de uma equação de regressão (VmL = 0,0353 + 3,9086*psi, R2

=0,9988) relacionando estas duas variáveis.

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A digestibilidade foi obtida utilizando-se a equação DIVMO (%) = 36,1 +

0,464PG24h + 0,605PB, em que PG24h é o volume (mL) de gás produzido em 24

horas, e PB, corresponde à proteína bruta da amostra (SEKER, 2002). E energia

metabolizável foi estimada a partir da equação EM (Mcal/kg MS) = 0,728 +

0,0219PG24h + 0,0203PB + 0,124EE, em que PG24h e PB são as mesmas variáveis

já definidas anteriormente, e EE corresponde ao extrato etéreo da amostra. A

energia digestível foi considerada como 82% da energia bruta (EB) (SNIFFEN et al.,

1992). A energia liquida foi estimada a partir da equação EL (Mcal/kg MS) = 0,205 +

0,0170PG24h + 0,0147PB + 0,0888EE (SEKER, 2002). O NDT foi estimado

considerando-se que 1 kg de NDT possui 4,409 Mcal ED/kg MS (SNIFFEN et al.,

1992).

A estimativa de emissão do gás metano foi por meio de uma série de

cálculos. O volume total de CH4 (L) foi dividido pelo volume molar de qualquer gás

nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP: 1 mol = 22,413968 L) para

obtenção da quantidade em moles. Em sequência, o valor encontrado foi

multiplicado pelo peso molar do metano (16,042 g/mol), obtendo assim o peso do

metano produzido. A partir de então foi utilizado um bovino hipotético de 400 kg de

peso corporal consumindo 2,3% do peso corporal de MS de capim-Convert HD364.

Considerando a DIVMO de cada altura do capim foi feita a conversão para consumo

de matéria seca digestível, logo, este valor foi utilizado para estimar a produção de

metano por dia, por meio da multiplicação do consumo de MS digestível com metano

produzido em gramas. Para a estimativa anual foi multiplicado por 365,25 dias, o

valor encontrado por dia.

Os dados foram avaliados considerando o delineamento experimental

inteiramente casualizado. Inicialmente foram submetidos a teste de normalidade,

homocedasticidade e independência dos resíduos, atendida as pressuposições,

foram submetidos à análise de variância. Para os dados referentes à produção de

gás adotou-se o esquema em parcelas subdivididas no tempo, em que os

tratamentos constituíram as alturas de corte e os tempos de incubação as

subparcelas. As médias foram comparadas utilizando-se o teste de Tukey a um nível

de significância de 5%. Para a análise foi utilizado o software estatístico R versão

3.2.4 (R DEVELOPMENT CORE TEAM 2016).

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quanto à energia e digestibilidade do capim-Convert HD364 (Tabela 1), a altura

de 30 cm, mostrou-se mais digestível (58,59%), enquanto que a altura de 75 cm

revelou resultados de menor digestibilidade da matéria orgânica (53,98%). À medida

que a forrageira se tornou mais digestível, maiores foram seus valores em nutrientes

digestíveis total (NDT) e as energia digestível, metabolizável e líquida.

Tabela 3. Digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO), nutriente digestível total (NDT) e energia digestível (ED), metabolizável (EM) e líquida (EL) do capim-Convert HD364 em diferentes alturas de corte

Variável Altura (cm) EPM Valor-P

30 45 60 75

DIVMO (g/kg MS) 585,95a 564,77b 573,52ab 539,83c 3,831 <0,001 NDT (g/kg MS) 567,9a 543,02b 551,3ab 519,23c 4,155 <0,001 ED (Mcal/kg MS) 2,51a 2,40b 2,43b 2,29c 0,018 <0,001 EM(Mcal/kg MS) 2,05a 1,97b 1,99ab 1,88c 0,015 <0,001 EL(Mcal/kg MS) 1,20a 1,13b 1,15b 1,07c 0,011 <0,001

As variáveis foram submetidas ao teste de normalidade de distribuição de erros Shapiro-Wilk a 5% de significância.

As principais razões anatômicas concedidas à queda no valor nutritivo das

forrageiras são: espessura da parede celular e proporção dos tecidos, sendo que

estes são altamente alterados conforme a maturação da planta avança. Tecido de

sustentação como esclerênquima possui parede celular espessa e alta lignificação

conforme a maturidade aumenta (CARVALHO; PIRES, 2008), ou seja, conforme a

planta fica mais velha maiores proporções de tecidos lignificados ela terá, assim

como parede celular mais espessa, comprometendo a sua digestibilidade.

Segundo PACIULLO et al., (2001) a digestibilidade que até então atribuída

principalmente através da participação do colmo, possui na verdade maiores

oscilações por causa da composição química das lâminas foliares, conforme

aumenta-se FDA, lignina e espessura da parede das células do esclerênquima,

reduz-se drasticamente a digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS).

Nas produções de gases houve efeito estatístico (P˂0,05) para o tempo de

incubação em todas as variáveis: volume total de gás, volume total de CH4, volume

total de CO2, volume total de CH4 + CO2, %CH4, CH4:CO2 e CH4/volume total de

gás. A produção de gás é um reflexo da fermentação total do substrato e,

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consequentemente do desparecimento da MS (RIBEIRO, 2011), logo é esperado

que a produção de gases aumente com o avançar do tempo, contido em incubações

in vitro de longo período de tempo a produção de gás tende a estabilizar em algum

momento.

Para volume total de gás no horário de 24 horas, houve maior produção para

a altura de 45 cm e o de menor volume de produção para a altura 60 cm (Tabela 4).

No entanto, não quer dizer que na altura de 45 cm houve maior produção de metano

(seus valores foram próximos aos tratamentos de 60 e 75 cm), e sim que ocorreu

uma participação maior de produção de CO2 para este tratamento, em especial

neste horário.

Houve diferença significativa (P<0,037) para o volume total de gás produzido

em 24h, mas este resultado, provavelmente não está associado às alturas de corte.

A provável explicação para esta observação seria a apresentada por BLUMMEL et

al. (1997) e FIEVEZ et al. (2005) de que ao longo da incubação in vitro, devido ao

uso de bicarbonato como tamponante, ocorre a produção de gás chamada indireta,

que é decorrente da liberação de CO2 a partir da reação de tamponamento da

acidez provocada pelos ácidos graxos de cadeia curta.

Embora a participação do metano na produção total de gás não tenha diferido

estatisticamente entre as alturas (27,50 – 28,06%), é importante destacar o quanto a

parcela de CH4 na fermentação ruminal em animais em pastejo é alta, devido à altas

relações entre acetato/propionato. RIVERA et al., (2010) encontrou participação de

37,72% de CH4 na produção total de gás, contudo sua dieta continha polpa cítrica, o

que ocasionou uma maior produção de metano devido à sua fermentação acética.

A estimativa de emissão diária e anual de metano por matéria seca digerida

segue na Tabela 5. Os valores obtidos corroboram com JOHNSON; JOHNSON,

(1995). Numericamente 30 cm demonstrou maior emissão anual de CH4 (59,31

kg/ano), enquanto que 75 cm apresentou menores valores (55,92 kg/ano),

representando quase uma redução de 5,71% de um para o outro. Vale lembrar que

a produção de metano é levando em consideração a matéria seca digerida, o que

explica as maiores emissões de metano para as menores alturas do capim, que

devido ao fato delas terem maior digestibilidade, uma maior quantidade de matéria

seca é digerida, produzindo mais gás.

Todavia, o que se deve considerar é a produção por quilograma de produto

(carne, leite e lã), o tempo que o animal levará para ser terminado com aquela dieta

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ou, a quantidade de leite ou lã que é produzida. Dietas mais digestíveis terão maior

produção de gás, em contrapartida o animal é dependente de uma menor

quantidade de alimento para sua mantença e produção.

Tabela 5. Estimativa de emissão de gás metano (CH4) por um bovino de 400 kg de peso corporal com consumo de 2,3% do peso corporal de capim-Convert HD364 em diferentes alturas de corte

Metano Altura (cm)

30 45 60 75

g/dia* 162,39 161,65 156,57 153,09

kg/ano* 59,31 59,04 57,19 55,92 *Considerando a matéria seca digerida (MSD)

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Tabela 4. Produção de gás do capim-Convert HD364, volume total de gás (mL/g MSD), volume total de CH4 (mL/g MSD), CH4:CO2, CH4/volume total de gás (mL/g MSD) em diferentes alturas de corte

Variável Altura (cm) EPM¹ Valor P

30 45 60 75 Altura Tempo Alt*tempo

Volume total de gás (mL/g MSD)

151,24 154,39 144,31 152,09 4,24 0,246 <0,001 0,8344

4h 76,97 72,18 69,97 74,50 4,79 0,614 8h 122,84 118,79 113,63 122,45 1,38 0,261

12h 161,08 158,18 161,95 167,27 8,65 0,892 24h 229,72ab 235,62a 216,96b 232,72ab 3,48 0,037

Volume total de CH4 (mL/g MSD)

42,09 43,47 41,46 43,07 1,48 0,935 <0,001 0,7350

4h 19,35 19,32 18,73 19,77 0,58 0,972 8h 34,30 30,50 28,89 31,65 1,47 0,576

12h 44,66 45,06 45,91 48,57 0,83 0,681 24h 69,06 75,34 72,36 73,92 1,80 0,632

CH4:CO2 70,93 70,30 70,95 68,96 0,45 0,942 <0,001 0,1799 4h 76,44 76,88 77,79 71,42 4,50 0,416 8h 70,12 68,98 69,78 68,02 2,70 0,807

12h 67,90 69,76 68,77 66,30 0,84 0,679 24h 67,36 65,40 65,48 68,19 1,09 0,728

CH4/volume total de gás (%/g MSD)

27,50 27,68 28,06 27,57 0,34 0,995 <0,001 0,8778

4h 25,49 27,00 26,66 26,06 1,59 0,930 8h 27,99 25,33 25,42 25,83 1,05 0,736

12h 28,10 28,88 28,53 28,96 1,51 0,978 24h 30,08 32,10 33,30 31,76 0,95 0,546

EPM = Erro padrão da média

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CONCLUSÃO

A produção de metano in vitro do capim-Convert HD364 foi maior para as

menores alturas, no entanto, estas são as melhores opções de manejo da forrageira

visando produtividade e menor produção de CH4 por quilograma de produto animal.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi uma excelente oportunidade de aprendizado, deparando com situações

estressantes, em meio à falta de tempo e pressões por todos os lados, mas que de

certa forma pôde contribuir ainda mais para a formação profissional. O tema foi

extremamente desafiador e ambicioso, mas ao mesmo tempo muito prazeroso de se

estudar, deixando ainda muitas dúvidas, mas uma expectativa muito grande pela

frente.

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REFERÊNCIAS

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