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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E NUTRIÇÃO ESCOLA DE NUTRIÇÃO DISSERTAÇÃO DE MESTRADO RENATHA CRISTINA FIALHO DO CARMO MARTINS PERFIL NUTRICIONAL, TEMPO DE PERMANÊNCIA E DESFECHO CLÍNICO DE PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL FILANTRÓPICO DE OURO PRETO-MG OURO PRETO - MG 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO PROGRAMA DE PÓS ...‡ÃO... · Nutricional, além das medidas antropométricas, exames bioquímicos, Avaliação Nutricional Subjetiva Global

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E NUTRIÇÃO

ESCOLA DE NUTRIÇÃO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

RENATHA CRISTINA FIALHO DO CARMO MARTINS

PERFIL NUTRICIONAL, TEMPO DE PERMANÊNCIA E DESFECHO CLÍNICO DE

PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM

HOSPITAL FILANTRÓPICO DE OURO PRETO-MG

OURO PRETO - MG

2018

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RENATHA CRISTINA FIALHO DO CARMO MARTINS

PERFIL NUTRICIONAL, TEMPO DE PERMANÊNCIA E DESFECHO CLÍNICO DE

PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM

HOSPITAL FILANTRÓPICO DE OURO PRETO-MG

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição da Universidade Federal de Ouro Preto para obtenção do título de Mestre em Saúde e Nutrição. Área de Concentração: Bioquímica e Fisiopatologia de Nutrição Orientadora: Prof. Dra. Ana Carolina Pinheiro Volp Coorientadora: Prof. Dra. Joana Ferreira do Amaral

OURO PRETO - MG

2018

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, por me proporcionar saúde, sabedoria e humildade

para alcançar os meus objetivos.

A minha família, por não medirem esforços para que eu alcançasse meus sonhos e

aos meus amigos que me incentivaram nessa nova etapa da minha vida.

À Universidade Federal de Ouro Preto ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e

Nutrição (PPGSN) pelos ótimos professores e estrutura fornecendo suporte

necessário para que a pesquisa fosse realizada.

À minha orientadora, Ana Carolina Pinheiro Volp, pelos ensinamentos, paciência,

confiança e por abrir as portas do mundo acadêmico.

A minha coorientadora Joana Ferreira do Amaral e colaborador Wendel Coura pelo

tempo prestado para construção de ideias e análises da pesquisa. Vocês foram de

grande ajuda!

A Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto-MG pela oportunidade de ensino e de

assentir que o trabalho fosse desenvolvido e as nutricionistas Wânia Maria e Liliana

Coelho por terem colaborado desde o início do estudo.

Ao Dr. Paulo Brandão, Dra. Luciana Penna e Cristiano Felix por abrirem as portas da

UTI da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto para o desenvolvimento da

pesquisa.

Aos pacientes e aos responsáveis por cederem a autorização e aceitarem participar

da pesquisa.

A todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para meu crescimento pessoal

e profissional fazendo com que esse estudo fosse desenvolvido.

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RESUMO

INTRODUÇÂO: O estado nutricional do paciente hospitalizado é um dos fatores que influenciam diretamente a resposta ao tratamento, tempo de permanência e recuperação. Para identificar o estado nutricional do paciente hospitalizado, várias ferramentas têm sido propostas para triagem e avaliação do estado nutricional. OBJETIVOS: Avaliar o perfil nutricional de pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva a partir de métodos para triagem e avalição nutricional descritos na literatura, bem como tempo de permanência e desfecho clínico. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo e observacional que consistiu em três etapas: seleção dos pacientes, triagem e avaliação nutricional por diferentes métodos, associação e correlação entre os métodos de avaliação com o tempo de permanência e desfecho clínico. Participaram do estudo 328 pacientes de ambos os sexos selecionados a partir de critérios de inclusão. Foram aplicados os instrumentos: Risco Nutricional 2002, Índice de Risco Nutricional e Índice de Prognóstico Inflamatório Nutricional, além das medidas antropométricas, exames bioquímicos, Avaliação Nutricional Subjetiva Global e Avaliação Nutricional. Foi realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov, para verificar a distribuição das variáveis. Os resultados foram apresentados por meio de mediana e intervalos interquartis. As análises descritivas foram demonstradas por distribuição de frequência absoluta e relativa e para as análises comparativas das médias dos grupos foi utilizado o teste Man-Whitney. Para verificar as associações entre os métodos de avaliação nutricional com o tempo de permanência e com o desfecho clínico alta/óbito foi realizado a análise uni e multivariada pela regressão de Poisson. As correlações foram avaliadas usando o teste de Spearman. As análises estatísticas foram efetuadas utilizando-se o programa Stata 10.0 e GraphPad Prism 5.0. Foi considerado o nível de significância estatística de 5%. RESULTADOS: Dos 328 pacientes, 55,5% eram do sexo masculino e idade mediana de 65 anos e a doença mais frequente foi acidente vascular encefálico (14,3%). O tempo mediano de internação foi de 5 dias com prevalência de tempo de permanência baixo. Os métodos de triagem nutricional indicaram risco de desnutrição e/ou desnutrição. Nas avaliações nutricionais os diagnósticos mais prevalentes foram de desnutrição, eutrofia e alterações nos níveis bioquímicos. A análise de Poisson indicou que a prevalência de permanecer mais que 7 dias internados foi 1,43 vezes maior em pacientes que apresentaram níveis de creatinina alterados, 1,39 vezes maior naqueles com níveis de potássio alterados e 1,49 vezes maior naqueles com desnutrição diagnosticada pela Avaliação Nutricional Instantânea. Também, observou-se que a prevalência de óbito foi 3,89 vezes maior em pacientes com leucopenia e 2,44 vezes maior em pacientes com depleção moderada de contagem total de linfócitos. Além disso, pode-se verificar uma correlação do estado nutricional obtidos pelos métodos de triagem e avaliação com o tempo de permanência em dias. CONCLUSÃO: Pode-se verificar o comprometimento nutricional nos pacientes internados por diferentes parâmetros de rastreio e avaliação do estado nutricional demonstrando interferência no tempo de permanência e óbito. Dessa forma as diferentes ferramentas contribuem aumentando a exatidão do diagnóstico nutricional para obtenção de um melhor prognóstico clínico e nutricional em pacientes de unidade de terapia intensiva. PALAVRAS-CHAVE: Estado nutricional, desnutrição, unidade de terapia intensiva, avaliação nutricional, permanência, mortalidade.

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ABSTRACT

INTRODUCTION: The nutritional status of hospitalized patients is one of the factors that directly influence the response to treatment, length of stay and recovery. To identify the nutritional status of the hospitalized patient, several tools have been proposed for nutritional screening and evaluation of nutritional status. OBJECTIVES: To evaluate the nutritional profile of hospitalized patients in an intensive care unit based on methods for nutritional screening and evaluation described in the literature, as well as the length of stay and clinical outcome. MATERIAL AND METHODS: A cross-sectional, descriptive and observational study consisting of three stages: patient selection, nutritional analysis and evaluation by different methods, association and correlation among the evaluation methods and length of stay and clinical outcome. Three hundred and twenty-eight patients of both sexes, selected by inclusion criteria, have participated in the study. The following instruments were applied: Nutrition Risk 2002, Nutrition Risk Index and Nutritional Inflammatory Prognosis Index, in addition to anthropometric measurements, biochemical tests, Global Subjective Nutrition Assessment and Nutritional Assessment. The Kolmogorov-Smirnov test was performed to verify the distribution of the variables. The results were presented by means of median and interquartile ranges. The descriptive analyzes were demonstrated by absolute and relative frequency distribution and the Man-Whitney test was used to the comparative analysis of the averages of the groups. In order to verify the associations among the methods of evaluation, with both the time of permanence and the clinical outcome of discharge/death, a multivariate analysis was performed by means of the Poisson regression. Correlations were assessed by the Spearman test. Statistical analyzes were performed by Stata 10.0 and GraphPad Prism 5.0 softwares. The level of statistical significance of 5% was considered. RESULTS: Of the 328 patients, 55.5% were males, the median age was 65 years, and the most frequent disease was a cerebrovascular accident (14.3%). The median time of hospitalization was 5 days with a prevalence of low residence time. Nutritional screening methods have indicated risk of malnutrition and/or malnutrition. About the nutritional assessments, the most prevalent diagnoses were malnutrition, eutrophy, and biochemical levels alteration. The Poisson analysis has indicated that the prevalence of remaining more than 7 days hospitalized was 1.43 times higher in patients with altered creatinine levels, 1.39 times higher in those with altered potassium levels and 1.49 times higher in those with malnutrition diagnosed by Instant Nutrition Assessment. In addition, it was observed that the prevalence of death was 3.89 times higher in patients with leukopenia and 2.44 times higher in patients with moderate total lymphocyte count depletion. Moreover, a correlation of the nutritional status obtained by the screening and evaluation methods with the residence time in days can be verified. CONCLUSION: Nutritional impairment can be verified in patients hospitalized by different evaluation parameters and evaluation of the nutritional status, which demonstrates interference in length of stay and death. In this way, different tools contribute to increase the accuracy of nutritional diagnosis to obtain a better clinical and nutritional prognosis in intensive care unit patients. KEY WORDS: Nutritional status, malnutrition, intensive care unit, nutritional assessment, permanence, mortality.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Etapas realizadas no estudo.....................................................................36 Figura 2 - Fluxograma dos pacientes voluntários definidos após critérios de exclusão.....................................................................................................................37

Figura 3 – Correlações obtidas entre o Índice de Massa Corporal, Albumina, Glicemia, Proteína C reativa, Hemoglobina e Leucócitos com o tempo de permanência...............................................................................................................57

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características descritivas dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto-MG, 2015 – 2016.................46 Tabela 2 - Análises descritivas do tempo de permanência e desfecho clínico dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto -MG, 2015 -2016.................................................................................47 Tabela 3 - Perfil nutricional por diferentes métodos de triagem nutricional e avaliação nutricional dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto – MG, 2015 – 2016 ..................................................48 Tabela 4 - Análises descritivas do perfil nutricional pelos parâmetros antropométricos: índice de massa corporal, dobra cutânea tricipital, circunferências do braço e muscular do braço, dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto- MG, 2015 -2016.......................................................49 Tabela 5 - Análises descritivas do perfil nutricional pelos parâmetros bioquímicos dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto- MG, 2015 -2016.................................................................................50 Tabela 6 - Associações univariadas dos parâmetros de triagem e avaliação nutricional com o Tempo de Permanência dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Preto - MG, 2015 -2016........................52 Tabela 7- Associações multivariadas dos parâmetros de triagem e avaliação nutricional com o Tempo de permanência dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Preto - MG, 2015 -2016............................................................................................................................53 Tabela 8 - Associações univariadas dos parâmetros de triagem e avaliação nutricional com o desfecho clínico Alta/Óbito dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto - MG, 2015 -2016..............54 Tabela 9 - Associações multivariadas dos parâmetros de triagem e avaliação nutricional com o desfecho clínico Alta/Óbito dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto - MG, 2015 -2016............................................................................................................................55 Tabela 10 - Correlações entre os parâmetros de triagem e avaliação nutricional com o tempo de permanência dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto - MG, 2015 -2016..............................56

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GRÁFICO

Gráfico 1 - Distribuição das causas de internação dos pacientes...............................47

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ABREVIATURAS

AMIB - Associação de Medicina Intensiva Brasileira

ANSG - Avaliação Nutricional Subjetiva Global

ANI - Avaliação Nutricional Instantânea

AVE – Acidente Vascular Encefálico

CB - Circunferência do Braço

CMB - Circunferência Muscular do Braço

CTL - Contagem Total de Linfócitos

DCT - Dobra Cutânea Tricipital

IMC - Índice de Massa Corporal

IRN - Índice de Risco Nutricional

IPIN – Índice de Prognóstico Inflamatório Nutricional

MNA - Mini Avaliação Nutricional

MST - Instrumento de Triagem Nutricional

MUST - Instrumento Universal de Triagem de Desnutrição

PCR - Proteína C Reativa

RRN 2002 - Avaliação de Risco Nutricional

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TNE - Terapia Nutricional Enteral

UTI - Unidade de Terapia Intensiva

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SUMÁRIO

1. Introdução ........................................................................................ 13

2. Revisão da Literatura ...................................................................... 15

2.1 Unidade de Terapia Intensiva ....................................................... 15

2.2 Desnutrição Hospitalar ................................................................. 18

2.3 Avaliação Nutricional .................................................................... 20

2.3.1 Métodos de Triagem e Avaliação Nutricional .................................................. 21

2.3.1.1 Ferramentas de Triagem Nutricional ............................................................ 21

2.3.1.2 Ferramentas de Avaliação Nutricional .......................................................... 24

3. Objetivos .......................................................................................... 37

3.1 Objetivo geral ............................................................................... 37

3.2 Objetivos específicos .................................................................... 37

4. Material e Métodos ........................................................................... 38

4.1 Desenho do estudo ...................................................................... 38

4.2 Critérios de inclusão ..................................................................... 39

4.3 Critérios de exclusão .................................................................... 39

4.4 Caracterização clínica e coleta de dados ..................................... 40

4.5 Triagem e Avaliação Nutricional dos Pacientes ............................ 40

4.5.1 Triagem Nutricional .......................................................................................... 40

4.5.2 Avaliação Nutricional ........................................................................................ 41

4.6 Tempo de permanência ................................................................ 45

4.7 Desfecho clínico ........................................................................... 45

4.8 Aspectos éticos ............................................................................ 45

4.9 Análise estatística ......................................................................... 47

5. Resultados ....................................................................................... 48

6. Discussão ......................................................................................... 60

7. Conclusão ........................................................................................ 67

8. Referências ...................................................................................... 68

9. Anexos .............................................................................................. 88

10. Apêndices ..................................................................................... 101

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1. Introdução

O estado nutricional do paciente é um dos fatores mais relevantes e que deve

ser levado em consideração durante a internação hospitalar. A ausência de um

diagnóstico nutricional correto implica em uma terapia nutricional inadequada e

ineficaz resultando em complicações sérias ao logo do período de internação. A

condição nutricional do paciente pode estar associada ao maior risco de infecção,

desordens metabólicas, aumento do período de permanência, aumento da

mortalidade e, consequentemente, maiores custos hospitalares (ROSA et al., 2014).

Os pacientes com doenças graves frequentemente necessitam de tratamentos

em unidade de terapia intensiva (UTI), e a desnutrição passa então a ser um problema

comum nesses pacientes (KARST et al., 2015). Estudos clássicos demonstraram que

a desnutrição é um problema prevalente nos hospitais, afetando 30 a 60% dos

pacientes, além de contribuir negativamente aumentando o tempo de internação

comparados com aqueles pacientes com estado nutricional adequado (WAITZBERG

et al., 2001; LOGAN; HIDEBRANDT, 2003). Contudo, estudos mais recentes

evidenciam redução na prevalência desse quadro carencial, acometendo

aproximadamente 23% (DENNIS; TREVENEN, 2016), 15% (KARST et al., 2015) e

11% dos pacientes (SILVA; SANTOS; MOREIRA, 2016).

A desnutrição é conhecida como um problema de saúde pública e está

associada ao avanço significativo de morbidade e mortalidade (RASLAN et al., 2008;

BORGHI et al., 2013). Compromete o sistema imune, retarda o processo de

cicatrização tecidual, altera o metabolismo de fármacos, favorece a translocação

bacteriana, estimula o processo inflamatório, compromete o sistema cardiovascular,

dentre outros (NORMAN et al, 2010). A desnutrição é muitas vezes sub-diagnosticada

e consequentemente prejudica o tratamento e afeta a recuperação dos pacientes

(DUCHINI et al., 2010). Isso acarreta, durante a internação, a progressão para estados

mais extremos, como a sarcopenia grave e a caquexia sendo agravado em pacientes

em terapia intensiva pois o processo de desnutrição no decurso da internação

geralmente evolui e contribui para o quadro de hipermetabolismo (KNOBEL, 1999;

MUSCARITOLI et al., 2010).

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Por outro lado, com a diminuição da prevalência da desnutrição em âmbito

hospitalar, o excesso de peso evidenciado pelo sobrepeso e obesidade se mostra

presente e cada vez mais prevalente nesses pacientes, podendo indicar a ocorrência

da transição nutricional, o que resulta na inversão dos diagnósticos nutricionais em

pacientes hospitalizados (MCLELLAN et al., 2010; LUCAS, FAYN, 2012).

Considerados também um problema de saúde pública, o sobrepeso e a obesidade

contribuem aumentando os riscos de doenças cardiovasculares, hipertensão,

diabetes do tipo 2, o que implica em elevados custos financeiros sobrecarregando o

sistema de saúde (DENNIS, TREVENEN, 2016). Em estudos recentes foi

demonstrado o aumento da prevalência de excesso de peso (45,1%) (ROSA et al.,

2014) em pacientes internados em um hospital geral, e em UTI a presença de

sobrepeso e obesidade se mostra ainda maior, respectivamente 56% (ANZUETO et

al., 2011) e 67,3% (DE LOW et al., 2015). Os fatores determinantes que podem

contribuir para esses estados nutricionais são as mudanças sociais, culturais e

ambientais ocasionadas pela sociedade modernizada (ROSA et al., 2014).

Diante disso, existem na literatura várias metodologias de rastreio do risco

nutricional tais como: Rastreio do Risco Nutricional (RRN 2002) (KONDRUP et al.,

2003), Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG) (DESTSKY et al., 1987), Índice

de Risco Nutricional (INR) (WOLINSKY et al., 1986), Escore de Risco Nutricional

(ERN) (REILLY et al., 1995), Mini Avaliação Nutricional (MAN) (GUIGOZ, 2006;

IZAOLA et al., 2005), Instrumento de Triagem de Desnutrição (ITD) (FERGUNSON et

al., 1999), Instrumento Universal de Triagem de Desnutrição (IUTD) (BEGHETTO et

al., 2009) que são úteis não somente na verificação de risco nutricional, como também

no prognóstico para diversas situações clínicas (SUNGURTEKIN et al., 2004;

MIRANDA, 2013).

Além disso, diversos métodos objetivos e subjetivos podem ser utilizados para

avaliação do estado nutricional em pacientes de UTI, como: história clínica, exame

físico (BLACKBURN; HARVEY, 1982), antropometria (BLACKBURN; THORNTON,

1979; FRISANCHO, 1990), exames laboratoriais, índices prognósticos (DESTSKY et

al., 1987) e bioimpedância elétrica (VANNUCCHI et al., 1996).

Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi avaliar o estado nutricional dos

pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva por diferentes métodos de

triagem e avaliação nutricional empregados na rotina hospitalar associando-os e

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correlacionando-os com o tempo de permanência, além de demonstrar o impacto do

estado nutricional sobre os desfechos clínicos, alta e óbito.

2. Revisão da Literatura

2.1 Unidade de Terapia Intensiva

O ambiente de terapia intensiva é considerado uma das mais complexas áreas

no âmbito hospitalar, pois está voltado ao monitoramento e tratamento de pacientes

em estado grave que necessitam de uma equipe multiprofissional especializada em

tempo integral e tecnologias modernas para obter um melhor prognóstico clínico

(PEDROSO et al., 2010; LANETZKI et al., 2014; RODRIGUEZ et al., 2016).

A primeira UTI no Brasil foi implantada em 1967 no estado do Rio de Janeiro e

contava com 10 leitos, em seguida inaugurou-se uma unidade em Santa Catarina,

Porto Alegre e Rio Grande do Sul onde houve a necessidade de aumentar os números

de leitos devido à grande demanda por internação (SCHWONKE et al., 2014).

No Brasil, o último censo realizado de 2009 a 2010 pela Associação de

Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), verificou a existência de 2.342 UTIs que

totalizavam 25.367 leitos. Conforme a pesquisa, há UTIs em 403 municípios e a região

com a maior quantidade delas é a Sudeste (53,8%), seguida pela região Sul (16,9%),

Nordeste (16,8%), Centro-oeste (7,6%) e Norte (5,0%). Essas unidades são mantidas

financeiramente por diferentes tipos de mantenedoras, como o sistema privado,

filantrópico e público, que são responsáveis pela gestão dos custos. Além disso, as

UTIs são classificadas conforme tipos de doenças e/ou faixa etária, e de acordo com

relatório de cadastrado publicado pelo censo, prevalece no Brasil a UTI adulto

(68,4%).

A UTI surgiu como consequência da necessidade de aprimoramento e

centralização de recursos humanos, tecnológicos e materiais para o atendimento a

pacientes em estado crítico, uma vez que estes, sofrem grandes alterações

metabólicas e inflamatórias em resposta a fase aguda decorrentes do estresse

gerando pelo quadro clínico (ARANJUES et al., 2008; HOLANDA, MOREIRA, 2014)

Tais alterações ocasionam ao paciente um estado hipercatabólico com perda

da homeostase orgânica comprometendo, possivelmente, a função muscular e

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cognitiva, provocando variações hiperglicêmicas com consequente resistência à

insulina, distúrbios hidroeletrolíticos e hormonais, diminuição do processo de digestão

e absorção, que pelo aumento das necessidades calórico-proteicas e lipólise

acentuada interferem na composição corporal. Tal quadro resulta num prejuízo da

resposta ao tratamento, o que gera maiores índices de infecção, tempo de

permanência e mortalidade (GONZÁLEZ et al., 2008; MAICÁ et al, 2008; DUCHINI et

al., 2010; ABELLAN et al., 2014).

No entanto, o estado nutricional do paciente crítico também merece destaque

nessas unidades uma vez que, a depleção nutricional se mostra a mais frequente

nesse ambiente, decorrente do impacto gerado pela resposta metabólica aguda ao

estresse. A doença instalada pode ocasionar em um gasto energético aumentado

promovendo um acentuado catabolismo proteico para reparo tecidual, complicações

graves como falência respiratória, insuficiência cardíaca, diminuição da filtração

glomerular, entre outras (COSTA, MARINHO, CANÇADO, 2012; SANT’ANA,

MENDONÇA, MARSHALL, 2013).

Torna-se de extrema importância a identificação do risco e estado nutricional

do paciente em UTI, pois tem um impacto significante na sua evolução clínica

permitindo detectar os desequilíbrios nutricionais de macro e micronutrientes para

uma intervenção eficiente, adequada e precoce, assim influenciando o prognóstico e

sobrevida do mesmo (CRUZ; BASTOS; MICHELI, 2012).

O impacto da combinação destas alterações metabólicas e déficit nutricionais

podem culminar em uma rápida perda de peso corporal, massa muscular e

consequente quadro de desnutrição (DIESTEL et al., 2013). No âmbito hospitalar,

estudos clássicos mostraram que a desnutrição oscila entre 20 a 60% dos pacientes

internados (WAITZBERG et al., 2001; LOGAN, HILDEBRANDT, 2003). Contudo,

apesar das mudanças socioeconômicas ocorridas durante os anos, dos avanços

tecnológicos, da transição nutricional ocasionando o aumento de pacientes com

excesso de peso, a desnutrição ainda se encontra frequente nos pacientes

hospitalizados do Brasil, com variações entre 20 e 66 %, de acordo com estudos mais

recentes que avaliaram a desnutrição em adultos hospitalizados (LEANDRO-MERHI

et al., 2011; POZIOMYCK et al., 2012; GARCIA et al., 2013; FONTES et al., 2014;

CORREIA et al., 2017).

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Com o intuito de verificar o impacto dessas alterações metabólicas e

fisiológicas, as UTIs utilizam como preditores de efetividade do atendimento e

gerenciamento da unidade, os indicadores de tempo de permanência e desfechos

clínicos: alta, transferência e óbito. Segundo a Agência Nacional de Saúde

Complementar do Ministério da Saúde (2013), o tempo de permanência é uma medida

que representa o tempo médio em dias que os pacientes permanecem internados (até

seu desfecho clínico) em relação ao número de saídas para outro setor do hospital e

saídas hospitalares.

Sendo assim, determinam-se a rotatividade de leitos, a qual é influenciada pela

idade, diagnóstico clínico e agilidade na realização de exames do paciente, pois

quanto mais idoso e grave for o paciente, maior a chance de complicações e demora

na recuperação (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002; CQH, 2011). Em UTIs

internacionais, a média de permanência do paciente é de 5,3 ± 2,6 dias. Segundo o

último Censo Brasileiro em UTIs realizado em 2010 pela AMIB, o tempo médio das

UTIs brasileiras de internação é de 1 a 6 dias, não sendo considerado um período

longo de permanência, que é aquele caracterizado por mais 7 dias (STRICKER et al.,

2003). Dados mais atuais, demonstraram que o tempo médio de permanência em uma

UTI no Brasil oscila entre 3 e 8 ±10 dias (OLIVEIRA et al., 2010; SANTOS,

CREMONESE, GREGOLETTO, 2015; RODRIGUEZ et al., 2016).

O tempo de permanência é um dado importante para ser avaliado, pois com o

seu aumento, pressupõe-se maiores chances de adquirir infecções que associado a

um déficit nutricional, provocará queda do estado imunológico atrasando assim a

recuperação do paciente (KUBRACK, JENSEN, 2007; TURGEON et al., 2011;

OLIVEIRA et al., 2013).

Estudos baseiam-se na identificação do desfecho clínico dos pacientes

associado com variáveis de interesse para verificar a eficiência do tratamento e

consequente prognóstico clínico. Sabe-se que fatores de risco como idade,

comorbidades pré-existentes, tempo de internação, uso de ventilação mecânica,

desnutrição, diagnóstico clínico de internação associados à infecção hospitalar

aumentam as chances do paciente da UTI ter o desfecho clínico de óbito (COSTA et

al., 2016; SOUZA et al., 2017).

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Portanto, dados como tempo de permanência e desfecho clínico podem ser

úteis para detectar se o estado nutricional, especificamente, a desnutrição, pode afetar

negativamente o prognóstico clínico (SHPATA et al., 2015; MOGENSEN et al., 2015).

2.2 Desnutrição Hospitalar

O estado nutricional e a alimentação são fatores importantes que refletem a

condição de saúde dos indivíduos, pois estão diretamente relacionados à promoção

de saúde, prevenção e recuperação de doenças e agravos (GARCIA et al., 2016).

A desnutrição é denominada como um descontrole metabólico corporal devido

à ingesta inadequada e insuficiente de nutrientes. Isso acarreta em danos na

composição corporal com lipólise aumentada, resistência à insulina, funções

fisiológicas desequilibradas devido a resposta inflamatória intensa e alterações de

fatores psicológicos (LUCAS, FAYH, 2012).

Adicionalmente a isso, a desnutrição também está relacionada a fatores, como

idade, variáveis sociais e econômicas, histórico de doenças e tratamento

medicamentoso (PIRLICH et al., 2006; BARKER, GOUT, CROWE, 2011).

Aproximadamente 870 milhões de pessoas no mundo encontravam-se desnutridas

entre o ano de 2010 a 2012 (FAO, 2013).

A desnutrição em ambiente hospitalar começou a ser relatada nos anos de

1970-80, pois sabe-se que o estado nutricional interfere diretamente no tratamento e

prognóstico do paciente, sendo um relevante fator de risco (TANPHAICHITR, 1980;

BOTTONI et al., 2014).

Estudos clássicos como o do IBRANUTRI, realizado pela Sociedade Brasileira

de Nutrição Enteral e Parenteral, demonstrou que quase metade da população

internada estudada estava com algum grau de desnutrição (WAITZBERG et al., 2001).

Outro estudo que corrobora é o Estudo Latino Americano de Nutrição (ELAN), que foi

realizado em hospitais e analisou-se uma população de 9.348 pacientes adultos,

destes 50,2% foram diagnosticados com desnutrição (CORREIA, CAMPOS, 2003).

Como a UTI recebe pacientes mais graves, estudos relatam prevalência de

enfermos desnutridos sob terapia intensiva. Desse modo, com o propósito de verificar

o perfil nutricional em UTIs, uma pesquisa evidenciou que de 500 pacientes avaliados

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na Índia, 198 estavam desnutridos (39,6%), sendo que a maioria deles estavam

classificados com desnutrição moderada (CHAKRAVARTY et al., 2013). Em uma

pesquisa realizada no Brasil no estado de São Paulo, avaliou-se 126 pacientes

internados em UTI, dos quais16,4% estavam desnutridos (GUAITOLI et al., 2007).

Porém, outras pesquisas sobre perfil nutricional de pacientes em UTIs,

indicaram a presença de pacientes com excesso de peso, como demonstrado em uma

pesquisa no Rio Grande do Sul com 36 pacientes. Destes, 38,9% estavam com

excesso de peso e 16,7% com algum grau de desnutrição. Constata-se, dessa forma,

que em algumas UTIs ocorre uma inversão entre os diagnósticos nutricionais que

pode ser justificado pela transição nutricional provavelmente provocada pelo mundo

contemporâneo. Ainda assim, em pacientes críticos a desnutrição é a que mais tem

sido associada ao aumento do risco de morbimortalidade estando diretamente

relacionado a internação prolongada, desfecho clínico e seu prognóstico (FONTOURA

et al., 2006; VAN DEN BROEK et al., 2009; STEFANELLO, POLL, 2014).

Estudos in loco têm demonstrado que pacientes desnutridos podem apresentar

até 20 vezes mais complicações que os pacientes que não receberam o diagnóstico

de desnutridos. Paciente críticos apresentam tipicamente quadro de estresse

metabólico provocado por infecções, traumas, sepse doenças inflamatórias que

geram uma resposta generalizada (DIESTEL et al., 2013).

Acontecem consequentemente a isso, alterações importantes no metabolismo,

com propensão ao catabolismo, maior consumo de oxigênio, aumento do gasto

energético total, alterações glicêmicas e perda de massa muscular e que adicionados

com um grau de desnutrição já previamente instalado poderá culminar em disfunção

orgânica (VINCENT, 2007; BERGER, PICHARD, 2012).

Assim, pacientes seriamente graves precisam de atendimento contínuo e

integralizado, que abranjam tecnologias e equipe multiprofissional disponibilizadas as

demandas ocasionadas pela gravidade do quadro clínico. Isso exige na maior parte

das vezes internação em UTIs (THIBAULT, PICHARD, 2010). Sendo assim, a

intervenção, acompanhamento nutricional e suas ferramentas de triagem e avaliação

são de grande importância para obter uma análise nutricional fidedigna (FREITAS,

2010).

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2.3 Avaliação Nutricional

Para manutenção e recuperação da saúde dos indivíduos é de extrema

importância identificar o estado nutricional. Assim, estabelecer o risco e o diagnóstico

nutricional dos pacientes internados, por meio de ferramentas de triagem e avaliação

nutricional, contribuem para recuperação mais rápida, diminuição do déficit nutricional,

melhora do sistema imunológico e respostas inflamatórias, com consequente

decréscimo da mortalidade hospitalar (VALE, LOGRADO, 2013).

Métodos de rastreio ou triagem nutricional vêm sendo recomendados com o

propósito de detectar precocemente graus de desnutrição e/ou risco nutricional

(BAUER et al., 2002; SUNGURTEKIN et al., 2004). Os métodos de triagem

comumente utilizados por profissionais da saúde em estudos científicos são:

Instrumento Universal de Triagem de Desnutrição (IUTD), Classificação de Risco

Nutricional (CRN), Índice Prognostico Inflamatório Nutricional (IPIN), Instrumento de

Triagem Simples (ITS), Rastreamento de Risco Nutricional 2002 (RRS 2002), Índice

de Risco Nutricional (IRN), entre outros (ASPEN, 2002; VALE, LOGRADO, 2013).

No entanto, após identificar o risco nutricional dos indivíduos por meio da

triagem nutricional, são utilizados outros métodos objetivos e subjetivos para

determinar o estado nutricional final, são eles: dados antropométricos e de

composição corporal, dietéticos, bioquímicos-imunológicos, história clínica, exame

físico, avaliação nutricional subjetiva global (ANSG), avaliação nutricional instantânea

(ANI) e índices de prognósticos. Dentre os parâmetros clássicos de avaliação

antropométrica e de composição corporal pode-se citar o peso habitual, peso atual,

percentual de perda ponderal recente, índice de massa corporal (IMC), além de

métodos que avaliam indiretamente a massa muscular e tecido adiposo, tais como as

circunferências corporais e pregas cutâneas. Também, marcadores bioquímicos como

as proteínas totais, albumina, creatinina, proteína C reativa e os marcadores

imunológicos como a contagem total de linfócitos, são utilizados para diagnosticar e,

ou predizer estado clínico-nutricional e de saúde (DETSKY et al.,1987; BUZBY et al.,

1988; CARVALHO, RAMOS, 2014). Atualmente é descrito na literatura uma variedade

de ferramentas de identificação tanto do risco nutricional quanto para o diagnóstico

nutricional propriamente dito, porém é importante verificar os métodos mais

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21

executáveis e fidedignos para cada situação clínica, econômica e estrutural (ARAUJO

et al., 2010).

Diversas pesquisas consideram que a utilização e aplicação de somente um

método de triagem e avaliação nutricional é ineficaz, pois ainda não existe uma

ferramenta considerada “padrão ouro” viável. Portanto, para diagnosticar

corretamente a desnutrição vários pesquisadores foram impulsionados a elaborar

índices nutricionais em associação as ferramentas de rastreio nutricional para

evidenciar se os pacientes estão ou não com risco nutricional (RYU, KIM, 2010; VALE,

LOGRADO, 2013).

2.3.1 Métodos de Triagem e Avaliação Nutricional

2.3.1.1 Ferramentas de Triagem Nutricional

Rastreamento do Risco Nutricional 2002

O Rastreamento do Risco Nutricional 2002 é uma ferramenta utilizada para

triagem nutricional dos pacientes hospitalizados, porém muitos pesquisadores e

profissionais o utilizam também para avaliação nutricional. Foi elaborada e validada

por Reilly et al. em 1995 com o objetivo de detectar a presença de desnutrição e o

possível risco de desenvolvê-la, onde analisam-se as questões como apetite, perda

de peso indesejada, capacidade de mastigação e deglutição, IMC, sintomas

gastrointestinais, redução da ingestão alimentar na última semana antes da internação

e presença de doença grave expostas por categorias de leve, moderada a grave. Seu

desenvolvimento baseia-se na hipótese que a identificação do risco nutricional deva

incorporar fatores que se relacionam com a gravidade da doença (KONDRUP et al.,

2003).

Essa triagem é composta inicialmente por quatro questões: 1) contemplando

se o IMC do paciente se encontra abaixo de 18,5 kg/m2; 2) se houve perda de peso

indesejada nos últimos três meses; 3) redução da ingestão alimentar nos últimos sete

dias e; 4) se a enfermidade atual é grave. Caso se obtenha pelo menos uma resposta

positiva dessas questões iniciais prossegue-se para a segunda parte em que os

pacientes são classificados conforme seu estado nutricional e severidade da doença,

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onde atribui-se conforme o grau de enfermidade a pontuação entre 0 a 6 (KONDRUP

et al., 2003; MEIRA, 2010). Para todos pacientes de UTI, o RRN 2002 já é aplicado

na segunda parte devido ao agravamento do quadro clínico dos mesmos. O resultado

é de acordo com a pontuação do escore que varia de zero a três e se a idade do

paciente for superior a 70 anos acrescenta-se um ponto. Ao final o paciente que estiver

com um escore ≥ 3 indica-se situação de risco nutricional, um escore <3 sugere-se

repetir a triagem semanalmente. Ou seja, paciente com risco nutricional deve ser

encaminhado posteriormente para a efetiva avaliação nutricional (REILLY et al.,

1995).

Dentre as suas principais vantagens destacam-se a sua aplicabilidade

relativamente fácil por um profissional treinado, alta reprodutibilidade e confiabilidade,

sendo optada pela European Society for Clinical and Metabolism (ESPEN) para

avaliação em pacientes hospitalizados do risco nutricional, além de levar em

consideração a relação do agravamento da doença com o aumento das necessidades

nutricionais do paciente (KONDRUP et al., 2003; SCHIESSER et al., 2008).

Lima et al. (2014) em seu estudo com 96 pacientes pré-cirúrgicos em um

Hospital de Pernambuco encontraram uma elevada quantidade de pacientes com

risco nutricional (75%) por meio da aplicação do RRN, apontando-a como um

instrumento de rastreio nutricional rápido, eficaz podendo ser submetido a qualquer

paciente no hospital. A fim de detectar a especificidade e sensibilidade dos métodos

de triagem, Ryu e Kim (2010) realizaram uma pesquisa com 80 pacientes com câncer

gástrico cujos resultados encontrados pela aplicação do RRN tinha 80% de

sensibilidade e 96% de especificidade. Porém Kyle et al. (2006) observaram uma

sensibilidade de 62% correlacionando-se a resultados falsos negativos, indicando

assim que a metodologia empregada deve ser cuidadosamente padronizada para ser

uma ferramenta válida, contudo suas características favorecem hospitais que

atendem pacientes com quadro clínico distintos.

Índice do Risco Nutricional

O IRN foi desenvolvido em 1991 pelo Veteran’s Affairs Total Parenteral Nutrition

Group para avaliar a eficácia da terapia nutricional de acordo com o reflexo do estado

nutricional do paciente usando a equação albumina como um parâmetro bioquímico

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objetivo, e também a relação do peso atual com o peso usual do paciente. Os

indivíduos são classificados conforme risco de desnutrição: ausência, leve, moderada

e grave.

A albumina é uma proteína utilizada no IRN sendo também um dos exames

comumente solicitado para o paciente em ambiente hospitalar, sendo prático e de

baixo custo. O valor de referência adequado é ≥ 3,4g/dL podendo refletir o estado

nutricional do paciente, pois sua baixa concentração sanguínea é um indicador de

perda proteica e calórica indicando possível desnutrição (ROCHA, FORTES, 2013).

A fim de demonstrar a utilidade do IRN, um estudo avaliou 359 pacientes

hospitalizados, onde verificou-se durante as admissões, por esse método, a presença

de risco nutricional em 44% dos pacientes (CORISH et al., 2004). Reforçando a

inserção da IRN em âmbito hospitalar, outro estudo avaliou 1100 pacientes, dos quais

381 (34%) encontravam-se com risco nutricional moderado ou grave indicando que

IRN pode ser um índice de prognóstico válido relacionado a morbidade e mortalidade

nos pacientes internados (AZIZ et al., 2011).

Conforme diversos estudos, o IRN aparenta obter o risco nutricional em

pacientes hospitalizados independentemente da magnitude da doença, sendo útil e

relevante seu uso em UTIs como mais uma ferramenta de diagnóstico nutricional

(CORISH, 2001; KYLE, GENTON, PICHARD, 2005). Todavia, tal instrumento ainda é

pouco utilizado por profissionais por falta de conhecimento e estudos sobre seu

emprego em pacientes críticos.

Índice Prognóstico Inflamatório Nutricional Simplificado

Considerando que a resposta de fase aguda na prática clínica não é específica,

muitos profissionais utilizam a interpretação de proteínas de fase aguda para detecção

do processo inflamatório e complemento do diagnóstico nutricional e médico. Para

esse fim, Ingenbleek e Carpentier (1985) propuseram o IPIN como índice que contém

a utilização de duas proteínas positivas e duas negativas, respectivamente: proteína

c reativa (PCR), α-1-glicoproteína ácida, albumina e transtiretina. Estudos anteriores,

nos quais os autores utilizaram e propuseram outras proteínas isoladas ou em

conjunto mostraram resultados semelhantes com o IPIN em pacientes graves

(THOMPSON et al., 1992; TEIXEIRA, 1998).

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Porém, a utilização do IPIN em ambiente hospitalar é rara, pois o custo destes

biomarcadores é alto, tornando-se muitas vezes inviável a sua utilização. Por esse

motivo, Correa e colaboradores (2002) sugeriram e validaram a simplificação do IPIN

com a utilização de proteínas de fase aguda mais acessíveis financeiramente na rotina

hospitalar, tais como: PCR e albumina.

O IPIN simplificado proposto por Correa et al (2002) foi avaliado por meio da

relação entre PCR e albumina. Foi observado correlação positiva significativa de r =

0,96 entre o IPIN com o IPIN simplificado em que foram constituídos a equivalência

dos dois índices obtidos para cada um dos graus de complicações. Tal índice tem

como parâmetros de classificação: sem risco de complicação, baixo, médio e alto risco

de complicações (ZIEGLER et al, 2011).

A relação PCR/albumina contido no IPIN pode ser uma alternativa interessante

e complementar aos outros métodos utilizados por profissionais em UTIs, pois

relaciona-se negativamente entre os pacientes graves. Isso demonstra ser uma

ferramenta sensível para detecção precoce de alterações inflamatórias e nutricionais

(FERNANDES, 2012).

Apesar da escassez de estudos que utilizam o IPIN simplificado, a relação

PCR/albumina, aplicada no IPIN, vem sendo proposta como protocolo de triagem

nutricional de pacientes hospitalizados. Isso é devido ao fato que esse índice permite

identificar pacientes com risco de desnutrição por meio de indicadores de inflamação

sistêmica e que se correlacionam com a resposta ao tratamento e tempo de sobrevida

(McMILLAN, 2009).

2.3.1.2 Ferramentas de Avaliação Nutricional

Indicadores antropométricos e de composição corporal

Para avaliar o estado nutricional, dispomos de instrumentos considerados

“padrão-ouro”, como a ressonância magnética e tomografia computadorizada. No

entanto, esses instrumentos apresentam alto custo, aplicador treinado, ambiente com

espaço disponível. Isso impossibilita a sua utilização rotineiramente principalmente

em hospitais públicos e filantrópicos, que dispõe de poucos recursos financeiros,

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sendo aplicado somente para estudos nutricionais (HIROOKA et al., 2005;

PALLADINO et al., 2011, PETRIBU et al., 2012).

Embora não seja tão preciso e confiável, as medidas antropométricas e de

composição corporal são as mais utilizadas em ambiente hospitalar para avaliação do

estado nutricional, por serem de fácil aferição, baixo custo e tempo de execução, não

invasivas obtendo-se dados sobre os tecidos musculares e de gordura, consistindo

em um indicador sensível de saúde (NEHME et al., 2006; FONTOURA et al., 2006;

CRUZ, BASTOS, MICHELI, 2012; DIAS, 2011; PAZ, COUTO, 2016).

Por meio desse método avalia-se o estado nutricional pelas medidas do peso

corporal, altura, circunferências corporais e pregas cutâneas em que é calculado e

identificado a circunferência do braço (CB), circunferência muscular do braço (CMB),

percentual de gordura e IMC corporal (FONTOURA et al., 2006).

O peso corporal é uma medida de fácil aferição e representa a soma de todos

os compartimentos corporais (massa muscular, massa óssea, tecido adiposo, fluídos

corporais), porém não os diferencia (DIAS et al., 2011).

Apesar da importância das aferições de peso e altura atual, muitas vezes existe

uma dificuldade de aferir tais medidas em pacientes hospitalizados. Especiais

situações incluem pacientes que não podem deambular como os graves, acamados,

idosos e cirúrgicos. Desta forma, uma alternativa é a utilização de fórmulas estimativas

que incluem como parâmetros a altura do joelho, dobras cutâneas, circunferências do

braço, da panturrilha, dentre outros (MONTEIRO et al., 2009). Umas das fórmulas

mais utilizadas para estimar peso e altura em hospitais é a proposta por Chumlea et

al. (1985). Tal fórmula considera a altura do joelho e circunferência braquial para

determinar o peso, e para indicar a altura usa-se a altura do joelho e idade.

Índice de Massa Corporal

Este método de avaliação nutricional é considerado simples, não invasivo, de

baixo custo, prático, de fácil aferição em que um profissional treinado pode executá-

lo. É utilizado com um indicador que mensura a superfície corporal por meio do peso

e estatura onde mostra-se ser um preditor de morbimortalidade em diversas situações

clínicas (DUCHINI et al., 2010; MOTA et al., 2011). É calculado por meio da fórmula:

peso (kg)/altura2. Para sua classificação, utiliza-se para adultos os pontos de corte

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propostos pela OMS (1997) e para idosos os pontos de corte propostos por

LIPSCHITZ (1994).

O IMC é um parâmetro simples de ser utilizado, porém possui limitações em

relação a outros métodos de avaliação nutricional, pois não distingue massa muscular

e tecido adiposo. Em pacientes graves não leva em conta o edema provocado pelo

estresse metabólico gerado pela doença. No entanto, associado com outros métodos

favorece um diagnóstico mais real e fidedigno (MIRANDA, 2005; FACIN, 2013).

Adicionalmente, contribui indicando a massa corporal total do indivíduo, na qual

perdas de 10% nos últimos 6 meses ou mais é considerado prognóstico ruim de

evolução clínica. Mesmo sendo difícil quantificar a real perda corporal no paciente

grave, o IMC na faixa de desnutrição pode estar correlacionado com altas taxas de

mortalidade e períodos de permanência hospitalar (STEFANELLO, POLL, 2014). Para

evidenciar tal fato, um estudo retrospectivo demonstrou que dos 500 pacientes críticos

internados em uma UTI, 198 estavam com diagnóstico nutricional de desnutrição

(39,6%), a maioria com desnutrição moderada (CHAKRAVARTY et al., 2013).

Resultados parecidos com pacientes de UTI foram publicados em estudo que

demonstrou por meio da utilização do IMC a presença de desnutrição em 67,4%

(MOGENSEN et al., 2015). Ainda, outro estudo demonstrou aumento progressivo de

mortalidade em relação a gravidade da desnutrição, justificando que o óbito do

paciente pode ser devido não somente pela doença de base, mas sim pelo estado

nutricional. (GUAITOLI et al., 2007; FRANCO, MORSOLETTO, 2011).

Apesar de não ser um método considerado padrão-ouro para identificar o

estado nutricional, o IMC associado a outro método se torna de extrema utilidade em

hospitais que não possuem recursos financeiros suficientes para adquirir outras

ferramentas mais fidedignas que levam em consideração o quadro clínico do paciente

(RYU, KIM, 2010; VALE, LOGRADO, 2012).

Circunferência do Braço e Circunferência Muscular do Braço

Alguns métodos de avaliação nutricional destinam-se a detectar o tecido

adiposo cutâneo e muscular por meio das circunferências corporais, como a do braço

e a muscular do braço (THIEME et al., 2013).

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Durante o curso de muitas doenças, que pode ser agravado durante o período

de hospitalização, o paciente sofre um estresse prologando e inanição, o que provoca

um catabolismo proteico a fim do organismo suprir a demanda de fase aguda. Isso

gera uma depleção muscular importante que interfere do prognóstico, em vários graus

(VANNUCCHI et al., 1996; ASSIS et al., 2010; SILVA, 2013).

A CB reflete a soma das áreas compostas por tecido muscular, ósseo e adiposo

do braço (FRISANCHO, 1981; CUPPARI, 2005; MAHAN, ESCOTT-STRUMP, 2010).

Já a CMB avalia a reserva de massa muscular sem correção da massa óssea

quantificando consequentemente a reserva proteica (WAITZBERG, FERRINI, 2001).

As medidas dos membros são usadas para indicar a qualidade, quantidade e

variação da proteína musculoesquelética sendo a CB e CMB muito utilizadas em

ambientes hospitalares, pois podem indicam desnutrição proteico-calórica

(WAITZBERG, FERRINI, 2001; LEITE, 2004). Um estudo com 99 pacientes que

avaliou a evolução do estado nutricional por meio das medidas CB e CMB, detectou

que 53,5% e 53% dos pacientes respectivamente, estavam desnutridos (ALENCAR et

al., 2015). Reforçando o estudo anterior, quase a metade dos 125 pacientes

internados estavam com desnutrição indicado pela CB e CMB, o que demonstra que

as circunferências corporais como parâmetro antropométrico auxilia na determinação

do diagnóstico nutricional, demonstrando indiretamente a depleção proteica (THIEME

et al., 2013).

Dobra Cutânea Tricipital

A dobra cutânea tricipital (DCT) é uma medida de avaliação de tecido adiposo

mais utilizada na prática clínica (CUPARRI, 2005). Porém, é importante destacar que

todas as aferições realizadas por meio de dobras avaliam a gordura subcutânea e não

a visceral em torno dos órgãos. A medida da DCT (mm) é realizada por meio de um

adipômetro que pinça o tecido separando-o do tecido muscular na altura do ponto

médio do braço não-dominante (entre o processo acromial e olecrânio), sendo aferida

3 vezes para melhor fidedignidade (ZUCHINALI et al., 2013).

A DCT é muito utilizada em pacientes devido a fácil reprodutibilidade, ser

relativamente simples e de baixo custo (SANTOS et al., 2017). A DCT transmite uma

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avaliação das reservas de gordura subcutânea na qual relaciona-se com a gordura

corporal total (LEITE, 2004).

Um estudo com 118 pacientes comparou os parâmetros de composição

corporal e verificou que a DCT foi um dos métodos mais precisos para estimar e

quantificar a gordura corporal (BROSS et al., 2010). Em alguns estudos observou-se

a desnutrição presente em 51% a 63% dos pacientes avaliados pela DCT em

trabalhos realizados entre 2009 a 2015 (CALADO et al., 2009; THIEME et al., 2013;

DOBNER et al., 2014; ALENCAR et al., 2015). Assim, a DCT pode ser uma medida

correta e adequada de aferir gordura do corpo se levarmos em consideração os

possíveis vieses como a habilidade do avaliador, tipo de adipômetro e tipos de

equações de predições adequadas para a idade e sexo (WOODROW, 2009).

Parâmetros Bioquímicos

Além dos métodos convencionais utilizados na prática clínica para diagnóstico

nutricional em pacientes hospitalizados, outro parâmetro usado de grande relevância

e utilizado em todo processo da doença são os exames bioquímicos. Ganharam

considerável valor clínico e científico nos últimos anos, pois contribuem adicionando

informações para uma melhor conduta nutricional para o paciente, dessa maneira

trazendo um maior controle das respostas do organismo referente ao tratamento

(DIAS, 2011; FACIN, 2013; FRUCHTENICHT et al., 2015).

Diversos exames são solicitados rotineiramente em UTI, dos quais podemos

citar dosagens séricas de: hemoglobina, leucócitos, linfócitos, sódio, potássio, glicose,

ureia, creatinina, albumina, magnésio, PCR, dentre outros. Desses, muitos são

utilizados como marcadores nutricionais, o que contribui para melhorar a acurácia e

precisão do diagnóstico nutricional (CUPPARI, 2005; KUMAR, SARIN, 2010).

Um parâmetro útil utilizado pelos profissionais da saúde para diagnosticar a

anemia é a hemoglobina, responsável pelo transporte de oxigênio para as células. O

indivíduo é considerado anêmico quando o nível de hemoglobina for abaixo de 13,0

g/dL para homens e 12,0 g/dL para mulheres que não estejam grávidas. Estudos já

revelam que o estado nutricional inadequado reflete ser um fator de risco para o

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aparecimento da anemia, com taxas variando entre 35 a 83% nos pacientes

hospitalizados, onde a baixa concentração de hemoglobina se mostra correlacionada

com as complicações provocadas pela a desnutrição (LEANDRO-MERHI, MORETE,

OLIVEIRA, 2009; LOPES, 2015; SANTOS et al., 2017).

As células brancas do sangue como leucócitos e linfócitos também vem sendo

correlacionados com o estado nutricional, agressões infecciosas e severidade da

doença. Níveis de leucócitos acima de 8000 e 10.500 células/mm3 indica leucocitose

e níveis abaixo de 4000 células/mm3 leucopenia. Além de serem mecanismo de

defesa do organismo mensurando as reservas imunológicas, sugerem-se que

possíveis alterações do mecanismo de defesa celular do paciente sofram interferência

do estado nutricional. Estudos relatam que a desnutrição afeta o sistema imunológico

conforme há redução do número de leucócitos, ou seja, a medida que o estado

nutricional melhora, o quadro de baixa imunidade reverte (LAMEU, 2005; NEMER et

al., 2010; ROSA et al., 2014; LOPES, 2015).

Na prática clínica, a capacidade de resposta imunológica do paciente pode ser

avaliada por meio da contagem total de leucócitos e percentual de linfócitos em

alíquota de sangue coletado. A contagem total de linfócitos (CTL), calculada a partir

desses parâmetros, está diretamente associada as condições de defesa celular do

organismo (BRAGA et al., 2015).

A CTL sofre interferência direta do estado nutricional dos pacientes. Na

desnutrição essa contagem está em déficit comprometendo a produção de células de

defesa do organismo, reduzindo assim, a competência imunológica e aumentando as

chances de óbitos (ROCHA, FORTES, 2013). Para classificação das reservas

imunológicas sem depleção as referências de CTL são acima de 2000 mm3; depleção

leve: 1.200 a 2.000/ mm3; depleção moderada: 800 a 1.199/ mm3 e depleção grave:

<800/mm3 (CALIXTO-LIMA et al., 2012).

A CTL é utilizada muitas vezes associada ou não a outros métodos para

diagnóstico de estado nutricional sendo considerada mais confiável e válida quando

associada com outras ferramentas de rastreio nutricional (MADRONO et al., 2011;

ROCHA, FORTES, 2013). Estudos encontraram associação positiva entre o estado

nutricional e a CTL, além de correlação com risco de complicações pós cirúrgicos

(VALERO et al., 2005; ROCHA, FORTES, 2015). Verifica-se que os pacientes com

baixa contagem de linfócitos e baixas concentrações de albumina são aqueles que

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estão com estado nutricional mais deficitário, que por sua vez correlaciona-se com

aumento de morbidade e mortalidade (ASPEN, 2011).

Os eletrólitos também são de grande importância na prática clínica. O sódio é

o principal cátion do líquido extracelular, onde seus níveis normais variam de 138 a

145 mEq/L. Em UTIs a hiponatremia (< 145 mEq/L) é um dos distúrbios

hidroeletrolíticos mais comuns devido ao excesso de água ou déficit de sódio,

apresentando manifestações clínicas de náuseas, tontura, convulsão, câimbras,

insuficiência respiratória e que muitas vezes estão associadas ao aumento de

mortalidade do paciente. Quando há uma correção excessiva de sódio, pacientes

desnutridos apresentam risco de apresentar a síndrome de desmielinização osmótica,

na qual atinge o encéfalo provocando edema, convulsões e disfunção neuronal, o que

causa piora do quadro clínico e maior risco de óbito (CENEVIVA et al., 2008; FUNK

et al., 2010; LINDNER et al., 2012; DUTRA et al., 2012; JURNO et al., 2012).

Dentre os distúrbios identificados na prática clínica, os associados ao potássio

são presentes acarretando significativos efeitos para o paciente. Este é um mineral e

íon que atua na formação de músculos e nervos e está presente predominantemente

no meio intracelular e apenas 2% no extracelular, variando sua concentração de 3,5

a 5,9mEq/L, o que contribui para o equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico. Vários

fatores interferem em suas concentrações: pH, insulina, aldosterona, agentes β2-

adrenérgicos, além de alterações da reserva corporal provocadas por depleções

nutricionais que podem modificar a distribuição transcelular do potássio. A

hiperpotassemia pode ser assintomática ou provocar fraqueza, paralisia muscular,

parada cardíaca e acidose metabólica (NETO, NETO, 2003; TELLES, BOITA, 2015).

A variação das concentrações de potássio pode favorecer ao aparecimento da

síndrome da realimentação. Nesta síndrome há uma manifestação clínica complexa

que envolve alteração hidroeletrolíticas. As alterações das concentrações de potássio

podem ocorrer em pacientes gravemente desnutridos, em decorrência do suporte

nutricional ofertado, o que mostra que a utilização na prática clínica dos valores de

potássio como ferramenta complementar de avaliação é de grande utilidade,

principalmente quando o ambiente contém pacientes em déficits nutricionais severos

(SILVA, 2013).

Outro marcador importante que pode complementar o diagnóstico clínico e

nutricional é a verificação das concentrações de ureia. A mesma é produzida no fígado

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como produto final do catabolismo de proteínas. Suas concentrações aumentam na

insuficiência renal, queimaduras, desidratação e diminuem na desnutrição. Seus

valores de referência são entre entre 10 e 45 mg/dL. Nos pacientes de UTI, por serem

mais críticos, a ureia é um indicador da resposta metabólica ocasionada pelo estresse

da enfermidade instalada (KOPPLE, MASSRY, 2006; MAICÁ, SCHWEIGERT, 2008;

NEMER et al., 2010).

Diversos trabalhos evidenciaram que baixas concentrações de ureia se

associam com uma sobrevida reduzida, possivelmente porque tal situação é reflexo

da diminuição da massa muscular esquelética e baixa ingestão de proteínas. Isso

torna-se útil quando usado de forma complementar para indicador e, ou diagnóstico

de desnutrição. Assim, o intenso catabolismo agudo demonstrado em pacientes

graves resulta na diminuição de suas concentrações, porém há estudos com

observações controversas sobre seu uso como marcador nutricional (KOPPLE,

MASSRY, 2006; MAICÁ, SCHWEIGERT, 2008; NEMER et al., 2010; OLIVEIRA et al.,

2011; CLEMENTINO et al., 2014).

A dosagem de creatinina é outro exame rotineiramente solicitado, que

apresenta valores de referência entre 0,8 a 1,2 mg/dL. Produto do metabolismo da

creatina muscular, a creatinina é um indicador melhor de catabolismo muscular e de

insuficiência renal pois sofre menos influência da dieta. Em situações de estresse

metabólicos intensificados, há o aparecimento do desequilíbrio entre o anabolismo e

catabolismo, o que pode resultar em aumento das concentrações de creatinina,

prejudicando assim, a recuperação do paciente. Leandro-Merhi e colaboradores

(2009) avaliaram o estado nutricional dos pacientes antes da terapia nutricional e

encontraram concentrações de creatinina de 2,16 ± 4,89 mg/dL, o que poderia

caracterizar que esses pacientes estavam em intenso estado catabólico. Além disso,

pesquisas relatam que concentrações de creatinina mais elevadas estariam

associadas com o aumento do tempo de permanência e mortalidade (SINGER et al.,

2009; NEMER et al., 2010; OLIVEIRA et al., 2011; SOUZA et al., 2014).

O magnésio é um mineral essencial no organismo onde desempenha papel

importante nas atividades enzimáticas, atuado no metabolismo energético, proteico e

na regulação hormonal e imunológica. Suas concentrações de referência estão entre

1,6 e 2,4mg/dL. Sua deficiência muitas vezes está presente na síndrome da

realimentação e na desnutrição proteico-calórica. Esses fatores agregados,

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frequentemente ocasionam um aumento expressivo de citocinas pró-inflamatórias

com subjacente aumento do risco de infecções, edema e disfunção endotelial

(WILBORN et al., 2004; MACÊDO et al., 2010; SILVA, 2013; JÚNIOR, 2017)

Essas alterações frequentemente acontecem em pacientes hospitalizados e

tem incidência de 60 a 65% em pacientes críticos de UTI onde observa-se associação

com a piora do quadro clínico e aumento da mortalidade. Tong e Rude (2005)

observaram que pacientes com baixas concentrações de magnésio tiveram 2 a 3

vezes maior tempo de internação e maior mortalidade comparados àqueles com

concentrações adequadas, indicando então que o magnésio interfere diretamente no

prognóstico do paciente (ANGUS, 1999; BARBOSA, 2015).

Em hospitais, os profissionais da saúde utilizam em sua rotina como marcador

inflamatório a PCR, que possui concentrações normais no organismo quando os

valores são < 3mg/L. Ela é um indicador de fase aguda no qual reflete a ativação da

inflamação sistêmica em que seus níveis aumentam rapidamente em circunstância de

algum processo inflamatório instalado. Estudos relatam que a PCR é forte preditora

de mortalidade por doença cardiovascular (GUSMÃO et al., 2010; JÚNIOR, 2017).

A literatura tem descrito a relação entre o estado nutricional e a inflamação

utilizando diversos métodos. Alguns estudos observaram que houve aumento de PCR

acima de 10mg/L em pacientes nutricionalmente comprometidos, chegando até

82,7mg/L em pacientes considerados caquéticos comparados aos não caquéticos.

Altas concentrações de PCR também foram associadas com o aumento da perda de

peso, essa relação é explicada possivelmente pela relação da PCR com o balanço

nitrogenado, assim com capacidade de ser utilizado como um parâmetro indireto de

desnutrição como consequência do catabolismo (READ et al., 2006; KRZYSTEK-

KORPACKA et al., 2008; DEANS et al., 2009; PRADO et al., 2014)

Diversas variáveis ditas anteriormente interferem no tratamento e recuperação

do paciente crítico, porém a glicemia merece atenção. A hiperglicemia causada pelo

estresse nesses pacientes é muito recorrente, independente da história pregressa.

Durante a internação as alterações súbitas de glicemia maior que 200mg/dl são

capazes de modificar a resposta inflamatória que relacionando-se com episódios

clínicos desfavoráveis culmina em aumento de permanência e mortalidade hospitalar

(LUCAS, FAYH, 2012; SILVA, 2013).

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A hiperglicemia é considerada um marcador independente de mortalidade intra-

hospitalar e é comum nos pacientes críticos. É causada pela resposta fisiológica ao

trauma, uso de corticosteróides, catecolaminas, ativação do processo inflamatório,

que ocasionam efeito adversos como alteração hidroeletrolítica, hipoperfusão, dano

mitrocondrial e oxidativo, sepse e prejuízo no processo de cicatrização. Vários estudos

têm demonstrado que o controle glicêmico constante dimimui o tempo de permanência

do paciente na UTI, mortalidade e consequente custos hospitalares (VAN DER

BERGHE et al., 2001; KAVANAGH, McCOWEN, 2010).

Atualmente a American Diabetes Association (ADA) e a American Association

of Clinical Endocrinologists (AACE) recomendam iniciar a insulinoterapia para valores

de glicemia acima de 180 mg/dL para pacientes de UTI, como também publicado em

um recente guideline, pelo Surviving Sepsis Campaign, ressaltando o controle

glicêmico igual ou abaixo de 180 mg/dL (ADA, 2011; DELLINGER et al., 2013).

Portanto, além do controle medicamentoso da glicemia, a terapia nutricional

estipulada após avaliação nutricional também é fator importante no prognóstico do

paciente, uma vez que podem potencializar positivamente ou negativamente a

glicemia (GOSMANOV, UMPIERREZ, 2013; BATISTA et al., 2016).

Um dos exames solicitados em âmbito hospitalar para contribuir para

diagnóstico do estado nutricional do paciente é a dosagem das concentrações de

albumina, cujo os níveis de normalidades são valores acima de 3,5 g/dl. Este

biomarcador encontra-se em quantidade abundante no organismo apresentando meia

vida de aproximadamente 20 dias e sua deficiência se mostra interferir no sistema

imunológico e na manutenção do equilíbrio do organismo (FRANCH-ARCAS, 2001;

PAZ, COUTO, 2016).

A albumina é uma proteína de fase aguda, presente na corrente sanguínea cuja

produção é diminuída no processo inflamatório agudo em virtude da produção de

proteínas de fase aguda pelo fígado. No entanto, quando exames bioquímicos

apresentam baixas concentrações, isso pode ser indicativo de ingestão inadequada

de nutrientes (LEANDRO-MERHI et al., 2009; ROCHA, FORTES, 2013, ANTUNES et

al., 2016). O estado de hidratação, inflamação e infecção também podem afetar suas

concentrações, sendo necessário utilizar mais que um método para diagnóstico

nutricional, pois poderá estar alterada em pacientes considerados eutróficos nas

situações de estresse metabólico devido sua relação direta com o quadro inflamatório

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(ÇELIC et al., 2011). Como apresenta meia vida longa (19 a 20 dias) e aumento lento,

ela é adequada para diagnóstico nutricional a longo prazo, portanto é mais apropriada

para avaliar estresse metabólico em pacientes de UTI (BOTTONI et al., 2000;

FONTOURA et al., 2006; THIEME, CUTCHMA, CHIEFERDECKER, CAMPOS, 2013).

Embora haja limitações em seu uso isoladamente, sua combinação com outras

ferramentas tem demonstrado associação entre suas baixas concentrações com

prognóstico ruim dos pacientes hospitalizados, além de ter fortes correlações com a

desnutrição proteica calórica em indivíduos internados em UTI (CORREA et al., 2002;

ROCHA, FORTES, 2013).

Pesquisadores observaram que os pacientes que tinham concentrações de

albumina inferior a 3,8g/dl apresentaram um período de permanência hospitalar maior

(CHEU et al., 2013) e tiveram menor sobrevida (MARTINS, REZENDE, TORRES,

2012). Estudos observaram que 68% dos pacientes internados estavam desnutridos

em relação a parâmetro de albumina, onde 22% estavam com desnutrição moderada

correlacionando a hipoalbuminemia com a desnutrição. Enfim, estudos já

demonstraram que a hipoalbuminemia em pacientes está relacionada ao aumento do

tempo de permanência, morbidade e mortalidade tornando um parâmetro bioquímico

de grande importância na prática clínica (GONZÁLEZ et al., 2006; THIEME et al.,

2013; PAZ, COUTO, 2016; SANTOS et al., 2016).

No entanto, os parâmetros descritos anteriormente, se utilizados de forma

isolada, tornam preditores pobres de desnutrição, pois sofrem influência de diversas

doenças e drogas como infecções, acidose, hemorragias, cirrose, hepatite, trauma,

uremia, queimaduras, esteróides, imunodepressivos, entre outros. Portanto, é

recomendando utilizar mais de um método de avaliação para se obter um diagnóstico

nutricional mais real e fidedigno (MAICÁ, SCHWEIGERT, 2008; ÇELIC et al., 2011;

ROCHA, FORTES, 2013).

Avaliação Nutricional Subjetiva Global

Outra ferramenta muito utilizada em ambiente hospitalar para diagnóstico

nutricional é a Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG) que foi criada por Detsky

et al. (1987). Inicialmente foi desenvolvida para pacientes que seriam submetidos a

algum procedimento cirúrgico e posteriormente foi adaptada para outros pacientes no

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intuito de identificar o risco nutricional durante a internação, sendo também utilizada

como método triagem nutricional (RASLAN et al., 2008; BARBOSA, 2010; DIAS, 2011;

FONTES et al., 2014).

A ANSG é vantajosa por ser um método simples, de baixo custo e que pode

ser empregada por qualquer profissional da área da saúde que esteja devidamente

treinado (DIAS et al., 2011). Além disso, apresenta boa aplicação na clínica sendo

empregada na beira do leito do paciente, avaliando-se as alterações no peso corporal,

na ingestão oral, capacidade funcional, hábito intestinal, além de incorporar questões

de exame físico e estresse associado a doença atual. Após a aplicação dessas

questões, o examinador classifica o risco nutricional do paciente por meio de três

grupos: 1) paciente bem nutrido, 2) paciente com risco de desnutrição ou desnutrido

moderadamente e 3) desnutrido gravemente (DETSKY et al.,1987; BARBOSA,

BARROS, 2002; COSTA et al., 2016).

Chakravarty et al. (2013) realizaram um estudo com 500 pacientes

hospitalizados e verificaram uma prevalência de 39,6% de risco nutricional ou

desnutrição pela ferramenta ANSG. Outro estudo mostrou que a prevalência de risco

nutricional e/ou desnutrição em 66% dos pacientes avaliados (THIEME et al. 2013). A

prevalência de risco nutricional e desnutrição mostrada nas ANSGs são diferentes

conforme o tipo de doença: em pacientes cardiopatas encontrou-se 51,9% (YAMAUTI

et al. 2006), pacientes oncológicos 76% (BAUER, CAPRA, FERGUSON, 2002),

pacientes pretendentes a transplante hepático 80% (HASSE et al. 1993), pacientes

internados em enfermarias clínicas 47% e cirúrgicas 53% de risco nutricional

(MORIANA et al., 2014).

A Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral (ASPEN) recomenda

a utilização da ANSG porque foi validada por vários estudos associando-se com os

parâmetros clínicos dos pacientes (ASPEN, 2002). No Brasil a ANSG foi validada

como triagem nutricional e diagnóstico nutricional por Faintuch et al. (1988) e Coppini

et al. (1995).

Avaliação Nutricional Instantânea

A ANI é um índice proposto por Seltzer et al. (1979) utilizado em pacientes sob

cuidados intensivos críticos, que leva em consideração as concentrações s de

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albumina e contagem total de linfócitos sanguíneos. Níveis de albumina sérica

<3,5g/dL e contagem total de linfócitos <1500 células/mm3 são indicativos de elevado

risco de complicações (MAICÁ, SCHWEIGERT, 2008; VALE, LOGRADO, 2012).

A ANI leva em consideração fatores nutricionais, inflamatórios e de

competência imunológica como preditor de complicações e mortalidade. Estudos

clássicos que aplicaram a ANI, demostraram que os pacientes críticos de UTI que

apresentavam concentrações de albumina e valores de CTL diminuídos apresentaram

o dobro da taxa de complicações e 4,5 vezes mais mortalidade que os pacientes

internados na clínica geral, além de aumento de incidência de complicações pós-

operatórias (SELTZER et al, 1981; WINTERS, LEIDER, 1983). No entanto, ainda há

poucos estudos da utilização da ANI na prática clínica por profissionais da saúde

devendo ser inserida conforme necessidade e aplicabilidade em hospitais.

Diante do exposto, torna-se importante avaliar o risco e estado nutricional dos

pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva por diferentes métodos de

triagem e avaliação nutricional disponíveis na literatura associando-os e

correlacionando-os com o tempo de permanência e desfecho clínico com o intuito de

contribuir para um melhor prognóstico clínico e diminuição da mortalidade.

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3. Objetivos

3.1 Objetivo geral

Avaliar o perfil nutricional, tempo de permanência e desfecho clínico de pacientes

internados em unidade de terapia intensiva de um hospital filantrópico de Ouro Preto-

MG.

3.2 Objetivos específicos

• Avaliar o risco nutricional por meio dos métodos de triagem nutricional: Rastreio de

Risco Nutricional 2002 (NRS 2002), Índice de Risco Nutricional e Índice de

Prognóstico Inflamatório Nutricional;

• Avaliar estado nutricional por meio dos métodos de avaliação nutricional:

Parâmetros antropométricos, Exames bioquímicos, Competência Imunológica,

Avaliação Nutricional Subjetiva Global e Avaliação Nutricional Instantânea;

• Associar os resultados dos métodos de triagem e avaliação nutricional com o

tempo de permanência do setor UTI e com o desfecho clínico do paciente, seja

ele, óbito ou alta;

• Correlacionar os resultados dos métodos de triagem e avaliação nutricional com o

tempo de permanência do setor UTI.

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4. Material e Métodos

4.1 Desenho do estudo

Estudo do tipo transversal, descritivo, observacional, realizado por meio da

coleta de dados em prontuários de pacientes internados na Unidade de Terapia

Intensiva do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto – MG no período de

janeiro de 2015 a fevereiro de 2016.

O estudo ocorreu em três etapas (Figura 1), obedecendo a um plano

cronológico preciso: ETAPA 1: seleção dos pacientes e assinatura do termo de

consentimento livre e esclarecido (TCLE) pelo paciente e caso o mesmo esteve

impossibilitado, a assinatura foi coletada mediante consentimento do responsável

legal; ETAPA 2: triagem e avaliação nutricional; ETAPA 3: obtidos estes dados, foram

realizadas as associações e correlações dos métodos de triagem e avaliação

nutricional com o tempo de permanência em dias e desfecho clínico: alta ou óbito.

Figura 1. Etapas do estudo realizado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto – MG.

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4.2 Critérios de inclusão

Foram incluídos na pesquisa pacientes com idade a partir de 18 anos, do sexo

masculino e feminino, que foram submetidos a avaliação nutricional e que aceitaram

participar da pesquisa de forma voluntária firmando o aceite por meio da assinatura

do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) (Apêndice 1). No caso dos

pacientes que não estavam conscientes, o responsável que firmava o aceite, também

por meio do TCLE próprio para este caso (Apêndice 2).

4.3 Critérios de exclusão

Foram excluídos da pesquisa aqueles pacientes que não cumpriram o critério

de inclusão além daqueles edemaciados visualizados pelo sinal de cacifo, gestantes,

lactantes, portadores de necessidades especiais e pacientes que não passaram por

avaliação nutricional (por algum motivo, a exemplo: instabilidade hemodinâmica,

transferência para outra clínica ou hospital).

Admitiu-se no setor 492 pacientes no período de janeiro de 2015 a fevereiro de

2016, sendo que 164 foram excluídos pelos critérios previamente definidos,

finalizando o total de 328 voluntários (Figura 2).

Figura 2. Fluxograma dos pacientes voluntários definidos após critérios de exclusão

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4.4 Caracterização clínica e coleta de dados

Após seleção dos voluntários considerando os critérios de exclusão, foram

colhidas informações dos pacientes por meio dos dados obtidos de arquivos e

prontuários disponíveis na UTI.

4.5 Triagem e Avaliação Nutricional dos Pacientes

A triagem nutricional foi efetuada nas primeiras 48 horas de internação e

posteriormente, foi realizada a avaliação nutricional utilizando parâmetros

antropométricos, exames bioquímicos e avaliação subjetiva.

4.5.1 Triagem Nutricional

Rastreamento do Risco Nutricional 2002

O RRN 2002 foi realizado na beira do leito do paciente e utilizado como triagem

nutricional. Tal instrumento contém quatro questões: 1) se o IMC do paciente

encontrava-se abaixo de 18,5 kg/m2 porém, para os idosos utilizamos o ponto de corte

de 22 kg/m2; 2) se há perda de peso nos últimos três meses; 3) redução da ingestão

alimentar nos últimos sete dias e 4) se a enfermidade atual é grave. Quando o paciente

enquadra-se em pelo menos uma resposta positiva inicia-se a segunda parte

(KONDRUP et al., 2003; MEIRA, 2010). O resultado desta segunda etapa é conforme

a pontuação do escore que varia de zero a três, se a idade do paciente for superior a

70 anos acrescenta-se um ponto. Ao final, todos os pacientes que obtiveram um

escore ≥3 indicou-se risco nutricional no qual foi encaminhado posteriormente para a

efetiva avaliação nutricional (REILLY et al., 1995) (Anexo 1).

Índice de Risco Nutricional

Foi aplicado o IRN como parâmetro de avaliação do estado nutricional. Tal

instrumento utiliza os valores de albumina e a relação do peso atual para o peso usual

de acordo com a seguinte fórmula: IRN= {(1.519 × albumina sérica, g/dL) + {41,7 ×

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peso atual (kg)/peso ideal (kg)} desenvolvida por Veterans Affairs Total Parenteral

Nutrition Group (1991). Como resultado, a ausência de desnutrição é definida como

IRN > 100, desnutrição moderada 97.5 < IRN <100 e desnutrição grave como IRN <

83.5 (BUZBY et al., 1988; RYU, 2010; VALE, LOGRADO, 2013) (Anexo 2).

Índice de Prognóstico Inflamatório Nutricional Simplificado

O IPIN simplificado, proposto por Correa et al (2002) utiliza a relação entre PCR

e albumina conforme a seguinte fórmula: PCR/Albumina. Os parâmetros de

classificação equivalente aos graus de complicações foram, sem risco: IPIN < 0,4,

baixo risco: IPIN 0,4 -1,2, médio risco: IPIN 1,2 – 2,0 e alto risco: IPIN > 2 (Anexo 3).

4.5.2 Avaliação Nutricional

Índice de massa corporal

Para o cálculo deste parâmetro foram aferidos, quando possível, o peso e altura

atual do paciente e quando o mesmo se encontrava acamado e sem a capacidade de

deambular as medidas de peso e altura foram estimadas pelos métodos propostos

por Chumlea et al (1985) conforme detalhado a seguir. (Anexo 4). Posteriormente,

essas aferições foram aplicadas na formula: IMC = peso (kg)/ estatura2 (m2) (Anexo

5).

O peso atual foi obtido pela medida realizada em balança digital de vidro da

marca BIOLAND® com capacidade para 180 kg e precisão de 100g. Para a pesagem,

o paciente foi posicionado em pé no centro da base da balança com os braços

estendidos ao longo do corpo, estando descalço e com roupas leves.

A altura foi aferida por meio de estadiômetro da marca SANNY® com o

indivíduo em pé, descalço, com os braços estendidos ao longo do corpo, cabeça ereta

com os olhos fixos à frente e calcanhares juntos, tocando a haste vertical do

estadiômetro onde posteriormente, foi registrada a estatura. As técnicas foram

aplicadas de acordo com o proposto por Lohman (1988).

Quando não foi possível aferir o peso atual, o mesmo foi estimado utilizando a

seguinte metodologia: com o indivíduo deitado, flexiona-se o joelho esquerdo em

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ângulo de 90° e mede-se com uma fita métrica o comprimento entre o calcanhar e a

superfície anterior da perna (cabeça da fíbula) na altura do joelho. A circunferência do

braço foi medida no ponto médio entre o acrômio e o olécrano utilizado uma fita

métrica para realizar o contorno do braço. E quando não foi possível coletar a altura,

também utilizou-se a fita métrica para aferir a altura do joelho, conforme explicitado

anteriormente. Posteriormente as medidas foram aplicadas na fórmula para estimar o

peso e altura proposta por Chumlea et al (1985) de acordo com o Anexo 4.

A classificação do estado nutricional dos pacientes adultos foi realizada

conforme os pontos de corte propostos pela Organização Mundial da Saúde (1995) e

os pacientes idosos foram classificados de acordo com os parâmetros de Lipschitz

(1994) que classificam os indivíduos como eutróficos, desnutridos, sobrepeso e

obesidade (Anexo 5).

Circunferência do braço

Para a sua obtenção, foi solicitado ao voluntário flexionar seu braço em direção

ao tórax, formando um ângulo de 90º. Após o ponto médio entre o acrômio e o

olécrano foi marcado e, já com o braço estendido ao longo do corpo e com a palma

da mão voltada para a coxa, o braço foi contornado com a fita não extensível no ponto

marcado de forma ajustada (CUPPARI, 2005). O resultado obtido foi comparado aos

valores de referências da National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES

III) para idosos e para adultos demonstrados em tabelas de percentis por Jelliffe

(1966) (Anexo 6 e 7). Posteriormente, a adequação da CB foi determinada por meio

da fórmula: CB (%) = (CB obtida (cm) x100) / CB percentil 50) e o resultado obtido foi

classificado conforme o proposto por Blackburn e Thornton (1979) (Anexo 8).

Circunferência muscular do braço

Foi obtida pelos valores de CB e dobra cutânea tricipital (DCT) pela fórmula:

CMB (cm) = CB (cm)/(DCT (mm) x 0,314) (CUPPARI, 2005). O resultado obtido foi

comparado aos valores de referências da National Health and Nutrition Examination

Survey (NHANES III) para idosos e para adultos demonstrados em tabelas de

percentis por Jelliffe (1966) (Anexo 6 e 7). A adequação da CMB foi determinada pela

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fórmula: CMB (%)= (CMB obtida (cm) x 100)/ CMB percentil 50 e para interpretação

dos resultados foram utilizados os parâmetros de Blackburn e Thornton (1979) (Anexo

8).

Dobra cutânea tricipital

As medidas da espessura da DCT foram realizadas no braço do indivíduo,

utilizando o dedo indicador e o polegar da mão esquerda para diferenciar o tecido

adiposo subcutâneo do tecido muscular. Aproximadamente, um centímetro abaixo do

ponto pinçado pelos dedos, foram introduzidas as pontas do adipômetro de marca

CESCORF®. A leitura marcada no adipômetro foi feita após dois segundos do

pinçamento e o resultado foi expresso em média de três medidas da mesma dobra

conforme Heyward e Stolarczyk (2000). Sua medida isolada foi comparada ao padrão

de referência da National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES III) para

idosos e para adultos por tabela de percentis propostos por Jelliffe (1966) (Anexo 6 e

7). A adequação da DCT foi determinada pela fórmula: DCT (%)= (DCT obtida (cm) x

100) / DCT percentil 50 e o resultado encontrado foi classificado conforme o proposto

por Blackburn e Bristian (1977) (Anexo 8).

Avaliação Nutricional Bioquímica

Para a avaliação nutricional bioquímica, foram coletadas no prontuário do

paciente as dosagens séricas de: hemoglobina, leucócitos, linfócitos, glicose, sódio,

potássio, magnésio, proteínas totais, albumina, globulina, PCR, ureia e creatinina.

Tais resultados foram obtidos a partir da solicitação pelos médicos da UTI. A extração

de amostras sanguíneas foi realizada por técnicos de enfermagem ou enfermeiros

treinados durante a internação do paciente. As amostras de sangue foram

processadas no Laboratório de Análises Clínicas da Santa Casa de Misericórdia de

Ouro Preto. Nenhum exame adicional foi solicitado em função desse estudo, sendo

utilizado apenas aqueles exames que os profissionais de saúde da Santa Casa de

Misericórdia de Ouro Preto solicitaram como rotina para avaliação do caso do

paciente.

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44

Os valores de referências dos exames bioquímicos utilizados foram os

propostos pelo Laboratório de Análises Clínicas da Santa Casa de Misericórdia de

Ouro Preto em que as classificações adotadas para os exames foram: proteínas totais

em concentrações normais (6,0 – 8,0 g/dl) e desnutrição (< 6,0 g/dL); relação

albumina/globulina normal (≥ 1) e desnutrição (< 1); PCR normal (< 3 mg/L) e

inflamação (≥ 3 mg/dL); Hemoglobina normal (12,5 – 16,0 g/dL) e anemia (< 12,5

g/dL); concentrações de leucócitos normais (4.000 – 10.500 céls/ mm3), leucocitose

(>10.500 céls/ mm3) e leucopenia (< 4.000 céls/ mm3); glicemia normal (≤ 180 mg/dL)

e hiperglicemia (>180 mg/dL); creatinina normal (0,6 – 1,2 mg/dL) e alterada (< 0,6 ou

>1,2 mg/d/dL); potássio normal (3,5 – 5,0 mEq/L) e alterado (< 3,5 ou >5,0 mEq/L)

(Anexo 9).

A CTL e albumina foram classificadas conforme graus de depleção de acordo

com o anexo 10 e 11, respectivamente (CALIXTO-LIMA et al., 2012; THIEME et al.,

2013).

Avaliação Nutricional Subjetiva Global

A ANSG foi realizada na beira do leito do paciente. Aplicou-se um questionário

que integra os dados da história clínica recente do paciente, histórico de perda de

peso, alteração na ingestão alimentar e anamnese alimentar, sintomas

gastrointestinais, capacidade funcional, análise de perda de tecido adiposo

subcutâneo e tecido muscular e presença de edema ou ascite por meio de exames

físicos, antropométricos e bioquímicos (DETSKY et al., 1987).

Após o examinador classificou o risco nutricional do paciente em três grupos:

1) paciente bem nutrido, 2) paciente com risco de desnutrição ou desnutrido

moderadamente e 3) desnutrido gravemente (DETSKY et al.,1987; BARBOSA,

BARROS, 2002; COSTA et al., 2016) (Anexo 12).

Avaliação Nutricional Instantânea

Também, efetuou-se a ANI proposta por Seltzer et al. (1979). Tal instrumento

utiliza-se a albumina sérica e contagem total de linfócitos sanguíneos para

classificação do estado nutricional. Os pacientes são classificados conforme os

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45

seguintes graus: 1º grau: Albumina sérica de 3,5 g/dl; contagem linfócitos séricos

<1500 células/mm 3, 2º grau: albumina sérica <3,5 g/dl; contagem linfócitos séricos

<1500 células/mm 3, 3º grau: albumina do sérica <3,5 g/dl; contagem linfócitos séricos

de 1500 células/mm 3 e 4ºgrau: albumina do sérica <3,5 g/dl; contagem linfócitos

séricos <500 células /mm 3 (PABLO et al., 2003; VALE, LOGRADO, 2012). Os

pacientes foram classificados como desnutridos quando as concentrações de

albumina estavam abaixo de 3,5g/dL e ou a contagem total de linfócitos estavam

inferior a 1500 células/mm3.

4.6 Tempo de permanência

Para verificar o tempo de permanência total foi obtido por meio de dados no

prontuário, o tempo médio em dias que os pacientes permaneceram internados em

relação ao número de saídas internas e hospitalares (altas, óbitos e transferências).

Aplicou-se esta equação para o cálculo: Σ número de pacientes/dia da UTI/número de

saída internas + saídas hospitalares da UTI conforme preconizado pelo Ministério da

Saúde (2013).

Para averiguar o tempo de permanência individual do paciente foi quantificado

o tempo em dias que o paciente permaneceu na UTI até o desfecho clínico: alta ou

óbito da UTI.

4.7 Desfecho clínico

O desfecho clínico foi observado por registros cadastrados nos prontuários dos

pacientes que informaram se os mesmos receberam alta, foram transferidos para

outra instituição ou foram a óbito no setor.

4.8 Aspectos éticos

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com seres

humanos do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto (SCMOP) e da

Universidade Federal de Ouro Preto – Minas Gerais de acordo com a resolução nº

196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CAAE56309016.5.0000.5150) (Apêndice 3 e

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46

4). Todos os pacientes e os responsáveis pelos mesmos foram informados oralmente

e por escrito com uma descrição do estudo e de todos os procedimentos que seriam

submetidos, assim como foram informadas sobre os riscos e benefícios de sua

participação. Todos deram consentimento oral e assinaram, em duplicata, o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.

A individualidade do paciente foi preservada, pois as análises antropométricas,

clínicas, dietéticas e bioquímicas foram realizadas no Hospital Santa Casa de

Misericórdia de Ouro Preto, em ambiente reservado, no setor da UTI. Os dados foram

coletados na sala de prescrição da UTI após o momento da avaliação nutricional,

consulta dos prontuários e exames bioquímicos. A confidencialidade foi e será

preservada, pois todas as informações pessoais dos pacientes estão guardadas na

Instituição de origem onde teve o diagnóstico e acompanhamento. Tais dados serão

armazenados durante 5 anos em planilha de Excel em um computador pessoal com

senha (a senha será de conhecimento somente da mestranda e dos pesquisadores

envolvidos) e após esse período serão descartados. Assim, tais dados ficarão

protegidos do acesso de outras pessoas.

Os riscos para os sujeitos da pesquisa foram considerados riscos inerentes a

participação em uma pesquisa de análise antropométrica, bioquímica e dietética. Por

isso foram tomados cuidados nos procedimentos de avaliação antropométrica para

evitar acidentes com os voluntários no momento da pesagem, da aferição das dobras

cutâneas que poderiam gerar pequeno desconforto devido a compressão dos tecidos

exercida pelo instrumento na pele do paciente e da avaliação dietética. A realização

da coleta do exame bioquímico foi de acordo com a rotina e orientação do hospital,

através de profissionais treinados a fim de evitar dor, desconforto e equimoses no

local da punção da coleta de sangue. Para evitar risco de contaminação aos pacientes

e agravamento da doença e/ou contágio com outras doenças, durante todos esses

procedimentos de avaliação foram seguidas as normas da Comissão de Controle de

Infecção Hospitalar, no qual destaca-se o uso de jalecos, luvas, máscaras cirúrgicas,

toucas e prática correta de higienização e desinfecção das mãos e equipamentos

utilizados (balança, fita e antropômetro).

Não houve riscos relacionados a avaliação dietética, porém poderiam gerar

constrangimento aos pacientes devido a algumas questões de fatores ambientais e

clínicas abordadas na aplicação dos formulários. A possibilidade de qualquer tipo de

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dano físico, psíquico, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual, por causa da

participação do paciente nesta pesquisa, é mínima, seja individual ou coletiva. Para

evitar o constrangimento sobre questões abordadas ao paciente ele poderia se

recusar a responde-las na hora que achasse pertinente.

Os participantes e os responsáveis foram informados quanto à possibilidade de

abandonarem o estudo a qualquer momento que desejarem e/ou quando o

pesquisador junto com a equipe médica encontrasse alguma condição clínica que

impedisse a continuidade no estudo.

4.9 Análise estatística

Todas as análises foram realizadas por meio dos programas Stata 10 e

GraphPad Prism 5.0. Para as variáveis avaliadas neste estudo foi realizado o teste de

Kolmogorov-Smirnov, para verificar se os dados apresentavam uma distribuição

normal. Como os dados não seguiam uma distribuição Gaussiana, os resultados das

variáveis contínuas foram apresentados por meio de mediana e intervalos interquartis.

A análise descritiva da população foi demonstrada por meio de distribuição de

frequência absoluta e relativa e para as análises comparativas das médias dos grupos

avaliados foi utilizado o teste Mann-Whitney. Para verificar as associações entre os

métodos de avaliação nutricional com o tempo de permanência e com o desfecho

clínico alta/óbito foi realizada inicialmente a análise univariada por meio da regressão

de Poisson, com variância robusta. As variáveis com nível de significância inferior a

0,20 (p<0,20) foram selecionadas para modelos multivariados. Na análise multivariada

foi realizado o descarte sucessivo de variáveis até que permanecessem no modelo

apenas as variáveis com nível de significância menor que 0,05.

As correlações foram observadas por meio do teste de Spearman devido aos

dados serem não paramétricos. Os resultados foram considerados estatisticamente

significativos quando o valor p < 0,05.

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5. Resultados

Foram avaliados 328 pacientes, sendo a maioria do sexo masculino. A idade

mediana obtida foi de 65 anos, com mínimo de 18 e máximo de 95 anos. A maioria da

população estudada era composta por indivíduos idosos, ou seja, que apresentavam

idade superior a 60 anos. A descrição completa do perfil dos pacientes é demonstrada

na tabela 1.

Tabela 1 – Características descritivas dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto-MG, 2015 - 2016.

Variáveis n %

Sexo

Feminino 146 44,5 Masculino 182 55,5 Total 328 100

Idade em anos 18-32 36 11 33-47 37 11,3 48-62 71 21,6 63-77 120 36,6 78-92 59 18 ≥ 93 5 1,5 Total 328 100 Classificação de idade Adultos 123 37,5 Idosos 205 62,5 Total 328 100

Os principais diagnósticos clínicos de internação na UTI estão ilustrados no

Gráfico 1. A principal causa de internação na UTI foi o acidente vascular encefálico,

seguidos por infarto agudo do miocárdio, pneumonia, insuficiência cardíaca

congestiva, síndrome coronariana aguda, insuficiência renal, crise convulsiva e

hemorragia digestiva. Alguns pacientes eram admitidos com outros diagnósticos

menos prevalentes como lúpus, intoxicação exógena, pancreatites, choque,

apendicite, entre outros, que juntos representaram 25,3%.

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Gráfico 1 - Distribuição das causas de internação dos pacientes da Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro – MG, 2015 -2016.

Na caracterização do tempo de permanência e desfecho clínico (Tabela 2),

observou-se que a mediana de internação foi de 5 dias e que 205 pacientes tiveram

um tempo de permanência na UTI considerado baixo (≤ 7 dias), permanecendo

internados no mínimo 1 dia e máximo 90 dias. Em relação ao desfecho clínico, houve

prevalência de altas em relação aos óbitos.

Tabela 2 – Análise descritivas do tempo de permanência e desfecho clínico dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto -MG, 2015 -2016.

Variáveis n %

Tempo de internação Tempo de Permanência baixo (≤ 7 dias) 205 62,5 Tempo de Permanência alto (> 7 dias) 123 37,5 Total 328 100 Desfecho clínico Alta 235 79,6 Óbito 60 20,4 Total 295 100

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Na tabela 3 é apresentado os resultados e classificações dos métodos de

triagem e avaliação nutricional. A RRN 2002 demonstrou que a maioria dos pacientes

foram classificados com risco nutricional; o IRN demonstrou que todos os pacientes

estavam com desnutrição grave e o IPIN que a maioria estava com alto risco de

complicação. Pela ANSG observou-se a prevalência de eutrofia (paciente ser bem

nutrido) porém a suspeita do paciente estar com desnutrição e com desnutrição grave

juntas, demonstraram valores iguais ao paciente eutrófico. Já a ANI ressaltou a

prevalência de desnutrição nos pacientes avaliados

Tabela 3 – Perfil nutricional por diferentes métodos de triagem nutricional e avaliação nutricional dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto -MG, 2015 -2016.

Métodos de Triagem e Avaliação Nutricional n %

Rastreamento do Risco Nutricional 2002 Sem Risco Nutricional 26 7,9 Com Risco Nutricional 302 92,1 Total 328 100

Índice de Risco Nutricional

Ausência de Desnutrição 0 0 Desnutrição moderada 0 0 Desnutrição Grave 62 100 Total 62 100

Índice de Prognóstico Inflamatório Nutricional

Sem risco de complicação 2 2,1 Baixo risco de complicação 6 6,1 Médio risco de complicação 12 12,2 Alto risco de complicação 78 79,6 Total 98 100

Avaliação Nutricional Subjetiva Global Bem nutrido 164 50 Suspeita de ser desnutrido 94 28,6 Desnutrido grave 70 21,4 Total 328 100

Avaliação Nutricional Instantânea Ausência de Desnutrição 113 44,1 Desnutrição 143 55,9 Total 256 100

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Na avaliação do estado nutricional pelos parâmetros antropométricos (Tabela

4), a maioria dos pacientes foram classificados pelo IMC e CMB como eutróficos e

pela DCT e CB como desnutridos.

Tabela 4 – Análise descritiva do perfil nutricional pelos parâmetros antropométricos: índice de massa corporal, dobra cutânea tricipital, circunferências do braço e muscular do braço, dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto- MG, 2015 -2016.

IMC: Índice de Massa Corporal; DCT: Dobra Cutânea Tricipital; CB: Circunferência do Braço; CMB: Circunferência Muscular do Braço Os resultados dos valores mínimo e máximo foram expressos por meio do % de adequação para DCT, CB e CMB e kg/m2 para IMC

Antropometria n % Mediana Mínimo Máximo

IMC (kg/m2)

Desnutrição 62 18,9

24,6 11,7 (Desnutrição grave)

45 (Obesidade)

Eutrofia 151 46,0

Sobrepeso 71 21,7

Obesidade 44 13,4

Total 328 100

DCT (mm)

Eutrofia 27 9,1

95,5 20,7 (Desnutrição grave)

280 (Obesidade)

Sobrepeso 29 9,8

Obesidade 73 24,7

Desnutrição Leve 37 12,5

Desnutrição Moderada

27 9,1

Desnutrição Grave 103 34,8

Total 296 100

CB (cm)

Eutrofia 97 30,6

77,9

57,8 (Desnutrição grave)

153,5

(Obesidade)

Sobrepeso 80 25,2

Obesidade 19 6,0

Desnutrição Leve 76 24,0

Desnutrição Moderada

31 9,8

Desnutrição Grave 14 4,4

Total 317 100

CMB (cm)

Eutrofia 191 65,2

77,51

39,53 (Desnutrição grave)

155,32 (Eutrofia)

Desnutrição Leve 62 21,1

Desnutrição Moderada

31 10,6

Desnutrição Grave 9 3,1

Total 293 100

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Ao analisar dados dos exames bioquímicos (Tabela 5), foi observado que a

maioria dos pacientes apresentavam hipoalbuminemia, baixas concentrações de

proteínas totais e baixa razão albumina/globulina. Da mesma forma, os exames de

PCR, hemoglobina, leucócitos e contagem total de linfócitos apresentam valores fora

dos níveis de referência. Já os dados laboratoriais de glicemia, creatinina, magnésio,

e potássio se encontravam dentro da normalidade.

Tabela 5 – Análise descritiva do perfil nutricional pelos parâmetros bioquímicos dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto- MG, 2015 -2016.

Exame n % Mediana

Mínimo

Máximo

Albumina

Sem depleção 8 8,0

2,6 g/dL 1,6 g/dL 5,5 g/dL Depleção Leve 24 23,7

Depleção Moderada 36 35,7

Depleção Grave 33 32,6

Total 101

Proteína Total

Normal 24 27,6

5,2 g/dL 1,8 g/dL 10,3 g/dL Desnutrido 63 72,4

Total 87

Relação Albumina/Globulina

Normal 6 6,9

0,9 g/dL 0,2 g/dL 2 g/dL Desnutrido 80 93,1

Total 86

PCR

Normal 22 9,1

34,6 mg/dL 0,2 mg/dL 145 mg/dL Inflamação 219 90,9

Total 241

Hemoglobina

Normal 96 36,7

11,4 g/dL 0,3 g/dL 17,7 g/dL Anemia 166 63,3

Total 262

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Exame n % Mediana

Mínimo

Máximo

Leucócitos

Normal 98 37,7

12.000 céls/mm3

1.300 céls/mm3

54.000 céls/mm3

Leucocitose 157 60,4

Leucopenia 5 1,9

Total 260

CTL

Sem depleção 94 38,1

1751 mm3 208 mm3 10.050 mm3

Depleção Leve 88 35,6

Depleção Moderada 44 17,8

Depleção Grave 21 8,5

Total 247

Glicemia

Normal 114 87

123 mg/dL 79 mg/dL 566 mg/dL Hiperglicemia 17 13

Total 131

Creatinina

Normal 158 60,7

1 mg/dL 0,2 mg/dL 94,4 mg/dL Alterada 102 39,3

Total 260

Magnésio

Normal 187 80,6

1,8 mg/dL 0,6 mg/dL 3,4 mg/dL Alterado 45 19,4

Total 232

Potássio

Normal 186 72,6

4,2 mEq/L 0,6 mEq/L 9,2 mEq/L Alterado 70 27,4

Total 256 PCR: Proteína C Reativa; CTL: Contagem Total de Linfócitos

A análise de associação entre os parâmetros de triagem e avaliação nutricional

foi baseado no modelo de regressão logística, em que a variável resposta foi o tempo

de permanência, categorizada em baixo e alto. O modelo logístico univariado que

mostra a existência de associação individual, selecionou as variáveis que

apresentavam valores de p abaixo de 0,20 para análise no modelo multivariado

(Tabela 6). Observou-se que houve associação dos valores de PCR, hemoglobina,

leucócitos, glicemia, creatinina, contagem total de linfócitos, potássio e avaliação

nutricional instantânea com o tempo de permanência alto (> 7 dias).

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Tabela 6 – Associações univariada dos parâmetros de triagem e avaliação nutricional com o Tempo de Permanência dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Preto - MG, 2015 -2016.

Variável

Tempo de permanência

baixo (≤ 7 dias)

Tempo de permanência

alto (> 7 dias)

Univariada RP (95%IC) p

PCR Normal (< 3 mg/L) 18 (13,04) 4 (3,88) Inflamação (> 3 mg/L) 120(86,96) 99 (96,12) 2,48 (1,0 – 6,1) 0,047* Total 138 (100) 103 (100)

Hemoglobina Normal (12,5 – 16,0 g/dL) 61 (40,40) 35 (31,53) Anemia (< 16,0 g/dL) 90 (59,60) 76 (68,47) 1,25 (0,9 – 1,7) 0,153* Total 151 (100) 111 (100) Leucócitos Normal (4000 – 10.500 c/mm3) 62 (41,06) 36 (33,03) Alterado (< 4000 ou >1500 c/mm3) 89 (58,94) 73 (66,97) 1,22 (0,8 – 1,6) 0,198* Total 151 (100) 109 (100)

Glicemia Normal (≤ 180mg/dL) 70 (92,11) 44 (80,00) Hiperglicemia (>180mg/dL) 6 (7,89) 11 (20,00) 1,67 (1,1 – 2,5) 0,016* Total 76 (100) 55 (100)

Creatinina Normal (0,6 – 1,2 mg/dL) 101 (66,45) 57 (52,78) Alterada (< 0,6 ou >1,2mg/dL) 51 (33,55) 51 (47,22) 1,38 (1,0 – 1,8) 0,025* Total 152 (100) 108 (100)

ANI Ausência de desnutrição 74 (50,00) 39 (36,11) Com desnutrição 74 (50,00) 69 (63,89) 1,39 (1,0 – 1,8) 0,032* Total 148 (100) 108 (100)

CTL Sem depleção (> 2000mm3) 61 (42,66) 33 (31,73) Depleção (≤ 2000mm3) 82 (57,34) 71 (68,27) 1,32 (0,9 – 1,8) 0,091* Total 143 (100) 104 (100)

Potássio Normal (3,5 – 5,0 mEq/L) 113 (76,35) 73 (67,59) Alterado (< 3,5 ou > 5,0 mEq/L) 35 (23,65) 35 (32,41) 1,22 (0,9 – 1,7) 0,108* Total 148 (100) 108 (100)

* Valores de qui-quadrado de Pearson menores que 0,20 foram para análise multivariada CTL: Contagem total de linfócitos; PCR: Proteína C Reativa; ANI: Avaliação Nutricional Instantânea

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A seleção do modelo multivariado iniciou-se com o ajuste das variáveis da

análise univariada onde passo-a-passo foram retiradas aquelas menos significantes,

até encerrar-se com todas as variáveis que obtiveram nível de significância menor que

0,05.

Dito isso, os resultados do ajuste do modelo multivariado (Tabela 7) mostraram

relação significativa (nível de significância < 0,05) entre o tempo de permanência alto

(> 7 dias) com creatinina, potássio e ANI.

A prevalência de permanecer mais que 7 dias internados foi 1,43 vezes maior

(p=0,012) em pacientes que apresentaram níveis de creatinina alterados comparados

aos pacientes com níveis normais de creatinina. Ainda, a prevalência de permanecer

mais que 7 dias internados foi 1,39 vezes maior (p=0,027) em pacientes que

apresentaram níveis de potássio alterados comparados aos pacientes com níveis

normais de potássio. Da mesma forma, a prevalência de permanecer mais que 7 dias

internados foi 1,49 vezes maior (p=0,012) em pacientes que apresentaram diagnóstico

de desnutrição pela Avaliação Nutricional Instantânea (ANI) comparados aos

pacientes com ausência de desnutrição pela ANI.

Tabela 7 – Associações multivariadas dos parâmetros de triagem e avaliação nutricional com o Tempo de permanência dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Preto - MG, 2015 -2016.

IC: Intervalo de confiança RP: Razão de Prevalência a Análise univariada - Qui-Quadrado de Pearson b Análise - multivariada - Regressão de Poisson realizadas com as variáveis que apresentaram p ≤ 0,20 na análise bruta * Significativo estatisticamente para valor de p < 0,05

Tempo de Permanência

Variável RPa (IC 95%) p RPb(IC 95%) p

Creatinina

Normal (0,6 – 1,2 mg/dL) 1 1

Alterada (< 0,6 ou >1,2mg/dL) 1,38 (1,0 – 1,8) 0,025 1,43 (1,0 – 1,9) 0,012*

Potássio

Normal (3,5 – 5,0 mEq/L) 1 1

Alterado (< 3,5 ou > 5,0 mEq/L) 1,22 (0,9 – 1,7) 0,108 1,39 (1,0 – 1,8) 0,027*

Avaliação Nutricional Instantânea

Ausência de desnutrição 1 1

Com desnutrição 1,39 (1,0 – 1,8) 0,032 1,49 (1,1 – 2,0) 0,012*

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A tabela 8 mostra as associações entre os parâmetros de triagem e avaliação

nutricional utilizados com os desfechos clínicos alta e óbito. Podemos observar que

houve associação dos valores de CB, CMB, leucócitos, contagem total de linfócitos,

magnésio e ANI com o desfecho clínico óbito, conforme o modelo de logístico

univariado apresentando valores de p abaixo de 0,20.

Tabela 8 - Associações univariadas dos parâmetros de triagem e avaliação nutricional com o desfecho clínico Alta/Óbito dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto - MG, 2015 -2016.

Variável Alta (%) Óbito (%) Univariada RP (95%IC)

p

CB Eutrofia 71 (31,28) 19 (32,76) Desnutrição Leve 57 (25,11) 10 (17,24) 0,7(0,3 – 1,4) 0,331 Desnutrição Moderada 20 (8,81) 7 (12,07) 1,22 (0,5 – 2,6) 0,593

Desnutrição Grave 8 (3,52) 6 (10,34) 2,03 (0,9 – 4,1) 0,056*

Sobrepeso 59 (25,99) 11 (18,97) 0,74 (0,3 – 1,4) 0,391 Obesidade 12 (5,29) 5 (8,62) 1,39 (0,6 – 3,2) 0,439 Total 227 (100) 58 (100)

CMB

Eutrofia 139 (65,19) 33 (62,26) Desnutrição Leve 47 (22,38) 7 (13,21) 0,67 (0,3 – 1,4) 0,310 Desnutrição Moderada 19 (9,05) 9 (16,98) 1,67 (0,9 – 3,1) 0,103* Desnutrição Grave 5 (3,38) 4 (7,55) 2,31 (1,0 – 5,1) 0,038* Total 210 (100) 53 (100)

Leucócitos Normal 76 (40,64) 14 (28,00) Leucocitose 109 (58,29) 33 (66,00) 1,49 (0,8 – 2,6) 0,166* Leucopenia 2 (1,07) 3 (6,00) 3,85 (1,6 – 9,1) 0,002* Total 187 (100) 50 (100)

CTL Sem depleção 71 (40,11) 12 (25,00) Depleção Leve 62 (35,03) 17 (35,42) 1,48 (0,7 – 2,9) 0,247 Depleção Moderada 28 (15,82) 14 (29,17) 2,30 (1,7– 4,5) 0,016* Depleção Grave 16 (9,04) 5 (10,41) 1,64 (0,6 – 4,1) 0,293 Total 177 (100) 48 (100)

ANI Ausência de desnutrição

85 (46,30) 17 (34,00)

Com desnutrição 99 (53,70) 33 (66,00) 1,5 (0,8 – 2,5) 0,131 Total 184 (100) 50 (100)

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Variável Alta (%) Óbito (%) Univariada RP (95%IC)

p

Magnésio

Normal (1,9-2,4 mg/dL) 139 (83,73) 32 (74,42) Alterado (<1,9 ou >2,4 mg/dL) 27 (16,27) 11 (25,58) 1,54 (0,8 – 2,7) 0,147* Total 166 (100) 33 (100)

* Valores de qui-quadrado de Pearson menores que 0,20 foram para análise multivariada IMC: Índice de Massa Corporal; DCT: Dobra Cutânea Tricipital; CB: Circunferência do Braço; CMB: Circunferência Muscular do Braço; CTL: Contagem Total de linfócitos; ANI: Avaliação Nutricional Instantânea

Como modelo final, por meio da análise multivariadas (Tabela 9), verificamos

associação somente entre os leucócitos e contagem total de linfócitos com o desfecho

clínico óbito. Observou-se que a prevalência de ir a óbito foi 3,89 vezes maior

(p=0,004) em pacientes com leucopenia em relação aos pacientes com níveis normais

de leucócitos assim como a prevalência de ir a óbito foi 2,44 vezes maior (p=0,009)

em pacientes com depleção moderada de CTL em relação aos pacientes com níveis

normais de CTL.

Tabela 9 - Associações multivariadas dos parâmetros de triagem e avaliação nutricional com o desfecho clínico Alta/Óbito dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto - MG, 2015 -2016.

IC: Intervalo de confiança RP: Razão de Prevalência a Análise univariada - Qui-Quadrado de Pearson b Análise multivariada - Regressão de Poisson realizadas com as variáveis que apresentaram p ≤ 0,20 na análise bruta * Significativo estatisticamente para valor de p < 0,05

Desfecho clínico Alta/Óbito

Variável RPa (IC 95%) p RPb(IC 95%) p

Leucócitos

Normal 1 1

Leucocitose 1,49 (0,8 – 2,6) 0,166 1,48 (0,8 - 2,6) 0,181

Leucopenia 3,85 (1,6 – 9,1) 0,002 3,89 (1,5 - 9,9) 0,004*

Contagem Total de Linfócitos

Sem depleção 1,48 (0,7 – 2,9) 0,247

Depleção Leve 2,30 (1,7– 4,5) 0,016 1,46 (0,7 - 2,8) 0,264

Depleção Moderada 1,64 (0,6 – 4,1) 0,293 2,44 (1,2 - 4,7) 0,009*

Depleção Grave 1,48 (0,7 – 2,9) 0,247 1,40 (0,5 - 3,7) 0,499

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Por fim, a tabela 10 demonstra os resultados das análises de correlação entre

os parâmetros de triagem e avaliação nutricional com o tempo de permanência em

dias. Houve correlação positiva entre o IMC, glicemia, PCR e leucócitos, e negativa

entre as concentrações de albumina e hemoglobina com o tempo de permanência em

dias (Figura 3).

Tabela 10 – Correlações entre os parâmetros de triagem e avaliação nutricional com o tempo de permanência dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto - MG, 2015 -2016.

TP: Tempo de Permanência; IMC: Índice de Massa Corporal; DCT: Dobra Cutânea Tricipital; CB: Circunferência do Braço; CMB: Circunferência Muscular do Braço; CTL: Contagem Total de Linfócitos; IRN: Índice de Risco Nutricional; IPIN: Índice de Prognóstico Inflamatório Nutricional

Correlações r p

TP x IMC 0,119 0,031*

TPX DCT 0,068 0,242

TP X CB 0,063 0,260

TP X CMB - 0,021 0,719

TP X CTL - 0,117 0,065

TP X ALBUMINA - 0,203 0,042*

TP X GLICEMIA 0,215 0,013*

TP X PROTEINA TOTAL - 0,094 0,379

TP X GLOBULINA - 0,162 0,135

TP X RELAÇÃO ALBUMINA/GLOBULINA 0,002 0,981

TP X PCR 0,141 0,029*

TP X CREATININA 0,058 0,348

TP X POTASSIO - 0,019 0,765

TP X SODIO 0,075 0,255

TP X MAGNESIO 0,064 0,327

TP X HEMOGLOBINA - 0,192 0,001*

TP X LEUCOCITOS 0,131 0,034*

TP X IRN - 0,050 0,699

TP X IPIN 0,106 0,300

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(a) (b)

(c) (d)

(e) (d)

Figura 3: Correlações obtidas entre o Índice de massa corporal (a), Albumina (b), Glicemia (c), Proteína C reativa (d), Hemoglobina (e) e Leucócitos (f) com o tempo de permanência dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto - MG, 2015 - 2016. As correlações foram verificadas por meio do teste de Spearman (P<0,05= existência de diferença).

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6. Discussão

Os resultados encontrados neste estudo, demonstraram que os perfis dos

pacientes da Unidade de Terapia Intensiva foram predominantemente do sexo

masculino, idosos, desnutridos e com diagnóstico médico de AVE. Alguns estudos na

literatura preenchem parcialmente as características desta pesquisa, mas nenhum é

similar a este perfil encontrado.

A maioria da população estudada eram pacientes do sexo masculino, esse

dado não foi diferente de outros autores que demonstraram que os homens tinham

maior chance de adquirir um suporte clínico mais agressivo devido à demora para

procurar atendimento clínico (FREITAS, 2010; FACIN, 2013; SANTOS et al., 2017). O

nosso estudo sugere que essa situação ocorreu possivelmente por questões locais e

culturais dificultando assim a adoção de práticas de autocuidado uma vez que os

homens se sentem inferiores ao procurar um atendimento médico por questões de

masculinidade.

Além disso, a prevalência de idosos que demandam atendimento intensivo,

vem acompanhado pelo aumento da expectativa de vida da população e fatores

associados as mudanças físicas típicas do envelhecimento. Isso associado a quadros

clínicos graves como AVE, coloca esses pacientes em condição de alto risco de vida

(NOGUEIRA et al., 2012; FAVARIN; CAMPONOGARA, 2012; RODRIGUEZ et al,

2016), o que pode resultar, portanto, em maior tempo de permanência.

Pacientes admitidos com AVE, geralmente apresentam tempo de internação

longo variando de 1 a 132 dias, devido a presença de sequelas físicas e emocionais

(RANDANOVIC, 2000; SILVA et al., 2003; PEREIRA et al., 2004). Em estudo

realizado em uma UTI, encontrou que 49% dos diagnósticos de admissão foi de AVE

(OLIVEIRA, 2013). Como a maioria dos pacientes da pesquisa atual tiveram

diagnóstico clínico de AVE, supõe-se que por ser uma patologia que demanda mais

tempo de recuperação, a duração de internação aumenta conforme dificuldades na

reabilitação clínica.

Em relação ao tempo de permanência, Nogueira e colegas (2012)

demostraram que seus pacientes ficavam em tratamento intensivo por um período

mediano de 6 dias, superior ao encontrado neste estudo (5 dias). O tempo médio de

internação de pacientes em UTIs do Brasil é de um a seis dias, conforme dados da

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literatura e do Censo Brasileiro em UTIs (ORLANDO, MILANI, 2003; OLIVEIRA et al,

2010). Porém, alguns alguns autores consideram um período de permanência longo

aquele tempo de internação acima de sete dias (STRICKER, ROTHEN, TAKALA,

2003). Contudo, no presente estudo observou-se que 62,5% dos pacientes (n=205)

permaneceram internados um período menor que 7 dias, similarmente encontrado

por Guia et al. (2015) e Oliveira et al. (2010), que observaram a predominância de

45,5% e 68,8%, respectivamente, de internação baixa em UTI de um hospital

regional.

Sabe-se que tempo de permanência é um indicador efetivo de prognóstico

clínico, mas obter dados de desfecho clínico de pacientes também constitui um passo

importante para a elaboração de medidas estratégicas para um aperfeiçoamento do

serviço prestado. Na unidade estudada, o desfecho clínico mais prevalente foi de altas

(79,6%), sendo observado taxa de mortalidade de 20,4% (n=60), um pouco acima da

média nacional anual, que é de 11% a 20% (ORLANDO, MILANI, 2003). Justifica-se

essa mortalidade, possivelmente pela similaridade da faixa etária dos pacientes do

estudo atual com a nacional, na qual prevalece a UTI adulto.

A mesma taxa de mortalidade foi encontrada em um estudo retrospectivo

realizado em uma UTI de Santa Catarina (MORAES, 2005; RODRIGUEZ et al., 2016).

Entretanto, estudos mostram taxas de óbitos bem diversificadas, variando de 29,7%

a 61% (ROCCO, 2006; NOGUEIRA et al., 2007; VIEIRA, 2011; FAVARIN,

CAMPONOGARA, 2012; SOUZA et al., 2017). Pesquisas indicam que diversas

causas podem levar o paciente a óbito como: idade avançada, comorbidades

associadas, uso de ventilação mecânica e tempo de internação (SOUZA, 2010).

Pode-se observar no presente estudo que o tempo de permanência alto (> 7

dias) esteve relacionado com concentrações elevadas de creatinina, potássio e com

a desnutrição indicada pela ANI. Como o biomarcador creatinina é marcador de

função renal, deve-se considerar que medicamentos, situações hipercatabólicas e

perdas de massa muscular podem alterar seus valores. Pesquisas relatam um

aumento do tempo de permanência e consequente mortalidade quando suas

concentrações estão alteradas (BAGSHAW et al., 2007; SINGER et al., 2009; NEMER

et al., 2010; OLIVEIRA et al., 2011; SOUZA et al., 2014).

Poucos estudos têm sidos propostos com intuito de identificar a relação entre

concentrações de creatinina com o tempo de internação em UTIs. Este estudo

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mostrou que a desnutrição e quadro de insuficiência renal encontrados nos pacientes,

possivelmente foram fatores influenciadores nas concentrações de creatinina e

consequente tempo de internação.

Corroborando isso, a pesquisa de Peres e colaboradores (2015) demonstraram

que pacientes com insuficiência renal, apresentando alteração nos níveis de

creatinina, tiveram tempo mediano de permanência na UTI de 8,5 dias alcançando até

16 dias internados.

A relação entre as concentrações de potássio e tempo de permanência longo

em UTIs é pouco estudada, porém essa informação é relevante para a terapêutica do

paciente bem como controle dos custos hospitalares relacionados a permanência.

Alguns hormônios, medicamentos e catecolaminas endógenas e exógenas aumentam

a atividade da bomba de sódio e potássio, permitindo a entrada desequilibrada do

potássio para dentro da célula causando assim, alterações no volume e pH plasmático

assim como nos seus níveis séricos (BARRERA et al., 2000; MOTTA, 2003; ZAVARIZ

et al., 2006).

De fato, drogas como adrenalina, noradrenalina, dopamina e dopexamina,

muito utilizadas nesses pacientes, provocaram alterações nas concentrações de

potássio, o que causa desequilíbrio hidroeletrolítico e prejudica, por outro lado, o

estado geral do paciente e consequentemente interfere no tempo de permanência.

Embora não exista um consenso quanto ao melhor método para avaliação do

estado nutricional em pacientes de UTI, há na literatura diversas ferramentas

disponíveis para esse fim. Apesar de existir poucos estudos que utilizam a ANI como

ferramenta de avalição nutricional, se aplicada de forma apropriada para o objetivo

proposto, sua utilização pode contribuir na identificação do estado nutricional dos

pacientes que se beneficiaram com a terapêutica adequada.

Sabe-se que a desnutrição encontrada por diferentes métodos de avaliação

do estado nutricional é fator de risco independente para complicações maiores,

associando-se com maior tempo de permanência na UTI (SHPATA et al., 2014). Este

quadro de desnutrição encontrado pela ANI mostra que a utilização de diferentes

métodos para avaliar o paciente nas UTIs, estão disponíveis ao profissional da saúde

como ferramentas contribuintes para um rápido diagnóstico e consequente

diminuição do tempo de hospitalização.

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Como o desfecho clínico do paciente é um critério importante para verificar a

gravidade da doença, pode-se observar no estudo em questão que o desfecho clínico

óbito esteve relacionado com a diminuição da taxa sanguínea de leucócitos

(leucopenia) e com a depleção moderada da contagem total de linfócitos

Alguns pesquisadores relatam que a leucopenia pode ser desencadeada por

diversos fatores como: uso de alguns medicamentos, infecções, doenças sistêmicas

e hematológicas (GEORGES et al., 1999; HEMORIO, 2014). Sabe-se que pacientes

leucopênicos possuem pior prognóstico clínico. Oliveira (2013) demonstrou que o uso

de corticoides em pacientes leucopênicos com sepse, aumentou em cinco vezes a

chance de óbito.

Similarmente, estudos que avaliaram o valor prognóstico de marcadores

laboratoriais, verificaram que a presença de leucopenia foi associada a um maior

risco de óbito (PERES et al., 2003; BLOOS et al., 2011). Cabe ressaltar, que o

presente estudo observou que a prevalência de ir a óbito foi 3,89 vezes maior em

pacientes com leucopenia. Possivelmente este resultado pode ser devido ao declínio

das células de defesa do organismo, frequente em pacientes hospitalizados,

tornando-os mais vulneráveis a complicações. Contudo, necessitam-se de estudos

mais aprofundados para verificar com clareza a associação da leucopenia com o

óbito especificamente em pacientes de UTIs.

Um estudo realizado por Rocha e Fortes (2015), verificaram que pacientes

pós-cirúrgicos desnutridos apresentavam maior risco de infecções, especialmente se

tiverem uma baixa CTL. Porém, foram dados relacionados a pacientes internados na

clínica cirúrgica sendo difícil de comparar a prevalência com o presente estudo que

foi realizado somente em pacientes de UTI. Apesar disso, a CTL pode ser um

parâmetro útil do estado nutricional e clínico acrescentando informações a outros

métodos de avalição nutricional. Sugere-se que mais estudos sejam realizados a fim

de validar mais parâmetros como meio de rastreamento para detecção precoce de

óbitos em pacientes de UTI.

No presente estudo, houve correlação positiva entre tempo de permanência

com o IMC, glicemia, PCR e leucócitos, e negativa entre as concentrações de

albumina e hemoglobina com o tempo de permanência em dias.

Pode-se notar que pacientes com maior IMC ficavam mais tempo internados,

diferentemente do que se esperava. Alguns autores já publicaram que não houve

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correlação entre IMC e tempo de permanência de seus pacientes (FRANCO,

MORSOLETTO, 2011; HILLE et al., 2016). Cabe ressaltar que em nosso estudo, para

evitar vieses, pacientes edemaciados foram excluídos. Pacientes com maior IMC

podem apresentar maiores graus de inflamação sistêmica e com isso, pior

prognóstico. Possivelmente estes diferentes resultados podem ser devido ao grau da

inflamação e do estado nutricional, independentemente da massa corporal.

Além disso, observamos que os pacientes com menores concentrações de

albumina permaneciam mais tempo internados. Resultados similares foram descritos

por outros autores (DE LUIS et al., 2006; DZIENISZEWSKI et al., 2003; RAMOS et

al., 2004; HILLE, KOHLER, DALQUARO, 2016; DUARTE, et al., 2016), reforçando

que o estado nutricional interfere diretamente no período de permanência hospitalar.

Nossa amostra apresentou que 93,1% dos pacientes estavam desnutridos pelo

exame laboratorial de albumina sérica. No entanto, para uma avaliação nutricional

fidedigna e diagnóstico nutricional correto, deve-se associá-la com outro método de

avaliação, pois possivelmente sofreu interferência do processo inflamatório

tipicamente encontrado nos pacientes de UTI.

Comumente pacientes em estresse metabólico apresentam alteração da

glicemia. Dados demonstraram que a hiperglicemia está presente em

aproximadamente 38% dos pacientes admitidos em hospitais, sendo que 1/3 não

tinham história pregressa à admissão. As causas que favorecem a hiperglicemia nos

pacientes internados incluem o uso de medicamentos (catecolaminas,

corticosteroides), liberação de citocinas inflamatórias e hormônios de estresse como

epinefrina, hormônio do crescimento e cortisol relacionando-se, em ambiente de

UTIs, a desfechos clínicos adversos (INZUCCHI, 2006; GOMES et al., 2014).

Neste estudo, os níveis medianos de glicemia foram de 123mg/dL, inferior ao

valor estipulado pela UTI estudada como diagnóstico de hiperglicemia (> 180mg/dL)

e pela Associação Americana de Diabetes para iniciar a insulinoterapia. Sugere-se,

portanto, que na população em questão, a correlação positiva entre a hiperglicemia

e o aumento do tempo de permanência é explicada pelo uso de medicamentos, como

noradrenalina e dobutamina, e o estado inflamatório presente no paciente.

A PCR é considerada o melhor marcador de resposta de fase aguda útil para

acompanhar o curso da doença e a resposta ao tratamento. Suas concentrações

elevam-se quando há um processo inflamatório instalado como neoplasias,

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traumatismos, infecções considerando que o maior número de solicitações clínicas

ocorre em pronto atendimento e unidades de terapia intensiva (COLLARES,

PAULINO, 2006; AGUIAR, et al., 2013).

Poucos estudos correlacionam as concentrações PCR com o tempo de

permanência em dias na UTI. Contudo, no presente estudo observou-se que houve

correlação positiva entre a PCR com o tempo de internação na UTI (r=0,141, p <

0,02). Dados iguais foram encontrados por Romero (2014), em que a maior

permanência hospitalar foi observada em pacientes com concentrações séricas mais

elevadas de PCR, contrariamente observado por Hille e colaboradores (2016).

Como a nossa pesquisa foi realizada com pacientes considerados mais graves

clinicamente, pressupõe-se que as alterações inflamatórias ocorridas durante a fase

de tratamento aumentariam os níveis de PCR e consequentemente os dias de

internação na UTI.

Segunda a Organização Mundial de Saúde (1968), a condição clínica na qual

os níveis de hemoglobina no sangue apresentam abaixo do normal é definida com

anemia. Observou-se no presente estudo que a medida que os níveis de

hemoglobina diminuem, aumenta o tempo de internação. Alguns autores já

publicaram que a anemia é uma complicação que pode aumentar o tempo de

hospitalização e consequente mortalidade (KULNIGG, GASCHE, 2006; STEIN et al.,

2010; HILLE et al., 2016). Dessa forma sugerimos, que o conjunto, desnutrição e o

perfil anêmico, encontrado na maioria dos pacientes, favoreceram o retardo da alta

hospitalar.

Pacientes críticos frequentemente apresentam inflamação com reações

patológicas, ocorrendo o aumento dos leucócitos em resposta ao processo infeccioso

ou a trauma (FONTES, 2011). Tais dados podem estar mascarados por desnutrição.

Não foram encontrados estudos que correlacionam leucócitos com o tempo de

permanência em UTIs, mas em pesquisa realizada com pacientes portadores de

pancreatite aguda leve internados em um Hospital de São José do Rio Preto, São

Paulo, observou-se também ausência de correlação entre o tempo de internação com

a leucocitose (MUNHOZ-FILHO; BATIGÁLIA, FUNES, 2015). Contrariamente ao

observado na pesquisa anterior, o estudo em questão evidenciou que houve

correlação positiva entre o tempo de permanência com a leucocitose. Pressupõe-se

que a alta complexidade dos quadros clínicos dos pacientes graves internados em

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UTI ocasiona aumento do processo de defesa celular no organismo (leucocitose) a

fim reparar os danos gerados pela doença, o que possivelmente acarreta em maior

tempo de permanência hospitalar.

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7. Conclusão

A caracterização do comprometimento nutricional de pacientes internados em

cuidados intensivos, pelos métodos de triagem e avaliação nutricional empregados no

presente trabalho provê um entendimento adicional acerca de medidas estratégicas

para o aperfeiçoamento do serviço prestado.

Nossos resultados, os quais demonstraram associações do nível baixo de

leucócitos e de CTL com a prevalência de óbito, dos níveis alterados de creatinina,

potássio e o quadro de desnutrição, encontrada por meio da ANI com o tempo de

permanência bem como, correlações significativas de albumina, glicemia, PCR,

hemoglobina e leucócitos com o tempo de internação do paciente abrem perspectivas

para a validação destes métodos para análise de pacientes em cuidados intensivos

bem como para o estabelecimento de novos índices de avaliação ou pontos de cortes

para diagnóstico nutricional de pacientes internados em terapia intensiva.

Assim, as diferentes ferramentas de triagem e avaliação nutricional associadas

precocemente ao diagnóstico médico, contribuem para um melhor prognóstico clínico

e diminuição da mortalidade desses pacientes.

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8. Referências ABELLAN, F. P.; NICOLAS, A. B. G.; SANCHEZ, T. G.; ALARCON, A. J.; PEREZ, A. B. L.; OSETE, M. G. S. Estado nutricional y ulceras por presion en ancianos hospitalizados mayores de 80 anos. Nutr Clin Diet Hosp, v.34, p. 90, 2014. AGUIAR F. J. B.; FERREIRA-JÚNIOR M.; SALES M. M.; CRUZ-NETO L. M.; FONSECA L. A. M.; SUMITA N. M.; DUARTE N. J. C.; LICHTENSTEIN A.; DUARTE A. J. S. Proteína C reativa: aplicações clínicas e propostas para utilização racional. Revista Associação Médica Brasileira, v.59, n.2, p. 85-92, 2013.

ALENCAR, M. G.; LEITAO, M. B. S.; PRADO, L. V. S. Evolução do estado nutricional de pacientes internados na clínica médica de um hospital filantrópico de Pernambuco – Brasil Nutr. Clin. diet. Hosp., v.35, n.3, p. 8-16. 2015. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION – Standards of Medical Care. Diabetes Care, v.34, p.S4-S10, 2011.

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9. Anexos

Anexo 1

RRS 2002

Estado Nutricional Gravidade da doença (Aumento das necessidades)

Ausência

Escore 0

Ausência

Escore 0

Leve

Escore 1

Leve

Escore 1

Moderado

Escore 2

Moderado

Escore 2

Grave

Escore 3

Grave

Escore 3

Escore do Estado nutricional = Escore da gravidade da doença =

Escore do Estado nutricional + gravidade da doença =

Se paciente tem 70 anos ou mais

some um ponto no escore

Escore Total =

Fonte: LIMA et al., 2014

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Anexo 2

Índice de Risco Nutricional

Classificação Referências

Nutrição satisfatória > 100

Desnutrição leve 97,5 - 100

Desnutrição moderada 83,5 – 97,5

Desnutrição grave < 83,5

Fonte: BUZBY et al.,1988; RYU, 2010.

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Anexo 3

Índice de Prognóstico Inflamatório Nutricional

Graus de risco de complicações Valor de referência (g/dl)

Sem Risco < 0,4

Baixo Risco 0,4 – 1,2

Médio Risco 1,2 – 2,0

Alto Risco > 2,0

Fonte: CORREA et al.,2002

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Anexo 4

Fórmulas para estimativas Autores

Peso

Mulher Negra (19-59 anos) AJ x 1,24 + CB x 2,97 – 82,48

Mulher Negra (60-80 anos) AJ x 1,50 + CB x 2,58 – 84,22

Mulher Branca (19-59 anos) AJ x 1,01 + CB x 2,81 – 66,04

Mulher Branca (60-80 anos) AJ x 1,09 + CB x 2,68 – 65,51

Homem Negro (19-59 anos) AJ x 1,09+ CB x 3,14 – 83,72

Homem Negro (60-80 anos) AJ x 0,44 + CB x 2,86 – 39,21

Homem Branco (19-59 anos) AJ x 1,19 + CB x 3,14 – 86,82

Homem Branco (60-80 anos) AJ x 1,10 + CB x 3,07 – 75,81

Chumlea

et al.

(1985)

Altura

Mulheres: A (cm) = 84,88+[1,83 x AJ (cm)]-[0,24 x I (anos)]

Homens: A (cm) = 60,65+[2,04 x AJ (cm)]

Chumlea

et al.

(1985)

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Anexo 5

Classificação de Índice de Massa Corporal

Classificação (Adultos) IMC (kg/m2)

Obesidade grau III > 40

Obesidade grau II 35-40

Obesidade grau I 30-34,9

Sobrepeso 25-29,9

Eutrofia 18,5-24,9

Desnutrição grau I 17-18,4

Desnutrição grau II 16-16,9

Desnutrição grau III <16

Classificação (Idosos) IMC (kg/m2)

Baixo peso < 22

Eutrofia 22-27

Sobrepeso >27

Fonte: OMS (1997) e LIPSCHITZ (1994).

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Anexo 6

Percentis da Circunferência do Braço (CB), Circunferência Muscular do Braço

(CMB) e Dobra Cutânea Triciptal (DCT) em cm, em adultos.

CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO [CMB = CB – (0.314 x

DCT)]

Padrão – P50 Homem = 25,3 cm Mulher = 23,2 cm

Fonte: Jellife, 1966

DOBRA CUTÂNEA TRICIPITAL (DCT)

Padrão – P50 Homem = 12,5 mm Mulher = 16,5 mm

Fonte: Jellife, 1966

CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB)

Padrão – P50 Homem = 29,3 cm Mulher = 28,5 cm

Fonte: Jellife, 1966

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Anexo 7

Percentis da Circunferência do Braço (CB), Circunferência Muscular do Braço (CMB) e Dobra Cutânea Triciptal (DCT) em cm, em idosos.

Tabela. Circunferência do braço, dobra cutânea tricipital e circunferência muscular do braço para homens de 60 anos ou mais, avaliados no Third National Health and Nutrition Examination Survey - NHANES III (1988–1994).

(a) Todos os grupos étnicos; (b) Erro-padrão. CB= circunferência do braço; DCT= Dobra cutânea tricipital; CMB= circunferência muscular do braço.

Fonte: Kuczmarski et al,2000.

Tabela. Circunferência do braço, Dobra cutânea tricipital e circunferência muscular do braço para mulheres de 60 anos ou mais, avaliados no Third National Health and Nutrition Examination Survey - NHANES III (1988–1994).

(a) Todos os grupos étnicos; (b) Erro-padrão. CB= circunferência do braço; DCT= Dobra cutânea

tricipital; CMB= circunferência muscular do braço.

Fonte: Kuczmarski et al, 2000.

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Anexo 8

Adequação da Circunferência do Braço (CB)

Desnutrição Eutrofia Sobrepeso

Obesidad

e

Grave Moderada Leve

< 70% 70 – 80% 80-90% 90 - 100% 110 - 120% > 120%

Fonte: Blackburn e Thornton, 1979.

Fonte: Blackburn e Thornton,1979.

Fonte: Blackburn e Bistrian, 1977.

Adequação da Circunferência Muscular do Braço (CMB)

Desnutrição Eutrofia

Grave Moderada Leve Eutrofia

< 70% 70 – 80% 80-90% 90 - 100%

Adequação da Dobra Cutânea Tricipital (DCT)

Desnutrição Eutrofia Sobrepeso Obesidade

Grave Moderada Leve

< 70% 70 – 80% 80-90% 90 - 100% 110 - 120% > 120%

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Anexo 9

Valores de referências dos exames

Exames Referências

Hemoglobina 12,5 – 16,0 g/dL

Hemácias 4,20 – 5,40 milhões/mm3

Hematócrito 37,0 – 47,0%

Leucócitos 4.000 – 10.500 céls/ mm3

Linfócitos 20,0 – 45,0%

Monócitos 2,0 – 10,0%

Basófilos 0,0 – 2,0%

Eosinófilos 0,5 – 6,0%

Plaquetas 150.000 – 450.000 mm3

Sódio 135 - 145 mEq/L

Potássio 3,5 – 5,0 mEq/L

Glicose >180 mg/dL (hiperglicemia)

Ureia 15 – 45 mg/dL

Creatinina 0,6 – 1,2 mg/dL

Proteínas totais 6,0 – 8,0 g/dl

Albumina 3,5 – 5,5 g/L

Globulina 1,4 – 3,1 g/L

Relação Albumina/Globulina Maior ou igual a 1,0

Magnésio 1,9 – 2,5 mg/dL

Proteína c reativa (PCR) < 3 mg/L

Fonte: Laboratório de Análises Clínicas da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto

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Anexo 10

Classificação Contagem Total de Linfócitos

Valor de referência (mm3)

Sem depleção > 2000mm3

Depleção leve 1200 - 2000 mm3

Depleção moderada 800 - 1199mm3

Depleção grave < 800 mm3

Fonte: CALIXTO-LIMA et al., 2012.

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Anexo 11

Valores de albumina

Valor de referência (g/dl)

Normal > 3,5

Depleção leve 3 e 3,5

Depleção moderada 2,4 e 2,9

Depleção grave < 2,4

Fonte: THIEME et al, 2013.

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Anexo 12

Avaliação Nutricional Subjetiva Global

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10. Apêndices

Apêndice 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (PACIENTE)

Você está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa denominado

“Associação do estado nutricional e indicadores de mortalidade em pacientes

internados em unidade de terapia intensiva”, que será desenvolvido no Hospital

Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto. Esse projeto faz parte do projeto de

mestrado da nutricionista Renatha Cristina Fialho do Carmo Martins e encontra-se

sob a coordenação da Professora Ana Carolina Pinheiro Volp (Departamento de

Nutrição Clínica e Social – DENCS/UFOP).

Trata-se de uma investigação simples, porém importante, onde os

pesquisadores identificarão a associação entre o estado nutricional e a taxa de

mortalidade dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva no Hospital

Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto, MG. Diretamente você contribuirá para o

fortalecimento dessa pesquisa que poderá, futuramente, beneficiar a comunidade e

instituição, como forma de impacto social, prevenindo ou minimizando a desnutrição

hospitalar em pacientes críticos que é uma das principais causas que contribuem

para o óbito de pacientes.

De modo geral, serão avaliados pacientes internados na UTI os quais

receberão atendimento nutricional até 72 horas com a avaliação nutricional

antropométrica e dietética após a admissão hospitalar, coletados exames

bioquímicos e acompanhados diariamente. Nenhum exame lhe será solicitado em

função dessa pesquisa, utilizaremos apenas aqueles exames que os profissionais de

saúde da Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto solicitarem como rotina para

avaliação do seu caso.

Também informamos a você que durante a internação neste setor, poderão

ocorrer riscos de contaminação ao paciente e inerentes a aplicação da avaliação

nutricional como vertigem ao se levantar para pesar na balança, desconforto durante

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a aferição das dobras cutâneas devido a compressão dos tecidos pelo aparelho

(adipômetro), dor e desconforto no local da punção da coleta de sangue ou em

manchas roxas transitórias bem como constrangimento ao responder questões dos

formulários a serem aplicados.

A possibilidade de qualquer tipo de dano, de dimensão física, psíquica, moral,

intelectual, social, cultural, ou espiritual, por causa da sua participação neste projeto

de pesquisa, é mínima, seja individual ou coletiva.

Por isso serão tomados cuidados nos procedimentos de avaliação sendo

introduzido para uso dos funcionários que realizarão as avaliações e coleta dos dados,

jalecos, luvas, máscaras cirúrgicas, toucas e prática correta de higienização e

desinfecção das mãos e equipamentos utilizados (balança, fita e antropômetro). Na

avaliação antropométrica para evitar acidentes com os voluntários no momento da

pesagem, o avaliador irá ajudar o paciente a se levantar e permanecer na balança

durante a aferição do peso, na medição das dobras cutâneas o avaliador será

profissional treinados para executar tal aferições com alta precisão e rapidez. Para a

realização do exame bioquímico também haverá enfermeiros treinados para a coleta

a fim de minimizar e evitar os desconfortos gerados pela coleta de sangue. Para evitar

os constrangimentos de algumas questões abordadas o paciente pode recusar a

responde-las na hora que achar pertinente.

O indicador de mortalidade será descoberto por meio de taxas de mortalidade

que já são calculadas pelo coordenador da unidade de terapia intensiva na qual são

mantidas em sigilo total. No geral, ela baseia-se no número de óbitos de pacientes

internados na UTI dividido pelo número total de altas da UTI.

Caso a Sr. (a) aceite participar dessa pesquisa, saiba que não haverá

remuneração ou gratificação, sendo sua participação totalmente voluntária. Além de

voluntário, sua participação será anônima, ou seja, em momento algum os resultados

obtidos através de seus exames serão divulgados contendo nomes individualizados.

Saiba que os resultados estarão sob a guarda da Nutricionista Renatha Martins e

arquivados em seu computador pessoal durante 5 anos a após esse período serão

descartados. Os originais de seus exames permanecerão arquivados na Santa Casa

da Misericórdia de Ouro Preto.

Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada obtendo

acesso total sempre que desejarem, os dados não serão utilizados para outros fins

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103

que não os da pesquisa em questão. Seu nome e/ou o material que indique a sua

participação não será liberado sem a sua permissão. Você não será identificado em

nenhuma publicação que possa resultar deste estudo e a qualquer momento o Sr.(a)

tem o direito de se retirar da pesquisa sem nenhum prejuízo.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que

uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, na Santa Casa da

Misericórdia de Ouro Preto e a outra será fornecida a você.

Caso haja danos decorrentes dos riscos previstos, o pesquisador assumirá a

responsabilidade pelos mesmos.

______________________________

Prof. Ana Carolina Pinheiro Volp

Departamento de Nutrição Clínica e Social - Universidade Federal de Ouro Preto

Dr(a). _______________________

Hospital Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto, MG

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TERMO DE CONSENTIMENTO DO PARTICIPANTE

(PACIENTE)

Eu, _________________________________________________, após ter

sido devidamente esclarecido, através do TCLE, sobre o propósito do projeto intitulado

“Associação do estado nutricional e indicadores de mortalidade em pacientes

internados em unidade de terapia intensiva” e, após compreender minha condição

de participante voluntário nessa pesquisa conhecendo os possíveis riscos ou

desconfortos aos quais encontro-me sujeito(a) e, principalmente, após saber que

poderei retirar-me à qualquer momento dessa pesquisa sem qualquer prejuízo na

qualidade do meu atendimento na

Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto, assino de forma consciente esse termo de

concordância como uma participante dessa pesquisa.

____________________________________________

Nome da participante (paciente)

____________________________________________

Renatha C.F.C. Martins (Nutricionista Clínica)

______________________________________________

Prof. Ana Carolina Pinheiro Volp

Ouro Preto, _____ de ___________________ de 2016.

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Apêndice 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (RESPONSÁVEL PELO PACIENTE)

O paciente está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa

denominado “Associação do estado nutricional e indicadores de mortalidade em

pacientes internados em unidade de terapia intensiva”, que será desenvolvido no

Hospital Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto. Esse projeto faz parte do projeto

de mestrado da nutricionista Renatha Cristina Fialho do Carmo Martins e encontra-

se sob a coordenação da Professora Ana Carolina Pinheiro Volp (Departamento de

Nutrição Clínica e Social – DENCS/UFOP).

Trata-se de uma investigação simples, porém importante, onde os

pesquisadores identificarão a associação entre o estado nutricional e a taxa de

mortalidade dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva no Hospital

Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto, MG. Diretamente você contribuirá para o

fortalecimento dessa pesquisa que poderá, futuramente, beneficiar a comunidade e

instituição, como forma de impacto social, prevenindo ou minimizando a desnutrição

hospitalar em pacientes críticos que é uma das principais causas que contribuem

para o óbito de pacientes.

De modo geral, serão avaliados pacientes internados na UTI os quais

receberão atendimento nutricional até 72 horas com a avaliação nutricional

antropométrica e dietética após a admissão hospitalar, coletados exames bioquímicos

e acompanhados diariamente. Nenhum exame lhe será solicitado em função dessa

pesquisa, utilizaremos apenas aqueles exames que os profissionais de saúde da

Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto solicitarem como rotina para avaliação do

seu caso.

Também informamos a você que durante a internação neste setor, poderão

ocorrer riscos de contaminação ao paciente e inerentes a aplicação da avaliação

nutricional como vertigem ao se levantar para pesar na balança, desconforto durante

a aferição das dobras cutâneas devido a compressão dos tecidos pelo aparelho

(adipômetro), dor e desconforto no local da punção da coleta de sangue ou em

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manchas roxas transitórias bem como constrangimento ao responder questões dos

formulários a serem aplicados. A possibilidade de qualquer tipo de dano, de dimensão

física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural, ou espiritual, por causa da sua

participação neste projeto de pesquisa, é mínima, seja individual ou coletiva.

Por isso serão tomados cuidados nos procedimentos de avaliação sendo

introduzido para uso dos funcionários que realizarão as avaliações e coleta dos dados,

jalecos, luvas, máscaras cirúrgicas, toucas e prática correta de higienização e

desinfecção das mãos e equipamentos utilizados (balança, fita e antropômetro). Na

avaliação antropométrica para evitar acidentes com os voluntários no momento da

pesagem, o avaliador irá ajudar o paciente a se levantar e permanecer na balança

durante a aferição do peso, na medição das dobras cutâneas o avaliador será

profissional treinado para executar tal aferições com alta precisão e rapidez. Para a

realização do exame bioquímico também haverá enfermeiros treinados para a coleta

a fim de minimizar e evitar os desconfortos gerados pela coleta de sangue. Para evitar

os constrangimentos de algumas questões abordadas o paciente pode recusar a

responde-las na hora que achar pertinente.

O indicador de mortalidade será descoberto por meio de taxas de mortalidade

que já são calculadas pelo coordenador da unidade de terapia intensiva na qual são

mantidas em sigilo total. No geral, ela baseia-se no número de óbitos de pacientes

internados na UTI dividido pelo número total de altas da UTI.

Caso a Sr. (a) responsável pelo paciente autorizar a participação do mesmo

nessa pesquisa, saiba que não haverá remuneração ou gratificação, sendo a

participação do paciente totalmente voluntária. Além de voluntário, a participação será

anônima, ou seja, em momento algum os resultados obtidos através de seus exames

serão divulgados contendo nomes individualizados. Saiba que os resultados estarão

sob a guarda da Nutricionista Renatha Martins e arquivados em seu computador

pessoal durante 5 anos a após esse período serão descartados. Os originais de seus

exames permanecerão arquivados na Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto.

Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada obtendo

acesso total sempre que desejarem, os dados não serão utilizados para outros fins

que não os da pesquisa em questão. O nome do paciente e/ou o material que indique

a participação não será liberado sem a sua permissão O paciente no qual o Sr.(a) está

autorizando participar não será identificado em nenhuma publicação que possa

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resultar deste estudo. A qualquer momento o Sr.(a) como responsável pelo paciente

tem o direito de retirá-lo da pesquisa sem nenhum prejuízo.

Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que

uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, na Santa Casa da

Misericórdia de Ouro Preto e a outra será fornecida a você.

Caso haja danos decorrentes dos riscos previstos, o pesquisador assumirá a

responsabilidade pelos mesmos.

____________________________

Prof. Ana Carolina Pinheiro Volp

Departamento de Nutrição Clínica e Social - Universidade Federal de Ouro Preto

Dr(a). _______________________

Hospital Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto, MG

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TERMO DE CONSENTIMENTO DO PARTICIPANTE

(RESPONSÁVEL PELO PACIENTE)

Eu, _________________________________________________, após ter

sido devidamente esclarecido, através do TCLE, sobre o propósito do projeto intitulado

“Associação do estado nutricional e indicadores de mortalidade em pacientes

internados em unidade de terapia intensiva” e, após compreender minha condição

de responsável pelo paciente participante voluntário nessa pesquisa conhecendo os

possíveis riscos ou desconfortos aos quais ele (paciente) encontra-se sujeito(a) e,

principalmente, após saber que o paciente no qual sou responsável poderá se retirar

à qualquer momento dessa pesquisa sem qualquer prejuízo na qualidade do meu

atendimento na Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto, assino de forma

consciente esse termo de concordância como responsável do paciente pela

participação do mesmo nessa pesquisa.

____________________________________________

Nome do responsável pelo paciente

____________________________________________

Renatha C.F.C. Martins (Nutricionista Clínica)

______________________________________________

Prof. Ana Carolina Pinheiro Volp

Ouro Preto, _____ de ___________________ de 2016.

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Apêndice 3

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Apêndice 4