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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS
Maria Liduina Fonteles
SEDIMENTOS SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA
CONTINENTAL INTERNA DO ESTADO DA
PARAÍBA
Dissertação de Mestrado
1999
1999
2
MARIA LIDUINA FONTELES
Geóloga, Universidade Federal do Ceará, 1995
Mestre, Universidade Federal de Pernambuco, 1999
SEDIMENTOS SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL
INTERNA DO ESTADO DA PARAÍBA
Dissertação que apresentou à
Pós-Graduação em Geociências do
Centro de Tecnologia e
Geociências da Universidade
Federal de Pernambuco,
orientada pelo Professor Doutor
Paulo da Nóbrega Coutinho, como
preenchimento parcial dos
requisitos para obtenção do
grau de Mestre em Geociências,
área de concentração Geologia
Sedimentar, defendida e
aprovada com distinção em 1999.
RECIFE - PE
1999
3
4
SEDIMENTOS SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL
INTERNA DO ESTADO DA PARAÍBA
MARIA LIDUÍNA FONTELES
Aprovada
Prof. Dr. Paulo da Nóbrega Coutinho
Orientador
Prof. Dr Valdir do Amaral Vaz Manso
Universidade Federal de Pernambuco
Prof. Dr. Jáder Onofre de Morais
Universidade Estadual do Ceará
5
6
7
“Procuro superar todos os dias
minha própria personalidade renovada,
despedaçando dentro de mim tudo que é
velho e morto.
Luta a palavra vibrante, que
levanta os fracos e determina os
fortes”.
(Cora Coralina)
Aos meus sobrinhos Joana Paula,
Rafael e Emanuel, pelos bons momentos
vividos.
Aos meus familiares e amigos
que me incentivaram, e comigo estiveram
a cada instante.
8
AGRADECIMENTOS
A autora deseja expressar os mais sinceros
agradecimentos a todos aqueles cuja colaboração foi
indispensável na realização deste trabalho.
Ao professor Doutor Paulo da Nóbrega Coutinho, pela
orientação, ensinamentos, críticas, amizade e pela contribuição
para nossa formação científica.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino
Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de mestrado o que me
permitiu elaboração desta pesquisa.
Ao professor doutor Jáder Onofre de Morais, da
Universidade Estadual do Ceará, pelo apoio permanente desde
estudante na Universidade Federal do Ceará.
A professora doutora Lúcia Mafra Valença da UFPE, que
não poupou esforços às minhas solicitações, pelas sugestões e
ajuda.
Ao professor Michel Henri Arthaud pela amizade,
carinho, ajuda, atenção contínua e de sempre.
Aos professores do Departamento de Geologia e de
Engenharia de Minas da Universidade Federal de Pernambuco, que
muito me incentivaram.
A todos os funcionários e colegas do curso de mestrado,
especialmente, Madruga, João Alberto, Ebenezér, Edilmeire,
Rochana, Canto, Rogério pela atenção e carinho.
A secretária da pós-graduação Valmiza, pelo carinho,
compreensão, ajuda, disponibilidade e apoio nas diversas etapas
deste trabalho.
Aos meus amigos de Pernambuco, principalmente Carmem,
Leo, Anaí, Neide, Louise, Cristóvão e as pessoas anônimas que
de certa forma me incentivaram e deram força em todos os
momentos difíceis.
Aos meus familiares, Socorro, Maria do Carmo, Fátima,
Sulamita, Odília, José Maria, Ester Rita, Geise, Gina,
Socorrinha e Mário pela tolerância e ajuda.
9
A todos aqueles que direta ou indiretamente
contribuíram para a realização deste trabalho, seja no âmbito
técnico, seja no âmbito profissional e que por acaso não tenha
seus nomes lembrados por omissão involuntária da autora.
Meu Reconhecimento
10
RESUMO
A plataforma continental interna do estado da Paraíba
foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se
em conta a morfologia da linha de costa, as feições
batimétricas e informações sedimentares.
O Setor Sul compreende a região que vai desde o limite
sul da área (7°35’00”) até o Cabo Branco. A linha de costa, é
quase retilínea, com direção N-S, sendo caracterizada por uma
planície costeira arenosa bastante estreita, os sedimentos da
Formação Barreiras chegam até a costa, formando uma linha de
falésias vivas, entalhadas por pequenos estuários. os
sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno de 3%,
as areias 82% e as lama 15%. Nele predominam os sedimentos
clásticos com 61%.
O Setor Central abrange a região que vai desde o Cabo
Branco ao Rio Mamanguape. A costa apresenta direção N 20° W,
sendo o setor mais recortado. Apresenta uma planície costeira
mais desenvolvida, devido ao afastamento dos sedimentos da
Formação Barreiras. Os sedimentos apresentam percentuais de
cascalhos em torno 4%, as areias 68% e as lamas 28%. Nele
predominam os sedimentos carbonáticos, com 66%.
O Setor Norte compreende a região que vai do Rio
Mamanguape ao limite norte da área (6°35’00”). Sua costa, é
retilínea, com direção N-S, sendo recortada por pequenos
estuários. Este setor é caracterizado por uma planície costeira
mais estreita que o setor central, porém, os sedimentos da
Formação Barreiras também aparecem afastados da linha de costa.
Os sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno de
15%, as areias 74% e as lamas 11%. Nele predominam os
sedimentos clásticos, com 76%.
Nos três setores as isóbatas apresentam-se com
contornos diferentes, mostrando irregularidades morfológicas,
com locais mais estreitos e inclinados e outros mais largos e
suaves, devido a variações nos processos deposicionais e as
11
flutuações relativas de nível do mar, onde a sedimentação
terrígena atual desempenha um papel importante.
Um dos traços morfológicos mais característico desta
plataforma, é a presença dos “recifes” de arenito, algas
calcárias e corais. Eles influenciam na modelagem da linha de
costa, nos processos hidrodinâmicos, na distribuição das
fácies, sendo a principal fonte dos sedimentos orgânicos.
As fácies foram definidas segundo o teor em carbonato
de cálcio e a textura, sendo determinadas sete fácies: Cascalho
Litoclástico, Cascalho Bioclástico, Areia Litoclástica, Areia
Bioclástica, Lama Litoclástica, Lama Bioclástica e Recifes.
Segundo a zonação sedimentar foram definidas cinco províncias:
Província Litoclástica Litorânea Atual, Província Bioclástica
Atual, Província de Transição Litoclástica/Bioclástica e
Província Relíquia Litoclástica e Bioclástica.
Para os sedimentos litoclásticos, o aclima,
consequentemente a drenagem, o tipo de intemperismo determinam
a taxa e a textura dos sedimentos que chegam a plataforma
interna. Na plataforma interna, a zonalidade climática, os
processos sedimentares e as flutuações relativas de nível do
mar definem a localização e distribuição das fácies
litoclásticas e organógenas.
PALAVRAS-CHAVE: plataforma continental interna, batimétria,
litoclásticos, bioclásticos, fácies
sedimentares, províncias sedimentares.
12
ABSTRACT
The internal continental shelf in the state of Paraíba
was divided into three sectors: central and northern,
considering the coastal line morphology, bathymetric features
and sedimentary information.
The southern sector comprises the region extending the
latitude 7°35’00”S to Branco Cape. The coastal line is
basically staight, trending N-S, characterized by a narrow
sandy coastal plain. The Barreiras Formation sediments at the
coastal line form active cliffs. Cut by small estuaries. The
sediments includes gravel (3%), sand (82%) and mud (15%), in
wnich predominates clastic sediments (61%).
The central sector includes the region fron Branco Cape
to Mamanguape River. The coastal line trends N20W, being the
most cut. This sector show a more developed coastal plain, due
to the absence of Barreiras Formation sediments. The sediments
are composed of gravel (4%), sand (68%) and mud (28%), in wich
carbonatic sediments dominantes (66%).
The northern sector goes fron the Mamanguape River to
the latitude 6°35’00”. Its coastal is straight, trending N-S,
cut by small estuaries and the Traição Bay. This sector is
characterized by coastal plain less developed than the previous
one, however, it does not have Barreiras Formation sediments at
the coastal line. The sediments are characterized by gravel
(15%), sand (74%) and mud (11%), in which the clastic
componente predominates (76%).
In the three sectors the isobaths show morphological
irregularities with narrow and inclined regions compared to
others wider and less inclined. These irregularities are a
consequence of depositional processes variations and sea level
relative fluctuations, resulting in erosion and deposition,
forming erosive and constructive features.
One of the most characteristic morphological feature in
this platform is the presence of sand, coral and calcareous
algae reefs. They influence the coastal line morphology, the
13
hydrodymamic processes, the facies distribuition, being the
main source of organic sediments.
The facies were defined, according to their calcium
carbonate content and texture, in: lithoclastic gravel,
bioclastic gravel, lithoclastic sand, bioclastic sand,
lithoclastic mud, bioclastic mud and reefs. Five provinces were
defined according to the sedimentary zonation: active littoral
lithoclastic province, active bioclastic province, transitional
lithoclastic/bioclastic province, relict lithoclastic province
and relict bioclastic province.
The sediments show evidence of textural equilibrium,
however some are in desequilibrium with present day conditions.
The semi-arid conditions in the Paraíba state coastal
determine na inexpressive and intermittent drainege network,
wich causes a low terrigenous sedimentation rate. The physical
weathering contributs to a low suspended matter in the river
water.
WORD-KEY: continental platform interns, batimétria, litoclásticos, bioclásticos, easy desimentares, sedimentary provinces.
14
ÍNDICE
Páginas
AGRADECIMENTOS .................................... VI
RESUMO ............................................ VII
ABSTRACT .......................................... X
ÍNDICE DE FIGURAS ................................. XII
ÍNDICE DE FOTOGRAFIAS............................ XVII
ÍNDICE DE TABELAS.................................XVIII
1. INTRODUÇÃO ........................................ 19
1.1. Objetivos ......................................... 21
1.2. Localização ....................................... 21
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA .................... 23
2.1. Condições Climáticas e Oceanográficas ............. 23
2.2. Hidrografia ....................................... 25
2.3. Geomorfologia ..................................... 26
2.3.1. Tabuleiros Costeiros .............................. 28
2.3.2. Planícies Costeiras ............................... 28
2.4. Geologia .......................................... 31
2.4.1. Formação Barreiras ................................ 33
2.4.2. Sedimentos Pleistocênicos ......................... 33
2.4.3. Sedimentos Holocênicos ............................ 34
2.5. Evolução Geológica da Planície Costeira ........... 37
3. MATERIAL E METODOLOGIA ............................ 41
3.1. Material .......................................... 41
3.2. Metodologia ....................................... 43
3.2.1. Análise granulométrica ............................ 43
3.2.2. Determinação do teor em carbonato de cálcio ....... 44
4. PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA DO ESTADO DA
PARAÍBA ........................................... 45
4.1. Morfologia da linha de costa da Paraíba ........... 49
4.2. Morfologia da Plataforma Continental Interna ...... 52
15
4.2.1. Setor Sul ......................................... 52
4.2.2. Setor Central ..................................... 56
4.2.3. Setor Norte ....................................... 57
4.3. Sedimentos Superficiais da Plataforma
Continental Interna ............................... 60
4.3.1. Setor Sul..........................................60
4.3.2. Setor Central ..................................... 75
4.3.3. Setor Norte........................................89
4.4. Fácies Sedimentares da Plataforma Continental
Interna................................ ........... 99
4.4.1. Fácies Cascalho Litoclástico ...................... 100
4.4.2. Fácies Cascalho Bioclástico ....................... 103
4.4.3. Fácies Areia Litoclástica ......................... 103
4.4.4. Fácies Areia Bioclástica .......................... 104
4.4.5. Fácies Lama Litoclástica .......................... 105
4.4.6. Fácies Lama Bioclástica ........................... 105
4.4.7. Recifes ........................................... 106
4.5. Províncias Sedimentares da Plataforma Continental
Interna ........................................... 107
4.5.1. Província Litoclástica Litorânea Atual ............ 108
4.5.2. Província Bioclástica Atual ....................... 108
4.5.3. Província de Transição Litoclástica/Bioclástica ... 109
4.4.4. Província Relíquia Terrígena e Bioclástica ........ 109
4.6. Processos Sedimentares ............................ 110
5. CONCLUSÕES ........................................ 114
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ 117
16
LISTA DE FIGURAS
Figura Página
1 - Mapa de localização da área estudada.................22
2 - Massas de ar e correntes de deriva litorânea atuantes
no estado da Paraíba.................................24
3 - Elementos do relevo da faixa sedimentar costeira de
Pernambuco-Paraíba-Rio Grande do Norte.............. 27
4 - Mapa geológico da Paraíba............................32
5 - Modelo esquemático de evolução.......................38
6 - Curva de variação de nível do mar....................38
7 - Mapa com a localização das estações amostradas.......42
8 - Mapa batimétrico da margem continental da Paraíba....47
9 - Mapa batimétrico e de localização dos perfis da área
estudada ...........................................53
10- Perfis batimétricos do Setor Sul da plataforma
continental interna do estado da Paraíba.............55
11- Perfis batimétricos do Setor Central da plataforma
continental interna do estado da Paraíba.............58
12- Perfis batimétricos do Setor Norte da plataforma
continental interna do estado da Paraíba............ 59
13- Perfil 1 - Carne de Vaca, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil............................................62
14- Perfil 2 - Ponta dos Coqueiros, mostrando a
distribuição textural dos sedimentos, as relações
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil............................................63
15- Perfil 3 - Pitimbu, mostrando a distribuição textural dos
sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos
carbonáticos ao longo do perfil.......................64
16- Perfil 4 - Barreira de Tambaba, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade
17
e terrígenos carbonáticos ao longo do
perfil................................................65
17- Perfil 5 - Barra de Tambaba, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade
e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........67
18- Perfil 6 - Ponta de Tambaba, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade
e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........69
19- Perfil 7 - Jacumã, mostrando a distribuição textural dos
sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos
carbonáticos ao longo do perfil.......................71
20- Perfil 8 - Penha, mostrando a distribuição textural dos
sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos
carbonáticos ao longo do perfil.......................72
21- Perfil 9 - Nossa Senhora da Penha, mostrando a
distribuição textural dos sedimentos, as relações
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil.............................................73
22- Diagramas do Setor Sul mostrando os percentuais em CaCO3
e terrígenos; e nos terrígenos os percentuais em
cascalho, areia e lama................................74
23- Perfil 10 - João Pessoa, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade
e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........77
24- Perfil 11 - Ponta do Bessa, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade
e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........78
25- Perfil 12 - Ponta de campina, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade
e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........79
26- Perfil 13 - Farol da Pedra Seca, mostrando a
distribuição textural dos sedimentos, as relações
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil............................................81
27- Perfil 14 - Ponta de Lucena, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações
18
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil............................................82
28- Perfil 15 - Rio Miriri, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil............................................84
29- Perfil 16 - Barreira do Miriri, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil........................................... 85
30- Perfil 17 - Ponta de Mamanguape, mostrando a
distribuição textural dos sedimentos, as relações
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil............................................87
31- Diagramas circulares do Setor Central mostrando os
percentuais em CaCO3 e terrígenos; e nos terrígenos os
percentuais em cascalho, areia e lama................88
32- Perfil 18 - Coqueirinho, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil............................................89
33- Perfil 19 - Baia da Traição, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil............................................92
34- Perfil 20 - Barreira do Forte, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil............................................93
35- Perfil 21 - Barreira de Camaratuba, mostrando a
distribuição textural dos sedimentos, as relações
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil............................................95
36- Perfil 22 - Monte Pelé, mostrando a distribuição
textural dos sedimentos, as relações
19
fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo
do perfil............................................96
37- Perfil 23 - Sagi, mostrando a distribuição textural dos
sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos
carbonáticos ao longo do perfil......................97
38- Diagramas circulares do Setor Norte mostrando os
percentuais em CaCO3 e terrígenos; e nos terrígenos os
percentuais em cascalho, areia e lama................98
39- Mapa de fácies da plataforma continental interna....101
20
LISTA DE FOTOS
Foto Página
1- Desembocadura da margem esquerda do antigo curso do rio
Jaguaribe na praia do
Bessa..............................................26
2- Vegetação de cobertura da unidade Tabuleiro, extremamente
degradada ao longo da BR-230...........................30
3- Manguezal situado na porção sudeste da restinga de
Cabedelo...............................................30
4- Formações pioneiras das praias e ao fundo o manguezal
situado ao norte da praia do Jacaré....................31
5- Laguna formada através do represamento do Maceió pelos
cordões litorâneos, sob impacto ambiental pela
urbanização............................................35
6- Terraço marinho na desembocasdura.do Maceió do Antigo
Jardim América na paria do Bessa.......................36
7- Lado direito da foto vê-se os sedimentos atuais de praia.
Do lado esquerdo vê-se parte do manguezal da antiga
desembocadura do Rio Jaguaribe afetada pela sua abertura
e o coqueiral..........................................36
8- Planície fluvio-marinha, na desembocadura do Maceio na
Ponta do bessa, descaracterizada pela urbanização......37
9- Vista aérea atual da Ponta do Bessa Bairro do Bessa....51
10-Vista aérea atual da Ponta do Mato e Praia Formosa.....51
21
LISTA DAS TABELAS
Tabela Página
1- Relação entre litologia e solo.......................29
2- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e
descrição das fácies.................................61
3- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e
descrição das fácies.................................66
4- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e
descrição das fácies.................................70
5- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e
descrição das fácies.................................
6- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e
descrição das fácies.................................80
7- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e
descrição das fácies.................................86
8- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e
descrição das fácies.................................90
9- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e
descrição das fácies.................................94
10-Classificação de sedimentos para a plataforma
continental interna da Paraíba......................100
11-Fácies com seus valores médios de profundidade,
cascalho, areia, finos e CaCO3......................101
12-Interrelações entre os sedimentos de fundo das
plataformas continentais............................107
22
1. INTRODUÇÃO
A teoria da tectônica de placas, e as novas idéias a
cerca da ciclicidade dos processos geológicos sobre a terra,
confirmam a grande importância do estudo da geologia marinha
para a compreensão da geologia do continente. Durante muito
tempo, este conhecimento foi dificultado, por se tratar de uma
zona submersa. Entretanto, com os avanços das ciências e das
técnicas de pesquisas no mar, nas últimas décadas, este estudo
tem apresentado um significativo aprimoramento, e uma grande
importância acadêmica e econômica.
De todas as zonas oceânicas, a plataforma continental,
é certamente, a que apresenta a maior diversidade de morfologia
e de sedimentos superficiais. Os sedimentos encontrados na
plataforma podem ter diversas origens. Emery (1968) os
classifica geneticamente, em: autigênicos, biogênicos,
detríticos e residuais relíquias.
A sedimentação carbonática, é o resultado da atuação
dos processos geológicos e da atividade de organismos. Esta
ocorre em baixas e altas latitudes, porém, sua produção é
maior, em águas de regiões tropicais, principalmente, entre as
latitudes 30°N e 30°S.
Os sedimentos carbonáticos são produzidos por processos
orgânicos e inorgânicos, sendo controlados por vários fatores:
clima, profundidade da água, hidrodinâmica, topografia, tipos
de substrato, tectônica e mudanças de nível do mar.
A luminosidade, a latitude, a temperatura e
profundidade da água; fluxo de nutrientes; presença de
poluentes (principalmente terrígenos) e salinidade determinam
os tipos e abundância dos organismos formadores dos sedimentos
carbonáticos.
Estes sedimentos podem ter as mais variadas
granulometrias. Eles vão desde blocos, cascalhos, areias, até
siltes e argilas. Suas idades não são uniformes, são sedimentos
atuais, relíquias e fósseis.
23
Na plataforma, os sedimentos carbonáticos ocorrem
formando diversas feições, ora, constituindo recifes, ora,
bancos de areias e preenchendo depressões. A forma dessas
feições, a localização geográfica, espacial, as estruturas, a
textura, e a declividade da topografia de fundo, definem os
diferentes tipos de plataformas carbonáticas.
A plataforma continental do Estado da Paraíba faz parte
da grande plataforma tropical brasileira. Nela, domina a
sedimentação organógena ou bioclástica, com os elementos
correspondentes à sedimentação terrígena subordinados.
A plataforma continental interna da Paraíba foi a área
escolhida para se desenvolver esta pesquisa. Vários foram os
motivos que nos incentivaram a este estudo, cabendo então se
destacar aqui os mais importantes, primeiro, pelo fato dela
ainda não ter sido estudada, segundo, por se dispor de uma
consistente amostragem. Ela oferece ainda a oportunidade de
estudo da região onde os sedimentos clásticos e carbonáticos se
interdigitam, entendendo-se assim, seu grande valor para
compreensão dos processos que controlam a interface
organógenos/terrígnos.
A área também tem um significado geológico muito
importante, pois caracteriza diferentes ambientes naturais, que
sofreram variação espacial e temporal das condições ambientais
durante o Quaternário recente.
A pesquisa desenvolvida na plataforma continental
interna do estado da Paraíba, é neste trabalho apresentada em
cinco capítulos.
O primeiro, apresenta uma breve introdução com: algumas
considerações gerais sobre a sedimentação carbonática,
localização da área e objetivos.
O segundo, mostra as características gerais da área:
clima e condições oceanográficas, hidrografia, geomorfologia e
geologia.
O terceiro, envolve a metodologia usada durante a
pesquisa, o quarto apresenta o estudo dos sedimentos
24
superficiais da plataforma continental interna da Paraíba, e o
quinto, as conclusões obtidas.
1.1. Objetivos
O presente trabalho tem como propósito básico, o estudo
dos sedimentos superficiais da plataforma continental interna
do Estado da Paraíba, a compreensão da ação dos parâmetros
geológicos, fisico-químicos, e biológicos sobre a distribuição
dos sedimentos terrígenos e carbonáticos.
Pretende-se também, dar uma contribuição para o
conhecimento dos processos que controlam o desenvolvimento da
grande ocorrência de carbonatos e sua interface com a
sedimentação terrígena, visando contribuir para uma melhor
compreensão dos padrões de distribuição faciológica na
plataforma interna. Entre os objetivos específicos podemos
citar:
1 - Estudo dos diferentes tipos de sedimentos, definindo suas
classes texturais (cascalho, areia e lama).
2 - Confecção de um mapa de distribuição de fácies.
1.2. Localização
A área pesquisada compreende a plataforma continental
interna do Estado da Paraíba. Seus limites estão representados
ao sul, pelo Rio Goiana fronteira natural entre Pernambuco e
Paraíba, cuja latitude é 7°35’00” ao norte, pelo Rio Guaju,
limite com o Estado do Rio Grande do Norte e a leste, pela
isobatimétrica de 15 m (Figura 1).
25
Figura 1 - Mapa de localização da área estudada.
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA
As informações sobre as características gerais da área
em estudo são de fundamental importância, haja visto que, os
ambientes, embora analisados separadamente, formando unidades
diferenciadas, devem ser vistos, a partir de uma compreensão
global, onde cada unidade está integrada a um conjunto maior,
cuja relação de interdependência pode ser observada a partir do
mínimo detalhe.
Neste sentido serão apresentados aqui todos os aspectos
que podem interferir na sedimentação sobre a plataforma
continental.
2.1. Condições Climáticas e Oceanográficas
Sabe-se que o clima exerce uma influência considerável
sobre os componentes bióticos e abióticos da paisagem e sobre
uma boa parte das atividades humanas. Nas latitudes
26
intertropicais, o fato mais característico do regime climático
é a existência de duas estações, uma seca e outra chuvosa.
De acordo com Köeppen, o tipo de clima na região, é o
tropical quente e úmido, com chuvas de características
monzônicas durante todo ano e uma curta estação seca bem
definida no outono.
O Estado da Paraíba está situado, numa encruzilhada dos
quatro sistemas principais de circulação atmosférica cuja
passagem é acompanhada por instabilidades e por chuvas (Rocha
1996). Os sistemas atuantes são: o sistema norte - representado
pela Zona de Convergência Intertropical (CIT); o sistema sul -
reproduzido na Frente Polar do Atlântico Sul (EPAS ou MPA); o
sistema leste - figurado pelas Ondas de Leste (OL), e pela
massa Equatorial atlântica (mEa) e pelos ventos alísios; o
sistema oeste - exibido pela massa Equatorial continental
(mEc), e pelas linhas de Instabilidade Tropical (IT), cuja
atuação é maior no interior da Paraíba (Figura 2).
Os ventos alísios de SE-E, representam um fator
importante na dinâmica marinha, pois eles regulam o sistema de
ondas que atinge área. Na escala de BEAUFORT, são ventos
designados como fracos a moderados, alcançando velocidade de 4
a 8 m/seg. Eles sopram o ano inteiro, predominando nos meses de
agosto, setembro e outubro. Entre os meses de março abril e
maio, são substituídos pelos ventos de NE.
27
Figura 2 - Massas de ar e correntes de deriva litorânea atuantes no estado da Paraíba. Fonte: Rocha (1996), modificado.
Na costa, os alísios de SE, determinam as ondas de
mesma direção e são os responsáveis pela corrente de deriva
litorânea, que transporta os sedimentos em direção ao N, sendo
responsável pela evolução do litoral. São também importantes na
elaboração das dunas e para a sedimentação na plataforma
interna.
As marés dominantes na costa da Paraíba, são do tipo
semi-diurno, com oscilação vertical de 12 horas e 25 minutos. O
desnivelamento entre as marés de águas vivas e as marés de
águas mortas, é de 2,1 metros para as primeiras e de 1,0 metro
para as segundas (Rocha, 1996).
Na costa da Paraíba, a água que recobre a plataforma
apresenta-se quente, os valores variam de 27,8 °C a 28,2 °C. A
salinidade apresenta concentrações altas e variam de 35,8% a
36,6°/°° (Costa, 1991).
As concentrações de oxigênio dissolvido apresentam
valores altos, com percentuais de saturação. Os menores valores
de pH correspondem as mais baixas concentrações de oxigênio
dissolvido. Os nutrientes apresentam valores baixos, como
também, a Biomassa Primária do Fitoplâncton, que exibe valores
traços. A produtividade primária e a taxa de assimilação do
fitoplâncton apresentam distribuição horizontal semelhantes com
valores baixos (Costa, 1991).
2.2. Hidrografia
A drenagem influencia indiretamente na ocorrência dos
carbonatos, pois é o meio através do qual os sedimentos
continentais inibidores da sedimentação carbonática, elementos
químicos dissolvidos e nutrientes são transportados até o mar.
As considerações hidrológicas foram feitas com base no
Inventário Hidrológico Básico do Nordeste - folha 16, SUDENE
(1978). Na região, a drenagem orienta-se perpendicular à costa,
determinada pela tectônica regional, onde os cursos dos rios
28
apresentam direções que variam de ENE-WSW nas partes
setentrionais e E-W nas partes meridionais.
Os rios principais são: Goiana, Pitanga, Popocas,
Garou, Gramame, Paraíba, Jacuipe/Tapira, Miriri, Mamanguape,
Estiva, Camaratuba, e Guaju e como secundários podem ser
citados o Jaguaribe (Foto 1) e Maceió.
Em estreita dependência com o regime pluviométrico, o
regime dos rios variam de semi-árido, a tropical. O escoamento
em ambos os casos está sob a dependência das enchentes
verificadas por ocasião de precipitações atmosféricas.
Foto 1 - Desembocadura da margem esquerda do antigo curso do rio Jaguaribe na praia do Bessa. (Foto: Sizenando C. Caldas, 1996).
2.3. Geomorfologia
A costa paraibana, assim como outras costas nordestina,
apresentam uma grande diversificação de paisagens, sendo
formadas por: tabuleiros, falésias, planícies fluviais,
terraços marinhos( superiores e inferiores), planícies fluvio-
lagunares, planície costeira, dunas, praias e planícies fluvio-
marinhas.
Os diferentes ambientes encontrados apresentam
parâmetros (fauna, flora, geologia e geomorfologia) distintos e
interrelacionados, porém, podem ser agrupados em duas unidades
de relevo predominantes, uma correspondendo aos Tabuleiros
Costeiros, e outra formando as Planícies Costeiras (Figura 3).
Os estuários que cortam os tabuleiros e a planície litorânea
29
arenosa, evoluíram à partir de acréscimo lateral de sucessivos
esporões.
Figura 3 - Elementos do relevo da faixa sedimentar costeira de Pernambuco-Paraíba-Rio Grande do Norte. Fonte: Mabesoone & Silva (1991), modificado.
Estes compartimentos do relevo acham-se, em vias de
dissecação, por um estágio erosivo estabelecido no Quaternário
e em franco desenvolvimento nos dias atuais. Os vales embutidas
nas formas de relevo anteriores, parecem variar de estágio, de
norte para sul, na parte central, este estágio é de quase
senilidade, conforme se insere, com a formação de meandros. Os
cursos dos rios no norte e no sul são mais retilíneos,
favorecendo, apenas, a formação de vales abertos, o que indica
uma fase mais jovem do regime desses rios.
2.3.1. Tabuleiros Costeiros
Os Tabuleiros Costeiros apresentam cotas que variam de
50 a 100 metros. São formados pelos sedimentos da Formação
Barreiras e pelos sedimentos mesozóicos da bacia PE/PB,
formando um plano suavemente inclinado em direção ao litoral.
30
Sobre este compartimento geomorfológico as classes de
solos desenvolvidas são: As areias quartzosas, podzólico
Vermelho-Amarelo, Latossolos Vermelho-Amarelo Distrófico, em
pequenas áreas deprimidas ocorrem Podzol Hidromórfico e ao
longo das vertentes, zonas de Podzólicos Vermelho-Amarelo
(Tabela 1). Onde os calcários afloram nas vertentes, ocorrem os
vertissolos, solos de textura argilosa que reagem com ácido
clorídrico, possivelmente, relacionados aos sedimentos
mesozóicos subjacentes de natureza carbonática.
A vegetação desta unidade é localmente conhecida como
“Tabuleiro”, sendo constituída por formações mistas herbáceas e
lenhosas, arbustivas a arbóreas baixas, citando-se: Jatobá
(Hymenaea Spp) e a Maçaranduba (Manilkara Salzmaini) (Foto 2).
2.3.2. Planícies Costeiras
As Planícies Costeiras apresentam altitudes que variam
de 0 a 10 m metros, representam as menores cotas da região, e
estão posicionadas a frente dos tabuleiros. Nesta unidade estão
inseridos vários ambientes: terraços marinhos (Pleistocênicos e
Holocênicos); entre os terraços, as planícies fluvio-lagunares;
dunas; praias e planícies fluvio-marinhas. Litologicamente são
constituídos por sedimentos arenosos e por material síltico-
argilosos recentes.
Tabela 1 - Relação entre litologia e solo. (Fonte: Ferreira, 1991).
IDADE UNIDADE
ESTRATIGRÁF
ICA
LITOLOGIA CLASSES DE
SOLOS
Holoceno -
Pleistoceno
Superior.
Aluviões,
praias,
terraços,
recifes e
dunas.
Principalmente
areias e arenitos,
nos vales dos rios
também argilas e
cascalho.
Podzol,
solos gley
indiscrimina
dos de
mangue,
solos
31
discordância orgânicos,
silos
aluviais e
areias
quartzosas
marinhas.
Pleistoceno
Inferior -
Plioceno
Superior
Discordância
.
Formação
Barreiras;
Areias e arenitos,
raras
intercalações de
argila.
Areia
quatzosa,
podzólico,
latossolo,
podzol.
Paleoceno Formação
Maria
Farinha
Calcários
clásticos, argilas
calcárias.
Vertissolo.
Maastrichtia
no
Campaniano –
Santoniano.
Formação
Gramame;
Formação
Beberibe;
Calcários margosos
e argilosos, na
base calcarenitos
e fosforitos;
Arenitos grosseiro
a médios, na costa
arenitos
carbonáticos.
Vertissolo.
Estas planícies encontram-se complexas associações de
classes de solos: Gley Distróficos textura indiscriminada,
Podzol Hidromórfico, Indiscriminados de Mangues e as areias
quatzosas distróficas e eutróficas (Tabela 1).
Sobre as planícies fluvio-lagunares, fluvio-marinhas e
em zonas deprimidas se desenvolve uma vegetação típica, o
mangue, onde predomina a (Rhisophora mangle L.), representada
principalmente pelo Mangue Vermelho, nas áreas mais afastadas,
com menos salinidade aparece o Mangue Canoé (Avicennia Nitida
Jacq) (Foto 3). No litoral arenoso a vegetação encontrada são
as gamas e capins e/ou coqueiros, destacando-se a salsa-de-
32
praia (Ipomoea pes-caprea) e a grama-de-praia (Sporobolus
virginicus) (Foto 4).
Foto 2 - Vegetação de cobertura da unidade Tabuleiro, extremamente degradada ao longo da BR-230. (Foto: Josenilton Patrício Rocha, 1996).
Foto 3 - Manguezal situado na porção sudeste da restinga de Cabedelo. (Foto: Josenilton Patrício Rocha, 1996).
Foto 4 - Vegetação das praias e ao fundo o manguezal situado ao norte da praia do Jacaré. (Foto: Josenilton Patrício Rocha, 1996).
33
2.4. Geologia
A geologia é um dos principais controles da
sedimentação carbonática, ela determina a ausência ou presença
de sedimento siliciclástico, ao estabelecer a topografia dos
blocos continentais e os padrões de drenagem; como também
define o ambiente deposicional local (plataforma ou rampa),
determinando à profundidade, a largura, a forma básica de
orientação de suas principais feições, isto é, localização dos
principais bancos, passagens e promontórios.
A estratigrafia da região abrange principalmente os
sedimentos da Formação Barreiras, Pleistocênicos e Holocênicos
(Figura 4). Estes depósitos compreendem as rochas que margeiam
a área, representadas nos tabuleiros costeiros, compostos pelos
sedimentos da Formação Barreiras, e pelas planícies costeiras,
constituídas de sedimentos Pleistocênicos e Holocênicos,
recortados por inúmeros vales fluviais, que drenam suas águas
para o mar.
34
Figura 4 - Mapa geológico da Paraíba. Fonte: Dantas et al. (1982), modificado. 2.4.1. Formação Barreiras
Esta seqüência é formada pelas areias, argilas e
arenitos grossos conglomeráticos e afossilíferos, de origem
continental, de idade Plio-pleistocênica, formando os
Tabuleiros Costeiros (Mabesoone & Alheiros 1991).
Os tabuleiros costeiros ocupam a maior parte da região.
Acompanham o litoral, em disposição paralela a linha de costa.
As suas porções terminais, quando atacadas pelas ondas,
originam as falésias vivas, que no litoral sul acompanham quase
toda linha de costa, sendo recortadas apenas pelas planícies
fluvio-marinhas, porém. No litoral central e norte, as falésias
encontram-se mais recuadas.
2.4.2. Sedimentos Pleistocênicos
Estes sedimentos estão representados primeiramente
pelas areias brancas, que recobrem as extensas superfícies dos
tabuleiros, podendo serem reacumuladas em dunas. Trata-se
obviamente de produtos de lixiviação de depósitos mais antigos.
Dispersos na planície costeira aflorando principalmente
nas falésias da Formação Barreiras ocorrem os leques aluviais
Pleistocênicos, cujos topos encontram-se a 15 e 20 m acima do
atual nível do mar, sendo também encontrado às vezes, no sopé
das elevações ou nas encostas dos vales. Os leques aluviais
Pleistocênicos foram mapeados por Lima Filho et al., (1989), no
litoral sul da Paraíba na região de Pitimbu; e mais a norte na
região de Jacumã por Almeida, (1989), entre a Barra do Gramame
e Cabo Branco por Monteiro, (1989).
Seus sedimentos são constituídos de areia quartzosas
com argila, seixos de quartzo arredondado e cascalhos,
distribuídos aleatoriamente numa matriz argilosa. Eles se
formaram depois da fase transgressiva que esculpiu as falésias
nos sedimentos da Formação Barreiras, a regressão subsequente
35
escavou pequenos canais sobre estes depósitos, pelos quais
estes sedimentos escoaram formando os leques no sopé das
falésias.
Os terraços marinhos Pleistocênicos ocorrem dispersos
na porção mais interna da planície costeira, mais ou menos
paralelos a linha de costa com altitude vaiando de 7-8 m. São
constituídos por areias inconsolidadas, em superfície
apresentam coloração branca ou acastanhada. Em profundidade
tais depósitos podem exibir cor preta e uma certa coesão,
aspectos atribuídos a presença de ácidos húmicos e óxido de
ferro, resultantes dos processos pedogenéticos atuais.
2.4.3. Sedimentos Holocênicos
Os depósitos Holocênicos, compreendem os sedimentos
fluvio-lagunares, terraços marinhos Holocênicos os sedimentos
atuais de praia, arenitos de praia e sedimentos fluvio-
marinhos. São menos representativos que os depósitos
Pleistocênicos.
Os sedimentos fluvio-lagunares ocorrem entre os
terraços marinhos Pleistocênicos e Holocênicos, são alongados e
paralelos a linha de costa (Foto 5). São constituídos por
areias finas a grossas com siltes argilosos em diferentes graus
de compactação.
Os terraços marinhos Holocênicos são depósitos
descontínuos e ocorrem essencialmente entre os sedimentos
fluvio-lagunares e os sedimentos atuais de praia. Ao sul da
área, são praticamente inexistentes. No centro, entre a Ponta
do Seixas e a Ponta de Lucena são mais amplos, ao norte entre o
rio e Mamanguape Guaju são nenos extensos. Estes cordões se
desenvolveram sob forma de uma extensa ilha barreira a partir
dos máximos das transgressões, isto é, durante a estabilização
do nível do mar. Os terraços marinhos apresentam-se em forma de
terraços com cotas de 2 a 3 m acima do nível do mar atual (Foto
6).
36
Os sedimentos atuais de praia formam uma estreita
faixa, que por sua vez, representa a porção mais externa da
planície costeira. Estes sedimentos encontram-se depositados
entre a linha de baixa-mar e os terraços Holocênicos, tendo
geralmente uma pequena inclinação no sentido do mar.
Representam uma área permanentemente submetida à ação combinada
das ondas, correntes de deriva litorânea e das marés (Foto 7).
Um dos traços morfológicos mais característicos do
litoral da Paraíba é a presença de recifes, dispostos em forma
de arenitos de praia, paralelas à costa, servindo de substrato
para o desenvolvimento de corais e algas calcárias. A maior
parte consiste de areia quartzosa cimentada por carbonato de
cálcio proveniente da dissolução dos fragmentos orgânicos.
Os sedimentos fluvio-marinhos apresentam restrita
distribuição, ocorrem na desembocadura dos rios.
Litologicamente são vazas escuras, onde se misturam materiais
pelíticos e matéria orgânica em decomposição (Foto 8).
Foto 5 - Laguna formada através do represamento do Maceió pelos cordões litorâneos, sob impacto ambiental pela urbanização. (Foto: Sizenando C. Caldas, 1996).
37
Foto 6 - Terraço marinho na desembocadura do Maceió do antigo Jardim América na praia do Bessa. (Foto: Josenilton Patrício Rocha, 1996).
Foto 7 - Lado direito vê-se os sedimentos atuais de praia. Do lado esquerdo, parte do manguezal da antiga desembocadura do Rio Jaguaribe afetada pela sua abertura e um coqueiral. (Foto: Sizenando C. Caldas, 1996).
Foto 8- .Planície fluvio-marinha, na desembocadura do Maceio na Ponta do Bessa, descaracterizada pela urbanização. (Foto: Sizenando C. Caldas, 1996). 2.5. Evolução Geológica da Planície Costeira
O modelo de evolução para o litoral da Paraíba, destaca
a dominância das flutuações relativas de nivel do mar,
associadas as modificações paleoclimáticas, reativações
neotectônicas e pela dominância dos processos de dinâmica
38
costeira dos últimos 7000 anos, podendo ser comparado com o
modelo de evolução proposto por Dominguez, (1992) (Figura 5).
A curva de variação de nível do mar para os últimos
7.000 anos, definida por (Martin, et al., 1979), mostra que os
litorais leste e nordeste brasileiros estiveram submersos até
cerca de 5.100 anos A.P., seguido de emersão até nossos dias
(Figura.6).
• Fase 1
Esta fase compreende o período entre 120.000 e 7.000 anos
A.P. Provavelmente ainda no Pleistocêno, deve ter ocorrido
a Transgressão Antiga ou a Antepenúltima Transgressão
(Bittencourt et al., 1979) (Figura 5). O nível do mar avançou
continente a dentro, erodindo os sedimentos continentais da
Formação Barreiras, afogando os vales e córregos e formou uma
linha de falésias.
Figura 5 - Modelo esquemático de evolução, segundo Dominguez, (1992).
Figura 6 - Curva de variação de nível do mar, segundo Martin et al. (1979).
39
Na fase regressiva subsequente, o clima retomou a semi-
aridez. Este retorno as condições climáticas semelhantes as de
deposição da Formação Barreiras levou a sedimentação de novos
depósitos continentais, compostos de leques aluviais
coalescentes no sopé da falésia da Formação Barreiras. São
formados os leques aluviais Pleistocênicos ou depósitos pós-
Barreiras (Vilas-Boas et al., 1979). (Figura 5).
Novamente o nível do mar sobe e ultrapassa o atual,
correspondendo a Penúltima Transgressão. O mar erodiu
parcialmente os depósitos continentais do estágio anterior.
Nesta fase, os baixos cursos dos rios foram afogados dando
origem a estuários, lagunas. Quando a erosão dos depósitos da
fase precedente era completa as ondas retrabalhava a falésia
(Figura 5).
Nesta fase foram construídos os terraços marinhos
Pleistocênicos, formados por cristas praiais progradants. Ainda
durante esta fase podem ter sido desenvolvidos extensos campos
de dunas a partir do retrabalhamento dos sedimentos dos
terraços Pleistocênicos e da Formação Barreiras (Figura 5).
• Fase 2
Esta fase corresponde ao tempo de 7.000 anos e o atual.
A planície costeira pleistocênica foi invadida pelo mar durante
a Última Transgressão, desenvolve-se então ilhas barreiras.
Atrás destas ilhas barreiras instalaram-se as lagunas que
aprisionaram as águas dos rios. (Figura 5).
Ocorre o assoreamento das lagunas, a partir de deltas
intralagunares. Durante este estágio muitas lagunas passaram a
lagoas de águas doce e, em muitos casos, o assoramento completo
levou ao desnvolvimento de pâtanos e tufeiras (Figura 5).
O evento regressivo posterior a Última Transgressão
imprimiram as formas finais do modelado da costa. Durante este
episódio formaram-se os terraços marinhos Holocênicos. O
testemunho deste evento pode ser observado principalmente na
costa central e norte da Paraíba. A partir dai os rios
40
conseguiram desembocar diretamente no oceano, os mesmos
começaram então a contribuir com sua carga arenosa,
influenciando na geometria das cristas praiais (Figura 5).
3. MATERIAL E METODOLOGIA
3.1. Material
O material estudado foi coletado por mergulhadores, no
período de 09/04/82 a 07/06/82, durante a execução do Projeto
ALGAS, realizado pela SUDENE, através de Convênios com a SUDEPE
e a CIRM, com a participação da Universidade Federal de
Pernambuco - UFPE, cuja finalidade era localizar e quantificar
os principais bancos de algas marinhas no litoral do estado da
Paraíba. Foram coletadas um total de 184 amostras de sedimentos
superficiais, entre as isobatimétricas de 0 a 12 metros. As
amostras foram distribuídas ao longo de 23 perfis
perpendiculares a costa, onde em cada perfil foram feitas oito
estações de coleta (Figura 7).
Da embarcação era jogado ao mar, um quadrado de ferro
com 0,50 m de largura e depois era recolhida uma amostra do
material contido no mesmo. O material encontrado no interior
dos quadrados foi recolhido pelos mergulhadores que o colocaram
em sacos plásticos, devidamente etiquetados e numerados com
referência a cada estação.
As estações foram determinadas em função da
profundidade de cada perfil. Iniciava-se na isóbata de 0,0 m
até a última estação em torno de 12 m.
Para a correção da profundidade, recorreu-se à tábua de
marés, publicada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação do
Ministério da Marinha, tendo por referência o porto mais
próximo às praias prospectadas. As alturas obtidas, foram
lançadas em gráficos, onde obteve-se a profundidade real no
momento da coleta. A aferição das profundidades foi feita com
auxilio de um fio de prumo e por eco-sondagem.
41
Figura 7 - Mapa com indicação da
as estações amostradas. localização d3.2. Metodologia
Para a realização deste trabalho a metodologia
aplicada, baseou-se em um conjunto de técnicas convencionais
para o estudo de sedimentos marinhos superficiais.
Efetuou-se um levantamento bibliográfico pertinente aos
aspectos climáticos, oceanográficos, hidrológicos,
geomorfológicos, pedológicos, e geológicos da área estudada.
Também foram catalogados, tabelados e computados todos os dados
de profundidade, localização, e descrição litológica do
material de fundo recolhido do Projeto ALGAS.
No Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha (LGGM)
da UFPE, as 184 amostras foram tratadas, e submetidas as
seguintes análises: análise granulométrica e determinação do
teor em carbonato de cálcio.
Os resultados obtidos nas análises, foram traduzidos em
diagramas, tabelas e perfis, o que permitiram a elaboração do
mapa faciológico. Os critérios básicos para o estudo dos
sedimentos superficiais, foram estabelecidos através do
42
diagrama textural de Shepard, (1954), pela metodologia
utilizada por Larsonneur & outros (1977) no mapeamento do canal
da Mancha e de Kempf, (1972) para a plataforma de Alagoas e
Sergipe.
3.2.1. Análise granulométrica
A análise granulométrica tem como objetivo caracterizar
as propriedades de tamanho dos sedimentos. Inicialmente as
amostras foram submetidas a secagem, em estufa a uma
temperatura de 60°, para que não haja modificação dos
argilominerais sensíveis a altas temperaturas.
Depois de seco, o material foi retirado da estufa e
pesado 100 g para o peneiramento por via úmida, cuja finalidade
era a separação das frações cascalho, areia e lama (silte e
argila), consistindo na lavagem da amostra sobre duas peneiras
de malhas 2,000 e 0,062 mm.
O peneiramento seco da fração grossa (maior que 0,062
mm) foi feito no “Rotap Sieve Shaker”, utilizando-se um jogo de
peneiras, cujas aberturas variam de -1,00 a 4,00 phi. As
diversas frações de areia obtidas em cada peneira foram então
pesadas, em uma balança analítica, e condicionada em sacos
plásticos identificados. Os resultados foram anotados em fichas
de análise granulométrica, para posterior traçado das curvas de
distribuição de freqüência simples e acumuladas e para o
cálculo dos parâmetros estatísticos.
3.2.2. Determinação do teor em carbonato de cálcio
O teor de carbonato de cálcio foi determinado através
do calcímetro de Bernard sobre a amostra bruta e os resultados
expressos em percentuais de carbonato de cálcio.
43
4. PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA DO ESTADO DA PARAÍBA
Plataforma continental é área da margem continental,
que corresponde ao prolongamento do continente até uma linha ou
faixa, de aumento brusco do gradiente de inclinação.
A principal característica da plataforma continental é
sua superfície horizontal, quase plana. Entretanto, várias
feições morfológicas podem ocorrer sobre ela, são formas
negativas e positivas. As negativas são representadas pelos
canions, canais, vales submarinos, bacias e depressões
lineares. As positivas são figuradas pelos bancos de areias,
dunas, terraços, cristas, escarpas de falhas e recifes. Ela
também apresenta micro relevo. As formas acima citadas resultam
de vários fatores: erosivos, tectônicos, litológicos,
topográficos, dinâmicos, biológicos e das flutuações de nível
do mar.
A repartição dos sedimentos na plataforma continental é
função da profundidade, é também resposta de fatores
climáticos, batimétricos, faunísticos, morfologia da linha de
costa, hidrodinâmicos e das mudanças relativas de nível do mar.
A plataforma continental brasileira é extensa.
Geograficamente ela compreende as zonas climáticas de baixas
latitudes (tropical) e de latitudes médias (temperadas), o que
caracteriza distintos processos sedimentares, como também uma
grande diversidade de sedimentos.
Os sedimentos encontrados na plataforma brasileira
resultam de diferentes regimes de sedimentação. Martins et al.,
(1972), destinguiram para plataforma brasileiras três regimes
de sedimentação:
1 - plataforma com sedimentação terrígena importante,
proveniente de grandes bacias de drenagem, sendo bem ilustrada
pela plataforma amazônica.
2 - plataformas cobertas por sedimentos biogênicos e
biodetríticos, resultantes de uma intensa atividade organógena.
A plataforma nordestina é um exemplo típico.
44
3 - plataformas cobertas por sedimentos relíquias, recebendo
uma pequena contribuição atual, ou sofrendo retrabalhamento, é
o caso da plataforma do Rio Grande do Sul.
A plataforma continental do nordeste caracteriza-se
pela sua reduzida largura, pouca profundidade, águas
relativamente quentes (25-30° C), elevada salinidade (30 -
38°/°°) e cobertura quase total de sedimentos carbonáticos de
origem orgânica.
Coutinho (1976), a partir da análise da morfologia e da
distribuição dos diversos tipos de sedimentos na plataforma
continental do Nordeste do Brasil, sugere dividi-la em três
trechos: Plataforma interna, plataforma média e plataforma
externa, cuja proposta será usada no presente trabalho.
• Plataforma interna - limitada pela isóbata de 20 m,
apresenta relevo suave e apenas algumas irregularidades, devido
a presença dos recifes. É coberta com areias terrígenas e muito
pouco cascalho e lama. O teor em carbonato de cálcio inferior a
20%. Nela dominam as associações de moluscos com ou sem
foraminíferos bentônicos, com menor quantidade de restos de
equinóides e algas coralináceas ramificadas e incrustantes. Os
componentes bióticos são muitos retrabalhados.
A plataforma continental do estado da Paraíba faz parte
da extensa plataforma carbonática nordestina, e pode ser
considerada como típica dentro dos padrões para o nordeste
brasileiro (Figura 8), apresentando uma largura que varia de 30
a 35 Km ao sul e 15 a 20 Km no norte, e uma profundidade
inferior a 60 m. Sua principal característica, é a grande
ocorrência de sedimentos carbonáticos de origem orgânica,
representados essencialmente por algas calcárias. Outra
característica observada é, a pequena expressão de feições
proeminentes, onde os paleocanais são poucos e influenciam
modestamente na morfologia da plataforma.
45
Figura 8 - Mapa batimétrico da margem continental da Paraíba. Fonte: carta nº 800 - DHN. A plataforma continental externa apresenta-se estreita
e profunda no sul da área, alargando-se um pouco para norte, ao
contrário da plataforma média que se torna mais larga e suave
ao sul, estreitando-se para o norte. Elas caraterizam-se por
uma cobertura dominante de sedimentos carbonáticos.
A plataforma interna apresenta uma largura quase
constante, porém, estreita-se bastante no extremo norte da
área, sendo coberta por uma mistura de sedimentos terrígenos
nas partes mais rasas e, orgânicos nas partes mais profundas. A
transição entre às fácies é feita por uma sedimentação
biodetrítica, conforme será discutido posteriormente.
A carga sedimentar terrígena lançada pelos rios que
ocorrem na região, parece ser a responsável pelo assoreamento
dos paleocanais na plataforma interna, suavizando os traçados
das isóbatas, principalmente até a isobatimétrica de 5 m.
Na área em estudo, as isóbatas sugerem uma morfologia
resultante de variações nos processos deposicionais. Os
contornos das isobatimétricas diferenciados, mostra
46
irregularidades morfológicas com regiões mais estreitas e
inclinadas em comparação com outras mais largas e suaves,
principalmente no setor norte, onde, as isóbatas de 5 e 10 m se
aproximam da linha de costa, modificando bastante o
comportamento da sedimentação. Estas variações de declividades
e larguras são resultantes dos processos sedimentares atuantes
na plataforma interna.
Um dos traços morfológicos mais característicos desta
plataforma é a presença dos “recifes” de arenito, algas
calcárias e corais, que acompanham a linha de costa formando
cordões de dimensões variadas, onde se destacam quatro por sua
importância econômica. Estes bancos receberam os nomes de suas
respectivas praias: Banco da Penha, Banco de Tambaú, Banco do
Bessa e Banco do Cabedelo. Eles influenciam na modelagem da
linha de costa, nos processos hidrodinâmicos, na distribuição
das fácies, sendo uma importante fonte de sedimentos orgânicos.
4.1. Morfologia da Linha de Costa da Paraiba
O estudo da configuração da linha de costa é
fundamental para a compreensão da morfologia e das feições
sedimentares da plataforma interna. Várias feições encontradas
na plataforma estão associadas a fatores litorâneos.
Levando-se em conta a análise da morfologia da linha
de costa, as configurações batimétricas e as informações
sedimentares, no litoral paraibano, cuja extensão é de
aproximadamente 138 Km, foram identificados três setores: Sul,
Central e Norte (Figura 9).
O Setor Norte compreende a região que vai do rio
Mamanguape ao limite norte da área (6° 35’00”). A morfologia da
linha de costa, apresenta-se, retilínea, com direção quase N-S,
associada a uma planície costeira arenosa menos ampla que o
setor central e um acidentes geográfico importante representado
pela Baia da Traição. A costa deste setor é recortada por três
pequenos estuários dos rios Guaju, Camaratuba e Estivas, e pelo
47
rio de porte intermediário Mamanguape, todos com pequeno aporte
sedimentar. Na linha de costa o sedimentos quaternários
predominam, formando uma faixa larga contínua, representando um
significativo recuo da Formação Barreiras (Figura 4). Este
setor é o que se apresenta menos urbanizado, com a mais baixa
densidade demográfica, e nenhum índice e industrialização. Ele
também é utilizado para cultivo da cana-de-açúcar, atividade de
exploração mineira como cascalho e minerais pesados, atividade
de exploração de recursos pesqueiros, atividades agropecuárias
e expansão turística.
Nos três setores as praias possuem uma declividade
baixa e estão inseridas em células litorâneas de formas não
estáveis separadas normalmente por pontais arenosos (Fotos 9 e
10).
O Setor Central compreende a região que vai do Cabo
Branco ao Rio Mamanguape. Caracteriza-se por apresentar a
configuração de costa, mais recortada de todo litoral, com uma
direção de N 20° W. Este setor apresenta uma planície costeira
mais desenvolvida, e os tabuleiros uma topografia mais suave e
afastados da linha de costa. Os sedimentos quaternários são
predominantes, e ocorrem da Ponta de Seixas ao Rio Miriri, daí
até a Ponta de Mamanguape, aparecem os sedimentos da Formação
Barreias, formando uma linha de falésias ao longo da praia.
Esta região é recortada por quatro estuários, de porte médio,
referentes aos rios Mananguape, Miriri, Tapira e Paraiba
(Figura 4), resultando na presença de vários acidentes
geográfico marcantes tais como: a Ponta de Mananguape, Ponta de
Lucena, Ponta da Camboinha, Ponta do Mato, Ponta de Campina,
Ponta do Bessa, Ponta de Tambaú, Ponta de Seixas, Restinga de
Cabedelo e Cabo Branco. Este setor é o mais urbanizado,
industrializado e de maior densidade demográfica, pois nele se
localiza a capital do estado, João Pessoa. A ação antrópica na
região, resultou em profundas e irreversíveis modificações na
paisagem natural e em significativas alterações na dinâmica do
meio, o que tem acarretado grandes mudanças ambientais:
alterações na morfologia (aterros, escavações e cortes),
48
degradação e devastação da cobertura vegetal, diminuição do
aporte sedimentar para o mar, subida do lençol freático e etc.
O Setor Sul compreende a região que vai do limite sul
da área (7° 35’00”) até o Cabo Branco. A linha de costa
apresenta-se retilínea, com direção quase N-S, entalhada por
pequenas reentrâncias, adjacentes a uma planície costeira
arenosa bastante estreita. Predominam os sedimentos da Formação
Barreias, que formam uma linha de falésias vivas, interrompidas
apenas pelos pequenos rios conseqüentes que drenam suas águas
para o Oceano Atlântico, distinguindo-se os rios Goiana, Abaí,
Graú, Guruji e Gramame, todos com pequeno aporte sedimentar
(Figura 4). Esta região encontra-se pouco urbanizada e
industrializada, destacando-se somente o distrito industrial de
Conde. Ela é utilizada de forma intensa para o cultivo de cana-
de-açúcar, atividades agropequárias, atividades pesqueiras,
extração de minerais e implementação de atividades turísticas
(prática de naturismo na praia de Tambaba).
Foto 9 - Vista aérea atual da Ponta do Bessa Bairro do Bessa. (Foto: Josenilto Patrício Rocha, 1996).
49
Foto 10 - Vista aérea atual da Ponta do Mato e Praia Formosa. (Foto: Josenilto Patrício Rocha, 1996). A forma atual da linha de costa está intimamente
associada ao processo de regularização da linha de costa,
através dos mecanismos hidrodinâmicos costeiros, ou seja, pela
ação das ondas e correntes, combinadas com a resistência dos
sedimentos terciários e a presença dos recifes.
A presença dos recifes ao longo de toda costa
influencia bastante na morfogênese da costa. Eles funcionam
como verdadeiros obstáculos naturais, onde as ondas são
dissipadas, proporcionando acumulação de sedimentos na porção
da praia que se localiza em frente a eles, originando as pontas
acima citadas, em contraste com as áreas marginais que, ao
contrário, são erodidas, originando praias em forma de meia
lua.
4.2. Morfologia da Plataforma Continental Interna
A análise das feições morfológicas da plataforma
interna do estado da Paraíba, é apresentada com base no mapa
batimétrico, e em algumas observações, a partir de perfis
batimétricos (Figura 9).
O exame morfológico abrange uma área correspondente as
curvas isobatimétricas de 0 até 15 m, porém, cabe salientar que
a área de coleta de amostras ficou limitada as isóbatas de 0 a
de 12 m. A mesma divisão por setores, também, será utilizada no
estudo da plataforma, objeto, do presente trabalho.A principal
característica morfológica da área é a presença dos recifes.
4.2.1. Setor Sul
Neste Setor a isóbata de 5 metros ao sul, apresenta sua
maior largura, em frente ao Rio Gramame, e vai se estreitando
em direção ao norte da área, traduzindo a importância da
sedimentação terrígena atual. Ao contrário, isobatimétrica de
10 m, apresenta largura mais ou menos constante.
50
Figura 9 - Mapa batimétrico e de localização dos perfis da área estudada.
A isóbata de 15 m mostra um contorno mais irregular, sendo mais
estreita ao sul, alargando-se para norte, diferenciando-se
apenas nas regiões de paleocanais, onde apresenta inflexões. O
canion do rio Goiana, atualmente está desconectado da
plataforma interna, porém é bem visível a partir da isóbata de
15 m (Figura 9).
Dos perfis batimétricos deste setor (Figura 10), o
perfil 1 localizado em Carne de Vaca, é o mais largo de todos,
mostrando uma morfologia com poucas variações, da praia até a
profundidade de -5 m a inclinação pequena, aumentando daí até -
10 m, reduzindo-se em seguida até os -15 m. O perfil 2, na
Ponta dos Coqueiros é o mais diferenciado de todos os perfis
deste setor, apresenta inclinação baixa nos primeiros -15 m. No
perfil 3, na localidade de Pitimbu, a declividade é constante e
baixa até a profundidade de -10 m, suavizando-se mais até -15
m. No perfil 4, Barreira de Tambaba, a inclinação até -5 m é
baixa, aumentando bastante daí até a profundidade de -15 m. O
perfil 5, na Barra de Tambaba, apresenta-se idêntico ao
anterior. No perfil 6, na Ponta de Tambaba a inclinação até -10
51
m é baixa e uniforme, diminuindo em direção a profundidade de -
15 m. O perfil 7, em Jacumã, apresenta as mesmas inclinações do
perfil 6. No perfil 8, nas imediações da Penha, apresenta uma
declividade alta até a profundidade de -5 m, que diminui
gradativamente nas profundidades de -10 m, e -15 m. O perfil 9,
localiza-se em Nossa Senhora da Penha, apresenta-se idêntico ao
perfil anterior.
Neste Setor o padrão dos contornos apresentados pelas
isobatimétricas de 5, 10 m, é no sentido de acompanhar a
morfologia da linha de costa. A isóbata de 15 m acompanha
também os contornos da linha de costa, exceto, ao sul. As
irregularidades aumentam com a profundidade. Os perfis
batimétricos, apresentam as menores variações morfológicas da
área, indicando a grande atuação da sedimentação terrígena
atual (Figuras 9 e 10).
Figura 10 - Perfis batimétricos do Setor Sul da plataforma continental interna do estado da Paraíba.
52
4.2.2. Setor Central
No Setor Central o comportamento da isóbata de 5 m
acompanha o padrão da morfologia da linha de costa atual, se
afastando dela na Ponta de Lucena devido a ação da sedimentação
terrígena atual através das correntes, a isóbata de 10 m
apresenta contorno menos uniforme, com inflexões em frente aos
rios, traduzindo a presença paleocanais, destacando-se as
inflexões na altura da Restinga de Cabedelo e em frente ao Rio
Miriri. A isóbata de -15 m apresenta um contorno mais regular,
com poucas inflexões, ao sul apresenta-se mais próxima da costa
e ao norte mais afastada. Em frente ao Cabo Branco, entre as
isóbatas de 5 m e 10 m ocorre um banco (Figura 9).
Dos perfis batimétricos deste setor (Figura 11), o
perfil 10 localiza-se em João Pessoa, a inclinação é maior nos
primeiros -5 m, diminuindo uniformemente até a profundidade de
-15 m. No perfil 11, na Ponta do Bessa, a declividade é alta
nos primeiros cinco metros, diminuindo até -10 m, aumentando
até - 15 m. O perfil 12, na Ponta de Campina, apresenta uma
inclinação baixa até a profundidade de -5 m, aumentando até os
-10 m, diminuindo até -15 m. No perfil 13, na Ponta de
Cabedelo, observa-se a presença de uma paleodrenagem na
profundidade de -10 m. No perfil 14, na Ponta de Lucena, a
inclinação é baixa até -5 m e a partir dai até os -10 m aumenta
reduzindo-se daí até os -15 m. O perfil 15, na desembocadura do
Rio Miriri, é o mais irregular, na profundidade de -5 m
encontra-se um antigo vale fluvial. No perfil 16, nas
imediações da Barra do Miriri, a declividade é alta até a
profundidade de -5 m, reduzindo-se uniformemente daí os -15 m.
O perfil 17, na Ponta de Mananguape, da praia até a
profundidade de -5 m e 10 m, o ângulo de inclinação é alto,
reduzindo-se bastante a partir daí até profundidade de -15 m.
Este setor é caracterizado, por apresentar uma série de
recifes na linha de costa. O padrão dos contornos das
isobatimétricas é mais irregular que o Setor Sul e Norte. Os
perfis batimétricos apresentam as maiores variações
53
morfológicas da área, traduzindo a influência da sedimentação
carbonática (Figuras 9 e 11).
4.2.3. Setor Norte
No Setor Norte as isóbatas de -5 m e -10 m se aproximam
da linha de costa, enquanto que, a isóbata de -15 metros
apresenta-se mais afastada da costa em frente ao Rio Guaju e a
partir daí volta a se aproximar. Em frente aos Rios Estivas e
Guaju, apresenta inflexões, o que sugere uma morfologia de
paleocanal (Figura 11).
Nos perfis batimétricos (Figura 12), o perfil 18, na
praia de Coqueirinho, da praia até a profundidade de -10 m, o
ângulo de inclinação apresenta-se alto, porém, a partir dai até
profundidade de -15 m a declividade diminui bastante. O perfil
19, na Baia da Traição, inicia-se com uma declividade alta, que
a partir da profundidade de -5m até a -15 m, diminui
continuamente. No perfil 20, nas imediações da Barreira do
Forte, a inclinação começa alta, porém, a partir da
profundidade -10 m e -15 m diminui bastante. O perfil 21,
localizado na altura da Barra de Camaratuba, começa com uma
inclinação alta, que a partir de 10 m até 15 m torna-se baixa.
O perfil 22, nas proximidades do Monte Pelé, é o mais
diferenciado de todos, o fundo apresenta algumas variações, com
a presença de um vale na profundidade de 15, que está
relacionado a um paleocanal de drenagem. O perfil 23,
localizado em frente a praia de Segi, a inclinação inicia-se
alta, mas, da profundidade -10 m até 15m apresenta uma
declividade menor.
Neste setor o padrão do contorno das isobatimétricas é
mais suave, apresentando menos irregularidades que os setores
Sul e Central (Figura 9). Ele apresenta largura com as maiores
variações, apresentando-se no extremo norte, bastante estreito.
Os perfis batimétricos, apresentam uma morfologia caracterizada
por pequenas variações, indicando a grande influência da
sedimentação terrígena atual (Figuras 9 e 12).
54
Figura 11 - Perfis batimétricos do Setor Central da plataforma continental interna do estado da Paraíba.
Figura 12 - Perfis batimétricos do Setor Norte da plataforma continental interna do estado da Paraíba. 4.3. Sedimentos Superficiais da Plataforma Continental
Interna do Estado da Paraíba
Os sedimentos em estudo encontram-se em uma zona
turbulenta, é a região em que acontece a arrebentação das
ondas, e de influência das marés. Nela ocorrem ambientes
55
sedimentares: estuarino, planície de maré, marinho costeiro e
plataforma rasa.
Neste estudo a análise da zonação sedimentar
perpendicular à costa terá como base principalmente os
critérios profundidade, hidrodinâmica, morfologia de fundo e
morfologia da configuração da linha de costa, seguindo a
proposta de divisão por setores.
4.3.1. Setor Sul
Neste setor foram realizados 9 perfis (1-9)
perpendiculares à costa, com 8 estações amostradas em cada
perfil.
No perfil 1 – Carne de Vaca – a cobertura sedimentar
do fundo começa apresentando areia litoclástica média até a
profundidade de 3,5m; passando para cascalho bioclçástico
lamoso; seguido de lama bioclástica; terminando com recife de
coral (Tabela 2). Considerando-se todas as amostras do perfil,
os sedimentos apresentam percentuais de cascalho em torno de
1%, as areias 70% e as lamas 29%. Na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos apresentam percentuais que
atingem o máximo de 80% e os segundo 20% (Figura 13). Os
sedimentos litoclásticos, formados por areias, variando de
média fina, são predominantes e diminuem coma profundidade. O
teor em carbonato de cálcio não ultrapassa 50% e aumenta em
direção ao largo, cujo aumento deve-se ao material de origem
recifal (tabela 2 e figura 13).
Tabela 2 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.
N◦ DA ESTAÇ
PROFUN (m)
CASCALHO %
AREIA %
LAMA%
CaCO3 %
FÁCIES
56
Perfil 01 (Carne de Vaca ).
01
2,90
2,95
95,58
1,47
24,00
Areia litoclástica média cinza com Halimeda (Alc),
02
3,30
0,00
98,75
1,25
0,00
Areia litoclástica média cinza (Alc)
03
3,50
0,15
97,47
2,53
0,00
Areia litoclástica média cinza (Alc)
04
5,15
0,15
55,35
44,51
31,00
Areia litoclástica fina lamosa cinza
(ALd,e)
05
6,25
0,43
62,75
36,82
19,00
Areia litoclástica fina lamosa cinza
(ALd,e)
06
7,8 -
-
-
-
Cascalho bioclástico de algas (CB)
07
9,2
0,00
12,16
87,84
48,00
Lama bioclástica (LL)
08
10,6
-
-
-
-
Recife de coral(R)
Perfil 02 (Ponta dos Coqueiros)
09
1,84
0,00
98,0
1,90
0,00Areia litoclástica fina cinza (ALd)
10
2,60
0,00
96,35
3,65
30,00
Areia litoclástica fina cinza (ALd)
11
3,50
0,00
97,74
2,26
0,00
Areia litoclástica fina cinza (ALd)
12
5,15
0,00
97,58
2,42
0,00
Areia litoclástica fina cinza (ALd)
13
6,25
56,22
42,84
0,94
90,00
Cascalho bioclástica arenoso, com
Halimeda (CBf)
14
7,80
9,94
89,30
0,76
90,00
Areia bioclástica grossa (Abb)
15
9,20
0,15
61,85
38,00
20,00
Areia litoclástica fina lamosa cinza
(ALd,e)
16
10,60
0,00
9,33
90,67
46,00
Lama litoclástica (LL)
Perfil 03 (Pitimbu)
57
17
1,9
10,12
88,90
0,98
6,00
Areia litoclástica grossa (ALb)
18
2,62
12,96
85,17
1,87
29,00
Areia litoclástica grossa com
Halimeda (ALb)
19
3,45 -
-
-
-
Recife de algas incrustantes (R)
20
4,74
-
-
-
-
Recife de algas incrustantes (R)
21
6,03
-
-
-
-
Recife de algas
(R)
22
8,18 -
-
-
-
Recife de algas
(R)
23
8,88 -
-
-
-
Recife de algas incrustantes (R)
24
9,68
0,18
96,85
2,97
90
Areia bioclástica fina (Abd)
O perfil 2 – Ponta dos Coqueiros – inicia-se com areia
litoclástica fina cinza; passando para cascalho bioclástico
arenoso com Halimeda na profundidade de 6,25m; gradando pra
areia bioclástica grossa; mudando para areia litoclástica fina
lamosa fina; teminnado com lama litoclástica (Tabela 2).
Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos
Relação fácies/profundidade
0
2
4
6
8
10
12
0 1 2 3 4 5 6 7 8
AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc) AREIA LITOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ALd,e)
CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB) LAMA BIOCLÁSTICA (LB)
RECIFE
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para osterrígenos
1%
70%
29%
CASCALHO
AREIA
LAMA
58
Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos
20%
80%
CaCO3
TERÍGENOS
Distibuição dos percentuais em CaCO3, cascalho, areiae lama por amostra
1 2 3 4 5 6 7 8010
2030
4050
6070
8090
100
1 2 3 4 5 6 7 8
CaCO3
CASCALHO
AREIA
LAMA
PERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 13 - Perfil 1 - Carne de Vaca, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.
apresentam percentuais de cascalho em torno de 8%, as areias
74% e as lamas 18%. Na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos atingem o máximo de 69% e carbonatos 31% (Figura
14). A areia litoclástica fina lamosa e a lama litoclástica,
diminuem com a profundidade, ao contrário, o cascalho
bioclástico arenoso e areia bioclástica grossa, apresentam
maiores concentrações em direção ao largo (Tabela 2 e Figura
14). Em relação ao perfil anterior observa-se que, os cascalhos
e as areias aumentaram e a lama reduziu-se. Na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os carbonatos
aumentaram. O teor em carbonato de cálcio, na porção mediana do
perfil, chega a 90%, reduzindo-se a partir daí, com valores
variando de 20 a 46%, estando relacionado a presença do recife
do perfil anterior, que foi recoberto por areias litoclásticas
atuais provenientes do Rio Goiana e dos sedimentos da Formação
Barreiras (Figuras 13 e 14).
59
Relação fácies/profundidade
0
2
4
6
8
10
12
0 9 10 11 12 13 14 15 16
AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) CASCALHO BIOCLÁSTICO ARENOSO (CBf)
AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb) AREIA LITOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ALd,e)
LAMA LITOCLÁSTICA (LL)
ESTAÇÕES
PROF
UNDIDADE
(m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para osterrígenos
8%
74%
18%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos
31%
69% CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
9 10 11 12 13 14 15 160102030405060708090100
9 10 11 12 13 14 15 16
CaCO3CASCALHOAREIALAMA
AMOSTRAS
PERCENTAGEM %
Figura 14 - Perfil 2 - Ponta dos Coqueiros, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos/carbonáticos ao longo do perfil. No perfil 3 - Pitimbu - os sedimentos de fundo começam
com areia litoclástica grossa; passando para recife de algas na
profundidade de 3,4 m; terminando com areia bioclástica fina
(Tabela 2). Considerando-se todas as amostras do perfil, os
sedimentos apresentam percentuais de cascalho em torno de 8%,
as areias 90%, e as lamas 2%. Na relação terrígenos/carbonatos,
os terrígenos atingem o máximo de 58% e carbonatos 42% (Figura
15). As areias litoclásticas grossas, diminuem com a
profundidade, ao contrário, as areias bioclásticas finas,
apresentam maiores concentrações em direção ao largo (Tabela 2
e Figura 15). Em relação ao perfil anterior observa-se que, os
cascalhos permaneceram constantes, as areias aumentaram e as
60
lamas diminuíram. Na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos aumentaram e os carbonatos diminuíram. O teor em
carbonato de cálcio varia de 6 a 90% e aumenta com a
profundidade, cuja presença deve-se ao material de origem
recifal (figuras 14 e 15).
Relação fácies/profundidade
0123456789
10
0 17 18 19 20 21 22 23 24
AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA (ALb) RECIFE (R) AREIA BIOCLÁSTICA FINA (ABd)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para osterrígenos
8%
90%
2%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos
42%
58%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em; CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
17 18 19 20 21 22 23 240
102030
4050
60708090
100
17 18 19 20 21 22 23 24
CaCO3CASCALHOAREIALAMA
PERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 15 - Perfil 3 - Pitimbu, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. No perfil 4 - Barreira de Tambaba - se inicia por areia
litoclástica fina cinza; passando para areia litoclástica média
até a profundidade de 6,3 m; terminando com areia litoclástica
grossa marrom (Tabela 3). Considerando-se todas as amostras do
perfil, os sedimentos apresentam percentuais de cascalho em
torno de 4%, as areias 94%, e as lamas 2%. Na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo de 82% e
carbonatos 18% (Figura 16). Ao contrário do que foi observado
61
em perfis anteriores, as areias litoclásticas variando de fina
a grossa, predominam totalmente (Tabela 3 e Figura 16). Em
relação ao perfil anterior observa-se que os cascalhos
diminuíram, as areias aumentaram e as lamas permaneceram
constantes, na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos
aumentaram bastante e conseqüentemente os carbonatos
diminuíram. Nota-se uma inversão em relação aos perfis
Relação fácies/profundidade
0123456789
10
0 25 26 27 28 29 30 31 32
AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd)AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA CASCALHOSA (ALc,a)AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc)AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA (ALb)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE
(m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para osterrígenos
4%
94%
2%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos
18%
82%CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
25 26 27 28 29 30 31 320
102030
4050
607080
90100
25 26 27 28 29 30 31 32
CaCO3CASCALHOAREIALAMA
PERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 16 - Perfil 4 - Barreira de Tambaba, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. Tabela 3 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.
NO DA ESTAÇ
PROFUN
CASCALH
O %
AREIA %
LAMA%
CaCO3 %
FÁCIES
62
. (m)
Perfil 04 (Barreira de Tambaba).
25
2,30
0,00
97,30
2,70
15,00
Areia litoclástica fina cinza (Ald)
26
3,30
0,27
98,28
1,45
8,00
Areia litoclástica fina cinza (Ald)
27
4,30
20,03
78,40
1,57
20,00
Areia litoclástica média cascalhosa com fragmento de algas (Alc,a)
28
5,30
8,87
89,50
1,63
29,00
Areia litoclástica média (Alc)
29
6,30
0,93
96,85
2,22
-
Areia litoclástica média (Alc)
30
6,30
2,60
96,45
0,95
-
Areia litoclástica grossa (ALb)
31
8,26
0,32
98,30
1,38
-
Areia litoclástica grossa (ALb)
32
9,26
0,25
98,72
1,03
-
Areia litoclástica grossa marrom
(ALb) Perfil 05 (Barra de Tambaba)
33
1,44
17,55
81,70
0,75
5,00
Areia litoclástica grossa clara (ALb)
34
2,44
0,66
97,80
1,54
15,00
Areia litoclástica fina clara (Ald)
35
3,44
0
98,90
1,10
12,00
Areia litoclástica média (Alc)
36
4,54
0
98,80
1,20
10,00
Areia litoclástica média (Alc)
37
5,54
1,42
97,60
0,98
15,00
Areia litoclástica média (Alc)
38
6,54
0,13
98,28
1,59
20,00
Areia litoclástica média (Alc)
39
7,54
3,63
95,15
1,22
64,00
Areia bioclástica grossa (Abb)
40
8,54
7,03
91,4
1,55
90,0
Areia bioclástica grossa (Abb)
63
2 0 Perfil 06 (Ponta de Tambaba - Embocadura do Rio)
41
2,27
4,48
67,62
27,90
31,00
Areia litoclástica fina lamosa cinza
(Ald,e)
42
3,27
0,00
77,00
23,00
27,00
Areia litoclástica fina lamosa cinza
(Ald,e)
43
4,27
0,00
81,37
18,63
26,00
Areia litoclástica fina lamosa (Ald,e)
44
5,27
0,54
97,52
1,94
27,00
Areia litoclástica média (Alc)
45
6,27
4,58
94,40
1,02
52,00
Areia bioclástica grossa (Abb)
46
7,27
7,74
91,84
0,42
60,00
Areia bioclástica grossa (Abb)
47
8,27
7,60
92,07
0,33
60,00
Areia bioclástica grossa (Abb)
48
9,27
-
-
-
-
Cascalho bioclástico e algas (CB)
anteriores, onde o teor em carbonato de cálcio diminui com a
profundidade e não chega a ultrapassar 30%, o que se explica
pela presença da falésia do Barreiras e da contribuição do Rio
Abaí.(figuras 15 e 16).
O perfil 5 - Barra de Tambaba - se inicia por areia
litoclástica grossa; passando para areia litoclástica fina;
gradando para areia litoclástica média na profundidade de 6,5
m; terminando com areia bioclástica grossa (Tabela 3).
Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos
apresentam percentuais de cascalho em torno de 4%, as areias
95% e as lamas 1%. Na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos atingem 71% e carbonatos 29% (Figura 17). As areias
64
Relação fácies/profundidade
0
12
3
45
6
78
9
0 33 34 35 36 37 38 39 40
AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA (ALb) AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd)
AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc) AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE
( m)
Percentuais em: cascalho areia e lama para osterrígenos
4%
95%
1%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos
29%
71%CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
33 34 35 36 37 38 39 400
102030405060708090100
33 34 35 36 37 38 39 40
CaCO3
CASCALHOAREIA
LAMA
PERCENTAG
E M %
AMOSTRAS
Figura 17 - Perfil 5 - Barra de Tambaba, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. litoclásticas variando de (grossa, fina e média), apresentam
teores mais ou menos constantes até a profundidade de 6,5 m. As
areias bioclásticas grossas concentram-se no final do perfil
(tabela 3 e figura 17). Em relação ao perfil anterior observa-
se que, os cascalhos permaneceram constantes, as areias
aumentaram um pouco e as lamas diminuíram. Na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os carbonatos
aumentaram. O teor em carbonato de cálcio aumenta com a
profundidade e apresenta valores que variam de 5 a 90%, estando
relacionado a contribuição proveniente de areias carbonáticas
relíquias (figuras 16 e 17).
O perfil 6 - Ponta de Tambaba - se inicia por areia
litoclástica fina lamosa cinza; passando para areia
65
litoclástica média; mudando para areia bioclástica grossa até
na profundidade de 6,2 m; terminando com cascalho bioclástico
(Tabela 3). Considerando-se todas as amostras do perfil, os
sedimentos apresentam percentuais de cascalho em torno de 4%,
as areias 86% e as lamas 10%. Na relação terrígenos/carbonatos,
os terrígenos atingem o máximo de 61% e carbonatos 39% (figura
18). As areias litoclásticas variando de fina lamosa a média,
diminuem com a profundidade. O cascalho bioclástico e areia
bioclástica grossa, concentram-se no final do perfil (Tabela 3
e Figura 18). Em relação ao perfil anterior observa-se que os
cascalhos permaneceram constantes, as areias diminuíram e as
lamas aumentaram. Na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos diminuíram e os carbonatos aumentaram. O teor em
carbonato de cálcio cresce com o aumento da profundidade e
apresenta valores que variam de 26 a 60%, estando relacionado
as areias litoclásticas relíquias (figuras 17 e 18).
O perfil 7 - Jacumã - se inicia com areia litoclástica
média cinza; passando para areia litoclástica fina lamosa;
gradando para lama bioclástica arenosa na profundidade de 6 m;
terminando com recife de algas (Tabela 4). Considerando-se
todas as amostras do perfil, os sedimentos apresentam
percentuais de cascalho em torno de 0%, as areias 69%, e as
Lamas 31%. Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos
Relação fácies/profundidade
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 41 42 43 44 45 46 47 48
AREIA LITOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ALd,e) AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc)
AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb) CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE
(m)
Percentuais: cascalho, areia e lama para osterígenos
4%
86%
10%
CASCALHO
AREIA
LAMA
66
Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos
39%
61%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
41 42 43 44 45 46 47 480
102030405060708090
100
41 42 43 44 45 46 47 48
CaCO3CASCALHOAREIALAMA
PERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 18 - Perfil 6 - Ponta de Tambaba, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.
atingem o máximo de 64% e carbonatos 36% (Figura 19). As areias
litoclásticas variando de média a fina lamosa, diminuem com a
profundidade. As lamas bioclásticas arenosas, ocupam a porção
mediana do perfil (Tabela 4 e Figura 19). Em relação ao perfil
anterior, os cascalhos e as areias diminuíram, as lamas
aumentaram. Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos
aumentaram e os carbonatos diminuíram. O teor em carbonato de
cálcio cresce com o aumento da profundidade, apresentando
valores que variam de 8 a 69%. As maiores concentrações em
carbonato de cálcio estão associadas a presença de lama, cuja
contribuição é proveniente, possivelmente da erosão biomecânica
do recife (figuras 18 e 19).
Tabela 4 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama , CaCO3 e descrição das fácies.
NO DA ESTAÇ.
PROFUN
. (metro
)
CASCALHO %
AREIA %
LAMA %
CaCO3 %
FÁCIES
Perfil 07 (Jacumã)
49
1,58
0,00
97,40
2,60
12,00
Areia litoclástica média cinza (ALc)
50
2,58
0,00
97,4
2,54
10,0
Areia litoclástica média cinza (ALc)
67
6 0
51
3,58
0,00
97,75
2,25
8,00
Areia litoclástica média cinza (ALc)
52
4,38
0,00
53,15
46,85
45,00
Areia litoclástica fina lamosa cinza
(ALd,e)
53
5,38
0,00
34,82
65,18
71,00
Lama bioclástica arenosa (LBf)
54
6,38
0,00
34,04
65,96
69,00
Lama bioclástica arenosa (LBf)
55
7,38
-
-
-
-
Recife de algas
(R)
56
8,38 -
-
-
-
Recife de algas
(R) Perfil 08 (Penha)
57
2,22
0,90
94,53
4,57
12,00
Areia litoclástica fina cinza (ALd)
58
2,78
-
-
-
-
Recife de algas
(R)
59
3,42 -
-
-
-
Recife de algas
(R)
60
4,35 -
-
-
-
Recife de algas incrustantes (R)
61
6,18
0,80
96,80
2,40
90,00
Areia bioclástica média (Abc)
62
7,50
0,42
97,44
2,14
90,00
Areia bioclástica média (Abc)
63
8,80
1,82
96,00
2,18
90,00
Areia bioclástica média (Abc)
64
10,15
0,00
97,82
2,18
90,00
Areia bioclástica média (Abc)
Perfil 09 (Nossa Senhora da Penha)
65
1,65
0,00
13,40
86,60
12,00
Lama litoclástica (LL)
66
2,50
0,00
10,58
89,42
38,00
Lama litoclástica (LL)
Areia bioclástica
68
67 3,45 1,20 94,10
4,70 66,00
média e Halimeda (ABc)
68
4,60
-
-
-
-
Cascalho bioclástico (CB)
69
5,75
1,28
72,80
25,92
85,00
Areia bioclástica fina cinza (ABd)
70
6,85
3,13
94,57
2,30
74,00
Areia bioclástica grossa e Halimeda
(ABb)
71
7,80
0,63
96,47
2,90
90,00
Areia bioclástica média (ABc)
72
8,65
-
-
-
-
Cascalho bioclástico de
algas(CB)
Relação fácies/profundidade
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 49 50 51 52 53 54 55 56
AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc) AREIA LITOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ALd,e)
LAMA BIOCLÁSTICA ARENOSA (LBf) RECIFE (R)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais e: cascalho, areia e lama para osterrígenos
0%
69%
31%0%
CASCALHO
AREIA
LAMA
relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos
36%
64%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
49 50 51 52 53 54 55 560
10
2030
4050
6070
80
90
100
49 50 51 52 53 54 55 56
CaCO3
CASCALHOAREIA
LAMA
AMOSTRAS
PERCENTAGEM %
Figura 19 - Perfil 7 - Jacumã, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.
69
O perfil 8 - Penha - se inicia por areia litoclástica
fina cinza; passando para recife na profundidade de 2,7;
terminando com areia bioclástica média (Tabela 4).
Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos
apresentam percentuais de cascalho em torno de 1%, as areias
96%, e as lamas 3%. Na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos atingem o máximo de 26% e carbonatos 74% (Figura
20). As areias litoclásticas finas, concentram-se no inicio do
perfil. As areias bioclásticas médias, concentram-se no final
do perfil (Tabela 4 e Figura 20). Em relação ao perfil
anterior, os cascalhos e as areias aumentaram, as lamas
diminuíram. Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos
diminuíram e os carbonatos aumentaram. Nota-se inversão com um
crescimento significativo no teor em carbonato de cálcio, que
chega a alcançar 90%, a partir dos 6,0 m de profundidade, cujo
aumento deve-se a presença do recife e a pequena influência da
sedimentação terrígena atual (figuras 19 e 20).
Relação fácies/profundidade
0
2
4
6
8
10
12
0 57 58 59 60 61 62 63 64
AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) RECIFE (R) AREIA BIOCLÁSTICA MÉDIA (ABc)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais: cascalho, areia e lama para osterígenos
1%
96%
3%
CASCALHO
AREIA
LAMA
70
Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos
74%
26%
CaCO3TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
57 58 59 60 61 62 63 640
102030405060708090
100
57 58 59 60 61 62 63 64
CaCO3CASCALHOAREIALAMA
PERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 20 - Perfil 8 - Penha, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. perfil 9 (Nossa Senhora da Penha) - se inicia por lama
litoclástica até a profundidade de 2,5 m; passando para areia
bioclástica média; seguida de cascalho bioclástico; a partir
daí grada para areia bioclástica fina cinza; mudando para areia
bioclástica grossa com Halimeda; seguida de areia bioclástica
média; terminando com cascalho bioclástico. Este perfil é o que
apresenta maior diversidade de fácies (Tabela 4). Considerando-
se todas as amostras do perfil, os sedimentos apresentam
percentuais de cascalho em torno de 1%, as areias 64% e as
lamas 35%. Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos
atingem o máximo de 36% e carbonatos 64% (figura 21). As lamas
litoclásticas, concentram-se no inicio do perfil. O cascalho
bioclástico e as areias bioclásticas, variando de (fina, grossa
e média) concentram-se no final do perfil (Tabela 4 e Figura
21). Em relação ao perfil anterior observa-se que os cascalhos
71
Relação fácies/profundidade
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 65 66 67 68 69 70 71 72
LAMA LITOCLÁSTICA (LL) AREIA BIOCLÁSTICA MÉDIA (ABc)
CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB) AREIA BIOCLÁSTICA FINA (ABd)
AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais: cascalho, areia e lama para ossedimentos
1%
64%
35%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos
64%
36%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: caco3, cascalho,areia e lama por amostra
65 66 67 68 69 70 71 7201020304050
60708090
100
65 66 67 68 69 70 71 72
CaCO3CASCALHO
AREIALAMA
PERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 21 - Perfil 9 - Nossa Senhora da Penha, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. permaneceram constantes, as areias diminuíram e as lamas
aumentaram bastante e na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos aumentaram e os carbonatos diminuíram. Similarmente
ao que vem ocorrendo em outros perfis, o teor em carbonato de
cálcio aumenta com a profundidade, e apresenta valores que
variam de 12 a 90%, geralmente associado a presença de lama,
cuja contribuição é proveniente de sedimentos relíquia (Figuras
20 e 21).
No Setor Sul, considerando-se todos os perfis, os
cascalhos alcançam o máximo de 3%, areias 82%, lamas 15%,
predominando os sedimentos litoclásticos, cujos percentuais
atingem 61%, enquanto que, os bioclásticos alcançam 39% (figura
22). Neste setor dominam os sedimentos litoclásticos, que
72
variam lateralmente, apresentando maior concentração no centro
e localmente no perfil 8, os sedimentos bioclásticos,
concentram-se no norte do setor. As areias são predominantes
Setor Sul percentuais em:cascalho, areia e lama
3%
82%
15%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Setor Sul relação sedimentos terrígenos ecarbonáticos
39%
61%
CaCO3
TERRÍGENOS
Perfis Setor Sul com teores em: carbonato, cascalho,areia e lama
1 2 3 4 5 6 7 8 90
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9
CaCO3 CASCALHO AREIA FINOS
Figura 22 - Diagramas do Setor Sul mostrando os percentuais em CaCO3 e terrígenos; e nos terrígenos os percentuais em cascalho, areia e finos. com percentuais superiores a 60%, as lamas concentram-se em
duas regiões, entre os perfis 1 e 2, e entre os perfis 6 e 9 e
não chegam a atingir 50%, isto explica a presença dos rios,
cuja concentração é maior no centro e no norte do setor (Figura
22).
73
4.3.2. Setor Central
Neste setor foram realizados 8 perfis (10-17)
perpendiculares à costa, com 8 estações amostradas em cada
perfil.
No perfil 10 - João Pessoa - os sedimentos de fundo se
iniciam por areia litoclástica fina cinza; passando para recife
de algas; seguido de areia bioclástica fina lamosa cinza;
mudando para lama bioclástica bege, gradando na profundidade de
7,0 m para lama bioclástica arenosa fina; terminando com
cascalho bioclástico (Tabela 5). Considerando-se todas as
amostras do perfil, os sedimentos apresentam percentuais de
cascalho em torno de 1%, as areias 46% e as lamas 54%. Na
relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo
de 35% e os carbonatos 65% (Figura 23). As areias litoclásticas
finas, são subordinados e concentram-se no inicio do perfil, o
cascalho, a areia fina lamosa e lama bioclástica, concentram-se
a partir da profundidade de 5,4 m (Tabela 5 e Figura 23). Em
relação ao perfil anterior, observa-se que, os cascalhos
permaneceram constantes, as areias diminuíram e as lamas
aumentaram bastante, na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos diminuíram um pouco e os carbonatos conseqüentemente
aumentaram. O teor em carbonato de cálcio aumenta com a
profundidade, com valores que variam de 36 a 81%, o que explica
a presença do recife e pouca influência da sedimentação
terrígena atual. As maiores concentrações em carbonato de
cálcio estão associadas a presença de lama, cuja contribuição é
proveniente do recife (Figuras 22 e 23).
Tabela 5 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.
NO DA ESTAÇÃ
O
PROFUN(m)
CASCALH
O%
AREIA %
LAMA %
CaCO3 %
FÁCIES
74
Perfil 10 (João Pessoa)
73
2,90
0,00
75,60
24,40
36,00
Areia litoclástica fina
cinza (ALd)
74
3,68 -
-
-
-
Recife de algas
(R)
75
4,58
0,50
69,08
30,42
67,00
Areia bioclástica fina lamosa cinza
(Ald,e)
76
5,42
0,00
18,80
85,20
62,00
Lama bioclástica bege (LB)
77
6,30
0,00
26,70
73,30
81,00
Lama bioclástica bege (LB)
78
7,19
0,00
43,06
56,94
80,00
Lama bioclástica arenosa cinza
(LBf)
79
8,22 -
-
-
-
Cascalho bioclástico de algas (CB)
78
9,10
-
-
-
-
Cascalho bioclástico de algas (CB)
Perfil 11 (Ponta do Bessa - restinga de Cabedelo)
81
2,65 -
-
-
-
Recife de algas
(R)
82
3,75 -
-
-
-
Recife de algas
(R)
83
4,75
0,00
98,65
1,35
85,00
Areia bioclástica fina lamosa e
Halimeda (Abd,e)
84 -
-
-
-
-
Sem informação
(SI)
85 -
-
-
-
-
Sem informação
(SI)
86
7,45
23,16
68,12
8,72
90,00
Areia bioclástica grossa cascalhosa
e Halimeda (ABb,a)
87
-
0,25
98,32
1,43
90,00
Areia bioclástica grossa (Abb)
88
9,30
0,33
98,12
1,55
90,00
Areia bioclástica grossa marron
(Abb)
75
Perfil 12 (Ponta de Campina - restinga de Cabedelo)
89
1,40
1,70
77,67
6,63
90
Areia bioclástica média com
Halimeda (Abc)
90
2,60 -
-
-
-
Recife de algas
(R)
91 -
-
-
-
-
Sem informação
(SI)
92
4,90
0,00
98,65
1,35
90,00
Areia bioclástica grossa marrom
(Abb)
93
6,00
1,56
96,65
1,79
90,00
Areia bioclástica grossa marrom
(Abb)
94
7,10
0,36
97,80
1,84
90,00
Areia bioclástica grossa marrom
(Abb)
95
8,30
5,65
93,20
1,15
90,00
Areia bioclástica grossa marrom
(Abb)
96
9,40
5,17
92,65
2,18
90,00
Areia bioclástica grossa marrom com Halimeda (ABb)
Relação fácies/profundidade
0123456789
10
0 73 74 75 76 77 78 79 80
AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) RECIFE (R)
AREIA BIOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ABd,e) LAMA BIOCLÁSTICA (LB)
LAMA BIOCLÁSTICA ARENOSA (LBf) CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais: cascalho, areia e lama para ossedimentos
0%
46%
54% 0%
CASCALHO
AREIA
LAMA
76
Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos
65%
35%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
73 74 75 76 77 78 79 800
10
20
30
40
50
60
70
80
90
73 74 75 76 77 78 79 80
CaCO3CASCALHOAREIALAMA
PERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 23 - Perfil 10 - João Pessoa, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.
No perfil 11 - Ponta do Bessa - os sedimentos começam
por recifes de algas; passando para areia bioclástica fina
lamosa com Halimeda; nas estações 84 e 85 o fundo é duro,
possivelmente formado por recife; gradando na profundidade de
7,4 m para areia bioclástica grossa cascalhosa com Halimeda;
terminando com areia bioclástica grossa marrom (Tabela 5).
Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos
apresentam percentuais de cascalho em torno de 11%, as areias
78%, e as lamas 11%. Na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos atingem o máximo de 11% e os carbonatos 89% (Figura
24). As areias bioclásticas variando de fina a grossa (Tabela 5
e Figura 24). Em relação ao perfil anterior observa-se que os
cascalhos e as areias aumentaram, as lamas diminuíram bastante
e na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e
os carbonatos aumentaram. O teor em carbonato de cálcio
apresenta-se mais ou menos constante em todas as profundidade,
com valores variando de 85 a 90%, o que explica a contribuição
recifal e nenhuma influência da sedimentação terrígena atual
(Figuras 23 e 24).
77
Relação fácies/profundidade
0123456789
10
0 81 82 83 84 85 86 87 88
RECIFE (R)
AREIA BIOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ABd,e)
SEM INFORMAÇÃO (SI)
AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA CASCALHOSA (ABb,a)
AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais: cascalho, areia e lama para ossedimentos
11%
78%
11%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos
89%
11%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
82 83 84 85 86 87 880102030405060708090100
82 83 84 85 86 87 88
CaCO3
CASCALHOAREIA
LAMA
AMOSTRAS
PERCENTAGEM %
Figura 24 - Perfil 11 - Ponta do Bessa, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. No perfil 12 - Ponta de Campina - os sedimentos se
iniciam por areia bioclástica média com Halimeda; passando para
recife na profundidade de 2,6 m; na estações 91 o fundo é duro,
possivelmente formado por recife; terminando com areia
bioclástica grossa (Tabela 5). Considerando-se todas as
amostras do perfil, os sedimentos apresentam percentuais de
cascalho em torno de 2%, as areias 95%, e as lamas 3%. Na
relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo
de 10% e os carbonatos 90% (Figura 25). As areias bioclásticas
variando de média a grossa (Tabela 5 e Figura 25). Em relação
ao perfil anterior observam-se nos sedimentos, que os cascalhos
diminuíram, as areias aumentaram e as lamas também diminuíram,
na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os
carbonatos aumentaram um pouco. O teor em carbonato de cálcio é
78
constante em todas as profundidades, com valores em torno de
90%, o que explica a importante contribuição do recife em
oposição a fraca influência da sedimentação terrígena atual
(Figuras 24 e 25).
Relação fácies/profundidade
012345678910
0 89 90 91 92 93 94 95 96
AREIA BIOCLÁSTICA MÉDIA (ABc) RECIFE (R)
AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb) SEM INFORMAÇÃO (SI)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos
95%
2%3%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos
90%
10%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
89 90 91 92 93 94 95 960102030405060
708090
100
89 90 91 92 93 94 95 96
CaCO3CASCALHOAREIALAMA
PERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 25 - Perfil 12 - Ponta de Campina, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. O perfil 13 - Farol da Pedra Seca - apresenta fundo
duro até a estação 100, possivelmente formado por recife;
Tabela 6 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.
NO DA EST.
PROFUN(m)
CASCALH
O%
AREIA %
LAMA %
CaCO3 %
FÁCIES
79
Perfil 13 (Farol da Pedra Seca - Ponta do Mota, restinga de cabedelo)
97
-
-
-
-
-
Sem informação (SI)
98
-
-
-
-
-
Sem informação (SI)
99
-
-
-
-
-
Sem informação (SI)
extra
-
-
-
-
-
Recife de algas (R)
100
5,00
-
-
-
-
Recife de algas (R)
101
4,50
0,40
97,83
1,77
90,00
Areia bioclástica média marrom (ABc)
102
6,80
0,00
98,40
1,60
90,00
Areia bioclástica média marrom (ABc)
103
8,00
0,35
98,10
1,55
90,00
Areia bioclástica média marrom (Abc)
104
9,20
9,60
81,75
8,65
90,00
Areia bioclástica grossa com Halimeda
(Abb) Perfil 14 (Ponta de Lucena)
105
1,60
0,25
97,47
2,28
40,00
Areia litoclástica fina cinza (Ald)
106
2,50
-
-
-
-
Cascalho bioclástico de algas (CB)
107
3,20
0,00
96,63
3,37
53
Areia bioclástica fina cinza (ALd)
108
4,00
-
-
-
-
Recife de algas (R)
109
5,20
-
-
-
-
Recife de algas incrustantes (R)
110
6,40
-
-
-
-
Recife de algas incrustantes(R)
111
7,60
-
-
-
-
Recife de algas incrustantes (R)
112
8,80
0,00
97,20
2,80
43,00
Areia litoclástica fina cinza (ALd)
Perfil 15 (Rio Miriri - Desembocadura)
113
2,30
0,00
90,77
9,23
41,00
Areia litoclástica fina cinza (ALd)
Areia litoclástica
80
114 3,10 0,00 87,40
12,60
46,00
fina cinza (ALd)
115
3,90
0,00
71,78
28,22
48,00
Areia litoclástica fina lamosa cinza
(Ald,e)
116
4,70
0,00
6,25
93,75
46,00
Lama litoclástica cinza (LL)
117
5,10
0,00
4,35
95,65
41,00
Lama litoclástica cinza (LL)
118
6,30
0,00
8,85
91,15
43,00
Lama litoclástica cinza (LL)
119
7,20
0,25
9,40
90,35
52,00
Lama bioclástica cinza (LB)
120
8,10
0,00
57,43
42,57
52,00
Areia bioclástica fina lamosa bege
(ALd,e)
gradando para areia bioclástica média na profundidade de 4,5 m;
terminando com areia bioclástica grossa com Halimeda (Tabela
6). Considerando-se todas as amostras do perfil, nota-se que os
cascalhos estão ausentes, as areias atingem 97%, e as lamas 3%.
Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o
máximo de 10% e os carbonatos 90% (Figura 26). As areias
bioclásticas variando de média a grossa, dominam totalmente
Relação fácies/profundidade
0123456789
10
0 97 98 99 100 101 102 103 104
RECIFE (R) AREIA BIOCLÁSTICA MÉDIA (ABc)
AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb) SEM INFORMAÇÃO (SI)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos
94%
3
CASCALHO
AREIA
LAMA
81
Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos
90%
10%
CaCO3
TERRÍGENOS
distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
97 98 99 100 101 102 103 1040
10203040
5060708090
100
97 98 99 100 101 102 103 104
CaCO3CASCALHOAREIALAMA
PERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 26 - Perfil 13 - Farol da Pedra Seca, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.
(Tabela 6 e Figura 26). Em relação ao perfil anterior observam-
se que os cascalhos e as areias aumentaram, as lamas
permaneceram constantes, na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos e carbonatos permaneceram constantes. O teor em
carbonato de cálcio é constante em todas profundidades,
apresentando valores em torno de 90%, o que explica a marcante
contribuição organógena e a pequena influência da sedimentação
terrígena atual (figuras 25 e 26).
No perfil 14 - Ponta de Lucena - os sedimentos se
iniciam com areia litoclástica fina cinza; passando para
cascalho bioclástico; gradando para areia bioclástica fina
cinza; mudando na profundidade de 4,0 m para recife; terminando
com areia litoclástica fina cinza (Tabela 6). Considerando-se
todas as amostras do perfil, os sedimentos apresentam uma
composição de 97% de areia e 3% lama (Figura 27). Na relação
82
Relação fácies/profundidade
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 105 106 107 108 109 110 111 112
AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB)
AREIA BIOCLÁSTICA FINA (ABd) RECIFE (R)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos
97%
3%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos
45%
55%
CaCO3TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
105 106 107 108 109 110 111 1120
102030405060708090
100
105 106 107 108 109 110 111 112
CaCO3
CASCALHOAREIA
LAMA
PERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 27 - Perfil 14 - Ponta de Lucena, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo de 55% e
os carbonatos 45%. As areias litoclásticas finas, concentram-se
no inicio e final do perfil. O cascalho bioclástico e areia
bioclástica fina, concentram-se na porção mediana do perfil
(Tabela 6 e Figura 27). Em relação ao perfil anterior observa-
se que os cascalhos, as areias e as lamas permaneceram
constantes, enquanto que na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos aumentaram e os carbonatos diminuíram.
Diferentemente do que vem ocorrendo em outros perfis, o teor em
carbonato de cálcio diminuiu, e conseqüentemente os terrígenos
aumentaram superando os carbonatos, porém, a diferença entre os
dois é muito pequena, isto explica uma contribuição de
terrígenos provenientes do rio Paraíba (figuras 26 e 27).
83
O perfil 15 - Rio Miriri - os sedimentos de fundo se
iniciam por areia litoclástica fina cinza; mudando na
profundidade de 3,9 m para areia litoclástica fina lamosa
cinza; passando gradativamente para lama litoclástica a medida
que a profundidade aumenta; terminando com areia bioclástica
fina lamosa bege (Tabela 6). Considerando-se todas as amostras
do perfil, os sedimentos apresentam percentuais de cascalho em
torno de 0%, as areias 42% e as lamas 58%. Na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo de 52% e
os carbonatos 48% (Figura 28). As areias litoclásticas variando
de fina a fina lamosa, e lama litoclástica, concentram-se do
inicio do perfil, até a profundidade de 6,3 m, a areia
bioclástica fina e lama bioclástica, concentram-se no final do
perfil (Tabela 6 e Figura 28). Em relação ao perfil anterior
observa-se que os cascalhos permaneceram constantes, as areias
diminuíram e as lamas aumentaram significativamente, na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos aumentaram e os carbonatos
diminuíram. O teor em carbonato de cálcio, varia muito pouco
com o aumento da profundidade e apresenta valores baixos na
faixa de 40 a 55%, a lama aumenta com a profundidade,
diminuindo no final do perfil, isto pode ser explicado através
de uma maior contribuição terrígena atual, por influência do
Rio Miriri (Figuras 27 e 28).
Relação fácies/profundidade
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 113 114 115 116 117 118 119 120
AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) AREIA LITOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ALd,e)
LAMA LITOCLÁSTICA (LL) LAMA BIOCLÁSTICA (LB)
AREIA BIOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ABd,e)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos
0%
42%
0%58%
CASCALHO
AREIA
LAMA
84
Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos
48%
52%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
113 114 115 116 117 118 119 12001020304050
60708090100
113 114 115 116 117 118 119 120
CaCO3CASCALHOAREIALAMA
PER
CE
NT
AG
EM
%
AMOSTRAS
Figura 28 - Perfil 15 - Rio Miriri, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.
No perfil 16 - Barreira do Miriri - os sedimentos começam
por areia bioclástica fina cinza; que na profundidade de 3,5 m
grada para areia litoclástica fina; seguida de recife de
arenito ferruginoso; passando para cascalho bioclástico;
gradando para lama bioclástica cinza; terminando com cascalho
bioclástico (Tabela 7). Considerando-se todas as amostras do
perfil, os sedimentos não apresentam a fração cascalho, as
areias alcançam 62% e as lamas 38%. Na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo de 48% e
os carbonatos 52% (Figura 29). As areias litoclásticas finas,
concentram-se a partir da profundidade de 3,5 m, até a porção
mediana do perfil, o cascalho bioclástico, a areia bioclástica
fina e a lama bioclástica, concentram-se no inicio e no final
do perfil. Ocorre uma nova inversão, e os bioclásticos voltam a
predominar (Tabela 7 e Figura 29). Em relação ao perfil
anterior observam-se que os cascalhos permaneceram constantes,
as areias aumentaram e as lamas diminuíram, na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os carbonatos
aumentaram. O teor em carbonato de cálcio, é variável e
apresenta valores em torno de 34 e 66%, começam alto, baixando
em seguida e a partir daí aumentando gradativamente, voltando a
85
baixar no final do perfil, a lama é carbonática e concentra-se
no final do perfil, cuja contribuição deve-se a influência do
Rio Miriri (Figuras 28 e 29).
Relação fácies/profundidade
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 121 122 123 124 125 126 127 128
AREIA BIOCLÁSTICA FINA (ABd) AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd)
AREIA LITOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ALd,e) RECIFE DE ARENITO FERRUGINOSO (RA)
CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB) LAMA BIOCLÁSTICA (B)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDA DE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para osterrígenos
0%
62%
38%0%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos
52%
48%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dospercentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
121 122 123 124 125 126 127 1280
10
2030
4050
6070
8090
100
121 122 123 124 125 126 127 128
CaCO3CASCALHOAREIALAMA
PERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 29 - Perfil 16 - Barreira do Miriri, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos/carbonáticos ao longo do perfil. Tabela 7 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.
NO DA EST.
PROFU
. (m)
CASCALH
O %
AREIA %
LAMA%
CaCO3 %
FÁCIES
Perfil 16 (Barreira do Miriri).
121
2,60
0,00
97,40
2,60
52,00
Areia bioclástica fina cinza (ALd)
122
3,50
0,00
97,35
2,65
34,00
Areia litoclástica fina cinza (ALd)
86
123
4,30
0,00
95,25
4,75
49,00
Areia litoclástica fina lamosa cinza
(ALd,e)
124
5,20 -
-
-
-
Recife de arenito ferruginoso (R)
125
5,80
-
-
-
-
Cascalho bioclástico de algas (CB)
126
6,80
0,00
8,70
91,30
66,00
Lama bioclástica cinza (LL)
127
7,60
0,00
10,54
89,46
57,00
Lama bioclástica cinza (LB)
128
8,50
-
-
-
-
Cascalho bioclástico de algas (CB)
Perfil 17 (Ponta de Mamanguape)
129
3,30 -
-
-
-
Sem informação (SI)
130
4,15
37,45
60,80
1,75
60,00
Areia bioclástica grossa cascalhosa mais algas (ABb,a)
131
5,00
43,27
55,48
1,25
46,00
Areia bioclástica grossa cascalhosa mais algas (Alb,a)
132
5,85
0,00
66,90
33,10
73,00
Areia bioclástica fina lamosa cinza
(ABd,e)
133
6,70
0,00
68,70
31,40
57,00
Areia bioclástica fina lamosa cinza
(ABd,e)
134
7,55
0,00
53,43
46,57
67,00
Areia bioclástica fina lamosa cinza
(ABd,e)
135
8,40
0,00
65,35
34,65
55,00
Areia bioclástica fina lamosa cinza
(ABd,e)
136
8,38 -
-
-
-
Cascalho bioclástico de
algas maciças (CB)
No perfil 17 - Ponta de Mamanguape - os sedimentos se
iniciam com a estação 129 e possivelmente apresentam fundo duro
formado por recife; passando para areia bioclástica grossa
cascalhosa com algas; gradando para areia bioclástica fina
lamosa cinza da profundidade de 5,8 m; terminando com cascalho
87
bioclástico (Tabela 7). Considerando-se todas as amostras do
perfil, os sedimentos apresentam percentuais de cascalho em
torno de 23%, as areias 62% e as lamas 25% (Figura 30). Na
relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo
de 40% e os carbonatos 60%. Os sedimentos bioclásticos
predominam totalmente, sendo formados por cascalho bioclástico
e as areias bioclásticas variando de grossa e fina lamosa
(Tabela 7 e Figura 30). Em relação ao perfil anterior observa-
se que os cascalhos aumentaram, as areias permaneceram
constantes e as lamas diminuíram. Na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os carbonatos
aumentaram. O teor em carbonato de cálcio, é acima de 50%,
porém, varia em quase todas as profundidade, a lama concentra-
se da porção mediana até o final do perfil e aumenta com a
profundidade, o que explica contribuição de sedimentos
relíquias (Figuras 29 e 30).
Relação fácies/profundidade
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 129 130 131 132 133 134 135 136
SEM INFORMAÇÃO (SI)
AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA CASCALHOSA (ABb,a)
AREIA BIOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ABd,e)
CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos
13%
62%
25%
CASCALHO
AREIA
LAMA
relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos
60%
40%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
129 130 131 132 133 134 135 1360
10
20
30
40
50
60
70
80
129 130 131 132 133 134 135 136
CaCO3CASCALHOAREIALAMAPE
RCENTAGEM
%
AMOSTRAS
88
Figura 30 - Perfil 17 - Ponta de Mamanguape, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.
O setor Central é caracterizado por uma linha contínua
de recifes ao longo da costa. Considerando-se todos os perfis,
os sedimentos apresentam percentuais de cascalho em torno de
4%, as areias 68% e as lamas 11%, na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo de 34%,
os carbonatos 66% (figura 31). Lateralmente os sedimentos
variam, iniciando-se com os bioclásticos, que nos perfis 14 e
15 passam a litoclásticos, voltando a serem bioclásticos no
final do setor, as lamas concentram-se no início e no final do
setor, as areias aumentam em direção ao centro e a partir daí
diminuem bruscamente. Em relação ao setor sul observa-se que os
terrígenos diminuíram, ao contrário, os carbonatos aumentaram,
como também, a quantidade de sedimentos finos. Os cascalhos são
pouco representativos. O teor em carbonato de cálcio inicia-se
alto, com valores variando de 60 a 90%, e a partir do perfil 14
baixa bruscamente (figuras 22 e 31).
Setor Sentral percentuais em:cascalho, areia e finos
4%
68%
28%
CASCALHO
AREIA
FINOS
Setor Central teores em: terrígenos e CaCO3.
66%
34%
CaCO3TERRÍGENOS
89
Setor Central com seus respectivos teores em:carbonato, cascalho areia e finos
10 11 12 13 14 15 16 170
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
10 11 12 13 14 15 16 17
CaCO3 CASCALHO AREIA FINOS
Figura 31 - Diagramas circulares do Setor Central mostrando os percentuais em CaCO3 e terrígenos; e nos terrígenos os percentuais em cascalho, areia e lama. 4.3.3. Setor Norte
Neste setor foram realizados 6 perfis (18-23)
perpendiculares à costa, com 8 estações amostradas em cada
perfil.
No perfil 18 - Coqueirinho - os sedimentos começam por
areia litoclástica média; passando para areia litoclástica
grossa na profundidade de 5,0 m; terminando com areia
litoclástica grossa cascalhosa (Tabela 8). Considerando-se
todas as amostras do perfil, os sedimentos apresentam
percentuais de cascalho em torno de 6%, as areias 93%, e as
lamas 1%. Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos
atingem o máximo de 93% e os carbonatos 7% (Figura 32). As
Relação fácies/profundidade
0123456789
10
0 137 138 139 140 141 142 143 144
AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc)
AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA (ALb)
AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA CASCALHOSA (ALb,a)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDAD
E (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos
6%
93%
1%
CASCALHO
AREIA
LAMA
90
Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos
7%
93%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
137 138 139 140 141 142 143 1440
1020
304050
6070
8090
100
137 138 139 140 141 142 143 144
CaCO3CASCALHOAREIALAMAP
ERCENTAGEM
%
AMOSTRAS
Figura 32 - Perfil 18 - Coqueirinho, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. Tabela 8 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.
NO DA EST.
PROFUN(m)
CASCALH
O %
AREIA %
LAMA %
CaCO3 %
FÁCIES
Perfil 18 (Coqueirinho - flexa arenosa em frente ao rio Estivas)
NO DA EST.
PROFUN(m)
CASCALHO %
AREIA %
LAMA %
CaCO3 %
FÁCIES
137
2,85
0,00
98,40
1,60
12,00
Areia litoclástica média (ALc)
138
3,95
0,00
98,35
1,65
8,00
Areia litoclástica média (ALc)
139
5,00
0,82
98,25
0,93
0,00
Areia litoclástica grossa (ALb)
140
6,00
0,00
98,65
1,35
0,00
Areia litoclástica grossa (ALb)
141
6,85
0,70
97,94
1,36
0,00
Areia litoclástica grossa (ALb)
142
7,75
0,00
98,80
1,20
0,00
Areia litoclástica grossa (ALb)
143
8,65
0,00
98,48
1,52
0,00
Areia litoclástica grossa (ALb)
91
144
9,50
46,16
51,78
2,06
36,00
Areia litoclástica grossa cascalhosa cinza (ALb,a)
Perfil 19 (Baia da Traição)
145
2,40
0,40
98,30
1,30
27,00
Areia litoclástica média cinza (ALc)
146
3,20
0,00
38,45
61,55
60,00
Lama bioclástica arenosa cinza (LBf)
147
-
-
-
-
-
Sem informação (SI)
148
-
-
-
-
-
Sem informação (SI)
149
-
-
-
-
-
Sem informação (SI)
150
6,80
0,70
98,15
1,15
12,00
Areia litoclástica grossa (ALb)
151
7,60
0,00
98,45
1,55
15,00
Areia litoclástica grossa (ALb)
152
8,60
0,48
97,90
1,62
12,00
Areia litoclástica grossa (ALb)
Perfil 20 (Barreira do Forte - desembocadura do Rio Camaratuba))
153
1,80
0,00
95,30
4,70
45,00
Areia litoclástica fina cinza (ALd)
154
2,60
0,00
75,15
24,85
45,00
Areia litoclástica fina cinza (ALd)
155
3,50
0,00
32,72
67,28
50,00
Lama litoclástica arenosa cinza (LLf)
156
4,40
0,00
28,05
71,95
50,00
Lama litoclástica arenosa cinza (LLf)
157
5,40
0,00
26,32
73,68
43,00
Lama litoclástica arenosa cinza (LLf)
158
6,60
0,28
32,85
66,87
52,00
Lama bioclástica arenosa cinza (LBf)
159
7,70
0,00
13,85
86,15
73,00
Lama bioclástica
cinza (LB)
160
8,80
0,00
36,05
63,95
50,00
Lama bioclástica
cinza (LB)
92
areias litoclásticas variando de média a grossa voltam a
predominar totalmente (Tabela 8 e Figura 32). Em relação ao
perfil anterior observa-se nos sedimentos, que os cascalhos e
as lamas diminuíram, enquanto que, as areias aumentaram. Na
relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos aumentaram
bastante e os carbonatos diminuíram. Inversamente ao que vem
ocorrendo nos perfis anteriores, o teor em carbonato de cálcio
apresenta valores muito baixo, variando de 8 a 36% e concentra-
se no inicio no final do perfil, isto deve-se a grande
influência do Rio Mamanguape (Figuras 30 e 32).
No perfil 19 - Baia da Traição - os sedimentos se
iniciam com areia litoclástica média cinza; passando para lama
bioclástica arenosa fina, na profundidade de 3,2 m; nas
estações 147, 148 e 149 possivelmente é formado por recife;
terminando com areia litoclástica grossa (Tabela 8).
Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos não
apresentam percentuais de cascalho, enquanto que, as areias
formam 87% e as lamas 13% (Figura 33). Na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem 75% e os
carbonatos 25%. As formados por areias litoclásticas variando
de média a grossa, predominam, os bioclásticos são subordinados
e formados por lama bioclástica (Tabela 8 e Figura 33). Em
relação ao perfil anterior observa-se que os cascalhos e as
areias diminuíram, enquanto que as lamas aumentaram. Na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os
carbonáticos aumentaram. O teor em carbonato de cálcio, varia
com valores em torno de 12 a 60%, começando baixo, aumentando
na profundidade de 3,2 m, diminuindo no final do perfil, o que
explica a influência do recife e a contribuição do rio
Mamanguape (Figuras 32 e 33).
No perfil 20 - Barreira do Forte - os sedimentos se
iniciam com areia litoclástica fina cinza; passando para lama
litoclástica arenosa na profundidade de 3,5 m; terminando com
lama bioclástica (Tabela 8). Considerando-se todas as amostras
do perfil, os sedimentos são constituídos por 43% de areia e
93
57% de lama. Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos
atingem o máximo de 48% e os carbonatos 52% (Figura 33). A
Relação fácies/profundidade
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 145 146 147 148 149 150 151 152
AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc) LAMA BIOCLÁSTICA ARENOSA (LBf)
AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA (ALb) SEM INFORMAÇÃO (SI)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos
0%
87%
13%0%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos
25%75%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
145 146 147 148 149 150 151 1520
1020304050
60708090
100
145 146 147 148 149 150 151 152
CaCO3CASCALHOAREIALAMAP
ERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 33 - Perfil 19 - Baia da Traição, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.
areia litoclástica fina e a lama litoclástica arenosa,
concentram-se do início do perfil até a profundidade de 5,4 m,
as lamas bioclásticas, concentram-se no final do perfil (Tabela
8 e Figura 34). Em relação ao perfil anterior observa-se nos
sedimentos, que os cascalhos permaneceram constantes, as areias
diminuíram e as lamas aumentaram. Na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os carbonatos
aumentaram, apresentando uma inversão. O teor em carbonato de
cálcio aumenta com a profundidade, com valores variando de 43 a
94
75%, o que explica influência da sedimentação recifal (Figuras
33 e 34).
Relação fácies/profundidade
0123456789
0 153 154 155 156 157 158 159 160
AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) LAMA LITOCLÁSTICA ARENOSA (LLf)
LAMA BIOCLÁTICA ARENOSA (ABf) LAMA BIOCLÁSTICA (LB)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos
0%57%
43%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáicos
52%
48%
CaCO3
TERÍGENOS
distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
153 154 155 156 157 158 159 1600
102030405060708090
100
153 154 155 156 157 158 159 160
CaCO3CASCALHOAREIALAMAPE
RCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 34 - Perfil 20 - Barreira do Forte, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.
No perfil 21 - Barreira de Camaratuba - os sedimentos
se iniciam com areia litoclástica média; passando para cascalho
litoclástico arenoso na profundidade de 4,2 m; gradando para
areia litoclástica grossa; terminando com cascalho litoclástico
arenoso (Tabela 9). Considerando-se todas as amostras do perfil
(Figura 35), os sedimentos apresentam percentuais de cascalho
em torno de 44%, as areias 55%, e as lamas 1%. Na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo de 87% e
os carbonatos 13%. Os sedimentos litoclásticos formados por
95
Tabela 9 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.
NO DA EST.
PROFUN(m)
CASCALH
O %
AREIA %
LAMA %
CaCO3 %
FÁCIES
Perfil 21 - (Barreira de Camaratuba)
161
2,00
0,00
98,70
1,30
19,00
Areia litoclástica média (ALc)
162
3,10
0,00
99,23
0,77
12,00
Areia litoclástica média (ALc)
163
4,20
56,40
41,20
2,40
19,00
Cascalho litoclástica arenoso
(CLf)
164
5,40
62,58
33,72
3,70
13,00
Cascalho litoclástica arenoso
(CLf)
165
6,50
46,46
52,52
1,02
13,00
Areia litoclástica grossa cascalhosa
(ALb,a)
166
7,60
56,70
42,63
0,67
13,00
Cascalho litoclástica arenoso
(CLf)
167
8,80
55,00
43,90
1,10
15,00
Cascalho litoclástica arenoso
(CLf)
168
9,90
72,40
26,93
0,67
15,00
Cascalho litoclástica arenoso
(CLf) Perfil 22 (Monte Pelé - desembocadura do Rio Guaju)
169
1,70
0,75
38,75
60,50
0,00
Lama litoclástica arenosa preta (LLf)
170
2,80
74,13
24,68
1,19
13,00
Cascalho litoclástica arenoso
(CLf)
171
3,90
57,12
41,85
1,03
15,00
Cascalho litoclástica arenoso
(CLf)
172
5,10
61,00
37,90
1,10
17,00
Cascalho litoclástica arenoso
(CLf)
173
6,30
62,22
36,78
1,00
8,00
Cascalho litoclástica arenoso
(CLf)
174
7,30
52,04
46,67
1,29
6,00
Cascalho litoclástica arenoso
(CLf)
96
175
9,50
66,47
29,15
4,38
17,00
Cascalho litoclástica arenoso
(CLf)
176
10,60
52,80
45,00
2,20
24,00
Cascalho litoclástica arenoso
(CLf) Perfil 23 (Sagi)
177
2,50
0,00
79,15
20,85
45,00
Areia litoclástica fina cinza (ALd)
178
3,40
1,08
97,90
1,02
17.00
Areia litoclástica grossa bege (ALb)
179
4,20
0,00
98,77
1,23
15,00
Areia litoclástica grossa bege (ALb)
180
5,10
3,40
95,40
1,20
10,00
Areia litoclástica grossa bege (ALb)
181
5,00
0,47
98,50
1,03
6,00
Areia litoclástica grossa bege (ALb)
182
6,80
4,20
94,40
1,40
15,00
Areia litoclástica grossa bege (ALb)
183
7,60
0,00
98,75
1,25
8,00
Areia litoclástica grossa (ALb)
184
8,60
0,35
97,95
1,70
17,00
Areia litoclástica grossa (AL1b)
cascalho litoclástico arenoso e areias variando de média e
grossa, voltam a predominar totalmente (Tabela 9 e Figura 35).
Em relação ao perfil anterior observa-se que os cascalhos
aumentaram bastante, as areias também e as lamas diminuíram, na
relação terrígenos/carbonatos, nota-se um crescimento dos
terrígenos e uma grande redução dos carbonatos. O teor em
carbonato de cálcio, é muito baixo em todas as profundidades,
com valores que não chegam a ultrapassar 19%, isto explica a
forte influência do Rio Camaratuba (Figuras 34 e 35).
97
Relação fácies/profundidade
01
23
456
78
910
0 161 162 163 164 165 166 167 168
AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (AL1c) CASCALHO LITOCLÁSTICO ARENOSO
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos
55%1%
44%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre os terrígenos terrígenos ecarbonatos
13%
87%
0%0%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
161 162 163 164 165 166 167 1680102030405060708090100
161 162 163 164 165 166 167 168
CaCO3CASCALHOAREIALAMAP
ERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 35 - Perfil 21 - Barreira de Camaratuba, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.
No perfil 22 - Monte Pelé - os sedimentos se iniciam
com lama litoclástica arenosa até a profundidade de 1,7 m;
terminando com cascalho litoclástico arenoso (Tabela 9).
Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos
apresentam percentuais de cascalho em torno de 53%, as areias
38%, e as lamas 9%. Na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos atingem o máximo de 87% e os carbonatos 13% (Figura
36). As lamas litoclásticas arenosas e os cascalhos
98
Relação fácies/profundidade
0
2
4
6
8
10
12
0 169 170 171 172 173 174 175 176
LAMA LITOCLÁSTICA ARENOSA (LLf) CASCALHO LITOCLÁSTICO ARENOSO (CLf)
ESTAÇÕES
PROF
UNDID
ADE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos
53%
38%9%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre os terrígenos terrígenos ecarbonáticos
13%
87%
CaCO3TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
169 170 171 172 173 174 175 1760
10
20
30
40
50
60
70
80
169 170 171 172 173 174 175 176
CaCO3CASCALHOAREIALAMAP
ERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 36 - Perfil 22 - Monte Pelé, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. litoclásticos arenosos, continuam predominando totalmente
(Tabela 9 e Figura 36). Em relação ao perfil anterior observa-
se que os cascalhos e as lamas aumentaram, enquanto que, as
areias diminuíram. Na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos e os carbonatos permaneceram constantes. O teor em
carbonato de cálcio continua muito baixo, porém aumenta um
pouco com a profundidade, com valores que não chegam a
ultrapassar 24%, o que explica contribuição do Rio Guaju
(Figuras 35 e 36).
No perfil 23 - Sagi - os sedimentos se iniciam com
areia litoclástica fina cinza até a profundidade de 2,5 m;
terminando com areia litoclástica grossa (Tabela 9).
Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos
apresentam percentuais de cascalho em torno de 1%, as areias
99
95%, e as lamas 4%. Na relação terrígenos/carbonatos, os
terrígenos atingem o máximo de 83% e os carbonatos 17% (Figura
37). As areias litoclásticas variando de fina a grossa
Relação fácies/profundidade
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 177 178 179 180 181 182 183 184
AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA (ALb)
ESTAÇÕES
PROFUNDIDADE (m)
Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos
1%
95%
4%
CASCALHO
AREIA
LAMA
Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos
17%
83%
CaCO3
TERRÍGENOS
Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra
177 178 179 180 181 182 183 184010
2030
4050
60
7080
90
100
177 178 179 180 181 182 183 184
CaCO3CASCALHOAREIALAMAP
ERCENTAGEM %
AMOSTRAS
Figura 37 - Perfil 23 - Sagi, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. predominam totalmente (Tabela 9 e Figura 37). Em relação ao
perfil anterior observa-se que os cascalhos e as lamas
diminuíram, enquanto que, as areias aumentaram. Na relação
terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os carbonatos
aumentaram. O teor em carbonato de cálcio é muito baixo, e
apresenta valores que variam de 6 a 45%, o que explica
influência da sedimentação terrígena atual (Figuras 36 e 37).
No Setor Norte os recifes estão ausentes. Considerando-
se todos os perfis, os sedimentos, apresentam percentuais de
100
cascalhos que alcançam o máximo de 15%, as areias 74% e as
lamas 11% e na relação terrígenos/carbonatos os terrígenos
apresentam percentuais em torno de 76%, os carbonatos 24%
(Figura 38). Neste setor em todos os perfis predominam os
Setor Norte relação entre os percentuais em:cascalho, areia e finos
15%
74%
11%
CASCALHO
AREIA
FINOS
Setor Norte, relação entre os teores em:terrígenos e CaCO3
24%
76%CaCO3
TERRÍGENOS
Setor Norte com seus respectivos teores em:carbonato, cascalho areia e finos
18 19 20 21 22 230
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
18 19 20 21 22 23
CaCO3 CASCALHO AREIA FINOS
Figura 38 - Diagramas circulares do Setor Norte mostrando os percentuais em CaCO3 e terrígenos; e nos terrígenos os percentuais em cascalho, areia e finos. sedimentos terrígenos, exceto, o perfil em frente ao Rio
Camaratuba, onde ocorre uma concentração de lama carbonática,
observa-se ainda a presença de uma concentração de cascalho
entre a Barra de Camaratuba e o Monte Pelé (Figura 38). Em
relação aos setores anteriores, observa-se que, os percentuais
em cascalhos aumentam gradativamente de sul para norte, as
areias apresentam percentuais mais altos no sul, diminuindo no
centro, voltando a aumentar em direção ao norte, as lamas
aumentam do sul em direção ao centro, diminuindo no setor
101
norte, nota-se também, que o mesmo comportamento das lamas é
observado com o carbonato de cálcio (Figuras 22, 31 e 38).
4.4. Fácies Sedimentares da Plataforma Continental Interna
Os constituintes dos sedimentos das plataformas
dependem, do material fornecido pelo continente, principalmente
através dos rios, da erosão das falésias e da contribuição
organógena.
No presente trabalho a definição de fácies levam em
conta a variação da textura, associada ao teor em carbonato de
cálcio. Segundo o teor em carbonato foram definidos os
seguintes tipos de sedimentos: litoclásticos (< 50% de
carbonato) e bioclástico (> 50% de carbonatos). Do ponto de
vista textural, três frações foram definidas: cascalho, areia e
lama (silte e argila), podendo serem puras (cascalho e/ou
areia, e/o lama >75%) ou misturadas (cascalho e/ou areia e/ou
lama > 25% < 75%), podendo as areias apresentarem textura que
varia de grossa a muito grossa, média e fina a muito fina, de
acordo com os critérios indicados na Tabela 10.
Detalhando a ocorrência da cobertura sedimentar da
plataforma continental interna da Paraíba, temos a seguinte
distribuição faciológica: Cascalho litoclástico, Cascalho
bioclástico, Areia litoclástica, Areia bioclástica, Lama
litoclástica, Lama bioclástica e Recife.
4.4. Fácies Sedimentares da Plataforma Continental Interna da Paraíba
Os constituintes dos sedimentos das plataformas
dependem principalmente, dos materiais fornecidos pelo
continente, principalmente através dos rios, da erosão das
falésias e em parte, da contribuição organógena.
No presente trabalho a definição de fácies tem como
base a variação da textura, associada ao teor em carbonato
102
de cálcio. Segundo o teor em carbonato de cálcio foram
definidos os seguintes tipos de sedimentos: litoclásticos (<
50% de carbonato) e bioclástico (> 50% de carbonatos). Do
ponto de vista textural, três frações foram definidas:
cascalho, areia e lama (silte e argila), podendo serem puras
(cascalhos e/ou areia, e/ou lama >75%) ou misturadas
(cascalho e/ou areia e/ou lama > 25 < 75%), podendo as
areias apresentarem textura que varia de grossa a muito
grossa, a areia média e fina a muito fina,de acordo com os
critérios indicados na tabela 10.
Tabela 10 - Classificação de sedimentos para a plataforma continental interna da Paraíba (Larsonneur (1977), modificada). SUBDIVISÕE
S PRINCIPAIS
CASCALHO C > 50%; L+A <
50%
AREIA A > 50%; C+L
< 50%
LAMA L > 50%; C+A <
50%
SEDIMENTO LITOCLÁSTI
CO CaCO3 < 50%
Cascalho Litoclástico
(C L) (b) arenoso de textura grossa (c) arenoso de textura média (d) arenoso
de textura fina
Areia Litoclástica
(A L) (a) cascalhosa (b) de textura grossa
(c) de textura média
(d) de textura fina
(e) lamosa
Lama Litoclástica
(L L) (b) arenosa de textura grossa (c) arenosa de textura média (d) arenosa de textura fina
SEDIMENTO BIOCLÁSTIC
O CaCO3 > 50%
Cascalho Bioclástico
(C B) (b) arenoso de textura grossa (c) arenoso de textura média (d) arenoso
de textura fina
Areia Bioclástico
(A B) (a) cascalhosa (b) de textura grossa
(c) de textura média
(d) de textura fina
(e) lamosa
Lama Bioclástico
(L B) (b) arenosa de textura grossa (c) arenosa de textura média (d) arenosa de textura fina
LITOCLÁSTICA BIOCLÁSTICA (a)- cascalhoso (b)- arenoso de textura grossa a muito grossa (c)- arenoso de textura média (d)- arenoso de textura fina a muito fina (e)- lamoso (f)- arenoso.
103
Detalhando a ocorrência da cobertura sedimentar da
plataforma continental interna da Paraíba, temos a seguinte
distribuição faciológica: Cascalho litoclástico, Cascalho
bioclástico, Areia litoclástica, Areia bioclástica, Lama
litoclástica, Lama bioclástica e recifes.
Da costa em direção ao largo, observa-se que a zonação
das fácies apresentam-se com algumas peculiaridades, em relação
as regiões com recife e sem recife. Nas áreas sem recife e sem
cascalho bioclástico, em costa retilínea, na maioria das vezes
encontram-se marcadas por areias litoclásticas, cuja textura é
gradativa variando de fina a média e grossa, enquanto que, nas
regiões com recifes a gradação é inversa. Com freqüência antes
de recife ou entre cascalho bioclástico e recife ocorre areia
bioclástica fina ou lama bioclástica. Observa-se também que na
maioria das vezes até a profundidade de 4 m ocorrem as areias
litoclásticas puras, entre 4 e 6 m os sedimentos misturados e
nas profundidades maiores que 7 m ocorrem principalmente os
carbonatos (Tabelas 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9).
4.4.1. Fácies Cascalho Litoclástico
É formada por material de contribuição nitidamente
continental. Localiza-se entre 3 e 11 m, com média de 7 m de
profundidade (Tabela 11). Na plataforma interna do estado da
Paraíba, a Fácies Cascalho Litoclástico, ocorre exclusivamente
no Setor Norte, entre a Barra de Tambaba e Monte Pelé (Figura
39).
Texturalmente ela é constituída por cascalhos arenosos,
cujos percentuais variam de 52,4 a 74,13%, com média de 60,73%.
Os teores em carbonato de cálcio variam de 6 a 24% com teor
médio de 14,58%. Os cascalhos acham-se recobertos por óxido de
ferro, o que sugere fortemente a condição relíquia e sofrendo
retrabalhamento por se encontrarem em zona de alta energia
(Tabela 11).
Pela sua extensão e características, pode-se inferir
como típica de sistema deposicional leque aluvial,
104
representando provavelmente condições de clima seco com chuvas
esparsas e torrenciais, que provocou fluxo de detritos
preenchendo o sopé dos morros e as depressões, relaciona-se a
erosão marinha dos paleopedimentos da Formação Barreiras.
Tabela 11 - Fácies com seus valores médios de profundidade, cascalho, areia, lama e CaCO3.
FÁCIES
PROFUND.(
m)
CASCAL
HO %
AREIA
%
LAMA
%
CaCO3
%
Cascalho litoclástico
Valor máximo e mínimo
3-11 52,4-74,13 24,68-46,67 0,67-4,38 6-24
Média 7 60,73 35,28 1,72 14,52 Cascalho
bioclástico
3-9 56,22-90 - - 90 Média 6 86,92 - - 90
Areia litoclástica 1-10 0-46,46 51,78-99,23 0,75-46,85 0-49
Média 5,5 2,81 85,81 6,6 22,08 Areia bioclástica
1-10 0-37,45 53,43-98,65 0,33-46,57 52-90 Média 5,5 4,49 84,53 8,27 77,38
Lama litoclástica 2-11 0-0,75 4,35-38,75 60,5-95,65 0-50
Média 6,5 0,06 17,34 82,59 37 Lama bioclástica
3-9 0-0,28 8,7-43,06 56,94-91,3 50-81 Média 6 0,04 25,60 78,68 64,41 Recife
3-11 - - - - Média 7 - - - -
4.4.2. Fácies Cascalho Bioclástico
Constituído principalmente por material de contribuição
organógena, parecendo ser uma seqüência acumulada em regime de
energia apreciável (plataforma rasa) num ambiente caracterizado
pelo pequeno aporte de terrígenos.
105
Preferencialmente localiza-se entre as profundidades de
3 a 9 metros, com média de 6 m. O seu limite máximo não pode
ser definido, pois a área de estudo se resume a batimetria de
12 m (Tabela 11). No Setor Sul, é menos representativa, forma
duas “manchas”, uma estreita e alongada entre Carne de Vaca e
Ponta dos Coqueiros e a outra em frente a Ponta de Tambaba. No
Setor Central, é mais representativa, formando duas “manchas”
uma no sul, mais larga, entre Carne de Vaca e a Ponta dos
Coqueiros e outra pequena no norte na Ponta de Tambaba (Figura
39).
Texturalmente é constituída por cascalhos, cujos
percentuais variam de 56,22 a 90% com média de 86,92. O teor em
carbonato de cálcio é de 90% (Tabela 11)
Ocorre principalmente em forma de concreções algálicas
de Lithothamminium, com exceção de uma única amostra (13) no
perfil 2, onde apresenta percentuais de cascalho e areia quase
nas mesmas quantidades misturadas com Halimeda. Desse modo esta
fácies pode ser considerada como depósito atual, cuja origem
deve-se aos recifes, distribuída pelas ondas e correntes.
4.4.3. Fácies Areia Litoclástica
É composta por elementos terrígenos quartzosos, com
caráter litorâneo e continental, apresentando no primeiro caso
cor cinza e no segundo cor bege e marrom, e material organógeno
composto de fragmentos de algas calcárias conchas e
foraminíferos que nunca ultrapassam os 50%.
A profundidade desta fácies varia de 1 a 10 m, porém a
média é de 5,5 m. Seu limite máximo também não pode ser
definido (Tabela 11). No Setor Sul é dominante, ocorre do sul
do setor até a desembocadura do Rio Gramame, desaparecendo a
partir daí. No Setor Central, forma um corpo alongado e
estreito desde a desembocadura do Rio Paraíba, desaparecendo na
localidade Barreira do Miriri. No Setor Norte, ocorre do Rio
Mamanguape até a barra de Camaratuba, quando é substituída por
106
cascalho litoclástico, voltando a reaparecer no extremo norte
do setor (Figura 39).
A sua textura é composta por areia, cujos percentuais
variam de 51,78 a 99,23%, com média de 85,81%, variando de
fina, média e grossa. O teor em carbonato de cálcio varia de
0,00 a 49,00%, cujo teor médio é de 22,08% (Tabela 11).
A textura predominante é fina a média, indicando
acumulação em ambiente litorâneo e de plataforma rasa com
apreciável energia. Enquanto que, a fração grossa, em algumas
amostras apresenta grãos recobertos por uma película de óxido
de ferro, sugerindo exposição subaérea.
4.4.4. Fácies Areia Bioclástica
Os elementos que compõem o conjunto são essencialmente
fragmentos carbonáticos, que apresentam uma granulomatria mais
grossa, e terrígenos como elemento subordinado. Estes
sedimentos possuem cores que variam do cinza a amarelo e
marrom, onde a cor cinza, caracteriza a granulomatria mais fina
e a cor amarela e marrom caracterizam fortemente a condição
relíquia. São formadas especialmente por fragmentos inteiros ou
quebrados de algas, moluscos e brizoários.
Localiza-se entre as profundidades de 1 a 10 m, cuja
média é de 5,5 m. No Setor Sul, está representada por três
corpos, o primeiro, mais estreito, entre Ponta dos Coqueiros e
Pitimbu, o segundo, mais largo, entre a Barra de Tambaba e
Ponta de Tambaba, o terceiro, começa nas proximidades de
Jacumã, continuando no setor seguinte. No Setor Central é mais
representativa e forma um corpo contínuo e largo que se inicia
no setor anterior terminando na desembocadura do Rio Paraíba e
duas faixas estreita da Ponta de Lucena ao Rio Miriri e da
Barra do Miriri a Ponta de Mamanguape (Figura 39).
Texturalmente esta fácies mostra areias com percentuais
variando de 53,43-98,65% e média de 84,53%, variando de fina,
média e grossa. A variação dos teores de carbonato de cálcio é
de 52,00-90%, com teor médio de 77,38% (Tabela 11).
107
Nela predominam as areias grossas. A fração fina
aparece sempre associada a recifes, localizada principalmente
na parte protegida da área recifal.
4.4.5. Fácies Lama Litoclástica
É formada por material de contribuição terrígena e
fluvial, sendo encontrada onde há rios que transportam muito
material fino ou em áreas abrigadas, relativamente tranqüilas,
não apresentando profundidade definida. Apresenta cores que
variam de cinza a preto, não apresenta cascalhos, como também
restos de organismos.
No Setor Sul ocorre em frente a Ponta dos Coqueiros a 9
m de profundidade, formando uma “mancha” possivelmente
relíquia. No Setor Central está associada a desembocadura do
Rio Miriri, e forma uma pequena “mancha” na profundidade de 8,8
m em frente a Ponta de Lucena, podendo ser relíquia. No Setor
Norte forma uma pequena “mancha” em frente ao Rio Guaju,
estando associada a presença deste rio (Figura 39).
Texturalmente ela é constituída por lama (siltes +
argilas), cujas percentagens variam de 67, 28-95, 65%, com
média de 82,59%. O carbonato de cálcio varia de 0,00 a 50,00%,
cuja média é de 37% (Tabela 11).
4.4.6. Fácies Lama Bioclástica
É formada por material de contribuição organógena,
proveniente da erosão biomecânica dos recifes, são encontradas
em áreas abrigadas e principalmente a sotavento dos recifes,
sem profundidade definida. Apresenta cores que variam de cinza
a bege.
No Setor Sul e Central apresenta-se formando pequenas
“manchas”, estando associada a recifes. No Setor Norte,
apresenta-se formando uma pequena “mancha”, estreita, entre a
Baia da Traição e Barreira do Forte (Figura 39).
108
Sua textura é bastante semelhante as Lamas
litoclástica, sendo constituída por siltes mais argilas, cujas
percentagens variam de 56,94-91,30%. O carbonato de cálcio
varia de 52,00 a 81,00%, cuja média é de 64,41% (Tabela 11).
4.4.7. Fácies Recife
É disposta em forma de bancos rochosos estreitos
formando recifes dos tipos: de arenitos de praia e orgânicos
(algálicos e de corais). Em função da composição podem se
definir dois grupos:
1 - Recife de arenito de praia (“beach rock”);
2 - Recife de algas calcárias e de coral
Os recifes orgânicos formados por corais e/ou algas
calcárias, ocorrem sob a forma de corpos lineares,
descontínuos, dispostos em linhas aproximadamente paralelas
entre si e a atual linha de costa. A sua localização e
morfologia sugerem uma associação com os recifes de arenito, os
quais, servem de substrato para desenvolvimento de uma fauna
rica, possibilitando a deposição de lama. Os mais próximos à
praia, são geralmente mais friáveis, sendo que alguns desses
bancos, aparentemente, estão se formando atualmente.
No Setor Sul a fácies recife aparece mais afastada da
linha de costa, formando dois corpos, um em frente a Pitimbu e
o outro entre Jacumã e Penha. No Setor Central ocorre próximo a
linha de costa, forma um corpo longo, estreito e contínuo, que
se inicia em João Pessoa terminando na Ponta de Lucena,
desaparecendo no Setor Norte (Figura 39).
4.5. Províncias Sedimentares da Plataforma Continental
Interna do Estado da Paraíba
A definição das províncias sedimentares é baseada
principalmente nos critérios adotados por (Kempf, 1972),
modificados de acordo com a Tabela 12.
109
A plataforma continental interna do estado da Paraíba,
caracteriza-se por uma diversidade faciológica, peculiar de
zona de sedimentação carbonática moderna. Individualizando da
costa ao largo uma zonação, onde os sedimentos litoclásticos
atuais passam para bioclásticos, progradando sobre uma
superfície de areias relíquias quartzosas e bioclásticas, e
entre os três tipos de sedimentação, ocorre os sedimentos de
transição (Tabela 12). Neste sentido foram definidas as
seguintes províncias sedimentares: Litoclástica Atual,
Bioclástica Atual, de Transição Litoclástica/Bioclástica e
Relíquia Litoclástica e Bioclástica.
Tabela 12 - Interrelações entre os sedimentos de fundo da plataforma continental do nordeste. (segundo Kempf, (1972), modificada).
INTERRELAÇÕES DOS SEDIMENTOS DE FUNDO
LITOCLÁSTICOS BIOCLÁSTICOS
LAMA
AREIAS QUARTZOSAS
fauna AREIAS
BIOCLÁSTICAS LITORÂNEAS
RECIFES
TRANSIÇÃO
ALGAS CALCÁRIAS
BIOCLÁSTICOS (Retrabalhados)
RELÍTICOS (terrígenos)
RELÍQUIAS
TRANSIÇÃO
BIOCLÁSTICOS (Relíquia)
CASCALHO
4.5.1. Província Litoclástica Atual
Esta província reúne os cascalhos litoclásticos, as
areias litoclásticas quartzosas e as lamas litoclásticas de
contribuição continental. Apresenta cores que variam de cinza a
110
preta, seus constituintes litoclásticos (cascalhos, areias e
finos, puros) ocorrem com mais de 75% e apresentam menos de 50%
de carbonato de cálcio.
Ela é representada pelos sedimentos transportados pelos
rios e erodidos das rochas que ocorrem na linha de costa,
principalmente a Formação Barreiras. As areias predominam
amplamente sobre os demais constituintes.
Sua ocorrência depende da taxa de suprimento sedimentar
e da atividade das ondas e das correntes, predominando
localmente até a profundidade de 12 metros. Recobre sedimentos
mais antigos pertencentes e uma morfologia litorânea pretérita
ora afogada (tabela 11). Representa condições de águas rasas,
agitadas e presença de sedimentação terrígena influente.
4.5.2. Província Bioclástica Atual
A província carbonática atual é formada por cascalhos
bioclásticos, areias bioclásticas, lamas bioclásticas e recifes
de contribuição organógena marinha. Apresenta cor branca, seus
constituintes texturais apresentam percentuais superiores 75%,
o teor em carbonato de cálcio é maior que 50%, são os
cascalhos, areias e lamas biogênicas puras.
É na sua maior parte constituída por organismos vivos
ou fragmentos orgânicos aparentemente frescos, sem evidência de
retrabalhamento.
Sua ocorrência predomina de 0 a 10 metros profundidade,
localmente, no Setor Central, ocorre junto a linha de costa,
provavelmente devido condições sedimentares locais.
4.5.3. Província de Transição Litoclástica/Bioclástica
Esta província de transição é formada por cascalhos
litoclásticos e bioclásticos, areias litoclásticas e
bioclásticas, lamas litoclásticas e bioclásticas. Trata-se de
sedimentos onde seus constituintes apresentam valores maiores
que 25% e menores que 75%. O teor em carbonato de cálcio varia
111
entre 25 e 75%, são os cascalhos, as areias e as lamas
(cascalhosos, arenosos e lamosos), considerados como sedimentos
misturados.
Os constituintes carbonáticos desta província, são na
sua maior parte constituídos por organismos vivos ou fragmentos
orgânicos aparentemente frescos, sem nenhuma evidência de
retrabalhamento. Forma uma zona muito estreita, que não é
mapeável.
4.5.4. Província Relíquia Litoclástica e Bioclástica
A província relíquia é formada por cascalhos
litoclásticos e bioclásticos, areias litoclásticas e
bioclásticas, lamas litoclásticas e bioclásticas e recifes.
Estes sedimentos apresentam cores que variam de amarelo a
marrom, são recobertos por óxido de ferro, e apresentam uma
certa quantidade de areias e lamas terrígenas relíquias.
Pode também ser formada por uma seqüência mista de
organógenos atuais e relíquias retrabalhados, em proporções
variáveis, podendo grande parte desses sedimentos serem
considerados como “palimpsest”, segundo definição de (Swift et
al., 1971).
4.6. Processos Sedimentares
Na plataforma continental interna do estado da Paraíba,
a fonte primária dos sedimentos modernos é constituída por
material terrígeno e organógeno, resultantes da ação dos
processos que atuam e atuaram sobre a área.
Os sedimentos terrígenos, constituídos por cascalhos,
areias e lamas, desde sua origem até chegarem a plataforma
interna, sofrem influência de variáveis físicas, químicas e
biológicas. Estas variáveis atuam na área fonte, durante o
transporte e na deposição.
No continente, as rochas que ocorrerem na linha de
costa, sob ação dos agentes físicos químicos e biológicos
112
sofrem intemperismo e erosão. As águas das chuvas e dos rios,
são os agentes de transporte que levam para o mar os produtos
da desagregação destas rochas. O clima atual, semi-árido,
determina uma rede de drenagem inexpressiva e intermitente, o
intemperismo físico, determina baixa taxa de material em
suspensão nas águas dos rios.
Os cascalhos litoclásticos indicam provavelmente
condições de clima seco pretérito, onde chuvas esparsas e
torrenciais, que provocaram fluxo de detritos, sendo depositado
nas depressões e no sopé das falésias da Formação Barreiras.
Eles estão em desequilíbrio com as condições atuais e
relacionados as variações relativas de nível do mar e a erosão
marinha dos paleopedimentos da Formação Barreiras.
As areias litoclásticas, são transportadas pelos rios,
por tração, saltação e rolamento, até a plataforma interna,
quando sob influência das correntes, ondas e marés, são
distribuídas através da deriva litorânea, ao longo da costa.
Mostram evidência de um equilíbrio textural, entretanto,
algumas delas, estão em desequilíbrio com as condições atuais,
podendo estar relacionadas às variações relativas de nível do
mar, quando formaram antigas linhas de costa, podendo serem
observadas nos perfis em frente a Ponta dos Coqueiros e na
Ponta de Lucena.
Os cascalhos e as areias litoclásticas presentes,
localmente, no Setor Sul e Norte, estão submetidas a uma
intensa mobilização, através das correntes, o que impede a
colonização biogênica próxima ao litoral.
A contribuição atual de areias litoclásticas para a
área, deve-se ao aporte pelos rios e a erosão da zona
litorânea. A erosão dessa zona nos últimos anos está se
tornando mais intensa, fato evidenciado na Ponta de Mato,
Formosa e Ponta do Bessa.
As lamas são transportadas em suspensão, sendo que a
maior parte se deposita na desembocadura dos rios, e uma
pequena quantidade é transportada através da plataforma indo
deposita-se no talude. A quantidade relativamente pequena de
113
material fino 17% sobre a área, pode ser o resultado da
combinação de fatores representados pela pequena quantidade de
material transportado em suspensão, ou pela retenção de
sedimentos finos nos estuários.
Os sedimentos organógenos, derivados essencialmente dos
organismos que colonizam os recifes, são formados
principalmente por fragmentos de algas calcárias do tipo
Halimeda e Lithothaminium, além de outros derivados de conchas
de moluscos e foraminífero bentônicos.
O clima é de grande importância para explicar a
formação dos recifes, pois a presença das algas calcárias do
tipo Halimeda e Lithothaminium nos recifes, é provavelmente,
reflexo das condições de temperatura (27,8-28,2°C), da
salinidade (35,8-36,6°/°°), da luminosidade (zona de alta
saturação).
O tipo de substrato também é responsável pelo
desenvolvimento dos organismos construtores dos recifes. Os
“beach rock”, são, provavelmente, os principais responsáveis
pelo desenvolvimento dos recifes algálicos.
O recife formado sofre uma erosão mecânica e biológica,
produzindo uma série bioclástica composta por: Cascalhos,
areias e lamas (siltes e argilas).
Os cascalhos e areias bioclásticos também são
transportados pelas correntes litorâneas. As lamas
bioclásticas, estão associadas a locais calmos e abrigados
próximos aos recifes. Tais sedimentos mostram evidência de um
equilíbrio textural, pois a pouca profundidade e as condições
hidrodinâmicas atuantes na área estudada, definem a localização
e distribuição destas fácies. Porém, os sedimentos podem ser
encontrados em locais incompatíveis com a hidrodinãmica atual,
podendo estarem relacionadas as variações relativas de nível do
mar.
O avanço dos organógenos em direção a praia sugere a
tendência de um deslocamento decorrente de modificação de
profundidade, criando condições favoráveis ao crescimento dos
organismos construtores. No setor central este padrão pode ser
114
observado, o que reflete um aumento local da razão de
sedimentação carbonática provavelmente devido a subsidência e
condições sedimentares locais.
Na área estudada, tanto os sedimentos terrígenos como
os organógenos, apresentam amostras com elementos modernos e
antigos. Neles foram identificados pigmentação de óxido de
ferro, indicando exposição subaérea, tendo sido depositados em
nível do mar mais baixo que o atual.
Não se dispõe de dados que permitam traçar uma evolução
recente das variações do nível do mar para a área, E
Entretanto, utilizando-se a curva de Martin, et al., (1979).
percebe-se que nos últimos 7.000 anos, o nível o mar
ultrapassou o mínimo duas vezes. Em torno dos 5.000 anos
ultrapassou o atual e atingiu a cota do +5 m. Segue-se uma
regressão. O nível do mar volta a subir novamente e por volta
dos 3.000anos o nível do mar ultrapassa o atual e atinge a cota
de +4 acima do nível atual, seguido de uma
regressão/transgressão. A partir daí o mar começou a recuar até
atingir o nível atual. Atualmente percebe-se uma tendência de
subida do nível do mar, fato evidenciado pela forte erosão zona
costeira. Esse fato não está registrado na curva de (Martin,
1979), porém os indícios de acentuada erosão costeira em toda
área estudada, levam a admitir uma tendência de subida do nível
do mar nos últimos 1.500 anos.
115
5. CONCLUSÕES
Com base nas evidências morfológicas e sedimentológicas,
foi possível se chegar a algumas conclusões:
• Três setores se diferenciam na área em estudo. Cada Setor apresenta propriedades particulares em relação a configuração
da linha de costa, as feições batimétricas e a composição dos
sedimentos.
• O Setor Sul compreende a região que vai desde o limite sul da
área (7°35’00”) até o Cabo Branco.
-A linha de costa é quase retilínea, com direção N-S, sendo
caracterizada por uma planície costeira arenosa bastante
estreita, onde os sedimentos da Formação Barreiras chegam até a
costa, formando uma linha de falésias vivas, entalhadas por
pequenos estuários.
-O padrão dos contornos apresentados pelas isobatimétricas de
5, 10 m, é no sentido de acompanhar a morfologia da linha de
costa. A isóbata de 15 m acompanha também os contornos da linha
de costa, exceto, ao sul. As irregularidades aumentam com a
profundidade. Os perfis batimétricos, apresentam as menores
variações morfológicas da área, indicando a grande atuação da
sedimentação terrígena atual.
-Os sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno de
3%, as areias de 82% e as de lama 15%. Nele predominam os
sedimentos clásticos com 61%.
• O Setor Central, abrange a região que vai desde o Cabo Branco ao Rio Mamanguape.
-A costa apresenta direção N 20° W, sendo o setor mais
recortado. Apresenta uma planície costeira mais desenvolvida,
devido ao afastamento dos sedimentos da Formação Barreiras.
-O padrão dos contornos das isobatimétricas é mais irregular
que os Setores Sul e Norte. Os perfis batimétricos apresentam
as maiores variações morfológicas da área, traduzindo a
influência da sedimentação carbonática.
116
- Os sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno de
4%, as areias de 68% e as lamas de 28%. Nele predominam os
sedimentos carbonáticos, com 66%.
• O Setor Norte compreende a região que vai do Rio Mamanguape
ao limite norte da área (6°35’00”).
-A costa, é retilínea, com direção N-S, sendo recortada por
pequenos estuários. Este setor é caracterizado por uma planície
costeira mais estreita que o Setor Central, porém, os
sedimentos da Formação Barreiras também aparecem afastados da
linha de costa.
- O padrão do contorno das isobatimétricas é mais suave,
apresentando menos irregularidades que os setores Sul e
Central. Ele apresenta largura com as maiores variações,
apresentando-se no extremo norte, bastante estreito. Os perfis
batimétricos, apresentam uma morfologia caracterizada por
pequenas variações, indicando a grande influência da
sedimentação terrígena atual.
- Os sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno de
15%, as areias 74% e as lamas 11%. Nele predominam os
sedimentos clásticos, com 76%.
• Da costa em direção ao largo, a zonação das fácies apresenta-se com algumas peculiaridades, em relação as regiões com
recife e sem recife. Nas áreas sem recife e sem cascalho
bioclástico, em costa retilínea, na maioria das vezes
encontram-se marcadas por areias litoclásticas, cuja textura
é gradativa variando de fina a média e grossa, enquanto que,
nas regiões com recifes a gradação é inversa. Com freqüência
antes de recife ou entre cascalho bioclástico e recife ocorre
areia bioclástica fina ou lama bioclástica. Observa-se também
que na maioria das vezes, nos perfis onde ocorre
interrelações entre litoclásticos e bioclásticos, do inicio
do perfil até a profundidade de 4 m ocorrem as areias
litoclásticas puras, entre 4 e 6 m os sedimentos misturados e
nas profundidades maiores que 7 m ocorrem principalmente os
carbonatos.
117
• Os recifes influenciam na modelagem da linha de costa, nos processos hodrodinâmicos, na distribuição das fácies, sendo a
principal fonte dos sedimentos organógenos.
• Nos sedimentos terrígenos, o clima, conseqüentemente a
drenagem, o tipo de intemperismo determinam a taxa e a
textura dos sedimentos que chegam a plataforma interna. Na
plataforma interna, a zonalidade climática, os processos
sedimentares e as flutuações relativas de nível do mar
definem a localização e distribuição das fácies terrígenas e
organógenas.
118
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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