120
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Maria Liduina Fonteles SEDIMENTOS SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA DO ESTADO DA PARAÍBA Dissertação de Mestrado 1999 1999

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA

PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Maria Liduina Fonteles

SEDIMENTOS SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA

CONTINENTAL INTERNA DO ESTADO DA

PARAÍBA

Dissertação de Mestrado

1999

1999

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

2

MARIA LIDUINA FONTELES

Geóloga, Universidade Federal do Ceará, 1995

Mestre, Universidade Federal de Pernambuco, 1999

SEDIMENTOS SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL

INTERNA DO ESTADO DA PARAÍBA

Dissertação que apresentou à

Pós-Graduação em Geociências do

Centro de Tecnologia e

Geociências da Universidade

Federal de Pernambuco,

orientada pelo Professor Doutor

Paulo da Nóbrega Coutinho, como

preenchimento parcial dos

requisitos para obtenção do

grau de Mestre em Geociências,

área de concentração Geologia

Sedimentar, defendida e

aprovada com distinção em 1999.

RECIFE - PE

1999

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

3

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

4

SEDIMENTOS SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL

INTERNA DO ESTADO DA PARAÍBA

MARIA LIDUÍNA FONTELES

Aprovada

Prof. Dr. Paulo da Nóbrega Coutinho

Orientador

Prof. Dr Valdir do Amaral Vaz Manso

Universidade Federal de Pernambuco

Prof. Dr. Jáder Onofre de Morais

Universidade Estadual do Ceará

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

5

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

6

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

7

“Procuro superar todos os dias

minha própria personalidade renovada,

despedaçando dentro de mim tudo que é

velho e morto.

Luta a palavra vibrante, que

levanta os fracos e determina os

fortes”.

(Cora Coralina)

Aos meus sobrinhos Joana Paula,

Rafael e Emanuel, pelos bons momentos

vividos.

Aos meus familiares e amigos

que me incentivaram, e comigo estiveram

a cada instante.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

8

AGRADECIMENTOS

A autora deseja expressar os mais sinceros

agradecimentos a todos aqueles cuja colaboração foi

indispensável na realização deste trabalho.

Ao professor Doutor Paulo da Nóbrega Coutinho, pela

orientação, ensinamentos, críticas, amizade e pela contribuição

para nossa formação científica.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino

Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de mestrado o que me

permitiu elaboração desta pesquisa.

Ao professor doutor Jáder Onofre de Morais, da

Universidade Estadual do Ceará, pelo apoio permanente desde

estudante na Universidade Federal do Ceará.

A professora doutora Lúcia Mafra Valença da UFPE, que

não poupou esforços às minhas solicitações, pelas sugestões e

ajuda.

Ao professor Michel Henri Arthaud pela amizade,

carinho, ajuda, atenção contínua e de sempre.

Aos professores do Departamento de Geologia e de

Engenharia de Minas da Universidade Federal de Pernambuco, que

muito me incentivaram.

A todos os funcionários e colegas do curso de mestrado,

especialmente, Madruga, João Alberto, Ebenezér, Edilmeire,

Rochana, Canto, Rogério pela atenção e carinho.

A secretária da pós-graduação Valmiza, pelo carinho,

compreensão, ajuda, disponibilidade e apoio nas diversas etapas

deste trabalho.

Aos meus amigos de Pernambuco, principalmente Carmem,

Leo, Anaí, Neide, Louise, Cristóvão e as pessoas anônimas que

de certa forma me incentivaram e deram força em todos os

momentos difíceis.

Aos meus familiares, Socorro, Maria do Carmo, Fátima,

Sulamita, Odília, José Maria, Ester Rita, Geise, Gina,

Socorrinha e Mário pela tolerância e ajuda.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

9

A todos aqueles que direta ou indiretamente

contribuíram para a realização deste trabalho, seja no âmbito

técnico, seja no âmbito profissional e que por acaso não tenha

seus nomes lembrados por omissão involuntária da autora.

Meu Reconhecimento

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

10

RESUMO

A plataforma continental interna do estado da Paraíba

foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se

em conta a morfologia da linha de costa, as feições

batimétricas e informações sedimentares.

O Setor Sul compreende a região que vai desde o limite

sul da área (7°35’00”) até o Cabo Branco. A linha de costa, é

quase retilínea, com direção N-S, sendo caracterizada por uma

planície costeira arenosa bastante estreita, os sedimentos da

Formação Barreiras chegam até a costa, formando uma linha de

falésias vivas, entalhadas por pequenos estuários. os

sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno de 3%,

as areias 82% e as lama 15%. Nele predominam os sedimentos

clásticos com 61%.

O Setor Central abrange a região que vai desde o Cabo

Branco ao Rio Mamanguape. A costa apresenta direção N 20° W,

sendo o setor mais recortado. Apresenta uma planície costeira

mais desenvolvida, devido ao afastamento dos sedimentos da

Formação Barreiras. Os sedimentos apresentam percentuais de

cascalhos em torno 4%, as areias 68% e as lamas 28%. Nele

predominam os sedimentos carbonáticos, com 66%.

O Setor Norte compreende a região que vai do Rio

Mamanguape ao limite norte da área (6°35’00”). Sua costa, é

retilínea, com direção N-S, sendo recortada por pequenos

estuários. Este setor é caracterizado por uma planície costeira

mais estreita que o setor central, porém, os sedimentos da

Formação Barreiras também aparecem afastados da linha de costa.

Os sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno de

15%, as areias 74% e as lamas 11%. Nele predominam os

sedimentos clásticos, com 76%.

Nos três setores as isóbatas apresentam-se com

contornos diferentes, mostrando irregularidades morfológicas,

com locais mais estreitos e inclinados e outros mais largos e

suaves, devido a variações nos processos deposicionais e as

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

11

flutuações relativas de nível do mar, onde a sedimentação

terrígena atual desempenha um papel importante.

Um dos traços morfológicos mais característico desta

plataforma, é a presença dos “recifes” de arenito, algas

calcárias e corais. Eles influenciam na modelagem da linha de

costa, nos processos hidrodinâmicos, na distribuição das

fácies, sendo a principal fonte dos sedimentos orgânicos.

As fácies foram definidas segundo o teor em carbonato

de cálcio e a textura, sendo determinadas sete fácies: Cascalho

Litoclástico, Cascalho Bioclástico, Areia Litoclástica, Areia

Bioclástica, Lama Litoclástica, Lama Bioclástica e Recifes.

Segundo a zonação sedimentar foram definidas cinco províncias:

Província Litoclástica Litorânea Atual, Província Bioclástica

Atual, Província de Transição Litoclástica/Bioclástica e

Província Relíquia Litoclástica e Bioclástica.

Para os sedimentos litoclásticos, o aclima,

consequentemente a drenagem, o tipo de intemperismo determinam

a taxa e a textura dos sedimentos que chegam a plataforma

interna. Na plataforma interna, a zonalidade climática, os

processos sedimentares e as flutuações relativas de nível do

mar definem a localização e distribuição das fácies

litoclásticas e organógenas.

PALAVRAS-CHAVE: plataforma continental interna, batimétria,

litoclásticos, bioclásticos, fácies

sedimentares, províncias sedimentares.

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

12

ABSTRACT

The internal continental shelf in the state of Paraíba

was divided into three sectors: central and northern,

considering the coastal line morphology, bathymetric features

and sedimentary information.

The southern sector comprises the region extending the

latitude 7°35’00”S to Branco Cape. The coastal line is

basically staight, trending N-S, characterized by a narrow

sandy coastal plain. The Barreiras Formation sediments at the

coastal line form active cliffs. Cut by small estuaries. The

sediments includes gravel (3%), sand (82%) and mud (15%), in

wnich predominates clastic sediments (61%).

The central sector includes the region fron Branco Cape

to Mamanguape River. The coastal line trends N20W, being the

most cut. This sector show a more developed coastal plain, due

to the absence of Barreiras Formation sediments. The sediments

are composed of gravel (4%), sand (68%) and mud (28%), in wich

carbonatic sediments dominantes (66%).

The northern sector goes fron the Mamanguape River to

the latitude 6°35’00”. Its coastal is straight, trending N-S,

cut by small estuaries and the Traição Bay. This sector is

characterized by coastal plain less developed than the previous

one, however, it does not have Barreiras Formation sediments at

the coastal line. The sediments are characterized by gravel

(15%), sand (74%) and mud (11%), in which the clastic

componente predominates (76%).

In the three sectors the isobaths show morphological

irregularities with narrow and inclined regions compared to

others wider and less inclined. These irregularities are a

consequence of depositional processes variations and sea level

relative fluctuations, resulting in erosion and deposition,

forming erosive and constructive features.

One of the most characteristic morphological feature in

this platform is the presence of sand, coral and calcareous

algae reefs. They influence the coastal line morphology, the

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

13

hydrodymamic processes, the facies distribuition, being the

main source of organic sediments.

The facies were defined, according to their calcium

carbonate content and texture, in: lithoclastic gravel,

bioclastic gravel, lithoclastic sand, bioclastic sand,

lithoclastic mud, bioclastic mud and reefs. Five provinces were

defined according to the sedimentary zonation: active littoral

lithoclastic province, active bioclastic province, transitional

lithoclastic/bioclastic province, relict lithoclastic province

and relict bioclastic province.

The sediments show evidence of textural equilibrium,

however some are in desequilibrium with present day conditions.

The semi-arid conditions in the Paraíba state coastal

determine na inexpressive and intermittent drainege network,

wich causes a low terrigenous sedimentation rate. The physical

weathering contributs to a low suspended matter in the river

water.

WORD-KEY: continental platform interns, batimétria, litoclásticos, bioclásticos, easy desimentares, sedimentary provinces.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

14

ÍNDICE

Páginas

AGRADECIMENTOS .................................... VI

RESUMO ............................................ VII

ABSTRACT .......................................... X

ÍNDICE DE FIGURAS ................................. XII

ÍNDICE DE FOTOGRAFIAS............................ XVII

ÍNDICE DE TABELAS.................................XVIII

1. INTRODUÇÃO ........................................ 19

1.1. Objetivos ......................................... 21

1.2. Localização ....................................... 21

2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA .................... 23

2.1. Condições Climáticas e Oceanográficas ............. 23

2.2. Hidrografia ....................................... 25

2.3. Geomorfologia ..................................... 26

2.3.1. Tabuleiros Costeiros .............................. 28

2.3.2. Planícies Costeiras ............................... 28

2.4. Geologia .......................................... 31

2.4.1. Formação Barreiras ................................ 33

2.4.2. Sedimentos Pleistocênicos ......................... 33

2.4.3. Sedimentos Holocênicos ............................ 34

2.5. Evolução Geológica da Planície Costeira ........... 37

3. MATERIAL E METODOLOGIA ............................ 41

3.1. Material .......................................... 41

3.2. Metodologia ....................................... 43

3.2.1. Análise granulométrica ............................ 43

3.2.2. Determinação do teor em carbonato de cálcio ....... 44

4. PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA DO ESTADO DA

PARAÍBA ........................................... 45

4.1. Morfologia da linha de costa da Paraíba ........... 49

4.2. Morfologia da Plataforma Continental Interna ...... 52

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

15

4.2.1. Setor Sul ......................................... 52

4.2.2. Setor Central ..................................... 56

4.2.3. Setor Norte ....................................... 57

4.3. Sedimentos Superficiais da Plataforma

Continental Interna ............................... 60

4.3.1. Setor Sul..........................................60

4.3.2. Setor Central ..................................... 75

4.3.3. Setor Norte........................................89

4.4. Fácies Sedimentares da Plataforma Continental

Interna................................ ........... 99

4.4.1. Fácies Cascalho Litoclástico ...................... 100

4.4.2. Fácies Cascalho Bioclástico ....................... 103

4.4.3. Fácies Areia Litoclástica ......................... 103

4.4.4. Fácies Areia Bioclástica .......................... 104

4.4.5. Fácies Lama Litoclástica .......................... 105

4.4.6. Fácies Lama Bioclástica ........................... 105

4.4.7. Recifes ........................................... 106

4.5. Províncias Sedimentares da Plataforma Continental

Interna ........................................... 107

4.5.1. Província Litoclástica Litorânea Atual ............ 108

4.5.2. Província Bioclástica Atual ....................... 108

4.5.3. Província de Transição Litoclástica/Bioclástica ... 109

4.4.4. Província Relíquia Terrígena e Bioclástica ........ 109

4.6. Processos Sedimentares ............................ 110

5. CONCLUSÕES ........................................ 114

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ 117

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

16

LISTA DE FIGURAS

Figura Página

1 - Mapa de localização da área estudada.................22

2 - Massas de ar e correntes de deriva litorânea atuantes

no estado da Paraíba.................................24

3 - Elementos do relevo da faixa sedimentar costeira de

Pernambuco-Paraíba-Rio Grande do Norte.............. 27

4 - Mapa geológico da Paraíba............................32

5 - Modelo esquemático de evolução.......................38

6 - Curva de variação de nível do mar....................38

7 - Mapa com a localização das estações amostradas.......42

8 - Mapa batimétrico da margem continental da Paraíba....47

9 - Mapa batimétrico e de localização dos perfis da área

estudada ...........................................53

10- Perfis batimétricos do Setor Sul da plataforma

continental interna do estado da Paraíba.............55

11- Perfis batimétricos do Setor Central da plataforma

continental interna do estado da Paraíba.............58

12- Perfis batimétricos do Setor Norte da plataforma

continental interna do estado da Paraíba............ 59

13- Perfil 1 - Carne de Vaca, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil............................................62

14- Perfil 2 - Ponta dos Coqueiros, mostrando a

distribuição textural dos sedimentos, as relações

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil............................................63

15- Perfil 3 - Pitimbu, mostrando a distribuição textural dos

sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos

carbonáticos ao longo do perfil.......................64

16- Perfil 4 - Barreira de Tambaba, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

17

e terrígenos carbonáticos ao longo do

perfil................................................65

17- Perfil 5 - Barra de Tambaba, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade

e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........67

18- Perfil 6 - Ponta de Tambaba, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade

e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........69

19- Perfil 7 - Jacumã, mostrando a distribuição textural dos

sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos

carbonáticos ao longo do perfil.......................71

20- Perfil 8 - Penha, mostrando a distribuição textural dos

sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos

carbonáticos ao longo do perfil.......................72

21- Perfil 9 - Nossa Senhora da Penha, mostrando a

distribuição textural dos sedimentos, as relações

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil.............................................73

22- Diagramas do Setor Sul mostrando os percentuais em CaCO3

e terrígenos; e nos terrígenos os percentuais em

cascalho, areia e lama................................74

23- Perfil 10 - João Pessoa, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade

e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........77

24- Perfil 11 - Ponta do Bessa, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade

e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........78

25- Perfil 12 - Ponta de campina, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade

e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........79

26- Perfil 13 - Farol da Pedra Seca, mostrando a

distribuição textural dos sedimentos, as relações

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil............................................81

27- Perfil 14 - Ponta de Lucena, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

18

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil............................................82

28- Perfil 15 - Rio Miriri, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil............................................84

29- Perfil 16 - Barreira do Miriri, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil........................................... 85

30- Perfil 17 - Ponta de Mamanguape, mostrando a

distribuição textural dos sedimentos, as relações

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil............................................87

31- Diagramas circulares do Setor Central mostrando os

percentuais em CaCO3 e terrígenos; e nos terrígenos os

percentuais em cascalho, areia e lama................88

32- Perfil 18 - Coqueirinho, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil............................................89

33- Perfil 19 - Baia da Traição, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil............................................92

34- Perfil 20 - Barreira do Forte, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil............................................93

35- Perfil 21 - Barreira de Camaratuba, mostrando a

distribuição textural dos sedimentos, as relações

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil............................................95

36- Perfil 22 - Monte Pelé, mostrando a distribuição

textural dos sedimentos, as relações

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

19

fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo

do perfil............................................96

37- Perfil 23 - Sagi, mostrando a distribuição textural dos

sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos

carbonáticos ao longo do perfil......................97

38- Diagramas circulares do Setor Norte mostrando os

percentuais em CaCO3 e terrígenos; e nos terrígenos os

percentuais em cascalho, areia e lama................98

39- Mapa de fácies da plataforma continental interna....101

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

20

LISTA DE FOTOS

Foto Página

1- Desembocadura da margem esquerda do antigo curso do rio

Jaguaribe na praia do

Bessa..............................................26

2- Vegetação de cobertura da unidade Tabuleiro, extremamente

degradada ao longo da BR-230...........................30

3- Manguezal situado na porção sudeste da restinga de

Cabedelo...............................................30

4- Formações pioneiras das praias e ao fundo o manguezal

situado ao norte da praia do Jacaré....................31

5- Laguna formada através do represamento do Maceió pelos

cordões litorâneos, sob impacto ambiental pela

urbanização............................................35

6- Terraço marinho na desembocasdura.do Maceió do Antigo

Jardim América na paria do Bessa.......................36

7- Lado direito da foto vê-se os sedimentos atuais de praia.

Do lado esquerdo vê-se parte do manguezal da antiga

desembocadura do Rio Jaguaribe afetada pela sua abertura

e o coqueiral..........................................36

8- Planície fluvio-marinha, na desembocadura do Maceio na

Ponta do bessa, descaracterizada pela urbanização......37

9- Vista aérea atual da Ponta do Bessa Bairro do Bessa....51

10-Vista aérea atual da Ponta do Mato e Praia Formosa.....51

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

21

LISTA DAS TABELAS

Tabela Página

1- Relação entre litologia e solo.......................29

2- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e

descrição das fácies.................................61

3- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e

descrição das fácies.................................66

4- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e

descrição das fácies.................................70

5- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e

descrição das fácies.................................

6- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e

descrição das fácies.................................80

7- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e

descrição das fácies.................................86

8- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e

descrição das fácies.................................90

9- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e

descrição das fácies.................................94

10-Classificação de sedimentos para a plataforma

continental interna da Paraíba......................100

11-Fácies com seus valores médios de profundidade,

cascalho, areia, finos e CaCO3......................101

12-Interrelações entre os sedimentos de fundo das

plataformas continentais............................107

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

22

1. INTRODUÇÃO

A teoria da tectônica de placas, e as novas idéias a

cerca da ciclicidade dos processos geológicos sobre a terra,

confirmam a grande importância do estudo da geologia marinha

para a compreensão da geologia do continente. Durante muito

tempo, este conhecimento foi dificultado, por se tratar de uma

zona submersa. Entretanto, com os avanços das ciências e das

técnicas de pesquisas no mar, nas últimas décadas, este estudo

tem apresentado um significativo aprimoramento, e uma grande

importância acadêmica e econômica.

De todas as zonas oceânicas, a plataforma continental,

é certamente, a que apresenta a maior diversidade de morfologia

e de sedimentos superficiais. Os sedimentos encontrados na

plataforma podem ter diversas origens. Emery (1968) os

classifica geneticamente, em: autigênicos, biogênicos,

detríticos e residuais relíquias.

A sedimentação carbonática, é o resultado da atuação

dos processos geológicos e da atividade de organismos. Esta

ocorre em baixas e altas latitudes, porém, sua produção é

maior, em águas de regiões tropicais, principalmente, entre as

latitudes 30°N e 30°S.

Os sedimentos carbonáticos são produzidos por processos

orgânicos e inorgânicos, sendo controlados por vários fatores:

clima, profundidade da água, hidrodinâmica, topografia, tipos

de substrato, tectônica e mudanças de nível do mar.

A luminosidade, a latitude, a temperatura e

profundidade da água; fluxo de nutrientes; presença de

poluentes (principalmente terrígenos) e salinidade determinam

os tipos e abundância dos organismos formadores dos sedimentos

carbonáticos.

Estes sedimentos podem ter as mais variadas

granulometrias. Eles vão desde blocos, cascalhos, areias, até

siltes e argilas. Suas idades não são uniformes, são sedimentos

atuais, relíquias e fósseis.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

23

Na plataforma, os sedimentos carbonáticos ocorrem

formando diversas feições, ora, constituindo recifes, ora,

bancos de areias e preenchendo depressões. A forma dessas

feições, a localização geográfica, espacial, as estruturas, a

textura, e a declividade da topografia de fundo, definem os

diferentes tipos de plataformas carbonáticas.

A plataforma continental do Estado da Paraíba faz parte

da grande plataforma tropical brasileira. Nela, domina a

sedimentação organógena ou bioclástica, com os elementos

correspondentes à sedimentação terrígena subordinados.

A plataforma continental interna da Paraíba foi a área

escolhida para se desenvolver esta pesquisa. Vários foram os

motivos que nos incentivaram a este estudo, cabendo então se

destacar aqui os mais importantes, primeiro, pelo fato dela

ainda não ter sido estudada, segundo, por se dispor de uma

consistente amostragem. Ela oferece ainda a oportunidade de

estudo da região onde os sedimentos clásticos e carbonáticos se

interdigitam, entendendo-se assim, seu grande valor para

compreensão dos processos que controlam a interface

organógenos/terrígnos.

A área também tem um significado geológico muito

importante, pois caracteriza diferentes ambientes naturais, que

sofreram variação espacial e temporal das condições ambientais

durante o Quaternário recente.

A pesquisa desenvolvida na plataforma continental

interna do estado da Paraíba, é neste trabalho apresentada em

cinco capítulos.

O primeiro, apresenta uma breve introdução com: algumas

considerações gerais sobre a sedimentação carbonática,

localização da área e objetivos.

O segundo, mostra as características gerais da área:

clima e condições oceanográficas, hidrografia, geomorfologia e

geologia.

O terceiro, envolve a metodologia usada durante a

pesquisa, o quarto apresenta o estudo dos sedimentos

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

24

superficiais da plataforma continental interna da Paraíba, e o

quinto, as conclusões obtidas.

1.1. Objetivos

O presente trabalho tem como propósito básico, o estudo

dos sedimentos superficiais da plataforma continental interna

do Estado da Paraíba, a compreensão da ação dos parâmetros

geológicos, fisico-químicos, e biológicos sobre a distribuição

dos sedimentos terrígenos e carbonáticos.

Pretende-se também, dar uma contribuição para o

conhecimento dos processos que controlam o desenvolvimento da

grande ocorrência de carbonatos e sua interface com a

sedimentação terrígena, visando contribuir para uma melhor

compreensão dos padrões de distribuição faciológica na

plataforma interna. Entre os objetivos específicos podemos

citar:

1 - Estudo dos diferentes tipos de sedimentos, definindo suas

classes texturais (cascalho, areia e lama).

2 - Confecção de um mapa de distribuição de fácies.

1.2. Localização

A área pesquisada compreende a plataforma continental

interna do Estado da Paraíba. Seus limites estão representados

ao sul, pelo Rio Goiana fronteira natural entre Pernambuco e

Paraíba, cuja latitude é 7°35’00” ao norte, pelo Rio Guaju,

limite com o Estado do Rio Grande do Norte e a leste, pela

isobatimétrica de 15 m (Figura 1).

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

25

Figura 1 - Mapa de localização da área estudada.

2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA

As informações sobre as características gerais da área

em estudo são de fundamental importância, haja visto que, os

ambientes, embora analisados separadamente, formando unidades

diferenciadas, devem ser vistos, a partir de uma compreensão

global, onde cada unidade está integrada a um conjunto maior,

cuja relação de interdependência pode ser observada a partir do

mínimo detalhe.

Neste sentido serão apresentados aqui todos os aspectos

que podem interferir na sedimentação sobre a plataforma

continental.

2.1. Condições Climáticas e Oceanográficas

Sabe-se que o clima exerce uma influência considerável

sobre os componentes bióticos e abióticos da paisagem e sobre

uma boa parte das atividades humanas. Nas latitudes

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

26

intertropicais, o fato mais característico do regime climático

é a existência de duas estações, uma seca e outra chuvosa.

De acordo com Köeppen, o tipo de clima na região, é o

tropical quente e úmido, com chuvas de características

monzônicas durante todo ano e uma curta estação seca bem

definida no outono.

O Estado da Paraíba está situado, numa encruzilhada dos

quatro sistemas principais de circulação atmosférica cuja

passagem é acompanhada por instabilidades e por chuvas (Rocha

1996). Os sistemas atuantes são: o sistema norte - representado

pela Zona de Convergência Intertropical (CIT); o sistema sul -

reproduzido na Frente Polar do Atlântico Sul (EPAS ou MPA); o

sistema leste - figurado pelas Ondas de Leste (OL), e pela

massa Equatorial atlântica (mEa) e pelos ventos alísios; o

sistema oeste - exibido pela massa Equatorial continental

(mEc), e pelas linhas de Instabilidade Tropical (IT), cuja

atuação é maior no interior da Paraíba (Figura 2).

Os ventos alísios de SE-E, representam um fator

importante na dinâmica marinha, pois eles regulam o sistema de

ondas que atinge área. Na escala de BEAUFORT, são ventos

designados como fracos a moderados, alcançando velocidade de 4

a 8 m/seg. Eles sopram o ano inteiro, predominando nos meses de

agosto, setembro e outubro. Entre os meses de março abril e

maio, são substituídos pelos ventos de NE.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

27

Figura 2 - Massas de ar e correntes de deriva litorânea atuantes no estado da Paraíba. Fonte: Rocha (1996), modificado.

Na costa, os alísios de SE, determinam as ondas de

mesma direção e são os responsáveis pela corrente de deriva

litorânea, que transporta os sedimentos em direção ao N, sendo

responsável pela evolução do litoral. São também importantes na

elaboração das dunas e para a sedimentação na plataforma

interna.

As marés dominantes na costa da Paraíba, são do tipo

semi-diurno, com oscilação vertical de 12 horas e 25 minutos. O

desnivelamento entre as marés de águas vivas e as marés de

águas mortas, é de 2,1 metros para as primeiras e de 1,0 metro

para as segundas (Rocha, 1996).

Na costa da Paraíba, a água que recobre a plataforma

apresenta-se quente, os valores variam de 27,8 °C a 28,2 °C. A

salinidade apresenta concentrações altas e variam de 35,8% a

36,6°/°° (Costa, 1991).

As concentrações de oxigênio dissolvido apresentam

valores altos, com percentuais de saturação. Os menores valores

de pH correspondem as mais baixas concentrações de oxigênio

dissolvido. Os nutrientes apresentam valores baixos, como

também, a Biomassa Primária do Fitoplâncton, que exibe valores

traços. A produtividade primária e a taxa de assimilação do

fitoplâncton apresentam distribuição horizontal semelhantes com

valores baixos (Costa, 1991).

2.2. Hidrografia

A drenagem influencia indiretamente na ocorrência dos

carbonatos, pois é o meio através do qual os sedimentos

continentais inibidores da sedimentação carbonática, elementos

químicos dissolvidos e nutrientes são transportados até o mar.

As considerações hidrológicas foram feitas com base no

Inventário Hidrológico Básico do Nordeste - folha 16, SUDENE

(1978). Na região, a drenagem orienta-se perpendicular à costa,

determinada pela tectônica regional, onde os cursos dos rios

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

28

apresentam direções que variam de ENE-WSW nas partes

setentrionais e E-W nas partes meridionais.

Os rios principais são: Goiana, Pitanga, Popocas,

Garou, Gramame, Paraíba, Jacuipe/Tapira, Miriri, Mamanguape,

Estiva, Camaratuba, e Guaju e como secundários podem ser

citados o Jaguaribe (Foto 1) e Maceió.

Em estreita dependência com o regime pluviométrico, o

regime dos rios variam de semi-árido, a tropical. O escoamento

em ambos os casos está sob a dependência das enchentes

verificadas por ocasião de precipitações atmosféricas.

Foto 1 - Desembocadura da margem esquerda do antigo curso do rio Jaguaribe na praia do Bessa. (Foto: Sizenando C. Caldas, 1996).

2.3. Geomorfologia

A costa paraibana, assim como outras costas nordestina,

apresentam uma grande diversificação de paisagens, sendo

formadas por: tabuleiros, falésias, planícies fluviais,

terraços marinhos( superiores e inferiores), planícies fluvio-

lagunares, planície costeira, dunas, praias e planícies fluvio-

marinhas.

Os diferentes ambientes encontrados apresentam

parâmetros (fauna, flora, geologia e geomorfologia) distintos e

interrelacionados, porém, podem ser agrupados em duas unidades

de relevo predominantes, uma correspondendo aos Tabuleiros

Costeiros, e outra formando as Planícies Costeiras (Figura 3).

Os estuários que cortam os tabuleiros e a planície litorânea

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

29

arenosa, evoluíram à partir de acréscimo lateral de sucessivos

esporões.

Figura 3 - Elementos do relevo da faixa sedimentar costeira de Pernambuco-Paraíba-Rio Grande do Norte. Fonte: Mabesoone & Silva (1991), modificado.

Estes compartimentos do relevo acham-se, em vias de

dissecação, por um estágio erosivo estabelecido no Quaternário

e em franco desenvolvimento nos dias atuais. Os vales embutidas

nas formas de relevo anteriores, parecem variar de estágio, de

norte para sul, na parte central, este estágio é de quase

senilidade, conforme se insere, com a formação de meandros. Os

cursos dos rios no norte e no sul são mais retilíneos,

favorecendo, apenas, a formação de vales abertos, o que indica

uma fase mais jovem do regime desses rios.

2.3.1. Tabuleiros Costeiros

Os Tabuleiros Costeiros apresentam cotas que variam de

50 a 100 metros. São formados pelos sedimentos da Formação

Barreiras e pelos sedimentos mesozóicos da bacia PE/PB,

formando um plano suavemente inclinado em direção ao litoral.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

30

Sobre este compartimento geomorfológico as classes de

solos desenvolvidas são: As areias quartzosas, podzólico

Vermelho-Amarelo, Latossolos Vermelho-Amarelo Distrófico, em

pequenas áreas deprimidas ocorrem Podzol Hidromórfico e ao

longo das vertentes, zonas de Podzólicos Vermelho-Amarelo

(Tabela 1). Onde os calcários afloram nas vertentes, ocorrem os

vertissolos, solos de textura argilosa que reagem com ácido

clorídrico, possivelmente, relacionados aos sedimentos

mesozóicos subjacentes de natureza carbonática.

A vegetação desta unidade é localmente conhecida como

“Tabuleiro”, sendo constituída por formações mistas herbáceas e

lenhosas, arbustivas a arbóreas baixas, citando-se: Jatobá

(Hymenaea Spp) e a Maçaranduba (Manilkara Salzmaini) (Foto 2).

2.3.2. Planícies Costeiras

As Planícies Costeiras apresentam altitudes que variam

de 0 a 10 m metros, representam as menores cotas da região, e

estão posicionadas a frente dos tabuleiros. Nesta unidade estão

inseridos vários ambientes: terraços marinhos (Pleistocênicos e

Holocênicos); entre os terraços, as planícies fluvio-lagunares;

dunas; praias e planícies fluvio-marinhas. Litologicamente são

constituídos por sedimentos arenosos e por material síltico-

argilosos recentes.

Tabela 1 - Relação entre litologia e solo. (Fonte: Ferreira, 1991).

IDADE UNIDADE

ESTRATIGRÁF

ICA

LITOLOGIA CLASSES DE

SOLOS

Holoceno -

Pleistoceno

Superior.

Aluviões,

praias,

terraços,

recifes e

dunas.

Principalmente

areias e arenitos,

nos vales dos rios

também argilas e

cascalho.

Podzol,

solos gley

indiscrimina

dos de

mangue,

solos

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

31

discordância orgânicos,

silos

aluviais e

areias

quartzosas

marinhas.

Pleistoceno

Inferior -

Plioceno

Superior

Discordância

.

Formação

Barreiras;

Areias e arenitos,

raras

intercalações de

argila.

Areia

quatzosa,

podzólico,

latossolo,

podzol.

Paleoceno Formação

Maria

Farinha

Calcários

clásticos, argilas

calcárias.

Vertissolo.

Maastrichtia

no

Campaniano –

Santoniano.

Formação

Gramame;

Formação

Beberibe;

Calcários margosos

e argilosos, na

base calcarenitos

e fosforitos;

Arenitos grosseiro

a médios, na costa

arenitos

carbonáticos.

Vertissolo.

Estas planícies encontram-se complexas associações de

classes de solos: Gley Distróficos textura indiscriminada,

Podzol Hidromórfico, Indiscriminados de Mangues e as areias

quatzosas distróficas e eutróficas (Tabela 1).

Sobre as planícies fluvio-lagunares, fluvio-marinhas e

em zonas deprimidas se desenvolve uma vegetação típica, o

mangue, onde predomina a (Rhisophora mangle L.), representada

principalmente pelo Mangue Vermelho, nas áreas mais afastadas,

com menos salinidade aparece o Mangue Canoé (Avicennia Nitida

Jacq) (Foto 3). No litoral arenoso a vegetação encontrada são

as gamas e capins e/ou coqueiros, destacando-se a salsa-de-

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

32

praia (Ipomoea pes-caprea) e a grama-de-praia (Sporobolus

virginicus) (Foto 4).

Foto 2 - Vegetação de cobertura da unidade Tabuleiro, extremamente degradada ao longo da BR-230. (Foto: Josenilton Patrício Rocha, 1996).

Foto 3 - Manguezal situado na porção sudeste da restinga de Cabedelo. (Foto: Josenilton Patrício Rocha, 1996).

Foto 4 - Vegetação das praias e ao fundo o manguezal situado ao norte da praia do Jacaré. (Foto: Josenilton Patrício Rocha, 1996).

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

33

2.4. Geologia

A geologia é um dos principais controles da

sedimentação carbonática, ela determina a ausência ou presença

de sedimento siliciclástico, ao estabelecer a topografia dos

blocos continentais e os padrões de drenagem; como também

define o ambiente deposicional local (plataforma ou rampa),

determinando à profundidade, a largura, a forma básica de

orientação de suas principais feições, isto é, localização dos

principais bancos, passagens e promontórios.

A estratigrafia da região abrange principalmente os

sedimentos da Formação Barreiras, Pleistocênicos e Holocênicos

(Figura 4). Estes depósitos compreendem as rochas que margeiam

a área, representadas nos tabuleiros costeiros, compostos pelos

sedimentos da Formação Barreiras, e pelas planícies costeiras,

constituídas de sedimentos Pleistocênicos e Holocênicos,

recortados por inúmeros vales fluviais, que drenam suas águas

para o mar.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

34

Figura 4 - Mapa geológico da Paraíba. Fonte: Dantas et al. (1982), modificado. 2.4.1. Formação Barreiras

Esta seqüência é formada pelas areias, argilas e

arenitos grossos conglomeráticos e afossilíferos, de origem

continental, de idade Plio-pleistocênica, formando os

Tabuleiros Costeiros (Mabesoone & Alheiros 1991).

Os tabuleiros costeiros ocupam a maior parte da região.

Acompanham o litoral, em disposição paralela a linha de costa.

As suas porções terminais, quando atacadas pelas ondas,

originam as falésias vivas, que no litoral sul acompanham quase

toda linha de costa, sendo recortadas apenas pelas planícies

fluvio-marinhas, porém. No litoral central e norte, as falésias

encontram-se mais recuadas.

2.4.2. Sedimentos Pleistocênicos

Estes sedimentos estão representados primeiramente

pelas areias brancas, que recobrem as extensas superfícies dos

tabuleiros, podendo serem reacumuladas em dunas. Trata-se

obviamente de produtos de lixiviação de depósitos mais antigos.

Dispersos na planície costeira aflorando principalmente

nas falésias da Formação Barreiras ocorrem os leques aluviais

Pleistocênicos, cujos topos encontram-se a 15 e 20 m acima do

atual nível do mar, sendo também encontrado às vezes, no sopé

das elevações ou nas encostas dos vales. Os leques aluviais

Pleistocênicos foram mapeados por Lima Filho et al., (1989), no

litoral sul da Paraíba na região de Pitimbu; e mais a norte na

região de Jacumã por Almeida, (1989), entre a Barra do Gramame

e Cabo Branco por Monteiro, (1989).

Seus sedimentos são constituídos de areia quartzosas

com argila, seixos de quartzo arredondado e cascalhos,

distribuídos aleatoriamente numa matriz argilosa. Eles se

formaram depois da fase transgressiva que esculpiu as falésias

nos sedimentos da Formação Barreiras, a regressão subsequente

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

35

escavou pequenos canais sobre estes depósitos, pelos quais

estes sedimentos escoaram formando os leques no sopé das

falésias.

Os terraços marinhos Pleistocênicos ocorrem dispersos

na porção mais interna da planície costeira, mais ou menos

paralelos a linha de costa com altitude vaiando de 7-8 m. São

constituídos por areias inconsolidadas, em superfície

apresentam coloração branca ou acastanhada. Em profundidade

tais depósitos podem exibir cor preta e uma certa coesão,

aspectos atribuídos a presença de ácidos húmicos e óxido de

ferro, resultantes dos processos pedogenéticos atuais.

2.4.3. Sedimentos Holocênicos

Os depósitos Holocênicos, compreendem os sedimentos

fluvio-lagunares, terraços marinhos Holocênicos os sedimentos

atuais de praia, arenitos de praia e sedimentos fluvio-

marinhos. São menos representativos que os depósitos

Pleistocênicos.

Os sedimentos fluvio-lagunares ocorrem entre os

terraços marinhos Pleistocênicos e Holocênicos, são alongados e

paralelos a linha de costa (Foto 5). São constituídos por

areias finas a grossas com siltes argilosos em diferentes graus

de compactação.

Os terraços marinhos Holocênicos são depósitos

descontínuos e ocorrem essencialmente entre os sedimentos

fluvio-lagunares e os sedimentos atuais de praia. Ao sul da

área, são praticamente inexistentes. No centro, entre a Ponta

do Seixas e a Ponta de Lucena são mais amplos, ao norte entre o

rio e Mamanguape Guaju são nenos extensos. Estes cordões se

desenvolveram sob forma de uma extensa ilha barreira a partir

dos máximos das transgressões, isto é, durante a estabilização

do nível do mar. Os terraços marinhos apresentam-se em forma de

terraços com cotas de 2 a 3 m acima do nível do mar atual (Foto

6).

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

36

Os sedimentos atuais de praia formam uma estreita

faixa, que por sua vez, representa a porção mais externa da

planície costeira. Estes sedimentos encontram-se depositados

entre a linha de baixa-mar e os terraços Holocênicos, tendo

geralmente uma pequena inclinação no sentido do mar.

Representam uma área permanentemente submetida à ação combinada

das ondas, correntes de deriva litorânea e das marés (Foto 7).

Um dos traços morfológicos mais característicos do

litoral da Paraíba é a presença de recifes, dispostos em forma

de arenitos de praia, paralelas à costa, servindo de substrato

para o desenvolvimento de corais e algas calcárias. A maior

parte consiste de areia quartzosa cimentada por carbonato de

cálcio proveniente da dissolução dos fragmentos orgânicos.

Os sedimentos fluvio-marinhos apresentam restrita

distribuição, ocorrem na desembocadura dos rios.

Litologicamente são vazas escuras, onde se misturam materiais

pelíticos e matéria orgânica em decomposição (Foto 8).

Foto 5 - Laguna formada através do represamento do Maceió pelos cordões litorâneos, sob impacto ambiental pela urbanização. (Foto: Sizenando C. Caldas, 1996).

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

37

Foto 6 - Terraço marinho na desembocadura do Maceió do antigo Jardim América na praia do Bessa. (Foto: Josenilton Patrício Rocha, 1996).

Foto 7 - Lado direito vê-se os sedimentos atuais de praia. Do lado esquerdo, parte do manguezal da antiga desembocadura do Rio Jaguaribe afetada pela sua abertura e um coqueiral. (Foto: Sizenando C. Caldas, 1996).

Foto 8- .Planície fluvio-marinha, na desembocadura do Maceio na Ponta do Bessa, descaracterizada pela urbanização. (Foto: Sizenando C. Caldas, 1996). 2.5. Evolução Geológica da Planície Costeira

O modelo de evolução para o litoral da Paraíba, destaca

a dominância das flutuações relativas de nivel do mar,

associadas as modificações paleoclimáticas, reativações

neotectônicas e pela dominância dos processos de dinâmica

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

38

costeira dos últimos 7000 anos, podendo ser comparado com o

modelo de evolução proposto por Dominguez, (1992) (Figura 5).

A curva de variação de nível do mar para os últimos

7.000 anos, definida por (Martin, et al., 1979), mostra que os

litorais leste e nordeste brasileiros estiveram submersos até

cerca de 5.100 anos A.P., seguido de emersão até nossos dias

(Figura.6).

• Fase 1

Esta fase compreende o período entre 120.000 e 7.000 anos

A.P. Provavelmente ainda no Pleistocêno, deve ter ocorrido

a Transgressão Antiga ou a Antepenúltima Transgressão

(Bittencourt et al., 1979) (Figura 5). O nível do mar avançou

continente a dentro, erodindo os sedimentos continentais da

Formação Barreiras, afogando os vales e córregos e formou uma

linha de falésias.

Figura 5 - Modelo esquemático de evolução, segundo Dominguez, (1992).

Figura 6 - Curva de variação de nível do mar, segundo Martin et al. (1979).

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

39

Na fase regressiva subsequente, o clima retomou a semi-

aridez. Este retorno as condições climáticas semelhantes as de

deposição da Formação Barreiras levou a sedimentação de novos

depósitos continentais, compostos de leques aluviais

coalescentes no sopé da falésia da Formação Barreiras. São

formados os leques aluviais Pleistocênicos ou depósitos pós-

Barreiras (Vilas-Boas et al., 1979). (Figura 5).

Novamente o nível do mar sobe e ultrapassa o atual,

correspondendo a Penúltima Transgressão. O mar erodiu

parcialmente os depósitos continentais do estágio anterior.

Nesta fase, os baixos cursos dos rios foram afogados dando

origem a estuários, lagunas. Quando a erosão dos depósitos da

fase precedente era completa as ondas retrabalhava a falésia

(Figura 5).

Nesta fase foram construídos os terraços marinhos

Pleistocênicos, formados por cristas praiais progradants. Ainda

durante esta fase podem ter sido desenvolvidos extensos campos

de dunas a partir do retrabalhamento dos sedimentos dos

terraços Pleistocênicos e da Formação Barreiras (Figura 5).

• Fase 2

Esta fase corresponde ao tempo de 7.000 anos e o atual.

A planície costeira pleistocênica foi invadida pelo mar durante

a Última Transgressão, desenvolve-se então ilhas barreiras.

Atrás destas ilhas barreiras instalaram-se as lagunas que

aprisionaram as águas dos rios. (Figura 5).

Ocorre o assoreamento das lagunas, a partir de deltas

intralagunares. Durante este estágio muitas lagunas passaram a

lagoas de águas doce e, em muitos casos, o assoramento completo

levou ao desnvolvimento de pâtanos e tufeiras (Figura 5).

O evento regressivo posterior a Última Transgressão

imprimiram as formas finais do modelado da costa. Durante este

episódio formaram-se os terraços marinhos Holocênicos. O

testemunho deste evento pode ser observado principalmente na

costa central e norte da Paraíba. A partir dai os rios

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

40

conseguiram desembocar diretamente no oceano, os mesmos

começaram então a contribuir com sua carga arenosa,

influenciando na geometria das cristas praiais (Figura 5).

3. MATERIAL E METODOLOGIA

3.1. Material

O material estudado foi coletado por mergulhadores, no

período de 09/04/82 a 07/06/82, durante a execução do Projeto

ALGAS, realizado pela SUDENE, através de Convênios com a SUDEPE

e a CIRM, com a participação da Universidade Federal de

Pernambuco - UFPE, cuja finalidade era localizar e quantificar

os principais bancos de algas marinhas no litoral do estado da

Paraíba. Foram coletadas um total de 184 amostras de sedimentos

superficiais, entre as isobatimétricas de 0 a 12 metros. As

amostras foram distribuídas ao longo de 23 perfis

perpendiculares a costa, onde em cada perfil foram feitas oito

estações de coleta (Figura 7).

Da embarcação era jogado ao mar, um quadrado de ferro

com 0,50 m de largura e depois era recolhida uma amostra do

material contido no mesmo. O material encontrado no interior

dos quadrados foi recolhido pelos mergulhadores que o colocaram

em sacos plásticos, devidamente etiquetados e numerados com

referência a cada estação.

As estações foram determinadas em função da

profundidade de cada perfil. Iniciava-se na isóbata de 0,0 m

até a última estação em torno de 12 m.

Para a correção da profundidade, recorreu-se à tábua de

marés, publicada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação do

Ministério da Marinha, tendo por referência o porto mais

próximo às praias prospectadas. As alturas obtidas, foram

lançadas em gráficos, onde obteve-se a profundidade real no

momento da coleta. A aferição das profundidades foi feita com

auxilio de um fio de prumo e por eco-sondagem.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

41

Figura 7 - Mapa com indicação da

as estações amostradas. localização d3.2. Metodologia

Para a realização deste trabalho a metodologia

aplicada, baseou-se em um conjunto de técnicas convencionais

para o estudo de sedimentos marinhos superficiais.

Efetuou-se um levantamento bibliográfico pertinente aos

aspectos climáticos, oceanográficos, hidrológicos,

geomorfológicos, pedológicos, e geológicos da área estudada.

Também foram catalogados, tabelados e computados todos os dados

de profundidade, localização, e descrição litológica do

material de fundo recolhido do Projeto ALGAS.

No Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha (LGGM)

da UFPE, as 184 amostras foram tratadas, e submetidas as

seguintes análises: análise granulométrica e determinação do

teor em carbonato de cálcio.

Os resultados obtidos nas análises, foram traduzidos em

diagramas, tabelas e perfis, o que permitiram a elaboração do

mapa faciológico. Os critérios básicos para o estudo dos

sedimentos superficiais, foram estabelecidos através do

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

42

diagrama textural de Shepard, (1954), pela metodologia

utilizada por Larsonneur & outros (1977) no mapeamento do canal

da Mancha e de Kempf, (1972) para a plataforma de Alagoas e

Sergipe.

3.2.1. Análise granulométrica

A análise granulométrica tem como objetivo caracterizar

as propriedades de tamanho dos sedimentos. Inicialmente as

amostras foram submetidas a secagem, em estufa a uma

temperatura de 60°, para que não haja modificação dos

argilominerais sensíveis a altas temperaturas.

Depois de seco, o material foi retirado da estufa e

pesado 100 g para o peneiramento por via úmida, cuja finalidade

era a separação das frações cascalho, areia e lama (silte e

argila), consistindo na lavagem da amostra sobre duas peneiras

de malhas 2,000 e 0,062 mm.

O peneiramento seco da fração grossa (maior que 0,062

mm) foi feito no “Rotap Sieve Shaker”, utilizando-se um jogo de

peneiras, cujas aberturas variam de -1,00 a 4,00 phi. As

diversas frações de areia obtidas em cada peneira foram então

pesadas, em uma balança analítica, e condicionada em sacos

plásticos identificados. Os resultados foram anotados em fichas

de análise granulométrica, para posterior traçado das curvas de

distribuição de freqüência simples e acumuladas e para o

cálculo dos parâmetros estatísticos.

3.2.2. Determinação do teor em carbonato de cálcio

O teor de carbonato de cálcio foi determinado através

do calcímetro de Bernard sobre a amostra bruta e os resultados

expressos em percentuais de carbonato de cálcio.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

43

4. PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA DO ESTADO DA PARAÍBA

Plataforma continental é área da margem continental,

que corresponde ao prolongamento do continente até uma linha ou

faixa, de aumento brusco do gradiente de inclinação.

A principal característica da plataforma continental é

sua superfície horizontal, quase plana. Entretanto, várias

feições morfológicas podem ocorrer sobre ela, são formas

negativas e positivas. As negativas são representadas pelos

canions, canais, vales submarinos, bacias e depressões

lineares. As positivas são figuradas pelos bancos de areias,

dunas, terraços, cristas, escarpas de falhas e recifes. Ela

também apresenta micro relevo. As formas acima citadas resultam

de vários fatores: erosivos, tectônicos, litológicos,

topográficos, dinâmicos, biológicos e das flutuações de nível

do mar.

A repartição dos sedimentos na plataforma continental é

função da profundidade, é também resposta de fatores

climáticos, batimétricos, faunísticos, morfologia da linha de

costa, hidrodinâmicos e das mudanças relativas de nível do mar.

A plataforma continental brasileira é extensa.

Geograficamente ela compreende as zonas climáticas de baixas

latitudes (tropical) e de latitudes médias (temperadas), o que

caracteriza distintos processos sedimentares, como também uma

grande diversidade de sedimentos.

Os sedimentos encontrados na plataforma brasileira

resultam de diferentes regimes de sedimentação. Martins et al.,

(1972), destinguiram para plataforma brasileiras três regimes

de sedimentação:

1 - plataforma com sedimentação terrígena importante,

proveniente de grandes bacias de drenagem, sendo bem ilustrada

pela plataforma amazônica.

2 - plataformas cobertas por sedimentos biogênicos e

biodetríticos, resultantes de uma intensa atividade organógena.

A plataforma nordestina é um exemplo típico.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

44

3 - plataformas cobertas por sedimentos relíquias, recebendo

uma pequena contribuição atual, ou sofrendo retrabalhamento, é

o caso da plataforma do Rio Grande do Sul.

A plataforma continental do nordeste caracteriza-se

pela sua reduzida largura, pouca profundidade, águas

relativamente quentes (25-30° C), elevada salinidade (30 -

38°/°°) e cobertura quase total de sedimentos carbonáticos de

origem orgânica.

Coutinho (1976), a partir da análise da morfologia e da

distribuição dos diversos tipos de sedimentos na plataforma

continental do Nordeste do Brasil, sugere dividi-la em três

trechos: Plataforma interna, plataforma média e plataforma

externa, cuja proposta será usada no presente trabalho.

• Plataforma interna - limitada pela isóbata de 20 m,

apresenta relevo suave e apenas algumas irregularidades, devido

a presença dos recifes. É coberta com areias terrígenas e muito

pouco cascalho e lama. O teor em carbonato de cálcio inferior a

20%. Nela dominam as associações de moluscos com ou sem

foraminíferos bentônicos, com menor quantidade de restos de

equinóides e algas coralináceas ramificadas e incrustantes. Os

componentes bióticos são muitos retrabalhados.

A plataforma continental do estado da Paraíba faz parte

da extensa plataforma carbonática nordestina, e pode ser

considerada como típica dentro dos padrões para o nordeste

brasileiro (Figura 8), apresentando uma largura que varia de 30

a 35 Km ao sul e 15 a 20 Km no norte, e uma profundidade

inferior a 60 m. Sua principal característica, é a grande

ocorrência de sedimentos carbonáticos de origem orgânica,

representados essencialmente por algas calcárias. Outra

característica observada é, a pequena expressão de feições

proeminentes, onde os paleocanais são poucos e influenciam

modestamente na morfologia da plataforma.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

45

Figura 8 - Mapa batimétrico da margem continental da Paraíba. Fonte: carta nº 800 - DHN. A plataforma continental externa apresenta-se estreita

e profunda no sul da área, alargando-se um pouco para norte, ao

contrário da plataforma média que se torna mais larga e suave

ao sul, estreitando-se para o norte. Elas caraterizam-se por

uma cobertura dominante de sedimentos carbonáticos.

A plataforma interna apresenta uma largura quase

constante, porém, estreita-se bastante no extremo norte da

área, sendo coberta por uma mistura de sedimentos terrígenos

nas partes mais rasas e, orgânicos nas partes mais profundas. A

transição entre às fácies é feita por uma sedimentação

biodetrítica, conforme será discutido posteriormente.

A carga sedimentar terrígena lançada pelos rios que

ocorrem na região, parece ser a responsável pelo assoreamento

dos paleocanais na plataforma interna, suavizando os traçados

das isóbatas, principalmente até a isobatimétrica de 5 m.

Na área em estudo, as isóbatas sugerem uma morfologia

resultante de variações nos processos deposicionais. Os

contornos das isobatimétricas diferenciados, mostra

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

46

irregularidades morfológicas com regiões mais estreitas e

inclinadas em comparação com outras mais largas e suaves,

principalmente no setor norte, onde, as isóbatas de 5 e 10 m se

aproximam da linha de costa, modificando bastante o

comportamento da sedimentação. Estas variações de declividades

e larguras são resultantes dos processos sedimentares atuantes

na plataforma interna.

Um dos traços morfológicos mais característicos desta

plataforma é a presença dos “recifes” de arenito, algas

calcárias e corais, que acompanham a linha de costa formando

cordões de dimensões variadas, onde se destacam quatro por sua

importância econômica. Estes bancos receberam os nomes de suas

respectivas praias: Banco da Penha, Banco de Tambaú, Banco do

Bessa e Banco do Cabedelo. Eles influenciam na modelagem da

linha de costa, nos processos hidrodinâmicos, na distribuição

das fácies, sendo uma importante fonte de sedimentos orgânicos.

4.1. Morfologia da Linha de Costa da Paraiba

O estudo da configuração da linha de costa é

fundamental para a compreensão da morfologia e das feições

sedimentares da plataforma interna. Várias feições encontradas

na plataforma estão associadas a fatores litorâneos.

Levando-se em conta a análise da morfologia da linha

de costa, as configurações batimétricas e as informações

sedimentares, no litoral paraibano, cuja extensão é de

aproximadamente 138 Km, foram identificados três setores: Sul,

Central e Norte (Figura 9).

O Setor Norte compreende a região que vai do rio

Mamanguape ao limite norte da área (6° 35’00”). A morfologia da

linha de costa, apresenta-se, retilínea, com direção quase N-S,

associada a uma planície costeira arenosa menos ampla que o

setor central e um acidentes geográfico importante representado

pela Baia da Traição. A costa deste setor é recortada por três

pequenos estuários dos rios Guaju, Camaratuba e Estivas, e pelo

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

47

rio de porte intermediário Mamanguape, todos com pequeno aporte

sedimentar. Na linha de costa o sedimentos quaternários

predominam, formando uma faixa larga contínua, representando um

significativo recuo da Formação Barreiras (Figura 4). Este

setor é o que se apresenta menos urbanizado, com a mais baixa

densidade demográfica, e nenhum índice e industrialização. Ele

também é utilizado para cultivo da cana-de-açúcar, atividade de

exploração mineira como cascalho e minerais pesados, atividade

de exploração de recursos pesqueiros, atividades agropecuárias

e expansão turística.

Nos três setores as praias possuem uma declividade

baixa e estão inseridas em células litorâneas de formas não

estáveis separadas normalmente por pontais arenosos (Fotos 9 e

10).

O Setor Central compreende a região que vai do Cabo

Branco ao Rio Mamanguape. Caracteriza-se por apresentar a

configuração de costa, mais recortada de todo litoral, com uma

direção de N 20° W. Este setor apresenta uma planície costeira

mais desenvolvida, e os tabuleiros uma topografia mais suave e

afastados da linha de costa. Os sedimentos quaternários são

predominantes, e ocorrem da Ponta de Seixas ao Rio Miriri, daí

até a Ponta de Mamanguape, aparecem os sedimentos da Formação

Barreias, formando uma linha de falésias ao longo da praia.

Esta região é recortada por quatro estuários, de porte médio,

referentes aos rios Mananguape, Miriri, Tapira e Paraiba

(Figura 4), resultando na presença de vários acidentes

geográfico marcantes tais como: a Ponta de Mananguape, Ponta de

Lucena, Ponta da Camboinha, Ponta do Mato, Ponta de Campina,

Ponta do Bessa, Ponta de Tambaú, Ponta de Seixas, Restinga de

Cabedelo e Cabo Branco. Este setor é o mais urbanizado,

industrializado e de maior densidade demográfica, pois nele se

localiza a capital do estado, João Pessoa. A ação antrópica na

região, resultou em profundas e irreversíveis modificações na

paisagem natural e em significativas alterações na dinâmica do

meio, o que tem acarretado grandes mudanças ambientais:

alterações na morfologia (aterros, escavações e cortes),

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

48

degradação e devastação da cobertura vegetal, diminuição do

aporte sedimentar para o mar, subida do lençol freático e etc.

O Setor Sul compreende a região que vai do limite sul

da área (7° 35’00”) até o Cabo Branco. A linha de costa

apresenta-se retilínea, com direção quase N-S, entalhada por

pequenas reentrâncias, adjacentes a uma planície costeira

arenosa bastante estreita. Predominam os sedimentos da Formação

Barreias, que formam uma linha de falésias vivas, interrompidas

apenas pelos pequenos rios conseqüentes que drenam suas águas

para o Oceano Atlântico, distinguindo-se os rios Goiana, Abaí,

Graú, Guruji e Gramame, todos com pequeno aporte sedimentar

(Figura 4). Esta região encontra-se pouco urbanizada e

industrializada, destacando-se somente o distrito industrial de

Conde. Ela é utilizada de forma intensa para o cultivo de cana-

de-açúcar, atividades agropequárias, atividades pesqueiras,

extração de minerais e implementação de atividades turísticas

(prática de naturismo na praia de Tambaba).

Foto 9 - Vista aérea atual da Ponta do Bessa Bairro do Bessa. (Foto: Josenilto Patrício Rocha, 1996).

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

49

Foto 10 - Vista aérea atual da Ponta do Mato e Praia Formosa. (Foto: Josenilto Patrício Rocha, 1996). A forma atual da linha de costa está intimamente

associada ao processo de regularização da linha de costa,

através dos mecanismos hidrodinâmicos costeiros, ou seja, pela

ação das ondas e correntes, combinadas com a resistência dos

sedimentos terciários e a presença dos recifes.

A presença dos recifes ao longo de toda costa

influencia bastante na morfogênese da costa. Eles funcionam

como verdadeiros obstáculos naturais, onde as ondas são

dissipadas, proporcionando acumulação de sedimentos na porção

da praia que se localiza em frente a eles, originando as pontas

acima citadas, em contraste com as áreas marginais que, ao

contrário, são erodidas, originando praias em forma de meia

lua.

4.2. Morfologia da Plataforma Continental Interna

A análise das feições morfológicas da plataforma

interna do estado da Paraíba, é apresentada com base no mapa

batimétrico, e em algumas observações, a partir de perfis

batimétricos (Figura 9).

O exame morfológico abrange uma área correspondente as

curvas isobatimétricas de 0 até 15 m, porém, cabe salientar que

a área de coleta de amostras ficou limitada as isóbatas de 0 a

de 12 m. A mesma divisão por setores, também, será utilizada no

estudo da plataforma, objeto, do presente trabalho.A principal

característica morfológica da área é a presença dos recifes.

4.2.1. Setor Sul

Neste Setor a isóbata de 5 metros ao sul, apresenta sua

maior largura, em frente ao Rio Gramame, e vai se estreitando

em direção ao norte da área, traduzindo a importância da

sedimentação terrígena atual. Ao contrário, isobatimétrica de

10 m, apresenta largura mais ou menos constante.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

50

Figura 9 - Mapa batimétrico e de localização dos perfis da área estudada.

A isóbata de 15 m mostra um contorno mais irregular, sendo mais

estreita ao sul, alargando-se para norte, diferenciando-se

apenas nas regiões de paleocanais, onde apresenta inflexões. O

canion do rio Goiana, atualmente está desconectado da

plataforma interna, porém é bem visível a partir da isóbata de

15 m (Figura 9).

Dos perfis batimétricos deste setor (Figura 10), o

perfil 1 localizado em Carne de Vaca, é o mais largo de todos,

mostrando uma morfologia com poucas variações, da praia até a

profundidade de -5 m a inclinação pequena, aumentando daí até -

10 m, reduzindo-se em seguida até os -15 m. O perfil 2, na

Ponta dos Coqueiros é o mais diferenciado de todos os perfis

deste setor, apresenta inclinação baixa nos primeiros -15 m. No

perfil 3, na localidade de Pitimbu, a declividade é constante e

baixa até a profundidade de -10 m, suavizando-se mais até -15

m. No perfil 4, Barreira de Tambaba, a inclinação até -5 m é

baixa, aumentando bastante daí até a profundidade de -15 m. O

perfil 5, na Barra de Tambaba, apresenta-se idêntico ao

anterior. No perfil 6, na Ponta de Tambaba a inclinação até -10

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

51

m é baixa e uniforme, diminuindo em direção a profundidade de -

15 m. O perfil 7, em Jacumã, apresenta as mesmas inclinações do

perfil 6. No perfil 8, nas imediações da Penha, apresenta uma

declividade alta até a profundidade de -5 m, que diminui

gradativamente nas profundidades de -10 m, e -15 m. O perfil 9,

localiza-se em Nossa Senhora da Penha, apresenta-se idêntico ao

perfil anterior.

Neste Setor o padrão dos contornos apresentados pelas

isobatimétricas de 5, 10 m, é no sentido de acompanhar a

morfologia da linha de costa. A isóbata de 15 m acompanha

também os contornos da linha de costa, exceto, ao sul. As

irregularidades aumentam com a profundidade. Os perfis

batimétricos, apresentam as menores variações morfológicas da

área, indicando a grande atuação da sedimentação terrígena

atual (Figuras 9 e 10).

Figura 10 - Perfis batimétricos do Setor Sul da plataforma continental interna do estado da Paraíba.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

52

4.2.2. Setor Central

No Setor Central o comportamento da isóbata de 5 m

acompanha o padrão da morfologia da linha de costa atual, se

afastando dela na Ponta de Lucena devido a ação da sedimentação

terrígena atual através das correntes, a isóbata de 10 m

apresenta contorno menos uniforme, com inflexões em frente aos

rios, traduzindo a presença paleocanais, destacando-se as

inflexões na altura da Restinga de Cabedelo e em frente ao Rio

Miriri. A isóbata de -15 m apresenta um contorno mais regular,

com poucas inflexões, ao sul apresenta-se mais próxima da costa

e ao norte mais afastada. Em frente ao Cabo Branco, entre as

isóbatas de 5 m e 10 m ocorre um banco (Figura 9).

Dos perfis batimétricos deste setor (Figura 11), o

perfil 10 localiza-se em João Pessoa, a inclinação é maior nos

primeiros -5 m, diminuindo uniformemente até a profundidade de

-15 m. No perfil 11, na Ponta do Bessa, a declividade é alta

nos primeiros cinco metros, diminuindo até -10 m, aumentando

até - 15 m. O perfil 12, na Ponta de Campina, apresenta uma

inclinação baixa até a profundidade de -5 m, aumentando até os

-10 m, diminuindo até -15 m. No perfil 13, na Ponta de

Cabedelo, observa-se a presença de uma paleodrenagem na

profundidade de -10 m. No perfil 14, na Ponta de Lucena, a

inclinação é baixa até -5 m e a partir dai até os -10 m aumenta

reduzindo-se daí até os -15 m. O perfil 15, na desembocadura do

Rio Miriri, é o mais irregular, na profundidade de -5 m

encontra-se um antigo vale fluvial. No perfil 16, nas

imediações da Barra do Miriri, a declividade é alta até a

profundidade de -5 m, reduzindo-se uniformemente daí os -15 m.

O perfil 17, na Ponta de Mananguape, da praia até a

profundidade de -5 m e 10 m, o ângulo de inclinação é alto,

reduzindo-se bastante a partir daí até profundidade de -15 m.

Este setor é caracterizado, por apresentar uma série de

recifes na linha de costa. O padrão dos contornos das

isobatimétricas é mais irregular que o Setor Sul e Norte. Os

perfis batimétricos apresentam as maiores variações

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

53

morfológicas da área, traduzindo a influência da sedimentação

carbonática (Figuras 9 e 11).

4.2.3. Setor Norte

No Setor Norte as isóbatas de -5 m e -10 m se aproximam

da linha de costa, enquanto que, a isóbata de -15 metros

apresenta-se mais afastada da costa em frente ao Rio Guaju e a

partir daí volta a se aproximar. Em frente aos Rios Estivas e

Guaju, apresenta inflexões, o que sugere uma morfologia de

paleocanal (Figura 11).

Nos perfis batimétricos (Figura 12), o perfil 18, na

praia de Coqueirinho, da praia até a profundidade de -10 m, o

ângulo de inclinação apresenta-se alto, porém, a partir dai até

profundidade de -15 m a declividade diminui bastante. O perfil

19, na Baia da Traição, inicia-se com uma declividade alta, que

a partir da profundidade de -5m até a -15 m, diminui

continuamente. No perfil 20, nas imediações da Barreira do

Forte, a inclinação começa alta, porém, a partir da

profundidade -10 m e -15 m diminui bastante. O perfil 21,

localizado na altura da Barra de Camaratuba, começa com uma

inclinação alta, que a partir de 10 m até 15 m torna-se baixa.

O perfil 22, nas proximidades do Monte Pelé, é o mais

diferenciado de todos, o fundo apresenta algumas variações, com

a presença de um vale na profundidade de 15, que está

relacionado a um paleocanal de drenagem. O perfil 23,

localizado em frente a praia de Segi, a inclinação inicia-se

alta, mas, da profundidade -10 m até 15m apresenta uma

declividade menor.

Neste setor o padrão do contorno das isobatimétricas é

mais suave, apresentando menos irregularidades que os setores

Sul e Central (Figura 9). Ele apresenta largura com as maiores

variações, apresentando-se no extremo norte, bastante estreito.

Os perfis batimétricos, apresentam uma morfologia caracterizada

por pequenas variações, indicando a grande influência da

sedimentação terrígena atual (Figuras 9 e 12).

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

54

Figura 11 - Perfis batimétricos do Setor Central da plataforma continental interna do estado da Paraíba.

Figura 12 - Perfis batimétricos do Setor Norte da plataforma continental interna do estado da Paraíba. 4.3. Sedimentos Superficiais da Plataforma Continental

Interna do Estado da Paraíba

Os sedimentos em estudo encontram-se em uma zona

turbulenta, é a região em que acontece a arrebentação das

ondas, e de influência das marés. Nela ocorrem ambientes

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

55

sedimentares: estuarino, planície de maré, marinho costeiro e

plataforma rasa.

Neste estudo a análise da zonação sedimentar

perpendicular à costa terá como base principalmente os

critérios profundidade, hidrodinâmica, morfologia de fundo e

morfologia da configuração da linha de costa, seguindo a

proposta de divisão por setores.

4.3.1. Setor Sul

Neste setor foram realizados 9 perfis (1-9)

perpendiculares à costa, com 8 estações amostradas em cada

perfil.

No perfil 1 – Carne de Vaca – a cobertura sedimentar

do fundo começa apresentando areia litoclástica média até a

profundidade de 3,5m; passando para cascalho bioclçástico

lamoso; seguido de lama bioclástica; terminando com recife de

coral (Tabela 2). Considerando-se todas as amostras do perfil,

os sedimentos apresentam percentuais de cascalho em torno de

1%, as areias 70% e as lamas 29%. Na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos apresentam percentuais que

atingem o máximo de 80% e os segundo 20% (Figura 13). Os

sedimentos litoclásticos, formados por areias, variando de

média fina, são predominantes e diminuem coma profundidade. O

teor em carbonato de cálcio não ultrapassa 50% e aumenta em

direção ao largo, cujo aumento deve-se ao material de origem

recifal (tabela 2 e figura 13).

Tabela 2 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.

N◦ DA ESTAÇ

PROFUN (m)

CASCALHO %

AREIA %

LAMA%

CaCO3 %

FÁCIES

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

56

Perfil 01 (Carne de Vaca ).

01

2,90

2,95

95,58

1,47

24,00

Areia litoclástica média cinza com Halimeda (Alc),

02

3,30

0,00

98,75

1,25

0,00

Areia litoclástica média cinza (Alc)

03

3,50

0,15

97,47

2,53

0,00

Areia litoclástica média cinza (Alc)

04

5,15

0,15

55,35

44,51

31,00

Areia litoclástica fina lamosa cinza

(ALd,e)

05

6,25

0,43

62,75

36,82

19,00

Areia litoclástica fina lamosa cinza

(ALd,e)

06

7,8 -

-

-

-

Cascalho bioclástico de algas (CB)

07

9,2

0,00

12,16

87,84

48,00

Lama bioclástica (LL)

08

10,6

-

-

-

-

Recife de coral(R)

Perfil 02 (Ponta dos Coqueiros)

09

1,84

0,00

98,0

1,90

0,00Areia litoclástica fina cinza (ALd)

10

2,60

0,00

96,35

3,65

30,00

Areia litoclástica fina cinza (ALd)

11

3,50

0,00

97,74

2,26

0,00

Areia litoclástica fina cinza (ALd)

12

5,15

0,00

97,58

2,42

0,00

Areia litoclástica fina cinza (ALd)

13

6,25

56,22

42,84

0,94

90,00

Cascalho bioclástica arenoso, com

Halimeda (CBf)

14

7,80

9,94

89,30

0,76

90,00

Areia bioclástica grossa (Abb)

15

9,20

0,15

61,85

38,00

20,00

Areia litoclástica fina lamosa cinza

(ALd,e)

16

10,60

0,00

9,33

90,67

46,00

Lama litoclástica (LL)

Perfil 03 (Pitimbu)

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

57

17

1,9

10,12

88,90

0,98

6,00

Areia litoclástica grossa (ALb)

18

2,62

12,96

85,17

1,87

29,00

Areia litoclástica grossa com

Halimeda (ALb)

19

3,45 -

-

-

-

Recife de algas incrustantes (R)

20

4,74

-

-

-

-

Recife de algas incrustantes (R)

21

6,03

-

-

-

-

Recife de algas

(R)

22

8,18 -

-

-

-

Recife de algas

(R)

23

8,88 -

-

-

-

Recife de algas incrustantes (R)

24

9,68

0,18

96,85

2,97

90

Areia bioclástica fina (Abd)

O perfil 2 – Ponta dos Coqueiros – inicia-se com areia

litoclástica fina cinza; passando para cascalho bioclástico

arenoso com Halimeda na profundidade de 6,25m; gradando pra

areia bioclástica grossa; mudando para areia litoclástica fina

lamosa fina; teminnado com lama litoclástica (Tabela 2).

Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos

Relação fácies/profundidade

0

2

4

6

8

10

12

0 1 2 3 4 5 6 7 8

AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc) AREIA LITOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ALd,e)

CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB) LAMA BIOCLÁSTICA (LB)

RECIFE

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para osterrígenos

1%

70%

29%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

58

Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos

20%

80%

CaCO3

TERÍGENOS

Distibuição dos percentuais em CaCO3, cascalho, areiae lama por amostra

1 2 3 4 5 6 7 8010

2030

4050

6070

8090

100

1 2 3 4 5 6 7 8

CaCO3

CASCALHO

AREIA

LAMA

PERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 13 - Perfil 1 - Carne de Vaca, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.

apresentam percentuais de cascalho em torno de 8%, as areias

74% e as lamas 18%. Na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos atingem o máximo de 69% e carbonatos 31% (Figura

14). A areia litoclástica fina lamosa e a lama litoclástica,

diminuem com a profundidade, ao contrário, o cascalho

bioclástico arenoso e areia bioclástica grossa, apresentam

maiores concentrações em direção ao largo (Tabela 2 e Figura

14). Em relação ao perfil anterior observa-se que, os cascalhos

e as areias aumentaram e a lama reduziu-se. Na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os carbonatos

aumentaram. O teor em carbonato de cálcio, na porção mediana do

perfil, chega a 90%, reduzindo-se a partir daí, com valores

variando de 20 a 46%, estando relacionado a presença do recife

do perfil anterior, que foi recoberto por areias litoclásticas

atuais provenientes do Rio Goiana e dos sedimentos da Formação

Barreiras (Figuras 13 e 14).

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

59

Relação fácies/profundidade

0

2

4

6

8

10

12

0 9 10 11 12 13 14 15 16

AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) CASCALHO BIOCLÁSTICO ARENOSO (CBf)

AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb) AREIA LITOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ALd,e)

LAMA LITOCLÁSTICA (LL)

ESTAÇÕES

PROF

UNDIDADE

(m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para osterrígenos

8%

74%

18%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos

31%

69% CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

9 10 11 12 13 14 15 160102030405060708090100

9 10 11 12 13 14 15 16

CaCO3CASCALHOAREIALAMA

AMOSTRAS

PERCENTAGEM %

Figura 14 - Perfil 2 - Ponta dos Coqueiros, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos/carbonáticos ao longo do perfil. No perfil 3 - Pitimbu - os sedimentos de fundo começam

com areia litoclástica grossa; passando para recife de algas na

profundidade de 3,4 m; terminando com areia bioclástica fina

(Tabela 2). Considerando-se todas as amostras do perfil, os

sedimentos apresentam percentuais de cascalho em torno de 8%,

as areias 90%, e as lamas 2%. Na relação terrígenos/carbonatos,

os terrígenos atingem o máximo de 58% e carbonatos 42% (Figura

15). As areias litoclásticas grossas, diminuem com a

profundidade, ao contrário, as areias bioclásticas finas,

apresentam maiores concentrações em direção ao largo (Tabela 2

e Figura 15). Em relação ao perfil anterior observa-se que, os

cascalhos permaneceram constantes, as areias aumentaram e as

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

60

lamas diminuíram. Na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos aumentaram e os carbonatos diminuíram. O teor em

carbonato de cálcio varia de 6 a 90% e aumenta com a

profundidade, cuja presença deve-se ao material de origem

recifal (figuras 14 e 15).

Relação fácies/profundidade

0123456789

10

0 17 18 19 20 21 22 23 24

AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA (ALb) RECIFE (R) AREIA BIOCLÁSTICA FINA (ABd)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para osterrígenos

8%

90%

2%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos

42%

58%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em; CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

17 18 19 20 21 22 23 240

102030

4050

60708090

100

17 18 19 20 21 22 23 24

CaCO3CASCALHOAREIALAMA

PERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 15 - Perfil 3 - Pitimbu, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. No perfil 4 - Barreira de Tambaba - se inicia por areia

litoclástica fina cinza; passando para areia litoclástica média

até a profundidade de 6,3 m; terminando com areia litoclástica

grossa marrom (Tabela 3). Considerando-se todas as amostras do

perfil, os sedimentos apresentam percentuais de cascalho em

torno de 4%, as areias 94%, e as lamas 2%. Na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo de 82% e

carbonatos 18% (Figura 16). Ao contrário do que foi observado

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

61

em perfis anteriores, as areias litoclásticas variando de fina

a grossa, predominam totalmente (Tabela 3 e Figura 16). Em

relação ao perfil anterior observa-se que os cascalhos

diminuíram, as areias aumentaram e as lamas permaneceram

constantes, na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos

aumentaram bastante e conseqüentemente os carbonatos

diminuíram. Nota-se uma inversão em relação aos perfis

Relação fácies/profundidade

0123456789

10

0 25 26 27 28 29 30 31 32

AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd)AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA CASCALHOSA (ALc,a)AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc)AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA (ALb)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE

(m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para osterrígenos

4%

94%

2%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos

18%

82%CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

25 26 27 28 29 30 31 320

102030

4050

607080

90100

25 26 27 28 29 30 31 32

CaCO3CASCALHOAREIALAMA

PERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 16 - Perfil 4 - Barreira de Tambaba, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. Tabela 3 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.

NO DA ESTAÇ

PROFUN

CASCALH

O %

AREIA %

LAMA%

CaCO3 %

FÁCIES

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

62

. (m)

Perfil 04 (Barreira de Tambaba).

25

2,30

0,00

97,30

2,70

15,00

Areia litoclástica fina cinza (Ald)

26

3,30

0,27

98,28

1,45

8,00

Areia litoclástica fina cinza (Ald)

27

4,30

20,03

78,40

1,57

20,00

Areia litoclástica média cascalhosa com fragmento de algas (Alc,a)

28

5,30

8,87

89,50

1,63

29,00

Areia litoclástica média (Alc)

29

6,30

0,93

96,85

2,22

-

Areia litoclástica média (Alc)

30

6,30

2,60

96,45

0,95

-

Areia litoclástica grossa (ALb)

31

8,26

0,32

98,30

1,38

-

Areia litoclástica grossa (ALb)

32

9,26

0,25

98,72

1,03

-

Areia litoclástica grossa marrom

(ALb) Perfil 05 (Barra de Tambaba)

33

1,44

17,55

81,70

0,75

5,00

Areia litoclástica grossa clara (ALb)

34

2,44

0,66

97,80

1,54

15,00

Areia litoclástica fina clara (Ald)

35

3,44

0

98,90

1,10

12,00

Areia litoclástica média (Alc)

36

4,54

0

98,80

1,20

10,00

Areia litoclástica média (Alc)

37

5,54

1,42

97,60

0,98

15,00

Areia litoclástica média (Alc)

38

6,54

0,13

98,28

1,59

20,00

Areia litoclástica média (Alc)

39

7,54

3,63

95,15

1,22

64,00

Areia bioclástica grossa (Abb)

40

8,54

7,03

91,4

1,55

90,0

Areia bioclástica grossa (Abb)

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

63

2 0 Perfil 06 (Ponta de Tambaba - Embocadura do Rio)

41

2,27

4,48

67,62

27,90

31,00

Areia litoclástica fina lamosa cinza

(Ald,e)

42

3,27

0,00

77,00

23,00

27,00

Areia litoclástica fina lamosa cinza

(Ald,e)

43

4,27

0,00

81,37

18,63

26,00

Areia litoclástica fina lamosa (Ald,e)

44

5,27

0,54

97,52

1,94

27,00

Areia litoclástica média (Alc)

45

6,27

4,58

94,40

1,02

52,00

Areia bioclástica grossa (Abb)

46

7,27

7,74

91,84

0,42

60,00

Areia bioclástica grossa (Abb)

47

8,27

7,60

92,07

0,33

60,00

Areia bioclástica grossa (Abb)

48

9,27

-

-

-

-

Cascalho bioclástico e algas (CB)

anteriores, onde o teor em carbonato de cálcio diminui com a

profundidade e não chega a ultrapassar 30%, o que se explica

pela presença da falésia do Barreiras e da contribuição do Rio

Abaí.(figuras 15 e 16).

O perfil 5 - Barra de Tambaba - se inicia por areia

litoclástica grossa; passando para areia litoclástica fina;

gradando para areia litoclástica média na profundidade de 6,5

m; terminando com areia bioclástica grossa (Tabela 3).

Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos

apresentam percentuais de cascalho em torno de 4%, as areias

95% e as lamas 1%. Na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos atingem 71% e carbonatos 29% (Figura 17). As areias

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

64

Relação fácies/profundidade

0

12

3

45

6

78

9

0 33 34 35 36 37 38 39 40

AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA (ALb) AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd)

AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc) AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE

( m)

Percentuais em: cascalho areia e lama para osterrígenos

4%

95%

1%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos

29%

71%CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

33 34 35 36 37 38 39 400

102030405060708090100

33 34 35 36 37 38 39 40

CaCO3

CASCALHOAREIA

LAMA

PERCENTAG

E M %

AMOSTRAS

Figura 17 - Perfil 5 - Barra de Tambaba, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. litoclásticas variando de (grossa, fina e média), apresentam

teores mais ou menos constantes até a profundidade de 6,5 m. As

areias bioclásticas grossas concentram-se no final do perfil

(tabela 3 e figura 17). Em relação ao perfil anterior observa-

se que, os cascalhos permaneceram constantes, as areias

aumentaram um pouco e as lamas diminuíram. Na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os carbonatos

aumentaram. O teor em carbonato de cálcio aumenta com a

profundidade e apresenta valores que variam de 5 a 90%, estando

relacionado a contribuição proveniente de areias carbonáticas

relíquias (figuras 16 e 17).

O perfil 6 - Ponta de Tambaba - se inicia por areia

litoclástica fina lamosa cinza; passando para areia

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

65

litoclástica média; mudando para areia bioclástica grossa até

na profundidade de 6,2 m; terminando com cascalho bioclástico

(Tabela 3). Considerando-se todas as amostras do perfil, os

sedimentos apresentam percentuais de cascalho em torno de 4%,

as areias 86% e as lamas 10%. Na relação terrígenos/carbonatos,

os terrígenos atingem o máximo de 61% e carbonatos 39% (figura

18). As areias litoclásticas variando de fina lamosa a média,

diminuem com a profundidade. O cascalho bioclástico e areia

bioclástica grossa, concentram-se no final do perfil (Tabela 3

e Figura 18). Em relação ao perfil anterior observa-se que os

cascalhos permaneceram constantes, as areias diminuíram e as

lamas aumentaram. Na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos diminuíram e os carbonatos aumentaram. O teor em

carbonato de cálcio cresce com o aumento da profundidade e

apresenta valores que variam de 26 a 60%, estando relacionado

as areias litoclásticas relíquias (figuras 17 e 18).

O perfil 7 - Jacumã - se inicia com areia litoclástica

média cinza; passando para areia litoclástica fina lamosa;

gradando para lama bioclástica arenosa na profundidade de 6 m;

terminando com recife de algas (Tabela 4). Considerando-se

todas as amostras do perfil, os sedimentos apresentam

percentuais de cascalho em torno de 0%, as areias 69%, e as

Lamas 31%. Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos

Relação fácies/profundidade

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0 41 42 43 44 45 46 47 48

AREIA LITOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ALd,e) AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc)

AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb) CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE

(m)

Percentuais: cascalho, areia e lama para osterígenos

4%

86%

10%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

66

Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos

39%

61%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

41 42 43 44 45 46 47 480

102030405060708090

100

41 42 43 44 45 46 47 48

CaCO3CASCALHOAREIALAMA

PERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 18 - Perfil 6 - Ponta de Tambaba, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.

atingem o máximo de 64% e carbonatos 36% (Figura 19). As areias

litoclásticas variando de média a fina lamosa, diminuem com a

profundidade. As lamas bioclásticas arenosas, ocupam a porção

mediana do perfil (Tabela 4 e Figura 19). Em relação ao perfil

anterior, os cascalhos e as areias diminuíram, as lamas

aumentaram. Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos

aumentaram e os carbonatos diminuíram. O teor em carbonato de

cálcio cresce com o aumento da profundidade, apresentando

valores que variam de 8 a 69%. As maiores concentrações em

carbonato de cálcio estão associadas a presença de lama, cuja

contribuição é proveniente, possivelmente da erosão biomecânica

do recife (figuras 18 e 19).

Tabela 4 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama , CaCO3 e descrição das fácies.

NO DA ESTAÇ.

PROFUN

. (metro

)

CASCALHO %

AREIA %

LAMA %

CaCO3 %

FÁCIES

Perfil 07 (Jacumã)

49

1,58

0,00

97,40

2,60

12,00

Areia litoclástica média cinza (ALc)

50

2,58

0,00

97,4

2,54

10,0

Areia litoclástica média cinza (ALc)

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

67

6 0

51

3,58

0,00

97,75

2,25

8,00

Areia litoclástica média cinza (ALc)

52

4,38

0,00

53,15

46,85

45,00

Areia litoclástica fina lamosa cinza

(ALd,e)

53

5,38

0,00

34,82

65,18

71,00

Lama bioclástica arenosa (LBf)

54

6,38

0,00

34,04

65,96

69,00

Lama bioclástica arenosa (LBf)

55

7,38

-

-

-

-

Recife de algas

(R)

56

8,38 -

-

-

-

Recife de algas

(R) Perfil 08 (Penha)

57

2,22

0,90

94,53

4,57

12,00

Areia litoclástica fina cinza (ALd)

58

2,78

-

-

-

-

Recife de algas

(R)

59

3,42 -

-

-

-

Recife de algas

(R)

60

4,35 -

-

-

-

Recife de algas incrustantes (R)

61

6,18

0,80

96,80

2,40

90,00

Areia bioclástica média (Abc)

62

7,50

0,42

97,44

2,14

90,00

Areia bioclástica média (Abc)

63

8,80

1,82

96,00

2,18

90,00

Areia bioclástica média (Abc)

64

10,15

0,00

97,82

2,18

90,00

Areia bioclástica média (Abc)

Perfil 09 (Nossa Senhora da Penha)

65

1,65

0,00

13,40

86,60

12,00

Lama litoclástica (LL)

66

2,50

0,00

10,58

89,42

38,00

Lama litoclástica (LL)

Areia bioclástica

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

68

67 3,45 1,20 94,10

4,70 66,00

média e Halimeda (ABc)

68

4,60

-

-

-

-

Cascalho bioclástico (CB)

69

5,75

1,28

72,80

25,92

85,00

Areia bioclástica fina cinza (ABd)

70

6,85

3,13

94,57

2,30

74,00

Areia bioclástica grossa e Halimeda

(ABb)

71

7,80

0,63

96,47

2,90

90,00

Areia bioclástica média (ABc)

72

8,65

-

-

-

-

Cascalho bioclástico de

algas(CB)

Relação fácies/profundidade

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 49 50 51 52 53 54 55 56

AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc) AREIA LITOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ALd,e)

LAMA BIOCLÁSTICA ARENOSA (LBf) RECIFE (R)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais e: cascalho, areia e lama para osterrígenos

0%

69%

31%0%

CASCALHO

AREIA

LAMA

relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos

36%

64%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

49 50 51 52 53 54 55 560

10

2030

4050

6070

80

90

100

49 50 51 52 53 54 55 56

CaCO3

CASCALHOAREIA

LAMA

AMOSTRAS

PERCENTAGEM %

Figura 19 - Perfil 7 - Jacumã, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

69

O perfil 8 - Penha - se inicia por areia litoclástica

fina cinza; passando para recife na profundidade de 2,7;

terminando com areia bioclástica média (Tabela 4).

Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos

apresentam percentuais de cascalho em torno de 1%, as areias

96%, e as lamas 3%. Na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos atingem o máximo de 26% e carbonatos 74% (Figura

20). As areias litoclásticas finas, concentram-se no inicio do

perfil. As areias bioclásticas médias, concentram-se no final

do perfil (Tabela 4 e Figura 20). Em relação ao perfil

anterior, os cascalhos e as areias aumentaram, as lamas

diminuíram. Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos

diminuíram e os carbonatos aumentaram. Nota-se inversão com um

crescimento significativo no teor em carbonato de cálcio, que

chega a alcançar 90%, a partir dos 6,0 m de profundidade, cujo

aumento deve-se a presença do recife e a pequena influência da

sedimentação terrígena atual (figuras 19 e 20).

Relação fácies/profundidade

0

2

4

6

8

10

12

0 57 58 59 60 61 62 63 64

AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) RECIFE (R) AREIA BIOCLÁSTICA MÉDIA (ABc)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais: cascalho, areia e lama para osterígenos

1%

96%

3%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

70

Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos

74%

26%

CaCO3TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

57 58 59 60 61 62 63 640

102030405060708090

100

57 58 59 60 61 62 63 64

CaCO3CASCALHOAREIALAMA

PERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 20 - Perfil 8 - Penha, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. perfil 9 (Nossa Senhora da Penha) - se inicia por lama

litoclástica até a profundidade de 2,5 m; passando para areia

bioclástica média; seguida de cascalho bioclástico; a partir

daí grada para areia bioclástica fina cinza; mudando para areia

bioclástica grossa com Halimeda; seguida de areia bioclástica

média; terminando com cascalho bioclástico. Este perfil é o que

apresenta maior diversidade de fácies (Tabela 4). Considerando-

se todas as amostras do perfil, os sedimentos apresentam

percentuais de cascalho em torno de 1%, as areias 64% e as

lamas 35%. Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos

atingem o máximo de 36% e carbonatos 64% (figura 21). As lamas

litoclásticas, concentram-se no inicio do perfil. O cascalho

bioclástico e as areias bioclásticas, variando de (fina, grossa

e média) concentram-se no final do perfil (Tabela 4 e Figura

21). Em relação ao perfil anterior observa-se que os cascalhos

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

71

Relação fácies/profundidade

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 65 66 67 68 69 70 71 72

LAMA LITOCLÁSTICA (LL) AREIA BIOCLÁSTICA MÉDIA (ABc)

CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB) AREIA BIOCLÁSTICA FINA (ABd)

AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais: cascalho, areia e lama para ossedimentos

1%

64%

35%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos

64%

36%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: caco3, cascalho,areia e lama por amostra

65 66 67 68 69 70 71 7201020304050

60708090

100

65 66 67 68 69 70 71 72

CaCO3CASCALHO

AREIALAMA

PERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 21 - Perfil 9 - Nossa Senhora da Penha, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. permaneceram constantes, as areias diminuíram e as lamas

aumentaram bastante e na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos aumentaram e os carbonatos diminuíram. Similarmente

ao que vem ocorrendo em outros perfis, o teor em carbonato de

cálcio aumenta com a profundidade, e apresenta valores que

variam de 12 a 90%, geralmente associado a presença de lama,

cuja contribuição é proveniente de sedimentos relíquia (Figuras

20 e 21).

No Setor Sul, considerando-se todos os perfis, os

cascalhos alcançam o máximo de 3%, areias 82%, lamas 15%,

predominando os sedimentos litoclásticos, cujos percentuais

atingem 61%, enquanto que, os bioclásticos alcançam 39% (figura

22). Neste setor dominam os sedimentos litoclásticos, que

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

72

variam lateralmente, apresentando maior concentração no centro

e localmente no perfil 8, os sedimentos bioclásticos,

concentram-se no norte do setor. As areias são predominantes

Setor Sul percentuais em:cascalho, areia e lama

3%

82%

15%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Setor Sul relação sedimentos terrígenos ecarbonáticos

39%

61%

CaCO3

TERRÍGENOS

Perfis Setor Sul com teores em: carbonato, cascalho,areia e lama

1 2 3 4 5 6 7 8 90

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9

CaCO3 CASCALHO AREIA FINOS

Figura 22 - Diagramas do Setor Sul mostrando os percentuais em CaCO3 e terrígenos; e nos terrígenos os percentuais em cascalho, areia e finos. com percentuais superiores a 60%, as lamas concentram-se em

duas regiões, entre os perfis 1 e 2, e entre os perfis 6 e 9 e

não chegam a atingir 50%, isto explica a presença dos rios,

cuja concentração é maior no centro e no norte do setor (Figura

22).

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

73

4.3.2. Setor Central

Neste setor foram realizados 8 perfis (10-17)

perpendiculares à costa, com 8 estações amostradas em cada

perfil.

No perfil 10 - João Pessoa - os sedimentos de fundo se

iniciam por areia litoclástica fina cinza; passando para recife

de algas; seguido de areia bioclástica fina lamosa cinza;

mudando para lama bioclástica bege, gradando na profundidade de

7,0 m para lama bioclástica arenosa fina; terminando com

cascalho bioclástico (Tabela 5). Considerando-se todas as

amostras do perfil, os sedimentos apresentam percentuais de

cascalho em torno de 1%, as areias 46% e as lamas 54%. Na

relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo

de 35% e os carbonatos 65% (Figura 23). As areias litoclásticas

finas, são subordinados e concentram-se no inicio do perfil, o

cascalho, a areia fina lamosa e lama bioclástica, concentram-se

a partir da profundidade de 5,4 m (Tabela 5 e Figura 23). Em

relação ao perfil anterior, observa-se que, os cascalhos

permaneceram constantes, as areias diminuíram e as lamas

aumentaram bastante, na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos diminuíram um pouco e os carbonatos conseqüentemente

aumentaram. O teor em carbonato de cálcio aumenta com a

profundidade, com valores que variam de 36 a 81%, o que explica

a presença do recife e pouca influência da sedimentação

terrígena atual. As maiores concentrações em carbonato de

cálcio estão associadas a presença de lama, cuja contribuição é

proveniente do recife (Figuras 22 e 23).

Tabela 5 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.

NO DA ESTAÇÃ

O

PROFUN(m)

CASCALH

O%

AREIA %

LAMA %

CaCO3 %

FÁCIES

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

74

Perfil 10 (João Pessoa)

73

2,90

0,00

75,60

24,40

36,00

Areia litoclástica fina

cinza (ALd)

74

3,68 -

-

-

-

Recife de algas

(R)

75

4,58

0,50

69,08

30,42

67,00

Areia bioclástica fina lamosa cinza

(Ald,e)

76

5,42

0,00

18,80

85,20

62,00

Lama bioclástica bege (LB)

77

6,30

0,00

26,70

73,30

81,00

Lama bioclástica bege (LB)

78

7,19

0,00

43,06

56,94

80,00

Lama bioclástica arenosa cinza

(LBf)

79

8,22 -

-

-

-

Cascalho bioclástico de algas (CB)

78

9,10

-

-

-

-

Cascalho bioclástico de algas (CB)

Perfil 11 (Ponta do Bessa - restinga de Cabedelo)

81

2,65 -

-

-

-

Recife de algas

(R)

82

3,75 -

-

-

-

Recife de algas

(R)

83

4,75

0,00

98,65

1,35

85,00

Areia bioclástica fina lamosa e

Halimeda (Abd,e)

84 -

-

-

-

-

Sem informação

(SI)

85 -

-

-

-

-

Sem informação

(SI)

86

7,45

23,16

68,12

8,72

90,00

Areia bioclástica grossa cascalhosa

e Halimeda (ABb,a)

87

-

0,25

98,32

1,43

90,00

Areia bioclástica grossa (Abb)

88

9,30

0,33

98,12

1,55

90,00

Areia bioclástica grossa marron

(Abb)

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

75

Perfil 12 (Ponta de Campina - restinga de Cabedelo)

89

1,40

1,70

77,67

6,63

90

Areia bioclástica média com

Halimeda (Abc)

90

2,60 -

-

-

-

Recife de algas

(R)

91 -

-

-

-

-

Sem informação

(SI)

92

4,90

0,00

98,65

1,35

90,00

Areia bioclástica grossa marrom

(Abb)

93

6,00

1,56

96,65

1,79

90,00

Areia bioclástica grossa marrom

(Abb)

94

7,10

0,36

97,80

1,84

90,00

Areia bioclástica grossa marrom

(Abb)

95

8,30

5,65

93,20

1,15

90,00

Areia bioclástica grossa marrom

(Abb)

96

9,40

5,17

92,65

2,18

90,00

Areia bioclástica grossa marrom com Halimeda (ABb)

Relação fácies/profundidade

0123456789

10

0 73 74 75 76 77 78 79 80

AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) RECIFE (R)

AREIA BIOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ABd,e) LAMA BIOCLÁSTICA (LB)

LAMA BIOCLÁSTICA ARENOSA (LBf) CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais: cascalho, areia e lama para ossedimentos

0%

46%

54% 0%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

76

Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos

65%

35%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

73 74 75 76 77 78 79 800

10

20

30

40

50

60

70

80

90

73 74 75 76 77 78 79 80

CaCO3CASCALHOAREIALAMA

PERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 23 - Perfil 10 - João Pessoa, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.

No perfil 11 - Ponta do Bessa - os sedimentos começam

por recifes de algas; passando para areia bioclástica fina

lamosa com Halimeda; nas estações 84 e 85 o fundo é duro,

possivelmente formado por recife; gradando na profundidade de

7,4 m para areia bioclástica grossa cascalhosa com Halimeda;

terminando com areia bioclástica grossa marrom (Tabela 5).

Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos

apresentam percentuais de cascalho em torno de 11%, as areias

78%, e as lamas 11%. Na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos atingem o máximo de 11% e os carbonatos 89% (Figura

24). As areias bioclásticas variando de fina a grossa (Tabela 5

e Figura 24). Em relação ao perfil anterior observa-se que os

cascalhos e as areias aumentaram, as lamas diminuíram bastante

e na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e

os carbonatos aumentaram. O teor em carbonato de cálcio

apresenta-se mais ou menos constante em todas as profundidade,

com valores variando de 85 a 90%, o que explica a contribuição

recifal e nenhuma influência da sedimentação terrígena atual

(Figuras 23 e 24).

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

77

Relação fácies/profundidade

0123456789

10

0 81 82 83 84 85 86 87 88

RECIFE (R)

AREIA BIOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ABd,e)

SEM INFORMAÇÃO (SI)

AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA CASCALHOSA (ABb,a)

AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais: cascalho, areia e lama para ossedimentos

11%

78%

11%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos

89%

11%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

82 83 84 85 86 87 880102030405060708090100

82 83 84 85 86 87 88

CaCO3

CASCALHOAREIA

LAMA

AMOSTRAS

PERCENTAGEM %

Figura 24 - Perfil 11 - Ponta do Bessa, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. No perfil 12 - Ponta de Campina - os sedimentos se

iniciam por areia bioclástica média com Halimeda; passando para

recife na profundidade de 2,6 m; na estações 91 o fundo é duro,

possivelmente formado por recife; terminando com areia

bioclástica grossa (Tabela 5). Considerando-se todas as

amostras do perfil, os sedimentos apresentam percentuais de

cascalho em torno de 2%, as areias 95%, e as lamas 3%. Na

relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo

de 10% e os carbonatos 90% (Figura 25). As areias bioclásticas

variando de média a grossa (Tabela 5 e Figura 25). Em relação

ao perfil anterior observam-se nos sedimentos, que os cascalhos

diminuíram, as areias aumentaram e as lamas também diminuíram,

na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os

carbonatos aumentaram um pouco. O teor em carbonato de cálcio é

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

78

constante em todas as profundidades, com valores em torno de

90%, o que explica a importante contribuição do recife em

oposição a fraca influência da sedimentação terrígena atual

(Figuras 24 e 25).

Relação fácies/profundidade

012345678910

0 89 90 91 92 93 94 95 96

AREIA BIOCLÁSTICA MÉDIA (ABc) RECIFE (R)

AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb) SEM INFORMAÇÃO (SI)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos

95%

2%3%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos

90%

10%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

89 90 91 92 93 94 95 960102030405060

708090

100

89 90 91 92 93 94 95 96

CaCO3CASCALHOAREIALAMA

PERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 25 - Perfil 12 - Ponta de Campina, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. O perfil 13 - Farol da Pedra Seca - apresenta fundo

duro até a estação 100, possivelmente formado por recife;

Tabela 6 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.

NO DA EST.

PROFUN(m)

CASCALH

O%

AREIA %

LAMA %

CaCO3 %

FÁCIES

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

79

Perfil 13 (Farol da Pedra Seca - Ponta do Mota, restinga de cabedelo)

97

-

-

-

-

-

Sem informação (SI)

98

-

-

-

-

-

Sem informação (SI)

99

-

-

-

-

-

Sem informação (SI)

extra

-

-

-

-

-

Recife de algas (R)

100

5,00

-

-

-

-

Recife de algas (R)

101

4,50

0,40

97,83

1,77

90,00

Areia bioclástica média marrom (ABc)

102

6,80

0,00

98,40

1,60

90,00

Areia bioclástica média marrom (ABc)

103

8,00

0,35

98,10

1,55

90,00

Areia bioclástica média marrom (Abc)

104

9,20

9,60

81,75

8,65

90,00

Areia bioclástica grossa com Halimeda

(Abb) Perfil 14 (Ponta de Lucena)

105

1,60

0,25

97,47

2,28

40,00

Areia litoclástica fina cinza (Ald)

106

2,50

-

-

-

-

Cascalho bioclástico de algas (CB)

107

3,20

0,00

96,63

3,37

53

Areia bioclástica fina cinza (ALd)

108

4,00

-

-

-

-

Recife de algas (R)

109

5,20

-

-

-

-

Recife de algas incrustantes (R)

110

6,40

-

-

-

-

Recife de algas incrustantes(R)

111

7,60

-

-

-

-

Recife de algas incrustantes (R)

112

8,80

0,00

97,20

2,80

43,00

Areia litoclástica fina cinza (ALd)

Perfil 15 (Rio Miriri - Desembocadura)

113

2,30

0,00

90,77

9,23

41,00

Areia litoclástica fina cinza (ALd)

Areia litoclástica

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

80

114 3,10 0,00 87,40

12,60

46,00

fina cinza (ALd)

115

3,90

0,00

71,78

28,22

48,00

Areia litoclástica fina lamosa cinza

(Ald,e)

116

4,70

0,00

6,25

93,75

46,00

Lama litoclástica cinza (LL)

117

5,10

0,00

4,35

95,65

41,00

Lama litoclástica cinza (LL)

118

6,30

0,00

8,85

91,15

43,00

Lama litoclástica cinza (LL)

119

7,20

0,25

9,40

90,35

52,00

Lama bioclástica cinza (LB)

120

8,10

0,00

57,43

42,57

52,00

Areia bioclástica fina lamosa bege

(ALd,e)

gradando para areia bioclástica média na profundidade de 4,5 m;

terminando com areia bioclástica grossa com Halimeda (Tabela

6). Considerando-se todas as amostras do perfil, nota-se que os

cascalhos estão ausentes, as areias atingem 97%, e as lamas 3%.

Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o

máximo de 10% e os carbonatos 90% (Figura 26). As areias

bioclásticas variando de média a grossa, dominam totalmente

Relação fácies/profundidade

0123456789

10

0 97 98 99 100 101 102 103 104

RECIFE (R) AREIA BIOCLÁSTICA MÉDIA (ABc)

AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA (ABb) SEM INFORMAÇÃO (SI)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos

94%

3

CASCALHO

AREIA

LAMA

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

81

Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos

90%

10%

CaCO3

TERRÍGENOS

distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

97 98 99 100 101 102 103 1040

10203040

5060708090

100

97 98 99 100 101 102 103 104

CaCO3CASCALHOAREIALAMA

PERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 26 - Perfil 13 - Farol da Pedra Seca, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.

(Tabela 6 e Figura 26). Em relação ao perfil anterior observam-

se que os cascalhos e as areias aumentaram, as lamas

permaneceram constantes, na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos e carbonatos permaneceram constantes. O teor em

carbonato de cálcio é constante em todas profundidades,

apresentando valores em torno de 90%, o que explica a marcante

contribuição organógena e a pequena influência da sedimentação

terrígena atual (figuras 25 e 26).

No perfil 14 - Ponta de Lucena - os sedimentos se

iniciam com areia litoclástica fina cinza; passando para

cascalho bioclástico; gradando para areia bioclástica fina

cinza; mudando na profundidade de 4,0 m para recife; terminando

com areia litoclástica fina cinza (Tabela 6). Considerando-se

todas as amostras do perfil, os sedimentos apresentam uma

composição de 97% de areia e 3% lama (Figura 27). Na relação

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

82

Relação fácies/profundidade

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 105 106 107 108 109 110 111 112

AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB)

AREIA BIOCLÁSTICA FINA (ABd) RECIFE (R)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos

97%

3%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos

45%

55%

CaCO3TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

105 106 107 108 109 110 111 1120

102030405060708090

100

105 106 107 108 109 110 111 112

CaCO3

CASCALHOAREIA

LAMA

PERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 27 - Perfil 14 - Ponta de Lucena, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo de 55% e

os carbonatos 45%. As areias litoclásticas finas, concentram-se

no inicio e final do perfil. O cascalho bioclástico e areia

bioclástica fina, concentram-se na porção mediana do perfil

(Tabela 6 e Figura 27). Em relação ao perfil anterior observa-

se que os cascalhos, as areias e as lamas permaneceram

constantes, enquanto que na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos aumentaram e os carbonatos diminuíram.

Diferentemente do que vem ocorrendo em outros perfis, o teor em

carbonato de cálcio diminuiu, e conseqüentemente os terrígenos

aumentaram superando os carbonatos, porém, a diferença entre os

dois é muito pequena, isto explica uma contribuição de

terrígenos provenientes do rio Paraíba (figuras 26 e 27).

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

83

O perfil 15 - Rio Miriri - os sedimentos de fundo se

iniciam por areia litoclástica fina cinza; mudando na

profundidade de 3,9 m para areia litoclástica fina lamosa

cinza; passando gradativamente para lama litoclástica a medida

que a profundidade aumenta; terminando com areia bioclástica

fina lamosa bege (Tabela 6). Considerando-se todas as amostras

do perfil, os sedimentos apresentam percentuais de cascalho em

torno de 0%, as areias 42% e as lamas 58%. Na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo de 52% e

os carbonatos 48% (Figura 28). As areias litoclásticas variando

de fina a fina lamosa, e lama litoclástica, concentram-se do

inicio do perfil, até a profundidade de 6,3 m, a areia

bioclástica fina e lama bioclástica, concentram-se no final do

perfil (Tabela 6 e Figura 28). Em relação ao perfil anterior

observa-se que os cascalhos permaneceram constantes, as areias

diminuíram e as lamas aumentaram significativamente, na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos aumentaram e os carbonatos

diminuíram. O teor em carbonato de cálcio, varia muito pouco

com o aumento da profundidade e apresenta valores baixos na

faixa de 40 a 55%, a lama aumenta com a profundidade,

diminuindo no final do perfil, isto pode ser explicado através

de uma maior contribuição terrígena atual, por influência do

Rio Miriri (Figuras 27 e 28).

Relação fácies/profundidade

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 113 114 115 116 117 118 119 120

AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) AREIA LITOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ALd,e)

LAMA LITOCLÁSTICA (LL) LAMA BIOCLÁSTICA (LB)

AREIA BIOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ABd,e)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos

0%

42%

0%58%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

84

Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos

48%

52%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

113 114 115 116 117 118 119 12001020304050

60708090100

113 114 115 116 117 118 119 120

CaCO3CASCALHOAREIALAMA

PER

CE

NT

AG

EM

%

AMOSTRAS

Figura 28 - Perfil 15 - Rio Miriri, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.

No perfil 16 - Barreira do Miriri - os sedimentos começam

por areia bioclástica fina cinza; que na profundidade de 3,5 m

grada para areia litoclástica fina; seguida de recife de

arenito ferruginoso; passando para cascalho bioclástico;

gradando para lama bioclástica cinza; terminando com cascalho

bioclástico (Tabela 7). Considerando-se todas as amostras do

perfil, os sedimentos não apresentam a fração cascalho, as

areias alcançam 62% e as lamas 38%. Na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo de 48% e

os carbonatos 52% (Figura 29). As areias litoclásticas finas,

concentram-se a partir da profundidade de 3,5 m, até a porção

mediana do perfil, o cascalho bioclástico, a areia bioclástica

fina e a lama bioclástica, concentram-se no inicio e no final

do perfil. Ocorre uma nova inversão, e os bioclásticos voltam a

predominar (Tabela 7 e Figura 29). Em relação ao perfil

anterior observam-se que os cascalhos permaneceram constantes,

as areias aumentaram e as lamas diminuíram, na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os carbonatos

aumentaram. O teor em carbonato de cálcio, é variável e

apresenta valores em torno de 34 e 66%, começam alto, baixando

em seguida e a partir daí aumentando gradativamente, voltando a

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

85

baixar no final do perfil, a lama é carbonática e concentra-se

no final do perfil, cuja contribuição deve-se a influência do

Rio Miriri (Figuras 28 e 29).

Relação fácies/profundidade

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 121 122 123 124 125 126 127 128

AREIA BIOCLÁSTICA FINA (ABd) AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd)

AREIA LITOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ALd,e) RECIFE DE ARENITO FERRUGINOSO (RA)

CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB) LAMA BIOCLÁSTICA (B)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDA DE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para osterrígenos

0%

62%

38%0%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos

52%

48%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dospercentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

121 122 123 124 125 126 127 1280

10

2030

4050

6070

8090

100

121 122 123 124 125 126 127 128

CaCO3CASCALHOAREIALAMA

PERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 29 - Perfil 16 - Barreira do Miriri, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos/carbonáticos ao longo do perfil. Tabela 7 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.

NO DA EST.

PROFU

. (m)

CASCALH

O %

AREIA %

LAMA%

CaCO3 %

FÁCIES

Perfil 16 (Barreira do Miriri).

121

2,60

0,00

97,40

2,60

52,00

Areia bioclástica fina cinza (ALd)

122

3,50

0,00

97,35

2,65

34,00

Areia litoclástica fina cinza (ALd)

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

86

123

4,30

0,00

95,25

4,75

49,00

Areia litoclástica fina lamosa cinza

(ALd,e)

124

5,20 -

-

-

-

Recife de arenito ferruginoso (R)

125

5,80

-

-

-

-

Cascalho bioclástico de algas (CB)

126

6,80

0,00

8,70

91,30

66,00

Lama bioclástica cinza (LL)

127

7,60

0,00

10,54

89,46

57,00

Lama bioclástica cinza (LB)

128

8,50

-

-

-

-

Cascalho bioclástico de algas (CB)

Perfil 17 (Ponta de Mamanguape)

129

3,30 -

-

-

-

Sem informação (SI)

130

4,15

37,45

60,80

1,75

60,00

Areia bioclástica grossa cascalhosa mais algas (ABb,a)

131

5,00

43,27

55,48

1,25

46,00

Areia bioclástica grossa cascalhosa mais algas (Alb,a)

132

5,85

0,00

66,90

33,10

73,00

Areia bioclástica fina lamosa cinza

(ABd,e)

133

6,70

0,00

68,70

31,40

57,00

Areia bioclástica fina lamosa cinza

(ABd,e)

134

7,55

0,00

53,43

46,57

67,00

Areia bioclástica fina lamosa cinza

(ABd,e)

135

8,40

0,00

65,35

34,65

55,00

Areia bioclástica fina lamosa cinza

(ABd,e)

136

8,38 -

-

-

-

Cascalho bioclástico de

algas maciças (CB)

No perfil 17 - Ponta de Mamanguape - os sedimentos se

iniciam com a estação 129 e possivelmente apresentam fundo duro

formado por recife; passando para areia bioclástica grossa

cascalhosa com algas; gradando para areia bioclástica fina

lamosa cinza da profundidade de 5,8 m; terminando com cascalho

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

87

bioclástico (Tabela 7). Considerando-se todas as amostras do

perfil, os sedimentos apresentam percentuais de cascalho em

torno de 23%, as areias 62% e as lamas 25% (Figura 30). Na

relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo

de 40% e os carbonatos 60%. Os sedimentos bioclásticos

predominam totalmente, sendo formados por cascalho bioclástico

e as areias bioclásticas variando de grossa e fina lamosa

(Tabela 7 e Figura 30). Em relação ao perfil anterior observa-

se que os cascalhos aumentaram, as areias permaneceram

constantes e as lamas diminuíram. Na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os carbonatos

aumentaram. O teor em carbonato de cálcio, é acima de 50%,

porém, varia em quase todas as profundidade, a lama concentra-

se da porção mediana até o final do perfil e aumenta com a

profundidade, o que explica contribuição de sedimentos

relíquias (Figuras 29 e 30).

Relação fácies/profundidade

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 129 130 131 132 133 134 135 136

SEM INFORMAÇÃO (SI)

AREIA BIOCLÁSTICA GROSSA CASCALHOSA (ABb,a)

AREIA BIOCLÁSTICA FINA LAMOSA (ABd,e)

CASCALHO BIOCLÁSTICO (CB)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos

13%

62%

25%

CASCALHO

AREIA

LAMA

relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos

60%

40%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

129 130 131 132 133 134 135 1360

10

20

30

40

50

60

70

80

129 130 131 132 133 134 135 136

CaCO3CASCALHOAREIALAMAPE

RCENTAGEM

%

AMOSTRAS

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

88

Figura 30 - Perfil 17 - Ponta de Mamanguape, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.

O setor Central é caracterizado por uma linha contínua

de recifes ao longo da costa. Considerando-se todos os perfis,

os sedimentos apresentam percentuais de cascalho em torno de

4%, as areias 68% e as lamas 11%, na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo de 34%,

os carbonatos 66% (figura 31). Lateralmente os sedimentos

variam, iniciando-se com os bioclásticos, que nos perfis 14 e

15 passam a litoclásticos, voltando a serem bioclásticos no

final do setor, as lamas concentram-se no início e no final do

setor, as areias aumentam em direção ao centro e a partir daí

diminuem bruscamente. Em relação ao setor sul observa-se que os

terrígenos diminuíram, ao contrário, os carbonatos aumentaram,

como também, a quantidade de sedimentos finos. Os cascalhos são

pouco representativos. O teor em carbonato de cálcio inicia-se

alto, com valores variando de 60 a 90%, e a partir do perfil 14

baixa bruscamente (figuras 22 e 31).

Setor Sentral percentuais em:cascalho, areia e finos

4%

68%

28%

CASCALHO

AREIA

FINOS

Setor Central teores em: terrígenos e CaCO3.

66%

34%

CaCO3TERRÍGENOS

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

89

Setor Central com seus respectivos teores em:carbonato, cascalho areia e finos

10 11 12 13 14 15 16 170

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

10 11 12 13 14 15 16 17

CaCO3 CASCALHO AREIA FINOS

Figura 31 - Diagramas circulares do Setor Central mostrando os percentuais em CaCO3 e terrígenos; e nos terrígenos os percentuais em cascalho, areia e lama. 4.3.3. Setor Norte

Neste setor foram realizados 6 perfis (18-23)

perpendiculares à costa, com 8 estações amostradas em cada

perfil.

No perfil 18 - Coqueirinho - os sedimentos começam por

areia litoclástica média; passando para areia litoclástica

grossa na profundidade de 5,0 m; terminando com areia

litoclástica grossa cascalhosa (Tabela 8). Considerando-se

todas as amostras do perfil, os sedimentos apresentam

percentuais de cascalho em torno de 6%, as areias 93%, e as

lamas 1%. Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos

atingem o máximo de 93% e os carbonatos 7% (Figura 32). As

Relação fácies/profundidade

0123456789

10

0 137 138 139 140 141 142 143 144

AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc)

AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA (ALb)

AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA CASCALHOSA (ALb,a)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDAD

E (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos

6%

93%

1%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

90

Relação entre sedimentos terrígenos ecarbonáticos

7%

93%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

137 138 139 140 141 142 143 1440

1020

304050

6070

8090

100

137 138 139 140 141 142 143 144

CaCO3CASCALHOAREIALAMAP

ERCENTAGEM

%

AMOSTRAS

Figura 32 - Perfil 18 - Coqueirinho, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. Tabela 8 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.

NO DA EST.

PROFUN(m)

CASCALH

O %

AREIA %

LAMA %

CaCO3 %

FÁCIES

Perfil 18 (Coqueirinho - flexa arenosa em frente ao rio Estivas)

NO DA EST.

PROFUN(m)

CASCALHO %

AREIA %

LAMA %

CaCO3 %

FÁCIES

137

2,85

0,00

98,40

1,60

12,00

Areia litoclástica média (ALc)

138

3,95

0,00

98,35

1,65

8,00

Areia litoclástica média (ALc)

139

5,00

0,82

98,25

0,93

0,00

Areia litoclástica grossa (ALb)

140

6,00

0,00

98,65

1,35

0,00

Areia litoclástica grossa (ALb)

141

6,85

0,70

97,94

1,36

0,00

Areia litoclástica grossa (ALb)

142

7,75

0,00

98,80

1,20

0,00

Areia litoclástica grossa (ALb)

143

8,65

0,00

98,48

1,52

0,00

Areia litoclástica grossa (ALb)

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

91

144

9,50

46,16

51,78

2,06

36,00

Areia litoclástica grossa cascalhosa cinza (ALb,a)

Perfil 19 (Baia da Traição)

145

2,40

0,40

98,30

1,30

27,00

Areia litoclástica média cinza (ALc)

146

3,20

0,00

38,45

61,55

60,00

Lama bioclástica arenosa cinza (LBf)

147

-

-

-

-

-

Sem informação (SI)

148

-

-

-

-

-

Sem informação (SI)

149

-

-

-

-

-

Sem informação (SI)

150

6,80

0,70

98,15

1,15

12,00

Areia litoclástica grossa (ALb)

151

7,60

0,00

98,45

1,55

15,00

Areia litoclástica grossa (ALb)

152

8,60

0,48

97,90

1,62

12,00

Areia litoclástica grossa (ALb)

Perfil 20 (Barreira do Forte - desembocadura do Rio Camaratuba))

153

1,80

0,00

95,30

4,70

45,00

Areia litoclástica fina cinza (ALd)

154

2,60

0,00

75,15

24,85

45,00

Areia litoclástica fina cinza (ALd)

155

3,50

0,00

32,72

67,28

50,00

Lama litoclástica arenosa cinza (LLf)

156

4,40

0,00

28,05

71,95

50,00

Lama litoclástica arenosa cinza (LLf)

157

5,40

0,00

26,32

73,68

43,00

Lama litoclástica arenosa cinza (LLf)

158

6,60

0,28

32,85

66,87

52,00

Lama bioclástica arenosa cinza (LBf)

159

7,70

0,00

13,85

86,15

73,00

Lama bioclástica

cinza (LB)

160

8,80

0,00

36,05

63,95

50,00

Lama bioclástica

cinza (LB)

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

92

areias litoclásticas variando de média a grossa voltam a

predominar totalmente (Tabela 8 e Figura 32). Em relação ao

perfil anterior observa-se nos sedimentos, que os cascalhos e

as lamas diminuíram, enquanto que, as areias aumentaram. Na

relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos aumentaram

bastante e os carbonatos diminuíram. Inversamente ao que vem

ocorrendo nos perfis anteriores, o teor em carbonato de cálcio

apresenta valores muito baixo, variando de 8 a 36% e concentra-

se no inicio no final do perfil, isto deve-se a grande

influência do Rio Mamanguape (Figuras 30 e 32).

No perfil 19 - Baia da Traição - os sedimentos se

iniciam com areia litoclástica média cinza; passando para lama

bioclástica arenosa fina, na profundidade de 3,2 m; nas

estações 147, 148 e 149 possivelmente é formado por recife;

terminando com areia litoclástica grossa (Tabela 8).

Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos não

apresentam percentuais de cascalho, enquanto que, as areias

formam 87% e as lamas 13% (Figura 33). Na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem 75% e os

carbonatos 25%. As formados por areias litoclásticas variando

de média a grossa, predominam, os bioclásticos são subordinados

e formados por lama bioclástica (Tabela 8 e Figura 33). Em

relação ao perfil anterior observa-se que os cascalhos e as

areias diminuíram, enquanto que as lamas aumentaram. Na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os

carbonáticos aumentaram. O teor em carbonato de cálcio, varia

com valores em torno de 12 a 60%, começando baixo, aumentando

na profundidade de 3,2 m, diminuindo no final do perfil, o que

explica a influência do recife e a contribuição do rio

Mamanguape (Figuras 32 e 33).

No perfil 20 - Barreira do Forte - os sedimentos se

iniciam com areia litoclástica fina cinza; passando para lama

litoclástica arenosa na profundidade de 3,5 m; terminando com

lama bioclástica (Tabela 8). Considerando-se todas as amostras

do perfil, os sedimentos são constituídos por 43% de areia e

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

93

57% de lama. Na relação terrígenos/carbonatos, os terrígenos

atingem o máximo de 48% e os carbonatos 52% (Figura 33). A

Relação fácies/profundidade

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 145 146 147 148 149 150 151 152

AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (ALc) LAMA BIOCLÁSTICA ARENOSA (LBf)

AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA (ALb) SEM INFORMAÇÃO (SI)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos

0%

87%

13%0%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos

25%75%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

145 146 147 148 149 150 151 1520

1020304050

60708090

100

145 146 147 148 149 150 151 152

CaCO3CASCALHOAREIALAMAP

ERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 33 - Perfil 19 - Baia da Traição, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.

areia litoclástica fina e a lama litoclástica arenosa,

concentram-se do início do perfil até a profundidade de 5,4 m,

as lamas bioclásticas, concentram-se no final do perfil (Tabela

8 e Figura 34). Em relação ao perfil anterior observa-se nos

sedimentos, que os cascalhos permaneceram constantes, as areias

diminuíram e as lamas aumentaram. Na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os carbonatos

aumentaram, apresentando uma inversão. O teor em carbonato de

cálcio aumenta com a profundidade, com valores variando de 43 a

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

94

75%, o que explica influência da sedimentação recifal (Figuras

33 e 34).

Relação fácies/profundidade

0123456789

0 153 154 155 156 157 158 159 160

AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) LAMA LITOCLÁSTICA ARENOSA (LLf)

LAMA BIOCLÁTICA ARENOSA (ABf) LAMA BIOCLÁSTICA (LB)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos

0%57%

43%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáicos

52%

48%

CaCO3

TERÍGENOS

distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

153 154 155 156 157 158 159 1600

102030405060708090

100

153 154 155 156 157 158 159 160

CaCO3CASCALHOAREIALAMAPE

RCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 34 - Perfil 20 - Barreira do Forte, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.

No perfil 21 - Barreira de Camaratuba - os sedimentos

se iniciam com areia litoclástica média; passando para cascalho

litoclástico arenoso na profundidade de 4,2 m; gradando para

areia litoclástica grossa; terminando com cascalho litoclástico

arenoso (Tabela 9). Considerando-se todas as amostras do perfil

(Figura 35), os sedimentos apresentam percentuais de cascalho

em torno de 44%, as areias 55%, e as lamas 1%. Na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos atingem o máximo de 87% e

os carbonatos 13%. Os sedimentos litoclásticos formados por

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

95

Tabela 9 - Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.

NO DA EST.

PROFUN(m)

CASCALH

O %

AREIA %

LAMA %

CaCO3 %

FÁCIES

Perfil 21 - (Barreira de Camaratuba)

161

2,00

0,00

98,70

1,30

19,00

Areia litoclástica média (ALc)

162

3,10

0,00

99,23

0,77

12,00

Areia litoclástica média (ALc)

163

4,20

56,40

41,20

2,40

19,00

Cascalho litoclástica arenoso

(CLf)

164

5,40

62,58

33,72

3,70

13,00

Cascalho litoclástica arenoso

(CLf)

165

6,50

46,46

52,52

1,02

13,00

Areia litoclástica grossa cascalhosa

(ALb,a)

166

7,60

56,70

42,63

0,67

13,00

Cascalho litoclástica arenoso

(CLf)

167

8,80

55,00

43,90

1,10

15,00

Cascalho litoclástica arenoso

(CLf)

168

9,90

72,40

26,93

0,67

15,00

Cascalho litoclástica arenoso

(CLf) Perfil 22 (Monte Pelé - desembocadura do Rio Guaju)

169

1,70

0,75

38,75

60,50

0,00

Lama litoclástica arenosa preta (LLf)

170

2,80

74,13

24,68

1,19

13,00

Cascalho litoclástica arenoso

(CLf)

171

3,90

57,12

41,85

1,03

15,00

Cascalho litoclástica arenoso

(CLf)

172

5,10

61,00

37,90

1,10

17,00

Cascalho litoclástica arenoso

(CLf)

173

6,30

62,22

36,78

1,00

8,00

Cascalho litoclástica arenoso

(CLf)

174

7,30

52,04

46,67

1,29

6,00

Cascalho litoclástica arenoso

(CLf)

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

96

175

9,50

66,47

29,15

4,38

17,00

Cascalho litoclástica arenoso

(CLf)

176

10,60

52,80

45,00

2,20

24,00

Cascalho litoclástica arenoso

(CLf) Perfil 23 (Sagi)

177

2,50

0,00

79,15

20,85

45,00

Areia litoclástica fina cinza (ALd)

178

3,40

1,08

97,90

1,02

17.00

Areia litoclástica grossa bege (ALb)

179

4,20

0,00

98,77

1,23

15,00

Areia litoclástica grossa bege (ALb)

180

5,10

3,40

95,40

1,20

10,00

Areia litoclástica grossa bege (ALb)

181

5,00

0,47

98,50

1,03

6,00

Areia litoclástica grossa bege (ALb)

182

6,80

4,20

94,40

1,40

15,00

Areia litoclástica grossa bege (ALb)

183

7,60

0,00

98,75

1,25

8,00

Areia litoclástica grossa (ALb)

184

8,60

0,35

97,95

1,70

17,00

Areia litoclástica grossa (AL1b)

cascalho litoclástico arenoso e areias variando de média e

grossa, voltam a predominar totalmente (Tabela 9 e Figura 35).

Em relação ao perfil anterior observa-se que os cascalhos

aumentaram bastante, as areias também e as lamas diminuíram, na

relação terrígenos/carbonatos, nota-se um crescimento dos

terrígenos e uma grande redução dos carbonatos. O teor em

carbonato de cálcio, é muito baixo em todas as profundidades,

com valores que não chegam a ultrapassar 19%, isto explica a

forte influência do Rio Camaratuba (Figuras 34 e 35).

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

97

Relação fácies/profundidade

01

23

456

78

910

0 161 162 163 164 165 166 167 168

AREIA LITOCLÁSTICA MÉDIA (AL1c) CASCALHO LITOCLÁSTICO ARENOSO

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos

55%1%

44%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre os terrígenos terrígenos ecarbonatos

13%

87%

0%0%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

161 162 163 164 165 166 167 1680102030405060708090100

161 162 163 164 165 166 167 168

CaCO3CASCALHOAREIALAMAP

ERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 35 - Perfil 21 - Barreira de Camaratuba, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.

No perfil 22 - Monte Pelé - os sedimentos se iniciam

com lama litoclástica arenosa até a profundidade de 1,7 m;

terminando com cascalho litoclástico arenoso (Tabela 9).

Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos

apresentam percentuais de cascalho em torno de 53%, as areias

38%, e as lamas 9%. Na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos atingem o máximo de 87% e os carbonatos 13% (Figura

36). As lamas litoclásticas arenosas e os cascalhos

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

98

Relação fácies/profundidade

0

2

4

6

8

10

12

0 169 170 171 172 173 174 175 176

LAMA LITOCLÁSTICA ARENOSA (LLf) CASCALHO LITOCLÁSTICO ARENOSO (CLf)

ESTAÇÕES

PROF

UNDID

ADE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos

53%

38%9%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre os terrígenos terrígenos ecarbonáticos

13%

87%

CaCO3TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

169 170 171 172 173 174 175 1760

10

20

30

40

50

60

70

80

169 170 171 172 173 174 175 176

CaCO3CASCALHOAREIALAMAP

ERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 36 - Perfil 22 - Monte Pelé, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. litoclásticos arenosos, continuam predominando totalmente

(Tabela 9 e Figura 36). Em relação ao perfil anterior observa-

se que os cascalhos e as lamas aumentaram, enquanto que, as

areias diminuíram. Na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos e os carbonatos permaneceram constantes. O teor em

carbonato de cálcio continua muito baixo, porém aumenta um

pouco com a profundidade, com valores que não chegam a

ultrapassar 24%, o que explica contribuição do Rio Guaju

(Figuras 35 e 36).

No perfil 23 - Sagi - os sedimentos se iniciam com

areia litoclástica fina cinza até a profundidade de 2,5 m;

terminando com areia litoclástica grossa (Tabela 9).

Considerando-se todas as amostras do perfil, os sedimentos

apresentam percentuais de cascalho em torno de 1%, as areias

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

99

95%, e as lamas 4%. Na relação terrígenos/carbonatos, os

terrígenos atingem o máximo de 83% e os carbonatos 17% (Figura

37). As areias litoclásticas variando de fina a grossa

Relação fácies/profundidade

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 177 178 179 180 181 182 183 184

AREIA LITOCLÁSTICA FINA (ALd) AREIA LITOCLÁSTICA GROSSA (ALb)

ESTAÇÕES

PROFUNDIDADE (m)

Percentuais em: cascalho, areia e lama para ossedimentos

1%

95%

4%

CASCALHO

AREIA

LAMA

Relação entre os sedimentos terrígenos ecarbonáticos

17%

83%

CaCO3

TERRÍGENOS

Distribuição dos percentuais em: CaCO3, cascalho,areia e lama por amostra

177 178 179 180 181 182 183 184010

2030

4050

60

7080

90

100

177 178 179 180 181 182 183 184

CaCO3CASCALHOAREIALAMAP

ERCENTAGEM %

AMOSTRAS

Figura 37 - Perfil 23 - Sagi, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil. predominam totalmente (Tabela 9 e Figura 37). Em relação ao

perfil anterior observa-se que os cascalhos e as lamas

diminuíram, enquanto que, as areias aumentaram. Na relação

terrígenos/carbonatos, os terrígenos diminuíram e os carbonatos

aumentaram. O teor em carbonato de cálcio é muito baixo, e

apresenta valores que variam de 6 a 45%, o que explica

influência da sedimentação terrígena atual (Figuras 36 e 37).

No Setor Norte os recifes estão ausentes. Considerando-

se todos os perfis, os sedimentos, apresentam percentuais de

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

100

cascalhos que alcançam o máximo de 15%, as areias 74% e as

lamas 11% e na relação terrígenos/carbonatos os terrígenos

apresentam percentuais em torno de 76%, os carbonatos 24%

(Figura 38). Neste setor em todos os perfis predominam os

Setor Norte relação entre os percentuais em:cascalho, areia e finos

15%

74%

11%

CASCALHO

AREIA

FINOS

Setor Norte, relação entre os teores em:terrígenos e CaCO3

24%

76%CaCO3

TERRÍGENOS

Setor Norte com seus respectivos teores em:carbonato, cascalho areia e finos

18 19 20 21 22 230

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

18 19 20 21 22 23

CaCO3 CASCALHO AREIA FINOS

Figura 38 - Diagramas circulares do Setor Norte mostrando os percentuais em CaCO3 e terrígenos; e nos terrígenos os percentuais em cascalho, areia e finos. sedimentos terrígenos, exceto, o perfil em frente ao Rio

Camaratuba, onde ocorre uma concentração de lama carbonática,

observa-se ainda a presença de uma concentração de cascalho

entre a Barra de Camaratuba e o Monte Pelé (Figura 38). Em

relação aos setores anteriores, observa-se que, os percentuais

em cascalhos aumentam gradativamente de sul para norte, as

areias apresentam percentuais mais altos no sul, diminuindo no

centro, voltando a aumentar em direção ao norte, as lamas

aumentam do sul em direção ao centro, diminuindo no setor

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

101

norte, nota-se também, que o mesmo comportamento das lamas é

observado com o carbonato de cálcio (Figuras 22, 31 e 38).

4.4. Fácies Sedimentares da Plataforma Continental Interna

Os constituintes dos sedimentos das plataformas

dependem, do material fornecido pelo continente, principalmente

através dos rios, da erosão das falésias e da contribuição

organógena.

No presente trabalho a definição de fácies levam em

conta a variação da textura, associada ao teor em carbonato de

cálcio. Segundo o teor em carbonato foram definidos os

seguintes tipos de sedimentos: litoclásticos (< 50% de

carbonato) e bioclástico (> 50% de carbonatos). Do ponto de

vista textural, três frações foram definidas: cascalho, areia e

lama (silte e argila), podendo serem puras (cascalho e/ou

areia, e/o lama >75%) ou misturadas (cascalho e/ou areia e/ou

lama > 25% < 75%), podendo as areias apresentarem textura que

varia de grossa a muito grossa, média e fina a muito fina, de

acordo com os critérios indicados na Tabela 10.

Detalhando a ocorrência da cobertura sedimentar da

plataforma continental interna da Paraíba, temos a seguinte

distribuição faciológica: Cascalho litoclástico, Cascalho

bioclástico, Areia litoclástica, Areia bioclástica, Lama

litoclástica, Lama bioclástica e Recife.

4.4. Fácies Sedimentares da Plataforma Continental Interna da Paraíba

Os constituintes dos sedimentos das plataformas

dependem principalmente, dos materiais fornecidos pelo

continente, principalmente através dos rios, da erosão das

falésias e em parte, da contribuição organógena.

No presente trabalho a definição de fácies tem como

base a variação da textura, associada ao teor em carbonato

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

102

de cálcio. Segundo o teor em carbonato de cálcio foram

definidos os seguintes tipos de sedimentos: litoclásticos (<

50% de carbonato) e bioclástico (> 50% de carbonatos). Do

ponto de vista textural, três frações foram definidas:

cascalho, areia e lama (silte e argila), podendo serem puras

(cascalhos e/ou areia, e/ou lama >75%) ou misturadas

(cascalho e/ou areia e/ou lama > 25 < 75%), podendo as

areias apresentarem textura que varia de grossa a muito

grossa, a areia média e fina a muito fina,de acordo com os

critérios indicados na tabela 10.

Tabela 10 - Classificação de sedimentos para a plataforma continental interna da Paraíba (Larsonneur (1977), modificada). SUBDIVISÕE

S PRINCIPAIS

CASCALHO C > 50%; L+A <

50%

AREIA A > 50%; C+L

< 50%

LAMA L > 50%; C+A <

50%

SEDIMENTO LITOCLÁSTI

CO CaCO3 < 50%

Cascalho Litoclástico

(C L) (b) arenoso de textura grossa (c) arenoso de textura média (d) arenoso

de textura fina

Areia Litoclástica

(A L) (a) cascalhosa (b) de textura grossa

(c) de textura média

(d) de textura fina

(e) lamosa

Lama Litoclástica

(L L) (b) arenosa de textura grossa (c) arenosa de textura média (d) arenosa de textura fina

SEDIMENTO BIOCLÁSTIC

O CaCO3 > 50%

Cascalho Bioclástico

(C B) (b) arenoso de textura grossa (c) arenoso de textura média (d) arenoso

de textura fina

Areia Bioclástico

(A B) (a) cascalhosa (b) de textura grossa

(c) de textura média

(d) de textura fina

(e) lamosa

Lama Bioclástico

(L B) (b) arenosa de textura grossa (c) arenosa de textura média (d) arenosa de textura fina

LITOCLÁSTICA BIOCLÁSTICA (a)- cascalhoso (b)- arenoso de textura grossa a muito grossa (c)- arenoso de textura média (d)- arenoso de textura fina a muito fina (e)- lamoso (f)- arenoso.

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

103

Detalhando a ocorrência da cobertura sedimentar da

plataforma continental interna da Paraíba, temos a seguinte

distribuição faciológica: Cascalho litoclástico, Cascalho

bioclástico, Areia litoclástica, Areia bioclástica, Lama

litoclástica, Lama bioclástica e recifes.

Da costa em direção ao largo, observa-se que a zonação

das fácies apresentam-se com algumas peculiaridades, em relação

as regiões com recife e sem recife. Nas áreas sem recife e sem

cascalho bioclástico, em costa retilínea, na maioria das vezes

encontram-se marcadas por areias litoclásticas, cuja textura é

gradativa variando de fina a média e grossa, enquanto que, nas

regiões com recifes a gradação é inversa. Com freqüência antes

de recife ou entre cascalho bioclástico e recife ocorre areia

bioclástica fina ou lama bioclástica. Observa-se também que na

maioria das vezes até a profundidade de 4 m ocorrem as areias

litoclásticas puras, entre 4 e 6 m os sedimentos misturados e

nas profundidades maiores que 7 m ocorrem principalmente os

carbonatos (Tabelas 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9).

4.4.1. Fácies Cascalho Litoclástico

É formada por material de contribuição nitidamente

continental. Localiza-se entre 3 e 11 m, com média de 7 m de

profundidade (Tabela 11). Na plataforma interna do estado da

Paraíba, a Fácies Cascalho Litoclástico, ocorre exclusivamente

no Setor Norte, entre a Barra de Tambaba e Monte Pelé (Figura

39).

Texturalmente ela é constituída por cascalhos arenosos,

cujos percentuais variam de 52,4 a 74,13%, com média de 60,73%.

Os teores em carbonato de cálcio variam de 6 a 24% com teor

médio de 14,58%. Os cascalhos acham-se recobertos por óxido de

ferro, o que sugere fortemente a condição relíquia e sofrendo

retrabalhamento por se encontrarem em zona de alta energia

(Tabela 11).

Pela sua extensão e características, pode-se inferir

como típica de sistema deposicional leque aluvial,

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

104

representando provavelmente condições de clima seco com chuvas

esparsas e torrenciais, que provocou fluxo de detritos

preenchendo o sopé dos morros e as depressões, relaciona-se a

erosão marinha dos paleopedimentos da Formação Barreiras.

Tabela 11 - Fácies com seus valores médios de profundidade, cascalho, areia, lama e CaCO3.

FÁCIES

PROFUND.(

m)

CASCAL

HO %

AREIA

%

LAMA

%

CaCO3

%

Cascalho litoclástico

Valor máximo e mínimo

3-11 52,4-74,13 24,68-46,67 0,67-4,38 6-24

Média 7 60,73 35,28 1,72 14,52 Cascalho

bioclástico

3-9 56,22-90 - - 90 Média 6 86,92 - - 90

Areia litoclástica 1-10 0-46,46 51,78-99,23 0,75-46,85 0-49

Média 5,5 2,81 85,81 6,6 22,08 Areia bioclástica

1-10 0-37,45 53,43-98,65 0,33-46,57 52-90 Média 5,5 4,49 84,53 8,27 77,38

Lama litoclástica 2-11 0-0,75 4,35-38,75 60,5-95,65 0-50

Média 6,5 0,06 17,34 82,59 37 Lama bioclástica

3-9 0-0,28 8,7-43,06 56,94-91,3 50-81 Média 6 0,04 25,60 78,68 64,41 Recife

3-11 - - - - Média 7 - - - -

4.4.2. Fácies Cascalho Bioclástico

Constituído principalmente por material de contribuição

organógena, parecendo ser uma seqüência acumulada em regime de

energia apreciável (plataforma rasa) num ambiente caracterizado

pelo pequeno aporte de terrígenos.

Page 105: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

105

Preferencialmente localiza-se entre as profundidades de

3 a 9 metros, com média de 6 m. O seu limite máximo não pode

ser definido, pois a área de estudo se resume a batimetria de

12 m (Tabela 11). No Setor Sul, é menos representativa, forma

duas “manchas”, uma estreita e alongada entre Carne de Vaca e

Ponta dos Coqueiros e a outra em frente a Ponta de Tambaba. No

Setor Central, é mais representativa, formando duas “manchas”

uma no sul, mais larga, entre Carne de Vaca e a Ponta dos

Coqueiros e outra pequena no norte na Ponta de Tambaba (Figura

39).

Texturalmente é constituída por cascalhos, cujos

percentuais variam de 56,22 a 90% com média de 86,92. O teor em

carbonato de cálcio é de 90% (Tabela 11)

Ocorre principalmente em forma de concreções algálicas

de Lithothamminium, com exceção de uma única amostra (13) no

perfil 2, onde apresenta percentuais de cascalho e areia quase

nas mesmas quantidades misturadas com Halimeda. Desse modo esta

fácies pode ser considerada como depósito atual, cuja origem

deve-se aos recifes, distribuída pelas ondas e correntes.

4.4.3. Fácies Areia Litoclástica

É composta por elementos terrígenos quartzosos, com

caráter litorâneo e continental, apresentando no primeiro caso

cor cinza e no segundo cor bege e marrom, e material organógeno

composto de fragmentos de algas calcárias conchas e

foraminíferos que nunca ultrapassam os 50%.

A profundidade desta fácies varia de 1 a 10 m, porém a

média é de 5,5 m. Seu limite máximo também não pode ser

definido (Tabela 11). No Setor Sul é dominante, ocorre do sul

do setor até a desembocadura do Rio Gramame, desaparecendo a

partir daí. No Setor Central, forma um corpo alongado e

estreito desde a desembocadura do Rio Paraíba, desaparecendo na

localidade Barreira do Miriri. No Setor Norte, ocorre do Rio

Mamanguape até a barra de Camaratuba, quando é substituída por

Page 106: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

106

cascalho litoclástico, voltando a reaparecer no extremo norte

do setor (Figura 39).

A sua textura é composta por areia, cujos percentuais

variam de 51,78 a 99,23%, com média de 85,81%, variando de

fina, média e grossa. O teor em carbonato de cálcio varia de

0,00 a 49,00%, cujo teor médio é de 22,08% (Tabela 11).

A textura predominante é fina a média, indicando

acumulação em ambiente litorâneo e de plataforma rasa com

apreciável energia. Enquanto que, a fração grossa, em algumas

amostras apresenta grãos recobertos por uma película de óxido

de ferro, sugerindo exposição subaérea.

4.4.4. Fácies Areia Bioclástica

Os elementos que compõem o conjunto são essencialmente

fragmentos carbonáticos, que apresentam uma granulomatria mais

grossa, e terrígenos como elemento subordinado. Estes

sedimentos possuem cores que variam do cinza a amarelo e

marrom, onde a cor cinza, caracteriza a granulomatria mais fina

e a cor amarela e marrom caracterizam fortemente a condição

relíquia. São formadas especialmente por fragmentos inteiros ou

quebrados de algas, moluscos e brizoários.

Localiza-se entre as profundidades de 1 a 10 m, cuja

média é de 5,5 m. No Setor Sul, está representada por três

corpos, o primeiro, mais estreito, entre Ponta dos Coqueiros e

Pitimbu, o segundo, mais largo, entre a Barra de Tambaba e

Ponta de Tambaba, o terceiro, começa nas proximidades de

Jacumã, continuando no setor seguinte. No Setor Central é mais

representativa e forma um corpo contínuo e largo que se inicia

no setor anterior terminando na desembocadura do Rio Paraíba e

duas faixas estreita da Ponta de Lucena ao Rio Miriri e da

Barra do Miriri a Ponta de Mamanguape (Figura 39).

Texturalmente esta fácies mostra areias com percentuais

variando de 53,43-98,65% e média de 84,53%, variando de fina,

média e grossa. A variação dos teores de carbonato de cálcio é

de 52,00-90%, com teor médio de 77,38% (Tabela 11).

Page 107: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

107

Nela predominam as areias grossas. A fração fina

aparece sempre associada a recifes, localizada principalmente

na parte protegida da área recifal.

4.4.5. Fácies Lama Litoclástica

É formada por material de contribuição terrígena e

fluvial, sendo encontrada onde há rios que transportam muito

material fino ou em áreas abrigadas, relativamente tranqüilas,

não apresentando profundidade definida. Apresenta cores que

variam de cinza a preto, não apresenta cascalhos, como também

restos de organismos.

No Setor Sul ocorre em frente a Ponta dos Coqueiros a 9

m de profundidade, formando uma “mancha” possivelmente

relíquia. No Setor Central está associada a desembocadura do

Rio Miriri, e forma uma pequena “mancha” na profundidade de 8,8

m em frente a Ponta de Lucena, podendo ser relíquia. No Setor

Norte forma uma pequena “mancha” em frente ao Rio Guaju,

estando associada a presença deste rio (Figura 39).

Texturalmente ela é constituída por lama (siltes +

argilas), cujas percentagens variam de 67, 28-95, 65%, com

média de 82,59%. O carbonato de cálcio varia de 0,00 a 50,00%,

cuja média é de 37% (Tabela 11).

4.4.6. Fácies Lama Bioclástica

É formada por material de contribuição organógena,

proveniente da erosão biomecânica dos recifes, são encontradas

em áreas abrigadas e principalmente a sotavento dos recifes,

sem profundidade definida. Apresenta cores que variam de cinza

a bege.

No Setor Sul e Central apresenta-se formando pequenas

“manchas”, estando associada a recifes. No Setor Norte,

apresenta-se formando uma pequena “mancha”, estreita, entre a

Baia da Traição e Barreira do Forte (Figura 39).

Page 108: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

108

Sua textura é bastante semelhante as Lamas

litoclástica, sendo constituída por siltes mais argilas, cujas

percentagens variam de 56,94-91,30%. O carbonato de cálcio

varia de 52,00 a 81,00%, cuja média é de 64,41% (Tabela 11).

4.4.7. Fácies Recife

É disposta em forma de bancos rochosos estreitos

formando recifes dos tipos: de arenitos de praia e orgânicos

(algálicos e de corais). Em função da composição podem se

definir dois grupos:

1 - Recife de arenito de praia (“beach rock”);

2 - Recife de algas calcárias e de coral

Os recifes orgânicos formados por corais e/ou algas

calcárias, ocorrem sob a forma de corpos lineares,

descontínuos, dispostos em linhas aproximadamente paralelas

entre si e a atual linha de costa. A sua localização e

morfologia sugerem uma associação com os recifes de arenito, os

quais, servem de substrato para desenvolvimento de uma fauna

rica, possibilitando a deposição de lama. Os mais próximos à

praia, são geralmente mais friáveis, sendo que alguns desses

bancos, aparentemente, estão se formando atualmente.

No Setor Sul a fácies recife aparece mais afastada da

linha de costa, formando dois corpos, um em frente a Pitimbu e

o outro entre Jacumã e Penha. No Setor Central ocorre próximo a

linha de costa, forma um corpo longo, estreito e contínuo, que

se inicia em João Pessoa terminando na Ponta de Lucena,

desaparecendo no Setor Norte (Figura 39).

4.5. Províncias Sedimentares da Plataforma Continental

Interna do Estado da Paraíba

A definição das províncias sedimentares é baseada

principalmente nos critérios adotados por (Kempf, 1972),

modificados de acordo com a Tabela 12.

Page 109: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

109

A plataforma continental interna do estado da Paraíba,

caracteriza-se por uma diversidade faciológica, peculiar de

zona de sedimentação carbonática moderna. Individualizando da

costa ao largo uma zonação, onde os sedimentos litoclásticos

atuais passam para bioclásticos, progradando sobre uma

superfície de areias relíquias quartzosas e bioclásticas, e

entre os três tipos de sedimentação, ocorre os sedimentos de

transição (Tabela 12). Neste sentido foram definidas as

seguintes províncias sedimentares: Litoclástica Atual,

Bioclástica Atual, de Transição Litoclástica/Bioclástica e

Relíquia Litoclástica e Bioclástica.

Tabela 12 - Interrelações entre os sedimentos de fundo da plataforma continental do nordeste. (segundo Kempf, (1972), modificada).

INTERRELAÇÕES DOS SEDIMENTOS DE FUNDO

LITOCLÁSTICOS BIOCLÁSTICOS

LAMA

AREIAS QUARTZOSAS

fauna AREIAS

BIOCLÁSTICAS LITORÂNEAS

RECIFES

TRANSIÇÃO

ALGAS CALCÁRIAS

BIOCLÁSTICOS (Retrabalhados)

RELÍTICOS (terrígenos)

RELÍQUIAS

TRANSIÇÃO

BIOCLÁSTICOS (Relíquia)

CASCALHO

4.5.1. Província Litoclástica Atual

Esta província reúne os cascalhos litoclásticos, as

areias litoclásticas quartzosas e as lamas litoclásticas de

contribuição continental. Apresenta cores que variam de cinza a

Page 110: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

110

preta, seus constituintes litoclásticos (cascalhos, areias e

finos, puros) ocorrem com mais de 75% e apresentam menos de 50%

de carbonato de cálcio.

Ela é representada pelos sedimentos transportados pelos

rios e erodidos das rochas que ocorrem na linha de costa,

principalmente a Formação Barreiras. As areias predominam

amplamente sobre os demais constituintes.

Sua ocorrência depende da taxa de suprimento sedimentar

e da atividade das ondas e das correntes, predominando

localmente até a profundidade de 12 metros. Recobre sedimentos

mais antigos pertencentes e uma morfologia litorânea pretérita

ora afogada (tabela 11). Representa condições de águas rasas,

agitadas e presença de sedimentação terrígena influente.

4.5.2. Província Bioclástica Atual

A província carbonática atual é formada por cascalhos

bioclásticos, areias bioclásticas, lamas bioclásticas e recifes

de contribuição organógena marinha. Apresenta cor branca, seus

constituintes texturais apresentam percentuais superiores 75%,

o teor em carbonato de cálcio é maior que 50%, são os

cascalhos, areias e lamas biogênicas puras.

É na sua maior parte constituída por organismos vivos

ou fragmentos orgânicos aparentemente frescos, sem evidência de

retrabalhamento.

Sua ocorrência predomina de 0 a 10 metros profundidade,

localmente, no Setor Central, ocorre junto a linha de costa,

provavelmente devido condições sedimentares locais.

4.5.3. Província de Transição Litoclástica/Bioclástica

Esta província de transição é formada por cascalhos

litoclásticos e bioclásticos, areias litoclásticas e

bioclásticas, lamas litoclásticas e bioclásticas. Trata-se de

sedimentos onde seus constituintes apresentam valores maiores

que 25% e menores que 75%. O teor em carbonato de cálcio varia

Page 111: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

111

entre 25 e 75%, são os cascalhos, as areias e as lamas

(cascalhosos, arenosos e lamosos), considerados como sedimentos

misturados.

Os constituintes carbonáticos desta província, são na

sua maior parte constituídos por organismos vivos ou fragmentos

orgânicos aparentemente frescos, sem nenhuma evidência de

retrabalhamento. Forma uma zona muito estreita, que não é

mapeável.

4.5.4. Província Relíquia Litoclástica e Bioclástica

A província relíquia é formada por cascalhos

litoclásticos e bioclásticos, areias litoclásticas e

bioclásticas, lamas litoclásticas e bioclásticas e recifes.

Estes sedimentos apresentam cores que variam de amarelo a

marrom, são recobertos por óxido de ferro, e apresentam uma

certa quantidade de areias e lamas terrígenas relíquias.

Pode também ser formada por uma seqüência mista de

organógenos atuais e relíquias retrabalhados, em proporções

variáveis, podendo grande parte desses sedimentos serem

considerados como “palimpsest”, segundo definição de (Swift et

al., 1971).

4.6. Processos Sedimentares

Na plataforma continental interna do estado da Paraíba,

a fonte primária dos sedimentos modernos é constituída por

material terrígeno e organógeno, resultantes da ação dos

processos que atuam e atuaram sobre a área.

Os sedimentos terrígenos, constituídos por cascalhos,

areias e lamas, desde sua origem até chegarem a plataforma

interna, sofrem influência de variáveis físicas, químicas e

biológicas. Estas variáveis atuam na área fonte, durante o

transporte e na deposição.

No continente, as rochas que ocorrerem na linha de

costa, sob ação dos agentes físicos químicos e biológicos

Page 112: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

112

sofrem intemperismo e erosão. As águas das chuvas e dos rios,

são os agentes de transporte que levam para o mar os produtos

da desagregação destas rochas. O clima atual, semi-árido,

determina uma rede de drenagem inexpressiva e intermitente, o

intemperismo físico, determina baixa taxa de material em

suspensão nas águas dos rios.

Os cascalhos litoclásticos indicam provavelmente

condições de clima seco pretérito, onde chuvas esparsas e

torrenciais, que provocaram fluxo de detritos, sendo depositado

nas depressões e no sopé das falésias da Formação Barreiras.

Eles estão em desequilíbrio com as condições atuais e

relacionados as variações relativas de nível do mar e a erosão

marinha dos paleopedimentos da Formação Barreiras.

As areias litoclásticas, são transportadas pelos rios,

por tração, saltação e rolamento, até a plataforma interna,

quando sob influência das correntes, ondas e marés, são

distribuídas através da deriva litorânea, ao longo da costa.

Mostram evidência de um equilíbrio textural, entretanto,

algumas delas, estão em desequilíbrio com as condições atuais,

podendo estar relacionadas às variações relativas de nível do

mar, quando formaram antigas linhas de costa, podendo serem

observadas nos perfis em frente a Ponta dos Coqueiros e na

Ponta de Lucena.

Os cascalhos e as areias litoclásticas presentes,

localmente, no Setor Sul e Norte, estão submetidas a uma

intensa mobilização, através das correntes, o que impede a

colonização biogênica próxima ao litoral.

A contribuição atual de areias litoclásticas para a

área, deve-se ao aporte pelos rios e a erosão da zona

litorânea. A erosão dessa zona nos últimos anos está se

tornando mais intensa, fato evidenciado na Ponta de Mato,

Formosa e Ponta do Bessa.

As lamas são transportadas em suspensão, sendo que a

maior parte se deposita na desembocadura dos rios, e uma

pequena quantidade é transportada através da plataforma indo

deposita-se no talude. A quantidade relativamente pequena de

Page 113: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

113

material fino 17% sobre a área, pode ser o resultado da

combinação de fatores representados pela pequena quantidade de

material transportado em suspensão, ou pela retenção de

sedimentos finos nos estuários.

Os sedimentos organógenos, derivados essencialmente dos

organismos que colonizam os recifes, são formados

principalmente por fragmentos de algas calcárias do tipo

Halimeda e Lithothaminium, além de outros derivados de conchas

de moluscos e foraminífero bentônicos.

O clima é de grande importância para explicar a

formação dos recifes, pois a presença das algas calcárias do

tipo Halimeda e Lithothaminium nos recifes, é provavelmente,

reflexo das condições de temperatura (27,8-28,2°C), da

salinidade (35,8-36,6°/°°), da luminosidade (zona de alta

saturação).

O tipo de substrato também é responsável pelo

desenvolvimento dos organismos construtores dos recifes. Os

“beach rock”, são, provavelmente, os principais responsáveis

pelo desenvolvimento dos recifes algálicos.

O recife formado sofre uma erosão mecânica e biológica,

produzindo uma série bioclástica composta por: Cascalhos,

areias e lamas (siltes e argilas).

Os cascalhos e areias bioclásticos também são

transportados pelas correntes litorâneas. As lamas

bioclásticas, estão associadas a locais calmos e abrigados

próximos aos recifes. Tais sedimentos mostram evidência de um

equilíbrio textural, pois a pouca profundidade e as condições

hidrodinâmicas atuantes na área estudada, definem a localização

e distribuição destas fácies. Porém, os sedimentos podem ser

encontrados em locais incompatíveis com a hidrodinãmica atual,

podendo estarem relacionadas as variações relativas de nível do

mar.

O avanço dos organógenos em direção a praia sugere a

tendência de um deslocamento decorrente de modificação de

profundidade, criando condições favoráveis ao crescimento dos

organismos construtores. No setor central este padrão pode ser

Page 114: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

114

observado, o que reflete um aumento local da razão de

sedimentação carbonática provavelmente devido a subsidência e

condições sedimentares locais.

Na área estudada, tanto os sedimentos terrígenos como

os organógenos, apresentam amostras com elementos modernos e

antigos. Neles foram identificados pigmentação de óxido de

ferro, indicando exposição subaérea, tendo sido depositados em

nível do mar mais baixo que o atual.

Não se dispõe de dados que permitam traçar uma evolução

recente das variações do nível do mar para a área, E

Entretanto, utilizando-se a curva de Martin, et al., (1979).

percebe-se que nos últimos 7.000 anos, o nível o mar

ultrapassou o mínimo duas vezes. Em torno dos 5.000 anos

ultrapassou o atual e atingiu a cota do +5 m. Segue-se uma

regressão. O nível do mar volta a subir novamente e por volta

dos 3.000anos o nível do mar ultrapassa o atual e atinge a cota

de +4 acima do nível atual, seguido de uma

regressão/transgressão. A partir daí o mar começou a recuar até

atingir o nível atual. Atualmente percebe-se uma tendência de

subida do nível do mar, fato evidenciado pela forte erosão zona

costeira. Esse fato não está registrado na curva de (Martin,

1979), porém os indícios de acentuada erosão costeira em toda

área estudada, levam a admitir uma tendência de subida do nível

do mar nos últimos 1.500 anos.

Page 115: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

115

5. CONCLUSÕES

Com base nas evidências morfológicas e sedimentológicas,

foi possível se chegar a algumas conclusões:

• Três setores se diferenciam na área em estudo. Cada Setor apresenta propriedades particulares em relação a configuração

da linha de costa, as feições batimétricas e a composição dos

sedimentos.

• O Setor Sul compreende a região que vai desde o limite sul da

área (7°35’00”) até o Cabo Branco.

-A linha de costa é quase retilínea, com direção N-S, sendo

caracterizada por uma planície costeira arenosa bastante

estreita, onde os sedimentos da Formação Barreiras chegam até a

costa, formando uma linha de falésias vivas, entalhadas por

pequenos estuários.

-O padrão dos contornos apresentados pelas isobatimétricas de

5, 10 m, é no sentido de acompanhar a morfologia da linha de

costa. A isóbata de 15 m acompanha também os contornos da linha

de costa, exceto, ao sul. As irregularidades aumentam com a

profundidade. Os perfis batimétricos, apresentam as menores

variações morfológicas da área, indicando a grande atuação da

sedimentação terrígena atual.

-Os sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno de

3%, as areias de 82% e as de lama 15%. Nele predominam os

sedimentos clásticos com 61%.

• O Setor Central, abrange a região que vai desde o Cabo Branco ao Rio Mamanguape.

-A costa apresenta direção N 20° W, sendo o setor mais

recortado. Apresenta uma planície costeira mais desenvolvida,

devido ao afastamento dos sedimentos da Formação Barreiras.

-O padrão dos contornos das isobatimétricas é mais irregular

que os Setores Sul e Norte. Os perfis batimétricos apresentam

as maiores variações morfológicas da área, traduzindo a

influência da sedimentação carbonática.

Page 116: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

116

- Os sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno de

4%, as areias de 68% e as lamas de 28%. Nele predominam os

sedimentos carbonáticos, com 66%.

• O Setor Norte compreende a região que vai do Rio Mamanguape

ao limite norte da área (6°35’00”).

-A costa, é retilínea, com direção N-S, sendo recortada por

pequenos estuários. Este setor é caracterizado por uma planície

costeira mais estreita que o Setor Central, porém, os

sedimentos da Formação Barreiras também aparecem afastados da

linha de costa.

- O padrão do contorno das isobatimétricas é mais suave,

apresentando menos irregularidades que os setores Sul e

Central. Ele apresenta largura com as maiores variações,

apresentando-se no extremo norte, bastante estreito. Os perfis

batimétricos, apresentam uma morfologia caracterizada por

pequenas variações, indicando a grande influência da

sedimentação terrígena atual.

- Os sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno de

15%, as areias 74% e as lamas 11%. Nele predominam os

sedimentos clásticos, com 76%.

• Da costa em direção ao largo, a zonação das fácies apresenta-se com algumas peculiaridades, em relação as regiões com

recife e sem recife. Nas áreas sem recife e sem cascalho

bioclástico, em costa retilínea, na maioria das vezes

encontram-se marcadas por areias litoclásticas, cuja textura

é gradativa variando de fina a média e grossa, enquanto que,

nas regiões com recifes a gradação é inversa. Com freqüência

antes de recife ou entre cascalho bioclástico e recife ocorre

areia bioclástica fina ou lama bioclástica. Observa-se também

que na maioria das vezes, nos perfis onde ocorre

interrelações entre litoclásticos e bioclásticos, do inicio

do perfil até a profundidade de 4 m ocorrem as areias

litoclásticas puras, entre 4 e 6 m os sedimentos misturados e

nas profundidades maiores que 7 m ocorrem principalmente os

carbonatos.

Page 117: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

117

• Os recifes influenciam na modelagem da linha de costa, nos processos hodrodinâmicos, na distribuição das fácies, sendo a

principal fonte dos sedimentos organógenos.

• Nos sedimentos terrígenos, o clima, conseqüentemente a

drenagem, o tipo de intemperismo determinam a taxa e a

textura dos sedimentos que chegam a plataforma interna. Na

plataforma interna, a zonalidade climática, os processos

sedimentares e as flutuações relativas de nível do mar

definem a localização e distribuição das fácies terrígenas e

organógenas.

Page 118: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

118

6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Almeida, J.A.C., 1989. Geologia e aspectos paleontológicos da Folha Jacumã, sub-bacia Alhandra, Bacia Pernambuco-Paraíba, Univ. Fed. Pernambuco, Curso Geologia, (Relatório de Graduação).

Aubuquerque, J.P.T.; Leal, A.S.; Brito Neves, B.B.; Moreira, A.M. & Xavier, V., 1978. Inventário Hidrológico Básico do Nordeste Folha N° 16 SO. Série. Brasil. SUDENE. Hidrogeologia, 53, Recife, p 167.

Bittencourt, A.C.S.P.; Villas - Boas, G.S.; Flexor J.M.; Martin, L., 1979. Geologia dos depósitos quaternários no litoral do Estado da Bahia In: INDA, H. (ed.) Geologia e recursos minerais do Estado da Bahia: Textos básicos. Salvador, Secretaria de Minas e Energia/RPM. V.1, P2-21.

BLANC, I.J., 1982. Sedimentation des marges Continentales. Masson. New York.

Costa, K. M. P., 1991. Hidrologia e biomassa primária da região nordeste do Brasil entre as latitudes de 8°00’00” e 2°44’30” S e as longitudes de 35°56’30” e 31°48’00”W. Univ. Fed. PE, Recife, p. 217 (Dissertação de Mestrado).

Coutinho, N.C., 1976. Geologia marinha da plataforma continental Alagoas-Sergipe. Sad., p. 119 (Tese Docente Livre).

Dantas, J.R.A.; Caúla, J.A.L.; Brito Neves, B.B.; Pedrosa, I.L., 1992. Mapa geológico do estado da Paraíba. Sec. de Eneg. e Recur. Miner, CDRM. Estado da Paraíba.

Dias, G.T.M., 1999. Classificação de sedimentos marinhos proposta de reapresentação em cartas sedimentológicas. Anais XXXIX Cong. Bras. de Geol, p. 3 423-426.

Dominguez, J.M.L., Bittencourt, A.C.S.P., Leão, Z.M.A.N. & Martin, L., 1992. Controls on Quaternary

Page 119: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

119

coastal evolution of the east-northeastern coast of brazil: roles of sea-level history, trade winds and climate. Sedimentary Geology. (80):213-232.

Emery, K.O., 1968. Relict Sediments on Continental Shelves of the World, A.A.P.G. Bulletin, Tulsa, Okla.52:445-64.

Ferreira, M.G.V.X., 1991. Classes de solos desenvolvidos nos depósitos da bacia Pernambuco-Paraíba-Rio Grande do Norte. Revista Estudos. Pesquisas, Departamento de Geologia, UFPE, Recife, 10. p. 133-140.

Inventário Hidrológico Básico do Nordeste - folha 16,

SUDENE (1978).

Kempf, M. 1972. Shelf off Alagoas and Sergipe

(northeastern Brazil) 5 station list and notes on benthic bionomy. Trab. Oceanogr. Univ. Fed. PE., Recife, 13 7-28.

Larsonneur, C., 1977. La cartographie des dépots meubles sur le plateau continental français methode mise au point et utilisée en Manch. J. Rech Oceanogra 2, 34-39.

Lima Filho, A.B.; Cavalcanti, E.R. & Chaves, N.S., 1989. Feições geológicas e geomorfológicas de uma parte do litoral sul da Paraíba. Bol. Núcleos Fortaleza Nordeste Bahia Soc. Bras. Geol., 11 - Atas XIII Simp. Geol. Nordeste/II Simp. Nac. Estud. Tect., Fortaleza Ce : 90-92.

Mabesoone, J.M. & Alheiros, M.M., 1991. Base estrutural da faixa sedimentar costeira de Pernambuco, Paraíba e parte do Rio Grande do Norte. Revista Estudos Geológicos. Pesquisas, Departamento de Geologia, UFPE, Recife, 10. P 33-43.

Mabesoone, J.M. & Silva, J.C., 1991. Aspectos geomorfológicos da faixa sedimentar costeira de Pernambuco, Paraíba e parte do Rio Grande do Norte. Revista Estudos Geológicos. Pesquisas, Departamento de Geologia, UFPE, Recife, 10. P 117-131.

Martin, L.; Flexor, J.M.; Vilas Boas, G.S.; Bittencourt, A.C.S.P. & Guimarães, M.M.M., 1979. Courbe de variations du niveau relatif de la mer au

Page 120: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE …10 RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em

120

cours de 7.000 dernières années sur un secteur homogéne du littoral brésilien (Nord de Salvador-Bahia). In: Suguio et al. (eds). Proceedings. “1978 International Symposium on Coastal Evolution in the Quaternary”, São Paulo, p. 264-274.

Martins, L.R.S.; Melo, U.; França, A.M.C.; Santana, I.; Martins, I., 1972. Distribuição faciológica da margem continental sul-riograndense. In: Cong. Bras. Geol., 26. Belém - Anais.. Belém, SBG, p.115-132.

Monteiro, A.B., 1989. Geologia e aspectos faciológicos da formação barreiras numa área a sul de João Pessoa - PB. Univ. Fed. de Pernambuco, Curso de Geologia, (Relatório de Graduação).

Peres, J.M. & Picard, I., 1964. Nouveau manual de biomomie benlhique de la Mediterranée. Rec. Trav. Sta. Mar. Endoune Bull. Marseille.31(47):5-137.

Rocha, J.P., 1996. A restinga de Cabedelo-Pb evolução das paisagens e modificações geo-ambientais entre 1969 1996. Universidade Federal de Pernambuco, p 167 (Dissertação de Mestrado).

Shepard, F.P., 1954. Nomenclature based on sand-silt-clay ratios. Jour.Bull.Petro. Tulsa, 24: p. 151-158.

Swift, D.J.P., 19741. Continental shelf sedimentation.

In: BURK, C.A. & DRAKE, C.L. The Geology of Continental Margins. pp.117-135. Springer-Verlag, Berlin. Fig.7.35,9.2,9.5.3, Fig.9.3.

Suguio, K. 1973. Rochas Sedimentares. Edgar Blucher,

São Paulo. 500.

VilaS Boas, G.S., Martin L., Bittencourt, A.C.S.P. & Flexor, J.M., 1979. Paleogeographic and paleoclimatic evolution during the Northern half of the coast of the State of Bahia, Brazil. In: Suguio et al. (eds), Proceedings, “1978 International Symposium on Coastal Evolution in he Quaternary”. São Paulo:254-263.