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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL ESTRUTURA ESPAÇO-TEMPORAL DA COMUNIDADE DA NEMATOFAUNA AO LONGO DO ESTUÁRIO DO RIO CARRAPICHO, LITORAL NORTE DE PERNAMBUCO BRASIL TATIANA NUNES CAVALCANTI ALVES RECIFE 2009

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE … · Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL

ESTRUTURA ESPAÇO-TEMPORAL DA COMUNIDADE DA

NEMATOFAUNA AO LONGO DO ESTUÁRIO DO RIO CARRAPICHO,

LITORAL NORTE DE PERNAMBUCO – BRASIL

TATIANA NUNES CAVALCANTI ALVES

RECIFE 2009

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TATIANA NUNES CAVALCANTI ALVES

ESTRUTURA ESPAÇO-TEMPORAL DA COMUNIDADE DA

NEMATOFAUNA AO LONGO DO ESTUÁRIO DO RIO CARRAPICHO,

LITORAL NORTE DE PERNAMBUCO – BRASIL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, como parte dos requisitos finais para a obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas na área de Biologia Animal.

ORIENTADORA: Drª. Verônica Gomes da Fonsêca-Genevois

CO-ORIENTADOR: Dr. Francisco José Victor de Castro

RECIFE 2009

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Catalogação na Fonte: Bibliotecário Bruno Márcio Gouveia, CRB-4/1788

Alves, Tatiana Nunes Cavalcanti

Estrutura espaço-temporal da comunidade da nematofauna ao longo do estuário do Rio Carrapicho, Litoral Norte de Pernambuco - Brasil / Tatiana Nunes Cavalcanti Alves. – Recife: O Autor, 2009. 84 f: il., fig., tab.

Orientador: Verônica Gomes da Fônseca-Genevois Coorientador: Francisco José Victor de Castro

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Ciências Biológicas. Pós-graduação em Ciências Biológicas, 2009.

Inclui bibliografia e anexos

1. Nematoda 2. Estuários I. Fônseca-Genevois, Verônica Gomes da II. Castro, Francisco José Victor de III. Título.

592.57 CDD (22.ed.) UFPE/CCB-2013-260

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ESTRUTURA ESPAÇO-TEMPORAL DA COMUNIDADE DA

NEMATOFAUNA AO LONGO DO ESTUÁRIO DO RIO CARRAPICHO,

LITORAL NORTE DE PERNAMBUCO – BRASIL

por

TATIANA NUNES CAVALCANTI ALVES

Dissertação defendida e aprovada pela comissão examinadora abaixo assinada ______________________________________________ Prof. Dr. Francisco José Victor de Castro (Presidente) Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) Titulares:

______________________________________________ Prof. Dr. André Morgado Esteves Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

______________________________________________ Profª. Dra. Maria Eduarda Lacerda Larrazábal Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

______________________________________________ Profª. Dra. Clélia Márcia Cavalcanti da Rocha Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

Suplentes:

_______________________________________________ Prof. Dr. Carlos Daniel Pérez Universidade Federal de Pernambuco (UFRPE)

_______________________________________________ Dra. Virág Venekey Universidade Federal do Pará (UFPA)

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À meus queridos pais (Rosa e

Márcio) e minha irmã (Paula).

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AGRADECIMENTOS

Neste momento, antes de citar os nomes que foram fundamentais neste processo, tenho

muito que agradecer a todas as pessoas que me incentivaram e acreditaram em mim,

principalmente no final deste percurso, e hoje posso olhar os passos que percorri e ter a

certeza cada vez mais que ao longo destes anos todos os obstáculos foram muito construtivos,

e finalmente poder dizer que tudo valeu a pena!!!!!!!!

Primeiramente a Deus, por iluminar meu caminho e continuar iluminando a cada dia,

pelas conquistas, pela coragem, perseverança e por sempre estar ao meu lado;

Aos meus pais que me deram uma educação privilegiada, que até hoje continuo

aprendendo, e pela oportunidade de me proporcionarem esta formação, sempre acreditando e

vibrando com minhas conquistas, juntamente com minha irmã, principalmente pelo apoio,

paciência nos momentos mais difíceis e complicados do curso e do meu trabalho e pelas

palavras de incentivo e às vezes com algumas broncas....enfim...só tenho a agradecer a

existência de vocês em minha vida.

A minha família (tios, tias, primos – incluindo Anderson, primas - principalmente

Nanda, Poly e Thayna, e a minha Avó Eunice) que sempre me apoiaram e acreditam em

minha capacidade, que mesmo, a grande maioria, não fazendo parte desta área científica, eles

sempre souberam passar as palavras mais fáceis que pareciam confortar e pensar que tudo

seria simples.

A minha turminha da graduação (principalmente Kyria, Renatinha, Ane, Dani, Glayce,

Tati Keyla, Rinaldo, Silvana e Climeria) pelos maravilhosos momentos que vivenciamos e

que tenho o maior prazer de ficar relembrando das várias situações.

A todos os meus amigos e amigas que me acompanham todos estes anos

(especialmente a Lili, Belinha, Renatinha, Beca e Léa) e que participam da minha vida,

mesmo com os gestos simples. Renatinha, minha dupla desde a graduação, passamos por

muita coisa na faculdade, umas rotineiras....outras muito divertidas....outras desesperadoras

(como em véspera de prova), enfim, crescemos e amadurecemos juntas.

A minha grande amiga Lea, amiga desde a infância, onde juntas crescemos e

aprendemos sobre a vida. Obrigada por sempre estar ao meu lado, sua amizade realmente faz

muita diferença em minha vida, e sabemos ficar horas ao telefone escutando nossos

problemas e opinando para as soluções, e sempre com palavras de incentivo e confiança,

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principalmente por também ter a paciência (só um pouquinho) de escutar os mínimos

detalhes. Obrigada AMIGA!!

A todos os integrantes-equipe-amigos do Laboratório de Meiofauna: Cristina (Cris),

Betânia (Beta), Viviane (Vivi), Patrícia (Paty), Mônica (Moniquita), Verônica, Neide

(Neidoca), Geruso, Virág, Alessandra (Alê), Neyvan, Rita (Ritinha), Luciana (Lu), Lídia,

Paulo, Alexandre e Daniel. E espero que não esteja esquecendo de ninguém, mas se estiver

me perdoem, por favor .....enfim agradeço a todos pelos momentos de descontração, trocas de

experiências e principalmente pelos ensinamentos sobre a nossa Ciência.

A Virág que me ensinou com muita paciência e dedicação como estudar os Nematoda

e sempre que podia me auxiliava nas dúvidas diariamente. Também tenho muito a agradecer o

incentivo e o ânimo que recebi já na reta final.

A Cris que também me ensinou e me ensina bastante sobre o nosso estudo, também

faço os mesmos elogios, com muita paciência e dedicação....

A Beta que nos últimos meses teve uma grande dedicação e preocupação com o

andamento do meu trabalho, que juntamente com Cris me ajudaram muito para a conclusão da

dissertação....não sei o quanto e quantas vezes tenho que agradecer a vocês pelo incentivo e

broncas construtivas. Cada detalhe da ajuda de vocês fez a diferença. Obrigada!!!!!!

A Alessandra pelo auxílio nas fotos das três espécies e também vale ressaltar a

tentativa de Vivi.

A Moniquita pela ajuda na etapa final da conclusão, em meio a meus desesperos.

Aos amigos do Laboratório de Dinâmica de Populações (LABDIN): Adriane (Adriiii),

Danielle (Danizinha), Tita, Ana Paula, Priscila (Pri), Visnu e Morgana. A Mônica e a Paulo

Botter também. Cada uma de vocês tem um lugarzinho reservado em minha vida. Obrigado

por sempre me receberem com carinho, pelas conversas e principalmente quando chego como

um furacão para atrapalhar vocês...

Adri, Dani e Tita....não há palavras para expressar o sentimento que sinto por vocês.

Agradeço sempre a Deus e que ele cultive essa amizade verdadeira e transparente. Sempre me

lembrarei das palavras incentivadoras e de vocês levantando minha auto-estima, quando

parecia que estava tudo terminado. Adri chegou de mansinho e conquistou a todos ao redor

com sua simplicidade, simpatia, alegria, amizade...etc..etc...etc...e que hoje a considero como

uma grande-super-hiper-mega amiga. Obrigada mesmo por sempre estar disponível para me

escutar, seja qual for o problema ou fofoca e sem falar nas opiniões/broncas e tudo está sendo

construtivo. Dani com seu jeitinho delicado de “cristal” (poço de sutileza), mas com coração

enorme me ajudou muito durante esses anos. E as mesmas palavras que descrevi Adri fazem

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jus a sua pessoa e o mesmo digo para Tita (titinha)... muito obrigada por tudo, cada palavra de

conforto me fez crescer muito e nunca perdendo o ânimo e coragem para lutar. Obrigada

amigas!!!!

A minha grande orientadora, profª Verônica Fonsêca-Genevois, os mais sinceros

agradecimentos, pela orientação, sabedoria, paciência, compreensão, por ter me acolhido e

acreditado em mim. Quero que saiba que tenho um enorme orgulho de ter convivido e

trabalhado com a senhora. Sou muito grata mesmo pela oportunidade e pelas suas

sinceridades. Tenho muito a agradecer pelas suas palavras, ensinamentos, amizade quando

precisei desabafar e lições de vida.

A Chico, meu co-orientador, obrigado pela paciência e ensinamentos e que nessa etapa

final, correndo contra o relógio, você ajudou a pôr minhas idéias e escritas em ordem.

Ao profº André Esteves pelos valiosos ensinamentos, e quero que saiba o quanto admiro

ao extremo sua inteligência e experiência.

A minha turma do mestrado, que apesar de pouco convívio com a maioria, achei muito

gratificante a troca de experiência com vocês.

A Glória (Glorita), Paulo, Elida e Janine, companheiros nesta caminhada, obrigado pela

amizade, incentivo e bons momentos de distrações, pena que a correria do dia a dia nos

nossos projetos não permitiu uma troca maior. Glorita pela troca de sufoco, em momentos de

dificuldades e de vivência.

Ao corpo docente e demais integrantes do programa de pós-graduação em Biologia

Animal (MBA).

Tenho muito a agradecer aos funcionários (em especial Soninha, Joana, Rosa e Beth),

professores (em especial Penha, Silvana, Cris, Tânia e Mônica) e a Diretora Niedja da Escola

Delmiro Gouveia, por sempre terem a compreensão e me acolherem quando chegava esgotada

na escola. Vocês foram muito importantes nesta construção, com cada palavrinha e conforto

que recebia.

De uma forma geral gostaria de agradecer a todos que se preocuparam comigo, que

foram solidários, que torceram por mim; que direta ou indiretamente contribuíram para a

realização deste trabalho...

OBRIGADA!!!!!

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SABER VIVER....

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar

certo, na hora certa, no momento exato.

E então, pude relaxar.

Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional,

não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.

Hoje sei que isso é...Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver

que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.

Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação

ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a

pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.

Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... pessoas,

tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa

atitude de egoísmo.

Hoje sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes

planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.

Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.

Hoje sei que isso é... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos

vezes.

Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro.

Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.

Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar.

Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Tudo isso é... SABER VIVER!!!

Charles Chaplin

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RESUMO

Os Nematoda são os organismos mais abundantes da meiofauna, principalmente em estuários,

apresentando uma organização variada e complexa. Esse grupo constitui o mais importante a

níveis de densidade, diversidade e consumidor secundário. O trabalho teve como objetivos

determinar a dominância de Nematoda em relação a dos demais grupos da meiofauna; os

parâmetros da estrutura da comunidade de Nematoda: diversidade, densidade e abundância;

correlacionar a distribuição espaço-temporal dos gêneros de Nematoda com os parâmetros

bióticos/abióticos e dos gêneros mais abundantes identificar ao nível específico. As coletas

foram realizadas no estuário do rio Carrapicho-PE em 4 estações, do infralitoral, em janeiro,

fevereiro, junho e agosto/2004. Para a coleta da meiofauna utilizou-se seringa plástica de 2,0

cm de diâmetro interno e 5,0 cm de altura. Através da garrafa oceanográfica de Niskin foram

coletadas amostras de água na superfície para análise da biomassa primária, temperatura,

salinidade, oxigênio, pH. Amostras superficiais de sedimento foram coletadas para a análise

granulométrica. Para a análise dos dados foi calculada a freqüência de ocorrência e

abundância relativa dos grupos de meiofauna e gêneros de Nematoda; classificação trófica;

índices de diversidade Shannon-Weaner, equitabilidade de Pielou e o de riqueza de Margalef;

análise de ordenação não-métrica multidimensional (MDS); o ANOSIM bi-fatorial para as

significâncias das similaridades relacionadas aos grupos de amostras dos fatores espacial e

temporal; análise SIMPER para determinar quais os gêneros que mais contribuíram para as

dissimilaridades entre as amostras e ánalise BIOENV para a relação entre as variáveis

ambientais e a distribuição espaço-temporal de Nematoda. Os Nematoda dominaram a

meiofauna em todos os meses, com até 99,6% dos organismos e classificados como grupo

constante. A abundância dos Nematoda variou entre 97,5% em agosto a 99% em janeiro. Um

total de 51 gêneros e 17 famílias foram listadas. Terschellingia e Spirinia ocorreram em maior

abundância, sendo identificadas as espécies T. longicaudata, T. mora e S. parasitifera. Houve

uma dominância dos grupos tróficos de hábito raspador, no período seco, e uma alternância,

no chuvoso, entre raspadores e detritívoros não-seletivos. Tanto o período seco quanto o

chuvoso apresentam oscilações quanto a diversidade. A maior riqueza de indivíduos ocorre

em agosto. A equitabilidade entre as estações dos meses secos foram mais diversos, e no

chuvoso houve uma maior uniformidade da distribuição dos indivíduos. O MDS apresentou

uma maior similaridade entre amostras de janeiro, fevereiro e agosto. Na variação espacial o

MDS indicou que as amostras da estação II estão próximas entre si, formando um grupo

maior. A maioria das amostras da estação I, algumas da IV e da III estão se agrupando com as

da estação II. O ANOSIM indicou haver diferenças espaço-temporal entre as amostras.

Segundo o SIMPER Terschellingia e Spirinia foram os maiores responsáveis pelas

dissimilaridades entre os meses e estações. O Bio-Env indicou a temperatura, oxigênio

dissolvido, pluviometria, percentual de silte/argila como os fatores ambientais responsáveis

que melhor explicaram a associação dos Nematoda na distribuição espacial e temporal com os

fatores biológicos. Conclui-se que os Nematoda apresentaram uma variabilidade espaço-

temporal aos níveis de densidade, diversidade e riqueza; os comedores de depósito não-

seletivos e os raspadores dominaram a comunidade e a comunidade de Nematoda do estuário

do rio Carrapicho é semelhante a de outras comunidades de estuários brasileiros e mundiais.

Palavras-Chave: Nematoda, Meiofauna, Pernambuco, Estuário

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ABSTRACT

Nematode are one of the most abundant taxa among the organisms of meiofauna, found

mainly in estuaries, and with a complex and variable organization. This group is the most

important one considering levels of density, diversity and secondary consumer. The aim of

this study was to determine the dominance of Nematoda in relation to the other groups of

meiofauna; the parameters of community structure in Nematoda: diversity, density and

abundance; correlate the nematode distribution with biotic/abiotic factors and identify the

most abundant genera at specific level. The samples were collected in Carrapicho river

estuary in four stations (subtidal) in January, February, June and August/2004. The meiofauna

sampling was collected using plastic cores of 2.0 cm internal diameter and 5.0 cm long.

Samples were collected through the oceanographic Niskin bottle on the surface of water for

primary biomass analysis, temperature, salinity, oxygen and pH. Surface samples of sediment

were collected for granulometry analysis. The analysis of data was calculated by the

frequency of occurrence and relative abundance of meiofauna groups and Nematoda genera;

trophic classification, indices of Shannon-Weaner diversity, Pielou evenness, richness of

Margalef and analysis of non-metric multidimensional ordination (MDS); the bi-factorial

ANOSIM for the significance of similarities related to the groups of samples of the spatial and

temporal factors; SIMPER analysis to determine which genera contributed most to the

dissimilarities between the samples and BIOENV analysis for the relationship between

environmental variables and spatial-temporal distribution of Nematoda. The nematodes were

dominant in all months with up to 99.6% and were classified as a constant group. The

Nematode abundance varied between 97.5%, in August, to 99%, in January. Fifty one genera

and seventeen families were listed. Terschellingia and Spirinia were the most abundant

genera, with the species T. longicaudata, T. mora and S. parasitifera. The nematode

community structure was dominated by the epistrate feeders during dry season and in the

rainy season was alternated between epistrate feeders and nonselective deposit feeders. Both

season presented variation concerning the diversity. The highest richness value occurred in

August. The evenness was more diverse among the dry month’s stations and the rainy season

showed a more uniform distribution. The MDS presented more similarity among samples in

January, February and August. The MDS spatial variation indicated that the samples from

station II are closer, forming a biggest group. The majority of the samples in station I, some of

the IV and III, formed a group with the samples from station II. The ANOSIM showed spatial

and temporal differences among the samples. According to SIMPER, Terschellingia and

Spirinia were the most responsible for the non similarities between months and stations. The

Bio-Env indicated the temperature, dissolved oxygen, pluviometer and silt/clay fraction as

responsible environmental factors which best explained the association of Nematodes in

spatial and temporal distribution with the biological factors. It is concluded that the

nematodes showed a spatio-temporal variability at density, diversity and richness levels, the

non-selective deposit feeders and scrapers dominated the community and the nematode

community of Carrapicho river estuary is similar to other communities of Brazilian estuaries

and worldwide.

Keywords: Nematoda, Meiofauna, Pernambuco, Estuary

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Lista de Figuras

Pág.

Figura 01: Mapa da área Mapa da área de estudo (fonte: Google Earth).....................

10

Figura 02: Densidade média (ind.10cm-2

) de Nematoda do rio Carrapicho-PE nos

meses analisados. (Barras representam desvio padrão) ..............................................

20

Figura 03: Número de famílias e gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados

durante os meses secos no rio Carrapicho-PE ..............................................................

26

Figura 04: Número de famílias e gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados

durante os meses chuvosos no rio Carrapicho-PE ........................................................

27

Figura 05: Número de observações quanto as categorias de freqüência de

ocorrências dos gêneros de Nematoda nos períodos estudados (estiagem e chuvoso)..

Figura 06: Densidade média (ind.10cm-2

) de Spirinia e Terschellingia no rio

Carrapicho-PE (Barras indicam desvio padrão) ............................................................

29

29

Figura 07: Densidade média (ind.10cm-2

) e números de gêneros de Nematoda no rio

Carrapicho-PE nas estações de coleta dos meses analisados (Barras indicam desvio

padrão) ..........................................................................................................................

30

Figura 08: Abundância relativa (%) de Nematoda, no período seco, no rio

Carrapicho-PE. Outros: gêneros com abundância relativa menor que 1%....................

31

Figura 09: Abundância relativa (%) de Nematoda, no período chuvoso, no rio

Carrapicho-PE. Outros: gêneros com abundância relativa menor que 1%....................

32

Figura 10: Resultado da diversidade dos táxons através do índice de Shannon

Weaver (H’) entre as estações dos meses analisados.....................................................

33

Figura 11: Resultado da riqueza (D) das amostras entre as estações dos meses

analisados......................................................................................................................

33

Figura 12: Resultado da equitabilidade de Pielou (J’) que mediu a uniformidade da

distribuição dos indivíduos entre as estações de cada mês estudado.............................

34

Figura 13: Percentual dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Wieser (1953)

(1A= detritívoros seletivos, 1B= detritívoros não-seletivos, 2A= raspadores e 2B=

predadores/onívoros) do rio Carrapicho-PE nos meses analisados................................

35

Figura 14: Fotos de microscopia óptica de T. longicaudata. Macho: A- corpo inteiro;

B- Região anterior com o bulbo e o anfídio; C- Região anterior com o anfidio; D-

Região da cloaca com as espículas e a cauda; E- Espículas..........................................

37

Figura 15: Abundância relativa dos espécimes de T. longicaudata nas estações do rio

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Carrapicho-PE nos meses analisados.............................................................................

Figura 16: Fotos de microscopia óptica de T. mora. Macho: A- corpo inteiro; B-

Região anterior com o bulbo e o anfídio; C- Região da cloaca coma cauda; D-

Espículas........................................................................................................................

Figura 17: Abundância relativa dos espécimes de T. mora nas estações do rio

Carrapicho-PE nos meses analisados............................................................................

Figura 18: Fotos de microscopia óptica de S. parasitifera. Macho: A- corpo inteiro;

B- Região anterior com o bulbo; C- Região anterior com o anfidio e os dentes; D-

Região da cloaca com as espículas e a cauda; E- Espículas..........................................

Figura 19: Abundância relativa dos espécimes de S. parasitifera nas estações do rio

Carrapicho-PE nos meses analisados.............................................................................

Figura 20: MDS mostrando a distribuição da estrutura da nematofauna nos meses no

rio Carrapicho-PE..........................................................................................................

Figura 21: MDS mostrando a distribuição da estrutura da nematofauna nas estações

no rio Carrapicho-PE.....................................................................................................

Figura 22: Variação das concentrações de clorofila-a (mg.m-3

) do rio Carrapicho-PE

nos meses analisados......................................................................................................

Figura 23: Precipitação pluviométrica (mm) em 2004 no rio Carrapicho-PE (Fonte:

INMET, 2003)................................................................................................................

Figura 24: Variação da temperatura (ºC) do rio Carrapicho-PE nos meses analisados.

Figura 25: Variação da salinidade (S) do rio Carrapicho-PE nos meses analisados......

Figura 26: Variação das concentrações de oxigênio dissolvido (ml.L-1

) e da

D.B.O.(mg.L-1

) do rio Carrapicho-PE nos meses analisados.........................................

Figura 27: Variação do percentual de saturação do oxigênio dissolvido (%) do rio

Carrapicho-PE nos meses analisados.............................................................................

Figura 28: Variação do pH no rio Carrapicho-PE ao longo dos meses prospectados....

Figura 29: Percentuais sedimentológicos (%) do rio Carrapicho-PE nos meses

analisados.......................................................................................................................

38

39

40

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Lista de Tabelas

Pág.

Tabela 1: Freqüência de ocorrência (Bodin, 1977) dos grupos meiofaunísticos

no estuário do rio Carrapicho-PE nos meses analisados....................................

19

Tabela 2: Abundância relativa (%) dos grupos meiofaunísticos no estuário do

rio Carrapicho-PE nos meses analisados .............................................................

20

Tabela 3: Valores médios de densidade (ind.10cm-2

) da meiofauna ente as

estações do rio Carrapicho-PE ao longo dos meses estudados (dp= desvio

padrão) ..............................................................................................................

21

Tabela 4: Freqüência de Ocorrência dos gêneros entre as estações encontrados

no rio Carrapicho-PE: constante (1), muito freqüente (2), comum (3) e raro (4)

28

Tabela 5: Resultado da análise de similaridade (ANOSIM two-way) nas

associações da Nematofauna entre as estações e os meses (p<5%).....................

45

Tabela 6: Resultado da análise de SIMPER para os grupos envolvendo os

meses, apresentando os gêneros que contribuíram com as dissimilaridades.......

Tabela 7: Resultado da análise de SIMPER para os grupos envolvendo as

estações, apresentando os gêneros que contribuíram com as dissimilaridades....

46

47

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

1. INTRODUÇÃO ……………………………………………………….........

2. OBJETIVOS ………………………………………………………………..

3. HIPÓTESES ………………………………………………………………..

4. MATERIAIS E MÉTODOS ………………………………………….........

Pág.

1

8

8

9

4.1. ÁREA DE ESTUDO ………………………………………………...

4.2. METODOLOGIA EM CAMPO..........................................................

4.2.1. Parâmetros Bióticos ....................................................................

4.2.2. Parâmetros Abióticos .................................................................

4.3. METODOLOGIA EM LABORATÓRIO ...........................................

4.3.1.Variáveis Bióticas ...................................................................

4.3.2.Variáveis Abióticas ................................................................

4.4. ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................

5. RESULTADOS ……………………………………………………………...

9

11

11

12

12

12

15

16

19

5.1. COMPOSIÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DA MEIOFAUNA.......

5.2. COMPOSIÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DA NEMATOFAUNA

5.3. BIOMASSA PRIMÁRIA.....................................................................

5.4. PLUVIOMEETRIA.............................................................................

5.5. HIDROLOGIA ...................................................................................

5.6. SEDIMENTOLOGIA .........................................................................

6. DISCUSSÃO ...................................................................................................

7. CONCLUSÃO .................................................................................................

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................

ANEXOS

19

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11.. IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

O estuário é um corpo de água costeiro semifechado, com uma livre ligação com o

oceano aberto, no interior do qual a água do mar é mensuravelmente diluída pela água doce

oriunda da drenagem continental (Pritchard, 1955). Essa definição clássica foi ampliada,

posteriormente, por Miranda (2002), considerando processos regionais como fatores

climáticos, sedimentação recente e hidrodinâmica, e não somente a gênese geológica. O

ecossistema estuarino também foi descrito por alguns autores, tais como Lugo & Snedaker

(1974), Macêdo et al. (2000) e Schuler et al. (2000), como sendo um ambiente de transição

entre ecossistemas limnéticos e marinhos, característico de regiões tropicais e subtropicais,

sujeito ao regime das marés, dominado por espécies vegetais típicas, às quais se associam

outros componentes vegetais e animais.

De acordo com Flores-Montes et al. (1998), a manutenção do balanço e a alta

produtividade desses ambientes estão diariamente relacionadas com os nutrientes,

fornecidos por várias fontes, que conduzem à dinâmica da produção costeira, e repõem os

nutrientes perdidos por morte, degradação ou transporte.

Os estuários apresentam grande diversidade fisiográfica, bem como de padrão de

mistura e condições hidrodinâmicas. A geomorfologia dessas áreas associada com os

regimes de maré e descarga fluvial geram padrões de circulação distintos para cada

estuário, podendo esses atuarem como filtros ou como exportadores de matéria (orgânica e

inorgânica) para a zona costeira adjacente (Branco, 2001).

O estuário apresenta uma contínua interação com outros ecossistemas (Schaeffer-

Novelli, 1984) e uma capacidade de armazenar quantidades significativas de nutrientes

(inorgânicos e orgânicos). Em virtude de sua alta produtividade natural e biodiversidade

geradas pela mistura de águas ricas em nutrientes, o mesmo também representa um valor

cultural, econômico e científico devido à existência de um conjunto de habitats para as

espécies de importância comercial (Barros & Eskinazi-Leça, 2000).

Este berço oferece um potencial para reflorestamento, aqüicultura, agricultura e

mesmo eco-turismo. Além disso, diversos mangues ao redor do mundo são mantidos para a

produção de carvão, estabilização da área costeira, produtos pesqueiros (peixes, moluscos,

crustáceos), produção de algas para a indústria alimentícia e química. O uso humano da

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região está ligado aos benefícios e serviços da área, modificados continuamente pela

economia e cultura locais (Lacerda, 1999).

Esse ecossistema participa da manutenção da biodiversidade (Santos et al., 2000) e

estabiliza as formações litorâneas (Silva, 1995), além de ser responsável não só pela

fertilização das águas costeiras, mas também pela recepção de poluentes, funcionando

como depurador da água antes de atingir o mar, e assim, evitando a poluição dos mares

(McLusky, 1989).

As características hidrológicas desses ambientes são um dos principais

condicionantes da flora e fauna ali existentes. Essas características refletem e respondem a

ação de diversos fatores físicos e químicos ocorrentes. E como conseqüência, a ação desses

fatores resultam em modificações do regime salino e hidrodinâmico da área, segundo

relatos de Flores-Montes (1996).

O ecossistema estuarino proporciona um ambiente favorável para o crescimento e

sobrevivência dos estágios iniciais do ciclo de vida de animais marinhos (Coelho & Torres,

1982; Gibson, 1994), servindo, ainda, como habitat para aves e mamíferos, e como

ambiente para desova. Aveline (1980) reforça essa idéia quando acrescenta que são

ecossistemas renovadores da fauna aquática marinha, pois asseguram a continuidade da

vida no mar.

Boesch & Rosenberg (1981) relataram que a estrutura das comunidades bênticas

responde a vários tipos de estresses ambientais por causa de seu grande espectro de

tolerância fisiológica, hábitos alimentares e interações tróficas. E, conforme Schaeffer-

Novelli (1989), os estuários possuem uma disponibilidade de alimento maior do que

qualquer outra região, pois são encontrados nesse ecossistema representantes de todos os

elos da teia alimentar.

No Brasil, existem cerca de 25.000 km2

de florestas de mangue, que representam

mais de 12% dos manguezais do mundo inteiro (162.000 km2), de acordo com a Agência

Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos-CPRH (2004). Em Pernambuco,

conforme Coelho & Torres (1982), as áreas estuarinas ocupam 250,4 km2, predominando

nos municípios de Goiana, Itapissuma e Igarassu, localizados no litoral norte.

Além de destacar-se pelo importante papel que executa na natureza, o manguezal

possui uma grande abundância e diversidade de organismos da meiofauna (Coull, 1999),

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possibilitando que este ambiente torne-se um local relevante de estudos dos grupos

meiofaunísticos (Gomes et al., 2002).

A meiofauna foi definida por Mare (1942) como sendo composta por metazoários

aquáticos que passam pela peneira com abertura de malha de 1,0 ou 0,5 mm e são retidos

pela de 0,044 ou 0,062 mm, vivendo em íntima associação com os interstícios do sedimento

e estão representados por quase todos os filos de invertebrados (30 filos). E ainda McIntyre

(1969) reforça relatando que este grupo faunístico além de apresentar uma alta diversidade

possui uma alta densidade (freqüentemente em torno de 1 milhão de indivíduo/m2). De

acordo com Coull (1999), a meiofauna é um grupo ecologicamente heterogêneo devido aos

diferentes habitats que são ocupados por esses organismos. Apresenta-se rica e abundante

até em ambientes sujeitos a estresses físicos, químicos ou sob perturbações naturais e

artificiais (Lampadariou et al., 1994).

A comunidade meiofaunística destaca-se pela posição na cadeia trófica onde são

utilizados como alimentos para uma variedade de níveis tróficos superiores (Danovaro et

al., 2007) em teias alimentares (Schmid-Araya et al., 2002), apresentam uma estratégia

nutricional variada, facilitam a biomineralização do material orgânico e regeneração de

nutrientes, além de serem sensíveis à poluição orgânica (Giere, 1993; Coull, 1999),

tornando esses organismos adequados para o monitoramento da poluição estuarina. Li et al.

(1997) também enfatiza a fundamental importância na transferência de material e energia

através do ecossistema.

É importante salientar que as densidades meiofaunísticas em ambientes estuarinos

são superiores àquelas determinadas para a macrofauna (Mclntyre, 1969). As densidades

totais encontradas podem exceder o número de 1,29 x 107 indivíduos por metro quadrado

de sedimento, enquanto as densidades individuais por espécies podem atingir 5,7 x 106 m

2

(Hicks,1991)

Segundo relatos de Montagna (1995) e Coull (1999) a meiofauna possui um ciclo de

vida muito curto o que, consequentemente, permite, conforme Hicks (1984), um

restabelecimento rápido da população.

A distribuição dos organismos da meiofauna é freqüentemente influenciada,

inclusive, por fatores físico-químicos que tendem a controlar a abundância e a composição

da comunidade (Coull, 1999), sendo os principais fatores: tamanho da partícula do

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sedimento, temperatura, oxigênio dissolvido, pH, salinidade, profundidade e a concentração

dos pigmentos fotossintetizantes (Pollock, 1971; Giere, 1993). Entretanto, outros fatores

também estão sendo sugeridos como alimento disponível no sedimento, estruturas

biogênicas de plantas e animais maiores e o comportamento sócio-reprodutivo (Esteves,

1995).

Dentre todos os fatores abióticos, a salinidade é considerada um parâmetro

ambiental “chave” em regiões estuarinas e outros ambientes costeiros, por apresentar altas e

constantes variações, as quais afetam a fisiologia e a ecologia dos organismos (Anger,

2003). McLusky (1989) descreveu que os efeitos desse fator fisiológico e ecológico sobre

os organismos são variados e ainda podem diferir em diferentes estágios da vida. Segundo

Heip et al. (1982) existe uma clara diferença entre o padrão de riqueza de espécies ao longo

de um gradiente de salinidade entre a macrofauna e a meiofauna. Na meiofauna, alguns

grupos taxonômicos podem estar ausentes em baixas salinidades, mas não existe uma

redução óbvia de riqueza das espécies. Existe uma meiofauna muito rica, verdadeiramente

de água salobra, a razão para isso, prossegue os autores, não é apenas o fato de os estuários

poderem sustentar grandes populações dos bentos, mas provavelmente pela existência de

uma meiofauna adaptada à água salobra. A característica do sedimento e a temperatura

também são fatores condicionantes na distribuição da comunidade bentônica, em uma

meso-escala, como considerou Giere (1993) e Coull (1999).

Os Nematoda estão entre os organismos mais abundantes da meiofauna. A

organização desses indivíduos é variada e complexa, tanto para aqueles compreendidos no

grupo de vida livre quanto para os parasitas, e estão geralmente relacionados com os

mecanismos de alimentação e habitat (Lee, 2001).

Relevando a importância desse Filo dentro da meiofauna, muitos autores afirmam

que os Nematoda constituem o grupo mais importante a níveis de densidade, diversidade

(Higgins & Thiel, 1988; Medeiros, 1998; Urban-Malinga et al., 2006) e consumidor

secundário (Mulder et al., 2005). Para o grupo, estudos ecológicos realizados ao nível de

gênero respondem satisfatoriamente enquanto unidade biológica (Warwick et al., 1990),

porém a níveis específicos revelam-se mais informações sobre a biodiversidade,

redundância e outros conceitos ecológicos, como foi descrito por Bongers & Bongers

(1998). Esta característica taxonômica agregada a outras de ordem morfo-fisiológica e de

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distribuição impõem ao grupo a boa escolha para estudos de biomonitoramento (Ferris &

Ferris, 1979; Platt e Warwick, 1980; Platt et al., 1984; Warwick, 1993; Caeiro et al., 2005;

Schratzberger et al., 2008).

Lorenzen (1994), relatou a existência de 4 a 5 mil espécies de nematódeos de vida-

livre marinhos, porém há estimativas da existência de cerca de um milhão de espécies

segundo Hugot et al. (2001) ou até mesmo de 100 milhões, como descreveu Lambshead

(1993). Estas margens nas especulações numéricas em relação aos Nematoda se baseiam na

pequena quantidade de espécies válidas, as quais são provenientes de um número limitado

de localidades (Coomans, 2001).

A relação entre as diversidades funcionais dos grupos com as características

morfológicas pode representar uma importante função ecológica, como foi sugerido por

Chalcraft & Resetarits (2003) e Boström et al. (2006). Segundo Bremner et al. (2003), as

análises taxonômicas e funcionais devem complementar-se mutuamente quando

decorrentes de descrições sobre a diversidade bentônica, e que a utilização de apenas

análises taxonômicas para inferir os efeitos das variáveis ambientais e atividades humanas

sobre a biota poderá omitir alguns atributos funcionais.

Os Nematoda podem ainda contribuir para esses estudos pelo fato de apresentarem

um alto grau de especialização alimentar dada pela variabilidade na morfologia da cavidade

bucal (Bongers & Ferris, 1999; Michiels, 2005). E, conforme, Donavaro et al. (2002)

apontam que esses organismos respondem rapidamente a mudanças na disponibilidade de

alimento.

Nesse ambiente, a importância da nematofauna está ligada a influência direta ou

indireta de processos associados com a degradação de compostos orgânicos nos sedimentos

(Urban-Malinga et al., 2006), aumento de fluxo da energia, taxas de mineralização, (Heip et

al., 1982; Warwick, 1993; Griffiths, 1994; Bodiou, 1999; Coull, 1999), reforço na

recirculação de nutrientes e essa fauna pode ter um importante papel na fluência sobre a

produtividade das águas rasas (Heip et al., 1982, 1985).

Esta fauna absorve componentes orgânicos dissolvidos, influencia a textura do

sedimento através da secreção de muco, aumenta a difusão de gases e, além de servir de

alimento para outros organismos, inclue predadores pertencentes ao próprio táxon (Bongers

& Van de Haar, 1990).

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Devido à sua reprodução estratégica como o desenvolvimento direto sem fase

planctônica, produção de poucos gametas (Ferris & Ferris, 1979; Platt e Warwick, 1980;

Platt et al., 1984), e a alta taxa de reposição de estoque, contribuem para a verificação nas

condições ambientais (Urban-Malinga et al., 2006).

De acordo com McIntyre (1969) a densidade de Nematoda é alta em estuários e

mais alta na zona intermareal que na sublitoral. Entre os ambientes aquáticos, os estuários

são considerados como mais produtivos, chegando da ordem de 20 milhões de Nematoda

por metro quadrado no estuário de Lynner na Inglaterra (Warwick & Price, 1979).

Para os Nematoda algumas desvantagens são sublinhadas quanto à sua utilização

nos estudos de biomonitoramento: a dificuldade dos pesquisadores em lidar com a

Taxonomia, pelo fato que os nematódeos de vida livre geralmente medirem poucos

milímetros, dificultando, assim, consideravelmente os estudos taxonômicos (Heip et al.,

1982) e a falta de informações sobre a história natural de suas espécies.

Platt & Warwick (1980) referem-se à existência de dois aspectos que podem ser

considerados para ecologia de comunidades: modelos e processos. Modelos refletem

propriedades estruturais de espécies presentes, sua abundância e distribuição. Processos

incluem taxas funcionais de respiração, reprodução, recolonização entre outros. Para o

entendimento de processos, programas governamentais em nível de excelência vêm sendo

destacados no cenário nacional, haja vista o que ocorreu com o RECOS-MILÊNIO, no qual

se inseriu este trabalho, abordando, entre outros assuntos, a qualidade ambiental e a

biodiversidade de ambientes estuarinos.

Os primeiros registros de Nematoda marinho no Brasil foram feitos por Cobb

(1920), na costa Bahia, quando identificou três espécies (Alaimella truncata, Litotes minuta

e Synonema brasiliense). No entanto, os estudos taxonômicos iniciaram-se efetivamente a

partir de publicações de Gerlach na década de 50 (1954; 1956a; 1956b; 1957a; 1957b).

Juntamente com os trabalhos de Meyl (1956 e 1957), representaram um importante passo

que resultou em 209 espécies, entre elas 106 novas para a Ciência.

Apesar da grande importância da nematofauna no ecossistema estuarino, ainda são

poucos os trabalhos de taxonomia/ecologia com o referido táxon que vêm sendo

desenvolvido, como no litoral Norte com Silva (2004), litoral centro com Somerfield et al.

(2003) e Castro et al. (2006) e até o momento nenhum trabalho no litoral sul foi registrado.

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Segundo Venekey (2007), que seguiu a classificação de Lorenzen (1994), na lista

taxonômica brasileira de Nematoda foram registrados 6 ordens, 50 famílias, 291 gêneros e

231 espécies para ambientes marinhos e estuarinos da costa brasileira. Dentre estes táxons,

1 família, 10 gêneros e 87 espécies foram descritos para a costa.

A necessidade de preservação da diversidade biológica se fundamenta no princípio

de que sua perda poderia resultar numa diminuição funcional do ecossistema e, como

conseqüência, em uma deficiência da sustentabilidade. Hedrich (1975) dizia que a

diversidade é um importante atributo para estudos ecológicos e, em um dado local está

relacionada diretamente com a qualidade do ambiente. Heip & Decraemer (1974)

afirmaram que a diversidade é um dos parâmetros usados mais importantes na descrição de

uma comunidade, mas que, a nível mundial, a da nematofauna tropical era pouco

conhecida.

O estudo foi inserido no projeto do Instituto do Milênio que é um programa do

Ministério da Ciência e Tecnologia criado para patrocinar pesquisas científicas de

excelência em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país. O programa tem modelo

inovador que integra grupos de pesquisas em redes, favorecendo a integração com centros

internacionais de pesquisa. A proposta do projeto RECOS - Uso e Apropriação de Recursos

Costeiros - resultou da formação de um consórcio entre 17 universidades, das quais os

pesquisadores estão monitorando, compreendendo e predizendo os problemas relativos à

pesca, maricultura, biodiversidade, qualidade ambiental, erosão, uso e ocupação costeira.

Neste sentido, o estudo da meiofauna com ênfase à nematofauna, dentro do grupo

Qualidade Ambiental e Biodiversidade, torna-se imprescindível para o “pool” de

informações requeridas entre os consorciados.

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22.. OOBBJJEETTIIVVOOSS

Determinar o percentual (abundância/dominância) da nematofauna em relação aos

demais grupos meiofaunísticos em um gradiente salino do estuário do rio Carrapicho.

Determinar os parâmetros da estrutura da comunidade de Nematoda: diversidade,

densidade e abundância.

Correlacionar a distribuição espaço-temporal dos gêneros de Nematoda com os

parâmetros bióticos/abióticos.

Identificar as espécies dos gêneros mais abundantes ocorrentes no estuário do rio.

33.. HHIIPPÓÓTTEESSEESS

1- A nematofauna do rio Carrapicho apresenta uma variação espaço-temporal nos

parâmetros da comunidade.

2 – Os consumidores de depósitos seletivos e não seletivos dominam sobre os demais

grupos tróficos.

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4. MMAATTEERRIIAAIISS EE MMÉÉTTOODDOOSS

4.1. ÁREA DE ESTUDO

O rio Carrapicho pertence à bacia do rio Itapessoca e faz parte do complexo

estuarino de Itamaracá que está situado à 50 km ao norte de Recife-PE, entre as latitudes

7º34’00’’ e 7º55’16’’S e longitudes 34º48’48’’e 34º52’24’’W, ocupando uma área de 730

km2 (Macêdo, 1974), que abrange os municípios de Igarassu, Itapissuma e Itamaracá. Além

do rio Carrapicho, o complexo estuarino compreende o Canal de Santa Cruz e os rios

Catuama, Arataca, Botafogo, Congo, Igarassu e Siri (Macêdo & Koeningl, 1987).

Localizada na porção sul-oriental do município de Goiana, a bacia do rio Itapessoca totaliza

12 584,06 há, o que representa 9,2% da superfície do litoral Norte e 25,3% do município de

Goiana. Limita-se, ao norte, com a bacia do rio Goiana; ao sul, com a bacia dos rios

Botafogo-Arataca e com o Canal de Santa Cruz; a oeste, com a sub-bacia do Botafogo; e, a

leste com as microbacias da vertente atlântica.

As atividades predominantes na bacia são as culturas de cana-de-açúcar, do coco e

outras fruteiras, a avicultura, a exploração de areia, no baixo vale do rio Sirigi bem como a

extração de calcário para produção de cimento (na ilha de Itapessoca) e de cal (no Engenho

Megaó de Cima, em Tejucopapo) (CPRH, 2008).

A esses problemas, acresce-se o da falta de recuperação das áreas degradadas pela

extração mineral, contribuindo para o assoreamento dos rios e do próprio estuário. A área

estuarina do rio Itapessoca totaliza cerca de 3.998 há e abriga flora e fauna variadas,

constituindo, juntamente com a área estuarina do rio Goiana-Megaó, importante fonte de

sustento das comunidades urbanas e rurais circunvizinhas. Vale ressaltar que, recentemente,

o manguezal da área vem sendo pressionado, do lado do continente (em Tejucopapo e

Catuama), com vistas à instalação de empreendimentos de carcinicultura, o que pode alterar

de forma significativa às características desse ecossistema (CPRH, 2004).

O Canal de Santa Cruz apresenta uma forma em V, possuindo uma extensão de 22

km e largura variável de 0,6 a 1,5 km. A área é muito rasa com profundidades dentro do

canal variando em torno de 4 a 5 m, na maré baixa, muitas vezes sendo inferior a 2 m, e

com substrato constituído por areia quartzosa e lama. (Macêdo et al., 2000). A área é

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caracterizada por ter um clima tropical do tipo Am’, no sistema de Koeppen, com transição

para As’, à medida que se distancia da costa (Flores Montes, 1996).

Segundo Medeiros & Kjerfve (1993), o complexo estuarino originou-se durante o

início do Holoceno, quando uma falha paralela à costa foi preenchida pela água do mar

formando o Canal de Santa Cruz. A batimetria ao norte do canal, é variada, apresentando

vários bancos de areia e lama que afloram na baixa-mar; enquanto no segmento sul, é

regular, possuindo um relevo submarino suave. A área costeira que se comunica com o

sistema estuarino é protegida por recifes de arenito paralelo à costa e bancos de areia que

reduzem a troca de água entre o canal de Santa Cruz, o mar interior e a plataforma costeira.

Figura 01: Mapa da área de estudo (fonte: Google Earth).

rio

Carrapicho

Oceano Atlântico

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4.2. METODOLOGIA EM CAMPO

Ao longo do gradiente parálico/talássico do rio Carrapicho foram estabelecidas 4

estações fixas de amostragem, em uma faixa polialina (18 a 30 S) de acordo com a

classificação de Bulger et al. (1993). As amostras foram coletadas nos meses de janeiro,

fevereiro, junho e agosto de 2004, no infralitoral.

As estações foram distribuídas em uma transecção, sendo os pontos de amostragens

escolhidos pelos grupos de estudo de Biodiversidade/Bentos e Biodiversidade/Necton

(Instituto do Milênio-RECOS). Foram dispostas da parte interna do rio Carrapicho para a

foz e todas possuíam o sedimento lamoso.

Localização das estações:

I – 7o37’39”S; 34

o52’45,6”W

II - 7o40’5,3”S; 34

o51’4,9”W

III- 7o40’57,4”S; 34

o50’56,4”W

IV- 7o41’45”S; 34

o49’15”W

4.2.1. Parâmetros Bióticos

Meiofauna

Para a coleta dos organismos da meiofauna utilizou-se uma seringa plástica de 2,0

cm de diâmetro interno e 5,0 cm de altura. Em cada uma das estações infralitorâneas foram

retiradas 4 réplicas de sedimento (totalizando 64 amostras), etiquetadas (interna e

externamente), acondicionadas em recipientes plásticos, fixadas com formol 10% e

transportadas, posteriormente, para o Laboratório de Meiofauna do Departamento de

Zoologia da UFPE.

Biomassa Primária

Para análise da biomassa primária, foram coletadas amostras de água na superfície,

através da garrafa oceanográfica de Niskin. As amostras foram armazenadas em garrafas

plásticas, protegidas do sol e calor até o momento da filtração. O processamento foi

realizado no Laboratório de Produtividade Primária do Departamento de Oceanografia da

UFPE.

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4.2.2. Parâmetros Abióticos

Foram coletadas amostras de água da superfície através da garrafa oceanográfica de

Niskin para análise da temperatura (termômetro comum com escala de -10º a 60ºC),

salinidade, oxigênio (amostras armazenadas e fixadas em frascos especiais tipo Âmbar) e

pH. Para a análise granulométrica foram coletadas amostras superficiais de sedimento.

4.3. METODOLOGIA EM LABORATÓRIO

4.3.1. Varíáveis Bióticas

Meiofauna

O processamento das amostras bio-sedimentológicas foi dividido em 7 etapas:

peneiramento para separação da meiofauna, flotação com Ludox, contagem dos grupos

zoológicos (Elmgren, 1976), separação dos Nematoda, diafanização, montagem de lâminas

permanentes e identificação da nematofauna.

Peneiramento

Para a extração da fauna no sedimento, o material sedimentológico foi elutriado. A

elutriação consistiu na centrifugação manual (mínimo de 10 vezes) em Becker de 1.000 ml

e lavagens sucessivas em água corrente filtrada. Após cada elutriação, o sobrenadante foi

vertido em peneiras geológicas sobrepostas com aberturas de malhas de 0,044 mm e 0,5

mm. O material foi fixado com formol 10% e estocado para posterior análise.

Flotação com Ludox

A fauna retida na peneira de menor malha (0,044 mm) foi submetida a um processo

de flotação. O objetivo da extração por flotação é suspender a fauna em um fluido cuja

densidade específica seja bastante semelhante à dos próprios organismos. Para este fim foi

utilizada uma sílica coloidal Ludox TM (Giere, 1993), diluído em água até atingir a

densidade final de 1,15.

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Com o auxílio de uma pisseta contendo Ludox 1,15 a amostra retida na peneira de

menor malha foi transferida para um béquer de 250 ml e o volume completado com Ludox.

As amostras foram agitadas com um bastão de vidro e deixadas em repouso por 50 minutos.

O material sobrenadante foi então passado novamente por uma peneira de 0,044 mm

transferido para um pote de vidro etiquetado e a fauna conservada com formalina 10% .

Este processo foi repetido 4 vezes.

Contagem

Após a lavagem, o material foi colocado em placa de Petri e centrifugado

manualmente, sendo o sobrenadante vertido em placa de Dollfus, composta de 200 quadrados

de 0,25 cm² cada um. Os organismos da meiofauna foram quantificados e classificados ao

nível de grandes grupos zoológicos, em microscópio estereoscópico COLEMAN.

Extração dos Nematoda

Para o estudo taxonômico dos Nematoda livres ficou estabelecido, baseado no

número de indivíduos que ocorria nas amostras de meiofauna, a retirada de 50 indivíduos

de cada réplica, com auxílio de estilete e colocados em cadinhos para diafanização. Em

algumas amostras quando o número máximo de indivíduos era inferior a 50, todos os

espécimes foram retirados.

Diafanização dos Nematoda

O processo de diafanização seguiu a técnica descrita por De Grisse (1969). Nesse

procedimento ocorre a transferência total, gradativamente, do formol absorvido pelo corpo

do animal, durante a fixação, por Etanol e, posteriormente, pela glicerina, possibilitando

uma melhor visualização das estruturas internas e uma maior durabilidade dos Nematoda.

A técnica consiste em mergulhar os indivíduos em três soluções:

Solução 1- contém 99% de Formoldeído a 4% mais 1% de Glicerina: o cadinho foi

posto em repouso no dessecador que estava dentro da estufa Odontobrás (Modelo EL - 1.3)

a uma temperatura de 38°C, por 24 horas, para que o formoldeído fosse substituído pelo

álcool.

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Solução 2- contém 95% de Etanol mais 5% de glicerina: a solução era adicionada a

cada 2 horas, no mínimo 3 vezes, dentro da estufa.

Solução 3- contém 50% de Etanol mais 50% de glicerina: os indivíduos ficaram

depositados, no balcão, até a montagem das lâminas.

Montagem de lâminas permanentes

Para a montagem de lâminas (76 x 39 mm) permanentes, as lâminas e lamínulas de

vidro foram previamente imersas em Etanol durante 72hs para a remoção da gordura

presente no vidro e limpas com lenço de papel. Posteriormente foram colocados até 10

indivíduos em gota de glicerina centralizada em um círculo de parafina (5 indivíduos em

cada lado da lâmina que continha espaço para duas lâminulas). A lâmina foi recoberta com

as lamínulas, sendo o conjunto levado ao aquecimento para o derretimento da parafina e

fixação das lamínulas.

Identificação de Nematoda

As lâminas foram levadas ao microscópio óptico modelo OLYMPUS CX31,

integrado com câmara clara para desenhos e medidas das regiões e estruturas corpóreas, em

objetiva de 100x em óleo de imersão, para a identificação dos Nematoda aos níveis de

gêneros e espécies. Foram utilizadas as chaves pictóricas propostas por Platt & Warwick

(1983, 1988) e Warwick et al., (1998), que consistem em 3 volumes: Parte 1- British

Enoplids (1983); Parte II- British Chromadorids (1988); Parte III- Monhysterids (1998).

Também foi utilizada a bibliografia específica da Seção de Biologia Marinha da

Universidade de Gent (Bélgica) e o “site” Nemys (Deprez et al., 2005). A classificação

taxonômica foi baseada em Lorenzen (1994) e De Ley et al. (2006).

Biomassa Primária

O método para a determinação da clorofila–a foi o da análise espectrofotométrica da

UNESCO (1966).

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4.3.2. Variáveis Abióticas

Pluviometria

Os dados de precipitação pluviométrica foram referentes ao meses de janeiro/2004 a

dezembro/2004, colhidos pela estação meteorológica do Curado (Recife) e fornecidos pelo

Ministério da Agricultura – Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).

Salinidade (S)

Para a determinação da salinidade foi empregado o método indireto de Morh-

Knudsen, descrito por Strickland & Parsons (1972).

Oxigênio Dissolvido (ml.L-1

) e Taxa de Saturação (%)

A determinação do oxigênio dissolvido seguiu a metodologia modificada de

Winkler. Para o cálculo da taxa de saturação do oxigênio, foi aplicada a correlação entre a

temperatura e a salinidade da água, de acordo com a tabela-padrão da International

Oceanographic Tables (UNESCO, 1973).

Demanda Bioquímica de Oxigênio (mg.L-1

)

Para a D.B.O. as amostras permaneceram em estufa a 20ºC por um período de 5

dias. Após este período de incubação foram analisadas segundo metodologia modificada de

Winkler.

Potencial Hidrogeniônico (pH)

O potencial hidrogeniônico foi determinado com um potenciômetro de bancada

Hanna.

Sedimentologia

As análises granulométricas foram realizadas de acordo com o método de Suguio

(1973), utilizados pelo Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha da Universidade

Federal de Pernambuco. O sedimento coletado foi inicialmente seco à temperatura

ambiente e, posteriormente levado à estufa com temperatura em torno de 90ºC.

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Após a secagem, as amostras foram desagregadas com movimentos leves e lentos

para evitar a quebra dos grãos, para em seguida realizar o quarteamento manual da amostra

que consiste em colocá-la em uma superfície plana e, com uma espátula, separar o volume

total em quatro partes iguais para retirar uma parte para a análise. Esse processo evita a

perda de constituintes mineralógicos dos sedimentos e a concentração de alguns materiais

de forma desigual.

Pesou-se 100g da parte quarteada e, em seguida, foram separados por via úmida, os

cascalhos, sedimentos grosseiros finos, usando-se uma peneira de 2.000 mm e 0,062 mm.

Após a separação, o cascalho e a fração areia foram colocados para secagem e posterior

pesagem e o material fino (silte e argila) desprezado.

Após a secagem o material retido na peneira de 0,062 mm foi submetido ao

processo de peneiramento através da agitação em um rot-up por 12 minutos. Depois de

peneirada, a fração retida em cada peneira foi pesada em balança digital. O peso da fina

(silte e argila) desprezada foi obtido através da soma dos pesos de cada fração, subtraindo-

se do peso da amostra total.

Os processos das análises de biomassa primária e dos parâmetros abióticos, com

exceção da sedimentologia, foram realizados e descritos por Melo (2007). As análises

sedimentológicas foram realizadas pelo Laboratório de Geologia do Departamento de

Oceanografia da UFPE e a meiofauna foi triada no Laboratório de Meiofauna da UFPE,

procedimentos que foram realizados dentro das atividades do Projeto Milênio 2003/2004.

4.4 . ANÁLISE DOS DADOS

Densidade

A densidade foi calculada através da área da seringa utilizada na coleta e, expressa

na medida internacional da meiofauna (ind.10 cm-2

).

Freqüência de ocorrência (%)

A freqüência de ocorrência dos grupos meiofaunísticos e gêneros de Nematoda foi

calculada através da fórmula:

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Fo = D.100 / d

onde: Fo = Freqüência de ocorrência

D = número de amostras em que o táxon foi encontrado

d = número total de amostras

Calculada a freqüência de ocorrência de cada táxon foram adotados os intervalos

aplicados por Bodin (1977), que consistem em: 1- grupos constantes (76 a 100%); 2-

grupos muito freqüentes (51 a 75%); 3- grupos comuns (26 a 50%) e 4- grupos raros (1 a

25%).

Abundância Relativa (%)

A abundância relativa de cada táxon e gênero da nematofauna fori calculada com a

seguinte fórmula:

Ar = N . 100 / Na

onde: Ar = abundância relativa

N = número de organismos de cada táxon/gênero na amostra

Na = número total de organismos na amostra.

De acordo com os percentuais obtidos para cada amostra foi estabelecido neste

trabalho que os táxons/gêneros acima de 50% foram classificados como dominantes.

Classificação trófica

A classificação trófica foi baseada no tipo de morfologia e estrutura da cavidade

bucal e sua ecologia trófica, de acordo com Wieser (1953), consistindo de:

1A = alimentam-se seletivamente de depósitos. Apresentam cavidade bucal muito pequena

e não possuem dentes.

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1B = alimentam-se de depósitos, porém não são seletivos. Apresentam cavidade bucal de

tamanho moderado e não possuem dentes.

2A = alimentam-se epistratos. Apresentam cavidade bucal de tamanho médio (a) provida

(o) de dentes pequenos.

2B = são predadores ou onívoros. Possuem cavidade bucal com dentes grandes ou outras

estruturas fortes (mandíbulas).

Análise uni e multivariadas

Com os dados de densidade dos gêneros de Nematoda foram calculados os índices

de diversidade Shannon-Weaner (H’), o da equitabilidade de Pielou (J’) e o de riqueza de

Margalef (D).

O índice de similaridade de Bray-Curtis foi aplicado para os valores de densidade,

transformados por raiz quarta, .a fim de se obter as similaridades entre as amostras das

estações e dos meses. Baseado nessa matriz de similaridades obtida, realizou-se uma

análise de ordenação não-métrica multidimensional (MDS), considerando como fator

espacial, as estações e, como fator temporal, os meses.

As significâncias das similaridades relacionadas aos grupos de amostras dos fatores

espacial (estações) e temporal (meses de coleta) foram verificadas pelo teste ANOSIM bi-

fatorial, sendo adotado o nível de significância de 5%.

A análise SIMPER foi aplicada para se determinar quais os gêneros que mais

contribuíram, percentualmente, para as dissimilaridades entre as amostras representativas

dos fatores (estações e meses) analisados.

A relação entre as variáveis ambientais e a distribuição espaço-temporal da

nematofauna foi verificada pela análise BIOENV, a qual utiliza a matriz de similaridade

(calculada com os valores de densidade pelo índice de Bray-Curtis) e uma matriz de

distância calculada com os valores das variáveis ambientais pelo índice de Distância

Euclidiana.

Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o aplicativo PRIMER

(Plymouth Routines in Multivariate Ecological Researches), sendo essas análises descritas,

detalhadamente, por Clarke & Warwick (1994).

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55.. RREESSUULLTTAADDOOSS

5.1- COMPOSIÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DA MEIOFAUNA

Freqüência de distribuição

No período de amostragem foram coletados 22.610 organismos, e a meiofauna

apresentou-se composta por 11 grupos: Acari, Bivalvia, Copepoda, Gastropoda,

Gastrotricha, Kinorhyncha, Nematoda, Ostracoda, Polychaeta, Tardigrada e Turbellaria.

Também foram registrados os nauplii.

Os Nematoda foram classificados como sendo o único grupo constante em todos os

meses analisados (Tabela 1). Polychaeta foi o grupo classificado como freqüente em todos

os meses (Tabela 1). Nos meses secos Gastrotricha e Ostracoda foram classificados como

grupos raro e comum, respectivamente. Já nos meses chuvosos Copepoda foi o grupo

freqüente e os nauplii foram classificados como raros (Tabela 1).

Tabela 1: Freqüência de ocorrência dos grupos meiofaunísticos no estuário do rio

Carrapicho-PE nos meses analisados.

Gêneros janeiro fevereiro junho agosto

Acari raro - - -

Bivalvia - - comum raro

Copepoda freqüente comum freqüente freqüente

Gastropoda - - raro -

Gastrotricha raro raro - -

Kinorhyncha - - - raro

nauplii - - raro raro

Nematoda constante constante constante constante

Ostracoda comum comum freqüente raro

Polychaeta freqüente freqüente freqüente freqüente

Tardigrada raro - raro -

Turbellaria - - - raro

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Abundância Relativa e Densidade (ind/10cm-2

)

Nematoda foi o grupo de maior abundância relativa em todos os meses estudados,

com valores acima de 95% para todos os meses e, muito próximos entre si (Tabela 2). Ao

longo do período de estudo, a estação II apresentaou os maiores valores de densidade desse

grupo, especialmente, nos meses de fevereiro e junho (Figura 02).

Tabela 2: Abundância relativa (%) dos grupos meiofaunísticos no estuário do rio

Carrapicho-PE nos meses analisados.

janeiro fevereiro junho agosto

Acari 0,01 0 0 0

Bivalvia 0 0 0,14 0,06

Copepoda 0,22 0,36 0,45 1,68

Gastropoda 0 0 0,01 0

Gastrotricha 0,01 0,02 0 0

Kinorhyncha 0 0 0 0,03

nauplii 0 0 0,04 0,06

Nematoda 99,06 98,86 98,48 97,52

Ostracoda 0,15 0,3 0,42 0,08

Polychaeta 0,51 0,44 0,42 0,44

Tardigrada 0,01 0 0,01 0

Turbellaria 0 0 0 0,11

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

jan fev jun ago

Nematoda

ind

.10

cm-2

I II III IV

Figura 02: Densidade média (ind.10cm-2

) de Nematoda no rio Carrapicho-PE nos meses

analisados. (Barras representam os desvios padrão).

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Com valores bem inferiores, Copepoda foi o grupo com os segundos maiores

valores médios de densidades, seguido de Polychaeta e Oligochaeta (Tabela 3).

Tabela 3: Valores médios de densidade (ind.10cm-2

) da meiofauna ente as estações do rio

Carrapicho-PE ao longo dos meses estudados (dp= desvio padrão).

Meses Grupos

Estações

I II III IV

média dp média dp média dp média dp

Janeiro

Acari 1,24 2,49 0 0 0 0 0 0

Copepoda 1,24 2,49 8,71 14,29 2,49 2,87 8,71 2,49

Gastrotricha 0 0 0 0 0 0 1,24 2,49

Nematoda 2.080,84 1.338,71 2.978,85 2.599,45 1.869,40 966,79 2.572,13 768,63

Ostracoda 9,95 10,75 2,49 4,97 0 0 2,49 2,87

Polychaeta 8,71 8,49 2,49 4,97 11,19 10,26 27,36 16,50

Tardigrada 0 0 0 0 0 0 1,24 2,49

Fevereiro

Copepoda 0 0 4,97 9,95 8,71 4,76 8,71 11,75

Gastrotricha 0 0 1,24 2,49 0 0 0 0

Nematoda 1.186,57 1.246,12 3.961,44 2.772,62 374,38 143,47 533,58 858,19

Ostracoda 1,24 2,49 7,46 11,84 6,22 12,44 3,73 4,06

Polychaeta 7,46 9,53 1,24 2,49 13,68 11,03 4,97 4,06

Junho

Bivalvia 3,73 2,49 1,24 2,49 1,24 2,49 4,97 9,95

Copepoda 8,71 6,26 4,97 7,03 11,19 8,49 11,19 13,08

Gastropoda 1,24 2,49 0 0 0 0 0 0

Nematoda 3.018,65 2.601,16 3.875,62 3.007,18 553,48 324,12 410,45 197,03

Ostracoda 17,41 16,50 6,22 2,49 6,22 6,26 3,73 4,76

Polychaeta 17,41 12,52 9,95 13,47 2,49 2,87 3,73 4,76

Tardigrada 0 0 0 0 0 0 1,24 4,76

nauplii 1,24 2,49 1,24 2,49 1,24 2,49 0 2,49

Agosto

Bivalvia 0 0 1,24 2,49 0 0 1,24 2,49

Copepoda 29,85 30,12 19,90 11,49 24,87 27,85 0 0

Kinorhyncha 0 0 0 0 0 0 1,24 2,49

Nematoda 1.340,79 605,32 1.344,52 885,91 599,50 392,05 1.032,33 525,17

Ostracoda 1,24 2,49 0 0 1,24 2,49 1,24 2,49

Polychaeta 1,24 6,26 0 7,46 1,24 4,76 1,24 2,87

Turbellaria 0 0 2,49 2,87 2,49 2,87 0 0

nauplii 2,49 4,97 0 0 0 0 0 0

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5.2- COMPOSIÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DA NEMATOFAUNA

A lista taxonômica da Nematofauna da região de estudo apresentou um total de 51

gêneros pertencentes a 17 famílias.

Filo Nematoda Potts, 1932

Classe Enoplea Inglis, 1983

Subclasse Enoplia Pearse, 1942

Ordem Enoplida Filipjev, 1929

Subordem Oncholaimina De Coninck, 1965

Superfamília Oncholaimoidea Filipjev, 1916

Família Oncholaimidae Filipjev, 1916

Metoncholaimus, Filipjev, 1918

Onchoaimus Dujardin, 1845

Viscosia De Man, 1890

Subordem Ironina Siddiqi, 1983

Superfamília lronoidea De Man, 1876

Família lronidae De Man, 1876

Syringolaimus De Man, 1888

Trissonchulus Cobb, 1920

Famìlia Oxystominidae Chitwood, 1935

Halalaimus de Man, 1888

Oxystomina Filipjev, 1921

Subordem Tripyloidina De Coninck, 1965

Superfamília Tripy1oidoidea Fi1ipjev, 1928

Família Tripyloididae Filipjev, 1928

Bathylaimus Cobb, 1894

Tripyloides de Man, 1886

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Classe Chromadorea

Subclasse Chromodoria

Ordem Chromadorida Chitwood, 1933

Subordem Chromadorina Filipjev, 1929

Superfamília Chromadoroidea Filipjev, 1917

Família Chromadoridae Filipjev, 1917

Chromadorita Filipjev, 1922

Neochromadora Micoletzky, 1924

Prochromadorella Micoletzky, 1924

Ptycholaimellus Cobb, 1920

Rhips Cobb, 1920

Spilophorella Filipjev, 1917

Trochamus Boucher & Bovée, 1972

Família Cyatholaimidae Filipjev, 1918

Marylynnia Hopper, 1977

Metacyatholaimus Stekhoven, 1942

Paracanthoncus Micoletzky, 1922

Paralongicyatholaimus Stekhoven, 1942

Família Neotonchidae Wieser & Hopper, 1966

Gomphionema Wieser & Hopper, 1926

Família Selachinematidae Cobb, 1915

Cheironchus Cobb, 1917

Halichoanolaimus De Man, 1886

Synonchiella Cobb, 1920

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Ordem Desmodorida De Coninck, 1965

Subordem Desmodorina De Coninck, 1965

Superfamília Desmodoroidea Filipjev, 1922

Família Desmodoridae Filipjev, 1922

Metachromadora Filipjev, 1918

Pseudochromadora Daday, 1889

Spirinia Gerlach, 1963

Spirinia parasitifera (Bastian, 1865) Gerlach, 1963

Ordem Monhysterida Fi1ipjev, 1929

Subordem Monhysterina De Coninck & Schuurmans Stekhoven, 1933

Superfamília Monhysteroidea De Man, 1876

Família Monhysteridae De Man, 1876

Gammarinema Kinne & Gerlach, 1953

Thalassomonhystera Jacobs, 1987

Superfamília Sphaerolaimoidea Filipjev, 1918

Família Sphaerolaimidae Filipjev, 1918

Parasphaerolaimus Ditlevsen, 1918

Sphaerolaimus Bastian, 1865

Família Xyalidae Chitwood, 1951

Daptonema Cobb, 1920

Paramonohystera Steiner, 1916

Promonhystera Wieser, 1956

Pseudosteineria Wieser, 1956

Theristus Bastian, 1865

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Subordem Linhomoeina Andrassy, 1974

Superfamília Siphonolaimoidea Filipjev, 1918

Família Linhomoeidae Filipjev, 1922

Desmolaimus De Man, 1880

Linhomoeus Bastian, 1865

Metalinhomoeus De Man, 1907

Terschellingia De Man, 1888

Terschellingia longicaudata De Man, 1907

Terschellingia mora Gerlach, 1956

Ordem Araeolaimida De Coninck & Schuurmans Stekhoven, 1933

Superfamília Axonolaimoidea Filipjev, 1918

Família Axonolaimidae Filipjev, 1918

Paradontophora Timm, 1963

Pseudolella Cobb, 1920

Família Comesomatidae Filipjev, 1918

Comesoma Bastian, 1865

Dorylaimopsis Ditlevsen, 1918

Hopperia Vitiello, 1969

Metacomesoma Wieser, 1954

Paracomesoma Hope e Murphy, 1972

Sabatieria Rouville, 1903

Setosabatieria Platt, 1985

Família Diplopeltidae Filipjev, 1918

Southerniella Allgen, 1932

Ordem Plectida Malakhov, 1982

Superfamília Leptolaimoidea Orley, 1880

Família Aegialoalaimidae Lorenzen, 1981

Aegialoalaimus De Man, 1907

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No período dos meses de estiagem, foi observado um total de 40 gêneros, enquanto

que no período chuvoso foram 38 gêneros.

Entre as 5 ordens encontradas nos meses considerados secos, Monhysterida

apresentou o maior número de gêneros (13) e em relação às famílias, as ordens Enoplida,

Chromadorida e Monhysterida registraram 4 (Figura 03). No período chuvoso, entre as 6

ordens encontradas, Chromadorida apresentou o maior número de gêneros (17) e em

relação às famílias, as ordens Enoplida, Chromadorida e Monhysterida registraram 4

(Figuras 03 e 04).

Dentre os gêneros listados, Chromadorita, Desmolaimus, Dorylaimopsis,

Halalaimus, Linhomoeus, Metalinhomoeus, Paralongicyatholaimus, Paramonohystera,

Promonhystera, Prochromadorella, Southerniella, Syringolaimus e Tripyloides foram

exclusivos do período de estiagem. Já Aegialoalaimus, Bathylaimus, Halichoanolaimus,

Metacyatholaimus, Neochromadora, Pseudosteineria, Setosabatieria, Synonchiella,

Theristus e Trochamus foram exclusivos para o período chuvoso.

No gênero Terschellingia foram identificadas duas espécies a T. longicaudata De

Man, 1907 e a T. mora Gerlach, 1956, em Spirinia foi identificada a espécie a S.

parasitifera (Bastian, 1865) Gerlach, 1963.

Figura 03: Número de famílias e gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados durante

os meses secos no rio Carrapicho-PE.

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Figura 04: Número de famílias e gêneros de Nematoda, em cada ordem, registrados durante

os meses chuvosos no rio Carrapicho-PE.

Freqüência de Ocorrência

O gênero Terschellingia foi o único registrado como constante em todas as estações

e meses estudados (Tabela 04). Considerando o total das 243 observações apresentadas,

sobre a freqüência de ocorrência dos gêneros de Nematoda, na Tabela 04, pode-se afirmar

que a maioria das situações representou a classificacão de gêneros raros, enquanto que as

outras categorias apresentaram números semelhantes entre si (Figura 05).

Em relação a comparação dos períodos, nos meses de estiagem houve um maior

número de gêneros classificados como muito freqüentes e de gêneros constantes (Figura

05). Já no perído chuvoso, os gêneros comuns ocorreram em maior número e, aqueles

considerados como raros, estiveram em um número um pouco maior (Figura 05).

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Tabela 4: Freqüência de Ocorrência dos gêneros nas estações do Rio Carrapicho-PE:

constante (1), muito freqüente (2), comum (3) e raro (4).

Gêneros

Meses

Janeiro fevereiro junho agosto

Estações

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

Bathylaimus - - - - - - - - - - - - 2 - - -

Cheironchus - - - - - - - 4 - - 2 2 - - - 4

Comesoma 3 4 - 4 3 3 2 - 4 3 - 3 4 - - 3

Daptonema 4 2 - - 4 3 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2

Desmolaimus - - - - - - 3 - - - - - - - - -

Gammarinema - - - 3 - - - - - - - - 4 - - -

Gomphionema 1 1 4 - 1 1 1 3 3 4 - 3 2 4 1 2

Halalaimus - - - - - 4 - 4 - - - - - - - -

Hopperia 4 - - - 4 - 4 - - - 4 - 4 - - -

Marylynia - - 2 - - - 4 4 - - 4 4 - - 3 3

Metachromadora 2 1 1 4 2 2 - - 2 3 3 - 2 2 3 4

Metacomesoma 4 - - - 4 3 2 2 4 - 3 - 4 - 4 4

Metacyatholaimus - - - - - - - - - - 4 - 4 - - -

Metoncholaimus - - - - 3 4 - 4 - - - - - - -

Neochromadora - - - - - - - - - - - - 3 - - -

Oncholaimus 3 - - - 3 - - - - - - 3 - - - -

Oxystomina 2 - 4 4 2 3 - - 4 - 3 4 3 3 3 3

Paracanthoncus - 4 - - - - - - - - - - - - - 4

Paracomesoma - - - - - - - 4 - - 4 2 - - 4 4

Parodontophora 2 - 4 - 2 4 4 3 4 - - - - - 4 -

Parasphaerolaimus - - 4 - - - - - 4 - 4 4 - - - -

Paramonohystera - - - - - - - 4 - - - - 4 - - -

Promonhystera - - - - - - - 3 - - - - - - - -

Prochromadorella 4 - - - 4 - - - - - - - - - - -

Pseudochromadora - 4 - - - - 4 - - - - - 4 - - 4

Pseudolella 1 2 2 - 1 2 4 - 4 2 2 4 - 4 2 2

Ptycholaimellus - - 3 4 - - - - - - - - 1 - 3 -

Sabatieria 1 2 3 3 1 1 2 2 4 1 1 3 - 3 3 3

Setosabatieria - - - - - - - - - - - - 4 - - 4

Sphaerollaimus - 4 2 - - - - - - - 1 4 3 3 2 -

Spilophorella - - 2 4 - - - - - - 3 - 1 4 1 -

Spirinia 1 1 2 2 1 1 3 2 1 1 3 - 4 1 1 4

Syringolaimus - - - - - - 3 4 - - - - - - - -

Terschellingia 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Thalassomonhystera 4 - - - 4 - 4 4 - - - 4 - - 4 -

Trissonchulus - - 4 - - - - - - - - - - - 4 -

Viscosia 4 2 4 - 4 2 - - 4 - - - 3 4

* Os gêneros Aegialoalaimus, Chromadorita, Dorylaimopsis, Halichoanolaimus, Linhomoeus,

Metalinhomoeus, Paralongicyatholaimus, Pseudosteineria, Rhips, Southerniella, Synonchiella,

Theristus, Tripyloides e Trochamus estiveram presentes em uma única estação e um único mês,

com uma freqüência de ocorrência classificada como rara (4).

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29

0

10

20

30

40

50

60

raros comuns muito frequentes constantes

categorias

núm

ero

de o

bserv

ações

estiagem chuvoso

Figura 05: Número de observações quanto as categorias de freqüência de ocorrências dos

gêneros de Nematoda nos períodos estudados (estiagem e chuvoso).

Densidade e Abundância Relativa

Os gêneros de maiores densidades foram Terschellingia e Spirinia. A maior

densidade de Terschellingia ocorreu em agosto na estação III com 181,6 ind.10cm-2

e a

menor em fevereiro na mesma estação com 27,4 ind.10cm-2

. Para Spirinia, a densidade

máxima ocorreu em junho na estação II com 145,5 ind.10cm-2

e na estação IV não houve

ocorrência do referido táxon (Figura 06).

0

50

100

150

200

250

300

jan fev jun ago jan fev jun ago

Spirinia Terschellingia

ind

i.1

0cm

-2

I II III IV

Figura 06: Densidade média (ind.10cm-2

) de Spirinia e Terschellingia no rio Carrapicho-PE

(Barras indicam desvio padrão).

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30

Comparando o número de gêneros em relação a densidade da nematofauna ao longo

dos períodos observamos que o maior número ocorreu em agosto com 22, 19 e 18 gêneros

nas estações I, III e IV, onde as densidades foram de 1.340,8 ind.10cm-2

, 599,5 ind.10cm-2

e

1.032,3 ind.10cm-2

respectivamente. Na estação III em fevereiro também houve registro de

18 gêneros, onde a densidade foi de 374,4 ind.10cm-2

. O menor número de gêneros (6)

ocorreu em janeiro na estação I, onde a densidade foi uma das mais elevadas com 2.080,8

ind.10cm-2

(Figura 07).

Figura 07: Densidade média (ind.10cm-2

) e números de gêneros de Nematoda no rio

Carrapicho-PE nas estações de coleta dos meses analisados (Barras indicam desvio padrão).

A abundância de Terschellingia chegou a 62% em agosto. Entre os meses, janeiro

registrou o menor número de gêneros (25) e agosto o maior (34), seguido de fevereiro (32)

(Anexos I e II).

Nos dois períodos estudados o gênero de maior abundância relativa foi

Terschellingia com 41,5% nos meses de estiagem e 43,66% nos meses chuvosos. Em

seguida, Spirinia ocorreu como o segundo gênero com abundância expressiva em ambos os

períodos com 21,19% no período estival e 21,43% no chuvoso. No período seco ainda

podemos destacar, embora com menores percentuais, outros gêneros com abundância em

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31

torno de 5% como Gomphionema, Metachromadora e Sabatieria. Já no período chuvoso

Gomphionema, Daptonema e Metachromadora foram os gêneros mais abundantes

seguindo Terschellingia com percentuais variando de 4% a 7,4% (Figuras 08 e 09).

Figura 08: Abundância relativa (%) de Nematoda, no período seco, no rio Carrapicho-PE.

Outros: gêneros com abundância relativa menor que 1%.

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Figura 09: Abundância relativa (%) de Nematoda, no período chuvoso, no rio Carrapicho-

PE. Outros: gêneros com abundância relativa menor que 1%.

Índices ecológicos da Nematofauna

Tanto o período seco quanto o chuvoso apresentaram oscilações quanto a

diversidade. A diversidade de indivíduos nas amostras de fevereiro é a maior entre os

meses analisados, sendo a estação III a de maior diversidade de gêneros de Nematoda com

2,3 seguida da estação I de agosto com 2,2. A estação com a menor diversidade de gêneros

foi a IV do mês de janeiro com 0,9 (Figura 10).

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33

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

jan fev jun ago

Div

ersi

dad

e H

'

Figura 10: Resultado da diversidade dos táxons através do índice de Shannon Weaver (H’)

entre as estações dos meses analisados.

A riqueza de Nematoda seguiu padrão semelhante da diversidade de gêneros nas

estações prospectadas dos períodos seco e chuvoso. Porém no período seco houve uma

inversão de valores na relação riqueza e diversidade na estação II em janeiro e nas estações

III e IV em fevereiro, quando a riqueza se apresentou elevada, a diversidade foi baixa. O

mesmo ocorreu em junho nas estações II e III (Figura 11).

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

jan fev jun ago

Riq

uez

a D

Figura 11: Resultado da riqueza (D) das amostras entre as estações dos meses analisados.

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Os valores de equitabilidade entre as estações dos meses chuvosos foram mais

uniformes quando comparados com as estações dos meses de estiagem (Figura 12).

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

jan fev jun ago

Eq

uit

abil

idad

e J'

Figura 12: Resultado da equitabilidade de Pielou (J’) que mediu a uniformidade da

distribuição dos indivíduos entre as estações de cada mês estudado.

Estutrura Trófica

Qualitativamente em relação à classificação de ecologia trófica seguindo Wieser

(1953) houve uma dominância dos organismos que possuem a cavidade bucal adaptada ao

hábito raspador (2A) em todo o período seco com 36,4% e 35,5% (janeiro e fevereiro

respectivamente). Já no chuvoso houve uma alternância, em junho os organismos

raspadores (2A) dominaram com 37,5% e em agosto a dominância foi do grupo dos

detritívoros não-seletivos (1B) com 35,3%. Os organismos detritívoros seletivos (1A)

foram os grupos de menor dominância em todos os meses com percentuais variando de

8,3% em junho a 13% em fevereiro (Figura 13). Dados espaciais da classificação trófica

dos gêneros encontra-se em anexo III.

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35

0

5

10

15

20

25

30

35

40

jan fev jun ago

%

1A

1B

2A

2B

Figura 13: Percentual dos grupos tróficos de Nematoda, segundo Wieser (1953) (1A=

detritívoros seletivos, 1B= detritívoros não-seletivos, 2A= raspadores e 2B=

predadores/onívoros) do rio Carrapicho-PE nos meses analisados.

Diagnose dos gêneros mais abundantes

Gênero Terschellingia (De Man, 1888)

Diagnose de acordo com Warwick et al. (1988).

Cutícula com estriações transversais finas. Seis setas labiais cônicas e quatro

cefálicas em dois círculos separados. Possuem quatro setas subcefálicas situadas na região

cervical. Setas somáticas geralmente ausentes, porém podem estar presentes na região

ventral da cauda dos machos de algumas espécies.

Cavidade bucal pequena ou ausente. Anfídio próximo da parte terminal, o estoma é

pequeno e fino posicionado no mesmo nível das setas cefálicas. Esôfago com um bulbo

bem desenvolvido na região posterior. Sistema reprodutor da fêmea com dois ovários.

Espícula curta, robusta e arqueada ventralmente. Gobernáculo com apófise. Cauda cônico-

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cilíndrica com ou sem extensão filiforme, mas em algumas espécies pode ser totalmente

filiforme. Maioria marinha e alguns de água doce.

Terschellingia longicaudata Wieser, 1956

Cutícula lisa. Corpo alongado, afinalando nas extremidades. Cabeça arredondada.

Arranjo cefálico composto de seis setas labiais internas e somente quatro cefálicas. Setas

cervicais presentes no nível da porção posterior do anfidio. Setas somáticas presentes.

Anfidio. circular. Faringe cilíndrica com bulbo basal bem desenvolvido. Glândula ventral

situada na região posterior a faringe. Posição do poro excretor variável. Cavidade bucal

pequena Cárdia pequena, na forma de coração. Espículas curvadas com cefalização na parte

proximal. Gobernáculo com apófise. Três glândulas caudais visíveis. Cauda filiforme.

(Figura 14).

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Figura 14: Fotos de microscopia óptica de T. longicaudata. Macho: A- corpo inteiro; B-

Região anterior com o bulbo e o anfídio; C- Região anterior com o anfidio; D- Região da

cloaca com as espículas e a cauda; E- Espículas.

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Estrutura populacional de Terschellingia longicaudata

A espécie T. longicaudata, dentro do período estudado, apresentou maiores

percentuais de juvenis e machos. Em janeiro os machos tiveram percentuais mais elevados

nas estações II, III e IV, sendo a estação I com maior percentual de juvenis; em fevereiro as

fêmeas nas estações I e IV e machos na II e III; em junho os juvenis nas estações II, III e IV

e na estação I houve a mesma proporção de juvenis, fêmeas e machos; e em agosto juvenis

na estação I e IV, fêmeas na III e macho na estação IV (Figura 15).

T. longicaudata

0

20

40

60

80

100

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

jan fev jun ago

%

juvenis fêmeas

fêmeas-grávidas machos

Figura 15: Abundância relativa dos espécimes de T. longicaudata nas estações do rio

Carrapicho-PE nos meses analisados.

Terschellingia mora Gerlach, 1956

Cutícula lisa. Corpo alongado e afinalando nas extremidades. Cabeça arredondada e

sem lábios distintos. Somente quatro setas cefálicas visíveis. Faringe fortemente muscular,

com um bulbo basal oval. Glândula ventral abaixo do esôfago. Fêmeas didélficas com

ovários estendidos. Machos com espículas curvadas e fortemente esclerotizadas e

gobernáculo curto com apófise dorsal. Glândulas caudais não observadas. Cauda cônico-

cilíndrica com duas setas sub-ventrais (Figura 16).

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Figura 16: Fotos de microscopia óptica de T. mora. Macho: A- corpo inteiro; B- Região

anterior com o bulbo e o anfídio; C- Região da cloaca coma cauda; D- Espículas.

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Estrutura populacional de Terschellingia mora

A espécie T. mora, dentro do período estudado, apresentou maiores percentuais de

juvenis seguidos de fêmeas. Em janeiro os machos tiveram percentuais mais elevados nas

estações I, II e IV e as fêmeas na III; em fevereiro as fêmeas na estação I, machos na II e IV

e os juvenis na estação III; em junho os juvenis nas estações I e III e as fêmeas nas II e IV;

e em agosto juvenis nas estações I e IV, fêmeas e fêmeas-grávidas na estação II com a

mesma proporção e os machos na estação III (Figura 17).

T. mora

0

20

40

60

80

100

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

jan fev jun ago

%

juvenis fêmeas

fêmeas-grávidas machos

Figura 17: Abundância relativa dos espécimes de T. mora nas estações do rio Carrapicho-

PE nos meses analisados.

Gênero Spirinia Gerlach, 1963

Diagnose de acordo com Chitwood (1936).

Cutícula finamente estriada. Cápsula cefálica ausente. Arranjo cefálico 6+6+4. Os

dois primeiros círculos papiliformes e o terceiro círculo setiforme. Setas somáticas

arranjadas em oito feixes. Cavidade bucal relativamente pequena ou de um tamanho

mediano, com um dente dorsal pequeno, dois dentes ventrosublaterais menores presentes

ou ausentes. Anfídio em espiral simples, geralmente na porção anterior da cabeça,

circundado pelas anelações cuticulares. Faringe com bulbo terminal curto e redondo.

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Fêmeas didélficas com ovários refletidos. Machos com um único testículo estendido.

Espículas com velum e capitulum proeminentes. Gobernáculo simples, sem apófise,

paralelo às espículas. Suplementos ausentes. Cauda, geralmente, cônica.

Spirinia parasitifera (Bastian, 1865) Gerlach, 1963

Cutícula finamente estriada. Cavidade bucal pequena com um dente dorsal e dois

subventrais. Arranjo cefálico de seis setas labiais internas, seis setas labiais externas e

quatro cefálicas. Setas subcefálicas presentes. Setas somáticas presentes. Anfídio na forma

de laço. Faringe curta e cilíndrica com bulbo basal arredondado. Fêmeas didélficas com

ovários opostos e refletidos. Machos com um único testículo anterior estendido. Espículas

curvadas e com cefalização na região proximal. Gobernáculo curto, sem apófise dorsal.

Três glândulas caudais visíveis. Cauda cônica (Figura 18).

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Figura 18: Fotos de microscopia óptica de S. parasitifera. Macho: A- corpo inteiro; B-

Região anterior com o bulbo; C- Região anterior com o anfidio e os dentes; D- Região da

cloaca com as espículas e a cauda; E- Espículas.

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Estrutura populacional de Spirinia parasitifera

A espécie S. parasitifera, dentro do período estudado, apresentou maiores

percentuais de juvenis. Em janeiro os juvenis tiveram percentuais mais elevados nas

estações II e III, na I houve a mesma proporção de juvenis e fêmeas e na estação IV de

juvenis e fêmeas-grávidas; em fevereiro os juvenis nas estações I, II e IV, e na estação III

houve a mesma proporção de juvenis e machos; em junho os juvenis nas estações I e II, as

fêmeas na III e na estação IV não houve registro do espécime; e em agosto as fêmeas nas

estações I e II, juvenis na III e juvenis com o mesmo percentual que os machos na estação

IV (Figura 19).

S. parasitifera

0

20

40

60

80

100

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

jan fev jun ago

%

juvenis fêmeas

fêmeas-grávidas machos

Figura 19: Abundância relativa dos espécimes de S. parasitifera nas estações do rio

Carrapicho-PE nos meses analisados.

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Abordagem Multivariada

O MDS realizado para visualizar a variabilidade temporal da nematofauna mostrou

que janeiro, fevereiro e agosto estão bem próximos entre si, representando um maior grupo

de amostras, embora algumas amostras estejam se dispersando. As amostras de junho

mostraram-se bem dispersas representando uma menor similaridade entre a estrutura da

nematofauna no referente mês (Figura 20).

Analisando a variação espacial da estrutura da nematofauna podemos observar que

as amostras da estação II estão próximas entre si, formando um grupo. A maioria das

amostras da estação I, algumas da IV e da III estão se agrupando com as da estação II. De

uma forma geral, as amostras das estações, principalmente, III e IV estão se dispersando.

(Figura 21).

Os resultados do ANOSIM (two-way) indicaram que houve diferença significativa

entre os meses (RGlobal= 0,558; p<5%) e as estações (RGlobal= 0,605, p<5%) nas associações

de Nematoda (Tabela 5).

Resemblance: S17 Bray Curtis similarity

Meses

Janeiro

Fevereiro

Junho

Agosto

2D Stress: 0,18

Figura 20: MDS mostrando a distribuição da estrutura da nematofauna nos meses no rio

Carrapicho-PE.

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Resemblance: S17 Bray Curtis similarity

EstaçãoI

II

III

IV

2D Stress: 0,18

Figura 21: MDS mostrando a distribuição da estrutura da nematofauna nas estações no rio

Carrapicho-PE.

Tabela 5: Resultado da análise de similaridade (ANOSIM two-way) nas associações da

Nematofauna entre as estações e os meses (p<5%).

Estações R Nível de

significância %

Meses R Nível de

significância %

I, II

0,339 0,3

janeiro, fevereiro 0,589 0,1

I, III

0,831

0,1

janeiro, junho 0,743

0,1

I, IV

0,784

0,1

janeiro, agosto 0,611 0,1

II, III

0,747

0,1

fevereiro, junho 0,5 0,1

II, IV 0,69 0,1 fevereiro, agosto 0,596 0,1

III, IV 0,415 0,1 junho, agosto 0,677 0,1

A análise SIMPER determinou os táxons que mais contribuíram, em termos

percentuais, para as dissimilaridades de Bray–Curtis encontradas entre as estações e os

meses. Os táxons Terschellingia e Spirinia foram os maiores responsáveis pelas

dissimilaridades entre os grupos janeiro-fevereiro, janeiro-agosto, fevereiro-agosto e junho-

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agosto. Entre o grupo janeiro-junho Spirinia e Daptonema tiveram uma maior influência na

dissimilaridade entre estas amostras, e Terschellingia e Sabatieria influenciaram, em

maiores percentuais, na dissimilaridade entre fevereiro-junho.

Em relação a dissimilaridade espacial Terschellingia e Spirinia foram os maiores

responsáveis por esta diferença em todos os grupos. O gênero Gomphionema também

influenciou na dissimilaridade entre os grupos de amostras das estações III e IV (Tabelas 6

e 7).

Tabela 6: Resultado da análise de SIMPER para os grupos envolvendo os meses,

apresentando os gêneros que contribuíram com as dissimilaridades.

Grupos Dissimilaridade

Média (%)

Gêneros % de

Contribuição

%

Cumulativa

janeiro e fevereiro 62,26 Terschellingia 32,60 32,60

Spirinia 19,98 52,5

Metachromadora 7,07 59,65

Gomphionema 6,03 65,68

janeiro e junho 77,07 Terschellingia 3,12 36,27

Spirinia 29,42 65,69

Metachromadora 6,02 79,17

Gomphionema 4,35 76,05

Daptonema 36,27 71,70

janeiro e agosto 60,49 Terschellingia 25,90 25,90

Spirinia 23,18 49,07

Metachromadora 9,27 58,34

Gomphionema 8,95 67,29

fevereiro e junho 63,91 Terschellingia 26,84 26,84

Spirinia 5,77 43,95

Gomphionema 7,48 51,4

Comesoma 6,11 57,55

Sabatieria 17,12 13,37

fevereiro e agosto 58,94 Terschellingia 26,89 26,89

Spirinia 16,98 43,87

Gomphionema 11,41 55,28

Sabatieria 5,67 60,95

junho e agosto 67,59 Terschellingia 35,46 35,46

Spirinia 18,46 53,91

Gomphionema 10,48 64,39

Daptonema 4,57 68,97

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Tabela 7: Resultado da análise de SIMPER para os grupos envolvendo as estações,

apresentando os gêneros que contribuíram com as dissimilaridades.

Grupos Dissimilaridade

Média (%)

Gêneros % de

Contribuição

%

Cumulativa

estação I e II 49,04 Spirinia 28,90 28,90

Terschellingia

Metachromadora

19,66

10,18

48,56

58,17 estação I e III 73,16 Terschellingia 33,52 33,52 Spirinia 23,51 57,03

Metachromadora 8,35 65,38

Spilophorella 4,33 69,72

Gomphionema 4,01 73,73

estação I e IV 70,12 Terschellingia 30,14 30,14

Spirinia 29,33 59,47

Gomphionema 6,98 66,45

Metachromadora 5,79 72,24

estação II e III 67,45 Terschellingia 27,27 27,27

Spirinia 26,83 54,10

Gomphionema 6,87 60,97

Metachromadora 5,37 66,34

estação II e IV 69,60 Spirinia 35,14 35,14

Terschellingia 24,20 59,34

Gomphionema 9,28 68,62

Sabatieria 4,59 73,21

estação III e IV 62,85 Terschellingia 22,25 22,25

Gomphionema 13,41 35,66

Spirinia 13,33 48,99

Comesoma 6,04 55,03

Sabatieria 5,21 60,23

Daptonema 5,19 65,42

Os resultados obtidos através da análise do Bio-Env indicaram o grupo de fatores:

temperatura, oxigênio dissolvido, pluviometria, percentual de silte/argila (rs= 0,283) como

aqueles que melhor explicaram a associação dos Nematoda na distribuição espacial e

temporal com os fatores biológicos.

5.3. BIOMASSA PRIMÁRIA

A biomassa primária (clorofila-a) variou de 4,06 mg.m-3

na estação II em fevereiro

a 22,01mg.m-3

na estação I em janeiro (Figura 22).

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48

0

5

10

15

20

25

I II III I I II III I I II III I I II III I

jan fev jun ago

clo

rofi

la-a

(m

g.m

-3)

Figura 22: Variação das concentrações de clorofila-a (mg.m-3

) do rio Carrapicho-PE nos

meses analisados.

5.4. PLUVIOMETRIA

A precipitação pluviométrica dentro dos meses considerados chuvosos em nossa

região apresentou-se a mais elevada em junho com 537,3 mm e mais baixa em agosto com

138,9 mm. A pluviometria no período seco foi mantida sem grandes oscilações, entre os

meses de janeiro e fevereiro, quando comparada ao período chuvoso (Figura 23).

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

600,0

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

mm

Figura 23: Precipitação pluviométrica (mm) em 2004 no rio Carrapicho-PE (Fonte:

INMET, 2003).

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5.5. HIDROLOGIA

Na região as oscilações de temperatura não são de grandes amplitudes. Observa-se

que no rio Carrapicho as menores temperaturas foram aferidas nos meses chuvosos,

variando de 27,2ºC na estação I em agosto a 28,9ºC também na mesma estação em junho.

As temperaturas mais elevadas ocorreram no período de estiagem, variando de 29,4ºC na

estação II em janeiro a com 30,4ºC na estação I em fevereiro (Figura 24).

25

26

27

28

29

30

31

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

jan fev jun ago

ºC

Figura 24: Variação da temperatura (ºC) do rio Carrapicho-PE nos meses analisados.

A salinidade em janeiro foi mais constante entre as estações, e também foi o mês

onde se observou os maiores valores com 35,03 S nas estações II, III e IV. Houve uma

decaída na salinidade após o mês de janeiro, no entanto, os valores aumentaram ao longo

dos meses (Figura 25).

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50

S

0

5

10

15

20

25

30

35

40

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

jan fev jun ago

Figura 25: Variação da salinidade (S) do rio Carrapicho-PE nos meses analisados

As concentrações de oxigênio dissolvido (O.D.) variaram de 3,61ml.L-1

na estação

II em janeiro a 5,39 ml.L-1

na estação I do mesmo mês. Nos meses de estiagem, as

concentrações decaíram da estação III em janeiro até a estação III em fevereiro, onde

voltou a crescer na estação IV. Já no chuvoso, houve um gradiente crescente nos valores

das concentrações em direção a foz, com exceção na estação II de junho e agosto, onde

houve uma redução na concentração de oxigênio dissolvido

Os valores da Demanda Bioquímica de Oxigênio (D.B.O.) variaram de 0,13 ml.L-1

na estação I em agosto a 2,19 ml.L-1

na mesma estação em janeiro. As concentrações de

D.B.O. não apresentaram um padrão de variação nítido ao longo das estações e períodos

estudados (Figura 26).

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51

0

1

2

3

4

5

6

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

jan fev jun ago

O.D

. (m

l.L-1

)

0

0,5

1

1,5

2

2,5

D.B

.O.

(mg

.L-1

)

O.D. DBO

Figura 26: Variação das concentrações de oxigênio dissolvido (ml.L-1

) e da D.B.O.(mg.L-1

)

do rio Carrapicho-PE nos meses analisados.

O percentual de saturação do oxigênio dissolvido registrou uma maior variação

dentro do período de estiagem, oscilando de 80,93% na estação II em fevereiro a 123% na

estação I em janeiro. No chuvoso a variação foi de 94,97% na estação I em agosto a

113,44% na estação IV do mesmo mês. Em agosto o percentual foi crescendo à medida que

se aproximava da foz (Figura 27).

0

20

40

60

80

100

120

140

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

jan fev jun ago

OD

%

Figura 27: Variação do percentual de saturação do oxigênio dissolvido (%) do rio

Carrapicho-PE nos meses analisados.

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O potencial hidrogeniônico (pH) teve pequenas oscilações ao longo dos meses

prospectados, com variações de 8,31 na estação I em fevereiro a 7,69 na estação II em

junho. Os meses de estiagem apresentaram uma menor variação do pH em relação aos

chuvosos. Em junho o pH manteve-se abaixo de 8 em todas as estações, coincidindo com

os índices mais elevados da pluviometria (Figura 28).

7,3

7,4

7,5

7,6

7,7

7,8

7,9

8

8,1

8,2

8,3

8,4

I II III I I II III I I II III I I II III I

jan fev jun ago

pH

Figura 28: Variação do pH no rio Carrapicho-PE ao longo dos meses prospectados.

5.6. SEDIMENTOLOGIA

O percentual de areia predominou nas estações ao longo dos meses analisados, com

exceção das estações II em janeiro e junho, e a I em agosto, onde o percentual de

silte/argila foi maior. O maior percentual de areia ocorreu na estação IV em janeiro com

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91,75% e o de silte/argila foi na estação II em junho com 60%. Com exceção da estação II

em agosto onde o percetual de cascalho foi de 9,4%, nas demais estações dos meses o

percentual foi inferior a 1% (Figura 29).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV

jan fev jun ago

%

cascalho areia silte/argila

Figura 29: Percentuais sedimentológicos (%) do rio Carrapicho-PE nos meses analisados.

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66-- DDIISSCCUUSSSSÃÃOO

Em termos quali-quantitativos, a meiofauna não foge dos padrões encontrados em

outros estuários do litoral de Pernambuco: Fonsêca-Genevois et al. (1994), Almeida (1996),

Silva (1997), Castro (1998), Gomes et al. (2002), Somerfield et al. (2003), Silva (2004),

Vasconcelos et al. (2004), Murolo (2005).

No presente trabalho foram encontrados 11 táxons, e esse número é inferior em

relação aos 20 táxons verificados por Fonsêca & Netto (2006) para a mesma região. Em

estudo no norte do país Gomes (2008) determinou 16 grupos, dados também superiores aos

encontrados no rio Carrapicho.

Apenas 3 grandes grupos zoológicos foram classificados como constantes no período

estudado Copepoda, Polychaeta e Nematoda, sendo, este último, classificado como

constante ao longo de todo o período analisado. De acordo com a literatura, Nematoda

também foi classificado como constante em outros estudos: Esteves (1995), Silva (1997),

Rodrigues (2002), Castro (2003), Silva (2004),Vasconcelos et al. (2004).

A densidade mais elevada dos organismos de Meiofauna foi determinada no período

de estiagem, resultado também indicado por Almeida (1996) e Silva (2004) na mesma

região de estudo. Comparando com outras áreas estuarinas, observa-se que o fato se

processa da mesma forma como descrito por Castro (2003), na Bacia do Pina. Em estuário

subtropical, na região sul do país, Kapusta et al. (2005) também determinaram que as

maiores densidades ocorreram nos meses secos. Porém, densidades elevadas em períodos

chuvosos, foram registrados por Gomes et al. (2002), no complexo estuarino do Canal de

Santa Cruz. O mesmo ocorreu com Kapusta et al. (2004) e Fonsêca & Netto (2006), no sul

do país.

Os valores máximos de densidade de meiofauna determinados para este trabalho são

superiores quando comparados a outros autores para a mesma região (Almeida, 1996 e

Almeida & Fonsêca-Genevois, 1999) e inferiores aos resultados registrados por Gomes et

al. (2002), Silva (2004) e Murolo (2005). Também são superiores aos resultados de

Rodrigues (2002) e Castro (2003), no litoral centro; e inferiores as densidades obtidas por

Castro (1998) e Vasconcelos et al. (2004), no litoral sul.

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Em relação aos estuários região sul do país, as densidades da meiofauna no rio

Carrapicho foram superiores as encontradas por Kapusta et al. (2004, 2005) e inferiores aos

encontrados por Fonseca & Netto (2006) e Vicente (2008). Comparando com outros

estuários pelo mundo, as densidades do presente estudo foram superiores aos registradas

por Gómez Nogueira & Hendrickx (1997), região estuarina do México; e inferiores as

observadas por Hodda & Nichollas (1985), em estuário tropical da Austrália.

A abundância dos Nematoda e da meiofauna no presente estudo coincide com estudos

realizados em estuários ao nível global. Conforme descrito por Coull (1988) as maiores

densidades da meiofauna estão altamente relacionadas com as de Nematoda, este trabalho

deu ênfase à assembléia de Nematoda por ser o grupo com maior representação na

meiofauna estuarina. A elevada diversidade desses organismos proporciona uma

distribuição heterogênea espaço-temporal em diversos habitats (Bongers & Ferris, 1999).

Uma característica notável dos Nematoda é o grande número de espécies presentes em

qualquer hábitat, geralmente uma ordem de grandeza superior à de qualquer táxon (Heip et

al., 1985). Como descrito por Netto & Galucci (2003) os Nematoda são muito

diversificados no sedimento estuarino.

No presente trabalho, os Nematoda se apresentaram como o grupo mais abundante da

meiofauna, com percentuais variando entre 93% a 99%, ainda estando dentro dos resultados

obtidos por Murolo (2005), no mesmo complexo estuarino e Castro (2003), na Bacia do

Pina. Também na mesma região de estudo Almeida (1996) e Gomes et al. (2002)

constataram que os Nematoda apresentaram uma abundância de 98,1% e 84%

respectivamente. Em outras regiões estuarinas, como no sul do país, esse táxon também foi

o grupo mais abundante: Netto & Galucci (2003); Kapusta et al. (2004); Kapusta et al.

(2005); Fonseca & Netto (2006); Vicente (2008). Conforme Coull (1973) e Bell (1979) a

dominância de Nematoda é típico para áreas estuarinas e Fleeger & Decho (1987) ainda

relatam que em ambientes estuarinos, a densidade da meiofauna é composta de 60 a 90%

por Nematoda.

Heip et al. (1985) ainda restringem a quantidade de táxon, quando relatam que em

regiões de sedimentos lamosos os Nematoda sempre são os dominantes. De acordo Platt e

Warwick (1980) a densidade deste táxon, geralmente, está dentro do padrão para outros

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sedimentos estuarinos. Heip & Decraemer (1974) relataram sobre a riqueza do táxon, bem

como a dominância dos Nematoda em cada local por apenas algumas espécies típicas.

A abundância dos Nematoda dentro da meiofauna observada no presente estudo

coincide com estudos realizados em outros estuários do mundo: Phillips & Fleeger (1985)

nos Estados Unidos; Tita et al. (2001) no Canadá; Armenteros et al. (2006) em Cuba;

Montagna et al. (1995) e Rzeznik-Orignac et al. (2003) na França; Kondalarao &

Ramanamurty (1988), Ansari et al. (1993), Sarma & Wilsanand (1994) e Chinnadurai &

Fernando (2007) na Índia; Vanhove et al. (1992) no Quênia; Dye (1983) na África do Sul;

Hodda & Nicholas (1985) e Nicholas et al. (1991) na Austrália;

No que diz respeito a densidade de Nematoda, as menores ocorreram nas estações III

e IV, fato explicado por Melo (2007), onde estas estações apresentam maiores influências

marinhas e consequentemente com variações hidrodinâmicas mais acentuadas. Esse

dinamismo, devido as grandes variações das massas de água, acarreta numa alternância das

principais características físicas, o que pode provocar mudanças nas características

químicas e biológicas (Park & James, 1990). As características hidrológicas dos ambientes

estuarinos e costeiros são um dos principais condicionantes da fauna ali existentes (Flores-

Montes, 1996). Em seu estudo Soetaert et al. (1994) afirmam que em ambientes estuarinos

ocorre uma diminuição de densidade da meiofauna, principalmente de Nematoda, em áreas

de maior instabilidade, com suspensão do sedimento fino. Ressaltando ainda que em

direção a foz do rio Carrapicho, próximo da estação III está localizada a foz do rio Siri, o

que evidencia mais a hidrodinâmica das áreas onde estão localizadas as estações III e IV.

Conforme Alongi, (1987a) e Olafsson (1995) a foz dos estuários ainda podem ser

influenciadas pelas oscilações das marés. Esta instabilidade do sedimento, originada pelas

correntes, pode efetuar o transporte passivo dos organismos (Palmer, 1986) para a parte

interna do rio, onde o percentual de sedimentos finos é mais elevado.

Durante o tempo de estudo uma lista de 51 gêneros distribuídos em 17 famílias pôde

ser construída. No período seco ocorreram 40 gêneros e no chuvoso, 38, o que não deve ser

aparentemente considerado uma oscilação sazonal. No complexo estuarino do Canal de

Santa Cruz, mesma região do presente estudo, Silva (2004) determinou 56 gêneros em 18

famílias, sendo encontrados 37 no período seco e 43 no chuvoso, dados muito próximos aos

do rio Carrapicho. No estuário da Bacia do Pina, Castro (2003) encontrou 27 gêneros sendo

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27 no período seco e 15 no chuvoso em 13 famílias. Somerfield et al, (2003), para a mesma

área de Castro (2003) em uma análise espacial, determinaram 38 gêneros. De acordo com

esses dados observa-se que tanto o trabalho do litoral norte quanto o do litoral centro,

houve uma variação estacional bem marcada quanto a riqueza, o que não foi sentido para o

rio Carrapicho.

Ainda em região tropical, Gomes (2008), no Amapá, registrou 39 gêneros em 5

famílias, o que resulta em uma baixa riqueza quando comparado aos resultados listados

para o complexo estuarino do Canal de Santa Cruz até o momento. No entanto, não houve

uma variação sazonal em relação à distribuição dos gêneros entre os períodos na região.

Dados taxonômicos em relação aos gêneros de Nematoda no estuário do litoral

pernambucano ainda são escassos, o que dificulta uma comparação mais detalhada quanto à

riqueza nessa região.

Na região sul do país Netto & Galluci (2003) encontraram 86 gêneros e 28 famílias;

Fonseca & Netto (2006) 68 gêneros e 26 famílias e Vicente (2008) determinou 131

gêneros. Esses dados representam uma variação expressiva em riqueza quando comparados

aos estuários do Canal de Santa Cruz e Bacia do Pina, embora na mesma região do país

tenham sido encontrados números de gêneros inferiores ou até mesmo semelhantes aos

apresentados na área do Canal e no Pina. Porém, ainda no sul do país, Kapusta (2005)

registrou 23 gêneros, Kapusta et al., (2006) 27 gêneros e Pinto et al., (2006) 25 gêneros,

sendo dados inferiores aos encontrados no presente estudo.

Em outras regiões estuarinas tropicais, como no leste da África, Ólafsson (1995)

encontrou 94 gêneros e 30 famílias, sendo dados superiores aos observados na região em

estudo. No entanto, Hodda & Nicholas (1985), na Austrália, e Chinnadurai & Fernando

(2007), na Índia, listaram 44 e 36 gêneros respectivamente, sendo o número de gêneros

inferiores aos relatados para a mesma região em estudo.

Em regiões temperadas, Soetaert et al. (1995), estuário europeu, determinaram 102

gêneros e 35 famílias; Tita et al. (2001), no Canadá, detectaram 55 gêneros e 20 famílias,

sendo dados superiores e, no caso deste último, próximos aos de regiões tropicais

brasileiras. No geral, os gêneros listados no rio Carrapicho são os mesmos encontrados em

sedimentos estuarinos pelo mundo.

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As famílias Comesomatidae, seguida de Chromadoridae e Xyalidae apresentaram o

maior número de gêneros. Outros autores também registraram estas famílias como

representantes de maior número de gêneros em áreas estuarinas tropicais no país: Rodrigues

(2002): Cyatholaimidae, Desmodoridae, Chromadoridae e Linhomoeidae; Silva (2002):

Chromadoridae, Xyalidae, Comesomatidae e Cyatholaimidae; Castro (2003):

Desmodoridae, Cyatholaimidae e Xyalidae e Gomes (2008): Xyalidae e Chromadoridae.

No estuário do rio Carrapicho os gêneros Terschellingia e Spirinia foram

dominantes tanto no período seco quanto chuvoso, sendo o mesmo resultado determinado

por Silva (2004) no Canal de Santa Cruz e Castro (2003) na Bacia do Pina. A dominância

desses gêneros em regiões estuarinas mundiais já foi registrada por: Hodda & Nicholas

(1986), Li & Vincx (1993) e Soetaert et al. (1994).

Na região sul do país o grupo de gêneros de maior abundância foi bastante variada

em relação aos encontrados no Canal de Santa Cruz: Vicente (2008) listou Gomphionema,

Spirinia, Sabatieria, Ptycholaimellus e Terschellingia; Kapusta et al., (2006)

Terschellingia, Pseudochromadora, Anoplostoma, Theristus, Metalinhomoeus, Daptonema

e Viscosia; Fonseca & Netto (2006) Desmodora, Terschllingia e Microlaimus; Pinto et al.,

(2006) Microlaimus e Netto & Galucci (2003) encontraram Terschillingia, Anoplostoma e

Haliplectus.

Observa-se que apenas Terschellingia foi o único gênero comum a todos os autores

citados. Vale salientar que Venekey (2007) estudando a distribuição dos gêneros da

nematofauna já descritos para a costa brasileira, constatou que, dentre os 291, 15 gêneros

são comuns a todos os ambientes, dos quais Terschellingia e Spirinia fazem parte.

Uma importante característica da comunidade de Nematoda, talvez a mais

significativa ecologicamente, seja os diferentes hábitos alimentares que favorecem o grande

número de espécies em um único hábitat. Normalmente, essa riqueza não é encontrada em

qualquer outro grupo marinho (Heip et al., 1982). Esta diversidade de grupos tróficos,

registrada o atual trabalho reflete na possibilidade de explorar os estoques alimentares

existentes no sedimento estuarino, fato também observado por Rodrigues (2002).

De acordo com a classificação trófica dos Nematoda descrita por Wieser (1953) o

estuário de rio Carrapicho qualitativamente foi composto principalmente por organismos

que possuem a cavidade bucal adaptada ao hábito raspador (2A) em todo o período, com

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exceção de agosto onde a dominância foi dos detritívoros não-seletivos (1B) seguido dos

raspadores. Com exceção dos Terschellingia (1A), este resultado reflete a dominância dos

gêneros Spirinia, Gomphionema e Metachromadora que possuem a cavidade bucal

adaptada ao hábito raspador.

Embora não se tenha destacado uma variação sazonal em relação ao número de

gêneros na comunidade nematofaunística, pode-se observar que ao longo do tempo e do

espaço houve uma variação na dominânica entre Terschellingia (1A), Spirinia (2A) e

Metachromadora (2A), em janeiro; Spirinia, Terschellingia, Metacomesoma (1B),

Comesoma (1B) e Daptonema (1B), em fevereiro; Spirinia, Terschellingia e Gomphionema

(2A) em junho, assim como em agosto: Spirinia, Terschellingia, Metachromadora e

Gomphionema. Isto significa que a variação de dominância na comunidade existe entre

meses de um único período estacional, além de existir entre períodos. Existe, também, entre

as estações. Por um lado é importante salientar que a dominância reflete hábitos alimentares

diferentes, permitindo a co-existência de gêneros dominantes, sobretudo entre Spirinia e

Terschellingia que, em alguns casos estudados perfizeram 70% da comunidade.

Apesar dos Terschellingia, que possuem a cavidade bucal adaptada ao hábito

detritívoro seletivo, terem dominado em todos os meses, os gêneros pertencentes a este

grupo não apresentaram uma dominância expressiva. Os gêneros classificados dentro do

grupo dos detritívoros não-seletivos não tiveram dominância nos períodos, porém se

destacaram com percentuais bem representativos, sendo em termos gerais, o segundo grupo

trófico com maior dominância.

Em relação à dominância dos grupos tróficos no estuário, Silva (2004) determinou

que os consumidores seletivos de depósito dominaram no período seco e os raspadores no

chuvoso. O mesmo resultado foi obtido por Castro (2003) com ambos os grupos

dominando alternadamente em todo o período de estudo. Em termos de freqüência Castro

(2003) registrou ainda a presença de todos os grupos tróficos com predominância de

consumidores não-seletivos de depósitos. No entanto Fonseca & Netto (2006) relataram a

dominância dos raspadores e dos consumidores não-seletivos de depósitos. A dominância

dos grupos raspadores também foram registrados por Pinto et al. (2006), no sul do país. A

alternância de dominância de consumidores não-seletivo de depósitos e de raspadores em

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estuários já foi registrada em outros estuários do litoral brasileiro como mostrado acima,

dados esses que se assemelham com a estrutura encontrada no presente estudo.

A dominância de raspadores também foi registrada por Tietjen (1969), em uma

região estuarina na Inglaterra. Essa dominância deve-se ao fato de coincidir com elevadas

taxas na produção de microflora bêntica e a dominância dos alimentadores de depósitos

pode ser explicado pelo aumento na concentração de detritos (Castro, 2003). Este grupo

trófico (2A) já foi registrado como o mais abundante em estuários (Bowman et al., 1984;

Ndaro & Olafsson, 1999). A alternância no período chuvoso, provavelmente pode ser

explicada pelo fato de ter ocorrido uma baixa na temperatura e com isso houve diminuição

da produção primária em agosto. No entanto, Commito & Tita (2002) estabeleceram que

esse grupo foi o segundo em abundância, sendo os comedores não-seletivos de depósitos os

mais abundantes, igualmente determinado por Hodda & Nicholas (1986) quanto ao tipo

trófico 1B. Em um estuário de região temperada, no Canadá, Tita et al. (2001)

determinaram que, entre os grupos tróficos, os mais dominantes foram os detritívoros

seletivos e os não-seletivos.

Segundo Danovaro (2002) e Ansari & Parulekar (1993) a presença destes grupos

tróficos pode ser influenciada pelo tipo de sedimento na região. De acordo com Warwick

(1971), as espécies de sedimentos lamosos tendem a ser pequenas e são principalmente

comedoras de depósito, enquanto em fundos arenosos predominam as predadoras ou

raspadoras. Já os detritívoros são característicos de sedimentos lamosos conforme ocorreu

com os resultados da granulometria entre as estações. Além disso, segundo Vanaverbeke et

al. (2004) uma elevada densidade de organismos que se alimenta no epistrato pode indicar

uma resposta à deposição de diatomáceas pelágicas na interface água-sedimento. Segundo

Bezerra (2001) alguns autores procuram justificar o sucesso ecológico dos Nematoda

através da repartição de alimento em função da composição granulométrica através da

possível formação de maior ou menor quantidade de nichos colonizáveis.

Quanto aos índices de diversidade (Diversidade, Equitabilidade e Riqueza) da

nematofauna os dados no presente estudo apresentaram uma pequena variação espaço-

temporal. No entanto, os valores detectados estão dentro do padrão para os encontrados em

regiões estuarinas tropicais: Alongi (1987); Bezerra (2001); Rodrigues (2002); Castro

(2003); Silva (2004); Fonseca & Netto (2006); Kapusta et al. (2006); Gomes (2008).

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Quando comparados às regiões temperadas, os valores de diversidade (Shanon-Wiener)

apresentam-se inferiores: Gourbalt (1981); Keller (1986) e Lambshead (1986).

Os resultados de equitabilidade poderiam ser mais influenciados pelos parâmetros

granulométricos, pois, os mesmos são um dos fatores responsáveis pelas grandes diferenças

entre as populações de Nematoda em sedimentos finos a grosseiros, por exemplo, a alta

incidência de espécies dominantes em fundo lamoso ou arenoso, assim como o aumento da

matéria orgânica (Boucher, 1990). Estes índices de diversidade são influenciados por

alguns fatores físicos como a temperatura, baixos níveis de oxigênio, salinidade e

disponibilidade de alimento, fatos estes, que segundo Alongi (1987a, 1989) deixam os

organismos marinhos, em áreas tropicais, mais susceptíveis a essas condições ambientais

do quem em regiões temperadas. Tal estresse pode se refletido na baixa diversidade de

espécies. Esta baixa diversidade de espécies tem sido observada em outros estuários

tropicais particularmente no Indo-Pacífico (Alongi, 1986). Ressaltando que a diversidade

de organismos nematofaunísticos, segundo Soetaert et al. (1994), pode ser influenciada

pelas diferenças em densidades.

Os gêneros dominantes foram estudados ao nível taxonômico mais baixo, resultando

em 3 espécies que, juntas em todo o estudo perfazem 61,8% de densidade total:

Terschellingia longicaudata e Terschellingia mora; Spirinia parasitifera. É interessante

ressaltar que dentre os gêneros dominantes não houve qualquer espécie nova para a Ciência

como em outros ambientes silte-argilosos. As espécies identificadas já foram registradas

para a região do Canal de Santa Cruz (Silva, 2004).

A espécie de T. longicaudata encontrada no complexo estuarino do Canal de Santa

Cruz é similar àquelas descritas por Shuuermans Stekhoven (1950), Wieser (1956), Gerlach

(1956a), Wieser & Hopper (1967). As principais semelhanças são referentes ao arranjo

cefálico, posição das setas subcefálicas, tipo de espícula e gobernáculo além da forma e

comprimento da cauda. No entanto, é diferente dos espécimes descritos por Vitiello (1969)

e Gerlach (1956a) principalmente na forma da espícula e comprimento da cauda que é

superior quando comparada a espécie aqui encontrada, sendo também diferente da

descrição de Timm (1961) na forma da cárdia. A T. mora aqui registrada é semelhante

àquela descrita por Gerlach (1956a) para o estuário da Cananéia em São Paulo, existindo

poucas variações nas características morfométricas observadas.

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Em conjunto com outros estudos sobre os Nematoda estuarinos (Gerlach 1957;

Decreamer & Coomans 1978a, b; Krishnamurthy et al., 1984) foi observado que há poucas

espécies numericamente dominantes endêmicas de estuários. Alongi (1987), em seu estudo,

listou 5 espécies, e entre elas foi citada T. longicaudata. Segundo Heip et al. (1985) estas

são capazes de sobreviver a grandes flutuações ambientais.

Quando se compara os exemplares de S. parasitifera encontradas no presente estudo

com os espécimes descritos na literatura, nota-se uma maior semelhança com aquela

descrita por Gerlach (1963). Porém, vale ressaltar que o autor baseou sua descrição em

apenas um macho. No entanto, existe uma grande variação nas características

morfométricas relacionadas a S. parasitifera, além de ser uma espécie complexa por estar

muito próxima de S. septentrionalis (Cobb, 1898) Gerlach, 1963. A espécie aqui

encontrada não pode ser comparada a S. septentrionalis, pois possui um dente dorsal e dois

subventrais, enquanto S. septentrionalis apresenta apenas um dente dorsal. Entretanto por

serem espécies muito próximas, alguns autores citam a necessidade de uma revisão (Vinx e

Gourbault, 1989; Castro et al., 2006).

Os resultados da análise de Bio-Env reforçam as constatações da importância dos

fatores ambientais como os principais indicadores da distribuição dos organismos

nematofaunísticos no estuário do rio Carrapicho: pluviometria, temperatura, oxigênio

dissolvido e percentual de silte/argila. Porém, há outros fatores de extrema importância,

embora, não tenham sido resultantes na análise como a concentração de clorofila-a,

salinidade e o pH, mas que também merecem ser destacados quanto a sua importância no

ambiente.

Do acordo com Bastos (2002) os estuários representam um dos mais heterogêneos

ambientes costeiros em relação às variações dos fatores físicos e químicos. Entretanto, o

regime pluviométrico da região pode provocar variação sazonal destes fatores. Em estuários

a precipitação passa a ser considerada de grande importância uma vez que, ela interfere

tanto na biomassa, como na produção primária, através do aporte de sais nutrientes, assim

como pela alteração da qualidade da água (turbidez). Houve uma elevada precipitação

pluviométrica nos meses considerados de estiagem. A grande incidência de chuvas neste

período provavelmente influenciou em um maior aporte orgânico carreado pelos rios que

desembocam neste complexo estuarino.

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Segundo McLusky (1971) em regiões temperadas, a temperatura da água é um

importante parâmetro físico-químico em águas estuarinas sendo considerado um fator

limitante para a produção primária, entretanto em regiões tropicais e subtropicais, seu efeito

não chega a ser limitante devido a pequenas variações anuais. Nos estuários tropicais, a

temperatura é sempre elevada e as pequenas variações que ocorrem durante o ciclo sazonal

dependem do grau de insolação e das condições meteorológicas. Em seus estudos, Branco

(2001) descreveu que em estuários pouco profundos, quando ocorre a exposição da maior

parte do sedimento as variações deste fator são maiores que nas águas costeiras e oceânicas.

O valor da temperatura encontrada no rio Carrapicho é semelhante ao descrito no Canal de

Santa Cruz nos meses de verão (Macêdo et al., 2000). Conforme Alongi (1987) este fator é

de extrema importância nos estuários tropicais estando intimamente relacionado com a

disponibilidade e o aproveitamento do oxigênio pelas espécies. Na área estudada a

temperatura apresentou pequena variação sazonal, com os maiores valores registrados em

períodos de alta insolação e densidades da nematofauna mais elevadas.

De acordo com Macêdo et al. (2000), o oxigênio dissolvido é um importante

indicador de áreas poluídas, uma vez que baixas concentrações poderão indicar uma

poluição química, física ou biológica. Segundo Melo (2007) o teor na água está diretamente

relacionado com alguns processos e parâmetros (troca gasosa entre água e atmosfera,

fotossíntese, respiração, decomposição aeróbica da matéria orgânica, temperatura e

salinidade). Houve uma variação tanto estacional quanto temporal das concentrações. As

maiores densidades de organismos nematofaunísticos foram observadas nas estações onde

houve as menores concentrações de oxigênio dissolvido e taxa de saturação e esses por sua

vez em termos temporais foram mais elevados no período chuvoso. A análise do BIOENV

relacionou o oxigênio dissolvido entre os parâmetros abióticos mais importantes para a

comunidade em estudo e os resultados encontrados nos mostrou uma relação inversa para

as densidades da nematofauna. A instabilidade dos parâmetros abióticos em regiões

estuarina, principalmente em regiões tropicais, dificulta chegar a algumas respostas para

certos resultados encontrados, principalmente quando o ano de estudo apresenta uma

grande variação pluviométrica, inclusive com situações atípicas, como a baixa pluviometria

no mês de agosto.

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A demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O) é a quantidade de oxigênio dissolvido

necessário para decompor a matéria orgânica presente no ambiente, sendo um ótimo

indicador dos aportes da matéria orgânica do meio. Nos dados apresentados não houve um

padrão definido para uma variação temporal, no entanto, houve uma variação estacional,

onde nas estações com ocorrência de densidades mais elevadas, as concentrações de D.B.O.

foram as mais baixas. Em comparação com os dados de Somerfield et al. (2003), onde os

valores foram bem superiores aos do presente estudo, observou-se que o rio Carrapicho não

teve um grande aporte de matéria orgânica.

A relação de altos percentuais de sedimentos finos com elevadas densidades de

Nematoda nas estações I e II podem ser explicadas por alguns autores sobre a relação entre

o percentual de sedimentos finos com as densidades: Warwick & Price, 1979; Giere, 1993;

Santos, 1999. Esta preferência refere-se ao fato de que as características do sedimento

determinam o estilo de vida e limitam o tamanho e proporções corporais de espécies

intersticiais (Tita et al., 2002). E segundo as explicações de Coull (1988) com o aumento da

densidade, em conseqüência da diminuição do grão (regiões com sedimentos lamosos) há

redução na diversidade dos táxons, principalmente ao nível de grandes grupos já que os

organismos bentônicos são seletivos.

Como a transparência da água varia em função da chuva e da drenagem terrestre,

pode-se esperar que a luz seja fator limitante para o fitoplâncton nos meses de maior

pluviometria, podendo limitar a produção da biomassa fitoplanctônica (Passavante &

Koening 1984). No entanto, de acordo com os resultados do presente estudo não foi

observado uma relação nítida envolvendo os índices de pluviometria com as concentrações

de clorofila-a.

A salinidade é um dos fatores de maior relevância em estuários, sendo associado

com o sedimento e hidrodinâmica e de reconhecida importância na determinação

da estrutura da comunidade dos Nematoda (Li & Vincx, 1993; Soetaert et al., 1995). As

variações de salinidade requerem adaptações fisiológicas por estes organismos, com

conseqüências para a composição e densidade das espécies (Moens & Vincx, 2000a,

2000b). O fator influencia na fisiologia dos organismos estuarinos, servindo também como

marcador dos limites inicial e final de um estuário e podendo atuar, em certos casos, como

uma barreira ecológica (Feitosa 1997). Em qualquer ponto do estuário, a salinidade

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depende das relações entre volume das águas salgadas e de água doce que aí penetram, da

topografia, da amplitude da maré e do clima local (McLusky, 1989). Nas áreas estudadas a

salinidade apresentou-se bem marcante em janeiro, onde o índice de pluviometria foi

elevado para o período considerado de estiagem, em conseqüência disto à entrada excessiva

de água salgada, elevando a salinidade na estação e o registro de densidades expressivas da

nematofauna. Nos outros meses houve uma variação estacional e temporal e as maiores

densidades ocorreram onde houve registros de menores valores de salinidade. Os dados

registrados no rio Carrapicho de salinidade são semelhantes aos encontrados por

Somerfield et al. (2003), em um estuário da Bacia do Pina.

Em relação ao pH, os valores máximos (alcalinos) são sempre obtidos nas áreas de

maior influência salina, estando associados a teores elevados de oxigênio dissolvido

(Macêdo et al., 2000). No presente estudo os valores de pH estão dentro dos limites

estipulados pela Resolução CONAMA (nº20 18/06/86) de 6,5 a 8,5. Tal fato vem a

justificar os valores encontrados no presente trabalho (superiores a 7,0) onde o pH mostrou-

se variar de acordo com os pontos de coleta sendo os valores mais elevados observados

mais próximos da desembocadura do rio Carrapicho. Além de apresentar uma variação

estacional, também houve uma temporal, onde os maiores valores ocorreram no período

seco coincidindo com as maiores densidade de organismos da nematofauna. Também são

dados semelhantes aos encontrados por Vasconcelos-Filho (1985) e Almeida & Fonsêca-

Genevois (1999) no Canal de Santa Cruz. Com estes resultados poderá estar indicando não

haver déficit de oxigênio nesta região estuarina. Portanto o pH provavelmente não está

influenciando diretamente ou de forma pouco significativa no efluente.

Na análise unifatorial das similaridades (ANOSIM) realizada sobre a composição da

nematofauna evidenciou uma variação tanto estacional quanto sazonal entre as amostras, o

que não foi evidente no MDS. Em seu estudo na Bacia do Pina, Castro (2003) afirmou que

houve diferenças significativas entre os meses amostrados, porém não houve entre as

estações. Estes resultados vêem a confirmar aos descritos por outros autores em estuários

tropicais, onde as maiores densidades de Nematoda foram registradas nos meses de

estiagem: Lucena & Fonsêca-Genevois (1993), Esteves (1995), Almeida (1996), Castro

(1998), Pinto (1998) e Gomes (2002). No entanto, Alongi (1990), estudando em áreas

estuarinas tropicais, observou que as maiores densidades ocorrem nos meses chuvosos.

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Na análise do SIMPER a separação dos meses, 4 a 5 gêneros foram responsáveis

por mais de 58% das dissimilaridades. Os gêneros Terschellingia, Spirinia e Gomphionema

estiveram presentes na lista de todos os grupos. Em relação a separação das estações, 3 a 6

gêneros foram os responsáveis por mais de 50% das dissimilaridades e os gêneros listados

em todas as estações foram Terschellingia e Spirinia. Com exceção do grupo de estação I e

II, os Gomphionema estiveram presentes em todos. O destaque destes gêneros na análise é

justificado devido ao fato de que o Simper baseia-se na densidade de cada local, no caso

mês e estação, e estes 3 gêneros possuem as densidades mais expressivas ao longo dos

períodos, principalmetne os Terschellingia e Spirinia. No mesmo complexo estuarino Silva

(2004) descreveu que os Terschellingia proporciona maior contribuição para as diferenças

existentes na análise, seguido das Spirinia. Os resultados de Castro (2003), dos gêneros em

comum com este trabalho, apenas Spirinia foi registrado.

A grande diversidade e abundância de espécies marinhas e estuarinas de vários

grupos animais reafirma a importância do complexo estuarino do Canal de Santa Cruz

como habitat e reforça sua função exportadora, não só de elementos inorgânicos e

orgânicos vegetais, como também de uma complexa comunidade faunística. De acordo com

estudos que relatam a importância da nematofauna em biomonitoramento de áreas

antropogênicas, faz-se necessário mais estudo com os Nematoda, aos níveis específicos, em

estuários tropicais podendo, assim, revelar mais informações sobre a biodiversidade desta

fauna frente aos parâmetros ambientais. Com isso, permite uma comparação mais detalhada

quanto com outros estuários tropicais pelo mundo e até mesmo com os de regiões

temperadas, visto que ainda há poucos estudos em estuários tropicais brasileiros, quando

comparados com outros estuários pelo mundo.

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66-- CCOONNCCLLUUSSÃÃOO

A dominância da Nematofauna acima de 90% sobre os outros grupos da meiofauna

vem confirmar o que já foi registrado para outros estuários brasileiros, sobre a

importância desse táxon em ambientes com grande aporte de componentes orgânicos.

A comunidade de nematofauna apresentou uma variabilidade espaço-temporal aos

níveis de densidade, diversidade e riqueza. A instabilidade de parâmetros abióticos de

ambientes estuarino tropical reflete em comunidades bióticas como a meiofauna e

nematofauna, fato esse observado não só a nível temporal (período seco e chuvoso),

entre os meses de mesma estação, mas também espacialmente.

Quanto a hipótese de que os comedores de depósito seletivos e não-seletivos dominam

sobre os demais grupos tróficos foi parcialmente aceita já que apenas os comedores de

depósito não-seletivos dominaram a comunidade quanto a estrutura trófica, juntamente

com os raspadores.

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Anexo I: Abundância relativa (%) de Nematoda ao longo das estações, nos meses estudados, no Rio Carrapicho-PE.

meses Gêneros Estação I Estação II Estação III Estação IV

janeiro Comesoma 8,95 3,12 0 0,83 Daptonema 0 3,12 0 0

Gammarinema 0 0 0 0,83 Gomphionema 0 10,15 0,48 0 Marylynnia 0 0 4,87 0 Metachromadora 5,97 9,37 15,12 0,83 Oncholaimus 1,49 0 0 0 Oxystomina 0 0 0,48 0,41 Paracanthoncus 0 1,56 0 0 Parodontophora 0 0 0,48 0 Parasphaerolaimus 0 0 2,43 0 Pseudochromadora 0 0,78 0 0 Pseudolella 0 11,71 1,95 0 Ptycholaimellus 0 0 1,95 0,41 Sabatieria 4,47 7,03 0,97 1,25 Sphaerollaimus 0 0,78 3,9 0 Spilophorella 0 0 13,17 0,41 Spirinia 40,29 26,56 1,46 38,49 Terschellingia 38,8 23,43 48,78 56,48 Tripyloides 0 0 0,48 0 Trissonchulus 0 0 2,43 0 Viscosia 0 2,34 0,97 0

fevereiro Cheironchus 0 0 0 0,75 Chromadorita 0,43 0 0 0

Comesoma 3,07 3,03 12,35 0 Daptonema 1,31 1,21 7,86 10,52 Desmolaimus 0 0 3,37 0 Dorylaimopsis 0 0 0 0,75 Gomphionema 5,7 10,3 14,6 5,26 Halalaimus 0 0,6 0 1,5 Hopperia 0,43 0 1,12 0 Linhomoeus 0 0 2,24 0 Marylynnia 0 0 1,12 0,75 Metachromadora 3,07 6,06 0 0 Metacomesoma 0,87 2,42 13,48 2,25 Metalinhomoeus 0 0 1,12 0 Metoncholaimus 0 1,21 1,12 0 Oncholaimus 1,31 0 0 0 Oxystomina 1,31 1,21 0 0 Paracomesoma 0 0 0 0,75 Parodontophora 1,75 1,21 1,12 2 Paralongicyatholaim

us

0 0,6 0 0 Paramonohystera 0 0 0 3 Promonhystera 0 0 0 1,5 Prochromadorella 0,43 0 0 0 Pseudochromadora 0 0 1,12 0 Pseudolella 3,94 7,27 1,12 0 Sabatieria 5,26 11,51 7,86 5,26 Southerniella 0 0 0 6,76 Spirinia 35,08 21,21 2,24 5,26 Syringolaimus 0 0 2,24 0,75 Thalassomonhystera 0,43 0 1,12 0,75 Terschellingia 35,08 30,3 54,71 51,12 Viscosia 0,43 1,81 0 0

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Anexo I: continuação

meses Gêneros Estação I Estação II Estação III Estação IV

junho Cheironchus 0 0 5,85 5,14 Comesoma 1,35 2,32 0 2,11

Daptonema 1,8 4,18 4,25 6,61

Gomphionema 2,26 0,93 12,23 1,47

Hopperia 0 0 0,53 0

Marylynnia 0 0 0,53 0,73

Metachromadora 5,88 2,79 1,06 0

Metacomesoma 0,45 0 1,06 0

Metacyatholaimus 0 0 0,53 0

Metoncholaimus 0,45 0 0 0

Oncholaimus 0 0 0 1,47

Oxystomina 1,8 0 1,59 0,73

Paracomesoma 0 0 2,12 2,11

Parodontophora 0,45 0 0 0

Parasphaerolaimus 0,45 0 0,53 0,73

Pseudolella 0,45 2,32 3,19 0,73

Rhips 0,45 0 0 0

Sabatieria 0,45 3,72 4,25 6,61

Sphaerollaimus 0 0 2,65 0,73

Spilophorella 0 0 1,06 0

Spirinia 49,77 54,41 3,72 0

Thalassomonhystera 0 0 0 0,73

Terschellingia 33,48 29,3 54,78 54,41

Trochamus 0 0 0 0,73

Viscosia 0,45 0 0 0

Spilophorella 0 0 1,06 0

agosto Aegialoalaimus 0,52 0 0 0 Bathylaimus 5,75 0 0 0

Cheironchus 0 0 0 1,04

Comesoma 1,57 0 0 3,66

Daptonema 6,28 6,62 2,1 5,75

Gammarinema 1,57 0 0 0

Gomphionema 2,09 0,66 5,88 32,46

Hopperia 0,52 0 0 0

Marylynnia 0 0 2,1 1,04

Metachromadora 16,75 2,64 1,26 1,04

Metacomesoma 0,52 0 0,42 0,52

Metacyatholaimus 0,52 0 0 0

Halichoanolaimus 1,04 0 0 0

Neochromadora 3,14 0 0 0

Oxystomina 2,61 1,32 0,84 1,04

Paracanthoncus 0 0 0 0,52

Paracomesoma 0 0 0,42 0,52

Parodontophora 0 0 0,42 0

Paramonohystera 0,52 0 0 0

Pseudochromadora 0,52 0 0 0,52

Pseudosteineria 0 0 0 0,52

Pseudolella 0 2,64 1,68 1,57

Ptycholaimellus 5,75 0 0,84 0

Sabatieria 0,52 1,32 4,2 3,66

Setosabatieria 0 0 0 0,52

Synonchiella 0 0 0 0,52

Sphaerollaimus 2,61 2,64 1,26 0

Spilophorella 8,9 0,66 4,2 0

Spirinia 0,52 45,03 10,92 1,04

Terschellingia 35,6 36,42 61,34 43,97

Thalassomonhystera 0 0 0,84 0

Theristus 0 0 0,42 0

Trissonchulus 0 0 0,42 0

Viscosia 2,09 0 0,42 0

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Anexo II: Classificação trófica dos gêneros de Nematoda.

Gêneros nível trófico

Aegialoalaimus 1A

Bathylaimus 1B

Cheironchus 2B

Chromadorita 2A

Comesoma 1B

Daptonema 1B

Desmolaimus 1B

Dorylaimopsis 2A

Gammarinema 1B

Gomphionema 2A

Halalaimus 1A

Halichoanolaimus 2B

Hopperia 2A

Linhomoeus 2A

Marylynia 2A

Metachromadora 2A

Metacomesoma 1B

Metacyatholaimus 2B

Metalinhomoeus 1B

Metoncholaimus 2B

Neochromadora 2A

Oncholaimus 2B

Oxystomina 1A

Paracanthoncus 2A

Paracomesoma 2A

Parodontophora 2B

Paralongicyatholaimus 2A

Paramonohystera 1B

Parasphaerolaimus 2B

Prochromadorella 2A

Promonhystera 1B

Pseudochromadora 2A

Pseudolella 1B

Pseudosteineria 1B

Ptycholaimellus 2A

Rhips 2A

Sabatieria 1B

Setosabatieria 1B

Southerniella 1A

Sphaerollaimus 2B

Spilophorella 2A

Spirinia 2A

Syringolaimus 2B

Synonchiella 2B

Terschellingia 1A

Thalassomonhystera 1B

Theristus 1B

Tripyloides 1B

Trissonchulus 2B

Trochamus 2A

Viscosia 2B