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CLAUDIENE DE JESUS ALENCAR ÁREAS VERDES E RISCO DE CONTAMINAÇÃO PARASITOLÓGICA PARQUES URBANOS DE ARACAJU-SE SÃO CRISTÓVÃO/SE 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

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CLAUDIENE DE JESUS ALENCAR

ÁREAS VERDES E RISCO DE CONTAMINAÇÃO PARASITOLÓGICA PARQUES URBANOS DE ARACAJU-SE

SÃO CRISTÓVÃO/SE

2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO

E MEIO AMBIENTE

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CLAUDIENE DE JESUS ALENCAR

ÁREAS VERDES E RISCO DE CONTAMINAÇÃO PARASITOLÓGICA PARQUES URBANOS DE ARACAJU-SE

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa

de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio

Ambiente (PRODEMA) como parte dos

requisitos para obtenção do título de mestre em

Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Orientadora: Profa. Dra. Gicélia Mendes

Coorientador: Prof. Juan Manuel Ruiz-Esparza

Aguilar

SÃO CRISTÓVÃO/SE

2017

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DE LAGARTO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

A368a

Alencar, Claudiene de Jesus. Áreas verdes e risco de contaminação parasitológica parques

urbanos de Aracaju-SE / Claudiene de Jesus Alencar; orientadora Gicélia Mendes da Silva. – São Cristóvão, 2017.

71 f.

Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal de Sergipe, 2017.

1. Proteção ambiental. 2. Parques urbanos. 3. Solos -

Poluição. 4. Sensoriamento remoto. 5. Parasitologia. 6. Qualidade de vida. I. Silva, Gicélia Mendes da, orient. II. Título.

CDU 502.1

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Agradecimentos

Ao Deus pai criador de todas as coisas que tanto me fortalece e conforta. A minha fé nele

prevalece sempre que preciso.

A meus pais, Claudia Maria de Jesus e Enoque Alencar da Silva por sempre estarem ao meu

lado ensinando-me os valores essenciais a uma vida digna e assim, para que eu venha dela

obter o melhor. Painho, com sua genialidade em me fazer sorrir, porém transmitindo-me

segurança e minha mainha com sua preocupação, esforço e orientação para o meu

aprendizado e futuro.

As minhas irmãs, Claene e Claudine por grandes momentos compartilhados, independente se,

bons ou ruins, mas sempre unidas e nos apoiando e lutando uma pelas outras.

A minha bisavó, Maria Francisca de Jesus (in memorian) e minha avó Maria Salete de Jesus

por estarem presentes e acompanharem minha infância. Bisavó, que partiu ainda na minha

adolescência, deixa-me os ensinamentos de amor ao próximo, compreensão e carinho. Sua

partida me deixou um vazio e saudade que jamais será preenchida e à avó que, através de seus

próprios exemplos de vida, direcionou-me para o princípio da ética, dignidade e

profissionalismo.

Aos meus queridos e amados amigos de todas as horas, Luciana Ponciano, Andréa Dantas,

Dorlayne Teixeira, Jéssica Vieira (Ddi) e Francisca Sá (Kika), Claudio Melo, André Dantas e

Adonias Alcântara, a estes, meu muito obrigada por cada conselho, demonstração de carinho,

respeito, apoio e consideração.

Aos meus estimados professores, a todos os que passaram na minha vida até hoje

contribuindo para que eu pudesse chegar até aqui e, em especial, aos inesquecíveis mestres,

Adauto Ribeiro, Daniela Bitencurti, Vitor Fernando Santana Lima, colaborador deste

trabalho, Juan Ruiz-Esparza, coorientador deste trabalho, a Gicélia Mendes, orientadora deste

trabalho, Erica Nunes e Francyane Braga, obrigada por todo o conhecimento passado com

tanta dedicação e competência.

As duas boas companheiras e amigas que auxiliaram nas coletas com muita boa vontade e

esforço, Talitha Silva Cavalcante Bezerra amiga do mestrado e Mylena Adriele Dias da Silva

estudante do curso de Medicina Veterinária da UFS.

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A toda a turma do Mestrado Prodemáticos 2015.1 pelo companheirismo nos momentos de

aperto e, também, nas boas horas compartilhadas. Em especial a, Robertha Galdino, Ivana

Lermen, Micaele Santos, Maria Gabriela, Marília Barbosa, Thayse e Eliane.

A Universidade Federal de Sergipe - UFS e a todos os colaboradores que a compõem por

possibilitarem a realização de um sonho: o título de Mestre em Desenvolvimento e Meio

Ambiente.

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Dedico este trabalho à minha família,

amigos e professores que contribuíram.

para a realização do mesmo.

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“É triste pensar que a natureza fala e que o

gênero humano não a ouve. Chega sempre a

hora em que não basta apenas protestar:

após a filosofia, a ação é indispensável”.

(Victor Hugo)

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RESUMO

As áreas verdes urbanas são consideradas como ícones de defesa da conservação ambiental.

Essas áreas verdes, em frequência, são concentradas em parques urbanos agregando valores

positivos para a população urbana como um todo por ser espaço público de recreação e lazer.

Nas áreas de recreação destes parques há animais como cães e gatos errantes e domésticos que

podem contaminar o solo através de seus dejetos fecais, havendo o risco de contaminação dos

frequentadores. Os sítios de estudo foram: Parque Governador Augusto Franco (Parque da

Sementeira) e Parque Governador José Rollemberg Leite (Parque da Cidade). Portanto, o

objetivo deste trabalho foi avaliar o índice de áreas verdes dos parques, através da análise das

imagens do satélite Quickbird, bem como identificar os parasitas com potencial zoonótico

presentes no solo e nas fezes encontradas nas áreas de recreação. Os resultados obtidos

demonstram que a quantidade de áreas verdes no Parque da Cidade obteve um aumento

significativo entre os anos de 2005 a 2008 enquanto que, no Parque da Sementeira ocorreu

uma pequena variação das áreas verdes existentes. Na análise parasitológica, identificamos os

parasitas: larvas de Strongyloides stercoralis e ovos de Ancylostoma sp. nos três tipos de

amostras coletadas. Portanto, o ambiente de lazer, nos parques analisados, pode influenciar,

negativamente, a saúde da sociedade através da transmissão de parasitas intestinais

prejudiciais aos seres humanos.

Palavras-chave: áreas verdes, contaminação do solo, qualidade de vida e sensoriamento

remoto.

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ABSTRACT

Urban green areas are considered as icons for environmental conservation. These green areas,

in frequency, are concentrated in urban parks, adding positive values to the urban population

as a whole as a public space for recreation and leisure. In the recreation areas of these parks

there are animals such as dogs and wandering cats and domestic that can contaminate the soil

through their fecal waste, and there is the risk of contamination of the regulars. The study

sites were: Parque Governador Augusto Franco (Sementeira Park) and Parque Governador

José Rollemberg Leite (City Park). Therefore, the objective of this work was to evaluate the

index of green areas of the parks, through the analysis of Quickbird satellite images, as well

as to identify the parasites with zoonotic potential present in soil and feces found in recreation

areas. The results show that the amount of green areas in the City Park increased significantly

between 2005 and 2008, while in the Sementeira Park there was a small variation of existing

green areas. In the parasitological analysis, we identified the parasites: larvae of Strongyloides

stercoralis and eggs of Ancylostoma sp. The three types of samples collected. Therefore, the

leisure environment in the analyzed parks can negatively influence the health of society

through the transmission of intestinal parasites that are harmful to humans.

Keywords: Green areas, soil contamination, quality of life and remote sensing.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Ciclo de vida de um Ancilostomídeo. 30

Figura 2 – Formas infectantes, meios de infecção e diagnóstico de alguns Geo-

helmintos. 30

Figura 3 – Localização dos parques objeto de estudo no município de Aracaju. 33

Figura 4 – Mapa temático resultante da interpretação da imagem TM do satélite

Landsat-5. 35

Figura 5 – Pessoas em contato direto com o solo nos parques da Sementeira e da

Cidade. 37

Figura 6 – Técnicas de coleta do solo nos parques da Sementeira e da Cidade. 38

Figura 7 – Método de Hoffman para análise das fezes. 39

Figura 8 – Método de Willis para análise das fezes. 40

Figura 9 – Método de Rugaí modificados para análise do solo. 41

Figura 10 – Áreas Verdes do Parque da Sementeira – 2005 42

Figura 11 – Áreas Verdes do Parque da Sementeira – 2008 42

Figura 12 – Áreas Verdes do Parque da Cidade – 2005 43

Figura 13 – Áreas Verdes do Parque da Cidade – 2008 43

Figura 14 – Pessoas brincando, lendo e se alimentando nos parques da Sementeira

e da Cidade. 47

Figura 15 – Animais domésticos e errantes nos parques da Sementeira e da

Cidade. 48

Figura 16 – Lavatórios dos banheiros nos parques da Sementeira e da Cidade. 49

Figura 17 – Pontos de coleta georreferenciados no Parque da Sementeira. 51

Figura 18 – Pontos de coleta georreferenciados no Parque da Sementeira. 53

Figura 19 – A) Ovos de Ancylostoma sp.; B) Larva de Strongiloydes stercolaris. 54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Áreas verdes e áreas sem vegetação dos Parques da Sementeira e da

Cidade nos anos de 2005 e 2008. 44

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Porcentagem das áreas verdes e áreas sem vegetação dos Parques

Sementeira e Cidade nos períodos de 2005 e 2008. 44

Gráfico 2 – Análise do solo e fezes – Parque da Sementeira I. 50

Gráfico 3 – Análise do solo e fezes – Parque da Cidade II. 52

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 15

2. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................................... 18

2.1 Espaços Públicos e Áreas Verdes Urbanas ................................................................................ 18

2.1.1 Espaço público e sociedade ...................................................................................................... 18

2.1.2 Áreas verdes urbanas ................................................................................................................. 19

2.2 Parques Urbanos ............................................................................................................................ 21

2.3 Sensoriamento Remoto e sua Aplicação nos Estudos do Meio Urbano ................................ 24

2.4 Contaminação ambiental do solo por parasitas ......................................................................... 26

3. OBJETIVOS .................................................................................................................................... 30

3.1 Geral................................................................................................................................................ 30

3.2 Específicos: .................................................................................................................................... 30

4. METODOLOGIA ........................................................................................................................... 30

4.1 Delimitação e Caracterização da área de estudo ....................................................................... 30

4.2 Métodos e técnicas ........................................................................................................................ 33

4.2.1 Pesquisa de campo com caráter exploratório ......................................................................... 33

4.2.2 Mapas temáticos ......................................................................................................................... 34

4.2.3 Análise parasitológica das fezes e solo ................................................................................... 36

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................. 40

5.1 Avaliação Ambiental dos parques da Sementeira e da Cidade ............................................... 40

5.2 Avaliação Parasitológica das áreas de recreação dos parques da Sementeira e da Cidade . 46

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 57

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 58

ANEXOS .............................................................................................................................................. 68

Anexo 1. Planilha - Observação não participativa – parque ......................................................... 69

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Anexo 2. Planilha - Análise de amostras - parque ......................................................................... 70

Anexo 3. Folder: Higiene pessoal: Saúde e Bem estar ................................................................... 71

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1. INTRODUÇÃO

No decorrer dos estudos realizados a cerca do funcionamento dos ecossistemas,

principalmente os terrestres, nos deparamos com a problemática dos conflitos nas relações

entre homem e natureza. Isso se dá através dos equívocos cometidos pelo homem na

utilização e manejo dos recursos bióticos disponíveis. Dentro deste contexto estão em

evidência as áreas verdes, ressaltando as que estão inclusas no meio urbano e frequentemente

são encontradas em espaços públicos como as praças, parques e jardins. As áreas verdes

destes espaços funcionam como indicadores capazes de definir a qualidade de vida dos

habitantes de uma cidade (SANTOS, 2013).

O conceito de áreas verdes bem como de espaço público são diversos e muitas vezes

controversos. Para alguns autores (DEMATTÊ, 1997; NOGUEIRA; WANTUELFER, 2002)

as pequenas manchas verdes presentes nas vias públicas não são consideradas áreas verdes,

assim como para (LOPES, 2012; MENDONÇA, 2007) um terreno baldio não pode ser

considerado espaço público. Para o principal objetivo deste trabalho as áreas verdes urbanas

podem ser entendidas como na definição de Resende et al. (2009), um conjunto de subespaços

públicos contendo vegetação arbórea natural ou implantada com solos permeáveis. No que se

refere a espaço público, o conceito que melhor se adéqua, de acordo com o contexto no qual

se insere, é de um espaço físico destinado ao uso de todos favorecendo o convívio social e

com diversas funções disponíveis à sociedade (MATOS, 2010).

Os parques urbanos são espaços públicos destinados ao lazer da população da cidade.

Possuem papéis indispensáveis como na melhoria das condições e qualidade de vida da

população. Além disso, interfere nos valores sociais, culturais e econômicos (ARRAIS et al.,

2014). O parque urbano, inicialmente pensado sob um caráter paisagístico para embelezar a

cidade, aproveitando as áreas verdes existentes (MACEDO, 1999), mais tarde já, no século

XX, passou a ser visto como um remanescente importantíssimo, um pulmão para o ambiente

urbano interferindo na saúde da população (PASQUALETTO, 2013). De acordo com o Art.

8º, § 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, considera-se área verde de domínio público

"o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica (preservação ambiental),

paisagística (bem-estar) e recreativa (lazer), propiciando a melhoria da qualidade estética,

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funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de

impermeabilização".

Atualmente os parques urbanos têm por objetivo a qualidade de vida e o bem-estar da

população da cidade onde estão inseridos e, a partir da Lei nº 9.985 SNUC (Sistema Nacional

de Unidade de Conservação) de 2000, o parque urbano no Brasil tem o significado e função

de preservação da biodiversidade para o bem coletivo, ou seja, o parque urbano passa a ter um

compromisso também com a preservação ambiental. “O estado paisagístico dos corpos

naturais é determinado pelo sistema de produção econômica e cultural, cujos efeitos variam

de acordo com as formas de produção e a diversidade dos grupos sociais” (RODRIGUEZ;

SILVA, 2013).

A avaliação das áreas verdes, geralmente, é realizada pela técnica de sensoriamento

remoto para vegetação. É um meio de avaliação que conta com a análise de imagens

pictóricas obtidas de satélites orbitais, onde é possível medir com precisão a dimensão

espacial e porte da vegetação existente em áreas com precisão e sem métodos tradicionais que

demandam muito tempo (SILVA et al., 2011). Os estudos por meio das geotecnologias

disponíveis têm auxiliado bastante nas análises das áreas verdes urbanas, têm um alto grau de

precisão e são trabalhados de forma mais rápida, também é importante que seja considerada

sua distribuição que é um fator preponderante para este tipo de estudo (BARGOS; MATIAS,

2011). “A utilização do sensoriamento remoto aplicado ao estudo do meio urbano e,

sobretudo a cobertura vegetal, obteve um avanço significativo a partir do uso das imagens de

satélites de alta resolução espacial” (LUZ et al., 2012), onde é possível analisar até mesmo o

porte de cada espaço da vegetação, o que possibilita um estudo mais detalhado de uma área

maior.

Dentro dos parques urbanos existem áreas de recreação que possuem solo exposto e

permeável que estão suscetíveis à contaminação de parasitas como protozoários e helmintos.

Essas contaminações se dão, principalmente, por fezes de cães e gatos errantes presentes

nestas áreas e são potenciais fontes de contaminação aos humanos, sendo que as crianças

estão mais expostas a este risco por serem as principais usuárias de parquinhos e demais

brinquedos localizados em áreas de solo contaminado (MARTINS et al., 2016). Logo, toda

àquela concepção de qualidade de vida empregada aos parques urbanos fica comprometida,

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pois apesar dos benefícios desempenhados pelo parque como o lazer, está também, o risco de

contaminação que é um fator relevante à saúde dos seus frequentadores.

Uma das melhores formas de amenizar este problema seria seus frequentadores fazerem

uso de álcool em gel nas mãos nos momentos em que fossem se alimentar após o contato com

equipamentos, objetos e solo do parque, mas como, geralmente, não há presença de lavatórios

e/ou álcool em gel, disponíveis nestas áreas para higienização das mãos, a contaminação

ocorre com elevada frequência (CAPUANO; ROCHA, 2005).

A atenção direcionada aos parques urbanos deve-se a percepção por serem espaços

onde, a presença do verde desempenha a função primordial da melhoria das condições de vida

da população local, e que as áreas de recreação são espaços de contaminação de parasitas

interferindo na saúde dos seus frequentadores, sem deixar de mencionar os valores sociais,

culturais e econômicos.

Dessa forma, a pesquisa justificou-se pela necessidade de avaliar a condição ambiental

por meio da análise das áreas verdes através de imagens do satélite Quickbird, bem como o

risco de contaminação por parasitas através da análise de amostras de solo das áreas de

recreação dos parques. Para esta pesquisa, foram avaliados dois parques de Aracaju, o Parque

Governador Augusto Franco (Parque da Sementeira) e o Parque Governador José Rollemberg

Leite (Parque da Cidade) situados na zona sul e norte da capital, respectivamente.

A pesquisa compreende os seguintes questionamentos: As áreas verdes dos parques vêm

sendo conservadas ou há um desflorestamento? Em que medida há risco de contaminação

humana por parasitas com potencial zoonótico no solo das áreas de recreação dos parques em

questão? A qualidade ambiental é satisfatória a saúde e bem estar da sociedade local?

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Espaços Públicos e Áreas Verdes Urbanas

2.1.1 Espaço público e sociedade

O conceito de espaço público estará sempre inclinado ao viés em que está sendo

abordado, como por exemplo, quando se fala em espaço público no campo social, está

relacionado a um espaço comum às pessoas de uma comunidade, onde podem se encontrar e

estreitar seus laços, possibilitando uma relação coletiva ao convívio social; na área urbanística

o espaço público se resume a espaços livres que desenham e embelezam a cidade; no campo

jurídico o espaço público está intimamente relacionado à propriedade e apropriação,

diferenciando-se de espaço privado, tendo o poder público como seu administrador (PAULA;

FERREIRA, 2014).

São conceitos que findam por se entrelaçar configurando um espaço físico, destinado ao

uso de todos, favorecendo ao convívio social e com diversas funções disponíveis à sociedade,

utilizado como ponto de encontro para diversos fins, também é comum nestes a ocorrência de

eventos culturais, religiosos, musicais, dentre outros. Desta forma o espaço público possui

importância indispensável à vida social urbana, funcionando também como um mediador das

desigualdades, pois a sociabilidade se faz presente nestes espaços, contribuindo para a

organização funcional da sociedade (OLIVEIRA; FERNANDES, 2011). No Brasil os

primeiros espaços públicos construídos no meio urbano foram às praças, estas emergiram de

forma espontânea, com influência da cultura portuguesa e medieval (SERPA, 2014). As

praças serviam como espaço para o desenvolvimento de várias atividades, permitindo

manifestações de hábitos e costumes da sociedade (SORIANO, 2006).

O espaço público, desde sua criação, foi palco para diversas atividades, desde o início

do planejamento e da organização das cidades no século XIX, porém nem sempre contavam

com a presença de arborização. Somente no século XX houve a inserção de plantio de

árvores, graças ao desenvolvimento do pensamento urbanístico, aliado ao reconhecimento

científico sobre os benefícios advindos das áreas verdes (SEGAWA, 1996). A partir de então,

o espaço público assumiu diferentes papéis dentro da cidade: espaço para privilegiar a

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circulação de pedestres; articulador de espaços priorizando a circulação de automóveis;

espaço para lazer e recreação, dentre outros (SORIANO, 2006).

Na contemporaneidade os considerados “filósofos” do espaço público Hannah Arendt e

Jürgen Habermas trazem diferentes pensamentos sobre o espaço público. Para Arendt é

entendido como lugar de ação política e da expressão de modos de subjetivação não

identitários, vindo de encontro com os territórios familiares e de identificação comunitária.

Habermas por sua vez, vê o espaço público como o lugar por excelência do agir

comunicacional, ou seja, o domínio histórico constituído da controvérsia democrática com o

uso livre e público (SERPA, 2014). Na realidade os dois têm razão, pois o espaço público está

sujeito ao poder público para que seja conservado e mantido, mas nem por isto deixa de ser o

lugar da comunicação e sociabilidade dentro da cidade.

Os espaços públicos estão susceptíveis a mudança temporal, isto vai depender do uso

que lhe é dado em diferentes momentos da história de um lugar (cidade), a contextualização

do espaço físico no decorrer do tempo e os processos de mudança contribuem historicamente

para a leitura de uma cidade (PALLAMIN, 2000). Sua função está imbricada a sua utilização

pelos atores sociais, melhor dizendo às práticas que possam abrigar de acordo com que dispõe

o espaço (quadras, áreas verdes, campo, bancos, etc.). Além disso, existem as funções

objetivas dos indivíduos que o frequentam como gênero, idade, classe social e entre outros;

sem deixar de mencionar as subjetividades como os valores, motivações e aspirações de cada

um (ROSAL, 2008). A procura por espaços públicos, principalmente dos que dispõem de

arborização, têm aumentado significativamente em consequência da turbulenta vida urbana.

Esse contato com a natureza proporciona momentos de lazer, conforto e tranquilidade, fatores

essenciais a uma boa qualidade de vida (LONDE; MENDES, 2014).

2.1.2 Áreas verdes urbanas

A partir do século XX o processo de urbanização fica cada vez mais intenso e acelerado,

isso em prol do progresso que se difundiu com a industrialização e o capitalismo, este

associado ao aumento da densidade demográfica. Contudo, as cidades cresceram em

detrimento do desmatamento da cobertura vegetal existente, em decorrência da ação antrópica

e seus impactos ao meio ambiente. Processo este que causou grande desequilíbrio aos

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ecossistemas, prejudicando os animais, o solo, os rios e o ar, alterando o clima, os canais

pluviais, transformando a paisagem natural, afetando diretamente a qualidade de vida humana

(RESENDE; MELO e SOUZA, 2009).

As áreas verdes são necessárias a todo ser vivo, pois é sinônimo de bem estar e

qualidade de vida. São componentes naturais no meio urbano exercendo a função paisagística

(estética), ecológica e social. Para que seja autora destas funções consideremos apenas a

vegetação arbórea, geralmente presente em praças, parques e jardins, como principal

responsável pela filtração do ar, diminuição os poluentes, amenização da temperatura e da

poluição visual, este último diz respeito ao aspecto paisagístico, o que torna melhor a vida da

sociedade (CAVALHEIRO, 1999).

Nas últimas décadas a paisagem urbana e suas áreas verdes, ainda que em pequenos

fragmentos, têm sido reconhecida como potenciais refúgios da biodiversidade, onde os

animais buscam recursos para sua sobrevivência (FRANKIE et al., 2009; ERNSTSON et al.,

2010). Toda e qualquer área verde urbana, como praças, parques, florestas urbanas, terrenos

baldios, hortas e até mesmo cemitérios, têm suas relevantes funções ao meio ambiente e aos

ecossistemas, tais como absorção de CO2, manutenção da polinização, dispersão de sementes,

manutenção dos predadores de herbívoros e outros processos ecológicos importantes, e são de

crescente interesse para a conservação (ERNSTSON et al., 2010).

O conceito de áreas verdes é amplo e bastante discutido, assim como o que deve ou não

ser considerado área verde. Demattê (1997) e Nucci (2001) afirmam que, no meio urbano,

para ser considerada área verde a mesma deve ser pública, ou seja, acessível à população.

Ainda ressaltam a importância destas áreas possuírem funções que são indispensáveis à saúde

e qualidade de vida dos habitantes, como lazer, recreação, paisagismo e a função ecológica.

Para Nogueira e Wantuelfer (2002) as áreas verdes, ainda que privadas, devem ser

consideradas, desde que possuam dimensões verticais e horizontais significativas, com fins

ecológicos, científicos e sociais. Lima et al. (1994) defende área verde como todo e qualquer

espaço com predomínio de vegetação arbórea, excetuando os demais tipos de vegetação.

Resende et al. (2009) as entende como um conjunto de subespaços públicos contendo

vegetação arbórea natural ou implantada com solos permeáveis.

Para o objetivo deste trabalho, consideremos áreas verdes públicas de uso coletivo, que

são as que possuem áreas verdes de composição mista com arborização significativa sendo

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formada por espécies exóticas e nativas. Frequentemente encontradas em parques e jardins

urbanos, assim como as áreas arborizadas dentro dos complexos históricos. Estas por sua vez

possuem alto valor ecológico, cênico e social (MACIEL; BARBOSA, 2015).

É comum utilizar as áreas verdes como indicador na avaliação e medição da qualidade

ambiental urbana, por trazerem consigo inúmeros benefícios para a melhoria da qualidade

ambiental urbana e à saúde da população, inclusive a saúde mental. De acordo com Londe e

Mendes (2014), esta avaliação se torna cada vez mais necessária, pois o espaço urbano é palco

de problemas ambientais rotineiros, como a poluição do ar, do solo e da água, mas que se

ampliam constante e demasiadamente, tudo como consequência do uso intensivo do território

pelas atividades antrópicas.

No meio urbano as áreas verdes existentes são responsáveis pela amenização da

degradação ambiental. Suas diversas funções, além das supracitadas, interferem no equilíbrio

do ciclo hidrológico, reduz ruídos, previne erosão do solo, efeito amortecedor da chuva,

facilita a infiltração da água no solo, dentre outros (TOLEDO et al., 2009). O índice de área

verde dentro da cidade é determinado pela quantidade de espaços livres de uso público por

habitante da cidade. A ONU (Organização das Nações Unidas) e OMS (Organização Mundial

da Saúde) recomenda 9m2 por habitante como índice de área verde a ser adotado como base

para o desenvolvimento urbano na América Latina e no Caribe (IDB, 1997). Na literatura há

muitas metodologias para este cálculo, mas não há um padrão único convencional.

Contudo, a arborização do meio urbano tem o intuito de estreitar os laços do homem

com a natureza, trazendo inúmeros benefícios que atendem ao bem estar físico e psicológico

humano. Os conjuntos arbóreos presentes no âmbito social, além de auxiliar na melhoria da

qualidade de vida, também proporcionam a oportunidade do convívio social, pois muitas

delas se encontram situadas em espaços públicos.

2.2 Parques Urbanos

Em pesquisa pelo contexto histórico dos parques urbanos, deparamo-nos na literatura

com o surgimento destes em dois dados momentos, onde o principal e mais apoiado nas

bibliografias é como um acontecimento bastante relevante no desenvolvimento do

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planejamento da cidade. A bibliografia também revela que seu surgimento possuiu diferentes

finalidades, sempre de acordo com a necessidade da cidade e do país. Diferentemente do que

ocorreu no Brasil, na Inglaterra do século XVIII, os parques urbanos surgiram com a função

voltada à recreação e ao lazer, destinada à massa trabalhadora, pois a Revolução Industrial e a

ascendente urbanização fizeram com que diminuíssem os espaços livres, havendo assim, a

necessidade de minimizar os problemas urbanos da época (MACEDO, 1999;

PASQUALETTO; SILVA, 2013).

O contrário ocorreu no Brasil, onde o parque urbano foi trazido pelo príncipe Dom

João, no século XIX, tendo como intuito reproduzir o cenário da elite burguesa Europeia,

mantendo as características dos jardins ingleses. Conhecido como o lugar do passeio, local

onde a aristocracia passeava trajando a última moda francesa. Eram espaços públicos apenas

quanto à localização, porém seu uso se tornava restrito, pois apenas pessoas com roupas

apropriadas podiam circular entre as palmeiras imperiais e a vegetação florida (MACEDO;

SAKATA, 2002). Tal cenário evidencia que a construção dos parques atendeu primeiramente

aos anseios da comunidade dos bairros nobres, sendo ampliada para a periferia das cidades

posteriormente. No entanto, são as periferias das cidades que possuem os maiores índices de

áreas verdes. Fato este que contribuiu para a criação de parques também nestas áreas,

aproveitando a vegetação existente.

No século XIX na Europa surgiram às primeiras ideias de lazer e conceitos higienistas

relacionadas às áreas verdes. Estes defendiam a criação dos espaços verdes, como jardins e

parques nas cidades um fator importante na promoção de uma vida mais saudável, perdendo o

conceito base de ideal paisagístico e estético (GUIMARÃES, 2010). No cenário brasileiro

essas ideias emergiram tardiamente, a partir da década de 70 com mais teoria do que prática.

Nos últimos trinta anos essas ideias se difundiram e passaram a ser praticadas, graças ao

interesse político voltado para a questão econômica da natureza, as formas de uso dos

parques, por exemplo, foram modificadas e definidas como ambiente de lazer, recreação e

conservação ambiental (FERREIRA, 2005; BARCELLOS, 1999).

Loboda e Angelis (2005) comentam que ao longo da história o papel desempenhado

pelos espaços verdes, localizados geralmente em parques urbanos nas nossas cidades, tem

sido uma consequência das necessidades experimentais. Atualmente podemos perceber esse

desenho nas cidades brasileiras. Os parques aqui entendidos como espaços públicos para a

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sociabilidade, lazer e prática da atividade física, devem ser comuns a todos e não, restrito a

uma minoria.

A constante urbanização dos grandes centros urbanos, principalmente capitais, vem

acarretando grandes problemas, num desenvolvimento nada harmonioso entre a cidade e o

meio natural existente. Nesse contexto, devido aos problemas que o homem causou à

natureza, com a modificação da área natural para atender suas necessidades, alguns espaços

públicos como os parques urbanos têm assumido a função de auxiliar na preservação

ambiental, contribuindo para uma adequação de áreas urbanas mais acessíveis ao local onde

há convívio social (TOLEDO; SANTOS, 2012).

Segundo Arendt (2010) a necessidade do convívio social, ou seja, de se estar com o

outro é uma característica exclusivamente humana e, para isso, os espaços públicos,

entendidos como os espaços de todos, oferecem oportunidades de convivências. Experimentar

a vida com o outro, significa conviver com o outro e as diferenças, com o exercício da

cidadania, altamente educativo e preparador para a realização da democracia e da política,

saindo assim de ambientes privados que, frequentemente, proporcionam apenas a vivência dos

“iguais”.

Como ressalta Barros (2010), o planejamento ambiental e territorial dos parques

urbanos contribui para minimizar os danos advindos de uma ocupação desordenada do

espaço, o que traz consequências para o desenvolvimento econômico, cultural e social, além

de impactos nas áreas naturais remanescentes e dos recursos naturais que têm um papel

importante no equilíbrio do ecossistema e, ao mesmo tempo, à subsistência de todos os seres

vivos. Ainda segundo Barros (2010) por serem espaços públicos os parques urbanos se

tornam também um espaço de conflitos, onde os jogos de interesses, percepções e

necessidades existentes sobre as áreas urbanas são diversificadas e divergentes, isto implica

na especulação imobiliária, assim como na política econômica e social, a falta de zoneamento

e planejamento urbano e falta de sensibilidade quanto às questões ambientais que ainda

persistem, devido à transformação do espaço urbano em mercadoria dificultando a

implementação dos parques urbanos em todo o mundo, e em especial no Brasil (BARROS,

2010).

Os parques urbanos trazem consigo uma importância ecológica, uma vez que possuem

um viés de conservação ambiental, protegendo um determinado ecossistema. Entretanto, nem

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sempre essa concepção ambiental é atendida, muitas vezes o que prevalece é o paisagismo.

Assim, Cardoso e colaboradores (2015) dizem que a prática da gestão ambiental é um

mecanismo importante para o estabelecimento de relações harmônicas entre a sociedade e os

agentes gestores do meio ambiente na totalidade e, em particular, dos parques urbanos. Neste

sentido, é pertinente situar a importância e funcionalidade que os parques urbanos assumem

para o planejamento territorial através do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano –

PDDU, que deve garantir o cumprimento da função social da propriedade urbana. Com a

aprovação da Lei Federal 10.257/2001, denominada Estatuto da Cidade, o PDDU se consolida

como instrumento básico da política urbana, que vai direcionar o desenvolvimento e expansão

do município (BRASIL, 2005).

No seu trabalho Peres e Silva (2013) dizem ainda que existem tensões entre o uso

público e privado dos recursos bióticos e abióticos da cidade e de seu entorno, e que

continuam a persistir a setorialização, no que se trata da questão ambiental, o que aumenta a

desconexão com o setor de planejamento urbano e desemboca na não superação dos limites

administrativos.

2.3 Sensoriamento Remoto e sua Aplicação nos Estudos do Meio Urbano

Existem várias formas de avaliar a qualidade ambiental do meio urbano como através da

qualidade do ar, qualidade da água, o destino dos resíduos sólidos e os índices de área verde,

este último por sua vez exige métodos que demandam muito tempo e esforço para que possa

ser realizado com precisão (BARGOS; MATIAS, 2011). No entanto, existe um método eficaz

e preciso que demanda menos tempo e principalmente esforço, frequentemente utilizado para

a identificação da vegetação urbana. São os estudos através das imagens de satélites,

disponíveis por geotecnologias como o sensoriamento remoto, empregadas como leitores das

transformações que ocorrem no globo terrestre (PONZONI, 2002).

A utilização de geotecnologias para estudos ambientais passou a ser creditada em

meados do século XX, juntamente a invenção da câmera fotográfica. Estas eram acopladas a

pombos para a obtenção de fotos aéreas, esta foi a forma encontrada para se realizar os

primeiros estudos de sensoriamento remoto, posteriormente passaram a utilizar balões ao

invés de pombos. De acordo com Figueiredo (2005), foi na década de 70 que ocorreu uma

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grande revolução no que diz respeito às geotecnologias, com o lançamento de satélites de

recursos naturais terrestres. Com o avanço tecnológico deram-se os aperfeiçoamentos e

compactações nas peças dos sensores, sistema de telemetria, sistema de processamento e

lançadores com mais instrumentos e menos peso, o que permitiu colocar em órbita satélites

com recursos mais avançados e detalhados, ampliando-se assim as pesquisas espaciais.

As geotecnologias aplicadas às avaliações dos índices de áreas verdes urbanas têm se

mostrado bem mais eficientes do que muitos levantamentos de campo, pois com a evolução

dos sensores orbitais, as imagens de satélite de alta resolução vêm proporcionando maiores

níveis de detalhamento das feições contidas nos ambientes urbanos (SILVA et al., 2011).

Os autores Santos, Castro e Ribeiro (2013) utilizaram as imagens em alta definição do

satélite Quickbird para o planejamento urbano do cadastro técnico multifinalitário de Mata de

São João, no Estado da Bahia, escolheram trabalhar com este satélite porque a resolução

espacial das imagens Quickbird é de 61 cm no modo pancromático, e de 2,5 m no modo

multiespectral, especificações boas para se trabalhar com a área urbana.

Bargos e Matias (2011) comentam em seu trabalho que entre as geotecnologias

existentes, a mais aplicada às avaliações de áreas verdes é o sensoriamento remoto, que

consiste em observar o nosso planeta usando sensores de observação muito acima do solo,

comumente os satélites, que geralmente são acoplados com câmeras que captam não somente

a luz visível, mas também a radiação em outros comprimentos de onda como o infravermelho

e as micro-ondas, por exemplo. São aplicações mais comumente divulgadas no que se refere

ao estudo da vegetação de grandes áreas, com imagens utilizadas para confeccionar mapas

para a avaliação da cobertura vegetal, principalmente na área urbana (PONZONI, 2002).

O sensoriamento remoto implica na obtenção de informações através de sensores sobre

objetos ou fenômenos, sem a necessidade de contato direto com os mesmos. Esses sensores

trabalham aliados a energias, principalmente a solar, captando esta energia absorvida pelos

objetos e convertendo-a em sinal, tornando possível seu registro por meio da medição desta

energia. Em suma, são técnicas que compreendem a análise e interpretação dos registros de

radiação eletromagnética que é refletida ou emitida por diversos objetos e fenômenos da

superfície terrestre ou pela atmosfera, com a finalidade de compreender a distribuição e as

características dos elementos que as compõe (RUIZ-ESPARZA, 2014).

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A energia ao interagir com objetos da superfície terrestre é refletida, absorvida ou

transmitida, a depender de quais elementos compõem os objetos. “As medidas de reflectância

obtidas em campo e laboratório permitem a construção de gráficos do comportamento padrão

dos principais objetos presentes na superfície terrestre (solo, água e vegetação) ao longo do

espectro eletromagnético” (SOUZA, 2012). Desta forma é possível extrair das imagens

obtidas dos satélites informações importantes, utilizando os devidos procedimentos

qualitativos que se trata da interpretação visual, através das cores e quantitativos que se

ocupam de explorar a imagem por ferramentas numéricas, geralmente em nível de escalas.

É importante ressaltar que as variações no nível de detalhamento destas imagens obtidas

a partir das técnicas de sensoriamento remoto irão variar de acordo com o nível da tecnologia

empregada em cada satélite, que pode ser ou não de alta resolução. Os avanços nas

tecnologias espaciais, principalmente na área de sensoriamento remoto possibilitam um

monitoramento mais sistemático e em diferentes escalas das mudanças ocorrentes no território

(LIMA et al., 2011).

Para análise das áreas urbanas devemos contar preferencialmente com imagens de alta

resolução, pois as mesmas não podem ser caracterizadas por um padrão comportamental

espectral, por possuírem coberturas muito heterogêneas (superfícies de concreto, asfaltos,

telhados, vegetações de vários portes, solo exposto, água, etc.). Além disso, as formas e

alturas são bem variadas, o que dificulta a captação de sinais precisos por satélites que estão

muito distante da superfície terrestre e não possuam tecnologias avançadas para análises mais

aprofundadas (CUNHA et al., 2015). Uma das principais dificuldades para o mapeamento das

áreas urbanas, assim como para o levantamento da cobertura e uso do solo urbano é a

similaridade espectral nas imagens de satélite, por isto se faz necessária uma alta resolução

espacial no uso de dados de sensoriamento remoto para estudos urbanos.

2.4 Contaminação ambiental do solo por parasitas

O solo é um corpo organizado e rico em nutrientes, com um número bastante elevado de

constituintes, dentre estes, temos, os biológicos, constituídos principalmente por micro-

organismos ou microbiota, que desempenha funções essenciais para sua manutenção, como a

sua fertilidade que, torna possível o crescimento vegetal. A microbiota do solo possui vários

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representantes como as bactérias, os fungos, os actinomicetos e os protozoários. Além destes

temos também os helmintos, que são vermes e possuem espécies parasitas microscópicas, são

potenciais infectantes aos humanos e a alguns animais. Estes micro-organismos presentes no

solo poroso, apesar de representarem apenas 5% do espaço possuem uma grande diversidade

(GALLI, 1964; MARTINS, 2013). Com destaque os protozoários e helmintos, parasitas que

são potenciais causadores de doenças em humanos e alguns animais, estes possuem

representantes no solo.

As mais variadas espécies e formas biológicas parasitas são favorecidas pelo solo, isto

em decorrência da presença de fezes, geralmente depositadas nele. Estas fezes são

contaminadas por parasitas, em sua maioria são provenientes de cães e gatos, e esta

contaminação ocorre devido à retenção de água e matéria orgânica que acondicionam diversos

micro-organismos (REY, 2013). Os parasitos por sua vez se apresentam no solo geralmente

na forma de ovos e cistos revestidos por uma membrana densa e impermeável, responsável

por manter sua sobrevivência em condições adversas, além de contribuir para sua aderência às

superfícies, características estas que contribuem para o aumento do risco de contaminação e

para a disseminação destes organismos (MARTINS et al., 2016). A alta prevalência dessas

parasitoses se deve em grande parte às condições sanitárias, educacionais e sociais da

sociedade.

Os protozoários, organismos microscópicos, unicelulares e eucariontes com núcleo

organizado, podem ser heterótrofos e autótrofos com vida livre ou são parasitas, estes últimos

possuem espécies que parasitam alguns animais e os seres humanos, muitas vezes causando

doenças (Fig. 1). Os helmintos por sua vez são organismos eucarióticos multicelulares,

vermes filiformes cujas muitas das formas infectantes são encontradas no solo, necessitam de

um estágio no solo para completar seu ciclo (SCHUH, 2008). Segundo Silva e colaboradores

(2013) os protozoários e helmintos mais comuns encontrados no solo e que possuem grande

risco de contaminação para o homem são ancylostoma, strongyloides, enterobius

vermiculares, giárdia lâmblia/duodenales e amebas (Figura 2).

Um dos principais fatores que contribui diretamente para a contaminação do solo de

áreas urbanas, principalmente de espaços públicos como praças e parques urbanos, destinados

a recreação e lazer humano, é a presença de cães e gatos errantes ou acompanhados pelos seus

donos, que defecam no solo destas áreas (CORRÊA; SOUZA; LISBÔA, 2015). Estes animais

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são hospedeiros definitivos de parasitos com potencial zoonótico, os parasitas entéricos

(intestinais) destes animais contaminam o meio ambiente, em especial o solo, favorecendo o

risco de infecção ao homem, outro fator preocupante é o crescente número da população

destes animais.

Principalmente os cães e gatos errantes que não recebem tratamento antiparasitário

(vermifugação), têm um papel epidemiológico direto nas contaminações dos humanos, visto

que transitam com facilidade nas áreas em comum.

Uma questão preocupante é a contaminação do solo em áreas de recreação infantil, esta

constitui um grave problema de saúde pública, devido à possibilidade de transmissão de

parasitoses como ascaridíase, giardíase, ancilostomíase para as crianças. De acordo com

Souza et al. (2007) a população infantil é a que mais sofre com essas infecções, isto ocorre

porque as crianças entram em contato com o solo com maior frequência, devido as suas

brincadeiras, se contaminando com ovos, cistos e larvas dos parasitos. Além disto, também

contam seus precários hábitos de higiene, distúrbios de perversão do apetite como a geofagia

e baixa imunidade, muitas vezes associadas à carência nutricional (SANTARÉM et al., 2010).

De acordo com o grau de contaminação do solo poderá ocorrer variados meios de

transmissão dos parasitos, podendo ser por ingestão dos ovos, cistos ou oocistos, geralmente

ingerida pelo hábito de levar a mão suja até boca ou pegar alimento com as mãos sujas ou que

tiveram contato com o solo contaminado, outra forma de contagio pela penetração de larvas

de helmintos na pele (SANTARÉM, 2004; SCHUH, 2008). Portanto, levantamentos

epidemiológicos são importantes para que se tenham dados e a partir destes possam elaborar

medidas mitigadoras para este problema de saúde pública, melhorando assim a qualidade de

vida da população e dos animais que frequentam estes ambientes (FARIAS; CHRISTOVÃO;

STOBBE, 1995).

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Figura 1 – Ciclo de vida de um Ancilostomídeo.

Fonte: Google imagens. Adaptação: ALENCAR, C. J., 2016.

Figura 2 – Formas infectantes, meios de infecção e diagnóstico de alguns Geo-helmintos.

Adaptada por ALENCAR, C. J., 2016.

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3. OBJETIVOS

3.1 Geral

Avaliar as áreas verdes através de técnicas de sensoriamento remoto e também pela

contaminação zoonótica do solo nas áreas de recreação dos Parques Governador José

Rollemberg Leite e Governador Augusto Franco no município de Aracaju, Sergipe.

3.2 Específicos:

Analisar as mudanças multitemporais nas áreas verdes dos parques Governador José

Rollemberg Leite e Governador Augusto Franco no município de Aracaju, Sergipe por

imagens obtidas do satélite Quickbird;

Identificar as áreas de recreação com potencial risco de contaminação por parasitas

existentes no solo nos dois parques;

Identificar os parasitas com potencial zoonótico existentes no solo das áreas de

recreação nos dois parques;

4. METODOLOGIA

4.1 Delimitação e Caracterização da área de estudo

A presente pesquisa foi realizada em dois sítios de estudo, ambos localizados no

município de Aracaju capital do estado de Sergipe localizada nas coordenadas geográficas

latitude sul, 10º54’40” longitude oeste de Greenwintch, 37º4’18”. Aracaju possui uma área de

181,857 km2 de extensão. Está localizada na zona litoral do estado de Sergipe, tendo sua parte

leste banhada pelo Oceano Atlântico. Conta atualmente com uma população de 632.744

habitantes segundo a última estimativa realizada em 2015 pelo IBGE, com uma densidade

demográfica de 3.140,67 hab/km2. O município de Aracaju limita-se com os municípios de

São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro e Santo Amaro das Brotas (IBGE, 2016). Os sítios

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de estudo são: Governador José Rollemberg Leite (Parque da Cidade) localizado na zona

norte e Governador Augusto Franco (Parque da Sementeira) localizado na zona sul, como

podemos conferir na figura 3.

Governador José Rollemberg Leite (Parque da Cidade) está localizado no bairro

Industrial, sendo este um dos mais antigos de Aracaju, existindo desde 1920, abriga mais de

18.000 mil habitantes segundo senso 2010, IBGE. Na década de 70 com a industrialização e

consequente urbanização de Aracaju e mais especificamente do bairro Industrial, surgiu a

ideia de construção do Parque da Cidade dentro de um morro, este conhecido como Morro do

Urubu. De acordo com Plácido (2005) o projeto do parque foi desenvolvido pelo escritório de

Jaime Lerner e previa ruas asfaltadas, lagos artificiais, quadras e edificações de apoio. O

Parque da Cidade encontra-se inserido na APA (Área de Proteção Ambiental) Morro do

Urubu, localizado nas coordenadas W 37° 03’ 27’’ e S 10° 53’ 3’’ (Google Earth Versão

4.3.7284 beta), na zona norte da capital, onde ainda abriga resquícios de Mata Atlântica. Foi

inaugurado no ano de 1985 e possui uma área de 213,8724 ha, segundo o Decreto Nº

13,713/98. Possui um mini zoológico, pista para caminhar/pedalar, teleférico, áreas para

piqueniques, quadra, etc.

Quanto à criação do Parque da Sementeira, esta ocorreu em 1980 quando foi criada uma

sementeira de cocos, apropriada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

como fonte de pesquisa. Alguns anos depois, durante a gestão do prefeito Heráclito

Rollemberg (1979-1982), esta mesma sementeira de cocos foi convertida em um parque pela

Prefeitura de Aracaju, mas, parte do terreno ficou com a Embrapa e a Companhia de

Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf). A partir de então o espaço

podia ser utilizado para o lazer público e práticas de exercícios físicos, o verde natural foi

conservado no meio urbano. O parque recebeu o nome do governador em exercício Augusto

Franco, mas acabou ficando conhecido como Parque da Sementeira.

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Figura 3 – Localização dos parques objeto de estudo no município de Aracaju.

O bairro Jardins, onde se encontra o parque da Sementeira, foi criado, oficialmente, em

dezembro de 1998 pela Lei municipal nº 2.666. A construtora Norcon foi a responsável pelo

projeto do bairro Jardins que, possui uma população de 7.126 habitantes segundo senso 2010,

IBGE. O Parque da Sementeira está situado na zona Sul, possui uma área de 396.019 m²,

segundo dados obtidos do site oficial da Prefeitura Municipal de Aracaju/SE. Dispõe de

quadra poliesportiva, pista para caminhada e corrida, área para piqueniques, ciclovia, Bosque

Ecológico e a Farmácia Viva, onde são cultivados produtos naturais.

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4.2 Métodos e técnicas

As investigações preliminares foram realizadas por fontes primárias (dados históricos,

bibliográficos e estatísticos) e também por fontes secundárias (artigos, periódicos, internet e

livros) (LAKATOS; MARCONI, 2003). A pesquisa partiu da análise de dados e bibliografias

disponíveis, portanto, esta fase da presente pesquisa se denomina documental, pois segundo

Quivy e Campenhoudt (1998), trata-se da análise de dados preexistentes – dados secundários

e dados documentais – tendo como fontes principais: documentos manuscritos, impressos ou

audiovisuais, oficiais ou privados, pessoais ou provenientes de organismos, contendo números

ou textos.

4.2.1 Pesquisa de campo com caráter exploratório

O estudo exploratório se caracteriza por uma análise preliminar com a finalidade de

familiarizar-se com o fenômeno a investigar. É utilizado para projetar o estudo com mais

precisão, auxiliando na decisão das técnicas a serem utilizadas e delimitação da área e da

problemática a ser abordada, alertando o pesquisador para possíveis dificuldades. Podem-se

empregar procedimentos sistemáticos em observações empíricas, as descrições qualitativas,

quantitativas ou ambas do objeto analisado, conceituando o ambiente observado

(PIOVESAN; TEMPORONI, 1995).

Dentro do estudo exploratório foi escolhido o método de observação não participativa,

onde o pesquisador apenas observa os fatos tais como ocorrem e toma nota dos mesmos,

fazendo registros escritos e fotográficos, por exemplo, mas sem interferir no ambiente

analisado, fazendo papel de mero expectador. Conta-se com o auxilio de planilhas (Anexo 1)

para as devidas anotações, apenas com pequenas siglas ou simples marcações para não perder

tempo quanto à observação. Na fase de campo foram realizadas 06 visitas aos parques

observando espontaneamente a ocorrência dos fatos e coletando os dados referentes à

pesquisa (LAKATOS; MARCONI, 2003).

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4.2.2 Mapas temáticos

Os mapas temáticos foram gerados através da interpretação visual de imagens de

satélite. O uso da interpretação de imagens de satélite tem como propósito relacionar as

diferenças de cor ou níveis de cinza, observadas na imagem, com aparências conhecidas do

mundo real, ou seja, dar significação real às feições espectrais contidas na imagem,

independente da metodologia empregada (MOREIRA, 2011). As interpretações resultam em

mapas temáticos, que são usados posteriormente para diversos fins, como, fornecimento de

área, declividade, altitude, etc. Para exemplificar um resultado de uma interpretação, a figura

4 mostra a imagem de satélite e seu mapa temático correspondente.

Figura 4 – Mapa temático resultante da interpretação da imagem TM do satélite Landsat-5.

Fonte: MOREIRA, 2011.

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Este processo de transformação em dados digitais é conhecido como por digitalização,

onde, qualquer informação pode, em princípio, ser digitalizada. Fotografias aéreas, imagens

de satélite podem ser digitalizadas e processada através de computadores (NOVO, 2011). Para

tanto, o equipamento fundamental usado na interpretação visual de dados é o "ser humano",

através do sensor "olho humano". A percepção visual corresponde ao processo de estimulação

sensorial que permite transformar a imagem detectada pela retina em uma informação com

conteúdo organizado. O processo de percepção visual é a base do processo de interpretação de

imagens.

A identificação dos objetos é realizada a partir de análise de alguns dados da imagem,

conhecidos como Elementos de Análise de Imagens. Estes elementos básicos de leitura de

uma fotografia ou imagem são os seguintes: tonalidade, cor, tamanho, forma, textura, padrão,

altura, sombra, associação, localização (MOREIRA, 2011; NOVO, 2011).

Estes elementos foram utilizados para auxiliar na detecção e digitalização das áreas

verdes, além da experiência do fotointérprete definidas para o trabalho.

As imagens utilizadas neste trabalho foram do satélite Quickbird, dos anos de 2005 e

2008, cedidas pela Secretaria de Planejamento da Prefeitura Municipal de Aracaju. As

imagens Quickbird possuem alta resolução espacial (60 cm em cores naturais e falsas cores) e

grande precisão. Possui grande capacidade de armazenamento de dados e revisita (resolução

temporal - período em que o satélite volta a registrar a mesma área).

A interpretação visual e a digitalização das áreas verdes foram realizadas no Software

SPRING 3.0 (Sistema de Processamento de Imagens e Informações Georreferenciadas),

desenvolvido pelo INPE (2016) (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), para as atividades

de processamento digital, geoprocessamento, construção e análise do banco de dados

geocodificados (CÂMARA et al., 2005). Foram utilizados o Sistema de Projeção UTM

(Universal Transversor de Mercator) e datum SAD69 (South American Datum 1969).

A criação dos layouts finais dos mapas temáticos foram gerados no software ArcGis

10.2.1 (ESRI, 2012).

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4.2.3 Análise parasitológica das fezes e solo

Em cada área de recreação dos parques foram definidos pontos de coleta, utilizando

como critério 06 visitas prévias de reconhecimento e análise das áreas, onde foi possível

identificar e registrar os locais mais utilizados pelos visitantes dos parques principalmente nos

finais de semana como: abaixo da copa das árvores e ao redor do lago para realizar

piqueniques, leituras e até namorar, e em especial pelas crianças os parquinhos, como nas

imagens da figura 5. Outro ponto observado e que influenciou diretamente na escolha dos

pontos de coleta foi que no parque da Cidade as visitas se concentram na área do mini-

zoológico, possivelmente pelos animais presentes, além disso, temos a questão de ser uma

área fechada com apenas uma única entrada/saída o que passa mais segurança aos

frequentadores, visto que ocorrem muitos assaltos em outras áreas do parque, pois o mesmo

oferece saídas para ruas do bairro Industrial.

Figura 5 – Pessoas em contato direto com o solo nos parques da Sementeira e da Cidade.

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Para as coletas de amostras de solo e fezes (quando encontradas) foi respeitada uma

distância de 50 metros entre os pontos, contamos com o auxilio de uma pá de jardinagem e

régua para medição da profundidade preconizada em cinco centímetros. Foram coletados

200/400 gramas em média de cada ponto, também coletou-se as fezes encontradas nestes

ambientes, colheu-se amostras em 12 pontos de cada parque, totalizando 55 amostras.

As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos estéreis com lacre, devidamente

identificados por parque, número da amostra e, tipo de amostra. Também foram registradas as

localizações destas amostras através das coordenadas geográficas, coletadas a partir do

receptor GPS Garmin, com projeção UTM e Datum SAD69 Como pode ser conferido nas

imagens na Figura 6.

Figura 6 – Técnicas de coleta do solo nos parques da Sementeira e da Cidade.

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Em seguida as amostras foram colocadas em um isopor e levadas ao Laboratório de

Parasitologia em Medicina Veterinária, DMV-UFS.

Com o auxilio de planilhas (Anexo 2) as amostras de fezes foram preparadas o método

Hoffmam (Figura 7) proposto por Pons e Janer (1934), que consiste num processo de

sedimentação espontânea indicado para a identificação de ovos pesados e larvas de helmintos,

bem como cistos e oocistos de protozoários presentes no solo, e também pelo método Willis-

Mollay (1921) (Figura 8), que consiste no princípio de flutuação dos ovos de nematódeos,

cistos e oocistos de protozoários, pois são parasitas que possuem ovos sendo estas estruturas

de baixa densidade (DE CARLI, 2007).

A técnica de Hoffmam consiste em homogeneizar 40g de areia, devidamente pesados,

em água potável, sendo posteriormente filtrada em gazes 90 x 90 e permanecer sedimentando

por quatro horas, após esse tempo o sedimento deve ser pipetado em lâmina lisa, adicionada

uma gota do corante lugol, colocar a lamínula sobreposta ao material orgânico e levá-lo para

análise em microscópio óptico em lente objetiva de 40x.

Figura 7 – Método de Hoffman para análise das fezes.

O método de Wilis consiste em colocar 10g de fezes num frasco de Borrel ou no próprio

recipiente onde estão as fezes; homogeneíza-las com um pouco de solução saturada de sal

(NaCl) ou de açúcar; completar o volume até a borda do frasco; colocar na boca do frasco

uma lâmina, que deverá estar em contato com o líquido; deixar em repouso por 5 minutos;

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findo esse tempo, retirar rapidamente a lâmina, deixando a parte molhada voltada para cima;

cobrir com lamínula, corar com Lugol e examinar com objetiva 10x.

Figura 8 - Método de Willis para análise das fezes.

Fonte: Google imagens, 2016.

Para análise das amostras de solo superficial e com 5 cm de profundidade utilizou-se o

método de Rugai modificado (CARVALHO et al., 2005) na tentativa de capturar cistos, ovos

e larvas de helmintos presente no solo.

Este método consiste em colocar 100g de areia em trouxas de gaze dobradas em oito

(30cm x 30cm), mergulhadas em cálice de sedimentação, com capacidade para 125 ml de

água, em água a 45ºC. Após uma hora, a gaze é retirada e o material sedimenta por mais uma

hora. Findo este tempo, se necessário, o material é lavado tantas vezes for conveniente, a

depender da coloração do líquido sobrenadante. Essa lavagem consiste em desprezar este

último, tendo o cuidado de não ressuspender ou perder o sedimento. Acrescenta-se mais água

125 ml de água, deixando sedimentar por mais duas horas. Quando límpido, o sobrenadante é

desprezado e o sedimento é transferido para tubos Wasserman e centrifugado a 2000 rpm por

dois minutos. A alíquota é colocada em lâmina, corada com o lugol, recoberta por lamínula e

analisada em objetivas de 10x e 40x.

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Figura 9 – Método de Rugaí modificados para análise do solo.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Avaliação Ambiental dos parques da Sementeira e da Cidade

5.1.1 Resultados

Os resultados obtidos na comparação entre os anos de 2005 para 2008, quanto à área

total e as áreas com e sem vegetação podem ser visualizados nos mapas (Figuras 10 e 11) para

o parque da Sementeira, e representados nas Figuras 12 e 13 para o parque da Cidade. Quanto

ao percentual de áreas com vegetação e sem vegetação representados no Gráfico 1, o parque

da Sementeira apresentou um pequeno aumento de 13,33% para 13,76%.

De forma geral encontramos os mesmos padrões em ambos os parques. Para os períodos

analisados obteve-se um aumento nas áreas verdes. Na análise do parque da Cidade

comparando os mesmos nos anos de 2005 e 2008, nota-se explicitamente um aumento na

quantidade de áreas verdes observadas nos mapas comparativos representados nas Figuras 12

e 13, o aumento foi de 7,78% como é evidenciado no Gráfico 1. Isto demonstra a importância

da proteção dos parques, as ações de fiscalização e de manejo, bem como plantação de mudas

sejam nativas ou exóticas.

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Figura 10 – Áreas Verdes do Parque da Sementeira - 2005

Fonte: Prefeitura de Aracaju, 2016.

Figura 11 – Áreas Verdes do Parque da Sementeira – 2008

Fonte: Prefeitura de Aracaju, 2016.

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Figura 12 – Áreas Verdes do Parque da Cidade – 2005

Fonte: Prefeitura de Aracaju, 2016

Figura 13 – Áreas Verdes do Parque da Cidade - 2008

Fonte: Prefeitura de Aracaju, 2016.

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A Tabela 1 apresenta as áreas totais dos parques da Sementeira e da Cidade em Km2,

onde temos a quantidade de km2 para área total e para as áreas com e sem vegetação, esses

dados foram extraídos a partir da análise das imagens obtidas do satélite Quickbird.

Tabela 1 – Áreas verdes e áreas sem vegetação dos parques Sementeira e Cidade nos anos de

2005 e 2008.

Fonte: ALENCAR, C. J., 2017.

Parque da Sementeira Parque da Cidade 2005 (Km2) 2008 (Km2) 2005 (Km2) 2008 (Km2)

Áreas Verdes 0,0513 0,0502 1,3377 1,5053 Áreas sem vegetação 0,3335 0,3145 0,8187 0,6510 Total 0,3848 0,3647 2,1564 2,1563

Gráfico 1 – Porcentagem das áreas verdes e áreas sem vegetação dos Parques Sementeira e

Cidade nos períodos de 2005 e 2008.

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5.1.2 Discussão

Quando se fala em qualidade de vida na área urbana, logo nos remetemos aos ambientes

que possuem áreas verdes. Dentro destes estão os parques urbanos que são considerados

sinônimos de qualidade de vida e bem estar para a população. Os maiores índices de áreas

verdes existentes em meios urbanos, geralmente, se encontram em áreas de conservação,

como é o caso do parque da Cidade que é uma Área de Proteção Ambiental-APA. As áreas de

conservação no Brasil são diversas, o que demonstra o grande potencial de recursos naturais

existentes, possibilitando uma boa interação entre natureza e sociedade, valorizando a vida.

Reconhecendo o constante crescimento urbano brasileiro, não se pode deixar de considerar a

importância de criar novas áreas de conservação e conservar as existentes (REZENDE et. al,

2012).

Os resultados expostos pela análise das imagens obtidas do satélite Quickbird com alta

resolução, foram importantes para se conseguir calcular a quantidade de áreas verdes e a

ocorrência ou não de mudanças entre os períodos de 2005 e 2008. Nessa análise

multitemporal, verificou-se, que a quantidade de áreas verdes existentes nos parques da

Sementeira e da Cidade não apresentou diminuição. No parque da Cidade a quantidade

aumentou expressivamente de 62,03% para 69,81%, demonstrando o potencial da ferramenta

e da imagem de satélite para identificação da cobertura vegetal em centros urbanos. Silva e

colaboradores (2011) exaltam a utilização das geotecnologias aplicadas às avaliações dos

índices de áreas verdes urbanas. Os autores citam que este tipo de análise têm se mostrado

bem mais eficientes do que muitos levantamentos de campo, pois com a evolução dos

sensores orbitais, as imagens de satélite de alta resolução vêm proporcionando maiores níveis

de detalhamento das feições contidas nos ambientes urbanos.

Gois e colaboradores (2014) trazem em seu trabalho informações sobre quantidades de

áreas verdes da cidade de Aracaju, onde foi diagnosticada uma distribuição desigual da

vegetação arbórea. Relatam que essa diferenciação está diretamente relacionada com a renda

média por bairros e zonas aracajuanas. Com destaque para a zona Sul, que possui a maior

percentagem de áreas verdes, zona com população de maior poder aquisitivo e maior

especulação imobiliária, onde se localizam os dois maiores shoppings da capital e também o

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parque da Sementeira, este último objeto de estudo deste trabalho. Enquanto, a zona Norte

possuindo uma maior densidade populacional com cerca de 50% da população aracajuana de

baixa e média renda, a mesma agrega uma parcela menor das áreas verdes públicas de

Aracaju, onde se encontra o parque da Cidade, também objeto de estudo deste trabalho.

Nas áreas analisadas neste estudo não ocorreram mudanças significativas de

crescimento ou diminuição das áreas verdes, o contrário do que se espera das ações de

políticas públicas que sejam direcionadas ao reflorestamento e programas de melhorias na

arborização urbana com a finalidade de melhorar a qualidade de vida, amenizando os

impactos ambientais causados pelo crescimento urbano (ERNSTSON et al., 2010).

5.2 Avaliação Parasitológica das áreas de recreação dos parques da Sementeira e da

Cidade

Através das visitas e observação não participante foi possível identificar e registrar que

os locais mais utilizados pelos visitantes dos parques, principalmente, nos finais de semana,

são abaixo das árvores, onde as copas oferecem sombra para que possam desfrutar do

ambiente. Na maioria das vezes os frequentadores se encontram sentados diretamente no solo

ou em algum tipo de tecido colocado sobre ele, onde realizam piqueniques, apreciam a

natureza ao redor, as crianças brincam geralmente ao redor destas árvores onde os adultos se

encontram e também nos parquinhos, onde têm contato direto com o solo, depois geralmente

se alimentam sem realizar assepsia das mãos.

Alguns utilizam o mesmo ambiente para namorar ou ler (Figura 14). Estes locais

sombreados, logo mais úmidos, são propícios à proliferação/desenvolvimento/ciclo de vida

dos protozoários e helmintos, o que aumenta o risco de contaminação, via oral e por

penetração pela pele. Como se previa foi identificada a presença de cães e gatos nos parques

tanto domésticos como errantes (Figura 15). Além destes, é válido citar sobre a presença de

uma quantidade considerável de patos soltos circulando por ambos os parques, porém não há

relatos na literatura que evidencie parasitoses com potencial zoonótico.

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Figura 14 – Pessoas brincando, lendo e se alimentando nos parques da Sementeira e da

Cidade.

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Figura 15 – Animais domésticos e errantes nos parques da Sementeira e da Cidade.

Identificou-se que nos banheiros de ambos os parques os lavatórios não dispõem de

nenhum tipo de substância (detergente/sabonete) para assepsia, apenas água corrente (Figura

16). O que dificulta a correta higienização das mãos dos frequentadores.

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Figura 16 – Lavatórios dos banheiros nos parques da Sementeira e da Cidade.

Parque da Sementeira I

Foi coletado um total de 26 amostras, distribuídas e analisadas de acordo com as

descrições que seguem:

Das 12 amostras de solo superficial, duas deram positivas, respectivamente, a Amostra

01 – I (Parquinho-entrada) e a Amostra 05 – I (sombra arbórea), ambas contaminadas por

larvas de Strongiloydes stercolares, analisadas pelo método Rugaí modificado, isto por ser o

método mais indicado para análise parasitológica de solo.

Das 12 Amostras de solo com 5 cm de profundidade, apenas uma amostra detectou

parasitas, a Amostra 01 – I (Parquinho-entrada) por larvas de Strongiloydes stercolares, as

demais amostras não apresentaram parasitas potencialmente infectantes aos humanos.

Das 2 Amostras de fezes encontradas e coletadas, as duas estavam infectadas, a

Amostras 03 – I (margens do Lago) com ovos de Ancylostoma sp., quando analisada pelo

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método Willis, a mesma não detectou nenhum parasita quando analisada pelo método de

Hoffman, por isso a importância de se analisar por mais de um método; a Amostra 05 – I

(sombra arbórea) com larvas de Strongiloydes stercolares, quando analisada pelo método

Willis e com ovos de Ancylostoma sp., quando analisada pelo método Hoffman.

As fezes foram analisadas por dois métodos para este tipo de amostra. Esta necessidade

e importância de se utilizar dois métodos está relacionada a forma parasitária que cada um

detecta com mais facilidade, por exemplo, o método Hoffman é mais empregado para

detecção de ovos, oocistos e larvas; já o método Willis para detectar ovos leves.

É importante apontar que tanto no solo superficial da Amostra 05 – I, quanto nas fezes

coletada neste mesmo ponto foram encontradas larvas do parasita Strongiloydes stercolares.

O que vem a constatar que as larvas encontradas no solo são advindas das fezes nele

depositadas. A incidência com que estes parasitas foram encontrados está representada no

gráfico 2.

Gráfico 2 – Presença de parasitas análises do solo e fezes – Parque da Sementeira I.

Fonte: ALENCAR, C. J., 2017.

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Figura 17 – Pontos de coleta georreferenciados no Parque da Sementeira.

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Parque da Cidade II

Foram realizadas coletas em 12 pontos. De cada ponto foram coletados materiais como:

solo superficial, solo com 5 cm de profundidade e fezes (quando encontradas). Coletou-se um

total de 29 amostras analisadas por diferentes métodos, como está descrito a seguir:

Das 12 amostras de solo superficial coletadas no parque da Cidade, duas estavam

infectadas: Amostra 01 – II (margens do lago) por larvas de Strongiloydes stercolares e, a

Amostra 04 – II (sombra arbórea) também por larvas de Strongiloydes stercolares (Figura

17). Todas as amostras de solo foram devidamente analisadas pelo método Rugaí modificado.

As 12 amostras de solo com 5 cm de profundidade, analisadas também pelo método

Rugaí modificado, não apresentaram detecção de nenhum parasita prejudicial ao homem.

Das 5 amostras de fezes encontradas e coletadas, todas analisadas pelos métodos de

Willis e Hoffman, apenas a Amostra 01 – II (margens do Lago) foi positiva para ovos de

Ancylostoma sp. pelo método de Willis. As demais amostras apresentaram-se negativas para

os dois métodos empregados.

A porcentagem de amostras positivas e negativas de acordo com o método empregado

podem ser evidenciadas no Gráfico 3.

Gráfico 3 – Presença de parasitas nas análises do solo e fezes – Parque da Cidade II.

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Fonte: ALENCAR, C. J., 2017. Figura 18 – Pontos de coleta georreferenciados no Parque da Sementeira.

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Figura 19 – A) Ovos de Ancylostoma sp.; B) Larva de Strongiloydes stercolaris.

Fonte: Alencar, C. J., 2016.

5.2.2 Discussão

Os resultados apresentados confirmam a contaminação do solo e das fezes encontradas

nas áreas de recreação/lazer dos parques da Sementeira e da Cidade com a presença de

parasitas com potencial zoonótico (Figuras 17 e 18), o que torna evidente o risco de

ocorrência de infecções humanas, como encontrado nos trabalhos de SOUZA et al. 2007,

SANTARÉM et al., 2010; SCHUH, 2008; CORRÊA; SOUZA; LISBÔA, 2015.

Os parasitas encontrados foram larvas de Strongiloydes stercoralis e ovos Ancilostoma

sp. (Figura 19) para os três métodos empregados: o método Rugaí modificado nas amostras de

solo superficial e solo com 5 cm de profundidade, e os métodos Hoffman e Willis para as

amostras de fezes. No parque I Sementeira o solo superficial apresentou 16,7% das amostras

positivas. O mesmo ocorreu no parque II Cidade, onde obtivemos o mesmo valor percentual

nas análises das amostras de solo superficial. Quanto ao solo com 5 cm de profundidade no

parque I Sementeira ocorreu um percentual de 8,3% de amostras positivas. Em contrapartida

no parque II Cidade não obtivemos resultados positivos, estas revelaram um percentual de

0%, nas amostras de solo com 5 cm de profundidade.

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As amostras de fezes no parque I Sementeira para o método Hoffman apresentou 50%

das amostras positivas, em oposição ao parque II Cidade onde o percentual foi nulo. No

método Willis o parque I Sementeira obteve 100% das amostras positivas, enquanto que o

parque II Cidade apenas 20%. O trabalho de Corrêa e colaboradores (2015), realizado nas

praças do centro da cidade de Manaus, com a finalidade de encontrar parasitas com potencial

zoonótico nas fezes de cães, corrobora com os resultados encontrados nesta análise. Em

ambos foram encontradas amostras de fezes contaminadas por ovos Ancilostoma sp., parasita

com potencial zoonótico.

Mesmo com a baixa porcentagem de amostras contaminadas a contaminação do solo

dos parques estudados ficou evidenciada pela presença de formas parasitárias existentes,

ainda que não fossem parasitas com potencial zoonótico, e a ausência de qualquer forma

parasitária não anula de forma alguma a possibilidade de contaminação ambiental do solo

destes parques.

Diante do que foi exposto pela análise realizada compreende-se que como suposto no

início do trabalho a contaminação do solo vem das fezes nele depositadas, geralmente por

cães e provavelmente também gatos, pois algumas amostras coletadas no mesmo ponto deram

positivas nos três tipos de materiais coletados: fezes, solo superficial e solo com 5 cm de

profundidade, todas para o mesmo parasita o que vem a constatar um dos focos da pesquisa.

Resultados estes que corroboram com o trabalho de ROSS; SCHMITT e colaboradores

(2011), realizado em áreas públicas de lazer na cidade de Cruz Alta/RS, onde constataram a

presença dos mesmos parasitas para amostras de fezes e solo analisadas.

É importante destacar que nestas coletas realizadas os principais pontos de

contaminação foram os parquinhos, o solo (grama) nas margens dos lagos e no solo abaixo

das copas das árvores, além de algumas fezes encontradas nestes mesmos ambientes, o que

constata a contaminação do solo através das fezes visto que os mesmos parasitas foram

identificados em ambos (Figuras. 17 e 18). Estes resultados são consonantes aos apresentados

no trabalho realizado por Martins e colaboradores (2016), realizado no solo de parques e

creches infantis da cidade de Patos/PB. Detectaram nos parques e creches a presença de

parasitas em ambientes com alguma umidade ou protegido por grama oferecendo-lhes

condições para o desenvolvimento, e protegendo os parasitas em estágios infectantes durante

certo tempo para, posteriormente, transmiti-lo ao homem.

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As amostras positivas, identificadas neste trabalho, se encontraram em ambientes com

fatores que favorecem o desenvolvimento desses parasitas, como a presença de cães nos

parquinhos, ao redor de corpos d’água como no caso das margens do lago e abaixo da copa

das árvores, onde o solo fica sombreado e retém umidade. Todos estes fatores expostos

favorecem a vida e proliferação desses parasitas no solo e posterior infecção de humanos.

Então, torna-se um caso de saúde pública, onde se deve trabalhar o ambiente com a interação

da educação ambiental e condições sanitárias eficientes nestes ambientes. Leme e Barreto

(2014) comentam em seu trabalho que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),

essas doenças parasitárias causam deficiência no aprendizado, má nutrição e até mesmo

incapacidade funcional, onde as mesmas são responsáveis por cerca de 2 a 3 milhões de

óbitos por ano em todo o mundo e, consistem em um grave problema de saúde pública

mundial.

Este trabalho corrobora com a pesquisa desenvolvida por Gonzáles y Cáceres e

colaboradores (2005), onde pesquisaram a existência de parasitos com potencial zoonótico

nas areias da praia do Sul de Ilhéus- Milionários/BA, utilizando o método Rugaí modificado,

onde atestaram a presença dos helmintos Strongyloydes stercoralis e Ancylostoma sp. nas

amostras de areia coletadas.

Na pesquisa realizada por Santos e Souza et al. (2010), demonstraram que há um alto

índice de contaminação da população por parasitos em áreas de lazer como praias e praças de

Palmas – Tocantins. Citam também a circulação de animais errantes em áreas de recreação e

detectaram a presença de helmintos (Ancylostoma sp.) e protozoários, utilizando os métodos

de Hoffman, Faust e Rugaí modificado.

O trabalho de Cassenote e colaboradores (2011) objetivou determinar a frequência de

geo-helmintos com potencial zoonótico em solo de praças públicas e escolas municipais

infantis da Cidade de Fernandópolis, Estado de São Paulo. Utilizando métodos como Wilis e

Rugaí modificado detectaram a presença de geo-helmintos como Ancylostoma sp, dentre

outros.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos voltados à avaliação da qualidade ambiental do ambiente urbano vêm a

contribuir para aperfeiçoar o gerenciamento de políticas públicas aplicáveis a ocupação e uso

do solo nas cidades.

Há necessidade de iniciativas do poder público municipal, quanto a agregar parcerias

no progresso da gestão dos Parques da Sementeira e da Cidade, como os possíveis subsídios

para melhoria de infraestrutura e divulgação de ações na área de educação ambiental e

sanitária. Vale ressaltar que não são suficientes apenas as leis de criação das unidades de

conservação, mas principalmente, a continuidade das ações colaborativas à sua sustentação,

essa é uma tarefa de todos que compõem o espaço social da cidade que abriga áreas verdes.

Recomendamos para trabalhos futuros voltar a avaliar as condições de conservação

dos mesmos parques, visto que este estudo trabalhou com os dados disponíveis dos anos de

2005 e 2008, havendo a necessidade de dados mais recentes, bem como a aplicação de índices

de vegetação para avaliar a qualidade ambiental de todo o município.

Quanto à questão da qualidade de vida que está diretamente ligada à saúde da

população. Adentrou na avaliação parasitológica do solo das áreas de recreação dos parques

Sementeira e Cidade, foi evidenciada a necessidade da implantação de programas de controle

de parasitoses. Através dos órgãos públicos responsáveis, como também programas que

trabalhem a sensibilização da sociedade para a importância da higiene pessoal,

acompanhamento regular ao médico e educação sanitária para toda a população. O incentivo e

hábito às boas práticas de higienização pessoal devem começar em casa e se estender às

creches, escolas, espaços públicos e demais ambientes. Para tanto se faz necessário que esses

ambientes disponham de equipamentos e materiais necessários à higienização pessoal, para

que a população possa usufruir dos mesmos, evitando contrair infecções diversas.

É indispensável a implementação de ações voltadas à política da Educação Ambiental,

com a finalidade de passar para a população do entorno dos parques e frequentadores noções

sobre higienização pessoal e bem estar, além de, informativos (Anexo 3) sobre como evitar a

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ANEXOS

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Anexo 1. Planilha - OBSERVAÇÃO NÃO PARTICIPATIVA – PARQUE ___________________________

Data ÁREA SOLO SOMBRA/ARBORIZAÇÃO PRES. ANIMAIS PRES. PESSOAS ATIVIDADE

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Anexo 2. Planilha - ANÁLISE DE AMOSTRAS PARQUE ______________________ I COLETA ___/___/_____

NºAMOSTRA ÁREA/LOCALIZAÇÃO HOFFMAN RUGAI MOD. WILLIS OBSERVAÇÕES

P ( ) N ( ) P ( ) N ( ) P ( ) N ( )

P ( ) N ( ) P ( ) N ( ) P ( ) N ( )

P ( ) N ( ) P ( ) N ( ) P ( ) N ( )

P ( ) N ( ) P ( ) N ( ) P ( ) N ( )

P ( ) N ( ) P ( ) N ( ) P ( ) N ( )

P ( ) N ( ) P ( ) N ( ) P ( ) N ( )

P ( ) N ( ) P ( ) N ( ) P ( ) N ( )

P ( ) N ( ) P ( ) N ( ) P ( ) N ( )

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Anexo 3. Folder: Higiene pessoal: Saúde e Bem estar

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