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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA GUILLERMO MACEIRA VUELTA PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA MELHORIA DO CONTROLE DE TRATAMENTO DOS PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DA UNIDADE ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DA MARAMBAIA, MUNICÍPIO DE CURRALINHO PARÁ BREVES/PARA 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

GUILLERMO MACEIRA VUELTA

PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA MELHORIA DO CONTROLE DE

TRATAMENTO DOS PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

DA UNIDADE ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DA MARAMBAIA, MUNICÍPIO DE

CURRALINHO – PARÁ

BREVES/PARA

2018

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GUILLERMO MACEIRA VUELTA

PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA MELHORIA DO CONTROLE DE

TRATAMENTO DOS PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

DA UNIDADE ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DA MARAMBAIA, MUNICÍPIO DE

CURRALINHO – PARÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade Federal de Pará, para obtenção do Certificado de Especialista. Orientador: Roberto Chaves Castro

BREVES/PARA

2018

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GUILLERMO MACEIRA VUELTA

PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA MELHORIA DO CONTROLE DE

TRATAMENTO DOS PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

DA UNIDADE ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DA MARAMBAIA, MUNICÍPIO DE

CURRALINHO – PARÁ

Banca examinadora Professor: Roberto Chaves Castro (orientador) Professora: Grace Fernanda Severino Nunes Aprovado em ______________________, em ___de _______________ de 20__

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DEDICATÓRIA

Аоs meus pais, irmãos, minha esposa, minha filha е a toda minha família que,

cоm muito carinho е apoio, nãо mediram esforços para qυе еυ chegasse аté esta etapa

dе minha vida.

Аоs amigos е colegas, pelo incentivo е pelo apoio constantes.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ао mundo pоr mudar аs coisas, pоr nunca fazê-las serem dа mesma

forma, pois assim nãо teríamos о qυе pesquisar, о qυе descobrir е o qυе fazer

Ao Professor Roberto Chaves Castro pela ajuda e dedicação. Aos meus amigos

e colegas, a todos os que de uma forma ou outra contribuíram para minha formação

como futuro especialista.

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RESUMO

A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) representa um grave problema de saúde para a

população, não só pela elevada prevalência, como também pela acentuada morbidade

e mortalidade associadas. Nas estatísticas de saúde, percebe-se que a HAS, no

entanto, possui baixas taxas de controle e se configura como um importante problema

de saúde no Brasil, gerando elevados custos financeiros ao sistema de saúde. A

educação em saúde constitui um instrumento de intervenção importante a fim de se

obter melhor controle de tratamento, em decorrência de sua ação sobre a falta de

adesão dos usuários às mudanças do estilo de vida e ao uso adequado das

medicações.

Acredita-se que um trabalho de intervenção em educação melhore as condições de

saúde da população adstrita, reduzindo, assim, no futuro, a morbidade e mortalidade

relacionadas com essa doença, além dos custos médicos e socioeconômicos

relacionados ao seu mau controle. Neste sentido, este projeto se propõe a realizar uma

intervenção através de ações educativas. Tais atividades têm como meta, mediante

ações de saúde planejada, mudar a situação existente na comunidade, em relações

hábitos de vida que influenciam no controle adequado da HAS, utilizando estratégias

diversas, como: abordagem direta, palestras e apresentação de material didático.

Palavras-Chave: Hipertensão Arterial; Saúde da Família; Comunidades Ribeirinhas.

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ABSTRACT

Systemic Arterial Hypertension (SAH) represents a serious health problem for the

population, not only because of its high prevalence, but also because of the marked

morbidity and mortality associated with it. In health statistics, it is noticed that

hypertension, however, has low control rates and is an important health problem in

Brazil, generating high financial costs to the health system. Health education constitutes

an important intervention instrument in order to obtain better control of treatment, due to

its action on the lack of adherence of the users to the changes of the lifestyle and to the

appropriate use of the medications.

It is believed that a work of intervention in education improves the health conditions of

the affiliated population, thus reducing in the future the morbidity and mortality related to

this disease, as well as the medical and socioeconomic costs related to its poor control.

In this sense, this project proposes to carry out an intervention through educational

actions. These activities have as goal, through planned health actions, to change the

existing situation in the community, in lifestyles relations that influence the adequate

control of hypertension, using different strategies, such as: direct approach, lectures and

presentation of didactic material.

Keywords: Hypertension; Family Health; Riverside Communities.

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LISTA DE ABREVIATURA DE SIGLAS

ABS Atenção Básica à Saúde

APS Atenção Primária à Saúde

DM Diabetes Mellitus

ESF Estratégia Saúde da Família

eSF Equipe de Saúde da Família

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MS Ministério da Saúde

PSF Programa Saúde da Família

UBS Unidade Básica de Saúde

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 10

1.1 ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO .................................................... 10 1.2 ASPECTOS DO TERRITÓRIO E DA COMUNIDADE ............................ 10 1.3 UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE............................................................... 11 1.4 PROBLEMAS DE SAÚDE PREVALENTES ........................................... 11 1.5 PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS ....................................................... 12 1.6 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ................................................................. 13

2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 14

3 OBJETIVOS ........................................................................................... 15

3.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................. 15 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................... 15

4 METODOLOGIA ..................................................................................... 16

4.1 PÚBLICO ALVO ...................................................................................... 16 4.2 ETAPA DIAGNÓSTICA ........................................................................... 16 4.3 ETAPA DE DESENHO DA OPERAÇÃO ................................................ 16 4.4 ETAPA DE INTERVENÇÃO ................................................................... 18 4.5 ETAPA DE AVALIAÇÃO ......................................................................... 18 4.6 CRONOGRAMA...................................................................................... 18

5 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................. 20

6 PLANO DE INTERVENÇÃO .................................................................. 23

6.1 SELEÇÃO DOS NÓS CRÍTICOS............................................................ 23 6.2 DESENHO DAS OPERAÇÕES .............................................................. 23 6.3 IDENTIFICAÇÃO DOS RECURSOS NECESSÁRIOS ............................ 24 6.4 ANÁLISE DA VIABILIDADE DO PLANO ................................................ 25 6.5 ETAPA DE INTERVENÇÃO ................................................................... 26 6.6 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 27 6.7 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................. 28

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 32

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1 INTRODUÇÃO

1.1 ASPECTOS GERAIS DO MUNICÍPIO

Curralinho é um município brasileiro do estado do Pará, pertencente à

mesorregião do Marajó.

É uma cidade com uma população de 32.881 pessoas, o Município se estende

por 3.620 km². A densidade demográfica é de 9 habitantes por km² no território do

município.

Em relação à saúde, o Município dispõe de clínicas privadas que prestam

atendimento ambulatorial, além das unidades de Estratégia de Saúde da Família.

A partir de 25 de setembro 2010 passou a funcionar também o Hospital Regional

do Marajó onde atende habitante de todo o arquipélago do Marajó, cujo Gestor é o

Governo do Estado do Pará. A unidade de Saúde é gerenciada por uma Organização

Social, o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano, entidade legalmente

habilitada no âmbito do Estado do Pará para atuar na área da saúde. O Hospital Conta

com 67 leitos, entre os quais tem UTI adulta, Neonatal e Pediátrica; dispõe de um

diversificado parque diagnóstico, composto de Tomografia, Ultrassonografia, Ecografia

com Doppler, Raios x convencional e em arco, Mamógrafo, Holter, Laboratório Clínico,

Agência Transfusional, Endoscopia, Fisioterapia entre outros.

A cidade é abastecida de água e energia - provido pela concessionária estadual

COSANPA (Companhia de Saneamento do Pará) e a empresa REDE-CELPA.

Curiosamente, apesar de ser uma cidade cercada por rios e igarapés, o fato é que

apenas menos da metade das residências recebem água encanada.

A energia elétrica vem do Linhão do Marajó que liga as cidades de Portel com

energia vinda da represa de Tucuruí, substituindo a produção de energia por queima de

diesel.

1.2 ASPECTOS DO TERRITÓRIO E DA COMUNIDADE

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A comunidade da Marambaia tem um total de 4.200 habitantes, dividida em 6

micro áreas.

A população é na maioria de baixa renda, com um grande número de

desempregados, o que faze com as condições socioeconómicas da população sejam

precárias.

A estrutura de saneamento básico deixa muito que desejar e as condições

higiênicas são desfavoráveis.

Além disso, parte da comunidade vive em moradias bastante precárias.

O analfabetismo é elevado, sobretudo entre os maiores de 40 anos.

A população conserva hábitos e costumes próprios da população rural brasileira

e amazônica.

1.3 UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

A Unidade de Saúde da Equipe da Marambaia, foi inaugurada há cerca de 13

anos. Está situada na rua principal do bairro que faz a ligação com o centro da cidade.

A estrutura é adaptada obedecendo às normas da ANVISA, tem recepção, sala de

curativo 1 banheiro, 1 DML (depósito de material de limpeza) e almoxarifado.

É de fácil acesso para a maioria da população.

O horário de funcionamento é de 7:30 às 11:30 e de 13:30 às 17:30 horas. Conta

com 11 ACS, 1 médico, 1 enfermeira, 2 técnicas de enfermagem.

As consultas geralmente são 32 por dia para o médico, divididas entre livre

demanda e pré-agendamentos, todos passando por uma triagem prévia.

Com um total de 786 famílias: a micro área1 tem 135 famílias, a micro área 2 tem

128, a micro área 3 tem 130, a micro área 4 tem 151, a micro área 5 tem 140 famílias e

a 6 tem 102.

1.4 PROBLEMAS DE SAÚDE PREVALENTES

Após a análise da situação de saúde da população da cidade de Curralinho

pertencente à ESF Marambaia, foi possível identificar os principais problemas que

afetam os usuários. As fontes onde se coletaram as informações foram dados buscados

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no sitio do Ministério da Saúde, na secretaria de saúde da Prefeitura Municipal de

Curralinho, registros da equipe e da observação ativa do território em destaque.

As principais causas de morte no território da equipe a Hipertensão Arterial,

Diabetes, Álcool, este último constituem um fator de risco das doenças crônica não

transmissível, Doenças Cérebro Vasculares, doenças Isquêmicas do coração e

Neoplasias.

Objetivando fazer um diagnóstico situacional da área onde a Unidade de

Estratégia Saúde da Família atua, foi necessário realizar observações a fim de analisar

os principais problemas de saúde que acometem a população de abrangência. Assim,

foi possível identificar que, entre os problemas mais comuns detectados na população

atendida, destacam-se as não transmissíveis Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial, e

as transmissíveis, como as doenças respiratórias agudas (principalmente a

Tuberculose), a Hanseníase, as parasitoses e as helmintíases.

Após o diagnóstico situacional, e já definidas as prioridades da E.S.F, ficou

decidido que os casos de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) são prioritários em

nossa área de abrangência.

1.5 PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS

A classificação das prioridades foram elencadas de acordo com o quadro 1:

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Quadro 1. Classificação de prioridade para os problemas identificados no diagnóstico da comunidade adscrita à Unidade Básica de Saúde ESF da Marambaia, Município de Curralinho, Estado do Pará.

Problemas Importância Urgência Capacidade de Enfrentamento

Priorização

Hipertensão Arterial

Alta 7 Parcial 1

Diabetes Mellitus

Alta 5 Parcial 2

Doenças respiratórias agudas

Alta 6 Parcial 3

Hanseníase Alta 6 Parcial 4

Parasitoses Alta 3 Parcial 5

Helmintíases Alta 3 Parcial 6

A partir da priorização, a ESF selecionou como mais urgente o problema de

pacientes hipertensos com difícil controle da pressão arterial, por sua relevância e por

apresentar uma boa capacidade de enfrentamento por parte da equipe de saúde.

1.6 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Após a realização de diagnóstico situacional feito na unidade ESF da

Marambaia, foram identificados os principais problemas que ocorrem em nossa área de

abrangência. A partir da definição, pela nossa equipe, dos casos de Hipertensão

Arterial Sistêmica (HAS) como problema prioritário, foram elencados os seguintes “nós

críticos” em que é possível intervenção e que poderão impactar na situação apontada:

● Processo de trabalho da equipe de saúde;

● Estrutura dos serviços de saúde;

● Hábitos e estilo de vida da população;

● Nível de informação sobre a doença.

A importância deste projeto de intervenção é melhorar a qualidade da assistência

que é prestada pela equipe do ESF da Marambaia, em sua na sede, aos pacientes

portadores de hipertensão arterial cadastrados na área de abrangência.

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2 JUSTIFICATIVA

A HAS é uma doença crônico-degenerativa, cujo controle tem se tornado um

desafio para os profissionais de saúde, visto que seu tratamento exige participação

ativa do hipertenso, no sentido de modificar alguns hábitos de vida prejudiciais e

assimilar outros que o beneficiem.

Na área de abrangência da ESF Marambaia, há 511 hipertensos cadastrados,

porém, nenhuma atividade preventiva está sendo realizada, principalmente, porque o

processo de trabalho da equipe está sobrecarregado.

Neste contexto, as ações da equipe acabam ficando centradas somente na cura

dos pacientes.

Para que se possa organizar e melhorar a assistência aos portadores de

hipertensão arterial, torna-se necessário executar um projeto de intervenção que realize

o controle dos pacientes com hipertensão arterial sistêmica da unidade.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar um plano de intervenção visando à melhoria da qualidade da

assistência que é prestada pela equipe aos pacientes portadores de hipertensão arterial

sistêmica HAS, na Estratégia de Saúde da Família da Marambaia, do município de

Curralinho.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Executar atividades para diminuir os riscos da hipertensão arterial na ESF da

Marambaia;

● Analisar a estrutura do serviço para o atendimento dos pacientes com

Hipertensão Arterial;

● Identificar as mudanças de hábitos, estilos, e modos de vida não saudáveis

dos pacientes hipertensos; e

● Elevar o nível de informação da população sobre os riscos da Hipertensão

Arterial.

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4 METODOLOGIA

4.1 PÚBLICO ALVO

O projeto foi executado através de um plano de ação a ser realizado na unidade

ESF da Marambaia no município de Curralinho em que o público-alvo foram os usuários

hipertensos cadastrados na unidade.

4.2 ETAPA DIAGNÓSTICA

Para realizar este trabalho, primeiramente realizou-se o diagnóstico situacional

utilizando o método da Estimativa Rápida.

Os dados para análise foram retirados das fontes secundárias, entrevista das

pessoas que vivem no território e a observação ativa, utilizando o método de

Planejamento Estratégico Situacional (PES), para evidenciar os principais problemas de

saúde que afeta os usuários adscritos na ESF Marambaia, Curralinho. Pará.

Para esta investigação foram consideradas as consultas médicas, visitas

domiciliares, especialmente considerando o trabalho dos (ACS) o que contribuiu para

que a equipe confirmasse o nível de informação das pessoas com estas doenças sobre

a prevenção das complicações da hipertensão arterial, causas e consequências da

hipertensão arterial, diálogo com familiares sobre o tema e abordagem do tema na

comunidade.

4.3 ETAPA DE DESENHO DA OPERAÇÃO

Através do planejamento das ações de educação e assistência à saúde dos

pacientes hipertensos da área de abrangência, e com a finalidade de melhorar a

qualidade de vida desta população de estudo, serão realizadas diferentes práticas

metodológicas aqui apresentadas:

Atendimento aos hipertensos em consultas médicas individualizadas.

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Visitas domiciliares aos pacientes hipertensos.

Criação de grupos de hipertensos

Realização de atividades de educação para a saúde tais como palestras

informativas e rodas de conversas que abordam todo o contexto relacionado

com a Hipertensão Arterial, como, por exemplo: os fatores de riscos,

complicações, etc.

O plano de ação foi executado de acordo com cada “nó critico” identificado no

diagnóstico situacional feito pela equipe de saúde e será definido conforme disposto no

Quadro abaixo:

Quadro 2. Nós críticos e Operações para os problemas identificados no diagnóstico da comunidade adscrita à Unidade Básica de Saúde ESF da Marambaia, Município de Curralinho, Estado do Pará.

“Nó critico” Operação Responsável Tempo

Processo de trabalho da equipe de saúde

Reorganizar o atendimento na Unidade

Todos os integrantes da equipe de saúde

Curto prazo

Estrutura dos serviços de saúde

Melhorar a estrutura do serviço para o atendimento dos pacientes com Hipertensão Arterial

Secretaria de Saúde

Médio prazo

Hábitos e estilo de vida

Modificar hábitos, estilos, e modos de vida não saudáveis

Todos os integrantes da equipe de saúde

Longo prazo

Nível de informação

Usar diferentes meios para elevar o nível de informação da população sobre os riscos da Hipertensão Arterial

Todos os integrantes da equipe de saúde.

Médio prazo

Para que o plano de ação aconteça, foi necessário que na realização das

atividades de promoção da saúde e prevenção das doenças, os profissionais da ESF

tivessem conhecimentos e habilidades práticas do processo de saúde-doença.

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18

Só assim foi possível planejar e executar as estratégias voltadas para a saúde da

população com uma assistência adequada e íntegra aos já cadastrados da ESF da

Marambaia.

Vale destacar que as estratégias de motivação são de vital importância para o

cuidado da saúde, assim como a manutenção do vínculo da equipe de saúde com os

pacientes.

4.4 ETAPA DE INTERVENÇÃO

Nesta etapa se executou o projeto de intervenção educativa sobre os temas

selecionados, segundo as necessidades encontradas após aplicação da pesquisa, com

a realização de palestras e atividades em grupo semanais, durante 6 semanas.

4.5 ETAPA DE AVALIAÇÃO

Nesta etapa foi aplicada novamente a pesquisa, após de a conclusão do

programa educativo.

Assim foram determinados os conhecimentos adquiridos pelos pacientes durante

a aplicação do projeto de intervenção educativa.

4.6 CRONOGRAMA

2018

Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Pesquisa do

tema X X X X X X X X X X X

Pesquisa

bibliográfica X X X X X X X X X X X

Diagnóstico

situacional X

Execução do

plano de ação X X X X

Análise da

execução do X

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19

2018

Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

plano

Elaboração do

Trabalho X X X X X X X X X X X

Apresentação do

Trabalho

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20

5 REVISÃO DA LITERATURA

As doenças crônicas não transmissíveis e seus fatores de risco constituem um

dos principais problemas de saúde pública. A dificuldade na prevenção, controle e o

bom uso dos recursos terapêuticos para diminuir a morbidade e a mortalidade

associadas a estas doenças, a dificuldade devido às sequelas, o custo social da

reabilitação e os cuidados necessário com os pacientes que possuem essas doenças

são de grande importância na elaboração de projetos baseados no uso de recursos

terapêuticos. 1

Segundo a Sociedade Internacional de hipertensão 7,6 milhões de pessoas

foram à óbitos em 2014 por hipertensão, isso mostra a ocorrência de mais de 20 mil

óbitos por dia. Essa porcentagem é infelizmente impactante e muito preocupante,

demandando atenção da Organização Mundial de Saúde para os crescentes desafios

que constituem as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) da seguinte década e

ainda exige uma resposta efetivada com sucesso. 2

A hipertensão arterial é uma das doenças de maior prevalência na população. No

Brasil a sociedade brasileira de hipertensão (SBH) estima que existem 17 milhões de

hipertensos. Entre as pessoas com mais de 60 anos, mais de 60% têm hipertensão. No

mundo são 600 milhões de hipertensos abordado pela Organização Mundial de Saúde

(OMS). A hipertensão arterial é uma doença cada vez mais frequente entre nós,

atingindo mais de um terço da população adulta e cujo risco de aparecimento aumenta

com a idade. Embora o problema ocorra predominantemente na fase adulta, o número

de crianças e adolescentes hipertensos vêm aumentando a cada dia. A Sociedade

Brasileira de Hipertensão estima que 5% da população menor ou igual a 18 anos

tenham hipertensão, sendo 3,5 milhões de criança e adolescentes brasileiros. Essa

doença em geral tem um caráter genético, mas seu desenvolvimento é fortemente

influenciado pelo estresse da vida cotidiana, hábitos alimentares e estilo de vida.1-2

De acordo com o Plano Nacional de Saúde (PNS) 2013, os especialistas afirmam

que os resultados obtidos são preocupantes e relatam que correspondem a um

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conjunto de fatores que são comuns entre os brasileiros: o sedentarismo. “São

inúmeras as justificativas para não realizar atividade física”, há um “risco iminente para

a saúde pública, uma vez que a falta de atividade agrava o cenário das doenças

crônicas e cardiovasculares no país. Essa realidade é alarmante”. As doenças crônicas

associadas ao excesso de peso, a alimentação irregular e ao sedentarismo respondem

por mais de 70% das causas de mortes no Brasil, o sedentarismo participa de 13,2%

das causas de óbito segundo uma pesquisa publicada pela revista médica Lancet. No

país a inatividade é a causa de 8,2% dos casos de doenças cardíacas, 10,1% dos

casos de diabetes tipo 2, 13,4% dos casos de câncer de cólon. O número é um dos

maiores da América Latina, onde 11,4% das mortes são causadas pelo sedentarismo. 3

Os estudos demonstram que um inadequado estilo de vida facilita o

aparecimento e aumento das complicações de algumas doenças como a hipertensão

arterial, aterosclerose, a diabetes e a obesidade, se associam complicações

ascendentes no coração, no cérebro, no rins, vasos sanguíneos e olhos. Porém, é

importante enfatizar que a correção destes hábitos deveria ser para uma vida, sendo

repassadas estas práticas para os membros da sua família. Devido ao padrão de

comportamento das doenças cardiovasculares e seus fatores de risco (hipertensão

arterial e sedentarismo), é necessário que os órgãos governamentais avaliem as metas

dos programas executados com a finalidade de promover ações em saúde pública, da

família e da comunidade, implementando sistemas de vigilância e respondendo

eficazmente a esses desafios. A avaliação é um instrumento útil nas análises de

resultados e estabelece metas, comparando benefícios com despesas e guiando os

objetivos iniciais de alguns sistemas.4

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) constitui importante fator de risco para

complicações cardíacas e cerebrovasculares, sendo considerado um problema de

saúde pública em âmbito mundial. Em 2014, a prevalência da HAS na população

mundial era de 25% e a estimativa para o ano de 2025 é de 29%. Estudos realizados

no Brasil revelaram que a prevalência da hipertensão variou entre 22,3 e 43,9%, com

média de 32,5%. Em praticamente todas as nações, a prevenção e o controle da HAS

trazem implicações importantes e a utilização de novas estratégias e abordagens que

identifiquem com mais precisão os indivíduos em situação de risco, oferecem benefícios

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tanto para o indivíduo com hipertensão como para a sociedade. Contudo, por ser uma

doença crônica, o controle da HAS requer acompanhamento e tratamento por toda a

vida, envolvendo as medidas farmacológicas e não farmacológicas (4).

A avaliação serve para: Melhorar o desenvolvimento e o uso de recursos, ajudar

no planejamento geral e facilitar o melhor uso nos serviços médicos e sanitários. Foi

desenvolvida em muitos países a avaliação em saúde que é um componente essencial

para o ápice dos serviços da saúde. É um processo interdisciplinar e sistemático cujo

objetivo é facilitar a tomada de decisões e os processos de mudanças nos serviços e

sistemas, com o propósito de elevar o estado de saúde da população e garantir

qualidade em todas as esferas. Tendo como objetivo principal alcançar eficiência e ao

mesmo tempo a qualidade, igualdade e sustentabilidade nos serviços de saúde.

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6 PLANO DE INTERVENÇÃO

6.1 SELEÇÃO DOS NÓS CRÍTICOS

Entre os problemas enfrentados pelos pacientes e identificados no

diagnóstico situacional estão, de acordo com a ordem de prioridade: 1 – Alto número de

Hipertensos cadastrados: a hipertensão arterial sistêmica tem sido uma doença de

grande ocorrência na área de abrangência; 2 – Número elevado de pacientes

diabéticos: o diabetes Mellitus tem alta ocorrência nos usuários, na área de

abrangência do PACS; 3 –Dificuldade de referência e contra referência: grande demora

nos retornos dos encaminhamentos; 4 – Obesidade: a obesidade é frequente entre os

usuários e, em muitos casos, está associada à outras patologias; 5– Desorganização

do trabalho: perda constante de informações e fichas de pacientes.

Quadro 2 - Priorização de Problemas

Principais problemas Importância Urgência Capacidade de enfrentamento

Seleção

Número elevado de hipertensos cadastrados

Alta 9 Parcial 01

Dificuldades de referência e contrarreferência

Alta 8 Parcial 02

Obesidade Alta 7 Parcial 03

Desorganização do trabalho

Alta 7 Parcial 04

6.2 DESENHO DAS OPERAÇÕES Quadro 3 - Desenho de operações para os “nós” críticos do alto índice de complicações em pacientes com hipertensão arterial descontrolada na ESF Marambaia, Curralinho. Pará.

Nó Crítico Operação/Projeto Resultados esperados

Número elevado de hipertensos cadastrados

CUIDAR MELHOR Melhorar a estrutura do serviço para o atendimento dos pacientes

Pacientes hipertensos controlados

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Nó Crítico Operação/Projeto Resultados esperados

hipertensos, garantir seu acompanhamento em rede e a integralidade, equidade e universalidade dos tratamentos oferecidos pelo SUS

Dificuldades de referência e contrarreferência

LINHA DE CUIDADOS Implantar a linha de cuidados para HTA incluindo os mecanismos de referência e contrarreferência Revisar o tratamento dos pacientes hipertensos e seguimentos os mesmos.

Cobertura dos 100% dos pacientes hipertensos Diminuição da incidência de hipertensos no município e manter controle dos diagnosticados População mais informada sobre os riscos de HTA

Obesidade SABER MAIS Aumentar o nível de informação da população sobre os riscos de HTA

Atenção multidisciplinar e multisectorial

Desorganização do trabalho

ORGANIZE-SE Reorganizar o processo de trabalho

Prontuário e agendamento adequado

6.3 IDENTIFICAÇÃO DOS RECURSOS NECESSÁRIOS Quadro 4. Recursos críticos para o desenvolvimento das operações definidas para o enfrentamento dos “nos críticos” do problema do alto índice de complicações em pacientes com hipertensão arterial descontrolada na ESF Marambaia, Curralinho. Pará.

Operação/Projeto Recursos Necessários

CUIDAR MELHOR

Político (conseguir o espaço na radio local, aprovação do projeto) Financeiro (para recursos audiovisuais, folhetos educativos, etc.)

LINHA DE CUIDADOS Político (conseguir o local e articulação intersetorial) Financeiro (para recursos audiovisuais folhetos e panfletos)

SABER MAIS

Político (decisão de recursos para estruturar o serviço) Financeiro (Compra de medicamentos, aumento da oferta das consultas) Organizacional (criação de fluxograma municipal para esta demanda)

ORGANIZE-SE

Político (articulação entre os setores de saúde e adesão dos profissionais) Organizacional (adequação do fluxo de referência e contrarreferência)

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6.4 ANÁLISE DA VIABILIDADE DO PLANO

Quadro 5: Análise de viabilidade do plano para reduzir o alto índice de complicações em pacientes com hipertensão arterial descontrolada na ESF Marambaia, Curralinho. Pará.

Operações/ Projetos

Recursos críticos

Controle dos recursos críticos

Ação estraté-

gica Ator que controla

Motivação

CUIDAR MELHOR

Político: conseguir o espaço na rádio local. Financeiro: para aquisição de recursos audiovisuais, folhetos educativos, vídeos e depoimentos reais, etc.

Setor de Comunicação social. Secretária municipal de saúde.

Favorável Favorável

Não é necessária Apresentar o projeto de intervenção

LINHA DE CUIDADOS

Político: articulação intersetorial. Financeiro: para aquisição de materiais didáticos, informativos, audiovisuais, etc.

Secretaria municipal de educação. Secretaria municipal de saúde.

Indiferente Favorável

Apresentar programa de atividades educativas.

SABER MAIS

Político (decisão de recursos para estruturar o serviço) Financeiro (Compra de medicamentos, aumento da oferta das consultas) Organizacional (criação de fluxograma municipal para esta demanda)

Perfeito Municipal Secretário de saúde Secretário de saúde

Indiferente Favorável Favorável

Apresentar projeto de estruturação dos serviços

ORGANIZE-SE

Político (articulação entre os setores assistenciais da saúde) Organizacional (adequação do fluxo de referência e contrarreferência)

Secretário de saúde Secretário de saúde

Favorável Favorável

Reorganizar o processo de trabalho para melhorar a

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Operações/ Projetos

Recursos críticos

Controle dos recursos críticos

Ação estraté-

gica Ator que controla

Motivação

efetividade

6.5 ETAPA DE INTERVENÇÃO

Quadro 6: Plano operativo para reduzir o alto índice de complicações em pacientes

com hipertensão arterial descontrolada na ESF Marambaia, Curralinho. Pará.

Operações Resultados Produtos Ações estratégicas

Prazo

CUIDAR MELHOR

População com melhor qualidade de vida

Pacientes hipertensos controlados e sim presença de complicações

Campanha educativa na rádio local

Projeto Amigos do Coração Implantado.

Caminhadas de grupos de hipertensos

Recursos humanos capacitado

Início em três meses termino 12 meses

Apresentar o projeto em dois meses, implantado em três meses

Início das atividades em três meses

Início em dois meses termino em três meses

LINHA DE CUIDADOS

Diminuição da incidência de complicações em pacientes hipertensos no município e manter controle dos diagnosticados

Recursos humanos capacitados

Avaliação do nível de informação da população sobre os riscos

Apresentar um projeto de apoio das instituições

Início em dois meses termino em três meses

Início em quatro meses termino em seis meses

Início em três

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Operações Resultados Produtos Ações estratégicas

Prazo

População mais informada sobre os riscos de HTA

de HTA

Campanha educativa na rádio local

meses termino 12 meses

Apresentar o projeto em dois meses

SABER MAIS

Atenção multidisciplinar e multisectorial

Eficiência no acompanhamento

Garantia de medicamentos e encaminhamento para atenção secundaria

Recursos humanos capacitados

Agendamento de consulta segundo necessidade do paciente

Contratação de compra de medicamentos e consultas especializadas

Apresentar projeto de estruturação dos serviços

Início em dois meses termino em três meses

Início em três meses termino 12 meses

Quatro meses para contratação e compra.

Apresentar o projeto em três meses

ORGANIZE-SE

Cobertura do 100% dos pacientes hipertensos

Linha de cuidados para HTA implantada

Recursos humanos capacitados

Início em três meses e termino em 12 meses

Início em dois meses termino em três meses

6.6 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Em uma população podemos medir o impacto da hipertensão arterial

descontrolada através da aparição das complicações como acidente vascular cerebral,

isquemias cardíacas, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e isquemia vascular

periférica, em nosso município entre as causas de mortalidade em maiores de 20 anos

em o ano 2016 23,38 % forem por afecções cardiovasculares.

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Influem muitos fatores para que uma pessoa hipertensa esteja descontrolada não

somente da não-adesão ao tratamento, também inadequação da droga, quantidade de

drogas e número de doses diárias da medicação prescrita, resistência ao tratamento,

efeitos adversos, indisponibilidade de medicação na rede básica de saúde, dificuldade

do acesso ao sistema de saúde, hábitos e estilos de vida inadequados e ineficiência na

divulgação sobre: prevenção, fatores de riscos, complicações e consequências da

hipertensão Arterial (HTA).

O controle da hipertensão arterial inclui o irrestrito acesso à atenção básica de

saúde e o atendimento de boa qualidade cumprindo com os programas de saúde com

participação ativa do paciente, da família e dos profissionais da saúde o que possibilita

a melhoria da qualidade de vida sem deterioro das suas condições e uma redução dos

custos monetários para o indivíduo, família, sociedade e o sistema de saúde.

6.7 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Quadro 7: Planilha de acompanhamento das operações propostas para reduzir alto

índice de complicações em pacientes com hipertensão arterial descontrolada na ESF

Marambaia, Curralinho. Pará.

Operação Cuidar Melhor Coordenação: Médico da ESF /Avaliação após dois meses do início do projeto.

Produtos Responsável Prazo Situação atual

Justificativa

Aumentar o nível de informação da população sobre complicações e dificuldades e risco da hipertensão artérias através da reorganização das atividades de promoção, prevenção.

Médico 3 meses Programa a ser implementado

Adequar agenda dos profissionais

Operação: Linha de Cuidados Coordenação: Médico - Avaliação após dois meses do início do projeto.

Produtos Responsável Prazo Situação atual

Justificativa

Contratação de compra de pactuação de consultas especializadas

Núcleo de Apoio à Saúde da Família

2 meses

Programa a ser implementado.

Mês de férias

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(NASF)

Operação: Saber Mais Coordenação: Médico e Enfermeiro - Avaliação após dois meses do início do projeto.

Produtos Responsável Prazo Situação atual

Justificativa

Palestras educativas e atividades teóricas práticas com os agentes de saúdes e lideres formais da comunidade sobre a temática

Enfermeiro 3 meses Programa a ser implementado.

Adequar agenda e agendar as reuniões

Operação Organize-se Coordenação: Enfermeiro - Avaliação após cinco meses do início do projeto.

Produtos Responsável Prazo Situação atual

Justificativa

Agendamento de consulta segundo necessidade do paciente

Médico e enfermeiro

2 meses Projeto a ser proposto para o gestor

Aguardando a audiência com o gestor

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica de grande

prevalência na atualidade. É considerada fator de risco para doenças

cardiovasculares, renovasculares e arteriais periféricas. O estudo também apontou

como causa de óbitos por acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio.

Os maiores fatores de risco para a HAS estão relacionados ao estilo de vida, hábitos

inadequados de alimentação, sedentarismo e associação de outras doenças. O

estudo sobre o tema torna-se importante para criar estratégias de ações que visem

enfrentamento da doença, minimização dos agravos e melhor qualidade de vida do

paciente. Como abordado no estudo, a atenção básica tem papel fundamental na

assistência ao hipertenso. Por isso torna-se relevante pensar as ações dos

profissionais da saúde, inovando através de técnicas de grupos operativos e

abordagem individual ao usuário.

Este Plano de Intervenção visa oferecer uma melhoria na qualidade de

vida dos pacientes que participam do projeto, monitorando a pressão arterial,

avaliando fatores de risco, como obesidade, sedentarismo, tabagismo, estresse e

álcool, aumentando o nível de das informações da população sobre a doença,

conseguindo com isso uma mudança no estilo de vida dos pacientes e seus

familiares, através de um planejamento adequado dos serviços e consultas, com a

participação ativa da equipe de saúde.

Foi observado que uma das principais causas de não adesão ao

tratamento é a falta de compreensão ou desconhecimento das possíveis

complicações da doença, devido ao baixo nível cultural dos pacientes, além da

pouca informação sobre a própria doença. É nesse ponto que a equipe de saúde

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desempenha um papel importante, ao procurar esclarecer, repassar conhecimento

ao longo do projeto de intervenção. Sem dúvida que isso contribuiu para a

conscientização dos pacientes sobre a gravidade da doença, e de conscientizá-los

sobre a importância de tomar medidas para um melhor controle e prevenção das

complicações da Hipertensão Arterial.

Mais do 55 % dos usuários, após as intervenções, mudaram seu estilo

de vida, melhoraram sua alimentação e mais de 50 % continuam realizando

exercícios físicos e caminhadas.

Os resultados alcançados neste estudo deverão ser mantidos por meio

de um trabalho diário de intervenção a fim de conscientizar os pacientes e a

comunidade em geral para a necessidade de prevenção e controle dos fatores de

risco modificáveis para controlar essa doença que hoje, com suas complicações, tira

tantas vidas no Brasil e no mundo. O objetivo central que norteia o trabalho da

nossa equipe é a de conseguir melhorar a qualidade de vida dos hipertensos e da

população em geral.

Desta maneira, damos por concluído nosso trabalho de intervenção

tendo sido atingidos os objetivos traçados.

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