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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ GUSTAVO MOURA FERREIRA DA SILVA FRANKLIN LOPES KLOCK APLICAÇÃO DO POWER FLOW TRACING, ATRAVÉS DO MATLAB, PARA DETERMINAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO INDIVIDUAL DE COMPONENTES DO SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA CURITIBA 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ GUSTAVO MOURA … · Art. 40 Os volumes de energia e demanda de potência devem considerar a ... contribuições individuais das componentes em um

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

GUSTAVO MOURA FERREIRA DA SILVA

FRANKLIN LOPES KLOCK

APLICAÇÃO DO POWER FLOW TRACING, ATRAVÉS DO MATLAB, PARA DETERMINAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO INDIVIDUAL DE COMPONENTES DO

SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

CURITIBA

2010

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GUSTAVO MOURA FERREIRA DA SILVA

FRANKLIN LOPES KLOCK

APLICAÇÃO DO POWER FLOW TRACING, ATRAVÉS DO MATLAB, PARA

DETERMINAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO INDIVIDUAL DE COMPONENTES DO

SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

Monografia apresentada à disciplina Projeto de Conclusão de Curso como requisito parcial à conclusão do Curso de Graduação de Engenharia Elétrica , Setor de Tecnologia, Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Rasi Aoki.

CURITIBA

2010

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RESUMO

Com a abertura do mercado de energia elétrica no Brasil e no mundo a comercialização de energia entre diferentes empresas tornou-se possível. Com isso alguns problemas começaram a surgir como a questão da alocação de perdas em um sistema elétrico e a definição justa de preços da energia. Portanto, nos últimos anos, o Power Flow Tracing vem recebendo mais atenção, uma vez que se trata de um método matemático utilizado geralmente para realizar o cálculo das contribuições individuais das componentes do sistema elétrico de potência. Este trabalho propõe implementar um método publicado na IEEE em 2009, que sugere uma nova técnica a qual utiliza os caminhos diretos entre as barras do sistema por meio da multiplicação da matriz incidência, destarte, não é necessária inversão de matrizes. O objetivo inicial do presente trabalho é calcular o Power Flow Tracing para o sistema proposto no artigo de referência. Uma vez funcionando, aplicá-lo a um sistema-teste baseado no sistema elétrico da região Sul do Brasil. Palavras-chave: Power Flow Tracing. Sistema Elétrico de Potência. Fator de Distribuição. Matriz de Incidência.

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ABSTRACT

The Power industry open access in Brazil and the rest of the world, the electricity commercialization between corporations became possible. After that some issues needed to be resolved. Like the losses cost allocation in a power system and the fair electricity price definition. In this contest the Power Flow Tracing has been received more attention, on time it is a mathematic method used to calculate the individual contributions of the components of the power system. This paper proposes the implementation of a IEEE 2009 published method that suggests a novel technique to do the Power Flow Tracing using the direct paths from buses to buses at a power system, by the multiplication of the Incidence Matrix, so that no matrix inversion is necessary. The main objective of this presented paper is to calculate the Power Flow Tracing to the proposed system of the IEEE article, once it is working, apply it in test power system based on the South Brazilian power system. Key Words: Power Flow Tracing. Power Systems. Distribution Factor. Incidence Matrix.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE (PSP) ................................. 13

FIGURA 2 – EXEMPLO DE SISTEMA ELÉTRICO SIMPLES COM OS

FLUXOS DE POTÊNCIA CALCULADOS ............................................15

FIGURA 3 – SISTEMA ELÉTRICO COM FLUXOS MÉDIOS ...................................16

FIGURA 4 – EXEMPLO DE SISTEMA ELÉTRICO SIMPLES ..................................21

FIGURA 5 – UM CAMINHO DIRETO ENTRE UMA FONTE E UMA CARGA ..........24

FIGURA 6 – FLUXOGRAMA DO PROGRAMA DESENVOLVIDO ...........................30

FIGURA 7 – SISTEMA-TESTE DE 33 BARRAS – MALHA DA REGIÃO SUL .........33

FIGURA 8 – SISTEMA-TESTE DE 33 BARRAS COM A DIREÇÃO DOS FLUXOS 34

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - PARAMETROS DO SISTEMA DA FIGURA 4 .......................................21

TABELA 2 - CONTRIBUIÇÃO DA POTÊNCIA DOS GERADORES NAS CARGAS

DO SISTEMA MOSTRADO NA FIGURA 4 ..........................................32

TABELA 3 – RESULTADO DOS FLUXOS DE POTÊNCIA ATIVA DAS LINHAS ....35

TABELA 4 – CARGAS ESCOLHIDAS PARA TER SEUS FLUXOS

RESTREADOS .....................................................................................36

TABELA 5 – RESULTADOS OBTIDOS EM MW ......................................................37

TABELA 6 – RESULTADOS OBTIDOS EM PORCENTAGEM DA POTÊNCIA DAS

CARGAS .............................................................................................37

TABELA 7 - DADOS DE BARRA DO SISTEMA .......................................................40

TABELA 8 - DADOS DE LINHA DO SISTEMA .........................................................41

TABELA 9 - DADOS DOS TRANSFORMADORES ..................................................42

TABELA 10 - DADOS DAS CARGAS .......................................................................45

TABELA 11- DADOS DOS GERADORES ................................................................45

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LISTA DE SIGLAS

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica

DFO - Distribution Factor of an Outflow

LEF - Load Extraction Factor

LPN - Lossless Power Network

MI - Matriz Incidência

PFT - Power Flow Tracing

PSP - Proportional Sharing Principle

SEP - Sistema Elétrico de Potência

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9

1.1 CONTEXTO .......................................................................................................... 9

1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 11

- ANALISAR OS RESULTADOS. ........................................................................................ 11

1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11

1.4 ESTRUTURA DO DOCUMENTO ....................................................................... 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 13

2.1 FLUXO DE POTÊNCIA ....................................................................................... 13

2.2 PROPORTIONAL SHARING PRINCIPLE (PSP) ................................................ 13

2.3 LOSSLESS POWER NETWORK (LPN) .............................................................. 14

2.4 O POWER FLOW TRACING ............................................................................... 14

2.4.1 O método de Bialek (1996) .............................................................................. 15

2.4.1.1 Algoritmo Upstream-looking ......................................................................... 16

2.4.1.2 Algoritmo Downstream-looking ..................................................................... 18

2.4.2 Outros métodos ............................................................................................... 19

2.4.3 O método de Kaigui, Chunya e Yeren (2009) ................................................... 20

2.4.3.1 Encontrando os caminhos possíveis entre barras de um sistema ................ 20

2.4.3.2 Fator de distribuição (DFO) .......................................................................... 23

2.4.3.3 Contribuição de um inflow para um outflow .................................................. 23

2.4.3.4 Contribuição de uma fonte para uma carga ................................................. 23

2.4.3.5 Outras aplicações ......................................................................................... 25

2.4.3. Considerações finais ...................................................................................... 25

2.6 METODOLOGIA UTILIZADA PARA ENCONTRAR OS CAMINHOS .................. 25

3 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA .............................................................. 29

3.1 CÁLCULO DO FLUXO DE POTÊNCIA ................................................................ 29

3.2 A REALIZAÇÃO DO POWER FLOW TRACING.................................................. 29

3.2.1 Encontrando todos os caminhos ..................................................................... 31

3.2.2 Cálculo das contribuições de potência dos geradores no suprimento das

cargas ....................................................................................................................... 31

3.2.3 Aplicações finais .............................................................................................. 32

4 ESTUDO DE CASO – SISTEMA DE 33 BARRAS ............................................... 33

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4.1 APRESENTAÇÃO DO SISTEMA ........................................................................ 33

4.2 CÁLCULO DOS VALORES DE FLUXO DE POTÊNCIA DA LINHAS .................. 34

4.3 RESULTADOS OBTIDOS – CONTRIBUIÇÃO DE POTÊNCIA DOS GERADORES

NO SUPRIMENTO DAS CARGAS ............................................................................ 36

4.4 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................. 37

5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ............................. 39

ANEXO I – DADOS DO SISTEMA-TESTE DE 33 BARRAS.................................... 40

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO

No início dos anos 80, basicamente todo Sistema Elétrico de Potência (SEP)

brasileiro era estruturado como um oligopólio composto de empresas estatais, as

quais se comportavam como um monopólio. Toda a produção e distribuição de

energia elétrica eram verticalizadas, ou seja, a mesma empresa gerava, transmitia e

vendia a energia elétrica diretamente ao consumidor em uma determinada região do

país, sem a presença de uma segunda empresa no processo. Porém, os

investimentos no setor exigiam uma expansão e o governo e suas empresas não

tinham condições de captar recursos para tal. Para resolver este entrave o governo

federal, na década de 1990, implantou um novo modelo, juntamente com um

programa de privatizações, com o objetivo de atrair investimentos privados para o

setor elétrico.

A privatização do setor elétrico brasileiro na década de 90 também foi um

acontecimento importante, pois este deixou de ser estruturado como um monopólio

e permitiu a concorrência entre as empresas, seja na geração ou na distribuição e

transmissão de energia. O livre acesso das empresas à comercialização de energia

fez necessário um esquema de regulamentação do comércio desta e de seus

preços.

Para que uma comercialização bem feita de energia seja feita, é necessário

que se saiba para onde vai a energia gerada e a alocação das perdas entre as

concessionárias de transmissão e geração de energia. Desta forma se pode

desenvolver um esquema de preços e custos para as concessionárias. Visando

solucionar o problema da alocação de perdas, a Agência Nacional de Energia

Elétrica (ANEEL) publicou esta resolução:

Art. 40 Os volumes de energia e demanda de potência devem considerar a alocação das perdas do sistema de transmissão, na base de 50% (cinqüenta por cento) para o conjunto dos concessionários e autorizados de geração e 50% (cinqüenta por cento) para o conjunto dos concessionários distribuidores. Para os primeiros, o rateio de tais perdas dar-se-á proporcionalmente à energia e potência assegurada de suas usinas e,

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quanto aos segundos, proporcionalmente aos seus requisitos de energia e demanda de potência. (ANEEL1, 2008, p.1).

Porém, é de fácil visualização que esta determinação proporcional das

perdas pode não ser justa, pois estas dependem de diversos fatores, tais como

distância geoelétrica, entre outros, não ocorrendo na mesma proporção para

geração e transmissão de energia. Não obstante, os métodos topológicos de

alocação e distribuição das perdas possuem sua desvantagem, visto que dependem

da barra de folga.

A fim de se fazer uma alocação correta das perdas de um sistema e definir

uma coerente tarifação do transporte de energia, surge a necessidade de “rastrear”

o fluxo da energia elétrica e assim saber a contribuição de um determinado gerador

no carregamento de uma carga, ou seja, qual porcentagem da energia consumida

por esta carga é proveniente de um gerador específico. Entretanto, esta alocação de

energia, por se tratar de um problema não linear, não é facilmente separável.

Com isso o método do Power Flow Tracing (Rastreamento do Fluxo de

Potência), idealizado na metade da década de 90, vem recebendo mais atenção nos

últimos anos. Técnica esta que foi desenvolvida com a finalidade de alocar o fluxo

da energia entre os usuários da rede, cujos resultados têm sido alvo de pesquisas

devido sua utilidade em desenvolver cálculos eficientes de alocação de perdas,

custos de transmissão e também por sua eficaz aplicação na comercialização de

energia.

Existe uma série de metodologias para realizar o Power Flow Tracing (PFT),

cujo objetivo é: rastrear o fluxo da energia elétrica em um sistema e assim estimar

qual é a parcela da contribuição de cada gerador em cada carga e no carregamento

das linhas. Se for levado em consideração que a estrutura do sistema de

transmissão de energia é composta de um grande número de caminhos por onde o

fluxo de potência pode fluir até chegar à carga, esta não é uma tarefa das mais

simples. Pois é um método de natureza topológica, não-linear, e possui algumas

arbitrariedades.

1 ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Resolução n. 244, de 30 de julho de 1998. Disponível em: < http://www.aneel.gov.br/biblioteca>. Acesso em: 05/10/2010.

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O método é dito topológico, pois é realizado baseando-se em assunções

ditas como verdade, que neste caso não podem ser provadas como tal e nem

refutadas. Neste trabalho, isto ocorre na distribuição da energia no sistema elétrico,

que será explicado adiante. Por tais assunções, é uma proposta muito discutida,

defendida por alguns e atacada por outros. A desvantagem do método é que este

pode ser baseado em uma não verdade, o que invalidaria os resultados obtidos.

Porém, a topologia assumida é bem aceita e gera bons resultados, se não

lançássemos mão dela não seria possível o desenvolvimento deste trabalho.

1.2 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho é encontrar o método mais adequado para

ser implementado por meio de um programa em MATLAB a fim de determinar as

contribuições individuais das componentes em um sistema elétrico.

Os objetivos específicos do trabalho são:

- Analisar os diversos métodos do Power Flow Tracing e identificar qual é o

melhor para ser implementado computacionalmente.

- Desenvolver um programa em MATLab que realize o Power Flow Tracing.

- Testar os resultados do programa em sistema teste que represente um

conjunto de barras do Sistema Elétrico teste brasileiro, calculando primeiramente o

fluxo de potência e em seguida o Power Flow Tracing.

- Analisar os resultados.

1.3 JUSTIFICATIVA

A necessidade de se encontrar um sistema eficiente e justo de alocação de

perdas num sistema elétrico justifica o desenvolvimento deste trabalho. Para que

isto seja alcançado é necessário a aplicação computacional do Power Flow Tracing

a fim de determinar as contribuições de cada uma das componentes do sistema.

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1.4 ESTRUTURA DO DOCUMENTO

Tendo como objetivo a pesquisa e implantação do método do Power Flow

Tracing, e sua importância para um sistema elétrico de potência moderno, este

trabalho é dividido em cinco capítulos para melhor entendimento e organização das

idéias.

No segundo capítulo, será apresentado um estudo sobre o Power Flow

Tracing e os diversos algoritmos existentes, iniciando pelos primeiros métodos até

chegar ao estado da arte.

O capítulo subseqüente consiste na dedução do método que será utilizado

para o desenvolvimento do trabalho, discriminando todo o desenvolvimento

matemático e a implementação do algoritmo no MATLAB.

Um estudo de caso é desenvolvido no quarto capítulo, aplicando o método

proposto em um exemplo do sistema elétrico de potência brasileiro e analisando os

resultados. Caso seja possível, comparar com outros resultados já obtidos em

estudos anteriores sobre o assunto. Por fim a última parte do trabalho consiste em

uma conclusão, encerrando o estudo proposto e respondendo às metas propostas

no início do documento.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 FLUXO DE POTÊNCIA

O fluxo de potência ou fluxo de carga em um SEP calcula a quantidade de

potência que é transportada em uma linha de transmissão, tendo relação direta com

a quantidade de energia transportada de uma barra a outra do sistema e com a

corrente que passa pela linha em questão.

Para o cálculo do fluxo de potência são usados programas computacionais

que podem utilizar modelos simples (lineares) ou mais completos (modelo AC).

2.2 PROPORTIONAL SHARING PRINCIPLE (PSP)

O princípio da proporcionalidade, traduzido do inglês: proportional sharing

principle, é a base para o desenvolvimento do power flow tracing. É um princípio

topológico, o qual assume que todo fluxo de uma linha é dependente somente da

diferença de tensão e de sua impedância. Afirma também que a quantidade de

potência saindo de um nó, para um ramo qualquer, é composta proporcionalmente,

pela potência injetada neste mesmo nó.

FIGURA 1 – PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

FONTE: Bialek (1996)

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Usando a FIGURA 1 como exemplo, o fluxo total do nó i é Pi = 40 + 60 = 100

MW dos quais 40% é abastecido pela linha j-i e 60% pela k-i. Então, segundo o

princípio da proporcionalidade, o fluxo de 70 MW da linha i-m consiste em 70 *

40/100 = 28 MW que provem da linha j-i e 70 * 60/100 = 42 MW vindos da linha k-i.

O mesmo pode se dizer do fluxo da linha i-l, que consiste em 12 MW providos pela

linha j-i e 18 MW procedente da linha k-i.

Portanto, o princípio da proporcionalidade basicamente assume que um nó ou

barra é um “misturador” perfeito dos fluxos de entrada, de modo que é impossível

saber a direção exata, nos fluxos de saída, de uma dada porção de potência

entrante. Logo, este princípio não pode ser empiricamente provado ou refutado. No

entanto, é bem aceito, pois considera o senso comum de que a eletricidade não

pode escolher qual carga irá abastecer. Sua comprovação é intuitiva.

2.3 LOSSLESS POWER NETWORK (LPN)

Para simplificar o problema, os sistemas elétricos analisados são lossless

power network (LPN), ou em português Redes de Potência sem Perdas, termo

citado em Wu, Ni e Wei (2000).

Num sistema LPN, a diferença entre fluxo i-j (que deixa a barra i em direção à

barra j) e o fluxo j-i (que deixa a barra j em direção à barra i) é nula. Portanto, as

perdas resultantes do cálculo de Fluxo AC devem ser movidas para outras barras,

ou eliminadas por algum artifício.

Os métodos analisados a seguir são aplicáveis em um sistema LPN.

2.4 O POWER FLOW TRACING

Como já mencionado, o Power Flow Tracing (PFT) é um método matemático

para encontrar a contribuição de determinada fonte no abastecimento de energia de

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cargas, barras ou ramos de um sistema. Para isso é preciso, primeiramente, calcular

todos os fluxos de potência de todo o sistema.

2.4.1 O método de Bialek (1996)

O primeiro método foi desenvolvido por J. Bialek e é explicado em seu artigo

publicado pela IEEE em 1996, intitulado “Tracing the flow of electricity”. Ele percebeu

que o princípio da proporcionalidade poderia ser utilizado com a finalidade de

identificar a contribuição das componentes em um sistema e assim rastrear o fluxo

da eletricidade, lançando os fundamentos do PFT.

FIGURA 2- EXEMPLO DE SISTEMA ELÉTRICO SIMPLES COM OS FLUXOS DE

POTÊNCIA CALCULADOS.

FONTE: Bialek (1996)

Os métodos de Bialek funcionam somente para sistemas sem perdas,

isto é, sistemas LPN. Portanto, algumas alterações nos fluxos das linhas fazem-se

necessárias. Em seu artigo, Bialek propõe três soluções: utilizar os valores médios

dos fluxos, utilizar os valores máximos e, finalmente, usar os valores mínimos.

Todas as soluções levam à obtenção de um sistema LPN, com resultados

finais parecidos, tornando a escolha indiferente. Por exemplo, na FIGURA 2, a linha

que conecta as barras 3 e 4 possui um fluxo de 83 MW saindo da barra 4 e 82 MW

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chegando à barra 3, exibindo uma perda de 1 MW. Utilizando a primeira solução, o

fluxo médio desta linha seria 82,5 MW. Aplicando esta solução a todo o sistema,

tem-se:

FIGURA 3 – SISTEMA ELÉTRICO COM FLUXOS MÉDIOS

FONTE: Bialek (1996)

O algoritmo de Bialek (1996), independente da solução aplicada, desdobra-se

em duas versões intituladas de downstream-looking, que analisa o balanço nodal

dos fluxos que saem das barras, e o upstream-looking, que seria o oposto,

analisando o balanço nodal dos fluxos que entram nas barras.

2.4.1.1 Algoritmo Upstream-looking

Com este algoritmo é possível descobrir de onde vêm as contribuições para

determinada carga. Ou seja, de quais geradores veio a potência consumida pela

carga investigada e em que proporção. Para isso são analisados os fluxos que

entram nas barras, ou inflows.

Assumindo uma barra i qualquer e considerando a soma de todos os fluxos

que entram, mais a geração, tem-se a injeção total de potência, representada por Pi

da seguinte forma:

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�� = � ������ + ��� �� (�)

���� � = 1, 2, … , � (1)

onde ��(�) é o conjunto de todas as barras ligadas à barra i e a variável ���� representa o somatório de todos os fluxos que à ela chegam.

O fluxo ���� pode ser relacionado com Pj, a injeção de potência na barra j, e ser

substituído por ���� = �����, onde ��� = ����/��, que é a proporção do ���� no fluxo

total da barra j. A equação (1) fica então:

�� − � ������ �� (�)

= ��. (2)

Em forma matricial é escrito como �� = �. Onde � é a matriz nxn de

distribuição upstream, P é o vetor de injeções de potência nodais, � é o vetor com

os valores das unidades de geração e n é o número de barras do sistema estudado.

Um elemento (i,j) da matriz � é dado por:

! �"�,� = #$%$& 1 ���� � = '

− ��� = − ������ ���� ' ( ��(�)

0 ���� *+ ,-.��+/

Esta matriz é esparsa e assimétrica, e invertendo-a (caso seja possível) tem-

se � = ��0�, sendo seu i-ésimo elemento é:

�� = �1 ��02�34

350�3 ���� � = 1, 2, … , �. (3)

Desta forma, tem-se a contribuição do k-ésimo gerador na i-ésima barra, o

qual é igual a 1 ��02�3�3.

Por sua vez, considera-se que �7� é a injeção total de potência na barra i,

composta pela demanda da carga presente em i, �8�, somada com todos os fluxos

que saem da barra i, os outflows. Definindo-se tais outflows como sendo ���9, fluxo

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que sai de i com direção a uma barra j qualquer e aplicando o princípio da

proporcionalidade da seguinte forma, tem-se:

|���9| = |���9|�7� �� = |���9|�7� �1 ��02�34

350�3 = � ;�9,3

4

350�3 (4)

onde ;�9,3 é o fator de distribuição que denota a proporção da geração do

gerador k que flui para a linha i-l. Sendo ;�9,3 = ���9 1 ��02�3/�7�.

Da mesma forma, a contribuição do gerador em �8�, demanda da carga da

barra i, pode ser calculada por:

�8� = �8��7� �� = �8��7� �1 ��02�34

350�3. (5)

A equação (5) permite encontrar a contribuição do k-ésimo gerador na i-ésima

carga do sistema.

2.4.1.2 Algoritmo Downstream-looking

Este algoritmo é a dualidade do anterior, pois se inicia a dedução analisando

os outflows, os fluxos que saem das barras, a fim de se determinar para onde vai a

potência fornecida por determinado gerador.

A dedução do método é semelhante à anterior, a diferença consiste em

considerar a injeção total Pi, de um nó i, como a soma de todos os fluxos de saída

da seguinte forma:

�� = � |���9| + �8�9 �� (�)

���� � = 1,2, … , �. (6)

Após fazer as mesmas considerações e manipulações matemáticas, se obtém

uma equação semelhante à equação (5):

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�� = ���7� �� = ���7� �1 ?�02�34

350�83 (7)

A qual mostra qual parcela de potência do gerador é usada para suprir a demanda

da k-ésima carga do sistema.

2.4.2 Outros métodos

Após Bialek, diversos métodos foram propostos para calcular as contribuições

individuais de geradores no suprimento de cargas, barras e ramos de um sistema

elétrico. S. Abdelkader (2006), em seu artigo publicado pela IEEE denominado

“Efficient computation algorithm for calculating load contributions to line flows and

losses”, apresentou um método efetivo, com a vantagem de ser o menos custoso

computacionalmente. Outros pesquisadores, como D. Kirschen, P. Wei, Y. Ni e F.F.

Wu também realizaram trabalhos sobre o assunto.

Em 2000, P. Wei, Y. Ni e F.F. Wu publicaram um trabalho baseado nos

algoritmos de Bialek usando a Teoria de Grafos, visando facilitar o desenvolvimento

do método, o qual envolvia algumas dificuldades de implementação, tais como

dispendiosas inversões de matrizes.

Porém, um método inovador surgiu com a publicação do artigo de Kaigui Xie,

Chunyan Li e Yeren Liu, intitulado: “Tracing Power flow form generators to loads and

branchs using incidence matrix multiplication” (2009). Neste, foi proposta uma nova

técnica para se descobrir os caminhos possíveis entre as barras do sistema, sem a

necessidade de inversão de matrizes, como havia sido proposto por Bialek (1996) e

outros. Inversões matriciais, dependendo da ordem, podem ser operações onerosas,

no que se refere a tempo e recursos computacionais.

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2.4.3 O método de Kaigui, Chunya e Yeren (2009)

Como supracitado, este método propôs uma maneira de calcular o Power

Flow Tracing sem a necessidade de realizar inversões de matrizes, sendo escolhido

para implementação. Como todos os outros, também é baseado no princípio da

proporcionalidade (PSP).

Da mesma forma que o método de Bialek (1996), deve ser aplicado a um

sistema LPN – Lossless Power Network.

2.4.3.1 Encontrando os caminhos possíveis entre barras de um sistema

O primeiro passo para se calcular o PFT, segundo Kaigui, Chunya e Yeren, é

encontrar todos os caminhos possíveis entre as barras de um sistema, utilizando

potências da Matriz Incidência (MI). Esta é usada para expressar as relações de

conectividade entre as barras, sendo construída a partir de um diagrama do próprio

sistema LPN. Seus elementos são obtidos da seguinte forma:

��� =#$%$& A�� ���� � ≠ ' - ��� > 0

1 ���� � = '0 *DE�*+

/ (8)

Onde A�� representa o ramo entre as barras i e j, e ��� o fluxo de potência

neste mesmo ramo.

Considerando o sistema exemplo da Figura 4, cujos dados podem ser obtidos

na Tabela 1, a MI deste sistema é:

=

1000

10

001

00010

0001

D

GFC

EB

A

MI

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21

Seus elementos, como já explicado, representam os fluxos das linhas da

Figura 4. A título de exemplo, o elemento (4,1) representa o fluxo da barra 4 para a

barra 1, cujo valor é igual a 1, 85714, o qual é representado pela letra C.

FIGURA 4 – EXEMPLO DE SISTEMA ELÉTRICO SIMPLES

FONTE: Kaigui (2009)

Barra Ângulo de fase (rad) Gerador – Pot. Ativa (p.u.)

Carga – Pot. Ativa (p.u.)

1 - 0,09143 0 4

2 - 0,12571 0 2

3 0 2 0

4 0,05714 3 0

5 0,02286 1 0 TABELA 1 – PARAMETROS DO SISTEMA DA FIGURA 4.

FONTE: Os Autores

A Matriz de Incidência é multiplicada por si mesma até que o resultado não se

altere. Para que isso ocorra, a aplicação das seguintes regras da álgebra Booleana

é necessária:

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22

+ A = ( + A) =

0 × = 0 0 + =

Multiplicando a Matriz MI por si mesma uma vez, usando as regras acima

citadas, obtêm-se primeiramente:

Realizando mais uma operação de multiplicação:

Neste ponto, se realizarmos mais uma multiplicação, o que resultaria 4MI ,

verifica-se que esta é igual a 3MI , ou seja, não há mais alteração, chegando-se ao

resultado pretendido.

A partir dos elementos de 3M pode-se obter todos os caminhos entre duas

barras quaisquer do sistema. Por exemplo, todos os caminhos possíveis entre a

barra 4 e a barra 1 podem ser encontrados no elemento (4,1), os quais são: C, FB e

GD. O primeiro caminho é representado pela linha C, outro pelas linhas F e B, e

finalmente o último caminho possível é denotado pelas linhas G e D.

Uma vez definidos os caminhos possíveis entre as barras, passo este

fundamental, a obtenção das contribuições das componentes do sistema são

encontradas empregando-se cálculos específicos para cada tipo de aplicação.

+++

+=

100

1

001

00010

0001

2

DAD

GFFECAGDFBC

BAEB

A

MI

+++++

+=

100

1

001

00010

0001

3

DAD

GFGDAFBAFECAGDFBC

BAEB

A

MI

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23

2.4.3.2 Fator de distribuição (DFO)

Seja PTk o fluxo total entrante na barra k e POl o fluxo que a deixa, através da

linha l, tem-se que seu Fator de Distribuição (DFO) é dado pela razão entre estes

dois valores, ou seja, é a participação do fluxo da linha l no fluxo total da barra k:

;9 = �G9�73 (9)

2.4.3.3 Contribuição de um inflow para um outflow

Neste caso PIm é o fluxo na linha m, o qual injeta potência na barra k. Então,

baseando-se no PSP, a contribuição de potência da linha m para a linha l é:

�I→9 = �KI × ;9 = �KI × �G9�73 . (10)

Esta é a contribuição do fluxo de potência, que entra em uma barra qualquer,

para um dado fluxo que sai desta mesma barra, em outras palavras, quanto desse

escoamento de potência provém de um determinado fluxo entrante.

2.4.3.4 Contribuição de uma fonte para uma carga

Seguindo a mesma lógica da aplicação anterior e generalizando para

qualquer barra e fonte do sistema, tem-se que a contribuição de uma fonte qualquer

S para uma carga qualquer L é dada pela equação (11). Esta equação considera o

produtório dos fatores de distribuição (DFO) de todas as barras que ligam a fonte à

carga, multiplicado pelo fator de distribuição da carga.

Para que seja possível aplicar esta equação é necessário que se conheça

todos os caminhos entre a fonte e a carga, de forma que a equação (11) será

utilizada uma vez para cada caminho entre estas duas barras. A figura 5 mostra a

representação de um dos caminhos entre a barra 1 onde se encontra a potência

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24

gerada PS (barra da fonte) e a barra N+1 onde se encontra a carga PL (barra da

carga).

FIGURA 5 – CAMINHO DIRETO ENTRE UMA FONTE E UMA CARGA

FONTE: Kaigui (2009)

�L→8 (�) = �L × M �3�73 N

350× �8�NO0 . (11)

Na equação (11) k é um fator que varia de 1 a N, de forma que a barra onde

se encontra a fonte é representado pelo índice 1, e N+1 por sua vez representa a

barra em que está a carga.

Quando mais de um caminho entre as barras inicial e final é encontrado, a

contribuição total é obtida adicionando-se a contribuição de cada caminho ( �L→8 (�)):

�L→8 = � �L→8 (�)3

�50. (12)

O Load Extraction Factor (LEF) é a proporção de L proveniente da fonte S.

Este fator é decimal, ou percentual se multiplicado por cem, sendo equacionado

como:

PQR L→8 (�) = �L × M �3�73 × 1�NO0N

350 (13)

o qual pode ser encontrado para qualquer uma das aplicações do método, ou

seja, para se saber a proporção de qualquer uma das contribuições.

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25

2.4.3.5 Outras aplicações

O artigo ainda propõe outras aplicações, as quais tornam possível determinar

a contribuição de potência de determinado ramo para o suprimento de uma dada

carga e de uma unidade geradora para o fluxo de um dado ramo. Tais aplicações

dependem do cálculo de todos os caminhos possíveis entre uma barra inicial e uma

final e são equacionadas como segue.

Contribuição de determinado ramo para uma dada carga:

�;AP(�) = �KI × ;9 (14)

Contribuição de uma unidade geradora para o fluxo de um dado ramo:

�;SA (�) = �L × M �3�73 N

350 (15)

2.4.3. Considerações finais

A escolha do artigo de Kaigui Xie, Chunyan Li e Yeren Liu foi motivada pela

elegante técnica proposta para cálculo dos caminhos, mesmo não se conhecendo, a

priori, a implementabilidade do método. A proposta de não se ter pesadas buscas

por caminhos e exaustivas inversões de matrizes forneceu a motivação necessária

para a pesquisa e investigação da possível combinação entre álgebra de Boole e

álgebra de matrizes. Outro fator que pesou significativamente foi a versatilidade das

aplicações, com as quais é possível determinar a contribuição de potência no

suprimento de qualquer componente do sistema, seja ele um ramo ou uma carga.

2.6 METODOLOGIA UTILIZADA PARA ENCONTRAR OS CAMINHOS

Embora o artigo de referência (Kaigui, Chunyan, Yenren, 2009) tenha

proposto uma nova técnica para definir os caminhos possíveis entre duas barras

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26

determinadas, os autores não explicaram, ou mesmo sugeriram, como programá-la.

As potências da Matriz Incidência, mesmo não requerendo elevados recursos

computacionais, são de difícil implementação, uma vez que combinar álgebra

booleana e álgebra matricial não é trivial.

Logo, um novo olhar sobre o cálculo dos caminhos era necessário. Em vez de

álgebra booleana, a nova proposta, semelhante à aplicação utilizada para sistemas

menores (Chakraborty, 2010), baseou-se na Teoria dos Grafos. Um sistema de

potência é bastante análogo a um grafo, sendo as arestas e os nós deste similares

às linhas e às barras daquele.

Ao observar a disposição de um determinado caminho num Sistema de

Potência, notou-se que na verdade o processo consistia em simples busca e

comparação de números. Por exemplo, um dos caminhos possíveis entre as barras

4 e 2 do sistema da Figura 4 é GDA, isto é, partindo da barra 4, tem-se o ramo entre

as barras 4 e 5 (G), o ramo entre as barras 5 e 1 (D) e, finalmente, o ramo entre as

barras 1 e 2 (A). O caminho percorre as barras 4, 5, 1 e, finalmente 2, onde está

conectada a carga. Ao se calcular o Fluxo de Potência, tem-se as matrizes coluna

“From” (“De”), representando de onde o fluxo vem, e “To” (“Para”), representando

para onde a potência vai. No caso do sistema da Figura 4:

(16)

Assim, o caminho GDA, fica representado como:

,

5

4

4

4

3

3

1

=From .

1

5

3

1

2

1

2

=To

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27

(17)

nota-se, desta forma, que para percorrer um caminho completo, basta

determinar a barra inicial , ou seja, encontrar o número correspondente na matriz

“From”. Feito isso, o passo imediato é procurar na matriz “To” o número que

representa a barra seguinte, segundo o caminho que se quer traçar (ou segundo o

caminho possível). E assim sucessivamente, procurando números iguais através da

comparação, até se chegar à barra de destino. Para o caminho GDA:

(18)

Caso não se encontre números iguais ou não se chegue à barra de destino,

significa que não há caminho completo (ou mesmo direção favorável de fluxo de

potência) entre as barras inicial e final sugeridas. Este princípio pode ser aplicado a

todos os caminhos que se queira testar, entre todas as barras de um sistema de

qualquer tamanho, pois retira o custo computacional da busca. A implementação

tornou-se possível, então.

21

15

54

.21

15

54

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28

O programa foi desenvolvido em linguagem Pascal por um aluno, cujo nome é

Loirto Alves dos Santos, do departamento de Ciência da Computação da

Universidade Federal do Paraná.

A idéia central para guardar e comparar as posições já visitadas dos vetores

“From” e “To” está fundamentada no conceito de Pilha, que é um tipo abstrato de

dado (ou mesmo estrutura de dados) consistindo numa lista linear, baseada no

princípio “Last in, first out”, ou seja, o primeiro elemento a entrar na estrutura é último

a sair.

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29

3 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA

Este capítulo apresenta o ordenamento das etapas e descrição do algoritmo

utilizado para implementação computacional do método descrito anteriormente, tanto

para cálculo do PFT, cujo fluxograma está apresentado na Figura 6.

A fase inicial ocorre com a leitura dos dados do sistema: dados de linha,

valores de geração e de carga. Estes dados devem ser organizados de forma que o

programa de fluxo de potência escolhido seja capaz de lê-los e interpretá-los. Após

isso, são realizados os seguintes passos:

3.1 CÁLCULO DO FLUXO DE POTÊNCIA

O cálculo do fluxo de potência é realizado em um programa específico para

este fim. Durante a realização do trabalho foram testados dois programas. O

primeiro programa utilizado foi o MATPOWER, sendo aplicado no primeiro teste do

programa. Porém, para a versão final foi utilizado um algoritmo desenvolvido durante

o programa de iniciação científica realizado pelo aluno Rodrigo Farias Andriolo,

orientado pela Prof. Dra. Thelma Fernandes.

Como já mencionado, os dados de saída do programa de fluxo de potência,

os vetores “From” e “To” e os valores de fluxo, são usados como valores de entrada

no programa que calcula o PFT. Assim é importante definir os formatos de saída

para não haver necessidade de manipulação e edição destes mesmos dados.

3.2 A REALIZAÇÃO DO POWER FLOW TRACING

Tendo os resultados dos fluxos de potência, a etapa seguinte consiste na

realização do objetivo principal do trabalho: o cálculo do Power Flow Tracing. Os

dados de saída do programa de fluxo de potência são utilizados para a obtenção dos

DFOs (item 2.4.3.2) para todas as barras do sistema. Logo após, os cálculos da

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30

FIGURA 6 – FLUXOGRAMA DO PROGRAMA DESENVOLVIDO

FONTE: Os Autores

Leitura dos dados do sistema

elétrico

Leitura dos dados de linha, geração, cargas e conexão entre as barras.

Cálculo do Fluxo de Potência DC do

Sistema

Cálculo dos DFOs

Calcula-se os fatores de distribuição

de todas as barras (Item 2.4.3.2).

Cálculo das contribuições de um

inflow para um outflow

A partir dos DFOs, são calculadas as contribuições vistas no item 2.4.3.3

Encontra-se todos os caminhos

possíveis entre as barras

Cálculo das contribuições das fontes

para as cargas

De acordo com o item 2.4.3.4, são encontradas as contribuições de

potência das unidades geradoras no suprimento das cargas e os

respectivos LEFs.

Cálculo das contribuições de

potência das fontes para as linhas

De acordo com o item 2.4.3.5, são encontradas as contribuições das

fontes para as linhas.

Cálculo das contribuições das linhas

para as cargas

De acordo com o item 2.4.3.5, são encontradas as contribuições de um

dado ramo para o suprimento das

cargas

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31

contribuição de potência de inflows (fluxos entrantes) em outflows (fluxos que saem)

são realizados.

3.2.1 Encontrando todos os caminhos

Este foi o maior obstáculo à realização do trabalho, pois os autores do artigo

(Kaigui, Chunyan e Yenren, 2009) propõem a multiplicação da MI do sistema por ela

mesma, utilizando as regras da álgebra Booleana, até que o produto não se

modifique (ver item 2.4.3.1). Contudo, esta é uma solução de difícil implementação

computacional, não sendo possível realizá-la da mesma forma proposta.

A resolução deste problema solicitou um profundo trabalho de pesquisa, a fim

de conseguir outras soluções, ou mesmo algo que facilitasse a busca dos caminhos.

Para realização do primeiro teste do programa, aplicado ao sistema de 5

barras proposto na figura 4, uma solução foi encontrada no fórum oficial do MATLAB

desenvolvida por Chakraborty (2010). Tal solução consiste numa aplicação em

Matlab que calcula todos os caminhos possíveis num Grafo não direcionado, tendo

como resultado uma matriz. Como, porém, a complexidade do problema aumenta

consideravelmente se o número de nós do grafo em questão também aumentar, o

algoritmo encontrado (Chakraborty, 2010) é eficaz somente para sistemas com até

20 nós, devido limitações de memória. Visto que o sistema proposto pelo artigo de

referência (Kaigui, Chunyan, Yenren, 2009) continha apenas 5 barras, os resultados

puderam ser reproduzidos com exatidão, deslindando o problema sem aplicar a

técnica proposta pelos autores.

3.2.2 Cálculo das contribuições de potência dos geradores no suprimento das

cargas

Neste item, calculam-se as contribuições de potência de todos os geradores

no suprimento de todas as cargas, sendo possível determinar para onde vai a

potência de cada um dos geradores do sistema, no instante estudado. Este

processo foi realizado com as informações contidas no item 2.4.3.4.

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32

Para exemplificar, foi realizado um teste com o sistema da Figura 4, cujos

resultados podem ser observados na Tabela 2, a qual apresenta a participação de

cada gerador na alimentação de cada uma das cargas do sistema.

G3

(2 p.u.)

G4

(3 p.u.)

G5

(1 p.u.) TOTAL

L1

(4 p.u.) 19,02% 58,40% 22,58% 100%

L2

(2 p.u.) 61,97% 33,19% 4,84% 100%

TABELA 2 – CONTRIBUIÇÃO DE POTÊNCIA DOS GERADORES NO

SUPRIMENTO DAS CARGAS DO SISTEMA MOSTRADO NA FIGURA

4.

FONTE: Os Autores

Observa-se que no instante estudado, a carga L1 localizada na barra 1 tem

58,4% de sua potência fornecida pelo gerador G4, localizado na barra 4 (ver Figura

4).

3.2.3 Aplicações finais

O programa também realiza dois outros cálculos: as contribuições de potência

das unidades geradoras no valor de fluxo de um determinado ramo e a contribuição

de potência do fluxo de um determinado ramo no abastecimento das cargas.

Concluindo assim o fluxograma apresentado na Figura 6.

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33

4 ESTUDO DE CASO – SISTEMA DE 33 BARRAS

Este capítulo propõe aplicar o programa desenvolvido a um sistema real. Foi

utilizado um sistema de 33 barras retirado de ALVES (2007).

4.1 APRESENTAÇÃO DO SISTEMA

O problema escolhido para realizar o estudo de caso é um sistema de 33

barras, elaborado a partir da malha de 500kV da região Sul do Brasil, acoplado com

um trecho de 230kV. Ele representa setores do sistema elétrico do Paraná e de

Santa Catarina (ver Figura 7).

FIGURA 7 – SISTEMA-TESTE DE 33 BARRAS – MALHA DA REGIÃO SUL

FONTE: Alves (2007).

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34

Tal sistema foi dividido em duas áreas, A e B, interligadas por duas linhas de

transmissão e um transformador, em pontos distintos da rede. Cada área possui

capacidade instalada de geração suficiente para atender a demanda total das suas

cargas.

Os dados do sistema são apresentados no Anexo I.

4.2 CÁLCULO DOS VALORES DE FLUXO DE POTÊNCIA DA LINHAS

A partir dos dados do sistema e utilizando os procedimentos descritos no item

3.1, foi possível realizar o cálculo do fluxo de potência entre as barras. A Figura 8

mostra a direção dos fluxos do sistema nestas condições de operação. Os valores

dos fluxos foram organizados na tabela 3.

FIGURA 8 – SISTEMA-TESTE DE 33 BARRAS COM A DIREÇÃO DOS FLUXOS

DE POTÊNCIA

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35

FONTE: Os Autores.

Linha Valor de Fluxo em p.u.

G.B.Munhoz-Areia 3.9564

G.B.Munhoz-Areia 3.8936

Cascavel-F.Chopin -1.2781

Cascavel-S.Osório -1.4138

Cascavel-Cascavel Oeste 0.5791

Cascavel-Cascavel Oeste 0.6128

Segredo-Areia 15.3511

Segredo-S.Santiago -5.3511

Cascavel Oeste-S.Caxias -2.8081

F.Chopin-S.Osório -2.1781

Areia-Bateias 9.1275

Areia-Campos Novos 6.0985

Areia-Curitiba 9.0332

Areia-Salto Osório -1.7030

Areia-Salto Osório -1.7051

Blumenau-C.Novos -5.9393

Blumenau-Curitiba -3.4607

Campos Novos-Caxias 5.8443

Curitiba-Bateias -2.3275

Caxias-Gravataí 4.9813

Gravataí-Itá -6.0187

Itá-Caxias 6.1370

Itá-Machadinho 1.6851

Itá-Salto Santiago -9.8408

Machadinho-C.Novos 5.6851

S.Santiago-S.Caxias -7.1919

TABELA 3 – RESULTADO DOS FLUXOS DE POTÊNCIA ATIVA DAS LINHAS

FONTE: Os Autores

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36

4.3 RESULTADOS OBTIDOS – CONTRIBUIÇÃO DE POTÊNCIA DOS

GERADORES NO SUPRIMENTO DAS CARGAS

Por fim, chega-se ao objetivo final do trabalho: apresentar o resultado do teste

prático do programa desenvolvido. Para fazê-lo, definimos 4 cargas do sistema da

Figura 7. A escolha de somente 4 cargas visa facilitar a visualização dos resultados:

Barra Nome Tensão Carga

MW Mvar 814 Bateias 230 680 130

960 Curitiba 230 790 330

965 Caxias 230 700 49

1210 Gravataí 230 1100 400

TABELA 4 – CARGAS ESCOLHIDAS PARA TER SEUS FLUXOS RASTREADOS

FONTE: Os Autores

Os resultados obtidos, para o instante estudado, foram divididos em duas

tabelas. A primeira contém a contribuição de potência, em MW, dos geradores no

suprimento das cargas e a segunda contém a proporção da contribuição dos

geradores na quantidade de potência consumida pelas cargas, ou seja, a

porcentagem da potência da carga que é suprida por cada uma das unidades

geradoras. As Tabelas são apresentadas na seqüência.

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37

Contribuição dos geradores nas cargas (MW)

Cargas

Bateias Curitiba Caxias Gravataí

Ger

ação

G.B.Munhoz 220,04 255,63 57,18 40,69 Salto Caxias 71,01 82,49 155,57 313,29

Salto Segredo 280,31 325,65 72,84 51,84 Itá 0 0 117,73 257,72

Machadinho 0 0 115,91 82,48 Salto Osório 29,66 34,46 7,71 5,48

Salto Santiago 78,99 91,76 173,05 348,49

TOTAL 680,01 MW

789,99 MW

699,99 MW

1099,99 MW

TABELA 5 – RESULTADOS OBTIDOS EM MW

FONTE: Os Autores

Contribuição dos geradores nas cargas

Cargas

Bateias Curitiba Caxias Gravataí

Ger

ação

G.B.Munhoz 32,4% 32,4% 8,2% 3,7% Salto Caxias 10,4% 10,4% 22,2% 28,5%

Salto Segredo 41,2% 41,2% 10,4% 4,7% Itá 0,0% 0,0% 16,8% 23,4%

Machadinho 0,0% 0,0% 16,6% 7,5% Salto Osório 4,4% 4,4% 1,1% 0,5%

Salto Santiago 11,6% 11,6% 24,7% 31,7%

TOTAL 100% 100% 100% 100%

TABELA 6 – RESULTADOS OBTIDOS EM PORCENTAGEM DA POTÊNCIA DAS

CARGAS

FONTE: Os Autores

4.4 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Levando em conta os resultados obtidos e demonstrados nas Tabelas 5 e 6,

pode-se tirar algumas conclusões. Percebe-se que nestas condições de operação a

carga de Curitiba tem sua potência abastecida em 41,2% (325,65 MW) pela usina de

Salto Segredo, e 32,4% (255,63 MW) pela usina Governador Bento Munhoz.

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38

Portanto, mais de 70% da energia consumida em Curitiba provém destas duas

usinas. Observa-se que os valores obtidos para a barra de Bateias são os mesmos

que a barra de Curitiba. Isto ocorre, pois, por serem próximas, apresentam os

mesmos caminhos até as unidades geradoras. Assim, elas recebem potência na

mesma proporção de todas as fontes.

No caso de Caxias, o suprimento de potência é bem dividido. As duas

maiores contribuições vêm de Salto Santiago e Salto Caxias. Esta última também é

a segunda em contribuição no fornecimento de energia para Gravataí, perdendo

apenas para Salto Santiago.

É importante ressaltar que caso as condições iniciais do sistema sejam

alteradas, caso alguma unidade geradora ou alguma linha saia de operação, os

resultados serão diferentes dos apresentados e o estudo deverá ser refeito desde o

cálculo do fluxo de potência.

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39

5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS

Em um mercado aberto de energia elétrica, cada vez mais se faz necessário a

utilização de ferramentas que permitam auxiliar na regulamentação, fiscalização do

comercio de energia, alocação de perdas no sistema e rastreamento dos fluxos de

potência. É neste contexto que o PFT ganha importância e passa a ser uma

ferramenta importante de estudo, que pode auxiliar em muitas destas necessidades.

O método escolhido para ser implementado (Kaigui, Chunyan, Yenren, 2009),

mostrou-se adequado para identificar as contribuições dos diversos componentes de

um Sistema de Potência.

Testes realizados com uma parte do sistema elétrico da região Sul do Brasil

apresentaram resultados interessantes, fornecendo uma imagem representativa de

como é a distribuição da energia das usinas Paranaenses e de onde vem a potência

dos principais centros consumidores da região, em certa condição de operação.

A realização deste trabalho possibilitou a aplicação dos conhecimentos

adquiridos durante a realização do curso de Engenharia Elétrica, sobretudo

Sistemas de Potência, e aplicá-los de forma eficiente para desenvolver um programa

capaz realizar esta importante ferramenta.

Caso os sentidos dos fluxos de potência fossem invertidos, os sistemas

ganhariam uma nova configuração, e o que na configuração vista até o momento é

fonte, tornar-se-ia carga e vice-versa. Logo, seria possível a determinação das

extrações de potência, ao invés das contribuições (calculadas neste trabalho),

através dos métodos discutidos.

Além disso, o cálculo de fluxo de potência poderia tornar-se mais acurado,

não limitando-se somente ao cálculo linearizado, sendo incrementado valores de

potência reativa, o que tornaria o PFT mais preciso.

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40

ANEXO I – DADOS DO SISTEMA-TESTE DE 33 BARRAS

Dados de barra do sistema:

Nº Nome Tipo Tensão Faixa

Área Max Min

800 Gov. Bento Munhoz Vθ 13,8 1,050 0,950 1

808 Salto Caxias PV 13,8 1,050 0,950 2

810 Salto Segredo PV 13,8 1,050 0,950 2

814 Bateias PQ 230 1,050 0,950 1

824 Gov. Bento.Munhoz PQ 500 1,090 0,950 1

839 Cascavel PQ 230 1,050 0,950 2

840 Cascavel PQ 138 1,050 0,950 2

848 Foz do Chopin PQ 138 1,050 0,950 2

856 Segredo PQ 500 1,090 0,950 2

895 Bateias PQ 500 1,090 0,950 1

896 Cascavel do Oeste PQ 500 1,090 0,950 2

897 Salto Caxias PQ 500 1,090 0,950 2

898 Foz do Chopin PQ 230 1,050 0,950 2

904 Itá PV 13,8 1,050 0,950 1

915 Machadinho PV 13,8 1,050 0,950 1

919 Salto Osório PV 13,8 1,050 0,950 2

925 Salto Santiago PV 13,8 1,050 0,950 2

933 Areia PQ 500 1,090 0,950 1

934 Areia PQ 230 1,050 0,950 2

938 Blumenau PQ 500 1,090 0,950 1

939 Blumenau PQ 230 1,050 0,950 1

955 Campos Novos PQ 500 1,090 0,950 1

959 Curitiba PQ 500 1,090 0,950 1

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41

Nº Nome Tipo Tensão Faixa

Área Max Min

960 Curitiba PQ 230 1,050 0,950 1

964 Caxias PQ 500 1,090 0,950 1

965 Caxias PQ 230 1,050 0,950 1

976 Gravataí PQ 500 1,090 0,950 1

995 Itá PQ 500 1,090 0,950 1

1030 Machadinho PQ 500 1,090 0,950 1

1047 Salto Osório PQ 230 1,050 0,950 2

1060 Salto Santiago PQ 500 1,090 0,950 2

1210 Gravataí-230 PQ 230 1,050 0,950 2

2458 Cascavel-230 PQ 230 1,050 0,950 2

TABELA 7 – DADOS DE BARRA DO SISTEMA

FONTE: Alves (2007)

Dados de linha do sistema:

Dados de Linha Seqüência

Zero

De Para Nome V Circ R+ X+ B CN CE R0 X0 824 933 G.B.Munhoz-Areia 500 1 0,0100 0,1240 15,204 2182 2182 0,04 0,29

824 933 G.B.Munhoz-Areia 500 2 0,0100 0,1260 15,428 2182 2182 0,04 0,29

839 898 Cascavel-F.Chopin 230 1 1,1300 6,9900 12,617 189 318 4,88 19,51

839 1047 Cascavel-S.Osório 230 1 1,2200 7,6900 13,810 189 323 5,44 21,20

839 2458 Cascavel-Cascavel

Oeste 230 1 0,2200 1,0900 1,8601 319 413 0,77 2,95

839 2458 Cascavel-Cascavel

Oeste 230 2 0,1700 1,0300 2,0537 356 356 0,65 3,26

856 933 Segredo-Areia 500 1 0,0520 0,6540 80,493 2273 2273 0,29 1,68

856 1060 Segredo-S.Santiago 500 1 0,0560 0,6970 85,746 2182 2182 0,31 1,79

896 897 Cascavel Oeste-S.Caxias 500 1 0,0500 0,7300 78,060 1637 1637 0,50 1,90

898 1047 F.Chopin-S.Osório 230 1 0,1500 0,8900 1,6317 324 324 0,62 2,51

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42

Dados de Linha Seqüência

Zero

De Para Nome V Circ R+ X+ B CN CE R0 X0 933 895 Areia-Bateias 500 1 0,2000 2,5500 312,72 2110 2110 2,77 10,53

933 955 Areia-Campos Novos 500 1 0,1620 2,0480 250,17 2110 2110 2,22 8,44

933 959 Areia-Curitiba 500 1 0,2000 2,6900 336,40 2182 2182 2,72 10,86

934 1047 Areia-Salto Osório 230 1 3,0450 15,738 27,123 319 319 15,21 44,43

934 1047 Areia-Salto Osório 230 2 3,0410 15,718 27,089 319 319 15,20 44,40

938 955 Blumenau-C.Novos 500 1 0,2556 2,9224 360,40 2037 2037 3,17 12,06

938 959 Blumenau-Curitiba 500 1 0,1270 1,6030 195,89 1266 1266 1,73 6,60

955 964 Campos Novos-Caxias 500 1 0,1877 2,3467 287,24 1688 1688 2,42 8,76

959 895 Curitiba-Bateias 500 1 0,0500 0,4400 47,580 2110 2110 0,47 1,80

964 976 Caxias-Gravataí 500 1 0,0733 0,9164 112,17 1688 1688 0,98 3,55

976 995 Gravataí-Itá 500 1 0,2820 3,8520 493,70 1688 1688 3,62 15,18

995 964 Itá-Caxias 500 1 0,1643 3,0339 354,88 2182 2182 3,04 11,54

995 1030 Itá-Machadinho 500 1 0,0730 0,9200 112,26 2182 2182 0,83 3,22

995 1060 Itá-Salto Santiago 500 1 0,1720 2,1700 265,16 2110 2110 2,35 8,94

1030 955 Machadinho-C.Novos 500 1 0,0470 0,5900 71,818 2182 2182 0,48 1,86

1060 897 S.Santiago-S.Caxias 500 1 0,0760 1,1710 124,58 2370 2681 0,80 3,04

TABELA 8 – DADOS DE LINHA DO SISTEMA

FONTE: Alves (2007)

Dados dos transformadores:

Dados dos Transformadores

De Para Nome Nº RT Pot R+ X+ Tap min

Tap max Pos Tp Cn Ce

895 814 Bateias 1 500/230 600 0,032 1,146 0,90 1,10 19 V 600 600

895 814 Bateias 2 500/230 600 0,030 1,1651 0,90 1,10 19 V 600 600

800 824 G.B.Munhoz 1 16/500 465 0,000 3,360 0,95 1,05 5 F 465 465

800 824 G.B.Munhoz 2 16/500 465 0,000 3,360 0,95 1,05 5 F 465 465

800 824 G.B.Munhoz 3 16/500 465 0,000 3,360 0,95 1,05 5 F 465 465

800 824 G.B.Munhoz 4 16/500 465 0,000 3,360 0,95 1,05 5 F 465 465

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Dados dos Transformadores

De Para Nome Nº RT Pot R+ X+ Tap min

Tap max Pos Tp Cn Ce

839 840 Cascavel 1 230/138 150 0,000 6,640 0,881 1,136 16 V 150 150

839 840 Cascavel 2 230/138 150 0,000 6,290 0,881 1,136 16 V 150 150

810 856 Salto Segredo 1 13,8/500 333 0,000 4,200 0,95 1,05 5 F 333 333

810 856 Salto Segredo 2 13,8/500 333 0,000 4,200 0,95 1,05 5 F 333 333

810 856 Salto Segredo 3 13,8/500 333 0,000 4,200 0,95 1,05 5 F 333 333

810 856 Salto Segredo 4 13,8/500 333 0,000 4,200 0,95 1,05 5 F 333 333

897 808 Salto Caxias 1 13,8/500 345 0,000 4,080 0,95 1,05 5 F 345 345

897 808 Salto Caxias 2 13,8/500 345 0,000 4,080 0,95 1,05 5 F 345 345

897 808 Salto Caxias 3 13,8/500 345 0,000 4,080 0,95 1,05 5 F 345 345

897 808 Salto Caxias 4 13,8/500 345 0,000 4,080 0,95 1,05 5 F 345 345

898 848 Foz do

Chopin 1 230/138 150 0,000 6,360 0,881 1,136 16 V 150 150

933 934 Areia 1 500/230 672 0,031 1,207 0,90 1,10 19 V 672 806

938 939 Blumenau 1 500/230 672 0,031 1,150 0,90 1,10 19 V 672 806

938 939 Blumenau 2 500/230 672 0,032 1,163 0,90 1,10 19 V 672 806

938 939 Blumenau 3 500/230 672 0,000 1,277 0,90 1,10 19 V 672 672

959 960 Curitiba 1 500/230 672 0,032 1,163 0,90 1,10 19 V 672 806

959 960 Curitiba 2 500/230 672 0,031 1,166 0,90 1,10 19 V 672 806

964 965 Caxias 1 500/230 672 0,020 1,211 0,90 1,10 19 V 672 806

964 965 Caxias 2 500/230 672 0,020 1,233 0,90 1,10 19 V 672 806

904 995 Itá 1 16/500 305 0,050 4,615 0,95 1,05 5 F 305 305

904 995 Itá 2 16/500 305 0,050 4,615 0,95 1,05 5 F 305 305

904 995 Itá 3 16/500 305 0,050 4,615 0,95 1,05 5 F 305 305

904 995 Itá 4 16/500 305 0,050 4,615 0,95 1,05 5 F 305 305

904 995 Itá 5 16/500 305 0,050 4,615 0,95 1,05 5 F 305 305

915 1030 Machadinho 1 16/500 420 0,000 4,131 0,95 1,05 5 F 420 420

915 1030 Machadinho 2 16/500 420 0,000 4,131 0,95 1,05 5 F 420 420

915 1030 Machadinho 3 16/500 420 0,000 4,131 0,95 1,05 5 F 420 420

919 1047 Salto Osório 1 13,8/230 196 0,080 6,809 0,95 1,05 5 F 196 196

919 1047 Salto Osório 2 13,8/230 196 0,080 6,809 0,95 1,05 5 F 196 196

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44

Dados dos Transformadores

De Para Nome Nº RT Pot R+ X+ Tap min

Tap max Pos Tp Cn Ce

919 1047 Salto Osório 3 13,8/230 196 0,080 6,809 0,95 1,05 5 F 196 196

919 1047 Salto Osório 4 13,8/230 196 0,080 6,809 0,95 1,05 5 F 196 196

925 1060 S.Santiago 1 19/500 415 0,040 4,545 0,95 1,05 5 F 415 415

925 1060 S.Santiago 2 19/500 415 0,040 4,545 0,95 1,05 5 F 415 415

925 1060 S.Santiago 3 19/500 415 0,040 4,545 0,95 1,05 5 F 415 415

925 1060 S.Santiago 4 19/500 415 0,040 4,545 0,95 1,05 5 F 415 415

976 1210 Gravataí 1 500/230 672 0,030 1,219 0,90 1,10 19 V 672 806

976 1210 Gravataí 2 500/230 672 0,039 1,138 0,90 1,10 19 V 672 806

976 1210 Gravataí 3 500/230 672 0,036 1,217 0,90 1,10 19 V 672 806

896 2458 Cascavel

Oeste 1 500/230 600 0,000 1,270 0,90 1,10 19 V 600 600

TABELA 9 – DADOS DOS TRANSFORMADORES

FONTE: Alves (2007)

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45

Dados das cargas:

Barra Nome Tensão Carga

MW Mvar 814 Bateias 230 680 130

960 Curitiba 230 790 330

939 Blumenau 230 940 50

965 Caxias 230 700 49

1210 Gravataí 230 1100 400

934 Areia 230 235 57

2458 Cascavel do Oeste 230 400 125

840 Cascavel 138 150 32

848 Foz do Chopin 138 90 17

Total 5 085 1 190

TABELA 10 – DADOS DAS CARGAS

FONTE: Alves (2007)

Dados da geração:

Geração de Potência Ativa (MW)

Barra Nome Nº de

Máquinas

Geração Máxima por

Máquina

Geração Máxima Total

800 G.B.Munhoz 4 418,5 1674 808 Salto Caxias 4 310 1240 810 Salto Segredo 4 315 1260 904 Itá 5 170 1450 915 Machadinho 3 260 1140 919 Salto Osório 4 120 728 925 Salto Santiago 4 220 1420

Total 28 8 912

TABELA 11 – DADOS DOS GERADORES

FONTE: Alves (2007)

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REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Resolução n. 244, de 30 de julho de 1988. Estabelece os critérios de cálculo dos montantes de energia e demanda de potência, a serem considerados nos contratos iniciais. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 de jul. 1998. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/biblioteca>. Acesso em: 05/10/2010.

ALVES, W.F. Proposição de sistemas-teste para análise computacional de sistemas de potência. Dissertação (Mestrado em Computação em Potência) – Instituto de Computação, Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2007. Disponível em: <www.sistemas-teste.com.br>. Acesso em: 10/11/2010.

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CHAKRABORTY, A. Finding all the possible paths between a start and an end node of a graph. Arquivo de MATLAB. 2010. Disponível em: <http://www. mathworks.com/matlabcentral/fileexchange/authors/94892>. Acesso em: 15/10/2010.

KAIGUI, X.; CHUNYAN, L.; YENREN, L. Tracing power flow from generators to loads and branches using incidence matrix multiplication. IEEE, ©2009. Disponível em: <www.ieeexplore.ieee.org>. Acesso em: 11/08/2010.

KIRSCHEN, D; STRBAC, G. Tracing active and reactive power between generators and loads using real and imaginary currents. IEEE ©1998. Disponível em: <www.ieeexplore.ieee.org>. Acesso em: 11/08/2010.

STEVENSON JR, W.D. Elementos de análise de sistemas de potência. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978. cap. 10.

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