Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA
Laís Helena Silva de Souza
CONTROLE MICROBIOLÓGICO DO DERIVADO VEGETAL E DAS
CÁPSULAS DE Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg.
Natal-RN
2020
2
Laís Helena Silva de Souza
CONTROLE MICROBIOLÓGICO DO DERIVADO VEGETAL E DAS
CÁPSULAS DE Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Graduação
em Farmácia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte,
como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Farmácia
Orientador: Profa. Dra. Silvana Maria
Zucolotto Langassner
Natal – RN
2020
Laís Helena Silva de Souza
3
Souza, Laís Helena Silva de.
Controle microbiológico do derivado vegetal e das cápsulas de
Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg / Laís Helena Silva de Souza. - 2020.
46f.: il.
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação em Farmácia) -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências
da Saúde, Departamento de Farmácia. Natal, RN, 2020. Orientadora: Silvana Maria Zucolotto Langassner.
1. Passiflora edulis - TCC. 2. Controle microbiológico - TCC. 3. Controle de qualidade - TCC. 4. Fitoterapia - TCC. I.
Langassner, Silvana Maria Zucolotto. II. Título.
RN/UF/BS-CCS CDU 634.776.3
Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da
Saúde - CCS
4
CONTROLE MICROBIOLÓGICO DO DERIVADO VEGETAL E DAS
CÁPSULAS DE Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Graduação
em Farmácia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte,
como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Farmácia
Orientador: Profa. Dra. Silvana
Maria Zucolotto Langassner
Presidente: Profa. Drª. Silvana Maria Zucolotto Langassner - Orientador UFRN
Membro: Prof. Dr. Leandro de Santis Ferreira – UFRN
Membro: Prof. Mscª. Bárbara Cabral - UNINASSAU
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me permitir começar essa jornada e descobrir a razão
da minha vida e minha grande paixão.
À minha família que fez o possível e o impossível para me ajudar a conquistar esse sonho,
à toda confiança que têm no meu potencial. Ao meu pai, João Clímaco de Souza que não
conseguiu ver até onde cheguei, mas que sempre foi o meu porto seguro e inspiração para
seguir o meu objetivo. À minha mãe, Maria das Graças Silva de Souza, meu maior
exemplo de força e superação por sempre me estimular a sonhar e acreditar na minha
capacidade. Ao meu irmão, Luís Tertuliano Silva de Souza que sempre me orientou e
sempre me auxilia a tomar todas as decisões da forma mais sábia. Aos meus padrinhos,
João Maria e Zeneide Souza que são como pais para mim, me enchem de amor
incondicional, afeto e zelo sem pedir nada em troca.
À minha orientadora, Silvana Maria Zucolotto, pela orientação, dedicação, cuidado,
confiança e zelo que teve comigo ao longo de 3 anos enquanto fui sua aluna, por me dar
oportunidade de me inserir na pesquisa e me apaixonar pela ciência.
Aos professores que me inspiraram a lutar para ser a farmacêutica que eu almejo, em
especial ao professor Leandro de Santis Ferreira por sua atenção e cuidado no
desenvolvimento desse trabalho, professor Lucas Azevedo do Nascimento que
constantemente me aconselha e muda minhas perspectivas sobre a profissão, professor
Márcio Ferrari pelo exemplo de profissional e pessoa, que me apoiou e acreditou em mim
num momento muito difícil da minha vida e professor Fernando Henrique Andrade
Nogueira que me deu a oportunidade de admirá-lo genuinamente.
Aos meus colegas do GPNBio, por toda a jornada de aprendizado e descontração nesses
anos que passamos juntos, em especial à doutoranda que eu acompanhei Bárbara Cabral,
por sua paciência e dedicação para nos ensinar, a Anna Júlia Almeida e Manuella Cruz
por transformar o nosso trabalho em equipe em companheirismo e empatia.
Aos meus amigos de curso, que transformaram essa jornada árdua em momentos de
felicidade e superação. Em especial a José Jardson de Nascimento Oliveira, meu melhor
amigo e que segura minha mão desde o primeiro dia até o último, obrigada por ser quem
eu posso confiar! À Anna Clara Brilhante, estrela dos meus dias, que me permitiu
6
aprender e ensinar a crescer como mulher, por ser uma pessoa que admiro e confio de
forma entregue. À Cecília Rodrigues Lucas, que segurou minha mão e fomos um ponto
de apoio mútuo num momento decisivo e difícil. À Gessiane Amanda, Amanda Cassiano,
João Guimarães, Júlia Scarlet, Raphael Victor, Rafael Amir que me acompanharam até
esse momento e se fazem de extrema importância na minha vida. Muito obrigada!
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Esquema de análises e testes solicitados para apresentação do
relatório de registro de um
fitoterápico....................................................................................14
Figura 2 Flor, folhas e fruto de P. edulis fo. Flavicarpa O. Deg
.......................................................................................................16
Figura 3 Compostos químicos das folhas P. edulis –
Flavonoides...................................................................................17
Figura 4 Representação esquemática das etapas de obtenção do pericarpo,
farinha (droga vegetal) e extrato hidroetanólico de P.
edulis..............................................................................................20
Figura 5 Meio de cultura ATSC semeado com amostra 2 da diluição 1:10 do
derivado vegetal de P. edulis e semeado com amostra 2 da diluição
1:10 das cápsulas..........................................................................29
Figura 6 Meio de cultura ATSC semeado com amostra 3 da diluição 1:100 do
derivado vegetal de P. edulis e semeado com amostra 3 da diluição
1:100 das cápsulas..........................................................................30
Figura 7 Meio de cultura ATSC semeado com amostra 3 da diluição 1:1000
do derivado vegetal de P. edulis e semeado amostra 1 da diluição
1:100 das cápsulas..........................................................................31
Figura 8 Meio de cultura AS semeado com amostra 3 da diluição 1:10 do
derivado vegetal de P. Edulis e semeado com amostra 3 da diluição
1:10 das
cápsulas..........................................................................................32
Figura 9 Meio de cultura AS semeado com amostra 3 da diluição 1:100 do
derivado vegetal de P. edulis e semeado com amostra 3 da diluição
1:100 das cápsulas........................................................................33
Figura 10 Meio de cultura AS semeado com amostra 1 da diluição 1:1000 do
derivado vegetal de P. edulis e semeado com amostra 1 da diluição
1:1000 das
cápsulas.........................................................................................34
8
Figura 11 Ágar Mac Conkey onde foi semeado Extrato seco (derivado
vegetal) e cápsulas que não apresentaram crescimento de colônias
com características compatíveis com E. coli. Na imagem está
representado 1 placa de cada amostra, no entanto foram utilizadas
quatro placas para cada
produto...........................................................................................37
Figura 12 Extrato seco (derivado vegetal) semeados no meio XLD, amostra
em duplicata, onde não apresenta crescimento de
colônias.......................................................................................38
Figura 13 Cápsulas semeadas no meio XLD, amostra em duplicata, onde não
apresenta crescimento de colônias...............................................38
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Limites Microbianos para preparações farmacêuticas.....................14
Tabela 2 Método das cápsulas para determinação de densidade de extrato
..........................................................................................................23
Tabela 3 Meios de cultura
utilizados..........................................................................................23
Tabela 4 Contagem de fungos/leveduras no meio AS referente as cápsulas
com extrato seco..............................................................................27
Tabela 5 Contagem de fungos/leveduras no meio AS referente as cápsulas
com extrato
seco...................................................................................................27
Tabela 6 Contagem de bactérias no meio ATSC referente as cápsulas com
derivado vegetal
seco................................................................................................27
Tabela 7 Contagem de bactérias no meio AS referente as cápsulas com
derivado vegetal
seco................................................................................ ................27
Tabela 8 Contagem de bactérias no meio ATCS referente ao extrato
seco................................................................................................28
Tabela 9
Contagem de fungos e leveduras no meio AS referente ao extrato
seco................................................................................................28
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
......................................................................................................................11
2.1 FITOTERAPIA...........................................................................................11
2.2 CONTROLE DE QUALIDADE
...........................................................................................................13
2.3 HISTÓRICO DA FAMÍLIA Passifloraceae E O GÊNERO
Passiflora.....................................................................................................16
3 OBJETIVOS.........................................................................................20
3.1 OBJETIVO GERAL ...........................................................................20
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
.....................................................................................................................20
4.0 METODOLOGIA ................................................................................21
4.1 COLETA DO MATERIAL VEGETAL.............................................21
4.1.1 OBTENÇÃO DOS EXTRATOS...........................................................21
4.1.2 PREPARAÇÃO DAS CÁPSULAS....................................................23
4.1.3 CONTAGEM DE MICROORGANISMOS MESOFÍLICOS..........24
4.1.4 PESQUISA E IDENTIFICAÇÃO DE PATÓGENOS......................25
5.0 RESULTADOS E
DISCUSSÃO............................................................................................27
5.1 CONTAGEM TOTAL DE MICROORGANISMOS MESOFÍLICOS
....................................................................................................................27
5.2 PESQUISA DE MICRO-ORGANISMOS PATOGÊNICOS.................36
11
6.0 CONCLUSÃO.................................................................................. ........39
7.0 REFERÊNCIAS........................................................................................ 40
9
1. INTRODUÇÃO
A utilização de plantas medicinais pelo homem como forma de tratamento de
diferentes doenças é registrada desde os primórdios da humanidade, e nesse contexto o
Brasil é privilegiado por conter uma das maiores biodiversidade do planeta (CALIXTO,
2003). A fitoterapia é citada como a terapêutica caracterizada por diferentes preparos
farmacêuticos a partir de plantas medicinais e com ausência de substâncias ativas isoladas
de qualquer origem (BRASIL, 2006).
O emprego fitoterapia possui uma tendência mundial de contribuição para a saúde,
por ser uma prática tradicional com utilidade terapêutica confirmada pela população,
assim os estudos na área se tornam crescentes e há interesse no desenvolvimento de novos
fitoterápicos e outros produtos de origem natural pela indústria devido principalmente ao
uso cultural (KLEIN et al., 2009).
A utilização do recurso das plantas medicinais para emprego na saúde pode ser por
três principais formas: o uso popular; a obtenção de um fitoterápico e a obtenção de
substâncias isoladas (BRAGA et al., 2017). Especificamente os fitoterápicos que são
obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais e constituem
importante fonte de inovação em saúde (BRASIL, 2006)
A partir do reconhecimento desses recursos, o Ministério da Saúde publicou o
Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos para que, em conformidade com
as diretrizes e linhas prioritárias da Política Nacional visa estabelecer com o programa:
acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil,
desenvolvimento de tecnologias e inovações, fortalecimento das cadeias e dos arranjos
produtivos, uso sustentável da biodiversidade brasileira e desenvolvimento do Complexo
Produtivo da Saúde e principalmente estimular a produção de fitoterápicos nacionais com
plantas nativas e aumentar o número de registro de fitoterápicos na ANVISA (BRASIL,
2006a; BRASIL, 2009)
Para desenvolvimento de um fitoterápico é necessário adequação à legislação em
vigor, a RDC N°26, de 13 de maio de 2014, que determina os padrões de qualidade para
registro de fitoterápicos por meio de apresentação do laudo de análise contendo detalhes
da coleta e condições de cultivo, informações de secagem e conservação, teste de
10
identificação, pureza e integridade, análise quantitativa, caracterização físico química,
contaminantes microbiológicos e controle de qualidade do produto acabado da droga
vegetal, do derivado vegetal e do produto acabado, além dos parâmetros de comprovação
se segurança e eficácia demonstrados através de estudos clínicos e não clínicos (BRASIL
a. 2014).
Com essa resolução foram criadas duas grandes categorias de fitoterápicos:
medicamento fitoterápico e produto tradicional fitoterápico. A diferença entre as duas
categorias é a forma de comprovação da segurança e eficácia. Medicamento fitoterápico
tem que comprovar sua segurança e eficácia por meio de estudos clínicos ou pelo registro
simplificado, enquanto o Produto Nacional Fitoterápico pode comprovar a segurança e
efetividade pela demonstração do tempo de uso na literatura técnico-científica, por
registro simplificado ou notificação (BRASIL, 2014).
No que se refere a comprovação da qualidade, para ambas categorias de fitoterápicos
devem ser feitos os mesmos ensaios. Sendo assim, é importante destacar que fitoterápico
se caracteriza como um produto oriundo de matéria-prima ativa vegetal, não incluindo-se
substância isolada e com a finalidade profilática, curativa ou paliativa (BRASIL, 2014)
A análise microbiológica, solicitada para comprovação da qualidade e objetivo
deste trabalho, é um dos parâmetros de qualidade exigidos pela RDC N°26 de 2014, em
toda a etapa produtiva: droga vegetal, derivado vegetal e produto acabado para
comprovação que a carga microbiana existente não promova prejuízo ao complexo
produtivo e muito menos à saúde do paciente que é o consumidor final (BRASIL, 2014a).
Como parte da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, foi
publicada a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS, que lista plantas
medicinais que apresentam potencial para gerar produtos de interesse ao Sistema Único
de Saúde. Dentre elas, estão as espécies do gênero Passiflora: P. alata, P. edulis e P.
incarnata (BRASIL, 2009b).
As espécies de Passiflora são conhecidas popularmente como maracujá,
destacando-se no Brasil a espécie Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg. por ser uma
planta nativa e amplamente cultivada, principalmente na região Nordeste do país para a
produção de suco industrial e produtos alimentícios (SATO, CHABARIBERY,1992;
COUTO et al., 2010).
11
No entanto, não tem nenhum fitoterápico registrado na ANVISA que contenha
como ativo o extrato de P. edulis, em vista disso, estudos em andamento do Grupo de
Pesquisa em Produtos Naturais Bioativos da UFRN, vem buscando comprovar a
segurança, eficácia e qualidade dessa espécie em modelos não-clínicos de diabetes,
hipertensão e depressão. De acordo com resultados prévios promissores foi aprovada a
realização de estudos clínicos com P. edulis. Um dos projetos refere-se a dois estudos
clínicos cuja proposta é avaliar o efeito do derivado vegetal (extrato) do pericarpo de P.
edulis (em cápsulas) em pacientes hipertensos e diabéticos.
Dentro do exposto, neste trabalho objetivou-se realizar o controle microbiológico
do derivado vegetal (extrato seco) e das cápsulas contendo o derivado vegetal de
Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. FITOTERAPIA
A fitoterapia é definida como a utilização de plantas medicinais em diferentes
preparações, ausente de substâncias isoladas e utilizada para tratamentos de diferentes
doenças (BRASIL, 2014a) e é uma terapia aplicada desde as civilizações mais remotas
constituindo um importante sistema milenar medicinal que permanece até a atualidade
(MARIA et al., 2013).
Para nortear a dinâmica de utilização de fitoterápicos no Brasil é necessário
entender o histórico cultural e a socio-diversidade de nossas práticas geracionais que estão
intimamente relacionadas à riqueza biológica e recursos naturais disponíveis no país,
estes servem de razão para incentivo do reconhecimento do uso tradicional e popular das
plantas medicinais e remédios caseiros como componentes de promoção à saúde.
(BRASIL, 2006)
É observado na sociedade um crescimento na busca pelo naturalismo que
consequentemente aumenta o emprego de plantas medicinais na terapêutica, mas nesse
caso atrelado a ideia errônea da ausência de substâncias nocivas à saúde.
Simultaneamente, o aumento do uso de fitoterápicos também é justificado pelo
desdobramento científico na química de produtos naturais que proporcionou o
desenvolvimento eficaz e seguro desses medicamentos associados ao cumprimento da
legislação e fiscalização regulamentadas pela ANVISA (GADELHA et al., 2013)
12
O emprego de produtos naturais na terapêutica pode ser através de diversas
formas: in natura, em preparações galênicas simples, em formulações farmacêuticas ou
como substâncias puras. No caso das plantas, elas podem ser estudadas para: validar o
uso tradicional, obter um fitoterápico ou obter uma substância ativa pura (BRAGA et al.,
2017).
Tendo em vista a regulação, resgate e valorização da medicina tradicional e
fomento para a pesquisa surgiu a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
com o objetivo de promover uso racional, acesso seguro, desenvolvimento da indústria
nacional de plantas medicinais e fitoterápicos com inclusão de novas tecnologias de
produção, e certificando-se de que a biodiversidade seja manejada de forma sustentável.
É importante ressaltar também que a política faz o delineamento de diretrizes,
linhas de ações e responsabilidades para integrar a terapêutica com planta medicinais e
fitoterápicos no sistema público de saúde (BRASIL, 2006).Nesse sentido, o Programa
nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos está em concordância com a Política
Nacional pois implementa estratégias, metas, prazos, monitoramento e orientações de
forma detalhada em forma de planos de ação com a finalidade de pôr em prática as
diretrizes determinadas. (BRASIL, 2009a).
Uma das ações foi a publicação da Relação Nacional de Plantas de Interesse do
SUS, que lista plantas medicinais que apresentam potencial para gerar produtos de
interesse ao Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2009b). A fim de regulamentar o registro
de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais
fitoterápicos a RDC nº 26 de 13 de maio de 2014 vem a diferenciar essas categorias
apresentando normas e requisitos mínimos para tal.
Além disso, exige a apresentação de relatórios de segurança e efetividade
(BRASIL, 2014a). Com base nela, é interessante apresentar as duas categorias para
melhor entendimento desse trabalho e seguimento de apresentação de seu controle de
qualidade.
Na RDC n° 26 de 2014 são feitas algumas considerações, entre elas:
Não se considera medicamento fitoterápico ou produto tradicional fitoterápico
aquele que inclua na sua composição substâncias ativas isoladas ou altamente
purificadas, sejam elas sintéticas, semissintéticas ou naturais e nem as
associações dessas com outros extratos, sejam eles vegetais ou de outras fontes,
13
como a animal. Os medicamentos fitoterápicos são passíveis de registro e os
produtos tradicionais fitoterápicos são passíveis de registro ou notificação. Não
são objeto de registro ou notificação as preparações elaboradas pelos povos e
comunidades tradicionais do país sem fins lucrativos e não industrializadas.
(BRASIL, 2014a)
As duas categorias são diferentes entre si, sendo o fitoterápico caracterizado por ser
um produto de obtenção exclusiva por meio de matérias primas ativas vegetais, possuindo
dados de uso seguro e efeito na literatura e com fim de utilização para diagnóstico, de
prescrição e monitorização. E o Produto Nacional Fitoterápico também possuem essas
características, no entanto sua efetividade e segurança é baseada em dados publicados na
literatura técnico-científica demonstrando o uso seguro por um período de 30 anos
(BRASIL, 2014a).
2.2. CONTROLE DE QUALIDADE
Entende-se por controle de qualidade o conjunto de medidas que visam garantir a
produção de medicamentos e produtos que atendam aos requisitos de identidade,
atividade, teor, pureza, eficácia e inocuidade (BRASIL, 2019). A fim de dar tratamento
similar em suas análises de qualidade aos medicamentos alopáticos, os fitoterápicos
passam por padronizações devido às suas variações características da espécie vegetal
decorrentes de situações multifatoriais, como: o local de plantio, método de coleta,
estações do ano, manuseio e processamento da matéria prima (FISCHER, 2005).
Para dar origem ao processo de transformação da planta em medicamento deve
ser considerado principalmente a integridade química do princípio ativo com o objetivo
de atingir a ação farmacológica desejada, com isso é de extrema importância a garantia
na qualidade de produção do medicamento baseada nas Boas Práticas de Fabricação e de
Garantia de Qualidade, visando o alinhamento da estrutura produtiva da coleta a
dispensação. (FISCHER, 2005; MUKHERJEE et al., 2015).
Para construção do relatório de qualidade e garantia da correta produção de um
fitoterápico por uma indústria farmacêutica são necessárias diversas análises como
representado no esquema abaixo:
14
Figura 1- Esquema de análises e testes que devem ser apresentados no relatório para
solicitação de registro de um fitoterápico (BRASIL, 2014b).
Fonte: Do autor
Os materiais vegetais naturalmente contém fungos e bactérias, alguns são próprios
de sua microbiota, outros são contaminantes que podem surgir durante o processo de
manipulação e por isso o estudo de qualidade microbiológico deve ser realizado para
levantamento dos níveis de contaminação da matéria prima ao produto acabado e
comparar com os níveis aceitáveis de micro-organismos para cada preparação e
identificação daqueles considerados patógenos (BRASIL, 2019).
No caso do derivado vegetal e da forma farmacêutica, objetos de estudo deste
trabalho, são apresentados os limites aceitos na tabela 1.
Tabela 1: Limites Microbianos para preparações farmacêuticas
15
Tipo de
Preparação
Contagem total de
bactérias aeróbias
UFC/g ou mL
Contagem total de
Fungos/ leveduras
UFC/g ou Ml
Pesquisa de
Patógenos
Preparação para
uso oral contendo
matéria-prima de
origem natural
10⁴ 10² Ausência de
Salmonella em
10 g, ou 10 mL.
Limite máximo
de 10² bactérias
Gram negativa
bile tolerante b
em 1 g, ou mL.
Extrato seco 10⁴ 10³ Ausência de
Salmonella spp e
Escherichia
coli em 10 g
Drogas vegetais
que serão
submetidas a
processos
extrativos a frio
10⁵ 10³ Limite máximo
de 10¹
Escherichia coli
em 1 g.
Limite máximo
de 10³ bactérias
Gram negativa
bile tolerante b
em 1 g, ou mL.
Ausência de
Salmonella em
10 g Fonte: adaptado de BRASIL, 2019
Este estudo também é de apresentação obrigatória segundo a RDC N°26, de 13 de
maio de 2014 que determina padrões de qualidade para registro de fitoterápicos por meio
de apresentação do laudo de análise da droga vegetal, derivado vegetal e do produto
acabado para garantia do uso seguro do medicamento. (BRASIL, 2014a)
A Farmacopeia Brasileira 6ª edição dedica em seu segundo volume uma seção
apenas para plantas medicinais, que contêm as monografias de drogas vegetais,
preparações vegetais (tinturas e extrato fluído) e óleos gorduras e ceras. Na Farmacopeia
Brasileira 6ª edição consta a monografia da droga vegetal de Passiflora edulis Sims
(folhas secas) com as especificações e orientações quanto a identificação, testes de pureza
e doseamento (BRASIL, 2019).
Importante mencionar que embora descrita na Farmacopeia Brasileira como
Passiflora edulis Sims em site confiável utilizado mundialmente, a nomenclatura
científica aceita é Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg. para o maracujá amarelo (THE
16
PLANT LIST, 2013). No entanto, ainda não há dados farmacopeicos referente ao controle
de qualidade físico-químico e microbiológico do pericarpo de Passiflora edulis, apenas
para as folhas secas (droga vegetal).
2.3. HISTÓRICO DA FAMÍLIA Passifloraceae E O GÊNERO Passiflora
Ao analisar a família Passifloraceae, observou-se que literatura essa está dividida
em duas tribos – Paropsieae e Passiflorieae. No continente latino-americano a tribo
Passiflorieae está descrita em quatro gêneros: Ancistrothyrsus Harms, Dilkea Mast.,
Mitostemma Mast. e Passiflora L. Dessas, o gênero Passiflora L. são prevalentes na
América do Sul, mas encontram-se também em estado nativo nos Estados Unidos da
América, ressaltando que no mundo foram contabilizadas em torno de 520 espécies
(CERVI, 2005).
A planta recebeu o nome de Passiflora, conhecida também por flor da paixão e
esta denominação deve-se à primeira espécie descoberta, que é hoje descrita como
Passiflora incarnata L (CERVI, 2005). Passiflora edulis é considerada uma espécie
nativa e não endêmica que ocorre em diversos biomas por todo o território brasileiro como
cerrado, caatinga, pantanal e mata atlântica com menor incidência no norte do país
(CERVI, 1997).
Dentro deste gênero existem duas variedades: Passiflora edulis f. edulis Sims,
chamada de maracujá roxo e o maracujá amarelo ou azedo, que é caracterizado como P.
edulis f. flavicarpa O. Deg. (ULUBELEN et al., 2001). O maracujá amarelo é descrito
como uma mutação da variedade roxa e também se teoriza sobre uma hibridização natural
entre P. edulis fo. edulis e outras espécies (VANDERPLANK, 2000)
17
Figura 2: Flor, folhas e fruto de P. edulis f. flavicarpa O. Deg.
Fonte: (EMBRAPA, 2020)
O uso medicinal das folhas de Passiflora spp. é descrito na literatura
principalmente para tratar insônias e como calmantes, mas também tem relatos de ação
desobstruente, diuréticas em cozimentos e fermentações e úteis contra irritações do
aparelho bronco-pulmonar. As raízes, folhas e sementes possuem atividade anti-
helmínticas (CERVI, 1997, 2005). Para o pericarpo não foram encontrados dados na
literatura sobre o uso popular.
Em relação aos fitoterápicos já registrados na ANVISA que contêm como ativo
extrato de Passifora, foi encontrado apenas medicamentos com P. incarnata. Alguns anos
atrás havia registro de um fitoterápico com P. alata amplamente utilizado (Maracujina®),
no entanto, atualmente esse fitoterápico contém como ativo o extrato de P. incarnata.
Portanto, até presente momento da pesquisa, não foi identificado registro de fitoterápico
que contenha o extrato de Passiflora edulis f. flavicarpa O. Deg.
A Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS constitui uma lista
de plantas medicinais que demonstram potencial para serem utilizadas no SUS, nela estão
inclusas 71 espécies, entre elas P. alata, P.incarnata e P. edulis (BRASIL, 2009b). Na 5ª
edição da Farmacopeia Brasileira, em 2010, foi incluída a monografia de Passiflora edulis
para as folhas secas (BRASIL, 2010), sendo mantida também na 6ª edição com alterações
referentes ao controle de qualidade para a droga vegetal (BRASIL, 2019)
Quanto a composição química da P. edulis é citado na literatura em maior volume
os estudos realizados com as folhas, que descrevem os flavonoides como metabólitos
secundários majoritários, em destaque para a isovitexina e a isoorientina que são os
18
marcadores para controle de qualidade das folhas justificado pelo fato de terem maior
teor quantificado (BRASIL, 2019)
Figura 3: Estrutura química dos marcadores das folhas de P. edulis descritos na Farmacopeia Brasileira 6ª
edição.
Fonte: Do autor
No que se refere ao pericarpo de P. edulis, além de isoorientina e isovitexina,
outros flavonoides já foram descritos: orientina, vicenina-2, hiuganosídeo IIIa e IIIb , α-
tocoferilquinona, alangiosídeo A, longiflorosídeo B, cirusina A e B (CHASSAGNE e
CROUZET, 1996; KULKARNI e VIJAYANAND, 2010; ZERAIK et al., 2011;
CAZARIN et al., 2016; VIGANÓ et al., 2016; HU et al., 2017; GOSS et al., 2018) O
grupo mais citado e descrito em literatura são os flavonoides.
Os outros metabólitos secundários descritos são: glicosídeos cianogênicos, ácidos
fenólicos, triterpenos, esteroides, compostos voláteis, saponinas e pectina (DE-PARIS et
al., 2002; ZUCOLOTTO et al., 2012; JANZANTTI et al., 2012; OLIVEIRA et al., 2012;
XU et al., 2013; JANZANTTI e MONTEIRO, 2014; COELHO et al., 2018).
Poucos estudos farmacológicos foram documentados com o pericarpo de P. edulis
em relação aos que já existem com as folhas. Na busca referente ao pericarpo, foi
verificado que a maioria dos estudos utilizaram a farinha da casca (previamente seca e
moída) a fim de avaliar a atividade antidiabética, outros estudos avaliaram extratos
metanólicos e aquosos, esses com a finalidade de observar a atividade anti-hipertensiva.
Em suma, outros estudos relatam as seguintes atividades farmacológicas:
antioxidante (ZERAIK et al., 2011, CAZARIN et al., 2014, SILVA et al, 2014, FAVERI
et al., 2020), antimicrobiano (NUGRAHA et al., 2018), antidiabético (ICHIMURA et al.,
ISOORIENTINA ISOVITEXINA
19
2006, SALGADO et al, 2010, JANEBRO et al., 2008), anti-hipertensivo (ICHIMURA et
al., 2006, LEWIS et al., 2013, ZIBADI et al., 2007), ansiolítico, hepatoprotetor,
nefroprotetor (NERDY e RITARWAN, 2019) e benefícios no tratamento da orteoartrite
(FARID et al., 2010).
Em relação a dados sobre a toxicidade do pericarpo de P. edulis, não foram
encontrados estudos in vivo com essa avaliação, apenas estudos com as folhas (AMARAL
et al., 1001; DEVAKI et al., 2012), no entanto esse estudo foi realizado no Grupo de
Pesquisa em Produtos naturais e bioativos como parte de um projeto de doutorado mas
que ainda não foram apresentados os resultados.
Foi observado que até o momento os estudos aqui relatados não usaram extratos
padronizados, que são caracterizados a partir da adição de conteúdo definido de
constituinte ativo com atividade terapêutica conhecida, ou quantificados, que devem ser
identificados a partir do teor de marcador ativo dentro da faixa definida (BRASIL, 2019)
nem há registros sobre análises de controle de qualidade.
O fato de terem sido usados extratos aquosos das folhas não descartam a
importância de realização de estudos que comprovem a segurança de outras partes da
planta, principalmente o pericarpo, visto que ele é tratado como resíduo.
Na busca pelo desenvolvimento de novos medicamentos para tratamento de
hipertensão e diabetes e seguindo a proposta de desenvolver fitoterápicos com espécies
nativas do país, no Grupo de Pesquisa em Produtos Naturais Bioativos (PNBio) está em
andamento uma tese de doutorado com o objetivo de avaliar a composição fitoquímica, o
perfil de toxicidade e o potencial efeito farmacológico de extrato do pericarpo de P. edulis
f. flavicarpa em modelo não clínico de hipertensão e de diabetes e estudos clínicos com
pacientes hipertensos e diabéticos.
Em vista disso, neste trabalho objetivou-se avaliar o controle microbiológico dos
extratos e de cápsulas contendo o extrato do pericarpo de P. edulis. As cápsulas analisadas
foram preparadas para utilização no estudo clínico para avaliação de atividade
antidiabética.
20
3. OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO GERAL
O objetivo deste trabalho foi realizar o controle de qualidade microbiológico do
derivado vegetal seco e das cápsulas contendo o derivado vegetal seco de Passiflora
edulis f. flavicarpa O. Deg.
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar a viabilidade do derivado vegetal e produto acabado quanto a qualidade
baseada na legislação vigente.
Realizar ensaio de contagem de microorganismos mesofílicos para derivado
vegetal e cápsulas contendo derivado vegetal de P. edulis preconizados na Farmacopeia
Brasileira.
Realizar a pesquisa dos microrganismos patógenos nas amostras de derivado
vegetal e nas cápsulas contendo o derivado vegetal de P. edulis através dos ensaios
preconizados na Farmacopeia Brasileira.
21
4.0. METODOLOGIA:
4.1. COLETA DO MATERIAL VEGETAL
Os frutos foram coletados no período de frutificação em uma região de cultivo na
propriedade Gurjaú, localizada no município de Coronel Ezequiel, no estado do Rio
Grande do Norte a latitude: -S06° 23’ 44,2” O036° e de comprimento: 75 m 10’ 23,7”.
Os frutos estavam em estágio final de amadurecimento. No Herbário da UFERSA, as
amostras foram identificadas e depositadas sob número de referência ICN13751.6. O
acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado para fins de
pesquisa científica foi registrado no SISGEN (A618873).
4.1.1. OBTENÇÃO DOS EXTRATOS
Para obtenção do extrato, foi retirada a polpa do fruto e o pericarpo foi submetido
a secagem em estufa com temperatura de 55° C por 48 horas. O pericarpo seco foi
triturado em moinho de facas para obtenção do pericarpo pulverizado (denominado de
farinha de P. edulis).
22
A partir da farinha (casca seca pulverizada) do pericarpo de P. edulis foi obtido o
extrato hidroetanólico (AFM). O extrato foi preparado a partir da farinha, pelo método de
maceração, que consiste em deixar a droga vegetal em contato com o solvente (etanol:
água 50:50, v/v) pelo período de 7 dias, a proporção de droga vegetal e solvente é 1:20.
Ao final do período pré-estabelecido, foi realizada a filtração.
O extrato foi concentrado com auxílio de um rota-evaporador, à temperatura de
40°C e sob pressão reduzida, até eliminação total de solvente orgânico, em seguida foi
liofilizado para gerar o extrato seco.
Figura 4: Representação esquemática das etapas de obtenção do
pericarpo, farinha (droga vegetal) e extrato hidroetanólico de P. edulis
23
4.1.2. PREPARAÇÃO DAS CÁPSULAS
As cápsulas com o extrato liofilizado de Passiflora edulis foram manipuladas em
uma farmácia de manipulação de Natal-RN em duas etapas, a primeira foi a preparação
do placebo e a segunda a preparação das cápsulas.
Primeiramente, foi realizada a determinação da densidade do extrato pelo método
da cápsula a fim de escolher a cápsula a ser utilizada. Esse método consistiu em pesar 3
cápsulas vegetais n° 0 vazias de volume 0,67 ml, retirar seus invólucros e colocá-las na
encapsuladeira onde foi depositado uma quantidade empírica de extrato que completasse
o volume total. Após o encapsulamento, as cápsulas cheias foram fechadas, polidas e
pesadas. Os valores estão representados na tabela 2 e com eles foi calculada a densidade
do extrato. O excipiente escolhido foi o talco devido a característica higroscópica do
extrato.
Tabela 2: Método das cápsulas para determinação de densidade de extrato
Cápsula 1 vazia 0,078 g Cápsula 1
cheia
0,293 g
Cápsula 2 vazia 0,078 g Cápsula 2
cheia
0,300 g
Cápsula 3 vazia 0,078 g Cápsula 3
cheia
0,317 g
24
4.1.3. CONTAGEM DE MICROORGANISMOS MESOFÍLICOS
Os testes de contagem total de microrganismos viáveis foram realizados conforme
a Farmacopeia Brasileira 5ª edição volume I (2010), compendio vigente no período do
ensaio.
Para os testes com o extrato seco, a amostra 1 foi preparada a partir da pesagem
da quantidade de 10 g do extrato em Erlenmeyer de 250 mL e diluída em 90 mL de Salina
Estéril (1:10) .A partir dessa solução, foi preparada a amostra 2 onde transferiu-se 10 mL
da solução 1:10 para um Erlenmeyer de 250 mL e completou-se o volume com 90 mL do
mesmo diluente (1:100). Por fim, para a amostra 3 foram retirados 10 mL da solução
1:100 e transferidos para Erlenmeyer de 250 mL e completou-se o volume com 90 mL de
Salina Estéril (1:1.000).
Para o preparo das amostras das cápsulas, foram utilizadas 10 unidades destas e o
conteúdo inserido a um Erlenmeyer de 250 mL com 90 mL de salina estéril (Amostra 1-
1:10), a solução foi submetida a aquecimento em banho maria para auxiliar na dissolução.
A partir dessa solução, foram preparadas as amostras 2 (1:100) e 3 (1:1000) da mesma
forma descrita para o extrato.
O passo seguinte foi a execução do método de contagem em placas para bactérias,
que foi realizado para cada amostra de extrato e cápsulas, onde adicionou-se 100 μl de
cada amostra por meio do método (Spread Plate) em 20 mL do Meio Ágar caseína-soja
solidificado em placas de Petri. Foram preparadas três placas de Petri para cada diluição,
totalizando 9 placas para o extrato e 9 para as cápsulas e estas foram incubadas a 35 °C,
por 5 dias.
A execução do método de contagem em placas para fungos foi feita a partir da
adição de 100 μl da amostra por meio do método (Spread Plate) em 20 mL do Meio Ágar
Sabouraud Dextrose solidificado em placas de Petri. Foram preparadas três placas de Petri
para cada diluição, totalizando 9 placas para o extrato e 9 para as cápsulas e estas foram
incubadas a 25 °C, por 7 dias.
Após a incubação, para todas as amostras, foram efetuadas as médias aritméticas
dos números de colônias por placa e a partir dos valores, obteve-se o número de
25
microrganismos por grama, multiplicando-se pela diluição usada. Os resultados foram
expressos em unidades formadoras de colônias (UFC).
4.1.4. PESQUISA E IDENTIFICAÇÃO DE PATÓGENOS
O método de pesquisa e identificação de patógenos foi realizado conforme
descrito na Farmacopeia Brasileira Volume I (2010). Para cada micro-organismo
patogênico foram feitas etapas de pré-enriquecimento para garantir a recuperação destes,
caso estivessem presentes. Após este primeiro procedimento foram realizadas as etapas
da fase seletiva, onde as amostras foram semeadas em meios seletivos e observado sua
macroscopia.
As propriedades dos meios de cultura e os motivos pelos quais foram utilizados
no desenvolvimento desse trabalho estão representados na tabela 3:
Tabela 3: Meios de cultura utilizados
Meio de Cultura Propriedades Uso Referência
Ágar Mac Conkey
Contém cristais
violeta que auxilia
no crescimento de
bactérias gram
negativas e inibem
o crescimento de
gram positivas, em
especial
enterococos e
estafilococos.
Promover
crecimento de E.
coli
(BRASIL, 2004)
Ágar XLD
É um meio seletivo
utilizado para o
isolamento e
diferenciação de
bactérias
patogênicas
entéricas gram-
negativas.
(Salmonella e
Shigella)
Identificar o
crescimento de S.
enterica ssp
sorotipo
typhimurium
ou S. entérica ssp
sorotipo abony
(TAYLOR, W.I.
1965)
26
Salmonella sp.
Em salina estéril foi solubilizado 10 g do extrato seco (amostra 1) e 10 unidades
de cápsulas (amostra 2) com extrato seco de P. edulis na proporção 1:10, p/v,
homogeneizadas e incubadas a 35 °C durante 24 horas.
Após a pré-incubação, cada amostra foi homogeneizada e transferida 0,1 mL do
seu conteúdo para 10 mL de Caldo enriquecimento Salmonella Rappaport Vassiliadis,
incubadas a 35 °C por 24 horas. Transferiu-se, com auxílio de swab estéril, o material
enriquecido no meio seletivo, para placa de Petri contendo Ágar xilose lisina
desoxicolato, em duplicata, usando o método de estrias em superfície. As placas foram
incubadas a 35 ºC, durante 48 horas.
Escherichia coli
Foi preparada uma diluição inicial de concentração 1:10 para as amostras de
extrato seco e cápsulas. Para o extrato seco (amostra 1) foi realizado a pesagem de 10g
de extrato e 90ml de salina estéril como na contagem de microorganismos mesofílicos e
para as cápsulas (amostra 2) foram utilizadas 10 cápsulas para 90mL de salina estéril e
aquecidas em banho maria até solubilizar.
Em seguida, foi transferido 10 mL dessa diluição para 90 mL de caldo de
enriquecimento (Caldo caseína-soja), homogeneizado e incubado a 35° C por 24 horas.
Destas foi transferido 1 mL das amostras enriquecidas para 100 mL de Caldo
MacConkey. As amostras foram incubadas a 44 °C durante 24 horas. Transferiu-se, com
auxílio de swab estéril, os materiais enriquecidos no meio não seletivo, para placas de
Petri contendo ágar Mac Conkey, usando o método de estrias em superfície. As placas
foram incubadas a 35ºC, durante 24 horas.
27
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. OBTENÇÃO DOS EXTRATOS
O rendimento obtido referente a farinha do pericarpo de P. edulis foi de 16,0 ± 0,4
%, e o rendimento do extrato é de 22,5 ± 1,7 %.
5.2 PREPARO DAS CÁPSULAS
A partir dos valores aferidos das pesagens foi determinado a média de 0,45 g/ml.
o talco, de densidade 0,591 g/ml. A partir da fórmula da densidade, foi constatado que
em cada cápsula continha 0,3995 g de extrato e 0,3015 g de excipiente.
5.3 CONTAGEM TOTAL DE MICROORGANISMOS MESOFÍLICOS
A contagem total de microrganismos mesofílicos é um método que consiste na
contagem da população de microrganismos que apresentam crescimento visível e é
aplicado para produtos e matérias primas não-estéreis com a finalidade de determinar o
número de bactérias e fungos presentes. (BRASIL, 2019)
A contagem realizada em cada placa para as amostras analisadas está representada
nas tabelas 4, 5, 6, 7, 8 e 9. As cápsulas com o derivado vegetal apresentaram crescimento
de bactérias e fungos em ambos os meios de cultura. Na contagem das cápsulas, a média
de fungos foi expressa em unidade formadora de colônia no valor de 2,01x10⁴ UFC/ml
considerando a contagem total em ATSC e AS (Valores individuais demonstrados nas
tabelas 4 e 5).
Tabela 4: Contagem de fungos/leveduras no meio ATSC referente as cápsulas com
derivado vegetal seco.
Ágar Caseína de Soja – Contagem de Fungos
Diluição Colônias
1:10 36 54 37
1:100 34 63 80
1:1000 54 59 60 Fonte: Do autor
Tabela 5: Contagem de fungos/leveduras no meio AS referente as cápsulas com derivado
vegetal seco.
Ágar Sabouraud – Contagem de Fungos
Diluição Colônias
1:10 46 29 52
1:100 28 34 41
28
1:1000 48 67 49 Fonte: Do autor
Na contagem total das cápsulas, a média de bactérias foi expressa em unidade
formadora de colônia no valor de 8,78x10² UFC/ml considerando a contagem total em
ATSC e AS (Valores individuais demonstrados nas tabelas 6 e 7, respectivamente).
Tabela 6: Contagem de bactérias no meio ATSC referente as cápsulas com derivado
vegetal seco.
Ágar Caseína de Soja – Contagem de Bactérias
Diluição Colônias
1:10 130 115 100
1:100 30 50 65
1:1000 0 0 0 Fonte: Do autor
Tabela 7: Contagem de bactérias no meio AS referente as cápsulas com derivado vegetal
seco.
Ágar Sabouraud – Contagem de Bactérias
Diluição Colônias
1:10 52 42 20
1:100 20 15 10
1:1000 0 0 0 Fonte: Do autor
Já para os extratos, o perfil do crescimento microbiano foi diferente. As bactérias
foram identificadas no meio ATCS com contagem total de 1,98x 10² UFC/ml de extrato
e os fungos apresentaram-se no meio AS com valor total de 7x10¹ UFC/ml de extrato.
Tabela 8: Contagem de bactérias no meio ATCS referente ao extrato seco
Ágar Caseína Soja – Contagem de Bactérias
Diluição Colônias
1:10 80 150 160
1:100 300 200 300
1:1000 0 0 0 Fonte: Do autor
Tabela 9: Contagem de fungos e leveduras no meio AS referente ao extrato seco
Ágar Sabouraud – Contagem de Fungos
Diluição Colônias
29
1:10 60 80 0
1:100 0 0 0
1:1000 0 0 0 Fonte: Do autor
As Figuras 5, 6, 7, 8, 9 e 10 representam os crescimentos fúngicos e bacterianos
após a incubação do extrato seco e das cápsulas com o derivado vegetal nos meios de
cultura ATSC e AS, onde foi realizada a contagem dos micro-organismos.
Fonte: Do autor
Figura 5: Meio de cultura ATSC semeado com amostra 2 da diluição 1:10 do derivado
vegetal de P. edulis e semeado com amostra 2 da diluição 1:10 das cápsulas.
Extrato Seco P. edulis
Cápsulas
30
Figura 6: Meio de cultura ATSC semeado com amostra 3 da diluição 1:100 do derivado
vegetal de P. edulis e semeado com amostra 3 da diluição 1:100 das cápsulas.
Fonte: Do autor
Cápsulas
Extrato Seco P. edulis
31
Figura 7: Meio de cultura ATSC semeado com amostra 1 da diluição 1:1000 do derivado
vegetal de P. edulis e semeado amostra 1 da diluição 1:100 das cápsulas.
Fonte: Do autor
Extrato Seco P. edulis
Cápsulas
32
Figura 8: Meio de cultura AS semeado com amostra 3 da diluição 1:10 do extrato de P.
edulis e semeado com amostra 3 da diluição 1:10 das cápsulas.
Fonte: Do autor
Cápsulas
Extrato Seco P. edulis
33
Figura 9: Meio de cultura AS semeado com amostra 3 da diluição 1:100 do derivado
vegetal de P. edulis e semeado com amostra 3 da diluição 1:100 das cápsulas.
Fonte: Do autor
Extrato Seco P. edulis
Cápsulas
34
Figura 10: Meio de cultura AS semeado com amostra 1 da diluição 1:1000 do derivado
vegetal de P. edulis e semeado com amostra 1 da diluição 1:1000 das cápsulas.
Fonte: Do autor
Na Farmacopeia Brasileira 6ª edição é preconizado quanto aos limites
microbianos para produtos não estéreis, que extrato seco deve apresentar no máximo 10⁴
UFC/ml de bactérias aeróbias e 10² UFC/ml de fungos e o produto acabado para uso oral
contendo insumo ativo que não foi submetido a pré-tratamento que reduz a carga
Extrato Seco P. edulis
Cápsulas
35
microbiana deverá conter no máximo 10⁵ UFC/ml de bactérias aeróbias e 10³ de UFC/ml
de fungos. (BRASIL, 2019) Seguindo esse parâmetro vigente, o derivado vegetal (extrato
seco) está de acordo, no entanto as cápsulas contendo o derivado vegetal apresentaram
valores que não estão adequados como exige o compêndio oficial.
Os produtos farmacêuticos estão sujeitos à contaminação por bactérias
heterotróficas, fungos e leveduras, estes podem ser oriundos da falha no processo de
produção, estocagem ou uso da matéria-prima de baixa qualidade (ANDRADE et al.,
2005; DENYER, BAIRD, 1990), fatores que interferem na qualidade final do produto.
Os produtos manipulados são produzidos de acordo com cada prescrição, o que dificulta
regularizá-los como um todo.
Estes, possuem diversas fontes de contaminação, dentre elas o fracionamento da
matéria-prima, que pode levar ao carreamento de partículas, que contribui com o aumento
da contaminação microbiana (YAMAMOTO et al., 2004), pureza do ar comprimido e
qualidade do ar ambiente, materiais de acondicionamento e embalagens, equipamentos e
utensílios da produção, e principalmente os cuidados e boas práticas de fabricação do
pessoal operacional (AMARAL, 2017).
O processo de envase e rotulagem de medicamentos é uma preocupação constante
para as farmácias e indústrias devido as contaminações cruzadas que um
acondicionamento inapropriado pode gerar. No entanto, a maior fonte de contaminação
microbiana relatada é da equipe de manipulação, visto que as bactérias da microbiota
podem ser transportadas pelo ar (PARKER, HODGES, 2005). É justificável que produtos
oriundos de processos controlados por indústrias apresentem menor indicie de
contaminação devido a forma de produção ser com lotes de grande magnitude e
necessitando de um rigoroso controle de qualidade baseado em auditorias e investigações
internas, padronizado e documentado. (KERN, BLEVINS, 1999)
Uma alternativa para minimizar a carga microbiana nos produtos é a irradiação
(GINDRI et al., 2012) e pode ser um processo viável para produção das cápsulas,
enfatizando a necessidade de um controle de qualidade rigoroso que identifique possíveis
ajustes no desenvolvimento.
A atenção com o controle de qualidade dos medicamentos é assunto relevante,
emergente e importante para o ramo farmacêutico. Os produtos não estéreis possuem grau
36
de tolerância à presença de microrganismos, entretanto estes devem respeitar os valores
limites determinados pela legislação, devido as altas cargas microbianas ocasionarem
patologias, principalmente em pacientes com sistema imune deprimido, onde nesses casos
a consequência pode ser grave e irreversível. A importância do controle microbiológico
de produtos farmacêuticos se deve ao compromisso em constatar a segurança, eficácia e
aceitabilidade em concordância com a legislação vigente. (BRASIL, 2014a, 2019)
Como o extrato apresentou resultado dentro dos limites microbianos aceitáveis,
pode-se hipotetizar que na produção, material de embalagem, armazenamento ou no
transporte das cápsulas houve contaminação por; manuseio com as luvas contaminadas,
descumprimento de boas práticas de fabricação ou contaminação por fungos filamentosos
presentes no ar, visto que nas análises, os controles da capela e estufa sempre
apresentaram-se negativos.
5.2. PESQUISA DE MICRO-ORGANISMOS PATOGÊNICOS
O teste de pesquisa e identificação de patógenos é um método que permite a
detecção da presença de células viáveis de micro-organismos patogênicos como
Salmonella sp., Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococus aureus, entre
outros onde o resultado deve satisfazer às exigências microbiológicas farmacopeicas,
ficando dentro do limite microbiano para produtos não estéreis (BRASIL, 2010; BRASIL,
2019).
Os produtos testados para a pesquisa de patógenos foram o derivado vegetal
(extrato seco) e as cápsulas com o extrato seco. Os micro-organismos indicados para
pesquisa na Farmacopeia Brasileira são Escherichia coli e Salmonella.
De acordo com a Farmacopeia Brasileira, para drogas vegetais que foram
submetidas a processos extrativos a frio deve se considerar conter no máximo 10¹ UFC
de Escherichia coli em 1 g e ausência de Salmonella em 10 g de produto. Já para
preparações de uso oral contendo matéria-prima de origem natural considera-se como
dentro dos limites aceitáveis a ausência de Salmonella spp e Escherichia coli em 10 g de
produto (BRASIL, 2010)
Escherichia coli
37
O resultado demonstrado após semeadura foi que a amostra cumpriu ao teste pois
não apresentou crescimento de colônias vermelhas não mucosas, como representado na
figura 10 que são descritas como macroscopia condizente a E. coli, considerado então
como critério aceitável para ausência do micro-organismo.
Figura 11: Ágar Mac Conkey onde foi semeado Extrato seco (derivado vegetal) e
cápsulas que não apresentaram crescimento de colônias com características compatíveis
com E. coli. Na imagem está representado 1 placa de cada amostra, no entanto foram
utilizadas quatro placas para cada produto.
Fonte: Do autor
Salmonella
O resultado demonstrado após semeadura foi que o produto (derivado vegetal)
cumpriu ao teste pois não apresentou colônias vermelhas com ou sem centro negro que
são características da macroscopia condizente a Salmonella, determinando ausência do
micro-organismo como representado nas figuras 12 e 13.
Extrato Seco P. edulis
Cápsulas
38
Figura 12 – Extrato seco (derivado vegetal) semeados no meio XLD, amostra em
duplicata, onde não apresenta crescimento de colônias.
Fonte: Do autor
Figura 13 – Cápsulas semeadas no meio XLD, amostra em duplicata, onde não apresenta
crescimento de colônias.
Fonte: Do autor
O fato de não ter sido identificado microorganismos patogênicos permite teorizar
que apesar de haver uma carga microbiana no extrato e nas cápsulas esta não se trata de
bactérias que poderiam trazer prejuízos aos pacientes que vierem a fazer uso desse
39
produto (BRASIL, 2019). Quanto às cápsulas, sua contagem total de microorganismos
mesofílicos está fora da adequação farmacopeica e portanto é necessário viabilizar um
processo de produção em acordo com as BPFs estabelecidas e também verificar um
método de eliminação eficaz para redução microbiana eficaz, a adoção desses métodos
permite uma segurança e as medidas preventivas e de controle do processo de fabricação
existem para garantir qualidade em todo o processo produtivo e principalmente do
produto final.
Falhas nessas etapas podem levar ao comprometimento do desempenho do
produto que geram: quebra da estabilidade da formulação, alteração das características
físicas e químicas como a inativação do princípio ativo do produto (NASCIMENTO et
al., 2005; YAMAMOTO et al., 2004). Pela condição do produto não apresentar bactérias
patogênicas nos leva a teorizar em corroboração com o exposto que a adequação às BPFs
e adição de um processo eficaz de eliminação microbiana podem ajustar esse
medicamento aos padrões das legislações vigentes e em concordância com os outros
padrões de controle de qualidade atendidos autorizar sua comercialização, no entanto é
necessário afirmar que esse resultado não indica a ausência de outros microorganismos
que podem prejudicar a saúde dos pacientes, portanto a segurança para seu uso no ensaio
clínico.
6. CONCLUSÃO
Os resultados obtidos mostram que há presença de microrganismos nas amostras
do derivado vegetal (extrato seco) e cápsulas com extrato seco de P. edulis. De acordo
com os limites preconizado na Farmacopeia Brasileira 6ª edição apenas o derivado
vegetal está dentro das condições descritas como aceitáveis, já as cápsulas contendo o
derivado vegetal o valor de UFC g-1 ultrapassou o limite estabelecido para fitoterápicos
que seria de 10⁵ UFC/ml de bactérias aeróbias e 10³ de UFC/ml de fungos e apresentou-
se com uma média de fungos de 2,01x10⁴ UFC/ml. Assim, para se determinar a origem
de contaminação e garantir a qualidade do produto durante o processo de produção, um
controle de qualidade de acompanhamento durante o processo de produção deveria ser
implementado e executado.
40
7. REFERÊNCIAS
AMARAL, F. D. (2006) Análise de riscos e pontos críticos de contaminação microbiana
manipulação de produtos e insumos farmacêuticos. Anápolis: Goiás: Instituto de Ciência,
Tecnologia e Qualidade Industrial – ICTQ, 2006. Disponível em:
http://www.lucapeconsultores.com/artigos/analise_de_risco.pdf . Acesso em 28 de junho
de 2020.
ANDRADE, F. R. et al. (2005) Analise microbiológica de matérias-prima e formulações
farmacêuticas magistrais. Revista Eletrônica de Farmácia, Goiânia, v. 2, n. 2, p.38-44,
nov. 2005.
ANVISA. (2004). Descrição dos Meios de Cultura Empregados nos Exames
Microbiológicos Módulo IV. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, IV, 1–66.
http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_4_2004.pdf
BRASIL, M. da S. (2006). Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
BRASIL. (2008). Ministério da Saúde RDC No 87 , DE 21 DE NOVEMBRO DE 2008,
Altera o Regulamento Técnico sobre Boas Práticas de Manipulação em Farmácias. 90,
2008.
BRASIL, 2007. (2007). Resolução de Diretoria Colegiada no. 67, de 08 de Outubro de
2007, Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e
Oficinais para Uso Humano em farmácias. Dou, 09/10/2007(195).
http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_67_2007_COMP.pdf/5de
8862-e018-4287-892e-a2add589ac26
BRASIL, M. da S. (2009a). Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
BRASIL, M. da S. (2009b). RENISUS – Relação Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse ao SUS. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos
Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica Básica, 24–25.
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/RENISUS.pdf
BRASIL. Agencia Nacional de Vigilancia Sanitária. (2010). Farmacopeia Brasileira.
Farmacopeia Brasileira, 5a Edição, 1, 112.
BRASIL. (2014a). Resolução de Diretoria Colegiada No 26 de 13 de maio de 2014,
Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de
produtos tradicionais fitoterápicos. Diário Oficial Da União, Poder Executivo, DF,
Brasília, 1–34.
41
BRASIL, M. da S. (2014b). Guia de orientação para registro de Medicamento
Fitoterápico e registro e notificação de Produto Tradicional Fitoterápico. Agência
Nacional de Vigilância Sanitária. Instrução Normativa No 4, de 18 de Junho de 2014.,
1–123.
BRASIL. Agencia Nacional de Vigilancia Sanitária. (2019). Farmacopeia Brasileira,
volume 2 / Agencia Nacional de Vigilancia Sanitária. Farmacopeia Brasileira, 6a Edição,
2, 1–523. https://doi.org/10.1590/S0102-33062006000100002
BRASIL. (2019). Farmacopeia Brasileira. Farmacopeia Brasileira, 6a Edição, 1, 60–69,
72–85. https://doi.org/10.1590/S0102-33062006000100002
CERVI, A. C. (1997). Passifloraceae do Brasil. Estudo do gênero Passiflora L.,
subgênero Passiflora. Fontqueria, 45, 1–92.
CERVI, A. C. (2005). ESPÉCIES DE Passiflora L. (PASSIFLORACEAE)
PUBLICADAS E DESCRITAS NOS ÚLTIMOS 55 ANOS (1950 –2005) NA
AMÉRICA DO SUL E PRINCIPAIS PUBLICAÇÕES BRASILEIRAS. Estudos de
Biologia, 27(61), 19–24. https://doi.org/10.7213/reb.v27i61.21933
GADELHA, C. S., MAIA, V., JUNIOR, P., KATIUCIA, K., BEZERRA, S., &
MANIÇOBA, B. B. (2013). Estudo bibliográfico sobre o uso das plantas medicinais e
fitoterápicos no Brasil Bibliographical study on the use of medicinal and herbal plants in
Brazil. Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, 8(5), 208–212.
GINDRI, A. L., LAPORTA, L. V., & SANTOS, M. R. (2012). Controle microbiológico
de drogas vegetais comercializadas na região central do Rio Grande do Sul. Revista
Brasileira de Plantas Medicinais, 14(3), 563–570. https://doi.org/10.1590/S1516
05722012000300020
KLEIN, T., LONGHINI, R., BRUSCHI, M. L., & MELLO, J. C. P. (2009).
Phytomedicines: A promising market | Fitoterápicos: Um mercado promissor. Revista de
Ciencias Farmaceuticas Basica e Aplicada.
Maria, A., Santos, A., Miranda, M. G. De, Cardoso, F. T., Moraes, R., Eliane, K., &
Avelar, S. (2013). Fitoterapia popular : passado e presente Popular phytotherapy : past
and present 4 . As plantas medicinais e as políticas públicas de saúde no Brasil. 34(11),
2013.
MUKHERJEE, P. K., BAHADUR, S., CHAUDHARY, S. K., KAR, A., &
MUKHERJEE, K. (2015). Quality Related Safety Issue-Evidence-Based Validation of
Herbal Medicine Farm to Pharma. Evidence-Based Validation of Herbal Medicine, 1
28. https://doi.org/10.1016/B978-0-12-800874-4.00001-5
42
THE PLANT LIST (2013). Versão 1.1. Publicado na internet;
http://www.theplantlist.org/ (Acessado em 23 de Julho de 2020).
ULUBELEN, A., MERIÇLI, A. H., MERIÇLI, F., KILINÇER, N., FERIZLI, A. G.,
EMEKCI, M., & PELLETIER, S. W. (2001). Comparative pharmacological study of
hydroethanol extracts of Passiflora alata and Passiflora edulis leaves. Phytotherapy
Research, 15(2), 162–164. https://doi.org/10.1002/ptr.694
VANDERPLANK, J. Passion flowers. 3ª ed. Cambridge: The MIT Press. 224p. 2000.
Taylor, W.I. 1965. Isolation of shigellae. I. Xylose lysine agars; new media for isolation
of enteric pathogens. Am. J. Clin. Pathol., 44:471-475.
VEIGA JUNIOR, V. F.; PINTO, A. C.; MACIEL, M. A. M. PLANTAS MEDICINAIS:
CURA SEGURA? Quim. Nova, Vol. 28, nº. 3, 519-528, 2005.
VIGANÓ, J.; BRUMER, I.Z.; BRAGA, P.A.C.; SILVA, J.K.; MARÓSTICA JÚNIOR,
M.R.; REYES, F.G.R.; MARTÍNEZ, J. Pressurized liquids extraction as an alternative
process to readily obtain bioactive compounds from passion fruit rinds. Food Bioprod
Process, 100, 382-390, 2016.
YAMAMOTO, C. H. et al. Controle de Qualidade Microbiológico de Produtos
Farmacêuticos, Cosméticos e Fitoterápicos Produzidos na Zona da Mata, MG. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2., 2004, Zona da
Mata. Anais. Belo Horizonte. Disponível em:
https://www.ufmg.br/congrext/Desen/Desen7.pdf. Acesso em: 28 de junho de 2020.
XU, F.; WANG, C.; YANG, L.; LUO, H.; FAN, W.; ZI, C.; DONG, F.; HU, J.; ZHOU,
J. C-dideoxyhexosyl flavones from the stems and leaves of Passiflora edulis Sims. Food
Chem, 136, 94-99, 2013.
ZERAIK, M. L.; SERTEYN, D.; DEBY-DUPONT, G.; WAUTERS, J.; TITS, M.;
YARIWAKE, J. H.; ANGENOT, L.; FRANCK, T.. Evaluation of the antioxidant activity
of passion fruit (Passiflora edulis and Passiflora alata) extracts on stimulated neutrophils
and myeloperoxidase activity assays. Food Chem, 128, 259-265, 2011.
ZIBADI, S.; FARID, R.; MORIGUCHI, S.; LU, Y.; FOO, L.Y.; TEHRANI, P.M.;
ULREICH, J.B.; WATSON, R.R. Oral administration of purple passion fruit peel
extract attenuates blood pressure in female spontaneously hypertensive rats and humans.
Nutr Res, 27, 408-416, 2007.
43
ZUCOLOTTO, S.M.; FAGUNDES, C.; REGINATTO, F.H.; RAMOS, F.A.;
CASTELLANOS, L.; DUQUE, C.; SCHENKEL, E.P. Analysis of C-glycosyl
Falavonoids from South American Passiflora Species by HPLC-DAD and HPLC-MS.
Phytochem. Anal, 23, 232-239, 2012.