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Natal RN 2011 JOSÉ EDMILSON DA SILVA EUGÊNIO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA ACESSIBILIDADE PARA ESTUDANTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS: ESTUDO DE CASO DA BIBLIOTECA CENTRAL ZILA MAMEDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Orientadora: Msa. Maria do Socorro de Azevedo Borba

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · resumo Analisa-se a acessibilidade para pessoas com necessidades educacionais especiais (PNEE) em uma unidade de informação, através

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Natal RN2011

JOSÉ EDMILSON DA SILVA EUGÊNIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA

ACESSIBILIDADE PARA ESTUDANTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS: ESTUDO DE CASO DA BIBLIOTECA CENTRAL ZILA MAMEDE DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Orientadora: Msa. Maria do Socorro de Azevedo Borba

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JOSÉ EDMILSON DA SILVA EUGÊNIO

ACESSIBILIDADE PARA ESTUDANTES COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS: ESTUDO DE CASO NA BIBLIOTECA CENTRAL ZILA MAMEDE DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Monografia apresentada ao Curso de Biblioteconomia sob a orientação da professora Maria do Socorro de Azevedo Borba como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Biblioteconomia, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

NATAL-RN 2011.2

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Eugênio, José Edmilson da Silva. Acessibilidade para estudantes com necessidades educacionais

especiais: estudo de caso na Biblioteca Central Zila Mamede da Universidade Federal do Rio Grande do Norte / José Edmilson da Silva Eugênio. – Natal, RN, 2011.

52 f.;il.

Orientadora: Maria do Socorro de Azevedo Borba

Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Biblioteconomia.

1. Pessoas com necessidades especiais – Monografia. 2.

Bibliotecas inclusivas – Monografia. 3. Laboratório inclusivo para PNEE – Monografia. 4. Rio Grande do Norte – Monografia. I. Borba, Maria do Socorro de Azevedo. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

CDU 027.6

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JOSÉ EDMILSON DA SILVA EUGÊNIO

ACESSIBILIDADE PARA ESTUDANTES COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS: ESTUDO DE CASO NA BIBLIOTECA CENTRAL ZILA MAMEDE DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Monografia apresentada ao Curso de Biblioteconomia sob a orientação da professora Maria do Socorro de Azevedo Borba como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Biblioteconomia, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Aprovada em: ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________ Profª. MSc Maria do Socorro de Azevedo Borba - UFRN

(Orientadora)

___________________________________________________________ Profª MSc. Adriana Carla de Azevedo Borba - UNP

(Membro)

___________________________________________________________ Prof. Esp. Francisco de Assis Noberto Galdino de Araújo – Mestrando em

Ciência da Informação – Universidade do Porto - Portugal (Membro)

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DEDICATÓRIA

A Deus, a quem pertencem os tesouros da sabedoria, por ter me guiado durante esse tempo de estudo. Seu amor e seu cuidado são a razão da minha vitória. Aos meus pais Manoel Eugênio e Rita Pereira.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela força e pela presença em meu viver.

A meus pais, Manoel Eugênio e Rita Pereira pela dedicação e pelo incentivo

constante de todos os dias.

Às minhas irmãs, pela ajuda e pelo apoio nessa caminhada.

À minha noiva, Ana Paula Cardoso, pelo carinho e apoio incondicional sem os

quais não seria possível a conclusão deste trabalho.

À professora Maria do Socorro de Azevedo Borba pela amizade que

construímos durante a graduação e que se prolongou com a orientação do presente

trabalho e pelo apoio e colaboração no decorrer de todo esse processo.

Aos professores Francisco de Assis Noberto e Adriana Carla de Azevedo

Borba por aceitarem o convite de participar da banca examinadora.

A Christiane e Edson, que ajudaram substancialmente na pesquisa.

Aos bibliotecários, demais servidores e bolsistas da BCZM pela

disponibilidade em responder os questionários aplicados.

À Professora Dra. Maria Aparecida Fernandes, do Instituto Federal do Rio

Grande do Norte, pela revisão ortográfica deste trabalho.

Enfim, agradeço a todos aqueles que de forma direta ou indireta colaboraram

para a concretização deste trabalho.

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Uma mente brilhante impedida de estudar pela simples existência de uma escadaria... não há forma mais cruel de segregação social do que as barreiras para pessoas com deficiência! Duarte e Cohen, 2004.

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RESUMO

Analisa-se a acessibilidade para pessoas com necessidades educacionais

especiais (PNEE) em uma unidade de informação, através de um estudo de caso

realizado na Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) pertencente à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte. Partiu-se das seguintes problematizações: na

BCZM, há falta de profissionais capacitados para atender a esse público; falta de

acervo específico necessário aos usuários com necessidades especiais; falta de

espaço entre as estantes para circulação de cadeirantes; presença de estantes altas

que dificultam o acesso ao acervo bem como foi evidenciada a altura exacerbada

do balcão de empréstimo, tornando difícil o contato entre um profissional e um

cadeirante que por ventura venha a tomar um livro emprestado. Tem-se como

objetivo geral analisar os serviços de acesso à informação oferecidos pela BCZM a

PNEE através da identificação dos serviços, da caracterização e discussão sobre o

papel do bibliotecário no processo de acessibilidade e análise das fontes de

informação disponibilizadas. Descreve-se o que seja a acessibilidade em unidades

de informação e os serviços oferecidos pela BCZM. Identifica a acessibilidade

através do conceito, bem como é feita uma abordagem de como uma biblioteca

deve ser um ambiente acessível. Relata as principais leis brasileiras que tratam da

inclusão e os órgãos de classes. Também é feita a descrição do perfil do

bibliotecário e abordado como o profissional está sendo formado para atender a

esse público. Posteriormente, são apresentadas as fontes de informação

disponibilizadas pela BCZM para pessoas com deficiência. A metodologia utilizada

foi a descrição histórica da Biblioteca Central Zila Mamede de onde se destacou a

atividade pioneira do Laboratório de Acessibilidade, justificando o porquê de sua

criação e como se deu seu surgimento. Na análise de dados, são apresentados os

sujeitos pesquisados e os procedimentos instrumentais obtidos através dos

questionários aplicados na biblioteca, seguindo critérios qualitativos.

Palavras - chave: Pessoas com necessidades especiais. Bibliotecas inclusivas.

Laboratório inclusivo para PNEE.

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ABSTRACT

Analyze the accessibility for people with special educational needs (PNEE) in

a unit of information through a case study at the Central Library Zila Mamede (BCZM)

belonging to the Federal University of Rio Grande do Norte. We started following the

problematization: the BCZM no shortage of trained professionals to meet the public,

lack of decent special requirements for users with special needs, lack of space

between the shelves for wheelchair movement, presence of high shelves that prevent

access the acquis as well as the time exacerbated the counter loan, making it difficult

to contact a professional and a wheelchair that perhaps will take a book. It has been

aimed at analyzing the access to information services offered by the BCZM PNEE by

identifying the services, the characterization and discussion on the role of the

librarian in the process of accessibility and analysis of information sources available.

It describes what is in units of accessibility information and services, it offered,

identifies accessibility through the concept, and is made an approach to how a library

should be an accessible environment. Reports the main Brazilian laws that deal with

the bodies and inclusion classes. It is also made of profiling librarian and discusses

how the business is being formed to serve the public. Subsequently, we present the

sources of information available from BCZM for people with disabilities. The

methodology used was through historical description of the Central Library Zila

Mamede and highlighting the pioneering activity of the Accessibility Lab, explaining

why his creation and how was its appearance. In data analysis, we present the

research subjects and instrumental procedures obtained through questionnaires in

the library, following qualitative criteria.

Keywords : People with special needs. Libraries inclusive. Laboratory for PNEE

inclusive.

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LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Figura 1: Pessoas com necessidades Educacionais Especiais na UFRN....... 20

Figura 2: Espaço Inclusivo na Seção de Informação e Referência da BCZM... 34

Figura 3: Bolsistas contratadas para atuarem no Espaço Inclusivo ............... 35

Figura 4: Nova sala do Espaço Inclusivo ao lado da Seção de Informação e

Referência........................................................................................................

36

Figura 5: Laboratório de Acessibilidade no anexo da BCZM..........................

Figura 6: Interface da página eletrônica do repositório de acessibilidade........ 39

Figura 7: Interface de busca da página eletrônica do repositório de

acessibilidade....................................................................................................

39

Figura 8: Balcão de empréstimo do setor de circulação................................... 45

Figura 9: Alcance manual frontal – Pessoa sentada......................................... 46

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LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Gráfico 1: Porcentagem de bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas do setor de circulação em relação ao treinamento/capacitação, atendimento e suporte às PNEE. .......................................................................................................................................................

41

Gráfico 2: Porcentagem de bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas do setor de Coleções Especiais em relação ao treinamento/capacitação, atendimento e suporte às PNEE. ...................................................................................................

42

Gráfico 3: Porcentagem de bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas do setor de Informação e Referência em relação ao treinamento/capacitação, atendimento e suporte às PNEE. ...................................................................................................................

42

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LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ADEFERN - Associação dos Deficientes Físicos do Estado do Rio Grande do Norte

ADEVIRN - Associação de Deficientes Visuais do Rio Grande do Norte

APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

BCZM - Biblioteca Central Zila Mamede

CAENE - Comissão Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades

Educacionais Especiais

CCN - Catálogo Coletivo Nacional

CONSEPE - Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão

CONSUNI - Conselho Universitário

EI - Espaço Inclusivo

FGV - Fundação Getúlio Vargas

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

LA - Laboratório de Acessibilidade

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC – Ministério da Educação e Cultura

NEE - Necessidades educacionais especiais

ONG – Organização não-governamental

ONU – Organização das Nações Unidas

PDV - Pessoas com Deficiência Visual

PNEE - Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais

PROESP - Programa de Educação Especial

PROGRAD - Pró-Reitoria de Graduação

SCB - Serviço Central de Bibliotecas

SIR - Seção de Informação e Referência

SISBI - Sistema de Bibliotecas

TIC’s - Tecnologias de Informação e Comunicação

UFPB - Universidade Federal da Paraíba

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 12

2 ACESSIBILIDADE EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO......................... 15

2.1 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E ACESSIBILIDADE.................................. 17

2.2 LEGISLAÇÃO DA UFRN......................................................................... 19

2.3 ÓRGÃOS DE CLASSE............................................................................ 21

2.4 UNIDADES DE INFORMAÇÃO/ BIBLIOTECONOMIA........................... 22

3 O PERFIL DO PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO................................... 24

3.1 COMO O BIBLIOTECÁRIO ESTÁ SENDO FORMADO PARA ESTE

SERVIÇO/USUÁRIO?...................................................................................

27

3.2 FONTES DE INFORMAÇÃO DA BCZM PARA PESSOAS COM

DEFICIÊNCIA................................................................................................

29

4 METODOLOGIA......................................................................................... 31

4.1 BCZM - LABORATÓRIO DE ACESSIBILIDADE DA BCZM.................... 31

4.2 SURGIMENTO DO LABORATÓRIO DE ACESSIBILIDADE.................. 33

4.3 SUJEITOS............................................................................................... 40

4.4 PROCEDIMENTOS INSTRUMENTAIS................................................... 40

5 ANÁLISE DOS DADOS............................................................................. 41

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 47

REFERÊNCIAS............................................................................................. 49

ANEXO.......................................................................................................... 52

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1 INTRODUÇÃO

O presente estudo discorre sobre a acessibilidade para Pessoas com

Necessidades Educacionais Especiais (PNEE) em uma unidade de informação,

através de um estudo de caso realizado na Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM),

pertencente à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tendo em vista

que, historicamente, as PNEE, ou seja, aquelas que apresentam deficiência

sensorial, física, motora ou intelectual, enfrentaram uma série de dificuldades não só

relacionadas à superação de barreiras físicas, mas principalmente à superação de

barreiras sociais. A inclusão de pessoas com necessidades especiais é reconhecida,

atualmente, como uma política pública mundial que visa a promover mudanças

efetivas nos espaços e serviços sociais para que todos possam além de ter acesso a

estes, exercer sua cidadania com autonomia.

No entanto, embora existam leis que determinem ações voltadas para a

acessibilidade, enfatizando a importância de toda instituição tornar os ambientes

acessíveis às PNEE, a implementação dessas leis ainda caminha lentamente

contribuindo para que a inclusão das pessoas com necessidades especiais não

ocorra de maneira uniforme em toda a esfera social.

A BCZM é um espaço educativo que assim como as demais bibliotecas tem o

propósito de disseminar a informação. Ações voltadas para a inclusão de PNEE têm

sido adotadas, dentre elas: a instalação do Laboratório de Acessibilidade (LA), uma

nova plataforma elevatória e um piso tátil. Entretanto, ainda não é verificado suporte

suficientemente adequado para os estudantes com necessidades educacionais

especiais, uma vez que esses usuários precisam circular e ter acesso aos diversos

setores da biblioteca, como também ter um acervo em braile de âmbito acadêmico

que sirva de base para suas pesquisas.

Em virtude disso, são considerados problemas na biblioteca: a falta de

profissionais capacitados para atender a esse público; falta de acervo especifico

necessário aos usuários com NE; falta de espaço entre as estantes para circulação

de cadeirantes; presença de estantes altas que dificultam o acesso ao acervo, bem

como a altura exacerbada do balcão de empréstimo, tornando difícil o contato entre

um profissional e um cadeirante que por ventura venha a tomar um livro emprestado.

Além de todos estes problemas espaciais internos listados, ainda existe a questão

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da acessibilidade externa, imediata à edificação e em relação a cidade como um

todo (gera acesso elitista, ainda excludente)

Diante do contexto, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar os

serviços de acesso à informação oferecidos pela BCZM a PNEE e como objetivos

específicos: identificar os serviços de acessibilidade na BCZM, caracterizar e discutir

sobre o perfil do profissional bibliotecário e identificar as fontes de informação para

PNEE disponibilizadas na BCZM.

A escolha do tema “Acessibilidade em unidades de informação: estudo de

caso na BCZM” foi motivada pela atuação durante dois anos no setor de informação

e referência (SIR) da referida biblioteca, o qual tem o primeiro contato com o usuário

e a incumbência de informar sobre os serviços oferecidos. Neste setor, também

houve a implantação do Espaço Inclusivo (EI), que surgiu devido à necessidade de

dar suporte a estudantes com necessidades especiais; este, posteriormente, tornou-

se o Laboratório de Acessibilidade, contribuindo para o acesso e a permanência das

PNEE na Universidade. Outro fator importante foi a verificação da falta de formação/

capacitação dos profissionais bibliotecários, demais servidores e bolsistas da BCZM

para atender a esse público, como também, ter sido constatada a necessidade de

adequação de alguns setores da unidade pesquisada.

A relevância da pesquisa consiste em sensibilizar os profissionais

bibliotecários e mostrar-lhes a necessidade de adequação do seu perfil para atender

eficientemente PNEE. Assim, ele deve adquirir conhecimento para atender e

informar esse público, ou seja, além de estar capacitado para gerenciar uma

unidade de informação, deve estar apto também para desenvolver ações voltadas

para inclusão de PNEE.

Para analisar a acessibilidade em unidades de informação e os serviços

oferecidos pela BCZM, faz-se necessário a conceituação do que seja acessibilidade.

No capítulo 2, a acessibilidade é conceituada bem como é feita uma abordagem de

como o ambiente uma biblioteca deve ser acessível. Em seguida, apresenta-se, de

maneira sintética, as principais leis brasileiras que tratam da inclusão e os órgãos de

classes desenvolvidos para atender e lutar pelos direitos dessa categoria. O capítulo

é finalizado discorrendo sobre as unidades de informação como instituições e são

abordadas suas subdivisões.

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O capítulo 3 traz uma análise histórica do perfil do bibliotecário e aborda como

o profissional está sendo formado para atender a esse público. Posteriormente são

apresentadas as fontes de informação disponibilizadas pela BCZM para pessoas

com deficiência.

No capítulo 4, é descrita a metodologia, um histórico da Biblioteca Central Zila

Mamede e apresentado o trabalho pioneiro do Laboratório de Acessibilidade,

justificando o porquê de sua criação e como se deu seu surgimento. Finalmente, são

apresentados os sujeitos pesquisados e os procedimentos instrumentais.

O capítulo 5 contém a análise dos dados obtidos através dos questionários

aplicados na biblioteca, seguindo critérios qualitativos.

No capítulo 6 são tecidas as considerações finais da monografia.

Portanto, trata-se de uma pesquisa importante, tendo em vista o fato de se

trabalhar uma temática engajada, apropriada e necessária, inclusive como

instrumento de fiscalização para adoção das regras de adequação dos espaços às

PPNE no caso específico das unidades de informação.

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2 ACESSIBILIDADE EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO

A acessibilidade é o meio de proporcionar ao deficiente ou pessoa com

mobilidade reduzida condição necessária para a utilização do que lhe é de direito, o

acesso aos serviços de transportes, informação, sistemas de comunicação, espaços

mobiliários e os equipamentos urbanos. É tornar acessível tudo o que está no seu

meio fazendo com que tenham o direito de usar os espaços públicos e os serviços

oferecidos.

De acordo com Decreto de nº 5.296 de 02 de dezembro de 2004 (BRASIL.

Casa Civil, 2004):

Considera-se acessibilidade as condições para a utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas ou meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.

Já de acordo com as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT, NBR 9050, p. 2, 2004), há o seguinte entendimento:

Acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização, com segurança e autonomia, de edificações, espaço, mobiliário, equipamentos e elementos urbanos.

Dessa forma, entende-se que a acessibilidade está relacionada com a

qualidade de vida da sociedade que por ventura possa ser: o idoso, a pessoa obesa,

a gestante ou o deficiente.

Guimarães (1999, apud PRADO, 2003, P. 1) descreve:

Um ambiente com acessibilidade atende, diferentemente, uma variedade de necessidades dos usuários, tornando possível uma maior autonomia e independência. Entendendo autonomia como a capacidade do indivíduo de desfrutar dos espaços e elementos espontaneamente, segundo sua vontade. E independência como a capacidade de usufruir os ambientes, sem precisar de ajuda. (GUIMARÃES, 1999 apud PRADO, 2003).

Por a acessibilidade atender a uma variedade de necessidades dos usuários,

é fundamental que se tenha a preocupação de tornar acessível não somente os

espaços físicos, mas também a informação e a comunicação, para que assim se

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adquira capacidade de promover a inclusão das PNEE, fazendo com que estas

estejam presentes desde as escolas de nível fundamental até os cursos de nível

superior. Acessibilidade é proporcionar às pessoas com deficiência o direito de viver

sem depender de terceiros para desenvolver algum tipo de atividade.

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT - NBR

9050:2004, p. 88), há a seguinte descrição sobre o tema:

Nas bibliotecas e centros de leitura, os locais de pesquisa, fichários, salas para estudo e leitura, terminais de consulta, balcões de atendimento e áreas de convivência devem ser acessíveis. Deve existir pelo menos uma rota acessível interligando o acesso de alunos às áreas administrativas, de prática esportiva, de recreação, de alimentação, salas de aula, laboratórios, bibliotecas, centros de leitura e demais ambientes pedagógicos. Todos estes ambientes devem ser acessíveis.

A biblioteca é um espaço educativo que tem como propósito disseminar a

informação, ela deve ser um espaço acessível e preparado para atender e dar

suporte ao usuário, satisfazendo sua necessidade informacional. O bibliotecário é o

mediador da informação, ele deve ser capacitado para dar informação e atuar no

processo de tornar a unidade de informação acessível utilizando equipamentos e

estratégias de acessibilidade com o intuito de atender de forma correta o usuário

com deficiência.

Pupo (2008, p.10) defende que:

Pessoas com deficiência não podem nem devem ser excluídas desse processo, pois podem ser grandes beneficiárias das inovações proporcionadas pelos meios de comunicação, e não nos compete, nem é lícito escolhermos quais seres humanos iremos receber ou atender em nosso ambiente de trabalho.

A acessibilidade é de fato a melhor maneira de motivar as pessoas com

deficiência ou com mobilidade reduzida a participarem continuamente das atividades

diárias, dando-lhes a oportunidade de realizar suas tarefas, tais como: ir ao banco

pagar uma conta, sacar dinheiro, ir a biblioteca estudar, tomar livros emprestados ou

devolver, dentre outros. É fazer com que PNEE sintam-se cidadãos atuantes e

capazes de desempenhar diversas funções típicas do cotidiano.

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2.1 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E ACESSIBILIDADE

As pessoas com necessidades educacionais especiais – PNEE, no Brasil, já

dispõem de vários instrumentos legais, incluindo: leis, decretos, resoluções e

portarias implantadas para garantir os direitos e necessidades dessas pessoas.

Dentre essas leis, podem se destacar algumas que são de extrema importância para

que as PNEE possam usufruir de uma melhor qualidade de vida sem levar em

consideração a existência de barreiras.

A Portaria de nº 1.679, de dezembro de 1999, (BRASIL. Ministério da

Educação e Cultura, 1999, p. 1) “dispõe sobre requisitos de acessibilidade para

pessoas portadoras de deficiências, também instrui os processos de autorização e

de reconhecimento de cursos, e de credenciamento de instituições”.

As instituições de ensino público brasileiras, cumprindo os artigos que tratam

da Educação Especial presentes no capítulo V da LDB 9394/96 (BRASIL. MEC. Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996), na qual a educação especial é

entendida como a modalidade de ensino oferecida preferencialmente na rede regular

de ensino para educandos portadores de necessidades especiais, estão ampliando

o acesso e ingresso desses alunos nas escolas regulares, bem como investindo em

políticas que promovam a acessibilidade.

Semelhante ao que vem ocorrendo nas escolas públicas, o ensino superior

também está investindo na inclusão de PNEE, embora essa iniciativa relativamente

recente não tenha mostrado resultados completamente satisfatórios.

Pode ser ressaltada a promoção da acessibilidade nessas instituições através

de mudanças na sua estrutura física, investimento em equipe multidisciplinar de

profissionais e criação de laboratórios de acessibilidade, com servidores e pessoal

de apoio qualificado para dar suporte a esse público.

De grande importância para inclusão de pessoas com necessidades

especiais, a Lei Federal de nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 (BRASIL. Ministério

da Educação e da Cultura, 1989) assegura os direitos básicos dos portadores de

deficiência.

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Em seu artigo 8º, é considerado como crime punível com reclusão (prisão) de

um a quatro anos e multa, a quem:

1. Recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, porque é portador de deficiência. 2. Impedir o acesso a qualquer cargo público porque é portador de deficiência. 3. Negar trabalho ou emprego, porque é portador de deficiência. 4. Recusar, retardar ou dificultar a internação hospitalar ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar ou ambulatória, quando possível, a pessoa portadora de deficiência.

Dessa forma, entende-se que as instituições de ensino têm a obrigação de

realizar inscrição de alunos com deficiência, proporcionando igualdade de condições

de acesso e permanência na instituição, onde na maioria das vezes os alunos com

necessidades educacionais especiais se deparam com barreiras arquitetônicas,

informacionais e social, como também existe um grande déficit de profissionais

qualificados para oferecer serviços voltados para atendimento a esse público.

Através do Decreto de nº 3.298 de 1999 (BRASIL. Ministério da Educação e

Cultura, 1999), apresenta-se a política nacional para integração da pessoa com

deficiência como também são consolidadas as normas de proteção e dadas outras

providências.

Art. 27 - As instituições de ensino superior deverão oferecer adaptações de provas e os apoios necessários, previamente solicitados pelo aluno portador de deficiência, inclusive tempo adicional para realização das provas, conforme as características da deficiência. § 1º As disposições deste artigo aplicam-se, também, ao sistema geral do processo seletivo para ingresso em cursos universitários de instituições de ensino superior.

O Decreto de nº 6.571 de 2008 (BRASIL. Ministério da Educação e Cultura,

2008), dispõe sobre o atendimento educacional especializado e assegura que o

Ministério da Educação dará apoio técnico e financeiro à seguinte ação voltadas

para a oferta do atendimento educacional e especializado: estruturação de núcleos

de acessibilidade nas instituições federais de educação superior.

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Esses núcleos de acessibilidade, nas instituições federais de educação, visam

a eliminar barreiras físicas, de comunicação e permitir o desenvolvimento acadêmico

e social de alunos com deficiência. Um exemplo bem próximo é o Laboratório de

Acessibilidade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte implantado na

BCZM.

As pessoas com deficiência, infelizmente, ainda são alvo de piadas e

preconceito. Na tentativa de obter meios para erradicar os preconceitos sofridos

pelas pessoas com deficiência, a ONU criou a Resolução de nº 2.542/75

(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1975) estabelecendo que às pessoas

portadoras de deficiência, assiste o direito, inerente a todo e qualquer ser humano,

de ser respeitado, sejam quais forem seus antecedentes, natureza e severidade de

sua deficiência.

Essas pessoas têm o mesmo direito que os outros indivíduos da mesma

idade, fato que implica desfrutar de vida decente, tão normal quanto possível. As

pessoas portadoras de deficiência têm direito e proteção contra qualquer forma de

exploração e de tratamento discriminatório, abusivo ou degradante.

2.2 LEGISLAÇÃO DA UFRN

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte dispõe de resoluções e

portarias que procuram atender, melhorar e dar suporte à comunidade acadêmica,

em especial as PNEE.

Essas portarias e resoluções são fundamentais para a permanência e

garantia da qualidade de ensino a essas pessoas.

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Figura 1: Pessoas com necessidades Educacionais Especiais na UFRN

Fonte: CAENE/UFRN, Disponível em: <www.caene.ufrn.br> Acesso em: 22 out. 2011.

Através da Portaria nº 203/10-R de 15 de março de 2010 (UFRN. Comissão

Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades Educacionais

Especiais - CAENE, 2010), é instituída a comissão permanente denominada Núcleo

de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais especiais, que tem como

objetivo apoiar e orientar a comunidade universitária sobre o processo de inclusão

de estudantes com necessidades educacionais especiais (NEE), garantindo seu

ingresso, acesso e permanência na universidade. Essa comissão é constituída por

professores, técnicos administrativos e alunos bolsistas.

A Resolução nº 193/2010-CONSEPE, de 21 de setembro de 2010 (UFRN.

Comissão Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades

Educacionais Especiais, 2010), trata do atendimento educacional a estudantes com

NEE na UFRN, entendendo por estudante com necessidades educacional especial,

aquele com deficiência: auditiva, visual, física, intelectual ou múltipla.

O artigo 2º, inciso 1º, desta resolução, determina que caberá à administração

superior prover às unidades acadêmicas de crédito orçamentário que garanta

condições necessárias à permanência a esses estudantes na UFRN. O artigo 12

discorre sobre o fato de a UFRN, com apoio da comissão permanente de apoio ao

estudante com NEE fomentar ações de formação continuada para capacitação de

docentes, técnicos e gestores, visando à melhoria da qualidade do atendimento ao

estudante com NEE.

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Entende-se que uma universidade tornar-se-á inclusiva, quando a

capacitação e formação continuada dos servidores forem promovidas, garantindo

que estes saibam não só atender como também tratar adequadamente PNEE e

conviver com elas, sendo assim, percebe-se também a necessidade de formação

dos bolsistas, que atuam nos diversos departamentos e setores da UFRN.

2.3 ÓRGÃOS DE CLASSE

Os órgãos de classe, categorizados principalmente como associações,

Organizações Não-governamentais (ONGs) e sindicatos são apresentados, no

cenário brasileiro, como alternativas para inclusão das PNEEs.

Esses órgãos contribuem para a promoção da interação social do deficiente,

reabilitação físico-motora, habilitação e qualificação profissional como também para

sua inserção no mercado de trabalho produtivo/competitivo.

As ONGs, que atuam nesta área, têm como preocupação propor e

acompanhar as políticas públicas voltadas para as pessoas com deficiência. Deve-

se ressaltar a relevância dos trabalhos realizados por alguns órgãos de classe,

como: A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), uma associação

filantrópica, de caráter cultural, assistencial e educacional com duração

indeterminada, congregando como filiadas as APAEs e outras entidades

congêneres, tendo sede e fórum em Brasília – DF.

A APAE promove e articula ações de defesa dos direitos das pessoas com

deficiência e representa o movimento perante os organismos nacionais e

internacionais, para a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelas APAEs,

na perspectiva da inclusão social de seus usuários.

A Associação dos Deficientes Físicos do Estado do Rio Grande do Norte

(ADEFERN) é uma entidade civil de direito privado, sem fins lucrativos, assistencial

e filantrópica criada com o objetivo específico de tornar possível a luta em favor das

PNEE, desenvolvendo ações, como: a busca do resgate da cidadania plena das

pessoas portadoras de deficiência física do Rio Grande do Norte, a fim de promover

a sua integração social, a reabilitação físico-motora, a habilitação e qualificação

profissional e inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho

produtivo/competitivo.

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A Associação de Deficientes Visuais do Rio Grande do Norte (ADEVIRN) é

uma organização não-governamental (ONG) sem fins lucrativos que tem o objetivo

de ajudar as pessoas com deficiência visual (PDV), visando a inserir essas pessoas

na sociedade, preparando-as para enfrentar os problemas que a sociedade lhes

proporciona, uma vez que apesar de suas limitações, elas são tão capazes como

qualquer outro ser humano.

Como foi observado na apresentação das associações e ONGs, acima, esses

órgãos de classe têm uma participação essencial na vida educacional e profissional

dessas pessoas, uma vez que lutam pela garantia dos direitos e cumprimento das

leis disponíveis para PNEE, contribuindo de maneira extraordinária para a inclusão

dessas pessoas na sociedade.

2.4 UNIDADES DE INFORMAÇÃO/ BIBLIOTECONOMIA

As unidades de informação são instituições que gerenciam o processo de

disseminação da informação e do conhecimento através de um profissional

especializado. São consideradas como unidades de informação: as bibliotecas, os

arquivos, as bibliotecas especializadas, os centros ou serviços de documentação,

serviços de análise da informação, entre outros.

Tarapanoff, Araújo Júnior e Cormier (2000) entendem que:

As unidades de informação (bibliotecas, centros e sistemas de informação e de documentação) foram e são, tradicionalmente, organizações sociais sem fins lucrativos, cuja característica como unidade de negócio é a prestação de serviços, para os indivíduos e a sociedade, de forma tangível (produtos impressos), ou intangível (prestação de serviços personalizados, pessoais, e hoje, cada vez mais, de forma virtual – em linha, pela Internet).

Entende-se que as bibliotecas têm a missão de disseminar a informação; esta

é veiculada através da mediação de um bibliotecário, sendo a unidade de

informação considerada também um espaço educativo e de inclusão.

Para que a unidade de informação seja inclusiva, faz-se necessário que o

gestor (Bibliotecário) tenha a preocupação de satisfazer as necessidades

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informacionais de todos os usuários, incluindo as pessoas que apresentam NEE, os

quais sentem maiores dificuldades de acesso à informação.

A biblioteca acessível é aquela que envolve a acessibilidade física e

informacional, oferecendo um serviço adequado que trabalhe as habilidades dos

usuários com NEE no uso da informação.

No capítulo a seguir se fará análise sobre o perfil do bibliotecário.

3 O PERFIL DO PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO

O perfil profissional do Bibliotecário, assim como o de outras profissões,

constitui uma construção histórica humana, portanto, para entendê-lo se faz

necessário comentar sobre a evolução e trajetória da profissão.

Costa (2007, p.28) entende que o fim do monopólio da Igreja Católica, no

Século XVIII, a qual manipulava toda informação e concentrava o poder intelectual e

econômico contribuiu para o desenvolvimento da profissão, como também a criação

da imprensa de Gutenberg por volta do Século XV, sendo ele o responsável pela

transformação no campo da disseminação da informação, uma vez que a impressão

dos livros aumentou a quantidade de informação disponível em curto espaço de

tempo, resultando na popularização do mesmo.

Segundo Fonseca (1979, p. 11),

Quando o Brasil foi descoberto, já as bibliotecas do mundo haviam alcançado períodos de esplendor, tanto na antiguidade- Egito e Babilônia, Grécia e Roma- como na idade média e no renascimento. As bibliografias precederam a própria descoberta da imprensa por Gutemberg, em torno de 1440

A profissão de bibliotecário surgiu com a necessidade de organização da

informação.

Com o fim do monopólio e o advento da imprensa, houve um grande aumento

informacional. Sentiu-se, então, a necessidade de controlar e organizar essa grande

quantidade de informação, almejando seu armazenamento e recuperação. Pode-se

concluir que a profissão de bibliotecário surge a partir da necessidade de organizar e

disseminar a informação.

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O bibliotecário possui amplo conhecimento e domínio da organização,

tratamento e disseminação da informação. Ele é capacitado academicamente para

organizar o conhecimento e gerenciar unidades de informação.

Le Coadic (1996, p. 106) define os profissionais da informação como pessoas

que adquirem a informação registrada em diferentes suportes, organizam,

descrevem, indexam, armazenam, recuperam e fornecem essa informação em sua

forma original ou como produtos elaborados a partir dela.

Pode também atuar em diversos setores, como arquivos, jornais, editoras,

revistas entre outros locais relacionados com o setor de informação. Atua junto às

entidades culturais e educacionais, passando este a ter um perfil de educador.

O bibliotecário tem participação também nos serviços e processos de

geração, gerenciamento, recuperação e conservação da informação.

Nas unidades de informação, há setores nos quais o bibliotecário atua

diretamente em contato com o público, enquanto em outros, ele está mais

direcionado para atividades como processos técnicos, catalogação, gestão,

organização e recursos humanos.

No Setor de Informação e Referência (SIR), por exemplo, o bibliotecário é

quem tem o contato inicial, apresenta a biblioteca e os serviços oferecidos, orienta o

usuário quanto ao uso de fontes e recursos de recuperação da informação. Pode-se

dizer que, neste setor, ele está sempre em contato com o usuário buscando

satisfazer sua necessidade informacional.

Quando se trata da atuação do bibliotecário no Setor de Informação e

Referência, Oliveira (1983, p. 61), entende que:

O caráter dessa atividade é eminentemente criativo, dinâmico e útil, pois diz respeito ao serviço ao leitor, através de atividades de pesquisa bibliográfica, recuperação da informação, disseminação seletiva de informação, ensino do uso da biblioteca e de seus materiais.

Outros setores da biblioteca que também mantêm contato com o público

usuário é o setor de circulação, que desenvolve atividades como: o atendimento ao

usuário, no tocante à orientação de pesquisa para utilização do acervo; fica

responsável também pelo empréstimo de materiais, entre outras atividades, ou seja,

promove o acesso e uso do material informacional disponível no acervo e o setor de

coleções especiais, responsável por desenvolver e difundir a coleção de periódicos

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ou outras coleções de materiais especiais e raros, sendo sua atribuição também

orientar e informar os usuários.

Entende-se que, pelo fato de o profissional bibliotecário estar em contato com

o usuário, orientando, informando e disponibilizando os serviços da sua unidade de

informação, ele pode, no desenvolver de suas atividades, depararem-se a qualquer

momento com usuários ou até mesmo servidores com deficiência, o que exigirá dele

o conhecimento necessário para gerir ou disseminar informação para esse público.

Por isso, deve ser ressaltada a importância de uma capacitação para que

esse profissional esteja preparado para atender a um público diversificado.

O bibliotecário pode desempenhar um papel fundamental no âmbito da

promoção da acessibilidade na biblioteca, uma vez que ele é o responsável pela

disseminação da informação.

O profissional bibliotecário precisa adotar um novo perfil face às novas

mudanças. Na maioria das unidades de informação onde não existem profissionais

preparados para atender aos anseios informacionais das PNEE. Valentim (2000, p.

23), diz que:

Para o terceiro milênio o profissional da informação deverá ser mais observador, empreendedor, atuante, flexível, dinâmico, ousado, integrador, proativo e principalmente mais voltado para o futuro.

Entende-se que a qualificação contínua do profissional bibliotecário é

fundamental para que ele possa, frente às novas tecnologias de informação e

comunicação tornar os serviços da biblioteca mais eficientes e acessíveis.

Para Borba et. al (2005, p. 16),

Com o advento das novas TIC’s, o profissional da informação não só atende melhor a seus usuários, como se capacita melhor em seu dia-a-dia, pois essas ferramentas oferecem possibilidades para o desenvolvimento de estratégias no trabalho e disseminação da informação.

Diante dessa realidade, pode-se entender que o profissional da informação

com o uso das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC’s) atende

melhor seus usuários, então, o profissional da informação pode usar as TIC’s para

prestar melhores serviços às PNEE e atender bem os anseios informacionais desses

usuários em uma unidade de informação, cabendo ao mesmo procurar adequar-se

às novas mudanças que por ventura possam vir.

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Também deve procurar conhecer maneiras adequadas para atender e

disponibilizar a informação para seus usuários, em especial as pessoas com NEE,

tornando a biblioteca um espaço acessível.

Sobre o assunto se faz mister destacar que em 2004 pesquisa realizada por

Borba, ( A.) Borba, (M.S.) e Silva (2005) intitulada “Educação e cultura voltada a

pessoas com necessidades especiais: estudo de caso de condições de

acessibilidade em bibliotecas públicas na cidade de Natal – RN”, detectou-se que

com incremento de incentivos governamentais para fomentar a questão da leitura

no Brasil, surge o problema do acesso às bibliotecas; assim, aponta-se para a

imprescindível tarefa de analisar as atuais condições dos principais espaços

públicos e privados de acesso à informação (Biblioteca Pública Câmara Cascudo,

Centro Cultural e Biblioteca Escolar José Américo de Oliveira Costa, Biblioteca

Central Zila Mamede e Biblioteca Municipal Esmeraldo Siqueira) no que tange às

condições de acessibilidade, tendo em vista o efetivo cumprimento do que preconiza

as legislações urbanísticas locais.

Nesta pesquisa, a equipe responsável elaborou listagem de parâmetros de

acessibilidade a serem verificados. Com visitas, foram registrados aspectos positivos

e negativos, com os quais traçou-se diagnóstico das condições de acessibilidade e

foram traçadas diretrizes para otimizar sua acessibilidade. Verificou-se que as

bibliotecas alvo da pesquisa, não apresentavam condições que permitissem total

acessibilidade.

Nestes espaços nos quais funcionam estas bibliotecas de Natal verificou-se

que alguns ajustes as tornariam mais acessíveis.

3.1 COMO O BIBLIOTECÁRIO ESTÁ SENDO FORMADO PARA ESTE

SERVIÇO/USUÁRIO?

O bibliotecário, ao longo dos anos vem realizando mudanças em seu perfil,

precisando se adaptar para não perder espaço no mercado de trabalho.

Tem-se em vista que a missão do profissional bibliotecário é intermediar,

possibilitar e facilitar o acesso e o uso da informação a todas as manifestações do

conhecimento, ou seja, a todo e qualquer usuário.

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Silva e Cunha (2002, p. 81) entendem que “é necessário enfatizar que o

bibliotecário é em sua essência um mediador, um comunicador, alguém que põe em

contato informações com pessoas, pessoas com informações”.

De acordo com Costa (2007, p.28):

Neste contexto, o bibliotecário tem um papel importante, pois é dele que depende a inclusão ou exclusão dessas pessoas com necessidades especiais em unidades de informação, na qual deverá oferecer informação, conhecimento, atendendo as demandas dos usuários e proporcionando a todos o livre acesso aos registros do conhecimento.

Para tanto, é considerado de grande valia que o bibliotecário venha a adquirir,

durante o curso de graduação, conhecimento de como atender a um usuário com

necessidades educacionais, como tratar esses usuários e como disseminar

informação para esse público.

Para isso, é necessário que sejam oferecidas, na estrutura curricular do

curso, disciplinas como: Libras, que tem como objetivo permitir uma aproximação

entre os falantes da Língua Portuguesa e a utilização de uma língua viso-gestual

usada pelas comunidades surdas.

A utilização de Libras se mostra necessária especialmente nos espaços

educacionais, favorecendo ações de inclusão social e oferecendo possibilidades

para a quebra de barreiras linguísticas entre surdos e ouvintes.

Já a disciplina de braile, que é utilizada universalmente na leitura e na escrita

por pessoas cegas, não se faz tão necessária quanto a disciplina de Libras, mas,

caso o bibliotecário venha a trabalhar diretamente com esse público seria

interessante pelo menos uma capacitação ou treinamento na área.

O bibliotecário tem se preocupado bastante com sua qualificação, porém,

ainda não despertou para a importância da qualificação que o torne apto a atender e

disponibilizar a informação para PNEE.

Para atender a diversidade de usuários sem nenhuma distinção de caráter

étnico, cultural ou social deve-se pensar também em uma capacitação ou formação

continuada para os profissionais que já estão no mercado de trabalho,

principalmente, aqueles que irão atuar em contato direto com o usuário, permitindo,

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dessa forma, a aquisição de conhecimentos e habilidades para atender a um público

diverso de maneira satisfatória.

O bibliotecário deve disponibilizar também ao usuário com NEE o universo de

informação que existe na sua unidade, oferecendo-lhe condição para que este se

sinta satisfeito e volte à unidade de informação sem constrangimento.

Silva e Cunha (2002, p. 81) entendem também que:

Os bibliotecários, profissionais que privilegiam a informação no seu fazer cotidiano, têm um papel importante a cumprir na sociedade do conhecimento. Incutir a consciência da importância deste papel juntamente com princípios como ética, solidariedade humana, capacidade crítica e de questionamento pode fazer o diferencial necessário na construção de uma sociedade mais justa e equilibrada.

Portanto, faz-se necessária a intervenção na formação dos profissionais

bibliotecários, seja em nível de graduação ou capacitação profissional, ou até

mesmo formação continuada para os que já atuam em unidades de informação,

visando ao cumprimento do pressuposto básico de sua formação: disponibilizar

informação a todos de modo eficaz e contribuindo assim, para que as pessoas com

deficiência possam também estar inseridas na construção de uma sociedade mais

justa, equilibrada, com capacidade crítica e questionadora das circunstâncias que

lhes são propostas.

3.2 FONTES DE INFORMAÇÃO DA BCZM PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

As fontes de informação são meios pelos quais os usuários buscam a

informação, almejando aumentar seu nível informacional ou intelectual. Nesse

processo, o bibliotecário assume o papel de mediador da informação, uma vez que

facilita seu acesso e uso.

Le Coadic (2004, p. 4) conceitua informação como: um conhecimento inscrito

(registrado) em forma escrita (impresso ou digital), oral ou áudio-visual em suporte.

Entende-se que a informação pode ser veiculada em diversos suportes, mas para

isso, o profissional da informação precisa ser ousado e buscar sempre o

aperfeiçoamento.

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Le Coadic (2004, p. 4) entende que:

A informação comporta um elemento de sentido. É um significado transmitido a um ser consciente por meio de uma mensagem inscrita em um suporte espacial-temporal: impresso, sinal elétrico, onda sonora, etc. Inscrição feita graças a um sistema de signos (a linguagem) signo este que é um elemento de linguagem que associa um significante a um significado: signo alfabético, palavra, sinal de pontuação.

Dentre as fontes de informação disponibilizadas pela BCZM para PNEE,

consta um acervo em braile destinado a pessoas com deficiência visual, que está

localizado na seção de informação e referência - SIR. O acervo é composto por

vários títulos, como: orientações para trabalhos científicos, constituição brasileira,

filosofia, romance, entre outros.

Embora exista este acervo em braile, não se considera que haja suporte

necessário para permanência das pessoas com deficiência visual na universidade,

tendo em vista que os livros disponibilizados neste acervo não atendem aos anseios

dos conteúdos programáticos dos componentes curriculares ministrados pela

maioria dos cursos.

Portanto, as fontes de informação específicas para PNEE na BCZM

basicamente se limitam a este pequeno acervo em Braille.

Outra estratégia para promover a inclusão de pessoas com deficiência visual

é a digitalização do conteúdo solicitado pelo professor do aluno pelo Laboratório de

Acessibilidade (LA), que disponibiliza computadores com leitores de tela além de

outros equipamentos para proporcionar a estes usuários ter acesso ao conteúdo

programático da disciplina.

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4 METODOLOGIA

Pesquisas bibliográficas e eletrônicas foram realizadas para se obter

referencial teórico sobre o tema. Além disso, foram aplicados questionários

envolvendo bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas de apoio técnico dos

setores: Seção de Informação e Referência, Circulação e Coleções Especiais da

Biblioteca Central Zila Mamede – BCZM com o objetivo verificar se bibliotecários,

servidores e bolsistas de apoio técnico da BCZM têm conhecimento adequado para

atender pessoas com necessidades especiais e se já participaram de algum

treinamento para atender a essa finalidade.

4.1 BCZM - LABORATÓRIO DE ACESSIBILIDADE DA BCZM

A Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) foi fundada em 1959, quando o

então Serviço Central de Bibliotecas (SCB) coordenava as atividades técnicas e

administrativas das Bibliotecas das Faculdades Isoladas, entre 1959 a 1974, através

da autorização do Conselho Universitário.

A partir da Reforma Universitária, durante os anos 1974 a 1985 houve a

centralização dos acervos das Bibliotecas das Faculdades para a Biblioteca Central.

Assim o Sistema de Bibliotecas (SISBI) da UFRN coordenava as 10 bibliotecas

existentes naquela época, as quais se localizavam: uma no Campus Universitário da

UFRN, três ainda em Natal, fora do Campus, quais sejam a do Centro de Ciências e

Saúde, a do Departamento de Oceanografia e Limnologia e a do Departamento de

Odontologia. Cinco delas se encontravam nos Campi avançados nos municípios de

Caicó, Santa Cruz, Currais Novos, Macau e Nova Cruz e uma no Colégio Agrícola

de Jundiaí, situado em Macaíba.

A primeira gestora da Biblioteca Central foi a bibliotecária e poeta Zila da

Costa Mamede. Como gestora, ela criou convênios com a Universidade Federal da

Paraíba (UFPB) que possibilitaram a formação em nível de graduação em

biblioteconomia aos bolsistas, uma vez que ainda não era oferecido o curso de

graduação em Biblioteconomia no Estado do Rio Grande do Norte.

Em 1985, a bibliotecária Zila Mamede recebeu uma homenagem póstuma por

ter sido idealizadora e organizadora do Sistema de Bibliotecas (Resolução

120/CONSUNI de 09 de dezembro de 1985) e também pelo seu enorme

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conhecimento profissional. Na homenagem, a Biblioteca Central foi nomeada

passando a se chamar Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM).

A BCZM é uma unidade suplementar que está vinculada à Reitoria sendo

diretamente subordinada ao reitor. É considerada como órgão central executivo e

tem como responsabilidades: a administração, o planejamento, a coordenação e a

fiscalização das atividades que compõem o Sistema de Bibliotecas – SISBI da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

A missão primordial da BCZM é fornecer aos seus usuários suporte

informacional em todos os formatos de modo a atender as atividades de ensino,

pesquisa e extensão da UFRN. Além disso, tem como compromisso institucional

participar das redes BIBLIODATA/FGV, BIREME, REBAE e CCN - Catalogo Coletivo

Nacional de Publicações Seriadas/IBICT.

Possui em sua estrutura física, uma área de 4.937,32 m², videoteca com 30

lugares, auditório com capacidade de 140 lugares, hall para exposições, sala de

autores norte-riograndense, sala de máquinas leitoras, copiadoras e de multimeios,

uma sala climatizada de estudo individual com 36 cabines, 6 salas para estudo em

grupos, cantina e jardins internos.

Conta também com uma ampliação denominada “Anexo da BCZM” com área

física igual a 3.587,97 m², totalmente climatizada, com mini-auditório com 50 lugares,

hall para Exposições, a sala de obras raras que foi transferida para o anexo,

laboratório de Informática com 20 máquinas, laboratório de acessibilidade, ambiente

com 89 cabines para estudo individual, mesas para estudo em grupo com 75

lugares, junto ao acervo, 4 tótens para acesso ao catálogo on-line.

Por meio de sua estrutura física e organizacional a BCZM oferece suporte

para atender às necessidades de seus usuários.

Neste início de Século XXI, a BCZM tem um acervo com mais de 300 mil

exemplares, o qual também possui livros especiais escritos em braile, coleções

especiais de livros raros e material multimídia (CDs e DVDs). Uma das

preciosidades é a coleção rara de cordéis, inclusive essa coleção foi emprestada,

em 2005, para a exposição no “Musée du Dessin et de L’Estampe Originale” de

Gravelines, na França.

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4.2 SURGIMENTO DO LABORATÓRIO DE ACESSIBILIDADE

Em 1º de março de 2002, a Reitoria da UFRN instituiu a Portaria nº 123/02-R

(UFRN. Comissão Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades

Educacionais Especiais, 2002), a qual criou uma comissão para apresentar

propostas de diretrizes para implementação de políticas acadêmicas que atendam

ao estudante com necessidades educacionais especiais.

A partir daí, surge o Espaço Inclusivo (EI) na Biblioteca Central Zila Mamede,

no Campus Central da UFRN, com o propósito de servir de apoio às atividades

acadêmicas dos estudantes com deficiência visual.

Visando a apoiar os estudantes com NEE nas atividades acadêmicas, no

mesmo ano, houve a contratação de bolsistas de apoio técnico para atuarem no EI

da BCZM pela Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), cujas atribuições incluíam o

uso dos recursos de informática como: a digitalização do conteúdo das disciplinas

ministradas pelos professores em sala de aula, transcrição de fitas, leitura de textos,

ajuda à resolução de eventuais problemas que por ventura surgissem no dia a dia ou

na realização das atividades acadêmicas.

Entre 2002 e 2006, o Espaço Inclusivo continuou desenvolvendo as mesmas

atividades, embora trabalhasse de forma precária em virtude da falta de

instrumentos adequados, como: laboratório próprio, programas, computadores de

qualidade, impressoras, entre outros.

A partir de 2006, o Espaço Inclusivo passou a funcionar na Seção de

Informação e Referência da BCZM/UFRN, onde estavam disponibilizados apenas

dois computadores com leitores de tela e um escâner da seção de automação e

estatística (SAE).

Houve também a aprovação do projeto “inclusão de alunos com deficiência na

UFRN: promovendo ambientes acessíveis”.

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Figura 2: Espaço Inclusivo na Seção de Informação e Referência da BCZM

Fonte: Arquivo do Laboratório de Acessibilidade da BCZM/UFRN, 2008.

Em 2008, o Espaço Inclusivo passou a funcionar em conjunto com o SIR,

houve também a aprovação de outro projeto “Criação do núcleo de apoio e

orientação ao acesso permanente de estudantes com deficiência da UFRN”.

Mesmo com a aprovação desses projetos e a parceria com a biblioteca, o EI

ainda enfrentava dificuldades e problemas devido a falta de espaço físico e

indisponibilidade de materiais adequados, pois a seção de informação e referencia

dividia seu espaço físico com a equipe do EI. Silva (20--, p. 2), explica que:

O Espaço Inclusivo (EI) foi inserido na BCZM devido a sua localização – encontra-se no centro dos setores de aulas -, por acreditar que este local seria de mais fácil acessibilidade e pelo fato de as instituições de ensino superior, em todo o país, preocupar-se com o processo de inclusão digital dos usuários com deficiência em bibliotecas universitárias.

Entende-se que o EI surgiu pela necessidade de atender e incluir usuários

com necessidades educacionais especiais e com a finalidade de auxiliá-los visando

a oferecer um serviço que garantisse condições necessárias para prosseguimento

dos estudos desses alunos na universidade.

No ano de 2009, a Reitoria instituiu a Portaria n.º 1307/09-R, de 23 de outubro

de 2009 (UFRN. Comissão Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com

Necessidades Educacionais Especiais, 2009), através da qual criou uma comissão

com a finalidade de elaborar propostas para inclusão de alunos com deficiência na

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UFRN, também houve a contratação de duas bolsistas de apoio técnico pela

PROGRAD para atuarem no “Espaço Inclusivo” da BCZM, junto aos estudantes com

deficiência visual.

Também houve a aprovação do projeto institucional (2009-2013) junto ao

MEC/PROESP, intitulado “Investindo no aprimoramento do processo educacional

inclusivo de educandos com deficiência e transtornos globais de desenvolvimento”.

Figura 3: Bolsistas contratadas para atuarem no Espaço Inclusivo

Fonte: Arquivo pessoal de Christiane Gomes, 2008.

No ano de 2010, a Reitoria institui a Portaria nº. 203/10-R, de 15 de março de

2010 (UFRN. Comissão Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com

Necessidades Educacionais Especiais, 2010), para criar a Comissão Permanente

Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades Educacionais Especiais (CAENE),

vinculada ao Gabinete do Reitor.

No mesmo ano, foi Implantado o Setor da CAENE no prédio da Reitoria,

houve a contratação de 16 bolsistas de apoio-técnico do Curso de Arquitetura para

mapeamento e diagnóstico das condições de acessibilidade na UFRN. Foram

promovidos cursos de Libras para servidores em parceria com o Departamento de

Desenvolvimento de Recursos Humanos (DDRH – UFRN) e a contratação de um

bolsista pela PROGRAD, que tinha como atribuição dar apoio técnico, pedagógico e

atender o estudante com deficiência visual no curso de graduação de música.

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Outra ação importante foi a aprovação do projeto institucional intitulado

“Estruturação e fortalecimento de ações voltadas para o ensino de estudantes com

deficiência visual na UFRN”, junto ao Edital do Programa Incluir do

MEC/SESU/SEESP.

Também foram realizados cursos e seminários sobre acessibilidade como

forma de treinamento, para ensinar a conviver com a diversidade. Também em

2010, o Espaço Inclusivo deixa de dividir a sala com o SIR e passa a funcionar em

seu próprio espaço, constituindo uma pequena sala ao lado do SIR, e tornando-se

mais cômodo para o desenvolvimento das atividades da equipe do EI.

Figura 4: Nova sala do Espaço Inclusivo ao lado da Seção de Informação e Referência

Fonte: Arquivo do laboratório de acessibilidade da BCZM/UFRN, 2010.

Em meados de 2011, com a criação do anexo da BCZM, o EI passou a ser

Laboratório de Acessibilidade (LA) e ganhou um espaço físico bastante agradável,

adquiriu novos equipamentos e passou a utilizar novas tecnologias para atender e

dar melhor suporte as PNEE.

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Figura 5: Laboratório de Acessibilidade no anexo da BCZM

Fonte: Arquivo do Laboratório de Acessibilidade da BCZM/UFRN, 2011.

Em meados de 2011, o laboratório passou a contar com seis computadores

que dispõem de softwares e leitores de tela instalados, dois scanners, duas

impressoras Braille, três impressoras a tinta, ampliadores, lupa, equipamentos de

auxílio à mobilidade e jogos interativos.

As TIC’s estão sendo utilizadas de modo a favorecer a inclusão de pessoas

com deficiência, permitindo o acesso a equipamentos e softwares que dão suporte

aos deficientes em suas atividades acadêmicas. Elas falicitam o acesso à

informação. Computadores com software de leitores de tela (com sintetizador de

voz) instalados possibilitam ao deficiente visual fazer leituras de textos eletrônicos e

navegar pelas páginas da internet.

O uso dessas tecnologias tem como propósito tornar mais rápido o

processamento das atividades, a disseminação da informação e produções

solicitadas pelos professores que por sua vez são disponibilizadas para o aluno com

NEE, com isso, se promove a acessibilidade da informação e do conhecimento.

A UFRN, através do Laboratório de Acessibilidade e da Comissão

Permanente de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais –

CAENE, dá suporte para que o aluno com NEE possa permanecer e ter acesso a

um ensino de qualidade na universidade, objetivando o ingresso, permanência e

conclusão de um curso superior.

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Para o aluno com NEE da UFRN ter acesso aos serviços do LA, o

coordenador de curso da unidade acadêmica deve realizar o cadastro do estudante

com NEE na CAENE.

Após o processo de cadastro, os conteúdos a serem utilizados pelos

professores, em sala de aula, deverão ser solicitados para serem trabalhados pelo

LA e, em seguida, disponibilizados para o estudante.

Com a finalidade de proporcionar aos deficientes visuais o acesso a apostilas,

artigos de periódicos, livro e capítulos de livros, a UFRN criou o Repositório de

Acessibilidade do SISBI, que reúne textos adaptados, auxiliando no suporte

informacional e no atendimento da comunidade universitária de alunos de graduação

e pós-graduação com deficiência visual da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte.

No que se refere às atividades de sala de aula, quanto à pesquisa acadêmica,

em conformidade com a Lei nº 9.610, de 19/02/1998, (UFRN. Comissão Permanente

Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades Educacionais Especiais, 1998),

que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais, há a previsão,

em seu art. 46, inciso II, letra "d", que não constitui ofensa aos citados direitos “a

reprodução de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de

deficientes visuais, sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita

mediante o sistema Braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses

destinatários;".

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Figura 6: Interface da página eletrônica do repositório de acessibilidade

Fonte: Site do Repositório de Acessibilidade – em construção

Figura 7: Interface de busca da página eletrônica do repositório de acessibilidade

Fonte: Site do Repositório de Acessibilidade – em construção

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4.2 SUJEITOS

Os sujeitos alvo desta pesquisa foram os profissionais (servidores e

bibliotecários) e bolsistas da Biblioteca Central Zila Mamede que atendem direta ou

indiretamente pessoas com necessidades especiais, ou seja, aqueles que trabalham

no Setor de Referência, Circulação e Coleções Especiais.

4.3 PROCEDIMENTOS INSTRUMENTAIS

Foi utilizado um questionário, contendo perguntas abertas e fechadas. Ele foi

aplicado aos bibliotecários, servidores e bolsistas da BCZM com o objetivo de

verificar se eles estão capacitados adequadamente para atender às PNEE, bem

como averiguar se a BCZM fornece suporte suficiente a esse público e em quais

aspectos é necessário melhorar a oferta dos serviços.

No total, foram entrevistados 13 bibliotecários, 29 bolsistas e 8 técnicos

administrativos.

Na Seção de Informação e Referência: 3 bibliotecários e 4 bolsistas e

responderam ao questionário, enquanto na seção de Circulação responderam: 5

bibliotecários, 15 bolsistas e 5 técnicos administrativos, já na seção de Coleções

Especiais, o questionário foi respondido por 5 bibliotecários, 10 bolsistas e 3

técnicos administrativos.

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5 ANÁLISE DOS DADOS

De acordo com a pesquisa bibliográfica realizada sobre o tema, pôde-se

constatar que as pessoas com necessidades especiais enfrentam uma série de

problemas com relação ao acesso à informação, devido ao não cumprimento ou à

lenta implementação das políticas públicas voltadas para a acessibilidade nos

diversos segmentos da sociedade.

Na UFRN, verificou-se que, nos últimos 3 (três) anos, tem sido dada maior

ênfase à implementação dessas políticas visando a garantir o acesso e a

permanência das PNEE aos cursos oferecidos pela universidade.

Com relação às políticas que garantem os direitos dessas pessoas,

principalmente o direito de acesso à informação por meio dos serviços e produtos

oferecidos pelas bibliotecas públicas, notou-se que ações isoladas estão sendo

promovidas, no País, mas estas não abrangem as instituições municipais, estaduais

e federais de maneira uniforme, ou seja, algumas bibliotecas federais, dentre elas a

BCZM-UFRN estão desenvolvendo ações pioneiras para promover a inclusão de

PNEE, o que não é verificado na maioria das bibliotecas estaduais e municipais.

Entende-se que o bibliotecário tem o papel de disseminar a informação a

todos os usuários atendendo, inclusive, a diversidade de seu público. Em virtude

disso, é necessário que ele seja capacitado para atender PNEE, neste caso, o

conhecimento de outros suportes como o braile e libras facilitaria a disponibilização

da informação e comunicação com as PNEE.

A capacitação para a utilização das novas tecnologias da informação e

comunicação é outro fator que facilitaria seu desempenho profissional e atendimento

a usuários com necessidades especiais.

A primeira e segunda perguntas do questionário, consideradas de

identificação, buscou conhecer a função do entrevistado para verificar se ele era

servidor (bibliotecário ou técnico administrativo) ou bolsista de apoio-técnico, em

seguida, indagou-se sobre o setor no qual se dava a atuação.

Para a aplicação dos questionários, foram escolhidos bibliotecários,

servidores e bolsistas dos setores de Informação e Referência, Circulação e

Coleções Especiais, uma vez que estes são os setores da biblioteca nos quais há

um maior fluxo de usuários e existe um contato direto com eles.

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A aplicação das questões 3, 4 e 5 seguiu uma abordagem qualitativa através

da criação de categorias, ou seja, eram feitas perguntas fechadas e o entrevistado

respondia sim ou não.

A terceira pergunta procurou identificar se os entrevistados já participaram de

algum treinamento ou capacitação para atender usuários com NEE.

No Setor de Circulação, verificou-se que 80% dos bibliotecários, 40% dos

técnicos administrativos foram capacitados, no entanto, nenhum bolsista recebeu

treinamento adequado para atender PNEE (Gráfico1).

Condição semelhante foi evidenciada no Setor de Coleções Especiais, onde

nenhum técnico administrativo e bolsista recebeu treinamento para atender aos

usuários com NEE (Gráfico 2), no caso do Setor de Informação e Referência

(Gráfico 3), nenhum bolsista foi capacitado, mas a maioria, 60%, que equivale a 2

dos três bibliotecários, foi capacitada.

Na perspectiva da inclusão e adequação dos serviços oferecidos, seria

necessária a ampliação do treinamento para ao menos metade dos servidores e

bolsistas, visando a tornar a prestação de serviços mais eficiente.

A quarta pergunta questiona se os bibliotecários, demais servidores e

bolsistas sabem atender ou dar suporte a usuários com NE.

No Setor de Circulação, 60% dos bibliotecários, 40% dos técnicos

administrativos e 14% dos bolsistas informaram ter conhecimento para atender

PNEE, valendo salientar que, novamente, a maioria dos bolsistas (86%) e técnicos

administrativos (60%) não se sente preparada para atender a essa finalidade

(Gráfico 1).

No Setor de Coleções Especiais, todos os bibliotecários e técnicos

administrativos afirmaram não estarem preparados, apenas a maioria dos

bibliotecários (80%) informaram estar aptos para prestar atendimento a PNEE

(Gráfico 2).

Já no Setor de Informação e Referência, deve ser ressaltado o fato de todos

os bibliotecários sentirem-se preparados para atender PNEE e da maioria dos

bolsistas (80%) ainda não estar (Gráfico 3).

A quinta questão indagou sobre o fato de os entrevistados considerarem que

a biblioteca oferece suporte necessário para atender usuários com necessidades

especiais. No setor de circulação, 60% dos bibliotecários, 40% dos técnicos

administrativos e 80% dos bolsistas julgaram que a BCZM não oferece suporte

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necessário, apenas a maioria dos técnicos (60%) considera que a biblioteca oferece

suporte adequado (Gráfico 1).

No Setor de Coleções especiais, a maioria dos bibliotecários (60%) e

bolsistas (67%) acreditam que a BCZM não oferece suporte necessário para atender

usuários com NEE, apenas os técnicos administrativos foram favoráveis a essa

opção, tendo em vista a resposta afirmativa de aproximadamente 70% dos

entrevistados (Gráfico 2).

No Setor de Informação e Referência, todos os bolsistas acreditam que a

biblioteca não oferece suporte adequado, enquanto a maioria dos bibliotecários

defende que o suporte é adequadamente oferecido (Gráfico 3).

Gráfico 1: Porcentagem de bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas do setor de circulação em relação ao treinamento/capacitação, atendimento e suporte às PNEE. Fonte: Dados coletados a partir de questionário aplicado aos Bibliotecários, Técnicos administrativos e bolsistas do Setor de Circulação da BCZM/UFRN nov. 2011.

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Gráfico 2: Porcentagem de bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas do setor de Coleções Especiais em relação ao treinamento/capacitação, atendimento e suporte às PNEE.

Fonte: Dados coletados a partir de questionário aplicado aos Bibliotecários, Técnicos administrativos e bolsistas do Setor de Coleções Especiais da BCZM/UFRN nov. 2011.

Gráfico 3: Porcentagem de bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas do setor de Informação e Referência em relação ao treinamento/capacitação, atendimento e suporte às PNEE.

Fonte: Dados coletados a partir de questionário aplicado aos Bibliotecários, Técnicos administrativos e bolsistas do Setor de Informação e Referência da BCZM/UFRN nov. 2011.

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A sexta questão tem como finalidade conhecer a opinião do entrevistado em

relação aos aspectos nos quais a biblioteca deve melhorar para atender PNEE.

A maioria entende que: a BCZM deveria proporcionar aos seus usuários

melhorias no que se refere à sinalização em braile de todos os espaços da biblioteca

(estantes, portas, setores e plataforma elevatória); capacitar os servidores e

bolsistas sobre como atender as pessoas com necessidades especiais, uma vez que

todos os bolsistas entrevistados não foram capacitados e por unanimidade

defendem a execução de um treinamento ou capacitação para os mesmos, o qual

deveria ser também ampliado para contemplar todos os servidores, sejam eles,

bibliotecários ou técnicos administrativos. Além disso, é necessário viabilizar

treinamento em libras e braile para ao menos um profissional de cada setor.

Apesar da existência de plataformas elevatórias, há a necessidade de se criar

rampas de acesso, de modo a garantir a circulação de cadeirantes por todos os

espaços da BCZM, tendo em vista que caso falte energia, o usuário terá acesso

restrito a determinados ambientes.

Já o balcão de empréstimo, que é organizado na forma de fila única, não

possui sinalização indicativa de atendimento especial para idosos, gestantes ou

deficientes. É também considerado inadequado para atendimento a cadeirantes

porque possui altura superior a 0,85 m, recomendada pela ABNT NBR 9050 (Figuras

5 e 6).

Figura 8: Balcão de empréstimo do setor de circulação

Fonte: do autor

Fonte: Arquivo pessoal do autor (2011).

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Figura 9: Alcance manual frontal – Pessoa sentada

Fonte: ABNT NBR 9050, 2004.

A entrada da biblioteca é considerada uma barreira para o deficiente. A

presença de uma roleta torna inviável a entrada de cadeirantes e requer a criação de

uma nova entrada ou a adaptação da existente.

O LA, por estar localizado no anexo da BCZM, não é tão facilmente

encontrado pelas PNEE, seria necessário que a rota desses estudantes fosse

facilitada ou ele migrasse para um local mais acessível, por exemplo, próximo à

entrada da biblioteca.

A aquisição de materiais informacionais acessíveis, como os livros falados, é

outra proposição interessante para contribuir com o acesso a informação para

pessoas com deficiência visual. Eles poderiam ser disponibilizados no site da BCZM,

ou fazer parte de seu acervo informacional.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível constatar através da realização da pesquisa bibliográfica e da

aplicação do questionário, que a Biblioteca Central Zila Mamede ainda não oferece

suporte necessário para atender usuários com deficiência, sendo verificada a

necessidade de adaptação da mesma, através da: criação de rampas de acesso,

sinalização e modificação de alguns espaços físicos da biblioteca, por exemplo,

modificação do balcão de empréstimo e a relevância de criar uma entrada específica

para essas pessoas, uma vez que a roleta que dá acesso à biblioteca, constitui uma

barreira física para PNEE.

Constatou-se também que a maioria dos bolsistas e servidores da biblioteca

não possui capacitação para atender a esse público. Quanto aos bibliotecários,

alguns foram capacitados, mas é importante que essa capacitação seja ampliada

para todos, tendo em vista sua importante atuação como mediador da informação,

isso demonstra também a necessidade de investir na formação continuada desses

profissionais e modificar a estrutura curricular dos cursos de graduação visando a

uma formação mais adequada para lidar com um público diverso.

Há a evidente necessidade de modificar a estrutura curricular dos cursos de

graduação de biblioteconomia para que ofereçam disciplinas que forneçam

competências e habilidades para atender a usuários com as diferentes deficiências e

necessidades educacionais especiais, pois foi possível constatar que a formação

acadêmica do profissional bibliotecário não o prepara para essa finalidade, por

exemplo, na estrutura curricular do curso de biblioteconomia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), não é oferecida nenhuma disciplina cujo

conteúdo permita capacitá-lo para atender às necessidades informacionais de

PNEE.

Adotando essas estratégias, as dificuldades de acesso à informação e de

comunicação com pessoas com necessidades especiais podem ser amenizadas no

âmbito da unidade de informação, para tanto, a boa formação do profissional

bibliotecário e atuação adequada no local de trabalho são fundamentais.

É importante que a sociedade aprenda a conviver com pessoas que possuem

necessidades especiais, ultrapassem a barreira do medo e aproximem-se dessas

pessoas, uma vez que a não aproximação contribui para a manifestação de algumas

formas de discriminação e elas acabam sendo tratadas com preconceito.

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Recomenda-se que os gestores da BCZM viabilizem treinamento aos

servidores e bolsistas, bem como bibliotecários, acerca da operacionalização dos

serviços que são prestados aos usuários do PNEE.

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REFERÊNCIAS

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do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei7853.pdf > Acesso em:18 abr. 2011c.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. LEI nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em:

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TARAPANOFF, Kira; ARAÚJO JÚNIOR, Rogério Henrique de; CORMIER, Patricia Marie Jeanne. Sociedade da informação e inteligência em unidades de informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 3, p.91-100, set./dez. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n3/a09v29n3.pdf>. Acesso em: 03 nov. 2011.

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VALENTIM, Marta Lígia Pomin. O moderno profissional da informação: formação e perspectiva profissional. Enc. Bibliotecon. Ci.Inf., Florianópolis, n.9, jun.2000. <www.ufsc.br/ ced/bibliote/encontro> acesso em 13 dez.2004

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ANEXO

Este questionário é parte integrante da construção de um trabalho de conclusão do

Curso de Biblioteconomia da UFRN, sobre a acessibilidade para estudantes com

necessidades educacionais especiais na Biblioteca Central Zila Mamede.

Questionário para Bibliotecários, Técnicos Administrativos e bolsistas da

BCZM/UFRN.

1. Qual função/cargo você ocupa na BCZM?

( )Bibliotecário ( )Técnico Administrativo ( )Bolsista

2. Em qual setor da biblioteca você trabalha?

______________________________________________________________________

3. Você já teve algum treinamento/capacitação para atender usuários com necessidades

especiais?

( )Sim

( )Não

4. Você sabe como atender/dar informação a usuários com necessidades especiais?

( )Sim

( )Não

5. Você acha que a biblioteca oferece suporte necessário para atender usuários com

necessidades especiais?

( )Sim

( )Não

6. Em quais aspectos a biblioteca deveria melhorar para atender usuários com necessidades

especiais?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________