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Natal RN2011
JOSÉ EDMILSON DA SILVA EUGÊNIO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA
ACESSIBILIDADE PARA ESTUDANTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS: ESTUDO DE CASO DA BIBLIOTECA CENTRAL ZILA MAMEDE DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Orientadora: Msa. Maria do Socorro de Azevedo Borba
JOSÉ EDMILSON DA SILVA EUGÊNIO
ACESSIBILIDADE PARA ESTUDANTES COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS: ESTUDO DE CASO NA BIBLIOTECA CENTRAL ZILA MAMEDE DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Monografia apresentada ao Curso de Biblioteconomia sob a orientação da professora Maria do Socorro de Azevedo Borba como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Biblioteconomia, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
NATAL-RN 2011.2
Eugênio, José Edmilson da Silva. Acessibilidade para estudantes com necessidades educacionais
especiais: estudo de caso na Biblioteca Central Zila Mamede da Universidade Federal do Rio Grande do Norte / José Edmilson da Silva Eugênio. – Natal, RN, 2011.
52 f.;il.
Orientadora: Maria do Socorro de Azevedo Borba
Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Biblioteconomia.
1. Pessoas com necessidades especiais – Monografia. 2.
Bibliotecas inclusivas – Monografia. 3. Laboratório inclusivo para PNEE – Monografia. 4. Rio Grande do Norte – Monografia. I. Borba, Maria do Socorro de Azevedo. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
CDU 027.6
JOSÉ EDMILSON DA SILVA EUGÊNIO
ACESSIBILIDADE PARA ESTUDANTES COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS: ESTUDO DE CASO NA BIBLIOTECA CENTRAL ZILA MAMEDE DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Monografia apresentada ao Curso de Biblioteconomia sob a orientação da professora Maria do Socorro de Azevedo Borba como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Biblioteconomia, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Aprovada em: ____/____/_____
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________ Profª. MSc Maria do Socorro de Azevedo Borba - UFRN
(Orientadora)
___________________________________________________________ Profª MSc. Adriana Carla de Azevedo Borba - UNP
(Membro)
___________________________________________________________ Prof. Esp. Francisco de Assis Noberto Galdino de Araújo – Mestrando em
Ciência da Informação – Universidade do Porto - Portugal (Membro)
DEDICATÓRIA
A Deus, a quem pertencem os tesouros da sabedoria, por ter me guiado durante esse tempo de estudo. Seu amor e seu cuidado são a razão da minha vitória. Aos meus pais Manoel Eugênio e Rita Pereira.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela força e pela presença em meu viver.
A meus pais, Manoel Eugênio e Rita Pereira pela dedicação e pelo incentivo
constante de todos os dias.
Às minhas irmãs, pela ajuda e pelo apoio nessa caminhada.
À minha noiva, Ana Paula Cardoso, pelo carinho e apoio incondicional sem os
quais não seria possível a conclusão deste trabalho.
À professora Maria do Socorro de Azevedo Borba pela amizade que
construímos durante a graduação e que se prolongou com a orientação do presente
trabalho e pelo apoio e colaboração no decorrer de todo esse processo.
Aos professores Francisco de Assis Noberto e Adriana Carla de Azevedo
Borba por aceitarem o convite de participar da banca examinadora.
A Christiane e Edson, que ajudaram substancialmente na pesquisa.
Aos bibliotecários, demais servidores e bolsistas da BCZM pela
disponibilidade em responder os questionários aplicados.
À Professora Dra. Maria Aparecida Fernandes, do Instituto Federal do Rio
Grande do Norte, pela revisão ortográfica deste trabalho.
Enfim, agradeço a todos aqueles que de forma direta ou indireta colaboraram
para a concretização deste trabalho.
Uma mente brilhante impedida de estudar pela simples existência de uma escadaria... não há forma mais cruel de segregação social do que as barreiras para pessoas com deficiência! Duarte e Cohen, 2004.
RESUMO
Analisa-se a acessibilidade para pessoas com necessidades educacionais
especiais (PNEE) em uma unidade de informação, através de um estudo de caso
realizado na Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) pertencente à Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Partiu-se das seguintes problematizações: na
BCZM, há falta de profissionais capacitados para atender a esse público; falta de
acervo específico necessário aos usuários com necessidades especiais; falta de
espaço entre as estantes para circulação de cadeirantes; presença de estantes altas
que dificultam o acesso ao acervo bem como foi evidenciada a altura exacerbada
do balcão de empréstimo, tornando difícil o contato entre um profissional e um
cadeirante que por ventura venha a tomar um livro emprestado. Tem-se como
objetivo geral analisar os serviços de acesso à informação oferecidos pela BCZM a
PNEE através da identificação dos serviços, da caracterização e discussão sobre o
papel do bibliotecário no processo de acessibilidade e análise das fontes de
informação disponibilizadas. Descreve-se o que seja a acessibilidade em unidades
de informação e os serviços oferecidos pela BCZM. Identifica a acessibilidade
através do conceito, bem como é feita uma abordagem de como uma biblioteca
deve ser um ambiente acessível. Relata as principais leis brasileiras que tratam da
inclusão e os órgãos de classes. Também é feita a descrição do perfil do
bibliotecário e abordado como o profissional está sendo formado para atender a
esse público. Posteriormente, são apresentadas as fontes de informação
disponibilizadas pela BCZM para pessoas com deficiência. A metodologia utilizada
foi a descrição histórica da Biblioteca Central Zila Mamede de onde se destacou a
atividade pioneira do Laboratório de Acessibilidade, justificando o porquê de sua
criação e como se deu seu surgimento. Na análise de dados, são apresentados os
sujeitos pesquisados e os procedimentos instrumentais obtidos através dos
questionários aplicados na biblioteca, seguindo critérios qualitativos.
Palavras - chave: Pessoas com necessidades especiais. Bibliotecas inclusivas.
Laboratório inclusivo para PNEE.
ABSTRACT
Analyze the accessibility for people with special educational needs (PNEE) in
a unit of information through a case study at the Central Library Zila Mamede (BCZM)
belonging to the Federal University of Rio Grande do Norte. We started following the
problematization: the BCZM no shortage of trained professionals to meet the public,
lack of decent special requirements for users with special needs, lack of space
between the shelves for wheelchair movement, presence of high shelves that prevent
access the acquis as well as the time exacerbated the counter loan, making it difficult
to contact a professional and a wheelchair that perhaps will take a book. It has been
aimed at analyzing the access to information services offered by the BCZM PNEE by
identifying the services, the characterization and discussion on the role of the
librarian in the process of accessibility and analysis of information sources available.
It describes what is in units of accessibility information and services, it offered,
identifies accessibility through the concept, and is made an approach to how a library
should be an accessible environment. Reports the main Brazilian laws that deal with
the bodies and inclusion classes. It is also made of profiling librarian and discusses
how the business is being formed to serve the public. Subsequently, we present the
sources of information available from BCZM for people with disabilities. The
methodology used was through historical description of the Central Library Zila
Mamede and highlighting the pioneering activity of the Accessibility Lab, explaining
why his creation and how was its appearance. In data analysis, we present the
research subjects and instrumental procedures obtained through questionnaires in
the library, following qualitative criteria.
Keywords : People with special needs. Libraries inclusive. Laboratory for PNEE
inclusive.
LISTA DE ILUSTRAÇÃO
Figura 1: Pessoas com necessidades Educacionais Especiais na UFRN....... 20
Figura 2: Espaço Inclusivo na Seção de Informação e Referência da BCZM... 34
Figura 3: Bolsistas contratadas para atuarem no Espaço Inclusivo ............... 35
Figura 4: Nova sala do Espaço Inclusivo ao lado da Seção de Informação e
Referência........................................................................................................
36
Figura 5: Laboratório de Acessibilidade no anexo da BCZM..........................
Figura 6: Interface da página eletrônica do repositório de acessibilidade........ 39
Figura 7: Interface de busca da página eletrônica do repositório de
acessibilidade....................................................................................................
39
Figura 8: Balcão de empréstimo do setor de circulação................................... 45
Figura 9: Alcance manual frontal – Pessoa sentada......................................... 46
LISTA DE ILUSTRAÇÃO
Gráfico 1: Porcentagem de bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas do setor de circulação em relação ao treinamento/capacitação, atendimento e suporte às PNEE. .......................................................................................................................................................
41
Gráfico 2: Porcentagem de bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas do setor de Coleções Especiais em relação ao treinamento/capacitação, atendimento e suporte às PNEE. ...................................................................................................
42
Gráfico 3: Porcentagem de bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas do setor de Informação e Referência em relação ao treinamento/capacitação, atendimento e suporte às PNEE. ...................................................................................................................
42
LISTA DE SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ADEFERN - Associação dos Deficientes Físicos do Estado do Rio Grande do Norte
ADEVIRN - Associação de Deficientes Visuais do Rio Grande do Norte
APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
BCZM - Biblioteca Central Zila Mamede
CAENE - Comissão Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades
Educacionais Especiais
CCN - Catálogo Coletivo Nacional
CONSEPE - Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão
CONSUNI - Conselho Universitário
EI - Espaço Inclusivo
FGV - Fundação Getúlio Vargas
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
LA - Laboratório de Acessibilidade
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC – Ministério da Educação e Cultura
NEE - Necessidades educacionais especiais
ONG – Organização não-governamental
ONU – Organização das Nações Unidas
PDV - Pessoas com Deficiência Visual
PNEE - Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais
PROESP - Programa de Educação Especial
PROGRAD - Pró-Reitoria de Graduação
SCB - Serviço Central de Bibliotecas
SIR - Seção de Informação e Referência
SISBI - Sistema de Bibliotecas
TIC’s - Tecnologias de Informação e Comunicação
UFPB - Universidade Federal da Paraíba
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 12
2 ACESSIBILIDADE EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO......................... 15
2.1 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E ACESSIBILIDADE.................................. 17
2.2 LEGISLAÇÃO DA UFRN......................................................................... 19
2.3 ÓRGÃOS DE CLASSE............................................................................ 21
2.4 UNIDADES DE INFORMAÇÃO/ BIBLIOTECONOMIA........................... 22
3 O PERFIL DO PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO................................... 24
3.1 COMO O BIBLIOTECÁRIO ESTÁ SENDO FORMADO PARA ESTE
SERVIÇO/USUÁRIO?...................................................................................
27
3.2 FONTES DE INFORMAÇÃO DA BCZM PARA PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA................................................................................................
29
4 METODOLOGIA......................................................................................... 31
4.1 BCZM - LABORATÓRIO DE ACESSIBILIDADE DA BCZM.................... 31
4.2 SURGIMENTO DO LABORATÓRIO DE ACESSIBILIDADE.................. 33
4.3 SUJEITOS............................................................................................... 40
4.4 PROCEDIMENTOS INSTRUMENTAIS................................................... 40
5 ANÁLISE DOS DADOS............................................................................. 41
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 47
REFERÊNCIAS............................................................................................. 49
ANEXO.......................................................................................................... 52
12
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo discorre sobre a acessibilidade para Pessoas com
Necessidades Educacionais Especiais (PNEE) em uma unidade de informação,
através de um estudo de caso realizado na Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM),
pertencente à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tendo em vista
que, historicamente, as PNEE, ou seja, aquelas que apresentam deficiência
sensorial, física, motora ou intelectual, enfrentaram uma série de dificuldades não só
relacionadas à superação de barreiras físicas, mas principalmente à superação de
barreiras sociais. A inclusão de pessoas com necessidades especiais é reconhecida,
atualmente, como uma política pública mundial que visa a promover mudanças
efetivas nos espaços e serviços sociais para que todos possam além de ter acesso a
estes, exercer sua cidadania com autonomia.
No entanto, embora existam leis que determinem ações voltadas para a
acessibilidade, enfatizando a importância de toda instituição tornar os ambientes
acessíveis às PNEE, a implementação dessas leis ainda caminha lentamente
contribuindo para que a inclusão das pessoas com necessidades especiais não
ocorra de maneira uniforme em toda a esfera social.
A BCZM é um espaço educativo que assim como as demais bibliotecas tem o
propósito de disseminar a informação. Ações voltadas para a inclusão de PNEE têm
sido adotadas, dentre elas: a instalação do Laboratório de Acessibilidade (LA), uma
nova plataforma elevatória e um piso tátil. Entretanto, ainda não é verificado suporte
suficientemente adequado para os estudantes com necessidades educacionais
especiais, uma vez que esses usuários precisam circular e ter acesso aos diversos
setores da biblioteca, como também ter um acervo em braile de âmbito acadêmico
que sirva de base para suas pesquisas.
Em virtude disso, são considerados problemas na biblioteca: a falta de
profissionais capacitados para atender a esse público; falta de acervo especifico
necessário aos usuários com NE; falta de espaço entre as estantes para circulação
de cadeirantes; presença de estantes altas que dificultam o acesso ao acervo, bem
como a altura exacerbada do balcão de empréstimo, tornando difícil o contato entre
um profissional e um cadeirante que por ventura venha a tomar um livro emprestado.
Além de todos estes problemas espaciais internos listados, ainda existe a questão
13
da acessibilidade externa, imediata à edificação e em relação a cidade como um
todo (gera acesso elitista, ainda excludente)
Diante do contexto, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar os
serviços de acesso à informação oferecidos pela BCZM a PNEE e como objetivos
específicos: identificar os serviços de acessibilidade na BCZM, caracterizar e discutir
sobre o perfil do profissional bibliotecário e identificar as fontes de informação para
PNEE disponibilizadas na BCZM.
A escolha do tema “Acessibilidade em unidades de informação: estudo de
caso na BCZM” foi motivada pela atuação durante dois anos no setor de informação
e referência (SIR) da referida biblioteca, o qual tem o primeiro contato com o usuário
e a incumbência de informar sobre os serviços oferecidos. Neste setor, também
houve a implantação do Espaço Inclusivo (EI), que surgiu devido à necessidade de
dar suporte a estudantes com necessidades especiais; este, posteriormente, tornou-
se o Laboratório de Acessibilidade, contribuindo para o acesso e a permanência das
PNEE na Universidade. Outro fator importante foi a verificação da falta de formação/
capacitação dos profissionais bibliotecários, demais servidores e bolsistas da BCZM
para atender a esse público, como também, ter sido constatada a necessidade de
adequação de alguns setores da unidade pesquisada.
A relevância da pesquisa consiste em sensibilizar os profissionais
bibliotecários e mostrar-lhes a necessidade de adequação do seu perfil para atender
eficientemente PNEE. Assim, ele deve adquirir conhecimento para atender e
informar esse público, ou seja, além de estar capacitado para gerenciar uma
unidade de informação, deve estar apto também para desenvolver ações voltadas
para inclusão de PNEE.
Para analisar a acessibilidade em unidades de informação e os serviços
oferecidos pela BCZM, faz-se necessário a conceituação do que seja acessibilidade.
No capítulo 2, a acessibilidade é conceituada bem como é feita uma abordagem de
como o ambiente uma biblioteca deve ser acessível. Em seguida, apresenta-se, de
maneira sintética, as principais leis brasileiras que tratam da inclusão e os órgãos de
classes desenvolvidos para atender e lutar pelos direitos dessa categoria. O capítulo
é finalizado discorrendo sobre as unidades de informação como instituições e são
abordadas suas subdivisões.
14
O capítulo 3 traz uma análise histórica do perfil do bibliotecário e aborda como
o profissional está sendo formado para atender a esse público. Posteriormente são
apresentadas as fontes de informação disponibilizadas pela BCZM para pessoas
com deficiência.
No capítulo 4, é descrita a metodologia, um histórico da Biblioteca Central Zila
Mamede e apresentado o trabalho pioneiro do Laboratório de Acessibilidade,
justificando o porquê de sua criação e como se deu seu surgimento. Finalmente, são
apresentados os sujeitos pesquisados e os procedimentos instrumentais.
O capítulo 5 contém a análise dos dados obtidos através dos questionários
aplicados na biblioteca, seguindo critérios qualitativos.
No capítulo 6 são tecidas as considerações finais da monografia.
Portanto, trata-se de uma pesquisa importante, tendo em vista o fato de se
trabalhar uma temática engajada, apropriada e necessária, inclusive como
instrumento de fiscalização para adoção das regras de adequação dos espaços às
PPNE no caso específico das unidades de informação.
15
2 ACESSIBILIDADE EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO
A acessibilidade é o meio de proporcionar ao deficiente ou pessoa com
mobilidade reduzida condição necessária para a utilização do que lhe é de direito, o
acesso aos serviços de transportes, informação, sistemas de comunicação, espaços
mobiliários e os equipamentos urbanos. É tornar acessível tudo o que está no seu
meio fazendo com que tenham o direito de usar os espaços públicos e os serviços
oferecidos.
De acordo com Decreto de nº 5.296 de 02 de dezembro de 2004 (BRASIL.
Casa Civil, 2004):
Considera-se acessibilidade as condições para a utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas ou meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Já de acordo com as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT, NBR 9050, p. 2, 2004), há o seguinte entendimento:
Acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização, com segurança e autonomia, de edificações, espaço, mobiliário, equipamentos e elementos urbanos.
Dessa forma, entende-se que a acessibilidade está relacionada com a
qualidade de vida da sociedade que por ventura possa ser: o idoso, a pessoa obesa,
a gestante ou o deficiente.
Guimarães (1999, apud PRADO, 2003, P. 1) descreve:
Um ambiente com acessibilidade atende, diferentemente, uma variedade de necessidades dos usuários, tornando possível uma maior autonomia e independência. Entendendo autonomia como a capacidade do indivíduo de desfrutar dos espaços e elementos espontaneamente, segundo sua vontade. E independência como a capacidade de usufruir os ambientes, sem precisar de ajuda. (GUIMARÃES, 1999 apud PRADO, 2003).
Por a acessibilidade atender a uma variedade de necessidades dos usuários,
é fundamental que se tenha a preocupação de tornar acessível não somente os
espaços físicos, mas também a informação e a comunicação, para que assim se
16
adquira capacidade de promover a inclusão das PNEE, fazendo com que estas
estejam presentes desde as escolas de nível fundamental até os cursos de nível
superior. Acessibilidade é proporcionar às pessoas com deficiência o direito de viver
sem depender de terceiros para desenvolver algum tipo de atividade.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT - NBR
9050:2004, p. 88), há a seguinte descrição sobre o tema:
Nas bibliotecas e centros de leitura, os locais de pesquisa, fichários, salas para estudo e leitura, terminais de consulta, balcões de atendimento e áreas de convivência devem ser acessíveis. Deve existir pelo menos uma rota acessível interligando o acesso de alunos às áreas administrativas, de prática esportiva, de recreação, de alimentação, salas de aula, laboratórios, bibliotecas, centros de leitura e demais ambientes pedagógicos. Todos estes ambientes devem ser acessíveis.
A biblioteca é um espaço educativo que tem como propósito disseminar a
informação, ela deve ser um espaço acessível e preparado para atender e dar
suporte ao usuário, satisfazendo sua necessidade informacional. O bibliotecário é o
mediador da informação, ele deve ser capacitado para dar informação e atuar no
processo de tornar a unidade de informação acessível utilizando equipamentos e
estratégias de acessibilidade com o intuito de atender de forma correta o usuário
com deficiência.
Pupo (2008, p.10) defende que:
Pessoas com deficiência não podem nem devem ser excluídas desse processo, pois podem ser grandes beneficiárias das inovações proporcionadas pelos meios de comunicação, e não nos compete, nem é lícito escolhermos quais seres humanos iremos receber ou atender em nosso ambiente de trabalho.
A acessibilidade é de fato a melhor maneira de motivar as pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida a participarem continuamente das atividades
diárias, dando-lhes a oportunidade de realizar suas tarefas, tais como: ir ao banco
pagar uma conta, sacar dinheiro, ir a biblioteca estudar, tomar livros emprestados ou
devolver, dentre outros. É fazer com que PNEE sintam-se cidadãos atuantes e
capazes de desempenhar diversas funções típicas do cotidiano.
17
2.1 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E ACESSIBILIDADE
As pessoas com necessidades educacionais especiais – PNEE, no Brasil, já
dispõem de vários instrumentos legais, incluindo: leis, decretos, resoluções e
portarias implantadas para garantir os direitos e necessidades dessas pessoas.
Dentre essas leis, podem se destacar algumas que são de extrema importância para
que as PNEE possam usufruir de uma melhor qualidade de vida sem levar em
consideração a existência de barreiras.
A Portaria de nº 1.679, de dezembro de 1999, (BRASIL. Ministério da
Educação e Cultura, 1999, p. 1) “dispõe sobre requisitos de acessibilidade para
pessoas portadoras de deficiências, também instrui os processos de autorização e
de reconhecimento de cursos, e de credenciamento de instituições”.
As instituições de ensino público brasileiras, cumprindo os artigos que tratam
da Educação Especial presentes no capítulo V da LDB 9394/96 (BRASIL. MEC. Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996), na qual a educação especial é
entendida como a modalidade de ensino oferecida preferencialmente na rede regular
de ensino para educandos portadores de necessidades especiais, estão ampliando
o acesso e ingresso desses alunos nas escolas regulares, bem como investindo em
políticas que promovam a acessibilidade.
Semelhante ao que vem ocorrendo nas escolas públicas, o ensino superior
também está investindo na inclusão de PNEE, embora essa iniciativa relativamente
recente não tenha mostrado resultados completamente satisfatórios.
Pode ser ressaltada a promoção da acessibilidade nessas instituições através
de mudanças na sua estrutura física, investimento em equipe multidisciplinar de
profissionais e criação de laboratórios de acessibilidade, com servidores e pessoal
de apoio qualificado para dar suporte a esse público.
De grande importância para inclusão de pessoas com necessidades
especiais, a Lei Federal de nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 (BRASIL. Ministério
da Educação e da Cultura, 1989) assegura os direitos básicos dos portadores de
deficiência.
18
Em seu artigo 8º, é considerado como crime punível com reclusão (prisão) de
um a quatro anos e multa, a quem:
1. Recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, porque é portador de deficiência. 2. Impedir o acesso a qualquer cargo público porque é portador de deficiência. 3. Negar trabalho ou emprego, porque é portador de deficiência. 4. Recusar, retardar ou dificultar a internação hospitalar ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar ou ambulatória, quando possível, a pessoa portadora de deficiência.
Dessa forma, entende-se que as instituições de ensino têm a obrigação de
realizar inscrição de alunos com deficiência, proporcionando igualdade de condições
de acesso e permanência na instituição, onde na maioria das vezes os alunos com
necessidades educacionais especiais se deparam com barreiras arquitetônicas,
informacionais e social, como também existe um grande déficit de profissionais
qualificados para oferecer serviços voltados para atendimento a esse público.
Através do Decreto de nº 3.298 de 1999 (BRASIL. Ministério da Educação e
Cultura, 1999), apresenta-se a política nacional para integração da pessoa com
deficiência como também são consolidadas as normas de proteção e dadas outras
providências.
Art. 27 - As instituições de ensino superior deverão oferecer adaptações de provas e os apoios necessários, previamente solicitados pelo aluno portador de deficiência, inclusive tempo adicional para realização das provas, conforme as características da deficiência. § 1º As disposições deste artigo aplicam-se, também, ao sistema geral do processo seletivo para ingresso em cursos universitários de instituições de ensino superior.
O Decreto de nº 6.571 de 2008 (BRASIL. Ministério da Educação e Cultura,
2008), dispõe sobre o atendimento educacional especializado e assegura que o
Ministério da Educação dará apoio técnico e financeiro à seguinte ação voltadas
para a oferta do atendimento educacional e especializado: estruturação de núcleos
de acessibilidade nas instituições federais de educação superior.
19
Esses núcleos de acessibilidade, nas instituições federais de educação, visam
a eliminar barreiras físicas, de comunicação e permitir o desenvolvimento acadêmico
e social de alunos com deficiência. Um exemplo bem próximo é o Laboratório de
Acessibilidade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte implantado na
BCZM.
As pessoas com deficiência, infelizmente, ainda são alvo de piadas e
preconceito. Na tentativa de obter meios para erradicar os preconceitos sofridos
pelas pessoas com deficiência, a ONU criou a Resolução de nº 2.542/75
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1975) estabelecendo que às pessoas
portadoras de deficiência, assiste o direito, inerente a todo e qualquer ser humano,
de ser respeitado, sejam quais forem seus antecedentes, natureza e severidade de
sua deficiência.
Essas pessoas têm o mesmo direito que os outros indivíduos da mesma
idade, fato que implica desfrutar de vida decente, tão normal quanto possível. As
pessoas portadoras de deficiência têm direito e proteção contra qualquer forma de
exploração e de tratamento discriminatório, abusivo ou degradante.
2.2 LEGISLAÇÃO DA UFRN
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte dispõe de resoluções e
portarias que procuram atender, melhorar e dar suporte à comunidade acadêmica,
em especial as PNEE.
Essas portarias e resoluções são fundamentais para a permanência e
garantia da qualidade de ensino a essas pessoas.
20
Figura 1: Pessoas com necessidades Educacionais Especiais na UFRN
Fonte: CAENE/UFRN, Disponível em: <www.caene.ufrn.br> Acesso em: 22 out. 2011.
Através da Portaria nº 203/10-R de 15 de março de 2010 (UFRN. Comissão
Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades Educacionais
Especiais - CAENE, 2010), é instituída a comissão permanente denominada Núcleo
de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais especiais, que tem como
objetivo apoiar e orientar a comunidade universitária sobre o processo de inclusão
de estudantes com necessidades educacionais especiais (NEE), garantindo seu
ingresso, acesso e permanência na universidade. Essa comissão é constituída por
professores, técnicos administrativos e alunos bolsistas.
A Resolução nº 193/2010-CONSEPE, de 21 de setembro de 2010 (UFRN.
Comissão Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades
Educacionais Especiais, 2010), trata do atendimento educacional a estudantes com
NEE na UFRN, entendendo por estudante com necessidades educacional especial,
aquele com deficiência: auditiva, visual, física, intelectual ou múltipla.
O artigo 2º, inciso 1º, desta resolução, determina que caberá à administração
superior prover às unidades acadêmicas de crédito orçamentário que garanta
condições necessárias à permanência a esses estudantes na UFRN. O artigo 12
discorre sobre o fato de a UFRN, com apoio da comissão permanente de apoio ao
estudante com NEE fomentar ações de formação continuada para capacitação de
docentes, técnicos e gestores, visando à melhoria da qualidade do atendimento ao
estudante com NEE.
21
Entende-se que uma universidade tornar-se-á inclusiva, quando a
capacitação e formação continuada dos servidores forem promovidas, garantindo
que estes saibam não só atender como também tratar adequadamente PNEE e
conviver com elas, sendo assim, percebe-se também a necessidade de formação
dos bolsistas, que atuam nos diversos departamentos e setores da UFRN.
2.3 ÓRGÃOS DE CLASSE
Os órgãos de classe, categorizados principalmente como associações,
Organizações Não-governamentais (ONGs) e sindicatos são apresentados, no
cenário brasileiro, como alternativas para inclusão das PNEEs.
Esses órgãos contribuem para a promoção da interação social do deficiente,
reabilitação físico-motora, habilitação e qualificação profissional como também para
sua inserção no mercado de trabalho produtivo/competitivo.
As ONGs, que atuam nesta área, têm como preocupação propor e
acompanhar as políticas públicas voltadas para as pessoas com deficiência. Deve-
se ressaltar a relevância dos trabalhos realizados por alguns órgãos de classe,
como: A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), uma associação
filantrópica, de caráter cultural, assistencial e educacional com duração
indeterminada, congregando como filiadas as APAEs e outras entidades
congêneres, tendo sede e fórum em Brasília – DF.
A APAE promove e articula ações de defesa dos direitos das pessoas com
deficiência e representa o movimento perante os organismos nacionais e
internacionais, para a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelas APAEs,
na perspectiva da inclusão social de seus usuários.
A Associação dos Deficientes Físicos do Estado do Rio Grande do Norte
(ADEFERN) é uma entidade civil de direito privado, sem fins lucrativos, assistencial
e filantrópica criada com o objetivo específico de tornar possível a luta em favor das
PNEE, desenvolvendo ações, como: a busca do resgate da cidadania plena das
pessoas portadoras de deficiência física do Rio Grande do Norte, a fim de promover
a sua integração social, a reabilitação físico-motora, a habilitação e qualificação
profissional e inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho
produtivo/competitivo.
22
A Associação de Deficientes Visuais do Rio Grande do Norte (ADEVIRN) é
uma organização não-governamental (ONG) sem fins lucrativos que tem o objetivo
de ajudar as pessoas com deficiência visual (PDV), visando a inserir essas pessoas
na sociedade, preparando-as para enfrentar os problemas que a sociedade lhes
proporciona, uma vez que apesar de suas limitações, elas são tão capazes como
qualquer outro ser humano.
Como foi observado na apresentação das associações e ONGs, acima, esses
órgãos de classe têm uma participação essencial na vida educacional e profissional
dessas pessoas, uma vez que lutam pela garantia dos direitos e cumprimento das
leis disponíveis para PNEE, contribuindo de maneira extraordinária para a inclusão
dessas pessoas na sociedade.
2.4 UNIDADES DE INFORMAÇÃO/ BIBLIOTECONOMIA
As unidades de informação são instituições que gerenciam o processo de
disseminação da informação e do conhecimento através de um profissional
especializado. São consideradas como unidades de informação: as bibliotecas, os
arquivos, as bibliotecas especializadas, os centros ou serviços de documentação,
serviços de análise da informação, entre outros.
Tarapanoff, Araújo Júnior e Cormier (2000) entendem que:
As unidades de informação (bibliotecas, centros e sistemas de informação e de documentação) foram e são, tradicionalmente, organizações sociais sem fins lucrativos, cuja característica como unidade de negócio é a prestação de serviços, para os indivíduos e a sociedade, de forma tangível (produtos impressos), ou intangível (prestação de serviços personalizados, pessoais, e hoje, cada vez mais, de forma virtual – em linha, pela Internet).
Entende-se que as bibliotecas têm a missão de disseminar a informação; esta
é veiculada através da mediação de um bibliotecário, sendo a unidade de
informação considerada também um espaço educativo e de inclusão.
Para que a unidade de informação seja inclusiva, faz-se necessário que o
gestor (Bibliotecário) tenha a preocupação de satisfazer as necessidades
23
informacionais de todos os usuários, incluindo as pessoas que apresentam NEE, os
quais sentem maiores dificuldades de acesso à informação.
A biblioteca acessível é aquela que envolve a acessibilidade física e
informacional, oferecendo um serviço adequado que trabalhe as habilidades dos
usuários com NEE no uso da informação.
No capítulo a seguir se fará análise sobre o perfil do bibliotecário.
3 O PERFIL DO PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO
O perfil profissional do Bibliotecário, assim como o de outras profissões,
constitui uma construção histórica humana, portanto, para entendê-lo se faz
necessário comentar sobre a evolução e trajetória da profissão.
Costa (2007, p.28) entende que o fim do monopólio da Igreja Católica, no
Século XVIII, a qual manipulava toda informação e concentrava o poder intelectual e
econômico contribuiu para o desenvolvimento da profissão, como também a criação
da imprensa de Gutenberg por volta do Século XV, sendo ele o responsável pela
transformação no campo da disseminação da informação, uma vez que a impressão
dos livros aumentou a quantidade de informação disponível em curto espaço de
tempo, resultando na popularização do mesmo.
Segundo Fonseca (1979, p. 11),
Quando o Brasil foi descoberto, já as bibliotecas do mundo haviam alcançado períodos de esplendor, tanto na antiguidade- Egito e Babilônia, Grécia e Roma- como na idade média e no renascimento. As bibliografias precederam a própria descoberta da imprensa por Gutemberg, em torno de 1440
A profissão de bibliotecário surgiu com a necessidade de organização da
informação.
Com o fim do monopólio e o advento da imprensa, houve um grande aumento
informacional. Sentiu-se, então, a necessidade de controlar e organizar essa grande
quantidade de informação, almejando seu armazenamento e recuperação. Pode-se
concluir que a profissão de bibliotecário surge a partir da necessidade de organizar e
disseminar a informação.
24
O bibliotecário possui amplo conhecimento e domínio da organização,
tratamento e disseminação da informação. Ele é capacitado academicamente para
organizar o conhecimento e gerenciar unidades de informação.
Le Coadic (1996, p. 106) define os profissionais da informação como pessoas
que adquirem a informação registrada em diferentes suportes, organizam,
descrevem, indexam, armazenam, recuperam e fornecem essa informação em sua
forma original ou como produtos elaborados a partir dela.
Pode também atuar em diversos setores, como arquivos, jornais, editoras,
revistas entre outros locais relacionados com o setor de informação. Atua junto às
entidades culturais e educacionais, passando este a ter um perfil de educador.
O bibliotecário tem participação também nos serviços e processos de
geração, gerenciamento, recuperação e conservação da informação.
Nas unidades de informação, há setores nos quais o bibliotecário atua
diretamente em contato com o público, enquanto em outros, ele está mais
direcionado para atividades como processos técnicos, catalogação, gestão,
organização e recursos humanos.
No Setor de Informação e Referência (SIR), por exemplo, o bibliotecário é
quem tem o contato inicial, apresenta a biblioteca e os serviços oferecidos, orienta o
usuário quanto ao uso de fontes e recursos de recuperação da informação. Pode-se
dizer que, neste setor, ele está sempre em contato com o usuário buscando
satisfazer sua necessidade informacional.
Quando se trata da atuação do bibliotecário no Setor de Informação e
Referência, Oliveira (1983, p. 61), entende que:
O caráter dessa atividade é eminentemente criativo, dinâmico e útil, pois diz respeito ao serviço ao leitor, através de atividades de pesquisa bibliográfica, recuperação da informação, disseminação seletiva de informação, ensino do uso da biblioteca e de seus materiais.
Outros setores da biblioteca que também mantêm contato com o público
usuário é o setor de circulação, que desenvolve atividades como: o atendimento ao
usuário, no tocante à orientação de pesquisa para utilização do acervo; fica
responsável também pelo empréstimo de materiais, entre outras atividades, ou seja,
promove o acesso e uso do material informacional disponível no acervo e o setor de
coleções especiais, responsável por desenvolver e difundir a coleção de periódicos
25
ou outras coleções de materiais especiais e raros, sendo sua atribuição também
orientar e informar os usuários.
Entende-se que, pelo fato de o profissional bibliotecário estar em contato com
o usuário, orientando, informando e disponibilizando os serviços da sua unidade de
informação, ele pode, no desenvolver de suas atividades, depararem-se a qualquer
momento com usuários ou até mesmo servidores com deficiência, o que exigirá dele
o conhecimento necessário para gerir ou disseminar informação para esse público.
Por isso, deve ser ressaltada a importância de uma capacitação para que
esse profissional esteja preparado para atender a um público diversificado.
O bibliotecário pode desempenhar um papel fundamental no âmbito da
promoção da acessibilidade na biblioteca, uma vez que ele é o responsável pela
disseminação da informação.
O profissional bibliotecário precisa adotar um novo perfil face às novas
mudanças. Na maioria das unidades de informação onde não existem profissionais
preparados para atender aos anseios informacionais das PNEE. Valentim (2000, p.
23), diz que:
Para o terceiro milênio o profissional da informação deverá ser mais observador, empreendedor, atuante, flexível, dinâmico, ousado, integrador, proativo e principalmente mais voltado para o futuro.
Entende-se que a qualificação contínua do profissional bibliotecário é
fundamental para que ele possa, frente às novas tecnologias de informação e
comunicação tornar os serviços da biblioteca mais eficientes e acessíveis.
Para Borba et. al (2005, p. 16),
Com o advento das novas TIC’s, o profissional da informação não só atende melhor a seus usuários, como se capacita melhor em seu dia-a-dia, pois essas ferramentas oferecem possibilidades para o desenvolvimento de estratégias no trabalho e disseminação da informação.
Diante dessa realidade, pode-se entender que o profissional da informação
com o uso das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC’s) atende
melhor seus usuários, então, o profissional da informação pode usar as TIC’s para
prestar melhores serviços às PNEE e atender bem os anseios informacionais desses
usuários em uma unidade de informação, cabendo ao mesmo procurar adequar-se
às novas mudanças que por ventura possam vir.
26
Também deve procurar conhecer maneiras adequadas para atender e
disponibilizar a informação para seus usuários, em especial as pessoas com NEE,
tornando a biblioteca um espaço acessível.
Sobre o assunto se faz mister destacar que em 2004 pesquisa realizada por
Borba, ( A.) Borba, (M.S.) e Silva (2005) intitulada “Educação e cultura voltada a
pessoas com necessidades especiais: estudo de caso de condições de
acessibilidade em bibliotecas públicas na cidade de Natal – RN”, detectou-se que
com incremento de incentivos governamentais para fomentar a questão da leitura
no Brasil, surge o problema do acesso às bibliotecas; assim, aponta-se para a
imprescindível tarefa de analisar as atuais condições dos principais espaços
públicos e privados de acesso à informação (Biblioteca Pública Câmara Cascudo,
Centro Cultural e Biblioteca Escolar José Américo de Oliveira Costa, Biblioteca
Central Zila Mamede e Biblioteca Municipal Esmeraldo Siqueira) no que tange às
condições de acessibilidade, tendo em vista o efetivo cumprimento do que preconiza
as legislações urbanísticas locais.
Nesta pesquisa, a equipe responsável elaborou listagem de parâmetros de
acessibilidade a serem verificados. Com visitas, foram registrados aspectos positivos
e negativos, com os quais traçou-se diagnóstico das condições de acessibilidade e
foram traçadas diretrizes para otimizar sua acessibilidade. Verificou-se que as
bibliotecas alvo da pesquisa, não apresentavam condições que permitissem total
acessibilidade.
Nestes espaços nos quais funcionam estas bibliotecas de Natal verificou-se
que alguns ajustes as tornariam mais acessíveis.
3.1 COMO O BIBLIOTECÁRIO ESTÁ SENDO FORMADO PARA ESTE
SERVIÇO/USUÁRIO?
O bibliotecário, ao longo dos anos vem realizando mudanças em seu perfil,
precisando se adaptar para não perder espaço no mercado de trabalho.
Tem-se em vista que a missão do profissional bibliotecário é intermediar,
possibilitar e facilitar o acesso e o uso da informação a todas as manifestações do
conhecimento, ou seja, a todo e qualquer usuário.
27
Silva e Cunha (2002, p. 81) entendem que “é necessário enfatizar que o
bibliotecário é em sua essência um mediador, um comunicador, alguém que põe em
contato informações com pessoas, pessoas com informações”.
De acordo com Costa (2007, p.28):
Neste contexto, o bibliotecário tem um papel importante, pois é dele que depende a inclusão ou exclusão dessas pessoas com necessidades especiais em unidades de informação, na qual deverá oferecer informação, conhecimento, atendendo as demandas dos usuários e proporcionando a todos o livre acesso aos registros do conhecimento.
Para tanto, é considerado de grande valia que o bibliotecário venha a adquirir,
durante o curso de graduação, conhecimento de como atender a um usuário com
necessidades educacionais, como tratar esses usuários e como disseminar
informação para esse público.
Para isso, é necessário que sejam oferecidas, na estrutura curricular do
curso, disciplinas como: Libras, que tem como objetivo permitir uma aproximação
entre os falantes da Língua Portuguesa e a utilização de uma língua viso-gestual
usada pelas comunidades surdas.
A utilização de Libras se mostra necessária especialmente nos espaços
educacionais, favorecendo ações de inclusão social e oferecendo possibilidades
para a quebra de barreiras linguísticas entre surdos e ouvintes.
Já a disciplina de braile, que é utilizada universalmente na leitura e na escrita
por pessoas cegas, não se faz tão necessária quanto a disciplina de Libras, mas,
caso o bibliotecário venha a trabalhar diretamente com esse público seria
interessante pelo menos uma capacitação ou treinamento na área.
O bibliotecário tem se preocupado bastante com sua qualificação, porém,
ainda não despertou para a importância da qualificação que o torne apto a atender e
disponibilizar a informação para PNEE.
Para atender a diversidade de usuários sem nenhuma distinção de caráter
étnico, cultural ou social deve-se pensar também em uma capacitação ou formação
continuada para os profissionais que já estão no mercado de trabalho,
principalmente, aqueles que irão atuar em contato direto com o usuário, permitindo,
28
dessa forma, a aquisição de conhecimentos e habilidades para atender a um público
diverso de maneira satisfatória.
O bibliotecário deve disponibilizar também ao usuário com NEE o universo de
informação que existe na sua unidade, oferecendo-lhe condição para que este se
sinta satisfeito e volte à unidade de informação sem constrangimento.
Silva e Cunha (2002, p. 81) entendem também que:
Os bibliotecários, profissionais que privilegiam a informação no seu fazer cotidiano, têm um papel importante a cumprir na sociedade do conhecimento. Incutir a consciência da importância deste papel juntamente com princípios como ética, solidariedade humana, capacidade crítica e de questionamento pode fazer o diferencial necessário na construção de uma sociedade mais justa e equilibrada.
Portanto, faz-se necessária a intervenção na formação dos profissionais
bibliotecários, seja em nível de graduação ou capacitação profissional, ou até
mesmo formação continuada para os que já atuam em unidades de informação,
visando ao cumprimento do pressuposto básico de sua formação: disponibilizar
informação a todos de modo eficaz e contribuindo assim, para que as pessoas com
deficiência possam também estar inseridas na construção de uma sociedade mais
justa, equilibrada, com capacidade crítica e questionadora das circunstâncias que
lhes são propostas.
3.2 FONTES DE INFORMAÇÃO DA BCZM PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
As fontes de informação são meios pelos quais os usuários buscam a
informação, almejando aumentar seu nível informacional ou intelectual. Nesse
processo, o bibliotecário assume o papel de mediador da informação, uma vez que
facilita seu acesso e uso.
Le Coadic (2004, p. 4) conceitua informação como: um conhecimento inscrito
(registrado) em forma escrita (impresso ou digital), oral ou áudio-visual em suporte.
Entende-se que a informação pode ser veiculada em diversos suportes, mas para
isso, o profissional da informação precisa ser ousado e buscar sempre o
aperfeiçoamento.
29
Le Coadic (2004, p. 4) entende que:
A informação comporta um elemento de sentido. É um significado transmitido a um ser consciente por meio de uma mensagem inscrita em um suporte espacial-temporal: impresso, sinal elétrico, onda sonora, etc. Inscrição feita graças a um sistema de signos (a linguagem) signo este que é um elemento de linguagem que associa um significante a um significado: signo alfabético, palavra, sinal de pontuação.
Dentre as fontes de informação disponibilizadas pela BCZM para PNEE,
consta um acervo em braile destinado a pessoas com deficiência visual, que está
localizado na seção de informação e referência - SIR. O acervo é composto por
vários títulos, como: orientações para trabalhos científicos, constituição brasileira,
filosofia, romance, entre outros.
Embora exista este acervo em braile, não se considera que haja suporte
necessário para permanência das pessoas com deficiência visual na universidade,
tendo em vista que os livros disponibilizados neste acervo não atendem aos anseios
dos conteúdos programáticos dos componentes curriculares ministrados pela
maioria dos cursos.
Portanto, as fontes de informação específicas para PNEE na BCZM
basicamente se limitam a este pequeno acervo em Braille.
Outra estratégia para promover a inclusão de pessoas com deficiência visual
é a digitalização do conteúdo solicitado pelo professor do aluno pelo Laboratório de
Acessibilidade (LA), que disponibiliza computadores com leitores de tela além de
outros equipamentos para proporcionar a estes usuários ter acesso ao conteúdo
programático da disciplina.
30
4 METODOLOGIA
Pesquisas bibliográficas e eletrônicas foram realizadas para se obter
referencial teórico sobre o tema. Além disso, foram aplicados questionários
envolvendo bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas de apoio técnico dos
setores: Seção de Informação e Referência, Circulação e Coleções Especiais da
Biblioteca Central Zila Mamede – BCZM com o objetivo verificar se bibliotecários,
servidores e bolsistas de apoio técnico da BCZM têm conhecimento adequado para
atender pessoas com necessidades especiais e se já participaram de algum
treinamento para atender a essa finalidade.
4.1 BCZM - LABORATÓRIO DE ACESSIBILIDADE DA BCZM
A Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) foi fundada em 1959, quando o
então Serviço Central de Bibliotecas (SCB) coordenava as atividades técnicas e
administrativas das Bibliotecas das Faculdades Isoladas, entre 1959 a 1974, através
da autorização do Conselho Universitário.
A partir da Reforma Universitária, durante os anos 1974 a 1985 houve a
centralização dos acervos das Bibliotecas das Faculdades para a Biblioteca Central.
Assim o Sistema de Bibliotecas (SISBI) da UFRN coordenava as 10 bibliotecas
existentes naquela época, as quais se localizavam: uma no Campus Universitário da
UFRN, três ainda em Natal, fora do Campus, quais sejam a do Centro de Ciências e
Saúde, a do Departamento de Oceanografia e Limnologia e a do Departamento de
Odontologia. Cinco delas se encontravam nos Campi avançados nos municípios de
Caicó, Santa Cruz, Currais Novos, Macau e Nova Cruz e uma no Colégio Agrícola
de Jundiaí, situado em Macaíba.
A primeira gestora da Biblioteca Central foi a bibliotecária e poeta Zila da
Costa Mamede. Como gestora, ela criou convênios com a Universidade Federal da
Paraíba (UFPB) que possibilitaram a formação em nível de graduação em
biblioteconomia aos bolsistas, uma vez que ainda não era oferecido o curso de
graduação em Biblioteconomia no Estado do Rio Grande do Norte.
Em 1985, a bibliotecária Zila Mamede recebeu uma homenagem póstuma por
ter sido idealizadora e organizadora do Sistema de Bibliotecas (Resolução
120/CONSUNI de 09 de dezembro de 1985) e também pelo seu enorme
31
conhecimento profissional. Na homenagem, a Biblioteca Central foi nomeada
passando a se chamar Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM).
A BCZM é uma unidade suplementar que está vinculada à Reitoria sendo
diretamente subordinada ao reitor. É considerada como órgão central executivo e
tem como responsabilidades: a administração, o planejamento, a coordenação e a
fiscalização das atividades que compõem o Sistema de Bibliotecas – SISBI da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
A missão primordial da BCZM é fornecer aos seus usuários suporte
informacional em todos os formatos de modo a atender as atividades de ensino,
pesquisa e extensão da UFRN. Além disso, tem como compromisso institucional
participar das redes BIBLIODATA/FGV, BIREME, REBAE e CCN - Catalogo Coletivo
Nacional de Publicações Seriadas/IBICT.
Possui em sua estrutura física, uma área de 4.937,32 m², videoteca com 30
lugares, auditório com capacidade de 140 lugares, hall para exposições, sala de
autores norte-riograndense, sala de máquinas leitoras, copiadoras e de multimeios,
uma sala climatizada de estudo individual com 36 cabines, 6 salas para estudo em
grupos, cantina e jardins internos.
Conta também com uma ampliação denominada “Anexo da BCZM” com área
física igual a 3.587,97 m², totalmente climatizada, com mini-auditório com 50 lugares,
hall para Exposições, a sala de obras raras que foi transferida para o anexo,
laboratório de Informática com 20 máquinas, laboratório de acessibilidade, ambiente
com 89 cabines para estudo individual, mesas para estudo em grupo com 75
lugares, junto ao acervo, 4 tótens para acesso ao catálogo on-line.
Por meio de sua estrutura física e organizacional a BCZM oferece suporte
para atender às necessidades de seus usuários.
Neste início de Século XXI, a BCZM tem um acervo com mais de 300 mil
exemplares, o qual também possui livros especiais escritos em braile, coleções
especiais de livros raros e material multimídia (CDs e DVDs). Uma das
preciosidades é a coleção rara de cordéis, inclusive essa coleção foi emprestada,
em 2005, para a exposição no “Musée du Dessin et de L’Estampe Originale” de
Gravelines, na França.
32
4.2 SURGIMENTO DO LABORATÓRIO DE ACESSIBILIDADE
Em 1º de março de 2002, a Reitoria da UFRN instituiu a Portaria nº 123/02-R
(UFRN. Comissão Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades
Educacionais Especiais, 2002), a qual criou uma comissão para apresentar
propostas de diretrizes para implementação de políticas acadêmicas que atendam
ao estudante com necessidades educacionais especiais.
A partir daí, surge o Espaço Inclusivo (EI) na Biblioteca Central Zila Mamede,
no Campus Central da UFRN, com o propósito de servir de apoio às atividades
acadêmicas dos estudantes com deficiência visual.
Visando a apoiar os estudantes com NEE nas atividades acadêmicas, no
mesmo ano, houve a contratação de bolsistas de apoio técnico para atuarem no EI
da BCZM pela Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), cujas atribuições incluíam o
uso dos recursos de informática como: a digitalização do conteúdo das disciplinas
ministradas pelos professores em sala de aula, transcrição de fitas, leitura de textos,
ajuda à resolução de eventuais problemas que por ventura surgissem no dia a dia ou
na realização das atividades acadêmicas.
Entre 2002 e 2006, o Espaço Inclusivo continuou desenvolvendo as mesmas
atividades, embora trabalhasse de forma precária em virtude da falta de
instrumentos adequados, como: laboratório próprio, programas, computadores de
qualidade, impressoras, entre outros.
A partir de 2006, o Espaço Inclusivo passou a funcionar na Seção de
Informação e Referência da BCZM/UFRN, onde estavam disponibilizados apenas
dois computadores com leitores de tela e um escâner da seção de automação e
estatística (SAE).
Houve também a aprovação do projeto “inclusão de alunos com deficiência na
UFRN: promovendo ambientes acessíveis”.
33
Figura 2: Espaço Inclusivo na Seção de Informação e Referência da BCZM
Fonte: Arquivo do Laboratório de Acessibilidade da BCZM/UFRN, 2008.
Em 2008, o Espaço Inclusivo passou a funcionar em conjunto com o SIR,
houve também a aprovação de outro projeto “Criação do núcleo de apoio e
orientação ao acesso permanente de estudantes com deficiência da UFRN”.
Mesmo com a aprovação desses projetos e a parceria com a biblioteca, o EI
ainda enfrentava dificuldades e problemas devido a falta de espaço físico e
indisponibilidade de materiais adequados, pois a seção de informação e referencia
dividia seu espaço físico com a equipe do EI. Silva (20--, p. 2), explica que:
O Espaço Inclusivo (EI) foi inserido na BCZM devido a sua localização – encontra-se no centro dos setores de aulas -, por acreditar que este local seria de mais fácil acessibilidade e pelo fato de as instituições de ensino superior, em todo o país, preocupar-se com o processo de inclusão digital dos usuários com deficiência em bibliotecas universitárias.
Entende-se que o EI surgiu pela necessidade de atender e incluir usuários
com necessidades educacionais especiais e com a finalidade de auxiliá-los visando
a oferecer um serviço que garantisse condições necessárias para prosseguimento
dos estudos desses alunos na universidade.
No ano de 2009, a Reitoria instituiu a Portaria n.º 1307/09-R, de 23 de outubro
de 2009 (UFRN. Comissão Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com
Necessidades Educacionais Especiais, 2009), através da qual criou uma comissão
com a finalidade de elaborar propostas para inclusão de alunos com deficiência na
34
UFRN, também houve a contratação de duas bolsistas de apoio técnico pela
PROGRAD para atuarem no “Espaço Inclusivo” da BCZM, junto aos estudantes com
deficiência visual.
Também houve a aprovação do projeto institucional (2009-2013) junto ao
MEC/PROESP, intitulado “Investindo no aprimoramento do processo educacional
inclusivo de educandos com deficiência e transtornos globais de desenvolvimento”.
Figura 3: Bolsistas contratadas para atuarem no Espaço Inclusivo
Fonte: Arquivo pessoal de Christiane Gomes, 2008.
No ano de 2010, a Reitoria institui a Portaria nº. 203/10-R, de 15 de março de
2010 (UFRN. Comissão Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com
Necessidades Educacionais Especiais, 2010), para criar a Comissão Permanente
Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades Educacionais Especiais (CAENE),
vinculada ao Gabinete do Reitor.
No mesmo ano, foi Implantado o Setor da CAENE no prédio da Reitoria,
houve a contratação de 16 bolsistas de apoio-técnico do Curso de Arquitetura para
mapeamento e diagnóstico das condições de acessibilidade na UFRN. Foram
promovidos cursos de Libras para servidores em parceria com o Departamento de
Desenvolvimento de Recursos Humanos (DDRH – UFRN) e a contratação de um
bolsista pela PROGRAD, que tinha como atribuição dar apoio técnico, pedagógico e
atender o estudante com deficiência visual no curso de graduação de música.
35
Outra ação importante foi a aprovação do projeto institucional intitulado
“Estruturação e fortalecimento de ações voltadas para o ensino de estudantes com
deficiência visual na UFRN”, junto ao Edital do Programa Incluir do
MEC/SESU/SEESP.
Também foram realizados cursos e seminários sobre acessibilidade como
forma de treinamento, para ensinar a conviver com a diversidade. Também em
2010, o Espaço Inclusivo deixa de dividir a sala com o SIR e passa a funcionar em
seu próprio espaço, constituindo uma pequena sala ao lado do SIR, e tornando-se
mais cômodo para o desenvolvimento das atividades da equipe do EI.
Figura 4: Nova sala do Espaço Inclusivo ao lado da Seção de Informação e Referência
Fonte: Arquivo do laboratório de acessibilidade da BCZM/UFRN, 2010.
Em meados de 2011, com a criação do anexo da BCZM, o EI passou a ser
Laboratório de Acessibilidade (LA) e ganhou um espaço físico bastante agradável,
adquiriu novos equipamentos e passou a utilizar novas tecnologias para atender e
dar melhor suporte as PNEE.
36
Figura 5: Laboratório de Acessibilidade no anexo da BCZM
Fonte: Arquivo do Laboratório de Acessibilidade da BCZM/UFRN, 2011.
Em meados de 2011, o laboratório passou a contar com seis computadores
que dispõem de softwares e leitores de tela instalados, dois scanners, duas
impressoras Braille, três impressoras a tinta, ampliadores, lupa, equipamentos de
auxílio à mobilidade e jogos interativos.
As TIC’s estão sendo utilizadas de modo a favorecer a inclusão de pessoas
com deficiência, permitindo o acesso a equipamentos e softwares que dão suporte
aos deficientes em suas atividades acadêmicas. Elas falicitam o acesso à
informação. Computadores com software de leitores de tela (com sintetizador de
voz) instalados possibilitam ao deficiente visual fazer leituras de textos eletrônicos e
navegar pelas páginas da internet.
O uso dessas tecnologias tem como propósito tornar mais rápido o
processamento das atividades, a disseminação da informação e produções
solicitadas pelos professores que por sua vez são disponibilizadas para o aluno com
NEE, com isso, se promove a acessibilidade da informação e do conhecimento.
A UFRN, através do Laboratório de Acessibilidade e da Comissão
Permanente de Apoio a Estudantes com Necessidades Educacionais Especiais –
CAENE, dá suporte para que o aluno com NEE possa permanecer e ter acesso a
um ensino de qualidade na universidade, objetivando o ingresso, permanência e
conclusão de um curso superior.
37
Para o aluno com NEE da UFRN ter acesso aos serviços do LA, o
coordenador de curso da unidade acadêmica deve realizar o cadastro do estudante
com NEE na CAENE.
Após o processo de cadastro, os conteúdos a serem utilizados pelos
professores, em sala de aula, deverão ser solicitados para serem trabalhados pelo
LA e, em seguida, disponibilizados para o estudante.
Com a finalidade de proporcionar aos deficientes visuais o acesso a apostilas,
artigos de periódicos, livro e capítulos de livros, a UFRN criou o Repositório de
Acessibilidade do SISBI, que reúne textos adaptados, auxiliando no suporte
informacional e no atendimento da comunidade universitária de alunos de graduação
e pós-graduação com deficiência visual da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte.
No que se refere às atividades de sala de aula, quanto à pesquisa acadêmica,
em conformidade com a Lei nº 9.610, de 19/02/1998, (UFRN. Comissão Permanente
Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades Educacionais Especiais, 1998),
que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais, há a previsão,
em seu art. 46, inciso II, letra "d", que não constitui ofensa aos citados direitos “a
reprodução de obras literárias, artísticas ou científicas, para uso exclusivo de
deficientes visuais, sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita
mediante o sistema Braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses
destinatários;".
38
Figura 6: Interface da página eletrônica do repositório de acessibilidade
Fonte: Site do Repositório de Acessibilidade – em construção
Figura 7: Interface de busca da página eletrônica do repositório de acessibilidade
Fonte: Site do Repositório de Acessibilidade – em construção
39
4.2 SUJEITOS
Os sujeitos alvo desta pesquisa foram os profissionais (servidores e
bibliotecários) e bolsistas da Biblioteca Central Zila Mamede que atendem direta ou
indiretamente pessoas com necessidades especiais, ou seja, aqueles que trabalham
no Setor de Referência, Circulação e Coleções Especiais.
4.3 PROCEDIMENTOS INSTRUMENTAIS
Foi utilizado um questionário, contendo perguntas abertas e fechadas. Ele foi
aplicado aos bibliotecários, servidores e bolsistas da BCZM com o objetivo de
verificar se eles estão capacitados adequadamente para atender às PNEE, bem
como averiguar se a BCZM fornece suporte suficiente a esse público e em quais
aspectos é necessário melhorar a oferta dos serviços.
No total, foram entrevistados 13 bibliotecários, 29 bolsistas e 8 técnicos
administrativos.
Na Seção de Informação e Referência: 3 bibliotecários e 4 bolsistas e
responderam ao questionário, enquanto na seção de Circulação responderam: 5
bibliotecários, 15 bolsistas e 5 técnicos administrativos, já na seção de Coleções
Especiais, o questionário foi respondido por 5 bibliotecários, 10 bolsistas e 3
técnicos administrativos.
40
5 ANÁLISE DOS DADOS
De acordo com a pesquisa bibliográfica realizada sobre o tema, pôde-se
constatar que as pessoas com necessidades especiais enfrentam uma série de
problemas com relação ao acesso à informação, devido ao não cumprimento ou à
lenta implementação das políticas públicas voltadas para a acessibilidade nos
diversos segmentos da sociedade.
Na UFRN, verificou-se que, nos últimos 3 (três) anos, tem sido dada maior
ênfase à implementação dessas políticas visando a garantir o acesso e a
permanência das PNEE aos cursos oferecidos pela universidade.
Com relação às políticas que garantem os direitos dessas pessoas,
principalmente o direito de acesso à informação por meio dos serviços e produtos
oferecidos pelas bibliotecas públicas, notou-se que ações isoladas estão sendo
promovidas, no País, mas estas não abrangem as instituições municipais, estaduais
e federais de maneira uniforme, ou seja, algumas bibliotecas federais, dentre elas a
BCZM-UFRN estão desenvolvendo ações pioneiras para promover a inclusão de
PNEE, o que não é verificado na maioria das bibliotecas estaduais e municipais.
Entende-se que o bibliotecário tem o papel de disseminar a informação a
todos os usuários atendendo, inclusive, a diversidade de seu público. Em virtude
disso, é necessário que ele seja capacitado para atender PNEE, neste caso, o
conhecimento de outros suportes como o braile e libras facilitaria a disponibilização
da informação e comunicação com as PNEE.
A capacitação para a utilização das novas tecnologias da informação e
comunicação é outro fator que facilitaria seu desempenho profissional e atendimento
a usuários com necessidades especiais.
A primeira e segunda perguntas do questionário, consideradas de
identificação, buscou conhecer a função do entrevistado para verificar se ele era
servidor (bibliotecário ou técnico administrativo) ou bolsista de apoio-técnico, em
seguida, indagou-se sobre o setor no qual se dava a atuação.
Para a aplicação dos questionários, foram escolhidos bibliotecários,
servidores e bolsistas dos setores de Informação e Referência, Circulação e
Coleções Especiais, uma vez que estes são os setores da biblioteca nos quais há
um maior fluxo de usuários e existe um contato direto com eles.
41
A aplicação das questões 3, 4 e 5 seguiu uma abordagem qualitativa através
da criação de categorias, ou seja, eram feitas perguntas fechadas e o entrevistado
respondia sim ou não.
A terceira pergunta procurou identificar se os entrevistados já participaram de
algum treinamento ou capacitação para atender usuários com NEE.
No Setor de Circulação, verificou-se que 80% dos bibliotecários, 40% dos
técnicos administrativos foram capacitados, no entanto, nenhum bolsista recebeu
treinamento adequado para atender PNEE (Gráfico1).
Condição semelhante foi evidenciada no Setor de Coleções Especiais, onde
nenhum técnico administrativo e bolsista recebeu treinamento para atender aos
usuários com NEE (Gráfico 2), no caso do Setor de Informação e Referência
(Gráfico 3), nenhum bolsista foi capacitado, mas a maioria, 60%, que equivale a 2
dos três bibliotecários, foi capacitada.
Na perspectiva da inclusão e adequação dos serviços oferecidos, seria
necessária a ampliação do treinamento para ao menos metade dos servidores e
bolsistas, visando a tornar a prestação de serviços mais eficiente.
A quarta pergunta questiona se os bibliotecários, demais servidores e
bolsistas sabem atender ou dar suporte a usuários com NE.
No Setor de Circulação, 60% dos bibliotecários, 40% dos técnicos
administrativos e 14% dos bolsistas informaram ter conhecimento para atender
PNEE, valendo salientar que, novamente, a maioria dos bolsistas (86%) e técnicos
administrativos (60%) não se sente preparada para atender a essa finalidade
(Gráfico 1).
No Setor de Coleções Especiais, todos os bibliotecários e técnicos
administrativos afirmaram não estarem preparados, apenas a maioria dos
bibliotecários (80%) informaram estar aptos para prestar atendimento a PNEE
(Gráfico 2).
Já no Setor de Informação e Referência, deve ser ressaltado o fato de todos
os bibliotecários sentirem-se preparados para atender PNEE e da maioria dos
bolsistas (80%) ainda não estar (Gráfico 3).
A quinta questão indagou sobre o fato de os entrevistados considerarem que
a biblioteca oferece suporte necessário para atender usuários com necessidades
especiais. No setor de circulação, 60% dos bibliotecários, 40% dos técnicos
administrativos e 80% dos bolsistas julgaram que a BCZM não oferece suporte
42
necessário, apenas a maioria dos técnicos (60%) considera que a biblioteca oferece
suporte adequado (Gráfico 1).
No Setor de Coleções especiais, a maioria dos bibliotecários (60%) e
bolsistas (67%) acreditam que a BCZM não oferece suporte necessário para atender
usuários com NEE, apenas os técnicos administrativos foram favoráveis a essa
opção, tendo em vista a resposta afirmativa de aproximadamente 70% dos
entrevistados (Gráfico 2).
No Setor de Informação e Referência, todos os bolsistas acreditam que a
biblioteca não oferece suporte adequado, enquanto a maioria dos bibliotecários
defende que o suporte é adequadamente oferecido (Gráfico 3).
Gráfico 1: Porcentagem de bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas do setor de circulação em relação ao treinamento/capacitação, atendimento e suporte às PNEE. Fonte: Dados coletados a partir de questionário aplicado aos Bibliotecários, Técnicos administrativos e bolsistas do Setor de Circulação da BCZM/UFRN nov. 2011.
43
Gráfico 2: Porcentagem de bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas do setor de Coleções Especiais em relação ao treinamento/capacitação, atendimento e suporte às PNEE.
Fonte: Dados coletados a partir de questionário aplicado aos Bibliotecários, Técnicos administrativos e bolsistas do Setor de Coleções Especiais da BCZM/UFRN nov. 2011.
Gráfico 3: Porcentagem de bibliotecários, técnicos administrativos e bolsistas do setor de Informação e Referência em relação ao treinamento/capacitação, atendimento e suporte às PNEE.
Fonte: Dados coletados a partir de questionário aplicado aos Bibliotecários, Técnicos administrativos e bolsistas do Setor de Informação e Referência da BCZM/UFRN nov. 2011.
44
A sexta questão tem como finalidade conhecer a opinião do entrevistado em
relação aos aspectos nos quais a biblioteca deve melhorar para atender PNEE.
A maioria entende que: a BCZM deveria proporcionar aos seus usuários
melhorias no que se refere à sinalização em braile de todos os espaços da biblioteca
(estantes, portas, setores e plataforma elevatória); capacitar os servidores e
bolsistas sobre como atender as pessoas com necessidades especiais, uma vez que
todos os bolsistas entrevistados não foram capacitados e por unanimidade
defendem a execução de um treinamento ou capacitação para os mesmos, o qual
deveria ser também ampliado para contemplar todos os servidores, sejam eles,
bibliotecários ou técnicos administrativos. Além disso, é necessário viabilizar
treinamento em libras e braile para ao menos um profissional de cada setor.
Apesar da existência de plataformas elevatórias, há a necessidade de se criar
rampas de acesso, de modo a garantir a circulação de cadeirantes por todos os
espaços da BCZM, tendo em vista que caso falte energia, o usuário terá acesso
restrito a determinados ambientes.
Já o balcão de empréstimo, que é organizado na forma de fila única, não
possui sinalização indicativa de atendimento especial para idosos, gestantes ou
deficientes. É também considerado inadequado para atendimento a cadeirantes
porque possui altura superior a 0,85 m, recomendada pela ABNT NBR 9050 (Figuras
5 e 6).
Figura 8: Balcão de empréstimo do setor de circulação
Fonte: do autor
Fonte: Arquivo pessoal do autor (2011).
45
Figura 9: Alcance manual frontal – Pessoa sentada
Fonte: ABNT NBR 9050, 2004.
A entrada da biblioteca é considerada uma barreira para o deficiente. A
presença de uma roleta torna inviável a entrada de cadeirantes e requer a criação de
uma nova entrada ou a adaptação da existente.
O LA, por estar localizado no anexo da BCZM, não é tão facilmente
encontrado pelas PNEE, seria necessário que a rota desses estudantes fosse
facilitada ou ele migrasse para um local mais acessível, por exemplo, próximo à
entrada da biblioteca.
A aquisição de materiais informacionais acessíveis, como os livros falados, é
outra proposição interessante para contribuir com o acesso a informação para
pessoas com deficiência visual. Eles poderiam ser disponibilizados no site da BCZM,
ou fazer parte de seu acervo informacional.
46
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível constatar através da realização da pesquisa bibliográfica e da
aplicação do questionário, que a Biblioteca Central Zila Mamede ainda não oferece
suporte necessário para atender usuários com deficiência, sendo verificada a
necessidade de adaptação da mesma, através da: criação de rampas de acesso,
sinalização e modificação de alguns espaços físicos da biblioteca, por exemplo,
modificação do balcão de empréstimo e a relevância de criar uma entrada específica
para essas pessoas, uma vez que a roleta que dá acesso à biblioteca, constitui uma
barreira física para PNEE.
Constatou-se também que a maioria dos bolsistas e servidores da biblioteca
não possui capacitação para atender a esse público. Quanto aos bibliotecários,
alguns foram capacitados, mas é importante que essa capacitação seja ampliada
para todos, tendo em vista sua importante atuação como mediador da informação,
isso demonstra também a necessidade de investir na formação continuada desses
profissionais e modificar a estrutura curricular dos cursos de graduação visando a
uma formação mais adequada para lidar com um público diverso.
Há a evidente necessidade de modificar a estrutura curricular dos cursos de
graduação de biblioteconomia para que ofereçam disciplinas que forneçam
competências e habilidades para atender a usuários com as diferentes deficiências e
necessidades educacionais especiais, pois foi possível constatar que a formação
acadêmica do profissional bibliotecário não o prepara para essa finalidade, por
exemplo, na estrutura curricular do curso de biblioteconomia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), não é oferecida nenhuma disciplina cujo
conteúdo permita capacitá-lo para atender às necessidades informacionais de
PNEE.
Adotando essas estratégias, as dificuldades de acesso à informação e de
comunicação com pessoas com necessidades especiais podem ser amenizadas no
âmbito da unidade de informação, para tanto, a boa formação do profissional
bibliotecário e atuação adequada no local de trabalho são fundamentais.
É importante que a sociedade aprenda a conviver com pessoas que possuem
necessidades especiais, ultrapassem a barreira do medo e aproximem-se dessas
pessoas, uma vez que a não aproximação contribui para a manifestação de algumas
formas de discriminação e elas acabam sendo tratadas com preconceito.
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Recomenda-se que os gestores da BCZM viabilizem treinamento aos
servidores e bolsistas, bem como bibliotecários, acerca da operacionalização dos
serviços que são prestados aos usuários do PNEE.
48
REFERÊNCIAS
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49
do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei7853.pdf > Acesso em:18 abr. 2011c.
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ANEXO
Este questionário é parte integrante da construção de um trabalho de conclusão do
Curso de Biblioteconomia da UFRN, sobre a acessibilidade para estudantes com
necessidades educacionais especiais na Biblioteca Central Zila Mamede.
Questionário para Bibliotecários, Técnicos Administrativos e bolsistas da
BCZM/UFRN.
1. Qual função/cargo você ocupa na BCZM?
( )Bibliotecário ( )Técnico Administrativo ( )Bolsista
2. Em qual setor da biblioteca você trabalha?
______________________________________________________________________
3. Você já teve algum treinamento/capacitação para atender usuários com necessidades
especiais?
( )Sim
( )Não
4. Você sabe como atender/dar informação a usuários com necessidades especiais?
( )Sim
( )Não
5. Você acha que a biblioteca oferece suporte necessário para atender usuários com
necessidades especiais?
( )Sim
( )Não
6. Em quais aspectos a biblioteca deveria melhorar para atender usuários com necessidades
especiais?
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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