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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE FARMÁCIA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA MÉTODOS DE ANÁLISE MULTICRITÉRIO EMPREGADOS NA SELEÇÃO DE TRATAMENTOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Juliana Pereira de Castro Orientadora: Profª Dra. Gabriela Bittencourt Gonzalez Mosegui Niterói, RJ 2018

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ASSISTÊNCIA … · A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é uma ferramenta que auxilia na gestão dos sistemas de saúde, útil na síntese

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE FARMÁCIA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DA

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

MÉTODOS DE ANÁLISE MULTICRITÉRIO EMPREGADOS NA SELEÇÃO DE

TRATAMENTOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Juliana Pereira de Castro

Orientadora: Profª Dra. Gabriela Bittencourt Gonzalez Mosegui

Niterói, RJ

2018

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JULIANA PEREIRA DE CASTRO

MÉTODOS DE ANÁLISE MULTICRITÉRIO EMPREGADOS NA SELEÇÃO

DE TRATAMENTOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Dissertação apresentada ao Mestrado

Profissional em Administração e

Gestão da Assistência Farmacêutica, da

Faculdade de Farmácia da

Universidade Federal Fluminense,

como requisito para obtenção do grau

de mestre.

Orientadora:

Profª Dra. Gabriela Bittencourt Gonzalez Mosegui

Niterói, RJ

2018

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C 355 Castro, Juliana Pereira de.

Métodos de análise multicritério empregados na seleção de tratamentos:

uma revisão integrativa / Juliana Pereira de Castro; Orientadora: Gabriela

Bittencourt Gonzalez Mosegui. - Niterói, 2018.

104 f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Administração

e Gestão da Assistência Farmacêutica – Universidade Federal Fluminense,

2018.

1. Tecnologia em saúde 2. Avaliação da tecnologia biomédica 3. Te-

rapêutica 4. Análise multicritério 5. Tomada de decisão I. Mosegui, Gabrie-

la Bittencourt Gonzalez, orient. II. Título.

CDD 615.1

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JULIANA PEREIRA DE CASTRO

MÉTODOS DE ANÁLISE MULTICRITÉRIO EMPREGADOS NA SELEÇÃO

DE TRATAMENTOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Dissertação apresentada ao Mestrado

Profissional em Administração e

Gestão da Assistência Farmacêutica, da

Faculdade de Farmácia da

Universidade Federal Fluminense,

como requisito para obtenção do grau

de mestre.

Aprovada em 07 de fevereiro de 2018.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________

Profª Dra. Gabriela Bittencourt Gonzalez Mosegui – UFF

Orientadora

______________________________________________________________________

Profª Dra. Selma Rodrigues de Castilho – UFF

______________________________________________________________________

Profª Dra. Frances Valéria Costa e Silva – UERJ

Niterói, RJ

2018

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Ao meu esposo Eduardo, por todo o incentivo,

paciência e carinho com que me acompanha.

Aos meus pais, João e Helena, que nunca

mediram esforços para possibilitar meu

crescimento e sempre me incentivaram a buscar

os desafios mais altos.

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, por me guiar durante esta jornada, com

sabedoria para vencer cada obstáculo.

Ao meu esposo, Eduardo, pelo incentivo e compreensão durante a elaboração

desta dissertação; foram diversos momentos de ausência. Obrigada por todo o apoio e

paciência, você foi essencial para esta conquista.

Aos meus pais, João e Helena, por todo o suporte nos estudos, e em todos os

demais aspectos, que me ofereceram desde que nasci. Nunca mediram esforços para me

oferecer o melhor possível e sempre me incentivaram a buscar novas conquistas. Me

ensinaram sobre valores, ética, amor, carinho, vida e sobre a importância do

conhecimento. O suporte que vocês me oferecem é fundamental.

A toda minha família e amigos, pelo amor e carinho. Em especial aos meus

irmãos e sobrinhos, por entenderem minha distância quando as exigências acadêmicas

se tornavam elevadas.

À minha orientadora, Profª Gabriela Mosegui, pela dedicação à elaboração deste

trabalho e à minha formação profissional. Suas dicas valiosas e energia positiva

tornaram muito mais agradável essa caminhada. Você transmite positividade!

Aos demais professores, por compartilharem conhecimento e experiência,

possibilitando evolução profissional.

Aos colegas de turma, por serem amigos, e tornarem a caminhada mais leve.

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RESUMO

A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é uma ferramenta que auxilia na gestão

dos sistemas de saúde, útil na síntese de riscos, benefícios e consequências econômicas

e sociais do uso das tecnologias em saúde. Na ATS são aplicados estudos como

avaliações econômicas, revisões sistemáticas e metanálises, fornecendo evidência

científica para subsidiar as decisões. É possível que o uso de análises baseadas em

múltiplos critérios aumente a qualidade da tomada de decisão. O objetivo do presente

trabalho foi identificar potencialidades do emprego da análise multicritério em estudos

que utilizaram metodologias deste tipo para seleção de tratamentos farmacológicos.

Realizou-se uma revisão integrativa de artigos onde haviam sido aplicados métodos de

análise multicritério para seleção entre tratamentos farmacológicos. As buscas foram

executadas nas bases de dados Pubmed (MEDLINE), LILACS, Embase, Science Direct,

Scopus, Web of Science e Wiley Online Library. Os critérios de inclusão consideraram

os idiomas português, inglês e espanhol em estudos onde foi realizada análise

multicriterial com o objetivo de selecionar tratamentos farmacológicos, a serem

empregados no tratamento de diferentes quadros clínicos, sem restrição quanto ao ano

de publicação e com foco nos usuários dos sistemas de saúde público e privado. Foram

obtidos 18 artigos científicos após a seleção dos estudos, publicados entre 1998 e 2017,

e referentes à seleção de medicamentos para tratamento de diversas doenças, como

hipercolesterolemia, fibrilação atrial, disfunção erétil e depressão. Foram utilizadas

diferentes técnicas de análise multicriterial (MCDA), em oito casos com especificação

dos métodos empregados. Em dois estudos, a seleção de medicamentos para tratamento

de doenças raras foi abordada. Observou-se crescimento no número de estudos de

MCDA publicados, apontando maior interesse na utilização deste tipo de técnica na

tomada de decisão em saúde. MCDA pode direcionar decisões mais adequadas em

relação aos métodos tradicionais de ATS e possui potencial para auxiliar na seleção de

tratamentos, na construção de listas de medicamentos e protocolos clínicos.

Palavras-chave: Tecnologias em saúde. Terapêutica. Critérios. Revisão.

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ABSTRACT

Health Technologies Assessment (HTA) is a tool that supports the management of

health systems, useful to synthesize risks, benefits and economic and social

consequences of the use of health technologies. Economic evaluations, systematic

reviews and meta-analysis are applied in HTA, providing scientific evidence to support

decisions. The use of analysis based on multiple criteria may improve the quality of

decision making. This research aimed to identify the potentialities of the application of

multicriterial analysis (MCDA) on researches that used that kind of methodology for the

selection of pharmacological treatments. An integrative review of studies where MCDA

methods were applied for that purpose was developed. The searches were performed on

the databases: Pubmed (MEDLINE), LILACS, Embase, Science Direct, Scopus, Web of

Science, and Wiley Online Library. Inclusion criteria considered studies in Portuguese,

English or Spanish, where a multicriterial analysis was developed with the aim of

selecting pharmacological treatments, to be used on different diseases, with no

restriction according to year of publication, and focused on the users of public and

private health systems. Eighteen articles were selected, published between 1998 and

2017, concerning the selection of drugs for the treatment of many diseases, such as

hypercholesterolemia, atrial fibrillation, erectile dysfunction and depression. Different

MCDA methods were applied, and in eight studies de technique was specified. In two

studies the selection of drugs for treatment of rare diseases was observed. The number

of MCDA studies has increased, pointing to a growing interest in the appliance of that

kind of technique in health decision making. MCDA can direct to more suitable

decisions, if compared to the traditional HTA methods, and has potential to help in the

selection of treatments, construction of lists of medicines and clinical protocols.

Keywords: Health Technologies. Therapeutics. Criteria. Review.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AHP Analytic Hierarchy Process

AHTAPol Agency for Health Technology Assessment in Poland

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ATS Avaliação de Tecnologias em Saúde

AVAQ Anos de Vida Ajustados pela Qualidade

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CONITEC Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS

COPD Chronic Obstructive Pulmonary Disease

DEA Data Envelopment Analysis

DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

DRGE Doença do Refluxo Gastroesofágico

EE Esofagite Erosiva

ELECTRE Elimination et Choix Traduisant la Réalité

EMA European Medicines Agency

EVIDEM Evidence and Value Impact on DEcision Making

GAIA Geometrical Analysis for Interactive Assistance

HTA Health Technology Assessment

MCDA Multiple Criteria Decision Analysis

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MCDM Multicriteria Decision Making

NICE National Institute of Health and Care Excellence

OMS Organização Mundial da Saúde

PBMA Programme Budgeting and Marginal Analysis

PCDT Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas

PROMETHEE Preference Ranking Organization Method for Enrichment Evaluations

QALY Quality Adjusted Life Years

REBRATS Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde

SCTIE Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da

Saúde

SMAA Stochastic multicriteria acceptability analysis

SUS Sistema Único de Saúde

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Fig. 1 Técnicas de análise multicritério, f. 21

Quadro 1 Estratégia de busca nº 1, f. 27

Quadro 2 Estratégia de busca nº 2, f. 28

Fig. 2 Esquema de seleção dos estudos obtidos na busca nº 1, f. 30

Fig. 3 Esquema de seleção dos estudos obtidos na busca nº 2, f. 31

Quadro 3 Características gerais dos estudos, f. 32

Fig. 4 Ano de publicação dos artigos selecionados, f. 37

Fig. 5 Instituições responsáveis pela elaboração dos estudos em termos

percentuais, f. 37

Quadro 4 Características dos estudos – técnicas, tecnologias em saúde e critérios, f. 38

Quadro 5 Características dos estudos – atribuição de critérios e pesos, f. 65

Quadro 6 Características dos estudos – clareza, relação com publicações e análise de

sensibilidade, f. 71

Quadro 7 Características dos estudos – vieses e limitações, f. 76

Figura 6 Fluxo de incorporação de tecnologias ao SUS, f. 80

Quadro 8 Planilha de extração de dados – Características gerais, f. 102

Quadro 9 Planilha de extração de dados – Características do estudo, f. 103

Quadro 10 Planilha de extração de dados – Relação com outros tipos de estudo e rigor

metodológico, f. 104

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14

2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 15

3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 17

3.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 17

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 17

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 18

4.1 REVISÃO INTEGRATIVA............................................................................ 18

4.2 AS ANÁLISES MULTICRITÉRIO DENTRO DA AVALIAÇÃO DE

TECNOLOGIAS EM SAÚDE .............................................................................................. 19

4.2.1 O SURGIMENTO DAS TÉCNICAS DE ANÁLISE MULTICRITÉRIO ......... 21

4.2.2 MÉTODOS DE ANÁLISE MULTICRITÉRIO ................................................. 21

4.2.3 ANÁLISE MULTICRITÉRIO NA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA .......... 25

5 METODOLOGIA ............................................................................................... 27

5.1 TIPO DE ESTUDO ......................................................................................... 27

5.2 PERGUNTA DA PESQUISA E CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE .......... 27

5.3 BUSCA DE ESTUDOS .................................................................................. 28

5.4 SELEÇÃO DOS ESTUDOS ........................................................................... 29

5.5 EXTRAÇÃO DE DADOS .............................................................................. 29

5.6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......................................... 30

5.7 QUESTÕES ÉTICAS ..................................................................................... 30

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 31

6.1 SELEÇÃO DOS ESTUDOS ........................................................................... 31

6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDOS ......................................................... 32

6.2.1. TÉCNICAS APLICADAS .................................................................................. 59

6.2.2. CRITÉRIOS E PESOS ATRIBUÍDOS ............................................................... 65

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6.2.3. RELAÇÃO COM OUTROS ESTUDOS ............................................................ 71

6.2.4. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE....................................................................... 76

6.2.5. POTENCIAIS FONTES DE VIESES ................................................................. 76

6.3. PADRONIZAÇÃO DA ANÁLISE MULTICRITERIAL .............................. 79

6.4. TOMADA DE DECISÃO EM SAÚDE – INCORPORAÇÃO DE

TECNOLOGIAS AOS SISTEMAS DE SAÚDE .................................................................. 80

6.5. TOMADA DE DECISÃO EM SAÚDE – DOENÇAS RARAS .................... 82

6.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO ......................................................................... 85

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 86

8. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 88

9. APÊNDICES .................................................................................................... 101

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14

1 INTRODUÇÃO

A avaliação de tecnologias em saúde (ATS) está presente de forma frequente em

momentos de decisão, com destaque para a incorporação de tecnologias ao Sistema

Único de Saúde (SUS). A ATS atua com o intuito de analisar “implicações clínicas,

sociais, éticas e econômicas do desenvolvimento, difusão e uso da tecnologia em saúde”

(VANNI et al., 2015, p. 2), e representa uma ferramenta na gestão do SUS capaz de

aprimorar a capacidade de regulação do Estado (VANNI et al., 2015). Para que possa

atingir seus objetivos de analisar e sintetizar os benefícios e consequências econômicas

e sociais das tecnologias em saúde, devem ser considerados os seguintes aspectos:

segurança, acurácia, eficácia, efetividade, custos, custo-efetividade, impacto

orçamentário, equidade e impactos éticos, culturais e ambientais (REBRATS, 2017).

Segundo Nita e colaboradores (2009), a ATS corresponde a uma “pesquisa

sistemática da melhor evidência disponível da eficácia e efetividade de uma tecnologia

em saúde, e dos custos relacionados a ela” (NITA et al., 2009, p. 252). Permite ainda a

adoção da prática baseada em evidências, atuando na promoção da eficiência do sistema

de saúde por meio da otimização dos benefícios clínicos frente aos recursos disponíveis

(NITA et al., 2009).

Na elaboração desta avaliação, define-se uma pergunta de pesquisa e, com o

intuito de respondê-la, podem ser desenvolvidos diferentes tipos de estudos, como os

observacionais (ex.: estudos de coorte e caso-controle), experimentais (ex.: ensaios

clínicos controlados) ou de síntese do conhecimento (ex.: revisões sistemáticas e

metanálises). Esses estudos podem subsidiar avaliações econômicas, amplamente

utilizadas em ATS e com relevância significativa em cenários de recursos finitos, sendo

seu emprego requisito para análise da incorporação de tecnologias em saúde (NITA et

al., 2009).

Entre os tipos de avaliação econômica utilizados na área da saúde, encontram-se

os estudos de custo-efetividade, custo-benefício e custo-utilidade. A escolha do método

a ser utilizado dependerá do objetivo da pesquisa, disponibilidade de informações e

outros recursos (CAETANO, 2014). No entanto, é possível que o uso de análises que

considerem múltiplos critérios aumente a qualidade da tomada de decisão, mediante

emprego de diferentes técnicas de decisão multicritério (do inglês multiple criteria

decision analysis – MCDA). Esses métodos são vastamente aplicados em diversas

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15

áreas, mas na saúde seu emprego é recente. Por meio da consideração de diversos

critérios, observa-se a relevância de cada atributo, assim como a maneira pela qual as

informações obtidas podem ser utilizadas para avaliação das alternativas disponíveis.

Desta forma, é possível que o uso de MCDA ajude a aumentar consistência,

transparência e legitimidade das decisões (THOKALA et al., 2016).

A análise multicritério permite que problemas complexos sejam caracterizados

através de objetivos monetários e não monetários. Representa uma ferramenta para a

tomada de decisão que pode ser utilizada de forma prospectiva, para avaliar propostas,

ou retrospectiva, no caso de decisões prévias (LONDRES, 2009). Segundo Thokala e

Duenas (2012), esse tipo de investigação corresponde a um método capaz de capturar

benefícios além dos verificados em estudos de custo-efetividade ou custo-utilidade,

auxiliando a tomada de decisão. Já Devlin e Sussex (2011) acreditam que esse tipo de

pesquisa ajude a esclarecer o impacto de diversos critérios aplicados nas decisões em

saúde (DEVLIN; SUSSEX, 2011; THOKALA; DUENAS, 2012).

No presente trabalho foi realizada uma revisão integrativa, com a intenção de

verificar como tem sido a aplicação de métodos de análise multicriterial para seleção de

tratamentos farmacológicos.

2 JUSTIFICATIVA

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) tem

o objetivo de assessorar o Ministério da Saúde em atribuições como inclusão, exclusão

ou alteração de tecnologias em saúde. Realiza análises baseadas em evidências,

considerando eficácia, efetividade e segurança, e executa avaliações econômicas,

comparando benefícios e custos em relação às tecnologias já existentes (CONITEC,

2017a).

Segundo Devlin e Sussex (2011), análises de custo-efetividade e custo-utilidade

podem não ser suficientes para avaliar o benefício de uma tecnologia para a sociedade.

Alguns tipos de pacientes tendem a valorizar mais os anos de vida ganhos (por exemplo,

pacientes jovens ou com dependentes), enquanto outros valorizam menos (como aqueles

com saúde muito fraca ou que estão no fim da vida). Além de tempo de vida e anos de

vida ajustados pela qualidade (AVAQ – do inglês Quality Adjusted Life Years - QALY),

outros aspectos podem ser considerados pela sociedade, como: retorno laboral (aumento

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16

da produtividade da força de trabalho e redução do número de beneficiários

dependentes), melhoria de características subjetivas (sentimentos, como felicidade) e

aumento da satisfação com aspectos do cuidado em saúde (DEVLIN; SUSSEX, 2011).

A fim de garantir uma tomada de decisão mais adequada no momento da

inclusão ou exclusão de medicamentos no SUS, é pertinente a utilização de métodos de

avaliação que englobem outros critérios, provendo maior equidade e justiça. Desta

forma, a análise multicritério constitui uma ferramenta capaz de promover uma

avaliação mais adequada, de acordo com Vidal e colaboradores (2015), possivelmente

útil na elaboração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) referentes a

doenças raras (VIDAL et al., 2015). O uso de métodos de análise multicritério é

considerado positivo, com potencial para melhorar a qualidade das tomadas de decisão

(MARSH et al., 2014).

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17

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Realizar uma revisão integrativa de estudos em que tenham sido aplicados

métodos de análise multicritério para seleção entre tratamentos farmacológicos.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Descrever metodologias de análise multicritério empregadas na seleção

de tratamentos.

• Empregar instrumento padronizado para sistematização das informações

contidas nos estudos.

• Discutir o uso de metodologias multicriteriais na seleção de tratamentos.

• Discutir a importância do MCDA para a tomada de decisão em saúde.

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18

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 REVISÃO INTEGRATIVA

A revisão integrativa corresponde a uma metodologia de estudo que visa à síntese

do conhecimento, com posterior aplicação do aprendizado obtido na prática. Este tipo

de revisão envolve a análise de pesquisas relevantes, e seu resultado permite a

observação da literatura publicada sobre determinado assunto, além de apontar outras

possibilidades de pesquisas que possam ser realizadas no futuro. Em virtude da grande

disponibilidade de informações científicas relacionadas à saúde, a revisão integrativa é

capaz de auxiliar a tomada de decisão, contribuindo para a prática baseada em

evidências (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008; SOUZA; SILVA; CARVALHO,

2010).

Este método de revisão possui como vantagem a possibilidade de incluir na

pesquisa estudos realizados com diferentes metodologias, como pesquisas

experimentais e não experimentais. Entretanto, tendo em vista que a combinação de

diferentes tipos de estudos pode contribuir para redução do rigor metodológico,

ausência de acurácia e vieses, é essencial que o método seja aplicado de maneira

explícita e sistemática, para minimizar a ocorrência de vieses (WHITTEMORE;

KNAFL, 2005).

Segundo Whittemore e Knafl (2005), a primeira etapa de qualquer estudo de

revisão é a definição do problema a ser estudado e do objetivo do estudo. Em seguida,

são estipulados critérios de inclusão e exclusão dos estudos na pesquisa (segunda etapa),

com determinação da população-alvo, intervenções em estudo, entre outras

características.

A terceira etapa envolve a busca de estudos em bases de dados, com a utilização

de estratégias de busca previamente definidas; a revisão integrativa também pode

considerar material não publicado, obtido a partir de contato com pesquisadores, ou de

outras fontes, como apresentações de eventos (literatura cinzenta). O próximo passo

(quarta etapa) corresponde à seleção dos estudos encontrados com base nos critérios de

inclusão e exclusão definidos (WHITTEMORE; KNAFL, 2005; SOUZA; SILVA;

CARVALHO, 2010).

Em seguida, deve ocorrer a quinta etapa, com a elaboração de formulários

específicos para extração dos dados de interesse dos estudos, seguida do cumprimento

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19

efetivo da etapa de extração (WHITTEMORE; KNAFL, 2005; SOUZA; SILVA;

CARVALHO, 2010).

Por fim, será realizada análise crítica dos resultados obtidos (sexta etapa), com

discussão dos mesmos (sétima etapa) e conclusão do estudo. As informações obtidas

devem ser apresentadas de maneira clara e completa, permitindo que os leitores

realizem sua própria avaliação dos resultados (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).

As revisões integrativas possibilitam a atualização dos profissionais de saúde em

relação a diferentes assuntos de forma mais rápida e objetiva. Atuam como ferramenta

de grande importância para a divulgação de resultados de pesquisas, facilitando a

adaptação destes à prática clínica e permitindo melhorias na assistência à saúde

fornecida ao paciente (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

4.2 AS ANÁLISES MULTICRITÉRIO DENTRO DA AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS

EM SAÚDE

A avaliação de tecnologias em saúde (ATS) é uma ferramenta que auxilia no

cumprimento das diretrizes do SUS. É um processo multidisciplinar, que permite a

síntese sistemática da evidência científica, sob diferentes perspectivas (BRASIL, 2009).

Para Lima-Dellamora (2012), existe consenso na literatura internacional sobre a

necessidade de avaliação das tecnologias para otimização dos recursos, efetividade dos

sistemas de saúde e garantia da segurança de seus usuários. O uso inadequado de

tecnologias gera risco para a população, sendo necessária uma utilização baseada em

evidências científicas.

Entre os objetivos da ATS, podem ser citados: assegurar que as tecnologias

sejam seguras e não causem danos à saúde e garantir que sejam eficazes e utilizadas da

forma correta. Além, disso, a ATS corresponde a uma estratégia para a elaboração de

protocolos clínicos, com a seleção dos tratamentos mais adequados (CAETANO, 2014).

Um desafio para a ATS é a seleção das evidências mais relevantes para a

avaliação. Sempre que possível, devem ser consideradas aquelas de melhor qualidade,

preferencialmente revisões sistemáticas ou metanálises. Para a síntese da evidência

científica, podem ser utilizados diversos métodos; alguns têm o objetivo de sintetizar

apenas informações relativas a atributos específicos (estudos de revisão e metanálises),

enquanto outros métodos podem considerar duas dimensões, como as avaliações

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20

econômicas (exemplo: custo-efetividade), além das análises que consideram múltiplas

dimensões (exemplo: opiniões de especialistas) (CAETANO, 2014).

A tomada de decisão em temas relacionados à saúde raramente é simples, e o

uso de abordagens concretas por meio de avaliações que considerem múltiplos

atributos, como a análise multicritério, pode melhorar sua qualidade (THOKALA et al.,

2016; LONDRES, 2009).

Esse tipo de análise envolve um processo com múltiplas abordagens qualitativas

e quantitativas, simultaneamente. Em virtude do potencial para aumento da qualidade

das decisões, tendo em vista que torna o processo decisório mais explícito e

transparente, o uso da análise multicritério tem aumentado rapidamente. Ela é

empregada com frequência em setores como energia, transportes, alocação de recursos,

entre outros (ADUNLIN; DIABY; XIAO, 2015). Na saúde, tem sido utilizada como

ferramenta em situações relacionadas a: (a) classificação de doenças; (b) aquisição de

insumos hospitalares; (c) estudos de avaliação de medicamentos; (d) priorização de

projetos a serem desenvolvidos por indústrias farmacêuticas; (e) hierarquização de

tratamentos; (f) seleção de pacientes para acesso a serviços eletivos; (g) determinação

do tratamento ideal; e (h) alocação de recursos para pesquisas em saúde (THOKALA et

al., 2016).

Múltiplos fatores possuem impacto sobre as decisões em saúde, e a análise

multicritério permite enxergar quais critérios são relevantes e a importância pertinente a

cada um. Segundo Thokala e colaboradores (2016), em relação aos métodos tradicionais

de tomada de decisão, aumenta consistência, transparência e legitimidade das decisões.

No entanto, sua utilização ainda é um desafio, por conta da diversidade de métodos

disponíveis.

Thokala e Duenas (2012) selecionaram alguns aspectos a serem observados na

elaboração da análise multicritério: (a) as alternativas a serem avaliadas; (b) os critérios

(ou atributos) aplicados; (c) a pontuação que reflete o valor esperado de cada

alternativa, em relação aos critérios; e (d) pesos estabelecidos para cada critério,

indicando a importância relativa de cada um.

Na decisão sobre o financiamento de tecnologias em saúde, embora o custo

tenha relevância, equidade e base científica também precisam ser respeitados. Muitos

órgãos ainda baseiam a ATS apenas em estudos econômicos, porém lentamente

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21

vislumbra-se a necessidade de incorporar outros aspectos a essas análises, com a

ampliação do emprego dos métodos multicriteriais (DEVLIN; SUSSEX, 2011).

4.2.1 O SURGIMENTO DAS TÉCNICAS DE ANÁLISE MULTICRITÉRIO

A necessidade de resolução de problemas por meio da análise de diversos

requisitos foi responsável pelo surgimento de escolas de métodos multicriteriais, que

podem ser empregados com o objetivo de identificar uma única opção preferida,

ranquear alternativas, listar um número limitado para avaliação detalhada subsequente,

ou distinguir possibilidades aceitáveis e inaceitáveis. Os mais utilizados atualmente

provêm das escolas americana e francesa (ou europeia) (LADEIRA, 2014; LONDRES,

2009).

Segundo Ladeira (2014), na escola americana, o objetivo principal é agregar

valor às preferências dos gestores, provendo suporte quantitativo às decisões. São

atribuídos valores a cada critério, referentes a cada alternativa individualmente. Desta

forma, conforme destacado por Campos (2011), para um critério considerado menos

importante será atribuído menor peso em relação aos critérios de maior importância.

Dentre as técnicas desenvolvidas por esta escola, Ladeira (2014) destacou a AHP -

Analytic Hierarchy Process.

Na escola francesa, o primeiro método multicritério desenvolvido foi o

ELECTRE. Os métodos provenientes dessa escola são chamados de não compensatórios

e têm como objetivo “construir uma relação de ordenação que permita a relação de

incompatibilidade entre as ações de decisão” (LADEIRA, 2014, p. 31). As relações

citadas são capazes de fornecer suporte ao gestor, a fim de verificar se uma decisão é

viável ou não; considera-se a subjetividade no processo decisório. Entre os métodos

desenvolvidos pela escola francesa, podem ser destacados: ELECTRE – Elimination et

Choix Traduisant la Réalité; PROMETHEE – Preference Ranking Organization

Method for Enrichment Evaluations; e GAIA – Geometrical Analysis for Interactive

Assistance (LADEIRA, 2014).

4.2.2 MÉTODOS DE ANÁLISE MULTICRITÉRIO

Os principais aspectos deste tipo de análise são comuns a todos os métodos.

Primeiramente são selecionadas as alternativas a serem avaliadas, com posterior

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22

determinação dos critérios a serem aplicados. A etapa seguinte envolve a pontuação de

cada critério, com estipulação do peso de cada um. Este peso deve refletir a importância

relativa de cada critério, sendo específico para um contexto determinado, onde as

alternativas são comparadas entre si (VIDAL et al., 2015).

De acordo com Thokala e colaboradores (2016), os métodos de análise

multicritério podem ser distribuídos em três classes: modelos de medida de valor

(“value measurement models”), modelos de classificação (“outranking models”) e

modelos de nível de referência (“reference – level models”). Além disso, existem

abordagens multicritério que, apesar de enquadradas como análise multicritério, não

correspondem a métodos formais de análise (THOKALA et al., 2016).

Figura 1: Técnicas de análise multicritério (Adaptado de Thokala e Duenas, 2012).

4.2.2.1 MODELOS DE MEDIDA DE VALOR (“VALUE MEASUREMENT MODELS”)

Os modelos de medida de valor (“value measurement models”) envolvem a

construção e comparação de resultados numéricos, a fim de identificar o quanto uma

alternativa é vantajosa em relação a outra. São exemplos deste modelo o método da

soma ponderada (“weighted sum method”), o processo de hierarquia analítica (“analytic

hierarchy process – AHP”) e o método do orçamento por programas e análise marginal

(“programme budgeting and marginal analysis – PBMA”), que, segundo Thokala e

Duenas (2012), correspondem aos métodos mais utilizados na área da saúde. Outros, no

entanto, podem ser aplicados, e a seleção do mais adequado depende do objetivo do

estudo. Os valores numéricos globais obtidos indicam o quanto uma opção é preferida

Análise

multicritério

(MCDA)

Modelos de medida de

valor

Modelos de classificação

Modelos de nível de

referência

Método da soma

ponderada; AHP; PBMA

-

ELECTRE; PROMETHEE-

GAIA

Programação de metas;

heurística; meta-heurística

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23

em relação a outras; os pontos são determinados para cada critério e em seguida

agregados (THOKALA et al., 2016; THOKALA; DUENAS, 2012).

No método da soma ponderada (“weighted sum method”), a atribuição de pesos a

cada critério reflete a importância proporcional das diferentes variáveis agregadas.

Como resultado da análise, obtém-se um índice de performance referente às alternativas

analisadas (AMINE; PAILHES; PERRY, 2014). Para Alanazi, Abdullah e Larbani

(2013), este é provavelmente o método mais conhecido e mais utilizado na tomada de

decisão baseada em múltiplos critérios.

O processo de hierarquia analítica (“analytic hierarchy process – AHP”) envolve

comparações aos pares, de valores aplicados aos diferentes critérios na comparação

entre alternativas (VELASQUEZ; HESTER, 2013). Podem ser incorporados aos

critérios de decisão características qualitativas e quantitativas e, após a estruturação do

modelo de decisão, uma série de comparações aos pares são empregadas, com o intuito

de determinar a importância relativa em relação ao objetivo final da decisão. Os

resultados são combinados, através de métodos diretos e indiretos, e geram um valor

numérico (MARUTHUR et al., 2015).

Já o método do orçamento por programas e análise marginal (“programme

budgeting and marginal analysis – PBMA”) foi desenvolvido na área de economia para

auxiliar tomadores de decisão a determinar prioridades, considerando os recursos

disponíveis, maximizando com isto os benefícios. O PBMA envolve diversas etapas,

tendo como característica marcante a formação de um painel de especialistas que

fornece conselhos para a alocação dos recursos disponíveis, finalizando com decisões de

investimento e desinvestimento, baseadas em diversos critérios (PEACOCK et al.,

2009).

4.2.2.2 MODELOS DE CLASSIFICAÇÃO (“OUTRANKING MODELS”)

Os modelos enquadrados nesta classe envolvem a comparação da performance de

duas ou mais alternativas, para identificar qual a extensão da preferência de uma

alternativa sobre as outras. Ao agregar as informações de preferência para todos os

critérios relevantes, têm intenção de estabelecer a força da evidência, fornecer o

ranqueamento das alternativas e favorecer a seleção de uma alternativa.

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24

Esses modelos são apropriados quando os valores atribuídos aos critérios não são

facilmente agregados, as escalas de medidas apresentam grande variação e unidades de

medida são imensuráveis ou incomparáveis. São exemplos o método de eliminação e

escolha refletindo a realidade (“Elimination et choix traduisant la realité – ELECTRE”)

e o método para avaliação de enriquecimento baseado em organização de preferências

por ranking (“preference ranking organization method for enrichment evaluations –

PROMETHEE-GAIA”) (LINKOV et al., 2004; THOKALA; DUENAS, 2012;

THOKALA et al., 2016).

ELECTRE, ou método de eliminação e escolha refletindo a realidade,

corresponde a uma família de métodos de análise multicritério desenvolvidos para

incorporar um caráter mais realista à tomada de decisão. Podem ser aplicados a diversos

tipos de situações, como para selecionar um conjunto menor entre as alternativas

disponíveis ou para a ordenação (ranqueamento) de diversas. Na comparação entre

estas, os métodos ELECTRE abordam quatro situações possíveis: indiferença, grande

preferência, fraca preferência ou incomparabilidade. Dois procedimentos principais

estão presentes em todos os modelos: agregação dos critérios e posterior exploração, e

podem ser aplicadas escalas de critérios qualitativas e quantitativas (ARAUJO;

AMARAL, 2016; FIGUEIRA et al., 2013).

O modelo para avaliação de enriquecimento baseado em organização de

preferências por ranking (PROMETHEE) envolve uma série de métodos que podem ser

aplicados a várias situações que requerem tomada de decisão, onde a melhor alternativa

precisa ser escolhida, com base em diversos critérios. O modelo emprega a construção

de uma matriz para avaliação das alternativas, com atribuição de função de preferência

referente a cada critério, que permitirá verificar o quanto uma alternativa é preferida em

relação a outra. Esta intensidade é calculada para cada par de alternativas avaliado,

considerando todos os critérios. Ao final do estudo, são agregados os resultados para

observação da melhor alternativa. O PROMETHEE-GAIA corresponde a uma extensão

do PROMETHEE, com um módulo visual e interativo para representação gráfica,

disponível para ajudar tomadores de decisão a solucionar problemas mais complexos

(SILVA; SCHRAMM; CARVALHO, 2014).

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25

4.2.2.3 MODELOS DE NÍVEL DE REFERÊNCIA (“REFERENCE-LEVEL MODELS”)

Os modelos de nível de referência abrangem a busca pela alternativa que esteja

mais próxima ao cumprimento de níveis mínimos preestabelecidos de performance para

cada critério. São exemplos a programação de metas (“goal programming”), a heurística

(“heuristics”) e a meta-heurística (“meta-heuristics”) (THOKALA; DUENAS, 2012;

THOKALA et al., 2016).

A programação de metas (“goal programming”) possui como vantagem a

capacidade de manejo de problemas de grande escala. No entanto, existe dificuldade na

aplicação dos pesos aos critérios, e frequentemente é necessária a aplicação de outros

métodos para isso (VELASQUEZ; HESTER, 2013). É um método utilizado para

solucionar processos de decisão com múltiplos objetivos, que emprega valores

mensuráveis para minimizar o desvio entre o resultado atingido e a meta, para cada

critério aplicado. Desta forma, busca verificar que alternativa deve ser considerada, para

que o resultado obtido esteja mais próximo à meta previamente estabelecida

(JAYARAMAN et al., 2015).

Heurística (“heuristics”) corresponde à técnica que visa a soluções próximas ao

ótimo, com custo razoável. Geralmente são técnicas para situações específicas, onde não

há garantia de que o resultado seja ótimo. Já meta-heurística (“meta-heuristics”)

envolve estratégia interativa, que combina diferentes conceitos, sendo aplicável a um

grande número de problemas (EHRGOTT, 2007).

4.2.3 ANÁLISE MULTICRITÉRIO NA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

A assistência farmacêutica corresponde a um “conjunto de ações voltadas à

promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletivo, tendo o

medicamento como insumo essencial e visando o acesso e ao seu uso racional”

(CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 2004, p. 1). Para uma tomada de decisão mais

adequada, diversos atributos podem ser considerados, como equidade (priorização de

intervenções para populações mais vulneráveis), preferências sociais, severidade da

doença, acesso a tratamentos, tamanho da população-alvo, se intervenção é curativa ou

preventiva, disponibilidade de equipe de saúde, benefício a cuidadores, impacto

econômico, qualidade da evidência e/ou fatores políticos (MARSH et al., 2014,

THOKALA; DUENAS, 2012).

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26

Tendo em vista a finitude dos recursos, o emprego de técnicas que permitam sua

alocação mais adequada é interessante para a manutenção dos sistemas de saúde

(DIABY; CAMPBELL; GOEREE, 2013). Dado que a análise multicritério favorece a

construção de um processo mais equitativo, buscando uma alternativa que preencha

requisitos estabelecidos previamente, torna-se importante para uma área onde a tomada

de decisão é difícil e resulta em consequências significativas e de difícil previsão

(SCHUWIRTH; REICHERT; LIENERT, 2012).

Na assistência farmacêutica, este tipo de análise já foi empregado na avaliação

de tecnologias em saúde para incorporação de medicamentos em sistemas e serviços; na

escolha do tratamento ideal; na seleção de fornecedores e até mesmo para determinação

de métodos de inventário a serem utilizados (SCHUWIRTH; REICHERT; LIENERT,

2012).

O emprego da análise multicritério na seleção de medicamentos pode ser

bastante eficaz. Hsu e colaboradores (2015) realizaram uma análise deste tipo para

selecionar um medicamento anticoagulante oral entre as opções disponíveis

(dabigatrana, rivaroxabana, apibaxana e varfarina). A proposta de uma técnica que

permita enxergar o tratamento mais adequado, com o emprego de diversos critérios, é

de grande valia para a saúde pública (HSU et al., 2015).

Já Ramli e colaboradores (2013) empregaram a análise baseada em múltiplos

critérios com o intuito de revisar o formulário terapêutico nacional da Malásia, com

foco nos medicamentos da classe das estatinas. Antes da elaboração do estudo, seis

medicamentos encontravam-se disponíveis (atorvastatina, lovastatina, pravastatina,

rosuvastatina, sinvastatina e fluvastatina). Após a análise, concluiu-se que apenas

atorvastatina e sinvastatina deveriam permanecer no referido formulário, sendo

considerados medicamentos de primeira linha para tratamento da hipercolesterolemia

(RAMLI et al., 2013).

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27

5 METODOLOGIA

5.1 TIPO DE ESTUDO

Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, método que visa elaborar uma

síntese do conhecimento sobre determinado tema, traçando um panorama relativo aos

estudos publicados na área (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).

Segundo Whittemore e Knafl (2005) e Souza, Silva e Carvalho (2010), a

elaboração de uma revisão integrativa envolve as seguintes etapas:

I. definição da questão da pesquisa;

II. determinação de critérios de inclusão e exclusão de estudos;

III. busca de estudos em bases de dados;

IV. seleção dos estudos encontrados;

V. elaboração de instrumento para extração dos dados dos estudos, com

posterior extração;

VI. análise crítica dos dados obtidos;

VII. discussão dos resultados;

VIII. conclusão do estudo.

5.2 PERGUNTA DA PESQUISA E CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE

Em atenção à primeira etapa da revisão integrativa, foi definida a seguinte

pergunta de pesquisa: como tem sido a aplicação de métodos de análise multicritério na

seleção de tratamentos farmacológicos?

Os seguintes critérios de inclusão foram considerados:

- estudos primários;

- idiomas: português, inglês e espanhol;

- estudos de seleção de tratamentos farmacológicos que aplicaram metodologias

multicriteriais;

- sem restrição quanto ao ano de publicação;

- foco em usuários dos sistemas de saúde público e privado.

Os critérios de exclusão atribuídos no estudo foram:

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28

- estudos não publicados em periódicos;

- resumos de eventos;

- artigos de revisão;

- estudos que abordaram a análise multicriterial, mas não a aplicaram.

No presente trabalho não foi considerada literatura cinzenta, embora este seja uma

possibilidade na elaboração de revisões integrativas. Esta decisão foi baseada na

inviabilidade de analisar grande número de publicações para elaboração da presente

dissertação, tendo em vista o tempo e a mão de obra limitados.

5.3 BUSCA DE ESTUDOS

Esta etapa teve por objetivo concretizar uma busca na literatura científica por

estudos onde tenham sido empregados métodos de análise multicritério na seleção de

tratamentos farmacológicos a portadores de diferentes quadros clínicos. A pesquisa foi

baseada em bases de dados eletrônicas, a saber: Pubmed (MEDLINE), LILACS, Embase,

Science Direct, Scopus, Web of Science e Wiley Online Library.

Duas estratégias de busca foram empregadas, conforme apresentado nos quadros

a seguir (quadros 1 e 2).

Quadro 1: Estratégia de busca nº 1

Bases de dados Estratégia de busca

LILACS – PUBMED

(MEDLINE) – SCOPUS

MCDA AND pharmaceutical services

MCDA AND pharmaceutical care

Multiple criteria decision analysis AND pharmaceutical

services

Multiple criteria decision analysis AND pharmaceutical care

Multi-criteria decision analysis AND pharmaceutical services

Multi-criteria decision analysis AND pharmaceutical care

Multicriteria decision analysis AND pharmaceutical services

Multicriteria decision analysis AND pharmaceutical care

Fonte: elaboração própria.

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29

Quadro 2: Estratégia de busca nº 2

Bases de dados Estratégia de busca

EMBASE – LILACS –

PUBMED (MEDLINE) –

SCIENCE DIRECT –

SCOPUS – WEB OF

SCIENCE – WILEY

ONLINE LIBRARY

((“multicriteria decision” OR “multi-criteria decision” OR

MCDA OR “multiple criteria decision”) AND (pharmac* OR

medicine* OR drug* OR treatment* OR therap*))

Fonte: elaboração própria.

Os estudos obtidos foram sistematizados no gerenciador de referências

Mendeley (MENDELEY, 2017).

5.4 SELEÇÃO DOS ESTUDOS

Após a pesquisa bibliográfica, foram removidas as duplicatas de estudos, e em

seguida a seleção foi realizada. Na primeira etapa da seleção, foi feita a triagem dos

estudos encontrados por dois pesquisadores de forma independente, sendo uma a autora

deste trabalho e a segunda, T.M.A.C. A primeira seleção teve como finalidade verificar

se os estudos cumpriam os critérios de inclusão e exclusão definidos, através da leitura

de títulos e resumos. Nos casos de dúvida ou discordância em relação ao cumprimento

dos critérios citados, foi realizada a segunda etapa de seleção, com leitura dos trabalhos

na íntegra, pelas autoras citadas. Nesta etapa houve a atuação de uma terceira revisora,

G. B. G. M., para os casos de discordância após leitura completa dos artigos, quanto a

sua inclusão ou não no trabalho.

Em seguida, os estudos selecionados foram organizados em planilhas do

programa Microsoft® Excel.

5.5 EXTRAÇÃO DE DADOS

Para a extração de dados dos estudos selecionados, foram elaboradas três

planilhas (Apêndice I), com base no proposto por Souza, Silva e Carvalho (2010) para

elaboração de estudos de revisão integrativa e pela Rede Brasileira de Avaliação de

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30

Tecnologias em Saúde (REBRATS) para revisões sistemáticas, pois não está disponível

manual para elaboração de revisões integrativas (BRASIL, 2012a).

Na planilha 1 foram extraídas informações referentes às características gerais dos

estudos, contendo as seguintes informações: título, revista, autores, instituição de

origem, ano de publicação, financiamento, conflito de interesses e idioma. Na planilha

2, características específicas, como objetivo, perspectiva, técnica de MCDA empregada,

doenças, tecnologias avaliadas e informações relativas aos critérios e pesos empregados.

Na planilha 3, informações relativas à relação do trabalho com outros estudos,

realização de análise de sensibilidade e avaliação do rigor metodológico (APÊNDICE

1).

5.6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Após a extração dos dados dos estudos e sistematização das informações

obtidas, os resultados foram descritos e discussões pertinentes ao tema foram

apresentadas, seguidas da conclusão do estudo.

5.7 QUESTÕES ÉTICAS

Este estudo não precisou ser submetido à análise do Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP), dado que não foram utilizados dados primários ou secundários

provenientes de seres humanos.

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31

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 SELEÇÃO DOS ESTUDOS

Os estudos foram obtidos e selecionados conforme exposto na metodologia.

Utilizaram-se duas estratégias de busca, através das quais se obtiveram 18 artigos.

A primeira estratégia de busca foi empregada de forma preliminar, tendo sido

mantida no estudo pois gerou como resultados artigos que não foram encontrados com a

aplicação da estratégia número 2.

a) Estratégia nº 1

Figura 2: Esquema de seleção dos estudos obtidos na busca nº 1.

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32

b) Estratégia nº 2

Figura 3: Esquema de seleção dos estudos obtidos na busca nº 2

6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDOS

Os estudos encontrados se referem a diversas doenças, com emprego de critérios

de avaliação específicos, como pode ser observado nos quadros a seguir.

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33

Quadro 3: Características gerais dos estudos

Autores Ano Título do estudo Periódico Instituições Financiamento Conflito de

interesses

Idioma

PEREZ-

ENCINAS, M. et

al.

1998 Multicriteria decision analysis for

determining drug therapy for

intermittent claudication

Methods and

Findings in

Experimental and

Clinical

Pharmacology

Universidade de

Salamanca – Espanha

Não declarado Não declarado Inglês

FANG, N.; YAO,

M.; TSENG, T.

2010 On evaluating the efficiency of similar

therapeutic effect

drugs using multi-criteria decision-

making approaches selection result

Computers and

Industrial

Engineering (CIE),

2010 40th

International

Conference

Hospital de

Veteranos de

Taichung – Taiwan

Universidade

Nacional de Chiao

Tung – Taiwan

Universidade de

Tung Hai – Taiwan

Não declarado Não declarado Inglês

TERVONEN, T.

et al.

2011 A stochastic multicriteria model for

evidence-based decision making in drug

benefit-risk analysis

Statistics in Medicine Universidade

Erasmus de

Roterdam – Holanda

Universidade de

Groningen – Holanda

Dutch Top

Institute Pharma.

Não declarado Inglês

CHEN, R.; CHIU,

J.; BAU, C.

2011 The recommendation of medicines based

on multiple criteria decision making and

domain ontology - an example of anti-

diabetic medicines

International

Conference on

Machine Learning

and Cybernetics

Universidade de

Tecnologia de

Chaoyang – Taiwan

Departamento de

Saúde – Taiwan

Parcialmente

financiado pelo

National Science

Council in

Taiwan

Não declarado Inglês

ERJAEE, A. et al. 2012 A multi-criteria decision making model

for treatment of helicobacter pylori

infection in children

Hong Kong Journal

of Paediatrics

Universidade de

Ciências Médicas de

Shiraz – Irã

Não declarado Não declarado Inglês

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34

Autores Ano Título do estudo Periódico Instituições Financiamento Conflito de

interesses

Idioma

Universidade de

Ciência e Tecnologia

do Irã – Irã

Universidade

Islâmica de Azad –

Irã

GOETGHEBEUR,

M. M. et al.

2012 Bridging Health Technology Assessment

(HTA) and Efficient Health Care

Decision Making with Multicriteria

Decision Analysis (MCDA): Applying

the EVIDEM Framework to Medicines

Appraisal

Medical Decision

Making (Sage

publications)

Empresa Privada –

Canadá

Universidade de

Montreal – Canadá

Empresa privada Não declarado;

estudo

financiado por

Indústria

farmacêutica.

Inglês

RAMLI, A. et al. 2013 National Drug Formulary review of

statin therapeutic group using the

multiattribute scoring tool

Therapeutics and

Clinical Risk

Management

Universidade das

Nações Unidas –

Malásia

Universidade

Kebangsaan –

Malásia

Ministério da Saúde

– Malásia

Ministério da

Saúde da Malásia

Não declarado Inglês

HSU, J. C.;

TANG, D. H.; LU,

C. Y.

2015 Risk–benefit assessment of oral

phosphodiesterase type 5 inhibitors for

treatment of erectile dysfunction: a

multiple criteria decision analysis

The International

Journal of Clinical

Practice

Universidade

Nacional Cheng

Kung – Taiwan

Universidade do

Arizona – EUA

Universidade de

Harvard – EUA

Taiwan National

Science

Council

Fellowship

Não declarado Inglês

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ASSISTÊNCIA … · A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é uma ferramenta que auxilia na gestão dos sistemas de saúde, útil na síntese

35

Autores Ano Título do estudo Periódico Instituições Financiamento Conflito de

interesses

Idioma

HSU, J. C. et al. 2015 Net clinical benefit of oral

anticoagulants: a multiple criteria

decision analysis

PloS One Universidade

Nacional Cheng

Kung – Taiwan

Hospital Tainan Sin

Lau – Taiwan

Universidade de

Harvard – EUA

Taiwan National

Science

Council

Fellowship

Não declarado Inglês

BROEKHUIZEN,

H. et al.

2015 Estimating the value of medical

treatments to patients using

probabilistic multi criteria decision

analysis

BMC Medical

Informatics and

Decision Making

Universidade de

Twente – Holanda

Empresa Privada –

EUA

Universidade TUFTS

– EUA

Não declarado Não declarado Inglês

NWOKORO, E. et

al.

2016 An assessment of the future impact of

alternative technologies on antibiotics

markets

Journal of

Pharmaceutical

Policy and Practice

Instituto de Saúde

Pública da Noruega –

Noruega

Faculdade de

Medicina e Hospitais

Universitários de

Genova – Suíça

Universidade

Uppsala – Suécia

Empresa privada –

EUA

União Europeia

Federação

Europeia de

Indústrias e

Associações

Farmacêuticas

Conselho de

Pesquisa da

Noruega

Uma autora é

funcionária

e acionista em

indústria

farmacêutica

Inglês

AL-BADRIYEH, 2016 Multi-indication pharmacotherapeutic Clinical Therapeutics Universidade do Fundo Nacional Não declarado Inglês

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ASSISTÊNCIA … · A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é uma ferramenta que auxilia na gestão dos sistemas de saúde, útil na síntese

36

Autores Ano Título do estudo Periódico Instituições Financiamento Conflito de

interesses

Idioma

D. et al. multicriteria decision analytic model for

the comparative formulary inclusion of

proton pump inhibitors in Qatar

Qatar – Qatar

Universidade da

Jordânia – Jordânia

Corporação Médica

Hamad – Qatar

Departamento de

Farmácia – Qatar

de Pesquisa do

Qatar

GOETGHEBEUR,

M. M. et al.

2016 Pragmatic multicriteria decision

analysis (MCDA) combined with

advanced pharmacoepidemiology for

benefit-risk assessments of medicines

adapted to the real-life constraints of

regulators: development and case study

Therapeutic

Innovation &

Regulatory Science

Empresa privada –

Canadá

Universidade de

Montreal – Canadá

Empresa Privada –

Polônia

Empresa Privada –

Suíça

Empresa Privada –

Reino Unido

Parceria público-

privada

coordenada pela

EMA.

Não declarado Inglês

GREEF-van der

SANDT, I. et al.

2016 A quantitative benefit-risk assessment

approach to improve decision making in

drug development: application of a

multicriteria decision analysis model in

the development of combination therapy

for overactive bladder

Clinical

Pharmacology and

Therapeutics

Empresa privada –

Holanda

Empresa Privada–

Holanda

Empresa privada Um autor

trabalha na

empresa

financiadora.

Inglês

KOLASA, K. et

al.

2016 Potential impact of the implementation

of multiple-criteria decision analysis

(MCDA) on the Polish pricing and

Orphanet Journal of

Rare Diseases

Universidade

Nicolaus Copernicum

– Polônia

Não declarado Não declarado Inglês

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37

Autores Ano Título do estudo Periódico Instituições Financiamento Conflito de

interesses

Idioma

reimbursement process of orphan drugs

Universidade

Tecnológica de

Warsaw – Polônia

Universidade Eötvös

Loránd – Hungria

MARSH, K. et

al.

2017 Evaluation of COPD treatments: A

multicriteria decision analysis of

Aclidinium and Tiotropium in the United

States

Value in Health Empresa privada –

Reino Unido

Instituto filiado a

empresa privada –

EUA

Empresa privada

Não declarado;

porém

estudo

financiado por

indústria

farmacêutica

Inglês

SCHEY, C. et al. 2017 Multi-criteria decision analysis

(MCDA): testing a proposed MCDA

framework for orphan drugs

Orphanet Jounal of

Rare Diseases

Universidade de

Groningen – Holanda

Empresa privada –

Suíça

Não declarado Um autor

declarou receber

honorários de

indústrias em

trabalhos

anteriores, mas

não nesse.

Inglês

HOSHIKAWA,

K.; ONO, S.

2017 Discrepancies between multicriteria

decision analysis-based ranking and

intuitive ranking for pharmaceutical

benefit-risk profiles in a hypothetical

setting

Journal of Clinical

Pharmacy and

Therapeutics

Universidade de

Tokyo – Japão

Governo japonês Não declarado Inglês

Fonte: elaboração própria.

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38

Foram selecionados 18 estudos, todos no idioma inglês. Perez-Encinas e

colaboradores (1998) publicaram pioneiramente uma análise multicritério objetivando

selecionar medicamentos para o tratamento da claudicação intermitente, uma condição

clínica que envolve dor nas pernas causada por exercício e que é aliviada com repouso

(PINTO; MANDIL, 2005). Outro estudo selecionado foi publicado em 2010 e, a partir

de então, houve ao menos uma publicação por ano, exceto em 2014. Desde 2015, tem

sido observada tendência ao crescimento do número de artigos.

Instituições públicas e privadas participaram da elaboração desses trabalhos,

apontando um interesse de ambos os setores na realização destas análises.

Figura 4: Ano de publicação dos artigos selecionados (até

04/2017)

Figura 5: Instituições responsáveis pela elaboração dos estudos em termos percentuais

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39

Quadro 4: Características dos estudos – técnicas, tecnologias em saúde e critérios

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

PEREZ-

ENCINAS, M.

et al. (1998).

Apresentar uma análise

multicriterial

quantitativa, com o

intuito de identificar e

selecionar o

medicamento mais

apropriado para o

tratamento da

claudicação intermitente.

Não especificado.

Conclusão dos revisores:

Sistema Público de

Saúde/Academia

(médicos e

farmacêuticos).

Não especificado.

Claudicação

intermitente

Pentoxifilina

Buflomedila

Neftidrofuril

Ticlopidina

Eficácia

terapêutica (48)

Eficácia em reduzir

claudicação

Eficácia em reduzir dor

no repouso

Eficácia em melhorar

parâmetros

hemodinâmicos

Número de pacientes em

ensaios clínicos

Aprovação pelo FDA

Segurança (20) Efeitos adversos:

distúrbios hematológicos

Aceitação do

paciente (14)

Frequência de

administração

Quantidade necessária do

medicamento

Formulações disponíveis

Custo (18) -

FANG, N.;

YAO, M.;

TSENG, T.

(2010)

Estabelecer uma

abordagem mais objetiva

e eficiente para tomada

de decisão, que considere

a eficácia e custo para

medicamentos com

efeito terapêutico similar.

Não especificado.

Conclusão dos revisores:

Academia/Sistema

Público de Saúde.

Data envelopment

analysis (DEA).

AHP utilizado

para atribuição de

pesos.

Doenças

tratadas por

medicament

os inibidores

de bomba de

prótons.

Medicamentos

inibidores de

bomba de

prótons

(definidos

apenas como

medicamento

Custo Gasto diário com

medicamentos

Lucro obtido

Qualidade Quantitativos:

Efeitos adversos

Quantidade consumida

Qualitativos:

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40

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

1, 2, 3 e 4) Qualidade da produção

(0.4291)

Estabilidade e

conveniência (0.0888)

Critérios especiais Quantitativos:

Duração da patente

Qualitativos:

Formulação ou design

especial (0.3040)

Preferência do médico

(0.1781)

TERVONEN,

T. et al. (2011)

Aplicar o método SMAA

para avaliar os potenciais

benefícios e riscos de

dois antidepressivos

prescritos com

frequência.

Não especificado.

Conclusão dos revisores:

Academia.

Análise de

aceitabilidade

estocástica

multicritério

(SMAA).

Depressão Venlafaxina,

Fluoxetina

Placebo.

Benefício –

eficácia

-

Riscos – efeitos

adversos: náusea,

insônia e

ansiedade

-

CHEN, R.;

CHIU, J.; BAU,

C. (2011)

Desenvolver um sistema

de suporte à decisão para

assistir médicos a fim de

que seja tomada a

decisão mais apropriada

na seleção de

medicamentos.

Não especificado.

Conclusão dos revisores:

Academia/Sistema

Público de Saúde.

Não especificado. Diabetes

mellitus

Meglitinida

Inibidor de

DPP4

Sulfonilureia

Glinida

Tiazolidinedio

na

α-glucosidase

Benefícios Glicose pós-prandial

(0.156)

Glicemia de jejum (0.178)

Gordura no fígado

Índice de massa corpórea

Circunferência abdominal

Triglicerídeos

Colesterol HDL (0.133)

Riscos Hipoglicemia (0.135)

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41

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

Desordem funcional

gastrointestinal (0.096)

Creatinina

Cirrose hepática

Testes de função hepática

Status de falha cardíaca

Fraturas

ERJAEE, A. et

al. (2012)

Determinar o melhor

esquema de tratamento

para infecção por H.

Pylori em crianças.

Médicos, pais e

pacientes.

Analytical

Hierarchy

Process (AHP).

Infecção por

H. pylori.

Três

esquemas:

a)omeprazol +

amoxicilina +

metronidazol

+ bismuto

b)omeprazol +

amoxicilina +

claritromicina

c)omeprazol +

amoxicilina e

clavulanato +

metronidazol.

Conforto no

consumo do

medicamento

Não há.

Eficácia

Efeitos adversos

Custo

GOETGHEBE

UR, M. M. et

al. (2012)

Desenvolver um teste

com a utilização da

abordagem EVIDEM

com um grupo de atores

que representam aqueles

frequentemente

envolvidos na tomada de

Especialistas, médicos

não especialistas,

enfermeiros,

farmacêuticos,

tomadores de decisão em

políticas, economistas da

saúde/epidemiologistas.

Foi desenvolvida

abordagem para

relacionar ATS

com MCDA,

chamada

"Evidence and

Value Impact on

Não

especificado.

Medicamentos

definidos

apenas como

A, B, C, D, E,

F, G, H, I, J.

Impacto da

doença

Severidade da doença

(3.9)

Tamanho da população

afetada (3.2)

Contexto da

intervenção

Protocolos clínicos

disponíveis (3.0)

Disponibilidade de

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42

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

decisão em saúde,

utilizando estudos de

caso de diversas áreas

terapêuticas.

DEcision Making

(EVIDEM)".

intervenções

comparativas (3.6)

Desfechos da

intervenção

Melhoria na

eficácia/efetividade do

tratamento (4.5)

Melhoria na segurança e

tolerabilidade (4.3)

Melhoria nos desfechos

relatados por pacientes

(3.4)

Tipo de benefício Interesse da saúde pública

(4.2)

Tipo de serviço médico

(4.1)

Economia Impacto financeiro no

plano de tratamento (3.0)

Custo-efetividade da

intervenção (4.1)

Impacto em outros gastos

(3.9)

Qualidade da

evidência

Adequação a

requerimentos do corpo

tomador de decisão (3.1)

Completude e

consistência da evidência

relatada (4.1)

Relevância e validade da

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43

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

evidência (4.7)

RAMLI, A. et

al. (2013)

Desenvolver uma

ferramenta de pontuação

com base nos princípios

do MCDA e aplicá-la

com a intenção de revisar

os medicamentos da

classe das estatinas

presentes no Formulário

Terapêutico Nacional da

Malásia.

Sistema Público de

Saúde.

Não especificado. Hipercoleste

rolemia

Pravastatina

Sinvastatina

Lovastatina

Atorvastatina

Rosuvastatina

Fluvastatina

Eficácia (32.6) Eficácia clínica (15.9)

Efeitos em médio/longo

prazo (16.7)

Segurança (26.2) Interações

medicamentosas (8.6)

Efeitos adversos graves

(10.0)

Documentação (7.6)

Aplicabilidade do

medicamento

(24.2)

Número de formulações e

concentrações disponíveis

(4.3)

Número de indicações

aprovadas (5.6)

Frequência de

administração (1.7)

Efeitos adversos

frequentes (não sérios)

(5.0)

Interação com alimentos

(3.3)

Ajustes de dose (4.3)

Economia (17.1) Custos (17.1)

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44

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

HSU, J. C.;

TANG, D. H.;

LU, C. Y.

(2015)

Fornecer evidências de

risco e benefício do uso

de inibidores da

fosfodiesterase tipo 5

(PDE-5) no tratamento

da disfunção erétil, para

auxiliar pacientes e

médicos na tomada de

decisão.

Não especificado.

Conclusão dos revisores:

Academia.

Não especificado.

AHP utilizado

para atribuição de

pesos.

Disfunção

erétil

Sildenafila

Tadalafila

Vardenafila.

Benefícios Melhora nas ereções em

geral (0.363)

Riscos Quaisquer eventos

adversos (0.637)

Benefícios

(0.286)

Domínio da função erétil

(0.099)

Habilidade para a relação

sexual (0.095)

Duração da ereção

(0.091)

Riscos (0.714) Eventos adversos sérios

(0.419)

Dor de cabeça (0.122)

Rubor (0.088)

Dispepsia (0.085)

HSU, J. C. et al.

(2015)

Avaliar

quantitativamente a

eficácia e a segurança de

novos agentes

anticoagulantes orais e

varfarina para o

tratamento da fibrilação

atrial não valvar

utilizando MCDA.

Não especificado.

Conclusão dos revisores:

Academia.

Não especificado.

AHP utilizado

para atribuição de

pesos.

Fibrilação

atrial não

valvar

Varfarina

Dabigatrana

Rivaroxabana

Apixabana

Benefícios

(0.631)

Prevenção de infarto

isquêmico (0.430)

Prevenção de embolismo

sistêmico (0.202)

Riscos (0.369) Risco de sangramento

intracraniano (0.252)

Risco de sangramento

extracraniano (0.116)

Modelo

geral

Modelo

detalhado

População

em geral

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45

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

Alto risco de

infarto

Prevenção

primária de

infarto

Benefícios

(0.615)

Prevenção de choque ou

embolismo sistêmico

(0.615)

Riscos (0.385) Risco de sangramento

maior (0.385)

Benefícios

(0.791)

Prevenção de infarto ou

embolismo sistêmico

(0.132)

Prevenção de morte por

causas vasculares (0.659)

Riscos (0.209) Risco de sangramento

intracraniano (0.143)

Risco de outro

sangramento local (0.066)

Benefícios

(0.791)

Prevenção de infarto ou

embolismo sistêmico

(0.132)

Prevenção de morte por

causas vasculares (0.659)

Riscos (0.209) Risco de sangramento

intracraniano (0.143)

Risco de outro

sangramento local (0.066)

BROEKHUIZE

N, H. et al.

Ilustrar como os pesos

dos critérios dos

pacientes, derivados de

Paciente e especialista. Não especificado. Depressão Medicamentos

antidepressivo

s (droga A,

Resposta

(Pacientes: 0.46;

Especialistas:

-

Prevenção

secundária

de infarto

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46

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

(2015) um estudo de

preferência, juntamente

com os escores de

desempenhos obtidos da

evidência clínica, podem

ser utilizados para

atribuir valor a

tratamentos sob a

perspectiva do paciente.

droga B, droga

C) e placebo.

Sendo A e B

medicamentos

já em uso, e C

uma droga

nova.

0.01)

Remissão

(Pacientes: 0.19;

Especialistas:

0.69)

-

Eventos adversos

(Pacientes: 0.14;

Especialistas:

0.13)

-

Eventos adversos

severos

(Pacientes: 0.21;

Especialistas:

0.08)

-

NWOKORO, E

et al. (2016)

Avaliar o potencial de

tecnologias alternativas

na redução do uso clínico

e demanda de

antibióticos, além de

indicar brevemente quais

segmentos do mercado

de antibióticos podem ser

impactados por essas

tecnologias.

Indústria, prática clínica

e da pesquisa em

políticas de saúde.

Não especificado. Doenças

tratadas por

antibióticos

Biomateriais

antibióticos,

Nanopartícula

s

antimicrobiana

s, peptídeos

antimicrobian

os, materiais

anti-

virulência,

bacteriófagos,

transplante de

Qual o impacto

estimado da

tecnologia sobre a

demanda de

antibióticos?

-

Quanto irá custar

o

desenvolvimento?

-

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47

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

microbiota

fecal,

probióticos,

diagnósticos

rápidos no

ponto de

cuidado,

vacinas,

anticorpos

terapêuticos.

Qual o tempo

previsto para

alcançar o

mercado?

-

AL-

BADRIYEH,

D. et al. (2016)

Avaliar

comparativamente os

diferentes inibidores de

bomba de prótons à

época disponíveis no

formulário HMC

(Hamad Medical

Corporation), o principal

serviço de saúde

hospitalar governamental

do Qatar.

Sistema Público de

Saúde.

Weighted sum

aggregation

method.

Doenças

tratadas por

medicament

os inibidores

de bomba de

prótons.

Esomeprazol

Lansoprazol

Pantoprazol

Rabeprazol.

Indicadores de

eficácia clínica

Úlcera péptica gástrica

(39.9)

Úlcera péptica duodenal

(39.9)

Prevenção de

ressangramento de úlcera

péptica (37.3)

Úlcera induzida por

AINES (39.3)

Doença do refluxo

gastroesofágico - DRGE

(42.8)

Esofagite erosiva por

DRGE (42.2)

Sintomas da esofagite não

erosiva por DRGE (42.0)

Manifestações

extraintestinais da DRGE

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48

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

(distúrbios do sono, dor

no peito não cardíaca)

(34.2)

Manifestações

extraintestinais da DRGE

(asma, laringite) (29.8)

Cura da esofagite erosiva

(EE) (41.4)

Prevenção da recorrência

da EE (40.0)

Erradicação da H. pylori

(40.5)

Prevenção do

sangramento induzido por

stress (33.6)

Dispepsia não ulcerosa

(35.4)

Síndrome de Zollinger-

Ellison (39.0)

Frequência de

administração

Uma vez ao dia terapia

tripla para H. pylori

(86.4)

Duração do

tratamento

Terapia tripla curta para

H. pylori (66.7)

Melhor evidência

publicada

Desenho do estudo (48.5)

Qualidade do periódico

(43.9)

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49

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

Formulações

disponíveis

Comprimido ou cápsula

de liberação retardada

com revestimento

entérico (40.9)

Suspensão de liberação

retardada (31.6)

Pó para injeção (34.3)

Comprimido

desintegrante de liberação

retardada (31.6)

Cápsula “sprinkle” de

liberação retardada (31.6)

Ausência de

interações

medicamentosas

Antifúngicos azólicos

(19.3)

Carbamazepina (20.6)

Cilostazol (19.4)

Clopidogrel (25.5)

Ciclosporina (22.5)

Diazepam (19.8)

Digoxina (22.4)

Dissulfiram (19.1)

Metotrexate (19.1)

Fenitoína (20.5)

Inibidores de protease

(19.2)

Teofilina (20.1)

Tacrolimus (19.8)

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50

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

Varfarina (24.9)

Propriedades

farmacocinéticas

e

farmacodinâmicas

Efeito do polimorfismo da

CYP2D19 (34.5)

Flexibilidade para

administração com

alimento (33.5)

Potência (30.3)

GOETGHEBE

UR, M. M. et

al. (2016)

Desenvolver as

características do

EVIDEM em relação às

necessidades reais

identificadas no WP5

(PROTECT’s Work

Package 5), incorporar

métodos estatísticos

avançados para

farmacoepidemiologia e

testar a proposta de

MCDA para avaliação de

risco-benefício, usando

Reguladores, Clínicos e

Metodologistas.

EVIDEM

(Evidence and

Value: Impact on

DEcision

Making), em

relação às

necessidades da

vida real

identificadas no

WP5 (força de

trabalho 5, do

PROTECT -

Pharmacoepidemi

Psoríase em

placas.

Efalizumabe

1mg/kg/seman

a

Placebo

Etanercepte

25mg duas

vezes por

semana

Etanercepte

50mg duas

vezes por

semana, até 12

semanas

Benefícios (0.48) Eficácia clínica (0.65)

- Percentual de pacientes

que atingiram redução de

pelo menos 75% de PASI

na semana 12, em relação

ao valor inicial (0.57)

- Percentual de pacientes

que atingiram índice

determinado (livre/ quase

livre na semana 12) (0.43)

Desfechos relatados por

pacientes (0.35)

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ASSISTÊNCIA … · A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é uma ferramenta que auxilia na gestão dos sistemas de saúde, útil na síntese

51

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

um estudo de caso. ological Research

on Outcomes of

Therapeutics by a

European

Consortium).

Infliximabe

5mg/kg nas

semanas 0, 2 e

6, e após a

cada 8

semanas

Adalimumabe

40mg em

semanas

alternadas

Adalimumabe

40mg

semanalmente.

Riscos (0.52) Segurança:

Eventos adversos não

sérios (0.07)

Eventos adversos sérios

não fatais (0.23)

Eventos adversos fatais

(0.70).

GREEF-van der

SANDT, I. et

al. (2016)

Desenvolver a

ferramenta de MCDA

para comparar o efeito de

medicamentos no

tratamento da bexiga

hiperativa; estabelecer

transparência na

avaliação do perfil de

risco benefício de várias

combinações de doses;

quantificar o somatório

dos valores no uso

combinado, em relação à

monoterapia.

Médicos e pacientes. Não especificado. Bexiga

hiperativa

Mirabegron,

Solifenacina e

Placebo (os

dois primeiros

isolados ou em

associação).

Eficácia Volume médio de

esvaziamento da bexiga

(0.275)

Frequência de micção

(0.165)

Qualidade de vida a partir

de escore específico

(0.110)

Tolerabilidade Boca seca (0.180)

Constipação (0.072)

Segurança Pulsação (0.0675)

Pressão arterial sistólica

(0.0675)

Efeitos adversos de

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52

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

interesse especial (0.135)

KOLASA, K. et

al. (2016)

Avaliar o impacto de

implementação do

MCDA no processo de

atribuição de preço e

reembolso na Polônia,

em relação a

medicamentos órfãos

(utilizados no tratamento

de doenças raras).

Não especificado.

Conclusão dos revisores:

Academia.

Value

Measurement

Model.

Doenças

raras

Medicamentos

órfãos,

utilizados no

tratamento de

doenças raras

(que foram

submetidos a

avaliação pelo

órgão de ATS

local -

AHTAPol,

entre 2007 e

2011).

Nº de patologias

para as quais

medicamento é

indicado

-

Raridade da

doença

-

Severidade da

doença

-

Avanço da

tecnologia

-

Complexidade da

tecnologia de

produção

-

Disponibilidade

de alternativas

terapêuticas

-

Evidência

científica da

eficácia clínica

(grau de

incerteza)

-

Benefícios

advindos do uso

do medicamento

-

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ASSISTÊNCIA … · A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) é uma ferramenta que auxilia na gestão dos sistemas de saúde, útil na síntese

53

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

(segurança e

efeitos adversos)

Custo-efetividade -

Impacto

orçamentário

-

MARSH, K. et

al. (2017)

Comparar tratamentos

com Aclidínio e

Tiotrópio e seus insumos

associados, pela

perspectiva de adultos

com DPOC moderada a

severa, empregando

MCDA.

Pacientes adultos com

DPOC moderada a

severa; porém, não foram

questionados os

pacientes, foi solicitado

que médicos agissem

como pacientes.

Não especificado. Doença

pulmonar

obstrutiva

crônica

(DPOC)

Aclidínio

Tiotrópio

Efetividade Necessidade de uso de

medicamento de resgate

(0.03)

Severidade dos sintomas

(0.08)

Limitação para realizar

primeiras atividades do

dia (0.04)

Despertar durante a noite

(0.05)

Exacerbações (0.27)

Conveniência Confirmação de entrega

da dose (0.16)

Portabilidade (0.07)

Pré-enchimento (0.22)

Doses por dia (0.08)

Segurança Efeitos adversos

anticolinérgicos (0.19)

Efeitos adversos

cardiovasculares (0.12)

Outros efeitos adversos

(0.12)

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54

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

SCHEY, C. et

al. (2017)

Aplicar a estrutura de

MCDA que foi proposta

por Hughes-Wilson e

colaboradores (2012)

para um grupo de

medicamentos órfãos em

diferentes doenças,

testando a relação entre o

preço do medicamento e

as pontuações agregadas

no MCDA para cada

produto

Indústria farmacêutica. Estudo baseado

em modelo

desenvolvido em

pesquisa prévia,

por Hughes-

Wilson e

colaboradores

(2012)

Doenças

raras

Seis

medicamentos

, não foi

declarado no

estudo quais

foram os

medicamentos

Raridade da

doença

(Cenário 1 –

11.1%)

(Cenário 2 –

14.0%)

(Cenário 3 –

10.0%)

-

Nível da pesquisa

realizada

(Cenário 1 –

11.1%)

(Cenário 2 – 0.0%

(Cenário 3 –

20.0%)

-

Nível de incerteza

da efetividade

(Cenário 1 –

11.1%)

(Cenário 2 –

0.0%)

(Cenário 3 –

10.0%)

-

Complexidade da

fabricação

(Cenário 1 –

11.1%)

-

Quadro 5: Características dos estudos selecionados (continuação).

Quadro 5: Características dos estudos selecionados (continuação).

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55

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

(Cenário 2 –

0.0%)

(Cenário 3 –

0.0%)

Medidas de

acompanhamento

(Cenário 1 –

11.1%)

(Cenário 2 –

6.0%)

(Cenário 3 –

15.0%)

-

Severidade de

doença

(Cenário 1 –

11.1%)

(Cenário 2 –

30.0%)

(Cenário 3 –

15.0%)

-

Alternativas

terapêuticas

disponíveis

(Cenário 1 –

11.1%)

(Cenário 2 –

20.0%)

-

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56

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

(Cenário 3 –

10.0%)

Nível de impacto

sobre a doença

(Cenário 1 –

11.1%)

(Cenário 2 –

30.0%)

(Cenário 3 –

20.0%)

-

Indicação única

ou não

(Cenário 1 –

11.1%)

(Cenário 2 –

0.0%)

(Cenário 3 –

0.0%)

-

HOSHIKAWA,

K.; ONO, S.

(2017)

Investigar quão útil é o

método típico de MCDA

em mostrar a preferência

individual em relação a

medicamentos.

Não especificado.

Conclusão dos revisores:

Indústria farmacêutica.

Não especificado. Doenças

tratadas por

medicament

os da classe

das estatinas

Três

medicamentos

hipotéticos da

classe das

estatinas (A,

B, C) e

placebo.

Benefícios Taxa de sucesso na

redução do colesterol total

(30)

Taxa de sucesso na

redução do LDL (100)

Taxa de sucesso no

aumento do HDL (60)

Taxa de sucesso na

redução de triglicerídeos

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57

Estudo Objetivo Perspectiva Técnica de

MCDA

empregada

Doença Alternativas

terapêuticas

Critérios e pesos

(quando houver)

Subcritérios e pesos

(quando houver)

(50)

Riscos Incidência de efeitos

adversos em geral (60)

Incidência de interrupção

do uso por conta de

efeitos adversos (100)

Incidência de efeitos

adversos gastrointestinais

(40)

Incidência de

rabdomiólise (100)

Fonte: elaboração própria.

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58

Os estudos selecionados referiam-se a doenças diferentes, cada um empregando

critérios específicos para elaboração das análises multicriteriais. Apenas para as

seguintes situações houve mais de uma publicação: depressão (TERVONEN et al.,

2011; BROEKHUIZEN et al., 2015), doenças tratadas por inibidores de prótons

(FANG; YAO; TSENG, 2010; AL-BADRIYEH et al., 2016) e doenças raras (KOLASA

et al., 2016; SCHEY et al., 2017).

Chen, Chiu e Bau (2011) e Marsh e colaboradores (2017) propuseram estudos de

análise multicriterial na seleção de tratamentos para diabetes mellitus e DPOC,

respectivamente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as principais

causas de morte em 2015 foram, em ordem decrescente em relação ao número de

mortes: doença isquêmica do coração, infarto, infecção do trato respiratório inferior,

doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), câncer de traqueia, brônquios ou pulmão,

diabetes mellitus, doença de Alzheimer e outras demências, doenças diarreicas,

tuberculose e acidentes de trânsito (OMS, 2017). Vislumbra-se a possível utilização de

métodos multicriteriais para auxílio na seleção de tratamentos farmacológicos,

concentrando-se em quadros clínicos que apresentam impacto sobre a população

mundial, e direcionando a tomadas de decisão mais justas em relação às obtidas com o

emprego de outras técnicas de ATS, como as avaliações econômicas.

Com relação às alternativas avaliadas, 11 estudos relataram os medicamentos

analisados enquanto quatro citaram apenas suas classes terapêuticas (inibidores de

bombas de prótons - Fang, Yao e Tseng, 2010; antidepressivos - Broekhuizen et al.,

2015; estatinas - Hoshikawa e Ono, 2017). Em três estudos não foi relatada a classe

terapêutica (dois referentes a medicamentos órfãos – Kolasa et al., 2016; Schey et al.,

2017; e um terceiro, com o objetivo de apresentar um método – Goetghebeur et al.,

2012).

A ausência de descrição das tecnologias avaliadas nos estudos

supramencionados pode justificar-se pela diversidade de objetivos de tais trabalhos.

Goetghebeur e colaboradores (2012) apresentaram e aplicaram a metodologia

multicriterial na testagem de uma nova técnica de análise baseada em diversos critérios,

desenvolvida em estudo prévio (GOETGHEBEUR et al., 2008). Kolasa e colaboradores

(2016) e Schey e colaboradores (2017) elaboraram estudos nos quais foram avaliados

medicamentos órfãos para o tratamento de doenças raras, sem identificação dos

mesmos.

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59

Santana e colaboradores (2014) publicaram revisão integrativa visando obter um

panorama dos indicadores utilizados para seleção de medicamentos, onde foram

selecionados 16 artigos. Quatorze estudos (87,5%) continham indicadores relacionados

a estrutura de um comitê de farmácia e terapêutica; 15 (93,7%), indicadores de

processo; e 13 (81%), indicadores de resultado. Os descritores empregados nas buscas

foram divergentes em relação ao presente trabalho. Um descritor que influenciou os

estudos encontrados foi “comitê de farmácia e terapêutica”, que refletiu o interesse dos

autores em estudos de seleção de medicamentos relacionados à farmácia hospitalar.

Diferente do estudo citado, no presente trabalho foram encontrados estudos com

critérios em sua maioria relacionados a eficácia e segurança, ou seja, à eficácia

relacionada aos medicamentos e aos desfechos das doenças analisadas, e a segurança

dos tratamentos, em relação aos efeitos adversos que estes podem ocasionar.

Edwards e Anderson (1999) elaboraram revisão sistemática para selecionar

medicamentos inibidores seletivos da receptação de serotonina (citalopram, fluoxetina,

fluvoxamina, paroxetina e sertralina). Foram considerados 20 estudos nesta revisão,

concluindo-se não haver diferença de eficácia, apenas maior demora para início da ação

com o uso da fluoxetina. No presente trabalho, há apenas um estudo referente à seleção

de medicamentos da classe citada para tratamento da depressão, onde se compararam

venlafaxina, fluoxetina e placebo (TERVONEN et al., 2011). As tecnologias em saúde

confrontadas foram diferentes, o que torna difícil comparar os resultados obtidos nesses

estudos.

6.2.1. TÉCNICAS APLICADAS

Observou-se a aplicação de diferentes técnicas de análise multicriterial. Dez

trabalhos não definiram as metodologias utilizadas, apenas as descreveram como análise

multicriterial – MCDA (PEREZ-ENCINAS et al., 1998; RAMLI et al., 2013; HSU,

TANG; LU, 2015; HSU et al., 2015; BROEKHUIZEN et al., 2015; NWOKORO et al.,

2016; GREEF van der SANDT et al., 2016; HOSHIKAWA; ONO, 2017); modelo de

decisão multicriterial – MCDM (CHEN; CHIU; BAU, 2011); ou modelo de valor

multiatributo (MARSH et al., 2017). Três estudos empregaram técnicas desenvolvidas

pelos respectivos autores ou em estudos prévios (GOETGHEBEUR et al., 2012;

GOETGHEBEUR et al., 2016; SCHEY et al., 2017).

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60

Perez-Encinas e colaboradores (1998) e Chen, Chiu e Bau (2011) empregaram

metodologia padrão de MCDA, com critérios, pesos e pontuações. Os primeiros

relataram que análises baseadas em múltiplos critérios correspondem a métodos para

tomada de decisão precisos e flexíveis, enquanto Chen, Chiu e Bau (2011) sugeriram

que as recomendações obtidas auxiliariam médicos na elaboração de prescrições.

Ramli e colaboradores (2013) acreditam que a MCDA fornece uma abordagem

estruturada para decisões complexas, onde são atribuídos pesos aos critérios, de acordo

com sua importância na análise. Nesse estudo, objetivaram revisar os medicamentos da

classe das estatinas disponibilizados no Formulário Terapêutico Nacional da Malásia e

utilizaram a análise multicriterial em sua forma padrão. De acordo com os autores, este

tipo de técnica permitiria a apresentação da evidência de forma organizada, o que

tornaria mais fácil a tarefa dos tomadores de decisão. A análise multicriterial seria

eficaz na elaboração e atualização dos formulários terapêuticos. Antes do estudo, seis

medicamentos da mesma classe terapêutica eram disponibilizados (atorvastatina,

pravastatina, sinvastatina, fluvastatina, lovastatina e rosuvastatina). Após sua realização,

os autores verificaram que dois eram suficientes para o objetivo terapêutico desejado

(sinvastatina e atorvastatina). A MCDA pode ser capaz de maximizar a eficiência dos

sistemas de saúde.

Araújo e colaboradores (2011) publicaram análise de custo-efetividade que

avaliou o efeito de sinvastatina e atorvastatina comparados ao placebo, no âmbito do

SUS, para prevenção secundária de eventos cardiovasculares em pacientes

dislipidêmicos. Consideraram-se como critérios para avaliação apenas custo e

efetividade, e os autores concluíram que apenas a sinvastatina era custo-efetiva

(ARAÚJO et al., 2011). Chong, Seeger e Franklin (2001) avaliaram as diferenças entre

estatinas em relação a diversas características: capacidade de alterar o colesterol LDL,

menor número de alterações farmacocinéticas e custo-efetividade. Foram considerados

os medicamentos atorvastatina, pravastatina, sinvastatina, fluvastatina, lovastatina e

cerivastatina, concluindo-se que as alternativas mais custo-efetivas, com base no custo

por percentual alterado de colesterol LDL, foram fluvastatina, cerivastatina e

atorvastatina (CHONG; SEEGER; FRANKLIN, 2001).

Araújo e colaboradores (2011) avaliaram apenas sinvastatina e atorvastatina,

diferentemente de Ramli e colaboradores (2013) e Chong, Seeger e Franklin (2001).

Estes dois últimos trabalhos compararam seis medicamentos da classe, com diferença

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61

apenas em relação a um medicamento em cada análise (cerivastatina e rosuvastatina).

Ramli e colaboradores (2013) concluíram, por meio de uma análise multicriterial, que

atorvastatina e sinvastatina eram suficientes para o Formulário Terapêutico Malaio,

enquanto Chong, Seeger e Franklin (2001) realizaram avaliação de custo-efetividade e

verificaram que as alternativas mais custo-efetivas eram fluvastatina, cerivastatina e

atorvastatina. Embora tenham sido avaliados os mesmos medicamentos, as diferentes

técnicas de análise chegaram a conclusões divergentes: apenas atorvastatina esteve

presente em ambas as decisões. A variação nos cenários e nos desfechos influenciou a

avaliação. No momento da tomada de decisão, é necessário considerar diversos fatores

para a escolha do método de análise, dependendo da disponibilidade de informações e

de recursos humanos capacitados e do objetivo da análise. Além dos diferentes cenários,

o lapso temporal de 12 anos entre os estudos de Ramli e colaboradores (2013) e Chong,

Seeger e Franklin (2001) pode ter potencializado a diferença entre os resultados

observados. Características como preço e o conhecimento disponível sobre segurança

dos medicamentos variam com o tempo, afetando o processo de seleção.

Hsu, Tang e Lu (2015) aplicaram método de análise multicriterial padrão, com o

intuito de obter evidência de risco-benefício e auxiliar médicos e pacientes na tomada

de decisão na seleção de medicamentos para o tratamento da disfunção erétil.

Consideraram que MCDA apresenta como vantagem a possibilidade de avaliação

simultânea de eficácia e segurança de diversas drogas, ponderando riscos e benefícios.

Hsu e colaboradores publicaram outro estudo no ano de 2015, relativo ao

emprego de MCDA na seleção de anticoagulantes para o tratamento da fibrilação atrial

em diferentes cenários, com a comparação da Dabigatrana 150mg, Rivaroxabana 20mg,

Apixabana 5mg e Varfarina. Os resultados obtidos foram relacionados a um estudo

recente que comparou os mesmos medicamentos, utilizando a metodologia da avaliação

de custo-efetividade (CANESTARO et al., 2013). Na avaliação econômica, o resultado

foi diferente do estudo de MCDA. Enquanto Hsu e colaboradores (2015) obtiveram

evidência que indica a Dabigatrana como medicamento de primeira escolha, Canestaro e

colaboradores (2013) consideraram como escolha ótima no mesmo cenário, o

medicamento Apixabana 5mg, por se tratar da estratégia mais custo-efetiva.

Broekhuizen e colaboradores (2015) utilizaram método de MCDA baseado em

teoria de valor multiatributo e relataram como vantagens da aplicação da análise

multicriterial o fato de a mesma auxiliar tomadores de decisão a estruturar as

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62

informações disponíveis (preferências e evidências clínicas), além de permitir a

avaliação do impacto das preferências sobre o valor dos tratamentos. Esses autores

incluíram em seu estudo a avaliação das incertezas e descreveram como vantagens desta

avaliação o aumento na confiabilidade dos resultados, auxílio na verificação da

necessidade de pesquisas adicionais e prevenção de vieses (BROEKHUIZEN et al.,

2015).

Metodologia multicriterial para avaliar o potencial de novas tecnologias no

tratamento de infecções bacterianas foi empregada por Nwokoro e colaboradores

(2016). A análise foi elaborada com a participação de um painel de especialistas. Já

Greef-van der Sandt e colaboradores (2016) desenvolveram uma ferramenta de MCDA

com base em sua estrutura básica (identificação de critérios e pesos). Para a

determinação de critérios e pesos, foram consideradas informações obtidas da literatura,

além de opiniões de médicos e pacientes.

Marsh e colaboradores (2017) aplicaram metodologia padrão de MCDA

acrescida do cálculo do impacto incremental médio para cada alternativa. Uma

limitação importante observada foi o fato de a definição de valores na atribuição de

pesos aos critérios ser realizada por médicos, mas refletindo preferências e perspectivas

de pacientes. As justificativas para tal escolha foram que médicos estão familiarizados

com as informações necessárias para a análise e, se pacientes fossem questionados, seria

necessária a orientação prévia. Foi enfatizado que, por médicos tratarem muitos

pacientes, poderiam ajuizar perspectivas de diversos tipos de pacientes sem a

necessidade de grandes amostras. Porém, ao solicitar que um profissional se comporte

como paciente, introduz-se a possibilidade de viés significativo ao estudo, pois o

conhecimento profissional dificulta a atuação de médicos como pacientes, e estes dois

atores provavelmente atribuiriam valores distintos aos critérios.

Hoshikawa e Ono (2016) aplicaram MCDA na forma geral, sem especificação

da técnica, em estudo que envolveu funcionários de uma indústria farmacêutica para

avaliação de drogas hipotéticas; segundo os autores a estrutura básica de MCDA seria

simples e aceitável, mas haveria preocupação em relação a sua executabilidade e

confiabilidade.

Fang, Yao e Tseng (2010) empregaram a metodologia Data envelopment

analysis – DEA (tradução - Análise de envolvimento de dados), já utilizada para

avaliação da eficiência de hospitais (PUIG-JUNOY, 2000; CHANG, 1998). O método

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63

considerou a eficiência como característica principal da análise, através do cálculo de

“inputs” (fatores de entrada), atributos com efeito negativo sobre a tecnologia em

avaliação, e “outputs” (fatores de saída), com efeito positivo. O objetivo da aplicação da

técnica foi obter valor relativo à eficiência, gerado pela razão entre “outputs” e “inputs”,

com a intenção de maximizá-la. As vantagens descritas do método utilizado, em relação

aos estudos de custo-efetividade, foram: (a) menor custo na coleta de dados e menor

tempo de análise; (b) consideração de indicadores quantitativos e qualitativos

simultaneamente; e (c) nenhum problema quanto ao tamanho da amostra.

Tervonen e colaboradores (2011) relataram que, em relação aos estudos

tradicionais para avaliação de risco-benefício, o emprego de MCDA mostrou-se

adequado, por prover abordagem sistemática e replicável em decisões complexas.

Apesar disso, consideraram que as abordagens multicriteriais descritas previamente

envolviam incertezas, além do risco de perda de informações importantes durante as

análises. Foi proposta a utilização da análise estocástica de aceitabilidade multicriterial

(do inglês stochastic multicriteria acceptance analysis – SMAA) para a realização de

avaliações de risco-benefício de medicamentos. Se comparada à metodologia tradicional

de MCDA, a SMAA possui, entre outras vantagens, a possibilidade de incluir variação

amostral inerente aos critérios de avaliação baseados em ensaios clínicos. Trata-se de

método complexo, composto por diversas variáveis e que exige amplo conhecimento

matemático, o que torna mais difícil sua aplicação (TERVONEN et al., 2011).

Estudo de Erjaee e colaboradores (2012) empregou o processo de hierarquia

analítica (do inglês analytic hierarchy process – AHP), método consagrado na área de

análise multicriterial. O AHP envolveu a comparação das alternativas aos pares em

relação a cada critério. Ao final do processo, os valores obtidos foram agregados, e as

tecnologias em avaliação, hierarquizadas. Os autores concluíram que esse tipo de

abordagem aumenta a qualidade das tomadas de decisão realizadas por médicos, além

de ser útil na incorporação de contribuições de pacientes e seus responsáveis ao

processo decisório (SAATY, 1990).

Para Goetghebeur e colaboradores (2012), o MCDA é uma ferramenta capaz de

facilitar a consideração da importância dos diferentes fatores para a tomada de decisão.

Por meio da aplicação deste tipo de técnica, intenciona-se ponderar todos os critérios

que afetem a decisão.

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64

Estudo anterior publicado pelos autores apresentou o método de análise

multicriterial Evidence and Value: Impact on Decision Making – EVIDEM (tradução -

Evidência e valor: impacto na tomada de decisão) para apoiar a tomada de decisão em

saúde (GOETGHEBEUR et al., 2008). Esse modelo foi construído selecionando-se 15

critérios, e o momento da atribuição de pesos aos critérios forçou tomadores de decisão

a refletirem sobre o motivo pelo qual atribuem tais pesos, gerando questionamentos com

relação à perspectiva para definição de pesos, e se estes poderiam ser aplicados a todos

os tipos de intervenções. Os autores concluíram pela utilidade de MCDA em ATS,

apoiando as decisões e permitindo a obtenção de resultados transparentes e justos.

Em 2016, Goetghebeur e colaboradores (2016) publicaram novo estudo com

aplicação da metodologia EVIDEM, empregando o Efalizumabe no tratamento da

psoríase em um estudo de caso. Concluíram que a abordagem de MCDA admitiu

quantificação e visualização do risco-benefício do uso do medicamento. A combinação

do método com análises estatísticas de fácil utilização permitiu sua aplicação em

problemas reais, facilitando os processos de tomada de decisão, tornando-as mais

transparentes e consistentes (GOETGHEBEUR et al., 2016).

Al-Bradriyeh e colaboradores (2016) compararam alternativas terapêuticas para

inclusão em lista de medicamentos de um hospital público. Aplicaram análise

multicriterial com base no método weighted sum aggregation model (tradução – modelo

de agregação com soma e atribuição de pesos), envolvendo a definição de critérios,

atribuição de pontuações a estes e determinação de pesos, para posterior seleção de

medicamentos. Os autores relataram como vantagem da utilização de MCDA a

possibilidade de incorporação de critérios na tomada de decisão.

Dois estudos que avaliaram medicamentos órfãos foram selecionados nesta

revisão integrativa. Kolasa e colaboradores (2016) analisaram o potencial impacto do

emprego de MCDA na atribuição de preços e no processo de reembolso de

medicamentos órfãos, com o objetivo de verificar se a implementação desse tipo de

análise ocasionaria decisões de incorporação diferentes em relação às já realizadas. Foi

desenvolvida uma ferramenta com aplicação do método consagrado de MCDA value

measurement model (tradução – modelo de medida de valor), baseado na combinação

de valores de pontuação e pesos, onde os valores finais agregados permitiram a

hierarquização das alternativas avaliadas para posterior seleção da mais adequada.

Trata-se de um método utilizado com muita frequência. Segundo Thokala e

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65

colaboradores (2012), quase todos os autores que propuseram a utilização de MCDA em

saúde se referiram a este tipo de técnica.

No estudo de Kolasa e colaboradores (2016), os fatores econômicos

desempenharam papel menos importante do que nas técnicas tradicionalmente aplicadas

em ATS. Dois medicamentos analisados negativamente pela Agência de ATS polonesa

receberam as pontuações totais de performance mais altas com a utilização de MCDA

na avaliação. Os autores consideraram que a abordagem multicriterial possibilita uma

tomada de decisão mais transparente e fornece suporte aos esforços para chegar a uma

distribuição mais equitativa dos recursos em saúde (KOLASA et al., 2016). É

importante ponderar critérios como o impacto que uma tecnologia pode trazer para o

quadro clínico de um paciente, pois nem sempre apenas efetividade e custo são

suficientes para definir a possibilidade de benefício que uma tecnologia pode trazer a

um grupo de pacientes.

O segundo estudo que envolveu medicamentos órfãos é recente, publicado em

2017. Schey e colaboradores (2017) exploraram uma metodologia multicriterial

desenvolvida previamente por Hughes-Wilson e colaboradores (2012), com definição de

critérios e pesos em três diferentes cenários. Em geral, medicamentos órfãos não são

custo-efetivos, devido ao seu alto custo, que faz com que os pacientes tenham

dificuldade no acesso aos tratamentos. Para os autores, a metodologia de MCDA não

captou critérios essenciais para a análise, porque a abordagem foi desenvolvida de

acordo com a perspectiva de uma indústria farmacêutica (SCHEY et al., 2017).

Devido ao custo elevado dos medicamentos, indisponibilidade de comparadores

e dificuldade em demonstrar eficácia dos tratamentos (tendo em vista as pequenas

populações de portadores das doenças), foi descrita preocupação com que o emprego de

avaliações econômicas levasse a decisões não favoráveis em relação aos medicamentos

órfãos (SCHEY et al., 2017). Considerando que os métodos de análise multicriteriais

permitem a observação de outros critérios relevantes para o tratamento de pacientes com

doenças raras, fornecendo transparência ao processo decisório, o uso de MCDA tem

sido sugerido para avaliação de medicamentos órfãos por tomadores de decisão

(HUGHES-WILSON et al., 2012).

6.2.2. CRITÉRIOS E PESOS ATRIBUÍDOS

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66

Quadro 5: Características dos estudos – atribuição de critérios e pesos

Estudo Forma de atribuição dos critérios Forma de atribuição dos pesos Profissional responsável pela

atribuição de critérios e pesos

PEREZ-ENCINAS, M. et al. (1998) Literatura científica e opiniões de

especialistas de dentro da Universidade

de Salamanca.

Painel de especialistas. Médicos e farmacêuticos.

FANG, N.; YAO, M.; TSENG, T.

(2010)

Atribuição pelos autores, sem

aprofundamento.

Não foram atribuídos pesos a todos os

critérios. Para aqueles em que sim, foi

utilizado o método AHP.

Pelos autores, cuja formação não foi

declarada.

TERVONEN, T. et al. (2011) Critérios relativos a benefícios foram

atribuídos de acordo com um ensaio

clínico. Critérios relativos a riscos foram

definidos por um profissional

especialista na área.

Não foram atribuídos pesos numéricos

aos critérios. Foram empregados três

cenários na análise; o primeiro sem

definição de preferências, o segundo e

terceiro com definição de rankings entre

os critérios, realizada por especialista

em antidepressivos.

Critérios determinados por especialistas

na área de depressão; não houve

atribuição de pesos.

CHEN, R.; CHIU, J.; BAU, C. (2011) Critérios obtidos a partir de informações

da Associação Americana de

Endocrinologia Clínica.

Pesos definidos por médicos. Não

informou pesos para todos os critérios.

Médicos.

ERJAEE, A. et al. (2012) Autores definiram critérios, sem

aprofundamento.

Não foram atribuídos pesos numéricos.

De acordo com opiniões de

profissionais, pacientes e responsáveis

foram construídas matrizes de

preferência.

Médicos, pacientes e responsáveis.

GOETGHEBEUR, M. M. et al. (2012) Critérios fazem parte do modelo

EVIDEM e foram descritos a partir de

análise da literatura e de processos de

Painel de especialistas. Tomadores de decisão em políticas de

saúde, médicos, enfermeiros,

farmacêuticos clínicos, economistas da

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67

Estudo Forma de atribuição dos critérios Forma de atribuição dos pesos Profissional responsável pela

atribuição de critérios e pesos

tomada de decisão relacionados a

medicamentos, de mais de 20 jurisdições

pelo mundo.

saúde, epidemiologistas.

RAMLI, A. et al. (2013) Painel de especialistas (farmacêuticos,

médicos e administrador).

Painel de especialistas. Farmacêuticos, avaliadores ou revisores

de medicamentos, médico.

HSU, J. C.; TANG, D. H.; LU, C. Y.

(2015)

Dois estudos de metanálise. Pesos definidos com aplicação do

método AHP.

Farmacêuticos.

HSU, J. C. et al. (2015) Critérios definidos pelos autores, com

base em boas práticas de análise de

decisão.

Pesos definidos com aplicação do

método AHP.

Médico e farmacêuticos.

BROEKHUIZEN, H. et al. (2015) Autores, não especificaram como foi

feita a definição dos critérios.

Opinião de pacientes e médicos

especialistas.

Pacientes e médicos especialistas.

NWOKORO, E. et al. (2016) Painel de especialistas, com membros da

academia e indústria.

Foi considerado que todos os critérios

apresentavam o mesmo peso na análise.

Membros da academia e indústria.

AL-BADRIYEH, D. et al. (2016) Painel de especialistas. Pesos determinados por meio do

emprego de formula descrita no artigo.

Médico e farmacêuticos.

GOETGHEBEUR, M. M. et al. (2016) Revisão sistemática da literatura. Painel de especialistas. Reguladores, clínicos e aqueles que

trabalham com metodologia.

GREEF-van der SANDT, I. et al. (2016) Critérios provenientes de ensaio clínico

realizado previamente.

Definidos com base em pesquisas,

discussão com urologistas e opinião de

pacientes.

Farmacêuticos, médicos e pacientes.

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68

Estudo Forma de atribuição dos critérios Forma de atribuição dos pesos Profissional responsável pela

atribuição de critérios e pesos

KOLASA, K. et al. (2016) Foram utilizadas recomendações de

ATS e outros documentos relevantes

publicados pela AHTAPol, EMA, além

de artigos de revisão publicados.

Determinados pelos autores, sem maior

especificação.

Autores, com base em recomendações

da AHTAPol e EMA.

MARSH, K.et al. (2017) Revisão bibliográfica, e em seguida

painel de especialistas para selecionar os

critérios ideais para o estudo.

Atribuídos por médicos com base em

método hierárquico.

Médicos.

SCHEY, C. et al. (2017) Critérios obtidos do modelo de MCDA

proposto por Hughes-Wilson e

colaboradores (2012).

Atribuídos pelos autores, para diferentes

cenários.

Critérios obtidos de estudos anteriores;

pesos atribuídos pelos autores.

HOSHIKAWA, K.; ONO, S. (2017) Critérios definidos pelos autores, sem

especificação maior.

Pesos atribuídos por funcionários de

indústria farmacêutica, relacionados aos

setores de assuntos regulatórios e/ou

desenvolvimento de medicamentos.

Autores definiram critérios e

funcionários de indústrias farmacêuticas

definiram pesos.

Fonte: elaboração própria.

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69

Foram atribuídos diferentes tipos de critérios nos estudos, sendo frequente o

emprego daqueles relativos à eficácia do tratamento, com desfechos específicos das

doenças em estudo, e segurança, contando com subcritérios relacionados aos efeitos

adversos dos medicamentos em análise (PEREZ-ENCINAS et al., 1998; CHEN; CHIU;

BAU, 2011; RAMLI et al., 2013; HSU; TANG; LU, 2015; HSU et al., 2015; AL-

BADRIYEH et al., 2016; GOETHGHEBEUR et al., 2016; GREEF-VAN DER SANDT

et al., 2016; MARSH et al., 2017; HOSHIKAWA; ONO, 2017).

Diversos estudos abordaram a análise multicriterial de forma preliminar, para

exemplificar a aplicação da respectiva técnica - alguns inclusive considerando

alternativas terapêuticas sem especificação de quais seriam estas (FANG; YAO;

TSENG, 2010; TERVONEN et al., 2011; GOETGHEBEUR et al., 2012;

BROEKHUIZEN et al., 2015; SCHEY et al., 2017; HOSHIKAWA; ONO, 2017). Fang,

Yao e Tseng (2010), por exemplo, declararam apenas que os medicamentos em análise

eram da classe das estatinas, definidos como “1”, “2”, “3” e “4”. As técnicas

empregadas precisam ser aprimoradas e muitos estudos correspondem a propostas de

uso futuro destas metodologias em saúde.

Perez-Encinas e colaboradores (1998) atribuíram pesos aos critérios e

consideraram, em ordem decrescente de importância, eficácia, segurança, aceitação do

paciente e custo. Ramli e colaboradores (2013) consideraram em ordem decrescente:

eficácia, segurança, aplicabilidade do medicamento e custo. Já Greef-van-der-Sandt e

colaboradores (2016), embora não tenham avaliado o custo na análise, atribuíram os

seguintes pesos, também em ordem decrescente: eficácia, segurança e tolerabilidade.

Marsh e colaboradores (2017) definiram pesos para os critérios, em ordem decrescente:

conveniência, efetividade e segurança. Os critérios utilizados na elaboração do estudo

foram determinados por meio de pesquisa bibliográfica e painel de especialistas

composto por médicos, e a atribuição dos pesos também foi responsabilidade desses

profissionais. Nos dois primeiros estudos, a atribuição dos critérios e pesos teve

contribuição de especialistas, enquanto no terceiro, os critérios foram provenientes de

um ensaio clínico e os pesos baseados em literatura científica, discussão com

urologistas e opinião de pacientes. Em ensaios clínicos são abordados critérios de

avaliação como eficácia e segurança, frequentemente sem considerar o custo dos novos

tratamentos, o que às vezes torna sua utilização inviável para os sistemas de saúde

(TURA; SILVA; PEREIRA, 2003).

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70

Eficácia e segurança são critérios de grande relevância para a análise de qualquer

tecnologia em saúde a ser disponibilizada para a sociedade, com grande impacto sobre

esta. Contudo, para a tomada de decisão em saúde, outros critérios são relevantes.

Os custos diretos e indiretos associados às tecnologias não devem ser

desconsiderados, tendo em vista a finitude dos recursos dos sistemas de saúde, com

destaque para o SUS, no Brasil (BRASIL, 2012b). Entretanto, critérios relativos a

custos foram considerados em apenas sete estudos (PEREZ-ENCINAS et al., 1998;

FANG; YAO; TSENG, 2010; ERJAEE et al., 2012; GOETGHEBEUR et al., 2012;

RAMLI et al., 2013; NWOKORO et al., 2016; KOLASA et al., 2016).

Hsu, Tang e Lu (2015) abordaram critérios em diferentes modelos de análise,

geral e detalhado, e nesses modelos foi atribuído maior peso aos critérios relativos aos

riscos do que aos benefícios. Já Hsu e colaboradores (2015) consideraram quatro

cenários em sua análise, nos quais os critérios referentes a benefícios apresentaram

maior importância do que aqueles relacionados aos riscos. Observou-se que nas

situações de prevenção primária e secundária de infarto, os benefícios apresentaram

maior peso, se comparados às situações geral e de alto risco de infarto. Nos estudos

citados e no trabalho publicado por Fang, Yao e Tseng (2010), a atribuição dos pesos

aos critérios foi realizada com o emprego da metodologia multicriterial AHP. A

utilização de metodologias estabelecidas para determinação dos pesos minimiza o efeito

da subjetividade envolvida neste processo. MCDA sempre abarcará certa subjetividade,

por considerar opiniões dos tomadores de decisão, mas a padronização dos processos

envolvidos permite a minimização da possibilidade de vieses relacionados a esta

característica da análise multicritério.

Broekhuizen e colaboradores (2015) apresentaram relatos de pacientes e

especialistas para atribuição de pesos aos critérios em estudo. Os resultados obtidos

indicaram a variação da valorização dos critérios sob as diferentes perspectivas, com

mudança expressiva nas respostas. Goetghebeur e colaboradores (2016) descreveram

diversos critérios com atribuição de pesos e contribuição de pacientes. Riscos e

benefícios apresentaram pesos semelhantes (0.48 e 0.52, respectivamente). Fang, Yao e

Tseng (2010) e Chen, Chiu e Bau (2011) relataram os pesos atribuídos apenas para

alguns critérios da análise, o que gerou confusão no entendimento dos estudos. Já

Hoshikawa e Ono (2017) informaram que a atribuição dos pesos aos critérios foi

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71

baseada em respostas obtidas por meio de questionários (funcionários de indústria

farmacêutica).

Goetghebeur e colaboradores (2012) e Al-Bradriyeh e colaboradores (2016)

abordaram grande quantidade de critérios nos respectivos estudos. Considerar diferentes

critérios é importante; no entanto, é necessária cautela, pois a atribuição de quantidade

elevada de critérios ou escolha de alguns de difícil entendimento e cumprimento

dificulta e limita a utilização das análises multicriteriais para tomada de decisão em

saúde.

Em estudo referente a doenças raras, Kolasa e colaboradores (2016) assumiram

que os pesos relativos a cada critério seriam iguais. Schey e colaboradores (2017)

atribuíram pesos aos critérios definidos em três cenários diferentes, com variação nos

pesos relativos. Não foi incluído o custo na avaliação, importante para a análise,

principalmente em cenários de recursos finitos como sistemas de saúde universais.

Apesar de haver critérios além de custo e efetividade, a consideração dos custos é

importante para que seja analisada a viabilidade do financiamento dos tratamentos pelos

sistemas. No caso de inviabilidade, outras medidas podem ser tomadas como tentativa

de redução dos preços dos medicamentos, por exemplo.

Em quatro estudos selecionados, não foram determinados pesos para os critérios:

Tervonen e colaboradores (2011), Erjaee e colaboradores (2012), Nwokoro e

colaboradores (2016) e Kolasa e colaboradores (2017), citado previamente. A atribuição

de pesos constitui uma das etapas previstas no modelo geral de MCDA, com a intenção

de realizar uma análise ponderada, onde os pesos refletem a importância de cada

critério, se comparado aos demais (THOKALA; DUENAS, 2012; THOKALA et al.,

2016).

6.2.3. RELAÇÃO COM OUTROS ESTUDOS

Tendo em vista que a aplicação das técnicas multicriteriais na área da saúde é

recente (THOKALA et al., 2016), a comparação dos resultados obtidos com estudos

semelhantes é importante para verificação da validade, vantagens e convergência dos

resultados.

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72

Quadro 6: Características dos estudos – clareza, relação com publicações e análise de

sensibilidade

Estudo Comparação de

resultados com

outros estudos

Análise de

sensibilidade

Clareza no

desenvolvimento

PEREZ-ENCINAS,

M. et al. (1998)

Não Sim, com variação

nos valores de

performance

atribuídos às

alternativas, mas sem

especificação da

técnica empregada.

Sim

FANG, N.; YAO,

M.; TSENG, T.

(2010)

Não Não Não

TERVONEN, T et

al. (2011)

Não Não Não

CHEN, R.; CHIU, J.;

BAU, C. (2011)

Não Não Parcialmente

ERJAEE, A. et al.

(2012)

Não Não Sim

GOETGHEBEUR,

M. M. et al. (2012)

Não Não Sim

RAMLI, A. et al.

(2013)

Não Sim, com variação

dos pesos atribuídos

aos critérios

selecionados, mas

sem especificação da

técnica empregada.

Sim

HSU, J. C.; TANG,

D. H.; LU, C. Y.

(2015)

Sim Sim, com variação

dos pesos atribuídos

aos critérios

selecionados, mas

sem especificação da

técnica empregada.

Sim

HSU, J. C. et al.

(2015)

Sim Sim, com variação

dos pesos atribuídos

aos subcritérios de

maior peso nas

categorias

Parcialmente

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73

Estudo Comparação de

resultados com

outros estudos

Análise de

sensibilidade

Clareza no

desenvolvimento

“benefício” e

“riscos”, sem

especificação da

técnica empregada.

BROEKHUIZEN, H.

et al. (2015)

Não Não Sim

NWOKORO, E et al.

(2016)

Sim Não Sim

AL-BADRIYEH, D

et al. (2016)

Sim Sim. Análise de

sensibilidade

probabilística,

realizada através da

exclusão de critérios

e variação de ± 10 %

nas medidas

probabilísticas.

Parcialmente

GOETGHEBEUR,

M. M. et al. (2016)

Não Não Sim

GREEF-van der

SANDT, I et al.

(2016)

Não Sim, com exclusão

de critérios e

variação nos pesos

de cada critério. Não

especificou técnica.

Sim

KOLASA, K et al.

(2016)

Sim Sim. Foram

aplicados limiares de

25% e 75 % para

avaliação do MCDA.

Não especificou

técnica.

Sim

MARSH, K et al.

(2017)

Não Sim. Análise de

sensibilidade

determinística e

probabilística, com

variação do peso de

cada critério.

Sim

SCHEY, C. et al.

(2017)

Não Não Sim

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74

Estudo Comparação de

resultados com

outros estudos

Análise de

sensibilidade

Clareza no

desenvolvimento

HOSHIKAWA, K.;

ONO, S. (2017)

Não Não Sim

Hsu, Tang e Lu (2015) associaram os resultados da análise multicriterial com

informações de duas revisões sistemáticas com metanálise (YUAN et al., 2013;

TSERTSVADZE et al., 2009), e um estudo de metanálise (BERNER; KRISTON;

HARMS, 2006). Para Hsu, Tang e Lu (2015), considerando a relação risco-benefício

em geral, a Vardenafila seria o medicamento inibidor da enzima fosfodiesterase-5 ideal

para o tratamento da disfunção erétil. No entanto, quando foram avaliados critérios

específicos para riscos e benefícios, a Tadalafila foi o medicamento selecionado. Os

resultados obtidos por Hsu, Tang e Lu (2015) foram semelhantes aos de Yuan e

colaboradores (2013), que propuseram a Tadalafila como alternativa mais eficaz. Já

Tsertsvadze e colaboradores (2009) não encontraram diferença nos efeitos dos

medicamentos em melhorar a função erétil ou na probabilidade de eventos adversos, e

Berner, Kriston e Harms (2006) concluíram que a Sildenafila é mais eficaz que

Vardenafila. O emprego de pesos e critérios nas análises direciona a diferentes tomadas

de decisão, e a análise multicriterial permite que seja variada a importância atribuída a

cada critério em análise, de acordo com a perspectiva do estudo (THOKALA;

DUENAS, 2012).

Nwokoro e colaboradores (2016) avaliaram o potencial de tecnologias

alternativas na redução do uso clínico e demanda dos antibióticos tradicionais, e

concluíram que apesar do aumento na utilização de tecnologias alternativas, o impacto

sobre a demanda de antibióticos nos próximos 10 a 20 anos deve ser limitado. Foram

descritos resultados de estudos prévios relativos ao tema. Para Hauser, Mecsas e Moir

(2016), muitas tecnologias alternativas estão enfrentando desafios: pequeno público-

alvo, devido ao espectro estreito, necessidade do emprego simultâneo de antibióticos e

diagnóstico, incertezas em relação à taxa futura de desenvolvimento de resistência e o

fato de as tecnologias propostas estarem distantes de alcançar a possibilidade de uso

clínico (HAUSER; MECSAS; MOIR, 2016).

Fonte: elaboração própria.

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75

Al-Badriyeh e colaboradores (2016) publicaram estudo que empregou análise

multicriterial para comparação entre medicamentos inibidores de prótons em processo

de seleção para formulário terapêutico no Qatar (Esomeprazol, Lansoprazol,

Pantoprazol e Rabeprazol), no qual Esomeprazol e Rabeprazol foram selecionados. Para

Lim e Izham (2012), essas alternativas foram as menos indicadas. Entretanto, o último

estudo apresentou diferenças expressivas em sua execução, com 30% dos valores

pontuados baseados em custos, quando apenas custos primários eram considerados.

Além disso, os medicamentos foram pontuados apenas em relação à quantidade de

eventos adversos associados, sem análise da importância de cada evento (LIM; IZHAM,

2012).

Kolasa e colaboradores (2016) publicaram estudo de análise multicriterial

relativo a medicamentos órfãos, onde foram aplicados métodos de MCDA para seleção

de medicamentos em situações de decisão que já haviam sido objeto de recomendações

relativas à incorporação de tecnologias em saúde, realizadas pela agência de ATS

polonesa (AHTAPol), com o emprego de outros tipos de análise (total: 27

recomendações prévias da AHTAPol). Em 12 casos (44%), houve concordância entre as

decisões, quando critérios econômicos foram excluídos; quando critérios econômicos

foram considerados, em apenas oito casos, entre os 12 citados acima, (66%) houve

concordância. Na Polônia, o processo tradicional de avaliação de tecnologias, realizado

pela AHTAPol, envolve duas etapas: (a) avaliação do dossiê do produto, submetido

pelo fabricante (efetividade clínica, custo-efetividade e análise de impacto

orçamentário); e (b) avaliação de outros documentos e do dossiê citado pelo Conselho

Consultivo, com recomendação favorável ou não à incorporação da tecnologia ao

sistema de saúde (KOLASA et al., 2016).

No Reino Unido, o órgão responsável pela avaliação de tecnologias em saúde é

o National Institute for Health and Care Excellence – NICE (tradução: Instituto

Nacional para Excelência em Saúde e Cuidado), reconhecido por seu rigor

metodológico nas análises. As avaliações realizadas pelo NICE são baseadas em

revisões de evidências clínicas e econômicas (foco em estudos de custo-efetividade),

com a possibilidade de análise de uma tecnologia para indicação específica, ou de

diferentes tecnologias para tratamento de um ou mais quadros clínicos (NICE, 2017;

NICE, 2013).

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76

6.2.4. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Ao ser empregado método de análise multicriterial para tomada de decisão, é

inevitável que os resultados obtidos sejam afetados por incertezas. A análise de

sensibilidade é capaz de permitir identificação de incertezas e verificação da robustez do

efeito das alternativas avaliadas (VALENTE; VETTORAZZI, 2009).

Foi realizada análise de sensibilidade nos estudos publicados por Perez-Encinas

e colaboradores (1998); Ramli e colaboradores (2013); Hsu e colaboradores (2015);

Hsu, Tang e Lu (2015); Al-Bradriyeh e colaboradores (2016); Greef-van der Sandt e

colaboradores (2016); Kolasa e colaboradores, 2016; e Marsh e colaboradores (2017).

Al-Bradriyeh e colaboradores (2016) e Marsh e colaboradores (2017)

especificaram a técnica utilizada nas análises de sensibilidade, tendo os primeiros

realizado análise probabilística (AL-BADRIYEH et al., 2016), e os últimos, análise

determinística e probabilística (MARSH et al., 2017).

Tomadas de decisão em saúde estão relacionadas a incertezas, e as análises de

sensibilidade têm foco nestas. A análise de sensibilidade determinística envolve uma ou

mais variáveis simultaneamente (univariada ou multivariada, respectivamente), e os

resultados obtidos são relacionados aos diferentes cenários selecionados. No entanto,

uma limitação apresentada por esse tipo de estudo é o fato de não ser apresentada a

probabilidade de ocorrência de cada cenário. Já a análise probabilística não possui esta

limitação, e fornece informação relativa à probabilidade. Desde 2004, o NICE,

instituição de saúde do Reino Unido, exige que fabricantes de medicamentos utilizem a

técnica probabilística em suas análises (ADALSTEINSSON; TOUMI, 2013).

6.2.5. POTENCIAIS FONTES DE VIESES

Considerando que a utilização de estudos de análise multicriterial em saúde é

recente (THOKALA; DUENAS, 2012), não foi verificada ferramenta específica para

avaliação da qualidade desses estudos. Portanto, os critérios para avaliação da qualidade

foram incluídos na Planilha de Extração nº 3 (Apêndice 1), adaptada de Brasil (2012a) e

Souza, Silva e Carvalho (2010).

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77

Quadro 7: Características dos estudos – vieses e limitações

Estudo Observação de potenciais vieses e limitações significativos

PEREZ-ENCINAS, M. et

al. (1998)

Resultados não foram relacionados com outros tipos de estudos.

FANG, N.; YAO, M.;

TSENG, T. (2010)

Critérios utilizados se referem a diferentes perspectivas.

Discussão fraca, sem citação de referências.

Não há atribuição de pesos para todos os critérios.

Resultados não foram comparados com outros tipos de estudos.

TERVONEN, T. et al.

(2011)

Resultados não foram comparados com outros tipos de estudo.

Foram feitas relações pertinentes apenas ao método.

Não foi realizada análise de sensibilidade.

CHEN, R.; CHIU, J.; BAU,

C. (2011)

Metodologia confusa, não foram descritas todas as informações do

estudo (como pesos para todos os critérios).

Resultados não foram comparados com outros tipos de estudos.

Não foi realizada análise de sensibilidade.

ERJAEE, A. et al. (2012) Resultados não foram relacionados com outros tipos de estudos.

Utilização do método exige desenvolvimento de software de fácil

entendimento para realização da análise multicriterial.

Não foi realizada análise de sensibilidade.

GOETGHEBEUR, M. M. et

al. (2012)

Potencial viés: estudo financiado por indústria farmacêutica.

Resultados não foram relacionados com outros tipos de estudo.

Não foi feita análise de sensibilidade.

RAMLI, A. et al. (2013) Resultados não foram relacionados com outros tipos de estudo.

HSU, J. C.; TANG, D. H.;

LU, C. Y. (2015)

Foi relatado pelos autores que diversos critérios (desfechos) não foram

incluídos devido à ausência de dados comparativos na literatura.

HSU, J. C. et al. (2015) Não foi especificado como foi feito o cálculo do escore de performance

para cada critério.

Não foram considerados todos os critérios para a análise de

sensibilidade, apenas os com maior peso.

BROEKHUIZEN, H et al.

(2015)

Foi relatado pelos autores que foram assumidas diversas características,

como a independência dos critérios, que no mundo real podem não ser

aplicáveis.

NWOKORO, E. et al.

(2016)

Potencial viés: estudo patrocinado por entidades privadas e um dos

autores é vinculado a indústria farmacêutica.

Os painéis de especialistas poderiam ter representado um conjunto mais

amplo de interessados, como agências de ATS ou outros.

Não realizou análise de sensibilidade.

AL-BADRIYEH, D. et al.

(2016)

Foi feita comparação com outro estudo que comparou os

medicamentos, mas os critérios aplicados no segundo estudo e os

resultados obtidos foram diferentes.

A apresentação da metodologia foi confusa, quantidade grande de

subcritérios e difícil entendimento da atribuição dos pesos.

Não fica claro se houve contribuição de dados da indústria

farmacêutica como fonte de informação.

GOETGHEBEUR, M. M. et

al. (2016)

Em relação à síntese dos dados, o estudo se baseou em análise

estatística relativamente complexa, que pode ter gerado limitações

e incertezas.

É necessário trabalho de validação, conduzindo por exemplo

análise de sensibilidade em relação aos fatos assumidos pelo

modelo, avaliando como poderiam impactar ou não nas

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78

Estudo Observação de potenciais vieses e limitações significativos

conclusões do trabalho.

Estudo financiado por parceria público-privada.

GREEF-van der SANDT, I.

et al. (2016)

Resultados não foram comparados com outros tipos de estudo.

Potencial viés: Autores são funcionários de indústria farmacêutica.

Estudo se baseou em ensaio clínico prévio, também executado

por empresa privada.

KOLASA, K. et al. (2016) Ausência de atribuição de pesos aos critérios aplicados no estudo.

MARSH, K. et al. (2017) Resultados não foram relacionados com outros tipos de estudos.

Potencial viés: estudo financiado por indústria farmacêutica.

Médicos foram responsáveis por atribuir pesos aos critérios, tendo sido

recomendado que realizassem essa atribuição segundo a perspectiva dos

pacientes.

SCHEY, C. et al. (2017) Resultados não foram relacionados com outros tipos de estudos.

Não foi realizada análise de sensibilidade.

Autores consideraram dados obtidos de organizações jurídicas de

pacientes para avaliação da severidade das doenças e impacto das

doenças sobre os pacientes.

Estudo realizado sob perspectiva da indústria, considera como

importantes critérios diferentes em relação aos órgãos de ATS.

HOSHIKAWA, K.; ONO, S.

(2017)

Resultados não foram relacionados com outros tipos de estudos.

Não foi realizada análise de sensibilidade.

Fonte: elaboração própria.

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79

Diversos autores não realizaram análise de sensibilidade (TERVONEN et al.,

2011; CHEN; CHIU; BAU, 2011; ERJAEE et al., 2012; GOETGHEBEUR et al., 2012;

NWOKORO et al., 2016; SCHEY et al., 2017; HOSHIKAWA; ONO, 2017). Conforme

descrito por Valente e Vettorazzi (2009), a análise de sensibilidade permite a

identificação de vieses e verificação da robustez dos resultados obtidos. Portanto, a

realização desta análise fornece maior confiabilidade aos estudos que a realizam.

Os estudos publicados por Goetghebeur e colaboradores (2012), Nwokoro e

colaboradores (2016), Greef-van der Sandt (2016) e Marsh e colaboradores (2017)

foram financiados por indústrias farmacêuticas. Segundo pesquisa realizada por Souza e

colaboradores (2013), pesquisas com financiamento de empresas farmacêuticas

apresentam maior proporção de resultados favoráveis, e “os conflitos de interesses

representam vieses, podendo alterar resultados” (SOUZA et al., 2013, p. 1).

Marsh e colaboradores (2017), para determinação dos pesos atribuídos aos

critérios em estudo, solicitaram que médicos atribuíssem pontuações, mas comportando-

se de acordo com a perspectiva do paciente. Tal característica introduz a possibilidade

de viés, tendo em vista que a importância que médicos e pacientes atribuiriam a fatores

como eficácia e eventos adversos provavelmente seria diferente.

6.3. PADRONIZAÇÃO DA ANÁLISE MULTICRITERIAL

A diversidade de critérios e técnicas aplicadas reflete a inexistência de

padronização em relação à utilização de MCDA para seleção de tratamentos. A

uniformização dos critérios empregados facilitaria a comparação entre diferentes

estudos. Idealmente, seriam bem-vindas especificações quanto ao uso de critérios no

estudo de uma mesma doença. O desenvolvimento exigiria esforços. Propõe-se a

consideração inicial dos critérios referentes aos quadros clínicos de maior impacto para

a sociedade, ou ainda aqueles que, apesar de não apresentarem alta prevalência, sejam

pertinentes a doenças que atualmente não possuem tratamento disponibilizado pelo

SUS, para as quais há urgência em relação à avaliação de incorporação.

A atribuição de pesos, embora preconizada na metodologia geral de MCDA

(THOKALA et al., 2012), não foi realizada em todos os estudos selecionados. Nwokoro

e colaboradores (2016), Erjaee e colaboradores (2012) e Kolasa e colaboradores (2016)

não atribuíram pesos específicos aos critérios, considerando que todos possuíam

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importância equivalente nas análises. Nos estudos em que essa imputação foi efetuada,

os pesos foram conferidos de diferentes maneiras, como, por exemplo, com a formação

de painel de especialistas (PEREZ-ENCINAS et al., 1998; ERJAEE et al., 2012; AL-

BADRIYEH et al., 2016) ou aplicação do método de análise multicriterial AHP

(FANG; YAO; TSENG, 2010; RAMLI et al., 2013; MARSH et al., 2017). A

padronização da forma de determinação dos pesos, assim como dos critérios, é um fator

que facilitaria a comparação dos resultados obtidos em diferentes estudos

multicriteriais. Segundo Thokala e colaboradores (2012), a maioria dos autores que

propuseram o emprego de MCDA em saúde se referiram ao “weighted sum method”,

método mais simples descrito pelos autores citados.

6.4. TOMADA DE DECISÃO EM SAÚDE – INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS

AOS SISTEMAS DE SAÚDE

Ramli e colaboradores (2013) utilizaram metodologia multicriterial para revisão

dos medicamentos disponibilizados em Formulário Terapêutico da Malásia, enquanto

Al-Badriyeh e colaboradores (2016) empregaram este método na padronização de

medicamentos para relação de medicamentos essenciais de um hospital público no

Qatar. Tais abordagens indicam a possibilidade de utilização das metodologias

multicriteriais nos sistemas de saúde com diferentes objetivos, contribuindo para

decisões mais justas, disponibilidade de tratamento e eficiência destes.

No Brasil, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS

(CONITEC) é responsável pela avaliação das solicitações de incorporação de

tecnologias e elaboração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). A

CONITEC é formada por dois segmentos: Plenário e Secretaria Executiva. Quando esta

Comissão recebe uma solicitação de incorporação de tecnologias em saúde após

verificação documental, a Secretaria Executiva analisa os estudos apresentados pelo

demandante, e caso necessário, solicita pesquisas complementares. Em seguida, o

Plenário da CONITEC avalia, faz recomendações e emite parecer, que é imediatamente

submetido à Consulta Pública, onde profissionais e a sociedade podem emitir suas

contribuições. O Parecer volta em seguida ao Plenário, e este avalia se será alterado.

Caso o secretário da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do

Ministério da Saúde (SCTIE) solicite, a Secretaria Executiva promove audiência pública

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81

para discussão do caso. Por fim, o secretário da SCTIE avalia o relatório, decide e

publica a decisão em Diário Oficial da União (CONITEC, 2017a).

Figura 6: Fluxo de incorporação de tecnologias ao SUS (CONITEC, 2017a)

Em consulta ao site da CONITEC, verificou-se que, até o dia 27 de outubro de

2017, haviam sido publicadas pela CONITEC 22 decisões favoráveis à incorporação de

novas tecnologias ou ampliação de uso, seis decisões contrárias à incorporação, além de

19 diretrizes e protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas (PCDT) ao longo de 2017. A

consideração de avaliações econômicas foi predominante (CONITEC, 2017b). É

possível, no entanto, que a utilização de análises que considerem outros tipos de

critérios para avaliar a possível incorporação de tecnologias altere o perfil de algumas

decisões.

Segundo a Política Nacional de Medicamentos (BRASIL, 1998), no Brasil, a

Relação Nacional de Medicamentos Essenciais deve definir elenco de medicamentos

necessários para “tratamento e controle da maioria das patologias prevalentes no país”,

assim como servir de base para elaboração das listas estaduais e municipais. Tendo em

vista a dimensão do país e as características epidemiológicas locais, as necessidades

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regionais provavelmente fazem com que as necessidades terapêuticas das diferentes

regiões variem.

A utilização de MCDA para seleção dos medicamentos a serem padronizados

nas listas estaduais ou municipais pode ser válida, com a consideração de critérios que

enfatizem a epidemiologia local, levando à incorporação das tecnologias necessárias aos

tratamentos da maior parte da população local e favorecendo assim uma maior

eficiência do sistema de saúde.

6.5. TOMADA DE DECISÃO EM SAÚDE – DOENÇAS RARAS

Kolasa e colaboradores (2016) e Schey e colaboradores (2017) usaram análise

multicriterial na escolha do tratamento farmacológico para portadores de doenças raras.

Há interesse de autores de diferentes origens no estudo deste tema. Os primeiros são

provenientes de universidades da Polônia e Hungria, os demais são originários de

universidade na Holanda e de indústria farmacêutica localizada na Suíça.

Devido ao custo elevado dos medicamentos, indisponibilidade de comparadores

e dificuldade em demonstrar eficácia dos tratamentos (tendo em vista as pequenas

populações de portadores das doenças), existe a preocupação de que o emprego de

avaliações econômicas gere decisões não favoráveis em relação aos medicamentos

órfãos (SCHEY et al., 2017). Considerando que os métodos de análise multicriteriais

permitem a observação de outros critérios relevantes para o tratamento de pacientes com

doenças raras, fornecendo transparência ao processo decisório, o uso de MCDA tem

sido sugerido para avaliação de medicamentos órfãos por tomadores de decisão

(HUGHES-WILSON et al., 2012).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) definiu medicamentos

órfãos como aqueles utilizados para tratar doenças raras, cuja dispensação atende a

casos específicos (SOUZA et al., 2010). Em 2014, foi publicada pelo Ministério da

Saúde, a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras,

indicando o interesse deste órgão na regulamentação do cuidado em saúde provido a

estes pacientes, incluindo tratamento farmacológico (BRASIL, 2014). O emprego de

métodos para auxiliar a tomada de decisão quanto à incorporação ao SUS de tecnologias

em saúde a serem utilizadas no tratamento de doenças raras, capazes de considerar

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múltiplos critérios significativos para estes pacientes, pode conduzir a decisões mais

justas.

Em 2015, Vidal e colaboradores (2015) publicaram estudo intitulado

“Priorização de Protocolos Clínicos para Atenção Integral às Pessoas com Doenças

Raras: análise de decisão multicritério”. Os autores atuavam, à época da publicação, no

Ministério da Saúde do Brasil, e elaboraram esse trabalho com o objetivo de priorizar a

elaboração de protocolos de doenças raras. Tal análise indica o interesse do uso de

MCDA na tomada de decisão em saúde. Para eles, a decisão de utilizar a análise

multicriterial ocorreu pela necessidade de transparência no processo decisório, evitando-

se o favorecimento de um grupo em detrimento de outro, garantindo uma decisão que

vise à saúde dos pacientes com doenças raras, sem foco no medicamento (VIDAL et al.,

2015).

No ano anterior, 2014, havia sido publicada a Política Nacional de Atenção às

Pessoas com doenças raras, onde se declarou que doença rara é aquela que atinge no

máximo 65 a cada 100 mil indivíduos. Esta Política apresenta como objetivos a redução

da mortalidade, morbimortalidade e manifestações secundárias, além da melhoria da

qualidade de vida, através de ações de promoção, prevenção, detecção precoce,

tratamento oportuno, redução de incapacidade e cuidados paliativos. Além disso, são

descritos diversos objetivos específicos, como “garantir às pessoas com doenças raras,

em tempo oportuno, acesso aos meios diagnósticos e terapêuticos disponíveis conforme

suas necessidades” (BRASIL, 2014). Enxerga-se o papel importante da CONITEC em

atuar para garantir o cumprimento do disposto na Política citada, por meio da

elaboração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas para doenças raras, e da

análise da possibilidade de incorporação ao SUS de medicamentos indicados ao

tratamento destas doenças.

Alguns países fornecem reembolso para medicamentos órfãos, ainda que estes

não sejam considerados custo-efetivos, enquanto em outros, como a Escócia, o

fornecimento já foi negado por não cumprirem tal requisito. Existe a preocupação de

que os métodos frequentemente utilizados em ATS limitem o acesso ao cuidado em

saúde por considerarem como critérios de avaliação apenas custo e efetividade; no caso

dos medicamentos órfãos, foi sugerida a utilização de MCDA em alternativa aos

métodos tradicionais de ATS. Para esta classe de medicamentos, leva-se em conta que o

custo e a efetividade não são suficientes, sendo necessário considerar outros critérios

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que explicitem, por exemplo, a gravidade da doença e a disponibilidade de outras

formas de tratamento (SCHEY et al., 2017).

Nos estudos publicados por Kolasa e colaboradores (2016) e Schey e

colaboradores (2017), realizaram-se análises multicriteriais no emprego de

medicamentos em doenças raras. Ambos empregaram critérios semelhantes, como:

indicação única ou não do medicamento, raridade da doença, severidade da doença e

nível de conhecimento científico em relação à eficácia do tratamento. Schey e

colaboradores (2017), entretanto, não consideraram critérios relacionados a custos em

sua análise, enquanto Kolasa e colaboradores (2016) aplicaram os critérios custo-

efetividade e impacto orçamentário.

Dentro de um sistema de saúde de recursos finitos, como o SUS, é essencial a

consideração de critérios econômicos; o estudo de custo-efetividade estima custos e

benefícios de uma tecnologia no nível individual, enquanto a análise de impacto

orçamentário faz uma estimativa dos gastos que a incorporação da tecnologia acarretaria

para o sistema, em âmbito populacional (BRASIL, 2012b).

Tendo em vista o aumento no número de publicações de estudos relativos a

doenças raras e a finitude dos recursos no SUS, acredita-se que a elaboração de análises

multicriteriais, com a consideração de critérios específicos, além de custo e efetividade

dos tratamentos, promova uma avaliação mais justa no momento da tomada de decisão

em saúde.

Com base nos estudos de análise multicriterial encontrados, consideram-se

critérios importantes para tomada de decisão em relação a doenças raras, segundo a

perspectiva do tomador de decisão no SUS: (a) raridade da doença; (b) severidade da

doença; (c) nível de pesquisa disponível; (d) incerteza relativa à efetividade; (e)

disponibilidade de outros medicamentos para o tratamento da doença; (f) impacto do

uso do medicamento sobre a doença; (g) custo do tratamento; e (h) impacto

orçamentário.

Não se recomenda a inserção do critério relativo à indicação única do

medicamento avaliado, pois as análises para incorporação realizadas pela CONITEC

envolvem sempre um ou mais medicamentos para uma indicação específica

(CONITEC, 2017b). Além disso, não se incluiu o critério custo-efetividade, pois ainda

que a efetividade de um medicamento não seja elevada e seu custo seja alto, para

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doenças raras em que não haja outros tratamentos disponíveis, o benefício obtido pode

ser significativo para a qualidade de vida do paciente.

Sugere-se a realização de um painel de especialistas para cada doença rara

avaliada, com o objetivo de definir os pesos a serem atribuídos a cada critério, sendo

definidos pesos maiores àqueles considerados mais relevantes para a tomada de decisão.

6.6. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

O número de publicações de estudos de análise multicriterial tem crescido,

inclusive com apresentações em eventos, dissertações e teses. É possível que, se esses

trabalhos não publicados fossem considerados nesta revisão integrativa como literatura

cinzenta, fosse observado maior impacto do emprego da análise multicriterial nas

tomadas de decisão relacionadas a medicamentos.

Uma segunda limitação envolve a indisponibilidade de descritores específicos

relativos a análises multicriteriais nas bases de dados utilizadas, tornando as buscas por

artigos mais difíceis. Foram então usados como descritores palavras-chave encontradas

em artigos relacionados à análise multicritério já publicados.

Por último, destaca-se a pouca disponibilidade, até o momento, de literatura

científica que determine como deve ser a aplicação dos métodos de análise multicriterial

para seleção de tratamentos, não tendo sido selecionado nenhum estudo no idioma

português.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo foram selecionadas 18 publicações nas quais foi realizada

aplicação de metodologias de MCDA, todas no idioma inglês, referentes a diversas

doenças e com aplicação de critérios e pesos específicos. As características relevantes

dos trabalhos foram sistematizadas em planilhas, com emprego de instrumento

padronizado para extração das informações.

A revisão integrativa realizada permitiu a verificação de quais técnicas de

MCDA foram utilizadas para seleção de tratamentos, além da visualização do impacto

deste tipo de técnica, em relação a outros métodos previamente utilizados para a tomada

de decisão em saúde.

Em dez artigos encontrados a técnica de MCDA empregada não foi definida,

enquanto em três foram aplicadas metodologias desenvolvidas previamente. Os autores

que especificaram os métodos utilizaram os seguintes: data envelopment analysis

(análise de envolvimento de dados), stochastic multicriteria acceptability analysis

(análise de aceitabilidade estocástica multicritério), analytic hierarchy process

(processo de hierarquia analítica), weighted sum aggregation method (método da soma

ponderada) e value measurement model (modelo de medida de valor).

A aplicação de técnicas que permitem a abordagem de diversos critérios e pesos

possibilitou a incorporação de fatores importantes para a tomada de decisão em saúde,

cuja consideração não é possível com o emprego de análises econômicas. Em diversas

situações, as análises do tipo MCDA direcionaram para decisões diferentes daquelas

obtidas com o emprego de análises econômicas quando foram avaliadas as mesmas

tecnologias em saúde. Desta maneira, presume-se que a utilização das metodologias

multicriteriais tem potencial para conduzir a decisões mais adequadas.

Dada a diversidade de características nos estudos encontrados, vislumbra-se que

a uniformização de técnicas de MCDA a serem aplicadas para seleção de

medicamentos; e das formas de atribuição de pesos e critérios, com potencial para

facilitar tanto a aplicação destas metodologias nos sistemas de saúde quanto a

comparação entre diferentes estudos.

Propõe-se a padronização inicial de metodologias contendo critérios referentes

aos quadros clínicos de maior impacto para a sociedade, ou ainda aqueles que, apesar de

não apresentarem alta prevalência, sejam pertinentes a doenças que atualmente não

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possuem tratamento disponibilizado pelo SUS, para as quais há urgência em relação à

avaliação de incorporação, como diversas doenças raras. O emprego de MCDA na

seleção de medicamentos para doenças raras pode ser um caminho.

Os métodos de análise multicriterial permitem que diversos fatores sejam

avaliados para a tomada de decisão. É importante considerar critérios como o impacto

que uma tecnologia pode trazer para o quadro clínico de um paciente, pois nem sempre

apenas efetividade e custo são suficientes para definir a possibilidade de benefício que

uma tecnologia pode trazer a um grupo de pacientes.

A utilização de análises multicriteriais para tomada de decisão relativa à

incorporação de medicamentos ao SUS possivelmente conduzirá a decisões mais justas

em relação às avaliações econômicas, com destaque para os medicamentos órfãos

utilizados no tratamento de doenças raras. Esses tratamentos geralmente não são custo-

efetivos, e para uma avaliação mais adequada, outros critérios devem ser considerados.

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101

9. APÊNDICES

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APÊNDICE 1 – Planilhas de Extração

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Quadro 8: Planilha de extração de dados – Características Gerais

Planilha de extração nº 1

1 Características gerais

1.1 Título do estudo

1.2 Revista

1.3 Autores

1.4 Instituição de origem dos autores

1.5 Ano de publicação

1.6 Financiamento

1.7 Conflito de interesses

1.8 Idioma

Fonte: Adaptado de Brasil (2012) e Souza, Silva e Carvalho (2010).

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104

Quadro 9 : Planilha de extração de dados – Características do estudo

Planilha de extração nº 2

2 Características do estudo

2.1 Objetivo

2.2 Perspectiva

2.3

Técnica de MCDA empregada (caso não explicitada a

técnica, colocar: não determinado)

2.4 Doenças consideradas

2.5 Alternativas terapêuticas comparadas

2.6 Critérios

2.6.1 Critérios considerados

2.6.2 Subcritérios considerados

2.6.3 Forma de atribuição dos critérios

2.7 Pesos

2.7.1 Pesos atribuídos

2.7.2 Forma de atribuição dos pesos

2.8 Profissional responsável pela atribuição de critérios e pesos

Fonte: Adaptado de Brasil (2012) e Souza, Silva e Carvalho (2010).

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Quadro 10 - Planilha de extração de dados – Relação com outros tipos de estudo e rigor metodológico

Planilha de extração nº 3

3 Relação com outros tipos de estudos

3.1

Foi feita comparação com resultados de estudos com outros métodos

(ex: avaliações econômicas)?

3.2 Se sim, qual o tipo de estudo usado para comparação?

3.3 Os resultados obtidos (preferências) foram diferentes?

4 Foi realizada análise de sensibilidade?

5 Avaliação do rigor metodológico

5.1 Houve clareza no desenvolvimento da metodologia ao longo do texto?

5.2 Identificação de limitações ou vieses

Fonte: adaptado de Brasil (2012) e Souza, Silva e Carvalho (2010).