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Universidade Federal Fluminense Departamento de Morfologia Instituto Biomédico Curso de Graduação em Biomedicina Marcelo de Oliveira Cesar Solução fixadora alternativa (livre de aldeídos) a partir de composto vegetal isolado para preservação do sistema nervoso. Niterói 2014

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Universidade Federal Fluminense Departamento de Morfologia

Instituto Biomédico Curso de Graduação em Biomedicina

Marcelo de Oliveira Cesar

Solução fixadora alternativa (livre de aldeídos) a partir de

composto vegetal isolado para preservação do sistema

nervoso.

Niterói 2014

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Marcelo de Oliveira Cesar

Solução fixadora alternativa (livre de aldeídos) a partir de composto vegetal isolado para preservação do sistema nervoso.

Monografia submetida ao curso de

Biomedicina, como requisito final para

obtenção de grau do curso de

Bacharelado em Biomedicina com

especialização em Pesquisa Científica

e ênfase em Morfologia.

Orientador: Prof. Dr. Marcio Antonio Babinski Co-orientador: Prof. Dr. Rafael Cisne de Paula

Niterói 2014

II

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3 II

Cesar, Marcelo de Oliveira.

Departamento de Morfologia, Instituto Biomédico, UFF / Marcelo de

Oliveira Cesar, 2014

Orientador: Marcio Antonio Babinski

Co-orientador: Rafael Cisne de Paula

Monografia – Bacharelado em Biomedicina – especialização em Pesquisa

Científica – ênfase em Morfologia

Universidade Federal Fluminense

Referências: f.26

III

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Marcelo de Oliveira Cesar

Solução fixadora alternativa (livre de aldeídos) a partir de composto

vegetal isolado para preservação do sistema nervoso.

Monografia submetida ao curso de Biomedicina, como requisito final para obtenção de grau do curso de Bacharelado em Biomedicina com especialização em Pesquisa Científica e ênfase em Morfologia.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Rafael Cisne de Paula – Tutor e co-orientador Departamento de Morfologia – Universidade Federal Fluminense

_______________________________________________________________ Prof. Dr Carlos Alberto Araújo Chagas

Departamento de Morfologia – universidade Federal Fluminense

_______________________________________________________________Prof. Dr. Marco Aurélio Pereira Sampaio

Departamento de Morfologia – universidade Federal Fluminense

_______________________________________________________________ Prof. Dr. Marcio Antonio Babinski

Departamento de Morfologia – Universidade Federal Fluminense

_______________________________________________________________

Prof. Drª. Carla Lancetta Departamento de Morfologia – Universidade Federal Fluminense

IV

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5 II

Agradecimentos

Agradeço em primeiro lugar a Deus. Pois sem Ele nada na minha vida é

possível, só Ele me da força, esperança e motivação para vencer os

obstáculos. A Ele toda honra.

Agradeço a minha família que sempre me apoiou e me deu forças em todo

período da faculdade, sempre me deu a estrutura e o sustento necessário.

Larissa Cesar minha irmã, meu pai Marcelo Guimarães e Liz Débora Cunha

minha mãe.

Agradeço a minha amiga e namorada Jéssyca Fonseca que me deu forças e

me motivou na reta final da faculdade. Agradeço também ao meu cunhado,

amigo e irmão Rogério Pontes que sempre me ajudou e me deu forças.

Agradeço a todos os amigos que tive ao longo da faculdade, em especial

gostaria de agradecer aos meus amigos da UFF Raquel de Souza, amiga que

sempre me motivou e me deu forças. Raul Mixo, Laís Galvão, Rayssa Justo

que sempre me ajudaram e me motivaram como meus amigos de laboratório. A

uma pessoa que me ajudou a ingressar na UFF que foi meu veterano Carlos

Gustavo Garcia.

Agradeço ao meu professor Márcio Antônio Babinski que me recebeu no

laboratório para realizar estágio e sempre me apoiou quando precisei.

Agradeço ao professor Rafael Cisne de Paula como meu tutor e meu orientador

durante todo período de estágio. A este devo honra especial por sempre me

direcionar, me motivar, me ensinar e me liderar com sabedoria. Certamente o

melhor professor e orientador que alguém poderia ter.

Agradeço a Nando Vieira e Mayda Ordonez. Este casal de amigos sempre tive

como conselheiros sempre me apoiaram e me deram forças. Agradeço também

a Heldo Mattos e Rosângela sua esposa que foram meus discipuladores e

conselheiros me motivando e me dando forças quando precisei.

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6 II

Sumário

1. Resumo.................................................................................................1

2. Introdução.............................................................................................2

2.1. História dos fixadores...............................................................2

2.2. Propriedades dos fixadores.....................................................4

2.3. Fixação tecidual........................................................................5

2.4. Fixadores Convencionais.........................................................7

2.5. Características do sistema nervoso........................................8

2.6. protocolo para fixação do sistema nervoso............................9

2.7. Fixadores utilizados para sistema nervoso............................10

3. Justificativa...........................................................................................12

4. Objetivos...............................................................................................14

5. Relevância do estudo...........................................................................15

6. Material e métodos...............................................................................17

7. Resultados ...........................................................................................18

8. Conclusão.............................................................................................22

9. Cronograma...........................................................................................23

10. Referências Bibliográficas..................................................................24

VI

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7 II

Resumo

Devido à necessidade da conservação de tecidos biológicos para o desenvolvimento de pesquisas, assim como para o avanço dos estudos na área da saúde, encontramos a importância de ter a disposição uma substância fixadora que preserve os mesmos. Ao longo da história foram testadas diversas substâncias e soluções utilizando os mais variados protocolos para preservação de tecidos biológicos, entretanto atualmente o formaldeído, mesmo sendo extremamente tóxico, permanece como principal substância para este fim. Portanto, faz-se necessário continuar a busca por uma substância fixadora que preserve tecidos biológicos de forma a ser uma alternativa de baixo custo ao formaldeído e que seja pouco tóxica. Neste estudo propomos um fixador alternativo de baixo custo com base alcoólica contendo um composto isolado de origem vegetal XXX que seja eficaz na preservação de tecido nervoso. Esta solução proposta foi comparada qualitativamente e quantitativamente com os principais fixadores utilizados para estes tecidos (formaldeído 20% e álcool 70%). Nossos resultados apontam que a nova solução fixadora proposta mostrou ser uma alternativa eficaz na fixação para o sistema nervoso, além de ser uma substância muito pouco tóxica, possui odor que não é irritante e de baixo custo.

Palavras-chaves: fixador alternativo; formaldeído; matriz extracelular;

substância fixadora; tecido nervoso.

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8 II

Introdução

Existe um processo natural de transformação da matéria orgânica, que

chamamos de decomposição. Entretanto, se faz necessária a preservação dos

tecidos, ou mesmo, a preservação de peças cadavéricas com o objetivo de

realizar estudos com fins acadêmicos, científicos ou investigativos. Esta

preservação pode ocorrer do modo natural, como por exemplo, tecidos

preservados com extremo calor ou extremo frio.

Historicamente, povos antigos motivados pela fé acreditavam que

voltariam a viver nestes corpos, sendo então necessário conservá-los. (Mayor,

2000; Saeed et al, 2001; Itopa et al, 2011). Outros pretendiam entender a

disposição interna dos órgãos para aprimorarem a caça (Von Hagens, 2009),

ou ainda para tratarem enfermidades. (Von Staden, 1992; Mayor, 2000;

Osuagwu, 2006; von Hagens, 2009). O homem, portanto, sempre buscou

ferramentas que permitissem a conservação dos corpos ou dos tecidos deste

após a morte. A sociedade moderna busca essa conservação dos tecidos a fim

de estudar os organismos de maneira macroscópica e principalmente

microscopicamente. Para isso, são utilizadas técnicas diversas que nos

permitam tomar conhecimento da integridade de um tecido após ser submetido

ao processo de fixação, como: histoquímica, imunohistoquímica, biologia

molecular, etc (Saeed et al, 2001; Buesa et al, 2008). Diversas técnicas foram

desenvolvidas, porém as mesmas se adaptam melhor ou pior às realidades

atuais (Von Hagens, 2009). Diversas substâncias fixadoras são utilizadas

nestes estudos investigativos modernos, sendo a principal delas o formaldeído.

Esta substância, apesar de preservar com êxito os tecidos, é extremamente

toxica, e por isso, surge a necessidade pela busca de soluções alternativas.

História dos fixadores

A técnica mais antiga de preservação de um corpo é a mumificação, que

é uma forma de desidratação precedida por um tratamento químico com

substâncias das quais não se tem o conhecimento exato. Este método foi

usado por diversos povos antigos motivados principalmente pela fé. Temos

para este exemplo principalmente os Egípcios, que utilizaram diversos tipos de

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embalsamento. Além deles outros povos também praticavam a mumificação.

Os babilônios conservavam os cadáveres em mel de abelha ou cera, eles

foram o primeiro povo a conservar animais com finalidades científicas (Mayor,

2000; Saeed et al, 2001; von Hagens, 2009). Além das múmias preparadas

pelo homem, houveram também múmias formadas naturalmente, sem

nenhuma preparação ou interferência do homem, a partir de condições

climáticas ou ambientais dos locais onde estas ficaram depositadas. Temos

como exemplo o calor e ventos constantes como em desertos da África, que

favorecem rápida desidratação dos corpos, ou mesmo o frio extremo como nas

regiões polares podendo atuar como elementos preservadores, mantendo os

corpos íntegros por longos períodos (Mayor, 2000; Von Hagens, 2009; Itopa et

al, 2011). Além destas podemos citar o frio das regiões polares, regiões ricas

em sal e certas substâncias químicas encontradas em pântanos,

principalmente no Norte da Europa (Hildebrand, 1968; Mayor, 2000; Rodrigues,

2010; Itopa et al, 2011).

O maior avanço na conservação de cadáveres ocorreu em 1868 com o

uso de formaldeído em técnicas anatômicas e microscópicas (Hildebrand,

1968; Fox et al.; 1985; Sompuram et al, 2004). Esta substância foi descoberta

no ano de 1859 pelo russo Butlerov, porém suas aplicações médicas surgiram

a partir de 1891 por Ferdinand Blum, através das descobertas das

propriedades antisséptica e antimicrobiana. Uma outra propriedade surgiu

caracterizada acidentalmente, quando Blum observou que sua pele dos dedos

apresentavam rigidez após o contato com a substância do formaldeído, sendo

esta maior ou igual a produzida pelo álcool (Fox et al., 1985). Blum preparou

alguns tecidos de rato e fixou com formaldeído a fim de analisar a capacidade

de fixação histológica e o uso de colorações histoquímicas nestes tecidos. Os

resultados apresentaram excelente capacidade fixadora da substância, sendo

estas propriedades confirmadas em seguida pelo famoso histologista de

Frankfurt, Weigert (Fox et al., 1985).

Nos dias atuais, a conservação de peças cadavéricas visa o estudo do

corpo humano, tanto para se aplicar a medicina, a pesquisa, assim como para

o aprendizado da anatomia, aplicando este conhecimento nas diversas áreas

da saúde. Além disso, temos a necessidade de realizar estudos histológicos,

mostrando a integridade de um tecido aplicando isso em estudos acadêmicos e

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10 II

científicos para diversas disciplinas, ou mesmo, em hospitais quando são

realizados exames investigativos para descobrir possíveis patologias em um

determinado tecido. Apesar de toda tecnologia disponível e todo conhecimento

já adquirido, temos dificuldades de conservar peças cadavéricas e fragmentos

de tecidos com substâncias não tóxicas ou que preservem os tecidos nas

condições ideais para estudo, que seria o mais semelhante possível ao

organismo vivo. Portanto, temos necessidade de continuar a pesquisa por

novos agentes fixadores que não apresentem propriedades tóxicas e nos

permita uma melhor qualidade para estudos, conservando o tecido o mais

próximo possível do organismo vivo.

Propriedades dos fixadores

Fixadores são substâncias químicas que mantêm a integridade tecidual

diante da decomposição natural. Estas substâncias agem evitando alterações

na constituição celular, fixando proteínas proteolíticas, evitando a destruição do

tecido intracelular e extracelular (Tolosa et al, 2003). No que diz respeito a

fixação de componentes da matriz extracelular, devemos considerar

principalmente o colágeno e a elastina. Esta fixação consiste em formação de

ligações cruzadas que mantém a estrutura de colágeno mesmo que ligações

no tecido reticulado se rompam (Bowes & Carter, 1965), como mostra a figura

1. Alguns fatores, quando em condições favoráveis, aperfeiçoam esta função,

tais como: viscosidade, temperatura, volume, pH e osmolaridade da substância

(Fox et al, 1985; Tolosa et al, 2003 Zeng et al, 2013).

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Figura 1 - Imagem esquemática mostrando a fixação de colágeno a partir de ligações cruzadas no tecido (Adaptado de

Bowes & Cater, 1965).

A viscosidade do fixador esta diretamente relacionada com a velocidade

de penetração no tecido, assim como é proporcional a espessura do tecido. A

temperatura aumenta a velocidade de fixação, principalmente de fixadores

mais viscosos, ampliando a velocidade de penetração do fixador no tecido.

Para adequada fixação por imersão, o volume do fixador deve ser 20 – 30

vezes maior que o do tecido (Tolosa et al, 2003; Buesa, 2008; Zeng et al,

2013).

Em tecidos preparados para anatomia, tem sido utilizada o formaldeído

tamponado (3,7%) como padrão há décadas. Em soluções fixadas para

microscopia se destacam além do formaldeído substâncias como álcool e

gluteraldeído. (Buesa, 2008).

Fixação tecidual

Fixação é o processo onde um tecido é submetido a uma ou mais

substâncias fixadoras durante a decomposição natural para que ocorra a

preservação deste. A fixação de peças cadavéricas ou de fragmentos de

tecidos pode ser utilizada para: fins acadêmicos, sendo usada em aulas

práticas de disciplinas ligadas a área morfológica da saúde (disciplinas como

anatomia, embriologia e histologia) ou utilizada no aperfeiçoamento e

aprendizado de profissionais da área da saúde nas disciplinas morfológicas

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principalmente no que diz respeito a cursos como: medicina, enfermagem,

veterinária, etc; fins científicos, sendo utilizada do desenvolvimento das

disciplinas de morfologia ou na pesquisa onde são pesquisados novos

conhecimento a respeito de estruturas histológicas ou anatômicas; fins

investigativos, como por exemplo, em exames onde a histologia é analisada

para analisar e diagnosticar patologias em um determinado indivíduo

(normalmente podem ser associados a exames moleculares que nos fornecem

diagnósticos mais precisos).

A fixação ocorre quando a solução fixadora penetra no tecido,

conservando as estruturas intra e extracelulares deste tecido. A preservação

intracelular ocorre quando o fixador penetra bem na célula, de modo que, o

tamanho da molécula fixadora interfere neste processo (moléculas maiores tem

dificuldade de penetrar nas células e nos núcleos destas). Um dos aspectos

que influenciam na qualidade da fixação é o pH da solução, que deve se

encontrar entre 7.2 e 7.5. para que a solução penetre melhor no tecido (Schultz

and Karlsson,1965). Outro aspecto importante na preservação de tecidos é a

temperatura. A temperatura em que a substância fixadora funciona influencia

no processo de fixação, mas isto depende do fixador. O tecido não fixado sofre

naturalmente o processo de autólise. Este pode ser inibido por fixadores de

baixa temperatura por refrigeração. Em contrapartida fixadores de alta

temperatura induzem vasodilatação, permitindo que melhore a vasodilatação

durante a perfusão do animal. Deste modo os fixadores penetram melhor nos

tecidos. Estudos de neurotoxicidade envolvendo perfusão recomendam

fixadores de temperatura ambiente (Fox et al, 1985; Fix and Garman, 2000).

Ainda outro aspecto importante a ser considerado para uma fixação

ótima é a osmolaridade da solução fixadora. Soluções fixadoras com alta

osmolaridade (hipertonicidade) podem provocar considerável encolhimento

(“shrinkage”) do tecido. Entretanto soluções fixadoras que possuam baixa

osmolaridade não penetram bem no tecido, logo a perfusão tecidual com esta

solução é insuficiente. Recomenda-se que sejam utilizados fixadores de média

osmolaridade entre 400-600 mOsmol (Fix and Garman, 2000).

Um fator importante que influencia na fixação dos tecidos é a maneira

como este fixador é introduzido no tecido. Existem soluções fixadoras que são

inseridas no tecido por perfusão (injetado via sistema vascular pelo ventrículo

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13 II

esquerdo), entretanto alguns fixadores funcionam bem a partir da imersão do

tecido, ou do cadáver ao qual pertence o tecido, nesta solução. Indica-se que

durante a perfusão, a substância fixadora seja injetada com uma pressão de

120-150 mm Hg para um rato. (Fix and Garman, 2000).

Fixadores Convencionais

Entre os principais fixadores de baixo custo utilizados para histologia de

rotina atualmente, encontramos o formaldeído e o álcool 70%, sendo este

segundo só utilizado para fixação de pequenos fragmentos de tecido. A

escolha pela substância fixadora a ser utilizada se dá por aspectos como:

toxicidade (principalmente devido a preocupação com os profissionais e

estudantes que manipulam a solução), o custo e a eficácia para o fim

pretendido.

Formaldeído: esta substância caracteriza-se por ser um gás incolor com

forte odor irritante, sendo solúvel em água e possui alta reatividade química

(Sompuram et al, 2004; Moelans et al, 2011). Quando dissolvido em água

torna-se hidratado formando uma substância chamada metileno glicol (Fox et

al, 1985; Kiernan, 2000). Quando tecidos são submersos em formaldeído, eles

são rapidamente penetrados por metileno glicol sendo sua penetração mais

rápida em relação ao formaldeído carbonil. (Kiernan, 2000)

O formaldeído é um electrófilo reativo, reagindo com vários grupos de

macromoléculas biológicas a partir de ligações cruzadas, tais como: proteínas,

glicoproteínas e ácidos nucléicos. Este mecanismo altera consideravelmente as

características dos tecidos. Devido ao tamanho da molécula o formaldeído

penetra rapidamente no tecido, porém as pontes de metileno se formam

lentamente, fazendo com que uma adequada fixação demore dias, além disso

as pontes de metileno podem ser reversíveis (Moelans et al, 2011).

O formaldeído representa risco para a saúde humana principalmente em

locais de exposições excessivas como hospitais e universidades ou instituições

de pesquisa. Esta substância é classificada como carcinogênica para humanos

(Grupo 1) pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (Iarc, 2006).

A Organização Mundial de Saúde (WHO, 2010) recomenda um valor de

qualidade do ar de no máximo 0,1 mg/m³ em ambientes internos, entretanto o

limite de exposição adotado pela legislação brasileira (Norma Brasileira NR-15

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da ANVISA) é de 2,3 mg/m³ (valor muito superior aos limites recomendados

pela OMS). Este limite é significativamente maior do que os limites adotados

em outros lugares do mundo.

Histologicamente, tecidos fixados com formaldeído são preservados. No

entanto, este fixador não penetra bem no núcleo impossibilitando a realização

de técnicas de biologia molecular (como extração de RNA e DNA). O tecido

nervoso, devido a características do tecido, não fica bem preservado com este

fixador sendo necessária a utilização do dobro da concentração na diluição do

fixador, mesmo assim não apresenta com esta concentração preservação

eficaz.

Álcool: este composto é utilizado principalmente na conservação de

pequenos fragmentos de tecido tendo nestes uma rápida penetração e fixação

(Tolosa et al, 2003). O etanol não preserva tecidos por ligação cruzada de

proteínas, portanto a morfologia produzida por estes fixadores não é idêntica à

formalina (Cox et al, 2006).

Entre as vantagens da utilização de fixadores a base de álcool encontramos: a

fixação rápida, eliminação de vapores cancerígenos, intensifica a coloração no

tecido e facilita o uso da amostra em análises imunohistoquímicas (Buesa,

2008; Moelans et al, 2011). Entretanto esta substância pode causar

encolhimento do tecido, o endurecimento, a deposição de artefatos em

amostras de sangue, causa lise parcial ou total de eritrócitos, além de

aumentar a inflamabilidade do ambiente (Sompuram et al, 2004; Moelans et al,

2011). Este fixador não é utilizado para macroscopia, apenas preserva

pequenos fragmentos de tecido. Tecidos fixados com álcool 70% apresentam

ótima fixação, com boa visualização das estruturas. Entretanto podemos

identificar nas imagens histológicas a presença de vacúolos ao redor dos

núcleos como sinal de retração tecidual devido a desidratação do tecido

Características do sistema nervoso

O tecido nervoso é um tecido diferenciado, pois é rico em água e lipídeos.

Notadamente este tecido se deteriora rapidamente, sendo difícil encontrar bons

fixadores para este tecido. Encontramos no tecido nervoso duas regiões, sendo

uma a substância cinzenta que é uma região rica em corpos de neurônios,

dentritos porções iniciais não mielinizadas de axônios e células da glia. Esta

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região é onde ocorrem principalmente as sinapses do sistema nervoso central

e está contida principalmente na superfície do sistema nervoso central. A outra

região é a substância branca, que é encontrada nas partes mais internas do

sistema nervoso central. Esta ultima é predominada por axônios mielinizados (a

mielina é a substância lipídica que proporciona a diferença de cor entre as

regiões do sistema nervoso, sendo responsável por aumentar a velocidade da

condução do impulso nervoso gerado pelas sinapses dos neurônios). A

substância branca também contem alguns grupos de neurônios e células da

glia.

Outra característica do sistema nervoso é a presença de barreiras que

protegem este sistema. A barreira mais importante a ser citada quando se trata

de fixação de tecidos nervosos é a barreira hematoencefálica. A barreira

hematoencefálica é uma barreira funcional formada por endotélio entre o

sistema nervoso e o sangue. Esta tem a função de impedir que agentes

químicos ou toxinas entrem no sistema nervoso e ao mesmo tempo permite a

função metabólica normal do sangue. A isto se deve o fato da maioria dos

fixadores serem introduzidos de modo mais eficiente nos tecidos nervosos

através da perfusão (Junqueira, 2008).

Protocolo para fixação do sistema nervoso

A forma mais comum de se fixar o sistema nervoso é por direta imersão

do órgão ou tecido na solução fixadora. Entretanto, o modo mais eficiente de é

através da perfusão via sistema vascular (Fix and Garman, 2000). Isto se deve

devido ao rápido ressecamento e deterioração que sofre este tecido após a

morte, fator este que se deve as propriedades do tecido, que é rico em água e

lipídeos (Carmmermeyer J, 1968).

É importante que o tecido nervoso ao ficar bem fixado mostre em sua

histologia neurônios vistos com clareza (por serem as principais células do

sistema nervoso central). Portanto, deve ser possível identificar bem suas

principais estruturas como os axônios, os corpos dos neurônios e os núcleos.

Na histologia do sistema nervoso central, também esperamos encontrar vasos

dilatados. Esta característica indica que vasos e capilares foram igualmente

perfundidos ao longo do tecido mostrando a fixação homogênea através deste.

Outro fator importante a ser notado na histologia do tecido nervoso é a falta de

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espaços de retração. Estes espaços são vacúolos em torno dos núcleos das

células que mostram que houve retração do tecido por desidratação. Um tecido

bem fixado não deveria apresentar este sinal de desidratação. Além disso, os

fascículos nervosos e as camadas de mielina deveriam se apresentar lisas e

sem fissuras. Esta característica vista na histologia do tecido nervoso central

mostra a preservação destas estruturas (Fix and Garman, 2000).

Existem alguns fatores importantes a serem levados em consideração

para que um fixador possa atingir seu perfil “ótimo” na fixação de um tecido.

Como por exemplo, o pH da substância que deve ser em torno de 7.2 a 7.5,

pois um pH ácido ou básico poderiam destruir o tecido. Alguns fatores inclusive

deveriam ser próprios para cada tecido. Assim como a osmolaridade, pois

recomenda-se que para cada tecido deve apresentar uma osmolaridade

específica para uma melhor fixação. Isto indica que, para cada tipo de tecido

deveria existir um fixador diferente que proporcionasse uma ótima fixação. No

tecido nervoso, recomenda-se uma osmolaridade entre 400-600 mOsmol

(hipertonicidade média). Pois uma hipertonicidade (acima de 1000 mOsmol)

poderia causar retração do tecido e uma baixa tonicidade (abaixo de 300

mOsmol) poderia causar fixação pobre (Fix and Garman, 2000).

Fixadores utilizados para sistema nervoso

Este tecido apresenta dificuldade para a penetração da solução fixadora no

tecido. O tecido cerebral é normalmente fixado com formaldeído a 20%, mas

este fixador é tóxico e além de não penetrar tão bem neste tecido, não fixa tão

bem devido ao excesso de água na região encefálica. Outro fixador que é

usado neste tecido é o etanol. Este é um bom fixador para pequenos

fragmentos, e facilita a utilização de histoquímica, mas não é tão utilizado, pois

possui muitas contraindicações, principalmente por provocar um endurecimento

do tecido e contração do mesmo.

Existem ainda alguns fixadores utilizados para se trabalhar com material

genético de tecido nervoso, como por exemplo o Methacarn (fixador composto

por metanol, clorofórmio e ácido acético) e a acetona. Ambos os fixadores são

protocolados para se trabalhar com baixas temperaturas (-80ºC). Este tipo de

fixadores que funciona com baixas temperaturas além de serem de caro

manuseio, não são eficazes para se trabalhar com histologia. Além disso,

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trabalhar com baixas temperaturas induziriam congelamento do tecido. Este

fator causaria danos no tecido nervoso pela formação de cristais de gelo, já

que este tecido é rico em água (Akani H, 2013).

Deste modo continuamos a busca por um fixador para o sistema nervoso

que seja eficaz para as propriedades do tecido. Apresentando portanto, uma

boa penetração no tecido e permitindo que sejam nitidamente visualizadas as

estruturas teciduais, como por exemplo os axônios dos neurônios.

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Justificativa

A conservação de peças cadavéricas visa o estudo de tecidos biológicos

com finalidades acadêmicas, cientificas e investigativas. Esta conservação dos

tecidos é realizada a partir de elementos que atuem inibindo a destruição dos

componentes teciduais (intracelulares e extracelulares), e seus principais

agentes são físicos (ex: calor) e químicos (ex: aldeídos). Apesar de toda

tecnologia disponível e todo conhecimento já adquirido, temos dificuldades de

conservar peças cadavéricas e fragmentos de tecidos com substâncias não

tóxicas ou que preservem estes tecidos nas condições ideais para estudo, que

seria o mais semelhante possível ao organismo vivo. Além disso, um bom

fixador precisa permitir que pequenos fragmentos de tecidos sejam utilizados

em diferentes técnicas de estudo, especialmente técnicas atuais de

histopatologia e biologia molecular.

O principal fixador utilizado no mundo é o formaldeído. Esta substância

quando diluída em água e tamponada, gera a formalina. Uma importante

característica do processo de fixação com esta solução fixadora é que devido

ao tamanho pequeno da molécula, o formaldeído penetra rapidamente no

tecido. Entretanto, a formação das pontes de metileno (ligações cruzadas que

estabilizam a matriz extracelular) ocorre lentamente e uma adequada fixação

pode levar dias, além disso, estas pontes podem ser reversíveis.

Este composto como fixador apresenta algumas desvantagens, como a

formação espontânea de acido fórmico quando este é exposto a oxigênio

atmosférico, a luminosidade e ao aumento de temperatura. O ácido fórmico é

responsável pela destruição tecidual, contrastando com a formalina que

preserva o tecido. Porém, seu principal fator negativo é a sua toxicidade, sendo

esta substancia classificada como carcinogênica para humanos pela Agência

Internacional para Pesquisa sobre Câncer. Além disso, o formaldeído é

extremamente irritante para as vias aéreas, para os olhos e para a pele. Há

também alguns estudos sobre os efeitos genotóxicos em trabalhadores

expostos a esta substancia. Sua alta solubilidade em água provoca uma rápida

absorção pelo trato respiratório e gastrointestinal, que é conhecido por causar

tumores nasais em roedores. Além disso, fragmentos de tecido expostos a

formalina não permitem estudos de biologia molecular com precisão, e cobrem

12

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19 II

epítopos proteicos (o que dificulta e aumenta o processo de

imunohistoquímica). Apesar de suas características tóxicas e a diminuição dos

tipos de técnicas a que um fragmento fixado com formaldeído pode ser

aplicado, atualmente esta substancia continua sendo o principal meio de

fixação de peças cadavéricas e fragmentos de tecidos para histologia. Alguns

autores atribuem a este fenômeno o nome de “dogma do formol”.

Este fato torna-se agravado quando tecidos de sistema nervoso

precisam ser fixados nesta substancia, pois o formaldeído não é um bom

fixador para sistema nervoso, principalmente devido às características do

próprio tecido que possui altas concentrações de lipídeo e água, além da

dificuldade de penetração de soluções neste meio. Além deste fator, este

tecido possui osmolaridade impar quando comparado aos demais. Portanto, há

de se valorizar a importância de uma solução especial para este meio, com

osmolaridade e características especificas. Usualmente o formaldeído é

utilizado neste meio na concentração de 20% (dobro da concentração

normalmente utilizada para outros tecidos), a fim de potencializar o poder de

penetração da solução fixadora no tecido, sendo muito elevados os efeitos

tóxicos da substancia nesta concentração. Esta concentração foi estabelecida

ainda no sec. XIX, quando pouco se atribua importância aos efeitos tóxicos e

destrutivos dos compostos. Este “dogma” segue até os dias atuais.

Surge desta forma, a necessidade por novos agentes ou soluções

fixadoras capazes de atuar neste tipo especial de tecido, com baixo custo,

baixa toxicidade e que permitam uma boa preservação aliado a possibilidade

de desenvolvimento de explorações técnicas como: histoquímica,

imunohistoquímica e biologia molecular.

13

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20 II

Objetivos

1- Analisar de nova solução fixadora alternativa de base alcoólica contendo um

composto vegetal isolado para preservação de tecidos nervosos do sistema

nervoso.

2- Analisar uma solução fixadora de teor atóxico, baixo custo e melhor eficácia

em comparação ao formaldeído 20% e ao álcool 70% (fixadores presentes

comumente utilizados para fixação de tecido nervoso).

3- Analisar a capacidade de aplicação de técnica de coloração histológica em

H&E para analise qualitativa e quantitativa em tecidos preservados com a

solução fixadora alternativa de base alcoólica a partir de composto vegetal.

14

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21 II

Relevância do estudo

Temos necessidade de continuar a pesquisa por novos agentes

fixadores que não apresentem propriedades tóxicas e nos permita uma melhor

qualidade para estudos, conservando o tecido o mais próximo possível do

organismo vivo. Neste trabalho propomos uma nova solução fixadora com base

alcoólica contendo um composto XXX, visando analisar a capacidade da

mesma na preservação de tecidos do sistema nervoso, assim como,

comparando com demais meios de preservação utilizados. Esta nova

substância fixadora tem como principal componente um composto de origem

vegetal isolado, o XXX.

Ao longo da história encontramos relatos da utilização deste composto

XXX como participantes do processo de mumificação em alguns povos antigos,

mostrando que este composto possui uma propriedade de conservação Esta

característica é atribuída a algumas propriedades da molécula como a

capacidade deste composto de precipitar proteínas. Além disso, este composto

tem a capacidade de atenuar a ação de proteases na digestão de elastina e

colágeno, componentes que fazem parte da estrutura da matriz extracelular.

Este composto fornece estabilidade às fibras elásticas, isto devido a sua

afinidade pelas regiões hidrofóbicas se ligando a regiões de clivagem e,

portanto impedindo competitivamente a ligação destas proteases.

Esta substância possivelmente possui maior facilidade de penetrar nos

tecidos em relação ao formaldeído, e favorece a manutenção da matriz

extracelular. Além de ser um fixador com potencial de preservação maior neste

tecido, ele pode ser adquirido por baixo custo, sendo ainda atóxico para os

estudantes, profissionais ou pacientes, que entrem em contato com esta

substância ou com tecidos tratados com a mesma.

Material e métodos

As pesquisas foram realizadas a partir do uso de uma nova solução fixadora

na preservação de tecido nervoso comparando com as principais soluções

fixadoras utilizadas convencionalmente (formaldeído 20% e álcool 70%). A

nova solução proposta e soluções de coloração histológica foram obtidas

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22 II

através da Sigma-Aldrich Co. A solução de formaldeído 20% tamponado foi

obtido através da Merck-Millipore Co.

Aquisição dos tecidos e eutanásia

O estudo designado e protocolo de experimentos foram aprovados por um

comitê de ética e pesquisa animal da Escola de Medicina Veterinária da

Universidade de São Paulo (número de protocolo 2851/2012, que tem como

base para análise o Guia para cuidados e uso de animais de laboratório). O

experimento foi desenvolvido de acordo com as diretrizes do Colégio Brasileiro

para Experimentação Animal. Foram utilizados ratos Wistar (n=5) obtidos a

partir do Biotério Central do Departamento de Patologia da Faculdade de

Medicina Veterinária e Zootecnia da USP. Estes tecidos foram utilizados para

diversos projetos do Laboratório de Síntese e Analise de Biomateriais do

Departamento de Morfologia da UFF, incluídos nesta linha de pesquisa. Estes

animais foram sacrificados com tiopental, sendo as doses utilizadas

recomendadas para o sacrifício de acordo com o peso do animal (acima de 40

mg/Kg).

Protocolo de processamento

Imediatamente depois do sacrifício animal, encéfalos foram removidos e

armazenados por 72h em temperatura ambiente nas três diferentes soluções

(formaldeído 20%, álcool 70% e solução XXX). Foi realizada a clivagem dos

tecidos, onde foram feitos cortes coronais nos encéfalos.

Preparação histológica

Estes tecidos foram desidratados com banhos crescentes em álcool (70%,

80%, 90% e absoluto), novamente hidratados com dois banhos de Xilol e

embebidos em banhos de parafina, seguindo o procedimento padrão para

inclusão do material. Foram realizados cortes com 5 μm de espessura

utilizando um micrótomo (MRP-09 Lupetec, São Carlos, Brazil). Estes cortes

foram capturados em “banho maria” a 37ºC com lâminas histológicas. Estas

lâminas foram posteriormente submetidas à coloração histológica com

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23 II

Hematoxilina e Eosina (H&E) conforme descrita pelo fabricante (Sigma-Aldrich,

St. Louis, USA), para analisar a integridade do tecido.

Análise qualitativa das imagens

Aspectos histológicos dos tecidos corados por Hematoxilina & Eosina foram

utilizados para analisar a qualidade morfológica das imagens, tendo como

parâmetros a identificação do núcleo celular, citoplasma e matriz extracelular

(método modificado de Cox et al., 2006).

Randomização das amostras

Foram clivados e analisados cortes de tecido: cortes coronais dos encéfalos

de cinco animais para cada fixador. Foi realizada a técnica de coloração em

H&E. Nesta foram corados três secções de cada encéfalo Em cada lâmina

corada, dez campos (20x) foram selecionados aleatoriamente e, em seguida,

avaliadas quanto às características específicas.

Aquisição das imagens

Foram analisados uma centelha de áreas testes para cada tecido. Estas

imagens foram digitalizadas por uma câmera de vídeo Sony CCD (DXC 151-A

modelo) juntamente com um microscópio óptico Olympus BX52 (Olympus

America Inc, New York, EUA).

Criação de imagem binárias

Cores foram selecionadas e convertidas em preto e branco (formando

imagens binárias em 2D), utilizando software ImageJ (versão 1.43u – Research

Services Branch, Instituto Nacional de Saúde Mental, Bethesda, Maryland),

para observar parâmetros específicos para a integridade do tecido (Fig. 2).

Para a contagem de núcleos foi utilizada a pigmentação por Hematoxilina. Para

medir a fração de área foi utilizada a eosina subtraindo a área medida em torno

das células.

Análise de partículas para quantificação

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24 II

Todos os parâmetros específicos foram contados para determinar o número

médio por imagem, e a média de todas as imagens de todos os tecidos foram

utilizados para determinar os valores médios e erro padrão (SEM). A técnica foi

realizada utilizando um contador automático de células e medindo a fração de

área dos tecidos (em relação a área total da imagem) com o uso do software

ImageJ.

Análise estatística

Estes parâmetros nos permitiram realizar uma análise estatística do tecido

estudado. A partir destes dados que foram gerados (contagem de núcleos e

fração de área) pelo programa foi feita uma análise estatística através do

software “Graphpad Prism 5.01”. Estes foram analisados estatisticamente no

pré-teste de Bartlett’s e no teste estatístico One-way Analysis of Variance

(ANOVA), mostrando significância estatística positiva do experimento, com um

valor de p < 0.0001.

Figura 2 - Imagens de tecido nervoso (20x), obtido após coloração em H&E, mostrando a imagem binária (gerada a

partir do programa ImageJ 1.46R) utilizada para gerar dados a partir das imagens. Esta figura demonstra em “A” uma

imagem original do tecido nervoso fixado na solução XXX. Em “B”, uma imagem binária deste mesmo tecido usada

para a quantificação de núcleos e em “C” foi feita uma imagem binária para quantificar a fração de área.

Resultados

Análise histoquantitativa

Contagem de núcleos

Amostras foram fixadas em uma solução fixadora com base alcoólica

contendo um composto XXX de origem vegetal e comparadas com as

A B C

Imagem original Contagem de núcleos Fração de área

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25 II

principais substâncias fixadoras de baixo custo e fácil acesso: álcool (70%) e

formaldeído (20%).

Na contagem celular, foi observada uma qualidade (por quantificação)

superior para os tecidos fixados com a nova solução fixadora proposta neste

estudo, em comparação aos fixadores comparados (XXX = 131,3 ± 4,022;

álcool (70%) = 91,34 ± 1,950; formaldeído (20%) = 75,09 ± 2,338). Estes foram

analisados estatisticamente no pré-teste de Bartlett’s e no teste estatístico One-

way Analysis of Variance (ANOVA), mostrando significância estatística positiva

do experimento, com um valor de p < 0.0001.

Além disso, na análise entre os grupos de tratamento utilizamos um pós-

teste estatístico de múltipla comparação de Newman-Keuls. Neste teste

podemos observar diferença estatística entre os três grupos de tratamento

(indicado na fig.3 pelas letras “a”, “b” e “c”). O grupo referente à nova solução

fixadora proposta (XXX) mostrou uma maior contagem de núcleos. Deste

modo, podemos observar uma melhor preservação tecidual nos tecidos fixados

pela nova solução proposta.

Figura 3 – Resultado da quantificação de um experimento onde foi comparada a preservação da substância proposta

“XXX” com os fixadores convencionais. O gráfico mostra a contagem de células de cada grupo, este dado indica a

quantidade de células resistentes em cada tecido tratado pelos diferentes fixadores (Formol 20% e Álcool 70%). As

letras “a” “b” e “c” mostram que cada grupo é diferente estatisticamente do outro com um valor de p < 0,0001.

Fração de área

Em outra etapa foi quantificada a fração de área que revela a distorção

volumétrica causada pelo fixador da quantificação da área celular. Para esta

etapa é realizada construindo com o programa “ImageJ 1.46R” a imagem

binária de quantificação, sendo possível fazer a análise a partir deste programa

Brain tissue

Formol

Alc

ohol

XXX

0

50

100

150Formol

Alcohol

XXXp< 0.0001

p< 0.0001

ab

c

Co

un

t cell (

mean

±S

EM

)

19

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26 II

da fração de área preservada no tecido (%). Na quantificação de fração de área

deste experimento obtivemos resultado positivo para o pré-teste de Bartlett’s

indicando a realização do teste estatístico One-way Analysis of Variance

(ANOVA).

Na análise entre os grupos no pós-teste de múltipla comparação de

Newman-Keuls, a nova substância fixadora de origem vegetal proposta foi

superior na preservação tecidual em comparação aos outros dois fixadores. O

álcool foi superior estatisticamente ao formaldeído (XXX = 93,62% ± 0,2787;

álcool (70%) = 90,97% ± 0,2900; formaldeído (20%) = 87,44% ± 0,3930). O

teste ANOVA mostrou diferença estatística entre as três soluções (indicado na

fig.4 pelas letras “a” “b” e “c”) e apresentou um p < 0,0001.

Figura 4 - Análise histoquantitativa que mostra a fração de área preservada nos tecidos tratados por cada substância

fixadora. A substância proposta “XXX” é comparada aos fixadores convencionais (formaldeído (20%) e álcool (70%)).

As letras “a” “b” e “c” mostram que cada grupo é diferente estatisticamente do outro com um p < 0,0001.

Análise histoqualitativa

Foi realizada uma análise qualitativa das imagens coradas em H&E e

capturadas em microscopia óptica. A figura 5 mostra imagens tiradas em uma

lente objetiva com aumento de 20X. Estas imagens nos permitem ter uma

noção geral da integridade do tecido. Foi feita a comparação entre as imagens

dos tecidos de encéfalo fixados com a nova solução proposta (XXX),

comparando com imagens de tecidos fixados com as soluções utilizadas

convencionalmente (formaldeído 20% e álcool 70%). Nesta figura podemos ver

Formol

Alc

ohol

XXX

0

20

40

60

80

100Formol

Alcohol

XXX

a b cp< 0.0001

Brain tissue

p< 0.0001

Are

a (

% ±

SE

M)

20

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uma maior quantidade de células nas imagens “B” e “C” (imagens de tecidos

fixados em álcool 70% e a solução alternativa XXX). As imagens de tecidos

fixados em formaldeído 20% (imagem “A” da fig. 5) mostram um número

reduzido de núcleos marcados na coloração em H&E, mostrando que grande

parte das células deste tecido não foram preservadas. Além disso, os tecidos

fixados em álcool 70% mostram vacúolos em torno dos núcleos celulares,

indicando que houve uma retração do tecido. Este estudo revela, a partir deste

resultado, que os tecidos fixados em álcool 70% sofrem uma desidratação.

Figura 5 - Imagens histológicas de tecido nervoso (20X) preparado com a coloração H&E. No experimento

previamente realizado nota-se uma maior quantidade de núcleos de células em C = substância proposta do que nas

substâncias fixadoras existentes no mercado A= formol 20% e B=álcool 70%.

A figura 6 mostra uma análise qualitativa realizada a partir de imagens

histológicas obtidas em H&E com objetiva de 40x. Nesta imagem, onde é

realizada a comparação entre os tecidos fixados nos fixadores utilizados no

experimento (formol 20%, álcool 70% e a solução fixadora alternativa).

Podemos observar que as estruturas dos neurônios se encontram melhor

definidas nos tecidos fixados pelo fixador álcool 70%. Entretanto foram bem

visualizadas nos tecidos fixados pelo fixador alternativo sendo melhores

visualizadas em relação à visualização de estruturas do tecido nervoso em

tecidos fixados pelo formol 20%.

Notamos que nas imagens “B” e “C” as estruturas como axônios e corpo

de neurônio estão mais bem definidas enquanto na imagem “A” essas

estruturas não se encontram tão bem definidas. Portanto, esta análise mostra

que o tecido fixado pela solução proposta, se encontra mais preservado que o

tecido fixado pelo formol 20% e quase tão bom quanto o tecido fixado pelo

álcool 70%.

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28 II

Figura 6 - Análise histoqualitativa realizadas em tecido nervoso (40x), obtidas por coloração em H&E. As setas em

vermelho mostram axônios, as setas em azul mostram corpos de neurônios e as setas em verde mostram núcleos de

neurônios. A figura A mostra uma imagem de encéfalo fixado em formol 20%; B mostra uma imagem de encéfalo fixado

em álcool 70%; C uma imagem de tecido do encéfalo fixado com a nova solução proposta “XXX”.

Conclusão

Podemos concluir que a nova solução fixadora proposta com base

alcoólica e tendo um componente vegetal isolado “XXX” revela-se como uma

alternativa as principais substâncias fixadoras utilizadas convencionalmente. A

nova solução proposta também se mostrou muito pouco tóxica devido a sua

base alcoólica e a presença do principal composto da solução ser de origem

vegetal. É eficaz para preservação tecidual do sistema nervoso (permitindo a

realização de estudos histológicos para fins investigativos, científicos e

acadêmicos) e de baixo custo. A nova solução fixadora proposta nos permitiu

com eficácia a aplicação de técnicas histológicas em coloração por H&E para

coloração do tecido nervoso.

A B C

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29 II

Cronograma

Ano 2014

Meses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Pesquisa bibliográfica

Coleta de material

Processamento histológico

Coloração

Captura de imagens

Análise histoqualitativa

Análise histoquantitativa

Interpretação dos resultados

Elaboração da dissertação

Apresentação da dissertação

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