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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE MESTRADO PROFISSIONAL DE SISTEMAS DE GESTÃO MARIA DE FATIMA DO NASCIMENTO BRANDÃO PROPOSTA DE PREMISSAS PARA CONSTRUÇÃO DE UM PROGRAMA DE COACHING PARA INSTITUIÇÕES PÚBLICAS: O CASO DO JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistema de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de concentração: Organizações e Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema de Gestão pela Qualidade Total Orientadora: Prof.ª Dr.ª Níssia Carvalho Rosa Bergiante Niterói 2016

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ... MARIA...coaching para instituições públicas: o caso do Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Maria de Fatima do Nascimento Brandão

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE

MESTRADO PROFISSIONAL DE SISTEMAS DE GESTÃO

MARIA DE FATIMA DO NASCIMENTO BRANDÃO

PROPOSTA DE PREMISSAS PARA CONSTRUÇÃO DE UM PROGRAMA DE COACHING PARA INSTITUIÇÕES PÚBLICAS:

O CASO DO JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Sistema de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de concentração: Organizações e Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema de Gestão pela Qualidade Total

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Níssia Carvalho Rosa Bergiante

Niterói 2016

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Brandão, Maria de Fatima do Nascimento.

B817p Proposta de premissas para a construção de um programa de coaching para instituições públicas: o caso do Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Maria de Fatima do Nascimento Brandão. – Rio de Janeiro, 2016.

187 f. : il. Dissertação (Mestrado em Sistema de Gestão) – Universidade

Federal Fluminense. Escola de Engenharia, 2016.

Orientadora: Níssia Carvalho Rosa Bergiante.

Bibliografia: f. 33-77. 1. Gestão de pessoas. 2. Clima organizacional. 3. Motivação. 4.

Coaching. 5. Serviço público. 6. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. I. Bergiante, Níssia Carvalho Rosa, Orientadora. II. Universidade Federal Fluminense. Escola de Engenharia. III. Título.

CDD 658.4038

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Aos meus filhos, Carlos Alberto e Natalia, ao meu companheiro, Luiz Claudio e a minha família.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus pela força de me manter firme neste propósito.

A minha orientadora Níssia pela dedicação e paciência que teve comigo ao longo desse caminho, me dando a direção certa para eu conseguir chegar ao término deste trabalho.

Aos professores do curso de mestrado da UFF, que lecionaram com tamanha dedicação, alto nível de conhecimento, compromisso e empenho nas aulas que me foram dadas, transmitindo conhecimento nessa jornada.

A todos os colegas da turma 2014 - CNEN/JBRJ que foram amigos e companheiros nas horas de aulas, de trabalhos em equipe, de almoços, de lanches e de trocas de informações e mensagens, colaborando uns com os outros e tornando mais leve e animada nossa empreitada.

Ao querido Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e ao ex-diretor Renato Cader, que me proporcionaram essa grande oportunidade de conquistar o título de mestre. Espero poder contribuir com esta organização, dando o retorno que se espera de um servidor dedicado.

Aos colegas de trabalho do Jardim Botânico, que participaram da minha pesquisa disponibilizando o seu tempo e contribuindo para esclarecer a situação atual da organização, assim colaborando para que o trabalho fosse efetuado.

Aos meus filhos Natalia e Carlos Alberto, amores da minha vida, pelo tempo em que não pude estar presente fisicamente, porém com o objetivo de conseguir ser um exemplo e dizer que valeu a pena todo o tempo e esforço efetuado.

A meu amado e companheiro Luiz Claudio, pela paciência e força que me deu no percorrer dessa caminhada, até alcançar essa vitória, sempre me apoiando com sua compreensão pelas horas em que não pude estar ao seu lado.

A todos os meus familiares e amigos, pelo carinho, apoio, companheirismo e, principalmente, pela paciência nos momentos difíceis.

Aos meus pais Antônio Martins Brandão e Aurelina do Nascimento Brandão que me deram a vida, me educaram com valores que levarei eternamente comigo e me proporcionaram adquirir o conhecimento. Tenho certeza que se estivessem vivos, estariam orgulhosos por essa conquista.

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“A menos que modifiquemos à nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo”.

(Albert Einstein)

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RESUMO

Um desafio da Gestão de Pessoas é obter o comprometimento de todos dentro das organizações. Para as organizações públicas esse desafio é mais complexo, posto que possuem características peculiares e bem distintas. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro, além de possuir as características inerentes a uma organização pública, vem sofrendo a redução de servidores, em função de aposentadorias e da falta de concurso público desde 2008. O impacto desse cenário na motivação dos servidores foi detectado por meio de uma pesquisa de Clima Organizacional, realizada em 2011. Neste sentido, o coaching vem se destacando como uma prática capaz de dar suporte às organizações na manutenção da motivação e do comprometimento. Desta forma, este trabalho tem como objetivo propor premissas para a construção de um programa de coaching no JBRJ. Para atingir o objetivo proposto foi empregada a pesquisa do tipo quali-quantitativa, de natureza aplicada, abordada por meio de estudo de caso. Os dados foram obtidos através de pesquisa documental, cujo objeto foi uma Pesquisa de Clima Organizacional realizada em 2011, e pesquisa de campo, realizada por meio de questionário e entrevistas individuais. Os dados foram tratados, respectivamente, por meio de estatística descritiva e de análise de conteúdo. Os principais resultados apontam para as seguintes necessidades: a) aprimoramento ou desenvolvimento, nas chefias, das habilidades de trabalhar com equipes, de delegação e de mobilização dos servidores; b) melhoria da colaboração dentro e entre equipes; c) fortalecimento do sentimento de pertencimento, da motivação e do comprometimento com os objetivos estratégicos; d) melhoria da comunicação institucional; e f) resgate da percepção positiva em relação às mudanças organizacionais. Com base nestas necessidades, as premissas propostas podem ser resumidas da seguinte forma: Implementação de um programa de coaching executivo e de coaching de equipe, com foco na estratégia organizacional e ênfase na melhoria da comunicação, a ser conduzido por um coach externo, com experiência comprovada em organizações públicas. Palavras-chave: Gestão de Pessoas. Clima Organizacional. Motivação. Coaching. Serviço Público. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

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ABSTRACT

A challenge of Personnel Management is to get the commitment of everyone within organizations. For public organizations that challenge is more complex, since they have unique and distinct characteristics. The Botanical Garden of Rio de Janeiro, as well as having the inherent to a public organization features, has suffered a reduction of servers, due to retirements and lack of public competition since 2008. The impact of this scenario on the motivation of servers was detected by through an organizational climate survey conducted in 2011. in this sense, coaching has emerged as a practice capable of supporting organizations in maintaining motivation and commitment. Thus, this work aims to propose premises for building a coaching program in JBRJ. To achieve the proposed objective was employed to research the qualitative and quantitative type of applied nature, addressed through case study. Data were collected through desk research, whose object was an Organizational Climate Survey conducted in 2011, and field survey conducted through questionnaires and individual interviews. The data were analyzed respectively by using descriptive statistics and content analysis. The main results point to the following requirements: a) improvement or development under the leadership, the skills of working with teams, delegation and mobilization of servers; b) improve collaboration within and between teams; c) strengthening the sense of belonging, motivation and commitment to the strategic objectives; d) improving institutional communication; and f) redemption of positive perception of the organizational changes. Based on these needs, the premises proposals can be summarized as follows: Implementation of an executive coaching program and team coaching, focusing on organizational strategy and focus on improving communication, to be conducted by an external coach with experience proven public organizations. Keywords: People management. Organizational climate. Motivation. Public service. Coaching. Botanical Garden of Rio de Janeiro.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 20

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................... 20

1.2 SITUAÇÃO-PROBLEMA ................................................................................. 24

1.3 OBJETIVOS..................................................................................................... 29

1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 29

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 29

1.4 QUESTÕES DA PESQUISA............................................................................ 30

1.5 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA ...................................................................... 30

1.6 DELIMITAÇÃO ................................................................................................ 31

1.7 ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................... 31

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 33

2.1 GESTÃO DE PESSOAS .................................................................................. 34

2.1.1 Conceito e Evolução .................................................................................. 34

2.1.2 Motivação .................................................................................................. 38

2.1.3 Liderança ................................................................................................... 43

2.1.4 Clima Organizacional ................................................................................. 45

2.1.5 Gestão de Pessoas no Serviço Público ..................................................... 47

2.1.5.1 Evolução da Gestão Pública no Brasil ................................................. 47

2.1.5.2 Servidores Públicos ............................................................................. 49

2.1.5.3 Motivação no Serviço Público .............................................................. 49

2.1.5.4 Desafios da Gestão de Pessoas em Organizações Públicas .............. 51

2.2 COACHING...................................................................................................... 54

2.2.1 Evolução Histórica .............................................................................. 54

2.2.2 Definições de Coaching ...................................................................... 56

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2.2.3 Benefícios do Coaching ............................................................................. 57

2.2.4 Principais Passos numa Intervenção do Coaching .................................... 59

2.2.5 Ferramentas do Coaching ......................................................................... 60

2.2.6 Nichos do Coaching ................................................................................... 66

2.2.6.1 Coaching Individual ou Executivo ........................................................ 66

2.2.6.2 Coaching de Equipes .......................................................................... 68

2.2.6.3 Diferenças entre Coaching Executivo e Coaching de Equipes ............ 71

2.2.7 Coaching no Serviço Público ..................................................................... 72

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................... 78

3.1 ABORDAGEM DA PESQUISA........................................................................ 79

3.2 ABORDAGEM METODOLÓGICA ................................................................... 79

3.3 PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DA PESQUISA ............................................ 80

3.4 COLETA DE DADOS ...................................................................................... 81

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS E EVIDÊNCIAS ............................................... 85

3.6 LIMITAÇÃO DA PESQUISA............................................................................ 87

4 APRESENTAÇÃO DO JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO ................ 88

4.1 BREVE HISTÓRICO DO JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO .......... 88

4.2 COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .................................... 90

5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA ................. 93

5.1 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS PESQUISAS DE

CLIMA ORGANIZACIONAL .................................................................................. 93

5.1.1 Resultados da Pesquisa de Clima Organizacional de 2011 ...................... 93

5.1.2 Resultados da Pesquisa de Clima Organizacional de 2011 – Recorte DG 97

5.1.3 Resultados da Pesquisa de Clima Organizacional de 2016 - DG ............ 101

5.1.4 Síntese dos Resultados da Pesquisa de Clima Organizacional de 2016 -

DG .................................................................................................................... 121

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5.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DAS ENTREVISTAS .................................. 125

5.2.1 Chefia ...................................................................................................... 125

5.2.1.1 Capacidade de Conduzir Trabalhos em Equipe ................................ 126

5.2.1.2 Capacidade de Estimular o Potencial e de Canalizar Competências 129

5.2.2 Colaboração ............................................................................................ 133

5.2.3 Comunicação ........................................................................................... 138

5.2.4 Recursos .................................................................................................. 143

5.2.4.1 Recursos Humanos ........................................................................... 143

5.2.4.2 Recursos Materiais ............................................................................ 145

5.2.4.3 Recursos Financeiros ........................................................................ 145

5.2.5 Síntese dos Resultados das Entrevistas .................................................. 147

5.3 CRUZAMENTO DA SÍNTESE DOS RESULTADOS DA PESQUISA DE

CLIMA 2016 (DG) COM A SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS

............................................................................................................................. 149

5.4 PROPOSTA DE PREMISSAS PARA CONSTRUÇÃO DE UM PROGRAMA

DE COACHING PARA O JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO ......... 150

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

156

6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 156

6.2 RESPOSTA ÀS QUESTÕES DA PESQUISA ............................................... 157

6.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................ 160

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 161

APÊNDICES ........................................................................................................... 170

APÊNDICE A - Questionário da Pesquisa de Clima Organizacional 2016 .... 170

APÊNDICE B - Protocolo de Estudo de Caso .................................................. 180

APÊNDICE C – Gráficos Complementares da Pesquisa de Clima

Organizacional ................................................................................................... 182

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ANEXO ................................................................................................................... 187

ANEXO A – Sugestões dos respondentes da Pesquisa de Clima

Organizacional de 2016 - DG ............................................................................. 187

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Coaching alinhado à estratégia ................................................................. 55

Figura 2: Fluxograma da pesquisa ............................................................................ 78

Figura 3: Localização do JBRJ .................................................................................. 89

Figura 4: Organograma do JBRJ ............................................................................... 92

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Evolução do número de visitantes no JBRJ – em milhares ...................... 90

Gráfico 2: Compatibilidade das tarefas e atividades realizadas com a formação

acadêmica ............................................................................................................... 103

Gráfico 3: Desafio, incentivos e oportunidades para o crescimento e desenvolvimento

................................................................................................................................ 103

Gráfico 4: Compatibilidade dos interesses profissionais com as atividades e tarefas

realizadas e com a área ou setor a que pertencem ................................................ 104

Gráfico 5: Compreensão da importância do seu trabalho dentro da estrutura e dos

objetivos do JBRJ .................................................................................................... 105

Gráfico 6: Nível de identificação com a cultura, os objetivos e os valores do JBRJ 105

Gráfico 7: Aptidão para assumir maiores ou mais responsabilidades ..................... 106

Gráfico 8: Adequação da carga normal de trabalho ................................................ 106

Gráfico 9: Equilíbrio na divisão de tarefas, responsabilidades e projetos da área ou

setor entre os servidores da equipe ........................................................................ 107

Gráfico 10: Adequação da quantidade de servidores da área ou setor a que pertencem

para realizar as tarefas, atividades, responsabilidades e projetos .......................... 108

Gráfico 11: Adequação da formação e qualificação dos servidores à realização das

tarefas, atividades, responsabilidades, projetos a atendimento das demandas ...... 108

Gráfico 12: Nível de satisfação profissional............................................................. 109

Gráfico 13: Impacto da adaptação à cultura da área ou setor na satisfação profissional

................................................................................................................................ 110

Gráfico 14: Impacto da adaptação à cultura institucional na satisfação profissional

................................................................................................................................ 110

Gráfico 15: Impacto das mudanças organizacionais na satisfação profissional ...... 111

Gráfico 16: Impacto do aproveitamento de sua qualificação e formação na satisfação

profissional .............................................................................................................. 112

Gráfico 17: Impacto da carga de trabalho na satisfação profissional ...................... 112

Gráfico 18: Impacto da capacitação para o exercício das tarefas/atividades na

satisfação profissional ............................................................................................. 113

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Gráfico 19: Impacto da afinidade ou interesse pelas tarefas/ atividades desenvolvidas

ou pela área ou setor na satisfação profissional ..................................................... 114

Gráfico 20: Impacto dos incentivos, desafios ou oportunidades para o crescimento e

desenvolvimento profissional na satisfação profissional ......................................... 114

Gráfico 21: Impacto da quantidade da equipe de trabalho na satisfação profissional

................................................................................................................................ 115

Gráfico 22: Impacto da formação e qualificação da equipe de trabalho na satisfação

profissional .............................................................................................................. 116

Gráfico 23: Impacto da motivação dos membros da equipe de trabalho na satisfação

profissional .............................................................................................................. 117

Gráfico 24: Impacto do relacionamento com a chefia na satisfação profissional .... 117

Gráfico 25: Impacto do relacionamento com outros membros da equipe de trabalho na

satisfação profissional ............................................................................................. 118

Gráfico 26: Impacto do relacionamento entre os demais membros da equipe de

trabalho na satisfação profissional .......................................................................... 118

Gráfico 27: Impacto da comunicação com os representantes da instituição na

satisfação profissional ............................................................................................. 119

Gráfico 28: Impacto da participação nas decisões da área ou setor na satisfação

profissional .............................................................................................................. 119

Gráfico 29: Impacto da participação nas decisões da instituição na satisfação

profissional .............................................................................................................. 120

Gráfico 30: Faixa etária ........................................................................................... 182

Gráfico 31: Tempo de serviço no JBRJ ................................................................... 182

Gráfico 32: Total de tempo trabalhado .................................................................... 183

Gráfico 33: Tipo de atividade realizada na maior parte do tempo ........................... 183

Gráfico 34: Tipo de atividade que mais atende ao seu perfil e interesse profissional

................................................................................................................................ 183

Gráfico 35: Modo de trabalho .................................................................................. 184

Gráfico 36: Modo preferencial de trabalho .............................................................. 184

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Gráfico 37: Grau de dificuldade das tarefas/atividades executadas

preponderantemente ............................................................................................... 184

Gráfico 38: Tipos de incentivos, desafios e oportunidades para o crescimento e

desenvolvimento profissional existentes na área ou setor ...................................... 185

Gráfico 39: Impacto da segurança (risco de perda do cargo ou função) na satisfação

profissional .............................................................................................................. 185

Gráfico 40: Impacto do ambiente/local de trabalho na satisfação profissional ........ 185

Gráfico 41: Impacto da remuneração/salário e benefícios na satisfação profissional

................................................................................................................................ 186

Gráfico 42: Adequação das condições do local de trabalhos ao exercício das suas

tarefas/atividades .................................................................................................... 186

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Redução do quadro de servidores do JBRJ ................................................... 26

Quadro 2: Quadro de cargos no JBRJ ............................................................................... 27

Quadro 3: Referencial Teórico ............................................................................................. 34

Quadro 4: Fases evolutivas da gestão de pessoas no Brasil......................................... 37

Quadro 5: Evolução da atividade do coaching ................................................................. 55

Quadro 6: Ferramentas do processo de coaching ........................................................... 65

Quadro 7: Estrutura básica da metodologia do coaching executivo ............................. 68

Quadro 8: Principais diferenças de abordagem entre o líder como gerente e o líder

como coach ............................................................................................................................. 71

Quadro 9: Diferença entre Coaching Executivo e Coaching de Equipes ..................... 72

Quadro 10: Organizações da Administração Direta pesquisadas sobre

implementação de processo de coaching ......................................................................... 73

Quadro 11: Rol de questões das entrevistas .................................................................... 83

Quadro 12: Quantidade de servidores entrevistados por faixa de tempo de serviço no

JBRJ ......................................................................................................................................... 84

Quadro 13: Temas e subtemas da análise das entrevistas ............................................ 86

Quadro 14: Síntese das principais alterações percebidas no clima organizacional . 124

Quadro 15: Relação entre as necessidades do JBRJ e as premissas propostas .... 154

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Estágio de implantação do coaching organizações Públicas Federais ..... 76

Tabela 2: Alcance da prática do coaching organizações Públicas Federais ............. 77

Tabela 3: Quantitativo de servidores do quadro de pessoal do JBRJ ....................... 91

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CNCFlora Centro Nacional de Conservação da Flora

CGP Coordenação de Gestão de Pessoas

CRFB Constituição da República Federativa do Brasil

C&T Ciência e Tecnologia

DAS Direção e Assessoramento Superior

DG Diretoria de Gestão

DIAT Diretoria de Ambiente e Tecnologia

DIPEQ Diretoria de Pesquisa Científica

ENBT Escola Nacional de Botânica Tropical

GC Gestão do Conhecimento

IBAMA Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis

IBC Instituto Brasileiro de Coaching

IBDF Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal

IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

JBRJ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

MMA Ministério do Meio Ambiente

MP Ministério Público

MuMA Museu do Meio Ambiente

NOS Operador Nacional do Sistema Elétrico

PEC Proposta de Emenda à Constituição

PNL Programação Neurolinguística

PROBIOII Projeto Nacional de Ações Integradas Público-privadas para a biodiversidade

RH Recursos Humanos

SEI Sistema Eletrônico de Informação

SIAPE Sistema de Administração de Pessoal

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TCU Tribunal de Contas da União

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

UPAG Unidade Pagadora

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20

1 INTRODUÇÃO

Este capítulo apresenta o contexto em que se insere o problema desta

pesquisa; a definição do problema; a declaração dos objetivos a serem alcançados;

as questões da pesquisa; a sua importância; a delimitação e a organização geral.

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O começo da reflexão sistematizada sobre as organizações industriais se deu

no final do Século XIX e início do Século XX, com a Teoria da Administração Científica,

representada, principalmente, por Taylor e Fayol. Essa teoria caracteriza-se pela

ênfase nas tarefas, objetivando o aumento da eficiência operacional, tendo como

preocupação central a determinação da melhor forma de exercer o controle em

qualquer tipo de organização (CARAVANTES, 2003).

A esse respeito, Dan e Cova (2010, p. 13) observam que Taylor “retira a

capacidade de interferência do funcionário no processo de trabalho”, não cabendo ao

mesmo pensar, mas apenas executar as tarefas, visto que qualquer tipo de

planejamento ou modificação do trabalho competia aos níveis hierárquicos superiores.

Para Dan e Cova (2010) até o final do Século XX perdurou essa visão dos

empregados como meros recursos organizacionais.

Vieira e Vieira (2013, p. 9) confirmam esse fato ao destacarem que “em muitas

organizações, falava-se até a pouco tempo em relações industriais, uma visão

burocratizada que dava maior importância para o trabalho e o lucro, deixando as

pessoas em segundo plano.” Nesse aspecto, reforça a ideia de que as pessoas

realmente não eram o foco.

Segundo Stewart (2002), foi nos últimos 30 anos que os empregados

passaram a ser vistos como um ativo das organizações, que deixaram de olhar para

eles como mais um número e passaram a enxergá-los como um bem de valor, ou seja,

como um capital.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ... MARIA...coaching para instituições públicas: o caso do Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Maria de Fatima do Nascimento Brandão

21

Essa mudança de paradigma ocorreu em função do fenômeno da

globalização, que obrigou às organizações a necessidade de busca e manutenção da

competitividade para a sobrevivência, em uma nova ordem econômica e política

(REYES et al, 2005).

Movidas pela necessidade de adquirir diferenciais para poder competir em um

mercado globalizado, as organizações passam a considerar a importância de

administrar em conjunto com os colaboradores. Para Vieira e Vieira (2013, p. 9), “as

organizações estão tomando consciência do imenso valor que as pessoas, se bem

motivadas e satisfeitas com o seu trabalho, agregam à empresa.” Ou, ainda, como

observam Dan e Cova (2010, p. 6), “[...] os gestores estão se dando conta de que

seus funcionários possuem a competência que proporcionará o diferencial para o

alcance dos objetivos.” Daí se verifica a importância da motivação no trabalho. Logo,

compreender o mecanismo da motivação, como ela dá no indivíduo e como estimulá-

la, faz parte das atribuições dos profissionais que estejam na posição de líder

(OLIVEIRA; VELOSO; TREVISAN, 2015).

Segundo Ferreira e Monteiro (2013), a sobrevivência e o sucesso de uma

organização dependem do desempenho e das competências das pessoas. O novo

cenário político e econômico requer uma nova organização, com base na gerência do

mais valioso capital, que é fruto da imaginação humana e da capacidade inovadora

de seus colaboradores: o conhecimento.

Reyes et al. (2005) também destacam a importância das pessoas neste

cenário marcado pela velocidade das mudanças. Para os autores, fatores como

capacidade, talento e determinação dos funcionários são os elementos-chave que

substituem a supervalorização da análise de números.

São as pessoas as responsáveis pelo desempenho da organização, seja

positivo ou negativo. Com seu empenho movimentam e fazem com que seja possível

o alcance de um resultado satisfatório. Para operacionalizar isto, é importante para as

organizações que pessoas se dediquem ao que fazem (GARCIA, 2011). O autor

afirma que, para um bom desempenho, é necessário atrair e manter pessoas

motivadas e satisfeitas com e para o trabalho.

Nessa nova ordem, a área de Recursos Humanos (RH) também sofreu

mudanças, passando a ter novas nomenclaturas, como Gestão de Pessoas, Gestão

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22

de Talentos, Gestão do Capital Intelectual, Gestão com Pessoas, entre outras,

conforme assinalam Dan e Cova (2010). Essas diferentes nomenclaturas expressam

a preocupação em ter uma gestão de pessoas com mais eficiência e qualidade.

Envolvidas em ambientes turbulentos e competitivos, enfrentando problemas

inéditos, que requerem soluções criativas e inovadoras, as organizações necessitam,

então, cada vez mais, do comprometimento dos seus colaboradores, que os seus

membros tenham espírito de entrega e orientação para desempenhos elevados

(REGO, 2002).

Assim, as organizações devem buscar meios para que os funcionários

trabalhem de modo a produzir com maior conhecimento e envolvimento no que faz.

Isso envolve investimento em inovação, flexibilidade administrativa,

redimensionamento de ativos tangíveis e intangíveis, entre outras medidas, visando a

privilegiar o desenvolvimento de pessoas.

Somando a estas questões, as organizações devem, ainda, propiciar aos seus

empregados um ambiente organizacional adequado e não deixar que prevaleça a

desmotivação individual e da equipe, a deficiência na integração das pessoas e a

ausência de objetivos individuais e coletivos. Também é fundamental que minimizem

os conflitos entre os líderes e liderados; a ausência de transparência de gestão; a

comunicação deficiente e a rotatividade elevada, pois esses são geradores de

problemas e de custos invisíveis para a organização (VIEIRA; VIEIRA, 2013).

O comprometimento da força de trabalho com a instituição é, portanto,

fundamental. No entanto, as pessoas são instáveis e complexas, compostas de razão

e emoção (LEITE; ALBUQUERQUE, 2011).

O estado psicológico do indivíduo é o que faz a ligação entre a razão e a

emoção. No âmbito laboral, o estado psicológico pode contribuir ou prejudicar a visão

do empregado em relação à organização à qual pertence. Entender, portanto, a

questão emocional torna-se um desafio para a organização que busca a excelência,

pois, segundo Bulgacov e Vizeu (2011), ainda que se adote uma concepção de

homem concreto que age sobre o mundo, não se pode deixar de considerar a

dimensão da emoção, cuja mediação é inevitável.

Neste sentido, a Gestão de Pessoas demanda um melhor entendimento das

necessidades dos indivíduos, isto é, daquilo que, efetivamente, pode direcionar o

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comportamento dos empregados em favor de um maior comprometimento com a

organização, com seus pares e equipes. Compreendendo comprometimento

organizacional como o estado psicológico que caracteriza a ligação do indivíduo com

a instituição, tendo implicações na sua decisão de nela continuar (ALLEN; MEYER,

1996).

Desta forma, um dos grandes desafios da Gestão de Pessoas é obter o

comprometimento de todos, fazendo com que indivíduos e equipes utilizem seus

talentos de forma proativa dentro das organizações. Fator essencial para que elas se

adaptem às mudanças e acompanhem a evolução da organização onde trabalham

(FERREIRA; MONTEIRO, 2013).

Se para as organizações privadas, de modo geral, já é difícil manter o

empregado motivado e comprometido, para as públicas esse desafio é ainda mais

complexo, posto que possuem características peculiares e bem distintas.

Uma das especificidades do serviço público é o regime estatutário, que

garante ao servidor público estabilidade no emprego. Conforme consta no Plano

Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (1995), o regime estatutário leva muitos

funcionários “a não valorizarem seu cargo, na medida em que a distinção entre

eficiência e ineficiência perde relevância.” (BRASIL, 1995).

Outra questão é a falta de valorização/reconhecimento dos servidores no

serviço público, além de outros fatores que podem estimular a acomodação e a

desmotivação, como falta de oportunidades de crescimento, carência de

treinamentos, salários insatisfatórios e condições físicas inadequadas no ambiente de

trabalho, conforme apontam Diniz et al. (2012).

Klein e Mascarenhas (2014) confirmam que estudos sobre motivação

apontam que existem diferenças entre os fatores motivacionais nos setores públicos

e privados. De acordo com os autores, a relevância e a natureza do trabalho seriam

mais importantes para a motivação dos servidores do que fatores motivacionais como

remunerações, salários e benefícios que, geralmente, produzem efeitos na iniciativa

privada.

Para dar suporte às organizações na busca pela manutenção da motivação e

do comprometimento das pessoas em prol da congruência de objetivos, ou seja,

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alcance dos objetivos individuais e organizacionais, surgem diversas práticas

relacionadas à gestão de recursos humanos. Dentre essas, destaca-se o coaching.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Coaching (IBC, 2015a), o coaching é

uma ferramenta de desenvolvimento e gerenciamento do comportamento humano que

tem como objetivo levar o indivíduo ao estado desejado tanto por ele mesmo como

pela organização, através de mudanças e transformações sustentáveis, com foco no

aumento da performance e na aceleração de resultados. Trata-se de um processo de

aprimoramento de competências que reúne conhecimentos, ferramentas e técnicas

de diversas ciências e áreas do conhecimento como Neurociência, Administração,

Programação Neurolinguística (PNL), Gestão de Pessoas, Psicologia, Antropologia,

Sociologia, entre outras.

Segundo Whitmore (2006), a essência do coaching é liberar o potencial de

uma pessoa para maximizar seu desempenho, ajudando-a a aprender, em vez de

ensiná-la.

Muitos motivos justificam a utilização do coaching, mas o principal é que ele

contribui para a aquisição de competências, para a adaptação às mudanças

organizacionais e para a melhoria de desempenho (MILARÉ, 2004). Logo, sua

aplicação no âmbito público é relevante, tendo em vista as considerações de Klein e

Mascarenhas (2014) acerca dos fatores que impactam a motivação dos servidores

públicos.

1.2 SITUAÇÃO-PROBLEMA

As mudanças políticas e sociais verificadas nas últimas décadas também

impõem a necessidade de uma nova postura das organizações públicas. A pressão

interna e externa por períodos de processamento cada vez mais curtos e mais

frequentes e a complexidade das novas demandas requerem dos gestores e dos

servidores públicos respostas mais rápidas, eficazes e coerentes com a estratégia, o

modelo e a estrutura organizacional das instituições, representando um grande

desafio para os responsáveis pela gestão de recursos humanos (FERREIRA;

MONTEIRO, 2007).

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Tudo isso requer em uma nova postura gerencial. Ferreira e Monteiro (2007)

alertam acerca da dificuldade que as organizações públicas podem enfrentar se não

ocorrer uma mudança de paradigma.

Organizações voltadas para o passado, em que prevalece o autoritarismo, as relações de trabalho instáveis, o pessoal desqualificado e descomprometido, dificilmente conseguirão desenvolver uma cultura de aprendizagem, pois o desempenho organizacional está intimamente relacionado com o desempenho individual e coletivo. (FERREIRA; MONTEIRO, 2007, p.11).

Os autores ainda destacam que as organizações públicas, para serem

eficazes, precisam promover um ambiente que favoreça a capacitação, o

desenvolvimento e a educação dos servidores. Isso requer a adoção de ferramentas

que permitam ao gestor reduzir o tempo de preparação de pessoas e equipes para

um alto padrão de desempenho. O coaching é uma ferramenta de gestão capaz de

cumprir este papel.

A abordagem dos desafios da gestão de pessoas nas organizações públicas e

a contribuição do coaching para o desenvolvimento e aprendizado dos indivíduos e

das equipes nestas organizações terão como objeto, nesta pesquisa, o Instituto de

Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ).

A escolha desse ambiente se deve ao fato de a pesquisadora, trabalhando no

JBRJ, ligada à Coordenação de Gestão Pessoas (CGP), vivenciar os desafios

enfrentados para a gestão de pessoas na administração pública.

Na estrutura regimental do JBRJ a Coordenação de Gestão de Pessoas

(CGP) se localiza no corpo da Diretoria de Gestão (DG), entre outras coordenadorias.

Um desafio para esta coordenação vem sendo a redução do quantitativo de

servidores. Como pode ser visto no quadro 1, a quantidade de servidores nos últimos

anos vem diminuindo gradativamente em função, principalmente, das aposentadorias.

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ANO 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Total de Ativos 222 213 227 218 214 211 195 187 172

Total de Aposentados 22 23 29 35 40 41 56 62 70

Aposentados no ano 5 1 6 6 5 3 16 7 12

Total de Ativos com Abono de

Permanência

4 18 18 17 17 20 22 28 23

Quadro 1: Redução do quadro de servidores do JBRJ Fonte: Adaptado de dados oficiais do JBRJ – SIAPE (2015)

Como é possível constatar, entre os anos de 2007 e 2015, ou seja, em menos

de dez anos, ocorreu uma redução de 22,52%, o que demonstra o decréscimo no

quantitativo atual do quadro de servidores do JBRJ. Esta redução foi verificada,

mesmo com o preenchimento, em 2009, de 18 vagas do último concurso que foi

realizado em 2008 para a instituição.

Nos últimos três anos ocorreram os maiores índices de aposentadorias. Em

2013, 2014 e 2015 ocorreram reduções de, aproximadamente, 8%, 4% e 7% de

servidores, respectivamente, considerando as aposentadorias no ano em relação ao

total de ativos.

O quantitativo de 172 servidores já foi considerado um número insuficiente

para atender à Missão institucional do JBRJ em 2015, visto que, cada vez mais,

aumenta a necessidade de contribuição da instituição, devido ao crescimento de sua

atuação, à complexidade crescente das demandas e à implementação de novos

projetos. Para aprofundar o déficit, atualmente, computam-se quatro servidores

cedidos a outros órgãos e mais três aposentados.

O quadro funcional do JBRJ, de acordo com o Sistema de Administração de

Pessoal (SIAPE), conta com o total de 234 vagas, como demonstra o quadro 2.

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CARGO CÓDIGO VAGOS OCUPADOS TOTAL

Pesquisador 405.001 12 32 44

Tecnologista 406.002 17 30 47

Técnico 406.003 6 39 45

* Auxiliar técnico 406.004 9 8 17

Analista em C&T 407.001 8 20 28

Assistente em C&T 407.002 9 33 42

* Auxiliar em C&T 407.003 4 7 11

Total Geral da UPAG - 65 169 234

Quadro 2: Quadro de cargos no JBRJ Fonte: Adaptado de dados oficiais do JBRJ – SIAPE (2016)

Outrossim, cabe ainda ressaltar que as vagas dos cargos de Auxiliar Técnico

e Auxiliar em C&T estão em face de extinção e não poderão ser preenchidas quando

ocorrer a vacância dos mesmos.

No quadro 2 consta a quantidade total de cargos, ocupados e vagos, no mês

de junho de 2016. Nele é possível observar o desfalque no preenchimento das vagas

do quadro de cargos dos servidores do JBRJ, que dispõe de 65 cargos que precisam

ser preenchidos por um novo concurso. Entretanto, treze vagas serão extintas,

referentes aos cargos de Auxiliar Técnico e Auxiliar em C&T, conforme já citado,

restando apenas 52 vagas disponíveis para preenchimento.

O instituto dispõe de um somatório de 234 vagas e somente 169 estão

ocupadas. Dessas, 40 servidores atuam na atividade-meio e 129 atuam na atividade-

fim.

Essa situação ainda poderá se agravar considerando-se o quantitativo de

servidores que estarão em condições de se aposentar entre os anos de 2016 e 2020.

Já em janeiro de 2016 duas pessoas se aposentaram e em maio mais 1. Com essa

análise o JBRJ poderá vir a ter menos 47 servidores até 2020. Dentre os 47, existem

21 servidores que já recebem o abono de permanência em contracheque e podem

pedir aposentadoria a qualquer momento, principalmente, caso venha a ser aprovada

a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 139/15.

A PEC 139/15, que ainda está em tramitação na Câmara dos Deputados,

extingue o abono de permanência, bônus concedido a servidores públicos federais

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que optam em receber e continuar trabalhando. Se essa proposta for aprovada, os

servidores perderão o direito a esse abono e poderão antecipar a aposentadoria e,

com isso, o quadro de servidores poderá sofrer redução mais rapidamente.

Há oito anos não há autorização para a realização de concurso público para

o JBRJ. Nos últimos cinco anos a instituição vem movimentando esforços junto ao

Ministério do Meio Ambiente (MMA) para a realização de concurso público, com a

finalidade de eliminar ou minimizar o problema de falta de pessoal enfrentada, em

virtude da quantidade de aposentadorias ao longo dos anos.

Em decorrência disso, verifica-se o aumento da carga de trabalho para os

servidores que permanecem ativos na instituição. Um reflexo dessa sobrecarga é o

fato de, apesar de o órgão oferecer capacitação aos que precisam, constatar-se a

necessidade crescente de integração e motivação entre os servidores, de maneira a

cultivar um bom ambiente de trabalho entre os líderes e suas equipes.

Para agravar ainda mais as perspectivas, a Secretaria de Gestão Pública do

Ministério do Planejamento, através do Ofício SEI nº 11.529, de 22 setembro de 2015,

restituiu todos os pedidos de autorização de concurso que o Ministério do Meio

Ambiente havia demandado aquele Ministério, incluindo os do JBRJ e, ainda,

recomendou que os órgãos implementassem alternativas para melhoria do

desempenho institucional na área de gestão.

Um indício da desmotivação dos servidores foi detectado em uma pesquisa

de Clima Organizacional, realizada em 2011, pelo JBRJ. Nessa pesquisa foi solicitado

aos 233 servidores de cargos efetivos, comissionados e terceirizados que

respondessem a um questionário, enviado através de e-mail, que continha perguntas

sobre clima organizacional, elaborado pela Coordenação de Gestão Pessoas (CGP),

vinculada à Diretoria de Gestão (DG). Destes servidores, somente 124 responderam

à pesquisa, ou seja, 53,22%.

Alguns resultados da pesquisa não foram favoráveis e o resultado final não foi

divulgado para os servidores do JBRJ. Também não foram tomadas medidas para

apontar possíveis causas dos resultados obtidos ou, ainda, para a melhoria do clima

organizacional. A providência tomada, pelo gestor do RH, foi chamar alguns

servidores insatisfeitos para uma conversa.

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Diante da permanência da situação descrita, este estudo tem por objetivo

propor premissas para a construção de um programa de coaching no JBRJ, visando

a melhoria do desempenho e do relacionamento dos servidores, contribuindo,

também, para um ambiente de trabalho mais prazeroso.

1.3 OBJETIVOS

A seguir são apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos da

pesquisa.

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral desta pesquisa consiste em propor premissas para a

construção de um programa de coaching no Jardim Botânico do Rio de Janeiro

(JBRJ).

1.3.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são os seguintes:

a) identificar a importância do coaching como agente mobilizador de

líderes e equipes;

b) levantar o Clima Organizacional de uma Diretoria do JBRJ;

c) definir as características do ambiente estudado face às necessidades

de coaching; e

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d) propor, com base nos resultados da Pesquisa de Clima Organizacional,

nos resultados das entrevistas realizadas, nos cases encontrados e na

literatura sobre o tema, premissas para a construção de um programa

de coaching que se adeque às especificidades e necessidades da

instituição.

1.4 QUESTÕES DA PESQUISA

As questões norteadoras desta pesquisa são as destacadas a seguir:

a) quais são as principais características do servidor público e como gerar

a sua satisfação pessoal no trabalho?;

b) quais os tipos de coaching aplicáveis às instituições públicas e quais

as suas principais características?; e

c) como estimular a permanência do servidor público no JBRJ?

1.5 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA

Para o setor público, a relevância deste estudo consiste em servir de guia ou

referência para gestores, consultores ou servidores da área de RH que queiram

construir um programa de coaching em outras instituições públicas, resguardadas as

suas especificidades. Ou seja, por abordar esse tema num universo particular, que é

o universo da administração pública, esta pesquisa poderá contribuir para facilitar os

caminhos a serem seguidos para a implementação desta importante ferramenta em

outras instituições.

Do ponto de vista da academia, a importância desse estudo reside em ser um

trabalho que toma por base a literatura existente sobre o tema coaching em um

compêndio que abarca informações fundamentais, como evolução histórica, definição,

benefícios, principais passos para uma intervenção, ferramentas, tipos, nichos e

aplicação no setor público, a fim de ser aplicável a outros órgãos da administração

pública.

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Do ponto de vista pessoal, a realização desta pesquisa consiste na

oportunidade de a pesquisadora contribuir para a melhoria do clima organizacional da

instituição em que trabalha e pela qual nutre grande respeito e apreço, gerando

possibilidades para o aperfeiçoamento das relações e processos e para o atingimento

de resultados organizacionais.

1.6 DELIMITAÇÃO

A delimitação focal desta pesquisa circunscreve-se à proposta de premissas

para a aplicação da ferramenta de coaching especificamente para o JBRJ, visto que

serão consideradas as especificidades, características e necessidades particulares

deste instituto. Assim, não se intenta uma proposta geral de aplicação de coaching

em órgãos públicos, mas uma proposta aplicável à situação diagnosticada no JBRJ.

Em termos de delimitação temporal, a pesquisa abrangeu o período de 2011,

ano em que foi realizada a última pesquisa de Clima Organizacional, no JBRJ, até

2016.

A delimitação geográfica é o Instituto de Pesquisas Jardim do Rio de Janeiro,

situado no município do Rio de Janeiro, nos bairros da Gávea e do Jardim Botânico.

1.7 ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa está organizada em seis capítulos.

O Capítulo 1 aborda a introdução à pesquisa, em que constam as

considerações iniciais referentes ao contexto em que se insere, a situação-problema

a ser investigada, os objetivos gerais e específicos, as questões norteadoras, a

importância e a delimitação da pesquisa e, por fim, a forma com que o estudo será

organizado.

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O Capítulo 2 aborda o referencial teórico da pesquisa, que está calcado nos

temas Gestão de Pessoas e Coaching.

Já o Capítulo 3 diz respeito à metodologia da pesquisa, no qual são

apresentados os seguintes aspectos: a abordagem da pesquisa, a abordagem

metodológica, os procedimentos técnicos, a forma de coleta e de tratamentos dos

dados e evidências, a limitação do estudo e seu fluxograma.

No Capítulo 4 traz a apresentação do objeto de análise, ou seja, do Instituto

de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

O Capítulo 5 apresenta e analisa os resultados da pesquisa.

Por fim, no capítulo 6 consta as considerações finais e as sugestões para

trabalhos futuros.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

A fundamentação teórica desta pesquisa está calcada nos temas Gestão de

Pessoas e Coaching.

Referente à Gestão de Pessoas são tratados os subtemas Conceito e

Evolução, Motivação, Liderança, Clima Organizacional e Gestão de Pessoas no

Serviço Público. Já em relação à Coaching, é abordado o seu histórico, os modelos e

as ferramentas existentes.

No quadro 3 apresenta-se o resumo dos temas e dos autores tratados nesse

capítulo.

REFERENCIAL TEÓRICO AUTORES

Conceito e Evolução de Gestão de Pessoas

Becker e Huselid (1998); Gil (2001); Tonelli, Lacombe e Caldas (2002); Wei (2006); Dutra (2007); Mascarenhas (2008) e Marras (2009).

Motivação Bergamini (1997); Rainey (2001); Gomes e Guelhas (2003); Gomes e Guelhas (2003); Todorov, e Moreira (2005); e Brunelli (2008).

Liderança Kouzes e Posner (1997); Drucker (1999); Stoner e Freeman (1999); Kotter (2000); Davel e Machado (2001); Balducci e Kanaane (2007); e Arruda, Chrisóstomo e Rios (2010).

Clima Organizacional Luz (1996); Coda (1997); Bergamini e Coda (1997); Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001); Rizzatti (2002); Luz (2003); Bispo (2006); Brunelli (2008) e Tagliocolo e Araújo (2011).

Evolução da Gestão Pública no Brasil

Coelho (2000); Santos (2006); Drumond e Silveira (2012); Sarturi (2013); Silva (2013) e Garcia e Giacomossi (2014).

Servidores Públicos Filho (2005); Di Pietro (2008); Paulo e Alexandrino (2009) e Mazza (2009).

Motivação no Serviço Público

Faller (2004); Houston (2000), Perry e Hondeghem (2008); Bowman (2010); Diniz et al. (2012); Braga (2012); Garcia e Giacomossi (2014) e Klein e Mascarenhas (2014).

Desafios da Gestão de Pessoas em Organizações Públicas

Nunes e Lins (2009); Schikmann (2010); e Garcia e Giacomossi (2014).

Evolução Histórica de Coaching

Krausz (2007); e Bloch, Almeida e Visconte (2012).

Conceitos de Coaching Landsberg (1996); Thier (2003) e Clutterbuck (2008).

Benefícios do Coaching Campos e Pinto (2012).

Coaching Individual ou Executivo

Campos e Pinto (2012) e Bloch, Almeida e Visconte (2012).

Coaching para Equipes Hackman e Wageman (2005); Ladyshewsky (2010) e Campos e Pinto (2012).

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Ferramentas do Coaching

Pinheiro, Pasqual e Broge (2012); Silveira (2012); Velho (2012); IBC (2012); Pereira (2013); Rodrigues (2013); Da Matta (2013); IBC (2015b); Braga (2015); Bressam; Marques (2015); Paiva (2015); Planarh (2015); Rosa (2015) Vilhena (2015) e Oneda (2016).

Coaching no Serviço Público

IPEA (2014).

Quadro 3: Referencial Teórico Fonte: Elaboração própria

2.1 GESTÃO DE PESSOAS

2.1.1 Conceito e Evolução

Para Gil (2001), Gestão de Pessoas é um ramo da Administração que abrange

todas as ações empreendidas por uma organização, com o objetivo de integrar o

colaborador no contexto da organização e aumentar sua produtividade.

Observa-se que a definição dada, ao mencionar a integração do colaborador,

não indica de que forma essa integração deve ocorrer para que seja possível,

efetivamente o aumento da produtividade.

Mascarenhas (2008) conceitua Gestão de Pessoas como mobilização,

orientação, direcionamento e administração do fator humano no ambiente

organizacional, observando-se as diversidades dessa gestão em diferentes contextos

organizacionais.

Já Dutra (2007) traz o conceito de Milioni (2002), que expande um pouco mais

os aspectos ligados ao fator humano:

[...] conjunto de estratégias, técnicas e procedimentos focados na mobilização de talentos, potenciais, experiências e competências do quadro de colaboradores de uma organização, bem como a gestão e a operacionalização das normas internas e legais incidentes. (MILIONI, 2002, apud DUTRA, 2007, p. 13).

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De acordo com Tonelli, Lacombe e Caldas (2002), a evolução da Gestão de

Pessoas nas organizações ocorreu a partir da Revolução Industrial, no final do século

XIX, em função de diversos fatores, como: a) forte desenvolvimento econômico e

tecnológico; b) aparecimento e difusão de valores humanistas ligados ao trabalho; c)

acirramento das relações de trabalho; d) organização do trabalho; e e) surgimento de

várias teorias organizacionais e de diferentes estruturas organizacionais adotadas

pelas empresas.

A Gestão de Pessoas, no contexto mundial, explicam os autores, pode ter seu

processo evolutivo classificado em quatro fases:

a) 1ª fase – do final do Século XIX ao final da I Guerra Mundial;

b) 2ª fase – o período entre as duas Guerras Mundiais;

c) 3ª fase – da II Guerra Mundial até os anos 1980; e

d) 4ª fase – de 1990 até os dias atuais.

Segundo Tonelli, Lacombe e Caldas (2002), a 1ª fase foi caracterizada pelo

fortalecimento do modelo da Revolução Industrial; predomínio de empresas

manufatureiras; edição das primeiras leis de regulação do trabalho; surgimento dos

sindicatos; produção semiartesanal e centralizada na manufatura; início da

profissionalização da administração; Gestão de Pessoas praticada de forma empírica;

aplicação da remuneração por peças; controle e gestão dos trabalhadores exercidos

pelo capataz; estruturação das cidades e mão-de-obra abundante.

A 2ª fase foi marcada pelo crescimento das cidades; fortalecimento dos

sindicatos; ampliação da legislação trabalhista; adoção dos modelos Taylorista,

Fordista e Burocrata; Escola Clássica; início do processo de produção em massa;

início da departamentalização nas organizações; criação das filiais de grandes

empresas em outros países; departamento de pessoal com funções de recrutamento,

seleção, treinamento e remuneração; surgimento dos departamentos de relações

industriais e relações humanas; aplicação da seleção científica preconizada por Taylor

e ampliação das práticas de Recursos Humanos a partir da experiência de Hawthorne,

representada por Elton Mayo, passando-se a considerar aspectos ligados à

motivação, equipes, liderança, comunicação e variáveis relacionadas à produtividade

e satisfação no trabalho.

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Já o contexto externo que impacta a 3ª fase da Gestão de Pessoas é o

seguinte: rápido crescimento econômico; internacionalização da economia; produção

e consumo em massa; ingresso feminino no mercado de trabalho; crescimento da

importância atribuída à área de recursos humanos em função da complexidade do

mundo organizacional e da sofisticação da tecnologia; perda gradativa da força dos

sindicatos; pleno emprego no início do período e reestruturações durante a Década

de 1980; expansão das multinacionais; início da difusão de modelos “flexíveis” de

produção; transformação do departamento de pessoal em departamento de recursos

humanos, englobando relações industriais; preocupações com a motivação, liderança

e retenção de funcionários; carreiras hierarquizadas e surgimento de modelos de

gestão de recursos humanos orientados para organização flexível.

Por fim, Tonelli, Lacombe e Caldas (2002) enfatizam que a 4ª fase evolutiva

está relacionada com as seguintes questões contemporâneas: globalização e

intensificação da produção; flexibilidade nas relações de trabalho; intensificação das

tecnologias de informação e comunicação; ênfase nos consumidores;

enfraquecimento dos sindicatos; mudanças organizacionais intensivas na composição

do capital; ênfase na qualidade e na cultura; organizações matriciais, orgânicas e

aparecimento de empresas virtuais; administração estratégica de recursos humanos;

ênfase na retenção de talentos; descentralização das responsabilidades na Gestão

de pessoas para as diversas áreas da empresa; terceirização das práticas de Gestão

de Pessoas (recrutamento e seleção, capacitação e rotinas de folha de pagamento) e

carreiras mais amplas: laterais e diagonais.

No Brasil, a exemplo do contexto mundial, a evolução da área de Gestão de

Pessoas, segundo Marras (2009), pode ser classificada em cinco fases: a) contábil;

b) legal; c) tecnicista; d) administrativa ou sindicalista; e e) estratégica. Tais fases

estão intimamente relacionadas às condições socioeconômicas e às configurações

organizacionais vigentes no País.

O quadro 4 caracteriza as fases da área de Gestão de Pessoas no Brasil.

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PERÍODO FASE CARACTERÍSTICAS/ CONTEXTO

Até 1930 Contábil A atividade de RH restrita ao cálculo da remuneração do trabalhador e do custo da mão de obra.

De 1930 a 1950 Legal

Foco no atendimento às novas exigências trabalhistas implementadas no Governo de Getúlio Vargas, como carteira profissional, regulamentação do horário de trabalho e direito de férias. Nesta fase as empresas passaram a incluir em sua estrutura a seção de pessoal e, para dirigi-la, o chefe de pessoal.

De 1950 a 1964 Tecnicista

O RH passando a abranger treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, em decorrência das novas necessidades surgidas com a expansão da indústria brasileira.

De 1964 a 1985 Administrativa ou Sindicalista

Aumento das práticas de negociação entre trabalhadores, governantes e empresários, em função do fortalecimento dos sindicatos e a progressiva democratização do país, contribuindo para mudar a forma de gerenciamento de pessoal.

Após 1985 Estratégica

Vinculação das práticas de Gestão de Pessoas (recrutamento e seleção, capacitação, remuneração, avaliação de desempenho, dentre outras) às estratégias da organização.

Quadro 4: Fases evolutivas da gestão de pessoas no Brasil

Fonte: Adaptado de Marras (2009)

Dutra (2007) observa que as organizações continuam passando por grandes

transformações, em função de pressões do contexto organizacional externo e interno.

Tais mudanças não atingem somente às estruturas formais, produtos, serviços ou

mercados, mas, principalmente, à cultura organizacional, aos comportamentos e às

relações de poder.

O autor destaca que no contexto externo, as pressões estão ligadas à

globalização, à turbulência do ambiente, à necessidade de produtos e serviços de alto

valor agregado e às novas arquiteturas organizacionais e de negócios. Desta forma,

para continuarem competitivas, as organizações precisam ser ágeis, flexíveis,

gerenciar com eficácia a cadeia de valor e contar com o comprometimento de seus

colaboradores.

No contexto interno, os desafios estão voltados para a Gestão de Pessoas,

exigindo maior autonomia e liberdade para os colaboradores desenvolverem suas

atividades e maior grau de desenvolvimento das pessoas. Isto se dá por meio da

aprendizagem contínua e desenvolvimento profissional, com base nas novas

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capacidades e competências que as organizações necessitam para concretizar suas

estratégias e atingir seus objetivos (DUTRA, 2007).

Este processo de mudança requer um novo perfil de gestor. Um perfil

“autônomo e empreendedor, que visa a migração de estratégia de controle dos

funcionários para estratégias que levam ao comprometimento, a partir da participação

e do reconhecimento”. (DUTRA, 2007, p.41). Dessa forma, conclui o autor, as

organizações passam a depender, cada vez mais, do envolvimento, da motivação e

do comprometimento de seus colaboradores com os objetivos estratégicos.

Neste contexto, a Gestão Estratégica de Pessoas enfatiza a importância do

alinhamento estratégico entre as práticas de Gestão de Pessoas e as diretrizes

estratégicas da organização para que se possa otimizar o desempenho organizacional

(BECKER; HUSELID, 1998).

Para Wei (2006), tanto o alinhamento interno (integração entre as diferentes

práticas internas de Gestão Estratégica de Pessoas) quanto o alinhamento externo

(articulação entre as práticas de Gestão Estratégica de Pessoas, a estratégia de

negócio e as contingências externas) são influenciados pelos seguintes aspectos: a)

competência dos gestores da área de Gestão de Pessoas; b) competência dos

gestores das demais áreas; e c) nível de conhecimento, habilidades,

comprometimento e motivação dos empregados.

2.1.2 Motivação

Há grande controvérsia acerca do conceito de motivação (GOMES;

GUELHAS; 2003; TODOROV; MOREIRA, 2005). Quanto a isso, Bergamini (1997, p.

38) destaca a complexidade da motivação humana ao observar a impossibilidade de

embasá-la em uma só teoria: “não existe uma única teoria que seja capaz de

desvendar todas as características próprias da psicodinâmica motivacional de uma só

vez”.

Gomes e Guelhas (2003, p. 5) corroboram este ponto de vista ao atribuírem

as divergências de interpretação da motivação aos diversos fatores responsáveis

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pelos comportamentos de diferentes pessoas, como “[...] as informações e

conhecimentos armazenados no nível mental consciente, as carências físicas ou

afetivas, os estímulos provenientes do meio ambiente, os impulsos originados no nível

mental inconsciente, entre outros.” Ou seja, para os autores, as divergências são

justificadas pela complexidade que envolve o comportamento humano.

Já para Todorov e Moreira (2005, p. 5) a “[...] miscelânea conceitual evidencia

não a quantidade de conhecimento que se tem sobre a motivação, mas a falta dele”.

Sendo assim, para estes autores, a pluralidade e diversidade de conceitos denota o

quanto esse tema ainda é nebuloso para a psicologia.

Fundamentado em Gomes e Guelhas (2003), são apresentadas a seguir as

diferentes correntes teóricas sobre a motivação.

a) Teoria Behaviorista – Representada por Pavlov, Thorndike e Skinner,

a partir da década de 1930. Assume a posição de que os

comportamentos das pessoas são respostas provocadas por

estímulos externos, que podem ser condicionadas por reforços

positivos e negativos. Pressupõe o automatismo do comportamento

humano;

b) Teoria Cognitivista ou da Motivação Consciente – Esta teoria tem sua

origem com os primeiros filósofos gregos e encontrou ressonância em

pesquisadores como Victor Vroom, Fritz Heider e J. Stacy Adams.

Defende que a motivação se fundamenta nos processos de raciocínio

do indivíduo. Desta forma, o comportamento é caracterizado pela

racionalidade e não pelo automatismo. Esta linha teórica apresenta as

seguintes ramificações:

I. Teoria da Expectância – Desenvolvida em 1964, por Victor

Vroom, esta teoria prega que a motivação se caracteriza,

principalmente, pela intencionalidade e racionalidade, com

base em uma expectativa de obtenção de determinados

resultados;

II. Teoria da Atribuição Causal – Esta teoria, cujos princípios

foram postulados, inicialmente, por Fritz Heider, nos anos

60, defende que a motivação depende da análise que a

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pessoa faz referente às causas dos resultados obtidos por

meio dos seus comportamentos passados;

III. Teoria da Equidade – Esta teoria, atribuída a J. Stacy

Adams, em meados da década de 1960, prega que a

motivação depende da comparação que o indivíduo faz

entre o seu comportamento e os resultados que obtém, com

os comportamentos e resultados de outros indivíduos;

IV. Enfoque do Cálculo Motivacional – Considera que a

motivação ocorre por um processo mental em que o

indivíduo decide qual comportamento deve adotar em

função das suas necessidades, da esperança de que o seu

comportamento poderá levar aos resultados desejados e da

instrumentalidade destes resultados em atender àquelas

necessidades;

V. Enfoque do Contrato Psicológico – Pressupõe a existência

de um conjunto de expectativas, não escritas e nem

verbalizadas, referentes ao que as partes que se relacionam

entre si (indivíduo, grupo, organização) esperam obter neste

relacionamento. O não atendimento das expectativas é

percebido como violação do contrato psicológico e acarreta

desmotivação.

c) Teoria da Motivação Intrínseca – Surgiu com o movimento das relações

humanas, no início da década de 1930, estimulado por Elton Mayo.

Esta teoria considera que a motivação se origina dentro da mente do

indivíduo e decorre de um processo que envolve a personalidade

(inteligência, emoções, instintos, experiências e informações e

determinantes morfológicos e fisiológicos da conduta), não sendo,

portanto, efeito de um estímulo externo ou de um processo racional;

d) Teoria da Motivação-Higiene – Herzberg, no final dos anos 50, propôs

que a motivação depende do nível de satisfação decorrente de fatores

(motivadores) ligados ao conteúdo do trabalho e do grau de

insatisfação ligado a fatores ambientais (higiênicos);

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e) Teoria da Hierarquia das Necessidades – Esta teoria, difundida por

Maslow, a partir de 1954, considera que a motivação tem como origem

as necessidades do indivíduo e a busca de satisfação destas

necessidades. Segundo esta teoria as necessidades humanas

básicas estão estruturadas, de forma piramidal, em cinco níveis:

necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e de auto

realização. À medida que as necessidades de nível mais baixo

(fisiológicas) vão sendo satisfeitas, o indivíduo busca a satisfação de

necessidades de nível mais elevado (auto realização). Quanto maior

o grau de satisfação de uma necessidade, menor será a sua

motivação e quanto maior a carência, maior a motivação.

Para Rainey (2001) a pluralidade de perspectivas teóricas faz com que seja

difícil estabelecer uma definição para motivação e, consequentemente, medi-la e

avaliá-la.

Bergamini (2003, p. 3) destaca que a abordagem mais recente sobre

motivação procura descobrir como ela acontece, “[...] partindo do princípio de que se

trata de um desencadeamento de momentos interiormente experimentados, que

levam o indivíduo a mobilizar a sinergia ou as forças já existentes em seu interior”.

A autora defende que motivação se origina nas necessidades interiores e que,

portanto, em uma organização não há como motivar o outro. “O líder não pode motivar

seus liderados. Sua eficácia depende de sua competência em liberar a motivação que

os liderados já trazem dentro de si”. (BERGAMINI, 2003, p. 1). E acrescenta: “O

potencial motivacional já existe dentro de cada um. O importante é não desperdiçá-

lo.” (BERGAMINI, 2003, p. 2).

Sendo assim, a autora afirma que o mais relevante, quando se trata da

motivação em termos de Gestão de Pessoas, é entender o sentido que elas atribuem

ao trabalho que realizam.

Quando se tem conhecimento desses parâmetros, torna-se possível entender que tipo de impulso está em jogo e aguardar, a partir desse marco inicial, o momento mais conveniente para oferecer os fatores que permitem chegar à recompensadora satisfação motivacional. Um indivíduo engajado em uma atividade que para ele faz sentido espera ser recompensado quando percebe que está fazendo jus ao prazer de uma reputação positiva. Isso significa reconhecimento, independência e acesso a um mundo melhor. Diretamente ligado ao potencial criativo, esse tipo de necessidade possui vida

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própria no interior de cada um. O desejo de trabalhar passa a representar uma necessidade de ordem afetiva continuamente alimentada pelo imperativo daqueles valores representados pelo objetivo almejado. (BERGAMINI, 2003, p. 5-6).

Brunelli (2008, p. 29) compartilha a visão de Bergamini (2003) ao afirmar que

é importante destacar o sentido que cada um atribui ao seu trabalho, “[...] uma vez

que se torna difícil experimentar qualquer tipo de satisfação motivacional quando se

está ligado a um trabalho que não tem ou não faz o menor sentido para elas”.

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2.1.3 Liderança

A liderança é uma estratégia de suma importância na gestão de pessoas. Com

o passar dos anos, ressaltam Balducci e Kanaane (2007, p. 6), a concepção de

liderança sofreu grandes mudanças, evoluindo da abordagem em que “os líderes

tinham como objetivo conduzir os seus seguidores, adotando posturas autoritárias,

até aquela que valoriza as competências do líder em unir as pessoas, mobilizando-as

e capacitando-as para o alcance de resultados.” O que reflete a necessidade atual

das empresas.

No contexto atual, de mudanças constantes e profundas, a autoridade já não

é suficiente. Nesse ambiente, a liderança deve ser “a força incentivadora e

direcionadora que torna possível o desenvolvimento e a permanência das

organizações” (ARRUDA; CHRISÓSTOMO; RIOS, 2010, p. 4).

Kotter (2000) também enfatiza esse papel da liderança frente ao ambiente

organizacional contemporâneo:

[...] o que fica claro é que o ambiente cada vez mais rápido e competitivo que enfrentamos no século XXI vai requerer mais liderança de mais pessoas para fazer as empresas prosperarem. [...] não consigo conceber como este ritmo se reduzirá, o que tem muitas implicações para a questão da liderança. Liderar, por sua vez, é lidar com a mudança. (KOTTER, 2000, p. 2).

Balducci e Kanaane (2007) observam que hoje as empresas buscam líderes

com o seguinte perfil:

[...] participativos e que saibam valorizar a prática do feedback; líderes empreendedores, que saibam trabalhar em equipe, que assumam riscos calculados e tenham capacidade de mobilização; líderes que reconheçam o êxito dos outros, estimulem as habilidades e que tenham capacidade de apoiar as pessoas, sejam inovadores, criativos e comunicativos. (BALDUCCI; KANAANE, 2007).

A esse respeito, Drucker (1999) considera que, as organizações requerem

criatividade e flexibilidade, cabendo ao líder estimular o potencial das pessoas,

visando a canalizar competências, inteligência e conhecimentos para enfrentar a

complexidade das mudanças.

Para Balducci e Kanaane (2007), a liderança emana do conhecimento, da

perícia, das habilidades interpessoais e não da atuação da autoridade. Os líderes

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removem as barreiras que impedem as pessoas e as organizações de atingirem a

excelência.

De acordo com Stoner e Freeman (1999), a descentralização das decisões e

a delegação de responsabilidade deu mais liberdade para que as pessoas realizem

suas atividades, assumindo desafios, o que favorece o comprometimento e à

satisfação de suas necessidades de auto realização.

Neste contexto de descentralização das decisões e delegação de

responsabilidade, a comunicação tem um importante papel, pois é somente por meio

da comunicação clara e precisa que as metas, os papéis, as responsabilidades e as

estruturas são bem definidos e assimilados, favorecendo o desenvolvimento de

“modelos mentais compartilhados”, ou seja, “opiniões comuns sobre o trabalho e o

ambiente em que a equipe atua” (CLUTTERBUCK, 2008, p. 71).

Sendo assim, na concepção de Kouzes e Posner (1997), liderança consiste

em mobilizar pessoas para que queiram perseguir aspirações compartilhadas.

Frente a outras tantas abordagens existentes, Davel e Machado (2001),

definem liderança como sendo,

[...] sobretudo, um relacionamento, um processo mútuo de ligação entre líder e seguidor. Tal processo envolve um relacionamento de influência em duplo sentido, orientado principalmente para o atendimento de objetivos e expectativas mútuas. Nesses termos, não poderíamos dizer que a liderança fica somente a cargo do líder. O processo de influência não está unicamente assegurado pela vontade do líder, mas sobretudo pela conjunção desta vontade com as imagens, desejos e crenças compartilhados pelo grupo. (DAVEL; MACHADO, 2001, p. 5).

Observa-se que para esses autores, a liderança pressupõe a influência

consentida do líder em relação ao liderado e vice-versa, tendo em vista o alcance dos

objetivos de ambas as partes.

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2.1.4 Clima Organizacional

Segundo Rizzatti (2002), foi nos Estados Unidos, no início da Década de 1960,

que apareceram os primeiros estudos sobre clima organizacional, a partir dos

trabalhos de Forehand e Gilmer.

Nesta mesma década, Litwin e Stringer, com estes trabalhos, realizaram

experiências em três empresas americanas, apontando para três diferentes situações

em relação à satisfação e desempenho dos empregados.

De acordo com Bispo (2006), a pesquisa de clima organizacional foi difundida

e aplicada durante o final da Década de 1970 e início de 1980, a partir do modelo

adaptado de Litwin e Stringer.

Atualmente, as organizações estão cada vez mais conscientes da importância

do comprometimento dos empregados para o atingimento dos objetivos institucionais

estratégicos. Sendo assim, é essencial que conheçam o clima organizacional para

que possam avaliar o grau de satisfação e colaboração dos funcionários (BRUNELLI,

2008).

Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001) definem clima organizacional como uma

característica do ambiente interno que é detectado pelos membros da organização e

que influencia o comportamento dos mesmos. Para os autores, o clima organizacional

impacta a motivação e a satisfação dos empregados, em consequência das crenças

e valores que vigoram. Assim, o ambiente de trabalho é favorável quando gera

satisfação e desfavorável quando frustra as necessidades pessoais.

É pertinente observar que Coda (1997) argumenta sobre a diferença entre

motivação e satisfação ao se abordar clima organizacional:

Para se analisar clima organizacional, é necessário separar satisfação e motivação no trabalho, onde motivação é uma energia direta ou intrínseca, ligada ao significado e a natureza do próprio trabalho realizado”. Satisfação é uma energia indireta extrínseca, ligada a aspectos como salário, benefícios, reconhecimento, chefias, colegas, entre outros, e segundo ele são essas energias indiretas ou extrínsecas que formam o clima organizacional. E esse clima nada mais é do que um indicador do nível de satisfação ou insatisfação dos empregados no trabalho. Clima origina-se do Grego klima e significa tendência, inclinação. (CODA, 1997, p. 98).

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Bergamini e Coda (1997), ao abordarem o clima organizacional, também

remetem à questão do atendimento das necessidades, assinalando ser tal

atendimento um indicador de eficácia da gestão.

O clima organizacional reflete uma tendência ou inclinação a respeito de até que ponto as necessidades da organização e das pessoas que dela fazem parte estariam efetivamente sendo atendidas, sendo esse aspecto um dos indicadores da eficácia organizacional. (BERGAMINI; CODA, 1997, p. 99).

Luz (2003, p. 30) define clima organizacional como a “atmosfera psicológica

que envolve, num dado momento, a relação entre a empresa e seus funcionários.”

Sendo reflexo do estado de ânimo das pessoas, é impalpável e instável. Refere-se,

portanto, a um dado momento, que pode perdurar ou não.

Em relação aos fatores que influenciam o clima organizacional, Souza (2001),

considera a cultura, entendida como a soma de valores, costumes, tradições e

propósitos que expressam a singularidade de uma empresa.

Coda (1997, p. 99) elenca os dez primeiros fatores que afetam o clima

organizacional, a saber: liderança, compensação, maturidade empresarial,

colaboração entre as áreas funcionais, sentido de valor, valorização profissional,

identificação com a empresa, processo de comunicação, política global de recursos

humanos e acesso.

Já Luz (2003) concilia a posição desses dois autores ao ponderar a respeito

da influência de variáveis internas e externas. As internas podem ser atribuídas a

conflitos dentro da organização, podendo envolver pessoas, grupos ou pessoas e a

organização e a aspectos positivos e negativos da empresa e sua cultura. Já as

variáveis externas podem estar relacionadas ao nível de desemprego, políticas

econômicas, questões sociais etc. O autor esclarece que as variáveis internas a

tendem impactar o clima organizacional de forma mais duradoura, enquanto as

externas causam um impacto, geralmente mais passageiro.

Para Luz (1996) os resultados de uma organização estão relacionados aos

recursos disponíveis, sejam eles humanos, materiais e financeiros e à gestão dos

mesmos. Isso porque, para atingir bons resultados a empresa precisa tanto dos

recursos quanto que seus funcionários tenham competência para geri-los, tenham

motivação para isso e queiram, efetivamente, fazê-lo. Segundo o autor, uma parcela

considerável do êxito ou fracasso das organizações está no “querer fazer” por parte

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das pessoas, daí a importância do clima organizacional, pois quando “não se quer

fazer”, a despeito de “poder fazer” e “saber fazer”, fica evidente o nível de insatisfação

das pessoas.

Tagliocolo e Araújo (2011) compartilham esse ponto de vista ao

reconhecerem a importância do sentimento que as pessoas têm sobre a empresa e o

quanto esse sentimento exerce impacto sobre como e quanto trabalham.

Com base nessas considerações, pesquisar o clima organizacional e analisar

os fatores que afetam as percepções e emoções das pessoas é de grande importância

para compreender como a organização e suas práticas de gestão impactam a

satisfação e o desempenho das pessoas.

De acordo com Bergamini e Coda (1997),

A pesquisa de clima é um levantamento de opiniões que caracteriza uma representação da realidade organizacional consistente, uma vez que retrata o que as pessoas acreditam estar acontecendo em determinado momento na organização. (BERGAMINI; CODA, 1997, p. 99).

Na perspectiva de Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001), a realização da

pesquisa de clima organizacional permite conhecer e a analisar as diferentes

subculturas da organização, bem como definir as ações recomendadas para a

melhoria do clima.

Sendo assim, a pesquisa de clima permite o mapeamento das percepções

sobre a organização e do nível de satisfação dos membros em relação às diversas

variáveis do ambiente de trabalho.

2.1.5 Gestão de Pessoas no Serviço Público

2.1.5.1 Evolução da Gestão Pública no Brasil

Para Santos (2006) gestão pública refere-se às funções de gerência pública

dos negócios do governo.

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Silva (2013) define modelo de gestão pública como “[...] o conjunto de

métodos administrativos executados pela direção de uma organização para atingir

seus objetivos traçados.” (SILVA, 2013, p. 2). Essa definição já atrela a gestão à

necessidade de alcançar resultados.

Os diferentes modelos de Gestão Pública aplicados no Brasil, são: a)

patrimonialista (1500-1930); b) burocrático (1930-1990); e c) gerencialista (a partir de

1990) (SARTURI, 2013).

A Gestão Pública Patrimonialista, conforme explicam Drumond e Silveira

(2012), tem como principais características o fato de não haver distinção entre o

público e o privado, não haver institucionalização de práticas adequadas e de toda a

ação estatal ser uma ação do particular que a coordena.

Na Gestão Pública Burocrática, de acordo com Sarturi (2013), a principal

característica é a adoção de várias medidas com o objetivo de defender a coisa

pública, em oposição ao modelo patrimonialista antecedente.

O modelo burocrático enfatizou aspectos formais, controlando processos de decisão, estabelecendo uma hierarquia funcional rígida, baseada em princípios de profissionalização e formalismo. Os procedimentos formais são feitos por funcionários especializados, com competências fixas, sujeitos ao controle hierárquico. Há a profissionalização do funcionário burocrático, que exerce o cargo técnico em razão de sua competência, comprovada por processo de seleção. Afasta-se o nepotismo e as relações de apadrinhamento. O exercício de cargos públicos passa a ser uma profissão, com remuneração previamente conhecida pelo indivíduo e pela sociedade. (SARTURI, 2013, p. 1).

A Gestão Pública Gerencialista, segundo Sarturi (2013) “[...] revê as

características principais do modelo burocrático, ou seja, as estruturas rígidas, a

hierarquia, a subordinação, o controle de procedimentos [...]” e passa a focar o

controle de resultados, com maior ênfase na eficiência.

Coelho (2000) destaca que Gestão Pública Gerencialista,

[...] caracteriza-se pela existência de formas modernas de gestão pública, modificando os critérios de aplicação do controle dos serviços públicos, as relações estabelecidas entre o Poder Público e seus servidores e alterando, também, a própria atuação da administração, que passa a enfatizar a eficiência, a qualidade e a efetiva concretização do regime democrático, mediante a participação mais intensa dos cidadãos. (COELHO, 2000, p. 259).

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Sendo assim, a pressão por uma atuação do poder público cada vez mais

voltada para a eficiência e a qualidade na prestação de serviços requer atenção a

questões como gestão de pessoas, motivação do servidor público e o papel do líder

nas organizações públicas (GARCIA; GIACOMOSSI, 2014).

2.1.5.2 Servidores Públicos

Servidores Públicos, em sentido amplo, de acordo com Di Pietro (2008), são

agentes administrativos que prestam serviços ao Estado e às entidades da

Administração Indireta em atividade pública, com vínculo empregatício e remuneração

paga pelos cofres públicos.

De acordo com Paulo e Alexandrino (2009), os servidores públicos podem ser

classificados como: a) estatutários; b) celetistas; e c) temporários.

Os Servidores Estatutários ocupam cargos públicos, providos por concurso

público e regulamentado pelo estatuto do servidor público, lei de âmbito federal n°

8.112/90 (DI PIETRO, 2008).

Os Servidores Públicos Celetistas são contratados no regime da

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), porém, aplicam-se os princípios do direito

público, como, por exemplo: investidura subordinada à aprovação prévia em concurso

público (MAZZA, 2009).

Já os Servidores Temporários são contratados para exercer a função pública

pela necessidade temporária excepcional e de grande interesse público. (FILHO,

2005).

2.1.5.3 Motivação no Serviço Público

A motivação, afirmam Garcia e Giacomossi (2014), é fundamental para que

os servidores públicos exerçam suas atividades em prol dos objetivos organizacionais,

com alto desempenho, comprometimento e qualidade.

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Klein e Mascarenhas (2014) constatam que há pelo menos 50 anos vem

sendo discutida a questão sobre o que motiva as pessoas para o trabalho e que

autores como Crewson (1997) e Perry e Vandenabeele (2008) salientam que análises

sobre motivação devem considerar as peculiaridades de cada contexto

organizacional. Dessa forma, Klein e Mascarenhas (2014) destacam que é de grande

importância compreender quais são as especificidades da administração pública.

Houston (2000), Perry e Hondeghem (2008) e Bowman (2010), entre outros

autores, sugerem que servidores públicos atribuem menos importância aos fatores

motivacionais extrínsecos, como por exemplo remunerações, salários, benefícios, que

funcionários de empresas privadas.

Já os resultados da pesquisa de Faller (2004) apontam que tanto fatores

intrínsecos como extrínsecos ao trabalho exercem influência no nível de motivação do

funcionário público. Fatores como a realização do trabalho, reconhecimento e gosto

pelo trabalho, estabilidade, coleguismo e relacionamento com os superiores são,

segundo a pesquisa realizada por Faller (2004), os que mais influenciam os servidores

pesquisados em termos de motivação e satisfação. No entanto, os fatores que mais

contribuem para a insatisfação e desmotivação desses servidores no trabalho são as

condições de trabalho, comunicação, política salarial, descontinuidade administrativa,

burocracia e falta de reconhecimento profissional.

Outra questão específica do serviço público diz respeito à crença de que a

estabilidade no emprego seria um fator de acomodação ou desmotivação. Quanto a

isto, o estudo de Diniz et al. (2012) com cinquenta e oito servidores públicos lotados

em setores e órgãos administrativos dos municípios de Arraial do Cabo, Cabo Frio e

São Pedro da Aldeia indica que não existe relação direta entre a estabilidade no

serviço público e comodismo ou falta de motivação por parte dos servidores. O estudo

revelou que a postura de acomodação está mais relacionada à desvalorização desses

servidores.

Tal postura seria mais coerentemente justificada pela falta de valorização/reconhecimento desses servidores no serviço público, além de outros fatores que podem estimular esse tipo de comportamento, como, por exemplo, carência de plano de cargos e salários (oportunidades de crescimento) e treinamentos, nível salarial insatisfatório e condições físicas

inadequadas no ambiente de trabalho. (DINIZ et al., 2012, p.15).

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Já Garcia e Giacomossi (2014) consideram tratar-se de um campo desafiador

a motivação de servidores públicos,

[...] seja na dificuldade de identificação dos fatores que influenciam a motivação dos servidores; no desenvolvimento de estratégias e programas que possam viabilizar a motivação, ou pelas próprias características do serviço público, que conta no desempenho da máquina administrativa com servidores que na grande maioria do quadro funcional não são escolhidos pelo gestor, ou seja, os servidores que tem cargos efetivos. (GARCIA; GIACOMOSSI, 2014, p. 9).

Para Braga (2012), outro aspecto que compromete a motivação do servidor é

o fato de desconhecer questões importantes do cargo a que se candidataram.

Como fator que embaraça os processos motivacionais, tem-se também que muitos se alistam nas fileiras dos concursos públicos sonhando com os fatores ambientais, como a carga horária, estabilidade e salário, ignorando o conteúdo do cargo, suas tarefas cotidianas, aquilo o que realmente motiva o servidor. Assim, temos uma armadilha motivacional, com indivíduos não satisfeitos com o trabalho e não insatisfeitos com os benefícios, de forma concomitante, em uma destruidora dicotomia. (BRAGA, 2012, p. 2).

Garcia e Giacomossi (2014) observam que, neste cenário em que é mais difícil

motivar e manter motivados os servidores, o gestor público vem sendo pressionado

pela comparação com o setor privado, no que se refere à qualidade e aos resultados

alcançados, fazendo com que surjam boas e inovadoras práticas de gestão.

2.1.5.4 Desafios da Gestão de Pessoas em Organizações Públicas

Para Nunes e Lins (2009), os servidores públicos vivem os reflexos das

mudanças no mundo do trabalho, as exigências do novo mercado e são impelidos a

buscar um novo perfil.

No bojo dessas mudanças estão a terceirização, condições desfavoráveis de

trabalho e da imagem do servidor. Quanto a isso, Lancman et al. (2007) observam o

seguinte:

Apesar de vivenciarem relações menos instáveis de trabalho (menor exposição ao risco de demissão sumária), os profissionais do setor público estão expostos a outras formas de instabilidade e precarização do trabalho, tais como: privatização de empresas públicas seguidas de demissões, terceirização de setores dentro da empresa, deterioração das condições de

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trabalho e da imagem do trabalhador do serviço público, e responsabilização deles pelas deficiências dos serviços [...] (LANCMAN et al., 2009).

As organizações públicas também possuem especificidades quando

comparadas às empresas privadas. Nunes e Lins (2009, p. 57) apontam como uma

dessas peculiaridades a falta de autonomia, visto que os objetivos são fixados por

uma autoridade externa, ou seja, “[...] sua estruturação sempre será regida pelos

planos políticos e econômicos do governo a que estão vinculadas.”. Esse fato acarreta

dificuldades, pois os gestores das organizações públicas não possuem autonomia

para definir os meios e os recursos financeiros, humanos e materiais necessários, e

os funcionários, de modo geral, têm uma percepção diferente da organização,

comparada à visão dos funcionários de uma empresa privada (NUNES; LINS, 2009).

Para Schikmann (2010), as organizações públicas ainda possuem um

conjunto de características comuns, que representam um desafio em termos de

Gestão de Pessoas, com destaque para as seguintes:

a) rigidez imposta pela legislação – a autora constatou em suas pesquisas

que, embora os servidores tenham ideias para solucionar os problemas

que se apresentam, muitas das soluções esbarram na legislação, que

os impede de implementá-las;

b) desvinculação da visão do cidadão como destinatário do serviço

público – em várias organizações públicas ainda não existe a ideia de

que o cidadão é a razão de ser da organização;

c) pouca ênfase no desempenho – muitas organizações públicas ainda

não vinculam a realização do trabalho com o adequado desempenho.

Ou seja, com “[...] o trabalho sendo realizado da melhor forma possível,

direcionado para o alcance dos objetivos e metas da organização,

atingindo os resultados desejados no prazo previsto e satisfazendo

aqueles para os quais o trabalho é realizado de forma permanente e

contínua”. (SCHIKMANN, 2010, p. 15);

d) limites à postura inovativa – a rigidez da legislação estimula a inércia

gerencial, visto que muitas iniciativas são limitadas pela legislação;

e) poucos mecanismos de planejamento e pouca preocupação com a

gestão – a baixa ênfase no desempenho leva a uma “[...] atuação

voltada para o cumprimento das tarefas do dia a dia, sem preocupação

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com um planejamento que contemple uma visão para o curto, médio e

longo prazo.” (SCHIKMANN, 2010, p. 16); e

f) rotatividade na ocupação de posições de chefia – as posições de chefia

podem apresentar intensa alternância entre os membros da equipe de

trabalho ou do órgão, impactando a continuidade de ações.

Segundo a autora, em muitas organizações públicas no Brasil, as áreas

responsáveis pela Gestão de Pessoas estão voltadas, basicamente, para atividades

ligadas à folha de pagamento, benefícios da aposentadoria e ações pontuais e

emergenciais de treinamento e capacitação.

Schikmann (2010, p. 16) segue afirmando que, nestes casos, a atuação é

reativa, “respondendo quando acionadas pelas demandas das outras áreas da

organização e funcionários, indicando que elas não possuem o controle dos assuntos

que estariam afetos à sua responsabilidade.” Desta forma, não atuam nas atividades

estratégicas, como “[...] estabelecimento de objetivos e metas alinhados com as

definições da organização, o planejamento de ações e a definição de políticas como,

por exemplo, a de contratação, capacitação e remuneração de pessoal, entre outras”.

A autora salienta que outro problema diz respeito a algumas normas e

definições existentes nos planos de cargos, que podem suscitar a acomodação dos

funcionários, como, por exemplo, a utilização do tempo de serviço como critério

prioritário para a progressão.

Outra questão é a descrição de cargos, que pode limitar o escopo de atuação

dos funcionários, “desestimulando a multifuncionalidade e a visão sistêmica, e

configura com frequência os desvios de função que são muito comuns nos diversos

órgãos públicos em todos os âmbitos.” (SCHIKMANN, 2010, p. 17).

Schikmann (2010) também observa a questão relacionada ao recrutamento e

à seleção de servidores públicos:

[..] foco baseado em cargos e, não, em competências. A forma genérica como os cargos são descritos possibilita a alocação das pessoas em áreas com características muito diferentes, mas, de fato, não supre as reais necessidades em relação às competências necessárias para a realização de suas atividades típicas. (SCHIKMANN, 2010, p. 17).

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Também ligado ao recrutamento e à seleção e que representa um desafio

para a Gestão de Pessoas nas organizações Públicas é a impossibilidade de escolha

da equipe por parte do gestor público (GARCIA; GIACOMOSSI, 2014).

[...] a maioria do pessoal que compõem o quadro funcional na administração pública é formado aleatoriamente, sem que o gestor tenha qualquer ingerência. É constituído por concurso público de acordo com o texto constitucional (CRFB/88 art 37, II), e em alguns lugares e dependendo do nível hierárquico do gestor, ele pode dispor de cargos de comissão, de livre nomeação e exoneração. Todavia essas nomeações são limitadas e compõem a minoria do quadro funcional, pois a regra é que a investidura no cargo se dê por concurso público. (GARCIA; GIACOMOSSI, 2014, p. 9).

2.2 COACHING

2.2.1 Evolução Histórica

Segundo Krausz (2007), o termo coaching, no sentido que possui atualmente,

tem diferentes versões. A autora observa que Anthony Grant (2003) indica o trabalho

de Gorby (1937) como o primeiro na literatura sobre coaching e o artigo de W. R.

Mahler (1964) como o primeiro a usar o termo relacionado à administração de pessoal.

Entretanto Krausz (2007) destaca que dois outros nomes também são citados

como precursores do termo coaching. O primeiro é o de Timothy Gallwey (1996),

professor de tênis que desenvolveu uma abordagem diferente para ensinar o jogo. Ele

“[...] baseou seu método no princípio da habilidade inata que o corpo humano possui

de aprender a movimentar-se” (KRAUSZ, 2007, p. 18). Para Gallwey, o papel do

técnico era fazer perguntas de forma a contribuir para que o jogador entendesse como

jogava e fizesse os ajustamentos necessários. No seu ponto de vista, tanto no jogo

quanto na vida, o indivíduo precisa expressar seu potencial e ser uma fonte de

respostas para as suas próprias perguntas.

Krausz (2007) segue afirmando que o segundo nome é o de Thomas Leonard,

um contabilista e administrador financeiro bem-sucedido, procurado por clientes para

discutir questões financeiras e, também, aspectos ligados ao planejamento de

carreira.

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Na Década de 1990, Leonard fundou a CoachU e depois a Coachville,

instituições dedicadas à divulgação e treinamento de coaches, em diversas áreas. O

movimento iniciado por Leonard atraiu um grande número de pessoas e estimulou o

surgimento de programas de treinamento de coaches. (KRAUSZ, 2007).

Apesar disso, o coaching, da forma como vem sendo aplicado, destaca

Krausz (2007), tem sido mencionado desde 1958 com o trabalho de Mace e Mahler

(1958), Mace (1959) e Fournies (1978).

Na Década de 1990 começaram a surgir, em países de língua inglesa,

programas de treinamento informais, algumas associações profissionais e oferta de

disciplinas optativas sobre o assunto em algumas universidades (KRAUSZ, 2007)

De acordo com Krausz (2007), no início do Século XXI fatores como a

expansão das tecnologias da informação e da comunicação, a valorização dos

conhecimentos, habilidades e competências para lidar com questões complexas

ligadas às organizações, a competição acirrada, a necessidade de alinhamento

estratégico entre pessoas, produtos e serviços, o desafio da retenção de talentos e o

exercício eficaz da liderança favoreceram o desenvolvimento do coaching.

De acordo com as pesquisas de Grant e Cavanagh (2004), a evolução da

atividade do coaching pode ser dividida em três fases, conforme o quadro a seguir.

FASE PERÍODO CARACTERÍSTICAS

Atividade interna 1930 a 1960 Coaching interno é exercido pelo superior hierárquico, como treinamento.

Aumento do rigor acadêmico 1960 a 1990

Início de publicações, com pesquisas e discussões submetidas a maior rigor científico.

Ciência, pesquisa científica e atividade organizacional

A partir de 1990 Aumento do volume de teses, dissertações e artigos sobre o processo de coaching nas organizações.

Quadro 5: Evolução da atividade do coaching Fonte: Adaptado de Grant e Cavanagh (2004)

Bloch, Mendes e Visconte (2012) constatam que, no Brasil, foi a partir da

Década de 2000 que as práticas do coaching executivo passaram a ser mais

difundidas e adotadas por algumas organizações.

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Melo, Machado e Matos (2014, p. 5) afirmam que o coaching tem crescido no

Brasil e no mundo nos últimos anos, se apresentando como “[...] uma ferramenta

eficiente e eficaz nos processos de aprendizado, liderança e desenvolvimento humano

e organizacional.”

2.2.2 Definições de Coaching

De acordo com Landsberg (1996), o processo de coaching tem o objetivo de

aprimorar o desempenho e a capacidade de aprender das pessoas. Para isso, fornece

feedback, trabalha a questão da motivação, promove questionamentos e a adequação

do estilo de gerenciamento do coach1 em relação aos coachees2.

Para Thier (2003), o coaching aprimora as habilidades sociais e a eficiência

de indivíduos e pequenos grupos, no que tange às relações profissionais.

Clutterbuck (2008) considera que o coach estimula o despertar do potencial

de outras pessoas. Para que os coachees acessem seus recursos internos e externos,

de tal forma que obtenham melhoria de desempenho e consigam atingir resultados e

metas desejadas, o coach utiliza-se de paciência, intuição, perseverança e carisma.

As definições apresentadas se complementam ao indicarem aspectos

importantes como processo, aprimoramento, melhoria de desempenho e alcance de

resultados.

1 Trata-se do profissional que utiliza metodologias, técnicas e ferramentas de coaching para o benefício de uma empresa ou de um indivíduo, seja no campo pessoal ou profissional. 2 Trata-se do aprendiz que participa do processo de coaching.

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2.2.3 Benefícios do Coaching

Campos e Pinto (2012, p. 2) discorrem que autores como Tobias (1996) e

Milare e Yoshida (2009) relatam os seguintes benefícios gerais do processo de

coaching: a) melhora em termos de autocontrole emocional; b) aferição de resultados

organizacionais; c) mudança comportamental; e d) desenvolvimento de competências

de liderança.

Por outro lado, Campos e Pinto (2012, p. 2) também ressaltam que foram

identificados nos estudos de Ellinger, Hamlin e Beattie (2008) resultados negativos

decorrentes de processos de coaching, como, por exemplo, excesso de controle,

ineficiência na comunicação e condução do processo de maneira ditatorial.

Apesar desta constatação, Campos e Pinto (2012, p. 2) afirmam que

predominam as pesquisas que apontam, de um modo geral, para as vantagens

obtidas por meio do processo de coaching. Neste aspecto, os autores citam Senge et

al. (2000), que afirmam que o coaching é “oportuno em situações de mudança

organizacional”, visto que ajuda a superar a resistência.

Goldsmith (2012) observa que embora o coaching possa ser um projeto

independente, sem integração com a estratégia corporativa, sempre que consegue

alinhar as necessidades do negócio com as necessidades das pessoas, passa a ser

estratégico.

Para o autor, a demanda por respostas de coaching estratégico está atrelada

a situações em que um conjunto de talentos muda de posição, seja por questões de

sucessão, fusões, por redução de pessoal ou por aposentadorias simultâneas.

Em termos de benefícios por tipos de abordagens no contexto organizacional,

Goldsmith (2012), observa que o coaching voltado para executivos consiste em uma

oportunidade de refletir sobre seu desenvolvimento pessoal, em alinhamento com o

sucesso da organização. Já o coaching direcionado para equipes fornece o estímulo

necessário para a construção e motivação de equipes capazes de impulsionar o

negócio.

Os benefícios também alcançam o quadro da diretoria, pois o coaching “[...]

oferece uma estrutura para o diálogo e propicia um clima no qual questões vitais,

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embora aparentemente rígidas, podem ser suscitadas, confrontadas e trabalhadas.”

(GOLDSMITH, 2012, p. 15).

Para Kunzler e Schneider (2012), o coaching pode ser utilizado como

estratégia organizacional, visando ao alcance dos resultados desejados, trazendo

benefícios não só para a organização, mas também para seus líderes, gerentes e

empregados.

Goldsmith (2012), compartilha a opinião de que o coaching com foco na

estratégia possibilita a transformação organizacional, conduzindo executivos, equipes

e diretoria do ponto onde se encontram na atualidade até o ponto em que desejam

estar no futuro.

A figura 1, apresentada a seguir, esquematiza o benefício do processo de

coaching alinhado à estratégia organizacional.

Fonte: Goldsmith (2012, p. 15)

Clima de liderança FRONTEIRA

ORGANIZACIONAL

Organização

Equipe

Indivíduo

Organização

Equipe

Indivíduo

COACHING EXECUTIVO

COACHING DE EQUIPES

ESTRATÉGIA

TRANSFORMAÇÃO ORGANIZACIONAL

Feedback e aprendizado

Transformações de trabalho, ambiente

empresarial e relacionamentos.

Hoje Amanhã

Figura 1: Coaching alinhado à estratégia

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2.2.4 Principais Passos numa Intervenção do Coaching

Segundo Clutterbuck (2008), a intervenção do coaching, de modo geral,

consiste em um processo de sete passos, apresentados a seguir.

1) Identificação da necessidade de melhoria/mudanças - A necessidade

de melhoria ou mudanças pode ser detectada pelo coachee ou imposta

de fora. Pode, ainda, estar atrelada a uma questão bem definida ou não

estar suficientemente clara, percebendo-se apenas as consequências

e não as causas;

2) Observação e reunião de evidências – Consiste na identificação, pelo

coach, de fatores causas reais ou possíveis, que para o coachee

podem não ser perceptíveis;

3) Motivação para determinar a apropriar-se de metas de evolução –

Relaciona-se à decisão de envolvimento voltado para a concretização

das mudanças e do compromisso de mantê-las vivas;

4) Ajuda e planejamento para o alcance dessas metas – Envolve o

mapeamento das influências (conjunto de elementos internos e

externos que favorecem ou desfavorecem a sustentação da mudança

desejada), a subdivisão em tarefas menores do processo de mudança

e a identificação do progresso das mudanças efetuadas;

5) Criação de oportunidades para praticar as habilidades desejadas –

Consiste na imediata colocação em práticas das habilidades adquiridas

ou incrementadas;

6) Observações de ações e oferta de feedback objetivo – Neste aspecto,

destaca-se a ênfase no feedback intrínseco, ou seja, dado pelo próprio

coachee; e

7) Ajuda para superar contratempos – Foca na preparação do coachee

para a ocorrência de eventuais contratempos e oferece apoio para a

superação.

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2.2.5 Ferramentas do Coaching

De acordo com Pinheiro, Pasqual e Broge (2012), as ferramentas do coaching

foram aparecendo no mercado brasileiro aos poucos. A primeira delas foi o

Assessment, seguida da Roda da Vida.

Pinheiro, Pasqual e Broge (2012, p. 31) observam que “Muitos testes de

personalidade, levantamentos de atitudes e formas diversas de autoconhecimento e

até atividades foram sendo adicionados ao Coaching e oferecidos como ferramentas”.

Os autores também mencionam que abordagens diferentes de coaching passaram a

integrar o processo, funcionando como ferramentas, como é o caso da

neurolinguística.

Oneda (2016) confirma que atualmente existem diversas ferramentas do

coaching, que podem ser usadas de acordo com a necessidade, de forma isolada ou

associadas. Para o autor, as ferramentas de coaching fornecem suporte para a

promoção do autoconhecimento, desenvolvimento da qualidade e para potencializar

processos de mudanças consistentes.

Para Pereira (2013), a disponibilidade de um conjunto diverso de ferramentas,

que variam de acordo com a orientação, processo, modelos e toda a pluralidade de

abordagens, é fundamental, pois a “[...] utilização limitada de técnicas não funciona,

uma vez que o coaching não permite o emprego de ferramentas mecânicas,

automatizadas e repetitivas”. Ou seja, a pluralidade é importante para que o coach

tenha um repertório amplo e seja capaz de aplicar a ferramenta que melhor responde

a cada diferente situação.

Segundo Velho (2012) as ferramentas do coaching são utilizadas não

somente para facilitar a compreensão do conteúdo, mas, muitas vezes para entender

os sentimentos do coachee.

Silveira (2012, p.1) destaca que a formação em coaching pode ser suportada

por diferentes abordagens e que cada uma comporta “um rol de ferramentas e

recursos que poderão servir como apoio no diagnóstico da situação a ser tratada, bem

como na construção do plano de ação”. Além disso, a ferramenta a ser utilizada tem

relação com a fase do processo.

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A autora recomenda que na fase de diagnóstico, podem ser usadas

ferramentas como DISC3; PI (Predictive Index); Âncora de Carreira, Janela de Johari,

SWOT4 Pessoal e Avaliações Psicológicas. De acordo com Silveira (2012, p.1), tais

ferramentas são recursos que permitem diagnosticar o perfil de comportamento e/ou

estágio do coachee em relação a determinadas competências.

Seus resultados servirão como ponto de partida para identificar pontos potencialidades e/ou desafios para o atingimento dos objetivos do processo, sendo o ponto de partida para a construção do plano de ação. Tais recursos não foram criados com objetivo de suportar o processo de coaching, porém alguns profissionais identificaram neles potencial para consolidação do diagnóstico/ marco zero. Cabe destacar que cada um tem os seus pré-requisitos para aplicação que deverão ser seguidos pelo profissional que o utiliza. A definição do que suportará o processo de diagnóstico no coaching caberá ao coach a partir da sua formação e do que se sente à vontade para conduzir. (SILVEIRA, 2012, p.1).

Já para a construção do plano de ação, segundo a autora, o coach dispõe de

ferramentas como 5W2H5, GROW6, SMART7, CLEAR8, entre outras. Esses diferentes

recursos têm em comum o objetivo de estruturar planos para o alcance de metas e

objetivos.

Para o desenvolvimento do processo de coaching, Silveira (2012) observa que

outra variedade de ferramentas está disponível, dentre elas a Roda da Vida, o

Psicodrama, a Programação Neorolinguística (PNL), a Escuta Ativa, as Perguntas

Poderosas, os Mapas Mentais, entre outras. A escolha de uso dessas ou de outras

ferramentas dependerá, entre outros fatores, da formação e experiência do coach, da

afinidade com o recurso e do perfil e dos objetivos do coachee.

3 A sigla contém as seguintes iniciais em inglês: Dominance (Dominância); Influence (Influência);

Stability (Estabilidade) e Compliance (Conformidade). 4 A sigla contém as seguintes iniciais em inglês: Strengths (Forças); Weaknesses (Fraquezas); Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). 5 A sigla contém as seguintes iniciais em inglês: 1 – What (o que); 2 – Who (quem); 3 – When (quando);

4 – Where (onde); 5 – Why (por que); 1 – How (como) e 2 – How Much (quanto).

6 GROW é um acrónimo para Goals (Metas ou Objetivos), Reality (Realidade), Options (Opções) e Will (Compromisso). 7 A sigla contém as seguintes iniciais em inglês: “S” de Specific (específico); “M” de Measurable (mensurável); “A” de Attainable (atingível); “R” de Results-oriented (orientado ao resultado) e de Time bound (temporizável). 8 CLEAR, cuja tradução para português significa claro, constitui-se como um acrónimo de Contracting (contratando); Listening (ouvindo); Exploring (explorando); Action (ação) e Review (avaliação).

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Silveira (2012, p. 2) conclui que “para cada nova relação coach-coachee

estabelecida, uma nova combinação de recursos e ferramentas será definida”, pois

cada contrato será permeado por diferentes fatores tanto relacionados ao coach,

quanto relacionados ao coachee.

O quadro 6, apresentado a seguir, traz a definição de algumas das

ferramentas aplicadas no processo do coaching.

FERRAMENTAS DESCRIÇÃO

Âncora de Carreira

A âncora de carreira é uma ferramenta desenvolvida por Edgar Schein, que apresenta uma combinação das áreas percebidas de competência, motivos e valores que, efetivamente, são relevantes para a pessoa. Sem o conhecimento desta âncora a pessoa pode buscar outro trabalho que, no futuro, também pode causar insatisfação, pois não responde, realmente, ao seu “eu”. Logo, essa ferramenta possibilita o entendimento da orientação pessoal do coach para o trabalho, seus motivos, seus valores e sua auto percepção de talentos”. (MARQUES, 2015).

Coaching Assessment

É um instrumento de mapeamento de tendências comportamentais para se obter informações de como um colaborador, equipe, líder ou executivo funciona. A partir desse mapeamento é possível detectar gaps (ROSA, 2015).

DISC

Trata-se de uma ferramenta para avaliação comportamental. DISC refere-se a quatro fatores: Dominância, influência, Estabilidade e Cautela (IBC, 2012a). a) Dominância - Está relacionada ao modo como cada

pessoa lida com as dificuldades e os desafios. Profissionais com este perfil são mais competitivos, objetivos e orientados para os resultados;

b) Influência - Diz respeito à capacidade de se relacionar e influenciar os outros. Pessoas com este perfil são mais comunicativas, otimistas, populares e tem mais facilidade para trabalhar em grupo;

c) Estabilidade - Refere-se a como cada pessoa lida com mudanças. Entre as qualidades comportamentais deste perfil destacamos: constância, paciência e capacidade nata para ouvir e ser amistoso; e

d) Cautela – Esta característica define como cada pessoa lida com as regras estabelecidas, e as respeita. Entre os comportamentos que melhor definem profissionais deste perfil, destacamos como: perfeccionistas, analíticas e detalhistas.

Escuta Ativa

Consiste em premissa para os modelos comunicação interpessoal. Relaciona-se com o foco no coachee e a habilidade de escutar o que ele diz ou omite (PEREIRA, 2013).

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GROW

GROW é um acrónimo para Goals (Metas ou Objetivos), Reality (Realidade), Options (Opções) e Will (Compromisso) e visa a auxiliar o líder a levar os seus colaboradores a atingir um desempenho ótimo. Este método utiliza uma abordagem interrogativa, que contribui para que o colaborador tome consciência da situação atual e do seu papel, questione as suas percepções e equacione diferentes pontos de vista, identifique claramente a mudança que está disposto a empreender e as metas que pretende atingir, desenvolva as suas próprias soluções e se comprometa com as iniciativas e os resultados (VILHENA, 2015).

Janela de Johari

Para facilitar o entendimento das regras básicas da comunicação interpessoal, Joseph Luft e Harry Inghan idealizaram, em 1961, um diagrama conhecido pelo nome de Janela de Johari onde, através de quatro retângulos, dispostos em forma de janela, é possível conceituar o processo de percepção de um indivíduo em relação a si mesmo e aos outros. Os autores partiram do princípio de que cada pessoa tem (ou pode ter) quatro imagens distintas: a) Eu aberto - Você sabe que é e os outros sabem que você

é. b) Eu secreto - Você sabe que é, mas os outros não sabem

que você é. c) Eu cego - Você não sabe que é, mas os outros sabem que

você é. d) Eu desconhecido - Nem você nem os outros sabem que

você é. Esta ferramenta é utilizada no coaching, pois favorece o autoconhecimento (PAIVA, 2015).

Mapas Mentais

Mapa Mental é um instrumento visual, criado pelo psicólogo Tony Buzan, em meados dos anos setenta, que facilita o aprendizado, pois permite uma melhor memorização através da organização de ideias representadas por conexões gráficas. O Mapa Mental no processo de coaching permite a apreciação de diferentes maneiras de se analisar uma situação e de buscar a solução para cada uma delas (VELHO, 2012)

Missão e Visão

De forma análoga às empresas, traduz-se, em nível pessoal, “o que eu faço” e “onde eu quero chegar”, respectivamente. A partir deste retrato, o coach e seu coachee podem traçar um plano de ação (ONEDA, 2016).

Perdas e Ganhos

Permite enumerar diversas situações e avaliar quais os fatores motivadores e sabotadores. Para cada item o coach deve se perguntar: “O que eu tenho a ganhar com isso?”; “O que eu tenho a perder com isso?”. Esse método ajuda a se planejar e a priorizar os próximos passos. (ONEDA, 2016).

Perguntas Poderosas

Permitem desde a simples captação de informação até o incentivo à mudança. Em geral “são breves, claras, abertas, não incluem a palavra eu, e fluem de forma intuitiva”. Além disso, causam impacto, não são dúbias, confusas ou inoportunas e criam novas possibilidades (PEREIRA, 2013).

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PI

O PI (Predictive Index) avalia o perfil comportamental e as necessidades motivadoras voltadas ao trabalho, de cada pessoa, sob vários aspectos e três grandes ângulos (PLANARH, 2015):

Self - representa o perfil da personalidade básica. Um perfil estável de comportamento que, em geral, muda muito pouco durante a vida e somente é expresso sob circunstâncias especiais, mas sempre está presente como um aspecto da personalidade total.

Conceito do self - representa a forma como o profissional está tentando ser, geralmente porque esta é a maneira que o seu ambiente de trabalho, segundo ele mesmo, o percebe, e exige que se comporte. Raramente é efetivamente expresso e, geralmente, não consciente, este é o modelo ou papel do indivíduo, o que ele percebe serem as demandas que exige o seu ambiente de trabalho.

Síntese - É assim que o profissional se comporta agora no seu ambiente de trabalho - a pessoa como você a observa e a conhece no trabalho. Esta é também a forma como você espera que a pessoa se comporte agora, e no futuro imediato, em um novo trabalho. Se a pessoa percebe a necessidade de mudança no trabalho, existirá um espaço de tempo antes que qualquer mudança realmente se desenvolva no perfil da Síntese.

Programação Neorolinguística (PNL)

A Programação Neurolinguística (PNL) foi desenvolvida na Década de 1970, por John Grinder e Richard Bandler. Suas pesquisas identificaram um conjunto de modelos e padrões que influenciam a mente, corpo ou o comportamento do indivíduo, descrevendo a relação entre a mente (neuro), a linguagem verbal e não verbal (linguística) e como essa interação pode ser organizada (programação). O coaching, agregou também este conhecimento para proporcionar às pessoas a habilidade de influenciar a si mesmas, adquirindo hábitos, visões de mundo, percepções, linguagem e comportamentos ideais para alcançar metas, objetivos e obter alto desempenho (IBC, 2015b).

Psicologia Positiva

Trata-se de um “braço” da psicologia que explica que a felicidade humana depende de pensamentos e atitudes positivas. O coach deve conduzir o coachee ao entendimento de que é possível ele chegar aonde pretende com a criação de metas concretas que, ao serem desenvolvidas de uma maneira positiva e que traga felicidade, auxiliam na obtenção de seus objetivos (DA MATTA, 2013)

Psicodrama

É uma abordagem psicológica, criada pelo psiquiatra Jacob Levy Moreno, que proporciona a compreensão do ser humano, contribuindo para a liberação de seu potencial criativo e para integração social. Por meio da dramatização, o corpo expressa o que as palavras não conseguem dizer, enriquecendo a forma de compreender um problema e solucioná-lo. Nessa perspectiva, o Psicodrama oferece uma rica contribuição ao Coaching. (BRAGA, 2015)

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Rapport

Consiste em um processo de conexão harmoniosa e de confiança com o coachee. Esta conexão facilita a troca de informações, o aceite dos desafios propostos e torna mais fácil a implementação das mudanças necessárias (ONEDA, 2016).

Roda da Vida

É um sistema composto por um círculo com oito divisões (lazer, intelecto, saúde, vida financeira, amigos e família, trabalho e carreira, espiritualidade e amor) consideradas fundamentais para o equilíbrio pessoal. O objetivo é proporcionar reflexões permanentes acerca da atenção dada a cada uma das áreas e desenvolver um plano de ação para aprimorar as não satisfatórias (BRESSAM, RODRIGUES, 2013).

SMART

Caracteriza-se como uma espécie de checklist para traçar metas, buscando assertividade na revisão dos possíveis cenários que compõem o atingimento das metas traçadas. Em “SMART” cada letra representa uma palavra, em inglês, que são os pressupostos que as metas devem atender para serem factíveis (ONEDA, 2016).

“S” de Specific, que significa específico. Cada meta deve ter dados e números, que serão a base da meta;

“M” de Measurable, que significa mensurável. As metas devem ser registradas, fáceis de medir e verificáveis.

“A” de Attainable, que significa atingível. As metas devem ser realizáveis. Podem ser ousadas, mas precisam ser possíveis, pois do contrário, desmotivam.

“R” de Results-oriented, que significa orientado ao resultado. Cada meta deve ser relevante para atingir o objetivo determinado.

“T” de Time bound, que significa temporizável. Toda meta deve ter prazo, do contrário, acabará sendo não priorizada.

SWOT Pessoal

É equivalente à análise SWOT aplicada às organizações. Ela elenca as habilidades e as dificuldades do coachee frente aos aspectos internos e externos. A partir desta análise, desenvolve-se um plano de ação de melhorias, com foco nas forças que potencializam as oportunidades e neutralizando as fraquezas que ameaçam o atingimento dos objetivos (ONEDA, 2016).

Tríade do Tempo

Preconiza o balanceamento de três importantes dimensões: Família, Trabalho e Vida pessoal. No modelo sugerido, as atividades diárias se dividem em três categorias: a) importantes; b) urgentes; e c) circunstanciais. A sugestão é focar nas atividades importantes e tentar não investir todo o tempo em resolver os problemas urgentes (ONEDA, 2016).

Quadro 6: Ferramentas do processo de coaching Fonte: Adaptado de Braga, 2015; Bressam; Rodrigues, 2013; IBC, 2012a; 2015b; Da Matta,

2013; Marques 2015; Oneda, 2016; Paiva, 2015, PLANARH, 2015; Rosa, 2015; Velho, 2012; Vilhena, 2015

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66

2.2.6 Nichos do Coaching

Segundo Freitas (2015), o mercado de coaching é basicamente dividido em

dois grandes nichos: Life Coaching (Coaching de Vida) e Executive and Business

Coaching (Coaching de Negócios).

O Coaching de Vida aborda projetos, questões, relacionamentos ou condições

específicas da vida pessoal do cliente, auxiliando-os na análise do momento presente,

dos obstáculos e desafios a serem enfrentados e na definição de objetivos e das

metas eficientes para atingir os resultados desejados (FREITAS, 2015).

Esta vertente do coaching, segundo o IBC (2012b), possui outras subdivisões,

que trabalham áreas mais específicas. Sendo assim, existe coach para as seguintes

vertentes: Família, Adolescentes, Crianças, Atletas, Aposentadoria, Sucesso,

Comunicação, Crises e Transições, Espiritualidade, Emoções, Relacionamentos,

Superação, Transformação, Férias, Orientação Profissional, Emagrecimento entre

outros.

O Coaching de Negócios auxilia atingir as metas e objetivos da organização

frente a um mercado competitivo, contribuindo, também, para o aperfeiçoamento

pessoal e para o alcance do equilíbrio entre as necessidades pessoais e da empresa

IBC (2012b).

Segundo Campos e Pinto (2012), em termos de abordagens no contexto

organizacional, o coaching pode ser individual (executivo) ou de equipe, sendo que o

processo pode ser conduzido por um coach interno ou externo.

2.2.6.1 Coaching Individual ou Executivo

No coaching individual, também denominado de coaching executivo, o coach

conduz o processo com um único colaborador (executivo) com a finalidade de atender

demandas específicas (CAMPOS; PINTO, 2012).

Campos e Pinto (2012, p. 19) mencionam a pesquisa realizada por Kilburg

(1996) para identificar os principais elementos que caracterizam o processo de

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67

coaching individual ou executivo. Os resultados apontaram para os seguintes

elementos:

a) estabelecer o foco e os objetivos que serão trabalhados;

b) estimular o comprometimento de tempo e de recursos do coachee com

o processo;

c) estabelecer um pacto de confidencialidade, a partir de uma relação de

empatia e confiança;

d) é aconselhável que o coachee encontre significados pessoais dentro

do coaching para poder gerar expectativas de sucesso;

e) o coach deve estimular experiências e aprendizagens das quais o

coachee possa tirar lições sobre como desenvolver o autocontrole

emocional e cognitivo; e

f) é oportuno a verificação contínua sobre os êxitos e falhas que ocorrem

ao longo do processo de coaching.

A respeito da eficiência do processo de coaching executivo, Campos e Pinto

(2012) mencionam os autores Levin, Bozzer e Charmine (2008), que enfatizam a

necessidade da elaboração de um plano estratégico por parte do coach, para

identificar as variáveis-chave que influenciam as tomadas de decisão e promover um

alinhamento entre os objetivos individuais do coachee e os objetivos estratégicos da

organização.

Já para Bloch, Mendes e Visconte (2012), o processo de coaching executivo

é flexível, entretanto, é fundamental que haja uma estrutura definida que facilite sua

condução.

Desta forma, os autores propõem uma estrutura para o processo, composta

de cinco fases: a) fase prévia (diagnóstico); b) fase 1 (comprometimento); c) fase 2

(elaboração do plano de ação); d) fase 3 (ação e acompanhamento); e e) fase 4

(resultados). Para cada uma destas fases, os autores identificam o processo,

especificam as atividades a serem realizadas, as ferramentas a serem utilizadas e os

resultados esperados.

O Quadro 7 apresenta a estrutura mencionada.

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68

FASE PRÉVIA FASE 1 FASE 2 FASE 3 FASE 4

Diagnóstico Comprometimento Elaboração do Plano de Ação

Ação e Acompanhamento

Resultados

Processo Cenário e objetivos

Tomada de consciência

Visão de futuro Desenvolvimento

de potencial

Medição dos resultados e

comprometimento com a

sustentabilidade do processo

Atividades

Levantamento de

expectativas da

organização e do coachee

Autoconhecimento

Estabelecimento de metas e ações de desenvolvimento

Desenvolvimento do potencial

Avaliação de resultados com

a chefia e demais

stakeholders

Consenso com a chefia sobre o

plano

Definição de resultados

Implementações das ações

Feedback para o coachee

Ferramentas Entrevista com

coachee, chefia e RH

Análise de competências

Síntese dos dados Desenvolvimento

"on the job"

Entrevistas com chefia e demais

stakeholders

Identificação de estilos

Construção da visão de longo

prazo Leituras

Relato de história de vida Definição de pontos

a desenvolver Feedback das

ações Identificação de valores

Instrumentos de assessment

Construção do plano de

desenvolvimento

Análise de incidentes críticos Entrevista com

stakeholders

Resultados

Administração de

expectativas entre

organização, coachee e

coach

Identificação de forças e gaps

Comprometimento com pontos de mudança ou

melhoria

Desenvolvimento de habilidades

Atendimento das

expectativas iniciais

Mudanças de atitude

Plano de ação Aquisição de

experiências e conhecimento

Comprometimento dos stakeholders

Tomada de decisão

Quadro 7: Estrutura básica da metodologia do coaching executivo Fonte: Bloch, Mendes e Visconte (2012, p. 48-49)

2.2.6.2 Coaching de Equipes

O trabalho em equipe existe porque as organizações descobriram que essa

modalidade é mais eficaz quando se trata de trabalhos complexos (CLUTTERBUCK,

2008). De acordo com o autor, o trabalho em equipe também proporciona a

socialização.

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69

As equipes estabelecem o ambiente em que partilham esforços, recompensas e riscos. Proporcionam a sensação de uma identidade comum, assentada em ideias, propósitos, histórias e atitudes grupais. E funcionam como uma oportunidade para as pessoas conversarem, oferecerem apoio e reconhecimento mútuos, e realizarem também outras atividades que as deixem motivadas e com mais autoestima. (CLUTTERBUCK, 2008, p. 2).

Clutterbuck (2008) lamenta o fato de que, nem sempre, as equipes utilizem

sua capacidade coletiva de produção e atribui isso a problemas como: deficiência na

estrutura e no processo, falta de propósito ou de comprometimento, conflitos internos

e liderança incapaz.

O autor considera que, nesse contexto, o coaching de equipes é

recomendável, pois pode auxiliar as equipes a “[...] reverem seu desempenho, a

melhorar seus resultados e sua comunicação, e a consolidar os relacionamentos.”

(CLUTTERBUCK, 2008, p. 2).

Para Clutterbuck (2008), apesar de não existir uma definição perfeita para o

processo de coaching de equipe, possivelmente porque as equipes possuem

diferentes propósitos e naturezas, o coaching de equipe pode ser compreendido como

o processo de ajuda para melhorar o seu desempenho, recorrendo a reflexões e

diálogos.

Como benefícios do coaching de equipe, o autor destaca os seguintes:

a) redução de conflitos tanto dentro da equipe como entre equipes;

b) aumento da eficiência dos processos;

c) melhoria da qualidade da comunicação da equipe com os principais

envolvidos de fora da equipe;

d) retenção dos empregados valiosos; e

e) promoção do gerenciamento geral do conhecimento.

O coaching de equipe pode ser realizado por um líder como gerente (interno)

ou por um líder como coach (externo).

A questão do gerente ou gestor no papel de coach é polêmica. Campos e

Pinto (2012) confirmam que existem diferentes entendimentos acerca da eficácia do

coach para equipes ser interno ou externo e destacam Hackman e Wageman (2005)

como autores que defendem que o coach interno é importante devido ao

conhecimento que possui acerca da cultura organizacional existente. Por outro lado,

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70

apresentam Kets de Vries (2005), que sustenta que o processo deve ser gerido por

um coach externo preparado para isso, pois possui conhecimentos e ferramentas

específicas para produzir as mudanças esperadas.

Clutterbuck (2008) sintetiza algumas das principais diferenças de abordagem

entre o líder como gerente (interno) e o líder como coach (externo).

QUESTÃO LIDER COMO GERENTE LÍDER COMO COACH

Metas da tarefa

Estabelece metas com a equipe e com ela desenvolve compromisso com os objetivos traçados;

Analisa os progressos em comparação com as metas.

Ajuda a estabelecer processos para a estipulação e revisão das metas;

Explora o alinhamento entre as metas pessoais do subgrupo e da equipe;

Ajuda a explorar as causas de contratempos ou insucessos.

Metas de aprendizagem

Estabelece necessidades de desenvolvimento para cada membro da equipe;

Alcança acordos quanto a planos de desenvolvimento pessoal.

Ajuda a estabelecer os processos de integração pessoal e os planos de desenvolvimento para a equipe.

Visão

Articula as ambições da equipe internamente e com os agentes externos envolvidos;

Contextualiza a visão da equipe com a da empresa

Testa a qualidade e a viabilidade da visão e como ela influencia as atividades diárias;

Ajuda a equipe a expressar verbalmente os “valores” por trás de sua visão.

Coordenação

Garante que todos entendam seus papéis e responsabilidades;

Revê e aprimora os processos de trabalho em conjunto com a equipe;

Planeja e traça estratégias.

Oferece feedback sobre os processos e procedimentos e sobre como o fator humano os afeta;

Ajuda a equipe a questionar seus processos e abordagens;

Desenvolve habilidades estratégicas.

Solução de problemas e tomada de decisão

Demonstra comportamentos eficientes, soluções de problemas e tomada de decisão, envolvendo os membros da equipe e alcançando consenso.

Ajuda a equipe a melhorar seus processos de solução de problemas e tomada de decisão.

Gerenciamento de conflito

Toma atitudes preventivas para identificar, discutir e prevenir possíveis conflitos;

Media e acerta regras que reduzam conflitos.

Dá feedback para garantir que o conflito é reconhecido;

Melhora a capacidade da equipe de lidar com conflitos.

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Comunicação

Demonstra que uma comunicação eficiente está disponível quando é preciso;

Cria oportunidades para que haja a comunicação.

Ajuda a equipe a entender a teoria e a prática da comunicação;

Ajuda a investigar e a aprender com os fracassos da comunicação.

Processos de aprendizagem

Garante que a equipe dedique tempo para refletir e rever.

Ajuda a equipe a construir as habilidades e os processos necessários ao diálogo de reflexão.

Gerenciamento de limites

Protege a equipe de ameaças e interferências externas;

Adquire recursos.

Ajuda a equipe a rever e melhorar o gerenciamento de seus limites.

Gerenciamento de desempenho

Esclarece expectativas de desempenho;

Conduz avaliações;

Reconhece e recompensa os desempenhos.

Explora as influências sobre o desempenho, em âmbito individual e de equipe.

Quadro 8: Principais diferenças de abordagem entre o líder como gerente e o líder como coach Fonte: Clutterbuck (2008, p. 124-125)

2.2.6.3 Diferenças entre Coaching Executivo e Coaching de Equipes

Clutterbuck (2008), com base em cases, apresenta algumas diferenças entre

o coaching executivo e coaching de equipe, como consta no quadro 9.

ASPECTOS COACHING EXECUTIVO COACHING DE EQUIPE

Preparação

Embora seja importante o fornecimento, por parte do RH, de um conjunto de diretrizes, isso raramente acontece no caso do coaching executivo.

Neste caso, é essencial a preparação de um conjunto de diretrizes, pois o líder e os indivíduos da equipe precisam saber por que o coaching é necessário.

Estabelecimento de metas

Essa é uma parte relativamente objetiva e direta do processo habitual de coaching. Eventuais mudanças podem ser facilmente incorporadas durante o desenrolar do processo, se necessário.

É preciso identificar onde a equipe está e para onde pretende ir, coletivamente. É preciso delinear para a equipe um escopo mais estreito de questões a serem discutidas, pois isso ajuda muitos participantes a passarem de um estágio para o seguinte.

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Líderes

O chefe do coachee deve estar envolvido e o ideal é que isso ocorra por meio de reuniões no início e em intervalos subsequentes. O coach também deve dar feedback e encorajar os membros da equipe, conforme as mudanças são postas em prática.

O líder deve ser discretamente trabalhado no coaching em termos de suas interações com a equipe, desde o começo até o fim do processo. O coach deve cuidar o tempo todo para não substituir o líder.

Dinâmica

O coach tem oportunidades limitadas de atuar na modelagem de comportamentos e técnicas.

O coach tem mais oportunidades de mostrar os comportamentos desejados para os membros da equipe. A psicologia da tomada de decisões em equipe torna mais difícil para a equipe reconhecer a necessidade de mudar sua abordagem ou seu ponto de vista coletivo.

Atividades do coach

Desenvolver metas, definir o plano de ação exigido, desenvolver as habilidades necessárias, dar apoio e desafiar, dar feedback, oferecer outros pontos de vista, lidar com o encerramento.

As mesmas atividades, mas muito mais necessária é sua habilidade como facilitador para envolver todos os membros da equipe, lidar com conflitos e resumir os vários pontos de vista um maior número de vezes.

Quadro 9: Diferença entre Coaching Executivo e Coaching de Equipes

Fonte: Adaptado de Clutterbuck, 2008, p. 112-113

2.2.7 Coaching no Serviço Público

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) realizou um estudo

intitulado “Gestão do Conhecimento na Administração Pública: resultados da pesquisa

IPEA 2014 – práticas de gestão do conhecimento”, cujo objetivo foi analisar as

percepções de gestores quanto ao estágio de implantação e o alcance dentro da

organização de diversas práticas relacionadas à Gestão do Conhecimento (GC),

incluindo o coaching.

A coleta de dados ocorreu entre março e agosto de 2014, junto a 74

organizações da Administração Pública Federal, sendo 67 do Executivo Federal, 2 do

Legislativo Federal e 5 do Judiciário Federal. A amostra incluiu, também, 5 órgãos do

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Ministério Público (MP), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Operador Nacional

do Sistema Elétrico (ONS). Totalizando 81 órgãos da Administração Pública.

Na Administração Direta, que inclui as 34 organizações listadas no quadro 10,

12% relataram que possuem o processo de coaching implantado; 20% relataram estar

em fase de implantação; 9% já alcançaram resultados significativos e 59% indicaram

a inexistência de planos para a sua implantação.

ORGANIZAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA

Advocacia-Geral da União Ministério da Previdência Social

Comando da Aeronáutica Ministério da Saúde

Comando da Marinha Ministério das Comunicações

Comando do Exército Ministério das Relações Exteriores

Controladoria-Geral da União Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Departamento da Receita Federal Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Departamento de Polícia Federal Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

Departamento de Polícia Rodoviária Federal Ministério do Trabalho e Emprego

Gabinete de Segurança Institucional Ministério do Turismo

Ministério da Agricultura Ministério dos Transportes

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República

Ministério da Cultura Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República

Ministério da Defesa Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Ministério da Educação Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

Ministério da Integração Nacional Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

Ministério da Justiça Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República

Ministério da Pesca e Aquicultura Secretaria Geral da Presidência da República

Quadro 10: Organizações da Administração Direta pesquisadas sobre implementação de processo de coaching

Fonte: IPEA, 2014

Em empresas estatais e de economia mista, que engloba as 17 organizações

listadas a seguir, 22% relataram que possuem o processo de coaching implantado;

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50% relataram estar em fase de implantação; 6% já alcançaram resultados

significativos e 22% indicaram a inexistência de planos para a sua implantação.

Empresas Estatais:

1) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social;

2) Caixa Econômica Federal;

3) Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco;

4) Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais;

5) Companhia Nacional de Abastecimento (Conab);

6) Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos;

7) Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária;

8) Itaipu Binacional-Binacional Brasil/Paraguai (Itaipu); e

9) Serviço Federal de Processamento de Dados

Sociedades de Economia Mista:

1) Banco do Brasil;

2) Centrais Elétricas Brasileiras S.A.;

3) Companhia Brasileira de Trens Urbanos;

4) Eletronorte Centrais Elétricas S.A.;

5) Eletrosul Centrais Elétricas S.A.;

6) Furnas Centrais Elétricas S.A.;

7) Petrobras; e

8) Telecomunicações Brasileiras S.A.

Em fundações e autarquias e agências reguladoras, que engloba as 15

organizações listadas a seguir, 7% relataram que possuem o processo de coaching

implantado; 40% relataram estar em fase de implantação; nenhuma organização

relatou ter alcançado resultados significativos e 53% indicaram a inexistência de

planos para a sua implantação.

Fundações e autarquias:

1) Banco Central do Brasil;

2) Escola Nacional de Administração Pública;

3) Fundação Oswaldo Cruz;

4) Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada;

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5) Instituto Nacional de Seguro Social; e

6) Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

Agências reguladoras:

1) Agência Nacional de Águas;

2) Agência Nacional de Aviação Civil;

3) Agência Nacional de Energia Elétrica;

4) Agência Nacional de Petróleo;

5) Agência Nacional de Saúde Suplementar;

6) Agência Nacional de Telecomunicações;

7) Agência Nacional de Transportes Aquaviários;

8) Agência Nacional de Vigilância Sanitária; e

9) Agência Nacional do Cinema.

No Poder Judiciário, que abrange 5 organizações listadas a seguir, 40%

relataram estar em fase de implantação e 60% indicaram a inexistência de planos para

a sua implantação.

1) Conselho da Justiça Federal;

2) Conselho Nacional de Justiça;

3) Superior Tribunal Militar;

4) Supremo Tribunal Federal; e

5) Tribunal Superior do Trabalho.

No Ministério Público, que abrange 5 organizações listadas a seguir, 40%

relataram estar em fase de implantação e 60% indicaram a inexistência de planos para

a sua implantação.

Ministério Público Federal:

1) Conselho Nacional do Ministério Público;

2) Ministério Público do trabalho;

3) Ministério Público Federal; e

4) Ministério Público Militar.

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Ministério Público Estadual:

1) Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

No Poder Legislativo, que compreende 2 organizações (Senado Federal e

Câmara dos Deputados), 50% relataram estar em fase de implantação e 50%

indicaram a inexistência de planos para tal.

A tabela 1, abaixo, mostra o resumo geral de todas as 81 organizações

Públicas Federais pesquisadas pelo IPEA, quanto ao estágio de implantação do

coaching.

Tabela 1: Estágio de implantação do coaching organizações Públicas Federais

ESTÁGIO DE IMPLANTAÇÃO DO

COACHING

COM RESULTADOS

IMPLANTADAS EM

IMPLANTAÇÃO

NÃO EXISTEM PLANOS

Organizações 4 11 26 40

% 5% 14% 32% 49%

Fonte: Adaptado de IPEA, 2014

Segundo o IPEA (2014, p. 14), o coaching é um tipo de prática relacionada,

principalmente, a aspectos de gestão de recursos humanos que vem sendo

implantada nas organizações Públicas Federais, buscando melhorar seu desempenho

através de um processo planejado de orientação, apoio, diálogo e acompanhamento,

alinhado às diretrizes estratégicas da organização.

Nas 81 organizações listadas acima, o coaching é aplicado ou está em fase

de implantação em 51%, enquanto que 49% indicaram a inexistência de planos para

a sua implantação.

A tabela 2, apresentado a seguir, traz o resumo geral de todas as 81

organizações públicas federais pesquisadas, quanto ao alcance da prática do

coaching.

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Tabela 2: Alcance da prática do coaching organizações Públicas Federais

ALCANCE DA PRÁTICA DO COACHING

TOTAL AMPLO RESTRITO NÃO

INFORMADO

Organizações 3 16 19 39

% 4% 20% 23% 48%

Fonte: Adaptado de IPEA, 2014

Pelo que foi abordado em relação à gestão de pessoas, motivação, liderança,

clima organizacional, gestão de pessoas no serviço público e no tocante ao próprio

processo de coaching, conclui-se que, assim como em diversos órgãos da

Administração Pública, como aponta a pesquisa do IPEA, é possível implementar no

JBRJ um programa de coaching.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Este capítulo trata da abordagem da pesquisa e da sua finalidade; da

abordagem metodológica escolhida; dos procedimentos técnicos adotados; da forma

de coleta de dados e evidências empregada; do tratamento dos dados e das

evidências e, por fim, das limitações da pesquisa.

A metodologia adotada pode ser observada no fluxograma a seguir.

Figura 2: Fluxograma da pesquisa Fonte: Elaboração própria

Definição do objetivo

Definição das questões da pesquisa

Revisão da literatura

Definição da abordagem da pesquisa, da metodologia e dos procedimentos técnicos

Adaptação do questionário 2016

Aplicação do piloto do questionário 2016

Apresentação do JBRJ

Aplicação do questionário 2016

Tabulação e análise do questionário 2016

Comparação dos resultados 2011 e 2016

Elaboração do rol de questões para entrevistas e aplicação

Tratamento das evidências das entrevistas por meio de análise de conteúdo

Definição das premissas

Considerações finais e sugestões para trabalhos futuros

Gestão de Pessoas (conceito, evolução, motivação, liderança, clima organizacional e gestão de pessoas

no serviço público)

Coaching (evolução histórica, conceitos, benefícios, abordagens, ferramentas e coaching no serviço

público)

Delineamento CAP. 1

CAP. 2

CAP. 3

CAP. 4

CAP.5

CAP.6

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3.1 ABORDAGEM DA PESQUISA

As pesquisas podem ter duas abordagens: quantitativa e qualitativa.

A abordagem quantitativa, de acordo com Creswel (2007), dá uma descrição

numérica de tendências, atitudes ou opiniões de uma população, ao se estudar uma

amostra.

Em relação à abordagem qualitativa, Creswel (2007, p. 186) observa que o

pesquisador faz uma interpretação dos dados, filtrando-os “[...] através de uma lente

pessoal situada em um momento sociopolítico e histórico específico”.

Sendo assim, esta pesquisa é quali-quantitativa, ou seja, utiliza a abordagem

mista, pois analisa dados numéricos provenientes dos resultados da Pesquisa de

Clima Organizacional de 2011 e da Pesquisa de Clima Organizacional aplicada em

2016, como também a interpreta o ambiente e as relações do JBRJ, por meio de

entrevistas, para propor premissas para um programa de coaching para a instituição.

Considerando-se a finalidade, na perspectiva adotada por Michel (2009), a

pesquisa é aplicada, pois tem como propósito “[...] a utilização dos conhecimentos e

resultados adquiridos na pesquisa básica”. Ou seja, procura transformar o

conhecimento puro, em elementos ou situações que venham a melhorar a qualidade

de vida de um grupo.

3.2 ABORDAGEM METODOLÓGICA

A abordagem metodológica empregada é o estudo de caso. Para Yin (2005) os

estudos de caso são utilizados em pesquisas de fenômenos individuais,

organizacionais, sociais, políticos e de grupo, sendo uma estratégia bem apropriada

para o exame de situações contemporâneas e complexas da vida real, como é o caso

da melhoria do desempenho e do relacionamento no JBRJ.

Para a execução dessa pesquisa foi construído, com base em Yin (2005), um

protocolo de estudo de caso que pode ser visto no apêndice B e poderá ser mais

detalhado nos próximos itens.

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3.3 PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DA PESQUISA

Em relação aos procedimentos técnicos, a pesquisa é documental e de campo.

A pesquisa documental tem como base a Pesquisa de Clima Organizacional

realizada em 2011, no JBRJ, com os servidores efetivos e de cargos comissionados

da instituição e os terceirizados.

A pesquisa de campo ocorreu por meio da aplicação de uma nova Pesquisa de

Clima Organizacional e de entrevistas. Michel (2009) enfatiza que a importância da

pesquisa de campo reside na possibilidade de observar e criticar a vida real, com base

em teoria, para verificar, justamente, como a teoria estudada se comporta diante da

realidade.

A Pesquisa de Clima Organizacional, cujo questionário encontra-se no

Apêndice A, foi dirigida aos servidores efetivos e de cargos comissionados da Diretoria

de Gestão (DG). A aplicação somente na DG se justifica pelo critério da acessibilidade

e pelo fato de se considerar que os resultados fornecidos pela amostra serão válidos

para a população amostrada.

As entrevistas tiveram por objetivo investigar as respostas verificadas na

Pesquisa de Clima, tendo em vista subsidiar a indicação da melhor abordagem para

a aplicação de um programa de coaching no JBRJ.

A utilização de múltiplos métodos, também chamada de triangulação, é uma

estratégia de combinação de técnicas e fontes de coleta de dados qualitativos e

quantitativos (documentos, questionários, entrevistas, observação, etc.), como

também de diferentes métodos de análise (métodos e técnicas estatísticas, análise de

conteúdo, análise de discurso, etc.) visando a contribuir para o exame do fenômeno a

partir de diferentes perspectivas e a enriquecer a compreensão, possibilitando novas

ou mais profundas percepções. Na triangulação, as informações provenientes de

diferentes fontes ou ângulos podem ser empregadas para corroborar, aprofundar,

elaborar ou iluminar o problema de pesquisa, como também, limitar os vieses pessoais

e metodológicos (AZEVEDO et al., 2013).

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3.4 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário para a Pesquisa

de Clima Organizacional e por meio de um rol de perguntas, formulado para nortear

as entrevistas.

A cultura de Pesquisa de Clima no JBRJ não está consolidada. Em um

levantamento de dados realizados nos arquivos eletrônicos da Coordenação de

Gestão de Pessoas (CGP), verificou-se que em 2004 foi elaborado um primeiro

modelo de questionário para Pesquisa de Clima, cuja aplicação deveria ocorrer em

2005. No entanto, não foram encontrados arquivos com as respostas, planilhas ou

relatórios com os resultados obtidos. Desta forma, não foi possível saber se,

efetivamente, chegou a ser aplicado aos servidores.

O questionário aplicado na Pesquisa de Clima Organizacional em 2011, foi

construído com base no modelo de 2005. Tal modelo foi adaptado pelo próprio RH

numa parceria entre o Coordenador da CGP, que não pertence mais ao quadro atual

do JBRJ, e um outro servidor JBRJ, que hoje faz parte de outra Coordenação.

Segundo esse servidor, o interesse em saber como estava o clima

organizacional era da própria CGP, em função da percepção da desmotivação dos

servidores do JBRJ, de forma geral.

Com as respostas dos questionários, o Coordenador da CGP, na época, se

colocou à disposição para conversar com os servidores que se declaravam

insatisfeitos, porém não existem relatórios acerca dessas entrevistas ou um relatório

final que consolide os resultados da pesquisa e que se explicite as medidas a serem

tomadas para a melhoria do clima organizacional. Ou seja, não foi dado um feedback

aos servidores e, também, não foram tomadas medidas para reverter a questão da

desmotivação.

O questionário aplicado em 2011 foi encaminhado a um total de 233 servidores

de cargos efetivos, comissionados e terceirizados, dentre esses, 124 pessoas

responderam, totalizando um percentual de 53,22%.

Este questionário foi aplicado em 2016, com algumas alterações. Através dele

foi feito o levantamento do clima organizacional atual na organização para verificar se

o cenário é o mesmo ou se mudou ao longo desses 5 anos.

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82

A aplicação do piloto do questionário (Apêndice A) ocorreu no dia 27 de

fevereiro de 2016, na DG. A duração do preenchimento foi de aproximadamente 10

minutos e não foram relatadas dificuldades que justificassem alterações.

O questionário foi, então, enviado para 41 servidores efetivos da área da

Diretoria de Gestão (DG). A escolha por essa diretoria se deu por ser representativa

da população, de mais fácil acesso à pesquisadora e por possibilitar agilizar a

apuração e o tratamento dos resultados. Nesta área há um total de 43 servidores,

sendo 41 servidores efetivos, dentre um total de 170, o que representa 24,12%, e 2

servidores de cargos comissionados, segundo dados levantados em janeiro de 2016.

O Questionário foi enviado diretamente pelo aplicativo google forms, por e-mail,

em 06 de abril de 2016. O retorno também ocorreu por e-mail, sendo que o

encerramento para o recebimento das respostas ocorreu em 14 de maio de 2016,

após a obtenção de 25 respostas, ou seja, 60,98%.

Após o recebimento, os resultados foram analisados e comparados em relação

à pesquisa de clima de 2011, no seu aspecto geral e também, especificamente em

relação à DG, para verificar a situação atual do JBRJ, bem como caracterizar a

evolução do clima nos últimos 5 anos.

Em seguida, foi elaborado um rol de cinco questões para a entrevista, de

modo a investigar em profundidade as questões emergentes da Pesquisa de Clima.

Para validar este rol foi feita uma entrevista piloto, com um servidor da DG, no

dia 10/06. Durante essa entrevista verificou-se a importância de complementar a

quarta questão, acrescentando uma pergunta sobre o impacto do processo de

comunicação no desempenho do servidor.

O quadro 11, apresentado a seguir, traz o rol de questões abordadas nas

entrevistas após a validação, o objetivo de cada questão, as respectivas fontes, a

relação com os objetivos secundários e a relação com as questões da pesquisa.

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QUESTÕES DA ENTREVISTA OBJETIVOS DA

QUESTÃO FONTES

RELAÇÃO COM OS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

RELAÇÃO COM AS

QUESTÕES DA

PESQUISA

1. Você considera que a sua chefia sabe trabalhar em equipe, gerenciando rotinas, procedimentos, atividades e tarefas e que tem capacidade de mobilização? Ter essas características contribuem ou contribuiriam para a melhoria do seu desempenho? Explique como.

Avaliar se a percepção do desequilíbrio na divisão das tarefas (pesquisa de clima)

está ligada, também, à capacidade de

liderança da chefia; e

Entender melhor a percepção do impacto negativo (pesquisa de clima) em relação às

mudanças organizacionais

(estrutura, chefia, rotina, procedimentos ou tarefas/atividades.

Arruda; Chrisóstomo e Rios 2010);

Balducci e Kanaane (2007).

Contribui para o atingimento do

objetivo específico c) (p.

30).

Contribui para

responder as questões da pesquisa a),

b) e c) (p. 31).

2. Você considera que a sua chefia estimula seu potencial, visando a canalizar suas competências, inteligência e conhecimentos para o atingimento dos objetivos ligados à sua diretoria e ao JBRJ? Ter essas características contribuem ou contribuiriam para a melhoria do seu desempenho? Explique como.

Entender melhor a percepção do impacto negativo (pesquisa de clima) em relação às

mudanças organizacionais

(estrutura, chefia, rotina, procedimentos ou tarefas/atividades.

Arruda; Chrisóstomo e Rios (2010);

Dutra (2007);

Drucker (1999).

Contribui para o atingimento do objetivo específico c) (p. 30).

Contribui para

responder as questões da pesquisa a),

b) e c) (p. 31).

3. Você considera satisfatória a colaboração dentro da equipe e entre as diferentes áreas funcionais do JBRJ? Justifique sua resposta.

Investigar o impacto dos relacionamentos

entre equipes (pesquisa de clima)

sobre o desempenho do servidor do servidor

do JBRJ.

Faller (2004);

Stoner e Freeman (1999).

Contribui para o atingimento do objetivo específico c) (p. 30).

Contribui para

responder as questões da pesquisa a),

b) e c) (p. 31).

4. Você está satisfeito com os processos de comunicação do JBRJ? Você considera que estes processos impactam o desempenho do servidor? Justifique sua resposta.

Avaliar a qualidade da comunicação em

diferentes níveis e o impacto sobre o desempenho do

servidor do JBRJ.

Clutterbuck (2008).

Contribui para o atingimento do objetivo específico c) (p. 30).

Contribui para

responder as questões da pesquisa a),

b) e c) (p. 31).

5. Você considera que os recursos disponíveis, sejam eles humanos, materiais e financeiros, bem como a gestão dos mesmos pelo JBRJ, são adequados? Justifique sua resposta.

Entender melhor a percepção do impacto

da gestão desses recursos (pesquisa de clima) na satisfação e no desempenho do servidor do JBRJ.

Luz (1996).

Contribui para o atingimento do objetivo específico c) (p. 30).

Contribui para

responder as questões da pesquisa a),

b) e c) (p. 31).

Quadro 11: Rol de questões das entrevistas

Fonte: Elaboração própria

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Além da entrevista piloto, foram realizadas mais dez outras, sendo quatro no

dia 16/06, quatro no dia 20/06 e duas no dia 22/06. A duração total das entrevistas foi

de 6 horas.

Para garantir a representatividade, participaram da entrevista seis mulheres e

cinco homens, as cinco Diretorias do JBRJ e servidores de diferentes cargos.

As entrevistas contaram com a participação de seis servidores da Diretoria de

Gestão (DG), um da Escola Nacional de Botânica Tropical (ENBT), dois da Diretoria

de Pesquisa Científica (DIPEQ), um do Museu do Meio Ambiente (MuMA), e um da

Diretoria de Ambiente e Tecnologia (DIAT).

Em relação aos cargos, a composição foi a seguinte: um servidor de cargo

comissionado e dez servidores de cargo efetivo (um auxiliar em C&T, dois assistentes

em C&T, três técnicos em C&T, dois analistas em C&T, um tecnologista em C&T e um

pesquisador).

O tempo de serviço dos entrevistados no JBRJ variou entre 2 e 35 anos. O

quadro a seguir apresenta o tempo de serviço no JBRJ, por faixa, e a quantidade de

servidores entrevistados em cada uma delas.

TEMPO DE CASA QUANTIDADE

0 a 5 anos 1

6 a 10 anos 2

11 a 15 anos 3

16 a 20 anos 1

21 a 25 anos 1

Acima de 25 anos 3

Quadro 12: Quantidade de servidores entrevistados por faixa de tempo de serviço no JBRJ

Fonte: Elaboração própria

Para identificar os respondentes no decorrer da pesquisa e, ao mesmo tempo,

manter o sigilo quanto ao nome dos participantes, foram estabelecidos códigos

compostos por letras, de “A” a “K”, para os mesmos.

Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas para que as respostas

pudessem ser reproduzidas com confiabilidade.

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85

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS E EVIDÊNCIAS

No tratamento dos dados da Pesquisa de Clima Organizacional foi utilizada

estatística descritiva. Os resultados em percentuais foram apresentados em gráficos

para facilitar a visualização e análise.

O tratamento das evidências se deu por meio da análise de conteúdo, que trata

de discursos em linguagem oral ou escrita, documentais, figurativas e gestuais, com o

objetivo de entender o sentido das comunicações, inclusive, procurando o que há por

detrás das palavras (SEVERINO, 2007).

Para Bardin (2010), a análise de conteúdo representa um conjunto de técnicas

de análise das comunicações realizado por meio de procedimentos sistemáticos que

possibilita produzir inferências a partir de indícios postos em evidência e do contexto

a que se prendem.

A abordagem qualitativa da análise de conteúdo, usada nesta pesquisa, não

recorre à frequência numérica da sua manifestação, mas a “indicadores não

frequências, ou seja, à presença do índice, que pode ser um tema, uma palavra, um

personagem etc.

No tratamento das entrevistas, de acordo com as sugestões de Bardin (2010),

foram percorridas as seguintes etapas: a) organização do material; b) exploração do

material; e c) tratamento das evidências.

A organização do material compreendeu três passos: leitura flutuante, edição

das entrevistas e definição das unidades de análise.

A leitura flutuante consiste em ler cada entrevista mais de uma vez para

proporcionar familiarização, permitir a captação de impressões e estabelecer relação

com a teoria que suporta a pesquisa (BARDIN, 2010).

A edição das entrevistas refere-se à eliminação de palavras repetidas,

hesitações e vícios mais graves da linguagem falada, que, normalmente acontecem

em discursos espontâneos ligados à vivência, ao pensamento e ao sentimento sobre

alguma coisa (BARDIN, 2010), sem, contudo, mudar o sentido do que foi dito.

Na definição das unidades de análise optou-se pelo agrupamento de temas.

O tema consiste em uma afirmação sobre um assunto, podendo ser uma frase inteira

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ou compactada, capaz fazer referência a um conjunto de formulações (BERELSON,

1971, apud BARDIN, 2010).

Os temas podem conter subtemas. Desta forma, os temas e subtemas foram

definidos a priori, a partir do rol de questões das entrevistas (quadro 11). Sendo

assim, os temas e subtemas que deram suporte à análise foram os seguintes:

TEMAS SUBTEMAS

Chefia

Capacidade de conduzir trabalhos em equipe (que envolve o gerenciamento de rotinas, procedimentos, atividades e tarefas e a promoção da mobilização); e

Capacidade de estimular o potencial e canalizar competências para o atingimento dos objetivos do JBRJ.

Colaboração Dentro da equipe a que o servidor pertence; e Entre equipes de diferentes áreas funcionais.

Comunicação --------------

Recursos

Recursos humanos; Recursos Materiais; e Recursos Financeiros.

Quadro 13: Temas e subtemas da análise das entrevistas

Fonte: Elaboração própria

A exploração sistemática do material ocorreu, conforme recomenda Bardin

(2010), em dois níveis: o vertical ou individual e o horizontal ou transversal. No vertical

ou individual procurou-se assimilar as percepções de cada entrevistado e no

horizontal ou transversal procurou-se estabelecer as convergência, as

complementações e as oposições, frente às mesmas questões. Trata-se de um

processo trabalhoso, porém, muito proveitoso, pois possibilita compreender tanto a

singularidade de cada entrevistado, como a percepção coletiva.

No tratamento das evidências, a análise horizontal possibilitou que os temas

fossem agrupados e deles extraídos os fragmentos mais expressivos, que cuja análise

contribuiu para as inferências necessárias à formulação das premissas para a

construção de um programa de coaching no JBRJ.

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3.6 LIMITAÇÃO DA PESQUISA

Yin (2005) esclarece que uma preocupação predominante em estudos de caso

é o fato de não se ajustarem a generalizações científicas. Sendo assim, é fundamental

destacar que não se pretende estabelecer premissas para a implementação de um

programa de coaching, aplicável a qualquer órgão público. O que se intenciona é

propor premissas para um programa que atenda às necessidades e às especificidades

do JBRJ, tendo em vista a situação apurada tanto por meio da Pesquisa de Clima

quanto através das entrevistas.

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4 APRESENTAÇÃO DO JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO

Este capítulo traz a apresentação do JBRJ a partir de um breve histórico, da

sua composição e estrutura organizacional.

4.1 BREVE HISTÓRICO DO JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO

O Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) foi fundado em 13 de junho de

1808, por decreto do Príncipe Regente Dom João VI (JBRJ, 2016a), a partir de sua

decisão de instalar no local uma fábrica de pólvora e um jardim para aclimatação de

plantas originárias de outras partes do mundo (JBRJ, 2016b). O JBRJ abriu suas

portas para visitação em 1822 (JBRJ, 2014).

Em 1938 o JBRJ foi tombado e elevado à condição de Monumento Nacional

pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) (JBRJ, 2014).

O JBRJ passou a integrar a estrutura do IBDF (Instituto Brasileiro de

Desenvolvimento Florestal), a partir de sua criação em 28 de fevereiro de 1967. No

entanto, o IBDF foi substituído pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Recursos Naturais

e Renováveis), em 22 de fevereiro de 1989, e o Jardim Botânico tornou-se

superintendência do novo instituto (JBRJ, 2016a).

Em 1992 a área do JBRJ foi reconhecida pela UNESCO como parte integrante

da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (JBRJ, 2014).

Ao final de 1997 o JBRJ passou a integrar o Plano de Carreira de Ciência e

Tecnologia e em 27 de maio de 1998 foi publicada a lei que transferia sua

administração ao MMA (JBRJ, 2016a).

Em 1998 o JBRJ foi rebatizado como “Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

do Rio de Janeiro” (JBRJ, 2014).

Em 2001 a Lei nº 10.316 criou o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do

Rio de Janeiro, uma autarquia vinculada ao MMA. Sua Estrutura Organizacional foi

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fixada pelo Decreto 6.645, de 18 de novembro de 2008, e seu Regimento Interno foi

fixado pela Portaria nº 401 de 11 de novembro de 2009 (JBRJ, 2016a).

De acordo com seu Regimento Interno, a finalidade do JBRJ é “[...] promover,

realizar e divulgar o ensino e as pesquisas técnico-cientificas sobre os recursos

florísticos do Brasil, visando o conhecimento e a conservação da biodiversidade, bem

como manter as coleções científicas sob sua responsabilidade[...]” (BRASIL, 2009, p.

1)

O JBRJ tem como missão “Promover, realizar e difundir pesquisas científicas,

com ênfase na flora, visando à conservação e à valoração da biodiversidade, bem

como realizar atividades que promovam a integração da ciência, educação, cultura e

natureza.” (JBRJ, 2014). Já a sua visão é “Ser o Jardim Botânico mais sustentável do

Brasil.” (JBRJ, 2014).

A instituição tem como objetivo garantir a apropriação do conhecimento

gerado em suas pesquisas científicas e difundir conceitos relacionados à perenidade

do equilíbrio ecológico (JBRJ, 2014).

O JBRJ está situado nos Bairros do Jardim Botânico e Gávea, no município

do Rio de Janeiro.

Figura 3: Localização do JBRJ1 Fonte: JBRJ (2016c)

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A área total do JBRJ corresponde a 1.203.427,773 m².

O JBRJ é um dos pontos turísticos mais visitados do município do Rio de

Janeiro, desempenhando um papel relevante em termos de botânica e educação

ambiental (JBRJ, 2016).

Gráfico 1: Evolução do número de visitantes no JBRJ – em milhares Fonte: JBRJ (2016)

O total geral de visitantes em 2015 incluindo outras áreas além do parque foi

de 994.561.

4.2 COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Atualmente o quadro funcional do Instituto conta com 186 (cento e oitenta e

seis) servidores entre efetivos, requisitados, ocupantes de cargos comissionados

(posição referente a maio de 2016), conforme quadro apresentado a seguir (JBRJ,

2016).

190234

296 295 301349 339

423477

590627

738 727788

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

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Tabela 3: Quantitativo de servidores do quadro de pessoal do JBRJ

UNIDADE QUADRO EFETIVO

CARGOS EM COMISSÃO

SEM VÍNCULO

REQUISITADOS/ EXERC.

DESCENTRALIZADO/ EXERC. PROVISÓRIO

TOTAL

Presidência 06 02 07 15

Diretoria de Gestão 41 02 - 43

Diretoria de Pesquisa Científica 65 01 - 66

Diretoria de Ambiente e Tecnologia 40 01 - 41

Escola Nacional de Botânica Tropical 10 - 01 11

Museu do Meio Ambiente 08 01 01 10

TOTAL 170 7 9 186

Fonte: JBRJ (2016)

A estrutura organizacional do JBRJ comporta uma presidência e cinco

diretorias, que são: Diretoria de Gestão (DG), Diretoria de Ambiente e Tecnologia

(DIAT), Diretoria de Pesquisa Científica (DIPEQ), Escola Nacional de Botânica

Tropical (ENBT) e o Museu do Meio Ambiente (MuMA), conforme o organograma

apresentado na figura 4.

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Figura 4: Organograma do JBRJ 1 Fonte: JBRJ (2016d)

Presidência

DG

Diretoria de Gestão

COPLAN Coordenação de Planejamento,

Orçamento e Finanças

CTIC - Coordenação de Tecnologia da Informação e da Comunicação

CRL

Coordenação de Recursos Logísticos

CGP

Coordenação de Gestão de Pessoas

DIPEQ

Diretoria de Pesquisas

CNFLORA Coordenação Geral do Centro Nacional de Conservação da

Flora

Coleções

Botânicas

Informações Científicas

Bibliotecas

Laboratórios

Assessoria de Projetos

Editoria Científica

DIAT

Diretoria de Ambiente e Tecnologia

SAV

Serviço de Atendimento ao

Visitante

SEA

Serviço de Educação Ambiental

CCV

Coordenação de Coleções Vivas

CROMA

Coordenação de Restauração de

Obras

CAV

Coordenação de

Area Verde

RSA

Responsabilidade Socioambiental

EC

Engenharia de

Campo

ENBT

Escola Nacional de Botânica Tropical

CPG

Coordenação de Pós-Graduação

AECE

Assessoria de Extensão e de Custos de Especialização

CMPEA

Coordenação de Mestrado Profissional em Ecologia Aplicada

MuMA

Museu do Meio Ambiente

Coordenação de Programas

Acervo e Memória

AEST

Assessoria de Assuntos Estratégicos

GAB

Gabinete da

Presidência

SAT - Serviço de Apoio Técnico e Administrativo

AI

Auditoria Interna

PROJUR

Procuradoria Federal

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5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA

Este capítulo traz a apresentação e a análise dos resultados obtidos por meio

da Pesquisa de Clima Organizacional e das entrevistas, que fundamentam as

premissas para construção de um programa de coaching para o JBRJ.

5.1 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS PESQUISAS DE

CLIMA ORGANIZACIONAL

Esta seção aborda os resultados da Pesquisa de Clima Organizacional

realizada em 2011, os resultados do seu recorte em relação à Diretoria de Gestão e

da pesquisa realizada para este estudo.

5.1.1 Resultados da Pesquisa de Clima Organizacional de 2011

Na pesquisa de clima organizacional realizada em 2011 a proporção de

respondentes foi de 48% homens e de 52% mulheres. Considerando ambos os sexos,

32% da amostra encontrava-se acima de 50 anos de idade.

Do total pesquisado, 72,6% realizavam tarefas tanto em grupo quanto

individualmente, 17,7% de forma individual e apenas 9,7% em grupo. Já quando

perguntados sobre a preferência de modo de trabalho, a preferência de 84,7% foi pela

variação de tarefas, seguida de 8% por tarefas em grupo e de 7,3% por tarefas

realizadas individualmente.

Em relação ao grau de dificuldade das tarefas/atividades executadas na maior

parte do tempo, 54% consideravam média, 25% difícil, 15,3% simples e 5,7% muito

difícil.

70,2% julgavam que suas tarefas eram compatíveis com suas qualificações e

formação, 26,6% que eram inferiores e apenas 3,2% julgavam que eram superiores.

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40,3% acreditavam que os desafios, incentivos e oportunidades na sua área

de trabalho existiam eventualmente, 21,8% apontavam que existiam frequentemente,

18,5% que sempre, 13,7% que raramente e 5,7% que nunca.

O percentual dos que percebiam a total compatibilidade do seu interesse

profissional com as suas atividades e tarefas e com a área em que atuavam era de

57,3%, enquanto o percentual dos que consideravam existir parcial compatibilidade

era 37,9%. Já 4,8% não percebiam compatibilidade alguma.

Em uma escala de 1 a 5, em que 1 significa “não”, 2 “quase nada”, 3 “pouco”,

4 “sim” e 5 “plenamente”, ao serem questionados se compreendiam a importância do

seu trabalho dentro da estrutura e dos objetivos do JBRJ, 78,2% compreendiam

plenamente, 10,5% compreendiam, 8,9% compreendiam pouco, 1,6% responderam

que não compreendiam e 0,8% compreendiam quase nada.

Utilizando esta mesma escala, quando questionados se se identificavam com

a cultura, objetivos e valores do JBRJ, 39,50% responderam que se identificavam

plenamente, 23,4% que se identificavam, 17,7% que se identificavam um pouco,

10,5% quase nada e 8,9% que não.

Em relação a sentirem-se aptos a assumir maiores ou mais

responsabilidades, 45,2% se sentiam medianamente aptos, 45,9% muito aptos, 3,2%

não se consideravam aptos e 5,7% se julgavam pouco aptos.

A pergunta quanto à adequação da carga normal de trabalho teve a seguinte

distribuição: 81,5% julgavam a carga de trabalho adequada, 12,9% consideravam que

a jornada excedia às expectativas e 5,6% que se encontrava abaixo das expectativas.

Ao serem questionados se as tarefas, responsabilidades e projetos da sua

área ou setor estão divididos entre os servidores da equipe de maneira equilibrada,

41,1% responderam que sim, 32,3% responderam que existia algum desequilíbrio,

15,3% que existia muito desequilíbrio e 11,3% admitiam não saber.

Para 48,4% a quantidade de servidores não era adequada, pois existia

carência de pessoal, para 40,3% a quantidade estava adequada, 9,7% não sabiam

responder e para 1,6% havia excesso de pessoal.

No que tange à adequação da formação e qualificação dos servidores da área

ou setor para a realização das tarefas, atividades, responsabilidades, projetos a

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atendimento das demandas, 62,1% responderam que sim, 21% responderam que não

e 16,9% não sabiam responder.

Em uma escala de 1 a 10 de nível geral de satisfação profissional, 59% dos

respondentes encontravam-se entre os níveis 7 e 10.

Preponderava a visão de que a influência da adaptação à cultura da área ou

setor na satisfação profissional era positiva (muito e pouco), com 66,2%.

Sobre o impacto da adaptação à cultura institucional na satisfação

profissional, também prevalecia a visão positiva (muito e pouco), com 48,4%.

No tocante ao impacto das mudanças organizacionais (estrutura, chefia,

rotinas, procedimentos ou tarefas/atividades) na satisfação profissional, 26,6%

consideravam “neutro, o total das percepções negativas (muito e pouco) somados

chegava a 39,5%, ultrapassando um pouco o total das visões positivas somadas, que

era de 33,9%.

Quanto ao impacto do aproveitamento de sua qualificação e formação na

satisfação profissional, a visão da maioria era positiva (muito e pouco) 62,1%.

Já o impacto da carga de trabalho na satisfação profissional foi avaliado por

35,5% dos servidores como “neutro”, seguido da percepção positiva (muito e pouco),

que somadas era de 52,4%.

A influência da capacitação para o exercício das tarefas/atividades na

satisfação profissional foi classificada por 75% dos respondentes como positiva (muito

e pouco).

O impacto da afinidade ou interesse pelas tarefas/atividades desenvolvidas

ou pela área ou setor na satisfação profissional foi classificada por 82,3% dos

servidores como positiva (muito e pouco).

Em relação ao impacto dos incentivos, desafios ou oportunidades para o

crescimento e desenvolvimento profissional na satisfação profissional era percebida

por 52,4% como positiva (muito e pouco).

Na visão de 38,7% dos servidores, o risco de perda do cargo ou função na

satisfação profissional era neutro.

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Quanto ao impacto do ambiente/local de trabalho na satisfação profissional a

visão que predominava era positiva (muito e pouco), com 63,7%.

Em relação ao impacto da quantidade da equipe de trabalho na satisfação

profissional, 30,6% consideravam “neutro”, seguido de 29,8%, que considerava

“pouco positivamente”.

O impacto da formação e qualificação da equipe de trabalho na satisfação

profissional era considerado positivo (muito e pouco) por 66,1% dos servidores.

Para 56,4% dos respondentes, o impacto da motivação dos membros da

equipe de trabalho na satisfação profissional também era positivo (muito e pouco).

O impacto do relacionamento com a chefia na satisfação profissional também

era considerado positivo (muito e pouco) para 74,2%.

Já o impacto do relacionamento com os membros de outras equipes de

trabalho na satisfação profissional era positivo (muito e pouco) para 83,1%, enquanto

que entre os membros da própria equipe era positivo (muito e pouco) para 69,4%.

Sobre o impacto da comunicação com os representantes da instituição na

satisfação profissional, 31,4% consideravam “neutro”. A soma dos que consideravam

positivo (muito e pouco) era de 46%.

O impacto da participação nas decisões da área ou setor na satisfação

profissional era visto como positivo (muito e pouco) para 58,1% dos servidores.

Acerca do impacto da participação nas decisões da instituição na satisfação

profissional, a percepção de neutralidade correspondia a maioria, com 34,7%, seguida

da percepção negativa (muito e pouco) de 42,8%.

Em relação ao impacto da remuneração/salário e benefícios na satisfação

profissional a visão da maioria era “pouco positivamente”, expressa por 29%, seguida

da visão “neutra”, expressa por 25,8%.

De forma geral, os aspectos que se destacaram como pontos de melhoria no

clima organizacional da pesquisa de 2011 foram os seguintes:

a) percepção da existência de algum desequilíbrio ou muito desequilíbrio

(47,6%) na divisão das tarefas, responsabilidades e projetos da área

ou setor;

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b) percepção de 48,4% que a quantidade de servidores não era

adequada para a realização das tarefas/ atividades;

c) percepção de impacto neutro por 26,6% dos servidores e de negativo

(muito e pouco somados) por 39,5% dos servidores em relação às

mudanças organizacionais (estrutura, chefia, rotinas, procedimentos

ou tarefas/atividades) na satisfação profissional;

d) percepção de impacto neutro pela maioria (34,7%), seguida da

percepção negativa (muito e pouco somados) de 42,8%, em relação à

participação nas decisões da instituição na satisfação profissional.

5.1.2 Resultados da Pesquisa de Clima Organizacional de 2011 – Recorte DG

Para que fosse possível estabelecer uma avaliação mais precisa da evolução

do clima organizacional, optou-se por fazer um recorte na pesquisa de 2011, de modo

a possibilitar extrair e analisar os dados referentes especificamente à DG.

Desta forma, constata-se que em 2011, na DG, considerando-se ambos os

sexos, 25% da amostra encontrava-se acima de 50 anos de idade.

Do total pesquisado, 65% realizavam tarefas tanto em grupo quanto

individualmente, 22,5% de forma individual e 12,5% em grupo. Já quando perguntados

sobre a preferência de modo de trabalho, a preferência de 82,5% foi pela variação de

tarefas, seguida de 12,5% por tarefas em grupo e de 5% por tarefas realizadas

individualmente.

Em relação ao grau de dificuldade das tarefas/atividades executadas na maior

parte do tempo, 70% consideravam média, 15% simples, 12,5% difícil e 2,5% muito

difícil.

55% julgavam que suas tarefas eram compatíveis com suas qualificações e

formação, 40% que eram inferiores e apenas 5% julgavam que eram superiores.

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98

57,5% acreditavam que os desafios, incentivos e oportunidades na sua área

de trabalho existiam eventualmente, 22,5% apontavam que existiam frequentemente,

12,5% que raramente, 5% que sempre e 2,5% que nunca.

O percentual dos que percebiam a parcial compatibilidade do seu interesse

profissional com as suas atividades e tarefas e com a área em que atuavam era de

55%, enquanto o percentual dos que consideravam existir total compatibilidade era

35%. Já 10% não percebiam compatibilidade.

Em uma escala de 1 a 5, em que 1 significa “não”, 2 “quase nada”, 3 “pouco”,

4 “sim” e 5 “plenamente”, ao serem questionados se compreendiam a importância do

seu trabalho dentro da estrutura e dos objetivos do JBRJ, 65% compreendiam

plenamente, 20% compreendiam, 10% compreendiam pouco e 5% não

compreendiam.

Utilizando esta mesma escala, quando questionados sobre a identificação com

a cultura, objetivos e valores do JBRJ, 37,5% responderam que se identificavam, 20%

que não se identificam, 17,5% se identificam plenamente, 15% um pouco e 10% quase

nada.

Em relação a sentirem-se aptos a assumir maiores ou mais

responsabilidades, 60% se sentiam medianamente aptos, 35% muito aptos, 2,5% não

se consideravam aptos e 2,5% se julgavam pouco aptos.

A pergunta quanto à adequação da carga normal de trabalho teve a seguinte

distribuição: 82,5% julgavam a carga de trabalho adequada, 10% consideravam que

a jornada excedia às expectativas e 7,5% que se encontrava abaixo das expectativas.

Ao serem questionados se as tarefas, responsabilidades e projetos da sua

área ou setor estão divididos entre os servidores da equipe de maneira equilibrada,

52,5% responderam que sim, 37,5% responderam que existia algum desequilíbrio,

7,5% que existia muito desequilíbrio e 2,5% admitiam não saber.

Para 52,5% a quantidade de servidores era adequada, enquanto para 45% a

quantidade não era adequada, pois existia carência de pessoal, e 2,5% não sabiam

responder.

No que tange à adequação da formação e qualificação dos servidores da área

ou setor para a realização das tarefas, atividades, responsabilidades, projetos a

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99

atendimento das demandas, 52,5% responderam que sim, 38% responderam que não

e 17,5% não sabiam responder.

Em uma escala de 1 a 10 de nível geral de satisfação profissional, 52,5% dos

respondentes encontravam-se entre os níveis 7 e 10.

Preponderava a visão de que a influência da adaptação à cultura da área ou

setor na satisfação profissional era positiva (muito e pouco), com 72,5%.

Sobre o impacto da adaptação à cultura institucional na satisfação

profissional, também prevalecia a visão positiva (muito e pouco), com 40%.

No tocante ao impacto das mudanças organizacionais (estrutura, chefia,

rotinas, procedimentos ou tarefas/atividades) na satisfação profissional, 30%

consideravam “neutro, o total das percepções negativas (muito e pouco) somados

chegava a 37,5%, ultrapassando um pouco o total das visões positivas somadas, que

era de 32,5%.

Quanto ao impacto do aproveitamento de sua qualificação e formação na

satisfação profissional, a visão da maioria era positiva (muito e pouco) 62,5%.

Já o impacto da carga de trabalho na satisfação profissional foi avaliado por

42,5% dos servidores como “neutro”, seguido da percepção positiva (muito e pouco),

que somadas era de 42,5%.

A influência da capacitação para o exercício das tarefas/atividades na

satisfação profissional foi classificada por 67,5% dos respondentes como positiva

(muito e pouco).

O impacto da afinidade ou interesse pelas tarefas/atividades desenvolvidas

ou pela área ou setor na satisfação profissional foi classificada por 75% dos servidores

como positiva (muito e pouco).

Em relação ao impacto dos incentivos, desafios ou oportunidades para o

crescimento e desenvolvimento profissional na satisfação profissional era percebida

por 50% como positiva (muito e pouco).

Na visão de 30% dos servidores, o risco de perda do cargo ou função na

satisfação profissional era neutro, empatando com outros 30% que percebiam esse

impacto como “pouco positivamente”.

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100

Quanto ao impacto do ambiente/local de trabalho na satisfação profissional a

visão que predominava era positiva (muito e pouco), com 77,5%.

Em relação ao impacto da quantidade da equipe de trabalho na satisfação

profissional, 35% consideravam “neutro”, seguido de 22,5%, que consideravam

“pouco positivamente”.

O impacto da formação e qualificação da equipe de trabalho na satisfação

profissional era considerado “pouco positivamente” por 47,5% dos servidores e

“neutro” por 22,5%.

Para 37,5% dos respondentes, o impacto da motivação dos membros da

equipe de trabalho na satisfação profissional também era “pouco positivamente” e

para 32,5% era “neutro”.

O impacto do relacionamento com a chefia na satisfação profissional também

era considerado positivo (muito e pouco) para 75%.

Já o impacto do relacionamento com os membros de outras equipes de

trabalho na satisfação profissional era positivo (muito e pouco) para 92,5%, enquanto

que entre os membros da própria equipe era positivo (muito e pouco) para 77,5%.

Sobre o impacto da comunicação com os representantes da instituição na

satisfação profissional, 42,5% consideravam “neutro”. A soma dos que consideravam

positivo (muito e pouco) era de 40%.

O impacto da participação nas decisões da área ou setor na satisfação

profissional era visto como positivo (muito e pouco) para 62,5% dos servidores.

Acerca do impacto da participação nas decisões da instituição na satisfação

profissional, a percepção de neutralidade correspondia a maioria, com 35%, seguida

da percepção negativa (muito e pouco) 42,5%.

Em relação ao impacto da remuneração/salário e benefícios na satisfação

profissional a visão da maioria era “pouco positiva”, expressa por 30%, seguida da

visão “neutra”, expressa por 25%.

Os aspectos que se destacaram como pontos de melhoria no clima

organizacional da pesquisa de 2011, com foco na DG, foram os mesmos da Pesquisa

como um todo, variando apenas os percentuais:

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101

a) percepção da existência de algum desequilíbrio ou muito desequilíbrio

(45%) na divisão das tarefas, responsabilidades e projetos da área ou

setor;

b) percepção de 45% que a quantidade de servidores não era adequada

para a realização das tarefas/ atividades;

c) percepção de impacto neutro por 30% dos servidores e de impacto

negativo (muito e pouco somados) por 37,5% dos servidores em

relação às mudanças organizacionais (estrutura, chefia, rotinas,

procedimentos ou tarefas/atividades) na satisfação profissional;

d) percepção de impacto neutro pela maioria (35%), seguida da

percepção negativa (muito e pouco somados) de 42,5% em relação à

participação nas decisões da instituição na satisfação profissional.

5.1.3 Resultados da Pesquisa de Clima Organizacional de 2016 - DG

Em termos de gênero, 64% dos respondentes foram homens e 36% mulheres.

A idade dos respondentes variou da seguinte forma: 32% dos respondentes

têm entre 50 e 55 anos; 24% entre 35 e 40 anos; 12% entre 40 e 45 anos; 12% entre

45 e 50 anos; 12% entre 55 e 60 anos, 4% entre 30 e 35 e 4% entre 25 e 30 anos.

Observa-se que 44% encontram-se na faixa etária de 50 a 60 anos,

considerando-se homens e mulheres. Cabe destacar que um dos fatores que habilita

o servidor à aposentadoria é a idade, que para as mulheres é 55 anos e para os

homens é 60 anos.

Percebe-se, então, que a amostragem de 2016 expressou um aumento de

12% de respondentes na faixa etária mais próxima da aposentadoria, em relação à

pesquisa geral de 2011 e 19% em relação ao recorte da DG.

Em relação ao tempo de serviço no JBRJ, 28% possuem menos que 10 anos;

28% de 10 a 15 anos, 8% de 20 a 25 anos; 8% de 28 a 30 anos; 8% possuem mais

de 35 anos; 4% entre 15 e 20; 4% possuem exatamente 30 anos; 4% 32 anos; 4%

34 anos e 4% 35 anos. Observa-se que 24% dos servidores entrevistados trabalham

no JBRJ por tempo igual ou superior a 30 anos, considerando-se homens e mulheres.

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102

Em termos de total de tempo trabalhado, considerando dentro e fora do JBRJ,

válido para a contagem da aposentadoria, os resultados foram os seguintes: 20%

possuem acima de 35 anos; 20% entre 10 e 15 anos; 16% entre 28 e 30 anos; 8%

menos que 10 anos; 8% entre 15 e 20 anos; 8% entre 20 e 25 anos; 8% com 34 anos;

4% entre 25 e 28 anos; 4% com 32 anos e 4% com 35 anos de trabalho. Esta questão

não foi abordada na pesquisa de 2011.

Observa-se, então, que 36% dos servidores entrevistados já possuem tempo

de trabalho superior a 32 anos, considerando-se homens e mulheres. Cabe destacar

que o tempo de serviço é um dos fatores que habilita o servidor à solicitar

aposentadoria, sendo 30 anos para as mulheres e 35 anos para os homens.

Dos 25 respondentes, 52% realizam atividades operacionais e intelectuais,

36% tarefas operacionais e 12% tarefas intelectuais.

Ao serem questionados sobre a atividade que mais atende ao seu perfil e

interesse profissional, 40% optaram por tarefas operacionais e intelectuais, 36% por

tarefas operacionais e 24% por tarefas intelectuais. Essa questão não foi abordada na

pesquisa de 2011.

Sobre o modo de trabalho, 40% realizam tarefas tanto em grupo quanto

individualmente, 40% de forma individual e 20% em grupo.

Já quando perguntados sobre a preferência de modo de trabalho, 40%

responderam preferir a variação de tarefas, 32% preferem trabalhar em grupo e 28%

preferem atuar de forma individual. Conclui-se, então, que, embora o trabalho em

grupo seja o menos praticado, trata-se da segunda modalidade de trabalho que mais

agrada ao servidor da DG.

Em relação ao grau de dificuldade das tarefas/atividades executadas na

maior parte do tempo, 56% consideram médio; 24% difícil; 16% simples e 4% muito

difícil. Esses números sofreram alterações significativas em relação à pesquisa de

2011, com recorte da DG.

As tarefas simples tiveram redução de 1%, as difíceis cresceram em 11,5%,

as muito difíceis cresceram em 1,5% e as médias diminuíram em 14%, em relação à

2011.

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103

Ao serem questionados sobre à compatibilidade das tarefas e atividades

realizadas com a formação acadêmica, os respondentes expressaram a seguinte

situação: 48% responderam que sim, enquanto 28% consideram que suas tarefas e

atividades são inferiores às suas qualificações e 24% acreditam que suas tarefas e

atividades são superiores às suas qualificações. O gráfico 2 apresenta estes

resultados.

Gráfico 2: Compatibilidade das tarefas e atividades realizadas com a formação acadêmica Fonte: Elaboração própria

Em relação ao recorte da DG, em 2011, cresceu em 19% aqueles que

acreditam que suas tarefas e atividades são superiores às suas qualificações.

Acerca de desafios, incentivos e oportunidades para o crescimento e

desenvolvimento, as respostas indicaram que a maioria, expressa por 52%, acredita

que existem eventualmente, 24% apontam que existem raramente, 12%

frequentemente, 8% nunca e apenas 4% relatam que existem sempre. O gráfico a

seguir aponta estes resultados.

Gráfico 3: Desafio, incentivos e oportunidades para o crescimento e desenvolvimento Fonte: Elaboração própria

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104

Em 2016 “sempre” e “frequentemente” totalizam 16%, enquanto que em 2011,

na DG, “sempre” e “frequentemente” totalizam 27,5%. Isso representa uma queda de

11,5%, em termos de percepção positiva deste fator.

76% relatam que os principais tipos de incentivos, desafios e oportunidades

para o crescimento e desenvolvimento profissional existentes na área ou setor em que

atuam estão relacionados ao aperfeiçoamento técnico e à qualificação profissional,

20% a outros não especificados e 4% ao aspecto financeiro e salarial. Essa questão

não foi abordada na pesquisa de 2011.

Dos respondentes, 48% consideram que existe compatibilidade dos seus

interesses profissionais com as atividades e tarefas realizadas e com a área ou setor

a que pertencem, enquanto outros 48% consideram que existe compatibilidade

parcial. Apenas 4% consideram a inexistência desta compatibilidade. O gráfico a

seguir ilustra esses resultados.

Gráfico 4: Compatibilidade dos interesses profissionais com as atividades e tarefas realizadas e com a área ou setor a que pertencem

Fonte: Elaboração própria

Em relação ao recorte da DG, em 2011, não se percebe alterações

significativas.

Em uma escala de 1 a 5, em que 1 significa “não”, 2 “quase nada”, 3 “pouco”,

4 “sim” e 5 “plenamente”, ao serem questionados se compreendem a importância do

seu trabalho dentro da estrutura e dos objetivos do JBRJ, 80% compreendem

plenamente, 12% compreendem e 8% não compreendem quase nada. O gráfico a

seguir apresenta os resultados acima.

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Gráfico 5: Compreensão da importância do seu trabalho dentro da estrutura e dos objetivos do JBRJ Fonte: Elaboração própria

Em relação ao recorte da DG, em 2011, não há alterações significativas,

considerando aqueles que compreendem a importância do seu trabalho dentro da

estrutura e dos objetivos do JBRJ.

Utilizando esta mesma escala, o nível de identificação dos servidores com a

cultura, os objetivos e os valores do JBRJ foi o seguinte: 28% sentem-se identificados;

24%, sentem-se pouco identificados; 20% sentem-se plenamente identificados; 16%

não se sentem identificados e 12% sentem-se quase nada identificados. Desta forma,

48% encontram-se identificados ou plenamente identificados com a cultura, os

objetivos e os valores do JBRJ. Essa questão não foi abordada na pesquisa de 2011.

O gráfico a seguir apresenta tais resultados.

Gráfico 6: Nível de identificação com a cultura, os objetivos e os valores do JBRJ Fonte: Elaboração própria

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Em relação a sentirem-se aptos a assumir maiores ou mais

responsabilidades, 52% responderam que se sentem mediamente aptos, 32% muito

aptos, 12% não se consideram aptos e 4% se julgam pouco aptos. O gráfico a seguir

apresenta tais resultados.

Gráfico 7: Aptidão para assumir maiores ou mais responsabilidades Fonte: Elaboração própria

Em relação ao recorte da DG, em 2011, há uma redução de 11% entre

aqueles que se julgam mediamente aptos e muito aptos.

A pergunta quanto à adequação da carga normal de trabalho teve a seguinte

distribuição: 64% julgam adequada, 28% consideram que a carga excede às

expectativas e 8% que se encontra abaixo das expectativas.

Gráfico 8: Adequação da carga normal de trabalho Fonte: Elaboração própria

Percebe-se, nestes cinco anos, em relação à DG, um aumento na insatisfação

em relação à carga de trabalho, visto a queda de 18,5% entre os que a julgavam

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adequada e de um aumento de 18% entre os que considerava que a carga excede às

expectativas.

Ao serem questionados se as tarefas, responsabilidades e projetos da sua

área ou setor estão divididos entre os servidores da equipe de maneira equilibrada,

28% responderam que sim; 28% responderam que existe muito desequilíbrio; outros

28% que existe algum desequilíbrio e 16% admitiram não saber, como mostra o

gráfico a seguir.

Gráfico 9: Equilíbrio na divisão de tarefas, responsabilidades e projetos da área ou setor entre os servidores da equipe

Fonte: Elaboração própria

Destaca-se que, de 2011 para 2016, na DG, ocorreu uma diminuição de

24,5% entre os servidores que acreditam que as tarefas, responsabilidades e projetos

da sua área/setor estão divididos de maneira equilibrada e um aumento de 20,5%

entre aqueles que acreditam que existe muito desequilíbrio.

Para 76% dos respondentes não há adequação da quantidade de servidores

da área ou setor a que pertencem para a realização das tarefas, atividades,

responsabilidades e projetos, pois existe carência de pessoal; para 20% a quantidade

está adequada. O restante (8%) não soube responder. O gráfico a seguir ilustra esses

percentuais.

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108

Gráfico 10: Adequação da quantidade de servidores da área ou setor a que pertencem para realizar as tarefas, atividades, responsabilidades e projetos

Fonte: Elaboração própria

Destaca-se que, de 2011 para 2016, na DG, ocorreu um aumento expressivo,

de 31%, de respondentes que consideram inadequada a quantidade de servidores no

JBRJ.

No que tange à adequação da formação e qualificação dos servidores da área

ou setor para a realização das tarefas, atividades, responsabilidades, projetos a

atendimento das demandas, 52% responderam que sim, 36% que não e 12% não

souberam responder, como mostra o gráfico a seguir.

Gráfico 11: Adequação da formação e qualificação dos servidores à realização das tarefas, atividades, responsabilidades, projetos a atendimento das demandas

Fonte: Elaboração própria

Em relação ao recorte da DG, em 2011, não se percebe alterações

significativas.

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109

Em uma escala de 1 a 10, o nível geral de satisfação profissional foi o

seguinte: 28% em nível 8; 16% em nível 7; 12% em nível 6; 12% em nível 3; 8% em

nível 9; 8% em nível 5; 4% em nível 10; 4% em nível 4; 4% em nível 2 e 4% em nível

1. Ou seja, verifica-se que 56% dos respondentes encontram-se nos níveis 7 a 10 de

satisfação profissional. O gráfico a seguir apresenta esses números.

Gráfico 12: Nível de satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

Isso significa uma queda de 2,9% nessa faixa, em relação à pesquisa geral

de 2011 e aumento de 3,5%, em relação ao recorte da DG.

As próximas 20 questões foram elaboradas de modo que os respondentes

expressassem suas respostas em um dos 5 níveis de intensidade: “muito

positivamente” (+), “pouco positivamente” (+1), “neutro” (0), “pouco negativamente” (-

1) e “muito negativamente” (-2).

Em relação à adaptação à cultura da área ou setor na satisfação profissional,

40% classificam tal impacto como “muito positivamente”, 32% como “neutro”, 24%

como “pouco positivamente” e 4% como “pouco negativamente”. Sendo assim, a

avaliação positiva (muito e pouco) representou a maioria, com 64%. Porém, também

é importante destacar o alto percentual de “neutro”. O gráfico a seguir demonstra

esses resultados.

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110

Gráfico 13: Impacto da adaptação à cultura da área ou setor na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

Em relação ao recorte da DG, em 2011, não se percebe alterações

significativas.

Sobre o impacto da adaptação à cultura institucional na satisfação

profissional, a avaliação “neutra” representou a maioria, com 40%, 28% percebem

como “pouco positivamente”, 12% como “muito positivamente, outros 12% como

“pouco negativamente” e 8% como “muito negativamente”, como mostra o gráfico a

seguir. Sendo assim, as avaliações positivas somadas totalizam 40%, empatando com

as avaliações que julgam esse impacto como “neutro”.

Gráfico 14: Impacto da adaptação à cultura institucional na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

Em relação ao recorte da DG, em 2011, não se percebe alterações

significativas.

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111

Quanto ao impacto das mudanças organizacionais (estrutura, chefia, rotinas,

procedimentos ou tarefas/atividades) na satisfação profissional, a avaliação “muito

negativamente” representou a maioria, com 28% das escolhas, seguida de 24% para

a percepção de “pouco positivamente”, outros 24% para “neutro”, 20% para “pouco

negativamente” e 4% para “muito positivamente” como demonstra o gráfico a seguir.

Sendo assim, o impacto das mudanças organizacionais, seja na estrutura, chefia,

rotinas, procedimentos ou tarefas/atividades, é percebido, de forma geral, de modo

negativo (muito e pouco) totalizando a maior parte das escolhas, com 48%.

Gráfico 15: Impacto das mudanças organizacionais na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

Em 2011, na DG, essa visão era mais favorável, visto que as percepções de

neutralidade eram de 30% e a percepção de impacto negativo (muito e pouco) era de

37,5%.

Sobre o impacto do aproveitamento de sua qualificação e formação na

satisfação profissional, a avaliação “muito positivamente” preponderou com 32% das

escolhas, seguida de 28% para “pouco positivamente”, 24% para “neutro”, 12% para

“pouco negativamente” e 4% para “muito negativamente”, como demonstrado no

próximo gráfico. Por esses resultados, verifica-se que o impacto do aproveitamento

da qualificação e formação na satisfação profissional do servidor do JBRJ é percebido,

em grande parte, de modo positivo (muito e pouco) totalizando 60% das percepções

dos respondentes.

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Gráfico 16: Impacto do aproveitamento de sua qualificação e formação na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

Nesse aspecto, não houve mudança significativa em relação à pesquisa de

2011, com foco na DG.

Já o impacto da carga de trabalho na satisfação profissional foi avaliado por

40% dos servidores como “neutro”, por 24% como “muito positivamente”, por 16%

como “pouco positivamente”, 12% como “muito negativamente” e 8% como “pouco

negativamente”, como demonstrado no próximo gráfico.

Gráfico 17: Impacto da carga de trabalho na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

Nesse aspecto, não houve mudança significativa em relação à pesquisa de

2011, com foco na DG.

A influência da capacitação para o exercício das tarefas/atividades na

satisfação profissional foi classificada por 36% como “pouco positivamente”, por 28%

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como “neutro”, por 20% como “muito positivamente”, 12% como “pouco

negativamente” e 4% como “muito negativamente”, como evidencia gráfico a seguir.

Assim, observa-se que a influência desse fator na satisfação profissional no JBRJ é

percebida, em grande parte, de modo positivo (muito e pouco) totalizando 56% das

percepções.

Gráfico 18: Impacto da capacitação para o exercício das tarefas/atividades na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

Em relação à 2011, com foco na DG, essa visão de positividade (muito e

pouco) teve uma queda de 11,5%.

O impacto da afinidade ou interesse pelas tarefas/ atividades desenvolvidas

ou pela área ou setor na satisfação profissional foi vista por 40% como “muito

positivamente”, por 20% como “pouco positivamente”, por outros 20% como “neutro”,

por 16% como “pouco negativamente” e 4% como “muito negativamente”, como

mostra o próximo gráfico. Assim, observa-se que a influência desse fator na satisfação

profissional no JBRJ é percebida, em grande parte, de modo positivo (muito e pouco)

totalizando 60% das percepções.

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Gráfico 19: Impacto da afinidade ou interesse pelas tarefas/ atividades desenvolvidas ou pela área ou setor na satisfação profissional

Fonte: Elaboração própria

Em relação à 2011, com foco na DG, essa visão de positividade (muito e

pouco) sofreu uma queda de 15%.

Em relação ao impacto dos incentivos, desafios ou oportunidades para o

crescimento e desenvolvimento profissional na satisfação profissional, 28% dos

servidores percebem como “neutro”, enquanto 28% como “pouco positivamente”, 20%

como “muito positivamente”, 12% como “pouco negativamente” e 12% como “muito

negativamente”, como mostra o gráfico a seguir. Logo, a influência desse fator na

satisfação dos servidores do JBRJ é na maioria positiva (muito e pouco), totalizando

48%.

Gráfico 20: Impacto dos incentivos, desafios ou oportunidades para o crescimento e desenvolvimento profissional na satisfação profissional

Fonte: Elaboração própria

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115

Neste aspecto, não ocorreram mudanças significativas na comparação com a

pesquisa de 2011, com foco na DG.

Em relação ao risco de perda do cargo ou função na satisfação profissional,

56% dos servidores percebem esse impacto como “neutro”, 24% como “pouco

positivamente”, 12% como “muito positivamente”, 4% como “pouco negativamente” e

4% como “muito negativamente”.

De 2011, com foco na DG, para 2016 cresceu em 26% o percentual de

respondentes que têm a percepção de neutralidade ao risco de perda do cargo ou

função na satisfação profissional.

Em relação ao impacto do ambiente/local de trabalho na satisfação

profissional, 32% dos servidores percebem como “muito positivamente”, enquanto

outros 32% como “pouco positivamente”, 24% como “neutro”, 8% como “muito

negativamente” e 4% como “pouco negativamente”. Desta forma, a influência do

ambiente na satisfação dos servidores do JBRJ é na maioria positiva (muito e pouco),

totalizando 64%. Verifica-se que houve queda de 13,5% na percepção positiva (muito

e pouco), em relação à pesquisa de 2011, com foco na DG.

Em relação ao impacto da quantidade da equipe de trabalho na satisfação

profissional, 32% dos servidores percebem como “neutro”, 24% como “muito

negativamente”, 20% como “pouco positivamente”, 16% como “pouco negativamente”

e 8% como “muito positivamente”. Resumindo: o impacto da quantidade da equipe de

trabalho na satisfação profissional dos servidores é na maioria neutra (32%) e

negativa (40%). O gráfico a seguir ilustra estes resultados.

Gráfico 21: Impacto da quantidade da equipe de trabalho na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

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116

Em relação à 2011, com foco na DG, houve uma inversão de percepção, visto

que para 40% o impacto da quantidade da equipe de trabalho na satisfação

profissional era positivo (muito e pouco).

Em relação ao impacto da formação e qualificação da equipe de trabalho na

satisfação profissional, 36% dos servidores percebem como “neutro”, 32% como

“pouco positivamente”, 16% como “muito positivamente”, 12% como “pouco

negativamente” e 4% como “muito negativamente”. O gráfico a seguir ilustra tais

resultados.

Gráfico 22: Impacto da formação e qualificação da equipe de trabalho na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

Em relação à 2011, com foco na DG, ocorreu uma queda de 19% entre os

respondentes que tinham uma percepção positiva neste aspecto.

Em relação ao impacto da motivação dos membros da equipe de trabalho na

satisfação profissional, 44% dos servidores percebem como “neutro”, 28% como

“pouco positivamente”, 16% como “muito positivamente”, 8% como “pouco

negativamente” e 4% como “muito negativamente”, como mostra o gráfico a seguir.

Page 118: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ... MARIA...coaching para instituições públicas: o caso do Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Maria de Fatima do Nascimento Brandão

117

Gráfico 23: Impacto da motivação dos membros da equipe de trabalho na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

Em relação à 2011, com foco na DG, verifica-se uma redução de 14% entre

os que compartilhavam da percepção positiva (muito e pouca).

Quanto ao impacto do relacionamento com a chefia na satisfação profissional,

44% dos servidores percebem como “muito positivamente”, 32% como “pouco

positivamente” e 24% como “neutro”. O gráfico a seguir ilustra tais resultados.

Gráfico 24: Impacto do relacionamento com a chefia na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

De 2011 para cá não ocorreram mudanças significativas neste aspecto.

Em relação ao impacto do relacionamento com os membros de outras equipes

de trabalho na satisfação profissional, 52% dos servidores percebem como “muito

positivamente”, 28% como “pouco positivamente” e 20% como “neutro”.

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118

Gráfico 25: Impacto do relacionamento com outros membros da equipe de trabalho na satisfação profissional

Fonte: Elaboração própria

De 2011 para cá, na DG, houve uma queda de 12,5% na percepção positiva

deste impacto.

A influência do relacionamento entre os demais membros da equipe de

trabalho na satisfação profissional foi vista por 44% dos servidores como “muito

positivamente”, por 28% como “neutro”, por 24% como “pouco positivamente” e por

4% como “pouco negativamente”, como ilustra o próximo gráfico.

Gráfico 26: Impacto do relacionamento entre os demais membros da equipe de trabalho na satisfação profissional

Fonte: Elaboração própria

De 2011 para cá, na DG, houve uma queda de 9,5% na percepção positiva

desse impacto.

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119

Sobre o impacto da comunicação com os representantes da instituição na

satisfação profissional, 36% dos servidores como “neutro”, 24% como “muito

positivamente”, 16% como “muito negativamente”, 12% como “pouco positivamente”

e outros 12% como “pouco negativamente”, como ilustra o gráfico seguinte.

Gráfico 27: Impacto da comunicação com os representantes da instituição na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

De 2011 para cá não ocorreram mudanças significativas neste aspecto.

O impacto da participação nas decisões da área ou setor na satisfação

profissional, foi classificado por 36% dos servidores como “neutro”, por 32% como

“pouco positivamente”, por 28% como “muito positivamente” e por 4% como “pouco

negativamente”. Podendo-se concluir que, para a maioria, o impacto é neutro (36%),

seguida pelo impacto positivo (60%), como ilustra o gráfico seguinte.

Gráfico 28: Impacto da participação nas decisões da área ou setor na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

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120

De 2011 para cá não ocorreram mudanças significativas neste aspecto.

Acerca do impacto da participação nas decisões da instituição na satisfação

profissional, 56% dos servidores veem como “neutro”, 24% como “muito

negativamente”, 8% como “muito positivamente”, 8% como “pouco positivamente” e

4% como “pouco negativamente. Assim, sobre esse aspecto, preponderam a

percepção de impacto neutro (56%), seguida da visão de impacto negativo (28%),

como demonstrado no gráfico a seguir.

Gráfico 29: Impacto da participação nas decisões da instituição na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

Em relação à 2011, com foco na DG, percebe-se um aumento da visão de

neutralidade em 21% e uma queda de 14,5% da visão de impacto negativo.

Em relação ao impacto da remuneração/salário e benefícios na satisfação

profissional, 36% dos servidores veem como “neutro”, 36% como “muito

positivamente”, 12% como “pouco positivamente”, 12% como “pouco negativamente”

e 4% como “muito negativamente”.

Em relação à pesquisa de 2011, com foco na DG, ocorreu um aumento de

11% entre os servidores viam como “neutro” e uma inversão de percepção, visto que

para 32,5% o impacto da remuneração/salário e benefícios na satisfação profissional

era negativo (muito e pouco).

Por fim, ao serem perguntados sobre à adequação das condições do local de

trabalho ao exercício das suas tarefas/atividades, 68% dos servidores veem como

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121

adequadas, enquanto 32% veem como não adequadas. Esta questão não foi

abordada na pesquisa de 2011.

Constatou-se que as justificativas dos que responderam que as condições do

local de trabalho não são adequadas ao exercício das suas tarefas/atividades

relacionaram-se à três fatores: quantidade de pessoas para o desempenho das

atividades, o ambiente físico de trabalho e a qualificação profissional.

Em relação à quantidade de pessoas, registraram-se os seguintes

comentários, de dois diferentes servidores:

A atividade necessita de mais pessoas para atuarem junto a mim, pois atuo sozinha, não conseguindo aprofundar no conhecimento legal que preciso para executar minha função, fragilizando o resultado [...]. Porque me sinto sobrecarregada e trabalho pela falta de pessoal no setor e, mesmo tendo aptidão para assumir maiores responsabilidade, não me sinto valorizada pela instituição.

Em relação ao ambiente propriamente dito, registraram-se os seguintes

comentários, de dois diferentes servidores:

Em uma sala com diversas pessoas trabalhando em assuntos diversos e falando alto sobre tudo a todo o momento é impossível se concentrar para pensar na solução de algum problema. Ou separa-se individualmente ou separa-se em grupos/ equipes. Não temos uma sala própria, a que exercemos as atividades é dividida com outra área e, eventualmente, causa transtorno à outra área. Devido a esta divisão não coube toda a equipe e tivemos que alocar uma colaboradora em outra área.

Sobre à qualificação profissional, registraram-se os seguintes comentários, de

dois diferentes servidores:

[...] falta qualificação profissional e condições de trabalho. Porque falta qualificação e condições básicas adequadas para desempenhar as atividades da instituição.

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122

5.1.4 Síntese dos Resultados da Pesquisa de Clima Organizacional de 2016 - DG

Os aspectos que se destacaram como pontos de melhoria no clima

organizacional da pesquisa de 2016, com foco na DG, são os seguintes:

a) percepção da existência de algum desequilíbrio ou muito desequilíbrio

(56%) na divisão das tarefas, responsabilidades e projetos da área ou

setor;

b) percepção de 76% de que a quantidade de servidores não está

adequada para a realização das tarefas/ atividades;

c) percepção de impacto negativo (muito e pouco) por 40% dos

servidores em relação à quantidade da equipe de trabalho na

satisfação profissional;

d) percepção de impacto negativo (muito e pouco), por 48% dos

servidores, em relação às mudanças organizacionais (estrutura,

chefia, rotinas, procedimentos ou tarefas/atividades) na satisfação

profissional;

e) percepção de impacto neutro de 56% e de impacto negativo (muito e

pouco) de 28% em relação à participação nas decisões da instituição

na satisfação profissional.

Além desses pontos, verificou-se que alguns resultados positivos tiveram

queda e que outros resultados negativos expressaram um crescimento em relação à

pesquisa de 2011, considerando, também o foco na DG. Sendo assim, o quadro a

seguir traz uma síntese das principais alterações percebidas no clima organizacional.

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PESQUISA DE 2016 EM RELAÇÃO À PESQUISA DE 2011

PESQUISA DE 2016 EM RELAÇÃO À PESQUISA DE 2011, COM FOCO NA DG

queda de 22,2% entre aqueles que acreditam na existência da compatibilidade das tarefas e atividades com a qualificação e formação.

queda de 7% entre aqueles que acreditam na existência da compatibilidade das tarefas e atividades com a qualificação e formação;

aumento de 19% entre aqueles que acreditam que suas tarefas e atividades são superiores à sua qualificação e formação.

queda de 13,9% entre aqueles que se sentem muito aptos assumir maiores ou mais responsabilidades;

aumento de 8,8% entre aqueles que não se julgam aptos.

Alterações consideradas não relevantes.

queda de 17,5% entre aqueles que julgam a carga normal de trabalho adequada;

aumento de 15% entre aqueles que considerava que a carga excede às expectativas

queda de 18,5% entre aqueles que julgam a carga normal de trabalho adequada;

aumento de 18% entre aqueles que considerava que a carga excede às expectativas

queda de 13,1% entre aqueles que acreditam que as tarefas, responsabilidades e projetos da sua área/setor estão divididos de maneira equilibrada;

aumento de 12,7% entre aqueles que acreditam que existe muito desequilíbrio.

queda de 24,5% entre aqueles que acreditam que as tarefas, responsabilidades e projetos da sua área/setor estão divididos de maneira equilibrada;

aumento de 20,5% entre aqueles que acreditam que existe muito desequilíbrio.

aumento de 27,6% entre aqueles que consideram inadequada a quantidade de servidores da área ou setor a que pertencem para a realização das tarefas, atividades, responsabilidades e projetos.

aumento de 31% entre aqueles que consideram inadequada a quantidade de servidores da área ou setor a que pertencem para a realização das tarefas, atividades, responsabilidades e projetos.

queda, de 10,1%, entre aqueles que consideram adequada a formação e qualificação para a realização das tarefas, atividades, responsabilidades, projetos e demandas.

Alterações consideradas não relevantes.

queda de 2,9% entre aqueles que estão entre os níveis 7 e 10 de uma escala de satisfação profissional.

aumento de 3,5% entre aqueles que estão entre os níveis 7 e 10 de uma escala de satisfação profissional.

Alterações consideradas não relevantes.

queda, de 8,5%, entre aqueles que consideravam impacto positivo da adaptação à cultura da área ou setor na satisfação profissional

queda de 8,4% entre aqueles que consideram impacto positivo da adaptação à cultura institucional na satisfação profissional.

Alterações consideradas não relevantes.

aumento de 8,5% entre aqueles consideram impacto negativo das mudanças organizacionais na satisfação profissional.

aumento de 10,5% entre aqueles consideravam impacto negativo das mudanças organizacionais na satisfação profissional.

queda de 19% entre aqueles consideram impacto positivo da capacitação para o exercício das tarefas na satisfação profissional.

queda de 11,5% entre aqueles consideram impacto positivo da capacitação para o exercício das tarefas na satisfação profissional.

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124

queda de 22,3% entre aqueles consideram impacto positivo da afinidade ou interesse para o exercício das tarefas na satisfação profissional.

queda de 15% entre aqueles que consideram impacto positivo da afinidade ou interesse para o exercício das tarefas na satisfação profissional.

aumento de 17,30% entre aqueles consideram neutro o impacto do risco da perda do cargo ou função na satisfação profissional.

aumento de 26% entre aqueles consideram neutro o impacto do risco da perda do cargo ou função na satisfação profissional.

Alterações consideradas não relevantes. queda de 13,5% entre aqueles que consideram

impacto positivo do ambiente ou local de trabalho na satisfação profissional.

Inversão de percepção: em 2011, para 45,1% o impacto da quantidade da equipe de trabalho na satisfação profissional era positivo (muito e pouco), enquanto em 2016 essa percepção

passou a ser negativa para 40% dos servidores.

Inversão de percepção: em 2011 para 40% o impacto da quantidade da equipe de trabalho na satisfação profissional era positivo (muito e pouco), enquanto em 2016 essa percepção passou a ser negativa para 40% dos

servidores.

queda de 13,1% entre aqueles que consideram impacto positivo do relacionamento com os membros de outras equipes de trabalho na satisfação profissional.

queda de 12,5% entre aqueles que consideram impacto positivo do relacionamento com os membros de outras equipes de trabalho na satisfação profissional.

Alterações consideradas não relevantes.

queda de 9,5% entre aqueles que consideram impacto positivo do relacionamento com os membros da própria equipe de trabalho na satisfação profissional.

aumento de 21,3% entre aqueles que consideram neutro o impacto da participação nas decisões da instituição na satisfação profissional;

queda de 14,8% entre aqueles que consideram impacto negativo da participação nas decisões da instituição na satisfação profissional.

aumento de 21% entre aqueles que consideram neutro o impacto da participação nas decisões da instituição na satisfação profissional;

queda de 14,5% entre aqueles que consideram impacto negativo da participação nas decisões da instituição na satisfação profissional.

aumento de 10,2% entre aqueles que consideram neutro o impacto da remuneração/ salário na satisfação profissional;

Inversão de percepção: em 2011, para 29% o impacto da remuneração/ salário era “pouco positivo ”na satisfação profissional, enquanto em 2016 essa percepção passou a ser “muito

positiva” para 36% dos servidores.

aumento de 11% entre aqueles que consideram neutro o impacto da remuneração/ salário na satisfação profissional;

Inversão de percepção: em 2011, para 30% o impacto da remuneração/ salário era “pouco positivo ”na satisfação profissional, enquanto em 2016 essa percepção passou a ser “muito

positiva” para 36% dos servidores.

Quadro 14: Síntese das principais alterações percebidas no clima organizacional Fonte: Elaboração própria

As sugestões finais dos servidores para melhoria da satisfação profissional

foram relacionadas aos seguintes aspectos: a) contratação de servidores; b) melhoria

do aproveitamento dos servidores com base na sua formação profissional; c) melhoria

do processo de comunicação institucional; d) normalização das atividades da

área/setor e de toda a Instituição; e e) seleção ou capacitação de gestores para as

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125

responsabilidades do cargo que ocupa. As sugestões, transcritas na íntegra,

encontram-se no Anexo A.

A análise dos aspectos que se destacaram como pontos de melhoria no clima

organizacional da pesquisa de 2016, com foco na DG, a análise da trajetória

descendente, considerando os fatores de maior declínio no clima organizacional de

2011 para cá, juntamente com as sugestões feitas pelos servidores contribuíram para

definição do rol de questões, que permitiu uma análise mais profunda da situação do

JBRJ.

5.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

A exploração do material, conforme descrita no Capítulo 3, conduziu aos

seguintes temas e subtemas, que deram suporte à análise: a) chefia (subtemas:

capacidade de conduzir trabalhos em equipe e capacidade de estimular de potencial

e canalizar competências para o atingimento dos objetivos do JBRJ; b) colaboração

(dentro da equipe a qual o servidor pertence e entre equipes de diferentes áreas

funcionais); c) comunicação; e d) recursos (humanos, materiais e financeiros).

Para identificar os respondentes no decorrer da pesquisa e, ao mesmo tempo,

manter o sigilo quanto ao nome dos participantes, foram estabelecidos códigos

compostos por letras, de “A” a “K”, para os mesmos.

5.2.1 Chefia

Este tema compreende declarações sobre a chefia em relação aos seguintes

subtemas: a) capacidade de conduzir trabalhos em equipe (que envolve o

gerenciamento de rotinas, procedimentos, atividades e tarefas e a promoção da

mobilização) e b) capacidade de estimular de potencial e canalizar competências para

o atingimento dos objetivos do JBRJ.

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126

5.2.1.1 Capacidade de Conduzir Trabalhos em Equipe

Em relação à capacidade de promoção do trabalho em equipe, verificou-se

que somente o respondente “E” declarou não verificar nenhuma dificuldade neste

sentido:

Sim, eu vejo que uma chefia que tem a capacidade interpessoal desenvolvida e que estimula o trabalho em equipe e melhora, e muito, o estímulo ao um maior desempenho. Não só da equipe, como especialmente o meu, que integro a equipe também. Eu me sinto muito motivada ao ser liderada por uma chefia com essa modalidade. (ENTREVISTADO E).

O respondente “F” ainda não tem uma opinião plenamente formada, mas, para

ele, tudo indica que sua chefia possua essa habilidade.

No que diz a essa chefia atual eu ainda não tenho essa resposta completa a respeito dessa questão. A princípio, o que eu percebo é um diretor que sabe trabalhar em equipe, gerencia rotinas, tem capacidade de mobilização, mas isso num nível muito inicial. Foram poucas reuniões que eu tive com ele e os problemas que nós nos defrontamos ainda não me dão insumos para responder de uma forma definitiva essa pergunta. Mas, me parece que ele tem essas características. O que sem dúvida nenhuma é um fator que incentiva melhor o desempenho. Estabelecendo planos, coordenando a realização dos planos e alternativas, e é fundamental que os gestores tenham essas características que estão aqui apontadas na pergunta para terem sucesso. (ENTREVISTADO F).

Neste sentido, “J” observou que ainda não é possível avaliar a Diretoria atual,

que foi empossada recentemente, mas ressaltou que a Diretoria anterior não tinha um

perfil mobilizador.

Bom, a Diretoria atual, ela foi empossada recentemente. A anterior não tinha essa capacidade de mobilização das pessoas e tal, para conseguir das pessoas o melhor que elas pudessem apresentar. Essa atual, até agora não apresentou nenhuma mobilização. (ENTREVISTADO J).

O respondente “I” admitiu não saber avaliar essa questão, tanto em relação a

si mesmo quanto a sua chefia.

Na questão de trabalhar em equipe, eu não sei se eu sou uma pessoa que trabalho bem em equipe ou se ele é uma pessoa que trabalha bem em equipe. Com ele algumas pessoas desagregaram e outras se aproximaram. Então, para algumas pessoas que esperavam dele atitudes de gerenciamento de rotinas de uma forma, quando ele faz de outra, essas pessoas não se adaptaram, principalmente os mais antigos ou os que têm alguma escala superior. (ENTREVISTADO I).

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127

O respondente “D” percebe que a execução do trabalho é de forma mais

individual que em equipe, atribuindo isso a um perfil mais centralizador de sua chefia.

A minha resposta é assim: a minha chefia imediata tem um perfil atual, que é um perfil muito centralizador, ele resolve tudo já. Eu faço atividades. Claro! Ele passa coisas pra mim, o que é bom, mas eu acho que fica muito individualizas as tarefas. A gente é uma equipe na divisão, mas não é uma equipe de... assim... cada um faz um pedaço. Cada um pega uma tarefa e faz ela inteira. Dá para entender? É equipe na divisão de tarefas, não é equipe no sentido de fazer tarefas em conjunto, compartilhadas, por ser um perfil da chefia mesmo. (ENTREVISTADO D).

Já o respondente “G”, acredita que sua chefia possua uma dificuldade parcial

em trabalhar em equipe, em relação à mobilização.

Eu acredito que ele parcialmente saiba trabalhar em equipe. Ele tem alguns déficits de tomada de decisão, no que tange a gestão de pessoas. Então, talvez, uma dificuldade de atuar no relacionamento de equipes atrapalhe o processo de tomada de decisão dele. Mas, tecnicamente no trabalho que a equipe executa, ele consegue, sim, atuar em equipe utilizando gerenciamento de rotinas, procedimentos e atividades. E com certeza, se ele ampliasse essas técnicas de gestão de pessoas, de trabalho em equipe, de mobilização, com certeza isso daria ganho no trabalho dele e no meu trabalho consecutivamente. (ENTREVISTADO G).

Para o respondente “G”, esta dificuldade percebida não diz respeito ao

gerenciamento de rotinas, procedimentos, atividades e tarefas, mas sim,

especificamente à capacidade de estimular, integrar e mobilizar a equipe para a

execução do trabalho proposto.

Ele fica muito direcionado tecnicamente para aquilo que tem que ser feito, sem pensar que pessoas ele tem que acionar e de que forma ele integraria a equipe para executar esse trabalho. Isso acontece algumas vezes, mas não é sempre. (ENTREVISTADO G).

Os entrevistados “A”, “H” e “K” também declararam que seus chefes possuem

dificuldades em liderar equipes, sendo que H” e “K” acreditam que eles preferem lidar

com a modalidade individual de trabalho.

[..] eu considero que meu chefe, meu superior imediato atual, precisa, ainda, desenvolver algumas habilidades, no sentido de trabalhar em equipe e, por conseguinte, obter maior capacidade de mobilização (ENTREVISTADO A). Eu não considero que minha chefia, minha Diretoria, saiba trabalhar em equipe, pelo contrário. O trabalho é muito individual, voltado para pequenos grupos e isso dificulta muito a interação da equipe da qual eu lidero, com a Diretoria. (ENTREVISTADO H). A minha chefia atual, eu acho, tem um pouco de dificuldade em trabalhar em equipe. Eu acho que ele prefere trabalhar com pessoas pontuais. (ENTREVISTADO K).

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Situação diversa é relatada pelo respondente “B”, que, embora atribua

bastante entusiasmo, comprometimento e capacidade de mobilização à sua chefia,

percebe uma grande dificuldade no que diz respeito à habilidade de gerenciamento

de rotinas, procedimentos, atividades e tarefas.

Em particular, atualmente minha chefia é muito entregue, muito animada, muito comprometida, eu acho. Só que eu acho que ela tem uma dificuldade grande nesta questão de gerenciamento de rotinas. Mas, eu acho que ela tem capacidade e iniciativa de mobilizar, de animar, mas existe dificuldade nessa questão de metodologia, de encaminhamento. Porque, como tem muita coisa que ela acaba abraçando, ela acaba se perdendo um pouco. (ENTREVISTADO B).

Uma contribuição importante vem do entrevistado “C”, que relaciona a

ausência de capacidade de gerenciar rotinas, procedimentos, atividades e tarefas,

percebida em sua chefia, com a sobrecarga de trabalho em seu setor.

Dentro desse aspecto de trabalho em equipe, gerenciando rotinas, procedimentos e atividades e tarefas, eu acho que não. Porque não tem essa mobilidade. Por quê? Porque dentro do setor ficam uns sobrecarregados e outros mais à vontade para fazer só o que determinou a fazer por conta própria. Então, assim, quem está para fazer, vai fazer, mas quem não está para fazer vai deixar de fazer. Porque esta atividade não está devidamente direcionada, a ponto de a gente não saber qual a responsabilidade do colega, o que está fazendo e a que ponto está fazendo. (ENTREVISTADO C).

No decorrer do relato de “C” vai ficando mais claro que não se trata apenas

de dificuldade de delegar, por parte da chefia, mas também de estimular e mobilizar

toda a equipe na direção dos objetivos organizacionais.

Hoje eu sou responsável por uma atividade, eu me responsabilizo por ela, mas, se amanhã eu decidir que eu não vou me responsabilizar por ela, eu sinto que a chefia vai ter uma postura diferente. Diferente não é acatar, mas não vai saber o que fazer. Não sei se é comigo, mas na realidade no todo não tem essa postura, a pessoa não faz, não faz. Não quer fazer, não faz. Só que isso sobrecarrega, né. Sobrecarrega bastante os colegas que estão dispostos a fazer. Então você pega a sua responsabilidade e pega de outros. (ENTREVISTADO C).

“A” também compartilha desta percepção e percebe que, em algumas áreas

não há um equilíbrio na divisão de tarefas, em função de uma fragilidade da chefia,

de modo que isto acarreta, por um lado, servidores com sobrecarga de trabalho,

enquanto, por outro lado, há servidores mais ociosos.

No que diz respeito, talvez, a essa capacidade de mobilização, que seria mais ou menos no sentido dessa divisão de tarefas mais equânimes, eu entendo que há uma fragilidade. Há uma fragilidade, porque às vezes eu percebo na diretoria, como um todo, que em uma determinada área, uma pessoa está

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assoberbada, enquanto que outra não está tanto. Então, não há uma gestão. Há dificuldades em algumas áreas, não vou dizer todas, mas, nas que eu conheço, com relação a divisão de tarefas. De modo que você não coloque alguém tão ocioso e o outro tão assoberbado de trabalho. Então eu vejo que isso pode ser observado, não em todas as áreas, mas em algumas áreas, sim. (ENTREVISTADO A).

O respondente “H”, mencionou que a carência de liderança não é um fato

recente e que, na tentativa de qualificar os gestores, foi oferecido uma capacitação

ministrada pela Fundação Dom Cabral, mas que, no entanto, a frequência foi bastante

baixa.

A gestão aqui é só a contábil. Já tivemos aqui ações para que esses diretores. Foi um treinamento para esses gestores, diretores com essa parte de relacionamento de equipe e de liderança e a frequência foi muito baixa. Foi um seminário muito bom, mas os líderes que tinham que estar ali para ouvir aquilo não estavam. Só foram no primeiro dia, na abertura do evento e pronto. Era um treinamento para saber liderar, para ser um líder e ter um bom relacionamento com a equipe, saber agregar a equipe. Foi dado o curso, pago pelo Jardim. Foi um treinamento muito bom e não tiveram interesse em permanecer, mandaram um representante para assistir, um subalterno que não ia influenciar em nada. (ENTREVISTADO H).

Praticamente todos os entrevistados concordaram que a capacidade da chefia

de conduzir trabalhos em equipe produz impacto no seu desempenho profissional.

A fala de “C” resume o impacto dessa realidade percebida tanto no

desempenho do setor quanto no desempenho individual do servidor, da seguinte

forma:

Então, isso é, quando você foge desse contexto de gerenciamento de rotinas, dos procedimentos, o que é sua responsabilidade como líder de uma equipe, a equipe fica solta. E se ela fica solta falta eficiência. Contribui, pode contribuir para o meu desempenho sim. Porque se eu focar no que é de minha responsabilidade eu vou desempenhar melhor. E se eu tiver apoio da minha chefia, melhor vai sair meu desempenho. (ENTREVISTADO C).

5.2.1.2 Capacidade de Estimular o Potencial e de Canalizar Competências

Em relação à capacidade da chefia de estimular o potencial dos subordinados

e de canalizar suas competências, inteligência e conhecimentos para o atingimento

dos objetivos, verificou-se que as opiniões estão bem equilibradas, pois dos onze

entrevistados, cinco consideraram que existe tal capacidade, um que existe

parcialmente, enquanto cinco percebem que não.

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“B”, “I” e “E” responderam positivamente a essa questão, sendo que “I” e “E”

detalham um pouco mais como suas chefias estimulam e reconhecem seus potenciais

e competências, no entanto, não abordam “se” e “como” canalizam suas

competências, inteligência e conhecimentos para o atingimento dos objetivos, como

pode ser visto nos trechos abaixo.

Olha, eu, particularmente, acho que sim. (ENTREVISTADO B). Eu acho que ele estimula sim. Estimula muito o que a gente sabe e, às vezes, ele até lembra o que a gente sabe, que a gente nem sabe que sabe. Nesse ponto, ele estimula. (ENTREVISTADO I). Eu vejo que sim, inclusive a atual chefia aproveita muito, digamos assim, esse nível maduro de experiência e de senioridade que a própria idade que eu possuo e tempo de expertise na área de recursos humanos que eu acumulei esses anos, e sinto que ela recorre muito a mim, então me sinto valorizada. (ENTREVISTADO E).

Já “G”, que trabalha com projetos, além de responder positivamente a essa

questão, relata que a sua chefia tem por prática reunir a equipe, planejar as ações,

mapear as competências existentes na equipe, apurar os gaps e identificar as

necessidades de cursos e capacitações que venham a suprir as necessidades do

grupo para a execução dos projetos previstos no ano. Tudo isso com foco no

atendimento ao Planejamento Estratégico e demais demandas institucionais.

A resposta é sim. O nosso trabalho dentro da coordenação é todo voltado ao aprendizado de técnicas, fazer cursos que sejam necessários para a gente executar algum projeto. O meu chefe imediato organiza, reúne todos os membros da equipe pensando em todos os projetos que tem que ser executados no ano, liga esses projetos ao Planejamento Estratégico e às demandas institucionais que não estejam necessariamente ligados ao planejamento estratégico e a gente identifica quais são os cursos necessários. [...] Então, a gente identifica essas necessidades e, a partir daí, existe um estímulo de inclusão na lista de cursos de capacitação. (ENTREVISTADO G).

“C” também considera que sua chefia estimula suas potencialidades, no

entanto, não percebe uma conexão direta dessa atitude e até mesmo de seu trabalho

com os objetivos do JBRJ. Vale sublinhar, também, o fato de mencionar “não saber o

objetivo da direção ou do Jardim Botânico”, soando não como um desconhecimento

da sua parte, mas como uma indefinição, falta de clareza ou inconsistência destes

objetivos.

Também é interessante como o entrevistado parece estabelecer uma

diferença, em termos de importância para a instituição, do seu trabalho, mais rotineiro

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(atividade-meio), em relação a um “projeto ou programa” (atividade-fim), como pode

ser visto no trecho seguinte.

Eu acho que minha chefia estimula, sim, o meu potencial. Ela movimenta, ela fala “vamos fazer”, “você tem capacidade”, “vamos fazer um curso”, “vamos treinar”, mas, nem sempre isso está ligado ao objetivo da direção ou do Jardim Botânico. Até porque, hoje a gente nem sabe qual é o objetivo da direção e qual o objetivo do Jardim Botânico. Então, está muito visado ao desempenho da minha atividade local, que, obviamente, vai melhorar a percepção da atividade das outras pessoas, mas não está diretamente ligado ao objetivo da direção e nem do Jardim Botânico, porque é uma rotina. Não é nenhum projeto, nenhum programa que faça uma diferença. Então, o estimulo é para a gente não desmotivar. É para a gente continuar fazendo o que a gente sempre fez, e até se sentir melhor como profissional, como pessoa. Ela faz isso, a chefia vem fazendo isso, mas não que seja ligado ao um objetivo da direção ou da instituição. (ENTREVISTADO C).

Ainda em relação ao estímulo do potencial por parte da chefia, o entrevistado

“F” acredita que ocorre parcialmente na sua área, atribuindo isto, também, ao fato de

o trabalho ser rotineiro.

E com relação ao potencial, apenas parcialmente. Cabe ressaltar essa questão que como a gente está muito voltado aqui pra rotinas e procedimentos, acabamos também, pouco estimulando os próprios gestores a estimularem o potencial e muito mais de cobrarem a realização de tarefas rotineiras. As chefias, no Jardim, estimulam, parcialmente, o potencial. Como a gente vive aqui uma realidade muito atrelada a algumas rotinas, alguns procedimentos, a algumas questões burocráticas, a chefia muitas vezes não tem essa preocupação de estimular o potencial como sendo o seu primeiro objetivo na gestão de equipe não. Acho que, o Jardim passa, de uma maneira geral, o mesmo que as instituições públicas, né. Passam de longe nessa questão de estimular potencial de crescimento, de ascensão profissional. (ENTREVISTADO F).

Já em relação à canalização de competências, inteligência e conhecimentos

para o alcance dos objetivos, “F” acredita que ocorre pouco no JBRJ, ficando mais a

critério do servidor.

No que diz respeito a conhecimento, se estimula muito pouco. As chefias estimulam muito pouco o desenvolvimento de conhecimento no Jardim Botânico. Depende muito mais do próprio servidor buscar novas fontes de educação e de ampliação de conhecimento. (ENTREVISTADO F).

Já “A”, “D”, “H”, “J” e “K” consideram que suas chefias não atuam estimulando

suas potencialidades e canalizando suas competências, inteligência e conhecimentos

em prol dos objetivos do JBRJ, como ilustrado a seguir.

Também no que diz respeito à questão de estimular o potencial, de modo a canalizar as competências, inteligências e conhecimentos para atingir os

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objetivos, eu entendo que ainda é algo que precisa ser desenvolvido na liderança do meu chefe. (ENTREVISTADO A). Olha! Estimular o meu potencial eu acho que não. Poderia responder que não. Eu tenho liberdade para fazer as minhas tarefas, mas eu não sou estimulado a fazê-las. Então, se eu quero, se tiver alguma capacitação, alguma coisa para fazer, eu que procuro. Eu que vou, que olho e falo “não seria bom eu fazer essa capacitação” ele fala “seria ótimo”. Dá um apoio, mas a iniciativa é minha. (ENTREVISTADO D). O contato é mínimo, somente para cobrar quando tem algum projeto, quando tem que definir algumas metas. O contato é esse basicamente. Nem reunião, nem capacitação, nem as capacidades materiais [...]. Nada disso é atendido. (ENTREVISTADO H). Na verdade, a chefia não ajudou a gente a fazer esse desenvolvimento, né. A gente trabalha porque a gente gosta do assunto que a gente escolheu, trabalha por vocação. (ENTREVISTADO J).

Observa-se, pelos trechos transcritos, que existem diferenças de posturas das

chefias no aspecto mencionado. “D” ressalta que não estímulos, mas que, pelo

menos, não há impedimentos em relação às suas iniciativas. Ou seja, existe uma

abertura para o diálogo, que permite a busca de desenvolvimento profissional pelo

próprio servidor. Já “H” e “J” indicam um distanciamento em relação à sua chefia, de

forma a não comportar esse tipo de abordagem.

Neste aspecto, “K” sinaliza para o risco de ocorrer um desestímulo do servidor,

o que pode provocar uma queda de desempenho.

Eu acho que não. Agora, eu sou uma pessoa que pensa muito no Jardim Botânico e no que eu tenho que fazer aqui. Então, às vezes, você se irrita com algumas coisas, mas eu continuo trabalhando. Talvez, se fosse outra pessoa em meu lugar, não se sentiria estimulada, entendeu. (ENTREVISTADO K).

Ao serem perguntados sobre a influência desses fatores no seu desempenho,

praticamente todos os servidores entrevistados concordaram que o impacto existe e

é relevante, como pode ser visto nos trechos selecionados, abaixo, como exemplo.

[...] quando a chefia ou o líder identifica alguma característica que pode ser usado em prol do desempenho profissional daquela pessoa, isso cria uma motivação. E essa motivação interfere diretamente no seu desempenho profissional. Você se sente motivado, você se sente capaz e isso faz a sua relação com a sua chefia ser melhor, com os colegas do seu setor ser melhor, com os colegas de outros setores ser melhor. Por quê? Porque você se sente mais segura, você se sente mais respeitada porque você passa a se respeitar. Porque você começa a descobrir o seu potencial a sua capacidade. (ENTREVISTADO C). Agora, a outra pergunta, se ter essas características contribuem ou contribuiriam para a melhoria do seu desempenho? Ah, eu acho que sim. Eu

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teria um norte. Primeiro um norte de saber se meu trabalho está sendo bem executado durante o ano. Não só aquela coisa que a gente preenche no final do ano com as notinhas. Uma coisa mais um feedback durante o ano mesmo. (ENTREVISTADO D). E quando você pergunta, se ter essas características contribui para a melhoria para o meu desempenho, sim. Porque eu vejo que o meu potencial está sendo utilizado amplamente. (ENTREVISTADO E). E há um impacto negativo, porque você não se sente participante dos objetivos. (ENTREVISTADO H). Agora, se canaliza minha competência, inteligência e conhecimentos para melhorar ainda mais os objetivos ligados ao meu trabalho, contribuiria para melhorar sim. (ENTREVISTADO K).

5.2.2 Colaboração

Este tema compreende declarações acerca de ser ou não satisfatório o nível

de colaboração dentro da equipe a qual o servidor pertence, como também, entre

equipes de diferentes áreas funcionais.

Em relação ao nível de colaboração dentro da equipe, sete consideram que é

satisfatório e apenas quatro que não é satisfatório.

No primeiro grupo estão os entrevistados “B”, “E”, “H”, “D”, “G”, “J” e “K”.

“B ”, “E”, “H” e “K” ressaltam que em suas áreas o clima dentro da equipe é

de bastante integração, harmonia, apoio e respeito.

Eu acho que dentro da minha equipe, não é querendo dourar a pílula não, mas a gente tem hoje [...] um clima muito bom, muito favorável, muito participativo e é integrado. E isso é fundamental. Há boa vontade. Quando um membro está com dificuldade o outro ajuda. Tem algum momento ou outro que, talvez, tenha uma pessoa ou outra que aqui e ali não esteja bem naquele momento, mas, de uma maneira geral, o clima é muito bom! Praticamente um oásis dentro dessa realidade do Jardim Botânico hoje. (ENTREVISTADO B). Sim, eu acho que a gente vive um momento dentro da unidade [...] de bastante harmonia. E vejo que ali todos buscam se apoiar, ser colaboradores uns com os outros. Ainda que existam opiniões diferentes, ainda que existam divergências de entendimento de um determinado assunto, e isso é natural numa convivência, ainda que isso exista, se sobrepõem sempre o espírito de trabalho em equipe e de cordialidade. Eu vejo que cada um ali está muito imbuído desses valores humanos e deixa refletir no ambiente de trabalho da equipe. (ENTREVISTADO E).

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Agora, dentro da equipe interna a colaboração é muito boa, nós somos integrados. Dentro dos poucos recursos que temos, a equipe é unida, está envolvida. (ENTREVISTADO H). E dentro da minha equipe que coordeno eu acho que a colaboração é satisfatória. Consigo ou consegui pessoas boas. Mas é aquilo que falei, ser chefe é difícil no serviço público, porque tem gente que acha que não precisa trabalhar, tem gente que acha que não precisa vir. Entendeu? (ENTREVISTADO K).

Observa-se que os trechos mencionados por “B” e “K” chamam a atenção

para o fato de que essa talvez não seja a realidade de todos os setores, o que reflete

os resultados aqui encontrados.

“D” e “J” abordam o relacionamento satisfatório da equipe sobre outro ângulo.

Para ele, existe diálogo, relacionamento harmônico e divisão de tarefas entre os

membros do setor, mas o trabalho é realizado de modo independente. Ou seja, não

há interdependência dos colegas de trabalho na execução de uma mesma atividade,

como pode ser constatado na transcrição a seguir.

Na minha equipe eu acho satisfatório, porque a gente tem um canal de comunicação muito aberto. É uma equipe pequena, mas a gente conversa. Eu, pelo menos nas minhas atividades, tudo que faço eu falo. Olha, eu estou fazendo isso aqui. Tudo bem? A gente conversa e a gente divide as tarefas. Eu posso falar “olha, eu estou muito assoberbado, isso aqui não dá para eu fazer agora, o que você quer que eu faça primeiro”?. Então, a gente tem um diálogo muito bom nisso aí. Nosso trabalho em equipe, nesse sentido de colaboração, funciona bem. Como eu já disse, eu não faço muitas tarefas junto que as pessoas da equipe. Eu faço tarefas individualizadas, mas dentro disso, eu acho satisfatório. (ENTREVISTADO D).

O discurso de “G”, pelo tom empregado na palavra “cada” e a frequência com

que esta palavra se repete, revela a sua percepção de que existe colaboração dentro

da equipe, voltada para os objetivos do setor, entretanto essa colaboração não ocorre

entre diferentes equipes.

Em relação às equipes em geral eu acredito que as equipes trabalhem muito bem pensando no resultado de cada equipe. O resultado de cada equipe é positivo, dentro de cada equipe a colaboração funciona. (ENTREVISTADO G).

Entre aqueles que consideram insatisfatória a colaboração dentro da equipe

de trabalho, estão “C”, “F”, “I” e “A”.

“C” inicialmente hesita entre “satisfatório” e “insatisfatório”, porém acaba por

concluir, de forma enfática, que a colaboração entre a equipe é insatisfatória, como

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consequência direta da falta de atribuição clara das responsabilidades de cada um na

equipe, como já foi abordado anteriormente.

Com relação à equipe em que hoje eu estou inserida não é satisfatória. Quer dizer, a colaboração entre um e outro não é de todo satisfatória. Não é insatisfatório, mas não é de todo satisfatório. Porque, como eu já falei na primeira questão, como não há um direcionamento, uma identificação exata do que cada um está responsável, está de frente. Isso deixa alguns soltos de mais, e essas pessoas que ficam soltas de mais acabam sobrecarregando as outras e levando algum sentimento mesmo de insatisfação. Porque se você não tem uma colaboração dentro da sua equipe, fica difícil você desempenhar uma atividade melhor. (ENTREVISTADO C).

O entrevistado também se queixa da falta de compartilhamento de

informações, da baixa integração e do individualismo na realização do trabalho.

Pode o bicho está pegando naquele setor que as outras pessoas ficam inertes. Então, não acho que isso seja uma colaboração. Cada um fica no seu quadrado. Fecha-se em sua atividade. Então, se vem um servidor ou se vem alguém precisando daquela informação, aquela informação está centralizada em uma, no máximo duas pessoas, e se aquela pessoa não está no momento, o servidor fica sem informação. [...] Porque não socializa as informações, não compartilham, não definem o que tem que ser feito para que todos tenham a mesma resposta para uma situação ou algumas situações. (ENTREVISTADO C).

“F” corrobora essa visão de integração e colaboração limitadas dentro das

equipes de trabalho, considerando que este não é um problema pontual, mas de todo

o JBRJ.

Acho as equipes muito pouco integradas. Acho que há uma colaboração dentro de alguns limites. Acho que esse espírito de uma grande equipe, ainda precisa ser bastante desenvolvido no Jardim. Cada grupo busca a realização de sua tarefa, mas muitas vezes não pensam essa aproximação de equipes e áreas funcionais diferentes como uma forma de potencializar o próprio desempenho das equipes. Acho que deveria ser muito melhor. (ENTREVISTADO F).

“I” menciona a mesma expressão usada por “C” (cada um no seu quadrado)

para definir a ausência de espírito de equipe e também considera que este problema

se estende a outras áreas, além da sua, e que reflete a forma de agir da cúpula do

JBRJ, como mostra a texto a seguir.

Eu faço, e eu não sinto que a minha equipe faz e nem sinto as vezes da minha própria direção fazer, não sinto da casa. É uma política da casa. Cada um no seu quadrado. Cada um cuida do seu. (ENTREVISTADO I).

Essa dificuldade de colaboração, segundo “A”, pode, realmente, fazer parte

de um padrão cultural de comportamento no JBRJ, relacionado ao baixo

comprometimento e baixa empatia.

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O fato é que o espírito colaborativo, tanto intra como inter áreas, às vezes tem algumas dificuldades. Eu percebo algumas dificuldades por conta de um padrão cultural de comportamento, que às vezes pode estar se mostrando em algumas situações como ausência de comprometimento e de se colocar no lugar do outro; de perceber a necessidade que a outra área, que a outra pessoa da equipe tem e nem sempre a gente consegue perceber essa receptividade entre as áreas no sentido de colaborar. (ENTREVISTADO A).

Quando perguntados, especificamente, sobre o nível de satisfação em relação

à colaboração entre equipes de diferentes áreas, somente o entrevistado “K” declarou

não ter qualquer tipo de dificuldade.

Também um único entrevistado - “B” - mencionou que a dificuldade de

colaboração entre equipes de diferentes áreas de trabalho consiste em casos

particulares.

Os demais entrevistados concordaram que não existe colaboração entre

equipes de diferentes áreas de trabalho.

“C” relaciona a piora deste quadro com a presença de gestores que não se

identificam com a cultura do JBRJ e, por isso, não conseguem promover a integração

na instituição.

[...] eu digo que nunca houve, mas de um tempo para cá piorou muito, muito. Porque pelo menos a gente tinha servidores que gostavam da instituição e gostavam daquilo que faziam. Hoje, você vê pessoas que vem atrás do cargo público, vem atrás do ganho do DAS [Direção e Assessoramento Superior] e desconsideram o histórico da instituição, desconsideram a cultura, desconsideram a estrutura, desconsideram o que é a instituição. E cada um que vem quer impor a sua visão particular. Então, enquanto não houver uma gestão voltada para a instituição Jardim Botânico, acho que fica difícil uma colaboração entre equipes. Seja ela na sua equipe, ou com a equipe do lado. (ENTREVISTADO C).

Pode-se inferir, então, que se existe uma percepção geral de falta de unidade,

isso pode se refletir na percepção inconsciente dos servidores de que não é

“importante” trabalhar em prol do “todo”, daí a falta de colaboração entre as equipes.

O nível de insatisfação e desesperança entre os servidores e até para as pessoas que vem compor a equipe e que não são servidores, é muita. Então, é cada um por si e Deus por todos. É assim que está sendo feito o trabalho dentro da instituição. (ENTREVISTADO C).

“C” segue atribuindo a baixa colaboração entre as equipes no JBRJ à gestores

indicados politicamente e, portanto, sem afinidade e conhecimentos sobre a

Instituição.

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Mas, isso é assim porque não há essa gestão. O que eu vejo é isso. Não há uma gestão voltada para o que é a instituição. Sempre teve essas indicações políticas. Essas indicações políticas destroem instituições e a nossa não está sendo diferente. (ENTREVISTADO C).

A carência de uma gestão que congregue os servidores em torno dos

objetivos estratégicos da instituição, que fortaleça os laços de pertencimento e a

motivação dos servidores pode favorecer um comportamento de

descomprometimento profissional, como sugere “C”.

A gente vê muitas pessoas que você se dá, que são pessoas maravilhosas para tomar chopinho ali na esquina, mas quando você puxa para trabalhar com você, aquela pessoa te deixa na mão. Entendeu? Porque se aborrece, não vai hoje. Não gosta do diretor, pede atestado médico e fica um mês fora. É uma ótima pessoa, mas o profissional deixa a desejar. (ENTREVISTADO C).

A informalidade, na visão de “D”, é uma outra questão que interfere no

desempenho profissional e no relacionamento entre as equipes.

Entre as diferentes áreas funcionais, eu acho que o Jardim Botânico tem um problema muito grave, que é um problema de informalidade. Que as pessoas se conhecem há muito tempo, são muito próximas. Então, tem uma coisa meio de camaradagem, que acaba sendo um pouco falta de profissionalismo. Em que sentido? Você recebe um processo, tem um erro, as pessoas não fazem um despacho e devolve para o setor dizendo: “olha você precisa corrigir isso”. As pessoas pegam o processo, levam na mão, aí batem um papo e aí fala “troca essa página por essa”. Sabe assim, tem umas coisas que eu acho que no Jardim perde muito por conta dessa informalidade. (ENTREVISTADO D).

“C” já vê essa a questão da “camaradagem” de uma forma mais amena,

entretanto, também reconhece que, com isso, o profissionalismo fica em segundo

plano, como pode ser verificado nos seguintes trechos da sua entrevista.

Dentro da nossa diretoria a gente tem várias áreas e o nosso bom relacionamento pessoal é que é a base para as coisas funcionarem e não o perfil profissional. [...] Há interação de amizade, que é diferente. Eu sou amiga do fulaninho, tal. Então, amiga olha, você pode ver isso para mim. A amiga vai atender porque é sua amiga, mas juntar essa afinidade, essa empatia com profissional muitas vezes não é possível. A parte profissional fica sempre aquém. (ENTREVISTADO C).

O entrevistado “F” reitera a baixa colaboração entre equipes e considera que

não há estímulos para mudar esta situação.

[...] para fora, para outras equipes, outras unidades do Jardim Botânico, eu acho que a colaboração ainda é pequena, é baixa e poderia ser bem melhor. Mas, não há um grande estimulo a essa integração. (ENTREVISTADO F).

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Embora confirme tal circunstância, “E” acredita que este quadro pode ser

revertido, pois, na sua interpretação, a baixa colaboração entre equipes é o reflexo de

lideranças que não foram preparadas para assumirem suas funções. Dessa forma,

capacitar os líderes poderia ser um dos caminhos para promover a integração e o

espírito colaborativo no JBRJ.

[...] olhando as relações das unidades diferentemente, aí nós precisamos trabalhar bastante. Porque existem ainda algumas unidades de liderança na instituição que não detém a competência interpessoal, não sabem lidar com pessoas. Até porque a maioria dessas lideranças, que hoje estão à frente dessas posições vieram de funções muito específicas, muito técnicas, muito voltadas para suas atividades, experiência e expertises. De repente recebe um convite, são aproveitadas. Enfim, não deixa de ser uma promoção, um engajamento na carreira, mas aí nós precisamos mais do que nunca, isso é uma necessidade urgente, desenvolver melhor e preparar melhor, essas lideranças que assumem. Porque, nós observamos que muitos dos problemas poderiam ser minimizados se houvesse esse tato. Se um líder soubesse como delegar. Como distribuir tarefas, como dialogar. E a gente percebe que eles estão como aprendizes nesse tema. (ENTREVISTADO E).

Ainda há quem considere que não existe colaboração nem entre a equipe de

uma mesma área e nem entre equipes de diferentes áreas, como pode ser visto no

discurso de “I”.

Então, eu acho muito insatisfatório a colaboração dentro da equipe e entres as equipes das diferentes áreas da instituição. E dá um trabalho muito grande de fazer, porque eu colaboro e não vejo isso nos outros. E é uma coisa que eu trabalho muito a favor de ter essa colaboração. (ENTREVISTADO I).

5.2.3 Comunicação

Ao serem perguntados se estão satisfeitos com os processos de comunicação

no JBRJ todos os onze entrevistados responderam que não. Percebe-se uma grande

insatisfação em relação ao processo de comunicação, principalmente no que diz

respeito às lideranças em relação aos subordinados, com destaque para a Direção

com o restante da instituição, como pode ser visto a seguir.

A comunicação com da instituição é muito falha em todos os aspectos, de cima para baixo, de baixo para cima, e de um lado para o outro. (ENTREVISTADO C).

Nessa questão, na verdade, eu estou muito insatisfeito com os processos de comunicação do Jardim Botânico. Muito. Tanto os processos de comunicação entre as áreas, quanto em outro que eu acho que é muito grave, que é muito

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insatisfatório, que é o processo da cúpula diretora com o resto da instituição. O processo de comunicação é muito falho. (ENTREVISTADO D). Não estou satisfeito com os processos de comunicação no Jardim Botânico. Acho que a gente tem muito que melhorar nesse campo. A comunicação das chefias, dos gestores em relação a sua equipe é, de uma forma geral, muito ruim. Ao longo da minha história do Jardim isso tem sido recorrente, a dificuldade de comunicação. (ENTREVISTADO F). A própria comunicação do dirigente máximo da instituição com o corpo funcional tem sido bastante problemática no Jardim Botânico. Muitas vezes, os dirigentes estão em uma espécie de pedestal, uma redoma de vidro e poucos sabem a respeito do que está acontecendo, efetivamente, na instituição. Acho que isso, também, precisa ser aprimorado e muito; esse processo de aproximação dos dirigentes, dos presidentes, dos dirigentes que o corpo funcional do Jardim. (ENTREVISTADO F).

Os motivos dessa insatisfação estão relacionados aos seguintes aspectos:

falta de clareza e direcionamento das informações, desatualização, informações

incompletas e/ou fornecidas em cima da hora. Os trechos abaixo demonstram essas

percepções.

[...] a informação tem que vir clara, principalmente a de cima para baixo. Esse é um aspecto em que o Jardim precisaria trabalhar fortemente, porque é muito carente. (ENTREVISTADO B). É um aspecto fraco aqui no Jardim. Eu acho que as pessoas precisam ser informadas e bem informadas. Até para não ter o que acontece, o álibi ou a desculpa de dizer que não sabia. Então, é importante que a informação chegue de forma objetiva e em tempo hábil. (ENTREVISTADO B). Então, essa comunicação, em todos os sentidos, os informes da presidência e da direção, não são atualizados. [...] Não tem uma clareza de procedimentos, de rotinas institucionais, do que um ou o outro tem que fazer. Não tem isso. Fora os comunicados, que são comunicados muito... Você sabe hoje pelo corredor, aquele comunicado só é dado daqui a dois ou três meses. Mas você já sabe de forma distorcida, toda errada, mas sabe. (ENTREVISTADO C). Só que as informações às vezes não vêm completas e a tempo. (ENTREVISTADO J). Normalmente as comunicações não são dadas com o tempo necessário. (ENTREVISTADO J). [...] as informações, de cima para baixo, ultimamente, têm sido em cima da hora. (ENTREVISTADO K).

As consequências mais palpáveis e imediatas desta situação, segundo os

entrevistados, são as dúvidas na realização de um trabalho, o desentendimento entre

os servidores, o trabalho realizado sem o planejamento necessário e o retrabalho, por

conta de tudo isto.

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Eu acho que a comunicação é essencial e é um instrumento, inclusive, de integração. Se essa comunicação não se faz completa, bem clara, gera muitas dúvidas e acaba degenerando para um desentendimento. Então, eu acho que às vezes as coisas são colocadas em cima da hora e eu sinto que as pessoas não têm um estimulo de, realmente, tentar compreender. (ENTREVISTADO B). Então, a gente não faz a coisa de acordo com que a gente gostaria de fazer e isso impacta o desempenho, porque a gente não tem o tempo necessário para se planejar para poder atender a essas coisas. (ENTREVISTADO J). As falhas dos processos de comunicação geram uma dificuldade de colaboração entre as equipes. Então, o processo sinérgico é ruim por conta da comunicação. Acaba que muitas pessoas têm que trabalhar duas vezes. Por exemplo, dois servidores em equipes diferentes, acabam fazendo o mesmo processo. Então, existe um retrabalho das atividades e isso impacta os resultados de todo o mundo. Acredito que a gente alcançaria um desempenho muito melhor individualmente, de equipe e como instituição se existisse um investimento na melhoria nesse processo de comunicação entre as equipes do JBRJ como um todo. (ENTREVISTADO G).

Porém, uma consequência mais grave da dificuldade de comunicação da

liderança, extensiva às Diretorias e à Presidência, talvez seja o impacto sobre

estímulo e a motivação dos servidores, tanto em relação ao trabalho quanto à própria

instituição.

[...] eu vejo também que a gente vive um momento muito delicado, no sentido de conseguir canalizar as energias necessárias em termos motivacionais para que se tenham os esforços precisos para o alcance dos resultados. Isso tudo é reflexo dessa modalidade, reflexo de diálogo, ausências de comunicação. Então, quer dizer, se você ainda assim não conta com uma liderança que tem essa competência interpessoal, aí isso fica mais gritante ainda. (ENTREVISTADO E).

Você às vezes tem um projeto, às vezes tem alguma coisa que você quer levar para frente e você não tem o canal de comunicação para que isso seja concretizado. Assim, fica um abismo. E as pessoas vão se resignando, sem motivação. Então, a motivação pra mim, está diretamente ligada ao meu desempenho. Se eu estou motivado, meu desempenho melhora muito. Quando estou desmotivado eu fico..., eu faço o básico. Mas tem colegas aqui que nem o feijão com o arroz fazem. Não fazem nem uma salada de alface. Respondendo sua pergunta, eu estou insatisfeito com os processos de comunicação e eu acho que eles estão impactando, sim, no desempenho dos servidores de forma negativa. (ENTREVISTADO D). A gente trabalha às cegas, e não é porque não estamos com uma presidente agora e estamos com um substituto. É às cegas até quando a gente tinha um presidente aqui. Porque a presidente não comunicava a gente o que ela queria. Ela só chamava para reclamar quando um trabalho não estava feito e quando a gente nem sabia que tinha que fazer. E aí, com isso, você tem as áreas e os próprios funcionários que perdem a motivação, porque não sabem por que estão trabalhando. Eles não sabem qual é o fim, eles não se veem no processo. Isso impacta demais no desempenho deles, porque eles não estão se vendo no processo. (ENTREVISTADO I). Se a gente não tiver um aprimoramento do processo de comunicação no Jardim, particularmente dos gestores em relação à equipe, a gente ainda vai

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ter muitas dificuldades no desenvolvimento de equipes, de integração e mesmo o impacto que isso tem no incentivo e na motivação para a realização do trabalho e alcance de metas mais elevadas, mais desafiantes. (ENTREVISTADO F).

Na análise de “D”, transcrita a seguir, a falta de comunicação ocorre entre

todos os níveis hierárquicos de liderança, das Coordenações até a Presidência, de

modo que, cada vez mais, a cúpula do JBRJ desconhece a realidade da instituição, o

que intensifica a insatisfação e a desmotivação do servidor.

As áreas e as diretorias, eu acho que elas têm uma distância muito grande no sentido de comunicação. A diretoria e as coordenações não se falam ou se falam muito pouco. E com isso, as diretorias longe das coordenações, você fica com as coordenações longe da presidência, e as diretorias não sabem passar para a Presidência o que está acontecendo de fato. Então, você fica com pessoas lá em cima que não tem a menor ideia do que está acontecendo aqui embaixo. Eu acho que isso prejudica muito, porque as pessoas que estão lá em cima, na alta cúpula, tomam decisões ou com uma base incompletas de informações ou uma base até incorreta de informações. E acaba que isso gera muitas insatisfações e isso impacta muito no clima e no desempenho do servidor. Porque o servidor se desmotiva. (ENTREVISTADO D).

Uma outra queixa dos entrevistados, no que diz respeito à comunicação, foi a

falta de ciência aos servidores acerca das decisões tomadas em reuniões, por parte

das Diretorias, dos Conselhos e da própria Presidência, expressa, pela ausência de

atas, como se lê a seguir.

Você só sabe da comunicação quando emitem os relatórios anuais, as áreas não se comunicam direito. Existe um setor de comunicação, mas a comunicação é muito tardia e seletiva. A gente não tem uma comunicação verdadeira do que está acontecendo com o Jardim, das ações que estão sendo tomadas, das decisões que estão sendo tomadas. (ENTREVISTADO H). A gente não tem atas de reuniões. A gente não sabe o que os diretores, quando se reuniram, resolveram. O que o Conselho está falando. (ENTREVISTADO I). [...] eu vejo que nos últimos três anos nós nunca vivemos um momento de tanta desinformação como a gente tem vivido, justamente pela modalidade desses líderes que chegaram nessas posições ultimamente. Líderes que não tem a competência interpessoal e que, aí, carece mesmo de maior efetividade na comunicação. Então, não adianta a gente ter uma tecnologia que nos dê todo um suporte. Nós temos uma linda Intranet, uma Extranet também maravilhosa que vem aí recebendo milhões de visitas de cidadãos. Não adianta nos termos e-mails e outros canais paralelos de comunicação, sistema de vídeo conferência, [...], se não ocorrem reuniões, se não sabemos o que é decidido em uma reunião de Diretoria. (ENTREVISTADO E). Aqui você não sabe nada! Nem as decisões das gestões participativas, o que foi falado, não se sabe nada. Existem uns Conselhos: de Desenvolvimento

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Sustentável, Conselho de Museu e outros. Não se publicam uma ata. Você não tem acesso a uma ata dessas reuniões. Você não sabe o que esses Conselhos fazem. A própria reunião de Diretorias, eu acho que teria que ser obrigatório disponibilizar essas atas. Porque as coisas são discutidas e você só fica sabendo quando se publica uma Portaria ou por fora, na rádio corredor. (ENTREVISTADO H).

A rádio corredor, mencionada por “H”, é a transmissão informal de “notícias”,

comum em qualquer organização, que se estabelece quando os canais oficiais

internos falham, seja ao omitir uma informação, seja ao demorar a repassá-la. O gap

existente, ao ser alimentado pelas expectativas, ansiedades e até temores, é

preenchido pelos “boatos” colhidos de fontes incertas, nos corredores, e espalhados

pelos próprios funcionários, que na falta de uma informação exata e fidedigna, se

sentem livres para interpretar da forma mais conveniente.

Então, é você que tem que buscar a informação. Se você quer fazer alguma coisa bem-feita, você vai buscar a sua informação. Se você quiser esclarecer as coisas, você vai buscar. Se você não quiser, você vai ter que se contentar com o disse-me-disse, com a fofoquinha e a rádio corredor, que é o melhor do processo de comunicação que há aqui dentro. (ENTREVISTADO C). Eu não estou satisfeito nem um pouco com o processo de comunicação. Esses processos de comunicação é a rádio corredor. [...] É assim: os amigos falam com os amigos, que dizem pros amigos e as coisas vão andando assim. E eu chamo de rádio corredor, e a fofoca come pesado aqui dentro. (ENTREVISTADO I). Não há processo de comunicação. Nada é comunicado, tudo a gente fica sabendo pelo ti ti ti, pelos corredores, pelos cantos. Não há uma comunicação eficiente, aliás acho que nem existe essa comunicação para falar a verdade. [...] É obvio que chega até o servidor de forma catastrófica, porque você fica sabendo das coisas distorcidas. (ENTREVISTADO C).

Esse mecanismo, normalmente usado para suprir a falha da comunicação

oficial, é nocivo, como enfatizou “E” no fragmento acima, pois pode provocar intrigas,

atritos e sentimentos negativos que abalam o clima organizacional.

“A” destaca que, além da falha da comunicação oficial, existe um outro

problema, que é a escuta displicente, desinteressada. Para “A” isso se caracteriza

quando, no processo de comunicação, não há respeito, empatia e escuta ativa. Neste

caso, “[...] podem ocorrer toda sorte de desvios, de distúrbios, de práticas que podem

afetar, e muito, a performance das pessoas.” (ENTREVISTADO A).

Há consenso entre os entrevistados “A”, “E” e “G” que os problemas de

comunicação citados e suas consequências mencionadas podem ser resolvidos ou

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143

minimizados. “A acredita que o melhor caminho para tal seja por meio de programas

de desenvolvimento de liderança e de equipes.

5.2.4 Recursos

Este tema abrange os subtemas Recursos Humanos, Recursos Materiais e

Recursos Financeiros.

5.2.4.1 Recursos Humanos

Ao serem perguntados se consideram que os recursos humanos são

adequados, todos os entrevistados concordaram que existe uma grande carência.

Para alguns, como é o caso de “A”, “E” e “G”, isto se deve pela não ocorrência de

concurso público desde 2008, agravado pela redução do quadro de trabalho ocorrida

devido às aposentadorias que vêm ocorrendo de lá para cá.

“A” e “I” observam que, embora a quantidade de servidores tenha diminuído

ano a ano com a falta de concurso, o mesmo não ocorreu com o volume de trabalho.

O volume igual ou maior de trabalho para uma quantidade menor de servidores acaba

acarretando sobrecarga, pois “[...] sem sombra de dúvida, à medida que as pessoas

vão saindo às atividades precisam ser desenvolvidas e as pessoas que vão ficando

acabam ficando assoberbadas de um trabalho e nem sempre vão dar conta.”

(ENTREVISTADO A).

Além de comprometer o funcionamento do dia a dia, “A” também conclui que

a redução de pessoal faz com que o JBRJ não possa assumir projetos mais ousados.

Por outro lado, “I” e “C”, não falam em sobrecarga de trabalho como um caso

geral no JBRJ, mas, sim, de uma má divisão dos Recursos Humanos. Para “C”

existem profissionais “amortecidos”, “encostados” ou “mal aproveitados”, como

demonstrado no fragmento a seguir.

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Nós temos bons profissionais, capacitados. São pessoas que tem potencial, mas estão amortecidos. Porque tem muita gente boa sem atividades que poderia, realmente, estar contribuindo com a instituição. Gente encostada, gente que está esperando aposentadoria, pura e simplesmente. Falta pessoa? [...] Mas, também, a gente sabe que dentre aqueles que estão aqui, muitos estão mal aproveitados. Então, digamos daqueles 170, 70 estão mal aproveitados. Vamos colocar assim. (ENTREVISTADO C).

“D” concorda que existe as duas situações: falta de pessoal e servidores que

não estão contribuindo com toda a sua capacidade de trabalho.

Eu acho que se essas pessoas produzissem de maneira mais suficiente já distribuiria o peso das costas de todo o mundo. Então, são duas coisas, uma é a quantidade de recursos humanos, que aqui no Jardim Botânico não é adequada, porque a gente precisa de mais gente, e, também, na qualidade, no estímulo à melhoria do desempenho e na capacitação das pessoas de uma maneira mais individual, acompanhada um pouco mais de perto. (ENTREVISTADO D).

Para “F”, além do aumento do quadro, o JBRJ precisa de servidores mais

qualificados. Essa opinião é compartilhada por “D”, que acredita que, por conta disso,

os mais qualificados acabem mais sobrecarregados.

A gente tem um quadro de pessoas que está um pouco aquém das nossas necessidades efetivas e precisaria, também, de quadro mais qualitativo, de forma a poder contribuir com o desenvolvimento da instituição. (ENTREVISTADO F). Quanto aos recursos humanos, eu acho que a gente tem um balaio de gatos aqui. Tem, assim, todos os tipos, desde pessoas extremamente qualificadas, até pessoas que não sabem ligar o computador. Então, não sei se a gente tira o melhor de cada um. Eu acho que a gente, às vezes, tira o melhor, mas não de todos, só de alguns. A gente pode até conseguir, mas falta uma uniformidade. (ENTREVISTADO D).

Já “H” reitera a questão da desmotivação, como uma das causas que

contribuem para a percepção de desequilíbrio na divisão do trabalho no JBRJ, como

apresentado a seguir.

Em matéria de recursos humanos não existem. Acho que existem são algumas pessoas que trabalham, outras estão desmotivadas e outras não trabalham mesmo, não são até reconhecidas, são até ignoradas. Isso é um problema porque é uma bola de neve, quanto mais você afasta, quanto mais você isola, mais isolada a pessoa fica. (ENTREVISTADO H).

Em relação à forma como os recursos humanos são geridos, “A” sintetiza a

opinião da maioria ao dizer que a “gestão tem sido um tanto quanto milagrosa”

(ENTREVISTADO A).

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5.2.4.2 Recursos Materiais

As opiniões ficaram bem equilibradas em relação à adequação e

disponibilidades dos recursos materiais às necessidades dos servidores, visto que

cinco entrevistados (C, D, E, F e G) responderam que estão satisfeitos com seus

ambientes de trabalho, moveis e equipamentos, como mesas, cadeiras, ar-

condicionado, computadores, entre outros.

Os demais entrevistados declararam que existe uma carência de recursos

materiais, seja em função “dos contingenciamentos que vêm ocorrendo ao longo

desses últimos três anos” (ENTREVISTADO A) ou da crise atual que assola o país.

Entretanto, somente “B” esclareceu em que aspecto não considera adequado. Para

ele, em termos de materiais para a realização do seu trabalho diário, como moveis e

equipamentos, não há carência. O que deixa a desejar são os recursos necessários

para a manutenção tanto predial, quanto do acervo do JBRJ.

Em relação à gestão destes recursos, dos quatro entrevistados que

responderam diretamente a esta questão, três consideraram ruim. Para “D”, o

problema está na priorização do que deve ser comprado, enquanto “B” atribui a

carência de recursos à má gestão da Presidência anterior.

5.2.4.3 Recursos Financeiros

Ao serem perguntados se os recursos financeiros disponíveis no JBRJ são

adequados, somente o entrevistado “H” respondeu, categoricamente, que sim. O

entrevistado “C” respondeu com as expressões “não é ruim”, contextualizando a crise

econômica do governo e comparando com a situação de outros órgãos públicos.

“B” e “G” não consideram adequados em função da redução do orçamento

nos últimos anos, enquanto “D” pondera que podem ser “adequados no sentido

político”, mas não para as necessidades reais do JBRJ.

Em relação à gestão destes recursos, dos quatro entrevistados que

responderam diretamente a esta questão, três consideraram ruim. Para “H”, que

considerou os recursos financeiros adequados, o problema está na distribuição. “D”

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observa que não há participação na decisão acerca de como empregar os recursos

financeiros e “C” destaca falhas na execução financeira do Planejamento Estratégico,

como mostram os trechos a seguir.

Quanto à gestão dos recursos financeiros, também acho isso, vai para o interesse da Presidência e não vai para as áreas que realmente necessita. (ENTREVISTADO H). Não existe um debate interno sobre a gerência de recursos. É uma coisa que vem de cima. Eu não sei se isso é uma coisa que acontece sempre ou se poderia ser diferente, se poderia ter um outro tipo de abordagem. (ENTREVISTADO D). Acho que falta um direcionamento mais eficaz. Assim, porque tem um histórico. Isso não é porque tem crise ou não tem crise, mas tem um histórico. De chegar lá para outubro ou novembro e a gente ter que gastar o orçamento de qualquer maneira. Esse gastar de qualquer maneira é você começar a comprar coisas que, realmente, não necessita, porque não tem tempo de planejar gastar com o que precisa realmente. (ENTREVISTADO C).

Já “B” reitera sua visão de má gestão da Presidência anterior.

Quanto à questão do gerenciamento desses recursos e da gestão, na minha opinião, minha visão da última gestão é que foi muito ruim. (ENTREVISTADO B).

De acordo com “G”, a raiz deste problema mencionado por “B” está no fato

de não existir um processo seletivo para certos cargos de gestão do JBRJ, de forma

que considera que alguns gestores não possuem a competência técnica necessária

para o cargo que assumem.

E a gestão é muito ruim, porque a gente não tem um processo de seleção dos gestores da casa. A gente aqui só temos dois cargos em que os gestores passam por um processo de seleção para poder assumir o cargo, que são o diretor da pesquisa (DIPEQ) e o diretor da escola de botânica (ENBT). Agora, tirando esses gestores, para todo o resto a decisão de escolha é puramente política. Se existe algum processo de seleção, os servidores do Jardim Botânico desconhecem. Pela tomada de decisão e pela forma com que os indicadores estão estabelecidos no Planejamento Estratégico, dá para notar que esses gestores não têm a capacitação, nem a capacidade de gerir um órgão com a estrutura que o Jardim Botânico tem. Então, eu acho que o processo de gestão também é completamente inadequado. (ENTREVISTADO G).

Somente para um entrevistado, pela especificidade de seu cargo, foi

perguntado se considera que as dificuldades percebidas na DG refletem a situação

de outras Diretorias. A resposta obtida confirma que se trata de dificuldades

enfrentadas por toda a instituição: “[...] eu posso dizer que de modo geral, talvez essa

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147

seja uma radiografia, em uns pontos mais e em outros menos, mas é de todo o Jardim

Botânico, de modo geral, como um todo. (ENTREVISTADO A).

5.2.5 Síntese dos Resultados das Entrevistas

A maior parte dos entrevistados considera que existem dificuldades, por parte

de sua chefia, quanto à capacidade de conduzir trabalhos em equipe, seja no que diz

respeito ao gerenciamento de rotinas, procedimentos, atividades e tarefas, seja em

relação à mobilização dos servidores para a realização das atividades necessárias,

sendo os principais impactos percebidos a falta de compartilhamento de informações,

a baixa integração, o individualismo na realização do trabalho e o desequilíbrio na

divisão de tarefas, tendo como consequência a ocorrência, em um mesmo setor, de

servidores com sobrecarga de trabalho, enquanto outros permanecem mais ociosos.

Quanto à capacidade da chefia de estimular o potencial dos subordinados e

de canalizar suas competências, inteligência e conhecimentos para o atingimento dos

objetivos, as opiniões estão mais equilibradas. No entanto, ao serem perguntados

sobre a influência desse fator no seu desempenho, praticamente todos os servidores

entrevistados concordaram que o impacto é grande, pois se sentiriam mais motivados.

A maioria dos servidores entrevistados considerara satisfatório o nível de

colaboração dentro da equipe a que pertence. Entretanto, a percepção é bem

diferente quando se trata do nível de colaboração entre equipes de diferentes áreas

funcionais, posto que foi quase que unânime a percepção de que não existe

colaboração entre equipes de diferentes áreas de trabalho no JBRJ. Os motivos

alegados estariam relacionados, principalmente, aos seguintes fatores: a) carência de

uma gestão que congregue os servidores em torno dos objetivos estratégicos da

instituição e b) reflexo de lideranças que não foram preparadas para assumirem suas

funções.

Foi unânime a insatisfação em relação ao processo de comunicação, de modo

geral, mas, principalmente, das lideranças em relação aos subordinados e da Direção

com toda a Instituição, devido a informações mal direcionadas, desatualizadas,

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incompletas e/ou fornecidas com pouco tempo hábil para execução. O reflexo disso

no dia a dia do servidor são as dúvidas na realização de um trabalho, o

desentendimento entre colegas de trabalho, a impossibilidade de realizar um

planejamento necessário, o retrabalho, a percepção de que a cúpula desconhece a

realidade da instituição e o desestímulo e desmotivação do servidor em relação ao

trabalho e ao JBRJ.

Outra queixa recorrente sobre os processos de comunicação foi o

desconhecimento, por parte dos servidores, das decisões tomadas em reuniões de

Diretorias, Conselhos e Presidência. A falha na comunicação oficial acaba dando

margem a especulações divulgadas pela “rádio corredor”, citada como bastante ativa,

o que só faz aumentar as possibilidades de intrigas, atritos, apatia e desinteresse

pelos rumos da instituição e outros sentimentos e comportamentos negativos que

interferem no desempenho profissional e abalam o clima de qualquer organização.

Em relação à adequação e à disponibilidade de recursos humanos todos os

entrevistados concordaram que existe uma grande carência, mas não somente pela

falta de concurso público e pelas aposentadorias como também, em grande parte,

pela má divisão do trabalho, desestímulo e desmotivação, aproveitamento indevido

da formação e da qualificação e da qualificação inadequada de alguns servidores.

Esses fatores fazem com que alguns estejam sobrecarregados enquanto outros

permanecem ociosos. Cabe destacar que o desequilíbrio na divisão do trabalho já foi

citado como um dos impactos causados pela baixa capacidade da chefia de conduzir

trabalhos em equipe.

As opiniões sobre a adequação e a disponibilidade de recursos materiais

foram equilibradas e não suscitaram discussões que produzissem evidências para

maiores análises.

Em relação a adequação e a disponibilidade de recursos financeiros, as

opiniões também foram equilibradas, levando em consideração a crise econômica e a

redução ano a ano do orçamento, de modo que não suscitaram discussões que

merecessem para maiores análises.

Conclui-se que dos dez primeiros fatores que afetam o clima organizacional

mencionados por Coda (1997), seis estão presentes no JBRJ, a saber: liderança,

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maturidade empresarial, colaboração entre as áreas funcionais, valorização

profissional, processo de comunicação e política global de recursos humanos.

5.3 CRUZAMENTO DA SÍNTESE DOS RESULTADOS DA PESQUISA DE CLIMA

2016 (DG) COM A SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS

A percepção de 76% dos respondentes da Pesquisa de Clima de que a

quantidade de servidores não está adequada para a realização das atividades e

tarefas no JBRJ foi corroborada pelos resultados das entrevistas. Em ambos ficou

evidenciado que a quantidade de servidores da instituição não está adequada para a

realização das atividades e tarefas rotineiras e, menos ainda, para a realização de

projetos de mais complexos.

A Percepção de impacto negativo (muito e pouco), por 40% dos servidores

em relação à quantidade da equipe de trabalho na satisfação profissional, também foi

validada pelos resultados das análises das entrevistas.

A percepção da existência de algum desequilíbrio ou muito desequilíbrio

(56%) na divisão das tarefas, responsabilidades e projetos da área ou setor, apontado

na Pesquisa de Clima, também se confirmou através da triangulação da coleta de

dados. O aprofundamento da questão, propiciado pela entrevista, revelou que o

desequilíbrio percebido não ocorre somente pela sobrecarga de trabalho imposta pela

falta de concurso público desde 2008, agravado pelas sucessivas aposentadorias,

mas, também tem como causa questões internas ligadas a má divisão do trabalho,

desmotivação do servidor, qualificação inadequada e subaproveitamento da

qualificação. A análise das informações extraídas das entrevistas também permitiu

enriquecer o entendimento desta questão, ao relacionar o desequilíbrio na divisão do

trabalho como uma consequência da baixa capacidade da chefia de conduzir

trabalhos em equipe, no que diz respeito tanto à mobilização das pessoas quanto do

gerenciamento de rotinas e distribuição de tarefas, em menor ou maior grau.

A percepção de impacto negativo (muito e pouco), por 48% dos servidores,

em relação às mudanças organizacionais (estrutura, chefia, rotinas, procedimentos ou

tarefas/atividades) na satisfação profissional também apresentou validação

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convergente em relação aos resultados da análise das entrevistas, visto que a maior

parte dos entrevistados aponta problemas como a falta de compartilhamento de

informações, a baixa integração, o individualismo, o desequilíbrio na divisão de tarefas

e a falta de colaboração entre diferentes equipes, como alguns dos impactos no

comportamento do servidor em consequência da deficiência de algumas chefias em

termos de liderança, seja no gerenciamento de rotinas, procedimentos,

atividades/tarefas, seja em relação à capacidade de inspirar os servidores para o

atingimento dos objetivos estratégicos da instituição, em menor ou maior grau.

Quanto à percepção de impacto neutro de 56% e de impacto negativo (muito

e pouco) de 28% em relação à participação nas decisões da instituição na satisfação

profissional, apontado na Pesquisa de Clima, é possível deduzir que esteja

relacionado com as falhas no processo de comunicação institucional no JBRJ. Olhar

esta questão a partir da perspectiva dos entrevistados permite inferir que um

percentual tão alto de “impacto neutro” possa ser traduzido por um sentimento de “não

pertencimento” diante de um cenário em que o servidor se sente “alijado da gestão”,

principalmente por não tomar conhecimento, pelos canais oficiais, de forma clara e

em tempo, das decisões tomadas pelas Diretorias, Conselhos e Presidência e que

impactam diretamente seu trabalho e seus interesses como empregado. Esta

sensação de não pertencimento se reflete em uma atitude de apatia e de desinteresse

pelos rumos da instituição.

5.4 PROPOSTA DE PREMISSAS PARA CONSTRUÇÃO DE UM PROGRAMA DE

COACHING PARA O JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO

De acordo com o Dicionário Online (2016), premissas consistem em pontos

de partida para a organização de uma argumentação ou de um raciocínio. Elas

agregam fatores, proposições ou informações essenciais que fundamentam um

raciocínio, estudo ou projeto, para fins de planejamento, assumidos como apropriados

ou certos. Sendo assim, a partir das análises realizadas, que proporcionaram o

conhecimento das necessidades dos servidores do JBRJ, e com base no referencial

teórico sobre coaching abordado nesta pesquisa, foi possível elaborar as premissas,

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apresentadas a seguir, para a construção de um programa de coaching para a

instituição.

Premissa 1: Implantação de programa de Coaching Executivo para todos os níveis

de liderança do JBRJ, incluindo a Presidência.

Fundamentação no Referencial Teórico: Para Kouzes e Posner (1997), liderança

consiste em mobilizar pessoas para que desejem perseguir aspirações

compartilhadas. Neste aspecto, Goldsmith (2012, p. xiv), observa que o coaching

executivo é apropriado, entre outros casos, em situações em que os “líderes da

empresa apresentem comportamento ou estilo inapropriado, que os impede de atingir

o que almejam” (por exemplo, falta de autoconhecimento ou habilidade para

influenciar positivamente).”

Fundamentação nos resultados da pesquisa de clima organizacional e nas

entrevistas: O programa de Coaching Executivo para todos os níveis de liderança do

JBRJ, incluindo a Presidência, tem por objetivo aprimorar ou desenvolver, nos líderes,

habilidades relacionadas à condução de trabalhos em equipe, delegação de

responsabilidades e mobilização dos servidores para a realização das atividades

necessárias, que foram as carências apontados neste estudo.

Premissa 2: Implantação de programa de Coaching de Equipe para todos os

servidores de cargo efetivo do JBRJ.

Fundamentação no Referencial Teórico: Para Clutterbuck (2008), o coaching de

equipes provê o estímulo necessário para a construção e motivação de equipes

capazes de impulsionar o negócio, trazendo benefícios como: redução de conflitos

dentro da equipe e entre equipes; aumento da eficiência dos processos; melhoria da

comunicação; retenção dos empregados valiosos e promoção do gerenciamento do

conhecimento.

Fundamentação nos resultados da pesquisa de clima organizacional e nas

entrevistas: O programa de Coaching de Equipe para todos os servidores de cargo

efetivo do JBRJ, atende à necessidade de melhoria da motivação do servidor, o

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compartilhamento de informações, a integração, a empatia, o respeito mútuo e a

colaboração dentro da equipe e entre equipes.

Premissa 3: O programa de coaching deve ter foco na estratégia organizacional do

JBRJ.

Fundamentação no Referencial Teórico: Dutra (2007) afirma que, no contexto atual,

as organizações passam a depender, cada vez mais, do envolvimento, da motivação

e do comprometimento de seus colaboradores com os objetivos estratégicos. Neste

contexto, a Gestão de Pessoas deve enfatizar a importância do alinhamento

estratégico entre as práticas de Gestão de Pessoas e as diretrizes estratégicas da

organização, para que se possa otimizar o desempenho organizacional (BECKER;

HUSELID, 1998). Kunzler e Schneider (2012) e Goldsmith (2012) também entendem

que o coaching pode ser utilizado como estratégia organizacional, visando ao alcance

dos objetivos estratégicos esperados, trazendo benefícios a organização, para seus

líderes e empregados. Com este foco, o coaching possibilita a transformação de toda

a organização, conduzindo executivos, equipes e indivíduos do ponto onde se

encontram na atualidade até o ponto em que desejam estar no futuro.

Fundamentação nos resultados da pesquisa de clima organizacional e nas

entrevistas: O programa de coaching, com foco na estratégia organizacional do

JBRJ, atende à necessidade de fortalecer o sentimento de pertencimento, o

envolvimento, a motivação e o comprometimento dos servidores com os objetivos

estratégicos e os rumos da instituição.

Premissa 4: A comunicação deve ser um dos pontos primordiais a ser trabalhado

tanto no coaching executivo quanto no de equipe.

Fundamentação no Referencial Teórico: A comunicação clara e precisa, para

Clutterbuck (2008, p. 71), é de grande relevância dentro de uma equipe, pois é por

meio dela que as metas, os papéis, as responsabilidades e as estruturas são bem

definidos e assimilados, favorecendo o desenvolvimento de “modelos mentais

compartilhados”, ou seja, “opiniões comuns sobre o trabalho e o ambiente em que a

equipe atua.”

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Fundamentação nos resultados da pesquisa de clima organizacional e nas

entrevistas: A comunicação, deve ser tratada como um dos pontos primordiais tanto

no coaching executivo quanto no de equipe, com o objetivo de melhorar o

compartilhamento de informações, a integração, fortalecer o sentimento de

pertencimento, o envolvimento, a motivação, o comprometimento dos servidores e a

colaboração dentro da equipe e entre equipes.

Premissa 5: Contratação de um coach externo, com experiência comprovada em

implementação de coaching em organizações públicas.

Fundamentação no Referencial Teórico: A questão do coaching interno ou externo

para equipes suscita polêmica em relação à eficácia, como já foi mencionado. Para

as necessidades e especificidades do JBRJ, assume-se o ponto de vista de Kets de

Vries (2005), apud Campos e Pinto (2012), que sustenta que o processo deve ser

gerido por um coach externo preparado para isso, pois possui conhecimentos e

ferramentas específicas para produzir as mudanças esperadas em organizações

públicas.

Fundamentação nos resultados da pesquisa de clima organizacional e nas

entrevistas: A contratação de um coach externo se justifica pelo fato de os servidores

já estarem convivendo há pelo menos 5 anos (de 2011 para cá) com algumas das

percepções negativas confirmadas nesta pesquisa, de forma que alguns

comportamentos já estão consolidados e, portanto, mais difíceis de serem

modificados. Desta forma, acredita-se que um coach externo e experiente tenha mais

condições de lidar com a situação e contribuir para a reversão deste processo.

A relação entre as necessidades do JBRJ levantadas na pesquisa de campo

se relacionam com as premissas propostas de acordo com o quadro 15, apresentado

a seguir.

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NECESSIDADES DO JBRJ PREMISSAS

Aprimoramento ou desenvolvimento, nas chefias, das habilidades relacionadas à condução de trabalhos em equipe, delegação de responsabilidades e mobilização dos servidores para a realização das atividades e tarefas inerente à missão da instituição.

Premissa 1: Implantação de programa de Coaching Executivo para todos os níveis de liderança do JBRJ, incluindo a Presidência.

Melhoria da colaboração dentro da própria equipe de trabalho e entre diferentes equipes, incluindo o compartilhamento de informações, a integração, a empatia e o respeito mútuo.

Premissa 2: Implantação de programa de Coaching de Equipe para todos os servidores de cargo efetivo do JBRJ.

Fortalecimento do sentimento de pertencimento, da motivação e do comprometimento dos servidores com os objetivos estratégicos e os rumos do JBRJ.

Premissa 3: O programa de coaching deve ter foco na estratégia organizacional do JBRJ.

Melhoria dos processos de comunicação institucional, para que os objetivos, as metas, os papéis, as responsabilidades e as estruturas sejam bem definidos e assimilados, dando transparência à gestão e oportunizando o desenvolvimento de opiniões comuns sobre o trabalho, o ambiente e a instituição como um todo.

Premissa 4: A comunicação deve ser um dos pontos primordiais a ser trabalhado tanto no coaching executivo quanto no de equipe.

Resgate, o mais rápido possível, de uma percepção positiva dos servidores, em relação às mudanças organizacionais (estrutura, chefia, rotinas, procedimentos ou tarefas/atividades).

Premissa 5: Contratação de um coach externo, com experiência comprovada em implementação de coaching em organizações públicas.

Quadro 15: Relação entre as necessidades do JBRJ e as premissas propostas Fonte: Elaboração própria

Como considerações finais recomenda-se que as premissas sejam adotadas

em conjunto, ou seja, sem que haja a exclusão de uma ou algumas delas, visto que

cada uma está relacionada a um importante aspecto de melhoria no JBRJ.

Outra questão fundamental, a ser tratada como fator crítico de sucesso na

implementação do coaching, com base nas premissas propostas, é o total

comprometimento da Presidência e dos demais escalões do JBRJ.

É fundamental, também, o envolvimento e o acompanhamento por parte da

área de gestão de pessoas do JBRJ, inclusive para que possa avaliar procedimentos

que estão sendo adotados e os resultados obtidos.

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Por fim, cumpre destacar que as necessidades verificadas no JBRJ, por meio

desse estudo, não excluem a necessidade da realização de um diagnóstico por parte

do coach. As informações captadas pelo diagnóstico do coach podem ser

complementares e, portanto, devem ser consideradas pela área de gestão de pessoas

do JBRJ, para o delineamento e alinhamento do plano de ação do processo de

coaching.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Neste capítulo são apresentadas as considerações finais da pesquisa, bem

como a sugestão para futuros trabalhos.

6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todos os objetivos propostos nesta pesquisa foram atingidos. No entanto, ao

término do trabalho permaneceu a sensação de que ainda havia muito a fazer. Aos

poucos ficou claro que tal sensação vinha do fato de as premissas propostas para a

construção do programa de coaching no JBRJ serem apenas as sementes que

deverão germinar, crescer e dar frutos. Ou seja, ainda há muito trabalho pela frente!

Fazer esta pesquisa representou um grande desafio, que foi se adensando

aos poucos. No início não parecia tão complexo, pois o ponto de partida era familiar,

já que a base foi a Pesquisa de Clima Organizacional realizada em 2011.

Embora essa Pesquisa de Clima não esclarecesse os motivos, parecia óbvio,

na época, a existência de uma atmosfera de desmotivação em parte dos servidores.

O equívoco inicial foi justamente pensar que a desmotivação era a causa dos

problemas, e não um efeito.

Não houve quaisquer empecilhos ou dificuldades impostas pelos servidores

ou gestores na realização das duas etapas da pesquisa de campo. Pelo contrário.

Todos se manifestaram solícitos e até um pouco ansiosos para colaborar.

O motivo só ficou claro no decorrer das entrevistas: os servidores, colegas de

trabalho, estavam aproveitando a oportunidade para se expressarem, para

“desabafarem”, vendo ali uma ocasião para se fazerem ouvir. Neste momento ficou

nítido que a questão não era “desmotivação”.

A compreensão sobre a questão se ampliou com a descoberta dos fatores

subjacentes: existência de desequilíbrio na divisão das tarefas, responsabilidades e

projetos; insatisfação em relação às mudanças organizacionais (estrutura, chefia,

rotinas, procedimentos etc.); dificuldades de comunicação com os altos níveis

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hierárquicos; indiferença em relação à participação nas decisões da instituição, entre

outros.

O fato positivo dessas descobertas foi a confirmação, após a leitura, análise,

comparação e síntese de diferentes autores, que o processo de coaching é,

realmente, capaz de reverter esse quadro.

Em relação à metodologia adotada, também havia dúvidas, no início, se seria

a mais adequada, em função do limite de tempo para a concretização da pesquisa,

tendo em vista que métodos mistos são sempre mais trabalhosos e complexos de

operacionalizar. No entanto, o esforço despendido valeu a pena, pois o método quali-

quanti forneceu as perspectivas necessárias para a exploração inicial (questionário) e

o posterior aprofundamento dos temas (entrevista).

Em relação à pesquisa bibliografia, cumpre mencionar que embora haja uma

vasta literatura sobre coaching, parece que os temas ainda estão muito dispersos, de

forma que a pesquisa de alguns foi mais difícil, como no caso das ferramentas.

Traçado esse panorama geral, é importante registrar que este trabalho

significou uma grande oportunidade de contribuição pessoal para o JBRJ, instituição

a que se aprendeu a respeitar e a querer bem ao longo dos anos de trabalho como

servidora pública.

6.2 RESPOSTA ÀS QUESTÕES DA PESQUISA

As questões norteadoras da pesquisa, propostas na seção 1.4, foram as

seguintes:

a) quais são as principais características do servidor público e como gerar

a sua satisfação pessoal no trabalho?;

b) quais os tipos de coaching aplicáveis às instituições públicas e quais

as suas principais características?; e

c) como estimular a permanência do servidor público no JBRJ?

Como resposta a estas questões verificou-se que os servidores públicos, no

Brasil, podem ser classificados como: a) estatutários; b) celetistas; e c) temporários.

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Os estatutários são aqueles que ocupam cargos públicos, providos por

concurso público e regulamentado pelo estatuto do servidor público (DI PIETRO,

2008). Os celetistas são contratados no regime da Consolidação das Leis do Trabalho

(CLT), mas seguem os princípios do direito público (MAZZA, 2009). Já os

temporários são contratados para exercer a função pública pela necessidade

temporária excepcional e de grande interesse público. (FILHO, 2005).

Verificou-se na pesquisa da literatura que a satisfação pessoal do servidor

público em relação ao trabalho depende tanto de fatores intrínsecos quanto de fatores

extrínsecos (HOUSTON, 2000); FALLER, 2004); PERRY E HONDEGHEM, 2008);

BOWMAN (2010). Para Faller (2004), fatores como a realização do trabalho,

reconhecimento e gosto pelo trabalho, estabilidade, coleguismo e relacionamento com

os superiores são os que mais influenciam os servidores pesquisados em termos de

motivação e satisfação, enquanto que os fatores que mais contribuem para a

desmotivação e insatisfação são: condições de trabalho, comunicação, política

salarial, descontinuidade administrativa, burocracia e falta de reconhecimento

profissional.

O referencial teórico abordado permitiu verificar que os tipos ou nichos de

coaching aplicáveis às instituições públicas são o coaching individual ou executivo e

o coaching de equipe.

No coaching individual ou executivo o coach conduz o processo com um único

colaborador (executivo) com a finalidade de atender demandas específicas. Para tal,

é necessário atender a algumas condições, como: a) estabelecer o foco e os objetivos

que serão trabalhados; b) estimular o comprometimento de tempo e de recursos do

coachee com o processo; c) estabelecer um pacto de confidencialidade; d) é

aconselhável que o coachee encontre significados pessoais para poder gerar

expectativas de sucesso; e) o coach deve estimular experiências e aprendizagens das

quais o coachee possa tirar lições sobre como desenvolver o autocontrole emocional

e cognitivo; e f) verificação contínua dos êxitos e falhas que ocorrem ao longo do

processo de coaching. (CAMPOS; PINTO, 2012).

Já o coaching de equipes consiste na condução do processo de coaching,

seja interno ou externo, com uma equipe de trabalho, tendo em vista promover os

seguintes benefícios: a) redução de conflitos tanto dentro da equipe como entre

equipes; b) aumento da eficiência dos processos; c) melhoria da qualidade da

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comunicação tanto dentro da equipe como entre equipes; d) retenção dos

empregados valiosos; e e) promoção do gerenciamento geral do conhecimento.

(CLUTTERBUCK, 2008).

Em relação “a como estimular a permanência do servidor público no JBRJ”,

constatou-se que, como foi abordado ao longo do trabalho, a contratação de mais

servidores é um dos pontos fundamentais, considerando que desde 2008 não existe

concurso público para o Jardim Botânico.

O segundo ponto capaz de gerar a satisfação do servidor do JBRJ é a

distribuição, de forma mais equânime, das atividades, por meio da definição clara de

papéis, com base nas competências de cada um. Isso deve estimular os servidores a

testar suas habilidades e aceitar novos desafios.

Outro ponto capaz de gerar satisfação é a melhoria do nível de colaboração e

compartilhamento de informações, entre equipes. Certamente quando as equipes

atingirem um nível maduro de cooperação, administrarão os conflitos de forma

construtiva, pelo cultivo do hábito da análise e da crítica, em que se ensina e se

aprende uns com os outros.

A melhoria do processo de comunicação institucional é outro aspecto

fundamental para a satisfação e retenção de servidores no JBRJ. A comunicação

institucional pode auxiliar bastante no processo de fortalecimento do sentimento de

pertencimento e de restauração da “confiança” nos rumos da instituição.

Por fim, a seleção ou capacitação de gestores para assumirem as

responsabilidades dos cargos que ocupam, de forma que tais cargos não sejam mais

preenchidos por indicação, é um aspecto apontado como fundamental para trazer

mais credibilidade à gestão e reduzir as incertezas e inseguranças, impactando,

diretamente, a satisfação e a retenção dos servidores.

A seção a seguir apresenta as sugestões para pesquisas futuras.

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6.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Sugere-se para trabalhos futuros a realização de uma pesquisa que compare

a implementação do coaching em organizações públicas e em empresas privadas,

com o intuito de verificar quais são as diferenças de abordagens e resultados

alcançados nestes dois diferentes setores.

Outra possibilidade para futuras pesquisas sobre o tema é a comparação da

implementação de programas de coaching em diferentes instituições públicas, para

verificar o alcance dos resultados obtidos em função das principais questões

trabalhadas.

Por fim, uma outra sugestão interessante, caso o JBRJ venha a implementar

o coaching, diz respeito ao acompanhamento desse processo e dos resultados

obtidos, com o objetivo de avaliar se ocorreram mudanças significativas no clima

organizacional e no comportamento e desempenho de líderes, indivíduos e equipes.

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Page 171: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ... MARIA...coaching para instituições públicas: o caso do Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Maria de Fatima do Nascimento Brandão

170

APÊNDICES

APÊNDICE A - Questionário da Pesquisa de Clima Organizacional 2016

Perfil do Respondente

Nível escolar

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Superior incompleto

Superior

Pós-graduação

Mestrado

Doutorado

Pós-doutorado

Idade

> 60

55 a 60

50 a 55

45 a 50

40 a 45

35 a 40

30 a 35

25 a 30

18 a 25

Onde trabalha na Diretoria de Gestão?

Coordenação Gestão de Pessoas - CGP

Coordenação de Planejamento, Orçamento e Finanças - COPLAN

Coordenação de Tecnologia da Informação e da Comunicação - CTIC

Coordenação Recursos Logísticos - CRL

Diretoria de Gestão – DG

Qual o cargo que ocupa?

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171

Pesquisador

Tecnologista

Técnico

Auxiliar Técnico

Analista em C&T

Assistente em C&T

Auxiliar em C&T

Qual o tempo de serviço no JBRJ?

< 10

10 a15

15 a 20

20 a 25

25 a 28

28 a 30

30

31

32

33

34

35

> 35

Você tem quanto tempo para contagem de aposentadoria?

< 10

10 a15

15 a 20

20 a 25

25 a 28

28 a 30

30

31

32

33

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172

34

35

> 35

Sexo

Masculino

Feminino

Que tipo de tarefa/atividade que você executa na maior parte do tempo?

Operacional

Intelectual

Ambos

Tipo de atividade que mais atende seu perfil e interesse profissional?

Operacional - execução

Intelectual - elaboração de pareceres, estudos...

Ambos

Qual o seu modo de trabalho na maior parte do tempo?

Individual

Em grupo

Variável

Qual o modo de trabalho de sua preferência pessoal?

Individual

Em grupo

Variável

Qual o grau de dificuldade/complexidade das tarefas/atividades que executa na maior parte do tempo?

Simples

Médio

Difícil

Muito difícil

As suas tarefas/atividades são compatíveis com a sua formação?

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173

Sim

Não, são superiores à minha qualificação

Não, são inferiores à minha qualificação

A sua área apresenta desafios, incentivos e oportunidades para o seu crescimento e desenvolvimento?

Sempre

Frequentemente

Eventualmente

Raramente

Nunca

Identifique os principais tipos de incentivos, desafios e oportunidades para o crescimento e desenvolvimento profissional que existem atualmente na sua área ou setor:

Aperfeiçoamento técnico e qualificação profissional

Financeiro ou salarial

Progressão na carreira

Outros

O seu interesse profissional é compatível com as suas atividades/tarefas, e com a sua área/setor?

Sim

Não

Parcialmente

Você compreende a importância do seu trabalho dentro da estrutura e dos objetivos do JBRJ?

1 2 3 4 5

Não

Plenamente

Você se sente apto a assumir maiores ou mais responsabilidade?

Não

Pouco

Médio

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174

Muito

Você considera a sua carga normal de trabalho adequada?

Sim

Não. Excedente as expectativas.

Não. Abaixo das expectativas.

As tarefas, responsabilidades e projetos de sua área/setor estão divididos entre os servidores da equipe de forma equilibrada?

Sim

Não sei.

Não. Existe muito desequilíbrio.

Não. Existe algum desequilíbrio

A quantidade de servidores de sua área/setor é adequada para cuidar das tarefas, atividades, responsabilidades e projetos?

Sim

Não. Existe carência de pessoal

Não. Existe excesso de pessoal

Não sei responder

A formação e qualificação dos servidores de sua área/setor são adequadas para cuidar das tarefas, atividades, responsabilidades, demandas e projetos?

Sim

Não

Não sei responder

Indique na escala de 1 a 10 o seu nível de satisfação profissional atual:

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Totalmente

insatisfeito

Plenamente

satisfeito

Você se identifica com a cultura, objetivos e valores da instituição?

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175

1 2 3 4 5

Não

Plenamente

Marque nos fatores a seguir, se cada um afeta positivamente (+) ou negativamente (-) a sua

satisfação profissional atual

Indique o grau que o fator afeta a sua satisfação

Adaptação à cultura da área/setor ou unidade

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Adaptação à cultura institucional

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Mudanças organizacionais (na estrutura, chefia, rotinas, procedimentos ou tarefas/ atividades)

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Aproveitamento de sua qualificação e formação profissional

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

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176

Muito negativamente (-2)

Carga de trabalho

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Capacitação para o exercício das tarefas/atividades

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Afinidade ou interesse profissional pelas tarefas/atividades desenvolvidas ou pela área/setor

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Incentivo, desafios ou oportunidades para o crescimento e desenvolvimento profissional

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Segurança profissional (risco de perda do cargo ou função)

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177

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Condições do ambiente/local de trabalho

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Quantidade da equipe de trabalho

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Formação e qualificação da equipe de trabalho

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2) Motivação dos membros da equipe de trabalho

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Relacionamento com a chefia

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178

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Seu relacionamento com outros membros da equipe de trabalho

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Relacionamento entre os demais membros da equipe de trabalho

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Comunicação com os representantes da instituição

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Participação nas decisões da área ou setor

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2) Participação nas demais decisões da área ou setor

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179

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Participação nas decisões da instituição

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Remuneração/salário e benefício

Muito positivamente (+2)

Pouco positivamente (+1)

Neutro (0)

Pouco negativamente (-1)

Muito negativamente (-2)

Você considera que as condições do seu local de trabalho são adequadas para o exercício das suas tarefas/atividades?

Sim

Não

Caso a resposta seja negativa. Porquê?

Deixe a sua sugestão para a melhorar a sua satisfação profissional ou o ambiente de trabalho

do JBRJ (opcional).

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APÊNDICE B - Protocolo de Estudo de Caso

1. Dados sobre o entrevistado e a entrevista

Nome: ___________________________________________________________________________ Contatos: Tel. ( ) _______________________E-mail:_____________________________________ Data da entrevista: ___/___/___Início de entrevista: _____: ____Local:______________________

2. Dados sobre a pesquisa

Pesquisador: Maria de Fatima do Nascimento Brandão

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Níssia Carvalho Rosa Bergiante

Tipo de pesquisa: Mestrado em Sistema de Gestão Objetivo da pesquisa: Propor premissas para a construção de um programa de coaching no JBRJ.

Contribuições (benefícios) da pesquisa: Para o setor público, esta pesquisa poderá contribuir para facilitar os caminhos a serem seguidos para a implementação desta importante ferramenta em outras instituições. Do ponto de vista da academia, a importância reside em ser um trabalho que tomará por base a literatura existente sobre o tema coaching, a fim de elaborar um compêndio que abarque o que um programa de coaching deve acolher, em termos de modelos e ferramentas a fim de ser aplicável na administração pública, com foco no JBRJ, mas com possibilidade de adaptação a outros órgãos da administração pública.

Etapa atual da pesquisa: Coleta de dados (entrevistas).

3. Orientações gerais ao pesquisador

Ao marcar a entrevista:

o agendar um tempo adequado para a realização da entrevista, inclusive o tempo para a

preparação e finalização; e

o solicitar um local calmo e reservado;

O que verificar antes da entrevista:

o confirmar a entrevista (horário e local de realização); e

o confirmar se o acesso ou permissão de entrada ao local já foram providenciados (para a

entrada em uma empresa, por exemplo);

O que levar para a entrevista:

o rol de questões;

o protocolo de estudo de caso;

o informações sobre o entrevistado (nome, área, cargo, ramal etc.);

o gravador;

o lápis, caneta e borracha;

o relógio; e

o papel para anotações.

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Durante a entrevista:

o solicitar a permissão do respondente para a gravação da entrevista;

o apresentar o objetivo geral da pesquisa e a importância da sua participação;

o deixar o entrevistado à vontade;

o fazer anotações sobre observações captadas além do discurso, como expressões faciais,

corporais, entonação etc.;

o estar atento a declarações hesitantes, diferentes ou incompletas entre os respondentes,

para, confirmar através de outras fontes de dados;

o estar atento ao “discurso pronto” e excessivamente semelhantes, o que indica um

comportamento de repetição da instituição a que pertencem; e

o caso o entrevistado não queira responder a alguma questão solicitar que formule a resposta

em um contexto mais geral ou em um outro nível de detalhamento; e

o O pesquisador deverá informar ao entrevistado que o mesmo tem liberdade para usar seu

conhecimento, experiência profissionais e opinião pessoal para responder as perguntas e

que poderá citar exemplos e comentários que ilustrem a resposta.

Após a entrevista:

o relembrar a entrevista, fazendo anotações adicionais;

o transcrever a entrevista.

4. Rol de Questões

1) Você considera que a sua chefia sabe trabalhar em equipe, gerenciando rotinas, procedimentos,

atividades e tarefas e que tem capacidade de mobilização? Ter essas características contribuem ou contribuiriam para a melhoria do seu desempenho? Explique como.

2) Você considera que a sua chefia estimula seu potencial, visando a canalizar suas competências,

inteligência e conhecimentos para o atingimento dos objetivos ligados à sua diretoria e ao JBRJ? Ter essas características contribuem ou contribuiriam para a melhoria do seu desempenho? Explique como.

3) Você considera satisfatória a colaboração dentro da equipe e entre as diferentes áreas funcionais

do JBRJ? Justifique sua resposta. 4) Você está satisfeito com os processos de comunicação do JBRJ? Você considera que estes

processos impactam o desempenho do servidor? Justifique sua resposta. 5) Você considera que os recursos disponíveis, sejam eles humanos, materiais e financeiros, bem

como a gestão dos mesmos pelo JBRJ, são adequados? Justifique sua resposta.

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APÊNDICE C – Gráficos Complementares da Pesquisa de Clima Organizacional

Gráfico 30: Faixa etária Fonte: Elaboração própria

Gráfico 31: Tempo de serviço no JBRJ Fonte: Elaboração própria

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Gráfico 32: Total de tempo trabalhado Fonte: Elaboração própria

Gráfico 33: Tipo de atividade realizada na maior parte do tempo Fonte: Elaboração própria

Gráfico 34: Tipo de atividade que mais atende ao seu perfil e interesse profissional Fonte: Elaboração própria

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Gráfico 35: Modo de trabalho Fonte: Elaboração própria

Gráfico 36: Modo preferencial de trabalho Fonte: Elaboração própria

Gráfico 37: Grau de dificuldade das tarefas/atividades executadas preponderantemente Fonte: Elaboração própria

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Gráfico 38: Tipos de incentivos, desafios e oportunidades para o crescimento e desenvolvimento profissional existentes na área ou setor

Fonte: Elaboração própria

Gráfico 39: Impacto da segurança (risco de perda do cargo ou função) na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

Gráfico 40: Impacto do ambiente/local de trabalho na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

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Gráfico 41: Impacto da remuneração/salário e benefícios na satisfação profissional Fonte: Elaboração própria

Gráfico 42: Adequação das condições do local de trabalhos ao exercício das suas tarefas/atividades Fonte: Elaboração própria

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ANEXO

ANEXO A – Sugestões dos respondentes da Pesquisa de Clima Organizacional de

2016 - DG

1. Com relação ao Setor, ter mais pessoas para desenvolver as atividades de folha de pagamento e cadastro.

2. Deve ser feito um perfil de cada servidor, independente da área em que trabalha,

levando em consideração sua formação e expertises, pois muitas vezes temos profissionais capacitados dentro da casa e procuramos outros que em muitos casos nos levarão a um dispêndio de valores e não terão a motivação que o servidor da casa terá se lhe for dada a oportunidade de atuar em sua própria instituição. Deveria também ser criado um banco de ideias e boas práticas.

3. Melhor aproveitamento dos servidores dentro de suas formações profissionais. 4. A falta de comunicação e de um planejamento estratégico institucional prejudicam

consideravelmente as funções e afazeres de seus colaboradores, gerando sobrecarga de trabalho, sem fundamentos e objetivos definidos.

5. Faltam gestores profissionais, comprometidos e competentes na maioria dos principais cargos comissionados do ambiente institucional.

6. Gostaríamos de ter uma sala própria, com toda a estrutura e aparato para o

exercício de nossas atividades, inclusive uma mesa para reuniões que sempre são necessárias, por não termos essa mesa, temos usado o Espaço do Refeitório, para tratarmos de assuntos sigilosos o que é plenamente impróprio.

7. Valorizem mais as pessoas que pertencem ao quadro funcional da casa, eles têm

muito conhecimento para contribuir.

8. Procurem dar mais qualificação profissional aos servidores para que eles deem mais contribuições para a instituição.

9. Para que haja mais interação entre as pessoas, tem que haver mais diálogo, troca de informações com as chefias e os seus colaboradores.

10. Haja troca de conhecimento e humildade para ouvir e para buscar ideias de melhorias para esta instituição.

11. Reposição de vagas; Renovação do quadro de pessoal; Qualificação do quadro

de pessoal; Normalização das atividades da área/setor (e de toda a Instituição); Melhoria da comunicação institucional (em duas vias); Programa de qualidade de vida no trabalho.