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1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE FARMÁCIA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA PRISCILA LIMA SILVA APLICAÇÃO DE INDICADORES GERENCIAIS NA LOGÍSTICA DE ESTOQUE HOSPITALAR Niterói 2015

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE FARMÁCIA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DA

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

PRISCILA LIMA SILVA

APLICAÇÃO DE INDICADORES GERENCIAIS NA LOGÍSTICA DE

ESTOQUE HOSPITALAR

Niterói

2015

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2

PRISCILA LIMA SILVA

APLICAÇÃO DE INDICADORES GERENCIAIS NA LOGÍSTICA DE

ESTOQUE HOSPITALAR

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado

Profissional em Administração e Gestão da

Assistência Farmacêutica da Faculdade de

Farmácia da Universidade Federal

Fluminense, como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre em

Administração e Gestão da Assistência

Farmacêutica. Área de concentração: Gestão

da Assistência Farmacêutica.

Orientador(a): Prof. Dra. Carla Valéria Vieira Guilarducci Ferraz

Co-orientador(a): Prof. Dra. Selma Rodrigues de Castilho

Niterói

2015

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3

PRISCILA LIMA SILVA

APLICAÇÃO DE INDICADORES GERENCIAIS NA LOGÍSTICA DE

ESTOQUE HOSPITALAR

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado

Profissional em Administração e Gestão da

Assistência Farmacêutica da Faculdade de

Farmácia da Universidade Federal

Fluminense, como requisito parcial para

obtenção do título de Mestre em

Administração e Gestão da Assistência

Farmacêutica. Área de concentração: Gestão

da Assistência Farmacêutica.

Aprovada em

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Prof. Dra. Carla Valéria Vieira Guilarducci Ferraz-UFF

Orientadora

___________________________________________

Prof. Dr André Teixeira Pontes - UFF

___________________________________________

Prof. Dra. Marina Ferreira Noronha- ENSP- FIOCRUZ

Niterói

2015

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo amparo durante esta jornada, pela força nos momentos difíceis e pela

concretização de mais essa conquista.

À minha mãe Laura pelo amor, dedicação, apoio e por sempre acreditarem em mim em todos

os momentos.

Ao meu irmão Guilherme um agradecimento especial por toda ajuda durante os dois anos de

caminhada. Agradeço muito o incentivo nos momentos difíceis e auxílio na elaboração das

figuras, tradução e apresentação da dissertação. Obrigada pelo carinho, apoio e

companheirismo em todos os momentos.

Ao meu namorado Haroldo pela compreensão e paciência nas horas difíceis.

Às amigas do mestrado pela amizade, união, experiência compartilhada e por todos os

momentos preciosos ao longo desta caminhada.

Às orientadoras Carla e Selma pelo incentivo, ajuda e consolidação de um objetivo.

Ao Dr. Eduardo Valle por permitir a realização da pesquisa na instituição e por toda confiança

depositada.

Aos farmacêuticos e amigos do hospital do estudo Márcia, Flávio, Gean e Ademilson pelo

companheirismo, confiança, auxílio e por acreditar que esse projeto fosse possível.

Aos amigos Evandro e Tatianne pela colaboração e apoio nas horas de dúvida.

Às amigas de Niterói Dayane, Suelen e Cristiane pela amizade, carinho e dedicação.

Por fim, agradeço a esta renomada instituição por ter me dado a oportunidade de aprender e

partilhar conhecimentos, bem como proporcionar a formação tão desejada, e a todos que de

alguma forma contribuíram com uma palavra de alento e de motivação para a realização dessa

dissertação.

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“Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e

vencer com ousadia, por que o mundo pertence a quem se atreve, e a vida é muito bela para

ser insignificante”.

Charles Chaplin

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RESUMO

Os indicadores gerenciais representam instrumento capaz de apresentar a visão da boa prática

gerencial, sendo de grande utilidade para avaliação do panorama econômico e financeiro de

um determinado serviço ou de uma instituição. São elementos essenciais para elaboração do

planejamento e o controle dos processos das organizações. Com base nisto, o presente estudo

teve como objetivo, aplicar e monitorar os resultados de indicadores gerenciais na rotina de

uma farmácia de hospital privado de Minas Gerais. O trabalho constitui um estudo de caso

envolvendo o uso de indicadores de gestão para elaboração de plano de ação e monitoramento

de resultados na logística de medicamentos e materiais médico-hospitalares. A coleta de

dados foi realizada pelo próprio pesquisador no período de janeiro a dezembro de 2014.

Através da aplicação dos indicadores gerenciais e análises realizadas no local, conseguiu-se

elaborar e propor melhorias dentro da realidade do cenário existente. Foi constatado que

problemas como ausência de políticas de estoque e ferramentas informatizadas; descompasso

nas compras emergenciais; necessidade de maior racionalização nas aquisições de não

padronizados; elevado índice de perdas; altas taxas de devolução de materiais, afetavam

diretamente a qualidade dos serviços prestados pela farmácia hospitalar. Após elaboração e

implementação dos planos de intervenção, concluiu-se que mudanças como estabelecimento

do processo de programação de compras sistematizado, reestruturação do processo de

avaliação da seleção, gerenciamento das perdas mensais, podem amenizar diversos problemas

verificados no setor.

Palavras-chave: Indicadores de Gestão; Logística; Serviço de Farmácia Hospitalar;

Administração Hospitalar.

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7

ABSTRACT

Management indicators represent instrument able to present the vision of good management

practice, being very useful for assessing the economic and financial panorama of a particular

service or an institution. They are essential elements for the preparation of the planning and

control the processes of organizations. On this basis, the present study had as objective, apply

and monitorize the results of management indicators in a pharmacy of private hospital of

Minas Gerais. The work is a case study involving the use of management indicators for

elaboration of action plan and monitoring results in logistics of medicines and medical

materials. The data were collected by the researcher in the period from January to December

2014. Through the application of management indicators and analyses carried out at the site,

develop and propose improvements within the reality of the existing scenario. It has been

found that problems such as lack of inventory policies and softwares; disconnect the

emergency purchases; the need for greater streamlining in non-standard acquisition; high rate

of losses; high rates of return of materials, directly affect the quality of the services provided

by the hospital pharmacy. After the preparation and implementation of action plans, it was

concluded that changes like establishing a systematic requiring program process, restructuring

of the evaluation process of selection, management of monthly losses, can alleviate many

problems in the sector.

Keywords: Management Indicators; Logistics; Pharmacy Service Hospital; Hospital

Administration.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO, p. 15

2 JUSTIFICATIVA, p. 17

3 OBJETIVOS, p. 19

3.1 OBJETIVOS GERAIS, p. 19

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS, p. 19

4 REFERENCIAL TEÓRICO, p. 20

4.1 A INSTITUIÇÃO HOSPITALAR, p. 20

4.2 FARMÁCIA HOSPITALAR: CONCEITOS, FUNÇÕES E PADRÕES MÍNIMOS, p. 21

4.3 GESTÃO DE ESTOQUES, p. 22

4.4 FERRAMENTAS DE GESTÃO, p. 27

4.4.1 PLANO DE AÇÃO 5W2H, p. 27

4.4.2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, p. 28

4.5 INDICADORES GERENCIAIS, p. 29

4.5.1 COBERTURA DE ESTOQUE, p. 33

4.5.2 COMPRAS DE URGÊNCIA, p. 34

4.5.3 COMPRAS DE NÃO PADRONIZADOS, p. 35

4.5.4 PERDAS, p. 36

4.5.5 DEVOLUÇÃO, p. 37

4.6 PESQUISA AÇÃO, p. 38

5 METODOLOGIA, p. 40

5.1 DESENHO DO ESTUDO, p. 40

5.2 DESCRIÇÃO DO CENÁRIO DO ESTUDO, p. 40

5.3 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTUDO, p. 42

5.3.1 DIAGNÓSTICO SITUACIONAL, p. 43

5.3.2 RECONHECIMENTO, p. 44

5.3.3 PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA, p. 47

5.3.4 IMPLEMENTAÇÃO, p. 48

5.3.5 MONITORAMENTO, p. 48

5.3.6 AVALIAÇÃO DO EFEITO DAS AÇÕES, p. 48

5.3.7 APERFEIÇOAMENTO DO PLANO DE AÇÕES, p. 49

5.3.8 CONCLUSÃO DOS CICLOS DA PESQUISA-AÇÃO, p. 49

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5.4 FONTE DE DADOS, p. 49

5.5 TRATAMENTO DOS DADOS, p. 49

5.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO, p. 50

5.7 QUESTÕES ÉTICAS, p. 50

6 RESULTADOS, p. 51

6.1 COBERTURA DE ESTOQUE, p. 51

6.2 COMPRAS DE URGÊNCIA, p. 68

6.3 COMPRAS DE NÃO PADRONIZADOS, p. 65

6.4 PERDAS, p. 73

6.5 DEVOLUÇÃO, p. 80

7 DISCUSSÃO, p. 89

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS, p. 106

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p. 108

10 APÊNDICES E ANEXOS, p. 118

10.1 APÊNDICE 1, p. 118

10.2 APÊNDICE 2, p. 120

10,3 ANEXO 1, p. 121

10.4 ANEXO 2, p. 122

10.5 ANEXO 3, p. 123

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10

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Fig. 1: Processo de dispensação farmacêutica, f. 41

Fig. 2: Processo de devolução, f. 42

Fig. 3: Etapas da pesquisa, f. 43

Fig. 4: Ações efetuadas para itens sem rotatividade no estoque há no mínimo três meses, f. 53

Fig. 5: Número de manipulações de quimioterápicos nos anos de 2013 e 2014, f. 55

Fig. 6: Indicador de cobertura de estoque no ano de 2014, f. 55

Fig. 7: Indicador de cobertura de estoque nos anos de 2013 e 2014, f. 56

Fig. 8: Cobertura de estoque dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de média ± desvio padrão, f.

57

Fig. 9: Cobertura de estoque dos anos de 2013 e 2014 em comparação com a meta, f. 57

Fig. 10: Cobertura de estoque dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de mediana ± intervalo

interquartílico, f. 58

Fig. 11: Justificativas registradas para a realização das compras de urgência, f. 60

Fig. 12: Curva ABC para itens adquiridos em compras de urgência de março a junho 2014, f. 61

Fig. 13: Indicador de compras de urgência nos anos de 2014, f. 62

Fig. 14: Indicador de compras de urgência nos anos de 2013 e 2014, f. 63

Fig. 15: Compras de urgência dos anos de 2013 e 2014 expressos na foma de média ± desvio padrão, f.

64

Fig. 16: Compras de urgência dos anos de 2013 e 2014 em comparação com a meta, f. 64

Fig. 17: Compras de urgência dos anos de 2013 e 2014, expressos na forma de mediana ± intervalo

interquartílico, f. 65

Fig. 18: Frequência das solicitações de medicamentos não padronizados no período de outubro de

2013 a agosto de 2014, f. 67

Fig. 19: Situações que justificam o processo de despadronização dos medicamentos selecionados, f. 68

Fig. 20: Indicador de compras de não padronizados nos anos de 2014, f. 70

Fig. 21: Indicador de não padronizados nos anos de 2013 e 2014, f. 71

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11

Fig. 22: Compras de não padronizados dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de média ± desvio

padrão, f. 72

Fig. 23: Compras de não padronizados dos anos de 2013 e 2014 em comparação com a meta, f. 72

Fig. 24: Compras de não padronizados dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de mediana ±

intervalo interquartílico, f. 73

Fig. 25: Comparação entre proporções de perdas e perdas prevenidas de medicamentos e materiais no

ano de 2014, f. 75

Fig. 26: Proporção de itens vencidos em 2014 por categoria, f. 75

Fig. 27: Levantamento mensal de itens vencidos em 2014 por categoria, f. 76

Fig. 28: Indicador de perdas no ano de 2014, f. 78

Fig. 29: Indicador de perdas nos anos de 2013 e 2014, f. 78

Fig. 30: Perdas dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de média ± desvio padrão, f. 79

Fig. 31: Perdas dos anos de 2013 e 2014 em comparação com a meta, f. 79

Fig. 32: Perdas dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de mediana ± intervalo interquartílico, f.

80

Fig. 33: Proporção dos grupos de materiais médico hospitalares após a divisão por critério de

criticidade, f. 83

Fig. 34: Índice de devolução por setor, f. 84

Fig. 35: Indicador de devolução no ano de 2014, f. 85

Fig. 36: Indicador de devolução nos anos de 2013 e 2014, f. 86

Fig. 37: Devoluções dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de média ± desvio padrão, f. 87

Fig. 38: Devoluções dos anos de 2013 e 2014 em comparação com a meta, f. 87

Fig. 39: Devoluções dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de mediana ± intervalo

interquartílico, f, 88

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Ferramenta de Gestão 5W2H, f. 28

Quadro 2: Indicadores relacionados aos processos de logística, f. 32

Quadro 3: Descrição dos indicadores gerenciais, f. 45

Quadro 4: Quadro modelo para construção dos planos de ação, f. 48

Quadro 5: Resultado dos indicadores no mês de janeiro de 2014, f. 51

Quadro 6: Plano de ação do indicador Cobertura de Estoque, f. 51

Quadro 7: Plano de ação do indicador Compras de Urgência, f. 59

Quadro 8: Plano de ação do indicador de Compras de Não Padronizados, f. 66

Quadro 9: Plano de ação do indicador de Perdas, f. 74

Quadro 10: Plano de ação do indicador de devolução, f. 81

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13

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Itens de baixo consumo em estoque, f. 53

Tabela 2: Análise custo de medicamentos quimioterápicos, f. 54

Tabela 3: Materiais a serem avaliados no processo de seleção e a justificativa para sua não inclusão, f.

69

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

BU Baixo Uso

CAF Central de Abastecimento Farmacêutico

CFF Conselho Federal de Farmácia

CFT Comissão de Farmácia e Terapêutica

CBA Consórcio Brasileiro de Acreditação

CTI Centro de Terapia Intensiva

FNQ Fundação Nacional de Qualidade

LD Levantamento de Demanda

LEC Lote Econômico de Compras

NP Não Padronizados

ONA Organização Nacional de Acreditação

PC Processo de Compras

PVPS Primeiro que Vence Primeiro que Sai

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

SBRAFH Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar

SNCM Sistema Nacional de Controle de Medicamentos

SUS Sistema Único de Saúde

UC Unidade Coronariana

UMC Unidade da Mulher e da Criança

UTI Unidade de Terapia Intensiva

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15

1 INTRODUÇÃO

O gerenciamento das unidades hospitalares é um grande desafio, uma vez que tem

como objetivo estabelecer as linhas de ação da instituição e fazer com que essas linhas sejam

seguidas. Nesse contexto o desempenho do gestor e a função gerencial se fazem essenciais

para administrar e coordenar cadeias de suprimento cada vez mais complexas (MATTOS,

2008).

A administração de recursos materiais dentro dos hospitais tem recebido maior

atenção, pois junto aos recursos humanos, os recursos financeiros formam a base de

sustentação do hospital. Isso assegura ao hospital o reabastecimento racional dos materiais

necessários à manutenção de seu ciclo operacional como a previsão, aquisição, transporte,

recebimento, armazenamento, distribuição, conservação, venda de excedentes e análise de

controle de inventários (OLIVEIRA et al., 2012).

A farmácia hospitalar ocupa importante posição dentro do contexto assistencial do

Sistema de Saúde, uma vez que é responsável por diversas atividades relacionadas ao

medicamento, instrumento terapêutico com forte impacto na saúde e no custo hospitalar. No

Brasil, os gastos com medicamentos em relação aos custos totais do hospital representam um

valor em torno de 5% a 20% dos orçamentos das instituições. A farmácia, entendida também

como uma unidade administrativa e parte integrante da instituição hospitalar, realiza diversas

funções dessa natureza, dentre elas o controle de estoque de medicamentos (TORRES;

CASTRO; PEPE, 2007a; SILVA, 2008).

Segundo Novaes e colaboradores (2007), os custos dos medicamentos apresentaram

crescimento significativo. Consequentemente, o impacto nos custos operacionais da saúde se

tornam crescentes e insustentáveis tanto às organizações de saúde de caráter privado quanto

aos cofres públicos.

Dessa forma, a preocupação com a logística hospitalar se torna uma realidade. O

gerenciamento dos medicamentos e materiais médicos compõe uma cadeia de atividades para

que os mesmos sejam distribuídos em vários setores, a fim de manter a qualidade do serviço

prestado ao paciente. É difícil imaginar o funcionamento de um hospital sem levar em conta

os conceitos de logística (SILVA, 2008; MATTOS, 2008).

Com a finalidade de subsidiar o processo de tomada de decisões, dispõe-se de

ferramentas de representação quantificáveis de forma a disponibilizar dados e resultados mais

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16

relevantes, no menor tempo possível e ao menor custo, assegurando que as melhorias atendam

aos interesses globais da organização (TORRES; CASTRO; PEPE, 2007b).

Os indicadores gerenciais representam um instrumento capaz de apresentar a visão da

boa prática gerencial, sendo de grande utilidade para avaliação do panorama econômico e

financeiro de um determinado serviço ou de uma instituição. São elementos essenciais para

elaboração do planejamento e o controle dos processos das organizações. Um indicador deve

ser gerado de forma a assegurar a disponibilidade de dados e resultados relevantes para

subsidiar processos de tomadas de decisão, tornando as mesmas mais eficientes, precisas,

orientadas, coerentes e seguras (CIPRIANO, 2009).

Para que possa ser alcançada uma real transição no processo de gerenciamento, o

planejamento estratégico se faz essencial para a ordenação das etapas, formulação dos planos,

execução das ações e revisão dos processos, a fim de que se concretizem os objetivos

propostos com a eficiência almejada.

Portanto o objetivo do presente estudo foi aplicar e monitorar os resultados de

indicadores gerenciais na rotina de uma farmácia hospitalar de hospital privado.

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17

2 JUSTIFICATIVA

Na unidade hospitalar que integrou este estudo, a gestão de estoques se revelava um

processo pouco eficiente, provocado, dentre outras causas, pela ausência de diretrizes

norteadoras, metas e apoio operacional principalmente em relação a ferramentas

informatizadas, dificultando o controle do processo gerencial. Em razão dessas deficiências, o

gerenciamento vem apresentando múltiplas falhas, culminando em um panorama econômico e

operacional moroso e incompatível com os requisitos de qualidade exigidos pelos órgãos

acreditadores.

Em dezembro de 2013 foi realizado um diagnóstico do processo gerencial da farmácia,

detectando falhas na rotina vigente. Em seguida foram identificados os pontos críticos do

processo, que por sua vez, serviram de base para elaboração de indicadores gerenciais a serem

implantados no setor. Para cada indicador foi proposta uma meta a ser alcançada cujo objetivo

seria configurar uma transição do processo de gestão visando maior eficiência do mesmo.

Com a finalidade de construir um panorama anterior ao processo de mudanças, foi

realizada uma análise destes indicadores em relação ao ano de 2013. Os dados revelaram um

distanciamento considerável em relação às metas estabelecidas, em que se observa a

necessidade de ações que conduzam o setor a uma situação saudável, fazendo do serviço

farmacêutico um elemento de lucro para a cadeia hospitalar com padrões desejáveis de gestão,

processos e assistência. Acredita-se que o alcance ou aproximação das metas elaboradas para

os indicadores selecionados, conduzirão o setor a um processo gerencial mais eficiente.

No desenvolvimento escalonado da farmácia hospitalar, a implantação ou

aprimoramento do gerenciamento de estoque está inserido na fase I dos serviços

farmacêuticos. Sendo assim, é imprescindível a implantação de um sistema bem estruturado,

em todas as fases do processo de controle de estoque, para que a continuidade do processo de

assistência farmacêutica seja assegurada (GOMES; REIS, 2000).

A Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH), em 2007, cita nos padrões

mínimos para farmácia hospitalar, a gestão como uma de suas atribuições essenciais, visando

o desenvolvimento de uma estrutura organizacional que permita o estabelecimento de critérios

(indicadores) para a avaliação do desempenho do serviço; o acompanhamento e/ou

monitoramento da implementação das ações estabelecidas; a qualificação, a quantificação e o

gerenciamento (logística de suprimento) de medicamentos e produtos para saúde.

Os instrumentos de avaliação dos serviços de saúde tais como a Organização Nacional

de Acreditação (ONA), o Consórcio Brasileiro de Acreditação de Serviços e Sistemas de

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18

saúde (CBA) e a Fundação Nacional de Qualidade (FNQ), pontuam a necessidade de um

sistema de medição implantado para o monitoramento dos resultados, tomada de decisões e

melhoria contínua dos processos de trabalho, focando a segurança e qualidade dos serviços

prestados ao paciente (CIPRIANO, 2009).

Conforme supracitado constata-se a importância de construir instrumentos que

permitam analisar os resultados e direcionar o caminho para o aprimoramento dos serviços

farmacêuticos hospitalares. Contudo, a abordagem dos indicadores principalmente no

contexto da logística de estoque, ainda é pouco explorada no âmbito científico, uma vez que

há uma escassez de trabalhos publicados na literatura referentes ao assunto, especialmente em

se tratando de serviços farmacêuticos. Alguns achados na literatura que retrataram o estudo

dos indicadores incluindo os gerenciais, compreendem a tese de Sônia Cipriano que abordou

o desenvolvimento de um modelo de construção e aplicação de indicadores de desempenho na

farmácia hospitalar, e a monografia de Valeska Castro sobre os indicadores da farmácia do

hospital universitário na Universidade Federal do Ceará.

O presente trabalho teve por intuito, além de fornecer um retorno à instituição do

estudo, auxiliar profissionais que buscam implementar melhorias no processo logístico de

gerenciamento de estoque, visto que os indicadores abordados estão inseridos na realidade de

grande parte das unidades hospitalares, onde é possível encontrar situações e conflitos comuns

aos aqui mencionados.

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19

3_OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Aplicar e monitorar os resultados de indicadores gerenciais na rotina de uma farmácia

hospitalar de hospital privado.

3.2 Objetivos Específicos

- Implementar o uso dos indicadores gerenciais propostos pela consultoria;

- Identificar as situações problema a serem enfrentas visando a elaboração de plano de

ação;

- Elaborar plano de ação para melhoria dos resultados gerenciais da gestão insumos na

farmácia;

- Propor e implementar ações que visem a melhoria do cenário;

- Elaborar e implementar os relatórios gerenciais a fim de subsidiar o processo de

gerenciamento.

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20

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 A Instituição Hospitalar

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o hospital é parte integrante da

organização médica e social que tem como principal objetivo prestar assistência à população

em caráter curativo e preventivo, além de funcionar como um centro de formação e de

investigação. Suas ações devem estar centradas no nível terciário e quaternário de atenção à

saúde, devendo manter recursos materiais e humanos suficientes para atendimentos mais

complexos. Este cenário sofre a influência de diversos componentes, tais como: demografia,

perfil epidemiológico, recursos humanos, tecnologia, medicalização, custo, cidadania,

legislação, equidade, hospitalocentrismo e regionalização, dentre outros. Desta forma, a

assistência hospitalar estará modulada por esta diversidade, assim como pelo nível de

complexidade das ações desempenhadas (SILVA, 2010).

Dentre os objetivos principais do hospital, Castro 1 (2007 apud MAIA NETO, 2005)

destaca: Prevenir doenças - algumas atividades vêm sendo desenvolvidas no hospital visando

à prevenção da saúde como o pré-natal; Diagnosticar e restaurar a saúde – grande parte da

assistência hospitalar está voltada à recuperação da saúde. A partir do atendimento

ambulatorial, aonde os diagnósticos vão sendo elucidados, até o tratamento clínico e

cirúrgico. Educar – a educação pode ser traduzida pelo ensino e treinamento de pessoal. Para

tanto, nos hospitais-escola, ficam envolvidos como elementos que recebem educação:

funcionários de todos os níveis, estudantes de medicina, residentes, enfermeiros,

farmacêuticos e estudantes de farmácia, estudantes de enfermagem, nutrição, serviço social,

administradores e outros profissionais. Pesquisar – a pesquisa no âmbito hospitalar tem

campo vastíssimo. Tanto nos aspectos físicos, como os psicológicos e sociais da saúde e da

enfermidade, podem ser explorados. Além disso, novas técnicas podem ser desenvolvidas,

quer na parte assistencial de saúde, quer nos métodos administrativos empregados.

Nos hospitais, a estrutura organizacional evidencia a maneira pela qual a organização

define e divide as funções e as atribuições, além de demonstrar como essas atribuições são

agrupadas e coordenadas. Pode-se dimensionar a estrutura organizacional em: especialização

do trabalho; departamentalização; cadeia de controle e centralização ou descentralização da

tomada de decisão. Essa estrutura define a hierarquia da organização, as responsabilidades e a

1MAIA NETO, Júlio Fernandes. Farmácia hospitalar e suas interfaces com a saúde. São

Paulo: RX, 2005.

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21

autoridade dos indivíduos, e demonstra como ocorre a comunicação e a disponibilização de

informações internas à organização (SOUZA et al., 2009).

Os gestores das organizações hospitalares têm de buscar alternativas que extrapolem

os limites dos modelos tradicionais de gestão; há necessidade de uma reforma administrativa

quanto à forma de operacionalizar processos, buscar parcerias, agregar valor a

serviços/produtos, gerir relacionamentos, recursos e informações, adequando a demanda dos

usuários à nova realidade do ambiente, e de uma gerência profissionalizada com autonomia,

agilidade na obtenção de informações e flexibilidade na tomada de decisão (ARAÚJO, E.;

ARAÚJO, A.; MUSETTI, 2012).

4.2 Farmácia hospitalar: conceitos, funções e padrões mínimos

Farmácia Hospitalar é conceituada pela Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar –

SBRAFH-, como “unidade clínica administrativa e econômica, dirigida por profissional

farmacêutico, ligada hierarquicamente à direção do hospital e integrada funcionalmente com

as demais unidades de assistência ao paciente”. Tem como atribuições essenciais:

gerenciamento; desenvolvimento de infraestrutura; preparo, distribuição, dispensação e

controle de medicamentos e correlatos; otimização da terapia medicamentosa; informação

sobre medicamentos e correlatos; pesquisa e ensino (SBRAFH, 1997).

A assistência farmacêutica hospitalar é um sistema complexo e relevante no âmbito da

gestão de serviços e sistemas de saúde, não só porque representa um dos instrumentos básicos

para o atendimento ao paciente, mas também por causa do alto custo envolvido

(PENAFORTE; FOSTER; SIMÕES, 2007).

Esse serviço é extremamente importante no contexto assistencial, e tem como

principal missão a provisão segura e racional de medicamentos, serviços e produtos para

saúde. Tal objetivo é alcançado com o cumprimento das ações relativas à assistência

farmacêutica no que concerne, por exemplo, na seleção, programação, aquisição,

armazenamento, distribuição, dispensação de medicamentos e presença de serviços

especializados (tais como, farmacovigilância, farmácia clínica e centro de informação de

medicamentos) (NASCIMENTO et al., 2013).

Quanto à área física, a farmácia hospitalar deve dispor de um espaço suficiente para o

desenvolvimento das diferentes atividades. O ideal, ao prever o dimensionamento de uma

farmácia hospitalar, é considerar, além do número de leitos, fatores como o tipo de hospital-

especializado, geral, policlínico, de ensino, filantrópico; o nível de especialização da

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assistência médica prestada no hospital; fonte mantenedora e tipo de atendimento;

programação das necessidades da farmácia em função das atividades propostas e região

geográfica onde se localiza o hospital, considerando as dificuldades de aquisição e transporte

de medicamentos (GOMES; REIS, 2000).

Em relação aos padrões mínimos da Farmácia Hospitalar, a SBRAFH reconhece seis

grandes grupos de atribuições essenciais: Gestão; Desenvolvimento de infraestrutura; Preparo,

distribuição, dispensação e controle de medicamentos e produtos para saúde; Otimização da

terapia medicamentosa; Informação sobre medicamentos e produtos para saúde; Ensino,

educação permanente e pesquisa (SBRAFH, 2007).

A Portaria 4.283 de 30 de dezembro de 2010 aprova as diretrizes e estratégias para

organização, fortalecimento e aprimoramento das ações e serviços de farmácia no âmbito dos

hospitais:

I - Gestão;

II - Desenvolvimento de ações inseridas na atenção integral à saúde;

Gerenciamento de tecnologias: distribuição, dispensação e controle de medicamentos e

de outros produtos para a saúde;

Manipulação: manipulação magistral e oficinal; preparo de doses unitárias e

unitarização de doses de medicamentos; manipulação de nutrição parenteral e manipulação de

antineoplásicos e radiofármacos;

III - Cuidado ao paciente;

IV - Infraestrutura física, tecnológica e gestão da informação;

VI - Recursos humanos;

VII - Informação sobre medicamentos e outras tecnologias em saúde;

VIII - Ensino, pesquisa e educação permanente em saúde.

A realização inadequada das atividades da farmácia hospitalar expõe pacientes

hospitalizados à não-solução de seu problema de saúde, ou mesmo, à possibilidade de

agravamento do quadro clínico, sendo que muitas vezes a causa é a indisponibilidade do

medicamento prescrito (TORRES; PEPE; OSÓRIO-DE-CASTRO, 2011).

4.3 Gestão de estoques

O sistema de gestão de materiais é um dos grandes determinantes do planejamento

financeiro de uma instituição, ou seja, é nesta área que se observa grande gasto da receita e

onde o capital poderá ser consumido. Assim, dada à complexidade das organizações

hospitalares, com procedimentos diferenciados, incorporação de novas tecnologias e

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utilização de imensa variedade de materiais, controlar esses insumos e seus custos é

fundamental (PASCHOAL; CASTILHO, 2010).

Pode-se afirmar que o gerenciamento das unidades hospitalares é um grande desafio,

uma vez que tem como objetivo estabelecer as linhas de ação da instituição e fazer com que

essas linhas sejam seguidas. Nesse contexto o desempenho do gestor e a função gerencial se

fazem essenciais para administrar e coordenar cadeias de suprimento cada vez mais

complexas (MATTOS, 2008).

A gestão da cadeia de suprimentos tem assumido relevância significativa nas duas

últimas décadas, tanto no âmbito acadêmico, como no âmbito empresarial. A agilidade e

precisão assumem posição de destaque dentro do âmbito da gestão da cadeia de suprimento

para o setor hospitalar. As organizações hospitalares precisam desenvolver estratégias que

consigam suprir a necessidade de suprimentos de alta qualidade independente de quaisquer

flutuações de demanda inerentes aos diversos serviços prestados A aplicação de práticas de

gestão da cadeia de suprimentos em hospitais pode oferecer expressivas oportunidades de

aperfeiçoamento dos processos e de melhor utilização dos recursos para a prestação dos

serviços de saúde (PEREIRA; PATRÃO, 2011).

A administração de recursos materiais dentro dos hospitais tem recebido maior

atenção, pois junto com os recursos humanos, os recursos financeiros formam a base de

sustentação do hospital, sendo este último um de seus elementos principais. Trata-se de um

ciclo contínuo de operações correlatas e interdependentes que são previsão, aquisição,

transporte, recebimento, armazenamento, distribuição, conservação e análise de controle de

inventários, o que assegura ao hospital o reabastecimento racional dos materiais necessários à

manutenção de seu ciclo operacional (LOPES; DYNIEWIEZ; KALINOWSKI, 2010).

Segundo Novaes e colaboradores (2007), os custos dos medicamentos apresentaram

crescimento significativo, consequentemente os custos operacionais da saúde se tornaram

crescentes e insustentáveis, tanto às organizações de saúde de caráter privado quanto aos

cofres públicos. Dessa forma, mecanismos gerenciais como planejar e controlar custos podem

garantir a sobrevivência e o crescimento das instituições hospitalares, públicas ou privadas.

Segundo Maiellaro e colaboradores2 (2014 apud BARBIERI E MACHLINE, 2009), a

administração de materiais pode ser entendida como uma área especializada da administração

geral de uma organização, e como tal trata-se de um trabalho realizado por meio de pessoas

2BARBIERI, José Carlos; MACHLINE, Claude. Logística Hospitalar - Teoria e Prática. 2ª

ed. São Paulo: Ed. Saraiva, 2009.

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para entregar o material certo ao usuário certo, no momento e nas quantidades certas,

observando as melhores condições para a organização.

De acordo com Meaulo & Pensutti (2012), o gerenciamento de estoques visa, por meio

de métodos quantitativos aplicados, o pleno atendimento às expectativas das organizações,

com a máxima eficiência, redução dos custos e tempo de movimentação. Procura-se

maximizar o capital investido, em busca de retornos satisfatórios sobre o investimento

realizado.

Chiavenato (2004) considera que a administração trata do planejamento, da

organização, da direção e do controle de todas as atividades diferenciadas pela divisão do

trabalho que ocorrem dentro de uma organização. Dessa forma, a administração é

imprescindível para a existência, sobrevivência e sucesso das mesmas. Sem a administração

as organizações jamais teriam condições de existir e de crescer.

A preocupação com a logística hospitalar é uma realidade. O gerenciamento dos

medicamentos e materiais médicos compõe uma cadeia de atividades para que os mesmos

sejam distribuídos em vários setores, a fim de manter a qualidade do serviço prestado ao

paciente. É difícil imaginar o funcionamento de um hospital sem levar em conta os conceitos

de logística (SILVA, 2008; MATTOS, 2008).

Quando se tem um estoque bem administrado, a empresa passa a dispor de um

equilíbrio em seus materiais, proporcionando assim ao gestor uma visão mais eficiente para

que não venha ocorrer à falta de materiais para a prestação de seus serviços, fabricação e

oferta de produtos. Dessa forma, evita-se que a mesma obtenha prejuízos com a falta de seus

serviços ou fabricação, com operações paradas ou com pouca oferta de seus produtos

acabados (ROCHA, 2013).

O grande desafio da administração de materiais é o dimensionamento correto dos

estoques, para atendimento às reais necessidades, com regularidade no abastecimento. É

necessário um controle eficiente e a utilização de instrumentos para registro das informações

que facilitem o acompanhamento. Os estoques devem ser bem dimensionados para não causar

prejuízo institucional, excesso de material em relação à demanda real ou desabastecimento.

Também é necessário rever os níveis de estoque a fim de atualizá-los continuamente,

evitando-se problemas causados por maior demanda ou redução. Para dimensionar o tempo de

reposição (período decorrido entre a solicitação até a entrega do produto) devem-se considerar

os prazos necessários para execução das aquisições (BRASIL, 2013; ALMEIDA FILHO,

2013).

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A melhor saída para isso é criar uma boa política de estoques, para que os interesses

da empresa sejam atendidos e os clientes também fiquem satisfeitos. O planejamento é um

dos principais instrumentos para o estabelecimento da política de estoque eficiente. Para isso,

a empresa deverá acompanhar sistematicamente os itens em estoque; o recebimento e a

correta armazenagem das mercadorias; inventários periódicos para avaliação das quantidades

e do estado dos materiais estocados; o tempo de reposição de cada mercadoria (REIS, 2009).

Com a finalidade de auxiliar o processo de gestão, as políticas de estoque constituem

ferramentas que orientam o processo de tomada de decisões, induzindo ao propósito que

garanta o sucesso da gestão em vigor. É considerada por muitos a base para o gerenciamento

da cadeia de suprimentos, pois, todas as atividades da cadeia estão voltadas para a

movimentação dos estoques e torna-se necessário verificar se estes estão sendo bem

manuseados e controlados. A definição de uma política de estoques depende de definições

claras para quatro questões: quanto pedir, quando pedir, quanto manter em estoques de

segurança e onde localizá-lo (PEREIRA, 2006).

Entende-se por sistema de reposição de estoques o conjunto articulado de informações

processadas capazes de garantir o suprimento de materiais necessários ao atendimento da

demanda com o mínimo custo possível. A construção desse sistema exige a manipulação de

diversos tipos de informações, como itens que devem ser estocados, demandas previstas,

prazos de entrega dos fornecedores, classificação dos itens, objetivos e metas para a

administração de materiais, tais como giro de estoque desejado, nível de serviço desejado e

metas de redução dos níveis de estoque (MAIELLARO et al., 2014).

Quando o nível de estoque cai ao valor conhecido como Ponto de Pedido (PP), um

pedido de ressuprimento é expedido para o fornecedor. A quantidade solicitada é conhecida

como lote econômico de reposição e é incorporada ao estoque após a colocação do pedido e

de sua chegada, transcorrido o tempo de ressuprimento (BENTO, 2008).

O Lote Econômico de Compras (LEC) é a quantidade de material a ser encomendada a

cada compra, a fim de se obter o menor custo total possível, levando-se em conta as despesas

de armazenagem, juros do capital empatado e as despesas gerais de compras. Para determinar

o LEC, o método geralmente utilizado consiste em calcular sucessivamente as quantidades

correspondentes de um histórico de entradas e saídas durante determinado período a fim de se

encontrar um número padrão de utilização dos materiais. O LEC é a quantidade do pedido de

reposição que minimiza a soma dos custos de manutenção de estoques e de emissão e

colocação de pedidos (CAUDURO; ZUCATTO, 2011).

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O estoque de segurança remete a erros de previsão de demanda, falta de confiança nas

entregas devido a atrasos no ressuprimento de materiais, rendimento da produção abaixo do

esperado. Entre outras ineficiências que o processo pode gerar, o que mais preocupa são as

dúvidas geradas na atuação da administração dos estoques, embora sejam problemas comuns

que fazem parte do cotidiano do profissional da área, sobretudo, dos profissionais envolvidos

em logística. Apesar de o estoque de segurança lembrar todas as falhas que estão por trás dos

processos, ele ainda ajuda a lidar com essas incertezas presentes em praticamente todos os

processos logísticos. Porém dimensioná-lo corretamente é um fator preocupante na gestão.

Muitas dúvidas e divergências surgem no sentido de situá-lo num nível correto (FALCÃO,

2008).

Segundo Souza (2002), manter uma estrutura organizacional de atividades tão

diversas, dinâmicas e com objetivos tão complexos como as que existem em um hospital, não

é tarefa simples e fácil. Há a necessidade de uma boa estrutura física, de acompanhamento

sistemático das evoluções tecnológicas e de excelente efetividade operacional. A obtenção

dessa efetividade operacional na área de material passa pela definição do melhor momento

para compra, armazenamento e distribuição dos recursos materiais utilizados nas atividades

desenvolvidas dentro da organização (MEDEIROS et al., 2008).

Dessa forma, a racionalização de recursos e otimização da eficiência da logística de

suprimentos de um hospital é altamente relevante, principalmente no contexto brasileiro, onde

o sistema de saúde público sofre de ineficiência administrativa crônica. Apesar das mazelas

do sistema de saúde, uma maior conscientização do público tem gerado demanda crescente

por serviços de qualidade, aliados a custos mais baixos. Este fato tem forçado o setor de saúde

a procurar por novas técnicas e metodologias, que possam minimizar as complexidades

inerentes à gestão hospitalar (PROTIL; MOREIRA, 2002).

Conforme supracitado, a administração logística dos materiais dentro dos Serviços de

Saúde ganha lugar de destaque, merecendo atenção especial, com a necessidade cada vez

maior de profissionalismo na gestão dos estoques, apoiada em ferramentas e metodologias de

gerenciamento bem fundamentadas e de compreensão acessível. Para isso, diferentes tipos de

políticas podem ser exploradas, com o intuito de conhecer a situação vigente e adequar o uso

dos medicamentos à realidade da instituição, contribuindo para redução da perda financeira e

otimização do processo de gestão (VIEIRA, 2010; SIYABI; RIYAME, 2007).

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4.4 Ferramentas de gestão

4.4.1 PLANO DE AÇÃO 5W2H

O objetivo central da ferramenta 5W2H é responder a sete questões e organizá-las. É

uma técnica de caráter gerencial, que se aplica à realidade das equipes de aprimoramento no

planejamento e condução das suas atividades, identificando ações e responsabilidades de

forma organizada para sua execução. É uma prática que permite, a qualquer momento,

identificar dados e rotinas mais importantes de um projeto ou de uma unidade de produção.

Também possibilita identificar quem é quem dentro da organização, o que faz e porque realiza

tais atividades. O método é constituído de sete perguntas, utilizadas para implementar

soluções. (OLIVEIRA, 2013; LISBOA; GODOY, 2012).

As ferramentas de gestão se propõem a auxiliar os gestores a alcançarem seus

objetivos, sejam eles aumentar lucros, reduzir os custos, melhorar a qualidade e os processos,

inovar ou se planejar para o futuro (PEREIRA; LOZANO, 2011).

O método 5W2H visa auxiliar na montagem de um plano de ação sobre o que deve ser

feito, englobando indicadores, responsabilidades, período de execução, etapas, local e custos

com o intuito de ordenar as idéias, permitir maior eficiência na execução das tarefas bem

como possibilitar que cada etapa do processo ocorra de forma orientada e sistematizada

(LISBOA; GODOY, 2012).

A ferramenta 5W2H foi criada por profissionais da indústria automobilística do Japão

como ferramenta auxiliar na utilização do PDCA (Plan; Do; Check; Action), principalmente

na fase de planejamento. Polacinski (2012) descreve que a ferramenta consiste num plano de

ação para atividades pré-estabelecidas que precisem ser desenvolvidas com a maior clareza

possível, além de funcionar como mapeamento dessas atividades. Busca também direcionar a

discussão em um único foco, evitando a dispersão das ideias (COLETTI; BONDUELLE;

IWAKIRI, 2010; SILVA et al., 2013).

No Quadro 1 são apresentadas as etapas para estruturação da planilha do plano de ação

5W2H.

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Quadro 1: Ferramenta de Gestão 5W2H. Fonte: SILVA et al., 2013

4.4.2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Planejamento é um processo sistematizado, dinâmico, contínuo, racional,

participativo, realista e pragmático de se conhecer e intervir na realidade local para o alcance

de uma situação desejada. Para o alcance de bons resultados em qualquer atividade é preciso

estabelecer objetivos claros, identificar onde e como estamos aonde pretendemos chegar.

Quem não planeja suas ações e atividades não sabe agir estrategicamente, não está

gerenciando, está apenas “fazendo coisas”. Só a partir de uma análise situacional, de uma

referência de partida, pode-se intervir na realidade e avançar para processos de melhoria

(BRASIL, 2006).

O planejamento estratégico deve ser compreendido como ação administrativa visando

prever o futuro ambiente e os desafios que uma organização deverá enfrentar, definindo as

decisões cruciais para o direcionamento dos negócios. Com a implantação do planejamento

estratégico é possível unir esforços de todos eliminando divergências internas e permitindo

que membros da organização participem de forma efetiva e se comprometam com as metas

organizacionais (GUIMARÃES et al., 2011).

O planejamento estratégico, por ser abrangente, é desenvolvido nos níveis hierárquicos

mais elevados das organizações. Na descrição de Chiavenato (2000a, p.148) “o planejamento

estratégico é um conjunto de tomada deliberada e sistemática de decisões envolvendo

empreendimentos que afetam ou deveriam afetar toda a empresa por longos períodos de

tempo”. O nível mais elevado da empresa, ou seja, a direção precisa estar envolvida, pois o

planejamento estratégico é um processo contínuo de tomada de decisões estratégicas. As

implicações futuras dessas decisões devem ser tomadas no presente (BOFF, 2003).

Observa-se que o planejamento estratégico substitui a extrapolação do passado pela

análise estratégica detalhada das organizações em níveis externos e internos, comparando as

perspectivas com os objetivos para gerar estratégias. Nesse sentido, destaca-se que essas

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variáveis (objetivos e estratégias) têm relação direta entre si e, concomitantemente,

apresentam diferença básica, pois, enquanto os objetivos representam os fins que a empresa

está tentando alcançar, as estratégias representam os meios para atingir esses fins. Portanto, as

forças motrizes organizacionais são os objetivos e suas metas, sendo as estratégias o meio

pelo qual os objetivos são alcançados (RIBEIRO, 2001).

Para que esse atendimento ocorra de forma satisfatória é importante planejar, controlar

e organizar as necessidades. Nas últimas décadas o planejamento tem sido um dos temas mais

discutidos e propagados nas organizações, tornando-se necessário para a continuidade da

sequência de trabalho da mesma. Com a grande diversificação do mercado cada vez mais

empresas veem na formulação do planejamento à melhor maneira de coordenar suas ações,

manter sua posição em seu setor de atuação, crescer e expandir-se (BOMFIM, 2012).

4.5 Indicadores gerenciais

Todos os componentes inseridos no modelo lógico da farmácia hospitalar

independente da forma como são realizados produzem resultados, sejam positivos ou

negativos, sendo que muitos deles são passíveis de mensuração. A presença de indicadores

revela-se uma forma de monitoração dos processos, a fim de detectar falhas bem como

garantir a eficácia das ações corretivas (CASTRO, 2007).

Indicadores são ferramentas de representação quantificáveis de produtos e processos

de forma a assegurar a disponibilidade dos dados e resultados mais relevantes, no menor

tempo possível e ao menor custo, assegurando que as melhorias atendam aos interesses

globais da organização (TORRES; CASTRO; PEPE, 2007b).

Segundo Rozados (2004), indicadores nada mais são do que unidades que permitem

medir, no caso de elementos quantitativos, ou verificar, no caso de elementos qualitativos, se

estão sendo alcançados os objetivos e mudanças previstas. Também possibilitam conhecer

melhor os avanços em termos de resultados ou de impactos. Um indicador é, portanto

primordialmente, uma ferramenta de mensuração utilizada para levantar aspectos

quantitativos e/ou qualitativos de um dado fenômeno, com vistas à avaliação e a subsidiar a

tomada de decisão.

Pereira e colaboradores (2012) descrevem os indicadores como elementos essenciais

para o planejamento e o controle dos processos nas organizações, proporcionando a análise

crítica do desempenho, uma vez que fornecem as informações para o estudo de melhorias nos

processos, devendo ser bem definidos e claros, para não darem margem a erros ou

interpretações duvidosas.

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Os indicadores hospitalares devem ser monitorados em conjunto, para possibilitar que

as informações disponibilizadas sejam contextualizadas no ambiente organizacional. Dessa

forma, observa-se que a análise de indicadores hospitalares é fundamental à tomada de

decisão eficiente pelo gestor hospitalar, visto que os resultados do processo de avaliação por

meio de indicadores são informações utilizadas para o planejamento e controle da gestão

organizacional (SOUZA et al, 2009).

Não se pode afirmar que o serviço está sendo administrado adequadamente, quando

não se dispõe de um eficiente sistema de controle, que lhe permita disponibilizar, a contento,

as informações sobre a posição dos estoques, dados de consumo e demanda, percentual de

cobertura, gastos efetuados com medicamentos, valor financeiro do seu estoque, quantitativo

financeiro de perdas de medicamentos na rede de saúde do seu município, número de itens de

medicamentos selecionados e/ou utilizados no município (VELOZO, 2011).

Um sistema de indicadores bem planejado e estruturado oferece a possibilidade de um

grau maior de compromisso com resultados, mediante a determinação de metas de

desempenho que expressem os sucessos esperados em termos de quantidade e qualidade dos

serviços prestados e da efetividade e eficiência com que são oferecidos, uma vez que sem

indicadores não há medição. Sem medição não há controle. Sem controle não há

gerenciamento (SOUZA, 2010).

FARIA; COSTA (2007) confirmam esta abordagem ao mencionar que há a

necessidade de se monitorar a implementação de ações nas diversas áreas, possibilitando a

avaliação da conformidade e a consistência dos resultados e, também, a identificação de

problemas e falhas, promovendo o desenvolvimento de ações corretivas em todo o processo.

Dessa forma, estes instrumentos são fundamentais no processo logístico, visto que dão

perspicácia direta aos elementos essenciais ao processo de gestão, uma vez que um bom

controle requer medidas que relacionem tempo, quantidade, qualidade e custos.

Idealmente as medidas e os indicadores devem ser objetivos, comparáveis, acessíveis e

válidos. Objetivos no sentido de serem obtidos os mesmos resultados, caso duas pessoas

distintas realizem a medição. Comparáveis: indicam que as medições distintas devem

apresentar as mesmas unidades e escalas, podendo ser colocadas lado a lado, para avaliação

comparativa de desempenho. Acessíveis: significa que os dados necessários devem ser de

fácil obtenção. Válidas: indica que as medições devem realmente se referir àquilo que se

propõe a medir (SILVA, 2009a).

No Quadro 2 estão descritos alguns indicadores relacionados aos processos de

logística incluindo aqueles abordados no presente estudo como número de medicamentos

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prescritos não incluídos na padronização institucional (OMS 1997); Aquisições não

programadas, Revisão do prazo de validade, Custos com medicamentos vencidos, Rotações

de estoques, (Consejo General de Colegios Oficiales de Farmaceuticos 1995).

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Quadro 2: Indicadores relacionados aos processos de logística. AUTORES INDICADOR

NOVAES E

PAGANINI

1992, 1994

Número de medicamentos do quadro básico em falta por sete dias.

CONSEJO GENERAL

DE COLEGIOS

OFICIALES DE

FARMACEUTICOS

1995

Aquisições não programadas;

Aquisições fora do Guia farmacoterapêutico;

Recebimento;

Conformidade com o pedido;

Conservação especial;

Revisão do prazo de validade;

Custo do medicamento vencido;

Ajuste de aquisições e consumo;

Rotação de estoques;

Falta de estoques;

Desvios de estoque;

Custo de regularização;

Registro de saída;

Registro de entradas.

OMS

1997

Existem ou cumprem as normas para uso de germicidas;

Porcentagem de medicamentos da lista básica que se adquirem com orçamento previsto;

Número de solicitações de compra de medicamentos por mês;

Porcentagem do orçamento anual do hospital utilizada em medicamentos;

Avaliação de fornecedores;

Número de medicamentos devolvidos por descumprimento das especificações;

Tempo médio da emissão da ordem de compra e entrega do produto;

Número de fornecedores desqualificados por descumprimento das especificações;

Número de medicamentos devolvidos por má qualidade;

Número de medicamentos entregue no serviço de farmácia fora do prazo por mês;

Número de medicamentos não entregue no serviço de farmácia devido à falta no mercado;

Número anual de medicamentos destruídos por prazo de validade vencidos;

Custo anual de medicamentos por perdas ou desvio;

Valor do total faltante do inventário/valor do inventário segundo registros;

Número de inventários realizados no ano;

Valor de medicamentos desaparecidos sem justificativas de uso em determinado período.

MINISTÉRIO DA

SAÚDE

2001

Percentual de itens de medicamentos programados x adquiridos;

Percentual de demanda atendida x não atendida;

Percentual de medicamentos programados x não utilizado;

Desempenho de fornecedores;

Tempo médio do processo de aquisição;

Recursos gastos com aquisição de medicamentos;

Demonstrativo físico-financeiro de aquisição por determinado período de tempo.

CIPRIANO

2004

Programação e aquisição;

Desempenho de fornecedores;

Falta de medicamentos;

Medicamentos de conservação especial;

Desperdício de medicamentos;

Inventário físico geral de medicamentos.

TORRES et al

2007

Número de unidades de medicamentos perdidas;

Valor gasto com medicamentos perdidos;

Número de medicamentos especificados para compra em adequação à lista de

medicamentos selecionados;

Número de medicamentos dentro do prazo de validade;

Existência da lista de fornecedores qualificados avaliados tecnicamente;

Número de medicamentos recebidos em adequação ao parecer técnico;

Existência de relatórios com informações atualizadas do consumo físico;

Número de medicamentos disponíveis nas quantidades necessárias;

Número de medicamentos adquiridos em adequação à lista de medicamentos selecionados;

Número de medicamentos programados para aquisição com especificação detalhada;

Número de medicamentos adquiridos em adequação à especificação solicitada.

Fonte: CIPRIANO, 2009.

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33

Tendo os indicadores definidos, bem como sua fórmula e frequência de apuração, eles

devem ser aplicados e divulgados a todos os colaboradores que de alguma forma são

geradores de custos, assim após todos terem o conhecimento e entenderem sua natureza, o

gestor pode mostrar como cada membro impacta no resultado destes indicadores e além de

apontar a importância de suas ações no resultado dos mesmos, sejam eles positivos ou

negativos. Da mesma forma funcionam como “veículos de comunicação”, uma vez que

permitem que executivos do alto nível hierárquico conheçam o funcionamento do setor sendo

capaz de monitorar sua gestão e resultados (CAVALCANTI, 2009).

Segundo Neves (2009):

Neste sentido, a avaliação e a garantia de qualidade se constituem pela estrutura e

processos e pela mensuração de resultados da instituição. O uso extensivo dos indicadores por

organizações de saúde estimula muitas ações para melhorar os cuidados do paciente

evidenciando a melhoria de processos e resultados institucionais (PORTELA; SCHMIDT,

2009).

4.5.1 COBERTURA DE ESTOQUE

Apesar de trazer uma proteção para as operações da empresa, o estoque exige controle

adequado, pois como envolve imobilização de capital, envolve custo de oportunidade, que

representa o montante que poderia ser obtido caso estes recursos fossem investidos em

alguma outra aplicação, por isso o gerenciamento de estoques deve adequar seus níveis, para

que haja equilíbrio entre oferta e procura (PRADO; TEIXEIRA; RIBEIRO, 2011).

O indicador de Cobertura de Estoque ou giro de estoque, indica a quantidade em

unidades de tempo, por exemplo, dias, em que o estoque médio será suficiente para cobrir a

demanda média sem a necessidade de reposição. Leva em consideração o valor financeiro do

estoque (VE) e o valor do consumo médio mensal (CMM), calculando o número de dias

cobertos. A manutenção de estoque apresentando elevada cobertura acarreta problemas para o

serviço como imobilização de capital devido ao pouco giro, comprometimento do

armazenamento devido ao espaço físico, possíveis perdas por vencimento ou variabilidade na

demanda e dificuldade no controle do estoque como um todo (FALCÃO, 2008).

O objetivo do controle de estoque é também financeiro, pois a manutenção de estoques

é cara e o gerenciamento do estoque deve permitir que o capital investido seja minimizado.

“O que não é medido não é gerenciado; o que não é

gerenciado, não pode ser melhorado; e se não posso manter um

constante processo de melhorias, em breve deixarei de existir.”

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Ao mesmo tempo, não é possível para uma empresa trabalhar sem estoque. Portanto, um bom

controle de estoque passa primeiramente pelo planejamento desse estoque. De forma

semelhante, os níveis dos estoques estão sujeitos á velocidade da demanda. Se a constância da

procura sobre o material for maior que o tempo de ressuprimento, ou estas providências não

forem tomadas em tempo oportuno, a fim de evitar a interrupção do fluxo de reabastecimento,

teremos a situação de ruptura ou de esvaziamento do seu estoque, com prejuízos visíveis para

o serviço prestado (AMARAL; DOURADO, 2011).

Desta maneira é importante que o gestor de estoque conheça o fluxo existente e a

partir daí melhore o dimensionamento de estoques minimizando os itens armazenados para

que a organização maximize seus investimentos de acordo com o custo financeiro. A

diminuição do capital investido em estoques alavanca algumas vantagens à organização,

devido o baixo desperdício, menor espaço ocupado, melhor controle, entre outras vantagens

(ROCHA 2013).

As empresas buscam cada vez mais a redução dos estoques com garantias de

disponibilidade de produto aos clientes, mantendo um ótimo nível de serviço com vantagens

competitivas. A diversidade crescente de produtos torna mais complexa e trabalhosa a gestão

dos níveis de estoque e o elevado custo de oportunidade de capital tem tornado a posse e a

manutenção de estoques cada vez mais onerosos. A redução de custos logísticos influencia a

gestão de estoques, pois aumenta a eficácia dos transportes, armazenagem e processamento de

pedidos. A diminuição nos custos de movimentação permite à empresa operar com lotes de

ressuprimento menores, sem afetar a disponibilidade do produto (BENTO 2008).

4.5.2 COMPRAS DE URGÊNCIA

O indicador referente a Compras de Urgência diz respeito a solicitações de

medicamentos padronizados, que ocorrem quando não há controles efetivos dos estoques nos

centros estocadores, causando a situação de pedidos de emergência de medicamentos e/ou

materiais que foram esgotados. As causas para esta compra pode se dar por falhas na

avaliação da demanda, sazonalidade, erros de inventário que acabam prejudicando a

programação, podem ser relacionados ao processo de compras como atraso de cotação e

entrega de fornecedores. Este indicador reflete a eficiência do processo de programação e

aquisição do hospital (PROTIL; MOREIRA, 2002).

As compras devem ocorrer de forma programada. Entretanto, nas emergenciais

decorrentes de aumento inesperado de consumo, ou mesmo por falta de planejamento da

unidade responsável pelo controle dos estoques, o setor de compras é obrigado a pagar preços

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superiores, por imposição das circunstâncias de risco do estado de saúde do paciente

internado (COELHO et al., 2009).

Quando ocorre a ruptura de estoque por aumento de consumo, falha na entrega ou

mesmo equívocos de dimensionamento, é comum cada supervisor de unidade tender a criar

seu próprio estoque de segurança. Quando uma empresa decide manter um estoque de

segurança, na prática o que ela está decidindo é obter do fornecedor uma quantidade além

daquela necessária para atender à demanda planejada e que será usada no caso de ocorrer

alguma eventualidade (GUERRA, 2009).

Estes subestoques, pela falta de controle, nem sempre serão usados nas finalidades da

unidade. Por isso, a existência de um profissional de compras com a especial tarefa de cuidar

das rupturas de estoques e de outras compras de urgência poderá eliminar parte dos

subestoques. A minimização do estoque é considerada uma das metas prioritárias para a

gerência financeira, buscando o equilíbrio entre os aspectos operacionais e financeiros.

(SILVEIRA, 2011).

4.5.3 COMPRAS DE NÃO PADRONIZADOS

A escolha dos itens que irão compor o subconjunto de medicamentos essenciais do

hospital deve ser realizada com base em critérios de eficácia e segurança, seguidos de

comodidade de utilização e custo. O indicador de compras de não padronizados refere-se a

compras de medicamentos que não contemplam o arsenal terapêutico selecionado para o

hospital, sendo adquiridos para atender a uma demanda específica. Uma das funções desse

indicador é avaliar a eficiência do processo de padronização do hospital, atuação da farmácia

clínica, bem como fornecer subsídios à comissão de padronização a fim de racionalizar as

compras de itens não padronizados (TORRES et al., 2011).

No Brasil, além do elevado numero de medicamentos lançados no mercado, é possível

deparar-se ainda com medicamentos sem comprovação de eficácia clínica, inadequada

política de registro de comercialização de produtos farmacêuticos e, pressão das indústrias

através das propagandas de medicamentos, propiciando o uso irracional (GOMES; REIS;

2001).

A seleção de medicamentos essenciais integra as dez recomendações para a

racionalização do uso de medicamentos nos países em desenvolvimento. Em hospitais, a

organização de um fórum multidisciplinar para a tomada de decisão, é uma importante

política institucional que subsidia as ações do farmacêutico hospitalar (PÓVOAS; COSTA;

DELLAMORA, 2013).

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O objetivo da seleção é proporcionar ganhos terapêuticos e econômicos. Os ganhos

terapêuticos referem-se à promoção do uso racional e à melhoria da resolutividade

terapêutica-acesso a medicamentos eficazes, seguros e voltados às doenças prevalentes. Os

ganhos econômicos referem-se à racionalização dos custos dos tratamentos e,

consequentemente, à otimização dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis

(MARIN et al., 2003).

Tendo em vista as inúmeras vantagens que um processo de Seleção e Padronização de

Medicamentos propicia aos pacientes, a instituição hospitalar e ao Sistema de Saúde como um

todo, é de suma importância incentivar e iniciar esta atividade nos ambientes hospitalares. No

entanto para isso faz-se necessário, cumprir uma série de etapas iniciais que servirão de ponto

de partida para as demais (SILVA, 2009b).

4.5.4 PERDAS

O indicador que se refere ao monitoramento de perdas por validade pode indicar

diminuição de consumo de determinado item, falhas no processo de armazenamento (não foi

seguido o sistema “primeiro que expira primeiro que sai”) ou falhas no planejamento de

compras. A diminuição de consumo deve ser analisada junto a Comissão de Farmácia e

Terapêutica e/ou Equipe Médica. As falhas no processo de armazenagem devem ser

corrigidas junto à equipe de armazenamento, através de treinamentos e as falhas no

planejamento de compras devem ser corrigidas pelos responsáveis pelas compras, tendo por

base os dados de consumo do item a fim de evitar tais desperdícios financeiros (VERONEZE,

2012).

Medeiros e colaboradores3, (2009 apud SBROCCO, 2001) comenta que é de extrema

importância manter sob controle o estoque do hospital, não só para evitar a falta de

medicamentos, como também o desperdício, ao comprar quantidades desnecessárias do

mesmo produto e não os utilizar em tempo hábil, fazendo com que percam a validade.

A presença de grandes estoques de alguns materiais e a escassez de outros, dentro do

hospital, é talvez um dos pontos que mais afligem os profissionais envolvidos com o processo

gerencial. A escassez implica muitas vezes na interrupção da assistência, levando a vivência

de situações danosas e estressantes para o cliente, família e profissionais. A presença de

grandes estoques de outros, ocasiona, além da perda de capital decorrente dos problemas que

3SBROCCO, Emília. Movimentação & Armazenagem. Revista log. 2001.

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surgem devido à falta de controle de estoque, a falta deste mesmo capital para a compra dos

demais materiais em falta (OLIVEIRA; COSTA; ARNDT, 2012).

Por isso, a necessidade de racionalização de gastos impulsionou gerentes e

profissionais de saúde a adquirir conhecimentos sobre custos, a busca de medidas para

equilibrá-los com os recursos financeiros, a competência na alocação de recursos e a

otimização de resultados. Por isso as preocupações dos gestores da saúde têm se voltado para

apuração e controle dos custos enfocando, principalmente, o desperdício, visando sua redução

(PASCHOAL; CASTILHO, 2007).

Contudo, Ferreira e colaboradores (2013) ressaltam que mensurar através do indicador

o índice de perda dos itens demonstra quebra de paradigma que a perda tem que ser zero

independente da complexidade do hospital e do número de leitos. A perda existe em toda

organização quer seja de produção ou serviço, público ou privado, sendo que o importante é

saber o valor da perda e como podemos reduzir ao longo do tempo para os patamares

próximos à zero ao ano (FERREIRA et al., 2013).

4.5.5 DEVOLUÇÃO

Quando o medicamento não é administrado por algum motivo, ocorre outro processo

denominado de estorno, que consiste na devolução dos medicamentos distribuídos às

unidades para a farmácia hospitalar. As causas dessa devolução podem contemplar: a não

utilização do produto, uma vez que a prescrição pode prever que o uso somente será feito se

necessário; a alta hospitalar; o óbito; aprazamento incorreto das prescrições médicas e demais

causas oriundas do processo assistencial (BRASIL, 2013).

O retorno do medicamento à farmácia se faz necessário para o controle de estoque

efetivo e para a sua redistribuição, diminuindo custos do hospital. Porém, na prática, o estorno

pode apresentar uma série de irregularidades, que resultam da incorreta atribuição de

medicamentos aos prontuários dos pacientes internados, além do tempo dispendido pelos

setores envolvidos com o processo (LIMBERGER et al., 2013).

Além disso, outro fator determinante do número de erros de devolução diz respeito à

periodicidade em que esta ocorre. É possível que erros ocorram pela devolução atrasada de

materiais e medicamentos que ficam acumulados no posto da unidade de enfermagem. Essa

prática constitui fator de risco para a ocorrência de erros de medicação, pois pode acarretar

perdas de medicamentos por condições inadequadas de armazenamento, produtos com

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validade vencida, contaminação dos medicamentos, utilização do medicamento no paciente

errado, e até mesmo o desvio do medicamento para outros fins (OLIVEIRA, 2011).

Apesar de um percentual expressivo de devolução ser atribuído a altas e óbitos, como

é continuamente observado na prática hospitalar, outras causas merecem ser citadas, a saber:

problemas no aprazamento; medicamento não administrado; medicamento checado e

estornado; erro de solicitação; medicamento não prescrito; representando um somatório

expressivo de motivos de estorno que podem ser reduzidos e evitados. Para isso, é necessário

estabelecer estratégias que norteiem a adequação do uso de medicamentos, tanto na prescrição

quanto na dispensação, a fim de reduzir o desperdício dos mesmos e racionalizar seu uso

(SOUZA, 2008; COMA et al, 2007).

4.6 Pesquisa ação

A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa participante engajada, e como o próprio nome

diz, procura unir a pesquisa à ação ou prática, isto é, desenvolver o conhecimento e a

compreensão como parte da prática. Além disso, é necessário que a ação seja não-trivial, o

que quer dizer uma ação problemática que mereça investigação, sob o ponto de vista

científico, para ser elaborada e conduzida. É, portanto, uma maneira de se fazer pesquisa em

situações em que também se é uma pessoa da prática e se deseja melhorar a compreensão

desta (ENGEL, 2000; MURDOCH, 2005).

Este tipo de pesquisa consiste essencialmente em acoplar pesquisa e ação em um único

processo, no qual os atores implicados participam, junto com os pesquisadores, para chegarem

interativamente a elucidar a realidade em que estão inseridos, identificando problemas

coletivos, buscando e experimentando soluções em situação real. Simultaneamente, há

produção e uso de conhecimento (COSTA; POLITANO; PEREIRA, 2013).

Em geral, a ideia da pesquisa-ação encontra contexto favorável quando os

pesquisadores não querem limitar suas investigações aos aspectos acadêmicos e burocráticos

da maioria das pesquisas convencionais, e sim nas quais as pessoas implicadas tenham algo a

"dizer” e a “fazer”. Dessa forma, os pesquisadores pretendem desempenhar papel ativo na

própria realidade dos fatos observados, buscando reciprocidade/complementariedade por parte

das pessoas e grupos implicados (CIPRIANO, 2009; BALDISSERA, 2001).

Sendo assim, existem dois objetivos: resolver um problema e contribuir com a ciência. A

pesquisa-ação é interativa, requer a cooperação entre o pesquisador e profissionais. (PA 4) O

pesquisador parece-se, neste contexto, a um praticante social que intervém numa situação com

o fim de verificar se um novo procedimento é eficaz ou não (ENGEL, 2000).

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A pesquisa-ação, assim como qualquer outro método de pesquisa científica, deve ser

pautada na confiabilidade e validade, características que mensuram sua qualidade ou rigor

científico. Em vista disso, o pesquisador demonstra que o processo de pesquisa foi planejado

visando chegar a uma contribuição científica e não como uma simples aplicação de

determinada tecnologia para a solução de problemas (MURDOCH, 2005).

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5 METODOLOGIA

5.1 Desenho do estudo

O trabalho constitui um estudo de caso em uma unidade hospitalar de gestão privada,

envolvendo o uso de indicadores de gestão para elaboração de plano de ação e monitoramento

de resultados na logística de medicamentos e materiais médico-hospitalares. A coleta de

dados foi realizada pelo próprio pesquisador no período de janeiro a dezembro de 2014.

O presente estudo estruturalmente pode ser classificado como pesquisa-ação. Isto se

deve à própria natureza do problema exigir uma abordagem participativa, caracterizada pela

interação pesquisador/organização, em busca da elucidação dos pontos críticos do processo e

proposição de alternativas para sua solução.

5.2 Descrição do cenário do estudo

O hospital onde foi realizado o estudo é localizado em município de médio porte no

Estado de Minas Gerais, Brasil. Quanto às características, é um hospital geral, privado com

fins lucrativos, de edificação vertical, monobloco e possui corpo clínico aberto. É uma

empresa acreditada pela Organização Nacional de Acreditação.

É uma unidade de médio porte com 120 leitos divididos em: Pronto de Socorro;

Unidades Clínicas: Unidade I, Unidade 2A, Unidade 2B, Unidade da Mulher e da Criança

(UMC); Unidades cirúrgicas: Unidade 3A, Unidade 4A; Unidades Fechadas: Centro de

Terapia Intensiva do Adulto (CTI), Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal e pediátrica,

Unidade Coronariana (UC).

Possui serviços de Agência Transfusional e Quimioterapia antineoplásica (1 leito),

sendo os setores de hemodinâmica, imagem e laboratório terceirizados. Apresenta taxa de

80% de ocupação e entrada de pacientes/ano.

O serviço de assistência farmacêutica funciona 24 horas e conta com 3 farmacêuticos

com jornada de 30 horas semanais, sendo 1 deles Responsável Técnico. A equipe é formada

por 21 funcionários com jornada de 40 horas semanais: 1 auxiliar administrativo; 2 auxiliares

de almoxarifado; 1 unitarizador, além de 4 técnicos em atividade na farmácia do centro

cirúrgico (2 diurnos e 2 noturnos); 4 plantonistas noturnos da dispensação e 9 plantonistas

diurnos para dispensação.

A farmácia é responsável pelo gerenciamento de medicamentos, materiais médicos e

itens do serviço de nutrição enteral e dietética. O serviço de farmácia realiza a programação e

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elabora a solicitação de compras, sendo esta enviada ao setor de compras do hospital onde são

realizadas as cotações através do sistema Bioanexo.

O sistema de prescrição é informatizado e a dispensação é classificada como

individualizada para 24 horas através do sistema de digitação eletrônica em software

específico. A farmácia recebe automaticamente as prescrições e requisições, separa, processa

pelo sistema de código de barras, embala e entrega (Figura 1).

Existe uma farmácia satélite localizada no centro cirúrgico com funcionamento

também de 24h e com estoque próprio abastecido diariamente pela farmácia central com itens

específicos da funcionalidade do setor.

As funções dos farmacêuticos compreendem supervisão do serviço de dispensação e

CAF, manipulação de anitineoplásicos, farmácia clínica, conferências de carros de urgência

dos setores, participação em comissões de farmácia e terapêutica, gerenciamento de resíduos e

da qualidade.

Figura 1: Processo de dispensação farmacêutica (elaboração própria).

Outra rotina do serviço é o processo de devolução que ocorre diariamente pela

enfermagem através da digitação de um relatório por paciente dos itens não utilizados. A

partir destes relatórios a farmácia recolhe os produtos nos setores e armazena de volta no seu

local de origem na farmácia, como pode ser observado na Figura 2.

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Figura 2: Processo de devolução (elaboração própria).

5.3 Operacionalização do estudo

A figura 3 apresenta o fluxograma adotado no trabalho. Para melhor compreensão do

processo, cada etapa será detalhada a seguir.

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Figura 3: Etapas da pesquisa (elaboração própria).

5.3.1 DIAGNÓSTICO SITUACIONAL

Em Janeiro de 2014 foi contratada uma empresa privada de Consultoria para realizar o

diagnóstico situacional do serviço de farmácia hospitalar, no que diz respeito aos processos

relacionados à Central de Abastecimento.

Os dois principais pontos críticos identificados pela empresa foram: a ausência de

diretrizes relacionadas ao processo logístico de estoque que deveriam ser previamente

acordados entre diretoria e serviço de farmácia e ausência de relatórios informatizados que

auxiliassem no processo gerencial. Estes dois aspectos foram apontados os processos-chave a

serem priorizados, uma vez que constituíam a origem de vários outros problemas observados

no serviço. Para melhor compreensão do cenário antes das intervenções propostas, tais

problemas são descritos a seguir.

O processo de programação de compras não era parametrizado por políticas de

estoque. Não havia um farmacêutico cujas atribuições fossem exclusivas da Central de

Abastecimento Farmacêutico (CAF). Dessa forma, o processo de programação de compras era

executado por um auxiliar administrativo e apenas supervisionado pelo farmacêutico. A

solicitação de compras era realizada três vezes na semana e se dava por estimativa do

consumo dos itens que posteriormente era repassado ao setor de compras. Apesar do sistema

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do hospital ser informatizado, não se dispunha de relatórios para subsidiar esse processo,

assim a compra não era balizada por informações precisas como consumo médio mensal,

saldo disponível, dias de cobertura, estoque de segurança e ponto de ressuprimento.

Foi verificado que os itens de alto custo, classificados como grupo A na classificação

ABC, permaneciam em elevada quantidade, o que culminava em imobilização de valor de

estoque elevado e com pouco giro. A dispensação destes itens também se apresentava como

fator preocupante, pois em alguns casos era realizada diretamente para setores específicos

como a Central de Materiais Esterilizados, sem que se houvesse definido normas para essa

dispensação, dificultando o seu efetivo controle e programação.

Foram observados gastos elevados em drogarias locais em função de compras

emergenciais. Essas compras ocorrem quando determinado item se encontra em falta na

farmácia e há demanda para tal, então se recorre a compras de urgência nas drogarias

conveniadas. Em alguns casos essas compras são provenientes da sazonalidade de alguns

itens, e em outros são decorrentes da programação de compras não tão efetiva.

Em relação aos itens não padronizados, observou-se que o procedimento em relação à

compra destes itens não apresentava critérios bem definidos, uma vez que a liberação e

compra era feita somente pela farmácia, sem a contabilização em valor das aquisições.

Quanto à questão das possíveis perdas decorrentes de prazo de validade expirados, foi

diagnosticado que eram emitidos relatórios para fins de recolhimento destes produtos no fim

de cada mês, porém não havia gerenciamento prévio dos itens a vencer no estoque, e apesar

de existir a ferramenta informatizada, no relatório não constava informação dos custos

agregados com essas perdas.

O último ponto considerado foi a interface entre a CAF e a dispensação, pois trata-se

de um processo decorrente da rotina de dispensação que afeta indiretamente o controle de

estoque. A devolução de produtos é um problema de grande dimensão para o serviço, uma vez

que é gerada em grandes volumes diariamente, sendo esse retorno de produtos prejudicial

para coerência entre estoque físico e eletrônico.

5.3.2. RECONHECIMENTO

Após a construção do panorama dos processos da farmácia, a empresa consultora

propôs a implementação de um conjunto de indicadores baseados nos pontos críticos do

processo gerencial, a fim de suprir a ausência das diretrizes norteadoras e com isso promover

uma forma de análise de tendência dos resultados obtidos, sendo este sistema de medição

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exigido pelo órgão de acreditação hospitalar vigente. A seleção dos indicadores e respectivas

metas foi realizada pela própria consultoria farmacêutica através da análise da literatura.

Promoveu-se a revisão de literatura para suporte à análise das causas dos problemas

identificados e seleção de estratégias de intervenção.

Os cinco indicadores propostos foram: Cobertura de Estoque; Compras de Urgência;

Compras de Não Padronizados; Perdas e Devolução.

O Quadro 3 sumariza os indicadores propostos, a periodicidade proposta para seu

cálculo, bem como as metas estabelecidas para o serviço em relação a cada um dos aspectos

subjacentes.

Quadro 3: Descrição dos indicadores gerenciais.

INDICADOR MÉTODO DE CÁLCULO META PERIODICIDADE

Cobertura de Estoque Consumo médio mensal x 30

Valor de estoque

40 dias Mensal

Compras de Urgência Somatório do valor das aquisições

de itens padronizados em drogarias

entre o primeiro e último dia do mês

vigente

R$ 200,00 Mensal

Compras de Não Padronizados Somatório do valor das aquisições

de itens não padronizados entre o

primeiro e último dia do mês vigente

R$ 1300,00 Mensal

Perdas Somatório do valor dos itens

vencidos entre o primeiro e último

dia do mês vigente

R$ 1000,00 Mensal

Devolução Número de itens devolvidos x 100

Número total de requisições

8% Mensal

O modelo do relatório gerencial mensal se encontra em anexo (Anexo 1).

O indicador de Cobertura de Estoque ou giro de estoque, indica a quantidade em

unidades de tempo, por exemplo, dias, em que o estoque médio será suficiente para cobrir a

demanda média sem a necessidade de reposição. Leva em consideração o valor financeiro do

estoque (VE) e o valor do consumo médio mensal (CMM), calculando o número de dias

cobertos. A meta estipulada para o indicador de cobertura de estoque foi definida para

manutenção de um estoque de 30 dias somado ao estoque de segurança, que foi calculado

baseado no tempo de reposição do hospital, ou seja, o tempo entre a emissão da solicitação do

pedido de compras pela farmácia e a entrega real do material no estoque. Dessa forma, tempo

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de reposição do hospital é em média 10 dias, totalizando os 40 dias previstos para a cobertura.

Este indicador foi mensurado mensalmente através do relatório de Cobertura de estoque.

O indicador referente a Compras de Urgência diz respeito a solicitações de

medicamentos padronizados, que ocorrem quando não há controles efetivos dos estoques nos

centros estocadores, causando a situação de pedidos de emergência de medicamentos e/ou

materiais que foram esgotados. Foi definida uma meta razoavelmente baixa por se tratar de

itens que deveriam constar no estoque que são adquiridos através de compras convencionais,

sendo que quando são comprados em caráter emergencial são muito mais onerosos e por isso

a tolerância foi muito pequena. O indicador foi medido mensalmente através do relatório

Entrada de Empréstimos - Drogarias, onde estas compras são efetuadas e traz a informação da

justificativa para a compra emergencial classificadas como: Levantamento de Demanda (LD);

Baixo Uso (BU); Processo de Compras (PC).

O indicador de compras de não padronizados refere-se a compras de medicamentos

que não contemplam o arsenal terapêutico selecionado para o hospital, sendo adquiridos para

atender a uma demanda específica. A solicitação de compra de não padrão pode ser feito por

qualquer médico através do preenchimento de formulário específico. Este é encaminhado à

farmácia e analisado pelo farmacêutico que insere seu parecer. A análise se baseia na

cobertura do convênio em relação ao medicamento solicitado e se há alternativa padronizada

no hospital. Se o convênio cobre a compra é efetuada pela própria farmácia, se não há

cobertura é feito um comunicado ao médico solicitante. A relação de solicitação de não

padronizados é apresentada à Comissão de Farmácia e Terapêutica na ocasião das reuniões

ordinárias para discutir a viabilidade de padronização dos mais requisitados. Este indicador

será medido mensalmente através do relatório de Compras de Não Padronizados.

O indicador que se refere ao monitoramento de perdas por validade pode indicar

diminuição de consumo de determinado item, falhas no processo de armazenamento (não foi

seguido o sistema “primeiro que expira primeiro que sai”) ou falhas no planejamento de

compras. Em relação ao indicador de perdas, este pode ser mensurado mensalmente através

do relatório de itens vencidos, demonstrando a descrição dos itens, quantidade, local do

estoque e valor da perda. Há disponível um segundo relatório de itens com Validade a Vencer,

de grande utilidade para se realizar uma análise prévia do estoque, em que o período de tempo

de análise pode ser selecionado pelo usuário, fornecendo dados do item a vencer, local de

estoque, lote, saldo, data de entrada, validade, custo unitário e custo total.

Por representar um problema significativo para o serviço impactando em ambas

vertentes do setor (dispensação e CAF), optou-se por selecionar o indicador de devolução.

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47

Quando o medicamento não é administrado por algum motivo, ocorre outro processo

denominado de estorno, que consiste na devolução dos medicamentos distribuídos às

unidades para a farmácia hospitalar. É mensurado mensalmente através do relatório total de

devoluções e taxa de devoluções. Consta também no relatório a taxa de devolução para cada

setor do hospital. A rotina do processo de devolução foi descrita anteriormente (Figura 3).

Paralelamente a incorporação dos indicadores foram elaboradas ferramentas

apresentadas na forma de relatórios informatizados, produzidos pela empresa de tecnologia

em informática terceirizada pelo hospital, junto aos farmacêuticos do serviço. Os relatórios

são disponíveis no software do hospital e atualizadas em tempo real, cujo acesso é permitido

de acordo com o perfil do usuário cadastrado. Essa ferramenta foi criada com o intuito de

fornecer suporte ao processo gerencial, uma vez que engloba as principais necessidades do

serviço, apontadas pelos farmacêuticos, sendo agora possível medir e monitorar o conjunto de

indicadores implementados.

Portanto, a empresa de consultoria realizou a identificação dos processos críticos e

propôs um conjunto de indicadores gerenciais e respectivas metas a serem implementados no

serviço de farmácia, prestando apoio necessário durante as demais etapas do processo.

Perante o relatório elaborado pela empresa, nós, farmacêuticos do setor, iniciamos o

trabalho em equipe para tentar sanar as lacunas apontadas e solucionar os processos falhos,

prosseguindo as etapas de elaboração de planos de ação, implementação, monitoramento e

avaliação.

5.3.4 PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES PARA SOLUÇÃO DO PROBLEMA

Com o intuito de implementar o sistema de indicadores no serviço de farmácia e

promover o alcance das respectivas metas estipuladas, utilizou-se a ferramenta de gestão

5H2H.

Foram construídos cinco planos de ação, sendo um para cada indicador, utilizando a

planilha modelo abaixo (Quadro 4):

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48

Quadro 4: Quadro modelo para construção dos planos de ação (elaboração própria).

5.3.5 IMPLEMENTAÇÃO

Cada plano de ação foi composto de três ações definidas pelo próprio pesquisador,

com base na análise de processos que necessitavam ser implementados ou aperfeiçoados,

visando o alcance dos objetivos propostos, contendo suas respectivas responsabilidades,

tempo de execução, custos e monitoramento.

5.3.6 MONITORAMENTO

A avaliação das ações realizadas bem como o monitoramento dos indicadores

procedeu-se através da impressão no último dia de cada mês do relatório geral denominado

book gerencial da farmácia, onde consta a relação de todos os indicadores e seus respectivos

resultados compilados.

5.3.7 AVALIAÇÃO DO EFEITO DAS AÇÕES

Esse é um ponto de decisão. Caso as ações implementadas tenham sucesso total e o

problema tenha sido resolvido, é possível passar diretamente para a etapa de conclusão. Caso

contrário ações corretivas deverão ser implementadas. Dessa forma, após o fechamento de

cada mês foram realizadas reuniões onde se analisava criteriosamente as ações realizadas

referentes aos processos implementados, a fim de detectar os pontos falhos, o alcance das

intervenções e as melhorias obtidas.

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49

5.3.8 APERFEIÇOAMENTO DO PLANO DE AÇÕES

Mediante a identificação dos pontos falhos das intervenções realizadas, eram

discutidos processos alternativos e adequações com o intuito de alcançar os objetivos

propostos. Frente ao consenso entre a equipe, eram eleitas as modificações que estimavam-se

ser as mais efetivas e viáveis para o serviço.

5.3.9 CONCLUSÃO DOS CICLOS DA PESQUISA-AÇÃO

No período de janeiro a dezembro de 2014 procedeu-se à realização das etapas da

pesquisa desde o diagnóstico, planejamento, implementação, ajustes e adequações dos planos,

encerrando, portanto, a pesquisa propriamente dita, conforme prazo estipulado pela direção do

hospital e consequentemente cronograma da pesquisa.

5.4 Fonte de dados

Os dados foram obtidos através dos relatórios gerenciais informatizados:

Cobertura de Estoque;

Cobertura de Estoque Quimioterapia;

Compras de Não Padronizados;

Entrada de Empréstimos – Drogarias;

Ferramenta de compras;

Itens com Validade a Vencer;

Total de Devoluções;

Taxa de Devoluções;

5.5 Tratamento dos dados

Os resultados em relação à avaliação dos indicadores gerenciais foram expressos sob a

forma de quadros, tabelas, gráficos e fluxogramas utilizando-se os programas Microsoft Excel

2013®, Microsoft Word 2013® e Corel Draw 15®.

Fez- se uso da estatística descritiva através do cálculo da média, mediana, desvio

padrão seguida do Teste t com p valor <0,05. As análises foram realizadas através do

GraphPad Prism® versão 5.

As análises supracitadas foram realizadas para avaliação dos indicadores gerenciais de

Cobertura de estoque; Compras de urgência; Compras de não padronizados; Perdas e

Devolução referente ao ano de 2013 e 2014. Os resultados referentes ao ano de 2013 foram

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50

calculados através de relatórios retroativos informatizados e manuais, a fim de configurar o

panorama de antes e depois da implantação do novo processo gerencial.

5.6 Limitações do estudo

A principal limitação do estudo se refere ao fato dele ter sido realizado em um único

estabelecimento considerando a realidade inerente ao local em questão: razão social, gestores,

atividades, recursos humanos e materiais, podendo diferir de outras instituições que possuem

peculiaridades quanto ao processo gerencial. Desta forma, a generalização dos resultados

obtidos deve ser considerada com cautela.

Em relação ao processo de devolução, realizou-se treinamentos direcionados a equipe

de enfermagem, porém o mesmo não foi realizado com profissionais prescritores.

Outra limitação foi a dificuldade de se obter estudos na literatura relacionados ao

emprego dos indicadores gerenciais principalmente na área da farmácia, dificultando a análise

comparativa dos resultados destes de forma geral. Dessa forma para a elaboração da discussão

foram utilizadas referências relacionadas às ações executadas e abordagens sobre cada

indicador separadamente.

5.7 Questões éticas

O presente estudo foi realizado com autorização do Hospital onde a pesquisa foi

desenvolvida (Anexo 1).

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51

6 RESULTADOS

Os resultados foram contabilizados mensalmente através dos relatórios gerenciais

informatizados implementados e serão expostos separadamente para cada indicador abordado

no estudo. Primeiramente serão detalhadas as ações componentes do plano, seguidas pela

exposição dos resultados dos indicadores no ano de 2014 em relação à meta, posteriormente

uma comparação entre os anos de 2013 e 2014 e finalizando com as análises estatísticas

pertinentes.

O Quadro 5 demonstra o resultado dos indicadores gerenciais no mês de janeiro de

2014, configurando o cenário do setor de antes da implementação dos planos de ação.

Quadro 5: Resultado dos indicadores no mês de janeiro de 2014.

Cobertura de

Estoque

Compras de Urgência Compras de Não

Padronizados

Perdas Devolução

55,6 dias R$ 1199,51 R$ 1143,00 R$ 3348,71 13,26%

6.1 Indicador de cobertura de estoque

O plano de ação elaborado para este indicador foi realizado dentro dos prazos

estipulados e todas as ações foram concluídas conforme exposto no Quadro 6.

Quadro 6: Plano de ação do indicador Cobertura de Estoque.

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A primeira ação foi considerada a mais impactante no que se diz respeito ao alcance da

cobertura de estoque desejada. Como mencionado anteriormente, a programação de compras

de materiais e medicamentos não era sistematizada, dessa forma, foi um processo que

necessitou ser definido e implementado, considerando padrões definidos de políticas de

estoque e a logística de suprimentos do hospital. A responsabilidade desse processo foi dos

farmacêuticos do setor e o tempo de execução foi de cinco meses, por se tratar de um

processo de maior complexidade. Não houve custos diretos envolvidos para a implantação.

A reestruturação do processo de programação de compras consistiu em definir

parâmetros para o gerenciamento de estoque tais como responsabilidades, consumo médio

mensal, tempo de abastecimento, estoque de segurança e quantidade do pedido. Os relatórios

gerenciais serviram como fonte de informação em relação ao estoque vigente, fornecendo

dados da descrição do produto, custo unitário, consumo dos três últimos meses, consumo

médio, saldo, valor em estoque para cada item e cobertura em dias.

Por conseguinte, procedeu-se a sistematização do processo de programação de

compras, em que foi definido que a responsabilidade seria inteiramente dos farmacêuticos,

repassando a relação dos itens e quantidades a serem adquiridas, na data previamente

acordada, para o setor de compras do hospital. Foi definido o tempo de abastecimento de 30

dias com exceção para os itens de grande volume (soluções de grande volume, gaze,

compressas, esparadrapos, cateteres, equipos, agulhas, seringas, fraldas e luvas), que seriam

adquiridos para 15 dias devido à limitação do espaço físico, bem como produtos nutricionais,

que devido à peculiaridade da sua demanda optou-se por ter sua aquisição semanal após

avaliação junto à equipe nutricional; a quantidade do pedido seria o suficiente para cobrir 40

dias de estoque considerando o saldo atual de cada item e estipulando o estoque de segurança

para 10 dias.

A segunda ação consistiu na avaliação dos itens sem giro, ou seja, itens que não

haviam saídas há pelo menos três meses (Tabela 1). A identificação desses itens foi útil para

elaborar estratégias com a finalidade de tentar utilizar alguns destes produtos e avaliar a

viabilidade ou não de sua permanência na padronização. A responsabilidade desse processo

foi dos farmacêuticos do setor e o tempo de execução de um mês. Não houve custos diretos

envolvidos para a implantação.

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53

Tabela 1: Itens de baixo consumo em estoque.

MATERIAIS/MEDICAMENTOS

AÇÃO

SALDO

CUSTO

UNITÁRIO (R$)

VALOR EM

ESTOQUE (R$)

AGULHA PERIDURAL PEDIÁTRICA 20GX2 TENTAR USO 25 54,99 1374,73

CARBAMAZEPINA CR 400 MG DESPADRONIZAR 424 1,21 514,61

DESFLURANO 240ML TENTAR USO 48 218,4 10521,22

DIFENIDRAMINA 50MG/ML DEVOLVER 455 10,2 4641,91

EQUIPO MICROFIX SANGUE DEVOLVER 117 12,57 1470,77

KIT CATARATA KF 903 DEVOLVER 36 131,98 4751,28

PRAVASTATINA 20MG DESPADRONIZAR 180 0,7 126,25

PROLENE 7-0 C/A 8704T DEVOLVER 48 119,01 5712,38

Os motivos identificados para a baixa rotatividade destes itens foram: a

disponibilidade de alternativas farmacêuticas e terapêuticas mais eficientes, uso de materiais

para uma demanda cirúrgica específica, aquisições em quantidades superiores ao uso, entrega

equivocada e associações de fármacos que dificultam sua utilização. A tabela completa se

encontra em apêndice (Apêndice 1).

As ações efetuadas para estes itens foram solicitação de uso ao corpo clínico (7,4%),

negociação de troca com fornecedor (45,28%) e sugestão de itens para despadronização

(47,16%) (Figura 4).

Figura 4: Ações efetuadas para itens sem rotatividade no estoque há no mínimo três meses.

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Do total de itens passíveis de negociação com fornecedor, 91,66% eram compostos

por fios cirúrgicos, os quais se obteve a troca dos mesmos por outros de alto consumo

evitando sua perda.

A terceira ação foi a elaboração do levantamento referente ao estoque de

quimioterápicos, cujo custo em geral é elevado. Foi realizada a descrição dos itens dessa

classe em estoque no setor, saldo, seu custo unitário e o valor total de cada medicamento

(Tabela 2). A ação teve o intuito de demonstrar o capital imobilizado, a fim de evitar perdas

dos medicamentos adquiridos, bem como constituir fator de incentivo ao desenvolvimento do

serviço que estava sendo pouco solicitado. A responsabilidade desse processo foi dos

farmacêuticos do setor e o tempo de execução de um mês. Não houve custos diretos

envolvidos para a implantação.

Tabela 2: Análise custo de medicamentos quimioterápicos.

NOME QUÍMICO CUSTO UNITÁRIO

DE COMPRA (R$)

QUANTIDADE

EM ESTOQUE

VALOR TOTAL

(R$)

ACIDO ZOLEDRÔNICO 4mg 205,7 6 1234,2

BLEOMICINA 15UI 45,59 44 2005,96

CARBOPLATINA 50 mg 43,87 15 658,05

CICLOFOSFAMIDA 200 mg 10,99 34 373,66

CICLOFOSFAMIDA 1g 42,24 49 2069,76

CISPLATINA 1 mg /Ml 43,15 2 86,3

CITARABINA 500 mg 17,38 15 260,7

DACARBAZINA 200 mg 44,16 45 1987,2

DAUNORRUBICINA 20 mg 54,83 49 2686,67

DOXORRUBICINA 50 mg 26,23 57 1495,11

FLUORURACILA 250 mg 2,83 35 99,05

FOLINATO DE CALCIO 50 mg 6,24 97 605,28

GRANISETRONA 1 mg /mL 19,2 42 806,4

IRINOTECANO 61,25 7 428,75

METOTREXATO 50 mg 7,68 45 345,6

METOTREXATO 500 mg 81 7 567

OXALIPLATINA 50 mg 58,32 14 816,48

VIMBLASTINA 10 mg 18,66 2 37,32

VINCRISTINA 1 mg 14,32 6 85,92

Foi verificado que o estoque de quimioterápicos agrega um valor total de R$16.649,41

compreendendo 19 medicamentos e um total de 571 unidades no estoque, representando uma

classe de impacto considerável no valor financeiro do estoque e, por isso, passível de

monitoramento e ações direcionadas visando ao aumento da demanda do serviço.

Comparando o número de manipulações no primeiro semestre do ano de 2013, foram

realizadas 128 manipulações; em 2014 no mesmo período esse número cai para 91

manipulações. Considerando a média anual, em 2013 o número de manipulações foi 21, e em

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2014, foi de 15 manipulações mensais. A partir do mês de agosto de 2014, o número de

manipulações retomou o perfil ascendente após a apresentação para instâncias superiores da

análise realizada (Figura 5).

Figura 5: Número de manipulações de quimioterápicos nos anos de 2013 e 2014.

Em relação aos resultados para esse indicador, a meta estipulada foi de 40 dias de

cobertura, sendo alcançada nos meses de abril, julho e dezembro no ano de 2014.

A figura 6 expõe os resultados mensais para o indicador de cobertura de estoque no

ano de 2014 e sua respectiva meta estipulada.

Figura 6: Indicador de cobertura de estoque no ano de 2014.

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56

Considerando os resultados desse indicador nos anos de 2013 e 2014, observa-se que

apenas nos meses de janeiro e junho a cobertura de estoque foi menor no ano de 2013.

A Figura 7 demonstra a comparação dos resultados entre os anos de 2013, antes da

implementação das ações e no ano de 2014 em que ocorre a estruturação do novo processo.

Figura 7: Indicador de cobertura de estoque nos anos de 2013 e 2014.

Ao realizar uma análise comparativa, o indicador referente à cobertura de estoque em

2013 resultou em uma média de 51 dias de estoque (desvio padrão=4,67; mediana=50,56 e

coeficiente de variação=9,16%). Em 2014 a média obtida foi reduzida para 45 dias (desvio

padrão=6,41; mediana=42,79 56 e coeficiente de variação=14,15%), resultante das ações

implementadas, sendo a meta estipulada de 40 dias.

Na figura 8 os resultados do indicador de cobertura de estoque são expressos como

média ± desvio padrão. Foi observado que 2014 apresentou uma redução significativa de

11,76% em relação à média de 2013.

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57

Cobertura de estoque

2013 20140

20

40

60 *

Dia

s

Figura 8: Resultado da cobertura de estoque dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de média ±

desvio padrão com p=0,0231.

Na figura 9 os resultados do indicador de cobertura de estoque são expressos em

comparação com a meta estipulada de 40 dias.

Cobertura de estoque em relação a meta

2013

2014

0

5

10

15

Figura 9: Resultado da cobertura de estoque dos anos de 2013 e 2014 expressos em comparação com

a meta.

Na figura 10 os resultados do indicador de cobertura de estoque são expressos como

mediana ± intervalo interquartílico. Foi observado que 2014 apresentou uma redução

significativa de 15,36% em relação à mediana de 2013.

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58

Cobertura de estoque

2013 20140

20

40

60

Figura 10: Resultado da cobertura de estoque dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de

mediana ± intervalo interquartílico com p=0,0231.

Isso significa que as ações realizadas foram eficientes uma vez que resultou em

reduções significativas da cobertura de estoque tanto em relação à média quanto em relação à

mediana, tornando o processo de controle de estoque mais racional, com menor imobilização

de capital e com avaliação e monitoramento sistematizado dos processos relacionados a

central de abastecimento.

6.2 Indicador de compras de urgência

O plano de ação elaborado para este indicador foi realizado dentro dos prazos

estipulados e todas as ações foram concluídas (Quadro 7).

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59

Quadro 7: Plano de ação do indicador Compras de Urgência.

A primeira ação adotada foi redefinir as responsabilidades da aquisição desses itens.

Optou-se por delegar esse processo aos farmacêuticos a fim de que se proceda a avaliação

minuciosa quanto à necessidade, viabilidade, análise de alternativas padronizadas,

identificação de causalidades e possíveis falhas no processo, buscando a racionalização dessas

aquisições. O tempo de execução foi de sete dias e não houve custos diretos envolvidos para a

implantação.

A segunda ação compreendeu a análise das aquisições dos itens de urgência em

relação às justificativas registradas no momento da compra. Essas justificativas possuem o

intuito de explicar a falta do medicamento no estoque da farmácia, quando se trata de itens

padronizados. Entre os períodos de março a junho de 2014 foi observado que 31,17% das

aquisições tratava-se de itens de baixo consumo; 33,53% tiveram como justificativa falha no

levantamento de demanda, e o maior índice de aquisições, 35,3% se deve ao processo de

compras (Figura 11).

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Figura 11: Justificativas registradas para a realização das compras de urgência (elaboração

própria).

A fim de auxiliar no controle dessas aquisições, foi elaborada uma planilha mais

resumida contendo apenas dados referente à data, fornecedor, descrição do item, quantidade,

valor da compra, justificativa e valor gasto até o momento, com o intuito de monitorar o saldo

dessas compras, uma vez que o relatório informatizado só é retirado no último dia do mês

juntamente com os demais relatórios. O relatório de entrada de empréstimo-drogaria, dispõe

dos dados de registro da aquisição como descrição do item, data, quantidade, custo unitário,

custo total, fornecedor, número do movimento e justificativa que é preenchido pelo

farmacêutico que efetuou a aquisição.

A terceira ação foi elaborar a curva ABC (Figura 12), para os itens pedidos em compra

de urgência e definir um novo padrão de aquisição para os mesmos através desta

classificação, a fim de reduzir tais gastos. A responsabilidade desse processo foi dos

farmacêuticos do setor e o tempo de execução de quinze dias. Não houve custos diretos

envolvidos para a implantação.

Para a sua execução foi elaborada uma planilha constando todos os itens adquiridos

em compras emergenciais no período de março a junho de 2014, contabilizou-se seu consumo

e valor unitário gerando o valor total de cada item no período citado. A partir daí calculou-se

a percentagem que cada item representa no somatório total do valor de compras e a

percentagem acumulada desse valor, obtendo a classificação ABC considerando A=70%,

B=20% e C=10% desse percentual acumulado. A utilização dessa ferramenta teve por

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61

objetivo identificar os itens mais representativos em valor nessas compras emergenciais para

que se possa traçar uma medida gerencial específica para tentar reduzir a sobrecarga desse

indicador.

Concluiu-se que dentro do grupo de itens classificados como A, 60% destes

pertenciam ao centro de custo que são medicamentos multidoses como itens de uso tópico

(pomadas, cremes, géis e colírios) e líquidos orais (soluções e suspensões) sendo os mais

representativos nestas compras. Observou-se também que 75% dos itens multidose foram

classificados como A, 16,4% como B e 8,3% classificados como C. Dessa forma definiu-se

que para todos os itens de centro de custo com consumo estável, sua aquisição nas compras

mensais seria programada para 60 dias a fim de ampliar o estoque de segurança para esses

itens considerados críticos no processo de aquisição emergencial.

Essa decisão foi tomada levando em consideração não só o estudo realizado, mas

também questões logísticas como custo, giro, perda e espaço. Por serem itens que embora

impactassem consideravelmente nas compras emergenciais, na aquisição mensal convencional

que é realizada através de cotação, eles eram obtidos a custos bem menores, ainda mais sendo

em maiores quantidades. Por se tratar de itens de alto consumo não iriam sofrer perdas e nem

prejudicariam o espaço físico por possuírem local de armazenamento próprio em armários e

prateleiras. Observou-se que a partir de julho as compras de urgência começaram a reduzir.

Figura 12: Curva ABC para itens adquiridos em compras de urgência de março a junho de 2014.

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62

Quanto aos resultados para esse indicador em relação à meta estipulada, esta não foi

alcançada em nenhum mês no ano de 2014.

A figura 13 expõe os resultados mensais para o indicador de compras de urgência no

ano de 2014 e sua respectiva meta estipulada.

Figura 13: Indicador de compras de urgência no ano de 2014.

Considerando os resultados desse indicador nos anos de 2013 e 2014, observa-se que

apenas no mês de fevereiro a compra de urgência foi menor no ano de 2013.

A Figura 14 demonstra a comparação dos resultados entre os anos de 2013, antes da

implementação das ações e no ano de 2014 em que ocorre a estruturação do novo processo.

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63

Figura 14: Indicador de compras de urgência nos anos de 2013 e 2014. (valores em R$)

Verificou-se que em 2013 a média de valor de compras foi de R$5822,90 (desvio

padrão = R$3393,27, mediana= R$5312,47 e coeficiente de variação = 58,27%). Em 2014, a

média obtida foi reduzida para R$2473,43 (desvio padrão = R$1284,03, mediana =

R$2535,77 e coeficiente de variação = 51,91%), resultante das ações implementadas, sendo a

meta estipulada o valor de R$200,00.

Na figura 15 os resultados do indicador de compras de urgência são expressos como

média ± desvio padrão. Foi observado que 2014 apresentou redução significativa de 57,52%

em relação à média de 2013.

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Compras de urgência

2013 20140

2000

4000

6000

8000

Figura 15: Resultado das compras de urgência dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de média

± desvio padrão com p=0,0042.

Na figura 16 os resultados do indicador de compras de urgência são expressos em

comparação com a meta estipulada de R$ 200,00 mensais.

Compras de urgência em relação a meta

2013 20140

2000

4000

6000

8000

Figura 16: Resultado das compras de urgência dos anos de 2013 e 2014 expressos em comparação

com a meta.

Na figura 17 os resultados do indicador de compras de urgência são expressos como

mediana ± intervalo interquartílico. Foi observado que 2014 apresentou redução significativa

de 52,26% em relação à mediana de 2013.

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65

Compras de urgencia

2013 20140

20

40

60

Figura 17: Resultado das compras de urgência dos anos de 2013 e 2014, expressos na forma de

mediana ± intervalo interquartílico com p=0,0042.

Isso significa que as ações realizadas foram eficientes uma vez que resultou em

reduções significativas nas compras de urgência tanto em relação à média quanto em relação à

mediana. Embora a meta não tivesse sido alcançada, estatisticamente, essa redução foi

bastante considerável, demonstrando uma melhora em relação às compras de urgência.

Através da avaliação dos pontos falhos, foi possível direcionar estratégias mais efetivas que

conduziram a um processo mais parametrizado e mais próximo dos padrões exigidos.

6.3 Indicador de compras de não padronizados

O plano de ação elaborado para este indicador foi realizado dentro dos prazos

estipulados e todas as ações foram concluídas (Quadro 8).

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66

Quadro 8: Plano de ação do indicador de Compras de Não Padronizados.

A primeira ação foi a inclusão da diretoria no fluxo do procedimento de compras de

não padronizados. Até este momento, a farmácia era a única responsável pela aprovação das

solicitações enviadas pelos médicos, com a mudança do fluxo, essa aquisição dependerá da

autorização prévia da direção na própria ficha de solicitação de não padronizados (Anexo 3)

constando assinatura, carimbo e data do diretor responsável pela análise. A responsabilidade

desse processo foi dos farmacêuticos do setor e o tempo de execução de quinze dias. Não

houve custos diretos envolvidos para a implantação.

A próxima ação executada foi a análise das solicitações de medicamentos não

padronizados que chegaram até a farmácia no período de outubro de 2013 a agosto de 2014. A

responsabilidade desse processo foi dos farmacêuticos do setor e o tempo de execução de um

mês. Não houve custos diretos envolvidos para a implantação.

Conforme representado na Figura 18, a maior parte dos medicamentos (61,8%)

obtiveram apenas uma solicitação e apenas 1,81% dos medicamentos apresentaram 9

solicitações, representando grande diversidade de medicamentos requisitados. As 141

solicitações de medicamentos não padronizados recebidas se dirigiam a aquisição de 52

produtos diferentes, sendo 48% deles direcionados ao setor pediátrico (UMC e UTI neonatal e

pediátrica), e 60% dos itens incorporados foram direcionados a esse público.

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67

Figura 18: Frequência das solicitações de medicamentos não padronizados no período de

outubro de 2013 a agosto de 2014.

Paralelo ao processo de análise de solicitações para inclusão de produtos, foi efetuada

também uma revisão na lista de padronizados do hospital, selecionando os medicamentos

candidatos à despadronização, tópico este que seria discutido na reunião de padronização

anual. Essa análise consistiu não só na seleção dos itens como também na exposição da

justificativa para sua retirada da lista.

Foi observado que a maior proporção das causas para despadronização dos

medicamentos selecionados foi o baixo consumo (32,35%), seguido da disponibilidade de

alternativas farmacêuticas (23,53%) e medicamentos cuja validade foi expirada (20,59%), o

que justifica sua retirada da lista. Há na lista elaborada 17,65% de medicamentos que

possuem alternativas terapêuticas padronizadas e 5,88% representam fármacos em associação

(Figura 19).

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68

Figura 19: Situações que justificam o processo de despadronização dos medicamentos

selecionados.

A última ação referente a esse indicador consistiu em propor junto a enfermeira

responsável, a seleção de uma listagem padrão para materiais médico hospitalar, uma vez que

esse processo era definido apenas para os medicamentos. Foi sugerido que a lista seria

composta dos materiais disponíveis em estoque e aqueles avaliados na próxima reunião de

padronização. A responsabilidade desse processo foi dos farmacêuticos do setor e o tempo de

execução de um mês. Não houve custos diretos envolvidos para a implantação.

Foram selecionados 26 itens para serem discutidos na reunião ordinária anual quanto à

sua permanência na lista padrão (Tabela 3). Esses itens normalmente eram adquiridos nas

compras mensais, entretanto fez-se necessária sua avaliação, pois se tratava de 8 itens que

estavam em duplicidade no estoque, ou seja, utilizados para a mesma finalidade com pouca

diferenciação entre si, como cateteres de acesso periférico e central, bolsas de colostomia e

acessório para múltiplas infusões. Os demais 18 itens eram compostos por agulhas peridurais

e fios cirúrgicos que possuem baixo ou nenhum consumo sendo que alguns deles tiveram seu

prazo de validade expirado em 2014.

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Tabela 3: Materiais a serem avaliados no processo de seleção e a justificativa para sua não inclusão.

MATERIAIS PARA SEREM AVALIADOS NO

PROCESSO DE SELEÇÃO

JUSTIFICATIVA PARA NÃO INCLUSÃO

AGULHA PERIDURAL PEDIÁTRICA 20GX2 PRAZO DE VALIDADE EXPIRADO

AGULHA PERIDURAL TUOHY 18G 1,3X90 PRAZO DE VALIDADE EXPIRADO

AGULHA PERIDURAL WEISS G-17 5' 1,4X127 PRAZO DE VALIDADE EXPIRADO

BOLSA DE COLOSTOMIA 30MM BAIXO CONSUMO E HÁ BOLSA DE 15mm

CAPROFYL 2 C/A CF113T BAIXO CONSUMO

CAPROFYL 2 C/A CF801T/Y351H/Y275H BAIXO CONSUMO

CAPROFYL 2 C/A CF811T BAIXO CONSUMO

CAPROFYL 3 C/A CF122T/Y316H PRAZO DE VALIDADE EXPIRADO

CATETER INSYTE 14G 1,77 HÁ CATETER INTROCAN 14G

CATETER INSYTE 16G 1,77 HÁ CATETER INTROCAN 16G

CATETER INSYTE 18G 1,88 HÁ CATETER INSYTE 18G 1,16 E

INTROCAN 18G

CATETER INSYTE 20G 1,16 HÁ CATETER INSYTE 20G 1,00 E

INTROCAN 20G

CATETER INSYTE 22G 1,00 HÁ CATETER INTROCAN 22G

CATETER INTRACATH 16G PRAZO DE VALIDADE EXPIRADO E HÁ

MONO LUMEN /DUPLO LUMEN

CATGUT CROM 1-0 C/A 48G BAIXO CONSUMO

CATGUT CROM 2-0 S/A CC124T BAIXO CONSUMO

CATGUT CROM 3-0 C/A 810T BAIXO CONSUMO

CATGUT CROM 5-0 C/A U202T BAIXO CONSUMO

CATGUT SIMPLES 3-0 S/A CS 103T BAIXO CONSUMO

DISCOFIX 3 HÁ DISCOFIX COM EXTENSÃO

MERSILENE 3-0 C/A 9762T BAIXO CONSUMO

MONONYLON 0 C/A BAIXO CONSUMO

MONONYLON 8-0 C/A 2808G/W2808 BAIXO CONSUMO

PDS II 6-0 C/A Z123H BAIXO CONSUMO

PROLENE 7-0 C/A 8704T PRAZO DE VALIDADE EXPIRADO

VICRYL 3-0 C/A JP683G BAIXO CONSUMO

Quanto aos materiais com mesma finalidade de uso, optou-se por sugerir aquele que

possui maior consumo médio mensal (CMM) considerando os meses de maio, junho e julho

de 2014. A bolsa de colostomia de 15mm apresenta CMM = 87 e a bolsa de 30mm CMM = 5

unidades. O discofix com extensão apresenta CMM = 1094, o sem extensão CMM = 331.

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Quanto aos cateteres de acesso periférico, o cateter introcan 14G apresenta CMM = 62 e o

insyte = 35 unidades; cateter introcan 16G apresenta CMM = 31 e o insyte = 14 unidades;

cateter introcan 18G apresenta CMM = 84 e o insyte 18G 1,88 = 41 unidades; cateter introcan

20G apresenta CMM = 442 e o insyte 20G 1,16 = 79 unidades; cateter introcan 22G apresenta

CMM = 764 e o insyte 159 unidades.

Quanto aos resultados para esse indicador no ano de 2014, somente não foi atingida a

meta no mês de agosto.

A figura 20 expõe os resultados mensais para o indicador de compras de não

padronizados no ano de 2014 e sua respectiva meta estipulada.

Figura 20: Indicador de compras de não padronizados no ano de 2014.

Considerando os resultados desse indicador nos anos de 2013 e 2014, observa-se que

apenas no mês de fevereiro a compra de não padronizados foi menor no ano de 2013.

A Figura 21 demonstra a comparação dos resultados entre os anos de 2013, antes da

implementação das ações e no ano de 2014 em que ocorre a estruturação do novo processo.

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Figura 21: Indicador de não padronizados nos anos de 2013 e 2014. (valores em R$)

Observou-se que em 2013 a média foi de um valor de compras de R$1937,81 (desvio

padrão = R$1361,25, mediana = R$1747,63 e coeficiente de variação = 70,24%). Já em 2014

a média obtida foi reduzida para R$596,98 (desvio padrão = R$418,72, mediana = R$454,58 e

coeficiente de variação = 70,14%), resultante das ações implementadas, sendo a meta

estipulada um valor de R$1300,00.

Na figura 22 os resultados do indicador de compras de não padronizados são expressos

como média ± desvio padrão. Foi observado que 2014 apresentou redução significativa de

69,19% em relação à média de 2013.

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Compras NP

2013 20140

500

1000

1500

2000

2500

Figura 22: Resultado das compras de não padronizados dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma

de média ± desvio padrão com p=0,0034.

Na figura 23 os resultados do indicador de compras de não padronizados são expressos

em comparação com a meta estipulada de R$1300,00 mensais.

Compras NP em relação a meta

2013 2014

-1000

-500

0

500

1000

1500

Reais

Figura 23: Resultado das compras de não padronizados dos anos de 2013 e 2014 expressos em

comparação com a meta.

Na figura 24 os resultados do indicador de compras de não padronizados são expressos

como mediana ± intervalo interquartílico. Foi observado que 2014 apresentou redução

significativa de 73,98% em relação à mediana de 2013.

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Compras de NP

2013 20140

1000

2000

3000

Figura 24: Resultado das compras de não padronizados dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma

de mediana ± intervalo interquartílico com p=0,0034.

Isso significa que as ações realizadas foram eficientes uma vez que resultou em

reduções significativas das compras de não padronizados tanto em relação à média quanto em

relação à mediana, resultando em um maior controle do processo de seleção de materiais e

medicamentos, baseado em avaliações mais criteriosas aumentando as chances de sucesso do

processo.

6.4 Indicador de perdas

O plano de ação elaborado para este indicador foi realizado dentro dos prazos

estipulados e todas as ações foram concluídas (Quadro 9).

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Quadro 9: Plano de ação do indicador de Perdas.

A primeira ação que visou reduzir as perdas por validade foi incorporar o

gerenciamento prévio das validades na rotina do serviço de farmácia. A responsabilidade

desse processo foi dos farmacêuticos do setor e o tempo de execução de cinco meses. Não

houve custos diretos envolvidos para a implantação.

Essa análise era realizada com, no mínimo, três meses de antecedência à validade dos

itens, com o intuito de dispor de tempo hábil para tentar estratégias que impedissem sua

perda, tais como comunicação com corpo clínico para verificar a viabilidade do uso quando

possível e trocas com outros hospitais. O relatório de itens com validade a vencer foi uma

ferramenta de grande utilidade que forneceu dados do item a vencer, local de estoque, lote,

saldo, data de entrada, validade, custo unitário e custo total, podendo ser retirado pelo prazo

estabelecido pelo indivíduo.

O índice de perdas e perdas prevenidas (Figura 25) de cada mês do ano de 2014 desde

que se iniciou o processo de controle das validades, perfez uma média de 34,1% de itens

perdidos, que constituem os itens vencidos e 65,9% de perdas prevenidas, que se refere a itens

que não tiveram seu prazo de validade expirado devido ao sucesso das intervenções

realizadas, ou seja, itens os quais foi possível evitar sua perda. No mês de outubro pode se

observar uma discrepância dos demais meses, sendo quase em sua totalidade a percentagem

de itens vencidos, que se deve ao fato de este mês não ter ocorrido o gerenciamento das

validades.

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Figura 25: Comparação entre proporções de perdas e perdas prevenidas de medicamentos e materiais

no ano de 2014.

Ao realizar o levantamento dos itens vencidos em 2014, observou-se que 91,83% das

perdas foram de medicamentos, 3,57% de materiais médico hospitalares e 4,59% foram

referentes aos produtos nutricionais (Figura 26).

Figura 26: Proporção de itens vencidos em 2014 por categoria.

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Na Figura 27, observa-se a proporção mensal de perdas referentes a medicamentos,

materiais médico hospitalares e produtos nutricionais.

Figura 27: Levantamento mensal de itens vencidos em 2014 por categoria.

A segunda ação trata-se de colocar em prática uma das normas das boas práticas de

armazenagem, que é ordenar pelo método de controle de fluxo de estoques do Primeiro que

Vence Primeiro que Sai (PVPS). Dessa forma, ao analisar mensalmente as planilhas, os itens

cuja validade expiraria primeiro eram organizados de forma a permanecerem segregados dos

demais lotes na área da dispensação, identificados com etiquetas contendo alertas como

“SAIR PRIMEIRO”, sendo essas saídas monitoradas a fim de verificar o cumprimento do

método. A responsabilidade desse processo foi dos farmacêuticos do setor e o tempo de

execução de cinco meses. Não houve custos diretos envolvidos para a implantação.

A terceira ação apresentou como objetivo detectar as falhas relacionadas ao processo

de controle de validade no início da cadeia, que é no momento do recebimento dos produtos.

Consistiu em avaliar a entrega através do preenchimento da ficha de avaliação de desempenho

de fornecedores, elaborado pelos farmacêuticos (Apêndice 2). A responsabilidade desse

processo foi dos farmacêuticos do setor e o tempo de execução de cinco meses. Não houve

custos diretos envolvidos para a implantação.

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Esse preenchimento foi realizado pelos estagiários do curso técnico de farmácia após

treinamento ministrado pelos farmacêuticos. A ficha deve ser preenchida com dados do

fornecedor (empresa, número da nota fiscal e data da entrega), seguida do checklist abordando

questões referentes a embalagem, especificação do material solicitado, quantidade, preço,

integridade das caixas padrão e do produto, prazo de validade, armazenamento de

termolábeis, atrasos na entrega e outros.

O funcionário da CAF responsável pelo recebimento deve solicitar a presença do

estagiário no momento do recebimento de produtos, em que ele executará a avaliação tendo

em mãos a ordem de compra fornecida pelo setor de compras para realizar a comparação,

assinalando o campo que ocorreu a divergência quando ocorrer. Nesta ocasião o farmacêutico

deve ser comunicado da ocorrência para que possa entrar em contato com o setor de compras

ou fornecedor a fim de solucionar o problema. O farmacêutico deverá preencher a lacuna da

ficha em que contém a classificação de risco da falha (risco maior, risco médio, risco menor)

para que se possa ser contabilizado no processo de qualificação de fornecedores do hospital.

O prazo de validade aceitável pelo hospital é no mínimo de doze meses para ocorrer a

expiração, sendo que entregas com o prazo de validade inferior a este devem vir

acompanhadas de carta de troca em que o fornecedor se compromete a realizar a troca caso o

item não seja utilizado.

Entre os meses de março a dezembro de 2014, 14% das entregas estavam em

desacordo com o prazo estipulado. Contudo, todas as divergências foram solucionadas ao

entrar em contato com os fornecedores, através de contato eletrônico, os quais enviaram as

cartas de troca solicitadas.

Em relação aos resultados para esse indicador, a meta estipulada foi de R$ 1000,00,

sendo alcançada nos meses de março, abril, maio, junho, julho, setembro e dezembro de 2014.

A figura 28 expõe os resultados mensais para o indicador de perdas no ano de 2014 e

sua respectiva meta estipulada.

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Figura 28: Indicador de perdas no ano de 2014. (valores em R$)

Em relação aos resultados desse indicador nos anos de 2013 e 2014, observa-se que

apenas nos meses de janeiro e outubro o índice de perdas foi menor no ano de 2013.

A Figura 29 demonstra a comparação dos resultados entre os anos de 2013, antes da

implementação das ações e no ano de 2014 em que ocorre a estruturação do novo processo.

Figura 29: Indicador de perdas nos anos de 2013 e 2014. (valores em R$)

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79

Ao realizar a análise comparativa, observou-se que em 2013, o valor de perda foi, em

média, R$4888,53 (desvio padrão = R$5636,53, mediana = R$2898,25 e coeficiente de

variação = 115,3%). Em 2014, a média de perdas foi reduzida para R$1217,3 (desvio padrão

= R$822,56, mediana = R$892,93 e coeficiente de variação = 67,57%), resultante das ações

implementadas, sendo a meta estipulada um valor de R$1000,00.

Na figura 30 os resultados do indicador de perdas são expressos como média ± desvio

padrão. Foi observado que 2014 apresentou uma redução significativa de 75% em relação à

média de 2013.

Perdas

2013 20140

2000

4000

6000

8000

Figura 30: Resultado das perdas dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de média ± desvio

padrão com p=0,0361

Na figura 31 os resultados do indicador de perdas são expressos em comparação com a

meta estipulada de R$1000,00 mensais.

Perdas em relação a meta

2013 20140

2000

4000

6000

8000

Figura 31: Resultado das perdas dos anos de 2013 e 2014 expressos em comparação com a meta.

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80

Na figura 32 os resultados do indicador de perdas são expressos como mediana ±

intervalo interquartílico. Foi observado que 2014 apresentou uma redução significativa de

69,19 em relação à mediana de 2013.

Perdas

2013

2014

0

2000

4000

6000

8000

Figura 32: Resultado das perdas dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de mediana ± intervalo

interquartílico com p=0,0361.

Isso significa que as ações realizadas foram eficientes uma vez que resultou em

reduções significativas no índice de perdas tanto em relação à média quanto em relação à

mediana, obtendo progressos em relação às condutas implementadas a fim de buscar cada vez

mais medidas que visem o zelo com os recursos financeiros da instituição.

6.5 Indicador de devolução

O plano de ação elaborado para este indicador foi realizado dentro dos prazos

estipulados e todas as ações foram concluídas (Quadro 10).

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Quadro 10: Plano de ação do indicador de devolução.

A equipe de enfermagem realiza o processo de devolução diariamente, classificando

no relatório de devolução de cada paciente a causa do processo, quais sejam: alta/óbito;

transferência; alteração da prescrição; erro na dispensação; aprazamento; recusa do paciente e

solicitação indevida. Destas causas, duas são passíveis de intervenção, que são por erros na

dispensação e solicitação indevida.

Iniciou-se o plano de ação com a implantação do sistema de dispensação pelo código

de barras, que além de atender exigências referentes à rastreabilidade, acreditava-se que

possibilitaria uma precisão maior na dispensação dos medicamentos e materiais para os

setores, tanto em termos de quantidade quanto em exatidão do item, o que sanaria ou reduziria

a questão da devolução por saídas erradas. A responsabilidade desse processo foi dos

farmacêuticos do setor e o tempo de execução de três meses. Os custos diretos e iniciais

envolvidos para a implantação foi de R$6340,00 investidos nos leitores de código de barras,

impressora específica para emissão de etiquetas, etiquetas e fita para impressão.

O processo de implantação pelo código de barras foi realizado em uma série de etapas.

Iniciou-se com a elaboração do projeto pelo farmacêutico, constando os custos materiais

diretos envolvidos. Após aprovação do projeto pela direção, foi solicitado auxilio da

tecnologia em informática do hospital, a fim de fornecer suporte necessário quanto à

instalação do programa, configuração das etiquetas e habilitação do software do hospital para

dispensação por código de barras. O layout da sala de dispensação foi adaptado a fim de

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estabelecer fluxo adequado para o processo. Posteriormente procedeu-se o treinamento de

toda equipe de funcionários da farmácia quanto à impressão de etiquetas, etiquetagem e

dispensação através do código, sendo que após a etiquetagem de todo estoque, deu-se início

ao processo na rotina.

A próxima ação foi a complementação da primeira, devido à complexidade da

execução do processo, foram geradas algumas pendências a serem solucionadas para que o

objetivo proposto seja alcançado de forma eficiente. A responsabilidade desse processo foi

dos farmacêuticos do setor e o tempo de execução de um mês. Não houve custos diretos

envolvidos para a implantação.

Foi realizado um mapeamento dos problemas identificados tais como etiquetas de

difícil codificação pelos leitores; erros no código de barras de alguns produtos; problemas no

software do hospital; grande volume de itens a serem etiquetados pelos funcionários da CAF;

escassez de recursos humanos na dispensação.

A solução para as questões apontadas foram: a troca de etiquetas por outras de

material mais resistente que impede danos por atrito e manchas no momento da impressão,

permitindo leitura mais eficiente; identificação dos produtos com erros na codificação e

realização do seu recadastramento; mapeamento dos erros no software repassados a

tecnologia em informática; alteração do procedimento de etiquetagem dos materiais médico

hospitalares e ampliação do quadro de funcionários dos turnos diurno e noturno.

Dois dos problemas citados tiveram sua resolução de forma mais morosa, que foram

os erros no software e alteração do procedimento de etiquetagem dos materiais médico

hospitalares. Para solucionar a primeira questão foi realizado um levantamento durante três

dias dos problemas encontrados durante a rotina e sua frequência. Esse mapeamento foi

repassado à tecnologia em informática que, após contato com o nível central solucionou o

problema.

Visto que o estoque da farmácia apresenta grande número e diversidade de itens de

diferentes categorias (medicamentos, materiais e produtos nutricionais), optou-se por

estabelecer uma nova estratégia direcionada aos materiais médico hospitalares. Essa medida

buscou reduzir a sobrecarga do processo de etiquetagem, adaptando à disponibilidade dos

recursos humanos.

Dessa forma os materiais foram divididos em três grupos, A, B e C. O grupo A

(20,48%), composto por uma relação dos materiais elaborada após consenso, pelo critério de

criticidade (cateteres para acesso central, agulhas peridurais, agulhas spinais, filtros para

remoção de componentes do sangue, cânulas, tubos e sondas de aspiração), sendo esses itens

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normalmente etiquetados tal como se procedem com medicamentos, soluções de grande

volume e produtos nutricionais. O grupo B (45,71%) são itens considerados menos críticos

(aseptos, equipos, compressas, gaze, luvas, seringas, agulhas) e por isso optou-se por

cadastrar a etiqueta do próprio produto para leitura. O terceiro grupo (C) são itens que não

apresentam código de barras próprio e não foi considerada relevante sua etiquetagem. Para

esse grupo de materiais criou-se uma lista com código de barras único para cada produto,

devendo ser utilizada sempre que houver prescrição de algum desses itens, perfazendo

33,81% dos materiais. A Figura 33 retrata a proporção dessas classes de materiais no estoque.

Figura 33: Proporção dos grupos de materiais médico hospitalares após a divisão por critério

de criticidade.

A última ação realizada foi a análise estatística do índice de devolução por setor

durante todo ano de 2014, através do relatório Total de Requisições e Devoluções, contendo a

quantidade de requisições, prescrições e devoluções do mês. A responsabilidade desse

processo foi dos farmacêuticos do setor e o tempo de execução foi de um mês. Não houve

custos diretos envolvidos para a implantação.

Essa análise teve como objetivo identificar os setores onde esse problema era mais

incidente, suas possíveis causas e direcionar medidas de tentativa de controle como

treinamentos da equipe de enfermagem e educação diária durante a rotina, visando reduzir as

devoluções por solicitações indevidas. A Figura 34 representa o índice de devolução por setor

do hospital.

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Figura 34: Índice de devolução por setor: Uti Neo= Unidade de Terapia Intensiva Neo Natal;

UMC= Unidade da Mulher e da Criança; UC= Unidade Coronariana; 3A= Setor 3A; 2B=Setor

2B; 2A= Setor 2A; CTI= Centro de Terapia Intensiva

Foi observado que o setor da Unidade 3A foi o que apresentou maior índice de

devolução, seguida pela unidade 2A e CTI. A unidade 3A é uma unidade cirúrgica e por isso

de elevada rotatividade de pacientes; a unidade 2A é uma unidade clínica de grande

diversidade de especialidades e médicos; o CTI é um setor fechado e estima-se que a alta

devolução pode ser atribuída aos óbitos e transferência de pacientes.

Quanto aos resultados para esse indicador em relação à meta, esta não foi alcançada

em nenhum mês no ano de 2014.

A figura 35 expõe os resultados mensais para o indicador de devolução no ano de

2014 e sua respectiva meta estipulada.

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Figura 35: Indicador de devolução no ano de 2014.

Considerando os resultados desse indicador nos anos de 2013 e 2014, observa-se que

apenas nos meses de maio, junho e julho o índice de devoluções foi menor no ano de 2014.

A Figura 36 demonstra a comparação dos resultados entre os anos de 2013, antes da

implementação das ações e no ano de 2014 em que ocorre a estruturação do novo processo.

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Figura 36: Indicador de devolução nos anos de 2013 e 2014.

Verificou-se que em 2013 a média de devolução foi de 13,36% (desvio padrão = 1,58,

mediana = 13,8% e coeficiente de variação = 11,86%). Em 2014, a média manteve-se em

13,96% (desvio padrão = 1,36, mediana = 14,3% e coeficiente de variação = 9,77%),

resultante das ações implementadas, sendo a meta estipulada um valor de 8%.

Na figura 37 os resultados do indicador de devolução são expressos como média ±

desvio padrão. Foi observado em 2014 aumento de 4,49% em relação à média de 2013, sendo

o único indicador que não obteve o sucesso esperado.

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Devolução

2013

2014

0

5

10

15

20

Figura 37: Resultado das devoluções dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de média ± desvio

padrão com p=0,3247.

Na figura 38 os resultados das devoluções são expressos em comparação com a meta

estipulada de 8%.

Devolução em relação a meta

2013

2014

0

2

4

6

8

Figura 38: Resultado das devoluções dos anos de 2013 e 2014 expressos em comparação com a meta.

Na figura 39 os resultados do indicador de devolução são expressos como mediana +-

intervalo interquartílico. Foi observado que 2014 apresentou aumento de 3,62% em relação à

média de 2013, sendo o único indicador que não obteve o sucesso esperado.

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Devolução

2013

2014

0

5

10

15

20

Figura 39: Resultado das devoluções dos anos de 2013 e 2014 expressos na forma de mediana ±

intervalo interquartílico com p=0,3247.

Mesmo com todas as ações implementadas não foi possível alcançar o sucesso

esperado nem melhora no quadro desse indicador. O que demonstra que são necessárias

medidas mais complexas e abrangentes para que se possa tentar os resultados esperados.

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7 DISCUSSÃO

Entre os cinco indicadores estudados foi obtido sucesso em três deles, que foram os

indicadores de cobertura de estoque, compras de não padronizados e índice de perdas,

alcançando as metas propostas no prazo estabelecido. Conclui-se que o indicador de compras

de urgência necessita ser revisto quanto à meta estipulada. Em relação ao indicador de

devolução, este requer a implementação de um processo mais complexo para tentar adequar

os índices aos padrões requeridos. Noronha e Borges (2005) identificaram, em três

instituições, problemas semelhantes, como falhas de previsão de consumo, compras a preços

acima do mercado, investimento em estoque desnecessário, perdas em função da validade, má

conservação, desvios e desperdício, assim como apontados neste estudo.

O indicador de cobertura de estoque pode ser considerado o indicador de maior

complexidade, devido à interferência do mesmo em vários aspectos da prática cotidiana, bem

como sua reflexão direta nos demais indicadores. É válido salientar que os cinco indicadores

gerenciais abordados não devem ser considerados pontos críticos isolados do processo

gerencial, e sim serem compreendidos como sistema de engrenagem, em que os pontos fortes

e fracos de cada um irão refletir de alguma forma no outro em algum momento da cadeia

logística.

Em relação ao ano de 2013, faz-se nítida a evolução deste indicador, resultado das

ações implementadas. Observa-se que em oito meses o valor deste indicador foi abaixo da

média dos 45 dias, sendo que em três meses a meta foi alcançada incluindo o mês de

encerramento do estudo, que obteve a menor cobertura do ano. Nesse caso a média sofreu

forte influência dos valores dos meses de maio e junho, em que nota-se elevada cobertura.

Apenas em janeiro a cobertura de estoque de 2013 foi menor que em 2014. Tal fato se deve a

aquisição fora do padrão em que a programação foi estabelecida para dois meses em consenso

com a direção.

Essa decisão se configurou em uma medida de precaução, uma vez que o país

vivenciou o evento a copa do mundo que poderia comprometer a chegada dos produtos no

prazo estipulado, sendo a cidade localizada distante das centrais de distribuição.

A primeira ação efetuada foi a definição de parâmetros para estruturação da

programação de compras, por se tratar de uma ação abrangente e de elevada complexidade,

teve de passar por muitas revisões para se obter um processo eficiente. Ao longo dessa

estruturação muitos pontos críticos como erros de inventário, saídas de itens de centro de

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custo, itens da farmácia do bloco cirúrgico, foram levantados e sanados para que se pudesse

dar seguimento ao processo.

A cobertura de estoque é parte essencial do processo de programação de compras, uma

vez que a partir da definição do número de dias para suprir a demanda média, se estabelece os

outros parâmetros de controle de fluxo de estoques. Portanto a programação com deficiências

gera inúmeros transtornos ao serviço, por isso esses parâmetros devem ser definidos para

atingir um equilíbrio, de forma que não sofra períodos de escassez que culminem com

aumento das compras emergenciais, e por outro lado não constem em grande volume que

possam ser passíveis de perdas.

Como relata Oliveira e colaboradores (2012), a presença de grandes estoques de

alguns materiais e a escassez de outros, dentro de um hospital, é talvez um dos pontos que

mais afligem os profissionais envolvidos com o processo gerencial. A escassez implica muitas

vezes na interrupção da assistência, levando a vivência de situações danosas e estressantes

para o paciente, família e profissionais. A presença de grandes estoques de outros, ocasiona,

além da perda de capital decorrente dos problemas que surgem devido à falta de controle de

estoque, a falta deste mesmo capital para a compra dos demais materiais em falta.

Devido à relevância e complexidade do processo de programação essa função

administrativa passou a ser executada pelos farmacêuticos do setor em sua totalidade com

apoio dos funcionários do CAF.

Para Coelho e colaboradores (2012), obter o produto certo, nas quantidades certas, nos

prazos e locais estabelecidos e com o preço correto é o grande desafio para a função de

compras. Espera-se dos profissionais de compras eficiência e eficácia nos procedimentos de

comprar. Para isso, é necessário o comprometimento da pessoa responsável; não basta ser

eficiente na ritualística do processo, é necessário eficácia econômica e sintonia com a oferta

de serviços da unidade.

Achados de Freitas e colaboradores (2008), comprovam que o ciclo de compras de

uma organização representa uma das mais importantes etapas relacionadas ao seu

desempenho logístico efetivo. Nesse sentido, planejar, executar, monitorar e agir

corretivamente são medidas que merecem atenção especial quando se discute a elaboração de

estratégias de compras.

Anteriormente, as compras eram realizadas semanalmente. Após a definição de uma

cobertura de estoque para 40 dias, optou-se pela periodicidade mensal, uma vez que não

ultrapassaria a capacidade física do setor; o capital imobilizado seria menor e por ser uma

aquisição maior era vantajoso financeiramente para o hospital em termos de custo, frete e

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condições de pagamento. Para itens de grande volume a aquisição seria quinzenal, agrupando

em um mesmo pedido os produtos do mesmo fornecedor. Produtos nutricionais possuem seu

consumo muito variável e a prescrição depende das necessidades nutricionais do paciente,

avaliadas diariamente pela equipe de nutrição. Portanto, de forma a acompanhar melhor essa

demanda, foi estabelecido que a aquisição seria semanal baseado em informações repassadas

pela nutrição. Considerou-se estoque de segurança de 10 dias devido ao tempo de espera do

hospital, e como o processo ainda estava em transição, o estoque de segurança estipulado foi

amplo a fim de cobrir alguma eventualidade.

É relevante ressaltar que a aplicação e análise dos indicadores só foram possíveis

devido à elaboração das ferramentas informatizadas de apoio, na forma de relatórios

gerenciais, que subsidiaram todo o processo de tomada de decisão através do fornecimento de

informações essenciais do estoque vigente na unidade.

De acordo com Gomes e Reis (2000), uma organização hospitalar pode ser

caracterizada como um complexo sistema logístico, onde recursos humanos, físicos e de

informação necessitam ser coordenados e harmonizados, o que, em razão da atual

complexidade desses sistemas, só é possível de ser realizado de forma eficiente por meio da

incorporação ao processo gerencial de sistemas de informação e de apoio à decisão.

Apesar da dificuldade em se estabelecer uma nova prática, como por exemplo, pontos

críticos inesperados, resistência de recursos humanos, domínio do processo, a construção de

um novo cenário mais efetivo, seguro e vantajoso é um grande retorno do trabalho dedicado.

A transição do processo de programação de compras foi fator determinante para a

implementação e sucesso das demais ações.

A segunda intervenção para ajudar na redução da cobertura de estoque se deu pelo

levantamento dos itens sem giro no estoque da farmácia, sendo os fios cirúrgicos os mais

representativos dessa relação. Isso se deve ao fato que algumas cirurgias não são mais

realizadas na instituição como as oftálmicas, pela rotatividade dos médicos que têm

preferência por alguns tipos de fios ou cirurgias que ocorrem com baixa frequência.

Os itens de baixo consumo em grande quantidade em estoque constituem um capital

imobilizado e muitas vezes desperdiçado devido às perdas que sofrem esses itens. Por isso

foram realizadas estratégias a fim de tentar evitar que os produtos tenham sua validade

expirada. Outra função da lista foi detectar medicamentos para serem revistos quanto a sua

permanência na padronização, uma vez que não estão apresentando um consumo e por isso

possuem grandes chances de serem perdidos.

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Simontti e colaboradores (2007) consideram que os avanços nas áreas de logística e de

tecnologia da informação forçam as organizações de saúde à busca de eficiência e

competitividade, com a adoção de novos modelos de gestão de seus estoques. Observa-se que

menores estoques significam menores custos e que sua redução agrega benefícios tanto

internos como externos à organização. Uma gestão inovadora implica redução de custos, num

cenário em que hospitais e suas farmácias devem desenvolver competências para administrar

os estoques de medicamentos de forma científica: quanto maior esta habilidade, maior será

sua capacidade de oferecer à clientela bens e serviços de qualidade superior, e com baixos

custos operacionais.

A última ação referente a esse indicador foi realizar o levantamento em relação aos

estoques de quimioterápicos na farmácia, relacionando a quantidade dos mesmos em estoque

e seu custo unitário de compra, com o intuito de demonstrar os itens que estão contribuindo

para imobilização de recursos financeiros no estoque.

O serviço de quimioterapia é um serviço relativamente novo no hospital, e por isso são

poucos médicos que tratam pacientes na instituição. Dessa forma, os quimioterápicos tem

apresentado redução do consumo nos últimos meses o que se torna fator preocupante,

considerando o estoque dessa classe na farmácia.

Segundo Nobrega e Lima (2014), a identificação dos custos dos serviços de saúde

permite conhecer os setores e as ações que precisam ser incrementados de forma a reduzir

gastos, eliminar desperdícios com eficiência e preservar a qualidade do atendimento prestado.

A gestão de custos, portanto, é instrumento fundamental para o controle dos recursos, ao

permitir identificar caminhos estratégicos mais efetivos e oferecer aos administradores a

oportunidade de identificar atividades mais lucrativas.

Quanto ao indicador de compras de urgência, o fato dos valores obtidos se

encontrarem ainda distantes da meta estipulada, nos leva a considerar uma revisão da mesma,

de forma que possa acordar um valor tangível, para que os resultados possam alcançar o nível

de satisfação desejado.

As compras de urgência refletem algumas deficiências no processo logístico do setor,

elevando os custos de forma considerável, se tornando fator preocupante a ser solucionado

pelos gestores, quando estas passam a ocorrer frequentemente.

Conforme Reis (2008), cada compra emergencial acarreta, geralmente, no aumento

dos custos dos insumos solicitados (custos diretos), sem falar nos custos administrativos e de

pessoal (custo indireto), pois a cada necessidade é desprendido esforço dos compradores pra

que a unidade não fique sem o item necessário, constituindo custo adicional para o processo.

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Campos (2010), entrevistou gestores de cada área de uma instituição e 67% afirmam

que as compras emergenciais ocorrem frequentemente em suas unidades, assim como

observado no presente estudo. As compras emergenciais atropelam etapas fundamentais e

necessárias ao processo de aquisição, pois, normalmente dado o pouco tempo disponível para

uma pesquisa de mercado, os preços obtidos passam a ser mais elevados do que os preços

obtidos na compra com tempo de aquisição normal.

Quando não há controles efetivos dos estoques nos centros estocadores, regularmente

acontece a situação de pedidos de emergência de medicamentos e/ou materiais que foram

esgotados. Protil e Moreira (2002) pontuam que uma das causas para essas aquisições, pode

ser atribuída ao erro de inventário, que corresponde a grande defasagem com relação ao

estoque físico e o registrado, comprometendo assim a determinação da demanda média por

medicamentos/materiais por períodos. Outra possível causa é a ausência do controle

automatizado da saída do estoque, que dificulta o processo de programação. Em uma unidade

onde o controle do estoque não é efetivo e racional o processo de compras é prejudicado,

principalmente pelos constantes pedidos de emergências ocasionados pela falta de itens em

um estoque de segurança que não existe.

Observou-se que as causas para as compras emergenciais são quantitativamente

homogêneas, por isso as ações foram direcionadas para os três pontos críticos. Dessa forma

buscou-se otimizar o processo de padronização dos medicamentos, definir de forma eficiente

o processo de programação de compras bem como monitorar o desempenho dos fornecedores.

O cadastramento e a avaliação dos fornecedores, além da obediência aos critérios

estabelecidos na legislação em vigor, aparecem como etapas fundamentais para a aquisição de

medicamentos de qualidade. Silva e colaboradores (2013) identificaram que, das 20 unidades

avaliadas no estudo, muitas não realizavam cadastramento ou avaliação dos fornecedores,

sendo razoável estimar a ocorrência de problemas, considerando a falta de medicamentos nas

unidades analisadas.

Uma boa programação e um bom planejamento do abastecimento de materiais e

serviços são de fundamental importância para o desempenho da cadeia de suprimentos. Sendo

assim, a gestão da função compras é exigida para manter as aquisições com qualidade,

entregas rápidas, no momento certo e na quantidade correta, sendo capaz de flexibilizar sua

programação, alcançando preços compatíveis (LIMA, 2007).

Previsões de demanda são muito importantes em diversos setores de uma organização.

No gerenciamento de estoque, é de grande utilidade para determinar o tempo de entrega ideal

e a taxa de utilização do item. Essas estimativas podem indicar: sazonalidade, tendência

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cíclica com necessidade maior em certa época do ano; periodicidade, demanda que tende a

repetir-se em certo intervalo de tempo; e variação em torno da média. A sazonalidade deve ser

bem identificada e modelada para evitar: reposição no estoque em períodos de demanda baixa

ou zerada; e faltas nos períodos que as vendas aumentam, levando à aquisições emergenciais

(OLIVEIRA; NEUMANN, 2009).

Uma das ações executadas a fim de tentar reduzir as compras de urgência, foi a

identificação dos itens adquiridos nessas compras que geravam maior impacto financeiro.

Para isso adotou-se o método da construção de uma curva ABC, a fim de proceder a um

processo de gestão apropriado a cada grupo.

Os dados obtidos não revelaram uma curva ABC convencional, uma vez que os itens

classificados como A não corresponderam à minoria dos itens, entretanto o método foi

eficiente para o objetivo proposto, uma vez que serviu como ferramenta para dedução de que

os itens de centro de custo (multidoses como itens de uso tópico e líquidos orais) são os mais

adquiridos nestas compras o que direcionou ação específica para esse grupo.

Segundo Almeida Filho (2013), a classificação ABC é um instrumento para que o

gestor de estoques possa identificar os itens que devem ter atenção e tratamento diferenciados

quanto a sua administração.

Para Solano (2003), s curva ABC é mais uma ferramenta gerencial com capacidade

real de utilização no Planejamento, Programação, Controle e Gerenciamento, subsidiando de

modo importante na tomada de decisões.

Para Freitas e colaboradores (2008), é importante frisar que a classificação ABC ou

Curva de Pareto não deve ter sua aplicação limitada somente à classificação de itens em

estoque. Pelo contrário, ela apresenta grande potencial em outras atividades organizacionais,

tais como: estabelecimento de prioridades entre problemas internos a serem resolvidos;

eleição de ordens de execução de projetos; etc. Nesse sentido, essa técnica foi explorada, para

fins de identificação daqueles medicamentos mais relevantes financeiramente nas compras de

urgência, a fim de estabelecer uma medida gerencial para atende às normas propostas.

Campos (2010) considera que, independente da atividade executada, surgem vários

problemas que afetam diariamente o desempenho cotidiano, sendo que, quando uma compra

de emergência acontece, ela se constitui em um grande problema, uma vez que todos os

processos e setores da gestão de materiais ficam votados para a solução imediata do problema.

Embora não seja possível eliminar completamente suas causas, pode se reduzir sua influência,

identificando-os corretamente. Foi observado que problemas semelhantes aos detectados no

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estudo foram citados pelo autor, como deficiências no planejamento, especificações incorretas

de materiais, falha de fornecedores na entrega de material e burocracia excessiva.

Nesse sentido, observou-se que o processo de aquisições de urgência é uma questão

bastante crítica e o resultado das ações aqui desenvolvidas serão percebidas a um prazo maior,

uma vez que envolve processos complexos incluindo ajustes operacionais dos mesmos ao

longo dos meses. Entretanto, a medida que o processo de programação de compras vai se

mostrando eficiente, refletirá simultaneamente nesse indicador, visto que o volume de

compras emergenciais vai sendo reduzido se adequando aos parâmetros propostos.

A relação de medicamentos padronizados é uma publicação que traz a relação

atualizada dos medicamentos selecionados para uso no hospital e informações essenciais

sobre estes medicamentos. É a partir do resultado do processo de seleção de medicamentos

que se estabelecem os sistemas racionais de distribuição e informação de medicamentos.

Deve-se definir com a Diretoria Técnica ou Clínica do hospital a forma de trabalho perante as

solicitações como: análise do farmacêutico para proposta de substituição do medicamento não

padronizado por um disponível na lista; análise por um médico ou equipe para autorização de

compra ou substituição do medicamento; forma de contato e abordagem com o médico

solicitante; tempo de aquisição; tempo de dispensação do medicamento e controle de custos

(FÁVERO, 2012).

No âmbito hospitalar e dos sistemas locais de saúde, o processo de elaboração da lista

de medicamentos essenciais é realizado por uma equipe multidisciplinar denominada,

geralmente, de Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), cujo objetivo é possibilitar que os

pacientes recebam o melhor e mais custo-efetivo tratamento através do acesso ao

medicamento e do seu uso adequado. Um estudo realizado em 2003 com 250 hospitais

públicos e privados de diversas regiões brasileiras mostrou que apenas 29 hospitais

implantaram CFT. Além disso, em apenas nove desses hospitais as CFT funcionavam

regularmente (MARQUES; ZUCCHI, 2006).

O trabalho das CFT é bastante conhecido em países como a Austrália, os Estados

Unidos e os países da Europa. No Reino Unido e na Austrália, 86 e 92% dos hospitais,

respectivamente, mantinham, em 1990, algum tipo de CFT hospitalar. Na Suécia, em 1997,

uma lei determinou que todos os 21 condados do país deveriam constituir CFT . Nos Estados

Unidos, a acreditação hospitalar é condicionada à existência de CFT. Na Austrália,

desenvolveram-se indicadores para monitorar o desempenho da CFT como forma de

aprimorar a sua relevância e utilidade (GREEN; BEITH; CHALKER, 2003).

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No estudo normatizou-se o processo de aquisição de itens não padronizados incluindo

a aprovação prévia da diretoria, a fim de fornecer maior respaldo ao setor de farmácia e

tornando esse fluxo mais co-participativo. O documento que deve ser preenchido é a ficha de

solicitação de não padronizados, que serão avaliados pelos mesmos critérios estipulados no

processo de seleção, e caso haja necessidade o medicamento será adquirido para o paciente

em particular e/ou incorporado à relação de medicamentos do hospital.

Rossato (2008) considera a padronização como ferramenta para a promoção do uso

racional. Sendo assim, é altamente recomendável que os profissionais envolvidos no processo

de escolha e padronização de medicamentos estabeleçam políticas de atuação frente à

prescrição de medicamentos não padronizados e que o serviço de farmácia, representado pelo

profissional farmacêutico, avalie sempre com o máximo de informação possível a prescrição

em questão em conjunto com o médico prescritor. Esse procedimento também foi considerado

no nosso estudo, uma vez que, a análise da solicitação se baseia nos critérios de necessidade,

avaliação da disponibilidade de alternativas terapêuticas e farmacêuticas padronizadas, custo e

posterior comunicação com o médico solicitante.

Segundo Primo e colaboradores (2015), as atividades hospitalares caracterizam-se pelo

acentuado dinamismo em consequência do surgimento de novas tecnologias em saúde, tais

como medicamentos. A incorporação dos medicamentos à lista de padronização remete a

necessidade da seleção cuidadosa, buscando eficácia, segurança e qualidade dos fármacos,

além da avaliação impacto econômico da aquisição dos mesmos.

Anteriormente a cobertura pelo convênio era a principal análise realizada para

determinar a inclusão do produto. Atualmente realiza-se análise mais minuciosa das

solicitações, levando em consideração análise estatística do número de solicitações,

freqüência de solicitações por prescritor, freqüência de solicitações por setor, se há

alternativas similares padronizadas, viabilidade do custo e cobertura do convênio para os itens

mais solicitados.

Quanto ao número de solicitações por medicamento, concluiu-se que, a maior parte

dos medicamentos obteve apenas uma solicitação, dessa forma, só foram incluídos aqueles

que se comprovavam realmente os parâmetros de custo-efetividade. Os itens mais solicitados

e incorporados foram os pediátricos oriundos dos setores de UTI neonatal e pediátrica,

justificado pela demanda específica do setor que requer formas farmacêuticas e dosagens

peculiares.

Achados de Zuliani e Jericó (2011), relatam que na UTI, o custo é elevado devido à

utilização simultânea de muitos medicamentos e ao maior emprego de medicamentos de alto

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custo. Estudo anterior constatou que os pacientes em UTI recebem duas vezes mais

medicamentos que os pacientes de unidades de cuidados gerais. Contudo, os tratamentos em

UTI impõem encargos que consomem entre 5 e 30% dos recursos de um hospital. Os gastos

com medicamentos consomem um recurso financeiro maior, seguido da remuneração dos

funcionários e da realização de exames complementares. O valor despendido com pacientes

em uma UTI é diferenciado de acordo com o quadro clínico e gravidade das suas doenças.

Torres e colaboradores (2011) observam que os prescritores são suscetíveis a

estratégias da indústria para forçar uma ampliação da demanda. O assédio da indústria se dá

no sentido de oferecer, por meio de representantes, informação supostamente acurada sobre os

medicamentos e as alternativas existentes. Neste sentido, chamam atenção os achados de

Fagundes e colaboradores (2007), citando que 98% dos médicos são visitados com frequência

por propagandistas, 22% confiam plenamente nas peças publicitárias distribuídas pelos

laboratórios e 14% afirmam prescrever em função do recebimento de prêmios.

Para Dellamora e colaboradores (2014), a prescrição dos medicamentos ‘não

padronizados’ pode requerer percalços burocráticos incompatíveis ao estado clínico do

paciente, o que leva à ‘padronização’ de um número maior de medicamentos visando sua

disponibilidade. A obtenção de uma lista adequada e enxuta a partir do processo de seleção

ocorre quando as necessidades em saúde são conhecidas, evidências de eficácia e segurança

são analisadas, e a tomada de decisão se fundamenta na hierarquização destes critérios.

No estudo foram selecionados medicamentos para serem despadronizados, segundo

critérios selecionados. Aproximadamente um terço das justificativas é devido ao fato de serem

itens de baixo ou nenhum giro de estoque, que na maioria das vezes são perdidos por terem

sua validade expirada, impactando no indicador de perdas. Uma grande proporção apresenta

alternativa farmacêutica padronizada, quando contêm o mesmo princípio ativo, embora, não

necessariamente na mesma dosagem, forma farmacêutica ou natureza química, porém,

fornecem a mesma atividade terapêutica, sendo assim, na maioria das vezes, é possível

realizar essa conversão de doses, adaptação da forma farmacêutica ou sal padronizado, sem

prejuízos na terapia do paciente.

Quanto aos itens em que sugeriu a exclusão da lista por terem seu prazo de validade

expirado, não seria viável mantê-los, pois, repetiria a mesma ocorrência futuramente. Alguns

dos medicamentos possuíam alternativas terapêuticas, que são medicamentos que contêm

diferentes princípios ativos, indicados para o mesmo objetivo terapêutico ou clínico, mesma

indicação e, espera-se que tenha o mesmo efeito terapêutico. O último critério avaliado foi a

exclusão de associação de fármacos que além de dificultar a flexibilidade da prescrição, vai

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contra o preconizado para uma seleção racional e eficiente. A lista elaborada para exclusão de

acordo com os critérios abordados acima, destinou-se a ser discutida pela CFT na reunião

ordinária de padronização a fim de se obter um consenso quanto à questão das exclusões.

A participação e o envolvimento dos profissionais da equipe de saúde diretamente no

processo de seleção contribuem para que estes se sintam co-responsáveis com a relação de

medicamentos selecionados, além de acrescentar valor técnico ao trabalho. Essa participação

pode contribuir com a aceitação da lista e com a prescrição dos medicamentos contemplados.

A garantia da sustentabilidade de programas ou ações pode ser definida por rotinas

organizacionais ou obedecer a padrões institucionais oficiais, que dão origem a rotinas

padronizadas mais duráveis (SANTANA et al., 2014).

O serviço de farmácia da unidade, contempla não somente a dispensação de

medicamentos, como também a de materiais médico hospitalares, cuja seleção não havia uma

sido definida formalmente. Sendo assim, uma das ações realizadas foi a sugestão de uma lista

padronizada para essa categoria.

Essa seleção objetivou não só uma gestão de estoques mais eficiente, adquirindo

somente itens previamente selecionados através do processo de programação mensal, como

também favorecer a adesão dos profissionais aos materiais contidos na padronização. Em

decorrência disso, reduziriam solicitações urgentes, a curto prazo e maior custo, uma vez que

a farmácia a princípio não poderia vetar essas solicitações por não haver uma lista definida.

Um ponto consensual na literatura pesquisada, é que a ausência de uma lista de

padronizados para orientação dos profissionais de saúde, pode contribuir para a baixa adesão

da equipe de saúde no processo de prescrição dos medicamentos adquiridos pelo hospital,

comprometendo a programação do Serviço de Farmácia. Quando há uma lista disponível, há

uma melhoria da qualidade de atendimento. O envolvimento de diversos profissionais neste

processo contribuiu para a compreensão quanto ao processo de seleção, despertando o

interesse pela discussão do arsenal terapêutico da unidade. Além disso, um processo de

seleção frágil e acrítico expõe os profissionais às influências dos fabricantes e a conflitos de

interesse (PÓVOAS; COSTA; DELLAMORA, 2013).

Buscou-se com este indicador, a modificação do processo de seleção de medicamentos

e materiais, de modo que ele se tornasse mais criterioso e efetivo, adequando ao novo

processo gerencial da unidade. Um próximo passo se faz essencial para o aprimoramento do

processo, que é levar em consideração um novo paradigma, o das condutas baseadas em

evidências.

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Assim como considerou Silva e colaboradores (2009), talvez em um primeiro

momento não consegue-se executar plenamente esse novo paradigma, porém há ferramentas e

literaturas nacionais de fácil acesso, onde é possível buscar informações confiáveis e que

atendam aos critérios da Medicina Baseada em Evidência. Assim possibilitaria dar os

primeiros passos do processo de seleção em prol do Uso Seguro e Racional dos

Medicamentos nos ambientes hospitalares.

Oliveira et al (2012) ressalta que o uso racional dos recursos na área de saúde exige

que os profissionais de saúde analisem suas funções administrativas e cooperem no resultado

econômico da instituição. O volume de perdas em medicamentos e materiais, principais fontes

de lucratividade dos hospitais, é crescente e pouco controlado e os profissionais podem

realizar um trabalho proativo em relação a este aspecto.

Em um estudo realizado por Castilho et al (2011), foram levantados os diferentes tipos

de desperdício nas unidades, suas causas e sugestões para eliminá-los, segundo a opinião de

profissionais de enfermagem e médicos atuantes de unidades assistenciais de um hospital

universitário. Estimou-se que o custo do desperdício anual com materiais e medicamentos nas

unidades estudadas poderia girar em torno de R$ 479.262,86, de um total de R$ 2.396.312,00

no custo anual, sendo o mais citado por médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de

enfermagem (36%). Os autores destacam que o gerenciamento dos recursos materiais tem

sido motivo de preocupação por parte dos administradores das instituições de saúde, tanto

públicas quanto privadas, devido ao alto custo que eles têm representado para essas

instituições. Ressalta-se que esses valores são considerados elevados para os hospitais

privados, que contam com um sistema de gerenciamento de custos por paciente.

O gerenciamento prévio das validades foi estratégia fundamental para alcançar os

índices de perdas satisfatórios na maior parte dos meses do ano de 2014. Uma ferramenta que

possibilitou essa ação foi a elaboração dos relatórios dos itens a vencer, o qual não era

disponível anteriormente, que possibilitou a análise prévia dos itens que seriam expirados,

permitindo que fossem realizadas condutas a fim de evitar a sua perda.

Para Mattos (2005), o custo hospitalar é um instrumento de trabalho fundamental para

a otimização das operações da instituição e serve de alerta para quaisquer resultados que

exijam correções, auxiliando também na determinação do preço e venda, nas decisões de

investimento, na definição dos volumes de estoques de materiais e medicamentos. Segundo o

autor, uma estratégia para tentar reduzir as perdas por validade é implantação do método de

dispensação em forma de kits de procedimento cirúrgico e anestésico na farmácia satélite do

bloco cirúrgico.

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100

Ferreira et al (2013), cita em seu estudo que o medicamento é mais factível de perda

principalmente os medicamentos mais específicos de carrinhos de emergência e alguns

antimicrobianos específicos, que não são padronizados em alguns hospitais, assim como

identificado em nosso estudo, em que o medicamento foi a categoria com maior índice de

perdas.

Rabelo et al (2013), considera que as perdas de medicamentos por vencimento, desvio

dos escaninhos e contaminação, são desperdícios que podem levar ao alto custo financeiro no

final das contas e que poderiam ser minimizados a partir de novos processos padronizados no

setor em questão. Para elaboração desses novos processos poderão ser adotadas novas

condutas de controle de estoque e armazenamento com sistema informatizado específico para

o controle de validade dos medicamentos, medidas estas adotadas em nosso estudo.

Os problemas e as características de um hospital de almoxarifado estão relacionados

com a natureza do material movimentado e armazenado. No caso específico de

medicamentos, existem os preceitos legais e os ditames das “boas práticas de armazenamento

de medicamentos”, que devem ser seguidos.

Segundo Moura (2013), a armazenagem é tida como importante função para atender

com efetividade a gestão da cadeia de suprimento. Sua importância reside no fato de ser um

sistema de abastecimento em relação ao fluxo logístico, que serve de base para sua

uniformidade e continuidade, assegurando adequado nível de serviço e agregando valor ao

produto. Neste depósito, as operações de armazenagem requerem a gestão dos estoques

através do controle de lote e validade dos produtos com base no critério de F.E.F.O. (First-

Expire, First Out – Primeiro que vence é o primeiro que sai).

Um estudo realizado por Silveira (2011) adotou o método similar ao do presente

estudo no que diz respeito ao armazenamento dos itens a vencer. Na unidade não havia no

software, um modo de controlar a validade do produto de forma eficaz e nem mensurar a

perda com medicamentos vencidos. Foi incluída, para tentar melhorar o controle do

vencimento dos produtos, uma prateleira convencionada de “A Vencer”, onde os

medicamentos com seis meses antes do vencimento são transferidos para ela de acordo com o

mês correspondente ao vencimento, sendo que os produtos que são transferidos para a

prateleira, são recolhidos manualmente após detecção visual. O estudo ressalta a importância

sobre a inclusão do monitoramento da validade dos produtos no software, a fim de que se

tornem possíveis as emissões de relatórios informando com exatidão quais e quantos

medicamentos estão por vencer, priorizando a transferência destes medicamentos para as

prateleiras “A Vencer”.

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Trap et al (2011), realizaram um estudo para desenvolver indicadores que serviriam de

ferramenta para a avaliação das boas práticas em farmácia e identificação de problemas. Os

indicadores selecionados foram relacionados ao sistema, estoque, serviços, dispensação e uso

racional de medicamentos. A adesão ao método PVPS foi considerado nos indicadores

referentes ao sistema informatizado e a gestão de estoques.

Greca et al (2014), identificou a quantidade de medicamentos vencidos como uma das

causas de ruptura no estoque, sendo que a ação direcionada para a resolução do problema em

questão foi a adoção da prática PVPS, sendo seu monitoramento realizado diariamente.

O processo de qualificação de fornecedores se faz essencial para assegurar o controle

do processo logístico desde o início da cadeia até a dispensação para o paciente. Falhas

detectadas nesse momento inicial são de extrema relevância, uma vez que evitam a geração de

problemas em etapas posteriores, havendo tempo suficiente para resolução dos mesmos. Por

isso a avaliação de desempenho de fornecedores é um recurso de grande utilidade para se

evitar futuras perdas de medicamentos e materiais.

Noronha e Jorge (2005) buscaram determinar o nível de qualidade da assistência

logística de medicamentos e correlatos em três instituições hospitalares. Um indicador foi

elaborado para descobrir se havia efetividade na conferência da validade dos produtos no ato

do recebimento e durante a manutenção dos estoques. Nenhum dos gerentes fazia algum tipo

de análise ou avaliação sobre o assunto. O que se pôde observar é que não havia um controle

rigoroso com relação à validade durante a entrega e/ou superestimação da quantidade

comprada, resultando muitas vezes em perdas.

Atualmente a qualificação de fornecedores de medicamentos é primordial para

segurança e a manutenção da qualidade dos serviços. Para tanto, as instituições hospitalares

precisam analisar os aspectos éticos, técnicos e legais das empresas que atuam no mercado. A

necessidade prévia da qualificação de fornecedores de insumos farmacêuticos minimiza não

somente possíveis prejuízos de ordem financeira em decorrência de um processo produtivo

com reprovação, como também a falta de compromisso perante a demanda de suprimento do

medicamento para a sociedade (GUIMARÃES, 2011).

Sabe-se que as perdas são inevitáveis em quaisquer meios onde se trabalha com prazos

de validade determinados, uma vez que nem sempre se consegue alcançar a eficiência em

todas as ações planejadas. Entretanto, dispondo de ferramentas apropriadas e um processo

estruturado é possível conseguir minimização dessas perdas e desperdícios de ordem

financeira para a instituição, contribuindo não só para a redução de custos, como também

credibilidade para o serviço.

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A questão das devoluções de materiais e medicamentos exerce grande influência na

rotina do serviço de farmácia, visto que se perde um tempo significativo com etapas do

processo de devolução: recolhimento nos setores, separação, armazenamento para o seu local

de origem na farmácia e processamento via sistema. Além dos prejuízos operacionais, os altos

índices de devolução também impactam na gestão econômica do hospital, devido às inúmeras

perdas decorrentes do processo. O controle de estoque da farmácia também tende a não ser

fidedigno, os relatórios de devolução não são conferidos com o estoque físico que incorporam

novamente o estoque da farmácia, pois as devoluções são recolhidas nos setores várias vezes

ao longo do dia e em expressiva quantidade.

Souza et al (2008) relatou em seu estudo que o maior percentual de estorno foi

causado por alta/óbitos, porém, salientou que, somando-se as opções Medicamento não

administrado, Medicamento Checado e estornado, Erro de digitação e Medicamento não

prescrito a porcentagem foi de 47,05% de motivos de estorno que podem ser reduzidos.

Observou também que a grande demanda diária de estornos sem justificativa traz a

necessidade de uma investigação para avaliar as causas, reduzir custos, agilizar o trabalho das

equipes envolvidas e não comprometer a assistência ao paciente. Problema este também

identificado no presente estudo em que quase metade das devoluções são subnotificadas, ou

seja, chegam à farmácia classificadas como “sem resposta”, o que dificulta mensurar a

dimensão do problema bem como estabelecer um plano de ação efetivo.

Uma das estratégias para tentar reduzir os elevados índices de devolução foi a

implementação do sistema de dispensação por código de barras, tecnologia exigida ao setor

pela legislação e órgãos acreditadores. Acreditava-se que a saída pelo código de barras

possibilitaria maior precisão na dispensação dos medicamentos e materiais para os setores,

tanto em termos de quantidade quanto em exatidão do item, o que sanaria ou reduziria a

questão da devolução por saídas erradas.

Guimarães (2005), propôs como melhorias de procedimento de distribuição e

devolução, a aquisição de pistolas de leitura de código de barras, para que o sistema de

dispensação fosse otimizado de maneira a registrar a saída do produto fisicamente do estoque

no momento da dispensação. Esse procedimento evitaria maiores problemas, como a falta de

produtos nas prateleiras, no estoque e saldo aparente nos sistemas informatizados. Evitar-se-

ia, também, que produtos que não foram solicitados fossem encaminhados, ou que produtos

com especificação diferente da solicitação fossem baixados do estoque.

Para Limberger et al (2013), a incorporação de tecnologias como a prescrição

eletrônica e a utilização de leituras por máquinas (código de barras) no processo de

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dispensação e administração de medicamentos também contribui para a minimização do

estorno e consequente melhoria do fluxo de materiais.

Como se trata de um processo dinâmico e complexo tanto na sua implantação quanto

na execução, é compreensível a geração de pendências, pois a grande maioria dos processos

requerem ajustes e adaptações. Embora alguns problemas detectados fossem minuciosos na

sua resolução, todas as barreiras detectadas tiveram sua resolução concluída com sucesso,

devido ao suporte prestado pela TI do hospital.

Serafim (2005) relata que quando se inicia um processo de informatização hospitalar,

cria-se grandes grupo de varáveis que fazem parte da equação que definirão e conduzirão o

projeto, tais como nível de investimento financeiro e apoio logístico; complexidade dos

processos a serem informatizados; dificuldades relacionadas à seleção e aplicação das opções

metodológicas e tecnológicas; capacitação técnica, reciclagem, atualização e desempenho da

equipe de informática; motivação, nível educacional, envolvimento, qualidade e quantidade

de treinamento dos usuários. As consequências da implantação de um sistema informatizado,

na farmácia de um hospital, são de grande alcance, dessa forma se a implantação for

defeituosa, os problemas gerados podem ser de tal magnitude que poderão pôr em risco até a

sistemática de trabalho anteriormente estabelecida.

Entretanto, a implementação do processo não foi suficiente para sanar a questão das

devoluções. Contudo o programa de código de barras foi eficiente para atender às normas

legais e de qualidade exigidas. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) Nº 54, de 10 de

dezembro de 2013 dispõe sobre a implantação do sistema nacional de controle de

medicamentos e os mecanismos e procedimentos para rastreamento de medicamentos na

cadeia dos produtos farmacêuticos. Ficam estabelecidos, no âmbito do Sistema Nacional de

Controle de Medicamentos (SNCM), os mecanismos e procedimentos para rastreamento de

medicamentos, por meio de tecnologia de captura, armazenamento e transmissão eletrônica de

dados, em toda a cadeia dos produtos farmacêuticos.

Metzner et al (2014), corrobora que a rastreabilidade no setor de medicamentos não é

mais um fator competitivo, mas uma necessidade para se garantir a qualidade e segurança do

medicamento que chega ao consumidor final.

Mediante a avaliação dos índices de devolução nos setores, verificou-se a necessidade

de oferecer um treinamento para a equipe de enfermagem, visando enfatizar as

responsabilidades de cada setor no fluxo do processo e a importância da execução dos

procedimentos da forma correta pré-estabelecida.

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Para Trevizan et al (2010), a educação permanente deve agregar o pensar e o fazer dos

trabalhadores com a finalidade de propiciar o crescimento pessoal e profissional dos mesmos

e contribuir para a organização do processo de trabalho. Pode –se alcançar esse objetivo

através de etapas que possam problematizar a realidade e produzir mudanças, especialmente

para a redução de erros que possam atingir o paciente.

O processo de devolução de materiais e medicamentos representa problema

significativo e de grande impacto no serviço de assistência farmacêutica hospitalar. A

dimensão deste problema ainda é pouco explorada no meio científico, uma vez que há

escassez de trabalhos publicados na literatura nacional e internacional referente ao assunto na

rotina hospitalar, visto que, os achados se voltaram quase que em sua totalidade para a

questão do estorno de medicamentos em farmácias comerciais ou comunitárias, após o

paciente ter feito uso ou não em seu domicílio.

Para que o processo de devoluções de materiais e medicamentos no âmbito hospitalar

ocorra de forma mais sistematizada, racional e eficiente possível, são necessárias medidas

mais abrangentes que produzam maior impacto no processo de estorno. Acredita-se que uma

solução possível seria a mudança no processo de dispensação da unidade, através de

cobertura de tempo menor de materiais e medicamentos para os setores, ou seja, uma

dispensação para 12 ou 6 horas, substituindo a dispensação para 24 horas como é realizado

atualmente. Dessa forma a quantidade de produtos nos setores tenderia a reduzir, uma vez que

cada plantão seria responsável pela solicitação, controle, organização e devolução dos

medicamentos e materiais dos seus respectivos turnos. Entretanto para que esse processo

atinja os objetivos desejados, necessita-se de um serviço bem estruturado principalmente no

que diz respeito a recursos humanos em número suficiente e padronização das rotinas com a

equipe de enfermagem.

Limberger e colaboradores (2013), considerou que se faz necessário a adoção de

algumas recomendações para que o fluxo do serviço não comprometa o planejamento e gestão

de estoques, dentre elas a adoção de procedimentos operacionais padrão, a adoção de dose

unitária, a instituição de sistemas de preparação de soluções endovenosas na farmácia,

desenvolver procedimentos especiais para medicamentos de alto risco e de alto custo,

promover a capacitação permanente e a educação farmacêutica.

Por conseguinte, o aprimoramento no processo de devolução de materiais e

medicamentos através da redução significativa dos seus índices, contribuiria tanto para

otimização do fluxo do serviço quanto para redução de gastos do hospital com perdas

evitáveis. Acredita-se também que a redução dos estoques nos setores, levaria à menor

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possibilidade de erros de medicação por trocas, atrasos e mau acondicionamento, contribuindo

dessa forma para melhora na qualidade da assistência prestada.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muito se comenta sobre a necessidade de maiores investimentos para se alcançar

níveis de qualidade do serviço. Entretanto, muitas vezes é necessário melhorar a gestão para

alcançar resultados mais adequados.

O estudo de caso permitiu observar que a organização hospitalar observada apresentou

várias oportunidades de avanços em relação à gestão de estoques de medicamentos.

Através da aplicação dos indicadores gerenciais e análises realizadas no local,

conseguiu-se elaborar e propor melhorias dentro da realidade do cenário existente. Foi

constatado que problemas como ausência de políticas de estoque e ferramentas

informatizadas; descompasso nas compras emergenciais; necessidade de maior racionalização

nas compras de não padronizados; elevado índice de perdas; altas taxas de devolução de

materiais afetavam diretamente a qualidade dos serviços prestados pela farmácia hospitalar.

Após elaboração e implementação dos planos de intervenção, concluiu-se que

mudanças como estabelecimento de um processo de programação de compras sistematizado,

reestruturação do processo de avaliação da padronização e gerenciamento das perdas mensais,

podem amenizar diversos problemas verificados no setor, que foi objeto do presente estudo.

Concluiu-se também que alguns pontos críticos como o processo de devolução,

necessitam de uma intervenção mais abrangente para que possa atingir os índices esperados

Diante das ações implementadas, verificou-se que foi possível realizar uma economia

de cerca de R$ 103.092,20 levando em consideração as diferenças mensais em relação às

compras de urgência e de não padronizados nos anos de 2013 e 2014, o somatório das perdas

que foram evitadas e os fios cirúrgicos cuja troca foi realizada com fornecedor.

Esse recurso financeiro disponibilizado pode ser investido em recursos humanos como

técnicos e farmacêuticos a fim de aprimorar as atividades dos serviços ofertados tais como

farmácia clínica, farmacovigilância, central de informação de medicamentos e um

farmacêutico dedicado para a CAF. Pode ser também empregados em estrutura física e

equipamentos que permitam a implementação de um sistema de distribuição através da dose

individualizada por horário ou dose unitária. Ambos investimentos certamente agregarão

maior qualidade e eficiência na prestação de serviços farmacêuticos, refletindo em uma

assistência farmacêutica que possa visar tanto a excelência de processos como também a

preocupação constante com a segurança do paciente.

. Espera-se que os resultados e relatos aqui descritos, sirvam como experiência para

gestores que almejam aprimorar a prática gerencial de sua instituição, através da implantação

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de um instrumento de monitoramento do seu processo logístico e busca do melhor

desempenho organizacional.

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118

10 APÊNDICES E ANEXOS

10.1 Apêndice 1: Itens de baixo consumo em estoque

MATERIAIS/MEDICAMENTOS AÇÃO SALDO CUSTO UNITÁRIO

VALOR EM ESTOQUE

AGULHA PERIDURAL PEDIÁTRICA 20GX2 TENTAR USO 25 54,99 1374,73

AGULHA PERIDURAL TUOHY 18G 1,3X90 TENTAR USO 254 24,09 6840,28

AGULHA PERIDURAL WEISS G-17 5' 1,4X127 TENTAR USO 24 32,3 775,12

AMINOFILINA 0,1 G DESPADRONIZAR 220 0,2 43,52

BENAZEPRIL 10 MG DESPADRONIZAR 60 2,63 157,8

CAPROFYL 2 C/A CF113T DEVOLVER 48 24,07 1155,46

CAPROFYL 2 C/A CF123T DEVOLVER 10 11,77 117,72

CAPROFYL 2 C/A CF801T/Y351H/Y275H DEVOLVER 48 9,8 470,5

CAPROFYL 2 C/A CF811T DEVOLVER 48 9,2 441,39

CARBACOL SOLUÇÃO 1,5 ML DESPADRONIZAR 9 14,7 132,32

CARBAMAZEPINA CR 400 MG DESPADRONIZAR 424 1,21 514,61

CATGUT CROM 1-0 C/A 48G DEVOLVER 24 8,84 212,09

CATGUT CROM 2-0 S/A CC124T DEVOLVER 24 5,5 131,92

CATGUT CROM 3-0 C/A 810T DEVOLVER 95 7,81 741,57

CATGUT CROM 5-0 C/A U202T DEVOLVER 72 2,4 172,8

CATGUT SIMPLES 3-0 S/A CS 103T DEVOLVER 168 3,84 645,74

CLOTRIMAZOL 10MG/G DESPADRONIZAR 40 0,26 10,58

DECARBOCISTEÍNA ADULTO 100ML DESPADRONIZAR 300 0,15 45,75

DEFLAZACORTE 6 MG DESPADRONIZAR 40 0,8 31,87

DESFLURANO 240ML TENTAR USO 48 218,4 10521,22

DEXAMETASONA ELIXIR DESPADRONIZAR 240 0,06 15,34

DIFENIDRAMINA 50MG/ML DEVOLVER 455 10,2 4641,91

ENALAPRIL+HIDROCLOROTIAZIDA 10/25MG DESPADRONIZAR 21 0,86 18,14

EQUIPO MICROFIX SANGUE DEVOLVER 117 12,57 1470,77

ESTAZOLAM 2 MG DESPADRONIZAR 40 0,76 30,5

ETHIBOND 2-0 C/A B553-T DEVOLVER 95 14 1330

FLURBIPROFENO COLIRIO DESPADRONIZAR 22 15 326,04

GENFIBROZILA 600 MG DESPADRONIZAR 166 1,29 213,91

KIT CATARATA KF 903 DEVOLVER 36 131,98 4751,28

MAPROTILINA 25 MG DESPADRONIZAR 80 1,27 101,3

MERSILENE 3-0 C/A 9762T DEVOLVER 48 8,5 408

MERSILENE 5-0 C/A 9762T DEVOLVER 45 66,42 2988,81

METILCELULOSE 2% DESPADRONIZAR 2 41,33 82,66

MONONITRATO DE ISOSSORBIDA 40 MG DESPADRONIZAR 259 0,18 46,28

MONONYLON 0 C/A DEVOLVER 171 2,75 470,46

MONONYLON 8-0 C/A 2808G/W2808 DEVOLVER 66 125,85 8306,42

MONONYLON 9-0 C/A 2809G DEVOLVER 11 173,33 1906,67

NIMESULIDA 15 ML DESPADRONIZAR 5 3 15

PASTA D AGUA 80G DESPADRONIZAR 1 1,2 1,2

PDS II 4-0 C/A Z304H DEVOLVER 36 25 900

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PDS II 6-0 C/A Z123H DEVOLVER 83 98,94 8212,02

PIRIDOSTIGMINA 60 MG DESPADRONIZAR 29 0,41 12

POLPA DE FRUTA GELEIA DESPADRONIZAR 3 42,49 127,48

PRAVASTATINA 20MG DESPADRONIZAR 180 0,7 126,25

PROLENE 7-0 C/A 8704T DEVOLVER 48 119,01 5712,38

PROLENE AZ 3-0 C/A 9558T DEVOLVER 24 12 288

RACEALFATOCOFEROL 400 MG DESPADRONIZAR 60 0,79 47,52

SULPIRIDA 25MG+BROMAZEPAM 1MG DESPADRONIZAR 53 0,47 24,71

TERBUTALINA 1ML DESPADRONIZAR 40 2,23 89,24

VICRYL 3-0 C/A JP683G DEVOLVER 32 18,92 605,43

VICRYL 4-0 C/A JP683G DEVOLVER 93 16 1488,31

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10.2 Apêndice 2: Avaliação de Desempenho

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

DE: PARA:

Prezados senhores,

Informamos as divergências constatadas por ocasião do recebimento dos medicamentos

referentes ao nosso pedido, Nota Fiscal nº_______________________, emitida em

_____/_____/_____, para os quais solicitamos as devidas providências. Empresa:

_____________________________.

As divergências são as seguintes:

Qtd Divergência constatada por ocasião do

recebimento

Especificação do item em

desacordo

Obs

Embalagem fora do especificado

Material recebido diferente do

solicitado

Diferença de quantidade

Diferença de preço unitário

Caixas padrão amassadas

Produto danificado

Prazo de validade em desacordo

Atraso nas entregas

Medicamento termolábel fora da

temperatura adequada

Outras

Classificação do risco conforme divergência: ( ) Risco maior ( )Risco médio ( )Risco

menor

As divergências apontadas deverão ser solucionadas, para a continuidade da empresa como

prestadora de serviços à Farmácia do Hospital Albert Sabin.

Assinatura do responsável do Setor de Recebimento de Mercadorias

(CAF)/ Farmacêutico Responsável:

Data

____/____/____

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10.3 Anexo 1: Folha de aprovação do projeto pela instituição do estudo

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10.4 Anexo 2: Modelo do Relatório Gerencial

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10.5 Anexo 3: Solicitação de Medicamentos Não Padronizados

SOLICITAÇÃO DE MEDICAMENTOS NÃO PADRONIZADOS

PARA USO DO MÉDICO SOLICITANTE

PACIENTE:________________________________________________________

UNIDADE:_______ LEITO:________

MÉDICO:_______________________________ESPECIALIDADE:____________

MEDICAMENTO/SUBSTÂNCIA:_______________________________________

FORMA FARMACÊUTICA: ( ) COMPRIMIDO ( ) INJETÁVEL ( )SUSP. ORAL

( ) SUPOSITÓRIO ( ) POMADA/CREME ( ) OUTROS

POSOLOGIA:_____________________________________

PREVISÃO DE TRATAMENTO:_________________DIAS

JUSTIFICATIVA:________________________________________________________

JUIZ DE FORA, ________/______/______ ASSINATURA/CARIMBO______________

PARA USO DO SERVIÇO DE FARMÁCIA/COMISSÃO DE PADRONIZAÇÃO

RECEBIDO (DATA/HORA):__________________________________________________

ESTOQUE EXISTENTE: ( ) SIM ( )NÃO

EXISTE SIMILAR PADRONIZADO ? ( ) SIM ( ) NÃO

RESOLUÇÃO: FARMÁCIA/COMISSÃO DE PADRONIZAÇÃO:

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________

AUTORIZADO PELO DIRETOR (A):_______________________________________

FARMACÊUTICO RESPONSÁVEL:_________________________________________