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UNIVERSIDADE POTIGUAR UNP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO MPA DALILA NATHALIA BEZERRA MAIA QUALIDADE DOS SERVIÇOS NO DESTINO TURISTÍCO PIPA/RN: UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO DE SEUS VISITANTES NATAL/RN 2013

UNIVERSIDADE POTIGUAR UNP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E … · Pipa/RN, na percepção dos seus turistas. A pesquisa caracterizou-se como descritiva, de natureza aplicada, além de

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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – MPA

DALILA NATHALIA BEZERRA MAIA

QUALIDADE DOS SERVIÇOS NO DESTINO TURISTÍCO PIPA/RN: UM ESTUDO

DA PERCEPÇÃO DE SEUS VISITANTES

NATAL/RN

2013

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DALILA NATHALIA BEZERRA MAIA

´

QUALIDADE DOS SERVIÇOS NO DESTINO TURISTÍCO PIPA/RN: UM ESTUDO

DA PERCEPÇÃO DE SEUS VISITANTES

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação do Mestrado Profissional em

Administração da Universidade Potiguar, como requisito

parcial para obtenção do título de Mestre em

Administração.

Orientador: Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos

NATAL/RN

2013

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M217q Maia, Dalila Nathalia Bezerra. Qualidade dos serviços no destino turístico Pipa/RN: um estudo da

percepção de seus visitantes / Dalila Nathalia Bezerra Maia. – Natal, 2013. 121f.

Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar. Pró - Reitoria Acadêmica.

Referências: f.105 - 111.

1. Administração – Dissertação. 2. Qualidade dos serviços. 3. Destinos

turísticos. 4. Matriz importância-desempenho. I. Título.

RN/UnP/BSFP CDU: 658(043.3)

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DALILA NATHALIA BEZERRA MAIA

QUALIDADE DOS SERVIÇOS NO DESTINO TURISTÍCO PIPA/RN: UM ESTUDO

DA PERCEPÇÃO DE SEUS VISITANTES

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa

de Pós-Graduação do Mestrado Profissional em

Administração da Universidade Potiguar, como

requisito parcial para obtenção do título de

Mestre em Administração.

Aprovado em: 05/09/2013

BANCA EXAMINADORA

_________________________________

Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos

Orientador

Universidade Potiguar - UnP

_________________________________

Profª Tereza de Souza

Examinador Interno

Universidade Potiguar - UnP

__________________________________________

Profª Dra. Patricia Whebber Souza de Oliveira

Examinador Externo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

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AGRADECIMENTOS

Agradeço:

A Deus, por me acompanhar nesta trajetória, concedendo-me, saúde, sabedoria e paz.

Aos meus pais, em especial à minha mãe, Edineide Medeiros, pelos ensinamentos e apoio

durante todas as fases da minha vida.

A toda minha família, pelo suporte, amizade e compreensão pelas ausências do convívio

social.

Ao meu noivo, Diogo, por sempre acreditar no potencial e estar continuamente disponível

oferecer palavras de incentivo e conforto.

Ao Prof. Domingos Fernandes Campos, meu orientador, o qual compartilhou junto comigo

momentos de alegrias e incertezas durante o desenvolvimento deste trabalho. Obrigada pelos

ensinamentos e conselhos que serão levados por toda a minha vida.

Aos companheiros de mestrado, em especial Marcel, Gracinha e Adelmo, que, durante este

período, dividiram as felicidades e angustias deste processo.

Aos meus amigos que sempre me apoiaram e compreenderam minhas ausências aos encontros

agendados.

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte e à

Universidade Potiguar pela oportunidade de realizar este trabalho.

Aos empresários, veranistas e turistas que aceitaram contribuir para a realização do presente

trabalho, assim como a equipe de entrevistadores que trabalharam magnificamente sob o sol

forte de Pipa/RN.

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RESUMO

O presente estudo tem como objetivo avaliar qualidade dos serviços no destino turístico

Pipa/RN, na percepção dos seus turistas. A pesquisa caracterizou-se como descritiva, de

natureza aplicada, além de um estudo de caso baseado em uma abordagem quanti-qualitativa.

O universo da pesquisa foi constituído por turistas que visitaram o destino Pipa/RN, no

período de março a abril de 2013. A amostra foi estratificada por gênero e faixa etária, sendo

constituída por 760 turistas. Como instrumento de coleta, foi utilizado um questionário

estruturado, composto por três módulos, validado por especialistas e turistas, com base em 28

atributos extraídos da literatura e do contexto local. Com base no Modelo da

Desconformidade de Parasuraman, Zeithaml, e Berry, foram analisadas as lacunas de

qualidade e foi construída uma matriz de oportunidades, confrontando o grau de importância e

o desempenho conferido a cada atributo. Conclui-se que os atributos mais valorizados pelos

turistas são: preservação das atrações naturais, segurança, limpeza e manutenção dos espaços

públicos, variedade e beleza das atrações naturais, hospitalidade dos residentes, relação

qualidade/preço nos restaurantes e bares, relação qualidade/preço dos meios de hospedagem,

disponibilidade de informações para a preparação da viagem e disponibilidade de serviços e

equipamentos de saúde. A matriz de oportunidade apontou que os atributos segurança, a

relação qualidade/preço dos restaurantes e bares, a relação qualidade/preço dos meios de

hospedagem e a disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde devem ser melhorados

definitivamente. Mediante análise de cluster foram identificados três grupos de turistas em

que a heterogeneidade foi marcada por distintos níveis de expectativas, e não por fatores

sociodemográficos e que foram denominados de: cluster dos exigentes, cluster dos muito

exigentes e o cluster dos menos exigentes. Uma análise fatorial estabeleceu 07 dimensões

para avaliar os serviços nos destinos turísticos que foram nomeadas como: infraestrutura

turística, lazer e qualidade de vida, infraestrutura de comércio e entretenimento, qualidade

ambiental e patrimonial, custo benefício dos serviços turísticos, conforto das instalações

turísticas e tranquilidade e sossego. Dentre as implicações gerenciais propostas, enfatiza-se a

necessidade dos gestores públicos e privados executar a melhoria de nove atributos, que

conforme os resultados obtidos apresentaram alta importância e baixo desempenho no destino

de Pipa/RN.

Palavras chaves: Qualidade dos serviços. Destinos turísticos. Matriz importância-

desempenho.

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ABSTRACT

The present study aimed to evaluate service quality in tourist destination Pipa / RN perception

of its tourists. The research was characterized as descriptive of an applied nature, and a case

study with a qualitative / quantitative. The research was created by tourists who visited the

destination Pipa / RN in the period March-April 2013. The sample was stratified by gender

and age group, consists of 760 tourists. As data collection instrument was used a structured

questionnaire composed of three modules, validated by experts and tourists, based on 28

attributes extracted from the literature and the local context. Based on the model of

inconsistency Zeithaml, Parasuraman and Berry, analyzed the gaps in quality and built an

array of opportunities confronting the degree of importance and performance given to each

attribute. It was concluded that the attributes most valued by tourists are: preservation of

natural attractions, security, cleaning and maintenance of public spaces , variety and beauty of

the natural attractions , the hospitality of the residents , quality / price ratio in the restaurants

and bars , quality / price ratio of lodging facilities , availability of information for trip

preparation and availability of services and health equipment. The matrix of opportunity

pointed out that security attributes, the quality / price of restaurants and bars, the quality /

price of lodging facilities and the availability of health services and facilities should be

improved definitely. Through cluster analysis identified three groups of tourists that

heterogeneity was marked by different levels of expectations, not by social and demographic

factors that were named: cluster of demanding, very demanding of the cluster and the cluster

of less demanding. A factor analysis established 07 dimensions to evaluate services in

destinations that were named as: tourism infrastructure, leisure and quality of life,

infrastructure, trade and entertainment, environmental quality and equity, cost benefit of

tourist services, comfort and tranquility of tourist facilities and quiet. Among the managerial

implications proposals, emphasizes the need for public and private managers running the

improvement of nine attributes , according to the results presented high importance and low

performance on the destination Pipa / RN .

Keywords: Quality of Service. Tourist destination. Importance- performance matrix.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo Conceitual de um produto turístico...................................................... 23

Figura 2 - Modelo de Ciclo de Vida dos Destinos Turísticos de Butler (1980)................. 25

Figura 3 - Modelo de Competitividade.............................................................................. 31

Figura 4 - Modelo de Qualidade Total Percebida de Serviços........................................... 38

Figura 5 - Modelo de Lacunas de Qualidade...................................................................... 41

Figura 6 - Matriz importância-desempenho proposta por Slack........................................ 44

Figura 7 - Matriz de posicionamento competitivo..............................................................

Figura 8 - Matriz de avaliação de desempenho.................................................................

45

46

Figura 9 - Esquema metodológico da pesquisa.................................................................. 61

Figura 10 - Mapa de Pipa/RN.............................................................................................

62

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LISTA DE QUADRO

Quadro 1 - Quadro sinóptico das condições da Região Turística de Pipa (RTP) de acordo

com no modelo de ciclo de vida das destinações turísticas de Butler (1980).......................

68

Quadro 2 - Atributos de Pipa/RN baseados nos relatos dos entrevistados...........................

Quadro 3 - Conjunto de atributos utilizados na pesquisa......................................................

71

74

Quadro 4 - Matriz de oportunidades do destino Pipa/RN..................................................... 91

Quadro 5 - Oportunidades de melhorias para o destino Pipa/RN......................................... 99

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LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1 - Comportamento das médias de importância dos atributos por clusters.............. 95

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Origem dos turistas entrevistados na pesquisa de demanda turistica em 2009.... 67

Tabela 2 - Evolução da quantidade de unidades habitacionais turísticas em Tibau do Sul.. 67

Tabela 3 - Dimensões e atributos encontrados na literatura.................................................. 69

Tabela 4 - Atributos citados pelos entrevistados................................................................... 71

Tabela 5 - Estratificação da amostra.....................................................................................

Tabela 6 - Perfil dos respondentes.........................................................................................

Tabela 7 - Local onde residem os entrevistados..............................,.....................................

Tabela 8 - Médias de importância dos atributos na percepção dos turistas de Pipa/RN.......

Tabela 9 - Médias de desempenho dos atributos em Pipa/RN .............................................

Tabela 10 - Lacunas de qualidade do destino Pipa/RN.........................................................

Tabela 11 - Dez maiores lacunas negativas...........................................................................

Tabela 12 - Dez maiores lacunas positivas............................................................................

Tabela 13 - Perfil dos componentes dos clusters..................................................................

Tabela 14 - Médias e rankings de importância dos atributos por cluster..............................

Tabela 15 - Teste de Spearman para os rankings dos clusters..............................................

Tabela 16 -Valores dos eingenvalue e percentagem da variância total explicada pelos sete

componentes.........................................................................................................................

Tabela 17 - Comunalidades dos fatores...............................................................................

77

79

80

82

84

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97

97

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LISTA DE SIGLAS

ABRASEL Associação Brasileira de Bares e Restaurantes

ABIH Associação Brasileira da Indústria dos Hotéis

CNS Confederação Nacional dos Serviços

EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

PIB Produto Interno Bruto

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas

SETUR/RN Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 14

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA......................................................................... 14

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA................................................................................... 15

1.3 OBJETIVOS.................................................................................................................. 16

1.3.1 Geral.......................................................................................................................... 16

1.3.2 Específicos................................................................................................................. 16

1.4 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO...........................................................................

17

18

2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 19

2.1 O SETOR DO TURISMO.............................................................................................

2.1.1 O turismo no Brasil..................................................................................................

2.2 DESTINOS TURÍSTICOS...........................................................................................

2.2.1 Componentes dos destinos turísticos......................................................................

2.2.2 O ciclo de vida dos destinos turísticos.....................................................................

2.2.3 Atratividade dos destinos turísticos........................................................................

2.2.4 Competitividade dos destinos turísticos.................................................................

2.2.5 Escolha dos destinos turísticos................................................................................

2.2.6 Imagem dos destinos turísticos................................................................................

2.3 GESTÃO DOS SERVIÇOS.........................................................................................

2.3.1 Qualidade dos serviços.............................................................................................

2.3.2 Modelos de avalição de qualidade...........................................................................

2.3.2.1 Modelo das lacunas de qualidade.........................................................................

2.3.2.2 Modelo SERVQUAL............................................................................................

2.3.2.3 Matriz de importância-desempenho....................................................................

2.3.3 Qualidade no setor do turismo................................................................................

2.4 ESTUDOS EMPÍRICOS SOBRE QUALIDADE DOS SERVIÇOS TURÍSTICOS

2.4.1 Estudos empíricos internacionais...........................................................................

2.4.2 Estudos empíricos no contexto nacional................................................................

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................

3.1 ESQUEMA METODOLÓGICO DA PESQUISA.....................................................

19

20

21

22

24

26

28

32

34

36

37

39

39

42

43

46

48

48

54

59

60

3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCUS DA PESQUISA................................................... 62

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3.3 ATRIBUTOS E DIMENSÕES DO SERVIÇO DOS DESTINOS TURÍSTICO.........

3.4 ENTREVISTAS SEMI-ESTRUTURADAS COM ELEMENTOS DO TURISMO

DE PIPA/RN.......................................................................................................................

68

70

3.5 CONJUNTO DE ATRIBUTOS UTILIZADOS NA PESQUISA ............................. 74

3.6 INSTRUMENTO DE PESQUISA............................................................................... 75

3.7 UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA.........................................................,....

3.8 COLETA DE DADOS.................................................................................................

3.9 ANÁLISE E TRATAMENTO ESTATÍSTICO...........................................................

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS..................................................................................

4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES................................................................................

4.2 IMPORTÂNCIA DOS ATRIBUTOS DO SERVIÇO DOS DESTINOS

TURISTICOS......................................................................................................................

4.3 DESEMPENHO CONFERIDO AOS ATRIBUTOS DO SERVIÇO NO DESTINO

PIPA/RN.............................................................................................................................

4.4 LACUNAS DE QUALIDADE DO SERVIÇO NO DESTINO PIPA/RN................

4.5 MATRIZ DE OPORTUNIDADE................................................................................

4.5.1 Matriz de oportunidade do destino Pipa/RN.........................................................

4.6 IDENTIFICAÇÃO DE GRUPOS HOMOGÊNEOS DE TURISTAS.......................

4.7 IDENTIFICAÇÃO DE DIMENSÕES PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE

NO DESTINO TURÍSTICO...............................................................................................

4. 8 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS................................................................................

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................

REFERÊNCIAS................................................................................................................

APÊNDICE A....................................................................................................................

APÊNDICE B....................................................................................................................

77

78

78

79

79

81

83

85

88

89

92

96

99

103

105

112

114

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INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

Cada vez mais o impacto do processo de globalização afeta todos os campos,

especialmente da vida social, econômica, política, tecnológica e cultural, resultando em

uma grande marca no mercado dos serviços (PAVLIC; PERUCIC; PORTOLAN,2011). O

setor de serviços está no centro da atividade econômica de qualquer sociedade, uma vez que

engloba tanto serviços de infraestrutura quanto operações comerciais (FITZSIMMONS;

FITZSIMMONS, 2005). Por esse motivo, os serviços têm assumido uma importância

crescente, tanto nacional como internacionalmente. No contexto atual, muitas empresas estão

enfrentando o aumento da concorrência e a rápida desregulamentação, e, a fim de alcançar

vantagem competitiva e eficiência, as organizações têm que procurar formas rentáveis para se

diferenciarem. Uma estratégia relacionada com esse almejado sucesso é a entrega de serviço

de alta qualidade (MEI; DEAN; WHITE 1999).

Para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005), as empresas relacionadas ao turismo, lazer e

entretenimento podem ser classificadas como pertencentes ao setor de serviços. O turismo é

considerado a maior indústria desse setor, visto que engloba um grande número de negócios,

como restaurantes, hotéis, agências de viagens e companhias áreas, sendo responsável por 7%

de todos os postos de trabalho no mundo (NARAYAN et al. 2009).

No Brasil, o turismo é reconhecido como fator considerável para o desenvolvimento

econômico e social. Suas dimensões e diversidades de território resultam em uma extensa

oferta de destinos turísticos, e, apesar das crises econômicas de 2009 e 2011, o setor vem

adaptando-se e buscando novos mercados. O turismo doméstico, impulsionado pelo aumento

da renda média da população, do consumo familiar e pela emergência de uma nova classe

média no Brasil constituem uma oportunidade ímpar para o fortalecimento do setor (BRASIL,

2011).

Dados do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (RN) revelam que o Estado

recebe aproximadamente 2,5 milhões de turistas ao ano e o setor gera cerca de 120 mil

empregos (RIO GRANDE DO NORTE, 2012). Reconhecido por suas belezas naturais, o Rio

Grande do Norte é um dos principais destinos turísticos do Brasil. O desenvolvimento da

atividade que começou na sua capital, Natal, hoje está presente em diversos municípios, com

destaque para Tibau do Sul. Segundo o governo estadual, esse cenário foi construído a partir

de investimentos conjuntos do poder público e do setor privado, por meio da construção de

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estradas e melhorias nas cidades e da instalação de hotéis, pousadas e restaurantes nas

localidades turísticas (RIO GRANDE DO NORTE, 2012).

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Nesse panorama, torna-se necessário perceber que a essência do turismo não está

apenas em seus impactos sobre a economia de uma região em particular, mas também no

impacto coletivo do ambiente e da sociedade sobre o potencial de turistas para visitar a área

(TORO; MUÑOZA; MORENO, 2010). O estudo da atratividade dos destinos turísticos tem

sido explorado por vários autores com diferentes perspectivas. Tang e Rochananond (1990)

estudaram a atratividade de um destino turístico com base na análise de seus atributos. Hu e

Ritchie (1993) basearam-se nos sentimentos de crença e opinião dos visitantes em relação ao

destino. Beerli e Martín (2004) e Chi e Qu (2008) analisaram a imagem de um destino sob a

perspectiva da análise da diferença entre a expectativa e o nível de satisfação dos visitantes

em diferentes atributos. Ampliando esse rol de estudos, alguns pesquisadores introduziram o

pensamento holístico às análises do tema, englobando um grande número de agentes,

organizações, redes, pessoas e grupos que se relacionam entre si em um destino turístico

(DAS et al., 2007).

A forte concorrência nacional e internacional entre os destinos turísticos enfatiza o

conceito de qualidade de serviços como fator crítico na escolha de um destino turistico.

Ademais, as caracteristicas de intagibilidade, heterogeneidade, inseparabilidade e aspectos

culturalmente sensíveis dos serviços turísticos colocam desafios interessantes para os

pesquisadores que tentam definir o que é atrativo para os turistas (BAJS, 2011).

Além disso, na conjuntura atual, é necessário compreender como as relações entre o

produto turístico e as percepções de qualidade e valores são geradas pelos visitantes para que

sejam propostas e elaboradas ações em prol do alto nível de satisfação, considerando que

turistas satisfeitos tendem a voltar ao destino e propagar suas experiências positivas para os

amigos e familiares (PAVLIC; PERUCIC; PORTOLAN, 2011; MURPHY; PRITCHARD;

SMITH, 2000). Dessa forma, a fim de atrair e reter os visitantes, o setor turistico (público e

privado) deve ser sempre conduzido pela intensa preocupação com a qualidade dos serviços

(KANDAMPULLY, 2000; NARAYAN et al., 2009).

Para tanto, a aplicação de modelos que visam avaliar a qualidade dos serviços, como o

das Lacunas de Qualidade de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985) podem auxiliar na

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apreensão das expectativas e do desempenho dos atributos dos serviços nos destinos

turísticos.

Nos últimos anos, destacando-se nesse ambiente competitivo, a Praia de Pipa/RN

despontou como um destino reconhecido tanto no âmbito nacional quanto internacional,

atraindo assim, diversos investimentos e acolhendo pessoas de diversas nacionalidades

(VIDAL, 2010). De acordo com o IBGE (2011), o município de Tibau do Sul, possui cerca de

1.806 unidades habitacionais e mais de 5.000 leitos entre hotéis, pousadas e albergues com

capacidade para receber 5.174 hóspedes por dia, sendo 85% destes localizados na Praia de

Pipa. Em seus quinze quilômetros, a Praia oferece aos turistas aproximadamente 150 opções,

entre bares, restaurantes e lanchonetes, que contemplam a gastronomia de várias partes do

mundo. Anualmente, a Praia recebe cerca de 500 mil turistas (SECRETARIA DO TURISMO

DE TIBAU DO SUL,2012).

Diante desse contexto, surge a seguinte questão de pesquisa: como são avaliados os

serviços prestados no destino Pipa/RN na percepção dos seus turistas?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

Avaliar a qualidade dos serviços no destino turístico Pipa/RN na percepção dos seus

visitantes.

1.3.2 Específicos

a) Identificar os atributos mais importantes para os turistas;

b) Avaliar o desempenho do serviço percebido pelos turistas no destino Pipa/RN;

c) Identificar a formação de dimensões a partir das expectativas dos turistas;

d) Analisar as expectativas de grupos homogêneos de turistas; e

e) Analisar as implicações gerenciais para a melhoria dos serviços prestados no destino

Pipa/RN pelos agentes públicos e privados.

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1.4 JUSTIFICATIVA

Os números expressivos do setor de serviços reforçam a necessidade de compreender-

se melhor esta atividade. O setor dos serviços é responsável por 68,5% do Produto Interno

Bruto do Brasil (IBGE,2012) e emprega cerca de 26,2 milhões de trabalhadores no país, sendo

responsável por 50,2% dos 1,135 milhão dos postos de trabalho criados o 1º semestre de 2013

(CNS,2013). De acordo com o Governo do Rio Grande do Norte, o turismo, maior indústria

dos serviços, gera em torno de 120 mil empregos no Estado (RIO GRANDE DO NORTE,

2012).

Em relação à produção de conhecimento científico e acadêmico, a pesquisa justifica-se

por ampliar a discussão sobre atratividade e satisfação dos visitantes aos destinos turísticos,

trazendo à pauta vários estudos nacionais e internacionais que revelam a pluralidade do setor.

Além disso, o estudo aprofunda a relação existente entre o Turismo e a Administração, e

oferece subsídios para áreas como Marketing, Planejamento Estratégico, Planejamento

Turístico e Oportunidade de Negócios.

A opção pelo destino de Pipa/RN ocorreu em virtude de sua importância nos cenários

nacional e internacional. Localizado no município de Tibau do Sul, litoral sul, Pipa é o

segundo destino mais visitado do estado, de acordo com a pesquisa de demanda turística

encomendada pelo governo estadual (RIO GRANDE DO NORTE, 2009). Em 2011, o destino

se destacou sendo como um dos nove mais competitivos do turismo de praia e sol do Brasil

(SEBRAE, 2011). Já no ano de 2012 foi considerado um dos sessenta e cinco destinos

indutores de desenvolvimento turístico regional (SEBRAE, 2012).

Ainda corrobora com a relevância deste estudo o fato de que, para o turismo, como

atividade que envolve diferentes setores produtivos, é estratégico dispor de ferramentas que

auxiliem o planejamento de ações e o investimento de recursos, oferecendo subsídios aos

gestores para estratégias de desenvolvimento de seus municípios. Em sentido semelhante, a

pesquisa busca fomentar o conhecimento sobre a percepção dos turistas de Pipa, para apontar

implicações práticas para a gestão do destino turístico tanto para as entidades públicas quanto

para os agentes privados e com isso, fomentar oportunidades de negócios, melhorar os

serviços prestados e, assim, aumentar a satisfação dos visitantes deste destino.

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1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Para facilitar a compreensão e a fluidez da leitura desta dissertação, cabe relatar que o

trabalho foi desenvolvido em cinco capítulos.

O primeiro contém a contextualização do tema, a definição do problema, a justificativa

e a definição do objetivo geral e dos específicos, com o intuito de definir o assunto estudado.

O segundo capítulo abrange o setor turístico, com sua caracterização, importância

econômica, aspectos dos destinos turísticos, atratividade dos destinos, competitividade, o

processo de escolha de um destino turístico e demais aspectos relevantes da atividade.

Igualmente é feita uma revisão teórica sobre os aspectos conceituais relativos à qualidade em

serviços, modelos para avaliar a qualidade de serviços, qualidade no setor do turismo e

estudos empíricos que compõem a discussão do tema da qualidade dos serviços turísticos.

O terceiro capítulo é dedicado à metodologia do trabalho, à descrição do destino

estudado, bem como à discriminação de todas as etapas para a realização deste trabalho.

O capítulo quatro é dedicado à análise dos resultados da pesquisa, perpassando pelo

perfil dos entrevistados, pelas análises dos resultados das expectativas e desempenhos,

posteriormente pelas matrizes absolutas de desempenho, pelas lacunas, sendo finalizado com

a análise fatorial e a análise de cluster.

Por fim, são apresentadas as considerações finais da autora, indicando as limitações da

pesquisa, as possibilidades de futuras pesquisas, as referências e os apêndices deste escrito.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

No presente capítulo são apresentados os fundamentos teóricos que norteiam o este

estudo sobre os destinos turísticos e o setor dos serviços. No decorrer deste capítulo serão

apresentados o setor do turismo, o turismo no Brasil, os destinos turísticos e seus

componentes, o ciclo de vida, a atratividade, competitividade, escolha e imagem dos destinos

turísticos, assim como, a gestão dos serviços, a qualidade dos serviços, os modelos de

avaliação de qualidade e a qualidade do setor dos serviços; por fim, a última parte deste

referencial destina-se os estudos empíricos nacionais e internacionais.

2.1 O SETOR DO TURISMO

Desde a década de 50, o setor do turismo tem desempenhado papel expressivo na

prosperidade global. Durante o florescimento das economias ocidentais, entre 1960 e 1980, o

setor de serviços cresceu em termos de significância econômica (CROUCH; RITCHIE, 1999).

O turismo pode ser considerado a maior indústria de serviços do mundo. Em 2006,

236 milhões de turistas andaram por vários lugares da terra. Essa atividade é um dos fatores

que estimulam os governantes a realizarem projetos de melhoria em infraestruturas, que,

consequentemente, não apenas desenvolvem o potencial turístico, mas também trazem

melhoria da qualidade de vida para os moradores locais (NARAYAN et al., 2009).

Pontua-se que sete por cento de todos os postos de trabalho do mundo estão

relacionados com o turismo, tanto diretamente, por meio dos hotéis, restaurantes, casas

noturnas, táxis, e, indiretamente, na venda de souvenirs e artesanatos (NARAYAN et al.,

2009). Segundo o autor, quase todos os países reconhecem o potencial do setor e estão

buscando atrair maior número de visitantes estrangeiros, fornecendo uma oportunidade para

aumentar sua exportação de serviços.

Ampliando essa perspectiva, postula-se que a essência do turismo não está apenas em

seus impactos sobre a economia de uma região em particular, mas também no impacto

coletivo do ambiente e da sociedade sobre o potencial turístico da área (TORO; MUÑOZA;

MORENO, 2010). Nessa direção, o turismo pode ser definido como uma experiência que

agrega diversos serviços, geralmente criados por meio de inúmeras combinações de atividades

e benefícios. É uma experiência durante a qual o visitante encontra e interage com prestadores

de serviços, com outros visitantes, com a comunidade local e com o ambiente natural. Em

uma época remota, esta atividade era considerada um “artigo de luxo”, mas, atualmente,

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transformou-se em um componente do estilo de vida da população, tornando-se um respeitado

ramo de negócios (KANDAMPULLY, 2000).

Com esse crescente papel do turismo na economia e o aumento da concorrência no

mercado turístico global, a importância do desenvolvimento de produtos turísticos de

qualidade tem sido reconhecida tanto pelos setores do turismo público quanto do privado

(MIROSLAWA, 1998). Por isso, a demanda por serviços de alta qualidade, vem sendo vista

como a chave do sucesso de várias empresas e instituições (ALTIGAN; AKINCI; AKSOY,

2003).

2.1.1 O turismo no Brasil

O Brasil, assim como outros países, tem no turismo uma rica fonte de emprego e

renda. Conjecturas econômicas demonstram que o aumento da renda média e do consumo das

famílias brasileiras, aliadas à emergência de uma nova classe média no país, constitui

oportunidade ímpar de fortalecimento deste mercado e de reconhecimento do turismo como

importante fator de desenvolvimento econômico e social (BRASIL, 2010).

A expansão do turismo pelo litoral do Nordeste ocasionou um elevado

desenvolvimento regional. Esse processo envolve uma vasta cadeia produtiva e de serviços,

como companhias de aviação, instituições financeiras, grupos de investidores hoteleiros,

imobiliários, de alimentação e lazer, entre outros (BARROS, 2009).

Delimitando a análise para campo do estudo de caso desta pesquisa, observa-se que a

difusão do turismo na região litorânea, onde se localiza o estado do Rio Grande do Norte,

assume o padrão SSS – Sun, Sand and Sea – termos da língua inglesa para Sol, Areia e Mar

(BARROS, 2009). Os principais recursos relacionados ao desenvolvimento do turismo no

segmento Sol e Praia estão diretamente relacionados a fatores como a água e os espaços de

seu entorno. O segmento de Sol e Praia possui algumas especificidades que devem ser

consideradas, especialmente no que tange à concepção do produto e suas estratégias de

promoção e comercialização. Esse segmento é formado por um perfil de consumidor

heterogêneo, desde jovens interessados em novas descobertas até famílias compostas de

pessoas de diferentes idades e com necessidades diferenciadas (SEBRAE, 2011).

A dinamização da atividade turística do Nordeste foi alavancada pelo PRODETUR-

NE, um projeto oriundo de investimentos públicos que tinha o objetivo de promover o

desenvolvimento socioeconômico da Região. Entre os anos de 1994 a 2005, foram investidos

no Nordeste mais de 670 milhões de reais em infraestrutura e serviços básicos, dos quais 70

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milhões foram destinados o Rio Grande do Norte (RN). Para a execução do projeto, os

municípios foram agrupados em Polos Turísticos. O Polo do RN foi denominado Pólo de

Turismo Costa das Dunas e envolve 200 km de litoral, composto por 16 municípios, desde

Pedra Grande, ao Norte, até Baía Formosa, ao Sul, tendo Natal, ao Centro (BARROS, 2009).

Nesse contexto, o fluxo de turistas no Estado do Rio Grande do Norte cresce a cada

ano. Fazendo uma análise histórica, no ano de 2001, 1.419.621 turistas visitaram o Estado e,

em 2007, foram 2.179.925 turistas/ano (GRANDE, 2009). Identificando este cenário, serão

aprofundados os conhecimentos sobre os destinos turísticos.

2.2 DESTINOS TURISTICOS

Os destinos são os elementos centrais do sistema do turismo. A concepção de destino

tem sido explorada por vários autores a partir de diferentes perspectivas. Para alguns, um

destino possui elementos territoriais, aspectos pessoais e econômicos, os quais atraem e

recebem turistas, transformando-se em um produto turistico. Existe ainda um grupo de autores

que adotam uma concepção holística, a qual define um destino turístico por meio da análise

da integração de um grande número de agentes, organizações, redes, pessoas e grupos

(TORO; MUÑOZA; MORENO, 2010).

Em sua definição, Dias (2008, p. 36) conceitua um destino turístico como “uma

localidade, uma região ou um país que recebe visitantes para lá se dirigirem para passar um

período relativamente curto”. Murphy, Pritchard e Smith (2000, p. 43) definiram o destino

como sendo “uma amálgama de produtos e de serviços disponíveis num determinado local,

que podem atrair visitantes para além das suas fronteiras.” Hu e Ritchie (1993, p. 25) também

evidenciam a relação com os serviços e consideram o destino turístico como “um pacote de

serviços e facilidades turísticas, que tal como qualquer outro produto consumido é composto

por um número de atributos multidimensionais.”

Kim (1998, p. 340) afirma que “um destino pode ser visto como um produto

excepcionalmente complexo da indústria do turismo compreendendo, entre outros fatores, o

clima, infraestrutura, serviços e atributos naturais e culturais. Apesar dessa complexidade, é

no entanto, um produto”. Beerli e Martin (2004) apontam que destinos turísticos devem ser

concebidos como as marcas que têm de ser gerenciadas a partir de um ponto de vista

estratégico. Buhalis (2000) considera destino uma região geográfica que é compreendida por

seus visitantes como uma entidade única, como um quadro político e legislativo comum para

a comercialização do turismo e planejamento. Dias (2008) também agrega um aspecto social e

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revela que um destino turístico possui elementos que motivam os potenciais turistas a

visitarem determinado local, e assim a provocarem efeitos sociais e econômicos, modificando

toda uma dinâmica pré-existente, tornando-se indutor de desenvolvimento daquele local.

Harmonizando as definições acima, Cracolici e Nijkamp (2008) conseguem unificar as

ideias e expõem uma definição completa. De acordo com os autores, um destino turístico (por

exemplo, cidade, região ou local), atualmente, deixou de ser visto como um conjunto de

características culturais, artísticas e recursos ambientais, mas como um produto global,

atraente, disponível em uma determinada área: uma carteira complexa e integrada de serviços

oferecidos por um destino que fornece uma experiência de férias/tempo livre que satisfaça às

necessidades do turista. Um destino turístico, dessa forma, produz um pacote composto de

serviços turísticos com base em seu potencial de ofertas. Por isso, os autores alertam sobre a

existência de um cenário no qual a concorrência feroz entre destinos tradicionais force a

manutenção e a expansão de suas quotas de mercado e novos destinos, tentando adquirir uma

quota de mercado significativa e crescente.

Para proporcionar um melhor entendimento da dinâmica dos destinos turísticos,

apresentaremos a seguir seus componentes.

2.2.1 Componentes dos destinos turísticos

As características dos destinos turísticos podem ser classificadas em dois grupos:

primárias e secundárias. As características primárias estão relacionadas ao clima, à cultura, à

ecologia e à arquitetura. As secundárias são originárias da evolução do turismo a partir da

instalação de hotéis, transportes, restaurantes e entretenimento. Juntos, esses dois grupos

contribuem para a atratividade de um destino turístico (KOZAK, 1999).

Para Murphy, Pritchard e Smith (2000), os elementos de um destino turístico podem

ser divididos em diversas categorias, conforme Figura 1:

elementos naturais que incluam em suas localizações recursos naturais, tais como

acidentes geográficos, flora e fauna, ou condições físicas, como o clima;

elementos sociais, como a simpatia da população local, a língua falada, estruturas

familiares;

elementos de desenvolvimento, como o nível de utilização ou a falta de infraestrutura,

traçado urbano e tecnologia;

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elementos econômicos, como o mercado de câmbio de moedas e os preços cobrados

por seus produtos;

elementos culturais: como a autenticidade da cultura local, história e tradições;

elementos políticos, que incluem estabilidade política, política externa, direitos

humanos, controle do governo, atitude para com os turistas (por exemplo, exigência de

visto).

Figura 1 - Modelo conceitual de um produto turístico

Fonte: Murphy, Pritchard e Smith (2000, p. 46)

Buhalis (2000), por sua vez, estrutura a análise de destinos turísticos por meio dos

seguintes componentes: a) atrações (naturais, artificiais, construídas a propósito, o patrimônio,

eventos especiais); b) acessibilidade (sistema de transporte composto de rotas, terminais e

veículos); c) comodidades (alojamentos e restaurações de instalações, varejo, outros serviços

turísticos); d) pacotes disponíveis (pré-arranjados pacotes por intermediários e diretores); e)

atividades (todas as atividades disponíveis no local de destino e o que o consumidor fará

durante sua visita); e serviços auxiliares (serviços utilizados pelos turistas, como bancos,

telecomunicações, correios, quiosques, hospitais, etc).

Experiência do

destino turístico

Ambiente

natural

Fatores

políticos

Fatores

tecnológicos Fatores

econômicos

Fatores

culturais

Fatores

sociais

Infraestrutura de serviços

Comércio/

Serviços

Recreação e

atrações Serviços de

Alimentação Serviços

de viagem

Serviços de

transporte

Serviços de

hospedagem

Ambientes do destino

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Segundo Bajs (2010), a qualidade e a diversidade representam aspectos a serem

contabilizados na escolha do destino e podem ter papel crucial na avaliação das experiências

vivenciadas pelos turistas. Além do ambiente do destino, a qualidade da infraestrutura

turística – alojamento, alimentação, infraestrutura de transporte, compras, atrações turísticas,

recreativas e instalações de entretenimento – é levada em conta pelos visitantes. Assim, a

percepção do destino turístico é definido por meio da experiência do ambiente do destino,

assim como de sua infraestrutura de serviços.

O resultado do processo que implica na satisfação legítima em relação aos serviços

turísticos, necessidades e expectativas dos clientes, passa por diversos pontos, como: preços

aceitáveis, conformidade com o que se entende por qualidade, segurança, higiene,

acessibilidade, transparência, autenticidade e harmonia do turismo, paralelamente com a

preocupação da preservação do meio ambiente e da raça humana (ALTIGAN; AKINCI;

AKSOY, 2003).

Segundo Cardoso (2011), os responsáveis pelo desenvolvimento dos destinos

turísticos carecem, de maneira geral, de informações sobre a qualidade percebida pelos

visitantes, ainda que tal fator influencie no ato de recomendar o destino ou até mesmo na

repetição da visita, resultando na fidelização deste.

Corroborando com a necessidade de mudança dessa constatação, Bajs (2010) revela

que a importância dos componentes de destino no desenvolvimento da percepção de

diferentes segmentos de turistas é um pré-requisito para o desenvolvimento, a implementação

e o sucesso da estratégia de marketing no turismo.

2.2.2 O ciclo de vida dos destinos turísticos

O conceito de “Ciclo de vida de destinos turísticos” foi desenvolvido por Butler

(1980), baseado no ciclo de produtos, no qual inicialmente as vendas avançam lentamente,

depois experimentam uma rápida taxa de crescimento, estabilizando-se e, por último,

regredindo. O modelo de Butler (1980), apresentado na Figura 2, sugere que o

desenvolvimento do turismo em certa região segue uma evolução de multi-estágio. As seis

fases de “Ciclo de vida de um destino turístico” são descritas como segue:

Exploração: uma área é “descoberta” por uma empresa que está convencida de sua

atração turística (beleza natural, monumentos, cultura, entre outros).

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Envolvimento: um pequeno, mas crescente, número de visitantes chega ao destino e, a

partir desse momento, algumas iniciativas locais de incentivo ao turismo são iniciadas.

Desenvolvimento: um período dinâmico de crescimento e mudanças atrai grande

número de novos visitantes, alimentando o crescimento. Os investimentos externos

são atraídos e, portanto, há um declínio na participação e controle locais.

Consolidação: o número de visitantes continua a aumentar, mas a uma taxa

decrescente. Os esforços de marketing e promoção são aumentados para prolongar a

estação turística e atrair mais visitantes distantes.

Estagnação: o número de visitantes é estabilizado e limiares são atingidos ou

ultrapassados que resultam em problemas econômicos, sociais e ambientais. O

desenvolvimento do turismo tem afetado negativamente as qualidades que

inicialmente haviam atraídos pessoas para a região.

Declínio ou rejuvenescimento: se o destino não consegue resolver os seus problemas

econômicos, ambientais e sociais, perde seus visitantes para destinos mais “virgens”.

No entanto, o ciclo pode começar de novo com uma fase de rejuvenescimento. Isto

requer uma mudança dramática e um novo conjunto de atrações artificiais ou um

recurso natural anteriormente inexplorado.

Figura 2 - Modelo de Ciclo de vida dos destinos turísticos de Butler (1980)

Fonte: Butler (1980)

De acordo com Butler (1980), durante o ciclo de vida de um destino turístico, as fases

mais críticas são as iniciais. Em contiguidade com as reflexões do autor, destinos que

ultrapassam fases ou não dão continuidade ao processo perdem espaço para localidades que se

preparam para cada passo e que estão sempre em busca da inovação e de novas atrações.

Exploração

Envolvimento

Desenvolvimento

Consolidação

Estagnação

Declínio, rejuvenescimento ou

estagnação

Número de

visitantes

Tempo

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2.2.3 Atratividade dos destinos turisticos

Um destino turístico pode ser visto como um produto complexo na indústria do

turismo, composto por recursos naturais, infraestrutura, serviços, peculiaridades locais,

atributos culturas, entre outros. O produto turístico pode ser analisado em termos de atrações,

instalações e acessibilidade com a finalidade de descobrir sua atratividade. As atrações são os

principais fatores que geram fluxo turístico para determinada localidade. Os equipamentos

turísticos, em seu turno, são aqueles elementos que, normalmente, não motivam a visita a um

lugar, mas sua ausência, sim, desmotiva a visita do turista: acessibilidade de transporte, tempo

e custo para chegada ao destino, por exemplo, podem impedir que os turistas viajem para

apreciar as atrações de um destino (KOZAK ,1999).

Segundo a Organização Mundial do Turismo (apud BRASIL, 2011), entendem-se

como atrativos turísticos locais os objetos, os equipamentos, as pessoas, os fenômenos, os

eventos ou as manifestações capazes de motivar o deslocamento de pessoas para conhecê-los,

podendo estes serem classificados em:

Atrativos naturais: elementos da natureza que, ao serem utilizados para fins turísticos,

passam a atrair fluxos de visitantes (montanhas, rios, ilhas, praias, dunas, cavernas,

cachoeiras, clima, flora, fauna).

Atrativos culturais: elementos da cultura, bens e valores culturais de natureza material,

produzidos pelo homem e apropriados pelo turismo, da pré-história à época atual,

como testemunhos de uma determinada cultura (artesanato, gastronomia, etc.).

Eventos programados: eventos que concentram pessoas para tratar ou debater assuntos

de interesse comum, negociar ou expor produtos e serviços, ordens comerciais,

profissionais, técnicas, aspectos culturais, científicos, políticos, religiosos, turísticos,

entre outros, com datas e locais previamente estabelecidos. Tais eventos acarretam a

utilização de serviços e equipamentos turísticos (feiras, congressos, seminários).

Realizações técnicas, científicas e artísticas: obras, instalações, organizações,

atividades de pesquisa que, por suas características, são capazes de motivar o interesse

do turista e, com isso, demandar a utilização de serviços e equipamentos turísticos.

Para Deng, King e Bauer (2002 apud Barros, 2008), há cinco componentes principais

que contribuam para atração geral do suporte natural dos destinos: 1) recursos turísticos,

incluindo recursos naturais e culturais; 2) facilidades turísticas, subdivididas em

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infraestrutura, facilidades recreativas e educacionais; 3) acessibilidade, envolvendo

acessibilidades internas e externas de um destino turístico; 4) comunidades locais; e 5)

atrações periféricas.

Seguindo o detalhamento, alguns estudos indicam que existem dois tipos de atributos:

os controláveis e os incontroláveis. Os controláveis estão relacionados à limpeza da praia,

acesso às atrações, à disponibilidade de atividades, instalações e de entretenimento; e os

incontroláveis estão relacionados ao ambiente natural, à cultura, ao clima e a outras

características gerais de um destino. Juntos, estes atributos podem ser determinantes do valor

turístico e da satisfação. Outras pesquisas apontam que a percepção não vem apenas da bela

paisagem dos destinos, mas igualmente a partir dos encontros com prestadores de serviços,

demais turistas e comunidade local. A qualidade dos serviços prestados aos turistas, a

responsabilidade do pessoal que presta tais serviços, a eficiência de sanar dúvidas e problemas

e o preço cobrado também contribuem para a construção da percepção de valor turístico e

para a satisfação do turista (PIZAM; NEUMANN; REICHEL, 1978).

De acordo com Murphy, Pritchard e Smith (2000), aponta-se que a percepção da

qualidade do destino deriva diretamente dos serviços que os turistas recebem durante suas

estadias. No entanto, para o autor, o valor percebido do destino é afetado tanto pela

infraestrutura de serviços, quanto pelo ambiente do destino.

Entretanto, depois que os turistas experimentam outros destinos, sua percepção de

qualidade global e a percepção do destino específico influenciam a decisão de revisitar o

destino e de recomendá-lo a outros, direta ou indiretamente. Os turistas também fazem

comparações entre os atributos, as atrações e a qualidade de serviço entre os diferentes

destinos, e, assim, estipulam o valor de certo destino individualmente (KOZAK;

REMMINGTON, 1999). Logo, os destinos de sucesso devem assegurar que sua atratividade,

bem como a integridade das experiências entregues aos visitantes, sejam iguais ou melhores

que os esforços de outros concorrentes para atrair potenciais visitantes. Como se faz

necessário viajar para um destino para que se possa viver a experiência, a avaliação dos

fatores são determinantes notáveis do fator atratividade (CROUCH; RITCHIE, 1999). Sob a

ótica de Enright e Newton (2004), a participação dos profissionais da indústria do turismo,

como diretores e gestores, é importante na identificação dos atrativos do destino, posto que

eles, em geral, possuem experiência e sabem o que funciona e o quê não funciona no

cotidiano dos destinos.

Grande parte da indústria do turismo continua a operar, principalmente, na premissa de

que os fatores de atração são os principais motivadores de viagens e que as pessoas vão de

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férias para verem as mesmas cenas e fazerem as mesmas atividades antes já feitas. Muitos

investigadores desejam provar esta premissa, e isso tem sido manifestado substancialmente na

literatura que surgiu a partir da imagem de destino e atributos (FAKEYE; CROMPTON,

1992). A atratividade percebida de um destino específico é susceptível de variação,

dependendo do contexto em que as escolhas de um destino são feitas. A atratividade de um

destino reflete os sentimentos, crenças e opiniões que um indivíduo tem sobre a capacidade

percebida de um destino, proporcionando satisfação de suas necessidades. Quanto mais um

indivíduo acredita que um local satisfará suas necessidades, mais atraente será a região e mais

provavelmente será selecionada como um potencial destino de viagem (HU; RITCHIE, 1993).

Em relação aos destinos de sol e praia, quanto mais atrativos e atividades diferenciadas

possuirem, maiores serão as possibilidades de captação de visitantes, aumento de sua

permanência e pela possibilidade de uso da praia também em dias de chuva ou na baixa

estação. A oferta de passeios diferenciados, produtos agregados (artesanato local, por

exemplo), comidas típicas, atividades culturais ligadas às festas populares, eventos esportivos,

além do estabelecimento de parcerias com empresários locais, são formas de ampliar a

qualidade da experiência turística e garantir o uso sustentável daquele ambiente. Além disso, a

beleza natural, aliada ao respeito à cultura local, também aumenta as chances de o destino

tornar-se mais competitivo. É basilar considerar adicionlmente a existência de acessos

estruturados e sinalizados, equipamentos de segurança, sinalização turística adequada e

demais serviços de atendimento ao turista e à comunidade local (BRASIL, 2011).

O sucesso dos destinos turísticos, assim, depende da competitividade do turismo

regional em termos das características de atratividade (ou perfil de qualidade) que compõem a

força de turismo de uma determinada área. As novas necessidades dos visitantes impõem aos

destinos renovarem-se constantemente para oferecer recursos atraentes, capazes de atender a

demanda de um mercado cada dia mais exigente (CRACOLICI; NIJKAMP, 2008).

No próximo tópico, a competitividade dos destinos turísticos será objeto de debate e

reflexão.

2.2.4 Competitividade dos destinos turísticos

O desenvolvimento de um potencial destino turístico turismo depende,

substancialmente, de sua capacidade de manter vantagem competitiva na entrega de bens e

serviços para os visitantes. A competitividade é um conceito geral que engloba preços, assim

como os movimentos da taxa de câmbio, produtividade de vários componentes da indústria

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turística e fatores qualitativos que refletem a atratividade de um destino (DWYER;

FORSYTH; RAO, 2000).

Segundo Dwyer, Forsyth e Rao (2000), variados determinantes da demanda para o

turismo podem ser distinguidos: (a) fatores sócio-econômicos e demográficos, como: renda da

população, no país de origem, tempo de lazer, educação, ocupação etc.; (b) fatores

qualitativos: apelo turístico, qualidade de imagem, serviços turísticos, marketing do destino e

promoções, laços culturais; (c) fatores de preço: custo dos serviços de transporte para o

destino, custo de alojamento, serviços turísticos, alimentos e bebidas, entretenimento.

Para o Ministério do Turismo (BRASIL, 2011), as variáveis utilizadas para efeitos de

avaliação de competitividade dos destinos turísticos na dimensão de Serviços e Equipamentos

turísticos são: sinalização turística, centro de atendimento ao turista, espaços para eventos,

capacidade dos meios de hospedagem e capacidade do turismo receptivo.

Nesse debate, a temporada desempenha um papel considerável para a análise de

competitividade destino. Dois destinos podem ser concorrentes no turismo de verão, mas não

no inverno. Ao comparar destinos, existe a necessidade de estabelecerem-se quais destinos

estão em concorrência direta e quais destinos nunca estão em concorrência direta,

considerando a oferta de um rol de atrações diferentes. Os concorrentes podem ser diretos ou

indiretos, dependendo do motivo da viagem.

A competitividade do destino pode ser avaliada ainda quantitativamente e

qualitativamente. Quantivamente, um destino pode ser medido através de dados tais como

chegadas de turistas e receitas de turismo (dados concretos). No entanto, existe também a

necessidade de analisar os aspectos qualitativos relativos à competitividade do destino,

atributos que satisfazem as necessidades dos visitantos e que resultam no impulsionamento do

desempenho quantitativo (KOZAK; RIMMINGTON, 1999).

É necessário, portanto, compreender como as relações entre o produto turistico e as

percepções de qualidade e valores gerados, por parte dos visitantes, influenciam no ambiente

competitivo. A crescente competitividade entre destinos turísticos aumenta o papel das

atividades de marketing que devem trabalhar em prol do aumento do nível de satisfação, visto

que turistas satisfeitos tendem a voltar ao destino e, principalmente, fazem propaganda

positiva “boca-a-boca” (PAVLIC; PERUCIC; PORTOLAN, 2011; MURPHY; PRITCHARD;

SMITH,2000).

A importância dos fornecedores, da multiplicidade dos produtos produzidos

individualmente e dos serviços que compõem um produto turístico em competitividade por

destino é reconhecida por BUHALIS (2000). Entretanto, o autor adverte que também deve-se

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incluir a sustentabilidade de recursos locais para assegurar a manutenção de sucesso a longo

prazo, bem como a realização de distribuição equitativa de recursos para satisfazer a todos os

interessados.

Em similitude a essa perspectiva, Poon (1993 apud Crouch; Ritchie, 1999) alertava

antes que as estratégias dos destinos turísticos deveriam estar alinhadas à realidade do “novo”

turismo. Ele argumentava que o setor é volátil, sensível e altamente competitivo e está

passando por uma rápida e radical transformação e, portanto, o desenvolvimento futuro

dependerá não só do turismo, mas de todo o setor de serviços. Assim sendo, o autor sugere

quatro "princípios fundamentais" para que os destinos se mantenham competitivos: (1)

colocar o meio ambiente em primeiro lugar; (2) tornar o turismo um setor de forte; (3)

fortalecer os canais de distribuição no mercado; e (4) construir de um setor privado dinâmico.

Ampliando a discussão, Crouch e Ritchie (1999) incorporaram conceitos do modelo de

Porter “Diamantes da Competitividade Nacional” e de outros modelos genéricos para

construir o modelo TDC “Tourism Destination Competitiveness”, em português: “Modelo de

Competitividade de Destino Turistico”, representado na Figura 3. O TDC é formado por

quatro grandes componentes: núcleo de recursos e atrativos, fatores de apoio e recursos,

gestão do destino, e determinantes de qualificação. Os recursos básicos e atrativos incluem os

elementos primários do destino, que são as razões fundamentais para que potenciais visitantes

escolham um destino em detrimento a outro. Os fatores incluídos neste componente são:

fisiografia (paisagem e clima), cultura e história, laços históricos (ligações com os moradores

nativos regiões turística), atividades, eventos especiais e super estrutura do turismo

(instalações de alojamentos, serviços de alimentação, meios de transporte e atrações).

Os fatores de apoio e recursos são aqueles que fornecem a base para a construção de

uma indústria de turismo de sucesso e inclui a infraestrutura geral de um destino, tais como

estabelecimentos de ensino, assim como fatores que influenciam a acessibilidade do destino.

O terceiro componente, gerenciamento de destino, concentra-se em atividades que

influenciam os demais componentes. Ele está relacionado a um conjunto de atividades de

gerenciamento, incluindo serviços, organização e manutenção da chave de recursos turísticos.

O último componente, determinantes de qualificação, eventualmente pode limitar a

capacidade de um destino para atrair e satisfazer turistas potenciais e, consequentemente,

afetar sua competitividade. Este componente inclui variáveis como localização, custos gerais

e de segurança que estão além do controle do setor de turismo, e que desempenham um

relevante papel na competitividade destino.

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2.2.5 Escolha do destino turístico

De acordo com Um e Crompton (1990), o processo de escolha de destinos turísticos

foi conceituado na literatura a partir de quatro perspectivas diferentes. Na primeira

perspectiva, a escolha foi vista como um processo cognitivo que envolve a percepção de

estímulos, associando com as necessidades, avaliação de alternativas e avaliação se as

expectativas foram cumpridas. Na segunda, a escolha foi percebida como uma ação

fundamentada determinada pela atitude e pela influência de grupos sociais. A terceira

perspectiva define que a escolha tem sido vista como uma atividade econômica, na qual uma

alternativa é selecionada quando maximiza a utilidade. Na quarta e última concepção, a

escolha de um destino turístico tem sido vista como a participação de lazer que está

incorporada na percepção de competência e de resultados na busca por atributos de destino,

em que se oferece excitação ideal, segundo crença.

Logo, cada destino oferece uma variedade de produtos e serviços para atrair visitantes,

e cada turista tem a oportunidade de escolher entre um conjunto de destinos. Para os gestores,

é essencial o conhecimento dos fatores que influenciam a escolha do destino turistico para que

desenvolvam estratégias de marketing adequadas. Idade, renda, sexo, personalidade,

educação, custo, nacionalidade, distância, risco, motivação, entre outros aspectos, são fatores

que podem influenciar esse processo. A familiaridade com um local também pode ser decisiva

na escolha de um de destino e envolve fatores como: distância geográfica, experiência de

visitação anterior e nível de conhecimento geral sobre um destino (HSU; TSAI; WU, 2009;

HU; RITCHIE,1993).

Decisões relacionadas a viagens geralmente envolvem uma série de escolhas que são

feitas ao longo do tempo, incluindo opções de destinos, composição do grupo de viagem,

datas de partidas, orçamentos, opções de alojamento, itinerários, atividades e refeições.

Algumas das escolhas são feitas antes da viagem (por exemplo, o destino e partidas das

viagens) enquanto outras são feitas durante a viagem (rotas, compras e atividades nos locais)

(WU; ZHANG; FUJIWARA, 2011).

Estudos indicam que um grande número de critérios é utilizado para selecionar

produtos turísticos. Estes critérios são alterados de acordo com a finalidade e características

da viagem. Elementos do ambiente externo, as características do viajante e as particularidades

e atributos de destinos são fatores analisados no processo de escolha. Outros fatores, como o

status social e influência do grupo social, são cada vez mais importantes na escolha do destino

turístico (BUHALIS, 2000).

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De acordo com Wu, Zhang e Fujiwara (2011), a escolha de um destino turístico,

geralmente, é influenciada por diversos fatores que podem ser classificados em três

categorias: 1) fatores específicos: sexo, idade, estado civil, renda, educação, posse de carro e

estilo de vida; 2) fatores alternativos: atratividade do destino turístico, instalações de recursos,

tarifas, serviços de qualidade e acessibilidade de destinos; e 3) fatores situacionais: esses

fatores incluem situações meteorológicas e as culturais.

Antes disso, para Hsu, Tsai e Wu (2009), a escolha de destino pode ser conceituada

como a seleção que um turista faz a partir de um conjunto de alternativas, determinada por

vários fatores motivacionais. A literatura do comportamento do consumidor enfatiza a inter-

relação entre necessidades e motivações, conforme discussões de Kozak (2002). As pessoas

podem viajar para suprir o fisiológico e sua motivação está relacionada à sáude, alimentação

ou clima, por exemplo, ou por necessidades psicológicas relacionadas a relaxamento e espírito

aventureiro. Entretanto, Crompton (1979) classificou esses fatores em push e pull. Os fatotes

push são relacionados à origem, aspectos intangíveis, desejos intrínsecos do viajante

individual, como, por exemplo, o desejo de fuga, descanso e relaxamento, aventura, saúde ou

prestígio. Os fatores pull estão relacionados principalmente à atratividade de um determinado

destino e suas caracteristicas tangíveis, tais como praias, alojamento, instalações de recreação,

recursos culturais e históricos.

Uma motivação impulsiona um ato individual para alcançar a satisfação desejada, de

acordo com Beerli e Martin (2004). Quando indivíduos tomam uma decisão de viajar para

lazer, eles o fazem por diferentes razões ou motivos, no intuito de reduzir o estado de tensão.

Fodness (1994 apud Beerli; Martin, 2004) argumenta que a teoria da motivação descreve um

processo dinâmico de fatores psicológicos (necessidades, desejos, objetivos) que gerem um

nível desconfortável de tensão no corpo e na mente de uma pessoa, que levam o indivíduo a

tomar uma iniciativa para que a tensão seja reduzida, satisfazendo, dessa forma, suas

necessidades. Gartner (1986) sugere que motivações exercem influência direta sobre o fator

afetivo, componente da imagem. Na medida em que imagens afetivas referem-se a

sentimentos despertados por um determinado lugar, pessoas com motivos diferentes podem

avaliar um destino turístico de forma semelhante se perceberem que o destino fornece-lhes os

procurados benefícios.

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2.2.6 Imagem do destino turistico

A imagem desempenha um papel fundamental no sucesso dos destinos turísticos, uma

vez que é formada por um conjunto de atributos que definem o destino em suas várias

dimensões e exerce forte influência no comportamento do consumidor. Os turistas,

geralmente, têm conhecimento limitado dos destinos não visitados anteriormente, e, portanto,

a imagem desempenha uma função nodal uma vez que destinos com imagem forte e positiva

têm maior probabilidade de serem escolhidos. Igualmente, a imagem percebida do destino

pós-visita influência a satisfação do turista e sua intenção de repetir a visita no futuro, e isto

dependerá da capacidade do destino em fornecer experiências que correspondam a suas

necessidades e se encaixem na imagem que o turista construíra do destino (BEERLI;

MARTÍN, 2004).

Segundo Um e Crompton (1990), a imagem de um destino de viagens de lazer é uma

construção holística que, em maior ou menor variante, é derivada de atitudes em relação aos

atributos percebidos do destino de turismo. Os consumidores não escolhem produtos em si,

mas sim os atributos que são apresentados pelos bens e os consumidores utilizam a

percepções desses atributos como fatores para avaliar sua utilidade. Novamente, potenciais

viajantes têm conhecimento limitado sobre os atributos de um destino que não tenham

visitado anteriormente e, por essa razão, a imagem e as dimensões de um destino de viagem

são susceptíveis de serem elementos críticos no processo de escolha do destino, independendo

se são ou não verdadeiras representações daquilo que o lugar tem para oferecer.

Gartner (1986) acredita que o produto do turismo é uma experiência mais complexa

que um bem tangível. A imagem do produto depende fortemente da percepção dos atributos;

portanto, a imagem do turismo é formada em função da marca (entidade política), da

percepção de turistas e prestadores de serviços dos atributos das atividades ou atrações

disponíveis dentro de uma área de destino.

Chi e Qu (2008) concordam que a imagem de destino influencia os turistas no

processo de escolha de um destino, na posterior avaliação da viagem e em suas intenções

futuras. Para eles, a imagem de destino exerce influência positiva na qualidade percebida e na

satisfação. A imagem positiva proveniente de experiências de viagem positivas resultaria em

avaliação positiva de um destino e a satisfação dos turistas poderá melhorar se o destino

possuir imagem positiva.

Acompanhando as concepções de Fakeye and Crompton (1992), é possível dizer que

os turistais pontenciais mantêm as imagens dos destinos em suas memórias. Ademais, a

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escolha de um destino é influenciada pela percepção do indivíduo através da avaliação de

possibilidades e da viabilidade dessas percepções. Para Fodness e Murray (1999), em suma,

os turistas buscam melhorar a qualidade de suas viagens, diminuindo o nível de incerteza

associada através de busca de informação. De acordo com Dey e Sarma (2010), a aquisição de

informação pode ser considerada como o ponto de partida no processo de tomada de escolha

dos destinos das férias. Em outros termos, tal aquisição torna-se instrumental para as decisões

relacionadas à seleção de destino, bem como para as decisões de transporte, acomodação e

passeios no local. A busca de informações é de fato um fenômeno complexo que envolve,

muitas vezes, um ou mais indivíduos do grupo da viagem, utilizando grande variedade de

fontes dentro um conjunto múltiplo de decisões.

Segundo Chi e Qu (2008), as experiências positivas dos serviços, produtos e outros

recursos fornecidos pelos destinos turísticos podem produzir visitas repetidas, bem como

propaganda “boca-a-boca” positiva para amigos ou parentes. As recomendações de visitas

anteriores podem ser tomadas como a informação mais confiável sobre a fonte de potenciais

turistas. Kim (1998) revela que os turistas têm se tornado cada vez mais exigentes e trazem

grandes expectativas às suas viagens. Assim, um destino consolidado exige que os produtos e

serviços sejam compatíveis com a imagem que eles tenham perante a sociedade consumidora.

Fakeye e Crompton (1992) alertam que alguns destinos não conseguem alcançar o seu

potencial turístico, principalmente porque sua promoção não é temática ou dirigida de forma

eficaz. Assim, o objetivo primordial de promover um destino é projetar sua imagem para

turistas em potencial para que o produto possa se tornar atrativo para eles. Assim sendo, é

necessário examinar cuidadosamente um destino, em termos de seu valor psicológico ou

perceptual, bem como suas opções de atividades e atrações. Para esse fim, é necessário decidir

quais componentes devem ser analisados, ou seja, em vez de empreender um estudo de

consumo para determinar os mais prováveis atributos que afetam a decisão de destino, o

pesquisador pode avaliar um conjunto de produtos turísticos específicos (FAKEYE;

CROMPTON, 1992).

Segundo Fakeye e Crompton (1992), a veiculação de imagens constitui-se em dois

tipos: orgânica e induzida. A orgânica é caracterizada por mídias não pagas, informações

recebidas de amigos e parentes e sites na internet. A veiculação induzida é resultado de

imagens governamentais, esforços promocionais, incluindo publicidade e informações pagas.

O aspecto induzido de formação de imagem é de interesse fundamental para pesquisadores do

comportamento de viagem, pois percepções ou imagens dos atributos de utilidade geradoras

do produto podem ser manipuladas.

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Nessa direção, Chi e Qu (2008) propõem que uma imagem favorável leva a uma

maior probabilidade de retorno para o mesmo destino. Para resumir, uma sequência pode ser

estabelecida: imagem de destino - a satisfação do turista – destino lealdade. Assim, a imagem

de destino é um antecedente da satisfação, e a satisfação, por sua vez, exerce influência

positiva no destino lealdade. Em um mercado cada vez mais saturado, o sucesso do marketing

dos destinos deve ser orientado por uma análise minuciosa de destino lealdade e sua interação

com satisfação do turista e imagem de destino.

2.3 GESTÃO DOS SERVIÇOS

O setor dos serviços é responsável por 68,5% do Produto Interno Bruto do Brasil

(IBGE,2012) e emprega cerca de 26,2 milhões de trabalhadores no país sendo responsável por

50,2% dos 1,135 milhão dos postos de trabalho criados o 1º semestre de 2013 (CNS,2013).

Este cenário repete-se em todo o mundo, evidenciando, portanto, a importância deste setor na

economia mundial (LOVELOCK; WRIGHT, 2006). Esses números reforçam a necessidade

de entender o conceito do serviço a partir dos principais pesquisadores.

Para Grönroos (2001), a característica mais importante dos serviços, é que eles são um

conjunto de processos. Os serviços constituem-se como algo imaterial e podem ser

caracterizados como uma atividade em que a produção e o consumo se dão simultaneamente.

Portanto, no final de um serviço não existem produtos, apenas interações de processos.

Um serviço é uma experiência perecível, intangível e, segundo Fitzsimmons e

Fitzsimmons (2005), desenvolvida para um consumidor que desempenha o papel de co-

produtor. De acordo com Lovelock e Wright (2006), serviços são atividades econômicas que

criam valor e fornecem benefícios para clientes por meio de uma mudança desejada no

destinatário final.

Em uma perspectiva complementar, Parasuramn, Zetithmanl e Berry (2006)

conceituam-no de forma mais detalhada. Para eles, os serviços possuem as seguintes

características: intangibilidade, heterogeneidade e inseparabilidade. Os serviços são prestados,

envolvendo o desempenho dos prestadores de serviços. A maioria deles não pode ser contada,

medida, antes da venda para garantir a qualidade. Os serviços são heterogêneos, pois sua

prestação varia de produtor para produtor, de cliente para cliente e de dia para dia. Além

disso, a produção e o consumo de muitos serviços são inseparáveis, e, por isso, a qualidade

dos serviços não pode ser arquitetada na fábrica e depois entregue intacta ao consumidor.

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Consequentemente, pode-se perceber que as definições dos diferentes pesquisadores

são semelhantes e reforçam que as principais características dos serviços são a

intangibilidade, a heterogeneidade e inseparabilidade. A seguir, a conceituação da qualidade

de serviços será minuciada, ampliando o debate ora proposto.

2.3.1 Qualidade de serviços

As pesquisas iniciais sobre qualidade de serviços concentraram-se em medir e definir a

qualidade de bens tangíveis e produtos. Definições como “conformidade com os requisitos" e

"adequação ao uso" poderiam ser apropriadas para o setor de bens de produção; no entanto,

insuficiente para compreender a qualidade de serviço.

A partir do fim da década de 1970, surgiu o interesse na qualidade de serviço, atraindo

fortemente a atenção de pesquisadores e empresários (GRÖNROOS, 2009). Por causa da

intangibilidade dos serviços, uma empresa pode ter maior dificuldade para entender como os

consumidores percebem os serviços e sua qualidade (PARASURAMAN; ZEITHAML;

BERRY, 2006). A característica de heterogeneidade dos serviços também dificulta a

conceituação de qualidade nesse setor (TORO; MUÑOZA; MORENO, 2010).

Em decorrência da complexidade da definição, inicialmente, pode-se considerar que é

realizado um serviço de qualidade quando ele for prestado de acordo com as especificações

pré-estabelecidas. Outra definição pode levar em conta o ponto de vista dos consumidores a

cerca do serviço (TORO; MUÑOZA; MORENO, 2010). Para Lewis e Booms (1983 apud

PARASURAMAN ZEITHAML; BERRY, 2006), a qualidade de serviços é uma medida de

quanto o nível do serviço prestado atendeu as expectativas do consumidor. Fornecer serviço

de qualidade significa conformidade consistente com as expectativas do consumidor.

Ainda de acordo com Parasuraman, Zeithaml e Berry (2006), a qualidade de serviço

tem sido descrita como forma de atitude, relacionada, mas não equivalente à satisfação, que

resulta na comparação das expectativas com o desempenho. Smith e Houston (1982 apud

PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 2006), por sua vez, afirmam que a satisfação com

os serviços está relacionada com conformação ou negação de suas expectativas.

Foi Grönroos, contudo, que em 1982 introduziu uma abordagem de qualidade

orientada para serviço, com o conceito de Qualidade Percebida de Serviço e o Modelo de

Qualidade Total Percebida de Serviço. Essa abordagem baseou-se em pesquisa sobre o

comportamento do consumidor e os efeitos das expectativas relativas ao desempenho dos

bens em avaliações pós-consumo. A abordagem da qualidade percebida de serviço com seu

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“constructo de desconfirmação” ainda constitui o fundamento da maioria das pesquisas de

qualidade de serviços (GRÖNROOS, 2009).

Para Grönroos (2006), a qualidade percebida de um serviço é o resultado de um

processo de avaliação em que o consumidor compara suas expectativas com o serviço que

percebeu efetivamente receber, ou seja, contrapõe o serviço percebido e o serviço esperado. O

resultado desse processo será a qualidade de serviço percebida. A qualidade de um serviço,

como percebida por clientes, tem duas dimensões: uma dimensão técnica ou de resultado e

uma dimensão funcional ou relacionada a processo. Qualquer serviço recebido pelo cliente é

resultado de processos de serviços e faz parte da experiência da qualidade.

Outros trabalhos importantes foram escritos por Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985

e 1991), e ampliaram a discussão sobre a qualidade de serviços e apresentaram o modelo de

gaps de qualidade, que evoluiu para a conhecida escala SERVQUAL, uma ferramenta de

medida de qualidade percebido dos clientes (ROCHA; SILVA, 2006).

Contrastando a maior parte da literatura sobre a qualidade do serviço, fundamentada

no modelo tradicional da dimensão qualidade, que se limita ao fato de a satisfação do cliente

ser subordinada ao prestador de serviços e oferecer o que os clientes esperam, Kano (1984

apud NARAYAN et al. 2009) desenvolvou um modelo de qualidade bidimensional, baseado

na teoria da Hertzberg da motivação-higiene, na qual ele argumenta que os elementos de

qualidade podem não ser suficientes para satisfazer as expectativas de qualidade dos clientes.

SERVIÇO

ESPERADO

Atividades tradicionais

de marketing

(publicidade, vendas a

clientes,

estabelecimento de

preços); e influência

externa de tradições,

ideologia e método

boca-a-boca

Qualidade de serviços

percebida

Imagem

Qualidade

técnica

Qualidade

funcional

SERVIÇO

PERCEBIDO

Figura 4 - Modelo de Qualidade Total Percebida de Serviços

Fonte: Grönroos (2006)

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A insatisfação também pode ser devida à ausência de certos elementos de qualidade. Kano

(1984 apud NARAYAN et al., 2009) distingue a qualidade do serviço em termos de atrativos

unidimensionais.

Para Seth, Deshmukh e Vrat (2005 apud ROCHA; SILVA, 2006, p.80):

“Não parece existir uma definição conceitual nem um modelo de qualidade de

serviços amplamente aceitos, e nem definições operacionais geralmente aceitas do

modo de medir qualidade de serviços, ainda que haja consistência entre a maioria

dos modelos em comparar expectativas com expectativas de serviços. Depois de

uma vasta pesquisa sobre o tema, observou-se que a maioria dos modelos eram

derivados do SERVQUAL.”

A ligação entre a satisfação do cliente e o sucesso da empresa tem sido historicamente

uma questão de fé, e numerosos estudos de satisfação também têm apoiado o caso. A

satisfação do cliente sempre foi considerada um objetivo essencial do negócio, porque existe a

máxima “clientes satisfeitos compram mais” (Chi; Qu, 2008).

2.3.2 Modelos de avalição de qualidade

No intuito de ampliar o conhecimento sobre o assunto, a seguir iremos conhecer os

modelos de lacunas de qualidade, o modelo SERVQUAL e matriz de oportunidades que

visam avaliar a qualidade dos serviços.

2.3.2.1 Modelo das lacunas de qualidade

A partir de uma pesquisa com executivos e grupos focais, Parasuraman, Zeithaml e

Berry (1985), criaram bases de um modelo que resume a natureza da qualidade dos serviços

tal como percebida pelos consumidores. O modelo oferece uma compreensão do processo

pelo qual os clientes criam suas expectativas em relação ao desempenho dos fornecedores. De

modo semelhante, é possível verificar que é comum existir um número de lacunas (gaps), e

que cabe aos fornecedores superarem esses obstáculos para proporcionarem um melhor

atendimento ao cliente (PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 2006).

A figura 5 apresenta o modelo que pode auxiliar as empresas a entenderem o que

precisa ser feito para satisfazer o cliente. Esta estrutura identifica lacunas que podem

representar os pontos em que as empresas estão falhando, facilitando a correção do erro. As

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lacunas, de acordo com Bowersox, Closs, e Cooper (2006), podem ser entendidas da seguinte

forma:

a) GAP 1 – Conhecimento: Essa lacuna representa a percepção pelos gerentes das verdadeiras

expectativas dos clientes. Isso pode demonstrar se o gerente conhece o perfil do seu cliente;

b) GAP 2 – Padrões: é recomendável que toda empresa tenha padrões de desempenho para

toda a organização. Essa lacuna surge quando os padrões internos não refletem

adequadamente as expectativas dos clientes;

c) GAP 3 – Desempenho: é a diferença entre o desempenho real e o desempenho padrão,

desde que estipulado pela empresa;

d) GAP 4 – Comunicação: essa lacuna ocorre quando há comprometimento demasiado, ou

promessas exageradas em relação ao produto ou serviço, o que gera elevados níveis de

expectativa;

e) GAP 5 – Percepção: a percepção, como fator subjetivo que, muitas vezes, verá o

desempenho como sendo muito mais baixo ou muito mais alto do que realmente é, mas, em

outras vezes, revelará de fato como o cliente percebe o serviço; e

f) GAP 6: Satisfação/Qualidade: essa lacuna é a existência de qualquer uma das lacunas

anteriores, tendo em vista que a existência de uma ou de outra leva à percepção do cliente que

o desempenho não foi exatamente aquilo que ele esperava, resultando em sua insatisfação.

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Figura 5- Modelo de Lacunas de Qualidade

Fonte: Parasuraman, Zeithaml e Berry( 2006)

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2.3.2.2 Modelo SERVQUAL

O instrumento SERVQUAL foi desenvolvido por Berry, Parasuraman e Zeithaml

(1985) a partir da evolução do modelo de lacunas de qualidade, anteriormente citado, e tem o

intuito de estudar os determinantes da qualidade de serviços e como os clientes avaliam a

qualidade, tomando como base o conceito de Qualidade Percebida de Serviço. O estudo

baseia-se na noção da desconfirmação. Isso significa dizer que a qualidade percebida é

medida com uma comparação entre expectativas e as experiências para uma série de atributos

de qualidade (PARASURAMAN, ZEITHAML; BERRY, 1985; GRONROOS, 2009).

De acordo com Grönroos (2009), nas pesquisas dos autores anteriormente citados,

descobriu-se que dez determinantes caracterizavam a percepção que os clientes tinham ou têm

do serviço. Posteriormente, outros estudos reduziram-nos para cinco, que serão a seguir

elencados:

1. Tangíveis visíveis: estão relacionadas à atratividade das instalações, mobiliários,

decoração, bem como a aparência visual dos funcionários;

2. Confiabilidade e credibilidade: significa que o cliente pode confiar no serviço

prometido, ou seja, ele receberá o que foi vendido e livre de erros ou vícios;

3. Capacidade de resposta/prontidão: este determinante diz respeito ao quão disposto

está o funcionário a atendê-lo, a informá-lo quando o serviço será realizado e a executar o

serviço com presteza;

4. Segurança/domínio: o comportamento dos funcionários transmite confiança aos

clientes, o que os deixa com a sensação de segurança;

5. Empatia: atenção individualizada ao cliente, oferecendo sempre seus melhores

interesses.

O SERVQUAL foi desenvolvido como um instrumento para medir como os clientes

percebem a qualidade de um serviço. O modelo é composto de 22 itens que compõem os

cinco determinantes ou dimensões da qualidade acima citados, que englobam os dez

determinantes originalmente conhecidos. Esta ferramenta possui duas partes: uma seção

inicial para registrar as expectativas dos clientes para uma classe de serviços (por exemplo,

hotéis de luxo), seguida por uma segunda seção para registrar as percepções do cliente sobre

uma determinada empresa de serviços (FITZSIMMONS, FITZSIMMONS, 2005).

Os questionários utilizam uma escala tipo Likert de 7 pontos, cujos extremos são

definidos como “discordo totalmente” e “concordo totalmente”. Para cada item do

questionário, é calculada a lacuna entre percepção e expectativa. Uma lacuna negativa indica

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que o desempenho está abaixo das expectativas e uma lacuna positiva demonstra que o

prestador de serviços está executando o serviço além das expectativas do cliente. Com esse

instrumento, diversos tipos de expectativas podem ser medidas. Para melhor conhecer como

os clientes percebem a qualidade de um dado serviço, devem-se medir tantos as expectativas

quanto às experiências do serviço recebido (GRÖNROOS, 2009).

Entretanto, o modelo SERVQUAL não será utilizado na presente pesquisa, por

receber diversas críticas em relação à utilização de escores para medir as lacunas entre

expectativas e desempenho, a estruturas dos questionários, as dificuldades de conceituar e

medir a expectativa, e a validade da estrutura das cinco dimensões (PEREIRA, 2013).

2.3.2.3 Matriz de importância-desempenho

Como o objetivo de elaborar estratégias para identificar as necessidades dos clientes e

superar os concorrentes, Slack (1994) elaborou a matriz de importância-desempenho. Para

construir essa matriz, é preciso classificar os fatores competitivos, também chamados de

fatores críticos de sucesso, para assim, determinar as prioridades de melhoria.

A lista de fatores competitivos pode ser obtida por meio da importância atribuída pelos

clientes para cada atributo do serviço. Ela pode ser utilizada para ajudar e determinar

prioridades de melhorias entre os fatores competitivos. Essa abordagem envolve comparar a

classificação de importância de cada fator competitivo com a classificação de seu

desempenho. A comparação da importância e do desempenho do fator competitivo, a partir da

matriz de importância-desempenho, fornece aos gestores uma investigação que permite

identificar e explorar oportunidades de melhoria em suas operações de forma eficaz, tanto no

ambiente externo e quanto interno (SLACK,1994).

Conforme (SLACK, 1994) a matriz de importância e desempenho, é divida em quatro

zonas: zona de excesso, zona apropriada, zona de melhoramento e zona de ação urgente. A

primeira ocorre quando o atributo apresenta um alto desempenho, mas o mesmo é pouco

valorizado pelos clientes. Portanto é necessário reavaliar o investimento realizado naquele

atributo. Na zona apropriada, os atributos apresentam um desempenho satisfatório em curto e

médio prazo. Na zona de melhoramento, os atributos apresentam um desempenho abaixo do

nível inferior da zona apropriada e não podem ser esquecidos, uma vez que estão próximos da

zona crítica. Por último, há a zona de ação urgente, na qual os atributos encontram-se abaixo

do nível desejável de desempenho e, devido à alta importância atribuída pelos usuários,

deverão ser tratados como prioridade no processo de implantação de melhorias.

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Figura 6 - Matriz importância-desempenho proposta por Slack

Fonte: Traduzido e adaptado pela autora de Slack (1994, p. 67)

Aprimorando a escolha dos atributos que necessitam melhorias, Stock e Lambert

(2001) propõem duas matrizes que deveriam ser utilizadas em conjunto. A primeira seria a

matriz de posicionamento competitivo (Figura 7), que compara às lacunas entre as avaliações

de desempenho de uma empresa e do seu principal concorrente (desempenho relativo) com o

nível de importância conferido aquele atributo.

Assim, os atributos que apresentaram desempenhos relativos positivos, possuem um

desempenho superior aos seus concorrentes, e os com resultados negativos revelam que seus

concorrente são melhores naqueles atributos. A matriz de posicionamento competitivo é

constituída por nove células, provenientes do cruzamento de três grupos de importância,

situados no eixo vertical, com três grupos de desempenho, representados no eixo horizontal

(STOCK; LAMBERT, 2001).

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Desvantagem

competitiva

Paridade

competitiva

Vantagem

competitiva

Maior Fraqueza

Maior Força

A

lta

M

édia

Menor Fraqueza

Menor Força

Bai

xa

Figura 7 - Matriz de posicionamento competitivo

Fonte: Traduzido e adaptado pela autora de Stock e Lambert (2001)

Os quadrantes mais importantes são “maior força” e “maior fraqueza”. Os atributos

que estão no quadrante “maior força” deverão ser exaltados pelo setor de marketing, e os do

quadrante “maior fraqueza” deverão ser melhorados. (STOCK; LAMBERT, 2001).

A segunda matriz elaborada pelos autores é a matriz de avaliação de desempenho

(Figura 8). Ela também é do tipo quadrada de ordem 3, oriunda do cruzamento da importância

de cada atributo e o desempenho da empresa. Essa matriz traz ações para cada um dos

quadrantes, entretanto, não faz comparações com os concorrentes. (STOCK; LAMBERT,

2001).

Ao fazer o cruzamento das ordenadas e das abscissas, a matriz absoluta de

oportunidade apresenta em cada um dos grupos de importância e desempenho sugestões de

melhoria que serão representadas da seguinte forma: Melhorar Definitivamente (MD),

Melhorar (ME), Manter ou Melhorar (MM), Manter (MA) e Manter ou Reduzir (MR). Os

autores Stock e Lambert (2001) evidenciam a relevância das matrizes de oportunidade, pois

esta ferramenta pode ser utilizada para orientar o desenvolvimento de estratégias que

permitam construir um diferencial competitivo.

Desempenho relativo

7

5

3

1 -3.0 -1.0 +1.0 +3.0

Importância

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Definitivamente

melhorar

Melhorar

Manter ou

Melhorar

A

lta

Melhorar

Manter

Reduzir ou

Manter M

édia

Manter

Reduzir ou

Manter

Reduzir ou

Manter

Bai

xa

Figura 8 - Matriz de avaliação de desempenho

Fonte: Traduzido e adaptado pela autora de Stock e Lambert (2001)

Os modelos apresentados são referências para a avaliação da qualidade de serviços e

são amplamente utilizados nas empresas. Na próxima seção, abordar-se-á a análise da

temática dos serviços dentro do setor do turismo.

2.3.3 Qualidade no setor do turismo

Tradicionalmente, a definição e mensuração da qualidade nos serviços é especialmente

complexa, tanto por causa da caracteristica de heterogeneidade, quanto pelas diferentes

conceituações. Resumidamente, existem duas formas de conceitua-lá: em uma, a qualidade é

atingida quando o serviço for executado de acordo com especificações previamentes

conhecidas pelo usuário; na outra, a qualidade depende da percepção do consumidor em

relação ao serviço, e apenas o consumidor é capaz de avaliá-la (TORO; MUÑOZA;

MORENO, 2010).

Os conceitos de “noções de qualidade do destino e valor” são um pouco vagos na

literatura do turismo devido ao grande número de utilizadores dos termos, cada um com suas

respectivas prioridades. No contexto turístico, as percepções de qualidade são resultados de

reflexão de uma avaliação positiva de uma experiência de viagem. Portanto, baseiam-se no

7

5

3

1

1 3 5 7

Importância

Desempenho absoluto

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padrão de qualidade da empresa. Portanto, os gestores devem planejar para os momentos de

alta e baixa estação e criar alternativas para que seus negócios sejam atrativos para os turistas

e, consequentemente, viáveis financeiramente durante todo o ano (SUPITCHAYANGKO,

2012).

De acordo com Handszuh (1996), entre as razões responsáveis pela falta de qualidade

no turismo, as mais comuns são falta de informações sobre os serviços turísticos disponíveis

em cada destino, e também quando o nível de serviço não coincide com a percepção e as

expectativas do visitante. Quando se fala de qualidade no turismo, devemos fazer uma

distinção entre a qualidade dos serviços turísticos e a qualidade do destino turístico. Enquanto

um serviço de turismo diz respeito a uma única atividade, o destino turístico representa toda a

experiência turística (HANDSZUH,1996).

2.4 ESTUDOS EMPÍRICOS SOBRE QUALIDADE DOS SERVIÇOS TURÍSTICOS

Neste tópico, debater-se-á sobre os estudos empíricos nacionais e internacionais

relacionados à qualidade dos serviços turísticos.

2.4.1 Estudos internacionais

Hu e Ritchie (1993) analisaram dois tipos diferentes de experiências de férias: uma

voltada para educação e outra para diversão. Os objetivos eram analisar a importância relativa

dos atributos turísticos na contribuição da atratividade de um destino de viagem, analisar a

capacidade percebida de destinos para satisfazer as necessidades dos turistas, e analisar a

influência da experiência anterior de visita de destino na atratividade percebida. Um modelo

de avaliação situacional multi-atributo foi empregado para obter um índice numérico da

atração turística para cada um dos cinco destinos estudados. Nesse contexto, 400 pessoas

foram entrevistadas por telefone. Havaí, Austrália, Grécia, França e China foram escolhidos

para serem examinados neste estudo. Os resultados demonstram que a importância dos

atributos dos destinos varia significativamente com o contexto da experiência procurada de

férias. Também foi descoberto que os atributos negativos de um potencial destino são mais

aceitáveis para certos tipos de férias (educativa) do que para outros (diversão). Isso indica que

certas dimensões de atratividade de um destino podem ser percebidas de uma forma diferente,

dependendo do contexto em que a decisão for feita. Os resultados do estudo confirmam os

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achados de pesquisas anteriores que indicaram que a familiaridade com um destino e sua

imagem influenciam positivamente na atratividade do destino.

O estudo de Toro, Muñoza e Moreno (2010) teve como tema “Avaliação da qualidade

do destino turístico Nerja na Espanha”. Ao listar os objetivos do estudo, tem-se os seguintes

apontamentos: identificar os fatores e as dimensões da qualidade de um destino turístico e sua

importância do ponto de vista do turista; estabelecer uma escala para medir a qualidade de um

destino turístico; e avaliar a qualidade do serviço percebida pelos turistas em Nerja. O

questionário baseou-se no modelo SERVQUAL, fazendo adaptações relacionadas aos

destinos turísticos, utilizando 72 atributos avaliados em uma escala de 1 a 5. Foram aplicados

apenas 100 questionários, sendo esta uma das limitações citadas pelo autor. Os resultados

desse estudo destacaram a importância dos serviços do hotel, o clima, a beleza da paisagem e

a simpatia dos funcionários com os clientes. Deve ser salientado, no entanto, que a

superlotação destaca-se como o maior problema que pode afetar adversamente o futuro de

Nerja como um destino turístico.

Barros (2008) dissertou sobre a satisfação da qualidade de serviços na fidelização dos

destinos turísticos de Cabo Verde. Para isso, elencou os seguintes objetivos: determinar o

grau de satisfação com base no perfil dos turistas que visitam Cabo Verde; determinar os

fatores que influenciam a imagem e a qualidade de serviço prestado em Cabo Verde; e

analisar a relação existente entre a qualidade de serviço, a satisfação com o destino e a

imagem do destino na fidelização dos turistas.

Foi realizada uma pesquisa exploratória, com questionários aplicados com Escala de

Likert de 5 e 7 pontos a 627 turistas respondentes nos aeroportos, hotéis e restaurantes. A

pesquisa concluiu que 81% dos entrevistados visitavam Cabo Verde pela 1ª vez. O preço, as

condições naturais, as atrações e a recreação são os fatores que influenciam a imagem de

Cabo verde. A água do mar limpa e cristalina, a hospitalidade da população, a aparência e a

simpatia dos empregados são as características destacadas pelos turistas. O estudo não

identificou influência de sexo na satisfação nem fidelização; Não houve evidências que

comprovassem que a experiência de viagem a outro país africano influenciasse positivamente

a satisfação e fidelização dos mesmos. A imagem do destino, analisada isoladamente,

influencia positivamente a satisfação e fidelização. E, portanto, a qualidade do serviço

prestado influencia positivamente a satisfação e a fidelização quando analisadas isoladamente.

Cardoso (2011) dissertou sobre a avaliação da qualidade do destino Figueira da Foz

em Portugal. O estudo teve os seguintes objetivos: avaliar a qualidade do destino turístico

Figueira da Foz na ótica do turista; identificar os atributos de Figueira da Foz que mais

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determinam a percepção global da qualidade desse destino por parte dos turistas; analisar a

influência da qualidade da Figueira da Foz percebida pelos turistas na satisfação e fidelização

dos turistas a este destino; e fornecer orientações no sentido de possibilitar a melhoria da

qualidade da Figueira da Foz, destino turístico. Para alcançar os objetivos, foi realizada uma

pesquisa exploratória com 191 turistas, através de questionários com Escala de Likert de 7

pontos. De acordo com a pesquisa, os atributos em que a Figueira de Foz tem melhor

desempenho, na perspectiva dos turistas, são: oferta de jogo (cassino), paisagens naturais,

hospitalidade, gastronomia e praias não sobrelotadas. Em termos de satisfação geral e

fidelização, a apreciação dos turistas é bastante positiva. A avaliação da qualidade de

determinados atributos influencia positivamente a qualidade total do destino; a satisfação dos

turistas influencia positivamente a fidelização. Portanto, a gestão pela qualidade total constitui

um dos principais desafios dos gestores desse destino turístico.

Bajs (2010) buscou encontrar quais os atributos do destino turístico são mais

importantes para a percepção dos turistas e como eles irão avaliar o destino, em comparação

com outros destinos visitados. Ele realizou entrevistas de profundidade com 20 pessoas com

caracteristicas sociodemográficas diferentes. Para os respondentes os atributos mais

relevantes que podem afetar a avaliação de turistas são classificados em: qualidade da

infraestrutura de serviços (hotéis, restaurantes entretenimento, infomações turisticas,

transportes), hospitalidade dos residentes e experiencias emocioanais relacionadas a se

divertir, descansar e se sentir seguro. A análise dos entrevistados indicou que os problemas

sociais e os atributos de reputação não são relevantes para a percepção de turistas, seguido por

qualidade de compras. Ademais, o tamanho de destino, os preços de lembranças e presentes e

o custo de transporte local são considerados atributos com menos importância.

Pizam, Neumann e Reichel (1978) estudou a satisfação dos turistas de Cape Cod,

Massachusetts (EUA). Utilizando uma abordagem de fator-analítico baseada em dados

obtidos a partir de pesquisa com 685 turistas em férias, os autores identificaram oito fatores

de satisfação dos turistas na área turística estudada: oportunidades de ir à praia, custo,

hospitalidade, facilidades para comer e beber, instalações de alojamentos, ambiente, extensão

de comercialização.

Kozak (2002) utilizou um questionário com 55 questões para comparar satisfação dos

turistas de duas nacionalidades na Turquia. Foram entrevistados 1.872 turistas britânicos e

alemães que visitavam Mallorca, Turquia. A análise de componentes principais produziu oito

fatores: serviços de alojamento, serviços de transporte local, higiene e limpeza, hospitalidade

e atendimento ao cliente cuidados, instalações e atividades, nível de preços, comunicação e

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linguagem de destino, serviços aeroportuários. Embora bastante exaustivo, o estudo não

considerou alguns aspectos como segurança da informação e atrações.

No estudo de Hsu, Tsai e Wu, (2009), foram identificados fatores que influenciam a

escolha de destinos pelos turistas e avaliam suas preferências pelos destinos. Usando a teoria

dos conjuntos de Fuzzy e Topsis, foram avaliadas a preferência de oito destinos

correspondentes a cada critério pôde ser avaliado, assim como sua classificação final. Os

resultados indicaram que visitar amigos/parentes e segurança pessoal foram os fatores mais

importantes para a entrada para turistas em Taiwan; o preço foi o menos importante; e Taipei

101 foi o destino mais procurado pelos entrevistados.

Wu, Zhang e Fujiwara (2011) também analisaram o processo de escolha dos destinos

turísticos. Os dados foram colhidos em 29 destinos turísticos em Kyusyu, Chugoku e

Shikoku, regiões do Japão e onde foram entrevistados 2500 visitantes. Utilizaram sete

atributos, divididos em sociodemográficos e atributos relacionados com a viagem. Os

resultados revelaram que os fatores que influenciam as escolhas de um destino são o tempo de

viagem, a atratividade do destino e número de pontos de turísticos. Fatores como gênero,

idade e estado civil também apresentam efeitos notáveis sobre a escolha do destino de

viagem.

Dey e Sarma (2010) estudaram o uso das fontes de informações no processo de

escolha de destinos turísticos no Nordeste da Índia. Os objetivos elencados foram: identificar

as fontes de informação que são mais utilizadas por turistas de lazer para os destinos menos

conhecidos do Nordeste da Índia; identificar os segmentos de lazer para Nordeste Índia com

base em motivações de viagem e examinar se existem diferenças na utilização de informações

entre as diferentes fontes de motivação de lazer dos viajantes no Nordeste da Índia. Para

cumprir os objetivos do estudo, o questionário foi elaborado a partir de duas questões - uma

relacionada a motivações da viagem e a outra em relação a fontes de informação. Um

conjunto de 23 itens de motivações foi avaliado numa escala de 5 pontos de importância, e um

total de 509 turistas do Nordeste da Índia foram entrevistados. A partir das análises dos

resultados, concluíram que as informações através de amigos/parentes/colegas são as que

mais influenciam os entrevistados. Utilizando uma abordagem de segmentação de cluster,

existem três tipos de segmentos de motivação: amantes exploradores da natureza, turistas

amantes da natureza e turistas que buscam sair da rotina. Os resultados têm implicações para

os comerciantes da região e poderiam vir a contribuir para melhores estratégias de marketing

dos vários destinos.

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Fakeye e Crompton (1992) analisaram as diferenças de motivações para revisitar ou

visitar pela primeira vez o destino turístico de Lower Rio Grande Valley no Texas (EUA). O

questionário era composto de 29 atributos, analisados em uma escala Likert de 1 a 7. Para os

que se dirigiam pela primeira vez a esse destino, o desejo de fugir do clima frio do inverno do

Meio Oeste e satisfazer a curiosidade de visita eram as principais motivações. Para os que

revisitavam o círculo social de amigos, a motivação foi inter-relações sociais.

Beerli e Martín (2004) fizeram uma análise quantitativa sobre as características dos

turistas e da imagem percebida dos visitantes de Lanzarote na Espanha. O estudo tinha o

objetivo de identificar a influência das características dos turistas ou fatores pessoais sobre os

diferentes componentes da imagem percebida no destino turístico Lanzarote na Espanha. Para

realizar esta pesquisa, 616 turistas foram entrevistados no Aeroporto de Lanzarote por meio

de um questionário estruturado com 75 atributos. Os principais resultados indicaram que as

motivações influenciam o componente afetivo da imagem: a experiência de viagem de férias

tem uma relação significativa com imagens cognitivas e afetivas, e as características sócio-

demográficas também influenciam a avaliação cognitiva e afetiva da imagem de um destino

turístico.

Em outro estudo, Chi e Qu (2008) examinaram as relações estruturais entre imagem,

satisfação e fidelidade de um destino turístico no estado de Arkansas, nos Estados Unidos da

América, onde foram aplicados um total de 345 questionários. Os resultados apoiaram a

proposta de modelo de lealdade destino: a imagem de destino é diretamente influenciada pela

satisfação de atributos; a imagem de um destino e a satisfação dos atributos são ambos

antecedentes diretos da satisfação global, e a satisfação global e a satisfação do atributo por

sua vez, tem impacto direto e positivo na lealdade destino.

Cracolici e Nijkamp (2008) estudaram a avaliação em relação a competitividade das

regiões turísticas da Itália com base na análise das percepções dos turistas. Para tanto, foi

aplicada a abordagem de micro-base de dados da região do sul da Itália. A avaliação dos

turistas está fortemente ligada aos seguintes elementos: informação e serviços turísticos,

eventos culturais (concertos, exposições de arte, festivais, etc), qualidade e variedade de

produtos nas lojas, hotéis e outros tipos de alojamento, preços, custos de vida e segurança. No

entanto, os fatores pertinentes da oferta turística (por exemplo, recepção e simpatia dos

moradores locais, cidades artísticas e culturais, paisagem, ambiente e da natureza), em termos

de vantagem comparativa, têm um menor efeito sobre a avaliação de visitantes.

Enright e Newton (2004) estudaram os fatores pertencentes à competitividade dos

destinos turísticos. O objetivo era construir um instrumento para levantar informações dos

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profissionais de turismo em Hong Kong. O questionário foi distribuído por fax para

profissionais da indústria de viagens em associados a Hong Kong Tourist Association,

(HKTA). De 2000 questionários enviados, apenas 183 foram respondidos. Os respondentes

foram solicitados a classificar os fatores em relação à importância e competitividade relativa,

por um método consistente com a análise de desempenho importância (IPA). Na aplicação

desta metodologia, como um primeiro passo, o estudo também mostrou a importância prática

da identificação de concorrentes relevantes e de compreender a importância relativa do

turismo e dos negócios relacionados a fatores na determinação da competitividade. Os

destinos turísticos têm reforçado o valor do processo em duas fases: avaliação da importância

dos determinantes de competitividade e sua competitividade em relação aos principais

destinos concorrentes.

Na análise de Kozak e Rimmington (1999), o destaque foi concedido à

competitividade do destino turístico Turquia na percepção dos turistas britânicos. Para isso,

buscaram identificar o conjunto de atributos de competitividade da Turquia quando foram

aplicados 330 questionários. De acordo com a pesquisa, o conjunto de atributos que contribui

para a competitividade da Turquia é: a hospitalidade, valor para o dinheiro, clima, segurança,

transporte local e o ambiente natural.

Rodrigues (2010) dissertou sobre a análise comparativa da competitividade dos

destinos turísticos de Algarve em contraste com o sul da Espanha. Para isso, elencou os

seguintes objetivos: verificar se existem diferenças de desempenho nas variáveis analisadas

entre o Algarve e os sete destinos turísticos de características semelhantes mais próximos (no

sul de Espanha); calcular o Índice de Competitividade turística (ICT) e posicionar cada

destino em termos de desempenho de amostra; identificar quais as variáveis da análise que

mais contribuem para a diferenciação da competitividade dos destinos turísticos; e quais as

variáveis da análise que menos contribuem para diferenciação da competitividade dos

destinos turísticos. Foi realizada uma pesquisa quantitativa por meio de uma análise dos dados

disponíveis nos organismos oficiais dos países de Portugal e da Espanha. O estudo foi

baseado no modelo composto por sete variáveis divididas em 23 indicadores. Todos os

destinos apresentaram niveis de competitividade distintos na quase totalidade de variáveis. As

variáveis que mais contribuiram para a diferenciação de um destino foram: patromônio

cultural e infraestrutura. As variáveis menos diferenciadoras do desempenho competitvo de

um destino foram, em seu turno, preço e competitividade social.

Driscoll, Lawson e Niven (2009) buscaram mensurar as percepções dos destinos pelos

turistas da Nova Zelândia, utilizando dois formatos de questionários - um utilizando o formato

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de escala e um formato de rede. Foram analisados 18 atributos de 12 destinos da Nova

Zelândia e no total foram 1099 questionários válidos. Os resultados indicaram que, embora os

dois formatos sejam confiáveis, não há evidência que eles não sejam equivalentes. Esse fato

põe em causa a comparabilidade dos resultados da investigação, utilizando coleta de dados de

diferentes formas e indicando a necessidade de mais trabalho fundamental sobre validade e

medição na pesquisa do turismo.

Ampliando o compêndio de estudos internacionais, Kim (1998) analisa cinco destinos

coreanos em termos de percepção psicológica ou avaliação de seus atributos. As

identificações de atributos e as posições perceptuais de destinos foram investigadas por meio

de análise de escalonamento multidimensional. Foram realizadas 287 entrevistas. Os

resultados indicaram que cada destino tinha uma relação com uma estação específica, no qual

os turistas tinham maior probabilidade de visitá-lo. Além disso, cada destino exibia diferentes

padrões de percepção dos atributos pelos turistas.

Tang e Rochananon (1990) entrevistaram 339 turistas na Tailândia no intuito de

identificar e quantificar os fatores que tornam um país atraente para os turistas, e em segundo

lugar, aplicar um modelo de multi-atributo para avaliar a posição de atração de um país, tendo

em conta atributos como: beleza natural e clima, características da cultura e social; esporte,

recreação e educação; estabelecimentos comerciais; infraestrutura do país, o custo de vida;

atitudes para com os turistas: e acessibilidade do país. Trinta e dois países foram selecionados

para o estudo. Ao final, os Estados Unidos, Tailândia, Suíça, Austrália, Estados Unidos

Unidos, Áustria e foram classificados no Top Dez por todos os entrevistados. Países como a

China, Índia, Egito, Hong Kong, Jugoslávia e as Filipinas foram os países com menores notas

em termos de atratividade turística. Os resultados indicaram também que a beleza natural e

características de clima, cultura e social, custo de vida e hospitalidade foram considerados

fatores importantes de todos os grupos de entrevistados na escolha de um destino turístico.

Por outro lado, a acessibilidade do país e seus estabelecimentos comerciais eram geralmente

considerado menos importante.

2.4.2 Estudos no contexto brasileiro

Adentrando o panorama dos estudos brasileiros, Freitas (2004) fez uma análise

comparativa dos corredores turísticos em torno do Lago de Itaipu no Brasil e o Lago

Llanquihue no Chile. Para isso, elaborou os seguintes objetivos: analisar comparativamente a

infraestrutura turística e a paisagem dos dois corredores turísticos localizados nas áreas de

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influência dos Lagos Itaipi e o Lago Llanquilue; configurar os corredores turísticos em

estudo; identificar e analisar os aspectos divergentes e convergentes entre as infraestruturas

existentes no entorno dos dois lagos; analisar os recursos existentes na paisagem natural e

edificada em cada um deles, enfocando como eixo temático a atividade turística. Os dados

primários foram coletados através de visitas in loco e dados secundários (documentos oficiais

e trabalhos acadêmicos). Utilizou-se a análise comparativa para construção dos resultados. A

partir disso, a pesquisa concluiu que os pontos fortes de Itaipu são a proximidade de Foz do

Iguaçu, da Argentina, do Paraguai, o interesse governamental no desenvolvimento, um lago

com potencial turístico, uma borda de proteção ambiental, e os pontos fracos são a falta de

sinalização e infraestrutura, ausência de roteiro turístico integrado, problemas relativos à

segurança. Os pontos fortes de Llanquilhue são, por sua vez a proximidade com a Argentina,

a facilidade de acesso para os navios, a grande beleza cênica, o interesse governamental no

desenvolvimento do turismo. Observando seus pontos fracos, é possível elencar: o

descontrole urbano ocasionado pela especulação imobiliária, falta de sinalização e

infraestrutura, ausência de roteiro turístico integrado e a falta de saneamento nos municípios

do entorno.

Em continuidade à seleção de pesquisas no Brasil feitas para esta pesquisa, constatou-

se que Rodrigues (2003) conduziu uma investigação e construiu a dissertação “Gestão da

satisfação e da fidelidade de consumidores: um estudo dos fatores que afetam a satisfação e a

fidelidade no mercado de turismo”. Os objetivos do estudou foram analisar os fatores

influenciadores de satisfação e de fidelidade de consumidores e utilização de modelos de

índice de satisfação na quantificação de tais construtos. Foi realizada uma pesquisa

quantitativa – descritiva. O instrumento de pesquisa foi um formulário estruturado, aplicado

com 230 turistas que visitavam Natal nos meses de janeiro e fevereiro de 2003. O estudou

conclui que 60% dos turistas que visitam Natal são do Rio de Janeiro e de São Paulo. Apenas

44,15% dos entrevistados disseram estar satisfeitos com o destino Natal. Na percepção dos

turistas que visitam Natal, os principais fatores são para visitar o destino são sua estrutura

física, qualidade nas informações transmitidas e qualidade geral de atendimento.

Marodin (2010) estudou o tema “Expectativa e qualidade percebida dos serviços

hoteleiros na cidade de Natal”. O objetivo geral foi analisar as lacunas existentes entre as

expectativas e a percepção do serviço recebido em hotéis de Natal, RN. Os objetivos

específicos foram: traçar um perfil com os dados sociodemográficos dos respondentes;

identificar os atributos mais importantes no serviço hoteleiro na visão dos usuários; avaliar o

desempenho dos serviços oferecidos pelos hotéis segundo a percepção do usuário. Foram

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aplicados 120 questionários entre os hóspedes de seis hotéis, totalizando 740 questionários. O

estudo concluiu que a maioria dos turistas que visita Natal utiliza o avião como meio de

transporte para chegar à cidade, bem como vêm com o objetivo de fazer turismo. Os atributos

mais importantes na percepção dos hospedes foram: limpeza dos quartos; estrutura

facilitadora de acesso a pessoas deficientes ou com mobilidade reduzida; ações que combatam

o turismo sexual, impedimento de hospedagem de menores desacompanhados e venda de

bebidas alcoólicas a menores; café da manhã; facilidade na resolução de problemas;

segurança nas instalações do hotel e segurança do entorno. A avaliação do desempenho

obteve índices altos na maioria dos atributos.

Viera (2007) dissertou sobre “Avaliação de competitividade em Destinos Turísticos

sob a Ótica dos Stakeholders: aplicação do modelo de Dwyer e Kim (2001,2003)”. Teve

como objetivos analisar os elementos de competitividade das destinações turísticas de Santana

do Livramento e Uruguaiana a partir do modelo de Dwyer e Kim (2001, 2003); identificar os

stakeholders turísticos e os serviços prestados em cada cidade; determinar os serviços e

fatores de suporte existentes nas duas localidades e os elementos de gerenciamento de ambos

os destinos por meio da aplicação do modelo de Dwyer e Kim (2003). A pesquisa foi

realizada junto aos stakeholders turísticos das cidades de Santana do Livramento e

Uruguaiana, no período de setembro a dezembro de 2006. A pesquisa conclui que as cidades

de Santana do Livramento e Uruguaiana, apesar de algumas semelhanças, são competitivas,

valorizando positivamente alguns aspectos que uma ou outra não percebem da mesma

maneira. Uruguaiana se destacou na maioria dos quadrantes, porém com desvios-padrão

igualmente superiores, principalmente na área de recursos herdados e criados e desempenho

socioeconômico, e Santana do Livramento obteve resultados mais afirmativos nos recursos de

apoio, gestão do destino e demanda de um modo geral.

Martins (2006) estudou o tema “Motivação, expectativa, experiência, satisfação ou

dessatisfação dos turistas com o produto turístico destinação: estudo sobre a área da grande

Maceió, Alagoas, BR”. O seu objetivo geral foi desenvolver e propor dois modelos

operacionais gerais para melhor atendimento e compreensão do binômio expectativa-

experiência com o produto turístico destinação. Seus objetivos específicos foram: investigar

como se dá o processo de motivação, expectativa, experiência, satisfação ou insatisfação com

o produto turístico destinado de acordo com o modelo número um proposto; verificar se as

expectativas iniciais dos turistas com o produto turístico destinação são desconfirmadas e, se

não desconfirmadas, que grau de desconfirmação ocorre; medir a interação dos seis blocos de

turismo, do grupo de turismo destinação e o peso de cada um deles em proporcionar

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desconfirmação positiva das expectativas aos turistas com produto turístico destinação. Foram

aplicados 385 questionários aos visitantes da cidade de Maceió, AL. A pesquisa mostrou que

os principais motivadores das viagens de turismo são: aproveitar as férias, relaxar, fazer

coisas diferentes, estresse e cultura. O produto turístico estudado, Maceió, AL, foi avaliado de

forma positiva pelos turistas, superando as expectativas iniciais dos visitantes e os fatores que

mais atraem os turistas estão relacionados às belezas naturais.

Em um estudo intitulado “A formação de Circuitos Turísticos como forma de atração e

permanência de visitantes: uma avaliação dos gestores sobre os fatores de atratividade dos

circuitos turísticos de Minas Gerais”, Ramos (2007) contribuiu com o debate do tema no

Brasil. A pesquisa teve como objetivo geral identificar, junto aos atuais gestores dos circuitos

turísticos de Minas Gerais, o grau de influência que cada fator exerce na atratividade e

permanência de visitantes de seus circuitos turísticos. Os objetivos específicos foram: analisar

a situação de cada um dos fatores mencionados nas oficinas de criação de circuitos turísticos,

nos circuitos turísticos atuais; as opções de melhorias a serem implantadas nestes fatores; a

percepção dos gestores quanto à competitividade e complementaridade nos circuitos

turísticos. Foi realizada extensa revisão de literatura sobre o tema, como também pesquisa de

campo no período de outubro a dezembro de 2006, quando 38 gestores dos circuitos turísticos

de Minas Gerais foram entrevistados. Para os gestores, dos fatores citados nas oficinas de

criação de circuitos, os atrativos turísticos, alimentação, hospedagem e gestão são os que mais

exercem influência na atratividade e permanência de visitantes nos circuitos turísticos. Por

outro lado, os fatores que apresentaram menor influência na atratividade e permanência de

visitantes foram infraestrutura de transportes e infraestrutura básica. A pesquisa revelou a

dificuldade dos gestores em envolver os representantes dos municípios na gestão do circuito.

Mattos (2003) estudou a análise da adequação da oferta turística de Ilhéus em relação

ao perfil de sua demanda: ênfase em hospedagem. Teve como objetivo geral, analisar a

adequação da oferta turística de Ilhéus, em especial dos meios de hospedagem. Objetivos

específicos: conhecer a real oferta dos meios de hospedagem em Ilhéus e sua classificação;

verificar existência de ações de marketing pelo trade turístico para diminuir os impactos da

sazonalidade; identificar as variáveis que influenciam a escolha do destino Ilhéus; identificar

as variáveis que influenciam a escolha dos meios de hospedagem de Ilhéus; avaliar o impacto

das variáveis preço e qualidade dos serviços nos meios de hospedagem. Foram entrevistados

um total de 350 turistas. A pesquisa indicou que o principal mercado emissor de turistas é a

própria Região Nordeste; A Região Sudeste responde por 34,15%, sendo que São Paulo

responde por 20,73% desse total; os turistas permanecem em média, 5 dias na destinação; a

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maioria é casada, e viaja com a família; a principal motivação está caracterizada pelo lazer;

Itacaré e Canavieiras despontam como os destinos mais visitados nas proximidades de Ilhéus.

Os pontos que merecem atenção dos gestores: limpeza pública e serviços de ônibus coletivo;

segurança pública e o serviço de saúde pública; serviços de lavanderia nos meios de

hospedagem; quantidade das porções de alimentos oferecidas nos bares/restaurantes; e

atendimento dos garçons em bares e restaurantes.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo aborda os procedimentos metodológicos utilizados para a realização da

pesquisa, apresentando o tipo de pesquisa, a amostra, o instrumento de pesquisa, a

caracterização do destino Pipa/RN, bem como o processo de coleta de dados e tratamento

estatístico dos dados.

O presente trabalho realizou uma pesquisa quali-quantativa. A abordagem foi

utilizada, considerando que, a partir da união do método quantitativo e do qualitativo, é

possível obter, quantitativamente, dados numéricos e, qualitativamente, conceitos, atitudes e

opiniões dos entrevistados sobre o problema pesquisado (HACKMANN, 2011).

A pesquisa qualitativa esteve presente na fase inicial do estudo, uma vez que se

pretendia levantar por meio de entrevistas com elementos do turismo de Pipa/RN,

informações do contexto local do destino. Para Hackmann (2011), as pesquisas qualitativas

estudam coisas em seu cenário natural, buscando compreender e interpretar o fenômeno em

termos de quais os significados que as pessoas atribuem a ele.

A fase posterior do estudo foi de caráter quantitativo, no qual as informações coletadas

do contexto local foram confrontadas com os atributos selecionados da literatura e serviram

de base para o instrumento de pesquisa a ser aplicado. A pesquisa quantitativa propõe-se a

conduzir uma mensuração ou quantificação que conclui ou descreve, de forma planejada,

estruturada, formal, desenvolvida com trabalhos de campos, amostragem, com a construção

de instrumento de coleta de dados, que pode ser questionário ou formulário, onde os

participantes respondem a perguntas pré-formuladas (MALHOTRA, 2001).

Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser classificada como descritiva, posto que

segundo, Acevedo e Hohara (2007, p. 46), este “tipo de pesquisa descreve as características

de um grupo; descobre ou compreende as relações entre os constructos envolvidos no

fenômeno em questão”.

Não obstante, o presente estudo pode ser denominado também de estudo de caso, visto

que se caracteriza pela análise em profundidade de um objeto ou um grupo de objetos, que

podem ser indivíduos ou organizações. É um método que compreende o planejamento, as

técnicas de coletas de dados e as abordagens de análise dos dados (ACEVEDO; NOHARA,

2007).

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3.1 ESQUEMA METODOLÓGICO DA PESQUISA

Com o objetivo de operacionalizar a busca pelas respostas à questão básica da

pesquisa, foi adotado o esquema metodológico apresentado na Figura 9.

Inicialmente foi realizada uma revisão de literatura acerca das temáticas dos destinos

turísticos e dos serviços, mediante livros, dissertações, teses e artigos de periódicos nacionais

e internacionais, que embasou o referencial teórico e resultou na elaboração a de uma lista dos

atributos relacionados às pesquisas sobre os destinos turísticos.

Com base nos estudos empíricos, foram levantados 664 atributos da qualidade do

serviço nos destinos turísticos, os quais passaram por uma análise criteriosa com a finalidade

de remover distorções, ambiguidades ou determinantes repetidos, identificados no

levantamento, permitindo uma maior precisão e clareza dos atributos. Para tanto, foram

utilizados os critéri

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Figura 9 - Esquema metodológico da pesquisa

Fonte: elaborado pela autora.

Lacunas de qualidade

Matriz de oportunidades

Análise de Cluster

Análise fatorial

Revisão da literatura sobre

destinos turísticos

Revisão da literatura sobre

serviços

Atributos e dimensões do

serviço dos destinos turísticos

Elaboração do instrumento de

pesquisa:

Perfil sócio demográfico

Importância referida aos

atributos dos destinos

Avaliação do destino Pipa/RN

Aplicação do instrumento de

pesquisa com os turistas

Conclusões e recomendações

Referencial teórico

Análise dos atributos

relacionados na literatura

destinos turísticos

Contextualização local:

entrevistas semiestruturadas

Seleção do conjunto de

atributos

Pré- teste: especialistas, alunos,

empresários e turistas

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3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCUS DA PESQUISA

Os 15 km de litoral do destino Pipa estão localizados no Estado no Rio Grande do

Norte, mais especificamente no município de Tibau do Sul, litoral sul do estado, á 81 km da

Capital Natal, RN. Tem como limites, ao norte, os municípios de Arês e Senador Georgino

Avelino; ao leste, o Oceano Atlântico; a oeste, o município de Goianinha; e ao sul, o

município de Vila Flôr. Seu clima sub-úmido, ameno e agradável, com temperatura média

anual de 26,5° C sofre influência da Massa de ar Tropical Atlântica (MTA). Os meses de

maiores médias pluviométricas são de abril e junho; entretanto, no ano, são em média 233

dias de sol (IDEMA, 2008).

Figura 10 - Mapa da Praia de Pipa

Fonte: IDEMA. Disponível em: www.idema.rn.gov.br, acesso em: 01 maio 2012.

A formação vegetal é constituída pela Mata Atlântica, Mata Ciliar e o Tabuleiro

Litorâneo. Os solos apresentam baixa fertilidade, com relevo plano e suavemente ondulado,

representado por falésias e tabuleiros costeiros. A hidrografia tem a caracterização de

aquíferos barreiros e de aluvião. Todas as características juntas descritas acima, juntamente

com a tranquilidade e atmosfera de paz, surgiu uma atividade turística que transformou

totalmente a região (IDEMA, 2008).

De acordo com Araújo (2002), o Morro de Tibau (localizado na atual Pipa), já era

registrado no Planisfério de La Costa, em outubro de 1500. O lugar foi visitado na época do

descobrimento do Brasil pelo navegador Vicente Pinzón e outras expedições Portuguesas

entre 1500 e 1515.

Em decorrência de passagens de diversos povos, indígenas, brancos e negros, várias

denominações foram dadas ao lugar. Para alguns que navegavam carregados com sal, era

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“Ponta Verde”; já outros chamavam-na de “Oratapiry”, que em tupi significa “aldeia de

homem branco”, passando por “Oracampica”, “Itacoatisara”, “Ponta de Pipa”,

“Itacoatiara”, “Tapuya paraçoitapa”, entre outros. O nome atual, Pipa, foi dado pelos

navegadores que, do alto mar, avistavam uma pedra que parecia uma pipa, não o brinquedo

popular, mas a vasilha de madeira para vinho e outros líquidos (CAVALCANTI, 2004;

ARAÚJO, 2002).

Segundo Paiva (1997 apud ARAÚJO, 2002), o povoamento de Pipa deu-se a partir do

final do século XIX. Havia registros de negros livres na região, antes mesmo da libertação dos

escravos pela Lei Áurea. A vegetação fechada e protegida por falésias se tornou um refugio

para negros fugidos e livres de várias localidades. Eles foram para Tibau de Sul ajudar no

engenho e na produção de óleo de mamona. Além disso, adotaram a pesca como atividade de

sustento e reprodução social. As primeiras construções foram próximas à praia, entretanto,

com o avanço do mar, alguns moradores se instalaram na parte alta do local, onde hoje se

localiza na rua principal.

O marco inicial do “descobrimento” desse paraíso foi na década de 50, com a

construção de casas de veraneio dos moradores do município vizinho, Goianinha, RN. Na

década de 70, os surfistas e amantes da natureza encontraram neste lugar uma atmosfera ainda

selvagem. Até aquele momento, os visitantes se alojavam nas casas de pescadores ou nas

casas de conhecidos. Os nativos começaram oferecer moradia e alimentação, e, assim,

aumentar sua renda (ARAÚJO, 2002).

A invasão turística começou nas décadas 80-90, curiosamente, por turistas estrangeiros

e turistas de outros estados do Brasil. Essas pessoas se encantaram com a cultura tradicional,

pelo povoado pesqueiro e pela conservada natureza de suas dunas e falésias, além da

possibilidade da prática de surf e, aos poucos, foram fixando morada. Isso responde ao porquê

de vários estabelecimentos comerciais serem de propriedade de pessoas com sotaques de

outras partes do mundo. Foi nessa época também que os acessos de Pipa foram asfaltados, e,

assim, deu inicio a difusão do turismo em Pipa (BARROS, 2009).

A partir desse momento, Pipa/RN vive um processo de urbanização, com instalação de

hotéis, pousadas, restaurantes e bares. A “modernização” veio nos anos 80, com a chegada de

água encanada e energia elétrica. Em 1982, foi construído um pequeno posto de saúde. Em

1990 um posto da TELERN foi instalado na cidade. Em 1997, com a construção da Rodovia

Rota do Sul, a estrada de acesso a Pipa foi asfaltada. A mudança da rotina dos nativos foi

inevitável, muitos saíram da pesca e começaram a se dedicar ao turismo. Esse processo de

urbanização acarretou uma consequência: falta de saneamento básico, congestionamentos,

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prostituição e drogas. A especulação imobiliária forçou os pescadores a venderem suas casas

com localização privilegiada, perto do mar e formaram uma periferia, nos arredores da praia

(ARAÚJO, 2002).

A Praia de Pipa está inserida na APA (Área de Proteção Ambiental) Bonfim

Guaraíras, criada através do decreto nº 14.363, em 22 de março de 1999. Fazem parte da

APA, além de Tibau do Sul, os municípios de Nísia Floresta, São José do Mipibu, Senador

Georgino Avelino, Goianinha e Arês.

As áreas de preservação ambiental têm como objetivo básico a proteção ambiental e

biológica. Também se propõe a disciplinar o processo de ocupação, assegurar a

sustentabilidade do uso dos recursos naturais, o bem-estar social e a conservação ou melhoria

das condições ecológicas locais. As APAS pertencem ao Sistema Nacional de Unidades de

Conservação, Lei 9.985, de 18 de julho de 2000. Destaca-se também para visitação turística o

Santuário Ecológico da Pipa, de propriedade particular, com espécies nativas de fauna e flora

(SILVA; OLIVEIRA, 2012).

Para o IDEMA, os atributos que se constituem como atrativos turísticos em Pipa são

seus ambientes naturais legalmente protegidos pelas legislações federais, estaduais e

municipais, seu bom estado de conservação, se comparado com as demais matas do Rio

Grande do Norte, seus cordões dunares, seus corredores interdunares com cobertura vegetal

de Mata Atlântica, o Santuário Ecológico de Pipa, a Praia do Amor, a oferta de restaurantes,

bares e afins, na praia de Pipa, a diversidade gastronômica da região, com representações de

diversas culinárias do mundo, o crescimento e a diversificação da oferta de meios de

hospedagem na localidade, o crescimento da demanda turística (europeus) na região, o fato de

estar inserida no Pólo Costa das Dunas e estar inserida numa localidade potencialmente

produtora de cana-de-açúcar e camarão.

A Praia de Pipa é integrante do Polo Costa das Dunas e sua relevância turística

manifesta-se através de sua seleção pelo Ministério do Turismo do Programa de

Regionalização Turística como um dos 65 destinos indutores do turismo no Brasil (SEBRAE,

2012).

Pipa/RN também participou com mais outros oito produtos do segmento Turismo de

Sol e Praia do estudo de competitividade de produtos turisticos realizado pelo

SEBRAE/Ministério do Turismo/FGV, em 2011. Baseados nos atributos que compuseram as

dimensões – infraestrutura geral e acesso, serviços e equipamentos turísticos, valor agregado,

marketing, planejamento e gestão e sustentabilidade – Pipa foi classificada em nível 3, em

uma escala de 1 a 5.

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De acordo com o estudo, os produtos turísticos classificados no nível 3 situam-se em

uma fase intermediária de desenvolvimento, pois oferecem alguns serviços ou equipamentos

turísticos mais estruturados e diversificados para o turismo do segmento de sol e praia, ainda

que necessitem de melhorias. Além disso, aspectos relacionados à sustentabilidade e aos

elementos socioculturais e ambientais do local começam a ser considerados válidos para o

desenvolvimento do produto. Em geral, já há presença de negócios ou de serviços voltados ao

mercado turístico e de alguma estruturação do entorno da praia para a circulação de visitantes,

ainda que não estejam padronizados ou que não atendam a quesitos de acessibilidade. Esses

produtos turisticos estão começando a adotar de estratégias específicas de mercado ou de

ações planejadas de promoção e de comercialização para públicos-alvos (SEBRAE, 2011).

O destino Pipa combina os apelos de sol e praia com turismo urbano, onde a

gastronomia e o comércio complementam a oferta de atividades diretamente turísticas. Na

maré baixa, surgem piscinas naturais repletas de estrelas-do-mar e tartarugas marinhas.

Podem-se observar pássaros em extinção, golfinhos e tartarugas marinhas na reserva da Mata

Atlântica: Santuário Ecológico de Pipa. Entre as praias mais belas de Pipa estão a do Curral,

do Madeiro, das Minas e do Amor. No verão, o destino vira como uma cidade de Babel, em

decorrência do expressivo número de turistas de todas as partes do mundo (BRASIL, 2011).

Outro segmento turístico que vem se sobressaindo em Pipa é o turismo de eventos.

Destacam-se o Reveillon, o Festival Literário e o Festival Gastronômico da Pipa, tendo sido

registrado, no ano de 2008, um fluxo de 20 mil visitantes no evento gastronômico, durante os

nove dias de atividades, conforme site oficial do evento (GONÇALVES, 2010).

No que tange a infraestrutura turística, percebe-se substancial investimento na

construção, ampliação e melhoria das condições de acesso ao destino, fator condicionante do

fluxo, considerando que acesso ao destino é feito fundamentalmente via rodoviária. Ainda que

Pipa se mostre um destino consolidado, com talento para atrair turistas de todas as partes do

mundo, o acesso aéreo mais próximo é pela capital, Natal, a aproximadamente 81 km, onde se

encontra o Aeroporto Internacional Augusto Severo (MAZARO, 2009).

De acordo com matéria publicada pelo Jornal de Hoje, em 23 de maio de 2012, a

cadeia produtiva do turismo em Tibau do Sul, em Pipa, gera cerca de oito mil empregos

diretos e indiretos, sendo três mil apenas na hotelaria, que conta com 135 meios de

hospedagem e com mais de cinco mil leitos. Além disto, existem os demais prestadores de

serviços, como por exemplo, os 80 bugueiros cadastrados. Somando todas as riquezas

produzidas na região, a economia do local tem condições de movimentar até R$ 300 milhões

por ano.

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Os proprietários de pousadas e hotéis da Praia de Pipa são, em sua maioria,

empreendedores de natureza familiar (informal) ou médio empresarial, dominantemente de

brasileiros oriundos de áreas metropolitanas do Nordeste e do Centro Sul. Existe também a

crescente presença de proprietários estrangeiros, oriundo do Mediterrâneo. O predomínio é de

hóspedes brasileiros do Nordeste e Centro Sul, mas com transição exponencial de turistas

europeus (BARROS, 2009).

De acordo com Secretaria de Turismo de Tibau do Sul, não existem dados específicos

sobre a Praia de Pipa e, sim, de todo o município de Tibau do Sul, composto dos distritos:

Pipa, Umari, Bela Vista, Cabeceiras, Piau, Manimbu, Simbaúma, Pernambuquinho e Munim.

Entretanto, estima-se que 85% dos estabelecimentos estejam no território da Praia de Pipa.

Segundo dados da Secretaria do Turismo, Tibau do Sul possui aproximadamente 150 bares e

restaurantes, 4400 leitos de hospedagem e recebe a visita de cerca 500 mil turistas por ano

(SECRETARIA DO TURISMO DE TIBAU DO SUL,2012). Ainda de acordo com a

Secretaria, o número real de empreendimentos turísticos no município pode ainda ser

superior, devido à desatualização no cadastro do município. É comum que determinado

empreendimento mude de ramo e não repasse a informação para a Prefeitura, bem como tire

licença para determinado uso, quando, na verdade, será utilizada para outro fim, evitando

assim o pagamento dos impostos (SECRETARIA DO TURISMO DO TIBAU DO SUL,

2012).

Em 2009, a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte (SETUR/RN) realizou uma

pesquisa do perfil da demanda turística no município de Tibau do Sul. De acordo com os

resultados, 16,20% dos turistas eram estrangeiros e 83,80% brasileiros. O perfil dos turistas

era de pessoas de bom poder aquisitivo e elevado grau de instrução. A escolha do destino foi

influenciada pela recomendação de amigos e parentes e foram atraídos pelas belezas naturais,

sol e mar e ambiente alternativo do lugar.

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Tabela 1 - Origem dos turistas entrevistados na pesquisa de demanda turística no ano de 2009. DEMAIS PAÍSES BRASIL

PAÍSES

EMISSORES

TURISTAS % ESTADOS

EMISSORES

TURISTAS %

Argentina 17 20,99 São Paulo 64 15,27

Portugal 17 20,99 Pernambuco 61 14,56

Espanha 12 14,81 Paraíba 55 13,13

Itália 12 14,81 Ceará 42 10,02

Holanda 6 7,41 Minas Gerais 38 9,07

Estados Unidos 3 3,70 Rio de Janeiro 37 8,83

Outros 14 17,28 Distrito Federal 19 4,53

Outros 103 24,58

TOTAL 81 100,0 TOTAL 419 100,0

Fonte: SETUR/RN (2009)

Analisando dados do IBGE e da SETUR/RN, foi possível elaborar uma evolução

histórica da quantidade de unidades habitacionais do município entre os anos de 1995 e 2011

(Tabela 2). A EMBRATUR, em seu regulamento geral dos meios de hospedagem, define

unidade habitacional, ou simplesmente UH, como espaço, atingível a partir da circulação

comum do estabelecimento, destinado à utilização pelo hóspede, para seu estar, higiene e

repouso.

Tabela 2 - Evolução da quantidade de Unidades Habitacionais em Tibau do Sul

N

o de Unidades

Habitacionais em

1995

No de Unidades

Habitacionais em

2000

No de Unidades

Habitacionais em

2005

No de Unidades

Habitacionais em

2009

No de Unidades

Habitacionais em

2011

200 344 1117 1751 1806

Fonte: elaborada pela autora, baseada em dados da SETUR/RN e IBGE

Pode-se observar que o número de unidades habitacionais aumentou em cerca de

1000% durante o período analisado. De acordo com a Pesquisa de Serviços de Hospedagem

do IBGE, em 2011, o município de Tibau do Sul possui mais de 5.000 leitos e tem a

capacidade de receber 5.174 hóspedes por dia.

Para entender melhor a evolução do turismo na região, Xavier (2008) construiu um

quadro que aprecia as condições encontradas na Praia de Pipa ao longo das últimas décadas.

Para isso, utiliza o modelo temporal evolutivo do ciclo de vida das destinações turísticas

proposto por Butler (1980), que descreve o passo a passo do desenvolvimento turístico da

região.

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Quadro 1 - Quadro sinóptico das condições apresentadas pela Região Turística de Pipa (RTP)

de acordo com fase proposta no modelo de ciclo de vida das destinações turísticas de Butler,

1980

Fases do Modelo Descrição

Exploração Fase que pressupõe o início da atividade turística ainda bastante rudimentar,

e dividindo espaço com formas tradicionais de trabalho como a pesca e a

agricultura. Na RTP, este momento ocorreu no final dos anos 80 e início da

década de 90. Moradores locais habitavam áreas prólximas à faixa litorânea

em posses. A vila de Pipa resumia-se a poucas ruas, algumas delas

atualmente não existentes, tomadas pelo avanço das águas do mar.

Envolvimento

Neste estágio, o turismo cresce, levando-se em consideração a variável

adotada por Butler (número de turistas que visitam a destinação), e a

comunidade local passa a buscar formas de atender essa demanda incipiente

dentro de suas condições, alojando visitantes em suas casas (alugando

quartos) ou pequenas pousadas. A interação entre visitantes e visitados é

intensa. Os habitantes da destinação adaptam suas residências para acolher

melhor os turistas, porém não se desfazem das mesmas. O turismo começa a

ser visto como uma importante fonte de renda exercida simultaneamente ao

lado de atividades tradicionais. Essa fase ocorreu na década de 90.

Desenvolvimento

Ocorreu entre os anos de 1997 e 2004. O mercado de terras começa a sofrer

grande valorização e alguns moradores locais vendem suas posses para

compradores interessados em adquirir terras para construção de meios de

hospedagem, facilidades para o turista ou uam segunda residência. A

interação entre visitantes e visitados diminui, porém muitos membros da

comunidade deixam de trabalhar com atividades como a pesca para dedicar-

se àquelas ligadas ao turismo ocupando, sobretudo cargos operacionais em

hotéis, pousadas e restaurantes; realizando passeios turísticos; ou no fabrico

de artesanato. Essa mudança no quadro de ocupações faz com que o turismo

torne-se a atividade econômica de maior importância e cria uma

dependência da destinação em relação a esta função, estando principalmente

vulnerável às alterações sofridas pelo setor e às influências da sazonalidade.

Consolidação

Compreende o período atual, iniciado por volta de 2005. Os

empreendimentos turísticos já não se encontram em mãos de moradores

locais, excluídos do processo e agora mão-de-obra para hotéis, pousadas e

restaurantes. Há grande número de construções em andamento, sobretudo

para fins turísticos. Instalação de cadeias internacionais de hotéis, a exemplo

do Dorisol Pipa Ocean View, Village Resort e Pipa Paradise Resort. A

destinação sofre ainda com a supervalorização de preços no mercado de

terras, o que inviabiliza a compra de lotes por moradores locais. Outro fator

relacionado a essa fase, refere-se à construção de condomínios de luxo para

segunda residência. O destino encontra-se bastante dependente

economicamente do turismo e muitas pessoas questionam a degradação

ambiental em prol do desenvolvimento econômico desestruturado e

insustentável.

Fonte: Xavier (2008, p. 97)

3.3 ATRIBUTOS E DIMENSÕES DO SERVIÇO DOS DESTINOS TURÍSTICOS

Com objetivo de identificar dimensões e atributos relacionados aos serviços nos

destinos turísticos foram levantados por meio da literatura revisada em artigos, dissertações e

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teses 664 atributos da qualidade do serviço dos destinos turísticos, os quais passaram por uma

análise criteriosa com a finalidade de remover distorções, ambiguidades ou determinantes

repetidos, identificados no levantamento, permitindo uma maior precisão e clareza dos

atributos. Para tanto, foram utilizados os critérios de completude, justaposição, similaridade,

conteúdo continente, consistência, precisão, especificidade, clareza e representatividade para

selecionar e refinar os atributos. Mediante esses critérios, foi possível pré-selecionar 51

atributos da qualidade do serviço nos destinos turísticos para serem utilizados na presente

pesquisa (Tabela 3).

Tabela 3 - Dimensões e atributos encontrados na literatura

Atributos/Dimensões Adaptado do autor

1. Acessibilidade ao destino 2,5,11,13,15,16,18,20, 21

2. Tráfego no destino 6, 8,11,13

3. Oferta de estacionamento no destino 2,11

4. Meios de transporte no destino 2,3, 6,15,16,18,21

5. Qualidade das estradas do destino 5,6,11,15,18

6. Clima 5,6, 7, 8, 9, 11, 13, 14, 16,18,21

7. Paisagens naturais 5,6,7, 8, 9, 11, 13, 14, 15,16,17,18,19

8. Variedade das atrações naturais 2,5, 6,9,17,18,19,21

9. Praias não sobrelotadas 5,6,11,15

10. Limpeza das praias 5,6,15,17

11. Qualidade da água do mar 5,17

12. Acesso às praias 5,8

13. Equipamentos / serviços nas praias 1,11,15

14. Oferta de eventos culturais 3,6, 7, 10, 12, 13, 16, 17,18,20,21

15. Autenticidade, tradições locais 2,3,8,9,12,13,18

16. Riqueza e diversidade cultural 9,10,18

17. Arquitetura 9,18,21

18. Museus e galerias de artes 13,18

19. Eventos religiosos 18

20. Artesanatos originais 18

21. Oferta de atividades e eventos desportivos 2,5,6,12,13,14,15,17,18 20, 21

22. Instalações para crianças 15,17

23. Animação noturna 2,3,5, 6, 8,9,13,15,17,18,20

24. Gastronomia 2,5,6,7,8,9,11,15,16,1819, 20,21

25. Quantidade e diversidade dos estabelecimentos

de restaurantes e bebidas

2,3,5,6,11,15,16,17,20

26. Limpeza e higiene dos estabelecimentos de

restaurantes e bebidas

2,8,15,17

27. Variedade e opções de alojamento 2,3,5,11,15,16,17,19, 20, 21

28. Diversidade de serviços e equipamentos nos

meios de alojamento

2,6,5,11,15,17, 20

29. Limpeza e higiene dos meios de alojamento 2, 6, 8,15,20

30. Decoração/mobiliário dos meios de alojamento 6,11,20

31. Cortesia dos empregados / prestadores de seriços

turísticos

6,11,14,18,20

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32. Capacidade que os prestadores de serviços

turísticos têm de compreender os clientes

6,11,15,18,20

33. Rapidez e eficácia dos prestadores de serviços

turísticos

6,11,15,16

34. Credibilidade dos prestadores de serviços

turísticos

6, 8,18,20

35. Facilidade de comunicação dos prestadores de

serviços turísticos

5,6,11,18,21

36. Oportunidades de contatos com residentes 5,6,8,11,12

37. Hospitalidade dos residentes 2,4,5,6,7,8,11,15,16,18,19

38. Relação qualidade/preço do alojamento 2,6,7,8,11,13,15,16,18

39. Relação qualidade/preço dos restaurantes e

bebidas

2, 6, 7, 8,11,13,15,16,18

40. Relação qualidade/preço das atividades culturais/

recreativas / desportivas

2, 6, 7, 8,11,13,15,16,18

41. Extensão do comércio no destino 11,13,15,21

42. Variedade de produtos nas lojas 3,5, 11,17,18,19

43. Preços dos produtos nas lojas 4,6,21

44. Informação disponível sobre o destino para a

preparação da viagem

2,3

45. Centro de informação turística disponível no

destino

6, 5,8,11,14,19,20

46. Quantidade de pontos de informação no destino 5,6,11,19,20

47. Segurança 2, 3,4,5, 6, 8,13,14,15,16,18,19

48. Limpeza da cidade 2, 6, 7, 8,9,13,15,16,17,18, 12,3,8,10,14,17

49. Tranqüilidade e calma do lugar 2,5,6

50. Sistema de comunicação disponível no destino 3, 5,6,8,16,18

51. Oferta de serviços e equipamentos de saúde

3,8

Autores citados: 1 - Cardoso (2011); 2 - Chi & Qu (2008); 3 - Hsu, Tsai e Wu (2009); 4 - Eraqi (2006); 5 -Beerli e Martin

(2004); 6 - Toro; Muñoza; Moreno (2010); 7 - Murphy; Pritchard; Smith, (2000); 8 - Narayan et al. (2009); 9 - Enright e

Newton (2004); 10- Dey e Sarma (2010); 11- Pizam; Neumann; Reichel (1978); 12 – Kozak (2002); 13 – Driscoll, Lawson

e Niven (1994);14- Fakeye e Crompton (1992); 15 – Kozak e Rimmington (1999); 16- Kozak e Rimmington (1998); 17-Kim

(1998); 18 – Tang e Rochananond (1990) ; 19- Cracioli e Nijkamp (2008); 20- Bajs (2010); 21 – Hu e Ritche (1993).

Fonte: elaborado pela autora.

3.4 ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS COM ELEMENTOS DO TURISMO DE

PIPA/RN

Em paralelo à revisão da literatura, foi realizada uma pesquisa qualitativa com

elementos da indústria do turismo em Pipa/RN. Entre os meses de novembro/2012,

dezembro/2012 e janeiro/2013 foram entrevistados em Pipa/RN: 10 prestadores de serviços

(taxistas, agentes de viagem, guias de turismo), 10 gerentes de restaurantes, 10 gerentes de

meios de hospedagem, 10 comerciantes e 10 turistas/veranistas. Foram realizadas entrevistas

semiestruturadas, baseadas em um roteiro de entrevista com perguntas abertas (Apêndice A)

com o objetivo de identificar quais os atributos são importantes para Pipa/RN e que tornam o

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destino atrativo. Para compreender os dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdos.

Nessa etapa, foram coletados 21 atributos que referenciaram o contexto local (Tabela 4).

Tabela 4 - Atributos citados pelos entrevistados Atributos Número de citações Percentagem do total

1. Praias 32 12,36%

2. Gastronomia 27 10,42%

3. Noite balada 26 10,04%

4. Público visitante 23 8,88%

5. Natureza 23 8,88%

6. Tranquilidade 19 7,34%

7. Lugar Cosmopolita 16 6,18%

8. Passeios 15 5,79%

9. Rua principal 13 4,63%

10. Finais de semanas movimentados 12 4,63%

11. Ambiente descontraído 09 3,47%

12. População nativa 08 3,09%

13. Fama 07 2,70%

14. Hotéis charmosos 05 1,93%

15. Comércio 05 1,93%

16. Iniciativa privada atuante 04 1,54%

17. Clima 04 1,54%

18. Festivais 04 1,54%

19. Pouca prostituição 03 1,16%

20. Eventos organizacionais 03 1,16%

21. Eventos culturais 01 0,39%

Total 259 100%

Fonte: elaborado pela autora.

A partir dos relatos dos entrevistados, foi possível construir um quadro que descreve

os atributos do destino estudado, baseados nas opiniões dos elementos da indústria do turismo

local.

Quadro 2 - Atributos de Pipa/RN baseados nos relatos dos entrevistados

Praias: De acordo com a pesquisa, as praias de Pipa são o atributo mais atrativo. Embora essa seja uma

característica comum entre os destinos sol e mar, algumas peculiaridades foram citadas. Para os entrevistados,

as praias recortadas, praticamente intocadas e com poucas construções, são ideais para uma boa para

caminhada. Outra característica mencionada foi os estilos diferentes das praias do Distrito. A Praia do Amor

tem o chapadão, como são chamadas as falésias, e o mar agitado próprio para a prática de surf; na Praia do

Centro formam piscinas naturais que possibilita um banho mais tranquilo e também oferece o maior número de

barracas e restaurantes; a Baía dos golfinhos é acessível apenas a pé na maré baixa e frequentemente é possível

nadar próximo aos golfinhos; a Praia do Madeiro tem um mar mais tranquilo, ótimo para banho e também

próprio para quem quer iniciar no surfe, uma vez que o lugar possui “escolinhas” para iniciantes. Todas as

praias oferecem aos visitantes águas mornas e limpas.

Gastronomia: Para os entrevistados, a Praia de Pipa tem uma diversidade de restaurantes digna de uma grande

cidade. No destino, pode-se encontrar restaurantes de qualidade de diversas especialidades: italiana, francesa,

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árabe, mexicana, regional, japonesa, cozinha internacional, contemporânea etc. Isso pode ser justificado pelo

grande número de empresários estrangeiros do local. Os restaurantes são na maioria próximos uns dos outros e

possuem preços variados, alcançando todos os bolsos e gostos. Além disso, apesar dos espaços reduzidos, todos

investem em decoração, construindo ambientes charmosos e acolhedores.

Noite badalada: A noite badalada foi o 3º atributo mais citado. A praia possui diversos bares e restaurantes, o

que torna o ambiente bastante movimentado. À noite, a Rua Principal “ferve”, relatam os entrevistados. Pessoas

de várias tribos interagem harmoniosamente. A praia é conhecida pelas suas baladas eletrônicas. Atualmente,

possui duas boates com programação o ano inteiro.

Público visitante: Segundo relatos, na década de 80, a praia era visitada por jovens e sufistas que se

hospedavam nas casas de pescadores. Na década de 90, os hotéis/pousadas começaram a ser construídos e o

local começou a ser visitado por um público mais elitizado. Dos anos 2000 para os atuais, a Praia recebe

turistas de vários lugares do mundo, com ênfase no turismo regional: RN, PE e PB e turistas do Sudeste. Os

entrevistados mencionaram que a Praia recebe a visita tanto jovens, quanto famílias, dependendo da época do

ano. Ainda a Praia é conhecida por receber um público elitizado e muitos desportistas (surf, parapente).

Natureza: Pipa para muitos dos entrevistados é um paraíso tropical. O conjunto de dunas, falésias, mar e mata

atlântica surpreende os visitantes. A beleza panorâmica no alto das falésias é outro diferencial em comparação à

outros destinos turísticos. Outros fatores citados foram a possibilidade de contato com os golfinhos, o ar puro e

a existência de uma área de preservação da mata atlântica – o Santuário Ecológico.

Tranquilidade: Segundo relatos, esse sinônimo acompanha a Praia desde os anos 70, quando era uma pacata

vila de pescadores. Mesmo com a chegada dos surfistas e turistas, a tranquilidade é uma das características

mais marcantes da Praia de Pipa. A combinação da natureza com ambientes charmosos e rústicos utilizados por

hotéis/pousadas/restaurantes juntamente com a geografia local levam a todos uma atmosfera digna para o

descanso. Os visitantes podem tranquilamente caminhar e curtir as praias de dia e passear pela rua principal,

cheia de restaurantes e lojas, ànoite, sem hora para ir embora.

Lugar Cosmopolita: Para os entrevistados, a Praia de Pipa é considerada um lugar cosmopolita, por atrair

pessoas do mundo todo. Muitos dos que visitaram a praia adotaram-na como lar e acabaram ficando. A maioria

dessas pessoas é oriunda da Europa, Argentina e sudeste do Brasil. Por isso, lá é possível escutar vários

sotaques e ter contato com várias culturas. Muitos abriram negócios na região, resultando em uma gastronomia

bastante rica. A possibilidade de interagir com essas pessoas de diversas partes do mundo também é um fator

que atrai visitantes.

Passeios: Os passeios foram outro atributo citado pelos entrevistados. A Praia oferece diversos passeios. Os

tradicionais são: buggy pelas praias do litoral sul do RN, passeio de barco gastronômico (que incluí refeições),

passeio para ver o por do sol em Tibau do Sul, caminhada ecológica no Santuário Ecológico. Também existem

os passeios mais radicais, direcionados para as práticas esportivas como tirolesa, arvorismo, caiaque na Lagoa

de Guaraíras, surf, kitesurf e vôos de paraglider.

Rua principal: A rua principal poderia ser chamada o coração de Pipa. É nessa rua que concentra a maioria de

bares, restaurantes, lojas e pousadas da praia. É bastante movimentada com as lojas funcionando até meia noite.

Embora o trânsito de carro seja permitido, andar nessa rua, para muitos dos entrevistados, é passeio obrigatório,

principalmente à noite, quando o clima é mais agradável.

Finais de semana movimentados: Outro diferencial apontado é que a Pipa não é apenas para veraneio. Pelo

contrário, poucas são as casas de praia no local. Portanto, não só no verão que a praia é visitada. Durante todo o

ano a praia recebe visitantes, principalmente nos finais de semana. Outro pico de movimento ocorre nos

feriados. A infraestrutura turística funciona o ano inteiro, mesmo nos meses que geralmente são de chuva –

abril e maio.

Ambiente descontraído: Para muitos entrevistados, o ambiente da praia é bastante descontraído. Possui uma

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atmosfera democrática e recebe a visita de hippies a pessoas famosas. Os visitantes sentem-se bem e se vestem

ao seu modo, sem se importar com os outros. Para muitos, o destino é aconchegante e alternativo.

Hospitalidade dos moradores: A hospitalidade dos moradores também foi citada entre os entrevistados. A

simpatia e a simplicidade dos nativos tornam o ambiente mais aconchegante. Os moradores desde o início do

turismo foi receptivo com os visitantes, posto que muitos se hospedavam nas casas dos nativos. Aos poucos, a

convivência com pessoas de várias partes do mundo se tornou parte do dia a dia dos moradores de Pipa.

Fama: Outro atributo que atrai visitantes à Praia de Pipa é sua fama. A praia está presente em diversas listas de

melhores praias do Brasil tanto nas pesquisas do Ministério do Turismo quanto em sites especializados.

Hotéis charmosos: Os hotéis são outro ponto de destaque na Praia de Pipa. A quantidade de leitos é bastante

expressiva no âmbito nacional, são mais de 5.000 leitos. A Praia oferece diversas opções de estadia, desde

Camping e Hostels até resorts de luxo. Em todas as opções, são comuns o capricho na decoração, tornando os

hotéis charmosos e aconchegantes.

Comércio: O comércio de Pipa é digno de uma pequena cidade. O destino possui farmácias, mercadinhos, lojas

de vestuário, acessórios, franquias nacionais e, como todo destino turístico, lojas de artesanato. O diferencial

desse comércio é o horário de funcionamento: até as 00hs. Esse horário torna mais conveniente a visita dos

turistas, que podem aproveitar as praias e passeios durante o dia.

Iniciativa privada atuante: A Praia de Pipa possui um grande número de estabelecimentos comerciais, e uma

grande infraestrutura turística, graças aos investimentos da iniciativa privada.

Clima: A Praia de Pipa possui um clima bastante atrativo para o turismo de sol e mar. O sol é presente durante

quase todo ano. Os meses de chuva geralmente são abril e maio.

Festivais: Os festivais também foram citados pelos entrevistados. O Festival Gastronômico é mais tradicional

e, no ano de 2012, foi realizado a 8ª edição. O Festival tem como objetivo valorizar a culinária típica do Rio

Grande do Norte e aprimorar o conhecimento técnico gastronômico dos profissionais locais. O Festival

Literário – Flipipa, em 2012, deve sua 4ª edição. O evento tem caráter multicultural, de acesso gratuito, com o

objetivo de promover a literatura, despertar o interesse pela leitura fora dos meios convencionais e valorizar a

história e as raízes culturais. No ano de 2012, foi realizado o 1º Festival de Jazz de Pipa – Fest Bossa & Jazz

edição Pipa. O festival é uma parceria do governo do Estado com a empresa OI. O festival oferece espetáculos

de Jazz, Blues, Bossa Nova e música instrumentais, além de workshops e oficina de construção de instrumentos

de percussão. Esses eventos auxiliam na divulgação da praia como destino turístico, contribuindo para o

desenvolvimento socioeconômico da região e a sustentabilidade dos negócios durante todo o ano.

Pouca prostituição: Também foi citada por alguns entrevistados a baixa incidência de prostitutas nas ruas do

destino.

Eventos organizacionais: Os eventos corporativos estão começando a ocorrer em Pipa. Um hotel do Distrito

inaugurou um auditório com capacidade de 400 pessoas, em 2012.

Eventos culturais: Os eventos culturais ainda são pouco comuns. Entretanto, às vezes ocorrem apresentação de

capoeira, danças populares na praça e a realização de festas populares.

Fonte: elaborado pela autora.

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3.5 CONJUNTO DE ATRIBUTOS UTILIZADOS NA PESQUISA

A escolha do conjunto de atributos para elaboração do instrumento de pesquisa foi

realizada a partir da confrontação dos atributos oriundos da literatura revisada com os

atributos citados pelos entrevistados, que representaram o contexto local.

Primeiramente, foram sinalizados os atributos da literatura que constavam na lista dos

atributos do contexto local. Paralelamente, os demais atributos da literatura foram agrupados

de acordo com a similaridade de conteúdo. Por exemplo, os atributos acessibilidade ao

destino, tráfego no destino, oferta de estacionamento no destino e qualidade das estradas do

destino formaram um grupo e assim por diante. Alguns atributos não formaram grupos,

entretanto, foram mantidos. Os atributos do contexto local não citados na literatura

igualmente passaram pelo mesmo processo.

A partir dos agrupamentos, foi possível unir dois ou mais atributos e construir

atributos mais completos. Os atributos do contexto local foram traduzidos para uma

linguagem mais ampla e aplicável para qualquer destino turístico. As características locais

também influenciaram no processo de escolha, já que os atributos não marcantes no destino

estudado foram excluídos, como por exemplo: museus e eventos religiosos. No primeiro

momento, os 51 atributos da literatura mais os 21 atributos do contexto local, foram reduzidos

para 38 atributos. Em seguida, os atributos novamente passaram por uma criteriosa análise,

com o objetivo refinar a escolha dos atributos e melhorar precisão e clareza dos atributos.

Ao final, foram selecionados 28 atributos. Para cada atributo, foi desenvolvida uma

sentença definidora que auxiliou na composição das questões do instrumento de pesquisa,

conforme quadro 3.

Quadro 3 - Conjunto de atributos utilizados na pesquisa Descrição dos atributos

1. Acessibilidade ao destino: Sinalização nas estradas, disponibilidade de meios de transporte para chegar ao

local, distância de aeroporto/ rodoviária/porto.

2. Acesso às atrações turísticas: Facilidade de deslocamento, meios de transportes, sinalização das atrações

turísticas.

3. Segurança local: Policiamento, sensação de segurança em andar pelas ruas da cidade, índice de

criminalidade.

4. Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde: Conjunto de estabelecimentos destinados a prestar

os serviços preventivos e/ou assistência da área de saúde, englobando postos de saúde, hospitais, ambulâncias,

farmácias, clinicas médicas. 5. Sistema de comunicação: Conjunto de meios disponíveis para serem utilizados pela população residente e

pelos visitantes, como sinal de telefonia móvel e fixa, acesso à internet, correios.

6. Disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento: Disponibilidade de infraestrutura turística para

atender os visitantes.

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7. Agradabilidade do clima: Conjunto de condições meteorológicas - temperatura, pressão, ventos, umidade e

chuvas.

8. Tranquilidade e calma no local: Disponibilidade de ambientes voltados para o descanso.

9. Fama do destino: Reputação, propaganda, status do destino.

10. Combate à prostituição e ao turismo sexual: Ações que objetivam o combate à prostituição e ao turismo

sexual

11.Variedade e beleza das atrações naturais do destino turístico: Diversidade de atrações naturais - falésias,

praias, lagoas, reservas naturais, sítios ecológicos, fauna.

12. Limpeza e manutenção dos espaços públicos no destino turístico: Limpeza e manutenção de ruas,

praças, praias.

13. Preservação das atrações naturais no destino turístico: Preservação de falésias, praias, lagoas, reservas

naturais, sítios ecológicos, fauna.

14.Disponibilidade de equipamentos/ serviços nas praias do destino turístico: Disponibilidade de banheiros

públicos, rampas, escadas, aluguel de cadeiras nas praias do destino.

15. Diversidade cultural das pessoas que frequentam o destino turístico: Possibilidade de interação com

pessoas de diferentes culturas e países.

16. Diversidade na oferta de passeios turísticos e atividades de lazer no destino turístico: Disponibilidade

de opções de passeios e atividades de lazer.

17. Disponibilidade de festivais sazonais no destino turístico: Oferta de eventos gastronômicos, musicais,

literários.

18. Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares no destino turístico: Diversidade nas

especialidades: italiano, regional, frutos do mar, vegetariano, entre outros.

19. Variedade na oferta de meios de hospedagem no destino turístico: Variedade de estabelecimentos

destinados a prestação de serviços de hospedagem: hotéis, pousadas, albergues, camping. resorts, hotéis.

20. Agradabilidade dos meios de hospedagem do destino turístico: Arquitetura, decoração, instalações,

limpeza, conforto dos meios de hospedagem.

21. Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais do destino turístico: Arquitetura, decoração,

instalações, limpeza conforto dos estabelecimentos comerciais.

22. Hospitalidade dos residentes do destino turístico: Acolhimento, cordialidade, presteza dos moradores do

local.

23. Relação qualidade/preço dos meios de hospedagem do destino turístico: Custo-benefício do valor pago

no meio de hospedagem.

24. Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares do destino turístico: Custo-benefício do valor pago

em comida e bebida.

25. Variedade na oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços no destino turístico: Variedade de

segmentos de lojas no destino turístico - vestuário, acessórios, artesanato, salão de beleza, farmácia etc.

26. Horário de funcionamento do comércio no destino turístico: Horário de funcionamento do comércio

local.

27. Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de encontro no destino

turístico: Disponibilidade de ruas para pedestres, praças, orlas, parques para a população e visitantes.

28. Disponibilidade de informações sobre o destino turístico para a preparação da viagem: Dados com o

objetivo de orientar e informar os turistas sobre atrativos, serviços e equipamentos turísticos de determinado

local para o planejamento da viagem.

Fonte: elaborado pela autora.

3.6 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Posteriormente ao processo de consolidação dos atributos que avaliam os serviços dos

destinos turísticos a serem utilizados na pesquisa, desenvolveu-se um questionário

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estruturado, constituído por três módulos. O primeiro módulo visou obter informações

voltadas a aspectos sociodemográficos e motivacionais da viagem que caracterizam os

respondentes, tais como: sexo, faixa etária, nível de escolaridade, renda familiar, local que

reside, motivo da viagem, meio de hospedagem, frequência de visita ao destino e tempo de

permanência. No segundo módulo, os turistas informaram o grau de importância conferido a

cada um dos atributos dos serviços ofertados pelos destinos turísticos em geral, sendo suas

respostas registradas por intermédio de uma escala Likert de 11 pontos, variando entre zero

(não importante) e dez (muito importante). A escolha da escala de Likert de 11 pontos foi

baseada nos trabalhos de Marodin (2010), Nascimento (2012) e Ferreira (2013).

Exemplo de questão para verificar a percepção de importância em relação ao atributo:

Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), considerando os serviços de um destino turístico, qual a importância que o Sr (a) atribui a(ao): 01)Acesso ao destino (sinalização nas estradas, qualidade das estradas, disponibilidade de meios

de transporte para chegar ao local, distância do aeroporto/rodoviária/porto)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

Fonte: adaptado de Marodin (2010).

No último módulo, os turistas foram interrogados sobre a percepção de desempenho

dos serviços prestados no destino Pipa/RN. Os visitantes registraram as respostas por meio de

uma escala Likert de 11 pontos, cuja variação se dava no intervalo de zero (péssimo

desempenho) a dez (excelente desempenho).

Exemplo de questão para verificar a percepção do desempenho do serviço prestado:

Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), como o(a) Sr(a) avalia o desempenho do destino Pipa/RN

em relação à(ao):

01) Acesso ao destino Pipa/RN (sinalização nas estradas, qualidade das estradas, disponibilidade de meios de transporte para chegar ao local, distância do aeroporto/rodoviária/porto)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

Fonte: adaptado de Marodin (2010).

Com o objetivo de realizar ajustes e últimas correções, o questionário passou por uma

fase de pré-testes com cinco especialistas, cinco empresários de Pipa/RN, dez estudantes de

turismo da UNP, dez estudantes de turismo da UFRN e vinte turistas de Pipa/RN e detectou-

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se a necessidade de refazer a questão relativa ao turismo sexual, por não apresentar clareza

para uma parcela dos respondentes. O modelo definitivo do questionário encontra-se no

Apêndice B.

3.7 UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA

A definição do ambiente de pesquisa, bem como os indivíduos envolvidos nas técnicas

de coletas de dados são fatores fundamentais para completar o levantamento das informações

do problema em estudo. Para Marconi e Lakatos (2001), o conjunto de seres que caracteriza o

universo ou população de pesquisa deve ter pelo menos uma característica em comum, e a

amostra ocorre quando não há necessidade de investigar toda a população, deixando assim

que os resultados de pesquisa obtidos por um pequeno grupo selecionado sejam considerando

como o todo.

O universo do presente estudo caracteriza-se pelos turistas de Pipa/RN, dos meses de

março e abril de 2013. Estima-se que o Destino Pipa/RN receba em média 500 mil turistas por

ano (SECRETARIA DO TURISMO DO TIBAU DO SUL, 2012). Entretanto, para efeitos de

dimensionamento da pesquisa, por não se conhecer o número exato de visitantes, a população

foi tratada como infinita.

A amostra foi estratificada por gênero e por faixa etária, a partir das médias dos

resultados das pesquisas de demanda turísticas de Pipa/RN realizadas pela SETUR/RN, dos

anos de 2008 e 2009. O cálculo amostral foi desenvolvido admitindo um erro de 3,5% , p=0,5

e nível de confiança de 95%, o que resultou no tamanho da amostra de 784 respondentes.

Tabela 5 - Estratificação da amostra

Variáveis 2008 2009 Estratificação

Gênero dos entrevistados

Feminino 46,4% 43,0% 44,7%

Masculino 53,6% 57,0% 55,3%

Total 100% 100% 100%

Faixa Etária

Até 17 anos 0,4% 2,2% 1,3%

18 a 25 anos 14,2% 17,4% 15,8%

26 a 35 anos 40,0% 35,6% 37,8%

36 a 50 anos 33,6% 31,2% 32,4%

51 a 65 anos 10,2% 12,2% 11,2%

Mais de 65 anos 1,6% 1,4% 1,5%

Total 100% 100% 100%

Fonte: elaborada pela autora, baseada em dados do SETUR/RN (2008, 2009)

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3.8 COLETA DE DADOS

O processo de coleta de dados foi dividido em duas etapas: a primeira atendeu à

pesquisa documental, visando à coleta de dados secundários, em documentos da internet,

documentos do Ministério do Turismo, Governo do RN e do município de Tibau do Sul,

jornais e revistas da região. Para Mattar (2005), dados secundários representam quaisquer

dados que já tenham sido coletados para outros propósitos, além do problema em questão.

A segunda etapa consistiu na pesquisa de campo, tendo em vista a obtenção de dados

primários, que, segundo Mattar (2005), são dados coletados para solucionar um problema

específico de pesquisa. Os turistas de Pipa/RN foram entrevistados nos dias 29 e 30 de março

e 06, 20 e 21 de abril do ano de 2013 por uma equipe composta por seis universitários

devidamente treinados para realizar a pesquisa. No treinamento, foi evidenciada a importância

de explicar aos respondentes a estrutura do questionário: o primeiro módulo se referia ao

perfil sociodemográfico, o segundo módulo à importância dos atributos em relação a qualquer

destino turístico e o terceiro ao desempenho conferido aos atributos no destino Pipa/RN. Os

turistas foram abordados na Praia do Amor, Praia do Centro, Praia do Madeiro e na Rua

Principal. Eles levaram em média 12 minutos para responder o questionário. Foram

considerados válidos aqueles questionários os quais os turistas possuíam estadia mínima de

uma noite em Pipa/RN e que apresentaram todas as questões marcadas, com indicação de uma

única resposta.

3.9 ANÁLISE E TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS

Após a conclusão da coleta, os dados foram tabulados e analisados por meio de

estatísticas descritivas. Nessa etapa, foram calculados através do Excel, o perfil

sociodemográfico dos visitantes, as médias de motivação da viagem, meio de hospedagem

utilizado e frequência de visita ao destino Pipa/RN, além das médias de importância e

desempenho para os 28 atributos investigados. As lacunas entre expectativas e desempenhos

também foram computadas. Paralelamente, o software Statistical Packet for Social Sciences

(SPSS), versão 19.0, foi utilizado para realizar a análise fatorial exploratória e a análise de

cluster com os dados referentes ao perfil dos entrevistados e a importância dos atributos

estudados.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados apresentados nesta seção refletem a apuração das respostas atribuídas

nos questionários válidos dos turistas de Pipa/RN. No total, foram aplicados 850

questionários, entretanto apenas 760 foram validados baseados nos critérios citados na

metodologia. Como a amostra prevista era de 784 respondentes, o erro foi recalculado para

3,55%.

4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES

Tabela 6 - Perfil dos respondentes

Variáveis % Variáveis %

Género dos entrevistados Viajou ao destino com

Feminino 55,3% Família 67,9%

Masculino 44,7% Amigos 25,9%

Faixa Etária Sozinho 3,9%

Até 17 anos 1,3% Outros 2,2%

18 a 25 anos 15,8% Motivo da viagem

26 a 35 anos 37,8% Lazer 96,7%

36 a 50 anos 32,5% Trabalho 3,0%

51 a 65 anos 11,2% Congresso/Evento 0,0%

Mais de 65 anos 1,4% Outros 0,3%

Grau de escolaridade Meio de hospedagem utilizado

Sem formação formal 0,3% Hotel 35,4%

Fundamental I (1º ao 5º) 0,3% Resort 3,2%

Fundamental II (6º ao 9º) 1,7% Flat 2,2%

Ensino médio 18,9% Casa própria 5,5%

Universitário 17,0% Albergue 2,6%

Ensino superior 43,6% Casa de parentes/amigos 11,1%

Pós-graduação 18,3% Camping 0,8%

Ocupação Principal Pousada 35,3%

Funcionário público 24,2% Outros 3,9%

Funcionário de empresa privada 32,6% Número de visitas ao destino

Pipa/RN

Aposentado 4,3% Uma vez 47,4%

Empresário 14,5% Duas vezes 15,8%

Estudante 11,8% Três vezes 8,7%

Outro 12,5% Quatro ou mais vezes 28,2%

Renda familiar Tempo de permanência no destino

Pipa/RN

Menos de 2 SM 6,3% 1 a 3 noites 62,6%

2 a 5 SM 35,7% 4 a 7 noites 27,1%

6 a 10 SM 30,5% 8 a 14 noites 5,0%

11 a 20 SM 18,3% Mais de 14 noites 5,3%

Mais de 20 SM 9,2%

Fonte: Pesquisa (2013).

Nessa fase, foram analisadas as informações relacionadas a aspectos

sociodemográficos e motivacionais dos turistas de Pipa/RN que participaram da pesquisa.

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Para tanto, foram apresentadas, na Tabela 6, variáveis como gênero, faixa etária, nível de

escolaridade, ocupação principal, renda familiar, local que reside, companhia com qual

viajou, motivo da viagem, meio de hospedagem, número de visitas ao destino e tempo de

permanência no destino Pipa/RN.

Ao analisar a Tabela 6, verificou-se a estratificação das variáveis gênero e faixa etária,

conforme citado anteriormente na metodologia. Portanto, 55,3% dos entrevistados foram do

sexo feminino e 44,7% do sexo masculino, como também 70,3% dos respondentes se

concentram na faixa de 26 a 50 anos, caracterizando assim, uma população com perfil adulto.

Quanto ao nível de escolaridade, 78,9% dos entrevistados declararam ter concluído o

ensino médio, estar cursando, ter concluído um curso de nível superior ou pós-graduação. Em

relação à ocupação principal, 32,6% desempenham suas atividades em empresas privadas,

seguido de 24,2% de funcionários públicos e 14,5% se declaram como empresários. Os

demais 28,6% respondentes se dividiram entre estudantes, aposentados e outras atividades.

No que concerne à renda, 66,2% dos entrevistados declaram ter rendimento entre 2 a 10

salários mínimos.

Observou-se também que 67,9% dos respondentes viajam à Pipa/RN com a família,

96,7% visitam o destino para lazer e 62,6% permanecem de 1 a 3 dias no destino. Os meios de

hospedagem mais utilizados são hotéis e pousadas, 35,4% e 35,3% respectivamente. Em

relação ao número de visitas, 52,6% que já conheciam o destino e o visitaram duas ou mais

vezes.

Tabela 7 - Local onde residem os entrevistados Estado % Estado %

AC 0,0% PB 16,2%

AL 0,7% PR 0,7%

AP 0,0% PE 9,6%

AM 0,9% PI 0,7%

BA 0,1% RJ 6,6%

CE 3,6% RN 29,2%

DF 3,6% RS 1,7%

ES 0,5% RO 0,5%

GO 2,1% RR 0,0%

MA 0,5% SC 0,7%

MT 0,9% SP 10,4%

MS 0,5% SE 0,0%

MG 2,2% TO 0,7%

PA 0,5% Exterior 7,0%

Fonte: Pesquisa (2013).

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Analisando a Tabela 7, verificou-se a força do turismo regional, já que 61,3% dos

respondentes eram oriundos dos Estados do Nordeste. A região Sudeste também se destaca,

sendo responsável por um enviar um número expressivo de visitantes: 19,7% da população da

pesquisa residiam nos Estados de SP, RJ, MG e ES. Por fim, confirmando a fama do destino

Pipa/RN receber turistas estrangeiros, 7% dos entrevistados residiam em outros países, sendo

sua maioria procedente da Argentina (70%).

Desse modo, foi possível inferir que a amostra pesquisada é composta por 55,3% de

indivíduos do sexo feminino e 44,7% do sexo masculino, sendo 70,3% na faixa de 26 a 50

anos, 78,9% possuem no mínimo o ensino médio completo, 32,6% trabalham em empresas

privadas, 66,2% declaram ter rendimento entre 2 a 10 salários mínimos, 67,9% viajam à

Pipa/RN com a família, 96,7% visitaram o destino para lazer. Os meios de hospedagem mais

utilizados foram hotéis e pousadas, 35,4% e 35,3% respectivamente, 52,6% que já visitaram o

destino duas ou mais vezes, 62,6% permanecem de 1 a 3 dias e 61,3% são oriundos da Região

Nordeste, seguido de 19,7% da Região Sudeste.

4.2 IMPORTÂNCIA DOS ATRIBUTOS DO SERVIÇO DOS DESTINOS TURISTICOS

A fim de analisar quais as expectativas em relação à importância dos 28 atributos

pesquisados, os respondentes foram instruídos a atribuir uma nota de zero (não importante) a

dez (muito importante) para cada um dos atributos apresentados. Os dados foram ordenados

na tabela 8 a partir das médias baseadas na percepção dos turistas entrevistados. Os resultados

indicaram que as médias variaram de 9,46 a 7,43, sendo apontado um maior nível de

importância para o atributo “preservação das atrações naturais” (9,46) e o menor nível de

importância para o atributo “fama dos destinos turísticos” (7,43). A estreita variação das

médias ratifica a escolha dos atributos utilizados na pesquisa, baseados na literatura e no

contexto local, pois todos os atributos receberam importância acima de 7,0.

Os atributos que também tiveram um alto nível de importância foram: “segurança”

(9,41), “limpeza e manutenção dos espaços públicos” (9,31),“variedade e beleza das atrações

naturais” (9,21), “hospitalidade dos residentes” (9,20), “relação qualidade/preço nos

restaurantes e bares” (9,11), “relação qualidade/preço dos meios de hospedagem” (9,10),

“disponibilidade de informações para a preparação da viagem” (9,05) e “disponibilidade de

serviços e equipamentos de saúde” (9,05).

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Tabela 8 - Médias de importância dos atributos na percepção dos turistas de Pipa/RN

Fonte: Pesquisa (2013).

Realizando análises comparativas com os estudos empíricos nacionais e

internacionais, foram encontrados resultados similares em Kozak e Rimmington (1998) que

identificaram os fatores que mais contribuem para a competitividade da Turquia são: a

hospitalidade, belezas naturais, valor para o dinheiro, segurança, clima e transporte local.

Seguindo no mesmo sentido, Tang e Rochananon (1990), que entrevistaram turistas da

Tailândia, destino este também de sol e mar como Pipa/RN, concluiram que as belezas

naturais, características climáticas, culturais e sociais, custo de vida e hospitalidade foram

considerados fatores importantes para todos os grupos de entrevistados na escolha de um

Ma

is i

mp

ort

an

te

Atributos Média geral

Preservação das atrações naturais 9,46

Segurança 9,41

Limpeza e manutenção dos espaços públicos 9,31

Variedade e beleza das atrações naturais 9,21

Hospitalidade dos residentes 9,20

Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares 9,11

Relação qualidade/preço dos meios de hospedagem 9,10

Disponibilidade de informações para a preparação da viagem 9,05

Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde 9,05

Med

ian

am

en

te i

mp

ort

an

te

Acesso ao destino 9,01

Agradabilidade do clima 9,01

Variedade na oferta de meios de hospedagem 8,97

Disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo o ano 8,96

Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares 8,94

Agradabilidade dos meios de hospedagem 8,94

Acesso às atrações turísticas 8,93

Disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias 8,89

Combate à prostituição e ao turismo sexual 8,76

Sistema de comunicação 8,75

Men

os

imp

ort

an

te

Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais 8,74

Tranquilidade e calma 8,59

Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de

encontro 8,56

Horário de funcionamento do comércio local 8,50

Variedade na oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços 8,41

Diversidade na oferta de passeios e atividades de lazer 8,30

Diversidade cultural das pessoas que frequentam o local 7,92

Disponibilidade de festivais sazonais 7,64

Fama do destino turístico 7,43

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destino turístico e que acessibilidade ao país e estabelecimentos comerciais eram geralmente

considerados menos importantes, assim como no contexto de Pipa/RN, que atributos

relacionados com os estabelecimentos comerciais se posicionaram no final do ranking:

“agradabilidade dos estabelecimentos comerciais” (20º), “horário de funcionamento do

comércio local” (22º) e “variedade na oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços”

(23º).

Os atributos “segurança” (2º) e “hospitalidade dos residentes” (5º), que apresentaram

alta importância na percepção dos turistas de Pipa/RN, também foi destaque em vários

estudos como Hsu, Tsai e Wu (2009), realizado em Taiwan; Kim (1998), na Korea; Pizam,

Neumann e Reichel (1978), nos Estados Unidos; Cardoso (2011), em Portugal; Bajs (2010),

na Croácia; e Narayan et al. (2009), na Índia. Portanto, percebe-se que independente do

continente pesquisado, estes atributos são de extrema importância para o turismo.

Por fim, uma comparação interessante pode ser feita com o estudo de Cracolici e

Nijkamp (2008), realizado no Sul da Itália. Nessa região, há um conjunto de cidades que

possuem tanto o turismo litorâneo quanto o turismo cultural. De acordo com a pesquisa, a

avaliação positiva dos turistas respondentes está fortemente ligada aos atributos: informação,

serviços turísticos, eventos culturais (concertos, exposições de arte, festivais, etc), qualidade e

variedade de produtos nas lojas, hotéis e outros tipos de alojamento, preços, custos de vida e

segurança. No entanto, os fatores pertinentes da oferta turística (por exemplo, recepção e

hospitalidade dos residentes, paisagem e natureza), em termos de vantagem comparativa, têm

um menor efeito sobre a avaliação de visitantes.

Portanto, pode-se inferir que alguns atributos podem ser mais importantes que outros

dependendo do tipo de turismo ofertado: sol e mar, ecoturismo, turismo cultural, entre outros.

Entretanto, alguns atributos como, por exemplo: segurança e a relação qualidade/preço dos

serviços turísticos estão caminhando para um patamar de relevância “universal”.

4.3 DESEMPENHO CONFERIDO AOS ATRIBUTOS DO SERVIÇO NO DESTINO DE

PIPA/RN

A tabela 9 apresenta as médias de desempenho dos 28 atributos a partir das percepções

dos turistas em relação ao destino Pipa/RN. Os respondentes foram instruídos a atribuir uma

nota de zero (péssimo desempenho) a dez (excelente desempenho) para cada um dos atributos

apresentados. Ao analisar as médias, nota-se a variação de 6,14 a 9,35. O atributo que teve o

melhor desempenho foi “variedade e beleza das atrações naturais’’, o qual no ranking de

importância, situou-se em 4ºlugar, e o atributo de pior desempenho foi “combate à

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prostituição e ao turismo sexual”, 18º lugar no ranking de importância na percepção dos

turistas. Ao final, os respondentes foram interrogados sobre como avaliavam, de um modo

geral, o desempenho do destino Pipa/RN baseado em uma escala de zero a dez. Os resultados

apontaram para uma nota média de 8,78 para a avaliação do destino estudado. Assim sendo,

inferimos que Pipa/RN foi bem avaliada perante os respondentes da pesquisa.

Tabela 9 - Médias de desempenho dos atributos em Pipa/RN

Atributo Desempenho

Variedade e beleza das atrações naturais 9,35

Agradabilidade do clima 9,25

Fama do destino turístico 9,24

Variedade na oferta de meios de hospedagem 9,01

Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares 8,96

Tranquilidade e calma 8,81

Hospitalidade dos residentes 8,75

Disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo o ano 8,72

Agradabilidade dos meios de hospedagem 8,69

Preservação das atrações naturais 8,58

Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais 8,49

Diversidade cultural das pessoas que frequentam o local 8,45

Diversidade na oferta de passeios e atividades de lazer 8,37

Disponibilidade de informações para a preparação da viagem 8,14

Variedade na oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços 8,08

Limpeza e manutenção dos espaços públicos 8,05

Horário de funcionamento do comércio local 7,75

Disponibilidade de festivais sazonais 7,64

Segurança 7,40

Acesso às atrações turísticas 7,32

Relação qualidade/preço dos meios de hospedagem 7,23

Acesso ao destino 7,20

Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares 7,12

Disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias 6,90

Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de

encontro 6,88

Sistema de comunicação 6,82

Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde 6,57

Combate à prostituição e ao turismo sexual 6,14

Avaliação Geral do destino Pipa/RN 8,78

Fonte: Pesquisa.

Fazendo uma retomada dos dados coletados na pesquisa qualitativa com elementos do

turismo de Pipa/RN (Tabela 4), foram analisados os atributos relacionados com os recursos

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naturais, como praia e natureza, também foram listados entre os mais atrativos perante os

entrevistados. Entretanto, atributos relacionados à diversidade cultural dos frequentadores,

como o público visitante e lugar cosmopolita, que foram bastante citados pelos participantes

da pesquisa qualitativa, apresentaram avaliação mediana para os respondentes da pesquisa

quantitativa.

Analisando os estudos empíricos revisados, foram identificados resultados similares

em pesquisas realizadas em destinos de sol e mar. De acordo com Cardoso (2011), que

estudou a cidade litorânea de Portugal, Figueira de Foz, os atributos que obtiveram os

melhores desempenhos foram: paisagens naturais, hospitalidade, gastronomia, praias não

superlotadas e oferta de cassino, esse último que destoa do contexto brasileiro por ser ilegal

no nosso país. Para Martins (2006) que estudou a capital de Alagoas, Maceió, o atributo com

melhor avaliação o foi relacionado às belezas naturais. Assim como, cidade litorânea do

Nordeste do Brasil, Ilhéus/BA, precisa melhorar nos seguintes atributos: limpeza pública,

serviços de ônibus coletivo, segurança pública, serviço de saúde pública, serviços de

lavanderia nos meios de hospedagem, quantidade das porções de alimentos oferecidas nos

bares/restaurantes e atendimento dos garçons em bares e restaurantes.

Vistos isoladamente os níveis de desempenho não revelam a qualidade dos serviços. O

modelo das lacunas de qualidade utilizado no presente estudo exige a confrontação dos níveis

de desempenho com os níveis de expectativa. Portanto é a diferença entre o desempenho e a

expectativa que aponta a qualidade.

4.4 LACUNAS DE QUALIDADE DO SERVIÇO DO SERVIÇO NOS DESTINOS

TURÍSTICOS

As lacunas da qualidade do serviço difundidas por Parasuraman, Zeithaml e Berry

(1985), conhecidas também como lacunas/gaps da qualidade, são identificadas a partir da

comparação entre as expectativas dos clientes e avaliação do desempenho do serviço

recebido. Assim sendo, as lacunas negativas indicam que o serviço recebido não está

atendendo às expectativas dos clientes, enquanto que as lacunas positivas revelam que o

serviço recebido está superando as expectativas dos clientes. Não obstante, deve-se ser levado

em conta que o nível de insatisfação/satisfação do cliente poderá está diretamente relacionado

com o grau de importância concedido ao atributo. Portanto, lacunas com grandes magnitudes,

mas de atributos pouco importantes, poderão ter menos impacto para os clientes de que

lacunas com menor magnitude e de atributos com alta relevância para os clientes.

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A tabela 10 revela as lacunas encontradas na presente pesquisa. Elas resultaram da

diferença entre as médias dos desempenhos e as médias das expectativas de cada atributo.

Tabela 10 - Lacunas de qualidade do destino Pipa/RN

Atributos Lacuna Importância

Combate à prostituição e ao turismo sexual -2,62 18º

Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde -2,48 9º

Segurança -2,01 2º

Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares -1,99 6º

Disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias -1,99 17º

Sistema de comunicação -1,93 19º

Relação qualidade/preço dos meios de hospedagem -1,87 7º

Acesso ao destino -1,81 10º

Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de

encontro -1,68 22º

Acesso às atrações turísticas -1,61 16º

Limpeza e manutenção dos espaços públicos -1,26 3º

Disponibilidade de informações para a preparação da viagem -0,91 8º

Preservação das atrações naturais -0,88 1º

Horário de funcionamento do comércio local -0,75 23º

Hospitalidade dos residentes -0,45 5º

Variedade na oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços -0,33 24º

Agradabilidade dos meios de hospedagem -0,25 15º

Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais -0,25 20º

Disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo o ano -0,24 13º

Disponibilidade de festivais sazonais 0,00 27º

Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares 0,02 14º

Variedade na oferta de meios de hospedagem 0,04 12º

Diversidade na oferta de passeios e atividades de lazer 0,07 25º

Variedade e beleza das atrações naturais 0,14 4º

Tranquilidade e calma 0,22 21º

Agradabilidade do clima 0,24 11º

Diversidade cultural das pessoas que frequentam o local 0,53 26º

Fama do destino turístico 1,81 28º

Fonte: Pesquisa (2013).

Analisando os resultados, verifica-se que há uma predominância de lacunas negativas,

indicando que grande parte dos serviços oferecidos no destino Pipa/RN está abaixo das

expectativas dos turistas. Dos 28 atributos utilizados na pesquisa, 19 apresentaram lacunas

negativas, sendo a com maior magnitude “Combate à prostituição e ao turismo sexual” (-2,62)

e 09 lacunas positivas, que apresentaram valores iguais ou maiores que zero, tendo a maior

magnitude o atributo “Fama do destino turístico” (1,81).

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Entretanto, conforme dito anteriormente, os níveis de insatisfação/satisfação estão

diretamente relacionados com a magnitude das lacunas e o grau de importância conferido

pelos clientes. Portanto, do ponto de vista gerencial, identificar essas lacunas poderá favorecer

o direcionamento dos recursos para os atributos mais valorizados, bem como diminuir, se for

o caso, os recursos para os atributos menos valorizados pelos turistas.

A tabela 11 ilustra as dez maiores lacunas negativas e suas respectivas importâncias na

percepção dos turistas. A partir dos resultados, infere-se que as lacunas “disponibilidade de

serviços e equipamentos de saúde”, “segurança”, “relação qualidade/preço nos restaurantes e

bares” e “relação qualidade/preço dos meios de hospedagem” merecem atenção especial por

apresentaram alta importância para os entrevistados.

Tabela 11 - Dez maiores lacunas negativas

Atributo Lacuna Importância

Combate à prostituição e ao turismo sexual -2,62 18º

Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde -2,48 9º

Segurança -2,01 2º

Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares -1,99 6º

Disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias -1,99 17º

Sistema de comunicação -1,93 19º

Relação qualidade/preço dos meios de hospedagem -1,87 7º

Acesso ao destino -1,81 10º

Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de

encontro -1,68 22º

Acesso às atrações turísticas -1,61 16º

Fonte: Pesquisa (2013).

Em contrapartida, o quadro a seguir apresenta as dez maiores lacunas positivas.

As lacunas positivas coincidiram, em sua maioria, com atributos de importância baixa e

mediana. Observa-se que apenas um atributo – variedade e beleza das atrações naturais –

superou as expectativas dos turistas era considerado de alta importância. Desse modo, de

acordo com Stock e Lambert (2001), os demais atributos deveriam receber menos

investimentos, pois não interferem significativamente na satisfação dos clientes.

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Tabela 12 - Dez maiores lacunas positivas

Atributo Lacuna Importância

Disponibilidade de festivais sazonais 0,00 27º

Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares 0,02 14º

Variedade na oferta de meios de hospedagem 0,04 12º

Diversidade na oferta de passeios e atividades de lazer 0,07 25º

Variedade e beleza das atrações naturais 0,14 4º

Tranquilidade e calma 0,22 21º

Agradabilidade do clima 0,24 11º

Diversidade cultural das pessoas que frequentam o local 0,53 26º

Fama do destino turístico 1,81 28º

Fonte: Pesquisa (2013).

4.5 MATRIZ DE OPORTUNIDADE

Com base nos dados coletados, foi possível construir a matriz de oportunidades do

destino Pipa/RN. O objetivo dessa matriz é elaborar estratégias para identificar as

necessidades dos turistas e superar os destinos concorrentes. Para elaborar essa matriz, é

preciso classificar os fatores competitivos, também chamados de fatores críticos de sucesso,

para assim, determinar as prioridades de melhoria (SLACK, 1994).

Para Slack (1994) os atributos com alta importância e baixo desempenho representam

para os gestores públicos e privados uma oportunidade evidente de melhoria dos serviços

prestados. No entanto, para os atributos com baixa importância e alto desempenho, os

gestores deverão dar menor destaque ou, ainda, convencer os seus visitantes de que esses

atributos são muito importantes.

A matriz demonstrada a seguir permite confrontar o grau de importância conferido a

cada atributo do serviço do destino turístico com a lacuna de qualidade, possibilitando

observar o posicionamento do desempenho médio de Pipa/RN. Ela é formada por nove

células originadas das interseções de três grupos de importância e três grupos de lacunas de

qualidade, denominada por Stock e Lambert (2001) de matriz absoluta de oportunidade.

Os 28 atributos foram dispostos no eixo das ordenadas por ordem de importância. No

primeiro grupo, ficaram os nove atributos mais importantes, no segundo os dez atributos

medianamente importantes e no ultimo, os nove atributos menos importantes. Quanto ao eixo

das abscissas, foram ordenadas as lacunas de qualidade de acordo com as suas magnitudes: as

nove maiores lacunas, as dez medianas e as nove menores.

Ao fazer o cruzamento das ordenadas e das abscissas, a matriz absoluta de

oportunidade apresenta em cada um dos grupos de importância e desempenho sugestões de

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melhoria que serão representadas da seguinte forma: Melhorar Definitivamente (MD),

Melhorar (ME), Manter ou Melhorar (MM), Manter (MA) e Manter ou Reduzir (MR). Os

autores Stock e Lambert (2001) evidenciam a relevância das matrizes de oportunidade, pois

esta ferramenta pode ser utilizada para orientar o desenvolvimento de estratégias que

permitam construir um diferencial competitivo.

4.5.1 Matriz de oportunidade do destino Pipa/RN

A matriz de oportunidades, quadro 4, construída a partir da percepção dos turistas de

Pipa/RN, indica que os atributos segurança, relação qualidade/preço dos restaurantes e bares,

relação qualidade/preço dos meios de hospedagem e disponibilidade de serviços e

equipamentos de saúde necessitam ser, definitivamente, melhorados. Os referidos atributos

englobam questões tanto públicas quanto privadas, e, portanto, os gestores responsáveis

devem reconhecer estas como ações prioritárias e estabelecer um plano execução de

melhorias imediata, posto que esses atributos são de alta importância para os turistas e

apresentaram lacunas de qualidade com grandes magnitudes negativas, revelando que estes

são pontos vulneráveis do destino, uma vez que os desempenhos foram inferiores as

expectativas.

Os atributos preservação das atrações naturais, limpeza e manutenção dos espaços

públicos, hospitalidade dos residentes, disponibilidade de informações para preparação da

viagem, acesso ao destino, disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias, combate à

prostituição e ao turismo sexual, sistema de comunicação se enquadram no segundo bloco de

prioridade dos gestores, pois segundo a matriz de oportunidade absoluta necessitam ser

melhorados. Esses atributos são importantes na percepção dos turistas e apresentaram lacunas

de qualidades negativas.

O atributo variedade e beleza atrações naturais deve ser melhorado ou mantido, visto

que, de acordo com os turistas de Pipa/RN, este possui um alto nível de importância e elevado

desempenho e, portanto, representa uma vantagem competitiva para o destino.

Para os atributos disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo

ano, agradabilidade meios de hospedagem, acesso às atrações turísticas, disponibilidade de

espaços públicos, caminhadas e pontos de encontro, os investimentos devem ser apenas

mantidos. Essa ação é justificada pelos baixos níveis de importância e desempenho conferidos

a eles.

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Por fim, no que concerne aos atributos agradabilidade do clima, variedade na oferta

meios de hospedagem, disponibilidade de variedade de restaurantes e bares, agradabilidade

dos estabelecimentos comerciais, tranquilidade e calma, diversidade na oferta passeios e

atividades de lazer, diversidade cultural pessoas frequentam o destino, disponibilidade de

festivais sazonais e fama do destino turístico, a matriz de oportunidade sugere que estes sejam

ou mantidos ou reduzidos, em razão dos turistas perceberem-nos como pouco importantes e

com alto desempenho.

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Quadro 4 - Matriz de oportunidades do destino Pipa/RN

Fonte: Pesquisa (2013). MD = melhorar definitivamente, ME = melhorar, MM = manter ou melhorar, MA = manter, MR = manter ou reduzir.

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4.6 IDENTIFICAÇÃO DE GRUPOS HOMOGÊNEOS DE TURISTAS

De acordo com Hair et al. (2005, p. 33), a análise de agrupamentos ou análise de

clusters “é uma técnica que classifica uma amostra de entidades (indivíduos ou objetos) em

um pequeno número de grupos mutuamente excludentes, com base na similaridade entre as

entidades”. Essa técnica estatística foi utilizada para identificar os grupos de turistas que

visitaram o destino Pipa/RN, sendo estes formados em conformidade com as notas de

importância conferidas a cada um dos 28 atributos pesquisados. Foi empregado o método

hierárquico Ward, disponível no SSPS, por apresentar solução simples e uma distribuição

uniforme dos conglomerados. Ao final, foi escolhida a análise que distribui os respondentes

em três clusters, por apresentar melhor distribuição dos componentes dos clusters, segundo

tabela 13.

O cluster 1 é formado por 172 turistas, sendo, em sua maioria, mulheres (54,7%), com

idade entre 26 e 50 anos (75%), elevado grau de instrução com mínimo superior completo

(59,30%), empregados de empresas públicas ou privadas (55,8%), renda familiar entre 2 a 10

salários mínimos (63,9%), viajou com a família (72,7%), foi à lazer (94,8%), se hospedaram

em hotéis ou pousadas (69,2%), visitaram Pipa/RN uma ou duas vezes (57,0)% e

permaneceram no destino de 1 a 3 dias (63,4%). Suas expectativas variaram de 9,79 a 6,40.

Os atributos preservação das atrações naturais e fama do destino turístico foram apontados,

respectivamente, com o maior e a menos importância.

O cluster 2 é composto por 421 turistas, sendo, em sua maioria, mulheres (52,5%),

com idade entre 26 a 50 anos (68,4%), elevado grau de instrução com mínimo superior

completo (62,3%), empregados de empresas públicas ou privadas (57,3%), renda familiar

entre 2 a 10 salários mínimos (70,5%), viajou com a família (68,9%), foi à lazer (98,1%), se

hospedaram em hotéis ou pousadas (72,2%), visitaram Pipa/RN uma ou duas vezes (67,2)% e

permaneceram no destino de 1 a 3 dias (62,5%). Mostrou-se um grupo extremamente

exigente, apresentando escores médios de importância entre 9,77 a 8,06. O atributo mais

valorizado foi segurança, enquanto que o menos valorizado foi fama do destino turístico.

O cluster 3 é formado por 167 turistas, sendo, na sua maioria, mulheres (62,9%), com

idade entre 26 a 50 anos (70,0%), elevado grau de instrução com mínimo superior completo

(63,5%), empregados de empresas públicas ou privadas (56,9%), renda familiar entre 2 a 10

salários mínimos (57,4%), viajou com a família (60,5%), foi à lazer (95,2%), se hospedaram

em hotéis ou pousadas (72,2%), visitaram Pipa/RN uma ou duas vezes (68,2%) e

permaneceram no destino de 1 a 3 dias (62,3%). As médias nominais variaram de 8,43 a 6,89

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demonstrando um nível de expectativa menor em comparado com os clusters anteriores. A

variedade e beleza das atrações naturais foi o atributo mais importante, enquanto a fama do

destino turístico foi o de menor importância.

Tabela 13 - Perfil dos componentes dos clusters Variáveis Cluster 1 Cluster 2 Cluster 3

Tamanho 172

421 167

Género dos entrevistados

Feminino 54,7% 52,5% 62,9%

Masculino 45,3% 47,5% 37,1%

Faixa Etária

Até 17 anos 0,6% 1,7% 1,2%

18 a 25 anos 13,4% 15,7% 18,6%

26 a 35 anos 39,0% 36,6% 39,5%

36 a 50 anos 36,0% 31,8% 30,5%

51 a 65 anos 9,3% 12,6% 9,6%

Mais de 65 anos 1,7% 1,7% 0,6%

Grau de escolaridade

Sem formação formal 0,6% 0,0% 0,6%

Fundamental I (1º ao 5º) 0,0% 0,5% 0,0%

Fundamental II (6º ao 9º) 2,3% 2,1% 0,0%

Ensino médio 20,3% 20,0% 15,0%

Universitáro 17,4% 15,2% 21,0%

Ensino superior 34,9% 48,0% 41,3%

Pós graduação 24,4% 14,3% 22,2%

Ocupação Principal

Funcionário público 21,5% 25,2% 24,6%

Funcionário de emp. Privada 34,3% 32,1% 32,3%

Aposentado 3,5% 5,5% 2,4%

Empresário 18,0% 14,3% 11,4%

Estudante 8,1% 11,2% 17,4%

Outro 14,5% 11,9% 12,0%

Renda

Renda familiar

Tempo de permanência no destino Pipa/RN

Menos de 2 SM 6,4% 6,2% 6,6%

2 a 5 SM 33,1% 40,1% 26,9%

6 a 10 SM 30,8% 30,4% 30,5%

11 a 20 SM 20,3% 15,7% 22,8%

Mais de 20 SM 9,3% 7,6% 13,2%

Viajou ao destino com

Família 72,7% 68,9% 60,5%

Amigos 22,1% 24,5% 33,5%

Sozinho 3,5% 3,8% 4,8%

Outros 1,7% 2,9% 1,2%

Motivo da viagem

Lazer 94,8% 98,1% 95,2%

Trabalho 5,2% 1,9% 3,6%

Congresso/Evento 0,0% 0,0% 0,0%

Outros 0,0% 0,0% 1,2%

Meio de hospedagem utilizado

Hotel 34,9% 38,0% 29,3%

Resort 2,3% 3,8% 2,4%

Flat 1,2% 1,9% 4,2%

Casa própria 7,0% 3,8% 8,4%

Albergue 10,5% 12,4% 8,4%

Casa de parentes/amigos 4,7% 1,7% 3,0%

Camping 2,3% 0,2% 0,6%

Pousada 34,3% 34,2% 38,9%

Outros 2,9% 4,0% 4,8%

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Número de visitas ao destino Pipa/RN

Uma vez 46,5% 53,2% 33,5%

Duas vezes 10,5% 14,0% 25,7%

Três vezes 8,1% 8,3% 10,2%

Quatro ou mais vezes 34,9% 24,5% 30,5%

Tempo de permanência no destino Pipa/RN

1 a 3 noites 63,4% 62,5% 62,3%

4 a 7 noites 21,5% 28,7% 28,7%

8 a 14 noites 8,7% 3,6% 4,8%

Mais de 14 noites 6,4% 5,2% 4,2% Fonte: Pesquisa (2013).

Durante a análise das variações das notas de expectativa de cada um dos clusters,

subtraindo o maior escore do menor, independente do atributo a qual foi conferido, constatou-

se que a cada agrupamento formado a amplitude das expectativas, nominalmente, tornava-se

menor (Δcluster1 = 3,39, Δcluster2 = 1,71, Δcluster3 = 1,54). A tabela 14 detalha as médias e

os rankings de cada cluster.

Tabela 14 - Médias e rankings de importância dos atributos por cluster

Fonte: Pesquisa (2013). Me = média; R = ranking; C1 = cluster 1; C2 = cluster 2; C3 = cluster 3

Mai

s im

po

rtan

te

Atributos G

C1 C2 C3

ME R ME R ME R ME R

Preservação das atrações naturais 9,46 1 9,79 1 9,77 2 8,43 2

Segurança 9,41 2 9,70 3 9,77 1 8,43 5

Limpeza e manutenção dos espaços públicos 9,31 3 9,48 2 9,67 3 8,37 6

Variedade e beleza das atrações naturais 9,21 4 9,10 6 9,65 6 8,34 1

Hospitalidade dos residentes 9,20 5 9,10 4 9,63 4 8,31 4

Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares 9,11 6 9,05 17 9,61 7 8,27 7

Relação qualid./preço dos meios de hospedagem 9,10 7 8,99 14 9,59 10 8,26 8

Disp. de informações para a preparação da viagem 9,05 8 8,92 5 9,56 9 8,07 23

Disp. de serviços e equipamentos de saúde 9,05 9 8,97 7 9,55 5 8,07 11

Med

ian

amen

te i

mpo

rtan

te

Acesso ao destino 9,01 10 8,89 11 9,50 12 8,06 15

Agradabilidade do clima 9,01 11 8,82 8 9,50 16 8,00 3

Variedade na oferta de meios de hospedagem 8,97 12 8,80 12 9,49 18 7,92 14

Disp. de hotéis, restaurantes e entret. durante o ano 8,96 13 8,78 9 9,48 14 7,88 13

Disp. de variedade de restaurantes e bares 8,94 14 8,66 15 9,42 19 7,79 12

Agradabilidade dos meios de hospedagem 8,94 15 8,62 16 9,42 15 7,79 20

Acesso às atrações turísticas 8,93 16 8,61 13 9,40 13 7,76 22

Disp.e de equipamentos/serviços nas praias 8,89 17 8,49 10 9,40 11 7,74 10

Combate à prostituição e ao turismo sexual 8,76 18 8,40 21 9,39 17 7,72 9

Sistema de comunicação 8,75 19 8,34 18 9,39 8 7,66 18

Men

os

imp

ort

ante

Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais 8,74 20 8,11 20 9,37 20 7,66 16

Tranquilidade e calma 8,59 21 8,04 19 9,24 24 7,65 21

Disp.espaços públicos para passeios, caminhadas 8,56 22 7,81 23 9,23 22 7,63 17

Horário de funcionamento do comércio local 8,50 23 7,72 24 9,07 21 7,58 24

Variedade na oferta estab. comerciais e serviços 8,41 24 7,54 26 9,06 6 7,43 19

Divers.e na oferta de passeios e atividades de lazer 8,30 25 7,38 22 8,91 25 7,26 25

Divers. cultural pessoas que frequentam o local 7,92 26 7,20 25 8,42 26 7,23 26

Disponibilidade de festivais sazonais 7,64 27 6,47 27 8,29 27 7,21 27

Fama do destino turístico 7,43 28 6,40 28 8,06 28 6,89 28

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Observa-se que quatorze atributos se comportaram de forma semelhantes em relação

ao nível de importância dado a cada atributo, sendo eles: preservação das atrações naturais,

segurança, limpeza e manutenção dos espaços públicos, variedade e beleza das atrações

naturais, hospitalidade dos residentes, acesso ao destino, variedade na oferta de meios de

hospedagem, disponibilidade de variedade de restaurantes e bares, disponibilidade de

equipamentos/serviços nas praias, horário de funcionamento do comércio local, diversidade

na oferta de passeios e atividades de lazer, diversidade cultural pessoas que frequentam o

local, disponibilidade de festivais sazonais e fama do destino turístico.

Cruzando as informações contidas na tabela 14 e no Gráfico 1, que representa o

comportamento das médias de importância por cluster, constata-se que o cluster 2 é mais

exigente, tendo sua menor média 8,06, bem acima dos demais que possuem médias abaixo de

7,0. Retomando os dados do perfil do cluster 2, observa-se que o mesmo se destaca por ser o

mais populoso, 421 componentes, possuir a distribuição mais equilibrada entre mulheres e

homens, 52,5% e 47,5% respectivamente, apresentar o maior percentual de faixa etária de 51

a 65 anos, 12,6%, e quase sua totalidade, 98,1%, viajaram ao destino à lazer. Portanto, é

possível inferir que essas especificidades refletem a causa do alto nível de exigência

apresentado por estes visitantes.

A partir dos resultados auferidos, pode-se renomear o cluster 1 de cluster dos

exigentes, o cluster 2 de cluster dos muito exigentes e o cluster 3 de cluster dos menos

exigentes.

Gráfico 1: Comportamento das médias de importância dos atributos por clusters

Fonte: Pesquisa (2013).

0

2

4

6

8

10

12

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27

Cluster dos exigentes

Cluster dos muito exigentes

Cluster dos menos exigentes

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Por fim, foi realizado um teste de correlação de Spearman para verificar o alinhamento

entre os rankings de importância dos clusters. Observam-se índices superiores a 0,715, o que

denota que os conglomerados possuem prioridades compatíveis. O resultado do teste é

apresentando na Tabela 15.

Tabela 15 - Teste de Spearman para os rankings dos clusters

Fonte: Pesquisa. C1 = cluster 1; C2 = cluster 2; C3 = cluster 3.

A partir da analise de cluster eclodiram três agrupamentos em que a heterogeneidade

entre eles foi marcada por distintos níveis de expectativas, e não por fatores

sociodemográficos, que foram nomeados de: cluster dos exigentes, cluster dos muito

exigentes e o cluster dos menos exigentes, assim como Dey e Sarma (2010) que identificaram

três grupos com expectativas distintas: turistas amantes exploradores da natureza, turistas

amantes da natureza e turistas que buscam sair da rotina.

4. 7 IDENTIFICAÇÃO DE DIMENSÕES PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE NO

DESTINO TURÍSTICO

Uma analise fatorial foi igualmente conduzida aos 28 atributos do utilizados na

pesquisa com rotação ortogonal (varimax) em uma amostra de 760 participantes. O objetivo

dessa análise foi encontrar uma forma de resumir a informação contida nas diversas variáveis

originais em um conjunto menor de novas dimensões compostas de variáveis estatísticas com

uma perda mínima de informação (HAIR et al., 2005).

A medida de Kaiser-Meyer-Olkin verificou a adequação amostral para analise

(KMO=0,861), que segundo Hair et al. (2005), KMO entre 0,8 a 0,9 é ótimo. O teste de

esfericidade de Barlett=6644,191, p menor que 0,001, indicou que as correlações entre os

itens são suficientes para a realização da análise. A análise inicial mostrou que sete

componentes obedeceram ao critério de Kaiser do autovalor maior que 1 e explicaram 59,72%

da variância (tabela 16).

C1 C2 C3

C1 1,00 0,771 0,741

C2 0,771 1,000 0,715

C3 0,741 0,715 1,00

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Tabela 16 - Valores dos eingenvalue e percentagem da variância total explicada pelos sete

componentes

Fonte: Pesquisa (2013).

Com base na análise fatorial realizada, foram formados sete grupos (tabela 17). Os

atributos “disponibilidade de informações para a preparação da viagem” e “hospitalidade dos

residentes” foram retirados por apresentarem comunalidade de 0,372 e 0,385 respectivamente.

De acordo com Hair et al. (2005) as variáveis com comunalidades reduzidas (0,3 ou inferior)

são pouco explicadas pelos componentes e contribuem pouco para a sua definição.

Tabela 17 - Comunalidades dos fatores

Atributos 1 2 3 4 5 6 7

Acesso às atrações turísticas ,743

Acesso ao destino ,741

Disp. de serviços e equip. de saúde ,670

Segurança ,631

Sistema de comunicação ,621

Disp. hotéis, restaurantes e entret. durante ano ,453

Disp. de variedade de restaurantes e bares ,680

Variedade na oferta de meios de hospedagem ,680

Divers. oferta passeios e atividades de lazer ,504

Agradabilidade do clima ,484

Horário de func. do comércio local ,684

Variedade oferta de estab.comerciais/ serviços ,604

Disp. de espaços públicos para passeios ,582

Fama do destino turístico ,579

Disp. de festivais sazonais ,561

Divers.cultural pessoas que frequentam destino ,489

Preservação das atrações naturais ,795

Limpeza e manutenção dos espaços públicos ,789

Variedade e beleza das atrações naturais ,563

Disp. de equip./serviços nas praias ,538

Relação qual./preço dos meios de hospedagem ,869

Relação qual./preço nos restaurantes e bares ,869

Agradabilidade dos meios de hospedagem ,803

Agradabilidade dos estab. Comerciais ,769

Componentes Eingenvalue % Variância Acumulado %

1 6,829 12,014 12,014

2 2,309 9,897 21,912

3 1,503 9,529 31,440

4 1,414 8,754 40,195

5 1,323 7,296 47,490

6 1,116 7,236 54,726

7 1,032 4,989 59,716

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Combate à prostituição e ao turismo sexual ,660

Tranquilidade e calma ,494

Fonte: Pesquisa (2013).

De acordo com os resultados anteriores, é possível interpretar e renomear cada grupo

formado. Baseando-se nos atributos que compõem o Componente 01 – acesso as atrações

turísticas, acesso ao destino, disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde, segurança,

sistema de comunicação e disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante

todo o ano – este pode ser renomeado de “infraestrutura turística”. O Componente 02,

formado por disponibilidade de variedade de restaurantes e bares, variedade na oferta de

meios de hospedagem, diversidade na oferta de passeios e atividades de lazer e agradabilidade

do clima, pode ser denominado de “lazer e qualidade de vida”.

O Componente 03, por sua vez, engloba os atributos horário de funcionamento do

comércio local, variedade na oferta de estabelecimentos comerciais e de serviços,

disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de encontro, fama do

destino turístico, disponibilidade de festivais sazonais e diversidade cultural das pessoas que

frequentam o local, podendo ser rotulado por “infraestrutura de comércio e entretenimento”.

O Componente 4, formado pelos atributos preservação das atrações naturais, limpeza e

manutenção dos espaços públicos, variedade e beleza das atrações naturais e disponibilidade

de equipamentos/serviços nas praias, pode ser denominado de “qualidade ambiental e

patrimonial” .

O Componente 05, composto pelos atributos relação qualidade/preço dos meios de

hospedagem e relação qualidade/preço nos restaurantes e bares, pode ser rotulado de “custo

benefício dos serviços turísticos”. Em sequência, o Componente 06, formado pelos atributos

agradabilidade dos meios de hospedagem e agradabilidade dos estabelecimentos comerciais,

pode ser renomeado de “conforto das instalações turísticas”. Por último, o Componente 07,

que engloba os atributos combate à prostituição e ao turismo sexual e tranquilidade e calma,

pode ser denominado de “tranquilidade e sossego”.

Portanto, a partir da analise fatorial realizada, foi possível estabelecer sete dimensões

para avaliar a qualidade dos serviços nos destinos turísticos: infraestrutura turística, lazer e

qualidade de vida, infraestrutura de comércio e entretenimento, qualidade ambiental e

patrimonial, custo benefício dos serviços turísticos, conforto das instalações turísticas e

tranquilidade e sossego, similarmente o estudo de Toro, Muñoza e Moreno (2010) que

analisaram o destino de sol e mar Nerja na Espanha e identificaram sete dimensões que foram

renomeadas de: hotéis e apartamentos, acessibilidade e pequenas empresas, imagem do

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destino, elementos tangíveis das lojas de varejo, serviços fora dos hotéis, superlotação e

praias.

4. 8 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS

Os destinos turísticos hoje estão enfrentando uma intensa competição e os desafios

estão maiores a cada ano. Desse modo, é essencial obter uma melhor compreensão do que

realmente torna os destinos atrativos para os seus visitantes. As principais conclusões deste

estudo apresentam significativas implicações gerenciais para os gestores públicos e privados

do setor do turismo e áreas correlatas.

O estudo apontou que, de acordo com a percepção dos respondentes,

independentemente do destino turístico, os atributos mais importantes para satisfação dos

turistas são: preservação das atrações naturais, segurança, limpeza e manutenção dos espaços

públicos, variedade e beleza das atrações naturais, hospitalidade dos residentes, relação

qualidade/preço nos restaurantes e bares, relação qualidade/preço dos meios de hospedagem,

disponibilidade de informações para a preparação da viagem e disponibilidade de serviços e

equipamentos de saúde.

No entanto, com o intuito se aprofundar no contexto do destino estudado, a análise da

matriz de oportunidade de Pipa/RN, que relaciona as lacunas de qualidade com a importância

referida a cada atributo, será utilizada para identificar os atributos que devem ser encarados

como prioridade pelos gestores públicos e privados da Região. Portanto, os atributos

destacados no quadro 5, se posicionaram nos quadrantes “melhorar definitivamente” e

“melhorar” da matriz construída pela pesquisa.

Quadro 5 - Oportunidades de melhorias para o destino Pipa/RN

Ação 1:

Melhorar os

serviços e

equipamentos de

saúde do destino

Pipa/RN.

Situação atual: Segundo

relatos dos entrevistados, o

destino possui apenas um

posto de saúde que

funciona apenas de

segunda a sexta e

constantemente não tem

médicos para atender os

enfermos.

Oportunidades de melhorias: Gestores públicos: Aumento do

quadro médico; equipar o posto

médico para o atendimento da

população e casos de emergências;

funcionamento do posto durante 24

horas, incluindo finais de semana e

feriados; adquirir ambulância com

estrutura de UTI; incentivar o

investimento privado na implantação

de clinicas médicas e odontológicas

no local.

Gestores privados: Estudo de

mercado para identificar viabilidade

de implantação de clinicas médicas e

Elementos

envolvidos:

Governos municipal,

estadual e federal e a

iniciativa privada.

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/ou odontológicas na Região.

Ação 2: Melhorar

a segurança no

destino Pipa/RN.

Situação atual: Segundo

relatos dos entrevistados,

os casos de furtos e roubos

crescem exponencialmente

na região, além de casos de

homicídios, arrastões e

sequestros. Outro ponto

que merece destaque é o

tráfico de drogas.

Oportunidades de melhorias: Gestores públicos: Aumento do

efetivo policial; maior número de

viaturas para sistematizar as rondas;

campanhas de combate ao turismo

sexual e ao tráfico de drogas;

instalação de câmeras de segurança

nos espaços públicos e investimento

em educação, esporte e lazer.

Gestores privados: organização de

reuniões regulares entre a polícia e os

empresários da região; apoio as

campanhas de combate ao turismo

sexual e ao tráfico de drogas.

Elementos

envolvidos: Governos municipal,

estadual e federal e a

iniciativa privada,

população e

organizações não

governamentais.

Ação 3: Melhorar

a relação

qualidade/ preço

dos restaurantes e

bares do destino

Pipa/RN.

Situação atual: Segundo

relatos dos entrevistados,

alguns restaurantes e bares

aproveitam a fama do

destino, para cobrar mais

do que devem pelos

produtos que oferecem.

Oportunidades de melhorias:

Gestores públicos: Política de

incentivo fiscal para os empresários

do ramo de alimentação.

Gestores privados: Participação dos

empresários em cursos/palestras

relacionados à formação de preço;

revisão das planilhas de custos de

alimentos e bebidas; buscar novos

fornecedores que aliem preço e

qualidade.

Elementos

envolvidos: Governos municipal,

estadual e federal, a

iniciativa privada.

Sebrae e Abrasel

(Associação

Brasileira de Bares e

Restaurantes).

Ação 4: Melhorar

a relação

qualidade/ preço

dos meios de

hospedagem do

destino Pipa/RN.

Situação atual: Segundo

relatos dos entrevistados,

alguns meios de

hospedagem apresentam

tarifas elevadas e não

prestam os serviços a

altura.

Oportunidades de melhorias:

Gestores públicos: Política de

incentivo fiscal para os empresários

do ramo hoteleiro.

Gestores privados: Participação dos

empresários em cursos/palestras

relacionados à formação de preço,

atendimento ao cliente e

hospitalidade; revisão das planilhas

de custos, implantação programas de

qualidade no atendimento; melhoria

das instalações físicas.

Elementos

envolvidos: Governos municipal,

estadual e federal, a

iniciativa privada,

Sebrae e ABIH

(Associação

Brasileira da

Indústria dos hotéis).

Ação 5: Melhorar

os

equipamentos/ser

viços nas praias

do destino

Pipa/RN.

Situação atual: Segundo

relatos, as praias não

dispõem de banheiros

públicos, difícil acessos as

praias, sendo algumas

escadas improvisadas e

não foi encontrado

nenhum salva vidas no

local.

Oportunidades de melhorias:

Gestores públicos: Construção de

banheiros públicos, cadastramento

dos ambulantes, padronização das

barracas de praias, realização de obra

para melhorar o acesso com rampas e

escadas e a implantação de postos de

salva vidas.

Gestores privados: Implantação de

uma associação de ambulantes;

fortalecimento da associação dos

empresários de barracas de praia;

treinamentos dos funcionários das

barracas de praia em relação ao

atendimento ao cliente e manipulação

dos alimentos.

Elementos

envolvidos: Governos municipal,

estadual e federal e a

iniciativa privada.

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Ação 6: Melhorar

o acesso do

destino Pipa/RN.

Situação atual: Segundo

relatos, o acesso do destino

Pipa/RN não possui

sinalização adequada e as

condições da estrada não

são satisfatórias.

Oportunidades de melhorias:

Gestores públicos: Instalação de

sinalização adequada; recapeamento

do asfalto; revitalização da rua

principal e duplicação das vias.

Elementos

envolvidos: Governos municipal,

estadual e federal.

Ação 7: Melhorar

o sistema de

comunicação do

destino Pipa/RN.

Situação atual: Segundo

relatos, os sinais de

telefonia móvel e internet

de todas as operadoras na

não atendem as

necessidades da maioria

dos entrevistados.

Oportunidades de melhorias:

Gestores públicos: Instalação de

zonas de wi-fi .

Gestores privados: Melhoria na

infraestrutura para que os clientes

consigam utilizar os celulares tanto

para realizar ligações quanto para

utilizar a internet.

Elementos

envolvidos: Governos municipal,

estadual e federal e

iniciativa privada.

Ação 8: Melhorar

a preservação das

atrações naturais

e limpeza e

manutenção dos

espaços públicos.

Situação atual: Segundo

relatos, a preservação das

atrações naturais é de

extrema importância para a

continuidade da atividade

turística na região.

Oportunidades de melhorias:

Gestores públicos: otimização no

controle de novas construções em

todo o perímetro do destino;

planejamento para prevenção de

desastres ecológicos; mapeamento e

controle da fauna e flora da região;

parcerias com Instituição de Ensino e

Pesquisa; campanhas de

sensibilização para preservação do

meio ambiente direcionadas tanto

para população nativa quanto turistas;

melhoria na limpeza dos espaços

públicos; implementação da coleta

seletiva.

Gestores privados: Implantar ações

visando a preservação do meio

ambiente, como coleta seletiva,

diminuição do uso de recursos como

água e energia; respeitar as atrações

naturais existentes na região.

Elementos

envolvidos:

Governos municipal,

estadual e federal, a

iniciativa privada,

população, turistas,

Instituições de

Ensino e Pesquisa e

Organizações não

governamentais.

Ação 9: Melhorar

a disponibilidade

de informações

para preparação

de viagens

Situação atual: Segundo

relatos, os turistas

enfrentaram problemas na

organização da viagem por

falta de informações sobre

o destino.

Oportunidades de melhorias:

Gestores públicos: Investir na

implantação de um sítio eletrônico

atualizado para dispor de informações

sobre o destino, assim como,

elaboração de guias impressos.

Gestores privados: Manter atualizado

os sítios eletrônicos, utilizar as mídias

sociais se comunicar com os turistas.

Elementos

envolvidos:

Governo municipal e

iniciativa privada.

Fonte: construção da pesquisadora.

O Quadro 5 foi construído a partir das informações colhidas durante a elaboração da

pesquisa a partir de relatos da população residente, turistas, empresários e especialistas.

Page 103: UNIVERSIDADE POTIGUAR UNP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E … · Pipa/RN, na percepção dos seus turistas. A pesquisa caracterizou-se como descritiva, de natureza aplicada, além de

Entende-se que as ações de responsabilidade dos gestores públicos deverão ser trabalhadas em

conjunto entre as esferas municipais, estaduais e municipais, para que os resultados sejam

realmente significativos. Além disso, as parcerias público-privadas são fundamentais. Logo, a

fim de alcançar um nível elevado de satisfação dos turistas, é essencial que todos os

elementos envolvidos tenham uma boa coordenação e cooperação, e acima de tudo, a plena

consciência da importância de fornecer serviços de qualidade para a continuidade

competitividade do destino Pipa/RN.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo propôs uma investigação sobre a avaliação da qualidade dos

serviços no destino Pipa/RN, na percepção dos seus visitantes. No decorrer do trabalho, foi

discutido sobre as especificidades do setor do turismo e a crescente importância de entender

as necessidades dos visitantes e oferecer serviços de qualidade para que os destinos turísticos

mantenham sua competitividade perante os demais concorrentes.

Desse modo, é possível inferir que o perfil da amostra pesquisada é composta por sua

maioria de indivíduos do sexo feminino, na faixa de 26 a 50 anos, com ensino médio

completo, que trabalham em empresas privadas, declaram ter rendimento entre 2 a 10 salários

mínimos, viajaram à Pipa/RN com a família, visitaram o destino para lazer, os meios de

hospedagem mais utilizados foram hotéis e pousadas, visitaram o destino duas ou mais vezes,

permanecem de 1 a 3 dias no destino Pipa/RN e são oriundos da Região Nordeste.

Em relação à importância referida a cada atributo, os resultados indicaram que foi

apontado um maior nível de importância para o atributo preservação das atrações naturais e o

menor nível de importância para o atributo fama dos destinos turísticos. Igualmente tiveram

um alto nível de importância os atributos: segurança, limpeza e manutenção dos espaços

públicos, variedade e beleza das atrações naturais, hospitalidade dos residentes, relação

qualidade/preço nos restaurantes e bares, relação qualidade/preço dos meios de hospedagem,

disponibilidade de informações para a preparação da viagem e disponibilidade de serviços e

equipamentos de saúde.

No que concerne ao desempenho obtido pelo destino Pipa/RN o atributo que teve o

melhor desempenho foi variedade e beleza das atrações naturais, que no ranking de

importância, situou-se em 4º lugar e o atributo de pior desempenho foi combate à prostituição

e ao turismo sexual, 18º lugar no ranking de importância na percepção dos turistas. Na

avaliação geral, o destino Pipa/RN foi bem avaliado pelos respondentes, recebendo uma nota

média de 8,78.

Ao examinar as lacunas de qualidade, verificou-se uma predominância de lacunas

negativas, indicando que grande parte dos serviços oferecidos no destino Pipa/RN está abaixo

das expectativas dos turistas. Dos 28 atributos utilizados na pesquisa, 19 apresentaram lacunas

negativas, sendo a com maior magnitude combate à prostituição e ao turismo sexual e 09

lacunas positivas, que apresentaram valores iguais ou maiores que zero, tendo a maior

magnitude o atributo fama do destino turístico.

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A partir das expectativas/importâncias e das lacunas de qualidade, baseando-se no

modelo de Stock e Lambert (2001), foi possível construir a matriz absoluta de oportunidades

do destino Pipa/RN. Os resultados enfatizaram a necessidade melhorar definitivamente os

atributos: segurança, relação qualidade/preço dos restaurantes e bares, relação qualidade/preço

dos meios de hospedagem e disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde.

Quanto à identificação de grupos homogêneos de turistas, constatou-se que eclodiram

três grupos em que a heterogeneidade foi marcada por distintos níveis de expectativas, e não

por fatores sociodemográficos. Por esta razão, receberam a seguinte nomenclatura: cluster dos

exigentes, cluster dos muito exigentes e o cluster dos menos exigentes.

Em relação à identificação de dimensões para avaliação da qualidade no destino

turístico, foi possível estabelecer sete dimensões que foram denominadas de: infraestrutura

turística, lazer e qualidade de vida, infraestrutura de comércio e entretenimento, qualidade

ambiental e patrimonial, custo benefício dos serviços turísticos, conforto das instalações

turísticas e tranquilidade e sossego.

Dentre as implicações gerenciais propostas, enfatiza-se a necessidade dos gestores

públicos e privados executar a melhoria de nove atributos, que conforme os resultados obtidos

apresentaram alta importância e baixo desempenho no destino de Pipa/RN. Portanto, foram

sugeridas oportunidades de melhorias para os atributos que na matriz absoluta de

oportunidades elaborada na presente pesquisa, necessitavam de maior atenção e

investimentos. Assim sendo, foram sugeridas as seguintes ações: melhorar os serviços e

equipamentos de saúde, melhorar a segurança, melhorar a relação qualidade/ preço dos

restaurantes e bares, melhorar a relação qualidade/ preço dos meios de hospedagem, melhorar

os equipamentos/serviços nas praias, melhorar o acesso do destino, melhorar o sistema de

comunicação, melhorar a preservação das atrações naturais e limpeza e manutenção dos

espaços públicos e melhorar a disponibilidade de informações para preparação de viagens.

Em relação às limitações deste estudo, enfatiza-se que as conclusões inferidas

circunscreve-se apenas ao destino Pipa/RN. Sugere-se aos pesquisadores replicá-lo em outros

contextos, inclusive fazendo comparações com outros destinos turísticos no mundo, como

também analisar questões relacionadas à lealdade dos destinos turísticos, intenção de revisitar,

influências na escolha de um destino turístico e meios de divulgação eficientes para os

destinos turísticos.

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APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTAS COM ELEMENTOS DO TURISMO EM

PIPA/RN

ROTEIRO DE ENTREVISTA

1 – Gerentes/empresários de meios de hospedagens e restaurantes/Prestadores de

serviços:

1. Na sua opinião, quais os principais atrativos turísticos que Pipa possui? A quantidade

de atrativos turísticos em Pipa é maior que em outros destinos? Quem são os turistas

de Pipa?

2. Qual o significado de Pipa para o Senhor(a)? Quais características de Pipa

influenciaram a instalação seu negócio nesta localidade? Você acredita que a escolha

de Pipa está diretamente relacionada com o sucesso do seu negócio?

3. Qual sua opinião sobre a infra-estrutura turística de Pipa? Quais os diferenciais em

relação a outras praias do RN? O que poderia ser melhorado para consolidar ainda

mais o destino turístico Pipa?

4. Na sua opinião qual o papel da iniciativa pública e privada no destino Pipa? Quais

ações o senhor pontuaria, como fundamentais para a consolidação do destino Pipa até

hoje?

5. Na sua opinião, por que é atrativo ter um negócio em Pipa? O senhor ainda vê novas

oportunidades de negócio na Região? Quais suas perspectivas de investimento no seu

negócio em Pipa?

2 – Veranistas :

1. Na sua opinião, quais os principais atrativos turísticos que Pipa possui? A quantidade

de atrativos turísticos em Pipa é maior que em outros destinos? Quem são os

veranistas de Pipa?

2. Qual o significado de Pipa para o Senhor(a)? Quais características de Pipa

influenciaram a construção da sua casa de veraneio nesta localidade?

3. Qual sua opinião sobre a infra-estrutura turística de Pipa? Quais os diferenciais em

relação a outras praias do RN? O que poderia ser melhorado para consolidar ainda

mais o destino turístico Pipa?

4. Na sua opinião qual o papel da iniciativa pública e privada no destino Pipa? Quais

ações o senhor pontuaria, como fundamentais para a consolidação do destino Pipa até

hoje?

3 – Turistas:

1. Na sua opinião, quais os principais atrativos turísticos que Pipa possui? A

quantidade de atrativos turísticos em Pipa é maior que em outros destinos?

Page 114: UNIVERSIDADE POTIGUAR UNP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E … · Pipa/RN, na percepção dos seus turistas. A pesquisa caracterizou-se como descritiva, de natureza aplicada, além de

2. Quais os fatores influenciaram a escolha de Pipa como seu destino de viagem?

3. Qual sua opinião sobre a infra-estrutura turística de Pipa? Quais os diferenciais em

relação a outras praias do RN? O que poderia ser melhorado para consolidar ainda

mais o destino turístico Pipa?

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

No Identificador da Pesquisa Data:

1. Idade:

□ Até 17 anos

□ De 18 a 25 anos

□ De 26 a 35 anos

□ De 36 a 50 anos

□ De 51 a 65 anos

□ Mais de 65 anos

2. Grau de Escolaridade:

□ Sem formação formal

□ Ensino fundamental I (1º a 5º)

□ Ensino fundamental II (6º a 9º)

□ Ensino médio

□ Universitário

□ Ensino superior

□ Pós graduação 3. Ocupação principal:

□ Funcionário público

□ Funcionário de empresa privada

□ Aposentado

□ Empresário

□ Estudante

□ Outro. Qual?________________

/ /

Caro(a) Senhor(a),

A UnP, através do Mestrado Profissional em Administração, está realizando uma pesquisa que tem

como título “Atratividade dos destinos turistícos na percepção de seus visitantes: um estudo de caso na

Praia de Pipa/RN”. O objetivo é compreender o que os clientes esperam dos serviços turísticos de um

destino e como avaliam os serviços recebidos na Praia de Pipa/RN.

Este questionário tem como finalidade coletar dados para subsidiar a pesquisa. Nos relatórios e

resultados do estudo será mantido o caráter confidencial das informações individuais colhidas. Os dados

serão úteis para identificar a qualidade dos serviços prestados em relação às expectativas dos turistas.

Certos de poder contar com a sua colaboração, agradecemos antecipadamente.

Atenciosamente,

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

UNIVERSIDADE POTIGUAR

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4. Rendimento familiar médio mensal:

Menos de 2 salários mínimos

□ De 2 a 5 salários mínimos

□ De 6 a 10 salários mínimos

□ De 11 a 20 salários mínimos

□ Mais de 20 salários mínimos

5. Sexo:

□ Masculino

□ Feminino

6. Residência fixa:

Cidade: Estado:

7. Viajou ao destino Pipa/RN:

□ Com família

□ Com amigos

□ Sozinho

□ Outro. Qual?:________________ 8. Motivo de visitar o destino Pipa/RN:

□ Lazer – turismo

□ Trabalho – negócios

□ Congressos – convenções

□ Outro. Qual?________________

9. Qual o meio de hospedagem utilizado:

□ Hotel

□ Resort

□ Pousada

□ Flat/Apart

□ Albergue

□ Casa própria

□ Casa de parentes/Amigos

□ Camping

□ Outro. Qual?________________

10. Número de visitas ao destino Pipa/RN:

□ Uma vez

□ Duas vezes

□ Três vezes

□ Quatro ou mais vezes

11. Tempo de permanência no destino Pipa/RN:

□ 1 a 3 noites

□ 4 a 7 noites

□ 8 a 14 noites

□ Mais de 14 noites

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MÓDULO 1

Solicita-se que todas as questões sejam respondidas.

Neste módulo, pergunta-se sobre a sua percepção de importância em relação a um

conjunto de atributos vinculados aos serviços oferecidos pelos destinos turísticos. A nota 10

(dez) significa importância máxima para o atributo e a nota 0 (zero) significa que o atributo

não tem importância na visita de um destino turístico. Favor marcar apenas um valor da

escala em cada questão.

Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), considerando os serviços de um destino turístico, qual a importância que o Sr (a) atribui a(ao): 01) Acesso ao destino (sinalização nas estradas, qualidade das estradas, disponibilidade de meios de transporte para chegar ao local, distância do aeroporto/rodoviária/porto)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

02) Acesso às atrações turísticas locais (facilidade de deslocamento, meios de transportes, sinalização das atrações turísticas)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

03) Segurança local (policiamento, sensação de segurança em andar pelas ruas da cidade, índice de criminalidade)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

04) Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde (posto de saúde, hospitais, ambulâncias, farmácias, clinicas médicas)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

05) Sistema de comunicação (sinal de telefonia móvel e fixa, acesso a internet, correios)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

06) Disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo o ano?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

07) Agradabilidade do clima (temperatura, ventos, umidade, chuvas)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

08) Tranquilidade e calma no local?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

09) Fama do destino turístico (reputação, propaganda, status)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

10) Combate à prostituição e ao turismo sexual?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

11) Variedade e beleza das atrações naturais locais(falésias, praias, lagoas, reservas naturais, sítios ecológicos, fauna)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

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12) Limpeza e manutenção dos espaços públicos (ruas, praças, praias)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

13) Preservação das atrações naturais locais (falésias, praias, lagoas, reservas naturais, sítios ecológicos, fauna)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

14) Disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias (banheiros públicos, rampas, escadas, aluguel de cadeiras)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

15) Diversidade cultural das pessoas que freqüentam o local (possibilidade de interação com pessoas de diferentes culturas e países)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

16) Diversidade na oferta de passeios turísticos e atividades de lazer?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

17) Disponibilidade de festivais sazonais (Eventos gastronômicos, musicais, literários)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

18) Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

19) Variedade na oferta de meios de hospedagem (resorts, hotéis, pousadas, albergues, camping)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

20) Agradabilidade dos meios de hospedagem (arquitetura, decoração, instalações, limpeza, conforto)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

21) Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais (arquitetura, decoração, instalações, limpeza conforto)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

22) Hospitalidade dos residentes (acolhimento, cordialidade, presteza dos moradores do local)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

23) Relação qualidade/preço do meios de hospedagem (custo-benefício do valor pago pelo alojamento)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

24) Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares (custo-benefício do valor pago em comida e bebida)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

25) Variedade na oferta de estabelecimento comerciais e de serviços (vestuário, acessórios, artesanato, salão de beleza, farmácia, entre outros)?

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0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

26) Horário de funcionamento do comércio local?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

27) Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de encontro ( ruas para pedestres, praças, orlas, parques)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

28) Disponibilidade de informações para a preparação da viagem (dados com o objetivo de orientar e informar os turistas sobre atrativos, serviços e equipamentos turísticos de determinado local para o planejamento da viagem)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

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MÓDULO 2

Solicita-se que todas as questões sejam respondidas.

Neste módulo, pergunta-se sobre a sua percepção do desempenho do destino turístico

Pipa/RN, em relação a cada um dos atributos enumerados. A escala varia de zero (péssimo

desempenho) a dez (excelente desempenho). Favor marcar apenas um valor da escala em

cada questão.

Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), como o(a) Sr(a) avalia o desempenho do destino

Pipa/RN em relação à(ao):

01) Acesso ao destino Pipa/RN (sinalização nas estradas, qualidade das estradas, disponibilidade de meios de transporte para chegar ao local, distância do aeroporto/rodoviária/porto)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

02) Acesso às atrações turísticas locais (facilidade de deslocamento, meios de transportes, sinalização das atrações turísticas)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

03) Segurança local (policiamento, sensação de segurança em andar pelas ruas da cidade, índice de criminalidade)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

04) Disponibilidade de serviços e equipamentos de saúde (posto de saúde, hospitais, ambulâncias, farmácias, clinicas médicas)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

□ Não sabe/Nunca utilizou

05) Sistema de comunicação (sinal de telefonia móvel e fixa, acesso a internet, correios)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente 06) Disponibilidade de hotéis, restaurantes e entretenimento durante todo o ano?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

□ Não sabe/Nunca utilizou

07) Agradabilidade do clima (temperatura, ventos, umidade, chuvas)? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente 08) Tranquilidade e calma no local?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

09) Fama do destino Pipa/RN (reputação, propaganda, status)? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

10) Combate à prostituição e ao turismo sexual? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

11) Variedade e beleza das atrações naturais locais(falésias, praias, lagoas, reservas naturais, sítios ecológicos, fauna)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

Page 121: UNIVERSIDADE POTIGUAR UNP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E … · Pipa/RN, na percepção dos seus turistas. A pesquisa caracterizou-se como descritiva, de natureza aplicada, além de

12) Limpeza e manutenção dos espaços públicos (ruas, praças, praias)? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

13) Preservação das atrações naturais locais (falésias, praias, lagoas, reservas naturais, sítios ecológicos, fauna)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

14) Disponibilidade de equipamentos/serviços nas praias (banheiros públicos, rampas, escadas, aluguel de cadeiras)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

15) Diversidade cultural das pessoas que freqüentam o local (possibilidade de interação com pessoas de diferentes culturas e países)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

16) Diversidade na oferta de passeios turísticos e atividades de lazer? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

□ Não sabe/Nunca utilizou

17)Disponibilidade de festivais sazonais (Eventos gastronômicos, musicais, literários)? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

□ Não sabe/Nunca utilizou

18) Disponibilidade de variedade de restaurantes e bares? 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

19) Variedade na oferta de meios de hospedagem (resorts, hotéis, pousadas, albergues, camping)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

20) Agradabilidade dos meios de hospedagem (arquitetura, decoração, instalações, limpeza, conforto)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

21) Agradabilidade dos estabelecimentos comerciais (arquitetura, decoração, instalações, limpeza, conforto)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

22) Hospitalidade dos residentes (acolhimento, cordialidade, presteza dos moradores do local)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

23) Relação qualidade/preço do meios de hospedagem (custo-benefício do valor pago pelo alojamento)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

24) Relação qualidade/preço nos restaurantes e bares (custo-benefício do valor pago em comida e bebida)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

Page 122: UNIVERSIDADE POTIGUAR UNP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E … · Pipa/RN, na percepção dos seus turistas. A pesquisa caracterizou-se como descritiva, de natureza aplicada, além de

25) Variedade na oferta de estabelecimento comerciais e de serviços (vestuário, acessórios, artesanato, salão de beleza, farmácia, entre outros)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

26) Horário de funcionamento do comércio local?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

27) Disponibilidade de espaços públicos para passeios, caminhadas e pontos de encontro ( ruas para pedestres, praças,orlas, parques)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

28) Disponibilidade de informações para a preparação da viagem (dados com o objetivo de orientar e informar os turistas sobre atrativos, serviços e equipamentos turísticos de determinado local para o planejamento da viagem)?

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente

□ Não sabe/Nunca utilizou

29) Avaliação do destino Pipa/RN como um todo. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

péssimo regular excelente