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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU LUIZ FERNANDO SANTOS TROSS MANUTENÇÃO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM UMA ACADEMIA DE GINÁSTICA: ESTUDO À LUZ DA TEORIA DA MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA SÃO PAULO 2018

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU LUIZ FERNANDO SANTOS …4 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

LUIZ FERNANDO SANTOS TROSS

MANUTENÇÃO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM UMA ACADEMIA

DE GINÁSTICA: ESTUDO À LUZ DA TEORIA DA MANUTENÇÃO DA

ATIVIDADE FÍSICA

SÃO PAULO

2018

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LUIZ FERNANDO SANTOS TROSS

MANUTENÇÃO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM UMA ACADEMIA

DE GINÁSTICA: ESTUDO À LUZ DA TEORIA DA MANUTENÇÃO DA

ATIVIDADE FÍSICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da Universidade São Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação Física.

Orientador:Prof. Dr. Marcelo Callegari Zanetti.

SÃO PAULO

2018

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FOLHA DE APROVAÇÃO

LUIZ FERNANDO SANTOS TROSS

MANUTENÇÃO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM UMA ACADEMIA

DE GINÁSTICA: ESTUDO À LUZ DA TEORIA DA MANUTENÇÃO DA

ATIVIDADE FÍSICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da Universidade São Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação Física.

Aprovado em:____/____/______ Banca Examinadora Prof. Dra. Maria Luiza de Jesus Miranda Instituição: USJT – Universidade São Judas Tadeu Assinatura:_______________________ Prof. Dr. Erinaldo Luiz de Andrade Instituição: UNINOVE – Universidade Nove de Julho Assinatura:________________________ Prof. Dr. Marcelo Callegari Zanetti (orientador) Instituição: USJT – Universidade São Judas Tadeu Assinatura:_______________________

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB 8/9237

Tross, Luiz Fernando Santos T857m Manutenção da prática de atividade física em uma academia de ginastica:

estudo à luz da teoria da manutenção da atividade / Luiz Fernando Santos

Tross. - São Paulo, 2018.

139 f. : il. ; 30 cm.

Orientador: Marcelo Callegari Zanetti Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,

2018.

1. Manutenção. 2.Atividade Física. 3. Academia I. Zanetti, Marcelo Callegari.

II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

em Educação Física. III. Título

CDD 22 – 796

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DEDICATÓRIA

Dedico este capítulo aos irmãos espirituais que, todos os dias, lutam

para tornam o mundo um lugar melhor e com mais amor.

Aos meus pais que são exemplo e que me deram suporte sempre que

precisei; e aos meus irmãos.

Dedico, especialmente à minha esposa Juciléia e meus filhos Lavínia e

Gabriel, os quais me ensinaram o real sentido e intensidade do sentimento

amor. Se hoje realizo mais esta obra, é porque tenho um lar em paz e

harmonia, com muito amor.

Aos meus avós (in memorian) Yvone, Tunan, Maria Helena, Carlos, além

de minha querida “cuidadora” e segunda mãe Ide (in memorian); e meu amigo

de infância Tiaguinho (in memorian).

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente à Deus, que me deu o dom da existência e sem

O qual nada seria possível. Sou grato a Ele e aos amigos espirituais que me

direcionam no rumo da ascensão e aperfeiçoamento como ser humano e

espírito.

Agradeço aos meus pais que me concederam a vida e me mostraram o

caminho certo a seguir, com honestidade, sabedoria, conhecimento (estudos) e

perseverança.

Sou grato, imensamente, à minha família (esposa e filhos) pela

paciência nos momentos ausentes por motivos de trabalho e estudos, além de

todo apoio.

Aos meus amigos de mestrado e da vida, pelo incentivo e contribuição; e

especialmente ao meu orientador Professor Dr. Marcelo Callegari Zanetti, por

ter confiado e acreditado nos meus projetos, ideais e planos, sempre com

paciência e muita competência. Á instituição de ensino São Judas, pela ótimo

estrutura, grade curricular e corpo docente altamente especializado.

Somente tenho a agradecer, a tudo e a todos que influenciaram, de

alguma maneira, na concretização de mais este projeto. Obrigado.

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Não confunda jamais conhecimento com sabedoria. Um o ajuda a ganhar a vida; o outro a construir uma vida.

(Sandra Carey)

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RESUMO

É importante o entendimento dos fatores que interferem positiva e

negativamente no processo de manutenção da atividade física (MAF). Sendo

assim, o objetivo do estudo foi verificar os fatores que interferem na MAF em

uma academia de ginástica à luz da Teoria de Manutenção da Atividade Física.

A amostra foi composta por 17 alunos de uma academia de ginástica da cidade

de Taubaté, interior de São Paulo, com faixa etária entre 23 e 35 anos,

selecionados de maneira intencional e não probabilística. A pesquisa teve uma

abordagem qualitativa e descritiva, de corte transversal, por meio de uma

entrevista individual semiestruturada, elaborada com base na teoria e no

instrumento original cedido pelo autor da teoria. Após a coleta dos dados, foi

realizada a transcrição do conteúdo e analisados os dados segundo a técnica

de Análise de Conteúdo. Como resultado, encontramos que os professores

estão entre os principais fatores que mantém os alunos na academia, os

equipamentos da musculação estão entre os itens que os alunos menos

gostam e a proximidade é um fator relevante ao se considerar a regularidade

para esta amostra. Sobre os preditores e barreiras que a TMAF adota, a

autoeficácia e o ambiente parecem ser os fatores que mais influenciam a

manutenção da AF acima dos 3 meses, tendo atuação mais discretas da

motivação e o estresse age como principal dimensão negativa, que pode

causar situações de recaída ou desistência, prejudicando a MAF.

Palavras-chave:Aderência. Exercício. Academia de ginástica.

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ABSTRACT

It is important to undestand the factors that interfere positively and negatively in

the process of physical activity maintenance (PAM). Thus, the objective of the

study was to verify the factors that interfere in PAM in a gym in light of the

Theory of Physical Activity Maintenance. The sample consisted of 17

gympractitioners of Taubaté city, in the interior of São Paulo, aged between 23

and 35 years, selected in an intentional and non-probabilistic way. The research

had a qualitative and descriptive approach, cross - sectional, through a semi -

structured individual interview, elaborated based on the theory and the original

instrument given by the author of the theory. After the data collection, the

content was transcribed and the data analyzed according to the Content

Analysis technique. As a result, we found that instructors are among the main

factors that keep practitioners in the gym, bodybuilding equipments are among

the items that practitioners less enjoy and proximity is a relevant factor when

considering regularity for this sample. Regarding the predictors and barriers that

Theory of PAM adopts, self-efficacy and the environment seem to be the factors

that most influence the maintenance of AF above 3 months, having a more

discrete motivation and stress acts as the main negative dimension, which can

cause situations of relapse or dropout, prejudicing PAM.

Keywords: Adherence. Exercise. Gym.

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LISTA DE SIGLAS

ACSM – American College of Sports Medicine

CENPA – Centro de Psicologia Aplicada

CNS – Conselho Nacional de Saúde

USDHHS – United States Department of Health and Human Services

WHO – World Health Organization

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LISTA DE ABREVIATURAS

AF – Atividade Física

MAF – Manutenção da Atividade Física

MTT – Modelo Transteórico

TAD – Teoria da Autodeterminação

TCP – Teoria do Comportamento Planejado

TMAF – Teoria da Manutenção da Atividade Física

TSC – Teoria Social Cognitiva

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – COMPONENTES DA TEORIA DO COMPORTAMENTO

PLANEJADO ......................................................................................... 36

FIGURA 2 – CONTINUUM DE AUTODETERMINAÇÃO ................................. 43

FIGURA 3 – CATEGORIZAÇÃO DOS MODELOS TEÓRICOS QUE BUSCAM

EXPLICAR A MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA ......................... 48

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DO ESTUDO ..................... 57

TABELA 2 – CATEGORIAS E DIMENSÕES DO ESTUDO ............................. 58

TABELA 3 – COMPLEMENTO DA CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ...... 113

TABELA 4 – INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE A ATIVIDADE FÍSICADOS

ENTREVISTADOS .............................................................................. 113

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 16

1.1. PROBLEMA ........................................................................................... 19

1.2. OBJETIVO GERAL ................................................................................ 19

O objetivo do estudo foi analisar se os fatores adotados pela TMAF interferem

na manutenção de AF em uma academia de ginástica. ........................ 19

1.2.1 Objetivos Específicos............................................................................. 20

1.3. JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 20

2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................... 22

2.1. MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIAS DE

GINÁSTICA ........................................................................................... 22

2.3. TEORIAS PARA MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA .................... 30

2.3.1. Teoria Social Cognitiva .......................................................................... 34

2.3.2. Teoria do Comportamento Planejado .................................................... 35

2.3.3. Modelo Transteórico ............................................................................. 36

2.3.4. Teoria da Autodeterminação .................................................................. 39

2.3.5. Teoria da Manutenção da Atividade Física (TMAF) ............................... 46

3. MÉTODOS ............................................................................................. 51

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA..................................................... 51

3.2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ..................................................... 51

3.4. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ................................................................. 52

4. PROCEDIMENTOS ............................................................................... 53

4.1. NATUREZA DAS INFORMAÇÕES E INSTRUMENTOS DE COLETA ... 53

4.2. PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS ................................... 54

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................. 56

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 83

APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO AOS

RESPONSÁVEIS PELA ACADEMIA ................................................... 105

APÊNDICE C– TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO AOS

ALUNOS .............................................................................................. 107

APÊNDICE D–ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA PARA

PRATICANTES EM ACADEMIAS ....................................................... 109

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APÊNDICE E –INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE A CARACTERIZAÇÃO

DA AMOSTRA E SUAS ATIVIDADES FÍSICAS .................................. 113

ANEXO 1 – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP ............................... 114

ANEXO 2 – “PHYSICAL ACTIVITY MAINTENANCE QUESTIONNAIRE”

(versão original) ................................................................................... 117

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1. INTRODUÇÃO

A atividade física regular é um comportamento essencial e indispensável

para promoção do bem-estar e da qualidade de vida das pessoas, assim como

para prevenção de doenças crônicas (GUARDA, 2010; GUEDES et al., 2012).

Nas últimas décadas, diversos estudos vêm sendo realizados com o objetivo

de entender a prática regular de AF e promovê-la. Compreender a relação

entre as intenções e o comportamento efetivo da prática regular de atividade

física é uma questão importante tanto para a literatura científica como para a

sociedade (TAHARA; SCHWARTZ; SILVA, 2003; SANTOS; KNIJNIK, 2006;

MELO et al., 2017).

Segundo Weinberg e Gould (2008), apesar do benefício físico e

psicológico que a atividade física (AF) proporciona à vida de quem a pratica,

muitas pessoas não se engajam por muito tempo em uma prática física ou,

mesmo que se mantenham ativos, não permanecem por muito tempo em um

mesmo local/grupo praticando tal atividade.

Diversas pesquisas em relação à aderência à AF tem relatado que

grande parte dos indivíduos que iniciam um programa de AF retorna a um estilo

de vida sedentário ou não mantém a regularidade (BUCKWORTH; DISHMAN,

2002; ALLEN; MOREY, 2010; LIZ et al., 2010). Esses apontamentos destacam

a urgência de compreendermos melhor os fatores (preditores) associados à

manutenção de atividade física de maneira regular.

Vários modelos e teorias foram utilizadas buscando explicar as tomadas

de decisões envolvidas na mudança ou adoção de hábitos/comportamentos

relacionados à AF, como por exemplo, a Teoria do Comportamento Planejado

(AJZEN, 1991), a Teoria Cognitiva Social (BANDURA, 2004; 2008) e a Teoria

da Autodeterminação (DECI; RYAN, 1985; 2002). Além destas, há o Modelo

Transteórico, postulando que a mudança de comportamento ocorre através de

uma série de etapas: pré-contemplação, contemplação, preparação, ação e

manutenção (PROCHASKA; DICLEMENTE, 1983; PROCHASKA;

DICLEMENTE; NORCROSS, 1992; PROCHASKA; MARCUS, 1994). Estas

teorias serão discutidas de maneira mais aprofundada no referencial teórico.

Estas teorias utilizam análises a partir dos possíveis preditores de

participação regular da AF, como motivação, autoeficácia, autoconfiança, etc.

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Embora estas teorias venham sendo utilizadas para explicar o comportamento

da AF em curto prazo (adoção do comportamento) ou até mesmo a

permanência na AF por longos períodos, muitas não consideram a associação

de diversos preditores que podem interferir neste processo, diferentemente da

Teoria da Manutenção da Atividade Física (TMAF) proposta por Nigg et al.

(2008).

Nigg et al. (2008) sugeriram que os preditores que interferem no início

(adesão) diferem dos que interferem na manutenção da AF, e se concentram

explicitamente na MAF. Como principais preditores da MAF, a definição de

objetivos (orientada por tarefas; relacionada ao comportamento por meio da

satisfação, realização e comprometimento com as metas), a motivação pessoal

(persistência generalizada sobre metas comportamentais independentes de

fatores externos) e a autoeficácia (confiança que as pessoas têm em suas

próprias habilidades para realizar o comportamento alvo, com distinção entre

barreiras e recaídas) foram levados em consideração. A teoria defende que

exista uma relação recíproca entre essas variáveis, mas cada variável tem um

efeito único e direto na MAF. Além disso, a TMAF afirma que o ambiente tem

um impacto positivo e que o estresse tem um impacto negativo no

estabelecimento de metas, na automotivação, na autoeficácia e, portanto, na

manutenção da AF.

As formas de medição de participação da AF são geralmente feitas por

meio de variáveis únicas e contínuas (por exemplo, frequência de participação)

e, projetar a participação da AF em apenas um preditor ou variável única pode

não explicar de maneira adequada a natureza multidimensional deste

comportamento (SEELIG; FUCHS, 2011). O estudo de Seelig e Fuchs (2011)

testou se é viável analisar a participação da AF a partir de uma única variável

do comportamento e obteve como resposta que somente uma variável

categórica (vezes por semana ou minutos por semana) não resulta em

melhores previsões sobre o comportamento da AF. É essencial que mais de

uma variável seja considerada ao se analisar comportamentos relacionados à

AF.

Os preditores são tidos como positivamente influenciáveis no

comportamento da AF, e as barreiras são fatores negativos relacionados com a

AF (DISHMAN, 1994). Contudo, nenhum fator isolado prediz a participação ou

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não na AF, mas age na interação com outros fatores pessoais, contextuais e do

próprio comportamento (BUCKWORTH; DISHMAN, 2002). Muitas pessoas

citam como motivos para não praticarem AF a falta de tempo, a desmotivação,

a falta de acesso aos locais ou outros ambientes (clubes, academias, parques,

etc), problemas de saúde e falta de dinheiro (TELLES et al., 2016). Quando as

pessoas conseguem sair do sedentarismo e iniciam alguma AF, enfrentam um

obstáculo ainda mais difícil: o da manutenção da prática por períodos

prolongados.

A MAF vem sendo destacada como de fundamental importância para a

população, com benefícios de saúde e qualidade de vida para as pessoas

praticam AF cinco vezes por semana com 30 minutos por dia em intensidade

moderada, segundo o American College of Sports Medicine (ACSM). Para o

desenvolvimento e manutenção da condição cardiorrespiratória,

musculoesquelética e flexibilidade tem-se a recomendação de prática de três

vezes por semana com 20 minutos por dia em alta intensidade,

recomendações estas do (HASKELL et al., 2007).

A AF é essencial para a saúde, tendo por necessidade que os

profissionais de saúde e do comportamento humano desenvolvam

intervenções/programas mais eficazes para promover a manutenção destes

comportamentos saudáveis, até como comportamento preventivo (USDHHS,

2017). A inatividade física tem sido associada às principais causas da morte da

população no mundo todo (doenças do coração, cerebrovasculares,

pulmonares, câncer, osteoporose e diabetes), e é um grave problema de saúde

pública (GUALANO; TINUCCI, 2011; USDHHS, 2017; WHO, 2017).

Em relação ao contexto de academias de ginástica, vê-se que são

ambientes que têm potencial para promover mudanças de comportamento na

população, como promoção de hábitos saudáveis e diminuição do

sedentarismo, oferecendo serviços relacionados à AF com orientação e

supervisão de profissionais da área da saúde (SABA, 2001; LIZ; ANDRADE,

2016). Segundo Tahara, Schwartz e Silva (2003) e Baldo (2015), esses

ambientes tornaram-se opções vantajosas em razão do conforto, comodidade,

horários flexíveis e diversidade de exercícios, que buscam atender às diversas

expectativas dos praticantes e que, segundo Damasceno (2006) e Baptista e

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Palma (2016), foram eleitas pela sociedade como locais apropriados para o

cuidado com o corpo e a busca pela saúde.

Esses locais têm se utilizado de estratégias para captação de alunos

(por exemplo: o telemarketing ativo) e até promoções, tentando motivá-los e

fidelizá-los por longos períodos. Mesmo com essas e outras estratégias, as

academias continuam sofrendo com a rotatividade e desistência dos alunos,

demonstrando uma real dificuldade em mantê-los satisfeitos e matriculados

num mesmo local por um longo período (MARCELLINO, 2003; ZANETTE,

2003). Sendo assim, a busca pela manutenção desses alunos por um longo

período na mesma academia tornou-se a maior preocupação dos gestores de

academias, pois tal manutenção é mais barata e menos trabalhosa do que

conquistar novos alunos (CUBA, 2005; ÁVILA; SANTOS, 2007; CALESCO;

BOTH; SORIANO, 2013; OELZE; MESQUITA; DIAS, 2015). Segundo Pereira

(1996), custa de cinco a seis vezes menos manter um aluno do que conquistar

um novo.

Por ser uma temática relevante à sociedade e os fatores que interferem

no fenômeno MAF ainda não estarem tão claros no âmbito científico,

principalmente no contexto de academias, o presente estudo apresenta um

problema e tem objetivos direcionados que serão abordados na sequência.

1.1. PROBLEMA

Na sequência do enquadramento teórico, torna-se pertinente apresentar

uma questão face à temática deste estudo:

Quais fatores fazem com que as pessoas se mantenham praticando

atividades físicas em academia de ginástica?

1.2. OBJETIVO GERAL

O objetivo do estudo foi analisar se os fatores adotados pela TMAF

interferem na manutenção de AF em uma academia de ginástica.

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1.2.1 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos são:

1) Identificar os preditores de definição de objetivos, de motivação

pessoal e de autoeficácia, que compõem a TMAF, no processo de manutenção

na academia de ginástica;

2) Analisar o efeito do ambiente e o estresse na manutenção dos

participantes em academias de ginástica.

3) Identificar os preditores que interferem na manutenção dos alunos em

uma mesma academia por mais de três meses, de acordo com a faixa etária

definida no presente estudo.

1.3. JUSTIFICATIVA

Nas últimas décadas, vários estudos tem demonstrado interesse em

responder quais fatores interferem no processo de MAF (TAHARA;

SCHWARTZ; SILVA; 2003; BALBINOTTI; CAPOZZOLI, 2008; TELLES et al.,

2016). No Brasil, Saba (2001) já citava a importância de se entender e

pesquisar esse fenômeno, visando o bem-estar da população, tornando-a mais

ativa e permanecendo na prática da AF. A AF está na base dos procedimentos

adotados pelos diversos profissionais da saúde (nutricionistas, profissionais de

educação física, fisioterapeutas, psicólogos, médicos, dentre outros) para que

se obtenha saúde, com mais qualidade de vida e menor probabilidade de se

adquirir doenças crônicas. Entretanto, mesmo com toda a relevância da AF e

da manutenção de sua prática, os estudos realizados até os dias atuais ainda

carecem de uma convicção de como o processo de manutenção da atividade

física ocorre e quais preditores e barreiras realmente interferem, inclusive em

ambientes como as academias de ginástica.

A importância da MAF torna-se ainda mais evidente diante dos inúmeros

estudos que comprovam a importância da AF para tratamento de diversas

doenças, assim como para preveni-las, além da obtenção da saúde.Discutir as

consequências positivas da MAF ou negativas de quem não a mantém tem

reflexos diretos na implantação de ações de governos, empresas e locais que

promovem a AF. Assim, esses locais (por exemplo, academias) podem

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vislumbrar um caminho de maior aceitação por parte dos alunos, maior

lucratividade por ter seus espaços cheios de praticantes assíduos,

competitividade e adequação dos serviços que oferecem.

Para a ciência, a discussão sobre os impactos da MAF é de relevante

importância, pois a produção de conteúdos e estudos sobre MAF pode ajudar a

esclarecer como decorre este processo em diferentes pessoas e contextos,

podendo ocorrer transformações que começam na academia (exemplo de

contexto) e estendem-se para a sociedade. Para o curso de Educação Física e

a área de conhecimento que envolve a promoção de saúde e qualidade de

vida, pesquisas sobre MAF são necessárias e pertinentes.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIAS DE

GINÁSTICA

É consenso na literatura que a AF deva ser regular para que se atinjam

os benefícios de sua prática, por isso promover a AF deveria ser uma

prioridade de saúde pública (KOH, 2010; WEINSTEIN; LYDICK;

BISWABHARATI, 2014; TELLES et al., 2016). Porém, estudar esse fenômeno

requer uma definição do que vem a ser MAF, já que diversos termos vêm

sendo citados na literatura como descritores de um mesmo processo de

continuidade do comportamento por períodos mais prolongados na dimensão

temporal: adesão, aderência, permanência, persistência e manutenção da AF

(RHODES; PLOTNIKOFF; COURNEYA, 2008; TELLES et al., 2016).

Não há consenso na literatura sobre a definição correta, assim como a

forma como este fenômeno vem sendo estudado foi criticado, na década de

1980, por Dishman (1982) e Oldbridge (1982) e, mais recentemente, por Nigg

et al. (2008) e Amireault, Godin e Vézina-Im (2013). Entende-se que o termo

manutenção tem por definição, segundo o dicionário Aurélio, como as medidas

necessárias para a conservação ou permanência, de alguma coisa ou situação

(FERREIRA, 1986).

Segundo Kahlert (2015, p. 179), no diz respeito a uma definição

descritiva, a MAF “é definida como um comportamento continuado durante um

período de tempo e após uma intervenção que cumpra um limite que se

acredita para melhorar o bem-estar ou a saúde”. Por isso, no que concerne ao

processo de continuidade da prática de atividade física por longos períodos,

adotaremos o termo “manutenção da atividade física” como definição do

fenômeno, estando em consonância com a teoria que suporta o presente

estudo e com a definição proposta por Williams et al. (2008).

Segundo Buckworth e Dishman (2002), a manutenção se dá pela prática

de AF durante um período mínimo de seis meses. O mesmo critério foi adotado

pelo American College of Sports Medicine (ACSM, 2005), em que MAF define-

se pela prática da AF por mais de seis meses, sendo o mesmo período

adotado por Vlachopoulos e Neikou (2007) e Couto, Cid e Moutão (2012).

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Porém, é necessário compreender que tanto fatores psicológicos como

ambientais e pessoais podem influenciar o sucesso ou o fracasso do

comportamento de MAF (CARPENTER; GILLELAND, 2016). Neste ponto, a

Teoria da Manutenção da Atividade Física pode se destacar, pois incorpora,

em seu embasamento teórico, aspectos psicológicos e comportamentais, além

de estabelecer que fatores de suporte social, estresse e ambiente podem

interferir na manutenção da prática de AF.

No estudo de Sun et al. (2015) uma série de fatores individuais, incluindo

fatores demográficos, fisiológicos e psicológicos, influenciaram a participação

na AF para mulheres jovens. Inclusive, se houver academias de ginástica no

bairro, este pode ser um fator importante de mudança de hábitos, promovendo

participação na AF por longos períodos. Já o estudo de Manzano e Molina

(2012) demonstrou que a principal razão para manutenção da AF de mulheres

mais idosas foi a saúde (84,8%).

Porém, independente dos objetivos das pessoas, quase nenhum

benefício pode ser atingido com uma frequência semanal baixa (uma ou duas,

por exemplo). No estudo de Rodrígues-Romo et al. (2011), os resultados

encontrados mostraram que apenas 40,1% dos homens e 22,6% das mulheres

alcançaram as recomendações de AF propostas pela Organização Mundial de

Saúde e pelo ACSM, adotadas pelo estudo. Mesmo sabendo que o

sedentarismo está associado com elevado risco para inúmeras doenças

crônicas (MORIMOTO et al., 2006; USDHHS, 2017), muitas pessoas não se

mantém ativas por muito tempo, ficando aquém das recomendações e

diretrizes adotadas pelo mundo.

O ACSM orienta que adultos realizem trinta minutos de AF ou mais pelo

menos cinco dias por semana, com intensidade moderada, ou vinte minutos de

AF vigorosa pelo menos três dias por semana, além das atividades cotidianas

(HASKELL et al., 2007; ADABONYAN et al., 2010). Já a Organização Mundial

da Saúde aponta que adultos devem praticar pelo menos 150 minutos

semanais de AF moderada ou 75 minutos de AF vigorosa, em sessões de pelo

menos 10 minutos de duração, sem determinação de frequência semanal

(WHO, 1997; 2017). Tais recomendações também são utilizadas para definir os

parâmetros de manutenção da atividade física da Teoria de Manutenção da

Atividade Física de Nigg et al. (2008). Dados de um estudo, considerando a

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população adulta brasileira, mostram que 45,1% das pessoas não alcançaram

um nível suficiente de prática de AF, sendo o percentual maior entre mulheres

(54,5%) do que entre homens (34,1%), aumentando o risco de mortes por

doenças crônicas não transmissíveis, com ou sem associação de outros fatores

de risco. A prática insuficiente de AF tendeu a aumentar com a idade e a

diminuir com a escolaridade, em ambos os sexos (BRASIL, 2016).

Rojas (2003), em seu estudo sobre MAF em academias de ginástica,

obteve 63,8% de desistência com uma média de três meses de permanência,

sendo que 49% destes desistentes saíram antes de completar o terceiro mês.

Porém, foi considerada desistente somente a pessoa que faltasse um ou mais

meses sem retorno posterior. Caso alguma pessoa retornasse, o período

faltoso não era considerado no tempo de permanência no programa, e a

contagem continuava a partir da data do retorno. Biddle, Mutrie e Gorley (2015)

afirmam que as barreiras pessoais e as contextuais têm uma influência nas

baixas taxas de MAF. O senso de comunidade ou pertencimento em um grupo

num ambiente de academia pode influenciar a MAF, por meio da influência sob

a motivação e a autoeficácia (WHITEMAN-SANDLAND; HAWKINS; CLAYTON,

2016).

De acordo com Bossi, Stoeberl e Liberali(2008), alguns fatores são

intervenientes no processo de manutenção da prática de AF, como o prazer, a

sensação de satisfação, envolvimento do praticante, facilidade de acesso

(distância, preço e acessibilidade), fatores psicológicos (autoestima,

autoconfiança, alívio do estresse) e suporte social (apoio da família e amigos).

Entre os aspectos que envolvem uma prática regular da AF, o fator

motivacional é um que busca explicar o processo de manutenção da prática de

AF (LIZ; ANDRADE, 2013), inclusive em ambientes como as academias

(GARAY; SPERANDEI; PALMA, 2014). Marcellino (2003) aponta o prazer

como o principal motivo dos alunos frequentarem academias de ginástica, seja

pela satisfação em realizar atividades físicas neste ambiente e/ou pelos

resultados adquiridos (LIZ; ANDRADE, 2016). Descobrir e evitar os motivos

que geram insatisfação dos alunos poderia fazer com que as academias

melhorassem suas estratégias, estruturas e serviços, buscando valorizar e

satisfazer mais os alunos, como uma das estratégias para maior fidelização e,

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talvez, uma permanência neste mesmo estabelecimento (OELZE; MESQUITA;

DIAS, 2015).

Outros fatores motivacionais podem ser determinantes para a MAF nas

academias de ginástica, como a estética e o culto ao corpo. Nos moldes de

beleza impostos pela mídia e a pela sociedade, inúmeras pessoas buscam, a

qualquer preço, um corpo “ideal”, sendo quase um consenso da literatura que a

preocupação com a imagem corporal (estética) seja a dimensão que influi na

escolha da academia como ambiente capaz de lhes produzir tal

resultado(SABA, 2001; TAHARA; FILHO, 2009; ARONI; ZANETTI; MACHADO,

2012; DURÃES et al., 2015; LIZ; ANDRADE, 2016). Já, no estudo de Moutão

(2005), a “Saúde/ Bem-estar” foram as principais razões da motivação dos

praticantes em academias, contrapondo a ideia de que apenas quem quer

perder peso se inscreve numa academia. De acordo com a amostra e o

contexto do estudo, o “Peso" e a “Aparência” são importantes, porém são

secundários em relação à “Saúde/Bem-estar”, “Agilidade” e “Estresse”

(MOUTÂO, 2005).

Já os fatores que podem se relacionar com a idade parecem ter uma

relação positiva com a manutenção, pois pessoas mais idosas tem se mantido

na AF por um período maior de tempo, sendo um dos fatores que interfere

favoravelmente é o interesse nas relações sociais em ambientes como as

academias (GARAY; SPERANDEI; PALMA, 2014; BALDO, 2015).

No estudo de Oelze, Mesquita e Dias (2015) a maior insatisfação se deu

pela qualidade da atenção prestada pelos instrutores e a motivação dos

mesmos.Saba (2006)propôs que a relação aluno-professor, em academias e

clubes, não deva apenas se apoiar em conhecimento técnico e competência,

mas que a simpatia, carisma, cordialidade e atenção prestada pelo professor

são essenciais para a satisfação dos alunos da academia (TAHARA;

SCHWARTZ; SILVA,2003; KLAIN et al., 2015).

Segundo Deci e Ryan (1985), se uma pessoa não se sente aceita e

parte de um grupo, estar-se-á frustrando sua necessidade psicológica básica

de relação social, podendo gerar o abandono da atividade.Assim como

Marcellino (2003) e sua conclusão sobre a dimensão Sociabilidade, Durães et

al. (2015) confirmaram a importância do fator relacionamento social dentro de

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uma academia, principalmente entre aluno e a academia, para ambos os

sexos.

Segundo Huddleston, Fry e Brown (2012), a interação dos profissionais

com o aluno pode afetar consideravelmente o compromisso com a AF de longo

prazo. A percepção do clima motivacional (atmosfera psicológica criada) pode

ser um fator importante nas decisões das pessoas em se exercitar em uma

academia de ginástica.

No estudo de Brown e Elliot (2015), os participantes fizeram

apontamentos que indicam alguns comportamentos específicos da equipe

considerados importantes para que se tenham experiências positivas, afetando

favoravelmente a motivação e a consequente manutenção dos mesmos. Tais

comportamentos se resumem, dentre outros, lembrar os nomes dos alunos, ser

acessível e tratar bem todos os alunos. Por tal, profissionais que trabalham

nestes ambientes deveriam entender e atender às necessidades de seus

alunos, buscando criar ambientes mais favoráveis para a prática da AF

(BROWN; ELLIOT, 2015).

Estudos que incorporam os ambientes sociais como variáveis da AF

podem apresentar resultados interessantes em relação à MAF dentro das

academias, como o estudo de Molloy et al. (2010), que mostrou uma ligação

entre suporte social e aumento da autoeficácia, podendo levar a uma maior

participação na AF. Os programas de AF grupais fornecem maiores

oportunidades de aumentar o suporte social, diferentemente da AF individual, o

que pode afetar a motivação e/ou a autoeficácia dos alunos nas academias,

impactando na MAF (WHITEMAN-SANDLAND; HAWKINS; CLAYTON, 2016).

Sallis et al.(2008), em seu estudo, buscaram determinar se as

características ambientais, físicas e sociais predizem a AF ao longo de seis

meses. Como resultado, as interações de faixa etária com variáveis ambientais

sugeriram que idosos podem ser mais afetados do que os mais jovens, em

relação a estas variáveis para com a AF e sua manutenção. Esses resultados

prospectivos apoiam as evidências de alguns estudos que indicam que

variáveis ambientais são importantes correlatos da AF (BOSSI; STOEBERL;

LIBERALI, 2008; SALLIS et al., 2008).

Nigg et al. (2008) apontam o suporte social (familiares e amigos) numa

perspectiva bioecológica, em que as interações e o apoio por estes prestado

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influencia o comportamento de MAF, tornando mais ou menos provável o

comportamento a partir do encorajamento ou não para manutenção da AF.

2.2 FATORES QUE INTERFEREM NA MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE

FÍSICA

No Brasil, as produções científicas relacionadas à MAF muitas vezes

verificam os motivos de iniciação e desistência da AF tendo como pano de

fundo o modelo transteórico (por exemplo), teorias motivacionais ou da

autoeficácia (CASTRO et al., 2010; BARROS; IAOCHITE, 2012; KLAIN et al.,

2015; TAPPE et al., 2016).

Segundo Malavasi e Both (2005), quando uma pessoa inicia a prática de

alguma atividade física, a maior dificuldade é a manutenção dessa atividade

em longo prazo. Alguns estudos têm tentado responder essa lacuna e os

principais fatores que interferem na MAF, além de como e se as pessoas

atingem as recomendações de AF (LIZ et al., 2010; BALDO, 2015). Como

exemplo disso, veem-se o estudo de Rodríguez-Romo et al. (2011), que

mostrou que os homens tiveram um nível de médio para elevado de AF (82%)

maior que as mulheres (78%), além de atingirem as recomendações de AF,

mostrando-se maiores nos homens que nas mulheres, 40,1% e 22,6%,

respectivamente. No estudo de Balbinotti et al. (2011), em comparações quanto

à variável sexo, indicou não existir diferenças significativas (p>0,05) entre os

níveis gerais de motivação à prática regular de AF. Castro et al. (2010)

evidenciaram que as mulheres tiverem uma preferência por atividades de

ginástica do que homens, mas não tiveram diferenças estatísticas significativas

com relação às recomendações da AF.

Segundo Sein-Echaluce et al. (2013), embora homens mais velhos e

mulheres que residiam em áreas rurais cumprissem mais as recomendações

de AF, não houve diferenças entre os sexos, assim como Garay, Sperandei e

Palma (2014) que também não evidenciaram diferenças significativas em

relação a variável sexo para a MAF.

Com relação ao fator idade, pessoas entre 35 e 54 anos eram menos

propensas a cumprirem as recomendações de AF (RODRÍGUEZ-ROMO et al.,

2011), enquanto nos estudos de Garay, Sperandei e Palma (2014), pessoas de

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até 25 anos apresentaram menor probabilidade de se manterem na AF. Já Tobi

et al. (2012) preveem que idade e condição médica condizem com a MAF, pois

com o acréscimo dos anos (principalmente depois dos 50 anos), as chances de

se exercitar continuamente aumentaram 21,8%. Porém, pessoas com

problemas ortopédicos, limitação cardiovascular ou outros apresentaram

probabilidades significativamente menores de se manterem ativos. A análise da

regressão logística feita por Seguin et al. (2010) com mulheres acima de 40

anos revelou associação positiva entre manutenção e a idade (p=0,001), níveis

de AF ao longo da vida (p=0,045) e melhora da saúde percebida (p=0,003).

Não se observou diferença entre os sexos, raça, nível de escolaridade e renda,

comparando os não ativos e os ativos; apenas que jovens se mantinham

significativamente menos na AF. Com relação aos motivos para a prática,

jovens entre 16-44 anos apresentaram o divertimento como primordial

(GARAY; SPERANDEI; PALMA, 2014).

O estudo de Costa, Brottcher e Kokubun (2009) verificou a associação

da idade, índice de massa corporal e índice de aptidão funcional com a

manutenção de participantes em um programa de AF, controlando a frequência

por 62 meses. Este estudo mostrou 49,2% de desistência e 50,8% de

manutenção no programa, com média de permanência de 24 meses. Um

tempo maior de manutenção foi obtido por pessoas com melhor nível de

aptidão física, assim como a manutenção de pessoas mais idosas e não

obesas é maior. Porém, nenhuma dessas variáveis apresentou diferença

estatística significativa (COSTA; BOTTCHER; KOKUBUN, 2009).

Sallis e Owen (1999) classificaram os preditores mais fortemente

associados à AF em fatores demográficos e biológicos, fatores psicossociais,

cognitivos e emocionais, atributos comportamentais e habilidades, fatores

sociais e culturais, fatores do meio ambiente, e características da AF. Já

Sherwood e Jeffery (2000) classificaram os preditores em individual (histórico

de AF, estágios de mudança, peso corporal, motivação, autoeficácia, fatores de

risco, estresse, dieta) e ambiental (tempo, acesso ao local da prática, suporte

social, características da AF, danos causados pela AF). Contudo, Pitanga

(2004) descreveu os preditores em variáveis demográficas (idade, sexo, grau

de instrução, nível socioeconômico), variáveis cognitivas (intenção para o

exercício, percepção de barreiras, distúrbios de humor, autoeficácia, percepção

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sobre a saúde, percepção do esforço), variáveis ambientais (facilidade de

acesso e locais apropriados, clima) e suporte social (família e amigos). A

variável distância (morar ou trabalhar próximo ao local de prática) foi

determinante importante de manutenção da AF em indivíduos hipertensos.

A distância casa-academia ou trabalho-academia parece ser um fator

importante para a manutenção ou desistência da prática (ROJAS, 2003),

principalmente pela dinâmica de vida das pessoas. Os frequentadores de

academias priorizaram a localização, qualidade, variedade nas opções de

exercícios e equipamentos especializados como as mais importantes

características para se manterem ativos (HEINRICH et al., 2017).

Com relação aos fatores pessoais sociodemográficos, o status

econômico, segundo Castro et al. (2010), apresentou uma relação direta com a

MAF, afirmando que pessoas com bom nível econômico tendem a permanecer

mais em programas de AF, corroborando com Pate et al. (1995) e Palma et al.

(2006). Nunes e Barros (2004) e Vieira e Ferreira (2004) acrescentam ainda

uma relação direta entre escolaridade e a prática de AF, endossado pelos

resultados de Castro et al. (2010), em que 41.4% dos indivíduos possuíam

nível superior. O mesmo foi encontrado por Bossi, Stoeberl e Liberali (2008),

pressupondo-se que um maior grau de instrução e informação contribui para a

valorização da prática regular de AF. Em contrapartida, os resultados do estudo

de Arikawa, O’Dougherty e Schmitz (2011) mostraram significativamente menor

taxa de MAF entre aqueles com maior nível de escolaridade, e entre mulheres

solteiras com filhos (6 a 12 anos) comparadas àquelas casadas sem filhos

(F=4,83, p=0,004). Mulheres com diplomas universitários tiveram taxas

significativamente menores de manutenção (90,8%) quando comparadas com

mulheres sem diplomas universitários (97,9%). Em outro estudo foi

demonstrado que o nível de educação e a percepção de saúde (má)

influenciaram os níveis de AF (RODRÍGUEZ-ROMO et al., 2011).

Em um dos estudos que verificou diferenciação racial, as mulheres

brancas se mantiveram significativamente mais na AF (70,3%) do que as

mulheres negras (48,6%) (ARIKAWA; O’DOUGHERTY; SCHMITZ, 2011). Sun

et al. (2015) também citam que mulheres e negros apresentam menor

probabilidade de MAF.

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Determinar os fatores que preveem a MAF em academias de ginástica

pode fornecer uma explicação de quem mantém a AF e por que. Segundo

Weinberg e Gould (2008), e Allen e Morey (2010), muitas pessoas acham mais

fácil iniciar do que se manter na AF, sendo que 50% dos participantes, em suas

pesquisas, abandonam o programa nos primeiros seis meses, sendo o mesmo

percentil encontrado por Dishman e Buckworth (1996).

No estudo de Sperandei, Vieira e Reis (2016) sugeriu-se que indivíduos

com maior índice de massa corporal têm maior probabilidade de desistirem da

academia. Outro estudo mostrou que os preditores cognitivos sociais

(autoeficácia, expectativas de resultados, barreiras e facilitadores) são

significativos quando se analisa a frequência nas academias (JEKAUC et al.,

2015), porém poucos estudos buscaram entender os preditores que interferem

negativamente na MAF nas academias, como o estresse, o sono e o nível de

aptidão física (HOOKER et al., 2016).

No estudo de Hooker et al. (2016), duas classes se destacaram como

fatores de risco para desistência: o estar bem psicologicamente e as pessoas

pouco saudáveis, ambos caracterizados por maiores níveis de estresse e baixa

satisfação com a vida. Em sua abordagem na literatura, há evidências de que o

estresse psicológico afete negativamente a MAF (LUTZ; STULTS-

KOLEHMAINEN; BARTHOLOMEW, 2010; CLARK et al., 2011; JEKAUC et al.,

2015).

Os preditores de manutenção da AF são fatores que influenciam o

comportamento das pessoas na AF. Diversas teorias procuram explicar as

mudanças comportamentais em relação à AF, e são importantes para

direcionar os diversos estágios de planejamento dos programas de AF, a fim de

que haja manutenção da mesma (COSTA; BOTTCHER; KOKUBUN, 2009).

2.3. TEORIAS PARA MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA

A elaboração de modelos teóricos vem se destacando na literatura,

principalmente em pesquisas epidemiológicas em que se foca nas populações

e não nos indivíduos. Esta abordagem é importante quando se procura estudar

os fatores associados com a prática de atividade física, ou com intervenções

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para promover um determinado comportamento, como a manutenção da AF da

população (DUMITH, 2008).

Para um planejamento adequado de intervenções de saúde pública, é

necessário entender os fatores que fazem com que algumas pessoas sejam

fisicamente ativas e outras não. As pesquisas de correlatos e preditores de

MAF cresceram nas últimas décadas, mas centrou-se principalmente em

fatores individuais. Os modelos ecológicos incluem o ambiente social e físico

como contribuintes para a inatividade ou manutenção da AF (BAUMAN et al.,

2012).

Sabe-se que a AF é influenciada por inúmeros fatores, e por isso as

teorias comportamentais e os modelos são utilizados para orientar uma seleção

de variáveis para as pesquisas relacionadas à AF (VAN DER HORST et al.,

2007). A associação de idéias de várias teorias em um único modelo que inclua

inter-relações entre indivíduos e seus ambientes sociais e físicos (modelo

ecológico) vem sendo utilizada na literatura para tentar explicar como o

fenômeno de MAF ocorre (SALLIS; OWEN; FISHER, 2008; SPENCE; LEE,

2008). Esta abordagem propõe que há influência no comportamento de AF, até

mesmo a sua manutenção, por meio de preditores em vários níveis: individual,

social, ambiental e político (BAUMAN et al., 2012). Um princípio-chave é que a

compreensão dos níveis de influência que pode assegurar o desenvolvimento

de interações multiníveis para que haja satisfação na AF e na sua manutenção,

seguindo os princípios de modelos ecológicos (SALLIS; OWEN; FISHER, 2008;

PEREZ et al., 2016).

Dumith (2008), em seu estudo, propôs um novo modelo teórico

relacionado à adoção de AF. Para que se tenha uma proposta de um modelo

teórico sustentado para estudar e aplicar na prática de AF, primeiramente

deve-se observar que a manutenção da AF envolve diversos fatores que

influenciam este comportamento, tornando-o um sistema complexo. Porém, a

maioria das teorias e modelos delimita-se aos fatores individuais diretamente

relacionados à AF (DUMITH, 2008).

Este modelo identifica cinco grandes grupos de variáveis relacionadas

com a MAF: fatores ambientais e socioculturais; fatores psicocognitivos; fatores

demográficos e socioeconômicos; fatores comportamentais e de saúde/doença.

Assim sendo, tem-se a explicação de que os fatores ambientes e

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socioculturais, somados com os fatores demográficos e socioeconômicos

seriam os preditores mais distantes na cadeia causal, interferindo sobre os

fatores comportamentais, os de saúde/doença e os psicocognitivos. Os fatores

comportamentais e de saúde/doença interagem entre si e exercem influência

sobre os fatores psicocognitivos, geralmente estes os mais adotados como

preditores nos modelos/teorias utilizados para explicar a MAF (DUMITH, 2008).

A manutenção da AF por um período longo de tempo envolve um

conjunto de questões ambientais (clima; custo; influência médica; esforço

percebido; apoio social da família, amigos, professor; qualidades do

professor/instrutor; infraestrutura; dentre outros) e/ou pessoais (estado de

saúde ou lesão; sobrepeso; falta de tempo; situação econômica; dieta;

satisfação; etc.). Dentre os fatores pessoais, a automotivação se destaca como

uma questão importante, pois geralmente na fase da manutenção os indivíduos

estão mais motivados e traçam suas próprias metas (WEINBERG; GOULD,

2008).

Mesmo com a associação dos fatores abordados, aponta-se na literatura

que as intenções explicam no máximo 30% da variação no comportamento

(ARMITAGE; CONNER, 2001; SHEERAN, 2002; CARNEIRO; GOMES, 2016).

A intenção é a chave da prontidão mental de uma pessoa para agir, utilizada

em vários modelos psicológicos para explicar o comportamento (SHEERAN,

2002). O estudo delineou os tipos de comportamentos, tipos e as propriedades

das intenções e as variáveis cognitivas e de personalidade, produzindo um

bom progresso no entendimento de quão as intenções afetam/predizem o

comportamento.

Essa "lacuna de intenção-comportamento", como referido em Sheeran

(2002), ocorre porque nem sempre pessoas com intenções positivas de agir

conseguem realizar o devido comportamento (WEBB; SHEERAN, 2006).

Diversas pesquisas tem buscado entender as inter-relações entre intenções e

fatores cognitivos/psicológicos ou ambientais para explicar esta lacuna,

pressupondo que as intenções predizem melhor o comportamento quando são

estáveis, quando as pessoas planejam como irão assumir o comportamento

(GODIN; CONNER; SHEERAN, 2005; SNIEHOTTA; SCHOLZ; SCHWARZER,

2005; GOLLWITZER; SHEERAN, 2006; CARNEIRO; GOMES, 2016) e quando

possuem recursos e habilidades que as façam enfrentar as barreiras que

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impedem a realização intencional do comportamento (SHEERAN; TRAFIMOW;

ARMITAGE, 2003; DIBONAVENTURA; CHAPMAN, 2005). Mesmo com os

moderadores da relação intenção-comportamento bem estudados na literatura,

poucos estudos se concentraram nos fatores (preditores) que interconectam a

intenção e o comportamento propriamente dito, assim como não explicam de

que modo intenções são traduzidas em comportamentos efetivos.

Bruin et al. (2012) buscaram identificar os preditores da relação

intenção-comportamento, testando a hipótese de que os processos de

autorregulação explicam como as intenções conduzem o comportamento. Mas,

“compreender os mecanismos que determinam a força das relações intenção-

comportamento parece importante, no entanto, dado que as intenções

geralmente explicam apenas 20 a 30% da variância do comportamento, não se

parece predizer um comportamento simplesmente pela intenção”. Neste

trabalho, importantes explicações teóricas foram encontradas, como: os

modelos de comportamento de saúde postulam que as intenções

comportamentais são preditores mais imediatos e importantes de ações de

saúde, explicando como pessoas traduzem objetivos em ações. Concluíram,

em particular, que a manutenção da AF é promovida de forma mais eficaz se

as intervenções gerarem fortes intenções e aumentarem as capacidades de

autorregulação das pessoas.

Uma das razões para estes percentis de MAF serem tão baixos pode ser

a forma como o critério "participação na atividade física" foi conceituado

(BIDDLE; FUCHS, 2009). Na maioria dos casos, a participação na AF foi

operacionalizada como uma variável contínua usando medidas unidimensionais

(frequência ou duração por semana, por exemplo) (RHODES; WARBURTON;

MURRAY, 2009). No estudo de Seelig e Fuchs (2011), comparou-se a

participação na AF utilizando apenas uma variável, e utilizando duas ou mais

variáveis em duas situações: (A) uma pessoa que praticou atividades com

frequências semanais altas por quatro ou cinco meses consecutivos e depois

teve recaída e não praticou mais até completar doze meses do início; (B) uma

pessoa que tenha se mantido ativa neste período de doze meses, mas com

frequências semanais reduzidas a duas ou três, no máximo, sem períodos de

ausência. Para ambas, obteve-se a mesma frequência de participação anual,

embora não mostrem o mesmo padrão de participação. Portanto, se assim

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fosse, a aplicação da frequência de participação como medida de critério pode

esconder os diferentes padrões comportamentais existentes. Somente há

evidência desses padrões quando dois ou mais aspectos são levados em

consideração ao mesmo tempo (frequência de participação e distribuição

temporal de participação, por exemplo), considerando que ambas as

dimensões implicam simultaneamente o uso de uma variável categórica em vez

de uma variável contínua para descrever a participação na AF.

2.3.1. Teoria Social Cognitiva

A TSC de Bandura (2004) sugere que o comportamento é influenciado

pelo ambiente, pela aprendizagem social, por aspectos pessoais e pelo próprio

comportamento, postulando que a autoeficácia, as expectativas de resultados,

o determinismo recíproco, a capacidade comportamental, a aprendizagem

observacional e amotivação afetam a probabilidade e as intenções de um

indivíduo realizar (agir) um comportamento específico (BUCKWORTH;

DISHMAN, 2002; BANDURA, 2004).

Para compreender estes conceitos, temos: entende-se por autoeficácia a

confiança na capacidade que alguém tem nele mesmo para realizar o

comportamento específico; por expectativas de resultados as crenças sobre

resultados antecipados do comportamento ou o comportamento de um

indivíduo e as consequências decorrentes desse; por determinismo recíproco

as mudanças de comportamento resultantes da interação entre o indivíduo e o

ambiente; por capacidade comportamental como os conhecimentos e

habilidades influenciam o comportamento; por aprendizagem observacional o

aprendizado através da modelagem de pares; e por incentivo de motivação

como sendo as recompensas e punições por comportamento (MOUTÃO,

2005).

Com relação à AF, a TSC enfatiza o nível de confiança que uma pessoa

tem nela mesma, mais especificamente no seu envolvimento regular na AF,

mesmo diante de impedimentos que possam surgir. Embora venha sendo

utilizada em estudos de comportamento de AF, a TSC foi criticada por não

distinguir entre os preditores de iniciação em relação ao de manutenção do

comportamento.

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Outras teorias também foram aplicadas para prever a participação na

AF. As abordagens mais utilizadas são: a teoria do comportamento planejado

(AJZEN, 1991), o modelo transteórico (PROCHASKA; MARCUS, 1994), a

teoria da autodeterminação (DECI; RYAN, 2002) e a teoria social cognitiva

(BANDURA, 2004; 2008). Numa revisão feita por Biddle e Mutrie (2008),

concluiu-se que o poder preditivo dessas teorias ainda é modesto, de 30 a 40%

da variação explicativa da AF, corroborando com Armitage e Conner (2001),

Sheeran (2002) e, mais recentemente por Carneiro e Gomes (2016).

2.3.2. Teoria do Comportamento Planejado

Na Teoria do Comportamento Planejado (TCP) (AJZEN, 1991) as

expectativas se originam de um processo de contemplação com um

balanceamento completo dos prós e contras de possíveis resultados

comportamentais. As pessoas podem, por exemplo, não questionar sobre usar

um capacete ao andar de bicicleta, mas se elas decidem fazê-lo depende muito

da crença de que esta ferramenta é eficaz para aumentar sua segurança.

Segundo a perspectiva de Renner et al. (2012), as expectativas de

resultado são importantes para mover as pessoas de uma pré-intenção para

uma intenção, ou seja, de uma fase pré-ativa para uma intenção de agir ou

para a própria ação em si. A expectativa de resultado, nesta teoria, se dá como

crenças comportamentais subjacentes à construção da atitude, indicando que

um comportamento levará a um dado resultado (AJZEN, 1991).

Especificamente, as expectativas afetivas são diretamente relacionadas aos

estados emocionais durante ou diretamente após a AF, prevendo o

comportamento da AF em um maior grau do que a expectativa relacionada à

saúde, que está relacionada às consequências a longo prazo (GELLERT;

ZIEGELMANN; SCHWARZER, 2012).

O estudo de Conner et al. (2015) demonstrou que a atitude é um preditor

significativo do comportamento da AF, e as experiências positivas são

impulsores importantes para a motivação e a manutenção da prática, conforme

cita Klusmann et al. (2011). Experiências positivas também foram introduzidas

como preditores para mudanças na AF nos estudos de Fleig et al. (2011) e

Parschau et al. (2013; 2014). Assim, as expectativas positivas e a sua

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realização podem ser importantes para a manutenção da AF, pois se a AF

atingir os resultados esperados, pode-se ocorrer o processo de mudança de

comportamento, mas se as expectativas não forem atendidas, a mudança do

comportamento pode não ocorrer ou ocorrer via fator desistência (KLUSMANN

et al., 2016).

Rothman (2000), Fuchs (2013) e Jekauc et al. (2015) apontam que

experiências positivas são importantes para a MAF. Assim, a TCP defende que

a intenção de realizar o comportamento é o preditor mais importante do próprio

comportamento, para que este ocorra, tendo influências das atitudes, do

controle percebido e normas subjetivas, ou seja, a intenção é maior se o

indivíduo está disposto a realizá-la (intenção), se ele acredita que pode ser

bem sucedido na escolha (controle percebido) e se o ambiente converge para

que isto ocorra (norma subjetiva), conforme apresentado na figura 1 (AJZEN,

1991; ARMITAGE, 2005).

FIGURA 1 – COMPONENTES DA TEORIA DO COMPORTAMENTO PLANEJADO.

FONTE: Adaptado de MOUTÃO (2005, p. 47)

2.3.3. Modelo Transteórico

De modo geral, o modelo transteórico, ou transteorético (PROCHASKA;

DICLEMENTE, 1983; PROCHASKA; DICLEMENTE; NORCROSS, 1992;

PROCHASKA; MARCUS, 1994), é um modelo biopsicossocial integrativo que

busca conceituar em etapas (estágios) o processo de mudança de

comportamento intencional. O Modelo Transteórico (MTT) procura integrar

construtos-chave de outras teorias em uma teoria abrangente de mudanças de

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comportamento, que pode ser aplicada a uma variedade de situações e

populações definindo, assim, o nome Transteórico.

Os estágios inter-relacionados da mudança de comportamento estão no

centro do MTT, sugerindo que as pessoas passam por uma série de etapas ao

modificar o comportamento. Ademais, é variável o tempo que uma pessoa

pode permanecer em cada estágio, mas as tarefas necessárias para passar

para um próximo estágio não são variáveis. Certos processos de mudança e

princípios funcionam melhor em cada estágio para prevenção da recaída,

facilitando o progresso. Esses princípios/pressupostos críticos incluem os

processos de mudança, equilíbrio decisional e autoeficácia (WILLIAMS et al.,

2008).

Explicitando melhor sobre o Equilíbrio Decisional, Janis e Mann (1977)

conceituavam a tomada de decisão como um “balanço” comparativo de ganhos

e perdas potenciais. Sendo assim, os dois componentes do equilíbrio

decisional (prós e contras) tornaram-se construtos essenciais no Modelo

Transteórico. Conforme os indivíduos transpassam os Estágios de Mudança, o

equilíbrio decisional muda de maneira crítica. Analisando por etapas, em um

indivíduo quando está na fase de pré-contemplação, por exemplo, profissionais

que buscam mudança de comportamento são vencidos pelos contras, relativos

às mudanças, permanecendo no comportamento atual. Na fase de

Contemplação, os prós e os contras tendem a ter o mesmo peso, deixando

ambivalente a decisão de mudar. Mas, se os profissionais conseguirem

compensar os contras, pode-se ocorrer mudanças para o estágio Preparação

ou, até mesmo, Ação. À medida que os indivíduos atingem o estágio de

Manutenção os profissionais devem manter os prós e superar os contras, para

diminuir os riscos de recaída (STONEROCK; BLUMENTHAL, 2016).

Com relação à autoeficácia, o MTT integra os elementos da teoria da

autoeficácia de Bandura (1977; 1982; 2004). Este construto reflete o grau de

confiança que os indivíduos têm na manutenção da mudança de

comportamento, mesmo em situações que geralmente provocam recaídas.

Pode ser medido, também, pelo grau em que os indivíduos se sentem tentados

a retornar ao comportamento anterior. Nos estágios de Pré-contemplação e

Contemplação, a tentação de se envolver num comportamentoé muito maior do

que abster-se dele. Conforme os indivíduos passam do estágio da Preparação

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para a Ação, a disparidade entre sentimentos de autoeficácia e tentação

encerra-se, sendo alcançada a mudança de comportamento. A recaída

frequentemente ocorre quando os sentimentos de tentação superam o senso

de autoeficácia dos indivíduos (PROCHASKA; MARCUS, 1994).

Anteriormente, a mudança de comportamento era interpretada como um

evento (parar de fumar, beber ou comer demais), e não como fenômenos que

ocorriam ao longo do tempo. O MTT descreve a mudança como um processo

que se ajusta ao longo do tempo, envolvendo evolução ou retrocesso por meio

de etapas. A progressão das Etapas da Mudança pode ocorrer de forma linear

ou não, ou seja, indivíduos podem migrar para próximos estágios ou regredir

para estágios anteriores ao seu estágio atual. Sendo assim, os estágios que

contemplam o MTT são: Pré-contemplação (Não está preparado);

Contemplação (Preparando-se); Preparação (Pronto); Ação; e Manutenção

(PROCHASKA; MARCUS, 1994).

No estágio de Pré-contemplação, as pessoas não pretendem agir em um

futuro previsível e são muitas vezes caracterizadas (em outras teorias) como

resistentes, desmotivadas, ou não aceitam ajuda. Na fase de Contemplação, as

pessoas pretendem mudar nos próximos meses e estão mais conscientes dos

benefícios da mudança, assim como o revés que possa vir a ocorrer. O

equilíbrio entre os prós e contras da mudança pode fazer com que as pessoas

permaneçam nesta fase por longos períodos. No estágio de Preparação as

pessoas pretendem agir num futuro imediato, pois usualmente têm um plano de

ação, como matricular-se em uma academia, consultar um conselheiro, falar

com um médico ou confiar na automudança. Na fase de Ação, as pessoas

promoverão modificações específicas em seus estilos de vida, mas, nem todas

as mudanças de comportamento contam como ação neste modelo. O estágio

de Manutenção é o estágio em que as pessoas farão modificações específicas

em suas vidas e buscarão evitar recaídas, pois tendem a ter mais confiança de

que podem continuar suas mudanças, mantendo o comportamento

(PROCHASKA; WRIGHT; VELICER, 2008).

Cada um dos cinco estágios de mudança descritos pelo MTT é

caracterizado por diferentes fatores psicológicos que refletem a prontidão de

um indivíduo para a mudança de comportamento relacionado à saúde

(PROCHASKA; DICLEMENTE, 1983; 1984; DICLEMENTE et al.,1991).

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Diversos fatores cognitivos e motivacionais, como prós e contras do equilíbrio

decisional, percepção de gravidade e vulnerabilidade, autoeficácia, controle

comportamental percebido, atitude e identidade se diferem nos estágios do

MTT.

Dentro do MTT, as expectativas de resultados (equilíbrio decisional)

envolvem a pesagem de prós e contras a serem percebidos por um

determinado comportamento, sendo que um equilíbrio positivo poderá acarretar

progresso de estágio e maior probabilidade de realização do comportamento

(PROCHASKA; DICLEMENTE, 1992). Especificamente, o MTT postula que o

equilíbrio decisional e os processos cognitivos de mudança são mais

importantes durante a adoção do comportamento, enquanto os processos

comportamentais são mais importantes para a manutenção do comportamento

(PROCHASKA; DICLEMENTE; NORCROSS, 1992). Conhecer se os estágios

da AF mudam e preveem diferentemente a adoção em comparação à

manutenção do comportamento ajuda a elucidar seu papel na manutenção da

AF. Alguns trabalhos sugerem que a adoção e a manutenção do

comportamento da saúde são diferencialmente preditos por fatores

psicossociais (BOUTELLE et al., 2004; FINCH et al., 2005). Em contrapartida,

um estudo descobriu que as consequências afetivas antecipadas do sucesso e

falha no futuro afetam a AF de forma semelhante, independentemente de estar

sendo iniciado ou mantido o comportamento, podendo ter implicações para os

que buscam a manutenção da prática como meio de reduzir os riscos de

doenças crônicas (DUNTON; VAUGHAN, 2008).

2.3.4. Teoria da Autodeterminação

As pessoas são movidas, muitas vezes, por fatores externos como

recompensas, notas, avaliações ou opiniões que outras pessoas possam vir a

ter sobre elas. No entanto, algumas são movidas por algo interno, curiosidade,

interesse, cuidados ou valores permanentes. Estas motivações, chamadas de

intrínsecas, podem sustentar paixões, criatividade e esforços, mesmo que não

sejam externamente recompensadas. A interação entre forças motivacionais

extrínsecas, intrínsecas e necessidades inerentes à natureza humana que

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agem sobre os indivíduos é o território da Teoria da Autodeterminação (RYAN;

DECI, 2000a).

A motivação busca compreender como o ser humano regula seu

comportamento, assim como suas causas e as consequências (PIRES et al.,

2010). Para Dumith (2008), tem-se por motivação uma determinação intrínseca

com o intuito de alcançar um objetivo específico (estética, perda de peso,

redução do estresse, socialização, manutenção da saúde, dentre outros),

podendo ser medida pela intenção de um indivíduo em realizar um determinado

comportamento, como praticar AF buscando estes objetivos. Em outras

palavras, a motivação intrínseca é quando o indivíduo realiza uma atividade por

prazer e satisfação que ela proporciona, podendo ser a chave para

manutenção da AF, segundo aponta Biddle e Mutrie (2008). É de salientar que

diversos estudos acerca da motivação para a manutenção da prática de AF

foram realizados em diferentes populações (FREITAS et al., 2007;

BALBINOTTI et al., 2011; FORTIER, et al., 2011; SILVA et al., 2011; JOSEPH

et al,. 2016, THOMSON; MCADOO, 2016).

Para uma explicação mais aprofundada sobre a Teoria da

Autodeterminação (TAD), define-se motivação como sendo o que faz uma

pessoa agirem uma direção, sentido e força (MURCIA; COLL, 2006), sendo

que todo indivíduo pode ser motivado e/ou motivar-se em diferentes

escalas/níveis (BALBINOTTI et al., 2011). Quando uma pessoa está

intrinsecamente motivada, o motivo de ingresso é o simples prazer em estar

conhecendo algo novo e, muitas vezes, o prazer é usado para explicar a

manutenção em tal atividade (RYAN; DECI, 2000b).

Há, na literatura, inúmeras definições sobre o conceito da motivação,

mas uma clássica é o conceito de motivação esportiva como um processo

ativo, intencional e dirigido a uma meta, dependente da interação dos fatores

pessoais e ambientais (SAMULSKI, 1995; WEINBERG; GOULD, 2001).

Vallerand (2007) conceitua motivação como um modelo hipotético utilizado

para descrever forças internas (motivação intrínseca) e/ou externas (motivação

extrínseca) do indivíduo, que estão em processo de troca constante com o

meio ambiente, influenciando e sendo influenciado por ele, podendo gerar

comportamentos motivados ou desmotivados.

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As duas dimensões (Motivação Intrínseca e Motivação Extrínseca) são

importantes em qualquer relação com o comportamento motivado. Deci e Ryan

(1985) consideram a dicotomia (intrínseca x extrínseca) muito simplista para a

compreensão da motivação, afirmando que a motivação pode ser categorizada

por meio de um continuum, sendo os extremos a forma menos

autodeterminada (amotivação ou desmotivação) e a forma mais

autodeterminada (motivação intrínseca).

Para explicar melhor a TAD e suas peculiaridades, serão definidas as

dimensões, segundo o continuum citado, de uma forma menos

autodeterminada para uma mais autodeterminada. Em um dos extremos do

continuum, estão os comportamentos amotivados (desmotivados), que são

regulados por “forças” além do controle intencional do indivíduo, não

considerados intrínseca e nem extrinsecamente motivados, com uma ausência

de intenção e pensamento proativo (DECI; RYAN, 1985). É a relativa ausência

de motivação, inexistindo contingências entre as ações e os resultados por

parte dos indivíduos, com falta de motivos para a iniciação ou manutenção da

prática de AF.

A TAD propõe, ao longo deste continuum de autodeterminação,

diferentes estilos de regulação da motivação extrínseca, que se situam entre os

extremos: desmotivação e motivação intrínseca. São os seguintes tipos de

motivação extrínseca: regulação externa, introjetada, identificada e integrada,

respeitando o continuum de uma forma menos para uma mais

autodeterminada, respectivamente (DECI; RYAN, 2000).

A regulação externa como a forma motivacional não autônoma e mais

básica de motivação externa, de acordo com Deci e Ryan (1985), consiste na

imposição de contingências externas por parte de outra pessoa. No contexto da

prática de AF, indivíduos realizam tal comportamento quando são controlados

por recompensas (premiação material) e/ou ameaças (crítica de um professor).

A prática de qualquer atividade se dá como um meio de se obter

recompensas/prêmios ou evitar consequências negativas/ameaças, e não

como forma de divertimento e prazer (PELLETIER et al., 1995).

Em relação à regulação introjeção, Deci e Ryan (1985) defendem que é

uma regulação mais afetiva do que cognitiva, envolvendo a resolução de

impulsos conflituosos (fazer ou não fazer) e os comportamentos resultantes

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contemplam reforços de pressões internas, como a culpa e ansiedade

(PELLETIER et al., 1995) ou do desejo de obter reconhecimento social

(NTOUMANIS, 2001). Portanto, processos regulatórios são baseados em

fontes externas de controle, não se verificando autodeterminação nestes

comportamentos (STANDAGE; DUDA; NTOUMANIS, 2003).

A regulação identificada se dá quando um comportamento é motivado

pela apreciação dos resultados e benefícios da participação em determinada

AF, por exemplo, na prevenção de doenças ou melhora da condição física.

Este estilo é mais autodeterminado que o anterior sendo que, por muitas vezes,

é realizado sem que o indivíduo o considere interessante, agradável ou

prazeroso (NTOUMANIS, 2001). Sendo assim, a importância está no benefício

da atividade e, mesmo sendo realizado sem pressões externas, este

comportamento somente representa um meio para um fim (STANDAGE;

DUDA; NTOUMANIS, 2003). Segundo Deci e Ryan (1985) a regulação deste

comportamento consiste na aceitação desta regulação e permite a percepção

de algum controle ou possibilidade de escolha, mesmo que por razões

extrínsecas.

Na última dimensão em relação à motivação extrínseca, em um nível

mais autodeterminado ou autônomo, está a regulação integrada como a mais

volitiva, pois adota uma significativa importância para os objetivos pessoais de

uma pessoa. Apesar de sua forma integrada e autodeterminada, Deci e Ryan

(1985) consideram que o comportamento é realizado visando a concretização

de objetivos pessoais e não pelo prazer do envolvimento na prática da

atividade em si, sendo este um comportamento motivado extrinsecamente.

Por fim, no outro extremo do continuum e o que se busca alcançar como

motivação autodeterminada, está a motivação intrínseca. Quando o sujeito está

intrinsecamente motivado, ele ingressa e/ou se mantém numa atividade por

vontade própria, pelo simples prazer e satisfação de conhecê-la, explorá-la,

aprofundá-la. As atividades motivadas intrinsecamente são comumente

associadas ao bem-estar psicológico, prazer, satisfação, interesse, alegria e

persistência (RYAN; DECI, 2000b). Portanto, um sujeito intrinsecamente

motivado é aquele que ingressa na atividade por vontade própria, pelo prazer e

pela satisfação de conhecê-la e, possivelmente, mantendo-se nesta (RYAN;

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DECI, 2000b). O continuum da TAD e suas dimensões está representado na

figura 2.

FIGURA 2 – CONTINUUM DE AUTODETERMINAÇÃO.

FONTE: Teoria da Autodeterminação de DECI; RYAN (1985; 2000).

Detalhados os níveis do continuum motivacional, salienta-se que o

desenvolvimento da Teoria da Autodeterminação (RYAN; DECI, 2000a) teve

como elementos-chave a integração desta metateoria com outras teorias, cada

uma das quais explica um conjunto de fenômenos baseados na motivação e/ou

funcionamento da personalidade. Desta maneira, estes níveis de

autodeterminação são explicados por cinco subteorias: Teoria da Integração

Orgânica, Teoria da Avaliação Cognitiva, Teoria das Orientações de

Causalidade, Teoria de Orientações à Meta e Teoria das Necessidades

Psicológicas Básicas.

A Teoria da Integração Orgânica aponta que as pessoas são organismos

ativos, tendem a crescer evolutivamente, e o contexto social pode apoiar ou

contrariar o engajamento ativo e crescimento psicológico. A teoria destaca os

suportes de autonomia e relacionamento social e define como um processo

pelo qual indivíduos integram/interiorizam as exigências e valores do meio

social em que estão inseridos (DECI; RYAN, 1985).

A Teoria da Avaliação Cognitiva destaca que um indivíduo

age/comporta-se por meio de contingências externas (dinheiro ou fama, por

exemplo), e irá dar continuidade em alguma prática quando a recompensa

estiver onipresente (HAGGER; CHATZISARANTIS, 2008). Esta teoria aborda

diretamente os efeitos que os contextos sociais, recompensas, envolvimentos e

ego podem ter sobre a motivação intrínseca e o interesse (DECI; RYAN, 1985).

Também destaca o papel crítico das necessidades psicológicas de

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competência e autonomia e suas atuações na promoção de motivação

intrínseca, o que é fundamental e interfere na prática de atividades físicas,

esportivas ou não (RYAN; DECI, 2000; WEINBERG; GOULD, 2011).

Estudiosos sugerem que algumas ações visando promoção de desafios,

liberdade na ação e fornecimento de um feedback positivo, podem auxiliar a

promover a motivação intrínseca de atleta/esportista. Mas a motivação

instrínseca somente ocorrerá se técnicos, treinadores ou professores fizerem

com que os sentimentos de competência sejam acompanhados por uma

sensação de autonomia, ou lócus de causalidade interno (RYAN; DECI, 2000a;

KLAIN, 2013).

A Teoria das Orientações de Causalidade descreve as diferenças

individuais que as pessoas têm para regular os seus comportamentos e avalia

três tipos de orientações de causalidade: autonômica (em que as pessoas

agem por interesse e valorização do que está ocorrendo); de controle (o foco é

recompensas, ganhos e aprovação); e orientação impessoal ou desmotivadas

(caracterizada por ansiedade de competência relativa) (KASSER; RYAN, 1996;

DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000).

A Teoria de Orientações à Meta caminha por fora da dicotomia

intrínseco e extrínseco, afetando principalmente a motivação e o bem estar. As

metas são vistas como diferenciais buscando satisfazer as necessidades

básicas, diferencialmente associadas ao bem-estar. Objetivos extrínsecos

(sucesso financeiro, aparência, popularidade/fama) foram especificamente

contrastados com objetivos intrínsecos (comunidade, relacionamentos íntimos,

crescimento pessoal) e, portanto, a teoria pressupõe que a orientação das

metas pessoais em uma prática específica explica os níveis de

autodeterminação (DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000). Estudos acerca

desta teoria relacionada com a AF apóiam esse suporte teórico, mostrando que

um clima motivacional para maestria pode promover uma MAF com o reforço

da motivação intrínseca e competência (HAGGER; CHATZISARANTIS, 2008).

Isto ocorre porque os níveis de competência e a dificuldade da tarefa se dão

pela percepção do sujeito sobre seu próprio conhecimento e capacidade, ou

seja, quanto mais difíceis parecem ser as tarefas, mais o sucesso é indicativo

de alta competência, afetando positivamente a motivação (CID, 2010).

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A Teoria das Necessidades Psicológicas Básicas é uma das mais

importantes teorias que embasam a TAD, conceitua que o comportamento, a

saúde psicológica e bem-estar do indivíduo são baseados e incentivados por

três necessidades psicológicas básicas, inatas, universais e essenciais para

que haja autodeterminação, que são a autonomia, a competência e o

relacionamento social, que parecem ser essenciais para o bem-estar e o

desenvolvimento social do indivíduo (DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000a).

A autonomia sugere que o indivíduo deva ser agente de sua própria

ação e comportamento, determinando-os, ou seja, é necessário que o

praticante de AF perceba que a atividade está sob seu controle. Esta

necessidade reflete o desejo em participar de AF em que a possibilidade de

escolha se faça presente (DECI; RYAN, 1985), sendo as atividades realizadas

por demandas externas pouco motivadoras, seja uma punição ou recompensa.

A necessidade de autonomia é fundamental para se compreender a qualidade

de um comportamento (RYAN; DECI, 2006). Já a competência é compreendida

quando um indivíduo sente-se capaz e confiante para realizar com aptidão um

determinado comportamento, mesmo na AF. Somente há esse sentimento de

competência para se aumentar a motivação intrínseca quando há a percepção

de autonomia acompanhando-a. O relacionamento social trata da necessidade

do ser humano em fazer parte ou ser aceito por um grupo, de estabelecer

vínculos ou estar mais próximo de outras pessoas dentro de um contexto social

(RYAN; DECI, 2002).

Se as necessidades psicológicas básicas forem supridas apoiadas nas

experiências do indivíduo, podem-se promover as formas mais volitivas e

elevadas de motivação e engajamento nas atividades físico-esportivas,

incluindo maior desempenho, criatividade e MAF (WANG; BIDDLE, 2007).

Portanto, a TAD defende que se qualquer uma das três necessidades

psicológicas básicas (autonomia, competência e relação social) não for

suportada ou for frustrada dentro de um contexto social e esportivo, causará

um impacto negativo no bem-estar geral do atleta, equipe ou praticante de AF,

diminuindo sua motivação (FONTANA, 2010).

Quanto mais fortalecidas essas necessidades inatas, mais integrado e

interiorizado se tornam o processo de mudança de comportamentos

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extrinsecamente motivados para comportamentos intrinsecamente mais

autodeterminados (RYAN; DECI, 2000a).

2.3.5. Teoria da Manutenção da Atividade Física (TMAF)

A MAF pode ser afetada por variáveis contextuais (sexo, etnia, acesso e

facilidade, ambiente), psicológicas (preferência pela AF, intenção de ser ativo,

prazer, atitudes, confiança) e comportamentais (comportamento prévio da AF,

dieta saudável) (VAN DER HORST et al., 2007; WENDEL-VOS et

al.,2007;MORAES; ROLIM; COSTA JR, 2009;MORAIS, 2014). As diferenças

entre os preditores de início em relação aos de manutenção da AF estão no

foco das variáveis psicológicas e considerações temporais relacionadas

(imediato versus longo prazo), além dos fatores que possam impedir a prática

regular desta AF. Ademais, fatores sociais e ambientais também podem

interferir na manutenção da prática e serem decisivos no processo de

desistência. Os ambientes contêm uma série de fatores que interferem, em

diferentes níveis, como oportunidades/possibilidades para os comportamentos

desejados (VAN DER HORST et al., 2007; WENDEL-VOS et al.,2007).

O ambiente é abordado com diferentes enfoques nas diversas teorias,

como o MTT, que inclui considerações ambientais através dos processos de

controle de estímulo e reavaliação ambiental. Além do MTT, a TCP também

aborda o ambiente num nível individual e/ou pessoal, diferentemente da TSC,

que se concentra no nível interpessoal, incorporando o indivíduo ao

comportamento e ao meio ambiente. No entanto, para se conquistar a MAF,

uma perspectiva ecológica e multi-integrada deve existir, ressaltando as

interações dos indivíduos com seus ambientes físicos e socioculturais,

moldando o próprio ambiente e sendo moldados pelo mesmo (MCLEROY et

al., 1988; DUMITH, 2008). Portanto, ambientes exercem influências que

promovem ou encorajam algumas pessoas, enquanto previnem ou

desencorajam outras (SALLIS; BAUMAN; PRATT, 1998), especialmente na

MAF (NIGG et al., 2008).

Os determinantes ambientais para o comportamento da AF podem ser

divididos em físico e social. O ambiente físico contempla o clima/estação do

ano, o acesso aos locais e proximidade, instalações e estrutura, segurança. O

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clima ou a estação do ano é a única característica do meio físico natural que se

associa diretamente com o nível geral de AF, podendo afetar marcadores

fisiológicos da AF, assim como a disposição em realizá-la. O acesso aos locais

parece, também, ser um forte preditor que influencia a prática regular de AF,

pois a proximidade do ambiente de prática em relação ao trabalho ou casa

parece ser um dos fatores mais relevantes para a escolha do local, frequência

e duração da AF. As condições do ambiente físico, instalações, condições,

acesso, segurança e qualidade, assim como a estrutura e aparência do

ambiente podem influenciar de forma positiva ou negativa na MAF. O ambiente

social, na forma de apoio social, possui fortes associações positivas com a AF,

seja com o apoio social da família, dos amigos ou do instrutor/professor,

podendo levar a um aumento da MAF (CARVALHO, 2013).

Desde as décadas de 1980 e 1990, estudiosos perceberam que outro

fator enfrentado ou sentido pelo indivíduo impactava diretamente no seu

comportamento: o estresse. O estresse elevado, mau tempo, perda do parceiro

de atividade e lesões eram motivos para deixar de praticar regularmente

alguma AF. Os fatores estressantes e que aumentam a probabilidade de

recaída ou desistência são os chamados negativos (morte na família, divórcio,

desemprego, aposentadoria). Mas há fatores de estresse que, mesmo

afastando o indivíduo da prática regular por curtos ou longos períodos, são

considerados positivos (casamento, nascimento de um filho, graduação,

promoção) (MARTIN et al., 1984; MARLATT; GORDON, 1985; BELISLE et al.,

1987; MARCUS; STANTON, 1993).

Embora seja importante estudar os fatores que afetam o ingresso na AF

e sua manutenção, há a necessidade de um embasamento teórico que

correlacione os diversos fatores que podem afetar tais fenômenos. As teorias

abordadas neste estudo enfatizam a compreensão do indivíduo e seus

comportamentos a partir de vários construtos-chave (motivação, intenções e

comportamentos, autoeficácia), isoladamente ou dentro do contexto social do

indivíduo (BIDDLE; NIGG, 2000). Um exemplo é o estudo de Crain et al.

(2010), sugerindo que as variáveis psicossociais derivadas da TSC

(autoeficácia) e do MTT (processos comportamentais de mudança) são

importantes preditores da AF, por meio do apoio social, do prazer pela AF,

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processos comportamentais e cognitivos de mudança, e equilíbrio decisional,

sendo o mais consistente a autoeficácia.

A TMAF se caracteriza distintamente das teorias/modelos anteriormente

mencionadas (representadas, também na figura 3), pois se concentra

explicitamente na MAF, incorporando os gatilhos de recaída da AF e integrando

aspectos individuais e ambientais considerados importantes para a MAF (NIGG

et al., 2008).

FIGURA 3 – CATEGORIZAÇÃO DOS MODELOS TEÓRICOS QUE BUSCAM

EXPLICAR A MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA.

FONTE: Modificado de MOUTÃO (2005, p. 40)

A TMAF adota conceitos de outras teorias, como o estabelecimento de

metas, a autoeficácia e a automotivação, já explicados no referencial teórico e

demonstrados serem críticos tanto na iniciação quanto na manutenção da

mudança de comportamento, ao longo das décadas (BANDURA, 1986; 1997;

BORRELLI; MERMELSTEIN, 1994; CHATZISARANTIS; HAGGER, 2007;

NIGG et al., 2008). A MAF é um processo ativo, exigindo que os indivíduos

utilizem frequentemente estratégias/técnicas para manter a regularidade na AF.

O modelo cognitivo social de Bandura (2004) e o quadro de definição de metas

de Locke e Latham (1996) são diretamente relevantes para a MAF, pois a

autoeficácia não só determina a escolha de atividades (metas), mas também o

tamanho do esforço que será gasto e o tempo que se persistirá nestas AF,

independentemente das adversidades (situações de recaída) que venham a

surgir (DUNCAN; POZEHL, 2002). A autoeficácia, embora seja importante para

alcançar os objetivos e mudanças de comportamento, pode não ser suficiente

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para que haja manutenção, assim como a motivação autodeterminada também

pode influenciar mudanças nas metas e comportamentos (DECI, 1992).

Sugere-se, portanto, que os domínios de autoeficácia, definição de metas e

motivação são inter-relacionados e integrais para a manutenção de mudanças

comportamentais da AF a longo prazo, sendo que cada um traz alguma

contribuição para a TMAF, ou seja, os preditores de MAF são bidirecionais ou

recíprocos (NIGG et al., 2008).

Na TMAF, a definição de metas é focada nas tarefas e relaciona-se com

o comportamento através da satisfação, realização e compromisso com

objetivos. A automotivação se dá pela persistência generalizada para

programar objetivos comportamentais independentes de crenças, habilidade ou

controle de reforço. A autoeficácia, segundo Nigg et al. (2008), distingue entre

barreira e autoeficácia de recaída. Uma relação entre essas variáveis deve

coexistir, porém cada variável tem um efeito exclusivo direto na MAF.

Numa outra perspectiva, o estresse e o ambiente talvez tenham um

efeito prejudicial na definição de metas e na realização de comportamentos

necessários para a MAF (LOURO; PIETERS; ZEELENBERG, 2007). Um

suporte social, por exemplo, associado ao ambiente pode impactar

positivamente os preditores da TMAF, assim como podem ser prejudiciais à

MAF. Em conjunto, os fatores de estresse existentes na vida das pessoas

podem impactar positiva ou negativamente a MAF, na medida em que colocam

os indivíduos em situações propícias à recaída ou desistência. Isso pode

prejudicar o estabelecimento de metas de longo prazo, impactando

negativamente na motivação e interferindo nos determinantes de autoeficácia

(NIGG et al., 2008). Portanto, a teoria supõe que o ambiente e o estresse

tenham um impacto negativo na definição de metas, automotivação,

autoeficácia e MAF.

Por fim, o desenvolvimento destas estruturas teóricas pode proporcionar

uma série de correlatos e/ou preditores de MAF. Acredita-se que estratégias

cognitivas, comportamentais, ambientais e motivacionais interferem na

mudança de comportamento e, consequentemente, na MAF. Os

construtos/domínios existentes na TSC, na TCP, no MTT e na TAD

demonstraram uma discriminação de perfis de intenção-comportamento, mas a

associação de outras variáveis como o ambiente e o estresse provavelmente

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melhorarão nossa compreensão dos comportamentos voltados à MAF. Por

estas abordagens e necessidade, vê-se como essencial a utilização de uma

teoria que contemple estes preditores de manutenção comportamental, sendo

esse o papel da TMAF (NIGG et al., 2008).

As duas teorias mais utilizadas para explicar o comportamento na AF

são a TCP e a TSC e, geralmente, buscam explicar uma gama de

comportamentos e não a MAF, diferentemente da TMAF que foi

especificamente desenvolvida para tentar explicar tal comportamento. No

estudo de Jekauc et al. (2015), examinou-se se a TMAF tinha uma explicação

mais fidedigna sobre a MAF que a TCP e a TSC, mas não conseguiu provar

que a TMAF poderia prever a participação na AF, sugerindo que estudos

futuros devem focar mais sobre as variáveis externas que impedem a MAF. A

autoeficácia, o controle comportamental percebido e o suporte social

demonstraram diferenças entre os praticantes regulares e os intermitentes,

enquanto os objetivos e as intenções não foram preditores significativos. A

literatura sobre os preditores de MAF tem várias limitações, como: boa parte

dos estudos não tem base teórica e analisa os preditores separadamente;

poucos utilizam mais de dois momentos de medição; a maioria utiliza

autorrelato.

Com as limitações do estudo de Jekauc et al. (2015) relacionadas ao

tamanho da amostra, corte transversal e amostra seletiva, os autores sugerem

novos estudos para testar a TMAF, inclusive com faixas etárias mais

diversificadas e outros ambientes.

Portanto, o presente estudo utilizará a TMAF como teoria de

embasamento a fim de que se possam verificar e compreender os fatores que

interferem na manutenção de AF em uma academia de ginástica.

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3. MÉTODOS

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa tem uma abordagem qualitativa, pois busca compreender o

fenômeno MAF por meio da coleta de dados narrativos, estudando as

experiências individuais e suas particularidades.Esse estudo de campo se

caracteriza como de corte transversal, por meio de uma entrevista

semiestruturada (THOMAS; NELSON, 2002). Esta pesquisa é de caráter

descritivo, pois os conteúdos foram registrados, analisados e interpretados

visando identificar os fatores que contribuem para a ocorrência do fenômeno ou

variáveis que afetam o processo de MAF, buscando explicar o porquê de tal

comportamento (LAKATOS; MARCONI, 2001).

3.2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A amostra não probabilística e intencional foi composta por 17 indivíduos

com idades entre 23 a 35 anos, fisicamente ativos que praticavam AF há mais

de três meses e que não possuam doenças crônicas e/ou mentais, pelo

simples fato de garantir a fiabilidade das respostas das entrevistas. Em relação

à escolha da faixa etária mínima, preconizamos estudos com adultos por serem

responsáveis por seus atos, decisões, objetivos e metas, além de uma provável

explicação melhor sobre seu corpo e saúde. A delimitação em 35 anos deu-se,

pois é sabido que por volta desta idade, o corpo humano começa a sofrer

transformações e alterações fisiológicas de acordo com o que preconizam a

Organização Mundial de Saúde (LENDZION et al., 2002), o que torna ainda

mais pertinente a escolha da faixa etária da amostra.

Os alunos selecionados praticavam AF em uma academia de ginástica,

na cidade de Taubaté, na região do Vale do Paraíba, estado de São Paulo. Os

acessos dos indivíduos à academia ocorreram por meio do ponto digital (leitura

biométrica) verificados e organizados através do sistema integrado EVO,

durante o período analisado.Mais detalhes da caracterização da amostra são

apresentados nos resultados e no apêndice E.

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Ainda é relevante considerar que são considerados indivíduos

fisicamente ativos aqueles que se encontram dentro dos parâmetros

recomendados pelas guidelines do ACSM (2013) e WHO (2010).

Alunos que realizaram atividades físicas em uma academia de ginástica,

a mesma em que o pesquisador ministrava aulas, assim como alguns

entrevistados eram alunos do pesquisador

3.3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Os critérios estabelecidos para a seleção dos participantes foram:

- Ser fisicamente ativo na academia a mais de três meses, em qualquer

modalidade;

- Possuir entre 18 e 35 anos;

- Praticar pelo menos 150 minutos semanais de AF.

3.4. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Os critérios estabelecidos para exclusão dos participantes foram:

- Ter interrompido a atividade física por mais de duas semanas dentro

dos últimos três meses, conforme análise do controle de acesso informatizado;

- Pessoas que não tenham pelo menos 10 acessos mensais com o

mínimo de 60 minutos de atividade cada;

- Ter menos de 30 acessos em diferentes dias, segundo o controle de

catraca, entre os períodos de 01/01/2018 e 31/03/2018;

- Pessoas que tenham sofrido alguma lesão ou acidente que o(a) tenha

afastado das atividades da academia por mais de um mês, no período do

estudo;

- Alunos que treinam com personal trainer.

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4. PROCEDIMENTOS

4.1. NATUREZA DAS INFORMAÇÕES E INSTRUMENTOS DE COLETA

As informações foram obtidas por meio de entrevista semiestruturada

individual, elaborada com base na TMAF.

Os dados (respostas) fornecidos pelos participantes foram armazenados

utilizando-se um gravador de voz (existente em um smartphone da marca

Samsung, modelo Galaxy SII Lite); transferidas para um computador e

transcritas na íntegra, para facilitar a análise e o acesso às respostas

completas, sendo analisadas segundo a técnica de Análise de Conteúdo de

Bardin (2011).

4.1.1. Entrevista

A entrevista é a principal técnica de recolha de dados no âmbito do

estudo da MAF a longo prazo (PECORELLA; ARAÚJO; MADEIRA, 2012). O

método de entrevista tem por característica uma busca pela apreensão de

significados nos relatos dos sujeitos, interligada ao contexto em que se inserem

e margeada pela abordagem teórica (conceitual) do pesquisador, explicitando,

na redação, uma sistematização baseada na qualidade (ALVES; SILVA, 1992).

O roteiro de entrevista elaborado foi baseado nos determinantes e

dimensões da TMAF, com variáveis que podem esclarecer as estratégias mais

utilizadas durante todo o processo da mudança do comportamento para a

saúde, principalmente no que diz respeito à MAF. Para que fosse construído o

roteiro, o autor da teoria foi contatado e solicitado sobre as formas de aplicação

e avaliação das dimensões, o qual retornou com envio do instrumento original

que criou com base na própria teoria. O instrumento seguiu o processo de

adaptação transcultural, segundo Borsa, Damásio e Bandeira (2012), que

ressaltam a avaliação conceitual dos itens pela população-alvo e a discussão

com o autor do instrumento original em relação aos ajustes e modificações

propostas na nova versão do instrumento para o país estrangeiro. Todas as

etapas apresentadas foram cumpridas, assim como o ajuste e aprovação do

autor da teoria: (1) tradução do instrumento do idioma de origem para o idioma-

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alvo; (2) síntese das versões traduzidas; (3) avaliação da síntese pelos

pesquisadores; (4) avaliação do instrumento pelo público-alvo; (5) tradução

reversa; (6) estudo-piloto

O estudo-piloto se deu pela aplicação prévia do instrumento em uma

pequena amostra com as características da amostra/população-alvo, ou seja,

público de academias (GUDMUNDSSON, 2009). As avaliações e correções

foram realizadas com base na regionalidade, dificuldade de entendimento e

qualidade das respostas, para evitar discrepâncias semânticas, idiomáticas,

conceituais, linguísticas e contextuais, objetivando a formulação de uma

entrevista fidedigna ao instrumento original e, consequentemente, à teoria.

A entrevista foi realizada com questões abertas sobre a caracterização

da atividade física e cinco dimensões da TMAF. Cada uma das dimensões

abordou fatores e determinantes como informações adicionais sobre atividade

física, estabelecimento de metas e objetivos pessoais, motivação pessoal,

autoeficácia, fatores ambientais (ambiente físico e social) para a prática e

estresse.

No que diz respeito ao tratamento dos dados, cada entrevista foi

transcrita na íntegra, com análise de conteúdo segundo Bardin (2011).

4.2. PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS

A coleta foi realizada individualmente, nas dependências da academia,

com prévio esclarecimento e autorização dos proprietários (responsáveis pela

academia), após explicação dos objetivos da pesquisa. A participação dos

alunos foi de maneira espontânea e por vontade própria, por meio de uma

entrevista semiestruturada (diretiva e aberta) e gravada, em que se procurou

seguir os princípios éticos de respeito à autonomia, confidencialidade e

anonimato das pessoas, segundo a Resolução n° 466/12 do Conselho Nacional

de Saúde. Com isso, se preservaram as identidades e informações de todos os

participantes, sendo utilizados apenas os dados, sem referência qualquer ao

nome ou outra identificação do entrevistado.

A escolha da academia foi por conveniência (pesquisador atuante na

academia) e por possuir o sistema de acesso integrado à catraca, para

definição da amostra e atendendo aos critérios de exclusão.

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Os 28 participantes que apresentavam o perfil anteriormente indicado

foram convidados a participar no estudo. Os 17 que aceitaram participar foram

agendados para realizarem as entrevistas no melhor horário para cada um,

para que não interferissem negativamente suas rotinas.

Precedendo a entrevista, foi solicitado o preenchimento de uma ficha

inicial com os dados de identificação do participante (nome, endereço, telefone,

idade, estado civil, profissão, grau de escolaridade, classificação da saúde,

descendência étnica e renda mensal familiar) e assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para obtermos a permissão do

mesmo para utilização dos dados coletados. Logo após, foi explicado o

procedimento e a gravação da entrevista foi feita, com duração entre 10 e 23

minutos. Dependendo da pergunta ou se a resposta fosse curta (sim ou não,

por exemplo), o pesquisador estimulava o entrevistado a explicar ou justificar

sua resposta, buscando extrair o máximo de informações do entrevistado.

Após coleta das entrevistas e transcrição do conteúdo, foram analisados

os resultados conforme os princípios norteadores de estudos descritivo-

explorativos comumente requeridos na literatura especializada, como um

método empírico (BARDIN, 2011).

4.2.1 Análise de conteúdo das entrevistas

Em entrevistas, as variáveis são de natureza qualitativa, pois

representam características não susceptíveis de serem mensuradas, mas sim

classificadas em categorias (PESTANA, 2005).

Os dados qualitativos foram submetidos a uma metodologia denominada

análise de conteúdo com a criação de categorias (BARDIN, 2011), seguindo o

contexto e as dimensões da Teoria de Manutenção da Atividade Física:

“Após a transcricão dos depoimentos dos participantes,

foram relidos detalhadamente para identificação das

partes das falas da entrevista que continham sentido e

associacão com as categorias investigadas ou que eram

relacionadas à outra categoria emergente... a

organizacão das informacões facilita as análises iniciais,

permite melhor visualizacão dos dados qualitativos e o

aprofundamento da pesquisa”.

(Andrade, 2001, p. 126)

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com a utilização do controle de catraca e sistema informatizado, 28

participantes atenderam aos critérios de inclusão do estudo, mas somente 17

destes aceitaram participar da pesquisa (14 mulheres e três homens),

constituindo uma amostra com idades entre 23 e 35 anos, com média de 28,9

anos (DP±4,3). Entre as formas de treino praticadas, tem-se que 47,06%

fazem somente treinos individuais (n = 8), 35,29% fazem aulas coletivas

conjuntamente com treinos individuais (n = 6) e 17,65% fazem somente aulas

coletivas (n = 3). O tipo de AF também é um fator determinante no

entendimento da MAF, pois atividades individuais ou em grupo podem

influenciar de diferentes maneiras os interesses dos indivíduos, demonstrando

ou não maior interesse por uma ou outra. Segundo Carvalho (2013), a

afinidade com a modalidade escolhida ou influências de amigos podem estar

diretamente relacionados com a escolha da modalidade e a regularidade de

prática na mesma.

A média de frequência dos entrevistados nos três meses do estudo foi

de 47,6 vezes, variando de 30 a 71 acessos, ou seja, com uma média mensal

de 15,9 acessos. Para Garay, Sperandei e Palma (2014), indivíduos com uma

frequência média mensal igual ou superior a oito apresentaram mais de 50%

de probabilidade de se tornarem regulares, e a partir de uma frequência mensal

de 15 vezes não houve diferenças, independentemente da faixa etária

analisada. A média de minutos semanais de atividade física foi de 353,

superando as recomendações da Organização Mundial de Saúde (2017) e do

Colégio Americano de Medicina Esportiva (2013).

Entre as modalidades mais praticadas, tivemos: Musculação (n = 14),

Spinning (n = 6), Power Jump (n = 5), Body Pump (n = 4) e Natação (n = 4),

dentre outras modalidades com menos de duas pessoas praticantes, conforme

mostra a TABELA 2.O tempo de manutenção (permanência) nesta mesma

academia variou de quatro meses a quatro anos. Alguns estudos (BOSSI;

STOEBERL; LIBERALI, 2008; CASTRO et al., 2010) preconizam manutenção

como período de prática acima de seis meses porém, o presente estudo seguiu

as diretrizes da TMAF, em que se considera manutenção acima dos três meses

ininterruptos (NIGG et al., 2008). Segundo Carvalho (2013), o tempo de prática

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Sujeito Sexo Idade

Número de acessos

(01/01/2018 a

31/03/2018)

Minutos por

semana

Manutenção nesta

mesma academiaModalidades/aulas praticadas frequentemente

S1 Feminino 23 anos 30 450 minutos 4 meses Spinning , Body Balance , Gap, Body Pump

S2 Feminino 33 anos 32 300 minutos 3 anos Power Jump , Step , Fitdance , Gap e CxWorx

S3 Feminino 31 anos 38 600 minutos 2 anos Spinning, Musculação e Body Pump

S4 Feminino 23 anos 66 300 minutos 1 ano Musculação e Power Jump

S5 Feminino 32 anos 46 480 minutos 2 anos e 6 meses Musculação, Power Jump e Spinning

S6 Feminino 30 anos 30 250 minutos 3 anos Power Jump , Body Pump , Spinning e Body Balance

S7 Feminino 24 anos 40 250 minutos 10 meses Musculação e Natação

S8 Feminino 34 anos 63 270 minutos 4 anos Musculação e Natação

S9 Feminino 26 anos 34 270 minutos 7 meses Musculação e Natação

S10 Masculino 31 anos 34 240 minutos 6 meses Musculação

S11 Feminino 26 anos 60 450 minutos 11 meses Musculação, Spinning e Body Pump

S12 Masculino 33 anos 70 480 minutos 4 anos (2ª vez) Musculação e Natação

S13 Masculino 24 anos 43 360 minutos 8 meses Musculação e Natação

S14 Feminino 32 anos 67 400 minutos 1 ano e 6 meses Musculação, Spinning e Zumba

S15 Feminino 35 anos 71 450 minutos 3 anos Step , Power Jump , Musculação e Corrida

S16 Feminino 31 anos 55 300 minutos 1 ano Musculação

S17 Feminino 23 anos 31 150 minutos 2 anos Musculação

é consequência de diversos fatores, inclusive do prazer proporcionado pela

prática de AF, podendo ser um forte indicador de compreensão de como se dá

a MAF a longo prazo.

TABELA 1 - CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DO ESTUDO.

FONTE: Autoria Própria.

Os alunos mais frequentes são os que fazem treinos individuais, como

musculação e/ou natação, ou associam com aula coletiva, principalmente

ginástica. Com relação ao tempo de prática em modalidade individuais e

coletivas, temos praticantes de musculação e natação com seis meses até

quatro anos de prática, assim como em aulas coletivas temos praticantes com

quatro meses até três anos de prática. As pessoas com maiores tempos de

prática na semana foram aquelas que praticam tanto atividades individuais

quanto coletivas. Dentre as pessoas com maior acesso à academia, temos

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Categorias e Dimensões

I- Objetivos, Compromissos, Realizações e Satisfação

II- Motivação Pessoal

III- Autoeficácia

IV- Ambiente para a atividade física

V- Estresse

tanto pessoas que realizam ambas modalidades (individuais e coletivas), como

o S15, quanto os que praticam somente individuais, como o S12.

As informações complementares encontram-se no apêndice E, como:

estado civil, profissão, grau de escolaridade, classificação da saúde,

descendência, renda familiar mensal e frequência semanal.

5.1 CATEGORIAS E ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

As categorias foram elaboradas segundo a análise de conteúdo de

pesquisas qualitativas e conforme as dimensões propostas pela Teoria de

Manutenção da Atividade Física de Nigg et al. (2008), descritas no QUADRO 1

a seguir:

TABELA 2 - CATEGORIAS E DIMENSÕES DO ESTUDO

FONTE: Tross (2018)

5.1.1. Categoria e Dimensão I: Objetivos, Compromissos, Realizações e

Satisfação

A definição de metas, na TMAF, é focada nas tarefas e objetivos

pessoais, relacionando-se com o comportamento por meio da satisfação,

realização e compromisso com esses objetivos.Apenas para fins didáticos e

discussão, esta categoria foi dividida em subcategorias: Objetivos e

estabelecimento de metas; Compromisso com os objetivos e metas; e

Realização e satisfação com os objetivos e metas.

5.1.1.1 Objetivos e estabelecimento de metas

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Dentre os principais objetivos relatados pelos sujeitos, a saúde foi o

termo com maior incidência (58,82%, n=10), sendo o mesmo resultado

encontrado nos estudos de Rojas (2003), que identificou manutenção um

pouco maior entre as pessoas que tinham como principal objetivo a saúde

(35,5%), valor pouco acima do encontrado para quem tem objetivos estéticos

(33,3%). O estudo de Balbinotti e Capozzoli (2008) demonstrou a dimensão

Saúde como o principal motivo para os praticantes se manterem na AF quando

controlada a variável sexo e grupo de idades.Manzano e Molina (2012) citam

que o principal motivo de manutenção na prática de atividade física, em seus

estudos, é a saúde (85.8%). Rodrigues (2012), quando relacionou o nível de

motivação para atingir alguns objetivos relacionados à AF ao fator sexo,

demonstrou que os homens eram mais motivados para a Saúde (82%) e

Prazer (67%). Já nas mulheres prevaleceu a dimensão Prazer (84%) das

repostas em muitíssima motivada, seguidas de Saúde e Estética, ambas com

79%.

O segundo objetivo mais mencionado nas entrevistas (41,18%, n=7) foi

relacionado ao emagrecimento (S2, S4, S5, S7, S9, S11 e S15). A busca pelo

fortalecimento muscular (S3), aumento de massa muscular/hipertrofia (S7, S9,

S12 e S14) e corpo forte (S8) corresponde aos objetivos relacionados

diretamente a musculatura corpórea, culminando na terceira maior incidência

de relatos (35,29%, n=6).

Com relação aos objetivos secundários, tem-se a estética com 23,53%

dos relados (n=4, S10, S13, S16 e S17), o condicionamento físico com 17,65%

(n=3, S4, S6 e S9), o aumento de massa magra/hipertrofia com 11,76% (n=2,

S13 e S15), além da qualidade de vida (S16)e saúde (S5), com 5,88% cada.

Se adotarmos como respostas complementares os objetivos principais e

secundários, temos a Estética com 17 relatos, culminando no principal motivo

para os alunos se manterem regulares na academia, superando o fator Saúde

(11 relatos), que é uma percepção subjetiva.Com relação à preocupação com a

aparência e fatores estéticos, temos alunos que querem emagrecer e/ou

hipertrofiar, o que não se pode afirmar que são necessariamente por motivos

estéticos, podendo ser apenas por motivo de saúde ou aconselhamento

médico. Estes achados corroboram com os estudos de Morales (2002), em que

a estética é o motivo que mais leva os clientes para as academias, seguido da

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manutenção da saúde e o gosto pelo exercício, afirmando que a manutenção

está diretamente relacionada à realização dos objetivos e satisfação com os

resultados obtidos. Baldo (2015) concluiu que as pessoas mais jovens buscam

fatores estéticos (aparência) e alguns estudos apontam que este objetivo se

sobrepõe à busca pela saúde ou qualidade de vida em academias de ginástica

(TAHARA; SCHWARTZ; SILVA, 2003; ARAÚJO et al., 2007; ZANETTI et al.,

2007).

Com relação à idade, Frainer (2017) aponta que adultos jovens (26 a 35

anos), por serem motivados pelo alívio de estresse e estética (perder peso, ter

uma melhor aparência), apresentam-se extrinsecamente motivados, o que

pode ser comparada a faixa etária do presente estudo.

5.1.1.2. Compromisso com os objetivos e metas

Foi relatado que 14 pessoas (82,35%) se consideram comprometidas e

aplicadas para manter a prática de atividade física visando seus objetivos.

Outros dois sujeitos (11,76%) não se consideram tão comprometidos e

aplicados atualmente por estarem enjoados (S6) ou por preguiça (S10).

Apenas o S2 (5,88%) não se considera nada comprometido e aplicado para

manter sua prática na academia quando se trata de atingir os objetivos

propostos.

14 pessoas (82,35%) manteriam seus programas, mesmo percebendo

que seus objetivos ainda não tivessem sido atingidos e três pessoas (17,65%;

S5, S10 e S15) mudariam de estratégia para que o objetivo fosse atingido.

Esses resultados destacam que a motivação autônoma (intrínseca) associado

à comportamentos direcionados aos objetivos pessoais tem implicações

importantes pela capacidade de sobrepor os fatores que desafiam os objetivos

de longo prazo (MIQUELON; KNAUPER; VALLERAND, 2012). Deuster e

Silverman (2013) apontam que a AF confere resiliência, pois induzem

resultados fisiológicos positivos, benefícios psicológicos, protege contra as

consequências potenciais de eventos estressantes, e previne muitas doenças

crônicas.

5.1.1.3. Realização e satisfação com os objetivos e metas

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Com relação à realização dos objetivos dos sujeitos, percebe-se que 15

participantes (88,23%) relataram que seus objetivos já foram alcançados ou

estão sendo, mesmo que aos poucos. Dos 17 sujeitos, nove(52,94%) relatam

que objetivos são os mesmos desde o início da prática. Apenas o S1 adiciona:

“... Futuramente eu procuro outras coisas como ganhar massa muscular...”.

Os outros oito sujeitos (47,06%) relataram que seus objetivos mudaram

ao longo do tempo, sendo que quatro iniciaram buscando emagrecimento (S2,

S4, S5 e S9) e atualmente buscam, respectivamente, objetivos como saúde

(S2), condicionamento físico e diminuir percentual de gordura (S4) e ganhar

massa muscular (S9). Há pessoas que iniciam com o objetivo de hipertrofia e

mudam para manutenção de peso e condicionamento físico (S6); de saúde

passa a querer competir triátlon (S7); ou de estética para saúde mental e física,

além do alívio de estresse (S17).

Bossi, Stoeberl e Liberali (2008) encontraram resultados evidenciando

que indivíduos jovens praticantes de musculação buscam, ao iniciarem,

benefícios estéticos (62%) e permanecem por incorporar a prática como um

hábito saudável, observando uma melhora geral na saúde com um estilo de

vida mais prazeroso, reduzindo o nível de estresse e colaborando para o bem-

estar físico e social. Com isso, vê-se que a melhora na qualidade de vida e na

saúde foi o principal fator (30%) para manutenção no setor da musculação,

seguido pela hipertrofia (26%) e emagrecimento (12%).

Já Baldo (2015) relatou que a busca por satisfação é o interesse

principal entre os frequentadores de academias de ginástica. No que cerne a

realização e satisfação com os objetivos e metas, apenas como aporte teórico,

a teoria dos objetivos de realização (NICHOLLS, 1984; 1989) busca identificar

a percepção de sucesso de um indivíduo ao realizar algo em um determinado

contexto (motivação para a realização), tendo dois conceitos principais:

orientação para “Tarefa” e orientação para o “Ego”. As pessoas orientadas para

a tarefa se esforçam mais, buscam tarefas desafiadoras, creem no seu esforço,

persistem mais, são otimistas e buscam a satisfação pessoal (WINTERSTEIN,

2002). É essencial que as pessoas sejam mais orientadas para a tarefa, pois

produz consequências positivas como um nível ótimo de motivação

(ROBERTS, 2001).

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5.1.2. Categoria e Dimensão II: Motivação Pessoal

Dentre os 17 alunos entrevistados, 15 se consideram motivados para

praticar atividade física na academia, em relatos como:

“... Porque eu sou muito determinada...” (S1);

“... Além do fato da motivação intrínseca, os professores são comprometidos e

ajudam na motivação...” (S4);

“... O fato de eu não faltar, já mostra uma motivação...” (S8);

“... minha frequência já prova isso...” (S13);

“... Eu me considero motivada, por exemplo, porque mesmo quando não

consigo vir pelo horário, já está tarde, eu pratico em casa. Faço uns

agachamentos e uns abdominais, mas considerando na academia eu também

me considero disciplinada” (S17).

Dois sujeitos não se consideram motivados, relatando:

“... já fui mais motivada, hoje em dia eu me sinto mais cansada, venho meio

empurrada... o que me motiva a sair da minha casa e vir é quejá virou uma

rotina, como se fosse um curso intensivo que estou fazendo... um curso que

estou pagando e tem que fazer” (S6);

“... tem dia que eu não estou afim, não vejo motivação, mas eu venho mesmo

assim” (S2).

Silva et al. (2011) exaltaram a importância do mecanismo da

autorregulação motivacional como preditor da manutenção do comportamento

para a AF, sendo essencial no sucesso dos objetivos e prática a longo prazo.

Já Pecorella, Araújo e Madeira (2012) concluíram que para uma motivação

autodeterminada, a combinação de quantidade e qualidade de motivação como

preditores da AF são imprescindíveis.

Com relação ao envolvimento em tarefas difíceis ou desafios em suas

vidas pessoais e/ou profissionais, vemos que 12 pessoas (70,59%) relataram

que sim, declarando que gostam/adoram se envolver (S11), sempre almeja

crescimento e buscam desenvolvimento (S8), para mostrar suas capacidades e

ter satisfação pessoal (S2), por exemplo. Como outros exemplos, temos:

“... Adoro desafio. Gosto de algo que eu tenha que buscar pra desenvolver...”

(S2);

“... Eu gosto de desafio, eu gosto de correr atrás, melhorar...” (S13);

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Alguns alunos (29,41%, n=5) foram relutantes com relação ao

envolvimento em tarefas difíceis ou desafios em suas vidas pessoais e

profissionais, em declarações como:

“... ás vezes, sim. Não diariamente” (S1);

“... acho que sim. Assim, não muito difíceis (risos)...mas eu sou assim, não

gosto muito de desafios, muito diferentes não...” (S5);

“Depende. Quando eu tenho um objetivo, eu sou bem disciplinada” (S6);

“Depende do ponto de vista. Acho que não, tem gente que acha que sim...”

(S7);

“... eu sou bem resistente à mudança... Gosto de rotina... não gosto de

mudança” (S15).

Nicholls (1989) já mencionava que o envolvimento em uma determinada

atividade e dado momento não é só uma função da tendência disposicional

(pessoal), mas também das características do contexto de realização

(situacional). Segundo alguns autores (DUDA, 2001; DUDA; BALAGUER,

2007), existem dois grandes construtos incorporados no modelo: percepção

dos objetivos situacionais (percepção do clima motivacional) e orientação dos

objetivos disposicionais (orientação motivacional). No geral, as perspectivas

disposicionais sobre a realização, associadas às influências dos agentes

sociais, podem determinam um significado pessoal da realização, além do

padrão cognitivo, afetivo e comportamental que o sujeito exibe num

determinado momento (NTOUMANIS; BIDDLE, 1999a).

Dos 17 alunos entrevistados, 14 (94,11%) procuram terminar/concluir

suas tarefas ou desafios, se envolvendo totalmente, como exemplo:

“... Um exemplo é meu trabalho... sempre tem problemas e a gente vai até o

final, até concluir” (S3);

“... sou uma pessoa que eu não deixo as coisas pela metade, se eu comecei

uma coisa eu vou até o fim” (S5);

“... eu não gosto de nunca parar uma coisa na metade” (S10).

Dos três alunos que tiveram opiniões divergentes, temos dois que já

desistiram e um indeciso:

“...eu já desisti de algumas coisas... Mas, no geral, eu persisto. Na vida

profissional eu fujo muito de situações muito difíceis e estressantes...Eu não

me acomodo, mas, também, fujo de situações que eu vejo que está mais me

estressando do que causando satisfação”(S8);

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“... dependendo do grau de dificuldade... quando as coisas são fáceis e

rápidas, ou por mais que sejam difíceis, mas rápidas, acabo que eu faço...

Agora, uma coisa muito elaborada que demanda muito tempo, muito esforço,

eu tendo a ficar com preguiça e... vou adiando... mas eu termino”(S9);

“Depende”(S15).

Os estudos recentes chamam a atenção para a percepção das barreiras

podem afetar a motivação e o estabelecimento de metas (HURLEY et al., 2018;

KNITTLE et al., 2018).

Os sujeitos S8, S14 e S15 tendem a desistir dos objetivos, desafios ou

tarefas a que se propuseram, relatando:

“se estiver mais me estressando mais do que me auxiliando, eu paro... se

aquilo tiver causando mais sofrimento, eu paro”(S8);

“... procuro outra coisa, outro objetivo. Se uma coisa não deu certo, eu

mudo”(S14);

“Acho que eu desisto. Não sou muito insistente não”(S15).

Para o S9, uma indecisão mostra-se presente:

“É bem meio a meio. Algumas coisas a gente quer desistir, mas no modo geral

acho que eu persisto mais”.

Com relação ao estado de humor relacionado à prática regular de AF,

100% das pessoas entrevistadas consideram que o humor melhora, sendo

afetado positivamente. Entre alguns relatos para exemplificar esta unanimidade

temos:

“... eu me sinto menos mal humorada quando eu faço atividade física. O humor

muda. Melhora muito”(S2);

“... Me deixa mais feliz, mais disposta de um modo geral. Eu era mais irritada,

agora estou um pouco mais tranquila. Não está 100% melhor, mas melhorou

muito com a atividade física...”(S9);

“... Me deixa muito melhor. Me dá mais disposição, me deixa mais feliz, muda.

O dia que eu não venho, como Sábado e Domingo, eu percebo que falta

alguma coisa. Eu fico mais irritada” (S15);

“... Melhora. Afeta pro lado bom. Assim, um exemplo, às vezes eu chego com o

estresse do dia a dia, eu chego na academia, você relaxa, acabo esquecendo

de alguns problemas...”(S16).

O humor é uma variável presente em grande parte dos estudos do

comportamento humano relacionados com a prática de AF, normalmente com

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uma correlação positiva, ou seja, os indivíduos atribuem melhoras no estado de

humor quando realizam alguma AF (CARVALHO, 2013).

Com relação à atividade física interferir no tempo com cônjuge, família

e/ou amigos, 14 pessoas (82,35%) disseram não afetar, porém, o S9 relatou:

“... se eu estivesse trabalhando, possivelmente afetaria, o tempo que eu teria

pra ficar em casa com ele eu viria pra academia. Eu viria, mas talvez não com

tanta frequência como venho hoje”.

Já os que consideram que interfere de alguma maneira, temos:

“Interfere bastante. É porque o meu tempo é bem escasso, então eu tenho que

deixar um pouco de lado a família pra vir na academia, pois eu não consigo

conciliar os dois devido ao meu horário” (S14);

“Hoje, por causa da minha rotina, às vezes, sim. Por que, ás vezes, eu preciso

tirar um tempinho que eu podia estar na minha casa pra vir rapidinho na

academia...” (S16);

“... o tempo que eu teria pra ficar com minha mãe e meu pai... eu uso uma hora

para estar na academia... interfere bastante no tempo. Com o cônjuge acho

que afetaria mais sim...” (S17).

Sobre o desconforto ao realizar alguma AF, apenas o S2 relatou algum

desconforto, dependendo do exercício:

“... Tem exercício que pega muito minha lombar, é uma coisa que eu já não

consigo, parte física mesmo”.

O S15 apenas comentou:

“... eu faço o que eu gosto... quando eu percebo que não está me deixando

satisfeita, feliz, eu prefiro não fazer do que ficar lá e me sentir desconfortável”.

Todos os outros entrevistados (n=15) relataram que não sentem nenhum

desconforto com a prática de AF.

Com relação ao desconforto por usar roupas de ginástica ou de

academia, apenas o S1 relatou algum desconforto por motivo de vergonha. O

S9 relatou que “... Depende da roupa... O que eu uso normalmente não” e o

S15 comentou que fora da academia sim, mas “...aqui na academia não, de

jeito nenhum”. Para o S17, as atitudes de alguns alunos a causam desconforto:

“... Não são todos que te deixam desconfortável, mas alguns deixam. Inclusive

já tive um desconforto bem grande aqui na academia, com um aluno...”.

Todos os outros entrevistados (n = 13) relataram não se sentirem

desconfortáveis ao usar roupas de ginástica/academia, diferentemente dos

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relatos em outro estudo, principalmente com mulheres acima do peso (CURI;

JUNIOR, 2012).

Com relação às barreiras para praticar AF, não há evidência sobre algo

que impeça estes alunos a realizarem. Alguns relatos evidenciam motivos que

atrapalham ou podem atrapalhar a prática da AF, como: o trabalho ou a falta de

tempo em decorrência do trabalho (S4, S5, S13, S16), lesões ou problemas de

saúde (S6, S11 e S12), falta de tempo apenas (S9), questões financeiras (S1),

distância da academia (S15) e treinar sozinho (S14). Outras pessoas (n = 5)

relataram que nenhuma barreira atrapalha ou impede a prática de AF. Algumas

barreiras para praticar AF foram relatadas em outros estudos, como falta de

tempo (MORALES, 2002; ROJAS, 2003; TAHARA; SCHWARTZ; SILVA, 2003;

MANZANO; MOLINA, 2012; CARVALHO, 2013), instalações e equipamentos

ruins (ROJAS, 2003; MANZANO; MOLINA, 2012), dentre outros. Pode-se dizer

que estes alunos conseguem gerir os afazeres do dia a dia para realizarem AF,

moldando-se às alterações que a vida proporciona (PECORELLA; ARAÚJO;

MADEIRA, 2012).

5.1.3. Categoria e Dimensão III: Autoeficácia

A autoeficácia é considerada um dos determinantes mais consistentes

de comportamentos relacionados à saúde (incluindo a AF), consistindo na

crença das próprias capacidades que cada indivíduo tem para realizar com

sucesso uma determinada ação (MCAULEY et al., 2011). Assim, o grau de

confiança do aluno é de suma importância para garantir a manutenção da

prática de AF a longo prazo.

Mais da metade dos entrevistados (58,82%, n=10) disseram que vão à

academia em qualquer condição climática, demonstrando disposição em

manter seus programas de AF na academia quando está chovendo e/ou está

fazendo muito frio. Alguns (S6, S7, S9, S13 e S15, n=5) relataram que frio afeta

a disposição, citando frases como:

“... O frio desanima um pouco, mas não é uma coisa que me impeça assim”

(S6);

“Frio é mais difícil, mas eu to conseguindo vir, pelo menos até agora. Frio dá

aquela preguiça eterna, mas de dez vezes eu venho oito” (S7);

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“... frio pra mim é difícil. É bem difícil...” (S15).

Dois entrevistados ainda relataram que chuva interfere, mas não na

disposição, e sim no forma de deslocamento até a academia:

“... se estiver chovendo, eu virei quando não estiver chovendo, ou então eu

venho de carro...” (S9)

“... Eu sou disposto...mas a chuva afeta um pouco na questão da moto, mas eu

venho mesmo assim” (S13).

Estas duas condições (chuva e frio), conforme salienta Gobbi et al.

(2008), são fatores que interferem negativamente a disposição de três alunos:

“Não (risos). Eu não venho na academia. Esse é um dos motivos que eu não

venho: frio e chuva” (S2);

“Não. Eu venho... Se chover e fizer frio uma semana inteira, eu vou vir umas

duas vezes na semana” (S9);

“Não tanto... Na minha concepção não deveria interferir em nada, mas

interfere... eu e minha esposa, ela é mais preguiçosa que eu...” (S10).

Dos 17 entrevistados, 14 (82,35%) costumam separar um tempo pra ir à

academia, independente dos afazeres da vida cotidiana ou situações adversas

que venham a surgir, de acordo com o relato de alguns:

“... eu paro tudo que estou fazendo e vou” (S4);

“... eu sempre tenho meu horário da academia. Meu horário da academia eu

costumo não furar, eu já marco o que tenho que marcar antes ou depois” (S6);

“... A academia é uma das prioridades” (S13).

A autoeficácia para a prática de AF, neste caso, pode ser definida como

a capacidade de se manter praticando mesmo diante de impedimentos que

possam surgir (BARROS; IAOCHITE, 2012).

Em contrapartida, temos exemplos de algumas situações ou

compromissos que podem interferir na prática da AF na academia:

“Daí eu não venho. Eu não consigo. Um exemplo do que me atrapalha a vir é o

trabalho e a família” (S1);

“Depende. Se eu tiver um compromisso e for um compromisso importante, eu

não venho como, por exemplo, se um médico ou algo importante do meu

pessoal que for interferir, eu deixo a academia pra ir fazer, mas se for coisa

boba, não” (S2);

“A noite, às vezes, eu não venho por ter outras coisas, correria. Mas de manhã,

sempre que eu posso, eu venho” (S10).

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A autoconfiança é um fator importante na pretensão de se manter ativo

por vários anos (TELLES et al., 2016). Mesmo com barreiras, a autoconfiança

reforça que a intenção de fazer AF pode sim influenciar o comportamento

efetivo em si (RHODES; PLOTNIKOFF; COURNEYA, 2008), preenchendo uma

lacuna científica (lacuna intenção-comportamento) vislumbrada por Carneiro e

Gomes (2016). Neste quesito, todos os entrevistados (100%) se consideram

confiantes para manter regularmente a atividade física por longos períodos,

como:

“Eu digo hoje que eu não quero parar de frequentar uma academia. Nunca

quero ficar sedentária, porque eu acho importante pra mim manter, e tudo que

eu conquistei até agora, sinto que meu corpo melhorou, minha disposição

melhorou. Então, eu pretendo não abandonar a academia mais, nem que seja

uma corrida, ou sempre praticar alguma coisa, nunca ficar parada” (S6);

“Porque eu coloquei como meta na minha vida, não só para minha parte física,

como para meu psicológico... é um dos lugares que eu consigo ficar. Um

ambiente fechado e me faz bem, meu bem-estar” (S11);

“... Eu me vejo fazendo isso a vida toda e eu acho que isso é pra sempre”

(S15).

Com relação à disposição imediata para retornar a prática de atividade

física após uma lesão, problema de saúde ou outro fator, 14 pessoas (82,35%)

disseram retornar logo depois de resolvido o problema ou dada a alta médica,

no caso de lesão, problemas de saúde ou problemas de trabalho. Porém,

outras três pessoas (17,65%) relataram:

“Não. Eu demoro. Se for uma limitação física, você meio que se acostuma com

o sedentarismo, fico acomodada. Eu até volto, mas demoro pra pegar o

ritmo...” (S9);

“... eu acho que não. No momento em que você para, te dá uma desanimada e

você não consegue. Se eu parar por três meses, eu vou pensar e esperar uns

cinco meses pra voltar” (S10);

“Vai ser difícil. Eu já passei por algumas cirurgias em que eu tive que parar e o

retorno é penoso... quando eu paro e depois de um tempo eu tenho que voltar,

é difícil...” (S15).

A autoeficácia é considerada um dos determinantes mais consistentes

de comportamentos da AF e consiste na crença das próprias capacidades para

realizar com sucesso uma determinada ação (MCAULEY et al., 2011). Sendo

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assim, o grau de confiança do praticante é de suma importância para garantir a

MAF a longo prazo (CRAIN et al., 2010), inclusive com medidas de autoeficácia

utilizada por Williams et al. (2008), o qual sustenta que prediz a manutenção da

mudança de comportamento.

5.1.4. Categoria e Dimensão IV: Ambiente para a atividade física

Para que haja a MAF, deve existir uma perspectiva ecológica e multi-

integrada reafirmando as interações entre as características dos indivíduos e

seus ambientes físico-socioculturais, moldando o próprio ambiente e sendo

moldados por eles (MCLEROY et al., 1988; BUCKWORTH; DISHMAN, 2002;

DUMITH, 2008; SALLIS; OWEN; FISHER, 2008). Sendo assim, ambientes

podem exercem influências que estimulam algumas pessoas ou desestimulam

outras (SALLIS; BAUMAN; PRATT, 1998), especialmente na MAF (NIGG et al.,

2008). Partindo do pressuposto, pode-se afirmar que a influência mútua e

recíproca do ambiente no comportamento é um fator a ser considerado como

relevante na MAF (PECORELLA; ARAÚJO; MADEIRA, 2012).

Diversos fatores são relatados para que os entrevistados se mantenham

praticando atividade física nesta academia. Com relação à atuação dos

funcionários da academia (simpatia, atendimento, receptividade e acolhimento,

profissionalismo e atenção), o S5 citou a recepcionista e os professores. Além

do S5, outros alunos (S2, S4, S11, S15, S16 e S17, n=6) relataram os

professores como fatores que influenciam na motivação e manutenção nesta

academia. Os alunos S3 e S5 relataram especificamente os professores de

ginástica e os da musculação; Já os alunos S7 e S13 relataram

especificamente o professor de natação. Com isso, tem-se pelo menos 11

(64,70 %) relatos demonstrando que os professores, independente do setor,

são um dos fatores de manutenção destes alunos nesta academia, conforme

os relatos a seguir:

“... os funcionários também, os professores, no geral, pois se não tiver um

professor que te motiva... Enfim, acho que professor, professor acho que é o

principal” (S2);

“Alguns professores... o profissionalismo, empatia, afinidade, são bem

acolhedores, bem bacana. Mas não são todos...o que eu mais gostava era do

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professor de Spinning e do Power Jump. A musculação também, ótimo

professor. Excelente, excelente, excelente...” (S5);

“... o professor da natação é excelente...” (S7).

A competência de um profissional é resultado do conhecimento e

domínio técnico/científico, além das virtudes comportamentais e atitudinais,

para que haja uma intervenção de qualidade (SABA, 2001; NASCIMENTO;

SORIANO; FÁVARO, 2007; PUENTE; ANSHEL, 2010).

Outro fator relatado foi o ambiente (n = 4) e o público/alunos (n = 5) que

frequentam a academia, fator considerado importante nos estudos de Bossi,

Stoeberl e Liberali (2008). Como exemplo, o S3 relata que gosta do ambiente e

sente-se em casa e o S4 que gosta do ambiente que todos que frequentam a

academia proporcionam.

O fator proximidade com a casa, trabalho ou parentes pode ser

observado como relevante na manutenção nesta academia por sete

entrevistados, corroborando com Liz e Andrade (2016). Para elucidar, temos:

“O fator principal é a proximidade da minha casa...” (S6);

“Proximidade do meu trabalho” (S8);

“A praticidade, porque é do lado da minha casa. Proximidade” (S14).

A questão da infraestrutura obteve somente quatro relatos positivos,

sendo que dois (S7 e S17) fizeram referências aos aparelhos de musculação,

um (S12) relatou uma boa piscina e um (S4) apenas relatou a estrutura. O

custo-benefício (planos/preços) foi apontado por dois alunos (S9 e S13), e os

demais itens obtiveram apenas um relato cada: aulas de ginástica (S1), hábito

(S6) e horário de funcionamento (S7).

Em relação aos fatores que as pessoas mais gostam nesta academia,

oito alunos relataram os professores, sendo que três não especificaram de qual

setor ou qual professor (S4, S11 e S16), três com relação ao professor de

natação (S7, S8 e S9) e dois especificaram os professores da ginástica (S2 e

S14). Em seus resultados, Martins (2008) considera que os principais

determinantes de manutenção na academia são o conhecimento e a

qualificação dos professores, além da relação professores-alunos. Segundo os

alunos, as principais características que consideram num professor são: ser

comunicativo, extrovertido, competente, com conhecimento e que corrija os

alunos sempre durante a AF. O estudo de Barros e Iaochite (2012) aponta para

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a importância do incentivo e da atuação dos professores como um dos

mediadores do comportamento dos alunos, sendo este um dos responsáveis

pela percepção de autoeficácia e motivação, pelo papel que exerce na

instrução, no incentivo à prática de AF e sua manutenção, além da percepção

de competência. Portanto, concluiu-se que o professor é um mediador

importante para a manutenção dos alunos nesta academia, corroborando com

Martins (2008).

Com relação aos setores e modalidades que a academia oferece, alguns

alunos os indicaram como fatores que mais gostam, como: aulas de ginástica

(S2, S3, S6, S9 e S14), aulas de natação (S8 e S12) e musculação (S3).

Alguns fatores relacionados com estes setores também foram citados, como a

estrutura (S1 e S16), aparelhos de musculação (S1), flexibilidade e horários

das aulas (S1 e S13). Os menos citados foram: acolhimento (S5), preço/planos

(S10 e S16), público/alunos (S15) e proximidade (S16). Segundo Heinrich et al.

(2017), os frequentadores de academias priorizaram a localização, qualidade,

variedade das modalidades e equipamentos especializados como as

características mais importantes para a MAF.

Sobre o que desagrada os alunos, temos: os aparelhos de musculação

(S4, S6, S9, S10, S11 e S14) e os professores deste setor (S2, S9 e S13,

sendo que este último comentou em nome de amigos), corroborando com

Rojas (2003) e Liz e Andrade (2016).

O setor aquático, o qual contempla a área da piscina, aulas e vestiário,

obteve o segundo maior o relato de insatisfação:

“... fato da piscina estar, ás vezes, suja. Não estar na temperatura correta...E a

questão da higiene do banheiro, do vestiário da piscina” (S8);

“... Não sei se é muito uso, mas é difícil manter organizado (vestiário da

piscina). Não sei se é má impressão pessoal mesmo, dá a impressão de que

não é limpo...” (S7).

Com os achados deste estudo, diversos são os determinantes de MAF,

inclusive é importante destacar que, levando em consideração a análise do

discurso dos entrevistados, professores destes ambientes precisam ser

presentes, atenciosos e competentes, utilizando de estratégias para motivar os

alunos e ainda fornecer o apoio necessário, para que haja mudanças no

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comportamento do indivíduo ao longo do tempo (LIZ et al., 2010; SILVA et al.,

2011; BROWN et al., 2017).

O fato de o relacionamento social ser um fator desagradável é relatado

por três alunos, os quais comentam:

“Algumas panelinhas de aluno (desagradável)... Isso acontece mais na

ginástica...” (S5);

“Tem uma ou outra pessoa que não nos damos bem, mas isso é coisa pessoal,

coisas com alunos” (S15);

“Acho que seria alguns homens, no caso... Seria o que eu menos gosto.

Poucas pessoas” (S17).

Humpel, Owen e Leslie (2002) identificaram 19 estudos quantitativos que

avaliavam a associação dos determinantes (físicos) percebidos e objetivos do

ambiente com o comportamento em AF e observaram que a acessibilidade,

oportunidades e atributos estéticos do ambiente foram associados

positivamente com a AF.

No fator relacionamento social com outros alunos, temos que duas

pessoas que consideraram ótimas as suas relações com todos os alunos (S11

e S14), além das quatro pessoas que relataram ter boas relações na academia

(S1, S2, S5 e S15). Algumas pessoas (58,82%, n=10) relataram que suas

relações são mais cordiais ou sociais apenas, com cumprimentos e saudações

somente, sem muita intimidade ou afeição (S4, S6, S7, S8, S9, S10, S12, S13,

S16 e S17). Enquanto isso apenas uma pessoa (S3) relatouter algum problema

de relacionamento social nesta academia e mostrando indiferença em relação

a isso:

“Da minha parte eu não tenho nada contra ninguém, mas sei que tem gente

que não gosta de mim. Mas isso não me afeta”.

A socialização é um dos principais fatores para que haja MAF em

academias de ginástica, com interesses cerceando o combate à solidão,

construção de novas amizades e apoio social entre todos que convivem num

mesmo ambiente (SANTOS; KNIJNIK, 2006), porém foi um fator que não foi

tão importante para a manutenção nesta academia, já que mais de 58,82% dos

alunos tem apenas uma relação cordial mínima com os demais frequentadores

deste ambiente, diferentemente do encontrado por Rojas (2003), em que a

maioria dos que permaneceram tinham amigos na mesma academia e, com

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base na TAD, tinha a necessidade psicológica básica de relacionamento social

suprida (DECI; RYAN, 2000).

A relação social com outros profissionais desta academia (professores,

gestores, recepcionista, etc) demonstrou ser boa, já que cinco pessoas (S5,

S10, S11, S14 e S17) relataram como muito boa e cinco pessoas (S2, S3, S4,

S6, S13) relataram ser ao menos boa esta interação. Outras seis pessoas (S1,

S7, S8, S9, S12 e S16) relataram ter uma relação apenas social, cordial e de

profissionalismo somente, como:

“Me relaciono bem. Não tenho amizade pessoal com nenhum deles, mas

também não tenho o que reclamar de ninguém” (S7);

“Bem. Nada demais, só o bom dia, boa tarde” (S9);

“Normal. O social mesmo. Tem os que a gente mais conversa, que é o

professor da natação que eu conheço a mais tempo, mas o social mesmo”

(S12).

Apenas um aluno relatou algum problema de relacionamento com uma

professora:

“Bem. Com quem eu tive problema eu falei com a pessoa, com a professora de

musculação, quando eu discuti com ela” (S15).

A socialização ou o relacionamento dentro da academia (com outros

alunos ou profissionais), não foi um fator influente para a manutenção da AF

nesta academia, corroborando com Crain et al. (2010), diferentemente de

outros estudos (ALLEN; MOREY, 2010; ABILDSO et al., 2018). A socialização

ou relacionamento social, sendo um dos principais motivos de manutenção nas

academias, sustenta que quando os alunos se identificam e se sentem

pertencentes a um grupo em que convivem, se sentem com mais prazer e

atração pela AF (WANKEL, 1993; RYAN; DECI, 2000). Com isso, organizar o

ambiente das academias visando favorecer a socialização e relação entre os

alunos e com os professores/funcionários deve ser uma preocupação dos

administradores desses estabelecimentos. O estudo de Marcellino (2003)

confirmou essa hipótese, identificando que os alunos que possuíam relação de

amizade na academia se mantiveram por mais tempo.

Das pessoas que optaram por avaliar o quão agradável consideram a

academia em uma escala de zero a dez, a academia obteve notas que

variaram de sete a 10. Os que optaram por avaliar a academia numa escala de

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Likert de cinco pontos (péssimo, ruim, regular, boa e excelente/ótimo),

obtiveram-se cinco pessoas que consideraram a academia boa, excelente ou

ótima. Portanto, em geral, os entrevistados consideram esta academia um

lugar bom e agradável de frequentar. Segundo Deci e Ryan (2008), com base

da TAD, o contexto sociocultural pode contribuir para satisfazer as

necessidades psicológicas básicas em um indivíduo (relacionamento),

buscando entender como as pessoas iniciam suas interações com o ambiente

e como elas se adaptam, modificam e são modificadas, além de evoluir em

função das transações ambientais (SABA, 1999; KLAIN, 2013).

Em nove dos 17 relatos (S1, S2, S3, S4, S5, S6, S7, S11 e S13), a

distância, o trânsito ou o tempo de deslocamento da casa-academia ou

trabalho-academia são fatores que não afetam a regularidade dos alunos,

inclusive com a hipótese de morar longe da academia. Dentre algumas

opiniões evidenciando tal afirmação, temos:

“Não. Independente de onde eu estiver, eu venho” (S1);

“Não, eu moro perto. Mas mesmo que eu morasse longe eu viria” (S2);

“É um pouco longinho pra mim, tanto da minha casa como do trabalho, mas eu

venho mesmo assim. Já pensei em mudar...O que me faz ficar aqui é todo

mundo: os professores, os alunos” (S3).

No entanto, sete pessoas relataram não afetar atualmente, mas que se

morassem distantes da academia, afetaria a regularidade por diversos motivos,

como: distância (S9, S12 e S15), trânsito (S14), distância e trânsito (S10),

tempo (S8) e clima (S17). Para exemplificar os motivos temos,

respectivamente:

“... Se eu morasse mais longe, acredito que afetaria minha regularidade, pela

distância” (S12);

“... Se eu não morasse do lado, afetaria, com certeza. Só porque eu teria que

dirigir até aqui e eu não gosto de dirigir...” (S14);

“... Acaba afetando sim, uma distância maior, um trânsito que me faça chegar

atrasado no serviço, pode afetar sim” (S10);

“... Se estes fatores não estivessem alinhados, isso atrapalharia demais. Pois

meu tempo é bem corrido” (S8);

“... se eu morasse longe, acho que o que ia mudar seriam os dias de chuva e

frio. Isso mudaria, mas só isso” (S17).

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Apenas uma pessoa (S16) relatou que atualmente o trânsito afeta sua

regularidade, explanando:

“... teve dias que do horário que eu estava vindo, estar um trânsito bem

carregado... Já chegou a ter dias de eu voltar e não vir pra academia... mas o

que interfere mesmo é o trânsito”.

Em relação à localização dos ambientes que promovem AF, a

proximidade foi destacada como um dos motivos de escolha e de manutenção

na mesma academia, com distâncias menores de três quilômetros, geralmente

da casa dos alunos ou até mesmo do trabalho (BAPTISTA, 2001; ROJAS,

2003; CHECA; FURLAN; FIGUEIRA JÚNIOR, 2006; TELLES et al., 2016). Com

isso, percebe-se que fatores ambientais podem promover ou desestimular a

MAF (WEINBERG; GOULD, 2008). Segundo Heinrich et al. (2017), os

praticantes de AF de academias priorizaram a localização, assim como a

qualidade dos equipamentos e a variedade de exercícios como as mais

importantes características para se manterem ativos.

5.1.5. Categoria e Dimensão V: Estresse

Desde a década de 1980, pesquisadores perceberam que outro fator

enfrentado pelas pessoas impactava diretamente no seu comportamento,

inclusive da AF: o estresse. O estresse, caso torne-se elevado por algum

motivo, pode ser uma barreira para a regularidade na AF. Os fatores

estressantes que elevam a probabilidade de recaída/desistência são chamados

negativos, como: morte de algum familiar ou amigo, divórcio ou problemas

conjugais, desemprego ou problemas financeiros, lesão ou problemas de

saúde, etc. Há fatores de estresse que afastam as pessoas da AF por curtos ou

longos períodos, que são considerados positivos, como: casamento,

nascimento de um (a) filho (a), estudos, promoção, etc. (MARCUS; STANTON,

1993, BOSSI; STOEBERL; LIBERALI, 2008; TELLES et al., 2016; LIZ;

ANDRADE, 2016).

A literatura tornou-se repleta de evidências de que a AF regular confere

resiliência e serve como um recurso de resposta aos estressores físicos e

psicossociais, conferindo inúmeros benefícios fisiológicos e psicológicos para a

população, buscando eliminar os distúrbios relacionados ao estresse e muitas

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doenças crônicas (GERBER; PUHSE, 2009; BAUMAN et al., 2012; KOHL et

al., 2012; WEN; WU, 2012; DEUSTER; SILVERMAN, 2013).

Os relatos evidenciaram que a AF alivia o nível de estresse de todos os

alunos, de maneira aguda e pontual para alguns e de maneira crônica e

permanente para outros. Dentre as formas que a AF afeta positivamente este

público com relação ao nível de estresse, corroborando com Hinkle (2015),

temos os relatos:

“... Melhorou. Antes de entrar eu era muito estressada e agora eu dificilmente

fico brava. Eu ‘desestresso’ com a academia” (S1);

“... Eu fico muito menos estressada quando eu pratico atividade física, sem

dúvida” (S2);

“... Eu saio mais relaxada daqui” (S6);

“... sou uma pessoa muito menos estressada agora. Quando eu não faço

atividade física é péssimo...” (S7);

“... Na hora que você está estressado, você larga tudo e vai treinar e, você dá

seu melhor e sai aliviado, novo...” (S11);

“... Se eu não faço atividade física, eu fico muito estressado, muito mais

impaciente...” (S12).

Em sete entrevistas (S3, S5, S6, S7, S8, S11 e S12), o trabalho ou

estudo não interferiram na disposição dos alunos em manter a AF regular na

academia porém, o S5 relatou uma diminuição na frequência, mesmo que não

seja relacionado à disposição e o S6 relatou cansaço devido ao trabalho sem

afetar a disposição. Em nove das 17 pessoas entrevistadas houve alguma

interferência na disposição dos alunos para manter a AF na academia, seja por

trabalho (S1, S4, S9, S10, S13, S14, S15 e S16) ou por estudo (S2). Dentre os

relatos por interferência do trabalho, têm-se alguns exemplos:

“Sim. Se no trabalho acontecer uma coisa assim, desagradável e eu não

conseguir tirar da cabeça e chegar aqui, eu não tenho minha disposição cem

por cento pra fazer as aulas. Algumas vezes já aconteceu de eu estar

sobrecarregada e chegar aqui e não dar o meu melhor” (S1);

“Sim, quando eu tive que trocar de turno. Quando eu fui pra noite, afetou

bastante, pois eu não conseguia acordar e vir. Eu vinha, mas em períodos

menores, não de segunda a sexta como eu venho hoje” (S14);

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“Acho que o trabalho, às vezes, afeta, pelo cansaço. Ás vezes, eu saio do

trabalho, passo em casa para vir na academia, e ás vezes eu não estou tão

disposta. Interfere sim” (S16).

Já o S2 relatou interferência pelo fator estudo:

“... Eu não vinha em época de prova e TCC, afetou bastante”.

Apenas o S17 demonstrou que estes problemas afetaram positivamente

sua disposição em manter a prática regular de AF na academia:

“... me motivaram a praticar mais atividade física”.

O trabalho e a falta de tempo decorrente de tal foi um fator alarmante,

nesta amostra, em relação à disposição para praticar regularmente a AF na

academia, análise similar a de Telles et al. (2016).

Não ocorreu, neste período que estes alunos frequentaram esta

academia, nenhuma situação de desemprego ou problemas financeiros que

tenha prejudicado a regularidade da prática. No entanto, o S6 comentou ser um

fator a ser levado em consideração caso ocorra algum dia, corroborando com

Liz et al. (2010):

“... Ainda bem que não. Mas é um fator que pesa”.

Dos 17 entrevistados (nove solteiros, sete casados e um em união

estável), 13 relataram que nunca passaram por problemas conjugais, em suas

casas ou vidas pessoais que tenham prejudicado suas disposições em manter

a AF na academia. Dentre os quatro relatos (2 solteiros e 2 casados) em que

algo na vida pessoal ou relacionamento com cônjuge interferiu na disposição,

três relatos perceberam esse estresse como fator negativo e prejudicial à

disposição em manter a prática regular, conforme relata o S9 em relação a

preguiça do marido em ir à academia juntos, gerando estresse e discussão; o

S10 com conflitos conjugais por causa de ciúmes da esposa; e o S14 que teve

que se impor perante sua família para conseguir tempo e ir à academia.

Segundo Dishman (1994) e Candidate e Mazaheri (2017), o cônjuge tem

grande influência sobre a MAF, sendo que sua atitude pode influenciar ainda

mais do que a da própria pessoa.

Apenas o relato do S17 mostrou que algo estressante como um

problema conjugal pode positivo, como consta:

“... Me motivaram, na verdade. Quando eu terminei meu namoro, eu comecei a

frequentar a academia assiduamente. Foi a melhor coisa que eu fiz... eu

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precisava arrumar uma válvula de escape, e ao invés de baladas, bebidas e

drogas, eu falei ‘vou fazer academia loucamente’, e foi o que aconteceu”.

A situação de morte ou perda de algum familiar ou amigo não impactou

ou nunca ocorreu com12 dos 17 entrevistados. Nos cinco casos em que houve

esse fator estressante da morte de alguém próximo, temos três alunos (S13,

S14, e S15) que não deixaram de praticar AF, inclusive relatando que a própria

atividade ajudava nesta situação. Como relato, temos:

“Quando eu tive uma perda, no caso minha mãe, eu me dediquei até bem mais

na academia, foi um dos fatores que me ajudou bastante a superar. Foi uma

válvula de escape. Acredito que foi, na musculação na época, a minha

melhor...” (S13);

“... Eu vim pra me sentir melhor. Já aconteceu e eu vim pra superar isso” (S14);

“... O que aconteceu é eu não vir em um dia, mas no outro dia eu já estava aqui

de novo. Foi com um colega meu faleceu, outra quando meu avô faleceu...”

(S15).

Para Sanches (2018), a prática de AF é tida como uma atividade com

potencial de promover a resiliência, inclusive em fatores de estresse como a

morte de alguém próximo.

Já os alunos S2 e S16 relataram que este momento de estresse

impactou em suas disposições de maneira negativa, sendo que a AF não foi

um fator que contribuiu positivamente. Assim, temos:

“... a perda do meu cunhado. Foi bem difícil. Fiquei bem indisposta. Não

cheguei a vir, fiquei um tempo afastada. Vinha um dia sim, outros não pelo fato

da situação. Acho que levei um mês pra voltar ao normal” (S2);

“... em 2015, perdi meu pai, aí fiquei dois meses. Ás vezes, eu até ia pra

academia, mas acho que não era a mesma, não tinha o mesmo empenho. Eu

procurava, ás vezes, até pra dar uma esquecida da situação” (S16).

Um exemplo de intervenção que as academias poderiam realizar a fim

de manter seus membros são os chamados grupos de gerenciamento de

estresse, adotando técnicas de gerenciamento de estresse cognitivo-

comportamental, estratégias de relaxamento, aulas de meditação, oficinas de

bem-estar psicológico com esclarecimento de valores e definição de metas,

dentre outras (HOOKER et al., 2016).

Em 10 relatos os entrevistados não tiveram nenhuma lesão ou

problemas de saúde que tenha influenciado a regularidade na academia. Das

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seis pessoas (S3, S6, S9, S10, S11 e S16) que relataram algum problema de

saúde ou lesão, todas voltaram às suas atividades posteriormente, mesmo que

tivessem diminuído a frequência ou se afastado por um tempo por causa da

limitação.

As dificuldades ou problemas relatados por algumas pessoas que torna

mais complicado em se manterem ativos nesta academia giram apenas em

torno da disposição (S6), preguiça (S7) ou falta de tempo (S8 e S17),

concordando com Rojas (2003). Somente o S13 relatou que tem dificuldades

relacionadas ao clima por seu meio de transporte ser moto, mas busca manter

sua AF regular na academia. A percepção das barreiras que cada indivíduo

possui também é uma variável importante para o estudo, pois implica como o

indivíduo é capaz de detectar essas barreiras e quais estratégias usar para

ultrapassá-las e se tornarem regulares na AF por longos períodos

(CARVALHO, 2013).

Uma última questão foi realizada, fora do contexto das dimensões que a

TMAF aborda, apenas para contemplação de algum outro fator ou algo que a

própria entrevista não tenha abordado sobre a prática de AF nesta academia

de ginástica. O S7 acrescentou que deveria ter mais horários de spinning; o S8

ressaltou a importância da higiene; o S11 comentou sobre ter mais eventos na

academia como forma de incentivo; e o S12 citou apenas a questão do horário

de funcionamento em dias de semana e aos finais de semana, fatores estes

que podem influenciar na satisfação, motivação e regularidade dos alunos.

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6. CONCLUSÃO

Um breve esclarecimento sobre a problemática do estudo foi realizado,

assim como se podem verificar quais fatores podem interferir na MAF em uma

academia de ginástica à luz da TMAF, segundo o objetivo do estudo. Além

disso, pudemos dar mais um passo para o entendimento dos preditores de

MAF (estabelecimento de metas/objetivos, motivação pessoal e autoeficácia) e

suas influências no contexto de academias. Porém, está claro que não

somente esta teoria, mas como outras unicamente, não conseguem responder

as lacunas referentes a esse fenômeno MAF, pois se trata de um fenômeno

com diversas variáveis, inclusive difíceis de serem comparadas e medidas.

Com relação aos objetivos específicos do estudo, houve divergências,

pois não se pode afirmar que o ambiente, em suas diversas variáveis

(proximidade, sociocultural, físico), afeta somente positivamente e o estresse,

também com variáveis e momentos diversos, afetam somente de maneira

negativa a MAF. Encontramos dados que deixam claro que o ambiente pode

afetar negativamente e o estresse pode ser superado e influenciar

positivamente a MAF, mesmo que em menor probabilidade. Sobre os

preditores e barreiras que a TMAF adota, a autoeficácia e o ambiente parecem

ser os fatores que mais influenciam os alunos desta academia a se manterem

regulares por mais de três meses, pelo menos na faixa etária escolhida para o

estudo, tendo atuação mais discretas da motivação e tendo o estresse como

principal dimensão negativa, que pode causar situações de recaída ou

desistência, prejudicando a MAF.

6.1. APLICAÇÕES, LIMITAÇÕES E SUGESTÕES

A realização de mais estudos se faz necessária, com o intuito de

associar mais variáveis e contextos, além de uma amostra maior e com idades

diversas, uma média mensal de frequência mínima, para que possam

influenciar a mudança do comportamento visando a MAF a longo prazo.

Ademais, ao confirmar que determinantes e barreiras existem e estão entre

motivos de MAF nas academias, esse estudo apresenta informações

relevantes para gestores e proprietários de academias, profissionais das áreas

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da Psicologia do Esporte e da Atividade Física, bem como, das Ciências do

Esporte.

Considerando que algumas constatações foram diferentes de alguns

estudos que procuram entender melhor o fenômeno MAF, sugere-se que sejam

realizados novos estudos que possibilitem maior controle da interação das

variáveis investigadas ou outras que se apresentarem pertinentes. Destaca-se

ainda que os fatores ambientais e pessoais possam ser específicos da

população brasileira e de cada região no país, o que diminui a possibilidade de

generalização dos resultados. Outros estudos devem ser realizados adotando

um intervalo maior de idade, associação das diversas variáveis das principais

teorias que buscam responder ao fenômeno, assim como diferenciação entre

população de cidades capitais e cidades de interior (idem ao presente estudo).

Aos ambientes como as academias, sugerem-se estratégias para identificação

das necessidades do público, assim como os motivos de satisfação e

insatisfação.

Sabe-se que a MAF é um processo ativo e sofre influências de diversos

fatores como ambiente físico e social, características pessoais

(comportamentais e habilidades), características da modalidade escolhida,

dentre outros e tais influências obrigam as pessoas a utilizarem estratégias

constantes para uma MAF por um longo período. Com isso, a importância

deste trabalho se sustenta pela necessidade de entendermos e percebermos

quais os fatores que interferem positiva e negativamente na MAF, mesmo em

ambientes específicos como as academias de ginástica, além das estratégias

que os praticantes regulares utilizam para se manterem ativos por longos

períodos.

Como limitação, este estudo contou com a análise de apenas um

contexto específico.Alguns estudos começaram a integrar diferentes teorias e

modelos para tentar compreender melhor o comportamento humano, sendo

uma tentativa de analisar a congruência entre essas teorias e modelos, ou seja,

pesquisadores integram teorias com o intuito de suprimir lacunas científicas

existentes. Só assim é possível verificar se as teorias podem ser combinadas

num modelo integrado que possibilite a compreensão do comportamento,

inclusive do fenômeno MAF, para que se possa contribuir com o compromisso

da prática de AF por longos períodos de tempo. Numa outra perspectiva,

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parece irreal criar uma teoria com um número tão elevado de variáveis, mesmo

que todas tenham apoio empírico. Mesmo com a possibilidade de existir uma

teoria complexa, seria virtualmente impossível medir simultaneamente todos os

seus preditores testáveis. No entanto, o comportamento da AF é complexo

demais para ser englobado por uma única teoria. Talvez o progresso ocorra por

uma aplicação continuada de teorias existentes, consolidando o conhecimento

em um modelo multidimensional, conforme buscou a TMAF. Assim, estudos

futuros devem buscar associar os determinantes e barreiras já comprovados de

MAF, de acordo e com o suporte das teorias existentes que buscam explicitar a

manutenção regular da AF.

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REFERÊNCIAS

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ZANETTE, E T. Análise do perfil de clientes de academias de ginástica: o primeiro passo para o planejamento estratégico. 154 f. Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Engenharia), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003. ZANETTI, M C; LAVOURA, T N; KOCIAN, R C; BOTURA, H M L; MACHADO, A A. Aspectos motivacionais intervenientes na academia de ginástica. Coleção Pesquisa em Educação Física, v. 6, n. 2, p. 53-58, set. 2007.

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APÊNDICE A – TERMO DE CONCORDÂNCIA DA ACADEMIA

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APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

AOS RESPONSÁVEIS PELA ACADEMIA

O pesquisador Luiz Fernando Santos Tross, educador físico, mestrando em

Educação física pela Universidade São Judas Tadeu – USJT, sob a orientação do

Professor Doutor Marcelo Callegari Zanetti, educador físico, está pesquisando o

seguinte tema: Manutenção da prática de atividade física em uma academia de

ginástica: estudo à luz da Teoria de Manutenção da Atividade Física.

O estudo tem por objetivo geral responder quais os principais fatores que

interferem positivamente na manutenção dos alunos em academias de ginástica,

segundo a Teoria da Manutenção da Atividade Física.

Para isso, o pesquisador o convida a participar dessa pesquisa.

Serão investigados os alunos que queiram participar e respeitem os critérios de

inclusão da pesquisa.

Sua participação consentirá em permitir que o pesquisador execute a entrevista

nos espaços pertencentes à academia, sem que haja interrupção na rotina diária da

academia, sendo realizada em horário e local estipulados pelo (a) senhor (a).

O pesquisador Luiz Fernando Santos Tross estará à disposição para esclarecer

qualquer dúvida em qualquer momento do estudo.

A entrevista será gravada com a finalidade de análise de conteúdo. Informo,

ainda, que estou ciente sobre o sigilo quanto a suas informações pessoais, e que

estas ficarão sob a responsabilidade do pesquisador, mantendo-se no anonimato.

A pesquisa que será realizada na academia é considerada de risco mínimo,

porém se a entrevista gerar desconforto, constrangimento ou outra situação

desagradável qualquer para a academia, a participação poderá ser interrompida, a

qualquer momento, sem qualquer prejuízo para qualquer das partes, além de

encaminhamento para atendimento especializado no Centro de Psicologia Aplicada da

Universidade São Judas Tadeu (CENPA) para atendimento psicológico, sem qualquer

ônus, com a responsabilidade e custeio por parte dos pesquisadores, que

providenciarão as medidas cabíveis.

Sua participação trará grandes benefícios para compreender os fatores que

interferem na manutenção da prática de atividades físicas em uma mesma academia,

sendo de fundamental relevância para os gestores destes espaços e para a

sociedade, que se beneficiará com as melhoras que possam vir a surgir.

O relatório final da pesquisa será encaminhado às academias participantes do

estudo, sendo garantida a confidencialidade dos respondentes.

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Ao assinar este termo, estou consentindo para divulgação da pesquisa em

eventos científicos e publicação em revistas especializadas.

Ao assinar o presente termo, eu declaro que minha participação é totalmente

voluntária e, portanto, não irei receber qualquer incentivo e/ou remuneração, assim

como não pagarei pelo mesmo.

O pesquisador disponibiliza seu contato por celular (12) 99794-1239, ou pelo

endereço eletrônico: [email protected], ou seu orientador através do telefone

(19) 99267-0857 ou contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da universidade,

telefone 2799-1944, endereço: Rua Taquari, 546 Mooca, endereço eletrônico:

[email protected], para esclarecimento de qualquer dúvida que possa surgir em relação a

este estudo.

Assim, ao fornecer seus dados e assinar abaixo, entendo que há concordância,

por minha parte, com os termos aqui apresentados.

Eu,_____________________________________________R.G.__________________

declaro estar ciente quanto à pesquisa a ser conduzida e dou meu consentimento livre

e esclarecido, firmando abaixo, em duas vias de igual teor, para que uma permaneça

em meu poder e outra em poder do pesquisador.

Taubaté, ______ de __________ de 2018.

___________________________________________

Nome da Academia e Assinatura do responsável

____________________ ______________________

Assinatura do orientador Assinatura do pesquisador

Marcelo Callegari Zanetti Luiz Fernando Santos Tross

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APÊNDICE C– TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

AOS ALUNOS

O (a) senhor (a) está sendo convidado (a) a participar de um estudo com

praticantes de atividades físicas em academia de ginástica que se mantiveram ativos

nesta mesma academia por mais de três meses.

A pesquisa faz parte da dissertação de mestrado em Educação Física do Prof.

Luiz Fernando Santos Tross e tem como responsável o Prof. Dr. Marcelo Callegari

Zanetti do Programa de Pós Graduação Stricto Sensu da Universidade São Judas

Tadeu – SP.

O estudo tem por objetivo geral responder quais os principais fatores que

interferem positivamente na manutenção dos alunos em academias de ginástica,

segundo a Teoria da Manutenção da Atividade Física.

Os alunos são provenientes de qualquer modalidade ou atividade que a

academia ofereça nos seus espaços internos, que serão entrevistados e gravados

individualmente com o auxílio de um gravador, em um único momento. Os horários

serão definidos em comum acordo entre alunos e pesquisador, marcados

antecipadamente. O tempo máximo para a entrevista é de 60 minutos.

O Prof. Luiz Fernando Santos Tross será responsável pela realização da

entrevista e estará à disposição para esclarecer qualquer dúvida em qualquer

momento do estudo.

A pesquisa é considerada de risco mínimo, porém se a entrevista gerar

desconforto, constrangimento ou outra situação desagradável, a sua participação

poderá ser interrompida, a qualquer momento, sem qualquer prejuízo, além do devido

encaminhamento para atendimento especializado, caso necessário,no Centro de

Psicologia Aplicada da Universidade São Judas Tadeu (CENPA) para atendimento

psicológico, sem qualquer ônus, com a responsabilidade e custeio por parte dos

pesquisadores, que providenciarão as medidas cabíveis.

As informações e os resultados do estudo podem contribuir para a

compreensão dos preditores de manutenção da atividade física numa mesma

academia, assim como os diversos fatores que interferem neste comportamento.

Como benefício da participação, as academias terão acesso aos resultados e

poderão melhorar a forma de atendimento, estrutura ou outro fator que for encontrado

na pesquisa e que colabore para a transformação do espaço da academia num

ambiente mais acolhedor, favorável, satisfatório e prazeroso para sua prática de

atividade física. Conforme mencionado na resolução do CNS 466/12, o benefício

gerado irá envolver a todos os alunos participantes da pesquisa e os estabelecimentos

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(academias) respeitando as diferentes metodologias, além de ajudar as academias a

melhorarem seu atendimento/estrutura e a literatura científica, que se beneficiará com

um possível entendimento acerca dos preditores de manutenção da atividade física

neste contexto.

Os participantes tem liberdade de recusar a participação ou de retirar o seu

consentimento em qualquer fase do estudo, sem que ocorra nenhum prejuízo.

Não haverá nenhum tipo de remuneração pela participação no estudo.

A identidade dos participantes não será revelada e as informações que forem

prestadas poderão ser utilizadas somente para fins científicos.

Se em algum momento houver dúvidas sobre a pesquisa, poderá procurar o

pesquisador responsável pelo estudo Marcelo Callegari Zanetti pelo telefone (19)

992670857 ou o pesquisador Luiz Fernando Santos Tross pelo telefone (12) 99794-

1239, assim como por e-mail: [email protected].

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você

poderá consultar:

Secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa

Endereço: Rua Taquari, 546 - Mooca

Cidade: São Paulo - SP

CEP 03166-000

Tel.: (11) 2799-1944

Confirmo ter conhecimento do conteúdo deste termo. A minha assinatura

abaixo indica que concordo com a minha participação na referida pesquisa.

Taubaté , ______ de __________ de 2018. ___________________________________________ RG__________________ Participante (nome por extenso) _________________________ ________________________ Assinatura do Participante Assinatura do pesquisador Luiz Fernando Santos Tross

________________________________ Assinatura do pesquisador responsável

Marcelo Callegari Zanetti

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APÊNDICE D–ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA PARA

PRATICANTES EM ACADEMIAS

Data da realização da entrevista: _____ / _____ / __________

Academia____________________________ Cidade_____________________

Duração da entrevista __________ (Início ___h ___min. / Final ___h ___min.)

Caso deseja saber os resultados deste estudo preencha, por favor, os

seguintes dados: Telefone:_________________________ Endereço:

_______________________________________________________________

CEP:__________-____ E-mail:______________________________________

Informações pessoais (sociodemográfico)

Qual seu nome completo?__________________________________________

Qual seu idade?_______ Qual seu estado civil?_____________ Qual sua

profissão ou situação profissional?___________________ Qual seu grau de

escolaridade?______________________ Como você classifica sua

saúde?________________ Qual sua descendência étnica?_______________

Qual a renda média mensal da família?___________________

Seção 1: INFORMAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA

Informações da atividade física e sua manutenção por tempo prolongado

1. Quais modalidades ou aulas você pratica?

2. Quantas vezes por semana você pratica atividade física na academia?

3. Você considera este número de vezes suficiente? Por quê?

4. Quantos minutos de atividade física você acredita fazer durante a

semana?

5. Há quanto tempo você pratica atividade física nesta academia?

6. Quais atividades ou modalidades você já fez nesta academia?

7. São as mesmas modalidades desde o início ou trocou de modalidade?

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8. Quais atividades você vêm praticando com frequência nos últimos três

meses?

Seção 2: OBJETIVOS, COMPROMISSOS, REALIZAÇÕES E SATISFAÇÃO

9. Quais seus objetivos pessoais com a prática de atividade física nesta

academia?

10. Tem algum outro objetivo ou somente esses?

11. Você é comprometido (a) e aplicado (a) para manter a prática de atividade

física quando se trata de atingir esses objetivos que acabou de citar?

12. Você considera que seus objetivos estão sendo ou serão alcançados?

13. E os seus objetivos mudaram ao longo do tempo ou são os mesmos desde

o início da prática?

14. Você manteria seu programa de atividade física mesmo que seus objetivos

ainda não tenha sido atingido?

Seção 3: MOTIVAÇÃO PESSOAL

15. Você se considera uma pessoa motivada para praticar atividade física na

academia?

16. Você é uma pessoa que se envolve em tarefas difíceis, vida pessoal,

profissional, etc?

17. E quando você se envolve, você vai até o final com essas tarefas?

18. Se essas tarefas ou seu objetivo não tenha sido alcançado e você tenha

tido falhas ou coisas que atrapalharam no meio do caminho, você desiste

ou ainda persiste?

19. A prática regular de atividade física afeta seu estado de humor?

20. A prática regular de atividade física interfere o tempo com seu (sua)

cônjuge, sua família ou amigos?

21. Você se sente desconfortável ao praticar atividade física?

22. Você se sente desconfortável ao usar roupas de ginástica?

23. Existe alguma barreira que atrapalhe ou te impeça de praticar atividade

física?

Seção 4: AUTOEFICÁCIA

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24. Você se considera uma pessoa disposta a manter seu programa de

atividade física quando está chovendo ou quando faz muito frio?

25. Você costuma separar um tempo pra ir à academia, independente dos

afazeres da vida cotidiana ou situações adversas que possam vir a surgir?

26. Você se considera uma pessoa confiante em manter a sua prática de

atividade física por longos períodos (meses e anos)?

27. Se por algum motivo de doença, lesão ou outro fator você tiver que parar

por um tempo de fazer atividade física, você geralmente tem disposição

imediata para retornar à prática?

Seção 5: AMBIENTE PARA A ATIVIDADE FÍSICA

28. Atualmente, o que a (o) mantém praticando atividade física nesta

academia?

29. O que você mais gosta nessa academia?

30. O que você menos gosta nessa academia?

31. Como é sua relação com os outros praticantes da academia (alunos)?

32. Como você se relaciona com os profissionais desta academia (ex:

recepcionistas, professores, gestores, etc.)?

33. Em geral, o quão agradável para praticar atividade física você considera

essa academia: pode ser de 0 a 10 numa escala; ou péssimo, ruim,

regular, boa a excelente/ótimo?

34. A distância, o trânsito e o tempo de deslocamento da casa-academia ou

trabalho-academia são fatores que afetam sua regularidade?

Seção 6: ESTRESSE

35. A prática regular de atividade física afeta seu nível de estresse?

36. Você já teve problemas no trabalho ou estudo que interferiram na sua

disposição em manter atividade física regular nessa academia?

37. Você já passou por alguma situação de desemprego ou problemas

financeiros que tenha prejudicado a regularidade de sua prática nessa

academia?

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38. Você já passou por problemas conjugais ou outros em sua casa, ou vida

pessoal, que prejudicaram sua disposição em manter sua atividade física

nessa academia?

39. Alguma vez a morte/perda de algum familiar ou amigo impactou na sua

disposição em manter sua prática nessa academia?

40. Você já teve lesões, contusões ou algum outro problema de saúde que

influenciou a regularidade nessa academia?

41. E atualmente, sente alguma dificuldade/problema que torna mais

complicado se manter na atividade física nesta academia?

Seção 7: FINALIZAÇÃO

42. Você tem alguma outra informação que não foi explorada que você julga

necessária apontar sobre sua prática de atividade física nesta academia?

A minha próxima tarefa é transcrever todas as informações que me

transmitiu para que eu possa analisar mais detalhadamente. Esta tarefa

depende muito de ter percebido bem o que me disse. Por isso, queria fazer-lhe

um pedido relacionado com a possibilidade de ler, posteriormente, a

transcrição da entrevista e ver se está de acordo com as opiniões que você

apontou. Pode corrigir todos os aspetos que achar necessário. Isso iria ajudar-

me a ter maior certeza na recolha da informação desta entrevista.

Obrigado pela sua ajuda e colaboração!

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Sujeito Estado civil Profissão EscolaridadeClassificação

da saúdeDescendência

Renda

familiar

mensal

Número

de vezes

por

semana

Considerada esta

frequência

suficiente?

S1 Solteira Op. de Telemarketing Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 3.000,00 5 Sim

S2 Casada Professora Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 5.000,00 5 Sim

S3 Solteira Corretora de Imóveis Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 2.000,00 5 Sim

S4 Solteira Professora Ensino Superior Completo Boa Parda R$ 3.000,00 4

Poderia ser melhor (5

vezes)

S5 Casada Professora Ensino Superior Completo Boa Árabe R$ 4.500,00 4 Sim

S6 Solteira Estudante Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 4.000,00 5 Sim

S7 Solteira Dentista Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 8.000,00 5 Sim

S8 Casada Escrevente Mestrado Stricto Sensu Saudável Branca R$ 11.000,00 5 Sim

S9 Casada Administradora Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 6.000,00 4 a 5 Sim

S10 Solteiro Engenheiro Eletricista Ensino Superior Completo Boa Branco R$ 6.000,00 3 a 4 Não, ideal é 5 vezes

S11 Casada Cabeleireira Ensino Médio Completo Ótima Branca R$ 3.000,00 5 Sim

S12 União estável Empreendedor Ensino Superior incompleto Boa Branco R$ 4.000,00 5 Sim

S13 Solteiro Dentista Pós-graduação Saudável Branco R$ 4.000,00 3 Não, ideal é 5 vezes

S14 Casada Metalúrgica Ensino Superior Completo Ótima Branca R$ 8.000,00 5 Sim

S15 Casada Estudante Ensino Superior Completo Ótima Branca R$ 5.000,00 5 Sim

S16 Solteira Nutricionista Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 3.000,00 5 Sim

S17 Solteira Estudante Ensino Superior incompleto Boa Branca R$ 60.000,00 2 a 3 Não, o ideal é de 3 a 4

SujeitoJá fez alguma outra modalidade

nesta academia? Quais?

Se sim, por que não realiza mais? Se não, por qual

motivo?

S1 Não -

S2 Não Não tive interesse

S3

Sim. CxWorx, Local, Funcional, Zumba,

Corrida, Power Jump.

Não faço mais pois eu quis focar mais na musculação, porque eu

não estava tendo muito tempo.

S4 Sim. Spinning, CxWorx, Local. -

S5Sim. Body Pump

...comecei a fazer musculação ...aí eu parei o Body Pump por

causa do dia da aula que não batia com meu trabalho...

S6

Musculação que eu faço de época em

época...faço e paro. E outras.. Step...

Cross, o Funcional, o CxWorx.

-

S7Já fiz Spinning e Hidroginástica.

Não faço mais por tempo... Não consigo chegar no horário das

aulas. Falta de tempo.

S8

Sim. Eu já cheguei a fazer uma aula ou

duas de alongamento...

Já tive interesse por alongamento... mas como coincide com o

horário da natação...

S9 Não -

S10 Não ...não conseguir casar meus horários pra vir fazer. Falta tempo.

S11 Não -

S12

Sim...chegueia fazer algumas atividades

de ginástica...-

S13 Não ...tenho vontade de fazer o Spinning também e a Hidroginástica

S14

Já fiz todas as modalidades...todos os

tipos de aulas de

ginástica. Hidroginástica

Eu sempre troco, por falta de tempo. Eu vou adequando ao meu

tempo.

S15

Já fiz o Body Pump, o Spinning, o Cross,

o Funcional. -

S16 Não Acho que por falta de tempo...tempo é o principal motivo.

S17

Já fiz natação, já fiz aula de ginástica

que engloba várias aulas -

APÊNDICE E –INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE A CARACTERIZAÇÃO

DA AMOSTRA E SUAS ATIVIDADES FÍSICAS

TABELA 3 – COMPLEMENTO DA CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

FONTE: Autoria própria.

TABELA 4 - INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE A ATIVIDADE FÍSICA DOS

ENTREVISTADOS

FONTE: Autoria própria.

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ANEXO 1 – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

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ANEXO 2 – “PHYSICAL ACTIVITY MAINTENANCE QUESTIONNAIRE”

(versão original)

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NIGG, C R. et al. A theory of physical activity maintenance. Applied Psychology, v. 57, n. 4, p. 544–560, 2008.