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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Angelita Maria Leão Antonio
OS EFEITOS DO USO DE ESTÉREOS PESSOAIS EM JOVENS TRABALHADORES
CURITIBA 2010
2
Angelita Maria Leão Antonio
OS EFEITOS DO USO DE ESTÉREOS PESSOAIS EM JOVENS TRABALHADORES
CURITIBA 2010
3
Angelita Maria Leão Antonio
OS EFEITOS DO USO DE ESTÉREOS PESSOAIS EM JOVENS TRABALHADORES
Monografia apresentada a Univerdidade Tuiuti do Paraná, para obtenção do título de Especilaista em Audiologia Clínica Com Enfoque em Audiologia Ocupacional, sobre orientação da Professora Doutora Claudia Giglio de Oliveira Gonçalves.
CURITIBA 2010
4
SUMÁRIO 1. INTODUÇÃO.........................................................................................................07
JUSTIFICATIVA........................................................................................................10
2. OBJETIVO ............................................................................................................11
3. REVISÃO BIBLIOGRAFICA .................................................................................12
4. METODOLOGIA ....................................................................................................15
5. RESULTADOS .......................................................................................................17
6. DISCUSSÃO..........................................................................................................23
7. CONCLUSÃO ........................................................................................................24
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................25
9. ANEXOS................................................................................................................26
5
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 . DEMONSTRATIVO DO TEMPO DE UTILIZAÇÃO DE FONES DE
OUVIDO EM FUNÇÃO DA IDADE DOS JOVENS..................................18
TABELA 2 . QUANTO TEMPO POR DIA OS JOVENS OUVEM MÚSICA COM
FONES DE OUVIDO..............................................................................18
TABELA 3 . SINTOMAS AUDITIVOS.........................................................................19
TABELA 4. ACHADOS AUDIOMÉTRICOS...............................................................19
6
LISTA DE GRÁFICOS
GRAFICO 1. DEMONSTRATIVO DOS JOVENS EM FUNÇÃO DA FAIXA
ETARIA.................................................................................................17
GRÁFICO 2. DISTRIBUIÇÃO DOS JOVENS EM FUNÇÃO DO VOLUME DE OUVIR
MUSICA................................................................................................20
GRAFICO 3. DISTRIBUIÇÃO DOS JOVENS EM FUNÇÃO DA OPINIÃO SOBRE O
QUE PREJUDICA MAIS A AUDIÇÃO...................................................21
GRAFICO 4. ACHADOS ADIOMÉTRICOS...............................................................21
7
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, pela inovação tecnológica, temos um mundo muito mais ruidoso do
que antigamente. Estamos a quase todos os momentos expostos a elevados níveis de
pressão sonora: no trabalho, nas ruas ou até mesmo nas inofensivas atividades de
lazer. Porém, o que podemos observar com isso é que nesta modernidade, os jovens é
que vem sofrendo um prejuízo cada vez mais cedo e muitas vezes irreversíveis com
relação a audição, pois são os que mais se expõe a altos níveis de pressão sonora,
muitas vezes no trabalho e no lazer como quando fazem o uso indiscriminado de
estereofônicos pessoais e de música alta (Marcon, 1999).
Jorge Júnior, (1993) realizou avaliação dos limiares auditivos de jovens e os
relacionou com hábitos de exposição á música eletronicamente amplificada. Seu estudo
compreendeu 957 alunos, ambos os sexos, faixa etária de 14 a 26 anos de uma escola
de classe social média- alta. Com relação à música amplificada, o autor introduziu os
conceitos de musica amplificada individual (MAI) e música amplificada ambiental (MAA).
A maioria dos jovens estudados (64,76%) tinha o hábito de expor-se a música
amplificada individual. O autor não encontrou diferenças no hábito exposição a música
amplificada ambiental (MAA), referente ao sexo e a faixa etária.
Da mesma forma, não encontrou diferenças estatisticamente significantes em
relação ao número de jovens com limiares auditivos comprometidos, nas freqüências
estudadas entre os sujeitos que se expunham exclusivamente a música amplificada
individual (MAI) e o grupo controle.
Autores como Hétu e Fortin (1995) afirmam que a música amplificada é uma
nova faceta na vida dos países industrializados. Essa elevação na amplificação sonora
foi mais recentemente encorajada pela comercialização de incrementos de som de
8
potente reprodução. Os autores comentam que a exposição a música intensa tornou-se
assunto comum entre os especialistas em audição, e que esta tem associação
sistemática a uma variedade de atividades sociais.
Jorge Junior e Monte Alegre (1995) citam que a potência dos equipamentos
sonoros e instrumentos musicais aumentou consideravelmente nos últimos anos. Em
sua pesquisa, verificaram que a intensidade das “músicas” nos estabelecimentos
chegava a 122 dB(A) , ultrapassando em muito os limites de risco para a audição, o que
pode ser qualificado como um nível ensurdecedor, ás vezes impossibilitando a
conversa entre as pessoas.
Jorge Junior et al. (1996) cita o estudo realizado por Kuras, onde este comenta que esses “equipamentos com fones de ouvido também podem alcançar potências muito altas em seus micros alto-falantes”, visto que os usuários, em sua maioria jovens, tendem a aumentar o volume para ocultar sons externos como ruído ambiental de trânsito ou mesmo conversação.
Miranda e Dias (1998),descrevem que alguns estudos revelam níveis altíssimos
de intensidade sonora, ultrapassando os limites de risco, inclusive os impostos pelos
órgãos regulamentadores. Relatam ainda que existe consenso entre estudiosos para o
fato da exposição á música eletronicamente amplificada ser considerada um problema
de saúde pública.
Os autores Metternich e Brusis (1999), afirmam que o risco da perda de audição
não existe somente após a exposição prolongada a música, pois a exposição a curto
prazo a níveis sonoros muito elevados, também podem causar a perda de audição.
Para Borja et al. (2002), os equipamentos como rádios portáteis, gravadores e
CD players com fones de ouvido são muito popular entre os jovens e são usados,
muitas vezes, por muitas horas durante o dia pelos adolescentes. Os autores alertam
para o fato de que esses equipamentos desenvolvem uma intensidade sonora nos
9
fones de ouvido que varia de 60 a 120 dB e podem tornar-se prejudiciais ao ouvido
quando usados num volume muito alto e por um tempo contínuo e prolongado.
Olen-Wideén & Erlandsson (2004a) estudaram os efeitos da exposição ao ruído
durante o tempo de lazer entre jovens e adolescentes. Há consenso que o nível sonoro
e o tempo de exposição irão contribuir nos danos da audição, e que a perda auditiva
induzida pelo ruído- PAIR no trabalho ou no tempo de lazer é a forma mais comum de
perda auditiva neurossensorial depois da presbiacusia. As diferenças significativas a
respeito das queixas auditivas, por exemplo, presença da fadiga auditiva e/ou do
zumbido,foram observadas em jovens expostos ao som intenso em shows e discotecas,
bem como naqueles que fizerem uso freqüente de aparelhos estereofônicos pessoais.
Os autores concluíram que experimentar o zumbido e a perda de audição provisória
após atividades com música alta é particularmente comum entre os jovens.
Santos e Duran (2004) alertam para o fato que alguns modelos de CD players
portáteis atingem níveis de intensidade sonora suficientes para causar lesão coclear.
Segundo relatos de Paniz, (2005) a exposição aos elevados níveis de pressão
sonora é capaz de ocasionar efeitos maléficos ao organismo, sejam eles auditivos ou
não. A exposição a música eletronicamente amplificada leva a fadiga auditiva e pode
estar associada a manifestações na percepção da audibilidade, distorção na percepção
do som, redução da seletividade de freqüências, resolução temporal e espacial em
níveis sonoros elevados.
10
JUSTIFICATIVA
Diante do exposto anteriormente e devido a falta de informações na literatura
sobre o impacto dos estéreos individuais sobre a audição das pessoas que já trabalham
em ambientes ruidosos, esse estudo visa contribuir com a compreensão dos efeitos
auditivos e extra auditivos em trabalhadores de uma empresa que fazem uso
indiscriminado dos estéreos pessoais por meio de fones de ouvido.
11
2 OBJETIVO
Analisar os efeitos auditivos e extra-auditivos do uso de estéreos pessoais em
jovens trabalhadores de uma empresa.
12
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A audição é de grande importância para o indivíduo, sendo um elo com o meio
circundante. Uma vez que a orelha humana encontra-se exposta a ação do ruído,
lesões no ouvido interno levam ao esgotamento físico e a alterações químicas,
metabólicas e mecânicas do órgão sensorial auditivo, refletindo inicialmente na lesão
das células ciliadas externas, estruturas mais vulneráveis do Órgão de Corti,
posteriormente das células ciliadas internas e consequentemente ao surgimento da
alteração auditiva.(CARMO,1994)
Conforme Alberti (1994), a orelha humana tem um limite de tolerância de
exposição ao ruído, onde a exposição excessiva a níveis sonoros muito fortes podem
produzir danos temporários e, até mesmo, irreversíveis a audição.
“O nível de intensidade que o som deve alcançar para provocar uma lesão não pode
ser rigidamente estabelecido, devido as diferenças existentes entre indivíduos e entre
exposições” (Morata,Lewis & Bevilacqua, 2000, p.146).
Diante disso, observamos atualmente a influência da música eletronicamente
amplificada como fator causal de perda auditiva induzida pelo ruído como sendo uma
questão muito polêmica entre pesquisadores no mundo todo. Jorge Junior (1993) relata
que foi a partir de década de sessenta que surgiu a preocupação com ruídos em
atividades de lazer e músicas com instrumentos eletrônicos em intensidade muito
amplificada, expondo o indivíduo a uma situação de risco.
Miranda & Dias (1998) descrevem que alguns estudos revelam níveis altíssimos
de intensidade sonora, ultrapassando os limites de risco, inclusive os impostos pelos
órgãos regulamentadores. Relatam também que existe consenso entre os estudiosos
13
para o fato da exposição à música eletronicamente amplificada ser considerada um
problema de saúde pública.
Ao examinarem a literatura, Samelli e Schochat (2000) comentam que
observaram existência de contradições relacionadas ao prejuízo da música alta e á
audição dos músicos, mas concluem que a perda auditiva é um problema real e que
medidas preventivas devem ser tomadas visando minimizar esses prejuízos.
Em 2001, Silveira et al. Relatam que, ao observar pessoas fazendo corrida
matinal, caminhada ou andando de bicicleta, verificaram que um número significativo
delas ouvia música com dispositivos de escuta pessoal ou equipamentos com fones de
ouvido (tipo walkman/ disckman), remetendo-lhe ao fato que muitos jovens também
usam esse recurso em intensidade elevada nos momentos de lazer.
Para Borja et al. (2002), os equipamentos como rádios portáteis, gravadores e
CD players com fones de ouvido são muito populares entre os jovens e são usados,
muitas, vezes, por muitas horas durante o dia pelos jovens. Alertam para o fato que
esses equipamentos desenvolvem uma intensidade sonora nos fones de ouvido que
varia de 60 a 120 dB (A) e podem tornar-se prejudiciais quando usados num volume
muito alto e por um tempo contínuo e prolongado.
Segundo (Hodgetts, Rieger, et al.; 2007), pessoas que usam MP3 players
estão deixando-se aberto a alterações temporárias na audição, que ao longo do
tempo pode resultar em permanente perda auditiva.
Renzo (2008) relata que os danos auditivos vêm aumentando e isso acontece
principalmente devido à urbanização e industrialização das cidades com
conseqüente aumento do ruído ambiental. Há algumas décadas ocorreu um grande
aumento de lesões auditivas provocadas pelo ruído industrial ambiental, quando na
14
época o uso de protetores auriculares não era considerado obrigatório. Hoje, um dos
grandes problemas é o hábito entre os jovens do uso abusivo de fones de ouvido
com som bastante alto, bem como o fato de freqüentarem locais ruidosos.
Fligor (2008) descreve que um crescente corpo de evidência sugere que uma
pequena, mas significativa porcentagem dos usuários de players de mídia portáteis
(PMP) estão em risco para a perda auditiva induzida por ruído (PAIR ) de uso
abusivo.
15
4 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo seccional, desenvolvido com jovens trabalhadores de
uma empresa de cerâmica, localizada no Município de Campo Largo/ PR.
Participaram da pesquisa um total de 40 jovens de ambos os sexos (70%
homens e 30% mulheres), na função de auxiliar de produção, com faixa etária variando
entre 18 a 30 anos, com situação ocupacional de exposição a elevados níveis de
pressão sonora, e todos ouvintes de musica amplificada por meio de estéreos pessoais.
Os sujeitos foram voluntários, assinaram um termo livre e esclarecido de
consentimento e autorização, antes de qualquer procedimento, esclarecendo de que
não haveria despesa ou ônus aos mesmos, que suas identidades seriam preservadas
em sigilo e que a desistência na participação da pesquisa poderia ser feita em qualquer
momento, não acarretando nenhum prejuízo aos sujeitos nem a pesquisa. Esse estudo
teve aprovação do Comitê de ética em pesquisa da UTP sob número 000128/2009
Com isso, foi aplicado um questionário contendo um total de 15 questões do tipo
fechada e uma questão do tipo aberta, com intuito de coletar dados sobre os hábitos
auditivos, perfil auditivo e queixas auditivas e extra-auditivas desta população e
posteriormente a realização de testes audiométricos, (anexo 1).
Tais questionários foram aplicados individualmente, antes da realização do teste
audiométrico, sendo que a avaliadora lia juntamente as perguntas e opções, elucidando
possíveis dúvidas, e eliminando a possibilidade de ocorrer à anulação de questões
pelos sujeitos.
Todos os candidatos foram submetidos ao repouso acústico mínimo de 14 horas
e inspeção do meato acústico externo antes da realização da audiometria tonal,
conforme Anexo I da NR 7 (ministério do trabalho)
16
Para a realização do exame audiométrico, foi utilizado um audiômetro da marca
Interacoustics, modelo AD25 de um canal, devidamente calibrado seguindo as
recomendações da Rede Brasileira de Calibração (RBC). Ao qual foi testada a via
aérea nas frequências de 250 a 8000Hz e quando necessário a via óssea nas
freqüências de 500 a 4000Hz dos participantes,
Os dados obtidos através das audiometrias foram avaliados e estudados
conforme o critério do Anexo I da NR 7 do ministério do trabalho e foram analisados
os resultados obtidos com as respostas do questionário referente aos hábitos
auditivos e o uso dos estéreos pessoais em jovens trabalhadores.
Contudo, foram aplicados procedimentos estatísticos para verificar a
associação entre as variáveis: idade, tempo de utilização dos estéreos pessoais,
tempo de serviço exposto ao ruído e limiares auditivos.
17
5 RESULTADOS
Os dados apresentados nas tabelas e gráficos a seguir são os resultados
obtidos mediante a aplicação do questionário e avaliação dos achados audiométricos,
dos 40 participantes da pesquisa sobre o uso de estéreos pessoais.
Analisou-se a idade dos participantes da pesquisa, separando-se por faixas
etárias de três em três anos, conforme mostra figura a seguir:
Gráfico 1 – Distribuição dos jovens em função da faixa etária (N=40)
0
2
4
6
8
10
12
14
18-20 21-23 24-26 27-30
Idade
Faixa Etária
18-20
21-23
24-26
27-30
A maior concentração dos participantes foi na faixa etária dos 21 aos 23 anos
de idade. E a média da idade foi de 24 anos
Quanto ao hábito de ouvir música com fones de ouvido (em anos de exposição),
em relação com a idade dos jovens, encontrou-se os seguintes resultados:
18
Tabela 1 - Demonstrativo do tempo de utilização de fones de ouvido em função da idade do jovem (N=40) TEMPO DE
USO (ANOS)
FAIXA ETÁRIA (ANOS) TOTAL
18 a 20 21 a 23 24 a 26 27 a 30 1 a 5 5 12,5% 7 17,5% 6 15% 6 15% 24 60% 6 a 10 2 5% 6 15% 3 7,5% 5 12,5% 16 40% TOTAL 7 17,5% 13 32,5% 9 22,5% 11 27,5% 40 100%
De acordo com a tabela, observa-se que a maior concentração deu-se na faixa
etária dos 21 aos 23 anos com um total de (17,5%) dos jovens.
Diante ao tempo dedicado pelos jovens por dia para a escuta de musicas com o
uso de fones de ouvido, temos os seguintes resultados:
Tabela 2 - Quanto tempo por dia escuta música com fone de ouvido (N=40)
FAIXA ETÁRIA (ANOS) MINUTOS 18 a 20 21 a 23 24 a 26 27 a 30
TOTAL
30-90 4 10% 11 27,5% 9 22,5% 5 12,5% 29 72,5% 91-180 3 7,5% 2 5% 0% 0% 6 15% 11 27,5% TOTAL 7 17,5% 13 32,5% 9 22,5% 11 27,5% 40 100%
Com relação ao tempo dos participantes destinados a ouvirem música
diariamente, podemos observar que o índice é maior no tempo de uma hora e uma
hora e meia, na faixa etária dos 21 aos 23 anos gerando um total de (27,5%), porém
com relação ao tempo superior à uma hora e meia temos um total de (15%) na faixa
etária dos 27 aos 30 anos.
Na tabela 3, temos os sintomas auditivos e extra- auditivos descritos pelos
jovens.
19
Tabela 3 - Sintomas auditivos (N=40)
SINTOMAS/QUEIXAS FREQUÊNCIA ABSOLUTA
FREQUÊNCIA RELATIVA (%)
Ouve bem 32 80 Desconforto auditivo 3 7,5 Ouvido Tampado 3 7,5 Zumbido 9 22,5 Dor de cabeça 17 42,5
Como mostra a tabela acima, podemos observar que (80%) dos participantes
julgam escutar bem. Entretanto, em relação aos sintomas mais significativos temos o
zumbido: (22,5%), que foi referido bilateralmente em (10%) dos jovens trabalhadores,
sendo referido unilateralmente em (5%) em seguida temos a dor de cabeça constante
em (17%), e que apenas (7,5%) referem desconforto auditivo ou ouvido tampado.
Na tabela 4, estão relacionados a percepção auditiva de cada jovem com
relação a audição.
Tabela 4: Percepção auditiva (N=40)
Percepção auditiva Sim Não
Piora na audição 1,5% 8,5%
A musica pode trazer
prejuízo auditivo
5% 9,5%
A musica faz tão mal
quanto o ruído
10% 9%
20
Segundo mostra a tabela 4, a maioria dos participantes relatou não sentir piora
em sua audição após iniciar o habito de ouvir musica amplificada com fones de ouvido,
apenas uma amostra de (1,5%) diz ter sentido essa piora.
Com relação a percepção auditiva a maioria dos jovens (95%) referem não
acharem que musica amplificada por meio de fones de ouvido pode trazer prejuízos ao
sistema auditivo, contra apenas (5%) dos que acreditam que a musica pode sim trazer
algum tipo de prejuízo a audição.
E quando questionados sobre o fato da musica fazer tão mal quanto o ruído, a
maioria (90%) relatou que o ruído é mais nocivo do que a música amplificada.
Analisou-se ainda o hábito dos jovens em dormir ouvindo música com fone de
ouvido, e encontrou-se uma amostra de (8%) dos jovens que disseram possuir esse
hábito.
Gráfico 2 – Distribuição dos jovens em função do volume de ouvir música (N=40)
12
9
3
0
2
4
6
8
10
12
Baixo Médio Alto
Em qual volume tem o hábito de ouvir musica.
Baixo
Médio
Alto
Conforme mostra o gráfico podemos observar que (49%) dos jovens relatam
ouvir música amplificada no volume baixo e que apenas (13%) relatam ouvir musica
em volume alto.
21
Gráfico 3 – Distribuição dos jovens em função da opinião sobre o que prejudica mais a audição
O que prejudica mais a audição
85%
0%15%
Fabrica
Musica
Ambos
Segundo mostra o gráfico acima, (85%) dos jovens concordam quase em
unanimidade, que o ruído da fábrica é mais prejudicial à audição e que nenhum jovem
relatou achar que a música pode prejudicar a audição.
Gráfico 4 – Distribuição dos jovens em relação aos achados audiométricos
(N=40)
70
149
4 3
0
10
20
30
40
50
60
70
1
Achados Audiometricos
NormalReb. UnilReb. BilaPerda uniPerda bi
Conforme mostra o gráfico, a maioria dos jovens, possuem audição normal num
total de (70%), em seguida vem os rebaixamentos auditivos unilaterais em um total de
22
(14%), e os rebaixamentos auditivos bilaterais (9%), com relação a perdas auditivas
foram constatadas apenas as perdas neurossensoriais, correspondendo um valor de
(4%) unilateral e de (3%) bilaterais.
6 DISCUSSÃO
23
A presente pesquisa representa a preocupação com a problemática do ruído
ocupacional juntamente com o uso indiscriminado dos estéreos pessoais em jovens
trabalhadores.
A partir desta pesquisa foi possível levantar algumas considerações:
A média de idade estudada desta população foi de 24 anos, e o sexo
predominante foi o masculino, o tempo gasto diariamente desses jovens para ouvir
musica com fone de ouvido foi de uma hora à uma hora e meia. O inicio do habito de
ouvir musica com fones de ouvido, entre os jovens dessa população teve um
predomínio maior na faixa etária de zero a cinco anos. E o volume utilizado pela maioria
é baixo.
Mediante aplicação do questionário verificaram-se algumas características
apresentadas pelos jovens trabalhadores que poderiam ser apontadas como referência
de efeitos auditivos e extra auditivos, oriundos da exposição ao ruído e do uso
indiscriminado de fones de ouvido como: zumbido, dor de cabeça,ouvido tampado e
desconforto auditivo. Também podemos observar durante a pesquisa que a maioria dos
jovens, possuem uma percepção distorcida de que o ruído é mais prejudicial a saúde
auditiva do que a música amplificada. Dentre esses jovens a maioria relata não ter
sentido nenhuma piora em sua audição.
Das 40 amostras obtidas, ou seja, das 80 orelhas estudadas, 70% encontravam-
se dentro dos padrões de normalidade, enquanto 30% apresentaram alterações como
rebaixamentos auditivos unilateral (14%), rebaixamento auditivo bilateral (9%) perda
auditiva neurossensorial unilateral (4%). E perda auditiva neurossensorial bilateral (3%).
Não foi observada nenhuma perda auditiva condutiva, nem mau formação de conduto
auditivo ou qualquer tipo de perfuração de membrana timpânica.
Com esses dados conclui-se a idéia de que a exposição continuada a elevados
níveis de pressão sonora, juntamente com o hábito de ouvir música amplificada por
meio de estéreos pessoais, pode contribuir efetivamente para a instalação de uma
mudança permanente do limiar auditivo desta população.
7 CONCLUSÃO
24
Esta pesquisa não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas simplesmente
buscar por meio de dados, informações que possam contribuir na reflexão acerca dos
efeitos do ruído ocupacional juntamente com o hábito de ouvir musica amplificada por
meio de estéreos pessoais e como esta combinação pode afetar o organismo humano,
sem que se tenha a sensibilidade de perceber a extensão dos prejuízos por ele
gerados, em uma população jovem.
No decorrer desta pesquisa, pode ser observada a falta de conhecimentos da
maioria da população envolvida sobre a poluição sonora. O ruído ambiental é visto de
forma tão natural, sem qualquer preocupação com os prejuízos que poderá causar.
Contudo é razoável concluir que a consciência da pessoa sobre o problema, os riscos á
saúde e a maneira de se proteger são etapas importantes em todas as formas de
trabalho preventivo. Widén, Holmes & Erlandsson ao citarem Binde enfatizam que a
consciência de que o ruído é um problema de risco para a saúde e pode ao menos em
alguma extensão, pode ser considerado como um resultado do discurso social (WIDÉN,
HOLMES, & ERLANDSSON, 2006).
Que esta iniciativa ofereça subsídios a estudos futuros por meio dos achados
divulgados, possibilitando o intercâmbio de experiências e aprofundamento no assunto
discutido, assim como contribua para a evolução da ciência fonoaudiológica.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
25
BORJA, A . L. V. et al. O que os jovens adolescentes sabem sobre as perdas induzidas pelo excesso de ruído? Revista Ciências Médicas e Biológicas de Salvador, v. 1, n. 1, p. 86-98, nov, 2002. HÉTU, R. & FORTIN, M. Caracterização dos níveis de pressão sonora em danceterias e avaliação auditiva de jovens freqüentadoras. In: MORATA, TC; ZUCKI, F. (orgs). Caminhos para a Saúde Auditiva: ambiental- ocupacional. São Paulo: Plexus, 2005. p 29-40. FLIGOR, B. & IVES, T. (2006). "Does ear phone type affect risk for recreational noise-induced hearing loss?" presentation at Noise-induced Hearing Loss in Children Meeting, Cincinnati, Ohio. GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo:Atlas, 5ª edição, 1999 JORGE JUNIOR, J.J. & MONTE ALEGRE, A . C. A Audição dos Jovens e sua Relação com Hábitos de Exposição á Música Eletronicamente Amplificada. Introdução ao Tema e uma Revisão Bibliográfica. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, 61 (1): 07-13, 1995. JORGE JUNIOR, J.J. et al. Hábitos e Limiares Auditivos de Jovens em Relação á Música Eletronicamente Amplificada Através de Equipamentos Com Fones de Ouvido. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, São Paulo, 62 (5): 424- 43. 1996 JORGE JUNIOR, J.J. In: ZOCOLI, AMF. Hábitos e Atitudes de Jovens Catarinenses Frente ao Ruído: Avaliação com a Versão em Português do Questionário Yans. 2007.40F. Dissertação (Mestrado em Distúrbios da Comunicação) – Universidade Tuiuti Do Paraná. Curitiba, PR. MATTERNICH F. U., BRUSIS T. In: ZOCOLI, AMF. Hábitos e Atitudes de Jovens Catarinenses Frente ao Ruído: Avaliação com a Versão em Português do Questionário Yans. 2007.45F. Dissertação (Mestrado em Distúrbios da Comunicação) – Universidade Tuiuti Do Paraná. Curitiba, PR. MIRANDA, C.R & DIAS, R. In: ZOCOLI, AMF. Hábitos e Atitudes de Jovens Catarinenses Frente ao Ruído: Avaliação com a Versão em Português do Questionário Yans. 2007.45F. Dissertação (Mestrado em Distúrbios da Comunicação) – Universidade Tuiuti Do Paraná. Curitiba, PR. OLSEN- WIDÉN S. & ELANDSSON S. I. In: ZOCOLI, AMF. Hábitos e Atitudes de Jovens Catarinenses Frente ao Ruído: Avaliação com a Versão em Português do Questionário Yans. 2007.27F. Dissertação (Mestrado em Distúrbios da Comunicação) – Universidade Tuiuti Do Paraná. Curitiba, PR. PANIZ, S. I. M. Caracterização dos níveis de pressão sonora em danceterias e avaliação auditiva de jovens freqüentadoras. In: MORATA, TC; ZUCKI, F. (orgs).
26
Caminhos para a Saúde Auditiva: ambiental- ocupacional. São Paulo: Plexus, 2005. p 29-40. RENZO, W. Problemas Auditivos. 2008. Encontrado em www.itu.com.br em 02/07/09. SANTOS , T. M. M. & DURAN. Risco de perda auditiva por uso de discman: estudo sobre os níveis de pressão sonora medidos em sistemas portáteis de CD player. Distúrbios da Comunicação. São Paulo, 16 (3 0: 409- 411. 2004.
9 ANEXOS
28
Você está sendo convidado(a) para participar de uma pesquisa. As informações existentes neste documento são para que você entenda perfeitamente os objetivos da pesquisa, e saiba que a sua participação é espontânea. Se durante a leitura deste documento houver alguma dúvida você deve fazer perguntas para que possa entender perfeitamente do que se trata. Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias, sendo uma via sua e a outra do pesquisador responsável. 01. Informações sobre a Pesquisa: Título do Projeto de Pesquisa: Os efeitos do uso de estéreos pessoais em jovens trabalhadores Pesquisador Responsável: Claudia Giglio de O. Gonçalves Telefone pra Contato : 3331-7848 Pesquisadores Participantes: Angelita Maria Leão Antonio Telefone para Contato: 3391-1373 INTRODUÇÃO: Atualmente, os jovens vêm sofrendo um prejuízo cada vez mais cedo e muitas vezes irreversíveis com relação a audição, pois são os que mais se expõe a altos níveis de pressão sonora, muitas vezes no trabalho e no lazer como quando fazem o uso indiscriminado de estereofônicos pessoais e de música alta FINALIDADE DA PESQUISA:
Esta pesquisa tem como objetivo analisar os efeitos auditivos e extra-auditivos do uso de estéreos pessoais em jovens trabalhadores de uma empresa. PROCEDIMENTOS: Será aplicado um questionário com perguntas pertinentes aos hábitos auditivos desta população, perfil auditivo e queixas auditivas e extra-auditivas, além da realização de testes audiométricos. RISCOS E BENEFÍFICOS: Não haverá nenhum risco para a sua saúde, uma vez que o exame utilizado para o diagnóstico auditivo é reconhecido internacionalmente, não acarretando nenhum dano físico ou moral aos sujeitos envolvidos. Trata-se de procedimento não-invasivo, subjetivo e consagrado na prática clínica. Participando da pesquisa você terá a oportunidade de saber se tem ou não algum prejuízo auditivo. DESCONFORTO:
29
O desconforto será inexistente, pois o exame utiliza tons puros em intensidades próximas ao limiar auditivo. CUSTOS:
Você não terá nenhum gasto com a pesquisa.
PARTICIPAÇÃO: Caso você queira desistir de participar da pesquisa, poderá fazê-lo em qualquer
tempo e no momento em que desejar. Todos os participantes da pesquisa serão informados, acompanhados e
avaliados pelo pesquisador Angelita M. L. Antonio, fonoaudióloga pela PUC Paraná, registrada no CRFa sob n. 8734 - PR, telefone 3391-1373.
Durante o decorrer da pesquisa, caso você venha a ter alguma dúvida ou precise de alguma orientação a mais, use o telefone acima.
PRIVACIDADE E CONFIDENCIALIDADE:
Você tem o compromisso dos pesquisadores de que a sua identidade será
mantida em absoluto sigilo.
RESPONSABILIDAE: Caso ocorra algum tipo de dano no decorrer da pesquisa, os pesquisadores se
responsabilizam pelos eventuais ressarcimentos. No caso de novas informações no decorrer da pesquisa, estas serão submetidas
à avaliação da Comissão de Ética para um novo parecer.
DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO: Eu,_________________________________________________________,
portador(a) do RG:____________________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo acima descrito como sujeito.
Fui devidamente informado(a) e esclarecido(a) pelo pesquisador,________________________ sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem quer isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento.
Curitiba,____/_____/_____. Assinatura do Sujeito ou Responsável Assinatura do Pesquisador Responsável
Questionário sobre o Uso de Fones de Ouvido em Jove ns Trabalhadores
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1 Qual seu sexo? ( ) Masculino ( )Feminino 2 Qual sua idade? ( ) 3 Acha que escuta bem? ( ) Sim ( ) Não 4 Há quanto tempo (em meses) você iniciou o hábito de escutar música com dispositivo de fone de ouvido? ( ) 5 Quanto tempo (em minutos) por dia você costuma ouvir música,com fones de ouvido? ( ) 6 Em qual volume você tem o hábito de ouvir música? ( ) Baixo ( ) Médio ( ) Alto 7 Sente desconforto auditivo após usar fone de ouvido? ( ) Sim ( ) Não 8 Tem sensação de ouvido tampado? ( ) Sim ( ) Não 9 Sente zumbido após usar o fone de ouvido? ( ) Sim ( ) Não 10 Em qual ouvido você sente o zumbido? ( ) Direito ( ) Esquerdo ( ) Ambos ( ) Nenhum 11 Você sentiu que sua audição foi piorando após você ter iniciado o uso de fones de ouvido para escutar música? ( ) Sim ( ) Não 12 Você acha que a música pode trazer prejuízo a audição? ( ) Sim ( ) Não 13 Você acha que a música faz tão mal quanto o ruído? ( ) Sim ( ) Não 14 Tem o hábito de dormir escutando música com o fone de ouvido? ( ) Sim ( ) Não 15 Na sua opinião, o que prejudica mais a audição: o ruído da fábrica, a música ou os dois juntos? ( ) Fábrica ( ) Música ( ) Ambos 16 Qual equipamento (ex: mp3,mp4,celular, etc), que você ouve música com fones de ouvido? ( )