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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
BRUNA APARECIDA ZICKA
A APLICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA
PENITENCIÁRIO BRASILEIRO
CURITIBA
2015
2
BRUNA APARECIDA ZICKA
A APLICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA
PENITÊNCIÁRIO BRASILEIRO
Projeto apresentado na UNIVERSIDADE TUIUTIDO PARANÁ, no Curso de Direito, como requisitopara a obtenção do título de bacharel em Direito.
Orientador: Prof. Doutor André Peixoto de Sousa.
CURITIBA
2015
3
TERMO DE APROVAÇÃO
BRUNA APARECIDA ZICKA
A APLICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA
PENITÊNCIÁRIO BRASILEIRO
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Bacharel no Curso deDireito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, _____ de _______________ de 2015.
____________________________________________
Prof. Dr. Eduardo de Oliveira Leite
Coordenador do Núcleo de Monografia
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientador: ____________________________________________
Prof. André Peixoto de Souza
Universidade Tuiuti do Paraná
Curso de Direito
Prof. Dr.: _____________________________________________
Universidade Tuiuti do Paraná
Curso de Direito
Prof. Dr.:______________________________________________
Universidade Tuiuti do Paraná
Curso de Direito
4
“Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas
tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em
ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer
terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?”
Fernando Pessoa
5
DEDICATÓRIA
Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso aos meus Pais
Luiz Henrique e Rosa Elena, e ao meu Irmão Bruno Henrique,
que sem dúvidas, foram os que mais me apoiaram e que
tiveram paciência comigo nesta trajetória. Os amo de todo o
coração.
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus e a minha Mãe maior, Nossa Senhora da Conceição
Aparecida, uma vez que sem Eles e sem minha fé não chegaria em lugar algum.
Agradeço aos meus pais pela compreensão ofertada, pelo apoio dado, pelo
carinho trocado, pelas brigas e puxões de orelha. Lhes devo tudo. Todo o amor,
carinho, dedicação e respeito a vocês.
Agradeço ao meu irmão, pelo companheirismo oferecido e pelos momentos
de risada. Te amo muito, mais do que você imagina.
Agradeço aos meus Avós maternos David e Elena, que me acompanham
desde sempre, que me apoiam e dão sábios conselhos em toda e qualquer decisão
que eu assuma. Aos meus avós paternos (in memoriam) Silvestre e Maria Tereza,
pelos ensinamentos deixados e pelo amor e carinho compartilhados. Meus avós
muito obrigado por estarem tão presentes na minha vida. Todo amor, gratidão e
admiração do mundo a vocês.
Aos meus amigos tios e tias maternos, padrinhos e madrinhas, não tenho
palavras para agradecer a cada um de vocês. Obrigada por me apoiarem. Os amo.
Aos meus amigos Luís Henrique Zanoni, Jonas Cândido, Gustavo H.
Lunardon, Adriane Sandri, Maria Carolina Antunes e a Família Faot, obrigada por me
acompanhar, por me aguentar, me suportar, por me fazer feliz.
Ao meu afilhado Murilo Sandri Maciel, que trouxe mais luz a minha vida.
As minhas amigas Karoliny F. Siqueira e Daniele Nunes, obrigada por me
acompanharem de perto, mesmo eu estando tão longe de cada uma.
Ao Meu Professor Orientador André Peixoto de Souza, obrigada por todo
ensinamento passado. Toda a gratidão e admiração.
7
LISTA DE ABREVIAÇÕES
LEP – Lei de Execução Penal
CF – Constituição Federal
CP – Código Penal
FUNPEN – Fundo Penitenciário Nacional
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................………....10
1. CONCEITO..................................................................................................………............11
2. DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO...............................................................…………......11
2.1 NO MUNDO.................................................................................................………….......11
2.2 NO BRASIL...............................................................................................………….........14
3. DOCUMENTOS RELEVANTES DOS DIREITOS HUMANOS NA ATUALIDADE…………15
3.1 PACTO SAN JOSÉ DA COSTA RICA........................................................……………....15
3.2 A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS......................………….....16
4. A INTERFERENCIA DO SISTEMA DE DIREITOS HUMANOS INTERNACIONAL NO
ESTADO BRASILEIRO................................................................................……………….....17
5. DO SISTEMA PRISIONAL..............................................................................………….....19
5.1 DA CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS............................................................…………......21
5.1.1 Das Espécies de Pena e suas Finalidades..............................................…………......21
5.1.2 Os Estabelecimentos Prisionais e os Regimes de Cumprimento de Pena………........25
5.2 O PRINCIPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA......................................…………......27
5.3 DOS DIREITOS DOS APENADOS..............................................................…………......30
6 A APLICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA PENITENCIÁRIO
BRASILEIRO.....................................................................................................………….......32
6.1 A REALIDADE ATUAL – A VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS..........………….......32
6.2 O SISTEMA PENITENCIÁRIO E A RECUPERAÇÃO..................................…………......35
CONCLUSÃO....................................................................................................………….......36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................………….......37
9
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objeto a aplicação dos Direitos Humanos
dentro do sistema penitenciário Brasileiro.
Nos primeiros capítulos, há uma explicação do que é Direitos Humanos e um
breve relato histórico, tanto do mundo, como do Brasil, aonde percebe-se que as
conquistas dos direitos se fez necessária.
Da mesma forma, traz ainda um pouco sobre o alguns tratados e
declarações o qual o Brasil é signatário, e como estes tratados e declarações são
incorporados na ordem jurídica brasileira.
Mais adiante depara-se com o sistema prisional, o qual há um breve
histórico, e logo em seguida demonstra-se como se dá a aplicação da pena, quais
são os estabelecimentos prisionais e suas respectivas finalidades, os tipos de penas
que poderão ser aplicados, e a colocação dos direitos dos apenados e o princípio da
individualização da pena.
Por derradeiro, explica-se a maneira que são aplicados os Direitos humanos
dentro da realidade do atual sistema penitenciário Brasileiro.
10
1. CONCEITO
O conceito de direitos humanos, por si só se auto define em sua
terminologia. Os direitos humanos nada mais é que os direitos dos homens, que
tem como o objetivo de assegurar os valores essenciais da vida, da personalidade,
da solidariedade, da fraternidade, a liberdade e da dignidade da pessoa humana.
Para Alexandre de Morais (2008) a importância dos direitos humanos, faz-se
necessária em todas as Constituições, para ter garantido o direito a dignidade
humana e, bem como para limitar o poder estatal, visando o pleno desenvolvimento
da personalidade humana.
Assim, é notória a importância dos Direitos Humanos para a manutenção da vida, da
personalidade e da dignidade de cada pessoa, tornando assim, um direito
inalienável e insubstituível, mas essencial para a vida dentro e fora do Estado.
2. DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
2.1 NO MUNDO
Os Direitos Humanos é uma gama de resultados que ocorreram ao
longo da história da humanidade.
Os primeiros relatos históricos o qual se tem conhecimento é no antigo Egito
e na Mesopotâmia, onde já era previsto mecanismos de proteção individual com
relação ao Estado, segundo descreve Sidney Guerra (2008):
“o Egito foi a primeira civilização na história da humanidade que
desenvolveu um sistema jurídico praticamente individualista, e os
mesopotâmios redigiram textos jurídicos que podiam ser chamados de
códigos, os quais formularam regras de direito.”
11
Após o Antigo Egito e na Mesopotâmia, se tem conhecimento do
Código de Hamurabi (1690 a.C) aonde, conforme descreve Alexandre de Moraes
(2000), como sendo provavelmente a primeira codificação a confirmar os direitos
comuns entre os homens, como a vida, a honra, a dignidade, entre outros.
Contudo, deve-se salientar também, a importância do Código de Manu,
assim como os ensinamentos de Buda, em relação a garantia da dignidade humana
para a Antiguidade, mais precisamente no Oriente.
Entretanto, os direitos humanos fundamentais se desenvolveram com muitos
mais intensidade pelo século XVIII até o século XX.
Um dos mais importantes relevantes fatores históricos dos direitos humanos
iniciaram na Inglaterra, onde poder ser encontrada a Magna Charta Libertatum, de
1215, posteriormente a Petition of Right, de 1689, e o Act of Seattlemente, de 1701,
conforme expõe Alexandre de Moraes (2008).
Continuamente, encontra-se Revolução dos Estados Unidos da América,
onde há um grande destaque a Declaração de Direito da Virgínia, de 1776,
Declaração de Independência dos Estados Unidos da América, de 1776. Destaca –
se a importância da Declaração de Independência dos Estados Unidos, uma vez que
nesta havia uma importante limitação do poder estatal, perante os direitos dos
homens.
A Declaração de Independência dos Estados Unidos esclarece que todos os
homens são iguais perante Deus, o qual lhes deu direitos que são inalienáveis, e
que estão acima de todo e qualquer poder político, colocando assim, vida, a
liberdade, a busca pela felicidade como prioridade. E ainda nesta declaração, fora
descrita uma lista, a qual expunha os abusos cometidos pelo Rei da Inglaterra, como
os motivos da separação política.
Posteriormente fora instituída a Constituição dos Estados Unidos da
América, de 1787, a qual teve suas dez primeiras emendas aprovadas em setembro
de 1789,as quais foram posteriormente ratificadas em 15 de dezembro de 1791,
aonde se pretendia limitar ainda mais o poder estatal, estabelecendo uma separação
maior entre os poderes estatais e diversos direitos.
12
Em 26 de agosto de 1789, na França, após a queda da Bastilha e do poder
monárquico absolutista, a Assembleia Nacional promulgou a Declaração dos Direitos
do homem e do Cidadão, a qual continha 17 artigos, fazendo surgir neste momento
os direitos fundamentais de 1ª geração.
Mas a maior efetivação dos direitos fundamentais, segundo Alexandre de
Moraes (2008), perdurou durante o constitucionalismo liberal do século XIX, como se
vê na Constituição Cádis de 1812, a Constituição Portuguesa de 1822, a
Constituição Belga de 1831 e a Constituição Francesa de 1848. Mas destaca-se a
Constituição Francesa que delineou a ampliação dos direitos fundamentais a qual,
posteriormente, fora sendo aderida pelas demais Constituições do século XX.
Já no século XX os diplomas constitucionais foram fortemente marcados
pelas preocupações sociais, demarcando os direitos fundamentais de 2ª geração, a
qual teve como exemplo a Constituição Mexicana de 1917, sendo a primeira
constituição que abrange a ideia de reforma agrária, a Constituição de Weimar de
1919, a Declaração Soviética dos Direitos do Povo trabalhador e Explorado de 1918,
pela Constituição Soviética de 1918 e a Carta do Trabalho, editada pelo Estado
Fascista Italiano em 1927, conforme descreve Alexandre de Morais(2008).
Mas o marco histórico mais impactante e importante para o surgimento dos
Direitos Humanos na esfera internacional fora, sem dúvida, a Segunda Guerra
Mundial, onde surgiu em seguida ao pós-guerra, um movimento pró Direitos
Humanos como resposta às atrocidades cometidas durante o nazismo. É nessa
linha de raciocínio que Alci Marcus Ribeiro Borges (2006), traça o esforço da
humanidade em reconstruir dos direitos humanos, como maneira orientar a ordem
internacional contemporânea de forma mais ética.
Após a Segunda Guerra os direitos humanos passaram a ter mais
importância no meio internacional, principalmente com o advento da Carta das
Nações Unidas, em 1945, assim como, com a promulgação da Declaração Universal
dos Direitos Humanos, em 1948.
Para a época, a restauração dos direitos humanos internacional era
essencial, aonde deveria ser reconhecida a capacidade processual dos indivíduos e
13
dos grupos sociais na esfera global. Para isto a contribuição deixada pelas lições
dolorosas do holocausto ocasionadas na Segunda Guerra Mundial fora de suma
importância, fazendo surgir um alicerce para a proteção da dignidade da pessoa
humana.
2.2 NO BRASIL
No Brasil, a primeira Constituição fora outorgada pelo Imperador D. Pedro II,
em 1824, a qual previa a garantia dos direitos fundamentais como forma de se
adequar à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789.
Com isso foi adotado o sistema bicameral, o qual havia uma composição de
duas casas que constituíam o Poder Legislativo: a Câmara dos Deputados e a
Câmara dos Senadores.
Com o advento da promulgação da Constituição de 1891, o Brasil deixa de
ser um Estado Unitário tornando-se Estado Federativo, mas mantendo as garantias
aos direitos fundamentais e direitos individuais, todavia, não havia uma política de
efetivação destes direitos, como descreve Alexandre de Moraes (2008).
Já na Constituição de 1934 foram instituídos o direito de voto para as
mulheres e a criação da CLT, assim como, ocorreu o rompimento do bicameralismo
rígido assim afirma Alessandra Gomes Varisco (2006).
Por sua vez, a Constituição de 1937, também outorgada por Getúlio Vargas,
ocorrera uma modificação no Sistema Estatal, aonde o mesmo voltou a se tornar um
Estado Unitário. Nesta Constituição fora suprimindo o federalismo, a relação dos
poderes, a representação, assim como, ocorreu a dissolução do Congresso Nacional
e a extinção dos partidos políticos, implantando assim, uma ditadura.
Ainda se faz necessário observar que na Constituição de 1937 os direitos e
garantias fundamentais que estavam contidos na Constituição de 1934 foram
extintos. Assim como, faz-se notório, ainda na Constituição de 1937, a necessidade
da reabertura do Congresso Nacional e o retorno dos partidos políticos.
14
Em 1967 com a ditadura militar, é promulgada uma nova Constituição, que
recebeu forte influência da Constituição de 1937, fazendo com que fosse ampliando
os poderes da União e do Presidente da República. O rol de direitos e garantias foi
ampliado, incluindo a proteção aos direitos políticos, mas posteriormente cassados
pelos Atos Institucionais. Um dos Atos Institucionais de maior relevância histórica,
por retirar todo e qualquer direito e garantia fundamental, deixando a população a
mercê das ordens impostas pelo Estado Ditatorial foi o A.I. nº 5.
Mas, em 1988, com a queda da ditadura militar no país, é promulgada a
nova e atual Constituição onde fora ampliado o rol de garantias fundamentais e
direitos humanos, tendo sido elevada a forma federativa de Estado a cláusula
pétrea.
3. DOCUMENTOS RELEVANTES DOS DIREITOS HUMANOS
NA ATUALIDADE
3.1 - PACTO SAN JOSÉ DA COSTA RICA
O Pacto de San José da Costa Rica foi assinado na data de 22 de novembro
de 1969 na cidade de San José em Costa Rica. Sendo homologado no Brasil em
Setembro de 1922.
Conhecida ainda como 'Americana de Direitos Humanos', era composta por
81 Artigos, os quais buscavam garantir os direitos fundamentais da pessoa humana,
entendendo que a busca não era tão somente garantir os direitos humanos, mas
abranger o direito como um todo.
“ [...] o direito a personalidade jurídica, o direito a vida, o direito a não ser
submetido a escravidão, o direito a liberdade, o direito a um julgamento
justo, o direito a uma compensação em caso de erro do judiciário, o direito a
privacidade, o direito à liberdade de consciência e religião, o direito de
liberdade de pensamento e expressão, o direito à resposta, o direito à
15
liberdade de associação, o direito ao nome, o direito a nacionalidade, o
direito à liberdade de movimento e residência, o direito de participar do
governo, o direito à igualdade perante a lei e o direito à proteção judicial.”
Os direitos acima citados são resguardados pela Comissão Interamericana
de Direitos Humanos e pela Corte Interamericana e constam inseridos no Pacto de
San José da Costa Rica em seu Art. 33.
3.2 – A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi publicada em 10 de
dezembro de 1948, realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Após a Segunda Guerra Mundial, a Declaração Universal do Direitos
Humanos veio como forma assegurar a aplicação de direitos humanos com a devida
garantia de aplicação de direitos culturais, civis, sociais, políticos e econômicos.
Nota-se que a Declaração foi o primeiro instrumento internacional para a
ramificação em todo o mundo. Nesse sentido, Bernardo Pereira coloca:
“A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi o primeiro documento a
estabelecer internacionalmente os direitos inerentes a todos os homens e
mulheres, independentemente das situações particulares de cada um, que
devem ser observadas em todo o mundo.”
Dessa maneira, nota-se que a Declaração procurou atingir todos os seres
humanos, garantindo um amplo conjunto de direitos a ser aplicado a todos de
maneira igualitária.
16
4. A INTERFERENCIA DO SISTEMA DE DIREITOS HUMANOS
INTERNACIONAL NO ESTADO BRASILEIRO
Na Constituição de 1988 são reconhecidos os limites e as condições do
conceito de soberania nacional, sendo relevante a prevalência dos Direitos
Humanos, como se coloca no Art. 4ª desta constituição, vejamos: “Art. 4º A
República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios: [...] II – prevalência dos direitos humanos; [...]”.
Com esta garantia dos direitos humanos, todas as normas dirigidas a este
fim deveram ser objeto de aprovação imediata pelo Congresso Nacional.
Em seu art. 5º, § 2º, a Constituição Federal deixa cristalino a consideração
com relação aos tratados internacionais, os quais serão hierarquicamente
equivalentes às legislações: “Art. 5º [...] § 2º Os direitos e garantias expressos nesta
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil
seja parte.”
Todavia, a Emenda Constitucional n.º 45 de 2004 acrescentou ao art. 5º da
CF, os parágrafos 3º e 4º, os quais reforçam as questões relacionadas a Direitos
Humanos.
O parágrafo 3.º coloca quais serão as regras para aprovação de tratados e
convenções internacionais sobre Direitos Humanos, e o parágrafo 4º, coloca que o
Brasil está submisso à jurisdição de Tribunal Penal Internacional.
Desta maneira, pode-se afirmar que os Direitos Humanos são protegidos no
Brasil, pela própria constituição e pelos tratados ratificados pelo Brasil, conforme
estabelece o art. 60, § 4.º, IV, da CF, os quais ficam incorporados ao ordenamento
jurídico brasileiro e os direitos fundamentais provenientes de tratados, atribuindo a
eles uma natureza diferenciada, passam a integrar os direitos constitucionalmente
protegidos, sendo amparados por cláusulas pétreas.
17
Entretanto, o art. 102, III, b, da CF de 1988, nos traz que os demais tratados
internacionais que não versarem sobre direitos humanos não terão natureza de
norma constitucional, mas natureza de norma infraconstitucional.
Nesse contexto, o Supremo Tribunal Federal se posicionou alegando que
qualquer tratado internacional ratificado pelo Brasil passará a ser integrado no direito
interno brasileiro, mas como legislação ordinária, sendo a Constituição Federal a
expressão máxima da soberania nacional.
Não haverá, segundo o Supremo Tribunal de Justiça, garantia de privilégio
hierárquico os tratados internacionais sobre o direito interno brasileiro. Haverá uma
prevalência das normas de direito interno sobre as de direito internacional público
decorrentes de primados do próprio STF, com base na especialidade das leis no
sistema jurídico constitucional, uma vez que lei geral seria incapaz de derrogar uma
outra lei de cunho especial.
Ainda, a Constituição de 1988, estabelece em seu artigo 1º, a dignidade da
pessoa humana, sendo um dos fundamentos prioritários do sistema constitucional,
assegurando os direitos individuais e coletivos.
A dignidade da pessoa humana por ser uma norma fundamental integra a
Constituição Federal, como um princípio de Direito. A dignidade é um valor absoluto,
inalienável, inerente a cada indivíduo. Alexandre de Moraes (2008) aponta:
“A dignidade da pessoa humana é um valor espiritual e moral inerente a
pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e
responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por
parte das demais pessoas, que se constituindo um mínimo invulnerável que
todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente
excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos
fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que
merecem todas as pessoas enquanto seres humanos. O direito à vida
privada, à intimidade, à honra, à imagem, dentre outros, aparecem como
consequência imediata da consagração da dignidade da pessoa humana
como fundamento da República Federativa do Brasil. (...) A ideia de
18
dignidade da pessoa humana encontra no novo texto constitucional total
aplicabilidade (...) e apresenta-se uma dupla concepção.”
Percebe-se que há um direito individual protetivo em relação ao Estado,
assim como, em relação aos demais indivíduos. Mas há também tratamento
igualitário com relação aos semelhantes.
Neste entendimento, Flávia Piovesan (2000) aponta:
“A dignidade da pessoa humana, (...) está erigida como princípio matriz da
Constituição, imprimindo-lhe unidade de sentido, condicionando a
interpretação das suas normas e revelando-se, ao lado dos Direitos e
Garantias Fundamentais, como cânone constitucional que incorpora as
exigências de justiça e dos valores éticos, conferindo suporte axiológico a
todo o sistema jurídico brasileiro.”
5. DO SISTEMA PRISIONAL
Na antiguidade não haviam estabelecimentos prisionais. As prisões nada
mais eram que calabouços ou torres, onde os detentos eram guardados sob a
custódia do Estado até seu julgamento ou sua execução, não havendo um caráter
punitivo.
A época se aplicava o direito canônico e vingativo, tendo base a Lei de
Talião ou Código de Hamurabi (olho por olho, dente por dente) o qual foi um dos
primeiros códigos escritos. Pode-se dizer que:
“As sanções da Idade Média estavam submetidas ao arbítrio dos
governantes, que as impunham em função do "status" social a que pertencia
o réu. A amputação dos braços, a forca, a roda e a guilhotina constituem o
espetáculo favorito das multidões deste período histórico. Penas em que se
promovia o espetáculo e a dor, como por exemplo a que o condenado era
19
arrastado, seu ventre aberto, as entranhas arrancadas às pressas para que
tivesse tempo de vê-las sendo lançadas ao fogo. Passaram a uma
execução capital, a um novo tipo de mecanismo punitivo (MAGNABOSCO,
1998).”
Na Idade Moderna, como o aumento significativo da pobreza na Europa,
desencadeou uma o aumento significativo da criminalidade.
Como o aumento de delinquentes tornou-se evidente, passou a haver
construções de prisões, com o objetivo de houver locais apropriados para
recepcionar as pessoas que encontravam-se sob a custódia do Estado, com a
finalidade de corrigir os indivíduos que ali estavam por meio do trabalho e da
disciplina. Desta forma, a pena de morte passa a ser extinta.
O modo de aplicação das punições tornaram-se teorias sociais do século
XX. Cita-se Michel Foucault (1987) como um dos grandes pensadores que
elaboraram uma nova maneira de pensar sobre as punições. Assim percebesse
neste trecho:
“O afrouxamento da severidade penal no decorrer dos últimos séculos é um
fenômeno bem conhecido dos historiadores do direito. Entretanto, foi visto,
durante muito tempo, de forma geral, como se fosse fenômeno quantitativo:
menos sofrimento, mais suavidade, mais respeito e “humanidade”. Na
verdade, tais modificações se fazem concomitantes ao deslocamento do
objeto da ação punitiva. Redução de intensidade? Talvez. Mudança de
objetivo, certamente. Se não é mais ao corpo que se dirige a punição, em
suas formas mais duras, sobre o que, então, se exerce? [...] Pois não é mais
o corpo, é a alma. À expiação que tripudia sobre o corpo deve suceder um
castigo que atue, profundamente, sobre o coração, o intelecto, a vontade, as
disposições.”
Observa-se que a ideia de Foucault era a aplicação de uma nova
reestruturação, onde se utilizasse uma intimidação adequado ao condenado, mas
também a prevenção para que não ocorresse reiteradamente a prática da
criminalidade.
20
5.1 DA CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS
Dentro do Direito Penal Brasileiro existem três modalidades para a execução
da pena, que são: regime fechado, semiaberto e aberto. O objeto de estudo será a
pena aplicado do regime fechado, onde o condenado é retirado do seu convívio
social sendo privado de sua liberdade.
5.1.1 Das Espécies de Pena e suas Finalidades
Cabe ressaltar que há no Brasil a existência dois tipos de sanções penais a
pena: aplicável aos agentes imputáveis e a medida de segurança, a qual é aplicada
aos inimputáveis. Neste trabalho o objeto de estudo será a pena aplicada aos
agentes imputáveis.
Deve-se levar em consideração que a pena, em um dos entendimentos, é
vista como uma sanção imposta pelo Estado.
O Estado, dotado de soberania, detém o direito de punir. O CP, em seu art.
32, arrola as espécies de penas que são aplicadas, quais sejam: privativa de
liberdade, restritiva de direitos e multa.
A pena privativa de liberdade poderá ser de três maneiras: reclusão,
detenção e prisão simples.
A pena reclusão deverá ser cumprida em três formatos de regime, que
poderão ser: fechado, semiaberto e aberto. Já a pena de detenção deverá ser
cumprida em dois regime: o semiaberto e aberto.
Faz-se necessário mencionar a prisão simples, que é uma pena privativa de
liberdade prevista na Lei de Contravenções Penais (Decreto-Lei 3688/41), a qual
deverá ser cumprida, em estabelecimento especial, em prisão comum, nos regimes
semiaberto ou aberto.
21
Contudo Guilherme de Souza Nucci (2006) destaca que o fato de a prisão
simples ser uma pena privativa de liberdade, o estabelecimento destinado a estes
deveria de ser uma espécie de colônia penal, ou ao menos uma casa do albergado.
Mas a atual realidade brasileira impossibilita esta prática, uma vez que a
maior parte das cidades brasileiras não possui Casa do albergado, devendo os
detentos ficarem recolhidos durante o repouso noturno e nos fins de semana em
suas próprias casas, não havendo uma fiscalização apropriada.
Porém, temos há em algumas cidades estabelecimentos que possuem celas
para o cumprimento da pena pelos albergados. Entretanto, estes estabelecimentos
não comporta o número de detentos, sendo assim, a solução encontrada fora que
revezamentos, ou seja, os detentos dormem em dias alternados na Casa de
Albergado. Desta forma, verifica-se que não há estrutura suficiente para os
condenados por crime de contravenção penal.
Há também as penas restritivas de direito. Estas substituem a pena privativa
de liberdade, implicando em restrições e obrigações ao condenado. Disposta no art.
43 do CP são penas restritivas de direitos: a prestação pecuniária, a perda de bens e
valores, prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, interdição
temporária de direitos e limitação de fim de semana.
A prestação pecuniária, (art. 45, § 1°, do CP), consiste na devolução de
valores à vítima, e aos seus dependentes ou a entidade pública ou privada com
destinação social, em uma importância que será fixada pelo juiz em um valor não
inferior a um salário-mínimo, não podendo ser superior a 360 salários-mínimos. O
valor pago será deduzido do montante de eventual condenação se houver ação de
reparação civil, quando forem coincidentes os beneficiários. Havendo aceitação do
beneficiário, a prestação poderá ser revertida em prestação de outra natureza.
O perdimento de bens e valores consiste em retirar do agente o que fora
“conquistado” com o crime, diminuindo o patrimônio como forma de evitar a
reincidência.
O valor arrecadado com o perdimento de bem e valores do condenado
passará para o Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN), ou seja, será repassado o
22
montante do prejuízo causado ou o rendimento obtido em pelo agente na prática
delituosa.
Já a prestação de serviços à comunidade é uma tarefa atribuída ao
condenado, em observância a sua aptidão, a qual deverá ser cumprida de forma
gratuita junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos ou em
estabelecimentos similares.
Essa medida será aplicável aos condenados onde a pena é superior a 6
(seis) meses de privação de liberdade. Se a pena a ser substituída for superior a 1
ano, será facultado ao condenado o comprimento da pena substitutiva em menor
tempo, mas nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada.
Entretanto, uma vez transitada em julgado a sentença, caberá ao juiz da
execução designar a entidade ou programa, a qual deverá estar devidamente
credenciado ou conveniado, aonde deverá o condenado prestar os serviços,
intimando-o do local, dia e horário em que deverá cumprir a pena.
Já a interdição temporária de direitos, se poderá ser em três espécies. São
elas: proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, assim como
mandato eletivo; proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;
suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo; proibição de
frequentar determinados lugares.
Uma vez aplicada qualquer uma das modalidades de interdição, o juiz
determinará a intimação do condenado e comunicará à autoridade competente a
pena aplicada, quando necessário.
Por fim, há limitação do fim de semana, onde condenado deverá permanecer
nos finais de semana, por 5 horas, em casa do albergado ou em estabelecimento
similar, devendo realizar neste tempo tarefas educativas, socioeducativas ou
palestras, com a finalidade de reeducação e ressocialização o condenado. Deverá o
estabelecimento designado encaminhar ao juiz da execução, mensalmente, um
relatório contendo todos os tipos de informações, inclusive comunicando as
ausências ou falta disciplinar.
23
As penas restritivas de direito, quando aplicadas deveram observar os
requisitos previstos no art. 44 e 77 do Código Penal. Estes artigos estabelecem
requisitos objetivos e subjetivos. Para Ricardo Antônio Andreucci (2011), para que
ocorra a substituição deveram ser analisados os elementos subjetivos, não podendo
a pena privativa de liberdade ultrapassar a 4 anos, bem como, o crime não poderá
ser cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, ou resultante de crime
culposo. Deve se observar ainda que, somente serão aplicadas se a culpabilidade,
os antecedentes, a conduta social e a personalidade, assim como os motivos e
circunstâncias do crime, indicarem que a transformação a ser colocada será
suficiente.
Por fim, há a pena de multa, onde que implica na diminuição patrimonial do
condenado. Enfatiza-se que muito embora seja uma pena pecuniária, não se pode
confundir com a pena de prestação pecuniária, uma vez que se trata de uma
restritiva de direitos. O pagamento da multa, conforme prevê o art. 49 do CP, que
deverá ser fixada na sentença, será realizado em favor do FUNPEN e calculada em
dias-multa, tendo como mínimo de 10 e o máximo de 360 dias-multa. O valor do dia-
multa não poderá ser inferior a um trigésimo do salário-mínimo vigente à época dos
fatos, assim como, não poderá ser superior a cinco vezes esse salário. A multa
poderá ser aplicada como sanção principal, alternativa ou cumulativamente,
devendo ser paga dentro de 10 dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória, e será considerada dívida de valor e, caso não for cumprida, deverá
ser realizada à sua execução, nos moldes da Lei de Execução Fiscal, conforme o
art. 51 CP.
Através o art. 59 do CP, podemos identificar qual será a pena fixada e a sua
finalidade, a qual poderá ser mista, apresentando as finalidades retributiva e
preventiva ANDREUCCI (2011).
De forma objetiva, explica Fernando Capez (2011):
“1- teoria da retribuição ou absoluta: consiste em uma punição pelo
desrespeito a um bem jurídico, devendo ser proporcional ao crime praticado.
Está prevista no CP no art. 59, que faz referência a necessidade e
24
suficiência. 2- teoria da prevenção ou relativa: Tem por objetivo coibir ou
evitar a prática de novos delitos. A pena é vista como um instrumento para
prevenir as futuras infrações penais. Podendo ser especial objetivando a
readaptação do criminoso, como forma de impedi-lo de voltar a delinquir.
Sendo geral quando visa incutir no ambiente social uma intimidação para as
pessoas não delinquirem por medo de receber uma punição. 3- teoria mista:
A pena tem a dupla função de punir o criminoso e prevenir a prática de
crimes.”
5.1.2 Os Estabelecimentos Prisionais e os Regimes de
Cumprimento de Pena.
Segundo a LEP, no arts. 82 e seguintes, estabelece quais são
estabelecimentos penais destinados ao cumprimento de pena. O sentenciado
cumprirá no regime que lhe foi imposto na sentença condenatória. Os condenados
ao regime fechado deverão cumprir sua pena em unidades prisionais ou
penitenciárias. Já os condenados em regime semiaberto deverão cumprir em colônia
industriais ou agrícolas. Já os condenados em regime aberto deverão ser mantidos
em casas de albergado. Mas quando condenados forem mulheres, deverão estas,
cumprir suas sentenças em estabelecimentos prisionais distintos. As mulheres que
tiverem idade superior a 60 anos deverão ser acomodadas em uma instituição penal
própria e adequada a sua situação pessoal. As instituições penais destinadas a
mulheres deverão dispor de um berçário, onde as presas condenadas poderão
cuidar de seus filhos.
Também determina a LEP que presos provisórios deveram ficar separados
de condenados com sentença condenatória já transitada em julgado, assim como, o
preso primário deverá cumprir pena em seção diversa daquela destinada a
reincidentes. Porém a fatídica falência do sistema penitenciário brasileiro não
permite que as disposições legais contidas na LEP sejam cumpridas.
Na CF em seu art. 144, encontramos o responsável em garantir a segurança
pública dos indivíduos apenados, através de seus órgãos:
25
'Art. 144 A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade
de todos, devendo ela ser exercida para a preservação da ordem pública e
da incolumidade das pessoas e do patrimônio[...]. Portanto, incumbe ao
Judiciário punir aquele que atenta contra a segurança de qualquer indivíduo,
que atinja seus bens jurídicos de forma irremediável.'
No art. 59 do CP determina que no momento em que o magistrado fixar a
pena, deverá estabelecer além de outras medidas cabíveis, o regime de
cumprimento da pena, nos seguintes termos:
Art. 59 O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário o suficiente para reprovação e
prevenção do crime: I- as penas aplicáveis dentre as cominadas; II- a
quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III- o regime
inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV- a substituição da
pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
Com relação ao regime de cumprimento de pena, o CP, como já explicado
anteriormente, estabelece três regimes que poderão ser impostos: regime fechado,
regime semiaberto e regime aberto.
Entretanto, o art. 33, § 2º, do CP fixa a regra do regime de cumprimento
inicial da pena. Assim, o sentenciado condenado a pena superior a 8 anos começará
cumprir sua pena em regime fechado. Quando não for reincidente e a pena não for
superior a 4 anos e for até 8 anos, cumprirá, desde o início, em regime semiaberto.
E sendo o sentenciado condenado a uma pena que seja igual ou inferior a 4 anos e
não sendo reincidente, poderá cumpri-la em regime aberto.
Segundo o art. 34 do CP, quando sentenciado em regime fechado, deverá,
também segundo a LEP, o condenado ser submetido a exame criminológico, para
melhor classificar para individualização da execução. O condenado nesta regime
26
ficará sujeito a trabalho no período diurno e isolamento durante o repouso noturno.
O trabalho será em comum, dentro do estabelecimento no qual se cumpra a pena,
na conformidade com as aptidões do condenado, desde que estas sejam
compatíveis com a execução da pena. O trabalho externo será admissível, no
regime fechado, em serviços ou obras públicas.
Em conformidade com o art. 35 do CP, aplica-se a regra do art. 34 caput do
CP aquele condenado que inicie o cumprimento da pena no regime semiaberto.
Desta forma, no regime semiaberto, o condenado ficará sujeito a trabalho durante o
período diurno, em colônia agrícola ou industrial e/ou estabelecimento similar. O
trabalho externo é admissível, assim como a frequência a cursos profissionalizantes
ou de instrução de segundo grau ou superior.
No regime aberto, segundo o art. 36 do CP, baseia-se na autodisciplina e na
responsabilidade do condenado. Deverá o condenado, fora do estabelecimento
prisional e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso profissionalizante ou de
instrução, ou exercer outra atividade autorizada, mas este permanecerá o recolhido
durante o período noturno e nos dias de folga em casas de albergado. O condenado
poderá ser transferido do regime aberto quando praticar fato definido como crime
doloso, ou ainda quando frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a
multa cumulativamente aplicada na sentença.
Contudo a realidade atual é completamente diferente da lei, uma vez que há
falta estabelecimentos prisionais, e quando existentes, verifica-se falta de vagas. É
notório que temos uma estrutura deficiente, aonde faltam condições para o
cumprimento da lei.
5.2 O PRINCIPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Segundo Alexandre de Moraes (2008), o princípio da individualização da
pena exige uma correspondência entre a responsabilidade da conduta do acusado e
a sanção a ser aplicada, tendo com o objetivo atingir a finalidade da pena, quais
27
sejam, a repressão e prevenção do crime. Desta forma a imposição da pena
depende do grau de censura da conduta praticada pelo agente.
O art. 59 do CP estabelece os mecanismos para a individualização da pena,
como observa-se a seguir:
'Art. 59 O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a
quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime
inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; V - a substituição da
pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.'
Observa-se que a individualização se dá quando o legislador descreve o tipo
penal específico e estabelecendo sanções adequadas, indicando seus limites.
Por sua vez, no segundo plano temos a indivualização judicial, que completa
a legislativa, pois torna a pena efetiva, quando o juiz a aplica, se utilizando de todos
35 os meio instrumentais fornecidos pelos autos da ação penal, em observância ao
art. 49 e 68 do CP, que trata respectivamente da sanção pecuniária e cálculo da
pena.
Finalizando, temos a individualização administrativa que se efetiva com a
execução da pena, quando o estado cuida de cada condenado de forma singular,
buscando a realização das finalidades da pena. Prado (2006) colaciona o
entendimento do STJ no tocante ao princípio da individualização da pena, vejamos:
Pena privativa de liberdade (sentido e limites). Crimes denominados hediondos (Lei
nº 8.072/90). Execução (forma progressiva). 1. As penas devem visar à reeducação
do condenado.
A história da humanidade teve, tem e terá compromisso com a reeducação e
com a reinserção social do condenado. Se fosse doutro modo, a pena estatal estaria
fadada ao insucesso.
28
Já há muito tempo que o ordenamento jurídico brasileiro consagrou
princípios como o da igualdade de todos perante a lei e o da individualização da
pena. O da individualização convive conosco desde o Código de 1830.
É disposição eminentemente proibitiva e eminentemente excepcional a lei
dos crimes denominados hediondos; portanto, proposição prescritiva de
interpretação/exegese estrita.
Em bom momento e em louvável procedimento, o legislador de 1984 editou
proposição segundo a qual "a pena privativa de liberdade será executada em forma
progressiva com a transferência para regime menos rigoroso".
Juridicamente possível, assim, a adoção, em casos que tais, da forma
progressiva. Ordem de habeas corpus concedida a fim de se assegurar ao paciente
a transferência para regime menos rigoroso. Na fase de execução penal, também
temos a individualização da pena, de acordo com o art. 5.º da LEP, que diz que os
condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade,
para orientar a individualização da execução penal. Mirabete (1994), assevera que:
Com os estudos referentes à matéria, chegou-se paulatinamente ao ponto de vista
de que a execução penal não pode ser igual para todos os presos – justamente
porque nem todos são iguais, mas sumamente diferentes – e que tampouco a
execução pode ser homogênea durante todo o período de seu cumprimento.
Não há mais dúvida de que nem todo preso deve ser submetido ao mesmo
programa de execução e que, durante a fase executória da pena, se exige um
ajustamento desse programa conforme a reação observada no condenado, só assim
se pode falar em verdadeira individualização no momento executivo.
Individualizar a pena, na execução, consiste a dar a cada preso as
oportunidades e elementos necessários para lograr a sua reinserção social, posto
que é pessoa, ser distinto.
A individualização, portanto, deve aflorar técnica e cientifica, nunca
improvisada, iniciando-se com indispensável classificação dos condenados 36 a fim
de serem destinados aos programas de execução mais adequados conforme as
condições pessoais de cada um.
29
5.3 DOS DIREITOS DOS APENADOS
Os direitos concedidos aos apenados estão elencados na Constituição
Federal, na LEP, no CP e, ainda, deverá ser observado atentamente o Princípio da
Dignidade da Pessoa Humana, uma vez que o apenado continuará como mesmos
direitos adquiridos quando cidadão comum, mas com restrições.
A finalidade da pena privativa de liberdade é a ressocialização do apenado,
para que doravante venha ocorrer a reinserção social, que nada mais é que
processo de reintrodução do indivíduo à sociedade, estando este já reabilitado.
Argumenta Sarlet:
[...] temos por dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca
e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e
consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste
sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que asseguram a
pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano,
como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma
vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e
corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão
com os demais seres humanos. (SARLET, 2012)
Já o entendimento de Greco:
No entanto, mesmo reconhecendo a sua existência, conceituar
dignidade da pessoa humana continua a ser um enorme desafio. Isto
porque tal conceito encontra-se no rol daqueles considerados vagos e
imprecisos. É um conceito, na verdade, que, desde a sua origem, encontra-
se em um processo contínuo de construção. Não podemos, de modo algum,
edificar um muro com a finalidade de dar contornos precisos a ele,
justamente por ser um conceito aberto. (GRECO, 2011).
30
Desta maneira, observa-se o art.41 da LEP, o qual dispões sobre os direitos
dos apenados:
Art. 41 – Constituem direitos do preso: I – alimentação suficiente e
vestuário; II – atribuição de trabalho e sua remuneração; III – previdência
social; IV – constituição de pecúlio; V – proporcionalidade na distribuição do
tempo para o trabalho, descanso e a recreação; VI – exercício das
atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores,
desde que compatíveis com a execução da pena; VII – assistência material,
à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; VIII – proteção contra
qualquer forma de sensacionalismo; IX – entrevista pessoal e reservada
com advogado; X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes e
amigos em dias determinados; XI – chamamento nominal; XII – igualdade
de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena; XIII –
audiência especial com o diretor do estabelecimento; XIV – representação e
petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; XV – contato com o
mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros
meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes;
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da
responsabilidade da autoridade judiciária competente. [...].
Contudo, a opinião da população, de maneira geral, mostra-se que pelo fato
do apenado encontrar-se detido, sem usufruir de sua liberdade, este deixa de ser
detentor de direitos, o que mostra uma opinião totalmente errônea.
31
6 A APLICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA
PENITENCIÁRIO BRASILEIRO
6.1 A REALIDADE ATUAL – A VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
Hoje é notória a precariedade que o sistema penitenciário brasileiro vem
passando, seja ela de modo estrutural, administrativo, e até mesmo jurisdicional.
Essas precariedades nada mais é que o resultado da falta de
comprometimento dos órgãos judiciários e administrativos, mas principalmente do
Estado, uma vez que não demonstra comprometimento no momento a aplicação
correta da lei, como forma de superar os problemas do cárcere.
A LEP tem como finalidade a proteção dos direitos dos apenados, mas
também traz em seu bojo a proteção da integridade da dignidade humana, tendo
como principal finalidade de reinseri-lo ao seio da sociedade, bem como, modo de
combater a criminalidade.
No entanto, a teoria se mostra muito longe da realidade em que se vivencia
dentro das penitenciárias brasileiras. As garantias básicas contidas dentro da LEP e
no Pacto de San José da Costa Rica, vem a cada dia sendo violadas, fazendo com
que as expectativas de recuperação dos detentos torne-se cada vez mais escassa. A
superlotação das celas, a precariedade e a insalubridade fazem como que as
prisões transformem-se em ambiente altamente favorável à propagação de
epidemias e a contágio de diversas doenças (ASSIS, 2007).
A precariedade do sistema penitenciário brasileiro tornou-se notícia
corriqueira na imprensa nacional, uma vez que deixa de cumprir função social que é
a de ressocializar os presos.
É notório que tal sistema é de um valor altíssimo para o Estado, que por
negligência acaba realizando uma má administração e acaba oferecendo um serviço
de péssima qualidade, deixando de realizar o que é de sua competência, fazendo
com que direitos garantidos sejam ignorados.
32
É perceptível que o problema que ocorre dentro do sistema penitenciário
gera reflexos em toda a sociedade, uma vez que é a sociedade que financia este
sistema, com o pagamento de impostos ao Estado, o qual não compre corretamente
a sua função, fazendo com que o imposto mal aplicado gere reflexo na sociedade,
mas em forma de violência.
O art. 5.º, inciso XLIX, da Constituição Federal, assegura aos condenados o
respeito à integridade física e moral, entretanto, esta garantia não é observada. O
ambiente prisional, sem dúvidas mostra-se a cada dia mais depreciativo,
principalmente pela falta de recursos básicos disponíveis que impossibilitam uma
maior a efetividade das condições de saúde, higiene, educação, entre outros.
O número da população carcerária cresce a todo instante, fazendo com que
não haja estrutura suficiente e capaz de suportar este contingente, acarretando
superlotação, e ambientes degradantes aos detentos que chegam.
A superlotação de cena, sem dúvida gera problemas. As prisões brasileiras a
cada dia mostram-se sem as mínimas condições de vida, com ambientes insalubres,
superlotados, fazendo com que a sua função social seja deixada de lado,
contribuindo ainda mais para desenvolvimento da violência dentro e fora da prisão.
As condições higiênicas são extremante precárias, aonde muitas vezes não
há acompanhamento médico para exames de rotinas ou acompanhamento
adequado pra doenças, assim como, é possível constatar a ausência de meios de
transporte para, em momentos de urgência e necessidade, levar os detentos para
atendimentos externos. Da mesma forma, se mostra a higiene bucal, pela ausência
de material correto para a higienização. A proliferação de doenças pela falta de
higiene, ocorridas pela utilização coletiva de sanitário e pela falta de informação de
doenças venéreas (AIDS, sífilis entre outras), faz como que estejam no dia a dia dos
ali detidos. Faz-se necessário salientar a negligência com a alimentação e vestuário.
Muitos detentos passam frio, outros ainda acabam com suas roupas molhadas em
dias de chuva, devido à precariedade das celas e, muitos ainda permanecem com a
mesma roupa, causando assim, doenças como gripes fortes e pneumonia.
33
Deve-se fazer notar um dos maiores problemas: os detentos que
encontram–se sem ocupação dentro do estabelecimento penal. Geralmente, serão
estes que terão pensamentos e executaram as fugas e rebeliões, e que
influenciaram outros detentos.
Segundo Nucci (2011) a maioria das cidades, onde existem penitenciárias,
as mesmas mostram-se inviáveis, fazendo com que haja um descrédito do Estado,
deixando o mesmo de promover o bem-estar da população, assim como, deixando a
sua função de garantir a reeducação dos condenados por crimes.
Ao visualizar o regime fechado, é notória a superlotação do local, o que
deixa obvio que as regras de garantias que estão contidas na Lei de Execução
Penal, conjuntamente as que encontram-se contidas no Código Penal, deixam de
ser cumpridas. Mesmo sendo notória a superlotação, os novos detentos irão para o
estabelecimento penal superlotado, aumentando mais a ausência da dignidade
humana.
Já no regime aberto, sabe-se que são poucas as Casas do Albergado que
estão em funcionamento no Brasil, desta maneira, se faz necessário a aplicação do
art. 117 da Lei de Execução Penal, que trata do albergue domiciliar, onde o preso
cumprirá a sua pena em sua residência, sem fiscalização.
O regime semiaberto, mostra-se mais viável no país, uma vez que há a
existência de diversas colônias agrícolas e industriais, porém, há carência de vagas.
Segundo Nucci (2011) a pessoa que é condenada a neste regime, não havendo
vagas, acaba sendo condenado ao regime fechado. Da mesma maneira se dá
quando o condenado adquire o direito a progressão de regime, do fechado para o
semiaberto, aonde o mesmo deveria ir para a colônia agrícola ou industrial, mas isso
não ocorre, sendo o mesmo mantido no regime fechado aguardando uma vaga.
Desta forma, observa-se que a lei deixa de ser aplicada, havendo um
desprezo a decisão judicial de transferência e prejudicando de maneira descomunal
a ressocialização do condenado.
34
No entanto, ressalta-se a aplicação das penas alternativas como possíveis
soluções ao sistema penitenciário, mesmo ainda não havendo uma fiscalização
totalmente eficaz.
6.2 O SISTEMA PENITENCIÁRIO E A RECUPERAÇÃO
Apesar de a pena privativa de liberdade ser utilizada como modo de
ressocialização do condenado, esta mostra-se ineficaz a partir do momento que o
índice de reincidência dos criminosos está cada vez mais elevado.
É notório no país em que vivemos, que a maioria dos ex-detentos retorna a
delinquir, fazendo como que estes retornem à prisão em questão de dias ou meses.
Essa realidade é sem dúvida um reflexo das condições em que os condenados são
submetidos dentro da prisão.
No momento em que o ex-detento, é colocado em liberdade, este encontra-
se desamparado pelo Estado, acarretando o egresso coloque-se a margem da
sociedade, fazendo como que este volte a prática de crime, como maneira de
sobreviver.
No art. 26 da LEP, encontra-se a definição de egresso, que nada mais é que
o condenado libertado de modo definitivo, com prazo de um ano após a saída do
estabelecimento prisional. Será considerado também como egresso aquele
sentenciado que adquire a liberdade condicional durante o período de prova. Após o
prazo de um ano, ou a cessação do período de prova, este cidadão perderá a
qualificação de egresso, assim como a assistência legal.
Ressalta-se que egresso tem direito a assistência, a qual encontra-se
prevista nos artigos 25, 26 e 27 da LEP. Estes artigos preveem uma orientação para
a reintegração do egresso à sociedade, assim como auxilio para a obtenção de
emprego, e ainda garante um alojamento com direito a alimentação em local
adequado nos primeiros dois meses de liberdade. Desta forma, há uma diminuição
os efeitos sofridos durante a prisão, o que facilita a readaptação na sociedade.
Evidencia-se que será de competência do Patronato Penitenciário a efetivação
35
desses direitos do egresso.
Desta forma, Beccaria (2000), “para não ser um ato de violência contra o
cidadão, a pena deve ser, de modo essencial pública, pronta, necessária, a menor
das penas aplicáveis nas circunstâncias dadas, proporcionada ao delito e
determinada pela lei.”
36
CONCLUSÃO
Após o estudo realizado é perceptível que aplicação dos direitos humanos
em penitenciárias e em prisões de delegacias fica longe do que deveria de ser, o
tratado o qual o Brasil é signatário deixa de ser aplicado inúmeras vezes, mas não
somente ele, mas também a sua lei máxima, a Constituição Federal, assim como a
sua de Lei de Execuções Penais.
Faz-se notório que as opiniões sobre o assunto são as mais diversas, mas é
unânime quando se coloca a questão da aplicação dos Direitos Humanos em pauta.
Há pessoas que alegam que os direitos humanos não deveriam ser
aplicados, uma vez que os réus, de crimes leves ou graves, devem pagar pelo crime
que realizaram, sem garantias de direitos, seja estes direitos quais forem, mas ainda
há pessoas que tem a consciência que mesmo os réus que cometeram crimes leves
ou mais graves, devem ter a sua dignidade respeitada e seus direitos garantidos.
Atualmente em nosso país, os direitos humanos são deixados de ser
aplicados, uma vez que a população carcerária aumentou de maneira considerável e
a estrutura das penitências não suporta esta população, e não tão somente a
população, mas também a lei que fora criada para a proteção desses indivíduos.
Verifica-se que o Estado deixou de realizar obras necessárias para a
ampliação do sistema, assim como, manteve-se inerte e não realizara as devidas
reformas nas penitenciárias que já existiam.
Coloca-se em cheque quando se confronta a maneira que a lei deveria ser
colocada e a maneira que a mesma é aplicada. Torna-se cristalino que o sistema
penitenciários do Brasil de hoje é, sem dúvida, um sistema falido.
37
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