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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ SANDRA CRISTINA TULESKI TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2009

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

SANDRA CRISTINA TULESKI

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA

2009

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SANDRA CRISTINA TULESKI

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Humanas e Biológicas do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau de Médico Veterinário. Orientador: Msc. Ricardo Maia. Orientadora: Dra. Emanoele B. Gerseski.

CURITIBA 2009

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Reitor Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitoria Acadêmica Profª. Carmen Luiza da Silva Pró-Reitor de Planejamento Sr . Afonso Celso Rangel dos Santos Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Prof. Roberval Eloy Pereira Secretaria Geral Prof. João Henrique Ribas de Lima Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Prof. João Henrique Faryniuk Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Profª. Ana Laura Angeli Coordenador de Estagio Curricular do Curso de Medicina Veterinária Profª. Ana Laura Angeli Metodologia Cientifica Prof. Eduardo Scheren CAMPUS PROF. SYDNEI LIMA SANTOS Rua Sydnei Antônio Rangel Santos, 238, Santo Inácio CEP 82010330 FONE: (41) 3331-7700

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TERMO DE APROVAÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Esta Monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Médico Veterinário, no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 22 de junho de 2009. Orientador: _______________________________________

Msc. Professor Ricardo Maia Universidade Tuiuti do Paraná

________________________________________ Professor : Maria Fernanda de Lima e Silva Universidade Tuiuti do Paraná ________________________________________ Professor : Gisele L. Tesseroli Universidade Tuiuti do Paraná .

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Dedico a JOSÉ FERNANDO e MARIA DE LOURDES, meus pais. Aos meus filhos RAFAEL e DANYELLA, pelo amor, dedicação e incentivo constante. Por contribuírem para minha transformação, permitindo-me tornar a pessoa que sou.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, Criador, obrigada por todas as coisas, pelo dom da vida e amor

incondicional dispensado.

Aos meus PAIS, que compartilharam dos meus ideais, incentivando-me a

prosseguir na jornada fossem quais fossem os obstáculos.

Aos meus filhos, pelo amor, apoio e companheirismo à mim dispensados.

Aos profissionais da Clínica Vetsan, que me acolheram com todo carinho,

pela amizade e por dividirem seus conhecimentos.

Aos Mestres do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do

Paraná, que dedicam suas vidas ao ensino, deles é o mérito de moldar as vocações

e incentivar o raciocínio do estudante, transformando simples ideais em grandes

realizações. Especialmente ao meu Orientador e Professor Ricardo Maia, pela

especial dedicação.

A todos os que de forma direta ou indireta, contribuíram para que eu

chegasse à conclusão do Curso de Medicina Veterinária e deste trabalho.

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APRESENTAÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado ao Curso de

Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da

Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do Título de

Médico Veterinário é composto de um Relatório de Estágio, no qual são descritas as

atividades realizadas por Sandra Cristina Tuleski, bem como a descrição de 3 casos

clínicos acompanhados durante o período de 16 de fevereiro de 2009 a 17 de abril

de 2009, no Hospital Veterinário Vetsan, localizado em Curitiba, cumprindo

requisitos do estágio curricular.

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo apresentar o Relatório de Estágio, com descrição do local e atividades desenvolvidas. Posteriormente, apresentar a Neoplasia Ovariana, Displasia Renal, Tricoepitelioma, com apresentação, para cada doença, dos fatores epidemiológicos e etiologia, anamnese, exames complementares, achados patológicos, tratamento e prognóstico. Seguidamente, apresenta, também, para cada tipo de doença um Relato de Caso com anamnese, exames físico, exames complementares, diagnóstico e tratamento, acompanhado da discussão. O método de estudo utilizado foi uma revisão da literatura através de artigos, livros, periódicos e relato de casos práticos acompanhados durante o estágio na Clínica Vetsan, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, Brasil. Os resultados do trabalho, além de gratificantes, melhorar o autoconhecimento e aplicar a teoria à prática.

Palavras chaves: Estágio Curricular; Caso Clínico; Displasia Renal; Neoplasia

Ovariana; Tricoepitelioma.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - RADIOGRAFIA ABDOMINAL SIMPLES

EVIDENCIANDO A MASSA.............................................

27

FIGURA 2 - EXAME DE ULTRASSONOGRAFIA ABDOMINAL

DEMONSTRANDO DIMENSÃO DE MASSA...................

28

FIGURA 3 - RETIRADA DA MASSA NEOPLÁSICA............................ 30

FIGURA 4 - TUMOR OVARIANO ESQUERDO................................... 30

FIGURA 5 - TUMOR OVARIANO DIREITO......................................... 31

FIGURA 6 - ANATOMIA RENAL.......................................................... 37

FIGURA 7 - MUCOSAS HIPERÊMICAS DO PACIENTE NO

MOMENTO DA CONSULTA............................................

38

FIGURA 8 - RINS RETIRADOS PARA EXAME

HISTOPATOLÓGICO.......................................................

40

FIGURA 9 - RINS RETIRADOS PARA EXAME

HISTOPATOLÓGICO.......................................................

41

FIGURA 10 - IMAGEM DE CASO TRICOEPITELIOMA........................ 44

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - CASOS CLÍNICOS ATENDIDOS NA VETSAN CMAC,

DIVIDIDOS POR SISTEMAS ORGÂNICOS....................

19

QUADRO 2 - PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS REALIZADOS PELA

CCAC - DIVIDIDOS POR SISTEMAS ORGÂNICOS.......

20

QUADRO 3 - HEMOGRAMA.................................................................. 26

QUADRO 4 - PRÉ-DISPOSIÇÃO DE DOENÇAS RENAIS

FAMILIARES SEGUNDO A RAÇA..................................

34

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PELA CCAC -

DIVIDIDOS POR SISTEMAS ORGÂNICOS

(CÃES/GATOS)..............................................................

20

GRÁFICO 2 - COMPARATIVO DO PERCENTUAL DE ANIMAIS

ATENDIDOS PELA VETSAN (16/02/2009 A

17/04/2009).....................................................................

21

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

BID - Duas vezes ao dia

Bpm - Batimentos por minutos

CCAC - Clínica cirúrgica de animais de companhia

CMAC - Clínica médica de animais de companhia

HV - Hospital veterinário

IM - Intramuscular

IV - Intravenosa

dL - Decilitro

mg - Miligrama por quilograma

mpm - Movimento por minuto

Msc - Mestre

MI - Moléstia infecciosa

OSH - Ovariosalpingohisterectomia

PS - Pronto Socorro

QID - Quatro vezes ao dia

SC - Subcutâneo

SID - Uma vez ao dia

SRD - Sem raça definida

TID - Três vezes ao dia

US - Ultrassom

µg - Micrograma

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 14

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO.............................................. 16

2.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS....................................................... 17

3 NEOPLASIA OVARIANA...................................................................... 22

3.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................... 22

3.1.1 Epidemiologia.................................................................................. 22

3.1.2 Fisiopatologia................................................................................... 22

3.1.3 Diagnóstico...................................................................................... 23

3.1.4 Tratamento...................................................................................... 24

3.1.5 Pós-operatório................................................................................. 24

3.2 RELATO DE CASO............................................................................ 25

3.2.1 Anamnese........................................................................................ 25

3.2.2 Exame físico.................................................................................... 26

3.2.3 Exames complementares................................................................ 26

3.2.4 Diagnóstico...................................................................................... 28

3.2.5 Tratamento...................................................................................... 28

3.3 DISCUSSÃO....................................................................................... 31

4 DISPLASIA RENAL.............................................................................. 33

4.1 REVISÃO BIBLIOGRAFICA................................................................. 33

4.1.1 Epidemiologia e etiologia................................................................. 33

4.1.2 Anamnese........................................................................................ 34

4.1.3 Exames complementares................................................................ 35

4.1.4 Achados patológicos........................................................................ 35

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4.1.5 Tratamento...................................................................................... 36

4.1.6 Prognóstico: reservado.................................................................... 37

4.2 RELATO DE CASO............................................................................ 37

4.2.1 Anamnese....................................................................................... 38

4.2.2 Exame físico.................................................................................... 38

4.2.3 Exames complementares................................................................ 39

4.2.4 Diagnóstico...................................................................................... 39

4.2.5 Tratamento...................................................................................... 39

4.3 DISCUSSÃO DE CASO..................................................................... 41

5 TRICOEPITELIOMA.............................................................................. 42

5.1 REVISÃO BIBIOGRAFICA................................................................. 42

5.1.1 Patogenia......................................................................................... 42

5.1.2 Fisiologia.......................................................................................... 43

5.1.3 Diagnóstico...................................................................................... 43

5.1.4 Tratamento...................................................................................... 43

5.2 RELATO DE CASO............................................................................ 44

5.2.1 Anamnese........................................................................................ 45

5.2.2 Exame físico.................................................................................... 45

5.2.3 Tratamento...................................................................................... 45

5.2.4 Tratamento cirúrgico........................................................................ 46

5.2.5 Diagnóstico...................................................................................... 47

2.2.6 Prognóstico...................................................................................... 47

5.3 DISCUSSÃO DO CASO..................................................................... 47

6 CONCLUSÃO........................................................................................ 48

REFERÊNCIAS......................................................................................... 49

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INTRODUÇÃO

No sentido de cumprir pré-requisitos curriculares do Curso de Medicina

Veterinária, este trabalho tem como finalidade descrever e apresentar as atividades

realizadas durante o trabalho desenvolvido.

A estagiária realizou seu estágio no Hospital Veterinário Vetsan (HVVS),

entre os dias 16 de fevereiro de 2009 a 17 de abril de 2009, nos setores de Clínica

Cirúrgica de Animais de Companhia (CCAC) e Clínica Médica de Animais de

Companhia (CMAC), local este onde foi possível aplicar os conhecimentos teórico-

práticos obtidos durante a graduação em Medicina Veterinária.

O estágio possibilitou a aquisição de novos conhecimentos e enriquecer os

já obtidos através da vivência médica e da rotina de trabalho diária por meio do

contato com profissionais (médicos e funcionários) que atuam neste

estabelecimento.

O Hospital Vetsan encontra-se estabelecido à Rua São José, nº. 713, bairro

Cristo Rei, Curitiba, Estado do Paraná, Brasil, atendendo a pequenos animais e

animais silvestres, possui serviços de banho e tosa. No CCAC o atendimento é

ininterrupto, disponibilizado durante 24 horas, com uma rotina diária de consultas

cirúrgicas, incluindo a discussão de casos clínicos fundamentada em consistente

revisão de literatura.

Durante o estágio, de caráter curricular obrigatório, a estagiária recebeu

orientação das profissionais Médicas Veterinárias Patrícia Adeo e Emanuele

Gerceski e Supervisão acadêmica do docente Ricardo Maia, da Universidade Tuiuti

do Paraná.

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No período do estágio a acadêmica cumpriu um total de 360 horas na

Instituição, permitindo realizar atividades que desenvolveram a prática profissional e

a obtenção de novos conhecimentos em Medicina Veterinária.

Assim, neste trabalho encontram-se descritas as atividades realizadas

durante o período, bem como os casos clínicos acompanhados pela estagiária.

Serão relatados ainda três casos clínicos com as respectivas revisões bibliográficas:

Displasia Renal, Neoplasia Ovariana e Tricoepitelioma.

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2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O Hospital Veterinário Vetsan (HVS), localizado à rua São José, no. 713, no

bairro Cristo Rei, em Curitiba, Estado do Paraná, Brasil, cuja rotina de atendimento

destinado aos pequenos animais é dividida em: atendimento clínico, cirúrgico e

exames (US, RX, Eletrocardiograma e serviços de pet).

O atendimento ofertado inicia-se pela identificação do animal e do

responsável na Secretária do HVS. Todo animal possui uma ficha própria, que serve

para ser identificado com o um número de registro. Após o registro, tanto animal

como responsável, passam para uma sala de atendimento. Ao final do exame clinico

o Veterinário relata na ficha do paciente o histórico e as medicações recomendadas,

marcando um possível retorno, conforme as necessidades de cada paciente.

O HVS possui dois ambulatórios destinados às consultas de rotina, o setor

de internamento tem capacidade para receber 32 pacientes, destinados a animais

que necessitem de terapia intensiva. Os cuidados quanto à administração de

medicamentos e manutenção da fluidoterapia dos internos são de responsabilidade

dos profissionais veterinários.

O HVS possui um setor de isolamento onde são internados pacientes com

suspeita ou diagnóstico de doença infecto-contagiosa.

Possui salas de exames e o setor cirúrgico. Na sala de exames há:

Um aparelho ultrassom;

Uma sala de RX e revelação;

Eletrocardiograma.

O Setor Cirúrgico compõe-se de:

Centro cirúrgico equipado;

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Uma sala para pré-operatório;

Uma sala para pós-operatório;

Uma sala cirúrgica de curativos;

Uma sala de esterilização;

Uma sala de armazenamento;

Uma sala de materiais esterilizados;

Expurgo.

Outras instalações com lavanderia, setor de banho e tosa, garagem e

cozinha para os funcionários. No Hospital está presente existe uma área com

gramado, o qual alguns clientes passavam o dia no hospital como uma

hospedagem, a famosa creche.

2.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades desenvolvidas durante o período de estágio estão

relacionadas abaixo e distribuídas segundo a sua importância, entre o setor:

Setor de internamento: auxílio nas atividades de rotinas do

internamento como: cuidados com higiene dos internos, alimentação,

passeios regulares com os animais, realização de exames físicos

diários dos pacientes, auxílio aos veterinários na troca de curativos dos

pacientes, realização de exames radiográficos;

Setor de ambulatório: auxílio aos veterinários no atendimento aos

pacientes de rotina, bem como os retornos programados de pacientes

em acompanhamento na contenção dos animais, realização de exames

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físicos, anamnese dos mesmos e auxílio durante a realização de

exames radiográficos;

Setor do centro cirúrgico: acompanhamento da rotina de

procedimento cirúrgico agendado neste período. Auxílio da preparação

do paciente para cirurgia, preparação da sala cirúrgica com os

instrumentais e materiais necessários á realização dos procedimentos

cirúrgicos. Auxílio ao Cirurgião durante as cirurgias quanto à

apresentação de materiais requisitados, oferecendo suporte durante o

procedimento. Ao final das cirurgias prestou-se auxílio na remoção dos

materiais e instrumentais utilizados e destinação adequada dos

mesmos, bem como na correta disposição dos dejetos produzidos

durante o procedimento cirúrgico.

Durante o período de estágio foram acompanhados 182 atendimentos entre

casos novos e retornos programados na Clínica Médica. Do total dos atendimentos

realizados 31 foram cirúrgicos.

Os casos clínico-médico, cirúrgicos e tratamentos acompanhados no período

de estágio estão relacionados nos Quadros 1 e 2 apresentados na sequencia,

segundo o Setor de Atendimento, espécie e sistema afetado.

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QUADRO 1 - CASOS CLÍNICOS ATENDIDOS NA VETSAN CMAC, DIVIDIDOS POR SISTEMAS ORGÂNICOS

SISTEMA ORGÂNICO

AFECÇÕES NÚMERO DE CASOS CLÍNICOS

CANINO FELINO AVES Sentidos especiais Glaucoma

Ulcera de Córnea Carcinoma de Células escamosas em cavidade nasal Otite

1 1 1 7

- - - -

- - - -

Tegumentar Ferimento cutâneo por mordedura Míiase Dermatologia

3 2

60

2 - -

- - -

Digestório Gastroenterite hemorrágica Gastroenterite Verminose

2 2 3

- - -

- - -

Urinário Insuficiência renal crônica Calculo Vesical Calculo Uretral

2 1 1

1 - 2

- - -

Genital Piometra Cesariana

2 2

1 -

- -

Musculoesquelético Fratura de úmero Displasia coxo-femural

1 1

- -

- -

Endocrinologia Diabetes mellitus 1

- -

Doenças infecciosas Parvovirose Leptospirose Cinomose

3 2

- -

- -

Intoxicação Organofosforado e carbamato

5 1 -

Doenças Metabólicas Ascite por hipoalbuminemia comportamental

1

-

1

Coletas para exames Bioquímico Hemograma Sorologia

3 25 3

1 6 1

- - -

TOTAL 135 15 1

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QUADRO 2 - PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS REALIZADOS PELA CCAC - DIVIDIDOS POR SISTEMAS ORGÂNICOS

SISTEMAS ORGÂNICOS

NOME DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO NÚMERO DE PROCEDIMENTOS

CANINOS FELINOSTEGUMENTAR Síntese de ferimentos cutâneos

Exerse de nódulos cutâneos

3 4

- -

URINÀRIO Desobstrução urinária lavagem vesical e fixação de sonda

- 2

GENITAL Cesariana Ovariosalpingohisterectomia precoce Orquiectomia

2 7 2

- - 1

NEOPLASIAS Ovariana Glândulas mamárias

1 4

- 1

TOTAL 23 4

GRÁFICO 1 - PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PELA CCAC - DIVIDIDOS POR SISTEMAS ORGÂNICOS (CÃES/GATOS)

Tegumentar em caes23%Urinario

em cães0%

Urinario em gatos7%

Genital em cães48%

Genital em

gatos3%

Neoplasias em cães16%

Neoplasias em gatos

3% 0%CASOS CIRURGICOS

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GRAFÍCO 2 - COMPARATIVO DO PERCENTUAL DE ANIMAIS ATENDIDOS PELA VETSAN (16/02/2009 A 17/04/2009)

89%

10%

1%

ATENDIMENTOCães Gatos Aves

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3 NEOPLASIA OVARIANA

3.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1.1 Epidemiologia

Os tumores ovarianos são raros em cadelas e gatas, são classificados como

epiteliais (adenoma, adenocarcinoma); das células germinais (disgerminoma,

teratoma, teratocarcinoma) e dos cordões sexuais (tumor das células intersticiais,

luteomatecoma). Os tumores epiteliais compreendem de 40% a 50% dos tumores

ovarianos caninos; podendo ser bilaterais (FOSSUM, 2009).

Os tumores das células germinais respondem por 10% dos tumores

ovarianos caninos e os tumores do estroma e dos cordões sexuais, compreendem a

maioria dos demais tumores ovarianos (ALVES et al., 2007).

3.1.2 Fisiopatologia

Os locais de metástases incluem as vísceras abdominais, pulmões,

linfonodos e os ossos. Os tumores epiteliais e das células da granulosa podem estar

associadas com a implantação peritoneal disseminada e efusão maligna, são mais

comuns em cadelas de meia idade e mais idosas. Os teratomas podem ocorrer em

cadelas jovens. Os sinais de tumores ovarianos, normalmente, não estão presentes

até que se desenvolvam grandes tumores (FOSSUM, 2009).

As anormalidades ovarianas primárias são incomuns na espécie canina,

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incluem os cistos e tumores ovarianos (BANDARRA et al., 2005).

Quanto à histogênese, podem ter origem nos elementos epiteliais germinais

ou estromais do ovário, sendo tal gênese fator determinante na classificação

histológica da neoplasia (BANDARRA et al., 2005).

O tumor de célula da granulosa é uma neoplasia ovariana que leva à

síndrome de dominância estrogênica. A maioria dos tumores ovarianos apresenta-se

unilateralmente (MEUTEN, 2002). A possibilidade de ocorrência bilateral aumenta de

acordo com o potencial maligno do tumor (MEUTEN, 2002).

Apesar da descrição de diversos sinais clínicos, fêmeas portadoras de

neoplasias podem não apresentar qualquer sintomatologia direcionada à tal afecção.

Tumores de células da granulosa originam-se do estroma gonadal, cuja

neoplasia pode causar ciclos estrais irregulares, distensão abdominal, emese,

letargia e anorexia (GIACOIA et al., 1999).

3.1.3 Diagnóstico

No momento da consulta as cadelas com tumores epiteliais, comumente,

apresentam massa expansiva ou efusão maligna no abdômen ou no tórax. As

cadelas com tumores da célula da granulosa podem apresentar sinais de massa

abdominal ou disfunção hormonal (proestro/estro persistente). Os do estroma e dos

cordões sexuais também produzem estrogênio, progesterona e com menos

frequência, androgênio (MEUTEN, 2002).

A avaliação das cadelas sob suspeita de neoplasia ovariana deve incluir o

hemograma completo, a contagem plaquetária, radiografia torácica, abdominal e

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ultrasonografia abdominal. O diagnóstico requer a realização da histopatologia. A

biopsia com agulha fina por via trans abdominal não é recomendada devido a

possibilidade de disseminação das células tumorais no trajeto da agulha (MEUTEN,

2002).

3.1.4 Tratamento

A ressecção cirúrgica é o tratamento de escolha para tumores ovarianos

localizados, sendo mais recomendada a ressecção cirúrgica ovariohisterectomia.

Deve-se tomar muito cuidado durante a cirurgia no sentido de evitar a semeadura da

cavidade peritoneal com células tumorais (ETTINGER, 2004).

Relatos sobre o uso da cisplatina, com ou sem quimioterapia sistêmica,

fornecem o tempo de sobrevivência, entre 10 meses a 5 anos (ETTINGER, 2004).

3.1.5 Pós-operatório

No pós-operatório deve haver monitoração dos parâmetros físicos do animal

até sua recuperação. Se a paciente estiver desidratada ou urêmica deve-se

continuar a fluidoterapia, administrar analgésicos no pós-operatório conforme a

necessidade (FOSSUM, 2009).

Não são necessários antibióticos, exceto se houver infecção uterina. Caso

haja tumor maligno deve-se avaliar as radiografias torácica e abdominal

periodicamente, de 1 a 2 meses e desse período a 6 meses (FOSSUM, 2009).

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25

3.2 RELATO DE CASO

Nome: Fortuna

Espécie: canina

Raça: SRD

Idade: 12 anos

Peso: 16kg

3.2.1 Anamnese

O HVV atendeu, em horário normal, um cão SRD, fêmea de 16kg, com 12

anos de idade, encaminhada de outra Clínica Veterinária, a qual já havia identificado

uma massa abdominal com um tamanho fora do normal, por meio de exames

clínicos e ultrassonográficos (US).

Durante o exame clínico foram observadas dores abdominais e sensibilidade

na região caudal do abdômen, sendo que a responsável relatou alguns episódios de

vômito e falta de apetite. O Clínico avaliou os exames de US, pedindo novos exames

para a obtenção de uma segunda opinião e nova bateria de exames

complementares.

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3.2.2 Exame físico

Verificaram-se parâmetros normais e um aumento de volume abdominal

relevante.

3.2.3 Exames complementares

O exame radiográfico indicou a presença de uma imagem sugestiva de

neoplasia. A avaliação bioquímica sérica apresentou uma hemólise discreta. Quanto

ao hemograma, obteve-se anisocitose e policromatofilia discreta, Corpúsculo de

Howell Jolly e presença de pequenos agregados de plaquetas.

QUADRO 3 - HEMOGRAMA

ERITROGRAMA VALORES ENCONTRADOS VALORES REFERENCIAIS

Eritrócitos 5.500.000 5,5-8,5 (106/mm3) Hemoglobina 12,3 12,0-18,0 Hematóclitos 37 37-55 VCM (fl) 22,3 19.0-34,5 CHCM (%) 33,2 31,36 Proteína Plasmática Total 6,2 6,0-8,0g/dL Plaquetas mm3 192.000 200.000-600.000

LEOCOGRAMA VALORES ENCONTRADOS VALORES REFERENCIAIS Leucócitos 17.800 6.17(103mm3) % mm3 % mm3 Mielócito 0 0 0 0 Metamielécitos 0 0 0 0 Bastonetes 0 0 0.3 0.540 Segmentados 89 15.842 60-77 3.000-11.500 Eosinófilos 03 534 2.10 10.1250 Basófilos 0 0 0 0 Linfócitos 03 534 12-30 10.000-4.800 Monócitos 05 890 320 150-1350 Obs.: Sem alterações morfotintoriais

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27

No exame de US, órgãos como: fígado, vasos e ductos hepáticos, vesícula

biliar, baço, rim direito e esquerdo, bexiga, alças intestinais e área pancreática, de

maneira geral, encontravam-se dentro dos padrões normais. Já em região dorsal à

bexiga, identificou-se a presença de uma formação arredondada, regular, medindo

9cm X 10cm de parênquima hipoecóico, heterogêneo, com grandes áreas cavitárias

internas adjacentes à mesma e a presença de formação arredondada, sugestiva de

um processo neoplásico. Em região ovariana esquerda notou-se a presença de

duas formações arredondadas, capsuladas, de conteúdo anecóico à hipoecóico,

com sedimento sobrenadante, medindo aproximadamente 3,87cm x 3,82cm e

2,17cm x 1,84cm. Sugestivo de cistos hemorrágicos.

FIGURA 1 - RADIOGRAFIA ABDOMINAL SIMPLES EVIDENCIANDO A MASSA

FONTE: Vetsan (2009).

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FIGURA 2 - EXAME DE ULTRASSONOGRAFIA ABDOMINAL DEMONSTRANDO DIMENSÃO DE MASSA

FONTE: Vetsan (2009).

3.2.4 Diagnóstico

Mediante informações obtidas do paciente na anamnese e observações

clínicas por meio de exames realizados, recomendou-se a cirurgia de laparotomia

exploratória, para avaliação clínica e eventual ressecção cirúrgica da massa.

3.2.5 Tratamento

Inicialmente, o animal chegou no HVV em 2 de março de 2009, em jejum

hídrico recomendado de 4 horas e jejum alimentar de 12 horas. O exame foi refeito

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pelo Anestesista, concluindo parâmetros normais. A paciente foi cateterizada, levada

para medicação pré-anestésica (MPA) com acepromazina 0,05mg/Kg IM e morfina

0,5mg/Kg IM, seguido pelo procedimento antiséptico. A técnica anestésica utilizada

foi a inalatória, com tubo endotraqueal, ventilação espontânea, controle manual,

utilizou-se também a técnica anestésica epidural, com bloqueio regional com

bupivacaína 0,5% sem vasoconstritor 5ml e morfina 0,1mg/Kg.

A indução anestésica com propofol 5mg/Kg intravenosa (IV) ocorreu às

10h33min e midazolan 0,2mg/Kg IV às 10h45min. Os fármacos isoflurano e fentanil

2mg/Kg IV foram utilizados para a manutenção anestésica.

O procedimento cirúrgico teve acesso a cavidade peritonial seguindo a

técnica consagrada pela linha média, buscando a área afetada, observando-se que

o sítio inicial era o ovário esquerdo. A massa apresentava diâmetro de 20cm, com

conteúdo cístico de aspecto friável. Neste momento, a paciente teve intercorrência

anestésica como hipotensão e complexo ventricular prematuro (CVP) - ventricular

premature complexe. Uma vez a paciente estabilizada, a cirurgia continuou com as

técnicas de ligaduras dos pedículos ovarianos com fio Vicryl®, concluindo com

ovariohisterectomia.

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FIGURA 3 – RETIRADA DA MASSA NEOPLÁSICA

FIGURA 4 – TUMOR OVARIANO ESQUERDO

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FIGURA 5 – TUMOR OVARIANO DIREITO

A recuperação anestésica ocorreu sem alterações. O protocolo pós-cirúrgico

até a alta da paciente foi com cetoprofeno 1mg/Kg IV, tramadol 1mg/Kg IV e dipirona

20mg/Kg subcutâneo (SC). O laudo do exame histopatológico revelou que a massa

tratava-se de células da granulosa.

3.3 DISCUSSÃO

O tumor de célula da granulosa tem notável importância clínica devido ao

seu potencial em secretar grande quantidade de estrogênio, além do alto risco de

malignidade (GIACÓIA, 1999).

Na laparatomia foi encontrado neoformação no ovário esquerdo e direito,

retirados cirurgicamente, sendo que o ovário esquerdo media 3,87cm x 3,82cm e o

direito 2,17cm x 1,84cm. Foram retirados cortes da neoformação, fixados em 10%

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32

de formalina e enviados para exames histopatológicos.

A ressecção cirúrgica foi o tratamento de escolha. Neste caso, oferecendo

bom prognóstico, conforme a literatura científica.

O presente relato de carcinoma de células da granulosa, associado com

repetição de cio é um importante dado, funcionando como sinal de alerta para o

Clínico incluir esta entidade patológica na diferenciação de diagnóstico. Em gatas,

deve ser considerado no diagnóstico diferencial de distúrbios comportamentais,

mesmo naquelas submetidas à esterilização.

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33

4 DISPLASIA RENAL

4.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1.1 Epidemiologia e etiologia

Para Di Bartola; Stephen (2005), grande maioria das doenças renais

resultam de insuficiencia renal crônica, em idade jovem (< 5 anos), mas algumas são

caracterizadas por defeitos tubulares (ex. Sindrome de Fanconi no Basenji) ou

alterações morfológicas que culminam em hematúria (TILLEY; SMITH, 2003).

As doenças congênitas podem ser geneticamente determinadas ou provir da

exposição à fatores ambientais adversos durante o desenvolvimento do animal. As

doenças renais familiares de cães, provavelmente, são exemplos de displasia renal

(TILLEY; SMITH, 2003).

O termo “Displasia Renal” refere-se ao desenvolvimento desorganizado,

pela presença de estruturas renais, inadequadas para o desenvolvimento do animal

(TILLEY; SMITH, 2003).

A Displasia Renal familiar é relatada em muitas raças de cães,

especialmente, nas raças: Chow Chow, Golden Retriver, Lhasa Apso, Pood

Standard, Schnauzer miniatura e Wheaten Terrier de pelo macio (TILLEY; SMITH,

2003).

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QUADRO 4 - PRÉ-DISPOSIÇÃO DE DOENÇAS RENAIS FAMILIARES SEGUNDO A RAÇA

RAÇA DOENÇA IDADE IR PROGRESSIVA Chow Chow DR <1-5 ANOS Sim Golden Retriever DR <1-3 ANOS Sim Lhasa Apso e Shih Tzu DR <1-5 ANOS Sim Poople Standard DR <1-2 ANOS Sim Schnauzer miniatura DR <1-3 ANOS Sim Wheaten Terrier de pelo macio DR <1-3 ANOS Sim

Nada impede de ocorrer esporadicamente a doença familiar em animais de

raças mistas. Em grande parte dessas doenças não há qualquer predisposição

sexual evidente (DI BARTOLA; STEPHEN, 2005).

A idade de início da doença renal familiar, geralmente, ocorre entre 6 meses

a 5 anos, sendo que em muitos animais avaliados ja foi percebido que ocorre antes

dos 2 anos de idade (DI BARTOLA; STEPHEN, 2005).

4.1.2 Anamnese

Os achados anamnésicos mais comuns em cães e gatos com IRC,

decorrente de doença renal familiar são: anorexia, letargia, poliúria, polidipsia,

retardo no crescimento, perda de peso e vômito (TILLEY; SMITH, 2003).

A pelagem com mau aspecto, diarréia, hálito pútrido e noctúria, também sao

observados as mais comuns queixas dos proprietários, como: hematúria, disúria e

sensibilidade abdominal evidente (DI BARTOLA; STEPHEN, 2005).

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35

4.1.3 Exames complementares

Os resultados mais comuns de doença renal, em cães são: azotemia,

hiperfosfatemia, isostenúria e anemia arregenerativa. A concentração sérica de

cálcio pode ser normal ou diminuída, elevando a acidose metabólica compensada,

fator que também pode ser observado. A presença de hipercolesterolemia e

proteinúria deve induzir o Clínico a suspeitar de Glomerulopatia Primária (TILLEY;

SMITH, 2003).

4.1.4 Achados patológicos

Na Displasia Renal, os rins em estágio final, com a presenca de lesões

primárias com glomérulos imaturos (fetais), mesênquima persistente, ductos

metanéfricos persistentes, epitélio tubular atípico e metaplasia disontogênica. As

lesões primárias, geralmente, estão associadas ou mascaradas por lesões

degenerativas secundárias inflamatórias e compensatórias (TILLEY; SMITH, 2003).

Em Lhasa Apso e Shih Tzu os achados microscópicos incluem redução no

número de glomérulos, atrofia glomerular e pequenos glomérulos imaturos, que são

hipercelulares e apresentam lúmens capilares imperceptíveis. A fibrose intersticial é

particularmente grave na medular renal, conquanto que a inflamação intersticial é

mínima. O aumento no tecido medular intersticial pode ser o mesênquima

persistente que, junto com o glomérulo imaturo, demonstra indícios de Displasia

Renal Primária (DI BARTOLA; STEPHEN, 2005).

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4.1.5 Tratamento

Em pacientes com crise urêmica deve-se corrigir os fluídos e os déficits

eletrolíticos com fluidoterapia intravenosa, com solução de ringer lactato, com o

objetivo de corrigir a desidratação entre 2 a 6 horas. Fluidoterapia subcutânea

diariamente ou em dias alternados pode ser benéfica para pacientes com

insuficiência renal, de moderada à grave (SMITH, 2001).

O fármaco cimetidina, para cães 10mg/kg IV, como dose inicial, seguida por

5mg/kg IV, a cada 8 a 12 horas. Para gatos 2,5-5mg/kg IV, a cada 8 a 12 horas para

diminuir náusea e vômito. O Clínico deve ter o máximo cuidado com esse fármaco,

pois pode causar um aumento de concentração de creatinina no plasma, pela

redução da secreção tubular em cães com essa doença (TILLEY; SMITH, 2003).

O Clínico deve evitar fármacos nefrotóxicos como aminoglicosídeos,

cisplatina, anfotericina B e corticosteroides (TILLEY; SMITH, 2003) .

A hemodiálise e o transplante renal são formas de tratamento que

encontram-se disponíveis em hospitais de referência (TILLEY; SMITH, 2003).

Deve, também, evitar utilizar animais com problemas renais para a

reprodução (TILLEY; SMITH, 2003).

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37

4.1.6 Prognóstico: reservado

FIGURA 6 - ANATOMIA RENAL

FONTE: MACIEL (2006).

4.2 RELATO DE CASO

NOME: Guinho

ESPÉCIE: Canina

RAÇA: Lhasa Apso

SEXO: Macho

IDADE: 4 meses

PESO: 1,1Kg

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4.2.1 Anamnese

No dia 8 de abril de 2009 chegou o paciente Guinho e seu responsável para uma

avaliação médica, aparentando o animal estar triste, cujo responsável buscava saber se

seu cão poderia tomar banho. O estado físico-clínico do paciente apresentava sinais de

anorexia, letargia e vômito, fatores que contribuíram para que não fosse liberado para o

banho, ficando em observação no Setor de Internamento.

4.2.2 Exame físico

Ao ser realizado o exame físico verificou-se uma temperatura de 36oC,

Frequencia Cardíaca (FC) normal e estava normohidratado. As mucosas hiperêmicas,

o vômito com um odor pútrido e poliúria.

FIGURA 7 - MUCOSAS HIPERÊMICAS DO PACIENTE NO MOMENTO DA CONSULTA

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4.2.3 Exames complementares

Ao exame de US foi observado uma imagem sugestiva de glomerulonefrite.

No hemograma e bioquímico de 11 de abril de 2009 foi relatado anisocitose discreta

e neutrófilos com granulação tóxica discreta, monócitos discretamente ativados. A

creatinina 4.78mg\dL (normal 0,5 a 1,5 mg\dL) e uréia alta 206,6mg\dL (normal 0,15

a 40mg\dL) apresentavam-se alteradas. Em 15 de abril de 2009 foram refeitos os

exames de hemograma completo e bioquímicos, resultando em creatinina de

5,37mg\dL aumentada, a uréia baixou para 152,5mg\dL. Ao exame parasitólogico de

fezes o resultado foi negativo.

4.2.4 Diagnóstico

Mediante as informações obtidas na anamnese e alterações observadas nos

exames físico e complementares, foi decidido ter uma conduta de tratamento

paliativo, com terapia introduzida para a manutenção do paciente, fluidoterapia com

soro fisiológico (SF) e ringer lactato (RL) associado com aminovit, aquecimento

quando necessário, ranitidina 2mg\Kg SC TID, metroclopramida 0,5mg/kg SC BID.

4.2.5 Tratamento

No tratamento a conduta foi paliativa, com terapia introduzida para a

manutenção do paciente, com medicações perante ao quadro, uso de fluidoterapia

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SF e RL, aquecimento quando necessário, ranitidina 2mg\Kg SC TID,

metroclopramida 0,5mg/Kg SC BID.

A fluidoterapia e nutrição parenteral foram aplicados, permanecendo o

paciente na Clínica por um período de 3 dias e, não respondendo ao tratamento, o

proprietario autorizou a eutanásia com T61 e kcl, para reduzir o sofrimento.

O responsável autorizou a necrópsia, sendo retirado os rins para a

realização do exame histopatológico, no qual, observou-se glomérulos e túbulos

renais com graus diferentes de maturação e intensa proliferação de tecido

conjuntivo. Túbulos continhan protéina, existiam focos múltiplos de calcificação,

provavelmente, metastática.

FIGURA 8 - RINS RETIRADOS PARA EXAME HISTOPATOLÓGICO

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FIGURA 8A - RINS RETIRADOS PARA EXAME HISTOPATOLÓGICO

Conclusão histopatológico do Laboratório WERNER W WERNER: Displasia

Renal (16/04/2009).

4.3 DISCUSSÃO DE CASO

Esta doença tem evolução rápida, principalmente, quando acomete os dois

rins, os tratamentos são paliativos apenas, visando evitar a evolução do quadro.

Outra possibilidade, mas ainda pouco acessível na Medicina Veterinária, é o

transplante renal (DI BARTOLA; STEPHEN, 2005).

A maior parte dessas doenças é progressiva, definitivamente fatais, a terapia,

de modo geral, está limitada ao controle clínico, método conservador da insuficiência

renal crônica (DI BARTOLA; STEPHEN, 2005).

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42

5 TRICOEPITELIOMA

5.1 REVISÃO BIBIOGRAFICA

5.1.1 Patogenia

São doenças neoplásicas benignas, raras em cães e gatos, conhecida por

emergirem dos ceratinócitos, diferenciando-se na direção de três segmentos do

folículo piloso (MULLER et al., 1995).

O tricoepitelioma é genético (herança dominante), tem início, em geral, na

puberdade, conquanto o epitelioma basocelular não é de origem genética e ocorre,

geralmente, no adulto humano idoso (acima de 60 anos), decorrente da ação

cumulativa de raios ultravioleta durante a vida do indivíduo (MULLER et al., 1995).

Em animais, geralmente, ocorrem acima de cinco anos de idade, não existe

predileção por sexo. Mas nos gatos a raça predisposta é a Persa, as neoplasias

ocorrem mais comumente na região lombar e na cauda. Nos cães, em regiões

torácica lateral e nos membros (MULLER et al., 1995).

As raças predispostas são: Golden Retriver, Basset Hound, Pastor Alemão,

Cocker Spaniel, Setter Irlandes, English Springer, Schnauzer miniatura, Poodle

Standard e Persa (MULLER et al., 1995).

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5.1.2 Fisiologia

Apesar destas neoplasias serem solitáriass podem ocasionalmente ser

múltiplas, sólidas ou císticas arredondadas, elevadas, bem circunscritas e na

posição dermoepidérmica, variando de 0,5 a 15cm de diâmetro. Frequentemente,

ulceram-se e apresentam alopecia (MULLER et al., 1995).

5.1.3 Diagnóstico

Histopatologicamente, os tricoepiteliomas variam, depende do grau de

diferenciação e se o tumor está relacionado com a bainha folicular e com a matriz do

pêlo, se o tumor está no sentido de estrutura tipo folicular, formulação de pêlos

abortivos ou rudimentares, desmoplasia, inflamação ou melanização e células

fantasmas.

A mineralização distrófica ou transformação maligna pode ser vista em até

18% dos casos. Uma degeneração mucóide é mais comum em Golden Retriver

(MULLER et al., 1995).

5.1.4 Tratamento

Quanto ao tratamento dos tricoepiteliomas pode incluir a excisão cirúrgica

crioterapia, eletrocirurgia e observação sem tratamento (MULLER et al., 1995).

Recidiva e metástases são raras, embora haja evidência histopatológica de

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malignidade.

FIGURA 9 - IMAGEM DE CASO TRICOEPITELIOMA

FONTE: LÓPEZ (2O06).

5.2 RELATO DE CASO

NOME: Taj

RAÇA: Golden Retriver

IDADE: 6 anos

PESO: 50Kg

SEXO: Macho

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5.2.1 Anamnese

No dia 27 de março de 2009 uma paciente compareceu na Clínica Vetsan

apresentando um nódulo em região escapular direita, observado há poucos dias,

após a tosa. Relatou-se que o paciente apresentou tosse dos canis e tinha sido

atendido e medicado por um colega com Bactrin por 7 dias,10ml SID.

5.2.2 Exame físico

No exame físico apresentou 39,9oC de temperatura, pois o animal estava no

carro com a temperatura elevada. Linfônodos sem alterações, mucosas róseas, TPC

de 1 segundo. Doença periodontal discreta. Pelame bonito, brilhoso, exceto em

região dorsal de cauda. Palpação abdominal sem alteração. Nódulo tipo vegetativo

em região escapular direita, com aproximadamente 3cm de diâmetro, palpação

macia de acometimento dermoepidérmico com área inflamada periférica.

Puncionada, foi colhida pequena quantidade de secreção sero-sanguinolenta. As

suspeitas foram: abscesso, hiperplasia de glândulas sebáceas, hemangioma ou

hemangiosarcoma.

5.2.3 Tratamento

No tratamento inicial foi recomendado a prednisolona 5mg/ml,3ml SID por 3

dias e enrofloxacina 250mg/2ml; 2ml BID e indicado retorno no dia 30 de março de

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2009 para a avaliação da evolução do nódulo perante ao tratamento prescrito. No

próximo retorno do dia 12 de abril de 2009 foi recomendado a remoção cirúrgica do

nódulo, ficando marcada para o dia 13 de abril de 2009, com uma prescrição tópica

do fármaco hevipel (creme para calo de apoio) 2 a 3 vezes ao dia.

5.2.4 Tratamento cirúrgico

A cirurgia proposta EXERESE TUMORAL foi feita no dia marcado, o exame

físico apresentou FC108bpm, FR46mpm, T38 (temperatura), jejum hídrico de 4

horas, alimentar de 12 horas. Sem nenhum exame complementar. Risco anestésico

II. MP com acepromazina na dose 0,05mg\Kg IM e morfina 0,5mg\KgIM. Bloqueio

em anel com lidocaína 2% com vasoconstritor 4mg\Kg e bupivacaina 0,5 sem

vasoconstritor 1mg\Kg. A indução anestésica com propofol 5mg\Kg IV e midazolan

0,2\Kg IV e a manutenção com propofol e fentanil 2mg\Kg IV. O paciente em plano

anestésico foi dado início a assepsia do local e incisão para a remoção do nódulo.

A incisão recomendada foi a remoção da lesão cutânea em uma incisão

elíptica para facilitar o fechamento. Antes da excisão e do fechamento foi avaliada a

elasticidade e as linhas de tensão cutânea. Ao final da cirurgia o paciente foi para o

pós-operatório com uma terapia de apoio com ranitidina 2mg\Kg SC,

metroclopramida 0,5mg\Kg SC, cetoprofeno 1mg\kg IV e dipirona 20mg\Kg SC.

Foi um procedimento cirúrgico rápido, de aproximadamente 20 minutos, um

pós-operatório tranquilo, logo teve alta, retornando 7 dias após para a retirada dos

pontos.

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5.2.5 Diagnóstico

O exame histopatológico foi enviado ao laboratório de Patologia Veterinária

Werner & Werner. O diagnóstico foi conclusivo: TRICOEPITELIOMA.

2.2.6 Prognóstico

O prognóstico foi bom, se não tiver recidiva ou metástase e nem evidências

histopatológicas de malignidade.

5.3 DISCUSSÃO DO CASO

Tricoepitelioma, doença neoplásica conhecida, geralmente ocorre em cães,

gatos e seres humanos, aparece nos animais aos ± 5 anos de idade. Normalmente,

emergem dos ceratinócitos e se diferenciam na direção de todos os segmentos dos

folículos pilosos. Histopatologicamente, os tricoepiteliomas variam segundo o grau

de diferenciação, se o tumor está relacionado com a bainha folicular e com a matriz

do pêlo. Uma degeneração mucóide é mais comum em Golden Retriver, conforme já

observado neste mesmo relato de caso. Segundo Muller et al. (1995), em cães e

gatos, na maioria dos casos as neoplasias eram benignas, no entanto, em algumas

espécies, como em coelhos, por exemplo, o grau de malignidade é maior.

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6 CONCLUSÃO

Este trabalho compilou importantes informações recebidas e experiências

vividas durante o período de estágio curricular realizado na Clínica Vetsan,

estabelecida na cidade de Curitiba, onde conhecimentos práticos e teóricos foram

assimilados, bem como o aprimoramento destes, os quais já haviam sido

previamente introduzidos por intermédio das disciplinas diversas durante o Curso de

graduação em Medicina Veterinária.

Espera-se que este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) não seja mero

documento de finalização de etapa, mas que se transforme em real instrumento nas

mãos de futuros colegas de profissão, para a consulta de casos clínicos, pesquisa,

utilização dos dados nele contidos ou ainda para a simples leitura subsidiária para a

classe de profissionais de Medicina Veterinária.

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