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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lilliam Thamyres Dos Santos CESARIANA EM ÉGUAS E CUIDADOS COM O POTRO NEONATO Curitiba 2011

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Lilliam Thamyres Dos …tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/06/CESARIANA-EM-EGUAS-E... · Foram realizados diversos procedimentos clínicos e cirúrgicos;

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Lilliam Thamyres Dos Santos

CESARIANA EM ÉGUAS E CUIDADOS COM O

POTRO NEONATO

Curitiba

2011

CESARIANA EM ÉGUAS E CUIDADOS COM O

POTRO NEONATO

Curitiba

2011

Lilliam Thamyres Dos Santos

CESARIANA EM ÉGUAS E CUIDADOS COM O

POTRO NEONATO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná. Orientadora Acadêmica: Profª Msc Beatriz Calderari Vianna. Orientador Profissional: Médico Veterinário Iury Ribeiro de Paula.

Curitiba

2011

TERMO DE APROVAÇÃO

LILLIAM THAMYRES DOS SANTOS

CESARIANA EM ÉGUAS E CUIDADOS COM O

POTRO NEONATO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do titulo de graduação de Médico Veterinário no curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 9 de dezembro de 2011

_______________________________________________

Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador Acadêmico:

________________________________

Professora: Msc Beatriz Calderari Vianna

________________________________

Professora: Drª Ana Laura Angeli

________________________________

Professor: Drº Welington Hartmann

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho de conclusão de curso primeiramente, aos meus pais pela

força e ajuda que me deram nessa longa jornada, minhas avós que sempre me

deram forças para continuar, também a todos meus familiares, por nunca duvidarem

da realização deste sonho e ao meu namorado pela paciência e disposição em me

ajudar sempre.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por sempre estar comigo, meus pais e familiares,

professores e amigos. Agradeço também à professora Beatriz Calderari Vianna, por

me ajudar a realizar este trabalho.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Égua permanece em decúbito lateral, após queda...................... 29

FIGURA 2 - Égua posicionada em decúbito dorsal para realização de

Tricotomia e anti-sepsia................................................................................... 30

FIGURA 3 - Égua anestesiada e entubada com o traqueotubo....................... 30

FIGURA 4 - Incisão do útero............................................................................ 31

FIGURA 5 - Retirando o potro do útero........................................................... 31

FIGURA 6 - Potro recém nascido na sala de indução de anestesia

recebendo os primeiros cuidado...................................................................... 32

FIGURA 7 - Realizando oxigenoterapia no potro............................................. 32

FIGURA 8 - Sutura do útero............................................................................. 33

FIGURA 9 - Potro em estação......................................................................... 34

FIGURA 10 - Égua aceitando o potro.............................................................. 34

LISTA DE ABREVIATURAS

Kg – Quilograma

mg – Miligrama

mm – Milímetro

ml – Mililitro

MPA – Medicação Pré- Anestésica

IM – Intramuscular

IV – Intravenoso

SC – Subcutâneo

Mpm – movimentos por minuto

Bpm – batimentos por minuto

SID – Medicação a cada 24 horas

BID – Medicação a cada 12 horas

QID – Medicação a cada 6 horas

AMP – Ampola

TPC – Tempo de Preenchimento Capilar

FC – Freqüência Cardíaca

FR – Frequência Respiratória

TSZ - Turvação pelo Sulfato de Zinco

uT - unidades de Turvação

IgG, IgM, IgA– Imunoglobulinas

RESUMO

Este Trabalho de Conclusão de Curso está constituído por um relatório das

atividades acompanhadas no período de 01 de agosto a 30 de setembro de 2011 e

revisão bibliográfica sobre cesariana em éguas e cuidados com o potro neonato.

O estágio foi realizado na Clinica Equivet, localizada no Jockey Clube do

Paraná, Av. Victor Ferreira do Amaral, 2299 – cocheira 28 – Curitiba – PR, com

duração de 344 horas. A equipe é composta por quatro Médicos Veterinários Iury

Ribeiro de Paula, Ingrid G. B. Kingeski, Rafaele Roesler e Henriette Graf, que

cumprem uma escala de trabalho e realizam os atendimentos nas propriedades. A

equipe conta com um serviço de atendimento clínico-cirúrgico de 24horas.

Foram realizados diversos procedimentos clínicos e cirúrgicos; cesariana,

cirurgia de fratura de tíbia, cirurgia de compactação do cólon maior, laparotomia

exploratória, orquiectomia, atendimentos de cólica, além de outros atendimentos

como, diarréias em potros, criptorquidismo, aborto gemelar e ferida aberta.

Palavras Chave: estágio, equipe, clínicos, cirúrgicos, equinos.

ABSTRACT

This Work of Conclusion of Course these constitute for one report from

activity followed the period of 01 of August the 30 of September of 2011 and revision

bibliography about cesarean me mare the precautions with the colt neonate.

The stage was realized in Clinic Equivet, localized in Jockey Club of Parana,

Av. Victor Ferreira do Amaral, 2299 – stable 28 – Curitiba – PR, with duration of 344

hours. The team is compound for four Medics Veterinarians Iury Ribeiro de Paula,

Ingrid G. B. Kingeski, Rafaele Roesler and Henriette Graf, what accomplish one

scale of work and realized the attentions of proprieties. The team account with one

service of attention clinic-surgical of 24 hours.

Were realized several proceeding clinics and surgical; cesarean, surgery of

fracture of tibia, surgery of compactation of colon larger, laparotomy exploratory,

orchiectomy, attentions of colic, over of others attentions how, diarrhea in colt,

cryptorchidism , abortion identical and wound open.

Keywords: stage, team, clinics, surgical, equines.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 12

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO.................... ......................................... 13

3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O EST ÁGIO

3.1 Procedimentos cirúrgicos realizados durante o estágio................................... 14

3.2 Procedimentos clínicos realizados durante o estágio...................................... 15

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Introdução......................................................................................................... 16

4.2 Preparação Cirúrgica e Anestesia.................................................................... 17

4.3 Técnicas Anestésicas em Equinos........................................................... 18 a 19

4.4 Técnicas Anestésicas nas Diferentes Espécies........................................ 20 a 21

4.5 Técnica Cirúrgica....................................................................................... 22 a 23

4.6 Conduta Pós-operatória..................................................................................... 23

4.7 Complicações Pós-operatórias.......................................................................... 24

4.8 Cuidados Com o Potro Neonato............................................................ ... 25 a 28

5 CASO CLÍNICO/CIRÚRGICO............................. ......................................... 29 a 34

6 DISCUSSÃO........................................................................................................ 35

7 CONCLUSÃO........................................ .............................................................. 36

8 CONCLUSÃO FINAL.................................. ........................................................ 37

9 LISTA DE FÁRMACOS UTILIZADOS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO....

........................................................................................................................ 38 a 39

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 40 a 41

1 INTRODUÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso constitui um relato dos casos

clínicos/cirúrgicos acompanhados durante o período do estágio obrigatório que foi

realizado na Clínica Equivet, localizada no Jockey Clube do Paraná com orientação

profissional dos Médicos Veterinários, Iury Ribeiro de Paula, Ingrid G. B. Kingeski,

Rafaele Roesler e Henriette Graf.

O equino está em crescente desenvolvimento e expansão, e, além da sua

utilização como no trabalho ou como atleta, está assumindo um posto de animal de

estimação.

Relata sobre variados procedimentos clínicos e cirúrgicos em equinos,

sendo o tema principal cesariana em éguas e cuidados com o potro neonato. A

cesariana é um procedimento com a finalidade de extrair da cavidade abdominal um

ou mais fetos, vivos ou mortos.

Explica porque é indicada esta técnica e como realizá-la, abordando os

primeiros procedimentos, o pré-operatório, o principal protocolo anestésico, técnica

cirúrgica e pós - operatório da égua e os primeiros cuidados do potro.

2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO:

O estágio foi realizado na Clinica Equivet, localizada no Jockey Clube do

Paraná, Av. Victor Ferreira do Amaral, 2299 – cocheira 28 – Curitiba – PR, com

duração de 344 horas. O local possui um alojamento para estagiários, com

banheiros e uma cozinha. Possui sete cocheiras onde ficam os animais internados;

também tem um piquete, lavanderia, uma farmácia e um ambulatório, onde são

realizados os exames clínicos, curativos e medicações.

A equipe é composta por quatro Médicos Veterinários Iury Ribeiro de Paula,

Ingrid G. B. Kingeski, Rafaele Roesler e Henriette Graf, que cumprem uma escala de

trabalho e realizam os atendimentos nas propriedades. A rotina da clínica consiste

em se realizar exames físicos e administração dos medicamentos nos animais

internados pela manhã e à tarde, além de horários especiais pré estabelecidos.

A equipe conta com um serviço de atendimento clínico-cirúrgico de 24horas.

3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O EST ÁGIO

3.1 Procedimentos cirúrgicos realizados durante o e stágio

Durante o período de estágio curricular foram realizados os seguintes

procedimentos cirúrgicos.

Laparotomia, que é executada com o objetivo exploratório quando o

diagnóstico clínico ainda é incerto, ou para finalidade específica, quando o

diagnóstico clínico já foi feito (TURNER e MCILWRAITH, 2002).

Cesariana, que consiste na laparohisterotomia com a finalidade de extrair

da cavidade abdominal um ou mais fetos, vivos ou mortos de fêmeas uníparas ou

multíparas na época do parto (TONIOLLO e VICENTE, 2003).

Cirurgia Ortopédica pode ser por meio de aplicação de placas ou pinos,

associada a repouso prolongado a aparelho de suspensão (THOMASSIAN, 2005).

Orquiectomia ou castração é realizada, desde que não se tenha o objetivo

de selecionar animais de alto valor zootécnico como garanhões, para que através da

ablação dos testículos, e consequentemente da não-produção de hormônios sexuais

masculinos (THOMASSIAN, 2005).

3.2 Procedimentos clínicos realizados durante o est ágio

Durante o período de estágio curricular foram acompanhados os seguintes

procedimentos clínicos.

Diarréia, muitas podem ser as causas de diarréias nos equinos, ocasionando

perda de grandes volumes de líquidos e eletrólitos, esgotando o organismo do

animal. O tratamento instituído para potros é a administração intravenosa de plasma

na dose de 500 ml e probióticos. Este último tem o objetivo de repor e equilibrar a

flora entérica (THOMASSIAN, 2005).

Criptorquidismo consiste na falha de descida de um ou de ambos os

testículos para a bolsa escrotal, pode ser unilateral ou bilateral, com o testículo

localizado na cavidade abdominal ou no trajeto do canal inguinal (THOMASSIAN,

2005).

Aborto Gemelar, é a expulsão prematura do feto vivo ou morto e geralmente

é considerado aborto, o feto expulso até o décimo mês de gestação (THOMASSIAN,

2005).

Ferida Aberta, quando é profunda ocorre o comprometimento de vários

planos, atingindo músculos, tendões, vasos, nervos e ossos, dependendo da região

atingida pelo agente traumático (THOMASSIAN, 2005).

Síndrome Cólica é a manifestação de dor abdominal, que originalmente

significa qualquer alteração do trato digestório. Os principais sinais são patear e rolar

ao solo, golpear o abdômen com os membros, olhar os flancos, pode permanecer

em decúbito, apresenta bruxismo e sialorréia, o equino também pode “brincar com

água”, sem ingeri-la (THOMASSIAN, 2005).

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Introdução

A cesariana consiste na laparohisterotomia com a finalidade de extrair da

cavidade abdominal um ou mais fetos, vivos ou mortos de fêmeas uníparas ou

multíparas na época do parto, podendo ser de forma total (histerectomia) ou

conservativa (TONIOLLO e VICENTE, 2003).

Este procedimento é indicado para o tratamento dos variados tipos de

distocias da égua, sendo a apresentação transversa a indicação mais comum. Em

muitas situações de distocias a manipulação fetal com o animal submetido à

anestesia geral ou também à fetotomia são empregadas. O método particular para

manipulação de um problema normalmente depende da experiência e preferência do

clínico/cirurgião. Todavia, se a manipulação ou a fetotomia não produzem resultados

satisfatórios num período de tempo razoável (ou não está sendo esperado), a

cesariana é indicada. De uma forma geral, quando se adquire experiência e

confiança com a técnica, o cirurgião tenderá a empreender esta operação mais cedo

para atingir resultados proporcionalmente melhores. A cesariana da égua nunca

deve ser considerada como último recurso (TURNER e MCILWRAITH, 2002).

As causas mais comuns da distocia são a inércia uterina, o tamanho

relativamente desproporcional do feto, monstros fetais, má formação do canal do

parto devido a fraturas pélvicas prévias, má posição fetal, hidropsia do âmnio e do

alantóide, torção uterina e quando existirem fetos enfisematosos (TURNER e

MCIWRAITH, 2002).

4.2 Preparação Cirúrgica e Anestesia

O procedimento cirúrgico é efetuado com o equino em decúbito dorsal sob

anestesia geral. É realizada a tricotomia no abdômen ventral desde a região do

púbis até a região da xifóide, estendendo-se por pelo menos 30 cm distante da linha

mediana (isto pode ser efetuado antes da indução anestésica). É realizada a

tricotomia na região da incisão e uma preparação asséptica de rotina é efetuada. A

cobertura com campos abrange campos para o jarrete sobre os membros, o que

impede a contaminação (TURNER e MCILWRAITH, 2002).

Diversos regimes, procedimentos/protocolos anestésicos têm sido

defendidos com o propósito de minimizar a depressão fetal. O halotano e o oxigênio

têm sido usados para a manutenção anestésica conseguindo com sucesso potros

vivos. Em muitas situações o potro já se encontra morto devido à distocia

prolongada e à involução avançada do útero na hora em que a cesariana está sendo

efetuada, e para a égua fica apropriado qualquer regime anestésico que for

considerado o melhor (TURNER e MCILWRAITH, 2002).

O uso do halotano como agente anestésico tem sido associado com

sangramento aumentado da incisão uterina. O sangramento está associado com a

congestão dos vasos do miométrio, sendo mais significativo nas espécies que

apresentam uma placentação difusa. Em um estudo experimental envolvendo

cesariana nas éguas, as éguas que foram anestesiadas com halotano tinham um

sangramento maior proveniente da incisão uterina comparado com as éguas que

foram anestesiadas com o metoxiflurano. Entretanto, se uma sutura hemostática da

borda da incisão for utilizada, os problemas de sangramento serão evitados e o

halotano permanece como um anestésico seguro (TURNER e MCILWRAITH, 2002).

4.3 Técnicas Anestésicas em Equinos

As anestesias em equinos, de modo geral, apresentam características

diferentes das de outras espécies, considerando-se peculiaridades anatômicas, o

temperamento e até as respostas a determinados fármacos. Antes de qualquer

escolha da técnica anestésica a ser realizada, é necessário examinar o

comportamento animal, pois este será o ponto de partida para definir se ele

requererá uma simples anestesia local sem MPA, ou uma leve tranquilização com

anestesia local, ou, ainda, uma anestesia dissociativa e até, em casos extremos,

uma anestesia geral (MASSONE, 2003).

4.3.1 Medicação pré-anestésica: a MPA é o primeiro passo a ser dado

para outras condutas a serem seguidas. Por outro lado, é importante também para

pequenas explorações semiológicas ou até transportes, ferrageamentos, curativos e

exames mais apurados (MASSONE, 2003).

A acetilpromazina e a xilazina são os agentes pré-anestésicos habitualmente

usados. A acetilpromazina é menos dispendiosa tendo um tempo de ação mais

longo e a xilazina provoca um efeito rápido após uma injeção intravenosa (TURNER

e MCILWRAITH, 2002).

4.3.2 Indução da anestesia: um moderno regime anestésico de curta

duração no equino é a associação de xilazina e cloridrato de quetamina. A xilazina é

administrada intravenosamente numa dosagem de 1,1 mg/kg (0,5 mg/lb) sendo

seguida após 3 até 5 minutos de uma dosagem de 2,2 mg/kg (1mg/lb) de cloridrato

de quetamina. A indução é geralmente suave se for permitido tempo suficiente para

que a xilazina alcance o seu efeito sedativo máximo. A duração da anestesia é curta

(de 12 a 15 minutos), mas é satisfatória para os procedimentos curtos ou indução

anestésica. As desvantagens do regime xilazina-quetamina incluem o alto custo e a

inabilidade de controle da duração da anestesia administrando repetidamente o

mesmo agente. Convulsões, tremores musculares e espasmos foram relatados com

doses repetidas de quetamina; consequentemente isto é contraindicado. Estas

manifestações clínicas (Convulsões ou tremores) vistos ocasionalmente com a

indução são normalmente associados com a quantidade insuficiente de xilazina ou a

administração de quetamina antes que a xilazina atinja a sua eficácia total (TURNER

e MCILWRAITH, 2002).

4.3.3 Manutenção da anestesia: apesar da manutenção da anestesia com

agentes intravenosos não ser ideal, ela pode ser o único método disponível para o

veterinário. A anestesia inalatória é o método preferido para se manter a anestesia

geral do equino, especialmente quando o procedimento envolve um período

anestésico total superior à uma hora. As combinações habitualmente usadas são

halotano/oxigênio ou halotano/óxido nitroso/oxigênio. Para a anestesia geral de

rotina, é mais satisfatória a associação de halotano e óxido nitroso. Com essa

associação a regulação do vaporizador com halotano é habitualmente de ¾ até

13/4%, sendo utilizadas taxas de fluxo de 5l/min. de oxigênio e 2l/min. de óxido

nitroso (TURNER e MCILWRAITH, 2002).

Deve-se levar em consideração sobre a anestesia a resposta da fêmea ao

efeito anestésico que pode se alterar em função de seu estado fisiológico; o

emprego de fármacos anestésicos que resultem em baixo risco de vida a fêmea e

ao(s) feto(s), e utilizar fármacos que possibilitem rápido retorno anestésico o que

sem dúvida facilitará a amamentação (TONIOLLO e VICENTE, 2003).

A forma mais segura é manter o animal no centro cirúrgico, sob anestesia

geral, em decúbito dorsal, tendo como via de acesso a linha alba mediana do

abdômen (PRESTES e LANDIM-ALVARENGA, 2006).

4.4 Técnicas Anestésicas nas Diferentes Espécies

4.4.1 Técnica Anestésica Canina: MPA com levomepromazina ou

clorpromazina 0,3 mg/kg, ou acepromazina, a 0,2%, 0,05 mg/kg IV. Tricotomia e

aguardar 15 minutos. Tiopental a 2,5%, 5 a 8 mg/kg IV, ou tiamilal a 2%, 5 a 8 mg/kg

IV. Intubar com sonda de Magill. Adaptar ao aparelho de anestesia e aplicar

enfluorano, na dose de até 2 V%. Em termos de tranquilização, as fenotiazinas

atravessam a barreira placentária, deprimindo sensivelmente os fetos sem maiores

problemas. Quanto à indução, o barbitúrico, quando aplicado na mãe, em 45

segundos é absorvido no fígado do feto e em apenas três minutos já encontra um

equilíbrio materno-fetal, até a retirada do feto, evitando assim a depressão do

mesmo. Quanto à manutenção, recorre-se ao enfluorano; possui um odor discreto,

agradável e é incolor, não é inflamável e dispensa a adição de substâncias

preservativas para sua comercialização (MASSONE, 2003).

4.4.2 Técnica Anestésica Felina: MPA com acepromazina 0,3 mg/kg IM.

Quetamina 15 mg/kg, tricotomia. Decorridos 10 minutos, aplicar a máscara facial

(adultos), administrando o anestésico volátil enfluorano a 2 V%. A aplicação de

quetamina por via intramuscular facilita a prostração do animal em 10 minutos e

permite manipulá-lo durante o período pré-cirúrgico. Durante a manutenção, não há

necessidade de entubá-lo, sendo necessário, entretanto, deixar o animal em planos

anestésicos adequados para a intervenção, o que pode ser conseguido deixando-se

o reflexo palpebral bem deprimido, porém ainda presente, não permitindo a miose,

que é o início de plano profundo (MASSONE, 2003).

4.4.3 Técnica Anestésica Suína: MPA com levomepromazina ou

clorpromazina 0,5 mg/kg IV, ou acepromazina a 1% 0,05 mg/kg IV, ou azaperona 2

mg/kg IV, associada ou não a 0,05 mg/kg de midazolam; ambas na mesma seringa

e pela mesma via. Infiltração com lidocaína a 1% (10 a 20 ml) e agulha 100x10 no

local da incisão, que se baseia numa linha imaginária a partir da base da orelha até

a articulação femorotibiopatelar do lado correspondente a cirurgia, com localização

na região do flanco e tricotomia da região. A MPA é dispensável, desde que o animal

se apresente calmo e permita as manipulações sem reações bruscas. A intensidade

da MPA também varia de acordo com o animal, sendo dispensada em casos de

animais toxêmicos ou em choque (MASSONE, 2003).

4.4.4 Técnica Anestésica Caprina e Ovina: MPA com levomepromazina ou

clorpromazina 0,5 mg/kg IV, ou acepromazina a 1% 0,05 mg/kg IV. Tricotomia no

espaço lombossacro. Anestesia peridural lombossacra com 5 a 10 ml de lidocaína a

1%. É conveniente aplicar a MPA, pois cabras e ovelhas, na maioria das vezes, não

permitem a manipulação em posição quadrupedal (MASSONE, 2003).

4.4.5 Técnica Anestésica Bovina: MPA é empregada em casos extremos,

visto que essa espécie colabora mais na posição quadrupedal ou mesmo quando

derrubada e contida convenientemente. Tricotomia do flanco e da região coccígea,

com respectiva anti-sepsia. Anestesia peridural intercocígea (primeira e segunda

vértebras) com 5 a 7 ml de lidocaína. Anestesia infiltrativa paravertebral, seguida de

anestesia infiltrativa do flanco. Essa técnica é recomendada para se fazer a

cesariana em pé, facilitando manipulações obstétricas (MASSONE, 2003).

4.5 Técnica Cirúrgica

Após o preparo do animal, tricotomia, higienização rigorosa e anti-sepsia,

procede-se a ampla incisão na pele, estendendo-se da cicatriz umbilical à base das

mamas, linha branca e peritônio, atingindo a cavidade abdominal (PRESTES e

LANDIM-ALVARENGA, 2006).

O abdômen é aberto por meio de uma incisão pela linha mediana ventral,

que é usada para a laparotomia mediana ventral. O útero que encerra o feto é

localizado e um local de incisão sobre o membro é escolhido tal como se faz na

cesariana bovina. Esta área é exteriorizada o quanto for possível para minimizar a

contaminação da cavidade peritoneal. Um membro mais cranial deve ser

selecionado; de outro modo, poderá ser árduo fechar a incisão de histerectomia

devido ao retraimento caudal do útero após a remoção do feto. O útero é seccionado

com o bisturi, traciona-se o feto liberando-o dos envoltórios, tendo o cuidado de não

seccionar o cordão umbilical enquanto houver pulso para que ele receba bom

suprimento sanguíneo. Terminado o pulso, corta-se o cordão entre as pinças

hemostáticas e, na vigência de hemorragias, procede-se a sua ligadura (PRESTES

e LANDIM-ALVARENGA, 2006).

Antes da sutura do útero na cesariana do equino, o alantocório é separado

por uma distância de 5 cm de margem da incisão uterina, e uma sutura contínua de

categute é posicionada ao redor de toda a margem da incisão uterina para

hemostasia. A técnica consiste no modelo de sutura contínua simples penetrando

todas as camadas do útero; isto é necessário, devido ao fato que o endométrio é

fracamente vinculado ao miométrio e existe pouca hemostasia natural para as largas

veias subendometriais. O fechamento do útero é efetuado com uma camada de

inversão dupla de suturas utilizando o categute cromado nº2. O abdômen é fechado

como na laparotomia ventral no equino. (TURNER e MCILWRAITH, 2002).

Após rigorosa irrigação e limpeza dos coágulos e sujidades com solução

fisiológica aquecida, recoloca-se o útero em sua posição original, inspecionando a

cavidade abdominal. A parede abdominal é suturada com Vicryl® 2, em pontos tipo

Sultan (PRESTES e LANDIM-ALVARENGA, 2006).

A pele é aproximada usando Sutura de Colchoeiro com o fio não absorvível

(BORGES et.al, 2009).

4.6 Conduta Pós-operatória

Antibioticoterapia criteriosa deve ser instituída, curativo local da ferida e,

sabidamente, cuidados na liberação da placenta e depuração uterina (PRESTES e

LANDIM-ALVARENGA, 2006).

A profilaxia do tétano, antibióticos e ocitocina são administradas. Continua-

se a terapia dos fluídos ou então é instituída se o paciente estiver comprometido de

modo sistêmico (TURNER e MCILWRAITH, 2002).

Se necessário, as éguas devem ser monitoradas e tratadas quanto à

retenção das membranas fetais (BORGES et.al, 2009).

Deve-se observar presença da lactação (sucedâneo ou banco de colostro) e

retirada dos pontos (TONIOLLO e VICENTE, 2003).

De um modo geral, é possível afirmar que não há contra-indicações à prática

da cesariana, que em certos casos torna-se recurso último ou único para finalizar um

parto (PRESTES e LANDIM-ALVARENGA, 2006).

4.7 Complicações Pós-operatórias

Pode-se esperar um prognóstico reservado para a fertilidade futura da égua

se a cirurgia for tentada depois que ela esteve sujeita a manipulação vaginal

prolongada (FRAZER, 2001).

As complicações mais frequentes associadas à retenção placentária na égua

são as metrites, a endotoxemia, a laminite e eventualmente a morte. A involução

uterina na égua é atrasada mesmo que não desenvolvam estas sequelas

(ANGRIMANI et al., 2011).

Nos casos de metrite séptica ou tóxica após distocia e retenção placentária,

a parede uterina torna-se mais fina e friável ou até mesmo necrótica. Após a perda

de integridade do endométrio ocorre, provavelmente, a absorção de bactérias e

toxinas bacterianas pela circulação uterina, as quais provocam as alterações

vasculares periféricas que originam a laminite (BLANCHARD e MACPHERSON,

2007).

4.8 Cuidados Com o Potro Neonato

A saúde do potro está relacionada não apenas ao manejo da égua gestante,

mas também no manejo durante o seu nascimento, uma vez que deve haver uma

adaptação do potro ao meio externo (PRESTES e LANDIM-ALVARENGA, 2006).

Sempre que possível uma equipe especializada deve estar disponível para

cuidar do potro. Quando o potro é automaticamente classificado como de "alto risco",

o mesmo requer cuidados intensivos imediatos (KNOTTENDELT et. al, 2003).

O nascimento e as primeiras 24 h de vida são os momentos mais

importantes para o reconhecimento de problemas em potros, e uma intervenção em

tempo hábil pode minimizar ou previnir consequencias desastrosas. É o período de

vida mais complexo, pois o potro está numa transição neonatal com efeitos na

circulação cardiopulmonar, respiração, matabolismo e regulação da temperatura

(PRESTES e LANDIM-ALVARENGA, 2006).

Quando o potro precisar de ajuda, primeiro retirar cuidadosamente as

membranas fetais que o envolvem e desobstruir as narinas, fazendo movimentos de

fricção sobre o nariz, no sentido da extremidade do focinho. Procurar não introduzir

os dedos na boca do animal para não levar bactérias ou corpos estranhos

precocemente ao seu aparelho digestório. Com uma toalha ou lençol limpos fazer a

limpeza do potro, enxugando-o através de fricções suaves, principalmente sobre a

região dorsal e torácica, procurando, desta forma, estimular a respiração do animal.

Assim que a respiração estiver praticamente normalizada, sem qualquer ruído

líquido ou estertoroso, voltar ao cordão umbilical; palpar as artérias umbilicais e

sentir o pulso, que no início é pleno e forte. (THOMASSIAN, 2005).

É importante administrar oxigênio por máscara ou, se necessário, ventilação

com pressão positiva. Deve-se levar o potro a uma instalação onde possa ser seco

e mantido em um ambiente quente para limitar a perda de calor. Potros obtidos por

cesariana de urgência serão inevitavelmente mais fracos e podem ter poucas

reservas de energia. (KNOTTENDELT et. al, 2003).

4.8.1 Exame no Neonato

Deve-se auscultar os pulmões, a frequência respiratória e a frequência

cardíaca; estas podem ser influenciadas pela excitação, ruídos e esforço. A

frequência respiratória normal varia entre 60 e 80 mpm, com uma média de 70 mpm,

após o nascimento. Nas primeiras semanas, a frequência cardíaca encontra-se entre

70 a 100 bpm e pode aumentar mais por motivo de excitação. A temperatura retal do

potro deve estar entre 37,5 e 38, 5 ºC. A força do potro é avaliada tanto pela sua

habilidade em levantar-se como em se manter em pé (PRESTES e LANDIM-

ALVARENGA, 2006).

4.8.2 Cuidados com o Umbigo

O umbigo não deve ser rompido prematuramente, pois uma quantidade

substancial de sangue é transferida da mãe para o potro antes da eliminação da

placenta. Na maioria dos casos, o umbigo se rompe espontaneamente a

aproximadamente 5 cm do corpo quando a mãe ou o potro tentam levantar-se. Se o

cordão não se romper, ou o parto ocorrer em circunstâncias anormais, é melhor

rompê-lo manualmente (PRESTES e LANDIM-ALVARENGA, 2006).

À medida que ocorra redução do fluxo arterial umbilical, fazer movimentos

de compressão do cordão no sentido do corpo do potro para “empurrar” o máximo

de sangue contido nos vasos umbilicais. Após esta manobra, aplicar a pinça

hemostática sobre o cordão umbilical prendendo, cerca de 2 a 3 dedos abaixo do

umbigo; ligue o cordão com fio cordonê, abaixo da pinça e seccionar cerca de 1

dedo abaixo. Fazer a desinfecção do cordão umbilical imergindo em tintura de iodo a

10% (THOMASSIAN, 2005).

4.8.3 Produção de Colostro

O colostro é produzido sob influencia hormonal durante as 2 a 4 semanas

finais da gestação. O colostro da égua contém três tipos de imunoglobulinas: IgG,

IgM e IgA, que normalmente no parto se encontram presentes em concentrações de

aproximadamente 4.000 a 10.000, 500 a 1.500 e 50 a 200 mg/dl, respectivamente. O

potro absorve a IgG e a IgM, mas não a IgA. No entanto, a concentração de IgG e

IgM no colostro da égua diminui à medida que elas são retiradas do úbere (LEWIS,

2000).

4.8.4 Testes para Avaliação do Colostro

Isoeritrólise Neonatal ocorre em 1 a 2% de todos os partos. Resulta de uma

resposta antigênica clássica. Ocorre apenas quando a égua foi sensibilizada para

uma molécula da superfície das células vermelhas como resultado de exposição a

sangue que contém antígenos estranhos. Isso ocorre tanto através de transfusão

sanguínea, como pelo contato com o sangue fetal quando este for incompatível,

formando anticorpos contra a superfície das células vermelhas do feto resultando

numa rápida destruição celular e anemia profunda. Os sinais clínicos são exibidos

tipicamente 2 a 24 h após ingestão do colostro, sendo normal permanecer por 5 a 6

dias. Clinicamente são potros fracos, deprimidos, com mucosas pálidas e

apresentando hemoglobinúria e hemoglobinemia. O diagnóstico presuntivo pode ser

feito pelos sinais clínicos. A confirmação é feita pela demonstração de anticorpos na

superfície das células vermelhas usando teste de Coombs. Este teste de

compatibilidade é entre o sangue do potro e o colostro da mãe, o qual consiste em

retirar uma pequena quantidade do sangue do potro e misturar com uma gota de

colostro e se houver aglutinação o resultado é positivo (PRESTES e LANDIM-

ALVARENGA, 2006).

Outro método para indicar a concentração de imunoglobulinas é a Turvação

pelo Sulfato de Zinco (TSZ). Este método envolve a precipitação de proteínas

imunológicas, usando 6mL de solução de sulfato de zinco livre de dióxido de

carbono (ZnSO- 4.7H2O) na concentração de 208 mg/litro com 0,1mL de soro-teste.

Para cada amostra sérica 16 testada utiliza-se um controle composto de água

destilada, que substitui a solução de sulfato de zinco. Os tubos-teste e controle

permanecem em repouso por 60 minutos à temperatura ambiente procedendo-se

imediatamente a leitura em espectrofotômetro. A solução padrão é composta por 3

mL de uma solução de cloreto de bário (1,15 g de BaCl2.2H2O/100mL) dissolvidos

em 97 mL de uma solução de acido sulfúrico 0,2 N). Quando avaliada sob as

mesmas condições de temperatura do TSZ esta solução fornece uma leitura de

turvação equivalente a 20 unidades de turvação (uT) e uma concentração de IgG de

aproximadamente 400 mg/dL (POMPEYER, 2011).

5 CASO CLÍNICO/CIRÚRGICO

Animal: (Face)

Foi encaminhada ao Jockey Clube do Paraná uma égua da raça Paint

Horse, com 6 anos de idade, que estava há três dias em trabalho de parto, muito

exausta chegou em decúbito esternal no caminhão, porém conseguiu levantar-se,

para ser desembarcada.

Foi levada até ao Hospital Veterinário para que se iniciassem os

procedimentos necessários; Como primeiro procedimento foi acessada a veia jugular

para administração de solução fisiológica, porém o animal caiu subitamente

permanecendo em decúbito lateral (figura 1); então tentou-se acessar a veia cefálica

por dificuldade de acesso à jugular.

Fig. 1 Égua permanece em decúbito lateral, após queda.

No centro cirúrgico, como indução anestésica foi utilizado propofol

intravenoso (20mg/100kg); a égua foi levada até a mesa de cirurgia (figura 2), foi

entubada (figura 3) e em seguida realizou-se a tricotomia e a anti-sepsia do

abdômen. Para a manutenção da anestesia foi utilizado halotano.

Fig.2 Égua posicionada em decúbito dorsal para

realização de tricotomia e anti-sepsia.

Fig. 3 Égua anestesiada e entubada com o traqueotubo.

O cirurgião e auxiliar iniciaram a cirurgia. Foram dispostos os campos

cirúrgicos, em seguida começou a incisão na pele, linha alba e peritônio, atingindo a

cavidade abdominal, o útero foi localizado (figura 4) e o local de incisão sobre o

membro foi escolhido.

Fig. 4 Incisão do útero.

Após a abertura do útero, com posterior exteriorização de um dos membros

do potro, o mesmo foi tracionado e retirado do útero (figura 5).

Fig. 5 Retirando o potro do útero.

Após constatação da viabilidade do potro, iniciaram-se os procedimentos de

auxílio ao potro (figura 6) compreendendo massagem para estímulo respiratório com

resposta positiva, foram retiradas cuidadosamente as membranas fetais que o

envolviam e, realizada desobstrução das narinas, fazendo movimentos de fricção

sobre o focinho.

Fig. 6 Potro recém nascido na sala de indução de

anestesia recebendo os primeiros cuidados

Com uma toalha o potro foi enxugado através de fricções suaves,

principalmente sobre a região dorsal e torácica, procurando, desta forma, estimular

ainda mais a respiração do animal, em seguida foi feita a oxigenoterapia (figura 7).

Fig. 7 Realizando oxigenoterapia no potro.

Enquanto uma equipe trabalhava com o potro, a outra equipe terminava de

suturar a égua. Foi utilizado vicryl® 0 para suturar o útero (Sutura de Cushing)

(figura 8) e o músculo reto do abdômen (Sutura de Cushing), e nylon 0-2 para

suturar a pele (Sutura Interrompida Simples).

Fig. 8 Sutura do útero.

Em seguida a égua foi levada até a sala de indução para aguardar a

recuperação anestésica, porém o animal entrou em quadro de choque irreversível,

porque apresentava as mucosas descoradas, taquicardia, fraqueza e a frequência

respiratória aumentada. A equipe cirúrgica com consentimento do proprietário

optaram por realizar a eutanásia.

A equipe que estava com o potro realizou o exame clínico, aferindo sua

freqüência respiratória (60 movimentos/minuto), frequência cardíaca (80

batimentos/minuto), TPC (2 segundos) e temperatura (38ºC).

Em seguida foi administrado por via sonda nasogástrica colostro

armazenado na Clínica Equivet, porque o potro não tinha reflexo de sucção. Após

este procedimento foi estabelecida a rotina de lactação articifial com leite equino que

estava armazenado na clínica na quantidade de 200 ml a cada duas horas (figura 9).

Fig. 9 Potro em estação.

Como havia a disponibilidade de uma égua com potro recém desmamado na

clínica, os veterinários decidiram induzir uma adoção do potro pela égua. A égua

pertencia a um dos veterinários e estava temporariamente alojada na clínica. Foi

colocada a égua perto do potro (figura 10) e foi observado o comportamento da

mesma diante dele; ela por sua vez o aceitou de imediato. Após a aceitação do potro

pela égua, o aleitamento artificial foi suspenso.

Fig. 10 Égua aceitando o potro.

O potro permaneceu por mais três dias na clínica em observação e duas

vezes ao dia era realizado seu exame clínico e administrava-se ceftiofur 2 ml

intramuscular, (2mg/kg). Era administrado 1ml para cada 25 Kg. Com o objetivo de

prevenir problemas respiratórios.

6 DISCUSSÃO

No caso desta égua poderíamos tê-la salvo, se o proprietário não tivesse

demorado tanto para trazê-la, e se também pessoas não tivessem intervido de

maneira ineficiente/inadequada dentro do tempo viável para uma correção da

distocia, talvez não fosse necessário ter realizado a cesariana, o potro poderia ter

nascido de parto normal.

Poderia ter realizado uma palpação prévia da égua, para que a estática fetal

pudesse ser avaliada antes de expor o animal ao risco cirúrgico. E talvez, a retirada

do potro pudesse ter sido realizada através de manobras obstétricas.

7 CONCLUSÃO

Apesar da opinião variada dos autores, todos chegam à conclusão que em

casos de distocias como, torção uterina, má posição fetal, tamanho desproporcional

do feto, a melhor escolha é a cesariana.

O protocolo anestésico foi adequado a esse procedimento cirúrgico. Os

procedimentos da cirurgia, tricotomia, anti-sepsia e colocação dos campos, foram

realizados corretamente, porém se a incisão do útero fosse um pouco maior, poderia

facilitar a retirada do potro sem lesões no útero.

No potro realizaram-se todos os procedimentos adequados; O que mostrou-

se interessante, foi a outra égua aceitar o potro como seu.

8 CONCLUSÃO FINAL

O estágio realizado na Clinica Equivet foi muito satisfatório, consegui

acompanhar a rotina instituída pelos Médicos Veterinários, aprimorei conhecimentos

na área clínica e cirúrgica de equinos e também tive a experiência de conviver com

vários tipos de pessoas. Com essa nova experiência sei me portar melhor em

situações complicadas e cresci profissionalmente.

Realizando este trabalho de conclusão de curso, pude relembrar o que

aprendi em sala de aula, lendo os livros e artigos aprendi procedimentos novos que

irei instituir em minha vida profissional.

9 LISTA DE FÁRMACOS UTILIZADOS DURANTE O PERÍODO DE

ESTÁGIO

Calfon® - Fabricante Bayer S.A. (Composição: gluconato de cálcio, cloreto

de magnésio 6 H2O, butafosfana, veículo q.s.p.);

Profolen® - Fabricante Blausiegel Ind. E Com. Ltda. (Composição: propofol,

veículo q.s.p., componentes não ativos: óleo de soja, lectina de ovo, glicerol, ácido

oléico, hidróxido de sódio e água para injetáveis);

Topcef® - Fabricante Eurofarma Laboratórios Ltda. (Composição: ceftiofur

sódico e diluente estéril);

Gentatec® - Fabricante Biofarm Química e Farmacêutica Ltda.

(Composição: gentamicina (como sulfato) e veículo q.s.p.);

Megacilin Super Plus - Fabricante Vansil Ind. Com. e Repr. Ltda.

(Composição: benzilpenicilina benzatina, benzilpenicilina procaína, benzilpenicilina

potássica, estreptomicina base (sulfato), piroxicam, veículo q.s.p.);

Estrepto Penicilina - Fabricante Laboratórios Microsules Uruguay S.A.

(Composição: procaína penicilina, diidroestreptomicina, procaína cloridrato, veículo

q.s.p.);

Sulfato de amicacina - Fabricante Novafarma Indústria Farmacêutica Ltda.

(Composição: sulfato de amicacina, metabissulfito de sódio, citrato de sódio e água

para injeção);

Cloridrato de Ranitidina - Fabricante Teuto Brasileiro S/A. (Composição:

cloridrato de ranitidina, veículo q.s.p., excipientes: água para injeção, fenol, fosfato

de sódio dibásico e fosfato de potássio monobásico);

Desflan - Fabricante Ourofino Saúde Animal Ltda. (Composição: flunixina

(meglumina) e veículo q.s.p.);

Niglumine - Fabricante Laboratórios Calier S.A. (Composição: flunixina

meglumina e veículo q.s.p.);

Solução Ringer com Lactato - Fabricante Fresenius Kabi Brasil Ltda.

(Composição: cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto de cálcio diidratado,

lactato de sódio, água para injeção q.s.p.).

REFERÊNCIAS

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Ciências Rurais. Santa Maria – RS, 2011. Disponível em:

http://coralx.ufsm.br/ppgmv/2011/Endrigo%20Pompayer.pdf

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