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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ MARIA LUIZA PERRELLI HALILA RELATÓRIO DE ESTÁGIO NOVILHO NOBRE CURITIBA 2006

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

MARIA LUIZA PERRELLI HALILA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

NOVILHO NOBRE

CURITIBA

2006

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

NOVILHO NOBRE

Curitiba

2006

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MARIA LUIZA PERRELLI HALILA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

NOVILHO NOBRE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Medicina Veterinária da

Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde

da Universidade Tuiuti do Paraná, como

requisito parcial para obtenção do título de

Medica Veterinária.

Orientador: Profº Drº José Maurício França

Orientador Profissional: Ernani Cartaxo

CURITIBA

2006

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Reitor Profº Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitora Acadêmica Profª Carmen Luiza da Silva

Pró-Reitor de Planejamento Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Profª Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini

Secretário Geral Profº Bruno Carneiro de Cunha Diniz

Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Profº João Henrique Faryniuk

Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Profª Neide Mariko Tanaka

Coordenador de Estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária Profº Elza Maria Galvão Ciffoni

Metodologia Científica Profª Elza Maria Galvão Ciffoni

CAMPUS CHAMPAGNAT Rua .Marcelino Champagnat, 505 - Mercês

CEP 80.215-090 – Curitiba – PR

Fone: (41) 3331-7953

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A P R E S E N T A Ç Ã O

Este Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao Curso de

Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da

Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de

Médico Veterinário é composto de um Relatório de Estágio, no qual são descritas

as atividades realizadas durante o período de 01/09 a 29/10/2006, período este em

que estive na Empresa Novilho Nobre Indústria e Comércio de Carnes, localizada no

município de Balsa Nova - Paraná cumprindo estágio curricular e também de uma

Monografia que versa sobre o tema: “HACCP”.

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A minha mãe MARIA APARECIDA PERRELLI HALILA, ao meu pai LUIZ

CARLOS GADENS HALILA e ao meu namorado JULIANO GADENS e também a

toda minha FAMÍLIA que sempre esteve junto ao meu lado dando apoio, carinho,

conforto de um abraço, com muito incentivo para nunca desistir.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

Ao prof. Dr. José Maurício França pela

orientação na elaboração deste relatório de

estágio;

Ao Pessoal do Novilho Nobre especialmente ao

Dr. Ernani Cartaxo pela colaboração;

A todos que, direta ou indiretamente,

contribuíram para a realização deste trabalho;

Meu especial agradecimento a todas as

pessoas que colaboraram.

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Nenhum mal te atingirá,

nenhum flagelo chegará a tua tenda,

porque aos seus anjos ele mandou

que te guardem em todos os seus caminhos.

Eles te sustentarão em suas mãos

para que não tropeces em alguma pedra.

Sobre serpente e víbora andarás,

calcarás aos pés o leão e o dragão. Hebreus

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - CONTEÚDO EM HIDROXIPROLINA DAS FRAÇÕES DE

COLÁGENO E ELASTINA DOS MÚSCULOS DE BOVINOS (MG/100

GRAMAS MÚSCULO).........................................................................................

12

TABELA 2 - CORRELAÇÃO ENTRE TEMPO, TEMPERATURA E PH, COM A

INSTALAÇÃO DO RIGOR MORTIS....................................................................

20

TABELA 3 - TEMPERATURA DAS CARCAÇAS MÊS DE

AGOSTO/SETEMBRO 2006...............................................................................

27

TABELA 4 - pH DAS CARCAÇAS MÊS DE AGOSTO/SETEMBRO 2006......... 28

TABELA 5 - CORTES TRASEIROS NOBRES (ESPANHOL E INGLÊS)........... 32

TABELA 6 - CORTES DIANTEIROS NOBRES (ESPANHOL E INGLÊS).......... 36

TABELA 7 - LISTA DE DETERGENTES............................................................. 52

TABELA 8 - LISTA DE SANITIZANTES.............................................................. 52

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – PIQUETE VAZIO............................................................................. 24

FIGURA 2 – PIQUETE COM NOVILHOS ABEERDEN ANGUS......................... 24

FIGURA 3 – SILAGEM........................................................................................ 25

FIGURA 4 – MANEJO PRÉ-ABATE.................................................................... 25

FIGURA 5 – TRASEIROS................................................................................... 26

FIGURA 6 – DIANTEIROS.................................................................................. 27

FIGURA 7 – AFERIR TEMPERATURA............................................................... 28

FIGURA 8 – AFERIR O pH.................................................................................. 29

FIGURA 9 – DIFERENÇA DE pH........................................................................ 29

FIGURA 10 - EMBALAGEM................................................................................ 38

FIGURA 11 – CÂMARA DE CARCAÇAS............................................................ 39

FIGURA 12 – ALMÔNDEGAS............................................................................. 41

FIGURA 13 – HAMBURGER AMERICANO........................................................ 44

FIGURA 14 – CARNE MOÍDA LIGHT................................................................. 46

FIGURA 15 – CARPACCIO................................................................................. 47

FIGURA 16 – LAMINOCULTIVO STAPHYLOCOCCUS..................................... 73

FIGURA 17 – LAMINOCULTIVO ESCHERICHIA COLI...................................... 73

FIGURA 18 – LAMINOCULTIVO ESCHERICHIA COLI...................................... 74

FIGURA 19 – CULTURA TOTAL DE BACTÉRIAS............................................. 74

x

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LISTA DE SIGLAS

Adenosina tri-fosfato..................................................................................... ATP

Autorização de Uso de Produto.................................................................... AUP

Boas Práticas de Fabricação........................................................................ BPF

Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal........................ DIPOA

Hazard Analysis and Critical Control Point................................................... HACCP

Pálido, macio, exsudativo..…………............................................................ PSE

Procedimento Padrão de Higiene Operacional ........................................... PPHO

Qualidade Novilho Nobre............................................................................. QNN

Qualidade de Rastreabilidade...................................................................... QR

Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem

Animal ..........................................................................................................

RIISPOA

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RESUMO A finalidade deste estágio foi adquirir conhecimento na área de Tecnologia de

Produtos de Origem Animal (TPOA), produção de novilhos confinados, abate e

inspeção de novilhos. A indústria Novilho Nobre tem uma pequena produção de

carnes nobres e industrializados. Assim na desossa foi observado cortes nobres e

retirada de retalho, aferição de pH, de temperatura, sanitização de carcaças com

ácido peracético, cultura para identificação de microrganismos patogênicos e

estocagem das carcaças. Na produção de industrializados pesagem de insumos,

mistura dos ingredientes secos, formação dos produtos, tratamento térmico,

conhecimento de equipamentos da produção. Sanitização de equipamentos,

utensílios e dependências que constam no Manual de Boas Práticas de Fabricação

(BPF), dados sobre desinfetantes e sanitizantes. Controle de qualidade de

recebimento de carcaças, recebimento de insumos, controle de temperatura,

controle do pH e do cloro e o check list de higienização junto ao BPF e ao PPHO

(Procedimentos Padrões de Higiene Operacional).

Palavras-chaves: carnes nobres, pH, temperatura, ácido peracético, industrializados,

sanitização, BPF, PPHO.

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ABSTRACT

The purpose of this period of training was to acquire knowledge in the area of

Technology of Products of Origem Animal (TPOA), production of confined steers,

abates and inspection of steers. The industry Noble Steer has a small production of

noble and industrialized meats. Thus in desossa it was observed cuts noble and

withdrawal of remnant, gauging of pH, of temperature, sanitização of carcasses with

acid peracético, culture for identification of pathogenic microrganismos and stockage

of the carcasses. In the production of industrialized pesagem of insumos, it mixes of

the dry ingredients, formation of the products, thermal treatment, equipment

knowledge of the production. Sanitização of equipment, utensils and dependences

that consist in the Manual of Good Practical of Fabricação (BPF), data on deodorants

and sanitizantes. Quality control of act of receiving of carcasses, act of receiving of

insumos, control of temperature, control of pH and chlorine and check list of hygienic

cleaning next to the BPF and to the PPHO (Procedures Standards of Operational

Hygiene).

Word-keys: meats noble, pH, temperature, acid peracético, industrialized,

sanitização, BPF, PPHO.

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IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

RAZÃO SOCIAL: Novilho Nobre Indústria e Comércio de Carnes Ltda.

CLASSIFICAÇÃO: Fábrica de Conservas

CNPJ: 04.421.161/0001-00

INSCRIÇÃO ESTADUAL: 90.232.765-74

SIF Nº: 4644

LOCALIZAÇÃO: Endereço: BR 277, Km 121

Cidade: Balsa Nova

Estado: Paraná

Bairro: São Caetano

CEP: 83.650-000

Fone/Fax: (0xx41) 3399-4242

IDENTIFICAÇÃO DA FAZENDA

NOME DA FAZENDA: Estância São Rafael

ÁREA: 1.800 alqueires

LOCALIZAÇÃO: Balsa Nova divisa com Palmeira – Paraná

REBANHO: 1.000 vacas e 440 novilhos

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ORGANOGRAMA

Sócio Gerente – Mariano Lemanski

Sócia – Maria Elza de Almeida Passos

Gerente Geral – Reinaldo Guimarães Martins

Gerente Comercial – Ernani Cartaxo

Responsável Técnico – Ernani Cartaxo

SIF – Celso Dittert Camargo

Secretários – Welinton

Kauana

Rose

Gerente de Produção – Jaison Hugo Pacheco

Encarregado da Desossa – Ronaldo Adriano de Moraes

Operário – Luiz

Encarregado da Embalagem – Gerso Antunes Pinto

Operários – Elizamara

Edna

Cristiane

Encarregado da Expedição – Adriano José Kosmos

Encarregado do Almoxarifado – Élcio Batista Pires de Andrade

Encarregado da Massa – Everson Antunes Pinto

Encarregado da Indústria – Marlos Barbosa de Oliveira

Mecânico – Miguel

Encarregado da limpeza – Kilmar

Cozinheira – Sônia

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS.......................................................................... ix

LISTA DE FIGURAS........................................................................... x

LISTA DE SIGLAS.............................................................................. xi

RESUMO............................................................................................. xii

IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA....................................................... xiv

ORGANOGRAMA............................................................................... xv

1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 1

1.1 A INDÚSTRIA DE CARNE.................................................................. 1

1.2 ESTRUTURA DO TECIDO MUSCULAR............................................ 1

1.3 CONVERSÃO DO MÚSCULO EM CARNE........................................ 1

1.3.1 Fatores ambientais.............................................................................. 2

1.3.2 Estresse.............................................................................................. 3

1.3.3 Ambiente............................................................................................. 4

1.3.4 Sexo.................................................................................................... 4

1.3.5 Manejo por ocasião do sacrifício......................................................... 4

1.4 CONSEQÜÊNCIAS DO COLAPSO CIRCULATÓRIO........................ 5

1.5 CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS DA CARNE..................... 8

1.5.1 Cor....................................................................................................... 8

1.5.2 Odor e sabor....................................................................................... 10

1.5.3 Fatores que influem na consistência da carne antes do sacrifício...... 11

1.5.4 Fatores que influem na consistência da carne após o sacrifício......... 12

1.5.5 Maturação........................................................................................... 14

1.5.6 Efeitos da conservação pelo frio artificial............................................ 15

1.5.7 Possibilidades e fontes de contaminação microbiana da carne.......... 16

1.5.8 Alterações carne fresca....................................................................... 17

1.5.9 Fatores intrínsecos.............................................................................. 18

1.5.10 Fatores Extrínsecos............................................................................ 20

2 ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO....................................... 22

2.1 PRODUÇÃO DE NOVILHOS DA RAÇA ABERDEEN ANGUS.......... 23

2.2 CONFINAMENTO MODELO ITALIANO............................................. 23

2.3 ALIMENTAÇÃO................................................................................... 24

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2.4 MANEJO PRÉ– ABATE...................................................................... 25

2.5 ABATE................................................................................................. 26

2.6 RECEBIMENTO DE CARCAÇAS....................................................... 26

2.6.1 Temperatura........................................................................................ 27

2.6.2 pH........................................................................................................ 28

2.6.3 Testes microbiológicos........................................................................ 29

2.6.4 Quebra do peso das carcaças............................................................ 30

3 PROCESSAMENTO DE CARNES “IN NATURA”............................. 31

3.1 CORTES.............................................................................................. 31

3.1.1 Traseiro............................................................................................... 32

3.1.1.1 Alcatra................................................................................................. 32

3.1.1.2 Contra-filé............................................................................................ 33

3.1.1.3 Coxão mole......................................................................................... 33

3.1.1.4 Entrecote............................................................................................. 33

3.1.1.5 Filé mignon.......................................................................................... 33

3.1.1.6 Fraldinha............................................................................................ 34

3.1.1.7 Maminha.............................................................................................. 34

3.1.1.8 Músculo............................................................................................... 34

3.1.1.9 Patinho................................................................................................ 34

3.1.1.10 Picanha............................................................................................... 34

3.1.1.11 Costela................................................................................................ 35

3.1.1.12 Posta branca....................................................................................... 35

3.1.1.13 Posta vermelha................................................................................... 35

3.1.2 Dianteiro.............................................................................................. 36

3.1.2.1 Setinho................................................................................................ 36

3.1.2.2 Lombo agulha...................................................................................... 36

3.1.2.3 Costela borboleta................................................................................ 36

3.1.2.4 Granito................................................................................................. 37

3.1.2.5 Retalho................................................................................................ 37

3.2 RENDIMENTO POR PEÇA................................................................. 37

3.2.1 Rendimento peças traseiro e dianteiro................................................ 37

3.3 PROCESSAMENTO DOS CORTES................................................... 37

3.4 EMBALAGEM...................................................................................... 38

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3.5 ARMAZENAGEM................................................................................ 38

4 PRODUÇÃO DE INDUSTRIALIZADOS............................................. 40

4.1 ALMÔNDEGAS BOVINAS.................................................................. 40

4.2 HAMBÚRGUER BOVINO DE 56 E 90 GRAMAS............................... 41

4.3 HAMBÚRGUER TIPO AMERICANO 90 GRAMAS............................. 43

4.4 STEAK BOVINO (PRATIC BEEF) 60 E 100 GRAMAS..................... 44

4.5 CARNE MOÍDA LIGHT........................................................................ 46

4.6 CARPACCIO....................................................................................... 46

5 CONTROLE DE QUALIDADE............................................................ 48

5.1 QNN 001 - MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO......... 48

5.2 QNN 002 - CONTROLE DE RECEBIMENTO DE MATÉRIA PRIMA.. 49

5.3 QNN 003 - CONTROLE DE TEMPERATURA.................................... 50

5.4 QNN 004 - CONTROLE DE PH E CLORO DA ÁGUA DE

ABASTECIMENTO..............................................................................

51

5.5 QNN 005 - CONTROLE DE PRODUTOS DE LIMPEZA E

SANITIZAÇÃO.....................................................................................

51

5.5.1 Produtos.............................................................................................. 53

5.5.1.1 Quaternário de amônia........................................................................ 53

5.5.1.2 Alcalino clorado................................................................................... 53

5.5.1.3 Ácido peracético.................................................................................. 53

5.5.1.4 Irgasan................................................................................................ 54

5.6 QNN 006 - CHECK LIST DE LIMPEZA E SANITIZAÇÃO.................. 54

5.7 PPHO 1 - SEGURANÇA DA ÁGUA.................................................... 55

5.8 PPHO 2 - LIMPEZA DE SUPERFÍCIES EM CONTATO COM O

ALIMENTO..........................................................................................

55

5.9 PPHO 3 - PREVENÇÃO CONTRA CONTAMINAÇÃO CRUZADA..... 56

5.10 PPHO 4 - HIGIENE DOS FUNCIONÁRIOS........................................ 56

5.11 PPHO 5 - CONTAMINAÇÃO............................................................... 57

5.12 PPHO 6 - COMPOSTOS E AGENTES TÓXICOS.............................. 57

5.13 PPHO 7 - SAÚDE DOS FUNCIONÁRIOS.......................................... 57

5.14 PPHO 8 - CONTROLE DE PRAGAS.................................................. 58

5.15 PPHO 9 - REGISTROS....................................................................... 58

5.16 QNN 016 - MANUAL DE LIMPEZA E SANITIZAÇÃO DE 59

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EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS......................................................

5.16.1 Produtos de limpeza e desinfecção.................................................... 59

5.16.2 Higiene das dependências.................................................................. 59

5.16.3 Higiêne das máquinas......................................................................... 62

CONCLUSÃO..................................................................................... 67

BIBLIOGRAFIA................................................................................... 68

ANEXOS............................................................................................. 72

xix

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1 INTRODUÇÃO

1.1 A INDÚSTRIA DE CARNE

O parque industrial brasileiro de produtos de origem animal é um dos mais

qualificados do mundo principalmente os registrados no Departamento de Inspeção

de Produtos de Origem Animal – DIPOA, do Ministério da Agricultura, que desta

forma, funcionam sob inspeção federal. A produção industrial é bastante

diversificada e evoluída do ponto de vista tecnológico e obediente a ditames

higiênico-sanitários. Até a algum tempo, apenas as indústrias anglo-americanas se

mostravam aptas, beneficiando-se das pesquisas realizadas nos países de origem.

Mas nos dias atuais, depois de inspirar-se sobretudo no modelo dessas

indústrias, a iniciativa genuinamente nacional se ombreia com as estrangeiras e

concorre com elas em pé de igualdade, ainda que careça, em suas maiores, de

pesquisas próprias ou de consciência para encomendá-las a terceiros, PARDI

(2001).

1.2 ESTRUTURA DO TECIDO MUSCULAR

A fibra muscular constitui a unidade estrutural dos músculos. São conhecidos três

tipos de músculo: músculo liso ou involuntário, músculo estriado esquelético ou

voluntário e músculo estriado cardíaco. Na sua organização e disposição, as fibras

musculares estriadas e esqueléticas estão agrupadas formando feixes envolvidos

por uma membrana conjuntiva que recebe o nome de epimísio. Destes, partem

septos que vão envolver pequenos feixes de fibras que são chamados perimísio,

partindo daí septos que rodeiam cada fibra e que recebem o nome de endomísio,

PARDI (2001).

1.3 CONVERSÃO DO MÚSCULO EM CARNE

A partir da morte do animal, o músculo experimenta certos processos de

natureza bioquímica e biofísica, a ponto de diferenciar-se de suas características

originais, passando a ser considerado carne.

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2

Com a morte, a musculatura animal não cessa bruscamente todas as funções vitais,

as quais têm duração variável, dependendo dos processos de conservação a que

ela for submetida e que, não forem interpostos, a levaria, já sob a forma de carne, a

elementarização, PARDI (2001).

Fatores que precedem o sacrifício e que influem nas propriedades do músculo

Durante o período que decorre entre o acabamento do animal destinado ao abate e

o seu sacrifício, uma série de fatores exerce acentuada influência nas propriedades,

ou seja, na qualidade da carne a ser produzida.

1.3.1 Fatores ambientais

Fatores como espécie, peso, idade, sexo, calor, umidade, luz, ruídos, o

espaço disponível para cada animal durante o transporte e as acomodações que

precedem o abate, pode exercer influências negativas sobre os animais, levando-os

ao estresse ou reproduzindo condições desfavoráveis quanto à qualidade, ao

aspecto comercial e à conservação da carne, dadas às transformações provocadas

no metabolismo muscular.

Assim, a temperatura ambiente é um dos fatores mais estressantes. Tanto as

temperaturas muito abaixo daquelas típicas dos locais de origem dos animais, como

as temperaturas elevadas. No primeiro caso os tremores provocados pelo frio são

acompanhados por um maior fluxo sangüíneo muscular, sem que se de o acúmulo

de ácido lático. Por seu turno, as temperaturas muito altas exigem uma grande

atividade de dissipação do calor, condições esta que nem todo animal tem aptidão

para exercer, levando-o inclusive à hidrólise do ATP e a glicólise, podendo mesmo

levá-lo à morte, PARDI (2001).

São inconvenientes desta ordem que exigem cuidados especiais durante o

transporte e a proteção adequada nos locais onde os animais aguardam o momento

do abate.

Do mesmo modo, a umidade relativa do ar e dos locais ocupados pelos

animais, associada à temperatura, sobretudo ao calor das condições tropicais,

acarreta evidente mal-estar, dada à dificuldade de dissipação do calor através da

respiração. Nos ambientes frios, a umidade do ambiente aumenta a velocidade de

perda de calor pelo organismo.

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3

É de tal forma importante a relação de temperatura X umidade, que foram

desenvolvidos índices destinados a determinar o nível aproximado de mal-estar dos

animais, seja no manejo ou no momento do transporte.

Outros fatores ainda como a luz, os ruídos (fezes e urina) e o espaço

destinado aos animais influem em seu bem-estar. De modo geral, os animais

reagem sempre que deslocados dos sítios a que se habituam e, daí, a necessidade

de lhes serem oferecidas as possíveis condições de conforto. A luz em excesso os

excita, procurando os animais destinados ao abate se protegem dos raios solares

diretos e do calor, com coberturas apropriadas, também os ruídos são excitantes, da

mesma forma que a exigüidade do espaço que lhes é destinado; deve-se, portanto

impor uma relação própria em metros quadrados, dependendo da espécie dos

animais.

1.3.2 Estresse

O estresse não acomete indistintamente os animais, caracterizando-se estes

por um grau variável se susceptibilidade ou resistência. Via de regra, os animais

sensíveis ao estresse apresentam temperaturas elevadas e queda rápida do pH,

devido à glicólise, ao acúmulo de ácido lático e à instalação precoce do rigor mortis.

Quando resistentes, os animais mantêm sua temperatura, bem como suas

condições homeostáticas mudanças (conservação de um ambiente interno

fisiologicamente equilibrado) em nível normal, a despeito da ação estressante de

agentes graves, condições essas conseguidas através de suas reservas de

glicogênio. Via de regra a deficiência de glicogênio ocorre devido à estafa,

trabalhando, jejum, excitação, luvas e choque elétrico, sendo os animais sacrificados

antes que tenham condições de recuperação do glicogênio muscular, caso em que

ocorre uma glicólise lenta pós-morte. Nestas condições, quando o pH é alto, a carne

se torna mais escura e de textura seca e pegajosa. Pelas mesmas causas, quando

cortados, bovinos, suínos e ovinos mostram uma carne escura, pouco atrativa e um

pH favorável ao desenvolvimento bacteriano. São chamadas de “carnes de corte

escuro”.

Segundo FORREST et al. (1979), o PSE (pale, soft, exsudative ou em

português pálido, macio, exsudativo) atinge aproximadamente 20% dos suínos

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abatidos, associando-se a rendimentos mais baixos e maiores perdas durante o

processo culinário.

O mesmo autor refere-se à ocorrência do PSE também em alguns músculos

de bovinos, ovinos e aves.

Idade

Além do escurecimento do músculo devido ao crescimento da concentração

de hemoglobina, com a idade decresce a tenrura da carne devido às transformações

do tecido conjuntivo. De outro lado, o paladar da carne se modifica com a idade, fato

que leva as objeções por parte de certos consumidores, FRANÇA (2006).

1.3.3 Ambiente

Em relação ao ambiente em que se desenvolvem dos animais de corte, a

condições negativas é apresentada principalmente pela utilização de locais

inadequados.

1.3.4 Sexo

Atribuí-se certa variação na qualidade de carne, particularmente nos níveis de

circulação de hormônios sexuais, em especiais em animais machos não castrados.

Nos machos não castrados, como touros jovens, a cor da carne é ligeiramente mais

escura que nos novilhos de igual idade, resultando esta tonalidade intensa do mais

elevado conteúdo de mioglobina, além da tendência cerca do estresse-induzido que

leva à formação da carne de corte escuro.

1.3.5 Manejo por ocasião do sacrifício

Transporte – as causas estressantes podem ser exacerbadas durante o

transporte, podendo surgir de fatores que se originam das condições em que são

deslocados dos locais de produção primária, e da recepção e acomodação no

matadouro, a espera de sua insensibilização e sangria.

Repouso – para compensar, dentro do possível, alguns desses

inconvenientes, impõem-se o repouso que, sobretudo, influi no ciclo de glicogênio,

permitindo sua reposição parcial.

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Perda de glicogênio (efeito da dieta) – a queima do glicogênio também requer

ligeiramente observação para justificar certos fenômenos que se desenvolverão na

futura carne. A reserva de glicogênio muscular é passível de perda seja pelo jejum,

pela fadiga, pelo exercício exaustivo, pela perda, de peso, pelos maus-tratos ou pela

suscetibilidade ao estresse. Induzindo a queda do glicogênio muscular a uma menor

produção de ácido lático na carne, o pH elevado, além de favorecer o

desenvolvimento bacteriano responsável pela desagradável aparência de cortes

escuros à carne dos bovinos e suínos. Este jejum diminui a reserva de glicogênio

nos monogástricos. Observou LAWRIE (1977) que nos bovinos, é mais difícil o

esgotamento de glicogênio inclusive se combinado com exercício excessivo com o

jejum durante 14 dias. Contudo, esta reserva mostrou-se ser facilmente consumida

ao submeter-se os bovinos a um exercício intenso, após uma viajem. Nos bovinos

normalmente mais resistentes à perda de glicogênio, o medo, induzindo em especial

pelos maus tratos que com freqüência à perda de glicogênio, o transporte e a sua

recepção e condução nos matadouros, estaria dentre as causas mais relevantes de

consumo de glicogênio de reserva.

Insensibilização – A insensibilização consiste na operação de imobilização do

animal, com a intenção de facilitar a sangria e evitar maior sofrimento do animal. A

insensibilização é feita sempre com a preocupação de evitar a lesão do bulbo,

impedindo a paralisação do coração e dos pulmões, é feita nos bovinos através da

comoção pela marreta ou pelo uso de pistola de percursos cativo. Não constitui

regra a insensibilização de bovinos pelo processo elétrico. Dentre os inconvenientes

do método elétrico, aponta-se certa redução do glicogênio e, e, particular, a

possibilidade de, pela elevação excessiva da pressão sangüínea, provocar um

salpicamento hemorrágico em alguns músculos.

Sangria – deve ser o mais rápido possível após a insensibilização. Requer

uma sangria mais completa possível, eficiente, mas com o mínimo de sofrimento do

animal. Via de regra, com vistas a aproveitar a ação da gravidade, a sangria é feita

com o animal em posição ventral com os pés pendurados em trilhos. Estima-se que

a sangria extraia do organismo apenas uns 50% do volume total de sangue, e o

restante fica nos órgãos vitais.

1.4 CONSEQÜÊNCIAS DO COLAPSO CIRCULATÓRIO

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Colapso circulatório do músculo.

Uma das conseqüências imediatas das sangrias é a interrupção do aporte de

oxigênio em favor dos músculos, produzindo a paralisação da respiração celular e

queda do potencial de oxidação-redução, daí surgindo à glicose anaeróbica. Isto

torna impossível a ressíntese do ATP, devido à atividade constante da ATP e

sarcoplasmática, fazendo cair o nível de ATP com a produção simultânea de fosfato

inorgânico que estimula a degradação do glicogênio. O teor de ATP produzido pela

glicose anaeróbia é insuficiente para compensar as perdas resultantes de sua

hidrólise. A despeito da fosfocreatinina produzir algo de ATP, este se esgota

rapidamente. Ao cair o nível do ATP, a actina e a miosina se unem irreversivelmente

formando a actinomiosina e fazendo surgir a inextensibilidade característica do

músculo em rigor mortis. A queda do pH causada pela produção de ácido lático e a

formação de ligações entre actina e a miosina trazem, em conseqüência,

modificações das cargas elétricas e das características das proteínas musculares.

Ainda que a ligação de actinomiosina formada durante o desenvolvimento do

rigor mortis seja igual àquela originada durante a contração muscular, o rigor mortis

pode ser considerado uma contração muscular irreversível, encurtando-se o os

músculos à medida que se formam ligações permanentes e, como resultado,

aparece a tensão interior do músculo para sua rigidez. Se não fosse a condição

desfavorável causada por um pH baixo, pela degradação das proteínas, peptídeos e

amino ácidos e pelo acúmulo de metabólitos derivados do processo glicolítico, o

músculo, ou a carne seria presa rapidamente do desenvolvimento de bactérias da

putrefação.

A queda do pH após a morte, caudada pelo acúmulo de ácido lático, constitui

um dos fatores mais marcantes na transformação do músculo em carne, com

decisiva importância na futura qualidade da carne e dos produtos preparados a base

dela. A glicose termina em condições naturais, quando o pH alcança o ponto

isoelétrico da miosina, ou seja, em torno do pH 5,5. Observa-se uma certa variação

na queda do pH nas diversas espécies de animais de corte.

A queda do pH, porém, não é uniforme em relação a animais da mesma

espécie, podendo cair em alguns minutos, rapidamente, para um valor entre 5,4 e

5,5 na primeira hora após sangria até atingir um pH final entre 5,3 e 5,6. Nos

bovinos, segundo THORNTON (1969), a carne dos animais recentemente abatidos

apresenta um pH médio variando entre 6,5 a 6,8 – atingindo, ás vezes, até 7,2 –

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caindo rapidamente até alcançar um valor final de 5,6 a 5,8 ao fim de 48 horas do

abate, elevando-se depois lentamente devido à autólise e ao desenvolvimento

bacteriano. ABREU (1984), em nosso meio, pesquisou a correlação entre tempo,

temperatura e pH com a instalação do rigor mortis em carcaças de bovinos

(azebuados) tratadas pelo frio. No que respeita à evolução do pH, observou-se à

média aritmética nos seguintes músculos e nos intervalos de 1-6-9-12-15-20-24-27 e

30 horas após o abate:

- Bíceps braquial: 6,6 – 6,2 – 6,1 – 6,1 – 6,0 – 5,9 – 5,9 – 5,9 – 5,8, com valores

extremos de 5,3.

- Gráci: 6,5 – 6,1 – 5,9 – 5,8 – 5,7 – 5,6 – 5,5 – 5,5 – 5,5, com valores extremos de

5,2 e 6,9.

Este experimento demonstrou os vários níveis de variação do pH entre os

diversos segmentos musculares, ocorrendo a queda mais rápida com o músculo

grácil, que acusou pH 5,8 às 12 horas do abate, enquanto que o bíceps braquial

atingiu este teor apenas 30 horas depois.

Outras conseqüências da transformação do músculo em carne são:

- A perda da condição de homeostasis;

- A perda de proteção frente à invasão microbiana;

- A perda da integridade estrutural;

- A degradação enzimática;

- As modificações de aspecto físico.

Dentre as modificações do aspecto físico, sobressaem-se as da cor, da

firmeza e das propriedades fixadoras de água. Efetivamente, na ausência do aporte

de oxigênio, quanto à cor, ao invés de um vermelho brilhante, o músculo mostra um

vermelho mais escuro ou púrpura. Por outro lado, durante o processo de maturação,

por força da degradação enzimática e da desnaturação protéica, o músculo vem a

perder firmeza. As propriedades fixadoras de água, que em vida o músculo

evidencia possuir em elevado grau, são importantes sobretudo na elaboração de

embutidos. À medida que se desdobra o ATP e diminui o pH, a capacidade mínima

de fixação da água diminuindo durante o período – entre 24 a 48 horas – que se

segue ao sacrifício para, atingir seu mínimo quando o pH chega ao nível mínimo (em

volta de 5,5), significando que esta capacidade coincide com seu ponto isoelétrico.

Este poder mínimo de fixação de água coincide com o máximo do rigor mortis.

Ademais, o acúmulo de ácido lático após a morte e, conseqüentemente, pH baixo no

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músculo antes que o calor corporal e o metabólito tenham-se dissipado pela

refrigeração da carcaça, leva, em conseqüência, à desnaturação das proteínas

musculares. Por outro lado o músculo, devidamente resfriado, pode ter um pH

relativamente baixo sem sofrer desnaturação excessiva. No que respeita aos fatores

que influem nas transformações pós-morte e na qualidade da carne, JUDGE (1989)

referem-se ainda, à temperatura ao processamento acelerado da carne e à

estimulação elétrica.

1.5 CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS DA CARNE

A este estudo deve-se, de início estar frente à carne “in natura”, que não

tenha sofrido qualquer forma de processamento industrial, nem mesmo

congelamento.

1.5.1 Cor

A cor da carne é devida sobre tudo a mioglobina e, em menor grau, à

hemoglobina, a menos que a sangria tenha sido imperfeita. Em um tecido muscular

bem sangrado a mioglobina contribui com um percentual de 80 a 90% do pigmento

total.

A quantidade de mioglobina nos animais varia com a espécie, a idade, o sexo,

o músculo e a atividade física. Assim a carne dos bovinos tem uma cor vermelha

brilhante, enquanto a do suíno é pálida, sendo também pálida a carne de vitelo, o

que mostra, neste caso, que os animais imaturos possuem menos hemiglobina que

os mais velhos. Do mesmo modo macho inteiros possuem músculos mais ricos em

mioglobina que os castrados ou as fêmeas. Via de regra a carne dos bovinos

possuem mais mioglobina que os suínos, peixes e aves, sendo que, entre estas o

peito contem mais mioglobina que a perna e a coxa.

As diferenças de conteúdo de mioglobina nas diversas espécies dependem

do tipo de fibra muscular de que as espécies dispõem. Assim, as fibras vermelhas,

com elevado conteúdo de citocromo e mioglobina, predominam nos membros dos

mamíferos, as fibras brancas com baixo teor de citocromo, mioglobinas e

mitocôndrias, são típicas dos músculos peitorais do peru e da galinha.

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O grupo heme constituiu o verdadeiro pigmento responsável pela cor

vermelha quando combinado com o oxigênio, requerendo, porém, neste caso, a

participação da globina para fixar o oxigênio.

A reação dos pigmentos com qualquer produto pode determinar modificações

na cor do carne, caso o ferro do grupo heme se encontre em estado químico

apropriado. Nestas condições, distingue-se, além da coloração vermelha brilhante da

oximioglobina, a cor vermelho púrpura da mioglobina reduzida e, pela oxidação

destes dois pigmentos, a coloração marrom da metamioglobina. Outras colorações

são assumidas frente a tratamento químico.

Quando a carne fica exposta ao ar, os pigmentos sofrem mudanças em sua

cor devido a sua reação com o oxigênio. Existindo apenas pequenas quantidades de

oxigênio, como no empacotamento com vácuo parcial ou semipermeável, o ferro do

pigmento se oxida formando a metamioglobina, fato que desagrada o consumidor.

Somente eliminando o oxigênio e criando-se condições redutoras é que pode ser

recuperada a cor.

São ainda observadas colorações indesejáveis a carne. Este fato encontra

seu ponto negativo mais evidente nas carnes de corte escuro e PSE (pálido, macio,

exsudativo) as quais, segundo FORREST (1979), são, em parte, mais que uma

conseqüência do estado químico do pigmento. É o resultado de uma quantidade

exagerada de água ligada aos músculos e de sua influência na reflexão da luz.

Particularizando as condições de cor da carne de corte escuro, o mesmo autor diz

que grande capacidade de ligar mantém uma ponderável proporção de água

intracelular, razão pela qual o reflexo intracelular de luz branca se minimiza,

aumentado, ademais, a adsorção da cor. Por outro lado, devido ao seu elevado pH,

a carne de corte escuro também dispõem de enzimas que utilizam o oxigênio

rapidamente, o que reduz a proporção de pigmento vermelho oxigenado

(oximioglobina).

A cor verde da superfície da carne geralmente é resultado de uma

contaminação bacteriana. Também quando se expõem ao ar quartos ou cortes por

muito tempo, a dessecação da superfície tem uma cor escura comumente chamada

de “queimadura pelo frio”,

Na congelação da carne após o rigor mortis, ainda que não fique prejudicada

a cor, quando a congelação é feita em túnel de ar forçado, durante o curso da

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glicose pós-morte observa-se em acentuado escurecimento da carne magra e um

aumento da brancura da gordura.

Sobre tudo o bovino idoso, devido o acúmulo de pigmento carotenóides na

gordura, a adipoxantose empresta à carcaça uma coloração amarela intenso.

1.5.2 Odor e sabor

O aroma é uma sensação complexa que envolve uma combinação de odor,

sabor, textura, temperatura e o pH, sendo o odor a característica mais importante.

Na ausência do odor predomina uma das sensações gustativas primárias: amargo,

doce, ácido ou salgado. O odor e o sabor são características mais difíceis de serem

definidas de forma objetiva. Dada a sua interação, vem-se tornando comum

interpretar o conjunto destas sensações como saboroma. Há tentativas de avaliar o

odor e o sabor por métodos instrumentais e, daí, apelar-se para equipes de

degustadores, procedimento bastante complexo e sujeito a críticas.

A carne dos animais idosos possui um odor mais intenso que a dos jovens da

mesma espécie. Os machos adultos, por vezes, como ocorre na espécie caprina e

até na suína, exalam um odor acentuado e desagradável. Adimite-se que as carnes

de animais mais velhos são mais aromáticas, do mesmo modo que são conhecidas

diferenças entre os músculos de um mesmo animal. A condição bioquímica é um

dos fatores, determinantes do aroma dos músculos, sendo que, no geral, quanto

mais elevado seu pH final, menor é o aroma.

Os estudos referentes aos lipídios indicaram que a gordura afeta o aroma

mediante a oxidação dos ácidos graxos, com a produção de carbonilos que

contribuem de modo marcante para a formação do aroma. A gordura atua ainda

como depósito de compostos odoríferos liberados por ocasião do aquecimento. É

provável que os compostos voláteis originários da gordura sejam os responsáveis

pelas características peculiares dos aromas das carnes bovinas, suínas e ovinas.

Nas investigações referidas, foram identificados aproximadamente 75

compostos dentre as substâncias voláteis formadas na carne bovina. Restou

determinar se os carbonilos simples, os compostos sulfurados, os ácidos e os

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álcoois são os principais fatores determinantes do aroma, ou se unicamente são

responsáveis por uma nota de fundo.

No armazenamento, por exemplo, a temperatura que permite o

desenvolvimento de certos microrganismos, são produzidos sabores e odores

desagradáveis. Aí podem ocorrer transformações químicas e a impregnação de

substâncias e odores estranhos. Nas câmaras de armazenamento de carne a –10ºC,

nota-se, com freqüência, um ligeiro odor a diacetil. As gorduras, por sua vez, são

sujeitas a degradação, seja por ação microbiana, seja pela oxidação ou por uma

atuação combinada destes agentes, com odor e sabor desagradável. Na

armazenagem prolongada, mesmo à temperatura de –10ºC, produz-se rancificação

da gordura. Os odores e sabores desagradáveis são devidos a diferentes espectros

de ácidos graxos produzidos por hidrólise e aos carbonilos produzidos durante a

rancificação.

1.5.3 Fatores que influem na consistência da carne antes do sacrifício

Muitos fatores concorrem para as propriedades físicas da carne, como o

estado de rigidez, as propriedades associadas à retenção de água, a gordura

intracelular, o tecido conjuntivo e as proporções dos feixes musculares, alguns deles

já estudados. Como fatores ante mortem, além da espécie, exercem influências

naquelas propriedades as características genéticas, os fatores de ordem fisiológica,

a alimentação e o manejo dos animais.

Três tipos de proteínas dos músculos contribuem na consistência da carne: as

do tecido conjuntivo, as da miofibrilas e as do sarcoplasma.

Segundo HAMMOND (1959), já que as fibras musculares se dispõem em

feixes, seu crescimento em diâmetro traz, em conseqüência, o aumento do volume

desses feixes e assim, à medida que avança a idade, a carne se torna de grão mais

grosso. Por razão idêntica, músculos como, por exemplo, o lombo que é constituído

por fibras musculares finas, são mais tenros, em uma mesma carcaças, que os

músculo da anca. Pela mesma razão, as espécies de menor porte, bem como as

raças menores dentro de uma mesma espécie, apresentam músculos de grão mais

finos que as grandes, proporcionando assim carne mais tenra.

No entanto, as proporções dos feixes das fibras não constituem o único fator

de influência na consistência da carne. É importante também a quantidade de tecido

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perimísico que envolve cada feixe de fibras, uma vez que quanto maior for o

diâmetro da capa perimísica, tanto mais grosseira será a textura.

A despeito da diminuição do conteúdo em tecido conjuntivo aumentar com a

idade a dureza da carne, supõe-se que isto se deva ao fato de o tecido conjuntivo

dos animais jovens possuem mais reticulina e menos enlaces cruzados que o

colágeno. Como mostra LAWRIE (1970), ao avançar a idade do animal, a proporção

de colágeno solúvel em sal em ácido diminuiu no músculo bovino. Outras indicações

das modificações do colágeno ao aumentar a idade do animal residiram na menor

solubilidade durante o aquecimento (19 a 24% do colágeno total são solúveis em

vitelas, 7 a 8% nas novilhas de dois anos e 2 a 3% nos bovinos velhos) e em sua

menor suscetibilidade ao ataque enzimático.

O músculo psoas, tanto no bovino quanto no suíno, foi o que apresentou

menor teor de hidroxiprolina dentre os estudos por LAWRIE (1977) e por outros

autores. A tabela 1, de LAWRIE (1977), a baixo mostra análise do conteúdo em

hidroxiprolina nas frações de colágeno e elastina de músculos de bovinos, em que

se constata o maior teor nos músculos considerados mais duros e menor nos mais

tenros, além de mostrar a exigência de um termo intermediário.

TABELA 1 - CONTEÚDO EM HIDROXIPROLINA DAS FRAÇÕES DE COLÁGENO

E ELASTINA DOS MÚSCULOS DE BOVINOS (MG/100 GRAMAS MÚSCULO).

MÚSCULO HIDROXIPROLINA DO

COLÁGENO

HIDROXIPROLINA DA

ELASTINA

Semitendinosus

Long. Dorsi

Psoas major

84

11

9

3

1

1 FONTE: LAWRIE, 1977.

Outros pesquisadores concluíram que, tendo em vista características de

tamanho, distribuição e freqüência, as fibras de elastina são mais abundantes nos

músculos de maior atividade funcional, influindo na dureza. A dureza pode, ainda,

variar nas diferentes porções de um mesmo músculo. Assim, no bíceps femoris dos

bovinos, a dureza diminui desde a inserção até a origem e, no longissimus dorsi dos

suínos, as porções laterais são mais tenras que as medianas.

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Enfatiza-se também, como elemento promotor de tenrura da carne, o maior

grau de gordura intramuscular (marmorização) pelo fato de diluir os elementos do

tecido conjuntivo do músculo em que se deposita.

1.5.4 Fatores que influem na consistência da carne após o sacrifício

De início, convém definir o que se entende como “rigor da descongelação” e

“encurtamento pelo frio”, conceitos que vêm ganhando corpo nos últimos tempos.

O “rigor da descongelação” traduz-se por um tipo de rigor mortis que se desenvolve

no ato da descongelação de um músculo congelado em fase de pré-rigor, podendo a

contração conseqüente acarretar um encurtamento físico de até 80% do

comprimento original do músculo, sendo que, correntemente, esse grau de

encurtamento se limita a 60%. A contração é acompanhada da liberação de grandes

quantidades de sucos cárneos e de um ponderável endurecimento.

Se antes do rigor o músculo alcançar temperaturas superiores à 0ºC, ficando

porém abaixo de 15 a 16ºC, origina-se o tipo de contração que se denomina

“encurtamento pelo frio”. Ainda segundo FORREST (1979), se bem que este

encurtamento seja menos grave do que o rigor da descongelação, sua causa real

está relacionada com a liberação de íons de cálcio e com a rigidez muscular que

desta resulta.

Em outro momento, o mesmo autor diz que a rigidez começa a apresentar-se nos

bovinos e caprinos entre 6 a 12 horas após o sacrifício, enquanto que, nos suínos,

esse tempo dura entre 15 minutos a 3 horas e nas aves entre 5 minutos a 1 hora.

Na instalação do rigor mortis, o grau de encurtamento muscular ou

desenvolvimento da tensão isométrica está diretamente relacionada com a

temperatura, tendo como limite inferior 14ºC, abaixo do qual tende a encurtar-se,

fazendo-se acompanhar do aumento da dureza pelo aquecimento. Considera-se que

a relação encurtamento pelo frio/dureza nunca é linear, porém aumenta desde os 20

aos 40% do comprimento inicial, para diminuir novamente à medida que o

encurtamento amplia-se até os 60%.

Experimentalmente há variações de dureza da carne de acordo com a

posição, ventral ou horizontal, na qual se suspende as carcaças durante a glicólise

pós-morte.

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Outras indicações (LAWRIE, 1977) recomendam procedimentos especiais

com base no fato do encurtamento pelo frio não atingir os músculos situados mais

profundamente na carcaça, nos quais, dado seu isolamento, a glicólise se processa

antes do rebaixamento pelo frio atingir a região, podendo levar a uma exsudação

excessiva. Nessa hipótese, há quem recomende a desossa a quente, resfriando-se

depois a carne rapidamente a 15ºC. A esta temperatura e nas condições em que foi

tratada a carne, não se produzirá o encurtamento pelo frio, podendo ela se mostrar

mais tenra e com maior capacidade de retenção de água.

A intensidade da velocidade da glicólise pós-morte também afeta a dureza da

carne de bovinos, suínos e ovinos, tendo sido observado que o aumento do pH de

5,5 a 6,0 aumenta a dureza, diminuindo esta quando supera aquele limite. Atingindo,

porém, pH 6,8 a carne mostra-se depreciada, ao tomar uma consistência gelatinosa.

Há quem se atenta, ainda, para o fato da relação entre o pH e a maciez da carne

variar entre os músculos. ABREU (1984), 24 horas após o abate, encontrou pH 5,9

para o bíceps braquial e 5,5 para o grácil em músculo de bovinos.

Ainda, segundo LAWRIE (1977), a maciez seria conseqüência do maior teor

de água e da maior capacidade de retenção de água das proteínas musculares, bem

como do estado de intumescimento das fibras musculares com pH elevado.

1.5.5 Maturação

O processo que consiste em manter a carne fresca a uma temperatura

superior ao ponto de congelação (-1,5ºC) é chamado de “maturação”. A maturação

torna a carne mais tenra e aromática, sendo esta mudança devida sobretudo à

atividade enzimática.

Na concepção de FORREST (1979), o amaciamento que tem lugar durante a

maturação é devido, em parte, à degradação de alguns dos tecidos conjuntivos do

colágeno do músculo, através da ação das catepsinas. Além das proteínas

musculares sofrerem a ação das enzimas proteolíticas, são sujeitas ainda à

desnaturação que atinge também o colágeno em conseqüência da queda rápida do

pH.

O processo de maturação tem marcada influência nas propriedades

organolépticas da carne, em especial na sua textura e odor, influindo

significantemente em sua palatabilidade.

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A dureza observada durante a instalação do rigor mortis desfaz-se à medida

que progride a maturação no estágio pós-rigor, emprestado à carne, desde que

obedecidas determinadas condições ambientais e de higiene, características

especiais de qualidade.

1.5.6 Efeitos da conservação pelo frio artificial

Relativamente aos efeitos da conservação da carne pelo frio artificial, há que

se considera em especial a influência exercida pelas temperaturas superiores ao

ponto de congelação e os efeitos do processo de congelação.

Dependendo da intensidade do processo de maturação a que tenha tenham

sido submetidas, as carnes armazenadas sob forma de refrigeração ou acima do

ponto de congelação sofrem modificações no conteúdo do colágeno. Este é variável

conforme a duração da armazenagem, a temperatura do meio e o tipo de músculo. A

observação mostrou que estas carnes, a elastina não sofre modificações notáveis.

Outra influência observada no tocante à composição da carne refrigerada diz

respeito a sua quebra de peso que, em realidade, equivale à perda econômica, a

qual, porém, poderá assumir proporções relevantes se não forem adotados cuidados

tecnológicos adequados. Tais quebras que oscilam de 0,3 a 2 e até a 3%, têm nos

índices mais desfavoráveis a ausência de práticas apropriadas quanto ao sistema de

frio, temperatura do meio refrigerante, agitação do ar, umidade relativa e disposição

das peças de carnes, além de suas proporções e de sua natureza. De modo, a

quebra de peso tende a diminuir à medida que a dessecação superficial protege

contra a evaporação.

A técnica empregada na congelação do tecido muscular poderá causar a

estes sérios danos, como sejam as rupturas das células por cristais de gelo, a injúria

celular por força do aumento da pressão osmótica e a precipitação irreversível ou a

desnaturação dos constituintes coloidais da célula. Estes inconvenientes ocorrem,

sobretudo, no que respeita à ruptura das células provocada pela formação de

grandes cristais de gelo, por ocasião da congelação lenta. Este fato traz, em

conseqüência, forte exsudação à descongelação, com perda de elementos nutritivos

e fortes injuria dos tecidos.

Acredita-se também que, com o extravasamento dos lipídios devido à ruptura

das células, estes entram em contato com as lípases ativas a baixas temperaturas,

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liberando ácidos graxos os quais, ao fixarem-se sobre as proteínas contribuem para

que as tornem hidrófobas, levando-as à desnaturação.

Na descongelação da carne, o exsudato vai depender não apenas do sistema

empregado na congelação mas, também, da técnica de descongelação. Quanto

mais rápida for a descongelação, tanto maior será a exsudação ou o drip. Sendo

lento o processo, há mais tempo para os tecidos absorverem o líquido extravasado.

Por sua vez, quanto menor forem os cortes de carne, maior será a perda de suco.

Calcula-se em 1% a perda de suco por meia carcaça ou quarto, ao passo que em

cortes pequenos atinge até 8 a 10%.

Referindo-se à oxidação das gorduras nas carnes tratadas pelo frio,

NIINIVAARA e ANTILA (1976) relatam investigação de terceiros os quais afirmam

que as carnes apenas modificações da gordura superficial, não sendo importantes

as perdas de ácidos graxos essenciais. Contudo, assinalam estes experimentos que

a gordura pode conter compostos tóxicos para o organismo humano.

1.5.7 Possibilidades e fontes de contaminação microbiana da carne

No caso particular da carne, tão sensível às contaminações microbianas

causadoras de graves riscos, de enfermidades ou de alterações do alimento, está

ela exposta desde a sangria até o ato do consumo.

Com a preocupação de entender e de estabelecer medidas de precaução

contra as contaminações exógenas, muitos pesquisadores questionam a

possibilidade de a carne, em sua origem, conter determinados microrganismos, em

condições de uma bacteremia que rompe as defesas do organismo. No processo de

defesa, a despeito da detecção de 33 x 1012 bactérias viáveis no intestino grosso, a

invasão dos diferentes tecidos e órgãos pelas bactérias intestinais através da

corrente sangüínea (bacteremia), é tolhida pela membrana mucosa do trato

digestivo, pelos anticorpos que aglutinam as bactérias e pelo sistema retículo-

endotelial que fagocita os microrganismos procedentes dos nodos linfáticos, do

sangue e dos próprios tecidos. Em virtude disso, alguns autores consideram que,

dado o equilíbrio existente entre essa invasão e a destruição dos organismos

invasores, os tecidos dos animais sadios seriam estéreis.

Entretanto, como acentua SANTIAGO (197_a), referindo-se a trabalhos de

LEPOVETSKY e de outros autores, os conceitos quanto à esterilidade dos músculos

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são, de certo modo, conflitantes. Estes autores argumentam que os microrganismos

podem atingir os músculos, pós morte, por meio, por meio da própria faca de

sangria.

Comenta ainda as possibilidades de contaminação em vida, já há muito

conhecidas como condições predisponentes da invasão sangüínea por

microrganismos intestinais, a fadiga e o estresse dos animais, o jejum prolongado e,

inclusive, a ingestão de alimentos. Para tanto contribuem a prática generalizada de

fazer os animais jejuarem por 24 horas antes do sacrifício e a conservação deficiente

da carne de animais cansados, para o que, neste último caso, contribui o pH

elevado. Citam-se, entre os microrganismos intestinais que invadem o músculo

através da corrente sanguínea, diversos estreptococos, como Streptococcus bovis,

nos bovinos e suínos e, principalmente, S. faecalis e S. durans, em ovelhas.

Contam-se ainda as salmonelas e os Clostridium perfringens. Contudo, experimento

de GILL em 1978 (apud SINELL, 1981), põe em dúvida essa penetração através da

parede intestinal.

PRICE E SCHWEIGERT (1976) relatam que a maior parte das bactérias

presentes nos músculos dos animais recém-abatidos encontra-se confinada nos

nodos linfáticos, contando-se poucas na intimidade do tecido muscular e que, quase

todas as isoladas dos nodos, são originárias dos intestinos.

LAWRIE (1977) faz referências à carga microbiana, adquirida por ocasião das

operações de matança, contendo mais de 99% de bactérias, quando da contagem

de microrganismos viáveis à temperatura de 20ºC. Os organismos viáveis a –1ºC

equivaliam a menos de 1% da carga microbiana total, sendo a proporção de

leveduras e mofos, viáveis a –1ºC maior que nas populações microbianas viáveis a

20ºC. Considerou-se a pele a maior fonte de contaminação, encontrando-se nela e

na superfície da carcaça os mesmos tipos de microrganismos. Dos microrganismos

detectados, viáveis a –1ºC, os quatro principais gêneros foram: Achoromobacter

(99%); Micrococcus (mais ou menos 7%); Flavobacterium (cerca de 3%) e

Pseudomonas (menos de 1%). Dos fungos, os gêneros mais freqüentes foram:

Penicillium; Mucor; Cladosporium; Sporotrichum e Thamndium.

Entre microrganismos contaminantes, oriundos das pessoas doentes e de

portadores assintomáticos, encontra-se: Salmonella spp., Shigella spp., E.coli, B.

proteus, Staphylococcus albus, S.aureus, Cl. Perfringens, B cereus e estreptococos

fecais.

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1.5.8 Alterações carne fresca

A carne e os produtos cárneos em geral, muito sujeitos a alterações

ocasionadas pelas próprias enzimas tissulares e pela atividade microbiana, sofrem

ainda a deterioração do elemento protéico e a degradação das gorduras e dos

carboidratos de sua constituição.

Sabe-se que, nos animais normais, as chamadas contaminações iniciais

surgem a partir da sangria, prosseguindo durante as operações para obtenção das

carcaças e vísceras comestíveis e nas demais fases de sua trajetória tecnológica e

comercial.

A alteração microbiana mais séria caracteriza-se pela multiplicação dos

microrganismos, os quais podem modificar as características organolépticas do

alimento, depreciando-o ou impedindo o seu consumo.

Alterações de aspecto, consistência , odor e sabor, em especial no caso da

carne, são de tal forma evidentes que o próprio consumidor percebe logo a

anomalia.

Conquanto se conjeture sobre riscos para a saúde do consumidor, a

legislação se firma, por certo, nas características repugnantes da carne deteriorada

para declará-la imprópria para o consumo. Assim, o artigo 847 do RIISPOA

(BRASIL, 1951) é taxativo quando dispõe: “Na reinspeção da carne em natureza ou

conservada pelo frio, deve ser condenada a que apresentar qualquer alteração faça

suspeitar de processo de putrefação”.

Fatores que determinam a alteração microbiana da carne fresca.

A alteração microbiana da carne fresca (assim entendida a carne in natura)

deve-se a fatores de caráter físico, químico e bioquímico dos próprios alimentos

(intrínsecos), ligados a fatores do meio ambiente (extrínsecos) e a outras condições

diversas.

1.5.9 Fatores intrínsecos

Constituem fatores intrínsecos promotores da alteração microbiana da carne

fresca: a umidade ou a necessidade de água, o pH, o potencial de óxido-redução

(Eh), a necessidade de nutrientes, as substâncias constituintes do substrato e,

inclusive, a estrutura e textura do alimento.

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Umidade – A necessidade de umidade de água (aa) é entendida como aquela

integrada pelo conteúdo total da água, pela classe e qualidade de substâncias nela

dissolvidas (eletrólitos, ácidos, açúcares, substâncias nitrogenadas solúveis) e pela

forma mediante a qual a água se encontra estruturalmente ligada ao alimento, ou

seja, absorvida determinados componentes constitutivos (carboidratos e proteínas) e

pela distribuição fina ou grosseira de gotículas nas emulsões.

Geralmente, a atividade de água da carne fresca é de 0,99 ou mais,

encontrando-se, assim, em nível favorável ao surgimento de grande variedade de

bactérias.

As bactérias, em geral, têm níveis mínimos de atividade da água para o

crescimento muito mais alto que os encontrados para leveduras e fungos.

No alto do espectro de atividade de água estão as bactérias da deterioração e

algumas causadoras de toxinfecção alimentares. Raramente, esses microrganismos

levam à deterioração a alimento em níveis de atividade de água menores que 0,92

ou 0,90.

Valor pH – ainda que o crescimento microbiano seja possível numa faixa

ampla de pH, a maior parte das bactérias tem seu ponto ótimo de crescimento

próximo da neutralidade (pH 7). Dependendo da adoção de cuidados no período que

antecede o sacrifício (descanso, jejum, estresse) e das transformações

subseqüentes, para PRICE e SCHWEIGERT (1976) a carne fresca bovina tem seu

pH entre 5,3 e 6,5 e entre 5,4 e 5,6 para FORREST (1979). A alteração da carne se

dará tanto mais rapidamente quanto mais elevado for o pH.

O ácido lático formado no processo de transformação do músculo em carne

por conta da queima de glicogênio influi decisivamente no pH, agindo tanto mais

favoravelmente quanto maior for a reserva de glicogênio a formá-lo. O pH ácido é

desfavorável ao crescimento de microrganismos proteolíticos. Os produtos cárneos

acidificados pela adição de ácido acético, ácido lático ou ácido cítrico tem pH baixo.

Ao pesquisar correlação entre tempo, temperatura e pH, com a instalação do

rigor mortis em carcaças frigoríficadas de bovinos, ABREU (1985) encontrou os

seguintes resultados relativos ao pH de músculos do quarto dianteiro e do traseiro.

Conforme demonstra a tabela 2.

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TABELA 2 – CORRELAÇÃO ENTRE TEMPO, TEMPERATURA E PH, COM A

INSTALAÇÃO DO RIGOR MORTIS.

VALOR pH TEMPO

(Horas)

TEMPERATURA

(ºC) Bíceps braquial Grácilis

1 33,8 6,6 6,5

6 19,9 6,2 6,1

9 16,8 6,1 5,9

12 13,6 6,1 5,8

15 11,6 6,0 5,7

2 9,5 5,9 5,6

24 9,5 5,9 5,5

27 9,3 5,9 5,5

30 8,2 5,5 5,5 FONTE: ABREU, 1985.

1.5.10 Fatores Extrínsecos

Ainda que inter-relacionados os fatores intrínsecos e extrínsecos que influem

no desenvolvimento da flora microbiana e que conduzem a carne a alterações

várias, seu estudo, em separado, tem o intuito de sistematização.

Assim, serão revistos os fatores extrínsecos, como temperatura, umidade

relativa do ar, pressão parcial de gases e disponibilidade de oxigênio no ar. Enfim,

as condições do meio ambiente que se integrarão aos fatores intrínsecos dos

produtos, que agem como substrato, tais como umidade, valor pH, potencial de oxi-

redução, necessidades nutritivas, influência exercida pela estrutura e textura, e a

interação entre estes diversos fatores.

Considerando que os fatores extrínsecos coincidem em muitos pontos com o

condicionamento da atmosfera.

Temperatura – é um fator externo que mais afeta o crescimento dos

microrganismos. Em geral, quanto mais elevada for a temperatura, maior será a

velocidade do crescimento, ainda que existam faixas próprias de ótimo de

desenvolvimento para cada microrganismos ou grupamento deles.

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Umidade relativa do ar – por ocasião do estudo dos condicionamentos do

meio ambiente, foi salientada a importância da umidade relativa do ar na

preservação dos alimentos cárneos, sob variadas condições. Este é um dos fatores

que mais influenciam no desenvolvimento bacteriano.

Disponibilidade de oxigênio – a importância da disponibilidade de oxigênio

como fator de desenvolvimento de microrganismos é de tal ordem, que serve para

caracterizar os que terão condições de crescimento. Decorrer daí as identificações

de microrganismos aeróbios, anaeróbios e facultativos, bem como os microaerófilos,

aptos a crescerem melhor em quantidades mínimas de oxigênio livre (estreptococos

e pediococos).

Na superfície de carnes frescas refrigeradas, normalmente crescem bactérias

aeróbias dos gêneros Achromobacter e Pseudomonas. Quando, porém, a carne é

envolvida por uma película, total ou parcialmente permeável à atmosfera, modifica-

se aquela situação, uma vez que tanto a pressão como a composição da atmosfera

inicial do interior do envase sofre modificações. Quando o envoltório é impermeável,

o crescimento de bactérias do gênero Pseudomonas é superado por outras que

toleram menores tensões de oxigênios. Quando ele é permeável, não diferença

significativa daquelas situações em que a carne é envolvida.

A conservação da cor vermelha brilhante da oximioglobina na superfície das

carnes frescas pré-envasadas deve-se ao emprego de 20% de dióxido de carbono –

controlador da alteração microbiana que ocorreria sob altas tensões de oxigênio.

Porém a conservação a 0ºC é mais eficaz do que a 5ºC.

Outros fatores – Ao complementar os fatores que influenciam o crescimento

microbiano, SINELL (1981) refere-se a parâmetros implícitos, descrevendo uma taxa

que é característica para cada estirpe, em condições definidas de meio, bem como

as influências mútuas que diversas espécies de microrganismos exercem entre si no

sentido estimulante ou inibidor. Justifica ele que os citados parâmetros são

essencialmente responsáveis pela expressão de determinadas associações

microbiana.

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2 ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO

2.1 PRODUÇÃO DE NOVILHOS DA RAÇA ABERDEEN ANGUS

Aberdeen Angus é uma raça de origem Escocesa. Animal de porte mediano,

o macho pode chegar a um peso de 900 quilos e a fêmea 500 a 600 quilos.

Apresenta uma pele de pigmentação escura, pelagem negra e uniforme mais pode

haver alguns indivíduos com a pelagem vermelha caracterizando o Red Angus. É

uma raça geneticamente mocha. Sua carne é bem conhecida por sua maciez,

suculência e marmoreio. (www.angus.org.br/raca/caracteristica.php capturado em 5

de setembro de 2006).

Características:

Marmoreio: ou gordura entremeada nas fibras musculares. O Angus tem uma

capa de 03 a 06 milímetros de gordura perfeita e uniforme, que da a maciez e o

sabor da carne marmorizada.

Fertilidade: as crias são precoces e pesadas caracterizando um novilho

precoce. E assim apresentando cio mais cedo, intervalo entre partos mais curtos e

bom índice de habilidade materna.

Precocidade: A raça Angus mostra que nas mesmas condições alimentares

das outras raças atinge mais cedo a puberdade e o peso de abate. Animais com um

bom rendimento de carcaça perto dos 52%.

Rusticidade: O animal é muito rústico por se adaptar em várias regiões de

clima diferente, maior resistência a enfermidades.

Partos: Geralmente os bezerros são de porte médio e não são tão pesados ao

nascer, diminuindo o índice de partos distócicos.

2.2 CONFINAMENTO MODELO ITALIANO

O sistema de criação de novilhos Aberdeen Angus é feito em um sistema de

confinamento Italiano, onde dez bezerros ficam confinados desde o desmame até o

peso de abate, em um piquete de 12 metros quadrados, ripados para as fezes

passarem para baixo e alojarem-se em um chorume que depois com um trator é

retirado e feito à adubação da área de plantação.

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O confinamento tem aproximadamente 800 metros quadrados, e dividido em

quatro linhas de piquetes, totalizando 44 piquetes com 440 novilhos.

FIGURA 1 – PIQUETE VAZIO

FONTE: Estância São Rafael (agosto/setembro de 2006)

FIGURA 2 – PIQUETE COM NOVILHOS ABEERDEN ANGUS

FONTE: Estância São Rafael (agosto/setembro de 2006)

2.3 ALIMENTAÇÃO

Em cada piquete têm um acesso a água e comida para os novilhos.

São alimentados 3 vezes ao dia, duas vezes com ração e silagem e uma vez

somente com ração. O sal mineral é acrescentado na ração.

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FIGURA 3 – SILAGEM

FONTE: Estância São Rafael (agosto/setembro de 2006)

2.4 MANEJO PRÉ– ABATE

Os animais que serão abatidos, são retirados uma semana antes do abate e

colocados em um piquete com pasto, água e sal mineral à vontade. Evitando o

estresse e o aumento do pH da carne, no carregamento dos mesmos.

FIGURA 4 – MANEJO PRÉ-ABATE

FONTE: Estância São Rafael (agosto/setembro de 2006)

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2.5 ABATE

Os animais são levados ao Frigorífico Argus geralmente nas quartas-feiras à

tarde. E abatidos nas quintas-feiras pela manhã. Os animais têm o período de

descanso de 12 horas.

E as carcaças permanecem lá até nas sextas-feiras sob refrigeração em câmaras

frias.

2.6 RECEBIMENTO DE CARCAÇAS

As carcaças chegam na Industria nas sextas-feiras às 8 horas de manhã.

Na chegada é aferida a temperatura de carcaça, é emitida uma ficha de

controle de qualidade das carcaças, são pesadas e vão para a câmara de carcaças.

Na câmara de carcaças é verificado o pH das carcaças e feito cultura para

identificar a presença de Escherichia coli, Staphylococcus e colônias totais.

Com base nos resultados de culturas que eram positivos foi feito uma

pesquisa sobre sanitização de carcaças e constatamos que é permitido pelo

Ministério da Agricultura o uso de Ácido Peracético. Com base nestes estudos

fizemos um teste para comprovar que não ficaria resíduo no produto, de odor e

coloração o que foi constatado pela avaliação sensorial. Com base nesse estudo, foi

realizado um teste de sanitização de carcaça com nebulização com Ácido

Peracético a 05%, conforme ANEXO 1.

FIGURA 5 - TRASEIROS

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

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FIGURA 6 – DIANTEIROS

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

2.6.1 Temperatura

Na chegada das carcaças à temperatura de cada traseiro e dianteiro é

aferida. Geralmente a do dianteiro está entre 00ºC e 04ºC. O traseiro entre 04ºC a

07ºC.

TABELA 3 – TEMPERATURA DAS CARCAÇAS MÊS DE AGOSTO/SETEMBRO

2006

Data 4/agos 11/agos 21/agos 28/agos 1/set 11/set 18/set 25/set

Temp.

Média

4ºC 6ºC 7ºC 5ºC 7ºC 7ºC 14º 9ºC

Fonte: Novilho Nobre, 2006.

Foto (FIGURA 7) aferir temperatura, na próxima página.

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FIGURA 7 – AFERIR TEMPERATURA

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

2.6.2 pH

Quando as carcaças estão em repouso na câmara de carcaças é aferido o pH

de cada traseiro e aleatoriamente dos dianteiros.

O pH do traseiro está entre 5,4 e 5,5. E do dianteiro um pouco mais alto entre

5,6 e 5,8.

Quando a carne está com um pH alto ou 6,0 as peças vão para retalho.

TABELA 4 – pH DAS CARCAÇAS MÊS DE AGOSTO/SETEMBRO 2006

Data 4/agos 11/agos 21/agos 28/agos 1/set 11/set 18/set 25/set

pH 5,5 5,45 5,5 5,5 5,5 5,6 5,4 5,3 Fonte: Novilho Nobre, 2006.

Foto (FIGURA 8) do processo de aferir o pH na próxima página.

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FIGURA 8 – AFERIR O pH

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

FIGURA 9 – DIFERENÇA DE pH

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

2.6.3 Testes microbiológicos

Os testes são realizados utilizando laminocultivos para a contagem

microbiológica de Escherichia coli (contagem total e Coliformes totais),

Staphylococcus, cultura total de bactérias e um teste com meio de cultura destinado

a detecção qualitativa ou quantitativa de coliformes totais e Escherichia coli na água.

Nas carcaças o procedimento é feito na chegada das carcaças na industria e

depois que é feito o banho de ácido peracético. E o teste da água é feito uma vez

por semana.

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É feito também laminocultivos das máquinas (da produção de industrializados

e também as máquinas da desossa e embalagem), esporadicamente é feito das

mãos dos funcionários para a finalidade de palestras.

2.6.4 Quebra das carcaças

Há várias quebras:

Quebra do bovino (inteiro e abatido).

Quebra de câmara de resfriamento.

Quebra de transporte.

Quebra da câmara fria.

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3 PROCESSAMENTO DE CARNES “IN NATURA”

As carcaças primeiramente vão para a desossa e todos os cortes nobres são

aproveitados do traseiro e alguns do dianteiro.

3.1 CORTES

1-RABO 11-ABA DE FILÉ

2-LAGARTO 12-FRALDINHA

3-COXÃO DURO 13-PONTA DE AGULHA

4-COXÃO MOLE 14-CAPA DE FILÉ

5-MÚSCULO 15-ACÉM

6-PATINHO 16-BRAÇO

7-PICANHA 17-PEITO

8-ALCATRA 18-PESCOÇO

9-CONTRA FILÉ 19-FILÉ DE COSTELA

10-FILÉ MIGNON 20-MAMINHA FONTE: www.marfrig.com.br/cortes Capturado em 14 de outubro de 2006.

Observação: O cupim não existe nos bovinos europeus.

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3.1.1 Cortes do traseiro

TABELA 5 – CORTES TRASEIROS NOBRES (ESPANHOL E INGLÊS)

CORTE PORTUGUÊS CORTE ESPANHOL CORTE INGLÊS

ALCATRA - Rump

CONTRA-FILÉ Bife angosto ou Bife de chourizo Striploin

COXÃO MOLE Nalga de adentro Topside

ENTRECOTE Bife de ancho Cube roll

FILÉ MIGNON Lomo Tenderloin

FRALDINHA Vacio Thin flank.

MAMINHA Colita de cuadril Tail of round

MÚSCULO TRASEIRO Tortuguita Heel

MÚSCULO DIANTEIRO Tortuga Fore shank

PATINHO Lomo Knuckle

PICANHA Tapa de cuadril Cap of rump

COSTELA Tapa de bife Cube roll cover

POSTA BRANCA Peceto Eye de round

POSTA VERMELHA Cuadrada Flat

FONTE: www.sic.org.br/informacoes.asp capturado em 12 de setembro de 2006

3.1.1.1 Alcatra

Pode ser também chama de alcatra-grossa, alcatre e coice. A alcatra

completa compreende em o miolo da alcatra, a picanha e a maminha. O corte

conhecido como baby beef provém do miolo da alcatra. A alcatra é macia e com

pouca gordura, ideal para fazer bifes, iscas e peças.

Nomes comerciais:

Alcatra grill

Alcatra peça

Alcatra industrial

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32

3.1.1.2 Contra-filé

Também é conhecido como lombo ou lombo desossado, filé curto, filé de

lombo e filé. É chamado de contra-filé pois na carcaça do boi este corte situa-se

“contra” o filé mignon, estão separados pelas vértebras lombares.

É um músculo macio de sabor acentuado e com uma camada de gordura na

lateral que mantém a umidade da carne.

Nomes comerciais:

Contra filé

Bife de chorizo

T-Bone

3.1.1.3 Coxão mole

Pode ser chamado de coxão de dentro e polpa. O músculo tem fibras curtas

e macias.

Nomes comerciais:

Coxão mole extra limpo

Coxão mole industrial

3.1.1.4 Entrecote

Conhecido com noix, filé de costela e charneira. Quando é fatiado este corte

especial do lombo, é feito através de secção transversal do músculo com ou sem

osso. Chamado também de bisteca, chuleta.

Nomes comerciais:

Entrecote

Filé argentino

Prime-Rib

3.1.1.5 Filé mignon

Também é conhecido como filé. É o corte mais macio da carcaça.

Nome comercial: Filé mignon

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33

3.1.1.6 Fraldinha

Conhecido também como vazio ou aba de filé. Feixe de músculo mais grosso

e longo.

Nome comercial:

Fraudinha churrasco

3.1.1.7 Maminha

Conhecida também como ponta de alcatra.

Nome comercial:

Maminha

3.1.1.8 Músculo

Músculo do traseiro pode ser chamado também de músculo mole.

Músculo do dianteiro também chamado de braço ou mão de vaca.

Nome comercial:

Músculo com osso

3.1.1.9 Patinho

Também conhecido como bochecha, cabeça de lombo e bola. É menos macio

que a alcatra.

Nomes comerciais:

Patinho extra limpo

Patinho industrial

3.1.1.10 Picanha

Parte mais macia, mais marmorizada e com uma capa de gordura.

Nome comercial:

Picanha

Picanha Fatiada

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34

3.1.1.11 Costela

Também é chamada de capa de filé é um corte sobre o filé de costela. É a

parte inferior da caixa torácica bovina, tendo portanto ossos mais finos e bastante

cartilagem entremeada com gordura.

Nomes comerciais:

Assado de tira

Bananinha

Costela minga com osso

Costela minga sem osso

Costela de tira

3.1.1.12 Posta branca

Também é chamada de lagarto. É um músculo mais claro, de fibras longas e

magras. Cru e congelado é cortado em fatias bem finas, produzindo o carpaccio.

Nomes comerciais:

Posta branca extra limpa

Posta branca industrial

3.1.1.13 Posta vermelha

Também é conhecida como coxão duro, coxão de fora e chandanca. O

músculo tem fibras longas e mais rijas a gordura é concentrada na parte externa.

Nomes comerciais:

Posta vermelha extra limpa

Posta vermelha industrial

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35

3.1.2 Dianteiro

TABELA 6 – CORTES DIANTEIROS NOBRES (ESPANHOL E INGLÊS)

Corte Português Corte Espanhol Corte Inglês

SETINHO Marucha Blande clod

LOMBO AGULHA Aguja Chuck

COSTELA BORBOLETA Asado ou Asado de tira Short ribs

GRANITO Pecho Brisket.

FONTE: www.sic.org.br/informacoes.asp capturado em 12 de setembro de 2006

3.1.2.1 Setinho

Conhecido também como raquete, sete, miolo da paleta, posta gorda.

Nomes comerciais:

Setinho fatiado

Setinho peça

3.1.2.2 Lombo agulha

Este corte também tem outros nomes como acém, alcatrinha, lombo do acém.

É um músculo magro e é quase todo o dianteiro.

Nomes comerciais:

Lombo agulha

3.1.2.3 Costela do dianteiro

Também conhecida como costela borboleta, ripas de costela fina para

assado. É a parte superior da caixa torácica, tendo ossos mais largos e mais

grossos, a carne é um pouco mais seca que a costela minga.

Nome comercial:

Costela borboleta

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3.1.2.4 Granito

Também é chamado de peito. Músculo de fibras grossas e compridas.

Nome comercial:

Granito

3.1.2.5 Retalho

Parte da paleta, acém, pescoço e peito são usados como retalho. E também

aos restos de carne que ficam aderidos nos ossos.

3.2 RENDIMENTO POS CORTES

3.2.1 Rendimento traseiro e dianteiro

Na rotina da desossa é feito um teste de rendimento, todas as peças são

pesadas e marcadas em uma planilha, em seguida esta planilha é passada para um

programa que faz o rendimento das carcaças.

No ANEXO 2 – ver a TABELA RENDIMENTO DE PEÇAS AGOSTO/SETEMBRO

2006.

3.3 PROCESSAMENTO DOS CORTES

Primeiro é feito a desossa dos traseiros e separado os cortes em caixas

plásticas brancas forradas com um plástico transparente. Os ossos e excesso de

gordura são colocados em caixas plásticos vermelhas e vão para a câmara de

ossos.

Em seguida é feita uma limpeza para a retirada de excesso de gordura. As

peças passam pela máquina Skinner que retira a membrana mais fina.

E por último por uma inspeção visual para a retirada de pelos, coágulos ou

imperfeições da peça.

Todo o processo de alimentos na indústria é feito em salas climatizadas de

12ºC.

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37

3.4 EMBALAGEM

Ainda na desossa a peça ganha uma embalagem plástica primária (nylonpoli)

e uma etiqueta com o nome comercial do produto, data de fabricação, data de

validade, lote, informações de armazenamento, número do SIF, peso de embalagem

e sexo do animal.

A embalagem é fechada na sala de embalagem na máquina a vácuo. E passa

por um tanque de água quente para a embalagem ficar moldada a peça.

Na sala de embalagem a peça vai para uma embalagem secundária, pesada,

é colocada uma etiqueta de identificação e expedida ou para a câmara de expedição

ou para venda.

FIGURA 10 - EMBALAGEM

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

3.5 ARMAZENAGEM

As peças vão para a câmara de expedição que ficam sobre resfriamento de

00º C. Por aproximadamente 45 dias as peças que não contém osso e 30 dias as

peças que contém osso. Passado esta data às peças vão para a câmara de

estocagem em temperatura de menos -35º C e tem a validade de até um ano.

Foto (FIGURA 10) da câmara de carcaças na próxima página.

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FIGURA 11 – CÂMARA DE CARCAÇAS

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

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39

4 PRODUÇÃO DE INDUSTRIALIZADOS

Na industria são produzidos 05 tipo de industrializados. O Steak bovino,

Hambúrguer bovino, Hambúrguer americano, Almôndega bovina e a Carne moída

light.

No ANEXO 3 – ver a TABELA PRODUÇÃO AGOSTO/SETEMBRO 2006

4.1 ALMÔNDEGAS BOVINAS

Na sala de condimentos e aditivos (há um desumidificador para evitar que a

sala fique com uma umidade significativa) é pesado:

-Condimentos;

-Farinha de Rosca;

-Proteína Texturizada de Soja;

-Proteína Isolada de Soja;

-Sal.

O retalho fresco retirado da desossa, geralmente dianteiro, é moído e

colocado em caixas plásticas brancas protegidas com plástico. E congelado no túnel

de congelamento.

A temperatura das salas é de até 10ºC.

Na sala de produção de massa é colocado o bloco de retalho congelado no

quebrador de blocos e depois no moedor de carne.

No tumbler é colocado:

-Água gelada;

-Proteína Texturizada de Soja;

E deixa bater por aproximadamente 15 minutos, até hidratar bem.

-Condimentos;

-Proteína Isolada de Soja;

-Sal.

No cutter é colocado para triturar o bacon e o toucinho e depois colocado no

misturadeira.

Na misturadeira e colocado:

O retalho já moído, a mistura de bacon com toucinho e a mistura do tumbler e

a farinha de rosca aos poucos.

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40

Na máquina formadora de produtos é colocada esta massa e formando as

almôndegas.

Em sala climatizada de 10ºC.

As almôndegas são colocadas em bandejas e as bandejas em um suporte em

seguida são levadas ao túnel de congelamento.

Túnel de congelamento com temperatura de –35ºC.

Depois de congeladas são embaladas a granel ou em berços plásticos que

vão dentro de uma caixinha com o nome do produto e a caixinha fecha com cola. As

almôndegas podem ser a granel com 200 unidades ou 6 quilos em caixas de

papelão protegidas com plástico transparente ou em caixinhas com o berço de

almôndegas com 8 unidades cada e 14 caixinhas em uma embalagem secundária.

São embaladas em uma embalagem secundaria (uma caixa de papelão) e

expedidas ou vão para a câmara de estocagem.

FIGURA 12 – ALMÔNDEGAS

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

4.2 HAMBÚRGUER BOVINO DE 56 E 90 GRAMAS

Na sala de condimentos e aditivos (há um desumidificador para evitar que a

sala fique com uma umidade significativa) é pesado:

-Condimento;

-Corante;

-Fixador de cor;

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41

-Proteína Texturizada de Soja;

-Proteína Isolada de Soja;

-Sal.

O retalho retirado da desossa é moído e colocado em caixas plásticas

brancas protegidas com plástico. E congelada no túnel de congelamento.

No túnel de congelamento a temperatura é de –35ºC.

Na sala de produção de massa é colocado o bloco de carne moída congelado

no quebrador de blocos e depois no moedor de carne.

No tumbler é colocado:

-Água gelada;

-Proteína Texturizada de Soja;

E deixa bater por aproximadamente 15 minutos, até hidratar bem.

-Condimentos;

-Corante;

-Fixador de cor;

-Proteína Isolada de Soja;

-Sal.

Na misturadeira e colocado:

O retalho já moído a mistura do tumbler.

Na máquina formadora de produtos é colocada esta massa e formando ao

hambúrguer.

Os hambúrgueres são colocados em bandejas e as bandejas em um suporte

e são levadas ao túnel de congelamento.

Temperatura do túnel de congelamento é de –35ºC.

Depois de congeladas são embaladas a granel ou em envelopes.

Os hambúrgueres de 90 gramas são embalados a granel em caixa de

papelão protegida com plástico transparente, em cada caixa vão 60 unidades. E os

hambúrgueres de 56 gramas são embalados com filme bopp para hambúrguer e na

caixa de papelão com 102 unidades ou a granel em caixa com 112 unidades.

E embaladas em caixas de papelão e expedidas ou estocadas na câmara de

estocagem.

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42

4.3 HAMBURGER TIPO AMERICANO 90 GRAMAS

Na sala de condimentos e aditivos (há um desumidificador para evitar que a

sala fique com uma umidade significativa) é pesado:

-Condimento;

-Corante;

-Fixador de cor;

-Proteína Texturizada de Soja;

-Proteína Isolada de Soja;

-Sal.

O retalho retirado da desossa é moído e colocado em caixas plásticas

brancas protegidas com plástico. E congelada no túnel de congelamento.

Na sala de produção de massa é colocado o bloco de carne moída congelado

no quebrador de blocos e depois no moedor de carne.

Salas climatizadas com temperatura de até 12ºC.

No tumbler é colocado:

-Água gelada;

-Proteína Texturizada de Soja;

E deixa bater por aproximadamente 15 minutos, até hidratar bem.

-Condimentos;

-Corante;

-Fixador de cor;

-Proteína Isolada de Soja;

-Sal.

No cutter é colocado o toucinho para triturar e depois vai junto à carne para

moer e ficar mais homogêneo.

Na misturadeira e colocado:

O retalho já moído e misturado com o toucinho e a mistura do tumbler.

Na máquina formadora de produtos é colocada esta massa e formando ao

hambúrguer.

Os hambúrgueres são colocados em bandejas e as bandejas em um suporte

em seguida são levadas ao túnel de congelamento.

Temperatura do túnel é de –35ºC.

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43

Os hambúrgueres são embalados em envelopes com duas unidades e em

uma caixa com o nome hambúrguer tipo americano. E embalados em caixas de

papelão com 12 caixinhas.

E embaladas em caixas de papelão e expedidas ou estocadas na câmara de

estocagem.

Sala climatizada com temperatura de até 12ºC.

FIGURA 13 – HAMBUERGER AMERICANO

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

4.4 STEAK BOVINO (PRATIC BEEF) 60 E 100 GRAMAS

Na sala de condimentos e aditivos (há um desumidificador para evitar que a

sala fique com uma umidade significativa) é pesado:

-Condimento;

-Corante;

-Emulsificante;

-Farinha de rosca;

-Fixador de cor;

-Glutamato;

-Proteína Texturizada de Soja;

-Proteína Isolada de Soja;

-Sal.

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44

O retalho retirado da desossa (temperatura da sala entre até 10º C) é moído e

colocado em caixas plásticas brancas protegidas com plástico. E congelada no túnel

de congelamento.

Na sala de produção de massa (temperatura do local de até 10º C) é colocado

o bloco de carne moída congelado no quebrador de blocos passando por esse

processamento vai para o moedor de carne.

No tumbler é colocado:

-Água gelada;

-Proteína Texturizada de Soja;

E deixa bater por aproximadamente 15 minutos, até hidratar bem.

-Condimentos;

-Corante;

-Emulsificante;

-Farinha de rosca;

-Fixador de cor;

-Glutamato;

-Proteína Isolada de Soja;

-Sal.

Na misturadeira é colocado:

O retalho já moído a mistura do tumbler.

Na máquina formadora de produtos é colocada esta massa e formando o

steak.

Os steaks são colocadas em bandejas e as bandejas em um suporte, são

levadas a túnel de congelamento (sua temperatura é de –35º C).

Depois de congeladas vão para a sala de embalagens (temperatura do local

de até 10º C) e são embaladas a granel ou na máquina embaladora automática.

Os steaks de 100 gramas são embalados com filme bopp para steak e

colocados em caixa de papelão com 60 unidades ou então embalados a granel com

60 unidades. E os steaks com 60 gramas são embalados a granel em caixas de

papelão protegido com plástico transparente cada caixa com 100 unidades.

E embaladas em caixas de papelão e expedidas ou estocadas na câmara de

estocagem.

Os produtos terminados são transportados em caminhão baú isotérmico

refrigerado.

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45

4.5 CARNE MOÍDA LIGHT

É separado posta vermelha na sala de desossa e moída no moedor de carne

na sala de preparo de massas. São embaladas com a embutideira pneumática em

pacotinhos é pesado até ficar com 303 gramas que é o peso da carne moída mais a

embalagem. Colocadas em embalagem com o nome da Carne moída light e depois

na embalagem secundária com 18 unidades.

Em seguida vão para a câmara de estocagem.

FIGURA 14 – CARNE MOÍDA LIGHT

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

4.6 CARPACCIO

Primeiramente a posta branca retirada da desossa, passa pelo skinner para a

retirada de membranas. Em seguida é colocada no Túnel de congelamento a -35ºC,

passados alguns dias ela é retirada e fatiada em uma espessura mínima no fatiador

de presunto. As fatias são colocadas em discos de isopor, plastificadas com plástico

filme e colocada em uma embalagem própria com seu nome comercial com um peso

de 150 gramas cada produto. Por último é colocada em uma embalagem secundária

e armazenada na câmara de estocagem a -35ºC.

Foto (FIGURA 14) da embalagem de Carpaccio na próxima página.

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46

FIGURA 15 - CARPACCIO

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

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47

5 CONTROLE DE QUALIDADE

Com base no Manual de Boas Práticas de Fabricação (BPF) e no

Procedimento Padrão de Higiene Operacional (PPHO) foi feito os Controle de

Qualidade Novilho Nobre (QNN). E com isso foi implantado planilhas de controle de

qualidade.

5.1 QNN 001 - MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO

O objetivo do manual é padronizar as Boas Práticas de Fabricação – BPF

para a indústria de carnes.

O manual consiste em:

Identificação da Indústria;

Objetivos do manual;

Definições;

Matéria prima usada;

Localização da indústria;

Equipamento e utensílios;

Limpeza e sanitização;

Controle de pragas;

Roupas e objetos pessoais;

Higiene pessoal e requisitos sanitários: condição de saúde;

Requisito de higiene na elaboração;

Contaminação cruzada;

Emprego da água;

Elaboração;

Embalagem;

Armazenagem e transporte dos produtos terminados;

Controle de qualidade;

Utilidades:

- A água;

- O ar comprimido;

- O frio (resfriamento e congelamento);

- A água quente;

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48

- Lixo;

- Resíduos;

- Varreduras;

- Cinzas;

- Direção e supervisão;

- Documentação e registros.

5.2 QNN 002 - CONTROLE DE RECEBIMENTO DE MATÉRIA PRIMA E INSUMOS

Este controle é feito em qualquer produto que será usado na produção,

limpeza, industrialização, embalagem, etc.

Cada produto tem sua ficha cadastral de controle interno da empresa que é

arquivado de acordo a sua natureza:

O Controle de Qualidade entra no: Recebimento de diversos:

- Produtos de limpeza;

- Etiquetas.

Recebimento de embalagens: - caixas de papelão;

- Caixas de papelão;

- Filme Bopp para hambúrguer;

- Filme Bopp para Steak (Pratic);

- Berço para almôndegas;

- Cartuchos para Carne Moída Light;

- Embalagens plásticas;

- Cartuchos para hambúrguer americano;

- Adesivos.

Na tabela de controle de qualidade ANEXO 4 que descreve uma série de itens

inspecionados no insumo.

O Controle de Qualidade entra no: Recebimento de Condimentos:

- Condimento (mix);

- Corante;

- Emulsificante;

- Farinha de Rosca;

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49

- Fixador de cor;

- Glutamato;

- Proteína Isolada de Soja;

- Proteína texturizada de Soja;

- Sal iodado.

Tabela de controle de qualidade ANEXO 5 e 6 que descreve uma série de itens

inspecionados no insumo .

Qualidade de Rastreabilidade – QR:

- Traseiros e dianteiros

- Alguns cortes de terceiros;

- Bacon;

- Toucinho;

- Retalho bovino.

As QR são numeradas de 1330 até 2619 (número definido pelo gerente da

produção). Estas QR são para o controle interno da Indústria em casos de

problemas com as peças da desossa, com isso poderá saber de que lote de

carcaças são as peças a temperatura que, a as carcaças chegaram, a data de abate

entre outras informações.

Tabela de controle de rastreabilidade ANEXO 5.

5.3 QNN 003 - CONTROLE DE TEMPERATURA

Todas as salas e as câmaras têm um termômetro dentro da indústria, e

apenas as câmaras têm o termômetro fora da industria.

Aferição de temperatura Diurna (segunda a sexta): É aferida a temperatura de hora

em hora. Das 8 da manhã até as 16 horas da tarde. É feito por um funcionário dentro

da fábrica.

Aferição de temperatura Diurna (final de semana e feriados): É aferida a

temperatura de hora em hora, mas pelo lado de fora da fábrica. Começa às 18 horas

até as 17 horas do outro dia. A Tabela encontra-se no ANEXO 7.

Aferição de temperatura Noturna: É aferida a temperatura de hora em hora,

pelo lado de fora da fábrica. Começa às 18 horas e vai até as 7 horas da manhã. A

Tabela ANEXO 7.

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50

Parâmetros:

Sala de Desossa, Sala de Industrializados, Sala de Embalagem: todas as

salas de manipulação de alimentos devem ter uma temperatura de 12º C.

Câmara de carcaça: 00ºC

Túnel de congelamento: -35ºC

Câmara de estocagem: -35ºC

Câmara de massas: 00ºC

Câmara de Embalagem: -06ºC

Câmara de Expedição: 00ºC

Câmara de Ossos: 00ºC

5.4 QNN 004 - CONTROLE DE PH E CLORO DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO

São aferidas duas vezes ao dia, uma vez as 8 e 30 da manhã e outra as 15 e

30 da tarde, de segunda a sexta. Com um dosador colorímetro. São aferidas em três

pontos:

1 - Sala de Industrialização

2 - Sala de Desossa

3 - Sala de Embalagem

No RIISPOA (BRASIL, 1951) o máximo de cloro livre na água é de 1 ppm e o

cloro residual livre mínimo é de 0,05 ppm. Quanto ao pH da água potável,

recomenda-se ficar entre 6 e 7.

5.5 QNN 005 - CONTROLE DE PRODUTOS DE LIMPEZA E SANITIZAÇÃO

Tabela da lista de detergentes segue na próxima página.

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51

TABELA 7 – LISTA DE DETERGENTES

PRODUTO FABRICANTE USO

Detergente desinfetante

alcalino clorado

Lankin Limpeza geral

Sanitizante – Ácido

peracético 15%

Lankin Ambiente/Equipamento

Detergente Alcalino

Clorado

Kalyclean Limpeza geral

Detergente Alcalino Pó K

510

Kalyclean Limpeza do chão

Sabonete Anti-séptico Lankin Limpeza das mãos

Detergente Ultralab Foan

660

Lankin Limpeza geral

FONTE: Novilho Nobre, agosto de 2006.

TABELA 6 – LISTA DE SANITIZANTES

PRODUTO PRINCÍPIO ATIVO DILUIÇÃO

Saniquat – Biocida Quaternário de amônia 0,3 a 1,5%

S 370 Quaternário de amônia 0,3 a 1,0%

Bond e Carneiro Hipoclorito de sódio 10 a 12%

C220 Alcalino Clorado/espum 3 a 10%

Saniper 15 – Biocida Ácido Peracético 0,5 %

S 380 Ácido Peracético 0,5 %

Sabonete Bactericida H

160

Irgasan Puro

Sabonete Ultralab Puro

FONTE: Novilho Nobre, agosto de 2006.

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5.5.1 Produtos

5.5.1.1 Quaternário de amônia

É muito indicado para o controle da disseminação de microorganismos das

espécies Escherichia coli, Salmonella cholerasuis, Pseudomonas aeruginosas e

Staphylococcus aureus.

Vantagens:

- Incolor, não é corrosivo;

- Não é um irritante;

- Não é tóxico;

- Eficaz contra bactérias gram positivas;

- Solúvel em água e boa penetração.

Desvantagens:

- Baixa atividade em água congelada;

- Pouco efetivo contra esporos e coliformes.

Cuidados: Toda desinfecção deve ser efetuada após a eliminação da matéria

orgânica presente. Permitir contato com a superfície durante 20 minutos. E depois

enxaguar com água antes de usar, pois deixa resíduo na carne.

Possui ação desodorizante (eliminando maus cheiros da dos ralos).

Não possui ação corrosiva, mas deixa resíduo.

5.5.1.2 Alcalino clorado

Detergente utilizado para limpeza de máquinas, piso, mesas, paredes, forro,

etc. Eficaz na remoção de gordura, proteína, bactéria, etc.

5.5.1.3 Ácido peracético

Grupo: Peróxido Orgânico.

Fórmula: C2H4O3.

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O ácido peracético combina um mecanismo de desinfecção e esterilização a

frio. Seu mecanismo de ação elimina fungos, vírus, bactérias em forma vegetativa

e/ou esporulada.

É um produto que tem muitas vantagens:

- Rapidez: 10 minutos para uma desinfecção de alto grau e uma hora para

esterilização. Amplo espectro de ação microbiana;

- Solúvel em água;

- Segurança para o profissional: considerado atóxico, não alergênico e considerado

irritante leve;

- Não possui efeito residual, por isso é usado em sanitização de carcaças

(autorizado pelo AUP 21/00);

- É ecologicamente correto: biodegradável e não necessita de cuidados especiais

quando descartado.

Observação para o manuseio: é necessário o uso de EPI (equipamento de proteção

individual). Não necessita de ativação e/ou diluição.

(www.peroxidos.com.br/product/description/0,0,-_PT-1000695,00.html capturado em

12 de setembro de 2006).

5.5.1.4 Irgasan

Sabonete líquido utilizado para assepsia das mãos.

Possui em sua formulação agentes tenso ativos, emolientes e hidratantes.

5.6 QNN 006 - CHECK LIST DE LIMPEZA E SANITIZAÇÃO

É realizado depois que acaba a limpeza e cada funcionário tem um setor para

limpeza e ao terminar é verificada a condição do local.

É feita uma ficha do local de segunda a sexta. É preenchido com as notas

ruim, regular e bom. O setor que estiver ruim ou regular o funcionário terá que fazer

a limpeza novamente.

Na tabela ANEXO 8 encontra-se o check list de higienização utilizado na fábrica.

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5.7 PPHO 1 - SEGURANÇA DA ÁGUA

Esta contido no QNN 007 do Controle de Qualidade.

A água utilizada na fábrica é de poço artesiano próprio. A cloração é feita por

uma bomba dosadora de hipoclorito de sódio, na saída do poço, que dosa em

sincronia com a bomba que alimenta as caixas d’água.

É feita a analise de cloro e pH dentro da fábrica em pontos:

1 Sala de industrialização

2 Sala de desossa

3 Sala de embalagem

E os resultados são registrados em uma planilha que fica arquivada por 2

anos.

Análise microbiológica e físico químico realizadas pelo Laboratório do

Ministério da Agricultura, uma vez por mês de acordo com um calendário de envio

de amostras previamente definido pelo Ministério da Agricultura.

Uma cópia do laudo da análise fica arquivado na empresa por 2 anos.

Na tabela ANEXO 9 encontra-se a planilha de controle de pH e cloro da água da

fábrica.

5.8 PPHO 2 - LIMPEZA DE SUPERFÍCIES EM CONTATO COM O ALIMENTO

Esta contido no QNN 008 do Controle de Qualidade.

- Limpeza das mãos: na entrada da fábrica, e em todas as áreas de manipulação de

alimentos existem instalações para a limpeza das mãos. São instalações que

compreendem, torneira com acionamento pelo joelho, sabonete anti-séptico, papel

toalha e coletores para papel.

- Limpeza das botas: existe uma lava botas na entrada da fábrica, provida de

escovas de fio sintético de uso manual e detergente alcalino clorado.

- Barreira Sanitária: existe um pedilúvio, na entrada da fábrica, constituído de

alvenaria. Com solução sanitizante utilizada nele ácido peracético a 1%. A solução é

trocada 2 x por dia ou mais, de acordo com a necessidade.

- Limpeza e sanitização de equipamentos e utensílios: é descrita no Manual de

Limpeza e Sanitização.

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5.9 PPHO 3 - PREVENÇÃO CONTRA CONTAMINAÇÃO CRUZADA

Esta contido no QNN 009 do Controle de Qualidade.

Matérias primas e materiais de embalagem:

- São armazenados em local próprio e livre de qualquer tipo de contaminação.

- Na fábrica são guardados (somente para o momento de uso) em locais separados

e devidamente identificados.

- Todas as salas de manipulação de matérias primas, de embalagem e/ou produtos

terminados têm acesso a partir de corredores e têm como entrada e saída portas, ou

cortinas plásticas.

- Proíbe-se o habito de guardar roupas e objetos pessoais em áreas de manipulação

de alimentos.

- Todas as matérias primas e materiais de embalagens são inspecionados no

momento da chegada.

5.10 PPHO 4 - HIGIENE DOS FUNCIONÁRIOS

Está contido no QNN 010 do Controle de Qualidade.

Todos os funcionários passam por treinamento quanto à Higiene Pessoal de

Hábitos sanitários:

- Todas as salas de manipulação de alimentos são providas de instalações para

limpeza e sanitização das mãos.

- Todos os funcionários passam por treinamento periódico sobre as Boas Práticas de

Fabricação – BPF.

- Proíbe-se a entrada de funcionários postando adornos como brincos, relógios de

pulso, pulseiras, celulares, etc.

- Os funcionários são instruídos através de treinamentos a lavar e sanitizar as mãos

antes de entrar na fábrica, após ir ao banheiro, após usar o lenço, após intervalos,

após fumar, e sempre que houver alguma mudança de operação assim justificar.

- Todos os vestiários e sanitários, tanto masculino quanto feminino, são separados

fisicamente da fábrica não havendo nenhuma comunicação direta com esta. São

providos de armários, em tamanho e quantidade para todos os funcionários.

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5.11 QNN 011 PPHO CONTAMINAÇÃO

Esta contido no QNN 011 do Controle de Qualidade.

- Todos os funcionários passam por treinamentos quanto à contaminação de

alimentos dos alimentos, materiais primas e materiais de embalagens.

- Os funcionários são instruídos à não entrar na Fábrica portando algum tipo de

ferimento.

- Uniformes devidamente adequados e limpos são monitorados pelo responsável da

fábrica;

- Periodicamente são realizadas análises microbiológicas dos ambientes da fábrica

(ar, paredes, tetos, equipamentos, utensílios e mãos dos funcionários).

- São realizadas, também periodicamente, análises microbiológicas de produtos

terminados, de acordo com os laudos de análises no arquivo da qualidade da

empresa,

- São realizadas avaliações de vida de prateleira de produtos terminadas.

- Os resultados estão no arquivo da qualidade da empresa;

- Produtos de limpeza, matéria prima e materiais de embalagens são guardados de

tal forma a evitar a contaminação destes e do produto terminado.

5.12 PPHO 6 COMPOSTOS E AGENTES TÓXICOS

Esta contido no QNN 012 do Controle de Qualidade.

- Todos os produtos tóxicos utilizados no combate as pragas são armazenados fora

das dependências da empresa, sob responsabilidade da empresa terceirizada,

contratada para fazer o controle de pragas.

- Solventes, tintas e óleos lubrificantes utilizados na empresa, são armazenados em

lugar específico, devidamente identificados, em sua embalagem original e sob a

responsabilidade do responsável pela manutenção.

5.13 PPHO 7 SAÚDE DOS FUNCIONÁRIOS

Esta contido no QNN 013 do Controle de Qualidade.

- Todos os funcionários passam por exames médicos (admissional, periódico e

demissional).

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- Os registros dos exames médicos são arquivados no departamento pessoal da

empresa.

- Os funcionários passam por treinamento de primeiros socorros em forma de

palestras e em regime de reciclagem.

- É proibida a permanência de um funcionário com algum tipo de enfermidades e

algum tipo de lesão, ferida ou problemas gastrintestinal.

5.14 PPHO 8 CONTROLE DE PRAGAS

Esta contido no QNN 014 do Controle de Qualidade.

- Na fábrica não existe entrada e/ou abrigo de pragas.

- É evitado ao máximo possível o acúmulo de materiais inservíveis na parte externa

do estabelecimento com o intuito de evitar o abrigo de pragas.

- O controle de pragas é feito por uma empresa terceirizada credenciada para tal

finalidade.

- Todos os pontos de iscas estão marcadas em um mapa de situação, e registrados

em um relatório.

- A cada visita de monitoramento a empresa fornece um relatório da situação.

- O técnico que faz o monitoramento é devidamente treinado e é credenciado pela

Vigilância Sanitária.

5.15 PPHO 9 REGISTROS

Esta contido no QNN 015 do Controle de Qualidade.

- Os registros: todas as planilhas de controle de qualidade, todos os laudos de

análises laboratoriais, todos os relatórios de controle de pragas, os exames de

saúde dos funcionários (admissional, periódicos e demissional) são considerados

registros da qualidade e são arquivados.

- Arquivos: Os exames de saúde dos funcionários pelo departamento pessoal da

empresa. Os demais registros são arquivados sob a responsabilidade da indústria no

arquivo da qualidade.

- Validade: os exames de saúde dos funcionários têm validade de 20 (vinte) anos.

Os demais registros da qualidade têm validade de 2 (dois) anos.

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5.16 QNN 016 MANUAL DE LIMPEZA E SANITIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS E

UTENSÍLIOS

Objetivo:

- Padronizar os procedimentos de limpeza e sanitização das superfícies em contato

com alimentos nem como, de todas as dependências da indústria.

Uniforme dos funcionários:

- Deve ser lavado pelos próprios funcionários (em casa).

- A roupa deve ser toda branca.

- O uniforme é composto de calça, jaléco, toca, máscara facial, bota, avental

plástico, capacete e luvas descartáveis em látex.

- Para a entrada nas câmaras frigoríficas o uniforme é complementado por jaqueta,

bota e luvas térmicas.

- O uniforme possui bolso apenas da cintura para baixo e da cintura para cima os

bolsos são internos.

- O uniforme dos funcionários da manutenção e da limpeza externa é na cor azul.

5.16.1 PRODUTOS DE LIMPEZA E DESINFECÇÃO

- Os produtos de limpeza e desinfecção são definidos pelo controle da empresa, de

acordo com as especificações do fornecedor.

- Os produtos são autorizados pelo Ministério da Agricultura na forma de Autorização

de Uso de Produtos (AUP), conforme registros em arquivos da empresa.

5.16.2 HIGIENE DAS DEPENDÊNCIAS

PISOS

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Aplicação de detergente alcalino leve, com o auxílio de uma bomba de

aspersão.

- Repouso aproximadamente 10 minutos.

- Esfregaço com escovão de fibra sintética.

- Enxágüe com água a 35 a 40º C.

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- Ralos e canaletas são vistoriados e lavados cuidadosamente durante

a limpeza dos pisos.

- Secagem dos pisos é feita com o rodo de borracha.

- Periodicidade – duas vezes por dia ou mais de acordo com o nível de

sujidade gerada.

PAREDES

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Esfregaço com escovão de fibra sintética ou tecido descartável tipo

perflex, (não é permitida o uso de palha de aço dentro da fábrica).

- Enxágüe com água a 35 a 40º C.

- Periodicidade – uma vez por semana.

TETO

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Uso de detergente alcalino leve.

- Esfregaço com escovão de fibra sintética ou tecido descartável tipo

perflex, (não é permitida o uso de palha de aço dentro da fábrica).

- Enxágüe com água a 35 a 40º C.

- Periodicidade – uma vez por semana.

PORTAS PLÁSTICAS

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Limpeza com detergente alcalino leve com o auxílio de esponja de

fibra sintética ou tecido descartável, tipo perflex.

- Enxágüe com água a 35 a 40º C.

- Periodicidade – uma vez por dia.

ESTRADOS PLÁSTICOS

- Molhado com água a 35 a 40º C.

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- Máquina a jato de pressão.

- Periodicidade – após cada uso.

CONTENTORES PLÁSTICOS

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Máquina a jato de pressão.

- Periodicidade – após cada uso.

MESAS

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Limpeza com detergente alcalino leve com o auxílio de esponja de

fibra sintética ou tecido descartável, tipo perflex.

- Enxágüe com água a 35 a 40º C.

- Periodicidade – após cada interrupção como almoço, lanche, jantar,

mudança de espécie animal, produtos temperados ou não, etc.

CARRINHOS EM AÇO INOXIDÁVEL

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Máquina com jato de pressão.

- Periodicidade uma vez por dia ou mais de acordo com o nível de

sujidade.

PEQUENOS UTENSÍLIOS E PEÇAS DESMONTÁVEIS

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Imersão de aproximadamente dez minutos em solução detergente

alcalino leve com água a 35 a 40ºC.

- Esfregaço com esponja de fibra sintética.

- Enxágüe com água a 35 a 40º C.

- Periodicidade – após cada interrupção como almoço, lanche, jantar,

mudança de espécie animal, produtos temperados ou não, etc.

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GANCHEIRAS

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Esfregação com esponja de fibra sintética.

- Enxágüe com água a 35 a 40º C.

- Periodicidade – após cada uso.

GANCHOS E CARRETILHAS

- Máquina giratória de alta rotação.

- Colocada na mesma máquina junto com pedaços de couro.

- Batimento por dez minutos.

- Aplicação de jato de ar comprimido para a remoção de pó.

- Aplicação de detergente ácido com auxílio de um aplicador.

- Periodicidade – uma vez por mês ou mais de acordo com a

necessidade.

5.16.3 HIGIÊNE DAS MÁQUINAS

CUTTER

- Molhado com água a 35 a 40ºC.

- Limpeza com detergente alcalino leve (diluição de 3 a 10%) com o

auxílio de esponja de fibra sintética;

- Enxágüe com água a 35 a 40ºC.

- Periodicidade – após cada uso ou quando necessitar.

SERRA FITA

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Detergente alcalino leve, com o auxílio de uma bomba de aspersão.

- Uso de esponja de fibra sintética.

- Enxágüe com água a 35 a 40º C.

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- Periodicidade – após cada uso, sendo uma vez por semana é feita

uma desmontagem completa.

MÁQUINA FORMADORA DE PRODUTOS

- Desmontagem da máquina.

- Enxágüe com água a 35 a 40ºC.

- Detergente alcalino leve;

- Uso de uma esponja de fibra sintética.

- Enxágüe com água a 35-40º C.

- Periodicidade – após cada uso, sendo uma vez por semana feita a

desmontagem completa da máquina.

MÁQUINA SKINNER (máquina que faz a retirada de membranas mais finas)

- Desmontagem em três peças (duas tampas e um jogo de facas).

- O rolo com o jogo de facas é fixo.

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Limpeza com detergente alcalino leve com o auxílio de esponja de

fibra sintética ou tecido descartável, tipo perflex.

- Enxágüe com água a 35 a 40º C.

- Periodicidade – duas vezes por dia.

MOEDOR DE CARNES

- Desmontagem de misturadores e raspadores de superfície.

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Limpeza com detergente alcalino leve no corpo da máquina e peças

desmontáveis.

- Enxágüe com água a 35 a 40º C.

- Periodicidade – após o uso.

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MISTURADEIRA

- Desmontagem de misturadores raspadores de superfície.

- Enxágüe com água a 35-40º C.

- Limpeza com detergente alcalino leve no corpo da máquina.

- Limpeza com detergente alcalino leve nas peças desmontáveis.

- Pulverização com ácido peracético depois da limpeza (todos os dias).

- Enxágüe com água a 35-40º C.

- Periodicidade – após cada uso.

EMBUTIDEIRA PNEUMÁTICA

- Desmontagem do funil e da borracha de vedação da tampa.

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Limpeza com detergente alcalino leve com o auxílio de esponja de

fibra sintética ou tecido descartável, tipo perflex.

- Enxágüe com água a 35 a 40º C.

- Periodicidade – após cada uso.

MÁQUINA FATIADORA DE BIFES

- Desmontagem.

- Molhado com água a 35 a 40º C.

- Limpeza com detergente alcalino leve com o auxílio de esponja de

fibra sintética ou tecido descartável, tipo perflex.

- Enxágüe com água a 35 a 40º C.

- Periodicidade – após o uso.

QUEBRADOR DE BLOCOS

- Enxágüe com água a 35-40º C.

- Limpeza com detergente alcalino leve, com o auxílio de bucha de fibra

sintética.

- Enxágüe com água a 35-40º C.

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- Pulverização com ácido peracético depois de feita a limpeza.

- Periodicidade – após cada uso.

EMBALADORA AUTOMÁTICA

- Desmontagem da máquina e lavagem das peças com detergente

alcalino leve.

- Enxágüe com água a 35-40º C.

- Limpeza do corpo da máquina com detergente alcalino leve.

- Enxágüe com água a 35-40º C.

- Secagem com da máquina com ar.

- Periodicidade – após cada uso.

MÁQUINA A VÁCUO

- Retirada das placas e lavagem das mesmas com detergente alcalino

leve.

- Enxágüe com água a 35-40º C.

- Limpeza com detergente alcalino leve, com o auxílio de bucha de fibra

sintética do corpo da máquina.

- Enxágüe com água a 35-40º C.

- Secagem com da máquina com ar.

- Periodicidade – após cada uso.

TUMBLER

- Enxágüe com água a 35-40º C.

- Limpeza com detergente alcalino leve, com o auxílio de bucha de fibra

sintética.

- Enxágüe com água a 35-40º C.

- Periodicidade – após cada uso.

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CAMINHÃO FRIGORÍFICO

- INTERNAMENTE:

- Enxágüe com água a temperatura ambiente, com o auxílio de

mangueira.

- Limpeza com detergente alcalino leve, com o auxílio de escovão com

pano descartável tipo perflex.

- Enxágüe com água a temperatura ambiente com auxílio de rodo de

borracha.

- Periodicidade – após cada uso.

- EXTERNAMENTE:

- Enxágüe com água a temperatura ambiente.

- Limpeza com detergente alcalino leve, com o auxílio de escovão de

fibra sintética ou tecido descartável tipo perflex.

- Enxágüe com água a temperatura ambiente, com o nível de sujidade.

OBSERVAÇÃO

- Existe uma sala especial para limpeza.

- A sala tem uma meia porta que se comunica com o meio externo e

uma porta que se comunique com um corredor que dá acesso a todos

os ambientes de indústria.

- Todo o material a ser lavado e que vem do meio externo entra pela

meia porta.

RECOMENDAÇÃO

- Em superfície de PVC ou com tinta não usar escovas ou escovão de

fibra sintética.

- Não utilizar palha de aço dentro da fábrica.

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CONCLUSÃO Conclui-se ao final deste estágio que foi observado alguns pontos a serem

modificados no ambiente de recepção de carcaças. Pode ser feito melhorias para

diminuir a contaminação física (poeira, insetos) e biológica (microrganismos

patogênicos). Na recepção de carcaça é preciso uma doca, local onde o caminhão

encosta e as carcaças não têm contato com o meio exterior. Por ter este problema,

ao chegar às carcaças, recebem uma nebulização com ácido peracético a 0,5% para

diminuir tal contaminação. Foi feito testes com laminocultivos para conferir se a

sanitização com ácido peracético é eficiente e os resultados foram satisfatórios, com

uma queda significativa dos microrganismos patogênicos. Estas carcaças ficam

armazenadas de sexta-feira até segunda-feira, todo este tempo na câmara fria, este

tempo é muito longo, há uma quebra de rendimento neste período. Mas esta quebra

não pode ser relatada pois o rendimento das carcaças não é bem realizado pois há

caixas plásticas de diferentes tamanhos, fazendo com que o resultado seja

duvidoso. Na terminação dos produtos não têm aferição de temperatura, mas as

câmaras frias são monitoradas a noite e ao dia, a qualquer sinal de problema das

câmaras é interferido imediatamente.

O estágio foi muito produtivo pois foi acompanhado o processo desde a

criação do novilho, até o processamento da carne. E o que aprendi com os

funcionários foi muito gratificante, pois todos são dedicados no que fazem, e sempre

me ajudaram nas questões que eu tinha dúvida.

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BIBLIOGRAFIA

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Suplemento.

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COSTA, C. E.; RESTLE, J.; VAZ, N. F.; FILHO, D. C. A; BERNARDES L. C.; KUSS,

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Diferentes Pesos. Disponível em:

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FRANÇA J. M. Apontamentos de aula UTP em março de 2006. 1ºsemestre de 2006.

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ANEXO 1 - TESTE DE NEBULIZAÇÃO DE CARCAÇAS BOVINAS COM ÁCIDO

PERACÉTICO.

Objetivo:

Diminuir a contaminação de Staphylococcus e Escherichia coli.

Material e Método:

- 10 Carcaças bovinas de novilhos Aberdeen Angus;

- Pulverizador;

- Água de poço artesiano tratada com hipoclorito de sódio;

- Ácido Peracético Saniper 15 (fabricante Larkin) na diluição de 5 ml para 10 litros de

água ou 0,5%;

- Laminocultivos para staphylococcus, escherichia coli e laminocultivo de contagem

geral de bactérias da Laborclin.

As carcaças chegam nas sextas-feiras e é aferida temperatura e pH.

É coletado amostras da carcaças com laminocultivos para Staphylococcus,

Escherichia coli. e contagem total de bactérias.

Em seguida é feito uma mistura de 10 litros de água e 5 ml de ácido peracético

formando uma solução de 0,5% de ácido peracético, e a solução é colocado em um

pulverizador. As carcaças estocadas na câmara fria são nebulizadas com a solução

até que fiquem bem molhadas.

Responsável: Funcionário responsável pela desossa.

Na segundas-feiras é coletado novamente as amostras. As amostras são

comparadas depois de quatros dias.

Resultados:

Os resultados foram muito satisfatórios, havendo uma diminuição aceitável na

contaminação das mesmas.

Conclusão:

De acordo com a pesquisa foi constatado que é uma maneira excelente de diminuir

a contaminação de microrganismos patogênicos e fazer com que o produto seja

mais seguro para o consumo.

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Estes laminocultivos são encostados na carcaças (geralmente é escolhido

aleatoriamente três traseiros) e é depois deixados em temperatura ambiente por

aproximadamente quatros dias e feito é observado o crescimento das bactérias.

FIGURA 15 – LAMINOCULTIVO STAPHYLOCOCCUS

Antes da aplicação. Depois da aplicação.

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

FIGURA 16 – LAMINOCULTIVO ESCHERICHIA COLI

Antes da aplicação. Depois da aplicação.

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

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FIGURA 16 – LAMINOCULTIVO ESCHERICHIA COLI

Antes da aplicação. Depois da aplicação.

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

FIGURA 18 – CULTURA TOTAL DE BACTÉRIAS

Antes da aplicação. Depois da aplicação.

FONTE: Novilho Nobre (agosto/setembro de 2006)

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ANEXO 2 - TABELA EXCEL PRODUÇÃO DESOSSA AGOSTO/SETEMBRO 2006

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ANEXO 3 - TABELA EXCEL PRODUÇÃO INDUSTRIALIZADOS

AGOSTO/SETEMBRO 2006

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ANEXO 4

RECEBIMENTO DE MATÉRIA PRIMA EMBALAGEM INSPEÇÃO DE RECEBIMENTO DE :_____________________________________ Inspetor:______________________ Nº de rastreabilidade:____________________ Fornecedor:______________________ Nota Fiscal nº:_______________________ Data de Recebimento:_______________ Transportadora:_____________________ Veículo:___________________________ Quantidade:________________________ Total Recebido:_____________________

IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO

RESULTADO DA INSPEÇÃO

Dimensões (cm) Data de Produção: 370 x 170 x 190 Corte: Conforme Não Conforme 370 x 170 x 190 Vincos: Conforme Não Conforme 370 x 170 x 190 Cola: Conforme Não Conforme 370 x 170 x 190 Impressão: Conforme Não Conforme 370 x 170 x 190 Escrita: Conforme Não Conforme 370 x 170 x 190 Inspeção: Aceitado Rejeitado 370 x 170 x 190 Amostra 1 Amostra 2 ... Amostra 10 Antes - - ... - Depois - - ... - % Absorção - - ... - Média de Absorção:___________________________________________________ Observações gerais:___________________________________________________ Local de Estocagem:___________________________________________________ Responsável pela Estocagem:___________________________________________ Responsável pelo descarregamento:______________________________________ _______________________ ______________________ ________________ Gerência Industrial Controle de qualidade Data da Inspeção

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ANEXO 3 RECEBIMENTO DE MATÉRIA PRIMA

INSPEÇÃO DE RECEBIMENTO DE: ETIQUETAS DE POLIESTIRENO___________ Inspetor:________________________ Nº de rastreabilidade:___________________ Fornecedor:_____________________ Nota Fiscal nº:_________________________ Data de Recebimento:_______________ Transportadora:_____________________ Veículo:___________________________ Quantidade:________________________ Total Recebido:_____________________

IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO ___________________________________________________________________ RESULTADO DA INSPEÇÃO Cor: conforme não conforme Adesão: conforme não conforme Cola: conforme não conforme Escrita: conforme não conforme Impressão conforme não conforme Inspeção: aceitado rejeitado Data de validade:____________________ Lote:_______________________ Dimensão:___________________________________________________________ Outras observações:___________________________________________________ Local de estocagem:___________________________________________________ Responsável pela estocagem:___________________________________________ Responsável pelo descarregamento:______________________________________ ______________________ ______________________ ___________________ Gerência Industrial Controle de qualidade Data da Inspeção

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ANEXO 4 RECEBIMENTO DE MATÉRIA PRIMA CONDIMENTOS

INSPEÇÃO DE RECEBIMENTO DE :_____________________________________ Inspetor:________________________ Nº de rastreabilidade:___________________ Fornecedor:_____________________ Nota Fiscal nº:_________________________ Data de Recebimento:_______________ Transportadora:_____________________ Veículo:___________________________Quantidade:________________________ Total Recebido:_____________________

IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO ___________________________________________________________________ RESULTADO DA INSPEÇÃO Data de produção:____________________________________________________ Data de validade:_____________________________________________________ Lote:_______________________________________________________________ Granulometria: Conforme Não conforme Coloração: Conforme Não conforme Embalagem Primária: Conforme Não conforme Embalagem Secundária: Conforme Não conforme Aspecto visual/Características Organolépticas: Conforme Não conforme Inspeção: Aceitado Rejeitado Local de Estocagem:___________________________________________________ Responsável pela Estocagem:___________________________________________ Responsável pelo descarregamento:______________________________________ __________________ ____________________ _______________ Gerência Industrial Controle de qualidade Data da Inspeção

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ANEXO 5 RECEBIMENTO DE MATÉRIA PRIMA QUALIDADE DE RASTREABILIDADE:

INSPEÇÃO DE RECEBIMENTO DE :_____________________________________ Inspetor:________________________ Nº de rastreabilidade:___________________ Fornecedor:____________________ Nota Fiscal nº:__________________________ Data de Recebimento:_______________ Transportadora:_____________________ Veículo:_________________________ Quantidade:__________________________ Total Recebido:_____________________

IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO ___________________________________________________________________ RESULTADO DA INSPEÇÃO Data de produção:_____________________________________________________ Data de validade:_____________________________________________________ Data de abate:________________________________________________________ Condições de transporte:_______________________________________________ Temperatura da Matéria Prima:__________________________________________ Embalagem primária: Conforme Não conforme Embalagem secundária: Conforme Não conforme Inspeção: Aceitado Rejeitado Outras observações: Local e Responsável pela estocagem:_____________________________________ Responsável pelo Descarregamento:______________________________________ Responsável pela produção (Desossa):____________________________________ Responsável pela produção (Preparo de massa e elaboração):_________________ Responsável pela Embalagem Primária:___________________________________ Responsável pela Embalagem Secundária e Estocagem:______________________ _____________________ _____________________ _________________ Gerência Industrial Controle de qualidade Data de Inspeção

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ANEXO 6 CONTROLE DE TEMPERATURA DIURNA Hora 8:00 9:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 Desossa Câmara de carcaça

Túnel de congelamento

Câmara de estocagem

Câmara de massa

Industria Câmara de embalagem

Embalagem Câmara de expedição

Câmara de ossos

CONTROLE DE TEMPERATURA NOTURNA Hora 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 ... 6:00 Câmara de carcaça

Túnel de congelamento

Câmara de estocagem

Câmara de massa

Câmara de embalagem

Câmara de expedição

Câmara de ossos

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ANEXO 7 FICHA DE CONTROLE DE PH E CLORO DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO Data Horário Ponto de coleta pH Cloro Observação 05/09/2006 8:30 1 7,0 1,0 Bom 2 7,0 1,0 Bom 3 7,0 1,0 Bom 15:30 1 7,0 1,0 Bom 2 7,0 1,0 Bom 3 7,0 1,0 Bom 06/09/2006 8:30 1 7,2 0,4 Cloro Baixo 2 7,2 0,4 Cloro Baixo 3 7,2 0,4 Cloro Baixo 15:30 1 7,2 1,0 Bom 2 7,2 1,0 Bom 3 7,2 1,0 Bom _______________ _____________________ Gerência Controle de Qualidade

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ANEXO 8 CHECK LIST DE LIMPEZA E SANITIZAÇÃO DESOSSA RUIM REGULAR BOM Mesas Pias Pisos Paredes Estante de peças Lixeiras Forro Luminárias Portas Máquina de bifes Skiner Esteiras Serra fita Central de Pesagem ELABORAÇÃO DE PRODUTOS

RUIM REGULAR BOM

Mesas Pias Piso Portas Paredes Forro Lixeiras Luminárias Central de pesagem Formadora/produtos Embutideira PREPARAÇÃO DE MASSAS

RUIM REGULAR BOM

Piso Paredes Forro Luminárias Lixeiras Central de pesagem Cutter Quebrador de bloco Moedor de carne Misturadeira Tambler Caixa de peças CONTINUAÇÃO ANEXO 8

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EMBALAGEM RUIM REGULAR BOM Mesas Pias Piso Paredes Forro Lixeiras Portas Central de pesagem Embaladora Máquina a vácuo PESAGEM/ EXPEDIÇÃO RUIM REGULAR BOM Mesas Pisos Paredes Forro Lixeiras Portas Central de pesagem ALMOXARIFADO RUIM REGULAR BOM Mesas Pias Paredes Forro Lixeiras Portas Estantes Palets Datadora SALA/CONDIMENTOS RUIM REGULAR BOM Mesa Paredes Forro Lixeiras Portas Estantes Central de pesagem