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Universidade Estadual de Londrina
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
O EFEITO DA FADIGA NAS VARIÁVEIS CINEMÁTICAS DO CHUTE DE JOGADORES DE
FUTSAL SUB-15.
Alenise Duarte dos Santos
LONDRINA PARANÁ
2012
i
ii
DEDICATÓRIA
Ao meu pai Arlindo, minha mãe Maria José
e meu irmão Alessandro Duarte.
iii AGRADECIMENTOS
A Prof. Dr. Inara Maques, que sempre me auxíliou no desenvolvimento do trabalho,
juntamento com o meu co-orientador Marcelo Costa, por ter me ajudado em todo o
processo do trabalho.
Aos meus pais e meu irmão, que estiveram presentes ao meu lado, me apoiando e
dando forças nos momentos em que desistir parecia ser mais facíl.
Aos amigos, por darem forças e compartilharem dos momentos de felicidade,
sempre me incentivando a não desistir.
Aos professores e colegas de curso, por compartilhar momentos inesquecíveis que a
graduação porporcionou, tanto em conhecimento, quanto em conhecer pessoas
maravilhosas.
Ao pessoal do GEPEDAM, por estar sempre à disposição para atender as dúvidas.
iv EPÍGRAFE
Tudo o que você raciocina, é apenas tempo
E eu nunca estarei acima do que procuro
Walk On-U2
v SANTOS, Alenise Duarte dos. O efeito da fadiga nas variáveis cinemáticas do chute de jogadores de futsal sub-15. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2012.
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo verificar o efeito da fadiga nas
variáveis cinemáticas do chute de futsal de jogadores. Participaram do estudo 6
jogadores de futsal do sexo masculino, com idade média de 14,67±0,52. A tarefa
consistia em chutar uma bola parada com o membro preferido empregando maior
força. Foi realizado um pré-teste (com 5 tentativas de chute), seguido pelo
protocolo de fadiga, composto pelo teste de exercício intermitente (Yo-Yo intermittent recovery test, nível 1) e um pós-teste (5 tentativas de chute). A
frequência cardíaca máxima, a medida da distância total percorrida no teste e a
escala de Borg reduzida (0-10) foram utilizadas como indicadores de fadiga. A
análise das variáveis cinemáticas foi conduzida a partir das imagens dos chutes
obtidas por meio de duas filmadoras (Exilim FH-20, Casio), com frequência de
filmagem de 210 Hz. A digitalização das imagens foi realizada por meio do
programa SkillSpectorversion 1.5.0, manualmente, por um único avaliador. As
variáveis cinemáticas analisadas foram a velocidade máxima das articulações e
amplitude angular das articulações do joelho, tornozelo, quadril e tronco e
velocidade da bola. Foi utilizado o teste de kolgomorov Sminorff para verificar a
normalidade dos dados, para a estatística parametrica foi utilizado o teste
estatística não parametrica o teste de Wilcoxon para comparar as condições pré e
pós, com nível se significância P<0,05. Os resultados indicaram uma diminuição da
velocidade da bola depois da realização do protocolo de fadiga. Não foram
encontradas diferenças significativas nas variáveis da velocidade máxima e
amplitude angular do tornozelo, joelho, quadril e tronco. Conclui-se que houve uma
diminuição apenas da variável de resultado, mas não ocorreram mudanças no
movimento das variáveis análisadas.
Palavras-chave: fadiga, cinemática, chute no futsal.
vi ABSTRACT
The present study aimed to verify the effect of fatigue on cinematic variables of futsal
players kick. Participated in this study 6 male futsal players, with an average age of
14.67 ± 0.52. The task was to kick a ball stopped with the preferred Member
employing greater strength. We conducted a pre-test (with 5 trial to kick), followed by
the fatigue Protocol, consisting of the intermittent exercise test (yo-yo intermittent
recovery test, level 1) and a post-test (5 trial to kick). The maximum heart rate, a
measure of the total distance travelled in testing and reduced Borg scale (0-10) were
used as indicators of fatigue. Analysis of kinematic variables was conducted from the
images of kicks obtained through two camcorders (Exilim FH-20, Casio), frequently
film crew of 210 Hz. The digitization of the images was performed by means of the
program SkillSpectorversion 1.5.0, manually, by a single evaluator. The kinematic
variables analyzed were the joint top speed and angular amplitude of the joints of the
knee, ankle, hip and torso and ball speed. We used the Sminorff kolgomorov test to
check the normality of the data, to the statistical test was used parametric "t" and not
statistical parametric the Wilcoxon test to compare the pre and post conditions, with
significance level P<0,05. The results indicated a decrease in the speed of the ball
after the fatigue Protocol. Significant differences were not found in the variables of
maximum speed and angular amplitude of ankle, knee, hip and trunk. It appears
there has been a decrease in the result variable, but no changes on the motion of the
analyzed variables. Key Words: fatigue, kinematic, kick in futsal.
.
vii LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Parâmetros fisiológicos do YY1, expresso em Média e Desvio
Padrão..........................................................................................
18
Tabela 2 - Variáveis cinemáticas espaciais expressas em Média e Desvio
Padrão no chute realizado antes e após o protocolo de
fadiga............................................................................................
20
Tabela 3 - Amplitude Angular do Tornozelo, Joelho, Quadril e Tronco em
graus (º) do chute realizado antes e após o protocolo de
fadiga...........................................................................................................................
20
viii LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Representação esquemática da tarefa experimental................. 14
Figura 2 - Modelo Biomecânico................................................................... 16
Figura 3 - Modelo esquemático do protocolo de fadiga Yo-Yo Intermittent
Recovery Test Nível 1.................................................................
17
Figura 4 - Velocidade da Bola(m/s), referentes aos chutes pré e pós do
protocolo de fadiga......................................................................
19
ix LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS
VMT - Velocidade Máxima do Tornozelo 17
VMJ - Velocidade Máxima do Joelho 17
VMQ - Velocidade Máxima do Quadril 17
VMTR - Velocidade Máxima do Tronco 17
AAT - Amplitude Angular do Tornozelo 17
AAJ - Amplitude Angular do Joelho 17
AAQ - Amplitude Angular do Quadril 17
AATR - Amplitude Angular do Tronco 17
VB - Velocidade da Bola 17
x
SUMÁRIO
RESUMO v
ABSTRACT vi
LISTA DE TABELAS vii
LISTA DE FIGURAS viii
LISTA DE SIGLAS ix
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 01
1.1 Problema.................................................................................................... 01
1.2 Justificativa................................................................................................. 03
1.3 Objetivos.................................................................................................... 03
1.3.1 Objetivos Gerais......................................................................................... 03
1.3.2 Objetivos Específicos................................................................................. 03
1.4 Hipóteses................................................................................................... 04
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 05
2.1 O chute ..................................................................................................... 05
2.2 Fadiga e chute........................................................................................... 08
3 MÉTODOS.................................................................................................. 13
3.1 Caracterização do Estudo.......................................................................... 13
3.2 Participantes................................................................................................ 13
3.3 Procedimentos Experimentias.................................................................. 13
3.4 Protocolo de Fadiga................................................................................ 16
3.5 Variáveis Cinemáticas............................................................................. 16
3.6 Análise dos Dados................................................................................... 17
4 RESULTADOS......................................................................................... 18
4.1 Variáveis Fisiológicas................................................................................. 18
2
4.2 Variável de Resultado........................................................................... 19
4.3 Variáveis Cinemáticas.............................................................................. 19
5 DISCUSSÃO.............................................................................................. 20
6 CONCLUSÃO............................................................................................ 24
REFERÊNCIAS 25
APÊNDICE I 30
APÊNDICE II 31
ANEXO I 32
1 INTRODUÇÃO
1.1 Problema
O futsal é caracterizado como um esporte que requer do seu atleta um
aspecto elevado nos sistemas energético aeróbio e anáerobio devido a
característica intermitente que ele possui, onde os jogadores realizam movimentos
de alta velocidade, tendo períodos curtos de recuperação (MEDINA, SALINA,
VIRÓN e MARQUETA, 2002). Assim, a performance motora do atleta no futsal
depende tanto de aspectos fisiológicos quanto técnicos, sendo o chute um dos
princípais fundamentos (MORREIRA, GODOY, BRAZ, MACHADO E SANTOS,
2004).
O chute é considerado como a forma de bater na bola, onde o pé, segmento
mais distal do corpo, transfere energia para a mesma (GALLAHUE E OZMUN,
2001). A partir de uma perspectiva biomecânica, o chute, é dividido em seis etapas:
ângulo de abordagem, as forças da planta do pé, carga de balanço do
membro, flexão do quadril e extensão do joelho, contato do pé com a bola, e a
continuação do movimento da perna, (BARFIELD, 1995).
Vários fatores influenciam os componentes do chute, entre eles a força
máxima e potência dos músculos ativados (LEES, 1988). Segundo Dal Puppo et al.
(2010), a potência muscular é uma variável importante para a performance física do
atleta de futsal, estando presente em ações como as acelerações, disputas pela
bola, mudanças de sentido, etc, e é influênciada, principalmente, pela força máxima
e potência (BANGSBO, 1994) que, em condições de fadiga, tendem a diminuir.
A fadiga muscular, portanto, pode ser um dos principais fatores que
interferem no desempenho motor do chute, uma vez que ela é compreendida como
a incapacidade de manter uma determinada intensidade de exercício em um tempo,
ou a diminuição de força e potência (ENOKA; STUART, 1992).
A literatura tem dado destaque a essa relação fadiga versus desmpenho
motor. O estudo conduzido por Lees e Davis (1988) buscaram examinar os efeitos
da fadiga no desempenho do chute com o dorso do pé de jogadores de futebol,
utilizando um protocolo de fadiga que constava de 6 minutos de step. Os resultados
apontaram para uma diminuição na velocidade máxima da bola e do pé após o
protocolo de fadiga, porém o tipo de protocolo utilizado não retrata os aspectos
2
intermitentes do jogo, que são frequentemente, aplicados no futebol e também no
futsal.
O estudo de Kellis et al. (2006) realizou um protocolo que simulava as
ações intermitentes do futebol de campo, no qual os participantes realizaram um
protocolo de 90 minutos de exercício intermitente, dividido em dois períodos de 45
minutos, separados por um 15 minutos de intervalo. Os jogadores teriam que
completar uma distância total de 9.600 metros separados por 4 sessões de 12,
onde a cada 200 metros era composto por 60 metros de caminhada, 15 metros de
sprint (5 metros de aceleração e 5 metros de desaceleração), 60 metros de trote e
60 metros de corrida. Segundo o autor, este tipo de protocolo representa uma
maneira mais fidedigna de um jogo de futebol. Os resultados indicaram que, em
condições de fadiga, houve uma diminuição da velocidade da bola e da razão da
velocidade bola/pé, mostrando que essas variáveis biomecânicas sofreram
modificações negativas em consequência da diminuição da produção de força e da
potência no momento do momento do chute.
A fadiga pode diminuir a produção de força, quando a tarefa exige esforços
submáximos ou máximos (ENOKA 2002), influenciando negativamente a técnica do
chute no futsal, levando a uma diminuição da precisão, força e a potência, podendo
gerar uma modificação do movimento para que o jogador consiga alcançar seu
objetivo, que é produzir um chute forte.
Uma das técnicas utilizadas para investigar quantitativamente essa diminuição
de força/potência, são as análises biomecânicas, onde as variáveis cinemáticas são
responsáveis por fornecer informações referentes aos aspectos do movimento.
Os aspectos do movimento podem ser obtidos a partir da mensuração do
deslocamento de segmentos, representados pelos pontos selecionados no corpo
humano, e do tempo, por meio da frequência de aquisição, pode-se derivar
grandezas cinemáticas como velocidade e aceleração linear ou angular e pode-se
montar uma análise biomecânica quantitativa dos movimentos humanos (AMADIO,
1996).
Nessa perspectiva, o objetivo desse trabalho foi verificar o efeito da fadiga, na
cinemática do chute, de jogadores de futsal. Os resultados dessa pesquisa podem
auxiliar a literatura a esclarecer qual a magnitude da fadiga no desempenho motor
do chute e quais são as modificações pontuais que ocorrem nas velocidades
angulares das articulações para que, mesmo com a restrição da tarefa imposta pela
3
fadiga, o jogador consiga manter seu objetivo.
1.2 Justificativa
Os exercícios intermitentes demandam um grande aporte energético, que
pode se tornar um limitador para o desempenho esportivo. Dessa maneira, o
controle da fadiga torna-se importante para que se possam propor cargas de
treinamento (intensidade, volume e densidade) ao longo de uma temporada de
treinamentos e competições.
A fadiga pode diminuir o desempenho motor de jogadores de futsal e,
consequentemente, a habilidade de maior importância para o jogo, que é o chute.
Sabe-se que a fadiga causa diminuição da força e potência muscular, mas as
mudanças nos aspectos do movimento do chute, assim como as variavéis de
desempenho seguido por um protocolo de exercício intermitente não são claras.
Entender quais são as modificações no movimento no chute de futsal que a fadiga
pode ocassionar, auxilia os treinadores a aprimorar essa habilidade, com alunos
iniciantes ou com atletas habilidosos.
1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivos Gerais
Verificar o efeito da fadiga, nas variáveis cinemáticas do chute, de jogadores
de futsal sub-15. .
1.3.2 Objetivos Específicos
- Comparar a amplitude angular do tronco, quadril, joelho e tornozelo, no
chute de jogadores de futsal, pré e pós protocolo de fadiga; - Comparar a velocidade máxima das articulações do tronco, quadril, joelho
e do tornozelo no chute pré e pós protocolo de fadiga.
4
- Comparar a velocidade da bola, pré e pós protocolo de fadiga.
1.4. Hipóteses de Pesquisa
H1 - A velocidade máxima das articulações diminuirá, em condições de fadiga.
H2 - A variavél de resultado diminuirá em condições de fadiga.
H3 - As amplitudes articulares diminuirão em condições de fadiga.
5
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 O Chute
O chute é a habilidade mais estudada no futebol (LEES e NOLAN, 1998), e
também ganha grande destaque no futsal, devido a sua importância para o
desempenho do jogo. Segundo Barfield (1995), o chute é uma modificação da
locomoção bipedal transformando-se em uma ação motora.
O padrão maduro do chute ocorre com o desenvolvimento e
aperfeiçoamento motor, tendo como características: o membro responsável pelo
impacto com a bola é levado para trás com o joelho flexionado, posterior a este
instante, inicia-se a rotação da pelve, e o joelho ainda esta sendo flexionado. Após
esta sequência de fatos, ocorre a desaceleração do quadril e o joelho é estendido
vigorosamente até o contato com a bola (WICKSTROM, 1983).
Existem várias regiões do pé que podem entrar em contato com a bola, sendo
o chute com o dorso do pé um dos fundamentos mais utilizados, por produzir maior
potência e precisão (TEIXEIRA et al., 2004). Em um estudo de, Asai, Ikegami e
Sakurai (2002), os autores buscaram identificar os aspectos cinemáticos do chute
com dorso do pé e a parte medial, com o objetivo de compreender os mecanismos
subjacentes aos dois chutes. Os resultados encontrados mostraram diferenças
significativas entre ambos os chutes, sendo a velocidade da bola do chute com a
porção medial do pé, significativamente mais lento do que com o dorso do pé.
A literatura apresenta uma velocidade média da bola de jogadores adultos,
na margem de 20-30 m.s·¹(ISOKAMA; LEES, 1998; RODANO; TAVANA, 1993),
sendo a velocidade da bola menor, quando o chute foi realizado com a porção
medial do pé (22,5 ±1,8 m.s·¹) do que o chute com o dorso do pé (28,6 ± 2,2 m.s·¹),
e a velocidade do pé imediatamente antes do impacto com a bola foi menor no
chute com a parte medial do pé (18,3 ± 1.8 m.s-1) se comparado com o chute com
o dorso do pé (21,6 ± 2.0 m,s·¹) Levanon e Dapena (1998).
O chute com o dorso do pé vai depender da alavanca, que envolve toda a
perna, do peso do corpo, que fica sobre o pé de apoio, da perna que vai golpear a
bola, que deve vir de trás, o corpo que deve estar um pouco inclinado para trás, na
hora do golpe para dar continuidade ao movimento da perna.
6
Esse tipo de chute envolve uma interação do contato do pé de apoio com o
solo, a transferência dos segmentos proximais para distais do membro de chute e o
ângulo de abordagem da bola. O ângulo de abordagem é o movimento de flexão de
quadril e extensão de joelho. Na contração dos flexores de quadril, o pé juntamente
com a perna é responsável por realizar movimento de rotação. Juntamente com a
diminuição da velocidade do fêmur, a perna e o pé são acelerados antes do contato
com a bola (BARFIEL, 2002).
Em um estudo feito por Isokawa e Lees (1987), eles investigaram a relação
entre a velocidade do pé, joelho e quadril, tornozelo e a velocidade da bola em
diferentes ângulos de aproximação. Os seis participantes chutaram uma bola, três
vezes em cada ângulo de aproximação (0º, 15º, 30º, 45º, 60º, 90º), empregando
força máxima, com o dorso do pé e uma passada de aproximação. O zero grau foi
definido em direção a bola. Os chutes foram filmados pelo lado direito do ângulo de
aproximação e as velocidades das variáveis foram determinadas pela análise da
filmagem. Os autores concluíram que os ângulos de aproximação entre 30º - 60º
graus são os que produzem maiores velocidades da bola.
Essa maior velocidade da bola, também foi encontrada no estudo de
Opavsky (1988), em que o autor buscou comparar as características cinemáticas do
chute realizado com o dorso do pé e com a bola parada, nas condições em que os
participantes deveriam realizar o chute de maneira parado (sem corrida de
aproximação) e correndo (com uma corrida de aproximação contendo entre seis a
oito passadas antes do chute). Os resultados demonstraram que os chutes
realizados com o participante correndo produziram maiores velocidade angular e
linear e que a bola teve uma velocidade ¹com o participante
parado enquanto que, com o participante correndo, esta velocidade foi de 30 m.s·¹.
A velocidade da bola também sofre influência da transferência de energia
dos segmentos proximais para os distais. Em um estudo realizado por Putnam
(1991) foi verificado o grau de interação entre os segmentos no movimento de
chutar, andar e correr sobre a sequência proximo-distal dos segmentos durante
estes movimentos. O autor concluiu que no padrão da sequência proximal-distal do
chute se inicia com o movimento da coxa tendo sua velocidade angular diminuída e
aumento da velocidade angular da perna, para produzir uma maior transferência,
onde o contato bola/pé cria um poderoso chute para manter o complexo pé/tornozelo
e justamente flexão plantar assim forças para impulsionar a bola pode ser
7
maximizada (CHYZOWYCH, 1979; HAY, 1996; TSAOUSIDIS AND ZATSIORSKY,
1996).
Um importante componente do chute que deve ser considerado é o membro
de apoio, que é responsável por fornecer equilíbrio e ajudar na trajetória da bola
(SAGGINI et al., 1993; BARFIELD, 1998; LARA JÚNIOR, 2003; MOURA, 2003).
Segundo Barfield (2003), a posição do pé de suporte é um dos responsáveis
fundamentais para o resultado final do chute. Além disso, Saggini et al. (1993)
propõe que o membro de apoio apresenta variações no contato com o solo
interferindo no resultado do chute.
Em um estudo feito por Anjos e Adrian (1986) os autores mediram as forças
de reação do solo produzida pelo membro de suporte de jogadores habilidosos e
não habilidosos durante chutes com o dorso do pé e comparou com a velocidade da
bola. Foi calculada a velocidade média da bola e a força de reação do solo. Os
resultados apontaram que o chute forte, está diretamente relacionado com a
velocidade de aproximação do jogador, dependendo de um impulso ótimo para a
bola. Outro aspecto do chute que deve ser levado em consideração é o membro
de chute, pois este é responsável por imprimir maior velocidade à bola. Com o
objetivo de comparar o chute com o dorso do pé com os membros dominantes e não
dominantes Barfield et al. (2002) investigaram as diferenças cinemáticas entre
mulheres e homens. Participaram do estudo seis mulheres destras e dois homens,
sendo um sinistro, ao qual realizaram cinco chutes com o dorso do pé de ambos os
membros, empregando força máxima entre duas plataformas de força e ângulo de
aprozimação entre 45º - 60º, ao qual é recomendado para produzir maior força
durante o chute e consequentemente maior velocidade da bola. Foram utilizadas
duas câmeras com 120 frames por segundo, calibradas através de 24 pontos com
medidas conhecidas e sincronizadas através de uma luz externa. Os dados foram
digitalizados. Os resultados apresentaram velocidades diferentes entre os membros
dominante (25,3 + 1,51 m.s·¹ pqara os homens e 21,5 + 2,44 m.s·¹ para as
mulheres) e não dominante (23,6 + 1,5 m.s·¹ para os homens e 18,9 + 2,05 m.s·¹
para as mulheres) e concluíram que a posição do pé para o contato com a bola pode
ser importante para o desempenho, sendo que o membro dominante apresentou
melhor desempenho para as variáveis cinemáticas.
8
Em um estudo realizado por Barbieri et.al (2002), os autores buscaram
investigar a variabilidade das articulações do quadril, joelho, tornozelo, velocidade
da bola, velocidade linear dessas articulações e do pé durante o chute de jogadores
de futsal com o membro dominante e não dominante. Os resultados apontaram um
melhor desempenho, maiores velocidade da bola e menor variabilidade para o
membro dominante e maior velocidade linear para o lado não dominante,
concluindo, portanto, que se encontrou uma assimetria entre os membros que
favorece a execução do chute com o membro dominante.
2.2 Fadiga e Chute.
Diversas são as definições para conceituar o termo fadiga, porém sua
complexidade é devido aos fatores multifatoriais que abarcam esse assunto. Sendo
assim, a fadiga representa diversos componentes, de ordem neural, muscular,
hormonal e metabólica em interações dinâmicas (SILVA, 2006b; COSTA, et. al.
2005). Entende-se como fadiga a incapacidade da manutenção de potência/força
durante contrações musculares repetidas (POWERS e HOWLEY, 2000).
Alguns autores com o intuito de nortear o conceito de fadiga, adotam os termos
relacionados com aspectos de ordem central ou periférica. (LEHMANN, et al. 2000;
WILMORE e COSTILL, 1999; POWERS e HOWLEY, 1997). A fadiga periférica é
causada por falhas musculares intrínsecas, devido acumulação de metabolitos,
esgotamento de substratos energéticos, ou por insuficiente aporte de oxigênio,
alterando a excitação-contração, fazendo com que diminua a força e potência
muscular independentes dos estímulos nervosos (SILVA, 2006). Já a fadiga
central refere-se como sendo uma falha na condução de impulsos nervosos,
promovendo uma redução do número estímulos que diminui o recrutamento de
unidades motoras ativas e da frequência de disparos dos motoneurónios (DAVIS e
FITTS, 2001).
No futsal, esses estímulos acontecem em intensidades que se alteram de
alta a baixa, ao longo dos 40 minutos de jogo, com muitos movimentos de
acelerações e desacelerações que provoca dois tipos de fadiga: uma momentânea
durante o jogo (após períodos de atividade muito intensa, como os sprints) e uma no
final da partida.
9
A fadiga no final da partida atenua significativamente o desempenho dos
jogadores, sendo responsável por diminuir a distância percorrida na segunda parte
do jogo, quando comparado com a distância percorrida na primeira parte (REILLY e
TOMAS, 1997; BANGSBO, 1991). Esta redução pode indicar o desenvolvimento de
fadiga no segundo tempo, embora a distância total percorrida não pareça ser um
bom indicador do desempenho físico em uma partida (BANGSBO, 1994). Em um
estudo feito por Rebelo et al. (1998), os autores identificaram que mesmo antes do
termino do jogo, os jogadores já encontravam dificuldades para realizar sprints
repetidos, sugerindo que a fadiga tenha sido instalada, devido a diminuição no
número desses sprints, antes do termino da partida.
Alguns estudos buscam identificar os efeitos agudo de exercícios
intermitentes prolongados, nos sprints, inversão de direção e desaceleração sobre
as variáveis de condicionamento físico (BANGSBO et.al., 1993;. GLEESON et.al.,
1998; MCGREGOR et.al., 1999; DRUST et.al., 2000). Esses efeitos são
demonstrados com a utilização de protocolos semelhantes às modalidades
praticadas, no intuito de obter resultados mais próximos da realidade das exigências
físicas requeridas durante uma partida. Um protocolo que está sendo bem aceito por
possuir uma alta reprodutibilidade e sensibilidade na aplicação de jogadores de
futebol de elite (KRUSTRUP, P, et.al., 2003) e que permite a análise detalhada da
capacidade física de atletas em esportes intermitentes, é Yo-Yo Intermittent Recovery Test (BANGSBO, 1996) que é considerado uma medida válida de
desempenho máximo, progressivo e intervalado no futsal.
O teste é dividido em 2 níveis de aplicação: Yoyo Recovery Intermittent test nível 1(IR1): é responsável por avalia a capacidade de um jogador efetuar repetidas
vezes, esforço de alta intensidade, em um percursos (ida e volta) num espaço
previamente demarcado de 20m. A cada percurso de ida e volta existe um período
de recuperação de 10 segundos (fixos até o final da prova). A velocidade inicial de
deslocamento é de 10 Km/h e vai aumentando gradativamente. É usado geralmente
para jogadores de divisões inferiores. Já o Yoyo Recovery Intermittent test nível 2(IR2) provém do mesmo procedimento que o nível 1, porém o intervalo de
recuperação entre os percursos de ida e volta é 5 segundos, e a velocidade inicial
de deslocamento é de 13 Km/h e vai aumentando gradativamente.
Ambos os testes, tanto o nível 1 como o 2 avaliam a capacidade de um
indivíduo executar repetidamente o exercício intenso. O IR1 se concentra na
10
capacidade de realizar exercício intermitente levando a uma máxima ativação do
sistema aeróbio, enquanto IR2 determina a capacidade de um indivíduo para
recuperar do exercício repetido com uma elevada contribuição do sistema anaeróbio.
Esses testes têm sido utilizados para avaliar atletas de elite em vários
esportes que possuem características intermitentes, entre eles está o futebol e o
futsal. O nível de competição é um fator considerado para um bom desempenho no
teste, além do tipo de treino desenvolvido com os atletas. Em suma os testes de Yo-
Yo fornecem uma maneira simples e válida para obter informações importantes da
capacidade de um indivíduo para executar exercícios intensos e repetidos e para
examinar as mudanças no desempenho (BANGSON et al., 2008).
Em um estudo realizado por Heineck et.al (2011), os autores buscaram
comparar dois testes de campo para a verificação, do condicionamento físico de
atletas de futsal. O Yo-Yo IR1 foi comparado com o Multistage Fitness Test (MSFT).
Os resultados apontam que o teste intermitente máximo, nível 1 foi mais apropriado
para a avaliação do condicionamento físico de atletas de futsal devido as suas
características intermitentes, apresentando melhor desempenho físico e uma
recuperação física pós exercício máximo mais rápida. Verificou-se também através
da mensuração da frequência cardíaca, que os atletas apresentavam níveis
consideráveis de fadiga ao final do teste.
Diversos indicadores fisiológicos podem ser utilizados para quantificar a
intensidade do esforço, entre eles estão a frequência cardíaca (FC) e a percepção
subjetiva do esforço, que apresentam um baixo custo operacional e fácil
aplicabilidade. A frequência cardíaca (FC) pode ser considerada como um stress
fisiológico global, e tem sido utilizada para identificar a intensidade de diversas
modalidades desportivas durante a prática competitiva, sendo amplamente utilizada
para determinação de um esforço máximo. Já a percepção sujbetiva do esforço
(PSE) pode ser entendida como a integração dos sinais periféricos e centrais que
produzem a percepção geral ou local do empenho para a realização de uma
determinada tarefa, onde os estímulos sensorias seriam gerados a partir de um
feedback (BORG, 1982). Para a determinação da PSE pode se utilizar uma escala
adaptada, onde o avaliador deve instruir o avaliado a escolher um descritor e depois
um número de 0 (repouso absoluto) a 10 (esforço físico máximo), que também pode
ser fornecido em decimais (FOSTER, 2001). Esses dois indicadores fisiológicos
citados acima (FC e PSE), são empregados durante a aplicação de alguns
11
protocolos que requerem o esforço máximo, porque eles conseguem mensurar se o
índividuo se encontrava em estado de fadiga.
Vários estudos buscam verificar os efeitos dos protocolos de fadiga no
componente do desempenho físico como força e potência muscular (BYRNE et al,
2004). Alguns resultados sugerem que determinados protocolos de exercícios
intermitentes proporcionam um maior atraso eletromecânico e fraqueza articular do
joelho após a instalação da fadiga (GLEESON et al., 1998), um declínio significativo
na força isocinética máxima dos extensores e flexores do joelho (GLEESON et al .,
1998; RAHNAMA et al, 2003), afetando assim o chute.
A maioria dos estudos investiga a biomecânica do chute em condições não
fadigantes (LEES e NOLAN, 1998). Em um estudo feito por Lees e Davies (1988), os
autores examinaram os efeitos da fadiga na performance do chute de futebol, em
que os resultados apontaram para uma diminuição na velocidade máxima do
pé/bola, sendo sugerido pelos autores uma falta de coordenação entre a coxa e a
perna.
No estudo realizado por Kellis et.al (2006), os autores examinaram os
efeitos da fadiga nos índices biomecânicos no desempenho do chute de futebol. O
protocolo utilizado consistia de 90 minutos de exercícios intermitentes, divididos em
dois períodos de 45 minutos. Os resultados apontaram para um prejuízo do
desempenho do chute de futebol, que pode ser atribuído às funções do sistema
neuromuscular, alterando assim a capacidade de gerar força, como demonstrado no
estudo através da diminuição significante da velocidade da bola, que pode ter assim
alterado a mecânica do desempenho do chute de futebol.
Os efeitos da fadiga foram avaliados também na cinética e na cinemática no
chute (APRIANTONO et al. 2006), constando de um protocolo de fadiga que utilizou
exercícios de extensão e flexão de joelhos até a exaustão. Os resultados apontaram
para uma diminuição da velocidade da bola na análise cinemática do chute após a
indução da fadiga. Diferenças significativas também foram observadas na velocidade
linear do pé imediatamente antes ao impacto com a bola e no pico da velocidade
angular (balanço) da perna, porém a fadiga não só diminuiu a habilidade dos
músculos em gerar força durante o chute, como também a coordenação inter-
segmentar.
Em outros estudos que aplicaram protocolos de fadiga, eles relataram uma
reorganização do padrão de movimento segmentar durante os movimentos multi-
12
segmentar (FORESTIER e NOUGIER, 1998; MADIGAN e PIDCOE, 2003) e
alterações na biomecânica do desempenho esportivo (LEES e DAVIES, 1988;
WILLIAMS et al., 1991; BRUGGEMANN, 1996; MIZRAHI et al, 2000). Devido a isso,
é de grande importância para literatura verificar o efeito das variáveis cinemáticas
antes e após um protocolo de fadiga que tenha um caráter intermitente, para poder
entender como ocorre essa queda de desempenho na mecânica do movimento, que
no presente estudo irá averiguar o chute, como os estudos vêm apontando.
13
3 MÉTODOS 3.1 Caracterização do Estudo
Esta pesquisa é caracterizada como sendo do tipo quantitativo descritivo.
3.2 Participantes
Participaram do estudo 6 jogadores de futsal do sexo masculino, 4 destros e 2
sinistros, com idade média de 14,67±0,52, massa corporal 66,38±8,88, estatura
1,70±0,08. Todos os jogadores possuiam a mesma periodização de treinamento,
com frequência semanal de 2 vezes por semana, com o período de experiência de
2 anos. A última competição ao qual participaram foi a Liga Metropolitana na cidade
de Londrina. Como critério de exclusão os participantes não poderiam ter
apresentado lesões músculo esqueléticas até três meses antes ao período que
antecedeu o teste; não apresentar qualquer quadro ou condição especial de saúde
que atrapalhasse seu desempenho no teste (tais como gripes, resfriados, febre e/ou
mal-estar de qualquer natureza) e apresentar o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, assinado pelos respectivos responsáveis (Anexo I).
3.3 Procedimentos Experimentais A amostra foi selecionadaa partir do contato do pesquisador com o técnico da
equipe de futsal sub-15 que, após esclarecimentos, solicitou a autorização para a
liberação dos jogadores, para a participação no projeto. O contato com os atletas
constou de explicações referentes aos procedimentos, intenção, objetivos e os
riscos que a participação implicaria. Os jogadores que aceitaram participar do
estudo levaram para seus respectivos responsáveis o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, para ser devidamente assinado e entregue no dia da coleta.
Para maiores esclarecimentos, o pesquisador disponibilizou aos responsáveis, o
número pessoal do seu telefone. O agendamento para a coleta dos dados foi feito
de acordo com a disponibilidade do jogador. A coleta aconteceu na quadra
Poliesportiva João Santana da Universidade Estadual de Londrina (UEL), devido à
praticidade da instalação dos materiais.
14
Inicialmente, com o intuito de caracterizar a amostra foram realizadas
mensurações de estatura, com uma fita métrica, e para a mensuração da massa
corporal, foi utilizada uma balança, no próprio local da coleta. Logo após, os
procedimentos experimentais foram descritos e demonstrados, para minimizar as
dúvidas. Antes de realizar a coleta, cada participante realizou um aquecimento que
constou de 5 minutos de caminhada livre e corrida leve, para a elevação da
temperatura corporal.
A tarefa consistia em chutar uma bola estática (Figura 1), empregando a parte
frontal do pé, o mais forte possível, com o membro preferido. Os jogadores estavam
calçados com o tênis que utilizam nos treinos, e foi utilizado um short confeccionado
pelo pesquisador, aberto do lado da perna de chute do jogador, para que não
atrapalhasse a visualização dos marcadores refletivos.
Figura1: Representação esquemática da tarefa experimental.
Os participantes foram preparados para o teste, sendo colocados os
marcadores refletivos nos pontos anatômicos. O delineamento constou de uma
única sessão, sendo realizado um pré-teste (com 5 tentativas da tarefa), seguido
pelo protocolo de exercício intermitente (Yo-Yo intermittent recovery test, nível 1) e
um pós-teste (5 tentativas).
A análise cinemática foi conduzida a partir da filmagem dos chutes por meio de
duas filmadoras (Exilim FH-20, Casio) posicionadas conforme a figura 1. O foco de
15
filmagem estava centralizado na articulação do joelho. As imagens foram
capturadas com uma frequência de amostragem de 210 Hz (shutter-speed 1/1000).
Para uma melhor visualização do movimento, uma cortina de cor preta foi colocada
no plano de fundo do chute. Esta estratégia permitiu um maior contraste dos
marcadores, facilitando sua identificação durante o processo de digitalização.
O volume de realização da tarefa foi calibrada antes do início das sessões de
coleta de dados através de um objeto em formato de cubo 4,00 m de comprimento x
2,00 de altura x 2,00 de profundidade, possuindo 8 pontos em relação ao sistemas
de eixos cartesianos. As imagens foram transferidas para um computador, sendo
que a digitalização manual dos vídeos foi feita por um unico avaliador pelo
programa SkillSpectorversion 1.5.0. Após a digitalização foram retiradas as
coordenadas cartesianas x, y e z para analisar as variáveis de estudo. Inicialmente
foram calculados os ângulos e deslocamentos das articulações, e logo após foi feita
a filtragem dos dados com o filtro Butterworth de quarta ordem passa baixa, com
frequência de 12,5 Hz. Os calculos das amplitudes e velocidades angulares das
articulações foram feitas no programa Matlab. Os marcadores de 25 mm de diâmetro foram fixados nos seguintes pontos
anatômicos (Figura 2): acrômio (1), crista ilíaca (2), trocânter maior do fêmur (3),
epicôndilo lateral do fêmur (4), maléolo lateral da fíbula (5), quinto metatarso-
falangeano (6). Este conjunto de pontos anatômicos foi utilizado para definir os
segmentos do tronco (1-2), quadril (2-3), coxa (3-4), perna (4-5) e pé (5-6). A junção
formada por dois segmentos adjacentes forneceu os ângulos relativos: da
articulação do tornozelo (pé+perna), joelho (perna+coxa). O inicio do movimento foi
considerado, quando o jogador tocou completamente o pé de apoio ao solo, e o
final do movimento, após ele fazer extensão total do joelho.
16
Figura 2: Modelo Biomecânico.
Para os indicadores de fadiga foram utilizados um frequencímetro da marca
POLAR, que foi colocado antes do início dos chutes, para a mensuração da
frequência cardíaca máxima e a escala de Borg reduzida (Anexo I), que foi utilizada
antes e logo após o protocolo de fadiga. Além disso, foi utilizada a distância total
percorrida pelos jogadores, através do protocolo de fadiga.
3.4 Protocolo de Fadiga Para a realização do protocolo de fadiga foi utilizado o Yo-Yo Intermittent recoveryextremidade a outra em um determinado tempo e com uma pausa de 10 segundos,
sempre quando retornar ao ponto de partida, em um espaço demarcado por
marcação de 20 m. A velocidade foi determinada por sinais sonoros. O teste inicia
com uma velocidade de 11Km/h, aumentando para 15Km/h nos 80 m percorridos e,
depois, ocorre um aumento da velocidade a cada minuto que passa para 0,5 Km/h.
O teste foi interrompido com a desistência ou a incapacidade do participante seguir
o ritmo, ou seja, quando ele não conseguisse chegar ao cone no momento indicado
pelo bip, mais que duas tentativas.
17
Figura 3: Modelo esquemático do protocolo de fadiga (Yo-Yo Intermittent Recovery Test Nível 1)
3.5 Variáveis Cinemáticas
As variáveis cinemáticas espaciais analisadas foram: Velocidade Máxima
do Quadril (VMQ); Velocidade Máxima do Tronco (VMTR); Velocidade Máxima do
Joelho (VMJ); Velocidade Máxima do Tornozelo (VMT); Amplitude Angular do
Quadril (AAQ); Amplitude Angular do Tronco (AATR); Amplitude Angular do Joelho
(AAJ); Amplitude Angular do Tornozelo (AAT); Velocidade da Bola (VB).
3.6 Análise dos Dados.
Para a caracterização da amostra, os resultados do Yo Yo recovery test, frequência cardíaca máxima e percepção subjetiva do esforço, foram utilizados
estatística descritiva, com média e desvio padrão. Inicialmente as variáveis foram
submetidas a um teste de normalidade de kolgomorov Sminorff. A normalidade dos
dados foi verificada para as variáveis da velocidade angular do tronco, quadril e
estatística não paramétrica foi utilizada para a variável velocidade angular do joelho,
amplitude angular do quadril, tronco e joelho, sendo utilizado o teste de Wilcoxon
para comparar as condições pré e pós protocolo de fadiga. As variáveis
independentes foram compostas pela fadiga e as variáveis dependentes são as
variáveis cinemáticas. O nível de significância adotado foi P 0,05.
18
4 RESULTADOS
Os resultados serão dispostos na apresentação, inicialmente, dos dados
referentes às variáveis fisiológicas que foram mensuradas durante o protocolo de
fadiga (Yo Yo Recovery Test, nível 1). Em seguida será apresentada a variável de
resultado referente à velocidade da bola e, por fim, as variáveis cinemáticas
analisadas pré e pós o protocolo de fadiga.
4.1 Variáveis Fisiológicas.
A tabela 1 apresenta os valores de Frequência Cardíaca Máxima (FCM),
Distância Total (DT) e da Escala de Borg reduzida, no Yo Yo Recovery Test Nível
1(YY1).
Tabela 1: Parâmetros fisiológicos do YY1, expresso em Média e Desvio Padrão.
Yo Yo nível 1
FCM(bpm) DT( metros) Escala de Borg (0-10)
189 (18,87)
480 (0,98)
6,8 (1,7)
Legenda: YY1=Yo Yo Recovery Intermittent test, nível 1.
Os valores apresentados na tabela acima demonstraram que os jogadores
apresentavaram um nível de esforço em alta intensidade (ACSM), visto que a
frequência cardíaca máxima encontrava-se na média de 189 bpm, pós protocolo de
fadiga, o que representa uma frequência cardíaca elevada. Os valores da distância
total se comparados a outros estudos, apresentam-se baixos, em que a distância
total percorrida para jogadores experientes possuem média de 1.200 metros. A
percepção subjetiva do esforço apresentou características da transição de uma
percepção Difícil-Muito Difícil, na escala representada de 0-10, em que 0
representa repouso, e 10 a máxima, considerando que os dados situaram-se de
maneira intermediaria.
19
4.2 Variável de Resultado.
A variável de resultado análisada foi à velocidade da bola. Os chutes
realizados pós protocolo de fadiga demonstraram uma menor velocidade da bola
(p=0,028), comparados aos dados pré protocolo. A figura 4 permite observar os
resultados da velocidade da bola (m/s).
Figura 4: Velocidade da Bola (m/s), referentes aos chutes pré e pós do protocolo
defadiga. (*)=P<0,05.
4.3 Variáveis cinemáticas.
A tabela 2 apresenta as variáveis cinemáticas relacionadas com as
velocidades angulares do tornozelo, joelho, quadril e tronco. Não foram verificadas
diferenças estatísticas significantes entre as velocidades angulares das articulações
do tornozelo (t= -1,782; p=0,075), quadril (t= 0,66; gl=5; p= 0,53), tronco (t= -0,23;
gl=5; p= 0,83) e joelho (Z= -0,524; P= 0,60), entre os chutes do pré e do pós
protocolo de fadiga, mas observa-se que houve uma tendência para a diminuição da
velocidade angular do quadril, e as outras velocidades angulares tenderam a
aumentar a angulação.
20
Tabela 2: Variáveis cinemáticas espaciais expressas em Média e Desvio Padrão no
chute realizado pré e pós protocolo de fadiga.
VMT VMJ VMQ VMTR
PRÉ 841,07
(572,73) 1031,95 (627,27)
152,10 (204,72)
108,56 (71,51)
PÓS
989,26 (366,44)
1307,06 (388,20)
87,08 (92,29)
117,74 (51,28)
Legenda: VMT=velocidade máxima do tornozelo; VMJ=velocidade máxima do Joelho; VMQ=velocidade máxima do quadril; VMTR= velocidade máxima do tronco. As velocidades foram expressas em graus.seg·¹.P<0,05
O teste de Wilcoxon para amostras pareadas, não demonstrou diferenças
significativas entre o pré e o pós protocolo de fadiga, na amplitude angular do joelho
(Z= -1,782; p= 0,075), quadril (Z= -0,524; P= 0,60), tronco (Z= -0,524; p= 0,60) e o test
T não demonstrou diferenças significativas no tornozelo (t= 2,32; gl=5; p= 0,60). A
tabela 3 mostra os valores da amplitude angular das articulações em graus, antes e
após o protocolo de fadiga.
Tabela 3: Amplitude Angular do Tornozelo, Joelho, Quadril e Tronco em graus (º) do
chute realizado pré e pós protocolo de fadiga.
AAT AAJ AAQ AATR
PRÉ 135,93 (33,82) 161,54 (5,89) 24,68 (9,41) 23,71 (23,38)
PÓS
108,59 (23,11)
152,52 (11,50)
29,70 (26,49)
13,02 (4,38)
Legenda: AAT= amplitude articular do tornozelo; AAJ= amplitude articular do joelho; AAQ= amplitude articular do quadril; AATR= amplitude articular do tronco. P<0,05
Os resultados indicaram diferenças apenas na variável de resultado,
caracterizada pela velocidade da bola, não apresentando diferenças estatísticas nas
variáveis cinemáticas analisadas, referentes à velocidade angular e a amplitude
angular das articulações do joelho, tornozelo, quadril e tronco.
21
5 DISCUSSÃO
O objetivo do estudo foi verificar o efeito da fadiga, nas variáveis cinemáticas
do chute de jogadores de futsal sub-15.
Os principais resultados são referentes à diminuição da velocidade da bola,
que demonstraram uma diminuição no resultado da tarefa, quando os participantes
encontravam-se fadigados. Os resultados referentes às velocidades máximas das
articulações e da amplitude angular estudadas não demonstraram diferenças pré e
pós protocolo de fadiga, o que sugere que mecanismos compensatórios tenham sido
ativados para que, mesmo com a restrição da tarefa, essas velocidades e amplitudes
não se alteraram.
A restrição da tarefa imposta pela fadiga faz com que o sistema motor busque
alternativas compensatórias, como o recrutamento de outras musculaturas, para que
o movimento consiga manter sua performance. Diversos são os estudos que
investigaram a fadiga no chute, com o intuito de compreender quais são as
modificações que ela provoca no movimento (KELLIS, et.al., 2006; LEES e DAVIES,
1988; WILLIAMS et.al., 1991; BRUGGEMANN, 1996; MIZRAHI et al, 2000).
Os resultados da variável de resultado indicaram que a fadiga diminui a
velocidade da bola, ao apresentar diferenças estatísticas (P<0,05) entre os chutes
realizados pré e pós protocolo de fadiga. Deste modo pode-se aceitar a hipótese 2,
em que a variavél de resultado da tarefa obteve modificações negativas após o
protocolo de fadiga. Esses dados vão ao encontro de outros estudos (KELLIS, et.al,
2006; LEES e NOLAN, 1998; LEES e DAVIES 1988), que também encontraram
diminuição da velocidade da bola após a realização de protocolos intermitentes de
fadiga. Este achado pode supor que houve uma diminuição da transferência de
energia causada pela fadiga, visto que uma das variáveis que influência a
velocidade da bola é, justamente, essa transferência que acontece devido à ativação
da força muscular, e uma das ações da fadiga é diminuir, justamente, essa força,
porém a ativação muscular não foi verificada no presente estudo.
Os resultados do presente estudo apontaram que o protocolo de fadiga foi
eficaz para provocar um estresse fisiológico, cujo parâmetro foi indicado pela
frequência cardíaca máxima, que apresentou valores médios de 189±18,
corespondendo a 85% da Frequência cardíaca máxima média dos jogadores, o que
segundo a American College Sports Medicine (2003) classifica-se como sendo um
22
exercício de alta intensidade. A percepção subjetiva do esforço demonstrou que os
indivíduos estavam em um nível de cansaço considerada na transição entre difícil e
muito difícil, o que representa que o estresse fisiológico encontrava-se em uma
intensidade moderada.
As variáveis cinemáticas referentes à velocidade angular do tornozelo, joelho,
quadril e tronco, não demonstraram diferenças estatísticas significantes (P>0,05),
rejeitando-se a hipótese 1, em que a velocidade angular das articulações diminuiria,
em condições de fadiga. O protocolo de fadiga no presente estudo não foi capaz de
alterar as velocidades máximas dos segmentos. Pode-se supor que a fadiga não
modificou essas velocidades para as variáveis análisadas porque o sistema motor
sofreu adaptações para manter essas velocidades. Geralmente, em situações de
fadiga, o movimento tende a ser prejudicado, porque a ativação do sistema muscular
diminui, porém, fontes compensatórias são ativadas para que ocorra uma nova
reorganização da habilidade (FORESTIER e NOUGIER, 1998; MADIGAN e
PIDCOE, 2003). O atual estudo não obteve o controle da ativação muscular, o que
seria uma variável importante para esse tipo de verificação.
A velocidade angular máxima do joelho não apresentou diferenças, mas
observa-se uma diminuição após o protocolo de fadiga nos valores. Esses valores
ficam próximos ao que a literatura vem apresentado em que as oscilações variam
entre 1200 graus.s·¹ (KELLIS et al., 2006; RODANO e TAVANA 1993), 1300 graus.s·¹
(LEES e NOLAN, 2002; NUNOME et al.,2002), 1500 graus.s·¹ (BARFIELD 1995;
ANDERSON E SIDAWAY, 1994). No estudo de Kellis et al (2006), diferentemente do
presente estudo, verificou alteração na máxima velocidade angular do joelho e do
tornozelo mostrando um declínio, não significante, de 8,0 a 10,0% após de um
protocolo de exercícios não específicos. Essa diminuição não ocorreu para a
velocidade angular do tornozelo e essa velocidade obteve um pequeno aumento não
significativo. A velocidade angular do quadril teve uma pequena diminuiçao não
significativa, podendo ser observado que esta articulação é responsável por fazer o
movimento de rotação realizado durante o chute, empregando uma carga de balanço
para o mesmo, que irá influênciar na velocidade de extensão do joelho. Essa
diminuição da velocidade do quadril pode ter influênciado para pequena diminuição da
velocidade angular do joelho.
23
Durante o chute ocorre a flexão do tronco, sendo essa variável apenas como
fonte de controle para a descrição do movimento, não sofrendo alterações
significativas, como as encontradas no presente estudo.
As variáveis de amplitude articular fornecem informações relacionadas ao
movimento completo de uma articulação, o que no presente estudo, apresentou-se de
modo parecido entre as condições pré e pós protocolo de fadiga, rejeitando desda
maneira a hipótese 3, sugerindo que o movimento das articulações não apresentaram
modificações consideráveis. Contudo, é importante ressaltar, que a fadiga poderia
proporcionar uma diminuição da amplitude do movimento, porém esses aspectos não
foram identificados no presente estudo.
24
6 CONCLUSÃO
Os resultados do presente estudo indicaram que ocorreu uma diminuição no
resultado do chute de jogadores de futsal pós protocolo de fadiga composto por
exercício intermitente, realizado por meio do Yo Yo recovery test que simula as
condições fisiológicas do jogo. A diminuição do resultado foi indicada pela alteração
da velocidade da bola, em que houve uma diminuição pós protocolo de fadiga.
As velocidades máximas do joelho, tornozelo, quadril e tronco, não
apresentaram diferenças pré e pós protocolo de fadiga. As amplitudes articulares,
também não apresentaram alterações pós protocolo de fadiga. Assim, o presente
estudo não foi capaz de demonstrar alterações na habilidade do chute, nas variáveis
cinemáticas estudadas de jogadores sub-15 de futsal, com a fadiga, o que sugere
que novos estudos sejam feitos, com jogadores mais experientes.
As limitações a serem consideradas no estudo, são referentes ao número de
sujeitos, que poderia ser maior e a determinação das variáveis cinéticas juntamente
com as cinemáticas, para que se possam conhecer melhor as forças íntrinsecas que
agem no movimento quando o índividuo está fadigado.
25
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30
ANEXOS E APÊNDICES
APÊNDICE 1 OFÍCIO DE AUTORIZAÇÃO
Prezado(a) Senhor(a):
Eu, Alenise Duarte dos Santos, aluna do 4º ano de bacharelado em EDF, matriculada sob o numero tal, gostaria de solicitar a autorização dessa instituição para a utilização da quadra Poliesportiva João Santana da Universidade Estadual de Londrina, com o fim de proceder a coleta dos dados do trabalho de pesquisa conduzido por mim, como atividade parcial da coleta de dados refente ao Trabalho de conclusão de Curso. O titulo do trabalho é O efeito da fadiga nas variáveis cinemáticas do chute de jogadores de futsal sub-15 estudo trará importante contribuição para dar destaque à importância da utilização de treinamentos específicos que reduza a fadiga no chute. A cessão desse espaço será de grande importância estratégica, já que utilizaremos de equipamentos caros que não podem ser deslocados para grande distâncias longe do laboratório. Certa de sua atenção e colaboração, coloca-me a disposição para informações adicionais que se fizerem necessárias.
Londrina, 22 de junho de 2012.
___________________________ Pesquisador Responsável
Alenise Duarte dos Santos - RG: 47160715-0
. _____________________________ Assinatura e carimbo da Instituição
Londrina, _____ de _____________ de 2012.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA Centro de Educação Física e Esporte
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APÊNDICE 2 Termo de Livre e Esclarecido.
TERMO DE CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO Responsáveis: Alenise Duarte dos Santos Inara Marques
Este é um convite especial para você participar voluntariamente do estudo: O efeito da fadiga nas variáveis cinemáticas do chute de jogadores de futsal sub-15 . Por favor, leia com atenção as informações abaixo antes de dar seu consentimento para participar do estudo. Qualquer dúvida pode ser esclarecida diretamente com o pesquisador Alenise Duarte dos Santos (Fone: 43 99346373). OBJETIVO E BENEFÍCIOS DO ESTUDO
O objetivo do estudo é comparar as variáveis cinemáticas do chute do futsal, em condições de fadiga, de jogadores sub-15, na cidade de Londrina-PR. O estudo desta temática trará importante contribuição para os treinadores de futsal, com o qual terão parâmetros para desenvolver treinos específicos para potencializar o chute.
PROCEDIMENTOS Será realizado um pré teste (contendo 3 tentativas de chutes), seguido pelo protocolo de
fadiga, que consiste na realização do Yo Yo Recovery Intermittent Test Nível II, e logo em seguida o pós teste(contendo 3 tentativas de chute). DESPESAS/ RESSARCIMENTO DE DESPESAS DO VOLUNTÁRIO
Todos os sujeitos envolvidos nesta pesquisa são isentos de custos. PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA
A sua participação neste estudo é voluntária e você terá plena e total liberdade para desistir do estudo a qualquer momento, sem que isso acarrete qualquer prejuízo. GARANTIA DE SIGILO E PRIVACIDADE
As informações relacionadas ao estudo são confidenciais e qualquer informação divulgada em relatório ou publicação será feita sob forma codificada, para que a confidencialidade seja mantida. O pesquisador garante que seu nome não será divulgado sob hipótese alguma. Diante do exposto acima eu, ___________________________________________, declaro que fui esclarecido sobre os objetivos, procedimentos e benefícios do presente estudo. Participo de livre e espontânea vontade do estudo em questão. Foi-me assegurado o direito de abandonar o estudo a qualquer momento, se eu assim o desejar. Declaro também não possuir nenhum grau de dependência profissional ou educacional com os pesquisadores envolvidos nesse projeto (ou seja, os pesquisadores desse projeto não podem me prejudicar de modo algum no trabalho ou nos estudos), não me sentindo pressionado de nenhum modo a participar dessa pesquisa.
Londrina, 22 de junho de 2012.
________________________________
___________________________________
Responsável RG SSP/PR Pesquisador RG 47160715-0 SSP/SP
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA Centro de Educação Física e Esporte
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ANEXO 1-Escala CR-10 de Borg (1982) adaptada por Foster et al. (2001).
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