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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE UNIVALE ÁREA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE ACBS CURSO DE ENFERMAGEM Aline Amélia Domingos da Silva Kyara Oliveira Campos Larissa Freitas Araújo Sarita Cândido de Oliveira HIV/AIDS: Vulnerabilidade das mulheres e o cuidado do enfermeiro frente este agravo Governador Valadares 2009

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE

ÁREA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – ACBS

CURSO DE ENFERMAGEM

Aline Amélia Domingos da Silva

Kyara Oliveira Campos

Larissa Freitas Araújo

Sarita Cândido de Oliveira

HIV/AIDS:

Vulnerabilidade das mulheres e o cuidado do enfermeiro frente este agravo

Governador Valadares

2009

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ALINE AMÉLIA DOMINGOS DA SILVA

KYARA OLIVEIRA CAMPOS

LARISSA FREITAS ARAÚJO

SARITA CÂNDIDO DE OLIVEIRA

HIV/AIDS:

Vulnerabilidade das mulheres e o cuidado do enfermeiro frente este agravo

Monografia para obtenção do grau de bacharel em Enfermagem apresentada à Área de Ciências Biológicas e da Saúde e Agrárias da Universidade Vale do Rio Doce.

Orientadora: Ana Maria Germano

Governador Valadares

2009

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ALINE AMÉLIA DOMINGOS DA SILVA

KYARA OLIVEIRA CAMPOS

LARISSA FREITAS ARAÚJO

SARITA CÂNDIDO DE OLIVEIRA

HIV/AIDS:

Vulnerabilidade das mulheres e o cuidado do enfermeiro frente este agravo

Monografia para obtenção do grau de bacharel em Enfermagem apresentada à Área de Ciências Biológicas e da Saúde e Agrárias da Universidade Vale do Rio Doce.

Governador Valadares, ____ de ______________________,de ____.

Banca Examinadora:

_________________________________________________________ Prof.(a): Ana Maria Germano de Rezende - Orientadora

Universidade Vale do Rio Doce

_________________________________________________________ Prof.(a): Denise Dias Cardoso

Universidade Vale do Rio Doce

_________________________________________________________ Prof.(a): Andréia Eliane Silva Barbosa

Universidade Vale do Rio Doce

_________________________________________________________ Prof.(a): Patrícia Malta Pinto

Universidade Vale do Rio Doce

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DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Eu, Aline Amélia Domingos da Silva, aluna do curso de graduação de enfermagem

da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE), declaro para os devidos fins e sob as

penas da lei, que esta monografia sob o título “HIV/AIDS: Vulnerabilidade das

mulheres e o cuidado do enfermeiro frente este agravo” é de nossa exclusiva

autoria, delegando à UNIVALE, junto à Área de Ciências Biológicas e da Saúde -

ACBS autorização a manter cópia na biblioteca, sem ônus, por se tratar de exigência

parcial para certificação de bacharel no curso de graduação em enfermagem.

Governador Valadares, _____de__________de________.

_________________________________ Aline Amélia Domingos da Silva

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DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Eu, Kyara Oliveira Campos, aluna do curso de graduação de enfermagem da

Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE), declaro para os devidos fins e sob as

penas da lei, que esta monografia sob o título “HIV/AIDS: Vulnerabilidade das

mulheres e o cuidado do enfermeiro frente este agravo” é de nossa exclusiva

autoria, delegando à UNIVALE, junto à Área Ciências Agrárias Biológicas e da

Saúde - ACBS autorização a manter cópia na biblioteca, sem ônus, por se tratar de

exigência parcial para certificação de bacharel no curso de graduação em

enfermagem.

Governador Valadares, _____de__________de________.

______________________________ Kyara Oliveira Campos

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DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Eu, Larissa Freitas Araújo, aluna do curso de graduação de enfermagem da

Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE), declaro para os devidos fins e sob as

penas da lei, que esta monografia sob o título “HIV/AIDS: Vulnerabilidade das

mulheres e o cuidado do enfermeiro frente este agravo” é de nossa exclusiva

autoria, delegando à UNIVALE, junto à Área Ciências Agrárias Biológicas e da

Saúde - ACBS autorização a manter cópia na biblioteca, sem ônus, por se tratar de

exigência parcial para certificação de bacharel no curso de graduação em

enfermagem.

Governador Valadares, _____de__________de________.

______________________________

Larissa Freitas Araújo

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DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Eu, Sarita Cândido de Oliveira, aluna do curso de graduação de enfermagem da

Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE), declaro para os devidos fins e sob as

penas da lei, que esta monografia sob o título “HIV/AIDS: Vulnerabilidade das

mulheres e o cuidado do enfermeiro frente este agravo” é de nossa exclusiva

autoria, delegando à UNIVALE, junto à Área Ciências Agrárias Biológicas e da

Saúde - ACBS autorização a manter cópia na biblioteca, sem ônus, por se tratar de

exigência parcial para certificação de bacharel no curso de graduação em

enfermagem.

Governador Valadares, _____de__________de________.

________________________________

Sarita Cândido de Oliveira

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus pelo dom da vida, por não nos deixar desistir

dos nossos sonhos.

Aos nossos pais, somos gratas pelas lições de amor que nos ensinaram durante

toda a vida, por mostrar valer a pena acreditar e lutar sempre. Comemorar esta

vitória é olhar para trás e ver o quanto vocês lutaram, muitas vezes renunciando aos

próprios sonhos, para sonharmos juntos.

Aos nossos familiares e amigos pela dedicação e carinho, alguns à distância e às

vezes em silêncio, incentivando-nos para que prosseguíssemos na luta, aplaudindo

nossas conquistas e vibrando com nosso sucesso.

Agradecemos a nossa orientadora, Professora Ana Maria Germano de Rezende, por

sua dedicação, paciência, compreensão, ante nossos medos e aflições.

A todos que de alguma forma contribuíram para que esse trabalho pudesse ser

concretizado.

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“Cuidar é mais do que um ato, é uma atitude!”

Leonardo Boff

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RESUMO

O HIV/AIDS é considerado um dos mais sérios agravos de saúde das últimas décadas, não respeitando limites geográficos, etnia, orientação sexual, aspectos culturais e sócio-econômicos. Tem se caracterizado pela interiorização, a heterossexualização, a pauperização e a feminização. Desde sua descoberta em 1981, passou por um período de transição no que diz respeito à vulnerabilidade. Conceitos foram adotados para classificar a susceptibilidade do indivíduo à doença. Com o passar dos anos e um maior conhecimento em relação à patologia, modificaram-se esses padrões de avaliação à susceptibilidade à doença, padrões estes que passaram de “grupos de risco” para “comportamentos de risco”, sendo atualmente definido como vulnerabilidade. A partir deste conceito, a feminização tornou-se um dos dados epidemiológicos de destaque. Diante destes indicadores, o presente trabalho se propõe a detectar a vulnerabilidade da mulher em relação ao HIV/AIDS, informar a magnitude e a gravidade da patologia, ressaltando a relevância da prevenção, e cuidado de enfermagem frente ao agravo. O profissional enfermeiro deve atuar na promoção da saúde, em estratégias preventivas e educativas voltadas para a população vulnerável, já que a mesma se encontra arraigada no contexto social, cultural e econômico, especificamente naquelas em idade reprodutiva, casadas, profissionais do sexo e adolescentes pertencentes a uma sociedade presa a paradigmas culturais, difíceis de serem quebrados, já que exigem mudança de comportamento individual.

Palavras-chave: HIV/AIDS; Vulnerabilidade; Mulher; Cuidado; Enfermeiro.

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ABSTRACT

The HIV/AIDS is considered one of the most serious damage to health of the last decades, not respecting geographical boundaries, ethnicity, sexual orientation, cultural and socio-economic issues. It has been characterized by internalization, the heterosexuals and the pauperization and feminization. Since its discovery in 1981, it went through a transitional period with regard to vulnerability. Concepts were used to classify the disease’s susceptibility. Over the years, and also with a greater knowledge about the disease, these patterns were modified changing the way the susceptibility of the disease were assessed, meaning that these standards has been changed from "risk groups" to "risky behavior" being currently defined as vulnerable and from this concept feminization became one of the epidemiological role which outstands in the epidemic role. Given these indicators, this paper proposes how to detect the women vulnerability towards HIV / AIDS, report the magnitude and severity of this particular disease, emphasizing the importance of prevention, and care of nursing the injury. The professional nurse must work in promoting health, prevention and educational strategies aimed at vulnerable population, since it is rooted in the social, cultural and economic development, especially those of reproductive age, married, sex workers and adolescents from to a society tied to cultural paradigms that increasingly become difficult to break, since they require individual behavior change. Key-words: HIV/AIDS; Vulnerability; Woman; Care; Nursing.

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LISTA DE SIGLAS

ACS - Agente Comunitário de Saúde.

AIDS - Síndrome de Imunodeficiência Adquirida.

DNA - Ácido Desoxirribonucléico.

DST’ S - Doenças Sexualmente Transmissíveis.

ESF - Estratégia Saúde da Família.

GOOGLE - Banco de Dados.

HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana.

IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor.

LILACS - Banco de Dados.

MS - Ministério da Saúde.

OMS - Organização Mundial da Saúde.

RNA - Ácido Ribonucléico.

SCIELO - Banco de Dados.

TCD4 - Molécula que auxilia tanto o linfócito B quanto o TCD8, a promover a lise

celular.

UDI - Usuário de drogas injetáveis.

UNIVALE - Universidade Vale do Rio Doce.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 16

2 OBJETIVOS..................................................................................................... 19

2.1 GERAL........................................................................................................... 19

2.2 ESPECÍFICOS............................................................................................... 19

3 A AIDS E SEU CONTEXTO HISTÓRICO....................................................... 20

4 A VULNERABILIDADE DA MULHER AO HIV/AIDS...................................... 25

5 O CUIDADO DO ENFERMEIRO FRENTE À VULNERABILIDADE DA

MULHER AO HIV E AIDS..............................................................................

35

6 METODOLOGIA............................................................................................... 41

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 42

REFERÊNCIAS................................................................................................... 45

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1 INTRODUÇÃO

A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença grave e

suas manifestações podem variar desde uma forma branda até uma

imunossupressão profunda, podendo ser associada a várias infecções (SMELTZER;

BARE, 2002).

Bastos e Malta (2002) relatam que o HIV/AIDS está cada vez mais se

constituindo em um sério problema de saúde pública em todo o mundo.

Leite et al. (2007) concordam com os autores acima quando fala que nos

últimos anos, notadamente, após o início da epidemia da AIDS, a enfermidade é

classificada como um problema de saúde pública de grande importância. No entanto

é considerada uma pandemia, ultrapassando fronteiras, não escolhendo cor, raça ou

grupos específicos.

No Brasil foram notificados 474.273 casos de 1980 a 2007, sendo

289.074 no Sudeste, 89.250 no Sul, 53.089 no Nordeste, 26.757 no Centro Oeste e

16.103 no Norte. Em grande parte dos casos, são acometidas pessoas da faixa

etária de 25 a 49 anos, em ambos os sexos. O sudeste é a região mais acometida

pelo HIV/AIDS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).

De acordo com Ayres et al. (1999) as categorias populacionais mais

atingidas pela doença eram os homossexuais, usuários de drogas e hemofílicos.

Assim foi criado o conceito de “grupo de risco”. A AIDS, após sua descoberta em

1981, passou por um período de transição no que diz respeito à vulnerabilidade.

Segundo Farias (2002), a vulnerabilidade feminina pode ser explicada por

questões relacionadas ao gênero. A mulher está inscrita em um contexto que

determina processos de exploração, subemprego e violência domiciliar. É, no

momento, a vítima mais recorrente no âmbito da saúde coletiva, consequentemente

ocorrendo um aumento significativo de crianças contaminadas pela transmissão

vertical.

A feminização do HIV/AIDS está relacionada à vulnerabilidade da mulher

pelas suas características biológicas, sociais e culturais favoráveis para a

contaminação (BASTOS; SZWARCWALD, 2000).

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Diante da mudança do perfil epidemiológico da epidemia do HIV/AIDS, a

feminização da doença se torna cada vez mais freqüente no Brasil, estabelecendo

em um complexo objeto de estudo de heterossexualização.

Silveira et al. (2002) concordam quando relatam que é alta a

vulnerabilidade das mulheres em contaminação com o HIV/AIDS devido à

persistência em práticas de risco. No entanto, a autopercepção de risco é muito

baixa, portanto dessa forma não há prevenção entre as mulheres. Faz-se necessário

planejar ações preventivas.

O número de mulheres infectadas só vem aumentando por

constrangimento de falar do uso do preservativo com o marido. Isto, “pressupõe”

infidelidade, e provoca entre o casal motivos de desentendimento (MADUREIRA;

TRENTINI, 2008). Alguns métodos de prevenção são controlados pelas mulheres,

incluindo a camisinha feminina, que além de atuar como barreira de prevenção

contra as DST’s (Doenças Sexualmente Transmissíveis), é um método contraceptivo

e oferece maior autonomia. Porém, possui alto custo, dificuldade no manuseio e

diminuição da sensibilidade.

Essa doença precisa ser encarada como “fenômeno social”, com

informações e esclarecimentos sobre seus mitos e estereótipos, para que dessa

forma se possa garantir maior adesão às ações e alcançar propostas para seu

enfrentamento feito pelo Ministério da Saúde e pelos profissionais de saúde (SELLI;

CHECHIN, 2005).

A epidemia estimula os profissionais de saúde e a sociedade em geral a

rever os conceitos de saúde buscando estratégias para o controle das taxas de

incidência, melhoria da qualidade de vida dos portadores do vírus HIV (Vírus da

Imunodeficiência Humana) e doentes da AIDS, no âmbito individual e coletivo.

A estratégia principal para o controle da transmissão do HIV/AIDS está na

prevenção e promoção de saúde. Também se deve priorizar medidas de utilização

da contracepção nas palestras educativas, enfatizando a necessidade de fazer a

associação dos dois métodos: preservativo e contraceptivo (LEITE et al., 2007).

Para que o enfermeiro possa orientar sua comunidade, ele deve

apresentar estratégias, planejamentos e conhecimentos sobre a educação em

relação ao HIV/AIDS para alcançar um bom resultado (TORRES; RUFFINO, 2001).

Buscar conhecimentos em relação ao HIV/AIDS torna-se importante face

aos dados do Boletim Epidemiológico de DST /AIDS (2008) apresentados no

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período de 1980 a junho de 2008, registrando 506.499 casos de AIDS no Brasil.

Durante esses anos, 205.409 mortes ocorreram em decorrência da doença. Em

relação ao HIV, a estimativa é que 630 mil pessoas estão infectadas (MINISTÉRIO

DA SAÚDE, 2008).

Apesar dos avanços científicos, a doença é incurável e são grandes os

números atuais da epidemia. Torna-se importante e prioritário o desenvolvimento da

pesquisa, para que os conhecimentos gerados sejam divulgados e aplicados no

ensino e na assistência, contribuindo desta forma, para um ensino de melhor

qualidade e conseqüentemente assistência mais humanizada e integral.

Por ser um tema de grande importância e por existir um alto índice da

doença, o desafio para enfrentar este problema de saúde pública é grande. Mesmo

divulgada de várias formas a população ainda tem dificuldade de acesso às

informações e não possui um conhecimento adequado quando se refere as formas

de prevenção. O foco é informar o contexto histórico do HIV/AIDS, detectar a

vulnerabilidade da mulher em relação ao HIV/AIDS e mostrar a relevância do

cuidado do enfermeiro frente à população feminina, que é atualmente a mais

vulnerável.

Com a elaboração da pesquisa, temos como proposta aprofundar os

conhecimentos em relação ao HIV, detectar qual é a vulnerabilidade das mulheres

frente ao agravo e descrever o cuidado do enfermeiro voltado à vulnerabilidade da

mulher ao HIV/AIDS, para que dessa forma trabalhe ações de cuidado a fim de

minimizar a vulnerabilidade feminina diante da epidemia.

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2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Descrever o cuidado voltado à vulnerabilidade da mulher ao HIV/AIDS.

2.2 ESPECÍFICOS

a) Informar o contexto histórico do HIV/AIDS.

b) Detectar a vulnerabilidade da mulher em relação ao HIV/AIDS.

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3 A AIDS E SEU CONTEXTO HISTÓRICO

A AIDS foi reconhecida em 1981 nos EUA, quando foram identificados um

número elevado de pacientes adultos homossexuais com casos de pneumonia por

“Pneumocytis carinii” e de Sarcoma. Esses pacientes apresentavam um

comprometimento do sistema imune, o que levou à conclusão de que seria uma

nova doença, ainda não classificada, de etiologia provavelmente infecciosa e

transmissível (RACHID; SHECHTER, 2000).

Em 1983, foi identificado o agente etiológico do HIV, que é um vírus

caracterizado pela presença da enzima transcriptase reversa, o que permite a

transcrição do RNA (Ácido Ribonucléico) viral em DNA (Ácido Desoxirribonucléico),

permitindo assim um maior conhecimento sobre sua patogenicidade (MINISTÉRIO

DA SAÚDE, 2001). Está presente em células sanguíneas, principalmente nos

linfócitos TCD4+ e macrófagos, o que permite sua transmissão através do sangue,

esperma, líquidos vaginais e leite materno (CANO et al., 2007).

A doença possui três estágios: o primeiro caracteriza-se pela latência do

vírus, antes da sua replicação. Nesta fase, o portador ainda se caracteriza como

assintomático, pois não possui nenhum dos sintomas de soropositividade nem da

AIDS. Apesar de não apresentar os sintomas, o portador possui a capacidade de

infectar, podendo transmitir o vírus para outras pessoas. “Existem casos de pessoas

que permanecerão como portadores assintomáticos pelo resto da vida, sem

manifestar a doença” (VALENTIM, 2003).

O mesmo autor relata que no segundo estágio, o sistema imunológico

ainda consegue combater precariamente algumas infecções, possuindo algum grau

de defesa pelo organismo. Este já se encontra fraco e debilitado, mas ainda não

está sujeito às doenças oportunistas e possui carga viral menor que a quantidade de

células defesa. Esta fase abrange uma série de distúrbios, que debilita, mas não é

fatal, o que a distingue da AIDS propriamente dita, ou seja, o sistema imunológico

ainda está atuando contra patógenos.

O terceiro e último estágio da infecção é a AIDS, nessa fase, ocorre o

estabelecimento e desenvolvimento concreto do vírus no organismo humano,

caracterizado pelas doenças oportunistas (VALENTIM, 2003).

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Cano et al. (2007), mencionam que o vírus HIV está em leucócitos

presentes no sêmen, que os possui para defender os órgãos genitais de outros

agentes patogênicos. O HIV pode ser transmitido por micro ferimentos no pênis e na

vagina que podem surgir durante o ato sexual. O não uso de preservativo é uma das

principais causas da transmissão do vírus por contato sexual.

O tratamento consiste na terapia antirretroviral, que, na grande maioria

dos casos, é capaz de reduzir a carga viral plasmática de pacientes assintomáticos e

que nunca tiveram tratamento, sendo que a necessidade de iniciar o tratamento é

definida pelo quadro clínico do paciente, ou seja, pela apresentação de sintomas, e

por critérios laboratoriais (contagem de linfócitos TCD4+ e quantificação plasmática

do HIV – carga viral). A carga viral não deve ser verificada antes de quatro semanas

de qualquer infecção ou vacinação, pois nestas situações, pode ocorrer elevação

transitória da mesma (RACHID; SHECHTER, 2000).

Os objetivos do tratamento incluem o prolongamento e a melhora na qualidade de vida do paciente, reduzindo a carga viral e reconstituindo o sistema imunológico, para que este comece a atuar no combate a infecções oportunistas, reestruturando o organismo. Guia de Vigilância Epidemiológica (FUNASA, 2002, p. 102).

Apesar da evolução no tratamento da AIDS, que aumentou a sobrevida

do paciente nas representações populares, a relação entre AIDS e morte é muito

presente (NEVES; GIR, 2007).

Chequer (2005) descreve que na década de 80, uma característica das

pessoas acometidas chamava a atenção dos profissionais: eram todos

homossexuais masculinos. Artigos foram publicados informando sobre estes

agregados de casos, outros descobertos, e a ocorrência dos mesmos atraíam a

atenção da imprensa, que começava a repetir a expressão "câncer gay" em seus

relatos.

Os homossexuais eram o foco da epidemia. Em 1987, observou-se um

crescimento gradativo do percentual de infectados pelo HIV em usuários de drogas

endovenosas e aumento progressivo e expressivo do número de mulheres

infectadas, principalmente como conseqüência do relacionamento destas com

parceiros bissexuais ou usuários de drogas injetáveis (NICHIATA et al., 2008). Esta

visualização da AIDS como restrita a determinados "grupos de risco" imprimiu um

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forte caráter estigmatizante, pois repassou a idéia de que ela afetava somente

pessoas que apresentavam comportamentos altamente condenados pela sociedade.

Determinados meios de comunicação de massa, somados a atitudes

indesejáveis de alguns profissionais de saúde, tiveram papel fundamental na

construção social e cultural da AIDS, fomentando o medo e o preconceito por meio

da reprodução e divulgação de informações distorcidas e equivocadas com relação

à doença (NICHIATA et al., 2008). Essas atitudes fizeram que a sociedade

enxergasse a AIDS como uma doença pertencente a grupos específicos,

mascarando a mulher durante anos como distante do HIV/AIDS, tornando-as mais

expostas e sem a visão do risco em que se encontrava (AYRES et al, 1999).

No período de 1980 a 1991, segundo a categoria de transmissão,

verificou-se que 48% de todos os casos se referiam a homo ou bissexuais

masculinos, mas a sua proporção decresceu de 63,2%, no período de 1980 a 1986,

para 42,1% de 1991 a 1992. Portanto, esses dados mostraram como as mulheres se

tornaram vulneráveis a doença (NICHIATA; SHIMA; TAKAHASHI, 1995).

A AIDS vem crescendo na população feminina. Cano et al (2007), afirma

que esta situação tem repercussões não apenas individualmente, mas também para

a sociedade e a família, ressaltando a importância da mulher como mãe e

educadora.

Em 2003, o Ministério da Saúde mostrou dados do HIV/AIDS, de como é

elevada sua incidência que corresponde a 18,4 casos por 100.000 habitantes. Há

uma tendência de estabilização no sexo masculino, do contrário das mulheres que

no mesmo ano a proporção era 14,1 casos por 100.000. Considerando que 85% das

mulheres infectadas pelo vírus estão em idade fértil, ressalta-se a importância da

transmissão vertical, a qual representa uma das maiores formas de propagação do

HIV/AIDS (NEVES; GIR, 2007).

Quanto à frequência de casos de AIDS no Brasil, nos quinquênios entre

1980 e 1998, constatou-se que, com o passar do tempo, houve importantes

alterações no perfil epidemiológico da doença. A AIDS deixou de existir apenas nas

grandes cidades, passando para cidades do interior e atingindo a população mais

carente (GOTLIEB; JORGE, 2000).

Para Guimarães (2000), tem se apontado um aumento na tendência da

proporção de casos femininos, em direção a regiões mais distantes dos grandes

centros urbanos, da categoria de exposição heterossexual e aumento de casos entre

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indivíduos com escolaridade igual ou menor a oito anos (1º grau e analfabetos), ou

seja, vem mudando de características com o passar dos anos.

Nalim (2009) relata que o conceito utilizado antigamente “grupo de risco”,

onde a doença era considerada exclusiva de homossexuais, UDI (usuários de

drogas injetáveis) e hemofílicos, foi substituído por “comportamento de risco”, uma

vez que, atribui a cada indivíduo a responsabilidade pela própria contaminação.

Os grupos sociais mais atingidos foram os homossexuais masculinos, e

em pouco tempo surgiu um novo cenário epidemiológico de grande complexidade.

Atualmente, utiliza-se o conceito de “vulnerabilidade social”, propondo-se que para

ser infectado pelo HIV/AIDS basta ser humano, e se deve considerar aspectos

biológicos, econômicos, sociais, cognitivos e psicológicos (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2006).

Segundo Smeltzer e Bare (2005) as mulheres são nove vezes mais

prováveis de contrair HIV do que os homens, devido o sêmen ter uma quantidade

mais elevada de vírus comparada às secreções vaginais. Há um inóculo maior na

ejaculação, retenção do sêmen infectado por HIV na vagina e lesão traumática

microscópica na mucosa durante a relação sexual.

Embora tenham ocorrido mudanças ao longo de 25 anos de epidemia,

ainda hoje o estigma e o preconceito estão presentes na sociedade. O conceito de

grupo de risco permanece no imaginário social, contribuindo para que a AIDS seja

vista como a doença do outro e dando a falsa sensação de distância do perigo

(CANO et al., 2007).

Lopes (2005) menciona que a epidemia da AIDS vem provocando

transformações em vários aspectos: afetivo, sexual, com o corpo e referentes a

questões sociais, culturais, econômicas e políticas. É um problema de saúde pública

que envolve a humanidade, expondo e interligando relações de poder e opressão

entre homens e mulheres.

Em cada sociedade, os papéis de homens e mulheres são diferentes na

hora da tomada de decisões. Historicamente, essas diferenças para as mulheres

são desfavoráveis, prejudicando-as em vários fatores; no acesso ao emprego, à

educação, à moradia e à renda, consequentemente tornando-as vulneráveis quanto

à sua sexualidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007).

Bastos e Szwarcwald (2000) observa que é necessário reconhecer a

existência de uma segunda epidemia, a das DST’s; é preciso relacionar os dois

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agravos, para que medidas sejam tomadas e dessa forma tenha sucesso no controle

da epidemia do HIV/AIDS.

Entretanto, para que estratégias sejam eficazes, Vermelho, Barbosa e

Nogueira (1999) descrevem que o poder público e a sociedade civil, são importantes

para desenvolver intervenções voltadas à população feminina, levando em conta

suas necessidades. Deve fazer parte dessas ações, atribuição de programas para

as mulheres jovens e com menor nível socioeconômico, fortalecendo quanto à

negociação sexual, em relação ao uso de preservativos feminino.

Em função da vulnerabilidade a estratégia do Ministério da saúde tem se

voltado para adoção de medidas preventivas por meio de campanhas de alcance

nacional, ações localizadas que mobilizem a comunidade, tendo como parceria

organizações da sociedade civil.

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4 A VULNERABILIDADE DA MULHER AO HIV/AIDS

Vulnerabilidade é um termo freqüentemente utilizado na literatura geral,

aplicado no sentido de desastre e perigo. Derivada do Latim, do verbo vulnerare, quer

dizer "provocar um dano, uma injúria” (NICHIATA et al., 2008).

A mesma autora ainda propõe que o conceito de vulnerabilidade é de

grande importância para a pesquisa em enfermagem, estando ligada à saúde e seus

diversos problemas, pois expõe ao risco, e a educação torna-se relevante na atuação

do profissional enfermeiro.

A vulnerabilidade é um termo usado para relatar fatores que aumentam ou

diminuem riscos a indivíduos expostos e as mulheres estão cada vez mais

vulneráveis necessitando de atenção especial no contexto social e da saúde coletiva.

Já Nalim (2009), fala que o conceito de vulnerabilidade pode ser definido

como o movimento de considerar a chance de exposição das pessoas ao

adoecimento, como resultado de um conjunto não apenas individual, mas também

coletivo que acarreta maior suscetibilidade à infecção e ao adoecimento.

As crenças são uma forma de conhecimento integralizado, interiorizado a

partir dos hábitos de vida. Cada um de nós, moldado já pelo modo de vida da mãe,

durante a gestação, encontra todo um patrimônio de hábitos de vida que vão

impregnar e construir o fundamento da sua personalidade (COLLIÉRE, 1989).

Carovano (1991), afirma que a preocupação com as mulheres em idade

reprodutiva e o vírus HIV ocorre em função dos possíveis filhos infectados que estas

podem gerar. Por outro lado estão as mulheres comuns, “donas-de-casa”, onde

possuem pouco ou nenhum acesso às informações e serviços de saúde, e

permanecem negligenciadas pelo sistema, ou somente são abordadas nos

momentos de reprodução, ou seja, quando elas já se encontram grávidas.

Para Mann (1993), o comportamento individual é o determinante final da

vulnerabilidade à infecção pelo HIV. Dessa forma, é necessário um enfoque no

indivíduo. O comportamento individual é variável quando integrado socialmente,

variando durante toda a vida da pessoa. Portanto, ao avaliar a vulnerabilidade, é

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importante considerar a vida social, a comunidade, dentre outros fatores, que

possam influenciar as suscetibilidades pessoais durante o curso de uma vida.

Algumas mulheres acham que a negociação sexual é um reconhecimento

negativo, já que no passado quem negociava o uso do preservativo eram prostitutas,

cafetões e cafetinas, sendo que hoje essa atitude está relacionada à proteção e

preservação da saúde (MANN, 1993).

Ainda de acordo com Mann (1993), a vulnerabilidade pode aumentar

devido o não acesso aos serviços de saúde que são essenciais para ajudar no

comportamento de risco.

Para prevenir-se do HIV/AIDS, existem várias medidas preventivas como

informação/educação; serviços de saúde e sociais; e um ambiente social de apoio.

Porém, Mann (1993) relata diante do exposto que mesmo tendo esse conjunto de

medidas, os meios sociais não vão ser capazes de responder a uma

população/indivíduo que vive passivamente, sem responsabilidade pelos seus atos.

Diante do problema social, cultural e muitas vezes pela submissão, falta

de diálogo, a mulher se expõe ao risco.

As mulheres, principalmente as mulheres de parceiro único, que não podem dialogar a respeito de sexo mais seguro com seus parceiros (que freqüentemente têm mais parceiras/os fora do casamento) e ficam sujeitas à vontade destes em relação ao uso de preservativo, são um dos grupos realmente mais vulneráveis. Eis um caso com implicações sociais cujo enfrentamento transcende decisões políticas simples, mas implica grandes mudanças sociais no que toca ao relacionamento homem-mulher, a negociação de poderes, ao dialogo a respeito da sexualidade (PARKER et al., 1994, p. 83).

Em relação à educação, o modelo das crenças em saúde preconiza que

há quatro percepções relevantes para aceitar intervenções médico-sanitárias: de

suscetibilidade, severidade, benefícios e barreiras. Indivíduos que não se sentem

vulneráveis a uma doença não costumam aceitar as medidas preventivas

recomendadas.

Segundo Galvão e Parker (1996) a assistência à saúde da mulher é

postergada, devido ao diagnóstico e assistência mais tardios, avaliação inadequada,

pouca pesquisa dirigida, dentre outras questões.

Nih (1996) concorda quando cita que existem indicações de que o

diagnóstico da epidemia da AIDS entre as mulheres ocorre em fases mais

avançadas, resultando em uma intervenção tardia e consequentemente diminuição

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do tempo de sobrevida. Isso ocorre tanto pelos diagnósticos tardios e ou errôneos,

ou ausência do mesmo, ou ainda devido às mulheres procurarem o serviço de saúde

tardiamente.

Embora a maioria da população que está presente nos serviços de saúde

seja de mulheres, suas reclamações e sintomas que poderiam ser associadas à

AIDS são comumente entendidos como alterações psicológicas ligadas a estados

depressivos, portanto não são investigados (BARBOSA; VILLELA, 1996).

Neste sentido Souza et al. (1998), apontaram para o fato de que

indivíduos possuidores de conhecimento satisfatório acerca da transmissão e

prevenção da infecção pelo HIV continuam a realizar práticas sexuais genitais e

orais sem uso de barreiras protetoras contra o vírus. Acredita-se que pode estar

relacionado à falta de hábito no uso do preservativo, concordando com Mann (1993).

Segundo Paiva et al. (2002) além da informação, é necessário o

conhecimento em relação às conseqüências da AIDS na vida de cada mulher, na

sua singularidade, e que somente a partir desta informação a percepção e busca do

sexo protegido será concretizada. No entanto, a percepção de risco pode estar

estreitamente relacionada a formas de proteção que são reinterpretadas e

readaptadas pelo indivíduo na subjetividade da sua compreensão.

Reforçando esse pensamento, a exposição ao vírus irá depender do

comportamento individual de cada pessoa, pois as diversas formas de infectar-se

são muito conhecidas, como a relação sexual, uso de drogas, transmissão vertical e

transfusão sanguínea contaminada com o vírus. Porém, Ayres (1997), relata que

isso não significa que as pessoas são infectadas porque querem, e sim por não

pensarem nas conseqüências.

Silva e Vargens (2008) relatam que vulnerabilidade é um conceito que

está sendo utilizado desde os anos 90 durante a reflexão e construção de ações

voltadas para prevenção de HIV/AIDS. No entanto, este conceito aponta para um

conjunto de fatores, níveis e magnitudes diversas, em que a interação influencia

diretamente no aumento ou redução das possibilidades de uma pessoa se infectar

com o HIV, podendo, a partir desse modo, planejar as intervenções preventivas.

Neste sentido Souza et al., (1998) relatam: pessoas que possuem

conhecimentos com relação à transmissão e prevenção da doença continuam

persistindo em comportamentos de risco sem proteção.

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Ayres (2001) relata que um dos maiores desafios que é colocado para os

partícipes do diálogo sanitário é superar as barreiras lingüísticas que o jargão

técnico interpõe a uma autêntica interação entre profissionais e população. Dessa

forma, cabe aos profissionais de saúde refletir sobre a linguagem usada com o

paciente.

Funasa (2002) relata que há três tipos de vulnerabilidade: a

vulnerabilidade programática, a vulnerabilidade social e a vulnerabilidade individual.

Na vulnerabilidade programática, leva-se em conta o acesso aos serviços

de saúde, a forma de organização desses serviços, o vínculo que os usuários dos

serviços possuem com o profissional, as ações preconizadas para a prevenção,

controle do agravo e os recursos sociais existentes na área de abrangência do

serviço de saúde (FUNASA, 2002).

Ainda segundo este mesmo autor, a vulnerabilidade social, avalia-se a

extensão social do adoecimento, por meio de indicadores capazes de revelar o perfil

da população da área de abrangência no que se refere ao acesso à informação,

gastos com serviços sociais e de saúde, coeficiente de mortalidade de crianças

menores de cinco anos, a situação da mulher, o índice de desenvolvimento humano

e relação entre gastos com educação e saúde.

Atualmente, utiliza-se o conceito de “vulnerabilidade social”, o qual sugere

que para ser infectado pelo HIV/AIDS basta ser humano, e devem-se considerar

aspectos biológicos, econômicos, sociais, cognitivos e psicológicos (NALIM, 2009).

Quanto à vulnerabilidade individual, considera-se o conhecimento acerca

do agravo e a existência de comportamentos que oportunizam a ocorrência da

infecção. Deve-se compreender que os comportamentos não são determinados

apenas pela ação voluntária da pessoa, mas especialmente pela sua capacidade de

aplicar o conhecimento que possui, transformando o comportamento que a torna

suscetível ao agravo. Dessa forma, a análise do termo vulnerabilidade nos permite

conhecer e compreender as diferenças, tanto em âmbito individual como em grupo

diante da vivência e enfrentamento do processo saúde doença.

Além de todos os fatores que aumentam a vulnerabilidade da mulher em

relação ao HIV, existe a questão da pequena disponibilidade e difícil acesso aos

métodos de prevenção que são controlados pelas mulheres, como os virocidas

utilizados por via tópica no aparelho genital feminino, e a camisinha feminina

(FUNASA, 2002).

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Embora a camisinha feminina seja um método pouco adotado devido a

vários fatores como a desinformação, desinteresse, custo elevado e suposto

desconforto durante a relação sexual, este recurso é uma opção para as mulheres

se protegerem contra as DST’s, funciona como método contraceptivo e proporciona

maior autonomia às mulheres, uma vez que não precisam depender exclusivamente

do parceiro, pois a exposição da mucosa vai ficar protegida, diminuindo a

vulnerabilidade individual (MORAIS, 2006).

Uma vez interligados os três tipos de vulnerabilidade, Ayres (2002) relata

que os componentes constitutivos priorizam análises e intervenções

multidimensionais, em que as pessoas não são consideradas, em si, vulneráveis,

mas podem estar vulneráveis a alguns agravos e não a outros, sob determinadas

condições, em diferentes momentos de suas vidas.

Entretanto, as mulheres persistem em comportamentos de risco, como o

início precoce da atividade sexual e o não uso do preservativo (SILVEIRA et al.,

2002). Isso leva a outros problemas sociais como uso das drogas e bebidas

alcoólicas.

Figueiredo (2002), ainda acrescenta que dentro dos comportamentos de

risco pode-se compreender o uso de drogas injetáveis, promiscuidade e

homossexualidade, comumente associadas a grupos específicos.

No Brasil, a AIDS tem-se caracterizado pela interiorização,

heterossexualização, a pauperização e a feminização (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2003).

Ferreira (2003), em seus estudos, relata que o grau de informação sobre

AIDS não é suficiente para que a pessoa adote um comportamento protetor, porém

a falta de informações básicas contribui substancialmente para aumentar sua

vulnerabilidade ao HIV/AIDS. O construir conhecimentos sobre AIDS envolve a

percepção individual sobre o problema, a compreensão e capacidade de assimilação

das informações através da educação, que deve iniciar na família, escola e meio

social.

Para Carvalho e Piccinini (2008) as mulheres têm sido consideradas mais

vulneráveis as DST’s em geral e, especialmente, à infecção pelo HIV.

A disseminação entre as mulheres acontece principalmente pela via

sexual, por meio de seus parceiros, usuários ou não de drogas injetáveis

(BARBOSA; MONTEIRO, 2001).

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O HIV/AIDS está inteiramente ligado também aos casais heterossexuais

de relação estável. De acordo com Madureira e Trentini (2008), quando as mulheres

falam do uso de preservativo pode ameaçar a confiança entre o casal, expondo a

possibilidade de relações extraconjugais e questionamentos sobre a fidelidade.

Dessa forma, se expõe mais um fator sócio cultural agravante.

Marques (2006) menciona que as repercussões da infecção pelo HIV na

vida das mulheres apresentam-se numa proporção bem maior quando comparadas

a dos homens. Além das situações a que estão sujeitas e que são comuns a

qualquer indivíduo infectado, as mulheres ainda carregam outro ônus como o da

possibilidade da transmissão direta do vírus para seus filhos, a transmissão vertical,

de se verem impedidas do seu papel de nutriz e de ter que arcar com o seu

autocuidado, com o cuidado da sua prole e, por vezes, pelos demais membros da

família.

Isto reforça o que diz Silveira et al., (2002), quando afirma que as

mulheres são especialmente mais vulneráveis devido às características biológicas,

visto que a superfície vaginal exposta ao sêmen é relativamente extensa, o sêmen

apresenta maior concentração do vírus HIV do que o líquido vaginal, mucosa vaginal

ser frágil, e pelo fato das DST’s serem freqüentemente assintomáticas.

Silveira et al., (2002) e Saldanha et al., (2008) ainda relatam que um

número crescente de mulheres brasileiras está sendo contaminada por seus

parceiros fixos. Das mulheres notificadas com AIDS em 2001, 56% não tinham

história de múltiplos parceiros. Freqüentemente, as DST’s são mais assintomáticas

na mulher do que no homem, e o fato de não possuir uma dimensão clínica eficaz,

significa uma fragilização das barreiras naturais à infecção pelo HIV.

Vilela (1996) relata que apesar de informadas sobre as formas de

transmissão, as mulheres não se vêem em risco, porque o mesmo está relacionado

com situações de conotação moralmente negativa, que evidentemente parecem

estar distantes de sua realidade. Devido à autopercepção ser relativamente baixa

enquanto comparada com a vulnerabilidade em contaminação com o HIV/AIDS,

nesse sentindo, é necessário planejar intervenções preventivas mais adequadas e

efetivas à realidade, como a adoção do uso de preservativos nas relações sexuais.

Torna-se importante trabalhar a sexualidade, fazendo que haja uma mudança de

comportamento.

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Lisboa (2003) afirma que a incidência de novos casos de mulheres no

contexto da epidemia foi de 40% em 2002. Com isso, percebe-se que a mulher está

especialmente vulnerável a esta epidemia, devido a maior vulnerabilidade biológica

e pelo contexto histórico da mulher ser oprimida, subjugada e com poder limitado

dentro das relações afetivas – sexuais. Afirmando o que relata Silveira et al., (2002).

O Ministério da Saúde (1998) concorda com Lisboa (2003), quando

analisa a mulher brasileira historicamente, que, de certa forma, elas são

incentivadas a serem passivas, frágeis e dependentes desde seu nascimento. Esse

papel é culturalmente influenciado e definido pela escolha de seu enxoval,

brinquedos, jogos infantis, reforçando assim o seu papel de mãe e dona-de-casa.

Esses são apenas alguns dos inúmeros determinantes de seu papel social,

caracterizando a submissão aos homens.

O mesmo autor ainda relata que as relações de desigualdades entre

homens e mulheres em diversas esferas da vida e principalmente em questões

inerentes à sexualidade são reforçadas também desde o nascimento. Os homens

são preparados e estimulados a viver o prazer da sexualidade através do seu corpo,

pois, socialmente, o exercício da sexualidade é sinal de masculinidade, ao contrário

do que se observa com as mulheres.

A mulher ficou muito exposta por acreditar que não corre riscos e por

achar que ainda existam “grupos de riscos”. Essa exposição é comprovada pelo

Ministério da Saúde - Coordenação Nacional de DST/AIDS (2002), onde afirma que

no período de 1994 a 1998 ocorreu um aumento de 75,3% de infecção nas

mulheres. Torres e Enders (1999), falam que grande parte da população acredita

que as mulheres promíscuas são as responsáveis pelo aumento no número de

infecção feminina pelo HIV/AIDS.

Porém, o Boletim Epidemiológico detecta que as mulheres que tem um

matrimônio e possui relação somente com o seu parceiro estável é o grupo que está

mais em evidência. Elas se acham fora de qualquer risco e são as que se tornam

mais vulneráveis. Isto ainda reforça a questão cultural como fator precedente à

vulnerabilidade feminina (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

Marques (2006), menciona que um outro fato constatado pelas estatísticas

é que a infecção pelo HIV em crianças caminha paralelamente com a infecção na

população feminina em idade reprodutiva, ou seja, o crescimento dos casos em

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mulheres é acompanhado do aumento de crianças também infectadas, reforçando a

importância do acompanhamento e teste HIV no pré-natal.

Bastos e Szwarcwald (2000) relatam que o papel social ou de gênero da

mulher aumenta sua vulnerabilidade, uma vez que as relações desiguais de poder e

a dependência econômica das mulheres, especialmente em países em

desenvolvimento, limitam o acesso a informações adequadas e atualizadas. Sendo

assim, em função da proporção crescente de mulheres entre os novos casos de

AIDS, é importante que sejam desenvolvidas estratégias de prevenção mais efetivas

entre as mulheres, o que também é discutido pelo Ministério da Saúde (1998) e

Lisboa (2003).

Paiva et al. (2002) relatam que enquanto não houver uma mudança

substantiva da condição feminina, enquanto elas não se sentirem com direito ou

encontrarem a sua maneira de agir como "sujeitos sexuais", elas continuarão a

deparar-se com a dificuldade de convencerem seus parceiros quanto ao uso do

preservativo. Sendo assim, as mulheres constituem um público ao qual se deva

garantir certa atenção quanto a questões que envolvam a vulnerabilidade,

principalmente quanto à vulnerabilidade ao HIV/AIDS.

A compreensão das formas de prevenção, bem como os estereótipos

difundidos no início da epidemia, marcados por julgamentos morais, aliado à falta de

conhecimento consistente acerca da sexualidade, foram fatores importantes para a

exposição ao HIV e por sua infecção (PAIVA et al., 2002).

Silva (2002) concorda com os autores acima, quando relata que o uso do

preservativo masculino dentro das relações estáveis leva a situação de desconfiança

entre o casal, sendo que esta barreira de proteção funciona como um elemento em

que se questiona a fidelidade.

Com esses pensamentos e atitudes dessas mulheres de confiar

plenamente em seu parceiro e achar que o casamento é uma forma de proteção,

fica evidenciado o quão vulnerável ela se encontra, destacando-se a questão cultural

como fator agravante, como afirmam os autores Varandas (2005), Carvalho e

Piccinini (2008).

Todavia, Lisboa (2003) afirma que o medo de adquirir HIV/AIDS não

parece ter sido suficiente para determinar alterações de comportamento sexual nas

mulheres. Outros fatores vêm expor ao risco, como tabus, submissão e

preconceitos, como aborda a maioria dos autores citados.

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Ainda de acordo com Lisboa (2003), o mito da relação estável e da

segurança conjugal ainda é de difícil questionamento. O medo de enfrentar uma

negociação sexual, podendo parecer uma disputa pelo poder de decisão dentro da

relação, é mais complexo quando comparado a mulher silenciar e ocultar seus

temores, desejos de conhecimentos e autopercepção.

Dessa forma, a AIDS passou a atingir cada vez mais as mulheres com

parceiro fixo e que possuem união estável. Diante de tal fato, é perceptível que a

vulnerabilidade ao HIV é o resultado de uma situação social de risco que envolve

todas as pessoas (SCHAURICH; PADOLIN, 2004).

Oliveira et al. (2004) enfocam a dificuldade das mulheres em negociar

com seus parceiros a utilização de preservativos, pois o uso ou não destes está

veiculado à decisão masculina.

A estabilização da epidemia só foi possível graças à estratégia de

interagir prevenção e assistência, associados à participação direta da sociedade

civil. Esta junção de interesses públicos, movimentos sociais e intervenção precoce

resultaram em ganhos significativos em todos os níveis (MINISTÉRIO DA SAÚDE,

2005). A prevenção das DST’s/AIDS entre as mulheres depende de sua

conscientização da existência do risco. A autopercepção adequada contribuiria para

ajudá-las a evitar comportamentos e situações de risco, assim como adotar

rotineiramente medidas preventivas, como o uso de preservativos nas relações

sexuais.

Alguns indivíduos carecem de informações relacionadas à infecção do

HIV/AIDS, podendo ocorrer por vários fatores; sejam culturais ou sociais. Defendido

por Varandas (2005), que afirma: a desigualdade social, a assimetria de gênero, a

falta de acesso à educação, saúde e informação, ainda são fatores de grande

vulnerabilidade para esta população.

No que se refere à vulnerabilidade das profissionais do sexo, estudos

realizados por Esposito e Kahhale (2006), expõem que o uso do preservativo é visto

como um inconveniente para alguns clientes, que remuneram com um valor acima

do estabelecido a profissional que não o utiliza. A não-utilização do preservativo

aparece como uma "opção" da profissional em faturar mais dinheiro. Isso faz com

que aumente a vulnerabilidade frente à exposição ao vírus, pois a sua negociação

torna-se reduzida.

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Outra população que se insere nesse grupo são as mulheres usuárias de

drogas injetáveis ou companheiras de UDI. Através do estudo realizado pelas

autoras Oliveira et al. (2004), conclui-se que, do ponto de vista das mulheres, o uso

de drogas pelo parceiro não está, a princípio, associado ao risco de infecção por

HIV/AIDS: dessa forma, analisando como não há uma associação entre usar drogas

e ser contaminada com o vírus, não sabendo se é por ingenuidade ou falta de

informação.

Saldanha et al. (2008), concordam quando relatam que a epidemia da

AIDS tem afetado um número cada vez maior de jovens e mulheres em todo o

mundo. Sendo que, com maior severidade, as mulheres que habitam regiões mais

empobrecidas, devido ao fator socioeconômico, prevalecendo como forma de

contaminação, a relação heterossexual.

Diante do não uso do preservativo com a profissional do sexo, fica

evidente uma maior exposição ao vírus a mulher “dona-de-casa”, sendo que esta

não negocia o uso do mesmo, afirmando que o parceiro não gosta e a camisinha é

vista apenas como um meio de se evitar a gravidez.

Carvalho e Piccinini (2008) comentam nos seus estudos que as mulheres

relatam a camisinha como coisa de homem, cabendo a ele a iniciativa para usar.

Além disso, salientam que a prevenção introduziria o tema da infidelidade e da

desconfiança na relação do casal.

Contudo, é essencial que a percepção dos riscos seja adequada, a fim de

promover efetivas mudanças de comportamentos. Dessa forma, a mudança se torna

um auto-cuidado, para que haja redução da vulnerabilidade. Os profissionais de

saúde têm importante tarefa: trabalhar ativamente com esse grupo mais vulnerável

no sentido de promoção da saúde, tentando quebrar os paradigmas culturais, sociais

e individuais.

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5 O CUIDADO DO ENFERMEIRO FRENTE À VULNERABILIDADE DA MULHER

AO HIV E AIDS

Os cuidados de enfermagem situam-se na junção de pessoas,

utilizadores e prestadores de cuidados, que têm hábitos de vida e, portanto, crenças

diferentes e que são submetidas às flutuações de diferentes meios de vida

(COLLIÉRE, 1989).

Segundo Torres e Enders (1999) do ponto de vista do profissional

enfermeiro a educação em saúde consiste em transmitir para a população

informações, conhecimentos e práticas educativas necessárias para o seu bem

estar.

Jeolás e Ferrari (2003) concordam quando mencionam que esses

profissionais deverão atuar como interlocutores e facilitadores da discussão e não

como transmissores de valores pessoais.

A AIDS está também associada à sexualidade e ao comportamento

sexual, por ser uma doença sexualmente transmissível, evidenciando a necessidade

de trabalhar o comportamento. O controle do comportamento sexual é um dos

principais instrumentos de prevenção. Porém, é de grande complexidade, porque

influem hábitos, atitudes, representações, e por estar ligada aos papéis de gênero e

à reprodução (SANTOS, 2005).

Na ESF (estratégia saúde da família), o enfermeiro que atua próximo à

sua equipe consegue coordenar e apoiar as atividades, planejando juntamente com

ela as intervenções indispensáveis, tornando seu trabalho valorizado (MOURA,

2005).

A mesma autora ainda relata que a opinião e o diálogo das mulheres são

de suma importância para que elas possam relatar suas histórias, seus

comportamentos, sendo de grande importância para a estratégia de educação em

saúde usada pelo enfermeiro, fazendo com que esse profissional trabalhe de acordo

com cada situação e sempre procurando melhorar suas ações, fazendo com que

esse grupo se sinta interessado.

Torres e Enders (1999) ressaltam que no âmbito da atenção básica, é de

suma importância que o enfermeiro use estratégias de prevenção para abordagem

das DST’s , assim como a promoção de parcerias que garantam a ampliação dessas

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ações para outros segmentos mais vulneráveis, mediante articulação com

organizações da sociedade civil e setor privado.

Quando se pensa em HIV/AIDS, é necessário o desenvolvimento de

atividades para o controle da disseminação do vírus, mobilizar a comunidade e os

indivíduos, buscando deles um entendimento sobre o problema social (EDMUNDO

et al., 2007).

A enfermagem constitui uma relação inter-humana voltada para o cuidado

e bem estar do indivíduo. Dentro de um encontro de pessoas, as experiências e

diálogos são partilhados de forma que enfermeiro e cliente encontrem formas de

prevenção no processo saúde doença (BATISTA; SILVA, 2007).

Pinheiro; Beserra e Barroso (2008) citam que o enfermeiro está sempre

procurando trabalhar com os jovens, permitindo que eles tenham uma reflexão

crítica, debatendo assuntos que visem suas realidades. Esta atitude contribui

significativamente como estratégia de educação e cuidados coletivos, fazendo-se

necessário o cuidado com a mulher adolescente, como forma de promover a saúde

da mulher adulta.

A criação do vínculo torna-se importante com o indivíduo e ou

comunidade, fazendo com que o profissional de saúde possa orientar essas pessoas

quanto à forma de prevenção do HIV/AIDS e que haja uma relação de confiança. A

relação entre o profissional e as mulheres possibilita uma reflexão sobre as

estratégias viáveis (FELICIANO; KOVACSI, 2003). O enfermeiro como membro da

equipe de saúde tem esta função de buscar a confiança do indivíduo e estreitar os

nós de relacionamento técnico para relacionamento de vínculo.

O vínculo é essencial. Para que ele aconteça, o enfermeiro deve acolher

e orientar o paciente, pois são elementos importantes para uma atenção de

qualidade e humanizada às mulheres. Acolher significa “dar acolhida, atender, dar

crédito, dar ouvidos, admitir, aceitar, tomar em consideração”. A orientação

pressupõe o repasse de informações necessárias à condução do processo pela

mulher como sujeito da ação de saúde, à tomada de decisões e ao autocuidado

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Diante disso, é essencial que o enfermeiro

certifique-se de que cada dúvida e preocupação das mulheres sejam devidamente

esclarecidas para, assim, garantir uma decisão informada.

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Atualmente, é um desafio para o enfermeiro desenvolver estratégias para

a população feminina, pois é considerado um grupo de altos índices de infecção

(CARVALHO; PICCININI, 2008).

Jeolás e Ferrari (2003) concordam e ainda relatam que a educação

sexual é um processo que irá permitir uma auto reflexão e fazer com que a

população tenha um olhar crítico sobre sua sexualidade.

Segundo o Ministério da Saúde (2005), é fundamental que o profissional

busque reconhecer a capacidade da igreja em multiplicar as intervenções de

prevenção e penetrar nas comunidades, independentemente da classe social e da

faixa etária. É relevante que se trabalhe fazendo parcerias com essas instituições.

É essencial comover os gestores a realizarem parcerias nas áreas de

educação e saúde, levando os professores e profissionais de saúde a trabalharem

em conjunto, refletindo sobre as mulheres jovens e com o objetivo de torná-las como

protagonistas das ações de prevenção e que essas se façam contínuas

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).

Cabe aos profissionais de saúde a tarefa de manter atitude de escuta

atenta e respeitosa às demandas dessas mulheres, assim como valorizar seu saber,

atentando sempre para as diferenças, que, afinal, representam a pluralidade desta

população (COLLIÉRE, 1989).

Beserra; Araújo e Barroso (2006) também afirmam que as ações

educativas consistem em orientar e conscientizar o indivíduo, para que tenha

atitudes seguras e anulem os riscos de contaminação. Cabe ao profissional

enfermeiro um papel relevante como educador de um grupo que se encontra

vulnerável sobre vários aspectos: cultural, social e psicológico.

O educador em saúde deve ter postura, habilidade, ser comunicativo e

criativo na hora de abordar as questões, pois só o conhecimento do assunto não é o

suficiente, uma vez que envolve várias questões como valores, atitudes e

sentimentos. Já Beserra; Araújo e Barroso (2006), citam a cultura como um fator

essencial, pois faz parte do contexto do indivíduo além de ser um dos fatores

determinantes nos agravos à saúde e no processo de educação em saúde.

A educação preventiva como direito ainda é pouco discutida nos

movimentos de controle social. Há pouca mobilização quando se refere a

informações, aconselhamentos de qualidade, acesso a preservativos e seringas.

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Mesmo em locais onde à assistência as DST’S e saúde sexual, este direito ainda é

pouco divulgado (PAIVA; PUPO; BARBOZA, 2006).

Silveira et al., (2002), citam que trabalhar prevenção com as mulheres em

relação ao HIV/AIDS dependerá da sua conscientização da existência do risco, ou

seja, procurar ajudá-las a melhorarem seus comportamentos de riscos e adotar

medidas preventivas em suas relações.

Concordando com Amaro (2005), quando menciona que prevenir em

relação ao HIV/AIDS é um desafio para o profissional porque envolve questões

culturais, como, por exemplo, os tabus que ainda existem por parte das mulheres. O

enfermeiro deverá mostrar os riscos que elas correm, fazendo com que possam

quebrar paradigmas, obedecendo a um processo preventivo.

O processo preventivo deve conter: desenvolvimento, implementação,

disseminação e avaliação da intervenção dos programas. Lima e Moreira (2008)

descrevem que existem diversas formas de controle, que se aplicadas na dose certa

podem apresentar resultados significativos; dentre eles estão: a mídia, distribuição

de preservativos, projetos de prevenção para público alvo (profissionais do sexo e

UDI) e transmissão vertical, ação esta que dependerá das esferas de governo,

cabendo ao enfermeiro implementar estas estratégias de ação.

Praça e Gualda (2001) referem que o enfermeiro é um pesquisador da

cultura do cenário em que está inserido e que valoriza a inteligência de cada pessoa.

Seus cuidados e as intervenções são embasados de acordo com a cultura de seus

clientes.

O processo de enfermagem norteia o raciocínio profissional, permitindo o

resgate da cientificidade do cuidado e direcionando ações de enfermagem a serem

executadas. A valorização e a aplicação dessa metodologia de assistência têm sido

foco de estudiosos nacionais e internacionais (SENA, 2001). Cabe ao profissional

enfermeiro implementar as ações de enfermagem, com a sistematização da

assistência, trabalhando assim, a individualidade.

As estratégias de prevenção da AIDS só são compreendidas pelas

mulheres quando se aproximam do cotidiano, fazendo com que elas se posicionem

e opinem, se tais estratégias são realmente eficazes e se são do seu interesse

(FELICIANO; KOVACSI, 2003).

O Ministério da Saúde (2005) incentiva a prevenção da AIDS a partir da

religiosidade popular, das cenas vividas e temas emergentes, usando as emoções,

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contextos e cenários reais que são passados para frente por meio de voluntários,

ajudando a população a entender os obstáculos para a prevenção da AIDS.

Para obter resultados é necessário o contato com pessoas soropositivas a

outras negativas, que precisam conhecer de sua história de vida, da necessidade de

autocuidado, do tortuoso processo de luta contra o vírus e o preconceito a fim de

aderir e assumir uma postura de prevenção (AMARO, 2005).

Quando se refere as profissionais do sexo, que é um grupo de alta

vulnerabilidade, é fundamental trabalhar a promoção da auto estima. O Ministério da

saúde (2005) relata que após a implantação de um projeto por meio de oficinas de

moda, velas, sabonetes, objetos de pelúcia e flores de tecido, houve um aumento

significante à frequência do uso do preservativo.

Esta forma de se trabalhar busca meios adequados e inova estratégias

necessárias para obter resultados, almejando melhoras em seus comportamentos,

buscando ter uma nova visão de ser agente regulador da sua vida sexual, ter seu

direito respeitado quando disser não, negociar sexo seguro e prazeroso para si

tendo acesso ao serviço e materiais de saúde (SANTOS, 2005).

Mas, para que se consiga esse efeito, os profissionais devem ter

formação específica nessa área através da graduação. Carvalho e Piccinini (2008)

realizaram um estudo onde reforça que alguns enfermeiros não estão preparados

para lidar com questões ligadas ao planejamento familiar e a sexualidade.

Cano et al. (2007), em seu estudo sobre o conhecimento de jovens

universitários sobre AIDS e sua prevenção, relatam que a dificuldade de alguns

jovens em não utilizarem preservativos se dá, em parte, em razão de profissionais

que se sentem inibidos em abordar o tema.

Entretanto, para que haja um efeito satisfatório é importante que o

profissional enfermeiro seja capacitado e realize o trabalho em equipe, pois é de

grande relevância trabalhar de forma interdisciplinar nas ações desenvolvidas na

atenção primária. Para Torres e Enders (1999) é fundamental que o serviço seja

estruturado, que os recursos materiais e financeiros sejam adequados objetivando

tornar mais efetivas as ações educativas na área da saúde pública.

A enfermagem tem papel fundamental no controle das DST/AIDS, seja

desenvolvendo atividades de promoção e prevenção, intervindo individualmente, na

família ou na comunidade, ou detectando fatores e situações de risco, promovendo

educação em saúde, contribuindo para o diagnóstico precoce, adesão e tratamento

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efetivo do paciente e seu parceiro sexual. Além disso, se responsabiliza para o

acolhimento do paciente, seja prestando cuidado ou coordenando outros setores

para a prestação da assistência (REIS; GIR, 2002).

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6 METODOLOGIA

Foram levantados artigos usando a metodologia analítica, descritiva, com

abordagem qualitativa em locais distintos, procurando enfocar o tema proposto,

destacando como deve ser a atuação do enfermeiro frente à vulnerabilidade da

mulher em relação ao HIV/AIDS e a magnitude do agravo no Brasil.

Para Rampazzo (1998), a revisão bibliográfica consiste em exame de

literatura corrente ou retrospectiva, com a finalidade de conhecer as contribuições

científicas que se efetuaram sobre o assunto assumido como tema de pesquisa pelo

investigador.

Para a realização deste levantamento bibliográfico, foram coletados como

fonte de pesquisa dados encontrados em literaturas, artigos científicos, revistas,

sites Scielo, Lilacs e Goolge científico do ano de 1989 a 2009, a fim de levantar os

fatores de risco, aspectos históricos, socioeconômicos e culturais das mulheres, já

que a vulnerabilidade é um indicador significativo deste grupo.

Entretanto, a revisão bibliográfica consiste na descrição de obras que

pesquisaram o tema, destacando os pontos importantes, que foram trabalhados em

capítulos: AIDS e o seu contexto histórico, a vulnerabilidade da mulher frente AIDS e

o cuidado do enfermeiro frente a este agravo.

Segundo Siqueira (1999), a pesquisa não deverá se prender apenas à

descrição de opiniões dos autores e sim à formação de uma idéia, ampliando o

conhecimento sobre o tema. Conseqüentemente, faz-se necessário detectar a

vulnerabilidade da mulher em relação ao HIV/AIDS, informar a magnitude e a

gravidade da patologia estudada, ressaltar a relevância da prevenção, aprimorar

conhecimentos em relação à vulnerabilidade da mulher ao HIV/AIDS e o cuidado de

enfermagem frente à vulnerabilidade deste grupo.

Dessa forma, a revisão literária consiste em uma relação íntima com o

tema a ser abordado, buscando informações por meio de um levantamento realizado

em base de dados, com o objetivo de detectar o que existe descrito sobre o tema.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na década de 70, com o início da epidemia, o conceito de risco era

relativo a grupos específicos, como os homossexuais e profissionais do sexo. Com

a mudança do conceito grupo de risco transformado em comportamento de risco,

verificou-se o aumento da vulnerabilidade, e, por consequência, o aumento da

infestação do HIV em mulheres, num processo de feminização.

As responsabilidades físicas, sociais e psicológicas são relativamente

maiores em mulheres HIV positivas do que em homens em condições semelhantes,

além dos estereótipos e preconceitos relacionados ao HIV/AIDS. Todo e qualquer

indivíduo é susceptível a contrair o HIV/AIDS, porém indivíduos que praticam os

comportamentos de risco descritos neste estudo estão mais vulneráveis à infecção,

dentre eles as mulheres.

Através da literatura pesquisada, foi apontado que o HIV é um indicador

de incidência alta, problema de saúde pública que atinge a intimidade de cada

portador do vírus e remete a toda a comunidade, inclusive parte da população sadia.

Expõe ao risco e leva à discussão sobre condições sociais, econômicas, culturais,

emocionais e a cobrar uma resposta do poder público, visando ao controle da

doença.

Diante da atual configuração do agravo, é perceptível que a

vulnerabilidade das mulheres está intimamente ligada às condições de vida,

inclusive econômicas, questões de gênero, fatores emocionais, além da posição que

ocupam na sociedade, marcadas pela submissão e cultura de preconceitos.

Lidar com a feminização da epidemia é confrontar-se com o baixo papel

social da mulher dentro das relações de poder, o que demanda novas articulações

de ações em saúde, visando a políticas mais amplas de promoção da cidadania

feminina.

Uma vez que o tempo de sobrevida das mulheres com AIDS é menor que

o dos homens e embora os reconhecidos avanços tecnológicos e de terapêutica, é

fundamental que se destinem mais recursos à prevenção, pesquisa e tratamentos

voltados para o público feminino.

Entretanto, podemos identificar o cuidado do profissional enfermeiro na

promoção da saúde, em estratégias preventivas e educativas voltadas para a

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população feminina, já que ela se encontra inserida numa sociedade presa a

paradigmas culturais, sociais e econômicos.

O enfermeiro é um educador em saúde. Deve ter habilidade, ser

comunicativo e criativo na hora de abordar as questões. Saber trabalhar em equipe

é fundamental, pois, só o conhecimento do assunto não é o suficiente, uma vez que

abordar sexualidade envolve várias questões, como: valores, atitudes e sentimentos.

O profissional enfermeiro deve buscar estratégias, como articulação nos

espaços sociais, escolas, igrejas, grupos de mulheres e de jovens, o que é

essencial, já que existe o início precoce da atividade sexual. Trabalhar o

aconselhamento em DST’s, assim como acompanhar o pré-natal, solicitar o teste

HIV a fim de diminuir os índices de transmissão vertical e, conseqüentemente,

diminuir a incidência de crianças portadoras de HIV/AIDS. Convidar os parceiros

para a realização da sorologia anti-HIV, além de trabalhar a auto-estima das

profissionais do sexo.

Inovar é o segredo. Fazer valer a arte do cuidar. Promover o diálogo

como articulação de cuidado, criar vínculo. Falar de sexualidade e de

comportamento sexual, educar, humanizar, acolher e vencer preconceitos.

O enfermeiro tem o papel de educação em saúde entre as mulheres com

objetivo de sensibilizá-las ao uso do preservativo nas relações sexuais, pois a

incidência do HIV/AIDS está presente no contexto social, familiar e cultural, onde

ainda é submissa ao seu parceiro e refazer a cultura e padrões de comportamento

são essenciais para a sensibilização.

Tarefa difícil, de acordo com a literatura, pois requer uma preparação

psicológica, assim como quebra de paradigmas pessoais. Dentro do profissional

enfermeiro há uma pessoa que também veio da mesma sociedade.

Todavia, para abordar o uso do preservativo como prática sexual segura,

é necessário refletir a questão das particularidades culturais no contexto da

sexualidade.

Há necessidade do uso de estratégias de cuidado, ver o indivíduo de

forma integral inserido no contexto social, respeitando as particularidades de cada

um. Dessa forma, aplicar a Sistematização da Assistência de Enfermagem é

fundamental, na contribuição para o diagnóstico precoce e diminuir a vulnerabilidade

com uma assistência justificada.

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Atuar na população mais jovem torna-se relevante, para expor o risco em

que se encontram, com o objetivo de buscar a participação social e visar a

estruturação de um novo cenário.

Espera-se que este trabalho possa contribuir para a reflexão sobre a

importância do cuidado de enfermagem frente à vulnerabilidade da mulher ao

HIV/AIDS. Mesmo com pouca produção acadêmica sobre o papel do profissional

enfermeiro diante da vulnerabilidade, e do processo de feminização da AIDS, é

possível afirmar que as iniciativas voltadas à população feminina devem ser

prioridade contra a contaminação do vírus HIV/AIDS.

A pesquisa realizada foi de grande importância para ampliar nosso

conhecimento em relação ao HIV/AIDS e uma diferente visão sobre a doença

estudada. A abordagem do processo de mudança conceitual e critérios de exposição

e risco foram fundamentais para que chegasse à essência da vulnerabilidade

individual e, que dessa forma se pudesse relacioná-la às mulheres.

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