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TECNOLOGIA SUSTENTÁVEL USO DE ÁCAROS PREDADORES PARA O CONTROLE BIOLÓGICO DE ÁCARO-RAJADO MÁRIO EIDI SATO PESQUISADOR CIENTÍFICO - INSTITUTO BIOLÓGICO

Uso de ácaros predadores para o controle biológico de ... · No caso de plantas ornamentais, o nível máximo de dano econômico tolerado é muito baixo, em cultivos como rosa,

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TECNOLOGIASUSTENTÁVELUSO DE ÁCAROS PREDADORESPARA O CONTROLE BIOLÓGICO

DE ÁCARO-RAJADOMÁRIO EIDI SATOPESQUISADOR CIENTÍFICO - INSTITUTO BIOLÓGICO

COORDENAÇÃO:

HARUMI HOJOPESQUISADORA CIENTÍFICA - INSTITUTO BIOLÓGICO

TECNOLOGIASUSTENTÁVELUSO DE ÁCAROS PREDADORESPARA O CONTROLE BIOLÓGICO

DE ÁCARO-RAJADOMÁRIO EIDI SATOPESQUISADOR CIENTÍFICO - INSTITUTO BIOLÓGICO

O avanço dos “biológicos”

O uso de componentes biológicos na formulação de defensivos ou de fertilizantes cresce significativamente. Responde a uma demanda da sociedade de restringir e ampliar o cuidado no manuseio e utilização dos componentes químicos e também pelo avanço significativo da pesquisa no setor.

O controle biológico cresce com taxas de 15/20% ao ano. Novas empresas, inclusive multinacionais da indústria agroquímica, começam a olhar com mais atenção para o setor. Além disso, companhias estrangeiras têm investido na compra de brasileiras. Mas é preciso atenção e cuidado. É vital oferecer um produto de qualidade.

Nos últimos anos, pelo menos quatro empresas brasileiras de controle biológico trocaram de mãos, de olho na grande escala de produção de nossa agricultura. Considerado o futuro celeiro do mundo, o Brasil é campo fértil para a comercialização de insumos para produção agrícola e necessita ter compromisso permanente com a inovação.

Mas como todo produto, os de controle biológico também devem ter sua produção e seu comércio fiscalizados. Às vezes, no ímpeto de tentar introduzir uma nova tecnologia, pode-se oferecer materiais de empresas que não tenham a indispensável idoneidade. E o controle biológico pode cair em descrédito.

A cultura do uso do produto químico é difícil de mudar. Porém, principalmente depois do aparecimento da lagarta Helicoverpa armigera, o produtor passou a mudar um pouco sua cabeça. Já aceita mais as novidades, por isso é um momento propício para o controle biológico.

O preço também entra em jogo e o produtor pode imaginar que sempre o biológico tem que ser mais barato do que o químico. Mas isso não é uma realidade. De um modo geral, hoje ainda se busca um produto mais barato, mas é preciso ver que, além do controle, com o biológico há as vantagens ambientais e sociais.

Ninguém fará uma agricultura sustentável porque é amante do meio ambiente. Mas é essencial certa coerência. Alia-se a isso o fato de que hoje em dia a população está mais cônscia da responsabilidade de conseguir produtos melhores e saudáveis. Ela cobra isso e as empresas estão sintonizadas com essa cobrança.

No Instituto Biológico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, estamos fazendo nossa parte ao fomentar essa inovação, pesquisar e gerar alternativas.

Já estamos produzindo em Arujá ácaros predadores. Exportaremos nosso know-how de fabricação de agentes biocontroladores para a Bolívia usar em sua plantação de soja em Santa Cruz de la Sierra, fomentamos o uso do controle biológico da cigarrinha em cana-de-açúcar.

A adoção de “biológicos” veio para ficar, mas deve ser feito com esmero, sabendo que como na

natureza, tudo tem seu ritmo adequado e tempo certo.

Deputado Arnaldo JardimSecretário Estadual de Agricultura e

Abastecimento de São Paulo

TECNOLOGIASUSTENTÁVEL

 

Uso de ácaros predadores para o controle biológico de ácaro‐rajado 

 

Mário Eidi Sato 

Centro Experimental Central 

Instituto Biológico 

 

1. Ácaro‐rajado – Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae) 

 

O ácaro‐rajado (Tetranychus urticae Koch) é considerado um dos ácaros‐praga de 

maior importância no mundo. É descrito atacando mais de 150 culturas de importância 

econômica, dentre 1.200 espécies de plantas hospedeiras em 70 gêneros. No Brasil, a 

praga causa prejuízos econômicos em diversas culturas como morangueiro, mamoeiro, 

pessegueiro, algodoeiro,  feijoeiro,  tomateiro e plantas ornamentais  (ex.: crisântemo, 

rosa, gérbera, orquídeas). 

As  fêmeas  deste  ácaro  (Fig.  1)  geralmente  medem  em  torno  de  0,5  mm  de 

comprimento e apresentam dois pares de manchas escuras no dorso. Este ácaro forma 

colônias numerosas na face inferior das folhas, recobertas com apreciável quantidade 

de teia. 

Seus  ovos  apresentam  coloração  amarelada,  esféricos  (Fig.  1)  e  de  difícil 

visualização a olho nu. As larvas são incolores e translúcidas, com três pares de pernas 

e de tamanho semelhante ao do ovo. Sua coloração muda gradativamente à medida 

que se alimentam. 

Em seguida, passam pelas fases de protoninfa e deutoninfa, que diferem entre si 

somente  pelo  tamanho.  É  na  fase de  deutoninfa  que  se  iniciam  as  distinções  entre 

fêmeas  (cerca  de  0,46  mm  de  comprimento  e  com  manchas  dorsais  mais 

pronunciadas) e machos (aproximadamente 0,26 mm de comprimento e com o corpo 

afilado  posteriormente).  O  dorso  das  formas  adultas,  de  coloração  amarela‐

esverdeada escura, apresenta‐se coberto por longas setas e duas manchas escuras em 

cada lado. 

O ciclo de vida dura de 11 a 20 dias, sendo que, quanto maior a temperatura, mais 

curto  é  o  tempo  de  desenvolvimento.  Em  condições  ótimas  de  temperatura  (28  ‐ 

32°C), o período de ovo a adulto é  inferior a uma  semana. Machos desenvolvem‐se 

ligeiramente mais rápido que fêmeas. 

São encontrados geralmente na face  inferior das folhas, onde tecem suas teias. A 

postura  dos  ovos  é  feita  nestas  teias  ou,  quando  diretamente  nas  folhas,  ocorre 

geralmente  próximo  à  nervura.  A  dispersão  desses  ácaros  pode  ser  ativa 

(caminhamento) ou passiva  (vento, plantas,  ferramentas ou pessoas). Uma  fêmea é 

capaz de ovipositar 10 ovos por dia, e até 150 ovos em três semanas, à temperatura de 

25°C. 

 

Quanto ao hábito alimentar, adultos e formas  imaturas alimentam‐se geralmente 

das folhas mais velhas. Eles introduzem seus estiletes nas células vegetais e ingerem o 

conteúdo  intracelular que extravasa. Em grandes  infestações, podem  também atacar 

folhas jovens. 

De modo geral, a praga leva à formação de manchas cloróticas ou descoloridas nas 

folhas, que depois se tornam bronzeadas e secas. Por fim, ocorre a desfolha, algumas 

vezes,  total.  Outros  danos  causados  às  plantas  são:  redução  de  crescimento  das 

plantas e formação de teias, o que deprecia o produto final (principalmente no caso de 

ornamentais). 

No morangueiro,  desenvolvem‐se  na  face  inferior  das  folhas  abertas,  formando 

manchas branco‐prateadas; e na  face  superior  surgem  áreas  inicialmente  cloróticas, 

que  passam  a  bronzeadas.  Pode  haver  intensa  formação  de  teia.  As  folhas  podem 

secar  e  cair  (Fig.  2).  Em  casos  de  alta  infestação  da  praga,  pode  haver  redução  na 

produtividade, afetando a quantidade e a qualidade de frutos. 

O morangueiro é bastante tolerante a uma grande quantidade de ácaros; porém, 

quando não controlado, pode reduzir a produção de frutos em até 80%. A ocorrência é 

maior em condições de  temperatura elevada e baixa umidade. A praga é  favorecida 

também pela presença de poeira. 

Em  tomateiro,  ataca  preferencialmente  as  folhas  situadas  na  parte mediana  da 

planta,  sendo que, uma  infestação  intensa produz o amarelecimento e o  secamento 

das  folhas,  com diminuição no número e  tamanho dos  frutos,  levando à maturação 

mais precoce e baixo teor de sólidos solúveis. 

É  também  uma  das  principais  pragas  em  cultivos  protegidos. A manutenção  de 

condições  ambientais  relativamente  estáveis  para  o  desenvolvimento  de  plantas 

geralmente  favorece  o  rápido  desenvolvimento  da  praga,  aumentando  a  população 

antes mesmo que o produtor note. 

No caso de plantas ornamentais, o nível máximo de dano econômico  tolerado é 

muito  baixo,  em  cultivos  como  rosa,  crisântemo  e  gérbera,  visto  que  é  importante 

evitar  danos  à  estética  das  plantas.  O  alto  investimento  feito  nesses  cultivos  não 

permite reduções, ainda que mínimas, na qualidade do produto final. 

 

1.1. Resistência a acaricidas 

Um  dos  sérios  problemas  associados  ao  controle  de  ácaro‐rajado  é  o 

desenvolvimento da resistência a acaricidas. A alta capacidade de reprodução, o curto 

ciclo  de  vida  e  as  características  reprodutivas  (reprodução  sexuada  e  por 

partenogênese) favorecem uma rápida evolução da resistência a produtos químicos. 

A resistência de ácaro‐rajado tem sido documentada para os principais acaricidas 

registrados para o controle do ácaro‐praga no Brasil, podendo‐se mencionar casos de 

 

resistência a dimetoato, fenpropatrina, bifentrina, cihexatina, propargite, clofentezina, 

hexitiazox, fenpiroximate, piridaben, clorfenapir, abamectina, milbemectina, etoxazol, 

espiromesifeno e ciflumetofen. Para alguns acaricidas como fenpiroximate e etoxazol, 

a  intensidade de  resistência pode chegar a oito mil vezes, após  repetidas aplicações 

desses produtos. 

Diversas  populações,  coletadas  em  cultivos  comerciais  de  morangueiro  e 

ornamentais no Estado de São Paulo, apresentam mais de 80% de ácaros resistentes a 

diversos  acaricidas  utilizados  para  o  seu  controle.  O  problema  da  resistência  a 

acaricidas também tem sido observado em cultivos como algodão, feijão, uva, mamão 

e  pêssego,  em  diversas  regiões  brasileiras.  Algumas  populações  mostram‐se 

resistentes a praticamente todos os acaricidas registrados para o controle da praga no 

Brasil. 

 

2. Ácaros predadores 

Entre os  inimigos naturais de ácaros‐praga, destacam‐se os ácaros predadores da 

família  Phytoseiidae,  considerados  atualmente  os  principais  agentes  de  controle 

biológico  de  ácaros  fitófagos  em  cultivos  agrícolas.  Algumas  das  principais  espécies 

dessa  família,  utilizadas  para  o  controle  de  ácaro‐rajado  no  Brasil,  são  Neoseiulus 

californicus (McGregor) (Fig. 3) e Phytoseiulus macropilis (Banks) (Fig. 4). 

O  predador  N.  californicus  caracteriza‐se  por  apresentar  corpo  de  coloração 

branco‐alaranjada,  longas pernas,  formato ovóide e comprimento aproximado de 0,5 

mm, sendo as  fêmeas maiores que os machos. N. californicus  também é encontrado 

principalmente  na  face  inferior  das  folhas.  A  duração  média  do  período  de 

desenvolvimento (ovo a adulto) é de aproximadamente 6,5 dias. 

A capacidade de predação de N. californicus é de aproximadamente quinze a vinte 

ovos do ácaro‐rajado por dia, podendo se alimentar de todos os estágios biológicos da 

presa. Como são generalistas, podem se alimentar,  também, de outras  fontes, como 

pólen,  outros  ácaros,  tripes  e  pulgões,  sobrevivendo  durante  vários  dias  sem  a 

presença de ácaro‐rajado no campo. 

A  espécie  P.  macropilis  caracteriza‐se  por  apresentar  corpo  de  coloração 

avermelhada,  podendo mudar  de  cor  em  função  da  coloração  do  alimento  (presa), 

apresenta longas pernas, formato ovoide e comprimento aproximado de 0,5 mm. Nas 

plantas, é encontrado principalmente na face inferior dos folíolos, estando geralmente 

associado  às  teias  do  ácaro‐rajado.  P.  macropilis  apresenta  cinco  estágios  de 

desenvolvimento (ovo, larva, protoninfa, deutoninfa e adulto), com duração média que 

varia,  conforme  a  temperatura. A  duração média  do  período  de  ovo  a  adulto  é  de 

aproximadamente sete dias. O adulto pode ser visualizado a olho nu como um ponto 

vermelho com movimentos rápidos. Os ovos apresentam formato oblongo e coloração 

 

avermelhada  translúcida,  sendo  depositados  nas  folhas  das  plantas  hospedeiras  do 

ácaro‐praga, principalmente na face inferior das mesmas (abaxial).  

Cada fêmea adulta de P. macropilis chega a consumir 40 ovos de ácaro‐rajado por 

dia, alimentando‐se também de outras fases do desenvolvimento da praga (Fig. 5). Por 

ser  um  predador  obrigatório,  não  se  alimenta  de  fontes  alternativas  como  pólen  e 

néctar, o que afeta drasticamente sua população na ausência do ácaro‐rajado. 

 

3. Estratégias de manejo de ácaro‐rajado 

O  aumento  exagerado  da  densidade  populacional  do  ácaro‐praga  em  diversos 

cultivos  agrícolas  normalmente  está  associado  a  algum  desequilíbrio  biológico, 

provocado  por  algum  problema  nutricional  da  planta  (adubação  incorreta)  ou 

eliminação de inimigos naturais. Estratégias como o uso de variedades mais resistentes 

ou  tolerantes a ácaro‐rajado, adubação e  irrigação adequadas, e  redução no uso de 

inseticidas e acaricidas de amplo espectro poderiam ser muito úteis para minimizar os 

problemas causados pelo ácaro‐rajado. 

O  uso  de  produtos  químicos  ainda  tem  sido  uma  das  principais  estratégias 

adotadas para reduzir as  infestações do ácaro‐rajado. Nesse caso, o uso de acaricidas 

seletivos aos inimigos naturais, principalmente aos ácaros predadores, é aconselhável. 

Em  cultivos  com  liberação  de  P. macropilis,  devem  ser  evitadas  aplicações  com 

inseticidas  ou  acaricidas  de  elevada  toxicidade  ao  predador  (ex.:  abamectina, 

milbemectina,  clorfenapir,  etoxazol,  organofosforados,  piretroides).  Os  ácaros  da 

espécie  N.  californicus  normalmente  são mais  tolerantes  aos  agroquímicos  que  P. 

macropilis,  mostrando‐se  pouco  sensíveis  às  aplicações  de  organofosforados  e 

piretroides, que geralmente são altamente tóxicos aos ácaros predadores. 

Dentre  os  acaricidas  recomendados  para  o  controle  da  praga,  acaricidas  como 

espiromesifeno,  azadiractina  e  propargite  têm  se mostrado  pouco  prejudiciais  aos 

ácaros predadores da família Phytoseiidae, principalmente N. californicus. 

O  uso  de  produtos  seletivos  associados  à  liberação  de  ácaros  predadores  pode 

representar  uma  boa  estratégia  em  cultivos  com  intenso  ataque  da  praga. 

Dependendo  das  condições  climáticas  (períodos  mais  chuvosos),  o  uso  de  fungos 

entomopatogênicos  (ex.:  Beauveria  bassiana)  também  pode  ser  efetivo  para  o 

controle  biológico  do  ácaro‐rajado,  podendo‐se  realizar  as  aplicações  desses 

entomopatógenos, mesmo em áreas  com  liberação de ácaros predadores da  família 

Phytoseiidae. 

O manejo de solo, a diversificação da vegetação ao redor e no interior da área de 

cultivo (para manutenção e multiplicação de inimigos naturais) e a adubação (orgânica 

e/ou química), são algumas estratégias que precisam ser mais bem estudadas para se 

 

conseguir um sistema de produção que permita uma redução na incidência de pragas e 

ofereça mais segurança e qualidade de vida ao produtor. 

 

3.1. Controle biológico utilizando ácaros predadores 

Os ácaros predadores devem  ser  liberados em condições de baixa  infestação do 

ácaro  fitófago,  para minimizar  os  prejuízos  causados  pela  praga.  Estudos  realizados 

pelo  Instituto Biológico  indicam que, para morangueiro, as  liberações de predadores 

devem  ser  iniciadas quando  a população da praga  atinge níveis entre 1 e 5  ácaros‐

rajados por folíolo, em pelo menos 30% dos folíolos amostrados. As avaliações podem 

ser realizadas semanalmente, com o auxílio de uma lupa de bolso com aumento de 10 

vezes.  No  caso  de  infestações mais  elevadas  (ex.:  acima  de  10  ácaros‐rajados  por 

folíolo),  com  presença  de  teia,  deve‐se  dar  preferência  ao  predador  da  espécie  P. 

macropilis, devido à sua maior capacidade de predação e de dispersão na cultura. 

O morangueiro suporta uma densidade relativamente alta de ácaro‐rajado (ex.: 20 

ácaros por folíolo), possibilitando assim um controle integrado de T. urticae, através da 

utilização de ácaros predadores e acaricidas seletivos. 

Em um estudo realizado na região de Atibaia, em uma área de produção integrada 

de morango  (PIMo),  foram  realizadas  liberações  de  ácaros  predadores  (Neoseiulus 

californicus) em baixas densidades populacionais da praga  (1 a 5 ácaros‐rajados por 

folíolo)  e  aplicações  de  acaricidas  seletivos  (ex.:  propargite)  somente  quando  a 

população  da  praga  atingia  níveis  acima  de  10  ácaros‐praga  por  folíolo.  Com  esse 

método foi possível uma redução de seis vezes no número de aplicações de acaricidas, 

em relação a um cultivo convencional de morango, onde  foram realizadas aplicações 

semanais de acaricidas visando ao controle do ácaro‐rajado. Apesar do número menor 

de aplicações na área de produção integrada, a infestação da praga foi mais baixa e as 

plantas de morango mostravam‐se mais vigorosas e com maior produtividade que as 

da área de produção convencional. 

No  caso  de  tomateiro,  deve‐se  dar  preferência  ao  uso  de  P. macropilis  para  o 

controle de ácaro‐rajado. Liberações de ácaros predadores da espécie N. californicus, 

que  embora  se mostrem mais  tolerantes  que  P. macropilis  a  diversos  inseticidas  e 

acaricidas, podem não resultar em um controle biológico efetivo do ácaro‐rajado, em 

plantas de  tomate, devido  à presença de  tricomas  glandulares que podem  limitar  a 

capacidade de busca e alimentação desses predadores. 

Os  ácaros  predadores  podem  exercer  um  bom  controle  de  ácaros‐praga, 

principalmente em condições de umidade  relativa mais elevada  (acima de 60%). Em 

cultivos de morango e tomate, em locais abertos, com presença de vento, pode haver 

dificuldade  para  o  estabelecimento  dos  predadores,  devido  ao  aumento  na  taxa 

dispersão. Nesse caso, a  implantação de barreiras que sirvam de quebra‐vento pode 

resolver o problema. 

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A tecnologia de uso de ácaros predadores resistentes a agroquímicos é importante 

para  o  manejo  de  pragas,  pois  permite  o  controle  de  outras  pragas  (insetos  e 

fitopatógenos)  sem  comprometer  o  controle  biológico  do  ácaro‐rajado.  Devido  às 

vantagens  associadas  ao  uso  de  predadores  resistentes  a  inseticidas,  algumas 

linhagens de ácaros predadores das espécies N. californicus e P. macropilis  têm sido 

selecionadas  e mantidas  no  Laboratório  de  Acarologia  do  Instituto  Biológico.  Uma 

linhagem de P. macropilis recentemente encontrada em morangueiro, no município de 

Socorro, SP, apresenta resistência acima de 5.000 vezes a piretroides. 

Com o uso correto de ácaros predadores é possível uma redução considerável no 

custo  de  produção  de  cultivos  com  intenso  uso  de  acaricidas,  como  e  o  caso  das 

plantas ornamentais e morangueiro, com a diminuição no número de aplicações, ou 

mesmo, a eliminação do uso desses agrotóxicos, para o controle do ácaro‐praga. Outra 

vantagem  associada  ao  uso  de  predadores  é  a  redução  no  risco  de  presença  de 

agrotóxicos  no  produto  final  (frutos  e  flores),  beneficiando  os  agricultores  e 

consumidores. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Figuras 

 

 

 

Figura 1. Ácaro‐rajado: fêmeas adultas e ovos (Foto: M.E. Sato) 

 

   

16 

 

 

  Figura 2. Plantas de morango sadias (2A) e atacadas por ácaro‐rajado, com  

  grande quantidade de teia (2B) (Fotos: A. Raga) 

 

 

2A 

2B 

17 

 

 

Figura 3. Fêmea adulta do ácaro predador Neoseiulus californicus  

(Foto: M.Z. da Silva) 

 

 

Figura  4.  Fêmea  adulta  do  ácaro  predador  Phytoseilus macropilis 

(Foto: M.Z. da Silva) 

18 

 

 

Figura 5. Phytoseilus macropilis atacando ácaro‐rajado 

 (Foto: M.Z. da Silva) 

 

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