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AGNES CAROLINE DOS REIS UTILIZAÇÃO DAS WEBQUESTS COMO FORMA DE INTERATIVIDADE NA DISCIPLINA DE BIOLOGIA Canoas, 2008

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AGNES CAROLINE DOS REIS

UTILIZAÇÃO DAS WEBQUESTS COMO FORMA DE INTERATIVIDADE NA DISCIPLINA DE BIOLOGIA

Canoas, 2008

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AGNES CAROLINE DOS REIS

UTILIZAÇÃO DAS WEBQUESTS COMO FORMA DE INTERATIVIDADE NA DISCIPLINA DE BIOLOGIA

Trabalho final de conclusão de curso, apresentado como requisito à Graduação em Ciências Biológicas – Licenciatura na obtenção do grau de Licenciado em Ciências Biológicas, sob orientação do Prof. Ms. Giovani André Piva.

Canoas, 2008

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TERMO DE APROVAÇÃO

AGNES CAROLINE DOS REIS

UTILIZAÇÃO DAS WEBQUESTS COMO FORMA DE INTERATIVIDADE NA DISCIPLINA DE BIOLOGIA

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de licenciatura em Ciências Biológicas do Centro universitário La Salle-UNILASALLE pelo

avaliador Prof. Ms. Giovani André Piva.

Canoas, 2008

Prof. Ms. Giovani André Piva Unilasalle

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RESUMO Visando contribuir com o aprendizado na área de Biologia e estimular os alunos na busca e construção destes conhecimentos, este trabalho procura incentivar a pesquisa científica, e ao mesmo tempo ser uma fonte de incitação na aplicação de recursos mais criativos dentro da licenciatura, usando a informática como aliada na metodologia de ensino e aprendizagem para a disciplina de Biologia. Através da introdução de agentes pedagógicos na educação, como as webquests, tem-se o intuito de facilitar a aprendizagem do aluno, adicionando aos conteúdos biológicos, mecanismos dinâmicos, permitindo assim, que os mesmos interajam uns com os outros na troca de idéias, com autonomia, sendo mais questionadores, desenvolvendo habilidades e capacidades, aprendendo a manipular estes recursos com senso crítico, e tornando-se transformadores da interatividade metodológica, que será aplicada para tais finalidades. Para tanto, estas atividades, serão desenvolvidas em aulas ministradas mensalmente no laboratório de informática, através de estudos dirigidos. Com o auxilio das webquests, serão trabalhadas as mais variadas temáticas, desde as inseridas no conteúdo programático da Biologia de Ensino Médio, incluindo temas transversais de uso concomitante com notícias e informações lançadas na mídia entre outros veículos de comunicação, a fim de que os alunos possam adquirir uma postura adequada à pesquisa e trabalhar conceitos biológicos fazendo a abstração necessária dos mesmos. Os resultados esperados com este trabalho estão diretamente relacionados com o despertar dos estudantes neste processo, tendo a informática como aliada no sentido de atrair o interesse maior destes, a fim de ampliar as ligações entre o raciocínio lógico e os saberes que estarão adquirindo. Palavras-chave: webquest, pesquisa, avaliação qualitativa, autonomia.

ABSTRACT

Aiming to contribute for learning in the field of biology and stimulate the students in finding and construction these knowledge, this work seeks to encourage scientific research and at the same time be a source of incitement in the application of resources more creative within the degree, using the informatic as an ally in the methodology of teaching and learning for the discipline of biology. Through the introduction of pedagogical agents in education, such as webquests, has been the intention of facilitating the learning of the student, adding to biological contents, dynamic mechanisms, thus allowing that the same interact among themselves in exchange ideas with autonomy, being more curious, developing skills and capabilities, learning to manipulate these resources with critical sense, and become transformers of interactivity methodological, which will be applied for such purposes. For both, these activities will be developed in classes taught monthly in the laboratory of informatic, through studies addressed. With the help of webquests, will be worked the most varied topics, from the programme content inserted into the biology of high school, including transversal themes of concomitant use with news and information released in the media among other vehicles of communication, in order that students can acquire a proper posture to search and work biological concepts doing the necessary abstraction of the same. The results

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expected in this work are directly related to the awakening of students in this process, having the informatic as an ally in order to attract the interest of greater, with the objective of expanding the links between the logical and the knowledge that will be acquired. Keywords: webquest, research, quality evaluation, autonomy.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................

2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................

2.1 A importância da pesquisa................................................................................................

2.2 Informática na educação...................................................................................................

2.2.1 As NTIC´s e o seu papel didático/ pedagógico................................................................

2.2.2 Webquests.........................................................................................................................

2.2.2.1 Construção e aplicação..................................................................................................

2.2.2.2 Sugestões de Dodge.......................................................................................................

2.2.2.3 Introdução......................................................................................................................

2.2.2.4 Tarefa (s)........................................................................................................................

2.2.2.5 Processo.........................................................................................................................

2.2.2.6 Avaliação.......................................................................................................................

2.2.2.7 Conclusão......................................................................................................................

3 METODOLOGIA.................................................................................................................

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................

REFERÊNCIAS.......................................................................................................................

ANEXO A – Planos de aula elaborados para a utilização das webquests.................................

ANEXO B – Introdução das webquests aplicadas no Estágio Supervisionado II e III................

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1 CONJECTURAS E ABORDAGEM INICIAL

[...] Alguns confundem competência com habilidade, mas competência não é habilidade: o professor pode ser competente, ter conhecimentos profundos de uma determinada disciplina e não ter habilidades práticas para o ensino, não saber ensinar. A educação não é só ciência, mas é também arte. O ato de educar é complexo. O êxito do ensino não depende tanto do conhecimento do professor, mas da sua capacidade em ”fazer aprender” e da sua disponibilidade, de seu projeto de vida de continuar aprendendo (GADOTTI, 2003, p.12).

Moraes (2004, p.18) sustenta que toda aprendizagem inicia-se com um

questionamento sobre um conhecimento existente. O autor sugere que problematiza-se o que

se sabe, apontado seus limites, deficiências e incompletudes.

Nesse sentido, o professor precisa deixar o velho papel de transmissor de

conhecimento. Atualmente, a transmissão de conhecimento pode ser feita pelos meios de

comunicação (jornais, revistas, televisão e Internet). O professor precisa saber como

aproveitar esses meios de comunicação, principalmente a Internet. Ele precisa saber usar as

novas tecnologias que possam contribuir para o processo de aprendizagem dos seus alunos.

Esse processo irá requerer o seu envolvimento, a sua parceria.

Desse modo, o professor passa a ser parceiro de trabalho e deixa de “dar” aulas para

trabalhar com os seus alunos ativamente. Esse novo papel assumido pelo professor garante

não só a sua competência, mas também a de seus aprendizes.

Essa reconstrução compreende a instrumentação mais competente da cidadania, que é

conhecimento inovador e sempre renovado como afirma Demo (2003, p.8). Dessa forma, o

sujeito revela consciência crítica sobre o mundo que o cerca. Sua competência fica

evidenciada quando ele consegue fazer interpretação própria, formulação pessoal, elaboração,

trabalhada mostrando que sabe pensar e sabe aprender a aprender. O sujeito questionador

adota naturalmente como prática a investigação gradual no sentido de conhecer conteúdos

para edificar conhecimentos mais sólidos e não superficiais.

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Ambientes virtuais de aprendizagem podem atuar favorecendo a autonomia e

desenvolvem as relações interpessoais, principalmente quando associados à ferramentas

pedagógicas como as webquests, que são extremamente colaborativas nesse processo

resultando na desacomodação dos estudantes que passam da qualidade de objetos de ensino a

sujeitos de suas aprendizagens.

Através de pequenas mudanças de comportamento na prática docente, o estudante é

naturalmente levado a ser responsável e comprometido com os seus estudos. Demo (2003,

p.18) sustenta que no questionamento dos estudantes aparece tanto a descoberta crítica,

quanto a capacidade de mudar, representando ambas, momentos de sinalização clara de que os

aprendizes superam a condição de massa de manobra.

Dessa forma, entendo que introduzir novos elementos e buscar trabalhar metodologias

que possibilitem a esses estudantes, aprender a pensar, favoreçam a interpretação e abstração

ampla dos conhecimentos científicos, pois quanto maior o número de questões levantadas em

uma sala de aula com pesquisa, maior será o nível de pensamento dos aprendizes sobre elas.

Naturalmente, os alunos vão se desacomodando e as suas atenções estarão mais direcionadas

aos objetos de estudo, uma vez que a condição receptiva transforma-se em ativa.

Com a utilização das webquests apoiadas por plataformas educacionais na Internet,

pretende-se investigar este recurso metodológico, que aplicado à disciplina de biologia, seja

um diferencial nos meios de ensino utilizados. A proposta deste estudo é auxiliar

fundamentalmente na abstração dos conteúdos, através da mediação feita entre a orientação

do professor e a capacidade investigativa dos alunos. Através das webquests, os alunos

poderão pesquisar e construir suas opiniões de acordo com as propostas, constituindo assim,

seu próprio aprendizado. Esta metodologia auxiliará na interpretação, monitoramento e

avaliação de situações problemas que exigem tomadas de decisão, sugerindo novas metas e

estratégias.

Em uma sugestão ao sistema educacional, Piaget (1996, p.13), diz que é preciso fazer

com que professores e alunos, passem por um processo de desacomodação, saindo da

comodidade costumeira e instigado-os a desenvolverem toda uma nova interação, que

segundo ele, é o que na verdade provocará uma nova situação de assimilação e construção de

conhecimento que resultará em um novo equilíbrio, uma nova aprendizagem.

Demo (2003, p.22) sustenta que o aluno-objeto é aquele só escuta aula, e a reproduz na

prova. O aluno-sujeito é aquele que trabalha com o professor, contribui para reconstruir o

conhecimento, busca inovar a prática e participa ativamente em tudo. A qualidade desejada

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pelos profissionais da educação está no quanto cada professor é capaz de investir em suas

aulas.

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2 ARGUMENTAÇÃO

A autonomia e a responsabilidade de um profissional dependem de uma grande capacidade de refletir em e sobre sua ação. Essa capacidade está no âmago do desenvolvimento permanente, em função da experiência de competências e dos saberes profissionais (PICCOLI; MORAES, 2007, p.6).

Nobres são as palavras destes dois autores ao expressarem a necessidade que o

profissional tem de transformação dentro da sua área.

A sociedade da informação e do conhecimento desafia os profissionais preocupados

com a educação das novas gerações, pois revolucionam métodos antigos como as tecnologias

analógicas e põe em foco o vislumbre de uma nova era para a tecnologia digital na educação

(MANTOVANI, 2006, p.2). A proposta de levar para dentro das instituições de ensino novas

tecnologias, podendo assim associá-las aos conteúdos programáticos de ciências e outros,

insere-se na necessidade de renovar, adaptando o exercício da prática pedagógica, de forma a

cooperar, fundamentalmente no preparo intelectual desses estudantes para as exigências do

mercado de trabalho, pois ao aprenderem na escola, sistematicamente saberão sintetizar esses

conhecimentos em outros setores (PERRENOUD, 2000, p.132).

Por isso, mais do que se adaptar às novas tecnologias, os professores devem ser

protagonistas dessa realidade, pois o uso destas ferramentas, viabiliza a criação de projetos

que priorizam a interdisciplinaridade; os desafios, e a construção de soluções individuais e

coletivas (SCHLEMMER, 2006, p.5).

Com o surgimento de ferramentas tecnológicas e sistemas que possibilitam novas

modalidades de produção, como as webquests, a estrutura da sala de aula vem passando por

inúmeras alterações. Estas alterações se concentram na necessidade de abertura, flexibilidade

e facilidade na criação, edição e publicação de novas idéias, e está inserindo professores e

alunos neste novo universo como construtores de sua própria imaginação, lhes dando

oportunidades de desenvolverem sua capacidade criativa e utilizá-la com autonomia para se

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expressar (MANTOVANI, 2006, p.4).

Visualizando assim inúmeras possibilidades inovadoras de construção coletiva, este

projeto pretende atender às questões de ordem científica, utilizando as webquests para

trabalhar os conteúdos biológicos através destes recursos, associados a uma metodologia que

possibilite amplo aproveitamento de informações e realizações. Assim, além de atender a

novos ideais no campo da educação, objetivamente dispõe-se a acatar as exigências das

propostas solicitadas ao Ensino Médio, pela Lei de Diretrizes e Bases, na perspectiva de

formar indivíduos com aptidões críticas e técnicas para o mercado de trabalho.

2.1 A importância da pesquisa

A pesquisa é passo fundamental da autonomia que todo ser em crescimento contínuo

de suas capacidades cognitivas, deve dar para atingir a mais plena satisfação pessoal de seu

desenvolvimento.

Os educadores devem ser sujeitos de suas propostas, afim de que enquanto formadores

possam se aproximar cada vez mais do ponto de equilíbrio que existe entre uma metodologia

diferenciada e a lógica da qual dependem os alunos para serem autores do seu próprio

pensamento crítico, acrescentando-lhes perspicácia na busca dos conhecimentos necessários a

unidade epistemológica de saberes que pretendem tornar-se (PICCOLI; MORAES, 2007,

p.96).

Para tal, é necessário reavaliar ações e concepções, oferecendo possibilidades

metodológicas diferenciadas, dando a oportunidade para o aluno ser mais reflexivo,

instigando seu interesse, provocando e tornando sua busca, uma prática constante por mais

subsídios informativos, construindo um caminho significativo com respostas às propostas

elaboradas. Para realizar a mudança pretendida é preciso motivação, utilizando-se do diálogo

e da capacidade argumentativa para esse fim, e dessa maneira, estar continuadamente

aprendendo e qualificando as ações docentes (JUSTOS, 2003, p.27).

Essencialmente é preciso evidenciar o que se pretende em relação à aprendizagem

esperada do aluno, explicitando o que realmente constitui um pressuposto para a vivência da

pesquisa em sala de aula, resultando daí sua relevância na comunicação do desejado. Assim,

fica clara a importância do professor estabelecer com seus alunos, uma comunicação

adequada, que seja reveladora de suas intenções e sem a presença de imposições, pois,

todavia, educar pela pesquisa, é ter a possibilidade de transformar as práticas atuais da sala de

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aula em outro fazer docente, em que os professores são desafiados a construírem ações que

possibilitem o recriar (GALIAZZI et al. 2003, p.21).

A teoria precisa ser apontada apenas como um meio de encontrar fundamentação para

as alternativas exploradas e com isso, incentivar essa mudança de postura nos alunos.

2.2 A informática na educação

Com a introdução da informática e dos aparatos tecnológicos no meio educacional, o

enfoque passa a ser o processo e a percepção que o aluno terá, na posição de um elemento

privilegiado, capaz de imaginar, criar e interagir dinamicamente com os adventos das novas

tecnologias. Nesse sentido, cabe ao educador instigar, motivar, desafiar e orientar esse

processo de incorporação tecnológica e, a partir daí, gerar novas fontes de conhecimentos.

Segundo estudos piagetianos sobre o interacionismo, caracterizado pelas trocas entre

sujeito e meio, até os estudos sócio-interacionistas de Vygotsky e seus discípulos, as trocas

interpessoais são elementos necessários para o desenvolvimento dos indivíduos, e as

ferramentas digitais proporcionam com magnitude essa interação. (MANTOVANI, 2006,

p.333).

Echeita e Martin (1995, p.37), apud Mantovani (2006, p.332), comenta que “a

interação constitui o núcleo da atividade, já que o conhecimento é gerado, construído, ou,

melhor dito, co-construído, construído conjuntamente, exatamente porque se produz

interatividade entre duas ou mais pessoas que participam dele”.

Assim, é através das interações que o sujeito desencadeia um processo interno de

construção, que o leva a compartilhar idéias e gerar novas interações. É neste processo que se

pode constituir uma relação para ajustar metodologias por meio de novas operações

correspondendo às exigências atuais.

Para Vygotsky (1987, p.17) “a colaboração entre pares, ajuda a desenvolver estratégias

e habilidades gerais de solução de problemas pelo processo cognitivo implícito na interação e

na comunicação”. O advento da informática e de suas ferramentas permite que universidades

e estudantes finalmente tirem proveito da Internet como uma tecnologia que rompe a barreira

espaço/tempo conecta culturas e línguas, viabilizando a comunicação numa escala global.

Por outro lado, a professora Margot Mantovani (2000, p.10), constata que no Brasil o

uso de Novas Tecnologias na educação, apesar de estar em crescimento, ainda não atingiu a

maior parte da comunidade escolar. Apesar desta constatação, ela atenta para um movimento

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de educadores que têm se mostrado estimulado ao uso dos meios digitais e de instrumentos

como as webquests na educação, tendo em vista as inúmeras atividades colaborativas e

cooperativas que estas tecnologias proporcionam.

É fundamental ter a informática como aliada e incorporar seus magníficos recursos à

sala de aula, pois eles servem de apoio às práticas pedagógicas e como objetos para se pensar

nos processos de ensino e aprendizagem, podendo ser utilizados como tecnologias para

ampliar os espaços de comunicação, de interação e de construção coletiva, constituindo-se em

verdadeiros espaços de convivência, a fim de provocar desenvolvimentos humanos

cognitivos, afetivos e sociais (SCHLEMMER, 2006, p.4).

Neste contexto estão inseridas propostas, de aprendizagem que provocam e traduzem

movimentos a partir da ação do sujeito em interação com o objeto de conhecimento. Esta

perspectiva consiste em um processo individual, interno, de estabelecimento de uma rede de

relações, atribuindo significado à nova informação, transformando-a em conhecimento.

Contudo, a própria formação docente precisa ser repensada em função das novas

relações que emergem de recentes paradigmas da cultura tecnológica, pois os professores

necessitam saber identificar as metodologias que permitem tirar o máximo de proveito destas

tecnologias em relação ao desenvolvimento humano (SCHLEMMER, 2006, p.8).

2.2.1 As NTIC e as TD’s em seu papel didático/ pedagógico

Segundo Philippe Perrenoud (2000, p.135), as NTIC (novas tecnologias de informação

e da comunicação) ou TD’s (tecnologias digitais) transformam espetacularmente não apenas a

maneiras de nos comunicarmos, mas também de trabalhar, de decidir, de pensar. Elas já

fazem parte do contexto desta nova geração e tanto escola como educadores têm o dever de

transpor os saberes para o mais próximo possível da realidade dos alunos. Portanto torna-se

imprescindível que as instituições formadoras e seus profissionais, busquem formas de inserir

estas ferramentas no ensino, uma vez que não é possível ignorar o que se passa no mundo. “Se

a escola não ministrar um ensino que seja útil para o futuro, corre o risco de desqualificação”

Mendelsohn (1997, p.12) apud Perrenoud (2000, p.125).

O computador aliado a um projeto pedagógico bem estruturado, pode fazer diferença

em uma sala de aula, auxiliando em uma série de recursos, bem como, na construção do

conhecimento. Philippe Perrenoud (2001, p.128), sugere como exemplo os editores textuais,

aos quais podem ser agregadas, imagens, sons, gráficos, hipertextos, enfim usando um pouco

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de imaginação o professor pode tornar mais atrativa sua aula ao aluno. Podem-se explorar

ainda, diversas potencialidades dos programas didáticos em relação aos objetivos de ensino,

como o uso de webquests ou da telemática através de disciplinas de ensino à distância, na

modalidade EAD, os emails, na troca de informações, os blogs, para expor as idéias, enfim,

existe uma infinidade de possibilidades a serem utilizadas.

Em relação à aprendizagem, o computador é o meio que pode auxiliar o aluno na

conferência significado ou a decifrar melhor um conjunto de elementos, pois ele não apenas

facilita a compreensão, como também a expressão, por meio de seus intermináveis recursos.

Tradicionalmente o ensino baseia-se em documentos impressos, mas à medida que as

coisas avançam, estes documentos vão sendo transpostos para meio digital, como CD´s,

papers, bibliotecas digitais de pesquisa. Infelizmente existem professores que continuam

vendo o computador como uma máquina de escrever moderna e relutantes em se adaptar,

passarão a ter informações menos atualizadas e acesso a fontes documentais cada vez mais

pobres (PERRENOUD, 2001, p.140).

Por isso, ao professor não é permitido ficar obsoleto em relação ao conhecimento, pois

ele é um elemento estratégico como mediador deste aprendizado, peça de fundamental

importância na busca e construção de competências e sendo assim, deve utilizar-se dos meios

disponíveis, instigando seus alunos a serem curiosos e questionadores.

O bom profissional da área de educação, deve no mínimo permanecer em vigília

tecnológica, como sugere Perrenoud (2000, p.138), para não tornar-se um elemento

descartável. Ao estar em contato com essas novidades, o professor pode optar por fazer uso ou

não dessas tecnologias, sem deixar de utilizá-las por ignorância e assim, agregar os

conhecimentos que achar necessário na construção de um ensino de qualidade. O professor

que conhece os limites que estas tecnologias apontam, pode com maior facilidade determinar

o espaço adequado para estas atividades em suas aulas. Por sua vez, a escola como uma

entidade formadora precisa dispor de profissionais a altura, que correspondam com êxito as

suas funções.

Além disso, ao introduzir estes novos conhecimentos em sala de aula, o aluno passa a

fazer uso destes em outros contextos, pois quando ele aprende na escola torna-se apto, para

sintetizar este aprendizado fora dela (PERRENOUD, 2001, p.126).

As NTIC (Novas Tecnologias de Informação e Comunicação), têm a capacidade de

dinamizar e construir competências, pois auxiliam no aprimoramento da aprendizagem

escolar atraindo o interesse dos alunos, conseqüentemente provocam os sentidos, despertando

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a vontade do fazer, do aprender, aliando aptidões como criatividade, lógica etc. Podem

modificar o comportamento, além de estimular o comprometimento com a pesquisa

(divulgação da produção).

A influência das NTIC no desenvolvimento tecnológico e em outras áreas do

conhecimento só tende a crescer. Isso de forma alguma representa uma redução da

importância do papel do professor, pois se sabe que estes aparatos tecnológicos são apenas

ferramentas se não associados a uma metodologia de ensino eficaz, que conseqüentemente

exige um profissional apto em pleno exercício para que haja garantias na qualidade deste

ensino. O mundo está mudando e as pessoas tendem a mudar com ele, e quem detêm o papel

de auxiliar na qualificação destes indivíduos é a escola. Os próprios PCN (BRASIL, 1997,

p.30) mencionam a utilização da informática na educação visando o aprimoramento das

condições de ensino e tendo como objetivo a socialização desses meios aos estudantes.

Também a LDB (BRASIL, 1997, p.45) possui no art. 95, criado em 2006, bases que discutem

a questão da escola como entidade que tem o dever de preparar para o mercado de trabalho,

então como fica o papel formador da escola em relação a estes direitos?

Sabe-se, que escolas particulares possuem a informática em muitos casos como uma

disciplina, porém sabe-se também, que as escolas públicas ainda não têm essa infra-estrutura,

mesmo existindo certo subsídio do Estado em relação a isso. Em virtude desta situação

Perrenoud (2000, p.127), já propunha uma ciberdemocratização, pois é preciso levar as

NTIC’s para o maior número possível de estudantes. Não há como se acomodar diante das

dificuldades, pois temos que crescer como profissionais e nossos alunos conseqüentemente

dependem do nosso desenvolvimento profissional, para evoluírem pessoal e intelectualmente.

Em verdade o povoamento do espaço tecnológico está assentado na qualidade e nos

espaços de liberdade que um grupo de alunos juntamente com o professor é capaz de

construir, uma vez que, como dissemos anteriormente, a instituição deste ambiente é,

inicialmente, guiado pela concepção do professor como designer do espaço educativo. A

qualidade e a intensidade da interatividade, a natureza de acolhimento e não da ambiência,

que o espaço é capaz de promover, muitas vezes, ainda tem na figura do professor um

desencadeador.

Considera-se que a simples disponibilização de ferramentas de comunicação não

sustenta a criação de um ambiente de aprendizagem na Internet. Assim, a idéia de

interatividade, dimensão desejada em qualquer processo educativo, demanda movimento,

vontade de potência dos atores, sejam eles professores, ou alunos, pois no momento em que se

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dispõem a expor-se no grupo, propondo uma questão, um problema, uma idéia, abre-se-lhes

uma variedade de zonas de acionamento de fluxos. Esse acionamento é gerador de outras

aprendizagens, não previstas e variadas (FAINHOLC,1999, p.19).

2.2.2 Webquests

Webquests, conceito criado por Bernard Dodge e Tom March no âmbito das

atividades propostas na disciplina EDTEC 596, "Interdisciplinary Teaching with

Technology", que constituem atividades criativas de pesquisa orientada para quase toda a

informação se encontra na Web.

Seguindo mais a fundo nos conceitos deste elemento e frente à necessidade de se

utilizar a internet de maneira adequada auxiliando as atividades de pesquisa na avaliação

parcial dos alunos, encontrou-se no trabalho pedagógico com as Webquests um viés para

motivar e agregar maiores conhecimentos aos estudantes, nas aulas de biologia.

A Webquest é uma estratégia que reúne os conceitos web – enquanto recurso

documental telemático e quest – que significa busca ou pesquisa. Tendo como referencial a

articulação entre o processo de ensino, aprendizagem e avaliação, objetiva-se: revitalizar os

conteúdos de Biologia através de Webquests como forma de trabalho interativo onde se

articulam aulas presenciais e virtuais; realizar a transposição científica das possibilidades

tecnológicas da Webquest para a prática pedagógica; planejar didaticamente com Webquest,

numa abordagem interativa. (BARROS, 2006, p.19).

O uso das webquests tem possibilitado a proposição de interfaces com outras

estratégias didáticas clássicas na gestão da avaliação, tais como seminário, estudo dirigido,

painel integrado e outras, rompendo-se com a prática linear de planejamento homogêneo que

corriqueiramente alguns educadores costumam apresentar como forma avaliativa tradicional.

É uma oportunidade para se realizar algo diferente, que pode ser aplicado de forma

avaliativa, para obter-se resultados distintos em relação à aprendizagem dos alunos. Além de

que, as webquests oportunizam a produção de materiais de apoio ao ensino de todas as

disciplinas de acordo com as necessidades do professor e seus alunos. (CARVALHO, 2002,

p.145).

A globalização e a Internet vêm oferecendo novas possibilidades na educação e é

exatamente por isso que a técnica de webquests (WQ) vem adquirindo mais adeptos,

argumentam Ilan Chamovitz e Carlos Alberto Nunes Cosenza (2006, p.16).

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Na pedagogia desse projeto, o aluno aprende fazendo, pesquisando, analisando,

aplicando conceitos e desenvolvendo caminhos e estratégias de aprendizagem (BORDNAVE,

1999, p.8).

Uma webquest pode tornar-se uma investigação divertida, na qual algumas ou todas as

informações com as quais os estudantes interagem são originadas dos conteúdos de sala de

aula e da pesquisa direcionada na Internet. Isso sugere, no mínimo, um grande interesse por

esta prática, pois o processo é interativo e pode assumir grande complexidade em um universo

ilimitado de possibilidades.

As webquests são instrumentos diversificados, podendo ser aplicados para qualquer

área do conhecimento na tentativa de que os objetivos de aprendizagem sejam alcançados.

Um exemplo aplicativo para as webquests é utilizá-las de forma complementar, permitindo

que os alunos sintetizem o que aprenderam, criando uma teia entre o conhecimento adquirido

em aula e os agentes que permitem avaliar o resultado destas interações realizadas pelos

estudantes, durante um período em que acessam um material instrucional por meio do uso de

uma ferramenta de colaboração na Internet (CHAMOVITZ; COSENZA, 2006, p.6).

Em verdade a avaliação usando webquests, associada ao desenvolvimento de um

projeto didático-pedagógico, em uma plataforma educacional, serve para auxiliar o professor

a fazer algo inovador, e que estimule os alunos sem criar a pressão desnecessária quando se

fala em avaliação. A estratégia utilizada pelas webquests quando bem elaborada envolve o

aluno de tal forma que este além de aprender acaba por dar o retorno ao professor brincando.

Os trabalhos desenvolvidos jamais esgotarão o tema e permitem concluir que o universo para

exploração da lógica através das webquests mostra-se amplo e inexplorado em determinadas

situações.

O objetivo é melhorar as etapas do processo até se poder indicar "sim" em todos os

itens. Os recursos ou fontes a consultar devem estar disponíveis na Web. Mais recentemente, e

em casos particulares, também podem ser dadas referências não disponíveis on-line, sempre

que a temática se justifique. É preciso atentar na quantidade e na qualidade dos recursos. Um

dos elementos que realmente motiva os alunos é o fato da informação estar disponível na

Web.

Para avaliarmos através das Webquests, devemos indicar como o desempenho dos

alunos será avaliado. Referir se a avaliação é para o grupo, ou se também é individual. Por

isso, dita a norma de Bernie, que convém incluir indicadores qualitativos e quantitativos de

avaliação das próprias webquests para que possam atingir o seu objetivo primordial.

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17

2.2.2.1 Construção e aplicação

Uma Webquest é constituída por seis componentes em sua elaboração, uma

introdução que deve ser apelativa, seguindo-se a explicitação das tarefas a desenvolver, no

processo são indicadas as fases ou etapas a seguir para realizar a tarefa e os recursos ou

fontes a consultar ou a analisar, na avaliação é mencionada a forma como os alunos vão ser

avaliados e na conclusão são mencionadas as vantagens da realização do trabalho e o aluno

deve ser desafiado para nova pesquisa.

A duração de cada projeto a ser desenvolvido em uma Webquest depende do nível de

complexidade que, por sua vez, também é condicionada pela faixa etária dos alunos.

Bernie Dodge considera Webquests de:

a) curta duração (são realizadas de uma a três aulas), tem como objetivo levar o aluno

a percorrer uma significativa quantidade de informação e a compreendê-la, como

refere Dodge (1997), centra-se na aquisição e integração do conhecimento;

b) longa duração (1 semana a 1 mês em ambiente de sala de aula) têm por objetivo

alargar e refinar o conhecimento.

2.2.2.2 Sugestões de Dodge:

a) Dodge (1995) recomenda que se comece por realizar uma webquest simples e

depois se avance para mais complexas;

b) o autor também sugere que se inicie por uma webquest com caráter disciplinar e de

curta duração para se evoluir para as de longa duração e com atividades de caráter

interdisciplinar;

c) sugere ainda que o professor comece por se familiarizar com a informação

disponível on-line na sua área de interesses, seguindo-se a organização das fontes

encontradas;

d) posteriormente, Dodge (2001) através do acrônimo FOCUS, desenvolvido nas

letras iniciais das frases que seguem logo abaixo, apresenta cinco conselhos para

quem desenvolve webquests:

- Find great sites – procurar sites interessantes e relevantes para a temática a

abordar,

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- Orchestrate your learners and resources – organizar os recursos encontrados e

as etapas a serem desenvolvidas em grupo,

- Challenge your learners to think – desafiar os alunos a pensar,

- Use the medium – utilizar convenientemente a Web de tal modo que uma

webquest bem concebida não poderia ser facilmente realizada em papel. Por

exemplo:

- tirar partido da possibilidade de constatar peritos, geralmente através do

correio eletrônico,

- disponibilizar um fórum para os alunos colocarem as suas opiniões,

- apresentar um pequeno vídeo, música ou som ambiente para contextualizar a

temática, tendo o cuidado de não terem um efeito de distração.

- Scaffold high expectations – sugere tarefas que não estejam nas expectativas dos

alunos, isto é que sejam arrojadas, mas devendo também ter apoio em como as

realizar tal como grelhas de análise ou modelos pré-definidos, entre outros, até

os alunos se sentirem autônomos e conseguirem analisar a informação por si ou

conceber o produto final sem qualquer apoio.

Caracterização dos componentes com base na informação apresentada nos "Building

blocks of a Webquest" e na "Taskonomy" de B. Dodge.

2.2.2.3 (WQ) Introdução

A introdução deve ser motivadora e desafiante para os alunos, levando-os a

empenharem-se na webquest.

A motivação deve ser temática e cognitiva. A motivação temática desperta o aluno

para o assunto a abordar, enquanto que a motivação cognitiva atenta nos conhecimentos

prévios do sujeito e sugere aspectos que vão ser focados.

2.2.2.4 (WQ) Tarefa (s)

Pode ser responder a uma pergunta, comparar opiniões, realizar gráficos com os dados

recolhidos, etc. No texto de Dodge sobre as tarefas (taskonomy) sugere 12 tipos de tarefas:

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a) redigir o que se leu (contar);

b) compilação de dados;

c) mistério (papel de detetive);

d) jornalismo (papel de repórter);

e) criar um produto ou planear uma ação;

f) produtos criativos (criar uma história, poema, canção, um pôster, uma pintura);

g) criar consenso;

h) persuasão (ponto de vista a apresentar, por exemplo, na câmara; escrever uma carta,

um editorial; fazer um pôster; criar um vídeo publicitário);

i) conhecer-se! (reflexão sobre quem se é; objetivos em longo prazo; questões éticas e

morais; como melhorar determinadas facetas; apreciar arte, etc);

j) tarefas analíticas (olhar atentamente para um ou vários aspectos e identificar

semelhanças e diferenças);

k) julgar/ avaliar (o aluno dispõe de vários itens e tem que os ordenar ou classificar

ou, ainda, escolher entre algumas opções);

l) tarefas científicas (definir hipóteses, testar hipóteses; descrever os resultados e

interpretá-los);

m) é preciso ter em atenção o nível cognitivo da tarefa: a sua exigência (dificuldade).

2.2.2.5 (WQ) Processo

Indicam-se as fases ou etapas a seguir e os recursos a consultar. Devem ser dadas

orientações pormenorizadas (passo a passo) de como os alunos realizam a tarefa. No processo

deve-se atentar na clareza do mesmo (as etapas estão claramente descritas), na estrutura (o

processo apresenta estratégias e ferramentas para aceder e adquirir conhecimento para realizar

as tarefas) e na sua riqueza (diversidade de papeis para o aluno compreender diferentes

perspectivas e partilhar responsabilidade na execução das tarefas).

Conforme a tabela abaixo (Figura 1), segue um modelo proposto por Bernie Dodge,

em 1999, constituído por doze itens que tanto pode ser utilizado pelo autor da webquest para

avaliar o processo como por um colega. O objetivo é melhorar as etapas do processo até se

poder indicar "sim" em todos os itens.

Item Não ? Sim Dimensão

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1 Os papeis dos elementos do grupo estão bem definidos. Está especificado o que cada um faz e

quando.

2 Os papeis são adequados à execução da tarefa.

3 A logística é clara (e.g. está especificado como os grupos serão formados).

4 Vários recursos ou fontes são identificados para que os alunos possam obter a informação

necessária.

5 É proporcionada orientação para atividades em que os membros do grupo interagem ou analisam

dados (ou uma fotografia, entrevistam um especialista, etc).

6 Há orientação específica em como realizar / desempenhar a tarefa (por exemplo, sugerem-se

estruturas, exemplos ou modelos).

7 O Processo coincide com a descrição da Tarefa.

8 Utilize o pronome pessoal em vez da expressão "os alunos".

9 Adequar o vocabulário ao nível etário dos alunos.

10 Marcas e listas numeradas substituem longos parágrafos.

11 Os hiperlinks (recursos ou fontes) são disponibilizados à medida que vão sendo necessárias.

12 Quando houver muita informação para determinado papel é melhor colocá-la numa página

separada.

Figura 1 - Modelo criado por Dodge para aprimorar a atividade com webquests Fonte: Bernie Dodge, 1999.

Os recursos ou fontes a consultar devem estar disponíveis na Web. Mais

recentemente, e em casos particulares, também podem ser dadas referências não disponíveis

on-line, sempre que a temática o justifique.

É preciso atentar na quantidade e na qualidade dos recursos. Creio que um dos

elementos que realmente motiva os alunos é o fato da informação estar disponível na Web.

2.2.2.6 (WQ) Avaliação

Deve indicar como o desempenho dos alunos será avaliado. Referir se a avaliação é

para o grupo ou se também é individual. Convém incluir os indicadores qualitativos e

quantitativos de avaliação.

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2.2.2.7 (WQ) Conclusão

É disponibilizado um resumo da experiência proporcionada pela webquest, salientando

as vantagens de realizar este trabalho. Deve-se também despertar curiosidade para pesquisas

futuras. Pode-se colocar uma pergunta, um problema para resolver, um site para explorar,

entre outros.

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3 METODOLOGIA

As aulas expositivas dos conteúdos curriculares foram ministradas simultaneamente

com aulas práticas (anexo A) em laboratório de informática, através de estudos dirigidos,

onde os alunos de EAJA – Ensino Médio, do UNILASALLE, trabalham em potencial com as

webquests (anexo B).

Neste projeto utilizaram-se as webquests de forma explicativo/ avaliativa, tendo

ocorrido os eventos mediante a necessidade específica na abordagem de um determinado

assunto, bem como na revisão do estudo, em relação à aprendizagem feita em aula pela turma.

Nesta condição foi possível avaliar o desempenho rentável dos alunos frente às atividades

práticas de pesquisa e comportamento adaptativo na aplicação do recurso.

Quanto aos objetivos de aprofundar os conhecimentos na área de Biologia e melhorar

as condições de abstração dos conteúdos propostos pela disciplina, as webquests serviram

como material de análise e investigação às teorias de fundamentação, pela qual, foram objeto

de observações neste trabalho.

3.1 Público-alvo

O projeto foi desenvolvido com alunos de EAJA, Ensino Médio, do Centro

Universitário La Salle, no período de vigência dos estágios curriculares II (15/08/2007 –

21/11/2007) e III (03/04/2008 – 26/06/2008).

3.2 Ambiente de trabalho

O (EAJA) Programa Ensinando e Aprendendo com Jovens e Adultos (EAJA) tem

como objetivo oportunizar a formação de Ensino Fundamental e Médio a pessoas que não

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tiveram acesso à Educação, valorizando as experiências de vida dos educandos e promovendo

a troca de saber entre ele e o educador. O projeto propicia ainda aos acadêmicos das

licenciaturas do Unilasalle laboratório para estágios e prática de ensino e pesquisa. Em seu

objetivo maior visa o crescimento pessoal dos seus alunos e propicia a aquisição da leitura e

escrita, bem como promove o acesso aos níveis subseqüentes da educação, voltada para

jovens e adultos na educação popular.

O prédio dentro da Universidade que abriga o EAJA, conta com uma ótima estrutura,

ambientes organizados, salas limpas, arejadas, amplas e bem iluminadas, com número

reduzido e limitado de alunos por sala. O setor disponibiliza desde os materiais básicos, até

equipamentos com maior infraestrutura, que foram indispensáveis para que eu pudesse

conciliar a minha prática docente, com este projeto de graduação, TCCII (Trabalho de

Conclusão de curso II).

O setor pedagógico e a coordenação do EAJA estavam sempre apostos para qualquer

necessidade. No local, existe uma sala de apoio aos professores, que disponibiliza recursos

audiovisuais, assim como materiais didáticos, incluindo diversificadas bibliografias. Todos os

funcionários são extremamente atenciosos e os demais professores muito receptivos e

dispostos a projetos interdisciplinares.

3.3 Confecção da webquest

Para a criação das webquest, pesquisou-se material informativo sobre sua estrutura. O

material pode ser encontrado em diversos sites de universidades, de escolas ou próprios para

elaboração das mesmas (ver referências neste artigo).

Foi necessário eleger um programa para a construção da webquest (Figura 2), como

um editor HTML (HyperText Markup Language), como por exemplo (Dreamweaver,

FrontPage, NVU, etc) ou editoriais com ferramentas de edição prontas, que possuíssem

templates e layouts de pré-seleção, como o (PHP, Joula, Googlepages, entre outros). No caso

de utilizar um programa editor HTML, ou seja, que exija uma linguagem especifica para

elaboração de páginas na internet, deve-se designar um provedor, de preferência gratuito

como estes, por exemplo (topcities.com, freeservers.com, freewebsites.com,

homepages.sapo.com, intermega.globo.com, geocities.yahoo.com, hipermart.net,

googlepages.com, etc) para hospedar a página.

A webquest foi confeccionada na estrutura de um “site”, montando os links de acesso

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às páginas referentes aos tópicos no Menu (Introdução, Tarefa, Processo, Recursos, Avaliação

e Conclusão) seguido passo à passo a metodologia utilizada na montagem de sua armação,

mencionada no tópico 2.2.2 deste trabalho.

Depois fez-se uso de toda a criatividade e imaginação para atrair e prender ao máximo

a atenção dos alunos, motivando-os na busca das informações elementares da pesquisa, a qual

se propõe a utilização da técnica.

Segue abaixo, imagem da interface da ferramenta de edição de sites googlepages, onde

foram elaboradas as webquests.

Figura 2 - Interface do ambiente Google Pages. Cada item é uma página com links que as liga entre si, formando um site, onde estão inseridas as webquest Fonte: Autoria própria.

3.3.1 Softwares utilizados

As webquests foram confeccionadas com as ferramentas prontas para edição e

publicação de sites do GOOGLE PAGE CREATOR (www.googlepages.com). Para utilizar o

programa (Figura 3), deve-se fazer um cadastro de e-mail no G-MAIL (www.gmail.com) e

depois logar com seu novo e-mail e senha no site do googlepages.

Páginas individuais que

linkadas formam o site com

as webquests.

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Figura 3 - Interface de entrada onde estão as ferramentas de construção do site para montagem das webquests Fonte: Autoria própria. 3.3.2 Pesquisa e obtenção de imagens e vídeos

As pesquisas tanto de textos quanto de imagens e vídeos se deram principalmente

através do site de busca (Figura 4) do google (www.google.com.br), com exceções dos artigos

retirados de bibliotecas virtuais de pesquisa (Figura 5) como os sites do (Scielo, Capes,

Biblioteca-Digital, Colaboradora, Inep, Seednet, Universia e outras).

Todas as imagens e vídeos utilizados para ilustrar e enriquecer as webquests, são de

domínio público, sendo retirados de sites específicos que permitem a divulgação de suas

imagens. Para os casos de veiculação de imagens de uso privado, foram dados os devidos

créditos e citadas suas fontes.

Figura 4 - Ferramenta de pesquisa Google Figura 5 - Ambiente virtual de pesquisa de Fonte: Autoria própria. artigos

Fonte: Autoria própria.

Ambiente virtual, onde se loga

como no e-mail para entrar.

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3.3.3 Imagens

Ferramenta de pesquisa utilizada (www.google.com.br/imagens).

Abaixo alguns exemplos de palavras chaves e critérios de pesquisa que foram

utilizados:

a) assunto da Webquest: Citologia - Divisão Celular;

b) seleção das palavras chave para a pesquisa: Mitose, Meiose, Divisão Celular, etc;

c) assunto da Webquest: Genética - Anomalias Cromossômicas;

d) seleção de palavras chave para a pesquisa: Síndromes Cromossômicas, Doenças

Hereditárias, Síndromes Genéticas, Trissomias, Down, Klinefelter, Turner, etc;

e) assunto da Webquest: Transgênicos;

f) seleção de palavras chave para a pesquisa: Alimentos Geneticamente Modificados,

Transgênicos, Engenharia Genética, OGMs (organismos geneticamente

modificados).

Quanto ao critério de pesquisa, procurou-se utilizar fontes confiáveis, buscando as

informações sempre em sites, de Universidades, por exemplo. Neste último caso, dos

Transgênicos, pesquisou-se páginas de divulgação das informações de saúde pública, como o

da Vigilância Sanitária a ANVISA, ou ainda de publicação de subsídios criteriosos como o da

(ONG) Greenpeace.

Em todos os casos da pesquisa, utilizou-se, discernimento e sensatez na busca dos

dados que serviriam de apoio a investigação dos alunos.

Nos temas mais amplos, foi preciso afunilar, direcionando e ao mesmo tempo

limitando a pesquisa a uma palavra mais objetiva, que fosse diretamente no foco da questão,

ou ao contrário, por vezes ampliando a busca para obter diversidade de assuntos linkados,

como mostra o exemplo citado logo acima.

3.3.4 Vídeos

Para a enriquecimento das webquests, foi utilizado o site de busca de vídeos (Figura 6)

e documentários (www.youtube.com).

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Figura 6 - Site de busca de vídeos Youtube Fonte: Autoria própria.

Este funciona como uma ferramenta de procura, bastando digitar uma palavra

específica referente aos dados que se deseja obter. Por exemplo, vídeos de Embriologia, mais

especificamente Gestação, palavras chave: Embriogênese, Fecundação, Gestação,

Desenvolvimento Embrionário e assim por diante.

Aparecendo na pesquisa o vídeo desejado, basta selecioná-lo, para que ele comece a

sua reprodução.

3.3.5 Inserção do vídeo na Webquest

Quando o vídeo é executado fica exposto um código HTML (Figura 7) que deve ser

selecionado, copiado e colado respectivamente na página de códigos do programa de

construção da webquest, neste caso o googlepages. O google page creator é um site que tem

ferramentas prontas para edição, mas possuí em sua página, um recurso para modificação da

linguagem HTML, que permite pequenas alterações e melhorias, onde devem ser inseridos os

códigos do vídeo selecionado no youtube.

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Figura 7 - Vídeo sendo executado e local do código HTML que deve ser copiado para inserir o vídeo na página da webquest Fonte: Autoria própria.

3.3.6 Aplicação da webquest

A técnica de webquest foi aplicada nos Laboratórios de Informática do Centro

Universitário La Salle, cedidos pelo Labin, ao EAJA. Todos os computadores

disponibilizados possuíam obrigatoriamente recurso de internet, pois as atividades só podem

ser realizadas on-line, uma vez que contam com as informações dispostas na web.

Antes de aplicar cada webquest, foi dada uma orientação sobre a atividade e

ministrada uma explicação sobre o assunto a ser abordado. Não efetivamente como numa aula

expositiva, mas que situasse os alunos a respeito do conteúdo, pois o objetivo maior é fazer

com que eles mesmos procurem pelas informações através da pesquisa direcionada proposta

na webquest.

O papel de professor nesta atividade é mediador do conhecimento, auxiliando na

condução e desenvolvimento do trabalho, solucionando as dúvidas e interferindo quando

necessário apenas para orientar a pesquisa e fazer com que os saberes sejam totalmente

conquistados pelos alunos.

Em todas as webquests que foram aplicadas no decorrer deste projeto, os alunos

reagiram de diferentes formas, mas sempre cumprindo com os objetivos da tarefa proposta e

resolução de exercícios que testassem com habilidade os seus conhecimentos.

Local do Código HTML

para transportar o vídeo.

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3.3.7 Pesquisa de aceitação

Devido ao fato de ter desenvolvido este projeto com alunos de EAJA em fase de idade

mais avançada, houve uma variação diversificada de reações quanto a aceitação do recurso.

Em geral todos expressaram motivação pelo novo, por sair da condição e do ambiente de sala

de aula e inserir-se em ambiente virtual de aprendizagem, porém quando a proposta era

exposta, foi possível perceber que alguns alunos demonstraram medo, insegurança, preguiça,

sentindo-se travados de certa forma, ao passo que outros estavam curiosos, entusiasmados,

atentos, cheios de vontade para explorar esse novo contexto de aula.

3.3.8 Descrever a aplicação do questionário

Em virtude do estudo com estas atividades fazer parte de uma experiência de

aprimoramento da técnica, a fim de avaliar a aceitação do recurso pelos alunos buscando

ajustar e lapidar as falhas de sua aplicação e no intuito de levar aos alunos melhores condições

de ensino nesta área, foi proposta uma avaliação das webquests a turma.

Através de um questionário de avaliação da mesma, os alunos expuseram sua opinião

pessoal sobre esta aula com potenciais diferenciados, permitindo assim, que não

permanecesse apenas a visão e percepção do professor.

3.3.9 Análise dos dados

O questionário de avaliação das webquests (Figura 8), leva em conta cinco pontos

diferentes sobre sua aplicação. Segundo seu modelo, como mostra a tabela abaixo, os alunos

puderam evidenciar e apontar as etapas positivas e negativas desta atividade.

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Figura 8 - Tabela de avaliação das webquests Fonte: Autoria própria.

AVALIAÇÃO DAS WEBQUESTS SIM NÃO (+) ou (-)

1. São atividades auto-explicativas, dispensando a orientação do

professor.

2. Servem somente como uma complementação dos conteúdos,

depois de uma aula normal.

3. São relativamente fáceis de mexer.

4. Servem para se fazer pesquisa na internet e nada mais.

5. São objetos de distração e não auxiliam na aprendizagem dos

conteúdos.

Deixe seu comentário, dica ou opinião a respeito das atividades com Webquests:

Exemplos de frases usadas por alunos: “Na minha opinião deixa a aula muito “solta”, eu não entendi quase nada,

gosto e aprendo mais na sala de aula com a explicação do professor.”

“Eu gostei desta atividade, pois me deu oportunidade de ver mais além, do que é visto em aula.”

“São positivas, mas com a professora explicando é melhor ainda, pois eu não tenho noção sobre internet, mas

gostaria de aprender, e sei que posso.”

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste trabalho, apresentou-se de forma sucinta a trajetória da pesquisa metodológica

que vem sendo aplicada à cerca de dois semestres, com os alunos de EAJA do Ensino Médio,

numa tentativa não apenas de motivá-los e potencializar as aulas de Biologia, como também

de fazer a inclusão digital dos mesmos. Visto que a maioria com faixa etária entre 30 e 60

anos possuem pouco contato com computador e nível de conhecimentos em informática que

pode ser considerado de baixo a intermediário quanto ao uso dessas ferramentas, estas

atividades oportunizaram uma nova visão de ambiente, de atividade coletiva e de percepção

do conhecimento a qual estavam acostumados.

Numa estratégia de inseri-los em um contexto diferencial de aula, procurou-se através

destas atividades, mostrar-lhes diversificadas formas de se obter o conhecimento, utilizando-

se de outros recursos, que no meu entendimento, instigar-lhes-ia à pesquisa, pois em um

ambiente virtual, têm-se um mundo de informações que não apenas estão disponíveis a um

“clique”, como permitem maior interação entre a busca e o conhecimento desejado. Além

disso, o retorno dos alunos costuma ser maior, quando estes recursos são aproveitados de

forma correta, tendo sua proposta bem elaborada, com uma tarefa a ser desenvolvida em

grupo, ou que exija a procura de subsídios relevantes, sem que estes apelem para copy/ paste,

fazendo com que sejam autores da sua própria criação.

Assim, eles teoricamente desenvolvem habilidades de construir o que se propõem na

webquest, não apenas devolvendo respostas sistêmicas às questões levantadas pelo professor,

sem realmente raciocinar sobre elas, e sim mostrando que são capazes de ir além das

“decorebas”, fazendo suas descobertas e as relacionando. A meu ver, estas atividades são

colaborativas porque os alunos aprendem a pesquisar, distinguindo com discernimento

elementos confiáveis, assim como também adquirem a autonomia necessária e

comprometimento as suas atribuições como estudantes.

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Com base nessa conjuntura foram elaboradas as webquests (anexo B), visando facilitar

os caminhos para a pesquisa sobre os temas propostos, e aplicadas seguindo metodologia

especificada neste trabalho, nas aulas de Biologia (anexo A) ministradas ao Ensino Médio do

EAJA da Instituição Lassalista, no período de vigência do Estagio II e III de Ciências

Biológicas do curso de licenciatura da UNILASALLE.

Resultante das observações e com base na avaliação das webquests realizada pelos

alunos, percebeu-se que houve grande euforia na perspectiva de uma atividade prática e

aceitação do recurso em geral pelos alunos, demonstrando esses apesar das dificuldades, bom

desempenho nas tarefas, bem como na própria utilização e manuseio das ferramentas.

Entretanto, em virtude de da análise dos dados referentes ao questionário utilizado para a

avaliação das webquests, presumiu-se que para esta turma de EAJA em especial, a atividade

não obteve seu objetivo mais pleno e satisfatório, mas de fato veio corroborar ao menos com a

proposta inicial, a qual o projeto visava e fora designado, quando se propôs a trabalhar com as

webquests neste grupo em particular.

Ao final dos trabalhos, os alunos avaliaram a atividade e seus comentários

potencializaram certo receio com o fato de terem ficado mais “soltos” para a pesquisa

proposta em aula; que de certa forma, a atividade foi válida somente como um diferencial de

aula e no quesito áudio-visual, disponibilizado em vídeos e imagens nas webquests.

Fazendo uma análise detalhada da tabela questionário, presume-se que na avaliação

feita pelos alunos, as aulas de webquest foram interessantes como atividade diferenciada, mas

que a presença do professor é indispensável na aprendizagem.

Estes demonstraram fascínio pela proposta, pois a técnica é instigante e “recheada”

de elementos surpreendentes no que diz respeito às ilustrações e os próprios vídeos foram

recursos apreciados por eles, mas mesmo assim, houve receio quanto à tecnologia não

habitual empregada, que apesar de estar se tornando algo de uso comum no dia-a-dia, não faz

parte integral do cotidiano destas pessoas.

A questão que mais evidencia isso é o item dois, que faz referência as webquests

apenas como uma atividade de complementação as aulas expositivas, ou seja, não são mais do

que um complemento, servindo de subsídio complementar, depois de já ter adquiridos

suficiêntes saberes sobre o assunto.

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O gráfico abaixo (Figura 9) sintetiza a análise da avaliação feita pelos alunos quanto

ao potencial da técnica de webquests aplicada a disciplina através do questionário:

Figura 9 - Gráfico que analisa a tabela de avaliação das webquests Fonte: Autoria própria.

Em síntese, os alunos demonstraram que houve pouco entendimento e associação clara

dos conceitos trabalhados e aplicados através do recurso, justamente fazendo crer que tal

descompensação, deva-se ao fato de que as webquests tratam-se de uma atividade quase auto-

explicativa, sem questionar é claro, a importância do professor como mediador no seu

processo, dando o entendimento e confirmando que estão severamente “presos” as aulas

expositivas tradicionais, em que o professor fica diante dos alunos explicando o conteúdo de

forma sistêmica, fazendo uso apenas de recursos mais convencionais como o quadro-negro,

por exemplo.

Além disso, as limitações que estes apresentaram apenas deixaram a convicção de que

nenhum recurso da era digital é suficientemente tão auto-sustentável, que não necessite a

presença eminente do professor em sua aplicação.

Em alusões claras ao que ocorreu na turma do EAJA em relação as webquests, dou o

meu parecer crítico sobre esta experiência com a sensibilidade de quem se propõem a analisar

uma situação, no âmbito de melhorar sua prática docente e o uso destas ferramentas

educativas.

Primeiramente, sugestiono que deve haver uma preocupação do educador em conhecer

melhor os seus alunos, a fim de poder decidir o uso de determinados instrumentos em sala de

Avaliação Webquests

0

1

2

3

4

5

6

7

8

SIM NÃO (+) ou (-)

Percentual de respostas positivas,

negativas e não conceituais.

Am

plitu

de d

e a

ceit

ação

da

ati

vid

ad

e

1. São atividades auto-explicativas, dispensando aorientação do professor.

2. Servem somente como umacomplementação dos conteúdos,depois de uma aula normal.

3.São relativamente fáceis demexer.

4. Servem para se fazer pesquisana internet e nada mais.

5. São objetos de distração e nãoauxiliam na aprendizagem dosconteúdos.

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aula, ou fora desta, bem como ter o domínio das limitações de um grupo específico de alunos.

Além disso, a reação de certa forma adversa, aos objetivos afetivos deste trabalho, apenas

serviu para comprovar uma teoria mais do que evidente a de que nenhum software por mais

bem elaborado que seja, se faz auto-explicativo, isentando a presença do professor em aula,

muito menos ainda a de sua orientação.

Percebeu-se que a utilização desta ferramenta foi permissiva demais aos alunos, que

não acostumados a tais mudanças, deparam-se com a deficiência dos seus saberes e com o

quanto é difícil há certa altura da vida, ver que o conhecimento adquirido foi limitado. Essa

constatação deve chocar algumas pessoas que pensam ser tarde demais para se ter tanto a

aprender.

Nesse contexto é de extrema importância que o professor mostre que sempre há muito

para se descobrir, pois estar em constante aprendizado, é um fato natural da vida e por isso

mesmo a emergência de estarem retornando aos seus estudos.

O EAJA por si só permanece em uma condição especial de organização, tendo total

diferenciação dos grupos de estudos formados por uma escola convencional e por isso

mesmo, merece tratamento diferenciado e específico, mas nem por isso, com menor qualidade

de ensino, nem abreviação dos conhecimentos que se pode oferecer na relação de

aprendizagem. Sabe-se de modo geral, que a educação costuma usar uma estratégia fraca de

ensino, e isso se reflete no desprendimento e na falta de interesse ou descaso dos alunos e

professores que acabam aderidos a um sistema mecânico e pouco criativo. Onde é sugerido

algo novo, tudo se torna assustador, e o medo do desconhecido é o primeiro passo para

estagnarmos diante das inovações.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As tecnologias estão à disposição, basta que a desacomodação seja provocada e estas

"maravilhas do mundo moderno" passem a fazer parte do cotidiano.

Na tentativa de quebrar este paradigma, é que não me retraio ao deparar com o real e

pragmático resultado da minha investigação, pelo contrário, a meu ver, não há limitações no

que infere o emprego das webquests, mas acredito que o sucesso da atividade esteja

relacionado à organização e ao preparo especial que deve ser feito com os alunos antes de

inseri-los em um novo contexto de aprendizagem.

O uso didático das webquests pode vir a ser uma alternativa divertida e diferenciada

aos tradicionais métodos de avaliação ou da própria prática pedagógica, utilizados pelas

licenciaturas.

Para trabalhar a técnica de webquests, o professor deve ter domínio e conhecimento

amplo sobre o nível intelectual da turma, a fim de desenvolver a atividade complementar ou

avaliativa, onde for encontrada maior necessidade de abstração; deve ter a capacidade

perceptiva de escolher dentro dos conteúdos a serem trabalhados, os assuntos que possuam

maior potencial para serem abordados na webquest.

Caberá também ao professor decidir o momento adequado, designando tempo

necessário dentro das suas aulas para a aplicação da atividade.

As webquests podem e devem ser exploradas, tanto para a complementação de um

determinado conteúdo, como servir de atividade avaliativa, a fim de medir o grau de

assimilação dos alunos em relação a este, ou ainda, serem utilizadas de forma primordial,

como o próprio corpo prático no qual irá se basear a aula.

Ao professor é dada apenas a tarefa de orientar os alunos explicando o funcionamento

do recurso, de forma a aproveitar toda a essência colaborativa desta ferramenta em suas aulas.

O educador disposto a desenvolver um trabalho com as webquests, pode encontrar

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apoio teórico em inúmeros sites da web, que auxiliam na construção das mesmas, explicando

de forma sucinta cada passo referente a sua elaboração.

A vantagem de se criar uma webquest, é a possibilidade de personalização,

desenvolvendo sua interface com criatividade, colocando elementos originais na sua estrutura.

Outra opção é simplesmente trabalhar com webquests já desenvolvidas, apenas escolhendo

uma que melhor se adeqüe a proposta de aula.

Estas encontram-se normalmente disponibilizadas em sites de informática na

educação, como rege a bibliografia, ou em páginas pessoais de professores que contribuem

para esta área.

A proposta de utilização das webquests no EAJA, não foi além das expectativas

esperadas, mas demonstrou o óbvio, que a técnica de webquests, assim como outras atividades

elaboradas com softwares educativos, desacomodam, pois exigem pesquisa, interesse,

raciocínio e participação. Os alunos estão acomodados a um tipo de aula onde não necessitam

refletir sobre o que estão aprendendo, simplesmente recebem as informações “mastigadas” e

reproduzem conceitos sem ter o entendimento verdadeiro da aplicação dos mesmos.

Inserido nessa perspectiva, acabamos nos defrontando com os ideais piagetianos de

uma prática construtivista de desacomodação. Contudo, o cenário no qual esta reflexão se

insere é caracterizado pelo uso das tecnologias da informação e da comunicação (TIC), que se

constitui numa espécie de pano de fundo desafiador para produzir uma desacomodação nas

práticas e concepções educacionais vigentes, visando à criação de novas práticas dentro de um

panorama tecnológico.

Urge, então, refletir sobre os processos educacionais quando estamos mergulhados em

diferentes facetas potencialmente ricas para pôr em discussão o processo pelo qual se opera a

incorporação das TIC.

Estou certa de que neste projeto procurei inserir instrumentos, para que este se tratasse

de uma investigação baseada em um método qualitativo e assim fosse possível refletir acerca

de situações referentes às práticas de ensino e aprendizagem.

Não creio que os alunos de EAJA sejam acomodados, pelo contrário, só o fato de

quererem resgatar o tempo “perdido” em relação aos estudos, já os torna sujeitos de suas

vontades e motivações. Quanto ao tempo que estiveram parados, pouco serviu para grandes

mudanças no sistema educacional, que continuou estagnado, acomodando alunos e

professores.

De qualquer forma, penso que é preciso fazer das experimentações instrumentos

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necessários no caminho de aprendiz, tendo sempre a capacidade e a humildade de reconhecer

as falhas, antes que elas possam dar espaço aos erros perpétuos. Talvez seja nesta diferença de

olhar para si mesmo, que estejam as virtudes para se alcançar com dignidade a conquista de

ser um bom educador.

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REFERÊNCIAS

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Aprendizagem Computacional Cooperativo. In: Congresso Iberoamericano de Informática Educativa, 5, 2000, Viña del Mar. Anais. Viña del Mar, Chile: RIBIE 2000. MORAES, Roque; RAMOS, Maurivan G; GALIAZZI, Maria do C. A epistemologia do aprender no educar pela pesquisa em Ciências: alguns pressupostos teóricos. In: MORAES, Roque. MANCUSO, Ronaldo. (Orgs) Educação em Ciências: produção de currículos e formação de professores. Ijuí: Unijuí, 2004, p.85-108. PERRENOUD, Philippe. 10 Novas Competências para Ensinar. 192 p. ed. Artmed, 2000. PERRENOUD, Philippe; GATHER THURLER, Mônica. As Competências para Ensinar no Século XXI. 176 p. ed. Artmed, 2001. PIAGET, Jean – Estudos Sociológicos. Rio de Janeiro: Forense, 1973. p.105. PIAGET, Jean – Biologia e conhecimento. Petrópolis: Editora Vozes, 1996. 2ª ed. PICCOLI, Sonia Maria; MORAES, Roque. Ensinar e aprender pela pesquisa: um desafio para a formação continuada de professores. Frederico Westphalen, v. 7 n. 8 p. 91 – 105, Jun 2006. SCHLEMMER, Elliane. O Trabalho do Professor e as Novas Tecnologias. Textual. Porto Alegre, v. 1, n. 8, p. 33-42, 2006. VYGOTSKY, L. V. A formação social da mente: desenvolvimento dos processos mentais superiores. São Paulo, 1994.

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ANEXO A – Planos de aula onde foram utilizadas as webquests como metodologia de

avaliação no Estágio Supervisionado II e III

Plano de Aula – 1

Escola: UNILASALLE/ EAJA

Estagiário: Agnes C. dos Reis

Turma: GE – 2B

Duração: 2h

Conteúdo: síndromes cromossômicas de caráter sexual.

Habilidades: conhecer as síndromes cromossômicas e anomalias que estão relacionadas com

disfunções dos cromossomos de ordem sexual (X e Y), compreendendo como e porquê

ocorrem. Trabalho desenvolvido com base nos temas transversais de sexualidade.

Metodologia: aula interativa, onde foi feita uma explanação do assunto e logo após, realizada

uma atividade em laboratório de informática com o uso de webquests, afim de que os alunos

aprofundassem os seus conhecimentos através de uma pesquisa elaborada contando com

recursos da internet.

Recursos: webquest.

Avaliação: resolução de exercícios propostos no link tarefa da webquest.

Observações: foi aplicado o recurso da webquest para trabalhar o conteúdo de anomalias

cromossômicas sexuais correlacionado com questões paralelas da gravidez conduzida por

abuso de drogas licitas e ilícitas, causa e efeito, mudanças que decorrem do seu uso e as

possíveis mutações.

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Plano de Aula – 2

Escola: UNILASALLE/ EAJA

Estagiário: Agnes C. dos Reis

Turma: GE – 2B

Duração: 2h

Conteúdo: Tema Transversal: transgênicos.

Habilidades: adquirir conhecimentos sobre os transgênicos e formar opinião embasados nos

prós e contras sobre o assunto.

Metodologia: aula interativa, com explanação do tema, através de artigos e uso das cartilhas

elaborada pelo Greempeace e Anvisa. Depois realizou-se atividade com as webquests em

laboratório de informática, para conduzir uma pesquisa mais abrangente do assunto, afim de

que os alunos pudessem concluir a tarefa proposta de fazer um júri simulado, cada qual

defendendo a sua visão, de acordo com a pesquisa realizada.

Recursos: webquest.

Avaliação: resolver a tarefa da webquest, pesquisa de argumentos para a montagem de um

júri simulado, envolvendo vários grupos específicos para a discussão do assunto.

Observações: foi aplicada uma webquest temática a fim de trabalhar a questão dos

transgênicos. Houve bastante discussão, pois o assunto é gerador de determinada polêmica,

mas a aula foi positiva, os alunos puderam refletir e trocar idéias embasados na pesquisa que

fizeram através da webquest como era o objetivo.

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Plano de Aula – 3

Escola: UNILASALLE/ EAJA

Estagiário: Agnes C. dos Reis

Turma: GE – 2B

Duração: 2h

Conteúdo: célula: estrutura e funcionamento – núcleo celular (mitose e meiose).

Habilidades: compreender os diferentes tipos de mecanismos relacionados à divisão celular.

Metodologia: aula interativa, onde discutiu-se um pouco sobre a mitose e seus processos de

multiplicação e renovação celular. Posteriormente foi aplicada a webquest em laboratório de

informática, para que os alunos pudessem buscar mais informações pertinentes sobre o

assunto e realizar os exercícios propostos para testar a síntese dos conhecimentos adquiridos.

Recursos: webquest.

Avaliação: resolução de exercícios propostos no link tarefa da webquest.

Observações: houve rendimento satisfatório, os alunos comportaram-se receptivamente,

reagindo bem a metodologia aplicada e fazendo bom uso do recurso que foi utilizado. A aula

transcorreu normalmente.

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Plano de Aula – 4

Escola: UNILASALLE/ EAJA

Estagiário: Agnes C. dos Reis

Turma: GE – 2B

Duração: 2h

Conteúdo: célula: estrutura e funcionamento – núcleo celular (mitose e meiose) continuação.

Habilidades: compreender os diferentes tipos de mecanismos relacionados à divisão celular.

Metodologia: aula interativa, onde discutiu-se um pouco sobre a meiose e suas

especificidades na divisão celular. Posteriormente foi aplicada a webquest em laboratório de

informática, para que os alunos pudessem buscar mais informações pertinentes sobre o

assunto e realizar os exercícios propostos para testar a síntese dos conhecimentos adquiridos.

Recursos: webquest.

Avaliação: resolução de exercícios propostos no link tarefa da webquest.

Observações: Os alunos participaram ativamente da aula realizando os exercícios. Depois

assistiram a alguns vídeos de curta duração, sobre o assunto em questão, podendo assim

visualizar melhor e com mais efeito o tema trabalhado na webquest.

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ANEXO B – Webquests elaboradas para os alunos do Estágio Supervisionado II e III

Webquest sobre Anomalias

Cromossômicas, onde foi escolhido

trabalhar apenas aquelas ligadas a

cromossomos de ordem sexual e o

restante foi trabalhado apenas em

aula.

Webquest temática sobre os

Transgênicos, Trabalhou

conceitos e discutiu a polêmica

gerada pelo assunto.

Webquest de Citologia que

abordou apenas a parte de

Divisão Celular (meiose e

mitose), para não ficar muito

extensa.