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© 2002 - Unesp - Faculdade de Ciências Agronômicas – Campus de Botucatu - Serviço Técnico de Informática - UTILIZAÇÃO DE HÚMUS DE MINHOCA CONVENCIONAL E DE HÚMUS DE MINHOCA LÍQUIDO NO DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE ALFACE. Damatto Junior, E. R. 1 , Grassi Filho, H. 2 , Veiga, N. 3 A alface é uma planta bastante exigente quanto às características químicas e físicas do solo, assim a fertilização constitui a prática agrícola mais cara e de maior retorno, desta forma a utilização de adubos orgânicos vem se tornando uma opção para reduzir as quantidades de fertilizantes minerais a serem aplicados. Com o objetivo de estudar efeitos da aplicação de extrato líquido de húmus de minhoca e encontrar uma concentração do extrato mais adequada ao desenvolvimento de plantas de alface, desenvolveu-se em condições de ambiente protegido o experimento que testou quatro doses do extrato (0, 20, 50 e 100%), aplicados via irrigação, associados à ausência e à presença de húmus convencional no solo. O húmus de minhoca foi produzido com esterco bovino e palhadas, sendo as minhocas introduzidas nos canteiros com o substrato já curado. Após 45 dias todo o substrato se apresentava metabolizado, com o qual em seguida preparou-se o extrato líquido, colocando-se 3 partes de água para 1 parte de húmus de minhoca sólido, que foram misturados por 7 minutos. Após a mistura, o material foi passado em uma peneira de malha 2 mm², e coado em pano de algodão duplo (saco de farinha de trigo). Utilizou-se plantas de alface crespa "Verônica", cultivadas em vasos, preenchidos com solo corrigido e adubado. A primeira colheita foi realizada aos 30 dias, onde avaliou-se peso de matéria fresca e seca (em gramas) das plantas, utilizando-se balança digital. A segunda colheita foi realizada ao final do ciclo, com 60 dias, onde avaliou-se diâmetro (mm); peso de matéria fresca e seca (em gramas) e o teor de nutrientes das folhas, através de análise de plantas, segundo Malavolta et al. (1997). O delineamento experimental utilizado foi um fatorial 4x2, com 5 repetições e duas plantas por vaso. Apesar de não ter havido diferença estatisticamente significativa para peso de matéria fresca e seca e diâmetro, a tendência para os melhores resultados foram encontrados com doses de 100 e 0% e solo sem adição de húmus sólido, já os piores resultados foram para as doses de 50 e 20% com húmus sólido no solo. Através dos dados obtidos observou-se que os melhores resultados foram encontrados em duas situações: quando não se aplicou húmus sólido no solo e irrigou-se com a dose de 100% do extrato líquido de húmus de minhoca (N, K, Fe, Mn e Zn); e quando usou-se húmus sólido no solo, irrigando-se com a dose de 0% (N, P, K, S, Cu e Fe). Desta forma pode-se concluir que a irrigação de plantas com o extrato líquido deve ser realizada apenas quando não se adiciona ao solo o húmus na forma sólida e que neste caso a irrigação deve ser na dose de 100%, ou seja, o produto deve ser usado sem diluição. Enquanto que a menor acumulação de nutrientes foi encontrada em plantas irrigadas com a dose de 50% (N, P, K, S, Cu, Fe, Mn e Zn). 1 Aluno do Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Energia na Agricultura, FCA/UNESP/Botucatu 2 Professor Adjunto, Departamento de Recursos Naturais, FCA/UNESP/Botucatu, ORIENTADOR 3 Professor, Departamento de Produção e Exploração Animal, FMVZ/UNESP/Botucatu, ORIENTADOR

UTILIZAÇÃO DE HÚMUS DE MINHOCA CONVENCIONAL E DE …intranet.fca.unesp.br/mostra_cientifica/anteriores/2002/PDF/A03R01.pdf · UTILIZAÇÃO DE HÚMUS DE MINHOCA CONVENCIONAL E DE

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© 2002 - Unesp - Faculdade de Ciências Agronômicas – Campus de Botucatu - Serviço Técnico de Informática -

UTILIZAÇÃO DE HÚMUS DE MINHOCA CONVENCIONAL E DE HÚMUS DE MINHOCA LÍQUIDO NO DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE

ALFACE.

Damatto Junior, E. R.1, Grassi Filho, H.2, Veiga, N.3 A alface é uma planta bastante exigente quanto às características químicas e físicas do solo, assim a fertilização constitui a prática agrícola mais cara e de maior retorno, desta forma a utilização de adubos orgânicos vem se tornando uma opção para reduzir as quantidades de fertilizantes minerais a serem aplicados. Com o objetivo de estudar efeitos da aplicação de extrato líquido de húmus de minhoca e encontrar uma concentração do extrato mais adequada ao desenvolvimento de plantas de alface, desenvolveu-se em condições de ambiente protegido o experimento que testou quatro doses do extrato (0, 20, 50 e 100%), aplicados via irrigação, associados à ausência e à presença de húmus convencional no solo. O húmus de minhoca foi produzido com esterco bovino e palhadas, sendo as minhocas introduzidas nos canteiros com o substrato já curado. Após 45 dias todo o substrato se apresentava metabolizado, com o qual em seguida preparou-se o extrato líquido, colocando-se 3 partes de água para 1 parte de húmus de minhoca sólido, que foram misturados por 7 minutos. Após a mistura, o material foi passado em uma peneira de malha 2 mm², e coado em pano de algodão duplo (saco de farinha de trigo). Utilizou-se plantas de alface crespa "Verônica", cultivadas em vasos, preenchidos com solo corrigido e adubado. A primeira colheita foi realizada aos 30 dias, onde avaliou-se peso de matéria fresca e seca (em gramas) das plantas, utilizando-se balança digital. A segunda colheita foi realizada ao final do ciclo, com 60 dias, onde avaliou-se diâmetro (mm); peso de matéria fresca e seca (em gramas) e o teor de nutrientes das folhas, através de análise de plantas, segundo Malavolta et al. (1997). O delineamento experimental utilizado foi um fatorial 4x2, com 5 repetições e duas plantas por vaso. Apesar de não ter havido diferença estatisticamente significativa para peso de matéria fresca e seca e diâmetro, a tendência para os melhores resultados foram encontrados com doses de 100 e 0% e solo sem adição de húmus sólido, já os piores resultados foram para as doses de 50 e 20% com húmus sólido no solo. Através dos dados obtidos observou-se que os melhores resultados foram encontrados em duas situações: quando não se aplicou húmus sólido no solo e irrigou-se com a dose de 100% do extrato líquido de húmus de minhoca (N, K, Fe, Mn e Zn); e quando usou-se húmus sólido no solo, irrigando-se com a dose de 0% (N, P, K, S, Cu e Fe). Desta forma pode-se concluir que a irrigação de plantas com o extrato líquido deve ser realizada apenas quando não se adiciona ao solo o húmus na forma sólida e que neste caso a irrigação deve ser na dose de 100%, ou seja, o produto deve ser usado sem diluição. Enquanto que a menor acumulação de nutrientes foi encontrada em plantas irrigadas com a dose de 50% (N, P, K, S, Cu, Fe, Mn e Zn).

1 Aluno do Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Energia na Agricultura, FCA/UNESP/Botucatu 2 Professor Adjunto, Departamento de Recursos Naturais, FCA/UNESP/Botucatu, ORIENTADOR 3 Professor, Departamento de Produção e Exploração Animal, FMVZ/UNESP/Botucatu, ORIENTADOR