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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE AGRONOMIA EFEITO DE HÚMUS DE MINHOCA NO CULTIVO DA ALFACE (Lactuca sativa L.) NO MUNICÍPIO DE ALTAMIRA, PARÁ Francisco Aldenir do Carmo Lúcio Altamira - Pará - Brasil 2009

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA

FACULDADE DE AGRONOMIA

EFEITO DE HÚMUS DE MINHOCA NO CULTIVO DA ALFACE

(Lactuca sativa L.) NO MUNICÍPIO DE

ALTAMIRA, PARÁ

Francisco Aldenir do Carmo Lúcio

Altamira - Pará - Brasil

2009

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA

FACULDADE DE AGRONOMIA

EFEITO DE HÚMUS DE MINHOCA NO CULTIVO DA ALFACE

(Lactuca sativa L.) NO MUNICÍPIO DE

ALTAMIRA, PARÁ

FRANCISCO ALDENIR DO CARMO LÚCIO

Orientadora: Profª. Dra. Andréa Hentz de Mello

Co-orientador: Prof. M.Sc. Fernando Kidelmar Dantas de Oliveira

Altamira - PA

Junho - 2009

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Faculdade de Agronomia da

Universidade Federal do Pará, Campus

Universitário de Altamira, como requisito

para obtenção de grau de Engenheiro

Agrônomo.

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Francisco Aldenir do Carmo Lúcio

EFEITO DE HÚMUS DE MINHOCA NO CULTIVO DA ALFACE

(Lactuca sativa L.) NO MUNICÍPIO DE

ALTAMIRA, PARÁ

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________________

Profª. Dra. Andréa Hentz de Mello - Universidade Federal do Pará

Orientadora

_________________________________________________________________

Prof. M.Sc. Fernando Kidelmar Dantas de Oliveira - Universidade Federal do Pará

Examinador

_________________________________________________________________

Prof. Dr. Rainério Meireles da Silva - Universidade Federal do Pará

Examinador

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DEDICO

A Deus, criador de tudo o que

existe, inteligência suprema

e causa primária de todas as

coisas.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo o fortalecimento de minha força, coragem, fé e sabedoria durante o tempo

de graduação e desenvolvimento deste trabalho.

À professora e orientadora Dra. Andréa Hentz de Mello, pela sua participação com

repasse de conhecimentos, orientações e dedicação nas correções deste trabalho.

Ao professor M.Sc. Fernando Kidelmar Dantas de Oliveira, pela co-orientação deste

trabalho.

À minha amiga e colega de curso Fabrícia Costa dos Santos, pela produção do

vermicomposto usado neste trabalho.

À Secretaria de Estado de Agricultura do Pará – SAGRI/Regional Xingu, pela

disponibilidade de sua área para a realização do experimento.

Á Universidade Federal do Pará e ao programa do Curso de Agronomia, pela a

oportunidade.

Aos meus amigos e colegas de curso, especialmente Fabrícia Costa dos Santos, Leandro

Borges Pereira, Nara Otilia Assis de Barros, Olivan do Nascimento Saraiva, Paulo Vitor

Nogueira e Ricardo Eduardo de Freitas Maia, pela a contribuição na fase de execução e avaliação

do experimento.

A todos os colegas de curso, pelos períodos de estudos e trocas de idéias durante a

graduação.

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EPÍGRAFE

“É consenso entre os agricultores familiares de que „a

terra que tem minhoca é melhor para a produção de

hortaliças e frutas‟. Eles sabem dos benefícios das

minhocas no solo, como a maior aeração, maior capacidade

de retenção de água, além, é claro,

da melhoria das qualidades químicas”.

(Gustavo Schiedeck)

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SUMÁRIO

1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 11

2 - OBJETIVOS ................................................................................................................. 14

2.1 - GERAL ....................................................................................................................... 14

2.2 - ESPECÍFICOS............................................................................................................. 14

3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 15

3.1 - IMPORTÂNCIA DA OLERICULTURA ..................................................................... 15

3.1.1 - Importância na Alimentação Humana ................................................................... 15

3.1.2 - Importância Econômica .......................................................................................... 16

3.1.3 - Importância Social .................................................................................................. 17

3.2 - IMPORTÂNCIA DA FERTILIDADE DO SOLO PARA A PRODUÇÃO DE

OLERÁCEAS ...................................................................................................................... 17

3.3 - VERMICOMPOSTO E VERMICOMPOSTAGEM ..................................................... 19

3.3.1 - Vermicomposto ....................................................................................................... 19

3.3.2 - Vermicompostagem................................................................................................. 21

3.4 - CARACTERIZAÇÃO DA CULTURA DA ALFACE ................................................. 22

3.4.1 - Caracterização Botânica ......................................................................................... 22

3.4.2 - Cultivares ................................................................................................................ 22

3.4.3 - Características da Alface Americana ..................................................................... 23

3.4.4 - Descrição da Cultivar Tainá ................................................................................... 24

3.4.5 - Solo e Adubação ...................................................................................................... 24

3.4.6 - Clima ....................................................................................................................... 26

3.4.7 - Implantação e Propagação da Cultura ................................................................... 26

3.4.8 - Espaçamento ........................................................................................................... 27

3.4.9 - Tratos Culturais ...................................................................................................... 27

3.4.10 - Controle Fitossanitário ......................................................................................... 28

4 - MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 34

4.1 - LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO EXPERIMENTO ............. 34

4.2 - ADUBOS ORGÂNICOS: HÚMUS DE MINHOCA E ESTERCO BOVINO .............. 34

4.2.1 - Húmus de Minhoca ................................................................................................. 34

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4.2.2 - Esterco Bovino......................................................................................................... 35

4.3 - SEMEADURA DA ALFACE CV. TAINÁ .................................................................. 36

4.4 - INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO ......................................................................... 36

4.5 - ANÁLISE ESTATÍSTICA........................................................................................... 40

5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 42

5.1 - ANÁLISES QUÍMICAS DE SOLO E DO VERMICOMPOSTO................................. 42

5.2 - EFEITO DO HÚMUS DE MINHOCA NO DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA

ALFACE CULTIVAR TAINÁ ............................................................................................ 42

5.2.1 - Massa Fresca Total, Massa Fresca da Parte Aérea, Massa Fresca da Parte Radicular,

Número de Folhas, Diâmetro da Cabeça e Altura da Planta ........................................... 43

5.2.2 - Pragas e Doenças ..................................................................................................... 47

6 - CONCLUSÕES ............................................................................................................. 47

7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 49

8 - ANEXO ......................................................................................................................... 54

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Planta de alface americana (A) e Alface americana Cultivar Tainá (B). ............. 24

Figura 02 - Mosaico da alface (A) e Mosqueado da alface (B)............................................. 29

Figura 03 - Big-Vein da alface (A) e - Vira-cabeça em alface (B)........................................ 30

Figura 04 - Míldio da alface ................................................................................................ 32

Figura 05 - Estrutura do minhocário utilizado na produção do húmus, Altamira-PA, 2009. . 35

Figura 06 - Mudas de alface cultivar Tainá com 24 dias após a semeadura, Altamira-PA,

2009. .................................................................................................................................... 36

Figura 07 - Detalhe da área do experimento, alface americana cultivar Tainá, Altamira-PA, 2009.

............................................................................................................................................ 37

Figura 08 - Croqui da área experimental T = Testemunha; HM = Húmus de Minhoca; EB =

Esterco Bovino e NPK = Nitrogênio + Superfosfato Simples + Cloreto de Potássio, Altamira-PA,

2009. .................................................................................................................................... 38

Figura 09 - Incorporação do húmus de minhoca ao solo com 15 dias antes do transplantio (A) e

incorporação do esterco bovino ao solo com 15 dias antes do transplantio (B), Altamira-PA,

2009. .................................................................................................................................... 39

Figura 10 - Incorporação do Cloreto de potássio e Superfosfato Simples ao solo com 15 dias

antes do transplantio, Altamira-PA, 2009. ............................................................................ 39

Figura 11 - Fornecimento de Uréia (46% de N) em cobertura, na segunda aplicação aos 18 dias

após o transplantio, Altamira-PA, 2009. ............................................................................... 40

Figura 12 - Altura das plantas das alfaces determinadas, com a utilização de régua milimétrica

(A) e obtenção do diâmetro de cabeças das alfaces, com utilização de paquímetro (B), Altamira-

PA, 2009. ............................................................................................................................. 41

Figura 13 - Alface americana cultivar Tainá com 45 dias após o transplantio (T) = testemunha,

(HM) = húmus de minhoca, (NPK) = adubação mineral e (EB) esterco bovino, Altamira-PA,

2009. .................................................................................................................................... 47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Composição nutricional da alface em 100 g da parte utilizável. ......................... 16

Tabela 02 - Extração de nutrientes do solo cultivado com alface. ........................................ 26

Tabela 03 - Composição dos tratamentos avaliados quanto à eficiência para a produção de alface

cultivar Tainá, Altamira-PA, 2009. ...................................................................................... 37

Tabela 04 - Resultado de análise química do solo a 20 cm de profundidade, Altamira-PA, 2009.

............................................................................................................................................ 42

Tabela 05 - Resultado de análise química do vermicomposto, Altamira-PA, 2009. .............. 42

Tabela 06 - Dados médios por planta das repetições dos diferentes tratamentos para o cultivo da

alface americana cultivar Tainá, Altamira-PA, 2009. ............................................................ 43

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RESUMO

Dentre as espécies de hortaliças reconhecidas na demanda do consumo diário dos brasileiros, a

alface (Lactuca sativa L.), vem se destacando pela aceitação popular. A utilização do

vermicomposto como fonte de fertilidade ao solo, vem sendo utilizado devido os efeitos e

eficiências em diversos cultivos, podendo ser produzido a partir de vários resíduos. Este trabalho

teve por objetivo avaliar o efeito do húmus de minhoca produzido com diferentes substratos na

produção da Alface americana, cultivar Tainá. O delineamento utilizado foi o Inteiramente

Casualizado (DIC) com 4 tratamentos, 5 repetições, parcelas com 28 plantas. Os tratamentos

consistiram de testemunha T1 - Sem nenhuma adubação, T2 - Húmus de minhoca produzido à

base de diferentes matérias primas, T3 - Esterco Bovino e T4 - NPK, onde foram avaliados as

seguintes características da alface: quantidade de folhas, diâmetro de cabeça, altura da planta,

quantidade de massa fresca, incidência de pragas e doenças e foi avaliado as características

químicas do húmus produzido com diferentes substratos e proposto recomendações para o tipo de

substrato a ser fornecido às minhocas submetidas à produção de húmus para a produção da

alface. Para todas as características avaliadas, foram observadas diferenças entre os tratamentos.

A produtividade da alface foi: 5,7 t/ha com aplicação de 40 t/ha de húmus minhoca; 11,5 t/ha

com aplicação de NPK e 17,5 t/ha com aplicação de 80 t/ha de esterco bovino. Através do

diagnóstico visual, não foram identificadas pragas e nem sintomas de doenças.

Palavras-chave: adubação orgânica, hortaliças, vermicompostagem, vermicomposto.

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1 - INTRODUÇÃO

A ampla utilização e produção de alimento, são hipóteses explicadas para capacidade de

adaptação e fixação do homem aos mais distintos ambientes do globo terrestre. Produção de

grãos era a principal atividade econômica do período primitivo até o contemporâneo. Devido a

baixa demanda demográfica, era permitido que frutas e hortaliças fossem adquiridos na natureza,

sendo desnecessário seu cultivo. Mas, evidenciou-se necessidade de maior complementação na

dieta alimentar diária à base de produtos vegetais não cozidos. Entretanto, somente a partir da

segunda metade do século XX, foi que o cultivo de hortaliça foi iniciado (ANDRIOLO, 2002).

Também de acordo com ANDRIOLO (2002), no caso do Brasil, a evolução olerícula

está ligado ao desenvolvimento econômico e social do país. Uma matriz cultural herdada pelos

portugueses. Essa foi razão pelo qual não houve no início políticas de desenvolvimento agrícola,

exclusiva para populações locais. Iniciou primeiramente, através das correntes migratórias,

cultivos intensivos de hortaliças, seguindo posteriormente com cultivos de hortaliças domésticas,

com maior diversificação.

Maior impulso foi com a descoberta das vitaminas, bem como seu papel essencial no

metabolismo humano, o qual foi marco ao primeiro passo para o surgimento da horticultura como

atividade econômica (ANDRIOLO, 2002). Segundo FILGUEIRA (2003), são necessárias

ingestão diária de cinco princípios nutricionais para se ter uma alimentação saudável e

equilibrada, e somente uma alimentação variada é capaz de suprir essas exigências à saúde

humana.

Põe-se em prática, baseado em ANDRIOLO (2002) a noção de hábito alimentar,

caracterizado pela repetitibilidade de um procedimento no decorrer do tempo. Dessa forma, a

olericultura atual, tem um objetivo de ser capaz de fornecer hortaliças de boa qualidade o ano

todo, aos consumidores. Dentre as espécies de hortaliças, referente a esse contexto, destaca-se a

alface (Lactuca sativa L.), família Asteráceae, originária do Mediterrâneo, planta herbácea,

tipicamente folhosa, consumida na forma de salada, que vem se destacando pela sua grande

aceitação popular (FILGUEIRA, 2003).

A alface é rica em vitaminas A, Niacina e C, proteínas e minerais, Cálcio, Ferro,

Fósforo, Tiamina, sendo muito importante para uma alimentação saudável (FILGUEIRA, 2003;

CAETANO et al., 2001). Esta hortaliça é uma das mais produzida no Brasil (KATAYAMA,

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1993), no entanto, segundo CAETANO et al., (2001), alface é mais restrita ao mercado nacional,

só no estado do Rio de Janeiro, em 1998, a produção de alface foi em torno de 37 mil toneladas,

em áreas cultivadas de aproximadamente 1,3 mil hectares. No Município de Altamira, Pará,

segundo OLIVEIRA (2007) o cultivo da alface tem grande importância econômica por ser uma

das hortaliças mais vendidas nos mercados e feiras dessa cidade, também, trabalho conduzido por

OLIVEIRA-JUNIOR (2007) nesse mesmo Município, mostra a alface em segundo lugar, entre as

hortaliças mais vendidas.

É reconhecida a demanda de consumo diário, das mais variadas espécies de hortaliças na

mesa dos brasileiros. Por outro lado, para garantir um produto de excelente qualidade com alta

produtividade, o cultivo da alface merece algumas prevenções básicas por parte do produtor.

Além dos cuidados fitossanitários, existe um que vem sendo bastante discutido atualmente, o

manejo e conservação do solo como forma de garantir os componentes nutricionais e biológicos

do mesmo. Por ser uma olerácea de ciclo curto e sistema radicular superficial, a alface necessita

para essas qualidades, de um solo que tenha capacidade de fornecer água e nutrientes

adequadamente para o desenvolvimento da planta, ou seja, pH ideal em torno de 6,0, boa

fertilidade e rico em matéria orgânica (CAETANO et al., 2001) e textura média (FILGUEIRA,

2003) e por necessitar de uma adubação orgânica e em solo pobre os custos se elevam devido os

acréscimos de doses de adubação mineral durante o plantio (FILGUEIRA, 2003; HAAG et al.,

1993). Por ser uma espécie composta basicamente por folhas, a cultura responde mais ao

fornecimento de nitrogênio e as deficiências de fósforo e potássio reduzem bastante o

crescimento da planta. Os micronutrientes que mais afetam o desenvolvimento da alface, quando

em níveis deficientes são, o cobre, molibdênio e o boro (CAETANO et al., 2001).

Apesar de absorver quantidade relativamente pequenas, quando comparada com outras

culturas, devido ao ciclo curto (de 50 a 70 dias), a alface pode ser considerada como exigente em

nutrientes, principalmente no final do ciclo. Fica também evidenciada exigência nutricional

diferenciada entre cultivares (KATAYAMA, 1993).

Observa-se nesse sentido, necessidade de alternativas para recompor ao solo os micro e

macronutrientes absorvidos pela planta durante seu cultivo. Assim torna-se indispensável o uso

de adubação orgânica nas hortaliças, principalmente nas folhosas (KIMOTO, 1993). Para essa

cultura de raízes delicadas, a adubação orgânica, com esterco de curral é altamente benéfica

(FILGUEIRA, 2003), mas, segundo ANDRIOLO (2002), merece cuidado se o esterco for

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proveniente de animais onde se faz uso de medicamento e ou produtos químicos que venha poder

contaminar as hortaliças. Além disso, de acordo com TEIXEIRA et al., (2002) tem-se mostrado

problemas com esterco de animais quanto a disponibilidade e fornecimento em alguns

Municípios, como por exemplo em Barcarena-PA. Porém, são diversas as alternativas, devido sua

grande disponibilidade de resposta ao crescimento das plantas, bem como também o uso da

compostagem, que vem sendo bastante utilizado como alternativa viável.

Nesse sentido, tornam-se necessárias medidas viáveis, como opções, quanto ao tipo de

adubos orgânicos a serem usados como forma de estabilização e estruturação das propriedades

físicas, químicas e biológicas do solo na produção de hortaliças, em especial a alface, por ser uma

das mais consumidas diariamente.

De acordo com FONTANÉTTI et al., (2006) há uma constante difusão na preocupação

ambiental e qualidade de vida das pessoas, que vem despertando interesse para produtos

orgânicos. O Brasil ocupou em 2006 a 13ª posição quanto à área destinada a esse subsistema de

produção.

OLIVEIRA-JUNIOR (2007) observou no Município de Altamira-PA, que o uso do

esterco de gado se destaca entre os adubos orgânicos mais utilizados nas hortas urbanas dessa

cidade, devido ser adquirido em menor custo, mas os horticultores preferem alternativas como:

esterco de aviário e ou de ovino. Mesmo não fazendo referência da utilização de húmus de

minhoca, percebe-se o interesse por parte dos horticultores em outras alternativas, além do

esterco de bovino. O húmus é o termo usado para transformação biológica de resíduos orgânicos,

em que as minhocas atuam acelerando o processo de decomposição, promovendo o

desenvolvimento de uma grande população de microrganismos, que torna o vermicomposto de

melhor qualidade comparado com o composto tradicional (RICCI, 2002). De acordo com

LANDGRAF et al., (1999) o húmus produzido pelas minhocas, além de riquíssimo em matéria

orgânica, reconstitui a estrutura física e biológica do solo, também neutraliza o pH do solo,

atuando como fertilizante químico, elevando a concentração de nutrientes aumentando a

resistência das plantas a pragas e doenças.

Baseado em FRANCISCO-NETO (2002), na natureza, o húmus é formado a partir de

decomposição de materiais vegetais mortos, que são lentamente atacados, como forma de

alimentos, para os microrganismos tais como as minhocas e fungos, e que seus excrementos

constituem os compostos orgânicos utilizados pelas plantas. Segundo RICCI (2002), este

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composto é conhecido como vermicomposto, devido às minhocas serem consideradas vermes,

por isso recebe esse nome.

A utilização do vermicomposto como fonte de fertilidade ao solo, vem sendo

amplamente utilizado devido seus efeitos e eficiências em diversos cultivos. OLIVEIRA et al.,

(2001), mostrou efeito positivo no emprego de 25 t/ha de húmus associado à adubação mineral na

produção de cenoura, porém não comparou com outros compostos. SILVA et al., (2005), obteve

diferenças significativas em termos de aumento para produção de massa fresca de alface com

aplicação de húmus de minhoca em relação ao esterco de bovino, no entanto, não houve

diferença, do húmus em relação aos substratos de suíno e de coelho.

O vermicomposto, pela sua eficiência, pode ser viável na produção de hortaliças,

podendo ser produzido a partir de vários resíduos, como por exemplo estercos de bovino ou aves

misturado com restos de vegetais triturados (RICCI, 2002).

2 - OBJETIVOS

2.1 - GERAL

Avaliar o efeito do húmus de minhoca comparado com diferentes adubações usadas na

produção de Alface americana (Lactuca sativa L. cv. Tainá).

2.2 - ESPECÍFICOS

Analisar a característica química do húmus produzido com diferentes substratos.

Avaliar a quantidade de folhas da alface.

Avaliar o diâmetro de cabeça e altura da alface.

Avaliar a quantidade de massa fresca da alface.

Verificar a incidência de pragas e doenças na cultura.

Propor recomendações para o tipo de substrato a ser fornecido às minhocas submetidas à

produção de húmus, que melhor responda na produção de alface.

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3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 - IMPORTÂNCIA DA OLERICULTURA

3.1.1 - Importância na Alimentação Humana

A qualidade de frutas e hortaliças corresponde ao conjunto de propriedades que os

tornam aceitável como alimentos. De modo abrangente, qualidade pode ser definida como

características individuais de um mesmo produto, que tem reflexo na aceitação por parte do

consumidor (MAISTRO, 2001). É importante salientar as perdas sofridas durante as operações

que medeiam à colheita até ao consumidor, assim é importante as formas de armazenamentos e

conservação (FILGUEIRA, 2003).

Para FILGUEIRA (2003), o tipo de dieta mais adequada a uma pessoa está relacionada à

seu modo de vida, um exemplo seria que para os trabalhadores braçais, a exigência está mais

voltada para alimentação energética, rica em carboidratos. O que não seria indicado para pessoas

dedicadas ao trabalho intelectual, uma vez que sendo apropriada pode prevenir ou corrigir um

distúrbio que comumente vem acontecendo em regiões desenvolvidas, a obesidade.

De acordo com o desenvolvimento de um país ou região, as atividades que exigem

maiores forças físicas diminuem e, conseqüentemente, reduz também o consumo energético e em

contrapartida maior consumo de hortaliças, ricas em vitaminas e sais minerais. Mas no Brasil, a

dieta alimentar de seu povo, ainda se caracteriza por baixa ingestão de hortaliças comparada

como outros povos (FILGUEIRA, 2003).

De acordo com CHITARRA (2005), frutas e hortaliças ocupam um importante papel na

alimentação humana, por serem fontes de vitaminas, minerais e fibras. Sendo benéfica à saúde do

consumidor, tanto pela fonte reconhecida de nutrientes, como por conter diferentes grupos de

substâncias químicas, que quando ingeridos, atuam como agentes anticancerígeno, reduzindo ao

risco de doenças cardiovasculares, entre outras funções importantes no organismo humano. Para

FILGUEIRA (2003), alimentação variada é capaz de fornecer os princípios nutricionais

necessários a saúde humana, já que essa espécie não dispõe de um alimento completo. Segundo

CARDOSO (1997), as hortaliças, por constituírem um grupo de plantas rico em substâncias

nutritivas, podem contribuir para amenizar os desequilíbrios nutricionais da população amazônica

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brasileira, como nas demais regiões tropicais. Os nutricionistas afirmam que a maior contribuição

das hortaliças gerais, à dieta humana é o fornecimento de vitaminas e sais minerais, as quais

apresentam os seguintes princípios nutricionais; carboidrato, proteína, sais minerais, vitaminas A

e C, vitamina do complexo B e Ferro (CHITARRA, 2005; FILGUEIRA, 2003; KATAYAMA,

1993).

A alface por sua vez, apresenta elevado teor de umidade, celulose e baixo valor calórico.

É rica em vitamina A, elemento importante para o funcionamento dos órgãos da visão; vitamina

C, que ajuda na resistência dos vasos sanguíneos, fragilidade e má formação dos dentes; a

vitamina Niacina, que evita problema de pele e do sistema nervoso; Cálcio e o Fósforo,

participam na formação do sangue; Ferro, contribui na formação do sangue. A alface também é

considerada como calmante e remédio contra insônia (OLIVEIRA, 2007; PIMENTEL, 1985),

A Tabela 01 detalha a composição nutricional da alface.

Tabela 01 - Composição nutricional da alface em 100 g da parte utilizável.

Proteína Ca Fe P Vit. A Tiamina Riboflavina Niacina Vit. C

(g) (mg) (mg) (mg) (U.I.) (µg) (µg) (mg) (g)

1,2 35 2,0 26 970 60 60 0,3 8

Fonte: Adaptado por FILGUEIRA (2003).

3.1.2 - Importância Econômica

A importância da olericultura no cenário agrícola brasileiro se traduz pela alta

rentabilidade, distribuição de renda e geração de emprego. Entre os produtos nacionais, a

hortaliça só perde em valor da produção, para a cana-de-açucar, café, soja e milho. A produção

olerícula no Brasil atingia em 1998 um valor bruto de 3,9 bilhões de dólares, enquanto o de grão,

13,9 bilhões de dólares (CAETANO et al., 2001).

O Brasil é um grande produtor de hortaliças, sendo que em 2004 produziu 16 milhões de

toneladas (TOFANELLI et al., 2007). Em 2006 a produção foi aproximadamente 17.549 mil

toneladas em área cultivada de 771 mil hectares. O valor estimado foi de R$ 11.529 milhões e

gerou 2.827,28 empregos (EMBRAPA, 2006). A alface por sua vez, apresenta-se entre as

hortaliças mais produzidas no Brasil (KATAYAMA, 1993), no entanto, é mais restrita ao

mercado nacional (CAETANO et al., 2001), destacando-se nesse país por ser a sexta em

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importância econômica e a oitava em volume produzido (CHITARRA, 2005; MAISTRO, 2001).

Só no Rio de Janeiro, se mantêm a produção acima das 30 mil toneladas anuais e área ocupada

acima de mil hectares, sendo a produtividade em torno de 27 t/ha (CAETANO et al., 2001).

No Município de Altamira, Pará, o cultivo da alface tem grande importância econômica,

sendo uma das hortaliças mais vendidas nas feiras livres da cidade. Nesse Município esta

atividade apresenta um ótimo lucro aos recursos investidos, principalmente quando não há

intermediário entre o produtor e consumidor (OLIVEIRA, 2007), como observou OLIVEIRA-

JUNIOR (2007) que 71% das vendas de hortaliças são feitas diretamente ao consumidor e a

alface sendo a segunda entre as mais vendidas. As hortas urbanas de Altamira empregam cerca de

80 trabalhadores diretos e proporciona aumento na renda familiar dos horticultores dessa cidade.

3.1.3 - Importância Social

Contribuindo significativamente para o mercado de trabalho, a produção de hortaliças é

intensiva em mão-de-obra (COBBE & JABUONSKI, 1993). Para GUSMÃO & GUSMÃO

(2007) e OLIVEIRA (2007), destacam o cultivo de hortaliças, como forma de terapia ocupacional

ou interação entre grupos, como escolas e centros comunitários, bem como complementação na

alimentação dessas comunidades. Também a possibilidade de utilização de pequenas área, com

rápido retorno econômico, que possibilita pessoas em situações de desemprego, invista nessa

atividade, evitando pressões sociais sobre ela. No município de Altamira, Pará, as horticulturas

têm um papel importante na geração de emprego para as famílias que praticam essa atividade

(OLIVEIRA-JUNIOR, 2007).

3.2 - IMPORTÂNCIA DA FERTILIDADE DO SOLO PARA A PRODUÇÃO DE

OLERÁCEAS

Para FILGUEIRA (2003), as culturas oleráceas são altamente exigentes em nutrientes,

razão pela qual, produtores acabam errando ao executarem adubação em excesso. O solo, além de

servir como meio para sustentação das raízes, precisa fornecer nutrientes necessários ao adequado

desenvolvimento das plantas. Em certo caso, até mesmo o solo pode ser dispensado, deste que

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exista outros meios de fornecimentos de nutrientes para as culturas, como é o caso do cultivo

hidropônico (ANDRIOLO et al., 2004; CAETANO et al., 2001; FILGUEIRA, 2003).

O solo é uma importante fonte de nutrientes minerais para as raízes. Mas, de acordo com

COUTINHO et al., (1993), no caso da olericultura, as vezes o solo não oferece esses nutrientes,

devido ao seus ciclos serem curtos. A agrotecnologia pode corrigir essas limitações da fertilidade

do solo.

O adequado desenvolvimento das culturas é respondido em função de 14 nutrientes, que

de acordo com FILGUEIRA (2003), é reconhecido como essenciais, e na ausência de qualquer

um deles, o solo torna-se fonte limitante ao desenvolvimento da planta. Classificam-se em macro

e micronutrientes, sendo que os macronutrientes são divididos entre principais, o Nitrogênio (N),

Fósforo (P) e Potássio (K) e secundários, Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S); e

micronutrientes, Boro (B), Zinco (Zn), Molibdênio (Mo), Cobre (Cu), manganês (Mn), Ferro

(Fe), Cloro (Cl) e Níquel (Ni). É irrelevante considerar quais desses 14 são mais importantes,

pois, a deficiência de qualquer um, é capaz de comprometer economicamente a cultura. A

importância dos macro e micronutrientes é evidenciada, de forma clara constituindo-se nos

componentes de formação e todos esses elementos provem do solo, com exceção do nitrogênio,

que primeiramente sofre fenômeno da fixação biológica (HAAG et al., 1993).

Esses 14 nutrientes são reconhecidos como essenciais ou imprescindíveis para as plantas

superiores, as hortaliças por exemplo. Os macronutrientes são extraídos pelo sistema radicular

das plantas em maior quantidade (kg/ha), em relação aos micronutrientes que são absorvidos em

menores quantidades (g/ha). As espécies oleráceas extraem do solo e exportam, em suas partes

comerciáveis, maiores quantidade de nutrientes, por hectares, em relação às outras culturas.

O fornecimento de doses adequadas de N favorece o crescimento vegetativo, expande a

área fotossinteticamente ativa e eleva o potencial produtivo da cultura. O excesso de N pode

ocasionar queima das folhas, em plantas novas, aumenta a suscetibilidade da planta e a certas

doenças fúngicas. Fornecimento de doses adequadas de P e Ca às culturas, favorecem o

desenvolvimento e amplo sistema radicular, aumentando absorção de água e de nutrientes. O K

aplicado de dose, favorece a formação e translocação de carboidrato e o uso eficiente da água

pela planta, embora eleve a exigência de K, segundo FILGUEIRA (2003), pesquisas tem

revelado que maioria dos solos brasileiros, a adubação potássica não propicia elevação na

produtividade devido a esses solos já dispor de K em forma utilizável. O Ca trata-se de um

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macronutriente que favorece a ampliação dos sistemas radiculares e conseqüentemente,

melhoram a absorção de água e nutrientes. O Mg é o macronutriente absorvido em menor

quantidade, mas mesmo assim, mantém sua importância. É a parte integrante da molécula e

podendo ser identificada sua deficiência nas folhas cloróticas. Para o S, muitas culturas, como as

brassicáceas, retiram do solo quantidades mais substanciais de S que de P, o que ilustra a

relevância desse macronutriente (FILGUEIRA, 2003).

Os micronutrientes, embora extraídos em quantidades pequenas, da ordem de grama por

hectares, têm se tornado fator limitante no cultivo de algumas espécies. O B é o micronutriente,

cuja, carência tem sido constatada com mais freqüência no campo. O Zn é outro micronutriente

que vem exigindo atenção, ressaltando-se que sinais de carências típicos (listras verdes-claras no

limbo foliar) têm ocorrido em milho-doce. Aplicação pesada de P diminui a absorção de Zn pelas

plantas. A carência de Mo tem sido fator limitante importante da produção de brassicácea

herbácea, em especial couve-flor e brócolos. Assim aplicação foliar de Mo tornou-se prática

rotineira. No caso de deficiência de Cu têm sido constatado em cultura de alface conduzidas em

baixadas turfosas. Carência de Mn, Fe, Cl e Ni não são comumente constatadas nas condições

brasileiras. A calagem por sua vez, deve ser conduzida de forma que o pH do solo corrigido não

eleve acima de 6,5, a faixa de 6,0-6,5 beneficia a maioria das culturas oleráceas (FILGUEIRA,

2003).

Estas são mais produtivas e exigentes, razão pelo qual, extraem e exportam do solo

maior quantidade de nutriente, em relação às culturas de grãos por exemplo, exigindo adubação

mais farta.

3.3 - VERMICOMPOSTO E VERMICOMPOSTAGEM

3.3.1 - Vermicomposto

O vermicomposto ou húmus é material humificado através do metabolismo da minhoca

e apresenta em sua composição substâncias que se originadas da degradação química e biológica

de resíduos de plantas e da atividade metabólica de microrganismos (LANDGRAF et al., 1999).

Além de riquíssimo em matéria orgânica, o vermicomposto reconstitui a estrutura física e

biológica do solo, bem como neutraliza o pH, atuando como fertilizante químico, elevando a

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concentração de nutrientes e aumentando a resistência das plantas contra pragas e doenças

(LANDGRAF et al, 1999; RODRIGUES et al., 2003; KIST et al., 2007), conseqüentemente,

importante para produtividade agrícola (MARTINEZ, 2006). A utilização do vermicomposto na

agricultura vêm sendo estudada há anos por pesquisadores (KIST et al., 2007).

A produção de húmus acontece naturalmente, a partir de decomposição da matéria

orgânica (restos vegetais e animais mortos), sendo lentamente atacada, como forma de

alimentação, para os microrganismos existentes no solo tais como as minhocas e fungos e que

seus excrementos constituem os compostos orgânicos ou húmus utilizados pelas plantas

(FRANCISCO - NETO, 2002; PEQUENO et al., 2003; RODRIGUES, 2008). De acordo com

RICCI (2002), devido as minhocas serem consideradas vermes, usa-se o termo vermicomposto ao

húmus produzido através da decomposição acelerada por esse anelídeo.

O húmus apresenta as seguintes propriedades, segundo PEQUENO et al., (2003) e RÍOS

et al., (1993).

É um produto natural, produzido biologicamente, que não agride o meio ambiente,

mantendo a biologia dos solos intacta;

Melhora as propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos, ajudando a

recuperação de solos quando degradado e infértil;

Possui alta concentração de macro e micronutrientes para as plantas, especialmente

de N, P, K, Ca e Mg;

Melhora as estruturas do solo dando-lhes características granuladas, fazendo com que

os solos tenham maior aeração, movimento de água e retenção de umidade também

impede a compactação de solos argilosos e promove a agregação de solos arenosos;

Aumenta a capacidade de retenção de nutrientes dos solos;

Tem maior efeito residual no solo e pode permanecer mais de três meses em estado

dinâmico;

A liberação dos nutrientes ocorre mais lentamente, diminuindo as perdas por lavagem

pela água das chuvas ou de irrigação, reduz a erosão do solo e aumenta a resistência

dos agregados protegendo contra os impactos provocados pela gota de águas das

chuvas e reduz o escorrimento superficial;

Potencializa a ação dos adubos químicos quando utilizados em conjunto;

Eleva pH dos solos na faixa entre 6,0 a 6,5.

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3.3.2 - Vermicompostagem

A vermicompostagem é o sistema tecnológico usado para a transformação biológica de

resíduos orgânicos, em que as minhocas atuam acelerando o processo de decomposição (RICCI,

2002; PEREIRA et al., 2005; LANDGRAF et al., 1999), e que esses organismos atuam triturando

os resíduos orgânicos liberando um muco, facilitando o trabalho dos microrganismos

decompositores, acelerando o processo de humificação e promovendo o desenvolvimento de

grande população de microrganismos, que forma o vermicomposto de melhor qualidade (RICCI,

2002; PEREIRA et al., 2005).

A minhoca mais comumente utilizada para o processo é a conhecida como Vermelha-da-

Califórnia (Eisenia foetida), preferida para a produção de húmus pois, além de se adaptar

facilmente às condições de cativeiro, apresenta grande capacidade de produção de húmus e alta

velocidade de reprodução (SCHIEDECK et al., 2006; STEFFEN, 2008; PEREIRA et al., 2005).

Embora outra espécie, como Eisenia andrei, também chamada de Vermelha-da-Califórnia, venha

sendo estudada (STEFFEN, 2008).

A minhoca come diariamente o equivalente ao seu próprio peso. Toda matéria orgânica

consumida pela minhoca Vermelha-da-Califórnia, apenas 40% é usada para seu

desenvolvimento e reprodução. Os demais 60% é transformado em húmus (LANDGRAF et al.,

1999 e RÍOS et al., 1993). Assim, para cada 10 kg de matéria orgânica serão produzidos

aproximadamente 6 kg de húmus (SCHIEDECK et al., 2006).

Para o processo de vermicompostagem serão adotados alguns cuidados essenciais no

alimento à ser fornecido à minhoca como:

1) Utilização do esterco - antes de ir para o canteiro, o esterco deve passar por um processo de

cura (PEREIRA et al., 2005), não deixando ultrapassar os 30°C (SCHIEDECK et al., 2006;

PEREIRA et al., 2005).

2) Pode ser usado resíduos vegetais da propriedade ou próxima a ela (casca de arroz, palha de

café, restos de capim e cascas de frutas). Deve ser fermentado em separado e triturado quando

decomposto e misturado ao esterco a ser curtido.

3) A faixa ótima de umidade do alimento é de 80-85% (SCHIEDECK et al., 2006).

4) O pH deverá estar na faixa de 6,9-7,9.

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5) Após 50 - 60 dias o substrato está decomposto. Para saber quando estará pronto, coleta-se

amostra umedecida e esfrega-se na palma da mão. Se apresentar aspecto de graxa preta o

vermicomposto estará pronto (RICCI, 2002) ou em observação mais criteriosa, pode-se constatar

também que as minhocas diminuem de tamanho quando o húmus está pronto, sinalizando que

não há mais alimento no canteiro (SCHIEDECK et al., 2006). Existem várias formas para retirar

as minhocas dos canteiros de produção: como a captura manual, utilização de luz, sacos-iscas,

separação com peneira ou canteiros duplos (SCHIEDECK et al., 2006; RICCI, 2002).

3.4 - CARACTERIZAÇÃO DA CULTURA DA ALFACE

3.4.1 - Caracterização Botânica

Alface (Lactuca sativa L.) pertence à família Asteráceae, originária do Mediterrâneo,

ainda hoje encontradas em regiões de clima temperado, no sul da Europa e na Ásia Ocidental

(FILGUEIRA, 2003).

É uma planta anual, herbácea, delicada, com caule diminuto, ao qual se prende as folhas.

Tipicamente folhosa consumida na forma de salada, folhas grandes e de consistência variada em

função de variedades, podem ser lisas ou crespas, formando ou não “cabeça”, com coloração em

vários tons de verde, ou roxa conforme a cultivar. Vem se destacando no Brasil pela sua grande

aceitação popular e importância econômica (FILGUEIRA, 2003).

De acordo com FILGUEIRA (2003), o sistema radicular é muito ramificado e

superficial, explorando apenas os primeiros 25 cm de solo, quando a cultura é transplantada. Em

semeadura direta, a raiz pivotante pode atingir até 60 cm de profundidade.

3.4.2 - Cultivares

De acordo com FILGUEIRA (2003), trabalho de melhoramento genético conduzido no

Brasil ou no exterior, originou as inúmeras cultivares, disseminadas entre os olericultores do

centro sul do país. Desenvolveram cultivares que apresentam maior resistência ao pendoamento

precoce, ao mosaico-da-folha e à queima-da-saia, sendo estas pesquisas um dos principais

objetivos dos fitomelhoristas brasileiros. Essas cultivares viabiliza a cultura durante ao longo do

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ano, inclusive na primavera-verão (KATAYAMA, 1993). As cultivares utilizadas, em sua

maioria, é de coloração verde, somente em alguns mercados são aceitos aquelas com margens

arroxeadas. Mas atualmente, no Brasil, mesmo em pequena escala, está começando o plantio de

cultivares roxa no cinturão-verde do Estado de São Paulo (MELO &VILELA, 2007).

As cultivares segundo FILGUEIRA (2003), podem ser agrupadas de acordo com

características das folhas, bem como o fato de reunirem formando cabeça ou não. Desse modo,

atualmente, obtêm-se seis grupos ou tipos diferenciados, segundo tais características que são:

1) Tipo repolhuda-manteiga, folhas lisas, verde-amareladas e aspecto amanteigada,

forma cabeça compacta. Variedades: Brasil 303 e Carolina.

2) Tipo repolhuda-crespa (Americana), folhas com característica crespas, bem

consistentes, forma cabeça compacta. Variedades: Cultivar típica é a norte-americana, surgindo a

partir dessa outras seleções como, Tainá, Madona, Lucy Brown, Kaeser, Hanson e Rafaela.

3) Tipo solta-lisa, folhas lisas e soltas, não forma cabeça. A cultivar típica é a Babá de

Verão. Outras cultivares tem sido desenvolvido como, Monalisa, Luisa, Regina 71 e Vitória.

4) Tipo solta-crespa, folhas crespas, soltas e consistentes, não forma cabeça. A cultivar

típica é a norte-americana Grand Rapids. As demais cultivares são: Marianne, Marisa, Vanessa,

Verônica, Simpson, Vera e Mônica.

5) Tipo Mimosa, folhas delicadas e aspecto “arrepiado”, não forma cabeça. As

cultivares são: Salad Bowl e Greenbowl.

6) Tipo Romana, são grupos de alface de importância econômica restrita pelos

consumidores brasileiros. Possuem folhas alongadas e consistentes, forma cabeça fofas. As

cultivares são: Romana Branca de Paris e Romana Balão.

3.4.3 - Características da Alface Americana

A alface americana é adaptada ao clima seco predominante na Califórnia, Estados

Unidos (EUA), região onde é cultivada. A cultivar típica é a norte-americana Great Lakes,

Apresentam cabeças grandes, compactas, com folhas crespas, consistentes e quebradiças, cor

verde-esbranquiçadas com nervuras verdes destacadas e um aspecto geral pouco delicado. Mais

resistentes às temperaturas elevadas, formando cabeças em condições de verão mais severo, com

elevado grau de resistência ao florescimento (Figura 01.A). A Great Lakes apresta várias seleções

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(FILGUEIRA, 1972, 1982, 2003), as quais resistem bem ao transporte a longas distâncias

(MOTA, 1999).

3.4.4 - Descrição da Cultivar Tainá

Cultivar do tipo americano, indicado para mercado de consumo fresco, devido ao

excelente sabor. Apresenta alta compacidade e tamanho das cabeças. Boa formação de ombro,

(Figura 01.B). Alta resistência ao pendoamento precoce e alta tolerância a nematóide

(Meloidogyne incognita). Semente de coloração preta. Início da Colheita em 60-70 dias (TERRA

AGRO SUL, 2008).

Figura 01 - Planta de alface americana (A) e Alface americana Cultivar Tainá (B). Fonte: TRANI et al., (2005) (A) e TERRA AGRO SUL, (2008) (B).

3.4.5 - Solo e Adubação

Por ser uma olerícula de ciclo curto e sistema radicular superficial, recomenda-se que o

solo tenha capacidade de fornecer água e nutrientes adequadamente para o desenvolvimento da

planta (CAETANO et al., 2001). Recomendações adaptada por FILGUEIRA (2003) e (1982), a

cultura da alface se adapta melhor em solos de textura média e com boa capacidade de retenção

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de água, pH ideal em torno de 6,0 a 6,8. Se necessário, deve-se efetuar a calagem para elevar a

saturação de base para 70%.

As raízes da alface exploram uma pequena camada superficial do solo. O que parece ser

mais importante, para o bom desempenho vegetativo dessa planta, é o afofamento dos primeiros

20 cm de solo, para que suas raízes se desenvolvam bem, explorando melhor a camada rica ou

enriquecida com nutrientes (PIMENTEL, 1985).

A maneira ideal, após a aração, é incorporar os materiais orgânicos ao solo, e

posteriormente, seguindo com outra gradagem com utilização de enxada rotativa, o que deve ser

feito semana antes do plantio.

Para essa cultura de raiz delicada e altamente exigente quanto ao aspecto físico do solo,

a adubação orgânica, especialmente esterco de gado e de aves pode ser utilizado sendo bem

curtido. A quantidade de aplicação depende do tipo de textura do solo e disponibilidade no local.

De acordo com PIMENTEL (1985) e CAETANO et al., (2001), para solo areno-argiloso, as

recomendações satisfatórias são de 60 a 80 t/ha de esterco de curral. Também recomenda

aplicação de 40 t/ha em solo de várzea ou terra roxa. Em caso de optar por esterco de aves, a

aplicação deve ser um terço da quantidade usada com esterco de curral (PIMENTEL, 1985).

Para adubação a base de húmus de minhoca, depende do tipo de matéria prima utilizado

para produzir o vermicomposto (STEFFEN, 2008). Recomenda-se aplicação de 5 kg/m2 (50 t/ha)

de canteiro (RÍOS et al., 1993) ou entre 20 a 40 t/ha (LOPES et al., 2001). Também

MANTOVANI et al., (2003), recomenda-se aplicação de 25 e 50 t/ha em solo argiloso.

Quantidade adequada de aplicação tanto de húmus quanto outros tipos de compostos

orgânicos, depende da exigência das espécies e de cada cultivar (STEFFEN, 2008; FILGUEIRA,

2003), bem como as peculiaridade de cada situação, considerando aspectos físicos e químicos do

solo; e condições agroclimática de cada região (FILGUEIRA, 2003).

Para KATAYAMA (1993), a exigência da alface se refere à quantidade de macro e

micronutrientes retirado do solo pela cultura, necessária para seu crescimento e reprodução.

Dessa forma, de maneira geral, a extração obedece, em ordem decrescente a seguinte forma:

K>N>Ca>P>Mg>S>Fe>Zn>Mn>B>Cu (Tabela 02). Destacando-se maior exigência pela alface

em K, N e Ca.

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Tabela 02 - Extração de nutrientes do solo cultivado com alface.

N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn

................................. (kg/ha) ........................ ............................ (g/ha) .......................

42,0 10,0 84,5 17,0 5,0 2,0 86,5 17,5 581,5 216,5 314,0

Devido a falta de dados experimentais para a região oeste do Pará, sugere-se dados de

FILGUEIRA (2003), cujas recomendações para macronutrientes em kg/ha, dependendo do tipo

de solo, podendo ser aplicados no sulco de plantio das mudas ou incorporados nos leitos dos

canteiros que são, N: 30, P2O5: 250-400 e K2O: 80-90, sendo a maior parte utilizável da alface

ser constituída por folhas, é recomendado aplicação de N em dose de 70-90 kg/ha, parcelado

quinzenalmente em três coberturas.

3.4.6 - Clima

A alface é uma espécie de planta anual, florescendo sob dias longos e temperaturas altas

na etapa reprodutiva do ciclo, inicia com o pendoamento. Constata-se que todas cultivares se

reproduzem melhor com dias curtos e temperaturas amenas, bem como, são capazes de resistirem

à baixa temperatura e geadas leves (FILGUEIRA, 2003).

Temperaturas amenas são necessárias, durante toda a fase vegetativa de seu ciclo,

especialmente durante o desenvolvimento da cabeça. Nota-se que todas as cultivares produz

melhor em temperaturas amenas, sendo que temperatura mais elevada (20 - 30°C) acelera o ciclo

e resulta em plantas menores, caindo a produtividade, sendo mais exigente em temperaturas

amenas às do grupo Repolhuda Manteiga, devido florescerem prematuramente, sob temperaturas

elevadas e bem mais tolerantes as cultivares dos demais grupos (FILGUEIRA, 1982).

O comportamento da planta da alface é afetado pelas condições climáticas que as mudas

são produzidas. Ao longo dos anos, os fitomelhoristas desenvolveram cultivares capazes de

adaptabilidade ao plantio, também durante a primavera e verão, resistente ao pendoamento

precoce. Só assim, é possível produzir alface, de boa qualidade, ao longo do ano (FILGUEIRA,

2003).

3.4.7 - Implantação e Propagação da Cultura

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A época do semeio pode ser planejado de acordo com o preço e demanda do produto no

mercado local (PIMENTEL, 1985), sendo a produção de mudas, segundo ROSSI et al., (2003) e

TRANI et al., (2007), uma importante etapa de cultivo no sistema de cultivo de oleráceas, pois é

dela as viabilidades nutricionais e tempo necessário para produção. Uma muda má formada, dará

origem a uma planta limitada.

As recomendações adaptadas por FILGUEIRA (2003), para esse processo, consiste em

iniciar com a semeadura em bandeja de isopor e posterior transplante para o canteiro, quando as

mudas apresentarem quatro a seis folhas definitivas. Essa é a agrotecnologia mais adotada pelos

olericultores de alto nível, com formação das mudas em casa de vegetação. Também, para um

índice de “pegamento” mais eficiente, as mudas podem ser protegidas com torrões.

A semeadura também pode ser direto no canteiro, mas no Brasil é menos utilizada, tornando-se a

preparação do canteiro mais exigente.

3.4.8 - Espaçamento

O espaçamento utilizado no canteiro definitivo, tanto no transplante como na semeadura

direta, é de 25-30 cm x 25-30 cm (FILGUEIRA, 2003; PIMENTEL, 1985). Para alface do tipo

americana pode ser plantada no espaçamento de 35 cm x 35 cm para clima mais ameno

(FILGUEIRA, 2003) ou 25 cm x 25 cm; 30 cm x 30 cm para clima mais elevado (GUSMÃO &

GUSMÃO, 2007). O canteiro pode ter formato retangular, tamanho variado ou medidas de (1,2 m

x 5 m) (PIMENTEL, 1985).

3.4.9 - Tratos Culturais

Os tratos culturais são de suma importância principalmente em período mais quente,

pois a cultura é bastante exigente em água. Necessita de uma freqüência e abundante irrigação,

devido à ampla área foliar e intensiva evapotranspiração, bem como, o sistema radicular delicado,

superficial e alta capacidade produtiva (FILGUEIRA, 2003), proporcionando o aumento do peso

unitário e a qualidade das folhas. Assim, o teor de água útil no solo, deve-se manter acima de

80% (CAETANO et al., 2001; FILGUEIRA, 2003), mas, com certo limite e requer bastante

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cuidados com a qualidade da água, deve ser monitorada para evitar contaminação das folhas com

microrganismos patogênicos a saúde humana.

Cobertura morta com uma leve camada de casca de arroz ou até mesmo, caroço de açaí

curtido é um trato recomendado por PIMENTEL (1985). FILGUEIRA (2003) também,

recomenda além da casca de arroz, cobrindo o leito do canteiro, bagacinho de cana ou outros

materiais, como sendo bastante favorável, pois, mantêm o solo úmido e temperatura amena.

A monda também é indispensável, e deve ser feita quantas vezes forem necessárias, para

o controle das ervas daninhas, isso serve para qualquer estádio de desenvolvimento da alface.

3.4.10 - Controle Fitossanitário

Segundo PAVAN et al., (2005) e FILGUEIRA (2003), entre as várias pragas e doenças

que sujeitam a alface destaca-se o mosaico da alface, causado pelo Lettuce mosaic virus - (LMV),

pertencente à família Potyviridae, gênero Potyvirus. É uma das doenças mais importantes da

alface no Brasil. Transmitido pela semente e disseminado no campo por afídeos.

Sintomas - Os sintomas (Figura 02.A) em alface na fase adulta são de fácil

reconhecimento; mosaico, amarelecimento foliar, clareamento de nervura, má formação e

distorção da cabeça, necrose de nervuras e folhas podendo levar a morte da planta.

Controle - tradicionalmente o LMV vem sendo controlado pelo uso de sementes isentas

de vírus e por resistência genética.

MOSQUEADO - Lecttuce vírus - LeMoV, causado pelo vírus Lettuce mottle virus

(LeMoV), pertencente à família Sequiviridae, do gênero Sequivirus.

Sintomas - Quando isolados, os sintomas ocasionados em alface pode se confundir com

os causados pelo LMV, no entanto mais fracos e apresentado sob forma de um mosqueado

salpicado e ausência de necrose (Figura 02.B).

Controle - Recomendam-se medidas básicas, como produzir mudas em condições

protegidas da infestação com pulgões e pulverizações com inseticidas para evitar a proliferação

destes.

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Figura 02 - Mosaico da alface (A) e Mosqueado da alface (B).

Fonte: KIMATI et al., (2005).

“BIG VEIN”- Mirafiori lettuce virus - MiLV, cujo sintomas de “big vein” ou

engrossamento da das nervuras da alface, aparentemente causada pelo o gênero Ophiovirus e que

historicamente foi atribuído a um outro vírus, o Lettuce big vein virus (LBVV), do gênero

Varicosavirus. Ambos os vírus são transmitidos pelo mesmo fungo Olpidium brassicae, o qual

permanece viável por muitos anos no solo.

Sintomas - As plantas de alface infectadas pelo MiLV apresentam o sintoma de

engrossamento generalizado das nervuras, com área de coloração mais clara (Figura 03.A) O

porte da planta é reduzido, a sua maturidade fisiológica é retardada e má formação de cabeça.

Controle - O fungo Olpidium brassicae é de difícil controle, principalmente pela

capacidade dos oósporos permanecerem infectivos durante muitos anos no solo. Caso não tenha

sido verificada a doença na área, devem ser usadas mudas obtidas em substrato de boa qualidade,

livre do fungo.

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Figura 03 - Big-Vein da alface (A) e - Vira-cabeça em alface (B). Fonte: KIMATI et al., (2005).

VIRA-CABEÇA - causada por vírus pertencentes à família Bunyaviridae, do gênero

Toposvirus. Esses vírus vem causando perdas significativas nos últimos anos na cultura da alface,

principalmente em cultivo de verão.

Sintomas - Os sintomas típicos são as manchas necróticas e bronzeamento das folhas

que se concentram geralmente de um lado da planta, levando a curvatura. As infecções sistêmicas

são caracterizadas por murcha marginal, amarelecimento, bronzeamento das folhas internas e da

nervura e paralisação generalizada do crescimento da planta (Figura 03.B).

Controle - Na fase de pré-lavoura deve-se adotar as seguintes medidas: rotação de

cultura com plantas não suscetíveis, plantio em locais em que não haja lavoura suscetível

próximo e controle de hospedeiros alternativos dos vírus e do vetor. Durante a lavoura, devem ser

usadas mudas isentas de vírus, aplicar regulamente inseticida (viveiro e campo) usar plantas

armadilhas como brócolis, couve-flor e espécies selvagens de tomate tolerantes que florescem

intensamente para atrair os tripes.

MANCHA BACTERIANA - Pseudomonas cichorii, doenças causada por bactéria

gram-negativa, bastone-tiforme, que formam colônias lisas e de cor esbranquiçada. A penetração

nos tecidos ocorre principalmente por ferimentos causados por insetos, pela queima por adubos e

por abertura natural. Esta doença não é limitante para o plantio da alface, porém, dependendo das

condições climáticas e do inóculo no local de plantio, pode causar grandes perdas ao produtor.

Esta bactéria pode afetar também frutíferas, como, cucurbitácea, batata, tomateiro, pimentão,

feijão vargem e cebola.

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Sintomas - A bactéria causa manchas necróticas isoladas no centro ou bordo do limbo

foliar, podendo também, atingir extensas áreas da nervura central. No início, as lesões apresentam

encharcamento e coloração escura, passando, depois, à cor parda a preta, com a seca dos tecidos.

Controle - As medidas de controle devem ser adotadas de maneira integrada com

utilização de sementes sadias, rotação de culturas com plantas não hospedeiras, eliminação de

plantas doentes e restos de culturas. Deve-se evitar o encharcamento do solo, principalmente

através da irrigação por aspersão.

SEPTORIOSE - Septoria lactucae, uma doença causada por um fungo, Mitospórico

que produz conídios filiformes, multiseptados e hialinos no interior de picnídios. A penetração

normalmente ocorre pela abertura estomatal. Doença muito comum em regiões de climas amenos

e em épocas chuvosas. Sua importância deve-se às lesões necróticas no limbo foliar que

prejudicam o valor comercial do produto.

Sintomas - O fungo ataca principalmente as folhas, mas pode afetar também a haste e os

órgãos florais no campo de produção de sementes. Os sintomas nas folhas são manchas com

contornos irregulares.

Controle - As principais medidas de controle recomendadas são: emprego de sementes

sadia, rotação de culturas por três ou mais anos, evitar molhamento de folhas, pulverização das

plantas em desenvolvimentos com fungicidas do grupo dos benzimidadazóis, após o

aparecimento dos primeiros sintomas ou preventivamente, com mancozeb ou chlorothalonil.

MÍLDIO - Bremia lactucae, é uma doença importante em condições ambientais de alta

umidade e temperaturas amenas. Na região Sudeste do Brasil, esta doença é um sério problema

na produção de alface nos meses mais frescos do ano quando há geadas e muito orvalho. O fungo

é muito sensível ao calor e a baixa umidade do ar, uma vez que essas condições influenciam

diretamente na esporulação.

Sintomas - O sintomas em folhas manifestam-se, inicialmente, nas mais velhas com

áreas cloróticas, de tamanho variável, que mais tarde tornam-se necróticas, de cor parda (Figura

04).

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Figura 04 - Míldio da alface Fonte: KIMATI et al., (2005).

Controle - O controle baseia-se em obter mudas sadias, plantio em solo bem drenado,

evitar áreas de baixadas mal ventiladas e úmidas, proximidade de lagos, represas ou rios; não

encharcar o solo com excesso de irrigação; rotação de culturas; pulverização das plantas doentes

com fungicidas sistêmicos específicos, como metalaxyl e cymoxanil, ou preventivamente com

mancozeb ou chlorothalonil.

QUEIMA DA SAIA - Rhizoctonia solani. A importância dessa doença está relacionada

à quantidade de inóculo no solo onde a alface é cultivada. Plantas bem desenvolvidas e próximas

à colheita são mais afetadas. Em geral, as plantas afetadas apresentam folhas basais ou medianas

com sintomas de murcha e seca, podendo morrer.

Sintomas - Crescimento de micélio vigoroso e frouxo junto à nervura central e na base

do limbo foliar, no início esses sintomas são branco e pardacento no estádio mais avançado.

Controle - Rotação de culturas com gramíneas com posterior incorporação das folhas ao

solo para melhor drenagem e aumento da população de microrganismos competidores com os

patógenos do solo e preparo com antecedência ao plantio.

PODRIDÃO DE SCLEROTINIA OU MOFO BRANCO - Sclerotinia sclerotiorum e

S. minor

Fungo do gênero Sclerotinia ataca a alface em qualquer estádio de desenvolvimento das

plantas, porém, ocorre com certa freqüência plantas próximas à época da colheita. As plantas

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afetadas apresentam sintomas parecidos com os da queima da saia, mas a evolução da doença é

mais rápida porque o fungo coloniza toda a região basal das plantas, provocando o apodrecimento

do caule e da base foliar.

Sintomas - Necrose total e um crescimento cotonoso de micélio branco com a presença

de escleródios no tecido com formato de grão de arroz, os escleródios são brancos no inicio e

preto em estádio mais avançado.

Controle - As mesmas recomendadas para a queima da saia da alface.

MURCHA OU PODRIDÃO NEGRA DAS RAÍZES - Thielaviopsis basicola. É uma

murcha, também conhecida como podridão negra das raízes, provocada pelo fungo Thilaviopsis

basicola, e está se expandindo nas principais regiões produtoras de São Paulo.

Sintomas - As plantas atacadas pelo o fungo apresentam inicialmente manchas escuras

nas raízes, com total apodrecimento, de acordo com o avanço da doença. Em decorrência disto, a

planta emite novas raízes para tentar se estabelecer.

Controle - Uso de mudas sadias, substrato livre de patógeno, irrigação e adubação

apropriadas, solarização do solo e do substrato, rotação de cultura e utilização de variedades de

alface resistentes ao fungo, tipo de crespa por exemplo.

OUTRAS DOENÇAS

Bacterioses - Baseado em PAVAN et al., (2005), são reconhecidas as seguintes

bactérias: Erwinia carotovora subsp. carotovora, Pseudomoras marginalis pv. marginalis,

Xanthomonas campestris pv. vitians - A bacteriose causada por Erwinia carotovora subsp.

carotovora ocorre em condições de excesso de irrigação e de nutrição desequilibrada das plantas,

principalmente com excesso de nitrogênio, que favorece o ferimento dos tecidos e a colonização

pela bactéria. Essa bacteriose ocorre com freqüência em associação com outras doenças, causada

por bactéria ou fungo. A bacteriose ocasionada por Pseudomonas marginalis pv. marginalis

provoca sintomas semelhantes aos causados por Pseudomonas cichorii, o que dificulta a

diagnose. A doença decorrente da infestação de Xanthomonas campestris pv. vitians caracteriza-

se por lesões necróticas nas folhas e podridão do caule.

Doenças fungicas - Doenças como mancha de alternaria - Alternaria sonchi, mofo

cinzento - Botrytis cinerea, ferrugem - Puccinis spp., antracnose ou mancha em anéis -

Marssonina panattoniana, damping-off e podridão da raiz - Pythium spp. e Rhizoctonia solani.

Pythium pode causar também mucha e morte de planta, resultante da colonização vascular.

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Nematoses - Meloidogyne spp. Os nematóides do gênero Meloidogyne podem afetar as

plantas de alface, provocando a formação de galhas nas raízes. Em geral, não constitui um fator

limitante para a cultura, mas, em função do local, pode causar problema. Além da alface, estes

nematóides atacam outras plantas cultivadas como tomate, cenoura e batata (FILGUEIRA, 2003).

Controle - O controle é a utilização de cultivares resistentes (GOMES et al., 2003;

CHARCHAR & MOITA, 2005), aração profunda e exposição prolongada das camadas inferiores

do solo antes da gradagem, rotação de cultura, arranque e queima dos restos de culturas e

solarização do solo (SILVA et al., 2006) e incorporação de leguminosas na área de cultivo

(MORAES et al., 2006).

4 - MATERIAL E MÉTODOS

4.1 - LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO EXPERIMENTO

O experimento foi instalado em campo no Município Altamira, Pará, pertencente à

microrregião do Sudoeste paraense. O campo experimental pertence à Secretaria de Estado de

Agricultura do Pará – SAGRI/Regional Xingu, localizada a 3 km da sede do Município em um

Latossolo Amarelo, relevo plano e textura média. Sua localização está sob coordenadas

geográficas na latitude entre 03º 10‟ 23” Sul e longitude 52º 12‟ 48” Oeste de Greenwich, a

altitude de 125 m. O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Amarelo Arenoso

e antes do início do experimento foi coletada amostra de solo para análises químicas. A área

estava antes ocupada por capim forrageiro da espécie Panicum maximum cv. colonião. A

precipitação do Município durante a pesquisa (Dezembro de 2008 a Fevereiro de 2009), a cada

dez dias apresentou média de 94,2 mm, temperatura máxima com média de 27° C ao dia e

umidade relativa de 82,6% (INMET, 2009).

4.2 - ADUBOS ORGÂNICOS: HÚMUS DE MINHOCA E ESTERCO BOVINO

4.2.1 - Húmus de Minhoca

O vermicomposto utilizado foi produzido através de um experimento realizado no

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quintal de uma residência particular no município Altamira (PA), à base de esterco bovino + solo

+ casca de arroz carbonizada + serragem + cascas diversas + hortaliça em geral, com as

respectivas proporções (3:3:1:1:1:1), em área de 0,75 m2, com três divisões de 0,25 m

2 cada com

0,2 m de altura) (Figura 05). A minhoca utilizada para produção do vermicomposto foi a

Vermelha-da-Califórnia (Eisenia andrei). Antes da incorporação do vermicomposto ao solo foi

coletada amostra para análises químicas e o vermicomposto foi incorporado ao solo 15 dias antes

do transplantio. A massa de um dm3

(1 Litro) do vermicomposto foi de 1,3 kg.

Figura 05 - Estrutura do minhocário utilizado na produção do húmus, Altamira-PA, 2009.

4.2.2 - Esterco Bovino

O esterco bovino foi adquirido na FAZENDA ÁGUA AZUL, localizada ao norte do

Município de Altamira, PA. O sistema de criação do gado é de forma extensiva e o esterco foi

proveniente da dieta alimentar a base de forragem da espécie braquiarão (Brachiaria brizantha) e

sal mineral. O esterco foi coletado no curral e deixado para curtir a céu aberto por 15 dias. A

incorporação do esterco ao solo foi feita com 15 dias antes do transplantio.

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4.3 - SEMEADURA DA ALFACE CV. TAINÁ

A semeadura da alface "Tainá" foi realizada no dia 13 de Dezembro de 2008 em

bandejas de isopor contendo 128 células cada, e colocada sobre bancada de madeira suspensa a

1,2 metro de altura, coberta com filme agrícola transparente de 100 μ, com altura de 1,2 metros

acima das bandejas. O substrato utilizado foi casca de arroz carbonizado. Foi adicionado três a

quatro sementes por célula e efetuado o desbaste oito dias pós a semeadura, deixando uma planta

por célula. As mudas foram irrigadas diariamente somente e não receberam nenhuma adubação

(Figura 06).

Figura 06 - Mudas de alface cultivar Tainá com 24 dias após a semeadura, Altamira-PA, 2009.

4.4 - INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO

No campo o delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC)

com quarto tratamentos, cinco repetições, parcelas individuais com 28 plantas cada, totalizando

em 560 plantas (Figura 07). Os tratamentos consistiram (Tabela 03), todos distribuídos em área

de 67,2 m2 (Figura 08).

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Tabela 03 - Composição dos tratamentos avaliados quanto à eficiência para a produção de alface

cultivar Tainá, Altamira-PA, 2009.

Os tratamentos compostos por esterco bovino e NPK foram formas de comparação, a

fim de verificar o efeito do húmus além da testemunha, de forma que não fosse alterado o

objetivo do trabalho, já que na região estudada, o esterco bovino é uma das principais fontes de

adubação orgânica usada nos cultivos.

Figura 07 - Detalhe da área do experimento, alface americana cultivar Tainá, Altamira-PA, 2009.

Tratamentos Composição

T1 Sem Adubação

T2 Húmus de Minhoca

T3 Esterco Bovino

T4 NPK

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Figura 08 - Croqui da área experimental T = Testemunha; HM = Húmus de Minhoca; EB =

Esterco Bovino e NPK = Nitrogênio + Superfosfato Simples + Cloreto de Potássio,

Altamira-PA, 2009.

Os canteiros foram construídos com 8 metros de comprimento por 1,2 metro de largura e

0,2 metros de altura, onde foram plantadas 4 linhas de alface espaçadas de 0.25 m, com

bordadura de 0,22 m na lateral do canteiro. Dentro de cada linha de plantio, o espaçamento foi de

0,25 m, totalizando 28 plantas por parcela. A área útil da parcela foi formada por 10 plantas das

duas linhas centrais de cada parcela. Foi realizada a separação de 0,6 m entre canteiros, cada

canteiro com quatro parcelas de dois metros de comprimento. Não houve separação entre

tratamentos, somente entre as plantas de um tratamento e outro (50 cm). A adubação orgânica

dos tratamentos com húmus de minhoca e esterco bovino foram realizados 15 dias antes do

plantio. Para o tratamento com húmus, foi utilizado quatro kg por m2

e incorporando ao solo

(Figura 09.A). Para o tratamento com esterco bovino curtido, utilizou-se 8 kg por m2 e misturado

com o solo (Figura 09.B).

NPK EB EB T

HM T EB EB

HM T NPK HM

NPK HM EB T

NPK T HM NPK

8,4 m

8,0 m

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Figura 09 - Incorporação do húmus de minhoca ao solo com 15 dias antes do transplantio (A) e

incorporação do esterco bovino ao solo com 15 dias antes do transplantio (B),

Altamira-PA, 2009.

A adubação com NPK foi feito à base de Cloreto de potássio, Superfosfato simples e

Nitrogênio, sendo utilizadas 10 gramas de Cloreto de potássio por m2 e 90 gramas de

Superfosfato simples por m2. O Cloreto de potássio e o Superfosfato simples foram incorporados

ao solo 15 dias antes do transplantio (Figura 10).

Figura 10 - Incorporação do Cloreto de potássio e Superfosfato Simples ao solo com 15 dias

antes do transplantio, Altamira-PA, 2009.

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Para o fornecimento de fertilizante nitrogenado utilizou-se Uréia (46% de N) em

cobertura parcelado em três vezes, sendo a primeira aplicação de 10 gramas por m2 (com 8 dias

após transplantio), a segunda aplicada 20 gramas por m2 (com 18 dias após o transplantio) e a

terceira, aplicada 30 gramas por m2 (com 28 dias após o transplantio) (Figura 11).

Figura 11 - Fornecimento de Uréia (46% de N) em cobertura, na segunda aplicação aos 18 dias

após o transplantio, Altamira-PA, 2009.

O transplantio foi efetuado com 25 dias após a semeadura (mudas com duas a quatro

folhas definitivas). Para eliminar as plantas daninhas do experimento, foi utilizado a monda e o

sistema de irrigação utilizado por meio do regador.

4.5 - ANÁLISE ESTATÍSTICA

A coleta foi efetuada quando a cultura da alface apresentou o máximo crescimento

vegetativo aos (45 dias) após o transplantio sendo avaliadas as seguintes características:

quantidade de folhas, diâmetro de cabeça, altura da planta, quantidade de massa fresca e

incidência de pragas e doenças.

A altura das plantas foi determinada, com a utilização de régua milimétrica, definida

pela distância vertical da superfície do solo até o topo da planta. Este processo foi feito um dia

antes da colheita (Figura 12.A). Para obtenção do diâmetro de cabeças, foi utilizado o paquímetro

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(universal 150 mm / 6‟ 0,05 mm) (Figura 12.B).

Figura 12 - Altura das plantas das alfaces determinadas, com a utilização de régua milimétrica

(A) e obtenção do diâmetro de cabeças das alfaces, com utilização de paquímetro (B),

Altamira-PA, 2009.

A massa fresca da parte aérea foi avaliada com auxílio de balança eletrônica com três

casas decimais (modelo UDI 10000/1 capacidade máxima 10 kg e mínimo 25 g divisão 1,0 g).

Durante a colheita o arranquio foi efetuado com as raízes. Foi efetuada a pesagem das plantas

completas e em seguida as mesmas receberam cortes no colo da planta para separar as raízes da

parte aérea e posteriormente, foi realizada a pesagem da parte aérea.

Para quantidade de folhas por planta, este processo foi realizado após a pesagem, sendo

que para isto foi separado as folhas do caule da planta e realizado a contagem. As folhas da

cabeça da planta também foram inclusas no cálculo.

Para a incidência de pragas e doenças, foi utilizado diagnóstico visual a partir do décimo

dia após o transplantio.

Para obtenção da produção, as 10 plantas colhidas na área útil foram pesadas e

posteriormente extrapoladas para um hectare, com 96.000 plantas (cerca de 60% de área útil),

baseado no espaçamento de 25 cm x 25 cm, e também no espaçamento entre canteiros de 60 cm

(para circulação, cerca de 40% da área total). Após a pesagem, efetuou-se a medida da sua

circunferência

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variação (teste F) e as médias

comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, através do software aplicativo

para microcomputador SISVAR, versão 5.0 (FERREIRA, 2002).

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5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 - ANÁLISES QUÍMICAS DO SOLO E DO VERMICOMPOSTO

Antes da instalação do experimento a 20 cm de profundidade, o solo (Tabela 04) e o

vermicomposto (Tabela 05) apresentavam os seguintes atributos químicos, segundo FULLIN -

Laboratório de Analise Agronômico e Ambiental (em anexo).

Tabela 04 - Resultado de análise química do solo a 20 cm de profundidade, coletado antes da

instalação do experimento, Altamira-PA, 2009.

Prof. pH MO P K Na Ca Ca+Mg Al H+Al

cm Água dag/kg ...........mg/dm3.......... ...............cmolc/dm

3............

0 - 20 5,7 3,1 6,0 84,0 42,0 2,0 2,7 0,0 5,0

Tabela 05 - Resultado de análise química do vermicomposto, coletado antes da instalação do

experimento, Altamira-PA, 2009.

pH MO P K Na Ca Ca+Mg Al H+Al

Água dag/kg ...........mg/dm3.......... ...............cmolc/dm

3............

8,7 5,4 348,0 4.400,0 1.140,0 3,6 6,2 0,0 0,7

5.2 - EFEITO DO HÚMUS DE MINHOCA NO CRESCIMENTO VEGETATIVO DA

CULTIVAR ESTUDADA

Para todos os parâmetros analisados: massa fresca total, massa fresca da parte aérea,

massa fresca da parte radicular, número de folhas, diâmetro da cabeça e altura da planta, foram

observadas diferenças estatísticas entre si em todos os tratamentos, sendo o maior

desenvolvimento para o esterco bovino, seguido pelo NPK e húmus, em relação à testemunha

(Tabela 06).

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Tabela 06 - Dados médios por planta das repetições dos diferentes tratamentos para o cultivo da

alface americana cultivar Tainá, Altamira-PA, 2009.

Tratamentos

Massa Fresca (g) Número

de folhas

Diâmetro da

Cabeça (cm)

Altura

(cm) Total Parte

Aérea

Parte

Radicular

Testemunha 16,7 d* 15,0 d 1,7 d 6,2 d 0 d 4,63 d

Húmus 63,3 c 60,3 c 3,0 c 9,8 c 3,76 c 6,34 c

Esterco Bovino 189,5 a 182,7 a 6,8 a 18,1 a 7,82 a 16,6 a

NPK 125,1 b 119,8 b 4,3 b 15,6 b 6,18 b 9,2 b

Cv (%) 11,2 12,1 13,8 12,8 22,5 12,2

* Letra diferente na coluna, diferem estatisticamente entre os tratamentos pelo teste de Tukey a

5% de probabilidade.

Cv = Coeficiente de variação.

5.2.1 - Massa Fresca Total, Massa Fresca da Parte Aérea, Massa Fresca da Parte Radicular,

Número de Folhas, Diâmetro da Cabeça e Altura da Planta

Com relação à massa fresca total das plantas, entre os tratamentos, foi observada

diferença significativa entre si e um coeficiente de variância de 11,2 %. A testemunha apresentou

resultado inferior comparado aos demais tratamentos, tendo média de 16,7 g/ planta. Constatando

a importância da adubação orgânica no cultivo da alface nas condições de Altamira-PA.

O tratamento com húmus de minhoca apresentou média de 63,3 g/planta para a massa

fresca total, estatisticamente bem superior á testemunha, porém inferior aos tratamentos com

esterco bovino e NPK. Esse resultado foi bem inferior comparado com PASQUALETTO et al.,

(1998), que obtiveram resultado de 340,95 g/planta com utilização de 1,85 kg/m2 de

vermicomposto na produção da alface americana cultivar Hanson em LATOSSOLO

VERMELHO-ESCURO. Esse resultado se deve ao tipo de substrato e a proporção de solo

utilizado na produção desse vermicomposto, pois segundo STEFFEN (2008), o estado nutricional

e eficiência do vermicomposto, bem como a quantidade a ser utilizado está diretamente

relacionado ao tipo de matéria-prima usada na produção. Os dados desses autores não são

regionais, e sim de locais com algumas situações diferentes como por exemplo, solo e clima.

O tratamento com NPK para a massa fresca total da planta foi superior a testemunha e

ao tratamento com vermicomposto e inferior ao tratamento com esterco bovino, obtendo média

de 125,1 g/planta. Resultados inferior ao trabalho conduzido por MOTA et al., (2003), onde

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obtiveram 1,2 kg/planta para produção total da alface americana cultivar Legacy com aplicação

de P2O5 em LATOSSOLO VERMELHO; PASQUALETTO et al., (1998), que obtiveram

resultado de 363,18 g/plantas com adubação mineral em LATOSSOLO VERMELHO-ESCURO.

O tratamento com esterco bovino apresentou maior resultado para a massa fresca total da

planta, obtendo-se média de 189,5 g/planta.

Para a massa fresca da parte aérea das plantas teve diferença significativa entre os

tratamentos, Cv de 12,1 % apresentado para esta característica e a testemunha apresentado 15,0

g/planta resultado inferior comparado com os demais tratamentos.

O tratamento com húmus de minhoca apresentou uma de 60,3 g/planta para a massa

fresca da parte aérea, estatisticamente superior a testemunha, no entanto inferior aos tratamentos

com NPK e esterco bovino, que obtiveram média de 119,8 e 182,7 g/planta, respectivamente.

Esse resultado obtido foi inferior ao comparado com alguns autores como PASQUALETTO et

al., (1998), que obtiveram resultado de 340,95 g/plantas com utilização de 1,85 kg/m2 de

vermicomposto na produção da alface americana cultivar Hanson em LATOSSOLO

VERMELHO-ESCURO; SILVA et al., (2005), que obtiveram com 716 g/planta em ambiente

protegido; BRASIL et al., (2007), que obtiveram resultado de 121,52 g/planta com aplicação de

10 g/Litro de vermicomposto bovino em experimento conduzido em estufa com utilização de

vaso e trabalho de CARON et al., (2004), que obtiveram média de 324 g/planta em ambiente

protegido.

O tratamento com NPK apresentou massa fresca da parte aérea superior a testemunha e

ao tratamento com vermicomposto, porém inferior ao tratamento com esterco bovino,

apresentando média de 119,8 g/planta (Tabela 06). O resultado foi inferior ao comparado ao

trabalho conduzido por MOTA et al., (2003), onde obtiveram 1,02 kg/planta para produção o

peso da cabeça da alface americana cultivar Legacy com aplicação de P2O5 em LATOSSOLO

VERMELHO; PASQUALETTO et al., (2007), que obtiveram resultado de 363,18 g/plantas com

adubação mineral em LATOSSOLO VERMELHO-ESCURO.

O tratamento com esterco bovino foi o que apresentou melhor resultado para a massa

fresca da parte aérea, obtendo-se média de 182,7 g/planta, embora sendo inferior ao resultado de

trabalho conduzido por SILVA et al., (2005), que obtiveram média de 510 g/planta com adubação

de esterco bovino em alface cultivar Anita em ambiente protegido.

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Para a massa fresca da parte radicular das plantas, apresentou diferenças significativas

entre todos os tratamentos sendo o Cv apresentado para esta característica de 13,8 %. A

testemunha destacou-se com resultado inferior comparado com os demais tratamentos,

apresentando média de 1,7 g/planta (Tabela 06). O tratamento com húmus de minhoca apresentou

média de 3,0 g/planta, para o peso fresco da parte radicular, estatisticamente superior á

testemunha, porém inferior aos tratamentos com NPK e esterco bovino, que apresentaram média

de 4,3 g/planta para o NPK e 6,8 g/planta para o esterco bovino.

Para o número de folhas também teve diferença significativa entre todos os tratamentos

sendo o CV apresentado para esta característica de 12,8 % e da mesma forma a testemunha

destacou-se com resultado inferior comparado com os demais tratamentos, média de 6,2

folhas/planta (Tabela 06).

O tratamento com húmus de minhoca apresentou uma média de 9,8 folhas/planta para o

número de folhas, estatisticamente superior á testemunha, no entanto inferior aos tratamentos

com NPK e esterco bovino, que apresentaram média de 15,6 e 18,1 folhas/planta respectivamente

(Tabela 06). Esse resultado foi inferior ao comparado com SILVA et al., (2005), que obtiveram

média de 45,33 folhas/planta com cultivar Anita em ambiente protegido; BRASIL et al., (2007),

que obtiveram resultado com média de 29,6 folhas/planta com aplicação de 10 g/Litro de

vermicomposto bovino em experimento conduzido em estufa com utilização de vaso e

CASTILHOS et al., (2007), que obtiveram média de 36 folhas/planta em um ARGISSOLO

VERMELHO AMARELO distrófico da cultivar Regina em casa de vegetação.

Em seguida vem o tratamento com NPK com média de 15,6 folhas/planta, apresentando

para esta característica resultado superior a testemunha e aos tratamentos com vermicomposto,

porém inferior ao tratamento com esterco bovino que este apresentou média superior a 18

folhas/planta (Tabela 06).

O tratamento com esterco bovino foi o que apresentou maior resultado para o número de

folhas, obtendo-se para esta característica média de 18,1 folhas/planta (Tabela 06), embora seja

resultado inferior ao comparado com trabalho de SILVA et al., (2005), que obtiveram média de

42,66 folhas/planta com adubação de esterco bovino em alface cultivar Anita em ambiente

protegido.

Para o diâmetro da cabeça também teve diferença significativa entre todos os

tratamentos. Sendo que a testemunha não formou cabeça, apresentando o tratamento inferior para

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esta característica. O tratamento com húmus de minhoca apresentou média de 3,76 cm/planta,

superior a testemunha, mas inferior aos tratamentos com NPK e esterco bovino, que estes

apresentaram média de 6,18 e 7,82 cm/planta respectivamente (Tabela 06). Esse resultado foi

inferior comparado com SILVA et al., (2005), que obtiveram média de 47 cm/planta em ambiente

protegido para cultivar Anita.

O tratamento com NPK apresentou média de 6,18 cm/planta, superior comparada com a

testemunha e ao tratamento com húmus de minhoca, porém inferior ao tratamento com esterco

bovino (Tabela 06). Resultado inferior ao comparado com trabalho conduzido por MOTA et al.,

(2003), que obtiveram média de 14,3 cm/planta da alface americana cultivar Legacy com

aplicação de P2O5 em LATOSSOLO VERMELHO.

O tratamento com esterco bovino foi o que apresentou maior resultado para o diâmetro

da cabeça, obtendo-se média de 7,82 cm/planta (Tabela 06), resultado inferior ao comparado com

SILVA et al., (2005), que obtiveram média de 42 cm/planta com adubação de esterco bovino em

alface cultivar Anita em ambiente protegido.

A média para o diâmetro da cabeça apresentou Cv de 22,5 % sendo o mais alto

comparado com as demais características avaliadas, isto se deu devido todas plantas da

testemunha, bem como várias plantas do tratamento com húmus de minhoca também, não terem

formado cabeça (Tabela 06).

Para a altura média das plantas a Tabela 05 ilustra resultados, onde detalha diferença

estatística entre os tratamentos e o Cv apresentado para esta característica foi de 12,2 %. A

testemunha destacou-se com resultado inferior comparado com os demais tratamentos,

apresentando média de 4,63 cm/planta.

O tratamento com húmus de minhoca apresentou média de 6,34 cm/planta,

estatisticamente superior á testemunha, no entanto inferior aos tratamentos com NPK e esterco

bovino, que estes dois tratamentos apresentaram média de 9,2 cm e 16,6 cm/planta

respectivamente (Figura 13).

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Figura 13 - Alface americana cultivar Tainá com 45 dias após o transplantio (T) = testemunha,

(HM) = húmus de minhoca, (NPK) = adubação mineral e (EB) esterco bovino,

Altamira-PA, 2009.

5.2.2 - Pragas e Doenças

Não foi observadas pragas e doenças no cultivo da alface Tainá, através do diagnóstico

visual, embora a cultura tenha sido cultivada em período chuvoso e sem proteção, pois algumas

doenças são favorecidas pelo excesso de umidade. Isto se deve à área onde o experimento foi

montado, pois nunca havia sido cultivada espécie de hortaliças e próximo ao local o período de

cultivo dessa espécie é recente. OLIVEIRA (2007) ressalta a incidência de doenças pelo tipo de

manejo, bem como a forma de rotação das culturas associado ao clima favorável ao seu

desenvolvimento. LACERDA (2008) também constatou incidência de doenças relacionadas com

a umidade, sendo mais intensa em local mais úmido.

6 - CONCLUSÕES

Para todas as características avaliadas, foram observadas diferenças estatísticas entre si

para todos os tratamentos, sobressaindo o tratamento com esterco bovino, seguido pelo NPK e

húmus de minhoca, em relação à testemunha.

Os três tratamentos apresentaram as seguintes produtividades de massa fresca da parte

aérea com suas respectivas dosagens: 1,4 t/ha para a testemunha; 5,7 t/ha com aplicação de 40

t/ha de húmus de minhoca; 12,0 t/ha com aplicação de 100 kg/ha de Cloreto de potássio, 900

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kg/ha de Superfosfato simples e 600 kg/ha de Uréia e 17,5 t/ha com aplicação de 80 t/ha de

esterco bovino.

Adubação mineral à base de NPK, embora sendo estatisticamente inferior aos ao esterco

bovino, é segunda alternativa para o cultivo da alface Tainá.

A adubação orgânica a base de esterco bovino apresentou maior produtividade para o

cultivo da alface americana cultivar Tainá.

Recomenda-se para as condições de Altamira-PA à adubação orgânica à base de esterco

bovino como alternativa para o cultivo da alface cultivar Tainá e verificar o tipo de substratos

para produção de vermicomposto destinado à adubação da alface americana cultivar Tainá e

respectivas doses do substrato.

Através do diagnóstico visual, não foram detectado sintomas de pragas e doenças na

alface, até a colheita da cultura.

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TEIXEIRA, L. B.; OLIVEIRA, R. F.; FULAN-JUNIOR, J.; CHENG, S. S. Comparação de

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Destaque: Lactuca Sativa L. Associação Brasileira de Horticultura, 2005. Alface (Lactuca

sativa L.) sativa L

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8 - ANEXO

8.1 - RESULTADO DA ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO

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8.2 - RESULTADO DA ANÁLISE QUÍMICA DO VERMICOMPOSTO