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UTP - UNIVERSIDADE TUTUTI DO PARANA.
CURSO DE POS-GRADUACAo EM FISIOTERAPIA
CARDIORRESPIRA TO RIA
ESTUDO COM PARA TIVO ENTRE A UTlLlZACAO DE FLUTTER E
MANOBRAS DE PUNHO PERCUssAo EM PACIENTES POS-
OPERATORIO DE CIRURGIA CARDiACA
ROBERTA CAMILA CrVlDlNI
Trabalho monografico aprcscntado
no cursu de p6s-gradua~50, como
requisito parcial para sua
conclusao.
Area de concentrat;iio: Fisioterapia
cardiorrespiratoria.
Oricntador: Professor Marcelo
Xavier.
~Q~.9I.,!,LTA1NTE'Rf\J/\
CURITIBA - PR
2001
SUMARIO
INTRODU<;Ao .
II. REFERENCIAL TEORICO.
I. DOEN<;A CORONARIANA. .
5. CIRCULA<;Ao EXTRA-CORPOREA .
9
9
10
12
15
16
2. ASPECTOS TECNICOS DA CABC ....
3. ANESTESIA ..
4. CARDIOPLEGIA
6. COMPLlCA<;OES E REPERCUSSOES RESPIRATORIAS NO POS-
OPERATORIO DE CIRURGIA CARDiACA.
7. ATELECTASIA .
8. PARALISIAIPARESIA DO NERVO FRENICO
9. DISTEN<;Ao ABDOMINAL.
10.MANOBRAS DE HIGIENE BRONQUICA ...
II. FLUTTER ...
18
20
23
12.PEAK FLOW ...
Ill. MATERIAlS E METODOS .....
IV. CONCLUSAo ...
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .
25
26
28
....................... 32
34
.. 35
ANEXOS
36
38
r. INTRODU(:A.O
o presente trabalho foi realizado com os pacientes submetidos a cirurgia de
revasculariz8yao do miocardia que permaneceram em clrculayao extra-corporea
durante 0 ato cirurgico.
Nessas condicoes a vcntilayao pulmonar se encontra dirninuida, ocolTcndo
assim grande acumulo de secrcyao pulmonar.
Ap6s a cirurgia os pacientes pennancccram fla UTI cardiaca. onde foram
realizadas sess5es de fisioterapia. Para a realizar;ao desta, foram utiJizudas duas
tecnicas: Flutter e Manobras de punho percussao, com 0 prop6sito de higiene
br6nquica.
o estudo foi comparativQ das duas tecnicas com a finalidade de verificayao de
qual sera mais eficiente. atraves da quantidade de secrccao eliminada, fazendo 0 uso
do Peak flow para sua mcnsunu;:ao.
II. REI'ERENCIAL TEO RICO
I. DOEN(A CORONARIANA:
A doeny3 coronariana eo resultado da fonnacao de pJacas de ateroma, que
cresccm e acumulam-se na parede dos vasos a ponto de diticultar ou mesmo impedir a
passagem do sanguc. 0 crescimento desta lesao pode ser acelerado por furno, prcssao
alta, colesterol sangiHneo elevado e diabete.
Quando a obstruyfio da arteriH pela aterosclerose envolve mnis de 50 a 70% do
sell diametro, 0 nuxa sangiiineo toma-se insuficiente para nUO"if a pon;;ao do corayao
inigada por aqucla arteria doente, especiaimente quando a necessidade de oxigenio emaior , como durante exercicio fisico, causando isquemia e se est a for prolongada
pede levar ao infarto.
10
2. ASPECTOS TECNICOS DA CAIlC (Cirurgia de Ilypass de Arteria
Coron:iria):
Para CHUNG (1984) "e necessario dizer que a tecnica cirurgica inOucncia
grandemcnte 0 prognostico da CASe e a incidencia de varias complic3yOeS
relacionadas it cirurgia, inclusive a ocorrencia de infarto do miocardia peri operatorio e
mesrno a morte. Atualmcnte, a h~cnica de implante da veia safena e urn metoda padrao
de CABC. e foi illtroduzida 110 decado de 60.
Menos comumente, CABe e realizada utilizando a arteria mamilri,1 intema sao
realizadas no meSI110 paciente, especialmente quando muitas artelias coronat;anas tern
que ser substituidas simultaneamente.
I. A veia safcna e rCl1lovida da perna e cuidadoS3mcnte examinada para ser utilizada
na CABC.
2. Uma extrcmidade da veia removida e ligadH a aorta, e a Dutra extremidade e ligada
alem de oc1usao Ollestenose da arteria coronariana.
3. A CASe pode envoI vcr somente uma at1eria. Mas 0 implante geralmente
realizado em quatro ou cillco arterias coronarianas.
4. Depois que 0 paciente esti.ver plena mente anestesiado, ele e conectado it Tmlquina
corayao pulmao. Esta maquina substitui as funyoes do corayao e pulmoes durante
toda a operay30. A maquina remove di6xido de carbono do sangue atraves do
corpo para uma circliJayao adequada.
5. 0 torax do paciente e aberto, e 0 corayao parado pela aplicayao breve dos
eletrodos. Agora 0 cirurgiao comeya a CASCo
6. A veia safena. que e removida da perna e cuidadosamente testada para 0 implante.
e ligada por suturas uma extrernidade it aorta e outra extrernidade a arteria
coronariana, alem do ponto de estenose ou oclusao.
7. Quando a CABC estiver completa, a maquina corayc'io-pulmao sera desconectada
do paciente. Depois, os proprios batimentos cHrdiacos do pHciente sao restaurados.
Agora a circu!ayao sangUineo para 0 miocitrdio e realizHda do implHnte que
substitui a arteria coronariana doente.
II
8. Apos 0 fechamcnto do t6rax, 0 paciente e transferido para a sala de reclipera9ao
para observayao. Sao gastas 3 a 6 hams para completar a CABC, mas levara mais
tempo quando muilas a1ierius coronmianas forem substituidas, ou quando
ocorrerem serias complic3yoes.
9. Ap6s a cirurgia de bypass, 0 paciente e observado na unidade de cuidados
cardiacos cinirgicos (intensiva) onde monitOIizayao continua e utilizada para
detecyao e tratamento imediato de possivcis compl1cal(oes p6s-operatoria.
A durayao media no hospital e de aproximadamente to dias, mas varia
consideravelrnente, depcndendo do b'Tau de DAC e da presenya au allsencia de
complicR,6es (CHUNG, 1984 )."
12
3. ANESTESIA
Os agentes anesH~sicos sao drogas cada vez mais potentes de eliminaQ30 nipida
e de menor cfcile colateral. Assim, sao mais seguras scm efeitos cumulativos, sendo
eliminadas naturalmcnte, com pequena metaboliz3yiio orgfmica e rapidamente. Muitas
vezes, sao drogas que ajudam a manter a estabilidadc cardiovascular, com protcyao
ncurovegetativa.
Podcm seT administradas em infusao continua, podendo seT interrompidas a
qualqucr momento, com rapida recuperayao do paciente.
As cirurgias cardiacas, alem de prolongadas, sao tecnicamcnte arrojadas e
interferem ern fodos os sistemas organicos: cerebral, neurovegetativo, endocrino,
melab61ico e respiratorio, coagulal(ao sanguinea, volemia, illduzindo hipotermja,
intellllpc;:ao temporinia cia circular;ao pulmonar e sistemica e parada cardiaca. Como
lodos os sistemas correlacionam-se, e importante a avaliar;ao do paciente ja portador
de alguma outra patologia, que possa agravar 0 ato operat6rio.
Todas as drogas anestesicas deprirnem a func;:aodo miocardio e sao tao mais
intensas em sua ac;:aoquanto maior e a lesao do musculo cardiaco. Dill 0 rato de
mesrno as pequenas doses terem efeltos depressivos cardiovasculares.
Devemos lembrar que os riscos cardiovasculares de hipotensao, hipertensao,
arritmjas e assistolia surgem corn maior fi"eqUencia na induyao da anestesia. Como
IOdos os anestesicos sao depressores do miocardio e do sistema vasomotor central e
periferico, 0 seu uso deve ser feito com monitorizayao, para corrigir alterar;oes
hemodinamicas.
Os efeitos da anestesia na fUIlyaO puhnonar resulta em urn decrescimo de
aproximadamente 20% da capacidade residual funcional. Provavelmente esse
decrescimo e devido plimariamente aos efeitos da anestesia geral no fonnato e
movimentayao cia parede toracica e do diatragma. Na indur;ao da anestesia geral, 0
diafragma se desloca cranial mente, especial mente as poryoes dependentes do
(tiafragma. Este deslocamento pode contribuir para uma diminuir;ao na capacidade
~
S\DAOf;-",'<;.
IBUOTECA -.••.".,,~~II'}lI~,"1
. 13 '!>'-
residual funcional. A alterayao no diafragma ocorre par causa da perda da ati\rtdade..'·,o.)
tonica.
Os analgesicos potentes (Fentanil, Alfentanil e Sulfentanil) tem suas vantagens
de protcyao quanta aDs riscos. Alcm de dar maior estabilidade cardiovascular, mallt'em
o ritmo cardiaco durante a entubacao, na manipulacao cirurgica e na manuseio do
miocardia, fazendo com que as aiterayoes hemodinfunicas sejam menores. 0 seu
emprego permite a diminuicao do USQde outras drogas anesh~sicas associadas e, alcm
desta protecao de maior e mais proJongada analgesia no pas-operalario, pennite 0
despertar precoce.
o Fentanil apresenta as seguintes vantagens: protecao a fUIleao renal suprimc a
resposta endocrino met'ab6lica ao trauma cinirgico proporciona total estabilidade
cardiovascular dimjnui 0 consumo de 02 do miocardio.
as halogenados, anestesicos vohiteis (h310tano, enfluorano e isofluorano),
produzem a depressao do miocardio e a hipotensao, por ay30 vascular perifcrica. AJtas
doses dos halogenados produzem depressao cardiovascular. Baixas concentrayoes
podem produzir tambem estes mesmos efeitos, em pacientes com baixa reserva
cardiovascular ( Sindrome de baixo fluxo). A vantagem e que sao administradas em
concentr8y3o conhecida, sao facilmente eliminadas (efeito reversivel) e podem abaixar
a frequencia cardiaca e a pressao arterial. Eles deprimem a atividade simpittica,
diminuem a resistencia puimonar, potencializam a ayao dos beta bloqueadores, dos
vasodilatadores e dos alfa bloqueadores.
A diferenya entre 0 halotano e 0 enfluorano e que ° halotano alem de ser mais
baralo, causa maiores rcpercussoes hemodinamicas e pulmonares ap6s a cirurgia. Par
outro lado, 0 isofluorano tem as seguintes vantagcns:
melhor manuteny30 da estabilidadc do ritmo cardiaco
minima interferencia cardiovascular
melhor resposta hemodinamica no controle da hipertensao intra-opert6ria
melhor tratamento de manuteny30 do rendimento cardiaco do que com 0
halotano
melhor manuten~ao do volume de ejec;ao
14
Os barbituricos (como 0 tiopental), usados na indw;a.o anestesica, produzem
deprcssao do miocardia, taquicardia, vasodilatm;ao e diminui((ao do retorno venoso. A
droga de escolha na indw;ao da anestesia, C0 etornidato, que tern curta ayao e grande
eSlabilidade, quanta ao ritmo cardfaco, prcssao arterial e freqUencia cardiaca, que emantida. as narcoticos intra-venosas que sao usados para indm;ao de manutencrao da
anestesia, podem reduzir substancialmente 0 estimulo respirat6rio hip6xico no p6s-
operatorio.
" Cada dano que produza problemas respiratorios au cardiacos cria urn risco
maior em pacicntes que ja tem uma dOeny3 cardiaca subjacente. A parada cardiaca
com fibrilayao ventricular e 0 evento rnais temido, e e principaimente devido a uma
excess iva perda de sangue, hipotensao, administrac;ao acidental de potassio au sua
liberac;ao por drogas relaxantes mllsculares, obstruc;ao de vias aereas com resultado de
espasmo da laringe ou aspirac;ao de conteudos gastricos, dificuldade na entubac;ao no
inicio do procedimento cirurgico ou hipoxemia e acidose secundarias e disturbios da
ventilac;ao. Estas complicac;oes podem ser minimizadas com avaliac;ao pre-operatoria e
monitoramento continuo da variaveis cardiovasculares e avaliac;ao intermitenle dos
gases sangUineos. (CHEITLlN e( ai, 1993)."
15
4. CARDIOPLEGIA
Inumcros mctodos para a protClt30 durante a cirurgia cardiaca tern side usados,
mas nos ultimos anos a maioria dos cirurgi5es tern se voltado para a tecnica de
prcscrvac;ao do miocardia com cardioplegia hipotermica. Este metoda utiliza os
beneficios do efeito protetor da hipotennia e da interrupc;ao subita da atividade eletro-
mecaniea. Etc aumenta em muito 0 pcriodo «segura» de isquemia ffiiocardica global
(isqucmia scm que haja necrose miocardica). Os clados obtidos em seres humanos,
indicam que com este metoda, naD ha resultados de necrose miocardica signiticativa
ou dano funcional pennanente a partir de uma isquemia miocardica total ate 120 min,
se as reservas miocardicas pre-operatorias sao boas. EntTctanto rcservas miocardicas
pre-operatorias diminuidas parecem baixar 0 tempo-limite seguro para a cardioplegia
hipotermica, e os dados sugerem que somente em torno de 80 min sao pennitidos em
pacientes com insuficiencia cardfaca avancrada.
o agente cardioplegico mais comumente usado no momenta e 0 potassio, em
concentra~oes de 15 a 35 mEg. 0 potassio nesta concentracrao bloqueia a fase inicial
nipida (fluxo de sadio de dentro da celul.) d. despolariza,iio miocardica celular.
Mesmo com esta concentra~ao de potassio, a atividade eletromecanica pode persistir
ou retomar na presencra de agentes, tais como catecolaminas, que iniciam a rase
«Ienta» tardia da despolarizacrao ceJular miocardica (fluxo de calcio e sodio para
dentro da celula) na qual 0 potassio nao tern efeito; este fato oeorre quando existe urn
grande fluxo eolateral eoronariano. 0 veiculo eardioplegieo pode dispensar 0 usa de
sangue (algurn tipo de solucrao de eletr61itos tamponados usualmente con tendo
manitol), ou com sangue (utilizando-se sangue da circulacrao extracorporea). 0 veiculo
e infundido na raiz da aorta ou diretarnente nas oSlios coronarianas a uma temperatura
de 4°C. As infusoes sao repetidas a cada 30 min durante 0 perfodo isquemico.
16
5. CIRCULA<;:AO EXTRA-CORP6R~A
Para JULIAN e COWAN (1996) a grande maioria das interven~oes cardiacas
realizadas no adulto depende da circulayao extra-corporea. 0 cora~ao e as puim6es sao
inteiramente excluidos da circulayao. 0 sangue venoso e drenado sob a 8<yao da
gravidade para dentro de urn oxigen ados, atmves de canulas introduzidas nas veias
cavas superior e inferior. Uma bomba recircula 0 sangue atraves de uma canula
colocada na luz da aorta. Durante as interven<;oes sabre a va..ivula mitral, a valvula
aortica impede que 0 sangue bombeado pelo aparelho para a aorta volte para 0 interior
do ventrfculo esquerdo. Nas operac;6es sabre a valvula a6rtica, a aorta precisa seT
grampeada abaixo da raiz do tronco braquiocefalico (arteria inonimada); a fim de
manler 0 campo cirnrgico seeD. 0 miocardia isquemico e protegido durante a
aplicac;ao dos clamps cruzados; grac;:asa combinac;:ao da refrigera~ao com a dissecl;ao
eletromedinica. Esta ultima e obtida com a instila~ao na raiz da aorta (e, portanto,
tambem no interior da rede coronariana), de uma solucrao cardioplegica cristal6ide
contendo potassio, ou cntao, com fibrilac;ao do corac;ao, de modo que as contrac;oes
cardiacas cessam. 0 grampeamento cruzado e necessario tambem na confeccr30 das
anastomoses das coromirias, na cirurgia de ponte safena.
A CEC pode ser considerada urn sistema de suporte seguro para a cirurgia
cardiaca, julgando-se pelo fato que a mortalidade hospitaiar para a cirurgia de enxeno
coronariano, tem-se aproximado a zero nos ultimos anos. No entanto, existem efeitos
lesivos importantes da CEC que contribuem para a mortalidade e morbidade intra-
hospitalar e devem ser levados em consideracr3o na conduta p6s-operatoria imediata.
As manifesta~oes lesivas da CEC incluem:
1- Tendencia anormal para 0 sangramento Lentoextemo como tissular.
2- Reac;ao inflamatoria difusa caracterizada por aumento da permeabilidade
capiJar com conseqUente perda piasmatica transcapiiar, leucocitose e febre.
3- Disfun~1io renal.
17
4- Vasoconstri~ao periferica e provavelmente tambem central, a qual persisle
por tempo varia vel depois da CEC, resultando tanto em problemas hemodinamicos
como metabolicos.
5- Destruiyao de hemacias resultando em hemoglobinemia, hemoglobinuria e
anemia.
6- Talvez suscetibilidade aumentada as infecyoes.
Todos estes falares contribuem para dis[um;ao de 6rgaos e sistemas no perfodo
p6s- Operat6rio imediato, estado denorninado por alguns « sindromc p6s-perfusao» all
« sindrome p6s-bornba» . 0 fato de que a maior parte dos pacientes se recuperam
adequadamente apos a CEC, indica apenas a capacidade dos pacientcs em se
cornpensarem destes ereitos nocivos e nao a ausencia.
Os possiveis mecanismos para as efeitos nocivos sao a exposh;ao do sangue a
urn meio ambiente anomalo e as alterac;oes do padrao do fluxo sangUineo.
Existem alguns fatores de risco que aumentam a possibilidade de importantes
manifestac;oes clinicas, secundarias it CEC. Uma delas e a durac;ao das CEC. Nos
adultos a probabilidade de lesao funcional ou estrutural demonstn:i.vcl aumenta a
mcdida que a durac;ao da CEC se estenda alem de 150 min, sendo observado alterac;oes
pulmonares graves. como edema intersticial e alveolar. Gutro fator importante e a
idade do pacicnte. A probabilidade de lesao parece aumentar em pacientcs com idade
inferior a 6 meses e mais ainda naqueles abaixo de 3 meses. A probabilidade de lesao
pode ser maior nos muito idosos.
Segundo AZEREDO el ai, outro possivel mecanismo que leva a Jesoes
pulmonares pode estar relacionada a ativaC;30 dos neutrofilos, com desintegraC;3o C
liberaC;3ode grfulUlos lisossomais toxicos e enzimas proteoifticas, que eventualmente
resultam em lesao epitelial e endotelial. A oferta inadequada de sangue para 0 epitelio
alveolar, durante 0 periodo de CEC, pode resultar em libera~iio inadequada de
surfactante pelos pneumocitos tipo II. A baixa temperatura mantida durante 0 bypass
tambern pode acentuar as anormalidades de produC;3o e func;ao do surfactantc. As
soiuc;oes cardioplegicas usadas podem causar lesao pulrnonar por conterem altas
concentral'oes de clorelo de potassio (20 m Egll).
18
6. COMPLICA<;:OES E REPERCUSSOES RESPIRATORIAS NO POS-
OPERATORIO DE CIRURGTA CARDiACA
A dor no pos-operat6rio acarreta limitac;oes dos movirnentos, portanto, a tosse
efetiva, a respiracrao profunda e as mudancras de pOSiC;30 estarao restritas. Como
conseqUencia, 0 paciente estara predisposto a atelectasias, infecyoes e insuficiencia
respiratoria. A utilizac;ao de diferentes sedativos poc diversas tecnicas de
administrac;ao, assim como novas tecnicas cirilrgicas contribuClll de forma
significativ3 para atenuar a dor p6s-operatoria, fazendo com que 0 paciente tenha
majores condic;oes de cooperar com a fisioterapia, reduzindo as chances de
complic3c;oes.
A confusao mental tambem e fator que contribui para ocorrencia de
complicac;5es pulmonares no p6s-operat6rio de cirurgia cardiaca, sendo urna das
cornplicac;oes neurol6gicas/psiquiatricas rnais encantradas nessa fase. E urna reac;ao
neuropsico16gica que nao pode ser prevista e apresenta 3,8% de incidencia, segundo
estudo retrospectivo de RODENALD e cals. Suas causas relacianarn-se com
hipoperfusao cerebral. Segundo GOK GOZ e eels, os possiveis fatores de risco para 0
seu aparecimento sao, idade do paciente, tongos perfodos de clampeamento da aorta,
doses elevadas de inotropicos e transfusao exeessiva de sangue e seus derivados.
GUNAYDIN e eols, concluiram em seu estudo que a anestesia com altas doses de
fentanil, causa signifieante predisposic;30 para 0 desenvolvimento de hipoperfusao
cerebral no pos-aperatorio em reiac;ao a anestesia com barbituricos. Esse tipo de
alterac;ao induz ao aparecimenlo de cornplica~oes respiratorias, pais Iimita a potencial
de eolaborac;ao do paeiente. Os pacientes ja entubados, devem despertar maior atenc;ao
ja que, por se apresentarem extremamente agitados, costumam receber maior dose de
sedativos, 0 que os predispoe a maior risco de dcpressao do centro respiratorio. Devem
ser rnonitorizados quanta a saturac;ao periferica de oxigenio, frcqUencia e padrao
respiratorio. A forma de administrac;ao de oxigenioterapia deve ser selecionada de
aeordo com a necessidade do momento.
19
No p6s-operatorio. 0 edema pulrnonar nao aparece com frcqUencia mas,
quando ocorrc, a sua principal conseqUcncia e a hipoxemia. Os fluidos (liquidos)
envolvem as bronquio\os e arteriolos pulmonares, provocando diminui~ao do lumen
bronquiolar e aumento da resistencia vascular, com prejuizo da vcntilacyao e da
pcrfusao pulrnonar, levando a hipoxemia. As causas do edema interligam-se ainsuficiencia cardfaca esquerda, que eleva a prcssao hidrostatica ao nivel pulmonar,
aumentando a penneabilidade copilar ( CEC com tempo superior a 150 min), iI
positival(ao do balancyo hidrico e it insutich~ncia renal. Essa intercorrencia tern sido
contomada com sucesso por meio da ventilaCY80nao-invasiva.
20
7. ATELECTASIA
Segundo AZEREDO et ai, a atelectasia e uma condic;ao clinica caracterizada
por regioes colapsadas no pulmao e com importante deficit de ar.
Tres fatores possivelmenle combinadas au independentes contribuem para 0
desenvolvirnento de uma atelectasia:
Inadequada farcra de distensao pulmonar
Obstruyao das vias aereas
Insuficiencia no surfactante.
A expansao pulmonar depcnde da habilidade dos musculos respiratorios de
gerar uma pressao negativa intra-pleural-e da integridadc da caixa tonicica.
No pos operatorio, a dor c quase scmprc associada a diminuic;ao do aporte
respiratorio, rcduc;ao da prcssao pleura] e diminuic;ao da pressao intra abdominal.
Sendo assim as pacientes que sao submetidos a cirurgia cardiaca, geralmente
apresentam )esao do nelVO frenico a esquerda, podendo causar movimentos
inadequados do diafragma ap6s a cirurgia e contribuir para a atelectasia do lobo
inferior esquerdo.
o desenvolvimento de atelectasia no pOs-operatorio pode tambem ocorrer como
resultado da retenc;ao de secre~ao nos bronquios. Os agentes anestesicos impedem a
atividade rnucociliar e diminuem a habilidade da tosse, sendo assim 0 volume de
secre~ao se tom a excessiva e a hidratac;ao inadequada, pois a umidade e raramente
adicionada durante a anestesia, e a maioria dos agentes farmacol6gicos administrados
ressccam as secrec;oes traqueobronquicas.
Condic;oes patol6gieas associadas como 0 tabagismo eausam danos no transporte de
mueo, aumentando 0 risco de retenC;3ode secreC;ao.
Em reiaC;aoao surfactante e necessario uma quanti dade adequada para manter a
estabilidade alveolar e previnir urn coJapso
A quantidade destes podem ser reduzidas com urn edema pulmonar, inalaC;3ode
fumac;a, anestesia, SARA, e inspirac;ao de alta coneentrac;ao de oxigenio.
~ ~=:;, SISl/OrECA =S'd·••••••••'N •.·,.IS"" ••
C'4'1/rl(1,j ~1>""
A atelectasia resulta no decrescimo da capacidade residual funcional e
complaceocia pulmonar. Isso leva a alteracyao na distribuicyao do gas inalado, e
consequentemente alteracyao oa relacyao ventilacyao perfusao (VIQ), levando a uma
hipoxemia.
A anestesia geral tarnbem inibe a hipoxia pulmonar e os reflexos
vosoconstrictivos do pulmao, 0 que contribui para V/Q desigual e hipoxemia.
As pncumonias nasocomiais sao quase sempre relatadas como uma das
complicacyoes respiratorias do pos-operatorio de cirurgia cardiaea. Dentre as infeccyoes
que podem oeorrer nessa fase (trato urimlrio, ferida cirurgica e vias de acesso arteriais
e venosas), a pneumonia apresenla maior incidencia 5 a 8 %.
A causa basica do aparecimento de pneumonia no pos-operalorio relaciona-se
com 0 maior tempo ern ventilac;ao meciinica, tendo em vista a protese ventilatoria
(canula orotraqueal), que e via de acesso direta para a arvore bronquica.
A alividade dos microorganismos tambem e facilitada pelo estado de
imunossupressao em que se eneontra 0 paciente pos circulacyao extra-corporea.
A terapeutica medicarnentosa, corn relacao aos antibioticos utilizados
profilaticarnente no pre e no p6s-operat6rio, e revista com freqUencia, buscando-se a
melher forma de controle e protccyao das infeccyoes no p6s operatorio cirurgico.
Infeccyoesda ferida estemal, pode evoluir para mediastinite (ern 1 a 2% dos casos).
A ocorrencia de derrames pleurais leva a complicacyoes respiratorias do pos-
operatorio cardiaco, provavelmente por ser uma alterac;ao esperada frente a
manipuiacao da pleura parietal oa disseccyao da arteria marmiria intema. as derrames
com grandes volumes causam dispneia e hipoxemia, para isso 0 suporte ventilat6rio
nao invasivo pode ser instal ado ate que 0 derrame seja puncionado ou 0 dreno seja
desobstruide. As posiyoes de drenagem sobre 0 hemit6rax drenado mostram bons
resultados quanta ao volume dreoado e sua mais rapida resolucyao.
As toxinas liberadas pelos processos septicos pulmonares ou de focos distantes
podem provocar agressao inflamatoria do pulmao, cujo resultado sera a sindrome da
angilstia respiratoria do adulto (SARA).
22
A SARA normalmente naD e apontada como uma das complic3c;oes pulmonares
do p6s-operalorio de cirurgia cardiaca, talvez por seu baixo indice de incidencia
relatado por CHRISTENSON e cols. Como I%, em estudo retrospectivo efetuado com
3848 pacientes submetidos it cirurgia cardiaca com circulac;ao extra corporea.
Segundo alguns autores, a SARA se desenvolve no pos-operat6rio devido acirculac;ao extra carperea.
FRIEDMAN c cols. Descrevem que, durante a circulayao extra corporea, os
pulmoes sao totalmente do oxigenio proveniente do !lUXD arterial bronquial. A injuria
pulmonar aparcce depois do tluxo arterial pulmonar ser restaurado, no final da CEC.
23
8. PARALISIAIPARESIA DO NERVO FRENICO
Segundo REGENGA et ai, e uma complica~ao descrita como classica no p6s-
operatorio de cirurgia cardiaca, com incidencia de 26%.
Varias mecanismos ja foram propostos para explicar as disfun.yoes respiratorias
no pos-operatorio de cirurgia cardfaca, relativas a piora da cinetica diafragmatica:
Traumatismo do nervo frenico, durante 0 afastamento do estemo
Lesao dos ramas da arteria mamaria intema, durante sua dissecyao,
acarretando menor aparte sangiiineo para 0 nervo frenico.
Pun~ao da veia jugular intema, procedimento que pode comprovadamente
causar lesao nervQsa periferica.
Trauma do nervo !Terrico por baixas temperaturas, prejudicando sua
condU/;ao. Tais ternperaturas sao provocadas pelas manobras de prote.yao do
miocardio no intra operatorio, corn apJicayoes intra coronarias de solUlrao
gelada, ern intervalos de tempo e pela imersao do coracao em soluCao
protetora com gelo amorfo.
Grande parte da literatura sobre 0 assunto aponta 0 trauma criogenico, que
origina desrnielinizacao do nervo frenico, como causa mais provavel da disfuncao do
diafragrna no pos-operatorio de cirurgia cardfaca.
o diagnostico de paralisia ou paresia do nervo frenico e dificil, ern sua grande
maioria os achados ocorrem no pos-operatorio, com imagem radiologica (RX) que
mostra a hemicupula esquerda elevada (normalmente 0 nervo frenieo esquerdo e 0
mais comprometido por sua posiCao anatomica junto ao saeo pericardico).
Dependendo da tecnica utilizada para 0 diagnostico, os percentuais de
ineideneia sao bastantes variados. Quando 0 achado radiogrMico de elevacao de
hemicupula diafragmatica associ ada a derrame pleural e atelectasia e utilizado como
criterio, a incidencia e descrita como elevalrao e pode ser exagerada.
Corn relacao as experiencias e pniticas fisioterapicas, verificou-se que as
paresias encontradas foram diagnosticadas pos-extubacao e depois de observacao do
raio x.
24
A palpa~ao da cinetica diafragmatica e descrita como baSlante perceptivel e
cfetuada na posi~ao semi scntada, buscando 0 relaxamento dos museu los abdominais.
Nonnalmente, csses pacientes apresentam a frcqUencia respirat6ria poueo mais
elevada que 0 normal, mas pouca altera~ao visual do padrao respiratorio. Alguns
referem certa grau de desconforto quando posicion ados em decubito proximo a zero
grau.
A vcntilaIYao nao invasiva geralmente usada com 0 objetivo de mantcr urn
volume corrente adequado e tambem como profilaxia contra a fonnayao de atelectasias
na base pulmonar correlata a bcmicupula pan!tica.
A estimula~ao proprioceptiva manual no hemidiafragma afetado, geralmenlc erealizada, assim como fomecidas as orienta((oes para 0 paciente executa-los sozinho. 0
posicionamento no leito em semi decubitos laterais, a realiza.;ao dos exercicios
respiratorios favorecem a estimularyao do diafragma.
25
9. DISTEN<;:AO ABDOMINAL
Normalmente nao e um evento isolado no p6s-operat6rio de cirurgia cardiaca,
em geral conseqiiente de uma complic3yao abdominal. Tais compiic390es tern baixo
percentual de incidencia (1%, como relatado por AQUIFI e cols. e 2,1% por
PERUGINE e cols.)
A distensao costuma ser urn fator importante quando associada a outros
elementos que tambem sejam capazes de alterar as volumes puimonares, como a
estcmotomia e a circula.yao extra corporea, podendo acarretar hipoxemia e dispneia.
Nos pacientes com distensao abdominal em p6s-operatorio de cirurgia cardiaca,
as principais providencias tern sido:
a) Posicionamento em decubito elevado (sc as condh;5es hemodinamicas
assim 0 permitirem), aproveitando-se a melhor cinetica respiratoria
existente nessa posiyao.
b) Instalayao da ventilayao nao invasiva, tentando prom over melhor
corrente e preservayao da fum;ao da musculatura respiratoria, ja que 0
espayo para a contra<;ao do diafragrna estara bastante restrito.
Em especial, nessas condi<;oes, 0 paciente deve ter uma sonda nasogastrica que
deve ser mantida aberta, no intuito de se evitar piora do quadro pel a aerofagia.
Devemos levar em considera<;ao, a dialise peritoneal, que tambem apresente 0
mesmo mecanismo restritivo. Esse tipo de procedimento tam bern tern pequena
incidencia no pos- operatorio de cirurgia cardiaca. Quando em pacientes ja extubados,
e efetuada com menores volumes de infusao, mas mesmo assim e necessaria nossa
atenyao a mecanica respiratorias dos pacientes.
26
10. MANOBRAS DE HIGIENE BRONQUICA
Segundo AZEREDO et ai, a terapia de higiene bronquica e mais conhccida
como fisioterapia desobstrutiva broncopuimonar, e geralmente e referida como base
terapcutica, como a drenagem postural, a percussao e a vibrayao manual lonicica,
como descrito hfl mais de 50 anos nos livros de tratamento respirat6rio.
A finalidade do tratamenta com lodos esses metodos e aumentar a Iimpeza das
secrcyoes de vias aereas, assim como diminuir sua obstruyao, com a intcm;;llo de causar
homogeinidadc da ventilary30 com a lroca gasosa.
A limpeza normal das vias aereas sc baseiam em dais processos basicos:
a limpeza mucociliar
a losse eficaz.
o mueD, e geralmente encontrado no trato respiratorio, incluindo vias aereas
baixas, seios e vias aereas superiores.
A camada de mueo esta representada por uma eamada tao inferior que se
aproxima e se mistura com a cilia e com uma camada de gel acima. onde qualquer
microorganismo possa ser inalado ou depositado.
A cilia normal esta presente na superficie laminar da coluna de celulas
pseudoestrati ficadas epiteliais das vias aereas.
A cilia normal tern a~ao intrinsica, batendo numa (mica dire~ao. para mover
toda a camada de muco para a abertura das vias aereas.
A limpeza mucociliar e eficiente nas viae; aereas distais, onde a intera~ao ar-
liquido na~ oeorre.
A entao chamada escala mueociliar traz a seere~ao das vias aereas maiores,
onde a tosse efieaz, eausando a intera~ao ar-Iiquido, se torna importante na limpeza
das secrcyoes de vias aereas.
o reflexo do suspir~ inspiratorio facilita urn aumento de volume pulmonar.
Rcpentinarnente, oeorre 0 feehamento da giote, e em seguida, a a~ao dos musculos
expiratorios, pennitindo assim, ao paciente aumentar a pressao intratonlxica. 0
relaxamento repentino da glote inieia a rase expulsiva, com subsequente mudan~a da
27
dinamica das vias aereas, nivelando os pontos de igual prcssao, iSla e, os pontos cnde
as prcssoes das vias 3ereas e da pleura estao iguais.
A vclocidade do fluxa nessa area sc torna alta, aumentando a interavao gas-
Jfquido ao longo das vias 3ereas centrais, gerando fluxa e transportando 0 mueD para a
boca, pronto para seT expectorado. Esse segrnento limite de fluxa da via aerea e urn
importante mecanisme para limpeza de secreyoes, aumentando a fOry3 para remover
muea ao longo das paredes das vias acreas.
o Huxo acreo e 0 aumenlo da interayao cntre 0 aT e a camada de mueD sao
essenciais em qualquer metoda adotado com a intenyao de aumentar a limpeza das
vias aereas.
Existem varias modalidades de rnanobras de desobstruc;:ao bronquica, mas 0
que difere entre elas e a rnaneira mais ou menos vigorosa em executa-las OU, entao,
pcqucnas varim;:oes da mesma tecnic3.
A percussao produz uma onda de energia que e transmitida atraves das vias
aereas, e acredita-se que com isso as secrc.yocs sejam deslocadas das paredes
br6nquicas e mobilizadas das rcgioes perifericas para as areas centrais, onde serao
expe\idas ou aspiradas.
Preconiza-se que as manobras sejam feitas na expira.yao com a mao em concha,
com dedos e polegar aduzidos. 0 rnovimento da mao sobre 0 t6rax e ritmico,
mantendo sempre a mesma [orl;:a.A IreqUencia da percussao e em torna de 5 Hz
A vibracao constitui uma pressao intcrmitente que se executa sabre a parede do
t6rax durante a expira~ao, mediante contra.yocs isometricas repetidas do ombro e do
membra superior.
A fTeqUenciacom que a tecnica e realizada e em torno de 12 a 16 Hz.
o pacicnte pade ser arientado no sentido de fazer uma inspira.yao profunda,
mante-Ia por alguns segundos e iniciar a vibra.yao neste periodo, prosseguindo durante
todo 0 tempo expiratorio. Quando 0 paciente nao e capaz de colaborar, a manobra deve
ser realizada no padrao respiratorio do paciente.
28I1.FLUTTER
Segundo AZEREDO et ai, 0 Flutter VRPI e urn equipamento simples e
pequeno, scmclhante a urn cachimbo. Dcsenvolvido com a combinayao de duas
tecnicas: prcssao positiva expiratoria (PEP) C oscilayocs de alta frcqUencia, tern 0
objetivo de prevenir e tratar 0 coJapso pulrnonar e eliminar secrec;oes pulmonares.
E composto de quatro partes:
urn corpo com bocal
urnconc circular
uma esfcra de aC;o inoxidavel
uma eapa protetora, por cnde 0 ar passa ao sec exalado.
A esfera de ayo, fica contida no interior do aparelho, no qual e urn resistor de
limiar pressorico gravitacional, que permite a frenagem do tluxo
expiratorio por reduzir curtas e sucessivas interrupc5es a passagem do fluxo,
pennitindo assim uma repercussao oscilatoria de alta freqOcncia, a qual e transmitida a
regiao traqueal e a arvore bronquica, fazendo que com iSlOocorra 0 deslocamento das
secrcl;oes traqueobronquicas.
Segundo LlNDEMANN (1992), expirando atraves do Flutter VRPI, gera-se
uma pressao positiva expirat6ria (PEP), transmitida para 0 sistema bronquial. 0 nivel
de pressao obtida atraves do Flutter VRPI corresponde no maximo a 75 cml-l20,
variando entre 8 cmI-120 a 75 cmH2. A posi,ao real da esfera durante a exaia,ao e 0
resultado do equilibrio entre a prcssao de exalal;ao do ar, da torya da gravidade sobre a
29
esfera e do angula de contato da bola sabre 0 conc. A prcssao expiratoria varia de 0,8
cmH20 a 2,5 cmH20, durante cada cicio de abertura e fechamento do conc.
(KONSTAN et ai, 1994).
A frcqUcncia oscilatoria obtida atraves do aparclho atinge de 2 Hz a 32 Hz
(LINDEMANN, 1992), podendo ser modulada ao se modificar a inclina~iio do Flutter
VRPI para cima (mais de 30 graus) ou para baixo (menos de 30 graul, a partir da
posi~ao horizontal. (tabela I)
TABELA I - Pressao, oscila9ao e fluxo, caracteristicas do Flutter VRP I
Angulo Pressiio (cmH,O) Oscila~ilo (Hz) Fluxo Us
+ 30° 12-75 15-32 1,6-5,5
0° 10-70 9-22 1,6 - 5,5
_ 30° 8-60 2-10 1,6-5,5
Fonte: Lmdemann,1992.
Devemos levar em considerar;ao alguns aspectos tecnicos que podem tamar a
aplica~iio de um sistema de OOAF (oscila~iio oral de alta freqilencia) mais fidedigno:
A DOAF devera sec realizada scmprc sob orient393.0 do Fisioterapeuta.
E de usa pratico, nao sendo tao exaustivo
Possibilita a praticidade do seu transporte
A posir;ao adotada para a realiz39ao da aOAF, e sentada, em casas de
pacientes no leito, adotar a posi~ao Fowler.
o tempo de aplica~ao da terapia de OOAF vern sendo delimitado entre 10 e
15 minutos diarios, conforme protocolo europeu.
A terapia inalatoria deve ser utilizada junto corn a OOAF corn 0 objetivo de
nuidifica~ao previa das secre~5es e broncodilala~ao das vias aerea'i.
30
[ndic3ft0eS Clinicas:
Segundo AZEREDO et aI., as principais indica~5es para a tecnica de OOAF sao
as seguintes:
a) Casas de secrc<;:ao produtiva persistentc e tosse nao produtiva
b) Bronquite
c) lnstabilidades traqueobronquicas
d) Asma associ ada a obstruCao bronquica
e) Bronquiectasia
f) Fibrose Cistica
g) Pre e pos operatorio em geral
Contra J ndic3ftoes:
Foram divididas em absolutas e relativas:
Absolutas:
Em qualquer paciente adulto ou crianca que naD consiga gerar fluxo
expiralorio suficiente para produzir niveis de osciiac;ao
Broncoespasmo
Docnca cardiaca dcscompensada
Fraturas faciais instaveis e erosoes por qucimaduras
Pacienle hemodinamicamente instaveis
Alteracoes renais graves
Ailerac6es gastrinteslinais graves
DPOC descompensado ----------------------- YEF I < 50 % do previsto
YEF I I CYF < 60% do previsto
Grau 4 de dispneia
Traumatismo tonicico grave
Tuberculose pulmonar em atividade
31
Pncumot6rax scm drenagem previa
Derrame pleural scm drenagem previa
Relativas:
SeqUel as de tuberculose pulmonar
Hipertensao arterial
Disten930 abdominal
Neoplasia pulmonar
DPOC compensada
32
12. PEAK FLOW
o medidor de pi co de fluxa mede sua "taxa de pico de fluxa expirat6ria" - a
velocidade mais Tapida na qual se pode soprar 0 ar para fora dos pulmoes depois de
uma inspiray80 profunda.
Quando voce soprar denlro do ASSESS, seu fOlego empurra um pistao dentro
do medidor ate uma escala. Quando 0 pislao sobe, elc carrega 0 indicador com elc C 0
indicador pennanece em sell valor de pico de nuxo. Urn nlunero alto normal mente
quer dizer que 0 ar csta se movendo facilmente atraves de sellS pulm6es.
Como usar sell Peak Flow:
I. Tenha ccrtcza que 0 indicador azul esteja na base da escala.
2. Scgure 0 peak flow na vertical como ilustrado, tendo cuidado para que sellS
dedos nao. bloqueicm a abertura na parte de trEts.
))
3. Fique em pe, se possfvel. Inale 0 mais profundamente que voce puder e
eoloque sua boca finnemcnte ao redor do bocal, tendo certeza de que sellS
labios formem urn lacre apertado.
4. Sopre 0 mais forte e fapido que voce puder. Is50 [ani com que 0 indicador
azul mava-se para cima da escala. A posi<;:ao final do indicador azul e 0 seu
pico da velocidade do fluxo.
5. Tome tres leituras e registre 0 valor rnais alto.
34
HI. MATERIAlS E METODOS:
o estudo foi realizado no Hospital Universitario EvangelicQ, com 20 pacientes,
do sexo masculino, na faixa etaria compreendida entre 50 a 70 anas, a idade media roi
de 60 anas, sendo 13 pacientes p6s operatorio de revasculariz39ao do miocardia (pontc
safena) e 7 pacientes p6s operatorio de revasculariza9ao do miocardia (arteria
mam<iria).
Faram realizados 3 sessoes de fisioterapia consecutivas em cada paciente, sendo
que 10 fizeram 0 usa do Flutter (NEWMED). desses. 7 (ponte safena) e 3 (mamaria).
e 10 utiliza~ao da manobra de punho percussao, desses, 6 (safena) e 4 (mamaria).
o equipamento utilizado para a avalia~ao do resultado entre as duas tecnicas
utilizadas foi 0 Peak Flow da marca ASSESS.
35
IV. CONCLUSAO:
Mediante ao trabalho realizado no Hospital Universitario Evangelico, com 20
pacientes pos operatorio de cirurgia de revasculariza9ao do miocardia, foram
realizadas 3 sess5es de fisioterapia consecutivas em cada paciente, senda que 10
fizeram usa do Flutter e 10 utilizayao da rnanobra de punho percussao. Observamos
que nao houve difereoya significante entre as duas tecnicas em rela'(ao a higiene
bronquica.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
CHEITLfN, Melvin D. et al; Cardiologia Clinica; 6 edi9ao; Rio de Janeiro;
Preutice - Hall do Brasil; 1996.
JULIAN, Desmond G; COWAN, J. Campbell; Cardiologi.; 6 edi9ilo; S1IoPaulo;
Santos; 1996.
REGENGA, Marisa de Moraes; Fisioterapia em cardiologia da UTI it reabilitalYao;
1cdi~ao; Editora Roca; Sao Paulo; 2000.
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I edi9ao; Editora Manole Ltda; Sao Paulo; 2000.
CHUNG, Edward K.; DoeD9as Cardiovasculares; I edi9iio; Rio de Janeiro;
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SABISTON, Jr., MD. David C.; Tratado de Cirurgia; 14"edi9iiO, vol 2; Editora
Guanabara Koogan; Rio de Janeiro; 1993.
BARRETO, Antonio C. P.; SOUZA, Amanda G. de M. R.; SOCESP - Cardiologia
Atualiza~ao e Reciclagem; Livraria Atheneu Editora; Sao Paulo; 1994.
BRAUNW ALD, Eugene; Tratado de Medicina Cardiovascular; 23 Edi~ao; Volume
2; Editora Roca Ltda; Sao Paulo; 1999.
MENSURACAO DO PEAK FLOW COM USO DO FLUTTER
GRAFICO 1 - IDADE 52 AN OS GRAFICO 6 - IDADE 68 ANOS(Litros/Minuto) (Litros/Minuto)
1°01A 2°DIA 3°DIA 1°DIA 2°DIA 3°DIAANTES OA FISIOT. 230 235 240 ANTES DA FISIOT. 95 95 100DE POlS DA FISIOT. 240 240 250 DEPOIS DA FISIOT. 105 105 115
GRAFICO 2 -IDADE 56 ANOS GRAFleO 7 - IDADE 57 ANOS(Litros/Minuto) (litros/Minuto)
1°01A 2°DIA 3°DIA l"DIA 2°DIA 3°DIAANTES DA FISIOT. 205 215 220 ANTES DA FISIOT. 90 95 95DEPOIS DA FISIOT. 215 220 220 DEPOIS DA FISIOT. 95 100 100
GRAFleD 3 - IDADE 58 ANOS GRAFICO 8 - IDADE 59 ANOS(litros/Minuto) (Litros/Minuto)
1°DIA 2"DIA 3°DIA 1°DIA 2°DIA 3°DIAANTES DA FISIOT. 115 120 125 ANTES DA FISIOT. 170 175 180DEPOIS DA FISIOT. 120 125 125 DEPOIS DA FISIOT. 175 180 180
GRAFICO 4 - IDADE 67 ANOS GRAFICO 9 - IDADE 60 ANOS(Litros/Minuto) (litros/Minuto)
l"DIA 2"DIA 3°01A 1°DIA 2°DIA 3"DIAANTES DA FISIOT. 120 130 135 ANTES DA FISIOT. 160 160 165DEPOIS DA FISIOT. 125 135 145 DEPOIS DA FISIOT. 160 165 170
GRAFICO 5 - IDADE 65 AN OS GRAFICO 10 - IDADE 58 ANOS(Litros/Minuto) (Litros/Minuto)
l"DIA 2°DIA 3"DIA 1°01A 2"DIA 3°DIAANTES DA FISIOT. 110 115 120 ANTES CA FISIOT. 130 135 135CEPOIS DA FISIOT. 120 120 125 CEPOIS DA FISIOT. 130 140 140
MENSURAQAO DO PEAK FLOW COM A MANOBRA DE PUNHO PERCURSSAO
GRAFICO 1 - IDADE 57 AN OS
(Litros/Minuto)l'DIA 2' DIA
ANTES DA FISIOT. 120 125DEPOIS DA FISIOT. 125 130
GRAFICO 2 - IDADE 60 AN OS(Litros/Minuto)
l'DIA 2' DIAANTES DA FISIOT. 230 235DEPOIS DA FISIOT. 235 235
GRAFICO 3 - IDADE 59 ANOS(Litros/Minuto)
1° OIA 2° OIAANTES DA FISIOT. 125 125DEPOIS DA FISIOT. 125 130
GRAFICO 4 - IDADE 57 ANOS(Litros/Minuto)
1° OIA 2° OIAANTES DA FISIOT. 170 175DEPOIS DA FISIOT. 175 180
GRAFICO 5 - IDADE 58 ANOS
(Litros/Minuto)1°01A 2° OlA
ANTES DA FISIOT. 105 105DEPOISDAFISIOT. 110 110
3'DIA125130
3'DIA240245
3'DIA130130
3° OIA175180
3'DIA110120
GRAFICO 6 - IDADE 60 ANOS(Litros/Minuto)
1° CIA 2°DIAANTES DA FISIOT. 205 210DEPOIS DA FISIOT. 215 220
GRAFICO 7 - IDADE 65 ANOS(Litros/Minuto)
1° OIA 2° OIAANTES DA FISIOT. 95 100DEPOIS DA FISIOT. 105 115
GRAFICO 8 - IDADE 67 ANOS(Litros/Minuto)
1° OIA 2° OIAANTES DA FISIOT. 115 115DEPOIS DA FISIOT. 120 125
GRAFICO 9 - IDADE 62 ANOS
(Litros/Minuto)1° OIA 2° OIA
ANTES DA FISIOT. 120 125DEPOIS DA FISIOT. 125 125
GRAFICO 10 -IDADE 58 ANOS(Litros/Minuto)
1° OIA 2° OIAANTES DA FISIOT. 165 165DEPOIS DA FISIOT. 170 175
3'DIA220220
3°DIA115115
3° OIA120125
3'DIA130140
3°DIA170180
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