V. M. Lakhsmi – O Evangelho de Judas

O Evangelho de Judas

V. M. Lakhsmi

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V. M. Lakhsmi O Evangelho de Judas Instituto Gnosis Brasil - www.gnosisbrasil.com

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SUMRIO

PREFCIO ................................................................................................................ 2

APRESENTAO .................................................................................................... 3

CAPTULO I ............................................................................................................. 4

CAPTULO II ............................................................................................................ 5

CAPTULO III .......................................................................................................... 7

CAPTULO IV .......................................................................................................... 9

CAPTULO V .......................................................................................................... 11

CAPTULO VI ........................................................................................................ 12

CAPTULO VII ....................................................................................................... 14

CAPTULO VIII ..................................................................................................... 15

CAPTULO IX ........................................................................................................ 17

CAPTULO X .......................................................................................................... 19

CAPTULO XI ........................................................................................................ 20

CAPTULO XII ....................................................................................................... 21

CAPTULO XIII ..................................................................................................... 22

CAPTULO XIV ...................................................................................................... 24

CAPTULO XV ....................................................................................................... 26

CAPTULO XVI ...................................................................................................... 28

CAPTULO XVII .................................................................................................... 29

CAPTULO XVIII .................................................................................................. 30

CAPTULO XIX ...................................................................................................... 31

O APSTOLO ......................................................................................................... 32


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PREFCIO

Querido leitor, este livro que tens em teu poder, escrito pelo Venervel Mestre LAKHSMI, uma obra

grandiosa, j que vem desvelar princpios e fundamentos da Doutrina Crstica.

Considero de vital importncia destacar alguns pontos bsicos, a saber:

Primeiro de tudo, a propriedade que tem o autor para plasmar fatos antiqussimos, cenas e passagens do drama

csmico; e de admirar a fluidez, claridade e segurana com que se desprende essa sabedoria de seu verbo.

O Evangelho de Judas faz nfase no despertar da conscincia para conhecer a sagacidade com que o ego

nos envolve.

Esta nova mensagem do V. M. LAKHSMI chega humanidade indicando a urgncia da morte psicolgica,

dando pautas para desmascarar ao inimigo oculto.

Nesta mensagem vemos como se relaciona o ensinamento que o Cristo deu com o ensinamento que o V. M.

SAMAEL AUN WEOR deu e, logicamente, com o ensinamento deste Mestre como fiel intrprete e fiel

discpulo do Cristo e do Avatar de Aqurio.

Permitam-me Deus e vocs fazer um pblico reconhecimento do labor que o V. M. LAKHSMI est realizando

a nvel de Comunidades, a nvel Nacional e Internacional, em seu af de ver ao Povo de Deus escalando at a

conquista do Ser; porque assim como se fez presente desde o amanhecer como Um dos Trs Princpios que

deram origem Criao, tambm estar presente no ocaso desta raa, lutando por resgatar aquelas almas que

clamam e tm sede de Deus.

Ana Judith Gasca


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APRESENTAO

Hoje, 14 de maio de 1995, nos dispomos a escrever este livro com o propsito de ajudar ao Povo Gnstico no

difcil caminho que temos que percorrer.

Apresentamos este novo livro para todos os inquietos investigadores, homens e mulheres que de verdade

querem arrancar da mente e da psique, todas as razes que lhes restam dos sistemas que at hoje nos vm

arrastando por um caminho escabroso no qual deixamos uma conscincia que tnhamos como herana da

Idade de Ouro que tivemos em nossa atual raa e que, com o passar dos anos, dos sculos, fomos perdendo na

batalha contra as foras tenebrosas que se apoderaram da mente humana e levaram o homem a formar sistemas

de vida condicionados por foras desconhecidas; conseguindo assim enfrentar ao homem com o homem,

fazendo-o perder o amor e a conscincia; convertendo-o em um instrumento praticante de toda classe de

maldade; infringindo a Lei do Criador e levando-o por dogmatismos e crenas a cometer toda classe de

aberraes e pecados com a crena de que depois da morte alcanar a glria.

Este livro que tens em tuas mos, te indica e te ensina a morrer em teus defeitos e em ti mesmo para que logres

tua prpria Redeno.

O AUTOR


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CAPTULO I

Estando Jesus reunido com seus Discpulos, lhe perguntou Santiago: Mestre, o que devemos fazer para

compreender melhor sua Mensagem?

O Mestre disse: Ao redor do Sol h muitos Planetas e cada um deles ocupa seu lugar e sua distncia entre

eles, entre o Sol e entre os demais Planetas; assim vs devereis ocupar vosso lugar e distncia ao redor do Sol,

procurando no estar nem demasiado prximos, nem demasiado distantes. E entre vs, meus discpulos, isto

deve ser em equilbrio, permitindo assim, como os Planetas, que cada um receba unicamente a Luz que

necessite para sua prpria sobrevivncia; havendo concordncia na Luz que vem do Sol e na Luz que vem do

Pai.

Neste momento Judas interrompe e lhe diz: Mestre, sabemos que o Senhor o Enviado do Pai, mas a ns,

quem nos enviou?

Responde o Mestre: Meu Pai enviou a Mim para vos ensinar; meu Pai vos enviou para que me escutem.

A Parbola de quem d e de quem recebe semelhante a uma semente que cai na terra, nasce, cresce e

frutifica e seu fruto dado a quem semeou a semente; assim como Eu fao a Vontade de meu Pai, vs tambm

devereis fazer a Vontade de meu Pai, porque convosco somos UM.

Diz Judas: Entendido Mestre, mas... se eu fao o que o Senhor me ensina, j suficiente?

O Mestre responde: O que Eu te ensino para que tu o vivas e assim possas chegar, como Eu cheguei, a fazer

a Vontade de meu Pai.

Judas, mostrando um pouco de impacincia, volta e replica: Eu estou fazendo o que o Senhor me ensina,

indica isto que j sou UM com o Senhor?

O Mestre responde: Ns somos UM, como meu Pai um comigo, mas tu no podes ainda fazer o que Eu

fao,... porque o Sol ilumina todos os seus Planetas, mas os Planetas, nem mesmo todos reunidos, poderiam

dar nem uma dcima parte de Luz para o Sol; por isso necessrio que vos convertais em vosso prprio Sol,

em vossa prpria Luz, e assim iluminando-se e iluminando a outros, retribuiramos com nossa Obra ao meu

Pai que me enviou.

Porque saibam, que as trevas no so mais que partes que no esto integradas nem com a Vontade, nem

com a Luz de quem me enviou. As trevas esto em quem tem parte com elas, por isso tem que se dar terra

o que da terra; s guas o que das guas; ao ar o que do ar; ao fogo o que do fogo e Luz o que da

Luz.

Assim, vs compreendereis que nem sequer esta carne que temos, estes ossos que temos, este sangue que

temos, esta mente que temos, nos pertencem; s nos pertence por herana de meu Pai, a Luz que vos dou com

a minha Palavra. Por isso tenho dito: Que a terra e os cus passaro, mas minha Palavra no passar.

Porque a Palavra me foi dada por meu Pai para que ELA leve a Luz que a vs vos falta e possam ser UM

comigo, e EU serei UM com meu Pai.


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CAPTULO II

Continuando, o Mestre disse aos seus Discpulos: O que credes vs que devemos fazer para que o mundo

nos compreenda?

Cada um deles emitiu sua opinio.

Judas replicou: Eu creio que o mundo pouco a pouco entender qual nosso propsito.

O Mestre diz: Judas, tu o disseste, mas diga-me qual o nosso propsito?

Judas guardou silncio.

O Mestre voltou a perguntar: Judas Iscariote, qual o nosso propsito?

Judas, levantando o olhar, lhe disse: Senhor,... penso que nosso propsito ensinar s pessoas a fazerem a

Vontade de quem lhe enviou.

O Mestre, olhando as paragens que haviam ao seu redor, disse: Um rebanho de ovelhas no obedece ao seu

dono porque so dele, porque ele as pagou com seus denrios; obedecem seu pastor porque ele se faz amigo

delas, as cuida, lhes d alimento e as defende do lobo.

Assim vs devereis ter vosso rebanho, cuidar dele, defend-lo dos lobos, mas compreendei-me, Judas, esse

rebanho no vos pertence, no o haveis comprado, porque ele pertence a quem me enviou.

A esse rebanho deveis aliment-lo. O dia em que vs proponhais a dar alimento a vossas ovelhas, no leveis

em vossa mo o ltego, levai alimento, assim este rebanho entender que vos preocupais em aliment-lo; mas

quando souberdes que perto de vosso rebanho anda o lobo, sa e levai em vossa mo o ltego para espant-lo

das ovelhas; e levai espada para que vos defendais se fordes atacado.

Judas replica e diz: Compreendi,... mas todo o mundo no est neste rebanho.

O Mestre responde e diz: Em uma selva nascem muitas rvores da mesma espcie, umas crescem

demasiadamente e se sobressaem dentre as outras; outras escassamente nascem, porm todas juntas compem

uma selva.

Assim vs devereis compreender que h que crescer sobre as demais em Esprito sem que com isto estejamos

separando os de menor crescimento; s faz a Vontade de meu Pai o que cresceu e no se deixa ficar nas

sombras dos demais.

Diz Judas: Entendido, mas como sei se cresci o necessrio para j fazer a Vontade de meu Pai?

Replica o Mestre: A Luz se identifica por apagar as sombras. As sombras se identificam por ofuscarem a

Luz.

Assim vs compreendereis que a Verdade meu Pai. Quando a houveres encontrado, Ela no vos deixar

sombras nem em vossas mentes, nem em vossos coraes, portanto, compreendereis que EU SOU A LUZ.

Aquele que esteja comigo e que tenha a Mim, no andar s escuras e assim haver compreendido que, na

selva, a rvore que no recebe sombra das demais.


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Lembrem-se que o vento sopra e move os galhos e as folhas da rvore, e s caem as que esto maduras ou

secas; assim essa rvore fica despojada.

Assim vs compreendereis que o vento deve levar de vs todo o intil, o que no serve; para que sejais

purificados de todas as imundices que recolheis da terra.


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CAPTULO III

Estando o Mestre com seus Discpulos parados frente ao Lago Nagafec, disse: Os peixes nadam com suma

perfeio, porm no podem voar, nem tampouco caminhar.

Aproxima-se Judas e lhe diz: O que quer dizer com isso?

O Mestre responde: Meus filhos, o homem o Rei, portanto, deveis aprender a caminhar.

Judas lhe diz: Porm, ns sabemos caminhar.

Responde o Mestre: Vs caminhais porque Eu vos ensinei, porque EU SOU O CAMINHO, ningum chega

ao Pai seno por Mim.

Tambm devereis aprender a nadar como os peixes.

Judas diz: muito difcil faz-lo.

O Mestre volta e observa o lago e diz: O lago est tranquilo, s o salpica o vento quando sopra; a vida um

lago que deve permanecer tranquilo; se o salpica o vento, o nadador corre perigo. Por isso que tu achas muito

difcil nadar como os peixes; ainda que o lago seja salpicado pelo vento, o peixe, em seu interior, est

tranquilo.

Nesse momento o Mestre olhava aos ares e via as aves voarem e disse: Com que perfeio voam as aves!

Assim, vs tambm devereis aprender a voar como elas.

Judas o interpela e diz: O Senhor est nos falando de coisas que para ns so demasiado difceis.

O Mestre lhe diz: Judas, tu aprenders estas coisas para que quando Eu v ao meu Pai tu as tenhas feito e as

ensines a quem cr em Mim.

Te digo que o homem deve voar como as aves porque o homem Esprito, e o reino do Esprito no est na

Terra.

Tudo o que vos digo hoje, vs no me entendeis, porque vs haveis acreditado em Mim, e estas coisas fao

Eu por vs, porm quando Eu for ao meu Pai, Ele iluminar vosso entendimento para que faais pela

Humanidade o que Eu tenho feito por vs, e assim se cumpriro as Escrituras e a Palavra de quem esteja

comigo e escuta minha Palavra, tambm estar com ELE que me enviou e receber sua Luz.

Portanto vos digo, meus irmos, que a morte quando chega desprende a Alma da matria, e assim a Alma

no pensa mais na matria porque para ela j no existe; pensa nELE que a enviou, espera nELE, confia

nELE.

Portanto, vs que credes em Mim e escutais minha Palavra, deveis despojar-vos do que no vos corresponde

para que em Esprito vos eleveis ao seio de meu Pai.

Replica Judas: Do que temos aqui, o que no nos corresponde?

Responde o Mestre: J vos disse que nem vossos ossos, nem vossa carne, nem vossos pais, nem vossos filhos,

nem o que haveis aprendido de vossos antepassados vos serve, nem vos corresponde.


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S a Palavra que tem aberto as portas de vosso Esprito e vos tem levado a beber da fonte da Sabedoria ser

a que vos conduzireis pelo desconhecido; no o que no conhece vossa mente, nem vosso eu, porque eles no

podero chegar onde vs, como Esprito, chegareis.


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CAPTULO IV

Estando o Mestre com seus Discpulos na casa de Marta, lhes disse: Vou ensinar-vos a viver como o ar, como

a terra, como as guas e como o fogo.

Aproxima-se Judas e lhe diz: Mestre, no ser conveniente que estas coisas sejam feitas em outro lugar?

O Mestre lhe diz: Judas, ns somos UM S, hoje fazemos estas coisas aqui; tu mais tarde as far em um

lugar secreto para que no se profanem, porque... o que ganhamos ao dar de comer a um porco em um cocho

novo? Suja a comida e suja o cocho.

Para vs a Palavra alimento, portanto vos digo: Aprendei de Mim para que ensineis textualmente como vos

ensino.

Dirigiu-se a todos e disse: Vs vedes a Terra quieta, mas ela gira ao redor da Vida, que o Sol.

Ns estamos aqui quietos como a Terra, porm espiritualmente no estamos quietos, estamos girando ao

redor da Vida, portanto, nesses momentos somos a Terra que d alimento Vida que o Esprito.

Deteve-se um momento e disse: Todos ns, neste momento, somos o Ar, porque nos despojamos de uma

matria que terra e voamos pelos ares com a liberdade do Esprito...

Guardou um pouco de silncio e disse: Ns todos, neste momento, somos gua, porque nos convertemos na

fonte eterna do Esprito; dela bebemos para nutrir o corpo e acalmar a sede da Alma...

Guardou um pouco de silncio e disse: Todos ns, neste momento, somos um Fogo abrasador, porque nos

convertemos no Fogo do Esprito que a todos nos devora, nos limpa e nos purifica.

Assim, queridos irmos, nossos corpos e nosso Esprito se integram para preparar-nos para a Ressurreio.

Judas lhe diz: Mestre, ns sabemos que tudo o que o Senhor faz para que ns tambm o faamos, porm...

quando o podemos fazer?

O Mestre lhe diz: Todos vs sois UM comigo e estas coisas podeis fazer, porm hoje no as fazeis porque

Eu estou convosco.

Quando Eu for a meu Pai, vosso Pai vir a vs e sereis como Eu e fareis todas estas coisas e muitas mais.

Responde Pedro e lhe diz: Mestre, o Senhor ressuscita mortos, cura leprosos, tira demnios dos possudos,

por que no nos ensina a faz-lo?

O Mestre responde: O Discpulo no mais que seu Mestre, porm justo que aprenda o que se lhe ensina.

Um remdio no mais que a enfermidade, porm, pela graa de Deus, cura.

Vs reis mortos que Eu ressuscitei; reis leprosos que Eu sanei; reis possudos de demnios que Eu tirei;

reis cegos e Eu vos pus a ver; reis surdos e Eu vos dei ouvidos; andveis s escuras e vos dei a Luz.

Diz Judas: Mestre, e como fazemos para que o mundo creia naquilo que ns vivemos, naquilo que ns vimos,

como testemunho?

Diz o Mestre: Duas figueiras nascem em um horto, uma delas no d frutos, a outra d muitos frutos; a qual

das duas se aproxima quem tem fome?


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Assim vs deveis fazer, dar bons frutos para que o que tem fome chegue at vs para alimentar-se de vossos

frutos.

Diz Judas: Mestre, entendido, porm tenho dvidas de mim mesmo, penso que no dia que esteja s, longe de

sua presena, no o possa fazer.

Responde o Mestre: Antes que Eu me retire, tu tens que haver morrido.

Responde Judas, dizendo: Porm por sua Graa Eu ressuscitei dentre os mortos.

E diz o Mestre: Sim, assim , porm necessitas morrer novamente, e para isso necessrio que tu te dediques

a eliminar tuas sombras; a eliminar o que fostes; a eliminar o que outros pensaram de ti e tu creste; a eliminar

teus pensamentos que so os que te afastam da capacidade que j tens por minha Graa.


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CAPTULO V

Estando o Mestre reunido com os Discpulos, lhes disse: Quem de vs me diz o que devemos fazer no dia de

amanh?

Uns opinaram: No dia de amanh estaremos no Templo; outros: No dia de amanh estaremos em jejum.

Disse o Mestre: O Filho do Homem como o Sol, ao que tem frio lhe d calor; como as nuvens, onde falta

chuva, leva a gua; como a me amorosa, quando o filho tem fome, o alimenta.

Assim pois, no dia de amanh estaremos dando de comer ao faminto, dando de beber ao sedento, dando calor

a quem tem frio, para que se cumpra a Palavra: Que tudo o que est sob o Sol, foi criado pelo Senhor e s

ELE velar por suas criaturas e filhos.

Por isso vos digo que se no tendes uma oferenda para Deus, velais primeiro que se algum teve fome e no

lhe destes de comer; teve sede e no lhe destes de beber; teve frio e no lhe destes abrigo. Essa oferenda que

levas, ainda no a apresente, porque seria intil dar a Deus uma oferenda que a negamos a nosso irmo.

Replica Judas e lhe diz: Mestre, porm a Lei de Moiss nos ensina a amar a Deus sobre todas as coisas e o

Senhor nos manda servir primeiro ao homem.

E o Mestre respondeu: Que Pai justo e sensato se sentaria mesa para comer, se seus filhos tm fome?

Assim mesmo o Pai. Isto nos faz entender a transcendncia que tem para ns a vida que levamos, como a

vivemos, como nos comportamos.


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CAPTULO VI

Saiu o Mestre ao campo com seus Discpulos e no caminho muitas pessoas foram consultar-lhe, outras o

seguiam.

Quando chegaram ao cume do Monte Ehos, o Mestre se deteve e olhou para a multido e disse aos seus

Discpulos: Estas pessoas buscam curar seus males. Mandou que se sentassem e comeou a falar-lhes...

Passaram as horas e Pedro aproximou-se e lhe disse: Mestre, estas pessoas buscam ser curadas e j tarde, e

so muitas.

O Mestre guardou silncio e continuou falando-lhes...

Pedro aproximou-se de Judas e lhe disse: O Mestre disse que estas pessoas necessitavam ser curadas, tarde

e so muitas.

Judas aproximou-se do Mestre e lhe disse: Mestre, tarde e os enfermos so muitos.

O Mestre olhou-o e disse-lhe: Judas, quando tu tens fome, buscas po para alimentar-te; quando tens sede,

buscas gua para acalmar tua sede.

Assim a Palavra do Filho do Homem o Po que acalma a fome, a Fonte para acalmar a sede.

Replica Judas e diz: Mestre, isto eu entendo, porm elas tm enfermidades, muitas delas imundas.

Replica o Mestre: Quem come do Po e bebe da gua da Vida Eterna nunca voltar a ter fome nem sede e

seus males desaparecero, porque tem em seu interior a Graa que a Palavra lhe deixou...

Quem tem um cultivo de trigo, primeiro retira as ervas daninhas, posteriormente, o rega; que as ervas

daninhas no se alimentem tambm com o regar.

Assim, o Filho do Homem primeiro retira as pestes do Povo e, posteriormente, lhe d de beber da Fonte de

Vida que lhe curar todos os males.

Diz Judas: Mestre, o entendo, porm j tarde, necessrio regressar porque a noite nos torna difcil o

caminho.

O Mestre responde: A noite se fez para o descanso, porm o Filho do Homem, nas noites, vela por seu Povo.

Assim que vs, meus Discpulos, estareis comigo velando para que estes pequenos possam descansar em

paz.

Diz Judas: Mestre, todos estamos distantes dos lugares de descanso, estamos no campo.

O Mestre contesta: Meu filho, a nica coisa que necessitas para descansar bem estar em Paz...

Porque,... o que ganhas em estar no lugar de teu descanso se no tens Paz? Aqui estamos em Paz, portanto,

o nico que necessitamos descansar.

Aproxima-se Judas dos demais Discpulos e lhes diz: O Mestre ordenou que descansemos aqui esta noite e

que no regressemos aos nossos lugares.

Todos os discpulos opinaram que era necessrio falar com o Mestre e regressar aos lugares de destino.


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Aproximaram-se do Mestre e lhe disseram: Mestre, estamos no campo, faz frio e somos muitos.

O Mestre lhes diz: Meus filhos, se vs estais comigo, deveis estar com meus Irmos (mostrando a multido).

A vs fcil regressar ao vosso destino, conheceis o Caminho e Eu vos tenho ensinado a andar s escuras,

mas a estes pequenininhos, no.

O frio que faz aqui s nos faz sentir as carnes; a fome que faz aqui s nos faz sentir uma necessidade; porm

a Palavra nos une com o Pai.

Assim se cumprir a Palavra que diz: Quem tem a Palavra nada lhe faz falta porque nEla esto contidos o

alimento e o remdio.

Meus filhos, quando o corpo descansa em paz a Alma nos reconforta, e neste momento minha Alma sua

Alma.


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CAPTULO VII

Indo Jesus com seus Discpulos para Cafarnaum, lhes disse: Meus filhos, este caminho nos levar a um lugar

muito distante daqui.

Aproxima-se Pedro e lhe diz: Mestre, qual a finalidade desta viagem?

O Mestre lhe responde: Pedro, iremos divulgar a palavra aos nossos irmos que, como vs, anelam conhecer-

me e conhecer a quem me enviou.

Aproxima-se Pedro e lhe diz: Mestre, verdade que em Cafarnaum est quem lhe enviou?

O Mestre responde dizendo: Quem me enviou est aqui convosco. ELE A VERDADE. Eu digo a vs,

irmos, que a VERDADE e a PALAVRA so a mesma coisa, porm mais fcil conhecer a Palavra que

conhecer a Verdade. A Palavra se ouve e parte dela se compreende, mas a Verdade no se pode ouvir, nem se

pode ver porque a Luz que ilumina nosso Esprito; nela est a Verdade. Eu vos ensino a Palavra, mas meu

Pai lhes ensinar a conhecer a Luz, porque ELE A VERDADE.

Diz Judas: Mestre, todos ns lhe acompanhamos onde vais a predicar e aprendemos seus ensinamentos,

porm, no seria melhor que as pessoas viessem a ns e no que ns fssemos a elas?

Jesus responde: As aves de rapina e as raposas dormem em suas covas e guaridas, e s saem dali quando tm

fome, para buscar o que comer. Assim o homem. Sai ao campo e s cidades para buscar o po para saciar

sua fome, porque seu corpo necessita, porm no busca ao Filho do Homem que lhe dar de comer do Po da

Sabedoria.

Os homens tm fome daquilo que o mundo lhes brinda, mas vs tendes fome do que meu Pai vos d:

Sabedoria e Amor; portanto, devemos ir at eles para dar-lhes de vosso alimento; assim eles, mais adiante,

viro buscar o alimento que meu Pai vos d.

Diz Judas: Mestre, h cidades mais prximas onde podemos ir predicar a Palavra.

O Mestre responde: Judas, meu filho, com um denrio podeis comprar cem pes; um po abastece a um de

vs, cem pes abastecem a cem de vs. Assim, pois, devemos buscar onde se possam abastecer mais almas

que necessitem de minha Palavra, porque elas, cada uma, colocar um denrio e cem sero cem denrios que

alimentaro a necessidade de mais cem, e assim minha Palavra ser ouvida por cem que me escutam e cem

que no me escutam; cumprindo-se assim a Escritura que diz: Duas mulheres esto morrendo, uma ser

tomada e outra ser deixada.

Judas lhe diz: Mestre, todo aquele que escute sua Palavra ser redimido?

Replica o Mestre: Minha Palavra Vida, aquele que a escute e a faa, ser UM comigo; aquele que a escute

e no a faa, ser como aquele que empreende um caminho pelo deserto e ao momento de sair no tem sede,

no leva gua para beber no caminho; onde lhe der sede, se sentir morrer e nem sequer ter foras para

regressar ao ponto de partida; por isso vos digo, meus filhos, que devereis beber todos os dias da fonte da

juventude e da sabedoria para que nunca, ainda que andes pelo deserto, voltes a ter sede.

A PALAVRA


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CAPTULO VIII

Estando Jesus reunido com uma multido, dentre a qual estavam seus Discpulos, ELE predicava sua

Mensagem e dizia que o Filho do Homem era semelhante ao ar que s deixava de ativar a vida em uma pessoa

quando suas funes vitais cessavam neste organismo, que assim era sua Misso.

Aproximou-se Judas e lhe disse: Mestre, sabemos que muitos destes nos atacam e atacam ao Senhor; nos

rechaam e rechaam sua Doutrina.

O Mestre lhe disse: Judas, compreende que assim , porm meu Reino no daqui; em troca estas pessoas

so daqui.

Te digo que no penses assim para que no sejas como eles que so daqui.

A Palavra se ouve por um instante e desaparece; quando as pessoas a vo interpretar, no h neles desta

palavra seno uma recordao do que escutaram.

possvel que alguns deem a razo Palavra, outros lhe tirem a razo, porm, diante de meu Pai, nem uns

nem outros tem a razo, porque o eco da Palavra que escutaram j se foi e no permanece neles seno uma

lembrana do que ouviram.

Portanto vos digo, meus filhos, que estejais atentos, com os olhos abertos para que, quando escuteis a Palavra

que vem de Mim, tenhais as portas de vosso entendimento abertas e no me rechaceis como estes outros; que

no v e que seja que quando queirais escutar a Palavra j tenha me retirado a meu Pai e ento vs, como

estes, s tereis uma lembrana do que escutastes; sem dvida, minha Palavra seguir sendo como a fonte de

guas cristalinas na qual quem beber, acalmar sua sede.

O Mestre guarda silncio.

Interpela Judas e lhe diz: Mestre, se isso assim, quando o Senhor se retirar, quem ter a Palavra que vem

de seu Pai?

O Mestre responde: EU SOU A PALAVRA. Aquele que encarne a Palavra tem a Mim; porm no esqueas,

Judas Iscariote, que viro muitos em meu nome dizendo que tm a Palavra. Estes sero impostores porque a

Palavra que vem de meu Pai, s EU a digo; assim pois, todo aquele que diz ter a Palavra e no tenha a Mim,

como aquele que se banha com a gua que muitos se banharam; no pura, est cheia de impurezas, portanto,

no limpa, talvez suje mais.

Assim, meus irmos, vs devereis cuidar a Palavra como cuidais a Mim, porque em Mim como na Palavra,

est a Sabedoria que vem de meu Pai.

Judas lhe diz: Mestre, a Lei de Moiss diz - No jurar em vo, nem em nome de Deus, nem da terra, nem dos

cus, quer dizer que quem fizer isso j se uniu a Ti?

Responde-lhe o Mestre: Meus filhos, a um prisioneiro lhe amarram correntes nos ps e nas mos para que

no possa fazer movimentos livres, nem andar; assim tambm acontece a todo aquele que dentro tenha a

Satans. Nunca poder fazer a Vontade de meu Pai, porque ELE o impede.

Se no pode fazer a Vontade de quem me enviou, tampouco poder ter a Verdade que SOU EU, e sua Palavra

s falar do que tem em seu corao.


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Diz Judas: Compreendido Mestre, se isso assim ns o entendemos e o fazemos, porm essa multido nem

o entende, nem est disposta a faz-lo, ento, para que os temos aqui?

Diz o Mestre: Deus fez os cus e a terra, Ele enviou a Mim. Fez as guas para acalmar a sede, fez a terra para

que sobre ela andssemos e desse frutos para alimentar-nos; fez o ar para que respirssemos e vivssemos; fez

o Sol para que nos desse luz e calor; criou rebanhos de ovelhas; fez os pssaros do campo, criou as feras dos

bosques, as aves de rapina; todos eles comem do fruto da terra, necessitam da luz e do calor; tomam a gua

para acalmar a sede; respiram o ar para viver.

Assim o homem, sem dvida, entre si perseguem-se uns aos outros.

Eu vim ao mundo para dar de comer ao faminto com o po da Sabedoria, para dar de beber ao sedento das

guas puras; para mostrar-lhe a luz e dar calor ao desnudo e para que respire o hlito porque SOU A VIDA.

Diz Judas: Mestre, o Senhor nos fala de todas estas coisas, porm por sua vez, cada dia, nos repete que algum

dia se retirar da Terra. Porm se o Senhor A VERDADE, O CAMINHO E A VIDA, depois de ir-se, que

VERDADE nos deixa? Que CAMINHO nos deixa se no existe? Que VIDA nos deixa se o Senhor se retira?

O Mestre responde e diz: Judas, meu corao se comove ao escutar tuas palavras. Por tuas perguntas

compreendo que s pequeno; porm te digo, depois que Eu for, sobre vs chegar o Esprito da Verdade que

corresponde a cada um e ELE vos ensinar e vos far viver tudo quanto vos ensinei, e assim se cumpriro as

Escrituras que dizem: Que devemos permanecer alertas porque o Esprito de Deus em qualquer momento

chega, s necessitamos estar preparados.


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CAPTULO IX

Estando Jesus na casa de Marta com seus Discpulos, chega Maria Madalena e lhe diz: Minha prima vai dar

luz, manda cham-lo.

O Mestre se levanta e sai. Aproxima-se Judas e lhe diz: Mestre, ser to necessria a sua ida?... E o

ensinamento que nos est dando, quando o vai dar?

O Mestre responde: Judas, a Vida e a Morte so uma mesma coisa; s se diferenciam em que, quem tem

Vida eterna nunca morre e quem no a tem se vai e no regressa.

Diz Judas: Mestre, e o que tem isto a ver com o parto de Sara?

O Mestre diz: Judas, o parto uma coisa, porm a Vida que nasce outra.

EU SOU A VIDA e estou onde est a Vida; EU SOU A PALAVRA e vs devereis estar onde esteja a

Palavra.

O ensinamento que vos dou aqui, em casa de Marta, o mesmo que vos darei em casa de Sara. Porque vs

hoje estais comigo, morrereis e voltareis a nascer, e se continuardes comigo, vos dou o mesmo ensinamento,

porque EU SOU A PALAVRA, e lembre-se Judas: Os cus e a terras passaro, porm minha Palavra no

passar.

Chegando onde Sara dava luz, deteve-se e disse aos Discpulos: Vs deveis aprender a respeitar a Vida

porque sois a Vida como EU.

O que digno e morre, meu Pai recebe no cu, e para que vos preocupais?

O que indigno e morre, o Demnio recebe no inferno, para que vos preocupais?

O que nasce na terra devemos receb-lo, dar-lhe afeto e carinho e ensinar-lhe a Palavra para que se faa Filho

de meu Pai, como vs.

Assim, compreendereis todos que um Pastor vive atento s ovelhas prenhas, para que o cordeirinho, ao

nascer, no seja devorado pelas aves de rapina.

O Mestre guardou silncio e, vendo o recm-nascido respirou profundamente.

Judas lhe disse: O que acontece Mestre, por que respira profundo?

O Mestre olhou-o e disse-lhe: Judas, o ar que circunda a Terra a Vida que EU represento; tanta a

abundncia deste que toda criatura respira dele e nunca se esgota.

Assim mesmo a Sabedoria que vem de meu Pai; todo mundo a tem em maior ou menor proporo e nunca

se esgota; ao contrrio, se acrescenta mais em todo o homem que escuta a Mim.

Disse-lhe Pedro: Mestre, eu estou surpreendido com tudo o que nos ensina. Penso que no poderemos pratic-

lo tudo.

Disse-lhe o Mestre: Pedro, prximo da cidade passa um rio; todas as pessoas desta cidade bebem desta fonte;

banham-se com esta gua, preparam seus alimentos com a gua deste rio. O rio nunca se esgota, sem dvida,

todas as pessoas dispem da gua que necessitam para sobreviver.


18

Assim, vs bebereis desta gua, vos banhareis com esta gua, ou seja, tereis a gua que necessiteis; dareis de

beber a vossos convidados, mas a fonte no secar, nem o rio abaixar seu leito.

Assim acontece com a minha Palavra; cada um a recebe como uma fonte inesgotvel de Vida; mesmo que

muitos a bebam, nunca se esgotar, porque maior o leito que o consumo.

O Mestre regressou com seus Discpulos casa de Marta. Chegando ali os convidou a sentarem-se e comeou

a falar-lhes dizendo: Estamos complacentes de ter presenciado hoje um nascimento. um acontecimento

que nos faz ver a Graa de meu Pai; sem dvida, este nascimento tem a ver com este mundo de pecado.

Judas lhe diz: Mestre, sabemos que quem lhe enviou sem mancha e o que ELE faz, o faz sem mancha;

porque nos disse que o nascimento que acabamos de presenciar tem a ver com a Graa de seu Pai e aconteceu

neste mundo de pecado e pelo pecado?

O Mestre lhe disse: Judas, o pecado o fez por um processo original, porm o pecado Morte; ele no poderia

infundir Vida a essa criatura. Pela Graa de meu Pai tem Vida, ainda que tenha sido feito do pecado.

Diz Judas: Mestre, se isto assim, ento ns que somos UM com o Senhor e estamos no mundo, carregamos

as mesmas culpas e somos feitos do pecado?

Diz o Mestre: Cada um de vs haveis sido feito do pecado e pelo pecado, portanto, nem os ossos, nem a

carne, nem o sangue herdaram de meu Pai, somente o incorruptvel que o Esprito. Depois de purificados,

sereis UM com ELE que me enviou.

Assim vs tambm, sereis UM comigo e assim como EU me vesti com uma carne, com uns ossos e com um

sangue incorruptveis para continuar convosco, assim tambm vs devereis vestir-se com umas carnes, uns

ossos e um sangue incorruptveis para poder chegar onde EU cheguei.

A VIDA


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CAPTULO X

O homem vulgar da terra aquela pessoa que vendo, no v, que ouvindo, no entende.

necessrio compreender isto luz do Evangelho Crstico, porque verdadeiramente incompreensvel luz

da razo humana; sabido por ns, os Iniciados, que cinco sentidos se tem e isto no mais que a viva

representao dos elementos com os quais fomos feitos.

O elemento Terra se relaciona com o sentido do paladar e, comumente nos faz gostar do que nos faz dano,

demonstrando-nos assim que no temos nenhum domnio sobre este elemento e sobre a inrcia e a m vontade

que exerce em ns.

O sentido do olfato se relaciona com o elemento gua, trazendo como corolrio que o ser humano tem um

fundo vital emergido das guas gensicas.

O sentido da audio se relaciona com o elemento Ar, razo pela qual o ouvido a ponte at o mundo astral

e at o centro emocional.

O sentido da viso se relaciona com o elemento Fogo, sendo este uma ponte direta com a mente e com as

impresses.

Isto nos faz pensar que, de acordo com os estudos gnsticos, enquanto ns tenhamos o Ego vivo, este no nos

deixa escutar a Mensagem Crstica como , nem nos deixa ver a eterna realidade que tem a Palavra, a Vida e

o Testemunho do Cristo entre os homens.

Esse homem vulgar da terra escuta com agrado e v com agrado tudo que o seu querido Ego gosta e mais

que impossvel fazer-lhe entender porque os secretrios que tem no sentido da audio, no sentido da viso e

em sua mente so elementos infradimensionais, infra-humanos que, em nenhum momento, estariam dispostos

a deixar que a conscincia capte o significado do ensinamento.

Daqui podemos deduzir que, para ns entregarmos a Mensagem Crstica, devemos buscar a forma mais

adequada de chegar conscincia das pessoas sem censurar as hipteses, teorias ou dogmas de seus

inoportunos secretrios.

O homem vulgar da terra uma sombra que se move por impulsos instintivos e brutais que disputam entre si,

cada um por lograr o que lhes interessa.

O homem vulgar da terra, quase em sua totalidade, so casos perdidos, justamente porque a escurido da

conscincia no lhe permite capturar o profundo significado da Luz e da Palavra.

Podemos dizer que estes tipos de pessoas esto invadidas por uma fora lucifrica, terrivelmente maligna e

predomina neles o Judas traidor; o Judas que vende o Cristo por trinta moedas; o Judas que vende o Cristo

com um beijo; o Judas que d a conhecer exaltada multido, o Ego, onde est o Cristo; que faz movimentos

para que o agarrem, para que o capturem; ficando assim demonstrado que se no houvesse uma inteligncia

superior disseminada em todo esse drama, no se poderia realizar a Grande Obra.


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CAPTULO XI

O homem que ama aquele que depois de ter compreendido a Palavra, busca emancipar-se, aspira Luz ainda

que no a tenha, porque a viu, a conheceu.

Este homem deve lanar-se a seu trabalho sem importar-lhe que seja despojado do que tem, ainda que d sua

vida; este homem, se h algum obstculo que lhe impea de realizar sua Obra, deve conhec-lo a fundo,

estud-lo, compreend-lo com a firme resoluo de elimin-lo de seu caminho; deve compreender nos

mnimos detalhes todos os movimentos que o Ego produz e que o faz reagir ante o drama da vida; como por

exemplo: uma palavra inoportuna, um pensamento intruso que aparea, um olhar, um desagrado, etc...

Estas amostras no so mais que vivas representaes de Eus diabos que torturam ao nosso Cristo ntimo,

portanto, querido irmo, no penses em morrer para melhorar, simplesmente morra; porque se voc diz: Eu

vou matar o Ego para melhorar, para ser uma pessoa melhor, percebas que so projeo de Egos que querem

ser santos.

Se d tarefa de morrer e no mais que morrer.

Uma pessoa quando morre, a terra o traga; um Iniciado quando morre, a Serpente da Sabedoria o devora.

No faas projetos, no faas programas em sua mente para a morte, simplesmente percebas, como j

dissemos, que um pensamento no mais que a reao de Eus; que uma emoo desordenada no mais que

conjuntos de Eus produzindo reaes nesses cinco cilindros da mquina humana, que correspondem aos cinco

elementos da Natureza e aos cinco sentidos fsicos.

Esses Eus diabos esto matando ao Cristo aqui na Terra e tu, querido irmo, que amas, no deves permitir

nem um dia mais, nem uma hora mais, nem um minuto mais, que se adie a morte do Eu.

Uma pessoa morta um cadver no qual cessaram suas funes vitais; um Eu morto um casco que deve

ser convertido em poeira csmica para que ingresse nos inframundos de onde no h regresso.

Uma pessoa morta psicologicamente um candidato a elevar-se s esferas mais sublimes da Sabedoria.

Lembre-se, aqui no viemos para agradar a ningum, viemos morrer para cristalizar, dentro de ns, ao Cristo.

Toda tolerncia com o Eu uma traio e uma injria para com o Cristo, uma desobedincia para com o Pai

e uma falta de Amor para com a Me.

Cada dia que passa e no trabalhamos sobre o Ego uma eternidade que se apodera de nossa mente, de nossa

psique, levando-nos a ser vencidos neste drama csmico de nossa prpria Redeno.


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CAPTULO XII

O homem que mora em silncio nos chama reflexo, que o que temos uma expresso humana e, portanto,

uma existncia real interna.

Este homem que mora em silncio no poderia estar crescendo espiritualmente se no tivesse na terra ao

homem que ama.

O homem que ama deve trabalhar intensamente desintegrando, como j dissemos, todo elemento, obstculo

ou impedimento que encontre em seu Caminho, que lhe impea o encontro ordenado com o homem que mora

em silncio.

Este homem que mora em silncio no outra coisa que o homem conscincia, ou seja, NOSSO CRISTO.

O homem que ama nada poderia fazer sem o homem que mora em silncio; e o homem que mora em silncio

nada poderia fazer sem o homem que ama.

O homem do silncio nos d trs coisas fundamentais em nosso Caminho:

Primeiro: Compreenso sobre o trabalho que estamos realizando,

Segundo: Amor pela Obra que estamos realizando e,

Terceiro: A Luz para iluminar nosso Caminho.

O homem que ama realiza em compensao a isso, trs trabalhos fundamentais para a integrao com o

homem que mora em silncio:

- Compreende e desintegra Eus.

- Conhece e compreende todo o drama da Vida.

- Recebe o Amor e o compartilha com a Humanidade, permitindo assim que o homem interno que

mora em silncio, viva o drama atravs de ns.

O Iniciado no deve comparar nunca a grandeza da Obra que est realizando com nenhuma empresa, avano

tecnolgico, falso cientificismo, porque isso equivaleria pensar que podem haver outras coisas que tenham a

mesma importncia para o homem que encarnar o Ser.


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CAPTULO XIII

O eu como todos sabemos, no um indivduo nem uma unidade; uma fora plural, uma pea composta

de muitas peas, onde algumas delas encaixam-se entre si porque so associadas psicologicamente.

Outros no se encaixam nesta pea porque so pequenos elementos que brigam com todos os outros, fazendo

com que nunca o eu possa colocar-se de acordo para permitir-nos ter uma vida feliz.

O eu que quer ser compreensivo, desalojado por outro da incompreenso.

O eu que quer ser tolerante, desalojado por outro da intolerncia.

O eu que se entusiasma pelo esoterismo, desalojado por outro que para nada lhe interessa estes estudos.

H um problema que ns, os Iniciados, devemos conhecer profundamente; quero referir-me a Lcifer, ou seja,

aquilo que as Religies chamam o Diabo. No devemos confundir o que este Diabo com o que um Mago

Negro, ou o que um eu. So trs coisas totalmente diferentes.

O Diabo ou Lcifer o depositrio dos elementos fundamentais que ns necessitamos na Grande Obra, que

a Luz e o Fogo.

Diabo, se deriva da palavra Dia e se refere a quando no havamos cado, e Block a uns livros de muitos

tomos; ou seja, muitos elementos aderidos a esse princpio que se chamou dia.

Neste Block ou Livro, esto depositados todos os nossos pecados que ressurgem dali como eus, criaturas

diabos.

Se estudamos a etimologia da palavra eu, est definida como um elemento X (xis), mas tambm como um

elemento desconhecido que necessita do seguinte estudo: Conhec-lo: Quem ? Como se chama? O que faz?

Com quem anda? Quem so seus amigos? Quem so seus inimigos? Ou seja, quais so seus elementos

psquicos afins? Com quais elementos se repele?

Exemplo: Um eu religioso tem seus eus afins com os religiosos que compartem este tipo de vida e rechaa ou

censura aos eus de outras pessoas ou da mesma pessoa que no gosta da Religio; assim encontramos estas

associaes de Diabos em todo o compndio psicolgico da Humanidade.

Por isso a pessoa que se dedica a morrer, deve faz-lo unicamente com a finalidade de morrer, no com a

finalidade de ser diferente de ningum, para no dar a oportunidade de que um eu ou muitos eus, digam: Eu

no sou como aquele, e aponte a algum.

No esquea, querido leitor, que o importante morrer para que este cadver seja utilizado pelo Ser.

O eu, como j dissemos, um elemento desconhecido que perambula nos diferentes centros da mquina, sem

Deus e sem Lei; inclusive, algo muito grave para o estudo na morte, que um eu que hoje atua como orgulho,

amanh atua como amor prprio; depois de amanh atua como um grande sbio; em outro dia atua como um

eu luxria; em outro dia atua como um eu soberba; outro dia pode atuar como um eu autossuficiente; outro

dia atua como um eu mitmano, etc.

Isto nos faz pensar que, se vamos nos dedicar a morrer seriamente, no temos que nos deixar enganar por

nenhuma pose ou nenhuma pose mental ou psicolgica do eu, simplesmente nos interessa morrer e nada mais.


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No esqueas, querido irmo, que na Morte Mstica, o nico que vamos empregar a Compreenso do eu, a

Vontade que vamos exercer sobre o trabalho, a Continuidade de propsitos e a Integrao com a Me Divina.

Cada uma destas coisas tem seus complementos.

A Compreenso se complementa com o estudo do elemento a nvel emocional, instintivo, mental, sexual, etc.

A Vontade se complementa em tirar a razo do elemento; no deix-lo atuar e suportar a dor que produz a

Morte.

A Integrao da Me se complementa com a orao, com a meditao e com a splica, pedindo a eliminao.

Voltamos a repetir que o eu um elemento, filho do pecado, de caractersticas diablicas; a Sombra da

Sombra de Lcifer.


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CAPTULO XIV

Neste Captulo estudaremos algo muito fundamental em nosso trabalho: A MORTE.

A Vida pode ser definida de trs maneiras:

- Como uma funo orgnica,

- Como uma funo vital e,

- Como uma funo espiritual.

Para a morte do eu, necessitamos desligar-nos, de uma forma total, de todos os elementos nos quais ele se

sustenta na parte exterior.

Exemplo: Seria impossvel que uma pessoa que exerce um trabalho manejando armas para impor a ordem,

pudesse, ao mesmo tempo, estar eliminando o eu mando, o eu poder, o eu violncia, o eu mato, o eu imponho,

etc.

Seria absurdo pensar que uma pessoa por seu trabalho ou por seu nvel social, se obrigue a estar a toda hora

relacionando-se com esferas mais altas da sociedade, pudesse estar eliminando, de uma forma radical, sua

falsa personalidade, o eu da presuno, do amor prprio e do falso cientificismo.

Seria impossvel que uma pessoa que nunca soube se relacionar com os diferentes elementos da sociedade,

pudesse extrair o conhecimento e a compreenso que deve ter em seu trabalho.

A pessoa que decide morrer, tem que saber se relacionar com todas as reas psicolgicas do mundo exterior

para dar oportunidade a que a embravecida multido, costumes, sistemas e vcios do mundo exterior, faam

reagir violentamente a multido de nosso pas psicolgico; assim podemos, identificar serenamente,

reflexivamente, aos inimigos de nosso Cristo ntimo.

Ns devemos aprender a olhar as convulses do mundo com um olhar sereno, profundo e objetivo de nossa

prpria conscincia, j que ela no est condicionada pelos eus da mente, nem da psique.

Quem olha o mundo com os olhos fsicos, termina dando a razo a Judas, Pilatos e Caifs.

Quem olha o mundo, seus sistemas, costumes, com a conscincia, termina extraindo todos os valores do que

serve e desprezando o que no serve.

O Iniciado, para poder morrer em si mesmo, deve aprender a ver com a mesma serenidade aos amigos do

Cristo e aos inimigos do Cristo; assim poder ter um critrio prprio do que deve fazer, onde faz-lo e em que

momento faz-lo.

Um eu conhecido, estudado e compreendido, deve-se dar-lhe um golpe com a faca da conscincia no momento

preciso em que est atuando; quem sabe, convencido de que ns o ignoramos. Na morte do eu no temos que

dizer estou morrendo, simplesmente se morre e isto tudo.

O eu cadver deve ser entregue Divina Me para sua total desintegrao, e nunca deve-se lembrar de um

eu morto, porque cada eu tem uma assinatura astral que a Personalidade que ele formou por nossa prpria

culpa, j que o criamos, o alimentamos e o aceitamos; e o pior de tudo: o defendemos por tantos sculos.

Morte Morte e Ressurreio Ressurreio.


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Recordemos: Morrer morrer, porm a Vida temos que aprender a viver depois da Morte.

No esqueas, querido leitor que o eu, o mim mesmo, vive por trs razes bsicas:

- Porque ns lhe damos razo;

- Porque ns o alimentamos e,

- Porque no tomamos a resoluo de elimin-lo.

Em todo evento da Vida, o eu, o mim mesmo, se faz presente em maior ou menor proporo. Se ns estamos

dispostos a morrer, vamos faz-lo da seguinte forma: no demos razo ao eu, ainda que ele reclame que a

tenha.

No nos deixemos roubar a energia com uma impresso mal transformada e que sintamos, em ns mesmos,

que o elemento que est reagindo em ns um delinquente ao qual no estamos dispostos a t-lo mais.

No esqueas, querido irmo, Dor e Reflexo o passo a seguir. Dor ao elemento morrer, e Reflexo para

continuar o Caminho.

A Vida do Iniciado srio e responsvel uma Vida contemplativa, reflexiva, profunda.

Lembres que se tu triunfas nos eventos da Vida, este homem amoroso se fusionar, inevitavelmente, com o

homem que est em silncio.

O eu uma sombra que no nos deixa ver o Caminho; h que projetar-lhe Compreenso, Luz e Vontade, e

assim esse elemento ser desprendido da razo; ser impedido de alimentar-se e ser decapitado para que a

Me amorosa o destrua nos diferentes nveis da Mente.


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CAPTULO XV

O mundo est constitudo por um conjunto de leis e de sistemas os quais tm muito a ver com a Vida que cada

um de ns temos levado ou levamos. Essas Leis, geralmente, so criadas pelo homem com a finalidade de ter

um controle sobre o homem.

Os sistemas tambm foram criados pelo homem com a finalidade de induzir o ser humano atravs da evoluo

e do desenvolvimento da civilizao.

Estas coisas nasceram h muitos sculos, razo pela qual o nosso eu tem seus ancestrais em pocas passadas.

O eu tempo, o eu experincia; estas so razes mais que suficientes para que ns compreendamos que

temos que reduzir o tempo ao momento em que estamos; assim conseguiremos com que o eu no possa exercer

em ns a experincia que tem adquirido atravs do tempo e se v obrigado a manifestar-se, de momento a

momento, desprovido da experincia que adquiriu minutos, horas, dias, anos e sculos atrs.

Espero, querido leitor, que compreendas isto, que quando uma pessoa pega o eu em determinado evento,

desprovido de premeditao projetada no tempo, este tal eu vulnervel porque atua pelo instinto que tem,

pela experincia que tem e dentro de uma correlao de tempo.

Se ns aprendemos a escapar do tempo e viver o momento, obrigamos ao eu a atuar sem o planejamento

prvio que ele tem pelos elementos que j citamos, ou seja, se determinado irmo se prope a reclamar para

algum uma coisa que considera justa e no faz disto um planejamento, simplesmente atua por conscincia,

fala o justo.

Se fazemos um planejamento do que vamos fazer, o eu se prepara com muitos argumentos, forma uma disputa,

deixando-nos incapacitados de compreend-lo e em consequncia de elimin-lo.

Quando se atua sem um programa mental ou psicolgico, temos cem por cento de possibilidade de que seja o

corao o que atue com o nvel de conscincia que tenhamos.

Viver o momento para falar e para atuar, equivale a eliminar o eu tempo.

Quando um Iniciado anda pela rua, est em uma festa ou em qualquer evento de multides, ponha-se muito

reflexivo, viva o momento, observe as pessoas e no permita que sua mente ou suas emoes deem ou tirem

a razo da forma com que cada pessoa atua.

Lembre-se que quando voc d a razo a algum que est sendo maltratado, injuriado, enganado ou

perseguido, indiscutivelmente, est tirando a razo de quem est cometendo este delito; indicando com isto

que voc est deslocalizado e se converteu em um juiz da vida de determinada pessoa ou pessoas; esta classe

de apreciao que se faz de qualquer evento da Vida egica cem por cento.

O Ego esgrime sua experincia, seus triunfos ou derrotas, atravs de voc, e apenas normal, querido

investigador, que se voc no est atento e vigilante, cr que a sua conscincia a que no suporta ver essa

classe de injustia. Isso pode ser estranho para voc, porm se voc est morrendo, se est disposto a morrer,

no deve converte-se em juiz de ningum, em defensor de ningum, nem em acusador de ningum.

Lembre-se que teu Ser e tua Conscincia no esto em nenhum extremo, nem conhecem, nem se identificam

no Caminho com o bem nem com o mal, simplesmente avanam.


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O Iniciado que olha as coisas do mundo sem compreender que por boas que sejam, so do mundo, termina

sendo convencido de que o mundo como vai, vai bem.


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CAPTULO XVI

Na vida, toda pessoa que se proponha a realizar determinado trabalho, seja de comrcio, seja de profisso, de

poltica ou religio, se encontrar com muitas pessoas que o apoiam, que o aplaudem; vai encontrar muitas

pessoas que o rechaam, que lhe tem dio e inveja e, logicamente, muitas outras pessoas que o ignoram e que,

aparentemente, nada tem a ver com o citado personagem.

O Iniciado deve marchar em seu Caminho muito atento, aproveitando a fora, o afeto e o carinho que lhe do

seus amigos, porm cuidando ao mximo para no defraud-los, nem Obra que est fazendo, por

compromissos, nem gratides adquiridas.

Recorda, querido irmo, que a Obra que est fazendo a Obra de teu Cristo dirigida por teu Pai; esta no pode

ser interferida por nada, nem por ningum; cuida-te disto; percebas que em teu Caminho, teus amigos e teus

inimigos cumprem uma misso.

possvel que teus amigos ou achegados te tolerem, pelo carinho que lhe tem, em algo que te equivoques.

Teus inimigos no toleram que te equivoques porque eles protestam; isto indica que so duas foras que em

teu Caminho te servem, porm nenhuma das duas pode fazer o trabalho por ti.

voc o que tem que dirigir todos os eventos da sua vida para que, em nenhum momento, v a atuar

impulsionado por uma emoo de triunfo ou de derrota.

Quando triunfares, guardas silncio e fica tranquilo; quando te sintas derrotado ou vencido pelas torturas da

vida, guarda silncio e observa qual teu comportamento psicolgico, mental ou emocional.

No esqueas, querido irmo, que nem a vida, nem os fatos derrotam a uma pessoa; a pessoa que se derrota

diante da vida e dos eventos.

A vida continua igual, com seu triunfo ou com sua derrota; somente a pessoa a que pode modificar seus

prprios eventos.

Lembra que em teu Caminho, por incipiente que acredites que seja, sempre ter um Caifs que levanta a

multido contra ti.

Um Pilatos que te julga e lava as mos e um Judas que te trai, porm vamos estudar isto.

Se te enfrentas com este Caifs, com este Pilatos e com este Judas traidor como pessoa, te matam, te destroem,

te acabam. Porm se os enfrenta como instrumento do Cristo, sereno, calmo, resignado, profundo,... te

perseguem, te julgam e te matam, porm com uma Morte que tem uma Ressurreio.

O triste para o homem no morrer; o triste e doloroso morrer sem direito a uma Ressurreio.

A Morte sem Ressurreio a perda de todos os valores conscientivos do homem; o fracasso; a prpria

derrota dos dbeis, dos covardes.

A Morte com Ressurreio o ressurgimento dos valores conscientivos da Alma e do Esprito, que te do o

direito de continuar vivendo; porm no esqueas, querido leitor, que desde que estamos aqui na terra,

queiramos ou no queiramos, vamos rumo Morte.

De voc depende que esta Morte seja para sempre ou que dessa Morte se tenha direito a Ressurreio.


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CAPTULO XVII

O Saber uma funo que se deve conhecer e compreender para poder determinar em que nvel se aprendeu

uma coisa, e at que nvel a compreendemos.

Recordemos que ns, os humanos, dispomos de cinco centros dirigidos por diferentes leis e elementos;

tambm dispomos de trs crebros: Crebro Pensante, Crebro Motor e Crebro Emocional.

Ainda que parea inacreditvel para o leitor, h coisas que se sabem unicamente a nvel intelectual, outras que

se sabem unicamente a nvel de Centro Motor, outras a nvel de Centro Emocional.

Saber determinada coisa em qualquer destes Crebros no nos garante que isto nos serve para realizar a Grande

Obra ou para desempenhar qualquer funo conscientiva.

Coloquemos, como comparao, o caso de um cachorro. Esse animalzinho aprende seu nome e se o educamos

bem, aprende a cuidar da casa, obedece quando mandado a atacar algum, etc.

Isto no nos indica que esse animalzinho tenha, sequer, mente, nem muito menos conscincia do que aprendeu.

Desta forma acontece com qualquer coisa que aprendemos a nvel intelectual. H pessoas que devoraram as

Obras do Mestre Samael, sem dvida, se fazemos um estudo destas pessoas, sobre a compreenso doutrinal,

ficamos assombrados quando vemos que ao corao delas no chegou nem um por cento de conscincia do

que aprendeu a nvel intelectual.

Isto nos faz pensar, queridos irmos, que o Pai, o Filho e o Esprito Santo, como Princpios Eternos da Criao,

devem estar unidos em um s ponto para criar em ns, os diferentes fundamentos da Compreenso e da

Conscincia.

Explico-me: No Crebro est o tomo do Pai e corresponde ao Saber; no Centro Motor est o tomo do Filho

e corresponde Compreenso; no Centro Emocional est o tomo do Esprito Santo que corresponde ao

Sentir.

Cada um destes aspectos tm uma parte superior e uma parte inferior, os quais o que determina a classe de

pessoa que est, em determinado momento, estudando, aprendendo ou ensinando determinada coisa.

Se aquela pessoa em meno, tenha ou est desenvolvendo um intelecto superior, o que aprende ou o que

ensina, o sente. Me explico: Combina o ensinamento com o seu sentir. Sabe combinar o que aprende e o que

ensina.

Se esta pessoa est desenvolvendo em si mesma a Compreenso Criadora, o que aprende est impregnado

desta Compreenso profunda que identifica a Doutrina com o Ser.

Se a pessoa est fazendo em sua vida uma mudana radical, profundamente, indica que est desenvolvendo

uma Emoo Superior, ficando assim impregnado o que aprende, o que vive e o que ensina de um Intelecto

Superior, de uma Compreenso Criadora e de uma Emoo Superior; conectando-se estas trs Virtudes com

seu Templo Corao; comeando a haver uma retroalimentao da Sabedoria do Ser que vem de dentro, com

o Saber da pessoa, que viria a ser o conbio de duas foras com um desenvolvimento equilibrado entre o

humano e divino: O humano para divinizar-se e o divino para humanizar-se; que seria o Ser e o Saber.


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CAPTULO XVIII

Estando em silncio, contemplando a vida, o campo e o espao, senti em mim uma voz que me dizia: Quem

s tu para que tentes penetrar em meu silncio profundo?

Fiquei desconcertado, no tive nem palavra nem muito menos o que pensar ao escutar to enigmticas

palavras; porm quis seguir refletindo sobre o que, anteriormente, contemplava e me disse: Este momento

que vivo parte de minha vida, portanto, devo compreend-lo, analis-lo e estud-lo, porque considero injusto

deixar passar um momento sem fazer uma anlise de que estou frente Vida e, ao mesmo tempo, tambm

justo perguntar-me que relao existe entre mim e este campo?

Quis penetrar um pouco mais em minha reflexo e disse: Este espao to profundo e infinito que contemplo,

o que para mim?

Neste instante voltei a escutar a voz que me dizia: demasiado atrevido querer conhecer o que te propes.

Disse a mim mesmo: Estudar a Vida em toda sua expanso prprio de pessoas que amamos.

Olhando ao espao, vi muitas aves que voavam; olhando o campo vi rvores imensas e me disse: Algo temos

entre ns, estas aves que voam, este campo e bosque que me rodeiam, porm no entendo como fazer para

compenetrar-me com todos estes fenmenos.

Resolvi sentar-me e entrar em um relaxamento um pouco mais profundo. Quis sentir meu corao com seu

palpitar, sentir o sangue que corria por minhas veias e sentir o silncio que estava mais alm de minha reflexo.

Fui penetrando em meus vastos espaos interiores, fui escutando o silncio do campo onde se extasiavam os

Gnios da selva que instruam as suas criaturas Elementais; ouvi o rugir das nuvens no espao; senti o xtase

pela Liberdade; vi as aves deslizarem-se livres, sem o peso de uma razo e de uma vida mecnica, cheia de

obstculos que se vive neste convulsionado mundo.

Neste momento, compreendi que a vida, o campo e o espao se uniam com minha Vida, convidando-me a ser

livre pela F, pelo Amor, pela Contemplao.

Senti meu corao encher-se da Graa de meu Ser Interno e deslizar-se por um espao sem complicao.

Senti a necessidade de ser fixo em meu Caminho, como a rvore que nasce, cresce, envelhece e morre em um

mesmo lugar; ou seja, sem mudar sua posio.

Senti que devia ser como essa rvore em minha deciso de permanecer com minha vista fixa ao Sol, na espera

de minha prpria Redeno.

Senti que devia ser como o campo que d abrigo a todas as criaturas que ali nascem, crescem e evoluem e que

o campo no interfere em seu prprio destino...

Compreendi que devia ser como o espao, sereno, tranquilo e profundo; como a viva expresso de um Deus

que palpita em meu corao, smbolo da Paz, do Amor e da Compreenso.

A VIDA


31

CAPTULO XIX

O Apstolo o nome que leva aquele que vive uma Doutrina, a pratica e a ensina.

Apstolo o princpio etimolgico de uma Palavra santificante e de uma Doutrina que, por sua pureza,

transforma a pessoa e as pessoas, dotando-as de conhecimentos objetivos de si mesmo, do Cosmos e do

Infinito.

Como pessoa, predica a Palavra do Redentor e pratica sua Doutrina, dando testemunho de uma transformao

mental, psicolgica e emocional. aquela pessoa que nega a si mesmo para servir ao Cristo.

Quem nega a si mesmo, aquele que renuncia ao que foi e ao que ; ou seja, compreende que seu mundo, seu

corpo e sua mente esto controlados por foras de um mundo exterior que lhe condicionam a que viva de tal

forma.

Quem nega a si mesmo, deve compreender a fundo que aquele que segue dirigindo todos os eventos de sua

vida, seu Cristo ntimo; aquele Ser que est alm do bem e do mal; alm dos afetos.

Portanto, as inclinaes, meramente humanas, de nossos sentimentos terrenos devem declinar ante a Obra que

nosso Cristo comea a realizar como testemunho de que a Obra do Pai est se realizando na pessoa que vive

e pratica esta Doutrina.

O Apstolo aprende para ensinar; ensina para aprender; cuida da Vida para viver; d Amor para receber Amor;

deixa de pensar para sentir; guarda silncio para ouvir; caminha para descansar, descansa para caminhar; olha

ao Sol para pedir ajuda; olha a Terra para andar; sente ao Cristo para conhecer ao Pai.

Pede ao Pai que lhe ensine a conhecer o Filho.

Encontra sua Me em seus sentimentos.

Encontra o Cristo no Amor.

Encontra o Pai em sua Sabedoria; v na Humanidade a expresso de Deus.

V em Deus seu Povo; olha no Altar um drama; acalma sua sede com a Transubstanciao.

Acalma a fome com o Po da Sabedoria.

Ora para conversar com Deus, medita para estar com Deus.

V na Natureza sua Me; v no espao a profundidade de Deus.

Olha o silncio das noites como a reflexo; v a luz do dia como a Orao que fecunda no corao dos homens,

ou seja, o homem que ama o nada; busca o nada porque sabe que Deus o Nada e busca o Nada para ench-

lo, j que sabido de todos que o mundo das formas limitado, finito, ou seja, ali no est tudo.

Ali nos forjamos como humanos, como homens, buscando, algum dia, dar o grande salto at o Espao Infinito.


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O APSTOLO

Irmo,... lembra-te que s um caminhante que avana sem Caminho; porque s tu mesmo que fazes o Caminho.

Caminha direito, em linha reta; em cada passo que ds, despoja-te do que te faz peso.

Tudo o que vejas em tua passagem, observa-o muito bem para que o conheas, o compreendas.

Recorda que neste Caminho no deve haver regresso, portanto, no deixes nada esquecido.

Procura pagar a cada um o que lhe deves, para que no te busquem, em teu Caminho, para cobrar-te.

Leva s o que necessitas, o que te sobra, presenteia-o aos necessitados.

No digas a ningum que teu Caminho sem regresso, porque talvez os que te amam muito, no queiram que

os deixes, tentaro impedir-te o passo.

D a todo mundo, na tua passagem, um sorriso para que eles digam que este viajante vai feliz, no importa

que teu corao esteja sangrando.

Bebe a cada dia da fonte da Sabedoria para que em teu Caminho no te d sede.

Nas noites estreladas, trata de descansar em paz, aurora de cada dia continua tua viagem.

Nunca digas: Hoje descanso, porque ainda no chegastes ao teu lugar.

Em teu Caminho, no observes o pecado de ningum, olha a virtude de todos.

Se algum se atravessa em teu Caminho, d-lhe razo e segue.

A todos os que tu encontres em sentido contrrio, no trate de convencer-lhes de que regressem, para no

perderes teu tempo inutilmente.

D de beber da fonte de Sabedoria e deixe que sigam seu caminho.

Observa teus sonhos cuidadosamente, a cada instante, para que compreendas teus erros.

A ningum digas que conheces a Verdade, ensina-lhes para que a conheam.

Quando compartilhares com teus seres queridos e com teus achegados, no digas que tu s sbio, fala da

Sabedoria dos Sbios.

Quando fores por um caminho, faa-o s e se algum vai contigo, observa muito o que falas, observa muito

onde pisas.

Quando tiveres uma dor, trata de ocult-la, para que todos os que te vejam no saibam que tu sofres.

Quando todos falarem, escuta; nunca censures, aprende.

Quando ensinares, cite sempre aos Sbios Deuses, para que teu ensinamento sempre esteja atualizado com o

que tivestes em outras pocas.

Quando orares, faa-o em silncio.

Quando olhares a algum, demonstra-lhe teu afeto.


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Quando corrigires a algum, demonstra-lhe teu amor e assim tua vida ser uma ctedra para aprender e um

exemplo para todos os que tu ensinas.

V.M. LAKHSMI

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V. M. Lakhsmi – O Evangelho de Judas