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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Verônica Della Méa Holtermann AVALIAÇÃO DE CUSTOS EM PROJETOS HIDROSSANITÁRIOS COM REÚSO DE ÁGUAS CINZAS Santa Maria, RS 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Verônica Della Méa Holtermann

AVALIAÇÃO DE CUSTOS EM PROJETOS

HIDROSSANITÁRIOS COM REÚSO DE ÁGUAS CINZAS

Santa Maria, RS

2016

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Verônica Della Méa Holtermann

AVALIAÇÃO DE CUSTOS EM PROJETOS HIDROSSANITÁRIOS COM

REÚSO DE ÁGUAS CINZAS

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Curso de Engenharia Civil,

da Universidade Federal de Santa Maria

(UFSM, RS), como requisito para obtenção

do título de Engenheira Civil.

Orientadora: Profª Drª. Rutinéia Tassi

Santa Maria, RS

2016

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Verônica Della Méa Holtermann

AVALIAÇÃO DE CUSTOS EM PROJETOS HIDROSSANITÁRIOS COM

REÚSO DE ÁGUAS CINZAS

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Curso de Engenharia Civil,

da Universidade Federal de Santa Maria

(UFSM, RS), como requisito para obtenção

do título de Engenheira Civil.

Aprovado em 19 de dezembro de 2016:

____________________________________

Rutinéia Tassi, Dra. (UFSM)

(Orientadora)

____________________________________

Elvis Carissimi, Dr. (UFSM)

____________________________________

Leandro Conceição Pinto, Dr. (UFSM)

Santa Maria, RS

2016

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RESUMO

AVALIAÇÃO DE CUSTOS EM PROJETOS HIDROSSANITÁRIOS COM

REÚSO DE ÁGUAS CINZAS

AUTORA: Verônica Della Méa Holtermann

ORIENTADORA: Rutinéia Tassi

A água doce é um recurso natural indispensável para manter a vida no nosso

planeta, sendo necessária para, além do consumo direto, diversas outras atividades

humanas. Porém, é um recurso escasso, que se torna cada vez mais indisponível

devido aos altos níveis de poluição, causados em grande parte pelo lançamento de

esgoto com pouco, ou nenhum tratamento, nos mananciais. Focando na conservação

da água em edificações, o uso de fontes alternativas de água é uma opção atraente.

Entre as diferentes possibilidades, o reúso de águas cinzas se destaca, pois, além de

diminuir a demanda de água potável, também minimiza a descarga de efluentes nos

mananciais, e já existe tecnologia suficientemente bem desenvolvida para seu

adequado aproveitamento. Este trabalho faz uma revisão bibliográfica sobre recursos

hídricos (que fortalece a ideia da necessidade de sustentabilidade no uso da água) e

reúso de águas cinzas, apresenta um estudo de caso para um edifício multifamiliar

específico. É apresentada uma proposta para o projeto de instalação do reúso de

águas cinzas, onde apenas as bacias sanitárias são atendidas com a água de reúso,

e aponta a diferença de custos entre um projeto hidrossanitário convencional, em que

não há utilização das águas cinzas, comparativamente a um projeto com utilização de

águas cinzas, sem avaliar os custos de tratamento. Para isso, foram considerados os

custos de fornecimento e instalação das tubulações, conexões e outras peças

diversas utilizadas na instalação, resultando que os custos com os sistemas

hidrossanitários de água fria e de esgoto do projeto com reúso aumentaram,

respectivamente, em 26,6% e 33,8%, em relação ao projeto sem reúso. No total, a

instalação com reúso de águas cinzas aumentou em 29,9% o custo do projeto.

Palavras-chave: Reúso de Águas Cinzas. Instalação Predial de Esgoto.

Preservação da Água. Sustentabilidade.

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ABSTRACT

BUDGET COMPARISON BETWEEN A MULTIFAMILIAR BUILDING

WITH AND WITHOUT REORGANIZATION OF GRAY WATERS

AUTHOR: Verônica Della Méa Holtermann

ADVISOR: Rutinéia Tassi

Freshwater is an indispensable natural resource to maintain life on our planet,

being necessary for, in addition to direct consumption, several other human activities.

However, it is a scarce resource, which becomes increasingly unavailable due to the

high levels of pollution, largely caused by the discharge of sewage with little, if any,

treatment in the springs. By focusing on water conservation in buildings, the use of

alternative water sources is an attractive option. Among the different possibilities, the

reuse of gray water stands out, as well as reducing the demand for drinking water, it

also minimizes the discharge of effluents in the springs, and there is enough

technology well developed for its proper use. This work presents a bibliographic review

on water resources (which strengthens the idea of sustainability in the use of water)

and reuse of gray water, presents a case study for a specific multifamily building. A

proposal is presented for the gray water reuse installation project, where only the

sanitary basins are served with the reuse water, and points out the difference in costs

between a conventional hydrosanitary project, in which there is no use of gray water,

comparatively To a project using gray water, without assessing treatment costs. For

this purpose, the costs of supplying and installing the various pipes, connections and

other parts used in the installation were considered, resulting in a cost of 26.6% of the

water and sewage systems of the reused project, And 33,8%, in relation to the project

without reuse. In total, the installation with reuse of gray water increased by 29,9% the

cost of the project.

Keywords: Gray Water Reuse. Sewer Plumbing System. Preservation of

Water. Sustainability.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema de sistema para reúso de águas cinzas ........................ 21

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LISTA DE QUADOS

Quadro 1 - Produção hídrica no mundo por região. ........................................ 11

Quadro 2 - Área, população e vazão nas diferentes regiões do Brasil ........... 13

Quadro 3 - Período de renovação da água em diferentes reservatórios na Terra ......................................................................................................................... 15

Quadro 4 - Classificação e respectivos valores de parâmetros para a água de reúso ......................................................................................................................... 19

Quadro 5 – Comparação de componentes dos sistemas hidrossanitários de água fria com e sem reúso ........................................................................................ 28

Quadro 6 – Quantidade de peças nos sistemas hidrossanitários de água fria, nos projetos com e sem reúso....................................................................................30

Quadro 7 – Comparação de componentes dos sistemas hidrossanitários de esgoto com e sem reúso ........................................................................................... 32

Quadro 8 – Quantidade de peças nos sistemas hidrossanitários de esgoto, nos projetos com e sem reúso ......................................................................................... 34

Quadro 9 – Custo total dos projetos hidrossanitários de água fria com e sem reúso ......................................................................................................................... 35

Quadro 10 – Custo total dos projetos hidrossanitários de esgoto com e sem reúso ......................................................................................................................... 37

Quadro 11 – Custo total dos sistemas hidrossanitários de água fria e esgoto dos projetos com e sem reúso .................................................................................. 39

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LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANA – Agência Nacional das Águas

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento

Sustentável

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

OMM – Organização Meteorológica Mundial

NBR – Norma Brasileira

UHC – Unidade Hunter de Contribuição

UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura

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LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE A – Plantas dos projetos sem reúso..............................................43

APÊNDICE B – Plantas dos projetos com reúso..............................................65

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 10

OBJETIVO ............................................................................................. 10

2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................... 11

RECURSOS HIDRICOS ........................................................................ 11

2.1.1 Água doce no mundo ....................................................................... 11

2.1.2 Água doce no Brasil ......................................................................... 12

2.1.3 Esgoto, poluição da água e consequências .................................. 14

CONSERVAÇÃO DA ÁGUA EM EDIFICAÇÕES .................................. 16

SISTEMA DE REÚSO DE ÁGUAS CINZAS EM EDIFICAÇÕES .......... 17

2.3.1 Conceito ............................................................................................ 17

2.3.2 As águas cinzas ............................................................................... 18

2.3.3 Uso previsto e parâmetros necessários ......................................... 19

2.3.4 Componentes do sistema ................................................................ 20

2.3.4.1 Subsistema de coleta e condução das águas cinzas ...................... 21

2.3.4.2 Unidade de tratamento .................................................................... 22

2.3.4.3 Reservatórios e rede de distribuição ............................................... 23

3 METODOLOGIA ....................................................................................... 24

MATERIAIS ........................................................................................... 24

MÉTODOS ............................................................................................ 25

3.2.1 Dimensionamento dos sistemas hidrossanitários de água fria ... 25

3.2.2 Dimensionamento dos sistemas hidrossanitários de esgoto ...... 25

3.2.3 Análise de custos ............................................................................. 26

4 RESULTADOS ......................................................................................... 27

DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS HIDROSSANITÁRIOS DE ÁGUA FRIA. .............................................................................................................. 27

DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS HIDROSSANITÁRIOS DE ESGOTO....... ............................................................................................................ 31

CUSTOS DOS PROJETOS ................................................................... 35

5 CONCLUSÃO ........................................................................................... 40

6 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 41

APÊNDICE A – PLANTAS DO PROJETO SEM REÚSO...............................43

APÊNDICE B – PLANTAS DO PROJETO COM REÚSO...............................65

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1 INTRODUÇÃO

O nosso planeta é, em sua maior extensão, coberto por água, merecendo o

apelido de “Planeta Água”. Apesar disso, mais de 99% dessa água não pode ser

consumida (TELLES e COSTA, 2010).

Devido ao ciclo hidrológico, uma parcela da água do mundo está sempre se

transformando em água doce, porém, a distribuição desigual de precipitação e

população, o mau uso da água e a descarga de efluentes contaminados nos

mananciais causam escassez de água em muitos países (TELLES e COSTA, 2010).

A escassez de água em âmbito mundial é progressiva, com isso, a necessidade

de mudarmos nossos hábitos e adotarmos medidas conservacionistas é urgente

(MANCUSO e SANTOS, 2003)

Uma alternativa para o enfrentamento desse problema é o reúso de água, que

consiste em usarmos a mesma água mais de uma vez, visando a não utilização de

água potável em fins menos nobres, que podem ser sanados com água de menor

qualidade (TELLES e COSTA, 2003).

Dentre os tipos de reúso encontra-se o reúso de águas cinzas, detentor de

tecnologias já consagradas para utilização adequada e segura (MANCUSO e

SANTOS, 2003).

OBJETIVO

O objetivo desse trabalho é dimensionar as instalações prediais de água fria e

de esgoto de uma edificação considerando o reúso das águas cinzas para

abastecimento de bacias sanitárias, e comparar com o custo de implantação das

instalações hidrossanitárias de um projeto convencional sem reúso.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

RECURSOS HIDRICOS

2.1.1 Água doce no mundo

A água encontrada na natureza é indispensável para a vida no nosso planeta,

constituindo elemento necessário para quase todas atividade humanas. Porém,

apesar de termos abundância de água no mundo, a água disponível para consumo é

finita e escassa (MAY, 2009).

Segundo Tomaz (2010), 97,5% da água do mundo é salgada, e a água doce

corresponde apenas aos 2,5% restantes. Destes, somente 0,266% representa toda a

água dos lagos, rios e reservatórios, recursos hídricos mais acessíveis ao uso humano

e de ecossistemas (significa 0,007% do total de água doce e salgada existente no

planeta).

Além da maior presença nos oceanos, a água do mundo também se destaca

pela distribuição irregular da água doce nas diferentes partes do planeta, como pode-

se observar no quadro 1 (TOMAZ, 2010). Juntando isso à redução rápida da

disponibilidade per capita de água doce devido ao aumento gradativo da demanda e

contínua poluição dos mananciais, temos uma escassez de água que não é mais

exclusividade das regiões áridas e semi-áridas (ANA et al, 2005).

Quadro 1 - Produção hídrica no mundo por região.

Regiões do mundo Vazão média

(m3.s-1) Porcentagem

(%)

Ásia 458.000 31,6

América do Sul 334.000 23,1

América do Norte 260.000 18,0

África 145.000 10,0

Europa 102.000 7,0

Antártida 73.000 5,0

Oceania 65.000 4,5

Austrália e Tasmânia 11.000 0,8

Total 1.448.000 100,0

Fonte: Tomaz, 2010.

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Um dos indícios que a escassez prevista de água doce é real, é a quantidade

de países em que a população ultrapassou o ponto em que podia ser abastecida pelos

recursos hídricos disponíveis. Exemplos disso são a China, Índia, México, Tailândia,

parte do oeste dos Estados Unidos, norte da África e áreas do Oriente Médio, que já

retiram do lençol freático uma quantidade maior de água do que o ciclo hidrológico é

capaz de repor (FIORI, FERNANDES e PIZZO, 2005).

Atualmente, metade dos seis bilhões de habitantes do mundo carece de água

com tratamento adequado, e mais de um bilhão de pessoas não tem acesso à água

potável. Até 2050, a deficiência de recursos hídricos será grave em pelo menos 60

países (BIO, 2001, apud FIORI, FERNANDES e PIZZO, 2005).

Mancuso e Santos (2003) afirmam que muitos classificam a água como insumo

do século, e sua disponibilidade como um dos fatores mais importantes dos nossos

tempos, havendo possibilidade de conflitos internacionais pela sua disputa.

2.1.2 Água doce no Brasil

O território brasileiro é tido como o quinto no mundo em dimensão territorial,

apresentando uma área de 8.547.403 km2, abrange 20,8% do território das Américas

e 47,7% da América do Sul. (IBGE, 1996, apud TELLES e COSTA, 2010).

Segundo o Ministério das Relações Exteriores (2001) apud Telles e Costa

(2010), a extensão coberta por água doce no interior do Brasil é de 55.457km2,

equivalendo a 1,66% da superfície do planeta. O clima úmido do país proporciona

uma grande rede hidrográfica, constituída por rios de grande volume, todos

desaguando no mar. Excluindo as nascentes do rio Amazonas, cujo fluxo é oriundo

do derretimento das neves e geleiras, a origem da água dos rios brasileiros é das

chuvas, e a maior parte destes é perene, isto é, não se extinguem no período de seca.

Exibindo grande descarga de água doce nos rios, o Brasil se sobressai no

cenário mundial, possuindo uma produção hídrica de 177.900m3.s-1. Somando-se os

73.100 m3.s-1 da Amazônia internacional, o país representa 53% da produção de água

doce do continente Sul-Americano (334.000m3.s-1) e 12% do total mundial (1.488.000

m3.s-1) (TELLES e COSTA, 2010).

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Nesse aspecto o Brasil é um país privilegiado pois possui as bacias

hidrográficas mais extensas do planeta. Todavia, o Brasil sofre com escassez de água

devido à distância destas dos principais centros populacionais e industriais do país,

cuja densidade populacional é crescente (MANCUSO e SANTOS, 2003).

Podemos observar no Quadro 2 que a região Norte possui 68% da água de

todo o país e apenas 7,92% da população brasileira, resultando em uma maior

disponibilidade hídrica per capita. Em contrapartida, o Sudeste possui a maior

concentração demográfica do país e 6% da vazão total do Brasil, problema que é

agravado pela poluição dos rios, resultado da atividade industrial, utilização dos

insumos agrícolas, poluentes e despejos urbanos (TOMAZ, 2010)

Quadro 2 - Área, população e vazão nas diferentes regiões do Brasil

Regiões

do Brasil

Área

(km2)

População

2004

Vazão

(km3/ano)

Porcentagem

da

população

(%)

Porcentagem

da vazão (%)

Norte 3.869.637 14.373.260 3.845,5 7,92 68,5

Nordeste 1.561.177 50.427.274 186,2 27,77 3,3

Sudeste 927.286 77.374.720 334,2 42,61 6,0

Sul 577.214 26.635.629 365,4 14,67 6,5

Centro-

Oeste

1.612.077 12.770.141 878,7 7,03 15,7

Total 8.547.403 181.581.260 5.610,0 100,00 100,0

Fonte: Adaptado de Tomaz, 2010.

Segundo Fiori, Fernandes e Pizzo (2005), a rede de água para abastecimento

urbano no Brasil não é suficiente para a população das grandes e médias cidades,

que cada vez crescem mais. O país já confronta dificuldade de abastecimento em

áreas de grande densidade populacional e uma parcela da população, principalmente

das periferias e bairros podres, sempre fica à margem da rede de água tratada.

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2.1.3 Esgoto, poluição da água e consequências

A escassez de água deve-se não somente devido à pouca quantidade

disponível, mas também decorrente de aspectos qualitativos, quando a poluição afeta

a qualidade da água de forma que os padrões admissíveis para determinados usos

não são alcançados (ANA, ANEEL e OMM, 2001).

De acordo com Sperling (1996):

“Entende-se por poluição da água a adição de substâncias ou de formas de energia que, direta ou indiretamente, alteram a natureza do corpo d’água de uma maneira tal que prejudique os legítimos usos que dele são feitos”.

Umas das maiores fontes de poluição dos corpos hídricos são os efluentes

domésticos (MAY, 2009). Segundo o IBGE, em 11 estados brasileiros menos da

metade das residências são contempladas com rede coletora de esgoto e 80% do que

é coletado é direcionado sem tratamento à corpos hídricos. Mais de 40% dos efluentes

produzidos são perdidos pelas nossas empresas de saneamento, de acordo com a

PNUD, órgão ambiental da ONU (ANA e CEBDS, 2009).

De acordo com Telles e Costa (2010), deve-se levar em consideração que

apesar de o esgoto (ou água servida) se constituir principalmente de água (99,9%), a

pequena parcela de impurezas, incluindo sólidos orgânicos e inorgânicos, suspensos

e dissolvidos, assim como microrganismos, lhe garantem propriedades bastante

acentuadas, que se alteram na origem ou na decorrência.

Através de processos físicos, químicos e biológicos, os recursos hídricos

possuem capacidade de diluir e assimilar esgotos e resíduos, propiciando a sua

autodepuração. Porém, essa capacidade é restrita em face da quantidade e qualidade

de recursos hídricos existentes (ANA, ANEEL e OMM, 2001)

O ciclo hidrológico é responsável pelo deslocamento de grandes quantidades

de água em torno do mundo. Uma parcela deste deslocamento é rápida, visto que,

em média, uma gota de água mantem-se cerca de 16 dias em um rio e

aproximadamente 8 dias na atmosfera (Quadro 3). No entanto, esse tempo pode

alcançar milhares de anos para a água que percorre vagarosamente um aquífero

profundo (OMM e UNESCO, 1997, apud ANA, ANEEL e OMM, 2001).

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Quadro 3 - Período de renovação da água em diferentes reservatórios na Terra

Reservatórios Período médio de renovação

Oceanos 2.500 anos

Água subterrânea 1.400 anos

Umidade do solo 1 ano

Áreas permanentemente congeladas 9.700 anos

Geleiras em montanhas 1.600 anos

Solos congelados 10.000 anos

Lagos 17 anos

Pântanos 5 anos

Rios 16 anos

Biomassa Algumas horas

Vapor d’água na atmosfera 8 dias

Fonte: Shiklomanov, 1997, apud ANA, ANEEL e OMM, 2001.

Segundo Telles e Costa (2010), a poluição da água tem como principais

problemas que ainda devem ser resolvidos em nosso país os patogênicos, o consumo

de oxigênio dissolvido e os nutrientes.

Os patogênicos são agentes transmissores de doenças. A maioria desses

agentes são bactérias do tipo coliforme, decorrentes de material fecal e associadas

às doenças de veiculação hídrica (TELLES e COSTA, 2010).

Os nutrientes são compostos químicos ricos em fósforo ou nitrogênio, que

quando em excesso na água causam o fenômeno chamado eutrofização (Wikipedia,

2016). De acordo com Telles e Costa (2010), este fenômeno consiste no aumento da

matéria orgânica e da quantidade de fitoplâncton a níveis indesejáveis, facilitando os

focos de doenças de propagação hídrica.

Já o oxigênio dissolvido é elemento fundamental para a preservação de formas

de vida aeróbias, as quais são importantes para o equilíbrio ambiental e fontes de

alimento para o homem. O mesmo é seriamente influenciado pela emissão de certos

poluentes no meio aquático, causando inclusive o desaparecimento deste elemento e

das formas de vida que dele dependem. Ainda, com o fim do oxigênio dissolvido

manifestam-se outras formas de vida no meio anaeróbio resultante, as quais geram

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resíduos metabólicos indesejáveis e ocasionalmente tóxicos e prejudiciais para

determinados usos da água (MANCUSO e SANTOS, 2003).

É importante destacar que a inexistência de abastecimento de água potável e

de coleta de esgoto sanitário são os principais causadores das altas taxas de doenças

intestinais e outras. De acordo com o Ministério da Saúde, 65% das internações

hospitalares são resultantes dos serviços e ações de saneamento inadequados,

sendo a diarreia responsável por, aproximadamente, 50 mil mortes por ano de

crianças no Brasil (SILVA e ALVES, 1999, apud ANA, ANEEL e OMM, 2001).

Estima-se que, anualmente, mais de 5 milhões de pessoas morrem de doenças

relacionadas com o consumo de água contaminada, serviços sanitários inapropriados

e falta de higiene (OMM e UNESCO, 1997, apud ANA, ANEEL e OMM, 2001).

CONSERVAÇÃO DA ÁGUA EM EDIFICAÇÕES

A importância dos sistemas prediais na construção civil dá-se não apenas com

as fundamentais exigências relacionadas à saúde e higiene, mas também com as

noções de conforto determinadas por um dinâmico comportamento social. Neste

contexto, muitas pesquisas têm sido concebidas com o propósito de tornar os

sistemas prediais cada vez mais eficientes ao atendimento das exigências do usuário.

Todavia, no cenário atual, onde há urgência de sustentabilidade no desenvolvimento,

o desempenho dos sistemas prediais passa a ser exigido também pelas demandas

ambientais. Desse modo, os sistemas prediais devem ser planejados para satisfazer

tanto o habitante quanto a necessidade de contribuir para a ascensão da

sustentabilidade do habitat (SANTOS, 2002).

Para enfrentar a relação demanda/oferta de água devem ser estabelecidas

políticas adequadas e implementados sistemas de gestão efetivos. São muitos os

instrumentos, mecanismos e tecnologias a serem usados para lidar com essa

questão, no entanto faltam estudo e investimento que sustentem o seu melhor

emprego e gerem resultados sanitários, ambientais e econômicos satisfatórios

(MANCUSO e SANTOS, 2003).

De acordo com Santos (2002), a conservação da água é admitida como um

grupo de ações que proporcionam a economia da água, seja nos mananciais, no

sistema público de abastecimento de água, ou nas habitações. Limitando ao cenário

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das habitações, em relação ao tipo das ações de economia, as mesmas podem ser

de racionalização da água ou de utilização de fontes alternativas.

A racionalização da água é basicamente o combate ao desperdício da mesma,

como a priorização do uso de aparelhos sanitários economizadores de água, o

incentivo à adoção de medidores individuais, a conscientização do usuário a não

desperdiçar a água durante o seu uso, a identificação e controle de perdas de água

do sistema predial de água fria, entre outras (SANTOS, 2002).

Já a utilização de fontes alternativas consiste em utilizar fontes opcionais

àquelas que normalmente são disponibilizadas nas habitações. As mais relevantes

são o reúso das águas cinzas, e o aproveitamento das águas pluviais (SANTOS,

2002).

Segundo Mancuso e Santos (2003), o reúso da água é uma das alternativas

que tem se destacado, apontando o mesmo como um importante instrumento de

gestão ambiental do recurso água e detentor de tecnologias já conceituadas para

utilização adequada.

SISTEMA DE REÚSO DE ÁGUAS CINZAS EM EDIFICAÇÕES

2.3.1 Conceito

O reúso da água é a reutilização da água, por uma ou mais vezes, que, depois

de passar por tratamento específico, é destinada à diferentes propósitos, tendo como

objetivo a preservação dos recursos hídricos existentes e a garantia da

sustentabilidade, minimizando os impactos gerados pelo lançamento de esgotos sem

tratamento nos rios. (FIORI, FERNANDES e PIZZO, 2005).

A alternativa de substituir uma parcela da água potável de uma edificação por

uma de qualidade inferior para fins não nobres reduz a demanda sobre os mananciais

de água. Em muitos países o reúso planejado da água já é uma solução praticada

com êxito em inúmeros segmentos. A racionalização do uso da água e o reúso

permitem uma solução mais sustentável (FIORI, FERNANDES e PIZZO, 2005).

Fiori, Fernandes e Pizzo (2005, p. 21) aponta que:

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Em 1985, o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas estabeleceu uma política de gestão para áreas carentes de recursos hídricos, que suporta este conceito: “a não ser que exista grande disponibilidade, nenhuma água de boa qualidade deve ser utilizada para usos que toleram águas de qualidade inferior”.

Entretanto, ainda não existe um incentivo para a prática do reúso de água no

Brasil, se devendo isso, possivelmente, ao eventual desconhecimento dessa

tecnologia e por motivos de ordem sociocultural (SALATI, 1999, apud TELLES e

COSTA, 2003).

Ainda assim, existem práticas de reúso de água destinadas à agricultura em

algumas regiões do Brasil, as quais são realizadas de forma informal e sem as

precauções ambientais e de saúde pública apropriadas (TELLES e COSTA, 2003).

2.3.2 As águas cinzas

Santos (2002) considera as águas cinzas como as águas oriundas dos

chuveiros, lavatórios, tanques e máquinas de lavar roupa. Porém, observa-se que é

um conceito sobre o qual ainda não há consenso internacional (FIORI, FERNANDES

e PIZZO, 2005).

Normalmente as águas cinzas são constituídas, em sua maior parte, de sabão

e de outros produtos destinados à limpeza do corpo, das roupas e limpeza em geral

(JEFFERSON et al, 1999 apud MAY, 2009).

MAY (2009) indica que também podem ser encontrados materiais sólidos,

como partículas de terra, areia, cabelo e fibras de roupas. Turbidez e sólidos

suspensos revela a presença de partículas e colóides que podem causar o

entupimento de sistemas de coleta, tratamento e distribuição de águas cinzas. Deve-

se sempre verificar o risco de problemas associados a entupimento.

Apesar de não haver contribuição das bacias sanitárias, a matéria orgânica e

inorgânica presente nas águas cinzas é bastante significativa. A maior porcentagem

da matéria orgânica contida nas águas cinzas é originária de resíduos corporais, como

cabelo, óleos e graxas. Já a matéria inorgânica é oriunda, basicamente, dos produtos

químicos e detergentes utilizados para a limpeza (MAY, 2009).

As águas cinzas contém microrganismos patogênicos que podem trazer riscos

de contaminação em usuários que estejam expostos às águas residuárias não

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tratadas. Estes podem ser vírus, bactérias, protozoários ou helmintos, e podem ser

incorporados às águas cinzas através da lavagem de mão, do banho e da lavagem de

fraldas (MAY, 2009).

De qualquer forma, quando tratadas adequadamente, as águas cinzas

possuem grande potencial de reúso para fins não potáveis, apresentando vazões

provenientes do uso de água potável na edificação, sendo de fácil coleta (MAY,2009).

2.3.3 Uso previsto e parâmetros necessários

Segundo a NBR 13969 (ABNT, 1997), o esgoto tratado de origem doméstica

deve ser reutilizado para fins não potáveis que exigem segurança sanitária, como

lavagem de pisos e veículos, rega de jardins, manutenção paisagística, descarga de

vasos sanitários, etc. Mesmo após ser desinfetado, não deve ser usado para a

irrigação das hortaliças e frutas e ramas rastejantes (melancia e melão, por exemplo),

mas pode ser usado na plantação de milho, café e outras árvores frutíferas, via

escoamento no solo, desde que a irrigação seja interrompida pelo menos 10 dias

antes da colheita.

O Quadro 4 mostra a classificação e respectivos valores de parâmetros que a

água de reúso deve ter após tratada, para cada uso previsto (ABNT NBR 13969,

1997).

Quadro 4 - Classificação e respectivos valores de parâmetros para a água de reúso

(continua)

Classe Uso destinado Turbidez

Coliformes fecais

(NMP/100 mL)

Sólidos dissolvidos totais (g/L)

Oxigênio dissolvido

(mg/L) Ph

Cloro residual (mg/L)

Classe 1

Lavagem de carros e outros usos que a

água tenha contato direto com o usuário,

com possível aspiração de

aerossóis, incluindo chafarizes

<5 <200 <200 - Entre 6,0 e 8,0

Entre 0,5 e 1,5

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(conclu

são)

Classe 2

Lavagens de pisos, calçadas e irrigação

dos jardins, manutenção dos

lagos e canais para fins paisagísticos, exceto chafarizes

<5 <500 - - - >0,5

Classe 3

Descarga das bacias sanitárias

<10 <500 - - - -

Classe 4

Reúso nos pomares, cereais, forragens,

pastagem para gados e outros cultivos

através de escoamento

superficial ou por sistema de irrigação

pontual

- <5.000 - >2,0 - -

Fonte: adaptado de ABNT NBR 13969, 1997

2.3.4 Componentes do sistema

O sistema de reúso de águas cinzas é composto basicamente do subsistema

de coleta de águas servidas, do subsistema de condução da água (ramais de

descarga e esgoto, tubos de quedas e subcoletores), da unidade de tratamento da

água (gradeamento, decantação, filtro e desinfecção, por exemplo), e do reservatório

de acumulação. Pode ser necessário, ainda, um sistema de recalque, um reservatório

superior e a rede de distribuição (SANTOS, 2002).

Segundo Santos (2002), a existência ou não do sistema de recalque, do

reservatório superior e do sistema de distribuição depende da cota do reservatório

inferior e do uso previsto para a água de reúso. Por exemplo, para atender ao uso em

bacias sanitárias há a necessidade de um sistema elevatório que recalque a água do

reservatório inferior para o superior, no qual é conectado à rede de distribuição. Já

para a rega de jardins, um reservatório inferior apoiado no térreo pode possuir pressão

dinâmica suficiente.

Segundo May (2009), é valido afirmar que 30% da água usada em residências

pode ser reutilizada nas bacias sanitárias. Surendran e Wheatley (1998) apud May

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(2009) apontam que, nas residências, o volume gerado de águas cinzas e o volume

necessário para a descarga das bacias sanitárias, em um dia, são próximos. No

entanto há um déficit de água durante a tarde e a madrugada, propiciado pela

produção de água cinza em um período curto de tempo enquanto a descarga das

bacias sanitárias acontece de maneira distribuída ao longo do dia. Para minimizar o

problema de déficit pode ser feita a utilização de reservatório de acumulação de águas

cinzas.

Figura 1 – Esquema de sistema para reúso de águas cinzas

Fonte: Acquanova, 2016.

2.3.4.1 Subsistema de coleta e condução das águas cinzas

As características do subsistema de coleta, como a vazão específica de cada

aparelho, agregado a frequência e duração de uso, possibilita estimar a vazão diária

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a ser coletada e com isso fazer a escolha correta dos diâmetros do sistema de

condução (SANTOS, 2002).

2.3.4.2 Unidade de tratamento

De acordo com Santos (2002), para o projeto da unidade de tratamento da água

deve-se primeiro avaliar a qualidade da água cinza, para depois prever o grau de

tratamento. O reúso de água prevê uma tecnologia aprofundada em maior ou menor

grau, dependendo de para que fins se destina a água e de como ela tenha sido usada

anteriormente (MANCUSO e SANTOS, 2003).

O gradeamento é importante para a remoção de sólidos grosseiros (SANTOS,

2002).

A decantação ocorre no próprio tanque de acumulação, formando camada de

lodo de fundo (SANTOS, 2002).

O filtro recomendado é o de dupla camada contendo areia e carvão ativado,

fundamental para a contribuição da remoção de cor, turbidez e substâncias que geram

odores (SANTOS, 2002).

Por sua vez, a desinfecção é extremamente importante para a retirada dos

agentes patogênicos provenientes dos pontos de coleta ou dos próprios reservatórios

de acumulação, meios próprios para o desenvolvimento de microrganismos

(SANTOS, 2002). Segundo March, Gual e Simonet (2001) apud May (2009), essa

etapa do tratamento é a principal para garantir a segurança e qualidade da água a ser

utilizada. A desinfecção tem propriedade corretiva e preventiva, já que mesmo após o

tratamento da água ela pode ser contaminada ao longo do percurso até o usuário e a

desinfecção contribui na prevenção da proliferação de limo em reservatórios (MAY,

2009).

Como agente desinfetante, o mais viável em termos de custo é o cloro,

entretanto, devem ser levados em conta os subprodutos resultantes do contato deste

com a matéria orgânica (SANTOS, 2002). May (2009) aponta que a cloração em

excesso pode causar odor de desinfetante e desperdício de produto, e a falta pode

causar odores ofensivos quando não desinfetada por mais de 24 horas. Com o custo

elevado em relação ao cloro, a radiação ultravioleta é uma alternativa interessante

sob o aspecto da eficiência da desinfecção (SANTOS, 2002).

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Fiori, Fernandes e Pizzo (2005) acreditam que para o uso exclusivo em bacias

sanitárias as águas cinzas não necessitam de tratamento secundário (biológico).

Segundo a NBR 13969 (ABNT 1997), o reúso pode compreender desde a

recirculação de água da máquina de lavar, com ou sem tratamento às bacias

sanitárias, até uma remoção de alto padrão de poluentes para lavagens de carros.

Como regra geral, a NBR 13969 (ABNT 1997) define que o grau de tratamento

para múltiplos usos do esgoto tratado deve ser determinado pelo uso mais restrito do

mesmo. Todavia, podem se prever graus progressivos de tratamento de acordo com

o volume estimado para cada uso, desde que haja sistemas separados de reservação

e de distribuição.

2.3.4.3 Reservatórios e rede de distribuição

O dimensionamento do reservatório, além do volume estimado, também requer

o conhecimento da demanda prevista de água cinza, podendo ser usado para isso

modelos estatísticos de previsão, igualmente ao sistema predial de água fria

(SANTOS, 2002).

Segundo a NBR 13969 (ABNT 1997):

Todo o sistema de reservação e distribuição deve ser identificado de

modo claro e inconfundível para não haver uso errado ou mistura com o

sistema de água potável ou outros fins. Deve haver placas de

advertência em lugares estratégicos e nas torneiras, além do uso de

cores nas tubulações e nos reservatórios, distinguindo do sistema de

água potável;

Todo o sistema de reservação deve ser dimensionado para atender no

mínimo 2 horas de uso de água no horário de pico diário, exceto para

uso na irrigação da área agrícola ou pastoril;

Quando houver múltiplos usos da água, com qualidades distintas, a

reservação deve ser feita separadamente, com clara identificação das

classes de qualidade nos reservatórios e sistemas de distribuição;

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3 METODOLOGIA

Neste trabalho foi feita, primeiramente, a revisão bibliográfica sobre os recursos

hídricos do Brasil e do mundo e reúso de águas cinzas. Em um segundo momento, foi

feito o traçado e dimensionamento dos sistemas hidrossanitários de água fria e

esgoto, dos projetos com e sem reúso, seguido da contagem de peças em cada

sistema e montagem das tabelas de peças. Após, foi obtido o custo unitário não

desonerado, de fornecimento e de instalação, de cada peça da tabela SINAPI (as que

não foram encontradas tiveram o custo retirado de lojas eletrônicas). Finalmente, com

esses custos, foi realizado um comparativo de custos e conclusão.

MATERIAIS

Foram utilizados os seguintes meios de consulta e materiais:

Material bibliográfico: normas da ABNT, tabela SINAPI e notas de aula;

Softwares: AutoCAD e Excel;

Projeto: Utilizado como base para o traçado e dimensionamento.

O projeto em questão é um edifício multifamiliar de 1664,24 m2

localizado na cidade de Santa Maria.

O Residencial contém 4 pavimentos, sendo três pavimentos tipo, cada

um contendo três apartamentos de três dormitórios e um apartamento de dois

dormitórios, totalizando 12 apartamentos, e um pavimento térreo contendo hall

de entrada e salão de festas.

Os apartamentos de 3 dormitórios possuem 2 bacias sanitárias com

caixa de descarga, 2 lavatórios, 2 chuveiros, 1 pia, 1 tanque e 1 máquina de

lavar roupas.

Os apartamentos de 2 dormitórios possuem 1 bacia sanitária com caixa

de descarga, 1 lavatório, 1 chuveiro, 1 pia, 1 tanque e 1 máquina de lavar

roupas.

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O salão de festas possui 2 bacias sanitária com caixa de descarga, 2

lavatórios e 1 pia.

MÉTODOS

3.2.1 Dimensionamento dos sistemas hidrossanitários de água fria

Os sistemas hidrossanitários de água fria foram dimensionados através da NBR

5626 (ABNT, 1998).

No projeto sem reúso, a água fria potável proveniente da rede pública de água

da concessionária é desviada para o reservatório inferior do edifício onde é bombeada

para o reservatório superior e distribuída por gravidade para todos os aparelhos

hidrossanitários do edifício.

No projeto com reúso, a água fria potável, proveniente da rede pública de água

da concessionária, é desviada para o reservatório inferior do edifício, de onde é

bombeada para o reservatório superior e distribuída por gravidade para todos os

aparelhos hidrossanitários, com exceção das bacias sanitárias. A água fria de reúso,

proveniente da água cinza tratada do edifício, é bombeada do reservatório inferior

para o superior e distribuída por gravidade para todas as bacias sanitárias. Os

sistemas de água fria potável e de água fria de reúso são independentes.

3.2.2 Dimensionamento dos sistemas hidrossanitários de esgoto

Os sistemas hidrossanitários de esgoto foram dimensionados seguindo a NBR

8160 (ABNT 1999), pelo método UHC.

No projeto sem reúso, os efluentes de todos os aparelhos hidrossanitários são

recolhidos e direcionados ás tubulações de esgoto público.

No projeto com reúso, os efluentes dos aparelhos geradores de águas negras

(bacia sanitária e pia da cozinha) são recolhidos e direcionados ás tubulações de

esgoto público, e os efluentes dos aparelhos geradores de águas cinzas (lavatório,

chuveiro, tanque e máquina de lavar roupas) são recolhidos e direcionado à cisterna

no pavimento térreo, onde devem passar por processo de tratamento. Os sistemas de

águas negras e de águas cinzas são independente.

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3.2.3 Análise de custos

Foi realizada a contagem de conexões, reservatórios, peças diversas e

extensões de tubulação, nos dois projetos (com e sem reúso) para as instalações

prediais de água fria e esgoto.

Em um segundo momento, foi obtido na tabela SINAPI o custo unitário não

desonerado, de fornecimento e instalação, de cada ítem. Como a tabela SINAPI tem

diferentes custos para a mesma peça, dependendo do componente em que ela se

localiza, então a tabela de custos também foi separada por ambientes.

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4 RESULTADOS

DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS HIDROSSANITÁRIOS DE ÁGUA

FRIA

No projeto sem reúso, os componentes do sistema de água fria são 1 ramal

predial, 1 ramal de alimentação, 1 sistema de recalque, 3 reservatórios (2 inferiores e

1 superior), 1 barrilete, 3 colunas de distribuição, cada uma chegando a um pavimento

tipo. No primeiro andar, a coluna de distribuição se divide em 5 ramais de distribuição,

um para cada apartamento do andar mais salão de festas, e no segundo e terceiro

andar cada coluna de distribuição se divide em 4 ramais de distribuição, um para cada

apartamento do andar, totalizando 13 ramais de distribuição. Cada ramal se divide em

sub-ramais que abastecem os aparelhos dos respectivos apartamentos ou salão de

festas.

No projeto com reúso, os componentes do sistema de água fria são 1 ramal

predial, 1 ramal de alimentação, 2 sistemas de recalque, 4 reservatórios (2 inferiores

e 2 superiores), 2 barriletes, 6 colunas de distribuição (3 de água fria potável e 3 de

água fria de reúso), chegando em pares (1 de água fria potável e 1 de água fria de

reúso) aos pavimento tipo. No primeiro andar, cada uma das duas colunas de

distribuição se dividem em 5 ramais de distribuição, para os 4 apartamentos do andar

mais o salão de festas, e no segundo e terceiro andares cada coluna de distribuição

se divide em 4 ramais de distribuição, para os 4 apartamentos do andar, totalizando

26 ramais de distribuição. Cada ramal de distribuição se divide em sub-ramais que

abastecem os aparelhos dos respectivos apartamentos e salão de festas.

No quadro 5 pode-se visualizar as quantidades de componentes de cada

projeto.

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Quadro 5 – Comparação de componentes dos sistemas hidrossanitários de água

fria, dos projetos com e sem reúso

ÁGUA FRIA

Componentes

Projeto sem reúso Projeto com reúso

Sistema de água potável

Sistema de água potável

Sistema de água de reúso

Quantidade (un.) Quantidade

(un.) Quantidade (un.)

Ramal predial 1 1 0

Hidrômetro geral com registro 1 1 0

Ramal de alimentação 1 1 1

Sistema de recalque 1 1 1

Reservatório 3 2 2

Barrilete 1 1 1

Coluna de água fria 3 3 3

Ramal 13 13 13

Hidrômetro individual 13 13 0

Registro 13 13 13

Para a estimativa do consumo diário foi considerado uma demanda per capita

de 200 L/hab. Também foram consideradas duas pessoas por dormitório social, para

fins de determinação da população e volume de reservação.

A população foi estimada em 50 habitantes. Assim, o consumo médio diário

resultou em 10.000L/dia.

Segundo a NBR 5626 o volume total dos reservatórios deve ser de 1 a 3 vezes

o consumo médio diário, logo, temos que a capacidade de reservação total deve ser

entre 10.000L e 30.000L, sendo adotado 10.000L.

No projeto sem reúso foram usados 2 reservatórios inferiores de 3.000L e 1

superior de 4.000L. No projeto com reúso, como May (2009) afirma que é válido

aproximar em 30% a água utilizada em residências que pode ser reusada em bacias

sanitárias, então foi adotado o volume total de 7000L para os reservatórios de água

potável, que foram distribuídos em 1 reservatório inferior de 4.000L e 1 reservatório

superior de 3.000L, e de 3.000L para os reservatórios de água de reúso, que foram

distribuídos em 1 reservatório inferior de 2.000L e 1 reservatório superior de 1.000L.

Todos os reservatórios são de fibra de vidro.

Para o sistema de recalque resultaram em bombas com 0,01CV.

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A verificação da pressão disponível nos pontos de consumo é feita conforme o

modelo de planilha apresentado na figura A.1 da NBR 5626 e os diâmetros internos

de cada trecho são selecionados para suportar a vazão estimada, não ultrapassar a

velocidade da água de 3m/s e obter pressão residual maior que a pressão requerida

em cada ponto de utilização.

A tubulação utilizada no dimensionamento da rede de distribuição foi o PVC.

Os sub-ramais do pavimento térreo resultaram diâmetro nominal 20mm, todos os

ramais prediais, ramais de alimentação, sub-ramais dos pavimentos tipos e o ramal

do salão de festas são de 25mm, os barriletes e colunas de distribuição são de 40mm

e todos ramais dos pavimentos tipos são de de 32mm.

Os registros de gaveta e registros de pressão dos pavimentos tipo são de ¾”,

e antes e depois de cada registro há 1 adaptador com bolsa e rosca de 25mm x 3/4”.

Os registros de gaveta do pavimento térreo são de ½” e antes e depois de cada

registro há 1 adaptador com bolsa e rosca de 20mm x 1/2”. Os registros de esfera dos

ramais de distribuição são de 32mm. Os hidrômetros são de vazão máxima de 7m3/h

e 1” e antes e depois de cada hidrômetro individual há 1 luva de 32mm x 1”.

No projeto sem reúso, no pavimento térreo, nos pontos de utilização das bacias

sanitárias há 1 tê com bolsa e rosca de 20mm x 1/2” e nos pontos de utilização dos

lavatórios e pia há 1 joelho com bucha de latão de 90º 20mm x 1/2”. No projeto com

reúso, em todos os pontos de utilização do pavimento térreo há 1 joelho com bucha

de latão de 90º 20mm x 1/2”. Em todos os pontos de utilização dos pavimentos tipos,

dos dois projetos, há 1 joelho com bucha de latão 90º 25mm x 1/2”.

Em todos os pontos onde a tubulação muda de direção há um joelho e onde a

tubulação se bifurca há um tê, sendo de redução se há mudança de diâmetro.

Em cada reservatório inferior há, no ponto de entrada: 1 torneira de bóia, 1

adaptador de caixa d’água 25mm x 3/4”, 1 registro de esfera 25mm; no ponto de saída:

1 adaptador de caixa d’água 25mm x 3/4”, 1 registro de esfera 25mm; no extravasor:

1 adaptador de caixa d’água 32mm x 1”, 1 joelho 32mm; no ponto de limpeza: 1

adaptador de caixa d’água 32mm x 1”, 1 registro de esfera 32mm, 1 tê 32mm. Em

cada reservatório superior há, no ponto de entrada: 1 torneira de bóia, 1 adaptador de

caixa d’água 25mm x 3/4”, 1 registro de esfera 25mm; no ponto de saída: 1 adaptador

para caixa d’água 50mm x 1.1/2”, 1 registro de esfera 50mm; no extravasor: 1

adaptador de caixa d’água 32mm x 1”, 1 joelho 32mm; no ponto de limpeza: 1

adaptador de caixa d’água 32mm x 1”, 1 registro de esfera 32mm, 1 tê 32mm.

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No quadro 6 é mostrado a quantidade de cada peça, no projeto sem reúso e no

projeto com reúso.

Quadro 6 – Quantidade de peças nos sistemas hidrossanitários de água fria, nos

projetos com e sem reúso

(continua)

ÁGUA FRIA

Peça Unidade Projeto sem

reúso Projeto com

reúso

Quantidade Quantidade

Tubulação 20mm m 18,05 32,05

Tubulação 25mm m 427,30 632,85

Tubulação 32mm m 104,00 208

Tubulação 40mm m 15,80 20,9

Tubulação 50 mm m 9,20 17,65

Joelho 90º 20mm un. 6 8

Joelho 90º 25mm un. 153 202

Joelho 90º 32mm un. 47 48

Joelho 90º 40mm un. 3 6

Joelho 90º 50mm un. 3 6

Joelho 90º 25x20mm un. 1 2

Joelho 90º 32x25mm un. 13 26

Joelho c/ bucha de latão 90º 20mm x 1/2"

un. 3 5

Joelho c/ bucha de latão 90º 25mm x 1/2"

un. 99 99

Tê 90º 20mm un. 2 3

Tê 90º 25mm un. 69 57

Tê 90º 32mm un. 3 4

Tê 90º 32x25mm un. 12 12

Tê 90º 40x32mm un. 12 24

Tê 90º 50x40mm un. 2 4

Tê com bolsa e rosca 90º 20mmx1/2"

un. 2 0

Adaptador com bolsa e rosca 90º 20mmx1/2"

un. 2 4

Adaptador com bolsa e rosca 90º 25mmx3/4"

un. 108 192

Adaptador 25mmx3/4" com flange e anel de vedação

un. 5 6

Adaptador 32mmx1" com flange e anel de vedação

un. 6 8

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(conclusão)

Adaptador 50mmx1.1/2" com flange e anel de vedação

un. 1 2

Bucha 50x40mm un. 1 2

Luva 40x32mm un. 1 2

Luva e rosca 32mmx1" un. 26 26

Registro de gaveta 1/2" un. 1 3

Registro de gaveta 3/4" un. 33 54

Registro de pressão 3/4" un. 21 21

Registro de esfera 25mm un. 5 6

Registro de esfera 32mm un. 16 30

Registro de esfera 50mm un. 1 2

Torneira de boia convencional 3/4" un. 3 4

Hidrômetro unijato vazão max. 7m3/h de 1"

un. 14 14

Kit completo cavalete com registro 3/4"

un. 1 1

Reservação 1000L com tampa un. 0 1

Reservação 2000L com tampa un. 0 1

Reservação 3000L com tampa un. 2 1

Reservação 4000L com tampa un. 1 1

As tubulações, joelhos, tês, adaptadores, buchas, lucas, kit cavalete e registros de esfera são de PVC soldável; Os registros de gaveta e registros de pressão são de latão roscável com acabamento e canopla cromados; A torneira é plástica, com haste metálica e balão plástico; As caixas d’água são de fibra de vidro;

Todas as plantas do sistema hidrossanitário de água fria do projeto sem reúso

e do projeto com reúso podem ser encontradas no APÊNDICE A e no APÊNDICE B,

respectivamente.

DIMENSIONAMENTO DOS SISTEMAS HIDROSSANITÁRIOS DE ESGOTO

No projeto sem reúso, no pavimento tipo, cada ramal de esgoto dos banheiros,

cozinhas e áreas de serviço descarregam em tubo de queda próprio. Os banheiros

possuem coluna de ventilação e as cozinhas e áreas de serviço possuem ventilação

do tipo primária, constituída pelo prolongamento do tubo de queda além da cobertura

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do prédio. No pavimento térreo não há tubo de queda e a cozinha e banheiro possuem,

cada um, coluna de ventilação própria. Dos tubos de queda saem os subcoletores,

que levam o esgoto até os coletores, para então serem descarregados nos coletores

de esgoto público. Os subcoletores dos tubos de queda das cozinhas passam por

caixas de gordura antes de descarregar nos coletores.

No projeto com reúso, no sistema de águas negras, no pavimento tipo, cada

ramal de esgoto de banheiro (que atende apenas a bacia sanitária) e cozinha

descarrega em tubo de queda próprio, sendo que o banheiro possui ventilação

secundária e a cozinha possui ventilação primária. No pavimento térreo há 1 coluna

de ventilação no banheiro e outra na cozinha. Os subcoletores das cozinhas, dos

pavimentos tipos e térreo, passam pela caixa de gordura antes de descarregar nos

coletores. Os demais subcoletores descarregam direto nos coletores. No sistema de

águas cinzas, no pavimento tipo, cada ramal de esgoto de banheiro (onde são

atendidos apenas o lavatório e chuveiro) e de área de serviço descarregam em tubo

de queda próprio, todos com ventilação primária. No pavimento térreo, há uma coluna

de ventilação atendendo o ramal de esgoto do lavatório do banheiro. Os subcoletores

dos tubos de queda descarregam diretamente nos coletores.

No quadro 7 pode-se visualizar as quantidades de componentes de cada

projeto.

Quadro 7 – Comparação de componentes dos sistemas hidrossanitários de esgoto,

dos projetos com e sem reúso

(continua)

ESGOTO

Componentes

Projeto sem reúso Projeto com reúso

Sistema de esgoto Sistema de águas

negras Sistema de águas

cinzas

Quantidade (un.) Quantidade (un.) Quantidade (un.)

Ramal de esgoto 17 13 12

Tubo de queda 15 11 11

Coluna de ventilação 9 9 1

Subcoletor 15 11 11

Coletor predial 2 2 2

Caixa de gordura 2 2 0

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33

(conclusão)

Caixa de inspeção 4 4 4

Caixa de passagem 13 12 10

Pelo método UHC, temos que os ramais de descarga dos lavatórios, chuveiros

e tanques são de 40mm com 2% de inclinação, os ramais de descarga das maquinhas

de lavar roupas e pias são de 50mm com 2% de inclinação e os ramais de descarga

das bacias sanitárias são de 100mm com 1% de inclinação. Cada ramal de esgoto

tem o diâmetro da maior tubulação que o precede e, 2% de inclinação para os

diâmetros 20mm e 50mm, ou 1% de inclinação para os diâmetros de 100mm. Os tubos

de queda que atendem apenas o lavatório e o chuveiro dos banheiros são de 50mm,

os que atendem as áreas de serviço e os que atendem as cozinhas são de 75mm, e

os que atendem banheiros inteiros e os que atendem apenas a bacia sanitária são de

100mm. As colunas de ventilação são de 75mm e os ramais de ventilação são de

50mm. Os subcoletores e coletores prediais são de 100mm com 1% de inclinação.

Em cada ponto de coleta de lavatório e tanque há 2 joelhos de 90º e 40mm, de

pia e máquina de lavar roupar 2 joelhos de 90º e 50mm e de bacia sanitária 1 curva

curta de 90º e 100mm. Na junção do ramal de esgoto com o tubo de queda há 1 joelho

de 45º e 1 junção, do tamanho correspondente ás tubulações.

No final de cada tubo de queda há 1 curva longa de 90º. Como todos os

subcoletores são de 100mm, se o tubo de queda não for também de 100mm, junto

com a curva longa há 1 redução excêntrica e 1 tê de inspeção.

Em todas as mudanças de direção na horizontal dos ramais e subcoletores há

um joelho de 45º ou uma junção.

Todos os pontos onde os subcoletores se juntam com os coletores há uma

caixa de passagem de 20x20cm ou de inspeção de 60x60cm.

Em cada banheiro e área de serviço há uma caixa sifonada de 100mm com

saída de 50mm e em cada chuveiro há um ralo seco de 100mm com saída de 40mm.

As caixas de gordura são duplas de 600mm e se localizam no térreo.

No quadro 8 é mostrado a quantidade de cada peça, no projeto sem reúso e no

projeto com reúso.

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34

Quadro 8 – Quantidade de peças nos sistemas hidrossanitários de esgoto, nos

projetos com e sem reúso

ESGOTO

Peças Unidade

Projeto sem reúso

Projeto com reúso

Quantidade Quantidade

Tubulação 40mm m 51,38 48,91

Tubulação 50mm m 123,62 217,56

Tubulação 75mm m 181,17 181,17

Tubulação 100mm m 225,72 324,35

Joelho 45º 40mm un. 9 9

Joelho 45º 50mm un. 70 124

Joelho 45º 75mm un. 1 0

Joelho 45º 100mm un. 19 22

Joelho 90º 40mm un. 70 70

Joelho 90º 50mm un. 94 54

Junção 45º 50mm un. 0 21

Junção 45º 75mm un. 1 0

Junção 45º 100mm un. 23 30

Junção 45º 50x75mm un. 24 24

Junção invertida 45º 50x75mm un. 22 16

Junção 45º 50x100mm un. 22 21

Curva curta 90º 100mm un. 23 23

Curva longa 90º 50mm un. 0 6

Curva longa 90º 75mm un. 7 5

Curva longa 90º 100mm un. 23 34

Tê de inspeção 75mm un. 1 0

Tê de inspeção 100mm un. 6 15

Tê 50mm un. 0 1

Tê 100x50mm un. 22 1

Redução excentrica 100x50mm un. 0 7

Redução excentrica 100x75mm un. 6 8

Terminal de ventilação un. 8 10

Caixa sifonada 100x0100x50mm un. 35 35

Ralo seco 100x40mm un. 21 21

Caixas de gordura 600mm un. 2 2

Caixa de passagem 20x20cm un. 13 22

Caixa de inspeção 60x60cm un. 4 8

As tubulações, joelhos, junções, curvas, tês, reduções, ralos secos e caixas sifonadas são de PVC soldável; A caixas de gordura, caixas de passagem e caixas de inspeção são de concreto pré moldado;

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35

Todas as plantas do sistema hidrossanitário de esgoto do projeto sem reúso e

do projeto com reúso podem ser encontradas no APÊNDICE A e no APÊNDICE B,

respectivamente.

CUSTOS DOS PROJETOS

Dois dos reservatórios usados não foram encontrados na tabela SINAPI, então,

seus custos foram retirados de lojas eletrônicas. São esses: Reservatório de 3000L

(Leroy Merlin, 2016) e reservatório de 4000L (Leroy Merlin, 2016).

Os custos totais de fornecimento e instalação das peças do sistema

hidrossanitário de água fria dos projetos com e sem reúso foram, respectivamente,

R$28.165,28 e R$22.240,21 , como pode-se observar no quadro 9.

Quadro 9 – Custo total dos projetos hidrossanitários de água fria com e sem reúso

(continua)

ÁGUA FRIA

Peça Localização Unidade

Custo unitário

(R$)

Projeto sem reúso

Projeto com reúso

Quant. Custo total (R$)

Quant. Custo total (R$)

Tubulação 20mm Sub-ramal m 10,74 12,30 132,10 16,7 179,35

Tubulação 20mm Ramal m 4,71 5,75 27,08 15,8 74,41

Tubulação 25mm Sub-ramal m 12,78 243,30 3109,37 291,9 3730,48

Tubulação 25mm Ramal predial e de alimentação

m 3,20 48,30 154,56 60,65 194,08

Tubulação 25mm Ramal m 5,83 134,90 786,47 278,7 1624,82

Tubulação 25mm Reservação m 6,30 0,80 5,04 1,6 10,08

Tubulação 32mm Ramal m 9,56 98,00 936,88 196 1873,76

Tubulação 32mm Reservação m 9,41 6,00 56,46 12 112,92

Tubulação 40mm Coluna de distribuição

m 9,29 15,80 146,78 20,9 194,16

Tubulação 50 mm Barrilete m 11,50 5,20 59,80 9,65 110,97

Tubulação 50 mm Reservação m 15,46 4,00 61,84 8 123,68

Joelho 90º 20mm Sub-ramal un. 4,36 5 21,80 5 21,8

Joelho 90º 20mm Ramal un. 2,95 1 2,95 3 8,85

Joelho 90º 25mm Sub-ramal un. 5,23 117 611,91 117 611,91

Joelho 90º 25mm Reservação un. 2,78 6 16,68 4 11,12

Joelho 90º 25mm Ramal un. 3,60 30 108,00 81 291,60

Joelho 90º 32mm Ramal un. 5,11 44 224,84 44 224,84

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36

(continuação)

Joelho 90º 32mm Reservação un. 5,57 3 16,71 4 22,28

Joelho 90º 40mm Coluna de distribuição

un. 6,86 3 20,58 6 41,16

Joelho 90º 50mm Reservação un. 10,06 2 20,12 4 40,24

Joelho 90º 50mm Barrilete un. 8,32 1 8,32 2 16,64

Joelho 90º 25x20mm

Ramal un. 1,59 1 1,59 2 3,18

Joelho 90º 32x25mm

Ramal un. 2,20 13 28,60 26 57,20

Joelho c/ bucha de latão 90º 20mm x

1/2" Sub-ramal un.

7,97 3 23,91 5 39,85

Joelho c/ bucha de latão 90º 25mm x

1/2" Sub-ramal un.

8,77 99 868,23 99 868,23

Tê 90º 20mm Sub-ramal un. 6,07 2 12,14 2 12,14

Tê 90º 20mm Ramal un. 4,20 0 0,00 1 4,20

Tê 90º 25mm Sub-ramal un. 7,28 66 480,48 45 327,60

Tê 90º 25mm Ramal un. 5,11 3 15,33 12 61,32

Tê 90º 32mm Reservação un. 6,16 3 18,48 4 24,64

Tê 90º 32x25mm Ramal un. 4,11 12 49,32 12 49,32

Tê 90º 40x32mm Coluna de distribuição

un. 5,61 12 67,32 24 134,64

Tê 90º 50x40mm Barrilete un. 9,72 2 19,44 4 38,88

Tê com bolsa e rosca 90º

20mmx1/2" Sub-ramal un.

1,64 2 3,28 0 0

Adaptador com bolsa e rosca 90º

20mmx1/2" Sub-ramal un.

3,38 2 6,76 4 13,52

Adaptador com bolsa e rosca 90º

25mmx3/4" Sub-ramal un.

3,95 108 426,60 192 758,40

Adaptador 25mmx3/4" com flange e anel de

vedação

Reservação un.

9,51 5 47,55 6 57,06

Adaptador 32mmx1" com

flange e anel de vedação

Reservação un.

11,97 6 71,82 8 95,76

Adaptador 50mmx1.1/2" com flange e anel de

vedação

Reservação un.

22,40 1 22,40 2 44,80

Bucha 50x40mm Barrilete un. 2,03 1 2,03 2 4,06

Luva 40x32mm Coluna de distribuição

un. 4,96 1 4,96 2 9,92

Luva e rosca 32mmx1"

Ramal un. 5,59 26 145,34 26 145,34

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(conclusão)

Registro de gaveta 1/2"

Sub-ramal un. 80,64 1 80,64 3 241,92

Registro de gaveta 3/4"

Sub-ramal un. 90,03 33 2970,99 54 4861,62

Registro de pressão 3/4"

Sub-ramal un. 86,20 21 1810,20 21 1810,20

Registro de esfera 25mm

Reservação un. 17,13 5 85,65 6 102,78

Registro de esfera 32mm

Reservação un. 28,39 3 85,17 4 113,56

Registro de esfera 32mm

Ramal un. 22,69 13 294,97 26 589,94

Registro de esfera 50mm

Reservação un. 40,05 1 40,05 2 80,10

Torneira de boia convencional 3/4"

Reservação un. 20,40 3 61,20 4 81,60

Hidrômetro unijato vazão max. 7m3/h

de 1"

Ramal predial e ramais

un. 345,45 14 4836,30 14 4836,30

Kit completo cavalete com registro 3/4"

Ramal predial un. 51,26 1 51,26 1 51,26

Reservação 1000L com tampa

Reservação un. 303,05 0 0,00 1 303,05

Reservação 2000L com tampa

Reservação un. 633,81 0 0,00 1 633,81

Reservação 3000L com tampa

Reservação un. 890,00 2 1780,00 1 890,00

Reservação 4000L com tampa

Reservação un.

1299,90 1 1299,90 1 1299,90

Total: 22240,21 Total: 28165,28

Os custos totais de fornecimento e instalação das peças do sistema

hidrossanitário de esgoto dos projetos com e sem reúso foram, respectivamente,

R$24.471,80 e R$18.285,95 , como pode-se observar no quadro 11.

Quadro 10 – Custo total dos projetos hidrossanitários de esgoto com e sem reúso

(continua)

ESGOTO

Peças Subdivisão Unidade Custo

unitário (R$)

Projeto sem reúso Projeto com reúso

Quant. Custo total (R$)

Quanti. Custo

total (R$)

Tubulação 40mm Ramal m 12,64 51,38 649,44 48,91 618,22

Tubulação 50mm Ramal m 18,80 69,83 1312,80 81,88 1539,34

Tubulação 50mm Tubo de queda m 8,00 0 0 68,04 544,32

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38

(continua

ção)

Tubulação 50mm Ventilação m 8,00 53,79 430,32 67,65 541,2

Tubulação 75mm Tubo de queda m 12,50 78,08 976,00 78,08 976,00

Tubulação 75mm Ventilação m 12,50 103,09 1288,62 103,09 1288,62

Tubulação 100mm Ramal m 35,85 20,71 742,45 26,42 947,15

Tubulação 100mm Tubo de queda m 15,56 94,01 1462,79 111,72 1738,36

Tubulação 100mm Subcoletor m 35,85 46,18 1655,55 66,65 2389,40

Tubulação 100mm Coletor m 35,85 64,82 2323,79 119,56 4286,22

Joelho 45º 40mm Ramal un. 5,81 9 52,29 9 52,29

Joelho 45º 50mm Ramal un. 7,46 48 358,08 80 596,80

Joelho 45º 50mm Ventilação un. 4,75 22 104,50 44 209,00

Joelho 45º 75mm Subcoleto un. 12,64 1 12,64 0 0

Joelho 45º 100mm Ramal un. 15,75 12 189,00 12 189,00

Joelho 45º 100mm Subcoletor un. 15,45 7 108,15 10 154,50

Joelho 90º 40mm Ramal un. 5,12 70 358,40 70 358,40

Joelho 90º 50mm Ramal un. 6,97 50 348,50 50 348,50

Joelho 90º 50mm Ventilação un. 4,26 44 187,44 4 17,04

Junção 45º 50mm Tubo de queda un. 5,38 0 0 21 112,98

Junção 45º 75mm Subcoletores un. 10,18 1 10,18 0 0

Junção 45º 100mm

Tubo de queda un. 14,40 21 302,40 21 302,4

Junção 45º 100mm Subcoletor un. 24,13 2 48,26 2 48,26

Junção 45º 100mm Ventilação un. 24,57 0 0 7 171,99

Junção 45º 50x75mm

Tubo de queda un. 7,98 24 191,52 24 191,52

Junção invertida 45º 50x75mm Ventilação un. 7,45 22 163,90 16 119,20

Junção 45º 50x100mm Ramal un. 10,40 22 228,80 0 0

Junção 45º 50x100mm Ventilação un. 10,40 0 0 21 218,4

Curva curta 90º 100mm Ramal un. 22,77 23 523,71 23 523,71

Curva longa 90º 50mm Subcoletor un. 11,11 0 0 6 66,66

Curva longa 90º 75mm Subcoletor un. 25,80 7 180,60 5 129,00

Curva longa 90º 100mm Subcoletor un. 39,06 23 898,38 34 1328,04

Tê de inspeção 75mm Subcoletor un. 19,37 1 19,37 0 0

Tê de inspeção 100mm Subcoletor un. 26,27 6 157,62 15 394,05

Tê 50mm Ventilação un. 9,25 0 0 1 9,25

Tê 100x50mm Ventilação un. 9,29 22 204,38 1 9,29

Redução excentrica 50x100mm Subcoletor un. 3,10 0 0 7 21,70

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(conclusão)

Redução excentrica 75x100mm Subcoletor un. 3,78 6 22,68 8 30,24

Terminal de ventilação Ventilação un. 4,60 8 36,80 10 46,00

Caixa sifonada 100x0100x50mm Ramal un. 21,44 35 750,40 35 750,40

Ralo seco 100x40mm Ramal un. 8,08 21 169,68 21 169,68

Caixas de gordura 600mm Subcoletor un. 216,20 2 432,40 2 432,40

Caixa de passagem 20x20cm Subcoletor un. 41,48 13 539,24 22 912,56

Caixa de inspeção 60x60cm Subcoletor un. 211,21 4 844,84 8 1689,68

Total: 18285,95 Total: 24471,80

Os custos totais dos projetos com e sem reúso de águas cinzas, foram de

R$51.882,11 e R$39.810,03, respectivamente, como pode-se observar no quadro 11.

Quadro 11 – Custo total dos sistemas hidrossanitários de água fria e esgoto dos

projetos com e sem reúso

CUSTO TOTAL

Sistema Projeto sem reúso Projeto com reúso

Água fria 22.240,21 28.165,28

Esgoto 18.285,95 24.471,80

Total 40.526,16 52.637,08

Os custos dos sistemas hidrossanitários de água fria e de esgoto, do projeto

com reúso, aumentaram em 26,6% e 33,8%, respectivamente, em relação ao projeto

sem reúso. No total, o custo do projeto com reúso é 29,9% mais caro do que o custo

do projeto sem reúso.

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40

5 CONCLUSÃO

Com o objetivo de avaliar o custo para a implantação das instalações

hidrossanitárias de um projeto com reúso em um edifício multifamiliar, não

considerando o custo com o sistema de tratamento, em que toda água cinza será

reutilizada nas bacias sanitárias, e comparar com o custo de implantação das

instalações hidrossanitárias de um projeto sem reúso, foi feito o traçado,

dimensionamento, tabela de peças e tabela de custo dos sistemas hidrossanitários de

água fria e de esgoto, dos projetos com e sem reúso, do edifício multifamiliar

escolhido, cujos resultados obtidos permitem concluir que, na edificação multifamiliar

utilizada no estudo, a instalação predial de água fria e esgoto do sistema com reúso

de águas cinzas que, abastece bacias sanitárias, resultou cerca de 29,9% mais caro

que o sistema convencional.

No resultado chegado não foi considerado o custo de tratamento da água, que

seria um custo fixo, não avaliado neste trabalho.

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6 BIBLIOGRAFIA

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APÊNDICE A – Plantas do projeto sem reúso

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APÊNDICE B – Plantas do projeto com reúso