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Procedimento Ope- racional Padrão POP/UNIDADE DE NUTRIÇÃO CLÍNICA/14/2019 Avaliação e Intervenção Nutricional em Pacientes Hepato- patas em Lista de Espera de Transplante Hepático Versão 2.0 UNC

Versão 2 - HU-UFSC

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Page 1: Versão 2 - HU-UFSC

Procedimento Ope-

racional Padrão

POP/UNIDADE DE NUTRIÇÃO

CLÍNICA/14/2019

Avaliação e Intervenção Nutricional em Pacientes Hepato-

patas em Lista de Espera de Transplante Hepático

Versão 2.0

UNC

Page 2: Versão 2 - HU-UFSC
Page 3: Versão 2 - HU-UFSC

Procedimento Operacional Pa-

drão

Avaliação e Intervenção Nutricional em Paci-

entes Hepatopatas em Lista de Espera de

Transplante Hepático

POP/UNIDADE DE NUTRIÇÃO CLÍNICA/14/2019

Page 4: Versão 2 - HU-UFSC

Versão 2.0

® 2019, Ebserh. Todos os direitos reservados

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh

www.Ebserh.gov.br

Material produzido pela Unidade de Nutrição Clínica / Ebserh

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins comerciais.

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação

POP: Avaliação e Intervenção Nutricional em Pacientes Hepatopatas em

Lista de Espera de Transplante Hepático – Diretoria – Unidade de Nutrição

Clínica – Florianópolis: EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospi-

talares, 2019. 25p.

Palavras-chaves: 1 – POP; 2 – Nutrição clínica; 3 – transplante hepático

Page 5: Versão 2 - HU-UFSC

EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES – EBSERH

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Campus Universitário, Rua Professora Maria Flora Pausewang, s/nº

Bairro Trindade | CEP: 88036-800 | Florianópolis- SC |

Telefone: (48) 3721 - 9100 | http://www2.ebserh.gov.br/web/hu-ufsc

RICARDO VÉLEZ RODRÍGUEZ

Ministro de Estado da Educação

OSWALDO FERREIRA

Presidente da Ebserh

MARIA DE LOURDES ROVARIS

Superintendente do HU-UFSC/Filial Ebserh

PAULO PEIXOTO PORTELLA

Gerente Administrativo do HU-UFSC/Filial Ebserh

FRANCINE LIMA GELBCKE

Gerente de Atenção à Saúde do HU-UFSC/Filial Ebserh

ROSEMERI MAURICI DA SILVA

Gerente de Ensino e Pesquisa do HU-UFSC/Filial Ebserh

MICHEL MAXIMINIANO FARACO

Chefe da Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HU-UFSC/Filial Ebserh

ANA CLÁUDIA BERENHAUSER TOMASI

Chefe da Unidade de Nutrição Clínica do HU-UFSC/Filial Ebserh

EXPEDIENTE

Unidade de Nutrição Clínica

Produção

Page 6: Versão 2 - HU-UFSC

HISTÓRICO DE REVISÕES

Data Versão Descrição Gestor do POP Autor/responsável por

alterações

01/06/2011 1.0

Trata dos procedimentos de

avaliação e intervenção nutrici-

onal

Ana Cláudia Berenhauser

Tomasi

Maria Luiza Aires de

Alencar e Alessandra Erd-

mann

15/03/2019 2.0

Trata dos procedimentos de or-

ganização de Audiência Pú-

blica

Ana Cláudia Berenhauser

Tomasi

Alessandra Erdmann e

Angela Martinha Bongi-

olo

Page 7: Versão 2 - HU-UFSC

Sumário

Este POP foi desenvolvido para atendimento aos pacientes em tratamento de enfermidades

hepáticas severas e irreversíveis conforme está descrito no anexo do Regulamento Técnico do

Sistema Nacional de Transplantes, Capítulo V (Da Seleção de Doadores e Receptores e da Distri-

buição de Órgãos), módulo IV (Módulo de Fígado) que são candidatos à entrada em lista de espera

para transplante hepático.

Objetivo

Realizar avaliação nutricional de pacientes hepatopatas em lista de espera de transplante hepático

A avaliação pré-transplante é realizada à nível ambulatorial, portanto para agendamento de Con-

sultas:

▪ Os pacientes com doenças hepáticas severas e irreversíveis são encaminhados para

atendimento nutricional pelos Gastroenterologistas/Hepatologistas da Equipe de

Transplante Hepático do Hospital Universitário.

▪ O agendamento é realizado através de contato telefônico realizado pela nutricionista

responsável pela avaliação pré-transplante; a seguir, o paciente é incluído na agenda de

atendimentos junto ao Serviço de Atendimento de Marcação de Consultas, às 2as feiras, a

partir das 08:00 horas da manhã;

▪ Os retornos são realizados através de agendamento, pelos próprios pacientes, junto ao

Serviço de Atendimento de Marcação de Consultas, de acordo com a necessidade e/ou

protocolo previamente estabelecido. Os retornos também podem ser solicitados pelos

profissionais médicos da equipe de Transplante Hepático.

Etapas do atendimento:

▪ Entrevista com paciente conforme agenda ambulatorial disponível. Na entrevista são

coletadas informações sobre a história de saúde e nutrição. Também, são realizados os

exames físico e antropométrico.

▪ A partir dos dados coletados realiza-se a avaliação nutricional, cálculo das necessidades

nutricionais e orientação nutricional do paciente. Finalmente, se elabora parecer técnico de

Page 8: Versão 2 - HU-UFSC

nutrição sobre as condições nutricionais para realização do transplante hepático. O parecer

é apresentado à Equipe de Transplante em reuniões mensais.

▪ Os materiais utilizados são: prontuário do paciente, ficha de “Avaliação Nutricional do

Paciente a ser inserido em Lista de Espera para Transplante Hepático” (ANEXO 1) e

formulário de “Orientação Nutricional para o Período de Pré-Transplante Hepático”

(ANEXO 2). Os pacientes que necessitam de orientações complementares recebem

orientações padronizadas pelo Serviço de Nutrição e Dietética ou dietas individualizadas.

▪ O paciente em avaliação nutricional Pré-Transplante Hepático pode ter a necessidade de

retornar ao atendimento nutricional em mais de uma ocasião, a depender de seu estado

nutricional.

▪ O ambulatório dispõe de balança Filizola® com capacidade máxima de 150 kg e

antropômetro vertical, mesa e cadeiras para a entrevista e maca. São utilizados ainda

adipômetro da marca cescorf® , fita métrica, calculadora digital e material de escritório.

▪ A avaliação do estado nutricional dos pacientes em período de Pré-Transplante Hepático é

baseada no Manual de Avaliação e Recomendações Nutricionais da DND do HU-UFSC

(ANEXO 6 do POP 001);

▪ O cálculo das necessidades nutricionais dos pacientes em período de pré-transplante de

fígado é baseado no Manual de Avaliação e Recomendações Nutricionais da DND do HU-

UFSC (ANEXO 7 do POP 001).

Page 9: Versão 2 - HU-UFSC

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO/

UNIDADE DE NUTRIÇÃO CLÍNICA

ANEXO 1

FICHA DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE A SER INSERIDO EM LISTA DE

TRANSPLANTE HEPÁTICO

DADOS PESSOAIS

Nome: ____________________________________________ Reg: __________

Sexo: M ( ) F ( ) Idade: _____ Data avaliação: ___/___/___ EC: ___________

Procedência: ____________ Tel. Contato: ________________________________

Acompanhante: __________________________________ Filhos: ____________

HISTÓTIA CLÍNICA

Diagnóstico atual:

____________________________________________________________________

HMP:

( ) DM ( ) Insulino-dependente ( ) Uso hipog. oral ( ) Controle só c/ dieta

( ) HAS ( ) Uso de anti-hipertensivo; Qual: ________________________________

( ) Dislipidemia ( ) Câncer ( ) Cardiopatia

Infecção crônica/recorrente ( ) Sim ( ) Não Qual: __________________________

Função Renal: ( ) Normal ( ) Reduzida s/ HD ( ) Reduzida c/ HD; desde:_______

Uso de diurético: ( ) Sim ( ) Não; Qual:__________________________________

Presença de VE: ( ) Sim ( ) Não; LEVE: ( ) Sim ( ) Não; Última: _____________

História de HE: ( ) Sim ( ) Não

Cirrose: ( ) Sim ( ) Não; Paracentese: ( ) Não ( ) Sim; Qto tempo: ____________

Page 10: Versão 2 - HU-UFSC

HISTÓRIA SOCIAL:

Tabagismo: ( ) Não ( ) Sim ( ) Ex-tab; Parou há: ___________________________

Etilismo: ( ) Não ( ) Sim ( ) Ex. Etilis; Parou há: ___________________________

Outras drogas: ( ) Não; Sim ( ); Quais: ____________________________________

Ex usuário: _________________________ Parou há: _______________________

HISTÓRIA FUNCIONAL:

( ) Sem disfunção

( ) C/ disfunção: ( ) aposentado por invalidez ( ) passa grande parte do tempo dei-

tado ( ) Realiza alguns afazeres domésticos

ELIMINAÇÕES:

Evacuação:

Frequência das evacuações: ________________ Consistência das fezes:_________

Presença de produtos patológicos nas fezes: ( ) Não ( ) Sim; O quê? ___________

Faz uso de laxante: ( ) Não ( ) Sim Qual: ______________________________

Diurese:

( ) normal; ( ) Poliúria ( ) Nictúria; ( ) Disúrioa ( ) Hematúria; ( ) Incontinência

QUEIXAS DO TRATO GASTROINTESTINAL:

( ) Sem queixas; ( ) Disfagia ( ) Odinofagia; ( ) Pirose; ( ) Flatulência; ( ) Náusea

( ) Vômitos; ( ) Hematêmese; ( ) Dif. Mastigação ( ) Anorexia; ( ) Empachamento

SINAIS CLÍNICOS DE RETENÇÃO HÍDRICA:

Edema de MMIIs Anasarca Ascite

( ) Ausente

( ) Presente

Grau: _____________ _

( ) Ausente

( ) Presente

( ) Ausente

( ) Presente

Grau: _______________

Page 11: Versão 2 - HU-UFSC

AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA: DATA: _____/____/_____

HB: _______

g/dL

HT: _______

%

Leuco:______

mm3

Seg: ______

Linf: _______

mm3

Plaq: _______

mm3

Ptn T: ______

g/dL

Alb: ________

g/Dl

Glic: _______

mg/dL

Hb glicosi-

lada:_______

%

Fe sérico:

_______

Ferritina:

_________

Transferrina:

___________

Sat

Trans:_____

CT: ________

mg/dL

HDL:

________

mg/dL

LDL:

________

mg/dL

Casteli

I:________

Casteli II:

___________

TG: ______

mg/dL

Creat: ______

mg/dL

Ur: ______

mg/dL

BT: ______ BD: ______ BI: ________

Ptn Creat:

________

K; _______ Na: ________ Ác. Úrico:

__________

Ac. Fólico:

___________

Vit. B12:

____________

TGP: ______ TGO:_______ GGT: ______ FA: ________

Na

urin.:_______

A feto: _____ TSH: ______ T3:_________ T4:________

Amilase:____ Lipase: _____ CaT:_______ BnpNt: _____ Mg: _______

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

Peso usual: ________ Altura: ______m A2 ( ) IMC u: _______kg/m2

Peso atual: ______kg (-) _____kg ascite (-)______ kg edema = P seco: _____ kg

IMC a: ______ kg/m2 % PP: ________________ Tempo: __________

Peso ideal: ________ kg

CB: ________ cm ( % Adeq: _________ ) e Percentil: ____________

Classificação do EN conforme CB: Depleção: ( ) Leve ( ) Moderada ( ) Grave

PCT: ______ mm ( % Adeq: _________ ) e Percentil: ____________

Classificação do EN conforme PCT: Depleção: ( ) Leve ( ) Moderada ( ) Grave

CMB: _____ cm ( % Adeq: _________ ) e Percentil: ____________

Page 12: Versão 2 - HU-UFSC

Classificação do EN conforme PCT: Depleção: ( ) Leve ( ) Moderada ( ) Grave

CC: __________ cm Cab: ______ cm Hérnia umbilical: ( ) Sim ( ) Não

DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL:

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

NECESSIDADES NUTRICIONAIS:

NET: __________________ Kcal/d (____ Kcal/kg PA/d) ou ______ Kcal/kg PI/d)

Ptn: _________ g/d (____ g/kg PA/d) ou ______ g/Kg PI/d)

AVALIAÇÃO DIETÉTICA:

Intolerâncias/alergias alimentares: ( ) não ( ) sim Qual alimento: ____________________

Aversões alimentares: ( ) não ( ) sim Qual alimento: ______________________________

Usa suplemento alimentar: ( ) sim ( ) não Min/ Vit: ( ) sim ( ) não

Qual: _______________________________________________________________

Quem prepara a comida em casa: _______________________

Costuma comer fora de casa: ( ) sim ( ) não Segue alguma dieta: ( ) não ( ) sim Qual:

_________________________________________________________________________

Em relação ao sal, sua comida é: ( ) normal ( ) insossa ( ) salgada

Usa temperos industrializados: ( ) não ( ) sim Qual: ________________

Que tipo de gordura usa para cozinhar: ________________________________

Page 13: Versão 2 - HU-UFSC

REGISTRO ALIMENTAR

ALIMENTO/REFEIÇÃO QUANTIDADE

Page 14: Versão 2 - HU-UFSC

QUESTIONÁRIO DE FREQUENCIA DE CONSUMO ALIMENTAR

ALIMENTO QUANTIDADE FREQUÊNCIA

Água

Água com gás

Suco de pacotinho

Suco de caixinha

Refrigerante

Açúcar branco

Adoçante

Doces em geral

Margarina

Manteiga

Nata

Banha

Conservas

Embutidos

Leite

Queijo

Iogurte

Frutas

Page 15: Versão 2 - HU-UFSC

Verduras/ legumes

Carne bovina

Carne suína

Carne de frango

Ovos

Frutos do mar

Cereais integrais

Pratos industrializados

Arroz

Massas

Batata/ aipim/bat.

doce/cara

Leguminosas

Soja/ Derivados

Geléia/mel/melado

CONDUTA DIETOTERÁPICA:

Dieta ( ) Oral ( ) enteral Entrega de ON pré-TX: ( ) Sim ( ) Não

Suplementação nutricional pré-TX: ( ) Não ( ) Sim

Qual: _______________________________________________________________

Observações:

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

Page 16: Versão 2 - HU-UFSC

PARECER FINAL

( ) Apto ao transplante de Fígado sem restrições

( ) Apto ao transplante de Fígado com restrições

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

( ) Transplante de Fígado desaconselhado

_____________________________________________________________________

Nutricionista: ________________________________________

Page 17: Versão 2 - HU-UFSC

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO/

UNIDADE DE NUTRIÇÃO CLÍNICA

ANEXO 2

ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL PARA O PERÍODO DE PRÉ-TRANSPLANTE

HEPÁTICO

O transplante hepático é uma grande cirurgia que exige do paciente um gasto elevado de suas

reservas corporais de energia e nutrientes, tanto no momento do procedimento cirúrgico como no

pós-operatório. Por isso, no pré-operatório, o paciente deve apresentar a melhor condição nutrici-

onal possível.

O estado nutricional adequado vai favorecer a redução de complicações, recuperação mais

rápida e menor tempo de internação.

Sendo assim, o atendimento ambulatorial de nutrição no pré-transplante tem dois objetivos:

a) avaliar o estado nutricional do paciente candidato a entrada em lista de espera;

b) realizar Orientação Alimentar e Nutricional para promover a melhor condição nutricional do

paciente nas fases de pré, trans e pós transplante.

A seguir, estão apresentadas orientações gerais de alimentação e nutrição que devem ser seguidas

pelo paciente em lista de espera para o transplante hepático.

Principais cuidados com a alimentação no pré-operatório:

✓ Fazer refeições variadas, incluindo alimentos de todos os grupos alimentares. A variedade

de alimentos é importante para aproveitar melhor os diversos nutrientes necessários ao bom

funcionamento do nosso corpo: carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, minerais e

fibras.

✓ Fazer de 5 a 6 refeições ao dia (café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde,

jantar e lanche da noite), em horários regulares, em intervalos de no máximo 3 horas,

evitando jejum prolongado ou excesso de alimentação em uma mesma refeição. Se

necessário, fracionar ainda mais as refeições para evitar sensação de desconforto, muito

comum em pacientes com ascite (água na barriga).

Page 18: Versão 2 - HU-UFSC

✓ Ingerir diariamente a quantidade de alimentos necessária para manter o seu peso adequado

ou pelo menos próximo dele, nem muito magro e nem com excesso de peso. É importante

diferenciar o excesso de peso (gordura corporal: sobrepeso e obesidade) de acúmulo de

líquidos no corpo (edema e ascite). O nutricionista lhe ajudará nessa avaliação!

✓ Comer devagar, mastigando bem os alimentos para facilitar a digestão e aproveitar melhor

os nutrientes.

✓ Manter uma boa higiene oral para melhorar a percepção de sabor dos alimentos.

✓ Adequar a consistência dos alimentos a sua condição de mastigação e deglutição.

✓ Evitar comer em restaurantes que não possuem opções de alimentos saudáveis.

Recomendação de consumo alimentar diário (por grupos alimentares)

• Cereais, pães, tubérculos e raízes: arroz, milho trigo, aveia, centeio e cevada e seus

derivados (pães, bolos, biscoitos), preferindo os integrais; batatas em geral, aipim

(macaxeira), cará, inhame: 6 a 11 porções ao dia. 1 Porção equivale a: 1 fatia de pão ou

½ xícara (chá) de cereais (tipo granola) ou ½ xícara (chá) de arroz ou ½ xícara (chá) de

macarrão cozido.

• Hortaliças (verduras e legumes) sempre que possível cruas: 3 a 5 porções ao dia. 1 Porção

equivale a: 1 xícara (chá) de folhas cruas ou ½ xícara (chá) de legumes.

• Frutas sempre que possível com casca e bagaço; sucos naturais: 2 a 4 porções ao dia. 1

Porção equivale a: 1 fruta fresca ou ¾ xícara (chá) de suco (extraído da polpa).

*Observação: Os vegetais crus devem ser bem lavados em água corrente e deixados de

molho por 15 minutos em uma solução preparada com 1 litro de água e 1 colher de sopa de

hipoclorito (água sanitária). Após os 15 minutos, lavar novamente para retirar o resíduo do

hipoclorito. Utilizar imediatamente ou guardar em recipiente fechado na geladeira para o ho-

rário da refeição. Fazer este processo para todos os alimentos que serão ingeridos crus, in-

clusive aqueles usados no preparo de sucos.

• Leite e produtos lácteos, usar os desnatados ou com baixo teor de gordura: 2 a 3 porções

ao dia. 1 Porção equivale a: 1 copo de leite ou iogurte ou 2 fatias de queijo (prefira os

queijos frescos).

• Carnes e ovos: usar carnes magras, sem pele e gordura aparente. Dar preferência as carnes

brancas; Carnes vermelhas no máximo três vezes por semana; ovo preferencialmente

Page 19: Versão 2 - HU-UFSC

cozido, mexido ou como omelete: 2 porções ao dia. 1 Porção equivale a:1 filé pequeno de

carne bovina, peixe ou ave ou 1 ovo.

• Leguminosas, nozes e castanhas (feijões, lentilha, ervilha, grão-de-bico, tremoço, soja,

fava): 1 porção ao dia. 1 Porção equivale a: ½ xícara (chá) de feijão (ou substituto) ou ½

xícara de nozes ou castanhas.

*Observação: Se não conseguir comer duas porções de carne por dia pode substituir uma

delas por mais uma porção de leguminosa.

• Óleos e gorduras: utilizar os óleos com moderação no preparo dos alimentos e para

temperar saladas (soja, milho, canola, algodão, oliva, etc): Usar o equivalente a 2 colheres

de sopa de óleo por dia . Usar com muita moderação manteiga ou margarina livre de

gordura trans para passar no pão ou biscoitos: o equivalente a 2 pontas de faca por dia.

• Açúcar e doces: utilizar com moderação todos os alimentos deste grupo (açúcar refinado

ou mascavo, mel, melado, geléias, xarope de milho, chocolates, achocolatados, balas, bolos,

biscoitos doces, tortas, leite condensado, doce de frutas, sorvetes cremosos, etc). Muitos

destes alimentos também são ricos em gorduras. Pacientes diabéticos não devem

consumir açúcar ou alimentos que contenham açúcar!!!

*Observação: Os alimentos deste grupo serão ajustados de acordo com orientação do Nutri-

cionista. Os diabéticos terão um controle mais rigoroso destes alimentos. A ingestão de ali-

mentos diet e light só deve ser utilizada sob orientação de Nutricionista ou Médico.

Outras orientações

• Fibras: seguindo as recomendações de consumo de cereais integrais, hortaliças e frutas,

descritas anteriormente, estará ingerindo uma boa quantidade de fibras. As fibras são

importantes para o bom funcionamento intestinal. Se apresentar constipação intestinal

(intestino preguiçoso) será necessário aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras e

a ingestão de líquidos. O uso de laxante deve seguir orientação médica.

Page 20: Versão 2 - HU-UFSC

• Líquidos: precisa reduzir a ingestão de líquidos? Sim ( ) Não ( )

SIM, é necessário controlar a ingestão de líquidos (por hiponatremia – redução de sódio sanguí-

neo):

- Controlar a ingestão de líquidos até no máximo ______ ml/dia. Esta quantidade deve ser

revisada com frequência por Nutricionista ou Médico.

- Considerar:

Todos os tipos de bebidas: água, água de coco, café, chá, leite, iogurte, sucos e vitaminas;

Alimentos e preparações ricas em água: sopa, caldos, etc;

Alimentos que ficam líquidos à temperatura ambiente: gelatina, gelo e sorvete.

Sugestões para controlar a sede e a quantidade dos líquidos ingeridos:

- Usar copos e xícaras pequenos para tomar os líquidos;

- Marcar num papel a quantidade ingerida, cuidando para não ultrapassar a recomendada;

- Consumir as bebidas geladas, ao invés de mornas ou quentes;

- Chupar 1 pedrinha de gelo feita com suco de limão;

- Quando recomendado, estimular a produção de saliva com o uso de balas duras azedas e chicletes,

ou chupando um pedaço de limão;

- Enxaguar a boca, fazendo bochechos com água, mas sem engolir;

- Escovar os dentes;

- Ingerir os remédios junto com alimentos sólidos;

- Evitar alimentos salgados.

NÃO é necessário controlar a ingestão de líquidos:

- Ingerir líquidos normalmente, em torno de 1,5 a 2 litros diários.

- Dê preferência à água mineral sem gás (ou água filtrada e fervida), aos sucos naturais e aos chás.

Page 21: Versão 2 - HU-UFSC

- Evitar o consumo de refrigerantes, chimarrão e água mineral com gás. A água de coco só deve

ser utilizada se recomendada pelo Nutricionista ou Médico. Ingerir os líquidos nos intervalos entre

as refeições para evitar sensação de saciedade (estufamento) e perda de apetite.

• Sal:

O sal é a principal fonte de um mineral chamado “sódio”, que é necessário ao nosso orga-

nismo em pequenas quantidades. Mas, em grandes quantidades, pode causar diversos problemas:

acúmulo de líquidos no corpo (edema ou inchaço), aumento da pressão arterial, piora de doenças

do fígado, doença nos rins, doenças do coração, entre outras. O “sódio” também é encontrado na-

turalmente nos alimentos (pouca quantidade), em alimentos industrializados com sal (grande quan-

tidade), inclusive os de sabor adocicado, em fermentos, conservantes, água (principalmente a mi-

neral com gás), alimentos diet e light e em alguns medicamentos. Ou seja, o sódio pode estar em

alimentos de sabor salgado e doce. É importante ler o rótulo dos alimentos e procurar pelas palavras

SÓDIO; CLORETO DE SÓDIO; CITRATO DE SÓDIO E OUTRAS.

*Observação: Um alimento contem média ou alta quantidade de sódio quando apresenta

acima de 120mg de sódio por 100g de produto. Leia os rótulos e embalagens de alimentos

para evitar aqueles com maior teor de sódio.

Precisa reduzir a ingestão de sal? Sim ( ) Não ( )

SIM, é necessária a redução de sal na alimentação (por hipertensão/edema/ascite/outros): utilizar

no máximo _____ g de sal por dia e não utilizar nenhum alimento industrializado com sal. Pre-

parar os alimentos em casa, usando temperos naturais para melhorar o sabor dos alimentos: alho,

cebola, cebolinha, salsa, louro, alecrim, manjericão, manjerona, canela, mostarda, (folha seca), oré-

gano, colorau, páprica, cominho, pimenta, cravo-da-índia, pimentão, curry, gengibre, salsinha, sál-

via, hortelã e tomilho. NÃO UTILIZAR TEMPEROS INDUSTRIALIZADOS (Knor, Maggi,

Arisco, Shoyo e outros).

*Observação: 1g de sal equivale a 1 colher de cafezinho rasa de sal.

Page 22: Versão 2 - HU-UFSC

Alimentos ricos em sal e sódio e que não devem ser consumidos:

Pães, biscoitos, torradas, batata palha, salgadinhos tipo Chips, etc; enlatados em conserva (palmito,

pepino, chucrute, milho, picles, cogumelo, azeitonas, ervilha enlatada, tremoço em conserva,etc); quei-

jos com sal (mussarela, prato, lanche, parmesão, provolone, requeijão, Polenguinho , etc); presunto,

mortadela, bacon, paio, salsicha, lingüiça, salame, patês, ovos em conserva, sardinha enlatada, atum

enlatado, aliche em conserva, carnes e peixes defumados, salgados ou curados (bacalhau, charque,

carne de sol, etc); oleaginosas preparadas com sal (nozes, amêndoas, amendoim, amendoim japonês,

pistache, avelãs, castanha de caju, castanha do Pará, castanha Portuguesa e pinhão); margarina,

manteiga, maionese; temperos: sal de cozinha, sal marinho, glutamato monossódico (Ajinomoto ),

temperos com sal (alho massa, temperos prontos, tabletes de caldos concentrados tipo Knorr ,

Maggi , etc); extrato e molho de tomate, catchup, mostarda, molho inglês, molho de soja (shoyu), so-

pas industrializadas, etc.

NÃO é necessária a redução de sal na alimentação: utilizar até 5g de sal por dia (valor de consumo

normal), sendo adicionado no máximo 2g no preparo dos alimentos e o restante sendo prove-

niente de alguns alimentos processados com sal (pães, biscoitos doces e salgados, queijo branco,

requeijão). Evitar todos os alimentos industrializados que contem quantidades elevadas de sal.

• Alimentos ricos em gorduras não devem ser consumidos:

Frituras, banha, carne gorda, pele de frango e de peixe, torresmo, bacon, camarão, miúdos/vísceras,

salame, mortadela, copa, presunto com gordura, queijo amarelo, creme de leite, nata, chantilly, etc.

Prefira a manteiga sem sal ao invés da margarina (creme vegetal). Coma com muita moderação!

*Observação: Muitos alimentos ricos em gorduras também são ricos em sal e sódio

• Em casos de encefalopatia hepática (situação de confusão mental, tontura, tremores, de-

sorientação): comunique imediatamente a equipe de saúde e evite consumir carnes verme-

lhas (principalmente miúdos e vísceras) e embutidos de uma forma geral; prefira carnes

brancas, leite e derivados, soja, feijão; faça uma alimentação rica em fibras (frutas laxativas

como mamão, laranja, ameixa seca), pães e outros cereais integrais para ajudar o funciona-

mento intestinal.

• Podem surgir outras situações clínicas associadas à doença hepática com necessidade

de ajuste da dieta. Cada situação será tratada conforme a necessidade.

Page 23: Versão 2 - HU-UFSC

DIETA DURANTE A INTERNAÇÃO

Em geral, o paciente sai da cirurgia com uma sonda naso-enteral para iniciar alimentação

enteral precoce após as primeiras 12 horas de pós-operatório. É comum que já no primeiro dia de

pós-operatório o paciente seja capaz de se alimentar por via oral, uma vez retirado o tubo oro-

traqueal que o auxilia a respirar através de aparelhos. A dieta será inicialmente líquida e evoluirá

conforme o estado clínico e a tolerância do paciente. A evolução da dieta seguirá a padronização

do Serviço de Nutrição e Dietética do HU/UFSC.

DIETA APÓS O TRANSPLANTE

No preparo para alta hospitalar você receberá a “Orientação Alimentar e Nutricional de

Alta” com informações detalhadas sobre a sua dieta e cuidados com a qualidade higiênico-sanitária

dos alimentos. Teoricamente você levará uma vida muito próxima do normal. Assim, a sua dieta

será normal, seguindo as orientações de uma alimentação saudável. No entanto, nos primeiros três

meses após o transplante você deverá ingerir apenas alimentos naturais cozidos, preparados para

consumo imediato e líquidos pasteurizados. No acompanhamento ambulatorial com o Nutrici-

onista serão realizados os ajustes da dieta.

• Prescrição de suplementação VO ou terapia nutricional via sondas:

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

____________________________________________

NUTRICIONISTA – CRN

Page 24: Versão 2 - HU-UFSC

CONDUTAS NO PACIENTE COM DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA EM LISTA DE

TRANSPLANTE HEPÁTICO - PROJETO DIRETRIZES 2011

• A TN está indicada nos desnutridos moderados ou graves e nos bem nutridos nos perío-

dos de descompensação da doença. Quando o paciente apresenta significante perda de

peso corporal (>5% em três meses; ≥ 10% em seis meses) ou quando a ingestão via oral

for inferior a 60%.

• Em casos onde há necessidade de via de alimentação alternativa, deve-se selecionar fór-

mula preferencialmente com densidade calórica maior que uma caloria por mL de dieta,

contendo todos os aminoácidos essenciais, com teor de sódio menor ou igual a 40

mEq/dia.

• A passagem de sonda está contraindicada somente nos pacientes com varizes esofágicas

ativas ou com risco de sangramento importante.

• Restrição proteica não está indicada para evitar ou controlar a encefalopatia hepática

(EH), principalmente nos graus mais inferiores (EH graus I, II e III). Recomenda-se a se-

leção e a distribuição equitativa da fonte proteica ao longo das refeições para o paciente

com EH graus I, II e III. Restrição do teor de proteína da dieta parece não ter qualquer

efeito benéfico para pacientes cirróticos durante episódio de EH.

• O uso de fórmulas especializadas está indicado somente naqueles pacientes que cursam

com encefalopatia hepática já em uso de TN enteral com fórmulas-padrão. 11.

• A suplementação perioperatória com dieta suplementada com AACR reduz a morbidade

associada a complicações pós-operatórias e estadia hospitalar, após ressecção hepática

por CHC. Suplementação nutricional oral com AACR é benéfica, aumenta o nível de al-

bumina plasmática, reduz a morbidade e melhora a qualidade de vida de pacientes sub-

metidos à quimioembolização para CHC avançado.

• Administração de lanche noturno melhora a quantidade de proteína corporal total em pa-

cientes com cirrose. Se o lanche for suplementado com AACR, observa-se melhora da

albumina plasmática, metabolismo energético e retenção de nitrogênio nestes pacientes,

mesmo após realização de quimioembolização.

• Prebióticos, probióticos e simbióticos estão indicados na prevenção e no tratamento da

EH. O uso de simbióticos, inclusive, apresenta resultados mais consistentes.

Page 25: Versão 2 - HU-UFSC

• Ácido graxo ômega-3 de 1 g/dia reduz a inflamação e a infiltração gordurosa no fígado.

A suplementação com 2 g/dia de ômega-3 reduz a concentração plasmática de triglicerí-

deos, os níveis de TNF-alfa, as enzimas hepáticas, a glicemia de jejum e o grau de estea-

tose hepática.

• Pacientes com insuficiência hepática aguda têm propensão a hipoglicemia, a perdas de

vitaminas, a hipermetabolismo e a hipercatabolismo. Recomenda-se a TN após controle

das alterações hemodinâmicas.

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NO PRÉ-TRANSPLANTE HEPÁTICO

1.1: PACIENTE COM ESTADO NUTRICIONAL ADEQUADO OU HEPATOPATIA COM-

PENSADA:

Energia: Gasto energético basal + 20% ou 30 a 35 Kcal/Kg Pseco/d

Proteína: 0,8 a 1 g/kg Pseco/dia

1.2: PACIENTE COM HEPATOPATIA DESCOMPENSADA OU DESNUTRI-

DOS

Energia: Energia: gasto energético basal + 50% a 75% ou 35 a 45 Kcal/Kg/d

Proteína: 1,5 a 2 g/kg Pseco/dia

ENCEFALOPATIA HEPÁTICA GRAU III OU IV - 0,6 a 1,0 g/kg Pseco/dia

INTOLERÂNCIA À PROTEÍNA: aminoácidos ramificados

Carboidratos se intolerância ou diabetes:1,2 a 1,75 g/kg Pseco/dia

FONTE: V. 39 - no. 2 - abr./jun. 2002 Arq Gastroenterol 117.