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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1 VI-009 - A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E SEUS VALORES ECONÔMICOS ASSOCIADOS - UMA PROPOSTA Artur Renato Albeche Cardoso (1) Químico formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Especialista em Saúde Pública pela Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul. Especialista em Toxicologia Geral pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Assessor Ambiental do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Endereço (1) : Rua Líbero Badaró, n o 156 - Bairro Boa Vista - Porto Alegre - RS - CEP: 91340- xxx - Brasil - Tel. (51) 328-3732 / 287-8109 - e-mail: [email protected] RESUMO A mensuração econômica dos danos ambientais é uma exigência estabelecida na Lei Federal nº 6.938/81, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente e, também, na Lei Federal nº 9.605/98 a chamada Lei dos Crimes Ambientais. Assim, surge a primeira dificuldade, ou seja, como quantificar economicamente os danos praticados contra o meio ambiente. Existem inúmeras metodologias para a determinação de custos ambientais resultantes de um evento causador de poluição, no entanto, a maioria parte de um ortodoxismo que torna o método utilizado, aplicável somente pelo seu criador, assim sendo, a presente proposta tem a pretensão de ser uma metodologia alternativa para a determinação de valores econômicos associados a danos ambientais, com base no conceito legal de poluição. PALAVRAS-CHAVE: Economia Ambiental, Economia Ecológica, Meio Ambiente e Valores Econômicos Associados. INTRODUÇÃO Este estudo surge a partir de necessidades constatadas ao longo de vários anos trabalhando no Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul onde inúmeras vezes fomos chamados a propor alternativas de quantificação econômica para os danos ambientais a fim de que em Compromissos de Ajustamento, fosse possível fixar um valor monetário de referência para a negociação compensatória para os danos ambientais pretéritos os quais deveriam ser indenizados à sociedade. Tendo em vista que muito pouco conhece-se sobre os diversos componentes dos mais diversos ecossistemas que compõem a dimensão ambiental riograndense, verificou-se que a curto prazo não havia como chegar a valores que pudessem estabelecer um quantum mínimo a ser proposto nas negociações extrajudiciais. Assim sendo, fruto da necessidade surge em caráter emergencial a proposta que agora será desenvolvida. A premissa inicial é a de que a todo dano ao meio ambiente está associado um custo econômico, que quando não assumido pelo responsável/causador, passa a ser assumido pela sociedade, de uma forma impositiva, silenciosa e autoritária, pois ao povo não é dado o direto de opção entre querer pagar ou não a poluição gerada por outrém. Por outro lado, é importante ter presente que cabe ao empreendedor internalizar todos os custos decorrentes do processo produtivo onde a variável ambiental deve estar presente com um valor inerente a atividade. Quando isto não ocorre, a sociedade assume os ônus da poluição gerada, sob a forma de uma externalidade negativa, a qual por ela é internalizada enquanto o responsável contabiliza os lucros de sua omissão. Ambiente e sociedade não insumos a custo zero para o processo produtivo.

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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental

ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

VI-009 - A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E SEUS VALORES ECONÔMICOSASSOCIADOS - UMA PROPOSTA

Artur Renato Albeche Cardoso(1)

Químico formado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Especialistaem Saúde Pública pela Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul. Especialista emToxicologia Geral pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. AssessorAmbiental do Ministério Público do Rio Grande do Sul.

Endereço(1): Rua Líbero Badaró, no 156 - Bairro Boa Vista - Porto Alegre - RS - CEP:91340- xxx - Brasil - Tel. (51) 328-3732 / 287-8109 - e-mail: [email protected]

RESUMOA mensuração econômica dos danos ambientais é uma exigência estabelecida na Lei Federal nº 6.938/81, queestabelece a Política Nacional de Meio Ambiente e, também, na Lei Federal nº 9.605/98 a chamada Lei dosCrimes Ambientais.Assim, surge a primeira dificuldade, ou seja, como quantificar economicamente os danos praticados contra omeio ambiente.Existem inúmeras metodologias para a determinação de custos ambientais resultantes de um evento causadorde poluição, no entanto, a maioria parte de um ortodoxismo que torna o método utilizado, aplicável somentepelo seu criador, assim sendo, a presente proposta tem a pretensão de ser uma metodologia alternativa para adeterminação de valores econômicos associados a danos ambientais, com base no conceito legal de poluição.

PALAVRAS-CHAVE: Economia Ambiental, Economia Ecológica, Meio Ambiente e Valores EconômicosAssociados.

INTRODUÇÃOEste estudo surge a partir de necessidades constatadas ao longo de vários anos trabalhando no MinistérioPúblico do Estado do Rio Grande do Sul onde inúmeras vezes fomos chamados a propor alternativas dequantificação econômica para os danos ambientais a fim de que em Compromissos de Ajustamento, fossepossível fixar um valor monetário de referência para a negociação compensatória para os danos ambientaispretéritos os quais deveriam ser indenizados à sociedade.

Tendo em vista que muito pouco conhece-se sobre os diversos componentes dos mais diversos ecossistemasque compõem a dimensão ambiental riograndense, verificou-se que a curto prazo não havia como chegar avalores que pudessem estabelecer um quantum mínimo a ser proposto nas negociações extrajudiciais.

Assim sendo, fruto da necessidade surge em caráter emergencial a proposta que agora será desenvolvida.

A premissa inicial é a de que a todo dano ao meio ambiente está associado um custo econômico, que quandonão assumido pelo responsável/causador, passa a ser assumido pela sociedade, de uma forma impositiva,silenciosa e autoritária, pois ao povo não é dado o direto de opção entre querer pagar ou não a poluição geradapor outrém.

Por outro lado, é importante ter presente que cabe ao empreendedor internalizar todos os custos decorrentes doprocesso produtivo onde a variável ambiental deve estar presente com um valor inerente a atividade.

Quando isto não ocorre, a sociedade assume os ônus da poluição gerada, sob a forma de uma externalidadenegativa, a qual por ela é internalizada enquanto o responsável contabiliza os lucros de sua omissão.

Ambiente e sociedade não insumos a custo zero para o processo produtivo.

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APRESENTAÇÃOEste trabalho é resultado de inúmeras situações vivenciadas na Divisão Nacional de Saúde Ambiental do Ministérioda Saúde, no Departamento de Meio Ambiente da Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente do Estado do RioGrande do Sul, na Fundação Estadual de Proteção Ambiental e no Centro de Apoio Operacional das Promotorias deDefesa Comunitária, da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, relacionadas com execuçãopolíticas públicas nas áreas de saúde e meio ambiente, mas com ênfase nas perícias ambientais.

Aqui estão reproduzidas algumas experiências que foram compartilhadas com vários técnicos, Promotores eProcuradores de Justiça onde buscou-se o aprimoramento dos procedimentos técnicos que formam o substratodo trabalho jurídico-institucional, na esfera ambiental.

Ao longo deste trabalho serão apresentadas as principais dificuldades e alternativas para a obtenção de valoreseconômicos que estejam associados aos danos ambientais e que permitam ao julgador, uma alternativa comoreferência para o estabelecimento de sentenças de natureza pecuniária, para fins de indenização e emcumprimento ao disposto no art.19 da Lei 9.605, de 1998 - Lei dos Crimes Ambientais1 -.

Trata-se, portanto, de uma proposta de solução, fruto de uma prática bem sucedida e que se mostrou aplicávelem todas as situações testadas podendo ser uma ferramenta auxiliar e de extrema valia, preferencialmente paraperitos, promotores de justiça, procuradores de justiça, juizes e outros profissionais interessados no tema, alémde possibilitar, às vítimas um valor a ser obtido em função de danos sofridos.

INTRODUÇÃO“ EM OUTRAS PALAVRAS, É PRECISO ACREDITAR NO

PROGRESSO. ESTA TALVEZ SEJA UMA DE MINHASÚLTIMAS INGENUIDADES”. (Jean Paul Sartre) 2

O desenvolvimento econômico alcançado pelos povos dos países do primeiro mundo, trouxe consigoconseqüências indesejáveis, forçando com isto que as sociedades se reorganizassem, para dar umequacionamento à uma nova ordem jurídica e social que contemplasse os efeitos maléficos de tais “benefícios”os quais hoje são transferidos às sociedades não desenvolvidas ou em desenvolvimento, a um elevado custosocial, que em geral não é mensurado economicamente mas que traduz-se em lucros para os degradadores.

Com isto, verificou-se que as formas de intervenção antrópica3 sobre o ambiente, não eram muito diferentesdas relações humanas onde a busca incessante da apropriação de benefícios de quaisquer naturezas, não levavaem conta as conseqüências psíquicas, morais, sociais, econômicas e ambientais causadas a outrém.

A norma jurídica constitui-se, portanto, em um instrumento capaz de mediar os interesses éticos, sociais,econômicos e políticos atinentes a matéria, buscando assim, reduzir as desigualdades entre os iguais. Portanto,o Direito Ambiental passa a ser, também, um instrumento de intervenção do Poder Público nas questõeseconômicas e sociais.

A grande dificuldade está na identificação quali-quantitativa do dano ambiental onde os profissionais deformação jurídica necessitam de olhos técnicos altamente especializados para dizer o que de fato estáacontecendo, ou aconteceu em determinado ambiente degradado, fruto de uma atividade geradora de impactosócio-ambiental.

Com isto, as perícias ambientais passam a adquirir um papel fundamental na intermediação e fundamentaçãodos interesses difusos, coletivos e individuais, representados pelo poder público, estabelecendo-se com o seusaber do expert, um nexo entre as causas e efeitos da poluição ambiental e o impacto econômico gerado sobreas coletividades e consequentemente sobre o estado.Outro aspecto a ser levado em conta, é a concreta monetarização associada ao dano ambiental, possibilitando abusca de indenizações por parte das vítimas de tais atos.

1 Art. 19 - A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante do prejuízocausado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa.2 Entrevista a Benny Levy – 1980 pág.3 NBR 9896/93 - Ação Antrópica: Ação decorrente das atividades humanas.

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DEGRADAÇÃO AMBIENTALA grande questão relativa as estimativas econômicas associadas aos danos ambientais, reside no fato de saber-se se houve ou não degradação ambiental resultante de uma atividade poluidora, desta forma é mister verificar-se alguns conceitos básicos.

A degradação ambiental ou dano ambiental, está muito bem caracterizado na Lei da Política Nacional do MeioAmbiente4 que diz:

DEGRADAÇÃO AMBIENTAL: Alteração adversa das características do meio ambiente.

POLUIÇÃO A degradação ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:

a) Prejudiquem à saúde, a segurança e o bem-estar da população;b) Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;c) Afetem desfavoravelmente a biota;d) Afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;e) Lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;

POLUIDOR: A pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente,por atividade causadora de degradação ambiental;

Se às variáveis apontadas nos artigos que tratam de poluição, poluidor e degradação da qualidade ambiental,associarmos garantias estabelecidas na Constituição Federal e a do Estado do Rio Grande do Sul, é possívelverificar que as interfaces da poluição perpassam os Títulos (C.E.-RGS): da Ordem Pública5, da OrdemEconômica6, da Segurança Social7, da Saúde e do Saneamento básico, e evidentemente o Capítulo IV do MeioAmbiente o que faz com que os conceitos apontados adquiram uma amplitude bem maior do que oapresentado na mencionada Lei de Política Nacional.

A grande questão que se impõe é, quando é que efetivamente há um dano, para isto, o que será proposto ésimplesmente a aplicação do conceito de degradação ambiental8 ou seja toda a vez que houver alteração dascaracterísticas do meio, estaremos diante de um dano ambiental não importando a duração do evento nem asconseqüências sobre o meio alterado, tampouco, se o meio tem capacidade de autodepuração capaz deminimizar os efeitos da modificação ocorrida, mas com isto, não se está negando a importância dos efeitos dapoluição, apenas se está retardando a discussão.

Desta forma, se determinada indústria lançou um efluente9 com pH=510 , em rio cujo pH médio é entorno de6,5, o conceito de degradação ambiental e poluidor, já podem ser aplicados, não importando, neste momento,se as conseqüências poderão ser avaliadas ou não.

Outro exemplo, seria o fato de uma empresa efetuar lançamento de emissões atmosféricas11 fora dos padrõesestabelecidos na Licença de Operação12 fornecida pelo órgão ambiental. Rigorosamente não precisaríamosmedir os efeitos, afim de caracterizar os danos pois, pelo conceito apresentado, teríamos degradaçãoambiental, isto por que a fumaça e seus componentes, gerados por aquela fonte, não fazem parte do ambientenatural.

Esquematicamente temos:

4 Art. 3º da Lei nº 6938/815 Art. 1246 Art. 157 e 1597 Art. 196,221,e 2408 Art. 3º da Lei nº 6938/819 Substância líquida tratada ou não, resultante do processo produtivo.10 Potencial de acidez11 Emanações de gases resultantes de um processo.12 Art. 8º da resolução nº 237/97 do Conselho Nacional de Meio Ambiente. Licença que autoriza a operação da atividade ouempreendimento.

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MEIO COMPONENTES ALTERAÇÕES QUAIS?SIM NÃO

AéreaAquáticaFaunaTerrestreAquática

BIÓTICO13

FloraTerrestre

ArÁguaFÍSICO14

SoloSaúdeSegurançaBem-estarAtividades sociaisAtivid.econômicasCond. Estéticas

ANTRÓPICO15

Cond. Sanitárias

O esquema apresentado nos permite saber se houve alteração no meio ambiente, a luz do anteriormentemencionado artigo 3º Lei nº 6.938/81, embora de uma forma um tanto singela.

Já a extensão do dano e suas interfaces, poderá ser avaliada a partir das modificações ocorridas, através deconstatações e estudos mais aprofundados.

REPARAÇÃO DO DANO CAUSADOPORÉM, CERTAMENTE SOB INSPIRAÇÃO GREGA(ARISTÓTELES) BUSCAVA, PELA REPARAÇÃO DODANO, O JUSTO EQUILÍBRIO SOCIAL. (Sueli G. Dallari)16

Vários são os dispositivos legais que protegem a pessoa física, a pessoa jurídica e por extensão a todo o grupamentohumano, com relação aos danos ambientais, haja vistas o que estabelece o art. 225 da Constituição Federal17.

Dentre outros dispositivos, destaca-se o Título VII da Carta Magna em seu capítulo I - DOS PRINCÍPIOSGERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA, artigo 170-

A ORDEM ECONÔMICA, FUNDADA NA VALORIZAÇÃO DOTRABALHO HUMANO E NA LIVRE INICIATIVA, TEM POR FIMASSEGURAR A TODOS EXISTÊNCIA DIGNA, CONFORME OSDITAMES DA JUSTIÇA SOCIAL, OBSERVADOS OS SEGUINTESPRINCÍPIOS:I-........II-.......

DEFESA DO MEIO AMBIENTEComo se vê, a Ordem Econômica, pelo menos em termos constitucionais, não deve se sobrepor a umaexistência digna nem tampouco às questões ambientais muito embora a prática esteja a nos mostrar exatamenteo contrário, basta ver a subordinação política dos órgãos de planejamento e controle ambiental, a tolerânciadas comunidades diante do dilema (des)emprego/poluição. Os exilados da terra muitas vezes são uma provairrefutável de tal prática.

13 Meio em que temos todas as espécies vivas não incluindo o homem.14 Substrato necessário para a vida.15 Meio onde situa-se o homem, incluindo-se entre outros, o ambiente econômico e o social.16 Organização Mundial da Saúde - 199417 Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade devida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

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Com relação a reparação do dano, a Lei Federal nº 6938/81 estabelece no artigo 14 :

SEM PREJUÍZO DAS PENALIDADES DEFINIDAS PELALEGISLAÇÃO FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL, O NÃOCUMPRIMENTO DAS MEDIDAS NECESSÁRIAS A PRESERVAÇÃOOU CORREÇÃO DOS INCONVENIENTES E DEGRADAÇÃO DAQUALIDADE AMBIENTAL SUJEITARÁ OS TRANSGRESSORES:

I - .....II-.....III-....IV-....§ 1º - SEM OBSTAR A APLICAÇÃO DAS PENALIDADESPREVISTAS NESTE ARTIGO, É O POLUIDOR OBRIGADO,INDEPENDENTEMENTE DE EXISTÊNCIA DE CULPA, AINDENIZAR OU REPARAR OS DANOS CAUSADOS AO MEIOAMBIENTE E A TERCEIROS, AFETADOS POR SUA ATIVIDADE. OMINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO E DOS ESTADOS TERÁLEGITIMIDADE PARA PROPOR AÇÃO DE RESPONSABILIDADECIVIL E CRIMINAL POR DANOS CAUSADOS AO MEIOAMBIENTE.

Pelo que foi apresentado se pode verificar que a Carta Magna assegura garantias as gerações presentes efuturas, nos termos do art. 225, caput, e impõe responsabilidades aquele que poderá poluir e aquele que polui,sendo reforçado pela Lei que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente.

A Lei Federal dos Crimes Ambientais18 também contemplou a reparação do dano ambiental em seu art. 1719,como elemento chave do processo de responsabilização.

Com isto, nos deparamos com um novo problema que é, como restituir e como quantificar monetariamente odano causado ao ambiente agredido, com vistas a indenização da sociedade e das vítimas, já que existeprevisão, também, na Lei nº 9.605/9820 .

A restituição ou restauração de um ambiente agredido por alguma forma de poluição ambiental é algoextremamente difícil de realizar devido a insuficiência de estudos e conhecimentos técnicos e científicosacerca de todas as formas de vidas existentes em um ecossistema e suas interrelações que incluem o homem,pois, para que esses estudos fossem feitos, ao invés de onerar a sociedade, seria necessário onerar o poluidor,já que, na maioria dos casos, a degradação ambiental é irreparável.

Veja-se o caso das queimadas de campo nativo ou as contaminações de aqüíferos livres (águas freáticas)21,cujas conseqüências poderão estar sendo sentidas em áreas distantes do ponto de ocorrência, pois não há umabarreira física que limite os efeitos, com isto, fica praticamente impossível estabelecer uma relação de causa eefeito, visto que, é extremamente dispendioso para o estado realizar estes acompanhamentos.

Desta forma, o que normalmente é exigido daquele que polui, é a adoção de algumas medidas compensatóriasou mitigadoras relativas ao dano causado, isto porque, é praticamente impossível reconstruir aquilo que anatureza levou milhares, talvez milhões de anos para construir.

Geralmente a primeira medida adotada pelos órgãos fiscalizadores, é a determinação da cessação do eventocausador da poluição ou da degradação ambiental.

18 Lei nº 9.605/9819 Art. 17 – A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art.78 do Código Penal será feita mediante laudo de reparação do danoambiental, e as condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção do meio ambiente.20 Art. 18 e 19.21 Aqüífero definido por uma camada impermeável, parcialmente saturada de água, limitada na sua base por uma camada impermeável ousemipermeável, estando a água nele armazenada submetida unicamente à ação da pressão atmosférica. O mesmo que aqüífero freático.Usa-se também o termo “lençol freático”, que é uma forma inadequada. NBR 9896/93 pág. 12.

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Em um segundo momento, a adoção de medidas compensatórias com vistas a minimização do dano já causado, vaidepender de caso à caso, mas que na maioria das vezes, torna-se impossível determinar, até porque há situações emque os custos da recuperação, são extremamente elevados tanto para a sociedade como para o poluidor, alcançandoem alguns casos, somas tão elevadas que implicariam na venda do empreendimento e de bens a título ressarcimentodo dano, o que para os governos politicamente seria insuportável.

Logo, por uma questão lógica e também legal, deve-se impor ao poluidor o dever do ressarcimento financeiroà sociedade, daquilo que lhe foi usurpado, através da valoração monetária dos danos ambientais causados,observando-se as limitações impostas pelo art. 6º da Lei dos Crimes Ambientais22.

VALORES ECONÔMICOS ASSOCIADOS A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

“DE QUALQUER MODO, EM AMBAS HIPÓTESES DEREPARAÇÃO DO DANO AMBIENTAL, BUSCA OLEGISLADOR, QUE, A UM SÓ TEMPO, CUMPRE DOISOBJETIVOS PRINCIPAIS: DAR UMA RESPOSTAECONÔMICA AOS DANOS SOFRIDOS PELA VÍTIMA (OINDIVÍDUO OU A SOCIEDADE) E DISSUADIRCOMPORTAMENTOS SEMELHANTES DO POLUIDOROU DE TERCEIROS”. (Édis Milaré23)

Este é sem dúvida um tema um tanto polêmico e complexo, devido a dificuldade de identificar, primeiramente,os danos causados por uma atividade poluidora em toda a sua extensão ou seja, avaliando os efeitos sobretodos os componentes de um ecossistema atingido, além do que, os mencionados elementos não são dotadosde um valor de mercado ou seja, não possuem um valor econômico agregado, por isso a necessidade deestabelecer-se valores econômicos de referência.

Veja-se, a título de exemplo, salvo naqueles casos em que a autorização de comercialização é autorizada, amaioria dos representantes de espécimes da fauna silvestre24 ou nativos, não possuem valor de mercado, noentanto, temos como referência o preço daqueles considerados exóticos, cuja importância para os ecossistemaslocais é incomparavelmente menor.

É de se imaginar que a importância dos espécimes nativos é função do seu significado para todo o grupamentosocial enquanto que os exóticos, teriam uma importância secundária pois atenderiam aos interesses decomerciantes e admiradores pois esses representantes da fauna exótica, não teriam uma importânciaecologicamente reconhecida.

Desta maneira, se para o interesse restrito, os exóticos possuem um valor econômico de mercado, então, para ointeresse de toda a sociedade, os nativos teriam que ter um valor agregado superior aquele determinado pelomercado dos espécimes exóticos, não sendo, neste caso, apenas uma relação de mercado consumidor do tipooferte e procura.

Portanto, o ponto de partida para o cálculo de um dano ambiental, deve obrigatoriamente considerar o valor decomercialização de um recurso ambiental similar e esta, seria uma variável quantificável de referência.

Por outro lado, qual o preço das bactérias, fungos e microorganismos atingidos por um derrame deagrotóxicos25? Neste caso, se não conseguirmos valores de espécies similares, estaríamos diante de variáveisintangíveis, isto é, de dificil valoração econômica.

Walter Polido26, “ apresenta vários exemplos de indenizações por danos ambientais:

22 Art. 6º - Para a imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:

I –a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a saúde pública e o meio ambiente;II – os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;III – a situação econômica do infrator, no caso de multa.

23 Revista Direito Ambiental- Tutela Jurídica-Civil do Ambiente.24 Lei nº 9605/98, art. 29, § 3º - São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisqueroutras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águasjurisdicionais brasileiras.25 Definido no Art. 2º da Lei Federal 7.802/89.

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1) EXXON ACERTA PAGAR US$ 1 BILHÃO POR DERRAME DE ÓLEO NO ALASKACOMENTÁRIO: foram derramados 50 milhões de litros de óleo. A indenização equivale a US$20,00 por litro de óleo derramado.

2) ÁGUAS RESIDUAISEmpresas da Noruega liberaram efluentes que alteraram as condições das águas locais, provocando amorte de 400 t de salmão, avaliadas em 7,5 milhões de dólares.COMENTÁRIO: o valor estabelecido eqüivale a U$ 18,75 /kg de salmão.

3) JÚRI DOS EUA CONDENA A SHELL A PAGAR US$ 2 BILHÕESA empresa depositou no solo, durante 30 anos, resíduos industriais que contaminaram o solo e aságuas subterrâneas.COMENTÁRIO: o valor eqüivale a US$ 66,66 milhões/ ano de uso da área, embora o ideal fossesaber o valor por tonelada de resíduo depositado.

Nota-se que, nestes exemplos, se pode trabalhar com indicadores ou critérios bastante simplificados que nosconduzirão a um valor de referência que tenderá a se aproximar do valor real sem, no entanto, ser igual a ele,isto por que o conflito estabeleceu-se quando entrou em choque o interesse individual da empresa ao gerar apoluição e o interesse coletivo ao ter que assumir os riscos e o ônus do ato degradante.

O VALOR ECONÔMICO ASSOCIADO AO DANO AMBIENTALConforme já discutido anteriormente, existem muitos recursos ambientais que não possuem valor de mercadopor isso da necessidade do estabelecimento de alguns critérios que poderão nos dar uma idéia de um valoreconômico estimado de referência para o dano o qual a partir deste momento será chamado de VERD.

Dentro de uma visão simplificada, a quantificação econômica do dano causado, poderá ser vista a partir deduas variáveis identificáveis, as quais passaremos a chamar de quantificáveis e intangíveis e que serãorepresentadas a partir de agora respectivamente por q e i .

Serão consideradas quantificáveis, todas aquelas variáveis economicamente mensuráveis e intangíveis, aquelasde difícil mensuração.

Assim sendo, o q total, teria um valor que representaria o somatório de todas as variáveis quantificáveis e,analogamente, i total representaria a soma unitária de cada valor intangível.

Ou seja, podemos partir por exemplo, do raciocínio de que aquilo que não foi investido pelo agente poluidorpara combater ou evitar a poluição, foi por ele internalizado, tendo sido dado como contrapartida para a o meioambiente, bem de uso comum do povo, a poluição.

Desta maneira será possível determinar tantos valores para qn quantas forem as variáveis quantificáveis,identificadas por q1, q2, ... qα que representarão cada um dos investimentos que deveriam ter sido feitos paraimplantar as medidas necessárias para prevenir a poluição, portanto, será a parte diretamente quantificável.

Já a variável in, representará a soma unitária de todos aqueles componentes atingidos pelo agente degradadordo meio ambiente e que não possuem um valor econômico ao qual possa estar associado e que serãorepresentados por i1, i2, ... iα , chamados de intangíveis, como por exemplo: incômodos à saúde, desgastespsicológicos, danos ao patrimônio histórico e cultural, impacto visual, etc.

O valor total de i (in) será representado pela soma unitária de cada variável intangível identificada no danoambiental e será multiplicado pela soma total dos valores de q (qn).

Surge, evidentemente, a pergunta por que o somatório de i e de q devem ser multiplicados?

A prática nos mostrou que in não poderia ser uma potência de qn porque os resultados obtidos seriam tãoelevados que tornariam os resultados econômicos absurdamente impagáveis, ainda que pudessem serverdadeiros. Exemplo: 26 Uma Introdução ao Seguro de Responsabilidade Civil - Poluição Ambiental

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(1000)3 = 1000 x 1000 x 1000= 100 000 000

Não pode ser uma subtração ou divisão pois isto favoreceria o poluidor , ou seja, quanto maior o número deelementos intangíveis atingidos pelo evento indesejado, menor seria o valor a ser pago pelo poluidor, o queseria também absurdamente injusto.

Não pode ser, também, uma soma por que os intangíveis somados aos quantificáveis, seriam poucorepresentativos. Exemplo:

1000 + 3 = 1003

Portanto, por exclusão simplificada, resta-nos como alternativa, a utilização das variáveis qn e inmultiplicadas entre si, destacando-se o fato de que são grandezas de diferentes naturezas, tipo x e y emequações matemáticas.

Ainda poderíamos associar a essas variáveis, um fator de risco R, o qual será objeto de um trabalho futuro.

Exemplificando, se o total de q for R$ 1 000,00 e se forem identificadas 3 variáveis intangíveis teremos entãoR$ 1 000,00 x 3 , como sendo o valor econômico estimado como referência para o dano ambiental.

Assim sendo, o que foi proposto será representado matematicamente por:

onde:

Σ qn = somatório de todas as variáveis quantificáveis (q1 + q2 + q3 ....+ qα )

Σ in = somatório do número de variáveis intangíveis ( i1+ i2 + i3 ........+ iα)

VERD= valor econômico de referência do dano ambiental

Esta expressão matemática é apenas uma proposta de quantificação que certamente não se aplica a todos oscasos, no entanto, ela poderá servir de ponto de partida para novas reflexões sobre o tema.

Cabe observar que em 100% dos das vezes que a expressão foi testada, sempre houve pelo menos um valorquantificável e um intangível pois a inexistência de pelo menos um deles, tornaria a expressão igual a zero eisto nunca aconteceu, até pela razão óbvia de existem mais empresas/atividades irregulares do que regulares.

A seguir, apresentaremos alguns instrumentos/planilhas que poderão auxiliar de maneira prática esimplificada, a coleta de informações com vistas ao estabelecimento de valores econômicos que possam estarassociados a danos ambientais e que possam servir de base para restituições na forma de multas e/ouindenizações ou acordos.

α αVERD = Σ qn x Σ in

n=1 n=1

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INSTRUMENTO Nº 1

POLUIÇÃO: a degradação ambiental resultante de atividade que direta ou indiretamente:

QUANTIFICÁVEL INTANGÍVELPrejudiquem a saúdePrejudiquem a segurançaPrejudiquem o bem-estarCondições adversas a atividadesocialCondições adversas a atividadeeconômicaAfetem a biotaAfetem as condições estéticas domeio ambienteAfetem as condições sanitárias domeio ambiente

INSTRUMENTO Nº 2

SAÚDE; Estado de completo bem-estar físico, mental ou social, e não apenas a ausência da doença ouenfermidades27.

Quantificável IntangívelBem-estar físicoBem-estar mental/socialDoenças/enfermidades

INSTRUMENTO Nº 3

SEGURANÇA PÚBLICA28:

Quantificável IntangívelPreservação da ordem públicaPrerrogativas da cidadaniaIncolumidade das pessoasIncolumidade do patrimônio

INSTRUMENTO Nº 4

EDUCAÇÃO29:Quantificável Intangível

Justiça socialDemocraciaDireitos humanosMeio ambiente

27 NBR 9896/93 pág. 8528 Art. 124 (C.E.-RS) - A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordempública, das prerrogativas da cidadania, da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:I - Brigada Militar;II - Polícia Civil;III- Coordenadoria-Geral de Perícias.29 Art. 196 (C.E.-RS) A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, baseado na justiça social, na democracia e no respeitoaos direitos humanos, ao meio ambiente e aos valores culturais, visa ao desenvolvimento do educando como pessoa e à sua qualificaçãopara o trabalho e o exercício da cidadania.

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INSTRUMENTO Nº 5

CULTURA30:

Sítios de valor Quantificável IntangívelHistóricoPaisagísticoArtísticoArqueológicoCientíficoEcológico

INSTRMENTO Nº 6

TURISMO31:

Quantificável IntangívelBens naturaisBens culturais

Além dos itens apresentados, é conveniente verificar o meio onde o evento indesejado pode gerar reflexos,onde cada parâmetro descumprido poderá representar um valor para q, quantificável a partir dos custoseconômicos de análises laboratoriais, caso não haja qualquer outra forma de quantificá-los.

INSTRUMENTO Nº 7

MEIO FÍSICO (parâmetros)

AR (exemplos):

Parâmetros Quantificável IntangívelDensidade colorimétricaMaterial particuladoNox32

Sox33

CO34

COV35

Outros

30 Art. 221 (C.E.-RS) Constituem direitos culturais garantidos pelo Estado:V - o acesso ao patrimônio cultural do Estado, entendendo-se como tal o patrimônio natural e os bens de natureza material e imaterialportadores de referências à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade rio-grandense, incluindo-seentre esses bens:a).......................................b).......................................

e) conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, científico e ecológico.

31 Art. 240 (C.E.-RS) O Estado instituirá política estadual de turismo e definirá as diretrizes a observar nas ações públicas e privadas, comvista a promover e incentivar o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico.§ 1º - Para o cumprimento do disposto neste artigo, cabe ao Estado através de órgãos em nível de secretaria, em ação conjunta com osmunicípios promover:I - o inventário e a regulamentação do uso, ocupação e fruição dos bens naturais e culturais de interesse turístico;

32 Óxidos de nitrogênio33 Óxidos de enxofre34 Monóxido de carbono35 Compostos orgânicos voláteis

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ÁGUA (exemplos):

Parâmetros Quantificável IntangívelTemperaturaPHOD36

DQO37

DBO38

Turbidez39

sólidos totaiscoliformes fecais40

Metais

SOLO (definir):

Parâmetros Quantificável Intangível

INSTRUMENTO Nº 8

MEIO BIÓTICO (definir):

Fauna Quantificável Intangível

Flora Quantificável Intangível

36 Oxigênio dissolvido – Quantidade de oxigênio dissolvido em água. NBR 9896/93 pág. 7337 Demanda química de oxigênio . Quantidade de oxigênio consumido na oxidação química da matéria orgânica existente na água, medidaem teste específico. NBR 9896/93 pág. 32.38 Demanda bioquímica de oxigênio, determinada por teste específico para 5 dias. NBR 9896/93 pág. 32.39 1) Característica física da água, decorrente da presença de substâncias em suspensão, ou seja, sólidos suspensos, finamente divididos ouem estado coloidal, e de organismos microscópios.

40 Bactérias coliformes: grupo de bactérias gram-negativas não esporuladas que tipicamente habitam o intestino grosso do homem ou deanimais de sangue quente ou de temperatura constante, podendo ser encontradas também em muitos setores do meio ambiente, comoágua, vegetação e solo. NBR 9896/93 pág. 16.

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INSTRUMENTO Nº 9

MEIO ANTRÓPICO:Já foi apresentado no conceito de poluição.

Desta forma poderemos chegar a inúmeros valores para q e i que poderão ser aplicados à expressão proposta.

INSTRUMENTO Nº 10 (quadro geral)

MEIO COMPONENTES ALTERAÇÕES QUAIS?SIM NÃO

AéreaAquáticaFaunaTerrestreAquática

BIÓTICOFlora

TerrestreArÁguaFÍSICOSoloSaúdeSegurançaBem-estarAtividades sociaisAtivid. EconômicasCond. Estéticas

ANTRÓPICO

Cond. Sanitárias

ESTUDOS DE CASOSMuitas vezes se faz a opção por desconsiderar as variáveis intangíveis, por que os valores quantificados sãoextremamente elevados quando comparados com a capacidade econômica do infrator.Insiste-se em chamar a atenção de que os números apresentados servem apenas como um valor econômicoassociado aos danos ambientais e que e que podem ser utilizados pelo julgador apenas como referência para oestabelecimento de um valor de reparação e que de longe eles representam o valor real do dano, em funçãodas dificuldades já discutidas anteriormente.

CASO Nº 1 - DESMASTAMENTOASSUNTO: Derrubada de 56 estéreis (lenha) de mata nativa em área de preservação permanente41.

BREVE COMENTÁRIO:A valoração econômica dos danos ambientais constitui-se em uma matéria extremamente complexa, pois, namaioria dos casos, os recursos ambientais não são dotados de valor econômico ou não possuem valoreconômico agregado, exceção feita a alguns, tais como, bens minerais e florestais.

Outro dificultador, reside no fato de que as Áreas de Preservação Permanente, possuem uma importância talpara a sociedade, que fez com que o Legislador as tratassem de forma diferente das demais áreas, o quepermite pensar, que sob o ponto de vista econômico, os impactos associados tenham também um significadodiferenciado também em favor da coletividade.

Assim, é possível pensar-se em, ao invés de estabelecer-se unicamente um valor de mercado para o danoambiental, buscar-se um valor estimado de referência para o referido dano, de tal sorte que o mesmocontemple tudo o que for possível quantificar economicamente e considere também a importância dasvariáveis intangíveis associadas ao dano. 41 Art. 2º da Lei Federal nº 4.771/65

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Identificação e Quantificação das Variáveis Quantificáveis:O Órgão florestal Estado do Rio Grande do Sul, aplica multa aos infratores florestais por corte irregular,multiplicando o volume de madeira cortada/lenha-estéreis, por R$10,00. Logo: q1= 56st x R$10,00= R$ 560,00.

q1= R$ 560,00Para a realização da perícia, o estado gastou:

diárias: q2= R$ 50,00combustível: q3= R$ 30,00hora-técnico(5h): q4= R$ 50,00

Acrescente-se a isto, que o estado deixou de arrecadar R$ 50,00 relativo ao pedido de autorização de corte, queé uma exigência legal. q5= R$ 50,00

Tendo em vista que o corte ocorrido foi realizado em área de preservação permanente, o infrator deveria terrealizado um projeto técnico elaborado por profissional legalmente habilitado, o qual deveria ser licenciadojunto ao órgão ambiental do estado, elaborado um Estudo de Impacto Ambiental acompanhado de RIMA42,cujos custo não seriam inferior a R$ 5 000,00, o qual deixou de ser gasto pelo responsável pelo corte eportanto, por ele foi acumulado. Desta forma, temos:

q6= R$ 5 000,00

TOTAL: qn= R$ 5 740,00,00

6Assim, Σ qn = R$ 5 740,00,00

n=1

No caso em tela ainda haveria a necessidade de uma lei própria43 que autorizaria o corte.

Os valores apresentados representam alguns dos custos diretos ou associados a atividade de corte irregular.

Identificação e Quantificação Unitária das Variáveis Intangíveis:Existem componentes ambientais atingidos direta ou indiretamente pelo ato degradador, cuja quantificaçãoeconômica do dano é extremamente dificultosa de ser dimensionada por razões anteriormente já discutidas, noentanto, os mesmos - componentes ambientais- serão identificados unitariamente e tratados como intangíveis.Desta forma teremos:

Ambiente Físico- ar: i1=1- água: i2=1- solo: i3=1

TOTAL=3

Ambiente BióticoFAUNA- aves: i4=1- mamíferos: i5=1- répteis: i6=1- insetos: i7=1

TOTAL=4

FLORA- vegetais superiores: i8=1- vegetais intermediários: i9=1- vegetais inferiores: i10=1

TOTAL=3

42 Art.23 da Lei Estadual nº 9.519/92.43 Art. 23 da lei Estadual nº 9.519/92.

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10Assim, Σ in = 10

n=1

Em um exercício maior de reflexão, os itens anteriores poderiam ser decompostos em vários outroscomponentes também intangíveis, assim como, para o meio antrópico que aqui foi desconsiderado.

Desta forma, aplicando-se a cada unidade intangível- in- o mesmo valor econômico do total quantificado - qn-teremos como valor estimado de referência para os danos ambientais:

α α 6 10VERD= Σ qn x Σ in = Σ qn x Σ in = R$ 5 740,00 x 10

n=1 n=1 n=1 n=1

VERD= R$ 57 400,00

CONCLUSÃOO valor apresentado é apenas um valor estimado de referência para o dano ambiental, servindo como umreferencial o qual deverá levar em conta a realidade constatada, infração-infrator, sob o ponto de vista deagravantes e atenuantes.

CASO Nº 2

ASSUNTO: Comercialização de madeira petrificada.

BREVE COMENTÁRIO:

Um grupo de pequenos empresários explorou comercialmente durante 10 anos, madeira permineralizada oupetrificada44, também conhecidas por dentrolites, com idade estimada entre 180-200 milhões de anos.Condenados por tal ilícito, restou a liquidação de sentença ou seja a obrigação de indenizar a sociedade pelosdanos causados, o que em outras palavras significa quantificar economicamente os danos causados.

A ocorrência de madeira petrificada no Rio grande do Sul é bastante incomum, no entanto, face a escassez ouraridade com que isto ocorre e por ganância de alguns, o referido material foi elevado a condição de bemeconômico, com um valor comercial que em hipótese alguma reflete o seu significado para a coletividade.

No entanto os dentrolites, frutos de um processo lento e milenar da natureza, após a extração eindustrialização, foram transformados em cinzeiros, pesos para papeis e outros materiais cuja importânciajamais poderia ser comparada com a da sua condição inicial.

Identificação e Quantificação das Variáveis Quantificáveis:

Se aplicarmos a quantia de R$ 10 000,00 (equivale a um centavo de real por ano de formação do mineral)para cada milhão de anos de formação do material petrificado, teríamos: R$ 10 000,00 x 200 = R$ 2 000000,00 (dois milhões de reais). Por serem pequenos empresários, uma dívida de tal monta, seria impagável oque significaria que o dano causado é IRREPARÁVEL. No entanto, é necessário mudar o referencial a fim deque o valor possa ser aproximado da realidade dos infratores de maneira que a sociedade possa ser pelo menos,minimamente restituída.

Assim, se ao invés de R$ 10 000,00 utilizarmos R$ 1 000,00 o valor a ser reparado passaria para R$ 200000,00 e assim sucessivamente.

Portanto, qn=q1= R$ 200 000,00 (TOTAL)

44 Bens da União – Art. 20 da Constituição Federal.

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Identificação e Quantificação Unitária das Variáveis Intangíveis:

Alguns aspecto a serem observados na análise:paisagístico: i1 = 1cultural: i2 = 1paleontológico: i3 = 1turístico: i4 = 1

TOTAL: in = 4

Desta forma, aplicando-se a cada unidade intangível- in- o mesmo valor econômico do total quantificado - qn-teremos como valor estimado de referência para os danos:

α α 1 4VERD= Σ qn x Σ in = Σ qn x Σ in = R$ 200 000,00 x 4 =

n=1 n=1 n=1 n=1

VERD= R$ 800 000,00

CASO Nº 3

ASSUNTO: Derrame de 200 litros de óleo combustível usado, no rio Jacuí.

BREVE COMENTÁRIO:

A situação apresentada ocorreu em 1994, portanto, já são passados 4 anos.Como se sabe, o fluxo das águas de um corpo hídrico como o rio Jacuí, é dinâmico e adquire característicassazonais, influenciadas por fatores físicos, químicos, biológicos, hidrológicos, climatológicos, antrópicos eetc. Desta forma, um fato como o ora apresentado, se ocorrido em um período de alta vazão do rio, fará com que oóleo se dilua rapidamente e seja transportado para áreas distantes do ponto de lançamento. Se ocorrido emperíodo de baixa vazão, o óleo derramado teria gerado um risco bem maior, pois seria dificultada a oxigenaçãodas águas e com possibilidade de provocar mortandade de daqueles organismos que necessitam do oxigênio,elemento fundamental à vida.De acordo com o documento “ Poluição Ambiental Através de Óleos Lubrificantes Usados”45:“ Estudos realizados na França revelam que 5 litros de óleo lubrificante usado, jogados em um lago, podemrecobrir uma superfície de 5.000 m2 ...” (pág.8).Ainda no mesmo documento, referindo-se aos riscos:“ ... o delgado filme de óleo, da ordem de um mícron, é suficiente para matar todos os organismos vivos. Eleimpede a passagem dos raios solares, ocasionando forte redução da oxigenação da água, criando sériosproblemas nas estações de tratamento “. (pág.8).

Conforme relatório da Petrobras Petróleo Brasileiro S.A., documento incluso no anteriormente citado, no item2.3 – Características toxicológicas, há citações alertando que os óleos de motor à gasolina, são produtospotencialmente cancerígenos. O índice de mutagenicidade de óleos de motor Diesel aumenta rapidamentetanto com o período de uso do óleo, como a própria quilometragem do automóvel.Os óleos usados possuem um valor de mercado que oscila de 40% a 60% dos óleos novos.Houve danos à flora e a fauna, devidos as características físicas, químicas e toxicológicas do óleo.Diante do tempo transcorrido, não há neste momento, possibilidade de que uma perícia aponte os danosefetivamente ocorridos, mas apenas aqueles de natureza potencial, naquele momento.Por analogia, pode-se dizer que se o líquido fosse derramado em um lago, esse óleo teria ocupado uma área de200.000 m2 e os danos seriam proporções indescritíveis, mas avaliáveis.

45 – Lideroil do Brasil Ltda e Indústria Petroquímica do Sul Ltda –1995

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Identificação e Quantificação das Variáveis Quantificáveis:A questão aqui apresentada permite que se façam algumas projeções do tipo:

- os óleos usados têm valor de mercado;- se não houve a comercialização é por que por alguma razão seria mais barato jogá-lo no

rio;- isto, por si só, já geraria um sobrevalor ao produto derramado, pois o ônus da retirada do

óleo e o dano foram transferidos para a sociedade.O óleo lançado no rio ao ser retirado e disposto de uma forma adequada por uma empresa especializada,geraria um custo para o poluidor não inferior a R$ 5 000,00 (q1).Um litro de óleo reprocessado deve custar em torno de R$ 2,00. Como foram 200 litros, temos, então: R$400,00 (q2).Outros itens poderão ser considerados também.

Então q1 + q2 = R$ 5 400,00

Identificação e Quantificação Unitária das Variáveis Intangíveis: Ambiente Físico

- ar: i1=1- água: i2=1- solo: i3=0TOTAL= 2

Ambiente Biótico

FAUNA- aves: i4=1- mamíferos: i5=1- répteis: i6=1- insetos: i7=1

TOTAL=4

FLORA- vegetais superiores: i8=1- vegetais intermediários: i9=1- vegetais inferiores: i10=1

TOTAL=3

Meio Antrópico:- pescadores: i11= 1- populações ribeirinhas: i12= 1- estético: i13= 1

TOTAL= 12

Assim, α α 2 13VERD= Σ qn x Σ in = Σ qn x Σ in = R$ 5 400,00 x 12 =

n=1 n=1 n=1 n=1

VERD= R$ 64 800,00

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ESTUDO DE CASO Nº4

ASSUNTO: Mortandade de dez a quinze mil peixes provocada por operação indevida em uma eclusa46 durantea piracema.

BREVE COMENTÁRIO:Em contato realizado com os órgãos técnicos do estado foram obtidas as seguintes informações.Inicialmente existe a necessidade de elaboração, por parte do responsável pela eclusa, de um Projeto Técnicode repovoamento do rio, assinado por responsável não apenas pela elaboração, mas também pela suaexecução;

- existe a necessidade de que seja realizado um estudo prévio, caracterizando as espécies esubespécies típicas do rio, já que, pelo que se soube, existem 50 tipos diferentes de lambaris;

- verificar o período adequado para a introdução dos alevinos;- verificar, também, a ordem e a quantidade de alevinos a serem introduzidos, para evitar a

superpopulação;- determinar a quantidade a ser introduzida;

Quando questionados se 10 unidades de alevinos seriam suficientes para compensar cada peixe que morreu, ostécnicos especialistas no assunto consideraram o valor muito baixo e até fizeram comparação com o códigoflorestal que estabelece 15 unidades como valor de reposição para cada árvore abatida.Diante das considerações apresentadas, adotou-se um número compensatório de 1x20 ou seja 20 alevinos paracada peixe morto, por ciclo reprodutivo , desta forma, teria-se:

- nº de peixes mortos: 12 500 (nº médio entre 10 000 e 15 000)- unidades compensatórias: 20

- TOTAL: 250 000 unidades de alevinos

OBSERVAÇÃO:

É necessário considerar que para cada ciclo reprodutivo, um peixe geraria 20 alevinos (quantidadesubestimada), que sucessivamente gerariam 400 (20x20) outros e num terceiro ciclo, seriam gerados 8.000(400x20) unidades, havendo, portanto, um crescimento exponencial da população.Assim, 12.500 peixes mortos gerariam no primeiro ciclo reprodutivo, 250.000 (12.500x20) alevinos, nosegundo, 5.000.000 (250.000x20) e no terceiro, 100.000.000 (5.000.000x20) unidades.É possível estabelecer-se um coeficiente de perdas de unidades da ordem de 90% (valor aleatório e exageradoaté por que muitos são machos), a partir do segundo ciclo reprodutivo, assim sendo, os valores passariam a serde 250.000, 500.000 e 10.000.000 de alevinos.Outra hipótese mais simples para o cálculo, seria a conversão do peso de peixes mortos em equivalente-alevino, considerados com peso-médio de 20 gramas. Desta forma teria-se, 2.250 Kg (peso médio estimado dototal de peixes mortos) corresponderiam a 112.500 ( 2.250.000 : 20) alevinos.Portanto, estimou-se que o número mais provável de unidades a serem repostas, deveria estar entre 112.500 e10.000.000 de alevinos.

Identificação e Quantificação das Variáveis Quantificáveis:Sabe-se que os peixes ornamentais, por serem exóticos (não nativos), não possuem uma função ecológicacientificamente reconhecida no ecossistema em questão. Desta forma, o seu valor de mercado, serve comoreferência, quando comparados com as espécies nativas do rio Jacuí.

Pesquisando no mercado, obteve-se como menor valor, aqueles da espécie neon, que unitariamente custamaproximadamente R$ 0,50. Há espécies que podem atingir até R$ 8,00 por unidade.

46 Dispositivo utilizado para a navegação fluvial, no transporte de embarcações em diferentes níveis das águas, represadas a montante e ajusante de uma barragem, NBR 9896/93 pág. 39.

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Aplicando-se, então, o menor valor para o caso em tela, teríamos:

- nº mínimo de unidades a serem repostas:115 000

- menor valor de mercado de espécie exótica: R$ 0,50

- custo estimado: R$ 57 500,00 (q1)

O custo de um projeto de repovoamento das espécies abatidas, considerando a necessidade de um estudoprévio e de um responsável técnico por todo o processo, não custaria menos do que R$ 1 500,00 (q2).

Assim, q1 + q2 = R$ 59 000,00

Identificação e Quantificação Unitária das Variáveis Intangíveis:Ambiente Físico

- ar: i1=0- água: i2=0- solo: i3=0TOTAL= 0

Ambiente BióticoFAUNA- aves: i4=1- mamíferos: i5=1- répteis: i6=1- insetos: i7=1- peixes: i8=1

TOTAL= 5

FLORA- vegetais superiores: i9=0- vegetais intermediários: i10=0- vegetais inferiores: i11=1

TOTAL= 1

Meio Antrópico:- pescadores: i12= 1- populações ribeirinhas: i13= 1- estético: i14= 1

TOTAL= 3

Assim, i1 +i2+i3+i4+i5+i6+i7+i8+i9+i10+i11+i12+i13 +i14 = 9

Desta forma, teremos: α α 2 14

VERD= Σ qn x Σ in = Σ qn x Σ in = R$ 59 000,00 x 9 = n=1 n=1 n=1 n=1

VERD= R$ 531 000,00

ESTUDO DE CASO Nº5

ASSUNTO: Queima de campo nativo.

BREVE COMENTÁRIO:

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De acordo com informações obtidas junto ao órgão de extensão rural do estado, o custo médio/ ha para umaprática alternativa para melhoramento de campo nativo, é de aproximadamente R$ 273,00.

No entanto, as mesmas informações, quando submetidas ao órgão fiscalizador, a composição dos custos,segundo outros referenciais, conduziria a valores que oscilam entre R$ 90,00 e R$ 165,00 por hectare, assimdistribuídos:

R E G I Ã OCampos de cima da serra Demais regiões

Roçada 20,00 20,00Calcário 125,00 50,00Azevém 20,00 20,00Total 165,00 90,00

Os valores apresentados, podem servir de referência para a indenização dos danos causados, pois os valoresnão investidos pelo responsável pela queima do campo nativo ao adotar prática ambientalmente questionável,foram por ele acumulados/internalizados.

Identificação e Quantificação das Variáveis Quantificáveis:

- Área degradada: 201 ha- pastagem nativa: 170 ha- banhados: 30 ha- floresta: 1 ha

Assim, economicamente temos:- pastagem nativa atingida:

170 ha x R$ 165,00 = R$ 28 050 ( q1 )

- banhados atingidos: de acordo com o Código Florestal Federal, os banhados constituem-se em Áreas de Preservação Permanente47 devido a grande importância ambiental. Destaforma, os valores indenizatórios a serem aplicáveis, devem ser consideravelmentesuperiores aqueles utilizados anteriormente (campos nativos), por serem áreas deespecial interesse da sociedade. Portanto, sugere-se a aplicação de um fator demultiplicação/correção que seja utilizado para áreas especiais, como por exemplo: 1,2 ,1,5 , 2,0 ... etc.Logo, teremos:

R$ 165,00 X 2,0 = R$ 330,00/ha

Sendo a área de banhado igual a 80 ha:

R$ 330,00 X 80 ha = R$ 26 400,00 ( q2 )

Quanto a área de floresta atingida pode-se adotar outro critério adicional que aqui sedesconsiderado.

Portanto, tem-se que q1 + q2 = R$ 28 050 +R$ 26 400,00TOTAL = R$ 54 450,00

47 Art. 2º Lei Federal nº 4.771/65

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Identificação e Quantificação Unitária das Variáveis Intangíveis:

Ambiente Físico- ar: i1=1- água: i2=1- solo: i3=1

TOTAL= 3

Ambiente BióticoFAUNA- aves: i4=1- mamíferos: i5=1- répteis: i6=1- insetos: i7=1

TOTAL= 4

FLORA- vegetais superiores: i8=1- vegetais intermediários: i9=1- vegetais inferiores: i10=1

TOTAL= 3

Meio Antrópico:- populações: i11= 1- estético: i12= 1

TOTAL= 2

Assim, i1 +i2+i3+i4+i5+i6+i7+i8+i9+i10+i11+i12 = 12

Desta forma, teremos:

α α 2 12VERD= Σ qn x Σ in = Σ qn x Σ in = R$ 54 450,00 x 12 =

n=1 n=1 n=1 n=1

VERD= R$ 653 400,00

ESTUDO DE CASO Nº6

ASSUNTO: Aterramento ocorrido com 30 000 m3 de entulhos em área de preservação permanente.

BREVE COMENTÁRIO:

Trata-se de uma área particular localizada no meio urbano, a qual pertencente a uma empresa de depósito deareia.As margens do arroio foram aterradas com caliças, entulhos, massa asfáltica, latas lâmpadas fluorescentes eetc, sem autorização do órgão ambiental do estado. A referida área constituiu-se no passado, de uma planície de inundação do rio dos Sinos. Hoje, com aconstrução da via de acesso e o aterramento irregular, o local está consideravelmente descaracterizado do seucontorno original.A faixa de acúmulo de água, tem uma extensão de aproximadamente 150 metros, sendo que junto ao rio, foiaberto um canal para o escoamento das águas acumuladas.Junto ao rio dos Sinos, há um ancoradouro construído há muito tempo, também sem licenciamento ambiental,por onde as dragas descarregam a areia para a empresa.

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Há árvores queimadas dos lados direito e esquerdo da via de acesso, o que está a indicar que esta prática -queima- foi utilizada no local.

Identificação e Quantificação das Variáveis Quantificáveis:Segundo cálculos feitos pelos técnicos que participaram da vistoria, a área recebeu aproximadamente 30 000m3 (trinta mil metros cúbicos) de aterro.

- volume de aterro: 30 000m3

- densidade estimada do aterro: 0,40 t/m3

- quantidade depositada: 12 000 t- custo da destinação final de resíduos de classe III em área previamente regularizada: R$ 100,00/t- custo total da deposição: R$ 1 200 000,00 (q1)

Identificação e Quantificação Unitária das Variáveis Intangíveis:Ambiente Físico

- ar: i1=1- água: i2=1- solo: i3=1

TOTAL= 3

Ambiente BióticoFAUNA- aves: i4=1- mamíferos: i5=1- répteis: i6=1- insetos: i7=1

TOTAL= 4

FLORA- vegetais superiores: i8=1- vegetais intermediários: i9=1- vegetais inferiores: i10=1

TOTAL= 3

Assim, i1 +i2+i3+i4+i5+i6+i7+i8+i9+i10 = 10

Desta forma, teremos:

α α 1 10VERD= Σ qn x Σ in = Σ qn x Σ in = R$ 1 200 000,00 x 10 =

n=1 n=1 n=1 n=1

VERD= R$ 12 000 000,00

ESTUDO DE CASO Nº7

ASSUNTO: Extração de bem mineral sem licenciamento ambiental.

BREVE COMENTÁRIO:

Houve exploração de uma pedreira, durante 5 anos (60 meses) em uma área de aproximadamente 700 m2, ondeeram retiradas 17 500 pedras por mês.

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Ao longo deste período foram extraídas 1 050 000 pedras.

Identificação e Quantificação das Variáveis Quantificáveis:Considerando o valor subestimado de R$ 1,00 por pedra teríamos que os exploradores teriam se beneficiadocom R$ 1 050 000,00 ao longo dos 60 meses, atuando de forma irregular.Para que fosse possível iniciar o trabalho na área, seria necessário a obtenção das licenças prévia, de instalaçãoe de operação a um custo estimado de R$ 1 500,00 (q1), sendo que em 5 anos, seriam necessários 4renovações de licenças que, a R$300,00 cada uma, corresponderia R$ 1200,00 (q2).Assim,

q1+q2 = R$ 1 500,00 + R$ 1 200,00 = R$ 2 700,00

Aqui não foram contabilizados os impostos decorrentes da atividade e que não foram recolhidos aos cofrespúblicos.

Identificação e Quantificação Unitária das Variáveis Intangíveis:

Ambiente Físico- ar: i1=0- água: i2=1- solo: i3=1

TOTAL= 2

Ambiente BióticoFAUNA- aves: i4=1- mamíferos: i5=1- répteis: i6=1- insetos: i7=1

TOTAL= 4

FLORA- vegetais superiores: i8=1- vegetais intermediários: i9=1- vegetais inferiores: i10=1

TOTAL= 3

Assim, i1 +i2+i3+i4+i5+i6+i7+i8+i9+i10 = 9

Desta forma, teremos:

α α 2 10VERD= Σ qn x Σ in = Σ qn x Σ in = R$ 2 700,00 x 9 =

n=1 n=1 n=1 n=1

VERD= R$ 24 300,00

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ESTUDO DE CASO Nº8

ASSUNTO: Disposição irregular de embalagens de agrotóxicos48.

BREVE COMENTÁRIO:

Tratava-se de uma propriedade onde são plantados aproximadamente 2000 ha de arroz.De acordo com o responsável técnico da empresa, a maior parte dos herbicidas utilizados na lavoura, possuíamembalagens hidrossolúveis e portanto, não havia sobra de resíduos, mas mesmo assim foi estimada a geraçãode aproximadamente 50 embalagens metálicas por safra.Ainda de acordo com as pessoas contatadas, há 10 anos é utilizado o mesmo sistema de destinação final deembalagens ou seja, é aberta uma vala de aproximadamente 1 metro de profundidade, onde as mesmas sãolançadas, queimadas e cobertas com terra.Nas proximidades, em um raio de aproximadamente 50 metros, havia moradias dos empregados, os quais seabasteciam de água obtida em poços artesianos.A empresa não possuía licença ambiental para fazer a disposição de resíduos e embalagens na forma comovinha fazendo.

Identificação e Quantificação das Variáveis Quantificáveis:

Para iniciar o descarte de forma regularizada, a empresa de deveria ter gasto R$ 500,00 (q1) e taxas de licenciamentoe posteriormente, mais nove renovações das licenças o que eqüivale a 9 x R$ 150,00 = R$ 1 350,00 (q2).

Da mesma forma, não houve a elaboração e execução de projeto técnico o que custaria em torno de R$ 1500,00 (q3).Assim,

q1 + q2 + q3 = R$ 500,00 + R$ 1350,00 + R$ 1 500,00 = R$ 3 350,00

Ainda poderiam ser computados os valores gastos pelo estado com a vistoria/perícia, diárias, combustível ehora-técnico.

Identificação e Quantificação Unitária das Variáveis Intangíveis:

Ambiente Físico- ar: i1=1- água: i2=1- solo: i3=1

TOTAL= 3

Ambiente BióticoFAUNA- aves: i4=1- mamíferos: i5=1- répteis: i6=1- insetos: i7=1

TOTAL= 4

FLORA- vegetais superiores: i8=1- vegetais intermediários: i9=1- vegetais inferiores: i10=1

TOTAL= 3

48 Art. 2º Lei Federal nº 7.802/89

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Assim, i1 +i2+i3+i4+i5+i6+i7+i8+i9+i10 = 10

Desta forma, teremos:

α α 3 10VERD= Σ qn x Σ in = Σ qn x Σ in = R$ 3 350,00 x 10 =

n=1 n=1 n=1 n=1

VERD= R$ 33 350,00

Este valor seria aplicado para cada ponto da propriedade em que houve o descarte irregular das embalagens.

CONCLUSÃOConforme o que foi apresentado até o momento, é possível verificar que o problema da quantificaçãoeconômica dos danos ambientais reside fundamentalmente na impossibilidade de atribuir valores econômicosde mercado a determinados recursos ambientais, até por que, ao menos até que se prove o contrário, osmesmos não são regulados pela Lei da oferta e da procura.

Por outro lado, face a essa dificuldade, os peritos invariavelmente, não conseguem determinar valoreseconômicos para os danos ambientais e desta forma, Magistrados, Promotores de Justiça e aqueles que buscamindenizações, também ficam muito limitados para os estabelecimento de valores a serem ressarcidos ouindenizados.

Assim, este trabalho propõe uma alternativa para o estabelecimento de valores econômicos que estejamassociados aos danos ambientais.

Outro aspecto a salientar, é com relação aos estudos de casos apresentados, pois, os mesmos, embora játestados, podem ser acrescidos de outros elementos economicamente quantificados e intangíveis que, semqualquer dúvida, irão aumentar os valores de referência.

É importante destacar, que esta proposta não tem a pretensão de ser melhor ou pior do que outras formas deavaliação já existentes, apenas tem a vantagem de ser mais prática e menos complicada para se chegar a umvalor de referência, mas que certamente necessita ser aperfeiçoada, sempre sob a ótica de que a sociedade nãodeve arcar com ônus econômico do dano ambiental causado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. BENJAMIN, Antônio Herman. Dano Ambiental: Prevenção, Reparação e Repressão. Ed: Revista dos

Tribunais.2. Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, 1992.3. Constituição da República Federativa do Brasil. Ed. Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul,

1998.4. CUSTÓDIO, Helita Barreira. Avaliação de Custos Ambientais em Ações Jurídicas de Lesão ao Meio

Ambiente. Revista dos Tribunais, ano 79, fevereiro.5. DALLARI, Sueli Gandolfi. O Direito Sanitário na Constituição de 1998: Normativa, Garantias e

Seguridade Social. Série Direito Saúde N° 4 - Organização Pan - Americana de Saúde. Brasília: 1994.6. Direito Ambiental. Revista dos Tribunais, março: 1996.7. Ensaios FEE. A Problemática Ambiental e a Função do Estado numa Economia Mista Moderna. Porto

Alegre: 1991.8. FREITAS, Vladimir Passos e FREITAS, Gilberto Passos. Crimes Contra a Natureza. Ed: Revista dos

Tribunais9. FREITAS, Vladimir Passos. Direito Administrativo e Meio Ambiente.10. Glossário de Poluição das Águas. ABNT,199311. MAZZILLI, Hugo Nigro. A Defesas dos interesses Difusos em Juízo. Ed: Saraiva.12. MÄLER, Karl Göran e WYZGA, Ronald E. A Medida Econômica dos Danos Ambientais.13. Meio Ambiente na Administração Municipal. Ed. FAMURS

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14. MOTA, Ronaldo Seroa. Manual para Valoração Econômica dos Recursos Ambientais. Brasília: 1998.15. MUKAI, Toshio. Direito Ambiental Sistematizado. Ed. Forense Universitária.16. PRUNES, José Luiz Ferreira. As Perícias na Justiça do Trabalho. Ed: Ltr, São Paulo.17. POLIDO, Walter Antônio. Uma Introdução ao Seguro de Responsabilidade Civil Poluição Ambiental.

199518. Revista Veja. Pág. 80 e 81, n° 22, abril: 199719. ROSA, Boa Ventura de Souza. Pela Mão de Alice: O Social e o Político na Pós-Modernidade.20. SILVA, Antônio Carlos Morais. Prática Processual: Peritos e Assistentes Técnicos. Revista Consulex

n° 4, abril, 1997.21. Temática Contábil e Balanços. IOB,199922. TORO, José Bernardo e WERNECK, Nísia Maria Duarte. Mobilização Social.23. UNICEF- Fundo das Nações Unidas. Situação Mundial da Infância.