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VI Congresso Nacional de Geologia ÍNDICE Apresentação Miguel Telles Antunes III Paleontologia, Estratigrafia Aluviões de Bertiandos (Ponte de Lima): estudo preliminar para a reconstituição ambiental holocénica no Entre-Douro-e-Minho A. M. C. Alves, M. I. C. Alves, D. I. Pereira & M. C. Gonçalves 2 Contributo para a interpretação vulcanostrutural da ilha do Corvo, Açores J. M. M. Azevedo, E. I. Alves & J. L. Dias 2 Revisão sistemática da Classe Tentaculita e suas ocorrências no Devoniano da Bacia do Paraná, Brasil H. L. C. Azevedo-Soares & M. A. C. Rodrigues 3 Microfauna (ostracodos,foraminíferos) do Caloviano-Oxfordiano da sondagem Vermoil-1, Leiria: estudo . preliminar e comparação com a da série de Pedrógão M. Cristina Cabral, Ana C. Azerêdo & Miguel M. Ramalho 3 Caracterização das principais unidades vulcano-estratigráficas da ilha . de São Tomé, Golfo da Guiné R. Caldeira, J. Madeira, J. M. Munhá, R. S. Afonso, J. Mata, C. C. Tassinari, & E. Nascimento 4 Upper Cenomanian ecostratigraphy of the west portuguese carbonate platform: evidence from the Baixo Mondego region (West Central Portugal) Pedro Callapez 4 Biocronoestratigrafia do Siluriano do Grupo Trombetas da Bacia do Amazonas (Brasil) com base em acritarcos T. Cardoso & M. Rodrigues 5 Técnicas de locomoção empregues em Merostomichnites Packard, 1900 do Arenigiano de Portugal: critérios paleobiológicos para o reconhecimento de Phyllocarida C. Neto de Carvalho 5 o primeiro registo de comunidades de Mecochirus (Crustacea, Decapoda) sepultadas no interior de Thalassinoides (Barremiano inferior, Formação Boca do Chapim) C. Neto de Carvalho, Pedro Andrade E. J. Viegas, B. Teodoso & M. Cachão 6 Pegadas de Cervus elaphus nos eolianitos plistocénicos da ilha de Pessegueiro (SW Alentejano, Portugal) C. Neto de Carvalho, S. Saltão, J. Campos Ramos & M. Cachão 6 Icnofósseis de invertebrados da Formação Irati (Permiano superior da Bacia do Paraná, Brasil) R. Costa, A. C. S. Fernandes & F. A. Sedor 6 Proposta de correlação sequêncial do Aptiano superior e Albiano da Bacia Lusitânica J. Dinis, J. Rey & P.-c. de Graciansky 7 Os depósitos detrítico-diatomíticos de Abum (Rio Maior). Novos aspectos paleoflorísticos e implicações paleoclimáticas F. Diniz 7 Variação defácies, litostratigrafia e interpretação sequencial do Liásico médio e superior ao longo da transversal Tomar-Peniche (Portugal) L. V. Duarte 8 XI

Vi Congresso Nacional de Geologia

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VI Congresso Nacional de Geologia

ÍNDICE

Apresentação Miguel Telles Antunes III

Paleontologia, Estratigrafia

Aluviões de Bertiandos (Ponte de Lima): estudo preliminar para a reconstituição ambiental holocénica no Entre-Douro-e-Minho

A. M. C. Alves, M. I. C. Alves, D. I. Pereira & M. C. Gonçalves 2

Contributo para a interpretação vulcanostrutural da ilha do Corvo, Açores J. M. M. Azevedo, E. I. Alves & J. L. Dias 2

Revisão sistemática da Classe Tentaculita e suas ocorrências no Devoniano da Bacia do Paraná, Brasil

H. L. C. Azevedo-Soares & M. A. C. Rodrigues 3

Microfauna (ostracodos,foraminíferos) do Caloviano-Oxfordiano da sondagem Vermoil-1, Leiria: estudo . preliminar e comparação com a da série de Pedrógão

M. Cristina Cabral, Ana C. Azerêdo & Miguel M. Ramalho 3

Caracterização das principais unidades vulcano-estratigráficas da ilha . de São Tomé, Golfo da Guiné

R. Caldeira, J. Madeira, J. M. Munhá, R. S. Afonso, J. Mata, C. C. Tassinari, & E. Nascimento 4

Upper Cenomanian ecostratigraphy of the west portuguese carbonate platform: evidence from the Baixo Mondego region (West Central Portugal)

Pedro Callapez 4

Biocronoestratigrafia do Siluriano do Grupo Trombetas da Bacia do Amazonas (Brasil) com base em acritarcos

T. Cardoso & M. Rodrigues 5

Técnicas de locomoção empregues em Merostomichnites Packard, 1900 do Arenigiano de Portugal: critérios paleobiológicos para o reconhecimento de Phyllocarida

C. Neto de Carvalho 5

o primeiro registo de comunidades de Mecochirus (Crustacea, Decapoda) sepultadas no interior de Thalassinoides (Barremiano inferior, Formação Boca do Chapim)

C. Neto de Carvalho, Pedro Andrade E. J. Viegas, B. Teodoso & M. Cachão 6

Pegadas de Cervus elaphus nos eolianitos plistocénicos da ilha de Pessegueiro (SW Alentejano, Portugal) C. Neto de Carvalho, S. Saltão, J. Campos Ramos & M. Cachão 6

Icnofósseis de invertebrados da Formação Irati (Permiano superior da Bacia do Paraná, Brasil)

R. Costa, A. C. S. Fernandes & F. A. Sedor 6

Proposta de correlação sequêncial do Aptiano superior e Albiano da Bacia Lusitânica J. Dinis, J. Rey & P.-c. de Graciansky 7

Os depósitos detrítico-diatomíticos de Abum (Rio Maior). Novos aspectos paleoflorísticos e implicações paleoclimáticas

F. Diniz 7

Variação defácies, litostratigrafia e interpretação sequencial do Liásico médio e superior ao longo da transversal Tomar-Peniche (Portugal)

L. V. Duarte 8

XI

Page 2: Vi Congresso Nacional de Geologia

Ciências da Terra (UNL), nO especial V

Les caractéristiques lithofaciologiques biostratigraphiques et paleogéographiques des séries liasiques au passage Sinémurien inferieur - Sinémurien supérieur. Exemple du Haut Atlas de Midelt-Rich

Khadija EI-Hariri, Driss Chafild, AbdellatifSouhel & Assan Ibouh 8

Miocene marine mammals from Setúbal Peninsula Mário Estevens 9

Miocene marine mammals from Lisbon Mário Estevens 9

Variação extrema da salinidade: uma condicionante da distribuição dos foraminiferos "vivos" no estuário dos Rios Minho e Coura

Francisco Fatela, João Moreno, João Cascalho, Tanya Silveira, Catarina Fradique & Teresa Drago 10

o icnogénero Bifungites e sua nova ocorrência na Formação Pimenteira (Devoniano), Bacia do Parnaíba, Brasil

A. C. S. Fernandes, S. Agostinho & M. S. S. Viana 10

Nanofósseis calcários emfácies costeiras: revisão de técnicas de estudo . Jorge Ferreira & Mário Cachão 11

Foraminiferos planctónicos do Miocénico superior do Algarve. Implicações cronostratigráficas Paulo Legoinha 11

Cretaceous foraminifera as age indicators in the Cenomanian deposits from "La Serranía de Cuenca" (Spain) M. D. López & M. A. Calonge 11

Late Triassic-Early Jurassic magmatism of Morocco and Portugal: volcanological characteristics J. Madeira, L. T. Martins, N. Youbi, 1. M. Munhá,

H. Ibouh & E. H. AYt Chayeb 12

Litoestratigrafia y cronoestratigrafia de las Vegas Bajas dei Guadiana (Espana) M. E. Moya-Palomares, 1. D. Centeno & T. M. Azevêdo 12

Palinoestratigrafia da sequência litológica imbricada da mina de Neves-Corvo, incluindo a datação dos sulfuretos maciços (Faixa Piritosa, Zona Sul Portuguesa)

XII

1. T. Oliveira, Z. Pereira & N. Pacheco 12

Sondagem de Belverde (Bacia do Baixo Tejo, península de Setúbal, Portugal) 1. Pais, C. Silva Lopes, P. Legoinha, E. Ramalho, J. Ferreira, L Ribeiro, A. R. Amado, L. Sousa,

L. Torres, R. Baptista & R. Pena dos Reis 13

Morfometria aplicada ao cocolitóforo Coccolithus pelagicus Áurea Parente & Mário Cachão 13

Asteroidea (Echinodermata) do Miocénico da Bacia do Baixo Tejo-Sado P. Pereira, M. Cachão & C. Marques da Silva 14

Clypeasteroidea (Echinodermata, Echinoidea) do Miocénico de Portugal P. Pereira, M. Cachão, C. Marques da Silva, P. Dantas & A. B. Smith 14

Correlation ofNeoproterozoic to Cambro-Ordovician rock units ofthe Ossa-Morena, the Central-Iberian and the Saxo-Thuringian Zones (Portugal, Germany)

M. F. Pereira, U. Linnemann, J. B. Silva, U. Kroner & M. Chichorro 15

Estudo palinostratigráfico do sinclinal da Estação de Cabrela. Implicações tectonostratigráficas Z. Pereira & J. T. Oliveira 15

Palinomorfos do Viseano do Complexo vulcânico de Toca da Moura, Zona de Ossa Morena Z. Pereira & 1. T. Oliveira 16

Dating ofthe Toarcian successionfrom the Lusitanian Basin based on calcareous nannofossils N. Perilli & L. V. Duarte 16

Page 3: Vi Congresso Nacional de Geologia

VI Congresso Nacional de Geologia

Identificação de graptólitos do Ludlow (Silúrico superior) na área de Guadramil (Bragança, Zona Centro Ibérica, Portugal): implicações na estratigrafia regional

J. M. Piçarra & C. Meireles 17

Análise palinológica preliminar da Formação de Vale Álvaro (Bragança, NE Portugal) E. Poças, D. Pereira & J. Pais 17

Cartografia geológica da ilha da Madeira: dados preliminares da estratigrafia e estl'Utura da região Machico -Ponta de S. Lourenço

R. Ramalho, J. Madeira, P. Fonseca, S. Prada, A. Serralheiro & C. F. Rodrigues 18

L 'Albien de Ponta da Galé (Cascais): composition, datations, organisation séquentielle J. Rey 18

Morfometria geométrica - aplicações em paleobiologia de Dinossáurios L. A. Rodrigues & V. F. Santos 18

Nova localidade com escifocrinóides no Silúrico do sinclinório de Moncorvo (Zona Centro-Ibérica, Portugal)

A. A. Sá, C. Coke, J. M. Piçarra & J. C. Gutiérrez-Marco 19

Dados preliminares sobre estruturas bioerosivas de foraminiferos incrustantes do Pliocénico inferior de Estepona e Huelva (Sul de Espanha) A. Santos & E. Mayoral 19

Posicionamento estratigráfico da malacofauna pliocénica marinha de Portugal. Implicações paleoceanográficas

Carlos Marques da Silva 19

Palinomorfos do Miocénico da sondagem de Belverde (Bacia do Baixo Tejo, Portugal) -resultados preliminares

Lígia Sousa & João Pais 20

Mineralogia, Petrologia, Geoquímica 21

Caracterização mineralógica do Domeriano da Bacia Lusitaniana P. S. Caetano, P. Gonçalves, F. Rocha, J. Rey & R. B. Rocha 22

Geoquímica dos granitos e seus minerais do Plutão da Serra Negra do Norte, Nordeste do Brasil T. F. C. Campos, A. M. R. Neiva & L. S. V. Nardi 22

Gemologia em Portugal: um rico parente pobre da Mineralogia? R. Galopim de Carvalho 22

Late seafloor carbonate precipitation in serpentinites from the Rainbow and Mount Saldanha sites, Mid-Atlantic Ridge

L Ribeiro da Costa., F. J. A. S. Barriga & R. Taylor 23

Melhoramento da cronologia lunar: utilização do método de 4oAr_39 Ar em amostras basálticas obtidas pelas sondas soviéticas Luna 16, 20 e 24 e de meteoritos lunares

V. Assis Fernandes 23

A análise petrográfica no diagnóstico de reacções químicas no betão L Fernandes, M. Teles & F. Noronha 24

Caracterização química e mineralógica do estado de alteração do granito da Guarda M. Quinta Ferreira & A. M. Antão 24

Análise de imagens de rochas alteradas artificialmente: uma abordagem estatística e estrutural C. Figueiredo, P. Pina, P. Figueiredo, L. Aires-Barros, V. Ramos & P. Machaqueiro 25

Estado(s) do enxofre em rochas vítreas da ilha da Boavista (Cabo Verde): primeiros resultados de um estudo espectroscópico

M. O. Figueiredo, T. Pereira da Silva, J. A. P. Mirão &, J. J. Amaral Ferreira 25

XIII

Page 4: Vi Congresso Nacional de Geologia

Ciências da Terra (UNL), nO especial V

Petrologia, geoquímica e mineralogia das lignites da Bacia de Rio Maior D. Flores, M. M. Marques & I. Suarez-Ruiz 25

Dos solos para os lagos artificiais: transformações mineralógicas e químicas dos materiais depositados R. Fonseca & F. J. S. Barriga 26

Minerais.argilosos em geotermometria de áreas de metamorfismo de baixo grau: resultados preliminares do sinclinal do Buçaco

A. C. Gonçalves, F. Rocha, C. Gomes & P. Nogueira 26

Aplicações da espectroscopia micro-Raman em mineralogia A. Guedes, A. Dária, A. C. Prieto & F. Noronha 27

Mineralogia e cristaloquímica de minerais argilosos de sedimentos da bacia carbonífera do Douro (Estefaniano C inferior - NW de Portugal)

A. Pinto de Jesus, F. Rocha, C. Gomes & M. J. Lemos de Sousa 27

Alunite veins versus supergene kaolinitelhalloysite alteration in the Lagoa Salgada, Algares and S. João (Aljustrel) and S. Domingos massive sulphide deposits, lberian Pyrite Belt, Portugal

João X. Matos, Fernando 1. A. S. Barriga & Vitor M. 1. Oliveira 28

Post-metamorphic evolution ofthe Lower Cambrian section at Enfermarias (Moura, Portugal); its record and metallogenic implications

R. Martins, A. Mateus, J. Figueiras, M. Barroso & V. Oliveira 28

"Pombais Unit", Lower Morais Ophiolite Complex (NE Portugal): sulphide mineralisation and lithogeochemistry D. P. S. de Oliveira, E. Pereira & M. J. Machado 29

(Meta)cherts, (meta)lydites, (meta)phtanites and quartzites ofthe Série Negra (Crato-S. Martinho), E Portugal: towards a correct nomenclature based on mineralogy and cathodoluminescence studies

D. P. S. de Oliveira, R. M. Reed, K. L. Milliken, L. 1. Robb, C. M. C. Inverno & F. L. C. d'Oreyt 29

Características petrográficas, geoquímicas e estruturais das sequências ofiolíticas internas da Zona de Ossa-Morena

1. Pedro, A. Araúj~, P. Fonseca & J. Munhá 29

Unidade de Pombais - Ofiolito inferior do Maciço de Morais (NE de Trás-as-Montes, Portugal) E. Pereira, A. Ribeiro, D. de Oliveira, M. J. Machado, M. E. Moreira & P. Castro 30

Análise de imagem petrográfica macroscópica através de uma metodologia baseada na morfologia matemática P. Pina, T. Barata & J. Saraiva 30

Le volcanisme néogene de Ras Tarf(Riforiental, Maroc): volcanologie, évolution et contexte géodynamique

K. Rkha Chaham, A. El Boukhari, P. L. Rossi & A. Gourgaud 31

Importância do estudo litogeoquímico na caracterização das unidades tectono-estratigráficas do parautóctone da Zona de Galiza Média - Trás-os-Montes M. A. Ribeiro, F. Noronha & M. Cuney 31

Mineralogia dos paleossolos e crostas carbonatadas do Cabo Mondego (Portugal) Fernando Rocha & Elsa Ramalho 32

Evolução do fluido mineralizante no distrito aurífero de Jales D. Rosa 32

Ensaios de lixiviação em rochas ornamentais portuguesas. O caso do gabro de Odivelas Joaquim Simão 33

Aplicação da espectroscopia micro-Raman ao estudo do Char B. Valentim, A. Guedes & A. C. Prieto 33

Bacias sedimentares, Geologia estrutural 35

Transito glaciar-periglaciar en el circo de Dos Hermanas (Macizo de Penalara, Espana) E. Acaso, M. E. Moya-Palomares & J. D. Centeno 36

XIV

Page 5: Vi Congresso Nacional de Geologia

VI Congresso Nacional de Geologia

Evolução tectono-sedimentar da margem ibérica ocidental durante o "rifting" mesozóico Tiago M. Alves, C. Moita, L. Pinheiro, José H. Monteiro, Robert L. Gawthorpe & David W. Hunt 36

The Pedra Furada again T. M. Azevêdo, M. Abreu & A. M. Galopim de Carvalho 36

Significado tectónico dos depósitos pliocénicos e plio-plistocénicos de .Águeda-Anadia António Barra, Álvaro Oliveira, Alberto Gomes, José Grade & Bernardo Barbosa 37

o Sector de Estremoz-Barrancos (ZOM): cartografia geológica e estrutural ao longo de uma geotransversal no Rio Guadiana

J. Borrego, A. Araújo & P. Fonseca 37

Análise estrutural da praia de Vale Figueira - Zona Sul Portuguesa R. Caranova & F. O. Marques 37

A Formação de Vale do Guizo e o bordo oriental da Bacia do Baixo Tejo, entre Crato e Avis - dados preliminares

A. M. Costa, N. L. V. Pimentel & B. P. Barbosa 38

Contributos para o conhecimento da Mina das Banjas e do Ordovícico do anticlinal de Valongo H. Couto, G. Roger & F. Sodré Borges 38

FIST: estimação da deformação finita em tectonitos R. Dias 39

Sedimentos pliocénicos e quaternários da região de Anadia - o papel da tectónica P. A. Dinis 39

A estrutura do· complexo de Monchique E. J. González-Clavijo& V. Valadares 39

SEDMAC/SEDPC: programa informático de apoio à análise dimensional de populações detríticas Renato Henriques 40

Génese e evolução da bacia carbonifera do Douro (Estefaniano C inferior - NW de Portugal) A. Pinto de Jesus & M. J. Lemos de Sousa 40

Ciclicidade e pedogénese em calcários do Jurássico médio: o exemplo da série de Melriça (Serra de Sicó)

J. M. Martins, Ana C. Azerêdo& G. Manuppella 41

Estudo de lineamentos fotointerpretados na região do Algarve ocidental C. Moniz, E. González-Clavijo, L. Matias & J. Cabral 41

Depósitos terciários de Macedo de Cavaleiros: enquadramento morfotectónico e evolução paleoambiental Diamantino Insua Pereira 42

Geomorfologia do Parque Natural de Montesinho: controlo estrutural e superfícies de aplanamento P. Pereira, D. L Pereira, M. L Caetano Alves & C. Meireles 42

Morfologias de talude instável em contexto de rifting. Exemplo do Jurássico superior da Bacia Lusitânica R. Pena dos Reis 43

Novas possibilidades resultantes da aplicação da informática à geologia; quantificação da deformação em amonóides distorcidos R. C. Rocha & R. Dias 43

Transpressão esquerda bética no anticlinal de Cabeça Gorda (Soure) R. C. Rocha, R. Dias & L.V. Duarte 43

Macroestrutura varisca do arco da Garraia - Santa Comba (Murça, NE de Portugal) J. Rodrigues, A. Ribeiro & E. Pereira 44

XV

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Transient inversion during the opening stage ofthe Wilson cycle "Sardic phase" in the Iberian Variscides­stratigraphic and tectonic records

J. Romão,Carlos Coke, Rui Dias & A. Ribeiro 44

Upper Paleozoic basins development under orogen-parallel sinistrai transcurrent regime in the SW Iberian Massif (Portugal)

J. B. Silva, M. F. Pereira & M. Chichorro 45

Estruturas e regime de instalação do maciço granítico varisco sin-D3 de Sameiro (NW de Portugal) P. P. Simões, A. Fernández & G. Dias 45

Tectónica, Geofisica 47

XVI

Projecto MA GIC. Uma contribuição portuguesa para o conhecimento de Marte E. Ivo Alves 48

Uma evidência de libertação de fluidos em Marte na actualidade E. Ivo Alves, José M. Azevedo, Luís N. Conde & Ana R. Baptista 48

Dicotomia hemisférica em Marte - craterismo e magnetização Ana R. Baptista 48

New data on the active surface faulting vs. landsliding controversy concerning the Vila Chã de Ourique site (Lower Tagus Valley)

J. Cabral, F. Marques, P. Figueiredo, N. Simão & L. Matias 48

Neotectónica e fluidos quentes de origem profunda no maciço hespérico Carlos Calado 49

Syntectonic high-temperature / low-pressure metamorphism in the Boa Fé Fault Zone (Évora Massif, Western assa-Morena Zone)

M. Chichorro, M. F. Pereira, A. Apraiz & J. B. Silva 49

Partição da deformação varisca induzida por anisotropias no soco Precâmbrico: o exemplo dafalha de Ferrarias na Serra do Marão

C. Coke, R. Dias & A. Ribeiro 50

Anisotropia da susceptibilidade magnética em granitóides hercínicos tardios da região de Viseu (ZCI) A. Couto, B. Valle Aguado, J. M. Pessoa, M. Pinheiro, P. F. Silva, J. M. Miranda, M. R. Azevedo,

J. Nolan, J. Medina & M. E. Martins 50

Geocronologia do complexo metamórfico de Miranda do Douro (NE Trás-os-Montes, Portugal). Implicações geodinâmicas

P. Castro, C. Tassinari, E. Pereira, G. Dias & J. Leterrier 51

Contribuição para o conhecimento do estado térmico da Bacia do Algarve R. Duque 51

Modelo gravimétrico da região do Baixo Vouga (Aveiro) F. P. O. Figueiredo, M. J. Senos Matias & M. R. Portugal V. Ferreira 51

Evidências de actividade neotectónica na região de Juromenha S. Gonçalves & A. Araújo 52

Tectónica salifera cenozóica na margem Algarvia Fernando C. Lopes 52

Fabrics magnéticos e magmáticos em diques: concordâncias e discrepâncias M. Moreira, C. R. Nogueira & P. Terrinha 53

Fluxo magmático em diques do cortejo radial de diques de Mafra C. R. Nogueira, M. Moreira & P. Terrinha 53

Caracterização vulcanológica do Banco D. João de Castro (Açores): novos dados J. C. Nunes, V. H. Forjaz, J. L. Alves & A. C. Bernardes 53

Page 7: Vi Congresso Nacional de Geologia

VI Congresso Nacional de Geologia

Diagrafias geofísicas na sondagem de Belverde (Miocénico, península de Setúbal, Portugal) E. Ramalho, I. Ribeiro, L. Torres & J. Pais 54

3-D strain distribution in the Ibero-Armorican Arc: a review A. Ribeiro, A. Marcos, E. Pereira, S. Llana-Fúnez, P. Farias, F. J. Femández, P. Fonseca,

H. I. Chaminé & F. Rosas 54

Geofísica no estudo da evolução da lagoa holocénica da Apúlia (Esposende) Isabel Ribeiro 55

Geofísica (resistividade e radar) aplicada na região costeira da Areosa (Viana do Castelo)

Isabel Ribeiro 55

Métodos geofísicos aplicados à prospecção de água subterrânea em rochas cristalinas do Alentejo - vantagens e limitações

R. Rocha, E. Ramalho, E. Paralta & A. Andrade Afonso 56

Organização tectonoestratigráfica do complexo parautóctone do NE de Portugal: uma proposta J. Rodrigues, A. Ribeiro, E. Pereira & C. Meireles 56

Tectónica de carreamento no sector de Domes (sinforma de Amêndoa-Carvoeiro), Variscidas ibéricas J. Romão & A. Ribeiro 56

Aplicação do método geofísico RF-EM (radiofrequency· - electromagnetics) na área envolvente da mina de Germunde. Interpretação de resultados Renata Santos & Amélia Carvalho Dill 57

Estudo petro-estrutural do maciço pós-tectónico de Aguas Frias (Chaves). Resultados preliminares H. Sant'Ovaia, H. C. B. Martins & F. Noronha 57

"Fabric" magnético do complexo granítico hercínico de Castro Daire H. Sant'Ovaia, P. Olivier & F. Noronha 58

Complexo ígneo de Sintra - um modelo de instalação constrangido por novos dados de gravimetria e ASM P. Terrinha, A. Aranguren, M. C. Kullberg, E. Pueyo, J. C. Kullberg,

A. M. Casas Sainz & C. Rillo 58

Falha de Portimão: novos dados, sobre a geometria e cinemática no Mesozóico, Neogénico e Quaternário e continuidade das estruturas nas áreas emersa e imersa do Algarve

P. Terrinha, E. Clavijo, J. Vicente, C. Moniz, R. Dias, J. T. Vazquez & V. Diaz deI Rio 59

Hidrogeologia 61

Variaciones tempo rales de parámetros fisico-químicos en manantiales de elevada mineralización en el entorno de Campo Aranuelo,fosa occidental dei Tajo (Espana)

A. Andrés, M. Espa, I. Munoz & R. Vicente 62

O problema da origem da espécie química H20 no caso das águas sulfúreas alcalinas portuguesas Carlos Calado 62

Quantificação dos recursos hídricos subterrâneos na região de Montalegre (Norte de Portugal) A. Canas, A. S. Lima & J. Fonseca 62

Hidrogeologia do sistema aquífero superficial do vulcão do Fogo (S. Miguel, Açores) M. R. Carvalho & C. Almeida 63

Caracterização da recarga de aquíferos no arquipélago dos Açores (Portugal) J. V. Cruz 63

Estudo hidrogeoquímico das águas subterrâneas da ilha de São Jorge (Açores, Portugal) J. V. Cruz & C. Amaral 64

Caracterização hidrogeoquímica das águas termais gasocarbónicas da galeria de Fajã da Ama (Madeira, Portugal) J. V. Cruz, S. Prada & C. Amaral 64

XVII

Page 8: Vi Congresso Nacional de Geologia

Ciências da Terra (UNL), n° especial V

A exalação do radão do solo em prospecção hidrogeológica: resultados na área de Fadagosa de Nisa (Alto Alentejo) Pedro Duarte, Conceição Faísca, Carla Pires & Carlos Calado 64

Interacção água-rocha associada à origem e evolução das águas minerais de Cabeço de Vide 1. M. Marques,M. Andrade, F. Goff, M. J. Matias, M. 1. Basto, R. C. Graça, P. M. Carreira,

L. Aires-Barros & L. Rocha 65

Caracterização hidrogeológica preliminar de Luanda e arredores (Angola) G. Miguel, L. F. Rebollo & M. Martín-Loeches 65

Modelo matemático de simulação de escoamento regional do aquífero da Luz de Tavira (Algarve-Portugal) 1. P. Monteiro, T. Stigter & R. Martins 66

Participação do IGM na caracterização hidrogeológica e implementação das redes de monitorização do bloco de rega de Canhestros (sistema de rega de Alqueva)

E. Paralta, A. Francés & A. Marques da Costa 66

Estimativa de porosidades em rochas básicas a partir de diagrafias eléctricas e nucleares através de dois métodos -um estudo comparativo

R. Rocha, E. Ramalho & A. Andrade Afonso 66

As redes de drenagem dos rios Arunca e Anços e a ocorrência de estruturas diapíricas J. Velho 67

A geologia regional e o controlo estrutural das nascentes termais do Grupo do Pranto (Soure) 1. Velho 67

Recursos geológicos 69

Controlo morfológico na avaliação de reservas J. A. Almeida 70

Cartografia geológica em países tropicais. Metodologia de trabalho na Guiné-Bissau Paulo H. Alves & Heitor de Carvalhot 70

Mineralogy and geochemical characteristics of different superimposed mineralisations at the Enfermarias prospect (Moura, Portugal)

M. Barroso, A. Mateus, 1. Figueiras, R. Martins & V. Oliveira 71

Breve panorâmica sobre os recursos geológicos não metálicos de. Timor Leste Jorge Carvalho & Vítor Lisboa 71

Calcários ornamentais de Beheda (Timor Leste) Jorge Carvalho & Vítor Lisboa 72

Jazigos de ouro associados à orogenia hercínica no Maciço da Boémia (República Checa) 72

J. Correia

Mina de Banjas: controlo das mineralizações auríferas pelas alternâncias do Arenigiano H. Couto! G. Roger, Y. MolHo & F. Sodré Borges 72

Caracterização do mármore Marinela (Estremoz, Zona dos Mármores) E. Filipe,V. Lamberto & P. S. Caetano 73

Depósitos cenozóicos do planalto mirandês (Trás-os-Montes). Potencialidades dos recursos minerais não metálicos L. Gonçalves, M. L C. Alves & D. L Pereira,

73 The rock excavated phenomena of the Eastern Rhodope Mountains - mysteries and reality

R. Gyurov 74

Cartografia temática do geo-recurso "brecha algarvia" P. Henriques, S. Machado, R. Quartau, J. Carvalho & G. Manuppella 74

Geological setting and magnetite-ore genesis at the Corujeiras prospect (Beja district, Portugal) A. Jesus, A. Mateus & V. Oliveira 75

XVIII

Page 9: Vi Congresso Nacional de Geologia

VI Congresso Nacional de Geologia

A zonação mineralógica do filão principal da mina de Bajoca no campo aplitopegmatítico de Almendra (Nordeste de Portugal)

A. M. C. Lima, C. Almeida & F. Noronha 75

A ocorrência de petalite como fase litinífera dominante em vários filões do campo aplitopegmatítico do Barroso-Alvão

A. M. C. Lima, R. C. Vieira, T. C. Martins, F. Noronha & B. Charoy 75

Cartografia temática e breve caracterização dos depósitos argilosos nos terraços fluviais de Aileu (Timor Leste)

J. V. Lisboa, J. Carvalho, Álvaro Oliveira, C. Carvalho & J. Grade 76

Contribuição para o conhecimento das argilas da "Bobonaro Scaly Clay" e suas potencialidades na região de Venilale (Timor Leste)

1. V. Lisboa, J. Carvalho, Álvaro Oliveira, C. Carvalho & J. Grade 76

Mineralizações de estanho tardi-hercínicas: o alinhamento Panasqueira - Pedra Alta A. Lourenço 77

Caracterização da densidade linear de fracturação de núcleos de exploração de mármores no anticlinal de Estremoz A. G. Luís, P. Henriques, P. Falé, S. Sobreiro, J. Saúde & C. Vintém 77

Incorporação de iliformação qualitativa na estimação de reservas minerais. Aplicação ao jazigo aurífero de Covas de Castromil

A. G. Luís & A. J. Sousa 78

Simulação da morfologia de canais de areia em ambientes fluviais J. J. Luís, A. Soares & J. A. Almeida 78

Rainbow hydrothermal Vent Field (37W-36W; 34°5 'W-33°4 'W): new data concerning the mineralization processes A. F. A. Marques & F. 1. A. S. Barriga 78

Indicadores de desenvolvimento sustentável: sua aplicabilidade na indústria extractiva Luís Martins 79

Recrystallised (Fe-)Zn-Pb ores ofthe Portel-Ficalho region (Ossa Morena Zone, Portugal) A. Mateus, 1. Figueiras, V. Oliveira & J. X. Matos 79

Cu-ores in quartz-carbonate veins at Estremoz-Alandroal and Barrancos-Santo Aleixo regions (Ossa Morena Zone): a result ofLate-Variscan hydrothermal activity?

A. Mateus, J. X. Matos, C. Rosa & V. Oliveira 80

Aproveitamento industrial das areias pliocénicas da região de Pêga (Bidoeira de Cima, Leiria) R. Matias, A. Oliveira, J. Grade & F. Pacheco 80

Paleofluidos de Neves Corvo António Moura 80

Ensaios de caracterização das argilas residuais de S. Pedro do Corval (Alentejo, Portugal) S. Novo, F. Rocha, V. Lamberto, J. Conde & P. S. Caetano 81

Portuguese orogenic Iode gold deposits: the São Martinho prospect example, NOssa Morena Zone D. P. S. de Oliveira, L. J. Robb, C. M. C. Inverno & E. G. Charlesworth 81

Aplicação de uma metodologia litogeoquímica na investigação de ocorrências auríferas J. M. Santos Oliveira 81

Argilas de Timor Leste: contribuição para o seu conhecimento Álvaro Oliveira, J. V. Lisboa, C. Carvalho, J. Grade & J. Carvalho 82

Caracterização tecnológica preliminar dafracção < 63f.D1l duma unidade arenosa do Complexo do Barracão a Norte dafalha da Roussa (Pombal)

F. Pacheco & R. Matias 82

XIX

Page 10: Vi Congresso Nacional de Geologia

Ciências da Terra (UNL), nO especial V

Estado do usufruto dos materiais cerâmicos pegmatíticos no Minho - influência sobre instrumentos de planeamento regional e conservação

V. Ferreira da Silva, T. M. Valente & C. Leal Gomes 82

Caracterização geoquímica da matéria prima extraída de uma pedreira de marga na Arrábida para o fabrico do cimento

Nuno Vermelhudo, J. A. Almeida & Rui Teixeira 83

Geologia de engenharia 85

Estudo geotécnico sobre a estabilidade de blocos de granito na Serra de Sintra C. Águas, J. C. Kullberg, C. Costa & J. A. Almeida 86

Notas sobre um deslizamento histórico ocorrido em São Tomé (Rep. Dem. São Tomé e Príncipe)

Paulo H. Alves 86

Análise de três instabilizações ocorridas em áreas de cedência na cidade de Coimbra Mário Quinta Ferreira, Susana Ferrão &Teresa Quinta Ferreira 86

Reflexões sobre a instabilização de taludes no espaço urbano da cidade de Coimbra Mário Quinta Ferreira & Teresa Quinta Ferreira 87

Causas do derrube de estrada na Ex-ENIlO em Castelo Viegas, Coimbra Mário Quinta Ferreira, M. Teixeira & M. Bonito 87

Caracterização preliminar de componentes pozolânicos para incorporação em argamassas de cal aérea e areia

A. Carlos Galhano & Paulina Rodrigues 88

Qualidade em obras geotécnicas L. Gamito & J. A. Rodrigues-Carvalho 88

Sector de taludes entre a ponte 25 de Abril e Trafaria (Almada): carqcterização de um escorregamento rotacional P. C. Lamas & J. A. Rodrigues-Carvalho 88

Caracterização geológica e geotécnica na identificação da perigosidade sísmica - Castelo de São Jorge e envolvente I. Lopes & I. Almeida

89 o estudo das ondas sísmicas superficiais como método de caracterização dinâmica de solos

I. Lopes, C. Strobbia, J. Santos & I. Almeida 89

Análise da aplicação dos ensaios de azul de metileno e de identificação em solos J. L. Velho, M. Q. Ferreira, A. Veiga & C. Amado 90

Geologia do ambiente 91

:xx

Requalificação ambiental em sistemas costeiros S. Alcobia & P. Bettencourt 92

o estuário do rio Lima: pressão antrópica e caracterização ambiental A. M. C. Alves 92

Historicalfloods ofthe Tagus River in the Santarém region, Portugal T. M. Azevedo E. Nunes, C. Ramos & A. Ramos Pereira 92

Avaliação de impactes ambientais em sistemas estuarinos P. Bettencourt & S. Alcobia 93

A reconstituição paleoambiental do Entre Douro e Minho durante o Holocénico (III e II milénios AC): um projecto multidisciplinar

A. M. S. Bettencourt, A. M. C. Alves, A. Dinis, C. Cruz, D. I. Pereira, r. S. Silva & M. I. C. Alves 93

Prioritização da investigação de locais contaminados por aplicação de análise factorial de correspondências G. Brito, C. N. Costa, H. Vargas, P. H. Verdial, M. Lopes, G. Avillez & D. Vendas 94

Page 11: Vi Congresso Nacional de Geologia

VI Congresso Nacional de Geologia

Os impactos ambientais dos episódios El Nino e La Nina sobre as dunas costeiras do Nordeste do Brasil

J. W. A. Castro

Dunas costeiras obliquas do município de Cabo Frio (Estado do Rio de Janeiro, Brasil) J. W. A. Castro, R. A. Gonçalves, C. A. Ávila & L. L. Antonello

A geologia no procedimento de avaliação de impacte ambiental Carlos Costa

Enchimento sedimentar da albufeira da barragem de Venda Nova (Rio Rabagão) A. L. Costa & H. M. Granja

As cheias do rio Mondego no inverno de 2000/2001 - vulnerabilidade e risco por ocupação de uma planície aluvial P. Proença Cunha

Contribuição para uma cartografia de risco radiológico na antiga região mineira de Cunha Baixa Pedro Duarte, Tânia Ferreira, Mário Reis & Fernando Carvalho

Acumulação de metais pesados e arsénio em solos e plantas das escombreiras e da envolvente das minas de Vale das Gatas (Sabrosa, Vila Real, Norte de Portugal)

P. Favas, J. Pratas & L. Conde

Assoreamento de albufeiras e utilização agrícola dos materiais depositados: uma estratégia ambientalmente correcta para recuperar e fertilizar solos pobres/degradados

R. Fonseca & F. J. S. Barriga

Contaminação de solos com metais pesados derivada de um acidente mineiro C. Franco, A. Soares & J. Delgado

O ciclo sedimentar do Tardiglaciar e Holocénico. Exemplos do litoral sudoeste português M. C. Freitas, M. Cachão, C. Andrade & A. Cruces

Potencial de recuperação dunar em Portugal continental N. Gomes & C. Andrade

Cartografia da dinâmica dunar em Portugal, a Sul do Tejo N. Gomes & F. Valverde

Mudanças ambientais na zona costeira do Noroeste de Portugal desde o Plistocénico-Holocénico até a actualidade

H. M. Granja & G. Soares de Carvalho

Monitorização da pluma de contaminação das águas subterrâneas em lixeiras seladas M. Lopes, G. Avillez, C. Costa & J. A. Almeida

La desertización de la región chaquena en Salta, Argentina; importanda de los factores geológicos M. A. de Pablo & R. N. Alonso

Resultados preliminares do projecto de «Recuperação do cordão dunar da Ria Formosa» (Algarve, Portugal)

;r H. Pereira, L Pires, N. Gomes, J. Garcia & R. Santos

Tagus River floods in the Late Holocene (sedimentology, geochemistry, hydrology) A. Ramos Pereira, C. Ramos, T. M. Azevêdo, E. Nunes & E. Reis

Património geológico e paleontológico

O granito e a cidade: um percurso pelo granito do centro histórico da cidade do Porto (NW Portugal)

A. Almeida, A. Begonha & N. Vieira

A colecção de fósseis portugueses no Museu Nacional do Rio de Janeiro M. Telles Antunes, A. C. Sequeira Fernandes & M. J. Lemos de Sousa

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Itinerários de interesse geológico-paisagístico nos Parques Naturais do Douro Internacional e de "los Arribes dei Duero"

J. Baptista, C. Coke, M. E. P. Gomes, M. Lopez Plaza, M. Peinado, D. Pereira, M. D. Rodríguez Alonso, A. A. Sá & L. M. Sousa 105

"Rainhas de Conducia": descoberta, estudo e fruição de um património paleontológico de grande valor José M. Brandão & Joanna P. Almeida 105

Colecções paleontológicas estrangeiras do MIGM José M. Brandão & Joanna P. Almeida 105

Pedreira do Campo (Santa Maria, Açores): monumento natural M. Cachão, J. Madeira, C. Marques da Silva, J. M. N. Azevedo, A. P. Cruz, C. Garcia, F. Sousa,

J. Melo, M. Aguiar, P. Silva, R. Martins & S~ Ávila 106

A criação de circuitos geológicos no Almada Forum - um exemplo de divulgação da geologia em meio urbano P. S. Caetano, P. H. Verdial, P. Gregório, A. P. Heitor, B. Pedro & L Silva 106

Serras de Santa Justa e Pias: património geológico e mineiro a preservar H. Couto, A. Lourenço & C. Poças 107

Contribuição para a valorização e divulgação do património geológico com recurso a painéis interpretativos: exemplos em áreas protegidas do NE de Portugal

G. Dias, 1. B. Brilha, M. L C. Alves, D. L Pereira, N. Ferreira, C. Meireles, P. Pereira & P.P. Simões 107

Contribuição para a valorização do património geológico da costa ocidental portuguesa. O interesse das falésias calcárias de S. Pedro de Moei e de Peniche

L. V. Duarte 108

Património geológico do Parque Natural do Douro Internacional (NE de Portugal): caracterização de locais de interesse geológico

N. Ferreira, J. Brilha, G. Dias, P. Castro, M. L C. Alves & D. Pereira 108

Rotas do mármore - rede integrada de circuitos geoturísticos V. Lamberto, F. Melen, A. Silva, C. Tapadas & C. Xarepe 109

Inventariação e caracterização do património geológico na área do Parque Natural de Montesinho (NE de Portugal). Contributo para o plano de ordenamento C. Meireles, D. Pereira, M. L C. Alves & P. Pereira 109

Valorização dajazidafossilifera de Cacela (Parque Natural da Ria Formosa, Algarve, Portugal)­uma nova abordagem

H. Pereira, D. Moura & F. Perna 109

Património geológico da ilha de Porto Santo: proposta para a criação de um geoparque João Silva & Celso Gomes 110

História da geologia, Ensino da geologia 111

XXII

Análise de uma obra polémica de Pinto d 'Almeida, Principios de Geologia (1838) F.Amador 112

Potencialidades didácticas intrínsecas do "laboratório natural": exemplos do Jurássico da região de Rabaçal-Degracias

H. Anacleto & L. V. Duarte 112

Trabalho de campo no ensino das Ciências da Terra. Um caso prático aplicado à paleontologia Matilde Azenha, Teresa Oliveira & Pedro Callapez 112

Construção de hiperdocumentos e ensino das geociências E. Bolacha & F. Amador 113

O trabalho de campo em geologia: o caso de Lavadores. Construção de materiais didácticos Maria R. Chaves, Maria A. Ribeiro & Clara Vasconcelos 113

Page 13: Vi Congresso Nacional de Geologia

VI Congresso Nacional de Geologia

A geologia no litoral. Análise de quatro anos de participação na Geologia no Verão . A. Cruces, I. Lopes, C. Freitas & C. Andrade 113

GeoPoint: geodinâmica de Portugal interactiva R. Dias & R. C. Rocha 114

Ensinar geologia com uma aplicação informática. Caso da região de Cantanhede M. Quinta Ferreira, Adelina Gomes, Joana Santos & Marta Neto 114

A cidade como recurso didáctico: as rochas no Porto P. A. Gonçalves & A. M. C. Lima 115

PaleoPort - uma ferramenta paleontológica on-line G. Machado 115

Geost: interpretação interactiva de cortes·geológicos L Leal Machado & R. Dias 115

Alfred Wegener, a origem das crateras da Lua e o impactismo nas Ciências da Terra José Fernando Monteiro 116

História do ensino da geologia em Portugal. Análise dos manuais do ensino liceal no Estado Novo (1947-1974) T. Mota 116

o ensino da paleontologia e história da Terra com recurso.à web - um estudo de caso J. Oliveira & P. Callapez 116

Iniciação à paleontologia e à história da Terra no espaço do Baixo Mondego através da web: o site fossil.uc.pt

J. Oliveira & P. Callapez 117

A geologia no ensino secundário. Atitudes dos professores, expectativas de mudança e revisão curricular

C. Pereira & F. Amador 117

Estudos geológicos e mineralógicos setecentistas em Portugal. Alguns aspectos M. Serrano Pinto 117

o trabalho prático no ensino e aprendizagem da geologia: exemplos de materiais didácticos para a abordagem do tema - "A Terra como fonte de recursos"

D. Rebelo, E. Marques & L. Marques 118

o estudo dos ambientes sedimentares no ensino secundário - exemplo de uma saída de campo à Foz do Arelho

P. Ribeiro & N. L. V. Pimentel 118

o trabalho de campo no processo de alfabetização cientifica dos cidadãos Paulo A. S. P. Rocha &A. M. C. Lima 119

Os topónimos da península de Setúbal na paleontologia portuguesa Rogério Bordalo da Rocha 119

Consequências ambientais da exploração de pedreiras na região de Vimioso - uma perspectiva para a formação de professores (NE de Portugal)

M. F. V. Rodrigues & A. Almeida 120

Classificação e sistematização de rochas carbonatadas do Liásico de Portugal - uma contribuição para o ensino da petrologia sedimentar

S. Rodrigues & L. Duarte 120

Actividades outdoor em geologia: uma nova orientação didáctica P. Salvador & C. Vasconcelos 121

Estratégias e actividades no ensino da geologia: a importância das aulas de campo em práticas pedagógicas relativas à sedimentogénese e ao ambiente sedimentar

Cláudia Silva & Pedro Callapez 121

XXIII

Page 14: Vi Congresso Nacional de Geologia

Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Contribuições da história da geologia para uma melhor compreensão dos modelos utilizados no domínio da hidrogeologia: um estudo com alunos do 12 o ano

M. M. Silva & F. Amador 122

Promoção da literacia em geociências: o exemplo da oficina pedagógica do Palácio de Cristal A. B. P. Sousa & A. M. C. Lima 122

o trabalho experimental em geociências e a construção de páginas web Clara Vasconcelos, João Praia, Luis Marques & Maria do Rosário Chaves 123

Geologia marinha 125

Evolução tectono-sedimentar da margem ibérica ocidental durante o Cenozóico Tiago M. Alves, Robert L. Gawthorpe, David W. Hunt & José H. Monteiro 126

Hydrothermal alteration of the basalts from Lucky Strike and Menez Gwen hydrothermal fields (Mid-atlantic Ridge, Azores)

I. A. Costa, F. Barriga & Y. Fouquet 126

. Formas de leito na Ria de Aveiro (Portugal) observadas em imagens de sonar lateral H. Duarte, B. Parsons, L. M. Pinheiro, A. Rodrigues, C. A. Bernardes & L. Rosa 126

Composição da fracção arenosa de sedimentos superficiais da plataforma continental portuguesa entre o Cabo de Sines e o Cabo da Roca (Portugal)

Catarina Echols, Ana Isabel Santos & Manuela Matos 127

Proveniência e transporte selectivo dos minerais pesados - o exemplo do rio Douro e da plataforma continental adjacente

C. Fradique & J. Cascalho 127

Modelo 3D da estrutura dafalha Marquês de Pombal J. Gafeira, F. Borraccini, P. Terrinha & N. ZiteIlini 127

Cartografia morfo-estrutural e de processos de instabilidade de vertente da zona dafalha Marquês de Pombal utilizando imagens de sonar lateral de alta resolução (TOEI)

E. Grácia, J. Gafeira, P. Terrinha, J. J. Dafiobeitia, P. Blondel & O. Gomez 128

Late Holocene climate variability in the Tagus prodelta, Portugal: benthic foraminiferal perspective H. B. B. Jónsdóttir, K. L. Knudsen, F. Abrantes, J. Eiriksson, A. Ferreira, I. M. Gil,

S. Lebreiro & T. Rodrigues 128

Chaminés e crostas carbonatadas associadas ao escape de fluidos ricos em metano no Golfo de Cádiz V. Magalhães, C. Vasconcelos, L. Gaspar, L. Pinheiro, M. Ivanov, V. Díaz-del-Río & L. Somoza 129

Turbidez das massas de água do canhão submarino da Nazaré (Portugal) A. Oliveira, J. Vitorino & A. Rodrigues 129

Rotação e evolução recente da configuração planar das praias da baía de Armação de Pêra (Algarve - Portugal)

C. A. Pinto & S. B. Teixeira 130

Recursos em areias e cascalhos ao largo da ilha do Pico - Açores R. Quartau, F. C. Teixeira, J. H. Monteiro, S. Bouriak,

L. Menezes Pinheiro & F. Cardigos 130

Os foraminiferos e a história do afloramento cosieiro na margem portuguesa durante os últimos 2000 anos

E. Salgueiro, F. Abrantes, N. Loncaric, S. Lebreiro, J. Moreno, U. Ptlauman, P. Oliveira, T. Moita & H. Meggers 130

Avaliação da evolução da linha de costa e do perfil de praia na costa sul da ilha de Porto Santo João Silva, António Rocha, Fernando Almeida & Celso Gomes 131

Cartografia geológica dos fundos marinhos da ilha de Porto Santo João Silva, António Rocha c% Celso Gomes 131

Mineralogia dos sedimentos arenosos de uma sondagem na plataforma continental adjacente ao Guadiana F. Sousa, C. Fradique & J. Cascalho 131

XXIV

Page 15: Vi Congresso Nacional de Geologia

VI Congresso Nacional de Geologia

A actividade dos agentes mesológicos e os movimentos de massa nas arribas do Miocénico do Algarve (Portugal)

S. B. Teixeira 132

Falha de Marquês de Pombal: estrutura sismo-tsunamigénica do sismo de Lisboa de 1 de Novembro de 1755? Estrutura, morfologia e sedimentação associadas

P. Terrinha, N. Zitellini, L. Matias, E. Grácia, A. Ribeiro, L. Mendes Víctor, J. Dafiobeitia, L. M. Pinheiro, J. Gafeira, H. Matias, C. Roque & BIGSETS, TTR-lO, PARSIFAL e HITS tripulações científicas 132

o sistema de afloramento de Benguela durante os dois últimos ciclos climáticos; a história com base no registo das diatomáceas

S. Vaqueiro, F. Abrantes, C. Pierre, D. Massias, J. Villanueva, J. Crespin, X. Crosta, R. Schneider & G. Wefer 133

SIG's e Detecção remota 135

Avaliação do potencial de mobilidade de blocos de granito na Serra de Sintra, através de técnicas de análise estatística multivariada

J. A. Almeida, C. Águas, H. S. Vargas, J. C. Kullberg & C. Costa 136

Avaliação por modelação em SIG da contaminação mineira por drenagem ácida: S.Domingos, Faixa Piritosa, Alentejo

M. J. Batista, M. G. Brito, M. M. Abreu, A. J. Sousa, L. Quental & M. Vairinho 136

Aplicação de SIG 's na avaliação da contaminação de solos em ambiente urbano-industrial G. Brito, C. N. Costa, G. Avillez, M. Lopes, D. Vendas, H. Vargas & P. H. Verdial 137

Integração em modelo de SIG de parâmetros geológico-geotécnicos para a selecção de locais para aterros de resíduos

P. S. Caetano, C. N. Costa, A. Allen, D. Vendas & M. G. Brito 137

o projecto e-Geo: o Sistema Nacional de Informação Geocientifica C. Laiginhas 138

o projecto e-Geo: o protótipo do serviço webGIS C. Laiginhas, J. Pereira, P. Patinha & J. Fernandes 138

o projecto e-Geo: a aquisição e integração de conteúdos em GIS C. Laiginhas, A. Pina, A. Serra & N. Gomes 138

Utilización de un SIG en el cálculo de las variaciones hídricas dei acuifero dei Campo de Montiel (Ciudad Real, Espana)

M. Pérez, E. Montero & M. J. Checa 139

Utilização de imagens hiperespectrais na avaliação da contaminação mineira em S. Domingos, Faixa Piritosa, Alentejo

L. Quental, M. G. Brito, A. J. Sousa, M. M. Abreu, M. J.Batista, V. Oliveira, M.Vairinho & T.Tavares 139

Cartografia geológica digital inédita (escala 1/50000) de Timor Leste M. S. Rocha, J. A. Leme, C. N. Costa, P. S. Caetano & R. B. Rocha 140

Análise morfológica de imagens da superfície de Marte J. Saraiva, T. Barata & P. Pina 140

Prospecção de endocarso através de uma aplicação SIG H. S. Vargas, J. A. Almeida, J. C. Kullberg & M. G. Brito 141

XXV

Page 16: Vi Congresso Nacional de Geologia

VI Congresso Nacional de Geologia

Paleontologia Estratigrafia

Page 17: Vi Congresso Nacional de Geologia

Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Aluviões de Bertiandos (Ponte de Lima): estudo preliminar para a reconstituição ambiental holocénica no Entre-Douro-e-Minho

A. M. C. Alves(a, I), M. I. C. Alves(a,2), D. I. Pereira(a,3) & M. C. Gonçalves(a)

Projecto SAPIENS Proj99 "A reconstituição da paisagem no Entre Douro e Minho, desde os meados do III aos finais do II milénios AC", aprovado e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

a - Departamento de Ciências da Terra, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: sedimentologia; paleoambiente; Holocénico; rio Lima.

Este trabalho integra-se no projecto acima referido, para o qual foram realizadas várias sondagens geológicas, por percussão. Apresenta-se o estudo sedimentológico e datações duma dessas sondagens, executada no troço terminal do rio Estorãos, afluente do rio Lima, em Bertiandos (Ponte de Lima). Foram perfurados 13.5 m, sem atingir o substrato rochoso. A partir dos parâmetros estatísticos Folk-Ward (1957) identificaram-se diferentes unidades deposicionais. Nos 10m superiores dominam as areias finas e limos, com alguns leitos limo-argilosos. Na base ocorrem sedimentos mais grosseiros, areias grosseiros a muito grosseiras com seixos. Pelas características dimensionais, distribuição e tipologia dos minerais pesados, as aluviões da base representam a descarga do rio Estorãos e da drenagem local, sendo os da parte superior resultantes maioritariamente do transporte pelo rio Lima nas épocas de cheia. As datações disponíveis, idades 1O.750±85, 3.085±45 e 1.385±45 BP das amostras a -9.30, -4.60 e -1.00 m, corroboram a relação entre o enchimento e os eventos eustáticos desde o Plistocénico terminal. Os sedimentos grosseiros da base, à cota entre -5.0 a -9.0 metros (nmm-nível médio do mar), cuja idade é superior a 1O.750±85 BP, correspondem a depósitos de canal do rio Estorãos, numa altura em que nível do mar esteve aproximadamente a -10.0 m. A subida do nível do mar levou à colmatação do vale do rio Lima, o que tomou progressivamente o leito mais largo e o rio menos energético. Estas novas condições geomorfológicas favoreceram que, em situação de cheia, ocorresse deposição nas áreas de embocadura de alguns afluentes, entre os quais o rio Estorãos. A mineralogia da fracção < 21lm destes sedimentos é constituída por caulinite, ilite, vermiculite e interestratificados irregulares, idêntica à dos sedimentos das áreas de sapal e da unidade superior das ínsuas do estuário do rio Lima.

Contributo para a interpretação vulcanostrutural da ilha do Corvo, Açores

J. M. M. Azevedo(a, I>, E. I. Alves(b,2) & J. L. Dias(c)

a - Centro de Geociências da Universidade de Coimbra. b - Centro de Geofisica da Universidade de Coimbra. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: vulcanostratigrafia; basalto, hawaíto; depósitos piroclásticos.

Trabalhos de campo efectuados na ilha do Corvo a partir de 2000, direccionados para a realização de cartografia geológica na escala 1:10 000 e para a caracterização neotectónica e geomorfológica, permitiram re-interpretar a cartografia pré-existente (Zbyszewski et aI., 1967) e estabelecer as bases para uma" nova vulcanostratigrafia insular. Agruparam-se as formações e estruturas vulcânicas em dois conjuntos maiores - Grupos -, designados, de acordo com a sistematização proposta por J. Azevedo et a!. (1986) e J. Azevedo (1999) para a ilha das Flores, por complexos vulcânicos:

Complexo de base (CB) - incluindo todos os vulcanitos resultantes das fases terminais da construção proto­insular e consequentemente associados a actividade vulcânica submarina e emergente; Complexo superior (CS) - compreendendo todas as formações e estruturas vulcânicas decorrentes do vulcanismo insular, ou seja, resultantes da actividade vulcânica subaérea.

Atendendo às maiores expressão e acessibilidade espaciais dos vulcanitos do CS, os primeiros estudos centraram-se naquele conjunto de formações e, para além da cartografia, incluiram o desenvolvimento de análises petrográficas, geoquímicas e geocronológicas.

Datações radiométricas K-Ar apoiadas na cartografia expressam a seguinte sequência vulacanostratigráfica para o conjunto de formações do CS:

2

Unidade inferior - CS 1 - resultante do primeiro período de actividade vulcânica insular, com ínicio por cerca dos 0,7 Ma bP; subdivide-se em duas subunidades - Basaltos inferiores (~i) e Basaltos-hawaítos inferiores (~Hi);

Page 18: Vi Congresso Nacional de Geologia

VI Congresso Nacional de Geologia

Unidade intermédia - CS2 - formado apartir dos 0,4 Ma bP e constituído por quatro Sub-unidades -Basaltos superiores (~s), Basaltos-Hawaítos superiores (~Hs), Basaltos porfiríticos (~porf.);

Unidade superior - CS3 - constituída por depósitos estrombolianos e freatomagmáticos do Caldeirão e dos cones secundários (Pi).

Revisão sistemática da Classe Tentaculita e suas ocorrências no Devoniano da Bacia do Paraná, Brasil

H. L. C. Azevedo-Soares(a, I) & M. A. C. Rodrigues

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Geologia, bloco A sala 4001, R. S. Franscisco Xavier 524 CEP 20550-013, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; Fax: 55-21-25877704. a - Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, SME, fax 55-21-22732544 Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

I - [email protected] ou [email protected].

Palavras-chave: Classe Tentaculita; Devoniano; Bacia do Paraná.

Representantes da Classe Tentaculita foram descritos pela primeira vez em 1775. Desde então, a pOSlçao sistemática destes organismos tem sido objecto de incertezas e controvérsias. Diferentes pesquisadores, baseados em critérios próprios de investigação, têm classificado os Tentaculita de modo diverso, com base nas suas similaridades morfológicas com grupos de organismos viventes, sem que, no entanto, chegassem a um consenso. De particular interesse foi o período das últimas cinco décadas. Afinal, foi nessa época que os Tentaculita se tomaram um importante grupo de fósseis-guia na correlação de estratos paleozóicos na Boêmia e Plataforma Russa (Europa central e oriental).

Este trabalho apresenta um breve histórico das classificações sistemáticas já conferidas aos Tentaculita, com base na evolução da estrutura da: concha. De entre as correntes propostas, é aqui adotada a de Farsan, 1994, ora empregada na classificação dos Tentaculita registados no Devoniano da Bacia do Paraná. Após revisão criteriosa do material fóssil e dos estudos anteriores sobre os Tentaculita devonianos da Bacia do Paraná, propõe-se um reagrupamento taxonómico das espécies já descritas, com manutenção de apenas dois nomes já consagrados na literatura: Tentaculites crotalinus Salter, 1856 e T.jaculus Clarke, 1913.

Microfauna (ostracodos, foraminíferos) do Caloviano-Oxfordiano da sondagem Vermoil-l, Leiria: estudo preliminar e comparação com a da

série de Pedrógão

M. Cristina Cabral(a, I), Ana C. Azerêdo(a,2) & Miguel M. Ramalho(b,3)

a - Departamento e Centro de Geologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa,Campo Grande, Ed.C2, 5° piso, 1749-016 Lisboa, Portugal. b -Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, 2720 Alfragide, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected];

3 - [email protected].

Palavras-chave: Ostracodos; paleoecologia; Caloviano-Oxfordiano; Bacia Lusitânica.

Recentemente, têm sido desenvolvidos estudos micropaleontológicos sistemáticos de depósitos associados à passagem. Dogger-Malm, na Bacia Lusitânica, em conjunto com estudos sobre as fácies e os paleoambientes e incidindo sobre material proveniente de diversas zonas da bacia. Neste trabalho apresentam-se, sobretudo, dados relativos aos ostracodos identificados em amostras pre-existentes de uma das sondagens estudadas (Vermoil-l, Leiria), comparando-os sucintamente com a rica fauna de ostracodos do corte de Pedrógão. Neste último local, foram identificadas diversas associações com significado paleoecológico, que encontram as suas correspondentes em Vermo iI, apesar do material ser bastante mais escasso. Assim, na passagem Caloviano-Oxfordiano defme-se uma associação de transição, passando-se superior e sucessivamente a associações indicadoras de meio de água doce-salobra, de meio de salinidade variável (salobro a marinho), de meio lagunar confinado e, já no topo da série estudada, de meio marinho. Esta evolução paleoecológica é próxima da detectada em Pedrógão onde, porém, a variação das condições de salinidade e de profundidade são mais marcadas.

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

Caracterização das principais unidades vulcano-estratigráficas da ilha de São Tomé, Golfo da Guiné

R. Caldeira(a,d, 1), J. Madeira(b, c, 2), J. M. Munhá(b, d, 3), R. S. Afonso(a,4), J. Mata(b,d,5),

C. C. Tassinari(e,6) & E. Nascimento(f)

a - Centro de Geologia, Instituto de Investigação Científica Tropical; b - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa; c - Laboratório de Tectonofisica e Tectónica Experimental; d - Centro de Geologia, Universidade de Lisboa; e - Instituto de Geociências,

Universidade de S. Paulo, Brasil; f - Direcção de Recursos Naturais e Energia de S. Tomé. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected]; 6 - [email protected].

Palavras-chave: São Tomé; geologia; vulcano-estratigrafia; rochas vulcânicas.

Trabalhos de cartografia para a elaboração do "Mapa Geológico de São Tomé e Príncipe, complementados por novas datações K-Ar, permitiram estabelecer a vulcano-estratigrafia da ilha. Definiram-se quatro unidades vulcânicas: Formacão Vulcânica do Ilhéu das Cabras (13 Ma) - constituída pelas chaminés de traquito quártzico do Ilhéu das Cabras, representa o vulcanismo mais antigo; Complexo Vulcânico de Mizambú (6-8 Ma) - representado por dois vulcões centrados, inclui chaminés fonolíticas e derrames tefriticos, basálticos e basaníticos, intercalações de lahar, cortados por filões tefriticos a traquíticos. Localmente apresentam facies submarina. Complexo Vulcânico de Ribeira Afonso (2.5-5 Ma) - constitui a área SE da ilha. É representado por vulcões centrais onde se destacam chaminés fonolíticas descamadas e escoadas basálticas, traquíticas e fonolíticas. No litoral podem apresentar fácies . submarina. Os derrames são cortados por filões com direcção N600W dominante. Escoadas piroclásticas do tipo block and ash flow representam actividade explosiva. A rede filoniana e alterações lateríticas constituem critérios de

. separação relativamente à unidade mais recente. Complexo Vulcânico de S. Tomé « 1.5 Ma) - forma a metade norte e o extremo sul da ilha. É composto por derrames e piroclastos subaéreos, basálticos a traquifonolíticos, intercalados com depósitos de vertente e de lahar, constituintes de um vulcão escudo (Pico de São Tomé). No litoral N e NW afloram sequências submarinas. Os edifícios mais recentes são cones havaiano/estrombolianos e uma cratera freatomagmática com formas bem preservadas. A esta unidade vulcânica estão associadas nascentes de água gaseificada, exsudações de hidrocarbonetos e encraves de ortoquartzito.

Upper Cenomanian ecostratigraphy of the west portuguese carbonate platform: evidence from the Baixo Mondego region (West Central Portugal)

Pedro Callapez

Centro de Geociências da Universidade de Coimbra - linha 7 - Investigação e Comunicação em Paleontologia· a - Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Largo Marquês de Pombal, 3000-272 Coimbra, Portugal.

[email protected].

Key-words: ecostratigraphy; Upper Cenomanian; Baixo Mondego; Portugal.

The Cretaceous carbonate units exposed on the onshore sectors of the West Portuguese Margin are particularly propitious to ecostratigraphic studies, because of the abundance and diversity of macro-invertebrate association!;, usually dominated by molluscs, echinoids, hermatypic coraIs, or other benthic groups easily influenced by chapges on ecologic factors. Fructuous research on this area has been already made by 1. Rey & P. Cugny (1977) andJ~~Rey (1979), conceming Albian units and faunas of southem Estremadura. Our study is a first atlempt to put forwardan ecostratigraphic zonation of the Cenomanian-Turonian succession of the West Portuguese Carbonate Plátform. Special emphasis was dedicated to the Upper Cenomanian sequences of Baixo Mondego region, where the biostratigraphic set (ammonite zones) is well established (Callapez, 1998, 1999b, 2001, 2002), and the faunal diversity is higher. Figure 2 illustrates the zonation proposed, as well main faunal changes and inferred variations of ecologic parameters.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Biocronoestratigrafia do Siluriano do Grupo Trombetas da Bacia do Amazonas (Brasil), com base em acritarcos

T. Cardoso(l) & M. Rodrigues(2)

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Geologia, Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Rio de Janeiro, Brasil, Rua São Francisco Xavier, 524/2032A 1- [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: Siluriano; Acritarcos; Bacia do Amazonas; Brasil.

Identifica-se· neste trabalho grande diversidade de acritarcos obtidos no poço l-AM-I-AM (Petrobras) e nas sondagens SM 1015, SM 1016, SM 1018, SM 1047 e SM 1048 pertencentes às Formações Pitinga e Manacapuru do Grupo Trombetas, Brasil.

A idade para o intervalo foi estabelecida por Grahn & Melo, 1990, com base em quitinozoários. O Membro Pitinga inferior (Telychiano a Sheinwoodiano) contém: Domasia limaciforme, D. canadensis, D. trispinosa, D. amphora, D. rochesterensis, Dateriocradus monterrosae, Salopidium granuliferum, Cymbosphaeridium pilar, Dactylofusa tenuistriata, D. cucurbita, Deunffia furcata, Baltisphaeridium capillatum, Visbysphaera erratica, Micrhystridium intonsurans. O Membro Pitinga superior (Gorstiano ) apresenta: Deunffiafurcata, D. brevispinosa, D. ramusculosa, Tyrannus giganteus, Eisenackidium ramiformis Gorgonisphaeridium bringewoodense, Domasia bispinosa, D. trispinosa, Neoveryhachium carminae, Multiplicisphaeridium caperoradiola, Oppilatala insolita, Pterospermopsis marysae, Veryhachium rhomboidium, Cymbosphaeridium pilar, C. cf. ravum, Multiplicisphaeridium jisheri, Visbysphaera microspinosa, V. dilatispinosa e Salopidium wenlockensis.

Tyrannus giganteus e Peiforela peiforata (formas indígenas do Siluriano superior da Espanha e Norte de África) são marcadores estratigráficos em potencial que ainda necessitam de correlação realizada com base em graptólitos. Na Formação Manacapuru (Pridoli) destacamos: Baltisphaeridium pilar, B. cariniosum, Multiplicisphaeridium saharicum, M scaber, Domasia rochesterensis, Dateriocradus monterrosae, Neoveryhachium carminae e Peiforela peiforata.

Deunffia e Domasia são taxa mundialmente restritos ao Siluriano e que definem o intervalo Llandovery -Wenlock como demonstrado neste trabalho.

Técnicas de locomoção empregues em Merostomichnites Packard, 1900 do Arenigiano de Portugal: critérios paleobiológicos para

o reconhecimento de Phyllocarida

c. Neto de Carvalho

Centro de Geologia da Universidade de Lisboa. Bloco C2, 5° piso, Campo Grande, P-1700 Lisboa. Grupo PALEO - Grupo de Paleontologia do Museu Nacional de História Natural. Rua da Escola Politécnica, n.o 58, P-1250-l02 Lisboa.

[email protected].

Palavras-chave: Merostomichnites sp.; modo de locomoção; Phyllocarida; Formação do quartzito armoricano; Formação dos xistos com Phyllodocites; Ordovícico inferior; Portugal.

São utilizadas métodos quantitativos de análise do padrão de locomoção conjugados com a clássica inferência morfo-etológica da Icnologia para .identificar duas espécies dimensionalmente diferentes de Phyllocarida como potenciais produtores de Merostomichnites do Arenigiano de Portugal. A Subclasse Phyllocarida é, desta forma, assinalada pela primeira vez no Ordovícico português, salientando a importância dos icnofósseis na descriminação e caracterização paleobiológica dos biota marinhos peri-gondwânicos.

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

o primeiro registo de comunidades de Mecochirus (Crustacea, Decapoda) sepultadas no interior de Thalassinoides (Barremiano inferior, Formação

Boca do Chapim)

C. Neto de Carvalho(a, b, I) , Pedro Andrade E. J. Viegas(c,2>,

B. Teodoso(b, d, 3) & M. Cachão(a, b, e, 4)

a - Centro de Geologia da Universidade de Lisboa. Bloco C2, 5° piso, Campo Grande, P-1700 Lisboa. b - Grupo P ALEO - Grupo de Paleontologia do Museu Nacional de História Natural. Rua da Escola Politécnica, 58, P-1250-102 Lisboa. c - Rua Olival Santo, 1,3° Esq., 2525-585 Vialonga. d - Associação Leonel Trindade. Rua Dias Neiva, 9,1°,2560-319 Torres Vedras. e - Departamento de Geologia da Faculdade de

Ciências de Lisboa. Rua da Escola Politécnica, 58, P-1250-102 Lisboa. 1- [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected];4 - [email protected].

Palavras-chave: Mecochirus aff. chlypeatus-Thalassinoides suevicus; inumações maciças; Barremiano inferior; Portugal.

Descreve-se a ocorrência excepcional da associação Mecochirus aff. chlypeatus-Thalassinoides suevicus na Formação Boca do Chapim (topo do Barremiano inferior), sendo considerada um dos exemplos mais importantes de atribuição fidedigna de um produtor a uma estrutura sedimentar biogénica. A análise das características sedimentares e de inferências icnológicas e morfo-funcionais, quando comparados com um exemplo actual, permitiram determinar os condicionalismos tafonómicos decorrentes de eventos de sedimentação súbita que terão culminado na inumação colectiva de populações de Mecochirus.

Pegadas de Cervus elaphus nos eolianitos plistocénicos da ilha de Pessegueiro (SW alentejano, Portugal)

C. Neto de Carvalho(a, 1), S. Saltão(b\ J. Campos Ramos(c,2) & M. Cachão(a,d,3)

a - Centro de Geologia da Universidade de Lisboa. Bloco C2, 5° piso, Campo Grande, P-1700 Lisboa. Grupo P ALEO - Grupo de Paleontologia do Museu Nacional de História Natural. Rua da Escola Politécnica, n.o 58, P-1250-102 Lisboa. b - Avenida Quinta Grande n° 913° Esq. 2720

Amadora. c - Escola EB2,3 de Castanheira do Ribatejo. Quinta de São José do Marco, 2600 Castanheira do Ribatejo. d - Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa. Rua da Escola Politécnica, n.o 58, P-1250-102 Lisboa. 1- [email protected];

2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: Bifidipes aeoli; Cervus elaphus; eolianitos carbonatados dunares; rizocenoses; Plistocénico superior.

São descritas preliminarmente os primeiros conjuntos de pegadas encontrados no Cenozóico de Portugal (Plistocénico superior da ilha de Pessegueiro), reportando-se à icnoespécie Bifidipes aeoli. A morfologia e dimensões das pegadas e subimpressões, distribuídas por seis horizontes estratigráficos, o tipo e comprimento da passada, bem como as condições paleoambientais presentes em toda a sequência eolianítica apontam o veado-real­europeu (Cervus elaphus) como o produtor.

Icnofósseis de invertebrados da Formação Irati (Permiano superior da Bacia do Paraná, Brasil)

R. Costa(a, 1), A. C. S. Fernandes(b,2) & F. A. Sedor(c,3)

Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (Proc. 461975/00-9) e Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Brasil.

a - Museu NacionallUniversidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil. b - Museu NacionallUniversidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Faculdade de GeologialUniversidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Brasil. c - Museu de Ciências Naturais, Setor de Ciências

Biológicas/Universidade Federal do Paraná (UFPR), Brasil. I - [email protected]; 2 - [email protected], [email protected], [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: icnofóssil; Formação Irati; Permiano; Bacia do Paraná; Brasil.

A Bacià do Paraná apresenta grande extensão horizontal e vertical e é constituída por rochas formadas entre o

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VI Congresso Nacional de Geologia

Siluriano e o Cretáceo, estendendo-se lateralmente do Centro-Oeste do Brasil até a Argentina, Uruguai e Paraguai. A Formação Irati constitui a base da sequência permiana superior da bacia e, apesar de apresentar uma rica fauna de ambiente marinho restrito, raras têm sido as referências a icnofósseis em seus estratos. Actividades de campo realizadas nos últimos anos revelaram novas indicações de actividades biológicas na Formação Irati. O icnofóssil estudado consiste em uma pista bilobada lisa com largura regular, ligeiramente sinuosa, preservada como hiporrelevo convexo em uma camada de calcário; a pista apresenta 92 mm de comprimento e 7 mm de largura total, com 3 mm de largura em cada lobo e uma crista mediana de 1 mm de espessura. Este espécime foi identificado como Didymaulichnus lyelli (Rouault, 1850), possivelmente produzido por gastrópodes. Este icnogénero apresenta distribuição estratigráfica do Pré~Câmbriano superior ao Devoniano. A estrutura designada como "Amaralia paulista!la", anteriormente citada como icnofóssil para a formação, é reconhecida como um pseudoicnofóssil, possivelmente uma estrutura Sedimentar. Assim, a presença de D. lyelli, além de fornecer um possível registo de gastrópodes na Formação Irati, passa a consistir na primeira ocorrência de icnofósseis de invertebrados na formação, ampliando a distribuição estratigráfica do icnogênero ao Permiano superior.

Proposta de correlação sequencial do Aptiano superior e Albiano da Bacia Lusitânica

J. Dinis(l), J. Rey(2) & P.-C. de Graciansky(3)

1 - Departamento de Ciências da Terra, Universidade de Coimbra, 3000-272 Coimbra, Portugal; [email protected]. 2 - Laboratoire de Dynamique des Bassins Sédimentaires, Université Paul-Sabatier, 31062 Toulouse Cedex, France; [email protected]. 3 - Ecole Nationale Supérieure des Mines de

Paris, 75272 Paris Cedex 05, France.

Palavras-chave: eustatismo; tectónica; Aptiano; Albiano; Bacia Lusitânica.

Três ciclos transgressão - regressão foram identificados nos depósitos fluviais e marinhos do Aptiano e Albiano superior da Bacia Lusitânica. Admite-se uma componente eustática, o que permite a correlação entre os depósitos meridionais, com posicionamento estratigráfico preciso, e os mais a Norte, mal datados. As maiores descontinuidades podem ser correlacionadas com a implantação de crusta oceânica na margem oeste da Galiza no Aptiano superior, no Golfo da Biscaia no Albiano inferior e a noroeste do ponto-triplo da Galiza na transição do Albiano médio a Albiano superior, e ainda um provável evento transpressivo com a África na transição Albiano­Cenomaniano, devido à rotação da Ibéria.

Os depósitos detrítico-diatomíticos de Abum (Rio Maior). N ovos aspectos paleoflorísticos e implicações paleoclimáticas

F. Diniz

Departamento de Geologia; Centro de Geologia. Co-Financiado pelo FEDER Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102, Lisboa, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: palinologia; clima; Pliocénico terminal; Portugal.

A evolução da vegetação e do clima apreendidos através do estudo palinológico das sondagens F58 e Fl6 da bacia de lignitos e diatomitos de Rio Maior (Diniz, 1984) reflectem as transformações globais ocorridas no Neogénico (Suc et aI., 1995).

As correlações climatostratigráficas com o N da Europa e o NW do Mediterrâneo indicam que a deposição ocorreu durante o Zancleano e o Placenciano aproximando-se da passagem ao Gelasiano.

O estudo magnetostratigráfico e palinológico dos perfis de Abum, da parte superior da sequência de Rio Maior, permitiu definir o limite entre os 2 andares. A polaridade inversa registada no topo de Abum 1 corresponde à inversão Gauss-Matuyama, coincidente com o limite entre o Placenciano e o Gelasiano (Diniz & Mõmer, 1995).

Em Abum 2 Cupressaceae domina seguida de Pinus no topo. As Ericaceae são pouco importantes. Boa representação de Myrica, Quercus e Cathaya e nítida redução de elementos subtropicais. Em Abum 1 há gradual empobrecimento da vegetação. Pinus e Ericaceae abundam, seguidos de Myrica, Quercus e Alnus. Os taxones temperados superam os subtropicais. Presença de Cathaya, melhor representada nos níveis inferiores. Os taxones mediterrânicos e as herbáceas aumentam na parte inferior de Abum 1. Nos 4 últimos espectros há uma real degradação: Pinus domina, Ericaceae diminui, Myrica e Alnus mantêm-se.

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Abum 2 corresponde palinologicamente ao topo da subdivisão F/ parte inferior da subdivisão G do diagrama de Rio Maior. Abum 1 pode ser correlacionado com a parte superior da subdivisão H (Diniz, 1984).

Esta vegetação complexa perece indicar que a influência atlântica permanece e que a natureza mediterrânica do clima se mantém. A substituição de Taxodiaceae por Cathaya, acompanhada de Cedrus e Abies, pressupõe abaixamento de temperatura.

Variação de fácies, litostratigrafia e interpretação sequencial do Liásico médio e superior ao longo da transversal Tomar-Peniche (Portugal)

L. V. Duarte

Dep. de Ciências da Terra, Centro de Geociências da Fac. de Ciências e Tec. da Univ. de Coimbra, 3000-272 Coimbra. [email protected].

Palavras-chave: margo-calcários; litostratigrafia; estratigrafia sequencial; Liásico; Bacia Lusitânica; Portugal.

Na Bacia Lusitânica, no sector a sul do alinhamento Pombal-Nazaré, são importantes e decisivos para o estudo do Jurássico inferior os sectores de Tomar, Porto de Mós e Peniche. Em termos de organização vertical de fácies, estes três locais mostram contextos deposicionais bem distintos, associados a um paleoambiente genéricamente dominado por uma rampa homoclinal. Nesta configuração, as fácies em Tomar, tendencialmente mais calcárias, mais bioclásticas e consideravelmente menos espessas, são o resultado de uma deposição efectuada num ambiente de rampa proximal. O domínio de fácies margo-calcárias, verificado no Pliensbaquiano e em todo o Toarciano da região de Porto de Mós, traduz um ambiente de rampa distal, naturalmente influenciada por variações do nível marinho. Em Peniche, a série carbonatada é intervalada por sedimentos siliciclásticos (base da Biozona Levisoni), sendo todo o Toarciano superior caracterizado por uma sedimentação oolítica e detritica, associada com o desenvolvimento de um ambiente de cone submarino (Wright & Wilson, 1984) e com a alimentação a fazer-se a partir de ocidente. A integração lateral e vertical dos três locais mostra uma organização sedimentar em duas sequências transgressivas/regressivas de 28 ordem (SP e ST), delimitadas por descontinuidades datadas do Carixiano inferior (intra Biozona Jamesoni), extremo base do Toarciano inferior (intra Biozona Polymorphum) e intra Aaleniano inferior (intra Biozona Opalinum). Os picos transgressivos posicionam-se, respectivamente, para SP e ST, na Biozona Margaritatus e no topo da Biozona Levisoni. Tanto SP como ST estão organizadas numa sucessão sequencial hierarquizada de 38 (sequências deposicionais) a 48 ordem (grupos de parasseqências).

Les caractéristiques lithofaciologi.ques biostratigraphiques et paleogéographiques des series liasiques au passage Sinémurien inferieur -

Sinémurien superieur. Exemple du Haut Atlas de Midelt-Rich

Khadija EI-Hariri(a), Driss Chafiki(a), Abd.ellatif Souhel(b) & Assan Ibouh(a)

a - Université Cadi-Ayyad, Faculté des Sciences & Techniques, Département de Géologie, B.P. 549, Marrakech. b - Université Chouaib Doukkali, Département de Géologie, B.P.20, Faculté des Sciences d'EI Jadida. 1 - [email protected]; 2 - [email protected];

3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Des la fin du Trias, on assiste à la naissance d'un rifi intracontinental par la réactivation de failles tardi­hercyniennes, sous le contrôle du rifiing atlantique et de l'océanisation téthysienne. Une vaste plate-forme carbonatée, uniforme, va s'installer à l'échelle du Haut-Atlas central.

Le passage Sinémurien inférieur - Sinémurien supérieur (Semicostatum et/ou Obtusum) correspond à une phase de déstabilisation et de différenciation tectonique qui va engendrer des zones plus subsidentes que d'autres.

Cet effondrement, plus précoce à l'Est par rapport à l'Ouest et au Sud par rapport au Nord, atteste d'une structuration diachrone, selon les transects E-W et N-S. On note ainsi , à l'échelle du Haut-Atlas de Midelt-Rich, des indices d'activité tectonique bien matérialisés au sein des séries analysées : failles normales synsédimentaires, glissements spectaculaires, olistolithes, « debris flow», débrites, tempestites voire níême des turbidites. Ceux-ci sont localisés pour l'essentiel à la proximité de l'important accident de Tizi n'Firest. Au niveau des zones centrales (l'accident de Bou Hamid, l'accident de Tillicht et l'accident de n'Zala), les influences terrigenes sont peu manifestes. L'activité tectonique est ici enregistrée par le changement assez rapide dans les conditions de sédimentation avec passage des facies massifs aux facies lités.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Le Sinémurien supérieur marque un maximum d'ouverture par la nature de ses dépôts qui sont essentiellement micritiques et par les taux de sédimentation importants enregistrés essentiellement à l'emplacement des zones subsidentes.

Miocene marine mammals from Setúbal Peninsula

Mário Estevens

Supported by the BD 21741 scholarship from the "Fundação para a Ciência e a Tecnologia" under the PRAXIS XXI Program and the Project "POCTI/365311P AL/2000 - Studies on Portuguese Paleontology (Post-Paleozoic)" from the "FCTIMCU".

Centro de Estudos Geológicos, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Quinta da Torre, 2829-516 Caparica, Portugal. [email protected].

Key-words: marine mammals; Cetacea; Sirenia; Phocidae; Miocene; Setúbal Peninsula; Lower Tagus Basin; Portugal.

Miocene marine mammals from Setúbal Peninsula (Lower Tagus Basin) occur throughout the series, from early Burdigalian (:::::20 Ma) to middle Tortonian (:::::8.5 Ma). Cetacea, Sirenia and Phocidae are unequally represented, with the first two somewhat segregated stratigraphically through the depositional sequences (DS):

DS B0-LI (::::: 20-15.3 Ma): Few records overall. Sirenia are known only from undeterminable fragmentary remains. Cetacea are represented by some diagnostic material of odontocetes, including a kentriodontid skull.

DS SI-S2 (::::: 15.3-11.6 Ma): Increase in number of records, now clearly dominated by Cetacea. Abundant odontocetes are known from significant material (including skulls, isolated teeth and ear bones), assignable to kentriodontids, physeterids and, surprisingly, pontoporiids. Mysticetes are fewer and largely non-diagnostic, but most probably cetotheriid. Sirenia and Phocidae are known from scant fragmentary records.

DS TI-T2? (::::: 11.6-? Ma): Great increase of occurrences, belonging exclusively to Cetacea. Mysticetes are dominant overall and known from the best material, including several skulls (some of which formally assigned to cetotheriids). Odontocetes represented mostly by isolated teeth \)f kentriodontids and physeterids, but also by a rather complete eurhinodelphinid skull.

The stratigraphic segregation is less evident in Setúbal Peninsula than in the neighboring Lisbon Region though. Being strictly controlled by paleoecological conditions, it may result from the more constant marine character of the Miocene series in the former, which contrasts with the well-marked intercalations of marine and continental sediments occurring in the latter.

Miocene marine mammals from Lisbon

Mário Estevens

Supported by the BD 21741 scholarship from the "Fundação para a Ciência e a Tecnologia" under the PRAXIS XXI Program and the Project "POCTI/365311P AL/2000 - Studies on Portuguese Paleontology (Post-Paleozoic)" from the "FCTIMCU".

Centro de Estudos Geológicos, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Quinta da Torre, 2829-516 Caparica, Portugal. [email protected].

Key-words: marine mammals; Cetacea; Sirenia; Miocene; Lisbon Region; Lower Tagus Basin; Portugal.

Miocene marine mammals from Lisbon Region (Lower Tagus Basin) occur throughout the series, from middle Aquitanian (:::::22.5 Ma) to middle Tortonian (:::::9.5 Ma). Both Sirenia and Cetacea are represented, although clearly segregated stratigraphically through the depositional sequences (DS):

DS AI-B0 (::::: 23-19 Ma): Only a few fragmentary remains (vertebrae and rib fragments) of Sirenia are documented, most ofwhich formerly assigned to flalitherium.

DS BI-LI (::::: 19-15.3 Ma): Crescent apogee ofSirenia, culminating in DS LI (Langhian). Several taxonomically significant remains (including skull, mandible fragment, humerus and some isolated teeth) were commonly attributed to Metaxytherium medium. Cetacea are known from a single odontocete tooth.

DS SI-TI (::::: 15.3-9.5 Ma): Inversion of previous tendency, with Cetacea dominating exclusively (although decreasing notably from beginning to end). Mysticetes are more importarÍt during DS SI (middle Serravallian), from where several cetotheriid skulls are known. Odontocetes are first represented only by rostral and mandibular fragments ofkentriodontids (DS SI), and later by some cranial material ofplatanistids (DS TI, early Tortonian).

DS T2? (::::: 9.5-? Ma): Further decrease in Cetacea abundance, with a single record ofan odontocete mandibular fragment.

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

This rather clear-cut segregatiün in Lisbün Regiün is very unlike the situatiün in the neighbüring Setúbal Peninsula thüugh. Being strictly cüntrülled by paleüecülügical cünditiüns, this may result from the well-marked intercalatiüns üf marine and cüntinental sediments üccurring in the fürmer, which cüntrast with the more cünstant marine character üf the Miücene series in the latter.

Variação extrema da salinidade: uma condicionante da distribuição dos foraminíferos "vivos" no estuário dos rios Minho e Coura

Francisco Fatela(a, 1), João Moreno(a), João Cascalho(b), Tanya Silveira(c),

Catarina Fradique(b) & Teresa Drago(c)

a - Centro e Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências, Univ. Lisboa, Campo Grande, 1749-016 Lisboa. b - Museu Nacional de História Natural (Mineralogia e Geologia), Rua da Escolalolitécnica, 58, 1250-102, Lisboa. c - IPIMAR / CRIPSUL, Av. 5 de Outubro,

8700-305 Olhão. 1 - [email protected].

Palavras-chave: foraminíferüs bênticüs; actual; salinidade; estuário. Minhü/Cüura; Pürtugal.

o estudo. da eVüluçãü do. estuário. do. rio. Minho., desde o. último. máximo. glaciário., (prüjectü ENVICHANGES -FCT) iniciüu-se pelas assüciações de füraminíferüs bênticüs actuais, para apüiar a interpretação. de sündagens.

De ürientaçãü NNE-SSW, o. estuário. do. Minho. apresenta um perfil suave e um regime mesü a macrütidal, cujo. efeito. da maré se prolünga 40km para müntante. O intenso. assüreamentü reflecte-se na emersão. de 70 a 80% do. fundo. do. estuário., na baixa mar de águas vivas (Alves 1996).

A realização. de perfis de TIS no. verão. de 2002, em preia-mar de águas vivas, revelüu um baixü-estuáriü de acentuadas características marinhas (S: 35-30%0), verticalmente hümügéneü até 4km da füz, de ünde passa a parcialmente misturado. até aüs 10 km. A 1lkm da barra o. ambiente já é exclusivamente fluvial (S: 0,0%0). Na baixa­mar, pürém, estas cündições avançam até à füz. O rio. Cüura (que desagua no. Minho. a 2,5km da füz) é verticalmente hümügéneü em preia-mar de águas vivas, perdendo. a assinatura marinha a 4km da cünfluência.

A fürte variação. das cündições do. meio. (e.g. TIS), em cada ciclo. de maré, traduzir-se-á numa pressão. ecülógica que exerce um cüntrülü acentuado. da distribuição. düs füraminíferüs bênticüs. No. rio. Minho. só ücürrem füraminíferos vivüs em 3 das 11 estações amüstradas, tüdas assüciadas a cündições de menür hidrüdinamismü (lüdüs): uma assüciaçãü característica de büca de estuário. cüm fürte influência marinha (Bolivina spp., Reophax nodulosus), junto. à füz; uma assüciaçãü de ambiente de transição. (Jadammina macrescens, Haplophragmoides wilberti, Trochammina inflata, Haplophragmoides manilaenssis, Miliammina fusca) no. estuário. médio.; uma associação. salübra (H. manilaensis, M. fusca, H. wilberti, Cribrostomoides jeffreysii) na transição. para o. alto. estuário. (Murray, 1991; Sen Gupta, 2002). Das 5 estações amüstradas no. rio. Cüura, só junto. à pünte de Caminha ücürre uma assüciaçãü que resiste à variação. extrema da salinidade (0,3 a 30%0), düminada pür M fusca e Psammosphaera sp.

o icnogénero Bifungites e sua nova ocorrência na Formação Pimenteira (Devoniano), Bacia do Parnaíba, Brasil

A. C. S. Fernandes(a, 1), S. Agostinho(b,2) & M. S. S. Viana(b,3)

Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) (Proc. 461975/06-9) e Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Brasil.

a - Museu NacionallUniversidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Faculdade de GeologialUniversidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Brasil. b - Centro de Tecnologia e GeociênciaslUniversidade Federal de Pernambuco (UFPE), Brasil. 1 - [email protected],

[email protected], [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - somá[email protected].

Palavras-chave: Bifungites; Fürmaçãü Pimenteira; Bacia do Pamaíba; Devünianü; Brasil.

Lücalizada na região. nordeste do. Brasil, a Bacia do. Pamaíba cüntém um pacüte sedimentar fanerüzóicü significativo. que distribui-se do. Silurianü ao. Cretáceo.; sua principal unidade litoestratigráfica devüniana, a Fürmaçãü Pimenteira, apresenta cünteúdü icnüfüssilíferü expressivo tendo, entre seus representantes, o. icnogénerü Bifungites. Actividades de campo. recentes realizadas na lücalidade de São. Jüãü Vermelho no. município. de São. Raimundo. Nünato, no. Estado. do. Piauí, permitiram aumentar esse conhecimento. ao. revelar um nüvü sítio. cüm exemplares de Bifungites inéditüs no. Devünianü brasileiro.. Nesse sítio., o. afloramento. cünsiste numa sequência dt:: arenitüs silticüs-Iaminadüs e arenitos finüs intercaladüs, apresentando. marcas de ünda de crista recta e laminaçtlü

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VI Congresso Nacional de Geologia

sub-horizontal; além de Bifungites, foram registados exemplares de Arenicolites, Palaeophycus, Phycosiphon e Planolites.

A nova ocorrência revelou três exemplares completos preservados em epirrelevo convexo, representados pelos corpos terminais e pelo eixo central. Os corpos terminais possuem diferenças morfológicas e de dimensões entre si, sendo o maior reniforme e, o menor, em forma de halteres. O eixo central é retilíneo, subcilíndrico, sem variação de largura ao longo de seu comprimento.

Os exemplares de Bifungites analisados revelaram dimensões ecaracteristicas morfológicas diferentes das demais formas do icnogénero conhecidas para o Devoniano brasileiro, constituindo-se assim em um registo inédito no País, e classificados preliminarmente como Bifungites ichn.sp.

Nanofósseis calcários em fácies costeiras: revisão de técnicas de estudo

Jorge Ferreira(a, I) & Mário Cachão(b,2)

a - Centro de Geologia (BIC), Rua da Escola Politécnica, n° 58, 1250-102 Lisboa. b - Dep. Geologia, Fac. Ciências Univ. Lisboa, Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: nano fósseis calcários; metodologia; paleoecologia quantitativa; biostratigrafia.

Os nano fósseis calcários apresentam elevado potencial para estudos de natureza (paleo )ambiental e (paleo )ecológica não só em ambientes oceânicos mas também neríticos e parálicos. A adaptação de métodos de preparação de amostras permite comparar abundâncias relativas e absolutas em nanólitos, presentes em cada uma destas fácies, evidenciando dois tipos de comportamento (estrategas-r e estrategas-K) no seio do nanoplâncton calcário. Neste sentido é possível definir um modelo de distribuição de nanólitos actuais o qual pode ser utilizado em futuras interpretações paleoambientais de formações costeiras.

Foraminíferos planctónicos do Miocénico superior do Algarve. Implicações cronostratigráficas

Paulo Legoinha

Projecto "Studies on Portuguese Paleontology (Post-Paleozoic)" (POCTIICVT/3635 1199-00). Centro de Estudos Geológicos (FCTIMCT), Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, P-2825-1 14

Caparica, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: foraminíferos planctónicos; biostratigrafia; idades isotópicas; cronostratigrafia; Miocénico superior; Algarve; Portugal.

Estudam-se os foraminíferos planctónicos do Miocénico superior do Algarve bem representado nos afloramentos de CaceI a, Quelfes e Mem Moniz. O tipo de emolamento de globorotalias do grupo menardii e a ocorrência de Globorotalia miotumida (em Quelfes) permitem correlacionar Cacela e Quelfes com os bio-eventos 1 a 3 (7,512 a 7,24 Ma) caracterizados na Bacia do Guadalquivir. Neogloboquadrina acostaensis e Neogloboquadrina humerosa permite datar do Miocénico superior (Tortoniano, parte superior de N16 ou mesmo N17) os sedimentos de Mem Moniz e correlacioná-los com a Formação de Cacela. Algumas datações Sr87/Sr86, apresentam intervalos de erro demasiado amplos em face das indicações biostratigráficas.

Cretaceous foraminifera as age indicators in the Cenomanian deposits from "La Serranía de Cuenca" (Spain)

M. D. López(I) & M. A. Calonge<2)

Departamento de Geología. Edifício de Ciencias. Universidad de AIcalá. 28871 AIcalá de Henares (Madrid). 1 - [email protected] ; 2 - [email protected].

Key-words: Middle Cretaceous sediments; Alveolinids; age relations.

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

The aim of this paper is to contribute to the knowledge of the stratigraphical distribution of larger foraminifera in Cenomanian rocks. The study is focused on the Serrania de Cuenca (Iberian Range, Spain), where previous regional studies and the good quality of the outcrops facilitate detailed correlations and, therefore, allow the evaluation of the superposed assemblages of large foraminifera like alveolinids from the bottom of the Cenomanian to the extinction ofthis group at the end ofthis period oftime.

Late Triassic-Early Jurassic magmatism of Morocco and Portugal: volcanological characteristics

J. Madeira(a,b, I), L. T. Martins(a,c,2), N. Youbi(d,3), J. M. Munhá(a,c,4),

H. Ibouh(e, 5) & E. H. Ait Chayeb(d)

a - Dep. de Geologia, Fac. Ciências Univ. de Lisboa. Edif. C2, 5° piso, Campo Grande, 1749-016 Lisboa. b - Laboratório de Tectonofisica e Tectónica Experimental, Univ. Lisboa. c - Centro de Geologia, Universidade Lisboa.,d - Geology Dep., Faculty ofSciences-Semlalia, Cadi Ayyad University, Marrakech, Morocco. e - Geology Dep., Faculty ofSciences and Technics-Guéliz, Cadi Ayyad University, Marrakech,

Morocco. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected].

Key-words: volcanism; Triassic/Jurassic; Morocco; Portugal.

The disruption of Pangea and the opening of the Central Atlantic Ocean in Early-Jurassic times were preceded by magmatism (Marzoli et ai., 1999). This magmatism originated a Large Igneous Province (LIP), known as Central Atlantic Magmatic Province (CAMP), composed of low-Ti tholeiitic Continental Flood Basalts (CFB). CAMP magmatism is presently represented by remnants of intrusive (crustal underplates, layered intrusions, sills, dikes) and extrusive (pyroclastic sequences and lava flows) rocks that occur in once-contiguous parts ofNorth and South America, northwestem Africa, and southwestem Europe (McHone & Puffer, 2000). It may have covered over 7 x 109 km2 and was active for no more than 4-5 Ma. 4oArP9 Ar plateau ages of CAMP basalts range from 205 to 190 Ma, with a main cluster of ages at around 199 Ma. Preserved lava flows, rare in North and South America, are common in Portugal and Morocco, and have been dated between 203 and 190 Ma, again with a main cluster at about 197-199 Ma (Marzoli et ai., 1999; Youbi et ai., 2002b). The volcanologic characteristics ofCAMP extrusive rocks of Algarve (Portugal) and High Atlas and Argana Basin (Morocco) are presented.

Litoestratigrafía y cronoestratigrafía de las Vegas Bajas deI Guadiana (Espaõa)

M. E. Moya-Palomares(a, 1), J. D. Centeno(b,2) & T. M. Azevêdo(c)

a - Departamento de Geologia. Universidad de Alcalá. Ctra. Madrid-Zaragoza, Km.33,500. Madrid (Espaí'ía). b - Departamento de Geodinámica. Facultad de Geologia. Universidad Complutense de Madrid. C/ José Antonio Nováis, 2, 28040 Madrid (Espaí'ía). c - Departamento de Geologia.

Faculdade de Ciências. Universidad de Lisboa. 1700 Campo Grande, Lisboa (Portugal). I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palabras-clave: cuenca deI Guadiana; Vegas Bajas; unidades litoestratigráficas; posición cronoestratigráfica.

Se han definido en este trabajo cuatro unidades Cenozoicas que rellenan las Vegas bajas deI Guadiana. EI estudio de dichas unidades litoestratigráficas han permitido identificar el ambiente paleogeográfico en el que se depositaron. Finalmente, y ante la ausencia de contenido paleontológico, se posicionan cronoestratigráficamente las unidades por correlación basada en minerales de la arcilla entre la cuenca deI Guadiana y las cuencas de Bajo Tajo, Beira Baixa (Mondego), Sado y Moura-Marmelar.

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Palinoestratigrafia da sequência litológica imbricada da mina de Neves-Corvo, incluindo a datação dos sulfuretos maciços

(Faixa Piritosa, Zona Sul Portuguesa)

J. T. Oliveira(a, I), Z. Pereira(b,2) & N. Pacheco(c,3)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada Portela, Zambujal, 2720 Alfragide, Portugal. b - Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, 4465 S. Mamede Infesta, Portugal. c - Somincor, Apartado 12,7780 Castro Verde, Portugal. I - [email protected];

2 - [email protected]; 3 - [email protected].

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VI Congresso Nacional de Geologia

Palavras-chave: biostratigrafia; esporos; goniatites; Faixa Piritosa; Zona Sul Portuguesa.

A mina de Neves-Corvo situa-se no extremo sudeste do Anticlinal do Rosário, no ramo sul da Faixa Piritosa, Zona Sul Portuguesa. a sequência estratigráfica compreende a Formação Filito-Quartzítica, a que se sobrepõe o Complexo Vulcano-Sedimentar, subdividido em Complexo Vulcano-Sedimentar inferior e Complexo Vulcano­Sedimentar superior, e a Formação de Mértola. Toda a sequência está imbricada e repetida tectonicamente.

Estudos palinostratigráficos, complementados com dados de goniatites, permitiram rever e datar toda a sucessão estratigráfica e precisar a idade dos sulfuretos maciços. estes ocorrem sempre intercalados nos xistos negros da Formação de Neves e acima do episódio V2 de vulcanismo ácido, igualmente intercalado na Formação de Neves. assim, a mineralização data do Estruniano superior, Biozona LN, tendo-se instalado no intervalo de tempo compreendido entre 354 e 354,5 ma.

Estes resultados permitiram caracterizar com pormenor o estilo estrutural da região da mina, tendo-se posto em evidencia que toda a sucessão está envolvida por tectónica compressiva, dominada por carreamentos vergentes para sw. não havendo, portanto, sucessões autóctones como era anteriormente considerado. esta interpretação abre novas perspectivas para a prospecção e exploração regional de sulfuretos maciços.

Sondagem de Belverde (Bacia do Baixo Tejo, península de Setúbal, Portugal)

J. Pais(l, a), C. Silva Lopes(2), P. Legoinha(1), E. Ramalho(2), J. Ferreira(1), I. Ribeiro(1),

Á. R. Ámado(1), L. Sousa(l), L. Torres(2), R. Baptista(3) & R. Pena dos Reis(4)

Projecto POCTI 32345: "Reconhecimento do Miocénico da parte terminal da Bacia do Baixo Tejo através de uma sondagem com amostragem continua".

1 - Centro de Estudos Geológicos, Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, 2829-516 Caparica, Portugal. 2 - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, Apartado 7586, 2720-866 Amadora, Portugal. 3 - Galp Exploração, Rua Miguel Serrano, n° 9, 2°Esq, 11495-173 Miraflores. 4 - Departamento de Ciências da Terra, Centro de Geociências, Praça

Marquês de Pombal, 3000-272 Coimbra. a - [email protected].

Palavras-chave: sondagem; Bacia do Baixo Tejo; Neogénico; estratigrafia; Belverde; península de Setúbal Portugal.

Apresentam-se resultados do estudo de uma sondagem profunda efectuada em Belverde (Península de Setúbal, 38°35'34,1"/9°8'24,7") com vista ao reconhecimento do Neogénico do sector distal da Bacia do Baixo Tejo. Atingiu-se a profundidade de 619,77m. Foram atravessados 130,31m de areias plio-plistocénicas e cerca de 460 m de depósitos marinhos, com episódios salobros, do Miocénico. Na parte inferior foi reconhecido um recife de corais, com cerca de 50m de espessura, que assenta em conglomerados vermelhos, atribuídos ao "Complexo de Benfica". Foram reconhecidas as unidades litostratigráficas clássicas do Miocénico da região de Lisboa bem como as sequências deposicionais.

Os forarniníferos planctónicos permitiram estabelecer o quadro biostratigráfico que, associado a datações isotópicas C7Sr/86Sr), possibilitaram o enquadramento cronostratigráfico.

Também foram identificas as sequências deposicionais anteriormente definidàs na parte distal da Bacia do baixo Tejo. A sequência deposicional mais antiga conhecida em Lisboa (SDA1) parece não estar representada na sondagem de Belverde. Por outro lado·, os depósitos miocénicos mais modernos forneceram N acostaensis and N humerosa, que são desconhecidas em afloramentos, e apontam para idade mais recente do que a dos últimos depósitos conhecidos na Península de Setúbal.

Foram feitas diagrafias eléctricas [SPR (single-point resistance) e SP (spontaneous potential)], nucleares (radiação gama natural- RGN - e neutrões), sónica e da coluna de fluido (temperatura). É clara uma correlação entre ciclos de radiação gama e as sequências deposicionais.

Morfometria aplicada ao cocolitóforo Coccolithus pelagicus

Áurea Parente(a, 1) & Mário Cachão(b,2)

a - Centro de Geologia, SFRHlBD/8944/2002; Rua da Escola Politécnica, n° 58, 1250-102 Lisboa. b - Dep. Geologia da Fac. Ciências Univ. Lisboa, Rua da Escola Politécnica, nO 58,1250-102 Lisboa. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Palavras-chave: Coccolithus pelagicus; cocolitóforo; morfometria; paleoceanografia.

o estudo morfométrico de placólitos de Coccolithus pelagicus proveniente de amostras de superficie e de sondagens dos Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico permitiu comprovar a existência de dois morfótipos associados às subespécies C. pelagicus pelagicus (morfótipo menor) e C. pelagicus braarudii (morfótipo maior), relacionadas com massas de água subpolares e regiões associadas a frentes oceânicas, respectivamente.

Para o Holocénico não existem variações morfométricas significativas nos placólitos de C. pelagicus relacionadas com variações na temperatura da água superficial (SST). Contudo, os resultados mostram que amostras recolhidas a mais altas latitudes (mais baixas temperaturas) correspondem a amostras· com distribuições pior calibradas (valores mais elevados de desvio-padrão), com o predomínio de formas pequenas em relação à respectiva média (assimetria negativa).

A maior correlação dos parâmetros morfométricos com a salinidade do que com a temperatura e amplitude térmica da água superficial, bem como o facto do mapa de isolinhas apresentar uma assimetria N-S e E-W, poderá sugerir que, no Holocénico, o desenvolvimento do morfótipo maior será mais controlado por processos oceanográficos relacionados ou induzidos por sistemas frontais do que propriamente pela temperatura da água.

Não se verifica uma resposta na morfometria dos placólitos de C. pelagicus de um máximo glaciário para um máximo interglaciário, com duas excepções: (1) a partir dos 2 Ma, no Atlântico Norte, verifica-se uma diminuição na média dos comprimentos dos placólitos durante os estádios glaciários; e (2) por volta dos 3 Ma, no Atlântico Sul, verifica-se uma diminuição na média dos comprimentos dos placólitos na passagem do estádio glaciário ao interglaciário.

Asteroidea (Echinodermata) do Miocénico da Bacia do Baixo Tejo-Sado

P. Pereira(a, 1), M. Cachão(b,2) & C. Marques da Silva(b,3)

a - Departamento de Ciências Exactas e Tecnológicas da Universidade Aberta, Rua Fernão Lopes, 9, 2° dto, 1000-132 Lisboa .. b - Departamento e Centro de Geologia da Universidade de Lisboa, Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa. I - [email protected]; 2 - [email protected];

3 - [email protected].

Palavras-chave: Echinodermata, Asteroidea, Astropectinidae, Luidiidae, Goniasteridae, Oreasteridae, sister lática, distribuição estratigráfica, paleoecologia, Miocénico, Bacia do Baixo Tejo-Sado, Portugal.

As estrelas-do-mar fósseis são praticamente desconhecidas em Portugal. O estudo recentemente iniciado já permite apresentar alguns resultados sistemáticos e alguma informação sobre a distribuição estratigráfica dos asteróides do Miocénico da Bacia do Baixo Tejo-Sado. Até ao momento apenas foram encontrados ossículos isolados, facto que está de acordo com as fácies onde estes ocorrem, compatíveis com ambientes costeiros de hidrodinamismo mais ou menos elevado. Contudo, dada a elevada velocidade de sedimentação que geralmente caracteriza fácies desta natureza, poderão existir outras causas, como as associadas a rápida degradação da matéria orgânica dos tecidos das estrelas-do-mar. Do estudo de cerca de oitocentos ossículos desarticulados, verifica-se que astropectinídeos (Astropecten sp.), luidiídeos (Luidia sp.) e goniasterídeos ocorrem no Miocénico inferior e médio, sendo os primeiros muito mais frequentes que os restantes, e que os oreasterídeos são exclusivos do Miocénico inferior. O facto de os oreasterídeos serem característicos de águas tropicais, enquanto os representantes das outras famílias ocorrem em diversos tipos de ambientes, vem reforçar a ideia de que a região vestibular do Baixo Tejo­Sado, durante o Miocénico inferior, apresentou condições marinhas de massas de água com temperatura mais elevada do que durante o Miocénico médio a superior.

Clypeasteroidea (Echinodermata, Echinoidea) do Miocénico de Portugal

P. Pereira(a, 1), M. Cachão(b,2), C. Marques da Silva(b,3), P. Dantas(c,4) & A. B. Smith(d,5)

a - Departamento de Ciências Exactas e Tecnológicas da Universidade Aberta, Rua Fernão Lopes, 9, 2° dto, 1000-132 Lisboa. b - Departamento e Centro de Geologia da Universidade de Lisboa, Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa. c - Laboratório de História Natural do Museu

Municipal da Batalha, Apartado 116, 2440-118 Batalha. Laboratório de História Natural da Associação Leonel Trindade (C.E.A.P .P.P .C.N.), Rua Dias Neiva, 9, 2560-319 Torres Vedras. Museu Nacional de História Natural (Universidade de Lisboa), Rua da Escola Politécnica, 58,1250-102

Lisboa. d - Department ofPalaeontology, The Natural History Museum, Cromwell Road, London SW7 5BD, UK. I - [email protected]; 2 -. [email protected]; 3 - [email protected];4 - [email protected]; 5 - [email protected].

Palavras-chave: Echinoidea; Clypeasteroidea; Clypeaster; Parascutella; Amphiope; Echinocyamus; sistemática; Miocénico; Portugal.

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VI Congresso Nacional de Geologia

São apresentados os resultados preliminares da revisão taxonómica dos equinoides mio cénicos portugueses atribuídos aos géneros Clypeaster, Parascutella, Amphiope e Echinocyamus, pertencentes à ordem Clypeasteroidea. Efectua-se uma caracterização morfológica do género Clypeaster, recorrendo a métodos de análise multivariada aplicados a uma matriz de dados construída a partir da medição de 21 parâmetros morfológicos num universo de 48 exemplares atribuídos a 15 espécies diferentes. Refere-se que a espécie Amphiope palpebrata é sinónima de Amphiope bioculata, a qual por ser mais antiga deverá corresponder à denominação a utilizar. Atribuem-se ao género Parascutella, os equinóides atribuídos por Loriol (1896) ao género Scutella, identificando-se em Portugal duas formas distintas de Parascutella, uma, anteriormente designada por S. lusitanica e, outra, anteriormente designada por S. faujasii. Referem-se os locais de ocorrência do género Echinocyamus no Miocénico de Portugal.

Correlation of Neoproterozoic to Cambro-Ordovician rock units of the Ossa­Morena, the Central-Iberian and the Saxo-Thuringian Zones

(Portugal, Germany)

M. F. Pereira(a, I), U. Linnemann(b,2), J. B. Silva(c,3), U. Kroner(d,4) & M. Chichorro(e,5)

a - Grupo Tectónica-Centro Geofisica Évora, Departamento de Geociências, Universidade de Évora, Apt.94, 554-7002 Évora, Portugal. b - Staatliche Naturhistorische Sammlungen Dresden, Museum fúr Mineralogie und Geologie (Forschungsmuseum fur Geowissenschaften), KõnigsbTÜcker Landstrape 159, D-OI 109 Dresden, Germany. c- Departamento Geologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Edifico C2-5°Piso, Campo Grande, 1700 Lisboa, Portugal. d - TU Bergakademie Freiberg, Zeunerstr. 2, D-09596 Freiberg,Germany. e -

Grupo Tectónica-Centro Geofisica Évora, Universidade de Évora, Apt.94, 554-7002 Évora, Portugal. 1- [email protected]. [email protected]; 3- [email protected]; 4- [email protected]; 5- [email protected].

Palavras-chave: Neoproterozóico; Câmbrico-Ordovícico; Maciço ibérico; Maciço da Boémia; orogenia cadomiana.

As unidades tectonoestratigráficas datadas do Neoproterozóico terminal ao Ordovícico da Zona de Ossa-Morena (ZOM) e da Zona Centro-Ibérica (ZCI), são comparáveis com os seus equivalentes na Zona Saxo-Thuringia (ZST, Alemanha). Dados interpretados recentemente de diversos sectores da ZOM em Portugal (nas zonas de cisalhamento de Portalegre-Esperança, de Coimbra-Córdova e de Montemor-o-Novo, e na megaestrutura de Assumar) e da ZST na Alemanha (nos anticlinais de Schwarzburg, de North Saxon e de Lausitz , no sinclinal de Doberlug e na zona de Elbe) permitiram a correlação através do tempo geológico, entre eventos tectono-magmáticos e processos sedimentares dysde o Neoproterozóico ao Câmbrico-Ordovícico. As unidades de rochas do Neoproterozóico da ZOM, ZCI e ZST são caracterizadas pela evolução de um arco magmático continental e bacias marginais associadas. Em resultado dos processos colisionais que envolveram o arco magmático as rochas sofreram deformação e metamorfismo cadomiano entre aproximadamente os 570 a 540 Ma. Um periodo de denudação e erosão pós­Cadomiano está representado pela elevada maturidade dos materiais siliciclásticos do Câmbrico e Ordovícico. Durante os estádios iniciais do desenvolvimento do Oceano Rheic, os estratos do Câmbrico e do Ordovícico depositaram-se em transgressão sobre o soco cadomiano. A actividade magmática está representada no Neoproterozóico aos 570 Ma, no Neoproterozóico terminal-Câmbrico inferior (540 Ma) e no Ordovícico inferior (490-480 Ma).

Estudo palinostratigráfico do sinclinal da Estação de Cabrela. Implicações tectonostratigráficas

z. Pereira(a, 1) & J. T. Oliveira(b,2)

Projecto Praxis XXI "Sedimentary Basins Dynamics and Palaeogeography ofthe Iberian Terrane in Portugal during the Late Silurian to Devonian Variscan Tectonic Inversion" (IGMlFCT).

a - Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, 4465 S. Mamede Infesta, Portugal. b - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada Portela, Zambujal, 2720 Alfragide, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: palinostratigrafia; Toumaisiano; Viseano; sinclinal da Estação de Cabrela; Zona de Ossa Morena.

O sinclinal da Estação de Cabrela, fica situado a cerca de 5 Km a SE de Vendas Novas, no bordo SW da Zona de Ossa Morena. Segundo A. Ribeiro (1983), J. Oliveira et aI. (1991) e A. Carvalhosa et a!. (1994), a sucessão estratigráfica compreende um conglomerado poligénico na base, a que se seguem os câlciturbiditos da Formação de Pedreira de Engenharia, considerada do Eifeliano, sobre os quais assenta em discordância a Formação de Cabrela,

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

constituída por um conglomerado basal, xistos argilosos e grauvaques com lentículas de calcários e intercalações de rochas vulcânicas ácidas. As lentículas de calcários forneceram conodontes do Frasniano (Boogaard, 1983).

Investigações palinostratigráficas recentes nos xistos argilosos da Formação de Cabrela, mostraram que a idade desta unidade se escalona entre o Tournaisiano superior e o Viseano superior e que as lentículas de calcários datados do Frasniano estão envolvidos por xistos datados do Tournaisiano superior, constituindo verdadeiros olistólitos. As litologias envolventes dos calcários da Pedreira de Engenharia não afloram em boas condições, pelo que não foi possível datá-las, não se excluindo, contudo, a possibilidade e os calcários constituírem um olistrostoma. O facto dos carbonatos só aparecerem no flanco SW do sinclinal de Cabrela sugere que terão resultado de destruição de uma plataforma carbonatada, provavelmente induzida pela instabilidade crustal associada à actividade vulcânica gerada em regime distensivo.

Palinomorfos do Viseano do Complexo vulcânico de Toca da Moura, Zona de Ossa Morena

Z. Pereira(a, 1) & J. T. Oliveira(b,2)

Projecto Praxis XXI "Sedimentary Basins Dynamics and Palaeogeography ofthe Iberian Terrane in Portugal during the Late Silurian to Devonian Variscan Tectonic Inversion" (IGM/FCT).

a - Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, 4465 S. Mamede Infesta, Portugal. b - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada Portela, Zambujal, 2720 Alfragide, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: esporos; Viseano superior; Complexo vulcano-sedimentar de Toca da Moura; Zona de assa Morena.

o Complexo vulcano-sedimentar da Toca da Moura fica situado entre S. Suzana, S. Cristovão e Torrão, no bordo ocidental do Maciço de Beja, Zona de assa Morena. A sequência estratigráfica é constituída por basaltos, andesitos, riólitos, diabases e tufos básicos, com intercalações de espessura métrica de pelitos e siltitos, vulgarmente conhecidos por "xistinhos", a que se sobrepõem em discordância os sedimentos continentais da Formação de Sr' Suzana, de idade Moscoviano.

Investigações palinostratigráficas recentes, permitiram rever e datar os "xistinhos". Foram identificados esporos assinalados à parte inferior da Biozona nigra-marginatus (NM), de idade Viseano superior basal. Presentes nas associações ocorrem esporos remobilizados do Silúrico, Devónico e do Tournaisiano e, ainda, acritarcas remobiliza.dos do Câmbrico, Ordovícico, Silúrico e Devónico. Os palinomorfos encontram-se em pelitos com fragmentos e dobras sinsedimentares, o que sugere transporte para a área deposicional em regime de instabilidade crustal, com erosão expressiva de um substracto, possivelmente da própria Zona de assa Morena.

A região da Toca da Moura, é comparada à região de Cabrela, onde se verifica, igualmente, predomínio da sedimentação terrigena fina, datada do Viseano superior baixo, associada a escorregamentos gravitacionais e vulcanismo. Estes dados sugerem que as duas regiões estariam integradas na mesma bacia sedimentar, cuja expressão paleogeográfica se mantém ainda desconhecida.

Dating of the Toarcian succession from the Lusitanian Basin based on calcareous nannofossils

N. Perilli(1,'à) & L. V. Duarte(2, b)

1 - Dipartimento di Scienze della Terra, Via S. Maria 53, 56126 Pisa, ltaly. 2 - Departamento de Ciências da Terra, Centro de Geociências da Universidade de Coimbra, 3000-272 Coimbra, Portugal. a - [email protected]; b - [email protected].

Key-words: calcareous nannofossils; biostratigraphy; lithostratigraphy, sequential analysis; Toarcian; Lusitanian Basin.

Toarcian calcareous nannofossils from Lusitanian Basin have been investigated in order to define the succession of biohorizons, zones and subzones, and the here proposed biostratigraphic frame is nicely calibrated against the ammonite zones on the basis of a refined lithostratigraphy and sequential analysis.

Due to the cosmopolitan nature of this fossil group, calcareous nannofossils is useful either to dates land and off­shore sequences or to supports biochronocorrelations within a sedimentary basin or between different basins, that be10ng to the sarne paleoprovince or to different paleoprovinces. Because a small cheap of sediments is requested

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VI Congresso Nacional de Geologia

for this type of analysis, calcareous nannofossils is powereful also to date, among the others, archived marine fossil remains, cuttings, cores, cavity infilling, etc.

Based on LO of Calcivascularis jansae, FO of Carinolithus superbus, FO of Discorhabdus striatus and AE of Lotharingius hauffii the average time resolution for the Early and Middle Toarcian ranges from 1 to 2 my. The 5 my. long time interval spanning from the AE of Lotharingius hauffii to the FO of Watznaueria contracta, could be further subdivided on the basis of the main Late Toarcian assemblages composition changes, reducing the time resolution to 2 to 3 my.

Identificação de graptólitos do Ludlow (Silúrico superior) na área de Guadramil (Bragança, Zona Centro Ibérica, Portugal):

implicações na estratigrafia regional

J. M. Piçarra(a, I) & C. Meireles(b,2)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Rua Frei Amador Arrais, n035, Ap. 104,7802-902 Beja Codex; b - Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, Ap. 1089,4466-956 S. Mamede de,Infesta.1 - [email protected];2 - [email protected].

Palavras-chave: graptólitos; Ludlow; Bragança; Zona Centro Ibérica; Portugal.

Estudos realizados na área de Guadramil-Rio de Onor permitiram obter um conjunto de dados relativos ao Silúrico, dos quais sobressai a identificação de graptólitos da Biozona de Lobograptus scanicus do Gorstiano (Ludlow). Esta descoberta constitui a la referência, confirmada, de graptólitos desta idade, em toda a área do nordeste transmontano. A associação faunística ocorre no topo de 3 m de xistos negros aflorantes numa trincheira, situada ao km 292.5, da estrada para a primeira daquelas povoações. Estes xistos constituem o termo intermédio de uma sucessão de 12m, bastante tectonizada, que na parte inferior apresenta liditos brechificados e superiormente xistos negros, com alteração esverdeada e acastanhada. Desta localidade já havia referência a graptólitos do Wenlock.

Junto a Guadramil, recolheram-se também graptólitos do Llandovery e Wenlock, respectivamente em liditos e em xistos negros alterados para branco.

A Sul de Rio de Onor, identificaram-se raras formas do Llandovery, em liditos dispostos em vários alinhamentos lenticulares.

Complementarmente a estes trabalhos, foram revistos exemplares de colecções antigas provenientes desta área e da região de Deilão.

Os resultados agora obtidos, além do seu valor bioestratigráfico, permitem precisar a sequência litoestratigráfica até agora admitida e tecer novas considerações de ordem paleogeográfica, para esta área do nordeste transmontano. Assim, o intervalo Llandovery médio (Aeroniano)-Ludlow basal corresponde a uma sequência pouco espessa, constituída por liditos, na base, e xistos negros. Esta sucessão condensada é semelhante em termos litológicos e faunísticos a outra conhecidas em Trás-os-Montes (Moncorvo; Meirinhos-Lagoaça), sugerindo um domínio paleogeográfico distinto do que reunia as áreas centro-ibéricas mais meridionais.

Análise palinológica preliminar da Formação de Vale Álvaro (Bragança, NE Portugal)

E. poças(a, 1}, D. Pereira(a,2) & J. Pais(b,3)

Trabalho realizado no âmbito do projecto POCTIICTN38659/2001, O Terciário de Portugal centro-norte: análise de bacias. estratigrafia e recursos, financiado pela FCT.

a - Departamento de Ciências da Terra, Universidade do Minho, 4710-057 Braga, Portugal. b - Centro de Estudos Geológicos, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, 2829-516 Caparica, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected];

3 - [email protected].

Palavras-chave: palinologia; NE Portugal; Formação de Vale Álvaro; Cenozóico continental; Pliocénico.

Apresenta-se o primeiro estudo palinológico de um pequeno afloramento de depósitos continentais cenozóicos da região de Bragança - Formação de Vale Álvaro, cujos resultados podem contribuir para o esclarecimento da cronostratigrafia dos depósitos cenozóicos do NE de Portugal.

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

Foram identificadas 2 formas de esporos e 21 de pólenes; dos resultados quantitativos ressalta, por um lado, o domínio quase absoluto dos pólenes de táxones arbóreos face aos não arbóreos e, por outro, o claro domínio das Gimnospérmicas (família Pinaceae quase exclusivamente).

A análise polínica permitiu reconhecer 3 associações vegetais (A-C) que traduzem modificações na composição dos estratos arbóreo, arbustivo e herbáceo o que nos permite obter algumas informações sobre o paleoclima. Os resultados obtidos possuem também algum valor estratigráfico, na medida em que as associações vegetais agora descritas são comparáveis com as estabelecidas em Rio Maior com idade correspondente ao Pliocénico superior.

Cartografia geológica da ilha da Madeira: dados preliminares da estratigrafia e estrutura da região Machico - Ponta de S. Lourenço

R. Ramalho(a, 1), J. Madeira(a, b,2), P. Fonseca(a, b, 3), S. Prada(c, d,4\

A. Serralheiro(a, b, 5) & C. F. Rodrigues(c, e, 6)

a - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências da Univ. de Lisboa. Edif. C2, 5° piso, Campo Grande, 1749-016 Lisboa. b - Laboratório de Tectonofisica e Tectónica Experimental, Universidade de Lisboa. c - Centro de Estudos da Macaronésia. d - Centro de Estudos da Macaronésia,

Universidade da Madeira. e - Zagope SA, Madeira. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected]; 6 - [email protected].

Palavras-chave: Madeira; estratigrafia; estrutura.

No âmbito do projecto de elaboração da Carta Geológica da ilha da Madeira, na escala 1 :50 000, efectuaram-se trabalhos de campo com vista à definição da vulcano-estratigrafia e estrutura da região oriental da ilha (área de Machico - Ponta de S. Lourenço). Os dados preliminares contribuem para refinar a sequência estratigráfica anteriormente proposta (Prada & Serralheiro, 2000).

L' Albien de Ponta da Galé (Cascais): composition, datations, organisation séquentielle

J.Rey

Institut des Sciences de la Terre. Université Paul-Sabatier. F31062 Toulouse Cedex, France. [email protected].

Mots-clés : Albien: Lithostratigraphie; biostratigraphie; stratigraphie séquentielle; Bassin lusitanien; Portugal.

Les sédiments margino-littoraux et de plate-forme marine peu profonde qui composent la Formation de Galé, pres de Cascais, couvrent l'intervalle stratigraphique Albien inférieur non basal- Vraconien. Ils s'organisent en deux cycles de transgression - régression de 2eme ordre et en huit séquences de dépôt de 3eme ordre. De fortes analogies peuvent être relevées avec le découpage séquentiel reconnu dans le bassin de Paris, dans le bassin de Londres et en Mer du Nord.

Morfometria geométrica - aplicações em paleobiologia de dinossáurios

L. A. Rodrigues(a, 1) & V. F. Santos(a,2)

a - Museu Nacional de História Natural (Mineralogia e Geologia), Rua da Escola Politécnica-58, P-1250-I02 Lisboa. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: morfometria geométrica; Dinosauria; pegadas.

É apresentada uma síntese do actual estado de conhecimento teórico de algumas técnicas de morfometria geométrica. São igualmente descritas algumas aplicações metodológicas nesta área, através da sua aplicação a uma amostra de 22 pegadas de Sauropodomorpha do registo icnológico mundial (2D) e de um estudo preliminar em falanges e metatarsos de Ornithopoda (3D).

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VI Congresso Nacional de Geologia

Nova localidade com escifocrinóides no Silúrico do sincIinório de Moncorvo (Zona Centro Ibérica, Portugal)

A. A. Sá(a,I), C. Cokéa,2), J. M. Piçarra(b,3) & J. C. Gutiérrez-Marco(c,4)

a - Dep. Geologia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Quinta de Prados, Ap. 1013,5001-911 Vila Real, Portugal. b - Instituto Geológico e Mineiro, Ap. 104, 7802-902 Beja, Portugal. c - Instituto de Geologia Económica (CSIC-UCM), Facultad de Ciencias Geológicas,

28040 Madrid, Espana. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - josé[email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: Silúrico; Pridoli; escifocrinóides; Moncorvo; Zona Centro Ibérica; Portugal.

Neste trabalho é descrito um novo local com ocorrências de escifocrinóides no Silúrico do 'Sinclinório de Moncorvo (Domínio do Douro Inferior, NE de Portugal). As unidades onde se registam estas ocorrências têm sido atribuídas ao Ordovícico. A identificação de Scyphocrinites cf. elegans Zenker e Syndetocrinus (s.l.) sp. indicia uma idade possivelmente Pridoli para os xistos lateralmente equivalentes aos calcários do Silúrico Superior referenciados no mesmo sinc1inório. Os novos dados sustentam a diferenciação da região NE de Portugal relativamente à restante Zona-Centro Ibérica, com uma nítida fácies pelágica durante o Silúrico.

Dados preliminares sobre estruturas bioerosivas de foraminíferos incrustantes do Pliocénico inferior de Estepona e Huelva (Sul de Espanha)

A. Santos(a, 1) & E. Mayoral(b,2)

a - CIMA, Centro de Investigação Marinha e Ambiental, Universidade do Algarve, UCTRA, Campus de Gambelas, P-8000 Faro, Portugal. b - Departamento de Geodinámica y Paleontología. Facultad de Ciencias Experimentales. Universidad de Huelva.

Campus de las Fuerzas Armadas sln 21071 Huelva. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: bioerosão; foraminíferos incrustantes; Cibicididae; Planorbulinidae; Pliocénico inferior; Sul de Espanha.

Duas novas estruturas bioerosivas foram encontradas sobre bivalves epifaunais pertencentes ao Pliocénico inferior de Estepona e Hue1va (Sul de Espanha). Ambas são constituídas por depressões superficiais que se dispõem de forma diferente.

A primeira, denominada tipo 1, tem uma morfologia alongada que apresenta uma fase inicial, de forma toscamente espiralada e com depressões de contorno subarredondado a ovalado, e uma fase final de forma uniseriada e com depressões com contorno subrectangular. A estrutura denominada tipo 2 possui uma morfologia de perfil arredondado com depressões de contorno subcircular, dispostas de forma espiralada. Estas podem manter esta disposição ou aparecer em séries com forma de anel de contorno ovalado, numa fase posterior. Os produtores responsáveis destas duas novas estruturas são foraminíferos incrustantes pertencentes às famílias Cibicididae e Planorbulinidae.

O valor paleoecológico que este tipo de estruturas apresenta é elevado, uma vez que permitem a determinação e quantificação da presença de populações de foraminíferos incrustantes que podem ser eliminados do registro fóssil durante o processo tafonómico, bem como reconstruir as relações existentes entre os organismos epizoários e o substrato onde se fixam.

Posicionamento estratigráfico da malacofauna pliocénica marinha de Portugal. Implicações paleoceanográficas

Carlos Marques da Silva

Dep. e Centro de Geologia da Faculdade de Ciências. Univ. Lisboa. Rua da Escola Politécnica, 58, 1250-102 Lisboa. [email protected].

Palavras-chave: Pliocénico; Mollusca; Gastropoda; paleoc1imatologia; paleoceanografia; Ibéria; Portugal.

Posicionada na Biozona de nanofósseis calcários CNI2a, Discoaster tamalis, a malacofauna de Vale de Freixo (Pombal) foi, até há pouco, atribuída ao Placenciano, após o evento de arrefecimento c. 3,5-3,3 Ma (i.e., intra MPMU2). Dados recentes, resultantes de datação isotópica de pectinídeos de Vale de Freixo (Pombal) pelo método

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87Sr/86Sr sugerem idade ligeiramente mais antiga, correspondente à transição ZanIPla ou ao Placenciano basal, i.e., anterior ao referido geoevento de arrefecimento, ou seja, intra MPMUl. Os resultados da datação isotópica estão em consonância com novos dados resultantes do estudo taxonómico das associações de gastrópodes e permitem compará-las com associações ibéricas atlânticas (Guadalquivir) e mediterrânicas (Estepona) aproximadamente coevas, i.e., atribuídas à MPMUl. Desta comparação resulta evidente a existência de manifesto gradiente térmico N­S entre a fachada atlântica W (Sea Surface Temperature, SST mais fria) e S (SST mais quente) da Ibéria e de acentuada diferença de SST entre a fachada atlântica e o Mediterrânico W. Com base nas exigências térmicas das espécies de gastrópodes termófilos das associações pliocénicas nacionais, em particular nas de Terebridae, é possível avançar a hipótese de que o padrão de SST do Atlântico à latitude de Vale de Freixo, no Pliocénico, seria similar ao registado actualmente na região das Canárias/Cabo Branco, na costa da África NW. Ou seja, apresentando temperatura mín. de 18-19° C, temperatura máx. de 22,5-23,5° C, média anual de 19,8-20,9° C e oscilação média anual de ::::; 4,5° C. Este padrão corresponde a condições tropicais externas ou subtropicais. Nessa mesma altura (i.e., MPMU1), no Mediterrâneo, imperavam condições tropicais típicas.

Palinomorfos do Miocénico da sondagem de Belverde (Bacia do Baixo Tejo, Portugal) - resultados preliminares

Lígia Sousa(l, a) & João Pais(l, b)

Projecto "Reconhecimento do Miocénico da parte tenninal da Bacia do Baixo Tejo através de uma sondagem com amostragem contínua", POCTI/32345/CT A/99, Fundação para a Ciência e a Tecnologia, comparticipado pelo fundo comunitário europeu FEDER.

http://www.dct.fct.unl.ptlSondagemlindex.htrnl. I - Centro de Estudos Geológicos, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, 2829-516 Caparica. a [email protected]; b - [email protected].

Palavras-chave: palinologia; quistos de dinoflagelados; Miocénico; sondagem de Belverde; Bacia do Baixo Tejo; península de Setúbal; Portugal.

Apresentam-se resultados do estudo palinológico do Miocénico da sondagem de Belverde (península de Setúbal, 38°35'34,1"N / 9°8'24,7"W). A sondagem atingiu 619,77m de profundidade; atravessou 130,31m de Plio­plistocénico e 460m de Miocénico marinho com alguns episódios salobros. As litologias são: areias finas, margas e biocaIcarenitos. Na parte inferior foi identificado um recife de corais, com cerca de 50m de espessura, que assenta em conglomerados vermelhos, atribuíveis ao "Complexo de Benfica". Foram reconhecidas as unidades litostratigráficas do Miocénico da região de Lisboa bem como as respectivas sequências deposicionais. Oito datações isotópicas de 87Sr/86Sr (H. Elderfield, Univ. Cambridge) e dados biostratigráficos fornecidos por foraminíferos planctónicos possibilitaram o enquadramento cronostratigráfico.

Para a análise palinológica foram seleccionadas 17 amostras visando a caracterização das principais associações de palinomorfos (esporos, pólenes e dinoflagelados). Os esporos e pólenes são escassos, excepto a família Pinaceae, que está bem representada durante o Miocénico médio e superior. Os esporos sugerem clima temperado e húmido no Burdigalino superior e no Tortoniano. Foram identificados 30 táxones de quistos de dinoflagelados: 26 de goniaulacóides e 4 de peridinióides, merecendo destaque Polysphaeridium zoharyi, Cribroperidinium tenuitabulatum e Systematophora placacantha no Burdigaliano superior; no Langhiano, Apteodinium australiense; no Serravaliano, SpiniferiteslAchomosphaera; Lingulodinium machaerophorum, Homotryblium vallum e Spiniferites pseudofurcatus no Tortoniano. Os quistos de dinoflagelados indicam que no sector distal da Bacia do Baixo Tejo prevaleceram ambientes neriticos durante o Miocénico. No Burdigaliano superior e Tortoniano os quistos de peridinióides e de acritarcas sugerem influência de águas salobras e ambientes' neriticos internos.

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Mineralogia

Petrologia

Geoquímica

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Caracterização mineralógica do Domeriano da Bacia Lusitaniana

P. S. Caetano(l, a), P. Gonçalves(2, a), F. Rocha(2, b), J. Rey(3) & R. B. Rocha(lb)

1 - Centro de Investigação em Geociências Aplicadas, Universidade Nova de Lisboa, Q.ta da Torre, 2829-516 Caparica, Portugal; a) [email protected]; b) [email protected]. 2 - Centro de Minerais Industriais e Argilas, Departamento Geociências, Universidade de Aveiro, 3810

Aveiro, Portugal; a) [email protected]; b) [email protected]. 3 - Université Paul Sabatier, 39 Allées Jules Guesde, 31400 Toulouse, França; [email protected].

Palavras-chave: minerais argilosos; Domeriano; Bacia Lusitaniana

As séries estratigráficas do Domeriano das regiões de São Pedro de Muel, Rabaçal e Tomar estão bem descritas e datadas com base em fauna de amonites (Mouterde, 1967a, 1967b; Mouterde et aI., 1971), podendo estabelecer-se correlações à escala do horizonte. Nestas regiões, três cortes seleccionados foram objecto de trabalhos recentes que visaram, essencialmente, o estudo de populações de foraminíferos (Brunel et aI., 1998) e de ostracodos (N'Zaba­Makaya et aI., 1998), tendo fornecido diversos resultados referentes à biostratigrafia e estratigrafia sequencial e à paleoecologia e paleogeografia do Domeriano da Bacia Lusitaniana. Neste trabalho apresentam-se os primeiros resultados da análise das associações mineralógicas, em particular argilosas, que caracterizam estas sucessões sedimentares. Um total de 70 amostras foram analisadas nos laboratórios da Universidade de Aveiro. Os estudos mineralógicos, em amostra total e na fracção argilosa «2 ~m), foram efectuados por difracção de raios x, seguindo­se metodologia referida em F. Rocha (1993). Os resultados obtidos permitem estabelecer uma zonografia baseada nas associações mineralógicas presentes e verificar a evolução destas associações nos quadros estratigráficos sequenciais estabelecidos por outros métodos. Por outro lado permitem confirmar as considerações paleogeográficas e paleoecológicas igualmente estabelecidas nos trabalhos recentes acima referidos.

Geoquímica dos granitos e seus minerais do plutão da Serra Negra do Norte, Nordeste do Brasil

T. F. C. Campos(a, 1>, A. M. R. Neiva(b,2) & L. S. V. Nardi(c,3)

a - Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal RN, Brasil. b - Departamento de Ciências da Terra, Universidade de Coimbra, 3000 Coimbra, Portugal. c - Departamento de Ciências da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto

Alegre RS, Brasil. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: granitos; híbridos; minerais; NE do Brasil.

O plutão da Serra Negra do Norte, no NE do Brasil, é constituído dominantemente por sienogranito metaluminoso com encraves de granito. Possui também diques e filões de monzogranito e microsienogranito peraluminosos. Os granitos têm epídoto primário. Os diagramas de variação dos elementos maiores e menores dos granitos, Mg-biotite e titanite indicam que monzogranito e microsienogranito têm composição semelhante, mas não estão geneticamente relacionados com o sienogranito. Plagioc1ase e alanite do jovem microsienogranito são mais ricas em Ca do que as do monzogranito. O sienogranito evoluiu por cristalização fraccionada de plagioc1ase, microc1ina, magnesiohorneblenda e magnetite e tem (87Sr/86Sr)o = 0.7097±0.0003. Os granitos são híbridos e terão derivado da mistura de dois componentes, um mantélico e outro crostal, mas os materiais originais para monzogranito e microsienogranito serão idênticos, embora diferentes dos de para sienogranito.

O sienogranito e monzogranito cristalizaram a 4.7-5.1 kb e a 754-782°C e 725-755°C, respectivamente, mas os cristais de feldspatos reequilibraram-se, e a rara actinolite cristalizou em condições de subsólido.

Gemologia em Portugal: um rico parente pobre da Mineralogia?

R. Galopim de Carvalho

Laboratórios GEM, Beloura Office Park, Edificio 6 - Piso 1,2710-444 Sintra, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: gemologia; material gemo lógico; técnicas de identificação; mineralogia.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Os materiais gemo lógicos são maioritariamente minerais e seria de esperar mais cooperação entre mineralogia e gemologia, o que ainda não é o caso em Portugal. A Gemologia não constituirá uma disciplina tão complexa como outras das Ciências da Terra: a maioria dos gemólogos não tiveram formação científica adequada. Não é menos verdade, porém, que o objecto de estudo da gemologia não se compadece com a maioria das técnicas da mineralogia: o óbvio recurso a métodos não-destrutivos limita a margem de manobra do mineralogista que, via de regra, não encontra soluções eficazes para problemas gemológicos. Todavia, a gemologia está a mudar e já não se limita à simples identificação de gemas, situação solucionável com as técnicas convencionais que são ensinadas nos demais cursos de gemologia.

Actualmente, existem outras questões que se apresentam e que não dispensam conhecimentos científicos. A determinação da origem geográfica de rubis; o estudo da cor em diamantes; a identificação de substâncias externas introduzidas em esmeraldas e a detecção de tratamentos com ou sem aditivos de Be ou Ti em safiras são apenas alguns exemplos onde a gemologia se confunde com a cristaloquímica e mineralogia. Hoje já não bastam as lupas e os refractómetros, próprios de um laboratório gemológico convencional. Está-se já na fase da catodoluminescência, espectrofotometria de UV-VIS-IR e Raman, FTIR, SIMS, entre outros. Estes equipamentos, adaptados a pedras lapidadas e que garantem análises não-destrutivas, são dispendiosos e utilizáveis apenas em mercados de joalharia evoluídos, o que não será o caso de Portugal. Somente em sede de projecto de instituições de investigação C&T é que tal se poderá justificar, pelo que urgirá discutir e desenvolver esta matéria.

Late seafloor carbonate precipitation in serpentinites from the Rainbow and Mount Saldanha sites, Mid-Atlantic Ridge

I. Ribeiro da Costa(a, 1), F. J. A. S. Barriga(a, 2) & R. Taylor(b,3)

a - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa. Bloco C2, 5° Piso - Campo Grande. 1749-016 Lisboa. Portugal. b - School ofOcean and Earth Sciences, Southampton Oceanographic Centre. Empress Dock, Southampton, S014 32H UK.

1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Key-words: carbonate precipitation; aragonite; serpentinites; hydrothermal sites; Mid-Atlantic Ridge.

Serpentinized ultramafics recovered during several recent oceanographic missions (1996-2002) on the serpentinite-hosted Rainbow hydrothermal field and on the Mount Saldanha serpentinite protrusion (Mid-Atlantic Ridge) often exhibit later-stage carbonate precipitation associated with secondary oxidation effects.

Petrography and mineral chemistry have revealed most of this carbonate to be aragonite filling veins and veinlets that can sometimes form dense webs almost completely engulfing and replacing the serpentinitic rock itself.

87Sr/86Sr ratios of the carbonate fraction in these serpentinites are - 0.709, that is, coincident with the ratio for present-day seawater, thus indicating carbonate precipitation from unmodified seawater. Moreover, the Õl3CPDB range obtained on coarse vein aragonites (0.198 - 3.274 permil) points to an abiotic origino Oxygen isotope values for the sarne aragonite samples are also quite constant (ÕI8

0v_SMOW = 32.190 - 35.231 permil) and indicate very low precipitation temperatures (T = -2.95° - 8.51°C), which are in accordance with bottom water temperature measurements taken at the sampling stations. All the analytical data thus confirm the precipitation of carbonates in the previously serpentinized ultramafics as a result oflate-stage seafloor processes, under high water/rock ratios and abiotic, very low-temperature conditions.

Melhoramento da cronologia lunar: utilização do método de 4oAr_39 Ar em amostras basálticas obtidas pelas sondas soviéticas Luna 16,20 e 24 e de

meteoritos lunares

v. Assis Fernandes Centro de Geofisica, Univ. Coimbra, Av. Dr. Dias da Silva, 3000-134 Coimbra, Portugal. Dept. Earth Sciences, Univ. Manchester,

Oxford Rd., M13 9PL Manchester, United Kingdom. [email protected].

Palavras-chave: Lua, cronologia; 4°Ar_39 Ar; basaltos; Luna 16; Luna 24; Northwest Africa 032.

A determinação de idades absolutas de rochas lunares e sua integração com a composição química das mesmas tem provado ser uma estratégia importante para o estudo da evolução da Lua. Com o melhoramento de técnicas

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

laboratoriais e o aumento da colecção de amostras lunares desde o reconhecimento da existência de meteoritos originados na Lua, tem havido recentemente o "renascimento" da datação de amostras lunares.

A análise petrográfica no diagnóstico de reacções químicas no betão I. Fernandes<a, 1), M. Teles<b,2) & F. Noronha<a,3)

a - Dep./Centro de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Praça Gomes Teixeira, 4099-002 Porto b - Dep. de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 Porto

1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: agregados; reacção álcali-agregado; ataque por sulfatos; etringite.

As técnicas tradicionalmente utilizadas em petrografia podem fornecer informação de grande interesse no estudo da reactividade potencial de agregados no betão e também na identificação dos componentes do betão endurecido e dos materiais resultantes de reacções químicas secundárias.

Foram utilizados o microscópio óptico polarizante e o microscópio electrónico de varrimento (MEV) para o estudo de lâminas delgadas e polidas do betão de uma obra construída na década de 50. Os agregados grossos e finos utilizados são predominantemente constituídos por granito e por minerais habituais em rochas de composição granítica. Há deformação visível em cristais de quartzo, que implica extinção ondulante, e também em cristais de outros minerais.

Foram identificados vários minerais de neoformação, nomeadamente etringite, esta resultando de reacção de ataque por sulfatos, e estudados diferentes indícios da reacção, essencialmente na interface agregado-pasta de cimento.

Caracterização química e mineralógica do estado de alteração do granito da Guarda

M. Quinta Ferreira<a,I) & A. M. Antão(b,2)

a - Departamento de Ciências da Terra, Universidade de Coimbra. b - Departamento de Engenharia Civil, Instituto Politécnico da Guarda. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: granito; Guarda; alteração; caracterização; mineralogia; geoquímica.

Apresenta-se uma síntese sobre a caracterização e o comportamento do granito da Guarda nos vários estádios de alteração que foram observados no terreno. Após a cartografia geológica do maciço rochoso à escala 1 :5000 e feito o zonamento da alteração, recolheram-se amostras de rocha para posterior execução de lâminas delgadas e ensaios laboratoriais. As características mineralógicas do material granítico com os diferentes graus de alteração foram analisadas macro e microscopicamente. Apresenta-se também a caracterização química destes materiais, bem como os balanços geoquímicos da alteração. Relativamente às perdas e ganhos de óxidos, verifica-se que o Si02 tem tendência a diminuir um pouco aleatoriamente, CaO e o Na20 também diminuem, o Na20 acompanha a evolução do CaO devido à destruição das plagioclases, ao mesmo tempo que se verifica um incremento do K20. Os diagramas triangulares mostram que a alteração se processa no sentido das menores concentrações de CaO. O Fe203 tem um ligeiro aumento que lhe advém do FeO que por sua vez diminui devido, devido à oxidação do Fe203 nos minerais máficos. O P20 S e o Ti02 mantêm-se estacionários, o que é confirmado quer pela análise modal, quer pela norma.

Quanto aos índices de alteração os melhores resultados (R2>0.8) foram obtidos com o WPI desenvolvido por Sueoka (1988), com o índice de Miura (Miura, 1973) e com p de Rocha-Filho et ai. (1985). O índice p e a razão bases: R20 3. desenvolvida por Colman em 1982, apresentam correlações razoáveis (R2>0.75). A relação entre o peso volúmico aparente seco e a razão molecular (2Fe203/2Fe203+FeO) apresentada por Miranda (1984), revelou-se bastante interessante permitindo mesmo quantificar o tipo de alteração predominante (físico e/ou químico) para um dado grau de alteração.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Análise de imagens de rochas alteradas artificialmente: uma abordagem estatística e estrutural

c. Figueiredo(a, 1), P. Pina(b,2), P. Figueiredo(a,3), L. Aires-BarroS(a,4), V. Ramos(b, 5) & P. Machaqueiro(a,3)

a - Centro de Petrologia e Geoquímica do 1ST; b - CVRMJCentro de Geo-sistemas do 1ST. I - [email protected]; 2- [email protected]; 3 [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected].

Palavras-chave: calcários; envelhecimento artificial; imagens digitais a cores; análise de imagem; análise estatística e estrutural de texturas.

Neste trabalho analisam-se e discutem-se os resultados obtidos na aplicação de técnicas de análise de imagem e da morfologia matemática ao estudo do impacto· visual do envelhecimento artificial acelerado de amostras dos calcários Amarelo de Negrais e Azul Valverde, em câmara de climatização com atmosfera rica em S02 (lOppm) e alternando diferentes ciclos de temperatura e humidade. A análise de variação de cor das superficies das amostras e de intensidade, tamanho e arranjo espacial dos elementos de texturas, respectivamente através de imagens a cores (espaços RGB e ITS) adquiridas ao longo das diferentes etapas do ensaio, constituiu instrumento auxiliar importante na quantificação dos processos de alteração observados através da identificação de características visuais que descrevem cada estado de alteração e tipo de matenal pétreo analisado. A informação sobre o aspecto visual das superficies das amostras permitiu quantificar as diferenças entre material são e material alterado: as superficies do calcário Azul Valverde parecem sofrer ao longo do ensaio de envelhecimento laboratorial modificações visuais menos acentuadas do que as do calcário Amarelo de Negrais. A análise granulométrica permitiu verificar, de forma quantitativa, que as alterações estruturais começam, para qualquer um dos calcários estudados, ao nível das fracturas. As fracturas vão-se evidenciando à medida que os efeitos do envelhecimento laboratorial se acentuam. A cor, apesar de ser um parâmetro importante para se analisar as alterações globais (as amostras apresentam tonalidades mais claras à medida que o seu envelhecimento laboratorial se acentua), não se revelou, no entanto, característica que permitisse detectar facilmente as alterações estruturais.

Estado(s) do enxofre em rochas vítreas da ilha da Boavista (Cabo Verde): primeiros resultados de um estudo espectroscópico

M. o. Figueiredo(a, 1), T. Pereira da Silva(a, I), J. A. P. Mirão(b,2) & J. J. A. Ferreira(c,3)

a - Centro de Cristalografia e Mineralogia, I1CT, AI. D. Afonso Henriques, 41-4°,1000-123 Lisboa, & CENIMAT, Fac. Ciências e Tecnologia, Univ. Nova de Lisboa, 2859-516 Caparica. b - Centro de Geofísica, Universidade de Évora, Apartado 94, 7002-554 Évora. c - Laboratório do

Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, 4466-956 S. Mamede de Infesta. 1 - cl}'[email protected]; 2 - [email protected]; 3 [email protected].

Palavras-chave: enxofre; vidros; XANES; Cabo Verde·

Apresentam-se os resultados de um estudo por espectroscopia de absorção de raios X (XANES) da descontinuidade K do enxofre em rochas vítreas (filões e escoadas) da ilha da Boavista (Cabo Verde). Esta técnica permite inferir os estados ou especiação do elemento, por comparação com espectros de compostos modelo. O vitrófrro de uma escoada apresenta o andamento característico do grupo sulfato, enquanto os espectros do material vítreo de filões indiciam a coexistência de diversos estados para o enxofre.

Petrologia, geoquímica e mineralogia das lignites da Bacia de Rio Maior

D. Flores(a, 1), M. M. Marques(a,2) & I. Suarez-Ruiz(b,3)

a Departamento e Centro de Geologia (GIPEGO) da Universidade do Porto. Praça de Gomes Teixeira. 4099-002 Porto, Portugal. b Instituto Nacional dei Carbon, CSIC; Ap. 73, 33080-0viedo, Espanha. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: lignite; petrologia; geoquímica; mineralogia; Rio Maior.

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Apresenta-se o estudo petrológico, geoquímico e mineralógico das lignites da Bacia de Rio Maior. O enchimento sedimentar desta bacia compreende de muro para tecto: (i) espessa camada de areias finas cauliníferas, (ii) diatomitos e lignites em camadas mais ou menos alternantes e (iii) cobertura greso-argilosa. Os diatomitos e as lignites formam um pequeno sinclinal dissimétrico com camadas alternantes. Foram identificadas dez camadas de lignite designadas de muro para tecto: F, E, D, C.2, C.l, C, B, A, a e a'. As camadas A, D, E e F foram consideradas como principais. A composição petrográfica, os índices de fácies e paleoambientais, assim como o estudo geoquímico destes carvões permitiram determinar que a biomassa da turfa que lhes deu origem se formou a partir de uma vegetação muito diversificada constituída, entre outros vegetais, por gimnospérmicas, angiospérmicas e, ocasionalmente algas. Inicialmente herbácea, a vegetação evoluiu para mais arbórea aquando da génese da camada mais superior (A). A turfa que deu origem a estes carvões permaneceu sempre saturada de água, contudo a coluna de água diminui da camada F para a camada A. A matéria orgânica foi preservada em condições anaeróbicas com uma intensa actividade bacteriana. Defrniram-se cinco ambientes de deposição e fácies correspondentes, a saber: aquático, pântano de vegetação herbácea, pântano misto de vegetação herbácea e de floresta e pântano de floresta, este último com duas fácies distintas: uma mais húmida, outra menos húmida. Os teores de matéria mineral das lignites de Rio Maior são muito variáveis, tendo sido identificados minerais de argila, quartzo, pirite e outros minerais detríticos. Os sulfatos de cálcio são considerados de neoformação. A natureza e o teor de matéria mineral presentes nestes carvões estão condicionados pelo ambiente sedimentar e suas condições fisico-químicas.

Dos solos para os lagos artificiais: transformações mineralógicas e químicas dos materiais depositados

R. Fonseca(a, c, 1) & F. J. S. Barriga(b, c, 2)

a - Departamento de Geociências, Universidade de Évora, 7002-554 Évora, Portugal. b - Dep. Geologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Campo Grande, 1794-016 Lisboa, Portugal. c - Creminer - Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Campo Grande, 1794-016

Lisboa, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: erosão de solos; lagos artificiais; sedimentos; transformações mineralógicas; transformações químicas.

Na maior parte do globo, o percurso dos principais cursos de água é interrompido por barreiras tisicas artificiais associadas a projectos hidroeléctricos ou hidroagrícolas. A maior parte dos materiais que se depositam nos lagos artificiais formados por estes empreendimentos, resultam de intensos processos erosivos e perda de solo que se verificam cada vez com maior intensidade nas regiões a montante. Estes processos, de origem natural e essencialmente antrópica, conduzem rapidamente a desertificação dado que o solo perde preferencialmente os materiais de textura mais fina onde se concentram os elementos essenciais ao desenvolvimento vegetal. Representando as albufeiras a última etapa dos materiais lixiviados a partir dos solos de bacias com cursos de água interrompidos artificialmente, estudaram-se os sedimentos depositados em dois conjuntos de albufeiras com características distintas relativamente aos principais factores condicionantes da sedimentação: condições climáticas e natureza das rochas-mãe. Através da comparação com as características dos solos de origem, concluiu-se que durante o complexo ciclo de meteorização-transporte-deposição, estes materiais sofrem mecanismos de transformação mineralógica e química, que conduzem a um aumento dos elementos mais importantes para a nutrição vegetal sob formas facilmente solubilizadas. Deste modo, será lícito pensar que estes mecanismos de transformação tomam possível reverter o efeito negativo da progressiva degradação e empobrecimento dos solos, se lhes adicionarmos os materiais finos que a eles já pertenceram e que se encontram enriquecidos e regenerados no fundo das albufeiras.

Minerais argilosos em geotermometria de áreas de metamorfismo de baixo grau: resultados preliminares do sinclinal do Buçaco

A. C. Gonçalves(a\ F. Rocha(a), C. Gomes(a) & P. Nogueira(b)

a - Centro de Minerais Industriais e Argilas, Dep. de Geociências, Univ. de Aveiro, Campo de Santiago, 3810-193 Aveiro. b - GIMEF - Centro de Geologia, Faculdade de Ciências, Praça de Gomes Teixeira s/n, 4099-002 Porto, e Departamento de Geociências,

Universidade de Évora, Portugal.

Palavras-chave: metamorfismo de baixo grau; geotermómetros; minerais argilosos; sinclinal do Buçaco.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Tendo como objectivos a definição das condicionantes cristaloquímicas, estruturais, litológicas e mineralógicas que desempenharam um papel decisivo na evolução da cristalinidade da ilite e da clorite e na presença/ausência de determinados politipos de certos minerais argilosos seleccionou-se uma área de estudo na Zona Centro-Ibérica (CIZ) de Portugal. Na Zona Centro-Ibérica ocorrem diversos anticlinais e sinclinais nos quais uma sequência do Paleozóico inferior recobre metas sedimentos do Precâmbrico-Câmbrico. O sinclinal do Buçaco, no centro de Portugal, apresenta uma sequência praticamente contínua desde o Ordovícico inferior ao Silúrico. Foram amostradas diversas litologias de diferentes idades geológicas no sinclinal do Buçaco e estudadas um total de 30 amostras representativas de diversas secções geológicas, nas zonas de Domes, Penacova, Poiares, Ceira e Buçaco. Efectuaram-se análises mineralógicas, qualitativas e semiquantitativas, por difracção de raios X, das fracções finas e das fracções argilosas. Procedeu-se ao estudo da cristalinidade dos minerais argilosos, através do estabelecimento de diversos índices de cristalinidade. Para a análise da cristalinidade da ilite determinou-se o índice de Kubler. Foi também determinado o índice de Esquevin, o qual nos permite distinguir as ilites aluminosas das ilites ferro­magnesianas. Os resultados já obtidos são consistentes com os obtidos a partir da reflectância da vitrinite e das inclusões fluídas, e apontam para temperaturas próximas dos ISO°C para as unidades do Silúrico e do Ordovícico superior e cerca dos 200°C para as unidades do Ordovícico inferior a médio.

Aplicações da espectroscopia micro-Raman em mineralogia A. Guedes(a, 1), A. Dória(a,2>, A. C. Prieto(b,3) & F. Noronha(a,4)

a _ GIMEF- Centro e Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências, Praça Gomes Teixeira, 4099-002 Porto, Portugal. b - Departamento de Física de la Materia Condensada, Cristalografia y Mineralogía. Universidad de Valladolid, Espanha. I - [email protected];

2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: espectroscopia micro-Raman; mineralogia.

A aquisição pelo Centro de Geologia da Universidade do PortolDepartamento de Geologia da FCUP de uma microssonda Raman, tem permitido a sua aplicação num domínio específico tal como o da identificação de minerais, pigmentos naturais, fases voláteis e minerais filhos em inclusões fluidas e estudo de pedras preciosas e semi­preciosas. Os bons resultados obtidos e as vantagens da sua utilização levam-nos a fazer a divulgação desta técnica analítica, de tal modo que ela possa ser, de futuro, de uso corrente e comum em aplicações em geociências em Portugal.

Mineralogia e cristaloquímica de minerais argilosos de sedimentos da Bacia . carbonífera do Douro (Estefaniano C inferior - NW de Portugal)

A. Pinto de Jesus (a, I), F. Rocha(b,2), C. Gomes(b,3) & M. J. Lemos de Sousa(a,4)

a- Dep.lCentro de Geologia, Univ. Porto, Fac. Ciências, Praça de Gomes Teixeira, 4099-002, Porto, Portugal. b - Centro de Minerais Industriais e Argilas, Dep. Geociências, Univ. Aveiro, 3810-192 Aveiro, Portugal. 1- [email protected];[email protected]; 3- [email protected];

4- [email protected].

Palavras-chave: mineralogia; cristaloquímica; minerais argilosos; Bacia carbonífera do Douro.

A Bacia carbonífera do Douro [BCD], localizada no NW de Portugal é uma bacia sedimentar intramontanhosa datada do Estefaniano C inferior; situada na Zona Centro-Ibérica, forma uma estreita banda na zona intermédia do sulco carbonífero dúrico-beirão entre São Pedro Fins e Janarde. Inserido na investigação sobre o modelo genético e evolutivo para a BCD que, recentemente, foi apresentado por A. Jesus (2001), o presente trabalho resultou da investigação da composição mineralógica nas diferentes litofácies presentes na BCD. Por outro lado, o estudo da cristalinidade da ilite, através do índice de Kubler [IK], foi utilizado como marcador litoestratigráfico na caracterização e evolução dos meios sedimentares. Para o efeito estudaram-se 24 amostras provenientes do sector de Germunde (zona SE da BCD) as quais se encontram estratigráfica e cartograficamente posicionadas. O estudo mineralógico dessas amostras e a determinação mineralógica qualitativa e semi-quantitativa, foram efectuados sobretudo a partir de determinações por difracção de raios-X quer sobre a amostra total, quer sobre a fracção <2Ilm, sendo que a composição dos minerais de argila foi determinada em preparações orientadas. Na composição mineralógica predominam o quartzo e a mica/ilite; a pirofilite encontra-se presente em várias amostras, por vezes em quantidades significativas. A cristalinidade da iIi te, permitiu caracterizar diferentes unidades ao longo da série estratigráfica, tendo também servido para caracterizar e confirmar o posicionamento estratigráfico anterior à escamização da BCD e efectuar correlações entre as diferentes unidades estabelecidas com base em outros critérios.

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

Alunite veins versus supergene kaolinite/halloysite alteration in the Lagoa Salgada, Algares and S. João (Aljustrel) and S. Domingos massive sulphide

deposits, Iberian Pyrite Belt, Portugal

João X. Matos(a, c, 1>, Fernando J. A. S. Barriga(b, c, 2) & Vitor M. J. Oliveira(a)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Beja, Portugal. b - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal. c - Centro de Recursos Minerais, Mineralogia e Cristalografia (CREMINER), Fac. Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal.

1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Key-words: alunite veins; supergene kaolinisation; Lagoa Salgada; Aljustrel; S. Domingos; Iberian Pyrite Bélt; PlMASWIR.

The occurrences of alunite veins associated with the Iberian Pyrite Belt (IPB) Lagoa Salgada, AIgares, S. João and S. Domingos massive sulphide orebodies is described and correlated with the supergene kaolinite/halIoysite alteration observed. The characterization of the hydrothermal and supergene alterations was based on detailed mapping, extensive use of the PlMA short wave infrared spectrometer, petrography, XRD and microprobe. The supergene kaolinisation decreases with depth and forward the massive sulphides (until 90m below the paleo­weathering surface at L. Salgada). The original volcanic textures are usualIy preserved and the replacement of hydrothermal phylIosilicates by c1ays is common. At L. Salgada, Westem AIgares, S. João and S. Domingos up to 5 cm thick alunite veins were identified. Some of these show strong structural control and intense deformation. The vein assemblage inc1udes alunite, natroalunite, minamiite, natrojarosite, jarosite and wavellite. At L. Salgada these veins occur below the paleo-weathering leveI, in textural equilibrium with unoxidized massive sulphides. The alunite veins occur independent1y of kaolinisation intensity and are c1early earlier. The presence of Al-bearing sulphates on IPB VMS ores is coherent with very low pR and circulation of oxidising fluids, at low temperature. Current research is aimed at understanding the origin ofthis alteration: paleo- actual-weathering or a component of high-sulphidation in the hydrothermal system.

Post-metamorphic evolution of the Lower Cambrian section at Enfermarias (Moura, Portugal); its record and metallogenic implications

R. Martins(a, 1), A. Mateus(a, b, 2), J. Figueiras(a, b, 3), M. BarrOSO(a,4) & V. Oliveira(c)

a - Centro de Recursos Minerais, Mineralogia e Cristalografia (CREMINER), Fac. Ciências da Univ. Lisboa, Portugal. b - Dep. Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal. c - Instituto Geológico e Mineiro, Beja, Portugal

1 - [email protected]; 2 - [email protected]: 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Key-words: Dolomitic Formation; multiphase metasomatism-hydrothermal alteration; metal remobilisation.

ln the Moura-Ficalho sector (Ossa-Morena Zone), the Dolomitic Formation comprises a thick metadolostone sequence whose basal section includes several intercalated metavolcanic horizons that contain stacked lenses of pre­Variscan sulphide ores. During the Variscan Orogeny, alI these rocks experienced a complex geological history involving: 1) strong heterogeneous strain accommodation; 2) metamorphic recrystallisation in transitional upper greenschist to lower amphibolite facies conditions; 3) substantial post-metamorphic metasomatism; and 4) late hydrothermal alteration of variable intensity. During retrogradation, as temperature decreases and fluid/rock ratios increase, many different chemical processes took place (namely hydration, alkali and earth-alkali metasomatism, dedolomitisation, decarbonation, silication, silicification, and sulphidation), the character of metasomatic products depending most1y both on the local permeability contrasts and the mineralogical nature of protoliths. Subsequent stages of mineral-textural adjustrnents proceeded under higher flui d/rock ratios and lower temperature conditions, favouring essentialIy the progress of hydrolysis, chloritisation and silicification processes. During this geological evolution, metaIs and related chemical elements were considerably redistributed and/or added to the system, thus modifying significant1y the characteristics of pre-Variscan ores.

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VI Congresso Nacional de Geologia

"Pombais Unit", Lower Morais Ophiolite Complex (NE Portugal): sulphide mineralisation and lithogeochemistry

D. P. S. de Oliveira(a, 1), E. Pereira(b,2) & M. J. Machado(b,3)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Apartado 7586, 2721-866 Alfragide, Portugal. b - Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, Apartado 1089,4466-956, S. Mamede Infesta, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Key-words: Lower Morais Ophiolite Complex; Pombais Unit; Junqueira; thrust splays; gossans; sulphide mineraIs.

The recently defined Lower Morais Ophiolite Complex in the Junqueira region is made up of a series ofrepeated slices of mafic lavas-green schist (making up the Pombais Unit) separated by prominent gossan-filled thrust fault zones, as a result of thrust splays overthrust under the classic Morais Ophiolite Complex (Intennediate Allochthonous Complex). The Pombais Unit was the target of ore petrology and lithogeochemistry studies to investigate the possibility of hydrothennal fluid movement and remobilisation of metaIs during the initial stages of rifting and whether this resulted in anomalous concentrations of precious metaIs. The study has found that the occurrence of ore mineraIs is very scarce although there are indications of pyrite (+ chalcopyrite; ± covelite) and a plethora of Fe-bearing mineraIs as well as supergene enrichment of malachite. The lithogeochemistry indicates that the gossan zones have indeed been used as fluid pathways and concentrated the base metaIs such as Cu. The precious metal content of the Pombais Unit is low and indicates that the initial stages of rifting are unproductive with respect their concentration.

(Meta)cherts, (meta)lydites, (meta)phtanites and quartzites ofthe Série Negra (Crato-S. Martinho), E Portugal: towards a correct nomenclature based on

mineralogy and cathodoluminescence studies

D. P. S. de Oliveira(a, I), R. M. Reed(b,2), K. L. Milliken(b,3), L. J. Robb(c,4),

C. M. C. Inverno(a,5) & F. L. C. d'Oreyt (d,6)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Apartado 7586, 2721-866 Alfragide, Portugal. b - John A. and Katherine G. Jackson School of Geosciences, The University ofTexas, 1 University Station, Austin, TX 78712-0254, United States of America. c - Economic Geology

Research Institute-Hugh Allsopp Laboratory (EGRI-HAL), University ofthe Witwatersrand, Private Bag 3, WITS 2050, Rep. South Africa d - Centro de Estudos Geológicos, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Depto. Ciências da Terra, Quinta da Torre 2829-516, Caparica,

Portugal. I - [email protected]; 2- [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected]; 6- (Deceased).

Key-words: Black quartzites; Série Negra; metasandstones; mineralogy; cathodoluminescence (CL).

The black quartzites of the Proterozoic Série Negra have been previously referred to as and interpreted to be cherts, metacherts, (meta)lydites, (meta)phthanites and quartzites by various researchers. However, the range of tenns used implies a specific protolith and environment of deposition, i.e. a chemical vs. a clastic depositional environment. Mineralogically these units are composed of quartz, biotite ± chlorite, pyrite, chromite, ilmenite, chalcopyrite, pyrite with inc1usions of magnetite, magnetite, rutile, Fe-oxides, marcasite and arsenopyrite. ln addition, amorphous carbon is an important constituent of these rocks. The use of CL on quartz grains shows evidence of different generations of quartz, i.e. quartz cores surrounded by rims that could represent detrital sand grains with overgrowths.

There is clear indication that these rocks had a sandstone protolith and hence should be termed quartzites or metasandstones.

Características petrográficas, geoquímicas e estruturais das sequências ofiolíticas internas da zona de Ossa-Morena

J. Pedro(a,c, 1), A. Araújo(a,2), P. Fonseca(b,3) & J. Munhá(b,c,4)

a - Departamento de Geociências da Universidade de Évora; b- Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; c- Centro de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. 1: [email protected] 2: [email protected]

b - 3: [email protected]:[email protected].

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Palavras-chave: geoquímica; ofiolitos; Zona de assa-Morena; cadeia varisca ibérica.

As sequências ofiolíticas intemas da Zona de assa-Morena correspondem fragmentos de crusta oceamca alóctones sobre e/ou imbricadas nas formações do Proterozóico superior - Paleozóico inferior da Zona de Ossa­Morena. Possuem um quimismo toleítico anorogénico, tipo T-MORB, que contrasta com o quimismo orogénico do Complexo ofiolítico de Beja-Acebuches. As diferenças geoquímicas entre as diferentes ocorrências ofiolíticas na Zona de assa-Morena, internas e marginais, indicam o envolvimento de diferentes tipos de crusta oceânica na evolução do ciclo varisco no SW ibérico.

Unidade de Pombais - ofiolito inferior do maciço de Morais (NE de Trás-os-Montes, Portugal)

E. Pereira(a, 1), A. Ribeiro(b,2), D. de Oliveira(c, 3), M. J. Machado(a, 4),

M. E. Moreira(a,5) & P. Castro(a, 6)

a - LG.M., Apartado 1089,4466-956, S. Mamede Infesta, Portugal. b - Faculdade de Ciências, Campo Grande, C2, 5° Piso, 1749-016, Lisboa, Portugal. c - LG.M., Apartado 7586, 2721-866 Alfragide, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected];

4 - [email protected]; 5 - Eugé[email protected]; 6 - [email protected].

Palavras-chave: Complexo ofiolítico; ofiolito inferior; mantos de carreamento; escamas tectónicas; petroquímica; ambiente geotectónico; rifi oceânico inicial; Morais; NE de Trás-os-Monte; Portugal.

V árias escamas tectónicas de metavulcanitos básicos e xistos verdes dão corpo a uma unidade tectono­estratigráfica (Unidade de Pombais) intercalada entre o Complexo ofiolítico de Morais de médio a alto grau metamórfico e a sequência vulcano-sedimentar (unidades centro-transmontanas) de baixo grau.

Dado os metavulcanitos alcalinos e toleíticos das unidades centro-transmontanas serem representativos de uma margem continental passiva, já anteriormente se havia reconhecido que os metavulcanitos da Unidade de Pombais, a topo desta sequência, mostravam características toleíticas com acentuada afinidade oceânica. Novos dados petroquímicos e presença de sulfuretos de actividade hidrotermal sugerem um ambiente de rifi oceânico. Com efeito, o enriquecimento em elementos incompatíveis litófilos e REE leves, relativamente a casos estudados de cristas médias, dão consistência à hipótese de se tratar da ruptura inicial do oceano da Galiza-Maciço Central.

Análise de imagem petrográfica macroscópica através de uma metodologia baseada na morfologia matemática

P. Pina(a, 1), T. Barata(a, 2) & J. Saraiva(a, 3)

a - CVRM / Centro de Geo-Sistemas, Instituto Superior Técnico, Av. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: petrografia; análise de imagem; morfologia matemática; segmentação; classificação; granitos.

Apresenta-se neste trabalho uma metodologia baseada nos métodos de análise de imagem e morfologia matemática para o estudo petrográfico de granitos à escala macroscópica. A metodologia consiste em duas principais fases: primeiro na segmentação dos vários elementos texturais, seguida da sua classificação numa das classes mineralógicas previamente definidas. Os algoritmos de segmentação desenvolvidos baseiam-se na transformação morfológica watershed, enquanto que a classificação beneficia com a modelação geométrica dos conjuntos de treino no espaço das variáveis de forma a obter fronteiras de decisão mais correctas. A metodologia foi desenvolvida e testada com amostras polidas de 14 tipos comerciais de granitos portugueses.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Le volcanisme néogene de Ras Tarf (Rif oriental, Maroc): volcanologie, évolution et contexte géodynamique

K. Rkha Chaham(a, I>, A. EI Boukhari(a,2>, P. L. Rossi(b,3) & A. Gourgaud(c,4)

a - Université Cadi Ayyad, faculté des sciences Semlalia, Département de géologie, BP. 2390, Marrakech, Maroc. b - Universita Degli studi di Bologna, Dipartemento di Scienze deIla terra E geologico-ambientali. 40126 - Bologna, Italia. c - Université Blaise Pascal, centre de recherches volcanologiques, 5 rue Kessler 63038 Clerrnont-Ferrand Cedex - France.

1 - [email protected]; 2 [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Mots-clés: andésite; calco-alcalin; post-orogenese; Rifmarocain; subduction; volcanisme.

Le massif miocene de Ras Tarf est la premiere manifestation volcanique qui affecte la marge méditerranéenne marocaine, postérieurement aux phases majeures de l'orogenese alpine. C'est un petit massif andésitique, d'une dizaine de kilometre de diametre, constitué essentiellement de breches grossieres et chaotiques, organisées en bancs successifs. L'activité volcanique est de nature explosive et se déroule au début dans des eaux marines peu profondes et s'acheve dans des conditions aériennes. L'examen géochimique montre une composition calco-alcaline moyennement potassiques, ayant évolué par cristallisation fractionnée de pyroxene et d'amphibole. II révele également une forte affrnité de ces andésites avec celles liées aux zones de subduction, avec notamment de faibles rapports Nb/Zr et un découplage systématique des teneurs en éléments incompatibles (de Sr à Th) par rapport aux éléments HFS et terres rares lourdes (Nb-Y), assorti d'anomalies négatives prononcées en Nb et Ti.

Importância do estudo Iitogeoquímico na caracterização das unidades tectono-estratigráficas do parautóctone da Zona de

Galiza Média - Trás-os-Montes M. A. Ribeiro(a, 1), F. Noronha(a,2) & M. Cuney(b,3)

a - Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências do Porto e Centro de Geologia da Universidade do Porto, Portugal. b - G2R-CREGU -Université Henri Poincaré, UMR, 7566 Vandoeuvre-les-Nancy, França. 1 - [email protected]; 2 - frnnoronh @fc.up.pt;

3 - [email protected].

Palavras-chave: parautóctone; litoestratigrafia; litogeoquímica; orogenia varisca.

A geologia da Zona de Galiza Média - Trás-os-Montes (ZGMTM) tem como característica mais marcante a sobreposição de escamas tectónicas, separadas por carreamentos de idade varisca, originando unidades tectono­estratigráficas com carácter alóctone, sub-autóctone e parautóctone. O domínio parautóctone ou Peritransmontano engloba um conjunto de unidades, com maior ou menor grau de afinidade com o autóctone. O cruzamento da litogeoquímica com a tecnono-estratigrafia e com as considerações paleogeográficas a nível do orógeno varisco, permitem a consideração de dois conjuntos distintos de unidades, com diferentes graus de afinidade como o autóctone: i) as unidades sub-autóctones (DETM) com fácies de plataforma no Ordovícico, mais distais para topo mas com baixo grau de maturidade, em contexto de transição de margem continental (U. Tinhela), tendo a topo sequências do Silúrico, marcadamente diferentes, com elevada maturidade em fácies anóxicas (U. Fragas Negras) seguidas de fácÍes pelíticas também de elevada maturidade, com assinaturas de fonte básica e ácida em contextos oxigenados de margem continental activa (u. Curros e F. Santos); ii) as unidades parautóctones (DEC) englobando várias escamas, com sequências correlacionáveis, depositadas em bacias mais ou menos confinadas, num contexto de evolução de margem passiva para margem activa, compreendendo na base xistos negros e rochas vulcano­sedimentares de carácter ácido (U. Alto da Cheira e Rancho e S' M" Émeres), com baixo grau de maturidade e com assinatura geoquímica indicadora de arco insular (oceânico a continental), e a topo quartzofilitos e filitos (u. Cubo) do Silúrico superior, com proveniência de rochas félsicas.

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Mineralogia dos paleossolos e crostas carbonatadas do Cabo Mondego (Portugal)

Fernando Rocha(a, 1) & Elsa Ramalho(b, 2)

a - Centro de Minerais Industriais e Argilas, Universidade de Aveiro, 3810 Aveiro, Portugal. b - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, Apartado 7586, 2720-866 Alfragide, Portugal. 1 - [email protected]; 2 [email protected].

Palavras-chave: mineralogia; paleossolos; crostas carbonatadas; Cabo Mondego.

Apresenta-se a caracterização mineralógica dos paleossolos e crostas carbonatadas do Cabo Mondego. Os perfis estudados pertencem à denominada "Série do Cabo Mondego", atribuída ao Kimmeridgiano inferior. Os estudos mineralógicos, em amostra total e na fracção argilosa, foram efectuados por Difracção de Raios X. Através da análise da composição mineralógica, foram seleccionados índices através dos quais se retiraram ilações referentes à sua evolução e maturidade. Verifica-se um natural predomínio dos carbonatos, com excepção do paleossolo A; em regra a calcite é muito mais abundante que a dolomite; no que reporta aos minerais silicatados, em geral o quartzo é mais abundante que os filossilicatos, e estes que os feldspatos potássicos, enquanto que as plagioclases estão praticamente ausentes. Ilite e caulinite são os minerais argilosos mais abundantes, verificando-se em regra um predomínio da ilite sobre a caulinite; a esmectite foi identificada em todas as amostras, assumindo valores muito significativos em algumas amostras dos calcretos 2 e 4. A cristalinidade das ilites, expressa pelo índice de Kubler, apresenta uma notória heterogeneidade de valores, indiciando uma diagénese precoce na generalidade das amostras mas com algumas, em particular dos paleossolos, a denotar já um grau mais avançado de diagénese. A análise da evolução da razão entre os minerais detriticos e carbonatados permite concluir que os valores médios desta razão são mais elevados nos paleossolos. A análise da evolução da razão caulinite/ilite não detectou diferença significativa entre os calcretos e os paleossolos, verificando-se a existência de uma evolução paralela, que reflectirá o seu posicionamento na coluna estratigráfica local.

Evolução do fluido mineralizante no distrito aurífero de Jales

D. Rosa

Dept. Geology & Geol. Engineering, Colorado School ofMines, Golden, CO 80401, EUA. Instituto Geológico e Mineiro, Rua Frei Amador Arrais, 39, 7802-491 Beja, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: varisca; Au; precipitação; complexos; clorite.

O distrito de Jales inclui três áreas com mineralização epigenética de idade varisca. A paragénese é caracterizada por uma etapa inicial com sulfuretos de Fe-As seguida por uma etapa tardia com sulfuretos de metais de base. Os depósitos proximais relativamente à intrusão granítica (Campo e Gralheira) são relativamente ricos em sulfuretos e contêm electrum que é parageneticamente tardio e está associado a quantidades significativas de sulfuretos de metais de base, enquanto o depósito distal relativamente à intrusão granítica (Três Minas) é pobre em sulfuretos e contém ouro de alta fineza que foi depositado na fase inicial. A petrografia, acompanhada por geotermometria da arsenopirite e modelação da solução sólida da clorite, indica que a evolução do fluido mineralizante em Três Minas foi diferente da evolução nos outros dois depósitos, explicando a distinta associação mineral e assinatura geoquímica .. Em Três Minas, o Au precipitou numa fase inicial a partir de complexos sulfuretados devido à sua oxidação. Durante esta etapa precoce a alta temperatura, a Ag e os metais de base estavam presentes como complexos cloretados e portanto não foram afectados pela oxidação. Em Campo e na Gralheira, a oxidação inicial não foi tão intensa e o Au precipitou mais tarde devido à diminuição da aHzS e arrefecimento. Durante esta etapa tardia de mais baixa temperatura, a Ag estava presente como complexo sulfuretado, pelo que a diminuição da aHzS e o arrefecimento resultou na precipitação de electrum, em vez de Au de alta fineza. Adicionalmente, o arrefecimento desestabilizou os complexos cloreíados transportando metais de base, explicando a deposição de quantidades significativas de sulfuretos de metais de base em Campo e na Gralheira.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Ensaios de lixiviação em rochas ornamentais portuguesas. O caso do gabro de Odivelas

Joaquim Simão

Centro de Estudos Geológicos, Faculdade de Ciências e Tecnologia, UNL, Quinta da Torre, 2829-516 Caparica [email protected].

Palavras-chave: alteração; lixiviação; gabro; rocha ornamental.

o gabro de Odivelas foi submetido a 10000 horas de ensaio (aproximadamente 416 dias) com o extractor de Soxhlet para avaliar o efeito da precipitação atmosférica no seu comportamento como rocha ornamental. Verificou­se modificação na cor dos fragmentos da rocha que passaram a exibir zonas castanho-avermelhadas compostas por óxido de ferro residual, mobilização dos elementes maiores constituintes dos minerais essencias da rocha (excepto o Fe) e formação de gel Si-AI, esmectite e hidróxidos de ferro no resíduo sólido das soluções.

Aplicação da espectroscopia micro-Raman ao estudo do char

B. Valentim(a, 1), A. Gued'es(a,2) & A. C. Prieto(b,3)

a - Centro e Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências, Praça Gomes Teixeira, 4099-002 Porto, Portugal. b - Departamento de Física de la Materia Condensada, Cristalografia y Mineralogia, Universidad de Valladolid, Espanha. 1 - [email protected]; 2 - [email protected];

3 - [email protected].

Palavras-chave: espectroscopia micro-Raman; char.

Uma caracterização rápida e não destrutiva da organização estrutural do material carbonoso pode ser conseguida através da microssonda Raman, uma vez que podem ser obtidos espectros de áreas tão pequenas como lJlm2

• Uma aplicação óbvia desta técnica é a caracterização pontual de macerais do carvão e dos correspondentes morfotipos de char.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Bacias sedimentares Geologia estrutural

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Transito glaciar-periglaciar en el Circo de Dos Hermanas (Macizo de Penalara, Espana)

E. Acaso(I), M. E. Moya-Palomares(2) & J. D. Centeno(2)

1 - Departamento de Geología. Universidad de Alcalá. Ctra Madrid-Barcelona, km.33,600. E-28871 Alcalá de Henares (Madrid). [email protected] ., [email protected]. 2 - departamento de Geodinámica. Facultad de Ciencias Geológicas. Universidad Complutense

de Madrid. 28040 Madrid. [email protected].

Palabras-clave: Pefíalara; glaciar; Circo de Dos Hermanas; transición glaciar-postglaciar.

Se describen diversos depósitos de origen glaciar, periglaciar y mixtos localizados en el circo de Dos Hermanas, perteneciente a la cabecera delllamado glaciar de Pefíalara situado en el macizo deI mismo nombre (2 430 m), en la Sierra de Guadarrama (Sistema Central Ibérico). Estos depósitos constituyen una secuencia de tránsito de carácter progresivo entre la última fase glaciar y el postglaciar.

Evolução tectono-sedimentar da margem ibérica ocidental durante o "rifting" mesozóico

Tiago M. Alves(a, 1), C. Moita(b), L. Pinheiro(c), José H. Monteiro(a),

Robert L. Gawthorpe(d) & David W. Hunt(e)

a - Departamento de Geologia Marinha, IGM, Estrada da Portela, Zambujal-Alfragide, 2720-866 Amadora, Portugal. b - Núcleo para a Pesquisa e Exploração de Petróleo, IGM, Rua Vale do Pereiro, n°. 4,1250-271 Lisboa, Portugal. c - Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro,

Campus de Santiago, 3810-193 Aveiro, Portugal. d- Basin and Stratigraphic Studies Group, Dep. ofEarth Sciences, The Univ.ofManchester, M13 9PL, Manchester, Reino Unido. e - Norsk Hydro, Exploration and Production Group, Sandsliveien 90, Sandsli, N-5020 Bergen, Noruega.

1 - [email protected].

Palavras-chave: Mesozóico; margem ibérica ocidental; tectónica; processos sedimentares.

A Bacia Lusitânica faz parte de uma série de bacias 'tipo-rift' que se desenvolveram durante a separação entre as placas ibérica e norte americana. No sector norte da bacia, o forte controlo de estruturas halocinéticas nos processos deposicionais compõe um caso análogo de interesse para o estudo de bacias ricas em evaporitos de margens passivas. Informacão geológica sobre as Bacias Lusitânica norte e do Porto está a ser usada no estudo das bacias profundas usando como base dados sismostratigráficos regionais, mapas estruturais e de isócronas, informação de sondagens (ODP, petróleos, etc.) e dados de campo de bacias tipo-rift activas.

The Pedra Furada again

T. M. Azevêdo(a, 1\ M. Abreu(b,2) & A. M. Galopim de Carvalho(c,3)

a - Centro de Geologia, Faculdade de Ciências, Univ. de Lisboa, Ed. C2, 5° Piso, Campo Grande, 1749-016 Lisboa, Portugal. b - Departamento de Ciências do Ambiente, Instituto Superior de Agronomia, Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa, Portugal. c - Museu Nac. Hist. Natural, Univ.

Lisboa, Min. e Geologia, R. Da Escola Politécnica, 58, 1294 Lisboa Codex, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Key-words: cylinders; tubes; sands; ferruginization; defluidation; Pliocene.

The Pedra Furada is an original cylindrical, concretionary, ferruginized structure formed by an assemblage of subvertical tubes, built in fluvial, loose, Pliocene sands, later cemented by iron oxides, concentrically banded, situated in the eastem part ofthe city of Setúbal, South ofLisbon. It was studied by several geologists since 1887, when the Baron Eschwege described it for the first time. Different explanations were tried by those authors along the XIXth and XXth centuries, in order to find the origin of this feature, apparently unique in the world, since in a very extensive bibliographic research a similar structure was never found. ln 1984 Azevêdo also gave an explanation based on defluidation features, the fresh waters coming from near sources ascending vertically through the sedimentsof a salt-water lake to the water/sediment interface and stopping then. A new supply of sands allows the tubes to grow up, the trajectories being already well defined and forming septa like those presented by canes. However, at that time, analytical data to support this model was not available. Recently, sedimentological (grain

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VI Congresso Nacional de Geologia

size, morphoscopy, heavy mineraIs), geochemical and microscopic (petrographic-thin sections and e1ectronic microscopy-SEM-EDS) techniques were used in order to prove the consistence of the sarne model. It was the microscopic study that bêtter supported it, showing c1ear1y the three bands of iron oxides formation, from the centre to the periphery of the tubes. The hydrological interpretation was also essential to support our explanation, which finalIy seems to agree with alI the field observations and analytical data.

Significado tectónico dos depósitos pliocénicos e plio-plistocénicos de Águeda-Anadia

António Barra(a, 1), Álvaro Oliveira(a,2), Alberto Gomes(b,3), José Grade(a,4) & Bernardo Barbosa(a, 5)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, 4466-956 S. Mamede de Infesta. b - Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Dep. Geog., Via Panorâmica, s/n 4150-564 Porto. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected];

4 - [email protected]; 5 - [email protected].

Palavras-chave: Pliocénico; Plio-Plistocénico; argilas de Aguada; descontinuidades regionais; plataformas; soerguimento; subsidência; falhamentos; basculamentos; antic1inal.

Na área de Águeda-Anadia os depósitos do Pliocénico e do Plio-Plistocénico assentam em discordância sobre o Paleozóico e o Mesozóico. Registam-se, da base para o topo, duas unidades separadas por descontinuidade regional: a Fm Aguada e a Fm Gandra. A primeira inclui níveis argilosos altamente produtivos para as indústrias do barro-­branco e vermelho, cujos depósitos se circunscrevem às plataformas de Aguada de Cima, Aguada de Baixo--A velãs de Cima e Aguim-Anadia.

Tendo em conta o controlo estrutural exercido por várias estruturas tectónicas, tais como a falha Porto-Tomar, a falha do vale do Vouga, a falha submeridiana do vale do Cértima, e o anticlinal Tocha-Febres-Mogofores; refere-se a importância do fosso tectónico entre Águeda e Anadia (vale do Cértima) no controlo da deposição das "Argilas de Aguada"; defmem-se plataformas a diferentes cotas, umas basculadas para N, a partir daquele anticlinal e outras para W, em direcção a Aveiro; salienta-se, ainda, a importância do controlo estrutural exercido pelo falhamento S-N, com cerca de 60Km, desde Montemor-o-Velho, a Sul, até Angeja, a Norte, com implicações metodológicas na cartografia do Pliocénico·e Plio-Plistocénico desta área e na evolução da linha de costa a Norte de Aveiro.

o sector de Estremoz-Barrancos (ZOM): cartografia geológica e estrutural ao longo de uma geotransversal no Rio Guadiana

J. Borrego(a, 1), A. Ar~újo(a, 2) & P. Fonseca(b)

a- Centro de Geofisica da Universidade de Universidade de Évora; b- Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; 1: [email protected] 2: [email protected] 3: [email protected].

Palavras-chave: sector Estremoz-Barrancos; Zona de Ossa-Morena; cadeia varisca ibérica; cartografia geológica.

Na sequência do levantamento cartográfico de pormenor de um sector alargado do vale do rio Guadiana, foram definidas algumas novas unidades litoestratigráficas. Cartografaram-se meso-estruturas associadas de primeira e segunda fase de deformação varisca, assim como se realizaram estudos de pormenor em afloramentos críticos, considerados relevantes, nomeadamente no que diz respeito à primeira fase de deformação varisca, neste sector.

Análise estrutural da praia de Vale Figueira - Zona Sul portuguesa

R. Caranova(a, 1) & F. O. Marques(b, 2)

a - LA TTEX - Laboratório de Tectonofisica e Tectónica Experimental, Dep. Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Campo Grande, Edif. C2 Piso 5, 1749-016, Lisboa, Portugal.b - Dep. Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Campo

Grande, Edif. C2 Piso 5, 1749-016, Lisboa, Portugall- [email protected]; 2 - [email protected].

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

Palavras-chave: sector sudoeste português; Paleozóico; D I e D2 varisca; defonnação entre D I e D2.

A Zona Sul Portuguesa (ZSP) constitui um importante segmento do Maciço Hespérico, cujo interesse se vem afinnando pela sua disposição e importância no contexto da orogenia varisca. A área de estudo encontra-se inserida num dos domínios da ZSP, o sector sudoeste português, mais precisamente na praia de Vale de Figueira.

As Fonnações presentes na área em estudo são a Fonnação de Tercenas, datada do Devónico superior (Fameniano) e a Fonnação da Brejeira, de idade atribuída ao Carbónico superior (Namuriano médio - Vestefaliano D) datado através de polinomorfos.

Foi possível reconhecer duas fases de defonnação, identificadas por diversas estruturas com características geométricas e cinemáticas distintas. Entre estas fases compressivas foi possível reconhecer uma defonnação frágil distensiva.

Durante a DI geram-se dobras com planos axiais NW-SE, vergentes para SW. O mecanismo de dobramento gerador destas estruturas sugere tratar-se de defonnação tangencial longitudinal, para a Fonnação de Tercenas, enquanto que para a Fonnação da Brejeira o mecanismo de dobramento gerador deste tipo de estruturas é o cisalhamento flexural.

A segunda fase de defonnação (D2) menos penetrativa que a anterior, gera dobras com planos axiais NE-SW, com charneiras bastante inclinadas. Podendo inferir-se que o mecanismo de dobramento que gerou estas estruturas seja em cisalhamento flexural. Esta fase redobra as estrUturas geradas por episódios anteriores.

Entre estas fases compressivas foi possível reconhecer uma defonnação frágil distensiva. O episódio tardio apresenta-se como um acidente frágil com componente de falha nonnal onde intrui um filão de

composição provavelmente básica. O regime distensivo que pennitiu a abertura do Atlântico poderá ser gerador destas estruturas.

A Formação de Vale do Guizo e o bordo oriental da Bacia do Baixo Tejo, entre Crato e Avis - dados preliminares

A. M. Costa(a, I), N. L.V. Pimentel(b,2) & B. P. Barbosa(c,3)

a - Mestrado em Geologia Dinâmica do Dep. Geologia da Fac. Ciências, Univ. de Lisboa. b - Dep. e Centro de Geologia da Univ. de Lisboa. Campo Grande C-2, 5°. 1749-016 Lisboa. c - Instituto Geológico e Mineiro, Apart. 1089,4466-956 S. Mamede de Infesta. I -

[email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: Bacia do Tejo; Paleogénico; tectono-sedimentar.

São apresentados os resultados dos trabalhos em curso na região entre Crato e Pavia, nos depósitos terciários do bordo oriental da Bacia do Baixo Tejo. É revista a cartografia efectuadas nos últimos 30 anos, detalhando a extensão e altimetria dos depósitos de idade paleogénica. Estes são caracterizados sedimento logicamente, identificando-se as respectivas variações laterais e verticais.

A análise morfo-estrutural do relevo e da altimetria dos depósitos paleogénicos e neogénicos, permite identificar superficies regionais e suas defonnações, nomeadamente o alinhamento estrutural NNE-SSW da rib. de Seda, a existência de basculamentos generalizados para W e SW, e a presença de estreitos horsts e grabens alongados NW­SE. No final, é apresentado um esboço da evolução tectono-sedimentar deste bordo da Bacia do Baixo Tejo no Terciário.

Contributos para o conhecimento da mina de Banjas e do Ordovícico do . anticlinal de Valongo

H. Couto(a, I), G. Roger(b) & F. Sodré Borges(a,2)

a - Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Centro de Geologia da Universidade do Porto. Praça de Gomes Teixeira. 4099-002 Porto.Portugal. b - CNRS URA 736 (FR CNRS-UPMC nO 32), Université P. et M. Curie, 75252 Paris Cédex 05,

France. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: níveis vulcano-sedimentares; camadas negras; veios de quartzo.

O estudo da sequência de alternâncias do Arenigiano no interior da mína de Banjas localizada no flanco nonnal do anticlinal de Valongo (Serra de Banjas) permitiu um conhecimento aprofundado da sequência litológica, tendo

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VI Congresso Nacional de Geologia

possibilitado a observação de estratos dificilmente observáveis em afloramento. Os níveis vulcano-sedimentares (Couto, 1993), as camadas negras e os veios de quartzo interestratificados (Combes et aI., 1992; Couto, 1993), que ocorrem nesta sequência, permitiram obter informações importantes sobre o ambiente de sedimentação no Ordovícico inferior.

As camadas negras, constituídas, entre outros elementos, por restos de briozoários num ambiente redutor com matéria orgânica, indicam que estes organismos bentónicos, que vivem normalmente em meios oxidantes, foram arrastados para fundos anóxicos a partir de zonas menos profundas da bacia. Esta circunstância, associada ao facto destas camadas não estarem presentes mais para oeste no flanco inverso, indica que a margem da bacia estaria localizada a leste actual, de acordo com resultados obtidos por outros autores (Çonde, 1966; Ribeiro, 1979). O estudo de um nível estratigráfico com lingulídeos, que ocorre na transição Arenigiano/Lanvirniano (Couto, 1993; Couto et aI., 1999), forneceu também dados coerentes com esta hipótese.

FIST: estimação da deformação finita em tectonitos

R. Dias

Dep. de Geociências, LIRIO e Centro de Geofisica, Univ. de Évora, 7000 Évora. [email protected].

Palavras-chave: elipsóide de deformação finita; Fry; RflPhi.

O conhecimento do elipsóide de deformação finita em tectonitos é um instrumento fundamental para a compreensão dos processos associados à génese de estruturas geológicas. Quando combinada com a análise geométrica e cinemática destas estruturas, permite normalmente uma melhoria significativa das interpretações geológicas. No entanto, os vários processos de quantificação da deformação finita são de aplicação complicada, não só pela morosidade dos cálculos inerentes à maior parte dos métodos desenvolvidos (e.g. Fry e RflPhi), mas também pelas limitações associadas a esses métodos (e.g. contraste de ductilidade entre os marcadores de deformação e a matriz, existência de fabrics sedimentares). A tudo isto acresce ainda o facto de que são quase sempre métodos de quantificação bidimensionais e que a informação obtida para três secções terá que ser combinada de modo a obtermos um elipsóide de deformação, o que está longe de ser um problema trivial com uma solução única. Estas dificuldades explicam porque é que sendo a quantificação da deformação finita uma técnica extremamente útil em geologia estrutural, a sua utilização é bastante rara.

FIST (fig.l) é uma plataforma integrada desenvolvida em Visual Basic que automatiza os processos, desde a aquisição de dados até à obtenção do elipsóide de deformação finita.

Sedimentos pliocénicos e quaternários da região de Anadia - o papel da tectónica

P. A. Dinis

Trabalho apoiado pela FCT e no âmbito do projecto de doutoramento orientado por A. F. Soares. Centro de Geociências da Universidade de Coimbra. [email protected].

Key-words: Pliocene; Quaternary; sedimentology; neotectonic.

The Pliocene and Pleistocene sedimentary record around Anadia shows a clear tectonic signature. We can identify sin-sedimentary deformation, previous to the Anadia Basin generation, and a thick lacustrian-alluvial fan body genetically related to tectonic activity.

A estrutura do complexo de Monchique

E. J. González-Clavijo(a, I) & V. Valadares(b,2)

Trabalho financiado pelos projectos "CAPSA - Caracterização do Potencial Sismogenético de Falhas na Região do Algarve Ocidental Meridional" e "MATESPRO - Major Tectonic and Sedimentary Processes in the Portuguese Continental Margins", financiados pela FCT.

a - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada de Portela - Zambujal, 2721-866 Alfragide, Portugal. b - LA TTEX, Dep. Geologia, FCUL, Edificio C2, Piso 5,1749-016 Lisboa, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

Palavras-chave: complexo alcalino de Monchique; estrutura anelar concêntrica; Algarve.

No complexo intrusivo de Monchique foram diferenciadas duas unidades distintas e cartografávéis de sienito nefelínico, uma apresenta granularidade grosseira, textura intergranular a traquitóide, e elevado teor de nefelina, enquanto que a outra é heterogénea na granularidade, mineralogia e textura. Foi melhorada a cartografia de algumas áreas de gabros feldspatóidicos e brechas já conhecidas anteriormente, e também identificadas novas áreas destas litologias. Os gabros feldspatóidicos apresentam elevada heterogeneidade, a várias escalas, na textura e na litologia. As brechas foram agrupadas em quatro tipos distintos: de matriz sienítica e clastos angulosos, matriz sienítica e clastos sub-arredondados, de matriz e c1astos de composição básica e micro-brechas. O complexo evidencia uma estrutura zonada e subelíptica, semelhante à já descrita em Sines e Sintra. A unidade grosseira ocupa a parte central do maciço, a unidade heterogénea dispõe-se em tomo desta e os restantes litótipos situam-se no contacto entre as duas unidades sieníticas ou no interior da unidade sienítica heterogénea externa. A quase totalidade do contacto com o encaixante paleozóico é sub-vertical, de natureza intrusiva, e corta a estrutura varisca, inviabilizando a hipótese do maciço ter a forma de um lacólito, ou que a sua instalação tenha aproveitado os carreamentos variscos. Não foram encontradas evidências de qualquer estrutura que possa ser a expressão superficial da proposta falha Sintra-Sines­Monchique.

SEDMAC/SEDPC: programa informático de apoio à análise dimensional de populações detríticas

Renato Henriques

Departamento de Ciências da Terra, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga. [email protected].

Palavras-chave: sedimentos, análise dimensional, população detrítica, Sedigraph, crivagem, escala phi(0), Excel.

A análise dimensional de um sedimento não consolidado é fundamental para definir as suas caracteristicas texturais e tentar determinar os factores morfodinâmicos que influenciaram a sua formação. Esta informação tem inúmeras aplicações em geologia ou engenharia. Dependendo da metodologia estatística utilizada, o tratamento dos dados analíticos é, normalmente, muito laborioso. Outra dificuldade reside no facto de não existir qualquer dispositivo analítico capaz de analisar todo o espectro dimensional de partículas presentes numa amostra. É comum analisar uma amostra recorrendo a uma conjugação de dispositivos, cada um adaptado à análise de um determinado espectro dimensional. Vulgarmente é usada a crivagem para partículas superiores a 62 micra e métodos de sedimentação com detecção por absorção de radiação laser ou de raios-x para partículas de dimensão inferior àquele valor. Este encaminhamento da amostra para instrumentos de análise diferentes complica o cálculo final por não existir coerência nas escalas utilizadas pelos diversos instrumentos e diferenças significativas na forma de apresentação dos resultados. No caso da geologia, a existência de inúmeros modelos baseados na escala phi(0) toma importante a necessidade de converter qualquer valor métrico para esta escala. Comercialmente são poucas as aplicações que integram directamente este tipo de cálculos, particularmente a capacidade de tratar conjuntamente dados provenientes de dois processos analíticos e o traçado de curvas de frequências acumuladas em escala de probabilidades. Apresenta-se, neste trabalho, uma solução informática de apoio a alguns cálculos utilizados para a análise dimensional de sedimentos, vocacionada para a sedimentologia.

Génese e evolução da Bacia carbonífera do Douro (Estefaniano C inferior - NW de Portugal)

A. Pinto de Jesus(a, 1) & M. J. Lemos de SoUSa(a,2)

a - Departamento e Centro de Geologia da Universidade do Porto, Faculdade de Ciências, Praça de Gomes Teixeira, 409'l-002, Porto, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: Estefaniano C inferior; bacia intramontanhosa; sedimentação sintectónica; sulco carbonífero dúrico-beirão; NW de Portugal.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Apresenta-se um modelo sobre a génese e a evolução da Bacia carbonífera do Douro (Estefaniano C inferior -NW de Portugal) integrado na actividade tectónica do sulco carbonífero dúrico-beirão, tendo em consideração a análise do registo sedimentar pela metodologia da análise de fácies integrada com a análise tectonossedimentar e o recente reconhecimento e caracterização de novos dados sobre as estruturas sedimentares e tectónicas, bem como a reintepretação de elementos cartográficos e bibliográficos sobre a região. Assim, propõe-se para a Bacia carbonífera do Douro uma génese com sedimentação sintectónica, em estreita relação com a actividade do sulco carbonífero dúrico-beirão; primeiro, com a abertura de bacias em regime de pull-apart condicionada por desligamento esquerdo NW-SE (associado a componente compressiva fraca NE-SW), e, depois, durante e após o Estefaniano C inferior, com a rotação gradual do binário tectónico de para E-W, com aumento da componente compressiva e do respectivo controlo sobre a sedimentação e a deformação tectónica da Bacia carbonífera do Douro.

Ciclicidade e pedogénese em calcários do Jurássico médio: o exemplo da série de Melriça (Serra de Sicõ)

J. M. Martins(a, 1), Ana C. Azerêdo(b,2) & G. ManuppellaCc)

a - Instituto Geológico e Mineiro - NPEP, Rua Vale do Pereiro, 4, 1250-271 Lisboa, colaboradora Centro de Geologia Univ. Lisboa. b - Departamento e Centro de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Campo Grande, Ed. C2, 5° piso, 1749-016, Lisboa.

c - Instituto Geológico e Mineiro, Departamento de Geologia, Estrada da Portela, Bairro do Zambujal, Alfragide. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: Jurássico médio; Bacia Lusitânica; pedogénese; ciclos perimareais de pequena escala.

Apresenta-se um estudo preliminar sobre a série carbonatada de Pia Furada, na região de Pombal-Sicó, Bacia Lusitânica. Trata-se de uma série do Jurássico médio, onde importantes fenómenos de pedogénese desenvolvem litotipos - brechas e micro brechas - raramente descritos em séries carbonatadas de plataforma interna desta idade, na Bacia Lusitânica. Outros aspectos são abordados, nomeadamente a variabilidade de fácies num espaço temporal relativamente e a ciclicidade presente, caracteristica de cicIos perimareais que geraram sequências de pequena escala e assimétricas, em meio de planície-de-maré/laguna.

Estudo de lineamentos fotointerpretados na região do Algarve ocidental

c. Moniz(a, 1), E. González-Clavijo(a,2), L. Matias(b,3) & J. CabralCc,4)

Estudo financiado pelo projecto "Caracterização do Potencial Sis)TIogenético de Falhas na Região do Algarve Ocidental Meridional", do Programa de Apoio aos Laboratórios de Estado (FCT).

a - Instituto Geológico e Mineiro; b - Departamento de Física da Faculdade de Ciências (UL) e Centro de Geofisica (UL); c - Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências e LATTEX (UL). I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 [email protected];

4 - [email protected].

Palavras-chave: lineamento; cartografia; Algarve; Portugal.

Apresenta-se a metodologia e os resultados de um estudo de lineamentos identificados em fotografias aéreas à escala 1:25.000, cobrindo parte da região do Algarve ocidental, numa área de cerca de 2.425 km2

• Trataram-se estatisticamente os lineamentos considerando-se a sua direcção e o seu comprimento. Efectuou-se o estudo da totalidade dos lineamentos identificados (num total de 3379), das populações de lineamentos afectando unidades geológicas distintas, e de lineamentos classificados geologicamente, por comparação com a cartografia geológica regional. Identificou-se uma dispersão de orientações, destacando-se famílias principais NNE-SSW a N-S, ENE­WSW, NNW-SSE e WNW-ESSE. Calculou-se a densidade de lineamentos afectando as unidades geológicas presentes tendo-se obtido valores compreendidos entre 1,39 km-2 (totalidade da área estudada) e 1,83 km-2

(Cenozóico). Os comprimentos obtidos para os lineamentos são muito variáveis, situando-se entre cerca de 500 m e 12 km. Efectuou-se um estudo estatístico da distribuição do número de lineamentos em função de classes de comprimentos, tendo-se obtido uma distribuição exponencial para todas as situações analisadas, o que se traduz numa distribuição não fractal do número de lineamentos de dimensão igualou superior a um dado comprimento. O estudo preliminar da distribuição espacial dos lineamentos identificados, utilizando o "método das caixas", sugere uma distribuição fractal para o padrão de lineamentos, com dimensões fractais compreendidas entre 1,59 ("Mesozóico sedimentar" e "Cenozóico" juntos) e 1,80 ("Paleozóico"). As direcções dos lineamentos identificados coincidem, de um modo geral, com as orientações de estruturas geológicas importantes cartografadas na região. Contudo, apenas 5% dos lineamentos coincidem com estruturas de deformação frágil conhecidas, o que significa

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

que a sua maioria não tem expressão evidente à escala mesoscópica e, portanto, não corresponde a qualquer elemento geológico facilmente detectável em afloramento. Sugere-se que a maioria dos lineamentos esteja geneticamente relacionada com as estruturas de cisalhamento regionais e com os mecanismos que as geraram, correspondendo eventualmente a "corredores" de micro-cisalhamentos, funcionando como zonas de falha incipientes, não se excluindo a possibilidade de alguns dos lineamentos identificados poderem corresponder a zonas de fractura de modo I.

Depósitos terciários de Macedo de Cavaleiros: enquadramento morfotectónico e evolução paleoambiental

Diamantino Insua Pereira

Departamento de Ciências da Terra, Universidade do Minho, 4710-057 Braga. [email protected]. Trabalho realizado no âmbito dos projectos POCTIICTA/3865912001, "O Terciário de Portugal centro-norte: análise de bacias, estratigrafia e

recursos", financiado pela FCT e PNAT/1999/CTE/15008, Geologia dos Parques Naturais de Montesinho e Douro Internacional (NE Portugal): caracterização do Património Geológico, financiado pela FCT e pelo ICN.

Palavras-chave: Macedo de Cavaleiros; depósitos sedimentares; tectónica; superficies de aplanamento; sistema fluvial.

Em Trás-os-Montes oriental a cobertura sedimentar terciária, apesar de ser escassa, apresenta características sedimentológicas variadas que se relacionam com condições morfotectónicas e etapas de evolução distintas. Na região de Macedo de Cavaleiros estão representados depósitos essencialmente em dois contextos morfotectónicos: (1) depósitos fluviais que preenchem paleovales escavados no substrato; (2) derrames aluviais no contexto do acidente tectónico Bragança-Vilariça-Manteigas (BVM).

A principal mancha de sedimentos terciários define uma superficie embutida nos níveis mais salientes da superficie fundamental de aplanamento. O depósito preenche um paleovale escavado no substrato que define um eixo de drenagem de um paleosistema fluvial orientado no sentido da Bacia Terciária do Douro em Espanha. A sua estruturação foi condicionada pelo basculamento imposto pelo movimento na falha de Morais e pela natureza litológicae alteração do substrato. A análise deste paleosistema evidencia deslocamentos tectónicos verticais das superficies em que se encaixam os depósitos, segundo falhas N-S a NNE-SSW e NE-SW.

Os depósitos que preenchem a depressão de Macedo de Cavaleiros, no contexto do acidente tectónico BVM, contactam frequentemente por falha com o substrato. Neste contexto estão representados duas unidades distintas: uma unidade mais antiga, correspondente a depósitos do sistema fluvial já referido e uma unidade constituída por depósitos imaturos que se sobrepõe à unidade anterior e revela uma origem em derrames do tipo debrisflow.

Geomorfologia do Parque Natural de Montesinho: controlo estrutural e superfícies de aplanamento

P. Pereira(a, I), D. I. Pereira(a,2), M. I. Caetano'Alves(a,3) & C. Meireles(b,4)

Trabalho realizado no âmbito do Projecto PNAT 1999/CTE/15008 "Geologia dos Parques Naturais de Montesinho e do Douro Internacional: caracterização do Património Geológico", financiado pela FCT e pelo ICN.a - Departamento de Ciências da Terra, Universidade do Minho,

Campus de Gualtar, 4710-057 Braga. b - Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, 4466-956, S. Mamede de Infesta. 1 [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: geomorfologia; Parque Natural de Montesinho; controlo estrutural; superficies de aplanamento.

É apresentada uma observação geomorfológica de conjunto da área do Parque Natural de Montesinho (PNM), no que diz respeito aos controlos litológicos e tectónicos das grandes linhas da paisagem e às principais superflcies de aplanamento.

O PNM, situado no Nordeste de Portugal, encontra-se na transição entre o planalto transmontano e as montanhas galaico-leonesas, apresentando por isso características de ambos os domínios paisagísticos.

A tectónica alpina e a grande diversidade litológica associada a uma tectónica mais antiga são as principais condicionantes da geomorfologia da região. Por outro lado, a reactivação alpina de falhas antigas foi determinante na morfologia do sector oriental do parque. A paisagem do PNM reflecte ainda etapas de aplanamento, identificando-se quatro superficies principais: 1300-1400 metros, na Serra de Montesinho; 1050-1150 metros, nas regiões de Guadramil, Soutelo e de Vinhais-Coroa; 900-950 metros, nas regiões da Alta Lombada, Aveleda (com depósitos fini-terciários), Espinhosela, Moimenta, Lomba e Pinheiros; 650-750 metros, na região de Bragança-

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Quintanilha, com presença de depósitos mio-pliocénicos. A superfície de Onor (850-900 metros) tem expressão local, no contexto da depressão tectónica de Baça!. O nível dos 900-950 metros é o mais representativo na área do PNM.

Morfologias de talude instável em contexto de rifting. Exemplo do Jurássico superior da Bacia Lusitânica

R. Pena dos Reis

Centro de Geociências da Universidade de Coimbra. Departamento de. Ciências da Terra da FCTUC, Largo marquês de Pombal, 3000-272, Coimbra. [email protected].

Key-words: rifting; turbidites; karstification; Upper Jurassic; Lusitanian Basin; Portugal.

The second rifting episode of Lusitanian Basin reached a climax during Upper Jurassic. After a transgressive event in the Oxfordian, an intense tectonic subsidence lead to the definition of three sub-basins in the central region. ln the Montejunto area, the edge of the rupture was studied. Different depositional geometries resulted from an interpreted fault, which bounded a platform realm to NE from a deep basin situation to SW. Turbidite facies, olistholits, debris-flow events and coarse sandy lobes of deep sedimentation àre described. Karstification evidences are noted as weU, resulting from the emersion of shelf fauIted blocks, during the extensional fauIting

Novas possibilidades resultantes da aplicação da informática à geologia; quantificação da deformação em amonóides distorcidos

R. C. Rocha(a) & R. Dias(a, b)

a - Dep. de Geociências, Univ. de Évora, 7000 Évora. b - LIRIO e Centro de Geofísica, Univ. de Évora, 7000 Évora.

Palavras-chave: amonóide; deformação finita; cálculo automático.

Os métodos clássicos de estudo de deformação de amonóides (Blake, 1878 in Ramsay & Huber, 1983; Tan, 1973), baseiam-se na determinação pontual e por vezes fastidiosa de valores, sem analisar a totalidade da espiral.

O método agora proposto diminui o erro inerente à adaptação de uma espiral a um fóssil distorcido, visto que, através de um programa desenvolvido em Visual Basic (JAPHY 1.0), pode-se controlar a forma de uma espiral logarítmica deformada, que melhor se ajuste à totalidade da imagem digitalizada do amonóide. Assim que esta adaptação é conseguida, o utilizador obtém de imediato a relação axial da elipse de deformação finita e o ângulo de enrolamento do fóssil não deformado.

Transpressão esquerda bética no anticlinal de Cabeça Gorda (Soure)

R.C. Rocha(1), R. Dias(2) & L.V. Duarte(3)

1- Dep. de Geociências, Univ. de Évora, 7000 Évora. 2 - Dep. de Geociências, LIRIO e Centro de Geofísica, Univ. de Évora, 7000 Évora. 3-Dep. de Ciências da Terra, Centro de Geociências da Univ. de Coimbra, 3000-272 Coimbra

Palavras-chave: alpino; transpressão; inversão; diapiro; jurássico.

O anticlin.al de Cabeça Gorda é constituído por um eixo subhorizontal, com um flanco norte inclinando cerca de 40° para norte e um flanco sul verticalizado, podendo ser considerado como um prolongamento para leste da estrutura diapírica de Soure.

No flanco norte, verifica-se que a direcção dos estratos é oblíqua ao eixo do anticlinal de Cabeça Gorda. Situação esta que pode ser explicada pela existência de dobras menores abertas originadas num regime transpressivo esquerdo.

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A componente de cisalhamento esquerdo agora proposta, permite interpretar a geometria e a localização, quer do diapiro de Soure, quer das intrusões doleríticas associadas, como ascenções numa situação de releasing bando

No modelo agora proposto, a estrutura anticlinal de Cabeça Gorda aparece pois como uma flower structure gerada em regime transpressivo esquerdo.

Macroestrutura varisca do arco da Garraia - Santa Comba (Murça, NE de Portugal)

J. ROdrigues(a, 1), A. Ribeiro(b) & E. Pereira(a,2)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Apartado 1089,4466-956 S. Mamede de Infesta. b - Dep. Geologia e LATIEX, Fac. Ciências da Universidade de Lisboa, Edificio C2, Piso 5, Campo Grande, 1749-016 Lisboa. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: arco da Garraia - Santa Comba; parautóctone; DI varisca; manto-dobra.

A unidade quartzítica que constitui os relevos residuais das serras da Garraia e Santa Comba forma uma macrodobra de I a fase varisca que apresenta um flanco inverso coril mais de 10 km de extensão e importante variação da direcção das charneiras do dobramento. A cartografia dessa variação evidencia uma importante estrutura arqueada, agora designada por arco da Garraia - Santa Comba. A caracterização geométrica desta· estrutura juntamente com os dados do único achado fóssil neste sector fazem com que não se exclua uma idade ordovícica para a unidade aflorante no núcleo desse anticlinal deitado e vergente para E a ESE.

Transient inversion during the opening stage of the Wilson cycle "Sardic phase" in the Iberian Variscides - stratigraphic and tectonic records

J. Romão(a, 1), Carlos COke(b,2), Rui Dias(c, 3) & A. Ribeiro(d,4)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, Apartado 7586, 2720 ALFRAGIDE, Portugal. b - Departamento de Geologia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal. c - Departamento de Geociências e Centro de Geofisica, Universidade de Évora,

Portugal. d - LATIEX, Departamento de Geologia, Fac. Ciências, Univ. Lisboa, Portugal. 1 - [email protected]; 2- [email protected]; 3 - [email protected]; 4- [email protected].

Key-words: Variscides; Iberia; Sardinia; Cambrian; Ordovician; transient inversion; rifting.

The sedimentary sequences of the Cambrian to Ordovician age contains unconformities that were designated as "Sardic phase" by correlation with similar tectono-sedimentary events in Sardinia. Recent studies showed diachronism between these events in Sardinia and Iberia; however, the migration of a major geodynamic regime that changes in time might be a reflection of a spatial variation of major events at plate scale. We studied two criticaI areas in the Centro-Iberian Zone (CIZ): the Marão anticline in the northeast and the Amêndoa-Carvoeiro synform in the southwest. Two unconformities can be emphasized: a stronger lower unconformity of a Volcano-Sedimentary Complex (VSC) of Lower Arenig (and Tremadoc?) age on top of a Cambrian clastic sequence with flysch characteristics; and a milder upper unconformity of Armorican Quartzite of Arenig age on top of both the VSC and the Cambrian sequences. The Sardic event corresponds to folds with steep axial planes at high angles to Variscan structures and thrusts. Together, Sardic folds and thrusts suggest a brief period of transient inversion between a major extension regime during Cambrian to Devonian. The obliquity of Sardic structures to Variscan compression indicates a component of transpression during the Sardic event, corresponding to a tectonically enhanced unconformity near the Cambro-Ordovician boundary. The transient Sardic inversion is interpreted in terms of a break-up and unconformity related to a migration of an intracratonic-rift setting, situated to the southwest of the Ossa-Morena Zone (OMZ), since the Ordovician that become the southwest Iberian suture during the Variscan Wilson Cycle. This migration induced transient compression and dextral strike-slip in the major boundary between CIZ and OMZ due to the presence of incipient primary arc curvature in this segment of the Ibero-Aonorican Arc.

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Upper Paleozoic basins development under orogen-parallel sinistraI transcurrent regime in the SW Iberian Massif (Portugal)

J. B. Silva(a, I), M. F. Pereira(b,2) & M. Chichorro(c,3)

a - Depart. Geologia, Fac. e de Ciências, Univ. Lisboa, Edifício C2 - 5°Piso, 1749-016 Lisboa, Portugal. b - Grupo de Tectónica, Centro de Geofísica de Évora, Depart. de Geociências, Univ. Évora, Apt.94, 7002-554 Évora, Portugal. c - Grupo de Tectónica Centro de Geofísica de Évora, Universidade de Évora, Apt.94, 7002-554Évora, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Key-words: Upper Paleozoic basins; orogen-parallel wrenching; sinistraI transcurrent regime; SW Iberian Massif.

A continuous orogen-parallel sinistraI transcurrent regime can be identified in the SW Iberian Massif from Neoproterozoic to Carboniferous times.

Structures generated by transtension from Cambrian to Lower Devonian are included in the DI tectonic episode, related to crustal stretching with development of major detachments, tilting of crustal blocks, basins generation and important tectono-thermal diachronic processes. Upper Paleozoic sedimentary and magmatic sequences that filled up transtension tectonic troughs are not affected by this DI episode. These basins generation should be coeval with exhumation of middle crustal high-grade metamorphic terrains, controlled by important tangential shear zones (transtension).

From Middle Devonian onwards, the DI first phase evolved to D2 by maintaining the orogen-parallel transport direction. The sinistraI wrenching transtension regime progressively changed to dominant transpression (D2 tectonic episode), favouring the development of composite dissymmetric flower structures with opposite vergences. The transcurrent regime worked as a continuous and progressive deformation, generating fold axes parallel to the orogenic-strike and with vergence orthogonal to it, linked to Late Paleozoic foreland basins deposition.

assa-Morena Zone uplift and crustal thickening during transpression and local transtension is associated to Late D2 orthogonal orogenic shortening, that worked as a result ofthe global wrenching processo

The succession of transtensional-transpressional Paleozoic basins along a strike-slip orogen probably since the Cadomian times is according to the evolution from a linear transcurrent to an arcuate orogen.

Estruturas e regime de instalação do maciço granítico varisco sin-D3 de Sameiro (NW de Portugal)

P. P. Simões(a, 1), A. Fernández(b) & G. Dias(a, 2)

a - Departamento de Ciências da Terra, Campus de Gualtar, Universidade do Minho, 4710-057 Braga. b - Laboratoire d' Analyse Structurale et Hydrothermalisme, Université de Limoges, France. 1 ~ [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: granitos; estruturas; instalação; deformação; varisco.

Os granitóides variscos sin-D3 da Zona Centro Ibérica estão espacialmente associados a cisalhamentos intracontinentais. Neste trabalho apresenta-se uma síntese do estudo estrutural do maciço de Sameiro (NW de Portugal), associado ao cisalhamento Vigo-Régua, caracterizando as suas estruturas de deformação e implicações no regime de instalação do maciço. Trata-se de um granito biotítico porfiróide com matriz de grão médio, sendo de referir a grande dimensão dos seus megacristais de feldspato potássico que podem atingir 15 cm de comprimento segundo o eixo cristalográfico c. O maciço apresenta uma estruturação interna essencialmente magmática, que lhe é conferida pela orientação dos megacristais de feldspato potássico e da biotite e ainda pela orientação dos encraves microgranulares máficos. As observações de campo e os dados estruturais indicam que o "fabric" que o maciço apresenta é o resultado da deformação do magma por achatamento com uma reduzida componente rotacional, num regime tectónico dominado por uma componente compressiva sub-horizontal de direcção NE-SW, sem movimento significativo ao longo do acidente Vigo-Régua. A instalação do granito é compatível com o regime de tensões na etapa inicial da terceira fase de deformação hercínica (D3). O acidente Vigo-Régua esteve activo na fase final de instalação, atendendo à existência de cisalhamentos dúcteis dextros de direcção média N140 no maciço estudado. A instalação do magma terá sido facilitada pela deformação e fracturação do encaixante metas sedimentar, com expansão lateral in situ.

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Tectónica Geofísica

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Projecto MAGIC U ma contribuição portuguesa para o conhecimento de Marte

E. Ivo Alves

Centro de Geofísica, Universidade de Coimbra, Av. Dr. Dias da Silva, 3000-134 Coimbra, Portugal. [email protected].

Key-words: Mars; exploration; geology; geophysics.

The Mars Express / Beagle 2 mission will be on its way to Mars next May, and will acquire data on the planet for at least three Earth years. These data will help the study of various aspects of Martian geology, geophysics, climate and possible life. Project MA GIC will use that data to produce several products, mainly maps, with emphasis on geology and hydrogeologic potential.

U ma evidência de libertação de fluidos em Marte na actualidade

E. Ivo AlvesCa, 1), José M. AzevedoCa,2), Luís N. CondeCa,3) & Ana R. BaptistaCa,4)

a - Centro de Geofísica da Universidade de Coimbra, Av. Dr. Dias da Silva, 3000-134 Coimbra, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Key-words: Mars; fluids outflow; geomorphology; gully.

ln this communication we report the finding of evidence of very recent fluid release on Mars' surface, by comparison ofimages that were acquired in 1999, by the Mars Global Surveyor (MGS) mission, and in 2002, by the Mars Odyssey (MO) missiono This evidence takes the form of a new gully, on the northem margin ofNirgal Vallis, among previously existing ones that have been interpreted as resulting from surficial fluid outflow and runoff. The presence ofthis new gully, less than three years old, indicates that fluid release is occurring on Mars in the present.

Dicotomia hemisférica em Marte - craterismo e magnetização

Ana R. Baptista

Centro de Geofísica, Universidade de Coimbra. Av. Dias da Silva, 3000 - 134 Coimbra, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: craterismo; magnetização crustal; dicotomia hemisférica.

Uma das mais distintivas características do planeta Marte é a forte dicotomia entre o hemisfério norte e o hemisfério sul. Esta dicotomia é representada através de parâmetros tais como o clima, craterismo (concretamente a distribuição das crateras de impacto), vulcanismo, magnetização crustal, topografia e litologia.

Assim, será de todo o interesse conhecer qual o principal factor responsável pela distribuição das crateras em Marte e qual a origem ou razão para a tão sui-generis dicotomia hemisférica, concretamente relativamente à distribuição de crateras e distribuição de anomalias magnéticas.

New data on the active surface faulting vs.landsliding controversy concerning the Vila Chã de Ourique site (Lower Tagus Valley)

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J. Cabratl), F. Marques (2), P. Figueiredo (I), N. Simão(3) & L. Matias(3

)

1 - Dep. de Geologia e Lab. de Tectonofísica e Tectónica Experimental, Fac. Ciências de Lisboa, Campo Grande, Lisboa,[email protected]; 2 - Dep. de Geologia e Centro de Geologia, Fac. Ciências de Lisboa, Campo Grande, Lisboa, [email protected]; 3 _. Dep. De Física e Centro de

Geofísica da Universidade de Lisboa, [email protected].

Key-words: faulting; landsliding; Vila Chã de Ourique; Lower Tagus Valley; Portugal.

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VI Congresso Nacional de Geologia

The Lower Tagus ValIey is a region of significant historical seismicity. ln order to characterize the regional seismotectonics, detailed research has been conducted in this area under research project Seismic Hazard Evaluation ofthe Lower Tagus ValIey. Studies on this subject, including trenching, were also performed in the sarne region by other authors (Fonseca et aI., 2000a,b, 2001). According to these authors, several paleoseismological evidences were found at two sites on the right margin of the Tagus river (Vila Franca de Xira and Vila Chã de Ourique, 30 km and 60 km N of Lisbon respectively), which they take as the surface rupture of a large earthquake that occurred in the Lisbon region in 1531. The results of our research at the Vila Chã de Ourique site, which included detailed field observations, borehole drilIing and seismic reflection acquisition, led to conclusions very different fiom those presented by those authors. ln fact, the structural pattern observed in the area and at the trench walIs that were opened by Fonseca team, borehole data, corre1ation between drilIings, data from high resolution seismic reflection lines trending across the target structure, and the regional geomorphological setting, alI indicate that the outcropping structures at the Vila Chã de Ourique site are gravitational and not of tectonic origin, with the inherent implications on the regional seismotectonics.

N eotectónica e fluidos quentes de origem profunda no Maciço Hespérico

Carlos Calado

R. Prof. Mário Chicó, n.o I, 4T - 1600-643 Lisboa. [email protected].

Palavras-chave: Portugal; Maciço Hespérico; neotectónica; águas termominerais; geotermómetros químicos.

O território continental português possui cerca de sessenta pólos de ocorrência de água cujas temperaturas de emergência são >20 oCo Predominam na ZCI, por regra em plutões graníticos, e correspondem maioritariamente a águas sulfúreas alcalinas. Das restantes merece destaque o caso de Chaves, uma água gasocarbónica. São águas cuja composição química e gasosa é controlada por voláteis de origem profunda, provavelmente do manto, p.ex. CO2,

H2S e N2• É entre elas que se registam as temperaturas de emergência mais elevadas de todo o território: 10 pólos onde a temperatura é >45 °C, com máximos em Chaves (75°C) e na sulfúrea de S. Pedro do Sul (68°C), enquanto que na orla ocidental é de 40°C (Cucos/Torres Vedras). Na ZSP há três pólos, concentrados no Maciço de Monchique, e na orla algarvia e na bacia terciária do Tejo-Sado apenas um em cada. Quase todos os pólos são vizinhos de falhas activas, sobretudo de direcção NNE-SSO, ou então de lineamentos geoestruturais que talvez sejam falhas activas. Não se conhece qualquer pólo na ZOM.

As concentrações de Si02 de 87 águas da ZCI aplicadas às equações de equilíbrio termodinâmico com o quartzo dão temperaturas muito mais altas, grande parte > 1 00 oCo Destacam-se duas dezenas de casos que se considera relacionados com falhas importantes, como p.ex. as de Verin-Penacova e do Dão, e que, além disso, estão na região do Maciço Hespérico onde a movimentação vertical no Quaternário foi maior.

Conclui-se que foi a actividade tectónica neogénica-quaternária na parte norte e no extremo sul do Maciço Hespérico, mormente uplifting, que criou condições para ascenderem voláteis quentes de génese profunda, provavelmente mantélica, que por um lado controlam a mineralização das águas sulfúreas alcalinas e das gasocarbónicas, e, por outro, são responsáveis pelas anomalias geotérmicas da orla ocidental. A falta de temperaturas anómalas na ZOM justificar-se-á assim pela insipiência de uplifting nesta zona.

Syntectonic high-temperature / low-pressure metamorphism in the Boa Fé fault zone (Évora Massif, Western Ossa-Morena Zone)

M. Chichorro(a, I), M. F. Pereira(b,2), A. Apraiz(c,3) & J. B. Silva(d,4)

a - Grupo de Tectónica Centro de Geofísica de Évora, Universidade de Évora, Apt.94, 554-7002 Évora, Portugal. b - Grupo de Tectónica Centro de Geofísica de Évora, Departamento de Geociências, Universidade de Évora, Apt.94, 554-7002 Évora, Portugal. c- Departamiento Estratigrafia­

Geodinámica-Paleontologia, Universidad deI País Vasco. Aptdo. 644. E-48080 Bilbau, Spain. d - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Edifício C2 - 5°Piso, 1700 Lisboa, Portugal. 1- [email protected]; 2- [email protected];

3- [email protected]; 4- [email protected].

Key-words: Évora massif; Boa Fé fault zone; syntectonic metamorfism; HT -LP tectonites; strain partitioning.

An example of syntectonic high-temperature (HT) / low-pressure (LP) metamorphism has been taken from studied partial1y melted biotite-sillimanite-andaluzite-cordierite-K-feldspar-plagioclase tectonites of the Boa Fé Fault Zone (BFFZ), a boundary between the Évora High grade Metamorphic Terrains (EHMT) and the Montemor­o-Novo Shear Zone (MNSZ). The triggering of HT-LP assemblages (4-5 Kbar / 600°-800°C) in strongly sheared

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

rocks of BFFZ, suggest a sudden high thennal perturbation in upper crust rocks by the exhumation of middle crust rocks from the EHMT. A transtension regime with subhorizontal maximum fmite e1ongation and associated to sinistraI shearing is suggested to be the process responsible for the exhumation of migmatites along the orogen­strike.

Partição da deformação varisca induzida por anisotropias no soco pré-câmbrico: o exemplo da falha de Ferrarias na Serra do Marão

C. CokeCa, I), R. DiasCb,2) & A. RibeiroCc, 3)

a - Departamento de Geologia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal. b - Departamento de Geociências e Centro de Geofisica da Universidade de Évora, Portugal. c - LATTEX - Departamento de Geologia, Fac. Ciências, Univ. Lisboa, Portugal. 1- [email protected];

2- [email protected] ; 3- [email protected].

Palavras-chave: orógeno varisco; autóctone da ZCI do N de Portugal; regimes transpressivos; partição da defonnação; anisotropias do soco.

A cartografia do sector sul da Serra do Marão pennitiu identificar dois blocos com assinaturas estruturais distintas, separados por um desligamento esquerdo designado por falha de Ferrarias. O bloco norte onde a DI é bastante penetrativa com dobras vergentes para NE, eixos inclinando cerca de 12° para WNW, clivagem SI de plano axial, lineações de intersecção SoISI subparalelas aos eixos e estiramento sub-horizontal. No bloco sul o fabric D3 é dominante e mais penetrativo marcado por dobras com eixos a mergulharem geralmente mais de 20° para WNW, clivagem S3 de plano axial bastante verticalizada e lineações de intersecção SoIS3 inclinando cerca de 20° para WNW. A clivagem S3 corta claramente SJ, esta apenas visível em alguns leitos pelíticos.

A defonnação varisca apresenta no Marão uma heterogeneidade acentuada possível de ser parcialmente explicada por anisotropias constituídas, quer pelos acidentes subparalelos aos planos axiais das dobras DJ, alguns bastante profundos, quer pela própria clivagem. Daqui resulta uma forte partição da defonnação, passível de deduzir no paralelismo entre os planos axiais das dobras e as principais zonas de cisalhamento, na ausência de dobramentos en eche/on e na inexistência de dobras transectadas.

A maior penetratividade da D3 no sector central daflower structure que apresenta o autóctone da ZCI onde a DI está praticamente ausente sugere que o achatamento associado à D3 foi mais fácil de ser absorvido nas zonas onde a estratificação estava apenas ondulada, do que naquelas onde predominavam dobras DI apertadas.

A falha de Ferrarias terá sido induzida por uma das anisotropias pré-existentes a nível do soco pré-câmbrico activas durante o processo de enchimento da bacia no Paleozóico inferior e que terão controlado a defonnação na região durante o ciclo varisco.

Anisotropia da susceptibilidade magnética em granitóides hercínicos tardios da região de Viseu (ZCI)

A. CoutoCa, I), B. Valle AguadoCa, 2), J. M. PeSSOaCa, 3), M. PinheiroCa), P. F. SilvaCb>,

J. M. MirandaCb), M. R. AzevedoCa), J. NolanCc

), J. MedinaCa

) & M. E. MartinsCa

)

a - Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro, 3810-193 Aveiro, Portugal. b - Departamento de Geofisica, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, 1749-016 Lisboa, Portugal. c - Department ofGeology, Imperial College, Prince Consort Road, London SW7 2BP, UK.

I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: anisotropia; susceptibilidade magnética; granitos hercínicos; Zona Centro Ibérica.

Apresenta-se neste trabalho um estudo da anisotropia da susceptibilidade magnética (ASM) em rochas graníticas (granito de Viseu-Cota e granito de Alcafache), situadas na Zona Centro Ibérica. Os dados obtidos permitiram estabelecer padrões de fluxo magmático e localizar possíveis fontes de alimentação. Discutem-se os resultados no contexto da petrogénese e çinemática de instalação de ambos os granitos.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Geocronologia do complexo metamórfico de Miranda do Douro (NE Trás-os­Montes, Portugal). Implicações geodinâmicas

P. Castro(a, 1), C. Tassinari(b), E. Pereira(a,2), G. Dias(c) & J. Leterrier(d)

a- Instituto Geológico e Mineiro - Apartado 1089 - 4466-956 S Mamede de Infesta. I - [email protected]; (2) - [email protected]. b - CPGeo - Universidade de S Paulo - Brasil [[email protected]]. c - Dep. de Ciências da Terra - Universidade do Minho, Campus de

Gualtar, 4710-057 Braga [[email protected]]. d - CNRS - CRPG, Nancy, França [[email protected]].

Palavras-chave: granitóides; geocronologia; Cadomiano; varisco; Trás-os-Montes Oriental.

No complexo metamórfico de Miranda do Douro ocorre crusta cadomiana, constituída por rochas gnaissicas e graníticas. Exumado durante a orogenia varisca, aflora num antiforma relativo à terceira fase orogénica. Apresenta litologias metamórficas derivadas do processo tectonometamórfico responsável pela exumação do complexo, bem como tem associado a implantação de granitos variscos.

Dados geocronológicos permitem atribuir uma idade de 526 Ma a granitização cadomiana (U-Pb, concentrados de zircão) e 325 Ma à granitização varisca (K-Ar, concentrado de muscovite). A deformação varisca associada à primeira fase de deformação regional, é datada de 391 Ma (U-Pb, monazite), podendo já a migmatização associada à exumação ter uma idade anterior, 429 Ma (Rb-Sr, RT).

Identificado, litológica, metamórfica e estruturalmente com maciços metamórficos variscos afins, é proposta a sua instalação segundo o modelo dos Metamorphic Core Complexes, com a génese do granito cadomiano provavelmente associado ao desenvolvimento de aulacógeno de idade câmbrica.

Contribuição para o conhecimento do estado térmico da Bacia do Algarve

R. Duque

Centro de Geofísica da Universidade de Évora, Departamento de Física, Rua Romão Ramalho 59, 7000 Évora, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: temperatura; fontes de calor; condutividade térmica; fluxo de calor.

O trabalho apresentado é feito com base em dados obtidos nas cinco sondagens realizadas para pesquisa de petróleo na Bacia do Algarve.

A utilização de todos os valores de temperatura (BHT) corrigidos e de temperatura no fundo do oceano, permitiram obter um gradiente de temperatura de 27°CIKm para a bacia. A partir das diagrafias de raios gamma, foi possível obter uma estimativa das fontes de calor em cada furo, e fazer comparações entre os valores obtidos em diferentes pontos da região. A condutividade térmica dos diferentes componentes das formações foi obtida a partir de tabelas, tendo em conta o conhecimento litológico existente, e a porosidade das diferentes formações. As estimativas da porosidade foram feitas a partir de diagrafias de densidade e velocidade de propagação de ondas sonoras obtidas a partir do "sonic log". .

O trabalho apresentado vem pôr em evidência o papel fundamental desempenhado pelo valor da temperatura no fundo do oceano na determinação do gradiente de temperatura e na identificação de temperaturas anómalas. O exame conjunto das temperaturas de todos os furos permitiu não só a obtenção de um gradiente de temperatura para a bacia como a identificação de regiões com condutividades térmicas diferentes, que foram posteriormente confirmadas pelos dados de porosidade e pelo cálculo posterior de condutividade.

Modelo gravimétrico da região do Baixo Vouga (Aveiro)

F. P. O. Figueiredo(I), M. J. Senos Matias(2) & M. R. Portugal V. Ferreira(l)

I - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra - Departamento de Ciências da Terra; [email protected]. 2 -Universidade de Aveiro - Departamento de Geociências; [email protected].

Palavras-chave: gravimetria; anomalia de Bouguer; modelação gravimétrica; Baixo Vouga.

O trabalho de prospecção gravimétrica desenvolvido neste trabalho teve como objectivo estudar as estruturas geológicas em profundidade da região do Baixo Vouga. Foi efectuada uma campanha de prospecção gravimétrica

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

numa área de 560km2, tendo o campo gravítico sido medido em 653 estaçoes, segundo uma malha não regular e com uma densidade aproximada de 1,17 pontos por quilómetro quadrado.

As cotas das estações foram calculadas por hipsobatimetria com uma precisão de cerca de ±O,3 m, valor este compatível com os estudos estruturais de natureza regional que se pretenderam realizar. Foi utilizado o suporte informático GravMaster para efectuar as correcções lunisolar e topográfica, enquanto que as restantes correcções foram efectuadas através de uma folha de cálculo. A densidade de Bouguer foi estimada recorrendo aos métodos de Parasnis e de Nettleton, tendo sido proposto um valor médio de 2,51 g·cm-3

Do mapa da anomalia residual foram seleccionados vinte perfis, catorze com direcção E-W e seis com direcção N-S a partir dos quais se procedeu à modelação 2D dos dados gravimétricos e construção dos modelos geológico­estruturais propostos para esta região, recorrendo ao suporte informático GravModeler (Figueiredo, 2002). A partir dos modelos 2D dos perfis construiu-se um modelo gravimétrico tridimensional para a região estudada.

Evidências de actividade neotectónica na região de Juromenha

S. Gonçalves(a, 1) & A. Araújo(a, b, 2)

a - Departamento de Geociências da Universidade de Évora; b - Centro de Geofisica de Évora. 1 - [email protected]. 2 - [email protected].

Palavras-chave: neotectónica; falha de Messejana; Guadiana; Juromenha.

Neste trabalho apresentam-se os primeiros resultados de um estudo que tem como objectivo a caracterização neotectónica da região de Juromenha, tendo sido dada prioridade a uma área do vale do rio Guadiana que vai ser inundada pela albufeira da barragem de Alqueva. O trabalho centra-se no estudo de uma pequena bacia preenchida por sedimentos continentais (Terciário e Quaternário), limitada a noroeste pela falha de Messejana, segundo a Carta Geológica de Portugal. Os dados disponíveis são ainda preliminares e resultam da análise da cartografia geológica existente (várias escalas), da análise do relevo (à escala 1/25000) e de alguns reconhecimentos prévios, de campo. Foram identificados lineamentos que se agrupam segundo duas direcções principais, NE-SW, até próximo de N-S e NW-SE. Na dependência do sistema NE-SW identificaram-se escarpas com várias dezenas de metros, viradas a SE. A relação do segundo sistema (NW -SE) com a tectónica recente é menos evidente. Descrevem-se várias evidências geológicas e geomorfológicas que permitem afirmar com alguma segurança, que a região sofreu deformação durante o Quaternário.

Tectónica salífera cenozóica na margem algarvia

Fernando C. Lopes

Centro de Geociências, Univ. de Coimbra, Largo Marquês de Pombal, Apart. 3014, 3001-401, Coimbra. [email protected].

Palavras-chave: tectónica salífera; margem algarvia; Portugal.

A margem algarvia fica situada no Sudoeste da Península Ibérica, no bordo norte do Golfo de Cádis, formando, conjuntamente com a sua vizinha margem espanhola, as margens sul-ibéricas desse golfo. O estudo pormenorizado de perfis de reflexão sísmica multitraço (MCS) mostrou que, durante o Cenozóico, a margem algarvia foi palco de uma actividade halocinética persistente, com dois períodos de maior intensidade: i) Eocénico superior a Aquitaniano, com soerguimento de grandes muros evaporíticos com orientações N-S e E-W, no domínio ocidental, e a implantação de uma tectónica em "jangada", no domínio oriental, com desenvolvimento sin-sedimentar de uma região em distensão "thin-skinned" (região norte da margem) e de uma região em compressão "thin-skinned" (região central e sul da margem); ii) Tortoniano médio a superior, essencialmente caracterizado por um diapirismo perfurante, com o súbito e intenso crescimento das estruturas evaporíticas já existentes e implantação de alguns domos evaporíticos. Controlada pelo dispositivo estrutural da margem, a distribuição geográfica das estruturas evaporíticas e a sua actividade foram responsáveis pela localização e evolução de depocentros, pelo desencadear de episódios locais de erosão/deposição, por prováveis modificações na distribuição das correntes marinhas e dos processos de sedimentação e por modificações locais do campo de tensões. Deste modo, a tectónica salífera desempenhou um papel preponderante na evolução geodinâmica da margem algarvia. Desencadeada pela tectónica regional, os seus marcantes efeitos cinemáticos fizeram-se sentir ao longo da maior parte do Cenozóico.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Fabrics magnéticos e magmáticos em diques: concordâncias e discrepâncias

M. Moreira(a, b, 1), C. R. Nogueira(C,2) & P. Terrinha(c, d, 3)

a - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, R. Cons. Emídio Navarro, 1, 1949-014 Lisboa, Portugal. b - Centro de Geofisica da Universidade de Lisboa, Ed. C8, 1749-016 Lisboa, Portugal. c - LATTEX, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Ed. C2, 5° Piso, 1749-016 Lisboa,

Portugal. d - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Ed. C2, 5° Piso, 1749-016 Lisboa, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]

Palavras-chave: ASM; diques; fabric magnético; fabric magmático; análise de orientação preferencial de formas (OPF).

Em diques basálticos a lineação magnética, eixo kl do elipsóide de anisotropia da susceptibilidade magnética, é usualmente associado à direcção do escoamento magmático, contemporâneo com os estados finais de arrefecimento do magma. Esta hipótese foi testada em diques do cortejo radial de diques de Mafra através de comparações entre os fabrics magnético e magmático. Através da análise de imagem sobre lâminas delgadas cortadas segundo os planos kl-k2 e kl-k3 foram obtidas as orientações preferenciais dos minerais opacos (óxidos de Fe, Ti) e plagioclases, estas últimas assumidas como indicadoras da direcção média do escoamento magmático. A análise dos resultados mostrou que em 53% dos casos o afastamento angular das plagioclases relativamente à direcção de kl é inferior a 15° mas em 40 % dos casos o afastamento é superior a 60°.

Este comportamento sugere que a associação directa do eixo kl ao escoamento magmático poderá, em numerosos casos, ser incorrecta. Assim, propõe-se um método essencialmente geométrico que permite a determinação completa de um vector de escoamento magmático (direcção e sentido) que não se baseia na utilização única da lineação magnética como indicador de escoamento, mas sim na utilização do plano de foliação magnética, plano kl-k2, e o ângulo de imbricação.

Fluxo magmático em diques do cortejo radial de diques de Mafra

C. R. Nogueira(a, 1), M. Moreira(b, c, 2) & P. Terrinha(a,d,3)

a - LA TTEX, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Ed. C2, 5° Piso, 1749-016 Lisboa, Portugal. b - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, R. Cons. Emídio Navarro, 1, 1949-014 Lisboa, Portugal. c - Centro de Geofisica da Universidade de Lisboa, Ed. C8, 1749-016 Lisboa,

Portugal. d - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Ed. C2, 5° Piso, 1749-016 Lisboa, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave:. ASM; diques; fabric magnético; fabric magmático; cortejo radial de diques de Mafra; Bacia Lusitânica.

Apresenta-se um estudo comparativo de resultados obtidos de anisotropia da susceptibilidade magnética, de orientação de vesículas gasosas e orientação preferencial de formas em cerca de 200 amostras de 7 diques do cortejo radial de Mafra, concluindo-se que existe um' contrôlo da ASM e orientação das vesículas gasosas pelo fluxo magmático. Dados experimentais mostram: i) concentração dos eixos mínimos de ASM (k3), junto ao pólo dos diques, ii) fabric magnético triaxial, definindo um plano de foliação magnética, sub-paralelo ao plano do dique ou fazendo um ângulo de imbricação com uma das margens, permitindo a determinação da direcção e sentido do fluxo magmático. A profundidade da câmara magmática alimentadora dos diques radiais é proposta, utilizando a distância horizontal entre os locais de amostragem e o mergulho do vector médio de fluxo magmático. A assimetria sistemática do ângulo de imbricação nas duas paredes de cada dique sugere que o campo de tensões fosse triaxial com sl>s2>s3. -

Caracterização vulcanológica do Banco D. João de Castro (Açores): novos dados

J. C. Nunes(a,l), V. H. Forjaz(b,2), J. L. Alves(c,3) & A. C. Bernardes (d,4)

a - Departamento de Geociências, Universidade dos Açores, Rua da Mãe de Deus, Apartado 1422, 9500-801 Ponta Delgada, Açores, Portugal. b - Universidade dos Açores e Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores, Apartado 12, 9500 Delgada, Açores, Portugal.

c - Geógrafo. Rua da Autonomia 18, 9500-431 Ponta Delgada, Açores, Portugal. d - Divisão de Topografia, Desenho e Cartografia, S.R.H.E., Rua Dr. João Francisco Sousa 30, 9500-187 Ponta Delgada, Açores, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected];

3 - [email protected]; 4 - [email protected].

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Palavras-chave: monte submarino; batimetria; vulcão activo; fumarolas; Açores.

Apresentam-se novos dados vulcanológicos relativos à zona somital do Banco D. João de Castro, um vulcão potencialmente activo implantado no Rifte da Terceira, entre as ilhas de São Miguel e Terceira (Arquipélago dos Açores) e que se apresenta sob a forma de um monte submarino com o topo à profundidade mínima de 12 m, aproximadamente a 38° 13' 16" N e 26° 36' 07" W. Os elementos disponíveis permitem identificar uma cratera, com cerca de 450 m de diâmetro e desnível médio de 25 m, implantada no topo de um cone vulcânico, o qual tem cerca de 1500 m de altura, diâmetro basal de 25 km e um volume estimado de 235 km3

. Temperaturas entre 39° C e 83° C medidas em diversos locais do campo fumarólico do Banco D. João de Castro, a actividade sísmica que caracteriza esta zona do arquipélago (e.g. enxame sísmico de Outubro de 1988) e a actividade vulcânica essencialmente surtseiana ali ocorrida em 1720 A.D. (e.g. "Ilha Nova"), mostram a importância deste vulcão no contexto vulcano­tectónico regional, implantado na fronteira entre a placa euroasiática e a microplaca dos Açores.

Diagrafias geofísicas na sondagem de Belverde (Miocénico, península de Setúbal, Portugal)

E. Ramalho(2), I. Ribeiro(l), L. Torres(2) & J. PaisCI)

Projecto "Reconhecimento do Miocénico da parte tenninal da Bacia do Baixo Tejo através de uma sondagem com amostragem contínua", POCTI/32345/CT N99, Fundação para a Ciência e a Tecnologia, comparticipado pelo fundo comunitário europeu FEDER.

I - Centro de Estudos Geológicos, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, 2829-516 Caparica. 2 - Instituto Geológico e Mineiro, Divisão de Geofísica, Estrada da Portela, Zambujal, Alfragide, Apart. 7586, 2721-866 Amadora.

Palavras-chave: sondagem; Neogénico; diagrafias; Belverde; Bacia do Baixo Tejo; Portugal.

Apresentam-se os resultados das diagrafias efectuadas numa sondagem profunda com vista ao estudo do Neogénico da parte distal da Bacia do Baixo Tejo. O local (Belverde, península de Setúbal, coordenadas: 38°35'34.1" N/ 9°8'24.7" W) foi seleccionado com base em perfis sísmicos.

Atingiu-se a profundidade de 619.77m. Foram atravessados 130.31m de areias plio-plistocénicas e cerca de 460m de depósitos essencialmente marinhos, com passagens salobras, do Miocénico. Na parte inferior foi reconhecido um recife de corais com cerca de 50m de espessura; assenta em unidades conglomeráticas vermelhas classicamente atribuídas ao "Complexo de Benfica".

Foram realizadas diagrafias de temperatura, radiação gama natural e neutrões, sónica, SP e SPR. A informação fornecida está de acordo com a sucessão litológica observada na sondagem (arenitos siltosos/siltitos arenosos, com conteúdo argiloso variável, e frequentes intercalações carbonatadas). Essencialmente, os picos de radiação gama natural estão associados com níveis argilosos ou carbonatados (incremento de isótopos de 4°K) e micáceos (incremento de micas radiactivas). As diagrafias sónica e de neutrões reflectem, essencialmente, a porosidade; os valores mais elevados (velocidades médias de 2500-3000mls) traduzem baixa porosidade (argilitos e carbonatos pouco fossilíferos); os valores mais baixos (velocidades médias de 1300-1600mls) correspondem a biocalcarenitos ou a arenitos com escasso conteúdo argiloso. Verifica-se correlação entre os picos de radiação gama natural e as sequências deposicionais anteriormente definidas para a Bacia do Baixo Tejo.

3-D strain distribution in the Ibero-Armorican Arc: a review

A. RibeiroCa, I), A. MarcosCb, 2), E. PereiraCc,3\ S. Llana-FúnezCd, 4\ P. Farias(b),

F. J. FernándezCb), P. FonseCaCa,5), H. I. ChaminéCe,6) & F. RosasCa)

a - LATTEX, Dep. Geologia, Fac. Ciências, Univ. Lisboa, Portugal. b - Departamento de Geología, Universidad de Oviedo, Spain. c - Instituto Geológico e Mineiro, Portugal. d - Rock Defonnation Lab, Dept. of Earth Sciences, University of Manchester, UK. e - Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro CCMIA), Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected];

4 - [email protected]; 5 - [email protected]; 6 - [email protected].

Key-words: 3D strain geometry; Ibero-Armorican Arc; Variscides; suture; obduction; subduction; collision; fabric; symmetry.

The Ibero-Armorican Arc (IAA), best displayed in NW Iberia, is due to dextral transpressive shearing between Laurussia and Gondwana. A promontory of Gondwana is deformed by subduction followed by continental collision processes. The lAA shows variable stretching, parallel to the Arc in the outer part of the arc and almost

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VI Congresso Nacional de Geologia

perpendicular to it and paralIel to centripetal nappe transport in the inner parto This pattern is due to secondary arcuation imprinted in primary arcuation. Centripetal nappe transport to the SE, in present geographical coordinates produces monoclinic structures at alI scales that obliterate earlier arc paralIel stretching in the alIochthonous units. The arc paralIel stretching is less curved than the major earliest structures in the autochthon. This fact shows that this stretching was produced in the root zone of the NW Iberia alIochthons before their emplacement at present location. Minor secondary shear to the N, in the lower alIochthon of the Iberian segment of IAA, grades to coaxial stretching producing orthorhombic micro and meso fabrics at the zone of maximum curvature of the lineation in the highest nappe; these relationships suggest that the schizosphere is dragged by the plastosphere because the sense of nappe transport direction to SE has a component which is opposed to the minor shear component to the N of the triclinic fabrics.

ln Iberia the dextral component is concentrated in the Porto-Tornar-Ferreira do Alentejo transform that limits the antithetic left-Iateral regime to the East. It remains to be proved what is the polarity of subduction in Paleotethys in order to generate the presently observed structure.

Geofísica no estudo da evolução da lagoa holocénica da Apúlia (Esposende)

Isabel Ribeiro

Centro de Estudos Geológicos, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, 2829-516 Caparica; [email protected].

Palavras-chave: lagoa da Apúlia; Holocénico; geofisica; enquadramento morfo-estrutural e paleoambiental..

A lagoa da Apúlia constitui o único vestígio de ambiente lagunar costeiro ainda activo a N de Espinho; corresponde à fase final do sistema lagunar holocénico que prevaleceu em alguns sectores da zona costeira NO.

Esta região foi investigada para avaliar a intervenção da neotectónica e identificar indicadores responsáveis pela deformação das formações e pela sua evolução estrutural, geomorfológica e paleoambiental.

Recorreu-se à sísmica de refracção para obter informação sobre o subsolo (distribuição espacial das formações, identificação de acidentes estruturais e/ou morfológicos e influência do substrato no enquadramento morfológico da zona da lagoa e áreas envolventes). A interpretação dos dados sísmicos (confirmada por sondagens), indicou:

- para E do extremo do perfil geofisico, o substrato, sub-horizontal, tem profundidades de :::::5.5-6.5m; para 0, apresenta-se irregular. Aqui identificou-se um paleocanal (substrato a profundidades de :::::14m) relacionado com a paleoimplantação da lagoa (inicialmente para NO da sua posição actual);

- a zona do paleocanal, com maior grau de saturação e compactação (substrato com intercalações siliciosas) parece estar associada a acidente (morfológico e/ou estrutural) e a zona de cisalhamento; esta terá condicionado a instalação do paleocanal e pode corresponder ao prolongamento de estrutura semelhante de extensão regional;

- a região da Apúlia é afectada pelo corredor de deformação NO-SE (prolongamento do anticlinal de Valongo), consistindo de rochas paleozóicas. Este facto, além de compatível com as litologias e velocidades de propagação observadas, associado ao enquadramento regional de f~lhas NO-SE e NE-SO, também sugere uma origem tectónica para a localização e evolução da lagoa.

Geofísica (resistividade e radar) aplicada na região costeira de Areosa (Viana do Castelo)

. Isabel Ribeiro

Centro de Estudos Geológicos, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, 2829-5 I 6 Caparica; [email protected].

Palavras-chave: resistividade; radar de penetração; influência morfo-estrutural; região costeira; Areosa.

No âmbito do projecto "Deformação neotectónica pós-plistocénica na zona costeira entre os rios Minho e Ave" (BD/9247/96), procurou obter-se um melhor conhecimento do sector costeiro localizado a norte do rio Lima (particularmente da área-piloto da Areosa, no segmento costeiro de Viana do Castelo), averiguar da existência de um controlo estrutural a afectar o terreno e inferir sobre a sua provável responsabilidade na evolução geomorfológica deste sector.

Com este fim, recorreu-se à aplicação combinada dos métodos da resistividade (com a técnica de sondagens eléctricas) e de radar de penetração. A informação fornecida pela interpretação da geofisica (controlada e confirmada por sondagens mecânicas) sugeriu a existência (1) de acidentes estruturais a afectar quer a cobertura

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

sedimentar quaternária, quer o próprio substrato rochoso e (2) de zonas de contacto entre diferentes litologias (possíveis zonas de falha e/ou cisalhamento).

Neste contexto, é sugerida a presença de uma influência estrutural, no sector localizado a norte do rio Lima.

Métodos geofísicos aplicados à prospecção de água subterrânea em rochas cristalinas do Alentejo - vantagens e limitações

R. Rocha(l, 2), E. Ramalho(l}, E. Paralta(l) & A. Andrade Afonso(2)

1 -Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, Ap. 7586, 2720-866 Alfragide. 2 - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Bloco C8, Campo Grande, 1700 Lisboa.

Palavras-chave: geofísica; hidrogeologia; sistema aquífero; rochas cristalinas.

A região do Alentejo é extremamente dependente dos recursos hídricos subterrâneos para abastecimento público e regadio. De facto, cerca de 2/3 dos concelhos alentejanos dependem maioritariamente das águas subterrâneas para abastecimento público.

A caracterização hidrogeológica das rochas cristalinas fracturadas e/ou alteradas que constituem a maior parte da cobertura geológica do Alentejo e que constituem potenciais aquíferos fissurados ou mistos (poroso/fissurado), beneficia actualmente de um vasto conjunto de técnicas de prospecção geofísica.

Estas técnicas permitem detectar, com razoável precisão, estruturas geológicas (falhas, fracturas, filões) e contactos entre diferentes formações geológicas, susceptíveis de apresentar interesse como origem de abastecimento de água reduzindo a incerteza na pesquisa e os custos associados às sondagens improdutivas. Em determinadas condições, alguns métodos permitem determinar alguns parâmetros hidráulicos dos aquíferos.

Neste trabalho, apresentam-se vários métodos de prospecção geofísica de superfície levados a cabo na região do Alentejo, fundamentalmente métodos eléctricos (sondagens eléctricas verticais com diversos dispositivos -Schlumberger, dipolo-dipolo, polo-polo e rectângulo) e electromagnéticos (VLF e EM34) e discutem-se, de forma sucinta, as vantagens e limitações da sua aplicação à prospecção de águas subterrâneas.

Em relação a métodos geofísicos de profundidade como apoio aos métodos geofísicos de superfície, apresentam­se os resultados de várias diagrafias eléctricas (potencial espontâneo, resistência monoelectródica, resistividades normais 8", 16", 32" e 64"), nucleares (radiação gama natural e neutrões) e da coluna de fluido (temperatura, condutividade do fluido e fluxo).

Organização tecto no estratigráfica do complexo parautóctone do NE de Portugal: uma proposta

J. Rodrigues(a, 1) , A. Ribeiro(b>, E. Pereira(a, 2) & C. Meireles(a,3)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, 4466-956 S. Mamede de Infesta. b - Dep. Geologia e LA TTEX, Fac. de Ciências da Univ. de Lisboa, Edificio C2, Piso 5, Campo Grande, 1749-016 Lisboa. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; [email protected].

Palavras-chave: Complexo parautóctone; Parautóctone inferior; Parautóctone superior; NE Portugal.

Com base em caracteristicas geométricas e estratigráficas apresenta-se, para o NE de Portugal, uma divisão interna no Complexo Parautóctone: o Parautóctone Inferior está estruturado num conjunto interno de acidentes inversos imbricados envolvendo unidades silúrico-devónicas; o Parautóctone Superior apresenta macrogeometrias do tipo manto-dobra, com flancos inversos que podem apresentar mais de 10 km de extensão e unidades com possível idade ordovícica no núcleo de grandes anticlinais deitados e vergentes para E a SE.

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Tectónica de carreamento no sector de Dornes (sinforma de Amêndoa-Carvoeiro), Variscidas ibéricas

J. Romão(a, 1) & A. Ribeiro(b,2)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, Apartado 7586, 2720 ALFRAGIDE, Portugal. b - LATTEX, Departamento de Geologia, Fac. Ciências, Univ. Lisboa, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

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VI Congresso Nacional de Geologia

Palavras-chave: Variscidas; carreamentos; cisalhamentos; partição da deformação; Ibéria.

Estuda-se a estrutura em carreamentos empilhados na região de Domes, sinforma de Amêndoa-Carvoeiro. A litostratigrafia deste sector confirma a sequência já estabelecida para o referido sinforma (Romão, 2000). Reconheceram-se duas fases de deformação principais durante a Orogenia varisca. A primeira fase DI produziu dobras com eixos subhorizontais, NW -SE, com vergência para NE e clivagem xistenta incipiente de plano axial, acima de carreamentos da ordem da dezena de quilómetros. A segunda fase D2 produziu dobras com eixos N-S e planos axiais subverticais, que redobram as estruturas anteriores, com geração local de clivagem de fractura.

A sucessão de estruturas é atribuída à partição da deformação na zona de cisalhamento Porto-Tomar -Ferreira do Alentejo, ZCPTF A, que funcionou como falha transformante entre as suturas variscas do SW e NW ibéricos (Ribeiro et ai., 2001). Durante a fase DI, as dobras e carreamentos indiciam componentes de desligamento e de cavalgamento da mesma ordem de grandeza com emparelhamento (coupling) no cruzamento das zonas ZCPTF A, direita, e ZCTBC (Tomar-Badajoz-Córdoba), esquerda; passa-se depois progressivamente, durante a fase D2 a um regime de encurtamento predominante, subperpendicular à ZCPTF A com desemparelhamento da ZCPTF A.

O contacto entre a Zona Ossa Morena (ZOM) e a Zona Centro-Ibérica (ZCI) corresponde a um carreamento importante de primeira sobre a segunda, com "telescoping" no gradiente de metamorfismo; isto é atribuído à sobreposição do metamorfismo varisco de baixo grau sobre metamorfismo cadomiano de grau mais elevado, mas também avanço tardio dos carreamentos na estrutura empilhada, em condições de andar tectónico superficial.

Aplicação do método geofísico RF-EM (radiofrequency - electromagnetics) na área envolvente da mina de Germunde. Interpretação de resultados

Renata Santos(a, c, 1) & Amélia Carvalho Dill(b, c, 2)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, 4466-956 S. Mamede de Infesta. b - Universidade do Algarve / Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambugal, Apartado 7586, 2720 Alfragide. c - Centro de Valorização de Recursos Minerais, Instituto Superior Técnico.

1 - [email protected], 2 - [email protected].

Palavras-chave: mina abandonada; carvão; águas ácidas; geofisica electromagnética; hidrogeologia; fracturação.

A mina subterrânea de Germunde foi a última mina da Bacia carbonífera do Douro (BCD) a ser encerrada. Ao longo da sua actividade, a mina sofreu graves problemas de subsidência, devido ao abatimento sucessivo das cavidades abertas pela exploração. O seu encerramento ocorreu em 1994, tendo-se verificado a inundação posterior e propositada das galerias da mina por águas subterrâneas, como forma de evitar abatimentos futuros e provocar a precipitação dos metais em solução. .

O método RF-EM (radio frequency eletromagnetics) é um método que permite a detecção de anomalias electromagnéticas provocadas por falhas, fracturas, contactos litológicos e condutas naturais de água subterrânea.

A aplicação deste método, na área envolvente da mina, teve como objectivo principal a clarificação da geologia -localização de contactos litológicos, falhas e fracturas condutoras de água. Pretendia-se ainda verificar qual a resposta do método na demarcação das galerias inundadas. Esperava-se que a presença de águas ácidas e mais mineralizadas, de conductividade eléctrica elevada, provocasse um aumento da relação entre a componente vertical de quadratura do campo secundário e a componente do campo magnético primário.

Foram realizados 16 perfis, com gamas de frequência baixas (16 e 24 kHz). Os emissores localizados a NE e NW respectivamente, da área de estudo, foram escolhidos em função das direcções principais das estruturas. Os resultados obtidos foram de seguida comparados com a informação geológica e com a informação pormenorizada das galerias de exploração da mina. Verificou-se uma boa correlação, embora subsistam algumas dúvidas em relação à delimitação das galerias inundadas que serão necessárias esclarecer no futuro.

Estudo petro-estrutural do maciço pós-tectónico de Águas Frias (Chaves). Resultados preliminares

H. Sant'Ovaia(a, 1\ H. C. B. Martins(a,2) & F. Noronha(a, 3)

a - Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências do Porto e Centro de Geologia da Universidade do Porto. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: granitos, ASM, gravimetria, pós-tectónico.

Estudos preliminares incluindo petrografia, ASM e modelação gravimétrica foram realizados no granito pós-

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

tectónico de Água Frias. A susceptibilidade magnética média de 9.2x 1O-5SI, típica de granitos paramagnéticos, é devida à presença de ferro na biotite. Os valores de anisotropia média definida por Ppara% = 1. 7, confirma o carácter pós-tectónico deste maciço. Os elipsóides são oblatos em forma. As lineações ESE poderão ser atribuídas ao fluxo magmático. A modelação gravimétrica para a base do maciço mostra a presença de duas zonas profundas de alimentação do magma granítico biotítico, alinhadas ao longo da falha Régua-Verin. A anomalia gravimétrica residual do granito de Águas Frias parece corresponder a um prolongamento para Norte da mesma anomalia ocorrente na zona do plutão de Vila Pouca de Aguiar. Estes dados sugerem que os dois corpos graníticos poderão estar ligados em profundidade. O estudo petrográfico mostrou uma grande semelhança em termos de mineralogia entre os granitos de Águas Frias e de Vila Pouca de Aguiar, salientando-se no entanto a presença de cordierite no granito de Águas Frias, que está ausente nos granitos de Vila Pouca de Aguiar. Esta semelhança entre os dois tipos de granitos é corroborada pelos dados de ASM.

"Fabric" magnético do complexo granítico hercínico de Castro Daire

H. Sant'Ovaia(a, 1), P. Olivier(b) & F. Noronha(a, 2)

a - Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências do Porto e Centro de Geologia da Universidade do Porto. Porto. b - Laboratoire de Pétrophysique et Tectonique, Université Paul Sabatier, 38 rue des Trente Six Ponts, 31400 Toulouse. 1 - [email protected];

2 - [email protected].

Palavras-chave: granito, ASM, Castro Daire

Para o estudo da anisotropia da susceptibilidade magnética (ASM) do complexo granítico hercínico de Castro Daire, realizaram-se 102 estações de amostragem. Os valores medidos de susceptibilidade magnética (K) são indicativos dum comportamento paramagnético para os granitos estudados. Propõe-se a existência de duas pulsações distintas na formação deste complexo granítico. Uma pulsação, ligeiramente mais precoce, na zona a NE do complexo materializando as estruturas do "Sulco Dúrico-Beirão". O fluxo magmático seria controlado quer por essas estruturas, materializadas nas lineações magnéticas N120o-140oE, quer também pelas estruturas frágeis NNE­SSW, materializadas em lineações com esta orientação. Os valores mais elevados de K e a zonação normal (diminuição dos valores de K) no sentido SW seria explicada pela expansão e diferenciação do magma. Esta pulsação teria como resultado a instalação dos granitos de Castro Daire s.s. e Calde. Uma outra pulsação independente da anterior, seria alimentada a partir do centro, numa zona de intersecção de estruturas antigas do Sulco Dúrico-Beirão com estruturas NNE-SSW associadas à falha Penacova-Régua-Verin. Esta pulsação constitui a fácies de Alva, estruturada segundo um domo. A presença de lineações orientadas N140° e os valores elevados de anisotropia magnética, permite considerar estes granitos como tardi tectónicos relativamente à 3a fase de deformação hercínica.

Complexo ígneo de Sintra - um modelo de instalação constrangido por novos dados de gravimetria e ASM

P. Terrinha(a, 1), A. Aranguren(b,2), M. C. Kullberg(1I,3), E. Pueyo(c,4), J. C. Kullberg(d,5),

A. M. Casas Sainz(e, 6) & C. Rillo(f,7)

a - Departllmento de Geologia / LA TTEX, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Campo Grande, Ed. C2, 5° piso, 1749-016 LISBOA, Portugal. b - Departamento de Geodinámica, Universidad dei País Vasco, Apdo. 644, 48080 Bilbao, Espana. c -Paleomagnetic Laboratory, Inst.

ofGeophysics - University ofLeoben, Gams 45, A-8130 Frohnleiten, Austria. d - Centro de Investigação em Geociências Aplicadas / Universidade Nova de Lisboa, Quinta da Torre, Monte de Caparica, 2829-5 I 6 CAPARICA, Portugal. e - Departamento de Geología, Facultad de

Ciencias, Universidad de Zaragoza, 50009 Zaragoza, Espana. f - Departamento de Física Teórica, Universidad de Zaragoza, 50009 Zaragoza, Espana. 1 - [email protected];2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected];

6 - [email protected]; 7 - [email protected].

Palavras-chave: lacólito; intrusão do maciço de Sintra; ASM; gravimetria; Cretácico superior.

Um estudo gravimétrico realizado recentemente, mostra que o maciço de Sintra é um lacólito, com espessura máxima preservada de rocha ígnea, na região central, de cerca de 1 km. Estudos de Análise da Susceptibilidade Magnética realizados na mesma ocasião em 56 sítios de amostragem no interior do maciço ígneo, põem em evidência, no que respeita à intrusão granítica, uma foliação magmática com orientação irregular e uma lineação magnética k[ com uma direcção dominante NNE-SSW, consistente com um modelo de intrusão definido por uma zona de alimentação magmática com orientação WNW-ESE, em conformidade com o alinhamento dos mínimos

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VI Congresso Nacional de Geologia

gravimétricos no mapa de anomalias de Bouguer construído. A intrusão gabro-sienítica carece de padrão geométrico de ASM, salvo no contacto com o granito, onde é paralela ao mesmo O valor global da susceptibilidade magnética das rochas ígneas do maciço de Sintra varia significativamente entre as fácies gabróicas (K: 72080 x 10-6 S.I.), que afloram na região mais a oeste do maciço, e as fácies sieníticas e graníticas envolventes (K: 39 x 10-6 S.I.). A intrusão do lacólito de Sintra ocorreu no Cretácico superior e foi controlada por dois conjuntos de falhas: um, de orientação NNW-SSE/90°, profundo, controlando a ascenção magmática inicial através da litosfera mais profunda e apenas localmente rompendo á superfície e, outro, de orientação WNW-ESE, controlando a instalação final do maciço. Durante o Terciário (muito provavelmente o Miocénico) o maciço de Sintra foi exumado e atingiu a sua altitude actual, devido á formação de um cavalgamento, vergente para norte, com uma direcção E-W aproximada, observável no contacto norte das rochas ígneas do maciço de Sintra com as rochas do encaixante sedimentar. Estima-se em 2 km a movimentação total no plano de cavalgamento.

Falha de Portimão: novos dados sobre a geometria e cinemática no Mesozóico, Neogénico e Quaternário e continuidade das estruturas nas áreas emersa e

imersa do Algarve

P. Terrinha(a, 1), E. CIavijo(b, 2), J. Vicente(c, 3), C. Moniz(b, 4), R. Dias(b,5\

J. T. Vazquez(d, 6) & V. Diaz deI Rio(e, 7)

a - Fac. de Ciências da Univ. de Lisboa, Departamento de Geologia, LA TTEX 1749-016 Lisboa, Portugal. b - Instituto Geológico e Mineiro, Departamento de Geologia Marinha, 2721-866 Amadora, Portugal. c- Instituto Geológico e Mineiro, 2721-866 Amadora, Portugal. d - Facultad

de Ciencias deI Mar, Universidad de Cádiz, Campus Rio San Pedro, 11510 Puerto Real, Espanha. e - Instituto Espanol de Oceanografia, Ministerio de Ciencia y Tecnologia, Apartado 285, CI Puerto Pesquero, sinO 29640 Fuengirola, Espana. I - plED::inhé@ fr::lllpt;

2 - [email protected]; 3 - [email protected];4 - [email protected]; 5 - [email protected]; 6 - [email protected]; 7 - [email protected].

Palavras-chave: falha de transferência; transpressão sinistrógira; colapso cársico.

Na área imersa estudaram-se perfis sísmicos multicanal cedidos pelo Instituto Geológico e Mineiro, perfis de média resolução (SPARKER) das campanhas do Instituto Geológico e Mineiro (ALGOR, SINF AR E LIVRA) e, ainda, perfis de média e alta resolução (SPARKER e GEOPULSE) das campanhas FADO 97, adquiridas no âmbito do projecto PB94-1090-C03. Na área emersa procedeu-se à interpretação de fotos aéreas, cartografia geológica do Maciço de Monchique na escala 1/25 000 (ver González Clavijo & Valadares, neste volume), cartografia estrutural na escala 1/1 000 das arribas das praias da Rocha e do Vau, e descrição de cortes geológicos cruzando a Falha de Portimão no Mesozóico e Paleozóico. O trabalho em curso permite desde já concluir que: 1°) a falha de Portimão parece constituir-se como uma zona de falha, de pelo menos 3 km de largura, constituída por segmentos anastomosados de direcção geral aproximadamente N-S, com inclinações predominantemente acima dos 60°; 2°) no que respeita ao sentido da inclinação, a dos segmentos mesoscópicos é variável; os segmentos reactivados na área imen;a como falhas compressivas inclinam para W, assim como as falhas normais observadas no sistema Paleozóico-Mesozóico, no limite setentrional da Bacia meso-cenozóica algarvia; 3°) a falha de Portimão não se estende, em superfície, significativamente para Norte da discordância triásica e não intersecta o Maciço de Monchique; 4°) a zona de falha de Portimão, no Neogénico e no Quaternário tem funcionado como zona de cisalhamento possivelmente descontínua, transpressiva sinistrógira, a julgar pela deformação observada na área imersa. A FP2 parece ser uma estrutura conectada com as rochas mesozóicas e possivelmente independente da falha de Portimão, activa no Quaternário e mostrando deformação sinsedimentar.

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Hidrogeol~gia

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Variaciones tempo rales de parámetros fisico-químicos en manantiales de elevada mineralización en el entorno de Campo Araõuelo,

fosa occidental dei Tajo (Espaõa)

A. Andrés(a, 1), M. Espa(a, 2\ I. Mufioz(a, 3) & R. Vicente(a, 4)

a - Dep. de Geología. Universidad de Alcalá. CN II, Km 33,600. 28871 Alcalá de Henares. Madrid. Espana. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palabras-clave: variaciones temporales; hidrogeoquímica; Campo Arafiuelo; Espana.

Se estudia la variación de la composición deI agua en tres manantiales que descargan formando una charca y en un pozo surgente. La caracteristica comÚll a todos ellos es la composición química de sus aguas (clorurada sódica), su elevada mineralización (1.400-19.000:S/cm), así como una ubicación "anómala", hidroquímicamente hablando, en relación con su entorno hidrogeológico. . Se analizan los datos correspondientes a las variaciones de mineralización y composición a lo largo de un ano, tomando como referencia las determinaciones mensuales realizadas "in situ", mediante equipos de campo y se relacionan con los datos pluviómetricos de las estaciones meteorológicas próximas a los manantiales.

o problema da origem da espécie química H20 no caso das águas~ sulfúreas alcalinas portuguesas

Carlos Calado

R. Prof. Máril Chicó, n.o 1, 4T - 1600-643 Lisboa. [email protected].

Palavras-chave: Portugal; Maciço Hespérico; águas minerais; isótopos ambientais.

As águas sulfúreas alcalinas portuguesas da ZCI, que ocorrem em granitos e em estreita relação com falhas activas, têm uma composição química e gasosa que se julga controlada por voláteis juvenis (p.ex. CO2, H2S e N2),

de provável origem mantélica. No seu estudo tomou-se necessário esclarecer se não haveria também uma fracção de H20 juvenil entre aqueles voláteis, pelo que se colheram amostras de água em 10 locais, desde o Minho ao Alto Alentejo, para determinação dos índices 180/160 e 2HJ

IH, e das quantidades de 3H presentes. Colheram-se também amostras em nascentes de água vulgar vizinhas para referência. Os resultados posicionam as águas, tanto as vulgares como as minerais, próximo da recta das águas meteóricas mundiais dada pela equação oD = 80180 + 10. Quanto aos valores de tritio são < 1 UT, com uma única excepção, o que, se toda a água fosse meteórica, significaria tempos de residência no subsolo desde anos anteriores a 1953. No entanto, verifica-se que as sulfúreas são mais pobres em 180 e deutério que as águas vulgares, o que, se toda a água fosse meteórica, significaria áreas de recarga sob condições climáticas bastante mais frias que as das regiões onde se situam as descargas, p.ex. em áreas situadas a altitudes muito maiores, mas o modelo não parece admissível em alguns dos casos estudados. Outra interpretação poderia ser a de a água emergente corresponder a recargas em época geológica muito mais fria que a actual, mas isso podia significar tempos de trânsito da ordem dos milhar de anos, o que também não parece aceitável. Assim, conclui-se como explicação mais provável que o déficit das sulfúreas em isótopos pesados é consequência de mistura da água meteórica regional com outra originada na condensação de vapor de água em profundidade, eventualmente juvenil. Em suma, não se pode excluir a possibilidade de haver uma fracção de água juvenil nestes sistemas.

Quantificação dos recursos hídricos subterrâneos na região de Montalegre (Norte de Portugal)

A. Canas(a, 1), A. S. Lima(a,2) & J. Fonseca(b,3)

a - Departamento das Ciências da Terra, Universidade do Minho, Campus de Gualtar 4710-057 Braga, Portugal. b - Eco Firma Gestão do Ambiente Lda., Aldeia do Rio - Adaúfe 4710-580 Braga, Portugal. 1 - [email protected], 2 - [email protected], 3 - [email protected].

Palavras-chave: Montalegre; recarga; precipitação; balanço hídrico; hidrograma.

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Neste trabalho apresentam-se os primeiros rersultados de um estudo hidrogeológico em curso na região de Montalegre, que visa a quantificação dos recursos hídricos subterrâneos de duas áreas seleccionadas. No âmbito do referido estudo, foi efectuada uma cartografia geológica de pormenor de cada uma das áreas e foi estudada a precipitação média anual na região, recorrendo a uma série pluviométrica longa (1966/67 - 1999/00). A avaliação da recarga aquífera foi efectuada por diferentes métodos: balanços sequenciais de passo mensal e diário e análise de hidrogramas de nascentes. Os resultados obtidos mostram a existência de importantes recursos hídricos subterrâneos na região, compatíveis com o seu aproveitamento na indústria do engarrafamento de águas.

Hidrogeologia do sistema aquífero superficial do vulcão do Fogo (S. Miguel, Açores)

M. R. Carvalho(a, 1) & C. Almeida(b, 2)

a - Universidade de Évora, Departamento de Geociências, Apartado 94, 7002-554 Évora. b - Centro de Geologia da Universidade de Lisboa, Bloco C2, 5° Piso, Campo Grande, 1749-016 Lisboa. 1- [email protected]; 2 - [email protected]

Palavras-chave: vulcão do Fogo; nascentes; vapor hidrotermal.

O vulcão do Fogo compreende um estratovulcão com caldeira, edificado através de erupções basálticas e traquíticas de carácter efusivo e explosivo. As últimas erupções ocorreram em 1563, mas as manifestações actuais de vulcanismo reduzem--se a uma intensa actividade fumarólica e hidrotermal e a desgaseificação do magma através dos solos e aquíferos.

Na região do vulcão coexistem dois sistemas hidrogeológicos distintos, correspondendo um ao sistema aquífero superficial e outro ao sistema geotérmico. A Lagoa do Fogo tem um papel muito importante na recarga dos aquíferos.

O sistema aquífero superficial é caracterizado pela ocorrência de numerosas nascentes, algumas das quais com caudais superiores a 4.000 m3/d, que drenam aquíferos suspensos. O número total de nascentes inventariadas, cerca de 60, somam um caudal médio da ordem de 50.000 m3/d, não se conhecendo a descarga de muitas que se localizam nos leitos das ribeiras.

As nascentes com maiores caudais estão relacionadas com escoadas e domos traquíticos, muito fracturados. Os caudais das nascentes em pedra-pomes de queda e lahars não ultrapassam os 100 m3/d. Nascentes que drenam aquíferos em escoadas basálticas possuem caudais que variam entre 17 e 432 m3/d, em função do grau de fracturação da rocha.

A variabilidade do quimismo das águas de nascente está directamente relacionada com a natureza da rocha aquífera e com a influência de fenómenos tectónico-vulcânicos e hidrotermais. Ocorrem nascentes frias e termais, com mineralização variável, de fácies bicarbonatada sódica a cálcica, de pH ácido a neutro, elevada concentração de sílica e teores de CO2 total entre 16 mg/l e 1047 mg/l.

As águas termais e gasocarbónicas resultam da contaminação do sistema aquífero superficial por emissões localizadas de vapores e gases de natureza hidrotermal e vulcânica.

Caracterização da recarga de aquíferos no arquipélago dos Açores (Portugal)

J. V. Cruz

Departamento de Geociências, Universidade dos Açores, Apartado 1422, 9501-801 Ponta Delgada, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: hidrogeologia; recursos hídricos subterrâneos; recarga aquífera; Açores.

As taxas de recarga de aquíferos no arquipélago dos Açores foram estimadas, no âmbito dos estudos técnicos subjacentes ao Plano Regional da Água dos Açores, por meio de um balanço hídrico sequencial mensal acoplado a um modelo de escoamento/recarga. A gama de valores obtidos varia entre 8.3% e 62.1% considerando os sistemas aquíferos definidos no arquipélago. Os valores mais elevados são observados nas ilhas do Pico (18.5%-62.1%), São Jorge (19%-54%), Terceira (16.2%-48.6%), Faial (12.4%-47.5%) e São Miguel (16%-45%).

Os recursos hídricos subterrâneos renováveis variam entre 8.3 Mm3/ano (Corvo) e 582 Mm3/ano (Pico). Nesta última ilha, bem como em São Miguel, São Jorge, Terceira e Flores, os recursos estimados são mais elevados que o valor da mediana (101.3 Mm3/ano). A lacuna de informação relativa à descarga natural dos sistemas aquíferos, bem

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como às transferências hídricas entre estas unidades, implica que o cálculo das reservas é realizado com pouca precisão, o que evidencia a necessidade de proceder a novas investigações.

Estudo hidrogeoquímico das águas subterrâneas da ilha de São Jorge (Açores, Portugal)

J. V. Cruz(l) & C. Amaral

Departamento de Geociências, Universidade dos Açores, Apartado 1422,9501-801 Ponta Delgada, Portugal. I - [email protected].

Palavras-chave: hidrogeoquímica; hidrogeologia; aquíferos vulcânicos; Açores.

Um conjunto de 36 amostras de água subterrânea de São Jorge (Açores) foi compilado de forma a caracterizar a hidrogeoquímica daquela ilha, bem como os principais processos geoquímicos que influenciam a composição das águas. As águas amostradas em nascentes apresentam uma mineralização reduzida (94.5-350.0 IlS/cm de condutividade), substancialmente mais baixa que a observada em furos (970-8260 IlS/cm), e correspondem predominantemente a fácies do tipo cloretada sódica a bicarbonatada sódica. Nos furos as águas captadas são todas do tipo cloretado sódico.

Os principais processos geoquímicos que influenciam a evolução das águas são: (I) influência de sais marinhos, quer em resultado da acção de transporte por parte dos agentes atmosféricos, quer por intrusão salina em furos, e (2) hidrólise de minerais silicatados nas rochas vulcânicas.

Caracterização hidrogeoquímica das águas termais gasocarbónicas da galeria de Fajã da Ama (Madeira, Portugal)

J. V. Cruz(a, I), S. Prada(b,2) & C. Amaral(a)

a - Departamento de Geociências, Universidade dos Açores, Apartado 1422,9501-801 Ponta Delgada, Portugal. b - Departamento de Biologia e Centro de Estudos da Macaronésia, Universidade da Madeira, Campus Universitário da Penteada, 9000-390 Funchal, Portugal. I -

[email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: hidrogeologia; hidrogeoquímica; águas termais; águas gasocarbónicas; Madeira.

Um conjunto de 4 amostras de emergências de águas termais e frias na galeria de Fajã da Ama (Madeira) são caracterizadas hidrogeoquimicamente, o que permitiu evidenciar o seu carácter contrastante com as águas subterrâneas regionais. Os teores de CO2 total destas amostras atingem 2809.72 mglL, enquanto a concentração em Si02 varia entre 56 e 122 mglL, o que demonstra respectivamente a influência de voláteis de origem vulcânica, cuja composição será dominada pelo CO2, e a assinatura de processos de dissolução de minerais silicatados. Sugere-se, ainda, que a mistura de águas com influência vulcânica e águas meteóricas explica as diferenças existentes aos nível dos elementos maiores e do conteúdo em isótopos estáveis entre as águas da extremidade da galeria e as restantes amostras colhidas no local.

A exalação do radão do solo em prospecção hidrogeológica: resultados na área de Fadagosa de Nisa (Alto Alentejo)

Pedro Duarte(a, 1), Conceição Faísca(a, 2), Carla Pires(a,3) & Carlos Calado(b,4)

a - Departamento de Protecção Radiológica e Segurança Nuclear, Instituto Tecnológico e Nuclear, ENIO, P-2686-953 Sacavém, Portugal. b­Termas da Fadagosa de Nisa, 6050 Nisa, Portugal. I - [email protected]; 2 [email protected]; 3 - [email protected];

4 - [email protected].

Palavras-chave: radão; prospecção hidrogeológica; maciço granítico de Nisa.

Procedeu-se ao levantamento da taxa de exalação de radão numa área envolvente do local de emergência natural da água mineral conhecida por Fadagosa de Nisa. Esta, é uma água de circulação profunda, anormalmente rica em 222Rn, e cujo circuito se processa no chamado Maciço de Nisa. Este maciço, de granito porfiróide permocarbónico, é um dos mais uraníferos de Portugal. O levantamento teve como objectivo detectar anomalias que denunciassem

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VI Congresso Nacional de Geologia

fracturas ligadas ao circuito hidromineral, por forma a escolher sítios favoráveis à implantação de futuros furos de captação da água.

Foi definida uma rede de amostragem, num total de 56 locais, distribuídos por uma área de aproximadamente 20 ha , tendo-se utilizado uma metodologia de acumulação para a determinação das taxas do radão exalado do solo.

As taxas de exalação de radão - com valores compreendidos entre 1 e 95 mBq m·2 S-I - permitiram identificar um

pólo anómalo na proximidade da antiga nascente, assim como alguns outros pontos anómalos, ainda que menos expressivos, mas que sugerem lineamentos coincidentes com os obtidos anteriormente através de interpretação estereoscópica de fotografia aérea.

Interacção água-rocha associada à origem e evolução das águas minerais de Cabeço de Vide

J. M. Marques(a, 1),M. Andrade(a,b, 2), F. Gof:fc, 3), M. J. Matias(a, 4), M. J. Basto(a, 5),

R. C. Graça(a, 6), P. M. Carreira(b,7), L. Aires-Barros(a, 8) & L. Rocha(d,9)

Projecto TERMA VIDE "Elaboração de um modelo conceptual de circulação das águas minerais de Cabeço de Vide" (Junta de Freguesia de Cabeço de Vide). a - Instituto Superior Técnico (1ST), Av. Rovisco Pais, 1049-00 I Lisboa, Portugal. b - Instituto Tecnológico e Nuclear (ITN), Sacavém, Portugal. c - EES-6, MS 0462, Los Alamos National Laboratory (LANL), New Mexico, USA. d - Junta de Freguesia de Cabeço de

Vide, Portugal. 1,[email protected] ; [email protected] ; [email protected]; [email protected]; [email protected] ; [email protected] ; [email protected] ; [email protected].

Palavras chave: águas minerais; interacção água rocha; Cabeço de Vide; Portugal.

Os estudos de interacção água-rocha têm contribuído em larga escala para a elaboração de um modelo conceptual de circulação das águas minerais de Cabeço de Vide. As águas minerais de Cabeço de Vide pertencem á fácies Na-Cl/Ca-OR e emergem junto ao contacto da intrusão de rochas máficas e ultramáficas com rochas carbonatadas de idade câmbrica. As águas locais, com circulação pouco profunda, associada às rochas máficas e ultramáficas pertencem àfácies RC03 - Mg e apresentam valores d2R e dl80 muito semelhantes aos das águas minerais de Cabeço de Vide. Deste modo, investigou-se a hipótese de evolução das águas RC03 - Mg para as águas minerais de Cabeço de Vide. As águas RC03-Mg encontram-se subsaturadas relativamente à serpentina (crisótilo), explicando as elevadas concentrações em Mg2

+ e Si02 nas águas. Pelo contrário, as águas minerais de Cabeço de Vide encontram-se subsaturadas relativamente à forsterite e sobressaturadas relativamente à serpentina, explicando os baixos teores em Mg2

+ e Si02 na água. Estes resultados parecem indicar que as águas RC03 - Mg locais são originadas, numa primeira fase, em sistema aberto relativamente ao CO2, enquanto que as águas minerais são originadas, numa segunda fase, em sistema fechado relativamente ao CO2• Nesta fase, o aumento do pR (como resultado da interacção água - rochas ultramáficas) favorece a precipitação da calcite, empobrecendo a solução aquosa em RC03- e colo. Devido à ausência de uma fonte adicional de CO2 apenas parte do Ca2+, inicialmente presente nas águas, é arrastado neste processo. 'Dado que praticamente todo o Mg2+ fica retido nas serpentinas e brucite, assiste-se a uma evolução das águas RC03-Mg para as águas minerais de Cabeço de Vide.

Caracterização hidrogeológica preliminar de Luanda e arredores (Angola)

G. Miguel(a, 1), L. F. Rebollo(b,2) & M. Martín-Loeches(b,3)

Projecto I "Estudo Geológico, Hidrogeológico e Ambiental de Luanda e Arredores". a - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto, Luanda (Angola). b - Departamento de Geología, Universidade de Alcalá. Madrid (Espanha). 1- [email protected];

2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: hidrogeologia; balanço hídrico; sistema aquífero Quelo-Luanda; facies hidrogeoquímica; Luanda; Angola.

O sistema aquífero Quelo-Luanda, de idade comprendida entre o Pliocénico inferior e o Rolocénico, que tem constituído nos últimos dez anos uma das principais fontes de abastecimento de água potável a alguns núcleos suburbanos e de zonas com população refugiada nos arredores da cidade de Luanda, não tinha sido objecto de estudos hidrogeológicos, devido à situação de emergência local. O objectivo principal deste trabalho de investigação é avaliar o potencial da Formação Luanda como aquífero de interesse para a satisfação pontual a determinados sectores da cidade de Luanda e arredores, assim como os riscos de contaminação das suas águas por actividade antrópica desenvolvida sobre a referida Formação.

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Modelo matemático de simulação de escoamento regional do aquífero da Luz de Tavira (Algarve-Portugal)

J. P. Monteiro(a, i), T. Stigter(a,2) & R. Martins(b,3)

a - CVRM - Univ. do Algarve, Campus de Gambelas, FCMA, Campus de Gambelas 8005-139 Faro, Portugal; b- Univ. do Algarve, CIMA, Campus de Gambelas 8005-139 Faro, Portugal. 1- [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: modelos hidrogeológicos; sistemas de informação geográfica; Algarve.

o estado actual do conhecimento acerca da: (1) geometria do domínio de escoamento; (2) condições de fronteira; (3) recarga e balanço hidrológico; (4) distribuição espacial e evolução temporal de variáveis de estado e (5) parâmetros hidráulicos, serviu de base à implementação de um modelo matemático de escoamento em elementos finitos para o sistema aquífero da Luz de Tavira. Descreve-se a metodologia empregue para incorporar esta informação no modelo construído, que se baseia na utilização de uma plataforma de compatibilidade entre o modelo e um sistema de informação geográfica, desenvolvida especificamente para realização automática das tarefas de pré e pós-processamento. Finalmente, exemplifica-se a utilização do modelo através do cálculo do balanço hidrológico regional, a partir da atribuição de valores distribuídos de recarga.

Participação do IGM na caracterização hidrogeológica e implementação das redes de monitorização do bloco de rega de Canhestros

(sistema de rega de Alqueva)

E. Paralta, A. Francés & A. Marques da Costa

Dep. de Hidrogeologia. Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Ap. 7586, 2720-866 Alfragide. [email protected].

Palavras-chave: hidrogeologia; vulnerabilidade aquífera; redes de monitorização.

o Instituto Geológico e Mineiro (IGM), em colaboração a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva (EDIA), responsável pelo Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, está a desenvolver um programa de avaliação do estado qualitativo e quantitativo das águas subterrâneas do Bloco de Rega de Canhestros (Ferreira do Alentejo), desde Junho de 2001.

As exigências agro-ambientais do actual quadro comunitário de apoio à agricultura (PAC) e a necessidade de cumprimento da legislação nacional e das directivas comunitárias no domínio da Água (i.e. Directiva Quadro da Água), determinam que os Estados-Membros da CE realizem estudos hidrogeológicos e assegurem a protecção, melhoria e reposição do bom estado químico das águas subterrâneas, prevenindo a sua poluição.

Neste contexto, o IGM está a proceder à caracterização hidroquímica sazonal da água subterrânea, avaliação da vulnerabilidade aquífera, avaliação do impacte das actividades humanas e agrícolas, elaboração de modelos numéricos de fluxo e dispersão de contaminantes e selecção da rede de monitorização operacional a incluir no futuro plano de gestão e protecção das águas subterrâneas do perímetro de rega.

Trata-se de um projecto de monitorização exemplar a nível dos empreendimentos hidroagrícolas de grande dimensão em Portugal.

Estimativa de porosidades em rochas básicas a partir de diagrafias eléctricas e nucleares através de dois métodos - um estudo comparativo

R. Rocha(l, 2\ E. Ramalho(2) & A. Andrade Afonso(l)

I - Fac. Ciências, Univ. Lisboa - Ed. C8, Campo Grande, 1700 Lisboa. 2 - Instituto Geológico e Mineiro, Apartado 7586, 2721-866 Amadora.

Palavras-chave: hidrogeologia; geofísica; diagrafias.

A estimativa de parâmetros hidráulicos dos aquíferos poderá ser efectuada com o auxílio da interpretação de diagrafias. Porém, ao contrário dos métodos geofísicos de superfície, estas apenas podem ser utilizadas em furos, e,

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VI Congresso Nacional de Geologia

mesmo esses, por vezes não têm características que permitam uma campanha que englobe a utilização de sondas eléctricas, nucleares e da coluna de fluido. Outras vezes, o orçamento disponível para a campanha não permite a mobilização de tais meios ou a paragem da equipa de sondagens durante um período de tempo mais ou menos longo. Este trabalho pretende fazer um estudo comparativo da estimativa da diagrafia da porosidade utilizando dois métodos distintos; por um lado, recorrendo às diagrafias eléctricas (resistividades normais) quando o furo se encontra desentubado e, no caso deste se encontrar entubado, à diagrafia de Neutrões.

A região onde se situa o furo em estudo tem apenas este como o único furo da região com dados de diagrafias disponíveis. Por outro lado, existem dados de uma SEV cujo centro geométrico é o furo. Assim, foi intenção proceder-se à estimativa da diagrafia da porosidade e permeabilidade no furo, para calibração das cerca de 50 SEVs efectuadas e possibilitar a sua extrapolação. A estimativa da porosidade a partir das diagrafias pode ser feita com o recurso a vários métodos empíricos, tendo a sua maior parte sido estudados para aquíferos porosos. Não é o que se passa neste caso; no entanto, tendo em conta as ferramentas disponíveis, designadamente diagrafias de Neutrões e Resistividades Normais com vários espaçamentos interelectródicos, foram testados dois métodos, cuja aplicabilidade a este caso específico vai ser discutida.

As redes de drenagem dos rios Arunca e Anços e a ocorrência de estruturas diapíricas

J. Velho

Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro, 3810 Aveiro. [email protected].

Palavras-chave: diapirismo; drenagem; tectónica; geologia; geomorfologia; hidrologia.

Neste trabalho é feita uma análise sobre a bacia inferior do rio Arunca aqui definida como sendo a área de drenagem entre Pombal e a sua confluência com o rio Mondego. Este estudo é uma contribuição para o conhecimento hidrológico e de geologia ambiental da região com vista a um planeamento adequado do seu potencial hidrológico. De facto, a ocorrência de estruturas diapíricas e de outras estruturas influenciadas pelo diapirismo modificaram a circulação hídrica não apenas à superficie, mas, também em profundidade. Depois de feito o estudo geológico e geomorfológico da região, faz-se uma análise das condições hídricas à superfície não apenas através do mapa de densidade de drenagem mas também ao nível dos parâmetros numéricos das sub-bacias de drenagem. É feita uma explicação acerca do controle estrutural dos cursos de água dos rios Arunca e Anços. Quanto a este rio faz-se uma breve abordagem das condições estruturais da zona envolvente da nascente do Anços. Finalmente, faz-se uma análise de identificação dos denominados "pontos-hidrológicos", os locais de concentração hidrológica superficial decorrente da presença de estruturas diapíricas.

A geologia regional e o controlo estrutural das nascentes termais do Grupo do Pranto (Soure)

J. Velho

Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro, 3810 Aveiro, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: fracturação; termalismo; Verride; hidroquímica.

Neste trabalho é feita a caracterização hidroquímica de quatro nascentes termominerais designadas por Grupo do Pranto (Amieira, Geiras, Bicanho e Azenha) que se localizam no bordo SW do Anticlinal de Verride. Estas nascentes localizam-se ao longo de uma falha activa estando a sua génese relacionada com uma mistura de rochas carbonatadas e de rochas evaporíticas ricas em salgema. Erigiu-se um modelo genérico capaz de explicar a sua origem relacionando o diapirismo, que afectou profundamente esta região, com o sistema de fracturas e de falhas associadas àquele fenómeno. Associa-se a este factor a identificação de várias estruturas de forma circular, na zona entre Abrunheira e Verride, indiciadoras de prováveis estruturas salíferas em profundidade.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Recursos geológicos

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Controlo morfológico na avaliação de reservas

J. A. Almeida

CIGA, FCT/UNL, 2829-516 Caparica. [email protected].

Palavras-chave: avaliação de reservas; controlo morfológico; acumulação; possança.

Em inúmeros depósitos minerais, a distribuição de teores na transição entre as várias formações geológicas presentes é, normalmente, abrupta ou mesmo irregular. Nestes casos, a avaliação de reservas e a quantificação local de parâmetros de qualidade têm de tomar em conta a existência das heterogeneidades que condicionam as transições bruscas de teores da variável em estudo, no espaço.

As metodologias de avaliação geoestatística de reservas com controlo morfológico combinam simultaneamente a inferência espacial de um atributo com a sua classificação morfológica em diferentes unidades, de modo a incorporar nos modelos de distribuição de teores a informação morfológica de cada formação geológica envolvida.

Neste artigo é apresentada uma metodologia de avaliação de reservas por estimação geoestatística, que tem em conta as zonalidades espaciais resultantes da génese dos jazigos e que se traduz por transições abruptas de teores entre as diversas formações geológicas. Embora o desenvolvimento desta metodologia seja apresentado para duas fases geológicas, a generalização para uma situação multifásica do ponto de vista morfológico é imediata. Essa metodologia é ilustrada na avaliação de reservas de diamantes num jazigo aluvionar, envolvendo a estimação da possança e acumulação em duas unidades geológicas.

Cartografia geológica em países tropicais. Metodologia de trabalho na Guiné-Bissau

Paulo H. Alves (I) & Heitor de Carvalhot

I1CT - Instituto de Investigação Científica Tropical, Centro de Geologia, Alameda Afonso Henriques, 41 - 4° D, 1000-123 Lisboa, Portugal. 1 - [email protected].

Palavras-chave: Guiné-Bissau; Bacia do Senegal; PALOP; cartografia geológica; África.

Entre 1991 e 2001 decorreu o Projecto de Cartografia Geológica (IICT, Portugal; Direcção Geral de Geologia e Minas, Guiné), que publicará a carta geológica deste país. Características próprias do país e condicionantes devidas aos meios envolvidos e ao Projecto, determinaram a adopção de métodos de trabalho particulares.

A Guiné Bissau caracteriza-se por uma aparente monotonia geológica, com presença constante de solos avermelhados e lateritos, dispersos numa vegetação densa que apenas se reduz na época seca. É um país muito aplanado, em que menos de 8 % do território tem cota superior a 100 m e em que a rede hidrográfica é muito penetrativa e com extensas áreas de lodos, areias e mangaI. A metade leste da Guiné-Bissau é constituída por um substrato paleozóico e precâmbrico que aflora apenas em cerca de 5% da área do país, . devido a coberturas cenozóicas de espessura até 30m; na metade oeste ocorre a Bacia Mesocenozóica, relacionada com a flexura continental da abertura do Atlântico. Os afloramentos e pontos de observação são assim raros e com quase total ausência de barreiras para cortes geológicos, o que dificulta a definição da coluna litostratigráfica e a colheita de amostras, pelo que foram desenvolvidos métodos de trabalho apropriados, destacando-se: 1. Implementação gradual de uma técnica de descida em poços artesanais de captação de água, o que permitiu amostrar as camadas litológicas atravessadas. 2. Acompanhamento de projectos de sondagens para captação de água, de forma a obter amostras mais profundas. 3. Consulta de todos os logs de sondagens e poços efectuados no país, sendo seleccionados 1400 para definir e delimitar unidades litostratigráficas. 4. Pesquisa de novos afloramentos e barreiras, recorrendo a inquérito aprofundado na maioria das aldeias, o qual permitiu comprovar ou localizar ocorrências e unidades. Foi consultada toda a informação existente na DGGM, sendo integrados os estudos empreendidos por outras entidades, com relevo para dados de pesquisa mineira, pesquisa de hidrocarbonetos, hidrogeologia e detecção remota, sendo ainda estudada a correlação geológica com os países vizinhos.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Mineralogy and geochemical characteristics of different superimposed mineralisations at the Enfermarias prospect

(Moura, Portugal)

M. BarrosoCa, 1), A. MateusCa, b, 2), J. FigueirasCa, b, 3), R. MartinsCa,4) & V. OliveiraCc)

a - Centro de Recursos Minerais, Mineralogia e Cristalografia (CREMINER), Fac. Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal b - Dep. Geologia, Fac. Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal; c - Instituto Geológico e Mineiro, Beja, Portugal

1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Key-words: sulphide ores; ore-systems superposition; mineralisation reworking; Ossa Morena Zone; mineral exploration.

The Enfermarias prospect, located in the Magnetite-Zinc Belt of the Ossa-Morena Zone, has five different mineralisation types, preferentially hosted in basal horizons of the D%mitic Formation (Lower Cambrian). The most important mineralisation of this hidden prospect is mainly composed of pre-metamorphic pyrite and sphalerite massive aggregates. During metamorphic retrogradation, rather massive aggregates of pyrite and magnetite were generated, accompanied by new sulphide disseminations (veins/veinlets) resulting from ore remobilisation or from new metal inputs in the system (Pb, Cu, Ag, As and Sb). These inputs are also responsible for the development of new mineral assemblages in the pre-metamorphic ores. The later development of pyrite and chalcopyrite aggregates, in fault breccias and veins or bands, is related to the evolution of sub-vertical strike-slip fault zones and records an independent Cu ore-forming system. The Enfermarias ores are thus a result of several different and largely unrelated superimposed events, the earlier ones having been much reworked. Simple geochemical indices may be used to detect and evaluate the mineralised domains without prior knowledge of their detailed mineral assemblages.

Breve panorâmica sobre os recursos geológicos não metálicos de Timor Leste

Jorge Carvalho(I) & Vítor Lisboa(2)

Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, 2721-866 Alfragide. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: recursos geológicos; Timor Leste.

Em termos geológicos, Timor Leste apresenta uma grande diversidade litológica. A ausência de cartografia detalhada do território, em conjunto com a situação social e política que aí se verificou nos últimos anos, levou a um quase total desconhecimento das suas potencialidades. Em termos de recursos geológicos, os principais interesses têm estado sempre relacionados com a temática do petróleo ou, de forma minoritária, com os recursos dos chamados minerais metálicos.

A existência de recursos em matérias primas vocacionadas para a indústria da construção civil e obras públicas constitui, à semelhança do que acontece com a grande maioria das nações, um factor fundamental à reconstrução e desenvolvimento económico e social de Timor Leste. Tendo em conta trabalhos geológicos desenvolvidos pelos autores em território timorense e a rara bibliografia existente sobre o assunto, constatam-se francas potencialidades em calcários para fins ornamentais e para a indústria do cimento e/ou da cal e potencialidades em argilas para a cerâmica estrutural. As rochas ígneas intrusivas e as areias e cascalheiras fluviais constituirão a principal fonte de agregados a este nível.

Face à natureza, grande diversidade litológica e distribuição temporal das unidades geológicas que ocorrem em Timor Leste, é de admitir a existência de abundantes e diversos recursos em rochas e minerais industriais. A sua revelação dependerá da execução de trabalhos de prospecção a grande escala para tal vocacionados.

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

Calcários ornamentais de Beheda (Timor Leste)

Jorge Carvalho(l) & Vítor Lisboa(2)

Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, 2721-866 Alfragide. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: calcários ornamentais; Timor Leste.

Nas imediações da pequena aldeia Beheda, junto à estrada Dili - Manatuto, em Timor Leste, afloram as Formações de Aileu, de Maubisse e Wai Luli, conforme a cartografia de Audley Charles publicada em 1968. As duas primeiras são unidades alóctones datadas do Pérmico e assentam sobre a Formação Wai Luli, autóctone e datada do Triássico sup. - Jurássico méd ..

Os estudos agora efectuados permitiram revelar a presença de calcários com aptidão para fins ornamentais que fazem parte da Formação de Maubisse. Coexist6m duas fácies principais, sendo a primeira predominante e com maior interesse económico: calcários biocalciclásticos ricos em restos de crinóides, de grão médio a grosseiro (calcarenitos), cimento esparitico e tons rosados a cremes; calcários micríticos a microsparíticos com bioclastos dispersos, de tons acinzentados escuros a claros. Afloram em espessas camadas subhorizontais, maciças e muito pouco fracturadas. Os recursos disponíveis deverão rondar os 300 000 m3

Estão em curso trabalhos tendentes à adequada caracterização litológica e tecnológica destas fácies. Resta determinar a distribuição cartográfica detalhada dos litotipos presentes.

Esta área reveste-se também de importância para a compreensão das relações existentes entre as duas unidades alóctones presentes e respectivos sentidos de movimentação; temática ainda em debate para a compreensão da evolução geodinâmica do território timorense.

Jazigos de ouro associados à orogenia hercínica no Maciço da Boémia (República Checa)

J. Correia

Département de Géologie, Faculté des Sciences de l'Université d'Orléans, R. des Chatres-BP 6759-45067 Orléans. Bureau de Recherches Géologiques et Minieres, 3 Av. C. Guillemin-BP 6009-45060 Orléans. [email protected].

Môts-clé: Massif de Boheme; districts aurireres; complexe plutonique de Boheme centrale; zone de cisaillement de Boheme centrale.

La partie tcheque du Massif de Boheme est une région remarquable vis à vis du nombre des districts aurireres (Jílové, Psí Hory - CelinaIMokrsko, Krasna Hora, Kasperské Hory) des typologies de gisements (bas grade métamorphique/ haut grade) et des associations métallireres (Au-W-Mo, Au-Ag, Au-Sb). Cette étude concerne les gisements appelés classiquement "mésothermaux" ou plus récemment nommées "orogéniques".

La corrélation d'un pic métallirere dans des zones différentes de la chame hercynienne paralt difficile vue les datations obtenues pour le Massif de Boheme (~340 M.a.) et les datations pour le Massif Central Français et le MassifIbéro-Armoricain (~300 M.a.).

Le complexe plutonique de Boheme centrale est un corps granitique composite qui fait plus de 100 Km de long, de direction NE-SW et daté à ~350 M.a. Dn lien entre la mise en place des minéralisations et de la zone de cisaillement de Boheme centrale a été soupçonné.

Mina de Banjas: controlo das mineralizações auríferas pelas alternâncias do Arenigiano

H. Couto(a, I), G. Roger(b), Y. Moelo(c,2) & F. Sodré Borges(a,3)

a - Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Centro de Geologia da Universidade do Porto. Praça de Gomes Teixeira. 4099-002 Porto. Portugal. b - CNRS URA 736 (FR CNRS-UPMC nO 32), Université P. et M. Curie, 75252 Paris Cédex 05,

France. c - Laboratoire de Chimie des Solides; Institut des Matériaux (UMR CNRS-Université n° 110),44072 Nantes Cédex 03, France. 1- [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]

Palavras-chave: Arenigiano; níveis vulcano-sedimentares; camadas negras; veios de quartzo; mineralizações auríferas.

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As mineralizações do tipo Au-As são estritamente controladas pela sequência de alternâncias do Arenigiano, caracterizadas pela presença de intercalações de sedimentos gresosos de cor clara e sedimentos pelíticos de cor mais escura, finamente bandados com indícios vulcanogénicos e de camadas negras com matéria orgânica. Na mina das Banjas este tipo de mineralização está bem representado. A possível relação genética entre as mineralizações auríferas e as alternâncias do Arenigiano em que foram assinaladas camadas negras com veios de quartzo interestratificados (Combes et aI., 1992; Couto, 1993) pode ter sido condicionada por três factores principais: 1. Características mecânicas dependentes da competência das rochas 2. Reacção topoquímica entre os fluidos mineralizantes e a sequência de alternâncias do Arenigiano, mais particularmente a camada negra com matéria orgânica (grafitóides) e sulfuretos disseminados (pirite e arsenopirite) 3. O terceiro mecanismo possível para comprovar a importância deste controlo litoestratigráfico é a existência de pré-concentrações metálicas na sequência de alternâncias do Arenigiano: Au - 30 ppb, Sb - 16 ppm, Pb - 0,7 % (Couto, 1993). A arsenopirite, dos veios de quartzo interestratificados, difere da arsenopirite epigenética, pelo mais baixo teor em arsénio. Tal composição pode indicar temperaturas de deposição mais baixas, mas também pode ter resultado de uma elevada ~S2) devida à abundância de enxofre na matéria orgânica presente no ambiente de deposição. As camadas negras mostram também evidências de uma origem detrítica (Couto, 1993) podendo parte do ouro poderá ser proveniente da margem da bacia e concentrado pela matéria orgânica.

Caracterização do mármore Marinela (Estremoz, Zona dos Mármores)

E. Filipe(a, b, 1), V. Lamberto(c, 2) & P. S. Caetano(b,3)

a - Geoware, L.da, Apartado 223, 7160-999 Vila Viçosa, Portugal.. b - Centro de Investigação em Geociências Aplicadas, Univ. Nova de Lisboa, Q.ta da Torre, 2829-516 Caparica, Portugal. c - Dep. de Geociências, Univ. de Évora, Rua Romão Ramalho, 59, 7002-554 Évora, Portugal.

1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]

Palavras-chave: tipo comercial Marinela; rochas ornamentais; zona dos mármores.

O mármore Marinela ou Glória Dourado constitui uma variedade comercial de rocha ornamental rara: trata-se de um calcário cristalino com grão médio a fino, de tonalidade predominantemente escura, cinzento-azulada, por vezes mais clara (azul), recortado por veios calcíticos amarelo-dourados de espessura variável e frequência significativa. Esta variedade de mármore ocorre no flanco SW do Anticlinal de Estremoz (Zona dos Mármores) numa estreita faixa de cerca de 2,5 km de extensão por 400 m de largura, a SE da cidade de Estremoz. As características muito particulares do mármore Marinela conferem-lhe um carácter exótico responsável pelo interesse demonstrado por importantes mercados. O objectivo principal do presente trabalho consiste em efectuar uma caracterização pormenorizada deste tipo litológico de mármore, em particular dos seus parâmetros ornamentais.

Para este efeito procedeu-se a trabalhos de campo em que foi realizada cartografia de pormenor na escala 1/5000. Efectuaram-se também estudos detalhados numa· antiga pedreira que explorou o tipo Marinela com levantamento da fracturação, recolha de amostras e caracterização de um parque de blocos abandonados que se encontra junto à pedreira. Nestes blocos foram registadas medidas de blocometrialvolumetria e observações dos parâmetros ornamentais cor, venagem e sanidade. Apresenta-se o tratamento estatístico efectuado sobre estes dados que permite retirar as seguintes conclusões principais: o material com cor escura é o mais venado; as maiores volumetrias correspondem ao material com cor mais clara e menos venado; o mármore mais são apresenta-se menos venado. De uma forma geral, conclui-se que o mármore escuro apresenta-se mais venado embora menos são, além de proporcionar volumetrias mais reduzidas.

Depósitos cenozóicos do planalto mirandês (Trás-os-Montes) Potencialidades dos recursos minerais não metálicos

L. Gonçalves(l), M. I. C. Alves & D. I. Pereira

Projecto POCTIICTAl3865912001 "O Terciário de Portugal centro-norte: análise de bacias, estratigrafia e recursos". Departamento de Ciências da Terra, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga. 1 - [email protected].

Palavras-chave: recursos geológicos não metálicos; aluvial; Cenozóico; Trás-os-Montes.

Em Trás-os-Montes, os depósitos cenozóicos constituem reservas em recursos minerais não metálicos, recursos esses de elevada importância socio-económica, sendo utilizados na construção civil, obras públicas e várias

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

indústrias, como a indústria cerâmica. Apresenta-se neste trabalho uma síntese das potencialidades dos depósitos que ocorrem no planalto mirandês, na região entre Vimioso e Sendim. Gerados na dependência de sistemas aluviais, relacionados com a evolução da drenagem durante o Cenozóico, estes depósitos possuem grande diversidade dimensional, podendo ser alvo de exploração quer das unidades mais grosseiras, fornecendo areias e seixos, quer das unidades lutíticas argilosas, para a indústria cerâmica. Até ao momento, eles têm sido apenas explorados pelas argilas, em Sendim, não utilizando os materiais mais grosseiros. Este facto leva ao não aproveitamento de todas as potencialidades dos recursos destes depósitos, à semelhança do que acontece nos areeiros da região de Macedo de Cavaleiros, onde a matriz lutítica e até as unidades mais argilosas são desprezadas. Uma exploração selectiva dos vários materiais, recorrendo a tecnologias de processamento adequadas e tendo por base a caracterização químico­mineralógica e tecnológica e a classificação tipológica desses materiais, bem como a definição do seu modo de jazida, poderá contribuir largamente para a valorização dos recursos geológicos não metálicos do planalto mirandês.

The rock excavated phenomena of the Eastern Rhodope Mountains -mysteries and reality

R. Gyurov

New Bulgarian University, 21 Montevideo St., Sofia 1618, Bulgaria. [email protected].

Key-words: rock phenomena; ancient human activity; new hypothesis.

A new hypothesis is presented about the rock excavations in the Eastern Rhodope Mountains in Bulgaria. Until now these phenomena have been described as religious sites of the ancient people. A new hypothesis views these sites in relation to economic activity, particularly extraction of gold, lead, alum and other metaIs. It assumes that the primary factor was the economic motivation that later resulted in using the area for religious practices.

Cartografia temática do georrecurso "brecha algarvia"

P. Henriques(a, 1), S. Machado(b), R. Quartau(a), J. Carvalho(a) & G. Manuppella(b)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Dep. Prosp. Rochas e Minerais não Metálicos, apartado 7586, 2721-866 Alfragide. b - Instituto Geológico e Mineiro, Departamento de Geologia, apartado 7586, 2721-866 Alfragide.1 - [email protected].

Palavras-chave: "brecha algarvia"; rochas ornamentais; Algarve.

A exploração da "brecha algarvia" assume especial relevo no panorama da indústria extractiva das rochas ornamentais carbonatadas, na região do Algarve, devido à sua singularidade mas também à reduzida dimensão deste sector industrial naquela região. Integrado num projecto de valorização deste recurso, o Instituto Geológico e Mineiro executou um conjunto de estudos de índole geológica visando a individualização espacial e a caracterização da unidade geológica que o produz: a Formação Cerro da Cabeça. Esta formação do Kimmeridgiano inferior aflora exclusivamente no Algarve Oriental, na região entre Tavira e S. Brás de Alportel, ao longo de aproximadamente 30 km2

• É constituída por calcários bioclásticos, intraclásticos, com aspecto brechoi.de, apresentando-se em tons de rosa, creme e castanho.

A metodologia deste trabalho, na temática das rochas ornamentais, assentou essencialmente sobre: - Cartografia litológica e estrutural, dando atenção à variação de factores como a litologia, a cor e textura da

rocha, e a intensidade da fracturação e da carsificação; . - Execução de uma campanha de sondagens visando o conhecimento das caracteristicas litológicas da rocha em

profundidade e o estabelecimento de correlações, quando possível, entre as diferentes sondagens; - Estudos de fracturação nas pedreiras e sobre os testemunhos das sondagens. Este conjunto de estudos permitiu delimitar duas zonas com aptidão preferencial para a exploração do recurso

"brecha algarvia": uma na região de Sto. Estêvão, concelho de Tavira, com cerca de 44,2 ha, e outra a Sul de Mesquita, concelho de S. Brás de Alportel, com aproximadamente 88,8 ha, para onde se calcularam valores de tonelagem disponível de 16 e 26 milhões de toneladas, respectivamente.

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Geological setting and magnetite-ore genesis at the Corujeiras prospect (Beja district, Portugal)

A. Jesus(l) , A. Mateus(a,2) & V. Oliveira(b,3)

CREMINER, Centro de Recursos Minerais, Mineralogia e Cristalografia da Fac. Ciências da Univ Lisboa, Portugal; a - Dep. Geologia da Fac. Ciências da Univ. Lisboa, Portugal; b - Instituto Geológico e Mineiro, Beja, Portugal.

I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Key-words: Fe-skarn; calc-silicate rocks; Beja Igneous Complex; Ossa Morena Zone.

At Corujeiras (NE ofBeja), several types ofintermediate and felsic igneous rocks belonging to the Beja Igneous Complex intrude Pre-Variscan magnesian marbles and strongly deformed quartz-feldspathic rocks. A small Fe(­Mg)-skarn is shown to develop along the contact of hydrous (qtz-)monzonitic rocks with marbles, leading to extensive mgt formation. A pro grade stage of nearly isochemichal metasomatism is responsible for an anhydrous mineral assemblage ifo :1: hc) in the endoskarn at :::; 540°C along with the formation of diopsidic hornfels (:1: Hc) in the exoskarn. The onset of ore deposition correlates with a late-prograde stage (:::; 420°C), when highly reactive Fe­Si-rich fluids are introduced in the endoskarn, leading also to the development of serpentine mineraIs (:1: chn :1: ves :1: czo/ep). Late retrograde stages are responsible for extensive phyllosilicate (phl :1: chI) and minor amphibole (tr :1: cum) formation in the exoskarn, as well as for the hydration of the remainingfo in the endoskarn. Evidence of minor sulphide dissemination (po :1: cpy :1: py :1: sph), mostly in the endoskarn, exists and is also correlative of this evolving stage. The waning stages ofhydrothermal activity are recorded by fracture-controlled carbonate infillings and strong hydrolysis of primary feldspars in the igneous rocks.

A zonação mineralógica do filão principal da mina de Bajoca no campo aplitopegmatítico de Almendra (Nordeste de Portugal)

A. M. C. Lima(a, 1), C. Almeida(b,2) & F. Noronha(a, 3)

Dissertação de mestrado em Prospecção e Avaliação de Recursos Geológicos da FCUP. a - Centro de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto - Pr. Gomes Teixeira, 4099-002 Porto. b - Felmica, Mina da

Bajoca, Almendra. I - [email protected]; 2 - [email protected] 3 - [email protected].

Palavras-chave: aplitopegmatito; petalite; lepidolite; zonação; Bajoca, Almendra.

o filão pegmatítico da mina de Bajoca é o filão principal de uma exploração a céu aberto para fornecer a Indústria Cerâmica, embora tenha sido uma mina de estanho no século passado. Estende-se ao longo de 700 metros com possanças variando entre. alguns metros e mais de 30 metros nas zonas mais possantes. É claramente intrusivo nos metassedimentos do Complexo Xisto-Grauváquico, apresentando uma orientação geral NIO° com um mergulho variando entre 30° e 45° para oeste.

No âmbito de trabalhos de investigação no filão principal de Bajoca, foi posta em evidência a presença de minerais de lítio, principalmente sob a forma de petalite, mas também de montebrasite-ambligonite, que aparece como mineral acessório, em cristais milimétricos. A petalite por sua vez ocorre sob a forma de massas microcristalinas de cor branca ou em cristais centimétricos com clivagem perfeita segundo (001). É um mineral essencial numa área perto do tecto deste filão, que é assim considerado zonado em termos de lítio, uma vez que a . muro é praticamente estéril, verificando-se um enriquecimento significativo para tecto.

Estes pegmatitos com elementos raros são segundo a classificação de Cerny, da família LCT (Li, Cs, Ta). São do tipo complexo, sendo os referidos em primeiro lugar do subtipo lepidolite, enquanto o filão principal de Bajoca é do subtipo petalite.

A ocorrência de petalite como fase litinífera dominante em vários filões do campo aplitopegmatítico do Barroso-Alvão

A. M. C. Lima(a, I), R. C. Vieira(a,2>, T. C. Martins(a,3), F. Noronha(a,4) & B. Charoy(b,5)

Projecto POCTVCT A/39659/200 I (Estudos Pluridisciplinares para a Potenciação da Espodumena dos Aplitopegmatitos como Fundente Litinífero para a IndústrÍa Cerâmica) FCT.

a - Centro de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Pr. Gomes Teixeira, 4099-002 Porto. b - CRPG, BP 20,54501 Vandoeuvre Cedex (França). I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected];4- [email protected].

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Palavras-chave: aplitopegmatito; petalite; espodumena; lepidolite; Barroso-Alvão.

o campo aplitopegmatítico do Barroso-Alvão (Norte de Portugal) era conhecido até ao momento pela abundância de filões ricos em espodumena, com raras ocorrências de petalite e eucriptite como minerais acessórios, para além de raras ocorrências de lepidolite. No âmbito de um projecto de investigação financiado pela FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia), foram descobertos vários filões em que a petalite aparece como a fase litinífera dominante. Segundo a classificação de Cemy, tratam-se de pegmatitos com elementos raros, da família LCT (Li, Cs, Ta). São do tipo complexo, sendo conforme a fase litinífera dominante, do subtipo espodumena, do subtipo lepidolite e do subtipo petalite. A distribuição espacial destes diferentes subtipos é grosso modo, os de lepidolite a NW, os- de espodumena a N e NE e os de petalite a SW. Existem em zonas intermédias, filões com petalite e espodumena, sendo um destes minerais fortemente dominante relativamente ao outro. Os filões com petalite dominante, que não tinham sido descritos até ao presente estudo, são constituídos basicamente por feldspatos (cerca de 40%, sendo maioritária a ortoclase em relação à albite), petalite (aproximadamente 30%) e quartzo (25%). Como minerais acessórios (5%) temos algumas micas brancas, montebrasite, apatite, turmalina e cassiterite para além de minerais de argila e óxidos de Fe e Mn. Os cristais de petalite são centimétricos e apresentam uma clivagem perfeita carac;terística segundo (001). A descoberta destes filões ricos em petalite põe em evidência mais um mineral industrial que tal como a espodumena é potencialmente explorável no campo Barroso­Alvão.

Cartografia temática e breve caracterização dos depósitos argilosos nos terraços fluviais de Aileu (Timor Leste)

J. V. LisboaCa, 1), J. CarvalhoCa,2), Álvaro OliveiraCb,3), C. Carvalho(b, 4) & J. GradeCb,5)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Bairro do Zambujal, 2721-866, Alfragide. b - Laboratório do Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, 4466-956, S. Mamede de Infesta. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 -

[email protected]; 5 - [email protected].

Palavras-chave: depósitos argilosos; terraços fluviais; Aileu; amostragem; recursos.

Efectuou-se a cartografia litoestrutural dos depósitos argilosos nos terraços fluviais de Aileu (Timor Leste) e respectiva amostragem, com vista a uma primeira caracterização e avaliação das potencialidades daqueles depósitos. Estes constituem níveis de areia fina, silte e argila, de cor branca amarelada ou acinzentada. As argilas amostradas são ilito-quartzo-cauliníticas com interestratificados de ilite-vermiculite em teores acessórios, ocorrendo também feldspato potássico.

Os níveis argilosos têm estrutura tabular, estão confinados e nos locais onde não afloram, têm uma cobertura pouco espessa de terraço, com possibilidade de desmonte. Considerando algumas condicionantes, (espessura, a superficie ocupada pelos depósitos e perdas de rendimento), admite-se um volume para os recursos da ordem dos dois milhões de metros cúbicos. Estas argilas têm aptidão no sector da cerâmica do barro branco.

Contribuição para o conhecimento das argilas da "Bobonaro Scaly Clay" e suas potencialidades na região de V enilale (Timor Leste)

J. V. LisboaCa, 1), J. CarvalhoCa,2\ Álvaro OliveiraCb,3), C. CarvalhoCb,4) & J. GradeCb,5)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Bairro do Zambujal, 2721-866, Alfragide. b - Laboratório do Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, 4466-956, S. Mamede de Infesta. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected];

4 - [email protected]; 5 - [email protected].

Palavras-chave: argilas; Bobonaro Scaly Clay; Venilale; amostra; esmectites; recursos.

Efectuou-se o levantamento geológico de uma área de afloramento da formação Bobonaro Scaly Clay (Miocénico médio) em Venilale. A mineralogia das amostras revelou argilas constituídas por ilite, caulinite, quartzo e esmectite, por ordem decrescente de teores; em percentagem acessória ocorrem feldspato potássico, plagioclase, gesso e hematite. Não existem variações significativas na composição mineralógica das amostras. A natureza essencialmente esmectítica destas argilas, referida noutros trabalhos, não se confirmou. A possibilidade de aplicação

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VI Congresso Nacional de Geologia

destas argilas em cerâmica estrutural é condicionada pela adição de areia, devido ao excessivo teor de esmectites. Considerando correcções várias ao cálculo de recursos, admite-se que estes deverão rondar os 9.000.000 m3

, na área cartografada.

Mineralizações de estanho tardi-hercínicas: o alinhamento Panasqueira - Pedra Alta

A. Lourenço

Centro de Geologia da Universidade do Porto, Praça de Gomes Teixeira, 4099-002 Porto, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: tectónica tardi-hercínica; jazigo da Panasqueira; jazigo de Pedra Alta; mineralizações de Sn.

Os jazigos de Panasqueira, Pedra Alta e Góis constituem um alinhamento de direcção W-E (Carvalho, 1974). No presente trabalho são apresentadas as mineralizações de estanho existentes nos jazigos de Panasqueira e Pedra Alta.

No que se refere ao jazigos de Panasqueira (sector de Barroca Grande) é referenciada a existência de uma segunda geração de cassiterite, posterior ao estádio principal dos sulfuretos, cujo modo de ocorrência mais comum é em fracturas ou reaberturas dos filões de quartzo sub-horizontais mineralizados em volframite. Esta mineralização encontra-se intimamente associada a uma intensa turmalinização e moscovitização e a uma calcopirite mais tardia. A análise microtermométrica e análise Raman revelaram fluidos associados à primeira geração de cassiterite, são de natureza aquo-carbónica de salinidade baixa a moderada.

A mineralização de cassiterite do jazigo de Pedra Alta (Argemela) encontra-se instalada fracturas de filões de quartzo subverticais deformados, associadas a uma abundante moscovite. A análise microtermométrica e análise Raman revelaram que os fluidos associados a esta mineralização são essencialmente aquosos.

É proposta uma génese semelhante para estas mineralizações, não derivadas directamente de fluidos magmáticos mas sim derivadas de fluidos externos ao sistema magmático que vão interagir com este, numa fase tardi a pós magmática. A sua instalação, num regime frágil, foi condicionada por um campo de tensões em que a tensão máxima se encontrava orientada W-E e a mínima N-S, durante as fases tardias da orogenia.

Caracterização da densidade linear de fracturação de núcleos de exploração de mármores no anticlinal de Estremoz

A. G. Luís(a, I), P. Henriques(a), P. Falé(a>, S. Sobreiro(b), J. Saúde(b) & C. Vintém(a)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, apartado 7586, 2721 - 866 Alfragide. b - CEV ALOR, Estrada Nacional nº4, km 158, apartado 48, 7150 - 999 Borba. 1- [email protected].

Palavras-chave: Anticlinal de Estremoz; mármores; geoestatística; densidade linear de fracturação.

A actual situação do anticlinal de Estremoz no panorama da exploração de rochas ornamentais, impõe a necessidade de um amplo conhecimento das características geológicas da jazida, ferramenta essencial para o estabelecimento de um eficaz plano de ordenamento regional. Nesse sentido o CEV ALOR e o IGM estão a desenvolver em três das UNOR (Unidades de Ordenamento) definidas no PROZOM (Plano Regional de Ordenamento da Zona dos Mármores), respectivamente UNORl - Estremoz, UNOR2 - Borba e UNOR3 - Vigária, trabalhos conducentes à classificação dos mármores, por níveis de aptidão à extracção.

Num primeiro passo, complementa-se a cartografia geológica de pormenor com a identificação, caracterização e georeferenciação de 8709 fracturas que intersectam 7692 m de perfis, realizados em 620 frentes de 58 pedreiras e em 14 sondagens. Numa segunda fase, efectua-se o calculo da variável regionalizada densidade linear de fracturação (nº fracturas/m), em troços com comprimentos homogéneos. Segue-se a estimação da densidade linear de fracturação por krigagem ordinária, em blocos de 25 x 25 m2 de base e altura variável (de acordo com a distribuição vertical dos dados de cada área). Desta estimação resulta, para cada área, um mapa com os valores estimados com a sobreposição dos limites geológicos dos mármores.

Como resultado da parametrização da densidade linear de fracturação obtém-se uma distribuição dos dados em classes representativas de diferentes graus de fracturação que, cruzados com a restante informação, permitirão definir um mapa com as diferentes susceptibilidades de aproveitamento económico do recurso.

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Incorporação de informação qualitativa na estimação de reservas minerais. Aplicação ao jazigo aurífero de Covas de Castromil

A. G. LuÍs(a, I) & A. J. Sousa(b,2)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal apartado 7586 - 2720 Alfragide. b - Instituto Superior Técnico, Centro de Geo-Sistemas, Av. Rovisco Pais, 1096 Lisboa Codex. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: infonnação auxiliar; estimação multivariada; índices de síntese.

A metodologia apresentada neste trabalho pretende estimar a distribuição espacial dos valores de uma variável quantitativa, principal, através da combinação de infonnação própria com infonnação auxiliar quantitativa e qualitativa. Nesse sentido, numa primeira fase são calculadas variáveis de síntese da infonnação auxiliar, que viabilizam a estimação dos valores da variável principal em dois tempos: primeiro, utilizando as variáveis de síntese para estimar classes da variável principal, a que se segue a utilização dessas classes para condicionar a estimação dos valores da variável principal.

Os valores obtidos pela metodologia são aferidos através de testes de validação, realizados numa aplicação prática da metodologia ao jazigo aurífero de Castromil. Como'infonnação auxiliar, são utilizados os teores de Ag e as classificações das litologias e cores dos materiais atravessados pelas sondagens de reconhecimento.

A comparação entre os resultados obtidos por vários processos de estimação coloca em evidencia a maior precisão conseguida pela metodologia proposta na reprodução dos valores amostrais. Precisão que caracteriza também a estimação do teor em Au nos blocos de desmonte, uma vez que a metodologia conduz a uma menor atenuação nas caudas da respectiva função de distribuição, e a uma dispersão espacial mais realista.

Simulação da morfologia de canais de areia em ambientes fluviais

J. J. LuÍs(a, I), A. Soares(a,2) & J. A. Almeida(b,3)

CMRP, Instituto Superior Técnico, Av. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa. b - CIGAJFCT-UNL, 2829-516 Caparica 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: Simulação morfológica; reservatórios fluviais; canais de areia; modelo pixel-based.

Neste trabalho apresenta-se uma metodologia de modelização da morfologia interna de reservatórios petrolíferos em ambientes fluviais, cujo objectivo é a caracterização por um modelo matemático, o mais realista possível, do ambiente de circulação de fluidos no interior do reservatório.

Regra geral, os reservatórios não são constituídos apenas por um tipo de canais de areia (sistema binário) mas sim por vários tipos de canais de areia (morfologicamente é um sistema multifásico). Este facto origina dificuldades acrescidas na interpretação geológica dos ambientes fluviais, que se revelam posterionnente nas etapas de validação. Com a abordagem de modelização proposta (do tipo pixel-based) as variáveis intervenientes são tratadas do ponto de vista estocástico como variáveis categóricas ou discretas. O objectivo final do estudo é a produção de imagens equiprováveis, discretizadas no espaço por pixels, que descrevam em toda a área do reservatório a ocorrência de cada um dos tipos de morfologia intervenientes em reservatórios fluviais (por exemplo, canais de areia com diferentes parâmetros morfológicos de dimensões, crevasses).'

A infonnação de base para um trabalho de modelização deste tipo é a seguinte: infonnação litológica nos poços (cores e logs), histograma global das direcções dos canais de areia (medições nos poços por depmeter, modelo conceptual do reservatório).

Esta metodologia de modelização é ilustrada numa das unidades geológicas de um reservatório petrolífero fluvial em que intervêm dois tipos de canais de areia: simples e complexos.

Rainbow hydrothermal Vent Field (37°N-36°N; 34°5'W-33°4'W): new data concerning the mineralization processes

A. F. A. Marques(a, 1) & F. J. A. S. Barriga(b,2)

Project SEAHMA (FFCULIFCT, PDCTMlPIMAR/1528111999). a - CREMINER, Univ. de Lisboa, Fac. de Ciências, Dep. de Geologia, Piso 5, 1749-016 Campo Grande, Lisboa, Portugal. b - CREMINER and GeoFCUL. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Key-words: Rainbow Vent Field; serpentinites; ultramafic; massive sulfides; Co/Ni ratio.

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VI Congresso Nacional de Geologia

The Rainbow Vent Field is a serpentinized ultramafic rock-hosted hydrothennal system. Non-mineralized serpentinites are gradually destroyed and replaced by sulfides in adense net of veins that culminates with the fonnation of massive sulfides at the seafloor subsurface. Detailed petrography and mineral chemistry indicate gradually decreasing temperatures of sulfide fonnation from the stockwork towards the massive sulfides due to approaching of seafloor conditions. One also can find that the Co/Ni ratio variation in sulfides from the stockwork samples towards the massive sulfides appear to reflect the fluid evolution during the upflow into the seafloor.

Indicadores de desenvolvimento sustentável: sua aplicabilidade na indústria extractiva

Luís Martins

Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Bairro do Zambujal, 2721-866 [email protected].

Palavras-chave: indústria extractiva; desenvolvimento sustentável; indicadores; União Europeia.

A indústria extractiva da Europa dos 15 tem vindo nos últimos anos e na maioria dos casos, a mudar a sua atitude relativamente à exploração dos recursos minerais, o que se reflecte numa cada vez maior preocupação com os aspectos ambientais e sociais com ela relacionados. Sem esquecer que a vertente económica deste sector continua e continuará a ser determinante no seu desenvolvimento, a Comissão Europeia tem de algum modo materializado esta postura através de várias acções dinamizadas pela DG Empresa, nomeadamente pelo "Raw MateriaIs Supply Group". Neste grupo destaca-se a contribuição dada pela Associação de Serviços Geológicos Europeus, os "Eurogosurveys" e pela sua rede temática "MineraIs Policy Sector", que têm estado representados numa equipa de trabalho constituída para defmir indicadores de desenvolvimento sustentável aplicáveis à indústria extractiva Europeia. O futuro uso destes indicadores será fundamental para assegurar um maior equilíbrio entre os pilares económico, social e ambiental onde assenta o conceito de desenvolvimento sustentável, servindo para qualificar o desempenho das diferentes empresas do sector extractivo no desenvolvimento das suas actividades.

RecrystaIlised (Fe-)Zn-Pb ores of tbe Portel-Ficalbo region (Ossa Morena Zone, Portugal)

A. Mateus(a, b, 1), J. Figueiras(a, b, 2), V. Oliveira(c) & J. X. Matos(c, b,3)

a - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal. b - Centro de Recursos Minerais, Mineralogia e Cristalografia (CREMINER), Fac. Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal. c - Instituto Geológico e Mineiro, Beja, Portugal.

I - [email protected]; 2 - [email protected]: 3 - [email protected].

Key-words: (Fe-)Zn-Pb sulphide ores; variscan metamorphism; Ossa Morena Zone; SEDEX-Ireland type mineralisation.

ln the Portel-Ficalho region, metavolcanic rocks and/or metadolostones of the Dolomitic Formation (Lower Cambrian) host sulphide (Fe-)Zn-Pb mineralisation that shows strong metamorphic and post-metamorphic reworking and occur with late disseminated and fracture-controlled mineralisation. P-T conditions of metamorphism inferred on the basis of sph and apy compositions are 2.6kbar/~440°C for Enfennarias and ~4.5kbar/465-475°C for AIgares, the loga(S2) values varying from -8.5 to -6.5 and from -9 to -8, respectively. Retrogradation evolved roughly from ~400°C, loga(S2)~ -8, loga(02)~ -26 to :S;300°C, loga(S2};:~-II, loga(02):S;-33.5. Under these conditions, substantial amounts of Fe, Zn and Pb are expected to be remobilised, their further redeposition taking place under ~260-220°C. Considering the mineralogical nature ofthe recrystaIlised mineralisation and the geochemistry oftheir host rocks, a SEDEX-Ireland type model is indicated for the primary mineralisation, the variations in redox and pR conditions of metal deposition being responsible for some particular features observed.

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Cu-ores in quartz-carbonate veins at Estremoz - Alandroal and Barrancos - Santo Aleixo regions (Ossa Morena Zone):

a result of Late-Variscan hydrothermal activity?

A. Mateus(a, b, 1}, J. X. Matos(b, c, 2) , C. Rosa(b, c, 3) & V. Oliveira(c)

a - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal. b - Centro de Recursos Minerais, Mineralogia e Cristalografia (CREMINER), Fac. Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal. c - Instituto Geológico e Mineiro, Portugal.

1 - [email protected]; 2 - [email protected]: 3 - [email protected].

Key-words: epigenetic Cu-Iodes; late-variscan; SW Iberia.

ln SW Iberia, a large number of ore showings and deposits of epigenetic Cu-dominant mineralisation exists. Quartz-carbonate Iodes and/or mineralised fault breccias are preferentially hosted in Palaeozoic metasedimentary sequences. Their development is intimately related to faulting of presumable Late-Variscan age. Theoretical considerations conceming Cu solubility in hydrothermal systems suggest that metal deposition might have involved low to moderate saline fluids previously responsible for metal scavenging in metasediments at ca. 325-375°C and ./02< 10-40 (at pR = 4, acr "'" 3 and a(~S) = 0.001). Copper deposition as cpy is expected to occur at ca. 260-300°C under 10-33 <./02<10- 28 as a result of different mechanisms.

Aproveitamento industrial das areias pliocénicas da região de Pêga (Bidoeira de Cima, Leiria)

R. Matias(a, 1}, A. Oliveira(b,2), J. Grade(b,3) & F. Pacheco(c,4)

a - Argilis - Extracção de Areias e Argilas, Lda., Barracão, 2410-774 Leiria. b - Laboratório do Instituto Geológico e Mineiro, Ap, 1089,4466-956 São Mamede Infesta. c - Departamento de Geologia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 5000-911 Vila Real.

1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: Pliocénico; Miocénico; areias siliciosas; curva granulométrica; co-produto; inerte.

o presente trabalho apresenta os resultados da cartografia geológica, obtida essencialmente pela interpretação dos logs de 5 sondagens mecânicas levadas a efeito na região da Pêga (Bidoeira de Cima, concelho de Leiria), e os da caracterização litológica e granulométrica dos materiais arenosos recolhidos das carotes dessas mesmas sondagens. As areias amostradas e analisadas têm características granulométricas que permitem a sua aplicação nos vários sectores da construção civil, das obras públicas e inertes para betão. As reservas exploráveis rondam as 4.7 milhões de toneladas.

Paleofluidos de Neves Corvo

António Moura

Dep. Geologia, Fac. Ciências, Univ. do Porto e Centro de Geologia da Universidade do Porto.

Palavras-chave: fluidos; Faixa Piritosa Ibérica; Neves Corvo.

Neves Corvo, o mais importante jazigo da Faixa Piritosa Ibérica jamais descoberto é também a mais rica mina em Cu e Sn de entre todos os jazigos VMS conhecidos no mundo. O conhecimento das características dos fluidos durante a evolução do depósito é crucial para melhor se conhecer a sua metalogénese. As inclusões fluidas aprisionadas em minerais são os únicos testemunhos desses fluidos antigos. Por isso foi realizado um estudo dos fluidos encontrados em todos os níveis da coluna estratigráfica em Neves Corvo (incluindo minérios e litologias estéreis) para se decifrar os diferentes tipos de fluidos, em termos de composição, densidade, temperaturas e pressões de formação.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Ensaios de caracterização das argilas residuais de S. Pedro do Corval (Alentejo, Portugal)

S. NovoCa), F. RochaCa, 1), V. LambertoCb, 2), J. CondeCb) & P. S. CaetanoCc,3)

a - Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro, 3810 Aveiro, Portugal. b - Departamento de Geociências, Universidade de Évora, Rua Romão Ramalho, 59, 7002-554 Évora, Portugal. c - Centro de Investigação em Geociências Aplicadas, Universidade Nova de Lisboa, Q.ta da

Torre, 2829-516 Caparica, Portugal. 1- [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: argilas residuais; matéria-prima cerâmica; S. Pedro do Corval.

Na região de São Pedro do Corval (Reguengos de Monsaraz) ocorrem argilas residuais que têm sido utilizadas artesanalmente para olaria tradicional. Estas argilas residuais aparentam estar directamente relacionadas com os metabasitos aflorantes na zona. Pretende-se efectuar uma caracterização tecnológica destas argilas com vista a um melhor aproveitamento deste recurso. Para tal, foram estudadas nove amostras em diversos afloramentos, localizados em diferentes locais de extracção activa ou abandonada e considerados como representativos das heterogeneidades locais. As amostras A a D pretendem caracterizar os afloramentos com maior potencial para a indústria local de olaria, enquanto que a amostra E pretende caracterizar um afloramento com potencial para a produção de cerâmica estrutural. Os estudos mineralógicos, em amostra total e na fracção argilosa «2 Ilm), foram efectuados por difracção de raios X. As análises químicas da fracção fina (elementos maiores) foram efectuadas por espectrometria de fluorescência de raios X e por fotometria de chama. Foram executados alguns ensaios de caracterização tecnológica, tais como: expansibilidade, plasticidade e capacidade de troca catiónica. Os resultados mineralógicos obtidos para a fracção argilosa evidenciam a predominância de ilite, esmectite e caulinite; vermiculite e pirofilite ocorrem em algumas amostras. Os ensaios tecnológicos permitem destacar as amostras do grupo A, que apresentam valores muito interessantes, para qualquer dos três parâmetros determinados, assim como as dos grupos B e C, em relação à plasticidade, e as dos grupos D e E, em relação à capacidade de troca catiónica.

Portuguese orogenic Iode gold deposits: the São Martinho prospect example, NOssa Morena Zone

D. P. S. de OliveiraCa, b, I), L. J. RobbCb, 2), C. M. C. InvernoCa,3) & E. G. CharlesworthCc,4)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Apartado 7586, 2721-866 Alfragide, Portugal. b - Economic Geology Research Institute-Hugh Allsopp Laboratory CEGRI-HAL), University ofthe Witwatersrand, Private Bag 3, WITS 2050, Rep. South Africa. c - School ofGeosciences,

University ofthe Witwatersrand, Private Bag 3, WITS 2050, Rep. South Africa. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: depósitos tipo "orogenic Iode goid"; ouro; Zona de Ossa Morena; Portugal.

A ocorrência aurífera de São Martinho (SM) tem o potencial de exploração e mostra muitas similariridades com outros depósitos mundiais do tipo orogenic Iode gold (OLG). SM está caracterizado por dois eventos de mineralização, 1- mineralização típica do tipo OLG e 2- mineralização remobilizada por fluidos magmáticos. Cada evento de mineralização tem a sua geração de veios de quartzo, QI e QII, respectivamente. Dados microtermométricos mostram que QI caracteriza-se por fluidos de baixa salinidade de temperaturas < 500 °C enquanto que em QII os fluidos são de alta salinidade e a temperaturas> 550 oCo As rochas hospedeiras estão metamorfizadas na fácies anfibolítica e são compostas por metapelitos e meta-arenitos, adjacentes a anfibolitos (bandados) da Série Negra. Estas rochas sofreram alteração hidrotermal junto à mineralização. Devido às características de agrupamento dos depósitos OLG noutras partes do mundo, a área circundante de SM oferece um alto potencial para a prospecção de ouro.

Aplicação de uma metodologia litogeoquímica na investigação de ocorrências auríferas

J. M. Santos Oliveira

Instituto Geológico e Mineiro, 4465 S. Mamede de Infesta, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: litogeoquímica; ouro; prospecção mineira.

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Procedeu-se a uma avaliação de resultados químicos obtidos em rochas metassedimentares provenientes de quatro casos de estudo do país associáveis, directa ou possivelmente, a mineralizações de ouro. Em termos geoquímicos, o Au ocorre anómalo relativamente a valores de referência o que dá suporte às teorias existentes sobre a possibilidade de ocorrência de uma província auro-argentífera na Península. Os resultados mostraram que a metodologia litogeoquímica utilizada, apoiada na análise multielementar de Au e outros elementos químicos afiliados em metassedimentos, pode contribuir para a delineação de ocorrências do metal. Embora sem carácter "universal", verificou-se que o As e o Sb são os "pathfinders" mais consistentes embora, em certos casos, o Au possa ocorrer também associado com elementos com características siderófilas e/ou basófilas (Mo, Cr, Ni).

Argilas de Timor Leste: contribuição para o seu conhecimento

Álvaro OliveiraCa, 1), J. V. LisboaCa,2), C. CarvalhoCa,3), J. GradeCa,4) & J. CarvalhoCa,5)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, 4466-956 S. Mamede de Infesta. 1 - [email protected]; 2 - [email protected], 3 - [email protected], 4 - [email protected], 5 - [email protected].

Palavras-chave: argila; Timor Leste; Aileu; Venilale; amostra; cerâmica.

Apresenta-se um estudo comparativo das características mineralógicas, qmmlcas e tecnológicas, entre dois grupos de amostras argilosas obtidas em Timor Leste, nos terraços fluviais (Pliocénico?) de Aileu e na formação Bobonaro Scaly Clay (Miocénico médio) na área de Venilale. Verifica-se que as amostras de Aileu são ilito-quartzo­cauliníticas, com interestratificados de ilite-vermiculite em teores acessórios, ao passo que, as argilas de Venilale apresentam um cortejo de minerais essenciais constituído por ilite, caulinite, quartzo e esmectite, por ordem decrescente de teores. Ambos os conjuntos apresentam como minerais acessórios feldspato K. A plagioclase, gesso e hematite foram detectados apenas nas amostras de Venilale, em percentagem acessória. Conclui-se, numa primeira análise, que as argilas dos terraços fluviais de Aileu são as que revelam melhor aptidão cerâmica, podendo por isso, ser encaminhadas para o fabrico de produtos do sector da cerâmica do barro branco, enquanto que, as argilas da Bobonaro Scaly Clay em Venilale não poderão, por si sós, constituírem uma matéria prima com aplicação cerâmica.

Caracterização tecnológica preliminar da fracção < 63 J.lm de uma unidade arenosa do Complexo do Barracão a Norte da falha de Roussa (Pombal)

F. Pachecoca, I) & R. Matias(b,2)

a - Departamento de Geologia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 5000-911 Vila Real. b - Argilis - Extracção de Areias e Argilas, Lda., Barracão, 2410-774 Leiria. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: Areias de Roussa; caulino; indústria cerâmica do barro branco.

No presente trabalho, apresentam-se os resultados preliminares de caracterização tecnológica da fracção argilosa caulinítica presente numa unidade de areias siliciosas bem calibradas do Pliocénico de Pombal (Areias de Roussa) a Norte da falha de Roussa, com vista à aplicação deste recurso geológico na indústria cerâmica do barro branco.

Estado do usufruto dos materiais cerâmicos pegmatíticos no Minho -influência sobre instrumentos de planeamento regional e conservação

V. Ferreira da Silva, T. M. Valente(1

) & C. Leal Gomes

Departamento de Ciências da Terra, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal. 1 - [email protected]

Palavras-chave: materiais cerâmicos; Minho; ordenamento territorial; reabilitação ambiental.

No Minho a valorização dos recursos pegmatíticos está associada à revelação de novos índices mineiros e ao aproveitamento de reservas restantes em antigas minas. Apresenta-se neste trabalho o diagnóstico do estado do usufruto dos materiais cerâmicos pegmatíticos, incluindo a situação ambiental herdada da actividade mineira

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VI Congresso Nacional de Geologia

passada sobre depósitos pegmatíticos. Propõem-se um cenário de aproveitamento mineiro que tem em conta as características regionais e que suscita a reactivação da lavra em áreas mineiras abandonadas e simultaneamente promove a reabilitação ambiental. Neste contexto a magnitude das reservas atribuíveis ao território aumenta significativamente, passando a constituir condicionante do planeamento regional.

Caracterização geoquímica da matéria prima extraída de uma pedreira de marga na Arrábida para o fabrico de cimento

Nuno Vermelhudo(a, 1), J. A. Almeida(a,2) & Rui Teixeira(b,3)

a - CrGA, Faculdade de Ciências e Tecnologia I UNL, Monte de Caparica, 2829-516 Caparica. b - Fábrica SECrL, OUTÃO. 1- [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: zonamento geoquímico; variabilidade espacial de teores; incerteza local; planeamento exploração.

Este trabalho tem como objectivo a caracterização da distribuição e da variabilidade espacial dos teores de cinco óxidos analisados: Si02 (sílica) Ah03 (alumina), Fe203 (óxido de ferro), CaO (óxido de cálcio) e MgO (óxido de magnésio) em amostras de calcários e margas explorados em Vale de Mós A (pedreira de marga). Todos estes óxidos desempenham um papel fundamental no controlo de qualidade na composição do cru, material que resulta da homogeneização e moagem das matérias primas e que, depois de cozido (c1inquerização), se transforma em clinquer.

Na construção dos mapas estimados foi utilizada a krigagem como método de interpolação linear. Através de dados provenientes de duas campanhas de furação com recolha do pó e respectiva análise (recorrendo à fluorescência por raios X), são construídos mapas com a distribuição espacial dos diferentes óxidos analisados. A caracterização espacial dos teores e a análise dos mapas estimados permitem a elaboração de um zonamento geoquímico da pedreira, permitindo diferenciar espacialmente as diferentes camadas e litologias.

Qualquer método de estimação espacial tem associado um erro de estimação, que é função da distância entre as amostras e o ponto a estimar e da variabilidade local dos valores. Por exemplo, a variância de krigagem é um indicador da incerteza local pobre, pois apenas toma em conta a localização das amostras, mas não toma em conta os valores das mesmas amostras. Assim, na segunda parte deste estudo apresentam-se mapas da incerteza local relativos à estimação, calculados a partir da estimação de histogramas locais pelo método da indicatriz.

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Geologia de engenharia

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Estudo geotécnico sobre a estabilidade de blocos de granito na serra de Sintra

c. Águas(1), J. C. Kullberg(2), C. Costa(a, 3, 4) & J. A. Almeida(5)

CIGA, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, 2829-516 Caparica, Portugal. a - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal - Alfragide, Apartado 7586, 2720-866 Amadora, Portugal.

1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected].

Palavras-chave: caos de blocos; parâmetros de estabilidade de blocos; carta de risco; serra de Sintra.

Na sequência da queda de um bloco de grandes dimensões (~35 m\ ocorrida a 29 de Janeiro de 2002 na vertente norte do Monte da Lua (serra de Sintra), o CIGA foi encarregue, pela Câmara Municipal de Sintra, de efectuar um estudo conducente ao estabelecimento de uma carta de risco na envolvente àquele relevo.

O estudo envolve várias fases de trabalho, a saber: I) selecção dos parâmetros condicionantes da estabilidade dos blocos mais relevantes para este caso em particular; 2) interpretação fotogeológica e levantamento da informação, in situ, de cerca de 200 blocos, com auxílio de GPS diferencial; 3) tendo por base os parâmetros medidos in situ, discriminação dos blocos, face ao potencial de mobilidade estático e dinâmico; 4) simulação das trajectórias possíveis para cada bloco, com base em algoritmos do tipo autómatos celulares, tendo por base o modelo digital de terreno; 5) elaboração de uma carta de risco, em função das trajectórias simuladas e áreas hipoteticamente afectadas.

Notas sobre um deslizamento histórico ocorrido em São Tomé (Rep. Dem. São Tomé e Príncipe)

Paulo H. Alves

I1CT - Instituto de Investigação Científica Tropical, Centro de Geologia, Alameda Afonso Henriques, 41 - 4° D, 1000-123 Lisboa, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: deslizamento; escorregamento; São Tomé; geotecnia; riscos naturais.

Em 1974 ocorreu em S. Tomé um deslizamento que passou despercebido em Portugal, mas que foi dos mais trágicos de que há memória no nosso País ou nos PALOP, com um balanço oficial de 33 mortos. O acidente deu-se no Noroeste montanhoso da ilha, caracterizado por vegetação muito densa e por precipitação anual média superior a 2200mm. Mobilizou 1,5 a 3 x 105 m3 ao longo de quase 500m, soterrando o aldeamento de Rebordelo e destruindo o canal de adução de água do circuito hidráulico do Contador, canal esse que terá estado directamente relacionado com a causa do acidente. Não é conhecido qualquer estudo sobre este caso, sendo estas notas decorrentes da avaliação local efectuada em 1988 por uma missão da EDP. As causas do deslizamento terão sido externas, incluindo actividade humana em fases sucessivas e ao longo de décadas: abate da floresta, plantação de cacau, construção de uma plataforma para acesso e para uma linha de vagonetas e, desde 1966, com o canal e com a abertura de um túnel de 550m, cujo entulho terá constituído um aterro suplementar. O movimento terá sido causado por um episódio prolongado de chuva intensa, desencadeando a subsidência da plataforma com fracturação gradual do canal, que transportava cerca de 1500 m3.h-1

, inundando a plataforma e aterros, com a consequente rotura posterior do maciço da plataforma. O facto deste deslizamento ter ocorrido na zona mais modificada pelo homem ao longo de toda a margem esquerda do rio Contador, junto à única aldeia situada sob este canal de 7,4 km, não foi certamente mera coincidência, apontando para deficiente monitorização da obra, associada ao facto de que os deslizamentos constituem uma das principais formas de evolução do relevo em regiões montanhosas caracterizadas por clima tropical com chuvadas de grande intensidade.

Análise de três instabilizações ocorridas em áreas de cedência na cidade de Coimbra

Mário Quinta Ferreira(a, 1), Susana Ferrão(b) & Teresa Quinta Ferreira(b,2)

a - Universidade de Coimbra, Departamento de Çiências da Terra. b - Câmara Municipal de Coimbra, Divisão de Estudos e Projectos. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: deslizamentos; taludes; geologia; Coimbra; Grés de Silves.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Por solicitação do Departamento de Obras Municipais da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), foram analisadas na Divisão de Projectos as três instabilizações a seguir mencionadas, ocorridas em terrenos municipais provenientes de áreas de cedência: Encosta da Rua António Jardim / R. José Castilho (Quinta da Maia); Encosta da Rua Miguel Torga nOs 170 e 180 (Cidral); Encosta da Urbanização de S. Domingos (Celas). Foi efectuada a caracterização das instabilizações e apresentadas as considerações relativas às condicionantes nas intervenções para estabilização. O trabalho envolveu a caracterização dos solos resultantes da alteração dos Grés de Silves, com recolha de amostras e execução de ensaios laboratoriais. As instabilizações resultaram essencialmente das modificações na topografia original, sem que se tenham tomado as necessárias precauções para assegurar a estabilidade a longo prazo dos taludes resultantes. Parece haver uma falta de conhecimento do comportamento dos taludes de solos, ou mesmo em rocha, e dos riscos que podem surgir de uma análise insuficiente em cada situação. As soluções preconizadas para minimizar os problemas destas instabilizações são simples e de custos moderados, aguardando a sua realização.

Reflexões sobre a instabilização de taludes no espaço urbano da cidade de Coimbra

Mário Quinta Ferreira(a, I) & Teresa Quinta Ferreira(b, 2)

a - Universidade de Coimbra, Departamento de Ciências da Terra. b - Câmara Municipal de Coimbra, Divisão de Estudos e Projectos. 1- [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: deslizamentos; taludes; aterros; geologia; Coimbra.

Apresentam-se algumas reflexões e dados de observação de vários problemas relacionados com a ocorrência de instabilizações de taludes no espaço urbano da cidade de Coimbra. Faz-se a abordagem das causas das instabilizações, o enquadramento jurídico das intervenções camarárias, a relevância dos custos e são referidas as características de três locais com indícios de instabilização que foram recentemente objecto de estudo. Referem-se também outros quatro exemplos já ocorridos, quer em terrenos municipais, quer particulares, de que se destaca a instabilização da Av. Elísio de Moura. Apontam-se medidas que necessitam de ser tomadas pela Câmara Municipal de Coimbra (CMC), em particular ao nível da regulamentação camarária e das exigências no licenciamento urbanístico, no sentido de controlar as situações possíveis de desencadear processos de instabilização, em particular definindo as situações de project%bra que deverão contemplar projecto específico de estabilidade de taludes do qual terá obrigatoriamente de constar um estudo geológico/geotécnico dos solos a intervencionar, efectuado por técnico da especialidade. É ainda tratado o grave problema do abandono dos restos de demolições e as suas consequências na instabilização de numerosos taludes,· concluído-se pela necessidade de a CM C possuir um aterro controlado para restos de demolição, explorado e gerido de acordo com um projecto para aterro de inertes de construção.

Causas do derrube de estrada na Ex-ENII0 em Castelo Viegas, Coimbra

M. Quinta Ferreira(a, 1), M. Teixeira(a,2) & M. Bonito(b,3)

Projecto POCTIlECMl38444/2001 "Quantificação das causas geradoras de instabilizações de taludes na região de Coimbra" (FCT,MCT). a - Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra. Largo Marquês de Pombal. 3000-272 Coimbra, Portugal. b - Oliveiras

Empreiteiros, S.A. I - [email protected]; 2 [email protected].

Palavras-chave: geologia de engenharia; estabilidade de taludes; drenagem; geotecnia.

Apresenta-se a caracterização preliminar das condições geológico-geotécnicas e meteorológicas que conduziram ao derrube de estrada na Ex-EN 11 O junto a Castelo de Viegas, concelho de Coimbra. Recolheram-se amostras, efectuaram-se ensaios laboratoriais, controlou-se o estado de compacidade dos solos no local e procedeu-se a uma análise da estabilidade de um muro de suporte, em alvenaria. As camadas de aterro da estrada foram mal compactadas e o excesso de água devido às grandes chuvadas e ao entupimento de um aqueduto, levaram à saturação dos solos, contribuindo para a instabilização. A análise retrospectiva das condições de estabilidade do muro de suporte em alvenaria permitiu confirmar que sofreu rotura por derrube. Esta situação fez com que os materiais instabilizados se espalhassem por uma grande área no vale. Os resultados deste estudo realçam a

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

importância dos elementos de drenagem (drenos nos muros, passagens hidráulicas, e valetas), bem como da sua adequada manutenção, para um desempenho adequado das estruturas de suporte. A reabilitação da estrada foi efectuada fundando um muro de suporte em gabião, no grés de Silves, reconstruindo o aterro e a passagem hidráulica, com vista à reposição da situação inicial de drenagem, e repondo o pavimento.

Caracterização preliminar de componentes pozolânicos para incorporação em argamassas de cal aérea e areia

A. Carlos Galhano(a, I) & Paulina Rodrigues(b,2)

a - Centro de Estudos Geológicos, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, P-2825-114 Caparica, Portugal. b - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, P-2825-114 Caparica, Portugal

1- [email protected]; 2 - [email protected]..

Palavras-chave: propriedades pozolânicas; argamassas,.análises térmicas, mineralogia.

A necessidade de intervenção no património construído de valor artístico e cultural é cada vez mais premente. A maior parte dos edificios antigos apresentam revestimentos e alvenarias constituídas por argamassas essencialmente de cal aérea e areia.

Neste contexto e tendo em vista a optimização de argamassas de cal, foram estudados materiais pozolânicos com o objectivo de obter produtos que adicionados à cal aérea, conferissem a estas argamassas propriedades hidráulicas e caracteristicas composicionais e tecnológicas compatíveis com os suportes onde intervir.

Alguns destes produtos, pela sua origem, já possuem características pozolânicas relevantes; outros têm de ser submetidos à acção da temperatura para sofrerem transformações mineralógicas que lhes confiram ou melhorem a reactividade pozolânica.

A metodologia adoptada compreendeu análises térmicas para registo das transformações que ocorrem afim de estimar os intervalos de temperatura que conferem maior reactividade pozolânica a estes materiais e a caracterização composicional e textural onde se determinaram as percentagens de minerais presentes.

Qualidade em obras geotécnicas

L. Gamito(a, I) & J. A. Rodrigues-Carvalho(b,2)

a - Direcção de Conservação do Distrito de Lisboa, IEP, Praça da Portagem, 2804 - 534, Almada. b - Centro de Estudos Geológicos, Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, UNL, Quinta da Torre, 2825 -114, Caparica.

1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: geotecnia; qualidade; gestão de qualidade; normalização.

Pretende-se realçar, com a presente comunicação, a atitude assumida pelos diversos intervenientes em obras geotécnicas no que respeita à qualidade dos projectos, às consequências da não-qualidade, ao estado da arte nacional, à segurança higiene e saúde no trabalho e ao futuro da Geotecnia, permitindo extrair ilações mais abrangentes no âmbito da normalização e qualidade.

O estudo desenvolvido apoiou-se num inquérito que foi submetido a projectistas, empreiteiros e à comunidade científica desenvolvendo actividades na área da Geotecnia e permitiu concluir que a normalização em Portugal tem sido marginalizada, com os consequentes reflexos ao nível da qualidade, uma vez que esta é o suporte dos sistemas de gestão da qualidade.

Sector de taludes entre a ponte 25 de Abril e Trafaria (Almada): caracterização de um escorregamento rotacional

P. C. Lamas & J. A. Rodrigues-Carvalho

Centro de Estudos Geológicos, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, P-2825-114 Caparica, Portugal. [email protected]

Palavras-chave: movimentos de terrenos; mecanismos de rotura; escorregamento rotacional; costeira de Almada.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Abordam-se as características morfológicas, litológicas e geotécnicas do trecho de taludes da margem esquerda do Tejo, entre a ponte 25 de Abril e a Trafaria, onde, nas últimas décadas, tem vindo a ocorrer uma crescente ocupação industrial, habitacional e portuária, com notórias implicações na instabilização das encostas ribeirinhas.

Em termos morfológicos, o referido trecho caracteriza-se por um perfil transversal complexo, em degraus, e por uma crista várias vezes interrompida por vales obsequentes, alguns deles profundamente encaixados, que drenam para o Tejo. O perfil tipo destes taludes é, essencialmente, consequência de uma constituição litológica em que predominam siltitos, às vezes argilosos ou arenosos, em patamares de declive suave, alterando com camadas areno­calcárias e margosas, que conformam os degraus.

Sintetizam-se os diversos tipos de movimentos de terrenos que afectam aqueles taludes e descrevem-se, resumidamente, algumas características geotécnicas dos terrenos siltosos que os constituem.

As fortes chuvadas que se fizeram sentir entre Dezembro de 1995 e Janeiro de 1996 desencadearam um importante conjunto de movimentos de terrenos em toda a costeira de Almada, sobranceira ao Tejo. No trecho de taludes em referência, ocorreram escorregamentos de diversos tipos, um dos quais é caracterizado neste trabalho. Para a retroanálise do respectivo mecanismo de rotura, abordam-se os factores morfológicos e geotécnicos considerados mais relevantes.

Caracterização geológica e·geotécnica na identificação da perigosidade sísmica - Castelo de São Jorge e envolvente

I. Lopes(a, I) & I. Almeida(a, 2)

a - Centro e Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa, Cp. Grande, Edifício C2, 5° piso, 1749-0 I 6 Lisboa. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: colina do Castelo; caracterização geológica e geotécnica; efeitos de sítio; perigosidade sísmica.

A zona integrando a Colina do Castelo de São Jorge e envolvente foi utilizada como área piloto na identificação de áreas de maior perigosidade sísmica (Projecto ECARISCOPO - PRAXIS N° 212.lICTNI18/94).

Entre os vários factores que influem na elevada perigosidade sísmica deste local, identificáveis em função dos conhecimentos existentes sobre efeitos de sítio, destaca-se a presença de relevo topográfico acidentado e a existência de vales aluvionares com espessos depósitos superficiais recentes.

A definição das condições geológicas e geotécnicas da área fez parte deste projecto multidisciplinar, não só pela sua importância para a avaliação das amplificações locais, como também para avaliar o comportamento das estruturas em caso de sismo. O substrato geológico da área estudada, constituído por terrenos sobreconsolidados da Série Miocénica de Lisboa, encontra-se coberto por aterros e aluviões, que apresentam localmente espessuras importantes.

O desenvolvimento deste trabalho permitiu elaborar uma proposta de actualização da carta geológica da região, a identificação das unidades geológicas menos resistentes e o agrupamento dos materiais geológicos em litologias tipo em função do seu comportamento mecânico, contribuindo para a avaliação e modelação do comportamento sísmico.

o estudo das ondas sísmicas superficiais como método de caracterização dinâmica de solos

I. Lopes(a, I), C. Strobbia(b,2), J. Santos(c,3) & I. Almeida(a, 4)

a - Centro e Departamento de Geologia da FCUL, Cp. Grande, Edifício C2, 5° piso, 1749-016 Lisboa. b- DiGET- Politecnico di Torino, Corso Duca degli Abruzzi. Torino. c- ICIST e Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura do 1ST, Av. Rovisco Pais 1049-001

Lisboa. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: ensaios "in situ"; solos; caracterização dinâmica; ondas de Rayleigh; aquisição; processamento; inversão.

Os ensaios de campo, em especial aqueles que se baseiam nas características dispersivas das ondas superficiais, são de grande utilidade na caracterização dinâmica de solos, pois permitem a discretização mais detalhada de camadas com diferentes velocidades, muitas vezes comparável com a estratificação geológico-geotécnica. Nos últimos anos a utilização do método das ondas superficiais em que a aquisição é realizada com múltiplos canais (SWM - surface wave method), tem-se desenvolvido, essencialmente devido à maior rapidez de aquisição e processamento.

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

Este trabalho consiste na descrição deste ensaio e do método de interpretação evidenciando as suas particularidades e potencialidades no domínio da caracterização dinâmica de solos e da identificação do perfil do terreno.

Análise da aplicação dos ensaios de azul de metileno e de identificação em solos

J. L. Velho(a), M. Q. Ferreira(b), A. Veiga(C) & C. Amado(d)

a - Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro. b - Departamento de Ciências da Terra, Universidade de Coimbra. c - Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Instituto Politécnico de Leiria. d - Mestranda em Minerais e Rochas Industriais, Universidade de Aveiro.

Palavras-chave: azul de metileno; equivalente de areia; limites de Atterberg; classificação de solos.

Os fenómenos fisico-químicos que se verificam nas argilas, quer nos ensaios de laboratório quer no terreno são extremamente importantes. As insuficências dos ensaios de identificação clássicos, na mecânica de solos, conduziram à utilização do ensaio do azul de metileno, para a determinação da capacidade de adsorção com vista à avaliação da superficie activa (actividade coloidal), como metodologia para a caracterização de solos finos. O trabalho analisa as vantagens teóricas e práticas, comparando os parâmetros obtidos no ensaio de azul de metileno com os de identificação tradicionais, fazendo ainda referência à classificação RTR (LCPC-SETRA).

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VI Congresso Nacional de Geologia

Geologia do ambiente

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Requalificação ambiental em sistemas costeiros

s. Alcobia & P. Bettencourt

Nemus, Gestão e Requalificação Ambiental, Estrada do Paço do Lumiar, Campus do INETI, 1649-038 Lisboa, +351.1.7114706, [email protected].

Palavras-chave: requalificação; evolução; arriba; praia; duna; sapal.

Os sistemas costeiros são espaços naturais de interesses múltiplos, em que a evolução natural que os caracteriza, associada em muitos casos à intervenção humana, tem-se evidenciado através de situações de instabilidade e de conflitos de utilização.

Ao longo de toda a costa portuguesa são facilmente reconhecidos os problemas que afectam muitos dos sistemas costeiros, quer pela degradação de dunas e de praias, quer pelos movimentos de massa das arribas, ou ainda por alterações morfológicas e paisagísticas dos ambientes de transição.

Os autores da presente comunicação têm como um dos seus domínios de actuação o estudo e o desenvolvimento de intervenções de requalificação ambiental de sistemas costeiros. Apresentam-se três casos de estudo correspondentes a projectos de requalificação ambiental, realizados em dunas, arribas e sapais.

o estuário do rio Lima: pressão antrópica e caracterização ambiental

A. M. C. Alves

Departamento de Ciências da Terra, Universidade do Minho, 4710-057 Braga. [email protected].

Palavras-chave: estuário; rio Lima; ambiente; dinâmica sedimentar.

No presente trabalho pretende-se sintetizar algumas informações referentes ao estuário do rio Lima e enquadramento nas condições ambientais da sua bacia hidrográfica.

O rio Lima tem grandes variações sazonais de caudal e os processos no estuário reflectem, em diversos aspectos essa característica. A extensão do estuário é de aproximadamente 20 Km e tem uma profundidade muito fraca, ficando praticamente emerso em maré baixa de águas vivas. Mesmo na região terminal, numa extensão de 2,5 Km, tem apenas cerca de 10m, profundidade mantida à custa de dragagens para garantir o acesso ao porto de Viana do Castelo, cidade onde se localiza a foz. Da mesma forma a intensidade e tipologia da sedimentação no interior do estuário está também dependente da relação entre o caudal fluvial e a amplitude das marés.

A importância económica e social do estuário estende-se a vários domínios em virtude do grande leque de recursos nestes ambientes, sendo por isso diversificada a pressão antrópica. Além da extracção de sal, abandonada desde as primeiras décadas do séc. XIX, todas as outras actividades antrópicas geralmente associadas aos estuários são identificadas no estuário do rio Lima. .

A crescente pressão antrópica vem provocando uma importante modificação das funções estuarinas naturais, em particular a de maternidade para grande parte da ictiofauna do litoral, em consequência da redução de produtividade biológica. Um dos factores que influenciam fortemente estas funções do estuário corresponde ao aumento do tempo de residência dos efluentes urbanos e industriais por efeito das correntes de maré na enchente.

Historical floods of the Tagus River in the Santarém region, Portugal

T. M. Azevedo(a, 1), E. NUneS(a,2), C. Ramos(b,3) & A. Ramos Pereira(b,4)

Sapiens Project "Geology and Geoarcheology ofTagus Floods Over Time (GEOTARIF)" - FCT (Programme POCTI) and FEDER, under the Project POCTII39437/CTAl2001.

a - Centro de Geologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Ed. C2, 5° Piso, Campo Grande, 1749-016 Lisboa., b - Centro de Estudos Geográficos, Alameda da Universidade, Faculdade de Letras, 1600-214 Lisboa. 1 - [email protected]; 2 - [email protected];

3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: marcas de cheia; pesquisa histórica; escala de magnitudes de cheias; Tejo.

São apontadas várias possíveis fontes de informação sobre as inundações do Tejo, tanto escritas como marcas registadas, construídas ou simples inscrições.

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VI Congresso Nacional de Geologia

No primeiro grupo incluem-se documentos guardados em bibliotecas, autarquias, paróquias, antigas revistas, jornais diários, crónicas dos primeiros reis de Portugal etc, compiladas com o objectivo de estabelecer uma escala de magnitudes de cheia para o Tejo, baseada em quatro diferentes tipos de eventos. Esta escala mostra que a maioria (58%) das cheias mais importantes entre 1855 e 1998 não causaram perdas humanas, mas apenas perdas na agricultura e nas estruturas de apoio, em geral, uma vez que apenas 1/5 das mesmas corresponde a grau de muito alto risco (IV). Isto deve-se ao facto de as cheias serem bem conhecidas e geralmente lentas (cheias progressivas) nesta região, havendo tempo para evacuar os locais mais afectados e tomar medidas de protecção.

O segundo tipo de informação é o dado pelas marcas de inundação registadas em pontes, portões, casas, lojas, etc. Também as marcas expressamente construídas para assinalar uma cheia especial ou simples inscrições em muros e paredes podem dar informações, desde que sejam utilizadas com as devidas precauções, já que podem ter sido modificadas relativamente à sua posição original, por renovação ou obras. Neste trabalho apresentam-se alguns exemplos de cada um destes tipos de registos, como fase preliminar de um levantamento que se pretende realizar tanto da informação histórica existente, como de todas as marcas de cheia preservadas ao longo do canal principal do Tejo.

Avaliação de impactes ambientais em sistemas estuarinos

P. Bettencourt & S. Alcobia Nemus, Gestão e Requalificação Ambiental, Estrada do Paço do Lumiar, Campus do INETI, 1649-038 Lisboa.

[email protected].

Palavras-chave: avaliação; impactes; minimização; dragagens; contaminação.

O enquadramento paisagístico e o interesse que os sistemas estuarinos e lagunares têm despertado nos últimos anos revela-se no número e na diversidade de projectos turísticos e de intervenções previstas para estas áreas sensíveis. Contudo, a evolução natural que caracteriza os sistemas estuarinos e lagunares toma-se, em muitos casos, incompatível com as necessidades de ocupação e de utilização tendencialmente crescente do meio hídrico e da envolvente directa em que se inserem os diversos projectos previstos para estas áreas.

Neste sentido, e tendo como base a experiência dos autores na avaliação de impactes ambientais em sistemas costeiros, estuarinos e lagunares, apresentam-se três casos de estudo que ilustram os principais problemas nestas áreas e que justificam uma aprofundada análise e avaliação das repercussões dos projectos sobre o património natural, paisagístico e cultural. Os casos apresentados dizem respeito à avaliação de impactes ambientais relacionados com a contaminação de sedimentos e a necessidade de compatibilizar o desenvolvimento económico e social com a evolução natural destas zonas húmidas.

A reconstituição paleoambiental do Entre Douro e Minho durante o Holocénico (III e II milénios AC): um projecto multidisciplinar

A. M. S. Bettencourt(a, 1), A. M. C. Alves(b, 2), A. Dinis(3), C. Cruz, D. I. Pereira(b,4), I. S. Silva & M. I. C. Alves(b)

SAPIENS Proj99 "A reconstituição da paisagem no Entre Douro e Minho, desde os meados do III aos finais do II milénios AC", aprovado e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

a - Dep. de História, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal. b - Dep. de Ciências da Terra, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal. 1- [email protected], 2.- [email protected]; 3 - [email protected]

4 [email protected]..

Palavras-chave: ocupação humana; Holocénico; Entre Douro e Minho; Portugal.

Pretende-se, com esta comunicação, dar a conhecer um projecto multidisciplinar cujos objectivos visam a reconstituição paleoambiental do Entre Douro e Minho, durante a segunda metade do Sub-boreal assim como perceber as diferentes modalidades de povoamento existentes durante esta fase fito-climática.

É nossa intenção investigar a evolução climática e vegetal, os processos erosivos e a formação de solos, durante a fase designada, na perspectiva de que tais processos são, simultaneamente, condicionados e condicionadores da acção antrópica.

Trata-se de um trabalho multidisciplinar onde o diálogo entre arqueólogos, botânicos, geólogos, zoopaleontólogos e especialistas em radiocarbono se revela essencial. Assim, o projecto envolve, não só, o trabalho

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

de campo de âmbito arqueológico como, também, a sedimentologia, a edafologia, a palinologia, a antracologia, a paleocarpologia e a arqueozoologia.

Prioritização da investigação de locais contaminados por aplicação de análise factorial de correspondências

G. Brito(1), C. N. Costa(a,2>, H. Vargas(3), P. H. Verdial(4), M. Lopes(5), G. Avillez(6) & D. Vendas(7)

CIGA, FCTIUNL, 2829-516 Caparica. a - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal - Alfragide, Apartado 7586, 2720-866 Amadora. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected];

6 - [email protected]; 7 - [email protected]

Palavras-chave: contaminação de solos; análise factorial de correspondências; mapa de risco; ambiente.

Este estudo surge como uma nova abordagem para a avaliação da contaminação de solos, na sequência de trabalhos anteriores (Costa et aI, 2000; Brito et aI, 2003), em que a metodologia então seguida incidiu sobre o desenvolvimento de um modelo SIG para a avaliação da contaminação de solos no concelho do Seixal. Nesses trabalhos é adoptado o modelo de contaminação de J. Petts et aI. (1997) [Fonte -+ Percurso -+ Receptor}, (Petts et a!., 1997) em que a entidade fonte é traduzida por atributos que descrevem o potencial de contaminação do local; o item percurso é representado por um conjunto de parâmetros categóricos que descrevem a susceptibilidade do meio biofisico e o item receptor é descrito por atributos que traduzem a susceptibilidade do meio antrópico.

A combinação dos factores do sistema assenta na aplicação da análise factorial das correspondências binárias, comoalgoritrno discriminante para a identificação e hierarquização dos locais que apresentem a situação mais desfavorável do ponto de vista ambiental.

Os locais são ordenados num eixo factorial que traduz, através de um índice, os parâmetros de risco ambiental que os descrevem. A integração dos resultados em SIG permite a obtenção de uma carta de risco, numa fase preliminar de avaliação do estado do ambiente.

Os impactos ambientais dos episódios EI Niõo e La Niõa sobre as dunas costeiras do Nordeste do Brasil

J. W. A. Castro

Museu Nacional! Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Departamento de Geologia e Paleontologia. jwa\[email protected].

Palavras-chave: dunas costeiras; episódios El Nifío / La Nifía.

São analisadas as relações entre os episódios El Nifío e La Nifía com o desenvolvimento de formas especificas de dunas no litoral setentrional do nordeste brasileiro. Os resultados obtidos através da análise de fotografias aéreas de diferentes datas de vôo, comparados com episódios registrados entre 1913 a 1998, sugerem que o aumento da quantidade de dunas barcanas na estação seca e dunas parabólicas durante as chuvas, está relacionado aos fenômenos El Nifío e La Nifía respectivamente.

Dunas costeiras oblíquas do município de Cabo Frio (Estado do Rio de Janeiro, Brasil)

(I) , J. W. A. Castro ,R. A. Gonçalves, C. A. Avila & L. L. Antonello

Museu Nacional! Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Departamento de Geologia e Paleontologia. I - [email protected].

Palavras-chave: dunas costeiras; transporte de sedimento eólico.

A área selecionada para o presente trabalho encontra-se inserida no município de Cabo Frio a Norte da cidade do Rio de Janeiro - Brasil, foi denominada de dunas costeiras obliqüas. A morfologia da linha de costa e o regime de vento muito direcional fazem com que as dunas sejam classificadas como de transposição sobre planície costeira.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Neste trabalho foram calculados para cinco pontos as estimativas de taxas de transporte eólico em m3 / m/ano. Foi

constatado através da equação proposta por Simons et ai., (1965) que a estimativa total de transporte eólico proveniente dos ventos de nordeste em direção as áreas urbanas é de 21,7 m3

/ m/ano.

A geologia no procedimento de avaliação de impacte ambiental

Carlos Costa

Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal- Alfragide, Apartado 7586, 2720-866 Amadora, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: avaliação de impacte ambiental; estudos de impacte ambiental; descritor Geologia.

Nesta comunicação descreve-se a experiência do Departamento de Geologia do Instituto Geológico e Mineiro (IGM) no âmbito do processo de avaliação de impacte ambiental (AIA) relativo a projectos públicos e privados susceptiveis de produzirem efeitos significativos no ambiente.

Verifica-se que grande parte das lacunas e incorrecções detectadas na análise do descritor Geologia dos estudos de impacte ambiental (ElA) parece resultar da não participação de um especialista em geologia na maior parte das equipas de técnicos que elaboram os EIA que, pela sua natureza, devem ser multidisciplinares mas que raramente abrangem todas as disciplinas envolvidas, nomeadamente a geologia.

Propõe-se que, futuramente, os ElA integrem especialistas em geologia e que estes sejam igualmente consultados como avaliadores dos processos de AIA, pela simples razão de que em muitos desses estudos não são tidas em conta as implicações geológicas negativas no ambiente, nomeadamente as de longo termo, das acções projectadas.

Enchimento sedimentar da albufeira da barragem de Venda Nova (Rio Rabagão)

A. L. Costa & H. M. Granja(l)

Departamento de Ciências da Terra, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga. 1 - [email protected].

Palavras-chave: albufeira; enchimento; migração das praias e sedimentos.

Com a frnalidade de entender a correcção da ideia, que muitos defendem, de que a migração das praias para o interior (erosão das praias) é provocada pela "cascata" de barragens que foram construídas nas redes hidrográficas do Norte de Portugal (Oliveira, 1983, 1990, 1998; Oliveira et ai., 1982; Veloso-Gomes, 1993; Veloso-Gomes & Pinto, 1994, 1997; Veloso-Gomes et aI., 2002; Dias, 1990; Ferreira & Dias, 1991), iniciamos o estudo sedimentológico do enchimento sedimentar da barragem de Venda Nova, a qual esteve vazia, durante alguns meses, em 2001 e 2002.

Neste trabalho (ainda em fase preliminar) procura-se criar uma metodologia para determinar a relação entre a migração das praias e a retenção de sedimentos pelas barragens.

As cheias do rio Mondego no inverno de 2000/2001: vulnerabilidade e risco por ocupação de uma planície aluvial

P. Proença Cunha

Investigação no âmbito do Centro de Geociências da Univ. Coimbra - Grupo de Análise de Bacias, Sistemas e Recursos Sedimentares, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. a - Departamento de Ciências da Terra da Univ. Coimbra; Largo Marquês de Pombal, 3000-272

Coimbra. [email protected].

Palavras chave: rio Mondego; cheias; riscos de inundações; gestão hídrica; ordenamento do território.

No inverno de 2000/2001 o rio Mondego apresentou três grandes caudais de cheia, num período de dois meses. O caudal em Coimbra atingiu o limiar de colapso da obra hidráulica do Baixo Mondego, levando a que os diques longitudinais dos canais artificiais rompessem em 14 sítios, provocando transbordo com derrame sedimentar e rápido alagamento da planície aluvial (actualmente ocupada por campos agrícolas e construções), que apanhou as

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populações desprevenidas. Atingiu-se a maior extensão de área inundada desde que há 30 anos se iniciaram as obras do projecto de Regularização e Aproveitamento Hidroagricola da Bacia do Mondego que, essencialmente, compreende diversas barragens a montante e a canalização a jusante de Coimbra. A principal função de amortecimento dos picos de cheia afluentes a Coimbra seria feita pela barragem da Aguieira, mas para maximizar a produção de energia eléctrica e o abastecimento de água ela tem operado com níveis mais elevados do que o estabelecido no projecto. Foram principais causas das graves consequências das inundações uma precipitação atmosférica com um período de retomo aproximadamente centenário, muito insuficiente amortecimento de caudal' pela barragem da Aguieira, inadequada manutenção das estruturas hidráulicas no Baixo Mondego, assoreamentos locais no leito e imprevidente ocupação da planície aluvial por construções. É um exemplo de como a gestão das obras de engenharia feitas para controlar a dinâmica fluvial pode acentuar as vulnerabilidades e riscos resultantes da ocupação da planície aluvial. Descrevem-se os controlos das cheias, os processos e os efeitos das inundações na planície aluvial, bem como se referem implicações no ordenamento do território e na vulnerabilidade/risco.

Contribuição para uma cartografia de risco radiológico na antiga região mineira de Cunha Baixa

Pedro Duarte<a, I), Tânia FerreiraCb, 2), Mário ReisCa,3) & Fernando CarvalhoCa,4)

a - Dep. de Protecção Radiológica e Segurança Nuclear, Instituto Tecnológico e Nuclear, ENIO, P-2686-953 Sacavém, Portugal b - Dep. de Geologia da Faculdade de Ciências da Univ. de Lisboa, Campo Grande, Edificio C2, 1749-016 Lisboa, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: radão; minas de urânio e rádio; risco radiológico.

A indústria de urânio - com explorações mineiras nos distritos de Bragança, Guarda, Viseu, Coimbra, Castelo Branco e Portalegre - conheceu um período de grande desenvolvimento durante a Segunda Guerra Mundial, sustentada por objectivos militares. Actualmente, com a desactivação destas minas poderão estar associados impactos ambientais não negligenciáveis.

A monitorização dos níveis de radioactividade ambiente existentes na proximidade desses locais, numa perspectiva de protecção radiológica das populações, inclui a monitorização do radão, elemento radioactivo da família do urânio e38U) que por se encontrar no estado gasoso, pode ser inalado e dessa forma, aumentar a probabilidade de contrair cancro do pulmão.

A possibilidade de existência de níveis elevados de radão (no ar exterior) na região uranífera das Beiras, justificou o presente trabalho, tendo-se caracterizado a região das minas da Cunha Baixa, Quinta do Bispo, Outeiro de Espinho e área envolvente (ca. 52 knÔ, pertencente aos concelhos de Mangualde e Nelas, no que respeita ao fluxo de radão do solo para a atmosfera (taxa de exalação) assim como à concentração de radão.

Nestas minas, ° minério de urânio ocorre associado a filões, brechas ou de forma disseminada em granitos. As concentrações de radão no ar exterior variaram entre 40 e 503 Bq m-3 e, as taxas de exalação entre 5 e 1754

mBqm-2 S-I.

OS valores mais elevados para ambos os parâmetros observaram-se nas minas e zonas próximas, numa área (ca. 3km2

) que inclui as localidades da Cunha Baixa e Póvoa de Espinho.

Acumulação de metais pesados e arsénio em solos e plantas das escombreiras e da envolvente das minas de Vale das Gatas

(Sabrosa, Vila Real, Norte de Portugal)

P. FavasCa, I), J. PratasCb,2) & L. Conde(b,3)

a - Dep. de Geologia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Quinta de Prados, 5000-911 Vila Real. b - Dep. de Ciências da Terra, Fac. de Ciências e Tecnologia, U. de Coimbra, Largo Marquês de Pombal, 3001-401 Coimbra. 1 - [email protected]; 2 - [email protected];

3 - [email protected].

Palavras-chave: bioacumulação; escombreiras; metais pesados; mina abandonada; solos contaminados; vegetação.

Apresenta-se uma síntese dos dados obtidos no estudo realizado, no sentido de avaliar os conteúdos de alguns elementos pesados e arsénio em diferentes espécies de plantas encontradas na envolvente próxima de minas abandonadas (Minas de Vale das Gatas - Vila Real - Norte de Portugal). Analisou-se o material vegetal de algumas espécies de plantas autóctones, desenvolvidas sobre as escombreiras e na zona de dispersão secundária das minas,

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VI Congresso Nacional de Geologia

tomando como referência exemplares de locais representativos do fundo geoquímico local. Os valores médios dos elementos nos solos substrato das plantas, nas diferentes zonas de amostragem, variam entre 2,27 e 4,93 % para o Fe, 120 e 892 ppm para o Mn, 21 e 307 ppm para o Cu, 86 e 384 ppm para o Zn, 21,1 e 54,4 ppm para o Ni, 66 e 2152 ppm para o Pb, 4,1 e 287,2 ppm para o W e entre 37,69 e 1962,83 ppm para o As. Os valores médios dos elementos acumulados nas várias plantas variam desde 44 a 1297 ppm para o Fe, de 104 a 920 ppm para o Mn, de 0,07 a 3,99 ppm para o W, de 2,8 a 117 ppm para o Cu, de 17 a 366 ppm para o Zn, de 2,9 a 77,7 ppm para o Pb, de 1,0 a 4,2 ppm para o Ni e de 2,12 a 51,01 ppm para o As. Os coeficientes de absorção biológica permitem classificar todas as espécies estudadas, nomeadamente na escombreira e zonas contaminadas, como acumuladoras de Mn e apontar como espécies indicadoras: Juncos e.tJusus e Holcus lanatus (relativamente ao Cu e Zn); Pteridium aquilinum e Agrostis castellana (relativamente ao Zn).

Assoreamento de albufeiras e utilização agrícola dos materiais depositados: uma estratégia ambientalmente correcta para recuperar e fertilizar

solos pob.res/degradados

R. Fonseca(a, c, I) & F. J. S. Barriga(b, c, 2)

a - Departamento de Geociências, Universidade de Évora, 7002-554 Évora, Portugal. b - Dep. Geologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Campo Grande, 1794-016 Lisboa, Portugal. c - Creminer-Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Campo Grande, 1794-016

Lisboa, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: produtividade agricola; desertificação; albufeiras de barragem; assoreamento; sedimentos; geoquímica; mineralogia.

Considerando (1) a multiplicidade dos impactos ambientais associados à produção de energia hidroeléctrica, (2) a deterioração da qualidade da água e a diminuição do período de vida útil da maioria das barragens em consequência de uma parte desses impactos, (3) o estado crítico da generalidade dos solos que evoluem rapidamente no sentido da desertificação, (4) a necessidade de lhes fornecer aditivos com vista à produção de alimentos e a afinidade que estes deverão ter com o solo de modo a evitar problemas de poluição, pretendeu-se verificar a disponibilidade da utilização como recurso agrícola, dos sedimentos depositados em albufeiras com características geológicas e climáticas distintas. Este objectivo baseou-se no facto de estes materiais terem concentrados os elementos nutritivos necessários ao desenvolvimento vegetal, os quais provêm fundamentalmente da erosão acelerada dos solos das respectivas bacias de drenagem. Para além de estes elementos estarem associados às partículas preferencialmente lixiviadas pelos processos erosivos, os mecanismos de transformação inerentes à erosão, transporte e deposição no interior destes sistemas hídricos, conduzem a um significativo aumento da sua concentração nos sedimentos de fundo, convertendo estes materiais geológicos num recurso renovável de uso sustentável. A avaliação do uso dos sedimentos como solos agrícolas ou aditivos foi feita em dois conjuntos de albufeiras, portuguesas e brasileiras, através de (1) análises químicas, fisicas e mineralógicas e comparação dos valores obtidos com solos agrícolas considerados como padrão e (2) ensaios de fertilidade mediante estudos comparativos de crescimento em estufa.

Contaminação de solos com metais pesados derivada de um acidente mineiro

C. Franco(a, l}, Á. Soares(a,2) & J. Delgado(b,3)

a - Grupo Ambiente do CMRP, InstitutoSuperior Técnico, Av. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa, Portugal. b - Cartographical, Geodetical and Phtogrametric Engineering Department. University of Jaen, c/ Virgen de la Cabeza, 2 - 23071 Jaen, Spain. I - [email protected];

2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: contaminação dos solos; metais pesados; mapas de risco ambiental, Aznalcóllar; Espanha.

Tendo por base um conjunto de metodologias geoestatísticas analisou-se o impacte ambiental de solos contaminados com metais pesados provenientes de um acidente mineiro para dois cenários possíveis. O derrame acidental deu-se na mina de Aznalcóllar, em Espanha, mas apesar da remediação directa realizada em toda a área afectada, e da aplicação de correcções com base em compostos químicos aos solos, estes continuaram a apresentar, em determinados locais, concentrações residuais muito elevadas. Por isso surgiu a necessidade de caracterizar a qualidade dos solos com base nas com concentrações aferidas nas amostras de solo recolhidas numa campanha de amostragem. Com base nas amostras recolhidas nesta campanha, elaboraram-se mapas das concentrações médias

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

dos metais pesados (Cu, Pb, Zn, Cd e As), e também de mapas de risco ambiental para identificar as zonas que ainda necessitam uma remediação imediata.

o ciclo sedimentar do Tardiglaciar e Holocénico. Exemplos do litoral sudoeste português

M. c. Freitas(I), M. Cachão(2), C. Andradé3) & A. Cruces(4)

Centro e Departamento de Geologia da FCUL, Bloco C2, 5° Piso, Campo Grande, 1749-016, Lisboa, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: transgressão flandriana; regressão do litoral SW; ciclo sedimentar; Plistocénico; Holocénico; lagunas e estuários.

o estudo multidisciplinar do enchimento sedimentar de zonas húmidas do litoral sudoeste ibérico desde o Tardiglaciar indica a existência de um ciclo sedimentar completo compreendendo uma fase transgressiva e outra regressiva, associadas a um único período eustático positivo. A fase transgressiva ocorreu desde cerca de 14000 BP até 5500-5000 BP e caracteriza-se por uma sucessão de fácies, desde fluvial a marinha, na sequência da inundação da antiga margem terrestre pela trangressão flandriana. A fase regressiva ocorre até ao presente e foi determinada pela desaceleração da taxa de elevação do nível médio do mar, que conduziu à formação de barreiras detríticas, definição de corpos lagunares e estuários de barreira e, simultaneamente, foi acompanhada por sedimentação de natureza terrestre. O espaço de acomodação disponível tem vindo a ser sede de assoreamento intenso que predomina sobre os efeitos do sinal eustático positivo, conduzindo a uma regressão forçada. As consequências da tendência de aquecimento global sobre o nível médio do mar neste litoral são já mensuráveis e excedem o ritmo de elevação durante a segunda metade do Holocénico, mas esta aceleração não parece ser acompanhada de modificação da tendência regressiva que ainda hoje caracteriza a sedimentação destes espaços.

potencial de recuperação dunar em Portugal continental

N. Gomes(a, I) & C. Andrade(b,2)

a - Departamento de Ciências da Terra da Universidade Independente (DCT/UnI), Av.Marechal Gomes da Costa, Lote 9,1800-255 Lisboa, Portugal. b - Centro e Departamento de Geologia da Universidade de Lisboa. Bloco C-25° Piso, Campo Grande,

1749-016 Lisboa, Portugal. 1 - [email protected], 2 - [email protected].

Palavras-chave: dunas; potencial de recuperação; Portugal; transporte sólido eólico.

O ordenamento e gestão de sistemas dunares requer, com frequência, intervenções com fins de preservação, recuperação ou reconstrução dos edificios dunares. O transporte sólido eólico potencial anual - tanto cumulativo como a resultante líquida - foi calculado para os registos de 1971 a 1985 das estações sinópticas do Instituto de Meteorologia (1M) localizadas no litoral de Portugal. Os resultados apontam para potencial de recuperação dunar crescente de norte para sul ao longo da costa ocidental portuguesa. Os valores de transporte sólido eólico calculados para a costa meridional algarvia (Faro/Aeroporto) são da mesma ordem de grandeza que os Porto/Pedras Rubras e o triplo daqueles obtidos para Viana do Castelo. O transporte sólido eólico potencial calculado com os dados das estações do Cabo Carvoeiro, Lisboa! Aeroporto e Sines é cerca de oito vezes superior ao de Viana do Castelo e a aplicação do cálculo aos registos de Sagres resulta cerca de vinte vezes superior aos daquela estação. O sentido da resultante vectorial é para NE no litoral norte e para ENE na costa sul do Algarve, sendo em todas as outras estações para SE. Assumindo o intervalo a que respeitam os dados e localização das estações meteorológicas como representativos da distríbuição do vento na costa portuguesa, os resultados permitem concluir que existe potencial de auto-regeneração dos sistemas dunares em todo o litoral português, mais elevado na costa sudoeste, desde que exista área fonte de sedimentos disponível. Mesmo que não contabilizados factores inibidores, resultando em valores de transporte sólido eólico empolados, tendencialmente manter-se-ão estas relações, que poderão ser comprovadas com instalação in situ de equipamentos de monitorização de todas as variáveis

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VI Congresso Nacional de Geologia

Cartografia da dinâmica dunar em Portugal, a Sul do Tejo

N. Gomes(a, I) & F. Valverde(b,2)

a - DCT/UnI (Departamento de Ciências da Terra da Universidade Independente), Av. Marechal Gomes da Costa, . Lote 9,1800-255 Lisboa. b - Bairro do Alto da Ajuda, Rua 17, n.lll, 1300-178 Lisboa. I - [email protected], 2 - [email protected].

Palavras-chave: dunas; dinâmica sedimentar eólica; cartografia; Portugal.

Os sistemas dunares a Sul do Tejo (Portugal), foram classificados de acordo com a ordem de grandeza da escala temporal de dinâmica eólica. A confirmação in situ de foto interpretação resultou na elaboração de cartografia à escala 1/50.000 (em 8 folhas) e integração num SIG, com consequente processamento e quantificação de áreas. Foram identificados 4.1 km2 de zonas com dinâmica dunar actual (100 ano) e 14.5 km2 de zonas com dinâmica dunar dentro da última década (101 ano). Nestas classes existem 1.24 km2 de zonas degradadas, afectando principalmente o sector Olhos de Água - V.R. Sto. António e o arco Caparica- EspicheI. A área total de sistemas dunares degradados é 17.2 km2. Foram cartografados 2.96 km2 de sistemas dunares em autofagia, 0.40 km2 correspondentes a zonas com dinâmica sazonal ou pelo menos na última década. Os resultados apontam como zonas de maior sensibilidade: 1) o sector Olhos de Água - V.R. Sto. António, abrangendo a Ria Formosa - área mais importante de sistemas com dinâmica sazonal (0.45 km2 de área degradada referentes a esta classe); 2) o litoral Tróia - Sines, pela importante área de sistemas de dinâmica dentro da última década ainda bem preservada; e 3) a zona Caparica - Espichei por ser a que tem maior área degradada de sistemas dunares sensíveis (0.33 km2

).

Mudanças ambientais na zona costeira do Noroeste de Portugal desde o Plistocénico-Holocénico até a actualidade

H. M. Granja(a, I) & G. Soares de Carvalho(b, 2)

a - Departamento de Ciências da terra, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga. b - Rua Elísio de Moura, r/c, 62, 4. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: Plistocénico; Holocénico; ambientes; geocronologia.

Síntese de observações nas unidades plistocénicas e holocénicas no sector situado a Norte do rio Ave e no sector situado entre Espinho e a laguna de Aveiro.

Atribuem-se designações litostratigráficas às unidades sedimentares, definem-se os seus ambientes e geocronologia, esta baseada em datações pelo método do 14C e por luminescência (OSL).

Monitorização da pluma de contaminação das águas subterrâneas em lixeiras seladas

M. Lopes(l), G. Avillez(2), C. Costa(a,3) & J. A. Almeida(4)

CIGA!FCT-UNL, 2829-516 Caparica. a - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal- Alfragide, Apartado 7586, 2720-866 Amadora. [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected].

Palavras-chave: monitorização de lixeiras seladas; integração de dados; estimação por krigagem; modelo dinâmico.

Com a aprovação do Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU) em 1996, Portugal deu um passo positivo para a implementação de uma política de gestão sustentada de resíduos. Este plano traduziu-se no encerramento/desactivação, até Dezembro de 2001 das 328 lixeiras activas (segundo registos de 1995), prevendo-se que estejam todas seladas até ao fim de 2005.

A selagem destes vazadouros não implica que deixem de constituir um risco para o ambiente, uma vez que a sua maioria reporta a um passado mais ou menos longínquo, sem o respeito pelas actuais normas restritivas de construção de aterros. Assim, após o seu encerramento têm de ser acompanhados por um plano de monitorização e, sempre que necessário, por estudos pontuais de caracterização mais detalhada com vista à resolução imprevistos.

Na monitorização destes locais, o conhecimento da geologia e hidrogeologia assume uma importância especial, dado que o potencial de contaminação dos solos e as águas subterrâneas depende essencialmente das caracteristicas

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

petrofisicas do meio (porosidade e permeabilidade) e da dinâmica local de fluidos (nível piezométrico, direcção de fluxo das águas) .

Este trabalho traduz a experiência dos autores na coordenação de uma equipa multidisciplinar em estudos realizados para empresas intermunicipais de gestão de resíduos. É descrita a metodologia utilizada, os trabalhos de campo realizados (caracterização geológica e hidrogeológica do local, prospecção geofisica, ensaios do aquífero, amostragem e análise laboratorial de águas subterrâneas e lixiviados) e integração da informação em SIG. Esta metodologia é ilustrada com os resultados obtidos num caso de estudo.

La desertización de la región chaqueõa en Salta, Argentina; importancia de los factores geológicos

M. A. de Pablo(a, I) & R. N. Alonso(b)

a - Opto. de Geodinámica. Facultad de Ciencias Geológicas. Universidad Complutense de Madrid. 28040 Madrid. Espana. b - Opto. de Geologia. Facultad de Ciencias Naturales. Universidad Nacional de Salta. 4400 Salta. Argentina. 1 - [email protected].

Palabras clave: desertificación; Chaco; erosión; geología; Argentina.

EI Chaco semiárido argentino, región boscosa situada entre la cordillera de los Andes y la selva amazónica, es una de las zonas deI planeta donde actualmente se esta produciendo un importante avance de la desertización. Este proceso, originado por la combinación de factores climáticos (Iluvias estacionales escasas, clima semiárido y árido), antrópicos (caza, tala de árboles y arbustos, ganadería) y geológicos (relieve, litología, hidrología), se refleja principalmente como áreas extensas sin vegetación y como salinización y pérdida de suelos.

Posíblemente, el factor más relevante implicado en la desertización de esta región sea el geológico. Las características de los suelos, el relieve, o la hidrogeología condicionan de gran manera que la desertificación avance de forma mucho más acelerada frente a las actuaciones antrópicas y sus consecuencias naturales.

En este trabajo se describen las características generales deI Chaco y el papel de la geología en el avance rápido de la desertización frente a las condiciones naturales y a las importantes actuaciones antrópicas. EI escaso relieve producto deI reIleno de una cuenca de antepaís, el carácter arciIloso, salino y poco compacto de los suelos, los escasos acuíferos de aguas dulces de la zona y las abundantes bolsas de aguas saladas son algunas de estas características que permiten el avance de la desertización en un ecosistema único en el mundo.

Resultados preliminares do projecto de «Recuperação do cordão dunar da ria Formosa» (Algarve, Portugal)

H. Pereira(a, I), I. pires(a, 2), N. Gomes(b, 3), J. Garcia(b,4) & R. Santos(b,5)

a - Parque Natural da Ria Formosa, Centro de Educação Ambiental de Marim, Quelfes, 8700 Olhão. b - OCTlUnI (Oepart. Ciências da Terra da Universidade Independente), Av. Marechal Gomes cfu Costa, Lote 9,1800-255 Lisboa. 1 - [email protected]; 2 - [email protected];

3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected].

Palavras-chave: dunas; reconstrução; Ria Formosa; ordenamento; transporte sólido eólico.

Na sequência do projecto «Requalificação do sistema lagunar da ria Formosa» arrancou o subprojecto de «Recuperação dunar da ria Formosa» no último trimestre de 2001. Os principais objectivos deste projecto consistiam na estabilização dos sedimentos repulsados para as ilhas barreira, bem como na intervenção nalguns locais que, apesar de não terem sido alvo da repulsão de dragados, se encontravam fragilizados e necessitavam da implementação de medidas de recuperação. Para a consecução destes objectivos procedeu-se à instalação de mais de 12 quilómetros de paliçadas, com vista à estabilização e retenção de areias e à construção de cerca de 2.4 quilómetros de passadiços sobrelevados. As intervenções consistiram, numa primeira fase, na instalação de paliçadas e passadiços sobrelevados em na zona nascente da península do Ancão (Praia de Faro), em duas zonas da ilha de Tavira (Barril e Terra Estreita) e na ilha de Cabanas. Foram definidos 4 locais de monitorização detalhada e aí instaladas torres de sensores e armadilhas de sedimento permitindo o registo a 1 Hz de dados necessários à alimentação de modelos preditivos do transporte sólido eólico cujo objectivo é defmir o grau de sucesso ou eficiência das estruturas de retenção.

Os valores calculados com base nos registos locais apontam para valores de preenchimento das estruturas que podem demorar de meses até 5 anos. Os resultados entretanto obtidos são encorajadores em relação à aplicabilidade

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VI Congresso Nacional de Geologia

do método e materiais utilizados - desde que respeitada a análise técnica prévia à instalação e seja realizada monitorização e acompanhamento durante todo o tempo de vida da intervenção.

Tagus River floods in the Late Holocene (sedimentology, geochemistry, hydrology)

A. Ramos Pereira(a, 1), C. Ramos(a,2), T. M. Azevêdo(b,3\ E. Nunes(b,4) & E. Reis(a,5)

Sapiens Project "Geology and Geoarcheology ofTagus Floods Over Time (GEOT ARIF)" - FCT (Programme POCTI) and FEDER, under the Project POCTI/39437/CTA/200L

a - Centro de Estudos Geográficos, Alameda da Universidade, Faculdade de Letras, 1600-214 Lisboa, Portugal. b - Centro de Geologia, Fac. de Ciências, Univ. de Lisboa, Ed. C2, 5° Piso, Campo Grande, 1749-016 Lisboa, Portugal. 1 - [email protected].;

2 - [email protected];3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected].

Key-words: floods; Tagus; sedimentation; heavy metaIs; geochronology.

The geological characterization of Portuguese rivers' floodplain sediments is quite unlrnown. ln particular, the flood deposits of the Tagus, the most important river in Portugal and the longest of the Iberian Peninsula, which along the historical times, always produced flood events of great magnitude, killing cattle and even people and producing enormous economic impacts. Its sediments were never characterised from the sedimentological point of view.

The work presented here, is a part of a much bigger one developed in the scope of a Praxis XXI project and now continued through a Sapiens project called "Geological and Archaeological study of the Tagus Floodplain overtime."

Sedimentology, geochemistry, hydrology, geomorphology and geochronology were the main areas of study carried in order to characterize Late Holocene flood sediments.

ln this work, the sedimentological characterization of those deposits, as well as the heavy metal content along two profiles situated at different distances ofthe present main channel, allowed to know the degree of contamination of the floodplain sediments.

The 14C chronological data permitted to evaluate the sedimentary rates and try an explanation for the strongest heavy metal content variations.

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Património geológico e paleontológico

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Ciências da Terra (UNL), nO especial V

o granito e a cidade: um percurso pelo granito do centro histórico da cidade do Porto (NW Portugal)

A. Almeida(a, b, 1), A. Begonha(c, 2) & N. Vieira(a)

a - Departamento de Geologia da Universidade do Porto, Praça Gomes Teixeira, 4099-002 Porto, Portugal. b- Centro de Geologia da Universidade do Porto, Praça Gomes Teixeira, 4099-002 Porto, Portugal. c- Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Rua Roberto

Frias s/n, 4200-465 Porto, Portugal. 1- [email protected]; 2- [email protected].

Palavras-chave: granito de duas micas; evolução do património edificado; conservação dos monumentos graníticos; Porto; Portugal.

o centro histórico da cidade do Porto assenta sobre um maciço granítico cujos afloramentos forneceram a pedra para a edificação da cidade ao longo da sua história. O percurso proposto pretende contribuir para que os cidadãos reconheçam a pedra com que a sua cidade, a sua rua e a sua casa são construídas assim como estabelecer uma relação entre as caracteristicas arquitectónicas e ambientais com a rocha subjacente. O Porto é uma cidade cujo património remonta aos tempos romanos, havendo indicações de que os monumentos graníticos mais antigos sejam de idade sueva. Seleccionaram-se seis paragens representativas pondo em evidência diversos aspectos: os afloramentos, as irregularidades topográficas e sua relação com o desenvolvimento urbano, a instabilidade das escarpas devida à intensa fracturação do granito, a deterioração da pedra nos monumentos em consequência de agentes ambientais, a evolução da utilização do granito desde construções medievais como a imponente muralha fernandina até edificios recentes, merecendo destaque particular os monumentos de estilo barroco de que a Torre dos Clérigos é o exemplo mais eloquente de arquitectura em granito do País. O substracto do centro histórico é dominantemente um granito de duas micas, de grão médio a grosseiro, afectado por fenómenos de alteração tardi- e pós-magmática, sin-tectónico em relação à fase D3 da deformação Hercínica (Ferreira et aI., 1987), designado por granito do Porto. Um estudo U-Pb em zircão e monazite indica a idade de instalação de 318 Ma (Almeida, 2001). Estudos em edificios deste granito revelam os seguintes tipos de deterioração: desagregação granular, placas, plaquetas, crustas negras, filmes negros, eflorescências e colonização biológica (Begonha, 1997).

A colecção de fósseis portugueses no Museu Nacional do Rio de Janeiro

M. Telles Antunes(a, 1), A. C. Sequeira Fernandes(b,2) & M. J. Lemos de Sousa(c, 3)

a- Academia das Ciências de Lisboa, Rua da Academia das Ciências 19, 1249-122 Lisboa; Centro de Estudos Geológicos, Faculdade de Ciências e Tecnologia (UNL), Quinta da Torre 2829-516, Caparica, Portugal.. b - Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

(UERJ), Rua São Francisco Xavier, 524, Maracanã, 20559-900, Rio de Janeiro, RJ. (Museu NacionallUFRJ Quinta da Boavista/São Cristóvão, 20940-040 Rio de Janeiro, RJ). c - Academia das Ciências de Lisboa, Rua da Academia das Ciências 19, 1249-122 Lisboa; Departamento e

Centro de Geologia da Universidade do Porto, Faculdade de Ciências do Porto, Praça de Gomes Teixeira, 4099-002 Porto, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected], [email protected], [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: fósseis; fósseis vegetais; museus; paleoinvertebrados.

É dada notícia de uma quase desconhecida mas significativa colecção de fósseis portugueses enviada ao Museu Nacional do Rio de Janeiro pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto em 1935, por iniciativa de A. A. Mendes Correia, no âmbito de um acordo informal de intercâmbio estabelecido durante a sua primeira visita ao Brasil em 1934. O espólio enviado compreende peças arqueológicas fornecidas pelo Instituto de Antropologia e, maioritariamente, amostras de fósseis, minerais e rochas provenientes do Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico, que, conforme agora pudemos esclarecer, foram seleccionadas e organizadas por J. Carrington da Costa. Os fósseis, tema principal deste trabalho, foram inventariados por ordem cronostratigráfica. Na medida do possível, foi actualizada a nomenclatura, e feitos comentários. É de salientar o valor patrimonial de uma colecção que seria quase impossível de reunir actualmente. A colecção de fósseis de invertebrados e vegetais conta com um total de 131 registos com 168 exemplares.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Itinerários de interesse geológico-paisagístico nos Parques Naturais do Douro Internacional e de "los Arribes deI Duero"

J. Baptista(a, 1), C. COke(a,2), M. E. P. GOmeS(a,3), M. Lopez Plaza(b,4), M. Peinado(b, 5),

D. Pereira(b,6), M. D. Rodríguez Alonso(b, 7), A. A. Sá(a,8) & L. M. SOuSa(a,9)

a - Departamento de Geologia, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Ap. 1013,5000-911 Vila Real b - Departamento de Geología, Universidad de Salamanca, Plaza de los Caidos, s/n 37008 Salamanca. 1- [email protected]; 2- [email protected];

3- [email protected]; 4 - [email protected]; 5- [email protected]; 6- [email protected]; 7- [email protected], 8 - [email protected]; 9 [email protected].

Palavras-chave: Parque Natural; itinerários geológicos; património geológico; Douro internacional; Arribes deI Duero.

A compilação de informação geológica, com base na pesquisa bibliográfica, e a realização de diversas visitas de campo, na área das Arribas do Douro, integrada no Parque Natural do Douro Internacional e na área de los Arribes deI Duero (Províncias de Zamora e Salamanca), integrada recentemente no Parque Natural de los Arribes deI Duero, permitiu estabelecer unidades representativas do ponto de vista litológico, estrutural e geomorfológico em toda a área dos Parques Naturais do Douro Internacional. Definiram-se critérios - Geológicos, Paisagísticos, Biológicos, Histórico-culturais e Hídricos, para a selecção de locais de interesse geológico-paisagístico e fez-se o seu inventário. Alguns desses locais foram seleccionados, atendendo a características previamente definidas, para integrar os cinco itinerários apresentados: A. Área de Fariza - Miranda do Douro, B. Área de Picote - Fermoselle, C. Área de Aldeadávila de la Ribera - Lagoaça, D. Área de Freixo de Espada-à Cinta- Saucelle e E. La Fregeneda - Barca d'Alva.

"Rainhas de Conducia": descoberta, estudo e fruição de um património paleontológico de grande valor

José M. Brandão & Joanna P. Almeida

Museu do Instituto Geológico e Mineiro, R. da Academia das Ciências, 19 - 2°, 1249-280 Lisboa. [email protected].

Palavras-chave: amonites; Conducia; Cretácico; Choffat; Museu Geológico

Entre o fmal do século XIX e o início do século XX, graças aos bons auspícios do condutor de minas J. C. Berkeley Cotter, chegaram à Comissão do Serviço Geológico, várias caixas com amostras geológicas de Moçambique, colhidas pela mão do Capitão-de-mar-e-guerra J. 1. Marques da Costa, ao tempo governador da antiga colónia portuguesa.

As mais importantes remessas, chegadas a Lisboa em 1900, continham uma notável colecção de amonites de grandes dimensões, colhidas nas formações cretácicas da baía de Conducia (baía situada a Norte do porto de Moçambique. É limitada pelas pontas de Velhaco e Cabeceira e nela desaguam os rios Conducia e Mucate) O seu estudo foi confiado por J. Nery Delgado ao ilustre colaborador da Comissão, Paul Choffat. Integrados nas colecções do Museu Geológico, estes fósseis que constituem, como dizia J. N. Delgado (1902) (carta dirigida ao D.G. de Obras públicas, em 27 de Janeiro. 4° livro de registo de correspondência administrativa fi. 783v-784. Arquivo do IGM)"um verdadeiro thesouro pela sua raridade e valor scientiflco ", foram, recentemente, objecto de uma exposição temporária intitulada "Rainhas de Conducia, amonites gigantes de Moçambique", realizada no âmbito do programa de actividades do MIGM para 2002.

Colecções paleontológicas estrangeiras do MIGM

José M. Brandão & Joanna P. Almeida

Museu do Instituto Geológico e Mineiro, R. da Academia das Ciências, 19 - 2°, 1249-280 Lisboa. [email protected].

Palavras chave: colecções paleontológicas; Museu Geológico; Comissões Geológicas de Portugal.

Adquiridas entre as duas últimas décadas do século XIX e o início dos do século XX, as colecções paleontológicas estrangeiras do MIGM constituíram uma das importantes bases de trabalho dos pioneiros das

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Comissões Geológicas de Portugal, no estudo e classificação dos materiais que continuamente chegavam, de todo o País, às instalações da R. do Arco a Jesus (actual rua da Academia das Ciências), onde estavam instaladas desde meados de 1859.

A Paleontologia tinha então, para estes cientistas, mais valor como instrumento essencial à determinação da sucessão e relações das formações que constituíam a estrutura geológica do território (pedra-chave da sua missão ... ), do que como testemunho evolutivo da nossa herança paleobiogeológica, embora esta vertente constitua, de certa forma, um corolário da primeira.

Embora as colecções paleontológicas estrangeiras sejam maioritariamente constituídas por bivalves e gastrópodes, pode, porém, dizer-se que nelas estão representados praticamente todos os outros grupos paleontológicos, distribuídos ao longo da coluna dos tempos geológicos. Embora a maior parte dos exemplares seja proveniente de países da Europa central, a sua diversidade geográfica é grande, devendo referir-se que, na generalidade, se trata de exemplares bem preservados.

O trabalho de inventário, reacondicionamento e documentação que tem vindo a ser feito desde o último ano, permitiu registar um conjunto com cerca de dois mil e oitocentos lotes de fósseis, nos quais se registaram alguns problemas de conservação (sobretudo em exemplares piritizados) de falta de informação.

Pedreira do Campo (Santa Maria, Açores): monumento natural

M. Cachâo(a, b, 1), J. Madeira(a, c, 2), C. Marques da Silva(a, b, 3), J. M. N. Azevedo(d,4),

A. P. Cruz(d), C. Garcia(d), F. Sousa(d), J. Melo(d), M. Aguiar(d), P. Silva(d),

R. Martins(d) & S. Á vila(d,5)

a - Dep. de Geologia da Faculdade de Ciências. Universidade de Lisboa. Rua da Escola Politécnica, 58. 1250-102 Lisboa. b - Centro de Geologia da Universidade de Lisboa. c - Laboratório de Tectonofisica e Tectónica Experimental. Universidade de Lisboa. d - Departamento de Biologia,

Universidade dos Açores. Complexo Científico, 2° Andar, 9500-801 Ponta Delgada. I - [email protected] 2 - [email protected]; . 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected].

Palavras-chave: património geológico; património paleontológico; Miocénico; Santa Maria; Açores; Macaronésia; Portugal.

No decurso de trabalhos de campo na ilha de Santa Maria verificou-se a existência de uma frente de pedreira talhada em lavas submarinas associadas a biocalcarenitos marinhos fossilíferos, originando excelente exposição destes materiais. A associação fossílifera inclui somatofósseis (nanofósseis, algas rodoficeas, macroforaminíferos, anelídeos poliquetas, corais, bivalves, gastrópodes, briozoários e equinodermes) e icnofósseis (estruturas de bioerosão de esponjas e de bivalves). A importância científica e patrimonial do local foi imediatamente reconhecida. A Pedreira do Campo situa-se a W do Pico do Facho, em área intocada pela urbanização, onde se encontra preservada a paisagem cultural tradicional de pequenos campos murados para pasto e agricultura. A sua protecção e classificação como Monumento Natural justifica-se pelo interesse científico, educativo e turístico, por expor a sequência de passagem de rochas sedimentares, datando do topo do Miocénico à base do Pliocénico (Messiniano a Zancliano), a rochas vulcânicas submarinas do Pliocénico inferior, por constituir um afloramento de lavas em almofada de grande beleza geológica e elevado valor didáctico, por ser o único local da ilha (e dos Açores) onde se podem observar calcários marinhos fossilíferos ·e por estar ameaçada de destruição pela continuação da lavra da pedreira. Na sequência das diligências efectuadas foi apresentada, ao Sr. Secretário Regional do Ambiente da RA dos Açores, uma proposta de protecção e classificação da Pedreira do Campo como monumento natural. A presente comunicação representa súmula daquela proposta e visa divulgar a importância geopatrimonial da Pedreira do Campo, sublinhar a necessidade da sua salvaguarda e fazer ponto da situação do seu processo de classificação.

A criação de circuitos geológicos no Almada Forum -um exemplo de divulgação da geologia em meio urbano

P. S. Caetano(a, 1), P. H. Verdial(a, 2), P. Gregório(b), A. P. Heitor(b), B. Pedro(b) & I. Sil~a(b)

a - Centro de Investigação em Geociências Aplicadas, Universidade Nova de Lisboa, Q.ta da Torre, 2829-516 Caparica, Portugal; 1 - [email protected]; 2 - [email protected]. b - Estudantes da Lic. em Eng" Geológica, FCT/UNL

Palavras-chave: divulgação do património geológico; georrecurso cultural urbano; pedra natural; Almada Forum.

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A maioria dos locais de interesse geológico, classificados formalmente ou não, encontram-se fora dos meios urbanos. O conceito de georrecurso cultural aplicado aos geomeonumentos pode, no entanto, ser extendido para o ambiente urbano pela definição de "georrecurso cultural urbano". Neste sentido, o meio urbano apresenta elevada potencialidade para a divulgação da Geologia e do património geológico, nomeadamente através de museus, afloramentos temporários ou permanentes em parques e jardins ou relacionados com obras de engenharia, ou pela observação e identificação de materiais geológicos utilizados na construção. No último caso, a criação de percursos urbanos assinalando a utilização e as diferentes aplicações e características de pedra natural é um excelente exemplo. Neste trabalho apresentam-se as potencialidades de uma grande superficie comercial como o Almada Forum na criação de um conjunto de percursos deste tipo.

Com o propósito de criar estes percursos, foi feito um levantamento das aplicações de pedra natural em todo o centro comercial, distinguindo-se as que se encontram no exterior do edificio, e nos átrios e corredores de utilização comum, daquelas que se encontram nas próprias lojas (de um total de 260 lojas, foram identificadas 83 com aplicações de pedra natural). Pretende-se que a divulgação destes circuitos seja feita de diversas formas, nomeadamente: através de visitas guiadas, de folhetos explicativos, da sinalização dos aspectos a observar, nos próprios locais de observação e, ainda, através da criação de itinerários interactivos, disponibilizados em circuito interno, em CD ou na Internet.

Serras de Santa Justa e Pias: património geológico e mineiro a preservar

H. Couto(a, I>, Á. Lourenço(b,2) & C. Poças(c,3)

a - Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Centro de Geologia da Universidade do Porto. Praça de Gomes Teixeira. 4099-002 Porto. Portugal. b - Centro de Geologia da Universidade do Porto. Praça de Gomes Teixeira. 4099-002 Porto.

Portugal. c - Directora do Departamento de Serviços Culturais e Qualidade de Vida. Câmara Municipal de Valongo. Avenida 5 de Outubro. Valongo. Portugal. 1- [email protected] - [email protected] - [email protected].

Palavras-chave: Parque Paleozóico de Valongo; património geológico e mineiro; serra de Santa Justa; serra de Pias.

Na continuidade do trabalho de protecção e preservação do património geológico (incluindo o património paleontológico) e mineiro da região de Valongo, levado a cabo pela Câmara Municipal de Valongo e pelo Departamento de Geologia e Centro de Geologia da Universidade do Porto de que resultou a criação em 1998 do Parque Paleozóico de Valongo, pretende-se agora estender esta protecção a uma área mais vasta das serras de Santa Justa e Pias, já abrangida pela Rede Natura 2000, na qual está incluído o Parque Paleozóico de Valongo. A área a proteger tem vindo a ser objecto de interesse de vários cientistas nacionais e estrangeiros. Os trabalhos efectuados abordaram aspectos relacionados com a estratigrafia, tectónica, geomorfologia, paleontologia, recursos minerais e património mineiro. Deste modo consideramos da maior importância e urgência que as serras de Santa Justa e Pias sejam objecto de uma protecção especial que garanta a sua preservação futura. Em particular poderemos destacar quer as jazidas fossilíferas do Paleozóico de Valongo, conhecidas a nível mundial quer as explorações de ouro que remontam, pelo menos, à época de ocupação romana da Península Ibérica.

Contribuição para a valorização e divulgação do património geológico com recurso a painéis interpretativos: exemplos em áreas

protegidas do NE de Portugal

G. Dias(a, I), J. B. Brilha(a>, M. I.C. AIves(a), D. I. Pereira(a), N. Ferreira(b),

C. Meireles(b), P. Pereira(a) & P. P. Simões(a)

a - Departamento de Ciências da Terra, Universidade do Minho, Compus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal b - Instituto Geológico e Mineiro, Apartado 1089,4466-956 S. Mamede de Infesta, Portugal. 1- [email protected].

Palavras-chave: painéis interpretativos; património geológico; Parques Naturais.

Estudos sociológicos recentes revelam que cerca de dois terços da população portuguesa manifesta um claro distanciamento relativamente à ciência em geral. Esta situação é particularmente crítica no referente à cultura científica de base geológica, pelo que a sensibilização e formação do público constitui um desafio e uma prioridade para toda a comunidade geológica. É muito recente em Portugal o esforço de produção de recursos interpretativos destinados à sensibilização do público para a geologia e para o património geológico, indispensável à implementação de medidas de geoconservaçDão. O presente trabalho caracteriza o recurso interpretativo de tipo

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

painel, apresentando os princípios básicos adoptados na sua produção, bem como exemplos de painéis elaborados no âmbito de um projecto mais vasto de inventariação, caracterização e valorização do património geológico em duas áreas protegidas do NE de Portugal (Parques Naturais de Montesinho - PNM e do Douro Internacional- PNDI). A eficácia deste recurso está largamente dependente da adopção alargada de abordagens interpretativas que permitam uma comunicação eficaz da mensagem, com especial ênfase em vocabulário, estilo, conteúdo informativo e layout adaptados ao público-alvo. Seleccionaram-se, nos dois Parques Naturais, os locais de interesse geológico que, pela sua relevância, qualidade de exposição, grau de vulnerabilidade e condições de acesso, deveriam ser valorizados com recurso à instalação de painéis interpretativos. A título de exemplo, apresentam-se quatro painéis interpretativos instalados ou a instalar nos miradouros do Alto da Marofa e da Ribeira do Mosteiro (PNDI), bem como no Monte de S. Bartolomeu e no v. g. Montesinho (PNM).

Contribuição para a valorização do património geológico da costa ocidental portuguesa. O interesse das falésias calcárias de S. Pedro de Moei

e de Peniche

L. V. Duarte

Departamento de Ciências da Terra, Centro de Geociências, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, 3000-272 Coimbra; [email protected].

Palavras-chave: património geológico; formações calcárias; Liásico; costa ocidental portuguesa.

o Jurássico inferior está muito bem representado na orla meso-cenozóica ocidental de Portugal (Bacia Lusitânica), através de vários afloramentos de inegável valor científico, pedagógico-didáctico e paisagístico. Entre eles, destacam-se dois locais da maior importância, considerando as suas mais-valias nos domínios do património geológico e paleontológico: S. Pedro de MoeI e Peniche. Estes dois locais, enquadrados em duas posições de alto valor paisagístico da costa ocidental, exibem secções estratigráficas, dominadas por séries carbonatadas, que são' decisivas para o estudo do Jurássico em Portugal. O seu elevado valor científico excede claramente as fronteiras nacionais. Em termos educativos, são óbvias as valências dos dois afloramentos, nomeadamente nos domínios da estratigrafia, paleontologia, sedimentologia e geomorfologia.

Os principais objectivos deste trabalho assentam numa descrição do potencial científico destes afloramentos, hierarquizados em termos da sua relevância nacional e internacional. Contudo, este trabalho mostra ainda um inventário de outras variáveis (educacionais, sócio-culturais, paisagísticas), capazes de auxiliar todo e qualquer projecto de valorização no futuro destes dois locais.

Património geológico do Parque Natural do Douro Internacional (NE de Portugal): caracterização de locais de interesse geológico

N. Ferreira(a, I), J. Brilha(b), G. Dias(b); P. Castro(a), M. I. C. Alves(b) & D. Pereira(b)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Apartado 1089,4466-956 S. Mamede de Infesta, Portugal. b - Departamento de Ciências da Terra, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal. 1- [email protected].

Palavras-chave: património geológico; área protegida; locais de interesse geológico.

O reconhecimento da importância do património geológico no contexto das políticas de conservação da natureza, tem vindo a adquirir, nos últimos anos, um destaque nacional e internacional. Na área do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) desenvolve-se trabalho de inventariação e de caracterização do património geológico, que será objecto de apresentação no Dâmbito da presente comunicação. Procedeu-se à inventariação dos locais de interesse geológico, de forma sistemática, em simultâneo com a cartografia geológica regional. Foram considerados vários grupos: miradouros, áreas de interesse geológico específico, afloramentos e locais de exploração/utilização de materiais geológicos. Constituiu-se uma base de dados que reune as fichas individuais de caracterização dos locais de interesse geológico. Cada ficha é constituída por quatro grandes itens (identificação do local, sua caracterização como local de interesse geológico, documentação gráfica, outros) que englobam as principais características do local de interesse geológico (localização geográfica, extensão, conteúdo, utilização, relevância, vulnerabilidade, medidas de protecção e propostas de valorização, entre outras). A informação obtida serve de suporte à elaboração de

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VI Congresso Nacional de Geologia

documentos para apoio à gestão e ordenamento do Parque. Permite ainda a produção de recursos interpretativos que visam a divulgação do património geológico junto do grande público e, em particular, da população escolar.

Rotas do mármore - rede integrada de circuitos geoturísticos

v. Lamberto(a, 1), F. Melen(b,2>, A. Silva(c), C. Tapadas(c) & C. Xarepéd)

a - Departamento de Geociências, Universidade de Évora. b - Trilho - ADR; c - Câmara Municipal de Vila Viçosa; d - Câmara Municipal de Estremoz. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: geologia; mármore; rochas ornamentais; património; geoturismo; zona dos mármores.

A criação da rede integrada de circuitos geoturísticos rotas do mármore tem como elemento estruturante este importante recurso geológico, pretendendo, através do desenvolvimento de actividades de ar livre, a divulgação da geologia, e a promoção e valorização do mármore, da importante actividade industrial associada e de uma região com características únicas - a Zona dos Mármores.

Inventariação e caracterização do património geológico na área do Parque N aturai de Montesinho (NE de Portugal). Contributo para o plano de ordenamento

C. Meireles{a, 1), D. Pereira{b, 2>, M. I. C. Alves{b, 3) & P. Pereira{b,4)

Projecto PNATI1999/CTE/15008, "Geologia dos Parques Naturais de Montesinho e do Douro Internacional (NE de Portugal): caracterização do Património Geológico" (FCT/ICN). a - Instituto Geológico e Mineiro, Rua da Amieira, 4466-956, S. Mamede de Infesta, Portugal. b -

Departamento de Ciências da Terra, Univ. do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: Nordeste de Portugal; Montesinho; património geológico; ordenamento.

o Parque Natural de Montesinho, situado no nordeste transmontano, compreende várias unidades autóctones (Zona Centro Ibérica), parautóctones e alóctones (Zona Galiza Trás-os-Montes). A sua complexa geologia traduz-se num importante e variado Património Geológico. No âmbito do projecto têm sido desenvolvidos esforços da sua caracterização e inventariação. O interesse geológico e patrimonial ímpar de alguns dos afloramentos da região ultrapassa a escala local do concelho, podendo mesmo ser considerados de interesse mundial. Definiram-se os seguintes tipos de LIG's: mineralógico, petrológico, paleontológico, mineiro, tectónico e geomorfológico. Quando a presença de um ou mais tipos de LIG's ultrapassa a escala métrica ou hectométrica do afloramento, definiram-se "áreas com interesse geológico e patrimonial". Tratando-se de uma área de grande actividade mineira no passado recente, o estudo deste Património e a concepção de um plano de ordenamento deste Parque tem que ter em conta esta realidade e as potencialidades em recursos geológicos que a região ainda encerra.

Valorização da jazida fossilífera de Cacela (Parque Natural da Ria Formosa, Algarve, Portugal) - uma nova abordagem

H. Pereira(a, 1), D. Moura(b,2) & F. Perna(c,3)

a - Parque Natural da Ria Formosa, Centro de Educação Ambiental de Marim, Quelfes, 8700 Olhão. b - Universidade do Algarve, Faculdade de Ciências do Mar e Ambiente, Campus de Gambelas, 8000 Faro. c - Universidade do Algarve, Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo,

Campus da Penha, 8000 Faro. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: Cacela; Algarve; avaliação contingencial.

Com este trabalho apresenta-se uma proposta de uma nova abordagem para valorização da jazida fossilífera de Cacela que passa pela implementação de um estudo de avaliação contingencial. A grande quantidade de trabalhos publicados sobre esta jazida atesta a sua importância científica. Por outro lado, a jazida de Cacela apresenta

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

igualmente potencialidades educativas (tanto pedagógicas como didácticas), turísticas e recreativas que não têm sido exploradas devido à sua reduzida divulgação que resulta da ausência de medidas de protecção e de gestão eficazes.

Recorrendo aos princípios subjacentes à economia do ambiente e dos recursos naturais pretende-se efectuar uma discussão em termos do valor intrínseco e do valor de uso da jazida de Cacela através do método de avaliação contingencial. Desta forma espera-se obter argumentos para justificar, também do ponto de vista económico, a sua preservação, bem como a sua classificação como monumento natural e divulgação ponderada.

Património geológico da ilha de Porto Santo: proposta para a criação de um geoparque

João Silva(l) & Celso Gomes(2)

Centro de Investigação "Minerais Industriais e Argilas", Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro, Campus Universitário Santiago, 3810 - 193 Aveiro, Portugal. 1- [email protected]; 2 - [email protected]

Palavras-chave: ilha de Porto Santo; património geológico; geoparque.

Inicialmente apresenta-se de forma sumária um conjunto de trabalhos científicos, técnicos e pedagógicos, editados por Madeira Rochas - Divulgações Cientificas e Culturais no período de 1998 -2002 e que tiveram como objectivo a divulgação, protecção e preservação do património geológico da Região Autónoma da Madeira. Posteriormentepara uma primeira fase os autores propõem a criação de um Geoparque para a ilha do Porto Santo que integre três locais terrestres, a saber: 1) depósitos de bentonite da Serra de Dentro; 2) arriba e dunas fósseis da costa norte da ilha; 3) o Pico de Ana Ferreira e a pedreira que aí funcionou. Numa segunda fase, os qautores propõem a classificação como património geológico e paleontológico português os afloramentos de recifes coralígenos de idade Miocénica que ocorrem em vários locais da ilha do Porto Santo, mas mais exuberantemente nos Ilhéus da Cal e do Farol.

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VI Congresso Nacional de Geologia

História da geologia Ensino da geologia

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Análise de uma obra polémica de Pinto d' Almeida Principios de Geologia (1838)

F. Amador

Departamento de Ciências Exactas e Tecnológicas, Universidade Aberta. Rua da Escola Politécnica, n° 147, 1250 Lisboa. [email protected].

Palavras-chave: história da geologia; Portugal.

A obra de Pinto d' Almeida, Principios de Geologia (1838), destaca-se, do conjunto dos primeiros trabalhos sobre Geologia publicados no nosso País, pelos objectivos que visa atingir e pelas teses defendidas. No nosso trabalho, procuramos analisar a obra e identificar a origem de algumas das ideias defendidas.

potencialidades didácticas intrínsecas do "laboratório natural": exemplos do Jurássico da região de Rabaçal-Degracias

H. Ánacleto(I) & L. v. Duarte(2)

I - Colégio do Sagrado Coração de Maria - Fátima, [email protected]. 2 - Departamento de Ciências da Terra, Centro de Geociências, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, [email protected].

Palavras-chave: ensino das ciência/>; laboratório natural; Jurássico; Rabaçal-Degracias; Portugal.

A crescente valorização no ensino das Ciências de metodologias com carácter prático, remeteu para as saídas de campo, no caso específico do ensino das Geociências, uma importância capital, já que estas promovem a integração das dimensões teórica e prática. Esta metodologia faculta a vivência de experiências de aprendizagem em contacto com o cenário real, facto este que dá hipótese de implementar aprendizagens activas, socializadoras, viabilizando um adequado desenvolvimento cognitivo. Assim, como reflexo desta preocupação e com o intuito de aumentar a eficácia do ensino/aprendizagem de temáticas no domínio da Geologia Sedimentar, preconizamos neste trabalho, sugestões dirigidas aos docentes do Ensino Secundário, com vista à concretização de uma metodologia, assente na análise do importante "laboratório natural" que é o campo. Estes objectivos são contextualizados ao nível das disciplinas de Ciências da Terra e da Vida do 11° ano e de Geologia do 12° ano de escolaridade.

Para o efeito seleccionámos na região da Serra de Sicó, afloramentos de idade jurássica (Rabaçal e Sr" da Estrela) dignos de realce, apoiados em critérios científicos singulares a nível da litologia, estratigrafia, paleontologia e geomorfologia. Os locais (afloramentos) apresentam-se como uma ferramenta importante no ensino da Geologia Sedimentar, pelas potencialidades didácticas intrínsecas que apresentam. A nível pedagógico, os locais apresentam espaço suficiente para os alunos desenvolverem diferentes actividades propostas e permitem a articulação com actividades de sala de aula e laboratório Respondem portanto, de forma positiva, aos requisitos necessários para proporcionar o tão almejado sucesso das aprendizagens.

Trabalho de campo no ensino das Ciências da Terra. Um caso prático aplicado à paleontologia

Matilde Azenha(I), Teresa Oliveira(2) & Pedro Callapez(3) I - Escola Básica Eugénio de Castro, Coimbra. 2 - Departamento de Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de

Lisboa. 3 - Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Centro de Geociências da Universidade de Coimbra -linha 7 - Investigação e Comunicação em Paleontologia - [email protected]; [email protected].

Palavras-chave: trabalho de campo; saída de campo; Cretácico; paleontologia.

O presente trabalho c~msiste num contributo para promover a utilização, de forma mais fundamentada, do trabalho de campo (TC) no ensino das Ciências da Terra. Para tal e como objecto de estudo, foi seleccionado um local de intervenção localizado no concelho de Coimbra, na margem direita do rio Mondego e na área de influência da Escola Básica dos 2° e 3° Ciclos de São Silvestre. Na pedreira existente neste local (Pedreira do Casal dos Carecos) encontram-se amplamente expostas unidades siliciclásticas e carbonatadas de idade cretácica (Arenitos de

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VI Congresso Nacional de Geologia

Carrascal e Calcários de Tentúgal). A segunda destas fonnações é particulannente rica e diversificada em fósseis de invertebrados marinhos.

Por outro lado, a área em estudo possui potencialidades educacionais integradas nos conteúdos do 7° ano de escolaridade, na unidade "A Terra conta a sua História", e vai de encontro aos interesses dos alunos, pois estabelece uma franca relação entre os conteúdos abordados na aula e o contexto real, ajustado ao local de inserção desses alunos. A planificação do trabalho de campo compreendeu várias fases consecutivas, passando por visitas de estudo ao local por parte de tunnas de alunos, seguidas de discussão na sala de aula.

No final verificou-se que nos alunos sujeitos a esta metodologia, a aprendizagem e atitudes desenvolvidas foram mais duradouras.

Construção de hiperdocumentos e ensino das geociências

E. Bolacha(a, I) & F. Amador(b, 2)

a - Escola Secundária de Camarate, b - Departamento de Ciências Exactas e Tecnologias, Universidade Aberta I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: hipertexto; TIC; flexibilidade cognitiva; ensino das geociências; controvérsias científicas.

Apresenta-se parte de um estudo exploratório que teve como objectivo investigar a possibilidade de existência de relação entre tipos de organização de conteúdos em hiperdocumentos e respectivas potencialidades de utilização didáctica. Analisam-se os efeitos da exploração de dois hiperdocumentos, com estrutura diferente (hierárquica e em rede), mas versando os mesmos conteúdos: o problema da extinção dos dinossauros e as controvérsias a ele associadas.

o trabalho de campo em geologia: o caso de Lavadores. Construção de materiais didácticos

Maria R. Chaves(a, I), Maria A. Ribeiro(b,2) & Clara Vasconcelos(a, c, 3)

a - Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. b- Departamento/Centro de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. c- Centro de Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores da Universidade de Aveiro. I -

[email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: trábalho de campo; ensino por pesquisa; modelo organizativo de Nir Orion; Lavadores.

Elaborado segundo o modelo organizativo de Nir Orion, o Trabalho de Campo apresentado neste trabalho ambicionou, ainda, cumprir os requisitos de um Ensino Por Pesquisa. Seguindo esta linha orientadora, foram construídos materiais didácticos, nomeadamente os Guia de Campo do Professor e Guia de Campo do Aluno, ambos utilizados numa actividade de Trabalho de Campo realizada em Lavadores. Na comunicação será dada particular ênfase à Geologia de Lavadores, local onde os materiais didácticos elaborados foram testados com alunos do décimo primeiro ano de escolaridade. Esta área revelou possuir aspectos geológicos pertinentes do ponto de vista didáctico. Assim, no Trabalho de Campo efectuado, foram abordados aspectos geomorfológicos e geológicos relacionados com a composição e a génese de rochas de diferentes ambientes geotectónicos.

A geologia no litoral. Análise de quatro anos de participação na Geologia no Verão

A. Cruces(a, I), I. Lopes(a, 2), C. Freitas(a,3) & C. Andrade(a,4)

a - Centro e Departamento de Geologia da FCUL, Campo Grande, Edificio C2, 5° piso, 1749-016 Lisboa. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: Ciência Viva; Geologia no Verão; litoral; Península de Setúbal.

A geologia no litoral é, desde 1998, uma das actividades do Departamento e Centro de Geologia da FCUL integradas no Programa Geologia no Verão, financiado pelo anterior Ministério da Ciência e Tecnologia e

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

actualmente pela Agência para a Cultura Científica e Tecnológica (Ciência Viva), que permite um geopasseio pelo litoral da península de Setúbal, visando a observação da geologia e de processos actuantes na faixa costeira, em distintos ambientes (estuarinos, lagunares e de praia). '

Neste trabalho descrevem-se os percursos efectuados naquelas acções, bem como os temas abordados em cada paragem. O estudo de inquéritos de opinião efectuados aos participantes possibilitou a caracterização da evolução e o melhoramento da actividade de ano para ano. O investimento efectuado na preparação e realização destes eventos, como por exemplo a elaboração dos livros guias de excursão, pode ser utilizado no desenvolvimento de ferramentas educacionais, nomeadamente na realização de algumas páginas já disponíveis na internet.

Durante estes quatro anos, esta actividade tem permitido o contacto dos participantes com a geologia e com a dinâmica da faixa costeira, sendo possível actualmente fazer um balanço da acção referindo os pontos considerados pertinentes para o seu sucesso.

GeoPoint: geodinâmica de Portugal interactiva

R. Dias(a, I) & R. C. Rocha(a,2)

1- Dep. de Geociências, LIRJO, Centro de Geofisica, Univ. de Évora, 7000 Évora, Ass. Centro Ciência Viva de Estremoz. 2 - Dep. de Geociências, Univ. de Évora, 7000 Évora, Ass. Centro Ciência Viva de Estremoz. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: geologia de Portugal; evolução geodinâmica.

Compreender a evolução geodinâmica de Portugal é fundamental não só para aquilo que pode ser considerado como conhecimento básico de um geólogo, mas também por ser a única via que permite uma fácil integração dos conhecimentos geológicos que se vão adquirindo. As sínteses existentes sobre este assunto, para além de escassas e desactualizadas, destinam-se geralmente a um público alvo especializado e por vezes, as descrições detalhadas são apresentadas de um modo essencialmente descritivo.

GeoPoint é um programa interactivo elaborado em Macromedia Director, que permite ao utilizador navegar ao longo da coluna estratigráfica e seguir a evolução geodinâmica de Portugal desde o Pré-Câmbrico até à actualidade. Para cada período, tectónica, estratigrafia e paleontologia são alguns dos aspectos que são ilustrados de um modo apelativo.

Ensinar geologia com uma aplicação informática. Caso da região de Cantanhede

M. Quinta Ferreira(a, I), Adelina Gomes(b), Joana Santos(b,2) & Marta Neto(b)

a - Departamento de Ciências da Terra, Universidade de Coimbra. b - Escola Secundária de Cantanhede. I - [email protected]; 2 - joana [email protected].

Palavras-chave: ensino; geologia; computador; multimédia; Cantanhede.

Na formação geológica dos jovens a observação de minerais, rochas, fósseis e de afloramentos geológicos desempenha papel primordial. Procurando ir de encontro a este objectivo de modo a motivar os alunos para a geologia e a melhorar a sua aprendizagem, elaborou-se um trabalho com três elementos complementares: um ficheiro pedagógico em CD com cerca de 500 "slides", uma maleta de amostras e um documento escrito.

Os elementos apresentados no CD permitem conhecer quer aspectos gerais da geologia, quer aspectos aplicados a formações existentes na região de Cantanhede. O CD é profusamente ilustrado, com imagens que auxiliam a compreensão do texto. Encontra-se dividido em várias unidades, de que destacamos: 1) Tempo Geológico; 2) Interpretação paleobiogeográfica de Cantanhede; 3) Enquadramento geológico de Cantanhede; 4) História da utilização dos recursos geológicos de Cantanhede; 5) Roteiro geológico da região; 6) Glossário. O Roteiro geológico remete para a maleta de amostras, composta por exemplares representativos de cada unidade abordada. O documento escrito pretende ser um complemento à informação contida no CD, podendo ser utilizado pelo professor como material de apoio.

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VI Congresso Nacional de Geologia

A cidade como recurso didáctico: as rochas no Porto

P. A. Gonçalves(a, 1) & A. M. C. Lima(b,2)

Dissertação de de Mestrado em Geologia para o Ensino da FCUP: "A Cidade como Recurso Didáctico: As Rochas no Porto" a - Escola Secundária de Rio Tinto, Travessa Cavada Nova, 4435 Rio Tinto. b - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências da

Universidade do Porto - Pr. Gomes Teixeira, 4099-002 Porto. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: itinerário geológico urbano; rochas ornamentais/pedras naturais; estruturas urbanas; Porto.

Sendo a cidade um "ecossistema" criado pelo homem para a sua coexistência e desenvolvimento, pode-se estudar uma multiplicidade de aspectos com os quais professores e alunos estão em contacto directo. Com a presente investigação pretendeu-se divulgar a utilização da cidade como um recurso didáctico, construindo-se um itinerário geológico urbano para estudar as rochas ornamentais/pedras naturais, tomando como exemplo a sorumbática, pardacenta e granítica cidade do Porto.

Este tipo de actividade de descoberta e observação das diferentes rochas que ornamentam as estruturas urbanas permite uma aquisição e compreensão de conhecimentos geológicos e ainda fomentar atitudes como a valorização do património natural e artístico, apreciar relações de interdependência homem/cultura/natureza, reconhecer a relação entre desenvolvimento cultural e desenvolvimento tecnológico e desenvolver atitudes críticas e participativas sobre problemas ambientais.

Do ponto de vista didáctico, um itinerário urbano para estudar as rochas presentes nas estruturas urbanas constitui uma nova e útil ferramenta para os professores utilizarem no trabalho desenvolvido com os seus alunos.

Actividades deste tipo são praticáveis e desejáveis, tomando evidente a necessidade de um aprofundamento da construção de itinerários geológicos urbanos a nível da formação de professores.

PaleoPort - Uma ferramenta paleontológica on-line

G. Machado

Aluno de Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. [email protected].

Palavras chave: internet; world wide web; paleontologia; Museu Nacional de História Natural.

o site PaleoPort é um recurso português de informação (e ligação a outros sites) na área da paleontologia, sensu lato. Está disponível on-line no domínio web do Museu Nacional de História Natural (http://www.mnhn.ul.pt!dinos/paleoport ).

Pretende ser um site para todos, sejam eles simples interessados, profissionais, educadores, etc. Tem o objectivo de ser um recurso dinâmico com comentários e contribuições dos visitantes.

Foi realizado em linguagem HTML simples, sem recurso a Java ou outra linguagem. O software utilizado foi essencialmente Frontpage. Está organizado por grandes temas: museus; universidades; organizações; revistas científicas; etc. dentro dos quais existe um link para cada site referenciado acompanhado por uma breve descrição. Pretende a longo prazo expandir o seu âmbito a todo o mundo lusófono.

Geost: interpretação interactiva de cortes geológicos

I. Leal Machado(a, I) & R. Dias(b,2)

a - LIRJO, Univ. de Évora, 7000 Évora, Assc. Centro Ciência Viva de Estremoz. b - Dep. de Geociências, LIRJO e Centro de Geofisica, Univ. de Évora, 7000 Évora, Assc. Centro Ciência Viva de Estremoz. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: geologia; cartas geológicas.

Quando os cientistas do século XVIII e XIX estabeleceram aquilo que podemos considerar os princípios fundamentais da geologia (e.g princípio da sobreposição, das inclusões, da intersecção e das sucessões faunísticas), lançaram as bases para uma interpretação científica das observações geológicas de campo, nas quais se alicerçaram necessariamente todos os estudos da geologia. O rápido progresso que a geologia conheceu a partir daí, repousava na simplicidade destes princípios, o que os tomou um instrumento extremamente poderoso que ainda hoje continuamos a utilizar praticamente sem alterações.

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Geost é em programa interactivo em Visual Basic que permite ao utilizador praticar a aplicação destes princípios a uma série de situações geológicas de modo a conseguir reconstruir a evolução que as originou.

Alfred Wegener, a origem das crateras da Lua e o impactismo nas Ciências da Terra

José Fernando Monteiro

Departamento e Centro de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. [email protected].

Palavras-chave: Wegener; impactismo; crateras de impacto; Lua; impacto-estratigrafia.

Alfred Wegener é universalmente conhecido pelo seu trabalho e proposta da deriva dos continentes. Porém, realizou experiências e formulou ideias precisas sobre a origem das crateras da Lua e sobre a importância do impactismo. Apresenta-se uma síntese desses trabalhos e mostra-se o estado actual do impactismo nas Ciências da Terra.

História do ensino da geologia em Portugal. Análise dos manuais do ensino liceal no Estado Novo (1947-1974)

T. Mota

Escola Secundária de Amares, estudante de doutoramento na FCT/UNL. [email protected].

Palavras-chave: história do ensino da geologia; manuais do ensino liceal; Estado Novo.

Pretende-se dar a conhecer parte da história da geologia em Portugal entre 1947 e 1974, através da análise de antigos manuais do liceu. Nesse período, o Estado Novo entrava em crise. Lentas mas profundas transformações ocorriam em Portugal, tendo impacto no sistema educativo, poderoso meio de inculcação ideológica. É neste contexto que o presente trabalho deve ser entendido.

A análise dos manuais contemplou os seguintes aspectos: características gerais; tratamento dos temas de geologia; vertente prática do ensino da geologia; imagens geológicas; apresentação e tratamento de teorias; entendimento da geologia enquanto ciência; história da geologia.

A análise revelou que a geologia era entendida num contexto histórico-natural, realçando aspectos descritivos e destacando a cristalografia e a mineralogia. Interpretações causais, teorias globais e mesmo a reconstituição histórica da Terra, eram abordadas tardiamente no liceu. As imagens geológicas apresentavam o mesmo tipo de caracteristicas, sendo que imagens como mapas, perfis, colunas estratigráficas, esquemas de carácter causal e temporal, eram muito raros. Também as reduzidas actividades práticas se limitavam, essencialmente, à observação, descrição e identificação de objectos.

As teorias geológicas eram abordadas, invariavelmente, de forma não problemática e monoliticamente. Assumia­se uma demarcação entre o natural e o social e o conhecimento científico era tido como permitindo o alcance da verdade. Poucas páginas eram dedicadas à história da geologia e estas eram também reveladoras do que se disse anteriormente.

Não se prestando, especialmente, a geologia à manipulação ideológica, a verdade é que em anos mais precoces do ensino liceal, os conhecimentos geológicos eram manipulados ideologicamente pelo regime. Tendo o ensino liceal uma finalidade elitista, esta concretizava-se também pela diferente abordagem dos conhecimentos geológicos nos diversos ciclos de ensino. Pode considerar-se que o ensino da geologia estava conforme aos valores e práticas do Estado Novo.

o ensino da paleontologia e história da Terra com recurso à web -um estudo de caso

J. Oliveira<a, I) & P. Callapez(b,2)

a- Colégio da Rainha Santa Isabel, R. Brasil, 41, 3030-175 Coimbra, Portugal. b- Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra, 3049 Coimbra Codex, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

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VI Congresso Nacional de Geologia

Palavras-chave: ensino; paleontologia; história da Terra; TIC; web; estudo de caso.

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são ferramentas poderosas no ensino-aprendizagem das ciências. O presente trabalho, discute e avalia a integração das TIC, na vertente da web, numa unidade didáctica da disciplina de Ciências Físicas e Naturais do ensino básico. Nesta, seleccionou-se a unidade - "A Terra conta a sua história" - já que versa sobre temas de aleontologia e de história da Terra.

A metodologia seguida na investigação baseia-se num estudo de caso que envolve duas turmas do 70 ano com características homogéneas, onde é explorado um hiperdocumento (web si/e) em ambiente lectivo com um grupo, permanecendo o outro como grupo de controlo. Após avaliação efectuada por um teste e por um questionário, verifica-se que os resultados do grupo que utilizou o hiperdocumento como utensílio de aprendizagem são superiores. Constata-se também, que os níveis de motivação e satisfação neste grupo são mais elevados.

Conclui-se, por fim, que a utilização das TIC como recurso educativo no ensino da paleontologia e história da Terra, conduz a aprendizagens mais significativas, revelando também a amostra estudada índices de motivação pela disciplina e pelas aulas superiores.

Iniciação à paleontologia e à história da Terra no espaço do Baixo Mondego através da web: o sitefossil.uc.pt

J. Oliveira(a, 1) & P. Callapez(b,2)

a - Colégio Rainha Santa Isabel, R. Brasil, 41, 3030-175 Coimbra, Portugal. b - Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra, 3049 Coimbra Codex, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: paleontologia; história da Terra; Baixo Mondego; web.

Face à escassez de conteúdos sobre paleontologia na web em português, foi construído o web si/e intitulado ''fossil.uc.pt - Iniciação à Paleontologia e à história da Terra: contributo da Região do Baixo Mondego". Este pretende constituir uma referência na iniciação à paleontologia e à história da Terra, escolar ou amadora, contendo exemplos portugueses (da região do Baixo Mondego) e em português.

A geologia no ensino secundário. Atitudes dos professores, expectativas de mudança e revisão curricular

C. Pereira(a, 1) & F. Amador(b,2)

a - Escola Secundária da Sobreda; Rua Dr Alberto Araújo, 2819-507 Sobreda. b - Universidade Aberta, Rua da Escola Politécnica, n0147, 1250 Lisboa. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: ensino da geologia; revisão curricular.

Com o objectivo de identificar as atitudes dos professores perante o ensino da geologia e as respectivas expectativas de mudança, num período marcado por um processo de revisão curricular, desenvolveu-se e aplicou-se um questionário a uma amostra de professores do 11 0 grupo B do ensino sSecundário. Neste trabalho apresentam-se e analisam-se os resultados obtidos.

Estudos geológicos e mineralógicos setecentistas em Portugal. Alguns aspectos

M. Serrano Pinto

Centro de Estudos de História e Filosofia da Ciência e da Técnica e Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro.

Palavras-chave: história; geologia; mineralogia; Portugal; séc. XVIII.

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Apresentam-se elementos informativos sobre o ensino e pesquisa no domínio da geologia e da mineralogia praticados no séc. XVIII em Portugal, essencialmente através da menção a autores e obras. O ensino fazia-se principalmente na Univ. Coimbra, na Fac. Filosofia, e na Academia das Ciências, embora aqui de modo pouco conhecido, por menos documentado. Na Academia atendia-se muito às aplicações dos conhecimentos adquiridos em Coimbra, proporcionando as viagens filosóficas às colónias (promovidas por membros da Academia junto da Corte portuguesa) oportunidades fabulosas de reconhecer os recursos minerais dessas regiões. D. Vandelli, professor em Coimbra e membro destacado da Academia, bem como numerosos dos seus ex-discípulos, são figuras marcantes desses estudos.

o trabalho prático no ensino e aprendizagem da geologia: exemplos de materiais didácticos para a abordagem do tema

"A Terra como fonte de recursos"

D. Rebelo(a, I), E. Marques(b, 2) & L. Marques(c,3)

a - Escola Secundária de Estarreja, Rua Dr. Jaime Ferreira da Silva, 3860 Estarreja. b - Escola Secundária Garcia de Orta, Rua Pinho Leal, 4100 Porto. c - Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa, Universidade de Aveiro, 3800 Aveiro. 1 - [email protected];

2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: trabalho prático; materiais didácticos; aprendizagem; geologia.

O ensino das ciências deve ser perspectivado numa lógica de cidadania. Nele, as actividades práticas, atendendo às competências que são capazes de promover, assumem uma dimensão fundamental de elevado valor estruturante na construção de uma cultura científica indispensável na sociedade actual (Wellington, 1998). Nesta conformidade, diversos investigadores (Orion, 2001; Tewksbury, 1998) têm invocado a necessidade de pensar o Ensino da Geologia de forma a abordar os fenómenos e processos geológicos associados a questões sociais, tecnológicas, ambientais e culturais.

Em coerência com o exposto e na procura de melhorar o contexto em que decorre a conceptualizaçao e a organização do trabalho prático l no ensino e aprendizagem de conteúdos de geologia, foram construídos materiais didácticos, para implementar na sala de aula, integrados na planificação de uma unidade de ensino - A Terra como Fonte de Recursos, da disciplina de Geologia do 12° ano. Releva-se, ainda, que os referidos materiais permitiram explorar a temática "Geologia dos Jazigos Minerais", mais particularmente, os jazigos minerais não metálicos, uma vez que estes incluem uma variada gama de minerais e rochas, com elevado interesse económico dada a sua aplicação em processos industriais.

Com esta comunicação pretende-se apresentar o processo de construção de materiais didácticos, bem como as indicações fornecidas pelos alunos que os experienciaram, obtidas através de um questionário elaborado para o efeito. Os resultados obtidos podem revelar-se incentivadores de novos estudos que fomentem a concepção e organização do trabalho prático na perspectiva que enquadrou as propostas aqui apresentadas.

o estudo dos ambientes sedimentares no ensino secundário - exemplo de uma saída de campo à Foz do Arelho

P. Ribeiro(a, I) & N. L. V. Pimentel(b,2)

a - Esc. Sec. Bombarral; Mestrado em Ciências da Terra e da Vida, F.C.U.L. b - Departamento Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: ensino secundário; geologia sedimentar; campo; laboratório.

Na disciplina de Ciências da Terra e da Vida do 11° ano de escolaridade inclui-se, normalmente no terceiro período lectivo, uma unidade temática de Ambiente Sedimentar. Neste trabalho propõe-se uma abordagem deste tema baseada na descoberta guiada, proporcionada pelo trabalho de campo e pela investigação laboratorial. O objectivo geral é a caracterização de sedimentos actuais (colhidos na região da Foz do Arelho) e a sua comparação

I Dele são exemplo o trabalho de campo, de laborató'rio, assim como, actividades de resolução de problemas de papel e lápis, a recolha de informações em documentos interactivos (CD-ROM, Internet, .... ), etc.

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VI Congresso Nacional de Geologia

com sedimentos antigos (depósitos fluviais jurássicos) visando uma melhor compreensão dos processos sedimentares e do seu papel no hemiciclo exógeno, com base no Princípio do Actualismo.

Neste trabalho são descritos os locais de amostragem e as actividades a desenvolver em cada local. Para além da amostragem, o levantamento fotográfico e as anotações em cadernos de campo constituir-se-ão como registos de suporte ao trabalho laboratorial e de interpretação, desenvolvido em aulas subsequentes.

É descrito o trabalho a desenvolver no laboratório escolar, nomeadamente a observação das diversas amostras à lupa binocular, a análise granulométrica, a sua representação em papel e em suporte informático. Sugere-se a análise dos dados em equipa, visando discutir as diferenças entre os sedimentos actuais amostrados e eventuais semelhanças com os arenitos jurássicos.

No final, apresenta-se o modo como com os dados coligidos, os esquemas desenhados no campo, as fotos digitais e figuras da bibliografia, os alunos poderão ser conduzidos a reconstituírem a dinâmica deposicional responsável pelas características dos arenitos fluviais jurássicos, bem como as condições paleogeográficas na região há 150 milhões de anos.

o trabalho de campo no processo de alfabetização científica dos cidadãos

Paulo A. S. P. Rocha(a, I) & A. M. C. Lima(b,2)

Mestrado em Geologia para o Ensino: " O Trabalho de Campo no Processo de Alfabetização Científica dos Cidadãos". a - Escola E.B.2/3 de Eiriz - Paços de Ferreira. b - Dep. de Geologia, Faculdade de Ciências da Univ. do Porto - Pr. Gomes Teixeira, 4099-002 Porto.

1- [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: alfabetização científica; trabalho de campo; geomorfologia; praia de Lavadores.

Com o presente trabalho pretendeu-se promover a cultura científica e compreender o processo de alfabetização científica dos cidadãos na área da geologia e do ambiente.

Como estratégia adaptou-se um modelo de trabalho de campo aplicado no ensino básico e secundário (Orion, 1993) e desenvolveu-se uma actividade no âmbito do ensino não-formal, na praia de Lavadores, em Vila Nova de Gaia.

Em termos gerais, estabeleceram-se as seguintes metas para esta investigação: elaborar materiais adequados que permitam desenvolver a cultura científica dos cidadãos; aplicar estratégias que promovam a educação geocientífica dos indivíduos; aproximar a ciência, e em especial a geologia, do cidadão comum; reflectir sobre o papel do trabalho de campo no processo de alfabetização científica.

Este trabalho permitiu, ainda, conhecer alguns dos aspecto litológicos e geomorfológicos existentes na praia de Lavadores.

Os resultados obtidos através de diversos instrumentos (questionários, relatórios de observadores externos, notas do investigador e fotografias) permitiram concluir que:

existem cidadãos que se interessam por adquirir uma cultura científica, em especial, na área da geologia e do ambiente; os instrumentos desenvolvidos e as estratégias adoptadas assumiram um papel fundamental para a motivação e para construção do conhecimento científico dos indivíduos; é necessário que, ao longo da vida, as pessoas adquiram e desenvolvam a sua cultura científica de modo a poderem participar democraticamente e de modo esclarecido e responsável em tomadas de decisões para as quais são muitas vezes solicitadas.

Os topónimos da península de Setúbal na paleontologia portuguesa

Rogério Bordalo da Rocha

Departamento de Ciências da Terra e Centro de Investigação em Geociências Aplicadas, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Quinta da Torre, 2829-516 Caparica. [email protected].

Palavras-chave: paleontologia, Setúbal, Jurássico, Cretácico, Miocénico

Desde o século XIX geólogos portugueses e estrangeiros, após terem desenvolvido estudos de estratigrafia e paleontologia de unidades meso-cenozóicas da península de Setúbal, definiram novas espécies de invertebrados (16)

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(foraminíferos, celenterados, crustáceos, braquiópodes, gasterópodes, bivalves, equinodermes), vertebrados (3) (peixes teleóstomos, saurópodes) e vegetais fósseis (1) (alga dasicladácea), utilizando para os restritivos específicos nomes de topónimos da península de Setúbal.

Estes nove topónimos utilizados distribuem-se pelas fachadas norte e sul da Península de Setúbal, associados respectivamente:

- às unidades miocénicas, entre Almada e Caparica (Palença, Pragal, Mutela e Caparica), a que se junta a Adiça, situada mais a Sul, na costa ocidental, a Norte de Foz da Fonte;

- às unidades jurássico-cretácicas, entre Setúbal e o Cabo EspicheI (Setúbal, Arrábida, Lagosteiros e EspicheI). As mais antigas destas designações foram atribuídas a três gasterópodes do Miocénico superior de Adiça (Costa,

1866-67); a fauna malacológica destas unidades miocénicas foi estudada posteriormente por vários paleontólogos portugueses e estrangeiros, particularmente entre 1950 e 1975, que mantiveram as designações originais.

Apenas numa destas espécies estamos em presença de um nomem nudum - Rhynchonella arrabidensis Choffat, 1908; nunca tendo sido descritos nem figurados por P. Choffat, estes indivíduos entram na variabilidade de R. orbignyana Oppel e R. beirensis Sharpe, pelo que a espécie de P. Choffat deve ser abandonada.

Consequências ambientais da exploração de pedreiras na região de Vimioso -uma perspectiva para a formação de professores (NE de Portugal)

M. F. V. Rodrigues(a, 1) & A. Almeida(a, b, 2)

a - Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. b - Centro de Geologia da Universidade do Porto. I - fatima-vara@c\ix.pt; 2 - [email protected].

Palavras-chave:' exploração de pedreiras; ambiente; formação de professores; Vimioso; Portugal; Zona Centro Ibérica; Maciço Hespérico.

Neste trabalho é apresentado um estudo a nível de consequências ambientais, que a extracção de rochas dos três grandes grupos de rochas, magmáticas, sedimentares e metamórficas, tem na região de Vimioso.

Geologicamente a zona insere-se plenamente no Maciço Hespérico, mais concretamente na Zona Centro Ibérica (ZCI), do Norte de Portugal.

Fez-se um estudo pormenorizado de cinco pedreiras nas proximidades de Vimioso, por ser uma zona rica em rochas dos três grandes grupos (três pedreiras de granito - Granito orientado de S.IO Adrião, Fonte ColaçolMedronheiro, Caçarelhos; uma de calcários e mármore - S.IO Adrião e uma de mármores - S. Pedro da Silva) onde se observaram os diversos aspectos dos maciços, bem como os impactes ambientais, estudaram-se as composições mineralógicas e químicas das rochas de cada uma das pedreiras recorrendo-se a diversas técnicas, designadamente microscopia óptica, análises químicas por fluorescência de raios-X e microssonda electrónica.

Algumas das pedreiras encontravam-se em plena laboração, outras abandonadas. Como o tema do trabalho vem numa perspectiva da formação contínua dos professores, elaborou-se um

itinerário para uma visita de estudo (para professores) à maioria dos locais em foco, de forma a que estes pudessem ficar com uma ideia real dos assuntos em análise, actualizando ou melhorando os seus conhecimentos, e proporcionando-lhes perspectivas para adaptarem o itinerário aos seus alunos na tentativa de diversificar as estratégias de ensino - aprendizagem, saindo um pouco do ensino formal da sala de aula e dos manuais escolares para o ensino prático, no local (neste caso no campo).

No final da visita foi distribuído um inquérito na tentativa de apurar o sucesso do trabalho de campo.

Classificação e sistematização de rochas carbonatadas do Liásico de Portugal - uma contribuição para o ensino da petrologia sedimentar

s. Rodrigues(a, I) & L. Duarte(b, 2)

a - Estudante de Mestrado na FCTUC a leccionar na Escola EB 2, 3/S Luís de Camões - Constância. b - Dep. de Ciências da Terra, Centro de Geociências, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Univ. de Coimbra, 3000-272. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: ensino da geologia; rochas carbonatadas; análise microscópica; Liásico; orla meso-cenozóica Ocidental.

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VI Congresso Nacional de Geologia

A importância da análise mÍcroscoplca de rochas carbonatadas, essencialmente calcárias, é reconhecida e enfatizada no presente trabalho. Este, pretende ser uma contribuição para o desenvolvimento curricular prático na área do ensino da geologia sedimentar, em especial nas disciplinas afins da petrologia/petrografia sedimentar, tendo por base a classificação e sistematização de rochas calcárias do Liásico de Portugal. A selecção de mais de 200 amostras de calcários pertencentes ao Sinemuriano, Pliensbaquiano e Toarciano da orla meso-cenozóica ocidental, de regiões tão diversas como Tomar, Coimbra, Figueira da Foz, S. Pedro de MoeI e Peniche, permitiram uma sistematização das mesmas, em função das classificações universalmente conhecidas de R. Folk (1959, 1962) e R. Dunham (1962). Para além da demonstração dos padrões de variação litológica e textural (fundamentalmente composta por calcários micriticos e bioclásticos) ao longo das séries liásicas pretende-se, também, mostrar os tipos de microfósseis (radiolários, foraminíferos, ostracodos, entre outros) e fragmentos esqueléticos de macrofósseis (bivalves, gastrópodes, equinodermes e braquiópodes), identificáveis ao microscópio petrográfico. A análise integrada de todos os dados petrográficos, permite tirar ilações importantes, quer do ponto de vista estratigráfico, quer do ponto de vista paleoambiental.

Actividades outdoor em geologia: uma nova orientação didáctica

P. Salvador(a, 1) & C. Vasconcelos(b,2)

a - Escola EB 2,3 de Medas - Gondomar. b -Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto; Centro de Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores da Universidade de Aveiro. I - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: actividade outdoor; clube de ciências; avaliação do impacte; ensino da geologia.

A actividade outdoor, conceito em emergência no domínio da didáctica da geologia, carece de clarificação e do desenvolvimento de estudos de avaliação do seu impacte. Neste sentido, na comunicação, apresentamos uma tentativa de definição do conceito de actividade outdoor, assim como um estudo de avaliação do seu impacte junto de alunos de um Clube de Ciências, contexto de ensino não formal em que efectuamos uma investigação. No âmbito do projecto desenvolvido, construímos um questionário dirigido a alunos do 3° ciclo do ensino básico, efectuámos entrevistas junto de professores promotores de actividades outdoor e realizamos observação participante de três actividades outdoor. Os resultados obtidos, com o recurso às três técnicas de recolha de dados referidas, serão abordados e discutidos na comunicação. Por outro lado, referimos, ainda que brevemente, o processo de construção e validação do questionário, do guião das entrevistas e das grelhas de observação participante. Não terminamos a nossa apresentação sem mencionar as conclusões do estudo efectuado junto dos alunos do Clube de Ciências, e referimos algumas potencialidades das actividades outdoor como recurso didáctico no âmbito do ensino da Geologia.

Estratégias e actividades no ensino da .geologia: a importância das aulas de campo em práticas pedagógicas relativas à sedimentogénese e ao ambiente

sedimentar

Cláudia Silva(a, 1) & Pedro Callapez(b,2)

a - Professora do ensino básico e secundário, Quadros de Zona Pedagógica do Oeste. b - Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra, 3000-272 Coimbra, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: ambiente sedimentar; estratégias de ensino nas Ciências Naturais; roteiros geológicos.

A pretensão do estudo que se apresenta, objecto de discussão recente em C. Silva (2002), foi a obtenção de dados que permitissem detectar as dificuldades sentidas pelos professores na escolha das diferentes estratégias/actividades a utilizar na sua prática lectiva, no que concerne a matérias relacionadas com o ambiente sedimentar. Pretendemos igualmente averiguar quais os motivos pelos quais estes utilizam, preferencialmente, determinada estratégia/actividade em detrimento de outra.

Assim, elaborámos um primeiro inquérito nacional (182 docentes amostrados) com o intuito de detectar quais as dificuldades sentidas pelos professores, na sua prática pedagógica, enfatizando aquelas cuja relação com a aplicação de conteúdos programáticos relativos à sedimentogénese e ao ambiente sedimentar fosse mais óbvia (figura 1). Da sua análise concluímos que os professores do ensino básico e secundário sentem grandes dificuldades na realização de saídas de campo, como estratégia para leccionar os conteúdos programáticos referentes aos domínios referidos. Também Estrela et aI. (1998) fazem estudos que corroboram os resultados apresentados nos inquéritos,

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

nomeadamente no que se refere à diversificação de estratégias por parte dos docentes. Tais dificuldades são motivadas, principalmente: (1) pela quase inexistência de informação adequada disponível no panorama das geociências em Portugal; (2) pela escassa formação científica relativa a saídas de campo adquirida durante as licenciaturas dos docentes; (3) pela ausência quase total de guiões/roteiros, previamente elaborados por especialistas e distribuídos pelas escolas.

Contribuições da história da geologia para uma melhor compreensão dos modelos utilizados no domínio da hidrogeologia:

um estudo com alunos do 12° ano

M. M. Silva(a, 1) & F. Amador(b,2)

a-E. S. Rafael Bordalo Pinheiro - Caldas da Rainha. b - Universidade Aberta - Lisboa. I - [email protected] ; 2 - [email protected].

Palavras-chave: ensino da geologia; história da geologia; águas subterrâneas; modelos mentais.

A história da geologia pode ajudar os professores a compreenderem os modelos utilizados pelos alunos na resolução de problemas. O presente trabalho tem como objectivo identificar os modelos mentais usados por uma amostra de 38 alunos do ensino secundário no âmbito da hidrogeologia. As ideias da história da geologia são utilizadas na elaboração do questionário aplicado. Finalmente analisamos os resultados e sugerimos algumas implicações para o ensino da hidrogeologia.

Promoção da literacia em geociências: o exemplo da oficina pedagógica do Palácio de Cristal

A. B. P. Sousa(a, 1) & A. M. C. Lima(a,2)

Dissertação de Mestrado Geologia para o Ensino da FCUP: "Promoção da !iteracia em Geociências": a - Escola Secundãria de Rio Tinto, Travessa Cavada Nova, 4435 Rio Tinto. b - Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências da

Universidade do Porto, Pr. Gomes Teixeira, 4099-002 Porto. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras-chave: literacia científica; ensino não-formal/informal; oficina pedagógica.

A construção e desenvolvimento de relações entre a ciência, a tecnologia e o cidadão comum, alargando a comunicação de conhecimentos e acontecimentos científico-tecnológicos a um quadro social alargado é, actualmente, uma preocupação das sociedades actuais. A situação da literacia científica em Portugal é uma preocupação crescente e um ~dos maiores desafios para a educação em ciência.

O presente trabalho propõe-se contribuir para a literacia científica na área das geociências, com uma proposta inovadora orientada para a "ciência para todos". O projecto pretende motivar para o gosto pela geologia não só à população escolar, mas a qualquer cidadão. Assim, sugere-se um conjunto de actividades a desenvolver num espaço não formal: a oficina pedagógica de geologia do Palácio de Cristal, no Porto.

O planeamento de actividades e a construção dos materiais de suporte seguiu as perspectivas educacionais construtivista e de CTS (ciência-tecnologia-sociedade). Assim, a proposta desenvolvida permite o desenvolvimento da literacia científica num contexto de aprendizagem onde se promove uma cidadania activa, crítica e responsável.

O recurso a espaços não-foramais/informais para a aprendizagem em ciência reveste-se de particular importância num contexto em que o ensino dito formal tem revelado algumas lacunas. Actividades deste tipo são fundamentais para alargar a «ciência» a outros participantes, permitindo que ao longo da vida os cidadãos sejam confrontados com problemáticas que lhes permitam fazer tomadas de posição mais esclarecidas e intervenientes.

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VI Congresso Nacional de Geologia

o trabalho experimental em geociências e a construção de páginas web

Clara Vasconcelos(a, 1), João Praia(b,2), Luis Marques(c,3) & Maria do Rosário Chaves(d, 4)

a ~ Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto; Centro de Didáctica e Tecnologia na Fonnação de Fonnadores da Universidade de Aveiro. b - Departamento/Centro de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

c - Departamento de Didáctica e Tecnologia Educativa; Centro de Didáctica e Tecnologia na Fonnação de Fonnadores da Universidade de Aveiro. d - Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: páginas web; trabalho experimental; Ciência Viva.

Apresenta-se, nesta comunicação, páginas na Internet construídas com base em estudos realizados no âmbito do Ensino Experimental em Geociências. A finalidade principal da elaboração das páginas Web, para além de permitir a interacção entre as comunidades educativa e científica, é permitir rentabilizar recursos já existentes com o intuito de auxiliar uma educação científica junto de alunos do 3°ciclo do ensino básico. De facto, as páginas apresentam alguns dos materiais construídos e validados, num quadro de um Ensino Por Pesquisa, no âmbito do Ensino Experimental em Geociências e, sobretudo, integrados em anteriores projectos Ciência Viva (I, II e IV). Subjacente à construção das páginas esteve presente uma perspectiva construtivista de aprendizagem, promovendo-se a aula virtual em escolas onde os recursos materiais necessários à realização do Trabalho Experimental sejam escassos ou inexistentes.

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Geologia marinha

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Evolução tecto no-sedimentar da margem ibérica ocidental durante o Cenozóico

Tiago M. Alves(a, 1), Robert L. Gawthorpe(b>, David W. Hunt(c) & José H. Monteiro(a)

a - Departamento de Geologia Marinha, Instituto Geológico e Mineiro (IGM), Estrada da Portela, Zambujal-Alfragide, 2720-866 Amadora, Portugal. b - Basin and Stratigraphic Studies Group, Department ofEarth Sciences, The University ofManchester, M13 9PL, Manchester, Reino

Unido. C - Norsk Hydro, Exploration and Production Group, Sandsliveien 90, Sandsli, N-5020 Bergen, Noruega. 1 - [email protected].

Palavras-chave: Cenozóico; margem ibérica ocidental; tectónica; processos sedimentares.

Dado~ batimétricos, dois mosaicos de sonar de varrimento lateral OKEAN (9.5kHz) e perfis sísmicos de reflexão foram usados no estudo da evolução tectono-sedimentar das margens do Porto, Lisboa e Alentejo. Nestas regiões foi confirmada a presença de leques de sedimento, gargantas, canhões e montanhas submarinas.

Durante o Cenozóico, a posição das três margens estudadas em relação às regiões da Península Ibérica que sofreram maior compressão controlou as suas evoluções tectono-sedimentares. O espaço de acomodação e o percurso do material terrígeno em direcção às bacias profundas variou com pulsos distintos de levantamento e/ou subsidência relativos.· As margens do Porto e Lisboa registam colapso extensivo após o Eocénico inferior e o Chatiano inferior, respectivamente, interrompido por curtos episódios de levantamento tectónico associados com fases tectónicas. Subsequentemente, fluxos de gravidade ditaram a maior parte da deposição nestas duas margens no Cenozóico superior. Na margem do Porto, montanhas submarinas e estruturas halocinéticas controlaram localmente a deposição, induzindo barreiras topográficas à pro gradação para Oeste de material derivado da vertente e plataforma continentais. A proximidade da margem do Alentejo à Zona de fractura Açores-Gibraltar promoveu o dobramento e exposição subaérea da margem durante o Oligocénico médio. A subsidência generalizada desta região após o Chatiano inferior gerou uma paleo-vertente coberta por unidades neogénicas. A Sul de Setúbal, a incisão de canhões durante o Oligocénico e Burdigaliano precedeu a incisão messino-pliocénica dos canhões modernos.

Hydrothermal alteration of the basalts from Lucky Strike and Menez Gwen hydrothermal fields (mid-atlantic ridge, Azores)

I. A. Costa(a, 1), F. Barriga(a,2) & Y. Fouquet(b, 3)

a - Centro de Recursos Minerais, Mineralogia e Cristalografia (CREMINER) and Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Edificio C2, Piso 5, Campo Grande, 1749-016 Lisboa, Portugal. b - IFREMER -Centre de Brest, Départment DRO /

Géosciences Marines, B.P. 70 - 29280 Plouzané, France. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras chave: hydrothermal alteration; basalts; hydrothermal fields; mid-atlantic ridge, Azores.

The study of the rocks associated with hydrothermal fields near the Azores began in the last decade. Since then Lucky Strike and Menez Gwen have been intensively studied. One important branch of this research is that of alteration processes associated with the hydrothermalism. This work presents a study of the basaltic alteration in that region, with a contribution to the understanding the formation of another kind of rock - named slab - a breccia with an important content of basaltic fragments, that is intimately related with warm fluid circulation and its subsequent deposition of hydrothermal material.

Formas de leito na Ria de Aveiro (Portugal) observadas em imagens de sonar lateral

H. Duarte(a, 1>, B. Parsons (b), L. M. Pinheiro(a), A. Rodrigues(C),

C. A. Bernardes(a) & L. Rosa(c)

a - Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro; b - Marine Geophysics Branch, Naval Research Laboratory, Washington D.C., USA: c - Instituto Hidrográfico da Marinha. 1 - [email protected].

Palavras-chave: formas de leito; regime de fluxo; Ria de Aveiro; sonar lateral.

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VI Congresso Nacional de Geologia

Em 1998, foi realizada uma campanha de sonar lateral analógico na Ria de Aveiro (NE de Portugal). As imagens de sonar lateral foram "rasterizadas", georeferenciadas e integradas numa base de dados SIG (ArcView) que incluiu, para além de outros dados geológicos e geofisicos, dados de amostragem de granulometria de sedimentos de fundo. O estudo das imagens de sonar lateral permitiu a identificação e o mapeamento de diversas formas de leito (e.g. ripples, megaripples, sandwaves, furrows etc.) bem como de lineamentos, alguns das quais podem corresponder à expressão superficial de estruturas tectónicas. Foi encontrada forte correlação entre as principais variações granulométricas dos sedimentos e as mudanças nas formas de leito, sugerindo estabilidade sazonal das condições de fluxo dominantes nas diferentes áreas da Ria.

Composição da fracção arenosa de sedimentos superficiais da plataforma continental portuguesa entre o Cabo de Sines e o

Cabo da Roca (Portugal)

Catarina EcholsCa, 1), Ana Isabel SantosCa, 2) & Manuela MatosCa,3)

Marinha- Instituto Hidrográfico, Rua das Trinas n.o 49, 1249-093 Lisboa, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras~chave: sedimentos; plataforma; Portugal.

Apresenta-se, de uma forma sintética, o resultado do estudo da fracção arenosa de cerca de 40 amostras de sedimentos distribuídas por 7 perfis, que de· uma forma abrangente cobrem a plataforma continental e vertente

. superior, na área compreendida entre o Cabo de Sines ao Cabo da Roca. Utilizaram-se as principais espécies de foraminíferos bentónicos presentes nas amostras como indicadores ambientais. Assim, constatou~se que as distribuições das fracções terrígenas e biogénicas são complementares, ocorrendo alguns desvios causados pela precipitação de glauconite in situ, principalmente na plataforma eXterna a sul do canhão de Setúbal. A morfoscopia dos grãos de quartzo permite a identificação de diferentes tipos de grãos, reflectindo diferentes ciclos sedimentares e fontes.

Proveniência e transporte selectivo dos minerais pesados - o exemplo do rio Douro e da plataforma continental adjacente

C. Fradique(l) & J. Cascalho(2

)

Museu Nacional de História Natural, Universidade de Lisboa, Rua da Escola Politécnica n° 581250-102 Lisboa, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras~chave: rio Douro; plataforma continental; minerais pesados.

Estudaram-se os minerais pesados de 141 amostras de sedimento recolhidas em vários locais (rio Douro - canal, praias fluviais e estuário; praias marinhas a Norte e a Sul da foz do Douro; plataforma continental adjacente). Este estudo, através da análise das frequências númericas das espécies e do método da análise dos componentes principais, permitiu encontrar espécies que são traçadores do actual fornecimento de sedimentos tetrígenos do rio para a plataforma continental.

Modelo 3D da estrutura da falha Marquês de Pombal

J. GafeiraCa, 1) , F. Borraccini(b,2\ P. TerrinhaCc,3) & N. ZitelliniCd,4)

a - Instituto Geológico e Mineiro, Departamento de Geologia Marinha, Estrada da Portela, Zambujal, 2721-866 Amadora, Portugal. b -Laboratory oflnforrnation-tech for Earth and Enviroment, Università degli Studi di Urbino, Campus Sogesta, 61029 Urbino, ltalia. c­

Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, LA TTEX 1749-016 Lisboa, Portugal. d - Istituto di Geologia . Marina, Via Gobetti 101,40100 Bologna, Italia.

1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras~chave: falha Marquês de Pombal; modelação 3D; sísmica de reflexão.

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

A falha Marquês de Pombal (FMP) desde que foi referida por Zitellini et aI. (1999) como sendo a estrutura sismo-tsunarnigénica do sismo de Lisboa de 1755, foi objecto de estudo de várias campanhas oceanográficas. A correlação entre as linhas sísmicas de reflexão, obtidas em três dessas campanhas a (ARRIFANO - 1992, BIGSETS - 1998 e TTRlO - 2000), que intersectam a FMP, num total de 11 linhas, acrescida pelo trabalho de conversão em profundidade e reconstituição da deformação compressiva agora ~presentado, permitiu pormenorizar a geometria da estrutura da FMP. Esta falha trata-se de um cavalgamento activo, com ruptura superficial de -60 km, situado a sudoeste do Cabo de S. Vicente onde se evidencia o desvanecimento gradual da falha a sul e terminação abrupta contra uma possível falha de transferência a norte.

Cartografia morfo-estrutural e de processos de instabilidade de vertente da zona da falha Marquês de Pombal utilizando imagens de sonar lateral de alta

resolução (TOBI)

E. Grácia(a, I), J. Gafeira(b,2), P. Terrinha(c,3), J. J. Dafiobeitia(a, 4),

P. Blondel(d, 5) & O. Gomez (d, 6)

a - Centre Mediterrani d'Investigacions Marines I Ambientais, Passeig Marítim de la Barceloneta, 37-49, 08003 Barcelona, Espanha. b - Instituto Geológico e Mineiro, Departamento de Geologia Marinha, Estrada da Portela, Zambujal, 2721-866 Amadora, Portugal.

c - Lab. De Tectonofisica e Tectónica Experimental (LATTEX), Campo Grande, Ed. C5, 1749-016 Lisboa, Portugal. d - University ofBath, Dpt. of Physics, Claverton Down, BA2 7 A Y Bath, Inglaterra. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected]; 6 - [email protected].

Palavras-chave: falha Marquês de Pombal; TOBI; instabilidade de vertente.

A interpretação das imagens obtidas com o sonar lateral de fundo TOBI, durante a campanhaHITS'01 (High Resolution Imaging of Tsunamigenic Structures in SW Ibéria), confirmou a existência de um escorregamento de grandes dimensões ao longo da vertente a tecto da FMP, afectando uma área total de aproximadamente 260 km2

,

atingindo um comprimento de 20 km. Contudo, este escorregamento não é a única estrutura resultante de instabilidade da vertente. Toda a área circundante apresenta várias estruturas de instabilidade gravítica: podem identificar-se desde pequenos deslocamentos por reptação, formando corrugações lineares sobre o fundo do mar (slumps) até escorregamentos de dimensões médias. Podem distinguir-se blocos métricos a quilométricos de material, destacados do topo da vertente, o que indica a ocorrência de escorregamentos em prancha. Individualizam­se tambéin sucessivos escorregamentos de material na vertente, assim como a evolução de estruturas de reptação para escorregamentos e a sequência cronológica entre estes tipos de estruturas. Podem definir-se ainda zonas em que o processo de escorregamento é diferente, provavelmente controlado por diferenças de declive, tais como desenvolvimento de dobras e reptação do material em zonas de declive menor, e outras, de maior declive em que se regista o desenvolvimento de fendas de tracção quilométricas que darão origem a um bloco único que eventualmente virá a escorregar como um todo. A cartografia de pormenor em curso revela uma correspondência entre a estrutura tectónica profunda e a distribuição e tipologia das estruturas de instabilidade de vertente na área de estudo, o que sugere que estas últimas possam eventualmente evidenciar a localização dos segmentos de actividade mais recente da FMP.

Late Holocene c1imate variability in the Tagus prodelta, Portugal: benthic foraminiferal perspective

H. B. B. Jónsdóttir(a, b>, K. L. Knudsen(a), F. Abrantes(b), J. Eiríksson(c>, A. Ferreira(b), I. M. Gil(b>, S. Lebreiro(b) & T. Rodrigues(b)

a -University of Aarhus, Department ofEarth Sciences, DK-8000 Aarhus c, Denmark. b - Instituto Geologico e Mineiro, Department ofMarine Geology, PT-2720 Alfragide, Portugal. c - University ofIceland, Science Institute, IS-101 Reykjavík, Iceland.

I - [email protected].

Key-words: paleoenvironment; Westem iberian margin; benthic foraminifera; upwelling; medieval warm period; little ice age.

A sediment core (D13902) from the Tagus prodelta has been studied to reconstruct the paleoenvironrnent on the Westem Iberian Margin during the last 2000 years which covers the historical time and the time period when

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VI Congresso Nacional de Geologia

antrophogenic forcing has became significant. The benthic foraminiferal aisemblage was investigated as well as the isotopic composition of benthic foraminifera (Uvigerina sp. 221). The most common benthic forarninifera species are Bu/imina marginata, Bo/ivina pacifica, Cassidu/ina laevigata, Nonion asterizans and Bo/ivina dilatata. Other abundant species were Ammonia beccarii and species of the genus Elphidium. Considerable environrnental fluctuations since 2000 cal. yr BP (BP=before present) are indicated by both the faunal distribution and the isotopic composition. An indication of increased productivity is observed in the time interval from 2000 cal. yr BP until 600/650 cal. yr BP. A period ofless productivity occurred between 1600 and 1350 cal. yr BP, which corresponds to the end ofWestern Roman Empire (AD 500-800). During the medieval warrn period (c. 950 - 600/650 cal. yr BP) upwelling conditions prevailed in the Tagus prodelta with high productivity, while a freshwater input from the river Tagus influenced the area during the little ice age (after 600/650 cal. yr BP).

Chaminés e crostas carbonatadas associadas ao escape de fluidos ricos em metano no Golfo de Cadiz

V. Magalhães (a, c), C. Vasconcelos(b), L. Gaspar(a), L. Pinheiro(c,a), M. Ivanov(d), V. Díaz-del­

Río (e) & L. Somoza(f)

a - Departamento de Geologia Marinha, Instituto Geológico e Mineiro, 2721-866 Alfragide, Portugal. [email protected]. b - ETH­Zentrum, Geologisches Institut, CH-8092 Zürich, Switzerland; c - Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro, 3810-193 Aveiro,

Portugal; d - UNESCO Center for Marine Geosciences, Moscow State University, Rússia; e - Instituto Espanhol de Oceanografia, Puerto Pesquero s/no, 29640 Fuengirola, Spain; f - IGME-Madrid, Spain.

Key-words: mud volcanism; authigenic carbonates; methane oxidation; Gulf of Cadiz.

During the TTR-ll and TTR-12 cruises (2001 and 2002) dredge profiles were collected on the Iberico dome, the west ofthis structure, on the main charmel ofthe MOW, and in the Hormigas Ridge; these yielded a large amount of carbonate crusts and chimneys. ln this work the prelirninary results of the study of these chimneys and crusts, which consist essentially of intrapelbiomicrite, is presented. Petrographic and XRD shows that their mineralogical composition consists mainly of dolornite, high magnesium calcite, quartz, feldspar and clays. Bioclasts of planctonic foraminifera (globigerinoids), ostracods and pellets are also observed. Irou and manganese oxides are present and the cement is essentially biomicrite. ln different samples from the sarne chimney a variation on the dolomite/calcite ratio is observed from the interior to the external part of the chimneys. Values of percentage of the dolornite show a variation from up to 47% in the interior to 17 % in the exterior. As regards Si02 (19-16%), Ab03 (4-3%) and Fe203 (5-7%), the variations observed are not significant. Stable isotope analysis of Carbon give low Õ \3C values (down to -46.88 %0 vs. PDB) and ÕI80 up to + 4.90 %0 vs. PDB; these values suggest that methane oxidation is the major carbon source for the authigenic carbonate. SEM observations indicate microbial activity may have contributed to the production of the carbonate mineraIs.

Turbidez das massas de água do canhão submarino da Nazaré (Portugal)

A. Oliveira(l\ J. Vitorino(2) & A. Rodrigues(3)

Instituto Hidrográfico, Rua das Trinas, 49, 1249-093 Lisboa, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - joã[email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: canhão; turbidez; Nazaré; transporte em suspensão.

Este trabalho preliminar centrado no canhão submarino da Nazaré pretende descrever a forma como este canhão influencia as massas de água do bordo da plataforma e a distribuição das partículas em suspensão. Os níveis nefelóides encontados ocorrem a profundidades similares aos descritos por McCave et aI., 2002, embora com diferentes magnitudes. Foi encontrada j uma boa correlação entre processos de resuspensão e a formação de camadas nefelóides de fundo e intermédias e existe exportação efectiva de material através do bordo da plataforma. Esperamos que o estudo integrado de correntes, marés internas e ondas possam explicar o caracter intermitente e a formação das camadas nefelóides de fundo.

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Rotação e evolução recente da configuração planar das praias da baía de Armação de Pêra (Algarve - Portugal)

c. A. Pinto(l) & S. B. Teixeira(2)

Direcção Regional do Ambiente e do Ordenamento do Território - Algarve. Rua José de Matos 15,8000-503 Faro, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected].

Palavras chave: baía de Armação de Pêra; Algarve; rotação de praias; configuração planar.

Apresentam-se os resultados preliminares das variações morfológicas observadas na extensão de praia acumulada ao longo da baía de Armação de Pêra, deduzida a partir da análise de registos de fotografia aérea e levantamentos cartográficos dos últimos 40 anos, e complementada com levantamento sistemático mensal de perfis de praia desde Maio de 2002. A análise da variação da largura da praia a longo prazo evidencia comportamento diferenciado ao longo da baía, com grande mobilidade nos extremos, e notável estabilidade no sector central, evidenciando dinâmica de rotação da baía sobre eixo localizado no sector central. Os resultados permitiram identificar rotação sinistrógira persistente desde o início da década de 1970 até à década de 1990, quando se verificou a inversão do sentido da rotação. Este padrão de variação pode ser associado à dinâmica da agitação marítima, com forte componente dos rumos do quadrante SE, induzindo transporte para oeste, no prímeiro período e ao aumento da frequência dos rumos de SW, no segundo período.

Recursos em areias e cascalhos ao largo da ilha do Pico - Açores

R. Quartau(a, 1), F. C. Teixeira(a,2), J. H. Monteiro(a,3), S. Bouriak(a,4),

L. Menezes Pinheiro(a, b, 5) & F. Cardigos(c,6)

a - Departamento de Geologia Marinha, Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, 2720-866 Alfragide . . b - Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro, Campus de Santiago, 3810-193 Aveiro. c - Departamento de Oceanografia e Pescas,

Universidade dos Açores, 9901-862 Horta, Portugal. 1- [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected]; 6 - [email protected].

Palavras-chave: Pico; Açores; plataforma continental; inertes; areias; cascalhos.

A campanha FAPI-2 realizada ao largo da ilha do Pico (Açores) permitiu a aquisição de perfis sísmicos de alta resolução (Chirp Sonar e Boom~r) e de batimetría detalhada. Estes dados possibilitaram a definição das áreas l1).ais promissoras em inertes (areias e cascalhos) na plataforma continental do Pico. Os resultados mostram que as áreas mais promissoras, são as que conjugam uma espessura elevada de sedimentos e um baixo declive de fundo.

Os foraminíferos e a história do afloramento costeiro na margem portuguesa durante os últimos 2000 anos

E. Salgueiro(a, f, I), F. Abrantes(a), N. Loncaric(b), S. Lebreiro(2\ J. Moreno(c),

U. Pflauman(d), P. Oliveira(e), T. Moita(e) & H. Meggers(t)

Projecto INGMAR "Reforço da Capacidade de Investigação no Domínio da Geologia Marinha" (FCT/IGM-DGM). a - Instituto Geológico e Mineiro, Depart. Geologia Marinha (IGM-DGM), Alfragide, Portugal. b-NIOZ, Texel, Holanda; c - Colaborador do IGM-DGM; d -

Universidade de Kiel, Kiel, Alemanha. e - IPIMAR, Lisboa, Portugal; f - Universidade de Bremen, Bremen, Alemanha. I - [email protected].

Key-words: paleoceanography; paleoproductivity; Portugal; upwelling, planktonic foraminifera.

The sedimentary record of the portuguese margin is intluenced by seasonal coastal upwelling (May and September), generating high productivity, and by the mediterranean water outtlow centered in two main cores (600 and 1200 m water depth). This work shows the reconstruction of the upwelling varíability along the portuguese margin for the last 2000 years through a multi-proxy study (planktonic and benthic foraminifera counts, planktonic foraminifera associations, stable isotopes (S180 e Sl3C) and % Corg) of 7 multi- and box-cores recovered along one profile at 37° 50' N, 2331-267 m water depth. Sediment trap studies from other upwelling areas have shown that the

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VI Congresso Nacional de Geologia

planktonic foraminifera, particular1y species such as G. bulloides and G. quinqueloba, occur when upwelling is more intense. This relation is reflected at the portuguese margin by the distribution partem of these species on the surface sediments, both if compared with satellite derived pigment concentration. Foraminiferal sensus counts reveal G. bulloides as the dominant species (40%, coastal cores) of the last 2000 years. Preliminary results show more stable upwelling conditions between 480 - 1250 AD than the period between 1250 - 1800 AD, theses periods correspond respectively to medieval wann period and lirtle ice age. Paleo-SST and paleo-productivity are estimated based on a regional version of the SIMMAX 28 transfer function.

Avaliação da evolução da linha de costa e do perfil de praia na costa sul da ilha de Porto Santo

João Silva(a, I), António Rocha(b,2), Fernando Almeida(c,4) & Celso Gomes(a,3)

a - Centro de Investigação "Minerais Industriais e Argilas"; Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro, Campus Universitário Santiago, 3810 - 193 Aveiro, Portugal. b - UNAVEILABSIG Edif. Cefasi, 3° Piso - Campus Universitário de Santiago 3810-193 Aveiro. c­

Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro, Campus Universitário de Santiago 3810-193 Aveiro. 1- [email protected]; 2- [email protected]; 3- [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: ilha de Porto Santo; linha de costa; perfil de praia.

A avaliação da evolução da linha de costa na costa sul da ilha dePorto Santo teve por base infonnação obtida a partir de levantamentos batimétricos efectuados em 1937 e 1995 e disponibilizada pelo Instituto Hidrográfico. A evolução do perfil de praia, igualmente na costa sul de Porto Santo, teve por base levantamentos topográficos efectuados em dois sectores de praia, no período compreendido entre 1998 e 2000. Os resultados obtidos evidenciam sectores da costa onde o recuo da linha de costa e o emagrecimento da praia têm bastante expressão.

Cartografia geológica dos fundos marinhos da ilha de Porto Santo

João Silva(a, I), António Rocha(b, 2) & Celso Gomes(a,3)

a - Centro de Investigação "Minerais Industriais e Argilas"; Departamento de Geociências, Universidade de Aveiro, Campus Universitário Santiago, 3810 - 193 Aveiro, Portugal. b-UNAVEILABSIG Edif. Cefasi, 3° Piso - Campus Universitário de Santiago 3810-193 Aveiro. 1-

[email protected]; 2- [email protected]; 3- [email protected].

Palavras-chave: ilha de Porto Santo; cartografia geológica; platafonna continental; fundos marinhos.

A cartografia geológica dos fundos marinhos da ilha de Porto Santo foi construída a partir de infonnação disponibilizada pelo Instituto Hidrográfico, recorrendo às novas tecnologias de infonnação geográfica, para uma área total de 1243 km2 e uma distância máxima da linha de costa de 25 km, aproximadaQ1ente. A análise da cartografia produzida pennitiu efectuar uma descrição quantitativa das classes de fundos marinhos e avaliar ainda a distribuição dos materiais geológicos desde a batimétrica de O m até à profundidade máxima de - 3000 m.

Mineralogia dos sedimentos arenosos de uma sondagem na plataforma continental adjacente ao Guadiana

F. Sousa(I), C. Fradique(2) & J. Cascalho(3)

Museu Nacional de História Natural (Universidade de Lisboa), Rua da Escola Politécnica n.o 58 1250-102 Lisboa, Portugal. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3- [email protected].

Palavras-chave: platafonna continental; Algarve oriental; minerais pesados.

Foram analisadas várias amostras colhidas numa sondagem realizada na platafonna continental do Algarve Oriental, com o objectivo de identificar o conteúdo em minerais pesados. Os minerais identificados traduzem a existência de duas principais associações mineralógicas de origem continental: associação sedimentar e associação vulcânica. A primeira é constituída pela presença de grãos rolados a sub-rolados de tunnalina, andaluzite, granada,

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

estaurolite e zircão. Esta associação será provavelmente proveniente de antigos depósitos litorais presentes na plataforma adjacente ao Guadiana. A segunda associação, composta por grãos angulosos a sub-angulosos de piroxena e anfibola será, provavelmente, proveniente de formações ígneas básicas presentes no Algarve Oriental.

A actividade dos agentes mesológicos e os movimentos de massa nas arribas do Miocénico do Algarve (Portugal)

S. B. Teixeira

Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Território - Algarve, Rua José de Matos 13/15; 8000-503 Faro, Portugal. [email protected].

Palavras-chave: arribas; Miocénico; Algarve; Portugal; erosão costeira.

O litoral do Barlavento do Algarve é dominado por morfologias de erosão, essencialmente representadas por arribas talhadas em rochas carbonatadas do Miocénico, cuja geodinâmica natural determina a existência de risco quer para os utentes das praias por elas suportadas, quer para as estruturas implantadas no topo das arribas. Aqui apresentam-se os resultados do registo contínuo e sistemático dos movimentos de massa nas arribas do litoral compreendido entre as praias de Porto de Mós (Lagos) e Olhos de Água (Albufeira), no período entre Outubro de 1995 e Setembro de 2002, e analisam-se as relações entre a ocorrência de rupturas e a actividade dos agentes mesológicos. Os resultados mostram relação directa anual e mensal entre a magnitude da precipitação ou a frequência de tempestades e a ocorrência de movimentos de massa. A uma escala temporal mais fina, verifica-se uma resposta imediata das arribas perante os picos de actividade dos factores externos, num período que não excede cinco dias e que, mais frequentemente, não ultrapassa três dias. A precipitação e a agitação marítíma de tempestade são os factores externos mais importantes no desencadeamento do processo de ruptura das arribas, sendo possível associar a sua intervenção a cerca de 80% das ocorrências. A influência da intervenção antrópica nas rupturas é marginal, havendo sido identificada em cerca de 5% dos movimentos registados.

Falha de Marquês de Pombal: estrutura sismo-tsunamigénica do sismo de Lisboa de 1 de Novembro de 1755? Estrutura, morfologia e sedimentação

associadas

P. Terrinha(a, 1), N. Zitellini(b,2), L. Matias(c,3), E. Grácia(d,4), A. Ribeiro(a, 5), L. Mendes

Víctor(e,6), J. Dafiobeitia(d,7), L. M. Pinheiro(f, 8), J. Gafeira(g,9), H. Matias(c, 10\

C. Roque(c, 11) & BIGSETS, TTR-IO, PARSIFAL e HITS tripulações científicas

a- Fac. de Ciências da Univ. de Lisboa, Departamento de Geologia, LA TTEX 1749-016 Lisboa, Portugal. b- Istituto di Geologia Marina, Via Gobetti 101,40100 Bologna, Italy. c- Fac. de Ciências da Univ. de Lisboa, Departamento de Física, 1749-016 Lisboa, Portugal. d- UTM­CSIC, Centre Mediterrani d'Investigacions Marine!! i Ambientais, 08003 Barcelona, Espanha. e- ICTE, Instituto de Ciências da Terra e do Espaço, Rua da Escola Politécnica, 58, Lisboa, Portugal. f- Universidade de Aveiro, Departamento de Geociências, Campus de Santiago,

3800 Aveiro, Portugal. g- Instituto Geológico e Mineiro, Departamento de Geologia Marinha, 2721-866 Amadora, Portugal. [email protected]; 2- [email protected]; [email protected]; 4- [email protected];

5- [email protected]; [email protected]; 7- [email protected]; 8- [email protected]; 9- [email protected]; 10- [email protected]; 11- [email protected].

Palavras-chave: terramoto de Lisboa de 1755; falha de Marquês de Pombal; deslizamentos de massa.

Em 1992, durante a campanha ARRIFANO-92, foi adquirido um perfil sísmico de reflexão cujo traçado obedeceu a duas condições: localizar-se sobre o hipotético epicentro do sismo de Lisboa de 1755 (Udias et ai., 1976), e traçado paralelamente à direcção de compressão máxima actual (Argus et al.,1989). Foi assim identificada na área imersa do Sudoeste português, entre o Cabo de São Vicente e o Banco do Gorringe, uma estrutura tectónica, claramente compressiva, suficientemente individualizada do contexto tectónico regional e com todas as características sismo-estratigráficas e geomorfológicas duma falha activa, rejeitando o fundo do mar com separação vertical de aproximadamente 1 km (Zitellini et ai., 1999). Foi considerada nessa altura, como candidata a "estrutura sismo-tsunamigénica do terramoto e maremoto de Lisboa de IOde Novembro de 1755" e designada "Falha Marquês de Pombal" (FMP), dando origem à realização de uma série de projectos e campanhas oceanográficas (BIGSETS-

"1998, PARSIFAL, TTRlO, HITS-2002) com o objectivo de caracterização da sua geometria, cinemática, morfologia , e processos de desestabilização das vertentes submarinas. A FMP, cujo plano rompe a superficie do fundo do mar

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VI Congresso Nacional de Geologia

numa extensão entre os 55 e os 60 km, é constituída por dois segmentos de comprimento semelhante, sub-paralelos, cuja ligação permanece ainda por esclarecer. A FMP apresenta ainda deslizamentos gravíticos de envergadura considerável, que chegam a atingir 20 km de extensão, desde a fonte à extremidade atingida pelos sedimentos (run­out distance). A FMP, de direcção NlOE, teve provavelmente origem numa falha tardi-varisca e, pelo menos o seu segmento setentrional funcionou como falha de rifting durante a distensão mesozóica da margem ocidental portuguesa.

o sistema de afloramento de Benguela durante os dois últimos ciclos climáticos; a história com base no registo das diatomáceas

S. Vaqueiro(a,2), F. Abrantes(a,2), C. Pierre(b,3), D. Massias(c), J. Villanueva(d, 4),

J. Crespin(e), X. Crosta(e,5), R. Schneider(f,6) & G. Wefer(f,7)

Projecto INGMAR "Reforço da Capacidade de Investigação no Domínio da Geologia Marinha", (FCTIIGM-DGM) a -Dep. Geologia Marinha, Inst. Geológico e Mineiro, Portugal; b- Lab. d'Oceanographie Dynamique et de Climatologie, Univ. Pierre et Marie

Currie, France; c- Dép. Geologie et Oceanographie, Univ. de Bordeaux I, France; d - Inst. d'Investigations Quimiques I Ambientais de Barcelona, Spain; e - CNRS, Université de Bordeaux I, France; f - Fachbereich Geowissenschaften, Univ. Bremen, Germany. 1 - [email protected]; 2

- [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected]; 6 - [email protected]; 7 - [email protected].

Palavras-chave: pal~opr~dutividade; diatomáceas; margem sudoeste africana.

A região de Benguela, com valores de produtividade > 180 gC/m2/ano, insere-se num dos sistemas de afloramento costeiro mais importantes do mundo. A variação temporal da abundância e taxa de acumulação de diatomáceas, silicoflagelados, radiolários e carbono orgânico (Corg) ao longo de três sequências sedimentares (MD96-2086, MD96-2098 e M1710) da margem sudoeste africana, revela o padrão típico de zonas de afloramento costeiro do oceano atlântico: valores elevados nos estádios glaciares 8, 6, 4-2 e TI, e baixos nos interglaciares 7, 5 e Holocénico. Nas sequências sedimentares mais costeiras (MD96-2098 e MI710), o estádio glaciar 2 e TI surgem como períodos onde a taxa de acumulação de diatomáceas (DAR) é máxima. Na sequência mais oceânica (MD96-2086) é no estádio 6 que a DAR regista o seu máximo. Os registos de DAR e de Corg apresentam um padrão semelhante ao longo das três sequências sedimentares, com excepção da base do estádio isotópico 6 e do topo do estádio isotópico 3, onde estes dois indicadores apontam tendências contrárias. Para estes períodos, os cores Vostok e MD96-2098 registam uma diminuição significativa na intensidade dos ventos, da qual resulta a diminuição ou mesmo inexistência de condições favoráveis à ocorrência de afloramento costeiro e desta feita, uma alteração da circulação oceânica.

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SIG's Detecção remota

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

Avaliação do potencial de mobilidade de blocos de granito na Serra de Sintra, através de técnicas de análise estatística multivariada

J. A. Almeida(l), C. Águas(2), H. S. Vargas(3), J. C. Kullberg(4) & C. Costa{a, 5)

Centro de Investigação em Geociências Aplicadas, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, 2829-516 Caparica, Portugal. a - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal - Alfragide, Apartado 7586, 2720-866 Amadora, Portugal.

1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected].

Palavras-chave: caos e queda de blocos; análise factorial de correspondências; classificação hierárquica; autómatos celulares; Serra de Sintra.

Na sequência da queda de um bloco de grandes dimensões (:::::35 m3), ocorrida a 29 de Janeiro de 2002 na

vertente norte do Monte da Lua (Serra de Sintra) o CIGA foi encarregue, pela Câmara Municipal de Sintra, de efectuar um estudo conducente ao estabelecimento de carta de risco na área envolvente àquele relevo.

Tendo por base a informação geotécnica recolhida in situ relativamente a cerca de 200 blocos no mesmo local, são apresentados os resultados da aplicação de metodologias estatísticas multivariadas (análise factorial de correspondências e classificação hierárquica) destinadas a discriminar os blocos, face ao potencial de mobilidade numa situação estática ou dinâmica. A análise factorial de correspondências (AFC) identificou as relações intrínsecas entre os parâmetros medidos in situ. A classificação automática hierárquica (CAR) permitiu a divisão dos blocos em três conjuntos, consoante o grau de similitude relativamente a 3 arquétipos de referência: "Bom", "Intermédio" e "Mau" construídos com base na relação pericial entre os parâmetros medidos e o grau de perigosidade potencial.

Na segunda parte deste trabalho descreve-se sumariamente e apresentam-se os resultados preliminares de um modelo do tipo autómatos celulares destinado à simulação de trajectórias equiprováveis para cada bloco, condicionados ao modelo digital de terreno. A união do conjunto de trajectórias simuladas de todos os blocos e a ponderação pelo grau de perigosidade potencial de cada bloco permitem a elaboração de uma carta de risco, em função das áreas hipoteticamente afectadas. .

A metodologia utilizada é reprodutível em situações similares, ou seja, em relevos com caos de blocos, susceptíveis de desprendimento que possam afectar pessoas e bens.

Avaliação por modelação em SIG da contaminação mineira por drenagem ácida em S. Domingos (Faixa Piritosa, Alentejo)

M. J. Batista{a, I), M. G. Brito{b,2>, M. M. Abreu{c, 3), A. J. Sousa{d,4),

L. Quental{a, 5) & M. Vairinho{a, 6)

Projecto MINEO (V Programa Quadro de Investigação, CE). a - Instituto Geológico e Mineiro, b - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, c - Instituto Superior de Agronomia­

UTL, d - Instituto Superior Técnico-UTL: 1 - [email protected]; 2 - [email protected], 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 [email protected], 6 - [email protected].

Palavras-chave: drenagem ácida efectiva; interpolação geostatística.

o objectivo deste estudo é a detecção de contaminação superficial resultante da antiga actividade mineira em S.Domingos, Alentejo, utilizando técnicas de interpolação geostatística combinadas com cartografia introduzida e/ou gerada nos Sistemas de Informação Geográfica (SIG). A Mina de São Domingos, localizada no Baixo Alentejo, manteve a sua actividade durante 109 anos e foi explorada (gossan) desde tempos pré-romanos para Cu, Ag e Au sendo, a partir do século XIX e até 1966 explorada essencialmente para Cu e S. Em termos ambientais produziu efeitos importantes, de natureza fisica e química, na paisagem envolvente.

Foram analisadas 14 amostras de lixiviados de escombreiras em soi- e realizadas medições de pR em 49 locais de água superficial, numa área de cerca de 20 km2

, ao longo da ribeira de S. Domingos e em linhas de água adjacentes.

A estimação dos teores de sol- foi realizada recorrendo ao método geoestatístico da krigagem da indicatriz, o que permitiu a delimitação da área cuja concentração em sol- se encontra acima de um determinado limiar.

O mapeamento superficial das áreas de influência da drenagem ácida foi produzido pela estimação dos valores de pR. De forma a integrar a influência da proximidade dos locais de acumulação de resíduos resultantes da actividade mineira na variação espacial dos valores de pR, foi utilizado o método geoestatístico de "collocate­cokriging".

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VI Congresso Nacional de Geologia

A delimitação da área de drenagem ácida mineira efectiva resultou da integração em SIG dos mapas estimados de valores de pR e dos teores dos lixiviados das escombreiras estimados.

Aplicação de SIG's na avaliação da contaminação de solos em ambiente urbano-industrial

G. Brito, C. N. Costa, G. Avillez, M. Lopes, D. Vendas, H. Vargas & P. H. Verdial

CIGA, FCTIUNL, Monte Caparica, 2829-516, [email protected].

Palavras-chave: contaminação de solos; SIG; mapa de risco; locais prioritários; ambiente.

Apresenta-se uma metodologia para a avaliação do estado de contaminação dos solos em ambiente urbano­industrial, numa fase preliminar de diagnóstico, em que a infonnação disponível é escassa e heterogénea.

O modelo de contaminação adoptado baseia-se no sistema [Fonte -;) Percurso -;) Receptor} (Petts, 1997), tido como um binómio Fonte vs. Receptor onde o item Fonte representa os locais (potencial origem da poluição) e os items Receptor compreendem os factores ambientais (receptores primários) e os factores antrópicos (receptores secundários). Cada entidade (fontes e receptores) é categorizada por um conjunto de parâmetros qualitativos que traduzem o estado de cada local face ao potencial de contaminação, à susceptibilidade do meio biofisico e à susceptibilidade do meio antrópico.

Foi desenvolvido um modelo de análise espacial integrado, implementado no software ARCVIEW, capaz de identificar de uma fonna ponderada sítios prioritários de intervenção para reabilitação local.

O modelo de hierarquização assentou em algoritmos de ponderação e análise de sistemas de infonnação geográfica (SIG) e pennitiu resumir, num sistema de classes de prioridade, aqueles locais que traduzem a situação mais desfavorável em relação a um conjunto de critérios e parâmetros ambientais descritores do sistema. Obteve-se desta fonna um mapa de diagnóstico do estado dos solos para a área estudada, que constitui base de decisão para futuros trabalhos de investigação e remediação.

Integração em modelo de SIG de parâmetros geológico-geotécnicos para a selecção de locais para aterros de resíduos

P. S. Caetano(1, a), C. N. Costa(l, b), A. Allen(2), D. Vendas(1, c) & M. G. Brito(l, d)

I - Centro de Investigação em Geociências Aplicadas, Universidade Nova de Lisboa, Q.ta da Torre, 2829-516 Caparica, Portugal; a - [email protected]; b - [email protected]; c - [email protected]; d - [email protected]. 2 - Dep. of Geology, University College Cork, Cork,

Irlanda; [email protected]

Palavras-chave: locais para aterros de resíduos; modelo SIG; parâmetros geológico-geotécnicos.

Na gestão de resíduos, e não obstante o estabelecimento de metas visando a redução, reciclagem e reutilização, com campanhas de sensibilização associadas, a deposição em aterro constitui ainda o principal destino final, tanto para resíduos urbanos como industriais. A premissa de que a concepção técnica de um projecto de aterro poderá resolver situações geologicamente menos favoráveis e garantir a protecção do ambiente, tem relegado para segundo plano o processo de selecção de locais para instalação de aterros. Alguns trabalhos têm, no entanto, provado que os revestimentos utilizados em aterros podem sofrer deterioração acentuada ao longo do tempo (Sunnann et ai., 1995). Deste modo, deverá ser dada uma maior ênfase aos processos de selecção de locais que possuam características naturais adequadas e que, fornecendo protecção secundária ao ambiente, possam contribuir para mitigar os efeitos negativos de situações em que o revestimento do aterro possa não funcionar convenientemente.

Com o emergir de novas tecnologias, nomeadamente de detecção remota e SIG, é possível desenvolver uma abordagem mais sistematizada ao problema da selecção dos melhores locais para instalação de aterros. Assim, a aplicação de ferramentas SIG, combinadas com a avaliação das condições geológicas, hidrogeológicas e geotécnicas locais, toma-se uma metodologia eficiente para a selecção de locais para aterro com as características naturais mais adequadas (Allen et ai., 1997). Neste trabalho apresenta-se o conjunto de parâmetros geológico/geotécnicos que deverão ser considerados na aplicação de um modelo SIG desenvolvido para apoiar a tomada de decisão sobre escolha de locais para instalação de aterros de resíduos.

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Ciências da Terra (UNL), n° especial V

o projecto e-Geo: o Sistema Nacional de Informação Geocientífica

c. Laiginhas

Projecto co-financiado pelo PDSI - Medida 2.2 (Conteúdos). Centro de Informação Científica e Técnica, Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, Alfragide, 2720-866 Amadora, Portugal.

[email protected].

Palavras-chave: informação geocientífica; sistemas de informação; SIG; bases de dados; internet.

Com o presente trabalho pretende-se divulgar no seio da comunidade geocientífica nacional o projecto e-Geo, em desenvolvimento no IGM deste Julho de 2002, que tem por objectivo lançar o embrião do Sistema Nacional de Informação Geocientífica.

A execução deste projecto tem por principais objectivos a integração das bases de dados actualmente disponíveis no site do IGM, o desenvolvimento do actual Sistema de Informação Geológica Geo-referenciada (SIGGeo) (Laiginhas, 2000; Laiginhas & Amado, 2000; Laiginhas et aI., 1999) e a criação de um serviço web que concentre toda a informação geocientífica e que disponibilize uma nova forma de acesso via interface webGIS.

o projecto e-Geo: o protótipo do serviço webGIS

c. Laiginhas(a, I), J. Pereira(a, 2), P. Patinha(a,3) & J. Fernandes(b,4)

Projecto co-financiado pelo PDSI - Medida 2.2 (conteúdos). a - Centro de Informação Científica e Técnica, Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, Alfragide, 2720-866 Amadora,

Portugal. b - Intergraph Portugal, SA, Taguspark - Ed. Inovação 1, n.· 223-224, 2780-920 Porto Salvo, Portugal. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected].

Palavras-chave: informação geocientífica; sistemas de informação; SIG; bases de dados; internet.

Sendo o objectivo principal do projecto e-Geo - Sistema Nacional de Informação Geocientífica a disponibilização de conteúdos de índole geocientífica na internet e sendo esses conteúdos em grande parte geo­referenciáveis, seria impensável avançar para a prossecução desse objectivo sem a implementação de uma solução de webGIS que desse suporte às componentes geográficas associadas à informação disponibilizada.

Tendo por referência o sistema de informação europeu GEIXS - Geological Electronic Information eXchange System (Laiginhas, 2000; Laiginhas &Amado, 2000) e tirando partido do know how diversificado dos elementos da equipa técnica do projecto, norpeadamente no que respeita a web design, programação e GIS, aliado ao apoio técnico prestado pela Intergraph, avançou-se para a criação de um protótipo do serviço web, desenvolvido sbbre a plataforma.Net (Microsoft) e tendo o GeoMedia Web Map (Intergraph) como solução dewebGIS.

Com base na experiência obtida com este projecto piloto e em face do desenvolvimento que as tecnologias e a normalização associada à representação de informação geográfica na web venham a ter (o que está muito condicionado pela actividade do Open GIS Consortium (OGC», pretendemos avançar para a implementação de um serviço conforme com as específicações Web Map Server (WMS) e Web Feature Server (WFS) da OGC e. facilitar o acesso simples aos conteúdos geocientíficos via web browser (GMLlSVG) e disponibilizar, para os utilizadores de software de GIS, um servidor de dados normalizados (GML).

o projecto e-Geo: a aquisição e integração de conteúdos em GIS

c. Laiginhas(a, 1), A. Pina(b, 2,3), A. Serra(b, 2, 4) & N. Gomes(b, c, 2, 5)

Projecto co-financiado pelo PDSI - Medida 2.2 (Conteúdos). a - Centro de Informação Científica e Técnica, Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Zambujal, Alfragide, 2720-866 Amadora,

Portugal. b - ESAMIN - Estudos de Ambiente e Informática, Lda. Rua 17, n.·III, Bairro do Alto da Ajuda, 1400 Lisboa, Portugal. c -DCT/UnI - Depart. Ciências da Terra da Universidade Independente, Av. Marechal Gomes da Costa, lote 9,1800-255 Lisboa. 1 -

[email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected].

Palavras-chave: informação geocientífica; sistemas de informação; GIS; bases de dados; internet.

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No âmbito da execução do projecto e-Geo - Sistema Nacional de Informação Geocientífica, a componente de GIS, não sendo única, assume um papel preponderante. Sendo a grande maioria dos dados geocientíficos geo­referenciáveis numa base cartográfica adequada, o núcleo de GIS deste projecto lida não só com a aquisição e processamento de dados de base mas também com a tarefa de integração e geo-referenciação de dados provenientes de acções periféricas, essencialmente disponibilizados em bases de dados.

A colaboração com a ESAMIN - Estudos de Ambiente e Informática, Lda. permitiu defmir um modelo de desenvolvimento e reunir uma equipa de técnicos com o know how adequado aos objectivos do projecto, sendo notória a rápida evolução nos conteúdos disponíveis no protótipo do e-Geo.

Utilización de un SIG en el cálculo de las variaciones hídricas dei acuífero dei Campo de Montiel (Ciudad Real, Espana)

M. Pérez(a, 1), E. Montero(a,2) & M. J. Checa(b,3)

a - Departamento de Geodinámica. Facultad de Ciencias Geológicas. Universidad Complutense de Madrid; b - Tragsatec. 1 - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palabras-clave: SIG; Campo de Montiel; Lagunas de Ruidera; Espafia.

Se estudia la respuesta deI acuífero deI Campo de Montiel y de su principal salida natural, las Lagunas de Ruidera, ante la recarga producida por un episodio de lluvias intensas ocurrido en el afio hidrológico 1996/97, mediante la aplicación de un Sistema de Información Geográfica (SIG.) (ERDAS Imagine 8.3). Para ello, se analiza la evolución deI nivel piezométrico en el acuífero y se calcula el volumen de agua almacenado en el mismo. El análisis de los resultados muestra que se produjo un aumento significativo deI volumen de agua almacenado en el acuífero, con un incremento de entre 600 y 1200 hm3 desde mayo de 1995 (cuando se alcanzaron los niveles piezométricos mínimos en el acuífero) hasta abril de 1997 (niveles piezométricos máximos).

Utilização de imagens hiperespectrais na avaliação da contaminação mineira em S. Domingos, Faixa Piritosa, Alentejo

L. Quental(a, 1), M. G. Brito(b, 2), A. J. Sousa(c, 3), M. M. Abreu(d, 4), M. J. Batista(a, 5),

V. Oliveira(a, 6), M. Vairinho(a,7) & T. Tavares(c,8)

Projecto MINEO (V Programa Quadro de Investigação, CE). a - Instituto Geológico e Mineiro, bFaculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. c - Instituto Superior Técnico-UTL, d -

Instituto Superior de Agronomia-UTL. 1 - [email protected]; 2- [email protected]; 3 - [email protected]; 4 - [email protected]; 5 - [email protected]; 6 - igmbeja2igm.pt; 7 - [email protected],

8 - [email protected].

Palavras-chave: drenagem ácida mineira; imagens hiperespectrais; espectros de campo; mapeamento de ângulo espectral.

o objectivo deste estudo é a detecção de contaminação superficial resultante da antiga actividade mineira em S. Domingos (MSD), Alentejo, utilizando técnicas avançadas de observação da Terra, i.e. imagens hiperespectrais. A MSD, Faixa Piritosa Ibérica, foi sujeita a uma exploração a longo termo de sulfuretos maciços polimetálicos, com primórdios pré-romanos e romanos (gossan) e posteriormente em tempos recentes até 1966. Compatível com o volume explorado e processado, a drenagem ácida mineira (DAM) teve uma dimensão significativa remanescente até hoje. Adicionalmente, as escórias e escombreiras dispersas na área, estimadas em milhões de toneladas, podem constituir presentemente focos de DAM e consequente dispersão de elementos poluentes nelas incluídos. A metodologia envolveu a aquisição de dados aero-transportados (sensor HyMapTM, 450-2500nm, 126 bandas), medições espectro-radiométricas (GER Mark V e ASD FieldSpec) no terreno feitas pelo BGR nos principais tipos de materiais relacionados com a actividade mineira, e geoquímica de solos e sedimentos. A classificação na imagem de reflectância baseou-se num algoritmo que compara espectros de cada pixel da mesma com espectros de campo. Os resultados mostram a dispersão e tipologia de materiais presentes, apoiados por dados geoquímicos, sendo os tipos fundamentais associados ao enxofre, definindo potenciais focos de DAM e poluentes. O mapeamento

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comprova o potencial discriminatório do sensor hiperespectral na detecção de assinaturas específicas de contaminação, evidenciando também outros focos para pesquisa pormenorizada além dos espetáveis pelo historial mineiro. Fornece também novas bases de investigação das características espectrais dos materiais.

Cartografia geológica digital inédita (escala 1/50 000) de Timor Leste

M. S. Rocha(l, a\ J. A. Leme, C. N. Costa(l, 2), P. S. Caetano(l, b) & R. B. Rocha(l, c)

I - Centro de Investigação em Geociências Aplicadas, Universidade Nova de Lisboa, Q.ta da Torre, 2829-516 Caparica, Portugal; a - [email protected]; b - [email protected]; c - [email protected]. 2 - Instituto Geológico e Mineiro, Estrada da Portela, Alfragide;

[email protected]

Palavras-chave: cartografia geológica digital; Timor Leste.

Até 1975 a produção de informação cartográfica geológica da parte oriental da ilha de Timor era, em grande parte, da responsabilidade de entidades governamentais portuguesas. Destes trabalhos, destacam-se as missões da MEAU (Missão de Estudos Agronómicos do Ultramar) com a produção de cartografia à escala 1/500 000 (Azeredo Leme, 1964) e outros trabalhos de temática e escala diversas sobre zonas de interesse pontual. Outros trabalhos publicados de cartografia geológica à escala 1/250 000 estão publicados pela Geological Society of London (Audley-Charles, 1968). Entre 1975 e 1999, durante o periodo de ocupação indonésia, desconhece-se, ou não existe trabalho realizado.

Neste trabalho apresenta-se a versão digital de um conjunto de minutas de campo de cartografia geológica realizadas no início da década de 1970, por 1. Azeredo Leme, sobre folhas à escala 1/50 000 da Carta de Portugal -Provincia de Timor da Junta de Investigações do Ultramar. Este trabalho de cartografia abrange 6 folhas da extremidade este da ilha de Timor. À digitalização destas cartas, seguiu-se a sua integração em SIG com a produção das respectivas bases de dados e legenda. O processo de georreferenciação das cartas foi feito com base em pontos de controlo utilizando como referência a cartografia digital 1/25 000 do GERTIL. Foi usado o sitema de coordenadas definido pela projecção Gauss-Kruger e datum WGS 84 (GERTIL).

Para além destas 6 folhas na escala 1/50 000, apresenta-se, igualmente, versãó digital e integrada em SIG da carta geológica de Timor na escala 1/500 000. A produção de cartografia geológica digital a esta escala, tem como principal objectivo fornecer uma primeira base de trabalho para a realização de uma campanha de levantamento cartográfico geológico estendido à totalidade do território de Timor Leste.

Análise morfológica de imagens da superfície de Marte

J. Saraiva(l) , T. Barata(2) & P. Pina(3)

CVRM / Centro de Geo-Sistemas, Instituto Superior Técnico, Av. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa. I - [email protected]; 2 - [email protected]; 3 - [email protected].

Palavras-chave: Marte; cartografia geológica; análise de imagem; morfologia matemática.

Apresenta-se neste trabalho uma contribuição dos métodos de Análise e Processamento de Imagem para o desenvoÍvimento de estudos na área da Geologia Planetária. As tarefas ilustradas inserem-se nas actividades de investigação do projecto MAGIC, aceite pela ESA (European Space Agency), constituído integralmente por equipas portuguesas, e que irá analisar informação fornecida pela missão Mars ExpresslBeagle 2 a partir do [mal de 2004.

As imagens processadas presentemente foram obtidas pelas sondas da NASA actualmente activas na órbita de Marte, representando alguns exemplos de desenvolvimento de tratamentos possíveis com vista à obtenção de informação relevante do ponto de vista geológico, nomeadamente quanto ao reconhecimento de crateras de impacto, identificação de campos dunares e modelação de zonas dinâmicas das regiões polares do planeta.

Neste trabalho pretende-se vincar o facto de existirem diferentes linhas de investigação que serão desenvolvidas no futuro, com vista à integração da metodologia no processo de mapeamento geológico preliminar que é um dos objectivos principais do projecto MAGIe.

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Prospecção de endocarso através de uma aplicação SIG

H. S. Vargas(l), J. A. Almeida(2), J. C. Kullberg(3) & M. G. Brito(4)

Centro de Investigação em Geociências Aplicadas, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Quinta da Torre, 2829-516 Caparica, Portugal. 1 - [email protected];2 - [email protected]; 3 - [email protected]; 4 [email protected].

Palavras-chave: erosão cársica; endocarso; carta de aptidão; classificação pericial.

Os parâmetros que condicionam o desenvolvimento dum carso em profundidade - endocarso - são complexos e difíceis de avaliar devido, por um lado, à diversidade e variabilidade dos factores envolvidos referentes ao meio e, por outro, à dificuldade de quantificar a sua interacção e influência no desenvolvimento da carsificação.

É apresentada uma metodologia em ambiente SIG que visa a prospecção de estruturas cársicas de sub-superfície. Pretende-se efectuar, duma forma sistemática, a integração do conjunto de parâmetros que controlam o desenvolvimento destas estruturas, de forma a testar interacções e classificar áreas com maior aptidão para a sua ocorrência.

O estudo incidiu sobre uma área piloto a Oeste de Sesimbra, região onde são conhecidas várias dessas estruturas, com particular relevância para as grutas do. Zambujal e do Frade.

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