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Campinas SP, 29 de julho a 01 de agosto de 2018. SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural Viabilidade econômica de diferentes agroecossitemas em unidades de produção familiares: estudo de caso para Iperó-SP e Ibiúna-SP Henrique Ryosuke Tateishi; Fernando Silveira Franco; Eduardo Rodrigues de Castro; Aline Roja Holmos Universidade Federal de São Carlos - Campus Sorocaba [email protected] Grupo de Pesquisa: GT4. Questão ambiental, agroecologia e sustentabilidade Resumo Este trabalho analisou a viabilidade econômica de produção com base nos sistemas agroflorestal, orgânico (não agroflorestal) e convencional, concentrando em estudos de casos em propriedades familiares de Ibiúna e Iperó. A metodologia foi a avaliação de viabilidade econômica de projetos e considerou analisar a estrutura de custos e as receitas das propriedades, indicadores de viabilidade econômica de projetos, produtividade total dos fatores e a razão de rentabilidade e produtividade entre os três sistemas analisados. Um dos principais resultados mostrou que a substituição dos fatores terra, capital e trabalho são imperfeitos, sendo que, como os produtores agroflorestais são mais intensivos em mão de obra em alguns casos houve uma subutilização da área total da propriedade pela falta de mão de obra disponível, por exemplo. Os resultados apontaram que os sistemas agroflorestais são tão viáveis quanto os outros sistemas e, em algumas situações, mais rentáveis. Em relação à produtividade, o valor da produtividade por hectare nos sistemas agroflorestais foram os maiores. Contudo, ainda persistem outras dificuldades econômicas para os produtores, incluindo sua transição econômica para práticas agroecológicas. Palavras-chave: Agricultura Familiar. Agroecologia. Produtividade Total dos Fatores. Razão de Rentabilidade. Abstract This paper has proposed to analyze the economic feasibility of production by agroforestry, organic and not agroforestry and conventional systems, focused in cases from family farms in Ibiúna and Iperó. It uses the economic viability methodology and considered the cost structure and the income of each unit, economic feasibility indicators, total factor productivity and the ratio of profitability and productivity between the three analyzed systems. One of the main results has shown that the substitution of labor, land and capital are imperfect; in example, the agroforestry producers are more labor intensive, that caused, in some cases, an underutilization of total available land due to scarcity of labor force. The results pointed out that agroforestry systems are equally feasible compared with the other two and can be even more profitable. The productivity per hectare in agroforestry systems were the most significant. Nevertheless, farmers still face some difficulties, including the economic transition to agroecological practices.

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Viabilidade econômica de diferentes agroecossitemas em unidades de

produção familiares: estudo de caso para Iperó-SP e Ibiúna-SP

Henrique Ryosuke Tateishi; Fernando Silveira Franco; Eduardo Rodrigues de Castro;

Aline Roja Holmos

Universidade Federal de São Carlos - Campus Sorocaba

[email protected]

Grupo de Pesquisa: GT4. Questão ambiental, agroecologia e sustentabilidade

Resumo

Este trabalho analisou a viabilidade econômica de produção com base nos sistemas

agroflorestal, orgânico (não agroflorestal) e convencional, concentrando em estudos de casos

em propriedades familiares de Ibiúna e Iperó. A metodologia foi a avaliação de viabilidade

econômica de projetos e considerou analisar a estrutura de custos e as receitas das

propriedades, indicadores de viabilidade econômica de projetos, produtividade total dos

fatores e a razão de rentabilidade e produtividade entre os três sistemas analisados. Um dos

principais resultados mostrou que a substituição dos fatores terra, capital e trabalho são

imperfeitos, sendo que, como os produtores agroflorestais são mais intensivos em mão de

obra em alguns casos houve uma subutilização da área total da propriedade pela falta de mão

de obra disponível, por exemplo. Os resultados apontaram que os sistemas agroflorestais são

tão viáveis quanto os outros sistemas e, em algumas situações, mais rentáveis. Em relação à

produtividade, o valor da produtividade por hectare nos sistemas agroflorestais foram os

maiores. Contudo, ainda persistem outras dificuldades econômicas para os produtores,

incluindo sua transição econômica para práticas agroecológicas.

Palavras-chave: Agricultura Familiar. Agroecologia. Produtividade Total dos Fatores. Razão

de Rentabilidade.

Abstract

This paper has proposed to analyze the economic feasibility of production by agroforestry,

organic and not agroforestry and conventional systems, focused in cases from family farms in

Ibiúna and Iperó. It uses the economic viability methodology and considered the cost

structure and the income of each unit, economic feasibility indicators, total factor

productivity and the ratio of profitability and productivity between the three analyzed

systems. One of the main results has shown that the substitution of labor, land and capital are

imperfect; in example, the agroforestry producers are more labor intensive, that caused, in

some cases, an underutilization of total available land due to scarcity of labor force. The

results pointed out that agroforestry systems are equally feasible compared with the other two

and can be even more profitable. The productivity per hectare in agroforestry systems were

the most significant. Nevertheless, farmers still face some difficulties, including the economic

transition to agroecological practices.

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Key words: Family Farms. Agroecology. Total Factor Productivity. Profitability Ratio.

1. Introdução

Os sistemas de produção sustentáveis têm sido objeto de discussão no Brasil e em

nível internacional ao passo que aumenta a demanda mundial e nacional por alimentos

produzidos de forma sustentável. Esses sistemas estão à disposição do produtor e podem

elevar a sua competitividade no cenário externo e interno, contribuindo para a segurança

alimentar e energética do país, o que salienta a importância da adoção destas ferramentas.

(EMBRAPA & MAPA, 2013).

Nessa linha, os sistemas de agricultura alternativos, como os sistemas agroflorestais e

os sistemas de produção orgânicos (DULLEY, 2003), propõem uma nova tecnologia de

produção que integrem o modo de produção às restrições ambientais, minimizando danos ao

meio ambiente, como poluição do solo e dos lençóis freáticos devido ao uso de insumos

químicos, seja pequena, média ou grande propriedade (ASSIS; ROMEIRO, 2002). Portanto,

destaca-se a importância de se analisar esses sistemas de produção alternativos no âmbito

econômico, analisando a sua viabilidade e identificando eventuais gargalos existentes nesses

sistemas de produção.

É importante salientar que existe uma diferença entre os sistemas agroflorestais e os de

produção orgânica, apesar de ambos serem práticas da agroecologia, de forma que não se

utiliza insumos sintéticos ou agroquímicos, como adubos químicos, fertilizantes e defensivos.

Os sistemas agroflorestais são aqueles que apresentam uma policultura consorciada,

envolvendo uma associação de espécies arbóreas, cultivos agrícolas e possivelmente da

pecuária, na mesma área, com a premissa de que, desta forma, aumente a produtividade

(MEDRADO, 2000). Para a agricultura orgânica, porém, não é necessária a policultura

consorciada, a monocultura ou a policultura não consorciada podem ser usadas (DULLEY,

2003), caracterizando um processo de substituição de insumos químicos por orgânicos, mas

com pouca ênfase em aspectos ecológicos como a biodiversidade do sistema que pode levar a

um maior equilíbrio, no que diz respeito às pragas e doenças.

A agroecologia é uma ciência introduzida a partir de 1970 e não deve ser entendida

como uma prática agrícola, pois, como ciência, busca compreender o relacionamento ente os

ecossistemas e a atuação antropogênica nestes, propondo uma intervenção sustentável

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economicamente, ecologicamente e social do ser humano no ecossistema a partir de práticas

de agricultura alternativas (ASSIS; ROMEIRO, 2002).

A unidade básica de estudo na agroecologia é o agroecossistema, como é o

ecossistema na ecologia. Desta forma, quando falamos de um sistema agroflorestal, um

sistema orgânico e um sistema convencional, todos são considerados agroecossistemas, e seu

estudo, engloba não somente aspectos biológicos e físicos, mas também sociais, econômicos e

culturais (PASSOS, PIRES, 2008).

Em relação à importância econômica, esta deriva do conceito de sustentabilidade, que

segundo Romeiro (2003), pela corrente da sustentabilidade forte, denominada também de

economia ecológica, propõe que o sistema econômico é um subsistema de um todo maior que

o contém, este, impõe uma restrição absoluta à sua expansão. Logo, é fundamental que se

aumente a eficiência da utilização dos recursos (inclusive os naturais), na lógica de curto

prazo através do progresso científico e tecnológico. No longo prazo, a sustentabilidade

econômica não é possível sem a estabilização do consumo per capita de acordo com a

capacidade de carga do planeta.

Ainda nesta corrente, é importante salientar que não só os aspectos econômicos sejam

satisfeitos, pois isto resulta em uma marginalização de aspectos sociais, em determinados

casos. Por isso, é necessário que o rigor metodológico e o desenvolvimento científico sejam

interdisciplinares, considerando aspectos ecológicos, econômicos e sociais. Assim, por

exemplo, aliar estudos sobre a capacidade de suporte do ambiente em conjunto com a

definição de padrões de segurança para grupos locais (ROMEIRO, 2003).

Segundo Altieri (1998) sistemas de produção sustentáveis são aqueles que mantêm em

equilíbrio plantas, solo, nutrientes, luz solar, umidade, entre outros organismos coexistentes

em tolerância a estresses e adversidades, onde podem prevalecer e se desenvolver. Este

sistema de agricultura propõe alternativas para o manejo de culturas de formas sustentáveis

ecologicamente, com a responsabilidade sobre os recursos naturais.

No que concerne à situação social, segundo Alves e Rocha (2010), considerando que

os pequenos e médios agricultores não possuem a tecnologia nem o capital necessários para

produzirem em larga escala, como os grandes do agronegócio, a dependência financeira

destes produtores em relação aos grandes fornecedores de insumos pode contribuir para que o

custo médio unitário desses pequenos produtores seja maior. Com isso, haveria uma redução

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da margem de lucro no curto prazo, tornando a produção economicamente insustentável no

longo prazo, além de reproduzir um sistema cíclico de concentração de renda e

marginalização da agricultura familiar.

De acordo com Alves e Rocha (2010:276), apesar de todo o dinamismo do

agronegócio brasileiro, o valor bruto da produção é concentrado. Com base nos dados do

Censo Agropecuário de 2006, os autores mostram que 423.689 estabelecimentos (8,19% do

total dos 5.175.489 estabelecimentos) produziram dez ou mais salários mínimos (SM)

mensais. Eles geraram 84,89% do valor da produção total, considerando-se a soma da

produção vendida e o autoconsumo”.

Esses dados demonstram que a maioria dos produtores está à margem da

modernização cunhada pela adoção de tecnologias e estruturas produtivas de alta

produtividade que, na maioria das vezes, requerem valores altos de investimentos que muitos

produtores não têm. Podemos salientar as práticas utilizadas na Revolução Verde, que,

baseadas na mecanização agrícola, sementes e animais com modificação genética e insumos

industrialmente produzidos, provocaram consequências como endividamento dos agricultores

(ASSIS & ROMEIRO, 2002).

Em vista dessa realidade, é importante que se crie alternativas para a agricultura

praticada nas pequenas propriedades, sendo que a agroecologia e suas práticas podem vir a ser

uma dessas alternativas, em função de suas características, especialmente no que diz respeito

a uma maior demanda por mão de obra rural, de maior valor. Uma vez que esta surgiu em

contraposição às produções advindas da revolução industrial e posteriormente implementadas

pela Revolução Verde, que criou um grau de dependência entre o produtor e o consumidor de

insumos (ALTIERI, 1998).

Os sistemas alternativos apresentam técnicas como práticas de adubação verde,

adubação orgânica e adubação mineral essencialmente tradicional e natural, produzido por

produtores diversos, incluindo o próprio dono da propriedade, pois não necessitam de alta

tecnologia. Isso contribui para uma menor dependência dos produtores em relação aos

grandes fornecedores de insumos (WEINÄRTNER et al., 2006)

Diversos trabalhos têm analisado aspectos relacionados à agricultura agroecológica,

focando principalmente nos aspectos agronômicos, como: estudos de regeneração da

biodiversidade, de aumento na fertilidade do solo, contribuição para a preservação de

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mananciais, rios e lagos, entre outros trabalhos desenvolvidos. No entanto, existe uma

carência de estudos econômicos em relação à produção nesses sistemas.

Nascimento et al. (2011) realizaram um estudo no município de Cananeia-SP cuja

população se sustenta por meio de atividades extrativas e da agricultura. A produção da

comunidade caiçara é de policultura, com cerca de 20 espécies de plantas, sejam lavouras

perenes ou temporárias, em uma área de 16 ha. O plantio destas é realizado em consórcio,

caracterizado pelo sistema agroflorestal, de modo que a ciclagem dos nutrientes e os serviços

ecossistêmicos provenientes deste sustente a produção sem a utilização de insumos

artificialmente produzidos e melhore sua produtividade. Percebe-se, com base nesse exemplo,

que é possível reduzir os custos com insumos e serviços. No entanto, deve-se analisar também

a receita obtida a partir desse sistema de produção, ressaltando a importância da análise de

viabilidade econômica desse sistema produtivo.

Um segundo caso ilustra um sistema orgânico e não agroflorestal no submédio do vale

do São Francisco no cultivo de manga Tommy Atkins, realizado por Britto (2010), com seis

produtores orgânicos certificados e outros vinte convencionais, através de questionários

diferenciados. Este difere do caso anterior ao estudar a viabilidade em médias e grandes

propriedades, de 80 a 120 ha. Adicionalmente, o plantio da manga é realizado por meio da

monocultura, com acesso à infraestrutura e tecnologias modernas de irrigação.

Ao se analisar a rentabilidade financeira da produção convencional e orgânica, foram

observados: o payback para a manga convencional é menor (2,25 meses) e para a manga

orgânica é, portanto, maior (9,37 meses); o Valor Presente Líquido para a manga

convencional é de R$ 24.846,70 e para a manga orgânica, R$ 46.998,11, calculados a partir

de uma taxa de 10% ao ano; a Taxa Interna de Retorno da manga convencional foi de 33,90%

e da manga orgânica, 35,32%. Concluindo que a manga convencional apresenta um retorno

mais rápido do investimento, porém a agricultura orgânica apresentou uma maior

rentabilidade no longo prazo (BRITTO, 2010).

Além do aspecto produtivo considerado nos estudos de caso citados, deve-se

considerar ainda o nicho de mercado que está se desenvolvendo com o advento da

agroecologia. As crescentes oportunidades de inserção nesse mercado se dão por alguns

fatores, citados por Campanhola e Velarini (2001), como o aumento da preocupação dos

consumidores em relação à saúde e bem estar e influência do movimento ambientalista. É

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importante salientar a atuação das cooperativas nesse processo, pois facilitam a inserção do

agricultor familiar no mercado, oferecem apoio e assistência a eles, seja por meio de cursos

especializados e/ou assistência técnica, o que auxilia na viabilidade da produção alternativa

(FINATTO e CORRÊA, 2010).

Nesse aspecto, a criação do Programa Nacional de Alimentação Escolar pela Lei

11947/2009, ilustra como a abertura de um novo mercado contribui para o escoamento da

produção familiar. Esquerdo et al. (2014) realizaram um estudo de caso para averiguar como

o cumprimento desta Lei estava sendo organizado no município de Atibaia-SP1 e quais as

consequências para os envolvidos no programa. O contrato entre as entidades governamentais

do município e os agricultores familiares determinava a aquisição de uma cesta de bens com

31 produtos alimentícios – dos quais 10 eram orgânicos – de 51 produtores familiares, da

cooperativa Entre Serra e Águas. Este projeto contribuiu com o aumento da produção das

culturas orgânicas e garantiu a compra dos produtos, de forma que houve uma menor perda da

produção.

Portanto, a hipótese deste trabalho suporta a ideia de que os diferentes

agroecossistemas apresentados, os quais, o sistema agroflorestal, o sistema orgânico e o

sistema convencional apresentam potencial de serem viáveis economicamente. O trabalho não

pretende qualificar ou ranquear o melhor modo de produção, uma vez que o sistema estudado

se encontra em uma região específica e com circunstâncias diferentes de outros locais. A

escolha do sistema de produção seja esta convencional, orgânica ou agroflorestal devem ser

escolhas dos produtores, que variam seus métodos juntamente com sua localização

geográfica, uma vez que a agricultura em si está diretamente relacionada com os fatores

específicos de determinadas regiões, as quais serão descritas a seguir.

2. Metodologia

Caracterização dos locais de pesquisa

Foram escolhidas propriedades de agricultura familiar da região de Iperó e Ibiúna no

estado de SP, para se realizar entrevistas semiestruturadas através de dois tipos de

questionários: o primeiro sobre a estrutura dos custos de produção e o segundo, sobre as

receitas da produção, ambos mais bem detalhados na seção seguinte.

1 O município de Atibaia-SP foi o primeiro município a colocar a lei em prática.

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A primeira região consiste no Assentamento Fazenda Ipanema, reconhecido em 1998

pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que ocupa 1601 hectares da

Fazenda Ipanema - 23º25’S 47º34’W (CASTRO, 2007). Esta área abrange produtores que se

utilizam de sistemas agroflorestais e há produtores convencionais na região, possibilitando

inferências “coeteris paribus” no que diz respeito ao clima (sub-tropical) e vegetação

(complexa de transição de Floresta Estacional Semidecidual para cerrado).

A segunda região apresenta similaridade em relação ao clima e vegetação e

possibilitou aplicar a metodologia para outro grupo de produtores, caracterizados como

agricultores familiares, mas não assentados da reforma agrária. Além disso foi possível

entrevistar produtores orgânicos que não se utilizam do sistema agroflorestal, possibilitando

realizar inferirências em relação aos três sistemas de produção.

A produção no assentamento consiste principalmente em algumas culturas perenes de

frutas e hortaliças, optando pela diversificação de culturas, cujas principais culturas comuns

entre os agricultores, foram: banana, feijão, mandioca, hortaliças em geral, citros, cana-de-

açúcar e criação de galinhas. Em se tratando de Ibiúna-sp, a região considerada foi

principalmente o Bairro do Piaí e arredores (23º45’S 47º12’W). A produção é semelhante e se

concentra em hortaliças, mandioca, banana e feijão.

Para os sistemas alternativos, o que os caracteriza é a adoção de práticas de adubação

usando recursos da propriedade como a adubação verde e compostagem orgânica de esterco

animal. Em alguns casos, tais práticas não apresentam um valor de mercado específico, uma

vez que são consideradas técnicas e práticas, como o plantio de leguminosas apenas para

adubação por fixação biológica de Nitrogênio, que foram contabilizados pelo valor do

processo de produção, em outros casos, como no uso de esterco da própria propriedade ou

comprado de fora, existe um valor de mercado e este foi contabilizado.

Para os sistemas convencionais, os fertilizantes são de origem inorgânica, produzidos

através de laboratórios e indústrias, geralmente são proporções de uma mistura de Nitrogênio,

Fósforo e Potássio, denominando-os de fertilizantes N-P-K. Outros utilizados são: Nitrato de

amônia, Fósforo e Magnésio (ARCHIPAVAS, 2013), sendo o seu custo cada vez mais

elevado devido à exaustão das fontes minerais, distância de transporte e o custo de produção

Os defensivos e agrotóxicos utilizados pelos sistemas convencionais apresentam uma

vantagem em termos de seu manuseio, incluindo uma redução da necessidade da mão de obra,

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mas por outro lado, sua aquisição pode representar um custo elevado para os produtores. Os

principais utilizados no estado de São Paulo são os inseticidas, dos grupos químicos de

organofosforado, piretróide e biológicos e os moluscicidas (SUCEN, 2000-2001).

É importante salientar que os produtores desta região participam de dois projetos

governamentais. Um deles é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), criado pela lei

10696/2003 (BRASIL, 2003), artigo 19º, que garante a compra de uma variedade de produtos

até o total de 8 mil reais por propriedade. O principal objetivo deste programa é incentivar a

agricultura familiar dos grupos enquadrados no Pronaf, que é o caso de parte dos produtores

de Iperó-SP. O Outro programa é estabelecido pela lei 11947/2009 (BRASIL, 2009), relativo

a compra dos produtos advindos da agricultura familiar de cooperativas e associados da

região de Sorocaba para destiná-los à merenda escolar do município de São Bernardo (SÃO

PAULO, 2009).

Além destes canais, os produtores dos sistemas de produção alternativos também

comercializam em feiras abertas, como a feira do Parque Chico Mendes, em Sorocaba e a

feira do Parque da Água Branca, em São Paulo, em que o preço do produto orgânico é

diferenciado, sendo mais elevado do que o preco do produto convencional. Dessa forma, em

relação aos produtores convencionais, os produtores agroflorestais e orgânicos, por seus

produtos serem categorizados como orgânicos, possuem alternativas à comercialização, em

que o preço do produto é mais elevado. Contudo, a compra não é garantida e uma das

dificuldades que os produtores salientam é em relação ao tempo de permanência nessas feiras:

se o produtor é antigo no local, ele vende mais do que em relação ao novo comerciante.

Análise de viabilidade para os sistemas

Com base em Guiducci et al. (2012), esta seção se dedica a apresentar a metodologia

de análise de viabilidade econômica para os três diferentes sistemas de produção, analisando-

os por grupos e posteriormente individualmente. Os valores foram atualizados para uma data

𝑛 = 0 caracterizando-a como data inicial, determinando-se o Valor Presente Líquido, isto é,

descontado a TMA na soma dos fluxos de caixa (𝑎𝑛). Dessa forma, obtiveram-se através das

equações mostradas na parte quatro da metodologia, quais foram os ganhos ou perdas dos

produtores em termos de renda e produtividade.

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Para a análise da viabilidade dos sistemas, substituíram-se os valores encontrados na

equação do Valor Presente Líquido (VPL):

𝑉𝑃𝐿 = ∑𝑎𝑛

(1 + 𝑇𝑀𝐴)

𝑁

𝑛=1

(1)

Isso significa: para uma propriedade que utiliza o sistema agroflorestal ou orgânico ou

convencional, os valores futuros atualizados para valores presentes no período n=0 do fluxo

de caixa dessa propriedade, somados ao investimento inicial, retornarão o Valor Presente

Líquido, o que demonstra que a esta é viável, , caso positivo, ou que não é viável, caso

negativo. Como foram analisadas propriedades que já estão estabelecidas, não foram

contabilizados os custos com investimento. Foram considerados quatro ciclos produtivos de

um ano.

Definiu-se o período de quatro anos para a análise de viabilidade em

decorrência da maior parte das culturas trabalhadas serem de hortaliças, cujo ciclo produtivo é

curto, ainda que alguns dos agricultores entrevistados disseram que já pensam realizar

investimentos em culturas alternativas. A coleta dos dados foi realizada em 2015,

considerando-se as informações relativas ao período de um ano, anterior à coleta. Dessa

forma, o período de coleta corresponde ao ano de 2014-2015 e o período utilizado para se

calcular o Valor Presente Líquido foi de quatro anos.

A equação da Produtividade Total dos Fatores (𝑃𝑇𝐹) demonstra a relação de qual foi a

eficiência do investimento, ou seja, matematicamente informa qual foi o ganho do produtor

por valor do investimento nos insumos/fatores de produção.

𝑃𝑇𝐹 =𝑟𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

(2)

A Taxa de Rentabilidade (𝑇𝑅) mostra qual o percentual do valor investido que

retornou para o produtor; se negativo, os gastos foram maiores do que os ganhos, caso

contrário, o produtor obteve lucro contábil.

𝑇𝑅(%) =𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠

𝐹𝑙𝑢𝑥𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑛𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜𝑠− 1

(3)

Para efeitos contábeis, os fluxos de caixa, que estão em datas diferentes,

caracterizando Valores Futuros, foram atualizados para o Valor Presente e então puderam ser

substituídos na equação (4). Assim, o Valor Presente é dado por:

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𝑃𝑉 = ∑𝐹𝑉

(1 + 𝑇𝑀𝐴)𝑛

𝑁

𝑛=1

(4)

O procedimento foi repetido para um sistema agroflorestal e orgânico. Dessa forma,

foram obtidos resultados para a produtividade total de fatores e para a taxa de retorno, para os

diferentes sistemas.

A comparação entre os resultados obtidos são dadas pelas equações de: Razão de

Produtividade (RP) entre a produtividade do sistema agroflorestal em relação à produtividade

do sistema convencional, por exemplo, representados por 𝑃𝑇𝐹′ e 𝑃𝑇𝐹, respectivamente.

𝑅𝑃 =𝑃𝑇𝐹′

𝑃𝑇𝐹− 1

(7)

A RP compara dois sistemas de produção e informa se um sistema de produção é mais

produtivo ou menos produtivo na mesma magnitude do valor do resultado da RP. Ou seja,

caso o valor da RP seja positivo, o sistema de produção do numerador (neste caso, o sistema

agroflorestal) será mais produtivo no mesmo valor que a RP, caso contrário, se RP for

negativa, o sistema de produção do numerador será menos produtivo no valor congruente ao

da RP.

A Razão de Rentabilidade (RR) compara a rentabilidade do sistema agroflorestal e a

rentabilidade do sistema convencional, por exemplo, representados por 𝑇𝑅′ e 𝑇𝑅,

respectivamente:

𝑅𝑅 =𝑇𝑅′

𝑇𝑅− 1

(8)

A RR compara dois sistemas de produção e avalia se a rentabilidade de um sistema é

maior ou menor que do outro. Caso o resultado seja positivo, o sistema de produção do

numerador (neste caso, novamente o sistema agroflorestal) é mais rentável no valor

correspondente ao resultado da RR, caso negativo, o sistema de produção do numerador será

menos rentável no valor correspondente ao resultado da RR.

Os indicadores apresentados foram calculados para se realizar a análise do sistema

orgânico em relação aos outros dois sistemas de produção.

O custo de oportunidade determina a taxa mínima de atratividade (TMA) do capital

investido em determinada atividade, pois considera o rendimento de outros investimentos em

que o capital destinado à atividade atual poderia ter sido empregado. Dessa forma, foi

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calculado o custo de oportunidade, separando os custos de oportunidade da (i) terra, do (ii)

capital e do (iii) trabalho empregado: para o fator terra, utiliza-se a taxa de 4% ao ano sobre o

valor médio e imobilizado do mesmo quando não há informações específicas sobre o valor do

arrendamento na região; a remuneração do fator capital será realizado pelo Sistema Price; a

mão de obra são remuneradas considerando a taxa de 6% sobre o seu valor (GUIDUCCI et

al., 2012).

Dessa forma, o valor adotado para a TMA foi de 6%, pois o valor de arrendamento da

terra foi desconsiderado, em decorrência do fato de os produtores assentados não poderem por

lei, arrendar sas terras e os produtores de Ibiúna não consideram o arrendamento da terra uma

alternativa interessante, em decorrência de experiências anteriores (próprias ou de

conhecidos). Adicionalmente, o custo de remuneração do capital já foi considerado nos custos

gerais.

Enfim, o cálculo dos fluxos de caixa (𝑎𝑛) para os 𝑛 períodos é dado pela diferença

entre as receitas e os custos de produção do mesmo período.

A comparação dos custos foi observada pela média aritmética dos custos em cada

etapa do processo produtivo, agrupados pelos diferentes sistemas de produção: agroflorestal,

orgânico e convencional, em relação ao total dos custos. Essa medida gera uma análise de

custos relativos por etapa de produção. Dessa maneira, é possível observar para cada um dos

três sistemas analisados qual é a etapa do custo operacional com o maior impacto e quais as

principais diferenças entre os sistemas.

Levantamento dos dados

O levantamento de dados foi realizado no período de 2015, com base em respostas

referentes ao período compreendido entre os anos de 2014 e 2015, considerando um ano de

produção. No total, foram entrevistados 12 produtores nas áreas amostradas, sendo seis

convencionais, três agroflorestais e três orgânicos. Os convencionais estão distribuídos

igualmente em Iperó e Ibiúna, enquanto os agroflorestais estão apenas em Iperó e os

orgânicos, em Ibiúna. É importante salientar que os produtores foram amostrados ao acaso e

que o critério de seleção para participar ou não da entrevista foi em relação à receptividade do

produtor à pesquisa.

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Em relação aos dados, estes foram separados em duas categorias: custos e receitas. A

estrutura de custos foi subdividida em treze etapas, sendo as primeiras dez utilizadas para

compor os custos operacionais da propriedade, isto é, as despesas necessárias para produzir:

sistematização do solo, preparo do solo, correção do solo, plantio, tratos culturais, colheita,

mão de obra familiar, depreciação, manutenção e outros custos; as duas seguintes referentes

ao custo de oportunidade: terra e trabalho, pois o custo do capital foi considerado na

depreciação; e a última concerne à soma total dos custos da propriedade.

Na categoria do custo operacional entram, por exemplo, adubos químicos ou

agroecológicos, combustíveis em geral (operação de máquinas, equipamentos, veículos para

transporte), mão de obra (mesmo que seja familiar, há o custo de oportunidade para estar

remunerando os fatores de produção), medicamentos e vacinas, alimentos concentrados e

volumosos, entre outros.

Na sistematização do solo, as principais atividades consideradas foram: roçagem

manual e encoivaramento. No preparo do solo: aração, gradagem e algum insumo, caso

utilizado. Na correção de solo: calcário, fosfato e custo com envio de amostragem por

laboratório. No plantio, o custo das mudas e sementes, adubação e transporte interno. Nos

tratos culturais: adubação de cobertura, adubação (outro tipo), capina, irrigação e consumo de

energia. Na colheita: sacaria, beneficiamento e transporte interno. Mão de obra familiar:

número de ajudantes familiares na propriedade. Depreciação: custo da depreciação do capital

pela Tabela Price (sistema de amortização Frances). Manutenção: gastos com reparo de cerca,

portão, tubos e conexões, tratores, pulverizadores, entre outros. Outros custos: impostos,

seguros e administrativos.

Em relação à mão de obra familiar, foi contabilizado um valor normalizado para 200

dias homem por ano, considerando-se o valor de 60 reais por diária, preço médio da mão de

obra, se contratada, nos locais estudados. Esta abordagem da mão de obra familiar foi

embasada também em Guiducci et al. (2012). Adicionalmente, para todas as subdivisões,

exceto na categoria da mão de obra familiar, foi considerada também a mão de obra

contratada, quando era o caso.

Em relação às receitas, foi coletado o quanto é produzido por cada cultura e por

quanto cada cultura foi vendida, totalizando as receitas de cada propriedade em específico.

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Além disso, contabilizaram-se os valores referentes à recuperação do capital, como a venda da

sucata, por exemplo.

O preço considerado para produção vendida não foi único. A isso, destacam-se dois

fatores: caracterização da produção e destinos da produção. O primeiro fator se relaciona com

as diferentes culturas produzidas durante um ciclo produtivo, pois foi analisada a viabilidade

média por propriedade, sendo que em cada propriedade, era possível identificar a produção de

duas ou mais culturas ao mesmo tempo. Isso se deve ao simples fato da tomada de decisão

dos agricultores pelo que produzir em determinada época, como foi evidenciado pelas

entrevistas em campo. O segundo corresponde aos diferentes mercados pelos quais a

produção é escoada. O valor final da produção por hectare também foi calculado através da

média ponderada dos produtos vendidos pelos seus respectivos valores. O preço foi parte da

composição das receitas, cujo detalhamento se encontra mais bem explicado na seção

seguinte.

Todos os valores, exceto o custo de oportunidade do capital (depreciação), foram

normalizados para a unidade de medida valor por hectare ano, para fins de comparação.

3. Resultados e Discussões

Primeiramente é apresentada participação de cada etapa de produção nos custos

totais das 12 propriedades analisadas (Tabela 1). A partir daí, a análise se concentrará em três

pontos: produtividade do solo, devido aos estudos sobre a ciclagem da matéria orgânica e

aumento da produtividade; a intensidade da utilização da mão de obra familiar; e a disposição

de capital.

Tabela 1 - Médias da Estrutura dos Custos de Produção (%)

Participação nos custos C. Iperó C. Ibiúna Convencionais Orgânicos Agrofloresta

Sistematização do solo 2.25 0.00 1.13 0.00 0.45

Preparo do solo 0.00 15.23 7.62 10.91 0.00

Correção do solo 1.54 4.78 3.16 0.21 0.89

Plantio 7.06 9.97 8.52 1.81 4.01

Tratos culturais 10.90 11.56 11.23 10.07 14.82

Colheita 25.65 4.17 14.91 2.20 0.56

Mão de obra familiar 21.73 18.59 20.16 73.16 54.85

Depreciação 5.61 17.69 11.65 0.61 10.69

Manutenção 2.67 18.01 10.34 0.83 4.74

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Outros custos

operacionais 22.59 0.00 11.30 0.18 8.99

Total 100.00 100.00 100.00 100.00 100.00

Fonte: Elaboração própria através dos resultados da pesquisa. 2015.

As primeiras duas colunas mostram a média dos custos de cada etapa para os

produtores convencionais de Iperó e Ibiúna (C. Iperó e C. Ibiúna), respectivamente, a terceira

representa a média de tais custos em relação aos seis produtores, caracterizando o sistema de

produção convencional. A quarta coluna mostra a média dos custos para os três produtores

orgânicos e a quinta, para os três produtores agroflorestais.

É importante salientar que os produtores agroflorestais entrevistados em Iperó pouco

se utilizaram das técnicas de adubação verde, optando por comprar os adubos, representando

o maior custo relativo em Tratos Culturais (14,8%) entre os demais grupos. Isso se deve ao

fato de que, segundo dois dos três produtores, para realizar essas técnicas, seria necessária

uma maior intensidade de mão de obra (54%) ou maior volume desta, que apesar da procura,

não há oferta suficiente. Ou seja, o limite de oferta de mão de obra eleva os custos na compra

de insumos de adubação verde, pois estes não conseguem ser produzidos na propriedade.

Com aproximadamente 73% dos custos totais relativos em mão de obra, indicando

uma intensidade no fator mão de obra bastante significativa, pois neste estudo de caso, os

produtores orgânicos utilizaram mais práticas de adubação orgânica, segundo a Tabela 1, do

que os agroflorestais, sendo os mais eficientes nos custos da etapa de tratos culturais

(10,07%). Isso corrobora para a ideia de que as práticas agroecológicas podem (têm potencial)

para redução dos custos, contudo, este depende das restrições de fatores as quais os

produtores estão submetidos em relação à escassez de mão de obra ou a disponibilidade de

outros fatores de produção.

Outro fator decorrente da limitação da mão de obra familiar, tanto para os produtores

orgânicos quanto agroflorestais, foi a subutilização da área total da propriedade,

principalmente no caso dos produtores orgânicos e, em seguida, dos agroflorestais, pois as

atividades levam muito mais tempo para serem concluídas.

Em relação aos produtores convencionais, tanto em Iperó quanto em Ibiúna

apresentaram menor intensidade no fator mão de obra, de 21,7% e de 18,6% respectivamente,

o que permite que os produtores sejam menos dependentes da oferta de mão de obra, contudo,

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na média dos custos agregados em Preparo do Solo (7,6%), Correção do Solo (3,16%),

Depreciação (11,6%) e Manutenção do capital (10,34%) sejam superiores. No que concerne o

Preparo do Solo, para os produtores convencionais é necessário que se contrate mão de obra

terceirizada apenas para atividades relacionadas, como gradagem aradora ou para arar o solo

com maior frequência. Sobre a correção do solo, na produção convencional é necessário

maior utilização de calcário, relativamente.

Em relação à utilização do capital, o sistema convencional apresentou maior

intensidade no uso do capital, destacando-se o bairro do Piaí, em Ibiúna, com (17,7%), e

revelou um contraste econômico em relação ao assentamento Ipanema, em Iperó (5,6%).

Tabela 2 - Indicadores de Viabilidade Econômica para as médias dos grupos

de produtores convencionais de Iperó e Ibiúna, para os produtores orgânicos

e agroflorestais

Indicador C. Iperó C. Ibiuna Convencionais Orgânicos Agrofloresta

VPL

(R$) 10429.16 66653.32 38541.24 223740.42 33933.01

PTF 1.316 2.723 2.032 1.408 1.691

TR (%) 0.316 1.723 1.032 0.408 0.691

Fonte: Elaboração própria através dos resultados da pesquisa. 2015.

Pela Tabela 2 é possível inferir que todos os três sistemas de produção foram, na

média, viáveis economicamente, pois nenhum deles obteve resultado negativo no Valor

Presente Líquido, com destaque para os produtores orgânicos de Ibiúna, com o maior retorno

financeiro para um período de quatro anos. Foram os produtores convencionais de Ibiúna que

apresentaram maior taxa de rentabilidade, de 1,72, ou seja, para cada um real investido na

propriedade, o lucro é de R$ 1,72, com taxa de retorno de um real investido para R$ 2,72 em

decorrência da PTF, que é a razão entre a receita total e do custo total.

Para Iperó, é possível observar que os produtores de base agroecológica apresentam

maior eficiência entre custos e receitas, observando-se a produtividade total dos fatores, em

relação aos convencionais da mesma região. Para cada, real investido na propriedade, o

produtor de base agroecológica obtém lucro de R$ 0,69, no curto prazo, e capitalização de 34

mil no longo prazo. Como existe um lucro diferente de zero para este mercado, há uma

possibilidade de novas firmas entrarem no mercado, o que significa que o mercado está em

expansão.

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Para um melhor detalhamento da situação nas duas áreas amostradas e nas nuances de

cada produtor entrevistado, a Tabela 3 apresenta, de forma sucinta, os resultados de

viabilidade através do VPL e a Taxa de Rentabilidade (TR), demonstrando que o potencial

dos sistemas alternativos pode ser tão bom quanto o sistema de produção convencional, tanto

em pequenas propriedades de agricultura familiar de assentamentos quanto as demais.

Contudo, a inviabilidade também está presente, pois dois produtores, um assentado

convencional de Iperó e um orgânico de Ibiúna.

Tabela 3 - Valor da Produtividade Total dos Fatores e Taxa de Rentabilidade

Conv. Iperó Conv. Ibiúna Orgânicos Agrofloresta

Produtores

VPL

(R$)

TR

(%)

VPL

(R$)

TR

(%)

VPL

(R$)

TR

(%)

VPL

(R$)

TR

(%)

P1 -247 -0.02 52780 1.06 219624 0.36 44211 0.87

P2 3254 0.04 133644 3.82 468478 0.92 16796 0.45

P3 28280 0.93 13535 0.29 -16880 -0.06 40791 0.75

Média 10429 0.32 66653 1.72 223740 0.41 33933 0.69

Fonte: Elaboração própria através dos resultados da pesquisa. 2015.

A inviabilidade econômica, que ocorre quando o VPL é negativo, como para o

produtor P1 convencional de Iperó e para o produtor P3 orgânico de Ibiúna, ou seja, o

somatório dos valores presentes dos fluxos de caixa para os quatro anos é menor que zero.

As propriedades convencionais de Iperó participam do PAA e do projeto de merenda

escolar para São Bernardo, onde pode ocorrer a presença de atravessadores para a o

escoamento da produção, enquanto os agroflorestais participam de ambos os programas e de

feiras de produtores especializados em orgânicos, cuja venda é direta. É possível perceber que

os programas governamentais realizados contribuem com a renda dos produtores, juntamente

com a receita da produção escoada de maneira indireta, porém, a receita obtida da venda nas

feiras especializadas em produtos orgânicos contribuiu com uma diferença interessante, de

acordo com os indicadores para P1, P2 e P3 agroflorestais.

Os produtores convencionais de Ibiúna não participam de ambos os programas

governamentais citados, bem como não são assentados. Contudo, apresentam viabilidade

econômica e a maior taxa de rentabilidade, isso pode estar relacionado com a menor

dependência de custos pela mão de obra, relativamente, e pela substituição e distribuição, dos

fatores de produção, como se observa na Tabela 1.

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Finalmente, a Tabela 4 indica uma comparação entre os três sistemas, através dos

resultados obtidos a partir da substituição dos valores numéricos em (7) e (8), considerando os

produtores de ambas as regiões. Verifica-se que o sistema agroflorestal, de base

agroecológica, é 66% mais produtivo ou mais eficiente que o sistema convencional, porém

33% menos rentável. Ainda este sistema, é 20% mais eficiente em relação ao orgânico, e

quase 70% mais rentável. O sistema orgânico, por sua vez, é 38% mais produtivo do que o

sistema convencional, porém 60% menos rentável.

A diferença entre a produtividade e a rentabilidade pode ser explicada pela questão do

volume de mercadoria, em que os produtores convencionais apresentam maior volume de

venda, e na produtividade, em que o sistemas mais intensivos em mão de obra, o orgânico,

neste estudo de caso, apresentam uma produtividade média menor do que os convencionais.

Tabela 4 - Indicadores comparativos

Razão Agro x Conv Agro x Org Org x Conv

RP 0.659 0.201 0.381

RR -0.330 0.693 -0.604

Fonte: Elaboração própria através dos resultados da pesquisa. 2015.

CONCLUSÃO

Conclui-se que sistemas agroflorestais e orgânicos podem ser viáveis economicamente

a partir do estudo de caso realizado em Iperó-SP e Ibiúna-SP com 12 produtores, sendo

destes, seis convencionais, três orgânicos e três agroflorestais.

Os sistemas orgânicos e agroflorestais são mais intensivos em mão de obra em relação

aos convencionais, de forma que os produtores orgânicos e agroflorestais sejam mais

dependentes de variações na oferta e nos preços da mão de obra. Uma das consequências

verificadas foi que a utilização de adubação verde é restrita, no caso dos agroflorestais, de

modo que estes optam por comprar os adubos. Contudo, a utilização da adubação orgânica

pode reduzir os custos de Tratos Culturais, como no caso dos produtores orgânicos.

Apesar dos produtores convencionais serem menos intensivos em mão de obra, no que

diz respeito aos custos relativos de produção, os custos em preparo do solo e correção do solo

foram mais significativos do que nas propriedades orgânicas e agroflorestais.

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Os três sistemas são potencialmente viáveis economicamente, uma vez que os três

sistemas apresentaram pelo menos um produtor cujo VPL é maior que zero. Adicionalmente,

na média entre os produtores, os três sistemas apresentaram resultados positivos.

Os canais de comercialização diretos tiveram um papel importante sobre a

rentabilidade das propriedades, sejam estes políticas públicas de garantia de compra de

alimentos ou feiras especializadas em produtos orgânicos. Contudo, para participar das

políticas públicas existem especificações em relação aos produtores e em concernente à venda

em feiras orgânicas, o tempo de atividade na feira pode determinar a preferência dos

consumidores pela escolha entre os produtos.

Em relação ao manejo do solo e a sua produtividade, o sistema agroflorestal é o mais

eficiente em valor por hectare. Por fim, é importante salientar os canais de comercialização

diretos, pois permitem aos produtores auferir uma maior receita.

AGRADECIMENTOS

Os pesquisadores agradecem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo

(FAPESP) pelo apoio financeiro na categoria de Bolsa de Iniciação Científica e à

Universidade Federal de São Carlos – Campus Sorocaba.

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