44
Outubro 2009 - Nº 191

Vida_16

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Outubro 2009 - Nº 191 Rua Casemiro José Marques de Abreu, 706. Ahú. Cep 82.200-130. Curitiba. Paraná (41) 3018-8805 www.editoraruah.com.br Rua Imaculada Conceição, 1155 - 2º andar Prado Velho - Curitiba - Paraná Caixa Postal 17.315 - CEP: 83.215-901 Fone: (41) 3271-1515 www.pucpr.br Editora Ruah* Para anunciar, ligue: (41) 3018-8805 Editor Luís Fernando Carneiro Redação Fernanda Jacometti Editor de Arte Paulo Schiavon Fotos João Borges e Fernando Gustavo Barbosa Capa Maiara Radigonda Foto João Borges

Citation preview

Page 1: Vida_16

Outu

bro

2009

- Nº

191

Page 2: Vida_16
Page 3: Vida_16
Page 4: Vida_16

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. A frase, da poetisa Cora Coralina, expressa, com imensa sabedoria, o papel do pro-fessor. Quem escolhe professar algo, ensinar, também precisa estar aberto a aprender sempre. Ser professor é ter a oportunidade de contribuir, acima de tudo, para a formação de cidadãos. Por isso, a docência é uma das mais importantes áreas de atuação profissional e exige elevado grau de responsa-bilidade, consciência e compromisso.

O professor é um orientador de caminhos, de valores, de ideias e de conhecimento. Tem em mãos a matéria-prima que nos difere dos demais seres vivos: o pensamento. Esta matéria-prima deve ser esculpida com a responsabilidade de quem constrói, muito além de profissionais, cidadãos.

Se no passado o professor era o mestre absoluto, detentor de todo o conhecimento que deveria ser repassado ao aluno, hoje, ele é um orientador no processo de formação de pessoas. O professor nos dias atuais sabe que o processo de aprendizagem é uma via de mão dupla. Quando ensina, irreme-diavelmente, também aprende.

Para saber ensinar, é fundamental ao profissional da docência a capaci-tação continuada, que permite atualizar e contextualizar conhecimentos, para que a sua atuação no processo de aprendizagem do aluno seja viva, atual.

Nossa Universidade, há 50 anos, é referência em qualidade de ensino, porque priorizamos ter docentes do mais alto nível. São mestres e douto-res comprometidos, em primeiro lugar, com a formação de cidadãos éticos. Quando saem da Universidade, estes jovens levam consigo uma excelente formação acadêmica, que lhes garante atuação profissional diferenciada nas mais diversas áreas.

Mas, acima de tudo, os cidadãos formados na PUC Paraná são o melhor resultado do empenho, da dedicação e da seriedade de propósitos que nor-teiam cada um dos nossos docentes.

Professor, parabéns pelo seu dia!

Clemente Ivo Juliatto Reitor

Vida Universitária é uma publicação Mensal da Editora Ruah*, sob licença da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Registrada sob o nº 01, do livro B, de Pessoas Jurídicas, do 4º Ofício de Registro de Títulos, em 30/12/85 - Curitiba, Paraná

Editor Luís Fernando CarneiroRedação Fernanda JacomettiEditor de Arte Paulo Schiavon Fotos João Borges e Fernando Gustavo Barbosa

PUCPRRua Imaculada Conceição, 1155 - 2º andarPrado Velho - Curitiba - ParanáCaixa Postal 17.315 - CEP: 83.215-901 Fone: (41) 3271-1515www.pucpr.br

Tiragem 15.000 exemplares

Editora Ruah*Rua Casemiro JoséMarques de Abreu, 706. Ahú. Cep 82.200-130. Curitiba. Paraná(41) 3018-8805www.editoraruah.com.br

Para anunciar, ligue: (41) 3018-8805

Todos os direitos reservados. Proibida a

reprodução sem autorização prévia e escrita.

Todas as opiniões são de responsabilidades

dos respectivos autores.

Capa Maiara RadigondaFoto João Borges

EXPEDIENTE

aPrENDEr aENsINar

sINTONIa

Page 5: Vida_16

ÍNDICE

Preto no Branco

Especialista fala sobre os

problemas e soluções da

educação, e novos papéis do

professor

Diário

Conheça o dia-a-dia do aluno

e profissional licenciados em

Matemática

caPa

Comprometimento e bom

conteúdo são essenciais para um

bom professor

Quer SaBer?

Aluna pergunta sobre o

reconhecimento do professor de

Educação Física nas academias

Vem aí

Inscrições para o IX EDUCERE

já estão abertas. Confira mais

informações

inVeStimento

PUCPR recebe R$ 3 milhões

do BNDES para pesquisas com

células-tronco

FilhoS Da Puc

Ex-aluno do curso de Fisioterapia

da PUCPR é professor de

universidade alemã

Sua uniVerSiDaDe

Conceito máximo no Enade é o

resultado de bons professores e

boa estrutura

rePortagem

Conheça o que é a Psicologia

Ambiental e o novo serviço de

consultoria do NPP da PUCPR

06

10

16

28

14 22 29

27

20

Page 6: Vida_16

traduz na constante busca pelo aprimo-ramento profissional. Este ano, iniciou o mestrado e, mais tarde, pretende fazer o doutorado em Fisioterapia no Espor-te de Alto Rendimento. Voltar ao Brasil não está em seus planos. “Acho que não conseguiria mais me adaptar à vida bra-sileira”, confessa.

Um dos motivos é a dificuldade que encontra aqui de atuar, interdisciplinar-mente, com médicos. “Na Alemanha não preciso esclarecer a médico algum sobre a importância do trabalho do fisioterapeu-ta”. A grande recompensa de trabalhar do outro lado do Atlântico é ter a liberdade de escolher as técnicas e os tratamentos que irá utilizar em seus pacientes. “Vivo bem, tenho minha liberdade e isto traz uma grande satisfação”.

ses e realizou estágio. Na primeira ten-tativa, passou no exame de adaptação, necessário para exercer a profissão.

AprimorAmENToNos anos seguintes, trabalhou em

dois grandes hospitais, participou de vários congressos internacionais e na-cionais e fez cursos para aperfeiçoar seus conhecimentos. Com toda essa bagagem, decidiu se inscrever para a vaga de professor e passou no proces-so de seleção. “A ampla formação foi fundamental. Agora, ensino Fisioterapia aplicada na cirurgia, ortopedia, reumato-logia e esporte”, disse.

A liberdade de discussão e o incenti-vo à pesquisa foram as marcas deixadas pela PUCPR em sua vida. Agora, ela se

Desde que entrou no cur-so de Fisioterapia da PUCPR, Tobias Geraldo Ramos Langohr sabia

que queria unir a área de pesquisa em fisioterapia esportiva com a atividade docente. O desejo veio principalmente pela admiração que cultivava por seus professores da universidade. Hoje, todos que incentivaram Tobias podem sentir orgulho: ele acaba de iniciar o mestrado e é professor da universidade alemã VPT Akademie - Fellbach.

Logo depois que se formou, passou um ano na Alemanha e, em 1999, voltou ao Brasil para entrar na especialização em Ciências e Medicina do Esporte, também oferecida pela PUCPR em con-vênio com a Universidade do Esporte. Neste período, trabalhou em uma clínica de fisioterapia. “Porém, queria mais do que somente imitar formas de tratamen-to”, revela. Tobias entrou em contato com diversas clínicas e hospitais na Alemanha, até que surgiu a oportunida-de de voltar ao país.

No início, a adaptação profissional foi difícil, pois existem muitas diferen-ças entre as técnicas de Fisioterapia aplicadas no Brasil e no país europeu. “A Fisioterapia alemã é mais prática e é dado maior valor a técnicas manuais do que no Brasil”, explica. Para conhecer melhor as diferenças, ele visitou uma escola em Düsseldorf durante três me-

FILHOs Da PUC

CarrEIra EM

Ex-AluNo ENcoNTrou NA AlEmANhA A chANcE dE iNgrEssAr NA árEA dE pEsquisA E docêNciA

MOVIMENTO

Tobias Langohr em sua sala de pesquisa na universidade alemã

6 • Vida Universitária • Outubro/2009

Page 7: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 7

Page 8: Vida_16

8 • Vida Universitária • Outubro/2009

DrOPs

eSPírito SoliDárioOs alunos do 3° período de Medi-

cina da PUCPR organizaram o I Trote Solidário do curso. A doação de sangue foi realizada na Santa Casa de Curitiba, nos dias 22 e 26 de setembro. De acor-do com Flávio Henrique do Lago Fran-co, um dos responsáveis pelo evento, o objetivo é despertar no calouro o sen-timento de solidariedade, essencial à prática da Medicina.

cooPeração entre BiBliotecaS

A PUCPR, em acordo firmado com as institui-ções Centro Latino Americano e do Caribe de Infor-mação em Ciência da Saúde (BIREME), Universida-de de São Paulo/Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/Biblioteca Virginie Buff D’Ápice e Con-selho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo, passa a integrar a Rede de Bibliotecas da Área de Medicina Veterinária e Zootecnia (ReBAV).

O SIBI/PUCPR irá cooperar com a rede por in-termédio da Biblioteca Setorial Câmpus São José dos Pinhais, que tem sob sua responsabilidade a indexação de artigos de periódicos inseridos na rede.

A reBAV é uma rede de cooperação formada por bibliotecas de instituições que atendem aos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia, com a finalidade de elevar o impacto da produção cien-tífica brasileira, em âmbito mundial, auxiliando na busca de dados precisos e atualizados.

Informações: http://veterinaria.bvs.br/php/in-dex.php?lang=pt

enaDe, eu Faço Parte!

Alunas do 6º período do curso de Co-municação Social - Relações Públicas reali-zaram, em setembro, a Campanha “Enade, Eu Faço Parte!”. O objetivo foi conscientizar os alunos sobre a importância do Exame Nacio-nal de Desempenho de Estudantes e tirar as dúvidas de forma clara e objetiva. A iniciativa foi das alunas Daiane Zielinski, Heloisa Sa-ruhashi, Lucelí Fabro, Renata Gomes e Shir-ley Patrício.

Este ano, a prova do Enade será aplicada no dia 8 de novembro. O pró-reitor de Gradu-ação, Pesquisa e Pós-Graduação da PUCPR, Robert Carlisle Burnett, afirma que os alunos devem encarar o exame com seriedade. “Os estudantes devem se dedicar ao máximo durante o curso porque se os resultados não forem bons, o mercado de trabalho pode in-terpretar que o curso não é bom. Algumas empresas já solicitam o resultado do Enade aos candidatos que concorrem a uma vaga”, explica.

Turma 61 do curso de Medicina promove Trote Solidário com doação de sangue. De camiseta verde, Flávio

Henrique do Lago Franco.

Page 9: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 9

nutriçãoO curso de Nutrição da PUCPR, que este ano completa 10 anos, inaugurou em setembro o Centro Acadêmico de Nutrição Cristina Martins, profissional de destaque e relevância nacional que foi uma das fundadoras do curso.

XaDrez Politicagem A aluna Maria Alice Gazaniga, do 6° perí-

odo do curso de Desenho Industrial – Projeto do Produto, foi premiada no X Premio House & Gift de Design, na categoria “Presentes: Jogos”, com o projeto do jogo de “Xadrez Politicagem”. Cada peça representa um cargo político: o Rei é o Presidente da República, a Rainha é a Justiça, os Bispos são senadores, os Cavalos são repre-sentados pela Mídia, as Torres pelo Congresso Nacional e os Peões pelos Deputados.

Fórum De letraSO curso de Letras da PUCPR promoveu,

no mês de setembro, o X Fórum de Letras. Participaram do evento palestrantes e pro-fissionais renomados da área, como o lin-guista Sirio Possenti, da Unicamp, e Miguel Sanches Neto, escritor e pró-reitor da UEPG. Foram abordados temas contemporâneos da Linguística, Literatura e áreas correlatas.

ViSita ao tecnoParQueAluizio Byrro, diretor executivo da Nokia Siemens Networks para a América Latina, visitou

o PUCPR Tecnoparque. As novas instalações irão beneficiar tanto a universidade quanto a empresa. “A PUCPR poderá utilizar nossos laboratórios, assim como nós, os da universidade”, disse Byrro.

Page 10: Vida_16

10 • Vida Universitária • Outubro/2009

sUa UNIVErsIDaDE

TrabaLHO EMCONjUNTO

Tucano-de-bico-preto, uma das espécies presentes na região de Curitiba

10 • Vida Universitária • Outubro/2009

Page 11: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 11

coNcEiTo máximo No ENAdE é rEsulTAdo dE umA BoA EsTruTurA E BoNs profEssorEs

boa estrutura e bons profes-sores são itens essenciais para a qualidade de um curso de graduação. E foi a

soma destes dois elementos que contri-buíram para a avaliação do curso de Bio-logia da PUCPR, com o conceito máximo no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 2009.

A diretora do curso, Ana Cristina Gre-ca, comemora a divulgação do resultado e destaca o empenho de estudantes e professores durante a preparação para o Exame. “O comprometimento de nossos alunos e o trabalho dos professores fo-ram fundamentais para este resultado”. Ela também enfatiza a qualidade dos equipamentos disponíveis para as aulas e a estrutura dos laboratórios, como a do Herbário.

Chamado oficialmente de Herbário da Universidade Católica do Paraná (HUCP), compõe seu acervo mais de 20 mil plan-tas de diversos locais do Paraná, de ou-tros estados das regiões Sul e Sudeste do Brasil e de outros países do Cone Sul. Entre as espécies de plantas, estão algumas ameaçadas de extinção, como a imbuia e o pau-marfim, vítimas da explo-ração predatória.

As plantas armazenadas passam por um processo de secagem, são prensadas e desidratadas em estufa. Para melhor organização, são montadas em uma car-tolina e acompanhadas de uma etiqueta

contendo informações sobre o vegetal. Estas amostras são chamadas de Exsica-tas e servem de referência para pesquisas científicas. A coleta mais antiga data de 1943, um exemplar de Helicteres ovata Lam.

Apoio à pEsquisACom o apoio do HUCP são desenvol-

vidas pesquisas por alunos de diversos cursos, nas áreas de Botânica, Taxonomia, Ecologia, Morfologia Vegetal, Farmácia e Bioquímica, Fisiologia Vegetal e Agro-nomia. Além destas, estudos em outras áreas podem ser realizados no Museu de Biologia, no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), no Centro de Pesqui-

Exemplo de Exsicatas: amostras de vegetais armazenadas no Herbário

Sala de preparo das Exsicatas. As plantas passam por um processo de secagem, são prensadas e desidratadas em estufa.

Page 12: Vida_16

12 • Vida Universitária • Outubro/2009

sa e Propagação de Organismo Marinhos (CPPOM) e na Fazenda Gralha Azul.

A estrutura beneficia tanto alunos de pós-graduação como de graduação, seja no trabalho de conclusão de curso como no PIBIC. Foi assim que começou a carreira de cientista do ex-aluno e agora professor do curso de Biologia da PUCPR, Eduardo Carrano. Desde a infância, ele tinha interesse por aves e, em 1994, começou os estudos científicos com os animais. Devido aos seus estudos na área, participou da elaboração do livro “Aves de Curitiba: Coletânea de Regis-tros”, lançado no mês de julho de 2009.

A obra é uma revisão comentada das espécies de aves registradas no municí-pio de Curitiba: são 363 espécies nativas, sete introduzidas e já aclimatadas, e 22 espécies exóticas de ocorrência aciden-tal ou que ainda não se estabeleceram.

Carrano conta que existem três técnicas para identificar as espécies no trabalho de campo. O contato visual, no qual as aves são observadas com auxílio de binóculos; contato auditivo, diferenciação por meio do canto de cada espécie; e processo de captura em redes de neblina. Para exercer esta técnica, é preciso de uma autorização emitida pelo Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres (Ce-mave).

imporTANTEs E curiosAsDentre as descobertas realizadas du-

rante as investigações, o professor des-taca como mais relevante a redescoberta do gavião-de-penacho (Spizaetus orna-tus), que estava desaparecido do Estado do Paraná há mais de 40 anos. A ave que Carrano aponta como a mais curiosa é o urutau ou mãe-da-lua (Nyctibius griseus). “Tem hábitos noturnos e passa o dia todo empoleirada em galhos de árvores, que é capaz de imitar tornando-se quase imper-ceptível. A noite, captura insetos em vôo e emite um canto melancólico que parece vir de uma ave maior ou de um ser huma-no”, explica.

Para Carrano, a maior recompensa em realizar as pesquisas é contribuir para o aumento do conhecimento da ecologia no Paraná e utilizar estas informações para ajudar a conservar as aves estadual e nacionalmente. A experiência com pes-quisa também o ajuda no trabalho de sala de aula. “A união de aspectos teóricos e práticos auxilia na interpretação e desen-volvimento de alguns temas durante as aulas”.

A união de aspectos teóricos e práticos

auxilia na interpretação e desenvolvimento de alguns

temas durante as aulas.

Eduardo CarranoProfessor do curso de Biologia

Saíra-douradinha (Tangara cyanoventris)Pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens)Urutau ou mãe-da-lua (Nyctibius griseus)

Outras graduações da PUCPR se destacaram no Enade. Os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Filosofia, Matemática e Pedagogia tiveram pontuação 4, em uma es-cala de 1 a 5. O curso de Engenharia Elétrica - Telecomunicações também recebeu nota 4. “Foi o único curso de Engenharia Elétrica do Paraná a tirar três notas 4”, conta o diretor do curso, Ricardo Nabhen.

reSultaDo FaVoráVel

Page 13: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 13

Page 14: Vida_16

14 • Vida Universitária • Outubro/2009

rEPOrTagEM

PrObLEMas COM O

A NoVA coNsulToriA do NúclEo dE práTicA Em psicologiA podE rEsolVEr

aMbIENTE?

Quem nunca precisou sair mais cedo de casa para chegar a tempo na faculdade por causa do congestionamento? E quem

nunca parou em fila dupla, para alguém sair ou entrar no carro, e atrapalhou todo o trânsito? Si-tuações como estas caracterizam o modo como o comportamento das pessoas é modificado pelos ambientes e como os ambientes são modificados por elas. Este é o objeto de estudo da Psicologia Ambiental.

Considerado um campo emergente da Psi-cologia, a Psicologia Ambiental surgiu da neces-sidade de conscientizar a população sobre como certos hábitos alteram a qualidade dos ambien-tes, sejam naturais ou construídos, principal-mente com o crescimento das grandes cidades e das indústrias. De acordo com a professora da PUCPR, Ilma Siqueira, a pioneira na aplicação destes conhecimentos no Brasil foi Maria do Car-mo Guedes, na década de 60, quando participou do planejamento das cidades no movimento de transformação do Brasil no país do futuro.

o quE é?A Psicologia Ambiental é interdisciplinar.

Mantém interface com a Sociologia, Antropolo-gia, Arquitetura, Urbanismo, entre outras. Permite a aplicação de seus conhecimentos em locais de trabalho, para melhorar as características do am-biente possibilitando o aumento da produtividade, em escolas, para melhorar a disciplina, nas ruas, para melhorar o tráfego de veículos. “O objetivo é planejar ambientes visando a alguma mudan-ça comportamental bem como trabalhar com o

comportamento das pessoas para mudar a forma como interagem com o ambiente. O trabalho que o profissional vai desenvolver depende da de-manda”, coloca Ilma.

Umas das discussões bastante enfatizadas neste campo da Psicologia é o comportamento pró-ambiental. A proposta é trabalhar com mu-danças de hábitos como reciclar, realizar interven-ções e promover atividades com foco na preser-vação e na sustentabilidade. Partindo desse ponto alguns trabalhos pontuais foram desenvolvidos nos estágios profissionalizantes do Curso de Psi-cologia culminando, esse ano, com a criação de projeto-base, desenvolvido pelo Serviço de Con-sultoria em Psicologia Ambiental, implantado no Núcleo de Prática em Psicologia (NPP).

EcologiA NA EscolAChamado de ECOescola, o objetivo do pro-

grama é melhorar o comportamento das crianças em relação ao meio ambiente por meio de ações lúdicas, atividades envolventes e interativas. Uma das ações é trabalhar o mesmo tema com profes-sores e agentes educativos.

A aluna do 10° período do curso de Psicologia e uma das responsáveis pela elaboração do ECO-escola, Bárbara Olsen, explica que escolheram trabalhar com crianças para que elas se tornem agentes de mudança. “A criança leva o aprendi-zado para seus pais, irmãos e vizinhos. Dessa for-ma, o trabalho acaba atingindo um maior número de pessoas”, diz Bárbara. O próximo projeto que o grupo irá desenvolver propõe o uso da bicicleta como meio de transporte urbano.

NA uNiVErsidAdEComo foi criada recentemente, a Consultoria

ainda não possui demanda para aplicação dos

Bárbara e Thaisa elaborando o projeto da Consultoria em Psicologia Ambiental

Page 15: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 15

projetos. Para atrair possíveis clientes, foi elabo-rado um plano de divulgação do serviço, que está em fase de implantação. Thaisa Reis, também no último período do curso de Psicologia, é respon-sável por esta etapa. A divulgação será realizada, primeiramente, no meio acadêmico por meio de um grupo de discussão que deve iniciar as ativi-dades ainda neste semestre.

Poderão participar do grupo aproximadamente 12 alunos. As discussões, relacionadas à susten-tabilidade, questões urbanas, políticas ambientais e educacionais, serão coordenadas, a princípio, por Thaisa com a supervisão de um professor. As reuniões irão acontecer semanalmente, aos sábados de manhã. “O serviço será fixo e todo se-mestre será aberta uma turma. É preciso divulgar aos próprios alunos para aumentar o interesse por este novo campo”, argumenta.

eXPeriência ProDutiVaA professora Ilma Siqueira é a coordenadora da Consultoria em Psicologia Am-

biental da PUCPR. “A implantação do serviço surgiu a partir da necessidade de sis-tematizar práticas já desenvolvidas nos estágios e para complementar os serviços oferecidos pelo Núcleo de Prática em Psicologia. Foi considerada a oportunidade de oferecer aos alunos do último ano do curso estágio profissionalizante no campo de Psicologia Ambiental”, coloca. Por outro lado, possibilitou a ampliação das atividades oferecidas à comunidade de maneira geral. “Já contávamos com as con-sultorias no campo da Psicologia Educacional e Organizacional”, complementa.

A aluna Thaisa, juntamente com seu grupo, participou da implantação da consultoria desde o início. Antes de tudo, precisou estudar a fundo o que é a Psicologia Ambiental e suas aplicações. Logo depois, pesquisou como funciona uma consultoria para montar um plano de ação e delimitar os serviços que serão oferecidos.

Com estas etapas prontas, o grupo foi divido em dois, um deles responsável por elaborar os projetos e outro pela divulgação do serviço. “É uma experiência positiva. Lidamos com questões teóricas e Práticas da Psicologia. Aprendemos a fazer um projeto em equipe, importantíssimo para trabalhar em qualquer empresa. Foi difícil, mas bastante proveitoso”, acrescenta.

Page 16: Vida_16

16 • Vida Universitária • Outubro/2009

PrETO NO braNCO

QUaL a NOTa Das

EsCOLas?

16 • Vida Universitária • Outubro/2009

Page 17: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 17

coNhEçA As mudANçAs E os dEsAfios dA EducAção E o NoVo pApEl do profEssor

Políticos e estudiosos le-vantaram a questão que hoje é senso comum en-tre a população: muitos

problemas sociais poderiam ser resol-vidos com uma boa educação. E qual o caminho na busca da eficiência na transmissão de conhecimentos e valo-res? Como acompanhar as transforma-ções tecnológicas e culturais? Qual o papel do professor neste cenário?

Estas são algumas das discussões que serão levantadas no IX Congresso Nacional de Educação - EDUCERE, cuja temática central é “Políticas e práticas educativas: desafios da aprendizagem”. O evento é organizado pela Graduação e Pós-Graduação em Educação da PUCPR. Promovido desde 2001, a IX edição do EDUCERE acontece entre os dias 26 e 29 de outubro.

Para adiantar algumas questões e compreender o panorama atual da edu-cação no Brasil, a VIDA UNIVERSITÁRIA convidou a professora da Faculdade de Educação da USP e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, Elba Siqueira de Sá Barreto, para falar sobre os pro-blemas, as possíveis soluções e a con-cepção de professor neste processo.

manda esforços de diversas instâncias e de na-tureza diversa. Temos de nos empenhar em criar oportunidades educativas que levem a aprender não só aqueles que já costumam ir bem, mas que tenham relevância e significado para todos os alunos. A tendência atual de utilização, pelas redes de ensino, de currículos “apostilados”, que prescrevem detalhadamente as atividades e os prazos em que os professores devem desen-volvê-las com vistas ao alcance das metas do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), tem neglicenciado o fato mais comum nas escolas: há um número significativo de alu-nos que não acompanham um suposto “ritmo padrão” que vem sendo atribuído às atividades escolares.

O processo de aprendizagem não é linear e está permeado por componentes sociais, cultu-rais, e mesmo escolares, que interferem muito fortemente na maneira como os alunos, em sua diversidade, conseguem aprender. É, por-tanto, necessário oferecer um tratamento que, mantendo o foco na aprendizagem, possibilite abordagens diversificadas do currículo e recu-pere os elos de significado do conhecimento ao se comunicar melhor com a cultura do aluno. É preciso, também, oferecer mais a quem tem menos. Retomar as questões abordadas tantas vezes e de quantas maneiras for necessário.

Eu diria que um dos desafios da melhoria da qualidade de educação passa pela busca de no-vas formas de integrar os alunos com diferentes características pessoais, culturais e de apren-dizagem, por meio de um tratamento menos fragmentado do currículo. Ele permite conviver

quAis os mAiorEs proBlEmAs ENfrENTAdos pElos profEssorEs dA EducAção BásicA E fuNdAmENTAl No BrAsil ATuAlmENTE?

O principal desafio da educação básica, hoje, é a melhoria da qualidade do ensino. O Brasil é um país de escolarização tardia. Apenas recentemente conseguiu universalizar o ensino obrigatório. Entretanto, a média de escolaridade das crianças é de sete anos de instrução, o que não significa, necessariamente, que os alunos cheguem a cursar a sétima série escolar.

Muitos acumulam repetências. Enquanto al-gumas crianças se alfabetizam em menos de um ano, aquelas que convivem em ambientes em que os usos sociais da escrita e da leitura são escas-sos, costumam demandar um tempo maior de aprendizagem, e as repetências nos anos iniciais do Ensino Fundamental dificultam sobremaneira a continuidade necessária à aprendizagem.

As redes escolares que adotaram formas de organização da escola, que permitem um flu-xo mais regular de alunos ao longo das séries, como as que criaram os ciclos, ao contrário do que afirma o senso comum, não fizeram baixar a qualidade do ensino. A despeito de não terem sido suficientes para elevar o patamar de rendi-mento do conjunto dos alunos, os ciclos permi-tiram que muitos evoluíssem, chegando até as séries mais avançadas.

ExisTE AlgumA mEdidA pArA rEsolVê-los?

A melhoria da qualidade do ensino é uma questão muito complexa de ser enfrentada e de-

Vida Universitária • Outubro/2009 • 17

Page 18: Vida_16

18 • Vida Universitária • Outubro/2009

respeitosamente com as diferenças e, ao mesmo tempo, procura assegurar a todos os alunos o domínio de conhecimentos básicos necessários ao pleno exercício da cidadania e o desenvolvi-mento pessoal.

quAl foi A grANdE mudANçA do ENsiNo Nos úlTimos ANos?

A principal mudança na escola básica é que ela tem se expandido nas últimas décadas para acolher segmentos da população que antes não tinham acesso à educação. E, contraditoriamen-te, à medida que a educação se universaliza, a vantagem social dada pela escolaridade, quando havia poucos que a possuíam, deixa de existir.

O certificado de conclusão do Ensino Fun-damental e mesmo o do Ensino Médio, apesar de ser muito importante para a inserção na so-ciedade contemporânea, não é mais garantia de um “melhor lugar” na vida. Nas sociedades mais escolarizadas, para exercer as mesmas ocupações, são exigidos níveis de escolarização mais altos. Isso fragiliza o papel da escola.

Mas, temos que considerar também a velo-cidade da mudança nos meios de comunicação, que torna rapidamente defasados os conheci-mentos veiculados pela escola. Além disso, as crianças e os adolescentes, longamente expostos à cultura de mídia, que é muito carregada pelas imagens, adquirem novas formas de expressar-se que não são exatamente aquelas da linguagem argumentativa inerente à leitura e à escrita, cul-tivada pela escola. Isso dificulta a comunicação dos professores com as novas gerações.

quAl dEVE sEr o pApEl do profEssor No muNdo coNTEmporâNEo?

O que mudou é que a escola e o professor deixaram de ser as fontes quase que exclusivas do “saber autorizado”, como já o foram no pas-sado. Hoje, se reconhece que os alunos apren-dem não só na escola, mas com os grupos de pares, nos ambientes sociais que frequentam, pela televisão, pela internet. Aprendem coisas

importantes, mas acostumam-se também a banalizar e a tornar-se indiferentes em relação a problemas sociais e humanos, apresentados pela mídia em imagens fragmentadas que se mesclam com propagandas de consumo. Há alunos que se sabem portadores de direitos e os utilizam para sobrepô-los aos direitos dos outros, aos direitos do professor de ser respei-tado em sala de aula, aos direitos dos colegas, vítimas de violências frequentes entre pares.

o quE mudou com rElAção à coNcEpção dE profEssor prEdomiNANTE No pAssAdo?

Essas mudanças levam a concepção do papel da escola e do professor para muito além da sua tarefa clássica de transmissão da heran-ça cultural do passado às gerações futuras. Nas sociedades contemporâneas que nos obrigam a um esforço permanente de reinvenção de nós mesmos, em que o presente devora o passado e não informa devidamente o futuro, em que os valores compartilhados são os de uma mutante cultura de massas, onde predominam o exces-sivo apelo ao consumo e uma visão de mundo muito segmentada, as escolas e os professores não mais podem voltar as costas à mídia.

Sua tarefa, que não é simples nesse caso, é

a de submeter os recursos midiáticos ao projeto de formação dos alunos, contribuir para transfor-má-los em consumidores críticos dos produtos oferecidos por esses meios, e valer-se deles como instrumentos relevantes no processo de aprendizagem e no cultivo de valores de justiça e solidariedade.

Mas há também um conjunto de conheci-mentos que a maioria das crianças e jovens só tem oportunidade de adquirir pela frequência à escola e que contribuem para descortinar-lhes uma visão de mundo mais ampla, variada e plu-ral do ponto de vista das relações humanas so-ciais e com a natureza, assim como das diferen-tes linguagens empregadas para expressá-las.

São os conhecimentos chamados por Mi-chael Young de “conhecimentos poderosos”, aqueles que permitem ao aluno ir além das suas próprias experiências; que lhes fornecem instru-mentais mais complexos para analisar a realida-de e capacitam para atingir níveis mais univer-sais de explicação. Os mecanismos internos de exclusão na escola reservaram historicamente esses conhecimentos a poucos privilegiados, que usufruíram de posições de vantagem na so-ciedade pelo fato de detê-los. Cabe, contudo, à escola assegurar que eles passem a ser de do-mínio de toda a população.

18 • Vida Universitária • Outubro/2009

Elba Siqueira de Sá Barreto, professora da Faculdade de Educação da USP e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas

Page 19: Vida_16

aquid

Londrina maringá ToLEdo são josé dos PinHais

interação

voluntária

Alunos dão

continuidade

ao Projeto

Comunitário com

oficina de

Muay Thai

conquista

histórica

Equiparação do

NPJ à Defensoria

Pública concede

prazo duplo

na entrega de

petições

aprender

o bem

Alunos do curso

de Enfermagem

são preparados

para lidar, na

prática, com

pacientes idosos

saúde

animal

Testes de

medicamentos

de uso animal

verificam eficácia

de produtos não

comercializados

Curso de Medicina Veterinária do Câmpus São José dos Pinhais da PUCPR faz teste de novos medicamentos de uso animal. Procedimentos são realizados na Hospital Veterinário.

Page 20: Vida_16

drops

Semana Jurídica Os alunos de Direito do Câmpus Londrina da

PUCPR realizaram, em setembro, a IV Semana Jurídica. Estiveram presentes cerca de mil par-ticipantes. Entre eles, 200 alunos do Câmpus Maringá da PUCPR. O pré-lançamento contou com a presença do Dr. James Marins e do Dr. Wagner Menezes, renomados profissionais que ministraram palestras.

Os alunos puderam apresentar trabalhos científicos e tiveram a oportunidade de partici-par de dois debates com temas bastante atuais “A Reforma do Poder Judiciário” e “A legaliza-ção das drogas no Brasil”.

Nas palestras, temas como “Aspectos relevantes da violência doméstica”, “Direito Processual Penal e sua Conformidade Consti-tucional”, “O Controle de Convencionalidade das leis”, deram oportunidade aos participantes de conhecerem mais a fundo assuntos atuais e grandes profissionais que vieram a Londrina es-pecialmente para a Semana Jurídica.

doação de Sangue

Aproveitando a volta às aulas, alunos, professores e colaboradores do Câmpus Londrina da PUCPR participaram de uma campanha de doação de sangue para o Hemocentro do HU. Em dois dias foram cadastrados 238 doadores de medula óssea e arrecadadas 115 bolsas de sangue.

Pufe de garrafa PeTAlunos e funcionários do Câmpus Londrina

da PUCPR participaram de atividades ecológi-cas como prévia para a II EcoPUC, que acon-tece em outubro. Usando garrafas PET, foram confeccionados vários pufes, como forma de integração da Pastoral Juvenil Marista (PJM) no Projeto Juventude e Meio Ambiente. Para a con-fecção dos assentos, durante o primeiro semes-tre deste ano foi realizada uma campanha de ar-recadação de garrafas PET entre a comunidade acadêmica. O material produzido ficará exposto durante a II EcoPUC, um ciclo de debates sobre desenvolvimento sustentável, cuidados com o meio ambiente e o uso inteligente do lixo, pro-movido também pela PJM. Depois do evento, os pufes serão utilizados no Câmpus Londrina da Universidade. aquecimenTo

globalO professor de Direito Ambiental da

graduação e pós-graduação do Câmpus Maringá da PUCPR, Antonio Lorenzoni Neto, lançou o livro “Contrato de créditos de carbono”, publicado pela Editora Juruá. A obra traz soluções para um dos maiores desafios enfrentados pela humanidade para salvaguardar a sua existência e a das futuras gerações: combater o fenômeno do aqueci-mento global.

Page 21: Vida_16

londrina

educando para

Projeto comunitário leva aPrendizado Para a vida do aluno

a vida

todos os alunos da PUCPR, independente do curso que façam, têm uma disciplina em comum: o Projeto Comunitá-

rio. Para alguns, a obrigatoriedade se torna prazer e eles não conseguem se desligar da instituição atendida.

Com os alunos Denny Rogers Lima dos Santos e Lenissa Pereira da Silva, 6º Perío-do de Administração no Câmpus Londrina, aconteceu isso. Eles escolheram o Projeto Cidadão Mirim, do 5º Batalhão da Polícia Militar, para desenvolverem um trabalho voluntário. Como o Projeto é conveniado à PUCPR, eles puderam unir o útil ao agra-dável e, mesmo tendo terminado o prazo necessário em junho, continuam dando au-las de Muay Thai (boxe tailandês) uma vez por semana para crianças e adolescentes carentes, de 8 a 14 anos de idade.

Denny conta que nasceu em um bairro próximo e sabia da necessidade das crian-ças daquela região. “Quando fiquei sabendo do trabalho, escolhi ajudar a comunidade próxima de onde nasci”, conta ele. “Os jo-vens gostam muito”. O Projeto evita que as crianças fiquem nas ruas”, completa.

Lenissa se juntou à Denny no Projeto. Além de colegas de turma, eles são na-morados e também têm uma academia em comum. “O Denny já queria fazer algum pro-jeto social. Eu gosto de criança, então, tudo deu certo. Gosto do que faço, procuro levar vídeos dos alunos da academia, tento sem-pre mostrar o lado positivo”, explica Lenissa.

“Se ficamos sabendo que eles não se com-portam direito, não podem treinar na próxi-ma aula. Não é questão de castigo, mas de colocar limites. Como eles adoram a aula, não temos problemas”, completa.

Denny lembra que as aulas servem para treinar a disciplina e a concentração das crianças. Assim como Lenissa, ele diz que quando o tempo necessário do projeto aca-bou ele não conseguiu se desligar.

Mas a participação dos dois não fica res-trita às aulas. Os eventos realizados na aca-demia pedem um quilo de alimento como entrada e tudo é revertido para as crianças. Materiais de treino como caneleiras, luvas e colchonetes também foram doados pelo ca-sal, que procura sempre envolver os alunos da academia no projeto.

O sargento Giroldo é o coordenador do projeto e elogia a participação dos alunos. “Por diversas vezes eles doaram mais que o tempo, trouxeram alimentos, materiais es-

portivos e até chocolate para as crianças na Páscoa. É o que nós precisamos, de pessoas que estejam dispostas a ajudar”, ressalta.

Denny conta que não tem intenção de se desligar do Projeto Cidadão Mirim tão cedo. “O legal seria que todos da PUCPR pudesse se dedicar além do obrigatório”, finaliza ele.

Projeto cidadão mirimÉ desenvolvido em bairros carentes de

Londrina, como Marabá e Santa Fé. As crian-ças têm atividades esportivas no contraturno escolar, no salão de duas paróquias, a Nossa Senhora do Amparo e a Bom Pastor. Além do Muay Thai, também são oferecidas aulas de futebol, Taekwondo, recreações diversas e palestras. As crianças e jovens também re-cebem alimentação. São atendidas cerca de 70 crianças, que ao completarem 14 anos são encaminhadas para outros projetos mu-nicipais, como a Guarda Mirim.

Érica Gonçalves

Crianças atendidas pelo Projeto Cidadão Mirim

Page 22: Vida_16

colocar um novo medica-mento no mercado exige muito mais do que uma boa formulação. É preciso reali-

zar testes para verificar se as substâncias ativas da medicação atuam da forma devida e se não prejudicam o organismo do usuá-rio. Para isso, o curso de Medicina Veteri-nária do Câmpus São José dos Pinhais da PUCPR, firmou acordo com empresas fabri-cantes de fármacos de uso animal.

O programa existe desde 2006, quando foi realizada uma parceria com a empresa Sespo. A maior conquista veio este ano com a autorização para comercialização de dois medicamentos de uso veterinário testados na PUCPR, entre os 11 aprovados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A diretora do curso e coordenadora do programa, Cláudia Turra Pimpão, explica que os testes são realizados em duas eta-pas. Em uma delas verifica-se a eficácia do medicamento. Um animal doente recebe a nova medicação e fica em observação para garantir o efeito do fármaco. Na outra etapa, é analisada a segurança do compo-nente ativo que é manipulado em animais saudáveis. Pretende-se identificar o efeito no organismo, principalmente se provoca alterações hepáticas e renais.

De acordo com a diretora, os testes são realizados nos laboratórios de patologia clí-nica da Unidade Hospitalar de Animais de Companhia do Câmpus São José dos Pi-

são josé dos pinhais

avaliação de

testes de medicamentos de uso animal são realizados no curso de medicina veterinária

eficácianhais e passam pela aprovação do Comitê de Ética no Uso de Animais. São utilizados cães e gatos atendidos no próprio hospital, com o consentimento do proprietário, ou provenientes de ONGs parceiras, também com a autorização do responsável.

melhoriasPara a universidade o projeto traz reco-

nhecimento e qualidade no ensino. “É uma oportunidade para os professores desen-volverem estudos científicos com base no princípio ativo dos fármacos. É possível, até mesmo, descobrir novas moléculas”, diz Cláudia. Além disso, o recurso destina-do pelas empresas foi revertido em equi-pamentos para o Hospital Veterinário da PUCPR.

Unidade onde são realizados os testes

A partir da parceria com a Sespo, sur-giram novos contratos com empresas de São Paulo, como Chemitek Agro-veterinária Ltda e Laboratório Farmavet. O contrato com a Sespo, que vence este ano, também será renovado.

equiPeFazem parte da equipe de pesquisa-

dores do projeto os professores: Claudia Turra Pimpão, Marconi Rodrigues de Fa-rias, José Ademar Villanova Junior, Rita Maria Mangrich Rocha, Kung Darh Chi e Antônia Maria do Prado. Alunos do es-tágio remunerado também auxiliam nos testes de medicamento.

Page 23: Vida_16

como funcionaAs aulas práticas no NPJ fazem parte

da grade curricular do curso para alunos do 4° e 5° ano. Atualmente, 506 ações judiciais estão em andamento no NPJ do Câmpus Maringá. São atendidos casos de natureza de Direito de Família, de Peque-nas Causas, Infância e Juventude, Meio Ambiente e alguns de natureza Cível. Os atendimentos são gratuitos e destinados a quem não tem condições financeiras de pagar pelo serviço.

os alunos Natália Bulla Sté-fano e Rodrigo Gomes Ro-drigues, do 9º período do curso de Direito do Câmpus

Maringá da PUCPR, são os responsáveis por uma conquista histórica para o Núcleo de Prática Jurídica. Os estudantes conse-guiram, do Tribunal de Justiça do Paraná, o reconhecimento da equiparação do NPJ à Defensoria Pública do Estado.

A principal vantagem deste reconheci-mento é o direito do prazo em dobro na en-trega de petições, que antes era concedido somente à Defensoria Pública. O diretor do NPJ do Câmpus Maringá, Antonio Lorenzo-ni Neto, explica que o prazo regular é de aproximadamente cinco dias para concluir um caso.

Nestas condições, o estudante tem somente uma aula para cumprir todas as etapas de um processo, já que é ministra-da uma prática por turma, a cada semana. “O aluno não tem maturidade jurídica para fazer uma peça judicial com qualidade no período de um encontro. São vários pas-sos para chegar ao resultado final: primeiro deve identificar o ato processual e estudar o caso. Uma vez consolidado o estudo, deve encontrar uma solução e elaborar a peti-ção”, coloca o diretor.

Com o prazo em dobro, o aluno conta com aproximadamente 10 dias para en-tregar a petição, ou seja, ganha um en-contro. “Neste tempo é possível elaborar uma peça judicial de excelência”, com-

marinGá

prazo

conquista beneficia Pessoas assistidas Pelo nPj e traz melhorias Para o ensino

duplo

pleta Lorenzoni.

beneficiadosA conquista gera benefícios para todos

os envolvidos no processo: o indivíduo assistido, o aluno e o professor. De acor-do com Natália, quando não havia tempo hábil para concluir uma peça em um en-contro, outro aluno deveria finalizá-la. “Isto acabava prejudicando o próprio assistido, além de nosso aprendizado. Os professores também têm mais tempo para orientar cada aluno”, diz.

Natália conta que, acima de tudo, sente-se privilegiada pela oportunidade de trazer esta melhoria para o Núcleo de Prática Ju-rídica da Universidade. Rodrigo diz que se

sente orgulhoso pelo resultado. “Agradeço aos professores que nos incentivaram e nos ajudaram a tornar isto possível”, acrescenta o aluno.

Natália e Rodrigo, alunos responsáveis pela conquista histórica

Page 24: Vida_16

toledo

cuidados

alunos de enfermagem aPrendem na Prática a cuidar da saúde do idoso

especiais

de acordo com um levanta-mento realizado em 2007, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),

o Brasil tem 18 milhões de pessoas com mais de 60 anos. A estimativa, para 2020, é de que 12% da população brasileira seja de idosos, cerca de 31 milhões de pessoas.

Estes dados revelam que é preciso que a sociedade se prepare para atender esta população em todas as áreas, como previ-dência, saúde, esporte, lazer e cultura. Pen-sando nisso, a professora Juceli Zimmer-mann Mion, do curso de Enfermagem do Câmpus Toledo da PUCPR, desenvolve com seus alunos um projeto no Lar dos Idosos da Associação Promocional e Assistencial de Toledo (APA).

O objetivo é preparar os futuros enfermei-ros para lidar com pessoas idosas, contribuir para a formação de bons profissionais e de cidadãos conscientes. “Ajuda na formação do acadêmico que, mediante suas ações, será provedor da saúde dos seres humanos e transformador da realidade”, afirma Juceli. O projeto faz parte da prática de campo da disciplina Cuidado ao Idoso no Processo Saúde Doença e participam os estudantes do 3° ano do curso.

açõesA professora explica que as atividades

foram divididas em três etapas. Na primei-ra fase os alunos conheceram a estrutura e funcionamento do local e conversaram com

os idosos para identificar o perfil dos mora-dores. No segundo encontro, foi definido o plano de ação a partir dos dados coletados. Foram programados dois eventos, em dias diferentes, um dos grupos ficou responsável pelo “dia da beleza”, e o outro pela “festa junina”.

O aluno Marcus Vinícius Justus integrou a equipe que programou a festa junina e conta que a participação foi gratificante. “A senhora mais idosa que vive na instituição, de 98 anos, dançou quadrilha, se divertiu. Outra, descendente de alemães, declamou poemas no idioma e traduziu. Foi muito mo-tivador ver pessoas que, apesar das dificul-dades, demonstram alegria de viver”, disse.

A experiência também lhe trouxe conhe-cimento sobre as necessidades emocionais de pessoas idosas que podem ser supridas com um tratamento mais carinhoso, por

exemplo. Algumas atitudes, como a dedi-cação de tempo para conversar, elevam a autoestima do paciente o que ajuda no tra-tamento. “Eles precisam sentir carinho das pessoas. Assim, sentem maior confiança no enfermeiro e procuram seguir nossas orien-tações”, coloca.

ParceriaO presidente da APA, Edgard Ravache,

conta que os jovens brincam com os mo-radores do Lar dos Idosos e criam um am-biente descontraído. A empatia gerada com a interação facilita a aceitação do tratamento pelos idosos. Ele destaca que a parceria faz a integração da universidade com a comuni-dade e as duas partes são beneficiadas. “Os idosos gostam muito de receber as visitas e os alunos aprendem com o convívio”, com-pleta.

Alunos com os moradores do Lar dos Idosos na festa junina. De camisa laranja e chapéu, Marcos Vinícius Justus

Page 25: Vida_16
Page 26: Vida_16
Page 27: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 19

Page 28: Vida_16

20 • Vida Universitária • Outubro/2009

aCaDÊMICO

“o Que maiS goSto é o DeSaFio De enSinar, PoiS acho Que aPenaS com a Valorização Da

eDucação a SocieDaDe ProgriDe”

Suelen thereza gaSParin19 anoS, 6º PeríoDo - licenciatura em matemática

FernanDa oSório menDina nileS28 anoS, graDuaDa em 2004

“eStamoS ParticiPanDo não aPenaS Da Formação acaDêmica Do eDucanDo, maS Sim, De

Sua Formação como ciDaDão”

EscolhA - Sem dúvida, a Matemática é a disciplina que mais assusta os estudantes de Ensino Fundamental e Médio. E o que leva o jovem a se aprofundar na ciência e trans-formá-la em profissão? Para Suelen, foi a afinidade. Apesar de adorar a leitura, a paixão pelos números a fez optar pelo curso de Matemática no vestibular. Atualmente, a carreira faz parte de sua vida. Há um ano e meio é monitora do curso, faz estágio em um colégio e preenche seu tempo livre com o estudo.

roTiNA - Conciliar todas as atividades não é fácil. “Tra-balhar de dia e ir à aula de noite é cansativo. O rendimento baixa e é preciso prestar mais atenção. Se não estudar no final de semana, fica difícil acompanhar”, revela. O curso exige muita dedicação. Mesmo nos primeiros anos, quando Suelen não fazia estágio, estudava todos os dias, exceto aos domingos.

fuTuro - O curso da PUCPR é de licenciatura e voltado para formar professores. Porém, também existe a possibili-dade de o profissional trabalhar em bancos, criar material di-dático, entre outras funções. Suelen não tem dúvidas quanto a sua escolha e sabe o que quer. “O que mais gosto é o desa-fio de ensinar, pois acho que é apenas com a valorização da educação que a sociedade progride”. Para o futuro, pretende fazer um mestrado na área e ser professora universitária.

Conheça o dia-a-dia do PRoFeSSoR de MaTeMÁTiCaDIÁrIO

PrOFIssIONaL

TrAJETÓriA - Exemplo de virtudes e de cidadania. É assim que a professora de Matemática qualifica a profissão, independente da área de ensino. “Estamos participando não apenas da formação acadêmica do educando, mas sim, de sua formação como cidadão”, acrescenta Fernanda, que fez magistério e começou a carreira lecionando para séries ini-ciais do ensino fundamental. Formou-se na PUCPR e hoje é coordenadora de 4ª à 7ª série da área de Matemática de uma instituição de ensino.

dicA - Uma das grandes dificuldades em ministrar a dis-ciplina, é a falta de interesse dos alunos pela matemática. “O educador deve buscar estratégias em sala de aula para que seu aluno se apaixone pela Matemática”, diz. Fernanda des-taca que para seguir a profissão é importante ter paciência ao ensinar, manter uma boa organização com o planejamen-to diário e ser comprometido com a instituição de ensino em que trabalha.

ATuAliZAção - Além disso, o aperfeiçoamento cons-tante é uma necessidade na carreira. Cursos de pós-gradua-ção, congressos e grupos de estudo são algumas formas de entrar em contato com as novidades da área. “O professor está sempre pensando em estratégias diferentes para utilizar em sala de aula. É fundamental que esteja sempre atualiza-do”, explica.

Page 29: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 21

DNa

Estudar em uma universidade que faz parte de uma entidade com quase 200 anos de tradi-ção no ensino e presente no

mundo inteiro, transmite muita segurança. Principalmente porque, um tema que está sempre em discussão, é o fortalecimento dos princípios que orientam a gestão Ma-rista e a unificam. Com este objetivo, será realizado no Câmpus Curitiba da PUCPR, nos dias 15 e 16 de outubro, o I Encontro Nacional das Instituições de Ensino Supe-rior Marista.

Participarão, além da anfitriã, a PUC Rio Grande do Sul, Faculdade Católica do Ceará, Faculdade Marista de Recife e Universidade Católica de Brasília. Para os estudantes e professores que fazem parte das institui-ções, o evento irá beneficiar, na medida em que reafirma os fundamentos Maristas, os projeta para o futuro e intensifica ações que geram processos de gestão, ensino, pes-quisa e extensão mais qualificados.

Quem organiza o encontro é a União Marista do Brasil – Umbrasil, através da Comissão de Ensino Superior, com o apoio da PUCPR. Estão programadas três gran-des conferências: duas com especialistas nacionais e uma com convidado interna-cional. Os temas são sempre ligados às problemáticas do Ensino Superior. Também serão promovidos trabalhos em grupo, com o objetivo de refletir sobre a Missão Marista no Ensino Superior, e mesas redondas com os dirigentes das IES Maristas do Brasil.

ENCONTrO

uNiVErsidAdEs mArisTAs rEúNEm-sE NA pucpr pArA forTAlEcEr lAços

MarIsTa

Programação

Reitores, pró-reitores, irmãos, supe-rintendentes das mantenedoras, diretoria e integrantes da Umbrasil e lideranças estra-tégicas de cada IES Marista, participarão do encontro. Convidados externos de organis-mos vinculados à Educação Superior tam-bém estarão presentes, totalizando cerca de 100 participantes.

dia 15 de outubro08h00 Recepção e credenciamento08h30 Acolhida e oração09h15 Conferência “Missão Marista na Educação Superior”, com Ir. Clemente Ivo Juliatto e Prof. Ricardo Tescarolo10h45 Intervalo11h15 Debate aberto “Missão Marista na Educação Superior”, coordenação do Ir. Evilázio Teixeira12h30 Almoço14h30 Partilha sobre áreas de excelência das IES Maristas, coordenação do Ir. Lodovino Jorge Marin16h00 Intervalo16h30 Conferência “Educação Superior: tendências, perspectivas e desafios em nível de mundo”, com o Prof. Robert Cowen18h15 Encerramento19h00 Confraternização

dia 16 de outubro08h00 Recepção08h30 Acolhida e oração09h00 Mesa Redonda com os dirigentes das IES Maristas. Tema “Desafios e perspectivas da Educação Superior Marista no Brasil”, coordenação do Ir. Wagner Rodrigues da Cruz10h30 Intervalo11h00 Linhas de integração e cooperação entre as IES Maristas, coordenação do Ir. João e Ir. Lodovino11h30 Trabalhos em grupos12h15 Plenária13h00 Encerramento com fala do Ir. Lodovino13h30 Almoço

Page 30: Vida_16

22 • Vida Universitária • Outubro/2009

CaPa

As alunas do curso de Medicina, Maiara

Radigonda, Hanae Fontana e Lais Prigol

(sentada), falam o que esperam do professor

22 • Vida Universitária • Outubro/2009

Page 31: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 23

O QUE OaLUNOEsPEra DOPrOFEssOr?Este foi o ponto de partida para a pesquisa de mestrado em Educação, do psicólogo e matemático Marcos Meier. Das respostas dos 600 alunos que participaram do estudo, a conclusão foi que os professores mais admirados conhecem muito bem o assunto que ensinam, são atualizados, profundos e conectam os conteúdos com a vida atual. “Os bons professores não estão preocupados em dar uma aula show, mas, quando ensinam, é para o aluno realmente aprender”, afirma.

Vida Universitária • Outubro/2009 • 23

Page 32: Vida_16

24 • Vida Universitária • Outubro/2009

CaPa

Com relação à interação, Meier de-tectou que os alunos desejam ser ou-vidos com atenção e respeito. Ou seja, querem que suas perguntas sejam consi-deradas como participações importantes da aula. Além disso, esperam que o pro-fessor exerça sua autoridade com justiça e respeito, pois aquele que abdica do comando não é alguém que eles próprios queiram respeitar. “O professor represen-ta alguém com autoridade e vínculo, que cativa o aluno para os estudos e o incen-tiva a ser uma pessoa melhor em todos os sentidos”, explica o pesquisador.

De acordo com Meier, todas estas ca-racterísticas estão contempladas na teoria da mediação da aprendizagem, desenvol-vida pelo pesquisador israelense Reuven Feuerstein. Nela, os alunos não aprendem somente os conteúdos escolares, mas aprendem a contextualizar, construir sig-nificados, relacionar conceitos de diversas disciplinas e, principalmente, a aprender.

Para as alunas do 4° período do cur-so de Medicina da PUCPR, Lais Prigol, Maiara Radigonda e Hanae Fontana, o bom professor tem exatamente o perfil apresentado na pesquisa. A principal ca-racterística apontada por elas é o com-prometimento com a aprendizagem. “Não é somente passar o conteúdo, mas bus-car saber se a forma de transmissão foi eficiente e se nós realmente aprendemos as matérias”, diz Maiara.

De acordo com Laís, o domínio total do assunto abordado e segurança ao mi-nistrar as aulas são qualidades bastante apreciadas. “Mas o professor também tem que aceitar que o aluno não sabe coisas que, para ele, são básicas. Muitas vezes, ele terá de explicá-las, ou mostrar o caminho para o aluno encontrar a res-posta”, acrescenta.

Hanae lembrou que o professor tam-

bém deve impor limites e usar a autorida-de que lhe é conferida. “É preciso saber lidar com situações agradáveis e desa-gradáveis”, coloca. Manter um diálogo aberto e saber debater, são outras habili-dades importantes. Uma experiência bas-tante produtiva na visão das alunas são as pesquisas que realizam antes de assistir à aula de determinado conteúdo, isto é, construir o próprio conhecimento.

como chEgAr lá? Reunir todas estas habilidades não é

tarefa fácil, mas a dedicação e o entusias-mo pela profissão ajudam o professor a se aproximar deste “ideal” traçado pelos alunos. O professor do curso de Biologia da PUCPR, Fábio Rueda Faucz, por exem-plo, concorda com a teoria da mediação e utiliza métodos para aplicá-la. “Todo o conhecimento que precisa ser buscado é absorvido com maior facilidade do que aquele que é apenas recebido”, explica.

Com o objetivo de estimular os alu-nos a encontrar soluções para os proble-mas, em todas as aulas ele solicita tra-balhos, que devem ser realizados durante a semana, com o tema da aula seguinte. “Eles trazem dúvidas e um aluno tenta responder a pergunta do outro. Assim, é possível realizar a troca de informações e a aula se torna mais dinâmica”, diz.

Outra característica apontada pelo psi-cólogo Meier, que influencia no proces-so de aprendizagem, é a construção de um vínculo entre educador e educando. O professor Faucz destaca que procura estabelecer uma relação de companhei-rismo e amizade com seus alunos. Dessa forma, transmite liberdade para que os estudantes o procurem para discutir pro-blemas e tirar dúvidas. “Eles sentem esta liberdade. Isto faz com que minhas aulas sejam bastante descontraídas”, conclui.

O professor representa alguém com

autoridade e vínculo, que cativa o aluno

para os estudos e o incentiva a ser uma pessoa melhor em todos os sentidos

Marcos Meier

24 • Vida Universitária • Outubro/2009

Page 33: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 25

iNspirAr é prEciso Em alguns casos, o vínculo é tão forte

que o professor acaba despertando o inte-resse do aluno para a área em que atua. É

Assim como sua aluna, Marcelo Mira começou o mestrado logo depois que saiu da graduação. Porém, por ter assumido muitas atividades, não terminou a pós-graduação. A vontade de continuar estudando permaneceu e, alguns anos depois, parou com tudo para se mudar para o Canadá, com sua família, em busca do doutorado. Sua pesquisa, sobre genética humana, rendeu frutos. Hoje, estuda a genética da hanseníase e sua paixão pela ciência despertou o interesse de vários alunos. Liliane estuda a genética do vitiligo pesquisa que, certamente, irá beneficiar inúmeras pessoas.

o caso de Liliane Machado do Nascimento, de 26 anos. Durante o curso de graduação de Farmácia ela teve aulas com o professor Marcelo Mira, que, na ocasião, havia aca-

bado de voltar do Canadá, onde realizou o doutorado. “Ele falava com muito en-tusiasmo sobre o trabalho que realizou lá”, conta.

Falar sobre a própria experiência é uma das formas que Mira encontrou para estimular seus alunos a seguir a carreira de cientista. “Assumi a tarefa de mostrar esta possibilidade para eles”, diz Mira. A sala de aula, entre outras coisas, também oferece a possibilidade de detectar alunos com vocação para pesquisa. “Dessa forma, conseguimos manter boas equipes”, acrescenta.

Liliane foi atingida em cheio pelo professor. No último ano do curso en-trou no programa de estágio voluntário no laboratório de pesquisa e, logo que se formou, começou o mestrado. Ago-ra, está no início do doutorado. Ela e Mira, seu orientador, estabeleceram uma relação de parceria. “Ele auxilia, mas não dá nada pronto. Assim, perce-bo o quanto aprendi e evoluí”, diz.

Este companheirismo acabou se tornando um estímulo para seguir em frente. Liliane confessa que durante o trabalho de pesquisa surgem dificul-dades, o resultado é demorado, muitas vezes não é valorizado e a dupla jor-nada, trabalho e estudo, é cansativa. “Talvez, se não fosse o estímulo dele, não teria entrado direto no doutorado. O professor vibra com nossas conquistas, participa de nosso sucesso, valoriza e acredita no trabalho. Isso é muito im-portante”, revela.

Para Mira, ver o desenvolvimento de um aluno que acompanhou desde a graduação é o que todo professor quer. “É muito gratificante contribuir de for-ma direta para o despertar de vocações, bem como acompanhar e colaborar para a formação”, completa.

Vida Universitária • Outubro/2009 • 25

Page 34: Vida_16

26 • Vida Universitária • Outubro/2009

Quando Karla Beathrice Pinheiro co-meçou a estudar química ela não gostou da disciplina. Porém, aos poucos, seu professor foi mostrando que a matéria era muito interessante e oferecia muitas oportunidades. Este incentivo, mescla-do com a admiração que sentia pelo professor, fez com que ela optasse pela Licenciatura em Química no vestibular.

Certamente, o caso de Karla não é isolado. O professor, além de ensinar, é referência para seus alunos em vários sentidos. Hoje, Karla está no 4° período do curso da PUCPR e tem certeza de sua

mAis do quE ENsiNAr, o EducAdor é umA rEfErêNciA dE VidA pArA o AluNo

VaLOr DO

PrOFEssOrvocação.

E é esta certeza que lhe dá forças para seguir em frente, porque ela sabe que é uma profissão difícil e que não é reconhecida da forma como merece. “Se fosse pensar na questão financeira faria Engenharia Química, mas estou em busca do meu desejo e sei que vou me realizar em uma sala de aula”, coloca.

suporTEPara dar suporte ao profissional da

educação, Maria Sílvia Bacila Winke-ler, diretora do curso de Pedagogia da

PUCPR, ressalta a importância do pe-dagogo como responsável pela forma-ção do professor de todas as áreas. “O professor tem que saber lidar com os alunos, não basta ter domínio do conte-údo. Hoje a sociedade é muito dinâmica e complexa”, explica. Neste contexto, o pedagogo deve trabalhar competências técnicas e pessoais.

Com relação à técnica, Maria Sílvia destaca que o professor deve ter cons-ciência de como os alunos aprendem e, de acordo com esta percepção, adequar a maneira de ensinar. “É preciso estar

CaPa

O professor é um grande exemplo na sociedade e é uma referência muito forte. Tem uma

responsabilidade muito grande com seus alunos, não só na esfera cognitiva. Ele forma pessoas.

Transmite valores de vida, ideais, caminhos. Tem o poder de dar sentido ao saber, de mostrar como o aluno pode aplicar o conhecimento, de cativar.

Nossa sociedade está carente de ídolos e de pessoas que sejam exemplos a ser seguidos. Este

também é o papel do professor.

Maria Sílvia Bacila Winkeler

26 • Vida Universitária • Outubro/2009

Page 35: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 27

PrOFEssOr DE EDUCaçãO FÍsICa TEM EsPaçO EM aCaDEMIas E COMO PErsONaL TraINEr?

muito atento, porque um grupo nunca é igual ao outro. É necessário buscar no-vos caminhos e utilizar ações diferen-tes”, diz.

Nas competências pessoais, são tra-balhados conteúdos atitudinais, como solidariedade e ética, que irão orientar o professor a resolver conflitos em sala de aula. Estas questões devem ser traba-lhadas na teoria e na prática da relação entre o professor formador (pedagogo) e do futuro professor. “No momento em que você opta por ser pedagogo ou pro-fessor, você é uma referência. Se o que ensina não fizer parte da prática, a teoria não adianta”, completa.

rEspoNsABilidAdEA aluna do 6° período do curso de

Pedagogia da PUCPR, Sueli Pereira Do-nato, já tem consciência da responsabi-lidade de sua profissão. Durante o curso e no estágio, aprendeu que o aluno leva problemas pessoais para a escola e di-ficuldades de aprendizado podem estar relacionadas a eles. “A sociedade trans-feriu este papel para a escola. Devemos estar atentos ao contexto em que o aluno vive. Caso existam problemas familiares é preciso investigar, chamar os pais para conversar”, explica Sueli.

QUEr sabEr?

A aluna Vanessa ribas de Araújo, do curso de Bacharelado em Educação Física da PUCPR, pergunta à VIDA UNIVERSITÁRIA e o diretor do curso, Rodrigo Reis, responde. Confira!

ParticiPe

Ao longo da última década a atuação do

profissional de Educação Física se diversificou e

acontece além do campo da docência. Sua atuação

tem sido cada vez mais reconhecida, especialmente

na área da saúde, o que é reflexo da consolidação

da formação profissional. Nos últimos anos, diversas

conquistas demonstram este fato, como a criação

dos conselhos de Educação Física, a inclusão da

profissão no rol dos profissionais da área de saúde,

a inclusão do profissional no Programa Saúde da

Família entre outras.

Por outro lado, a docência de Educação Física tem

se consolidado desde a promulgação da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação e, hoje, a disciplina é

um importante componente curricular da educação

básica. Na verdade, o reconhecimento do papel do

profissional de Educação Física para a saúde da

população contribui para que a disciplina seja, cada

vez mais, destacada para a formação dos jovens.

Sendo assim, licenciados e bacharéis, embora com

habilitações e formações distintas, contribuem para a

valorização da área como um todo.

QUaL a VIsãO Da sOCIEDaDE

EM rELaçãO aO PrOFIssIONaL DE EDUCaçãO FÍsICa

Na QUaLIDaDE, NãO aPENas

DE PrOFEssOr EsCOLar, Mas

COMO PrOFEssOr DE aCaDEMIa,

gINÁsTICa, PErsONaL TraINEr?

O tema da próxima edição da revista é “Excelência em Pesquisa”.Participe mandando uma dúvida ou uma sugestão para o e-mail

[email protected]. Você também pode nos seguir no Twitter

twitter.com/pucpr_imprensa

Vida Universitária • Outubro/2009 • 27

Page 36: Vida_16

28 • Vida Universitária • Outubro/2009

ConFiRa a PRoGRaMaçÃo CoMPLeTa no PoRTaL WWW.PUCPR.BRVEM aÍ

16

13

/11

/11

20/11

23/10

30/10

05/11

IX CONgrEssO NaCIONaL DE EDUCaçãOAs inscrições para o IX Congresso Nacional de Educação - EDUCERE e III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia podem ser feitas até o dia 23 de outubro, no site www.pucpr.br/educere2009. O evento se propõe a discutir temas referentes à educação e promover o aprofundamento de pesquisas no âmbito da Educação Básica e da Educação Superior.

CONgrEssO DE bIOéTICaTermina no dia 30 de outubro a inscrição para o Congresso do Núcleo de Bioética de Curitiba – 2009, cujo tema é “Bioética: Início da Vida em Foco”. O objetivo principal do evento é avaliar as questões éticas relacionadas com o início da vida humana a partir de uma visão pluralista. O congresso acontece nos dias 4, 5 e 6 de novembro, com carga horária de 24 horas. Inscrições no site www.pucpr.br/cursos/extensao.

7º ENCONTrO NaCIONaL DO grUPO DE TrabaLHOA Associação Nacional da Pós-Graduação em Filosofia do Brasil (ANPOF) promove, nos dias 5 e 6 de novembro, no Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUCPR, o 7º Encontro Nacional do Grupo de Trabalho “Pensamento Contemporâneo”. O evento dá continuidade às pesquisas e atividades do Grupo e tem como objetivo promover um espaço de reflexão e debate na área da Filosofia Contemporânea.

MOsTra CaIXOLaAs inscrições para a 3ª edição da Mostra Caixola estão abertas até o dia 13 de novembro. São duas categorias competitivas, “Acadêmica” e “Livre”, e uma não-competitiva, “Montagem”. Podem participar estudantes e fotógrafos de todo o Paraná. A lista de locais de inscrição, regulamento completo e todas as informações estão no site www.mostracaixola.com.br ou pelo telefone (41) 3023-2008.

CóDIgO DE DEFEsa DO CONsUMIDOrO curso de extensão Código de Defesa do Consumidor no Varejo e Serviços está com inscrições abertas até o dia 16 de novembro. O curso possibilita o aprofundamento do estudo, a pesquisa e do debate do Direito do Consumidor ao abranger questões práticas acerca da regulação das relações de consumo no varejo e em serviços. Mais informações no site www.pucpr.br/cursos/extensao.

PrÊMIO CONsTrUINDO a IgUaLDaDE DE gÊNErOEstão abertas até o dia 20 de novembro as inscrições para o 5º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero. Promovido pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres em parceria com o MEC, MCT, CNPq e Unifem o prêmio tem como obejtivo estimular a pesquisa acerca das desigualdades existentes entre homens e mulheres no País. Além da premiação em dinheiro e computadores, o CNPq concederá aos agraciados bolsas de Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado ou Pós-Doutorado. O regulamento pode ser conferido no site www.cnpq.br/premios/2009/ig.

Page 37: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 29

INVEsTIMENTO

CrEsCIMENTO Da

pucpr rEcEBE r$ 3 milhõEs do BNdEs pArA pEsquisAs com célulAs-TroNco

PEsQUIsa

O Núcleo de Cardiomioplastia Celular da PUCPR vai re-ceber R$ 3,04 milhões do BNDES Fundo Tecnológico

(BNDES Funtec) para desenvolver pesqui-sas com células-tronco. Para o coordenador do Núcleo, Paulo Roberto Slud Brofman, a conquista é o reconhecimento pelo trabalho de ponta desenvolvido na área. “Esses re-cursos transformam o nosso laboratório em referência nacional em terapia celular”.

O apoio financeiro tem como objetivo estruturar, na PUCPR, um Centro de Tec-nologia para Terapia Celular, que se dedi-cará ao desenvolvimento de tecnologias de cultivo e manipulação de células-tronco e distribuição dessas células para pesquisas da Rede Nacional de Terapia Celular. Ape-nas a PUCPR e a Fundação Hemocentro, de Ribeirão Preto, foram contempladas com os recursos do BNDES Funtec, esta com R$ 3,57 milhões.

Tipos dE célulAsA Universidade se dedicará a pesquisas

com células-tronco mesenquimais e pro-genitoras endoteliais. As primeiras são pro-missoras como ferramenta terapêutica, por possuirem papel importante na cicatrização, reconstituição de vasos sanguíneos e forma-ção de ossos e, ainda, são capazes de se di-ferenciarem em vários tipos de células.

Já as progenitoras endoteliais se dife-renciam em células endoteliais, que for-mam a parede dos vasos sanguíneos e, por-

Paulo Roberto Slud Brofman, coordenador do Núcleo de Cardiomioplastia Celular da PUCPR

tanto, têm papel relevante na regeneração, podendo ser a cura para todas as doenças isquêmicas, principalmente do coração e dos membros inferiores de pessoas que sofrem de diabetes e possuem problemas de circulação.

rEsulTAdos No ano passado, os pesquisadores da

PUCPR conseguiram criar, em laboratório, vasos capilares a partir das células endo-teliais extraídas das células-tronco do san-gue do cordão umbilical. A PUCPR também conseguiu diferenciar e multiplicar em la-boratório, células progenitoras endoteliais e mesenquimais, a partir das células-tronco retiradas do cordão umbilical e da medula óssea.

O Núcleo de Cardiomioplastia Celular iniciou seus estudos em 1999, utilizando células fetais de ratos para recuperação da função ventricular de corações de ratos enfartados. Os resultados foram positivos e os pesquisadores começaram a desenvolver técnicas em células-tronco humanas, principalmente mesenquimais, retiradas da medula óssea e progenitoras endoteliais, do sangue de cordão umbilical. Atualmente, são produzidas na PUCPR células-tronco mesenquimais com qualidade para testes clínicos e progenitoras endoteliais para testes pré-clínicos.

10 anoS De PeSQuiSa

Page 38: Vida_16

30 • Vida Universitária • Outubro/2009

rEgIsTrOs

dirEção do cENTro dE formAção dE TEcNÓlogos

ATo NormATiVo do plANo dE cArrEirA docENTE

pAiNEl rEuNiu ExEcuTiVAsdE grANdEs EmprEsAs

Ricardo Bertin, ex-decano do Câm-pus Maringá, assumiu no mês de se-tembro a administração do Centro de Formação de Tecnólogos, a nova uni-dade da PUCPR, em Curitiba. O Centro oferecerá oito cursos com duração de dois a três anos voltados para estudan-tes que estão saindo do Ensino Médio e profissionais que ainda não possuem diploma de graduação ou que desejam valorizar o currículo na área em que atu-am.

Bertin é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Para-ná (1982) e mestre em Transport Engi-neering and Operation pela University Of Newcastle Upon Tyne (1992). É profes-sor adjunto do curso de Engenharia Ci-vil da PUCPR desde 1990 e, de janeiro de 2008 a agosto deste ano, dedicou-se à direção do Câmpus Maringá que foi recém-assumida por Silvia Christiane Goya.

O pró-reitor de Graduação, Pesqui-sa e Pós-Graduação da PUCPR, Robert Carlisle Burnett, falou aos professores da Universidade sobre o Ato Normativo do Plano da Carreira Docente, elaborado pela Comissão Permanente da Carreira Docente (CPCD), constituída pelos pro-fessores Carlos José Gomes, Eduardo Damião da Silva, Marilena Indira Winter, Naim Akel Filho, Orlando Maciel Stro-bel, Sirley Terezinha Filipak e Valdyr Ar-naldo Lessnau Perrini. O Plano Carreira Docente está regulamentado pela Reso-lução nº 35/2008 - CONSUN.

O Ato Normativo estabelece as con-dições necessárias para as promoções e progressões na Carreira Docente, os procedimentos para realização da ava-liação de desempenho dos docentes, bem como esclarecimentos sobre o que é uma avaliação positiva.

Em novembro será feito um simula-do de avaliação para todos os docen-tes tendo por base este Ato Normativo. A partir de 2010, o Ato Normativo será implantado, definitivamente, com a pri-meira avaliação completa realizada em novembro de 2010.

O VIII Encontro do Espaço Mulheres Executivas 2009 aconteceu em setem-bro na PUCPR. Participaram alunas da Escola de Negócios do 7º e 8º perío-dos.

O Espaço Mulheres Executivas reu-niu mulheres dirigentes de grandes em-presas, entre elas: Amil, APC-PUCPR, Bematech, Correios, Gerdau, HSBC, Itaipu Binacional, Kraft, Nissan, Novo-zymes, Petrobras, Positivo Informática, Renault, Transtupi e Volvo do Brasil.

O encontro contou com um painel de debates reunindo altas executivas e universitárias da PUCPR. Uma convi-dada especial integrou a mesa, a Dra. Maria Inês Murgel, de Belo Horizonte (MG).

Page 39: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 31

plANETA puc hospiTAl uNiVErsiTáriocAJuru é dEsTAquE

mAuricio mArTiNs No 18º coNgrEsso EuropEu

O professor do curso de Medicina da PUCPR Maurício Martins participou, em Berlim, do 18º Congresso Europeu de Dermatologia. O médico especialista em Dermatologia, Alergia e Imunologia falou sobre leishmaniose.

Martins apresentou o caso de um paciente com leishmaniose mucocutâ-nea extenso, que foi tratado com medi-camentos específicos durante o ano de 2005, em Curitiba. O médico defende que a leishmaniose possui diversas va-riações e estágios e cada caso deve ser tratado com medicamentos específicos.

O HUC foi destaque no 58º Congres-so Brasileiro de Coloproctologia, que aconteceu em setembro, em São Paulo. O Serviço de Coloproctologia do Hos-pital apresentou cinco trabalhos na área de doenças inflamatórias intestinais e possibilitou que os acadêmicos do 5º ano do curso de Medicina da PUCPR, André Arruda, Elissa Ishie e Fábio Diniz, também apresentassem seus trabalhos.

Outro destaque foi o trabalho da ex-residente e médica do Serviço de Co-loproctologia do HUC, Juliana Martins, que foi selecionado para apresentação em plenária, entre os seis melhores temas livres do Congresso. Intitulado “Análise da Prevalência de Entidades Coloproctológicas nos Pacientes Ido-sos do Serviço de Coloproctologia de um Hospital Universitário”, o trabalho foi orientado pelo chefe do Serviço de Coloproctologia do HUC, Paulo Gustavo Kotze.

Segundo ele, a apresentação foi bastante elogiada, principalmente pelo volume de cirurgia em idosos realizado no HUC, que é uma consequência da presença de um serviço universitário de Geriatria atuante.

Os futuros vestibulandos conferiram no mês de setembro o Planeta PUC, a Feira de Cursos e Profissões da Univer-sidade, no Câmpus Curitiba. Os visitan-tes conheceram os estandes de todos os cursos de graduação tradicional e tecnólogos ofertados nos Câmpus Curi-tiba, São José dos Pinhais e no Centro de Formação de Tecnólogos, nova uni-dade da PUCPR. Entre as novidades do Vestibular de Verão 2010 estão os cursos de Artes Cênicas, Artes Visuais, Música, Desenho Industrial – Design de Moda e Engenharia Eletrônica, além de oito opções de tecnólogos. A feira de cursos aconteceu também nos Câmpus Londrina, Maringá e Toledo.

O Planeta PUC permite a aproxi-mação do estudante do Ensino Médio com a Universidade e ajuda na escolha profissional. Com o conceito “Livre-se de suas dúvidas”, os estudantes pude-ram conversar diretamente com alunos e professores dos cursos da PUCPR. Além de conhecer a infraestrutura da Universidade.

homENAgEm

O professor Antônio Carlos Mira, fun-dador do curso de Farmácia da PUCPR, recebeu homenagem dos alunos e pro-fessores do curso. Para tanto, o Centro Acadêmico de Farmácia foi batizado com seu nome.

Além de atuar por 35 anos como professor da PUCPR, Mira foi presidente do Conselho Regional de Farmácia do Paraná (CRF-PR) e conselheiro do Con-selho Federal de Farmácia.

Page 40: Vida_16

32 • Vida Universitária • Outubro/2009

VIDa UNIVErsITÁrIa

QUEM: Rodrigo, Sidnei, Claus e CarlosO QUE: AgronomiaONDE: Câmpus Toledo

QUEM: Akina Uehara e Fernanda A. CopeleiO QUE: PsicologiaONDE: Câmpus Curitiba

QUEM: Jacqueline M. Vicentini e Thiago N.C. Ferreira O QUE: Educação FísicaONDE: Câmpus Curitiba

QUEM: Letycia Mendes e Marianna Martins de MonteO QUE: DireitoONDE: Câmpus Maringá

Page 41: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 33

QUEM: Leonardo, Denison, Max, Francisco, Arni, Thiago e PauloO QUE: FilosofiaONDE: Câmpus Maringá

QUEM: Guilherme, Ana, Karine e RobertoO QUE: AdministraçãoONDE: Câmpus Toledo

QUEM: Fabrício Rodrigues Simões e Juliana BoletiO QUE: Ciências ContábeisONDE: Câmpus Londrina

Page 42: Vida_16

34 • Vida Universitária • Outubro/2009

Maria Cristina Jandre, auxiliar administrativa do Laboratório de Comunicação Social da PUCPR, indica o filme A Proposta. “É uma comédia romântica que conta a história

de uma chefe dominadora que, de repente, se vê diante da deportação para o seu país de origem, o Canadá. A executiva bola um plano e propõe casamento ao seu assistente para, assim, conseguir um visto de permanência nos Estados Unidos. Para quem gosta de dar boas risadas, esse filme é ótimo”.

A Propostaanne Fletcher

A coordenadora do curso de especialização Criatividade e Inovação da PUCPR, MiriaM Fontoura, indica o álbum Charango da banda Morcheeba. “A banda se destaca

pela diversidade de estilos e experimentalismo de efeitos, tendo como base o pop eletrônico. Em Charango, a dupla de irmãos Paul e Ross se despede da vocalista Skye que segue carreira solo. A letra da faixa chamada São Paulo transmite uma ideia de como a banda se relacionou com a cidade. O álbum traz referências como o lounge e baladas bem trabalhadas. Ótima opção para momentos diversos”.

Charangomorcheeba

Seleção De FilmeS Que Você encontra na BiBlioteca Da PucPr, com o tema

PraTELEIra

nacional

2 FILHOS DE FRANCISCO

BICHO DE SETE CABEçAS

MEU NOME NãO É JOHNNY

OLGA

O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS

A indicação do aluno do 4° período do curso de Licenciatura em Filosofia erivan Guedes de oliveira é o livro Ética em Movimento. “A obra é escrita a partir dos conceitos

dos grandes pensadores. Traz uma reflexão sobre os desafios e a vivência da ética nas mais diversas áreas, além de destacar a importância da moral para a harmonia social. O livro propõe questionamentos que forneçam pistas para melhor compreensão da ética nos dias atuais”.

Ética em Movimentoanor Sganzerla

Page 43: Vida_16

Vida Universitária • Outubro/2009 • 35

Page 44: Vida_16

36 • Vida Universitária • Outubro/2009