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DATA : / / 2016 PROFESSOR (A): ADRIANO RUSSO LISTA DE EXERCICIO PARA RECUPERAÇÃO DE LITERATURA SÉRIE: 3º ANO ALUNO (A):Nº: TURMA: NOTA: 1º BIMESTRE 1 - Fernão Lopes (1378?-1459?) foi cronista-mor da Torre do Tombo, o que marcou o período Humanista em Portugal. Sua crônica histórica, não regiocêntrica e ouvinte da arraia miúda, procurava tratar os fatos como eles eram, sem o “embelezamento” de cronistas anteriores. No fragmento abaixo, os textos em destaque são apócrifos (foram acrescentados posteriormente). (A divisão em grandes capítulos numerada em romano é apócrifa, tal como os respectivos títulos.) 138. COMO FOI DESCOBERTO AO MESTRE O QUE DOM PEDRO TINHA ORDENADO DE FAZER, E DA MANEIRA QUE EM ISTO TEVE. (...) Uns dizem que havendo este dom Pedro de Castro fala feita com elRei de Castela, em que também entrava João Lourenço da Cunha, para que lhe desse entrada na cidade pela sua quadrilha (troço da muralha), que disto falou com Rui Freire, porque era galego como ele, pensando que lhe guardaria segredo, e que Rui Freire o descobriu ao Mestre. O qual, quando viu dom Pedro, estando presentes muitos fidalgos, lhe disse de praça como aquilo lhe fora dito e por quem, e que dom Pedro respondeu que Rui Freire mentia e que lhe poria o corpo (o desafiava para duelo), e que dizendo o outro (Rui Freire) que bem lhe prazia e outras razões a isto pertencentes, o Mestre lhes disse que se calassem e não curou mais do assunto, e que assim cessou este feito. Mas tal escrever é muito errado, e por duas breves razões: a primeira, porque não é de cuidar que um senhor tão sisudo e discreto como o Mestre, ouvindo uma tão grave coisa como esta, que era a perda do reino, e ademais para sua desonra com grande cajão de morte, a fosse descobrir desta guisa a quem em puridade (em segredo) lha dissesse. A outra, que não curasse mais disto, e que o deixasse assim passar sem pena, como se fosse feito de jogo (por brincadeira). Disponível em: http://www.azpmedia.com/historia/content/view/126/44/ (Acesso em: 06 nov. 2011)

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DATA : / / 2016

PROFESSOR (A): ADRIANO RUSSO

LISTA DE EXERCICIO PARA RECUPERAÇÃO DE LITERATURA

SÉRIE: 3º ANO

ALUNO (A):Nº:

TURMA: NOTA:1º BIMESTRE

1 - Fernão Lopes (1378?-1459?) foi cronista-mor da Torre do Tombo, o que marcou o período Humanista em Portugal. Sua crônica histórica, não regiocêntrica e ouvinte da arraia miúda, procurava tratar os fatos como eles eram, sem o “embelezamento” de cronistas anteriores. No fragmento abaixo, os textos em destaque são apócrifos (foram acrescentados posteriormente).

(A divisão em grandes capítulos numerada em romano é apócrifa, tal como os respectivos títulos.)

138. COMO FOI DESCOBERTO AO MESTRE O QUE DOM PEDRO TINHA ORDENADO DE FAZER, E DA MANEIRA QUE EM ISTO TEVE.

(...)

Uns dizem que havendo este dom Pedro de Castro fala feita com elRei de Castela, em que também entrava João Lourenço da Cunha, para que lhe desse entrada na cidade pela sua quadrilha (troço da muralha), que disto falou com Rui Freire, porque era galego como ele, pensando que lhe guardaria segredo, e que Rui Freire o descobriu ao Mestre. O qual, quando viu dom Pedro, estando presentes muitos fidalgos, lhe disse de praça como aquilo lhe fora dito e por quem, e que dom Pedro respondeu que Rui Freire mentia e que lhe poria o corpo (o desafiava para duelo), e que dizendo o outro (Rui Freire) que bem lhe prazia e outras razões a isto pertencentes, o Mestre lhes disse que se calassem e não curou mais do assunto, e que assim cessou este feito.

Mas tal escrever é muito errado, e por duas breves razões: a primeira, porque não é de cuidar que um senhor tão sisudo e discreto como o Mestre, ouvindo uma tão grave coisa como esta, que era a perda do reino, e ademais para sua desonra com grande cajão de morte, a fosse descobrir desta guisa a quem em puridade (em segredo) lha dissesse. A outra, que não curasse mais disto, e que o deixasse assim passar sem pena, como se fosse feito de jogo (por brincadeira).

Disponível em: http://www.azpmedia.com/historia/content/view/126/44/ (Acesso em: 06 nov. 2011)

Procure extrair duas características do texto de Fernão Lopes, comprovando-as com trechos do fragmento.

2 -

Gregório de Matos Guerra (1636-3695), poeta baiano, foi o maior expoente da poesia barroca brasileira. Escreveu textos das mais diversas temáticas (satírica, religiosa, lírico-amorosa...), sendo que, neste texto, explora a metalinguagem.

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UM SONETO COMEÇO EM VOSSO GABO

Gregório de Mattos

Um soneto começo em vosso gabo;

Contemos esta regra por primeira,

Já lá vão duas, e esta é a terceira,

Já este quartetinho está no cabo.

Na quinta torce agora a porca o rabo:

A sexta vá também desta maneira,

na sétima entro já com grã canseira,

E saio dos quartetos muito brabo.

Agora nos tercetos que direi?

Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,

Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei.

Nesta vida um soneto já ditei,

Se desta agora escapo, nunca mais;

Louvado seja Deus, que o acabei.

Disponível em: http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=641 (Acesso em: 9 set. 2011.)

A partir da leitura do poema, explique o que é metalinguagem usando versos do poema que justifiquem sua resposta.

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3 - O período medieval apresentou duas manifestações poéticas: as cantigas, no Trovadorismo, e a poesia palaciana, no Humanismo. O texto I é uma cantiga de amor, de Bernal de Bonaval; o texto II é um poema palaciano, de João Ruiz de Castelo Branco. Leia-os com atenção.

TEXTO I

"A dona que eu am'e tenho por Senhor

amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,

se non dade-me-a morte.

A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus

e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,

se non dade-me-a morte.

Essa que Vós fezestes melhor parecer

de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,

se non dade-me-a morte.

A Deus, que me-a fizestes mais amar,

mostrade-me-a algo possa con ela falar,

se non dade-me-a morte."

(Bernal de Bonaval)

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantigas_de_Amor (Acesso em: 12 nov. 2011)

TEXTO II

CANTIGA SUA PARTINDO-SE

Senhora partem tam tristes. Meus olhos por vós, meu bem, (1). Que nunca tam tristes vistes Outros nenhuns por ninguém. 

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Tam tristes, tam saudosos, Tam doentes da partida, Tam cansados, tam chorosos, Da morte mais desejosos Cem mil vezes que da vida. (2) 

Partem tam tristes os tristes, Tam fora d’esperar bem, Que nunca tam tristes vistes Outros nenhuns por ninguém. 

(João Ruiz de Castelo Branco) 

Disponível em: http://www.colegioweb.com.br/literatura/a-poesia-palaciana-do-cancioneiro-geral-.html (Acesso em: 12 nov. 2011)

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Por pertencerem ao mesmo momento histórico, os textos apresentam traços em comum. Porém, por pertencerem a momentos estéticos diversos, também têm suas diferenças.

Escreva um parágrafo apresentando uma característica comum aos dois textos e outra diferente, comprovando-as com fragmentos da cantiga e do poema.

4 - A seguir encontram-se fragmentos dos três gêneros em estudo: narrativo, lírico e dramático. Leia-os com atenção procurando perceber suas características.

TEXTO I

BILHETE

Mário Quintana

Se tu me amas, ama-me baixinho Não o grites de cima dos telhadosDeixa em paz os passarinhosDeixa em paz a mim!Se me queres,enfim,tem de ser bem devagarinho, Amada,que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

Disponível em: http://www.casadobruxo.com.br/poesia/m/bilhete.htm (Acesso em:10 set. 2010.)

TEXTO II

A cena é no Rio de JaneiroA época 1855.

ATO PRIMEIRO

Em casa de GOMES. Sala de visitas.

CENA PRIMEIRA

ELISA e GOMES

GOMES - Já estás cosendo, minha filha?

ELISA - Acordei tão cedo... Não tinha que fazer.

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GOMES - Por que me ocultas o teu generoso sacrifício? Cuidas que não adivinhei?

ELISA - O que, meu pai?... Que fiz eu?...

GOMES - São as tuas costuras que têm suprido esta semana as nossas despesas. Conheceste que eu não tinha dinheiro para os gastos da casa e não me pediste... trabalhaste!

ELISA - Não era a minha obrigação, meu pai?

GOMES - Oh! E preciso que isto tenha um termo!

ELISA - Também hoje é 3 do mês... Vm. receberá o seu ordenado.

GOMES - Meu ordenado?... Já o recebi.

ELISA - Ah! Precisou dele para pagar a casa?

Disponível em: http://www.biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://www.biblio.com.br/conteudo/Josedealencar/mae.htm

(Acesso em: 10 set. 2010.)

TEXTO III

O HOMEM NU

Fernando Sabino

Ao acordar, disse para a mulher:

— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.

— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.

— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.

Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.

(...)

Disponível em: http://www.releituras.com/fsabino_homemnu.asp (Acesso em: 10 set. 2010.)

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Classifique cada um dos textos em relação ao gênero a que pertence, comprovando essa classificação com uma característica justificada por um fragmento do texto.

5 - Estilo de época, de uma forma geral, são as marcas comuns à produção artística de um determinado período. Já o estilo individual são as características peculiares à obra de um autor que o diferenciam dos demais. Pensando nisso, observe um fragmento do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis (1839 – 1908), um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.

“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.”

ASSIS, Machado de. “Óbito do Autor”. In Memórias Póstumas de Brás Cubas. Ministério da Cultura, Fundação Biblioteca Nacional, Departamento Nacional do Livro.

Machado de Assis é classificado como pertencente à escola realista, uma estética literária que, como o próprio nome diz, está ligada ao real, ao objetivo, ao contemporâneo, às denúncias sociais. No fragmento lido, Machado criou um “defunto-autor”.

Explique, em um parágrafo, como um autor com esse estilo individual pode ser classificado como pertencente ao estilo de época realista?

6 - Os poemas podem se apresentar de várias formas, sendo elas livres ou fixas. Observe os fragmentos a seguir. O primeiro é a estrofe inicial de Os Lusíadas (1572), poema épico escrito por Camões (1524?-1580), um dos maiores poetas portugueses. O segundo é um trecho do texto “Poética”, da fase modernista do grande Manuel Bandeira (1886-1968).

Fragmento I – Canto I

“As armas e os barões assinalados

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Que, da Ocidental praia Lusitana,

Por mares nunca dantes navegados

Passaram ainda além da Taprobana,

Em perigos e guerras esforçados

Mais do que prometia a força humana

E entre gente remota edificaram

Novo Reino, que tanto sublimaram;”

Disponível em: http://web.educom.pt/pr1305/historia_camoes_canto1.htm (Acesso em: 18 out. 2011.)

Fragmento II – Poética

“Estou farto do lirismo comedido

Do lirismo bem comportado

Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente

[protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.*

Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário

[o cunho vernáculo de um vocábulo.*

Abaixo os puristas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais

Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção

Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis”

*Os versos iniciados por asterisco são continuação do verso acima.

Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/manuelbandeira03.html#poetica (Acesso em: 18 out. 2011)

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Indique qual dos fragmentos apresenta forma fixa e qual deles apresenta forma livre. Justifique sua resposta exemplificando-a com a métrica e as rimas.

- Leia a música e responda as questões.Atrás da PortaQuando olhaste bem nos olhos meusE o teu olhar era de adeusJuro que não acreditei, eu te estranheiMe debrucei sobre teu corpo e duvideiE me arrastei e te arranheiE me agarrei nos teus cabelosNos teu peito, teu pijamaNos teus pés ao pé da camaSem carinho, sem cobertaNo tapete atrás da portaReclamei baixinhoDei pra maldizer o nosso larPra sujar teu nome, te humilharE me vingar a qualquer preçoTe adorando pelo avessoPra mostrar que ainda sou tua

7 - Quais os sentimentos que podemos ver nessa música?

8 -   A pessoa, que “fala” na música, é um homem ou uma mulher? Justifique.

9 - Na canção “Atrás da porta” Chico Buarque nos remete as cantigas trovadorescas. Que tipo específica de cantiga ele nos remete? Justifique sua resposta.

Observe a cantiga abaixo e responda o que se pede:

Se em partir, senhora minha,mágoas haveis de deixara quem firme em vos amarfoi desde a primeira hora,se me abandonais agora,

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ó formosa! que farei?

Que farei se nunca maiscontemplar vossa beleza?Morto serei de tristeza.Se Deus me não acudir,nem de vós conselho ouvir,ó formosa! que farei?

A Nosso Senhor eu peçoquando houver de vos perder,se me quiser comprazer,que a morte me queira dar.Mas se a vida me poupar,ó formosa! que farei?

Vosso amor me leva a tanto!Se, partindo, provocaisquebranto que não curaisa quem de amor desespera,de vós conselho quisera:ó formosa! que farei?                               (Nuno Fernandes Torneol)l

10 – Qual o tema tratado na cantiga?

11 – Que elementos estruturais permitem classificar o texto como uma cantiga de amor?

12 – Transcreva o refrão da cantiga e diga que sentimentos do eu lírico ele reforça?

13– Umas das principais características das cantigas de amor é a relação entre o eu lírico e sua amada. Que forma de tratamento o eu lírico usa para se referir á mulher?

14 - (UFSCAR-SP) Para responder a esta questão, leia os versos:

E rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contentamento.

Mudaram as estações

Nada mudou.

É notória a oposição de ideias nos versos, o que significa que neles se encontra como principal figura de linguagem  a:__________________.

15 - (UNIFESP) Leia a cantiga seguinte, de Joan Garcia de Guilhade.

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Un cavalo non comeuá seis meses nen s’ergueumais prougu’a Deus que choveu,creceu a erva,e per cabo si paceu,e já se leva!Seu dono non lhi buscoucevada neno ferrou:mai-lo bon tempo tornou,creceu a erva,e paceu, e arriçou,e já se leva!Seu dono non lhi quis darcevada, neno ferrar;mais, cabo dum lamaçalcreceu a erva,e paceu, e arriç’ar,e já se leva!

(CD Cantigas from the Court of Dom Dinis. harmonia mundi usa, 1995.)

A leitura permite afirmar que se trata de uma cantiga de______________________________.

16 - Os textos abaixo são de cantigas medievais e foram adaptados para o português atual. Identifique cada uma de acordo com as características das cantigas de amor, de amigo, de escárnio ou de maldizer.

a) A dona que eu sirvo e que muito adoromostrai-ma, ai Deus! pois eu vos implorose não, dai-me a morte.    (Bernardo de Bonaval)

b) Trovas não fazeis como provençalmas como Bernardo, o de Bonaval.O vosso trovar não é natural.Ai de vós, com ele e o Demo aprendestes.Em trovardes mal, vejo eu o sinaldas loucas ideias em que empreendestes.Por isso, D. Pero, em Vila-Real,Fatal foi a hora em que tanto bebestes.     (D. Afonso X, o Sábio)

c) Ai flores, ai flores do verde ramo,sesabedes novas do meu amado?Ai, Deus, onde ele está?           (D. Dinis)

d) Ai, dona feia, foste-vos queixarde que nunca vos louvei em meu trovar;e umas trovas vos quero dedicarem que louvada de toda maneira sereis;tal é o meu louvar:

dona feia, velha e sandia!          (João Garcia de Guilhade)

17 - (FUVEST) Identifique a figura de linguagem empregada nos versos destacados:

“No tempo de meu Pai, sob estes galhos,Como uma vela fúnebre de cera,

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Chorei bilhões de vezes com a canseiraDe inexorabilíssimos trabalhos!”

(FUVEST) A figura de linguagem empregada nos versos em destaque é:_