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Informativo da Faculdade de Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente (SP) UNOESTE - Universidade do Oeste Paulista Ano VII - nº 18 - 2º semestre de 2006 E ntre os dias 2 e 6 de outubro, a Faculdade de Ciências, Letras e Edu- cação de Presidente Prudente (Faclepp), da Unoeste, realiza uma série de eventos integrados com o objetivo de proporcionar a reflexão sobre a relação dialética entre teoria e prática, ampliando a visão da docência no processo educativo. A VII Jornada de Educação, III Jornada de Arte, II Encontro de Ensino de Física e II Semana de Extensão, organizados pela Comissão de Pesquisa e Extensão da Faclepp, proporcionam a troca de experiências, enriquecem a formação acadêmica e promovem a atualização profissional. Este ano, o II Encontro de Física terá como diferencial a comemoração dos 30 anos completados pelo curso de licenciatura em Física. A Faclepp foi a primeira faculdade instituída na Apec (Associação Prudentina de Educação e Cultura), mantenedora da Unoeste, há 33 anos, e hoje conta com nove cursos ao todo. A programação disponibiliza 44 temas diferenciados em oficinas, mini- cursos e palestras. O evento conta com exposições, apresentações artís- ticas envolvendo acadêmicos dos cursos de Educação Artística e Superior de Tecnologia em Música, participação da Cia Mudança, Coral Unoeste e Coral Renascer. Outros destaques são as palestras “Formação Continuada de Profes- sores”, ministrada na abertura do evento pela professora doutora Emília Cipriano Sanches da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo. No encerramento, o tema “Professor Reflexivo e Sua Prática Docente” será abordado pela doutora Raimunda Abou Gebran, professora da Pós- Graduação da Unoeste. Os interessados em participar devem entrar em contato a direção da Faclepp entre os dias 18 e 29 de setembro. As inscrições também podem ser feitas no site www.unoeste.br e via postal para o endereço: Rua José Bongiovani, 700, Cidade Universitária, CEP 19050-680, com comprovante de depósito bancário anexo a ficha de inscrição. O pagamento deve ser efetuado no Banco Santander Banespa, agência 0033, conta 010528064. Para alunos de graduação e pós-graduação da Unoeste, o investimento será de R$ 20 e R$ 25, respectivamente. Para alunos de outras instituições de ensino o valor será R$ 30 e demais interessados, R$ 35. Os participantes recebem certificado de 30 horas, a partir do dia 6 de novembro. A novidade deste ano é a oferta de vagas gratuitas nos minicursos para alunos da rede pública e privada que estejam cursando o terceiro ano do Ensino Médio, bem como a oferta de ingressos apenas para a primeira Palestra. Coordenadores de cursos e integrantes da Comissão Científica envolvidos na organização da VII Jornada Arte: Zenilda Pasquini A professora doutora Emilia Cipriano Castro Sanches, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), ministra a palestra de aber- tura da VII Jornada de Educação da Faclepp/ Unoeste. Formada em Pedagogia e Assistência Social, Sanches é mestre em Psicologia da Educação e doutora em Educação, ambos pela PUC. Com ampla experiência profissional, é autora do livro Creche - Realidades e Ambigüidades, além de conferencista requisitada em eventos nacionais e internacionais. Membro do Grupo Gestor do Fórum Paulista de Educação Infantil, Sanches também atua como pesquisadora da Infância na Rede de Contextos Integrados e no Instituto de Estudos Especiais da PUC/SP. Jornada recebe docente da PUC VII Jornada de Educação: Relação dialética entre teoria e prática

VII Jornada de Educação: Relação dialética entre teoria · 2014. 4. 4. · Informativo da Faculdade de Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente (SP) UNOESTE - Universidade

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Informativo da Faculdade de Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente (SP)

UNOESTE - Universidade do Oeste PaulistaAno VII - nº 18 - 2º semestre de 2006

Entre os dias 2 e 6 de outubro, a Faculdade de Ciências, Letras e Edu-cação de Presidente Prudente (Faclepp), da Unoeste, realiza uma série

de eventos integrados com o objetivo de proporcionar a reflexão sobre a relação dialética entre teoria e prática, ampliando a visão da docência no processo educativo.

A VII Jornada de Educação, III Jornada de Arte, II Encontro de Ensino de Física e II Semana de Extensão, organizados pela Comissão de Pesquisa e Extensão da Faclepp, proporcionam a troca de experiências, enriquecem a formação acadêmica e promovem a atualização profissional.

Este ano, o II Encontro de Física terá como diferencial a comemoração dos 30 anos completados pelo curso de licenciatura em Física. A Faclepp foi a primeira faculdade instituída na Apec (Associação Prudentina de Educação e Cultura), mantenedora da Unoeste, há 33 anos, e hoje conta com nove cursos ao todo.

A programação disponibiliza 44 temas diferenciados em oficinas, mini-cursos e palestras. O evento conta com exposições, apresentações artís-ticas envolvendo acadêmicos dos cursos de Educação Artística e Superior de Tecnologia em Música, participação da Cia Mudança, Coral Unoeste e Coral Renascer.

Outros destaques são as palestras “Formação Continuada de Profes-sores”, ministrada na abertura do evento pela professora doutora Emília Cipriano Sanches da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo. No encerramento, o tema “Professor Reflexivo e Sua Prática Docente” será abordado pela doutora Raimunda Abou Gebran, professora da Pós-Graduação da Unoeste.

Os interessados em participar devem entrar em contato a direção da Faclepp entre os dias 18 e 29 de setembro. As inscrições também podem ser feitas no site www.unoeste.br e via postal para o endereço: Rua José Bongiovani, 700, Cidade Universitária, CEP 19050-680, com comprovante de depósito bancário anexo a ficha de inscrição. O pagamento deve ser efetuado no Banco Santander Banespa, agência 0033, conta 010528064.

Para alunos de graduação e pós-graduação da Unoeste, o investimento será de R$ 20 e R$ 25, respectivamente. Para alunos de outras instituições de ensino o valor será R$ 30 e demais interessados, R$ 35. Os participantes recebem certificado de 30 horas, a partir do dia 6 de novembro.

A novidade deste ano é a oferta de vagas gratuitas nos minicursos para alunos da rede pública e privada que estejam cursando o terceiro ano do Ensino Médio, bem como a oferta de ingressos apenas para a primeira Palestra.

Coordenadores de cursos e integrantes da Comissão Científica envolvidos na organização da VII Jornada

Arte: Zenilda Pasquini

A professora doutora Emilia Cipriano Castro Sanches, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), ministra a palestra de aber-tura da VII Jornada de Educação da Faclepp/Unoeste.

Formada em Pedagogia e Assistência Social, Sanches é mestre em Psicologia da Educação e doutora em Educação, ambos pela PUC.

Com ampla experiência profissional, é autora do livro Creche - Realidades e Ambigüidades, além de conferencista requisitada em eventos nacionais e internacionais.

Membro do Grupo Gestor do Fórum Paulista de Educação Infantil, Sanches também atua como pesquisadora da Infância na Rede de Contextos Integrados e no Instituto de Estudos Especiais da PUC/SP.

Jornadarecebe

docenteda PUC

VII Jornada de Educação:

Relação dialética

entre teoria e prática

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02 - Artigo

Caderno FACLEPP

Orgão informativo das atividades acadêmico-científicas e

de extensão da FACLEPP – Faculdade de Ciências, Letras

e Educação de Presidente Prudente (SP)

UNOESTE – Universidade do Oeste Paulista.

http://www.unoeste.br - 0xx18 3229-1098

Direção da FACLEPP – Faculdade de Ciências, Letras

e Educação de Presidente Prudente:

Profa. Me. Sônia Maria Pelegrini

Comissão de Pesquisa e Extensão da FACLEPP

Redação, fotos e edição de textos do

“Caderno FACLEPP”:

Jornalista Me. Leodete Gazoni Ferreira

Registro MTb – 29.051

Projeto e diagramação:

Débora André Registro MTb 29.050 – Urbanos Freelancer

Colaboradores:

Membros da Comissão de Pesquisa e Extensão,

Coordenadores de cursos, professores da FACLEPP

e jornalista Renata Rodrigues.

Impressão:

Gráfica Oeste Notícias

* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Expediente

Antonio Garrio Campioni

Professor mestre em Língua Portuguesa, Literatura e Língua

Latina na Faclepp

A difícil tarefa de escolher a profissão futura faz com que milhares de jovens

brasileiros procurem nos vestibulares saídas para a busca tão desejada que é ter um “porto seguro” no transcorrer do tempo. Não pre-cisam galgar muito e logo descobrem que a graduação lhes dará um diploma, mas atuarão num campo diferente e que nada tem a ver com o que estudam.

Segundo dados do IBGE de 2000, 53% de trabalhadores estão hoje numa profissão adversa daquela para a qual se prepararam. Não são poucos os que tiveram formação em Administração, mas que atuam como vendedores de loja. O mesmo, segundo o Censo, acontece com os formados em Direito.

Apesar do quadro acima, causa espanto quando vemos uma estimativa do Ministério da Educação (MEC), publicada no Jornal Folha de São Paulo, que aponta a falta de 710 mil profes-sores no país e que destes, cerca de 235 mil são do Ensino Médio. A estimativa do MEC nos mostra que, apesar de desvalorizada, a profis-são de “professor” tem campo de trabalho.

De acordo com as projeções, 475 mil cargos de docentes seriam necessários para completar os quadros. Isso quer dizer que aqueles que procuram os cursos de licenciaturas terão amplo mercado de trabalho, basta que prestem os ves-

tibulares e se licenciem para dar aulas.Sabemos que os nossos jovens não se mobi-

lizam apenas por razões econômicas. Também são idealistas e a profissão de professor é para eles uma das atividades com as quais mais se identificam.

O ensino público costuma não valorizar seus professores; os salários e a carreira são lembra-das somente em épocas de eleições, quando muito. Há escolas particulares que fazem seus professores crescerem, não só econômica, como culturalmente. É importante que saibamos também que os profissionais devem fazer seus cursos em boas faculdades. São procurados pelo mercado privado e o que passam a ganhar faz deles cidadãos respeitados.

A boa formação faz com que o espaço se abra cada vez mais. A porcentagem dos pro-fessores licenciados aumentou a partir da Lei de Diretrizes e Bases de 1996.

Um sistema de ensino competente leva o aluno a descobrir seu lugar no mundo e a Unoeste, com suas faculdades e sua excelente estrutura, oferece para os jovens de nossa região um vestibular para torná-los educa-dores bem preparados. Serão sempre bem-vindos. O desafio está lançado. Precisamos de pessoas que caminhem conosco, pois juntos iremos recuperar o prestígio que os profes-sores tinham em outras épocas. Venham ...

Para ummundo

melhor...

Por mais que a Ciência avance. Por mais que tude se trans-forme, nenhum conhecimento é contruído sem a tua palavra.

15 de Outubro - Dia Professor.

Mestre

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Jornada - 03

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04 - Novo curso

A coordenação do Curso de Ciências Biológi-cas da Faclepp/Unoeste, representada pela

mestre Aparecida Carmem Ticianelli Terazaki comunica os candidatos ao próximo vestibular de 26 de novembro, sobre esta nova conquista da universidade. Segundo a educadora, “trata-se de uma excelente opção profissional para o futuro, devido ao grande leque de opções que o bacharelado oferece”. Terazaki explica que a Biologia atualmente está em evidência, pois seu crescimento nos últimos tempos, especialmente após a decifração do genoma humano, a clona-gem, os alimentos geneticamente modificados (transgênicos) e as células-tronco, beneficiaram significativamente a vida de muitas pessoas e de todos seres vivos. “Com o emprego de novas tec-nologias, a Biologia possibilitará, não só grandes conquistas para a humanidade, mas também um maior conhecimento sobre nós mesmos, bem como do ambiente que nos cerca. Uma estimativa do MEC publicada recentemente pelo jornal Folha de São Paulo aponta que faltam 235.000 profes-sores no Ensino Médio no país, especialmente para licenciados em Matemática, Biologia, Física e Química”, comenta.

Terazaki acrescenta que o curso de Ciências Biológicas está estruturado de acordo com as Diretrizes Curriculares da Secretaria de Ensino Superior (SESU) – Ministério da Educação. Tanto o licenciado em Ciências Biológicas, quanto o bacharel podem ingressar no curso de pós-grad-uação. O licenciado em Ciências Biológicas é o único habilitado a dar aulas em Ciências no Ensino Fundamental da 5ª a 8ª série. Ele dá direito à carteira de identidade profissional expedida pelo Conselho Regional de Biologia ao portador de diploma devidamente registrado como bacharel ou licenciado no Curso de História Natural, Ciên-cias Biológicas em todas as suas especialidades ou de licenciatura em Ciências, com habilitação em Biologia. A profissão de biólogo está inserida no elenco das categorias profissionais de nível superior da área da saúde, de conformidade com a Resolução CNS/Ministério da Saúde nº 287/98, de 08/10/98.

O curso será semestral, em seis semestres e a partir do próximo vestibular ele compreenderá duas etapas. Será oferecido vestibular para licen-ciatura e para bacharelado, constando tronco comum nos quatro primeiros semestres e nos dois últimos, às disciplinas específicas. Ao con-cluir uma modalidade, com mais dois semestres o aluno poderá concluir a outra, tendo direito, portanto, à licenciatura em Ciências Biológicas e ao bacharelado.

Sem prejuízo do exercício das mesmas ativi-

dades, por outros profissionais, igualmente habilitados na forma da legislação específica, o biólogo, poderá: formular e elaborar estudo, projeto e pesquisa científica básica e aplicada, nos vários setores da Biologia ou à ela ligados, bem como os que se relacionam à preserva-ção, saneamento e melhoramento do meio ambiente, executando direta e indiretamente as atividades resultantes desse trabalho; orien-tar, dirigir, assessorar e prestar consultoria à empresas, fundações, sociedades, associações de classe, entidades, autarquias privadas ou poder público, no âmbito de sua especialidade; realizar perícias, emitir e assinar laudos técnicos e pareceres de acordo com o currículo efetiva-mente realizado, entres outras funções.

Para exercício das atividades relacionadas acima, em qualquer modalidade de relação trabalhista ou empregatícia será exigida como condição essencial, a apresentação da carteira profissional emitida pelo conselho Regional de Biologia (CRBio).

Recentemente o Diário de Justiça do Estado de São Paulo, de 12/07/06 publicou o acordão nº 01022117 da Relatoria do exmo. desembar-gador Antônio Carlos Villen, que dá o direito aos biólogos de realizarem análise clínico-laboratorial e também a responsabilidade téc-nica pelos respectivos laboratórios, desde que observados os requisitos atinentes ao “currículo efetivamente realizado”;

A partir de 2007 uma nova matriz curricu-lar será implementada no curso de Ciências Biológicas, em função da nova modalidade. O Bacharelado, como visa formar profissionais com conhecimento mais especializados, tem um currículo mais voltado para a formação de bacharéis para atuarem como pesquisadores e consultores em entidades públicas ou priva-das também como responsáveis por análises clínicas quando complementada a formação na referida área da Biologia e à prestação de serviços à comunidade. A Licenciatura em Ciências Biológicas sofreu algumas alterações a fim de preparar mais adequadamente o futuro professor de Ciências do Ensino Fundamental, Biologia no Ensino Médio, além das sub-áreas de Biologia do Ensino Superior.

O corpo teórico das diversas disciplinas do curso é constituído por um conjunto integrado de conceitos que, articulados à prática, farão parte do saber cientifico da formação acadêmica do aluno. As aulas práticas desenvolvem-se em modernos laboratórios. Além dos conteúdos específicos de Biologia, a modalidade licencia-tura também é voltada para as disciplinas que

possibilitam a formação pedagógica dos futuros professores.

De acordo com Terazaki, os objetivos gerais do novo curso são: formar profissionais capacitados, tendo como princípios norteadores de suas ativi-dades os valores éticos, religiosos e de cidadania, levando em consideração as mudanças sociais e as concepções humanísticas decorrentes do avanço tecnológico que pode construir como também destruir valores; desenvolver as com-petências específicas e habilidades básicas em Biologia através da investigação e compreensão da realidade cientifica e tecnológica que possibil-ita a contextualização sócio-cultural e histórica do conhecimento; preparar o professor de Biologia para o exercício profissional, com sólido domínio de conceitos biológicos em interação com outras áreas de conhecimento.

O quadro docente é constituído por pessoal altamente qualificado como os professores pós-doutores, Antonio Fluminhan Junior e Gustavo Maia Souza; os professores doutores, Ana Rita Palatino Tumitan, Décio Gomes de Oliveira, Hamilton Mitsugu Ishiki, Hermann Bremer Neto, Maria Aparecida da Silva e Maria Salete Vaceli Quintilio; o professor doutorando Denis Richter; os mestres, Aparecida Carmen Ticianelli Terazaki, Denise Di Giovani Lamberti, Jaqueline Batista de Oliveira Costa, Luiz Wal-demar de Oliveira, Maria Eliza Nigro Jorge; o professor mestrando Silvério Takao Hossomi e os especialistas, Décio Vasconcelos de Lima Júnior e Patrícia Almeida Silva.

A carga horária na modalidade licenciatura será de 3.048h e na modalidade bacharelado, de 3.120h. Além das aulas teóricas, práticas e trabalhos de campo, os alunos podem desen-volver outras atividades como iniciação cientifica, estágios e projetos de extensão e de ensino.

Biológicas terá bacharelado

Aparecida Carmem Ticianelli Terazaki

Coordenadora do Curso de Ciências Biológicas da Faclepp/Unoeste

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Balanço - 05

O VII Simpósio de Iniciação Científica da Faclepp, realizado durante o mês de maio,

superou as expectativas dos organizadores e contou com cerca de 800 participantes, entre profissionais, universitários e demais interes-sados. O evento teve como objetivo estimular e divulgar a pesquisa no meio acadêmico.

De acordo com a docente do curso de História, Érica de Campos Vicentini, a Comissão de Pes-quisa da Faclepp, responsável pela organização do Simpósio, identificou um aspecto relevante no crescimento do público: a presença maciça de acadêmicos dos nove cursos da Faclepp. “Houve um aumento significativo e isso demon-stra que conseguimos semear a importância da pesquisa como parte da formação em nossos universitários”, comenta.

Além dos alunos da própria instituição, o evento teve a participação de professores e estudantes de diversas instituições de ensino superior de Prudente e região. “Este fator é essencial, pois fortalece e demonstra o reconhecimento alcan-çado pelo Simpósio. Também vale salientar que o intercâmbio de conhecimento entre as difer-entes instituições beneficia a educação como um todo”, diz Érica.

Outro motivo para comemorar está na apre-sentação de trabalhos, marcada pela qualidade e diversidade de assuntos. Este ano, mais de 40 foram inscritos. Assim, o evento manteve a excelente média obtida em 2005, quando contou com cerca de 50 pesquisas apresenta-das. Em breve, haverá a publicação dos anais do evento, que possui o ISSN - Número Interna-cional Normalizado para Publicações Seriadas (International Standard Serial Number), regis-trado no Ibict (Instituto Brasileiro de Informa-ção em Ciência e Tecnologia).

Em sintonia com os atuais aspectos que envolvem o universo da pesquisa científica, o Simpósio estabeleceu como tema central “A pesquisa na era da informação”, apresentado na palestra de abertura pelo mestre Tércio Telles de Moraes. Os participantes puderam aprender e debater sobre o papel da informa-ção e o uso das novas tecnologias no desen-volvimento da pesquisa.

Mais um destaque da programação foram os minicursos e oficinas, que contemplaram difer-entes áreas da educação, como matemática, física, artes, língua inglesa, história, bioética, química e muitas outras. Em dois dias, 26 temas pautaram estas atividades. Além da multiplicidade de assun-tos, outro diferencial foi a alta qualificação do corpo docente, composto em sua grande maioria por mestres e doutores.

Outras ações fizeram parte do Simpósio e mobilizaram as atenções dos participantes nas sessões de comunicação oral, mesa redonda e apresentações artísticas. O sucesso do evento fortalece a expectativa para uma nova edição, que acontece em 2007.

Simpósio de Iniciação Científica reúne 800

participantesEvento organizado pela Comissão de Pesquisa da Faclepp abordou o tema “A pesquisa na era da informação”

Visão parcial da abertura do VII Simpósio de Iniciação Científica no Ginásio da Unoeste, com apresentação da Orquestra Sinfônica de Presidente Prudente

Flagrante de uma das apresentações de trabalhos de Iniciação Científica na modalidade painel durante o SIC

O mestre em artes cênicas Fausto Fauser, da USP, falando aos participantes num dos cursos do SIC

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06 - Entrevista

Pelo terceiro ano consecutivo, o professor

curso de Letras, Carlos Francisco Freixo,

lança novo livro. Na Faclepp, ele ministra aulas

de Literatura e Teoria Literária e também atua

como docente de Língua Portuguesa na rede

estadual e no Sesi. Saiba mais sobre o trabalho

do escritor na seguinte entrevista.

Caderno Faclepp - Qual o tema do seu novo

livro e o que público pode esperar dele?

Carlos Freixo - Para esta obra escolhi o título

Cacófatos Histéoricos. Posso dizer que é um

livro de questionamentos e aborda diversos

problemas. O leitor encontrará temáticas como

ecologia, aspectos sociais e políticos, angústias

do cotidiano e muito mais.

Caderno Faclepp - Este é o seu terceiro livro,

quais foram suas primeiras obras?

Carlos Freixo - Em 2004, lancei Noves Meses Mais

(Toda a Vida) totalmente baseado no universo

feminino e suas etapas da vida. No ano seguinte,

foi a vez de publicar Minha Hora Plena focado no

relacionamento entre homem e mulher. Inclusive,

este segundo livro conta com as belíssimas telas

da artista plástica Maria Sueli Silva.

Caderno Faclepp - Conte-nos sobre as dedi-

catórias especiais em Cacófatos Histéoricos.

Carlos Freixo - Presto homenagens in memoriam

Freixo lança terceiro livro

aos professores Paulo Célio Benício, do curso

de Letras, e Delci Carvalho de Souza Campos,

do Sesi. Também a minha ex-aluna durante

o ensino médio, jornalista Thais Orlandini.

Convivi com essas pessoas, que sempre foram

entusiasmadas, por isso deixo meu tributo a

elas neste livro.

Caderno Faclepp - Quais as novidades de sua

terceira obra?

Carlos Freixo - Além da temática diferenciada,

lanço um CD com declamações e músicas de

estilos variados, rock, sertanejo, baião, entre

outros. Conto com a parceira dos cantores e

compositores Maico Lemes Machado e Cláudia

Mungo. Também participa o professor, com-

positor e arranjador José Frutuoso de Souza

Neto. As outras colaboradoras são minha

esposa, Ively Retali de Melo Santos, e a profes-

sora de italiano Célia Cristina Batista.

Caderno Faclepp - Os seus primeiros livros

tiveram inúmeras ilustrações, como será

desta vez?

Carlos Freixo - Novamente tenho a parceria

de uma artista plástica, Débora Salomão dos

Santos, para manter meu estilo nos livros, pois

sempre tive uma ligação muito forte com as

artes em geral, inclusive, dirigi e atuei diversos

espetáculos teatrais. Por isso, neste livro contem-

plo a música, a poesia e as ilustrações.

Caderno Faclepp - Antecipe para nós um

trecho de Cacófatos Histéoricos.

Carlos Freixo - Claro. Escolho “Amazônia”, este

poema é cantado pela Claudia Mungo e será

abordado da Campanha da Fraternidade 2007,

com o tema Fraternidade e Amazônia.

AmazôniaEncontro da natureza / Com o cristão reno-

vado / Pelos céus, águas e matas, / O mundo sendo respeitado / Se as águas ainda cantam, / Assim possam sempre cantar / Renovando a vida plena / E adoçando o velho mar. / Abriga os segredos da vida / Dos céus renovam as bênçãos / Memória e esperança clamando / Por vida e missão neste chão. /Cultura ali se encontra / Desse povo abençoado / Renove-se a esperança / Do Cristo ressuscitado / Se as aves ainda encontram / Seus ninhos para procriar / Toda a vida se renova / São todas as cores no ar.

Coordenados pelo professor Décio Lima de Vasconcelos Júnior, responsável pela disciplina de Geologia nos cursos de Geografia e Ciências Biológicas da Faclepp, alunos do 6º termo de Ciências Biológicas visitaram no último dia 26 de outubro, o Planetário e o Observatório Astronômico da Cidade da Criança de Presidente Prudente. A atividade extra-classe foi extrema-mente proveitosa, segundo o mestre Vasconcelos, que também incentiva os prudentinos a conhecerem este importante espaço de lazer e conhecimento.

Visita ao Planetário

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Pós-Graduação - 07

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08 - Aprimoramento

A sexta edição dos Cursos de Inverno /2006 agitou o período de férias da Faclepp, durante o mês de julho. A temática escolhida

para este ano esteve centrada na construção de conceitos e habilidades necessárias à docência no ensino fundamental e ensino médio.

O público do evento foi composto por docentes e diretores das redes municipal e estadual, alunos da Faclepp e de outros cursos da Unoeste. A programação diversificada tratou de diferentes áreas do conhecimento, inclusive, alguns cursos tiveram atividades teóricas e práticas.

O Teatro de Fantoches, por exemplo, ensinou aos participantes como trabalhar esta técnica em sala de aula com as crianças. Segundo o professor responsável, José Frutuoso Neto, o fantoche desenvolve a capacidade de analisar a confecção e, principalmente, a mensagem do texto.

No aspecto psicológico, a mensagem transmitida faz com que a criança adquira segurança, confiança, estimule sua imaginação e criatividade, além de auxiliar na vida cotidiana. Sob o ponto de vista do desenvolvimento social e intelectual, proporciona a socialização -

Cursos atraem público nas férias

Tradicional projeto da Faclepp reuniu estudantes, professores

das redes municipal e estadual de diferentes áreas

melhora da vida em grupo - diminuindo a inibição e a timidez.A pós-graduanda na Unoeste, Fabiana Margarete dos Santos, partici-

pou pelo quarto ano consecutivo dos Cursos de Inverno da Faclepp. “Com mais tempo disponível nas férias é possível aprofundar melhor os conhecimentos. Outro aspecto importante das oficinas está na variedade e na atualidade dos temas abordados”, afirma.

Para a professora de ensino fundamental e médio, Roberta Guimarães Montero, o conteúdo das oficinas é totalmente aproveitado por ela nas aulas com seus alunos. “Nos cursos passamos por todas as etapas necessárias para a compreensão do tema, o que nos garante uma aprendizagem mais significativa”, comenta.

Há 35 anos na área de educação, a diretora do Emei Edson Lopes, Vera Lúcia Silva Leite, volta à sala de aula durante as férias. Segundo Vera, renovar os conhecimentos é essencial para se manter atual-izado profissionalmente. “Também é importante ressaltar a troca de experiências com outros profissionais para adquirir novos conheci-mentos”, conclui.

Teatro de Fantoches

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Mural Faclepp - 09

A qualidade de ensino nos cursos de graduação da Faclepp é comprovada pelo sucesso dos seus egressos no mercado de trabalho. Prova disso, são os recém-formados nas turmas de meio do ano aprovados recentemente em um concurso da Rede Sesi para selecionar professores do ensino fundamental.

A trajetória dos egressos Marceli Guido

Egressos são aprovados em concurso do SesiAlunos recém-formados nas turmas de meio do

ano comprovam qualidade de ensino e destacam-se no mercado de trabalho

Gonçalves, Paula Coelho Neves, Edílson José Mendes e Indigreid Santos Vicenti, do curso de Letras, e Carlos João Batista Pinto, de Geografia, demonstra a eficiência e a se-riedade da formação profissional concedida pela Faclepp.

O ex-aluno Edílson José Mendes conta o caminho percorrido para se firmar na car-reira: “Além da formação acadêmica baseada no bom preparado recebido durante a facul-dade, estudei individualmente, fui aprovado no concurso e já estou lecionando aulas de Língua Portuguesa, no Sesi do Mário Amato”, comenta.

Para a diretora da Faclepp, Sônia Pelegri-ni, o concurso da Rede Sesi é realizado por instituições renomadas, como Fundação Carlos Chagas e UNB, além de ser extrema-mente concorrido pelos profissionais da área. “Isso demonstra que o trabalho dos cursos de licenciatura da Faclepp contem-pla as demandas atuais na formação dos futuros educadores”, enfatiza.

As professoras Sônia Maria Pelegrini (diretora), Maria Helena Pereira de Oliveira (coordenadora do curso de História) e Maria Eliza Nigro Jorge (mestre em Didática) representaram a Faclepp no 2º Congresso Internacio-nal sobre Formação de Professores e Prática Pedagógica, realizado no Centro de Convenções de Curitiba (PR), de 7 a 9 de setembro.

Entre os conferencistas de renome, o Congresso contou com a presença dos educadores e escritores Rubem Alves, Celso Vasconcellos, além de inúmeros palestrantes de Portugal, Argentina e Brasil nos ciclos de palestras, blocos de cursos e mesas de debates.

Na foto, as docentes com o educador Rubem Alves.

Conheça seu Diretório AcadêmicoÉ sempre oportuno lembrar aos universitários

que o Diretório Acadêmico da Faculdade de Ciên-cias, Letras e Educação de Presidente Prudente abrange todos os cursos por ela mantidos e existe para atendê-los. O DA funciona no 3º andar do Bloco H, Campus I da Unoeste.

O DA não participa de promoções alheias à universidade e não tem fins lucrativos, sendo reconhecido como entidade de representação estudantil juridicamente legal. Funciona como um órgão interno apolítico, promove a integração da comunidade acadêmica e colabora em parceria para a realização dos objetivos da faculdade vol-tados para os interesses dos alunos, informa sua diretora cultural, a acadêmica Camila Scorpioni. De acordo com seu estatuto, os objetivos do DA são: além de defender o interesse do alunado; pro-mover a aproximação e a solidariedade entre seus discentes, docentes e administrativos; preservar as tradições estudantis, o patrimônio moral e material da universidade; zelar pela harmonia geral da instituição; organizar reuniões de caráter cívico, social, técnico, cultural, científico, artístico e esportivo; dar assistência aos estudantes car-entes economicamente; realizar intercâmbios com entidades do mesmo gênero e concorrer para o aprimoramento das instituições democráticas.

O DA é constituído por onze cargos representa-tivos e seus membros são eleitos através do voto direto. Nestes cargos estão representantes de cada curso da Faculdade, sendo que estes apresentam as sugestões ou críticas de interesse dos alunos junto à direção da Faclepp. Para manutenção e preservação do Diretório Acadêmico existe uma taxa opcional no valor de R$ 15,00 já anexada no boleto da mensalidade.

Os membros do Diretório Acadêmico eleitos para gestão 2006/2007 são: presidente: José Antônio Gonçalves Junior, do Curso de Educação Artís-tica; vice-presidente: Elisa Cristina Monteiro, do Curso de Pedagogia; 1º secretário: Denize Penna Quintanilha, do Curso de Educação Artística; 2º secretário: Deize Denise Ponciano, do Curso de História; 1º tesoureiro: Tatiane dos Santos Maria, do Curso de Matemática; 2º tesoureiro: Ângelo Henrique Romera, do Curso de Ciências Biológicas; diretor do Departamento Cultural: Camila di Fátima Scorpioni, do Curso de Letras; diretor do Departamento de Esportes: Manoel Rocha Lourenço, do Curso de Física; diretor do Departamento Social: Alexandro Soares da Silva, do Curso de Química, e orador: Maria Cristina Carneiro, do Curso de Geografia.

Camila reforça aos universitários que a par-ticipações de todos é fundamental para um DA atuante. Mande sua crítica ou sugestão para o e-mail: [email protected].

Faclepp no 2º Congresso Internacional sobre

Formação de Professores e Prática Pedagógica

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10 - Mural Faclepp

Entre os dias 7 e 9 de novembro, a Unoeste promove o XI Enepe (Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão), sob o tema Responsabilidade social: o desafio continua no Terceiro Milênio. A Faclepp marca presença no evento com professores e alunos dos nove cursos de graduação.

O Enepe reúne o III Enaens (Encontro Anual de Ensino Supe-rior), o IV Enaext (Encontro Anual de Extensão) e o XI Enapi (Encontro Anual de Pesquisa Institucional e Iniciação Científica). O intuito é promover a integração entre as principais práticas universitárias – ensino, pesquisa e extensão – em uma progra-mação diversificada com palestras, mesa redonda, apresenta-ções de painéis e comunicações orais.

As inscrições sem apresentação de trabalho terminam dia 6 de novembro. Os interessados em apresentar trabalhos podem se inscrever até o dia 25 de setembro. O investimento é de R$ 25 para estudantes e R$ 35 para demais interessados. Após essa data, os valores passam a ser de R$ 35 para estudantes e R$ 45 para demais interessados.

O Enepe é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Pró-Reitoria de Extensão e Ação Comunitária e Pró-Reitoria Acadêmica da Unoeste. Mais informações pelo site www.unoeste.br.

Os professores doutores Vagner Camarini Alves e Maria Salete Vaceli Quintilio do curso de Física da Faclepp/Unoeste, partici-parão como convidados do evento realizado nos dias 2 e 3 de outubro de 2006, no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo. As palestras e mesas-redondas abordaram temas que forneceram uma visão global das áreas de Física em destaque no país.

O evento em comemoração dos 40 anos da Sociedade Brasile-ira de Física (SBF) contará com a participação de 800 pesqui-sadores de todo o Brasil. A mesa-redonda de encerramento terá a presença do Ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, e do Ministro da Educação, Fernando Hadad, com o tema “Física para o Brasil”.

No último mês de junho, o corpo docen-te da Faclepp pegou carona na palestra sobre Metodologia do Ensino Superior, proferida pelo renomado educador e es-critor Marcos Tarciso Masetto. O evento foi promovido pela Faculdade de Me-dicina em parceria com a pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da Unoeste.

Masetto é professor associado aposentado da USP e titular da PUC-USP e da Universidade Mackenzie. Tem numerosas obras publica-das, entre as quais se destacam os clássicos: O professor universitário em aula, em con-junto com a professora Maria Célia de Abreu, e Aulas vivas, hoje esgotados.

Nas fotos (acima), Angelita Ibanhez Ol-iveira Lima, diretora administrativa da Pós-Graduação e Sônia Pelegrini, conferem o úl-timo lançamento de Masetto Competência Pedagógica do Professor Universitário. Ao lado, Sônia Pelegrini, o professor Masetto e a pró-reitora de pós-graduação, pesquisa e extensão doutora Zizi Trevizan.

Faclepp no XI Enepe

Docentes de Física participarão da

comemoração dos 40 anos da SBF

Aprimoramento

Desde setembro, o professor Gustavo Maia Souza, que é pós-doutor em Fisio-logia Vegetal pela USP e ministra aulas regularmente nos cursos de Ciências Biológicas da Faclepp e de Agronomia na Unoeste, anda em ritmo de fórmula 1 com tanto compromisso acadêmico.

Entre os dias 18 e 21 de setembro, ele participou do Congresso “Mudan-ças Climáticas e Biodiversidades”, da Sociedade Botânica de São Paulo, em Piracicaba. Gustavo ministrou o minicurso “Sistemas Complexos em Ecofisiologia Vegetal”, uma palestra sobre “Sistemas Complexos Aplicados à Botânica” e coordenou a mesa redon-da “Ecofisiologia em Diferentes Tipos de Vegetação”. No mesmo congresso, participou também como membro da

Comissão Científica. Nesta terça (3-10), Maia oferece o curso “Desconstruindo o Construtivismo

no Ensino de Ciências Biológicas” na Jornada de Educação da Faclepp. De 30 de outubro a 3 de novembro, participará do “Encontro Brasileiro e Internacio-nal de Ciências Cognitivas”, promovido pela SBCC, na cidade de São Paulo, onde fará a palestra “Neomecanicismo e Vida: Contribuições para as Ciências Cognitivas”.

De 6 a 10 de novembro, Maia participará do Congresso Nacional de Botânica, em Gramado (RS), realizado pela Sociedade Brasileira de Botânica, onde ministrará a palestra “Novas Contribuições para a Ecofisiologia da Sucessão Florestal”.

Agenda lotada

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Mural Faclepp - 11

A direção, coordenação e todo corpo docente da Faclepp recebem com entusiasmo os novos docentes Márcia Regina Canhoto de Lima, Marystela Ferreira, Décio Gomes de Oliveira e Jaqueline Batista de Oliveira.

Márcia é doutora em educação pela Universidade Estadual Paulista, campus de Marília. Com ampla experiência profissional, atua há 15 anos como docente, desde a educação infantil ao ensino superior.

Marystela, do curso de Química, tem pós-doutorado pela Universi-dade de São Paulo(USP), campus de São Carlos, e acumula bagagem internacional. Em 2005, esteve na França, onde realizou um estudo sobre membranas no Instituto Charles Sadron.

Doutor em Análises Clínicas pela Unesp, o professor Décio integra o corpo docente dos cursos de Ciências Biológicas e Química.

A professora Jaqueline, mestre em educação pela Unesp, entra para os cursos de Ciências Biológicas, Educação Artística e Pedagogia. Sejam bem-vindos!

Novos docentes

As docentes Márcia Regina Canhoto de Lima e Jaqueline de Oliveira Batista da Silva

Aula da saudadeOs formandos da turma de meio do ano, professores e a direção da

Faclepp se reuniram na tradicional aula da saudade, durante o mês de junho. Os egressos aproveitaram o momento de descontração para homenagear carinhosamente seus “mestres”, dando um toque de emoção ao último encontro em sala de aula. A confraternização tam-bém marca a chegada de um novo ciclo na vida dos formandos, que agora seguem a carreira de educadores. Nesta empreitada, a Faclepp colocou cerca de 400 novos profissionais no mercado de trabalho.

Arte no SimpósioOs acadêmicos do curso de Educação Artística, sob a competência

dos mestres Aliete Maria Gianelli Sylla, Kátia e Valter Trevisan deram um show de talento e criatividade no espetáculo de encerramento do VII SIC. Mesclando artes cênicas e um repertório musical refinado, o grupo retratou tipos e a vida das grandes cidades. O público que já conhece a qualidade do trabalho desse trio, lotou o TUCC.

Freqüentemente, os alunos participam desses eventos. A próxima-surpresa será na VII Jornada de Educação da Faclepp/Unoeste.

ISSNO Caderno Faclepp será uma publicação reconhecida

nacionalmente. O processo de solicitação do ISSN já está quase concluído, faltando apenas o recebimento do número do ISSN. Com isso, os artigos publicados nessa publicação poderão ser incluídos em Currículos Lattes, entre outros.

O ISSN é o Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas, sigla em português. É o identifi-cador aceito internacionalmente para individualizar o título de uma publicação seriada.

Seu uso é definido pela Norma Técnica Internacional ISO 3297. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) atua como centro nacional dessa rede.

Seu objetivo é apoiar o controle bibliográfico mundial das publicações seriadas, facilitando o acesso aos seus registros e controlando a atribuição de ISSN.

Cursos de Verão

A direção da Faclepp informa que a programação dos Cursos de Verão, que serão realizados em janeiro de 2007, estará disponível no site da Unoeste a partir do mês de novembro. Fiquem atentos aos prazos de inscrição e ao número de vagas.

Encontro de ex-alunosNo dia 2 de dezembro de 2006, acontecerá o primeiro

encontro de ex-alunos da Faclepp. O encontro começa com mesa redonda e depoimentos no Teatro César Cava. No final da manhã, os participantes se deslocarão até o Campus II da Unoeste, local destinado para a confraternização dos ex-alunos.

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12 - Extensão e capacitação

Em sua terceira edição, o Curso “A presença Africana na Cultura Brasileira” ultrapassou

expectativas “tanto no aspecto qualitativo quanto no quantitativo, indo além da dis-cussão sobre metodologias para aplicação da Lei 10.639/03”, afirma a diretora da Faclepp, Sônia Maria Pelegrini. Cento e quarenta e oito professores de Presidente Prudente e cidades vizinhas participaram dos quatro módulos oferecidos em diferentes temas durante quatro finais de semana consecutivos. Foram mais de 60 horas dedicadas à capacitação de docentes das redes pública e privada, abrangendo, desde o nível fundamental até a graduação.

Em conformidade com a referida Lei, o Curso priorizou: resgatar a história e a cultura da África ressaltando sua influência na cultura, na literatura e nos costumes brasileiros de modo geral; esclarecer sobre a formação do povo brasileiro, a luta dos negros no país, políticas públicas desenvolvidas no Brasil sob a ótica do Direito; capacitar para o domínio de técnicas na confecção de artesanato e arte afro; aprofundar conhecimentos sobre dança, música e outras manifestações artísticas de origem africana; promover apresentação de documentários, filmes, júri simulado e de-bates construtivos entre grupos participantes enfocando questões como exclusão social, desigualdades sócio-econômicas, evasão esco-lar e uma série de outras questões vinculadas à problemática da pobreza e do preconceito, mais especificamente a discriminação étnica e conseqüentemente a social no Brasil.

A abertura do curso contou com o lançamen-to da obra “Arte africana e arte afro-brasileira”, das autoras Dilma Melo e Maria Cecília Callaça, ambas da Eca/Usp, com a performance “África através da música” – dirigida pelos professores José Frutuoso Neto e Valter Luis Trevisan, seguido da palestra “Olhares negros: encon-tro da mídia e da educação na abordagem de afro-brasileiros”, pelo professor doutor Ricardo Alexino Ferreira, da Unesp de Bauru.

Na ocasião Ferreira enfatizou que “infeliz-mente o Brasil ainda não se assume como o se-gundo maior país negro e que a questão afro é colocada apenas como uma problemática deste segmento e não da sociedade brasileira”. Fer-

Curso Presença Africana conscientiza e humaniza

Novas turmas de professores foram capacitados para ministrar o ensino de história, cultura africana e

afro-brasileira, desde o nível fundamental ao superior

reira comentou sobre conteúdos negativos veiculados pela mídia brasileira. Destacou a importância dos meios de comunicação no processo educacional e discorreu sobre a re-alidade das concessões desses veículos para grupos representantes do poder político/governamental.

Durante o programa foram tratados ainda temas como: “História da arte brasileira – a presença de elementos africanos na produção plástica dos artistas Rubem Valentim, Agui-naldo Santos e Mestre Didi”, pelas professo-ras doutoras da Universidade de São Paulo, Dilma Melo e Cecília Callaça; “A literatura afro-brasileira e a questão racial”, pelas do-centes do Curso de Letras da Faclepp, mestre Leodete Gazoni Ferreira e mestre Édima de Souza Mattos; “Encontro de culturas: Brasil multicultural e a formação de quilombos”, pela professora doutora Sandra Regina do Nascimento Santos; “Desconstruindo mitos: uma nova visão sobre a África negra a partir da descontrução da visão eurocêntrica”, pelo professor mestre Antônio Carlos Malachias, da Ufscar/Usp; “A questão ideológica no pro-cesso histórico afro-brasileiro: construção/desconstrução”, pela professora mestre Alba

Lucena Gandia, da Faclepp/Unoeste; “O direito de ser negro neste Brasil – Estudo comparativo da formação do povo brasileiro e das políticas públicas desenvolvidas no país sob a ótica do Direito”, pela doutora Eunice Prudente – da Usp e Secretária da Justiça e da Cidadania do Estado de São Paulo, seguida de Júri simulado com participação dos doutores Ricardo Yama-saki e Hamilton Rangel Júnior – da Faculdade de Direito da Usp; e “A imagem dos negros na mídia: relação entre história, educação e comu-nicação”, pela doutora Rosângela Malachias, da Eca/Usp. O Curso “Presença Africana” contou também com a Oficina: “Arte afro - presença na cultura brasileira (confecção de máscaras)”, dirigida pela professora de Educação Artística da Faclepp, mestre Tatiana Dantas de Oliveira e com as coreografias “Resgate histórico da dança afro-brasileira” e“A dança como ícone da etnia afro-brasileira”, pelos professores Me. Aliete Gianelli Sylla, do Curso de Educa-ção Artística da Faclepp e Emerson Eusébio, do Grupo de Dança Mudança”, de Presidente Prudente.

Dilma Melo fez uma explanação sobre o continente africano – berço das mais antigas civilizações, dividido em África Mediterrânea,

Solenidade de abertura do Curso Presença Africana III. A diretora da Faclepp, Sonia Maria Pelegrini, fala sobre a importância do evento ao públicopresente

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ao Norte, e África Sul saariana, respectiva-mente conhecidas como África Branca e África Negra. Explicou sobre as avançadas técnicas de metalurgia, mineração, agricultura, arte-sanato, medicina, entre outras, desenvolvidas séculos antes da expansão e colonização européia. Melo e Cecília Callaça explicaram sobre os fundamentos, traços e padrões esté-ticos da produção negro-africana e o quanto destes estão presentes na arte e na cultura brasileira. A presença de motivos africanos na história da arte brasileira e nas produções de artistas afros como Ruben Valentim, Aguinaldo Santos e Mestre Didi impressionou o público participante. Melo destacou a forte influência da arte negra na produção de Pablo Picasso, cujo acervo próprio abrigava milhares de peças e esculturas africanas.

A literatura afro-brasileira e a questão da discriminação racial foi tema do terceiro módulo do Curso ministrado pelas profes-soras da Faclepp/Unoeste, Leodete Gazoni e Édima Mattos. Gazoni alertou sobre a expres-siva ausência de material (infantil e adulto) nas escolas brasileiras nesta área devido à discriminação racial até os anos 90. Observou que há apenas uma década este panorama vem sendo revertido devido ao trabalho in-cansável de editoras particulares e de alguns escritores afro-brasileiros. Na primeira parte, Gazoni recomendou e destacou a importância de livros infantis que valorizam a cultura e a contribuição do negro na construção do país e reforçam a auto-estima das crianças na es-cola. A ausência de obras afro-brasileiras no cânone literário oficial e conseqüentemente nas escolas de ensino fundamental, médio e superior, bem como a luta e a vasta produção dos escritores negros brasileiros, também

foram colocados em questão pelas docentes. Mattos analisou poemas de autores contem-porâneos, relacionando-os com a trajetória de vida e de luta do povo africano. Vários clips produzidos por alunas dentro da dis-ciplina de Literatura Afro-brasileira foram apresentados ao público.

No quarto módulo do Curso, Sandra Nas-cimento e Antonio Malachias promoveram a desconstrução de mitos criada pela visão eurocêntrica sobre a a África negra, a coloni-zação brasileira e a formação de quilombos. Nascimento afirmou que, “discutir relações étnicas, infelizmente ainda se resume num diálogo tenso no Brasil, porque requer colo-car o dedo na ferida, extirpar a doença de um preconceito ainda enraizado em grande parte da população”. Para a educadora, “a diversidade racial no país ainda coexiste com a dura realidade de grupos fechados, institu-ições oligárquicas e patriarcais. Ao trabalhar o conto machadiano, “Pai contra mãe”, Nasci-mento relacionou os comportamentos racis-tas do século XIX com atitudes deste século. Foram associadas questões étnico-sociais como discriminação e violência, quilombos x favelas, evasão escolar, entre outras. Grupos de estudos concluiram que, em se tratando de respeito à diversidade étnica, educação, cidada-nia e justiça social no Brasil ainda há muito por se fazer. Malachias exibiu documentário sobre a África do Sul e discorreu sobre os grandes reinos africanos e o apogeu destas socie-dades constituídas por uma cultura milenar. Falou sobre a problemática da “civilização ocidental” e dos povos oprimidos desde a partilha da África. Explicou a diferença entre preconceito e discriminação. Destacou a “ne-cessidade de o professor estar atento para

não mentalizar comportamentos ideológicos radicais e discriminatórios, rejeitar o ensino de Geografia, História, Cultura e disciplinas centralizadas no padrão europeu”. Para Mala-chias, precisamos nos libertar de preconceitos etnocêntricos, deixar de ver a África como um continente atrasado, selvagem, deixar de enfocar apenas o neocolonialismo, estudá-la em suas muitas etnias, culturas e riquezas milenares, reconhecendo sua significativa con-tribuição para a formação econômico-cultural do povo brasileiro.

Enfocando especificamente o contexto brasil-eiro, a coordenadora do Curso de História na Faclepp/Unoeste, Alba Lucena discorreu sobre “a questão ideológica no processo histórico afro-brasileiro – construção x desconstrução”. Após apresentação de dois clips temáticos, Lucena falou sobre as conseqüências de ideo-logias escravocratas como “ordem natural” no processo de colonização, a formação dos quilombos, heróis e personalidades negras brasileiras, leis imigratórias, a ideologia do branqueamento da população brasileira de acordo com as teorias científicas racistas do século XIX, o poder e uma República oligárqui-ca e excludente, a luta de movimentos negros em prol de igualdade e justiça, o abandono da conotação biológica do conceito de raça em obras como Casa Grande e Senzala, teorias esclarecedoras em Genes, povos e línguas, entre outros.

Finalizando o Curso, Rosangela Malachias, da Eca/Usp apresentou e discutiu com grupos participantes o filme Atlântico Negro – na rota dos orixás sob a ótica da transculturação (fenômeno histórico ocorrido nas Américas e no Caribe, choque, adaptação, resistência e reelaboração simultâneas de diferentes

Rosa Maria Diniz, Assessora Municipal de Educação de Santo Anastácio

Doutora Eunice Prudente ladeada pelos advogados

Ricardo Yamasaki,

Hamilton Rangel e professoras

Édima Mattos e ALba Lucena

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14 - Extensão e capacitação

culturas africanas). Rosângela discorreu sobre identidade, transculturação, valores civilizatórios, religiosidade e costumes de diferentes grupos étnicos africanos vindos para o Brasil como os Bantos, Nagôs, Iorubas, Malês, Sudaneses e de outras nações. Expli-cou sobre o sincretismo religioso que une Estados brasileiros a exemplo do Maranhão e Reino do Benin, entre outros, na África Ocidental. Malachias afirmou que é preciso entender a diversidade a partir da unidade e que, “definitivamente não se pode mais olhar o passado com olhar negativo”.

Sob clima de expectativa, o “Júri simulado”, dirigido pelos doutores Ricardo Yamasaki, Hamilton Rangel, ambos da USP, com a par-ticipação da Secretária Estadual da Justiça e Cidadania, doutora Eunice Prudente, contou com corpo de jurados formado pelos próprios professores e acadêmicos participantes do Curso. Após a simulação de um episódio relativo ao tema, explanação, acusação e defesa, chegou-se à conclusão de que os condenados devem ser: o pre-conceito e a discriminação – (de quaisquer origens ou espécies possíveis) no seio de uma sociedade e que a erradicação dessa anomalia deve ser feita através da família

e da escola. Para a doutora Eunice Prudente, “Muitas vezes o sentimento do racismo não é uma escolha, é hereditário. O preconceito e a intolerância são sentimentos negativos que causam muitas desgraças sociais em todo o mundo. O exemplo disso está no noticiário do dia-a-dia. A discriminação faz mal, não apenas à pessoa de uma diferente etnia, mas também para aquela que a alimenta e suas conseqüências são sempre desastrosas”.

“No geral, o aproveitamento foi muito além dos objetivos propostos”, comemora a diretora da Faclepp, Me. Sônia Pelegrini: “Estamos orgulhosos pelo pioneirismo e pela realização de um evento desta amplitude em nossa região. Investimos numa equipe alta-mente especializada no assunto, formada por profissionais da USP, Unesp de Bauru e Unoeste e o resultado foi muito grati-ficante. Os docentes participantes foram capacitados, trocaram experiências e saíram fortalecidos para este desafio. Infelizmente é necessário uma Lei federal para a conscien-tização da importância desse trabalho com os professores, os jovens e as crianças brasileiras. Isto numa nação cujos índices de africanidade alcançam o segundo lugar no mundo, per-dendo apenas para a Nigéria”, salienta.

Leodete Gazoni: racismo na literatura

Dilma Melo e Cecília Calaça: arte afro

Mostra de máscaras

Apresentação do Grupo Mudança

Ricardo Ferreira, da Unesp de Bauru Antônio Malachias, da Ufscar/USP

VIsâo parcial do público

presente no curso

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Artigo - 15

Nos últimos anos a educação tem viven-ciado inúmeras mudanças, resultado dos

avanços científicos da sociedade e da busca por novos e diferentes métodos ligados a questão escolar. Muitas destas alterações são paradigmáticas no que se refere ao pro-cesso de ensino-aprendizagem. O que antes era compreendido como tradicional, rígido, inflexível, limitado, pré-estabelecido e, até mesmo, autoritário, foi substituído por um sistema mais aberto, livre, flexível, “ilimitado”, sem parâmetros e defensor de uma bandeira democrática, chamado construtivismo.

É isto que se percebe na transição entre o modelo educacional tradicional para o modelo construtivista. Os estereótipos formalizados para compor cada sistema deram uma visão muito re-strita sobre a verdadeira face do construtivismo. Desta maneira, o que se propõe neste texto é apresentar dúvidas e questionamentos do que dar realmente respostas claras e objetivas sobre qualquer método de ensino.

A fundamentação do construtivismo esteve/está embasado na efetivação de uma verdadeira mudança e, até mesmo, na revolução no sistema educacional. Nele é perceptível uma significativa colaboração na superação de problemas que engessavam e engessam o processo de ensino-aprendizagem. Portanto, para muitas pessoas que foram formadas nos bancos escolares pelo método tradicional, durante a realização do ensino fundamental e médio, as propostas do construtivismo permitiam pensar numa edu-cação para além da cobrança mnemônica. Em suma, o construtivismo era a solução para todos os problemas educacionais contemporâneos.

Entretanto, há neste debate um grande dilema, a partir das leituras sobre a teoria vigotskiana (VIGOTSKI, 1993 e 1998; e REGO, 1995) e das análises críticas sobre a sua obra, a partir de DU-ARTE (2004), permitem construir um novo olhar, uma nova perspectiva sobre o uso e integração do construtivismo nas práticas escolares.

Neste sentido, a seguir compartilho com o leitor algumas indagações sobre o construtivismo e também apresento que métodos estariam mais próximos de um ensino que contribua de fato com o crescimento intelectual do aluno:

- o construtivismo, apesar estar carregado de ideais de superação e de mudanças de paradig-mas educacionais, está mais atrelado ao sistema capitalista de manipulação e controle da popula-ção. O seu discurso de propor uma intervenção interacionista em sala de aula, onde o ensino e

Construtivismo: ele serve para a sala de aula?

seus atores deverão se adaptar ao meio, cor-responde diretamente ao modo de vida que temos nos dias atuais. Em que somos obrigados a aceitar as mudanças globais da sociedade e da economia sem realizar qualquer leitura crítica destas alterações. Ou seja, o construtivismo aproximou-se do ambiente escolar para formar nos indivíduos, desde cedo, uma banalização da adaptação ao meio;

- a sensação de não existir caminhos totalmente organizados nos métodos de aprendizagem do construtivismo, refere-se diretamente às condições Pós-Modernas que a globalização (leia-se ultra-liberalismo) nos apresenta na atualidade. Se não há perspec-tiva, se não existe uma linha seguir, mas sim várias, talvez esses caminhos planejados iso-ladamentes buscam, na sua essência, fazer com que os indivíduos se percam na objetivi-dade de um ensino mais crítico e coadunado com os problemas contemporâneos;

- do mesmo modo que hoje as várias publi-cações editorais da linha de auto-ajuda lotam as prateleiras das livrarias, de bancas de jornal, de hipermercados e de lojas de conveniência, o construtivismo incorpora no professor e até mesmo no aluno o sentimento de que se você não sabe o problema é seu. Porém, será que nos deram todo o suporte para pensar na superação dos inúmeros problemas que nos envolvem? Ou será que lemos textos e livros

que nos ajudam a formar um olhar mais crítico sobre a sociedade? e;

- o saber objetivo é desvalorizado pelo método construtivista, como bem apresenta DUARTE (2004, pg. 06):

Nossa avaliação é a de que o núcleo definidor do lema “aprender a aprender” reside na desvaloriza-ção da transmissão do saber objetivo, na diluição do papel da escola em transmitir esse saber, na descaracterização do papel do professor como alguém que detém um saber a ser transmitido aos alunos, na própria negação do ato de ensinar. Essa razão pela qual, em outro trabalho, caracteriza-mos os ideários escolanovista e construtivista como “concepções negativas sobre o ato de ensinar”. (DUARTE, 1998a).

Contudo, somente o discurso crítico não poderá ajudar a escola e seu método de ensino. Para tanto, o caminho que se visualiza mais próximo dos ideais de mudança e de superação do estágio atual do sistema global é a fundamentação da educação na Pedagogia Histórico-Crítica, onde as análises dos processos históricos que trans-formaram a sociedade ao longo dos tempos e as leituras mais aprofundadas sobre as reais conseqüências dessas alterações poderão con-tribuir, significativamente, com a formação de indivíduos mais conscientes e menos alienados de sua prática social. Com isso, novamente recorro à indicação de leituras, que a meu ver, representam um importante suporte para o avanço nos estudos educacionais e científicos.

DUARTE, Newton. A individualidade para-si: contribuição a uma teoria histórico-social da formação do indivíduo. Campinas: Autores As-sociados, 1993.________. Educação escolar, teoria do cotidiano e a escola de Vigotski. Campinas: Autores As-sociados, 1996.________. Vigotski e o “aprender a aprender”: críti-cas às apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. 3 ed. Campinas: Autores Associados, 2004.VIGOTSKI, Lev Semyonovitch. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psi-cológicos superiores. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.________. Pensamento e Linguagem. Tradução: Jeferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 1993.REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis: Vozes, 1995.

Denis Richter

Doutorando em Geografia (Unesp) e professor de Metodologia de Ensino

FACLEPP/Unoeste

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16 - Artigo

Neste início de século, vem ficando cada vez mais evidente a necessidade de discutir o papel da ciência, apresentar suas

conquistas e problemas e falar sobre a postura do homem moderno frente à ciência e ao mundo atual. De acordo com Lobo e Silva (2002), “é preciso lembrar, no entanto, que a ciência foi fundamental na descoberta de coisas importantes e seus resultados prevalecem, são concretos e vieram do trabalho de gente séria, que tenta buscar a verdade e ampliar o conhecimento”.

A Ciência, e em particular a Física, sempre foi encarada como uma disciplina difícil e distante do dia-a dia. A maioria das pes-soas acredita que existe um caminho muito longo entre presenciar o fenômeno e explicá-lo, como, por exemplo, olhar o arco-íris e entender porque ele é colorido ou como se forma.

Nossos alunos parecem diferenciar a ciência encontrada no seu dia-a-dia da ciência estudada na escola. Assim, muitas dúvidas dos alunos, tais como: Por que não posso colocar objetos de metal no forno de microondas? Uma estrela-cadente é realmente uma estrela que caiu? Os planetas podem influenciar minha vida? O que é o raio laser? etc.., não são respondidas de imediato, alienando as aulas de ciências do cotidiano dos alunos.

No entanto, a ciência e a tecnologia estão presentes no dia-a-dia da comunidade, mesmo que as pessoas não se dêem conta disso.

Veja esse exemplo: em 1958, Charles Townes e Arthur Schawlow estudavam a teoria da amplificação da luz por emissão estimulada de radiação, ou seja, o laser; em 1960 Theodore Maiman produziu pela primeira vez um feixe de laser. Hoje, usamos o laser em CD

Convite à Física

players, leitores, códigos de barra, identificação de impressões digitais, sensores, computadores, iluminação, instrumentos de medidas (como a trena a laser), para cortar metais e outros ma-teriais, na medicina e odontologia, como em cirurgias, bisturis e pinças a laser, tratamento de câncer de pele, clareamento dental, e inúmeras outras aplicações, inclusive para medir a distância da Terra à Lua!

A Física pode facilitar as tarefas do dia-a-dia, mas também ganhou muito com o estudo dos atos cotidianos corriqueiros. Tome como exemplo a descoberta do princípio de propagação do calor no ar, a convecção: aconteceu quando o cientista anglo-americano Conde Rumford queimou a boca ao “atacar” um pedaço de torta de maçã muito quente!

Você sabia que até nosso símbolo cívico maior, a bandeira na-cional, foi criada a partir de observações astronômicas? O círculo azul representa a esfera celeste e 9 constelações visíveis no céu do Brasil, mais especificamente, no Rio de Janeiro. Cada estrela representada na bandeira corresponde a um estado brasileiro. O distrito federal é representado pela estrela polar do sul, ao redor da qual giram todas as outras em seu movimento diário. Ficou curioso? Parabéns! É assim que nasce a ciência!

Portanto, devido a essa grande distância entre o cotidiano e a ciência, torna-se urgente contextualizar as fórmulas e conceitos dados em sala de aula, utilizando para isso o próprio dia-a-dia dos alunos como guia. Há atualmente um grande número de publicações que buscam relacionar ciência e cotidiano (vide, por exemplo, Carvalho 2003; Fisher 2004). E isso desperta o interesse dos alunos para as aulas de ciências. Porém, as aulas necessitam ter uma conexão mais dinâmica com o cotidiano do aluno, sem se prender somente a formulas, gráficos ou conceitos.

É necessária uma nova abordagem, eu diria até muito corajosa, da Física!

Bibliografia

Carvalho, Regina Pinto de. “Física do dia-a-dia”. Belo Horizonte: Gutenberg, 2003.Fisher, Len “A Ciência no Cotidiano – Como aproveitar a ciência nas atividades do dia a dia”. São Paulo: JZE, 2004.Lobo e Silva Filho, Roberto Leal. O Estado de São Paulo, 30/08/2002. Disponível em http://www.universia.com.Br/noticia.Vale, José Misael do. Em “Questões Atuais no Ensino de Ciências”, org. Roberto Nardi, São Paulo: Escrituras, 1998.

Maria Salete Vaceli Quintilio

Doutora em Física pela USP Professora de Física na

FACLEPP/Unoeste

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Artigo - 17

“... é possível manter

e buscar a esperança

na melhoria da relação

ensino-aprendizagem

e da qualidade da

educação deste país”

Este é um tema controverso, pois envolve universos opostos como, por exemplo, a

visão, de um lado, do que se consubstancia em “Escola Tradicional” focada nos processos de ensino, e de outro, a concepção de uma “Escola Libertadoura” – usando um termo de Maria Tereza Nidelcoff – preocupada não só com o ensino, mas também com a aprendizagem.

Para não ficar na mera retórica das discussões teóricas ou metodológicas, importantes para manterem vivas as chamas da construção do conhecimento e, conseqüentemente, da busca de crescente qualidade do ensino e até mesmo para deixar o “ceticismo enjaulado”, quero re-latar uma experiência vivenciada em 06/09/06 e que transmite esperanças quanto ao destino da relação ensino e aprendizagem e, quiçá, à educação neste país. Nesse dia, por conta da busca auxílio dos pais de um aluno da escola em que sou coordenador pedagógico, quanto ao futuro escolar do filho/aluno, coloquei o menino no meu carro e fui até o Bairro São Sebastião – o “Pito Acesso”. Como o pai estava trabalhando em uma fazenda da região, optei por conversar com a mãe – normalmente mais acessível – que no momento prestava serviços na escola do bairro – misto de creche, edu-cação infantil e ensino fundamental do ciclo I. Enquanto esperava pela mãe na sala da direção, o burburinho do ambiente estimu-lou minha curiosidade e comecei a caminhar pelo corredor. Parando em frente a uma sala de aula vi uma cena, que devo confessar, me transportou para outro mundo. Nesta sala, talvez medindo 5 metros de largura por 7 metros de comprimento, portanto, 35 metros quadrados, havia algumas carteiras e cadeiras esparramadas pelo ambiente, estantes com livros e outros objetivos na parede à esquerda

Cidadania e progressão continuada: é possível?

da porta, ao fundo janelas com cortinas. Na parede à direita, produções – provavelmente dos alunos – afixadas e na outra parede, ao lado da porta, a famosa e costumeira lousa, e no chão, sobre o que me pareceu um carpete, crianças/alunos. Qual a novidade? Talvez até aí, nenhuma. O que chamava a atenção era o número de alunos. Uma turma de primeira série do ensino fundamental do ciclo I, com no máximo 12 alunos, todos sentados so-bre o carpete, professora ao lado, atividade proposta na lousa, de vez em quando um levantava e ia até a lousa e executava alguma coisa, os outros, atentos, observavam e, a professora, volta e meia, complementava dizendo ou fazendo alguma coisa. Não deu para ver e nem ouvir nada da atividade, mas pude sentir um “clima” no ar diferente. Era, aparentemente, o ambiente dos sonhos de todo educador: 1 – tamanho da sala de aula ideal, considerando-se a proporção entre números de alunos e metragem do ambi-ente – 1,2 m2 por aluno mínimo no Estado de São Paulo - 5 metros quadrados divididos por 12 alunos, são quase 3 metros quadrados por aluno; 2 – a disponibili-dade dos recursos na sala: estantes, livros di-versos, objetos diversos, parede/painel, carteiras e cadeiras em taman-hos adequados à idade, lembrando, em muito, a moda/ideal dos anos de 1990, a sala ambiente - faltando alguns recursos ainda, como tv/vídeo/dvd, um aparelho de som - mas caminhando para isso; 3 – por último, o número de alunos da classe/turma, 12 alunos, que pude contar naquele momento, número importante, o que poderíamos dizer “ideal” para o processo de ensino e aprendizagem dentro de concepções teórico-metodológicas que se pautem pelo modelo construtivista ou mesmo sócio-interacionista, e, evidentemente, na progressão continuada. Por que ideal? Porque permite, independent-emente do “modelo” para o fomento da rela-ção ensino e aprendizagem, maior contato, maior intimidade, enfim, maior contextual-ização entre “o mestre e o discípulo”, entre

a relação aluno-professor-aluno e família, com conseqüentes reflexos para a aprendizagem em que se objetiva o aluno como sujeito do processo. Aliando a isso um professor mini-mamente bem formado/capacitado e com salário e tempo bem dividido entre horas em sala de aulas e horas para estudos, cor-reção de atividades e preparação de aulas e, quem sabe, um “tempinho” para atendimento mais individualizado de alunos com casos mais complexos de não aprendizagem; uma escola com os recursos didático-pedagógicos mínimos: sala de aula, carteiras/cadeiras, lousa/giz, pátio, quadra, um ou dois conjun-tos – dependendo do número de classes – de tv/vídeo/dvd/aparelho de som, banheiros, cozinha e merenda, e, talvez, alguns com-putadores com acesso a Internet e softwares educacionais, etc. Todos esses elementos descritos somados, não nos permite dizer que é possível manter e buscar a esperança na melhoria da relação ensino-aprendizagem e da qualidade da educação deste país?

Mas, qual a relação da descrição deste exemplo com cidadania e pro-gressão continuada? A relação é bem simples: 1 – temos como vertente maior para a educação bási-ca neste país a educação para a cidadania; 2 – pres-supõe-se que esta educação seja de forma progressiva e continuada; 3 – finalmente, não compreendemos uma educação voltada para a formação cidadã e com pro-gressão continuada, sem os pressupostos destacados

no relato acima. O Bairro São Sebastião fica às margens da

Rodovia Raposo Tavares, próximo ao trevo de Taciba-SP, no município de Regente Feijó-SP, e a escola descrita é exceção à regra na realidade educacional deste país e talvez do próprio município. Mas, quem sabe não se constitua enquanto exemplo de que, unidades menores, com menor número de alunos, com recursos ad-equados e mais próxima do lar e da família dos alunos não seja o caminho para o aumento do interesse – outro problema na educação formal – do aluno e familiares pelo processo em que se consubstancia a formação escolar?

Marcos Lupércio Ramos

Mestre em Educação pela Unesp de MaríliaProfessor de Sociologia e Antropologia

na Faclepp/Unoeste

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18 - Extensão

Os projetos de extensão fazem parte do cotidiano dos alunos da Faclepp. Além

de reforçar os conceitos da sala de aula em atividades práticas, essas ações têm como diferencial aproximar estudantes e comuni-dade para humanizar a formação profissional e promover experiências únicas antes mesmo de completar a graduação.

O Pré-Vestibular e Projeto Nossa Língua Portu-guesa, por exemplo, reúne acadêmicos interes-sados em vivenciar a rotina da futura profissão. Eles entram em sala de aula, como professores, para ministrar aulas aos adolescentes e jovens da Fundação Mirim de Presidente Prudente. O conteúdo visa auxiliar os mirins na preparação para o processo seletivo e contempla as áreas de exatas e humanas.

Implantada desde 2005, a atividade já benefi-ciou cerca de 100 alunos da Fundação Mirim. Atualmente, participam os acadêmicos Rodrigo José Bazilio, Kesley Grediaga Alexandre, Renato José Paulino, Amaury Madureira Rodrigues Júnior e Ana Paula Uzeloto, sob a coordenação do pro-fessor mestre Wilson Luiz Pretti e da professora mestre èdima de Souza Mattos, sob a orientação de pesquisa da professora doutora Maria Helena Pereira de Oliveira.

Projetos aproximam Faclepp e comunidade

Coral Unoeste, Pré-Vestibular e PAI mostram a importância do trabalho desenvolvido além da sala de aula

“Além de proporcionar o contato com a sala de aula, aprimorando a prática docente dos nossos acadêmicos, o projeto oportuniza uma relação de proximidade entre a universidade e a comunidade prudentina”, comenta a professora doutora Maria Helena. As aulas são ministradas aos sábados, das 14 às 17 horas.

Com os dados colhidos no Pré-Vestibular, serão desenvolvidos, posteriormente, trabalhos de iniciação científica, sob a orientação dos docentes que coordenam o projeto. O intuito é mostrar os resultados obtidos e aspectos que caracterização a importância da continuidade do projeto nos próximos anos. PAI

No Programa de Alfabetização e Inclusão (PAI), os acadêmicos do curso de Pedago-gia atuam em prol de jovens e adultos não alfabetizados da comunidade, Unoeste, Hos-pital Universitário Dr. Domingos Leonardo Cerávolo (HU) e Unoeste Saúde. As aulas são gratuitas e ocorrem aos sábados.

Proposto pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, o PAI é desenvolvido na Unoeste por meio da parceria entre Faclepp, Pró-reitoria de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da universidade.

Quem canta seus males espantaA música também está presente no

meio acadêmico com o Coral Unoeste, coordenado pela professora especialista Kátia Calil Trevisan e o mestre Valter Tre-visan. Atualmente, 40 pessoas soltam as vozes no projeto.

O Coral está aberto a novos integrantes, sejam alunos, docentes ou comunidade. Os ensaios acontecem às sextas-feiras, das 17 às 19 horas. “Não é necessário ter experiência, os interessados aprendem a cantar com o tra-balho de preparação realizado nos ensaios. O empenho e o ótimo convívio dos participantes favorecem esse aprendizado”, afirma Kátia.

Segundo a docente, o repertório varia con-forme o evento em que o Coral se apresentará. Hoje, a MPB é considerada o carro chefe do grupo. “Nossas apresentações também servem de vitrine para estimular a entrada de novos integrantes, além de incentivar a permanência daqueles que já integram o projeto”, comenta.

A agenda do Coral está a cada dia mais cheia. O grupo tem presença confirmada no Encontro de Corais das Organizações Athia, Jornada de Educação da Faclepp, Jornada de Música da Unoeste e na Cantata Natal Brasileiro.

Jovens da Fundação Mirim atendidos pelo Projeto Pré-Vestibular aproveitam a Feira das Vocações para conhecer um pouco mais de cada profissão Coral Unoeste nas escadarias da Casa dos Médicos após uma

apresentação

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Evento Internacional - 19

O Curso de Letras da Faclepp / Unoeste, parti-cipou através de apresentação de trabalhos

de pesquisa, do III Congresso Internacional de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil do Oeste Paulista. O evento, promovido pelo Cellij – Centro de Estudos de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil Maria Betty Coelho Silva foi realizado no Campus da Unesp de Presidente Prudente, de 28 de agosto a 1o de setembro de 2006.

Representaram a Faclepp, os professores: dou-tora Ana Luzia Videira Parisotto como integrante do Comitê Científico do Congresso e coordena-dora de sessão de comunicação, doutora Sônia Maria Moreno Molina, as mestres Leodete Gazoni Ferreira, Cíntia Camargo Furquim e Édima de Souza Mattos, na produção e orientação de tra-balhos acadêmicos de iniciação científica, além dos alunos orientandos. Foram apresentados os seguintes trabalhos:

“A Literatura Infanto-Juvenil como Instrumento de Resgate e de Valorização da Identidade Afro-Brasileira”, por Leodete Gazoni Ferreira (orienta-dora) e Maria Isaura Torres Aredes. De acordo com as autoras, o desconhecimento sobre as origens da população afro que representa 50% dos brasileiros revela-se até s dias atuais uma problemática social vinculada à práticas racistas e de deturpação de valores humanos, étnicos, religiosos, culturais, entre outros agravantes. Especificamente no campo da Educação, há muito que alguns setores da sociedade vêm chamando a atenção para questões como a discriminação racial e social, o analfabetismo e a evasão esco-lar que afligem a população afro-brasileira. É evidente que a escola é um dos locais onde a criança ou o jovem geralmente se dá conta do preconceito, além de receber informações dis-torcidas e ensinamentos calcados em moldes eurocêntricos”, explicam. A implementação da Lei 10.639/03 significa importante instrumento

Letras participa de Congresso na Unesp

de conscientização, mas é necessário que essa Lei seja efetivamente cumprida em sala de aula. Neste sentido, através do ensino da literatura, propõe-se uma discussão sobre leituras de obras que valorizem e promovam a cultura afro, a igualdade de direitos humanos e o respeito à diversidade étnico/racial no ambiente escolar, bem como para a vida em sociedade.

Em “A Prática Pedagógica de Leitura e Inter-pretação de Texto em Aulas de Língua Portu-guesa e durante as Atividades Avaliatórias”, pela docente Cíntia Camargo Furquim, foi apresentado um estudo com objetivo de veri-ficar se a prática pedagógica relativa à leitura e interpretação de texto apresenta consonância com a prática educativa. Foram observadas aulas de Língua Portuguesas em salas de 5ª. e 8ª. séries do Ensino Fundamental numa Escola da Rede Oficial de Ensino da cidade de Presidente Prudente. Professores envolvidos e um total de 22 alunos das duas turmas foram entrevistados. Segundo a autora, observou-se que os professores envolvidos não realizavam atividades que desenvolvessem as estratégias de leitura e autonomia de seus alunos, o que impossibilitava o sucesso dos mesmos durante a realização das provas. Ao serem inquiridos a respeito de sua prática, alguns professores afirmaram que a ocorrência de indisciplina em momentos em que os alunos deviam trabalhar autonomamente durante as aulas acabava impelindo os docentes a adotarem uma postura mais controladora, o que leva a concluir que a disciplina era garantida por meio de atividades pouco significativas que não proporcionavam o interesse e o desenvolvimento dos alunos quanto às habilidades de leitura e de interpre-tação”, explica Caseiro.

“Metodologias e Métodos Utilizados no Ensino de Literatura Infanto-Juvenil: Um Estudo de

Caso”, da professora Édima de Souza Mattos (orientadora) e da acadêmica Fernanda Cristina Ribeiro Faria, demonstrou que a literatura infanto-juvenil possui grande importância formadora. Fornece ao leitor entretenimento, prazer, entendi-mento do seu mundo interior e de seu cotidiano, proporciona-lhe uma visão crítica, bem como oportunidades de transformação sócio-cultural. Considerando que o professor possui papel fundamental no ensino literário, foi proposto um estudo investigativo do ensino, tanto teórico quanto metodológico de literatura no ambiente escolar. Foi realizado um estudo de caso com professores de Língua Portuguesa de uma escola pública de ensino fundamental, os quais foram inquiridos quanto aos seus conhecimentos teóri-cos referentes à literatura infanto-juvenil e demais assuntos relacionados à essa temática. Relizaram-se estágios de observação das aulas ministradas por esses professores com intuito de registrar os métodos e as metodologias utilizadas. Em algumas situações, observou-se carências quanto aos conceitos teóricos fundamentais ao ensino da literatura, bem como sobre a metodologia e méto-dos utilizados, seus problemas mais freqüentes, propor algumas sugestões, além de evidenciar as ideologias de alguns estudiosos especialistas no assunto em questão.

O trabalho “Percursos Semióticos na Obra O Presente de Ossanha, orientado pela professora doutora Sônia Maria Moreno Molina, em par-ceria com as alunas Wilma de Souza Filgueiras e Fabiana Cristina Braghin Videira, objetivou, através da aplicação de alguns pressupostos da teoria semiótica de A.J.Greimas, desvelar a dinâmica da construção do texto e os meca-nismos de produção de sentido selecionados para com por a narrativa. A idéia surgiu da necessidade de arriscar uma resposta concreta ao desafio de ensinar o aluno a ler e a interpre-tar, alcançando o sentido profundo do texto, explica Molina. Levou-se em consideração que os conhecimentos necessários para ler são de três níveis: conhecimento do sistema lingüís-tico; conhecimento do contexto sócio-histórico em que o texto foi construído e o conhecimento dos mecanismos de estruturação do signifi-cado. Analisou-se o estatuto do actante-sujeito “moleque” quanto ao percurso do destinador–manipulador e percurso do destinador-julgador. Observado este sujeito com um “ser” escravo, sem nome, comprado pelo senhor do engenho, dotado de uma identidade rica em valores que, no entanto, o torna livre a ponto de não se deixar manipular a vender o pássaro com o qual tinha uma forte ligação afetiva e que poderia ser sua carta de alforria.

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20 - Qualificação

A formação profissional precisa estar à frente das demandas

do mercado em qualquer área de atuação, principalmente, quando se trata de professores com a missão de formar novos educadores. Por isso, o corpo docente da Faclepp aprimora constantemente os próprios conheci-mentos para assegurar a qualidade de ensino dos nossos cursos.

No primeiro semestre, a docente do curso de Ciências Biológicas, Ana Rita Paladino Tumitan, con-cluiu o doutorado na Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Araraquara. A tese intitulada Influência da infecção por Yersinia enterocolitica na modulação de macrófagos M1 e M2 em camun-dongos suscetíveis e resistentes foi orientada pela professora dou-tora Beatriz Maria Machado de Medeiros.

O modelo experimental de infecção em camundongos por Yersinia enterocolitica é muito utilizado no estudo da interação da bactéria com o hospedeiro, pois a infecção e a resposta imunológica nesses animais são muito semelhantes as dos humanos. “As respostas imunológicas do tipo Th1, com predomínio de macrófagos M1 e linfócitos Th1, são importantes para recuperação desta infecção”, explica a professora doutora Ana Rita.

No curso de Letras, a docente Marta Janete Malacrida concluiu o mestrado na Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo, sob a orientação da professora doutora Leila Bárbara. A dissertação foi intitulada “Estudo de caso de um professor participante do programa de formação contínua em serviço via Internet – Teachers’ Links”.

Para desenvolver o trabalho, a docente participou do Teachers’ Links,

Corpo docente investe em aprimoramento profissional

Professoras dos cursos de Ciências Biológicas e Letras concluem pós-graduação no primeiro semestre de 2006

Marta Janete Malacrida,professora mestre

Gelise Soares Alfena, professora mestre

Ana Rita Paladino Tumitan, doutora

um programa de educação a distância online destinado a profes-sores da rede pública. “A dissertação baseia-se na observação de um professor-aluno, que após o programa aprimorou sua prática em sala de aula. Também sugeri mudanças, implementadas posteriormente, para a melhoria do Teachers’ Links”, esclarece a mestre Marta.

A docente Gelise Soares Alfena, do curso de Letras, também conclui o mestrado recentemente, na Unesp de Assis. A dissertação “Santinho do pau oco: religiosidade e sensualidade nos romances do Padre Anto-nio da Fonseca” foi orientada pelo professor doutor Carlos Eduardo Mendes de Moraes.

A dissertação aborda alguns romances do Padre Antonio da Fonseca, autor que viveu no século 17. Os romances discutidos constam do manuscrito 392 da Sala de Reservados da Biblioteca Geral da Univer-sidade de Coimbra, em Portugal.

Acadêmicos prestigiam XIII FenteppEntre os dias 19 e 26 de agosto, o XIII Fentepp

(Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente) movimentou as artes cênicas com diversas apresentações abertas ao público nos palcos, praças e teatros da cidade.

O evento reúne anualmente artistas de todo país numa ação promovida pela Secretaria de Cultura e Turismo, Unoeste e Sesc (Serviço

Social do Comércio). Pelo terceiro ano consecutivo, os acadêmi-

cos de Letras prestigiaram as apresenta-ções com o intuito de levar para sala de aula tudo que for observado e elaborar um relatório de participação na atividade cultural. A proposta visa desenvolver a ca-pacidade de articulação dos alunos sobre

os textos teatrais encenados no evento. O Teatro Universitário César Cava da Unoeste

recebeu durante o evento, além dos eventos paralelos como palestras, Feiras de artesan-ato e Exposições de Arte, as mostras Fim de Partida, Caio e Léo, Acunteceu o Acuntecido, Anjo Negro, Palhaços, Agora e na Hora de Nossa Hora, Brandura e Doppelgänger.

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Artigo - 21

Pode-se afirmar, sem sombra de dúvida que uma infinidade de leitores e de renomados

críticos literários já a absolveram de uma “suposta culpa” deixada no ar intencional-mente pelo narrador machadiano e conden-aram sim, a mente doentia e alucinada de Bentinho. O que, porém repercutiu, ao meu ver, de modo preocupante, principalmente por se tratar de um meio universitário e em pleno século XXI, foi a reação radical da pla-téia (formada em sua maioria por mulheres) ao final da apresentação teatral do clássico brasileiro Dom Casmurro, pelo grupo Mídia Produções, de São José do Rio Preto, no César Cava. Digna de elogios, diga-se, a idéia de promover um júri simulado sobre a consagrada personagem machadiana no encerramento do espetáculo. E não deu outra: mesmo com a brava defesa, carregada de argumentos convincentes, feita pela acadêmica de Letras Denise Queiroz, Capitu foi radicalmente julgada pela maioria da platéia como adúltera.

A exemplo do conto de Guimarães Rosa, “A terceira margem do rio”, a polêmica obra machadiana também não é leitura para muitos leitores que comodamente se acostumaram a viver na alienação, na mesmice e a enxergar

Em pleno século XXICapitu no banco dos réus

apenas o “visível”. Na oportunidade, não pude defender Capitu, mas sinto-me no dever de fazê-lo neste espaço, assim como sinto-me no direito de tecer algumas con-siderações sobre a natureza humana e sua inclinação para julgar pessoas ou situações de modo volúvel e aleatório.

Aos que não tiveram a oportunidade ou a sensibilidade de entender a mensagem do narrador machadiano, recomendo a leitura de obras dialógicas como O romance de Machado de Assis sem o narrador Dom Casmurro, onde o famoso caso da suspeita de traição por Capitu é apresentado sob outro ponto de vista e as perturbações de Bentinho ganham nova dimensão na ótica do cronista e romancista Fernando Sabino. Ou ainda, a leitura, entre outras, de Capitu – Memórias Póstumas, do crítico e escritor Domício Proença Filho onde ele afirma que um dos mais incríveis misté-rios da literatura universal chegou ao fim. Domício interpreta as pistas deixadas pelo “Bruxo do Cosme Velho” desvelando a alma labiríntica de Capitu e lança nova luz sobre o comportamento de Bentinho - um homem capaz de desejar a morte de uma criança, o próprio filho Ezequiel. Neste livro, Domício divide o enredo e muitos diálogos com o narrador machadiano. Como o narrador con-fessa, logo no início do romance, a retomada de certas falas sob a forma de transcrição ou pará-frase, garante fidelidade ao texto-origem com a qual a narrativa dialoga, ou seja, o “Dom Cas-murro”. O interessante e fundamental é que, por trás dos diálogos, Domício dá sempre voz à Capitu, uma vez que o narrador “Casmurro” não deu.

Assim sendo, podemos concluir mais uma vez a genialidade do brasileiro Machado de Assis. Ao colocar, intencionalmente por um viés patriarcal, a condição da mulher brasil-eira na sociedade burguesa do século XIX, nosso “escritor-bruxo” parece se divertir ao criar determinadas situações. Com a per-

spicácia e a ironia que lhe é peculiar, o autor (na pele de um narrador atormentado), dá margens à dúvida (sentimento perigoso para a natureza humana) e testa o senso discrimi-natório e machista dos leitores da época, deixando para estes a tarefa de finalizar o romance. Não é por acaso que Machado ultra-passou em seu tempo a estética romântica, inaugurando o realismo crítico e um estilo que subsiste aos nossos dias.

Para os leitores e expectadores contem-porâneos que ainda não compreenderam Machado e que facilmente julgaram Capitu como uma traidora, ficam aqui algumas perguntas: Existe imparcialidade na história do narrador-personagem Bentinho, ou ela é colocada apenas sob sua própria versão? O que diria Capitu de um marido que desde a infância sempre mostrou-se mal resolvido e, no casamento, incapaz de assumir seu papel de homem amoroso, seguro de seus sentimentos? Os pensamentos e atitudes narrados pelo próprio Bentinho podem ser considerados saudáveis e construtivos para uma união? O que pensava e o que sentia esta mulher neste relacionamento desequili-brado pelo comportamento de um marido

ciumento e psicótico? Bentinho tinha ciúmes da esposa Capitu ou do amigo Escobar? O que diria ela aos leitores se tivesse acesso à palavra? Qual é a sua verdade?

Biblicamente falando: o que disse Jesus Cristo sobre o “julgar” o próximo? E, mesmo que a Capitu admitisse ter cometido adultério, quais foram as palavras de Jesus na parábola da mulher ape-drejada? É triste con-

cluir que tantos séculos do Cristianismo, Iluminismo, Humanismo, Modernismo, Pós-Modernismo, enfim, tantos “ismos” ainda não foram suficientes para extirpar da sociedade pensamentos e atitudes con-taminadas por ideologias radicais, machistas e discriminatórias que tanto mal provocam aos serem humanos, sejam eles as vítimas ou os próprios autores de tais atos ou de qualquer julgamento.

“Não é por acaso que

Machado ultrapassou

em seu tempo a

estética romântica,

inaugurando o

realismo crítico ...”

Leodete Gazoni Ferreira

Editora do “Caderno Faclepp”, professora de Literatura Brasileira e Teoria Literária

no Curso de Letras da Unoeste

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22 - Carona na História

A primeira manifestação cultural de Artes Plásticas organizada pela Faclepp acon-

teceu no primeiro ano de existência do Curso de Desenho e Plástica, hoje Educação Artística. Corria o ano de 1974. Na sua orga-nização estavam os seguintes professores: Nair Luz dos Santos, Jorge M. Yamauchi e Ruth Moraes Sant’Ana. Eu coordenava o grupo. Éramos todos jovens entusiastas e confiantes no sucesso da atividade plane-jada e executada por alunos da primeira turma, sob nossa orientação. O objetivo era executar a “Montagem de uma Exposição de Artes Plásticas”. A produção artística era de trabalhos confeccionados em sala de aula, durante o ano letivo.

Desde o catálogo, passando pela propa-ganda, pela montagem dos trabalhos orga-nizados a partir dos materiais utilizados, nos diversos espaços das salas de aula, no andar térreo do bloco A, até a desmontagem e devolução dos trabalhos, tudo foi feito com técnica e organização. Cada grupo trabalhou com responsabilidade e do êxito de todos o objetivo foi atendido. Registra-dos no livro de assinaturas de visitantes a presença de 1260 pessoas da sociedade prudentina, mostrou a aceitação da nossa gente. O registro fotográfico foi excelente, considerando as condições técnicas da época, 32 anos atrás. Estávamos longe da facilitadora era computadorizada.

As exposições foram repetidas e aper-feiçoadas nos anos seguintes. Juntaram-se a nós os artistas da comunidade, da nossa região e de todo o país. Nomes importantes das artes plásticas. Aconteceram concer-tos musicais, como o da pianista Eudóxia de Barros tocando Zequinha de Abreu. As Artes Cênicas, o Folclore, as noites de serestas e as de poesias completavam a nossa exposição, que por muito tempo foi o acontecimento artístico ansiosamente aguardado na nossa cidade e teve, pela sua importância, o nome alterado para “Semana de Arte e Cultura da APEC”.

Temos que relembrar aqui, a 5ª Semana, de 26/09 a 1º/10/1980, quando con-seguimos trazer as obras de 17 famosos artistas, alguns de renome internacional, para a nossa exposição. Nunca mais foi possível reunir tanta gente de tão alto gabarito. Destacamos, Aldemir Martins, Darci Penteado, Domenico Colabrone e Angelina Waldemarin Messenberg, Cláu-dio Tozzi, Carlos Alberto de Araújo Filho, Waldir Sarubi, Marcello Grassman, Walter

O início da arte na Unoeste

Levy, Caciporé Torres, Iracema, Marysia Portinari, Ruth Toledo e Silvio Russo. Três deles, Roni Brandão, Mario Campello de Almeida e Eduardo Iglesias acompanharam suas telas até Prudente e conviveram por toda a semana com nossos alunos, que em muito aproveitaram das técnicas e experiências destes artistas. Enriquecedor. Foi um marco na historia da Arte na terra de Marcondes e Goulart. Três telas destes artistas fazem parte do nosso acervo e hoje estão expostas no HU.

As excursões culturais, desde 1974 até hoje, fazem parte da grade curricular do Departamento de Educação Artística. A primeira foi para “Estudos e observação da influência européia na arte brasileira”. A arquitetura, a escultura, a pintura, o folclore e a música foram observadas na visitação que fizemos a região sul, no período de 6 a 14 de dezembro.

Os alunos, José Luis Pinheiro, Marines Giglio, Alma Eli Gomes, Maria Inês Drimel, Ana Maria Delfin, Sueli Sangari, Luis Anto-nio Penteado, Elza Brondi e outros forma-vam o grupo de 30 alunos participantes. Foi excelente o resultado da viagem e enorme o crescimento de todos.

Mas foi a segunda excursão a mais importante para os alunos de Desenho e Plástica. Foi a primeira visita a uma Bienal de Artes Plásticas de São Paulo, no período de 20 a 23 de novembro de 1975. Ficamos todos alojados no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu). Zilda Ruiz, Nair Luz dos Santos e eu fomos os professores acompanhantes. Visitamos, além das obras no prédio da Bienal, as do

Museu do Presépio, do Museu do Folclore e as obras do acervo do Masp, na avenida Paulista.

Nos programas noturnos assistimos, no Teatro Aquarius, o show “Brasileiro profis-são Esperança” (com textos e música de José Maria e Dolores Duran), e na noite seguinte, no Teatro Augusta (teatro de arena) assisti-mos à peça “Lição de anatomia”. Nas duas apresentações tivemos o privilégio do con-tato pessoal, enriquecedor com os artistas Paulo Gracindo e Clara Nunes, depois Edson Capri e Kadu Moliterno.

Para terminar esta saudosa lembrança do nosso começo, quero deixar registrada a saudade de três perdas que a Faclepp sofreu nestes anos de existência. Dois queridos mestres do departamento de Educação Artís-tica, que tão cedo nos deixaram, ficando deles a herança do exemplo de dedicação e competência. Por todos estimados e queridos: Zilda Ruiz, a primeira professora de Folclore e Jorge M. Yamauchi, primeiro professor de Fundamentos da Expressão e Comunicação Humanas. Poucos que ainda atuam na Faclepp, estão aqui agora para confirmar as minhas afirmações. Mas a perda mais recente, quase todos conheceram e desfrutaram do seu convívio alegre, sua educação primorosa, sua camaradagem e voz maravilhosa. Paulo Benício era o orador oficial de todas as nossas festas. Ele vive na nossa lembrança. Carinhosamente.

Escrevi como num sonho, o da minha vida, relembrando o princípio, quando só existia a coragem e a vontade de fazer crescer a escola que já nascia grande na cabeça de seu idealizador, o professor Agripino de Oliveira Lima Filho, planejada e projetada pela competência de uma inteligência privile-giada da professora Ana Cardoso de Oliveira Lima, e amparada no zelo de um gentleman, o Dr Altamiro Belo Galindo. Nós profes-sores contribuímos com nossos esforços e dedicação e, compensados, vemos quantos jovens mestres e alunos hoje usufruem desta instituição. Foi o maior investimento da minha vida.

Sem dúvida, a Faclepp é o alicerce de sus-tentação da Unoeste. Sinto orgulho de ter contribuído com “alguns tijolos” na edifica-ção da Universidade do Oeste Paulista.

Mariângela Ferreira da Cunha Marcondes

Professora do curso de Educação Artística da Faclepp/Unoeste.

Visita dos alunos da primeira turma à 7ª Bienal de Artes Plásticas do Masp, em 1975

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Fique por dentro - 23

Recentemente, a Rede de Bibliotecas Unoeste, com apoio da reitoria, ampliou

a quantidade de títulos e exemplares do acervo com aquisições voltadas aos cursos de graduação da Faclepp. O novo material está disponível para empréstimo domiciliar, local e especial na Unidade de Informação 1.

O investimento proporciona, principalmente, aos acadêmicos e professores buscar e gerar novos conhecimentos, por meio de estudos e pesquisas. Além disso, funcionários e pessoas da comunidade também tem acesso ao acervo das 3 Unidades.

A constante ampliação e atualização dos materiais é uma das principais atividades de Rede de Bibliotecas com o intuito de facilitar e expandir o elo entre conhecimento e socie-dade. Atualmente, são mais de 40 mil títulos de livros disponíveis nos campi I e II e Hospital Universitário Dr. Domingos Leonardo Cerávolo (HU), pois existem mais de 100 mil exemplares de livros no acervo.

Rede de Bibliotecas amplia acervoCursos da Faclepp são contemplados com novos títulos,

já disponíveis para empréstimo na Unidade 1

Manual de Normas está disponível na web O site da universidade - www.unoeste.br -

disponibiliza a primeira edição eletrônica do Manual de Normas e Padrões para Apresen-tação de Trabalhos Acadêmicos e Científicos da Unoeste. A praticidade é ainda maior com o link para downloads de modelos de capa, folha de rosto, ficha catalográfica, entre outros itens.

As normas bibliográficas são necessárias na apresentação de trabalhos acadêmicos e cientí-ficos. A publicação da Unoeste é baseada nas determinações da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), em padrões fundamenta-dos em fontes especializadas e definidos pelos autores, com a colaboração da Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa.

As autoras da primeira edição eletrônica do manual de normatização são as biblio-tecárias Mara Lúcia Magalhães e Jakeline Queiroz Ortega, coordenadas pela diretora da Rede de Bibliotecas Cecília Guarnieri Denari. Colaboraram as bibliotecárias Ana Maria Coneglian, chefe da unidade de infor-mação 3, Adriana Maria Evaristo Martinez de Oliveira, chefe da unidade de informação 2 e Regina Rita Liberati Silingovschi, chefe da unidade de informação 1.

SciELO favorece pesquisa online

A Rede de Bibliotecas Unoeste conta com os Centros de Multimídia, espaços climatizados com diversos computadores conectados à Internet e à base de dados. O internauta pode acessar, inclusive, vários periódicos científi-cos de diferentes áreas do conhecimento no SciELO (www.scielo.br).

O objetivo do site é implementar uma bib-lioteca eletrônica que possa proporcionar um amplo acesso às coleções de periódicos, aos fascículos de cada título de periódico, assim como aos textos completos dos arti-gos. O acesso aos títulos dos periódicos e aos artigos pode ser feito através de índices e de formulários de busca.

A SciELO é o resultado de um projeto de pesquisa da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), em parceria com a Bireme (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) e apoio do CNPq (Conselho Nacional de De-senvolvimento Científico e Tecnológico).

Segundo a equipe da Rede de Bibliotecas Unoeste, o site é constantemente atualizado tanto no seu formato, quanto seu conteúdo, conforme os avanços e os resultados do pro-jeto. Vale a pena conferir.

Conheça alguns dos títulos adquiri-

dos e veja a diversidade de temas:

Era dos extremos: o breve século XX

A teia da vida

A matemática na escola: aqui e agora

A educação para o século XXI

A Literatura Portuguesa

História da Química no Brasil

Globalização e desemprego

Geografia do Brasil

O drama racial de crianças brasileiras:

socialização entre pares e preconceito

Explicando a arte: uma iniciação para

entender e apreciar as artes visuais

História mundial do teatro

Manipulação da história no ensino e nos

meios de comunicação

Ensaios pedagógicos

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24 - Novo curso

Ser ou não ser?” Qual o significado da existên-cia humana? Desde os pré-socráticos, as

indagações do homem sobre as suas origens, o significado do mundo e da vida humana são o princípio de todo estudo filosófico. A Faclepp oferece para o Vestibular 2007, em período noturno, vagas para esta “nova” opção de gradu-ação, tão necessária em tempos pós-modernos: o curso de Licenciatura Plena em Filosofia.

A iniciativa, além de formar docentes que aproximarão os alunos do mundo das idéias, seguirá as resoluções da Secretaria de Educação publicadas ano passado, as quais estabelecem diretrizes para a organização curricular do Ensino Médio nas escolas estaduais.

A Filosofia é um ramo do conhecimento que pode ser caracterizado de três modos: seja pelos conteúdos ou temas tratados, seja pela função que exerce na cultura, seja pela forma como trata tais temas. Com relação aos conteúdos, contemporaneamente a Filosofia trata de con-ceitos tais como bem, beleza, justiça, verdade. Mas, nem sempre a Filosofia tratou de temas selecionados, como os indicados acima. No começo, na Grécia, a Filosofia tratava de todos os temas, já que até o séc. XIX não havia uma

Faclepp terá curso de Filosofia

separação entre ciência e filosofia. Assim, na Grécia, a Filosofia incorporava todo o saber. No entanto, a Filosofia inaugurou um modo novo de tratamento dos temas a que passa a se dedicar, determinando uma mudança na forma de conhecimento do mundo até então vigente. Isto pode ser verificado a partir de uma análise da assim considerada primeira proposição filosófica.

A característica mais marcante da Filosofia é o uso de argumentos lógicos. A atividade dos

filósofos é, tipicamente, argumentativa. Os filó-sofos também analisam e clarificam conceitos. A palavra filosofia é muitas vezes usada num sentido muito mais lato do que este, para referir uma perspectiva geral da vida ou para referir algumas formas de misticismo.

Para o coordenador de ensino e professor da Faclepp, Marcos Lupércio, “essa valorização do mercado de trabalho da Filosofia é bastante oportuna numa época complexa como a que estamos vivendo. Hoje, mais que nunca é necessário aprender a pensar, questionar, con-viver, discernir e decidir”, afirma o educador.

“O curso, oferecido pela Faclepp pretende contribuir com a universidade para o desen-volvimento político e o progresso científico, centrando suas ações em torno dos eixos que se concretizam através das três funções básica: o ensino, a pesquisa e a extensão”, comenta a diretora da Faclepp, Sônia Pelegrini. “A missão do curso é formar licenciados que saibam definir o que farão do seu tempo, dos seus dotes, cumprindo seu papel de professor de Filosofia na produção e disseminação desse saber, facilitando a socialização e a ascensão social do indivíduo”, explica a educadora.