Viii Com0173

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    1/18

    REA TEMTICA: Sociologia das Emoes [ST]

    A ORIGEM SOCIAL DO ATO DE ADOECER: O CNCER, SEGUNDO A MTC.

    Ccero Jos Alves Soares Neto

    Doutorado/UnB, 2003, Metodologia da Pesquisa Social

    Universidade Federal de Uberlndia (1985-2014),

    [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]
  • 7/25/2019 Viii Com0173

    2/18

    2 de 18

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    3/18

    3 de 18

    Palavras-chave: Conexo emoo-doena, linguagem corporal, registro somtico, cncer e chi.

    Keywords: Connecting emotion-disease, body language, somatic record, cancer and "chi".

    COM0173

    ResumoA preocupao desta reflexo a compreenso do vnculo social da relao emoo-doena,representada no campo corporal, por intermdio do registro somtico do cncer. Dito de outra forma:a ideia entender a manifestao social do ato de adoecer, por meio da conexo da relao emoo-doena. Para a materializao desta investigao, essencialmente acadmica, a fundamentao terica

    parte da filosofia taosta e na medicina tradicional chinesa (MTC), principalmente com base noparadigma do chi. Assim, estrategicamente, a meta reflexiva articular os dois sistemas analticos,

    a filosofia taosta e a medicina tradicional chinesa, e, ento, entender como contribuem para acompreenso da origem social do ato de adoecer. A hiptese de trabalho adotada nesta reflexoaponta no sentido de que o conflito social desencadeia o movimento emocional que registra,

    somaticamente, o sofrimento humano. Desta forma, o ato de adoecer expressa, pela linguagem

    corporal, a trilogia social, emocional e somtico, ao invs da limitao da relao emoo -

    leso. No contexto metodolgico, busca-se entender, holisticamente, a tecnologia corporal comocampo de manifestao do registro somtico do sofrimento humano. Por ltimo, a inteno final da

    pesquisa decodificar o fetichismo da linguagem corporal como registro do princpio conceitual: a

    doena torna as pessoas honestas. Portanto, a meta da pesquisa compreender como a linguagemcorporal, por intermdio das emoes, como fonte de registro somtico diante das estratgias deconflitos de poder? Historicamente, trs fatores foram determinantes para a motivao dainvestigao: o fator conceitual, o fator acadmico e o fator institucional. No primeiro, o conceito de

    participao, no sentido de entender a cidadania no campo corporal; no segundo, a produo

    monogrfica com os seus mecanismos de auto sabotagem; e, no terceiro, o adoecimento social dacategoria dos educadores universitrios. Os trs fatores contriburam articuladamente para asinalizao temtica da pesquisa. Conceitualmente, a filosofia taosta e a medicina tradicionalapresentaram o paradigma do chi como um recurso analtico capaz de instrumentalizar umaabordagem compreensiva do significado da origem social do ato de adoecer, em geral, e do cncer, em

    particular. E, estrategicamente, a emoo como instrumental capaz de entender o que se passasomaticamente no canal corporal diante do sofrimento humano. Neste momento histrico, a inteno focar apenas nos problemas de pessoas pblicas como campo de atuao emprica exposta pelavisibilidade da situao de pessoa conhecida e que no provocar constrangimento, pois o problema de domnio pblico e ps-fato.

    AbstractThe challenge of this analysis is to understand the social origins of the act of getting sick in general,and how does the somatic cancer registry problem, in particular, according to the conception ofTraditional Chinese Medicine (TCM). In this sense, the analytical concern of this research is tosubstantiate the conceptual articulation, in the paradigmatic perspective of "chi", a contribution toidentify the mechanisms of social conflict in the act of becoming ill. Anyway, seeks to contextualizethe bond of social conflict as a determinant of the act of getting sick and, specifically, a particulardisease: cancer. The intention of this analysis is to contribute to the social enter the thematic agendahas been dominated by a strictly biological perspective, and particularly genetics. In contrast to thisinternal (organic), the intention is to include the social conflict in the investigation of the topic agendafocusing on the environment the decisive contribution to the pathological problem.

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    4/18

    4 de 18

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    5/18

    5 de 18

    Introduo

    O desafio desta anlise compreender a origem socialdo ato de adoecer, em geral, e de como acontece oregistro somtico do problema do cncer, em particular, segundo a concepo da Medicina TradicionalChinesa (MTC). Neste sentido, a preocupao analtica desta investigao fundamentar uma articulaoconceitual, sob a tica paradigmtica do chi, para identificar uma contribuio dos mecanismos do conflito

    social no ato de adoecer. Enfim, busca contextualizar o vnculo do conflito social como fator determinante

    do ato de adoecer e, especificadamente, de uma patologia particular: o cncer. A pretenso desta anlise contribuir para que se insira o social na agenda temtica que tem sido dominado por uma viso estritamentebiolgica e, singularmente, gentica. Em contraposio a essa abordagem interna (biolgica), a inteno incluir o conflito social na agenda da investigao do tema, focando na estrutura de dominao social domeio ambiente a contribuio determinante para o problema do registro somtico do ato de adoecer. Aresistncia da concepo interna a argumentao do meio ambiente j foi mais expressiva, mas temdiminudo significativamente, inclusive com um novo conceito incorporado ao debate terico: estil o devida para justificar a origem social do problema do ato de adoecer. Portanto, a meta final desta reflexo

    contribuir para que se perceba o fator externo e, neste, o conflito social como mecanismo desencadeante doregistro somtico do ato de adoecer do cncer.

    Historicamente, na abordagem desta anlise, trs fatores foram determinantes para a motivao dainvestigao: o conceitual, o acadmico e o institucional. Interativamente, os trs (fatores)

    contriburam para a sinalizao da compreenso do fenmeno de forma social. Entretanto, o desafio integrar o que cada (fator) contribuiu para essa caminhada investigativa e como se processou historicamenteessa linha argumentativa da pesquisa.

    Teoricamente, a anlise desta reflexo repousa nos princpios da teoria taosta (os cinco elementos,polaridade yin-yang, ciclos de criao e do controle) e na arquitetura conceitual da medicina tradicionalchinesa (MTC). Contudo, a fonte fundamental da articulao analtica recair no paradigma do chi (energiavital) para compreender o problema em foco. Assim, esta anlise procura compreender se existe aparticipao do conflito social no ato de adoecer e como isto ocorre?Dito de outra forma:o conflito social,

    em interao com o sistema emocional do ser humano, estimula o registro somtico do sofrimentoexistencial no ato de adoecer de cncer?

    O processo de trabalho desta linha de pesquisa tem, estrategicamente, trs metas a serem alcanadas: curto,mdio e longo prazo. No curto, no momento de configurao desta abordagem (fase atual), o foco umestudo exploratrio com nfase em pessoas pblicas, para que se possa articular conceitualmente o que seobjetiva registrar na anlise. Principalmente pelo fato de que o estudo visar pessoas pblicas com registroshistricos do vnculo social com o ato de adoecer: as ilustraes instrumentalizadas nesta reflexo servirode argumento da pesquisa para articular o conflito social ao sofrimento humano. No mdio prazo, a meta sera interveno investigativa na fonte documental memorialista, aprofundada principalmente nos registrosinformativos das obras inseridas nesta anlise como fonte anexa. Neste momento, o resgate da investigaobuscar no registro memorialista informaes principalmente de fundo emocional do envolvimento social dosofrimento humano. E, no longo prazo, a meta ser uma pesquisa de campo aplicada no Hospital do Cncer,aps a aprovao do Comit de tica com Seres Humanos (CEP), para que se aprofunde de forma maisarticulada o nexo social do ato de adoecer. Portanto, na meta de curto prazo, a inteno apenasilustrar osregistros das pessoas pblicas como fonte de demonstrao do vnculo social do ato de adoecer do cncer, nops-fato.

    Estruturalmente, esta reflexo comporta trs eixos temticos distribudos por captulos: no primeiro, a ideia caracterizar os fatores determinantes da investigao, por intermdio de uma sinalizao processual ehistrica dos indicadores da anlise. No segundo, apresenta-se a teoria taosta, com os seus princpios e oparadigma do chi. E, tambm, a contribuio da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), com a sua

    arquitetura conceitual e a fisiologia energtica do chi como paradigma de insero nas relaes sociais

    conflituosas. No terceiro, com tais recursos instrumentais (histricos e conceituais), a aplicao analtica nosregistros somticos do ato de adoecer, desvendando a linguagem corporal manifesta no cncer, conforme asilustraes das pessoas pblicas como sinalizaes dos registros patolgicosi.

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    6/18

    6 de 18

    1. Fatores determinantes da investigao: sinalizao processual

    A meta deste captulo descrever os indicadores determinantes desta investigao, os fatores quecontriburam, historicamente, para a construo da percepo do analista social do tema: a origem social doato de adoecer. Inicialmente, o conceito de participao aplicado ao somtico, no sentido de entender oconceito de cidadania plena; posteriormente, o fator acadmico inserido no contexto do processo de trabalhoda produo monogrfica e, por fim, o fator institucional denunciando uma categoria socialmente adoecida,

    com problemas de sade nas diversas dimenses, mas, principalmente de transtorno mental. Ao concluir aanlise da sinalizao do conflito social como determinante do ato de adoecer, destaca-se o diagnstico daresilincia como resposta ao fator da adversidade na abordagem desta anlise.

    1.1 Conceitual: participao somtica na cidadania

    Na nossa formao acadmica na ps-graduaoiina sociologia, o tema da investigao foi participao dohomem do campo no processo eleitoral no serto nordestino, em geral, e no Serid iiipotiguariv, em particular,no perodo republicano de 1889 a 1950. O foco em torno do conceito de participao instalou-se napercepo do analista social que projetou uma transferncia conceitual da participao da via eleitoral para adimenso corporal, ou seja, passou-se a perceber como as estratgias de poder provocam, em dimenses

    distintas, inclusive no somtico, registros do sofrimento humano como reflexo da estrutura de poder. Oolhar do analista social foi instigado a decodificar a mensagem somtica subjacente na manifestao do atode adoecer. Deste modo, a linguagem corporal tornou-se a zona de fronteira do conhecimento como campoinvestigativo em busca de desvendar o conceito de cidadania, rompendo com uma viso puramente legalistae formalv.

    1.2 Acadmico: sistema da produo monogrfica

    Em 1985, ao ingressar na Universidade Federal de Uberlndia, por concurso pblico, para a disciplina demetodologia da pesquisa socialvi, a proposta de trabalho inovadora implantada na realidade institucional dasCincias Humanas na UFU tornou-se ousada para o contexto universitrio local, pois a aplicao de doisnovos instrumentos de avaliao, o projeto de pesquisa e a monografia, causaram uma reviravolta deparadigma na comunidade da UFU, acostumada com provas e provas, alm de fichamentos massificados. Doconfronto do sistema conservador ao modelo avaliativo monogrfico (inovador), instalou-se uma correlaode foras no sistema acadmico que provocou alianas envolvendo docentes e discentes. A proposta detrabalho da produo monogrfica provocou uma cultura de resistncia que se fortaleceu numa posturaconservadora para bloquear a ideia de mudana. Num ambiente desfavorvel inovao, identificou-se,dialeticamente, a construo de um laboratrio vocacional oriundo do segmento discente no processo da

    produo monogrfica. A dificuldade da escolha do assunto para a pesquisa de investigao acontecia e,ento, instalava-se uma crise existencial profundamente vinculada ao significado da carreira profissionaluniversitria, no curso de graduao. Na macroestrutura do projeto de pesquisa, a definio da escolhatemtica do assunto de pesquisa da monografia provocou um conflito, profundamente enraizado na histria

    de vida do discente, pois o seu processo educacional anterior nunca lhe havia colocado a opo de escolheralgo para conhecer, de forma autnoma e independente, como produtor de conhecimento.

    Por outro lado, a proposta de trabalho da produo monogrfica implantada tambm produzia os mecanismosde autossabotagem dos discentes (Rosner & Hermes, 2009). A partir deste conflito educacional, o docenteenvolvido com o processo de trabalho metodolgico foi despertado para a conscientizao da origem socialdo ato de adoecer, pelos mecanismos internos de bloquear a ideia da produo acadmica. Em funo desteconflito oriundo de uma proposta de trabalho no sistema de ensino superior, o analista social foi motivadopara a temtica da linguagem corporal como fonte de registro dos conflitos emocionais, pois ocorreu ainstalao do processo de auto-sabotagem para se evitar o desenvolvimento pessoal do discente. Portanto, olaboratrio educacional, por intermdio dos mecanismos de resistncia, como o recurso da auto-sabotagem,

    despertou e motivou o olhar clnico do analista social que busca, ento, entender a percepo do conflitointerno que se projeta no registro corporal, manifestando as emoes do sofrimento humano na mensagemsomtica da dor existencial. A presso social da aliana da cultura de resistncia das categorias docente e

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    7/18

    7 de 18

    discente (para evitar a produo monogrfica) produziu, dialeticamente, um alerta de conscientizao doprocesso da origem social do ato de adoecer. O mecanismo de auto-sabotagem decodificou e traduziu para oanalista social uma sinalizao evolutiva da origem do registro somtico do sofrimento da dor humana. Destemodo, a motivao deste processo de investigao tomou contornos desafiantes que se transformaram natemtica investigativa do pesquisador, com certeza, no contexto atualvii.

    1.3 Institucional: categoria socialmente adoecida

    Na convivncia das relaes de trabalho na Universidade Federal de Uberlndia, as informaes circulam deforma marcante acerca do adoecimento dos colegas, ora de docentes, ora de servidores tcnicosadministrativos. Se o dado cotidiano tornou-se uma informao significativa na realidade institucional, poroutro lado, a ausncia de registros oficiais pblicos da situao de adoecimento e falecimentos nos meiosacadmicos provoca uma busca por novas fontes institucionais para construir o argumento do problema quese aborda nesta reflexo. Portanto, a anlise se apoiar em registros que podem sinalizar a gravidade doproblema na realidade institucional do sistema educacional, de forma geral.

    De acordo com o relatrio da Junta Mdica do Estado do Rio Grande do Norte, os professores constituem a

    classe que mais pede licenas mdicas e afastamento temporrio do trabalhoviii. Segundo a fonte oficial do

    Estado potiguar, a Secretaria da Educao e da Cultura lidera o envio de servidores para a Junta Mdica doEstado para afastamento do servio por motivos de sade. Apesar da secretaria de educao com o maiornmero de servidores lotados, os relatos pessoais do estado de sade impressionam diante dos conflitosemocionais perante as relaes de trabalho enfrentadas pelos servidores da educao no sistema estadual.Contudo, uma tendncia dos afastados aponta para um deslocamento do ofcio do magistrio: no querovoltarpara salaix.

    Num outro contexto estadual, e conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Educao Pblica do EspritoSanto, em 2011, 700 professores da rede pblica de Vitria se licenciaram por problemas psiquitricos:depresso, transtornos de ansiedade, transtornos bipolares e o estresse so as doenas responsveis por

    mais de 50% dos afastamentos dos professoresx. Segundo a funcionria dos Recursos Humanos daSecretaria Municipal de Educao de Vitria, o nmero de licenas , sem dvida, preocupantexi.

    O Sindicato dos professores do Estado de So Paulo, em 2006, chama ateno para o problema de sade dosprofessores, no Programa de Sade e Qualidade de Vida do Professorxii, com a preveno e controle dasdoenas ocupacionais, principalmente com o instrumento de trabalho que a voz. A questo de adoecimentoda categoria do professor um problema real e atacado de forma menor, pois parece que ele no existe.Contudo, o tema fica mais desconhecido quando as informaes no se encontram expostas estatisticamente,para que se possa observar o registro do movimento evolutivo do problema na categoria.

    O Correio de Uberlndia afirma que as doenas afastam 14% dos professores na rede estadual de ensino de

    Uberlndia, pois dos 1.330 docentes efetivos nas escolas estaduais, 192 docentes (14,4%) esto afastados

    para tratamento de doenasxiii, conforme a informao da Secretaria Estadual de Educao, do Estado de

    Minas Gerais. E continua o diagnstico: o ndice de afastamento em Uberlndia maior do que o dobro doverificado em nvel estadual. E detalha a argumentao informativa: mais de 90% dos servidoreslicenciados so ligados rea de educao... 21% das licenas foram provocadas por transtornos mentais e

    comportamentaisxiv.

    No resgate evolutivo das fontes documentais oficiais mencionadas, identifica-se a gravidade do problemaenvolvendo a rea educacional e que toma uma dimenso agravante quando se procura uma insero narealidade microestrutural dos adoecidos, a dimenso toma contornos alarmantes, pois a situao individualcresce fora de controlo das medidas preventivas e pblicas. Entretanto, a sinalizao para o adoecimentosocial est comunicando uma mensagem significativa que os especialistas tentam minimiz-lo.

    1.4 Conscincia resiliente: resposta adversidade histrica

    Estrategicamente, os trs fatores determinantes da motivao desta anlise foram contribuintes conceituais ehistricos do processo de trabalho ao longo do percurso. Entretanto, cada fator (conceitual, acadmico e

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    8/18

    8 de 18

    institucional) sinalizou para a conscientizao do fenmeno de forma peculiar. Contudo, o indicadorfundamental para a insero neste processo histrico foi o fator adversidade que se instalou no

    desempenho do ofcio do magistrio no ensino superior. Dialeticamente, se a adversidade cultural foiinstrumento de bloqueio proposta inovadora, pelo outro, tornou-se tambm canal de superao aosmecanismos do sistema de controlo na realidade institucional universitria. Em ltima anlise, aadversidade foi fundamental na construo da motivao do tema (a origem social do ato de adoecer),

    imposto de forma real ao ofcio do magistrio. Deste modo, a adversidade tornou-se um fator determinantedo olhar social temtico. Compreend-lo tornou-se imprescindvel, como estratgia de entender e superaruma situao conjuntural para continuar exercendo o ofcio de ser docente. O laboratrio educacionalconstituiu-se numa fonte privilegiada da qual no se pode abrir mo das mensagens existenciais somticas.Cabe ao analista social decodific-la, como uma resposta resiliente (Tavares, 2001) ao fator adversidadeeducacional imposto historicamente ao processo de trabalho de investigao.

    Mas,como toda essa linha temtica de investigao concretamente comeou? Qual foi o ponto de partidaque redundou nesse processo histrico evolutivo? Em 1991, aps um perodo de ajustes pessoais aocontexto institucional da UFUxv, o autor desta anlise absorveu um stressprofundo, em conjunto com umapneumonia, que redundaram numa internao de quase quinze dias. Logo no incio da consulta, o mdicoclnico da internao comentou: essa universidade est adoecendo os professores, pois na semana passada,

    eu tive outro caso. Na visita hospitalar de um amigo homeopata, ele me indagou de forma espontnea:como est a tua vida? Asduas leituras clnicas distintas foram internalizadas profundamente e, no perodode recuperao, construa-se a resposta resiliente: qual a estratgia para enfrentar o movimento institucionaldominante?Inicialmente, a sada foi criar um vnculo com a atividade fsica como canal de alvio emocional.A opo preliminar foi insero nas artes marciais e o karat tornou-se a fonte inicial para descarregar osconflitos emocionais. Posteriormente, aps cinco anos de envolvimento marcial, apareceu uma nova conexoenergtica: o tai chi. Na aliana dos dois estilos de artes marciais, o estilo externo do karat, da escolajaponesa, com o uso paradigmtico do ki; e o estilo interno do tai chi, da corrente chinesa, com a

    instrumentalizao paradigmtica do chi; emergiu, lentamente, a conscincia energtica da cultura oriental.Da em diante, o cultivo da mentalidade energtica s trouxe uma concepo de mundo que a comunidade

    ocidental comeou a perceber e refletir de forma menos dogmtica. E o desafio de incorporar a concepoenergtica ao mundo acadmico tornou-se uma temtica que passou a ser construda no analista social.Inicialmente, o contato preliminar foi por intermdio da bioenergtica (Lowen, 1982). Em seguida, percebeu-se que a fonte que alimentava a concepo ocidental bioenergtica residia no paradigma do chi, da escolachinesa. O desafio analtico comeava a tomar uma reconfigurao conceitual. Porm, os anos detreinamento tornaram-se fundamentais para se perceber empiricamente o contexto latente das artes marciais.E como incorporar ao mundo acadmico ocidental uma concepo oriental essencialmente energtica?

    2. Filosofia taosta: princpios

    O captulo ter a preocupao de apresentar os princpios da teoria taosta: os cinco elementos, a polaridade

    yin-yang e os ciclos de criao e de controlo. E tambm expe a concepo da medicina tradicional chinesa,com a sua abordagem holstica. Porm, o foco prioritrio da reflexo recair no paradigma do chi, comofonte energtica fisiologicamente determinante. Alm disto, centra a anlise em torno das emoes e, nesta, acompreenso das relaes txicas no conjunto das estruturas sociais. Por fim, uma abordagem dos sistemasenergticos orientais, destacando a distino entre os meridianos e os centros energticos, a partir dosparadigmas fundamentais: o chi da escola chinesa; o ki da vertente japonesa e o prana da corrente

    hindu.

    2.1 Princpios da teoria taosta: os cinco elementos, a polaridade yin-yang e os ciclos de criao e decontrolo.

    Na perspectiva de Jianping (2001), a concepo chinesa tem o seu fundamento na natureza, na qual aintegrao da polaridade do yin-yang constitui a matriz determinante do universo. A fonte do movimento (eda mudana) se embasa na relao interativa dos dois elementos mencionados anteriormente. Neste sentido,

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    9/18

    9 de 18

    o movimento dinmico que impulsiona a realidade csmica. Williams (1995), reforando aargumentao defendida pelo autor anterior, ratifica que o conceito subjacente a Yin e Yang , sem

    dvida, o mais e fundamental para uma boa compreenso da medicina chinesa (p. 19). Contudo, os

    autores citados anteriormente apresentam os cinco elementos (gua, fogo, madeira, metal e terra) comoindicadores dos processos dinmicos, funes e caractersticas do que acontece no mundo natural eaplicam a concepo para interpretao da realidade csmica. Em seguida, apontam os dois ciclos, o ciclo

    da criao e o ciclo do controle, como ferramenta de insero compreensiva da interao do que aconteceno contexto concreto. Torna-se, por conseguinte, uma concepo metodolgica de efetuar uma leitura dosmovimentos que acontecem na realidade, em geral, e da manifestao corporal, em particular. Portanto,constri uma leitura sistmica de mundo que se aplica na interao dos cinco elementos e conforme cadaciclo vivenciado: o de criao ou o de controlo. Existe um instrumental de anlise (polaridade yin-yang,cinco elementos e os ciclos de criao e de controle) que se encaixa nas manifestaes especficasabordadas da realidade csmica.

    2.2 O paradigma do chi: fundamento energtico

    De acordo com Ervil & Ervil (2010), na medicina tradicional chinesa, o fundamento energticoparadigmtico do chi um conceito essencialmente vital para compreender a sua concepo sistmica.O chi forma-se da energia hereditria, da alimentar, da gua e dos gros, e, principalmente, da energiapura da atmosfera. O chi combinaas funes do pulmo, bao, do estmago e dos rins, e visa controlar aenergia do corpo humano. O canal de comunicao de integrao energtica acontece pelo sistema dosmeridianos, que se transformam em condutores energticos no interior do ser. No interior, vinculam-se aosrgos e as vsceras. Na superfcie, ligam-se s conexes dos membros. Nessa configurao estratgica,acontece circulao energtica do chi, a energia vital. Portanto, o desenho arquitetnico energticocomandado pelo paradigma do chi aponta para a origem social das doenas em fatores: climticos emexcessos, patognicos, fadiga, traumas mecnicos e parasitas, dieta inadequada e as emoes: alegria,raiva, ansiedade, medo e preocupao. Neste sentido, aqui, o foco buscar compreender a conexo que seestabelece entre a emoo, representada por alguma das suas expresses, e o registro somtico do vnculo

    que se estabelece na participao corporal do processo de adoecimento patolgico. O campo de atuaopoderia ser ampliado, por exemplo, na questo alimentar como fonte de fatores qumicos e industrializadoscomo contribuintes dos processos digestivos alterados. Mas, foge neste recorte investigativo do que sepretende no foco delimitado do campo emocional.

    2.3 Medicina Tradicional Chinesa (MTC): viso holstica

    Segundo Williams (1996), a Medicina Tradicional Chinesa, com uma abordagem holstica do universo,oriunda da concepo taosta, compe-se da acupuntura, da fitoterapia, da alimentao, dos exercciosestticos e de movimento como recursos de composio conceitual. A fitoterapia, com o uso dos remdios base de plantas, tornou-se uma prtica de interveno de curar a doena com os recursos oferecidos pelanatureza A alimentao naturalista previne os problemas decorrentes de uma alimentao qumica,processada de forma artificial na sociedade contempornea industrializada. Os exerccios estticos (chikungxvi e meditao) e os de movimento (tai chi) contribuem para um fortalecimento do sistemaimunolgico que protege e fortalece o ser humano. Na argumentao de Jianping (2001), a cincia mdicachinesa, ao ter o seu fundamento na natureza, a fonte de movimento e de mudana tem origem na lgicados ciclos de mutao do universo. Portanto, configura-se uma viso materialista da mudana no universo,com a aplicao interativa da relao do homem com a natureza. Assim, o macrocosmo representadopelo universo, cabendo ao homem o papel de microcosmo. A funo de integrao do microcosmo(homem) com o macrocosmo (universo) acontece pela conexo energtica do chi, via canal respiratrio.

    Desta concepo interativa entre o grande universo (macrocosmo) e o pequeno universo, emergem doisconceitos: interpenetrao e correspondncia dos seres humanos com o mundo natural. No desajuste dos

    dois contextos, ocorre a absoro dos conflitos patolgicos.

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    10/18

    10 de 18

    2.3 Sistemas energticos: meridianos X centros energticos (distino)

    Prximo ao final do Sculo XX, uma linha de investigao social configurou-se na abordagem da questocorporal, numa perspectiva distinta da perspectiva biolgica, provocando o confronto do debate entre aanlise interna (biolgica) frente anlise externa (social). O tema da linguagem corporal tomou umadimenso significativa para compreender o ato de adoecer. E a contribuio fundamental originou-se dointercmbio oriente-ocidente, principalmente a partir do processo migratrio das populaes orientais para a

    sociedade ocidental. Com a vinda do contingente populacional dos pases como o Japo e a China, ocorreutambm um movimento de insero de prticas culturais milenares da cultura de l (oriente) para o mundo dec (ocidente). A massificao da cultura oriental popularizou conceitos antes restritos ao mundo do oriente:yoga, artes marciais (karat, jud, kung fu e inmeros outros estilos); as massagens (shiatsu, reiki, do-in,tuin, etc); a fitoterapia, a dietoterapia (o naturalismo, o vegetarianismo e a macrobitica) e, principalmente,a medicina tradicional chinesa (MTC). Contudo, um conceito fundamental vincula-se ao paradigmaenergtico com vrios registros: na escola chinesa, chama-se de chi; na corrente japonesa, de ki, navertente hindu, de prana. Como cada sistema energtico (chins, japons e hindu) funciona na

    instrumentalizao dos seus paradigmas respectivos (chi, ki e prana)?

    No contexto ocidental, ocorreu uma simbiose entre os vrios sistemas energticos orientais, ocorrendo

    perda da identidade da singularidade de cada sistema. O movimento de amalgamar as correntes energticasprovocou a descaracterizao de cada modelo: chins, japons e hindu. A escola chinesa, por meio do seuparadigma chi, privilegia o seu modelo energtico nos meridianos, nos condutores energticos; enquanto

    que a corrente japonesa, por intermdio do ki, e a tendncia hindu, no prana, priorizam (ambas) os

    centros energticos: chacras ou vrtices. Fechando a distino do paradigma fundamental entre as trsescolas, duas correntes (a japonesa e a hindu) privilegiam os chacras; enquanto que a terceira linha, a escolachinesa, concentra o seu modelo nos condutores energticos, os meridianos, canais de transmisso do chi. fundamental definir essa distino entre os trs modelos de sistemas energticos para que se possaproceder a um rigor terico capaz de uma aplicao emprica na investigao. Com esse procedimento, evita-se o amalgamento conceitual entre os paradigmas chi, ki e prana e, tambm, estabelece-se umadistino entre os sistemas energticos que priorizam abordagens diferentes, ora nos meridianos, como

    condutores energticos, ora nos vrtices, como centros energticos.

    3. Origem social do ato de adoecer: o cncer, segundo a MTC.

    A pretenso deste ltimo captulo fechar a anlise com a demonstrao de como a dominao socialprepara, estrategicamente, os vnculos sociais, provocando os registros histricos do ato de adoecer, ora nasrelaes de trabalho, ora nas relaes familiares, para a consumao do vnculo da emoo-doena. Nocenrio exposto historicamente, inicialmente, so mencionados os diagnsticos institucionais (INCA e OMS)acerca dos quais so pontuadas anlises dos vnculos tcnicos nas relaes de trabalho. Posteriormente, seroregistradas as ilustraes histricas do ato de adoecer, com pessoas pblicas, para a demonstrao de como oconflito emocional construiu sinalizaes de mensagens somticas. Por fim, aponta-se para umaidentificao do fator externo, emocional, como determinante do ato de adoecer em geral, e do cncer emparticular.

    3.1 INCA: diagnstico tcnico nas relaes de trabalho

    O Instituto Nacional do Cncerxvii (INCA, 2012) apresentou, recentemente, um diagnstico da vinculaoentre o cncer e o sistema de trabalho, construindo uma caracterizao dos tipos e a sua relao com aexposio ocupacional, definindo os agentes cancergenos e produzindo uma classificao dos agentes e dassubstncias. O mapeamento tipolgico definido criteriosamente em evidncias histricas. Algo que atacapormenores e detalhes realmente significativos para identificar os indicadores ambientais e os processos detrabalho. Contudo, surge uma indagao: e sobre as relaes emocionais, o que foi registrado? Ou seja, o

    sistema emocional algo que foge a abordagem mais criteriosa, simplesmente no existe. E como ficam asrelaes txicas (Frost, 2003) emocionalmente falando, nas relaes de trabalho, nas quais o assdio moral(Hirigoyen, 2001) ocupa um ponto de destaque, mas desconsiderado analiticamente. Tudo isto fica relegado

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    11/18

    11 de 18

    a um mundo fictcio. Porm, como real a atitude de uma relao autoritria e hierarquicamente destrutivainstalada num sistema de trabalho desestabilizante que ataca processualmente a autoestima (Branden, 1997)de um funcionrio inserido num contexto institucional com essa mentalidade txica.

    A Organizao Mundial da Sadexviii, num relatrio emitido em 2011, aponta a radiofrequnciaeletromagntica como um campo de vinculao de radiao ao corpo humano. A composio do grupo detrabalho responsvel pelo diagnstico teve a participao de 31 cientistas de 14 pases que alertaram para a

    radiao extremamente agressiva no ser humano. Segundo Nikolic (2008), ilustrando a relao da radiaoeletromagntica com o corpo humano, informa que o Reino Unido criou uma Diviso de Proteo Radiao para investigar como as foras energticas eletromagnticas interagem com o corpo humano.Diante deste quadro real, a Samsung, em 2014, reconheceu, recentemente, de forma pblica, a gravidade darelao tecnolgica na interao com a sua fora de trabalho especializada e pediu desculpas e prometeu

    compensaes - no especificadas - aos funcionrios ou famlias dos colaboradores que contraram cncer

    enquanto trabalhavam em fbricas de chips na Coreia do Sulxix. A justia brasileira, por solicitao doMinistrio Pblico Estadual de Pernambuco, e atenta a essa relao radioativa interferindo no corpo humano,suspende instalao de torre de telefonia em Pernambuco, no Municpio de Pedra (PE), com a preocupaode preservar a sade da populao diante do processo de expanso do sinal de telefonia celular no

    municpio pernambucanoxx. A prestao jurisdicional monocrtica assumida por esse magistrado no umapostura presente no sistema judicirio brasileiro, entretanto sinaliza para o futuro que comea a semanifestar. A relao do ser humano com o meio ambiente, em especial com o processo radioativoeletromagntico, tem constitudo uma cincia nova, a geobiologia, cincia do habitar, configurando-se naspreocupaes da radiao e sade. Em Uberlndia, o Campus Umuarama da Universidade Federal deUberlndia, no qual se acham instalados o Hospital Universitrio e o Hospital do Cncer, que so cercadospor duas dezenas de antenas de torres de transmisso energtica. Segundo os fundamentos tericos dageobiologia, no permetro urbano, a localizao de tal fonte energtica no deve ser permitida, poisprejudicam os processos bioqumicos e energticos das clulas de nosso corpo; por exemplo, as clulas do

    sistema imunolgico (BUENO, 1995, p. 26). Mas, isto um fato cotidianamente a ser observado nas

    realidades urbanas da sociedade contempornea brasileira, pois no privilgio uberlandense. Contudo, a

    preocupao que se expe a preocupao da capacidade de resistncia do corpo humano em interagir comesse campo de transmisso energticaxxi?

    O Dirio de Natal, na reportagem O Cncer por trs do trabalho, argumenta pontualmente no sentido deidentificar uma conexo entre o cncer e o sistema de trabalho e aponta dois exemplos prticos: o frentista

    do posto de gasolina que fica quase que permanentemente em contato com o benzeno e o pedreiro que

    manuseia o amianto nas caixas da guaxxii. Ambos esto expostos concretamente a um vnculo ocupacionalque estabelece a vinculao entre o trabalhador e a substncia txica que ir provocar uma agresso pelaexposio do trabalhador ao produto agressivo ao corpo humano.

    Portanto, slida a linha de anlise que vincula a fora de trabalho com os indicadores e fatorescontribuintes para o surgimento de problemas cancergenos com a mo-de-obra nos sistemas de produo,

    conforme os diagnsticos institucionais emitidos por um rgo nacional, como o INCA, e internacional,como a OMS, Porm, registre-se a omisso acerca da importncia do fator emocional, por intermdio dasrelaes txicas, como contribuinte da relao patolgica do cncer. Neste vcuo interpretativo, ainvestigao se prope a contribuir para o alerta do significado dos conflitos sociais na origem do problemade adoecer, pois o sistema emocional um fato cultural que no pode ser escamoteado nas abordagensespecializadas.

    3.2 Tecnologia corporal: fonte de mensagens emocionais

    De acordo com (Hui He & Bai Ne, 1999), a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) tem uma estratgiaholstica para fundamentar os seus diagnsticos. Para isto, parte da concepo da manifestao dos ocultos,

    que so os rgos internos: corao, pulmo, bao, fgado e rins. A anlise holstica vincula os cinco rgosinternos s emoes: alegria, ansiedade, preocupao e do pensar, raiva e medo(respectivamente). Destemodo, constri uma tecnologia corporal para anlise dos problemas de sade do ser humano. Em seguida,

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    12/18

    12 de 18

    identifica as seis vsceras (vescula biliar, estmago, intestino delgado, intestino grosso, bexiga e triploaquecedor) e as vsceras extraordinrias (crebro, medula, osso, vasos, vescula biliar e tero).

    E, ento, a MTC detalha, segundo Hui He & Bai Ne, (1999) cada um dos cinco rgos principais e a emoocom a qual se conecta: o corao, fisiologicamente vinculado emoo da alegria, tem como elemento ofogo. Portanto, segundo a MTC, o corao comanda a mente e guarda o esprito. O pulmo, vinculado emoo da ansiedade, tem como elemento o metal, com a funo de controlar a energia do corpo, por

    intermdio da energia respiratria. Assim, provoca a troca entre o interior do corpo e o exterior. Torna-se,por conseguinte, o local de troca do ar e da energia do corpo, pois o metabolismo energtico do pulmomobiliza o ar e a energia impura do interior do corpo. Portanto, a energia que produz um bem-estar deplenitude vincula-se ao pulmo. O bao, fonte de preocupao e do pensar, define como elemento a terra. Asua funo fisiolgica comandar o transporte e a digesto, visando controlar o puro e controlar o sangue.Portanto, a preocupao, em excesso, sai do corao e se reflete no bao, provocando um bloqueio deenergia. O bao e o estmago comandam o sistema digestivo. O fgado vincula-se ao elemento madeira e aemoo raiva. E esta se torna um estmulo prejudicial para a fisiologia corprea. O rim vincula-se emoodo medo e tem como elemento a gua. A sua funo fisiolgica controlar o recebimento do ar e da energia,pois controla os lquidos do corpo. Controla os ossos e forma a medula.

    Assim, estrategicamente, o foco da leitura da MTC priorizar a emoo que se vincula ao rgo paradiagnosticar qual o dano que se pode registrar somaticamente. Ento, nessa perspectiva, a raiva agride ofgado, a preocupao ataca o bao, o medo alcana o rim, a ansiedade afeta o pulmo e a alegria foca ocorao. E se as relaes forem txicas, ento, como fica o registro somtico diante das vibraesenergticas negativas?

    3.3 Ilustraes histricas do ato de adoecer: registros somticos

    Os registros histricos que esta anlise apresenta so exemplos que focam no sentido de demonstrar,preliminarmente e na lgica conceitual da medicina tradicional chinesa, a conexo da origem social do ato deadoecer, com indicadores que sinalizam o vnculo social da relao. Para isto, as pessoas pblicas seroinstrumentalizadas de forma exploratria, pois so de domnio pblico e historicamente conhecidas. E istoajuda a premissa argumentativa, pois o leitor possui conhecimento pblico do contexto e da informaofactual. Entre os registros histricos de domnio pblico que se vale a anlise para demonstrar o vnculo daligao social do ato de adoecer e o conflito social como fonte determinante do problema, destacam-se:Pedro Affonso Collor de Mello, Sandra Regina Machado (Arantes do Nascimento Felinto), o ex-presidenteLus Incio Lula da Silva, o ex-deputado Roberto Jefferson Monteiro Francisco, o ex-deputado LuizGushiken, a atriz Norma Bengel e o ex-vice-presidente Jos Aparecidoxxiii. Qual o vnculo demonstrativo decada registro histrico que a interpretao pretende argumentar? Inicialmente, um registro histricocontemporneo ps-fato. Em seguida, a abordagem foca o registro somtico e, por fim, a conexo social darelao do conflito social com a linguagem corporal.

    Pedro Affonso Collor de Mello, irmo do ex-presidente Fernando Collor de Mello, como empresrio,administrava as empresas da famlia Arnon de Mello, em Alagoas. Assumiu, corajosamente, o papel dedenunciante do esquema de corrupo poltica que provocou o processo de impeachment do membro dafamlia Collor de Melo. Logo aps o conflito institucional instalado no Palcio do Planalto, em Braslia, quelevou a renncia do irmo-presidente, o Pedro Collor manifestou um cncer no crebro que o levou a bito,apesar dos recursos teraputicos da medicina americana oncolgica. No processo do conflito poltico, lanouum registro documental com peculiaridades memorialistas ao conflito familiar e poltico (Kramer & Mello,1993). Portanto, a denncia do Pedro Collor sua prpria identidade social, ao seu cl familiar, o Collor deMello, no teria provocado um sentimento de culpa que se registrou no problema fulminante?

    Sandra Regina Machado lutou persistentemente para ser reconhecida e aceita pelo pai como filha do Sr.dson Arantes do Nascimento, conhecido mundialmente como Rei Pel. Para isto, moveu uma ao de

    investigao de paternidade, iniciada em 1991, e ocorreu o reconhecimento legal em 1996, aps o examepositivo do DNA. Porm, o procedimento judicirio no se constituiu em aceitao de filiao paterna ereforou o sentimento de rejeio filiao paterna. Portanto, a resistncia prolongou-se por toda a vida da

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    13/18

    13 de 18

    Sandra Regina e, em maio de 2005, ocorreu o diagnstico do cncer no seio direito que se espalhou poroutros rgos. Se a mama a representao da mulher adulta, o que representou o registro do adoecimentodo cncer na mama direita como sinalizao somtica do conflito individual oriundo da infncia? Assim, oregistro somtico patolgico na vida adulta significou uma rejeio da infncia negada de forma marcantepela matriz paterna. A simbologia de demarcar, patologicamente, a identidade feminina com um problema deorigem da filiao infantil representativo do nexo social da vinculao do conflito na representao da fase

    adulta da fmea. Alm disto, a resistncia interveno quimioterpica, como atitude de negao dapossibilidade de cura, atesta o grau de gravidade do conflito social. Porm, o registro documentalmemorialista carregado de registro emocional foi manifestado por Sandra Regina na obra aFilha que o Reino quis.

    Lus Incio Lula da Silva, pernambucano e sindicalista no Estado paulista, como metalrgico, construiu a suaidentidade poltica na mesa de negociao sindical com a classe patronal, dialogando oralmente a pauta dereivindicaes dos movimentos sindicais e sociais. A sua ferramenta fundamental de participao polticaconcentrava-se no campo do dilogo. Neste, a fala como instrumento reivindicativo poltico de insero, oque lhe valeu conquistar, na terceira tentativa, de forma resiliente, o cargo de Presidente da Repblica doBrasil: 01/01/2003-31/12/2006 e o segundo mandato em 01/01/2007-01/01/2011, com reeleio. Porm, noperodo da gesto petista, ocorreu o famoso problema jurdico-poltico, conhecido como mensalo do PT.Dialeticamente, ocorreu o envolvimento dos lderes do Partido dos Trabalhadores e, apesar da denncia nocitar manifestamente a participao do presidente Lula, foi indiretamente inserido no problema de corrupopartidria no Congresso Nacional. O conflito institucional do mensalo tomou propores polticas queredundaram no julgamento jurdico do Supremo Tribunal Federal, na Ao Penal 470. No processo dedenncias e recursos do processo judicirio, com idas e vindas das manifestaes do envolvimento doGoverno Lula no esquema do mensalo, em outubro de 2011, apareceu o cncer na laringe, que, apstratamento quimioterpico, foi restabelecido o estado de sade. No caso especfico do Lula, o vnculo daconexo expressivo para o ato de adoecimento social: o cidado que usou a ferramenta oral como recursode participao social, nas mesas de negociaes, o sindicalista que se valia da linguagem oral comoinstrumento de dilogo nas articulaes polticas, ao ser envolvido, dialeticamente, no escndalo do

    mensalo, sem ser citado e, de forma sutil, com a prudncia de no se pronunciar na denncia que envolviamembros do Partido dos Trabalhadores.

    O Roberto Jefferson Monteiro Francisco, historicamente vinculado ao grupo poltico de Fernando Collor deMello na poca da renncia presidencial, ligado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), inclusive seupresidente nacional licenciado. Tornou-se porta-voz do escndalo poltico de corrupo no CongressoNacional, batizado como mensalo do PT. Ao ser denunciante do esquema poltico do governo Lula,envolvendo lideranas influentes do PT, deflagrou a Ao Penal 470 que levou ao Supremo Tribunal Federalfiguras partidrias representativas dos seus partidos e dirigentes partidrios vinculados ao esquema, alm dosparticipantes polticos. E, ao enfrentar e denunciar o processo de corrupo poltica no congresso nacional,contra o partido poltico da situao, o Partido dos Trabalhadores, o grau de presso emocional,

    individualmente, deve ter sido imensa. E o que sobrou para o delator do mensalo, da Ao Penal 470: ocncer no pncreas, no ano de 2012.

    O Lus Gushiken, ex-ministro e ex-deputado federal e um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores,denunciado como ru no esquema do mensalo foi inocentado pelo relator, o Ministro Joaquim Barbosa,presidente do Supremo Tribunal Federal. Em julho de 2011, o procurador-geral da Repblica RobertoGurgel, na apresentao das alegaes finais no caso do mensalo, solicitou a condenao de 36 rus, masexcluiu Lus Gushiken das acusaes. Contudo, a comunicao miditica o condena de forma antecipada, oque provocou a sua retirada, em 2006, conforme carta de despedida do governo: na voragem das denncias,abalou-se um dos pilares do Estado de Direito, o da presuno de inocncia, uma vez que a mera acusao

    foi transformada no equivalente prova de culpaxxiv. Em 2002, ocorreu o diagnstico: cncer no estmago.Em 2013, aps internaes hospitalares, ocorreu o bito. O advogado de Lus Gushiken, pela proximidade doconflito jurdico com o seu cliente, afirmou que ele sofreu mal terrvel com acusao no mensaloxxv.

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    14/18

    14 de 18

    Norma Bengel, artista brasileira conhecida internacionalmente, foi zelosa no trato da representaocinematogrfica, cuidadosa no esquema interpretativo da artista, e, por isto tudo, amada e cultuada comopersonagem cone da cultura brasileira, esqueceu-se de ser criteriosa no trato com a coisa pblica. A atrizenvolveu-se com a burocracia financeira para a produo cinematogrfica do filme O Guarani que lhecausou um transtorno institucional com o Tribunal de Contas da Unio (TCU), por irregularidadesfinanceiras dos recursos oriundos do Ministrio da Cultura. Inclusive, indiciada pela Polcia Federal. O

    conflito institucional provocou um desequilbrio emocional que se somatizou num diagnstico de cncer nopulmo direito.

    O ex-vice-presidente Jos Aparecido, companheiro de chapa presidencial de Lus Incio Lula da Silva,empresrio bem-sucedido do interior, homem verdadeiramente representante das tradies da famliamineira, teve uma ao de investigao de paternidade de Rosemary de Morais para o reconhecimento depaternidade de Jos de Alencar como seu pai legtimo. Apesar da recusa de exame de DNA pelo suposto pai,o juiz de Caratinga, municpio mineiro, reconheceu a filiao e a pleiteante passou a se chamar Rosemary deMorais Gomes da Silva. Houve o recurso contra a deciso e o processo correu em sigilo no Tribunal deJustia de Minas Gerais. Neste contexto, o estado de sade delicado de Jos de Alencar iniciou-se em 1997,com a descoberta de cncer de rim. Posteriormente, um cncer no estmago. Em 2002, um cncer deprstata. Em 29 de maro de 2011, faleceu em decorrncia do cncer na regio abdominal. Simbolicamente,segundo a medicina tradicional chinesa, o rim significa a conexo com a emoo do medo. Incio doprocesso de sofrimento que se instala na histria de vida de um homem pblico conservador e divulgador deum discurso tico e moral na vida pblica.

    3.4 Anlise interpretativa com o chi: foco energtico fisiolgico

    Na lgica da Medicina Tradicional Chinesa, a anlise interpretativa dos registros histricos mencionados daspessoas pblicas ilustrativamente referidas, o que se pode dizer o seguinte: cada um de ns faz a escolha deum rgo de combate, de enfrentamento, conforme a sua contextualizao histrica e com significadorepresentativo da sua identidade pessoal. Claro que tal escolha no se traduz num ato racional e deliberadoconscientemente. Tudo acontece num processo interativo que ocorre de forma histrica sem o controle

    pessoal e consciente. Neste sentido, a representatividade da mama para uma mulher adulta, no caso, a SandraRegina, ao registrar o seu sofrimento oriundo de um conflito infantil por no reconhecimento da filiaopaterna, provocou uma extrao como consumao do registro somtico do conflito social, envolvendo arelao pai e filha, vinculando familiares de ambos os lados. O conflito oriundo da fase infantil bloquearia atransformao da criana em pessoa adulta, em mulher. E qual o rgo manifestaria o conflito no corpohumano da mulher: a mama. Portanto, fica evidenciado o nexo social da vinculao do conflito infantil narepresentao da fase adulta da fmea.

    Na contextualizao do ex-presidente Lus Incio Lula da Silva e o seu problema somtico, um significadosalta aos olhos: o instrumento de conquista poltica e social, a voz, foi o canal de adoecimento do conflitopoltico vivenciado de forma energtica. Ele registrou o seu sofrimento ao adoecer a ferramenta com a qual

    participava dos dilogos reivindicatrios: a voz. Agora, o seu rgo de combate ficava prejudicado diantedos conflitos sociais envolvidos no campo da arena poltica. E, conforme o prprio Lus Incio Lula da Silvaafirmou numa entrevista, de forma autntica, corajosa e verdadeiramente significativa: sem voz estariamortoxxvi, pois o recurso oral representativo da sua identidade poltica, como instrumento de participao noprocesso poltico, ficou com o registro somtico comprometido, patologicamente, pelo adoecimento docncer no instrumento com o qual construiu a sua trajetria poltica: a voz.

    Portanto, o significado fisiolgico do chi aponta para entender como os casos especficos so

    representativos do bloqueio energtico nos rgos de combate que cada um escolhe como fonte deadoecimento social de cncer. A identificao de mais dois casos, o de Pedro Collor e do Roberto Jefferson,ambos responsveis por denncias polticas graves na poltica nacional, conforme exposies anteriores

    mencionadas nesta anlise, o mecanismo do sentimento de culpa do primeiro, Pedro Collor, deflagrou ocncer na cabea, pois a sua denncia focou na prpria rede familiar. O Roberto Jefferson, na mesmapostura de denunciante, no caso, o mensalo, tambm desenvolveu um registro somtico aps o papel de

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    15/18

    15 de 18

    porta-voz: o cncer no pncreas. Ento, que se contextualize cada identidade pessoal dos dois denunciantes eque se vincularam a rgos distintos para registro somtico do sofrimento humano.

    Concluso

    A anlise desta investigao (de entender a origem social do ato de adoecer, em geral, e do cncer, emparticular, sob a tica da concepo da medicina tradicional chinesa)busca compreender como o registro

    somtico manifesta, inicialmente, o problema do sofrimento humano vivenciado como reflexo das estratgiasde poder na realidade das relaes sociais e, tambm, pretende construir uma leitura da lgica subjacente quefoge a concepo dominante: a competente anlise biologizante (fator interno) que despreza ou relega a umplano secundrio o fator social (externo) como protagonista do estado de adoecimento social do humano.Portanto, a estratgia de construo da reflexo apresenta a dimenso do fator interno, biologizante, semneg-lo, pois um fato real e verdadeiramente concreto, construdo sistematicamente nas idas e vindas daspesquisas. Contudo, apresenta agenda temtica uma varivel interveniente escamoteada historicamente:fator externo do conflito social como fator determinante do registro somtico. E a instrumentalizao daspessoas pblicas ilustra a pesquisa exploratria da investigao.

    Para articular estrategicamente o estudo acerca do tema, apoia-se nos princpios da filosofia taosta: teoria

    dos cinco elementos, a polaridade yin-yang e o ciclo criativo e de controlo. Contudo, o foco fundamental daanlise na instrumentalizao do paradigma do chi como recurso de insero na anlise do registrosomtico do sofrimento humano. E com esse arcabouo conceitual, insere-se a medicina tradicional chinesapara explorar a fisiologia energtica do chi numa perspectiva holstica. Nesse contexto, as emoes sofocadas como fatores fundamentais de articulao da anlise histrica do adoecimento social. Por fim,explora a tecnologia corporal como fonte de mensagens emocionais das relaes sociais txicas. Assim, oestudo busca compreender a estratgia da dominao social e como o adoecimento social est vinculadointimamente aos sistemas energticos emocionais da sociedade humana. Claro que, segundo a perspectivadesta abordagem, que se apropria de uma concepo de mundo na qual o microcosmo (humano) se articula einterage com o macrocosmo por intermdio do sistema energtico (energia vital) comandado pelo chi.

    Deste modo, o instrumental analtico torna-se recurso fundamental para compreender a origem do registrosomtico e como ocorre o processo de adoecimento social.

    Dialeticamente, esta proposta de trabalho originou-se de um conjunto de fatores adversos mencionados comofatores determinantes da construo da linha investigativa: inicialmente, o conceito evoludo de participao

    somtica em busca da cidadania; em seguida, o fator acadmico no processo da produo monogrfica, pelaresistncia do corpo discente produo acadmica e a emergncia dos mecanismos de auto-sabotagem, e,por ltimo, a convivncia com uma categoria adoecida pelo contexto essencialmente desestabilizante: oprofessor. Portanto, a reflexo uma resposta resiliente situao adversa que todos ns, profissionaisvinculados ao sistema educacional brasileiro, podemos oferecer acerca da origem social do ato de adoecer.Contudo, extrapola as fronteiras da categoria para provocar a insero de novos atores sociais comoilustrao para que se compreenda o problema de forma histrica. Na realidade, ataca-se de forma sutil osistema emocional, nas suas relaes txicas, como fator determinante de uma vida saudvel. , porconseguinte, a contribuio resiliente do mundo acadmico adversidade da dominao socialxxvii.

    Referncias bibliogrficas

    Bai Ne, Zhang; HUI HE, Yin (1999). Teoria bsica da Medicina Tradicional Chinesa. So Paulo: Atheneu.

    Ballone, Geraldo Jos; Pereira Neto, Eurico; Ortolani, Ida Vanit (2002). Da emoo leso: um guia deMedicina Psicossomtica. So Paulo: Manole.

    Branden, N. (1997).Auto-estima e os seus seis pilares. So Paulo: Saraiva.

    Bueno, M. (1995). O Grande livro da casa saudvel. So Paulo: Roca.Carnie, L. V. (2003). Chi Gung: cura chinesa, energia e magia natural. So Paulo: Pensamento.

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    16/18

    16 de 18

    ------; Li, Juan (2001).A Estrutura interior doTai Chi. So Paulo: Pensamento.

    ------. Saxer, Dena. O Tao da sabedoria emocional: aprenda a transformar a raiva, medo e depresso emoportunidades de crescimento. So Paulo: Cultrix.

    Cesar, Bel. (2005). O Livro das emoes: reflexes inspiradas na Psicologia do budismo tibetano. SoPaulo: Gaia.

    Dahlke, Rudiger (1999). A Doena como linguagem da alma: os sintomas como oportunidades dedesenvolvimento. 2 ed. So Paulo: Cultrix.

    Dantzer, R (1989).Las Emociones. Barcelona: Paids.

    Dethlefsen, Thorwald; Dahlke, Rudiger (1995). A Doena como caminho: uma viso nova da cura comoponto de mutao em que um mal se deixa transformar em bem. So Paulo: Cultrix.

    Ergil, M. C. & Ergil, K. V (2010).Medicina chinesa: guia ilustrado. Porto Alegre: Artmed.

    Frost, Peter J. (2003).Emoes txicas no trabalho. So Paulo: Futura.

    Guiraud, Pierre (1991).A Linguagem do corpo. So Paulo: tica.

    Hegenberg, Lenidas (1998).Doena: um estudo filosfico. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.Hirigoyen, Marie-France (2001). Assdio moral:a violncia perversa no cotidiano. 2 ed. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil.

    INCA (2012).Diretrizes para a vigilncia do cncer relacionada ao trabalho. Rio de Janeiro: INCA.

    Jahnke, R (2005). A Promessa de cura do Qi: criando um bem-estar extraordinrio com o Qigong e o TaiChi.So Paulo: Cultrix.

    Jianping, H (2001).Metodologia da medicina tradicional chinesa. So Paulo: Roca.

    Kit, W. K (2001). O Livro completo do Tai Chi Chuan:um manual pormenorizado dos seus princpios eprticas. So Paulo: Pensamento.

    Lade, Arnie; Svoboda, Robert (1998). Tao e Dharma: Medicina Chinesa e Ayurveda. So Paulo:Pensamento.

    Leshan, L (1992). O Cncer como ponto de mutao. 4 ed. So Paulo: Summus.

    ------ (1994).Brigando pela vida: aspectos emocionais do cncer. So Paulo: Summus.

    Liao, Waysun (2003). Clssicos do Tai Chi. So Paulo: Pensamento.

    Lowen, Alexander (1982).Bioenergtica. 5 ed. So Paulo: Summus.

    Nikolic, Seka. ((2008). Voc pode se curar: atinja o equilbrio praticando a bioenergia. Rio de Janeiro:BestSeller.

    Page, C. R (2001). Anatomia da cura: o significado da doena fsica, mental e espiritual. So Paulo:Ground.

    Perera, Sylvia Brinton (1991). O Complexo de bode expiatrio: rumo a uma mitologia da sombra e da culpa.So Paulo: Cultrix.

    Santos, J. C. dos & Vilela, N. F. (2010). Leitura corporal: a linguagem da emoo inscrita no corpo. BeloHorizonte: Ncleo de Terapia Corporal.

    Stemme, Fritz (1999). O Poder das emoes: a descoberta da inteligncia emocional.So Paulo: Cultrix.

    Qing, Sun Jun (1999). Chikung: a iluminao do corao. So Paulo: Madras.

    Reich, W (2009). A Biopatia do cncer. So Paulo: Martins Fontes.

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    17/18

    17 de 18

    Rosner, S. & Hermes, P. (2009). O Ciclo da auto-sabotagem: por que repetimos atitudes que destroemnossos relacionamentos e nos fazem sofrer. Rio de Janeiro: Best Seller.

    Tavares, J. (org.). (2001).Resilincia e educao. So Paulo: Cortez.

    Wallner, F. G. (2011). Medicina Tradicional Chinesa: um modo alternativo de pensar. So Paulo:Pensamento.

    Williams, T. (1996). A Medicina chinesa: acupuntura, plantas medicinais, nutrio, chi kung e meditao.Lisboa: Estampa.

    Anexo

    Agus, David B. (2013).A Vida sem doenas. Rio de Janeiro: Intrnseca.

    Cameron, Leslie e outros (1993). O Refm emocional: resgate sua vida afetiva. 3 ed. So Paulo: Summus.

    Chodron, T (2007). Trabalhe sua raiva: liberte-se dos sentimentos negativos e conquiste a felicidadeduradoura. Rio de Janeiro: Nova Era.

    Cordield, D. & Leader, D. (2009). Por que as pessoas ficam doentes? Como a mente interfere no bem-estarfsico.Rio de Janeiro: Best Seller.

    Felinto, S. R. A. N. ( ). A Filha que o Rei no quis. So Paulo: Roccia.

    Goldberg, Jane G. (2000). Tenho raiva: o papel positivo das emoes negativas nos relacionamentos. SoPaulo: Mercuryo.

    Guilherme, F. (2012). Giane: vida, arte e luta. Rio de Janeiro: Sextante.

    Kramer, Dora; Mello, Pedro A. C. (1993). Passando a limpo: a trajetria de um farsante. So Paulo:Record.

    Sanders, L. (2010). Todo paciente tem uma histria para contar: mistrios mdicos e a arte do diagnstico .Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

    Servan-schreiber, D. (2008). Anticncer: prevenir e vencer usando nossas defesas naturais.Rio de Janeiro:Objetiva.

    Stone, Gene. (2012). Os Segredos das pessoas que nunca ficam doentes.So Paulo: Lua de Papel.

    Walton, S. (2007). Uma histria das emoes. Rio de Janeiro: Record.

    Yancey, P. (2005). A Ddiva da dor: por que sentimos dor e o que podemos fazer a respeito.So Paulo:Mundo Cristo.

    i Esta investigao, desenvolvida de forma individual, na comunidade universitria local tem encontrado muitaresistncia e posicionamentos conservadores: voc mdico?, voc no est viajando?, voc no est delirando?,

    voc acredita nisto etc. Em funo desta conjuntura, toma-se a atitude de apresent-lo processualmente em algunseventos (ALAS, CISO, APS, etc.) que tenham o Grupo de Trabalho da sociologia e antropologia das emoes comoeixo. Neste sentido, a comunidade especializada tem ajudado a construir o pensamento temtico, com umquestionamento reflexivo no assunto. E a conexo tem propiciado avanos significativos pelos pontos oportunamentelevantados. Portanto, esta investigao se expe com a inteno de buscar posicionamentos crticos distintos paraavanar nesta linha temtica da pesquisa.iiNo mestrado, com a orientao do prof. Dr. Dcio A. M. Saes, Unicamp, 1984. No doutorado, com a orientao doProf. Elimar Pinheiro do Nascimento, UnB, 2003.iiiMicrorregio do semirido nordestino.ivRelativo ao Estado nordestino do Rio Grande do NortevRecentemente, o Governo brasileiro instituiu a Poltica Nacional de Participao Social, pelo Decreto n 8.243, de 23de maio de 2014. Uma linha de pesquisa promissora a ser esmiuada.vi

    As disciplinas da linha metodolgica eram basicamente duas: Mtodos e Tcnicas de Pesquisa (MTP) e MetodologiaCientfica.

  • 7/25/2019 Viii Com0173

    18/18

    vii O laboratrio educacional universitrio ofereceu sinalizaes histricas que no seriam encontradas em nenhumregistro bibliogrfico, com certeza. A resistncia contra a monografia trouxe uma ddiva desafiante, principalmente

    pelas mensagens somticas de fuga.viiiLucena, R. (2011). Professor: categoria que mais adoece. Recuperado em 18/09/2011, dehttp://tribunadonorte.com.br/print.php?not_id=196336.ixIdem, p. 1.xBernardes, F. (2011). Em 2011, 700 professores se licenciaram na rede pblica de Vitria por problemas

    psiquitricos. Recuperado em 30/08/2011, dehttp://notcias.uol.com.br/educao/2011/08/30/.xiIdem, p. 1 e 2.xii Sinpro-sp (2006). Sade do professor: a voz do professor. Recuperado em 31/10/2006, dehttp://www.sinprosp.org.br/saude.asp.xiiiFernandes, A. (2013), Doenas afastam 14% dos professores. Recuperado em 27/06/2013, dehttp://www.correiodeuberlandia.com.br.xivIdem, p. 1 e 6.xvPode-se identificar nesta anlise a histria oficial. Existe uma verso subjacente que, por diplomacia investigativa, exposta de forma simblica. Na realidade, a inteno final identificar como a relao de dominao social prepara oregistro somtico do sofrimento humano.xviOutra grafia tambm adotada, como variante: chi kon.xvii Trabalho tecnicamente exaustivo e representativo da real situao do que acontece historicamente no contextohospitalar do INCA. No se pretende um dilogo mais profundo com o relatrio, neste momento, pois foge ao objetivo

    desta anlise, alm do limite espacial e analtico desta reflexo. Contudo, brevemente, receber uma interao dialgicainterpretativa.xviii Organizao Mundial da Sade: Relatrio da International Agency for Research on Cancer, IARC clssifiesradiofrequency electromagnetic fields as possibly carcinogenic to humans. Recuperado em 31/05/2011, de

    http://terrance.who.int/mediacentre/audio/press_briefings/.xixUOL (2014). Samsung pede desculpas e promete recompensar funcionrios vtimas de cncer. Recuperado em14/05/2014, dehttp://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/.xxGama, A. (2011). Para preservar sade da populao, Justia suspende instalao de torre de telefonia em

    Pernambuco. Recuperado em 28/06/2011, dehttp://noticias.uol.com.br/cotidiano.xxiAqui, a inteno demonstrar uma linha de pesquisa paralela anlise desta reflexo que foca sua abordagem nosistema emocional, apenas.xxiiMariz, R. (2012). O Cncer por trs do trabalho. Recuperado em 06/05/2012, de http://www.diariodenatal.com.br.xxiiiAlguns exemplos poderiam ser usados, ocorridos recentemente, porm, no limite deste artigo, ficam excludos. Umcaso ilustrativo poderia ser do deputado federal da poltica potiguar, o Joo Faustino, envolvido num escndalo

    judicirio. Inclusive, lanou um depoimento memorialista que foi publicado na obra Eu Perdoo, na qual apresenta a suaverso pessoal do envolvimento poltico. Outro exemplo o do ator brasileiro Reinaldo Gyanechini, envolvido numatrama maquiavlica. Tal conflito provocou no s o cncer do mesmo, como tambm do seu pai, que foi a bito, comum cncer fulminante no fgado. Apenas, fique o registro memorialista de coautoria do mesmo neste anexo.xxiv Rovai, R. (2013). O voto de Mello me faz lembrar uma matria de Veja sobre Gushiken. Recuperado em19/09/2013, de Brasil 247, jornal eletrnico para tablet.xxv Torres, L. (2013). Gushiken sofreu mal terrvel com acusao do mensalo. Recuperado em 09/09/2013, dehttp://g1.globo.com/politica/mensalo /noticia.xxvi Collucci, C. & Bergamo, M. (2012). Sem voz estaria morto. Recuperado em 30/03/2012, dehttp://www1.folha.uol.com.br/poder.xxviiAo fechar esta abordagem exploratria, abre-se a perspectiva da continuidade do estudo na fonte documental comfoco nos registros dos memorialistas como campo informativo de materializao e aprofundamento da anlise temtica,conforme o anexo das obras mencionadas na meta de mdio prazo.

    http://tribunadonorte.com.br/print.php?not_id=196336http://tribunadonorte.com.br/print.php?not_id=196336http://xn--notcias-9ya.uol.com.br/educa%C3%A7%C3%A3o/2011/08/30/http://xn--notcias-9ya.uol.com.br/educa%C3%A7%C3%A3o/2011/08/30/http://xn--notcias-9ya.uol.com.br/educa%C3%A7%C3%A3o/2011/08/30/http://www.sinprosp.org.br/saude.asphttp://www.sinprosp.org.br/saude.asphttp://www.correiodeuberlandia.com.br/http://www.correiodeuberlandia.com.br/http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/http://noticias.uol.com.br/cotidianohttp://noticias.uol.com.br/cotidianohttp://noticias.uol.com.br/cotidianohttp://www1.folha.uol.com.br/poderhttp://www1.folha.uol.com.br/poderhttp://www1.folha.uol.com.br/poderhttp://noticias.uol.com.br/cotidianohttp://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/http://www.correiodeuberlandia.com.br/http://www.sinprosp.org.br/saude.asphttp://xn--notcias-9ya.uol.com.br/educa%C3%A7%C3%A3o/2011/08/30/http://tribunadonorte.com.br/print.php?not_id=196336