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www.canalmoz.co.mz | ano 5 | numero 888 | Maputo, Sexta-Feira 01 de Fevereiro de 2013 Director: Fernando Veloso | Propriedade da Canal i, lda Sede: Av. Samora Machel n.º 11 - Prédio Fonte Azul, 2º Andar , Porta 4, Maputo | Registo: 18/GABINFO-DEC/2009 e-mail: [email protected] | grafi[email protected] | Telefones: 823672025 - 842120415 - 828405012 Publicidade Violado um dos compromissos do Governo com a AMM Governo vinga-se dos médicos estagiários que aderiram à greve Despacho do director da Faculdade de Medicina da UEM ordena reprovação compulsiva dos estudantes que faltaram ao estágio (nos dias da greve) dos médicos. A ordem emana de uma reunião que teve lugar na Faculdade de Medicina no dia 29 de Janeiro findo. A greve dos médicos terminou com a promessa de ambas as partes de que “os machados de guerra” estavam enterrados e que ninguém seria penalizado pela paralisação, mas isto revela o grau de falta de palavra e de seriedade do Governo. Maputo (Canalmoz) – O Governo ainda não “engoliu” a recente gre- ve dos médicos que durante uma semana paralisou parcialmente as actividades médicas nos hospitais públicos, até que o executivo cedes- se às exigências da classe. A greve terminou com a promessa de ambas as partes de que “os machados de guerra” estavam enterrados e que ninguém seria penalizado pela pa- ralisação, mas o Canalmoz está na posse de um despacho do director da Faculdade de Medicina da Uni- versidade (estatal) Eduardo Mon- dlane, que ordena a reprovação de todos os estudantes do sexto ano que faltaram ao estágio profissional. O despacho visa, claramen- te, atingir os estudantes que aderiram à greve dos médicos. A acção é típica de vingança. O despacho assinado pelo Prof. Dr. Mohsin Sidat, enquanto repreende com reprovação automática a todos os estudantes de medicina estagiá- rios que faltaram aos estágios (por terem aderido à greve dos médicos), por outro lado premeia com distin- ção, “Certificado de Reconhecimen- to”, os que não faltaram ao estágio, ou seja, os que não aderiram à greve. Esta decisão mostra que a com- petência é posta de lado na Facul- dade de Medicina, colocando-se em primeiro plano questões polí- ticas como aderir ou não à greve. O despacho é o primeiro a ser exarado este ano pela Faculda- de da Medicina. Leva a referência “Despacho 01/FM/2013”. A sua elaboração saiu de uma reunião

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www.canalmoz.co.mz | ano 5 | numero 888 | Maputo, Sexta-Feira 01 de Fevereiro de 2013Director: Fernando Veloso | Propriedade da Canal i, lda

Sede: Av. Samora Machel n.º 11 - Prédio Fonte Azul, 2º Andar , Porta 4, Maputo | Registo: 18/GABINFO-DEC/2009

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Violado um dos compromissos do Governo com a AMM

Governo vinga-se dos médicos estagiários que aderiram à greve

Despacho do director da Faculdade de Medicina da UEM ordena reprovação compulsiva dos estudantes que faltaram ao estágio (nos dias da greve) dos médicos. A ordem emana de uma reunião que teve lugar na Faculdade de Medicina no dia 29 de Janeiro findo. A greve dos médicos terminou com a promessa de ambas as partes

de que “os machados de guerra” estavam enterrados e que ninguém seria penalizado pela paralisação, mas isto revela o grau de falta de palavra e de seriedade do Governo.

Maputo (Canalmoz) – O Governo ainda não “engoliu” a recente gre-ve dos médicos que durante uma semana paralisou parcialmente as actividades médicas nos hospitais públicos, até que o executivo cedes-se às exigências da classe. A greve terminou com a promessa de ambas as partes de que “os machados de guerra” estavam enterrados e que ninguém seria penalizado pela pa-ralisação, mas o Canalmoz está na posse de um despacho do director da Faculdade de Medicina da Uni-

versidade (estatal) Eduardo Mon-dlane, que ordena a reprovação de todos os estudantes do sexto ano que faltaram ao estágio profissional.

O despacho visa, claramen-te, atingir os estudantes que aderiram à greve dos médicos.

A acção é típica de vingança. O despacho assinado pelo Prof. Dr. Mohsin Sidat, enquanto repreende com reprovação automática a todos os estudantes de medicina estagiá-rios que faltaram aos estágios (por terem aderido à greve dos médicos),

por outro lado premeia com distin-ção, “Certificado de Reconhecimen-to”, os que não faltaram ao estágio, ou seja, os que não aderiram à greve.

Esta decisão mostra que a com-petência é posta de lado na Facul-dade de Medicina, colocando-se em primeiro plano questões polí-ticas como aderir ou não à greve.

O despacho é o primeiro a ser exarado este ano pela Faculda-de da Medicina. Leva a referência “Despacho 01/FM/2013”. A sua elaboração saiu de uma reunião

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havida no dia 29 de Janeiro de 2013, na Faculdade de Medicina.

Eis o conteúdo essencial do documento.

1. Todos os estudantes do 6º ano que comprovadamente faltaram às suas obrigações académicas consideram-se reprovados no seg-mento do estágio médico integra-do onde se encontravam quando o referido incumprimento ocorreu;

2. A data do início para a repeti-ção do estágio em que reprovaram fica ao critério dos Departamen-tos onde o mesmo deve decorrer;

3. Será atribuído um certificado de reconhecimento aos estudantes que cumpriram com dedicação, ab-negação e até com algum “sacrifí-cio” as suas obrigações académicas.

Ainda não conseguimos obter a reacção dos estudantes visados nem da direcção da Faculdade da Medicina. (Borges Nhamirre)

Maputo (Canalmoz) – Naquilo que preferiu chamar do seu último pedi-do, o historiador e analista político moçambicano, Egídio Vaz, escreveu uma carta aberta, publicada nas redes sociais, em que pede ao Presidente da República, Armando Guebuza, a construção de uma Arca parecida com a de Noé, relatado nas escritu-ras bíblicas, em que no final do seu mandato (2014) todos moçambica-nos embarcariam em busca de ou-tras alternativas de vida condigna. Na opinião deste historiador, é pre-ferível que o povo moçambicano vá viver para o alto-mar e à deriva, a ter que viver em Moçambique, pois, segundo a sua opinião, até lá (2014) nada mais sobrará para o povo “que não seja propriedade de Guebuza”.

É a sátira encontrada pelo his-

toriador para criticar o espíri-to acumulador e de culto à per-sonalidade do chefe de Estado.

Transcrevemos a seguir, na ín-tegra, a sua breve epístola:

“Pequeno pedido ao Pai da Nação moçambicana”

Por Egídio G. Vaz Raposo

“Querido Pai da Nação.A aproximadamente dois anos do

aparente fim do seu mandato, tomei a liberdade de fazer-lhe o meu último pedido. E espero que consiga satisfa-zê-lo, uma vez que pela grandiosidade das suas obras, até o filósofo moçambi-cano Silvério Ronguane propôs que a História da Humanidade o recordasse como GUEBUZA, O CONSTRUTOR.

Gostaria que o final da sua glorio-

sa etapa na direcção do país (2014) coincidisse com a disponibiliza-ção ao povo moçambicano de uma ARCA, parecida com a de Noé bí-blico, em que todos moçambicanos pudessem nela embarcar em bus-ca de outras possibilidades de vida.

A razão para tal pedido é simples: até lá, não restará mais nada aos moçambicanos que não seja do se-nhor Armando Guebuza: desde os homens às coisas materiais. Com esta ARCA, o senhor terá feito um favor inimaginável aos moçambi-canos, que, deixados à deriva e no alto-mar, lograrão outras alternativas de vida condigna: seja como escra-vos por opção ou cidadãos livres.

Obrigado Maputo, ao 30 de Janeiro de 2013

Historiador e analista político Egídio Vaz pede “Arca de Noé” a Guebuza

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Algo está errado nos exames de admissão à UEM

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Maputo (Canalmoz) – Minha so-brinha de 17 anos concorreu este ano para ingressar na UEM. Queria cursar Engenharia Civil (1ª opção) ou Arquitectura e Planeamento Fí-sico (2ª opção). Não conseguiu ser admitida em qualquer dos cursos, mas não só: tirou notas vergonho-sas nos exames de admissão a que foi submetida. 7 valores no exa-me de Desenho; 4.5 valores no

de Matemática e 4.1 no de Física.A minha sobrinha acabou de dis-

pensar a quase todas as discipli-nas (excepto física) na 12ª classe em 2012. O que teria acontecido para que de excelente aluna em 2012 passasse a péssima concor-rente à universidade em 2013?

(A minha sobrinha pode ter mui-tos defeitos pessoais associados à sua faixa etária – adolescente – mas

à escola ela é muito dedicada. Ser admitida no ensino superior era a coisa que mais queria. E não lhe fal-tou motivação para se preparar. Se tivesse sido admitida, mudava-se já este Janeiro da Maxixe, onde nas-ceu e sempre viveu, para Maputo, onde iria prosseguir com os estudos. Isto por si só era uma grande moti-vação. Para não cair no precipício das generalizações, não vou falar de

por Borges NhamirreCanal de Opinião

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todas as províncias, mas posso afir-mar com grande margem de certeza que quase todos os manhembanes como eu e a minha sobrinha dariam a vida para irem viver, estudar e tra-balhar para Maputo. Mas não só, a minha sobrinha concluiu o nível médio sem nunca repetir uma classe ou disciplina sequer, não lhe devia faltar motivação nem inteligência para, pelo menos, conseguir 10 va-lores em cada exame que realizou).

Fiquei curioso e fui então à pági-na web da UEM onde estão divul-gados os resultados dos exames de admissão. Queria tirar uma amos-tra dos resultados para analisar as admissões, não-admissões e no-tas conseguidas pelos admitidos.

No campo de pesquisa optei pelo nome “João” – por ser mui-to popular, e Província de Maputo – por apresentar mais candidatos.

Os resultados

Nos resultados (pode vê-los nes-te link http://www.admissao.uem.mz/resultados/resultadosUEM.php, dos primeiros 100 nomes apre-

Pretória (Canalmoz) – Helen Zil-le, presidente da Aliança Demo-crática (DA), principal partido da oposição na Africa do Sul, instou o chefe de Estado sul-africano, Jacob

sentados, de um total de 1234, apenas 8 candidatos foram admiti-dos aos cursos a que concorriam.

Destes 8 admitidos, apenas um (1) conseguiu tirar notas positivas em todos exames: 14.6 valores a Português e 13 valores a história.

Os restantes 7 foram admitidos ou com ambas notas negativas ou com pelo menos uma das notas negati-vas. Há casos mais gritantes como o de um candidato que foi admi-tido ao curso de Engenharia Civil com média de 6.4 valores. Conse-guiu 7.3 valores no exame de Físi-ca e 5.5 valores no de Matemática.

Isto deixou-me mais preocupado, agora não só com a minha sobrinha, mas com toda a comunidade estu-dantil. Não conseguia e até agora não consigo entender como num universo de 100 candidatos apenas 8 são admitidos e destes apenas um consegue fazê-lo com mérito (tirar notas positivas em todos os exames).

Parece-me que muita coisa está errada no nosso sistema do ensino. Não é minha área de trabalho, por isso admito não conhecer muito bem como o processo de examinação

Zuma, a instaurar uma comissão de inquérito judicial para se inves-tigar as despesas do governo para com o jornal «The New Age». Zille alega que este jornal “é financiado

dos alunos concorrentes ao ensino superior decorre, mas não me soa nada católico que em 100 candida-tos apenas um consiga ser admitido com mérito: obter notas positivas.

Não sei se os dirigentes do sector de educação pensam nisto. Eu jul-go que ou não existe uma ligação entre as direcções de Ensino Secun-dário, Técnico Médio-Profissional e Ensino Superior, lá no Ministério da Educação, ou 99% dos estudantes são incompetentes, o que me pa-rece menos provável. Pois também não faz sentido que os alunos que concluem “com mérito” o ensino médio saiam envergonhados dos exames de admissão ao ensino su-perior. Ou será que o ensino secun-dário é uma fraude que se revela no péssimo aproveitamento dos seus graduados, quando estes tentam passar à outra fase: ensino superior?

Seja como for, quem rece-be salário proveniente das con-tribuições dos moçambica-nos, deve pensar e resolver isto.

Estes dados são preocupantes. Isto são factos. Não se trata de suposições. (Borges Nhamirre)

quase na totalidade pelos governos do ANC a nível nacional e provin-cial”. O regime do ANC deu ins-truções a empresas públicas como a transportadora aérea, SAA, e a

Africa do Sul

Líder da oposição exige investigação sobre financiamento de jornal pelo regime do ANC

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Eskom, para que canalizassem pu-blicidade para o «The New Age».

A SAA adquiriu um número ex-cessivo de exemplares do «The New Age» para distribuição gra-tuita nos voos domésticos e in-ternacionais da transportadora.

Desde Dezembro de 2010, o «The New Age» recebeu pelo menos 64,6 milhões de randes (aproxima-damente 211 milhões de meticais) do governo sob a forma de publi-cidade e patrocínio de actividades organizadas pelo jornal, proprie-dade de Atul Gupta, um empre-sário com conhecidas ligações a Zuma e ao ANC. Entre Dezem-bro de 2010 e Outubro de 2012, a Eskom despendeu 4,387,096 de randes (cerca 14,3 milhões de me-ticais) e a SAA 1,281,120 de randes ( mais de 4 milhões de meticais), especialmente em publicidade en-

Maputo (Canalmoz) - Tal como aconteceu com o projecto de areias pesadas de Muebase, no distrito de Pebane, província da Zambézia, o projecto das areias pesadas de Chibuto, província de Gaza, está também em “banho--maria” por decisão do Governo.

O executivo moçambicano acaba de determinar a anulação do con-curso restrito lançado o ano passa-do, para o desenvolvimento do pro-

comendada ao «The New Age».A líder da oposição comparou as

relações entre o regime do ANC e o «The New Age» ao escânda-lo de informação durante a era do apartheid quando John Vorster era primeiro-ministro. O governo de Vorster financiou o lançamento do jornal «The Citizen» e do semaná-rio «To The Point» como forma de apoio ao regime do apartheid, o que incluía a promoção de inte-resses económicos de empresas públicas sul-africanos, designada-mente a transportadora ferroviária, South African Railways (SAR), em países vizinhos como Moçambique.

O regime da Frelimo beneficiou de apoios da SAR a partir de 1977, ano em que expirou o contrato de pessoal dos portos e caminhos de ferro moçambicanos, assinado entre Moçambique e o Estado português

jecto de areias pesadas de Chibuto, por alegado incumprimento dos prazos por parte da firma vencedora.

Há informações de ter havido interferência política ao mais alto nível para afastar o vencedor do concurso do ano passado. A minis-tra dos Recursos Minerais, Esperan-ça Bias, determinou a anulação do concurso restrito lançado o ano pas-sado para o desenvolvimento dos ja-zigos das areias pesadas de Chibuto.

por altura da Independência. As relações entre a SAR e o regime da Frelimo, incluindo a expansão do ramal ferroviária Maputo-Komati-poort beneficiaram da ampla cober-tura da comunicação social a sol-do do regime do apartheid. Eschel Rhoodie, figura chave do escândalo da informação do apartheid, chegou a entabular negociações com enti-dades ligadas ao regime da Frelimo tendo em vista fornecer equipamen-to e outros meios a órgãos de co-municação social moçambicanos, mormente a Rádio Moçambique, AIM e “Notícias”, na expectativa destes pilares do aparelho de pro-paganda do governo de Maputo adoptarem uma “linha moderada” para com a política de desanuvia-mento encetada por John Vorster na sequência do golpe de Estado de 25 de Abril de 1974. (Redacção)

O concurso para a exploração foi lançado pelo Ministério dos Recursos Minerais em 2011 e, no ano passado, foram abertas as pro-postas que culminaram com o apu-ramento da empresa vencedora. Contudo, como anuncia o próprio executivo no seu portal, a empre-sa seleccionada não conseguiu cumprir com um dos requisitos do concurso, que preconizava a ne-gociação e assinatura do acordo

Governo anuncia cancelamento do concurso de exploração de areias

pesadas de Chibuto

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para a implementação do projecto até o dia 3 de Dezembro último.

As areias pesadas de Chibuto são um dos recursos minerais estratégi-cos para o país. Estudos indicam a existência de mais de 72 milhões de toneladas de ilmenite cuja ex-ploração levaria pelo menos 30 anos. Igualmente, a área de conces-são, calculada em 10.840 hectares, possui 2,6 milhões de toneladas de reservas provadas de zircão e 0,4 milhão de toneladas de rutilo.

O Governo e a população mo-çambicana, particularmente a re-sidente na província de Gaza e no distrito de Chibuto, aguardam com muita expectativa o início da exploração daqueles jazigos para obter emprego e outros ga-nhos, mas há anos que o seu de-senvolvimento tem estado a falhar.

Inicialmente, o projecto, cujas ac-tividades de prospecção e pesquisa iniciaram em 1997, esteve conces-sionado à empresa BHP Billiton, mas a sua licença foi cancelada devido também ao incumprimento do ca-lendário pré-estabelecido pelo Go-verno para o arranque da exploração.

Mas sabe-se que a BHP Billiton não deixou o projecto por incumpri-mento do prazo como alega o Go-verno. Deixou, sim, porque os custos da exploração eram altos, dado que para transportar o mineral de Chibu-to para alcançar a linha-férrea que dá acesso ao Porto de Maputo ter--se-ia que percorrer 72 quilómetros.

Por outro lado, seria necessá-rio a construção de uma nova li-nha, para além da construção de dois ramais de energia eléctrica

com capacidade de 400 KV cada.Depois da BHP Billiton – accionis-

ta da maior fábrica do país, a fundi-dora de alumínio Mozal, o projecto foi concessionado a uma compa-nhia canadiana que também teve a sua licença cancelada pelo Governo por falta de cumprimento de prazos.

O Consórcio Delta Zambeze ga-nhou entretanto o concurso para a exploração das areias pesadas de Chibuto, na província meridional moçambicana de Gaza, lançado pelo Governo, através do Ministério dos

Recursos Minerais (MIREM), em Novembro de 2011.

No concurso restrito, terminado a 5 de Abril último, para além do consórcio Delta Zambeze, ape-nas a “SPI Chibuto Sands Con-sortium” apresentou proposta.

As duas empresas antes ha-viam manifestado interesse em obter licenças para aquela área.

“A Comissão de Avaliação, consti-tuída por representantes de diversas instituições, fez a análise das pro-postas e determinou como vencedor o Consórcio Delta Zambeze”, anun-ciara o MIREM num comunicado de

Imprensa.

O Consórcio Delta Zambeze de-verá negociar com o Governo os termos e condições de implemen-tação do projecto para que, até um prazo máximo de 180 dias, seja assinado um Acordo de Princípios.

O MIREM lançara o concurso público na sequência do cancela-

mento dos resultados de um outro lançado em Outubro de 2010, no qual foi seleccionada a empre-sa “Rock Forage Titanium Lda.”, empresa constituída por parcei-ros moçambicanos e canadianos com registo em Moçambique.

O concurso de Outubro de 2010 foi cancelado em virtude da em-presa vencedora não ter cumpri-do com as condições preceden-tes para a assinatura do Acordo de Princípios, alegou o Governo.

Ao recorrer ao concurso, o Gover-no refere que pretende seleccionar uma companhia que, de acordo com os termos de referência, tenha linhas orientadoras e critérios de avaliação e que apresente o melhor plano para o desenvolvimento do depósito das areias pesadas de Chibuto, in-cluindo o desenvolvimento de infra--estruturas associadas ao projecto.

O Chibuto sem que haja solução para este impasse continua com bu-racões deixados pela BHP Billiton.

Areias pesadas de Pebane

Igualmente, depois de o Gover-no da Zambézia ter anunciado que em Junho passado seria o mês em que a empresa concessionária das minas de areias pesadas de Mue-base, no distrito de Pebane, a “Pa-thfinder Moçambique”, apresenta-ria o cronograma das actividades a serem desenvolvidas no terreno, com vista à exploração da mina, eis que veio anunciar uma surpresa: nenhuma actividade vai acontecer.

Tudo porque um contencioso en-tre o general Jacinto Veloso e os

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sócios britânicos da “Pathfinder Plc” levou ao abandono do pro-jecto. Ambas as partes acusaram--se mutuamente até chegarem em tribunal. O caso ainda não está re-solvido definitivamente mas tem estado a correr tanto em instâncias nacionais como no Reino Unido.

A mina de Muebase, no distrito de Pebane, na Zambézia, cujo ob-jectivo é a exploração de “areias pesadas”, tinha sido igualmente concessionada em 2011 a um novo titular que é a Companhia Mineira de Nabur, com capitais nacionais de que é administrador Jacinto Ve-loso que também estava associado à Pathfinder britânica. O conflito entre sócios acabou por determinar a paralisação do empreendimento mineiro com todas as consequên-cias para a população local que já vinha alimentando expectati-vas e acabou por as ver frustradas.

Esperava-se que ainda o ano pas-sado tivessem tido início alguns trabalhos no terreno, o que efec-tivamente não veio a acontecer.

A ministra dos Recursos Mine-rais, Esperança Bias, anunciara também que a Companhia Mineira de Nabur estava a trabalhar para reconfirmação dos resultados das amostras, ao que se seguiria um estudo de viabilidade económica e novos investimentos para a ex-ploração da mina, que depois da sua concepção nunca se efectivou.

A pesquisa da mina

A pesquisa da mina de Mueba-se começou nos anos 90 e depois dos primeiros resultados da Gen-bique, concessionária da Billiton, nada mais aconteceu no terreno.

A ministra dos Recursos Minerais dissera que dois factores tinham concorrido para que o projecto de exploração de areias pesadas de Muebase ficasse em “banho--maria”, nomeadamente proble-mas técnicos que era necessário corrigir e a dimensão da mina que é superior à capacidade técni-ca e de investimento da empresa que tinha ficado com a concessão deste empreendimento mineiro.

Especulações políticas

Primeiramente o abandono da mina pela Genbique e o silêncio do Governo criou várias interpre-tações de vários segmentos da so-ciedade civil e de partidos políticos

representados na província da Zambézia. Todos os comentários imputavam responsabilidades ao Governo. Alegadamente o Go-verno não estava preocupado em

criar condições para que o projecto de exploração de areias pesadas fun-cionasse a despeito do que acontece com projectos idênticos em Moma.

Gás natural

Enquanto isso, o Governo anun-ciou que vai acolher em Março próximo uma Cimeira de Mo-çambique sobre o Gás Natural, a primeira do género no país, e que irá servir para mostrar todo o potencial nacional nesta área.

Numa nota anunciando o evento, o Ministério dos Recursos Minerais (MIREM) adianta que a cimeira irá abordar ao detalhe as descobertas de gás em Moçambique, estratégias, oportunidades de contractos, exe-cução de projectos, financiamen-

to e iniciativas de investimentos.A cimeira, a primeira em Moçam-

bique sobre o Gás Natural, será or-ganizada pela CWC com sede em Londres, na Inglaterra, e será reali-zada de 12 a 14 de Março de 2013.

O Governo considera a reunião estratégica como uma plataforma ideal para apresentar o potencial de reservas, projectos e para real-ce do papel de Moçambique na indústria global. A CWC está es-pecializada na área de gás natural, petróleo, energia e infra-estruturas.

A organização do evento con-vida os investidores e outros inte-ressados a participar nele e “ser o primeiro a ouvir o Ministério dos Recursos Minerais e os planos da ENH para o Plano Mestre do Gás Natural, o impacto que terá a des-coberta do gás natural em Moçam-bique na indústria global do gás e as oportunidades de parcerias”.

Moçambique tem depósitos de gás natural já em exploração há quase uma década. Tem vindo a atrair as atenções do mundo nos últimos anos, com investimentos bilionários nesta área, particularmente na região nor-te do país, onde já foram descober-tos enormes jazigos deste recurso.

Carvão

Entretanto, o grupo indiano Jindal Steel and Power Ltd (JSPL) anun-ciou esta semana que pretende importar este ano 500 mil tonela-das de carvão de coque extraído na concessão mineira que detém em Moçambique, escreve o jornal indiano Business Standard citan-do o director financeiro do grupo.

Sushil Maroo recordou que o car-vão de coque é uma das principais

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matérias-primas para a produção de aço e salientou que o grupo vai este ano importar 1 milhão de toneladas de carvão de coque para ser con-sumido nas siderurgias do grupo.

O director financeiro do grupo tam-bém foi citado como tendo dito que as operações internacionais repre-

Maputo (Canalmoz) – A compa-nhia Radyolla Holding Co of Olayah Main Road, um grupo da Arábia Saudita, acaba de anunciar que vai construir uma refinaria de petróleo em Nacala, na província de Nampu-la. Nacala-Porto está servida de um magnífico porto de águas profundas.

Para o efeito, foi assinado na última quarta-feira em Maputo um memo-rando de entendimento entre aquele grupo e Governo moçambicano, re-presentado pelo Instituto de Gestão de Participações do Estado (IGEPE).

A Radyolla Holding Co of Olayah Main Roadue vai igualmente cons-truir um pipeline (oleoduto) no por-to da Beira, na província central de Sofala, ligando a República Demo-crática do Congo, Zâmbia, Malawi, entre outros países do hinterland.

O projecto de construção de uma refinaria de petróleo em Na-cala está em “banho-maria” des-de 2008 devido à crise financeira. Tem aparecido vários interessados a anunciar mas não tem tem pas-sado do papel. Muitas promessas

sentam 10% do volume de negócios do grupo, percentagem que deverá aumentar no futuro próximo. O gru-po, segundo o mesmo responsável, pretende efectuar mais aquisições, nomeadamente em África, “tendo--nos sido apresentadas diversas propostas que estamos a analisar”.

mas as realizações não acontecem.O presidente da Radyolla Hol-

ding, Abdul Aziz, e o presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Participa-ções do Estado (IGEPE), Apolinário Panguene, assinaram, em Mapu-to, o memorando de entendimento que expressa a vontade das duas instituições trabalharem juntas.

De acordo com o PCA do IGE-PE, a Radyolla poderá ser par-ceiro do IGEPE em outros seis projectos que estão numa fase de conclusão da sua definição.

Segundo Apolinário Panguene, o IGEPE identificou um conjunto de projectos que poderão ser imple-mentados no país juntamente com outros parceiros e a Radyolla tem a vantagem de ter músculo financei-ro suficiente para a implementação projecto da construção da refinaria.

Ele anunciou a lista de oito projec-tos, afirmando, por outro lado, que “nem todos estão ao mesmo nível em termos de desenvolvimento”.

“O que pensamos é começar

Nos termos de um acordo alcan-çado com o Ministério da Energia moçambicano, o grupo ponde-ra construir uma central térmica para produzir 2640 megawatts de energia eléctrica, cujo estudo de

viabilidade económica está a ser efectuado. (Bernardo Álvaro)

com pipeline na Beira que vai servir para transportar combustí-veis e torná-lo mais barato para os países do hinterland e o projec-to da refinaria de Nacala”, disse.

A construção da refinaria, como foi anunciado, será o primei-ro projecto a ser implementado. “Estamos a trabalhar na materia-lização destes dois projectos en-quanto trabalhamos na finaliza-ção e caracterização dos projectos que estão na carteira”, concluiu.

Segundo as projecções das autori-dades moçambicanas, o pipeline vai reduzir os custos de transporte e dis-ponibilidade dos combustíveis, que neste momento é efectuado através de navios, camiões e comboios.

Enquanto isso, a refinaria vai mini-mizar os custos com combustíveis e reduzir a flutuação dos preços, uma vez que Moçambique terá acesso à fonte directa, o que habilitará o país a produzir para o consumo in-terno e até mesmo para exportação.

Actualmente, Moçambique de-pende da importação de com-

Em Nacala, província de Nampula

Companhia saudita promete construir refinaria de petróleo

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bustíveis já refinados, que repre-senta uma factura na ordem 700 milhões de dólares por ano. Estes montantes poderão baixar dras-ticamente, para além da metade.

Já o presidente daquele grupo saudita, Abduz Aziz, disse que o seu grupo tem boas perspecti-

Maputo (Canalmoz) – Depois do braço-de-ferro registado na terça-feira entre os transportado-res semi-colectivos que operam na rota Baixa-Xiquelene, esta quarta--feira foi a vez dos “chapeiros” que operam na rota Baixa-Matola. Em causa está a mesma razão: a Polí-cia está a obrigá-los a cumprirem com a rota até ao terminal, contra-riamente ao que vinham fazendo antes, deixando os passageiros na Avenida Guerra Popular. Na verda-de, ao terminar na Guerra Popular os “chapeiros” criam embaraços ao trânsito, provocando engarrafamen-tos porque viram mesmo naquele local de volta à Matola. A Polícia está a combater isso e os trans-portadores decidiram protestar.

No momento da agitação, um transportador semi-colectivo que circulava na rota Matola-Anjo Voador foi detido. Encontra-se detido na 11ª esquadra da PRM da Cidade de Maputo, indicia-do de estar a agitar a paralisação dos transportes semi-coletivos e de perturbar a ordem pública.

De acordo com o chefe do de-partamento das relações públi-cas da polícia municipal, Lázaro Valoi, o indiciado foi apanhado em flagrante quando aconteceu a aglomeração na Avenida 24 de Julho. Segundo a Policia ele es-tava a dar ordens de paralisação, atirando pedras aos “chapas” que estavam a carregar passageiros.

vas de investimento em Moçam-bique e garantiu que vai fazer o melhor na implementação dos projectos estratégicos de infra-es-truturas e dos projectos sociais que deverão financiar em Moçambique.

Actualmente, como foi afirmado na circunstância, estão em curso es-

“O cidadão é um dos agitado-res que estava a violar os direitos dos outros. Portanto pegamos nele e entregámos às autoridades com-petentes. Ele vai ter que se respon-sabilizar pelos seus actos”, disse.

Valoi garantiu que a Polícia Muni-cipal está a posicionar homens no terreno para evitar perturbação da ordem na via pública, pois trata-se de um grupinho que está a paralisar por um tempo, agitando os outros,

tudos para definir quanto custarão os projectos e a qualquer momento as partes poderão assinar um acor-do definitivo e de implementação dos projectos. Nessa altura, então, segundo as partes, serão avançadas as datas para o início da execução dos mesmos. (Bernardo Álvaro)

mas que depois vão retomar. “Não vai adiantar em nada porque de-pois vão retomar, e neste momen-to estão a perder dinheiro porque a verdade é que eles devem cum-prir com o seu dever de terminar na paragem Anjo Voador”, considerou a fonte da Policia Municipal em Maputo. Acrescentou que deviam negociar com quem de direito para não terem de chegar a paralisar as actividades. (Arcénia Nhacuahe)

Agitação de semi-colectivos acaba com detenção de um “chapeiro”

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Sexta-Feira

Na província de Gaza

EUA acabam de desembolsar 1,7 milhão de USD para apoiar vítimas das cheias

Maputo (Canalmoz) – Os Estados Unidos da América (EUA) acabam de desembolsar 1,7 milhão de dó-lares para ajudar as comunidades e indivíduos afectados pelas cheias que se verificam na bacia do Lim-popo, nomeadamente nas cida-des do Chókwè, Guijá e Xai-Xai.

O donativo, segundo uma nota da Embaixada norte-americana em Maputo, vai ser aplicado na com-pra de alimentos para a população deslocada em virtude das cheias.

A assistência, de acordo com a mesma nota, será distribuída pelo Programa Mundial de Ali-mentação (PMA). Além disso, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) está a planear uma doa-ção suplementar para abrigo, pu-rificação da água e apoio na ges-tão dos campos de acolhimento temporários de modo a garantir a segurança das pessoas deslocadas.

Para além disso, numa resposta

imediata aos danos causados pelas cheias, no dia 24 de Janeiro des-te ano, o Embaixador dos Estados Unidos, Douglas Griffiths, dispo-nibilizou de imediato um montan-te inicial para a aquisição de água e produtos de saneamento, que já estão a ser distribuídos nas provín-cias afectadas pelas cheias, bem como para actividades de promo-ção de higiene tendentes a redu-zir o risco de doenças transmitidas pela água. Este é o primeiro passo para iniciar a avaliação da dimen-são do desastre e as necessidades da população afectada na sequên-cia destas terríveis inundações.

Segundo o comunicado, o Go-verno dos EUA está disponível para agir em solidariedade com o povo moçambicano afecta-do pelas calamidades naturais que assolam periodicamente o país. Desde 2000, os EUA provi-denciaram mais de 230 milhões de dólares norte-americanos em

apoio de emergência, após de-sastres naturais em Moçambique.

Por exemplo, no início do ano passado, em resposta ao impac-to causado pelos ciclones “Dan-do” e “Funso”, o Governo dos EUA pôs à disposição do país 2.5 milhões de dólares norte--americanos em apenas 48 horas, oferecendo abrigo imediato e pu-rificação de água, tentando impe-dir um surto de cólera, e assistin-do no realojamento das vítimas.

Recorde-se que após as grandes inundações em 2000, os EUA for-neceram 133 milhões de dólares em ajuda para reconstruir as vidas das vítimas, financiando infra-es-truturas, incluindo a reconstrução da via-férrea do Limpopo e da pon-te de Xai-Xai. (Raimundo Moiane)

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