15
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ARTIGO CIENTÍFICO 1 Políticas Públicas de Combate a Violência Doméstica: Uma análise comparativa no Município de Itaocara- RJ Lauanny Teixeira de Pré Sena Barboza [email protected] UFF/ICHS Maria Rosa de Oliveira[email protected] UFF/ICHS Resumo O presente trabalho tem como objetivo é apresentar a violência doméstica no município de Itaocara- RJ utilizando uma lógica comparativa. Usando como referência a Pesquisa do DataSenado de 2015 que aborda o tema, assim, busca comparar os dados nacionais com os abordados no município, identificando o nível de informação das mulheres acerca do assunto. E através dos dados coletados conhecer os motivos pelos quais as mulheres não procuram apoio nas políticas públicas assistencialistas. Para a realização do trabalho foi utilizado uma pesquisa quantitativa com métodos comparativos. Em que foi aproveitada a Pesquisa DataSenado (2015) e realizado questionário pelo Google Forms, onde 79 mulheres com idade entre 17 e 63 anos residentes no município com acesso a internet responderam. Também foram coletados dados na 135° Delegacia Legal. Conclui-se que única política aplicada no município é o CREAS, que presta assistência as mulheres, porém no período pesquisado nenhuma mulher procurou ajuda e os motivos são variados, mas que sempre giram em torno das pressões machistas e questões culturais. Palavras-chave: Violência doméstica; CREAS; Violência contra a mulher; Direitos Humanos. 1-Introdução A violência contra a mulher em suas diferentes faces ultrapassa a barreira do privado e torna-se um problema de ordem pública, desta forma, um dilema antigo que se desenha há muito tempo, numa sociedade patriarcal. Neste contexto, o impacto na sociedade como um todo, afeta diferentes níveis de classes sociais, regimes políticos, variação de cor e civilização. Advindo de um sistema culturalmente conservador e patriarcal, a submissão feminina constituía-se da ideia de superioridade dos homens, onde gradativamente foi se desconstruindo e perdendo força. E neste processo de desestruturação dos valores fundamentalistas, como os fortes movimentos feministas no período de final do século XIX a início do século XX, com industrialização e a urbanização que a Revolução Industrial provocou, mulheres saíram de

Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

1

Políticas Públicas de Combate a Violência Doméstica: Uma análise

comparativa no Município de Itaocara- RJ

Lauanny Teixeira de Pré Sena Barboza – [email protected] – UFF/ICHS

Maria Rosa de Oliveira– [email protected] – UFF/ICHS

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo é apresentar a violência doméstica no município de

Itaocara- RJ utilizando uma lógica comparativa. Usando como referência a Pesquisa do

DataSenado de 2015 que aborda o tema, assim, busca comparar os dados nacionais com os

abordados no município, identificando o nível de informação das mulheres acerca do assunto.

E através dos dados coletados conhecer os motivos pelos quais as mulheres não procuram

apoio nas políticas públicas assistencialistas. Para a realização do trabalho foi utilizado uma

pesquisa quantitativa com métodos comparativos. Em que foi aproveitada a Pesquisa

DataSenado (2015) e realizado questionário pelo Google Forms, onde 79 mulheres com idade

entre 17 e 63 anos residentes no município com acesso a internet responderam. Também

foram coletados dados na 135° Delegacia Legal. Conclui-se que única política aplicada no

município é o CREAS, que presta assistência as mulheres, porém no período pesquisado

nenhuma mulher procurou ajuda e os motivos são variados, mas que sempre giram em torno

das pressões machistas e questões culturais.

Palavras-chave: Violência doméstica; CREAS; Violência contra a mulher; Direitos

Humanos.

1-Introdução

A violência contra a mulher em suas diferentes faces ultrapassa a barreira do privado e

torna-se um problema de ordem pública, desta forma, um dilema antigo que se desenha há

muito tempo, numa sociedade patriarcal.

Neste contexto, o impacto na sociedade como um todo, afeta diferentes níveis de

classes sociais, regimes políticos, variação de cor e civilização. Advindo de um sistema

culturalmente conservador e patriarcal, a submissão feminina constituía-se da ideia de

superioridade dos homens, onde gradativamente foi se desconstruindo e perdendo força.

E neste processo de desestruturação dos valores fundamentalistas, como os fortes

movimentos feministas no período de final do século XIX a início do século XX, com

industrialização e a urbanização que a Revolução Industrial provocou, mulheres saíram de

Page 2: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

2

seus lares adquirindo um novo papel diante da sociedade. Assim, assumindo o sustento da

casa, consequentemente tendo acesso a mais educação, maior poder econômico e social, e

trazendo consigo questionamentos e discussões em torno do casamento e da submissão

feminina. Desta forma encorajando a luta por uma sociedade mais justa e pela equidade entre

homens e mulheres (BESSE, 1999).

Estes processos de transformações culturais e sociais proporcionaram avanços

significativos, como o direito ao voto, reconhecimento como trabalhadoras, e talvez o mais

importante, o reconhecimento dos “Direitos Humanos das Mulheres”.

Tais direitos que até então não eram reconhecidos, por sua vez tomou forma e força,

resultando na promulgação da Lei n° 11.340 no dia 06 de agosto de 2006 (conhecida como

Lei Maria da Penha), e nos dias de hoje a violência contra a mulher tornou-se visível na

sociedade e é considerada uma afronta aos direitos humanos.

A escolha desse tema deve-se ao fato do aumento de casos de violência doméstica no

cenário nacional. Dados apresentados na presente pesquisa e em comparação ao trabalho de

pesquisa do DataSenado, mostram que a violência doméstica no Brasil apresenta um aumento

significativo. A presente pesquisa foi realizada no município de Itaocara, localizado no

noroeste fluminense do Estado do Rio de Janeiro com área total de 431,335 km2, com cerca

de 22.899 habitantes, onde divide-se em 11.192 homens e 11.707 mulheres. (IBGE, 2010).

Com base nos dados coletados no Centro de Referência Especializado de Assistência

Social (CREAS), que é responsável por acolher, encaminhar e acompanhar as mulheres

vítimas de violência doméstica que procuram atendimento especializado, como forma de

apoio e nos boletins de ocorrência da 135° Delegacia Legal do município de Itaocara -RJ, a

presente pesquisa pode ser resumida na seguinte questão “Qual o motivo do aumento dos

índices de violência doméstica contra as mulheres?”.

Diante do exposto, o objetivo geral deste trabalho é apresentar a violência doméstica

no município de Itaocara- RJ utilizando uma lógica comparativa. Para atingir o objetivo geral

será utilizado os seguintes objetivos específicos: I – Analisar os dados obtidos com a pesquisa

realizada com um grupo de mulheres do município de Itaocara; II - Apresentar dados da

pesquisa DataSenado(2015); III – Comparar a pesquisa DataSenado(2015) com a pesquisa

realizada no município de Itaocara com mulheres vítimas da violência doméstica; IV -

Analisar o entendimento acerca do assunto e utilizando o grupo pesquisado quantificar as

mulheres agredidas.

2 – Metodologia

O presente trabalho tem um desenho metodológico e o modelo adotado nesta pesquisa

é de natureza quantitativa com métodos comparativos, no qual segundo Gil (2008) sua função

é utilizar técnicas de coletas de dados como questionários para analisar e interpretar os dados

sem nenhuma interferência.

Page 3: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

3

Sendo o instrumento de medida a aplicação de um questionário a um grupo de

mulheres, no qual 79 mulheres residentes no Município de Itaocara- RJ. Tal seleção se dá

especificamente a mulheres com acesso à internet, com faixa etária entre 17 e 63 anos

(anexo1), no período do primeiro quadrimestre de 2015.

Desta forma, o estudo foi realizado em um grupo específico de mulheres do município

e não tem a intensão de ser um estudo com validade estatística ou de generalização para todo

município de Itaocara- RJ, mas sim de comparação com os dados da pesquisa

DataSenado(2015). Vale ressaltar que as pesquisas adotam metodologias distintas.

Para garantir a privacidade e a preservação da identidade das mulheres entrevistadas,

foi utilizado questionário via internet através da ferramenta Google Forms, pois se trata de

uma cidade pequena onde existe uma inibição para falar sobre o assunto, utilizando assim o

modo anônimo e o único critério de seleção foi residir no município pesquisado.

Também foram utilizados dados coletados na 135 ª Delegacia Legal de Itaocara- RJ,

através de petição protocolada solicitando os dados para utilização no artigo, como quantas

mulheres foram atendidas durante o primeiro quadrimestre de 2015, quantas mulheres

voltaram para se retratar e qual a faixa etária das vítimas.

3 – Referencial Teórico

3.1- Uma análise acerca da violência contra a mulher nas relações de intimidade

A Violência contra a mulher nas relações de intimidade atravessa gerações, e é

alimentada pelas tendências culturais enraizadas em uma sociedade que carrega valores

patriarcais e machistas.

De acordo com Gasman (2014), a violência contra mulheres é uma construção da

sociedade, que resulta da desigualdade de forças nas relações de poder entre homens e

mulheres, ou seja, é criada nas relações de intimidade e alimentada pela sociedade, que muitas

vezes se justificam por questões de cultura regional ou mesmo por questões religiosas.

Nesta mesma linha de pensamento Lima (2010) diz que criminalizar os atos violentos

contra as mulheres implica em desconstruir representações de gênero há muito tempos

arraigados e ainda hoje presentes na sociedade brasileira. Assim a questão da desigualdade de

gênero e dos direitos da mulher se dissolve na busca pela promoção da harmonia familiar e

pela difusão de padrões de comportamento universalizados, que implicam na submissão da

mulher a hierarquias familiares tradicionais.

Segundo Gomes, Diniz, Araújo& Coelho (2007) quando os casos de violência

doméstica eram mais frequentes e os valores familiares conservadores, atribuía-se à mulher o

papel de ser delicada, sensível, passiva, subordinada e obediente. E devido a sua condição

Page 4: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

4

biológica de engravidar e amamentar, a sociedade também delegou à mulher a

responsabilidade de cuidar do marido, do lar e dos filhos, sendo responsabilizada por qualquer

coisa errada que aconteça em casa. Neste modelo de família, os atributos e os papeis de

gênero valorizavam o homem em detrimento da mulher, legitimando, por um lado, a

dominação do homem e por outro, a inferioridade da mulher. Assim a mulher é destituída de

autonomia e do direito de decidir, inclusive sobre o seu próprio corpo.

Porém existem períodos da história que contribuíram para a evolução deste

pensamento, como Blay (2003) diz que a urbanização e a industrialização trouxeram grandes

alterações na rotina das mulheres, que por sua vez, viviam para a casa e o casamento, e de

repente passaram a ocupar as ruas, o mercado de trabalho, conquistar autonomia, estudar e

questionar a dependência pelos homens.

Já Besse (1999) discorre sobre as transformações de infraestrutura econômica, mais

alfabetização das mulheres, o cinema, os meios de transporte, a substituição de bens

produzidos em casa pelos oferecidos pelo comércio, alterou totalmente o ritmo de vida e

relação entre homens e mulheres. Destacaram-se mudanças em torno da discussão sobre o

casamento, e passaram a protestar contra a autoridade e tirania dos homens, sua infidelidade,

abandono, brutalidade. Momento histórico que contribuiu para o fortalecimento do

movimento feminista.

E foi logo após a Primeira Guerra Mundial que as mulheres assumiram papéis antes

nunca imaginados e com isso o crescimento dos Movimentos Feministas, os sindicatos

reivindicavam leis protetoras e o Ministério do Trabalho ficou encarregado em regulamentar o

trabalho das mulheres. Mas somente em 1932 que as mulheres conquistaram o direito a voto,

devido à pressão dos movimentos sociais, com algumas restrições onde só as mulheres

casadas, viúvas e solteiras com renda própria poderiam votar (PEREIRA & DANIEL, 2009).

Neste contexto Lima, Sousa & Souza (2010) concordam dizendo que a luta pelos

Direitos Humanos das mulheres é uma construção gradativa e contínua, sendo fruto dos

movimentos feministas. E através dos movimentos as militantes buscavam dar visibilidade

para a sociedade sobre os atos de violência doméstica, que eram legitimados e justificados por

velhas práticas de dominação masculina, que incluíam o direito à punição física e a posse

sobre o corpo da mulher, e algumas vezes resultavam em crimes em defesa à honra.

3.2- Lei Maria da Penha n 11.340/ 2006

A principal conquista do Movimento Feminista, para auxiliar nas medidas contra a

violência doméstica, foi a sanção da Lei Maria da Penha, nº 11.340 que foi criada com

respaldo no artigo 226, parágrafo 8º da Constituição Federal de 1988, que diz que “o Estado

assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando

mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações”. Carvalho, Ferreira & Santos

(2010).

Page 5: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

5

De acordo com a pesquisa DataSenado (2015) a Lei 11.340/06 busca garantir os

direitos das mulheres e punir os agressores, e com a lei é possível prender o agressor em

flagrante ou pedir a prisão preventiva caso represente ameaça a mulher. Também foram

previstas medidas protetivas, como afastamento do agressor do lar ou proibir que se aproxime

da mulher e dos filhos.

A Lei Maria da Penha é considerada a maior política nacional de enfrentamento a

violência doméstica e leva esse nome em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, uma

biofarmacêutica cearense que lutou pelos seus direitos durante 20 anos para conseguir justiça.

Seu marido tentou matá-la duas vezes, no primeiro episódio foi atingida com um tiro nas

costas enquanto dormia, o que fez com que ela ficasse paraplégica, e o segundo foi meses

depois tentando eletrocutá-la no chuveiro. (BERTOLDI et al., 2014)

A Lei n°11.340 determina que Violência Doméstica e Familiar contra a mulher é uma

responsabilidade do Estado brasileiro e não uma mera questão familiar. Torna crime e deixa

de tratar a violência sofrida como algo de pequeno valor.

Assim, como diz em seu art. 2° toda mulher independente da raça, orientação sexual,

etnia, renda, cultura, nível educacional, idade ou religião, goza dos direitos fundamentais. Ou

seja, o Estado deve assegurar a oportunidade de toda mulher viver sem violência. E no seu art.

7º ainda define os diferentes tipos de violência doméstica existente que são: violência física,

psicológica, sexual, patrimonial e moral (BRASIL, 2006).

Sendo assim, o Estado tem responsabilidade de formulação de medidas que previnam

a violência, auxiliem as mulheres agredidas e asseguram a reconstrução da vida dessas

vítimas. Para isso o Estado conta com assistência de forma conjunta com outros órgãos.

3.3-Políticas Públicas no Município de Itaocara tomando como ponto de partida o

CREAS

Utilizando como referência o Guia de Orientação do Centro de Referência

Especialização de Assistência Social (BRASIL, 2011), desenvolvido pela Secretaria Nacional

de Assistência Social, é possível definir alguns de seus aspectos técnicos de acolhimento,

encaminhamento e acompanhamento das mulheres vítimas de violência doméstica.

De acordo com Brasil (2011), o Centro de Referência Especialização de Assistência

Social-CREAS é uma unidade pública estatal, onde presta serviços especializados e

continuados a indivíduos e famílias com seus direitos violados, promovendo a integração de

esforços, recursos e meios para enfrentar a dispersão dos serviços e potencializar a ação para

seus usuários, envolvendo um conjunto de profissionais e processos de trabalho que devem

ofertar apoio e acompanhamento individualizado especializado. Onde a proteção social

especial deve afiançar acolhimento e desenvolver atenções socioassistenciais a famílias e

indivíduos para possibilitar a reconstrução de vínculos sociais e conquistar maior grau de

Page 6: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

6

independência individual e social. Deve ainda, defender a dignidade e os direitos humanos e

monitorar a ocorrência dos riscos e do seu agravamento.

Neste contexto, a proteção social tem por direção: proteger as vítimas de violências,

agressões e as pessoas com contingências pessoais e sociais, de modo a que ampliem a sua

capacidade para enfrentar com autonomia os revezem da vida pessoal e social; monitorar e

reduzir a ocorrência de riscos, seu agravamento ou sua reincidência; desenvolver ações para

eliminação/redução da infringência aos direitos humanos e sociais. E de acordo com o Art. 9 º

da Lei Maria da Penha,

a assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada

de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previsto na Lei

Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de

Segurança Pública, entre outras normas e políticas de proteção, e emergencialmente

quando for o caso.

O CREAS poderá ser implantado com abrangência local ou regional, de acordo com o

porte, nível de gestão e demanda dos municípios, além do grau de incidência e complexidade

das situações de risco e violação de direito. O CREAS de abrangência local poderá ser

implantado em municípios habilitados em gestão inicial, básica e plena. É o caso do

Município de Itaocara- RJ.

3.4- Motivos relacionados à passividade das mulheres agredidas

A visão que a sociedade tem a cerca da violência doméstica avançou muito durante a

história, porém ainda é vista como um problema de ordem privada, que deve ser tratada entre

família. Como afirma Bruschi, Paula & Bordin (2006) as mulheres vítimas de violência nas

relações de intimidade procuram mais a ajuda de pessoas do que instituições, o que sugere

que as mulheres ainda consideram a violência doméstica um assunto que deve ser tratado no

âmbito privado.

Já Cymrot (2012) em seu artigo cita a pesquisa do DataSenado realizada em 2011, e

constatou que as mulheres que responderam que não fizeram nada, 31% responderam que foi

por causa da preocupação com a criação dos filhos; 20%, por medo de vingança do agressor;

12%, por vergonha da agressão; 12%, por acreditar que seria a última vez; 5%, por

dependência financeira; 3%, por acreditarem que não existe punição; e 17% escolheram outra

opção. E ainda dizem quais são os fatores motivadores da passividade feminina frente ao

problema da violência, que são: medo do agressor, dependência financeira e afetiva em

relação ao agressor, não conhecer os seus direitos, não ter onde denunciar, percepção de que

nada acontece com o agressor quando denunciado, falta de autoestima, preocupação com a

criação dos filhos e em preservar o casamento e a família, vergonha de se separar e de admitir

que é agredida, acreditar que seria a última vez, ser aconselhada pela família ou pelo delegado

a não “denunciar”, não poder mais retirar a “queixa”.

Page 7: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

7

As mulheres vítimas de violência doméstica na maioria das vezes se privam de receber

ajuda especializada, por motivos variados, mas que sempre giram em torno de questões

sociais relacionadas ao preconceito, machismo e submissão.

3.5-Pesquisa DataSenado 2015

O Senado Federal criou em dezembro de 2004 um instituto de pesquisa chamado

DataSenado, que auxilia os senadores na criação de novas leis e debates sobre as atuais, onde

buscam a opinião da população em determinados assuntos.

O presente tema é acompanhado pelo DataSenado desde 2005, onde a cada 2 anos é

realizada uma nova rodada da pesquisa. Este ano, em sua sexta edição o DataSenado ouviu

1.102 mulheres brasileiras com acesso a telefone fixo.

Nesta edição, quase 100% das mulheres conhecem a Lei Maria da Penha, independe

de grau de escolaridade, classe social, idade e religião. Porém o aumento dos casos de

violência contra a mulher é constante, e o principal agressor continua sendo o marido,

namorado, ex-marido e companheiro, e as principais causas são bebidas e ciúme.

Ainda de acordo com o DataSenado, houve um aumento na impressão de desrespeito a

mulher, assim 43% das entrevistadas acreditam que não são respeitadas no Brasil, e em

relação as pesquisas dos anos anteriores menos mulheres acreditam que estão mais protegidas

com a Lei Maria da Penha.

Além disso, 18% das mulheres que somam a pesquisa disseram que já sofreram algum

tipo de violência doméstica, sendo assim, aproximadamente uma em cada cinco brasileiras já

sofreu algum tipo de violência doméstica ou familiar.

A Violência física ainda predomina com 66% das mulheres que responderam o

questionário, 48% violência psicológica e 11% violência sexual. Sendo que 21% das mulheres

agredidas responderam que não fizeram nada, e disseram que os principais motivos são: a

preocupação com a criação dos filhos (24%), o medo de vingança do agressor (21%),

acreditarem que seria a última vez (16%), a crença na impunidade do agressor (10%) e a

vergonha da agressão (7%).

4 – Resultados e discussões

A violência doméstica é um tema que causa discussões e que afeta os diferentes níveis

da sociedade, apresenta-se também como um problema global que está presente em diferentes

culturas, tornando-se uma questão de interesse comum e que necessita de atenção.

Page 8: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

8

Sendo assim, a tabela abaixo possibilita uma comparação da Pesquisa do DataSenado

com a Pesquisa realizada no município de Itaocara-RJ, ambas realizadas neste ano com o

tema Violência Doméstica.

Quadro 1- Comparação das Pesquisas.

Cenário Nacional x Itaocara- RJ

Análise DataSenado (%) Itaocara (%)

Mulheres que conhecem a Lei Maria da Penha 100 100

Mulheres que já sofreram algum tipo de violência doméstica 18 39,2

Mulheres que já sofreram violência física 66 23,3

Mulheres que já sofreram violência psicológica 48 38,4

Mulheres que já sofrera violência sexual 11 5 Fonte: DataSenado (2015) Quadro elaborado pela autora (2015).

Os números apresentados demonstram que entre os grupos pesquisados a violência

doméstica demonstra níveis preocupantes, e que a violência doméstica não é um problema

local e sim que afeta todo o país.

Diante dos resultados encontrados na aplicação do Questionário Sobre Violência

Doméstica em Itaocara- RJ constata-se que 71% das mulheres, do grupo pesquisado, disseram

que já sofreram algum tipo de violência doméstica e não fizeram nada, pois não receberiam

apoio.

E a violência que prevalece é a psicológica, com 38,4%, seguida da moral e física

com 23,3% cada, patrimonial com 10% e sexual 5%. Sendo que 41, 9% das mulheres

disseram que sofrem violência doméstica 4 vezes ou mais. O quadro abaixo detalha o

questionário.

Quadro 2- Dados coletados através do Questionário Sobre Violência Doméstica.

Perguntas do questionário Sim Não

Nº % Nº %

Em sua família já teve casos de violência

doméstica? 46 58,2 33 41,8

Na sua opinião, em um relacionamento pode

haver violência sexual? 9 11,4 70 88,6

Você já presenciou algum ato de violência

doméstica? 50 63,3 29 36,7

Você já ouviu falar de alguma política pública

voltada a violência doméstica? 47 59,5 32 40,5

Você já ouviu falar da Lei Maria da Penha? 79 100 0 0

Page 9: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

9

Quando uma mulher vítima de violência

doméstica registra em uma delegacia esse ato e

é ameaçada pelo agressor, você acha que ela

deve retirar a queixa?

1 1,3 78 98,7

Você já sofreu algum tipo de violência

doméstica, seja física, psicológica, sexual,

patrimonial ou moral?

31 39,2 48 60,8

Fonte: Elaborado pelas autoras

O quadro demonstra que 63,3% das mulheres que responderam o questionário já

presenciaram algum tipo de violência e 58,2% responderam que já tiveram casos na família, o

que causa preocupação, pois o Centro de Referência Especializado de Assistência Social não

recebeu nenhum caso de violência Doméstica no ano de 2015. Porém segundo os dados

levantados na 135° Delegacia Legal de Itaocara- RJ, 35 mulheres vítimas de violência

doméstica foram atendidas e registraram um Boletim de Ocorrência no primeiro quadrimestre

de 2015, sendo que 10 dessas mulheres voltaram para se retratar, ou seja, 28,5 % das vítimas

retornaram a delegacia para retirar a queixa. E as maiores incidências de agressões são das

mulheres que a idade varia entre 20 e 30 anos.

5 – Conclusão

Conclui-se que a violência doméstica tanto no cenário nacional mostrado na pesquisa

DataSenado quanto na realizada no munícipio de Itaocara, os números de vítimas é bem

relevante mesmo todas as entrevistadas terem declarado ter conhecimento sobre a Lei Maria

da Penha. Dados apontam que as vítimas acabam não procurando assistências de apoio por

medo do agressor, vergonha, problemas financeiros, filhos, e até mesmo por não acreditarem

na efetividade da lei e apoio das instituições de abrigo.

A violência doméstica causa impactos sociais, emocionais e familiares na vida das

vítimas, e principalmente, ameaça a segurança e a integridade das mulheres. Sendo assim, não

deve ser tratada como uma questão de ordem privada que se resolve entre família, e sim, uma

questão de ordem pública que merece atenção dos gestores públicos.

No entanto, a única política pública voltada para atender as mulheres vítimas de

violência doméstica é o CREAS, que trabalha em conjunto com outros órgãos formando uma

rede. Porém as vítimas não procuraram, no período estudado, o centro de assistência para o

devido acompanhamento, e ser encaminhada para os devidos órgãos responsáveis. Sendo

assim, o município de Itaocara demonstra falhas na elaboração de políticas de combate,

prevenção e principalmente espaço para discussão do tema, já que não há um conselho

municipal direcionado a defesa das mulheres que são vítimas de violência.

Page 10: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

10

Desta forma, a comparação utilizando a Pesquisa DataSenado possibilitou confrontar

dados do município, demonstrando que os casos de violência doméstica não são isolados, e

deve ser tratado pelo poder público com atenção e responsabilidade.

Diante do exposto, os principais motivos que levam essas mulheres a não buscar ajuda

nos devidos órgãos seria a preocupação em se expor, preocupação com os filhos e com o que

a família vai pensar, falta de apoio, dependência emocional e financeira. Motivos que

carregam um peso de uma cultura patriarcal, por séculos de repressão feminina e machismo.

6 - Referências

ALVES, A. M.; COURA FILHO, P. Avaliação das ações de atenção ás mulheres sob

violência no espaço familiar atendidas no Centro de Apoio à Mulher (Belo Horizonte), entre

1996 e 1998. Revista Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2001.

BERTOLDI, Maria Eugênia; FÁVARO, Viviane Parize; SANTOS, Thainara Ap.; SILVA,

Jhenifer Regina; SOUZA, Cássia Andressa. Lei Maria da Penha. Revista da Jornada de

Iniciação Científica e de Extensão Universitária do Curso de Direito das Faculdades

Integradas Santa Cruz de Curitiba, v.3, n.3. 2014. Disponível em <

http://www.santacruz.br/ojs/index.php/JICEX/article/view/681/837> Acesso em 05 de

outubro de 2015.

BESSE, Susan K. Modernizando a desigualdade. São Paulo, Edusp, 1999.

BLAY, Eva Alterman. Violência contra a mulher e políticas públicas. Estudo

avançados. vol.17 no.49 São Paulo Sept./Dec. 2003.

BRASIL, Legislação. Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm>. Acesso em: 17

de maio de 2015.

BRASIL, Guia de Orientação n 1,primeira versão, Centro de Referência Especializada de

Assistência Social CREAS. Secretaria Nacional de Assistência Social. Brasília, DF, 2011.

BRASIL, Cartilha sobre a Lei Maria da Penha. Secretaria de Políticas Para Mulheres. Brasília,

DF. 2014.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística. Contagem Populacional. Disponível em: <

http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=330210&search=||infogr%E1ficos

:-informa%E7%F5es-completas >. Acesso em 20 de agosto de 2015.

BRASIL. Lei Maria da Penha, n° 11.340 de 07 de agosto de 2006.

Page 11: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

11

BRASÍLIA, DF. Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Senado Federal:

DataSenado, 2015.

BRUSCHI, Alessandra; PAULA. Cristina Silvestre de; BORDIN. Isabel Altenfelder Santos.

Prevalência e procura de ajuda na violência conjugal física ao longo da vida. Rev. Saúde

Pública, 2006;40(2):256-64. Disponível em< http://www.scielo.br/pdf/rsp/v40n2/28530.pdf>

Acesso em: 08 de julho de 2015.

CAVALCANTI, Stela Valéria Soares de Farias. Violência Doméstica: análise da lei “Maria

da Penha”, nº 11.340/06. Salvador, BA: Edições PODIVM, 2007.

CYMROT, Danilo. Por que as mulheres não denunciam seus agressores? Com a palavra, a

vítima. JusBrasil, 2012. Disponível em:

<http://professoraalice.jusbrasil.com.br/artigos/121814070/por-que-as-mulheres-nao-

denunciam-seus-agressores-com-a-palavra-a-vitima> Acesso em 06 de julho de 2015.

FARAH, Marta Ferreira Santos. Gênero e Políticas Públicas. Estudos Feministas,

Florianópolis, 12 (1): 47-71,2004.

GASMAN, Nadine. Porta voz da ONU mulheres no Brasil. Violência Doméstica. Disponível

em< http://noticias.terra.com.br/mundo/violencia-contra-mulher/ > Acesso em 01 de julho de

2015.

GOMES N. Pereira; DINIZ N. M. Freire; ARAÙJO. T.; COELHO. M. Freitas.

Compreendendo a Violência Doméstica a partir das categorias gênero e geração. Acta Paul

Enferm. São Paulo, 2007

GIL, Robledo Lima. Licenciatura em Ciências, Disciplina de Pesquisa do Ensino de Ciências

e Biologia. Tipos de Pesquisa. UFPEL. Rio grande do Sul, 2008.

GROSSI, K. Violência contra a mulher: implicações para os profissionais de saúde. In:

LOPES, M. J. M.; MEYER, D. E.; WALDOW, V. R. (Orgs.) Gênero e Saúde. Porto Alegre:

Artes Médicas, 1996. p.133-149.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico, 2010. Disponível

em: <

http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=330210&idtema=16&search=||s%

EDntese-das-informa%E7%F5es> Acesso em 18 em setembro de 2015.

Page 12: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

12

LIMA, Lana L. da G.; SOUSA Fernando. C. de ; SOUZA. Suellen. A. de. Os desafios da Lei

Maria da Penha Como Política Pública de Gênero. Diásporas, Diversidade, Deslocamento,

2010.

MELLO, Adriana Ramos de. Aspectos gerais da lei. In: _______. (Org.). Violência

Doméstica e familiar contra a mulher. Comentários à Lei de Violência Doméstica e Familiar

contra a mulher. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2007, p. 3.

MATOS, Marlene Alexandra Veloso de. Violência nas relações de intimidade: estudo sobre a

mudança psicoterapêutica na mulher. Universidade do Minho. Instituto de Educação e

Psicologia, 2006.

PEREIRA, Rodrigo Rodrigues; DANIEL, Teofilo Tostes. O Voto Feminino no Brasil. Portal

do Ministério Público Federal. Edição Especial: Dia Internacional da Mulher, 2009.

Disponível em : < http://www.prr3.mpf.mp.br/institucional2/180-o-voto-feminino-no-brasil>

Acesso em 05 de outubro de 2015, ás 22:48hs.

PINAFI, Tânia.Violência contra a mulher: políticas públicas e medidas protetivas na

contemporaneidade. 21. Ed. Revista Eletrônica Histórica, 2007. Disponível em:<

http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao21/materia03/.>

Acesso em: 06 de maio de 2015.

RAMOS, Alcilei da Silva; et alli. Violência praticada contra as mulheres como forma de

tratamento desumano e degradante. In: Observatório de Gênero: doutrina, maio de 2005.

Disponível em:

<http://www.uc3m.es/uc3m/inst/MGP/observatorio/foroVVAA%20Brasil.pdf>. Acesso em:

06 de maio de 2015.

SILVA, Márcio Duarte Matos e. Algumas considerações sobre a Lei Maria da

Penha. Teresina-PI: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 28 de outubro de 2007.

Disponível em: <http://www.forumseguranca.org.br/artigos/algumas-consideracoes-sobre-a-

lei-maria-da-penha>. Acesso em: 15 de maio de 2015.

SAFFIOTI, Heleieth Iara B. Contribuições feminista para o estudo da violência de gênero. IN:

MORAES, Maria Ligia Quartim de. (Org.) Desdobramentos do feminismo. nº16 / 2001.

SAFFIOTI, H,; ALMEIDA, S. de S. Violência de Gênero: poder e importância. Rio de

Janeiro: Revinter, 1995.

SEIXAS, Maria Rita; DIAS Maria Luiza. Violência Doméstica- E a cultura da Paz . São

Paulo: Editora Roca, 2013.

TELES, Maria Amélia de Almeida; MELO, Mônica de. O que é violência contra a mulher.

São Paulo: Brasiliense, 2003 (Coleção Primeiros Passos, 314)

Page 13: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

13

ANEXO 1

Questionário sobre Violência Doméstica

1. Qual a sua idade? *

2. Em sua família já teve casos de violência doméstica? *

Marcar apenas uma oval.

Sim

Não

3. Na sua opinião, em um relacionamento pode haver violência sexual? * Marcar apenas uma oval.

Sim

Não

4. Você já presenciou algum ato de violência doméstica? * Marcar apenas uma oval.

Sim

Não

5. Na sua opinião, quando uma mulher é agredida o que ela deve fazer? * Marcar apenas uma oval.

Procurar se entender com o agressor

Ir á delegacia

Nada

6. Você já ouviu falar de alguma política pública voltada a violência doméstica? * Marcar apenas uma oval.

Sim

Não

7. Você já ouviu falar da Lei Maria da Penha? * Marcar apenas uma oval.

Page 14: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

14

Sim

Não

8. Quando uma mulher vítima de violência doméstica registra em uma delegacia

esse ato e é ameaçada pelo agressor, você acha que ela deve retirar a queixa? * Marcar apenas uma oval.

Sim

Não

9. Você já sofreu algum tipo de violência doméstica, seja física, psicológica,

sexual, patrimonial ou moral? * Marcar apenas uma oval.

Sim

Não Pare de preencher este formulário.

10. Qual foi sua atitude em relação a agressão? *

Marcar apenas uma oval.

Procurei a delegacia e levei o processo até o fim.

Procurei a delegacia, mas retirei a queixa.

Não fiz nada, pois ninguém me apoiaria.

11. Que tipo de violência você sofreu? * Marque todas que se aplicam.

Sexual

Patrimonial

Física

Moral

Psicológica

12. Quantas vezes você sofreu violência? * Marcar apenas uma oval.

1 vez.

Page 15: Violência Doméstica: Uma análise no Município de Itaocara- RJ Teixeira... · TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO 3 Sendo o instrumento de medida a aplicação

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

15

De 2 á 4

vezes.

4 vezes ou mais