Upload
others
View
13
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
2016Orquestra Gulbenkian
REGÊNCIA Lawrence Foster
VIOLONCELO Antonio Meneses
EDUCATIVO CULTURA ARTÍSTICA
O Educativo Cultura Artística, uma das nossas principais frentes de atuação, promove uma agenda voltada para o desenvolvimento de jovens músicos e para a difusão da programação. Até o momento mais de 3.250 estudantes foram beneficiados. As atividades realizadas ao longo de 2016 foram:
– Ensaio aberto e masterclasses com a Orquestra Filarmônica de Viena.
– Ensaio aberto da Orquestra da Academia Nacional de Santa Cecilia.
– Jam Session do Quarteto Ebène no Instituto Baccarelli.– Masterclass com o violoncelista Jean-Guihen Queyras
na EMMSP.– Momento Musical Especial com a pianista Elena
Bashkirova.– Ensaio aberto do grupo Trondheim Soloists.– Masterclasses com músicos da Orquestra Filarmônica
de Hamburgo no Instituto Bacarelli.– Ensaio aberto e masterclasses com a Orquestra Tonhalle
de Zurique.– Concerto gratuito ao ar livre da Orquestra Gulbenkian e
masterclasses realizadas na EMESP Tom Jobim.ÈRIC
BRO
CHU
anúncio Educativo.indd 1 9/27/16 5:23 PM
O MINISTÉRIO DA CULTURA E A CULTURA ARTÍSTICA APRESENTAM
gioconda bordon 3
programa 4
notas sobre o programa 6Marcos Branda Lacerda
biografias 12
2016
Orquestra Gulbenkian
REGÊNCIA Lawrence Foster
VIOLONCELO Antonio Meneses
patrocínio
realização
apoio
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULOSECRETARIA DE ESTADO DA CULTURAORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO — OSESPDIRETORA MUSICAL E REGENTE TITULAR Marin AlsopREGENTE ASSOCIADO Celso AntunesDIRETOR ARTÍSTICO Arthur Nestrovski
FUNDAÇÃO ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO — ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA
PRESIDENTE DE HONRA Fernando Henrique CardosoPRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Fábio Colletti BarbosaVICE-PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Antonio Carlos Quintella
DIRETOR EXECUTIVO Marcelo Lopes
SUPERINTENDENTE Fausto Augusto Marcucci Arruda
MARKETING Carlos Harasawa diretor
EVENTOS Mauren Stieven supervisora, Gabrielle Coelho, Graziela Fernanda Gaeta Tognetti APOIO A EVENTOS Felipe LapaDIVISÃO OPERACIONAL Analia Verônica Belli gerente DEPARTAMENTO DE OPERAÇÕES Mônica Cássia Ferreira gerente, Cristiano Gesualdo, Fabiane de Oliveira Araújo, Guilherme Vieira, Mariana de Almeida Neves, Regiane Sampaio Bezerra DEPARTAMENTO TÉCNICO Karina del Papa gerente, Aline Gurgel Siqueira, Angela da Silva Sardinha, Bianca Pereira dos Santos, Eliezio Ferreira de Araújo, Erik Klaus Lima Gomides, Gerson da SilvaILUMINAÇÃO Edivaldo José da Silva, Gabriel Barone
SONORIZAÇÃO Andre Vitor de Andrade, Fernando Vieira da Silva, Renato Faria FirminoMONTAGEM Denilson Caroso Araújo, Edgar Paulo da Conceição, Emerson de Souza, Humberto Alves Coralino, José Carlos Ferreira, Júlio César Barreto de Souza, Kaique Ramos França, Marcio Dionizio, Nizinho Deivid Zopelaro, Rodrigo Batista Ferreira, Rodrigo Stevanin, Sandro Silvestre
CONTROLADOR DE ACESSO Adailson de AndradeINDICADOR Reginaldo dos Santos Almeida encarregado
SOCIEDADE DE CULTURA ARTÍSTICADIRETORIA PRESIDENTE Antonio Hermann D. Menezes de Azevedo VICE-PRESIDENTE Gioconda BordonDIRETORES Carlos Mendes Pinheiro Junior, Fernando Lohmann, Gioconda Bordon, Ricardo Becker, Rodolfo Villela MarinoSUPERINTENDENTE Frederico Lohmann
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
PRESIDENTE Fernando Carramaschi VICE-PRESIDENTE Roberto Crissiuma MesquitaCONSELHEIROS Antonio Hermann D. Menezes de Azevedo, Carlos José Rauscher, Francisco Mesquita Neto, Gérard Loeb, Henri Philippe Reichstul, Henrique Meirelles, Jayme Sverner, Marcelo Kayath, Milú Villela, Pedro Parente, Plínio José Marafon, Roberto Baumgart
CONSELHO CONSULTIVO Alberto Jacobsberg, Alfredo Rizkallah, George Zausner, João Lara Mesquita, Mário Arthur Adler, Patrícia Moraes, Stefano Bridelli, Sylvia Pinho de Almeida, Thomas Michael Lanz
PROGRAMA DE SALA — EXPEDIENTE
COORDENAÇÃO EDITORIAL SUPERVISÃO GERAL EDIÇÃO
Gioconda Bordon Silvia Pedrosa Marta GarciaPROJETO GRÁFICO EDITORAÇÃO ELETRÔNICA ASSESSORIA DE IMPRENSA
Paulo Humberto L. de Almeida Ludovico Desenho Gráfico Conteúdo Comunicação
realização
MINISTÉRIO DA CULTURA
Os dois próximos espetáculos encerram a Temporada 2016 – uma das mais significativas que apresentamos nas últimas décadas. Este ano foi marcado por momentos de grandes adversidades políticas e econômicas, enfrentadas por todos, sem exceção. Contudo, nosso tra-balho foi fonte de enorme satisfação e a temporada resultou brilhante.
Abrimos a série de concertos com a célebre Filarmônica de Viena. Em seguida foi a vez da Orquestra da Academia Nacional de Santa Cecilia. Recebemos mais três conjuntos sinfônicos de grande prestígio: Filarmônica de Hamburgo, Tonhalle de Zurique e Orques-tra Gulbenkian, que toca nestas duas noites os últimos concertos do ano. Apresentamos ainda dois excelentes grupos de câmara, Trondheim Soloists e Jerusalem Chamber Music Festival Ensemble, e trouxemos o refinadíssimo Quarteto Ebène e dois solistas admiráveis: Jean-Guihen Queyras e Leif Ove Andsnes. Além disso, as duas últimas atrações da temporada contaram com os dois mais importantes músicos brasileiros: Nelson Freire e Antonio Meneses.
Meneses tocou pela primeira vez para a Cultura Artística – no saudoso teatro da Nestor Pestana – no dia 2 de setembro de 1982, aos 25 anos, no início de sua carreira internacional. Naquela noite, apre-sentou-se ao lado do pianista Gilberto Tinetti. Poucos dias depois, em 14 e 15 de setembro, participou das comemorações dos 70 anos da Cultura Artística, um espetáculo inesquecível em que Meneses tocou ao lado de Nelson Freire, ambos acompanhados pela Orquestra de Câ-mara de Moscou.
Desde então, Meneses esteve presente em inúmeras tempora-das da Cultura Artística: como solista ou como camerista, integrando o Trio Beaux Arts; em dois recitais com Menahem Pressler, na inter-pretação das sonatas de Beethoven para violoncelo e piano, e ainda ao lado de grandes orquestras, como é o caso destas duas noites.
Bom concerto a todos!
Uma temporada memorável
Gioconda Bordon [email protected]
3
SÉRIE BRANCA
Sala São Paulo, 7 de novembro, segunda-feira, 21h
Pedro Amaral (1972-)Deux portaits imaginaires c. 15’
Édouard Lalo (1823- 1892)Concerto para violoncelo c. 25’
I. Prélude. Lento — Allegro maestoso II. Intermezzo. Andantino con moto — Allegro presto III. Introducton. Andante — Allegro vivace
intervalo
Antonín Dvorák (1841-1904)Sinfonia n. 8 c. 35’
I. Allegro con brio II. Adagio III. Allegretto grazioso–Molto Vivace IV. Allegro ma non troppo
Orquestra GulbenkianLawrence Foster REGÊNCIA
Antonio Meneses VIOLONCELO
Os concertos serão precedidos do Momento Musical, palestra de Irineu Franco Perpetuo sobre os compositores, peças e intérpretes da noite que acontece às 20 horas no auditório do primeiro andar da Sala São Paulo.
O conteúdo editorial dos programas da Temporada 2016 encontra-se disponível em nosso site uma semana antes dos respectivos concertos.
4
Programação sujeita a alterações.
facebook.com/culturartisticaInstagram: @culturaartisticawww.culturaartistica.com.br
SÉRIE AZUL
Sala São Paulo, 8 de novembro, terça-feira, 21h
Orquestra GulbenkianLawrence Foster REGÊNCIA
Antonio Meneses VIOLONCELO
Franz Schubert (1797-1828)Sinfonia n. 8 – A inacabada c. 25’
I. Allegro moderato II. Andante con moto
Dmitri Shostakóvich (1905-1975)Concerto para violoncelo n. 1 c. 30’
I. AllegrettoII. ModeratoIII. Cadenza – AttaccaIV. Allegro con moto
intervalo
Felix Mendelssohn (1809-1847) Sinfonia n. 3 c. 40’
I. Andante con moto – Allegro un poco agitato – Assai animato – Andante come I II. Scherzo. Vivace non troppo III. Adagio cantabile IV. Finale guerriero. Allegro vivacissimo – Allegro maestoso assai
5
Marcos Branda Lacerda
Notas sobre o programa
Pedro Amaral (1972-)Deux portaits imaginaires Édouard Lalo (1823- 1892)Concerto para violoncelo Antonín Dvorák (1841-1904) Sinfonia n. 8
O concerto desta noite põe à prova o que normalmente se entende como “História da Música”, essa disciplina que restringe uma cultura de séculos a uma coleção de nomes e obras marcantes! Poderíamos dizer que se trata aqui de uma produção que, em outros tempos, seria vista como marginal. Temos obras de um compositor de Portugal dos dias atuais e de um compositor romântico da República Tcheca – lugares aos quais não se reputam os fatos que mais caracterizaram o papel civilizador da Europa. Édouard Lalo, por sua vez, exerce sua profissão em Paris, no centro deste universo cultural: mas é representado aqui por uma obra relativamente excêntrica, se pensarmos na tendência daquela capital para cultivar a grande ópera. Apesar disso, tanto Amaral como Dvorák são notáveis por se integrarem às tendências mais cosmopolitas desses centros, em um ambiente que nos coloca frente a posições estéticas sempre renovadas.
Após um período de formação musical em Portugal, Pedro Ama-ral (1972) estabelece uma intensa relação com Paris: torna-se aluno de Emmanuel Nunes no Conservatório, realiza trabalhos teóricos na École des Hautes-Études sobre a obra serial de Stockhausen e realiza estágio no IRCAM como estudante e como compositor en recherche. Amaral exerce também a regência e passou a ensinar orquestração na universidade de Évora. Com isso fecha-se um ciclo de atividades formativas, ao mesmo tempo que se consolidam os elementos que bem o definem: sua poética desenvolve como poucas as exuberantes sonoridades que grassaram nas mãos dos compositores da vanguarda dos anos 50. Ele encontra na or-questra e no conjunto instrumental expandido os meios de uma expressão musical ao mesmo tempo complexa e envolvente.
Nas palavras do autor, Deux portraits imaginaires é uma peça “pro-gramática”, baseada em um diálogo entre Fausto – na leitura de Fernando Pessoa – e Maria, que representa a figura feminina, o amor impossível. Fausto está sentado ao cravo a ler uma página da suíte Méditation sur ma mort future, de Froberger, o grande cravista barroco do século XVII que construiu algumas de suas obras como deambulações pelo fio do pensamento, da introspecção. Nesse ambiente aparece Maria com sua exuberância feérica. A peça toma a forma de um diálogo, onde as palavras estão implícitas nas linhas de determinados instrumentos. Mas o amor de Maria não tira Fausto da “cruz ígnea de si mesmo”, de sua lucidez parali-sante… (é Alberto Caeiro quem constata: “Amar é a eterna inocência,/E toda a inocência é não pensar...”). A peça termina com um Lamento; as personagens ficam tão sós como começaram.
É consenso que o Romantismo musical teve seu início e também seu apogeu entre os compositores alemães e austríacos. Isso se deve a todo um contexto sociocultural, que parte da fragmentação política e administrativa associada a uma coesão de princípios de seus homens de letras. Mas a França soube fomentar como poucas nações uma vida verda-deiramente burguesa, cujas extensões no campo da música tinham como marca a objetividade da mensagem sonora. O concerto para violoncelo de Édouard Lalo manifesta essa realidade. É quando o compositor mais se atém à representação extramusical que ele exerce seu encantamento: no primeiro movimento a força solista e a escritura virtuosística são o fio condutor de nossa atenção. Nos movimentos seguintes somos envolvidos pelo poder das formas objetivas, representativas das realidades étnicas
7
espanholas cuidadosamente combinadas com um inspirado lirismo. Trata-se de manifestações que vieram uma década mais tarde a traduzir o espírito francês em toda sua plenitude.
Em 1882, Johannes Brahms tentou dissuadir Antonín Dvorák (1841-1904) da permanência no “provinciano” meio musical de Praga, cidade também pertencente ao Império Austro-Húngaro mas que supos-tamente não lhe ofereceria oportunidades. Dvorák considerou o convite uma gloriosa homenagem, mas recusou-o em nome da coerência políti-ca: os tchecos vinham sofrendo uma acirrada discriminação em Viena, praticada sob o olhar impassível do Imperador. Sua obra, no entanto, se constitui das formações e formas típicas do repertório europeu cultivadas desde o século XVIII. Indiferente às fervorosas discussões sobre os rumos da música romântica, ele proclama sua admiração pela obra dos compo-sitores clássicos, a preferência pelo formalismo e por Schubert. Dvorák sabe distinguir-se pela habilidade com que concilia tradição erudita e cultura local. Mesmo sob a influência da dança e da canção popular, ele vence a resistência dos centros europeus eruditos tradicionais e injeta nova substância ao repertório internacional cosmopolita.
A Sinfonia n. 8 foi composta durante a primavera de 1889 por ocasião de sua admissão na Academia de Artes de Praga – daí provavel-mente a atmosfera festiva e formalmente mais solta do que a da sinfonia anterior. A obra é impregnada de invenção melódica e de frequentes manifestações de entusiasmo. O primeiro movimento atende ao esque-ma da forma sonata, mas o compositor concede espaço a inesperadas intervenções: o tema, de caráter levemente popular, desencadeia uma inspirada alusão ao canto de pássaros, a ousados efeitos instrumentais e a uma atmosfera tempestuosa, com a orquestra toda repartida em gru-pos simultâneos. Os momentos de entusiasmo acabam por sobrepujar o breve recorte lírico usado como contraste na exposição da obra. O segundo movimento segue um planejamento semelhante: da singela expressão melódica o compositor extrai momentos de grande intensi-dade; o breve elemento temático é a deixa para a inflexão de invenções contrastantes. Os movimentos seguintes são impregnados de expressão corporal: o compositor desenvolve uma valsa em toda sua plenitude, para então fazer em seguida uma visita aos campos da boêmia mistura-da a líricas referências ao início da obra e à presença da música de seu amigo Johannes Brahms.
8
Franz Schubert (1797-1828)Sinfonia n. 8 – A inacabada Dmitri Shostakóvich (1905-1975) Concerto para violoncelo n. 1
Felix Mendelssohn (1809-1847) Sinfonia n. 3
O concerto desta segunda apresentação mostra a diversidade com que músicos praticam suas artes sob a vigência do romantismo. Schubert está, neste caso, em posição oposta à de Shostakóvitch: ele é o primeiro a dar forma às aspirações delineadas por uma sociedade que se abria às representações individualistas. Schostakóvitch vive os estertores desse movimento, associa-o aos novos tempos, mas retorna com relativa pureza e marcante intensidade a alguns daqueles mesmos sentimentos. Mendels-sohn é um dos primeiros criadores beneficiados pelos caminhos abertos por Schubert e pela classe de artistas românticos do fim do século XVIII.
A Franz Schubert coube dar forma, de maneira despretensiosa, a tudo aquilo que o Zeitgeist exigia e deixar que essa experiência contaminas-se a construção dos vários gêneros musicais. Sua oitava sinfonia, também conhecida como A inacabada, é um exemplo orquestral de uma arte não mais baseada no equilíbrio e na contenção emocional de um ambiente restritivo, como convinha à arte classicista. Aqui ele decididamente se li-berta da sombra criada pelas sinfonias de Beethoven, integrando à obra referências a um universo sonoro representativo de um homem redefinido. Não hesita em construir seus temas de acordo com novos imaginários e em associar a eles, muitas vezes, o que propusera com suas canções: a vocali-dade e o rasgo característico mergulhados em atmosferas significantes de um mundo sensível. Particularmente, sua Sinfonia em si menor, de 1822, teria refundado o gênero orquestral, não tivesse sido relegada a um arquivo até tarde no século XIX, considerada de difícil realização em seu tempo.
O primeiro movimento é evocativo de uma trágica condição de indivíduo, ao lado de sua caracterização como ser vulnerável e pleno de boas intenções – uma definição que cabe em seus grandes ciclos de canções, nos quais se descortina um universo lírico em meio a sugestões narrativas pelas sendas da realidade. Nasce uma linguagem que liga esse
9
início de século diretamente aos frutos do final do romantismo, com as sinfonias de Mahler ou ao concerto de Shostakóvich que se segue. O re-curso da variação, dos contrastes e gestos surpreendentes, é aí conduzido a dimensões inesperadas, turvando a clareza de construção proposta por seus modelos clássicos. Em suas canções, Schubert constrói pequenos painéis homogêneos. Ele transporta esse princípio para o primeiro movi-mento dessa sinfonia; cria um conjunto de temas de características seme-lhantes, extraídos de uma mesma fonte. E, para acentuar esse princípio, constrói ainda um segundo movimento em tempo e ritmo semelhantes. Assim ele pinta um imenso quadro com tonalidades relativamente homo-gêneas, mantendo a obra de arte dentro dos limites de uma expressividade única e aberta às projeções individualistas daquele novo público.
É claro que a ideia abstrata de “musicalidade” deve permear qual-quer ambiente de prática musical, no nível de preparação em que estiver. Apesar disso, essa característica recai sobre alguns personagens da História da Música com mais intensidade do que sobre outros, para distingui-los de compositores excessivamente “intelectualizados”. Shostakóvich é um desses casos: ele poderia ter sido o músico que quisesse dentro da diversidade das tendências possíveis no século XX. Formou-se em Moscou na década de 20 com a apresentação de sua primeira sinfonia, que indicava um percurso de exacerbada modernidade. Mas a História quis que essa musicalidade se transformasse em um poderoso eco do universo romântico das repre-sentações. Em 1959, sob condições políticas diferentes, ele pôde retomar algumas daquelas ideias de juventude: modernidade e afeto são extremos a serem explorados neste seu concerto para violoncelo. Apesar da conci-são temática, o primeiro e o último movimentos, cada um à sua maneira, apoiam-se naquele universo vivaz e extrovertido das surpresas e distorções rítmicas e contrapontísticas. Ouvem-se neles vestígios da música de um Prokófiev. O movimento central, sem abandonar a transparência sonora de toda a obra, traça um painel de impressionante dramaticidade: o compositor realiza a proeza de situar-se a meio caminho entre o neo-classicismo e a manifestação discretamente expressionista de intensa introspecção.
A cultura escocesa colaborou expressivamente para a formação do espírito romântico. Dela provém uma das primeiras manifestações literá-rias da história moderna pretensamente apoiada na cultura popular: em meados do século XVIII, a Europa passou a cultivar os cantares do imagi-nário poeta Ossian, na verdade um ser inexistente, livremente inventado
10
Marcos Branda Lacerda é musicólogo e professor do Departamento de Música da ECA/USP.
pelo poeta James MacPherson. Mendelssohn, como muitos, encantou-se com os mistérios escoceses dessa narrativa, então traduzidos e reinterpreta-dos pelos intelectuais alemães. Ele decide representar musicalmente suas impressões sobre esse mundo imaginário em uma de suas extraordinárias aberturas, a Gruta de Fingal, de 1829-32. Nessa mesma época, aos vinte anos de idade, ele põe em marcha a composição de sua Sinfonia escocesa, baseada por sua vez em histórias escabrosas e verdadeiras, ocorridas no palácio da rainha Maria, em Edimburgo, que ele visitara pessoalmente após uma bem sucedida turnê pelo território britânico.
Apesar de compositor profundamente ligado às tradições da cons-trução musical, persegue-o aqui, como naquela Abertura (na verdade um poema sinfônico!), a representação extra-musical. As formas enraizadas servem de suporte para a transmissão de momentos que se alternam e se aproximam de um discurso de natureza psicológica ou descritiva. Ele se entrega ao estímulo programático, extra-musical; sensações de mistério e assombro, efeitos instrumentais inusitados, aproximações de gêneros popu-lares: são recursos empregados quase que de maneira experimental; o canta-bile associa-se a uma latente vocalidade e deixa de lado o tematismo abstrato das construções classicistas. O compositor dá curso ao sentimentalismo explícito, à busca por correspondências sonoras com o mundo sensorial e não manifesta pudor algum na expressão direta do movimento: configura-se o universo musical que viria a ser ainda mais explorado por Liszt e Strauss.
Mendelssohn é pragmático na construção da obra: o primeiro mo-vimento acentua a porção vivaz do tema principal e não explora exces-sivamente o contraste oferecido pelas ideias secundárias; o movimento seguinte reconstitui a ideia de um canto popular do norte europeu com uma melodia simples, destinada aos sopros, e destacada permanentemen-te da parte motora construída com as cordas. No terceiro e quarto mo-vimentos sucedem-se as melodias características no lugar das formações instrumentais abstratas: é criada uma sugestiva marcha triunfal sempre alternada com o elemento lírico. A obra é concluída com uma franca in-terrupção da atmosfera trágica para abrir lugar para mais uma empolgante manifestação sonora alusiva à Escócia. A intenção programática é aqui caracterizada como nos eventos operísticos mais abertos, no conturbado mundo europeu daquele período.
11
Orquestra Gulbenkian
Criada em 1962, a orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian, então um conjunto de câmara, contava com 12 instrumentistas: cordas e baixo contínuo. Gradativamente, o grupo transformou-se na Orques-tra Gulbenkian, hoje com 62 músicos, formação que pode ser expandi-da se o programa assim exigir. Essa formação permite ao conjunto in-terpretar todo o repertório clássico, uma parte significativa da literatura orquestral do século XIX e boa parte da música do século XX.
Seu criador, Calouste Gulbenkian, responsável não só pela or-questra mas por toda a extensa gama de atividades culturais da ins-tituição que leva seu nome, foi um habilidoso homem de negócios, colecionador de arte e filantropo que nasceu na Armênia, em 1869, e morreu em Lisboa, em 1955. Dono de uma vasta cultura, graduado pelo King’s College, de Londres, Calouste possuía uma empresa pe-trolífera de escala global. Assinou o decreto que criaria a Fundação Gulbenkian em 1956.
O Grande Auditório da Fundação, sede da orquestra, em Lisboa, é a mais importante sala de concertos de Portugal. Vários regentes de renome escreveram a história do grupo, dentre eles o italiano Claudio Scimone. Hoje com o título de Maestro Honorário, ele dirigiu a or-questra entre 1979 e 1986. Lawrence Foster, titular no período de 2002 a 2013, ocupa hoje o posto de Maestro Emérito e comanda a orquestra nos concertos desta turnê pela América do Sul. Desde 2013, seu titular é Paul McCreesh, e a maestrina convidada é Susanna Mälkki.
A Orquestra Gulbenkian apresenta-se em turnês nos principais centros musicais da Europa, Ásia, África e Américas, ao lado de solistas renomados como a violinista alemã Arabella Steinbacher e a pianista chinesa Sa Chen. O catálogo discográfico do grupo é extenso e abran-gente: engloba tanto o repertório clássico como o romântico, o moder-no e o contemporâneo. Dentre os registros recentes, merece destaque a primeira gravação mundial do Requiem de Salieri, os concertos de Haydn para violoncelo com Pavel Gomziakov e o CD com Marc-André Dalbavie à frente da orquestra, interpretando duas obras de sua própria autoria: Sonnets sextine-cyclus e Trois chansons populaires, com a par-ticipação dos contratenores Jean-Paul Fouchécourt e Yuriy Mynenko.
Saiba maisA Fundação Calouste Gulbenkian é um centro de divulgação e produção cultural que atua não apenas na área artística e musical como também na beneficência, na educação e na ciência. Sua magnífica sede foi projetada pelos arquitetos Ruy d’Athouguia, Alberto Pessoa e Pedro Cid.
MÁ
RCIA
LES
SA
13
Lawrence Foster
Lawrence Foster, maestro americano de ascendência romena, nasceu em Los Angeles, em 1941. Aluno de Fritz Zweig, Karl Böhm e Bruno Walter, seu primeiro cargo profissional foi o de regente asso-ciado do Ballet de São Francisco, posto que deixou em 1965, quan-do foi convidado por Zubin Mehta a assumir o posto de assistente da Orquestra Filarmônica de Los Angeles. Em 1966, recebeu o Prêmio de Regência Koussevitski, que homenageia o lendário maestro russo, diretor da Sinfônica de Boston, professor de Leonard Bernstein e de Eleazar de Carvalho.
Em 1969, o primeiro chamado para atuar na Europa veio de Londres, para atuar como maestro convidado da Royal Philharmonic Orchestra. Desde então, sua carreira internacional o levou para cargos de prestígio como: direção musical da Ópera de Monte Carlo e da Orquestra Sinfônica de Jerusalém, regente principal da Orquestra de Câmara de Lucerna e diretor musical da Sinfônica de Barcelona e Nacional da Catalunha.
Foster é um dos maiores divulgadores e intérpretes da obra do compositor romeno George Enescu. Foi diretor artístico do festival que leva o nome do compositor, trabalho que lhe rendeu uma con-decoração do governo romeno pelos serviços prestados à música do país. Sua mais recente gravação de Enescu foi lançada em 2009, uma versão para orquestra do Octeto para cordas.
Diretor musical da Ópera e da Orquestra Filarmônica de Mar-selha e diretor emérito da Orquestra Gulbenkian, da qual foi regente titular entre 2002 e 2013, Foster viaja habitualmente com a orquestra portuguesa em turnês internacionais.
A presença do maestro americano nos teatros de ópera do mun-do inteiro é significativa. Em 1974, esteve à frente da Ópera Escocesa e dois anos depois fez seu début no Covent Garden, regendo a versão revisada da ópera Troilus and Cressida, de William Walton, com a me-zzosoprano Janet Baker. Atua como regente convidado na Deutsche Oper, em Berlim, e, em Los Angeles, na Orquestra Filarmônica e no Music Center Opera.
Dirigiu estreias de obras de compositores como Harrison Bir-twistle, Alexander Goehr e Gordon Crosse. Atualmente, ocupa o posto de Diretor da Orquestra e Ópera Nacional de Montpellier.
MA
RC G
INO
T
Saiba maisCom a Orquestra Sinfônica de Barcelona e Nacional de Catalunha, Foster gravou, este ano, a Sinfonia espanhola, de Édouard Lalo, e o Concerto espanhol, de Juan Manen, interpretado por Mark Kaplan.
Um dos mais proeminentes violoncelistas de nosso tempo, Antonio Meneses forma, ao lado Nelson Freire, a dupla de brasileiros mais bem sucedida do cenário erudito internacional.
Nascido em Recife, em 1957, no seio de uma família de músi-cos, Meneses começou a estudar violoncelo aos 10 anos de idade. Com 16, durante uma turnê sul-americana, recebeu convite do violoncelista italiano Antonio Janigro para completar seus estudos na Europa.
Em 1977, venceu o Concurso Internacional de Munique e, mais tarde, em 1982, conquistou a Medalha de Ouro do Concurso Tchai-kóvski, em Moscou. Desde então, suas apresentações estão incluídas nas temporadas das maiores orquestras internacionais: Filarmônicas de Berlim, de Viena, de Munique, de São Petersburgo, da Filadélfia, de Praga, de Washington e de Tóquio.
Em seu currículo constam concertos e gravações ao lado de maestros do quilate de Claudio Abbado, Daniele Gatti, Riccardo Chailly, Christian Thielemann, Mariss Jansons, Sir Andrew Davis e Riccardo Muti, entre outros. Ao mesmo tempo, dedica-se também a uma refinada vida de camerista. Por dez anos, de 1998 a 2008, inte-grou o célebre Trio Beaux Arts; colaborou com o Quarteto Vermeer, como segundo violoncelo, e se apresentou em recitais ao lado de Menahem Pressler e Maria João Pires.
Seu catálogo de gravações compreende álbuns considerados clássicos do repertório para violoncelo, tais como o Concerto duplo de Brahms para violino e violoncelo, com a Filarmônica de Berlim, ao lado da violinista Anne-Sophie Mutter, sob regência de Herbert Von Karajan; as Seis suítes para violoncelo solo, de Bach; a obra completa para piano e violoncelo de Schumann, gravada com Gérard Wyss; o Concerto para violoncelo, de Edward Elgar, com a Royal Northern Sinfonia, regido por Claudio Cruz.
Meneses participa regularmente de masterclasses na Escola Superior de Música Rainha Sofia, em Madrid, e na Universidade de Tóquio. Desde 2008, é também professor do Conservatório de Berna.
Apresentou-se recentemente no Wigmore Hall, em Londres, com Maria João Pires, em turnê ainda em curso.
Antonio Meneses
Saiba maisEm 2015, Antonio Meneses participou da gravação de um CD juntamente com o prestigiadíssimo Quarteto Belcea. No repertório, obras de Anton Weber, Alban Berg e Arnold Schoenberg.
DIV
ULG
AÇÃ
O
17
Orquestra GulbenkianLawrence Foster REGÊNCIA
HU
GO
GLE
ND
INN
ING
18
PRIMEIROS VIOLINOS
Erik Heide Josefine Dalsgaard Bin Chao António José Miranda António Veiga Lopes Pedro Pacheco Alla Javoronkova David Miguel Wanhon Ana Beatriz Manzanilla Elena Ryabova Maria Balbi Maria José Laginha Manuel Abecasis*Catarina Barreiros*
SEGUNDOS VIOLINOS
Alexandra Mendes Jordi Rodriguez Cecília Branco Maria Leonor Moreira Stephanie Abson Jorge Teixeira Tera Shimizu Stefan Schreiber Otto Pereira Félix Duarte* Mafalda Vilan Pires*Francisco Lima e Santos*
VIOLAS
Samuel Barsegian Lu Zheng Isabel PimentelAndré Cameron Patrick Eisinger Leonor Braga Santos Christopher Hooley Maia Kouznetsova Augusta Romaskeviciute*Nuno Soares*Artur Mouradian*
VIOLONCELOS
Varoujan Bartikian Marco Pereira Martin Henneken Levon Mouradian Jeremy Lake Raquel Reis Fernando Costa* João Valpaços*
CONTRABAIXOS
Pedro Vares de Azevedo Manuel RêgoMarine Triolet Maja Plüdemann Romeu Santos*Vanessa Lima*
FLAUTAS
Sophie Perrier Cristina Ánchel Amália Tortajada
OBOÉS
Pedro Ribeiro Nelson Alves Alice Caplow-Sparks
CLARINETES
Esther Georgie Iva Barbosa José María Mosqueda
FAGOTES
Ricardo Ramos Vera Dias José Coronado
TROMPAS
Gabriele Amarù Eric Murphy Kenneth Best Darcy Edmundson-Andrade
TROMPETES
Stephen Mason David Burt
TROMBONES
André Conde*Rui Fernandes Pedro Canhoto
TUBA
Amílcar Gameiro
TIMBALES
Rui Sul Gomes
PERCUSSÃO
Nuno Aroso*Duarte Santos *
PIANO/CELESTA
Joana David*
*Musicistas convidados
19
patrocinadores master
2016
patrocinadores ouro
patrocinadores platina
apoio
patrocinadores prata
patrocinadores bronze
realização
MINISTÉRIO DA CULTURA
MECENAS
Adolpho LeirnerÁlvaro Luiz Fleury MalheirosAna Lucia e Sergio ComolattiAna Maria Igel e Mario Higino LeonelAne Katrine e Rodolfo Villela MarinoAnna Helena Americano de AraújoAntonio Corrêa MeyerAntonio Hermann D. M. AzevedoArsenio Negro Jr.Beatriz Baumgart TadiniCarmo e Jovelino MineiroClaudio Thomaz Lobo SonderCristian Baumgart StroczynskiCristina BaumgartDaniel FefferDenise Pauli Pavarina Flávio e Sylvia Pinho de AlmeidaFrédéric de MarizGioconda BordonGiovanni Guido CerriHélio SeibelHenri Slezynger e Dora RossetIsrael VainboimJacques CaradecJean Claude RamirezJoão e Odila RabelloJorge José Proushan z”lJorge Sidney e Nadia AtallaJosé Carlos EvangelistaJosé E. Queiroz GuimarãesJosé Luiz e Sandra SetúbalJosé Roberto OpiceKarin Baumgart SrougiLázaro de Mello Brandão Marcelo KayathMarcos Baumgart StroczynskiMarcos Braga RosalinoMarisa e Jan EichbaumMichael e Alina PerlmanMilú VillelaMinidi PedrosoNádia e Olavo Setúbal Jr. Nelson Nery JuniorOrlandiaOtto BaumgartPaulo Bruna
AMIGOS DA CULTURA ARTÍSTICA
Agradecemos a todos que contribuem para tornar realidade os espetáculos e projetos educativos promovidos pela Cultura Artística.
Paulo ProushanRegis Edouard Alain DubruleRoberto BaumgartRosa Maria de Andrade NeryUrsula Baumgart6 Mecenas Anônimos
MANTENEDORES
Alexandre e Silvia FixAntonio Ailton CaseiroAntonio KanjiCleide e Luiz Rodrigues CorvoEdy Gomes CassemiroErwin e Marie KaufmannFernando Eckhardt LuzioFrancisco Humberto de Abreu MaffeiHenri Philippe ReichstulJayme BlayLea Regina Caffaro TerraLivio De VivoMarcelo Pereira Lopes de MedeirosMaria Zilda Oliveira de AraújoMario Arthur AdlerMichael HaradomNeli Aparecida de FariaNelson Pereira dos ReisRegina e Gerald ReissRicard Takeshi AkagawaRuy e Celia KorbivcherRuy Souza e Silva e Fátima ZorzatoSilvia e Fernando CarramaschiTamas MakrayThomas Frank TichauerValeria e Antonio Carlos Barbosa de OliveiraWolfgang Knapp3 Mantenedores Anônimos
BENFEITORES
Abram e Clarice TopczewskiAlberto WhitakerAlfredo RizkallahAndrea Sandro CalabiAntonio Carlos Marcondes MachadoArnaldo Malheiros
Bruno Alois NowakCalçados Casa EuricoCarla e Jaime PinskyCarlos Chagas RodriguesCarlos P. RauscherClaudia Annunziata G. MustoClaudio Alberto CuryClaudio e Selma CerneaDario Chebel Labaki NetoDario e Regina GuaritaEdith RanziniEduardo Secchi MunhozEduardo Simplicio da SilvaEdward LaunbergElias e Elizabeth Rocha BarrosElisa WolynecEvangelina Lobato UchoaFernando de Azevedo CorrêaFrancisco J. de Oliveira Jr.Francisco Montano FilhoGerard LoebGustavo e Cida Reis TeixeiraHeinz Jorg GruberHenrique Lindenberg NetoHumberto de Andrade SoaresIsaac PopoutchiIsrael SancovskiIssei e Marcia AbeIzabel SobralJayme SvernerJosé e Priscila GoldenbergJosé Thales S. RebouçasJunia Borges BotelhoKatalin BorgerLeo KupferLúcia Lohmann e Nemer RahalLuiz Diederichsen VillaresLuiz Franco BrandãoLuiz Henrique Martins CastroLuiz Marcello M. de Azevedo FilhoMalú Pereira de AlmeidaMarco Tullio BottinoMarcos de Mattos PimentaMaria Adelaide AmaralMaria BonomiMaria Helena Peres OliveiraMaria Teresa IgelMarta D. Grostein
MV Pratini de MoraesNelson Vieira BarreiraOscar LaferOswaldo Henrique SilveiraPatricia de MoraesPaula e Hitoshi CastroPaulo Cezar AragãoPaulo Guilherme LeserPaulo Roberto Pereira da CostaPercival LaferRaphael Pereira CrizanthoRenata e Sergio SimonRoberto e Luizila CalvoRosa Maria GrazianoRuben HalabanSergio Luiz MaceraThyrso MartinsUlysses de Paula Eduardo Jr.Vavy Pacheco BorgesVivian Abdalla HannudWalter CenevivaWilma Kövesi (i. m.)11 Benfeitores Anônimos
APOIADORES
Alberto M.R. Barros NetoAlessandro e Dora VenturaAluízio Guimarães CupertinoAna Elisa e Eugenio Staub FilhoAna Maria MalikAnna Veronica MautnerArnoldo WaldBeatriz e Numa ValleBeatriz Garcez LohmannBlue Travel Agência de ViagensCarlos Mendes Pinheiro JuniorCarmen GuariniCássio Augusto Macedo da SilvaCharles e Sandra CamburCiça Callegari e Luiz Eugenio MelloDaniela e Frederico CarramaschiEdson Eidi KumagaiEduardo e Rafaela QueirosEliana Regina Marques ZlochevskyElizabete e Mauro GuiotokuEric Alexander KlugFlavio e M. Lucia de OliveiraFrancisco, Mariana e Gabriela TurraGalícia Empreend. e Participações LtdaGeraldo Medeiros-NetoGuilherme Ary PlonskiGustavo Henrique Machado de CarvalhoHelio e Livia ElkisHoracio Mario KleinmanIrente Kantor
Para mais informações, ligue para (11) 3256 0223, escreva para [email protected] ou visite www.culturaartistica.com.br/amigos
Lista atualizada em 30 de setembro de 2016
João Baptista Raimo Jr.José Carlos DiasJosé Francisco Kerr SaraivaJosé Rubens PiraniLilia Katri Moritz SchwarczLuci Banks LeiteLucila Pires EvangelistaLuiz Roberto de Andrade NovaesLuiz SchwarczM. Luiza Santari M. PortoMarcello D. BronsteinMarcos Pires CamposMaria da Graça e Mario Luiz RoccoMaria Ines GalliMaria Joaquina Marques DiasMaria Lucia Alexandrino SegallMaria Tereza e Rodolfo Antonio de Lara CamposMarilene MeloMario Roberto RizkallahMathias Eggers GorabMauro André Mendes FinattiOmar Fernandes AlyPatrícia Upton e Nelson AscherPaulo Emilio PintoPaulo MordehachviliPedro Spyridion YannoulisPlinio J. MarafonRaquel Szterling NelkenRaul Antonio Correa da SilvaRelacionarte Marketing e Produções CulturaisRegina Celidonio e Luiz Fernando Caiuby L. da SilvaRicardo HeringRoberto FalzoniTeli Penteado CardosoWalter Jacob Curi24 Apoiadores Anônimos
Adolpho LeirnerAffonso Celso PastoreAgência EstadoAggrego ConsultoresAirton BobrowAlexandre e Silvia FixAlfredo Egydio SetúbalAlfredo RizkallahÁlvaro Luís Fleury MalheirosAna Maria Levy Villela IgelAntonio Carlos Barbosa de OliveiraAntonio Carlos de Araújo CintraAntonio Corrêa MeyerArnaldo MalheirosArsenio Negro Jr.Aurora Bebidas e Alimentos FinosBanco PineBanco SafraBicbancoBruno Alois NowakCalçados Casa EuricoCamargo CorreaCamilla Telles Ferreira SantosCarlos Nehring NettoCCECenter NorteCláudio e Rose SonderCleõmenes Mário Dias Baptista (i.m.)Companhia Brasileira de Metalurgia e MineraçãoDaniela Cerri Seibel e Helio SeibelDario Chebel Labaki NetoDora RossetEditora Pinsky Ltda.Elias Victor NigriElisa WolynecEMSErwin e Marie Kaufmann
EurofarmaFabio de Campos LillaFanny Ribenboin FixFernando Eckhardt LuzioFernando LohmannFernão Carlos Botelho BracherFestival de SalzburgoFlávio e Sylvia Pinho de AlmeidaFrancisca Nelida OstrowiczFrancisco H. de Abreu MaffeiFrédéric de MarizFrederico LohmannFundação Filantrópica ArymaxGerard LoebGioconda BordonGiovanni Guido CerriHeinz J. GruberHelga Verena MaffeiHenri Philippe ReichstulHenri SlezyngerHenrique MeirellesIdort/SPIsrael VainboimJacques CaradecJairo CupertinoJayme BlayJayme BobrowJayme SvernerJoaquim de Alcântara Machado de OliveiraJorge DiamantJosé Carlos e Lucila EvangelistaJosé E. Queiroz GuimarãesJosé Ephim MindlinJose Luiz Egydio SetúbalJosé M. Martinez ZaragozaJosé Roberto Mendonça de BarrosJosé Roberto Opice
PRINCIPAIS DOADORES (R$ 5.000,00 ou mais)
Agradecemos a todos que têm contribuído, de diversas maneiras, para o esforço de construção do novo Teatro Cultura Artística.
PATROCINADORES
Jovelino Carvalho Mineiro FilhoKatalin BorgerLea Regina Caffaro TerraLeo MadeirasLivio De VivoLuís StuhlbergerLuiz Diederichsen VillaresLuiz Gonzaga Marinho BrandãoLuiz Rodrigues CorvoMachado, Meyer, Sendacz e Opice AdvogadosMahle Metal LeveMaria Adelaide AmaralMaria Alice SetúbalMaria BonomiMaria Helena de Albuquerque LinsMarina LaferMário Arthur AdlerMarisa e Jan EichbaumMartha Diederichsen StickelMichael e Alina PerlmanMilú VillelaMinidi PedrosoMoshe SendaczNádia e Olavo Setúbal Jr. NaturaNeli Aparecida de FariaNelson ReisNelson Vieira BarreiraOi FuturoOswaldo Henrique SilveiraOtto Baumgart Indústria e ComércioPaulo BrunaPaulo Setúbal NetoPedro HerzPedro Pullen ParentePinheiro Neto AdvogadosPolierg Tubos e ConexõesPolimold Industrial S.A.Porto SeguroRaphael Pereira CrizanthoRicard Takeshi AkagawaRicardo Egydio SetúbalRicardo FeltreRicardo RamenzoniRichard BarczinskiRoberto BaumgartRoberto Egydio SetúbalRoberto e Luizila CalvoRuth Lahoz Mendonça de BarrosRuy e Celia KorbivcherSalim Taufic SchahinSamy KatzSandor e Mariane SzegoSantanderSão José Construções e Comércio (Construtora São José)Silvia Dias Alcântara MachadoSuzano
Gostaríamos de agradecer também as doações de mais de 200 empresas e indivíduos que contribuíram com até R$ 5.000,00. Lamentamos não poder, por limitação de espaço, citá-los nominalmente.
Tamas MakrayTheodoro Jorge FlankThomas KunzeThyrso MartinsUnigelUrsula BaumgartValeVavy Pacheco BorgesVitor Maiorino NettoVivian Abdalla HannudVolkswagen do Brasil Ind. de Veículos Automotores Ltda.Wolfgang KnappYara Baumgart3 Doadores Anônimos
realização
U M A O B R A - P R I M A
AL. CAMPINAS, 150BELA VISTASÃO PAULO . SP
O MAKSOUD PLAZA apoia a Temporada 2016
da Cultura Artística
PARA NÓS, INVESTIR EM CULTURA É INVESTIR EM UM MUNDO MUITO MAIS ORIGINAL.
O dinheiro não move o mundo,
mas o que você faz de original
com ele transforma muitas
coisas. É por isso que o Banco
Original patrocina a cultura e
incentiva todos os seus clientes
a criarem uma nova relação
com suas finanças.
Descubra um jeito novo de
cuidar do seu dinheiro.
Você é original. Esse banco é seu.www.original.com.br
BAN001-079anun145x210.indd 1 22/02/16 17:26
QUEM CONHECE, CONHECE BDO
Uma das Big 5
Líder no middle market
22 escritórios no Brasil
Audit | Tax | Advisory
www.facebook.com/bdobrazil
www.twitter.com/bdobrazil
www.instagram.com/bdo_brazil
www.bdobrazil.com.brwww
ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA, TEATRO, CINEMA. O MELHOR DA CULTURA VOCÊ ENCONTRA DE GRAÇA NO ITAÚ CULTURAL.
Realizaçãoavenida paulista 149 são paulo fone +55 11 2168 1777
/itaucultural
Rael | foto: Chris RufattoEspaço Olavo Setubal | foto: Edouard FraipontExposição Sergio Camargo: Luz e Matéria | foto: André SeitiEvento || Entre || Arte e Acesso | foto: Ivson MirandaIlú Obá de Min | foto: Ivson Miranda
A - Z DISTÂNCIA MAPA
Cabaña VillegasAlicia Moreau de Justo 1050 (Puerto Madero)
Desnível Defensa 855 ( San Telmo)
Don JulioGuatemala 4691, esq. Gurruchaga (Palermo
El OberoAgustín R. Caffarena 64 (la Boca)
El Pobre LuisArribeños 2393, esq. Blanco Encalada (Belgrano)
La Brigada (San Telmo)
7169 km
7164 km
7165 km
7164 km
7168 kmViejo)
Barney Greengrass541 Amsterdam Ave(Upper West Si...
Carnegie Deli854 7th Ave.(Midtown West)
Katz’sDelicatessen205 E. Houston St.(Lower East Side)
Mile End97A Hoyt St. (Brooklyn)
Russ and Daughters179 E. Houston St. (lower East Side) 7680.8 km
7677.3 km
7684.6 km
7686.7 km
7684.6 km
MAPAA - Z D I S TÂNC IAA - Z
10 Greek Street10 Greek Street (Soho)
Anchor & Hope36 The Cut (Southwark)
Fox & Anchor115 Charterhouse Street (Clerkenwell)
Great Queen Street32 Great Queen Street (Covent Gard...
Hereford Rood3 Hereford Road (Westbourne Grove) 9484.4 km
9487.8 km
9487.5 km
9487.3 km
9489.2 km
Abri92, rue du Faubourg-Poissonnière (10...
Bigarrade106, rue Nollet (17ème)
Chatomat6, rue Victor Letalle (20ème)
Chez L’Ami Jean27, rue Malar (7ème)
Frenchie5-6, rue du Nil (2ème) 9393.0 km
9390.3km
9393.2 km
9393.9km
9394.9 km
MAPAA - Z DISTÂNCIA
Hix
Cabaña Villegas Barney Greengrass
Hereford Road Frenchie
MAPAA - Z DISTÂNCIA
coleçãopaladarviagens gastronômicas
SEU DESTINO É COMER BEM.
As melhores dicas de restaurantes, bares, feiras e mercados de Nova York,Londres, Paris e Buenos Aires agora na sua mão. Tudo com o conhecimento,
a experiência e a credibilidade da equipe Paladar do Estadão.
Próximos destinos
ItáliaSão Paulo Espanha
Paladar
Buenos Aires Londres
ParisNova York
TESTAMOS O MELHOR DA GASTRONOMIADE CADA DESTINO
PARA FAZER ESSE APLICATIVO.(Sim, nós temos o emprego dos sonhos.)
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
an_app paladar_14,5x21cm_com sangria.pdf 1 11/03/15 18:53
Qual o som do compromissocom a música?
O Credit Suisse também ouve atentamente, quando se trata de música clássica.É por isso que somos, com muito orgulho, patrocinadores da Sociedade de Cultura Artística.
credit-suisse.com/sponsoring
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Letter_compromisso_145x210.pdf 1 3/12/2015 10:08:26 AM
Cultura está no nosso DNA.
www.bmalaw.com.br
Qual o som do compromissocom a música?
O Credit Suisse também ouve atentamente, quando se trata de música clássica.É por isso que somos, com muito orgulho, patrocinadores da Sociedade de Cultura Artística.
credit-suisse.com/sponsoring
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Letter_compromisso_145x210.pdf 1 3/12/2015 10:08:26 AM
patrocínio realização
MINISTÉRIO DA CULTURA
RENOVAÇÃO DE 31/10 A 11/11 E VENDA DE NOVAS ASSINATURAS A PARTIR DE 5/12.
MAIS INFORMAÇÕES: WWW.CULTURAARTISTICA.COM.BR OU PELO TELEFONE 11 3256 0223.
O MINISTÉRIO DA CULTURA E A CULTURA ARTÍSTICA APRESENTAM
Foto
s: D
ivulg
ação
28 e 29 de marçoTRIO WANDERER
24 e 25 de abrilLE CONCERT DE LA LOGE
JULIEN CHAUVIN VIOLINO E DIREÇÃO ARTÍSTICA
PHILIPPE JAROUSSKY CONTRATENOR
23 e 24 de maioBENJAMIN GROSVENOR PIANO
6 e 7 de junho POTSDAM CHAMBER ORCHESTRA
TREVOR PINNOCK REGÊNCIA
EMMANUEL PAHUD FLAUTA
27 e 28 de junhoROYAL NORTHERN SINFONIA
JULIAN RACHLIN VIOLINO E DIREÇÃO ARTÍSTICA
1 e 2 de agostoYOA — ORQUESTRA DAS AMÉRICAS
CARLOS MIGUEL PRIETO REGÊNCIA
DUO ASSAD VIOLÃO PROGRAMAÇÃO E DATAS SUJEITAS A ALTERAÇÕES.
22 e 24 de agosto ANDRÁS SCHIFF PIANO
12 e 13 de setembroQUARTETO EMERSON
29 e 31 de outubroORQUESTRA NACIONAL DO CAPITÓLIO DE TOULOUSE
TUGAN SOKHIEV REGÊNCIA
BERTRAND CHAMAYOU PIANO
LUCIENNE RENAUDIN-VARY TROMPETE
13 e 14 de novembroCAPPELLA MEDITERRANEA E CORO DE CÂMARA DE NAMUR
LEONARDO GARCÍA ALARCÓN REGÊNCIA