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Visão Geral Desenvolvimento Humano para todos Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2016

Visão Geral Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2016 · 2020-02-25 · Visão Geral | 5 Prefácio O desenvolvimento humano diz respeito às liberdades humanas: liberdade para

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Visão Geral

Desenvolvimento Humano para todos

Relatório sobre o DesenvolvimentoHumano 2016

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2 | Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2016

O Relatório sobre o Desenvolvimento Humano de 2016 é o último da série de Relatórios de Desenvolvimento Humano publicados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) desde 1990 enquanto discussões independentes, analítica e empiricamente fundamentadas, sobre as principais questões, tendências e políticas de desenvolvimento.

Mais material relacionado com o Relatório sobre o Desenvolvimento Humano de 2016 pode ser encontrado on-line em http://hdr.undp.org, incluindo versões digitais do Relatório e traduções da visão geral em mais de 20 idiomas, uma versão web do Relatório, um conjunto de documentos de apoio e peças de reflexão encomendadas para o Relatório, os mapas interactivos e bases de dados dos indicadores de desenvolvimento humano, explicações completas das fontes e metodologias utilizadas nos Índices compostos do Relatório, perfis de países e outros materiais de base, assim como os anteriores relatórios globais, regionais e nacionais de desenvolvimento humano. O Relatório de 2016 e o melhor conteúdo existente no Gabinete do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano, incluindo publicações, dados, classificações de IDH e informações relacionadas, também podem ser acedidas através de uma nova app para Apple iOS e smartphones Android de fácil utilização.

A capa reflecte a mensagem básica de que o desenvolvimento humano é para todos – na senda do desenvolvimento humano ninguém pode ser excluído.Usando uma abordagem abstracta, a capa transmite três pontos. Em primeiro lugar, as ondas ascendentes em azul e branco representam o caminho a seguir pela humanidade para assegurar o desenvolvimento humano universal. A curvatura diferente das ondas avisa-nos que alguns caminhos serão mais difíceis, e navegar ao longo desses caminhos não será fácil, mas várias opções estão em aberto. Em segundo lugar, nesta senda algumas pessoas estarão à frente, mas algumas ficarão para trás. Aqueles que estão mais atrasados precisarão que os que estão à frente lhes dêem a mão. O gesto das duas mãos reflecte esse espírito de solidariedade humana. Em terceiro lugar, as duas cores – verde e azul – e as mãos no topo – transmitem que o desenvolvimento humano universal requer um equilíbrio entre o planeta, a paz e as pessoas.

Copyright @ 2016Pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento1 UN Plaza, New York, NY 10017 USA

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada num sistema de recuperação ou transmitida, de qualquer forma ou por meio eletrónico, mecânico, fotocópia, gravação ou outra, sem permissão prévia.

Impresso no Canadá, pelo Grupo Lowe-Martin, papéis do Conselho de Gestão Florestal Impresso no Canadá, pelo Grupo Lowe-Martin, papéis do Conselho de Gestão Florestal

Edição e produção: Communications Development Incorporated, Washington DC, EUADesign das informações e visualização de dados: Quinn Information Design e Relatório do Gabinete de Desenvolvimento HumanoDesign da capa: Phoenix Design Aid

Para obter uma lista dos erros e omissões encontrados após a impressão, visite o nosso website em http://hdr.undp.org

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Visão Geral

Desenvolvimento Humano para todos

Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2016

Publicado para oPrograma das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

Empowered lives.Resilient nations.

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Equipa do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2016

Director e autor principalSelim Jahan

Director adjuntoEva Jespersen

Pesquisa e estatísticasShantanu Mukherjee (Chefe de equipa). Milorad Kovacevic (Chefe Estatístico), Botagoz Abdreyeva, Astra Bonini, Cecilia Calderon, Christelle Cazabat, Yu-Chieh Hsu, Christina Lengfelder, Patrizia Luongo, Tanni Mukhopadhyay, Shivani Nayyar e Heriberto Tapia

Produção e webAdmir Jahic e Dharshani Seneviratne

Divulgação e comunicaçõesJon Hall, Sasa Lucic, Jennifer O’Neil Oldfield e Anna Ortubia

Operações e administraçãoSarantuya Mend (Gestor de Operações), Fe Juarez Shanahan e May Wint Than

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Prefácio

O desenvolvimento humano diz respeito às liberdades humanas: liberdade para realizar todo o potencial de cada vida humana, não apenas de alguns, nem da maioria, mas de todas as vidas em todos as partes do mundo – agora e no futuro. Esse universalismo confere à abordagem do desenvolvimento humano a sua singularidade. No entanto, o princípio do universalismo é uma coisa; traduzi-lo na prática é outra. Durante o último quarto de século houve progressos impressionantes em muitas frentes do desenvolvimento humano, com as pessoas a viver mais tempo, mais pessoas a sair da pobreza extrema e menos pessoas desnutridas. O desenvolvimento humano enriqueceu vidas humanas – mas infelizmente não todas na mesma medida e, pior ainda, nem todas as vidas. Assim, não foi por acaso, mas por opção, que os líderes mundiais se comprometeram em 2015 com uma aposta no desenvolvimento que não exclui ninguém – uma premissa central da Agenda 2030. Reflectindo essa aspiração universal, faz todo o sentido que o Relatório sobre o Desenvolvimento Humano de 2016 seja dedicado ao tema do desenvolvimento humano para todos. O relatório começa por retratar em traços largos os desafios que o mundo enfrenta e as esperanças que a humanidade tem para um futuro melhor. Alguns desafios já duram há algum tempo (privações), alguns estão a aprofundar-se (desigualdades) e alguns estão a emergir (extremismo violento), mas a maioria reforça-se mutuamente. Independentemente da sua natureza ou alcance, estes desafios têm um impacto sobre o bem-estar das pessoas, tanto nas gerações presentes como nas futuras. Ao mesmo tempo, no entanto, o Relatório recorda-nos o que a humanidade alcançou nos últimos 25 anos e dá-nos esperança de que são possíveis outros avanços. Podemos construir com base no que já foi

alcançado, podemos explorar novas possibilidades para superar desafios e podemos alcançar o que antes parecia inatingível. A concretização das esperanças está ao nosso alcance. Dado esse contexto mais amplo, o Relatório levanta duas questões fundamentais: quem foi deixado de fora no desenvolvimento humano e como e por que é que isso aconteceu.Salienta que os grupos pobres, marginalizados e vulneráveis – incluindo minorias étnicas, povos indígenas, migrantes, estão a ser cada vez mais deixados para trás. As barreiras ao universalismo incluem, entre outras, privações e desigualdades, discriminação e exclusão, normas e valores sociais e preconceito e intolerância. O Relatório também identifica claramente as barreiras de género, que se reforçam mutuamente, que negam a muitas mulheres as oportunidades e o empoderamento necessários para realizarem todo o potencial das suas vidas. Para assegurar o desenvolvimento humano para todos, o relatório afirma que não basta identificar a natureza e as razões da privação dos excluídos. Alguns aspectos do quadro analítico do desenvolvimento humano e das perspectivas de avaliação devem ser colocados em evidência para abordar as questões que impedem o desenvolvimento humano universal. Por exemplo, os direitos humanos e a segurança humana, a voz e a autonomia, as capacidades colectivas e a interdependência das escolhas são fundamentais para o desenvolvimento humano das pessoas actualmente excluídas. Da mesma forma, a qualidade dos resultados do desenvolvimento humano, e não apenas a quantidade, indo além das médias e desagregando as estatísticas (particularmente a desagregação por género) deve ser considerada para avaliar e assegurar que os benefícios do desenvolvimento humano chegam a todos.

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O relatório argumenta com veemência que cuidar dos excluídos requer uma estratégia política de quatro vertentes a nível nacional: alcançar os excluídos através de políticas universais (por exemplo, crescimento inclusivo e não mero crescimento), medidas para grupos com necessidades especiais (por exemplo, pessoas com deficiência), tornando o desenvolvimento humano resiliente e capacitando os excluídos. O relatório reconhece, com razão, que as políticas nacionais devem ser complementadas por acções a nível global. Aborda questões relacionadas com o mandato, as estruturas de governação e o trabalho das instituições globais. Chama a nossa atenção para o facto de que, apesar de nos termos acostumado a acalorados debates que resultam em impasses aos níveis nacional, regional e global, sobrepondo-se a todo esse ruído surgiu um consenso em torno de muitos desafios globais para garantir um mundo sustentável para as futuras gerações. O marcante Acordo de Paris.sobre as alterações climáticas, que recentementeentrou em vigor, é testemunho disso. O que antes era considerado impensável deverá agora provar ser imparável. O Relatório complementa a Agenda 2030 partilhando o princípio do universalismo e concentrando-se em áreas fundamentais como eliminar a pobreza extrema, acabar com a fome e destacando a questão central da sustentabilidade. A abordagem do desenvolvimento humano e a

Agenda 2030 podem reforçar-se mutuamente contribuindo para as narrativas respectivas, explorando como o desenvolvimento humano e os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável se complementam mutuamente e constituindo uma plataforma de defesa mútua.Temos todas as razões para crer que a transformação no desenvolvimento humano é possível.Os desafios de hoje podem ser superados amanhã. O mundo tem menos de 15 anos para concretizar a sua ousada agenda de não deixar ninguém excluído. Colmatar a lacuna de desenvolvimento humano é fundamental, assim como garantir as mesmas, ou mesmo melhores, oportunidades para as gerações futuras.O desenvolvimento humano tem de ser sustentado e sustentável e tem de enriquecer cada vida humana para que tenhamos um mundo onde todas as pessoas possam desfrutar de paz e prosperidade.

Helen Clark

AdministradoraPrograma das Nações Unidas para o Desenvolvimento

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O Relatório sobre o Desenvolvimento Humano de 2016 é o produto do Gabinete do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano (GRDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). As conclusões, análises e recomendações de políticas do Relatório são da exclusiva responsabilidade do GRDH e não podem ser atribuídas ao PNUD ou ao seu Conselho Executivo. A Assembleia Geral da ONU reconheceu oficialmente o Relatório sobre o Desenvolvimento Humano como "um exercício intelectual independente", que se tornou "um instrumento importante para a consciencialização sobre o desenvolvimento humano em todo o mundo". Devemos muito ao Prémio Nobel Professor Amartya Sen pelo seu aconselhamento intelectual contínuo e inspirador, a sua orientação e as suas reflexões. O GRDH também teve o privilégio de contar com uma série de contributos de pessoas e organizações eminentes. Agradecemos particularmente os contributos do Professor Dan Ariely (James B. Duke, Professor de Psicologia e Economia Comportamental da Universidade Duke), Carol Bellamy (Presidente do Conselho Directivo do Fundo de Mobilização e Resiliência da Comunidade Global e ex-Directora Executiva da Fundo das Nações Unidas para a Infância), Mirna Cunningham Kain (da Nicaragua, Miskitu, activista dos direitos dos povos indígenas e ex-presidente do Fórum Permanente das Nações Unidas para as Questões Indígenas), Olafur Eliasson (artista e fundador da Little Sun), Melinda Gates (co-presidente da Fundação Bill & Melinda Gates), Angela Merkel (chanceler da República Federal da Alemanha) e Juan Manuel Santos (presidente da Colômbia e prémio Nobel da Paz de 2016). Estamos especialmente gratos a Martin Santiago e ao Escritório do PNUD na Colômbia por facilitar a contribuição do Presidente Santos. O nosso reconhecimento estende-se também

Agradecimentos

aos contrtibutos dos seguintes autores: Paul Anand, Ayesha Banu, Flavio Comim, Giovanni Andrea Cornia, Juliana Martinez Franzoni, Stephany Griffith-Jones, Irene Khan, Peter Lunenborg, Manuel Montes, Siddiqur Osmani, Enrique Peruzzotti, Robert Pollin, Diego Sanchez-Ancochea, Anuradha Seth, Frances Stewart e Florencia Torche. Estamos gratos pelas notas de reflexão enviadas por Oscar A. Gomez, Sachiko G. Kamidohzono e Ako Muto do Instituto de Pesquisa da Agência de Cooperação Internacional do Japão; Mara Simane, do Centro de Coordenação Transectorial do Gabinete de Ministros da Letónia; E HOPE XXL, uma organização da sociedade civil. Dois Centros Políticos Globais do PNUD – um em Seul sobre parcerias globais e outro em Nairobi, sobre ecossistemas resilientes e temas de reflexão sobre a desertificação, e agradecemos a Balazs Hovarth e Anne-Gertraude Juepner. Opiniões e orientações inestimáveis foram recebidas de um painel de distintos consultores:Olu Ajakaiye, Magdalena Sepúlveda Carmona, Giovanni Andrea Cornia, Diane Elson, Heba Handoussa, Richard Jolly, Ravi Kanbur, Yasushi Katsuma, Ella Libanova, Justin Yifu Lin, Leticia Merino, Solita Monsod, Onalenna Doo Selolwane e Frances Stewart. Para a prestação de consultoria especializada em metodologias e opções de dados relativos ao cálculo dos índices de desenvolvimento humano do relatório, gostaríamos também de agradecer aos membros do Painel Consultivo de Estatística do Relatório: Lisa Grace S. Bersales, Albina Chuwa, Koen Decancq, Enrico Giovannini, Pascual Gerstenfeld, Janet Gornick, Gerald Haberkorn, Haishan Fu,Robert Kirkpatrick, Jaya Krishnakumar e Michaela Saisana. Os índices compostos do relatório e outros recursos estatísticos puderam contar com a experiência de todos os fornecedores de dados internacionais nas suas áreas especializadas, e

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expressamos nossa gratidão pela sua colaboração colectiva continuada com o GRDH. Para garantir precisão e clareza, a análise estatística beneficiou de discussões sobre questões estatísticas com Gisela Robles Aguilar, Sabina Alkire, Kenneth Hartggen e Nicolas Fasel e sua equipe do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. As consultas realizadas durante a preparação do relatório contaram com o apoio generoso de muitas instituições e indivíduos que são muito numerosos para mencionar aqui (os participantes e parceiros estão listados em http: //hdr.undp.org/2016-report/consultations). As consultas formais a múltiplos partes interessadas foram realizadas entre Abril e Setembro de 2016 em Genebra, Paris, Istambul, Nairobi, Singapura e Panamá. Estamos gratos ao Escritório de Genebra do PNUD, à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, aos Centros de serviços regionais do PNUD e aos Centros políticos para a organização dessas consultas e, em particular, a Rebeca Arias, Max Everest-Phillips, Anne-Gertraude Juepner, Alexis Laffittan, Marcos Neto e Maria Luisa Silva. Foram também realizadas consultas informais em paralelo com o lançamento do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano de 2015 em Pequim, Bona, Colombo, Daca, Helsínquia, Londres, Manila, Reykjavik e Viena. Os contributos, apoio e assistência de instituições parceiras incluindo os serviços regionais do PNUD nos países, são reconhecidos com muita gratidão. Um agradecimento especial aos colegas do PNUD que constituíram o Grupo de Leitores do Relatório: Mandeep Dhaliwal, Priya Gajraj, George Ronald Grey, Anne-Gertraude Juepner, Sheila Marnie, Ayodele Odusola, Thangavel Palanivel, Sarah Poole, Mounir Tabet, Claire Van der Vaeren e Claudia Vinay. A leitura política do Relatório foi feita por Patrick Keuleers, Luciana Mermet e Nicholas Rosellini, e o seu conselho é agradecidamente reconhecido. Ex-colegas do GRDH e amigos do Relatório, incluindo Moez Doraid, Sakiko Fukuda-Parr,

Terry McKinley, Saraswathi Menon, Siddiqur Osmani, Stefano Pettinato tiveram a amabilidade de passar um dia connosco e partilhar as suas ideias, opiniões e experiências, que são inestimáveis.Também beneficiamos de discussões e comentários sobre tópicos relacionados com o Relatório da parte de Saamah Abdallah, Helmut K. Anheier, Michelle Breslauer, Cosmas Gitta, Ronald Mendoza, Eugenia Piza-López, Julia Raavad, Diane Sawyer e Oliver Schwank. Gostaríamos de agradecer aos membros do público que participaram nas pesquisas on-line sobre tópicos relacionados com o Relatório no nosso website. Vários jovens talentosos contribuíram para o Relatório enquanto estagiários: Ellen Hsu, Mohammad Taimur Mustafa, Abedin Rafique, Jeremias Rojas, Prerna Sharma, Weijie Tan e Danielle Ho Tan Yau. A sua dedicação e contributos merecem o nosso reconhecimento. Estamos agradecidos pela edição e produção altamente profissional da Communications Development Incorporated, liderada por Bruce Ross-Larson, com Joe Caponio, Mike Crumplar, Christopher Trott e Elaine Wilson – e aos designers Gerry Quinn e Phoenix Design Aid. Acima de tudo, numa nota pessoal, estou, como sempre, profundamente grato à Administradora do PNUD, Helen Clark, pela sua liderança e visão, bem como pelo seu empenho na causa do desenvolvimento humano e pelo seu sólido apoio ao nosso trabalho. Os meus agradecimentos vão também para toda a equipe do GRDH pela sua dedicação em produzir um relatório que se esforça para promover o avanço do desenvolvimento humano.

Selim JahanDirectorGabinete do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano

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Conteúdos do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2016

Prefácio

Agradecimentos

Visão Geral

CAPÍTULO 1Desenvolvimento humano— conquistas, desafios e esperanças

As conquistas que conseguimos

Os desafios que enfrentamos

As esperanças que temos

A abordagem de desenvolvimento humano e a agenda de 2013

CAPÍTULO 2Universalismo— dos princípios à prática

Momento para o universalismo

Além das médias - uso da família de índices de desenvolvimento humano

Um olhar sobre os grupos desfavorecidos

Privação no desenvolvimento humano enquanto processo dinâmico

Barreiras ao universalismo

Derrubar as barreiras

CAPÍTULO 3Chegar a todos - questões analíticas e de avaliação

Aspectos que precisam de ser analisados

Verificar se o progresso no desenvolvimento humano chega a todos — requisitos de avaliação

CAPÍTULO 4Cuidar dos excluídos— opções políticas nacionais

Chegar aos excluídos através das políticas nacionais

Persecução de medidas para grupos com necessidades especiais

Tornar o desenvolvimento humano resiliente

Capacitar os excluídos

Conclusão

CAPÍTULO 5Transformar as instituições globais

Desafios estruturais nas instituições globais

Opções para reforma institucional

Conclusão

CAPÍTULO 6Desenvolvimento humano para todos - olhar em frente

Desenvolvimento humano para todos - uma agenda para a acção

Desenvolvimento humano para todos - futuro trabalho substancial

Conclusão

Notas

Referências

ANEXO ESTATÍSTICOGuia para os leitores

Tabelas Estatísticas

1. Índice de Desenvolvimento Humano e os seus componentes

2. Evolução do Índice de Desenvolvimento Humano, 1990-2015

3. Índice de Desenvolvimento Humano ajustado pela desigualdade

4. Índice de Desenvolvimento de Género

5. Índice de desigualdade de género

6. Índice Multidimensional de Pobreza: países em desenvolvimento

7. Tendências da população

8. Resultados de saúde

9. Conquistas na educação

10. Rendimento nacional e composição dos recursos

11. Trabalho e emprego

12. Segurança humana

13. Integração Internacional

14. Indicadores suplementares: percepções de bem-estar

15. Estado dos tratados fundamentais de direitos humanos

1. Disparidade entre géneros ao longo da vida

2. Desenvolvimento sustentável

Painéis de desenvolvimento humano

Regiões

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Infográfico 1 Desenvolvimento Humano para todos

Boa saúde

Acesso aoconhecimento

DireitosHumanos

SegurançaHumana

Nível de vida

Não-discriminação

Dignidade

Auto-determinação

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Visão GeralDesenvolvimento humano para todosDurante o último quarto de século, o mundo mudou – e com ele a paisagem de desenvolvimento. Novos países emergiram e o nosso planeta abriga hoje mais de 7 mil milhões de pessoas, uma em cada quatro são jovens1. O cenário geopolítico também mudou, com os países em desenvolvimento emergindo como força económica e poder político. A globalização integrou pessoas, mercados e trabalho, e a revolução digital mudou as vidas humanas.

O progresso no desenvolvimento humano tem sido impressionante nos últimos 25 anos. As pes-soas vivem agora mais tempo, mais crianças estão na escola e mais pessoas têm acesso a serviços so-ciais básicos.2 A Declaração do Milénio e os Objec-tivos de Desenvolvimento do Milénio – compro-missos globais na mudança do século para acabar com as privações humanas básicas dentro de 15 anos – contribuíram para esta dinâmica. No entanto, o desenvolvimento humano tem sido desigual e as privações humanas persistem. O pro-gresso tem ignorado grupos, comunidades, socie-dades – e houve pessoas que foram deixadas de fora. Algumas conseguiram apenas o desenvolvi-mento humano básico, e outras nem mesmo isso. E surgiram novos desafios de desenvolvimento, que vão desde as desigualdades até às alterações climá-ticas, das epidemias às migrações desesperadas, dos conflitos ao extremismo violento. O Relatório sobre o Desenvolvimento Huma-no de 2016 centra-se em como o desenvolvimento humano pode ser assegurado para todos – agora e no futuro (ver infográfico 1 na página em frente). Começa com um relato das realizações, desafios e esperanças para o progresso humano, imaginando onde a humanidade quer ir. A sua visão baseia-se na Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030 que os 193 Estados-Membros das Nações Unidas aprovaram no ano passado e nos 17 Objec-tivos de Desenvolvimento Sustentável que o mun-do se comprometeu a alcançar.3 O relatório mostra quem foi deixado de fora no progresso no desenvolvimento humano e porquê.Argumenta que, para garantir o desenvolvimento humano para todos, não basta apenas um mapea-mento da natureza e localização das privações.Alguns aspectos da abordagem do desenvolvimen-to humano e das perspectivas de avaliação devem ser evidenciados. O Relatório também identifica as políticas nacionais e as estratégias-chave que per-mitirão a cada ser humano alcançar o desenvolvi-mento humano básico e sustentar e proteger o que

O desenvolvimento humano tem a ver com a ampliação das liberdades para cada ser humano

conseguiu. E, ao abordar os desafios estruturais do actual sistema global, apresenta opções para refor-mas institucionais.

Principais mensagens

Este Relatório transmite cinco mensagens básicas O universalismo é a chave para o desenvolvimento humano, e o desenvolvimento humano para todos é atingível.• Vários grupos de pessoas ainda sofrem priva-

ções básicas e enfrentam barreiras substanciais para superá-las.

• O desenvolvimento humano para todos exige a reorientação de algumas questões analíticas e perspectivas de avaliação.

• Existem opções políticas que, se implementa-das, contribuirão para alcançar o desenvolvi-mento humano para todos.

• Uma governação global reformada, com um multilateralismo mais justo, ajudará a alcançar o desenvolvimento humano para todos

O desenvolvimento humano tem a ver com a am-pliação das liberdades, para que todos os seres hu-manos possam exercer as escolhas que valorizam. Essas liberdades têm dois aspectos fundamentais: a liberdade de bem-estar, representada pelos fun-cionamentos e capacidades, e a liberdade de repre-sentação, representada pela voz e pela autonomia (figura 1).• Os funcionamentos são as várias coisas que

uma pessoa pode valorizar ser e fazer – como ser feliz, estar devidamente alimentado e de boa saúde, bem como ter respeito por si pró-prio e participar na vida da comunidade.

O universalismo é a chave para o desenvolvimento humano e o desenvolvimento humano para todos é atingível

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FIGURA 1

CAIXA 1

Desenvolvimento Humano—a abordagem analítica

Desenvolvimento humano — uma abordagem abrangente

Coisas que uma pessoa valoriza ser

ou fazer

Agência/Acção para fazer ou alcançar o

que é valorizado

Conjuntos de combinações

de funcionamentos que podem ser

atingidos

Fonte: Gabinete do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano

O desenvolvimento humano centra-se na riqueza das vidas humanas e não na riqueza das economias

• As capacidades são os vários conjuntos de fun-cionamentos (ser e fazer) que uma pessoa pode alcançar.

• A Agência está relacionada com o que uma pes-soa tem a liberdade de fazer e alcançar em busca de quaisquer metas ou valores que considere im-portantes.

• Ambas as formas de liberdades são absolutamen-te necessárias para o desenvolvimento humano.

O primeiro Relatório sobre o Desenvolvimento Hu-mano, em 1990 apresentou o Desenvolvimento Hu-

mano como uma abordagem ao desenvolvimento centrada nas pessoas (caixa 1).4 A abordagem do desenvolvimento humano des-locou o discurso do desenvolvimento de buscar a opulência material para aumentar o bem-estar hu-mano, de maximizar a renda para expandir capa-cidades, de optimizar o crescimento para ampliar as liberdades. Concentrou-se na riqueza das vidas humanas e não apenas na riqueza das economias, e isso mudou a forma de ver os resultados do desen-volvimento (caixa 2).

O desenvolvimento humano é um processo de alargamento das escolhas das pessoas. Mas o desenvolvimento humano também é o objectivo, ou seja, é um processo e um resultado. O desenvolvimento humano implica que as pessoas devem influenciar os processos que moldam as suas vidas. Em tudo isso, o crescimento económico é um meio importante para o desenvolvimento humano, mas não o fim em si.

O desenvolvimento humano é o desenvolvimento das pessoas através da construção de capacidades humanas, pelas pessoas, através da participação activa nos processos que moldam as suas vidas e para as pessoas, melhorando as suas vidas. É mais amplo do que outras abordagens, como a abordagem dos recursos humanos, a abordagem das necessidades básicas e a abordagem do bem-estar humano.

Fonte: Gabinete do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano

Desenvolvimento Humano

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CAIXA 2Medir o desenvolvimento humano

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) integra três dimensões básicas do desenvolvimento humano. A esperança de vida à nascença reflecte a capacidade de ter uma vida longa e saudável. Os anos médios de escolaridade e os anos de escolaridade esperados reflectem a capacidade de adquirir conhecimentos. E o rendimento nacional bruto per capita reflecte a capacidade de atingir um nível de vida decente.

Para medir o desenvolvimento humano de forma mais abrangente, o Relatório sobre o Desenvolvimento Humano também apresenta outros quatro índices compostos. O IDH ajustado pela desigualdade reduz o IDH de acordo com a extensão da desigualdade. O Índice de Desenvolvimento de Género compara os valores de IDH feminino e masculino. O Índice de Desigualdade de Género destaca o empoderamento das mulheres. E o Índice Multidimensional de Pobreza mede as dimensões não-rendimento da pobreza.

Fonte: Gabinete do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano

A abordagem de desenvolvimento humano tam-bém forneceu as bases analíticas da Declaração do Milénio e dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio – os objectivos e metas de desenvolvimen-to estabelecidos em 2000 por 189 chefes de estado e de governo para reduzir a pobreza humana básica até 2015 – que contribuíram para, e influenciaram, a Agenda 2030 e os Objectivos de Desenvolvimen-to Sustentável.

O desenvolvimento humano para todos é atingível

O que a humanidade conseguiu ao longo de 25 anos dá esperança de que mudanças fundamentais são possíveis. Algumas das conquistas mais impressionantes foram em regiões ou áreas que estavam atrasadas.

Considerando que o universalismo é a pedra toque do desenvolvimento humano, o desenvolvimento humano deve ser, e pode ser, alcançado por todos. A evidência positiva é encorajadora. Até 2015, o mundo conseguiu vencer alguns dos desafios que pareciam assustadores há 25 anos. Embora a população global tenha aumentado em 2 mil milhões – de 5,3 mil milhões em 1990 para 7,3 mil milhões em 2015 – mais de mil milhões de pessoas escaparam à pobreza extrema, 2,1 mil mi-lhões conseguiram acesso a saneamento melhora-do e mais de 2,6 mil milhões conseguiram acesso a fontes melhoradas de consumo de água.5 A taxa global de mortalidade de crianças com me-nos de cinco anos foi reduzida para mais de metade entre 1990 e 2015 – de 91 para 43 por 1.000 nados vivos. A incidência de VIH, malária e tuberculo-se diminuiu entre 2000 e 2015. A proporção de lugares ocupados por mulheres nos parlamentos em todo o mundo aumentou para 23% em 2016 – 6 pontos percentuais acima da década anterior. A perda líquida global de áreas florestais caiu de 7,3 milhões de hectares por ano na década de 1990 para 3,3 milhões durante 2010-2015.6

No entanto, apesar de todo este progresso louvável, o mundo ainda enfrenta muitos desafios complexos de desenvolvimento. Alguns desafios são prolon-gados (privações), alguns aprofundados (desigual-dades) e alguns emergentes (extremismo violento). Alguns são globais (desigualdade de género), alguns regionais (stresse hídrico) e alguns locais (desastres naturais). A maioria reforça-se mutuamente – as alterações climáticas reduzem a segurança alimentar; a urba-nização rápida marginaliza os pobres urbanos. Seja qual for o seu alcance, estes desafios têm um impac-to negativo no bem-estar das pessoas. Apesar de todos estes desafios, o que a humanidade conseguiu ao longo de 25 anos dá esperança de que são possíveis mudanças fundamentais. Na verdade, algumas das conquistas mais impressionantes ocor-reram em regiões ou áreas antes muito atrasadas. Em todo o mundo as pessoas estão cada vez mais empenhadas em influenciar os processos que mol-dam suas vidas. O engenho e a criatividade humanos desencadea-ram revoluções tecnológicas e traduziram-nas na forma como trabalhamos, pensamos e nos com-portamos. A igualdade de género e o empoderamento das mu-lheres são agora as principais dimensões de qual-quer discurso de desenvolvimento. E não há como negar que, com a intenção de superá-los construti-vamente, o espaço para discussões e diálogos sobre questões que antes eram tabu está a abrir-se lenta-mente – como é o caso da orientação sexual; das discriminações enfrentadas por pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e intersexuais; e da mutilação genital feminina. A consciência para a sustentabilidade tem vindo a aumentar. A Agenda 2030 e o Acordo de Paris sobre as altera-ções climáticas são disso exemplos fundamentais. E

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mostram também que, sob o ruído do debate e do impasse, está a emergir um consenso global sobre os desafios com vista a garantir um mundo susten-tável para as gerações futuras. Todos esses desenvolvimentos promissores dão ao mundo a esperança de que as coisas podem ser mudadas e que as transformações são possíveis. O mundo tem menos de 15 anos para concretizar a agenda inspiradora de não deixar ninguém excluído. Colmatar as lacunas de desenvolvimento humano é fundamental, mas também garantir que as gerações futuras tenham as mesmas, ou mesmo melhores, oportunidades. E cumprir a Agenda 2030 é um passo crítico para permitir que todas as pessoas alcancem todo o seu potencial. De fato, a abordagem do desenvolvimen-to humano e a Agenda 2030 têm três elos analíticos comuns (figura 2):• Ambas estão ancoradas no universalismo – a

abordagem do desenvolvimento humano, en-fatizando o aumento das liberdades para cada ser humano e da Agenda 2030, concentrando-se em não deixar ninguém excluído.

• Ambos partilham as mesmas áreas focais fun-damentais – erradicar a pobreza extrema, aca-bar com a fome, reduzir as desigualdades, ga-rantir a igualdade de género e assim por diante.

• Ambas têm a sustentabilidade como princípio fundamental.

As ligações entre a abordagem do desenvolvi-mento humano, a Agenda 2030 e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável reforçam-se mutua-mente de três formas. Primeiro, a Agenda 2030 pode ver que partes ana-líticas da abordagem de desenvolvimento humano reforçam a sua base conceitual.Da mesma forma, a abordagem do desenvolvi-mento humano pode estudar a narrativa da Agenda 2030 e aproveitar os aspectos que podem enrique-cê-la. Em segundo lugar, os indicadores de Desenvol-vimento Sustentável podem usar os indicadores de desenvolvimento humano para avaliar o progresso em direcção aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Da mesma forma, a abordagem de desenvolvimento humano pode complementar os indicadores dos objectivos de desenvolvimento sustentável com indicadores adicionais. Em terceiro lugar, os Relatórios de Desenvolvi-mento Humano podem ser um instrumento de advocacia extremamente poderoso para a Agenda 2030 e os Objectivos de Desenvolvimento Sus-tentável. E os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável podem ser uma boa plataforma para uma maior visibilidade da abordagem do desenvol-vimento e do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano nos anos vindouros.

Colmatar as lacunas de desenvolvimento humano é fundamental, mas também garantir que as gerações futuras tenham as mesmas, ou mesmo melhores, oportunidades

FIGURA 1Desenvolvimento Humano—a abordagem analítica

Abordagem ao desenvolvimento

humano

Agenda 2030 e Objectivos de

Desenvolvimento Sustentável

Pilares comuns

Fonte: Gabinete do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano.

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As privações humanas também são dinâmicas.Passar acima do baixo limiar de desenvolvimento humano não assegura necessariamente que as pessoas serão protegidas das ameaças emergentes e futuras.

No entanto, as privações básicas abundam entre vários grupos de pessoas

Persistem barreiras substanciais para o desen-volvimento humano universal

Uma em cada nove pessoas no mundo tem fome e uma em cada três está desnutrida.7 Cerca de 15 milhões de meninas por ano casam-se antes dos 18 anos de idade, uma a cada dois segundos 8. Mun-dialmente, 18.000 pessoas morrem por dia devido à poluição atmosférica,9 e dois milhões de pessoas por ano são infectadas pelo VIH.10 Em média, 24 pessoas são deslocadas de suas casas a cada minu-to.11

As mulheres e as meninas, as minorias étnicas, os povos indígenas, as pessoas com deficiência e os migrantes são todos privados das dimensões bási-cas do desenvolvimento humano. Em todas as regiões, as mulheres têm uma espe-rança de vida mais longa do que os homens e, na maioria das regiões, os anos de escolaridade espe-rados pelas meninas são semelhantes aos dos rapa-zes. No entanto, em todas as regiões, as mulheres têm consistentemente um menor Índice de Desen-volvimento Humano (IDH), em média, do que os homens. A maior diferença ocorre no Sul da Ásia, onde o valor do IDH das mulheres é 20% menor do que o IDH do homem. Existem desvantagens baseadas em grupos, como se verifica no Nepal. Brahmans e Chhetris têm o maior valor de IDH (0,538), seguido pelos Jana-jatis (0,482), Dalits (0,434) e muçulmanos (0,422). As maiores desigualdades estão na educação, com efeitos pronunciados e de longa duração sobre as capacidades.12

As deficiências no desenvolvimento humano bá-sico entre os vários grupos muitas vezes persistem devido à discriminação. As mulheres são particular-mente discriminadas em relação às oportunidades e acabam por ser desfavorecidas (figura 3). Em mui-tas sociedades, as mulheres são discriminadas em relação aos bens produtivos, como o direito à terra e à propriedade. Em resultado disso, só 10 a 20 por cento dos proprietários de terras nos países em de-senvolvimento são mulheres.13

As minorias étnicas e outros grupos são frequen-temente excluídas da educação, emprego e cargos administrativos e políticos, o que resulta em pobre-za e uma maior vulnerabilidade ao crime. Em 2012, 51 por cento das minorias étnicas no Viet Nam vi-viam em situação de pobreza multidimensional, em comparação com apenas 17% da população Kinh

ou Hoa, a maioria.14

Mais de 370 milhões de povos indígenas auto-i-dentificados em 70 países, também, enfrentam dis-criminação e exclusão no quadro jurídico, no acesso à educação na sua língua materna e no acesso à ter-ra, água, florestas e direitos de propriedade intelec-tual.15

Estima-se que mais de mil milhões de pessoas vivam com alguma forma de deficiência e encon-tram-se entre as mais marginalizadas na maioria das sociedades. Estas pessoas enfrentam o estigma, a discriminação e a inacessibilidade aos ambientes fí-sicos e virtuais.16

Hoje, 244 milhões de pessoas vivem fora dos seus países de origem.17 Muitos são refugiados econó-micos que desejam melhorar os seus meios de sub-sistência e enviar dinheiro para casa. Mas muitos migrantes, especialmente 65 milhões de pessoas deslocadas à força, enfrentam condições extremas – falta de emprego, de rendimentos e de acesso a serviços de saúde e sociais além da ajuda humanitá-ria de emergência. Frequentemente, são vítimas de perseguições, animosidade e violência nos países de acolhimento. As privações humanas também são dinâmicas.Superar o baixo limiar de desenvolvimento humano não assegura necessariamente que as pessoas serão protegidas das ameaças emergentes e futuras. Mes-mo quando as pessoas passam a ter mais opções do que antes, pode haver ameaças à segurança dessas escolhas. As epidemias, a violência, as alterações climáticas e as catástrofes naturais podem rapidamente pre-judicar o progresso daqueles que abandonaram a pobreza. Podem também gerar novas privações. Milhões de pessoas em todo o mundo estão expos-tas a catástrofes naturais relacionadas com o clima, as secas e as inseguranças alimentares associadas, subsistindo em terras degradadas. As privações da geração actual podem transitar para a próxima geração. A educação, a saúde e o rendi-mento dos pais podem afectar muito as oportuni-dades disponíveis para seus filhos.

Grupos de pessoas que permanecem privados po-dem ser os mais difíceis de alcançar geográfica, po-lítica, social e economicamente.

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A superação das barreiras pode exigir mais recur-sos fiscais e assistência ao desenvolvimento, ganhos contínuos em tecnologia e melhores dados para monitorização e avaliação. Mas algumas barreiras estão profundamente en-raizadas nas identidades e relações sociais e polí-ticas – tais como violência flagrante, leis discrimi-natórias, normas sociais de exclusão, desequilíbrios na participação política e distribuição desigual de oportunidades. Para ultrapassá-las, será necessário colocar a empatia, a tolerância e os compromissos morais para com a justiça global e a sustentabilidade no centro das escolhas individuais e colectivas.As pessoas devem considerar-se como fazendo parte de um todo global coeso e não um terreno fragmentado de grupos e interesses rivais. A evolução para o desenvolvimento humano universal requer uma consciência e compreensão

FIGURA 3As mulheres são discriminadas em relação às oportunidades

Em 18 países não têm impedimentos

legais

Em 32 países os procedimentos para obter um passaporte

diferem daqueles para os homens

Em 18 países necessitam da aprovação do marido

para obterem um emprego

As mulheres são discriminadas em relação às oportunidades

Em mais de 150 países são discriminadas

legalmente

Em 100 países estão Impedidas

de prosseguir algumas carreiras apenas por causa

do seu género

Países

A realização do desenvolvimento humano universal na prática é possível, mas, primeiro, as barreiras e as formas de exclusão têm de ser superadas.

dos factores motivacionais e das dinâmicas de como os grupos são marginalizados, que varia ine-vitavelmente entre países e regiões. Compreender o desenvolvimento humano universal na prática é possível, mas primeiro as principais barreiras e as formas de exclusão devem ser superadas (figura 4). Seja ela intencional ou não intencional, a exclu-são pode ter o mesmo resultado – algumas pessoas serão mais carentes do que outras, e nem todas as pessoas terão igualdade de oportunidades para atingirem o seu pleno potencial. As desigualdades de grupo reflectem divisões socialmente construí-das e sustentadas porque estabelecem uma base para um acesso desigual aos resultados desejados e escassos recursos. As dimensões e os mecanismos de exclusão também são dinâmicos, assim como as características que os grupos utilizam como base para a exclusão.

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FIGURA 4Barreiras ao universalismo

As desigualdades no rendimento influenciam as desigualdades noutras dimensões do bem-estar, e vice-versa

Intolerânciae exclusão

Leis Discriminatórias Normas sociais

Violência

Auto-identidadeslimitadas

NacionalismoPolíticas de identidade

Captura das instituições

pelas elitesAumento de 1%

Falta de pluralismo

Barreiras aouniversalismo

Fraco poder de negociação

DesigualdadeFalta de voz

Fonte: Gabinete do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano

As instituições legais e políticas podem ser usadas e abusadas para perpetuar divisões entre grupos. Um caso extremo refere-se aos direitos da comu-nidade de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais nos 73 países e cinco territórios onde os actos sexuais do mesmo sexo são ilegais.18 As leis são discriminatórias, entre outros casos, porque impedem o acesso de certos grupos aos serviços ou oportunidades. Algumas normas sociais podem ser úteis para a coexistência harmoniosa dentro das sociedades, mas outras podem ser discriminatórias, prejudiciais e exclusivas. As normas sociais em muitos países reduzem as escolhas e oportunidades para as mu-lheres e meninas, que são habitualmente responsá-veis por mais de três quartos do trabalho familiar não remunerado.19

A presença de mulheres como clientes em cafés ou restaurantes também pode ser desencorajada e, nalguns casos, as mulheres não estão autorizadas a deslocarem-se em público sem estarem acompa-nhadas por um homem.20

Talvez o mecanismo mais directo de exclusão seja a violência. As motivações incluem a consolidação

do poder político, a salvaguarda do bem-estar das elites, controlar a distribuição dos recursos, apode-rar-se do território e dos recursos e favorecer ideo-logias baseadas na supremacia de uma identidade e de um conjunto de valores. Os 1 por cento no topo da distribuição de riqueza global detêm 46 por cento da riqueza do mundo.21

As desigualdades nos rendimentos influenciam desigualdades noutras dimensões do bem-estar, e vice-versa. Dada a desigualdade de hoje, os grupos excluídos estão numa posição enfraquecida para iniciar a transformação das instituições. Carecem de agên-cia e de voz e por isso têm pouca influência políti-ca para influenciar as políticas e a legislação pelos meios tradicionais. Numa época em que a acção e a colaboração glo-bais são fundamentais, as identidades individuais e grupais estão a estreitar-se. Os movimentos sociais e políticos ligados à identidade, sejam nacionalis-tas ou etnopolíticos, parecem estar mais fortes. O Brexit é um dos exemplos mais recentes de um regresso ao nacionalismo quando os indivíduos se sentem alienados num mundo em mudança.

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A intolerância em relação aos outros em todas as suas formas — legal, social ou coerciva — é anti-tético para o desenvolvimento humano e para os princípios do universalismo.

O desenvolvimento humano para todos exige a reorientação de algumas questões analíticas

O desenvolvimento humano passa pelo alarga-mento das escolhas que determinam quem somos e o que fazemos. Vários factores estão subjacentes a essas escolhas: o vasto leque de opções que temos à disposição – as nossas capacidades; as restrições sociais e cognitivas e as normas e influências sociais que moldam os nossos valores e as nossas escolhas; o nosso próprio empoderamento e a agência que exercitamos individualmente e enquanto elemen-tos de grupos na formação das nossas opções e oportunidades; e os mecanismos que existem para resolver as reivindicações concorrentes de formas que sejam justas e conducentes à realização do po-tencial humano. A abordagem do desenvolvimento humano for-nece uma maneira sistemática para articular essas ideias. Pode ser especialmente significativa para por em evidência a interacção entre factores que podem redundar em desvantagem de indivíduos e grupos em diferentes contextos. Os direitos humanos são a base do desenvolvi-mento humano. Os direitos humanos oferecem uma perspectiva útil para analisar o desenvolvimen-to humano. Os detentores de direitos apoiam e promovem o desenvolvimento humano e são responsáveis pela incapacidade de um sistema social de promover o desenvolvimento humano.Essas perspectivas não só vão além das reivindica-ções mínimas do desenvolvimento humano, mas também podem servir como uma ferramenta po-derosa na busca de soluções. A noção de segurança humana deve enfatizar uma compreensão profunda de ameaças, riscos e crises para a acção conjunta nas abordagens de desenvol-vimento humano e segurança humana. Os desafios são equilibrar a resposta impulsionada pelos choques às ameaças globais com a promoção de uma cultura de prevenção. A voz e a autonomia, enquanto elementos da li-berdade de agência e da liberdade de bem-estar, são parte integrante do desenvolvimento humano. A capacidade de deliberar, participar em debates pú-blicos e ser agentes na formação da própria vida e do meio ambiente é fundamental para o desenvol-vimento humano para todos. O foco principal da abordagem do desenvolvimen-

to humano tem sido em grande parte sobre a liber-dade de bem-estar. Mas como o bem-estar já foi alcançado, enfatizar a liberdade de agência tornou-se mais importante. O desenvolvimento humano é uma questão de promover não apenas as liberdades dos indivíduos, mas também as liberdades de grupos ou colectivas.Para as pessoas mais marginalizadas e mais caren-tes, a acção colectiva pode ser muito mais poderosa do que a individual. É improvável que um indiví-duo alcance muito sozinho, e o poder só pode ser alcançado através da acção colectiva. A identidade influencia a acção e a autonomia. As pessoas têm a liberdade de escolher as suas identidades, uma liberdade importante que deve ser reconhecida, valorizada e defendida. Os indivíduos merecem opções na escolha entre as diferentes identidades que valorizam. Reconhecer e respeitar essas opções são condições prévias para a coexis-tência pacífica em sociedades multiétnicas e mul-ticulturais. Três questões de identidade têm implicações para o desenvolvimento humano universal. Primeiro, o espaço para múltiplas identidades é mais limitado entre as pessoas marginalizadas, e essas pessoas podem não ter a liberdade de escolher a identida-de que valorizam. Em segundo lugar, a insistência numa única identidade irrefutável e a negação do raciocínio e da escolha na selecção de identidades podem levar ao extremismo e à violência e, por-tanto, representar uma ameaça para o desenvol-vimento humano. Em terceiro lugar, os grupos identitários competem por recursos económicos e políticos e poder limitados, e as pessoas desfavore-cidas e marginalizadas ficam a perder. Na maioria dos casos, os valores e normas da sociedade vão contra os mais desfavorecidos, com preferências frequentemente formadas por tradições sociais de privilégio e subordinação. Mas mudar valores e normas pode transformar esse preconceito contra as pessoas desfavorecidas. As liberdades são interdependentes, e essa interde-pendência pode ser reforçadora. Por exemplo, um trabalhador que exerça a liberdade de pôr plantas no espaço de trabalho pode contribuir para a liber-dade dos trabalhadores de ter ar limpo. Mas a liber-dade de um pode também interferir na liberdade dos outros. Uma pessoa rica tem a liberdade de construir uma casa de vários andares, mas isso pode privar um vi-zinho pobre da luz solar e de um ambiente arejado. Limitar a liberdade dos outros não pode ser a con-sequência pretendida do exercício da liberdade, mas algumas acções que restringem a liberdade dos ou-tros podem ser deliberadas. Grupos ricos e podero-sos podem tentar restringir a liberdade dos outros.

A voz e a autonomia, enquanto lementos da liberdade de acção e da liberdade de bem-estar, são parte integrante do desenvolvimento humano

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Perspectivas de avaliação específicas podem garantir que todos serão abrangidos

Isso reflecte-se no enviesamento em prol dos mais ricos nas opções políticas de muitas economias, na forma como o sistema jurídico está criado e na forma como as instituições trabalham. Todas as sociedades têm de fazer concessões e, após debate fundamentado, determinar os princípios para re-solver os problemas, de forma dinâmica, à medida que eles se desenvolvem e criar uma sociedade mais justa. O desenvolvimento sustentável é uma questão de justiça oficial. Está relacionado com à equidade in-tergeracional – as liberdades das gerações futuras e das gerações actuais. A abordagem do desenvolvimento humano consi-dera a sustentabilidade como uma questão de equi-dade distributiva, tanto dentro duma geração como entre gerações.

Os profissionais de desenvolvimento concordam, em princípio, que permitir que todas as pessoas be-neficiem do progresso no desenvolvimento huma-no exige dados desagregados sobre características como região, género, localização rural-urbana, esta-tuto socioeconómico, raça e etnia. Mas são menos claros sobre como garantir a dis-ponibilidade de tais dados. Determinar quais as linhas de desagregação necessárias para revelar as desigualdades ao longo de dimensões particulares pode ser difícil se não se tem já alguma compreen-são dos processos de exclusão e marginalização da sociedade. E as sensibilidades políticas, sociais e culturais podem promover exclusões e privações. Desagregar os dados por género é crucial para a igualdade de género e o empoderamento das mu-lheres. É precisamente por isso que a Agenda 2030, em particular o Objectivo de Desenvolvimento Sus-tentável 5, relativo à consecução da igualdade de género e ao empoderamento de todas as mulheres e meninas, se centra em objectivos que facilitam a desagregação de dados por género.

Embora a liberdade de agência seja parte integrante do desenvolvimento humano, a abordagem do de-senvolvimento humano tem tradicionalmente foca-do mais no bem-estar do que na agência. Basta ver o IDH. Mas a agência é inerentemente mais difícil de medir do que o bem-estar. A relação entre a liberdade de bem-estar e a liber-dade de acção é geralmente positiva. Isto suporta a noção de que os dois aspectos do desenvolvimento humano, se não perfeitamente correlacionados, são complementares. Por outras palavras, as sociedades podem ter alcançado elevadas capacidades médias ou bem-estar sem alcançar a acção (em voz e au-tonomia). Outras medidas de bem-estar humano, como o Ín-dice de Progresso Social,22 o Índice de Felicidade Mundial23, e o Índice de Vida Melhor24 podem ava-liar de forma útil se o bem-estar abrange a todos.Alguns países também apoiam medidas subjectivas de bem-estar ou felicidade, como acontece com o Índice de Felicidade Nacional Bruta do Butão.25

O desenvolvimento humano para todos implica também a compilação e apresentação de dados a partir de perspectivas inovadoras, tais como dados em tempo real e painéis de indicadores. Uma abor-dagem em painel de indicadores, com tabelas codi-ficadas por cores, pode mostrar os níveis e avanços nos vários indicadores de desenvolvimento.Assim, pode ser eficaz na avaliação do bem-estar humano. Implica também um processo inclusivo que envolve mais pessoas para gerar e disseminar informação utilizando novas tecnologias. Em 2013, o Painel de Alto Nível sobre Desenvol-vimento Sustentável do Secretário-geral da ONU apelou para uma Revolução de Dados para o De-senvolvimento Sustentável, com uma nova iniciati-va internacional para melhorar a qualidade das in-formações e estatísticas disponíveis aos cidadãos.26 A Big Data descreve o grande volume de dados – tanto estruturados como não estruturados – que várias organizações recolhem utilizando novas tec-nologias e que pode trazer novas perspectivas para os dados e estatísticas tradicionais.

O desenvolvimento sustentável é uma questão de justiça social

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Políticas nacionais para cuidar dos excluídos – uma estratégia com quatro vertentes

FIGURA 5

Acçãoafirmativa

Almejar ao crescimento

inclusivo Melhorar as oportunidades

para as mulheres

Abordar as capacidades do

ciclo da vida

Mobilizar recursos paraas prioridadesdo desenvolvi-

mento

Promover a protecção

social

Abordar as epidemias,

os riscos e os choques

Combater a violência

e garantir a segurança das

pessoas

Manter o bem-estar

humano em situações de

conflito

Abordar as alterações climáticas

Garantir a responsabiliza-

ção

Promovera inclusão

Garantir oacesso à

justiça

Defesados

direitos humanos

Promover o DesenvolvimentoHumano para os grupos margina-

lizados

Cuidar dos excluídos:

Opções de políticas nacionais

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Opções políticas essenciais

CHEGAR AOS EXCLUÍDOS USANDO POLÍTICAS UNIVERSAIS

Uma abordagem política nacional em quatro ver-tentes pode garantir que o desenvolvimento huma-no chegue a todos (figura 5). Em primeiro lugar, são necessárias políticas universais para abranger os excluídos, mas o universalismo prático nas políticas não é fácil. Por exemplo, um país pode estar empenhado em assegurar cuidados de saúde universais, mas uma geografia difícil pode impedi-lo de estabelecer cen-tros de saúde acessíveis em todas as localidades. Assim, as políticas universais de desenvolvimento humano precisam de ser reorientadas para alcançar aqueles que são excluídos. Em segundo lugar, mesmo com o novo foco em políticas universais, alguns grupos de pessoas têm necessidades especiais que não podem não ser atendidas. As suas situações requerem medidas e atenção específicas. Por exemplo, as pessoas com deficiência precisam de medidas para garantir a sua mobilidade, participação e oportunidades de traba-lho.

Terceiro, o desenvolvimento humano alcançado não significa o desenvolvimento humano sustenta-do. O progresso no desenvolvimento humano pode ser retardado ou mesmo invertido devido a choques e vulnerabilidades, com implicações para as pessoas que só conseguiram o desenvolvimento humano básico e para as pessoas que ainda não atingiram se-quer esse nível. Assim, o desenvolvimento humano terá de ser resiliente. Em quarto lugar, as pessoas que foram excluídas terão de ser empoderadas, de modo que, se as polí-ticas e os actores relevantes não conseguirem, essas pessoas podem elevar a sua voz, exigir os seus direi-tos e procurar corrigir a situação. Num mundo globalizado, as políticas nacionais de desenvolvimento humano universal devem ser completadas e complementadas por um sistema global que seja justo e que enriqueça o desenvolvi-mento humano.

Uma reorientação adequada das políticas universais pode reduzir os défices no desenvolvimento hu-mano entre os excluídos. Para isso é fundamental almejar ao crescimento inclusivo, aumentando as oportunidades para as mulheres, abordando as ca-pacidades do ciclo de vida e mobilizando recursos para as prioridades de desenvolvimento humano.

Prossecução do crescimento inclusivo

Para que o desenvolvimento humano chegue a to-dos, o crescimento tem de ser inclusivo, com qua-tro pilares de apoio mútuo: formular uma estratégia de crescimento liderada pelo emprego, aumentar a inclusão financeira, investir nas prioridades de desenvolvimento humano e realizar intervenções multidimensionais de alto impacto. Uma estratégia de crescimento orientada para o emprego deverá apostar em medidas como a elimi-nação dos obstáculos ao desenvolvimento centrado no emprego, a concepção e implementação de um quadro regulamentar que previna o trabalho infor-mal, o reforço das ligações entre grandes, pequenas e médias empresas, incidir nos sectores onde os mais pobres vivem e trabalham, especialmente nas zonas rurais, e ajustar a distribuição do capital e do trabalho nas despesas públicas para criar postos de trabalho.

Várias medidas podem aumentar a inclusão finan-ceira das pessoas pobres, como a expansão dos ser-viços bancários para grupos desfavorecidos e mar-ginalizados, recorrendo a procedimentos simples e aproveitando a tecnologia moderna para promover a inclusão financeira. Na África subsaariana, 12% dos adultos têm contas bancárias móveis, em com-paração com 2% em todo o mundo.27

Os investimentos dirigidos para as prioridades de desenvolvimento humano podem oferecer serviços e infra-estrutura de baixo custo, mas de alta qualida-de, a grupos desfavorecidos e marginalizados. O acesso efectivo aos serviços por parte dos pobres requer acessibilidade nos custos e adaptabilidade nas práticas culturais. Na Nicarágua, máquinas de ecografia de baixo custo, que podem ser transpor-tadas em bicicletas, estão a ser utilizadas para moni-torizar a saúde das grávidas.28

A presença de médicos apenas do sexo masculino em centros de acolhimento e de cuidados infantis rurais seria um desincentivo para que as mulheres e as raparigas utilizassem os centros. Alguns investimentos prioritários em desenvolvi-mento humano têm impactos fortes e múltiplos.Programas de refeições escolares, que proporcio-nam múltiplos benefícios: protecção social, ajuda às famílias a educação das crianças e protecção da segurança alimentar das crianças em tempos de cri-

Para que o desenvolvimento humano chegue a todos, o crescimento tem ser inclusivo

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se; nutrição, porque nos países pobres as refeições escolares são muitas vezes as únicas refeições regu-lares e nutritivas; e um forte incentivo para enviar as crianças para a escola e mantê-las na escola. Os dados do Botswana, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gana, Quénia, Mali, Namíbia, Nigéria e África do Sul são o testemunho desses benefícios.29

As infra-estruturas rurais, especialmente estradas e electricidade, são outra área. A construção de estra-das rurais permite reduzir os custos de transporte, liga os agricultores aos mercados, permite que os trabalhadores se movimentem livremente e promo-ve o acesso às escolas, clinicas e serviços de saúde. A electrificação nas comunidades rurais na Guate-mala e na África do Sul ajudou a aumentar o empre-go entre os grupos marginalizados.30

A redistribuição de activos também pode trazer os excluídos para o processo de crescimento.O capi-tal humano é um activo, e as diferenças no desem-penho educativo impedem que as pessoas pobres integrem o processo de crescimento de alta produ-tividade. Democratizar a educação, particularmente a edu-cação terciária, beneficiaria as pessoas mais pobres. Da mesma forma, fazer as coisas localmente pode trazer múltiplos impactos para o desenvolvimento. Dar autonomia aos governos locais na formulação e implementação de planos de desenvolvimento lo-cal permite que os planos reflictam as aspirações das comunidades locais. A descentralização fiscal pode também capacitar os governos locais para recolherem as suas próprias receitas e dependerem menos de subsídios governamentais. Mas para que a abordagem local garanta o desenvolvimento hu-mano dos excluídos também exigirá a participação das pessoas e uma maior capacidade administrativa local.

Melhorar as oportunidades para as mulheres

A igualdade de género e o empoderamento das mulheres são dimensões fundamentais do desen-volvimento humano. Porque metade da humanida-de não desfruta do progresso no desenvolvimento humano, tal desenvolvimento não é universal. Investir nas meninas e mulheres tem benefícios multidimensionais – por exemplo, se todas as ra-parigas nos países em desenvolvimento terminas-sem o ensino secundário, a taxa de mortalidade de crianças com menos de cinco anos seria reduzida para metade.31

As mulheres também precisam de apoio para in-gressar no ensino superior, particularmente em

Porque metade da humanidade não desfruta do progresso no desenvolvimento humano, tal desenvolvimento não é universal

ciência, tecnologia, engenharia e matemática, onde no futuro a procura de trabalho será mais elevada. As mulheres também têm de conciliar o emprego remunerado fora de casa com o trabalho de cuida-dos não remunerados dentro da casa, bem como equilibrar os seus papéis produtivos e reprodutivos. Opções de trabalho flexíveis e opções de cuidados alargados, incluindo creches, actividades extra-es-colares, lares para idosos e instalações de cuidados de longo prazo, podem ajudar as mulheres a alargar as suas escolhas. As medidas para encorajar o empreendedoris-mo das mulheres incluem o estabelecimento de um quadro legal que elimine as barreiras à posse da terra por parte das mulheres, um activo crítico, especialmente na agricultura. Assim, as políticas de terras, legislação e administração têm de ser muda-das para abranger as mulheres – e as novas regras devem ser aplicadas. O tecto de vidro, embora rachado em muitos lugares, está longe de estar partido. As exigências de género nos mecanismos de selecção e recruta-mento e de incentivo à retenção podem aumentar a representação das mulheres nos sectores público e privado. Os critérios para a promoção de homens e mulheres em posições de topo na gestão devem ser idênticos, com base na igualdade de remuneração por trabalho igual. A orientação, o coaching e o pa-trocínio podem fortalecer as mulheres no local de trabalho, utilizando gestoras bem-sucedidas como modelos e como patrocinadoras.

Fomentar as capacidades durante o ciclo de vida

Para garantir que o desenvolvimento humano che-ga aos excluídos, a aquisição de capacidades deve ser vista numa perspectiva de ciclo de vida na me-dida em que as pessoas enfrentam vários tipos de vulnerabilidades em diferentes fases das suas vidas. O desenvolvimento humano sustentado é mais provável quando todas as crianças podem adquirir as competências que correspondem às oportuni-dades abertas para os jovens se juntarem à força de trabalho. Muita atenção está focada, e bem, no que é necessário para garantir que todas as crianças, em todos os lugares, completem um curso com-pleto de escolaridade, incluindo o pré-escolar. O Banco Mundial descobriu que cada dólar gasto em educação pré-escolar gera US $ 6 a US $ 17 em benefícios públicos, sob a forma de uma força de

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As opções para mobilizar recursos para as prioridades de desenvolvimento humano vão desde a criação de espaço fiscal até à utilização do financiamento climático e da redução dos subsídios que não são benéficos para os pobres para um uso eficiente dos recursos

trabalho mais saudável e mais produtiva.32 O Gana inclui agora dois anos de ensino pré-escolar no sis-tema educativo. A China está a considerar disponibilizar instalações pré-escolares para todos os jovens.33

Empoderar os jovens exige acções em ambas as frentes: política e económica. Na frente política, cerca de 30 países têm algum tipo de estrutura parlamentar para não adultos, a nível nacional ou em cidades, aldeias ou escolas.34 Assim, as opiniões dos jovens em várias formas de participação – em funções consultivas patrocinadas pelo governo, parlamentos de jovens e mesas re-dondas – estão a ser consideradas na formulação de políticas. Na frente económica é necessário criar novas oportunidades para os jovens e prepara-los com as competências de que precisam para aproveitar as oportunidades. Mais de um terço das competências importantes na economia de hoje terão mudado em 2020.35

A aquisição de competências para o século XXI tem de fazer parte da aprendizagem ao longo da vida do pensamento crítico dos quatro C’s, colabo-rar, criar e comunicar (figura 6). Para as pessoas idosas e doentes, as principais me-didas incluem o estabelecimento de uma combina-ção de prestação pública e privada de cuidados para idosos, o reforço da protecção social para os idosos através de pensões sociais básicas não contributivas (como no Brasil)36 e a criação de oportunidades de trabalho onde as pessoas idosas possam ser úteis, incluindo o ensino de crianças, cuidados domiciliá-rios e trabalho voluntário.

Mobilizar recursos para as prioridades de desenvolvimento humano

As opções de mobilização de recursos para as prioridades de desenvolvimento humano vão des-de a criação de um espaço fiscal até ao recurso ao

FIGURA 6Competências do séc. 21

Formas de pensar Formas de trabalhar

Preparação para a vida

Ferramentas paratrabalhar

CriatividadePensamento críticoSolução de problemasTomada de decisõesAprendizagem

Tecnologias de Informação e comunicação Competencias informativas

CidadaniaVida e carreira

profissionalResponsabilidade pessoal e social

ComunicaçãoColaboração

Fonte: Gabinete do Relatório sobre o Desenvolvimento Humano

financiamento climático e à redução dos subsídios que não são benéficos para os pobres e para o uso eficiente dos recursos. O espaço fiscal tem quatro pilares: ajuda oficial ao desenvolvimento, receitas internas, financiamento do défice (através de endividamento interno e ex-terno) e variações nas prioridades de gastos e efi-ciência. A escolha do pilar a utilizar para aumentar ou reabilitar o espaço fiscal depende sobretudo das características do país. Em 2009, o Gana considerou melhorar a angariação de receitas para aumentar o orçamento da saúde, embora a parte do orçamento total do governo atribuída à saúde fosse estável.37

A consolidação e a racionalização das remessas po-derão torná-las uma fonte de financiamento para as prioridades de desenvolvimento humano. Bancos de remessas podem ser criados em países onde os fluxos são grandes, como o Bangladesh, a Jordânia ou as Filipinas.Podem ser criados mecanismos fáceis e transparen-tes de envio de remessas legais, em consulta com os países de acolhimento. Nos países menos desenvolvidos, onde as emis-sões são baixas, o financiamento climático pode expandir os meios de subsistência resistentes ao cli-ma, melhorar os sistemas de água e saneamento e garantir a segurança alimentar. Esses investimentos vão além dos programas de adaptação ao clima em sentido estrito e concen-tram-se mais no desenvolvimento humano, aumen-tando a resiliência climática no longo prazo das economias e sociedades. Acabar com os subsídios aos combustíveis fósseis pode libertar recursos para o desenvolvimento hu-mano. E a eficiência no uso de recursos é equivalen-te a gerar recursos adicionais. Por exemplo, a tele-medicina pode servir para prestar aconselhamento médico e opções de tratamento aos pacientes, in-dependentemente da sua localização – e reduzir o custo da prestação de serviços.

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16 | Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2016

Prossecução de medidas para os grupos com necessidades especiais

Porque alguns grupos sociais (minorias étnicas, povos indígenas, pessoas com deficiência) são sis-tematicamente discriminados e, assim, excluídos, são necessárias medidas específicas para que eles possam obter resultados equitativos no desenvol-vimento humano.Recurso a acções afirmativas As acções afirmativas têm sido importantes para corrigir as disparidades históricas e persistentes entre grupos e as discriminações grupais. Podem assumir a forma de quotas para as minorias étnicas nas matrículas no ensino superior ou tratamento preferencial das mulheres empresárias na obtenção de crédito bonificado junto do sistema bancário. A acção afirmativa fez a diferença na representa-ção parlamentar das mulheres .Na sequência da Declaração e Plataforma de Acção de Pequim na Quarta Conferência Mundial das Na-ções Unidas em 1995, alguns países adoptaram uma quota de género para aumentar a proporção de lu-gares para as mulheres, proporcionando confiança e incentivos para que as mulheres se candidatassem a cargos eleitorais e ganhassem. O Ruanda, onde as mulheres representam 64 por cento dos eleitos na Câmara dos Deputados, é um exemplo brilhante.38

Promoção do desenvolvimento humano para os grupos marginalizados

Apesar da grande diversidade de identidades e ne-cessidades, os grupos marginalizados como as mi-norias étnicas, os povos indígenas, as pessoas com deficiência, as pessoas que vivem com o VIH e a SIDA e as lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais enfrentam frequentemente constran-gimentos semelhantes, estigma social e o risco de serem prejudicados. Mas cada grupo também tem necessidades especiais que devem ser atendidas para que possam beneficiar do progresso no desen-volvimento humano. Para certos grupos vulneráveis, como as minorias étnicas ou as pessoas com deficiência, os direitos contra a discriminação e outros são garantidos nas constituições e noutras leis. Da mesma forma, fre-quentemente disposições especiais protegem os povos indígenas, como no Canadá e na Nova Ze-lândia.39

Contudo, em muitos casos, faltam mecanismos eficazes de implementação e a plena igualdade em direito. Comissões nacionais de direitos humanos ou comissões para grupos específicos podem su-pervisionar e garantir que os direitos desses gru-pos não sejam violados. E superar a discriminação e abuso de membros das comunidades de lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e intersexuais requer um enquadramento legal capaz de defender os seus direitos humanos. É necessário garantir a participação nos proces-sos que moldam a vida dos grupos desfavorecidos. Por exemplo, as quotas para as minorias étnicas e a representação dos povos indígenas nos parla-mentos são maneiras de ajudá-los a levantar as suas preocupações. Alguns povos indígenas têm os seus próprios parlamentos ou conselhos, que são órgãos consultivos. A Nova Zelândia tem o historial mais longo da representação indígena numa legislatura nacional.40

Para as pessoas com deficiência, a inclusão e a aco-modação são fundamentais para capacitá-los a viver de forma independente, encontrar emprego e con-tribuir para a sociedade. Devem ser realizadas ac-ções de formação profissional específicas para de-senvolver as suas habilidades. O aumento do acesso a recursos produtivos, como o financiamento para o trabalho por conta própria, e o fornecimento de informações sobre dispositivos móveis podem aju-dá-los a trabalhar por conta própria. As infra-es-truturas adequadas, incluindo a nível tecnológico, podem permitir que as pessoas com deficiência te-nham maior mobilidade. Os migrantes e os refugia-dos são vulneráveis nos países de acolhimento e são necessárias acções nacionais para fazer face à nova natureza da migração e à sua evolução. Os países devem aprovar leis que protejam os refugiados, em particular as mulheres e as crianças, que constituem uma grande parte da população refugiada e as prin-cipais vítimas. Os países de trânsito e os países de destino devem fornecer bens públicos essenciais ao atendimento aos deslocados, como a educação de crianças refugiadas. E os países de destino devem formular políticas de trabalho temporário e dispo-sições específicas para os refugiados

Os grupos marginalizados enfrentam frequentemente restrições semelhantes, como a discriminação. Mas cada grupo também tem necessidades especiais que devem ser satisfeitas para que possam beneficiar do progresso no desenvolvimento

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Os progressos no desenvolvimento humano muitas vezes estagnam ou dissipam-se se ameaçados por choques. As principais vítimas são os mais vulneráveis e marginalizados

Tornar o desenvolvimento Humano resiliente

Os progressos no desenvolvimento humano muitas vezes estagnam ou dissipam-se quando ameaçados por choques – como epidemias globais, alterações climáticas, desastres naturais, violência e conflitos.As pessoas mais vulneráveis e marginalizadas são as principais vítimas.

Enfrentar epidemias, choques e riscos

Muitos progressos têm sido alcançados na inten-sificação do tratamento anti-retroviral, mas apesar disso, 18 milhões de pessoas que vivem com o VIH ainda não têm acesso a esses tratamentos.41 As mulheres jovens, que podem estar expostas à vio-lência baseada no género e têm acesso limitado à informação e aos cuidados de saúde, estão entre os grupos mais expostos, assim como os prisioneiros, os profissionais do sexo, os toxicodependentes e os transexuais. Ainda assim, têm-se registado sucessos na redução das taxas de infecção entre as mulheres e as crianças e no alargamento do seu acesso ao tratamento. Num mundo cada vez mais interligado, estar pre-parado para possíveis crises de saúde tornou-se uma prioridade. A recente epidemia do vírus da Zika é um bom exemplo. Os países reagiram de diferentes maneiras à disse-minação do vírus da Zika. Países onde se registou a transmissão do vírus, como a Colômbia, a Repúbli-ca Dominicana, o Equador e a Jamaica, aconselha-ram as mulheres a adiarem a gravidez.42 No Brasil, uma nova estirpe do mosquito foi libertada para tentar combater o vírus da Zika e elementos das forças armadas foram enviados para todo o país para educar as pessoas sobre o controle de mos-quitos e alertá-las sobre os riscos ligados ao vírus.43

Mais recentemente, o plano de resposta estratégi-ca revisto, concebido pela Organização Mundial de Saúde em colaboração com mais de 60 parceiros, centra-se na investigação, detecção, prevenção, as-sistência e apoio.44

Aumentar a resiliência a desastres através de po-líticas e programas a todos os níveis pode reduzir o risco e mitigar os efeitos de desastres, particular-mente para as pessoas pobres. O Quadro de Sendai para a Redução do Risco de Desastres, aprovado pela Assembleia Geral da ONU após a Terceira Conferência Mundial da ONU sobre a Redução do Risco de Desastres, apresenta programas inovado-res.

Combater a violência e garantir a segurança das pessoas

Os factores de violência são complexos e exigem, por conseguinte, uma abordagem multifacetada que inclua: a promoção do Estado de direito, com base na equidade e na tolerância zero à violência, o fortalecimento dos governos locais; o policiamento comunitário e pessoal na aplicação da lei em áreas de violência; e o desenvolvimento de serviços de resposta e apoio para lidar com a violência e as suas vítimas. As opções políticas viáveis incluem o desenvol-vimento de infra-estruturas de alta qualidade, me-lhoria dos transportes públicos nos bairros com elevada criminalidade, a construção de habitações com melhores condições nas áreas mais pobres das cidades e alternativas socioeconómicas à violência, em particular para os jovens, envolvendo-os no re-forço da coesão social.

Manter o bem-estar humano em situações pós-conflito

Na frente política, a transformação das instituições é fundamental. Garantir a segurança das pessoas através do policiamento comunitário, procurando acções de governação rápidas (tais como processos mais céleres) e a reintegração de ex-combatentes após o seu desarmamento e desmobilização. Na frente económica, revitalizar os serviços so-ciais básicos, apoiar o trabalho no sector de saúde de modo a cobrir múltiplos objectivos, lançar pro-gramas de obras públicas, formular e implementar programas específicos baseados na comunidade (tais como escolas improvisadas para que as crian-ças não percam o acesso à educação) são as chaves para avançar no desenvolvimento contínuo.

Combate às alterações climáticas

As alterações climáticas comprometem a vida e os meios de subsistência das populações pobres e marginalizadas. A sua abordagem passa por três medidas políticas iniciais. Atribuir um preço à poluição do carbono – através de um sistema de comércio de emissões ou um imposto sobre o carbono – permitirá reduzir as emissões e impulsionará o investimento em opções

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mais limpas. Aproximadamente 40 países e mais de 20 cidades, estados e províncias usam o “preço do carbono”.45

A tributação do combustível, a supressão dos subsídios aos combustíveis fósseis e a incorporação de regulações “sociais do custo do carbono” são meios indirectos de dar um preço ao carbono de forma mais precisa. Ao eliminar progressivamente os subsídios aos combustíveis fósseis prejudiciais, os países podem reafectar as suas despesas para onde é mais necessário e mais eficaz, incluindo apoios orientados para as pessoas pobres. A obtenção dos preços certos é apenas uma parte da equação. As cidades estão a crescer rapidamen-te, nos países em desenvolvimento. Com o planea-mento cuidadoso dos transportes e da utilização dos solos e normas de eficiência energética, as ci-dades podem evitar bloqueios em padrões insus-tentáveis. Podem criar empregos e oportunidades para os pobres, ao mesmo tempo que reduzem a poluição atmosférica. É crucial aumentar a eficiência energética e as energias renováveis. A iniciativa Energia Sustentá-vel para Todos estabelece três objectivos para 2030:Acesso universal à energia moderna, duplicar o rit-mo de melhoria da eficiência energética e duplicar a quota parte de energias renováveis no mix ener-gético global. Em muitos países, desenvolver as energias renováveis em grande escala é agora mais económico ou equiparável às indústrias baseadas em combustíveis fósseis.46

As técnicas agrícolas inteligentes em termos cli-máticos ajudam os agricultores a aumentar a sua produtividade e resiliência aos impactos das alte-rações climáticas ao mesmo tempo que se criam sumidouros de carbono que reduzem as emissões líquidas.

As pessoas terão de ser empoderadas, defendendo os direitos humanos, garantindo o acesso à justiça, promovendo a inclusão e assegurando a responsabilização

As florestas, os pulmões da Terra, absorvem o dió-xido de carbono e armazenam-no no solo, nas ár-vores e na vegetação. Atender ao nexo pobreza-ambiente, que é com-plexo, mas fundamental para as pessoas marginali-zadas, também é importante. Os pobres suportam o peso dos danos ambientais, mesmo que raramen-te os criem. As políticas que protegem as comu-nidades comuns (como as florestas comuns), ga-rantem os direitos das pessoas pobres e fornecem energia renovável para essas pessoas e melhoram a biodiversidade das quais as suas vidas dependem e invertem a espiral descendente de pobreza e danos ambientais.

Promover a protecção social

As opções políticas para expandir a protecção so-cial aos grupos marginalizados incluem a prossecu-ção de programas de protecção social, combinando a protecção social com estratégias de emprego ade-quadas e proporcionando uma fonte de rendimen-to. Um patamar de protecção social pode garantir cui dados mínimos de saúde, pensões e outros direitos sociais para todos. Criar empregos através de um programa de obras públicas pode reduzir a pobreza através da geração de rendimentos, da construção de infra-estruturas físicas e protegendo as pessoas pobres contra os choques. O programa Oportuni-dades de Emprego Rurais para Bens Públicos no Bangladesh é disso um excelente exemplo.47

Um rendimento básico garantido para os cidadãos, independentemente do mercado de trabalho, é tam-bém uma opção política que alguns países (como a Finlândia48) estão a experimentar como instrumen-tos de protecção social, em particular para os gru-pos desfavorecidos.

Capacitar os excluídos

Se as políticas não oferecerem bem-estar às pessoas marginalizadas e vulneráveis e se as instituições não conseguirem garantir que as pessoas não sejam ex-cluídas, deverão ser criados instrumentos e meca-nismos de reparação para que essas pessoas possam reivindicar os seus direitos. As pessoas têm de ser empoderadas, defendendo os direitos humanos, ga-rantindo o acesso à justiça, promovendo a inclusão e assegurando a responsabilização.

Defesa dos direitos humanos

O desenvolvimento humano para todos exige for-

tes instituições nacionais de direitos humanos, com capacidade, mandato e vontade para enfrentar as discriminações e garantir a protecção dos direitos humanos. As comissões de direitos humanos e os provedores de Justiça lidam com as queixas sobre abusos de di-reitos, educam a sociedade civil e os Estados sobre direitos humanos e recomendam reformas legais. Mas os compromissos do Estado para defender esses direitos variam, as instituições nacionais têm diferentes capacidades de implementação e às vezes faltam os mecanismos de prestação de contas.Deixando de lado as deficiências institucionais, tra-

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As reformas institucionais globais devem abranger as áreas mais amplas de regulação dos mercados, a governação das instituições multilaterais e o reforço da sociedade civil

Reformas institucionais globais e um sistema multilateral mais justoajudará a alcançar o desenvolvimento humano para todos

tar o desenvolvimento como um direito humano tem sido fundamental na redução de privações nal-gumas dimensões e contextos. Num mundo integrado, o modelo de responsa-bilização centrado no Estado deve ser alargado às obrigações dos actores não-estatais e às obrigações do Estado além das fronteiras nacionais. Os direitos humanos não podem ser realizados universalmente sem mecanismos internos bem estabelecidos e com uma acção internacional mais forte.

Garantir o acesso à justiça

O acesso à justiça é a capacidade das pessoas pro-curarem e obterem reparação através de institui-ções judiciais formais ou informais. As pessoas pobres e desfavorecidas enfrentam imensos obstáculos, incluindo a sua falta de conhe-cimentos jurídicos, agravada pela alienação estru-tural e pessoal. As pessoas pobres não têm acesso adequado aos serviços públicos, que muitas vezes são caros e pesados, e têm falta de recursos, de pes-soal e de instalações. Nas áreas remotas pode não haver esquadras de polícia e tribunais, e as pessoas pobres raramente podem arcar com o custo dos processos legais. Os mecanismos para-jurídicos também podem ser inacessíveis ou prejudiciais. Os obstáculos à justiça que enfrentam os povos indígenas e as minorias raciais e étnicas resultam do seu estatuto historicamente subordinado e de sis-temas sociopolíticos que reforçam o enviesamento do quadro jurídico e do sistema de justiça.

Promover a inclusão

O desenvolvimento humano para todos exige a in-clusão de todos no discurso e no processo de de-senvolvimento.

Novas formas e métodos de organização e comu-nicação globais são facilitados pela tecnologia e co-municação social, contribuindo para mobilizar o ac-tivismo de base e permitir a mais pessoas e grupos expressarem as suas opiniões, por exemplo, através das redes sociais. Melhorar a qualidade e o alcance do envolvimento dos cidadãos nas instituições pú-blicas implica educação cívica, desenvolvimento de capacidades e diálogo político.

Garantir a responsabilização

A responsabilização é fundamental para garantir que o desenvolvimento humano chegua a todos, especialmente no que respeita à protecção dos di-reitos dos excluídos. Um dos principais instrumentos para garantir a responsabilização das instituições sociais é o direito à informação. Desde a década de 1990, mais de 50 países adoptaram novos instrumentos que prote-gem o direito à informação, muitas vezes devido a transições democráticas e à participação activa das organizações da sociedade civil na vida pública.49

O direito à informação requer a liberdade de usar essa informação para formar opiniões públicas, levar os governos a prestar contas, participar na tomada de decisões e exercer o direito à liberdade de expressão. As tecnologias de informação e de comunicação são cada vez mais utilizadas para ga-rantir a prestação de contas. Os exercícios participativos para responsabilizar as instituições do Estado, tais como inquéritos de controlo das despesas públicas, avaliações por parte dos cidadãos, tabelas de desempenho, auditorias so-ciais e monitorização comunitária, têm sido utiliza-dos para desenvolver relações directas de prestação de contas entre utilizadores de serviços e prestado-res de serviços.

Vivemos num mundo globalizado onde os resulta-dos do desenvolvimento humano são determina-dos não apenas por acções a nível nacional, mas também pelas estruturas, eventos e trabalho a nível global. As deficiências na actual arquitectura dos siste-mas globais colocam desafios ao desenvolvimento humano em três frentes. As consequências distri-butivas de uma globalização desigual promovem o progresso de alguns segmentos da população, excluindo os pobres e vulneráveis. A globalização

também faz com que as pessoas excluídas fiquem economicamente inseguras. E há pessoas que so-frem com os conflitos persistentes. Em suma, todos estes aspectos minam e limitam os esforços nacio-nais e constituem barreiras ao desenvolvimento hu-mano para todos As reformas institucionais globais devem abranger as áreas mais amplas de regulação dos mercados globais, a governação das instituições multilaterais e o reforço da sociedade civil global, cada área reflectindo acções específicas.

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Estabilização da economia global

As reformas devem centrar-se na regulamentação das transacções monetárias e dos fluxos de capitais e na coordenação das políticas e regulamentações macroeconómicas. Uma opção é um imposto mul-tilateral sobre as transacções; outro é o uso do con-trolo de capitais por cada país individualmente.

Aplicação de regras de comércio e de investimento justo

A agenda internacional deve estabelecer regras para a expansão do comércio de bens, serviços e conhe-cimentos de forma a favorecer o desenvolvimento humano e os Objectivos de Desenvolvimento Sus-tentável. As principais reformas para avançar nesta agenda incluem a finalização da Ronda de Doha da Organização Mundial do Comércio, a reforma do regime global de direitos de propriedade intelectual e a reforma do regime global de protecção dos in-vestidores.

Adopção de um sistema equitativo de migrações

São necessárias medidas para reforçar as estratégias que protegem os direitos e promovem as oportu-nidades dos migrantes, estabelecer um mecanismo global para coordenar a migração económica (vo-luntária) e facilitar o asilo garantido para as pessoas deslocadas à força. A Organização Internacional para as Migrações aderiu oficialmente ao Sistema das Nações Unidas em Setembro de 2016, e o seu trabalho e acções deverão aumentar e progredir.

Assegurar maior equidade e legitimidade nas instituições multilaterais

Chegou o momento de rever a representação, a transparência e a responsabilidade das instituições multilaterais. Algumas opções de políticas para mover essas instituições no sentido de uma maior equidade e legitimidade estão a aumentar a voz dos países nas organizações multilaterais de desenvolvi-mento, melhorando a transparência na nomeação dos responsáveis pelas organizações multilaterais e

aumentar a coordenação e a eficácia para de forma a concretizar as metas orientadas para as pessoas.

Coordenação de impostos e monitorização do financiamento a nível mundial

Uma evolução no sentido do intercâmbio auto-mático global de informações (por exemplo, um registo financeiro global) facilitaria o trabalho das autoridades fiscais e regulamentares que contro-lam os rendimentos e detectam os fluxos finan-ceiros ilícitos, que poderiam ser canalizados para o desenvolvimento humano. Tal exigiria o aumento da capacidade técnica dos países para processar in-formações e implementar políticas activas contra a evasão fiscal, a elisão fiscal e os fluxos ilícitos.

Tornar a economia global sustentável

As actividades de desenvolvimento sustentável a nível nacional devem ser complementadas por ac-ções globais. Conter o aquecimento global é possível. A acção global coordenada tem funcionado bem no passa-do, como em movimentos para deter a destruição da camada de ozono na década de 1990. Para continuar a advocacia e a comunicação sobre a necessidade de responder às alterações climáticas e proteger o ambiente é essencial obter o apoio de várias partes interessadas (incluindo bancos mul-tilaterais de desenvolvimento). O recém-criado Novo Banco de Desenvolvimento comprometeu-se explicitamente a dar prioridade aos projectos de energia limpa.

Garantir um multilateralismo e uma cooperação bem financiados

Os bancos de desenvolvimento multilaterais e re-gionais podem fazer mais para enfrentar os vários desafios da globalização. Seria útil aumentar a aju-da oficial ao desenvolvimento dos doadores tra-dicionais, aumentar a participação dos países em desenvolvimento através da cooperação Sul-Sul e triangular e explorar opções inovadoras de finan-ciamento.

Chegou o momento de rever a representação, a transparência e a responsabilidade das instituições multilaterais

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Defesa global da segurança das pessoas

Do ponto de vista do desenvolvimento humano, a assistência em situações de emergência e crises humanitárias é uma obrigação ética. Nesses casos, as soluções propostas incluem a reestruturação do mecanismo actual de prevenção, além de respostas de curto prazo aos choques, priorização das ope-rações de campo e coordenação interna e externa com a sociedade civil e o sector privado.

Promover uma maior e melhor participação da sociedade civil global

Para tirar partido do potencial da sociedade civil é necessário aumentar os mecanismos para a sua participação em instituições multilaterais; reforçar a transparência e a responsabilidade das instituições multilaterais; promover e apoiar redes globais inclu-sivas da sociedade civil centradas em grupos, como as mulheres, os jovens e as minorias étnicas; aumen-tar o livre fluxo de informação e conhecimentos através de mecanismos activos de transparência; e proteger o trabalho do jornalismo de investigação internacional.Uma agenda para a acção

O desenvolvimento humano para todos não é um sonho; é uma meta realizável. Podemos construir com base no que já conseguimos. Podemos explo-rar novas possibilidades para superar desafios. Po-demos alcançar o que antes parecia inatingível, pois as dificuldades de hoje podem ser superadas ama-nhã. Realizar as nossas esperanças está ao nosso al-cance. Sua Exa. Juan Manuel Santos, Presidente da Colômbia e Prémio Nobel da Paz de 2016 confir-mou a esperança de conseguirmos ter um mundo pacífico e próspero (ver contributo especial). A Agenda 2030 e os Objectivos de Desenvolvi-mento Sustentável são passos cruciais para o de-senvolvimento humano para todos. Com base nas suas análises e conclusões, o relatório sugere uma agenda de acção de cinco pontos para garantir o desenvolvimento humano para todos. As acções abrangem questões de política e compromissos globais.

Identificar aqueles que enfrentam défices de desenvolvimento humano e mapear a sua localização

Identificar aqueles que foram excluídos do progres-so no desenvolvimento humano e mapear as suas localizações é essencial para uma advocacia útil e formulação de políticas eficazes. Esse mapeamento pode ajudar os activistas do de-senvolvimento a exigir acções e a orientar os legis-ladores na concepção e implementação de políticas para melhorar o bem-estar das pessoas marginali-zadas e vulneráveis.

Formular com coerência uma série de opções políticas disponíveis

O desenvolvimento humano para todos requer um conjunto múltiplo de opções políticas nacionais: alcançar os excluídos usando políticas universais, procurar medidas para grupos com necessidades especiais, tornar o desenvolvimento humano resi-liente e fortalecer os excluídos. As situações nacionais são diferentes, pelo que as opções políticas têm de ser adaptadas a cada país. As políticas em todos os países têm de ser formu-ladas de forma coerente através do envolvimento de múltiplos intervenientes, adaptações locais e sub-nacionais e alinhadas horizontal (entre silos) e verticalmente (com vista à coerência internacional e global).

Redução das disparidades entre sexos

A igualdade de género e o empoderamento das mu-lheres são dimensões fundamentais do desenvolvi-mento humano. As disparidades de género existem tanto nas capacidades como nas oportunidades, e os progressos são ainda demasiado lentos para rea-lizar o pleno potencial de metade da humanidade. Num encontro histórico em Nova Ioque, em Setembro de 2015, cerca de 80 líderes mundiais comprometeram-se a acabar com a discriminação contra as mulheres até 2030 e anunciaram acções concretas e mensuráveis para iniciar mudanças rápi-das.50 Chegou a hora de agir de acordo com o pro-metido e acordado.

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Implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e outros acordos globais

Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, são necessariamente críticos, mas também cru-ciais para o desenvolvimento humano de todos; A Agenda 2030 e a abordagem do desenvolvimento humano reforçam-se mutuamente. Além disso, alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sus-tentável é um passo importante para que todos os seres humanos possam realizar todo o seu potencial na vida. O histórico Acordo de Paris sobre as alterações climáticas é o primeiro a considerar os países de-senvolvidos e em desenvolvimento num quadro comum, instando-os a envidarem os seus melho-res esforços e a reforçarem os seus compromissos nos próximos anos. A Cimeira das Nações Unidas para os Refugiados, em Setembro de 2016, assumiu

A Agenda 2030 e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável são passos cruciais para o desenvolvimento humano para todos

compromissos audaciosos para abordar as ques-tões enfrentadas pelos refugiados e os migrantes e preparar os desafios futuros. A comunidade inter-nacional, os governos nacionais e todas as outras partes interessadas devem garantir que os acordos são honrados, implementados e monitorizados.

Trabalhar para reformar o sistema global

Para avançar rumo a um sistema global mais justo, a agenda para as reformas institucionais globais deve concentrar-se nos mercados globais e na sua regu-lamentação, na governação das instituições multila-terais e no reforço da sociedade civil global. A agenda de reforma deve ser defendida de forma vigorosa e consistente, reforçando a defesa pública, construindo alianças entre as partes interessadas e promovendo a agenda para as reformas.

CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

A paz na Colômbia é também paz para o mundo

Na Colômbia, estamos mais determinados do que nunca a pôr ter-mo ao conflito armado interno mais prolongado nas Américas. Os Colombianos estavam divididos sobre o acordo que foi ne-gociado entre o Governo e os guerrilheiros das FARC. E, por isso, envidámos esforços para chegar a um novo acordo de paz que dissipasse as dúvidas e tivesse apoio em todo o país. Quase simul-taneamente anunciamos o início das conversações de paz com o ELN, os últimos guerrilheiros restantes. Esperamos que isso traga um fim definitivo ao conflito armado no nosso país. Durante cinco décadas, a guerra teve um preço muito alto para a Colômbia e, sem dúvida, prejudicou a imagem do país. Um estudo realizado pela Universidade de Los Andes estima que as famílias que foram vítimas de deslocações forçadas e violência viram o seu rendimento reduzido para metade. Esta situação é agravada quando se considera que essas pessoas são susceptíveis de ter dificuldades para recuperar e estão em risco de viver em condi-ções de pobreza crónica. Para além do efeito sobre a nossa economia, o maior impacto da guerra recai sobre as 250.000 ou mais vítimas – e suas famílias – e os 8 milhões de vítimas e deslocados internos. Todas as vidas perdidas, assim como todas e cada uma das tragédias pessoais e familiares daqueles que foram afectados pelo conflito armado

e sobreviveram, entristecem-nos, mas também reforçam o nosso compromisso. Concordamos com o espírito deste Relatório sobre o Desenvolvi-mento Humano, ou seja, que a “riqueza das vidas humanas” deve ser considerada antes da riqueza das economias ao julgar a pros-peridade da sociedade. Nesse sentido, entendemos que a paz é uma condição básica para enriquecer a vida dos colombianos.E estou a referir-me a um conceito mais amplo de paz que trans-cende o fim do conflito e traz harmonia e bem-estar. Uma família com rendimentos insuficientes não vive em paz, nem uma família sem habitação decente ou acesso à educação. É por isso que nos concentramos na promoção do crescimento económi-co que beneficie todos e reduza as lacunas sociais. O progresso que fizemos até agora está alinhado com os Objec-tivos de Desenvolvimento Sustentável que a Colômbia defendeu e começou a implementar, antes, mesmo, de serem adoptados pelas Nações Unidas. De facto, fomos o primeiro país a incluir esses ob-jectivos no nosso Plano Nacional de Desenvolvimento. Graças a esses esforços pioneiros, temos sido capazes de colher os benefícios do nosso trabalho antes do previsto. Por exemplo, ao longo dos últimos cinco anos reduzimos a pobreza extrema em quase metade – de 14,4% para 7,9% – um feito muito significativo

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que nos permite prever sua erradicação até 2025, se não antes. Esse salto, além dos números, significa que milhões de colom-bianos melhoraram a sua qualidade de vida. Estamos certos disso porque, juntamentecom as medidas tradicionais de pobreza baseadas no rendimento, fomos pioneiros na aplicação do Índice Multidimensional de Po-breza, que avalia outras variáveis, como o acesso aos serviços pú-blicos ou o tipo de habitação das famílias. Hoje, sem dúvida, mais colombianos têm uma vida melhor. Fizemos igualmente progressos iniciais na qualidade da educa-ção – outro dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Não só todas as crianças e jovens estudam em escolas públicas de graça, como estamos a aumentar suas horas de aulas e a melhorar a qualidade do ensino através de diferentes programas e iniciati-vas. Em resultado desses esforços, os nossos alunos melhoraram significativamente a pontuação média nos testes que medem os seus conhecimentos e as suas competências. Juntamente com a aposta na consolidação da paz, a ênfase na educação é talvez o melhor exemplo do que podemos fazer nesta nova fase, sem o fardo do conflito armado. Pela primeira vez, o orçamento da educação é maior que o da segurança e da defesa, o que é consistente com nosso o objectivo de nos tornarmos o país mais instruído da América Latina até ao ano de 2025. Paz, equidade e educação são três áreas das quais os colombia-nos foram privados historicamente. Paz, equidade e educação fo-ram os três pilares de nossos principais esforços nos últimos anos. No entanto, ainda que o nosso objectivo seja alcançar o "desen-volvimento humano para todos", os nossos esforços não podem parar aqui: as alterações climáticas são a maior ameaça enfren-tada pela humanidade. A este respeito, a Colômbia decidiu participar activamente no combate a este fenómeno. Como guardiões de uma das regiões de maior biodiversidade do planeta, com florestas, recursos hídricos e fertilidade do solo excepcionais, temos uma enorme responsabi-lidade tanto para os colombianos quanto para o mundo. O conceito de "crescimento verde" faz parte do nosso modelo de desenvolvimento económico e tem sido incorporado em todos os sectores da economia. Estamos convencidos de que o crescimen-to e a sustentabilidade ambiental são perfeitamente compatíveis. Além disso, a demarcação dos nossos ecossistemas de pântanos

e a declaração de áreas protegidas – que em 2018 devem chegar a 19 milhões de hectares, uma área maior que o Uruguai – são prova da nossa determinação. Ao abrigo do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, a Colômbia estabeleceu um objectivo: reduzir em 20% as emissões projectadas de gases com efeito de estufa até 2030.E já começamos a tomar medidas decisivas para alcançar este ob-jectivo ambicioso. Apresentámos um projecto de lei ao Congresso para a criação de um imposto sobre o carbono em vários combus-tíveis. Seremos o primeiro país latino-americano – e um dos primei-ros do mundo – a aplicar essa medida. Com esta única iniciativa esperamos cumprir metade do nosso compromisso estabelecido na Conferência de Paris sobre as Alterações Climáticas. A paz entendida, como mencionei antes, no sentido mais amplo de bem-estar e harmonia, abre a porta para a possibilidade de um mundo viável para as gerações futuras, em que sua própria exis-tência não é ameaçada pelo aquecimento global. Temos orgulho em confirmar que estes esforços, além do fim do conflito armado, melhoraram a educação e aumentaram a equidade, sendo uma contribuição para o mundo. Com o fim do conflito, as pessoas de todo o mundo podem des-frutar das maravilhas naturais e do turismo na Colômbia, que desde há décadas estava limitado, mesmo para os próprios colombianos. Além disso, os empresários estrangeiros podem descobrir novas oportunidades em sectores e regiões que anteriormente estavam fora do seu alcance, devido à violência. Em termos de equidade estamos a reforçar a classe média, o que criará oportunidades para os investidores em busca de novos mercados. E com uma educação de qualidade estamos a preparar uma nova geração que, no futuro, poderá por em prática as suas competências e conhecimentos em qualquer parte do mundo. “O desenvolvimento humano para todos" é um compromisso que transcende o nosso país, e queremos que o nosso trabalho tenha impacto e enriqueça as vidas dos cidadãos de outras nações. Da mesma forma, sentimos que o apoio da comunidade internacional teve um impacto positivo sobre os colombianos. Estamos conven-cidos de que, num espírito de solidariedade e colaboração, con-tinuaremos a trabalhar juntos, colombianos e não-colombianos, para construir a paz na Colômbia e a paz no resto do mundo.

Juan Manuel SantosPresidente da Colômbia e Prémio Nobel da Paz 2016

Do ponto de vista do desenvolvimento humano, queremos um mundo onde todos os seres huma-nos tenham a liberdade de realizar todo o seu po-tencial na vida para que possam alcançar o que mais valorizam. Em última análise, o desenvolvimento é do povo, pelo povo e para o povo. As pessoas têm que fazer parcerias entre si. É preciso haver um equilíbrio entre as pessoas e o planeta. E a humani-dade tem que lutar pela paz e prosperidade.

O desenvolvimento humano requer o reconhecimento de que cada vida é igualmente valiosa e que o desenvol-vimento humano para todos deve começar com aque-les que estão mais distantes. O Relatório sobre o Desenvolvimento Humano de 2016 é um contributo intelectual para resolver estas questões. Acreditamos firmemente que somente depois de resol-vidas, conseguiremos chegar juntos ao fim do caminho. E quando olharmos para trás, veremos que ninguém foi excluído.

* * *

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24 | Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2016

Índices de Desenvolvimento Humano

Valor ValorP da

(%) Valor Grupoc Valor

2015 2015 2015 2015 2015 2015 2015 2015 Valor 2006-2015

0,949 0,898 5,4 0 0,993 1 0,053 6 .. ..0,939 0,861 8,2 -1 0,978 1 0,120 24 .. ..0,939 0,859 8,6 -4 0,974 2 0,040 1 .. ..0,926 0,859 7,2 -1 0,964 2 0,066 9 .. ..0,925 0,858 7,2 -2 0,970 2 0,041 2 .. ..0,925 .. .. .. 0,985 1 0,068 11 .. ..0,924 0,861 6,9 2 0,946 3 0,044 3 .. ..0,923 0,850 7,9 -2 0,976 1 0,127 26 .. ..

1 Noruega2 Austr lia

4DinamarcaSingapurPaíses Irlanda

9 0,921 0,868 5,8 6 0,965 2 0,051 5 .. ..0,920 0,839 8,9 -2 0,983 1 0,098 18 .. ..0,920 0,796 13,5 -10 0,993 1 0,203 43 .. ..0,917 .. .. .. 0,964 2 .. .. .. ..0,915 .. .. .. 0,963 2 0,158 34 .. ..0,913 0,851 6,7 3 0,997 1 0,048 4 .. ..0,912 .. .. .. .. .. .. .. .. ..0,909 0,836 8,0 -1 0,964 2 0,131 28 .. ..0,903 0,791 12,4 -8 0,970 2 0,116 21 .. ..0,901 0,753 16,4 -19 0,929 3 0,067 10 .. ..0,899 0,778 13,5 -11 0,973 2 0,103 20 .. ..0,898 0,827 8,0 1 0,966 2 0,075 13 .. ..0,897 0,813 9,4 -1 0,988 1 0,102 19 .. ..0,896 0,821 8,3 2 0,978 1 0,073 12 .. ..0,895 0,843 5,8 9 1,000 1 0,056 8 .. ..0,893 0,815 8,7 3 0,957 2 0,078 14 .. ..0,890 0,838 5,9 9 1,003 1 0,053 6 .. ..0,887 0,784 11,5 -3 0,963 2 0,085 16 .. ..0,884 0,791 10,5 1 0,974 2 0,081 15 .. ..0,878 0,830 5,4 10 0,983 1 0,129 27 .. ..0,866 0,758 12,4 -6 0,957 2 0,119 23 .. ..0,865 .. .. .. 0,986 1 .. .. .. ..0,865 0,788 8,9 3 1,032 2 0,131 28 .. ..0,858 .. .. .. .. .. .. .. .. ..0,856 0,762 10,9 -2 0,979 1 0,116 21 .. ..0,856 0,786 8,1 3 0,923 4 0,217 44 .. ..0,856 .. .. .. 0,991 1 0,542 127 .. ..0,855 0,774 9,5 2 1,006 1 0,137 30 .. ..0,848 0,759 10,5 0 1,032 2 0,121 25 .. ..0,847 0,692 18,2 -12 0,966 2 0,322 65 .. ..0,847 .. .. .. 0,882 5 0,257 50 .. ..0,845 0,793 6,1 12 0,991 1 0,179 39 .. ..0,843 0,755 10,4 1 0,980 1 0,091 17 .. ..0,840 .. .. .. 0,972 2 0,232 46 .. ..0,836 0,771 7,8 6 0,988 1 0,252 49 .. ..0,830 0,742 10,6 -1 1,025 2 0,191 41 .. ..0,827 0,698 15,6 -6 0,982 1 0,362 77 0,015 e 2005 N0,827 0,752 9,1 2 0,997 1 0,141 31 .. ..0,824 .. .. .. 0,970 2 0,233 48 .. ..0,807 0,736 8,8 1 0,955 2 0,156 33 0,002 2013 M0,804 0,725 9,8 1 1,016 1 0,271 52 .. ..0,802 0,714 11,1 0 0,990 1 0,339 72 .. ..0,800 .. .. .. 0,972 2 0,335 70 .. ..

0,796 0,745 6,4 6 1,021 1 0,144 32 0,001 2005 M0,796 .. .. .. 0,927 3 0,281 54 .. ..0,795 .. .. .. 1,006 1 0,291 59 0,004 f 2012 M0,795 0,670 15,7 -7 1,017 1 0,284 55 .. ..0,794 0,709 10,7 2 0,984 1 0,223 45 .. ..0,794 0,714 10,1 4 1,006 1 0,202 42 0,004 2010/2011 M

10 Canadá1 Estados Unidos d América

Hong Kong, China (RAE)13 N va

1415 Liechtenstein16 Reino Unido17 Jap18 República d Corea19 Israel20 Luxemburgo2122 Bélgica23 Finl ndia24 Austria25 Eslovenia262728 República Checa2930 Brunei Darussalam3032 Andorra33 Chipre33 Malta33 Qatar363738 Chile38 Arabia Saudita40 Eslovaquia41 Portugal42 Emiratos Árabes Unidos

43 Hungría44 Letonia45 Argentina45 Croacia47 Bahrein48 Montenegro495051 Kuwait

5252 Omán54 Barbados54 Urugua56 Bulgaria5658 Bahamas 0,792 .. .. .. .. .. 0,362 77 .. ..

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0,789 .. .. .. .. .. 0,291 59 .. ..0,788 .. .. .. .. .. .. .. .. ..0,788 0,614 22,0 -19 0,997 1 0,457 100 .. ..0,786 .. .. .. .. .. .. .. .. ..0,782 .. .. .. .. .. .. .. .. ..0,781 0,669 14,4 -4 0,954 2 0,380 82 .. ..0,780 0,661 15,3 -5 1,004 1 0,324 67 0,007 g 2006 M0,776 0,628 19,1 -9 0,969 2 0,308 63 .. ..0,776 0,689 11,2 3 0,969 2 0,185 40 0,002 2014 M0,775 .. .. .. 0,946 3 0,304 62 .. ..0,774 0,518 33,1 -40 0,862 5 0,509 118 .. ..0,769 0,672 12,7 3 0,970 2 0,361 76 0,008 2005 M0,767 0,645 15,9 -3 0,908 4 0,328 69 .. ..0,767 0,618 19,4 -11 1,028 2 0,461 101 .. ..0,766 0,678 11,6 8 0,934 3 0,386 87 .. ..0,765 .. .. .. .. .. .. .. .. ..0,764 0,661 13,5 4 0,959 2 0,267 51 0,005 2008/2009 D0,763 0,603 21,0 -10 0,893 5 0,381 83 .. ..0,762 0,587 22,9 -12 0,951 2 0,345 73 0,024 2012 N0,759 0,659 13,2 5 0,940 3 0,326 68 0,009 2006 D0,754 0,561 25,6 -19 1,005 1 0,414 92 0,010 g,h 2014 N0,754 .. .. .. .. .. .. .. .. ..0,750 0,650 13,3 6 0,923 4 0,158 34 0,006 f 2011/2012 M0,748 0,623 16,7 1 0,947 3 0,160 36 0,007 f 2011 M

59 Malasia60 Palau60 Panamá6263 Seychelles646566 Costa Rica6668 Cuba69 I (República Islámica d )70 Georgia71 Turquía71 Venezuela (República Bolivariana)73 Sri Lanka7475 Albania76 Líbano77 México7879 Brasil79 Granada81 Bosnia Herzegovina8283 Argelia 0,745 .. .. .. 0,854 5 0,429 94 .. ..

0,743 0,674 9,3 15 0,993 1 0,293 61 0,002 2010 D0,743 0,690 7,2 18 1,000 1 0,284 55 0,001 g 2012 M

84 Armenia84 86 0,741 0,619 16,5 3 0,864 5 0,478 111 0,004 2012 D

0,740 0,580 21,6 -8 0,959 2 0,385 86 0,043 2012 D0,740 0,586 20,8 -5 1,001 1 0,366 79 0,004 2005/2006 M0,739 0,587 20,5 -1 0,976 1 0,391 88 0,015 2013/2014 N0,738 .. .. .. 0,954 2 0,164 37 0,023 h 2012 N0,736 0,624 15,3 9 .. .. 0,358 75 .. ..0,735 0,639 13,0 13 1,026 2 0,278 53 0,047 f 2010 M0,735 0,618 16,0 7 0,986 1 0,354 74 0,003 f,h 2012 M

87 Perú87 Tail ndia89

90 China91 Fiji9292 Santa Lucía94 Jamaica 0,730 0,609 16,6 6 0,975 2 0,422 93 0,011 2012 N

0,727 0,548 24,6 -9 1,004 1 0,393 89 0,032 2010 D0,726 .. .. .. .. .. .. .. .. ..

95 Colombia9697 Suriname 0,725 0,551 24,0 -7 0,972 2 0,448 99 0,033 f 2010 M

0,725 0,562 22,5 -3 0,904 4 0,289 58 0,006 2011/2012 M0,722 0,565 21,7 1 0,990 1 0,470 107 0,025 2013 D

9799 República Dominicana99 0,722 .. .. .. .. .. .. .. .. ..

0,721 .. .. .. 0,969 2 0,659 152 .. ..0,716 .. .. .. 0,950 2 0,167 38 0,005 2007 P0,706 0,546 22,7 -6 0,967 2 0,375 81 0,030 2011 M0,704 .. .. .. .. .. 0,439 97 .. ..0,701 0,529 24,6 -9 0,937 3 0,312 64 0,008 2009 D0,701 0,590 15,8 10 0,946 3 0,287 57 0,013 2006 M

0,699 0,628 10,2 21 1,010 1 0,232 46 0,004 2012 M0,698 0,433 37,9 -23 0,984 1 0,435 95 .. ..0,697 0,531 23,9 -3 0,923 4 0,542 127 0,073 2012 D0,693 0,524 24,3 -5 0,966 2 0,464 104 .. ..0,691 0,491 29,0 -10 0,884 5 0,565 135 0,016 i 2014 D0,691 .. .. .. .. .. .. .. 0,011 2006 M0,689 0,563 18,2 9 0,926 3 0,467 105 0,024 g 2012 D0,684 0,581 15,1 13 0,867 5 .. .. 0,005 2014 M0,683 0,562 17,8 9 1,010 1 0,337 71 0,016 g 2013/2014 M0,682 0,556 18,4 8 1,001 1 0,436 96 0,033 g,j 2013 D

101 Tonga102 Libia103104 Samoa105 Maldivas105

107108 Botswana109 Gab110 Paragua111 Egipto111113 Indon114 115116 Filipinas117 El Salvador 0,680 0,529 22,2 3 0,958 2 0,384 85 .. ..

Valor ValorP da

(%) Valor Grupoc Valor

2015 2015 2015 2015 2015 2015 2015 2015 Valor 2006-2015

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26 | Relatório sobre o Desenvolvimento Humano 2016

0,674 0,478 29,0 -6 0,934 3 0,446 98 0,097 2008 D0,666 0,435 34,7 -12 0,962 2 0,394 90 0,041 2012 N0,664 0,582 12,3 20 0,967 2 0,394 90 0,008 2014 M0,649 0,505 22,3 1 0,804 5 0,525 123 0,052 2011 M0,648 0,518 20,1 4 .. .. .. .. .. ..0,647 0,456 29,5 -2 0,826 5 0,494 113 0,069 2011 P0,645 0,479 25,8 1 0,961 2 0,462 103 0,088 2011/2012 D0,640 0,450 29,6 -2 0,959 2 0,494 113 .. ..0,640 0,415 35,2 -13 0,986 1 0,474 108 0,205 2013 D0,638 0,518 18,8 10 0,943 3 0,508 117 0,031 2009 D0,638 .. .. .. .. .. .. .. .. ..0,627 0,532 15,2 16 0,930 3 0,322 65 0,031 2012 D0,625 0,443 29,2 0 0,942 3 0,461 101 0,098 k 2011/2012 D0,624 0,454 27,2 4 0,819 5 0,530 125 0,282 2005/2006 D0,607 0,428 29,4 -3 0,900 5 0,477 110 0,128 2010 M0,605 0,416 31,2 -5 0,858 5 .. .. 0,322 2009/2010 D0,597 0,494 17,2 12 .. .. .. .. 0,135 2007 M0,592 0,446 24,8 6 0,932 3 0,592 141 0,192 2011/2012 D0,592 .. .. .. .. .. .. .. .. ..0,588 0,394 33,1 -7 .. .. .. .. .. ..0,586 0,427 27,1 1 0,924 4 0,468 106 0,186 2011/2012 M0,579 0,412 28,9 -2 0,927 3 0,520 119 0,188 2014 D0,579 0,391 32,5 -8 0,899 5 0,547 131 0,147 2014 D0,579 0,373 35,6 -11 0,924 4 0,526 124 0,264 2013/2014 D0,574 0,432 24,7 7 0,907 4 0,524 122 0,217 2008/2009 D0,563 0,436 22,5 11 0,892 5 0,479 112 0,150 2014 D0,558 0,407 27,0 2 0,925 4 0,497 115 0,116 2014 M0,556 .. .. .. .. .. 0,374 80 .. ..0,555 0,391 29,5 -1 0,919 4 0,565 135 0,166 2014 D0,550 0,380 30,9 -2 0,742 5 0,546 130 0,237 2012/2013 D

0,541 0,361 33,3 -5 0,853 5 0,566 137 0,113 2010 M0,536 0,419 21,8 10 0,851 5 0,554 133 0,028 2009 P0,533 0,336 37,0 -8 .. .. .. .. .. ..0,531 0,396 25,4 7 0,937 3 0,544 129 0,335 2010 D0,527 0,328 37,8 -10 0,847 5 .. .. 0,279 2013 D0,518 0,348 32,8 -1 0,853 5 0,568 138 0,260 2011 D0,516 .. .. .. .. .. 0,595 143 .. ..0,516 0,369 28,5 2 0,927 3 0,540 126 0,128 2014 M0,515 0,392 23,8 9 .. .. .. .. .. ..0,513 0,347 32,4 1 0,818 5 0,626 147 0,291 2011 M0,512 0,374 27,0 7 0,948 3 .. .. 0,420 2008/2009 D0,498 0,339 31,9 1 0,992 1 0,383 84 0,253 2014/2015 D0,497 0,270 45,8 -18 0,817 5 .. .. 0,165 2012 D/M0,497 0,320 35,6 -6 0,962 2 0,549 132 0,227 2009 D0,494 0,331 33,1 1 0,886 5 0,521 120 0,278 2014 D0,493 0,298 39,6 -7 .. .. 0,593 142 0,242 2012 D0,493 0,341 30,9 6 0,878 5 0,522 121 0,359 2011 D0,490 .. .. .. 0,839 5 0,575 140 0,290 2010 M0,487 0,332 31,9 5 0,841 5 0,556 134 0,242 2013/2014 D0,485 0,304 37,4 -3 0,858 5 0,613 144 0,343 2011/2012 D0,482 0,320 33,7 0 0,737 5 0,767 159 0,200 2013 D0,479 0,327 31,8 3 0,609 5 0,667 154 0,293 f 2010/2011 M0,476 0,328 31,2 5 0,921 4 0,614 145 0,273 2013/2014 M0,474 0,294 37,8 -2 0,814 5 0,672 155 0,307 2011/2012 D0,473 0,310 34,6 3 .. .. .. .. 0,127 2006 M0,452 .. .. .. 0,878 5 0,641 148 0,289 2013 D0,448 0,330 26,3 10 0,842 5 0,499 116 0,537 2011 D0,442 0,293 33,7 0 0,786 5 0,689 156 0,456 2012/2013 D

118 Bolivia (Estado Plurinacional d )119120121122 Cabo Verde123124125 Guatemala125 Namibia127 Gu ana127129130 Honduras131 India132 B133 Timor-Leste134 Vanuatu135 Congo135137 Kiribati138 República Democrática Popular Lao139 Bangladesh139 Ghana139 Zambia142143 Cambo a144 Nepal145 Myanmar146147

148 S azil ndia149150 Angola151 República Unida d152153154154 Zimbabwe156157158 Madagascar159160160 Lesotho162 Senegal163 Hait163 Uganda165166 Togo167 Benin168 Yemen169 Afganis170 Malawi171172 Djibouti173174 Etiop a175 Malí176 R 0,435 0,297 31,9 3 0,832 5 0,663 153 0,369 2013/2014 D

Valor ValorP da

(%) Valor Grupoc Valor

2015 2015 2015 2015 2015 2015 2015 2015 Valor 2006-2015

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0,427 0,284 33,4 1 0,830 5 0,649 150 0,356 2013 D0,424 0,257 39,3 -5 .. .. .. .. 0,495 2006 M0,420 .. .. .. .. .. .. .. .. ..0,420 0,262 37,8 -3 0,871 5 0,650 151 0,411 2013 D0,418 0,280 33,0 3 0,879 5 0,574 139 0,390 2011 D0,418 .. .. .. .. .. .. .. 0,551 2010 M0,414 0,270 34,8 2 0,784 5 .. .. 0,425 2012 D/M0,404 0,276 31,5 4 0,919 4 0,474 108 0,442 2010 D0,402 0,267 33,6 2 0,874 5 0,615 146 0,508 2010 D0,396 0,238 39,9 -1 0,765 5 0,695 157 0,545 2010 M0,353 0,253 28,3 1 0,732 5 0,695 157 0,584 2012 D0,352 0,199 43,5 0 0,776 5 0,648 149 0,424 2010 M

177178 Guin -Bissau179 Eritre a

179 Serra Leoa181181183184 Burundi185186

187 Níger188

.. .. .. .. .. .. .. .. .. ..

.. .. .. .. .. .. .. .. .. ..

.. .. .. .. .. .. .. .. .. ..

.. .. .. .. .. .. .. .. .. ..

.. .. .. .. .. .. .. .. .. ..

.. .. .. .. .. .. .. .. 0,500 2006 M

MónacoNauru

San Marino

Tuvalu .. .. .. .. .. .. .. .. .. ..

0,892 0,793 11,1 — 0,980 — 0,174 — .. —0,746 0,597 20,0 — 0,958 — 0,291 — .. —0,631 0,469 25,7 — 0,871 — 0,491 — .. —

humano alto humano medio humano 0,497 0,337 32,3 — 0,849 — 0,590 — .. —

0,668 0,499 25,2 — 0,913 — 0,469 — .. —

0,523 0,355 32,2 — 0,877 — 0,572 — .. —0,751 0,575 23,4 — 0,981 — 0,390 — .. —0,621 0,449 27,7 — 0,822 — 0,520 — .. —0,720 0,581 19,3 — 0,956 — 0,315 — .. —0,687 0,498 27,5 — 0,856 — 0,535 — .. —

África SubsaarianaAmérica Latina e CaribeAsia MeridionalAsia Oriental e PacíficoEstados Árabes

0,756 0,660 12,7 — 0,951 — 0,279 — .. —0,508 0,356 30,0 — 0,874 — 0,555 — .. —0,667 0,500 25,1 — .. — 0,463 — .. —

0,887 0,776 12,6 — 0,974 — 0,194 — .. —

0,717 0,557 22,3 — 0,938 — 0,443 — .. —

Valor ValorP da

(%) Valor Grupoc Valor

NOTAS

a Nem todos os indicadores estavam disponíveis para todos os países, pelo que deve ter-se precaução nas comparações entre países. Quando um indicador está ausente, os pesos dos indicadores disponíveis são ajustados para totalizar 100%. Ver Nota Técnica 5 em http://hdr.undp.org/sites/default/files/hdr2016_ technical_notes.pdf para mais informações.

b Com base em países para os quais o Índice de Desenvolvimento Humano ajustado pela Desigualdade é calculado.

c Os países são divididos em cinco grupos por desvio absoluto da paridade de género nos valores do IDH.

d Indica dados de Pesquisas Demográficas

e de Saúde, M de Pesquisas de Agrupamentos de Indicadores Múltiplos, P de Pesquisa de População e Saúde Familiar Panárabe e N de pesquisas nacionais (ver http://hdr.undp.org/en/faqpage/multidimensional-poverty-index-mpi para a lista d inquéritos nacionais).

e Refere-se somente às áreas urbanas .f Indicador em falta sobre mortalidade infantil .g Indicadores em falta sobre nutrição.h Indicador em falta sobre o tipo de pisoi Indicador em falta sobre tipo de combustível de cozinha j Indicador em falta sobre frequência escolark Indicador em falta sobre electricidade

FONTES

Coluna 1: Cálculos da OGRD com base em dados da Fundação de Estatística da ONU (2015), Instituto da UNESCO de Estatística (2016), Divisão de Estatística das Nações Unidas (2016),Banco Mundial (2016b), Barro e Lee (2016) e FMI (2016).

Coluna 2: Calculada como a média geométrica dos valores no índice de expectativa de vida ajustado pela desigualdade, índice de educação ajustado pela desigualdade e índice de renda ajustada pela desigualdade usando a metodologia da Nota Técnica 2 (disponível em http://hdr.undp.org/sites/default/files/hdr2016_technical_notes.pdf

Coluna 3: calculada com base nos dados das colunas1 e 2.

Coluna 4: Calculada com base nos dados da coluna 2 e das escalas recalculadas do IDH para os países para os quais o IDH ajustado pela desigualdade é calculado.

Coluna 5: Cálculos da OGRD com base nos dados da UNDESA (2015), Instituto da Estatística da UNESCO (2016), Barro e Lee (2016), Banco Mundial (2016b),OIT (2016) e FMI (2016). Coluna 6: Calculada com base nos dados da coluna 5

Coluna 7: Cálculos do OGRD baseados nos dados do Grupo de Estimativa da Mortalidade Materna da ONU (2016), UNDESA (2015), IPU (2016), Instituto da Estatística da UNESCO (2016) e OIT (2016). Coluna 8: Calculada com base nos dados da coluna 7.

Colunas 9 e 10: Os cálculos da OGRD baseiam-se em dados sobre as privações familiares em educação, saúde e padrões de vida de várias pesquisas domiciliares listadas na coluna 10 usando uma metodologia revisada descrita na Nota Técnica 5 (disponível em http://hdr.undp.org/sites/default/files/hdr2016_technical_notes.pdf)

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NOTAS

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26. Em 2009 o Secretário-geral da Nações Unidas criou a iniciativa Global Pulse com o objetivo de aproveitar os Big Data como um bem público ao serviço do desenvolvimento sustentável e da acção humanitária. Em 2014, a Comissão de Estatística das Nações Unidas criou um Grupo de Trabalho Global sobre Big Data. A Parceria Global para o Desenvolvimento Sustentável foi formada entre governos, empresas, as Nações Unidas, instituições financeiras internacionais, organizações sem fins lucrativos universidades e diversas partes interessadas. Actualmente, possui 150 membros.

27. Demirgüç-Kunt e outros 2014.28. Harris e Marks 2009.29. PAM 2016.30. Banco Mundial 2016a.31. UNESCO 2013.32. Banco Mundial 2015a.33. The Economist 2016.34. UNDESA 2016.35. WEF 2016.36. Cecchini e outros 2015.37. Cashin 2016.38. ONU Mulher 2016.39. UNDESA 2016.40. UNDESA 2016.41. ONUSIDA 2016b.42. OMS 2016.43. The Guardian 2016.44. OMS 2016.45. Banco Mundial 2015b.46. Banco Mundial 2015b.47. PNUD 2015b.48. Demos Helsinki 2016.49. Nações Unidas 2013.50. ONU Mulher 2015.

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Referências

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Visão Geral | 31

Classificação dos países segundo o IDH, 2015

169

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Afganist

Albania

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Andorra

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Arabia Saudita

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Argentina

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Bahrein

Bangladesh

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Bélgica

Beli

Benin

Bhután

Bol via (Estado Plurinacional )

Bosnia Herzegovina

Botswana

Brasil

Brunei Darussalam

Burkina Faso

Burundi

Cabo Verde

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Canadá 10

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Chad

Chile

China 90

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Chipre

Comor s

Congo

Costa Rica

Cuba

Dinamarca

Djibouti

Dominica

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Egipto

El Salvador

Emiratos Árabes Unidos

Eritre a

Eslovaquia

Espa

Estado Palestina

Estados Unidos d América

Etiopía

ex República Yugoslava de Macedonia

Federa

Fiji 91

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Filipinas

Finl ndia

Fran

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Georgia

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Honduras

Hong Kong, China ( )

Hungría

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Indon

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Iraq

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Jamaica

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Kiribati 137

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Kuwait

Lesotho

Let ia 44

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Líbano

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L bia

Liechtenstein

Lit

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Mal

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Maldivas

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Malta

M

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México

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Montenegro

M

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Níger

N 152

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Noruega

Nueva Zel ndia

Omán

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Panamá

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Perú

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Portugal

Qatar

Reino Unido

República Árabe S ria

Repúbli

República Checa

República d Core a

República

República Democrática d Congo

República Democrática Popular Lao

República Dominicana

República Unida de Tan

R anda

Samoa

Senegal

Seychelles

Serra Leoa 179

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Singapur

Sri Lanka

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Sud

S

Su

Suriname

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Timor-Leste

Togo

Tonga

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Turquía

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Urugua 54

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139

Vanuatu

Venezuela (República Bolivariana de)

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Zimbabwe 154

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Programa das Nações Unidas para o DesenvolvimentoOne United Nations PlazaNew York, NY 10017

www.undp.org

O universalismo está no centro da abordagem do desenvolvimento humano. As liberdades humanas devem ser alargadas a todos os seres humanos - não poucos, nem muitos, mas todos, em todos os cantos do mundo – para poderem realizar o seu pleno potencial agora e no futuro. O mesmo espírito é partilhado pela Agenda 2030 e pelos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável – não deixar ninguém excluído. Assim, o desenvolvimento humano deve ser assegurado para todos. Durante o último quarto de século, foi conseguido um progresso impressionante no desenvolvimento humano, enriquecendo mil milhões de vidas humanas. No entanto, esse progresso tem sido desigual, ignorando grupos, comunidades e sociedades. Alguns atingiram apenas o desenvolvimento humano básico, outros nem isso. As privações são mais profundas entre as pessoas em locais específicos ou com condições específicas. E persistem obstáculos substanciais ao desenvolvimento humano universal, alguns dos quais estão profundamente enraizados em identidades e relações sociais e políticas – tais como violência flagrante, leis discriminatórias, normas sociais de exclusão, desequilíbrios na participação política e distribuição desigual de oportunidades. No entanto, o desenvolvimento humano é mais do que a satisfação das necessidades básicas. É também a voz e a autonomia que são importantes num mundo dinâmico com condições de vida variáveis. O desenvolvimento humano tem a ver com a agência, a autodeterminação e a liberdade para fazer escolhas e moldar resultados.

“O que a humanidade alcançou ao longo dos últimos 25 anos dá-nos a esperança de que as mudanças fundamentais são possíveis. Podemos construir com base no que já conseguimos, podemos explorar novas possibilidades para superar desafios, podemos alcançar o que um dia parecia inatingível. Está ao nosso alcance concretizarmos as nossas esperanças”.

— Helen Clark, administradora do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas

“O desenvolvimento humano para todos é um compromisso que transcende o nosso país e queremos que o nosso trabalho tenha impacto e enriqueça as vidas de cidadãos de outras nações.”

— Juan Manuel Santos, Presidente da Colômbia e Prémio Nobel da Paz 2016

“Todos nós temos a responsabilidade, dia após dia, de fazer da sustentabilidade um princípio orientador da acção – enquanto políticos responsáveis e decisores nas empresas e na sociedade, enquanto indivíduos verdadeiramente interessados no nosso futuro.”

— Angela Merkel, chanceler da República Federal da Alemanha

“A obtenção de uma imagem mais clara da pobreza e da privação é um primeiro passo fundamental para a concepção e implementação depolíticas e intervenções eficazes, bem como para uma melhor canalização dos recursos escassos para onde terão maior impacto”.

— Melinda Gates, vice-presidente da Fundação Bill & Melinda Gates

“O desenvolvimento humano reflecte o universalismo – todos os valores da vida, e cada vida é igualmente valiosa. O desenvolvimento humano tem de ser sustentado e sustentável para enriquecer cada vida humana de modo que todos nós possamos realizar o potencial total das nossas vidas.”

— Selim Jahan, autor principal do Relatório

O desenvolvimento humano para todos exige a reorientação de alguns aspectos da sua abordagem – capacidades colectivas, não apenas capacidades individuais; voz e autonomia, não apenas bem-estar; e inclusão, não só diversidade. Também é necessário focalizar-se nas perspectivas de avaliação, indo além das médias e realizações quantitativas. Cuidar dos excluídos requer uma estratégia de quatro vertentes a nível nacional: chegar aos excluídos através de políticas universais, procurar medidas para grupos com necessidades especiais, tornar o desenvolvimento humano resiliente e reforçar os excluídos. As políticas nacionais devem ser complementadas com acções a nível global, abordando questões relacionadas com o mandato, as estruturas de governação e o trabalho das instituições globais. Temos todas as razões para esperar que as coisas podem ser mudadas e que as transformações podem ser feitas. As aparentes dificuldades de hoje podem ser superados amanhã. O mundo tem menos de 15 anos para concretizar a sua agenda inspiradora de não deixar ninguém excluído. Com os nossos corações, cabeças e mãos juntas, esforçar-nos-emos pela paz e prosperidade, em parceria uns com os outros e procuraremos um equilíbrio entre as pessoas e o planeta. Uma vez atingidos esses objectivos, alcançaremos juntos o fim do caminho. E quando olharmos para trás, veremos que ninguém foi excluído.

Empowered lives.Resilient nations.