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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA VIVIAN CASTILLO DE LIMA INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE AGILIDADE, COM E SEM DUPLA TAREFA, NA FUNÇÃO FÍSICA E COGNITIVA EM IDOSOS Campinas, 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

VIVIAN CASTILLO DE LIMA

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE AGILIDADE, COM E SEM DUPLA TAREFA,

NA FUNÇÃO FÍSICA E COGNITIVA EM IDOSOS

Campinas,

2019

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VIVIAN CASTILLO DE LIMA

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE AGILIDADE, COM E SEM DUPLA TAREFA,

NA FUNÇÃO FÍSICA E COGNITIVA EM IDOSOS

Dissertação apresentada à Faculdade de Educação

Física da Universidade Estadual de Campinas como

parte dos requisitos exigidos para a obtenção do

título de Mestra em Educação Física na Área de

concentração Atividade Física Adaptada.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Marco Carlos Uchida.

ESTE TRABALHO CORRESPONDE À

VERSÃO FINAL DE DISSERTAÇÃO

DEFENDIDA PELA ALUNA VIVIAN

CASTILLO DE LIMA, E ORIENTADA PELO

PROF DR. MARCO CARLOS UCHIDA.

Campinas,

2019

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COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. Marco Carlos Uchida

Orientador

Prof. Dr. Eduardo Lusa Cadore

Membro

Profa. Dra. Anita Liberalesso Neri

Membro

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no SIGA/Sistema de

Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da Unidade.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente ao meu orientador, Prof. Dr. Marco Carlos Uchida,

por ter paciência comigo e ter me ensinado muito sobre a pós-graduação, sempre me

apoiando desde a Iniciação Científica em 2016 até agora com essa Dissertação.

Gostaria de agradecer à banca por ter aceitado o meu convite e ter tido muito carinho com o

nosso trabalho: Profa. Dra. Paula Teixeira Fernandes, Prof. Dr. Educardo Lusa Cadore,

Prof. Ronei Silveira Pinto e Profa. Dra. Anita Liberalesso Neri.

Claro que preciso agradecer a todos da Faculdade de Educação Física pelo carinho, tanto

aos funcionários quanto professores e estudantes companheiros. A todos que participaram do

GEPEFAN e contribuíram de alguma forma para que essa dissertação tomasse forma. Em

especial para futura mestra, Luz Castaño, companheira de laboratório, mestrado, congressos

e tudo mais.

O apoio da família foi fundamental, sempre que precisei eles estavam lá comigo. Inclusive na

reta final me apoiando para não desistir e finalizar mais uma etapa importante.

Aos amigos e amigas especiais durante esses 2 anos e meio que sempre me apoiaram, nem

que fosse para sair e distrair um pouco dessa vida corrida; não vou citar nomes, mas muitos

fizeram parte disso, e só tenho a agradecer.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal

de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

Enfim, agradeço a todos que contribuíram direta ou indiretamente para realização deste

trabalho. Um Muito Obrigada!!

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RESUMO

Introdução: O envelhecimento está associado a diminuição da capacidade física e cognitiva,

e as atividades e exercícios físicos podem atenuar estas, minimizando os riscos à saúde. As

atividades que realizam simultaneamente tarefa física e cognitiva são denominadas - dupla

tarefa ou Dual Task – são realizadas na prática diária, e pode ser expressa na forma de

exercício físico. Objetivo: Avaliar a influência do protocolo de agilidade, com e sem dupla

tarefa, na função física e cognitiva de idosos. Métodos: Participantes (n = 16; idade média 67

± 5 anos, ambos sexos), divididos em dois grupos: (1) grupo de agilidade (GA) – 8 idosos; (2)

grupo de com Dupla Tarefa (GDT) – 8 idosos, estes foram equilibrados pelo mini exame de

estado mental (MEEM). As intervenções foram de 14 semanas utilizando a escada de

agilidade, GA e GDT, com 30 minutos por sessão, duas vezes na semana. Sendo as duas

semanas iniciais de familiarização, seguidas de 12 semanas de intervenção controlada, sendo

que o GDT realizava simultaneamente a tarefa motora e cognitiva (verbalização de itens

categóricos [e.g. animais, frutas]). Os participantes foram avaliados nos momentos pré e após

intervenção, através dos seguintes testes: físicos/funcionais (i. e., equilíbrio unipodal, levantar

e sentar 5 vezes, velocidade da marcha, Timed Up and Go – TUG, preensão manual, teste de

agilidade – Illinois), e cognitivos (i. e., TUG cognitivo, teste de memória – pictográfico,

fluência verbal, trail making test [teste trilha]). Para a análise dos dados, o nível de

significância utilizado foi de p<0,05. O efeito do treinamento foi verificado utilizando o

ANOVA two-way com Post Hoc de Tukey. Resultados: Nos testes funcionais (velocidade

usual da marcha, levantar e sentar 5 vezes, TUG, preensão manual direita e esquerda,

equilíbrio unipodal direito e esquerdo, teste de agilidade) houve melhoras entre os momentos

(Pré-Pós) em ambos grupos. No aspecto cognitivo houve diferença entre os grupos no TUG

cognitivo, sendo o GDT melhor (p = 0,02); e para ambos entre momentos nos testes:

Pictográfico, e fluência verbal fonológica (apenas para os momentos 15 e 45 segundos). Nos

testes de trilha e fluência verbal semântica e fonológica (para os outros momentos) não houve

diferença. Conclusão: O treinamento utilizando a escada de agilidade em idosos resultou em

melhoras tanto nas funções físicas, como cognitivas em ambos os grupos, o que possibilita

dizer que este treinamento, com ou sem dupla tarefa, mostra-se eficiente e pode ser

interessante a inclusão deste na rotina de treinamento para a população idosa.

Palavras-chave: Envelhecimento; Coordenação Motora; Cognição; Capacidades Funcionais.

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ABSTRACT

Introduction: Aging is associated with decreased physical and cognitive capacity, and

physical activities and exercises can mitigate these and minimize health risks. Activities that

perform both physical and cognitive tasks are called Dual Task that are performed in daily

practices and can be expressed in the form of physical exercise. Aim: To evaluate the

influence of an agility protocol, with and without dual task, on physical and cognitive

functions of older adults. Methods: Participants (n = 16; mean age 67 ± 5 years, both sexes)

divided into two groups: (1) Agility group (AG) - 8 older adults; (2) Dual Task group (DTG) -

8 older adults, these were balanced by the mini mental state exam (MMSE). Intervention were

for 14-weeks using an agility ladder, AG and DTG, with 30 minutes per session, twice a

week. The initial two weeks of familiarization followed by 12-weeks of controlled

intervention, with the DTG performing both the motor and cognitive tasks (verbalization of

categorical items [e. g. animals, fruits]). Participants were assessed before and after

intervention, using the following tests: physical / functional tests (i. e. unipodal balance, get

up and sit 5 times, gait speed, Timed Up and Go – TUG, handgrip, agility test – Illinois) and

cognitive tests (cognitive TUG, test of memory – pictographic, verbal fluency, trail making

test). For data analysis, the significance level used was p < 0.05. The training effect was

verified using the two-way ANOVA with Tukey's Post Hoc. Results: In the functional tests

(usual gait speed, get up and sit 5 times, TUG, right and left handgrip, right and left unipodal

balance, agility test) there were improvements between the moment (Pre-Post) in both groups.

In the cognitive aspect, there was a difference between the groups in the cognitive TUG, with

DTG being better (p = 0.02); and for both groups between moments in the tests: and

phonological verbal fluency (only for moments 15 and 45 seconds). In the trail testing and

semantic and phonological verbal fluency (for the other moments) there was no difference.

Conclusion: Training using the agility ladder in older adults resulted in improvements in both

physical and cognitive functions in both groups, which makes it possible to say that this

training, with or without a dual task, proves to be efficient and may be interesting to include it

in the training routine for older adults population.

Keywords: Aging; Motor Coordination; Cognition; Functional Capacities

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Fluxograma da triagem da amostra ....................................................................24

Figura 2 – Linha do tempo das Intervenções ......................................................................26

Figura 3 - Escada de Agilidade ...........................................................................................27

Figura 4 – Divisão de cada série .........................................................................................27

Figura 5 - Protocolo 1 .........................................................................................................28

Figura 6 - Protocolo 2 .........................................................................................................29

Figura 7 - Protocolo 2b .......................................................................................................29

Figura 8 - Protocolo 3 .........................................................................................................30

Figura 9 - Protocolo 3b .......................................................................................................30

Figura 10 - Protocolo 4 .......................................................................................................31

Figura 11 - Palavras utilizadas para fala no GDT ...............................................................32

Figura 12 – Teste de Agilidade – Illinois ............................................................................35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Análise dos grupos no momento pré ...................................................................... 39

Tabela 2. Efeito do treinamento nas questões físicas e funcionais ........................................ 40

Tabela 3. Efeito do treinamento nos aspectos cognitivos ...................................................... 41

Tabela 4. Resumo dos efeitos do treinamento ........................................................................43

Tabela 5. Coeficiente de correlação de Spearman entre os testes físicos e cognitivos no

momento pós com o total de participantes ............................................................................. 44

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Valores do delta dos resultados do teste de fluência verbal.................................. 42

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EA Escada de Agilidade

AVDs Atividade da Vida Diária

AF Atividade Física

ABVD Atividades Básicas da Vida Diária

AIVD Atividades Instrumentais da Vida Diária

AAVD Atividades Avançadas da Vida Diária

QV Qualidade de Vida

TUG Timed up and go

TUGCog Timed up and go cognitivo

MEEM Mini Exame do Estado Mental

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

LCA Laboratório de Cinesiologia Aplicada

LABFEF Laboratório Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

GA Grupo de Agilidade

GDT Grupo de Dupla Tarefa com agilidade

BIA Bioimpedância Elétrica

IMC Índice de Massa Corporal

VUM Velocidade Usual da Marcha

VAM Velocidade Acelerada da Marcha

LS5 Levantar e sentar 5 vezes

EF Effect Size ou Efeito do Tamanho

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 15

2.1 Envelhecimento............................................................................................... 15

2.1.1 Dados demográficos ............................................................................... 16

2.2 Capacidade Funcional Física ........................................................................ 17

2.2.1 Agilidade ................................................................................................. 18

2.3 Função cognitiva ............................................................................................ 19

2.4 Dupla Tarefa no Envelhecimento ................................................................. 20

3. JUSTIFICATIVA............................................................................................... 22

4. OBJETIVO ............................................................................................................ 23

4.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 23

4.2 Objetivo Específico ........................................................................................ 23

5. MÉTODOS ............................................................................................................ 24

5.1 Amostra .......................................................................................................... 24

5.2 Desenho Experimental .................................................................................. 25

5.3 Intervenções ................................................................................................... 26

5.4 Instrumentos de Avaliação ........................................................................... 32

5.5 Análises Estatísticas ...................................................................................... 37

6. RESULTADOS .................................................................................................. 39

7. DISCUSSÃO ....................................................................................................... 45

8. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 53

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 54

10. APÊNDICES ......................................................................................................... 62

11. ANEXOS ................................................................................................................ 66

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1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo ou conjunto de processos morfofisiológicos que

ocorrem nos organismos vivos, que podem resultar na perda de adaptabilidade, e deficiência

funcional (SPIRDUSO, 2005) A população idosa necessita de cuidados especiais, que podem

ser atendidos por profissionais da área da saúde para um envelhecer com mais qualidade.

Declínios naturais do envelhecimento interferem tanto na capacidade física como na

cognição; A diminuição da função física com o passar dos anos ocasiona consequências como

quedas, fraturas, dificuldade de acesso a serviços médicos, aumento do medo de quedas,

depressão e prejuízo na qualidade de vida do idoso (MUSICH et al., 2018), há ainda na parte

cognitiva, por exemplo, a diminuição da velocidade do processamento de informação e das

funções executivas (DIAMOND, 2014; PARK et al., 2001).

Ao falar apenas de função física, o próprio exercício físico multicomponente,

composto por treino de força, equilíbrio e capacidade cardiovascular demonstra ser uma

excelente estratégia para melhorar número de quedas, mobilidade, equilíbrio, a força muscular

e a própria caminhada em idosos (CADORE et al., 2013). A potência muscular, por sua vez,

deve ser levada em consideração pela característica de diminuir antes da força

musculoesquelética com o avanço da idade e por estar presente em diversas atividades da vida

diária do idoso (IZQUIERDO; CADORE, 2014).

Uma capacidade interessante e que deve ser mais estudada no envelhecimento é a

agilidade, a qual determina um importante papel na prevenção de quedas e na melhora da

independência dos idosos. Isto ocorre pelo fato de ter características únicas que se adequam

ao envelhecimento. Esta capacidade pode ser classificada como uma atividade motora

complexa, auxilia os indivíduos gerenciar suas tarefas da vida diária com maior

independência e autonomia (WORTLEY; AN; HESHMATI, 2017). A causa de muitos

acidentes nos idosos ocorre pela dificuldade de reconhecer, entender e reagir a uma situação

encontrada em suas atividades da vida diárias (AVDs), o que demonstra a importância de

mais estudos relacionados a agilidade com idosos.

Para treinar a capacidade da agilidade, existem estudos com passadas em

quadrados (TEIXEIRA et al., 2013b), porém este estudo adaptou o equipamento patenteado

em 2015 por Allen Holland, utilizado em treinamento esportivo: a Escada de Agilidade (EA).

Uma forma adicional de se realizar uma atividade física, e contempla diversos

estímulos para população idosa é a de dupla tarefa. Entende-se que atividade de dupla tarefa é

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importante para a vida diária do idoso, por exercitar os aspectos motores e cognitivos

simultaneamente (HEROLD et al., 2018). O sucesso das atividades combinadas dependem de

um conjunto de fatores, tais como: planejamento, atenção e controle motor, a partir das

funções executivas (YOGEV; HAUSDORFF; GILADI, 2008). Muitos casos de quedas em

idosos ocorrem em virtude de dificuldades na atenção dividida. As próprias AVDs são

atividades complexas por integrarem capacidades físicas e cognitivas (LAUENROTH;

IOANNIDIS; TEICHMANN, 2016). Assim, o treino de dupla tarefa para idosos mostra-se ser

muito interessante e importante para maior ativação cerebral, melhoras na memória e na

função executiva em idosos (NISHIGUCHI et al., 2015).

O envelhecimento populacional vem transformando a sociedade e a economia.

(DUARTE; BARRETO, 2012), portanto é imprescindível a inclusão de atividades que

englobem diversas funções (física e cognitiva) para possibilidade a adaptação do organismo

no ambiente, e que isso possa ser transferível para o cotidiano das pessoas. O principal

objetivo do presente estudo é investigar a influência dos protocolos de agilidade, utilizando a

escada de agilidade, com e sem dupla tarefa, nas funções física e cognitiva em idosos da

comunidade.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Envelhecimento

O ser humano passa por um conjunto de processos que podem ser relacionados a

contínuas adaptações, tanto para o ambiente externo quanto o interno, que ocorrem durante o

ciclo de vida (WAHL; IWARSSON; OSWALD, 2012).

Meirelles (2000) define envelhecimento como sendo:

“[...] um processo dinâmico e progressivo onde há

modificações tanto morfológicas como funcionais, bioquímicas e

psicológicas que determinam a progressiva perda da capacidade de

adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior

vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos [...]”

(MEIRELLES, 2000, p.28)

Esse processo dinâmico e progressivo pode se transformar em um processo

maleável, e determinado geneticamente. Diversas teorias sobre como envelhecemos vem

sendo estudadas, como por exemplo, a teoria do radical livre; a qual propõe que há uma

toxicidade gerada por radicais livres, gerando um ciclo vicioso com mais danos mitocondriais

culminando na produção excessiva de radicais livres (FARINATTI, 2008).

Estudos mais recentes comprovam que vias moleculares desativadas após o

término de reprodução, levam a um declínio funcional progressivo. Em uma pessoa mais

idosa, vias não respondem adequadamente ao stress e não conseguem manter a homeostase

(VAN RAAMSDONK, 2018). Alterações no funcionamento celular, e a falta do equilíbrio

homeostático no envelhecimento é um processo natural/normal do corpo humano

(MAGALHÃES; PASSOS, 2018). Esse fenômeno em interação com características

individuais, e seus diferentes estilos de vida determinam as formas de envelhecer.

Um fator fundamental para um envelhecimento bem-sucedido é a saúde. Como

descrito por Rowe e Kahn (1997, 2015), velhice bem-sucedida é caracterizada pela baixa

presença de doenças, alta capacidade funcional e cognitiva, e com envolvimento social

presente.

Os idosos podem apresentar medo em relação a diminuição da capacidade de se

manter saudável, fato da saúde estar relacionada com uma condição de autonomia (i.e.

decisão e comando sobre as ações) e independência (i.e. capacidade de realizar algo). O idoso

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necessita de autonomia para decidir as atividades que faz com independência. Assim, mais do

que a preocupação com doenças ou envolvimento social, os idosos consideram a capacidade

funcional mais relevante para sua saúde (MORAES, 2012).

As condições socioeconômicas e de saúde durante todas as fases da vida

interferem em um envelhecimento bem-sucedido e ativo (ARPINO; GUMÀ; JULIÀ, 2018).

Para isso é importante que as pessoas se importem com a sua saúde durante toda vida, com o

objetivo de atingir um envelhecimento bem-sucedido e ativo. Políticas públicas, a partir da

educação, devem permitir que o maior número de pessoas alcance esse caminho ativo.

2.1.1 Dados demográficos

No mundo, atualmente, 125 milhões de pessoas estão com a idade acima de 80

anos. E até 2050, a população mundial com mais de 60 anos deve atingir dois bilhões,

ultrapassando os 900 milhões de 2015 (WHO, 2018).

No Brasil, o processo de transição demográfica acontece com maior velocidade, a

expectativa de vida duplicou em 40 anos, enquanto outros países este acontecimento demorou

mais de 100 anos (DUARTE; BARRETO, 2012). Os países desenvolvidos tornaram-se ricos

antes da população envelhecer, ao contrário dos países em desenvolvimento, que estão

envelhecendo sem o aumento de sua riqueza (WHO, 2005). Segundo o IBGE (2013) a

expectativa de vida no Brasil ao nascer deve atingir 80 anos em 2042, com base no censo

demográfico de 2010. Em 2017, foi superada a marca dos 30,2 milhões de idosos acima de 60

anos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características dos

Moradores e Domicílios (IBGE, 2018).

Observa-se também uma queda abrupta nas taxas de fertilidade, e estima-se que

em 2025, 120 países terão alcançado taxas de fertilidade abaixo do nível de reposição (média

de 2,1 crianças por mulher). Causando uma mudança na pirâmide mundial, substituindo uma

forma triangular de 2002, por uma forma mais retangular em 2025 (WHO, 2005).

A expectativa de vida está aumentando e traz consigo a necessidade de demandas

para um envelhecimento saudável, representando desafios importantes e transformações nas

respostas sociais (DUARTE; BARRETO, 2012). Maior longevidade traz oportunidades para

as pessoas idosas, suas famílias e para as sociedades ao seu redor. Anos adicionais

proporcionam oportunidades para buscar novas atividades, como educação adicional ou uma

nova carreira (WHO, 2018).

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Investimentos nesta população específica se torna fundamental para atingir

retornos diretos. Sistemas de saúde melhores podem conduzir a um maior bem-estar dos

idosos nas atividades da sociedade (OMS, 2015). Portanto, a saúde é um fator importante para

manter a extensão de oportunidades. Sendo assim, a educação com enfoque informativo,

voltada para a saúde no envelhecimento, é de extrema importância, principalmente no que se

refere à manutenção de um estilo de vida saudável.

2.2 Capacidade Funcional Física

O crescimento rápido da população idosa no Brasil traz consigo questões que

precisam de atenção, quanto a proporcionar uma vida com independência e autonomia a esses

idosos.

Desta forma, a inabilidade e incapacidade de realizar determinadas tarefas da vida

diária afeta a independência do idoso. A falta de mobilidade no envelhecimento ocasiona

consequências diversas a saúde; podendo resultar em quedas, aumento do medo destas,

fraturas, redução ao acesso a serviços médicos, depressão e prejuízo na qualidade de vida do

idoso (MUSICH et al., 2018).

A falta ou diminuição significativa da prática de atividade física (AF) está

associada a maior presença da sarcopenia, a qual é definida pelo declínio progressivo da

massa magra e diminuição das capacidades funcionais (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). Essa

síndrome ocasiona dificuldades ao realizar atividades diárias e acarreta o maior risco de

quedas.

Por sua vez, a boa função física é o que potencializa a mobilidade, e auxilia o

idoso a realizar bem as AVDs (ALVES et al., 2007). A capacidade de deslocamento (marcha,

postura, transferência), e manipulação (alcance, preensão) são fundamentais para manter a

funcionalidade do idoso (MORAES, 2012). Aumentar essas capacidades no indivíduo idoso

reduz a possibilidade de limitações, e cria um ambiente favorável para o envelhecimento

saudável.

Dentre as AF estão as AVDs, as quais demonstram a independência e a

funcionalidade dos idosos, e podem ser classificadas por nível de complexidade, em básicas,

instrumentais e avançadas. As Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD) são fundamentais

para sobrevivência do indivíduo e compreendem-se em tarefas mais simples como o

autocuidado e autopreservação (e.g. escovar os dentes, alimentar-se). Atividades

Instrumentais da Vida Diária (AIVD) permitem que o indivíduo viva sozinho na comunidade,

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e consiga fazer atividades do domicílio, atividades domésticas (e.g. realizar compras no

mercado sozinhos, limpar a casa). As Atividades Avançadas da Vida Diária (AAVD) são mais

complexas, e relacionadas com a integração social (e. g. atividades recreativas com os colegas

e amigos). Ao envelhecer, as AAVD são mais prejudicadas pelo processo do envelhecimento,

por dificultar a mobilidade, e funcionalidade dos idosos (ALVES et al., 2007).

A prática de AF regular é importante para manter a função física, devendo ser estimulada ao

longo da vida (MUSICH et al., 2018). Práticas regulares de AF, e exercícios físicos (i.e.

atividade física de forma sistematizada, com a definição da intensidade, volume, frequência,

etc) desenvolvem a aptidão física do indivíduo, a qual possibilita realizar AVDs com mais

disposição e independência. Uma boa aptidão física está associada também a uma boa

condição dentro dos seguintes componentes: agilidade, equilíbrio, força e resistência

muscular, flexibilidade, resistência aeróbica e anaeróbica, velocidade, e composição corporal

(NAHAS, 2010). As recomendações mais comuns de exercícios físicos para idosos incluem o

treinamento de força e potência, principalmente porque resultam em benefícios na capacidade

funcional, e evitando a perda de força muscular (FRAGALA et al., 2019; IZQUIERDO;

CADORE, 2014; REID; FIELDING, 2012). Melhorar as capacidades funcionais e físicas, e

consequentemente a aptidão física durante o envelhecimento podem resultar na prevenção de

quedas, manutenção de funções motoras básicas, na boa realização das AVDs e

consequentemente na independência dos idosos (NAHAS, 2010; REID; FIELDING, 2012).

2.2.1 Agilidade

Uma capacidade física pouco estudada, mas importante na prevenção de quedas e

melhora da independência dos idosos, é a agilidade. As quedas nessa população advêm, por

exemplo, do aumento do tempo de reação à uma situação encontrada em suas AVDs. A

agilidade se adequa perfeitamente por movimentar o centro de massa rapidamente, devido à

mudança de direção ou devido à velocidade ao reagir a um estímulo (SHEPPARD; YOUNG,

2006). A agilidade envolve diversas qualidades: velocidade linear, velocidade com mudança

de direção, equilíbrio e potência muscular (SEKULIC et al., 2013). Por essas classificações,

estima-se ser uma capacidade importante a ser acrescentada na organização das atividades

direcionadas aos idosos.

Young e colaboradores (2002) definem os componentes que influenciam a

performance da agilidade, primordialmente nos esportes, em dois: 1. A velocidade de

mudança de direção; e 2. Fatores de tomada de decisão e de percepção. Os fatores de tomada

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de decisão incluem a interpretação visual, a antecipação a um fato que vai acontecer, o

reconhecimento de padrões de movimento, e o conhecimento dos movimentos de acordo com

experiências. E em relação à mudança de direção encontram-se fatores como a técnica de

movimento, velocidade da corrida, antropometria e qualidades musculares como força,

potência e velocidade de reação (YOUNG; JAMES; MONTGOMERY, 2002; SHEPPARD;

YOUNG, 2006).

A partir da definição da agilidade, consegue-se identificar as possibilidades de se

treinar essa capacidade com idosos. Tanto os fatores que influenciam a tomada de decisão,

quanto os aspectos que melhoram aspectos neuromusculares a partir da mudança de direção.

Segundo Liu-Ambrose e colaboradores (2004a, 2004b), o treino com agilidade proporciona

benefícios aos idosos relativos a prevenção de quedas, aumento do equilíbrio e sua confiança,

e melhora da postura. Outro estudo com agilidade já demonstrou que o treinamento com

agilidade em idosos pode auxiliar na força e potência muscular, além da resistência

cardiovascular (REED-JONES et al., 2012). Os estudos supracitados trazem importantes

achados sobre como a agilidade pode ter um impacto positivo na vida diária do idosos.

Intervenções com agilidade, realizadas de forma segura, mostram-se interessantes

como programas de prevenção de quedas por compreender aspectos de tomada de decisão (e.

g. antecipação), mudança de direção, qualidades musculares importantes (e.g. potência) e

capacidade cardiovascular (DONATH; VAN DIEËN; FAUDE, 2016; SHEPPARD; YOUNG,

2006; YOUNG; JAMES; MONTGOMERY, 2002). Além disso, a prevenção de quedas em

idosos requer treinos que tenha interação entre percepção, função cognitiva e desempenho

neuromuscular (DONATH; VAN DIEËN; FAUDE, 2016; YAMADA et al., 2011).

2.3 Função cognitiva

A cognição é uma capacidade mental que compreende, interpreta e resolve

problemas cotidianos (MORAES, 2012). Declínios naturais interferem na cognição com o

passar dos anos de vida, como queda da velocidade do processamento de informação e das

funções executivas (i. e. processos mentais necessários para concentração, atenção e para

alternar processos automáticos ou instintivos) classificadas em memória de trabalho, função

inibitória, flexibilidade mental e capacidade de alternar tarefas cognitivas (DIAMOND, 2014;

PARK et al., 2001).

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Funções executivas e o desempenho motor são relacionados a diversas AVDs.

Atividades estas que requerem aprendizado motor já adquirido, ou aquelas não conhecidas

ainda (DIAMOND, 2014). No indivíduo idoso, a realização de uma tarefa simples, muitas

vezes é realizada de através de uma na ativação cerebral mais complexa (SEIDLER et al.,

2010). Ou seja, ao realizar uma AVD simples, um jovem executa sem dedicar grande atenção

a esta. Contudo, o idoso realiza a mesma tarefa com uma compensação na ativação cerebral

(i.e. ativa áreas cerebrais adicionais, áreas contralaterais ou necessita de atenção extra para

atividades que eram automatizadas na juventude) (PARK et al., 2001; SEIDLER et al., 2010).

Há evidências sobre a atrofia do hipocampo no envelhecimento, a qual fica mais

evidente em pacientes com comprometimento cognitivo, e com a doença de Alzheimer.

Menor volume do hipocampo está associado a perdas cognitivas, principalmente quando se

trata da memória episódica, a qual é de extrema importância para o funcionamento do próprio

hipocampo (DAWE et al., 2011). A memória, por si, aponta para um declínio cognitivo

importante no processo de envelhecimento (MOREIRA et al., 2018). Assim, a partir dos

declínios cognitivos, há estudos relacionando a atrofia de regiões do cérebro também com a

piora do equilíbrio, e com a maior dependência da resposta visual para o desempenho motor

em idosos (SEIDLER et al., 2010).

Exercícios físicos e atividades cognitivas ajudam a retardar o impacto da

demência, assim como ajudam os pacientes com demência a melhorar as AVDs e o seu

gerenciamento que dependem de capacidades motoras mais complexas (WORTLEY; AN;

HESHMATI, 2017). Esses estímulos podem ser realizados de diferentes formas, uma delas é

a partir do aprimoramento da aptidão física (DIAMOND, 2014). Estudos vem demonstrando,

desde a década de 1980, que idosos ativos fisicamente conseguem acionar vias motoras e

cognitivos adicionais em comparação com idosos sedentários (SEIDLER et al., 2010).

O exercício físico, seja ele aeróbico, multicomponente ou de força, tem sido

apresentado como atividades promissoras a diminuir os riscos de demência no

envelhecimento (BERRYMAN et al., 2014; NORTHEY et al., 2017).

2.4 Dupla Tarefa no Envelhecimento

Os idosos apresentam maiores dificuldades ao realizar algumas AVDs, em função

da sua complexidade, integrar capacidades físicas e cognitivas (LAUENROTH; IOANNIDIS;

TEICHMANN, 2016). Por exemplo, ao atravessar uma rua é necessário ter atenção nos

carros, no farol, e realizar caminhada (atividade motora) (YOGEV; HAUSDORFF; GILADI,

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2008; YAMADA et al., 2011), o que pode representar uma dupla tarefa, esta é definida

quando há dois estímulos ou realização de duas tarefas: uma cognitiva e uma física

simultaneamente. Propor este tipo de atividade ao invés de realizar tarefas cognitivas e físicas

isoladamente supera os efeitos positivos que ambas capacidades desenvolvem no idoso

(HEROLD et al., 2018). Exatamente por essas razões, a execução de tarefas complexas no dia

a dia e pela capacidade de desenvolver a cognição de forma mais global, a dupla tarefa

demonstra-se ser interessante.

Enquanto o exercício físico estimula processos neuromusculares, o estimulo

cognitivo conduz esses processos para a integração funcional das estruturas neuronais

(HEROLD et al., 2018). De forma mais evidente no cotidiano dos idosos, o exercício, quando

realizado em dupla tarefa, apresenta melhoras nas funções executivas, flexibilidade mental,

fluência verbal e diminuição no medo de sofrer quedas (GILL et al., 2016; NISHIGUCHI et

al., 2015; YAMADA et al., 2011).

As pesquisas com dupla tarefa até o momento demonstram melhoras

fundamentais e essenciais para o idoso realizar as AVDs. Durante uma caminhada com dupla

tarefa os idosos necessitam de uma maior atenção e funções executivas, caminhada essa que

muitas vezes não é mais automatizada (LAUENROTH; IOANNIDIS; TEICHMANN, 2016).

Portanto, ao preparar de forma adequada o idoso para suas AVDs, deve-se

planejar estratégias para que capacidades físicas e processos cognitivos sejam treinados; essa

população apresenta disfunções progressivas em ambas áreas.

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3. JUSTIFICATIVA

A população idosa no Brasil superou a marca dos 30,2 milhões de idosos acima de

60 anos, em 2017 (IBGE, 2018). Na perspectiva de manter ou melhorar a saúde dos idosos, há

a necessidade de cuidado e atenção com essa população crescente. Pelo fato do

envelhecimento acometer condições de adaptabilidade funcionais (físicas) e cognitivas,

intervenções especificas com os idosos devem ser pensadas e realizadas. O treino de

agilidade, e de agilidade com uma tarefa cognitiva (dupla tarefa) possam ser um estimulo

favorável para as funções físicas e cognitivas em idosos. Desta forma, espera-se que o

presente estudo, de fácil aplicabilidade e não convencional - possa resultar em adaptações

positivas nas questões ligadas as funções físicas e cognitivas.

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4. OBJETIVO

4.1 Objetivo Geral

Avaliar e comparar a influência dos protocolos de treinamento de agilidade, com e

sem dupla tarefa, realizado em 14 semanas, na função física e cognitiva de idosos da

comunidade.

4.2 Objetivo Específico

● Avaliar a função física:

○ Equilíbrio dinâmico;

○ Velocidade da marcha;

○ Equilíbrio unipodal;

○ Força de preensão manual;

○ Desempenho funcional;

○ Agilidade de membros inferiores.

● Analisar a função cognitiva:

○ Memória curto prazo;

○ Atenção, função executiva e analisar comportamento;

○ Fluência verbal.

● Analisar se há uma correlação entre as funções físicas, e entre funções físicas e

cognitivas.

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5. MÉTODOS

O presente estudo trata-se de uma pesquisa com desenho experimental e

longitudinal. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de

Campinas - UNICAMP sob o parecer de número: 2.479.761 (Anexo I). Todos os participantes

foram informados dos objetivos e possíveis riscos da participação neste estudo, pela leitura e

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

5.1 Amostra

Um total de 28 participantes, de ambos os sexos, foram recrutados na comunidade

da região metropolitana de Campinas. Recrutamento este que foi realizado a partir do banco

de dados criado durante um ano e meio pelo Laboratório de Cinesiologia Aplicada (LCA),

pelas atividades de Extensão da Faculdade de Educação Física (FEF - 40 idosos), e

adicionalmente a isso, o convite verbal realizado em Academias ao Ar Livre na cidade de

Campinas (22 idosos). Todos os participantes foram classificados como ativos saudáveis, pois

já realizavam no mínimo 150 minutos de atividade física moderada na semana, dado coletado

através de auto relato (e.g. caminhada) (NELSON et al., 2007).

Figura 1 - Fluxograma da triagem da amostra.

16 idosos terminaram os

treinamentos

62 idosos foram convidados

a participar do projeto

28 idosos iniciaram os

treinamentos

Excluídos por:

5 – Problemas pessoais;

4 – Frequência menor que 90%;

3 - Desistências.

Grupo de agilidade (n=8) Grupo com Dupla Tarefa (n=8)

27 - Realizavam outras atividades físicas;

7 – Não cumpriram outros critérios de inclusão.

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Os participantes foram divididos em dois grupos através do Mini Exame do

Estado Mental (MEEM - inventário de funções cognitivas), de forma a manter o equilíbrio

entre estes: (1) grupo de intervenção apenas com agilidade a partir da Escada de Agilidade

(EA - GA) – 8 idosos (67 ± 5,7 anos; MEEM 28 ± 2; (2) grupo de intervenção com Dupla

Tarefa a partir da EA (GDT) – 8 idosos (67 ± 4,6 anos; MEEM 27 ± 3). Os grupos foram

compostos por 11 mulheres e 5 homens (GA por 3 homens e 5 mulheres; GDT por 2 homens

e 6 mulheres).

Os participantes foram selecionados a partir dos seguintes critérios de inclusão: i)

pessoas com idade igual ou superior a 60 anos; ii) aptas a responder os questionários

utilizados no estudo; iii) andar sem dificuldade e independentemente; iv) ter a disponibilidade

para participar da intervenção durante os três meses com no mínimo 90% de frequência v)

estarem aptas após exame médico realizado para o estudo. Foram excluídos do estudo todos

participantes que possuíam os seguintes critérios: i) doenças cardiovasculares ou pulmonares

graves; ii) doenças ortopédicas que impeçam a realização de atividades diárias; iii) doenças

como Parkinson ou Alzheimer.

5.2 Desenho Experimental

Os grupos de estudo foram dois: o GA, e o GDT. Cada grupo realizou o

treinamento no seu horário, pré-determinado, com no máximo quatro participantes na mesma

sessão de treino. Portanto, foi possível acompanhar de forma próxima cada um dos

participantes. Todos utilizavam a EA individualmente, porém os indivíduos do GDT não

treinavam um ao lado do outro, para que não houvesse interferência na realização da tarefa.

As intervenções foram realizadas na Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual

de Campinas.

As intervenções, GA e GDT, foram realizadas com duração média de 30 minutos

e frequência de duas vezes na semana durante 14 semanas, com intervalo mínimo de 48 horas

entre as sessões na mesma semana. As avalições foram realizadas nos seguintes momentos: 1)

pré intervenção (pré) e 2) ao fim das intervenções, 14 semanas (pós). Na linha do tempo

(Figura 2), estão destacados também os dois momentos em que ocorreram a progressão de

complexidade/volume, que serão descritas durante a explicação das intervenções.

As avaliações foram por meio de questionários (sociodemográfico), inventário de

função cognitiva (MEEM), por meio de testes físicos (e.g. Equilíbrio Unipodal, Timed up and

go [TUG], Velocidade Usual [VUM] e Acelerada da Marcha [VAM], Levantar e Sentar 5

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vezes [LS5], Preensão Manual, Illinois Test [agilidade]), testes cognitivos (e.g. Timed up and

go cognitivo [TUGCog], teste da Trilha, Fluência Verbal [semântica e fonológica] e

Pictográfico [memória]). Os questionários foram respondidos individualmente em local

silencioso e reservado, como as salas do Laboratório Integrado de ensino, Pesquisa e Extensão

(LABFEF) e no LCA –FEF-UNICAMP.

Os momentos pré e pós foram divididos em dois dias, sendo o primeiro destinado

as avalições morfológicas e físicas (total de 40 minutos); e no segundo dia eram realizadas

avaliações cognitivas e o preenchimento dos questionários (30 minutos).

5.3 Intervenções

Nas duas semanas de familiarização o objetivo foi o aprendizado geral. Realizou-

se os exercícios de agilidade de forma mais lenta, houve a apresentação da estrutura física do

material, introdução a noção espacial e as coordenações na EA que iriam acontecer durante as

intervenções.

A EA é uma escada posicionada sobre o solo, uma estrutura em forma de trilho,

com 4,8 metros de comprimento, 12 espaços (quadriláteros), como se fossem as travessas de

um trilho (Figura 3). Originalmente, o material é de plástico (HOLLAND, 2015). No presente

estudo foi utilizado uma escada plana marcada no solo com fitas adesivas brancas, o que

permitiu que o exercício fosse mais seguro, pois não haveria a possibilidade de tropeçar nas

estruturas de uma escada física. Desta forma, a EA é uma intervenção de baixo custo e

prático, porém necessita a supervisão de um profissional de educação física para orientações

de treinamento. Desde sua invenção, a EA vem sendo utilizada em diversos treinamentos pela

praticidade do material (ROBERT; CHEUNG; RAYMOND, 2017).

O participante se deslocou na EA realizando combinações coordenativas dos

membros inferiores, evitando colocar os pés sobre os obstáculos (marcas no solo), e apenas

Figura 2 – Linha do tempo das Intervenções.

Avaliação Pré:

-Questionários

-Testes Físicos

-Testes cognitivos

Familiarização

2 semanas

Intervenção

3-6 semanas Intervenção

7-10 semanas Intervenção

11-14 semanas

Avaliação Pós:

-Testes Físicos

-Testes cognitivos

Progressão 1 Progressão 2

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dentro dos quadriláteros da EA. Foi utilizado o total de quatro protocolos durante o estudo,

sendo que duas se modificaram após seis semanas (aumento da complexidade e volume).

Organização dos protocolos do treinamento

Ambas as atividades, do GA e GDT, foram de aproximadamente 30 minutos de

intervenção. A parte principal foi de 12 minutos nas primeiras 10 semanas - quatro séries de

dois minutos, mais um minuto de pausa. Cada série foi realizada com um protocolo diferente

(i.e., primeira série foi realizada o primeiro protocolo e assim consequentemente). Nas últimas

quatro semanas, a parte principal foi de 15 minutos – cinco séries de dois minutos, mais um

minuto de pausa entre as atividades. Todas as sessões possuíam 10 minutos de aquecimento

no início - exercícios de calistenia de baixa intensidade, alongamentos e uma sequência de

cada protocolo – e ao final havia cinco minutos de volta a calma - exercícios de alongamento

(total de oito exercícios com uma série de 30 segundos – 15 segundos cada membro se

necessário).

Na intervenção do GA e GDT, os participantes realizaram cada série da seguinte

forma: 30 segundos de atividade mais pausa de 15 segundos e repetir essa sequência mais três

vezes (Figura 4). Entre cada série o tempo de pausa foi de um minuto, representada pelo

descanso, sem nenhuma atividade. No GDT, a cada subsérie (cada 30 segundos) o

participante pronunciou palavras de diferentes classes. Assim, na primeira série o participante

realizou apenas o protocolo 1, porém a cada subsérie utilizava uma atividade cognitiva

distinta.

Figura 4 – Divisão de cada série.

Figura 3 - Escada de Agilidade.

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No momento que o pesquisador alertava sobre o término dos 30 segundos de

atividade, o participante imediatamente parava onde estava na EA para que o pesquisador

anotasse a distância percorrida. O participante foi avisado para realizar as atividades de

agilidade e agilidade com dupla tarefa no menor tempo, e com menos erros possíveis.

Protocolos da EA

Em cada protocolo, os participantes percorriam a EA até o seu fim e retornavam

na mesma continuando o mesmo protocolo, até atingir o tempo estipulado (30 segundos).

Protocolo 1.

No primeiro protocolo o participante ultrapassava as linhas horizontais

(obstáculos) da EA posicionando alternadamente os pés em cada um dos espaços (ou

quadriláteros), entre estas, até o final da EA (Figura 5). https://youtu.be/8LPGNLBcsl4

1. Início com o pé esquerdo no primeiro espaço da EA (Figura 5a);

2. Pé direito se posiciona logo em seguida no segundo espaço da EA (Figura 5b);

3. E assim progressivamente, colocando o esquerdo no terceiro espaço (Figura

5c).

Protocolo 2.

No segundo protocolo o participante teve que transpor a EA posicionando os dois

pés em todos os espaços (quadriláteros), porém sempre deveria alternar o pé que iniciava o

deslocamento para o próximo espaço (Figura 6). https://youtu.be/SkzJ8XwsBV4

1. Iniciar com o pé direito no primeiro espaço da EA (Figura 6a);

2. Em seguida o pé esquerdo se posiciona também no primeiro espaço da EA

(Figura 6b);

Figura 5 - Protocolo 1.

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3. Prosseguir colocando primeiro o pé, esquerdo, agora no segundo espaço

(Figura 6c);

4. Em seguida o pé direito se posiciona também no segundo espaço (Figura 6d).

Neste protocolo houve modificação após as seis semanas. A modificação foi

apenas na complexidade do protocolo, coordenação motora; o participante realizou o mesmo

movimento, porém com “saltitos”, e não apenas com simples passadas. Assim, em cada

espaço o participante aterrissava com ambos pés, porém com um pé já pronto para saltar

novamente (na ponta do pé), e em cada espaço deveria alternava este pé de ataque (Figura 7).

https://youtu.be/Nz0rM06QQ_0

Protocolo 3.

No terceiro protocolo o participante deveria transpor a EA com movimentos em

diagonal, utilizando a parte interna e externa da EA. O participante deslocava os pés para o

lado externo do quadrilátero, progredindo para a parte interna, e em seguida para o lado

oposto externo da EA (Figura 8). https://youtu.be/qiO3_7YT4T4

Figura 6 - Protocolo 2.

Figura 7 - Protocolo 2b.

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1. Posicionar o pé esquerdo, na altura do primeiro espaço, porém na parte

externa, lado esquerdo da EA (Figura 8a);

2. Em seguida o pé direito segue ao encontro do pé esquerdo, que está na parte

externa (Figura 8b);

3. Progressão ocorre ao colocar o pé direito na parte interna do primeiro espaço

(Figura 8c);

4. Em seguida o pé esquerdo segue ao encontro do pé direito na parte interna do

primeiro espaço (Figura 8d);

5. Mantendo a sequência, deslocar o pé direito diagonalmente a frente, entre

espaço um e dois, porém na parte externa do lado direito da EA (Figura 8e, 8f).

O presente protocolo sofreu modificação após as seis semanas. A modificação foi

diminuir uma passada para a parte externa da EA em todas as passagens, resultando no

aumento da velocidade. Consequentemente, ao levar o pé esquerdo para o lado esquerdo da

EA não necessitava deslocar o pé direito para a parte externa, deslocava-se para o próximo

espaço da EA. E o mesmo acontecia do lado direito. O único momento em que os pés se

encontravam lado a lado, foi na parte interna da EA (Figura 9).

https://youtu.be/G7ecQEHTPWI

Figura 8 - Protocolo 3.

Figura 9 - Protocolo 3b.

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Protocolo 4.

No quarto e último protocolo o participante deveria transpor a EA posicionando

um pé dentro de cada espaço, alternadamente, e progredir colocando ambos os pés dos lados

externos na altura do mesmo espaço (Figura 10). https://youtu.be/9fg4_EDxFcI

1. Iniciar posicionando o pé direito no primeiro espaço da EA (Figura 10a);

2. Em seguida colocar o pé esquerdo na parte externa, na altura do primeiro

espaço, lado esquerdo (Figura 10b);

3. Progredir posicionando o pé direito na parte externa, na altura do primeiro

espaço, lado direito (Figura 10c);

4. Posicionar o pé esquerdo na parte interna do segundo espaço (Figura 10d);

5. Mantendo a sequência, colocar os dois pés na parte externa do terceiro espaço

(Figura 10e, 10f).

Progressões de complexidade durante o treinamento

Aconteceram duas formas de progressão de complexidade, em ambos os grupos,

em dois momentos diferentes (Figura 2).

1. A primeira progressão foi realizada após quatro semanas de intervenção, a

partir da mudança do grau de dificuldade de coordenação nos protocolos dois e três.

2. A segunda progressão ocorreu após a décima semana, com o aumento de uma

subsérie de 30 segundos por série (totalizando 5 subséries de cada protocolo por série),

aumentando em três minutos o tempo total da parte principal, atingindo 15 minutos.

Figura 10 - Protocolo 4.

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Dupla tarefa – Agilidade e Ações cognitivas verbais

No GDT, durante os protocolos, os participantes realizaram uma atividade de

dupla tarefa. Este grupo teve que pronunciar palavras de diferentes classes (Figura 11) durante

as subséries.

Uma forma de progressão foi determinar as categorias de palavras; sendo que as

quatro primeiras semanas de intervenção (3-6 semanas) foi realizada uma sequência por dia,

as próximas quatro semanas (7-10 semanas) foi utilizado a mesma sequência, porém com uma

dificuldade/progressão para cada categoria (e. g. animais na semana 3, animais selvagens na

semana 7). As últimas quatro semanas de intervenção (11-14 semanas) foi utilizada uma

sequência diferente, em função do aumento do volume de treino, e assim a quantidade de

categorias (Apêndice I).

5.4 Instrumentos de Avaliação

Os participantes foram avaliados antes da familiarização e logo após as 14

semanas do estudo pelos questionários e testes a seguir.

Questionários

1) Sociodemográfico e cuidados com a saúde (Apêndice II) - contendo

informações como, escolaridade; estrutura familiar (quantidade de pessoas que moram na

mesma residência com o indivíduo); condição de trabalho (i.e. aposentado, trabalho formal,

trabalho autônomo, trabalho voluntário, trabalho rural, outros); frequência que o idoso sai de

casa (i.e. menos de 1 vez, 1-2 vezes, 3-4 vezes, 5 vezes ou mais/por semana); prática de AF

Figura 11 - Palavras utilizadas para fala no GDT.

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ou esporte (i.e. não ou sim e se sim especificar qual atividade, quantas vezes na semana e qual

a duração por sessão); a duração e a qualidade do sono durante o mês anterior à pesquisa (i.e.

muito boa, consideravelmente boa, consideravelmente ruim, muito ruim); fumante ou não, se

sim citar quantos cigarros por dia; ingestão de bebidas alcoólicas (i.e. nunca, raramente, de

vez em quando, quase todos dias); histórico de queda (i.e. não, 1 vez, 2-4 vezes, 5 ou mais

vezes no ano anterior à pesquisa); lesão decorrente da queda (i.e. não ou sim, se sim que tipo

de lesão); hospitalização no semestre anterior à pesquisa (sim ou não); medicação (sim ou

não, se sim quantos); relatar doenças e medicações prescritas (i.e. insônia, diabetes, derrame,

osteoporose, problemas de coração, pressão alta, colesterol, artrose/artrite, depressão, câncer,

outras);

Inventário da função cognitiva

1) Estado mental (Mini-Exame do Estado Mental - MEEM) (FOLSTEIN;

FOLSTEIN; MCHUGH, 1975) (Anexo II) - o qual avalia orientação, memória, atenção,

cálculo matemático; capacidade de nomeação, de obediência a um comando verbal e a um

escrito; redação livre de uma sentença e cópia de um desenho complexo. No Brasil,

principalmente pela diversidade da população, o critério de pontuação no questionário é

decorrente da escolaridade. Assim, os pontos de corte são 20 para analfabetos, 25 para

indivíduos com escolaridade entre um e quatro anos, 26,5 para escolaridade entre cinco e oito

anos, 28 para escolaridade entre nove e onze anos, e 29 para pessoas com mais de onze anos

de escolaridade (BRUCKI et al., 2003).

Testes físicos/funcionais

1) Equilíbrio Unipodal - apoio unipodal manter o equilíbrio sobre um membro

inferior, enquanto o seu contralateral ficava elevado com o joelho flexionado em 90º, os

membros superiores cruzados à frente do tronco (flexão de cotovelo) e a cabeça reta. O teste

foi realizado uma vez com cada membro, e o tempo medido, sendo o maior valor foi

considerado para análise. Um cronômetro era ativado quando os participantes ficavam apenas

com um pé em contato com o solo, e era interrompido quando: as pernas se tocavam, o pé

contralateral que estava no alto tocava o solo, ou se moviam os braços. O resultado desse teste

foi expresso em segundos, e quanto maior este, melhor o equilíbrio; o tempo máximo

estipulado para o teste foi de 30 segundos para cada lado (BRIGGS et al., 1989);

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2) Levantar e Sentar 5 vezes (LS5) - no qual os participantes levantavam e

sentavam em uma cadeira de 45 cm de altura e sem apoio de braço. Com os membros

superiores cruzados à frente do tronco (e cotovelos flexionados) os participantes deveriam

levantar da cadeira até a extensão completa dos quadris e joelhos, e sentar novamente até o

contato dos glúteos na cadeira. Esse movimento era repetido cinco vezes e deveria ser

executado o mais rápido possível. O resultado foi expresso pelo tempo em segundos

utilizando um cronômetro, e quanto menor o tempo de execução, melhor o desempenho nesse

teste. O ponto de corte que prescreve risco de quedas é de 15 segundos (BUATOIS et al.,

2008; CRUZ-JENTOFT et al., 2019);

3) Preensão Manual ou teste de força isométrica dos membros superiores -

realizado com um dinamômetro manual (Grip Saehan, Hydraulic Hand Dynamometer,

SH5001). Os participantes mantinham-se sentados com os ombros em posição neutra,

segurando o dinamômetro com uma das mãos, o cotovelo flexionado em 90º e o punho em

posição neutra e em posição de afirmativo; o outro braço permanece relaxado ao lado do

corpo. A instrução foi para apertarem a manopla do equipamento com a maior força possível

durante 3-5 segundos (SALLINEN et al., 2011). O teste foi realizado apenas uma vez para

cada lado (i. e., mão direita e mão esquerda). O ponto de corte para sarcopenia nos homens é

de 27 kgf e nas mulheres de 16 kgf (CRUZ-JENTOFT et al., 2019);

4) Teste de Velocidade Usual (VUM) e Acelerada da Marcha (VAM) -

realizado a partir de uma distância total de 12 metros (m), onde o primeiro e o último metro

foram utilizados como parte da aceleração e desaceleração e desconsiderados na

contabilidade, portando válido apenas os 10m internos delimitados por marcação no solo,

início e fim. O tempo percorrido nos 10m (centrais) foram anotados e utilizados. Os

participantes percorriam essa distância primeiramente em uma caminhada usual, VUM, e

retornavam para a marca inicial em uma caminhada acelerada (VAM), sem correr ou trotar. O

tempo no cronômetro era ativado no momento em que as voluntárias se encontravam na linha

inicial dos 10m, e desativado na marca dos 10m (YAMADA et al., 2013). VUM tem como

valor de corte para sarcopenia, a velocidade igual ou inferior a 0.8m/s (CRUZ-JENTOFT et

al., 2019);

5) Teste de agilidade (Teste Illinois - adaptado) - uma tarefa cronometrada que

envolve combinações de movimentos multidirecionais em torno de obstáculos.

Formado a partir de um retângulo de 10m x 5m demarcado com cones – que

indicam o início e fim, em uma base, e na outra base pontos de mudança de direção. Outros

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quatro cones são colocados em linha no centro do retângulo, a uma distância igual entre eles,

que são utilizados para demarcar o deslocamento ziguezague (RAYA et al., 2013) (Figura

12).

A partir do ponto inicial o participante deve se deslocar até o vértice da outra base

para mudança de direção, e retornar até o cone de início do ziguezague (caminho azul –

Figura 12). A seguir, realizar o ziguezague para ir e voltar a base. Logo após ir ao último cone

para mudança de direção, e voltar para o ponto final. Em atletas o tempo médio encontrado é

de 18s (HOMOUD, 2015; REED-JONES et al., 2012). No presente estudo foi indicado aos

idosos realizarem um trote rápido (i. e. não caminhar e não correr o máximo que eles

poderiam), pois queríamos prevenir possíveis quedas. Pesquisadores davam o seguinte

comando: - “percorra esse trajeto com uma corrida leve, indicamos acelerar nas retas e

diminuir velocidade para fazer as curvas”;

6) Timed Up and Go (TUG) e Timed Up and Go cognitivo (TUGCog) - TUG é

um teste em que se utiliza uma cadeira sem apoios de braço e uma marcação fixa (e. g. cone)

à 3 metros de distância da cadeira. Os participantes iniciaram sentados; tiveram que levantar-

se sem ajuda dos braços, andar rapidamente até o cone, dar a volta por trás do mesmo e

retornar rapidamente para a cadeira, porém sem correr ou trotar. Assim como os testes acima,

o resultado foi baseado no tempo cronometrado, tendo como ponto de corte para prescrever

Figura 12 – Teste de Agilidade - Illinois.

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risco de quedas e falta de mobilidade é de 10 segundos (PODSIADLO; RICHARDSON,

1991). O TUGCog foi realizado com as mesmas instruções dadas no TUG, acrescentando a

fluência verbal dos nomes de animais durante a tarefa de deslocamento. Foi requerido que os

participantes falassem em voz alta, de forma que o avaliador pudesse escutar. O ponto de

corte do TUGCog para verificar presença de comprometimentos cognitivos é de 15 segundos,

(DE MELO BORGES; RADANOVIC; FORLENZA, 2015).

Testes Cognitivos

Antes de escolher os testes cognitivos a serem realizados, uma psicóloga informou

qual seria o mais adequado para este estudo e ensinou aos pesquisadores (i. e., 2

pesquisadoras) a realizarem todos os testes aqui indicados.

1) Teste de memória (Pictográfico) - foi utilizada uma imagem de uma sala de

estar em uma folha tamanho A4, na qual 23 objetos presentes estão representado em desenho,

estes são: um telefone, uma estante, livros, uma mesa, cadeiras, duas xícaras com pires, um

vaso de flores, um quadro emoldurado na parede, um relógio, uma lâmpada do teto, um sofá,

uma almofada, um gato, uma mesa baixa, um chapéu na mesa, uma pasta, uma televisão, uma

mesa para a televisão, um calendário na parede, um cacto, um vaso de flores, um abajur e uma

janela (TAKECHI; DODGE, 2010).

O participante estuda a imagem por um minuto, e depois é perguntado quais os

elementos que lembra da imagem. Após esse período de codificação, os participantes foram

instruídos a realizar outra para outra atividade, solicitando aos participantes que realizassem

uma contagem breve durante 30 segundos - de forma decrescente a partir do número 100 (e.g.

100, 99, 98...). E então os participantes foram convidados a recordar os objetos da imagem

sem limitação de tempo. O número de itens recordados é a pontuação total do teste

(TAKECHI; DODGE, 2010);

2) Teste de Fluência Verbal - foi realizado com duas categorias: a semântica e a

fonológica. Em ambas os participantes foram solicitados para falar o maior número de

palavras em um minuto, sendo que na semântica deveriam falar animais e na fonológica

deveriam falar palavras que começassem com a letra ‘A’. Para análise do teste de fluência

fonológica foram desconsiderados os neologismos ou palavras que não constam no dicionário

da Língua Portuguesa, nomes próprios e tempos verbais de um mesmo verbo, sendo que os

participantes foram previamente informados. As análises do teste de fluência foram baseadas

no: a) número total de palavras gerados em um minuto; b) número palavras gerados a cada 15

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segundos (divididos nos intervalos de 0-15, 16-30, 31-45, 46-60 segundos). Em ambos os

testes de fluência quanto maior o número de palavras pronunciadas melhor é o resultado do

teste (BRUCKI; ROCHA, 2004). Neste estudo foi utilizado um gravador durante o teste para

registrar as palavras. E na mesma semana do teste as gravações foram transcritas, anotadas e

contadas;

3) Teste da Trilha – Trail making test - tem o objetivo de avaliar diferentes

funções cognitivas, principalmente a atenção dividida, rastreamento visual, flexibilidade

cognitiva, habilidade de sequência, velocidade motora e funções executiva. Consiste em um

instrumento manual composto de duas etapas: A (Trilha-A) composto por números e o B

(Trilha-B) composto por números e letras. No Trilha-A o participante teve que desenhar com

um lápis ou caneta uma linha conectando em ordem crescente a série de números (1 a 25)

dispostos em círculos, ao acaso, em sequência numérica. No Trilha-B além de ligar números

(de 1 a 13), agora relacionando também com letras (de ‘A’ a ‘L’) dentro de sequências

alternadas em ordem crescente (LEZAK et al., 2004).

A sequência do teste de trilha vem do menor para o maior, tanto para os números

como para as letras (i.e. 1a, 2b, 3c, 4d, 5e e assim sucessivamente). O participante teve testes

de familiarização para ambas etapas, e foi instruído para não tirar a caneta do contato com a

folha e fazer o mais rápido que conseguia. Como pesquisador foi importante verificar se o

avaliado seguia a sequência certa dos números e letras, cada vez que o avaliado cometia um

erro o avaliador teve que corrigir o avaliado. Os erros eram corrigidos e isso acrescentava no

tempo total, pois que o avaliador não parava o cronometro (LEZAK et al., 2004). A trilha A

tem como ponto de corte, para considerar função cognitiva deficiente, realizar o teste em mais

de 78 segundos, e a trilha B o corte é de 273 segundos.

5.5 Análises Estatísticas

A comparação entre os grupos em relação às variáveis clínicas e demográficas foi

realizada através do teste de Mann-Whitney (Idade, Estatura, Massa Corporal, Frequência que

sai de casa, escolaridade, MEEM), e do teste exato de Fisher (Sexo, Prática de atividade

física, número de quedas)

Para comparar os momentos de avaliação, e os grupos em relação aos testes

físicos, cognitivos, dados antropométricos e dados de volume e intensidade foi usado modelo

de ANOVA para medidas repetidas, com as variáveis dependentes transformadas em postos

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(ranks), para utilizar ANOVA como um método não paramétrico. Ao verificar diferença

estatisticamente significativa em uma das análises foi realizado o Post hoc de Tukey.

Os testes não paramétricos foram escolhidos por causa do tamanho amostral

pequeno. O nível de significância usado nas análises foi de 5%. O programa utilizado para

todas as análises foi o the SAS System for Windows (Statistical Analysis System), versão 9.4.

SAS Institute Inc, Cary, NC, USA.

O Effect Size (ES) foi calculado com ‘a média do pós-intervenção menos a média

do pré dividido pelo desvio padrão do pré; portanto, um ES de 0,00 - 0,19 foi considerado

muito baixo; 0,20 - 0,49 pequeno; 0,50 - 0,79 moderado; e ≥ 0,80 grande (COHEN, 1992). O

delta foi calculado com valores médios da pré-intervenção menos a média do pós,

multiplicados por cem, e divididos pela média do pré.

O coeficiente de correlação de Spearman foi utilizado para avaliar a correlação

entre os testes físicos e cognitivos. Esse coeficiente pode variar de -1 (indicando forte

correlação negativa entre as duas variáveis, ou seja, quando uma cresce a outra decresce) a 1

(indicando forte correlação positiva entre as duas variáveis). Quando o ρ está próximo de 0

conclui-se que não existe correlação linear entre as duas variáveis. Os pontos de corte de

índice baixo são entre 0,3 a 0,5; moderado entre 0,5 a 0,7; alta entre 0,7 a 0,9.

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6. RESULTADOS

Participaram do estudo 16 idosos, sendo 8 em cada grupo. Do total são 11 (68,8%)

do sexo feminino. A idade dos participantes variou de 60 a 76 anos, com média de 66,9 anos.

A Tabela 1 mostra as medidas descritivas de cada uma das variáveis clínicas e

sócio demográficas, por grupo (GA, GDT), e para o grupo total de 16 participantes no

momento pré-intervenção. Os dados iniciais demostraram também a igualdade no rastreio de

funções cognitivas (MEEM) no momento pré. Em todas vaiáveis da tabela 1 mostra que não

foram observadas diferenças significativas entre os grupos (p > 0,05).

Tabela 1 – Análise dos grupos no momento pré.

Variável GA (n=8) GDT (n=8) Total

Idade (anos) 66,6 ± 5,7 67,1 ± 4,6 66,9 ± 5,0

Estatura (m) 1,6 ± 0,1 1,6 ± 0,1 1,6 ± 0,1

Massa corporal (kg) 70,6 ± 12,7 70,7 ± 7,2 71,6 ± 11,9

Sair de Casa (dias) 3,4 ± 0,7 3,3 ± 0,9 3,3 ± 0,8

Medicamentos 3,0 ± 1,3 3,6 ± 1,8 3,3 ± 1,5

Escolaridade (anos) 12,6 ± 2,0 11,4 ± 4,8 12,0 ± 3,6

Sexo

M 3 (37,5%) 2 (25,0%) 5 (31,3%)

F 5 (62,5%) 6 (75,0%) 11 (68,8%)

Prática AF

Não 3 (37,5%) 2 (25,0%) 5 (31,3%)

Sim 5 (62,5%) 6 (75,0%) 11 (68,8%)

Quedas

0 8 (100,0%) 3 (37,5%) 11 (68,8%)

1 0 (0,0%) 3 (37,5%) 3 (18,8%)

2 0 (0,0%) 2 (25,0%) 2 (12,5%)

MEEM 28,3 ± 1,7 27,2 ± 3,3 27,8 ± 2,6

Dados apresentados em média ± desvio padrão ou então utilizado n [%], foi considerada

como diferença significativa (p<0.05). GA (agilidade), GDT (agilidade e dupla tarefa), (M (Masculino), F (Feminino), AF (Atividade Física), MEEM (Mini Exame do Estado

Mental).

A análise do efeito do treinamento apresentada a seguir foi realizada com os dados

das coletas no momento pré e pós, tanto para o GA quanto para o GDT.

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Capacidades Físicas e Funcionais

Identificou-se diferenças significativas entre os momentos (pré e pós) no GA e

GDT para VUM, LS5, TUG, Preensão Manual direita e esquerda, Equilíbrio Unipodal direita

e esquerda, e no teste Illinois (Tabela 2). Não houve diferenças significativas no efeito do

treinamento entre GA e GDT, e na variável de VAM.

Tabela 2 – Efeito do treinamento nas questões físicas e funcionais.

Variáveis GA (n=8) GDT (n=8) Valor de p

entre

momentos Pré Pós ES Pré Pós ES

VUM (m/s) 1,3 ± 0,1 1,5 ± 0,1* 1,2 1,3 ± 0,1 1,6 ± 0,2* 1,2 <0,01

VAM (m/s) 1,9 ± 0,2 1,9 ± 0,2 0,9 1,8 ± 0,2 1,9 ± 0,10 1,2 0,10

LS5 (s) 10,2 ± 1,9 7,4 ± 1,0* 1,6 11,1 ± 2,2 7,9 ± 1,2* 2,0 <0,01

TUG (s) 7,4 ± 1,2 5,8 ± 0,7* 1,8 8,0 ± 1,2 5,8 ± 0,8* 2,1 <0,01

PM D (kgf) 24,6 ± 9,9 29,5 ± 11,3* 1,4 23,9 ± 5,5 28,8 ± 6,8* 1,3 <0,01

PM E (kgf) 23,3 ± 9,8 27,4 ± 11,3* 1,3 26,3 ± 6,5 28,6 ± 6,4* 1,1 <0,01

Equi D (s) 17,7 ± 12,2 21,8 ± 10,0* 0,5 15,1 ± 8,9 25,6 ± 8,1* 1,4 <0,01

Equi E (s) 16,7 ± 9,7 24,9 ± 8,1* 1,2 14,7 ± 7,5 24,4 ± 8,5* 0,8 <0,01

Illinois (s) 35,3 ± 5,0 31,3 ± 4,3* 1,4 36,5 ± 6,0 31,8 ± 5,0* 2,5 <0,01

Dados apresentados em média ± desvio padrão, foi considerada como diferença significativa (p<0.05).

ES (Effect Size). * ANOVA entre momentos pré e pós. GA (agilidade), GDT (agilidade e dupla tarefa),

VUM (Velocidade Usual da Marcha), VAM (Velocidade Acelerada da Marcha), TUG (Timed up go),

LS5 (Levantar e Sentar 5 vezes), PM (Preensão Manual), Equi (Equilíbrio Unipodal), D (lado Direito), E (lado Esquerdo).

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Capacidades Cognitivas

Identificou-se diferença significativa entre os momentos (pré e pós) no GA e GDT

apenas para o teste Pictográfico (p<0,01). Enquanto, para demais variáveis (Trilha A, Trilha

B, Fluências semântica e fonológica (no total de um minuto) não houve diferenças

significativas. Identificou-se diferença significativa no efeito do treinamento entre GA e GDT

para a variável TUGCog, sendo que o GDT apresentou menor tempo que o GA (p=0,02)

(Tabela 3). O delta do TUGCog no GDT foi de 39% e no GA foi de apenas 13%. Inclusive, a

respeito do TUGCog, pode-se notar um alto ES para ambos os grupos, acima de 0,8.

Tabela 3. Efeito do treinamento nos aspectos cognitivos.

Variáveis GA (n=8) GDT (n=8) Valor de p

entre

momentos

Valor de p

entre

grupos Pré Pós ES Pré Pós ES

TUGCog (s) 7,5 ± 1,1 6,5 ± 1,0 1,0 9,5 ± 3,0 5,8 ± 0,5† 1,4 0,50 / 0,15 0,02

Trilha A (s) 37,7 ± 12,4 38,7 ± 10,8 0,1 47,3 ± 7,9 49,1 ± 26,1 0,1 0,41 0,23

Trilha B (s) 90,4 ± 32,7 84,2 ± 26,5 0,3 130,2 ± 77,6 111,5 ± 71,7 0,8 0,12 0,54

Pictográfico 14,9 ± 3,4 17,9 ± 3,2* 1,2 16,3 ± 2,7 17,5 ± 3,3* 0,5 <0,01 0,72

F. Semântica 18,9 ± 3,5 19,6 ± 6,1 0,2 19,8 ± 8,2 19,6 ± 8,4 0,1 0,87 0,97

F. Fonológica 13,4 ± 2,9 13,8 ± 4,4 0,2 12,4 ± 4,6 16,4 ± 6,6 0,7 0,12 0,50

Dados apresentados em média ± desvio padrão, foi considerada como diferença significativa (p<0.05). ES

(Effect Size). † ANOVA entre Grupo no momento pós, * ANOVA entre momentos pré e pós. GA (agilidade),

GDT (agilidade e dupla tarefa), TUGCog (Timed up and go com fluência verbal), F (Fluência verbal), MEEM

(Mini Exame do Estado Mental).

Os resultados da fluência verbal (FV) entre os momentos mostraram que apenas a

FV fonológica teve diferente significativa. O total de palavras faladas no teste fonológico não

foi significativamente diferente, no entanto, nos primeiros 15 segundos (p = 0,01) e 45

segundos (p < 0,05), em ambos os grupos, foram encontradas diferenças entre momentos pré e

pós intervenções.

Em relação ao percentual de treinamento (delta) da FV, houve resultados

interessantes acima de 30% de aumento. No teste de FV semântica, houve apenas um delta

acima de 30%, os 30 segundos (GDT 35,5%, GA -21,4%). Por outro lado, o fonológico verbal

apresentou mais tempos acima de 30%, o tempo total (GDT 32,3%, GA 2,8%), 30 segundos

(GDT 42,9%, GA -15,6%) e 45 segundos (GDT 85,7% , GA 25%). Em todos esses

momentos, a maior variação ocorreu no GDT (Gráfico 1).

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% (delta (Δ)), GA (agilidade), GDT (agilidade e dupla tarefa), FVS (Fluência verbal

semântica), FVF (fluência verbal fonológica), ‘15, 30, 45, 60’ (tempo do teste de fluência

verbal).

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Resumo do efeito do treinamento

A Tabela 4 disponibiliza de forma mais simples o resumo das diferenças

significativas nos aspectos analisados.

Tabela 4. Resumo dos efeitos do treinamento.

Variáveis GA GDT

VUM (m/s) ↑ ↑

LS5 (s) ↑ ↑

TUG (s) ↑ ↑

Preensão D (s) ↑ ↑

Preensão E (s) ↑ ↑

Equilíbrio D (s) ↑ ↑

Equilíbrio E (s) ↑ ↑

Illinois ↑ ↑

TUGCog (s) → →*

Pictográfico ↑ ↑

Velocidade (m/s) →* →

Distância (m) →* →

Foi considerada como diferença significativa (p<0.05). ↑ diferença

significativa entre momentos, → não apresenta diferença significativa,

* diferença entre grupos e representado naquele que teve o maior valor. GA (agilidade), GDT (agilidade e dupla tarefa), VUM (Velocidade

Usual da Marcha), TUG (Timed up go), LS5 (Levantar e sentar 5

vezes), D (direito), E (esquerdo), TUGCog (Timed up and go com fluência verbal).

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Tabela 5 – Coeficiente de correlação de Spearman entre os testes físicos e cognitivos no momento pós

com o total de participantes.

TUG Illin VU VA LS5 PMD PME Equi D

Equi E

FS FS15 FS30

FS45

FS60

FF FF15 FF30

FF45 FF60

TUGCog 0,74 0,51 -0,58 -0,76

TUG 0,71 -0,70 -0,56 -0,54

Illin -0,78 -0,70 -0,62

VU 0,60 0,53

VA 0,57

LS5

PMD 0,82

PME

Equi D 0,60 0,50

Equi E 0,66 0,55

TUG (Timed up go), TUGCog (Timed up and go com fluência verbal), Illin (teste de Illinois), VU (Velocidade Usual da

Marcha), VA (Velocidade Acelerada da Marcha), LS5 (Levantar e Sentar 5 vezes), PM (Preensão Manual), Equi (Equilíbrio Unipodal), D (lado Direito), E (lado Esquerdo), FS (Fluência Verbal Semântica), FF (Fluência Verbal Fonológica), ‘15, 30, 45,

60’ (tempo do teste de fluência verbal).

O Coeficiente de correlação de Spearman apresenta correlação positiva moderada

entre Illinois e TUGCog (0,51); entre VUM e VAM (0,6) e com Equilíbrio Unipodal (EU)

Direito (0,53); entre VAM e preensão manual esquerda (0,57); entre EU direito com EU

esquerdo (0,6) e fluência semântica total (0,5); entre EU esquerdo e Fluência Semântica total

(0,66) e 15s (0,55). Obteve correlação positiva alta entre Illinois e TUG (0,71); entre

TUGCog e TUG (0,74); entre preensão manual direita e esquerda (0,82).

E os dados da correlação negativa (i. e., enquanto uma das variáveis aumenta e a

outra diminui) moderada foram identificados entre TUGCog e preensão manual direita (-

0,58); entre TUG com fluência fonológica 15s (-0,56) e 45s (-0,54); entre Illinois e fluência

fonológica 45s (-0,62). a correlação negativa alta foi identificada entre preensão manual

esquerda com TUGCog (-0,76), com TUG (-0,7) e com Illinois (-0,7); entre Illinois e VAM (-

0,78).

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7. DISCUSSÃO

Os resultados da presente pesquisa indicam que o treino de agilidade em idosos

robustos da comunidade apresenta um aumento em diversos aspectos físicos (e.g. VUM,

sentar e levantar, equilíbrio dinâmico e unipodal, força de preensão manual, e em agilidade),

tanto para GA quanto para GDT.

Em relação aos testes cognitivos, ocorreu diferença entre os grupos no equilíbrio

dinâmico com fluência verbal (TUGcog), e em ambos os grupos a memória de curto prazo e

fluência fonológica tiveram melhoras nos tempos 15 e 45 segundos. Quanto às características

de interdependência do treinamento - volume e intensidade, o GA teve um aumento em

ambas. Por fim, a partir da análise de correlação foi identificada correlação alta, positiva,

entre agilidade e equilíbrio dinâmico; entre os equilíbrios dinâmicos - com e sem fluência

verbal; força de preensão manual direita e esquerda. Correlação alta, negativa, entre força de

preensão manual esquerda com 3 características (equilíbrio dinâmico, equilíbrio dinâmico

com fluência verbal e agilidade) e agilidade com VAM.

Para uma melhor discussão de todos os resultados apresentados neste estudo, será

utilizada a divisão em capítulos, entre os aspectos físicos e cognitivos.

Aspectos Físicos e Funcionais

A partir dos resultados apresentados, verificou-se aumento das capacidades de

marcha (VUM), equilíbrio dinâmico e mobilidade (TUG), equilíbrio unipodal (tanto direito

quanto esquerdo), funcionalidade (LS5), força de membros superiores (Preensão Manual

direita e esquerda) e da própria agilidade (teste Illinois) em ambos os grupos.

O teste de velocidade da marcha é frequentemente utilizado com a população

idosa por relacionar-se com indicadores de saúde, como doenças, maior uso de medicamentos,

hospitalizações, entre outras (LIM et al., 2019; OSTIR et al., 2015; SEWO SAMPAIO et al.,

2016). Ao apresentar uma marcha mais lenta em um idoso, por exemplo, pode revelar um

histórico de quedas (MONTERO-ODASSO et al., 2005).

Um treinamento de 24 semanas, com foco em treinamento de força e marcha,

realizado em idosos de instituições de longa permanência, resultou em melhoras na

velocidade da marcha (FIEN et al., 2019). No presente estudo, apesar de se tratar de um

treinamento com idosos robustos, também obteve-se resultados positivos na velocidade da

marcha.

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Outro fator que pode ser analisado é o fato das velocidades da marcha não terem

correlação com aspectos cognitivos; o mesmo resultado foi identificado em outro estudo que

não encontrou a associação entre a marcha e avaliações cognitivas (VALKANOVA et al.,

2018). Valkanova e colaboradores (2018) analisaram uma população (n = 178) com saúde

mental e alta funcionalidade esperando que por ambos (i. e. função cognitiva e velocidade da

marcha) apresentarem uma exigência multifacetada pudessem ter alguma relação, porém por

ter uma população muito ativa e saudável não identificou essa comparação. E mesmo após um

treinamento com e sem dupla tarefa, o presente estudo também não identificou a correlação

entre marcha e testes de fluência verbal.

Assim como os testes de velocidade, o TUG também é uma avaliação que indica a

probabilidade de quedas (SHUMWAY-COOK; BRAUER; WOOLLACOTT, 2000). O

próprio TUG exige de funções executivas relacionadas às ações de levantar-se, andar e girar.

Observa-se nos resultados do presente estudo, a diminuição do tempo para executar o TUG

em ambos os grupos, mesmo ao dizer que é uma atividade já automatizada nos participantes

da pesquisa, por serem ativos.

Outro trabalho (SEGEV et al., 2019) com um protocolo de coordenação (i. e. com

manipulação de bolas, e coordenação de pés) como um complemento ao treino concorrente

com duração de 12 semanas; porém os participantes tinham doenças cardiovasculares (e.g.

infarto do miocárdio; cirurgia de revascularização do miocárdio; substituição de válvulas),

diferentemente dos participantes do presente estudo. Contudo, ambos encontraram um tempo

menor no teste TUG, demonstrando que treinos de coordenação e agilidade são importantes

para atividades diárias e mobilidade física.

Quanto maior a idade, maior a dificuldade de realizar tarefas de mobilidade. Este

fato é comprovado com os testes de equilíbrio unipodal e o próprio TUG (AHMAD et al.,

2019). O aumento do equilíbrio unipodal é identificado principalmente com treinamento

específico de equilíbrio ou com superfícies instáveis (PIRAUÁ et al., 2019; SONG et al.,

2011), porém no presente estudo obteve-se aumento do equilíbrio em ambos os inferiores com

treino de agilidade. O equilíbrio envolve também a produção de força muscular e capacidade

neuromuscular (AHMAD et al., 2019), podendo ser um dos motivos do treino exclusivamente

de agilidade resultar em aumento do equilíbrio estático. Agilidade influencia e treina a

capacidade neuromuscular ao reagir a um estímulo (SHEPPARD; YOUNG, 2006).

Para verificar a funcionalidade dos membros inferiores durante o tempo, utilizou-

se o teste de LS5, o qual apresentou um ES maior de 1.0 para ambos os grupos, sendo

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classificado como grande efeito de treinamento (COHEN, 1992). O teste tem alta

confiabilidade para identificar valores de potência e força e é utilizado como preditivo de

quedas recorrentes (ALCAZAR et al., 2018; BUATOIS et al., 2008; CRUZ-JENTOFT et al.,

2019; REED-JONES et al., 2012; WALLMANN et al., 2013).

O LS5 é um teste simples de instruir para os participantes e objetivo para a

natureza da avaliação (WALLMANN et al., 2013). Constatou-se no presente estudo, uma

diminuição do tempo na realização desse teste após o treinamento, significando um possível

aumento na funcionalidade, e diminuição da incidência quedas nos dois grupos (ALCAZAR

et al., 2018; BUATOIS et al., 2008).

Pode-se observar a evolução funcional dos participantes a partir do teste LS5, na

mobilidade (i. e. equilíbrio dinâmico) e nas capacidades funcionais (e. g. agilidade, equilíbrio)

dos participantes da presente pesquisa. Assim como apresentam WALLMANN et al. (2013),

sobre a importância deste teste (LS5) para averiguar a força e o desempenho funcional na

população idosa.

Outro estudo que realizou treino de agilidade e estímulos visuais também

demonstrou aumento na força muscular e desempenho funcional, avaliados pelo teste de LS5,

teste de funcionalidade de caminhada na rampa e força de preensão manual (REED-JONES et

al., 2012). O estudo supracitado com treino realizado em 12 semanas, teve uma população

idosa que já tinha presenciado uma situação de queda com ou sem sérios ferimentos.

A sarcopenia - uma doença muscular associada ao envelhecimento que resulta na

perda da qualidade e quantidade muscular (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). Um dos critérios

para identificar a sarcopenia na população é a baixa força muscular, que pode ser verificada a

partir do teste de preensão manual (CRUZ-JENTOFT et al., 2019). Assim, este teste foi

aplicado no presente estudo para examinar se o treino de agilidade, apenas de membros

inferiores, também poderia trazer benefícios na força muscular em membros superiores. O

teste de preensão manual apresentou aumento de força em ambos os grupos do presente

estudo. Isso pode ser explicado pelas adaptações cruzadas, utilizadas por todos seres humanos

durante uma simples caminhada bípede. Os humanos utilizam elementos neurais de controle

quadrúpede, uma coordenação entre membros (ZEHR et al., 2016). Existe um acoplamento

bidirecional entre os centros locomotores da coluna vertebral: lombar e cervical; este

mecanismo possivelmente facilita a resposta do treinamento de membros inferiores para

membros superiores (DONKER et al., 2002; ZEHR et al., 2016).

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Essas experiências começam a ser evidenciadas a partir de estudos longitudinais

com objetivos de entender como essa coordenação entre os membros acontece em humanos.

Yamamoto et al. (2019) identificaram a melhora na caminhada de idosos de instituições de

longa permanência a partir de um treinamento com movimentos coordenativos de membros

superiores (e.g. mover rapidamente braços verticalmente e lateralmente) durante 10 semanas.

Assim esta pesquisa evidencia que um treino apenas de coordenação e agilidade de membros

inferiores aumenta as capacidades associadas a força dos membros superiores, corroborando a

outro estudo de Zehr et al. (2007) que identificaram um controle neural comum para

movimentos cíclicos de braços e pernas durante uma caminhada. Durante uma caminhada

bípede, na qual os braços não estão em contato direto com o chão (podendo ser relacionada a

uma atividade de coordenação de pés), há uma facilitação de diversos músculos como

resposta corretiva (ZEHR et al., 2016). Ao certificar a teoria apresentada anterior sobre

resposta corretiva de diversos músculos durante a caminhada, outro estudo verificou que o

braço desempenha um papel importante para manter o equilíbrio. Adultos saudáveis

caminharam em esteiras com peso extra (i. e. tornozeleiras) em um dos calcanhares e

encontraram maior atividade em ambos deltoides em comparação com o grupo sem pesos

(DONKER et al., 2002).

O teste de agilidade (Illinois) apresentou aumento no GA e GDT após os seus

treinamentos, além de apresentar um ES maior de 1.0 para ambos os grupos também,

classificado como grande efeito de treinamento (COHEN, 1992). Como descrito na

fundamentação teórica deste trabalho, agilidade apresenta qualidades como velocidade,

equilíbrio e potência muscular (SEKULIC et al., 2013). Neste estudo identificou-se correlação

entre agilidade e VAM e equilíbrio dinâmico, corroborando á qualidades que a agilidade

envolve.

Os estudos que realizaram treinos de passadas encontraram diferença significativa

na capacidade de agilidade, independente da quantia de semanas de treinamento (i. e. 3, 12 e

16 semanas de treinamento), e todos estes estudos foram realizados com idosos saudáveis da

comunidade (ROGERS et al., 2003; SHIGEMATSU et al., 2008; TEIXEIRA et al., 2013b).

Pode-se classificar o presente estudo como um treino com padrões previamente

definidos de coordenação de pés. Um treino com adaptação na caminhada automática

(coordenação pré-planejada) impede quedas (OKUBO; SCHOENE; LORD, 2017). A revisão

de Okubo, Schoene and Lord (2017) identificou que a partir do treinamento de passadas há

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uma diminuição no tempo de reação simples e reação de tomada de decisão, aprimorando as

capacidades de evitar de buracos e quedas.

Treinos de passadas, os quais tem características pré-planejadas, desenvolvem

efeitos positivos também no equilíbrio, agilidade, potência de membros inferiores e

diminuição do risco de quedas e do medo de sofre-las (BOA SORTE SILVA et al., 2018;

LEACH; MARING; COSTELLO, 2019; OKUBO; SCHOENE; LORD, 2017; ROGERS et

al., 2003; SHIGEMATSU et al., 2008; YAMADA et al., 2011). A população investigada nos

trabalhos supracitados é idosa, residente na comunidade, e saudável. O treino de passadas em

quadrados durante 16 semanas, já foi realizado no Brasil, o qual também apresentou

benefícios para a população idosa saudável quanto as características físicas funcionais como o

aumento do equilíbrio e, quando realizado junto a um treino multicomponente (treino de força

com equilíbrio, capacidade aeróbica e flexibilidade), obteve aumento na agilidade

(TEIXEIRA et al., 2013b).

O presente estudo pode ser classificado como agilidade, em função da

mobilização do centro de massa rapidamente, com mudança de direção, o que define a

capacidade de agilidade (SHEPPARD; YOUNG, 2006). Os participantes tinham tempo para

realizar cada série e eles eram incentivados a aumentar a velocidade sempre que se sentiam

confortáveis. Mesmo assim pode-se relacionar todos os estudos com treino de passadas ao

presente estudo pela característica de coordenação pré-planejada, e adaptação da caminhada

que é um mecanismo automatizado. Assim, exercícios como coordenação, agilidade e treino

de passadas apresentam benefícios importantes para a população idosa, por verificar

influências positivas na melhora física e funcional (i. e. aumento no equilíbrio dinâmico e

estático, na força, funcionalidade e na própria agilidade)

Em relação aos grupos deste estudo, ambos apresentaram melhoras nos aspectos

físicos positivos após as intervenções. Mesmo com a adição da fluência verbal à tarefa de

agilidade, a atenção na condução e execução do exercício pelo grau de dificuldade da própria

tarefa coordenativa pode ter sido decisivo para benefícios físicos. Diamond (2014) apresenta

que funções executivas (i. e. processos mentais necessários para concentração e atenção)

praticados com progressão de dificuldade e repetidamente, é possível encontrar melhores

respostas em AVDs independentemente da idade. Ao aumentar a atenção do idoso na

atividade sugerida, pode ser o fator crucial por apresentar melhoras nas capacidades e funções

físicas do GDT.

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Aspectos Cognitivos

A partir dos resultados apresentados, verificou-se diferença entre GA e GDT no

equilíbrio dinâmico com fluência verbal (TUGCog), e aumento da memória de curto prazo

para os dois grupos de intervenção (Pictográfico).

Em relação ao teste de fluência verbal, não obteve diferença significativa no

resultado total. Mesmo não apresentando diferenças significativas, o delta de variação do

treinamento da fluência fonológica, apresentou uma diferença de 30% entre os grupos no

tempo total, e no período de 30 a 45 segundos uma diferença de 60% entre os grupos, ambas

mais elevadas no GDT. Ao acrescentar uma tarefa, seja ela cognitiva ou motora, a uma tarefa

inicial diminui a performance; mas pode trazer benefícios importantes para a população idosa

(GILL et al., 2016; LAUENROTH; IOANNIDIS; TEICHMANN, 2016; SMITH; CUSACK;

BLAKE, 2016; VILLAFAINA et al., 2018).

Na análise das adaptações cognitivas neste estudo, foi utilizado o trail making

test, que não obteve diferença significativa em nenhum dos grupos, corroborando também

com outro estudo com dupla tarefa (HIYAMIZU et al., 2012); estudo realizado em 12

semanas com idosos saudáveis e treinamento com dupla tarefa sendo realizado o treino físico

(i. e. força e equilíbrio) e treino cognitivo (i. e. cálculo e fluência verbal). Segundo Hiyamizu

e colaboradores (2010), as adaptações cognitivas muitas vezes demoram mais para serem

aprimoradas (GILL et al., 2016; WILLIS et al., 2006), talvez esta possa ser uma das causas

para o presente desfecho.

O teste que combina as capacidades físicas e cognitivas e mais se aproxima das

atividades diárias é o TUGCog com fluência verbal. No presente estudo, os participantes não

obtiveram uma evolução estatisticamente significante durante o tempo, porém houve uma

diferença significativa entre os grupos no último momento de avaliação (pós). Além de

apresentar um ES maior de 1.0 para ambos, o qual é classificado como grande efeito de

treinamento (COHEN, 1992). Esse resultado vem destacar a importância do treino com dupla

tarefa para aprimorar atividades da vida diária. Outro estudo que utilizou do mesmo teste para

analisar a dupla tarefa ou equilíbrio dinâmico com dupla tarefa, verificou diminuição no

tempo de realização do mesmo, pelo grupo que realizou dupla tarefa (PANG et al., 2018).

Este último estudo realizou 8 semanas de dupla tarefa (i. e. mobilidade e equilíbrio com

fluência verbal, cálculos e conversação), porém os participantes eram pacientes de acidente

vascular cerebral (AVC). Mesmo não apresentando diferença significativa entre os momentos,

sabe-se que TUGCog utiliza funções executivas como atenção dividida e seletiva e aumento

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do equilíbrio dinâmico (DE MELO BORGES; RADANOVIC; FORLENZA, 2015;

SCHOENE et al., 2013), funções determinantes para as AVDs do idoso, para melhorar ou

manter sua funcionalidade (ALVES et al., 2007). Pela variação do treinamento ter sido acima

de 30% e o EF ter sido 1,4 no GDT, estima-se que o exercício com dupla tarefa tende a ser

benéfico para as AVDs.

O treino de passadas em quadrados realizado no Canadá, não obteve diferenças no

teste de caminhada com fluência verbal, entre os momentos no grupo que realizou este

treinamento, após 24 semanas de treinamento com idosos da comunidade perda cognitiva

(auto relato) (BOA SORTE SILVA et al., 2018), o qual questionou se o treino apenas com a

coordenação motora beneficia as AVDs. Há uma tendência de que a dupla tarefa com

agilidade possa trazer benefícios maiores neste aspecto com essa quantia de 24 semanas de

treinamento, mesmo com uma população saudável.

Como o TUGCog, a fluência verbal tem uma tendência a aumentar no presente

estudo. Enquanto o TUGCog apresentou uma diferença entre os grupos, a fluência verbal

fonológica obteve uma variação do treinamento interessante, sendo a maior variação para o

GDT. Ao avaliar os resultados da fluência verbal, a escolaridade dos participantes tem alta

interferência (i. e. maior pronúncia de palavras, maior escolaridade) (BRUCKI; ROCHA,

2004), fato este que interfere no presente estudo, onde a média de escolaridade de ambos os

grupos foi alta, por volta de 12 anos de estudos, operava-se maior verbalização de palavras.

É possível diferenciar as exigências necessárias para cada tipo de fluência verbal:

enquanto a semântica exige mais de recuperação de palavras por características lexicais (i. e.

memória, habilidades verbais, processos de procura), a fonológica é uma tarefa

multidimensional que depende de atenção sustentada (i.e. memória de trabalho, flexibilidade

cognitiva e velocidade de processamento) (DEMETRIOU; HOLTZER, 2017). A principal

diferença entre memória e a memória de trabalho é a exigência de manter a informação, e

processar mentalmente antes de executar ações. Flexibilidade cognitiva, por sua vez, é a

capacidade de mudar de perspectiva, inibir um panorama anterior para reformular e gerar um

novo cenário (e.g. admitir que está errado, trocar tarefas) (DIAMOND, 2014).

No presente estudo, por ter identificado uma consistência nos resultados a partir

da fluência fonológica, pode-se dizer que o exercício de dupla tarefa com agilidade obteve

uma resposta mais consistente em flexibilidade cognitiva e memória de trabalho. Na atividade

de dupla tarefa, o participante necessita transferir atenção entre as tarefas cognitivas e físicas.

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O treino de dupla tarefa pode não ter sido com uma exigência suficiente para

estimular maiores benefícios cognitivos, por não ter desafiado o suficiente (LAUENROTH;

IOANNIDIS; TEICHMANN, 2016). Por outro lado, outra revisão sistemática, identifica a

fluência verbal ser uma das tarefas cognitivas que mais interferem na caminhada de idosos

saudáveis (SMITH; CUSACK; BLAKE, 2016). Outro trabalho revela que a dupla tarefa com

fluência verbal e velocidade de processamento exige o envolvimento de um circuito cortical

diferente, dificultando a tarefa (SUNDERARAMAN et al., 2019). Estes últimos dados,

juntamente com os resultados apresentados neste estudo, apontam que a tarefa foi exigente e

provavelmente um maior tempo de intervenção poderia ter obtido resultados mais expressivos

quanto a função cognitiva, principalmente no GDT.

Por fim, para averiguar a memória de curto prazo foi utilizado o teste pictográfico,

no qual esta pesquisa identificou um aumento na memória após intervenção em ambos os

grupos. Outro estudo que utilizou o pictográfico, identificou a relação positiva entre memória

e quantidade de atividade física de idosos com comprometimento cognitivo leve e doença de

Alzheimer (TANIGAWA et al., 2014). Um treinamento de 12 semanas de caminhada com

fluência verbal e compreensão verbal, identificou uma ativação neural maior (por ressonância

magnética) durante uma tarefa de memória de curto prazo após o treino de dupla tarefa

(NISHIGUCHI et al., 2015). Nishiguchi et al. (2015) também realizaram o treinamento com

uma população saudável e da comunidade, semelhante a presente pesquisa; e apresentaram os

benefícios cognitivos a partir do treino de dupla tarefa.

A prática de atividade física em idosos com comprometimento cognitivo leve

pode melhorar a função cognitiva, principalmente quando relacionada à memória

(TANIGAWA et al., 2014). O próprio exercício físico pode trazer benefícios cognitivos como

memória, memória de trabalho, atenção e função executiva em idosos (NORTHEY et al.,

2017), corroborando com o resultado positivo do GA ter apresentado um aumento de

memória no presente estudo.

A atividade de agilidade desenvolvida apresenta um fator físico e cognitivo pelo

simples fato de não utilizar uma caminhada automatizada para realizar a atividade, exigindo

uma flexibilidade cognitiva, memória de trabalho, função executiva para raciocinar e realizar

a tarefa. A característica pré-planejada deste trabalho gera a automatização da caminhada após

um tempo de aprendizagem (KAL; VAN DER KAMP; HOUDIJK, 2013). Ainda que se

empregue a caminhada automatizada após um período de treino, estudos observam que esta

atividade fortalece o controle neural sobre a atividade motora (BOA SORTE SILVA et al.,

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2018; SHIGEMATSU et al., 2008; TEIXEIRA et al., 2013a). Em adição, um estudo

randomizado com dupla tarefa (treino de força com cálculos matemáticos e fluência verbal)

durante 12 semanas com população idosa saudável, identificou um aumento da memória de

trabalho dos participantes que realizaram a dupla tarefa, e não apresentou melhoras no grupo

controle (NOROUZI et al., 2019).

O presente estudo demonstra que o treinamento de agilidade (com coordenação)

pode resultar em melhoras na memória de curta duração (pictográfico), memória de trabalho

(fluência verbal) o que se mostra interessante como intervenção nessa população.

Este estudo apresenta algumas limitações quanto ao número pequeno de

participantes; não ter grupo controle, o que permitiria comparar os resultados com um grupo

que não recebeu nenhuma intervenção. Contudo, pelo nosso conhecimento, é pioneiro em

estudar agilidade com a população idosa, e torna-se a partir de então uma motivação para ser

mais estudada, e utilizada com esta população em função dos seus efeitos positivos nos

aspectos físicos e cognitivos.

8. CONCLUSÃO

O treinamento de agilidade em escada de agilidade, com ou sem dupla tarefa,

resulta em respostas positivas, melhoras, tanto nos aspectos da função física, como na

cognitiva. Portanto, a sua inclusão nas rotinas de treinamento físico podem ser mais uma

alternativa para as intervenções na população idosa.

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10. APÊNDICES

Apêndice I. Sequência

de palavras no Grupo de Dupla

Tarefa por dia de intervenção.

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Apêndice II - Questionário Sociodemografico

Nome: ______________________________________ID: ____________________________

Questionário sobre informações pessoais/estilo de vida/informações relacionadas a saúde

1. Idade: ___________anos 2. Sexo: 1.( )Homem 2. ( )Mulher

3. Qual a sua escolaridade?

1.( )1ª a 4ª série (4) 2.( )5ª a 8ª série (8) 3.( )1º ao 3º ano / ensino médio (11)

4.( )Escola técnica (12) 5.( )Universidade (15) 6.( )Analfabeto / sem escolaridade (0)

4. Com quem você vive / mora atualmente?

1.( )Sozinho 2.( )Com pais 3.( )Somente com parceiro

4.( )Parceiro e filho(s) 5.( )Somente com filho(s) /sem parceiro

6.( )Com outros da mesma geração (irmão(a), primo(a), tio(a) ...) 7.( )Com cuidador(a)

8.( )Outros__________________________________________

5. Com quantas pessoas você mora atualmente?

_______________________________________

6. Que tipo de trabalho você desenvolve atualmente?

1.( )Nenhum / (aposentado) 2.( )Trabalho formal

3.( )Trabalho autônomo / informal 4.( )Estágio remunerado

5.( )Trabalho voluntário 6.( )Trabalho rural 7.( )Outro____________________

7. Você está satisfeito com a sua vida financeira?

1.( ) Satisfeito 2.( ) Um pouco satisfeito 3.( ) Normal 4.( ) Um pouco insatisfeito 5.( )

Insatisfeito

8. Com que frequência você costuma sair de casa por semana? (Incluindo fazer compras

para o dia a dia)

1.( )Menos de 1 vez 2.( )1 a 2 vezes 3.( )3 a 4 vezes 4.(

)5 vezes ou mais

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9. Você pratica alguma atividade física ou esporte?

Que atividade ou esporte você pratica? 1.( )Não 2.( )Sim__________________________

Quantas vezes por semana? _________vezes

Qual a duração de cada sessão? ______minutos

10. No último mês, como você avaliaria a qualidade do seu sono?

1.( )Muito boa 2.( )Consideravelmente boa 3.( )Consideravelmente ruim 4.( )Muito

ruim

11. Considerando o último mês, aproximadamente quantas horas POR DIA você

dormiu? (Inclua as horas dormidas à noite e cochilos tirados durante o dia)

Horas de sono: _____Horas _____Minutos

12. Considerando o último mês, quantas vezes aproximadamente você acordou /

levantou POR NOITE

para tomar água, ir ao banheiro, etc.? ___________________________________

13. Você fuma?

1.( )Não

2.( )Sim Quantos cigarros por dia?______________________

3.( ) Sou ex-fumante Por quanto tempo você fumou? _________________

14. Você ingere bebidas alcoólicas?

1.( )Não 2.( )Raramente 3.( )De vez em quando 4.( )Quase todos os dias

15. Nos últimos 6 meses, quantas vezes você se consultou com um médico?

1.( )Nenhuma 2.( )1 a 2 vezes 3.( )3 a 4 vezes 4.( )5 a 6

vezes 5.( )7 ou mais

16. No último ano, você sofreu alguma QUEDA? (Considere como quedas atos

acidentais, não intencionais, decorrentes de escorregões / tropeços / desequilíbrios)

1.( )Não (vá para a questão 18) 2.( )1 vez 3.( )2 a 4 vezes

4.( )5 ou mais

17. Caso você tenha caído, você sofreu alguma lesão como consequência (incluindo

fraturas, torções, sangramentos, hematomas)?

1.( )Não 2.( )Sim. Qual tipo de lesão?______________________________

18. Nos últimos 6 meses, você foi hospitalizado (internado) alguma vez?

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1.( )Não 2.( )Sim

19. Você está tomando alguma medicação no momento?

1.( )Não 2.( )Sim - Quantidade: ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( )5 ou mais

20. Marque com um X caso você tenha alguma das doenças abaixo, na coluna seguinte,

marque se você

regularmente toma medicação (prescrita por médico) para tal doença:

A.( )Dores nas costas (lombalgia) Toma medicação? ( )Sim ( )Não

B.( )Insônia / Problemas relacionados ao sono Toma medicação? ( )Sim ( )Não

C.( )Diabetes Toma medicação? ( )Sim ( )Não

D.( )Derrame – AVC Toma medicação? ( )Sim ( )Não

E.( )Osteoporose Toma medicação? ( )Sim ( )Não

F.( )Problemas de coração Toma medicação? ( )Sim ( )Não

G.( )Pressão alta (Hipertensão) Toma medicação? ( )Sim ( )Não

H.( )Colesterol ou triglicérides altos (Hiperlipidemia) Toma medicação? ( )Sim ( )Não

I.( )Problemas nas articulações, ex.: artrite, artrose, etc. Toma medicação? ( )Sim ( )Não

J.( )Depressão Toma medicação? ( )Sim ( )Não

K.( )Câncer (qual tipo?___________________) Toma medicação? ( )Sim ( )Não

L.( )Outra _____________________________) Toma medicação? ( )Sim ( )Não

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11. ANEXOS

Anexo I. Comitê de Ética

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Anexo II. Questionário do Estado mental (Mini-Exame do Estado Mental -

MEEM)

Instruções: Pergunte as questões na ordem listada. Marcar um ponto para cada questão

respondida corretamente dentro de cada pergunta ou atividade.

Pontos

máximos

Pontuação do

Participante Perguntas

5 Em que ano estamos?__Em que mês estamos?__ Em que dia do mês estamos?__ Em

que dia da semana estamos?__ Em que estação do ano estamos?__

5 Em que país estamos?__ Em que estado você mora?__ Em que bairro você mora?__

Em que faculdade estamos?__ Em que andar estamos?__

3

‘Vou dizer três palavras; queria que as repetisse, mas só depois de eu disser

todas; procure sabê-las de cor. Pêra____ Gato_____ Bola____

5

‘Agora peço-lhe que me diga quanto é 30 menos 3 e depois ao número

encontrado volta a tirar 3 e repete assim até eu disser para parar’. Marque todas

respostas certas. Parar ao fim de 5 respostas. 27__24__21__18__15__

Alternativa: ‘Soletrar palavra MUNDO de traz para frente’ (O_D_N_U_M_)

3 ‘Veja se consegue dizer as três palavras que pedi há pouco para decolar.’ Pêra____

Gato_____ Bola____

2 ‘Como se chama isto?’ Mostrar os objetos Relógio___Lápis___

1 ‘Repita a frase que eu vou dizer: O RATO ROEU A ROLHA’__

3 ‘Pegue esta folha de papel com a mão direita, dobre-a ao meio e a ponha sobre a

mesa’ Dar a folha segurando com as duas mãos. Pegar com mão direita__Dobrar

ao meio__Colocar na mesa__

1 ‘Leia o que está neste cartão e faça o que lá diz’ Mostrar o cartão com a frase:

FECHE OS OLHOS. Fechou os olhos__

1 ‘Escreva uma frase inteira aqui’ Deve ter sujeito, verbo e fazer sentido. Erros

gramaticais não prejudicam a pontuação.

1

‘Por favor, copie a figura’ Deve ter 2 pentágonos parcialmente sobrepostos.

Deve conter os 5 lados, 2 intersectados. Não valorizar tremor.

30 TOTAL

(Adapted from Rovner & Folstein, 1987)

Mini Exame do Estado mental (MEEM)