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ENERGIA SOLAR ESPAÇOS VERDES E DE LAZER RESÍDUOS ILUMINAÇÃO Humberto Marques diz que este pro- jecto pode reduzir em 60% as emissões de gases com efeito de estufa do conce- lho. «A poupança de água quente é de cerca de €400 por ano, para uma famí- lia de quatro pessoas, e com a venda de energia à EDP podem lucrar €750 anuais nos primeiros nove anos e €1 500 nos seis seguintes.» 64 v 5 DE NOVEMBRO DE 2009 Humberto Marques, vereador do Ambiente POR PEDRO MIGUEL SANTOS

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64 v 5 DE NOVEMBRO DE 2009

BOAS PRÁTICAS PORTUGAL

‘Plantar, sempre e onde houver possibilidade’ Humberto Marques, vereador do Ambiente

Humberto Marques, 37 anos, vereador do Ambiente, senta- -se à mesa e anuncia, com um ar feliz. «Esta é a reunião mais

importante da minha vida!» Conversa de político, retribuímos. «Não é, não. A mi-nha mulher está no hospital a dar à luz.» A alegria era evidente e, apesar das insis-tentes chamadas da sogra, aguentou os nervos e continuou a falar de outro reben-to seu – o projecto Óbidos Carbono Social. Um programa ambicioso, quase a fazer dois anos, que se propõe reduzir em 40%, até 2020 – o dobro da meta da União Eu-ropeia – as emissões de gases com efeito de estufa. Percorrendo o mais mediático município da região Oeste, com pouco mais de 11 mil habitantes, é fácil perceber que se iniciou ali uma verdadeira movida ecológica. Comecemos a visita.

ENERGIA SOLARÓbidos Solar é o nome do projecto que pretende dotar 1 500 fogos municipais de painéis fotovoltaicos e solares tér-micos para produção de electricida-de e aquecimento de águas. A Câmara realizou parcerias com nove empresas nacionais que se encarregam de instalar os sistemas em casa dos munícipes e os financiam. Trinta foram já colocados e há ainda mais de 400 candidaturas. Os habitantes pagam mil euros, mais a taxa de registo de microprodutor, e, duran-te nove anos (o período de concessão), cedem 75% das receitas da energia à em-presa instaladora. Ficam com os 25% que sobram e, findo o contrato, com a totali-dade. Passam a dispor de água aquecida de borla e de manutenção gratuita du-rante 20 anos. Se não tiverem o dinheiro inicial, podem beneficiar da mesma for-ma, alargando o período de concessão à empresa que instala o sistema, até o investimento estar pago.

Humberto Marques diz que este pro-jecto pode reduzir em 60% as emissões de gases com efeito de estufa do conce-lho. «A poupança de água quente é de cerca de €400 por ano, para uma famí-lia de quatro pessoas, e com a venda de energia à EDP podem lucrar €750 anuais nos primeiros nove anos e €1 500 nos seis seguintes.»

ILUMINAÇÃOTodos os edifícios da Câmara Municipal de Óbidos (CMO) têm luzes fluores-centes compactas, o que permite abater €2 500 anuais à factura da luz e 12 tone-ladas de CO2. Além disso, a CMO está a promover, junto da população idosa, uma campanha de substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas econo-mizadoras ( já foram trocadas mais de 1 200). A iluminação pública também so-freu alterações e é controlada à distância por relógios astronómicos, que a fazem

acender ou apagar e regulam a intensida-de, consoante a quantidade de luz natural disponível. Esta alteração já levou à redu-ção de 30% na factura de electricidade.

RESÍDUOS Todas as freguesias de Óbidos têm ilhas ecológicas para a separação de lixos. Ao lado de cada contentor, há depósitos para papel, vidro e plástico, num total de 650 pontos de separação que, nos últimos dois anos, desviaram de aterro 1 300 toneladas de resíduos. Dentro das muralhas, a recolha é feita porta-a-por-ta. Em cada lugar há um Oleão para reu-tilização dos óleos alimentares, cujo fim é a produção de biodiesel que abasteça a frota municipal. Já foram recolhidos 3 mil litros, desde Março de 2008, quan-tidade que ainda não é suficiente para a produção de combustível ecológico. Nos edifícios públicos e espaços comerciais estão espalhados pilhões.

ESPAÇOS VERDES E DE LAZERCom dois parques florestais em exe-cução (num total de 620 hectares), a ideia é utilizar a natureza como arma de defesa. Por um lado, são sumidouros de carbono; por outro, permitem que o

Maravilha verde

Óbidos quer suprimir, até 2020, 40% das

emissões de gases com efeito de estufa.

Vai no bom caminhoPOR PEDRO MIGUEL SANTOS