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Participação das Classes de Solos Encontradas em Mato Grosso do Sul

Na tabela apresenta-se a área e a participação dos diferentes tipos de solos citados. Estes foram divididos entre solos adequados e inadequados ao cultivo das florestas atualmente plantadas em Mato Grosso do Sul, majoritariamente dos gêneros Pinus e Eucalyptus, que não suportam solos rasos e/ou alagados (hidromórficos). Os dados indicam que cerca de 69% da área de Mato Grosso do Sul é coberta por solos adequados ao cultivo de florestas, ou seja, existem em princípio cerca de 25 milhões de hectares que, considerado o critério solos, podem ser destinados a plantações florestais.

Solos

Aspectos Gerais

O solo é a camada que recobre as rochas, sendo constituído de proporções e tipos variáveis de minerais, gases, água e húmus, sendo produto do intemperismo sobre a rocha matriz, cuja transformação ocorre em um determinado tempo, bioma (que interfere principalmente no microclima e na decomposição de húmus) e relevo. Ao analisar o solo, considera-se sua fisionomia física antes de estudar a composição química. Nesta análise visual inicial, se distinguem os horizontes do solo, detectando-se a translocação de argilas e matéria orgânica pela cor e consistência. Depois se recolhe amostras que serão analisadas para determinar a composição em areia (grossa e fina), argila e silte. A textura do solo depende da proporção de areia, do silte, ou argila na sua composição. Isto influencia na taxa de infiltração da água, de armazenamento da água, aeração, facilidade de mecanização e distribuição de determinados nutrientes (fertilidade do solo). As percentagens de argila, silte e areia mudam bastante ao longo da extensão de um terreno. A maneira em que esses diferentes tipos de grãos se distribuem é de extrema importância na disseminação da água no solo. A textura modifica o movimento da água. Desta forma, existem solos adequados e inadequados ao cultivo de florestas de Pinus e de Eucalyptus, os principais gêneros plantados em Mato Grosso do Sul.

De maneira geral, são considerados inadequados ao cultivo destes gêneros os solos com baixa permeabilidade (hidromorfismo) e aqueles ainda pouco desenvolvidos, com pequena camada orgânica (rasos). O item a seguir descreve as classes de solos encontradas em Mato Grosso do Sul.

Descrição das Classes de Solos Encontradas em Mato Grosso do Sul

Argissolos

Argissolos, do Latim Argilla, conotando solos com processo de acumulação de argila. Horizonte B textural. Os solos desta classe têm como característica marcante um aumento de argila do horizonte superficial A para o sub superficial B que é do tipo textural (Bt), geralmente acompanhado de boa diferenciação também de cores e outras características. As cores do horizonte Bt variam de acinzentadas a avermelhadas e as do horizonte A, são sempre mais escurecidas. A profundidade dos solos é variável, mas em geral são de pouco profundos a profundos. São juntamente com os Latossolos, os solos mais expressivos do Brasil, sendo verificados em praticamente todas as regiões.

Chernossolos

Chernossolos, do Russo Chern, significando 'negro'; conotativo de solos ricos em matéria orgânica, com coloração escura. Horizonte A chernozêmico. Preto, rico em bases. Solos de pequena e mediana espessura, que se caracterizam pela presença de um horizonte superficial A do tipo chernozêmico (teores consideráveis de matéria orgânica, cores escurecidas e boa fertilidade), sobre horizontes sub-superficiais avermelhados ou escurecidos com argila de alta atividade.

Ocorrem em várias regiões do Brasil, mas têm concentração expressiva na região da Campanha Gaúcha (Ebânicos), onde são utilizados com pasto e lavouras. No restante do Brasil ocorrem relativamente dispersos (Argilúvicos), ou em pequenas concentrações no Mato Grosso do Sul (Serra da Bodoquena) e Rio Grande do Norte (Rêndzicos).

Gleissolos

São solos minerais, hidromórficos, apresentando horizontes A (mineral) ou H (orgânico), seguido de um horizonte de cor cinzento-olivácea, esverdeado ou azulado, chamado Horizonte Glei, resultado de modificações sofridas pelos óxidos de ferro existentes no solo (redução) em condições de encharcamento durante o ano todo ou parte dele. O horizonte glei pode começar a 40 cm da superfície. São solos mal drenados, podendo apresentar textura bastante variável ao longo do perfil. Podem apresentar tanto argila de baixa atividade, quanto de alta atividade, são solos pobres ou ricos em bases ou com teores de alumínio elevado. Como estão localizados em baixadas, próximas às drenagens, suas características são influenciadas pela contribuição de partículas provenientes dos solos das posições mais altas e da água de drenagem, uma vez que são formados em áreas de recepção ou trânsito de produtos transportados.

Espodossolos

Espodossolos, do Grego Spodos, ‘cinza vegetal'. Solos com horizonte de acumulação de materiais orgânicos e outros. Horizonte B espódico. São solos bastante característicos, em razão de sua gênese. Por regra, apresentam diferenciação significativa entre os horizontes, e, na maioria das vezes, têm um horizonte espódico de cores escurecidas ou avermelhadas/ amareladas, precedido de um horizonte eluvial E (muitas vezes álbico).

O horizonte espódico ocorre a profundidades variáveis, e em alguns pontos da região Amazônica encontra-se a profundidades superiores a 3 metros. São em geral muito pobres no tocante a nutrientes minerais e têm textura arenosa predominante. Ocorrem distribuídos esparsamente ao longo da costa leste brasileira e têm sua mais expressiva ocorrência na região Amazônica (Amazonas e Roraima) e no Pantanal Mato-grossense. Quando muito, são explorados com pastoreio extensivo de gado bovino.

Latossolos

Latossolos do Latim Lat, 'material altamente alterado, tijolo’, conotativo de elevado conteúdo de sesquióxidos. Horizonte B Latossólico. Em geral são solos muito intemperizados, profundos e de boa drenagem. Caracterizam-se por grande homogeneidade de características ao longo do perfil, mineralogia da fração argila predominante1mente caulinítica ou caulinítica-oxídica, e praticamente ausência de minerais primários de fácil intemperização. Distribuem-se por amplas superfícies no Território Nacional, ocorrendo em praticamente todas as regiões, diferenciandose entre si principalmente pela coloração e teores de óxidos de ferro, que determinaram a sua separação em quatro classes distintas ao nível de subordem no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (1999). Em Mato Grosso do Sul observadas as seguintes subordens:

· Latossolos Vermelhos: como os demais Latossolos, têm também grande homogeneidade de características ao longo do perfil, são bem drenados e de coloração vermelho-escura, geralmente bruno-avermelhado escuro. A estrutura é quase sempre do tipo forte pequena granular com aparência de “pó de café”, com presença significativa de óxidos de ferro. Têm desde baixa até alta fertilidade natural e muitas vezes apresentam relativa riqueza em micronutrientes.

· Latossolo Vermelho-Amarelo: têm cores vermelho-amareladas, profundos, com boa drenagem, e normalmente baixa fertilidade natural. Quando de textura argilosa são muito explorados com lavouras de grãos mecanizadas.

Luvissolos

Luvissolos do Latim Luere, 'lavar'; conotativo de acumulação de argila. São solos de profundidade mediana, com cores desde vermelhas a acinzentadas, horizonte B textural ou nítico abaixo de horizonte A fraco, moderado ou horizonte E, argila de atividade alta e alta saturação por bases. Geralmente apresentam razoável diferenciação entre os horizontes superficiais e os sub-superficiais. A mineralogia das argilas condiciona certo fendilhamento em alguns perfis nos períodos secos. São moderadamente ácidos a ligeiramente alcalinos, com teores de alumínio extraível, baixos ou nulos. Distribuem-se por boa parte do território brasileiro, com maior expressividade em regiões como o semi-árido nordestino, Região Sul e Região Amazônica. Na Região Sul são utilizados com lavouras de grãos e pastagens, na região Amazônica apenas com pastagens plantadas, enquanto no semi-árido a pecuária extensiva é a principal utilização.

Neossolos

Neossolos, do Grego Neos, 'novo'. Conotativo de solos jovens, em início de formação. Solos constituídos por material mineral ou material orgânico pouco espesso (menos de 30 cm de espessura), sem apresentar qualquer tipo de horizonte B diagnóstico. Congregam as seguintes variações:

· O Neossolos Litólicos: solos rasos

· O Neossolos Quartzarênicos: solos profundos e arenosos

· O Neossolos Regolíticos: solos profundos e arenosos com presença considerável de minerais primários de fácil intemperização

· O Neossolos Flúvicos: solos constituídos por sucessão de camadas de natureza aluvionar, sem relação pedogenética entre si Boa parte dos Neossolos ocorre em praticamente todas as regiões do País, embora sem constituir representatividade espacial expressiva. Isso significa que ocorrem de forma dispersa em ambientes específicos, como é o caso das planícies à margem de rios e córregos (Neossolos Flúvicos) e nos relevos muito acidentados de morrarias e serras (Neossolos Litólicos).

· Os Neossolos Quartzarênicos, muito expressivos no Brasil, são comuns ao longo da costa e no interior de alguns estados do Nordeste, ocupando também grandes concentrações em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, e Tocantins. Os Neossolos Regolíticos, por sua vez, são encontrados em alguns pontos da Região Serrana do Sudeste, e têm maiores concentrações nas zonas do Semi-Árido Nordestino e no Mato Grosso do Sul.

Nitossolos

Nitossolos, do Latim Nitidus, 'brilhante'. Conotativo de superfícies brilhantes em unidades estruturais. Horizonte B Nítico. Trata-se de uma ordem caracterizada pela presença de um horizonte B Nítico, que é um horizonte sub-superficial com moderado ou forte desenvolvimento estrutural do tipo prismas ou blocos e com a superfície dos agregados reluzentes, relacionadas a serosidade ou superfícies de compressão. Têm textura argilosa ou muito argilosa e a diferença textural é inexpressiva. São em geral moderadamente ácidos a ácidos com saturação por bases baixa a alta, com composição caulinítico-oxídica, em sua maioria com argila de atividade baixa, ou com atividade alta associado a caráter alumínico. Os Nitossolos Vermelhos (Terras Roxas Estruturadas e Terras Roxas Estruturadas Similares) têm ocorrência em praticamente todo o País, sendo muito expressivos em terras da Bacia Platina, que se estende desde o Rio Grande do Sul a Goiás.

Organossolos

Organossolo é um tipo de solo orgânico pouco evoluído de coloração preta, cinzenta muito escura, ou marrom, e com elevados teores de carbono orgânico. São solos fortemente ácidos, com baixa saturação em base. No Organossolo há o predomínio de constituintes orgânicos em relação a inorgânicos. Ocorre em ambientes de drenagem ou em condições de saturação com água, permanente ou periódica (mal drenados a muito mal drenados ou úmidos de altitude elevada). Diferencia-se dos outros por apresentar horizonte turfoso, isto é, teor de carbono orgânico superior a 50% nos primeiros 80% de profundidade.

Planossolos

Planossolos do Latim Planus, 'Plano, Horizontal'. Conotativo de solos desenvolvidos com encharcamento superficial estacional. Horizonte B Plânico. Compreendem solos minerais, imperfeitamente ou mal drenados, com horizonte superficial ou sub-superficial eluvial, de textura mais leve que contrasta abruptamente com o horizonte B imediatamente subjacente, adensado e geralmente com acentuada concentração de argila, com permeabilidade lenta ou muito lenta, constituindo por vezes um horizonte ‘pã’, que é responsável pela detenção do lençol d’água sobreposto (suspenso), de existência periódica e presença variável durante o ano. Caracterizam-se pela ocorrência de mudança textural abrupta entre o horizonte ou horizontes superficiais (A e/ou E) e o sub-superficial (Plânico). São imperfeitamente ou mal drenados e a fertilidade natural é variável. Além da textura, outras características como estrutura, porosidade, permeabilidade e muitas vezes cores, são também bastante contrastantes entre o A e/ou E e o B. Têm ocorrência expressiva no Nordeste Brasileiro, onde são predominantemente nátricos (norte da Bahia até o Ceará), no Pantanal Mato-Grossense e no sul do Rio Grande do Sul, onde são muito explorados com arroz e pastagens.

Plintossolos

Plintossolos, do Grego Plinthos, 'ladrilho'. Conotativo de materiais argilosos, coloridos, que endurecem quando expostos. Horizonte Plíntico. Caracterizam-se principalmente pela presença de expressiva plintitização com ou sem petroplintita (concreções de ferro ou cangas). Os Plintossolos Argilúvicos e Háplicos que apresentam drenagem restrita têm como característica diagnóstica a presença do Horizonte Plíntico, que é identificado principalmente por cores mosqueadas ou variegadas, compostas de tons desde vermelhos a acinzentados. Têm ocorrência constatada nas Regiões Norte, Nordeste (Piauí e Maranhão) e Centro-Oeste, e estando concentrados mais especificamente na Ilha de Marajó, Baixada Maranhense, Sul do Piauí, Médio Amazonas, Vale do Paranã (Goiás/Tocantins), Pantanal Mato-Grossense e Planícies do Araguaia e Guaporé. Têm manejo agrícola bastante delicado, que necessita de bom controle de sua dinâmica hídrica interna, já que pode ter como conseqüência o endurecimento da plintita. Entretanto, na Região Centro-Oeste, imensos projetos de cultivo de grãos (principalmente arroz) estão instalados sobre os mesmos, com uso de

irrigação/drenagem.

Vertissolos

Vertissolos, do Latim Vertere. Conotativo de movimento na superfície do solo (expansão/contração). São solos minerais, com Horizonte Vértico, cores desde escuras a amareladas, acinzentadas ou avermelhadas, profundos e pouco profundos, geralmente com presença de fendas no perfil, como conseqüência da expansão e contração do material argiloso, superfícies de fricção (slickensides) e estrutura fortemente desenvolvida do tipo prismática.

Apresentam seqüência de horizontes do tipo A-Cv ou A-Biv-C, e ausência de contato lítico, ou horizonte petrocálcico, ou duripã dentro dos primeiros 30 cm de profundidade, e de qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do Horizonte Vértico. São solos férteis, porém com ocorrência associada a condições de clima e relevo que dificultam a remoção dos cátions básicos do solo. São expressivos no Semi-árido Nordestino, no Pantanal Mato- Grossense, na Campanha Gaúcha e no Recôncavo Baiano (EMBRAPA Solos, 1999).