A relação entre Normas e valores Morais

Toda a sociedade possui um código moral, isto é, um conjunto organizado de normas que prescrevem o que é moralmente valioso.

(…) Uma norma moral é uma regra de comportamento que determina o que devemos fazer ( ou não fazer) para que a nossa acção seja moralmente válida ou moralmente valiosa. Esta definição remete-nos imediatamente para a relação entre normas e valores morais. (…) um valor moral como a Liberdade justifica ou legitimas a norma que prescreve “Não deves privar o outro da sua liberdade! (…) Um valor como a dignidade e a sacralidade da vida humana justifica ou está na base das normas, “Promove e protege a vida humana” e “Não matarás”.

Valor: A Verdade, “Não mentirás”

Propriedade, “Não roubarás”

Liberdade de expressão, “Não oprimirás os outros seres humanos”.

(…) As normas morais (e também as jurídicas) são as formas mediante as quais, num dado momento histórico, uma certa sociedade pretende ver concretizados, os seus valores.

Sendo elementos culturais, as normas morais variam no tempo e no espaço, de uma época histórica para outra e de uma sociedade para outra. Daí resultam questões importantes: “Não haverá normas e valores morais universais e absolutos?”; “A relatividade das culturas condena-nos ao relativismo moral?”; “Será ilusório falar de normas morais válidas para todos os homens?”; “Haverá valores transculturais

?”

Diversidade cultural, etnocentrismo e relativismo.

“Os europeus que viajaram para as Américas no século XVI acreditavam que iam encontrar gigantes, amazonas e pigmeus, a fonte da eterna juventude, mulheres cujos corpos nunca envelheciam e homens que viviam centenas de anos. Os índios americanos foram inicialmente olhados como criaturas selvagens que tinham mais afinidades com os animais do que com os seres humanos…julgava-se que estes nativos, eram seres sem alma nascidos espontaneamente das profundezas da terra. O bispo de Santa Marta, na Colômbia, descrevia os indígenas como homens selvagens das florestas e não homens dotados de uma alma racional, motivo pelo qual não podiam assimilar nenhuma doutrina cristã, nenhum ensinamento, nem adquirir virtude.”

(Anthony Giddens)

Se bem que o complexo de superioridade cultural não fosse um exclusivo dos Europeus (por ex. os chineses do século XVIII consideraram desinteressantes e bárbaros os seus visitantes ingleses), o domínio tecnológico, cientifico e militar da Europa, bem vincado a partir das Descobertas, fez com que os Europeus julgassem os próprios padrões, valores e realizações culturais como superiores.

O Etnocentrismo é a atitude característica de quem só reconhece legitimidade e validade às normas e valores vigentes na sua cultura ou sociedade.

Questão: que consequências pode provocar esta atitude/prática etnocêntrica?

A defesa legítima da diversidade cultural conduziu, muitos antropólogos actuais a exagerarem a diversidade das culturas e das sociedades: não existiriam valores universais ou normas de comportamentos válidos independentemente do tempo e do espaço…não existindo uma escala de valores universal aceite, teríamos que avaliar em função dos valores que vigoram na nossa cultura…

(Esquemas e textos recolhidos e adaptados em “Filosofia 10º ano” Luís Rodrigues, Plátano editora)