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Aula sobre Weber
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Método em Weber – “objetividade” Diferença radical em relação à abordagem positivista,
naturalista da ciência, à qual entende a realidade socialcomo dada, antes mesmo que a investigação científicacomece.
O fenômeno social não é um dado objetivo a ciência nãose refere a mero registro oriundo da observação de umarealidade já dada, das “coisas” do mundo sensível.
*** o “dado” depende do interesse do nosso conhecimentoe do valor que lhe atribuímos.
Pressuposto Fundamental: o indivíduo é o ponto departida e de chegada. É a unidade explicativa. O processo deconhecimento funda-se no indivíduo.
POR QUÊ?
Método em Weber – “objetividade”
Porque um dos principais conceitos da teoria de Weber, a
“ação social” significativa, ou seja, a ação dotada de
sentido, está centrada no indivíduo.
Os indivíduos são os portadores do sentido, do
significado. São eles que direcionam o interesse para
abordar, de múltiplos modos singulares, o mundo que o
circundam.
Na concepção weberiana, não há objeto, nas ciências
sociais, sem, antes, existir a atribuição de sentido ao
mundo por parte dos sujeitos.
Método em Weber – “objetividade” *** Os fatos sociais não trazem embutidos seus
significados e só os recebem quando se tornam
interessantes – problemáticos – para os indivíduos.
“... o caráter de fenômeno “socioeconômico” de um
evento não é algo que lhe seja “objetivamente” inerente.
(OCCS, p. 31).
*** A ciência lida com problemas que são tidos como
significativos/faz sentido para os indivíduos.
“... o domínio do trabalho científico não tem por base as
conexões “objetivas” entre as “coisas”, mas as conexões
conceituais entre os problemas.” (OCCS, p. 37) [grifos
no original]
Método em Weber – “objetividade”
“... O decisivo são as ideais de valor sob as quais
consideramos a ‘cultura’ em cada caso. A ‘cultura’ é um
segmento finito do decurso infinito e destituído de sentido
próprio do mundo, a que o pensamento conferiu – do ponto de
vista do homem – um sentido e uma significação”. (OCCS, p.
57-58)
A “realidade é infinita” somente um fragmento “limitado”
dessa realidade múltipla é possível de ser compreendido
cientificamente pelos indivíduos que se dispõem a conhecê-
la.
São as ideias de valor que estão na base de nosso
interesse em desvendar, por meio do conhecimento, o
mundo no qual vivemos
Método em Weber – “objetividade” As ideias de valor balizam o que nós é “significativo”, que
tem sentido conhecer no mundo Weber refuta a ideia
que há valores já dados, independentes das
intenções e ações dos indivíduos.
Essencial é pensar o que o conhecimento representa
para o indivíduo que o busca, ou seja, o que o sujeito, no
mundo cultural do qual faz parte, atribui significação,
sentido, considera digno de conhecer.
Resultado: As ideias de valor, essas premissas
subjetivas, constituem o ponto preliminar da ciência, pois
são elas que despertam – “orientam” o interesse do
conhecimento, aquilo que “importa” conhecer no mundo.
Método em Weber – “objetividade Como fica, então, a questão da objetividade do
conhecimento científico, já que se parte de premissas
subjetivas? contribuição original de Weber
Para ele, importa saber até onde a objetividade chega, o
seu alcance nas ciências sociais, por isso, ele a coloca
entre aspas, ele a problematiza!
Passos da metodologia em Weber:
*** A dimensão valorativa – ideias de valor – é importante
para despertar o interesse do que vale a pena ser
conhecido Fase inicial da seleção do objeto.
*** Mas, Weber adverte, essa dimensão valorativa não
acompanha todo o processo da pesquisa, senão não se
faz ciência.
Método em Weber – “objetividade” *** No decorrer da pesquisa o problema da
pesquisa/investigação que determina o que é relevante
para o cientista, bem como o esquema conceitual de
referência a ser utilizado por ele.
*** A pesquisa propriamente dita obedece às regras
universais do método científico “validade das regras da
lógica e da metodologia” (Ciência como Vocação).
Logo, o conhecimento científico é objetivo nos
resultados – que valem igualmente para todos os que
procurarem, mas, na sua origem, parte de uma referência
valorativa que possibilita o interesse do cientista, pois, sem
referência a valor, não há como fazer ciência
Por quê? porque ela carece de interesse, não teria
sentido.
Método em Weber *** Durante a investigação, o cientista deve se desvencilhar
das ideias de valor que o conduziram na seleção do seu objeto
de estudo, porque, no lugar da compreensão, praticará a
justificação de seus valores pessoais
“... sempre que um homem de ciência permite que se manifestem
seus próprios juízos de valor, ele perde a compreensão integral
dos fatos”. (Ciência como Vocação)
Causalidade em Weber é possível proceder a explicação
causal no campo das ciências sociais.
Tanto os fenômenos naturais quanto os fenômenos sociais
precisam se submeter à mesma estrutura lógica da explicação
para garantir o caráter científico!
Método em Weber Mas, as generalizações efetuadas nos dois grupos do
conhecimento humano são distintas
Nas ciências sociais a análise causal entra no campo da
probabilidade, do possível histórico *** em vez de leis há
conexões causais entre os fenômenos sociais. Cabe às
ciências sociais elaborar explicações parciais, não totais!
*** A explicação causal em Weber sai do âmbito
positivista/naturalista, já que as ciências sociais pode estudar
os fatores condicionantes dos fenômenos, mas não
determinar relações necessárias entre causas e efeitos tal
como nas leis gerais das ciências naturais.
*** No lugar de fórmulas, busca-se compreender os fatos
humanos carregados de sentido!
Método em Weber Noção de Tipo Ideal: é um procedimento interpretativo, um
processo hipotético, diverso do real, por meio de uma
reconstrução da realidade a partir de pontos específicos e
mediante a acentuação de elementos que, sob olhar do
investigador, são representativos para a análise do
fenômeno em questão não descreve um curso de ação
efetivo tal como existente na realidade empírica, mas, sim,
um curso de ação “objetivamente possível”, dentre outros
que poderiam ser elaborados.
Ex: Ética calvinista (escritos de figuras históricas +
componentes da doutrina) x constituição do espírito
capitalista.